monografia psicossomÁtica e sexualidade

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  • 8/8/2019 MONOGRAFIA PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE

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    ASSOCIAO BRASILEIRA DE MEDICINA PSICOSSOMTICA

    REGIONAL SO PAULO (ABMP)

    DR. DEOCLECIO TONELLI

    MARIA IZABEL LABRUCIANO TONELLI

    MONOGRAFIA

    PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE

    SO PAULO

  • 8/8/2019 MONOGRAFIA PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE

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    2008

    PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE

    Monografia apresentada diretoria doCurso de Formao em

    Psicossomtica como requesitoparcial para a obteno do ttulo deEspecialista em MedicinaPsicossomtica, sob orientao daProf. M.s. Maria Aparecida Mello

    SO PAULO

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    AGRADECIMENTOS

    Agradecemos aos professores da ABMP-SP, que possibilitaramnossa formao tica e cientfico-profissional, ao longo destes anos deconvvio.

    Agradecimentos especiais a Maria Rosa Spinelli, Solange Lopes

    de Souza e alguns colegas que nos estimularam e incentivaram aprosseguir para a concluso deste curso.

    IV

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    DEDICATRIA

    Dedicamos este trabalho ABMP-SP e, em particular, aos professores.

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    SUMRIO

    1.

    MONOGRAFIA ...............................................................................................................I

    PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE ........................................................................I

    PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE .......................................................................II

    SUMRIO ............................................................................................................VI1. INTRODUO ..........................................................................................................1

    1.1 A VISO PSICOSSOMTICA ...............................................................................4

    1.2 Conceito de Psicossomtica ...............................................................................41.3 Psicossomtica: A influncia de fatores psiquicos nas manifestaes

    fsicas ........................................................................................................................... 6

    1.4 Uma anlise do paradigma biomdico ou medicina ocidental tradicional...17

    2. A VISO PSICOSSOMTICA DOS TRAUMAS E DOENAS RELACIONADOS

    SEXUALIDADE .......................................................................................................22

    2.1 Estudos Tericos de Base Psicanaltica ..........................................................22

    3. OBJETIVO ..............................................................................................................314. CONCLUSO .........................................................................................................31

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..........................................................................32

    VI

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    1. INTRODUO

    Psicossomtica e Sexualidade

    Na realizao de um estudo sobre sexualidade e Psicossomtica, faz-se

    necessrio compreender a Psicossomtica e como o termo rompe a diviso

    corpo/organismo para reconstituir um conjunto biolgico unindo psique e

    somatizaes que concentram abordagens diversas e que contemplam a viso

    Psicossomtica e sistmica da Sexualidade. A abordagem psicanaltica sob o

    enfoque freudiano oferece as condies para compreender a estrutura da

    sexualidade humana sob o ponto de vista da etiologia de certas neuroses.

    Neste contexto, o estudo tem o objetivo de identificar como um fenmeno

    clnico que se expressa no corpo, que se projeta em uma doena psicossomtica e

    sua relao com a sexualidade. Pretende-se analisar como a psicossomtica um

    referencial para compreender os valores e significados da sexualidade na vida da

    pessoa, avaliar como os traumas e fracassos podem evoluir para doenas

    psicossomticas contribuindo para distrbios funcionais, apontar as abordagens em

    psicossomtica na historia emocional relacionada sexualidade.

    Justifica-se a realizao do estudo com base no pressuposto de que a

    Medicina Psicossomtica possui os fundamentos para compreender as relaes

    mente-corpo dando destaque a explicaes psicolgicas da patologia somtica, uma

    proposta de assistncia integral e uma transcrio, para a linguagem psicolgica dos

    sintomas corporais, que busca perceber o doente submerso em sua construo

    simblica particular, em que a doena apenas mais um componente necessrio

    ligado sexualidade humana.

    A Psicossomtica tem seus pilares assentados, sobre os conhecimentos da

    Fisiologia, Psicologia Social, Patologia Geral, Psicologias Dinmicas (notadamente,

    a Psicanlise) sendo portanto um estudo interdisciplinar que envolve o

    conhecimento de outras reas.

    A motivao para a escolha do tema se reflete no reconhecimento de que a

    psicossomtica valoriza a subjetividade humana, a histria de vida das pessoas e

    sua relao com emotividade e a afetividade. Portanto, o tema envolve inmeros

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    processos humanos que se estabelecem e marcam profundamente o ser humano

    como a famlia, o ambiente cultural e as representaes sociais.

    O ser humano como ser dinmico e holstico com o mundo, tem importantepapel nas relaes interpessoais e intra-pessoais em suas relaes e, nelas

    desenvolve seu papel de cidado participando efetivamente da vida social, cultural e

    poltica no meio no qual est inserido. Neste contexto, o ser humano no est

    isolado, mas em constantes relaes com o meio.

    A sade, a doena e os processos de cura so construes sociais e

    representaes que se incorporam em quadro complexo que envolve fatores

    biolgicos, socio-econmicos, culturais, psicossociais e religiosos, que influenciam

    nas suas atitudes face doena e aos processos de cura.

    Assim, compreende-se que a doena e a cura, se vistas como uma inter-

    relao psicolgica do ser, tem suas representaes dimensionadas na forma de

    cura ou de dificuldades de reverter os processos da doena, quando se tratam

    tambm de traumas infantis que envolvem a vivncia da sexualidade.

    Assim como tantos outros conceitos e expresses sofreram distores

    importantes, e que infelizmente se familiarizaram, o conceito Psicossomtico

    tambm sofreu, como se tivesse tornado em uma panacia universal.

    Existe um grande nmero de significados e tendncias na psicossomtica, o

    que revela a possibilidade de se estabelecer um estatuto preciso e definitivo para o

    conceito Psicossomtico.

    Levando em conta esta possibilidade, a Psicossomtica a tentativa viva e

    concreta de se estudar o ser humano de uma forma integral, persistindo sempre o

    maior dos desafios: o efetivo encontro do ser humano consigo prprio e com o

    outro que representa a sexualidade.

