moraes, alexandre direito constitucional 2016

1433

Upload: celso-dias

Post on 19-Feb-2017

177 views

Category:

Law


4 download

TRANSCRIPT

  • A EDITORA ATLAS se responsabiliza pelos vcios do produto no que concerne sua edio(impressoeapresentaoafimdepossibilitaraoconsumidorbemmanuse-loel-lo).Nemaeditoranemoautorassumemqualquerresponsabilidadeporeventuaisdanosouperdasapessoaoubens,decorrentesdousodapresenteobra.Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, proibida areproduototalouparcialdequalquerformaouporqualquermeio,eletrnicooumecnico,inclusiveatravsdeprocessosxerogrficos, fotocpiaegravao, sempermissoporescritodoautoredoeditor.

    ImpressonoBrasilPrintedinBrazil

    DireitosexclusivosparaoBrasilnalnguaportuguesaCopyright2016byEDITORAATLASLTDA.UmaeditoraintegrantedoGEN|GrupoEditorialNacionalRuaConselheiroNbias,1384CamposElsios01203-904SoPauloSPTel.:(11)5080-0770/(21)[email protected]/www.grupogen.com.br

    Otitularcujaobrasejafraudulentamentereproduzida,divulgadaoudequalquerformautilizadapoderrequereraapreensodosexemplaresreproduzidosouasuspensodadivulgao,semprejuzodaindenizaocabvel(art.102daLein.9.610,de19.02.1998).Quem vender, expuser venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depsito ou utilizar obra oufonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito,lucrodiretoouindireto,parasiouparaoutrem,sersolidariamenteresponsvelcomocontrafator,nostermos dos artigos precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor emcasodereproduonoexterior(art.104daLein.9.610/98).

    Capa:DaniloOliveira

    Fechamentodestaedio:1.03.2016

    ProduoDigital:OneStopPublishingSolutions

    DadosInternacionaisdeCatalogaonaPublicao(CIP)(CmaraBrasileiradoLivro,SP,Brasil).

    Moraes,Alexandrede

    Direitoconstitucional/AlexandredeMoraes.32.ed.rev.eatual.ataECn91,de18defevereirode2016SoPaulo:Atlas,2016.

    ISBN978-85-970-0569-1

    mailto:[email protected]://www.grupogen.com.br

  • 1.BrasilDireitoconstitucional2.DireitoconstitucionalI.Ttulo.

    96-5065CDU-342

  • OSenhormeupastor,enadamefaltar...Guia-mepelasveredasdaJustiaporamoraoSeunome.

    (SALMOdeDavi22-23)

  • ParaVivianeenossosgmeos,GiulianaeAlexandre,agradecendoapacincia,

    afelicidade,ocarinhoeoamor.

    E,apartirda13aedio,novamenteagradeoaDeuspordarmaisluzminhavidacomavindadeGabriela.

  • Nota32aEdio

    O ano de 2015 foi marcado por vrios conflitos em matrias polticas einstitucionaisentreosPoderesExecutivo,JudicirioeLegislativo,reforandoanecessidade de uma nova anlise da Separao de Poderes e do papelmoderadordoSupremoTribunalFederal.

    O sistema representativo constitucional tambm est a exigir alteraesprofundas que possam garantir maior legitimidade e representatividade aosrepresentantesdoPovo,inclusiveperanteosTribunaisSuperiores.

    Acrescente importnciadonovopapeldoPoderJudicirionoBrasileseualargamentoemassuntostradicionalmentelegislativos,duranteoanode2015,passouobrigatoriamentepelaanlisedasdificuldadesdarepresentaopoltica,da organizao e do funcionamento dos partidos polticos e de nosso sistemaeleitoralrepresentativo,enquantosustentculosdaDemocracia.

    A Constituio Federal de 1988 evoluiu da Democracia meramenterepresentativa para a Democracia participativa, na qual, ao lado dostradicionais partidos polticos, encontra-se a prpria sociedade civil tentandoconcretizar a vontade soberana do povo nas manifestaes do Estado, e oprprio Supremo Tribunal Federal afastando a possibilidade de doao depessoasjurdicasemcampanhaseleitorais.

    O fortalecimento do Poder Judicirio e da Jurisdio Constitucional,

  • principalmente pelos complexos mecanismos de controle deconstitucionalidade e pelo vigor dos efeitos de suas decises, em especial osefeitos vinculantes, somados inrcia do prprio Legislativo em efetivartotalmenteasnormasconstitucionais(porexemplo,aadequaodasbancadaslegislativas por Estado) e discutir a evoluo legislativa (como casamento eunio estvel homoafetiva, aborto do feto anencfalo, nova regulamentaoparaaimprensa),vempermitindoquenovastcnicasinterpretativasampliemaatuaojurisdicionalemassuntotradicionalmentedaaladaparlamentar.

    Essa transformao poltico-social e o constante aumento de atuao doPoder Judicirio no cenrio nacional em assuntos polticos acabaram porampliar a crise representativa no Legislativo, aumentando o fosso existenteentre o povo e seus representantes e gerando a necessidade urgente de umaextensareformapoltica.

    H desesperada necessidade de reaproximao da vontade popular com oCongressoNacional, pois o enfraquecimento deste um dosmaiores perigosparaoconstanteaprimoramentoeaprpriasobrevivnciadademocracia,sejapelo vertiginoso fortalecimentodediversos grupos de presso, comoatoresinvisveis e irresponsveis politicamente, seja pela substituio da atividadelegiferantepelaatuaohiperatrofiadadoJudicirio.

    Sem pretendermos encontrar um cenrio ideal, que decorre de lento econstante fortalecimento democrtico, para que ocorra a concretizao dessafinalidade,hnecessidadedealgumasreformasestruturaisbsicasnosistemapolticonacional,comoconsequentefortalecimentodademocraciaeummaiorequilbrioentreospoderes.

    Igualmente,ofortalecimentodospartidospolticosessencial,poisdevemserprestigiadosedemocratizadosnareformapolticacomoprincipaisatoresdocenrio nacional, porm os submetendo imediata criao constitucional declusula de desempenho, baseada no percentual de votos totais obtidos naseleiesgeraisparaaCmaradosDeputados,comimpedimentodarealizaodecoligaesproporcionalentreospartidos,demaneiraaconcederverdadeiralegitimidadesagremiaes.

    OPassomentecrescercomumainterpretaoconstitucionalquegaranta

  • maiorequilbrioentreospoderesparaevitarmosacontinuidadedosconstantesatritoseaperigosacorrosodaexpectativapopularemseus representanteseconsequentementenaDemocracia.

    Janeirode2016.

    OAutor

  • Prefcio1aEdio

    Arealizaodopresentetrabalhodeve-seideiadecondensaremumnicotextoaanlisedoutrinriae jurisprudencialdaConstituioFederal,expondode forma simples a teoria geral do direito constitucional e as normasconstitucionais bsicas que regemnosso ordenamento jurdico e consagramaexistnciadeumEstadoDemocrticodeDireito.

    A ideia permitir que o estudo didtico dos vrios ttulos e captulos daConstituio Federal permita aos operadores dodireito, aos estudantes e aoscandidatosaconcursosde ingressoemcarreiras jurdicasumasegurafontedeconsulta para a soluo das problemticas constitucionais e seus reflexos nosdiversosramosdodireito.Assim,semprequenecessrio,pretendeu-seabordaraaplicabilidadedaCartaMagnanodireitopenal,civil,processual,comercial,eassimpordiante,colacionandofartajurisprudncia.

    Alm do estudo dos artigos do texto maior, abrange-se a teoria geral doconstitucionalismo,opoderconstituinteeocontroledeconstitucionalidade.

    Trata-se de um estudo profundo das normas constitucionais atuais,comparando-ascomasConstituiesbrasileirasanterioresedediversospases.D-senfaseespecialaosmecanismosdecontroledopoderestatal,comamploestudodosdireitosegarantias fundamentaisdohomeme sobreadivisodasfunes estatais entre os trs Poderes de Estado e oMinistrio Pblico comogarantidoradessas.

  • Temas polmicos so abordados, procurando sempre posicionar o leitorsobre as diversas interpretaes, trazendo colao ilustradas opinies dedoutrinadores nacionais e estrangeiros e julgados dos Tribunais Superiores,TribunaisRegionaisFederaiseTribunaisEstaduais.

    AobraenriquecidacomacitaodaposiodoSupremoTribunalFederalem todas as questes importantes, indicando-se os repertrios ou mesmo oDirio da Justia onde a ntegra da ementa ou do acrdo poder serencontrada.

    Procurou-se, portanto, dar-se visomais prtica e ampla da Constituio,simplificando seu estudo e pretendendo auxiliar em sua efetiva aplicao econsequenteconsagraodorespeitosliberdadespblicas.

    Dessa forma,o leitorpoder tervisogeraldoDireitoConstitucionaledesua aplicao diria a todos os demais ramos jurdicos, interpretado peladoutrina nacional e estrangeira, pelos Tribunais e, principalmente, peloGuardiodaConstituioFederal:oSTF.

    SoPaulo,janeirode1997.

    OAutor

  • 1

    1

    1.1

    2

    3

    3.1

    3.2

    3.3

    3.4

    3.5

    3.6

    Sumrio

    DIREITOCONSTITUCIONAL

    Constitucionalismo

    EstadoConstitucional:EstadodeDireitoeEstadoDemocrtico

    ConceitodeConstituio

    Classificaodasconstituies

    Quadrogeral

    Quantoaocontedo:constituiesmateriais,ousubstanciais,eformais

    Quantoforma:constituiesescritasenoescritas

    Quantoaomododeelaborao:constituiesdogmticasehistricas

    Quantoorigem:constituiespromulgadas(democrticas,populares)eoutorgadas

    Quantoestabilidade:constituiesimutveis,rgidas,flexveisesemirrgidas

  • 3.7

    3.8

    3.9

    4

    4.1

    4.2

    4.3

    5

    5.1

    6

    7

    8

    9

    9.1

    2

    1

    2

    3

    4

    Quantosuaextensoefinalidade:constituiesanalticas(dirigentes)esintticas(negativas,garantias)

    ConstituioFederalde1988

    Outrasclassificaes

    Aplicabilidadedasnormasconstitucionais

    Normasconstitucionaisdeeficciaplena,contidaelimitada

    Normasconstitucionaiscomeficciaabsoluta,plena,relativarestringvelerelativacomplementveloudependentesdecomplementao

    Normasprogramticas

    Interpretaodasnormasconstitucionais

    InterpretaoconformeaConstituioDeclaraodeinconstitucionalidadeparcialsemreduodetextoAinterpretaoconstitucionaleoativismojudicial(NeoconstitucionalismoePositivismo)

    Prembuloconstitucional

    FundamentosdaRepblicaFederativadoBrasil

    ObjetivosfundamentaisdaRepblicaFederativadoBrasil

    PrincpiosderegnciadasrelaesinternacionaisdaRepblicaFederativadoBrasil

    Asilopoltico

    PODERCONSTITUINTE

    Conceitoefinalidade

    TitularidadedoPoderConstituinte

    EspciesdePoderConstituinte

    PoderConstituinteoriginrio

  • 4.1

    4.2

    4.3

    5

    5.1

    5.2

    3

    1

    1.1

    2

    2.1

    3

    3.1

    3.2

    3.3

    4

    5

    6

    6.1

    6.2

    6.2.1

    6.2.2

    6.2.3

    Conceito

    FormasdeexpressodoPoderConstituinteoriginrio

    CaractersticasdoPoderConstituinteoriginrio

    PoderConstituintederivado

    Conceitoecaractersticas

    EspciesdePoderConstituintederivado

    DIREITOSEGARANTIASFUNDAMENTAIS

    Finalidade.Direitosfundamentaiscomodireitosdedefesa

    Classificaodosdireitosfundamentais

    Naturezajurdicadasnormasquedisciplinamosdireitosegarantiasfundamentais

    Relatividadedosdireitosegarantiasindividuaisecoletivos

    Direitosegarantiasindividuais

    Diferenciaoentredireitosegarantiasindividuais

    Direitosfundamentaisegarantiasinstitucionais

    Direitosfundamentaisclassificao

    Destinatriosdaproteo

    Direitovida

    Princpiodaigualdade

    Princpiodaigualdadeelimitaodeidadeemconcursopblico

    Tratamentoisonmicoentrehomensemulheres(art.5o,I)

    Critriosdeadmissoparaconcursopblico

    Critriosparaadmissodeemprego

    Constitucionalidadedaprerrogativadoforoem

  • 6.3

    7

    7.1

    8

    9

    10

    10.1

    10.2

    10.3

    10.4

    10.5

    11

    11.1

    12

    13

    14

    14.1

    14.2

    favordamulheresuaaplicaotantoparaaaodeseparaojudicialquantoparaadedivrciodireto

    Princpiodaigualdadeemrelaohomoafetivaeentidadefamiliar

    Princpiodalegalidade

    Princpiosdalegalidadeedareservalegal

    Tratamentoconstitucionaldatortura(art.5o,IIIeXLIII)

