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1 Movimento e Mapeamento da água subterrânea Prof. Ingo Wahnfried Prof. Ricardo Hirata Circulação em aquíferos sedimentares em clima úmido Superfície freática Infiltração e recarga Fluxo de agua subterranea área de descarga Movimento das águas subterrâneas Movimento da água subterrânea Quais são os fatores que causam o movimento da água subterrânea? O potencial total da água (PTA) e a carga hidráulica Análise do fluxo requer o conhecimento de um gradiente de potencial Hubbert (1940): “potencial é uma quantidade física capaz de ser medida e cuja propriedade faz com que a água flua de pontos de maior para menor valores, independente de sua direção no espaçoO potencial total da água (PTA) e a carga hidráulica No meio aquífero (isotérmico e isoconcentração), o PTA pode ser caracterizado como a somatória de duas componentes: ! Potencial de elevação ou posição: relacionado à força gravitacional ! Potencial de pressão: relacionado à carga hidráulica

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Page 1: Movimento e Mapeamento da água subterrânea 3 Movimento... · Construção de Mapa Potenciométrico Construção de Mapa Potenciométrico

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Movimento e Mapeamento da água subterrânea

Prof. Ingo Wahnfried Prof. Ricardo Hirata

Circulação em aquíferos sedimentares em clima úmido

Superfície freática Infiltração e recarga

Fluxo de agua subterranea

������������ ��� ���� ������������� �������

área de descarga

Movimento das águas subterrâneas

Movimento da água subterrânea

Quais são os fatores que causam o movimento da água subterrânea?

O potencial total da água (PTA) e a carga hidráulica

! Análise do fluxo requer o conhecimento de um gradiente de potencial

! Hubbert (1940): “potencial é uma quantidade física capaz de ser medida e cuja propriedade faz com que a água flua de pontos de maior para menor valores, independente de sua direção no espaço”

O potencial total da água (PTA) e a carga hidráulica

No meio aquífero (isotérmico e isoconcentração), o PTA pode ser caracterizado como a somatória de duas componentes:

!  Potencial de elevação ou posição: relacionado à força gravitacional

!  Potencial de pressão: relacionado à carga hidráulica

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Analisando o PTA em um copo com água

Pressão Posição Total Pto A 0 cm 10 cm 10 cm Pto B 5 cm 5 cm 10 cm Pto C 10 cm 0 cm 10 cm Pressão atmosféfica (datum) = 0

Datum de posição = fundo do copo Representação de carga em cm de coluna de água

Água não se movimenta, pois não existe gradiente de potencial

Pto C

Pto B

Pto A

Analisando o PTA em um copo com água, com um furo Pressão Posição Total

Pto A 0 cm 10 cm 10 cm Pto B 2,5 cm 5 cm 7,5 cm Pto C 0 cm 0 cm 0 cm

Datum de Pressão atmosférica = parte externa ao copo Datum de posição = fundo do copo

Água se movimenta, pois há existe gradiente de potencial (10cm para 0cm)

Pto C

Pto B

Pto A

transferência da pressão atmosférica para dentro do copo, no fundo

PRESSÃO 20m

POSIÇÃO 80m

Datum (qual?)

PRESSÃO 10m

POSIÇÃO 90m

filtro

poço aberto sem filtro

poço de monitoramento

poço cacimba

Potencial total do poço monitoramento = 10 + 90 = 100m Potencial total do poço cacimba = 20 + 80 = 100m Não há fluxo entre os poços

Movimento da água subterrânea

! Qual é o datum de elevação que você usaria para água subterrânea?

! Por que? ! Água subterrânea pode correr para cima? ! Descreva, com desenhos, uma situação em

que isso acontece, e indique o que ocorre com os potenciais de pressão e posição.

Movimento da água subterrânea

Qual dos potenciais é o causador do fluxo ascendente?

Potencial de pressão

Potencial de posição

Poço A

Poço B

Nível potenciométrico

Nível potenciométrico

Nível potenciométrico

Poço C

Nível do mar

hp = potencial de pressão he = potencial de posição potencial total = he + hp

Poço e filtro

Direção de fluxo

Arenito Folhelho

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Potenciais Hidráulicos e Movimento da Água

Para onde a água subterrânea se movimenta

Questão 1a) Calcule o gradiente, e indique a direção de fluxo

Freeze and Cherry, 1979.