    Sabe-se que o mundo circundante percebido de forma diferente pelos

    seres vivos, assim tambm o sentir-se doente. Cada indivduo vive de forma

    prpria o seu mundo, atravs da dinmica mental que constri a partir da realidade

    externa, ou seja, segundo sua histria de vida.

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    1.1 A VISO PSICOSSOMTICA

    1.2 Conceito de Psicossomtica

    Mello Filho (1992) considera que a Psicossomtica tem como objeto de

    estudo as relaes entre a estrutura psicolgica e as doenas que afetam o corpo e,

    a inter-relao entre mente/corpo para compreender o sentido da doena.

    Perestrello (1983) avalia que a Psicossomtica tem a funo de relacionar a

    vida emocional com o surgimento das doenas, buscando a sua inter-relao com

    com a psique humana.

    Como a doena um estado que tem como foco uma perturbao de rgos

    e clulas preciso identificar os tipos de doenas que podero ser causadas pelo

    estado emocional e psicolgico, alm de processos inconscientes e intra-psquicos,

    especialmente os que so oriundos da sexualidade humana. Segundo Silva (2003,

    p.2):

    Os sintomas mais bsicos que aparecem envolvendo fatores sexuaisrevelam a brutalidade do fator sexual para a vida humana quando aqueleaparece como um problema. Nela, encontramos sintomas como cefalias,prises de ventre e outros que decorrem de uma atividade sexual nosatisfatria segundo Freud (1898), como por exemplo, o excesso demasturbao. H tambm na neurose de angstia sintomas de naturezadiversa, como distrbios respiratrios ou cardacos, diarrias e congestes,os quais aparecem quando h uma deflexo da libido de sua aplicaosatisfatria, a qual Freud (1895) encontrou de forma mais objetiva e fatualno coito interrompido. Na hipocondria no se verificam sintomas somticosconcretos; contudo, ela concerne a uma experincia de ordem tambmcorporal, como a nosofobia (medo de ficar doente), ligada aos sintomas daneurose de angstia.

    Lewis (1988) aponta que os estudos em psicossomtica demonstram que os

    sinais das doenas no corpo podero ser uma reao que o caminho para o

    equilbrio fsico, psquico e emocional.

    Desta forma, a psicossomtica contribui para a cura e a preveno defuturas doenas, pois estimula a reflexo da vida do indivduo como um todo no

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    tocante s doenas somticas que surgem, tendo como fator etiolgico os aspectos

    mentais.

    A evoluo da medicina psicossomtica vem contribuindo para acompreenso da doena a partir de um enfoque psicossocial, a partir da situao

    existencial (fsica ou psquica). Ballone (2001) considera que grande parte das

    doenas adquiridas pelo ser humano resultado de seus relacionamentos

    desequilibrados com o mundo.

    Nesse contexto, essa viso impe uma reflexo sobre os sentimentos

    humanos e como as emoes tm poder de trazer efeitos malficos e benficos

    sobre a sade. O enfoque teraputico da psicossomtica envolve um profundo

    refletir sobre as formas de compreender a doena e os efeitos emocionais da vida

    sobre a pessoa.

    Estudos de base psicossomtica apontam a influncia dos fatores psquicos

    nos distrbios fsicos, no estado psicolgico da pessoa e o papel do meio externo,

    particularmente o meio social como reflexo na doena.

    Assim, compreende-se que h uma influncia no estado de sade do corpo

    em relao com o psiquismo da pessoa sendo possvel investigar os possveis

    fatores psquicos influentes nos eventos da doena.

    Portanto, entende-se que qualquer ser humano ao saber que est doente,

    sente os reflexos emocionais e afetivos da doena. Nesse caso, o ser doente poder

    se sentir invadido por reaes psquicas que podem prejudicar o estado da doena e

    desfavorecer o processo de cura que poderia ser possvel ou, at mesmo, o tempo

    de recuperao.

    Assim, compreende-se que a doena e os processos de cura so

    construes sociais, resultantes de um processo complexo que integra fatores

    biolgicos, socio-econmicos, culturais e psicossociais que permeiam o contexto da

    histria de vida das pessoas e que exercem marcada influncia nas suas atitudes

    face doena e aos processos de cura.

    O modelo convencional da medicina sistmica apresenta uma viso

    reducionista da sade e doena j que, em seu modelo, no coexistem no processo

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    teraputico a enorme gama de questes que demonstram a correlao entre cura e

    o estado emocional.

    1.3 Psicossomtica: A influncia de fatores psiquicos nas manifestaes

    fsicas

    Esse processo que envolve um eixo problematizador como a relao

    indivduo/sociedade, fundamental para ser refletida pelos profissionais de sade

    como questo que diz respeito importncia da insero das cincias sociais na

    sade coletiva.

    Estudos de base psicossomtica apontam influncia dos fatores psquicos

    nos distrbios fsicos no estado psicolgico da pessoa e o papel do meio externo,

    particularmente o meio social como reflexo na doena.

    Assim, compreende-se que h uma influncia no estado de sade do corpo

    em relao com o psiquismo da pessoa, sendo possvel investigar os possveis

    fatores psquicos influentes nos eventos da doena.

    Estudos de Soucasaux (2007) na rea de psicossomtica com vrias

    pacientes, permitiram constatar que as doenas que ocorriam no tero feminino

    desencadearam importantes fatores psquicos.

    Nesse rgo especificamente existe um forte poder psicossomtico, devido

    sua intrnseca relao simbolgica com a natureza feminina. As doenas no ovrio

    alteram significativamente a imagem da mulher perante si e os outros. Portanto,

    afetam psicologicamente a mulher, na medida em que envolvem uma extensa redede interaes fisiolgicas, anatmicas e psquicas.