    Liberdadedepensamento,direitoderespostaeresponsabilidadepordanomaterial,moralouimagem(art.5o,IVeV)

    Liberdadedeconscincia,crenareligiosa,convicofilosficaoupolticaeescusadeconscincia(art.5o,VIeVIII)

    LiberdadereligiosaeEstadolaicoouleigo

    Escusadeconscinciaeserviomilitarobrigatrio

    Limitaesaolivreexercciodocultoreligioso

    Religioecultura

    Assistnciareligiosa

    Indenizaopordanomaterial,moralouimagem

    Direitoderespostaouderplica

    Expressodaatividadeintelectual,artstica,cientficaedecomunicao(art.5o,IX)

    Inviolabilidadeintimidade,vidaprivada,honraeimagem

    Inviolabilidadedomiciliar(art.5o,XI)

    Questododiaedanoite

    Violaodedomicliopordecisoadministrativaouparlamentar.Impossibilidadeclusuladereserva

  • 14.3

    15

    15.1

    15.2

    15.3

    15.4

    16

    16.1

    16.2

    16.3

    16.4

    16.5

    16.6

    17

    17.1

    17.2

    18

    jurisdicional

    Inviolabilidadedomiciliarefisco

    Sigilodecorrespondnciaedecomunicao(art.5o,XII)

    Possibilidadedeinterceptaotelefnica

    Leino9.296,de24-7-1996Interceptaestelefnicas

    Gravaoclandestina

    Excepcionalidadenautilizaodosdadosobtidosmedianteinterceptaotelefnicaforadashiptesesrestritasdesuadecretao:limitaosubjetiva(descobertadenovospartcipes),limitaesobjetivas(crime-achadoeinvestigaesdiversas)eprovaemprestada

    Inviolabilidadededados(art.5o,XeXII):sigilosbancrioefiscal

    Inviolabilidadeconstitucionaldaprivacidadeedosigilodedados

    Caractersticasbsicasdasgarantiasdossigilosbancrioefiscal

    PossibilidadedequebradosigiloporpartedoMinistrioPblico

    SupremoTribunalFederal:sigilo/MinistrioPblico

    InviolabilidadeintimidadeesigilodedadoscomoclusulasptreasdaConstituioFederal

    ComissoParlamentardeInquritoesigilo

    Direitodereunio(art.5o,XVI)

    Desnecessidadedeautorizaodaautoridadepblicaeinterfernciadapolcia

    Tuteladodireitodereunio

    Direitodeassociao(art.5o,XVII,XVIII,XIX,XXeXXI)

  • 18.1

    18.2

    18.3

    18.4

    18.5

    18.6

    19

    19.1

    19.2

    19.3

    20

    21

    21.1

    21.2

    22

    22.1

    22.2

    22.3

    22.4

    23

    23.1

    23.2

    23.3

    Finalidadelcita

    Carterparamilitar

    Vedaodeinterfernciaestatal

    Contedododireitodeassociao

    Dissoluodasassociaes

    Representaodosassociados

    ApreciaodelesoouameaadedireitopeloPoderJudicirio(art.5o,XXXV)

    Inexistnciadajurisdiocondicionadaouinstnciaadministrativadecursoforado

    AcessoaoJudicirioejustiadesportiva

    Inexistnciadaobrigatoriedadededuplograudejurisdio

    Direitoadquirido,atojurdicoperfeitoecoisajulgada(art.5o,XXXVI)

    Princpiodojuiznatural(art.5o,XXXVIIeLIII)

    Justiasespecializadasetribunaisdeexceo

    Tribunaisdeticaetribunaisdeexceo

    Tribunaldojri(art.5o,XXXVIII)

    Plenitudededefesa

    Sigilodevotaes

    Soberaniadosveredictosepossibilidadedeapelao

    CompetnciaconstitucionaldoTribunaldeJri

    Extradio(art.5o,LIeLII)

    Hiptesesconstitucionaisparaaextradio

    Requisitosinfraconstitucionaisparaaextradio

    Procedimentoedeciso

  • 23.4

    23.5

    23.6

    23.7

    23.8

    23.9

    23.9-A

    23.10

    23.11

    24

    24.1

    24.2

    25

    25.1

    25.2

    25.3

    26

    27

    Prisopreventivaporextradio

    Atuaodojudicirionaextradio

    Extradio,princpiodaespecialidadeepedidodeextenso(extradiosupletiva)

    Extradioeexpulso

    Possibilidadedeextradioouexpulsodepessoacasadacombrasileirosoucomfilhosbrasileiros

    Extradioedeportao

    Extradioeentrega(surrender)

    Expulsoedeportaodebrasileiros

    Necessidadedecomutaodapenadeprisoperptuaempenaprivativadeliberdadecomprazomximo

    Devidoprocessolegal,contraditrio,ampladefesaeceleridadeprocessual(art.5o,LIV,LVeLXXVIIIeLeino11.419/06)

    Inquritopolicialecontraditrio

    Celeridadeprocessualeinformatizaodoprocessojudicial(Leino11.419/2006)

    Provasilcitas(art.5o,LVI)

    Provasderivadasdasprovasilcitas

    Convalidaodeprovasobtidaspormeiosilcitoscomafinalidadededefesadasliberdadespblicasfundamentais(legtimadefesa)

    Princpiosdapublicidadeemoralidadeadministrativaeprovasilcitas

    Princpiodapresunodeinocncia(art.5o,LVII)

    Aopenalprivadasubsidiria(art.5o,LIX)

  • 28

    29

    30

    4

    1

    1.1

    1.2

    1.3

    1.4

    1.5

    1.6

    1.7

    1.7.1

    1.7.2

    1.7.3

    1.8

    1.9

    1.10

    1.11

    1.12

    1.13

    Prisocivil

    Rolexemplificativo

    Direitosfundamentais,tratadosinternacionaisenovosinstrumentosdeefetivaodosdireitoshumanosfundamentais

    TUTELACONSTITUCIONALDASLIBERDADES

    Habeascorpus

    Origem

    Conceitoefinalidade

    Naturezajurdica

    Garantiaconstitucionaldaliberdadedelocomoo

    Legitimidadeativa

    Legitimidadepassiva

    Hipteseseespcies

    Habeascorpuspreventivo(salvo-conduto)

    Habeascorpusliberatrioourepressivo

    Liminaremhabeascorpus

    Possibilidadedesupresso

    Habeascorpuseassistente

    Excessodeprazo

    HabeascorpusimpetradocontracoaoilegalatribudaTurmadoSupremoTribunalFederal

    Habeascorpuscontraatonicooucolegiadodetribunaisregionaisfederaisouestaduais

    Habeascorpuscontraatoilegalimputadoapromotordejustia

  • 1.14

    1.15

    1.16

    1.17

    1.18

    1.19

    1.20

    2

    2.1

    2.2

    2.3

    2.4

    2.5

    2.6

    2.7

    2.8

    2.9

    2.10

    3

    3.1

    3.2

    HabeascorpuscontraatodaTurmaRecursalnosJuizadosEspeciaisCriminais

    HabeascorpuscontraatodojuizespecialnosJuizadosEspeciaisCriminais

    Habeascorpuserecursosordinriosconcomitncia

    Habeascorpussubstituioderecursoordinrioconstitucionalprevistaparadenegaodaordemviabilidade

    Habeascorpusepuniesdisciplinaresmilitares

    Empatenohabeascorpus

    TuteladaliberdadedelocomoohabeascorpusrecursoordinrioconstitucionalSTJ

    Habeasdata

    Conceito

    Naturezajurdica

    Finalidade

    Cabimento

    Legitimaoativa

    Legitimaopassiva

    Procedimento(Leino9.507/97)

    Direitoaoconhecimentoeretificao

    Competncia

    Habeasdataedadossigilosos

    Mandadodesegurana

    Conceitoefinalidade

    Espcies

  • 3.3

    3.4

    3.5

    3.6

    3.7

    3.8

    3.9

    3.10

    3.11

    3.12

    4

    4.1

    4.2

    4.3

    4.4

    4.5

    4.6

    5

    5.1

    5.2

    5.3

    5.4

    5.5

    Naturezajurdica

    Cabimentodomandadodesegurana

    Conceitodedireitolquidoecerto

    Legitimaoativaimpetrante

    Legitimaopassivaimpetrado

    Prazoparaimpetraodomandadodesegurana

    Competncia

    Competnciadomandadodeseguranacontraatoseomissesdetribunais

    Mandadodeseguranaindividualecoletivoeliminares

    TuteladosdireitoslquidosecertosmandadodeseguranarecursoordinrioconstitucionalSTJ

    Mandadodeseguranacoletivo

    Conceito

    Finalidade

    Objeto

    Legitimaoativaepassiva

    Beneficirios

    Mandadodeseguranacoletivoeindividual

    Mandadodeinjuno

    Histrico

    Conceito

    Objetodomandadodeinjuno

    Requisitos

    Legitimidadeativa

  • 5.6

    5.7

    5.8

    5.9

    6

    7

    7.1

    7.2

    7.3

    7.4

    8

    8.1

    8.2

    8.3

    8.4

    8.5

    8.6

    8.7

    8.8

    8.9

    9

    5

    1

    2

    Legitimidadepassiva

    Procedimento

    Competncia

    Decisoeefeitosdomandadodeinjuno

    Direitodecertido

    Direitodepetio

    Histricoeconceito

    Natureza

    Legitimidadeativaepassiva

    Finalidade

    Aopopular

    Conceito

    Finalidade

    Requisitos

    Objeto

    Legitimaoativa

    Legitimaopassiva

    Naturezadadeciso

    Competncia

    Sentenaecoisajulgada

    TextointegraldosdireitosegarantiasindividuaisdaConstituioFederalde1988

    DIREITOSSOCIAIS

    Conceitoeabrangncia

    Direitosegurananoemprego

  • 3

    4

    4.1

    4.2

    4.3

    5

    6

    1

    2

    3

    4

    4.1

    5

    5.1

    5.2

    5.3

    5.4

    5.5

    Roldosdireitossociais

    Liberdadedeassociaoprofissionalousindical

    Conceituao

    Classificaodosdireitossindicais

    Contribuiesconfederativaesindicaldiferenaseexigibilidade

    Direitodegreve

    DIREITODENACIONALIDADE

    Conceito

    Definiesrelacionadasmatria

    Espciesdenacionalidade

    Brasileirosnatos

    Critriosdeatribuiodenacionalidadeoriginria

    Hiptesesdeaquisiooriginria

    OsnascidosnaRepblicaFederativadoBrasil,aindaquedepaisestrangeiros,desdequeestesnoestejamaserviodeseupas

    Osnascidosnoestrangeiro,depaibrasileirooumebrasileira,desdequequalquerdelesestejaaserviodaRepblicaFederativadoBrasil

    Nacionalidadepotestativa:osnascidosnoestrangeiro,depaibrasileirooumebrasileira,desdequevenhamaresidirnaRep-blicaFederativadoBrasileoptem,emqualquertempo,depoisdeatingidaamaioridade(ECno54/07),pelanacionalidadebrasileira

    Opo

    Osnascidosnoestrangeirodepaibrasileirooudeme

  • 6

    6.1

    6.1.1

    6.1.2

    6.2

    7

    7.1

    7.2

    7.3

    7.4

    7.5

    8

    8.1

    8.2

    8.2.1

    8.2.2

    7

    1

    2

    3

    3.1

    brasileira,desdequesejamregistradosemrepartiobrasileiracompetente(iussanguinis+registroECno

    54/07)

