montanhas e muriquis: uma relação ecológica e conservacionista · os altos graus de riqueza e...

24
Montanhas e muriquis: uma relação ecológica e conservacionista Daniel da Silva Ferraz UEMG

Upload: vanquynh

Post on 14-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Montanhas e muriquis: uma relação ecológica e conservacionista

Daniel da Silva Ferraz UEMG

Montanhas e muriquis: uma relação ecológica e conservacionista

Palestrante: Me. Daniel Ferraz Universidade do Estado de Minas Gerais

Autor: Stephen Nash

Bra

chyt

eles

hyp

oxa

nth

us

Kh

ul,

18

20

m

uri

qu

i-d

o-n

ort

e

Bra

chyt

eles

ara

chn

oid

es E

. Ge

off

roy,

18

06

m

uri

qu

i-d

o-s

ul

Quem são os muriquis?

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Áreas de ocorrência de Brachyteles hypoxanthus (Jerusalinsky et al., 2011) Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Áreas com ocorrência de

muriquis-do-norte (Adaptado de

Jerusalinsky et al. 2011)

12 regiões/populações, sendo

09 áreas protegidas (83%)

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó Obs: (incluindo Faz. Córrego de Areia, Peçanha, MG)

IUCN (2008); ICMBio (2016) Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Begon et al. (2007); Cunha & Grelle (2008) Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Eisenberg & Redford (1999); Begon et al. (2007); Cunha & Grelle (2008) Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

12 áreas

1

2

3

4

5

6

6 áreas/UC’s

Áreas

montanhosas

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Montanhas e Biodiversidade

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Os altos graus de riqueza e diversidade de espécies encontrados em montanhas tropicais são frequentemente atribuídos a:

1) ao efeito da história climática e geológica sobre a evolução biótica:

2) aos vários impactos ambientais sobre os mecanismos de adaptação biótica;

3) à contínua dispersão da fauna e flora no tempo.

Chaverri-Polini (1998); Sarmiento (2002); Martinelli (2007); Badgeley et al.(2017); Lopes et al. (2017); Xing & Ree (2017)

Os primatas sofreram diversas pressões ao longo do tempo

• Desmatamento

• Fragmentação

• Caça e comércio ilegal

• Doenças (zoonoses/epizootias)

• Espécie exótica (competição/hibridação)

• Difícil acesso

• Inviável financeiramente

• Áreas mais isoladas

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Estrada et al. (2017); Lopes et al. (2017)

HIPÓTESE

• Será que as populações (ou grupos sociais) de primatas que habitam áreas montanhosas sofrem menos impactos (doenças, fogo, caça, desmatamento, fragmentação, hibridação, etc.) do que populações/grupos presentes em áreas de baixadas?

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

MONITORAMENTO 2014-2017

• Conhecimento sobre os muriquis

• Principais ameaças

• Outros mamíferos

• Educação ambiental

• Estudos acadêmicos

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Os muriquis do Caparaó (dados não publicados)

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

2.300ma

1000ma

Vale do Calçado, Parque Nacional do Caparaó, ES

1.300m

Epizootia Febre Amarela (2016/2017)

• Monitoramento PARNA Caparaó em Fevereiro 2017

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó Cunha et al. (2017)

Espécie Altitude

Alouatta guariba clamitans 955

Alouatta guariba clamitans 1007

Alouatta guariba clamitans 1025

Alouatta guariba clamitans 1290

Alouatta guariba clamitans 1290

Alouatta guariba clamitans 1290

Alouatta guariba clamitans 1318

Será que alguns grupos ficaram a salvo?

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Assumindo a importância dos primatas, áreas montanhosas e prioritárias para conservação...

• Novos estudos em áreas de montanhas;

• Estudos sobre diversidade biológica;

• Manutenção do material genético;

• Reconhecimento destas áreas como refúgios ecológicos;

• Corredores ecológicos.