    Soucasaux (2007) adverte sobre essa relao semitica que precisa ser

    considerada na totalidade do tratamento de doenas na ginecologia. Segundo o

    autor, deve-se considerar que a mulher apresenta uma infinidade de traos muito

    peculiares que exigem uma compreenso mais profunda de seus problemas, sendo

    necessrio um enfoque psicossomtico para permitir a totalidade. Os ovrios

    femininos tm na concepo de Soucasaux (2007):

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    Os caracteres anatmicos, fisiolgicos e psquicos da mulher interagementre si, e como essa totalidade complexa se reflete na problemticaginecolgica. No so apenas partes ou fragmentos isolados do corpo damulher que exigem a ateno do profissional, mas sim o todo do feminino,a sua totalidade somatopsquica.

    Desse modo, a prtica da Ginecologia deve abranger no s a Medicina e a

    Biologia, como tambm a Psicologia e a intrincada relao mente-corpo.

    Considerando-se que as doenas somticas e seus sintomas conceituam o

    fenmeno de conexo a que atribui o sentido de expresso simblica de conflito.

    Neste sentido, a doena psicossomtica se reverte de conflitos internos,

    relativos conexo de conflito existente por ser esse rgo uma simbologia defertilidade da mulher. Portanto, quando as doenas psicossomticas atingem a

    mulher necessrio uma viso muito mais prxima da reflexo filosfica e

    metafsica e, portanto, mais globalizante ou holstica.

    O enfoque mais importante para contemplar as necessidades femininas no

    concernente ao quadro de sade reprodutiva dever considerar de forma global os

    aspectos bio-psico-sociais, buscando as melhores formas de manuteno da

    confiana no binmio mdico-paciente.

    Rosas (2006, p. 2) considera que a prtica clnica da tocoginecologia

    dever necessariamente passar por uma interao mdico-paciente baseada em

    uma comunicao emptica, respeitando a dignidade da mulher, sua condio e

    capacidade de tomar suas prprias decises, seguindo os princpios bsicos da

    biotica.

    nesse sentido que, atualmente, a medicina psicossomtica vem ganhando

    espao entre os profissionais da rea mdica, porque tanto a abordagem preventiva

    quanto curativa, considerando seu corpo somtico, seu funcionamento psquico e

    sua realidade social, busca o estabelecimento de conexes psicossomticas atravs

    do exerccio da interdisciplinaridade.

    Da, os desafios do tratamento teraputico que envolve uma

    multidisciplinaridade nos tratamentos de certas doenas ginecolgicas. Soucasaux(2007, p. 2) adverte para a necessidade de uma:

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    Os progressos da medicina oficial e a introduo das cincias sociais e

    humanas favoreceram para que a doena e o indivduo passassem a ser vistos pela

    medicina antropolgica de forma humanizada o que favoreceu a compreenso da

    sade, da doena, dos processos de procura de sade e das teraputicas. Embora

    ainda se verifiquem prticas que necessitam ser revistas e refletidas sobre a

    humanizao das doenas e seus reflexos na cura.

    Considerando-se que conforme Jeammet (1989, p. 205) um fator

    psicolgico interveniente, no de modo contingente, como poder ocorrer em

    qualquer afeco, contribuindo essencialmente gnese da doena, como as aes

    que impe isolamento ao ser doente e fatores estressores como um ambientemrbido ou demasiadamente silencioso e aptico. Assim, o ser doente tambm

    um ser psquico, social e cultural.

    A viso da doena como fator somtico apresenta uma ao integrativa e

    enriquecedora do conhecimento profissional sobre a sade, alm de constituir um

    paradigma de uma forma de pensar do ser humano que privilegia a interao

    teraputica profissional humanizadora da transio para a sade que considera o

    homem como um ser dinmico plenamente envolvido na natureza, sociedade e nacultura.

    Conforme Geertz (1983, p. 113) o enfoque psicossomtico relativo

    doena tem uma relao com a viso antropolgica da doena que implica, de um

    lado, analisar a doena como um elo entre mente e corpo na relao entre razo e

    sentimento, historicamente formulados e intrinsecamente relacionados a esta.

    Assim, a antropologia admite plenamente as relaes mente e corpo, comnfase na explicao psicolgica da patologia somtica, numa proposta de

    assistncia integral e alternativa e uma transcrio para a linguagem psicolgica dos

    sintomas corporais.

    Mas, certamente, os mesmos guardam semelhanas o que permite

    identificar parmetros comuns entre os pacientes psicossomticos, como:

    dificuldades de descrever emoes ou mesmo senti-las e possuem segundo alguns

    autores, o tipo de estrutura de pensamento neurtico, frente por exemplo a perdas

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    emocionais. Neste momento, frente a essas perdas e a impossibilidade de lidar com

    tais afetos h o empobrecimento do Ego e a vulnerabilizao, desta forma, do soma.

    Castro (2007) aponta que a Psicossomtica como campo de conhecimentohumano exige um tratamento interdisciplinar ou multidisciplinar na medida em que o

    tratamento das doenas envolvem uma relao forte entre o aparelho psquico e

    somtico. O autor considera (2007, p. 2):

    Portanto, so sistemas distintos, com regras distintas, mas que serelacionam, interagem, e como o prprio prefixo inter nos diz:posio intermediria, com noes de reciprocidade entre os dois

    sistemas. No temos dvidas que o aparelho psquico formado a partirdo somtico, da percepo sensorial. No temos dvidas tambm que osomtico sofre influncias constantes do aparelho psquico, commanifestaes fsicas variadas.

    Neste sentido, percebe-se a necessidade de haver um quadro de diferentes

    conhecimentos, inclusive sob o enfoque psicanaltico e psicomossomatista que

    possam no tratamento do paciente desenvolver as relaes existentes entre os

    diversos conhecimentos que compem o quadro psquico, o somtico e o social.

    A viso multidisciplinar favorece o diagnstico das doenas de cunho

    psquico e somtico. O ser humano como ser dinmico e holstico com o mundo,

    tem importante papel nas relaes interpessoais e intra-pessoais em suas relaes

    e, nelas desenvolve seu papel de cidado participando efetivamente da vida social,

    cultural, poltica e social no meio no qual est inserido. Neste contexto, o ser

    humano no est isolado, mas em constantes relaes com o meio.