    Brasileironaturalizado

    Espciesdenaturalizao

    Naturalizaotcitaougrandenaturalizao

    Naturalizaoexpressa

    Radicaoprecoceecursosuperior

    Tratamentodiferenciadoentrebrasileironatoenaturalizado

    Brasileironatoenaturalizadodiferenas

    Cargos

    Funo

    Extradio

    Direitodepropriedade/manifestaodepensamento/informao

    Perdadodireitodenacionalidade

    Aodecancelamentodenaturalizao

    Naturalizaovoluntria

    Regraconstitucional

    Exceesconstitucionais

    DIREITOSPOLTICOS

    Conceito

    Direitospolticos

    Ncleodosdireitospolticosdireitodesufrgio

    Conceituao

  • 3.2

    4

    5

    5.1

    5.2

    6

    7

    7.1

    7.2

    8

    8.1

    8.2

    8.3

    8.4

    8.5

    8.5.1

    8.5.2

    8.5.2.1

    8.5.3

    8.5.4

    9

    9.1

    9.1.1

    Classificao

    Capacidadeeleitoralativa

    Direitodevoto

    Naturezadovoto

    Caracteresdovoto

    Plebiscitoereferendo:exercciododireitodevoto

    Elegibilidade

    Conceito

    Condies

    Direitospolticosnegativos

    Conceito

    Inelegibilidades

    Quadrodeinelegibilidades

    Inelegibilidadeabsoluta

    Inelegibilidaderelativa

    Pormotivosfuncionais

    Pormotivosdecasamento,parentescoouafinidade

    Inelegibilidadereflexaerennciadodetentordemandatoexecutivo

    Militar

    Previsesdeordemlegal

    Privaodosdireitospolticos

    Perda

    Cancelamentodanaturalizaoporsentena

  • 9.1.2

    9.1.3

    9.2

    9.2.1

    9.2.2

    9.2.3

    10

    10.1

    11

    8

    1

    1.1

    1.2

    1.3

    1.4

    1.5

    1.5.1

    1.5.2

    1.6

    1.6.1

    1.6.2

    transitadaemjulgado,emvirtudedeatividadenocivaaointeressenacional(CF,art.12,4o)

    Escusadeconscincia

    Outroscasosdeperda

    Suspenso

    Incapacidadecivilabsoluta

    Condenaocriminalcomtrnsitoemjulgadoenquantoduraremseusefeitos

    Improbidadeadministrativa

    Partidospolticos

    Princpiodaanualidadeeleitoralefimdaverticalizao

    Lnguaesmbolosoficiais

    ORGANIZAOPOLTICO-ADMINISTRATIVA

    Regrasdeorganizao

    Adoodafederao

    Princpiodaindissolubilidadedovnculofederativo

    CapitalFederal

    Unio

    Estados-membros

    Autonomiaestadual

    Regiesmetropolitanas,aglomeraesurbanasemicrorregies

    Municpios

    Leiorgnicamunicipal

    Prefeitomunicipalresponsabilidadecriminale

  • 1.6.3

    1.7

    1.8

    1.9

    1.9.1

    1.9.2

    1.9.3

    1.10

    1.11

    2

    2.1

    2.2

    2.3

    2.3.1

    2.3.2

    2.3.3

    2.3.4

    2.3.5

    2.3.6

    2.4

    2.4.1

    poltica

    Vereadoresimunidadematerial

    DistritoFederal

    Territrios

    FormaodosEstados

    Fuso(incorporaoentresi)

    Subdiviso

    Desmembramento

    Formaodemunicpios

    Vedaesconstitucionaisdenaturezafederativa

    Repartiodecompetncias

    Conceito

    Princpiobsicoparaadistribuiodecompetnciaspredominnciadointeresse

    Repartioemmatriaadministrativa

    Quadrogeral

    CompetnciasadministrativasdaUnio

    CompetnciasadministrativasdosEstados-membros

    Competnciasadministrativasdosmunicpios

    CompetnciasadministrativasdoDistritoFederal

    Competnciaadministrativacomum

    Repartioemmatrialegislativa

    Quadrogeralderepartiodecompetncialegislativa

  • 3

    3.1

    3.2

    3.2.1

    3.2.2

    3.2.3

    3.3

    9

    1

    2

    2.1

    2.2

    2.3

    2.4

    2.5

    2.5.1

    2.5.2

    2.5.3

    2.5.4

    2.5.5

    3

    3.1

    3.2

    Interveno

    Partegeral

    Intervenofederal

    Quadrogeral

    Hipteses

    Procedimentodeintervenofederal

    Intervenoestadualnosmunicpios

    ADMINISTRAOPBLICA

    Conceito

    Princpiosconstitucionaisdaadministraopblica

    Princpiodalegalidade

    Princpiodaimpessoalidade

    Princpiodamoralidade

    Princpiodapublicidade

    Princpiodaeficincia

    Introduo

    Princpiodaeficinciaedireitocomparado

    Conceito

    Caractersticasdoprincpiodaeficincia

    Aplicabilidadeefiscalizao

    PreceitosdeobservnciaobrigatriaadministraopblicadaUnio,Estados,DistritoFederaleMunicpios

    Fixaodotetosalarialdofuncionalismo

    AplicaodotetoremuneratrioconstitucionaledosubsdiomensaldosmembroseservidoresdoPoder

  • 4

    5

    6

    7

    8

    8.1

    8.2

    8.3

    8.4

    8.5

    9

    10

    11

    12

    12.1

    13

    14

    15

    15.1

    15.2

    15.3

    Judicirio

    Concursopblico

    Direitossociaisdosservidorespblicoscivis(livreassociaosindicalegreve)

    Servidorpblicoedata-baseprincpiodaperiodicidade

    Cumulaodevencimentosnosetorpblico

    Licitao:interpretaodeacordocomafinalidadeconstitucional

    Danecessidadedalicitao

    Dashiptesesexcepcionaisdeausnciadelicitao

    Dadispensadalicitao

    Dainexigibilidadedalicitao

    Concluso

    Publicidadedosatos,programas,obras,serviosecampanhasdosrgospblicos

    Improbidadeadministrativa

    Aocivilpblicaporatodeimprobidade

    ResponsabilidadecivilobjetivadoPoderPblico

    Responsabilidadecivildopoderpblicopordanoscausadosaalunosnorecintodeestabelecimentooficialdeensino

    Servidorpblicoemandatoeletivo

    Sistemaremuneratriodoservidorpblico

    Regrageraldeaposentadoriadoservidorpblicocivil

    Fixaoeatualizaodosproventosdeaposentadoria(ECsnos41/03e47/05)

    Pensopormortedeservidorpblico

    Regradetransiodeaposentadoriavoluntria

  • 15.3.1

    15.3.2

    15.4

    15.5

    15.6

    15.7

    15.8

    16

    17

    18

    18.1

    18.2

    19

    20

    10

    1

    1.1

    1.2

    proporcional

    Regradetransioemagistrados,membrosdoMinistrioPblicoeTribunaldeContas

    Regradetransioparaprofessor

    RegimedeprevidnciacomplementarnombitodaUnio,dosEstados,doDistritoFederaledosMunicpios

    Servidorespblicosecontribuioprevidenciria

    Quadrogeralsobreprevidnciadosservidorespblicoscivis

    EmendaConstitucionalno41/03eorespeitoaosdireitosadquiridos

    PrevidnciaSocialedireitosadquiridos

    Estabilidadedoservidorpblicocivil

    MilitaresdosEstados,doDistritoFederaledosTerritrios

    MilitaresdosEstados,DistritoFederaleTerritriosecargopblicocivil

    Cargopblicocivilpermanente

    Cargo,empregooufunopblicatemporria

    MilitaresdosEstados,DistritoFederaleTerritrioseDireitosSociais

    EmendasConstitucionaisnos19/98,41/03e47/05,tetosalarialerespeitoaosdireitosadquiridos

    ORGANIZAODOSPODERESEDOMINISTRIOPBLICO

    Separaodasfunesestataislimitaodopoderegarantiadosdireitosfundamentais

    Introduo

    Funesestatais,imunidadesegarantiasemfacedoprincpiodaigualdade

  • 1.3

    1.4

    2

    2.1

    2.2

    2.3

    2.3.1

    2.4

    2.4.1

    2.5

    2.5.1

    2.6

    2.6.1

    2.6.2

    2.6.3

    2.6.4

    2.7

    2.7.1

    2.7.2

    2.7.3

    Funesestatais:PoderLegislativo,PoderExecutivo,PoderJudicirioeMinistrioPblico

    Conclusoinicial

    Poderlegislativo

    Funes

    CongressoNacional

    CmaradosDeputados

    Suplnciaepermanncianopartido

    SenadoFederal

    Suplnciaepermanncianopartido

    Funotpicafiscalizao.Comissesparlamentaresdeinqurito

    LimitaesconstitucionaissComissesParlamentaresdeInqurito

    TribunaldeContas

    Conceito,funesefinalidades

    TribunaldeContasescolhapeloPresidentedaRepblica(1/3)

    TribunaisdeContasestaduais,distritalemunicipais

    TribunaldeContaserejeiodecontasdoChefedoPoderExecutivo

    Estatutodoscongressistas

    Introduo

    Finalidadedemocrtica

    Histrico

  • 2.7.4

    2.7.5

    2.7.6

    2.7.7

    2.7.8

    2.7.9

    2.7.10

    2.7.11

    2.7.12

    2.7.13

    2.7.14

    2.7.15

    2.7.16

    2.7.17

    3

    3.1

    3.1.1

    3.1.2

    3.1.3

    3.1.4

    3.1.5

    Conceitodeimunidades

    Imunidadesmateriais

    Imunidadeformaldefiniohistrica

    Imunidadeformalemrelaopriso

    Imunidadeformalemrelaoaoprocessonoscrimespraticadosapsadiplomao

    Prerrogativadeforoemrazodafuno

    Vencimentosdosparlamentares

    DeputadosFederais/SenadoresdaRepblicaeForasArmadas

    Parlamentareobrigaodetestemunhar

    Irrenunciabilidadedasimunidades

    ImunidadeseParlamentarlicenciadoparaexercciodecargoexecutivo(MinistrodeEstado,SecretriodeEstado)

    Incompatibilidades

    Perdadomandato

    Concluso

    PoderExecutivo

    EstruturadoPoderExecutivo

    ChefedeEstadoeChefedeGoverno

    MododeinvestiduraepossenocargodePresidentedaRepblica

    VacnciadaPresidnciadaRepblica

    AtribuiesdoPresidentedaRepblica

    Vice-presidentedaRepblica

  • 3.1.6

    3.2

    3.2.1

    3.2.2

    4

    4.1

    4.2

    4.3

    4.4

    4.4.1

    4.4.2

    4.4.3

    4.4.4

    4.4.5

    4.5

    4.5.1

    4.5.2

    4.5.3

    4.5.4

    rgosauxiliaresdoPresidentedaRepblica.Ministros.ConselhodaRepblicaeConselhodeDefesaNacional

    ResponsabilidadedoPresidentedaRepblica:prerrogativaseimunidadesdoPresidentedaRepblica

    Crimesderesponsabilidade

    Crimescomuns

    PoderJudicirio

    Conceito

    Quadrodeorganizaoestrutural

    Funestpicaseatpicas

    GarantiasdoPoderJudicirio

    Garantiasinstitucionais

    Garantiasaosmembros

    IndependnciadoPoderJudicirioecontroleexterno

    SupremoTribunalFederalecontroleexternodoPoderJudicirio

    ConselhoNacionaldeJustia

    OrganizaodoPoderJudicirio

    FixaodesubsdiosdoPoderJudicirio

    Requisitosparaingressonacarreiradamagistratura

    AferiodomerecimentoparapromoodemagistradoseacessoaosTribunaisde2ograu

    rgoespecialdostribunaiscompetnciasecritriosparaacomposioeeleio

  • 4.5.5

    4.6

    4.6.1

    4.6.2

    4.6.3

    4.6.4

    4.6.5

    4.7

    4.7.1

    4.7.2

    4.7.3

    4.7.4

    4.7.5

    4.7.6

    4.7.7

    4.7.8

    4.8

    4.9

    VedaoconstitucionalsfriascoletivasnosjuzoseTribunaisde2ograueregulamentaodoexpedienteforensenoperodonatalinoenaprestaojurisdicionalininterrupta,pormeiodeplantopermanente

    EscolhadosmembrosdosTribunaisSuperiores

    SupremoTribunalFederal(art.101daCF)

    SuperiorTribunaldeJustia(art.104daCF)

    TribunalSuperiorEleitoral(art.118daCF)

    TribunalSuperiordoTrabalho(art.111-AdaCF)

    SuperiorTribunalMilitar(art.123daCF)

    Distribuiodecompetnciasjurisdicionais

    SupremoTribunalFederal

    SuperiorTribunaldeJustia

    JustiadoTrabalho

    JustiaEleitoral

    JustiaMilitar

    JustiaFederal

    JustiaEstadual

    ComposiodosTribunaisRegionaisFederais,dosTribunaisRegionaisdoTrabalho,dosTribunaisdosEstadosedoDistritoFederaleTerritrios:REGRADOQUINTOCONSTITUCIONAL

    QuadrodecompetnciaparajulgamentodeautoridadesdaRepblica(osartigosreferem-seConstituioFederal)

    Recursoextraordinrioerepercussogeraldasquestes

  • 4.9.1

    4.9.2

    4.9.3

    4.9.4

    4.9.5

    4.9.6

    5

    5.1

    5.2

    5.3

    5.4

    5.5

    5.5.1

    5.5.2

    5.5.3

    5.5.4

    5.6

    5.7

    5.8

    constitucionais(Leino11.418,de19dedezembrode2006)