Freeze and Cherry, 1979.

Questão 1b) Calcule o gradiente, e indique a direção de fluxo

Fluxos horizontais e verticais

Freeze and Cherry, 1979.

Potencial total de água

Potencial de posição

+

Potencial de pressão

Pote

ncia

l tot

al

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diferença de potencial

Δh

ΔL

ΔH/ΔL = i

Como fazer um mapa disso?

! Linhas equipotenciais: definem as cargas hidráulicas do meio;

! Linhas de fluxo: define o caminhamento da água no aquífero;

! Tubo de fluxo: volume/área compreendido(a) entre duas linhas de fluxo

Mapeamento da Água Subterrânea

Superfície do terreno Linhas equipotenciais

Poço A

Poço B

8 m

21 m

Fluxo

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Movimento da água em área de descarga

Nível freático

H = 90 m

Referência

Linhas equipotenciais

Sentido de fluxo

H = 90 m

Rio

(Cleary 1989)

Movimento da água em área de recarga

Referência

80 m

(Cleary 1989)

Divisores de água subterrâneas

• 1o passo: - Fazer nivelamento (topografia) da boca dos piezômetros

- Medir profundidade no nível d’água

- Calcular a carga hidráulica

Construção de Mapa Potenciométrico

Construção de Mapa Potenciométrico

• Traçado das linhas equipotenciais e de fluxo - Selecionar os poços cujos filtros localizam-se no aquífero estudado

- Plotar os valores de carga hidráulica

- Estabelecer distâncias entre as equipotenciais -  Interpolação dos dados por triangulação

- Unir pontos de mesma carga hidráulica - Considerar aquífero como isotrópico e estabelecer linhas de fluxo a 90o das equipotenciais

Poço 1

Poço 2 Poço 3

h=40 h=30 h=35

Construção de Linhas Equipotenciais e de Fluxo

Page 6: Movimento e Mapeamento da água subterrânea 3 Movimento... · Construção de Mapa Potenciométrico Construção de Mapa Potenciométrico

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N

100 metros

h=40m

h=30m

h=35m

Construção de Linhas Equipotenciais e de Fluxo

N

100 metros

h=40m

h=30m

h=35m

dh=5

dh=5

dh=10

Construção de Linhas Equipotenciais e de Fluxo

N

100 metros

h=40m

h=30m

h=35m

dh=5

dh=5

dh=10

Construção de Linhas Equipotenciais e de Fluxo

N

100 metros

h=40m

h=30m

h=35m

32

34

36

38

31

32

34

33

36 37

38 39

Construção de Linhas Equipotenciais e de Fluxo

N

100 metros

h=40m

h=30m

h=35m

32

34

36

38

31

32

34

33

36 37

38 39

Construção de Linhas Equipotenciais e de Fluxo

N

100 metros

h=40m

h=30m

h=35m

32

34

36

38

31

32

34

33

36 37

38 39

Construção de Linhas Equipotenciais e de Fluxo

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Construção de mapa potenciométrico Linhas de fluxo e equipotenciais em planta

(Custodio & Llamas 1981)

Linhas de fluxo e equipotenciais em planta

400

402

404

406

408

410

412 414

N

Linhas Equipotenciais

Linhas de Fluxo

Bibliografias

! Hidrogeologia básica Freeze, A. & Cherry, J. 1971. Groundwater. Prentice Hall, Englewood

Cliffs, NJ. 604pp. Domenico, P. & Schwartz, F. 1990. Physical and chemical hydrogeology.

John Wiley & Sons. New York. 824 pp. Fetter, C. 2001. Applied hydrogeology. Prentice Hall, Londres, UK. 598

pp. Cleary, R. 1989. Águas subterrâneas. In Ramos, F. et al. 1989.

Engenharia hidrológica. ABRH e Editora UFRJ. Cap. 5. Rio de Janeiro. 291-404 pp.

Foster, S. & Gomes, D. 1988. Monitoreo de las aguas subterráneas. CEPIS Technical Report. WHO/PAHO. Lima, Peru.