    A sade, a doena e os processos de cura so construes sociais e

    representaes que se incorporam em quadro complexo que envolve fatores

    biolgicos, socioeconmicos, culturais, psicossociais e religiosos, que influenciam

    nas suas atitudes face doena e aos processos de cura.

    Assim, compreende-se que a doena e a cura se vistas como uma inter-

    relao psicolgica do ser, tem suas representaes dimensionadas na forma de

    cura ou de na dificuldade de reverter os processos da doena. Conforme Cerchiari(2000, p. 2):

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    dinmico plenamente envolvido na natureza, sociedade e na cultura. Assim,

    Laplantine (1991, P. 41) considera que:

    O modelo assistencial no paradigma biomdico ocidental, a patologiasignifica o mau funcionamento ou m adaptao de processos biolgicos epsicolgicos no indivduo; enquanto enfermidade (estar doente) representaas reaes pessoais interpessoais e culturais perante a doena.

    De acordo com o autor, a sade, a doena e o tratamento so partes de um

    sistema cultural e, como tal, devem ser entendidas nas suas relaes mtuas.

    Examin-las isoladamente distorcer a compreenso da natureza dos mesmos, de

    como funcionam num dado contexto e em relao ao tratamento e cuidados de

    sade.

    Na contemporaneidade, a assistncia mdica pelo paradigma biomdico

    intensifica os tratamentos de forma a no considerar as necessidades dos doentes e

    seus sentimentos psicolgicos frente doena, pode tambm ser identificada como

    mais uma forma de excluso, por que contribui para o afastamento do indivduo de

    uma situao que ocorre consigo e que precisa ser compreendida para que seestimulem a formao de uma conscincia de enfrentamento da doena e no

    apenas de passividade.

    A doena seria, no entanto, uma construo de uma possibilidade de

    vivenciar afetos sem risco de uma dor impossvel: a sua prpria destruio como

    sujeito. O adoecer, segundo Rodolpho Paulo Rocco no livro Psicossomtica Hoje de

    Julio de Mello Filho, coloca em jogo mecanismos inconscientes de adaptao e

    defesa como: Regresso, Negao e Racionalizao.

    A utilizao de mecanismos de defesa para preservar o ego e a interao

    com objetivos parciais bons e maus caracteriza a posio esquizo-paranide. Um

    nmero de experincias positivas maior que a das negativas ocasiona a transio a

    posio depressiva.

    A psicanlise em seus primeiros estudos demonstrou como o soma reage e

    transfere para a psique problemas que o aparelho psquico, na maioria das vezes

    mal estruturado, no consegue resolver.

    12

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    nesta fase que todo conflito se torna uma ameaa ao desenvolvimento

    dessa pessoa, que inconscientemente aciona os mecanismos de defesa para

    diminuir a tenso. Isto ocorre porque o sujeito, muitas vezes, no consegue suportar

    alguns problemas e a recorre aos mecanismos de defesa de maneira a diminuir tal

    conflito existente manifestando-se sob a forma de fobias, compulso, obsesso, etc.

    A maior parte dessas manifestaes tem carter psicossomtico e, embora

    no se tenha conseguido cientificamente um reconhecimento de tal processo, o

    sintoma somtico admite ser interpretado porque est a servio de uma outra

    inteno, a inteno psquica. A compulso no vmito, poderia, por exemplo, ser

    explicada pela necessidade do sujeito colocar para fora alguma coisa que lhe estprejudicando. Mas, as coisas no caminham apenas pela lgica, afinal, cada sujeito

    estruturado a partir de traos prprios e sua constituio se faz de acordo com seu

    percurso e a partir de sua trajetria, da a complexidade e sua singularidade.

    O ser humano est em constante movimento e a todo momento surgem

    situaes que exigem dele uma soluo. No entanto, se este processo for total ou

    parcialmente bloqueado a soluo no ser adequada, a ao se mostrar

    comprometida e a emoo fica contida, o que implica que a manifestao daemoo faz-se de maneira indireta e/ou simblica. Aproximando-se muito, portanto,

    aos conceitos de somatizao e converso.

    Deve-se sintetizar e operacionalizar este movimento:

    13

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    compreendido portanto, que a doena uma reao ativa do organismos ameaas simblicas decorrentes da integrao social, e no apenas um efeito

    aos estmulos nocivos.

    O estresse, por exemplo, seja ele fsico, psicolgico ou social, um termo

    que compreende um conjunto de reaes e estmulos que causam distrbios no

    equilbrio do organismo, freqentemente com efeitos danosos. Selye descreveu o

    que chamou de sndrome geral de adaptao com trs fases sucessivas: alarme,

    resistncia e esgotamento. Aps a fase de esgotamento surgem ento as doenas,

    intituladas por ele de doenas de adaptao.

    Sintoma

    Busca expresso para

    solucionar o estado que

    foi criado

    Se o processo for

    bloqueado

    Emoes

    Palavra

    ComunicaoContedo

    Ideolgico

    Soluo fica

    prejudicada

    Emoo fica contida

    14

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    Apesar do aumento do nvel de conhecimentos, sobre esta extensa e

    complexa rede, ainda no se conhecem os mecanismos pelos quais o organismo

    estabelece com uma adequada ou uma m resposta diante dos agentesestressores.

    A enfermidade psicossomtica o negativo de um positivo (unidade do

    psique e do soma) segundo Winnicott; para Capristano o ser humano

    essencialmente psicossomtico. Alexander frisa que o sintoma uma expresso

    simblica produzida no sistema neuro-muscular com a funo de liberar tenses

    emocionais.

