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    RESUMO

    ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS NA ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO DE2010 A 2014

    Objetivo:XXXXXXXXXXXXXXXX.Material e Método: XXXXXXXXXXXXXXXXXX.Resultados: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX. Conclusão :XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

    Descritores: ENDIVIDAMENTO, CRÉDITO, JUROS.

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    Cumpre este trabalho alcançar os objetivos de avaliar no períodocompreendido entre os anos de 2010 a 2014 a evolução das operações de créditospara pessoa física, avaliação destas sobre o orçamento familiar, além de avaliar oimpacto de instrumentos expasionistas e contencionistas adotados pelasautoridades ecocômicas no período supracitado, inclusive obtendo painelquantitativo de informações sobre o nível de endividamento e solvências das famíliasbrasileiras.

    A análise ganha importância ao comparar dados de dois períodos bemdistintos entre si, em termos de ações de política de concessão de crédito: 2010,quando o Banco Central assumiu postura expansiva; e 2014, quando ocorreram

    restrições com medidades conhecidas como macroprudenciais, com o intuito deconter pressões inflacionárias decorrentes do consumo elevado.

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    2 REVISÃO DE LITERATURA

    2.1 POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA

    Neste capítulo buscou-se contextualizar o sistema financeiro, dacaracterização da sociedade de consumo e do perfil das classes econômicasbrasileiras.

    Para esse fim, analisa-se a relação entre oferta e demanda, explicam-sefatores motivacionais, discorre-se sobre a dinâmica da compra, comantam-se ospapéis do comprador e relacionam-se os fatores que influenciam a compra.

    O sistema financeiro brasileiro tem-se revelado sólido, com significativaresistência a choques econômicos, além de dotado de alto grau de confiança pelos

    agentes econômicos.Durante o longo período inflacionário pelo qual passou a economia brasileira,

    o sistema bancário se adaptou de forma a fornecer aos agentes ativos com altaliquidez e com capacidade de manutenção do poder de compra. O período pós-estabilização tem se caracterizado por elevada volatilidade macroeconômica, mas aresistência do sistema financeiro a choques econômicos não diminuiu.

    Segundo Santos (2013) a política econômica refere-se a toda ação dogoverno na economia que afeta diretamente o bolso das pessoas com o intuito de

    alcançar alguns objetivos, como por exemplo, o crescimento econômico (medidopelo PIB – Produto Interno Bruto), a estabilidade de preços (medida pela taxa deinflação), a distribuição de renda, o equilíbrio das contas públicas etc. Para alcançaresses resultados, o governo dispõe de diversas ferramentas, entre elas, a políticafiscal (ação no que se refere aos gastos públicos e tributos), a política monetária(ação no que se refere às condições de crédito, empréstimo, financiamento etc.), apolítica cambial (taxas e regimes cambiais) e a política de comércio exterior(estímulos e desestímulos às exportações/importações). Assim, para alcançar oobjetivo de crescimento econômico, por exemplo, pode-se utilizar da política fiscal(aumento dos gastos públicos/investimentos ou redução dos impostos) e também,da política monetária (redução da taxa de juros, por exemplo) ou uma combinaçãodas duas.

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    Um dos efeitos da inflação, é que se torna mais difícil renegociar algunspreços, contratos e salários, para valores mais baixos, então com o aumento geralde preços é mais fácil para que os preços relativos se ajustem. Muitos valores sãobastante inflexíveis para baixo, e tendem a subir, portanto os esforços para manteruma taxa zero de inflação irão punir setores com queda de preços, lucros eempregos. Esses esforços podem também levar a deflação, que podem ser bastantedestrutivas, estimulando falências e recessão. A inflação pode também provocarefeitos sobre a estrutura de produção da economia.