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

...podemos apontar algumas ações:

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Biocorredores para muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus)

Cosenza (2014)

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

1

2

3

1. Parque Estadual da Serra do Brigadeiro; 2. Grumarim; 3. Parque Nacional do Caparaó; 4. Pedra Dourada; : Corredores Ecológicos

4

Agradecimentos

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

Apoio/Parceiros/Financiadores:

SISBIO Nº 49062-3

Referências • ICMBio 2016

• IUCN 2008

• Jerusalinsky et al 2011

• Badgley, C., T.M. Smiley, E.B. Davis, L.R.G. DeSantis, D.L. Fox, S.B. Hopkins, T. Jezkova, M.D. Matocq, N. Matzke, J.L. McGuire, A. Mulch, B.R. Riddle, V.L. Roth, J.X. Samuels, C.A.E.Strömberg, R. Terry, B.J. Yanites. Biodiversity and topographic complexity: modern and geohistorical perspectives. Trends in Ecology and Evolution 32 (3): 211-226.

• BEGON, M.; TOWSNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4º edição. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 584-585, 593.

• CHAVERRI-POLINI, A. 1998. Mountains, biodiversity and conservation. Unasylva 195:22-33.

• CUNHA, A. A. & GRELLE, C. E. V. Landscape-species for conservation planning: are muriquis good candidates for the Brazilian Atlantic Forest?. Natureza & Conservação, v. 6, p. 125-132, 2008.

• EISENBERG, J.F & K.H. Redford 1999. Mammals of the Neotropics - The Central Neotropics: Ecuador, Peru, Bolivia, Brazil. Chicago, Univ. Chicago Press. Vol. 3, 609p.

• ESTRADA A, GARBER P, RYLANDS AB, ROOS C, FERNANDEZ-DUQUE E, DI FIORE A, NEKARIS KAI, NIJMAN V, HEYMANN E, LAMBERT JE, ROVERO F, BARELLI C, SETCHELL JM, GILLESPIE TR, MITTERMEIER RA, ARREGOITIA LV, DE GUINEA M, GOUVEIA S, DOBROVOLSKI R, SHANEE S, SHANEE N, BOYLE SA, FUENTES A, MCKINNON K, AMATO KR, MEYER ALS, WICH S, SUSSMAN RW, PAN R, KONEI & LI B (2017): Impending extinction crisis of the world’s primates: Why primates matter. Sci. Adv. 3, e1600946.

• Galetti, M., H. C. Giacomini, R. S. Bueno, C. S. S. Bernardo, R. M. Marques, R. S. Bovendorp, C. E. Steffler, P. Rubim, S. K. Gobbo, C. I. Donatti, R. A. Begotti, F. Meirelles, R. A. Nobre, A. G. Chiarello, and C. A. Peres, 2009. Priority áreas for conservation of Atlantic Forest large mammals. Biological Conservation 142:1229-1241.

• LOPES, S.F.; RAMOS, M.B. & ALMEIDA, G.R. 2017. The Role of Mountains as Refugia for Biodiversity in Brazilian Caatinga: Conservationist Implications. Tropical Conservation Science, v.10: 1–12.

• MARTINELLI, G. 2007. Mountain Biodiversity in Brazil. Revista Brasil. Bot, v.30, n.4, p.587-597.

• SARMIENTO, F.O. 2002. Human drivers of landscape change: treelines dynamics in neotropical montology. Ecotropicos 15:129-146.

• XING, Y. & REE, R. H. 2017. Uplift-driven diversification in the Hengduan Mountains, a temperate biodiversity hotspot. PNAS, p.444-451.

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó

ANOTAÇÕES

• Citar de acordo com o artigo que eu li a importância de conservar áreas de altitude, e com isso, falar da importância dessas áreas e possibilidades de corredores entre as áreas Caparaó-Grumarim-Brigadeiro

• Neste artigo cita o Brigadeiro e também a Pedra Dourada como área de altitude/montanha

• Observação pessoal / dados não publicados: os muriquis do Caparaó parecem utilizar as regiões mais isoladas do Parque, no caso as partes mais altas da serra (áreas com floresta).

Fotos: acervo Projeto Muriquis do Caparaó