    Para Dethlefsen; Thornald e Dahlke (1983) o sintoma uma manifestao

    do que nos faz falta, de princpios que no foram vividos pela conscincia e que

    descem para o corpo, tornando-se visveis como sintomas corporais. O sintoma

    aparece como espelho de nossa alma e exige a nossa ateno. No sentido holstico,

    os acumpunturistas e reflexologistas enfatizam a necessidade de um olhar mdico

    no mbito energtico do processo que ocorre no corpo.

    Perestrello passa a propor uma nova concepo sobre doena ressaltando a

    noo do homem como unidade psicossomtica. Eva, Vilardo e Kubo vem as

    ocorrncias clnicas como sintomas psicossomticos que aparecem sem um sentido

    atribudo.

    Segundo Lazlo (1996), o adoecer psicossomtico preenchido por produo

    simblica em que no h como reintegrar o corpo biolgico pois, trata-se de uma

    no natureza transformada pelo homem.

    Inibio de respostas de Anticorpos

    Estresse

    Aumento de corticoesterideAumento de Noropinefrina e Epinefrina

    15

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    Dethlefsen; Thornald e Dahlke apresentam uma abordagem dedicada

    lgica da conscincia humana, em que o corpo nunca est doente ou saudvel, visto

    que nele se expressam as informaes da conscincia que se tornam visveis ou o

    mbito de concretizao da conscincia. O corpo nada faz por si mesmo, tudo que

    acontece em um ser vivo, a condensao da imagem (do grego eidolon), cada

    uma das funes do corpo depende de um padro de informao cuja origem a

    prpria conscincia.

    A doena seria a perda relativa da harmonia ou de uma ordem at ento

    equilibrada, o fato do desequilbrio se torna visvel, palpvel na forma dos sintomas

    corporais. Dethlefsen; Thornald e Dahlke

    1

    ressaltam que a doena est arraigada naexistncia humana, o sintoma nos avisa que, com os seres humanos, como seres

    anmicos, estamos doentes. O sintoma nos informa que est faltando alguma coisa

    (se nada lhe faltasse, a sade (o equilbrio) estaria sadia, integra, perfeita). Falta

    conscincia e portanto, tem-se um sintoma.

    A viso psicossomtica usada para todos os sintomas sem excluso, a

    viso unitria da doena permite distinguir doena (mbito da conscincia) e sintoma

    (mbito do corpo) como um sinal que atrai sobre si a ateno, o interesse e aenergia, pondo em risco o fluxo natural do processo. Esta interrupo de energia

    sentida como se viesse de fora, como se fosse uma perturbao. O sintoma deve

    tornar-se suprfluo e manifestar-se. O nosso olhar de sintoma dever nos levar com

    mais profundidade a compreender o que o sintoma est nos apontando, separando

    a forma do contedo.

    O sintoma um companheiro capaz de ajudar a descobrir o que falta, seu

    nico objetivo tornar-nos perfeitos. preciso entender a linguagem do sintoma.

    Toda a nossa linguagem psicossomtica e conhece as inter-ligaes entre corpo e

    psique.

    1

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    Os sintomas so muitos mais teis; capazes de nos orientar e nos integrar

    em ns mesmos, atravs da aprendizagem e conscientizao para a transmutao

    da doena. no sintoma que o homem vive aquilo que no quis tomar conscincia,

    o sintoma usa o corpo como instrumento para a pessoa tornar-se cada vez mais um

    todo, conhecer a si mesmo e descobrir o selfe o todo que o compe. O sintoma nos

    torna mais honestos, pois torna visvel o que estava reprimido.

    1.4 Uma anlise do paradigma biomdico ou medicina ocidental tradicional

    O paradigma biomdico no processo de concepo da doena e seus

    mecanismos de cura impem racionalidade mdica, moderna, que tem como trao

    fundamental o mecanismo fisiologista. Nessa concepo, a vida deixou de ser objeto

    central da prtica mdica (clnica), e a forma humana passou a ser vista de forma

    dissociada dos aspectos psicossociais. Ainda conforme Nicoletti (2007, 04):

    Em funo do modelo reducionista de sade, ensinado atualmente nasescolas mdicas, a especializao em doenas ou em sistemas ou rgos o objetivo da maior parte dos alunos (e ser atendido por um especialistaem doenas parece ser a vontade da maior parte dessas pessoas). Issoleva o mdico dos nossos dias a se distanciar cada vez mais daquele quedeveria ser seu verdadeiro objetivo, qual seja, o de ser um especialista emsade, entendida no seu sentido mais amplo de bem estar fsico, mental esocial.

    Desta forma, Ruffino Netto e Pereira (1982) avaliam os diferentes nveis que

    se tm colocado na interpretao do processo sade-doena e suas implicaes,

    especialmente nos trabalhos e estudos na rea da epidemiologia que so ainda

    bastante conservadores e carecem de uma viso holstica que permita uma

    percepo maior das estruturas que deveriam ser transformadas para se levar

    sade.

    FIGURA N 01 Demonstrao da estrutura do processo sade-doena na rea de epidemiologia

    17

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    Fonte: J. Pneumologia vol. 26 n.4 So Paulo July/Aug. 2000

    Os autores analisam o processo de sade-doena na medicina tradicional, a

    partir dos modelos de assistncia na sade pblica nos servios de epidemiologia

    que ainda mantm uma estrutura baseada em aspectos ideolgicos para explicar a

    doena. Conforme Luz (1996, p. 137) esse modelo marcado por profunda

    racionalidade mdica significando um sistema lgico e teoricamente estruturado que

    apresenta dimenses interligadas.

    Esse processo tem sua base fisiolgica iniciada na enzima intracelular, que

    se desenvolve no tecido celular afetando a sade do indivduo. O processo de

    doena envolve o domnio de poder da famlia que se utiliza dos servios pblicos

    de sade. De acordo com Ruffino Neto (2002, p. 3):

    O plano dos servios de sade foram concebidos com novas bases eutilizando nova lgica de repasse de recursos financeiros para os

    municpios em uma lgica que altera radicalmente a forma de focalizar epensar o plano de atividades. Para se obter recursos financeiros, o serviode sade tem que mostrar resultados, isto , curar pacientes detuberculose e devolver estes pacientes efetivamente curados para asociedade. Isto significa pensar na forma de procurar os suspeitos,identific-los, diagnosticar a doena, tratar e obter boa adeso aotratamento.