    Redistribuindo rendas e causando uma desproporção em relação ao volumede demanda para os vários setores da economia, já que os preços não mudamtodos juntos e sim cada um com diferente intensidade. Outro efeito negativo pode

    ser a hiperinflação. Geralmente quando a inflação é resultado de políticasgovernamentais para aumentar a disponibilidade de moeda, a contribuição dogoverno para um ambiente inflacionário é vista como uma taxa sobre a moeda emcirculação.

    Com o aumento da inflação, aumenta esse peso sobre o dinheiro emcirculação, isso por sua vez promove um aumento da velocidade de circulação dodinheiro, o que por sua vez reforça o processo inflacionário em um ciclo vicioso quepode levar a hiperinflação. Por conta destes efeitos negativos causados pela

    inflação, os bancos centrais costumam definir a estabilidade de preços como mobjetivo primordial de suas políticas, como uma inflação perceptível, mas baixa,como ideal. Uma forma de controlar os preços é a taxa de juros, quanto maior é ataxa de juros, menos dinheiro circula no mercado, o que diminui a capacidade decompra da população. Consequentemente, a inflação não sobe(EDUARDO, 2013)

    O Plano Real se desdobrou em três fases e, diferentemente dos anteriores,foi anunciado antecipadamente à sociedade. Em nenhum momento houvecongelamento de preços. A primeira fase, que durou do final de 1993 a fevereiro de

    1994 consistiu na batalha por aprovar no Congresso medidas que assegurassem ummínimo de controle sobre as contas públicas. Essa foi uma lição aprendida com osplanos anteriores: como a inflação alta ajudava o governo a fechar as suas contas,se o objetivo era derrubá-la e mantê-la no chão, era preciso tomar as rédeas dascontas públicas.

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    A segunda fase transcorreu de fevereiro a junho de 1994 e foi marcada pelaprogressiva cotação dos preços em URV, uma unidade real de valor, ou seja, umareferência estável de valor. O cruzeiro novo não saiu de cena de imediato. A cadadia, o BC fixava uma taxa de conversão da URV em cruzeiros, baseada na média detrês índices diários de inflação.

    A URV era uma quase moeda, porque servia de unidade de conta, de reservade valor, mas não de meio de pagamento. Ou seja, os bens e serviços continuavama ser pagos em cruzeiros novos, mas passaram a ter referência numa unidade devalor estável, mais ou menos como se fosse um substituto do dólar. Assim, a URVpermitiu o alinhamento dos preços sem necessidade e as inconveniências docongelamento. A terceira fase começa com a emissão da nova moeda, o Real, em

    lugar dos cruzeiros novos (UOL, 2013)Destaca-se deste modo a autoridade monetária que se faz presente pelo

    acompanhamento da autoridade monetária, de modo a atingir seus objetivos, deveestimular os agentes econômicos a responderem de acordo com as políticas queestão sendo implementadas. As expectativas formadas pelos agentes privados arespeito da atuação da autoridade monetária sofrem influência tanto da reputaçãoque ostenta essa instituição quanto da transparência com que implementa suaspolíticas. Nas economias capitalistas contemporâneas, a influência da autoridade

    monetária sobre o desempenho econômico depende em grande medida de suacapacidade de afetar as expectativas dos agentes privados, e cada vez menos desua capacidade de afetar diretamente a oferta de moeda.

    A moeda brasileira também é uma facilitadora da troca de bens e serviços ese faz aceita pelo publico para pagamentos, reembolsos de dividas e etc. Visto queexiste uma relação entre os investimentos reais realizados em uma economiacapitalista apresentam relação inversamente proporcional ao nível de taxas de jurosefetivamente praticada em determinado período. Os manuais de economia

    demonstram que quanto maior a taxa de juros utilizada, menor será o montante deinvestimentos em ativos reais e vice-versa, sendo assim, a variável conhecida como juros, um fator preponderante na tomada de decisão dos empresários que realizaminvestimentos.