    RecursoExtraordinrio

    RequisitosconstitucionaisparaoRecursoExtraordinrio

    EmendaConstitucionalno45/04erepercussogeral

    Recursoextraordinrioerepercussogeral(Leino

    11.418/06)

    RepercussoGeraleRegimentodoSTF

    Repercussogeralemultiplicidadederecursosextraordinrios

    MinistrioPblico

    Histrico

    OrigemedesenvolvimentonoBrasil

    Posicionamentoconstitucional

    Conceito

    PrincpiosdoMinistrioPblico

    Unidade

    Indivisibilidade

    Princpiodaindependnciaouautonomiafuncional

    Princpiodopromotornatural

    Funes

    MinistrioPblicoepoderdeinvestigao

    MinistrioPblicoelegitimidadeparadefesadopatrimniopblicoezelodosdireitosconstitucionaisdocidado

  • 5.9

    5.9.1

    5.9.2

    5.10

    5.11

    5.12

    5.13

    5.14

    6

    7

    7.1

    7.2

    8

    11

    1

    2

    2.1

    2.2

    2.2.1

    2.2.2

    3

    GarantiasdoMinistrioPblico

    Garantiasdainstituio

    Garantiasdosmembros

    Vedaoaoexercciodapolticapartidria

    Vedaoaoexercciodequalqueroutrafunopblica,salvoumademagistrio

    Daimpossibilidadedesupressooualteraodasfunes,garantiaseprerrogativasconstitucionaisdoMinistrioPblico

    ECno45/04eConselhoNacionaldoMinistrioPblico

    MinistrioPblicojuntoaosTribunaisdeContas

    Advocaciapblica

    Advocacia

    Indispensabilidadedoadvogado

    Imunidadedoadvogado

    Defensoriapblica

    PROCESSOLEGISLATIVO

    Conceito

    Noesgerais

    Conceitosiniciais

    Processoslegislativos

    Classificaoemrelaosformasdeorganizaopoltica

    Classificaoemrelaosequnciadasfasesprocedimentais

    Processolegislativoordinrio

  • 3.1

    3.1.1

    3.1.2

    3.1.3

    3.1.4

    3.1.5

    3.1.6

    3.1.7

    3.2

    3.2.1

    3.2.2

    3.3

    3.3.1

    3.3.2

    4

    4.1

    4.1.1

    4.1.2

    4.1.3

    4.2

    Faseintrodutria

    Iniciativadeleidopoderjudicirio

    IniciativaprivativadoPresidentedaRepblicaart.61

    EmendaqueaumentaadespesaemprojetodeiniciativaexclusivadochefedoPoderExecutivoouquedesnatureoprojetooriginal

    Vciodeiniciativaesano

    IniciativadeleidoMinistrioPblico

    Iniciativapopulardelei

    IniciativadeleiparafixaodesubsdiosdosMinistrosdoSupremoTribunalFederal(tetosalarial)

    Faseconstitutiva

    Deliberaoparlamentar

    Deliberaoexecutiva

    Fasecomplementar

    Promulgao

    Publicao

    Espciesnormativas

    Emendasconstitucionais

    Quadrogeralsobrelimitaesaopoderreformador

    Limitaesexpressas

    Limitaesimplcitas

    Leicomplementar

  • 4.2.1

    4.2.2

    4.2.3

    4.3

    4.3.1

    4.3.2

    4.3.3

    4.3.4

    4.3.5

    4.3.6

    4.3.7

    4.3.8

    4.3.9

    4.3.10

    4.3.11

    4.4

    Leicomplementareleiordinriadiferenas

    Processolegislativoespecialdaleicomplementar

    Hierarquialeicomplementareleiordinria

    Medidasprovisrias

    Procedimentodamedidaprovisriaaprovaointegral

    AprovaodamedidaprovisriapeloCongressoNacionalcomalteraes

    RejeioexpressadamedidaprovisriapeloCongressoNacional

    Rejeiotcitadamedidaprovisrianodeliberadanoprazode60diaspeloCongressoNacional

    ImpossibilidadedeoPresidentedaRepblicaretirardaapreciaodoCongressoNacionalmedidaprovisriajeditada

    Medidaprovisriaeleianteriorquetratedomesmoassunto

    Efeitosedisciplinanocasoderejeiodamedidaprovisria

    Medidasprovisriasecontroledeconstitucionalidade

    Estados-membrosemunicpiospossibilidadedeediodemedidasprovisrias

    Medidaprovisriaedecreto-lei

    Limitesmateriaisediodemedidasprovisrias

    Leidelegada

  • 4.4.1

    4.4.2

    4.4.3

    4.5

    4.5.1

    4.5.2

    4.5.3

    4.6

    4.6.1

    4.6.2

    4.6.3

    4.7

    4.7.1

    4.7.2

    4.7.3

    12

    1

    2

    Naturezajurdica

    Processolegislativoespecialdaleidelegada

    OpoderdoCongressoNacionaldesustaraleidelegada

    Decretolegislativo

    Conceito

    Processolegislativoespecialprevistoparaaelaboraododecretolegislativo

    Tratadoseatosinternacionaiseincorporaocomstatusordinrioouconstitucional(direitoshumanos)

    Resoluo

    Conceito

    Espcies

    Processolegislativoespecialparaaelaboraodasresolues

    Leisoramentrias

    Processolegislativoespecialparaasleisrelativasaoplanoplurianual,sdiretrizesoramentrias,aooramentoanualeaoscrditosadicionais

    Possibilidadedeapresentaodeemendasaosprojetosdeleisoramentrias

    Rejeiodoprojetodeleidediretrizesoramentriasedoprojetodeleioramentria

    CONTROLEDECONSTITUCIONALIDADE

    Ideiacentral

    Conceito

  • 3

    3.1

    3.1.1

    3.1.2

    3.2

    4

    5

    5.1

    5.2

    5.2.1

    5.2.2

    5.2.3

    5.3

    5.4

    6

    6.1

    6.2

    7

    8

    8.1

    8.2

    9

    9.1

    Pressupostosourequisitosdeconstitucionalidadedasespciesnormativas

    Requisitosformais

    Subjetivos

    Objetivos

    Requisitossubstanciaisoumateriais

    OdescumprimentodaleioudoatonormativoinconstitucionalpeloPoderExecutivo

    Espciesdecontroledeconstitucionalidade

    Emrelaoaomomentoderealizao

    Controlerepressivoemrelaoaorgocontrolador

    Poltico

    Judiciriooujurdico

    Misto

    Modelosclssicosdecontroledeconstitucionalidade

    ControledeconstitucionalidadenoBrasil

    Controlepreventivo

    Comissesdeconstituioejustia

    Vetojurdico

    Controlerepressivodeconstitucionalidade

    ControlerepressivorealizadopeloPoderLegislativo

    Art.49,V,daConstituioFederal

    Art.62daConstituioFederal

    ControlerepressivorealizadopeloPoderJudicirio

    Difusoouaberto

  • 9.1.1

    9.1.2

    9.1.3

    9.1.4

    9.1.5

    9.1.6

    9.2

    10

    10.1

    10.2

    10.2.1

    10.2.2

    10.2.3

    10.2.4

    10.2.5

    10.2.6

    Questodoart.97clusuladereservadeplenrio

    ControledifusoeSenadoFederal(art.52,X,CF)

    Efeitosdadeclaraodeinconstitucionalidadecontroledifuso

    Controledifusodeconstitucionalidadeemsededeaocivilpblica

    Controledifusodeconstitucionalidadeduranteoprocessolegislativo

    SupremoTribunalFederalecontroledifusodeconstitucionalidadeduranteoprocessolegislativo

    Controleconcentradoouviadeaodireta

    Aodiretadeinconstitucionalidadegenrica

    Competncia

    Objeto

    Conceitodeleiseatosnormativos

    Impossibilidadedocontroledeconstitucionalidadedasnormasoriginrias

    Controleconcentradodeleiouatonormativomunicipalouestadualemfacedasconstituiesestaduais

    ControleconcentradodeleiouatonormativomunicipalemfacedaConstituioFederal

    ControleconcentradodeleiouatonormativodistritalemfacedaConstituioFederal

    ControleconcentradodeleiouatonormativoanteriorConstituioFederal

  • 10.2.7

    10.2.8

    10.2.9

    10.3

    10.3.1

    10.3.2

    10.3.3

    10.3.4

    10.4

    10.5

    10.6

    10.7

    10.8

    10.8-A

    10.8-B

    10.9

    10.9-A

    10.9-B

    10.9-B.1

    Controleconcentradoerespeitolegalidade

    Tratadosinternacionaisecontroledeconstitucionalidade

    Controledeconstitucionalidadeedecretos

    Legitimao

    Adinepertinnciatemtica

    Adineentidadesdeclasseouconfederaessindicais

    PartidospolticoscomrepresentaonoCongressoNacional

    MesasdaCmaradosDeputadosedoSenadoFederal

    Finalidadedaaodiretadeinconstitucionalidade

    Pedidodecautelarnasaesdiretasdeinconstitucionalidade

    Aodiretadeinconstitucionalidadeeprazodecadencial

    Advogado-GeraldaUnio

    Procedimentoedeciso

    Amicuscuriaeedemocratizaodocontroleconcentradodeconstitucionalidade

    Julgamentoedeciso

    Efeitosdadeclaraodeinconstitucionalidadecontroleconcentrado

    Modulaodosefeitosdadeclaraodeinconstitucionalidade

    Efeitosrepristinatrios

    InterpretaoconformeaConstituio

  • 10.9-B.2

    10.9-B.3

    10.9-B.4

    11

    12

    12.1

    12.2

    12.3

    12.3.1

    12.4

    12.5

    13

    13.1

    13.2

    13.3

    13.4

    13.5

    13.6

    14

    14.1

    14.2

    Declaraodeinconstitucionalidadeparcialsemreduodetexto

    Ainterpretaoconstitucionaleoativismojudicial

    ReclamaesegarantiadaeficciadasdecisesdoSTFemsededeaodiretadeinconstitucionalidade

    Aodiretadeinconstitucionalidadeinterventiva

    Aodiretadeinconstitucionalidadeporomisso(ADO)

    Finalidade

    Objeto

    Inconstitucionalidadeporomisso

    Legitimidadeeprocedimento

    DecisodoSupremoTribunalFederal

    ADIporomisso(ADO)emedidaliminar

    Aodeclaratriadeconstitucionalidade

    Previso

    Finalidade

    Legitimidade

    Objeto

    Procedimentoejulgamento

    EfeitosdadecisodoSupremoTribunalFederal

    Arguiodedescumprimentodepreceitofundamental

    Arguiodedescumprimentodepreceitofundamentalpreventivaerepressiva

    Arguiodedescumprimentodepreceitofundamentalpor

  • 15

    13

    1

    1.1

    2

    3

    14

    1

    2

    2.1

    3

    3.1

    3.2

    4

    4.1

    4.2

    4.3

    4.4

    5

    5.1

    5.2

    equiparao

    Smulasvinculantes(Leino11.417/06)

    DEFESADOESTADOEDASINSTITUIESDEMOCRTICAS

    Estadodedefesaeestadodestio

    Quadrocomparativo:estadodedefesaeestadodestio

    ForasArmadas

    Seguranapblica

    ORDEMECONMICAEFINANCEIRA

    Dosprincpiosgeraisdaatividadeeconmica

    IntervenodoEstadonodomnioeconmico

    Utilizaoderadioistoposparaapesquisaeusosmdicos,agrcolaseindustriais

    Dapolticaurbana

    Competnciaparaestabelecimentodepolticasdedesenvolvimentourbano

    Usucapioconstitucionaldereaurbana

    Dapolticaagrcolaefundiriaedareformaagrria

    Preceitosdapolticaagrcola

    Destinaodasterraspblicasedevolutas

    Reformaagrria

    Usucapioconstitucionalderearural

    Dosistemafinanceironacional

    EmendaConstitucionalno40/03

    Regulamentaoporleiscomplementareserevogaodaprevisodataxaanualdejurosde12%

  • 15

    1

    1.1

    1.1.1

    1.1.2

    1.2

    1.2.1

    1.2.2

    1.2.3

    1.2.4

    1.3

    1.3.1

    1.3.2

    1.3.3

    1.3.4

    1.3.5

    1.4

    2

    2.1

    2.1.1

    2.1.2

    2.1.3

    ORDEMSOCIAL

    Seguridadesocial

    Partegeral

    Conceito

    Objetivos

    Sade

    Conceito

    Diretrizesepreceitosconstitucionaisrelacionadossade

    AtribuiesconstitucionaisdoSistemanicodeSade

    Promoodasadepblicaecombateaendemias

    Previdnciasocial

    Planodeprevidnciasocial

    Regrassobreaposentadoria

    Regradetransiodeaposentadoriavoluntriaintegraleproporcional

    Regradetransioparaprofessor

    Regimedeprevidnciaprivadadecartercomplementar

    Assistnciasocial

    Educao,culturaedesporto

    Educao

    Conceito

    Princpiosconstitucionaisdoensino

    Objetivosconstitucionaisdaeducao(art.214

  • 2.1.4

    2.1.5

    2.1.6

    2.1.7

    2.2

    2.3

    2.3.1

    2.3.2

    3

    4

    4.1

    4.2

    5

    5.1

    5.2

    6

    6.1

    6.2

    6.2.1

    6.3

    6.4

    6.4.1

    6.4.2

    daCF)