    Neste contexto, deve-se acrescentar que caber ao Municpio/Estado, o

    empenho em melhorar o seu sistema de informaes para notificar casos e notificar

    as curas.

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    O processo de tratamento de doenas na concepo de Sevalho (1993, p.

    15), deve necessariamente envolver o sujeito doente como centro do paradigma

    mdico, tendo como base a humanizao na relao mdico-paciente como

    elemento fundamental da teraputica e buscar os meios teraputicos simples,despojados tecnologicamente (menos dependentes de tecnologia dura), menos

    caros e, entretanto, com igual ou maior eficcia em termos curativos.

    No entanto, a medicina tradicional tende a menosprezar as terapias

    alternativas exemplo da acupuntura oriental, dentro dos servios bsicos de sade

    prestados s populaes.

    Aponta-se neste grfico acima de Starfield (1992) apud Minayo (2005), as

    diretrizes dos elementos que compem o sistema de sade formado por uma

    estrutura composta de pessoal ou recursos humanos, servios de sade, instalaes

    especficas em hospitais, clnicas e postos de sade, com base em vrios tipos de

    servios de assistncia mdica orientada nos vrios estados brasileiros por um

    sistema de gesto organizacional.

    19

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    Neste contexto, as condies exigem a reformulao, a organizao e o

    funcionamento dos respectivos sistemas de sade, tendo em vista a reduo dos

    recursos disponveis para o setor, assim como para a poltica social em geral.

    Canesqui (2002, p. 5) considera que atualmente h uma maior flexibilidade,

    na sade coletiva e nas cincias sociais, para abrir-se a novos objetos que suscitam

    mudanas ou permanncias nas vises de mundo e valores sobre as doenas

    psicossomticas.

    Os hospitais se tornaram os espaos da cura de patologias em abordagem

    tcnica da sade e da terapia mdica, atravs de mtodos altamente sofisticados. E

    na sade pblica, o descaso e a falta de equipamentos mdicos e medicamentos

    demonstram como a sade pblica no Brasil est precria. Os profissionais tm

    necessidade de atualizar seus conhecimentos em tempo limitado e precisam de

    meios eficientes para encontrar, avaliar e aplicar a melhor evidncia em suas

    prticas de rotina.

    Estas atitudes ou posturas redutoras da medicina tradicional do modelo

    ocidental confundem-se frequentemente com a atividade cientfica do mdico e de

    outros profissionais de sade, quando orientados por uma viso objetiva do

    sofrimento humano. a perspectiva de quem v a doena, sem considerar suas

    ramificaes intrapessoais, familiares e sociais, que colocam a prpria doena como

    alheia ao indivduo ou visualizando apenas os aspectos biolgicos.

    O paradigma biomdico na medicina tem sido muito discutido e combatido

    pelos profissionais que se dedicam a compreender a doena e a cura sob o enfoque

    scio-antropolgico e, portanto, em uma viso problematizadora desta realidade que

    no abrange toda a realidade da doena.

    Na contemporaneidade, a assistncia mdica pelo paradigma biomdico

    intensifica os tratamentos de forma a no considerar as necessidades dos doentes eseus sentimentos psicolgicos frente doena, pode tambm ser identificada como

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    2. A VISO PSICOSSOMTICA DOS TRAUMAS E DOENAS RELACIONADOS SEXUALIDADE

    2.1 Estudos Tericos de Base Psicanaltica

    Quintella & Mattos (2006) realizam um estudo sob a perspectiva da doena

    sob o enfoque psicanaltico no campo da Medicina dando especial destaque s

    concepes freudianas acerca da neurose e das doenas de cunho psicopatolgico.

    Atravs da prxis psicanaltica na rea da Medicina estabeleceram quetodos os tipos de doenas que implicam em fenmenos voltados a aspectos

    psicossomticos so um desafio para a Medicina, embora atualmente, a clnica

    mdica j reconhea a importncia do fenmeno psicossomtico e sua relao com

    as doenas no tocante ao espao da sexualidade humana. Conforme Castro (2007,

    p. 3):

    Outro aspecto da Psicossomtica o que aborda, numa nica conduta,

    aspectos ditos curativos e preventivos. Se existe relao de confianae ateno, tecnicamente adequada, libertadora, no h porque separarcurativo e preventivo. Dentro de uma viso social e ambiental, ainterdisciplinaridade est presente. Alm das condies individuais, o meiosolidrio, seguro, em que a pessoa possa ser assistida com carinho ,eficcia e tica , a atitude curativa e preventiva. O objetivo participarjuntamente com o paciente de um processo em que ele se torne cada vezmais consciente do sentido do seu adoecer , do seu mal estar.

    Portanto, analisa-se que a psicossomtica envolve um estudo mais

    detalhado do ser humano e suas relaes com o corpo e seus problemas somticos.

    Neste sentido, com uma tipologia de doenas que refletem necessariamente um

    olhar sob o ngulo do ser interior e seus conflitos e traumas, caractersticos do

    campo psicanaltico denominado neurose atual. Conforme Silva (2003, p. 3):

    A neurose atual se centralizou como complexo eclosivo da psiconeurose, medida que, na atualidade da dinmica psicossexual do paciente, a neuroseatual vem como manifestao bruta de uma complexidade sexualpsiconeurtica que encontra sua etiologia num passado correlato sexualidade infantil. A ligao entre as duas neuroses se configura a partir

    daquilo o que Freud denominou 'libido'. De acordo com o dizer de Freud, aneurose atual est contida na psiconeurose.