    O modelo demonstra também, que quando a autoridade monetária forma umareputação de conduzir a política monetária por meio de uma regra voltada para o

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    controle exclusivo da inflação, dedicando pouca ou quase nenhuma atenção para odesempenho do produto da economia, o resultado observado não é o melhor. Nessesentido, tanto uma mudança na condução da política econômica deve ser efetuadaquanto uma nova reputação da autoridade deve ser construída.

    A oferta de moeda é assim um fator que exerce grande influência sobre ofuncionamento da economia podendo ser definida - quando considerada a condiçãode equilíbrio no mercado de moeda - pelo seu lado oposto, qual seja, o da própriademanda por moeda. Em outras palavras, a Autoridade Monetária deve ofertar umaquantidade de moeda que satisfaça sua demanda a cada período.

    Os meios de pagamento incluem o dinheiro público, adotam conceitos, edefinições fundamentados na moeda econômica. A moeda brasileira, o real, tem

    importância na economia, sendo considerado o padrão monetário brasileiro.O dólar é uma moeda conversível de cunho universal, o dólar é a moeda

    criada pelo governo norte-americano, vigente nos Estados Unidos e também emoutros países, como fundo de reserva – parte dos lucros dos bancos ou empresasque não entra nos dividendos nem nas despesas gerais, porém continua depositadocomo capital para qualquer acontecimento excepcional -, ou até mesmo comodinheiro oficial.

    Desde 1º de janeiro de 2002, o euro, a nova moeda comum europeia, deixou

    de ser virtual para tornar-se realidade. Três anos depois de ter sido introduzido nomercado financeiro, na condição de moeda abstrata, o euro chegou, finalmente, aobolso dos consumidores, circulando em 12 países da União Européia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália,Luxemburgo e Portugal, reunidos na chamada zona do euro, ou "Eurolândia". ADinamarca, a Grã-Bretanha e a Suécia --que, junto com os países da zona do euro,formam a União Européia (UE)-- decidiram ficar de fora da união monetária,mantendo suas moedas nacionais.

    Na maior troca monetária já realizada na história, o euro substituiu 12moedas, tornando-se o meio de pagamento oficial daqueles países. Isso significaque, passado o período de dupla circulação, 12 moedas europeias deixaram deexistir; é o caso, por exemplo, do marco alemão, uma das moedas mais estáveis domundo; assim como da dracma grega, cujo nome tem suas origens no século 6 a.C.

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    As políticas de governo tem a finalidade de promover o desenvolvimentoeconômico, quanto a política monetária ela é consolidada pela autoridade monetária,e tem uma interação com o COPOM que juntamente com o Banco Centralorganizam a taxa de juros a ser praticada na economia. O COPOM foi instituído em20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da políticamonetária e de definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionarmaior transparência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que jáera adotado pelo Federal Open Market Committee (FOMC) do Banco Central dosEstados Unidos e pelo Central Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra também instituiu o seu Monetary PolicyCommittee (MPC), assim como o Banco Central Europeu, desde a criação da moeda

    única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama de autoridades monetáriasem todo o mundo adota prática semelhante, facilitando o processo decisório, atransparência e a comunicação com o público em geral.

    Fala-se também das ações da política monetária, que se orientam pela lei daoferta e da demanda. Junto com a moeda vem atrelado o controle monetário.Quanto a divida publica, sabe-se que a mesma é oriunda do setor público que temorigem interna e externa. Existem três instrumentos, pelos quais o Banco Centralrealiza política monetária: open market, depósito compulsório e taxa de redesconto.

    Quando o governo deseja expandir o crescimento econômico, pode realizar umdeles ou todos simultaneamente. Uma prática comum é combinar tais políticasmonetárias com políticas fiscais, aumentando seus gastos.

    Atualmente, há no governo uma forte preocupação inflacionaria. Portanto, apostura do governo têm sido contrair a base monetária para frear o crescimento daeconomia. Ao fazer isto, ele garante que menos dinheiro ficará disponível para apopulação realizar seus gastos. Assim, os gastos diminuem e os preços tendem a seestabilizar com a redução da demanda.