    Universidades

    Preceitosconstitucionaissobreaeducao

    Organizaodossistemasdeensino

    Aplicaoobrigatriaderecursoseducao

    Cultura

    Desporto

    Preceitosconstitucionais

    Justiadesportiva

    Cinciaetecnologia

    Comunicaosocial

    Comunicaosocialeliberdadedeinformao

    Garantiaconstitucionaldosigilodafonte

    Meioambiente

    Constituioeproteoaomeioambiente

    Regrasconstitucionaisespecficassobremeioambiente

    Famlia,criana,adolescente,jovemeidoso

    Conceituao

    Regrasderegnciadasrelaesfamiliares

    PrincpiodapaternidaderesponsveleexamedoDNA

    Tuteladascrianasedosadolescentes

    Tutelaaosidosos

    ConstituioFederaleEstatutodoIdoso

    Sadedoidosoecidadania

  • 6.4.3

    6.4.4

    7

    16

    1

    2

    3

    3.1

    3.2

    3.3

    3.4

    3.5

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    9.1

    9.2

    9.3

    9.4

    EstatutodoIdosoefiscalizaosentidadesdeatendimentoaosidosos

    Idosoetransportepblico

    ndios

    SISTEMATRIBUTRIONACIONAL

    Conceito

    Competnciastributrias

    Espciesdetributos

    Impostos

    Taxas

    Contribuiesdemelhoria

    Contribuiessociais,deintervenonodomnioeconmicoedeinteressedascategoriasprofissionaisoueconmicas

    Emprstimocompulsrio

    Competnciaresidualtributria

    Impostoextraordinrio

    Divisodostributosemespciepelosentesfederativos

    Repartiodasreceitastributriaspelosentesfederativos

    Regrasconstitucionaispararepartiodasreceitastributrias

    Limitaesdopoderdetributar

    Princpiodareservalegaltributriaoudalegalidadeestrita

    Princpiodaigualdadetributria

    Princpiodairretroatividadedaleitributria

    Princpiodaanterioridadetributria

  • 9.5

    9.6

    9.7

    9.8

    9.9

    9.10

    10

    11

    Princpiodaanterioridademitigadaounonagesimal

    Princpiodavedaoaoconfisco

    Princpiodailimitabilidadedotrfegodepessoasoudebens

    Princpiodacapacidadecontributiva

    Princpiodarazoabilidade

    Princpiodauniformidade

    Imunidadestributriaselimitaesdopoderdetributar

    Isenestributrias

    BIBLIOGRAFIA

    NDICEREMISSIVO

  • 1

    1

    DireitoConstitucional

    CONSTITUCIONALISMOAorigemformaldoconstitucionalismoestligadasConstituiesescritase

    rgidasdosEstadosUnidosdaAmrica,em1787,apsaIndependnciadas13Colnias,edaFrana,em1791,apartirdaRevoluoFrancesa,apresentandodois traosmarcantes:organizao do Estado e limitao do poder estatal, pormeiodaprevisodedireitosegarantiasfundamentais.ComoressaltadoporJorgeMiranda,porm,oDireitoConstitucionalnorte-americanonocomeaapenasnesse ano. Sem esquecer os textos da poca colonial (antes de mais, asFundamentalordersofConnecticutde1639), integram-no,desdelogo,nonvelde princpios e valores ou de smbolos a Declarao de Independncia, aDeclaraodeVirgniaeoutrasDeclaraesdeDireitosdosprimeirosEstados.1

    ODireitoConstitucional um ramodoDireitoPblico,destacadopor serfundamental organizao e funcionamento do Estado, articulao doselementos primrios do mesmo e ao estabelecimento das bases da estruturapoltica.

    Tem,pois,porobjetoaconstituiopolticadoEstado,nosentidoamplodeestabelecersuaestrutura,aorganizaodesuasinstituiesergos,omododeaquisio e limitao do poder, atravs, inclusive, da previso de diversosdireitosegarantiasfundamentais.

  • 1.1

    JorgeMirandadefineoDireitoConstitucionalcomo

    a parcela da ordem jurdica que rege o prprio Estado, enquantocomunidade e enquanto poder. o conjunto de normas (disposies eprincpios) que recordam o contexto jurdico correspondente comunidadepolticacomoumtodoeasituamos indivduoseosgruposunsemfacedosoutrosefrenteaoEstado-podereque,aomesmotempo,definematitularidadedopoder,osmodosdeformaoemanifestaodavontade poltica, os rgos de que esta carece e os actos em que seconcretiza.2

    ComoprodutolegislativomximodoDireitoConstitucionalencontramosaprpriaConstituio,elaboradaparaexercerduplafuno:garantiadoexistenteeprogramaoulinhadedireoparaofuturo.1

    EstadoConstitucional:EstadodeDireitoeEstadoDemocrtico

    Oconceito,origemeevoluodoEstadopodemserapontadoshistricaesistematicamente, abstraindo-se da sua formao. Mas a verdadeira extraocientfica daquele conceito e a definio do carter do Estado no podemprescindir dos dados histricos e das investigaes tcnicas que conseguiramsituaroEstadonasistemticajurdica.

    A pesquisa histrica aponta que as organizaes humanas surgem e sesucedem no sentido de crculos cada vez mais largos e da cada vez maiorintegraodosgrupossociais,sendo,portanto,oEstadooresultadodelentaegradualevoluoorganizacionaldepoder,quenoseconfundecomasformasdeagrupamentosantigas.

    Apesardeimportantessemelhanaspoltico-sociaisnosepodeconsiderarosassimdenominadosEstadoescravista,Estadoantigo,Estadoegpcio,Estadomedieval, Estado feudal como verdadeiramente Estados, no sentido hojeempregado, pois, conforme salienta Pablo Lucas Verd, aqueles que agora asustentamusamovelhoprocedimentodedarnovaroupagemacoisasantigas,tentandoaproveitarasvantagensapresentadaspelatradio.2

  • Essasformasconstitucionaishistricas,pois,conformesalientadoporSrgioResende de Barros, foram necessrias para compor as diversas estruturasfeudaisemumsmercadonacionalsobumspoderpoltico.Aprincipiouomonoplio pelo Estado da fora institucional, antes dispersa por entre vriasentidadeslegaiseclericais,monoplio,inclusivedasforasarmadas,umavezque o desenvolvimento domercantilismo integrou a poliarquia feudal nessemonopliosoberano,oquedefiniuaorganizaopolticaporessanovaforma:oEstado,queassimnasceucomoEstadonacional,Estado-nao,nocontextodeumanovaidadehistrica,quefoisuapocachamadamoderna.3

    As liesdePontesdeMirandaapontamo surgimentodoEstado, tal qualconhecemos hoje, somente no sculo XV, em virtude de sua estruturao edefineEstadocomooconjuntodetodasasrelaesentreospoderespblicoseos indivduos, ou daqueles entre si,4 pois salienta que desde que cessequalquerpossibilidadederelaesde talespcie,oEstadodesaparece.Desdequesurja,oEstadonasce;enquantoJorgeMirandaapontaosculoXVIcomoomarcoinicialdoEstado.5

    O Estado, na tradicional obra de Jellinek, necessita de trs elementosfundamentais: poder/soberania, populaoe territrio.OEstado,portanto, formahistricadeorganizaojurdicalimitadoaumdeterminadoterritrioecom populao definida e dotado de soberania, que em termos gerais e nosentidomoderno configura-se emumpoder supremonoplano internoenumpoderindependentenoplanointernacional.

    So vrias as teorias que justificam sua existncia, explicando-o pelalegitimidadeda criaodomais forte (teoriadopoderdeHobbes), dos laosjurdico-sociolgicos (Pacto social de Rousseau e Kant), da vontade divina(SantoAgostinho),ouainda,danecessidademoral(Plato,Aristteles,e,maisrecentemente,Hegel).

    Igualmente, outras tantas teorias pretendem justificar os fins do Estado,apontando-o como necessrio conservao das instituies (Stahl), realizao e aperfeioamento moral (Hegel), realizao do direito (Locke,Kant), criao e assegurao da felicidade (CristianoWolff e Bentham), ouainda, como aponta a teoria do materialismo histrico estatalista, para a

  • realizao da igualdade econmica. Kelsen, dentro do estrito formalismo,justificaoEstadocomoofimemsi-mesmo.

    Asteoriassocomplementares,poisoEstadosemprealmejafins,aindaquedifusos,definveisemutveiseparaopensamentopoltico-constitucionaltrata-sedeumacategoriaestruturante.

    Nessecontextohistrico,oconstitucionalismoescritosurgecomoEstado,tambm com a funo de racionalizao e humanizao, trazendo consigo anecessidadedaproclamaodedeclaraesdedireitos.

    SurgemasnovasdeclaraesdeDireitos,comaDeclaraodeDireitosdaVirgnia,de16de junhode1776,aDeclaraode IndependnciadosEstadosUnidosdaAmrica,de4dejulhode1776,eaConstituiodosEstadosUnidos,de17desetembrode1787,comsuasdezprimeirasemendasaprovadasem25desetembrode1789eratificadasem15dedezembrode1791.

    OEstadodeDireitoconsagradocomoconstitucionalismoliberaldosculoXIX, se destacando a Constituio de Cdis, de 19 de maro de 1812, a 1a

    Constituio Portuguesa, de 23 de setembro de 1822, a 1a ConstituioBrasileira,de25demarode1824eaConstituioBelga,de7defevereirode1831.

    A necessidade de racionalizao e humanizao faz com que os textosescritosexijamquetodoombitoestatalestejapresididopornormasjurdicas,que o poder estatal e a atividade por ele desenvolvida se ajustem ao que determinadopelaspreviseslegais,ouseja,asubmissodetodosaosEstadodeDireito,comosalientadoporMauriceHariou.

    Nessemesmo sentido, LeonDuguit salientaque apartirdomomento emque se compreendeu o significado da expresso Estado de direito, emergiu avigorosanecessidadedeedificaraconstruojurdicadoEstado.1

    A Declarao de Direitos da Constituio Francesa de 4 de novembro de1848,dandosequnciaaessasriededocumentosescritoscaracterizadoresdoconstitucionalismomoderno, foiumtextoprecursordosculoXX,poispreviaem seu texto que a Repblica Francesa tinha por princpios a liberdade, aigualdadeeafraternidade,tendoporbaseafamlia,otrabalho,apropriedadeeaordempblicaeestabelecendocompetirRepblicaaproteodocidado,

  • inclusivenotocanteaseutrabalho.

    Igualmente, no sculo XIX, omanifesto comunista de KarlMarx passou aembasar teoricamenteomovimentodos trabalhadores, e, juntamente comosreflexosdocartismonaInglaterraedaComunade1871,naFrana,passamaminarasatentoslidasbasesdoEstadoLiberal.

    A partir da Constituio de Weimar (1919), que serviu de modelo parainmeras outras constituies do primeiro ps-guerra, e apesar de sertecnicamente uma constituio consagradora de uma democracia liberal houve a crescente constitucionalizao do Estado Social de Direito, com aconsagrao em seu texto dos direitos sociais e a previso de aplicao erealizao por parte das instituies encarregadas dessa misso. AconstitucionalizaodoEstadoSocialconsubstanciou-senaimportanteintenodeconverteremdireitopositivovriasaspiraessociais,elevadascategoriadeprincpiosconstitucionaisprotegidospelasgarantiasdoEstadodeDireito.

    Verifica-sea inclusodecontedospredominantementeprogramticosnostextos constitucionais, complementando o constitucionalismo nascido com oEstado Liberal de Direito com normas relativas aos direitos sociais eeconmicos,passandoaexistirexpressamentenormasprogramticaspoltico-sociais,almdotradicionalestatutopoltico,contendoosprincpiosenormassobreaordenaosocial,osfundamentosdasrelaesentrepessoasegruposeasformasdeparticipaodacomunidade,inclusivenoprocessoprodutivo.

    O Estado de Direito, j com a constitucionalizao dos direitos sociais eeconmicos,noperodoanterior2aGrandeGuerra foi criticadoporautoresnacional-socialistas (Reinhard Hohn) e definido como a anttese do Estadobolchevique (Koellreutter), mas tambm j foi denominado Estado tico, noconstitucionalismo italiano, imediatamente ao ps-guerra (1947 FeliceBattaglia).