    22

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    Entende-se portanto que a psiconeurose possui um fator determinante no

    desenvolvimento psicossexual do paciente, estando intrincado em bases profundas

    de sua infncia.

    nas bases dos estudos de Freud que as respostas para as doenas

    psicossomticas se revestem de explicaes para doenas do passado e atuais que

    afligem a humanidade. As doenas caracterizadas pela neurose possuem

    intepretaes muitas vezes distintas. Conforme Silva (2003, p. 1):

    As neuroses atuais aparecem para a psicanlise no centro de toda aquesto de Freud: a sexualidade e sua importncia para a vida mental(Freud, 1905). Desenvolvendo uma teoria da sexualidade, Freuddemonstrou uma gama de determinantes das questes que levam o homemao sofrimento. Dentre essas questes, Freud pontuou alguns fenmenosconcernentes a estados corporais especficos, de natureza eminentementesomtica, caractersticos do que se denominou 'neurose atual', onde seincluem a neurastenia, a neurose de angstia e a hipocondria.

    Trata-se de um tema cuja cautela fundamental para evitar pressupostos

    que no condizem com a realidade dos fenmenos verificados sob o prisma da

    Psicanlise quando se trata das dimenses psicopatolgicas. Segundo Marty (1993,p. 45):

    Se no equivocadamente, mas de maneira problemtica do ponto de vistado prprio modelo do qual partem aquele circunscrito ineficcia daelaborao psquica das tenses corporais (neurose atual) ospesquisadores do IPSO defendem a idia de que um amplo grau deatividade psquica sobretudo aquele encontrado nas psiconeuroses protege o corpo fsico das descargas de excitao somtica. A insuficinciafuncional do aparelho psquico estaria, sob essa vertente, na raiz dasomatizao.

    Neste sentido, existem pressupostos que apontam a existncia de cargas

    de excitao somtica em pacientes com um quadro clnico de psiconeurose,

    colocando-se as projees psquicas sob o enfoque somtico.

    Avaliando-se os estudos de Freud sobre o fenmeno da neurose, se

    determinam divergncias no princpio proposto por Marty no tocante ao que se

    denomina de forma inconsistente de neurose atual, apontadas por Freud em seus

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    estudos e que determinam uma ruptura que no possui convergncia com estudos

    psicanalticos. (Quintella & Mattos, 2006, p. 2)

    Conforme Silva (2003, p. 5) o princpio martiniano enfoca:

    A classificao sistemtica que se faz nos enfoques de Marty para apsicossomtica define que o paciente somtico sempre peculiar,especfico dentro do quadro clnico, no havendo possibilidades de umcontexto, por exemplo, obsessivo e ao mesmo tempo, psicossomtico. Umapsiconeurose se apresentaria, nesse mbito, como resultado da elaboraomental de um conflito, estando o ltimo na raiz da sintomatizao. Na faltade recursos representacionais do pr-consciente, por uma disfuno bsicado aparelho psquico, no haveria sintomatizao psiconeurtica, havendoassim uma desorganizao libidinal sobre o soma.

    Neste sentido, as investigaes sobre a neurose na concepo freudiana

    evocam a necessidade de considerar no bojo da neurose: Os aspectos intrnsecos

    das neuroses como um todo na delimitao de suas fronteiras, bem como na

    interface de seus fenmenos (Freud, 1917).

    Portanto ao contrrio de estudos recentes que apontam o termo neuroses

    atuais ou contemporneas demarcando um isolamento do teor psquico comoproduo de somatizaes no se firmem sob o ponto de vista freudiano na medida

    em que se estabelece: Uma ntima conexo entre os fenmenos da psiconeurose e

    os fenmenos da neurose atual. (Quintella & Mattos, 2006, p. 3)

    Neste aspecto, relacionam-se as tendncias de continuidade e no de

    ruptura entre as neuroses do tempo de Freud e as chamadas neuroses atuais. A

    diferena de anlise est centrada nos conceitos de isolamento/proteo. Sob o

    ponto de vista freudiano no existe um isolamente das cargas somticas na

    conjuntura que marcam as excitaes sexuais, pelo contrrio existiria um

    acirramento da atividade psquica, ou seja, o grau de acirramento da neurose

    encontra o seu pice nos fenmenos desta atividade mental humana. Na concepo

    de Silva (2003, p. 4):

    Clinicamente, as neuroses atuais e as psiconeuroses aparecem mescladas,simultaneamente. A neurose atual se centralizou como complexo eclosivo

    da psiconeurose, medida que, na atualidade da dinmica psicossexual dopaciente, a neurose atual vem como manifestao bruta de umacomplexidade sexual psiconeurtica que encontra sua etiologia numpassado correlato sexualidade infantil.

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    Entende-se portanto que existe uma relao entre as neuroses atuais e as

    psiconeuroses que se encontram no bojo das questes que envolvem a sexualidade

    humana.

    Neste contexto preciso considerar que segundo Silva (2003), existem

    divergncias centrais na concepo de Freud quanto aos resultados a que

    chegaram os ps-freudianos. Conforme o autor, as neuroses atuais possuem

    relao intrnseca com a psiconeurose. Na perspectiva de Marty (1993) se coloca o

    isolamento entre o "paciente somtico" e o psiconeurtico.

    O ponto de divergncia neste foco se situa na viso de Freud acerca da

    existncia de uma conexo entre as psiconeuroses e as neuroses atuais que podem

    aparecer de dois modos determinantes, ou seja, independentemente no bojo das

    neuroses atuais. Silva (2003) Apud Freud (1898; p. 264).

    A base do problema identificar nas manifestaes da neurose atual como

    alcanar os fenmenos que marcam a complexidade do quadro de pacientes

    psiconeurticos. Freud avalia que o sintoma legado ao foco do centro neurtico umestgio de um sintoma psiconeurtico. Neste sentido, os pressupostos freudianos

    apontam para a ligao entre as duas neuroses.

    Na viso de Silva (2003) Freud estabelece os fundamentos de que quando

    se iniciam os sintomas da neurose de angstia que se encontra no cerne da

    excitao no descarregada vinculada ao coito que emerge como sintoma de

    ansiedade ou fornece o ncleo para a formao de um sintoma histrico" (Freud,

    1912; p. 266, Apud Silva (2003).