    Os mercados de dinheiro são instituições que geram e facilitam a entrada decapitais, sendo feita por intermediários e tomador final. As políticas do governobrasileiro tem mostrado que o funcionamento do sistema econômico garante o plenoemprego e a estabilidade de preços, visto que apresenta uma serie de instrumentospara controle efetivo das variáveis dos sistemas econômico.

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    A política monetária praticada esta de acordo com a sua autoridademonetária, e os meios de pagamentos, títulos públicos e taxas de juros. Sendoverificado que esta política está de acordo com os ditames de uma políticaexpansionista e restritiva, visando selecionar e delimitar as atribuições do referidosistema.

    A autoridade monetária adota metas de inflação como orientadora de suapolítica monetária. A taxa de juros depende de uma serie de variáveis, que sãoreconhecidas como taxas Selic, IPCA e outros índices que ajudam na elaboraçãodas metas da economia.

    Quanto a política monetária atua sob quatro pressupostos: moeda comocentro da macroeconomia, oferta da moeda determina a demanda agregada, a

    demanda da moeda é função estável da renda, e a velocidade da moeda épraticamente constante a curto prazo. O controle monetário é feito pela autoridademonetária, e a divida publica é responsável pela oneração da economia que precisaarrecadar mais tributos para satisfazer os gastos públicos.

    A emissão da moeda é feita para satisfazer as reservas compulsórias, oredesconto, open market, e etc. Sabe-se que os mercados de dinheiro sãoresponsáveis pela entrada de dinheiro me diversas unidades econômicas, comomercados monetários e mercados de credito.

    Reescrever. Adequar segundo novos tópicos.

    2.2 EVOLUÇÃO DO CRÉDITO NA ECONOMIA BRASILEIRA.

    Nas economias capitalistas modernas o crédito assume importante papel,uma vez que desempenha função essencial no financiamento dos investimentos dossetores produtivos e do consumo das famílias. Na economia brasileira, a oferta de

    crédito, medida pela relação crédito/PIB, historicamente sempre foi baixa emcomparação a outros países, a despeito de o sistema financeiro de nosso país serconsiderado um dos mais sólidos e desenvolvidos do mundo, na atualidade.

    A oferta de crédito tem se elevado no país devido a uma série de fatores,entre eles, a retomada do crescimento econômico, a forte recuperação do mercadoformal de trabalho e o crescimento dos rendimentos do trabalho, impulsionado pela

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    política de valorização do salário mínimo e pelos ganhos reais obtidos por diversascategorias nas negociações coletivas.

    Além disso, houve uma clara orientação de política econômica, na últimadécada, no sentido da ampliação do crédito, especialmente pelos bancos públicosfederais e pelo BNDES, com vistas à sustentação do crescimento econômico, emresposta aos efeitos da crise econômica mundial. Com este objetivo, diversasmodalidades de crédito foram criadas, aperfeiçoadas e ampliadas, como o créditoconsignado em folha de pagamento, os cartões de crédito, o crédito para aquisiçãoda casa própria e o crédito rural, entre outros, conforme quadro X.

    TABELA 1 CRÉDITOS CONCEDIDOSR$ bilhões

    Discriminação 2010 2011 2012 2013

    Recursos livres 555,2 628,4 692,7 745,2Crédito pessoal 201,6 238,9 279,1 319,6Consignado 136,3 159,3 188,9 221,9

    Aquisição de veículos 140,3 177,7 193,2 192,8Cartão de crédito 100,1 114,0 126,5 144,6Cheque especial 16,3 17,6 18,3 20,2Demais 96,9 80,2 75,6 68,0Recursos direcionados 221,2 292,7 383,2 506,0BNDES 22,3 24,8 29,2 37,1