    AevoluodoEstadoconsagrouanecessidadedafrmulaEstadodeDireito,que, conforme salientado por Pablo Lucas Verd, ainda exerce particularfascinaosobreosjuristas.EssafrmulaapontaanecessidadedoDireitoserrespeitosocomasliberdadesindividuaistuteladaspeloPoderPblico.

    Essa evoluo foi acompanhada pela consagrao de novas formas de

  • exerccio da democracia representativa, em especial, com a tendncia deuniversalizao do voto e constante legitimao dos detentores do Poder,fazendosurgiraideiadeEstadoDemocrtico.

    Importante, portanto, ressaltar a importncia dada por Canotilho(Qualquer que seja o conceito e a justificao do Estado e existem vriosconceitos e vrias justificaes o Estado s se concebe hoje como Estadoconstitucional) ao EstadoConstitucional (Estado com qualidades), que em seuconceitoumtecnologiapolticadeequilbriopoltico-socialatravsdaqualsecombateramdoisarbtrios ligadosamodelosanteriores,a saber:aautocraciaabsolutistadopodereosprivilgiosorgnico-corporativomedievais.1

    O Estado Constitucional configura-se, portanto, como uma das grandesconquistasdahumanidade,que,paraserumverdadeiroEstadodequalidadesnoconstitucionalismomodernodeveserumEstadodemocrticodedireito.

    Dessa forma, so duas as grandes qualidades do Estado Constitucional:EstadodedireitoeEstadodemocrtico.

    OEstadodeDireitocaracteriza-seporapresentarasseguintespremissas:(1)primazia da lei, (2) sistema hierrquico de normas que preserva a seguranajurdicaequeseconcretizanadiferentenaturezadasdistintasnormaseemseucorrespondentembitodevalidade;(3)observnciaobrigatriada legalidadepela administrao pblica; (4) separao de poderes como garantia daliberdadeoucontroledepossveisabusos;(5)reconhecimentodapersonalidadejurdica do Estado, que mantm relaes jurdicas com os cidados; (6)reconhecimento e garantia dos direitos fundamentais incorporados ordemconstitucional; (7) em alguns casos, a existncia de controle deconstitucionalidadedasleiscomogarantiaanteodespotismodoLegislativo.

    Assim,existiroEstadodeDireitoondehouverasupremaciadalegalidade,ouparaodireitoinglsaTheRuleofLaw,paraodireitofrancsotatLegal,paraodireitoalemooRechtsstaat,ouainda,aalwaysunder law dodireitonorte-americano.

    A interpretao da The Rule of Law, apesar de sua evoluo e variaeshistricas, pode ser apontada em suas quatro dimenses: (1) observncia dodevidoprocessolegal(MagnaChartade1215);(2)predominnciadasleisedos

  • costumesdopasperanteadiscricionariedadedopoderreal;(3)sujeiodetodososatosdoexecutivosoberaniadoParlamento;(4)igualdadedeacessoaostribunaisparadefesadosdireitosconsagrados.

    Ltatlegalconsagrou-senoconstitucionalismofrancscomaconstruodehierarquianaordemjurdica,prevendonovrticedapirmideasdeclaraesdedireitose,posteriormente,otextoconstitucional.

    O Rechtsstaat, surgido no incio do sculo XIX na Alemanha, pretendeusubstituiraideiadeEstadodePolcia,ondetudoregulamentadoecontroladopeloEstado,pelaideiadeEstadodeDireito,nosentidodeproteoaordemeseguranapblica,pormcomliberdadeaoparticularnoscamposeconmicosesociais,e,garantindo-seumamplomodeloprotetivodejurisdioordinria.

    NosEstadosUnidosdaAmrica,aconsagraodoEstadodeDireitodeu-secomaaplicaoprticadaampla reviso judicial, no clebre casoMarbury v.Madison (1803), quando a Corte Suprema, conduzida pelo Juiz-PresidenteMarshal, proclamou a superioridade das normas constitucionais sobre todo orestantedoordenamentojurdico,inclusivesobreosatosdoPoderLegislativo,corroborando,dessaforma,asafirmaesanterioresdeHamilton,queapontousobreotema:Estaconclusonosupedemodoalgumumasuperioridadedopoder judicirio sobre o legislativo. Supe apenas que o poder do povo superioraambos,eque,quandoavontadedolegislativo,expressaemsuasleis,entreemoposiocomadopovo,expressanaConstituio,osjuzesdevemsergovernadosporestaltimaenopelasprimeiras.Devemregularsuasdecisespelasleisfundamentais,nopelasquenosofundamentais.1

    Por outro lado, e de maneira complementar, a defesa de um EstadoDemocrtico pretende, precipuamente, afastar a tendncia humana aoautoritarismoeconcentraodepoder.ComoensinaGiuseppedeVergottini,o estado autoritrio, em breve sntese, caracteriza-se pela concentrao noexercciodopoder,prescindindodo consensodosgovernadose repudiandoosistema de organizao liberal, principalmente a separao das funes dopodereasgarantiasindividuais.2

    Maurice Duverger, ao analisar a complexidade da conceituao daDemocracia, aponta adefiniomais simples emais realistadeDemocracia:

  • 2

    regimeemqueosgovernantessoescolhidospelosgovernados;porintermdiodeeleieshonestaselivres.1

    OEstadoDemocrticodeDireito, caracterizadordoEstadoConstitucional,significa que o Estado se rege por normas democrticas, com eleies livres,peridicas e pelo povo, bem como o respeito das autoridades pblicas aosdireitosegarantiasfundamentaisproclamado,porexemplo,nocaputdoart.1odaConstituiodaRepblicaFederativadoBrasil,queadotou,igualmente,em seu pargrafo nico, o denominadoprincpio democrtico ao afirmar quetodoopoderemanadopovo,queoexercepormeioderepresentanteseleitosoudiretamente,nostermosdestaConstituio,paramaisadiante,emseuart.14,proclamarqueasoberaniapopularserexercidapelosufrgiouniversalepelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,mediante:Iplebiscito;IIreferendo;IIIiniciativapopular.

    Assim,oprincpiodemocrticoexprime fundamentalmenteaexignciadaintegralparticipaodetodosedecadaumadaspessoasnavidapolticadopas,afimdegarantirorespeitosoberaniapopular.2

    O Estado Constitucional, portanto, mais do que o Estado de Direito, tambmoEstadoDemocrtico,introduzidonoconstitucionalismocomogarantiadelegitimaoelimitaodopoder.

    CONCEITODECONSTITUIOConstituio,latosensu,oatodeconstituir,deestabelecer,defirmar;ou,

    ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo depessoas;organizao, formao.3Juridicamente,porm,Constituio deve serentendidacomoaleifundamentalesupremadeumEstado,quecontmnormasreferentesestruturaodoEstado,formaodospoderespblicos,formadegoverno e aquisio do poder de governar, distribuio de competncias,direitos, garantias e deveres dos cidados. Alm disso, a Constituio queindividualiza os rgos competentes para a edio de normas jurdicas,legislativasouadministrativas.4

    AnalisandoareadeabrangnciadaConstituio,VirgliodeJesusMiranda

  • 3

    3.1

    Carvalhoentende5

    quemelhorsedefiniraConstituiocomooestatutojurdicofundamentaldacomunidade, isto,abrangendo,masnoserestringindoestritamenteao poltico e porque suposto este, no obstante a sua hoje reconhecidaaptidopotencialparaumatendencialtotalizao,comotendo,apesardetudo,umaespecificidadeecontedomaterialprprios,oquenoautorizaaqueporele(ouexclusivamenteporele)sedefinatodaavidaderelaoetodas as reas de convivncia humana em sociedade e levar autonomizao do normativo-jurdico especfico (neste sentido, total enoapenastendencialmenteoDireito),bemcomodistino,noseiodaprpriaConstituio,entreasuaintenoideolgica-polticaeaintenojurdicastrictosensu.Comestesentidotambmpoderemos,ento,definiraConstituiocomoaleifundamentaldasociedade.

    Importante destacar o chamado conceito ideal de constituio, imposto apartir do triunfodomovimento constitucional no incio do sculoXIX.ComoensinaCanotilho,

    este conceito ideal identifica-se fundamentalmente com os postuladospolticos--liberais, considerando-os como elementos materiaiscaracterizadores e distintivos os seguintes: (a) a constituio deveconsagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmenteconcebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e daparticipao dos cidados nos actos do poder legislativo atravs doparlamento);(b)aconstituiocontmoprincpiodadivisodepoderes,nosentidodegarantiaorgnica contraos abusosdospoderes estatais; (c) aconstituiodeveserescrita(documentoescrito).1

    CLASSIFICAODASCONSTITUIES

    Quadrogeral

  • 3.2

    3.3

    Quantoaocontedo:constituiesmateriais,ousubstanciais,eformais

    Constituio material consiste no conjunto de regras materialmenteconstitucionais,estejamounocodificadasemumnicodocumento;enquantoaConstituioformalaquelaconsubstanciadadeformaescrita,pormeiodeumdocumentosoleneestabelecidopelopoderconstituinteoriginrio.

    Quantoforma:constituiesescritasenoescritas

    Constituioescritaoconjuntoderegrascodificadoesistematizadoemumnico documento, para fixar-se a organizao fundamental. Canotilhodenomina-adeconstituio instrumental, apontando seuefeito racionalizador,estabilizante,deseguranajurdicaedecalculabilidadeepublicidade.1

    A Constituio escrita, portanto, o mais alto estatuto jurdico dedeterminadacomunidade,caracterizando-seporsera lei fundamentaldeumasociedade.Aissocorrespondeoconceitodeconstituiolegal, comoresultadodaelaboraodeumaCartaescritafundamental,colocadanopicedapirmide

  • 3.4

    3.5

    normativaedotadadecoercibilidade.2

    ComosalientaCanotilho,Agarantiadaforanormativadaconstituionotarefafcil,masseodireitoconstitucionaldireitopositivo,seaconstituiovale como lei, ento as regras e princpios constitucionais devem obternormatividaderegulandojurdicaeefetivamenteasrelaesdavida,dirigindoascondutasedandoseguranaaexpectativasdecomportamento.3

    Constituionoescritaoconjuntoderegrasnoaglutinadoemumtextosolene,mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudncia e convenes(exemplo:Constituioinglesa).

    SalientaJorgeMiranda:

    Diz-semuitas vezes que a Constituio inglesa uma Constituio noescrita(unwrittenConstitution).Semcertosentidoesteassertoseafiguraverdadeiro: no sentido de que uma grande parte das regras sobreorganizaodopoderpolticoconsuetudinria;e,sobretudo,nosentidode que a unidade fundamental da Constituio no repousa em nenhumtexto ou documento, mas em princpios no escritos assentes naorganizaosocialepolticadosBritnicos.4

    Quantoaomododeelaborao:constituiesdogmticasehistricas

    Enquanto a constituio dogmtica se apresenta como produto escrito esistematizado por um rgo constituinte, a partir de princpios e ideiasfundamentaisdateoriapolticaedodireitodominante,aconstituiohistricafrutodalentaecontnuasntesedaHistriaetradiesdeumdeterminadopovo(exemplo:Constituioinglesa).

    Quantoorigem:constituiespromulgadas(democrticas,populares)eoutorgadas

    So promulgadas, tambm denominadas democrticas ou populares, asConstituies que derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional

  • 3.6

    Constituintecompostaderepresentantesdopovo,eleitoscoma finalidadedesuaelaborao(exemplo:Constituiesbrasileirasde1891,1934,1946e1988)e constituies outorgadas as elaboradas e estabelecidas sem a participaopopular, atravs de imposio do poder da poca (exemplo: Constituiesbrasileirasde1824,1937,1967eECno01/1969).

    Existem,ainda,aschamadasconstituiescesaristas,quesoaquelasque,no obstante outorgadas, dependem da ratificao popular por meio dereferendo.

    Quantoestabilidade:constituiesimutveis,rgidas,flexveisesemirrgidas

    So imutveis as constituies onde se veda qualquer alterao,constituindo-serelquiashistricas.Emalgumasconstituies,aimutabilidadepoderserrelativa,quandosepreveemaschamadaslimitaestemporais,ouseja, um prazo em que no se admitir a atuao do legislador constituintereformador.Assim,aConstituiode1824,emseuart.174,determinava:

    Sepassadosquatro annos,depoisde juradaaConstituiodoBrazil, seconhecer,quealgumdosseusartigosmerecereforma,sefaraproposiopor escripto, a qual deve ter origem na Cmara dos Deputados, e serapoiadaporterapartedelles.

    Saliente-se que, apesar dessa previso, a Constituio de 1824 erasemiflexvel,comosenotaporseuart.178,queafirmava:

    s Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuiesrespectivasdosPoderesPoliticos,eaosDireitosPoliticos,eindividuaesdosCidados. Tudo, o que no Constitucional, pde ser alterado sem asformalidadesreferidas,pelasLegislaturasordinarias.