    Imobiliário 131,3 189,4 255,4 341,5Rural 61,4 72,6 90,7 115,3Demais 6,2 5,9 7,9 12,1

    Total 776,4 921,1 1075,9 1251,2Fonte: Banco central do Brasil

    Como resposta à crise, os bancos privados promoveram forte retração do crédito.Frente ao que a oferta de crédito passou a ser crescentemente sustentada pelosbancos públicos, que atuaram de forma anticíclica para evitar uma maior

    desaceleração da economia. A atuação dos bancos públicos ocorreu em todas asmodalidades de crédito - pessoa física e jurídica, recursos livres e direcionados.Houve aumento da participação dessas instituições no total do crédito

    ofertado à economia brasileira. Nos bancos públicos, o saldo das operações decrédito cresceu 210% em termos reais, enquanto nos bancos privados nacionais eestrangeiros, a expansão foi de 54% e de 46%, respectivamente. Em função disso, a

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    participação relativa dos bancos públicos, no saldo total das operações de crédito daeconomia, saltou de 36%, em janeiro de 2010, para 51%, em dezembro de 2013.Em consequência, os bancos privados nacionais e estrangeiros reduziram aparticipação na oferta de crédito, de 43% para 33% e de 21% para 16%,respectivamente, conforme dados do Banco Central.

    O volume do saldo da carteira de crédito direcionado para aquisição efinanciamento imobiliário cresceu 1,6 vezes (60%) entre 2010 e 2013. Essecrescimento se refletiu na maior participação da carteira de crédito imobiliário nototal dos recursos direcionados, que era de 59,4%, em 2010 e passou a ser de67,5%, em 2013. Vários fatores influenciaram esse crescimento substancial docrédito habitacional, como o aumento da renda das famílias, a estabilidade

    econômica, a entrada e maior atuação dos bancos privados nessa modalidade decrédito, uma vez que grande parte destes financiamentos era realizada pelos bancospúblicos, principalmente a Caixa Econômica Federal, além do incentivo do governoaos programas como o "Minha Casa, Minha Vida".

    O crédito rural - destinado aos produtores, cooperativas e associações, como objetivo de estimular a produção agrícola, os investimentos e a comercialização deprodutos agropecuários - representava 3,4% do PIB, 2010. Ao longo desse período,tal como ocorreu com a maioria das linhas de crédito da economia, esse percentual

    se ampliou, passando a representar 4,6% de toda a riqueza gerada no país. Valelembrar que somente o Banco do Brasil tem 66,1% de participação de mercado emcréditos rurais e agroindustriais.

    No que tange ao crédito com recursos livres, o consignado foi um dosdestaques no empréstimo voltado ao incremento do consumo das famílias,amparado na recuperação dos indicadores do mercado de trabalho e da renda. Em2013, o saldo total das operações de crédito consignado da economia brasileira foide R$ 221,9 bilhões, sendo R$ 17,9 bilhões destinados aos empregados da iniciativa

    privada, R$ 137,1 bilhões aos do setor público e R$ 66,7 bilhões aos aposentados epensionistas do INSS, conformes dados do Banco Central do Brasil. (seráestratificado)

    Em relação a 2010, o saldo total destas operações teve crescimento realacumulado de 62,80%. O maior crescimento ocorreu entre os trabalhadores do setorprivado, de 155,4%, seguido de 134,4% entre os trabalhadores do setor público e

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    112,9% entre aposentados e pensionistas. Contudo, quando se observa ocomportamento das taxas de crescimento real do saldo das operações de créditoconsignado, acumulado em 12 meses, nota-se uma expansão mais acelerada, apartir do final de 2009 até o início de 2011. Desde então, as taxas de crescimentodesaceleram e, em 2012 e 2013, praticamente retornam aos patamares vigentes noinício do período.