    Rgidas so as constituies escritas que podero ser alteradas por umprocesso legislativomaissoleneedificultosodoqueoexistenteparaaedio

  • 3.7

    dasdemaisespciesnormativas(porexemplo:CF/88art.60);porsuavez,asconstituies flexveis, em regra no escritas, excepcionalmente escritas,poderoseralteradaspeloprocessolegislativoordinrio.

    Como um meio-termo entre as duas anteriores, surge a constituiosemiflexvel ou semirrgida, na qual algumas regras podero ser alteradas peloprocesso legislativo ordinrio, enquanto outras somente por um processolegislativoespecialemaisdificultoso.

    Ressalte-sequeaConstituioFederalde1988podeserconsideradacomosuper--rgida, uma vez que em regra poder ser alterada por um processolegislativodiferenciado,mas,excepcionalmente,emalgunspontos imutvel(CF,art.60,4oclusulasptreas).

    Quantosuaextensoefinalidade:constituiesanalticas(dirigentes)esintticas(negativas,garantias)

    Asconstituiessintticaspreveemsomenteosprincpioseasnormasgeraisde regncia do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio daestipulao de direitos e garantias fundamentais (por exemplo: Constituionorte-americana);diferentementedasconstituiesanalticas,queexaminameregulamentam todos os assuntos que entendam relevantes formao,destinaoefuncionamentodoEstado(porexemplo:Constituiobrasileirade1988).

    ComoafirmadoporJosAfonsodaSilva,oConstituinte

    rejeitou a constituio sinttica, que constituio negativa, porqueconstrutora apenas de liberdade-negativa ou liberdade-impedimento,oposta autoridade,modelo de constituio que, s vezes, se chama deconstituio garantia. (...) Assumiu o novo texto a caracterstica deconstituio-dirigente, enquanto define fins e programa de ao futura,menos no sentimento socialista do que no de uma orientao social-democrticaimperfeita,reconhea-se.1

  • 3.8

    3.9

    4

    Emobraclssicasobreoassunto,Canotilhoapontaagrandeproblemticaemsedefiniremoslimitesdeumaconstituio-dirigente,sendoncleoprincipaldeestudooquedeve(epode)umaconstituioordenaraosrgoslegiferanteseoquedeve(comoequandodeve) fazero legisladorparacumprir,de formaregular,adequadaeoportuna,as imposiesconstitucionais, implantandoosplanostraadospelolegisladorconstituinteoriginrio,eminter-relaocomarealidadesocial.2

    ConstituioFederalde1988

    NossaatualConstituioFederalapresentaaseguinteclassificao:formal,escrita,legal,dogmtica,promulgada(democrtica,popular),rgida,analtica.

    Outrasclassificaes

    Doutrinariamente,podemosapontaroutrasclassificaesdeconstituies.Assim,asconstituiesdualistasoupactuadassoaquelasemqueseefetivaumcompromisso entre o rei e o Poder Legislativo, sujeitando-se o monarca aosesquemas constitucionais, e resultando a constituio de dois princpios: omonrquicoeodemocrtico.

    Por sua vez, constituio nominalista aquela cujo texto da CartaConstitucional j contm verdadeiros direcionamentos para os problemasconcretos, a serem resolvidosmediante aplicao pura e simples das normasconstitucionais. Ao intrprete caberia to somente interpret-la de formagramatical-literal. Por outro lado, constituio semntica aquela cujainterpretao de suas normas depende da averiguao de seu contedosignificativo,daanlisedeseucontedosociolgico,ideolgico,metodolgico,possibilitando uma maior aplicabilidade poltico-normativa-social do textoconstitucional.

    APLICABILIDADEDASNORMASCONSTITUCIONAIS

  • 4.1 Normasconstitucionaisdeeficciaplena,contidaelimitada

    Tradicionalaclassificaodasnormasconstitucionais,dadaporJosAfonsodaSilva1emrelaoasuaaplicabilidadeemnormasdeeficciaplena,contidaelimitada.2

    Sonormasconstitucionaisdeeficciaplena

    aquelasque,desdeaentradaemvigordaConstituio,produzem,outmpossibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais, relativamente aosinteresses, comportamentos e situaes, que o legislador constituinte,direta e normativamente, quis regular (por exemplo: os remdiosconstitucionais).

    Normasconstitucionaisdeeficciacontida soaquelasemqueo legisladorconstituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinadamatria, mas deixou margem atuao restritiva por parte da competnciadiscricionriadopoderpblico,nostermosquealeiestabelecerounostermosde conceitos gerais nelas enunciados (por exemplo: art. 5o, XIII livre oexercciodequalquer trabalho, ofcioouprofisso, atendidas as qualificaesprofissionaisquealeiestabelecer).

    Por fim, normas constitucionais de eficcia limitada so aquelas queapresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somenteincidemtotalmentesobreessesinteresses,apsumanormatividadeulteriorquelhes desenvolva a aplicabilidade (por exemplo: CF, art. 37, VII: o direito degreve ser exercidonos termos enos limitesdefinidos em lei especfica.Essapreviso condiciona o exerccio do direito de greve, no servio pblico, regulamentao legal. Ainda, podemos citar como exemplo o art. 7o, XI, daConstituioFederal,queprevaparticipaodosempregadosnos lucros,ouresultadosdaempresa,conformedefinidoemlei).3

    EficciaabsolutaEficciarelativarestringvel

  • 4.2 Normasconstitucionaiscomeficciaabsoluta,plena,relativarestringvelerelativacomplementveloudependentesdecomplementao

    MariaHelenaDiniz prope uma nova espcie de classificao das normasconstitucionais, tendo por critrio a intangibilidade e a produo dos efeitosconcretos.1

    Assim,propeeexplicaareferidaautoraquesonormasconstitucionaisdeeficciaabsoluta

    as intangveis; contra elas nem mesmo h o poder de emendar. Daconteremumaforaparalisantetotaldetodaalegislaoque,explcitaouimplicitamente,vieracontrari-las.Distinguem-se,portanto,dasnormasconstitucionaisdeeficciaplena,que,apesardeincidiremimediatamentesemnecessidade de legislao complementar posterior, so emendveis.Por exemplo, os textos constitucionais que ampararam a federao (art.1o),ovotodireto,secreto,universaleperidico(art.14),aseparaodepoderes(art.2o)eosdireitosegarantiasindividuais(art.5o, IaLXXVII),porsereminsuscetveisdeemendasointangveis,porforadosarts.60,4o,e34,VII,aeb.

    Asnormascomeficciaplena

    so plenamente eficazes..., desde sua entrada em vigor, paradisciplinarem as relaes jurdicas ou o processo de sua efetivao, por

  • conteremtodososelementosimprescindveisparaquehajaapossibilidadedaproduoimediatadosefeitosprevistos,jque,apesardesuscetveisdeemenda,no requeremnormao subconstitucional subsequente.Podemserimediatamenteaplicadas.

    Porsuavez,asnormascomeficciarelativarestringvelcorrespondem

    sdeeficciacontidadeJosAfonsodaSilva,mas,aceitandoa liodeMichelTemer,preferimosdenomin-lanormasconstitucionaisdeeficciaredutvelou restringvel,por seremdeaplicabilidade imediataouplena,embora suaeficciapossa ser reduzida, restringidanos casosena formaquea leiestabelecer; tm,portanto, seualcance reduzidopela atividadelegislativa. So preceitos constitucionais que receberam do constituintenormatividade capazde regeros interesses,mas contm, em seubojo, aprescriodemeiosnormativosoudeconceitosquerestringemaproduodeseusefeitos.Sonormaspassveisderestrio.

    Finalmente,

    hpreceitosconstitucionaisquetmaplicaomediata,pordependeremdenormaposterior, ou seja,de lei complementarouordinria, que lhesdesenvolva a eficcia, permitindo o exerccio do direito ou do benefcioconsagrado. Sua possibilidade de produzir efeitos mediata, pois,enquantonoforpromulgadaaquelaleicomplementarouordinria,noproduziro efeitos positivos,mas tero eficcia paralisante de efeitos denormas precedentes incompatveis e impeditiva de qualquer condutacontrria ao que estabelecerem.No recebem, portanto, do constituintenormatividade suficientepara suaaplicao imediata, porqueeledeixouaoLegislativoatarefaderegulamentaramatria,logo,porestarazo,nopodero produzir todos os seus efeitos de imediato, porm tmaplicabilidade mediata, j que incidiro totalmente sobre os interessestutelados, aps o regramento infraconstitucional. Por esse motivo,preferimos denomin-las normas com eficcia relativa dependente decomplementaolegislativa.

  • 4.3

    5

    Normasprogramticas

    Asnormasprogramticas,conformesalientaJorgeMiranda,

    sodeaplicaodiferida,enodeaplicaoouexecuoimediata;maisdo que comandos-regras, explicitam comandos-valores; conferemelasticidade ao ordenamento constitucional; tm como destinatrioprimacialemboranonicoolegislador,acujaopoficaaponderaodotempoedosmeiosemquevmaserrevestidasdeplenaeficcia(enissoconsiste a discricionariedade); no consentem que os cidados ouquaisquercidadosasinvoquemj(ouimediatamenteapsaentradaemvigordaConstituio),pedindoaostribunaisoseucumprimentosporsi,pelo que pode haver quem afirme que os direitos que delas constam,mxime os direitos sociais, tm mais natureza de expectativas que deverdadeiros direitos subjectivos; aparecem,muitas vezes, acompanhadasdeconceitosindeterminadosouparcialmenteindeterminados.1

    Portanto, o juzo de oportunidade e a avaliao da extenso do programaincumbemaoPoderLegislativo,noexercciodesuafunolegiferantee,comosalientado por Tercio Sampaio Ferraz Jr., a eficcia tcnica, neste caso, limitada.Eaeficciasocialdependedaprpriaevoluodassituaesdefato.Da resultaumaaplicabilidadedependente.2MariaHelenaDiniz citaos arts.21,IX,23,170,205,211,215,218,226,2o,daConstituioFederalde1988como exemplos de normas programticas, por no regularem diretamenteinteresses ou direitos nelas consagrados, mas limitarem-se a traar algunspreceitos a serem cumpridos pelo Poder Pblico, como programas dasrespectivas atividades, pretendendounicamente a consecuodos fins sociais peloEstado.1

    INTERPRETAODASNORMASCONSTITUCIONAISOconflito entredireitos e bens constitucionalmenteprotegidos resulta do

    fatodeaConstituioprotegercertosbensjurdicos(sadepblica,segurana,

  • liberdadedeimprensa,integridadeterritorial,defesanacional,famlia,idosos,ndiosetc.),quepodemviraenvolver-senumarelaodoconflitooucoliso.Parasolucionar-seesseconflito,compatibilizando-seasnormasconstitucionais,afimdequetodastenhamaplicabilidade,adoutrinaapontadiversasregrasdehermenuticaconstitucionalemauxlioaointrprete.

    ComodefinidoporVicenteRo,

    a hermenutica tem por objeto investigar e coordenar por modosistemticoosprincpios cientficose leisdecorrentes,quedisciplinamaapurao do contedo, do sentido e dos fins das normas jurdicas e arestauraodoconceitoorgnicododireito,paraefeitodesuaaplicaoeinterpretao;pormeiode regraseprocessosespeciaisprocura realizar,praticamente, estes princpios e estas leis cientficas; a aplicao dasnormas jurdicas consiste na tcnica de adaptao dos preceitos nelascontidos assim interpretados, s situaes de fato que se lhessubordinam.2

    Apalavraintrprete,adverteFernandoCoelho,temorigemlatinainterpresquedesignavaaquelequedescobriaofuturonasentranhasdasvtimas.Tirardas entranhas ou desentranhar era, portanto, o atributo do interpres, de quederivaparaapalavrainterpretarcomosignificadoespecficodedesentranharoprprio sentido das palavras da lei, deixando implcito que a traduo doverdadeirosentidoda leialgobemguardado,entranhado,portanto,emsuaprpriaessncia.3

    Analisando a Constituio Federal, Raul Machado Horta aponta aprecedncia, em termos interpretativos, dos Princpios Fundamentais daRepblicaFederativaedaenunciaodosDireitoseGarantiasFundamentais,dizendoque

    evidente que essa colocao no envolve o estabelecimento dehierarquia entre as normas constitucionais, de modo a classific-la emnormassuperioresenormassecundrias.Todassonormasfundamentais.A precedncia serve interpretao da Constituio, para extrair dessa

  • nova disposio formal a impregnao valorativa dos PrincpiosFundamentais,semprequeelesforemconfrontadoscomatosdolegislador,do administrador e do julgador, motivo pelo qual classifica-a deConstituioplstica.1

    A Constituio Federal h de sempre ser interpretada, pois somente pormeiodaconjugaodaletradotextocomascaractersticashistricas,polticas,ideolgicasdomomento,seencontraromelhorsentidodanormajurdica,emconfronto com a realidade sociopoltico-econmica e almejando sua plenaeficcia.2

    Canotilhoenumeradiversosprincpiose regras interpretativasdasnormasconstitucionais:

    da unidade da constituio: a interpretao constitucional dever serrealizadademaneiraaevitarcontradiesentresuasnormas;do efeito integrador: na resoluo dos problemas jurdico-constitucionais, dever ser dada maior primazia aos critriosfavorecedoresdaintegraopolticaesocial,bemcomoaoreforodaunidadepoltica;damxima efetividade ou da eficincia: a uma norma constitucionaldeveseratribudoosentidoquemaioreficcialheconceda;da justeza ou da conformidade funcional: os rgos encarregados dainterpretao da norma constitucional no podero chegar a umaposio que subverta, altere ou perturbe o esquema organizatrio-funcional constitucionalmente estabelecido pelo legisladorconstituinteoriginrio;daconcordnciaprticaoudaharmonizao:exige-seacoordenaoecombinao dos bens jurdicos em conflito de forma a evitar osacrifciototaldeunsemrelaoaosoutros;daforanormativadaconstituio:entreas interpretaespossveis,deveseradotadaaquelaquegarantamaioreficcia,aplicabilidadeepermannciadasnormasconstitucionais.

  • 5.1

    Aponta, igualmente, com Vital Moreira, a necessidade de delimitao dombito normativo de cada norma constitucional, vislumbrando-se sua razo deexistncia,finalidadeeextenso.3

    Esses princpios so perfeitamente completados por algumas regraspropostasporJorgeMiranda:4

    acontradiodosprincpiosdevesersuperada,oupormeiodareduoproporcionaldombitodealcancedecadaumdeles,ou,emalgunscasos,medianteaprefernciaouaprioridadedecertosprincpios;deve ser fixada a premissa de que todas as normas constitucionaisdesempenham uma funo til no ordenamento, sendo vedada ainterpretaoquelhesuprimaoudiminuaafinalidade;os preceitos constitucionais devero ser interpretados tantoexplicitamente quanto implicitamente, a fim de colher-se seuverdadeirosignificado.

    A aplicao dessas regras de interpretao dever, em sntese, buscar aharmoniadotextoconstitucionalcomsuasfinalidadesprecpuas,adequando-as realidade e pleiteando a maior aplicabilidade dos direitos, garantias eliberdadespblicas.

    Ressalte-se,contudo,queasupremaciaabsolutadasnormasconstitucionaiseaprevalnciadoprincpiodadignidadedapessoahumanacomofundamentobasilardaRepblica1obrigamointrprete,emespecialoPoderJudicirio,noexercciodesuafunointerpretativa,aplicarnosanormamais favorvelproteo aos Direitos Humanos, mas, tambm, eleger em seu processohermenutico,ainterpretaoquelhegarantaamaioremaisamplaproteo.2

    InterpretaoconformeaConstituioDeclaraodeinconstitucionalidadeparcialsemreduodetextoAinterpretaoconstitucionaleoativismojudicial(NeoconstitucionalismoePositivismo)

  • 6

    Conferir amplo estudo sobre a interpretao conforme constituio, adeclarao de inconstitucionalidade parcial sem reduo de texto e ainterpretao constitucional e o ativismo judicial (Neoconstitucionalismo ePositivismo), nos itens 10.9.1, 10.9.2 e 10.9.3, no Captulo 12 (Controle deConstitucionalidade).

    PREMBULOCONSTITUCIONALNs, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional

    Constituinte para instituir um Estado Democrtico, destinado a assegurar oexercciodosdireitossociaiseindividuais,aliberdade,asegurana,obem-estar,odesenvolvimento,aigualdadeeajustiacomovaloressupremosdeumasociedadefraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social ecomprometida, na ordem interna e internacional, com a soluo pacfica dascontrovrsias,promulgamos,sobaproteodeDeus,aseguinteCONSTITUIODAREPBLICAFEDERATIVADOBRASIL.

    Oprembulo de umaConstituio pode ser definido como documento deintenesdodiploma, e consiste emuma certido de origem e legitimidade donovo texto e uma proclamao de princpios, demonstrando a ruptura com oordenamento constitucional anterior e o surgimento jurdico de um novoEstado.detradioemnossoDireitoConstitucionaleneledevemconstarosantecedentes e enquadramento histrico da Constituio, bem como suasjustificativaseseusgrandesobjetivosefinalidades.

    Jorge Miranda aponta a existncia de prembulos em alguns dos maisimportantes textos constitucionais estrangeiros:EstadosUnidos (1787),Sua(1874), Alemanha deWeimar (1919), Irlanda (1937), Frana (1946 e 1958),Japo(1946),Grcia(1975),Espanha(1978).1

    PodemosacrescentarasconstituiesdoPeru(1979),daantigaAlemanhaOcidental (1949) e da Alemanha Oriental (1968, com as emendas de 7 deoutubrode1974),daPolnia(1952),Bulgria(1971),Romnia(1975),Cuba(1976),Nicargua(1987),Moambique(1978),SoTomePrncipe(1975)eCaboVerde(1981).

  • 7

    Apesar de no fazer parte do texto constitucional propriamente dito e,consequentemente, no conter normas constitucionais de valor jurdicoautnomo,oprembulonojuridicamenteirrelevante,umavezquedeveserobservadocomoelementodeinterpretaoeintegraodosdiversosartigosquelheseguem.2

    Como ensina Juan Bautista Alberdi o prembulo deve sintetizarsumariamenteosgrandesfinsdaConstituio,servindodefonteinterpretativaparadissiparasobscuridadesdasquestesprticasederumoparaaatividadepolticadogoverno.3

    O prembulo, portanto, por no ser norma constitucional, no poderprevalecer contra textoexpressodaConstituioFederal, e tampoucopoderser paradigma comparativo para declarao de inconstitucionalidade, porm,portraarasdiretrizespolticas,filosficaseideolgicasdaConstituio,serumadesuaslinhasmestrasinterpretativas.4

    Observe-se que a evocao proteo de Deus no prembulo daConstituioFederalnoa tornaconfessional,mas sim reforaa laicidadedoEstado,afastandoqualqueringernciaestatalarbitrriaouabusivanasdiversasreligies5 e garantindo tanto a ampla liberdade de crena e cultos religiosos,comotambmamplaproteojurdicaaosagnsticoseateus,quenopoderosofrerquaisquerdiscriminaespelofatodenoprofessaremumaf.

    FUNDAMENTOSDAREPBLICAFEDERATIVADOBRASILA Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos

    EstadoseMunicpiosedoDistritoFederal,constitui-seemEstadodemocrticodedireitoetemcomofundamentos:

    asoberania:consiste,nadefiniodeMarceloCaetano,emumpoderpolticosupremoeindependente,entendendo-seporpodersupremo aquele que no est limitado por nenhumoutro na ordeminterna e por poder independente aquele que, na sociedadeinternacional, no tem de acatar regras que no sejamvoluntariamente aceites e est em p de igualdade com os poderes

  • supremosdosoutrospovos;1

    a capacidade de editar suas prprias normas, sua prpria ordemjurdica(acomearpelaLeiMagna),detalmodoquequalquerregraheternoma s possa valer nos casos e nos termos admitidos pelaprpria Constituio. A Constituio traz a forma de exerccio dasoberaniapopularnoart.14;a cidadania: representa um status e apresenta-se simultaneamentecomoobjetoeumdireitofundamentaldaspessoas;a dignidade da pessoa humana: concede unidade aos direitos egarantias fundamentais, sendo inerente s personalidades humanas.Esse fundamento afasta a ideia de predomnio das concepestranspessoalistas de Estado e Nao, em detrimento da liberdadeindividual. A dignidade um valor espiritual e moral inerente pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminaoconsciente e responsvel da prpria vida e que traz consigo apretenso ao respeito por parte dasdemais pessoas, constituindo-seummnimoinvulnervelquetodoestatutojurdicodeveassegurar,demodoque,somenteexcepcionalmente,possamserfeitaslimitaesaoexercciodosdireitos fundamentais,mas sempre semmenosprezar anecessriaestimaquemerecemtodasaspessoasenquantosereshumanos2

    e a busca ao Direito Felicidade.3 O Supremo Tribunal Federalinterpretando o Princpio daDignidade da PessoaHumana editou aSmulaVinculanteno 11 com o seguinte teor: S lcito o uso dealgemas em casos de resistncia e de fundado receio de fuga ou deperigointegridadefsicaprpriaoualheia,porpartedopresooudeterceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena deresponsabilidadedisciplinar,civilepenaldoagenteoudaautoridadee de nulidade da priso ou do ato processual a que se refere, semprejuzo da responsabilidade civil do Estado.1 Igualmente, emimportantssimadeciso,emrelaoaotratamentoconstitucionaldatortura,oprincpiodaDignidadedaPessoaHumanaeaLeidaAnistia,afirmouoSupremoTribunalFederalqueoargumentodescoladodadignidade da pessoa humana para afirmar a invalidade da conexo

  • criminalqueaproveitariaaosagentespolticosquepraticaramcrimescomunscontraopositorespolticos,presosouno,duranteoregimemilitar,noprospera,concluindoque,aleiestendeuaconexoaoscrimes praticados pelos agentes do Estado contra os que lutavamcontra oEstadode exceo, pois a chamadaLei da anistia veiculaumadecisopolticaassumidanaquelemomento.2

    EmrespeitoaoPrincpiodaDignidadedapessoahumanaenointuitodecombateraexploraodetrabalhoescravo,foieditadaaEmendaConstitucional81,de5dejunhode2014,prevendoaexpropriaodoimvelcomopunio.Dessaforma,aspropriedadesruraiseurbanasdequalquerregiodoPasondeforlocalizadaaexploraodetrabalhoescravonaformadaleiseroexpropriadasedestinadasreformaagrriaeaprogramasdehabitao popular, semqualquer indenizao ao proprietrio e semprejuzodeoutrassanesprevistasemlei.Observe-se, ainda, que todo e qualquer bem de valor econmicoapreendido em decorrncia da explorao de trabalho escravo serconfiscadoereverterafundoespecialcomdestinaoespecfica,naformadalei.osvaloressociaisdotrabalhoedalivreiniciativa:atravsdotrabalhoque o homem garante sua subsistncia e o crescimento do pas,prevendo a Constituio, em diversas passagens, a liberdade, orespeitoeadignidadeaotrabalhador(porexemplo:CF,arts.5o,XIII;6o; 7o; 8o; 194-204). Como salienta Paolo Barile, a garantia deproteo ao trabalho no engloba somente o trabalhadorsubordinado, mas tambm aquele autnomo e o empregador,enquantoempreendedordocrescimentodopas;3

    pluralismo poltico: demonstra a preocupao do legisladorconstituinte em afirmar-se a ampla e livre participao popular nosdestinos polticos do pas, garantindo a liberdade de convicofilosfica e poltica e, tambm, a possibilidade de organizao eparticipaoempartidospolticos.

  • 8

    OEstadoDemocrticodeDireito,quesignificaaexignciadereger-sepornormasdemocrticas,comeleieslivres,peridicasepelopovo,bemcomoorespeito das autoridades pblicas aos direitos e garantias fundamentais,1

    proclamadonocaputdoartigo,adotou, igualmente,noseupargrafonico,odenominadoprincpiodemocrtico,aoafirmarquetodoopoderemanadopovo,que o exerce pormeio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos destaConstituio.

    CanotilhoeMoreirainformamoalcancedoprincpiodemocrtico,dizendo:

    Aarticulaodasduasdimensesdoprincpiodemocrticojustificaasuacompreenso como um princpio normativo multiforme. Tal como aorganizaodaeconomiaaponta,noplanoconstitucional,paraumsistemaeconmicocomplexo,tambmaconformaodoprincpiodemocrticosecaracteriza tendo em conta a sua estrutura pluridimensional.Primeiramente,ademocraciasurgecomoumprocessodedemocratizao,entendido como processo de aprofundamento democrtico da ordempoltica, econmica, social e cultural. Depois, o princpio democrticorecolheasduasdimenseshistoricamenteconsideradascomoantitticas:porumlado,acolheosmaisimportanteselementosdateoriademocrtica-representativa (rgos representativos, eleies peridicas, pluralismopartidrio, separaode poderes); por outro lado, d guarida a algumasdas exigncias fundamentais da teoria participativa (alargamento doprincpio democrtico a diferentes aspectos da vida econmica, social ecultural,incorporaodeparticipaopopulardirecta,reconhecimentodepartidos e associaes como relevantes agentes de dinamizaodemocrticaetc.).2