    Há de se ressaltar, entretanto, que apesar do crescimento verificado, acontinuidade da expansão do crédito no país depende de uma série de fatores. Emtermos mais pontuais e imediatos, destacam-se as recentes medidas do governoque visam permitir a portabilidade de crédito entre instituições financeiras. Com isso,é possível, através do acirramento da concorrência no setor, reduzir as taxas de

    juros.Do ponto de vista estrutural, os desafios estão colocados pela elevada taxa

    de juros e altos spreads do sistema financeiro nacional, uma vez não ser possívelampliar a oferta de crédito de forma persistente e segura, isto é, sem aumentar ainadimplência, na vigência de juros e spreads tão elevados.

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    3 PERFIL DAS CLASSES SOCIAIS DA FAMÍLIA BRASILEIRA

    O conceito de classe social é apresentado por França (2010) como variávelao longo de períodos históricos e também é influenciável pelos diversos modos deprodução, onde o critério econômico é implícito da divisão das classes.

    No Brasil, existem diversas técnicas de estratificação, assim como critériosdiversos de classificação da sociedade, tornando uma tarefa difícil, conforme França(2010). Dentre os critérios adotados, destacam-se alguns nesse trabalho tal comocritério do IBGE, também da SAE – Secretaria de Assuntos Estratégicos, do governofederal, o critério do Centro de Políticas Sociais, da FGV, e o critério Brasil, adotadopela ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas.

    O IBGE divide a população brasileira em cinco classes sociais de acordocom o rendimento familiar bruto mensal, mensurado em salários mínimos: a primeiraclasse compreende aquelas famílias que recebem até dois salários mínimos; asegunda classe vai de mais de dois até cinco salários; a terceira classe vai de maisde cinco até dez salários; a quarta classe compreende quem ganha mais de dez atévinte salários mínimos; e a quinta classe engloba quem recebe mais de vinte saláriosmínimos. O quadro X sintetiza a classificação do IBGE.

    TABELA 2 - CLASSIFICAÇÃO IBGECLASSE SALÁRIOS MÍNIMOS (SM) RENDA FAMILIAR (R$)

    A Acima 20 SM R$ 15.760,00 ou maisB 10 a 20 SM De R$ 7.7880,00 a R$ 15.759,99C 4 a 10 SM De R$ 3.152,00 a R$ 7.879,99D 2 a 4 SM De R$ 1.576,00 a R$ 3.151,99E Até 2 SM Até R$ 1.575,99

    O critério do IBGE está mais para uma classificação econômica dapopulação, com um critério rápido e simples de separar as famílias em grupos, do

    que um critério socioeconômico de estratificação.No Critério Brasil, as classes sociais são divididos em grupos classificados

    de acordo o acesso a bens e serviços determinados onde algumas variáveis sociaisdevem ser consideradas. Através da equação clássica Minceriana de renda, sãoatribuídos pesos às variáveis, onde as características mais permanentes da rendacorrente são utilizadas (Neri, 2010). Em 2008, foi utilizada como variáveis artificiais

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    binárias (dummies) a relação posse e quantidade de itens tomados e também acomo logaritmo da renda corrente familiar declarada. Entre os itens pode-sedestacar o número de automóveis, de aparelhos de TV em cores, de rádios, debanheiros, de máquina de lavar roupa, de geladeira e freezer, de videocassete/DVD,de empregados domésticos, e também o nível de instrução do chefe de família. Aprincipal função do Critério Brasil é classificar a população segundo seu poder decompra, sem ter pretensão de classificação em classes sociais. Em 2015 houve aincorporação de dois serviços públicos como variável, água encanada e ruapavimentada, também a inclusão de outros bens duráveis (microcomputador, lavalouça, micro-ondas, motocicleta e secadora de roupas), exclusão da televisão emcores, além da união das classes D e E, para uma única classe DE, diminuindo o

    total de 8 para 7 classes. Tais mudanças foram realizadas com o intuito de atualizaros critérios de classificação socioeconômica de acordo com dinâmica da economiabrasileira, que sofreu variações significativas nos níveis de renda e na posse debens nos domicílios nos últimos anos . Apesar da ampla utilização do Critério Brasil,ele sofre algumas críticas. Kamakura e Mazzon (2013) destacam limitações destecritério, como constante mudança das variáveis, além da falta de muitas outrasrelevantes. Kamakura e Mazzon (2013) colocam que a massificação dos produtosfaz com que o poder de discriminação da posse de bens diminua com o tempo. Essa

    é uma das razões pela qual o critério tenha de passar por atualizações.

    3.1 EVOLUÇÃO DAS CLASSES

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    4 ENDIVIDAMENTO DA FAMÍLIA BRASILEIRA

    4.1 HISTÓRICO DO ENDIVIDAMENTO

    O acesso ao crédito viabiliza o aumento do consumo de bens e serviços,porém, também aumenta o nível de compromentimento da renda. Slomp (2008)afirma que o endividamento reflete o caráter consumista de uma sociedade e revela-se como um problema de ordem social e não individual, afetando consumidores efornecedores.

    Nas aquisições através de crédito, o consumidor compromete sua rendasem imaginar que uma situação inesperada, que demande dispêndio monetário ouinterrupção do recebimento de renda, possa ocorrer e como sua renda já estácomprometida esta situação resultará em falta de pagamento. Os gastos a maisaparecem e a dívida em decorrência do crédito adquirido continua vencendo ecomo a pessoa está sem condições de pagá-la os encargos por atrasocomeçam a incidir, tornando a dívida maior ainda.

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    5 DISCUSSÃO

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    REFERÊNCIAS

    SLOMP, J. Z. F. Endividamento e Consumo . Revista das Relações deconsumo, p.109-131, 2008.

    FEIJO, c. A.; paiva, g. F. S.; silva, d. B. N.Consumo e critérios de classificaçãosocioeconômica: um estudo aplicado à pesquisa de orçamentos familiares .Center of Studies on Inequality And Development. Texto para Discussão nº 75, Abril,2013. Disponível em: http://www.proac.uff.br/cede/sites/default/files/td75.pdf>. Acesso Em: 15/05/2015.

    FRANÇA, Martha Amaral. A “classe média” brasileira: um estudosocioeconômico recente . 2010. 142 f. Dissertação (Mestrado em EstudosPopulacionais e Pesquisa Social) - Escola Nacional de Ciências Estatísticas, 2010.

    KAMAKURA, W. A.; MAZZON, J. A. Estratificaçãosocioeconômica e consumo noBrasil . Blucher, 2013.

    NERI, Marcelo Cortes (coord).A Nova Classe Média: o lado brilhante dos pobres .Centro de Políticas Sociais, FGV. Rio de Janeiro, mimeo., disponível em:http://www.cps.fgv.br/ibrecps/ncm2010/NCM_Pesquisa_FORMATADA.pdf, acessoem 23 de maio de 2015.

    ABRAMOVAY, R. Laços financeiros na luta contra a pobreza . São Paulo:FAPESP, 2005. ANDERSON, C.A cauda longa . Do mercado de massa para o mercado de nicho.

    Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. ANDRADE, M.Introdução à metodologia do trabalho científico . São Paulo: Atlas,2001. ARIDA. P. A pergunta de Arida.Revista Isto É Dinheiro , 20/08/2003.BARBOSA, L.Sociedade de consumo . Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. ________. Cultura, consumo e identidade . Rio de Janeiro: FGV, 2006.

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    ANEXO 2 24

    BARKI, E. Classe D. Um mercado para ser descoberto, mas ainda pouco explorado.In: Época , São Paulo, jun./2012, p. 22-24.

    BAUDRILLARD, J.A sociedade de consumo . Lisboa: Edições 70, 2005.

    BAUMAN, Zygmunt.Vida líquida . Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

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    BRIDGES, D.; LEWIS, D.A alma do novo consumidor . São Paulo: Makron Books,

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