    Silva (2003) avalia que freud relaciona de forma clara a relao entre a

    psiconeurose e a manifestao da neurose de angstia, que se encontra no cerne

    do sintoma histrico. O autor ainda cita que nos estudos clnicos de Freud, existem

    resultados de estudos com pacientes que demonstram que h casos mistos, onde

    as fronteiras entre psiconeuroses e neuroses atuais, se mesclam sintomas da

    neurastenia com os de uma psiconeurose.

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    Constata-se haver uma ruptura na clnica atual no tocante a esse fenmeno

    psiconeurolgico que se afasta da corrente psicanaltica mais profunda. Neste

    sentido como realizar uma ampla discusso dos problemas da neurose atual sem

    determinar dentro da abordagem psicossomtica a sua relao direta com os fatores

    psquicos que marcam o fenmeno da doena, sem que se processe efetivamente

    uma abordagem psicanaltica sobre a psicossomtica?

    neste pressuposto que os autores partem para um anlise do ponto vista

    da neurose como doena psicossomtica a partir da abordagem freudiana,

    relacionando os processos interativos entre as psiconeuroses e as neuroses

    atuais.

    A hiptese freudiana da libido encontra suas razes nos problemas relativos excitao sexual somtica, desencadeadora de distrbios corporais taiscomo a respirao, a inervao vasomotora, distrbios da atividadecardaca, diarria, congestes, parestesias, priso de ventre, etc.

    Neste sentido, aponta-se nestes processos de desencadeamento de

    problemas fisiolgicos uma relao direta com a excitao somtica. A libido foiidentificada por Freud como fator na avaliao da neurose atual, como processo

    puramente somtico, sem no entanto estar relacionado a implicaes psquicas.

    (Freud, 1895). Assim Freud avaliou tal processo como:

    Um campo de desvio da libido de sua aplicao satisfatria, atrelado auma no consumao da excitao no ato sexual, concluindo-se umbloqueio no curso da excitao, esta impedida de descarga via coito ou deescoamento psquico.

    No entendimento de Freud existiam diferenciaes entre a psiconeurose e a

    neurose atual, a primeira est relacionada aos aspectos histricos do sujeito e

    portanto implicam profundamente em uma dimenso intra-psquica, enquanto as

    neuroses atuais estariam diretamente relacionadas a fatores patolgicos

    determinados por bloqueios no curso da excitao somtica provocada pelas

    implicaes do metabolismo sexual, em uma viso fisiolgica. (Freud, 1898).

    Conforme Silva (2003, p. 2):

    26

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    Freud marca esses fenmenos denominando-os como "neuroses atuais",conferindo a eles o carter de contemporaneidade dos fatores sexuaisenvolvidos em sua sintomatologia, em oposio ao carter de historicidade

    da sexualidade conferido aos sintomas referentes ao grupo daspsiconeuroses (...)

    Assim, compreende-se que as duas neuroses tem um foco em comum que

    podero comear com a neurose, tendo sintomas que podero ser tambm

    considerados como foco de neuropatologia.

    Segundo Quintella & Mattos (2006, p. 4) o problema relativo neurose tem

    uma explicao na profundidade de traumas infantis que se canalizam no fator deoposio historicidade/atualidade nos termos da relao psiconeurose/neurose

    atual. Segundo Freud (1930) apud Quintella & Mattos (2006, p. 4):

    A perfeita harmonizao da sade psquica est no encademento de umarelao sexual absolutamente satisfatria, sem entraves para o sujeito nasua relao com o objeto, e sem referncia ao complexo de castrao, fundamental na prpria constituio do sujeito.

    Entende-se portanto que a variabilidade dos resultados das pulses, esto

    relacionadas com as neuroses atuais, enquanto as psiconeuroses possuem uma raiz

    psquica de somatizaes. Neste contexto Silva (2003, p. 3) Aponta:

    Tal excitao de ordem somtica, de maneira que h um acmulosomtico da excitao sexual. Freud afirma que isso vem acompanhado deum "(...) decrscimo da participao psquica nos processos sexuais" (ibid.;p. 109). No climatrio feminino e masculino h um aumento na produo deexcitao. Por razo desse aumento, "(...) a psique se mostra relativamenteinsuficiente para manej-lo" (ibid.; p. 111). Tal insuficincia psquica naneurose atual , segundo Freud, relativa soma de excitao. Isso levariaFreud a postular que a neurose de angstia o resultado da excitaosexual somtica que no foi elaborada psiquicamente (ibid.).

    O autor expe na concepo de Freud a origem somtica da sexualidade

    que estaria centrada na represso de fatores como a excitao, tornando possvel o

    desencadeamento de uma doena psicossomtica.

    Nascimento (2008) faz um estudo sobre psicossomtica e psicoterapia

    corporal, a partir das concepes tericas de Franz Alexander, Wilhelm Reich e

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    Federico Navarro apresentando a perspectiva psicanaltica de Franz Alexander e a

    discusso sobre as patologias somatopsicodinmicas de Reich.

    Alexander acredita que existe uma associao entre tenso emocional comoum fator significante da etiologia de diversas doenas como a perturbao

    emocional e doenas denominadas de psicossomticas. Ao mesmo tempo que

    utiliza o aspecto psicodinmico, determina a importncia de situar o quadro de

    doenas dentro de um enfoque psicanaltico.

    Estudos de Alexander com pacientes comprovaram a intrincada relao

    entre componentes psicolgicos, estilo de vida prprio e suas reaes no

    processo de adoecer. Portanto, os fatores psicolgicos ou emocionais alteravam a

    homeostase e a propenso ao adoecer. (Nascimento, 2008, p. 1)

    O foco dos estudos de psicossomtica passou a ter o seu centro na

    experincia emocional corretiva e a aplicao da tcnica com esses pacientes.

    Portanto, Alexander determinou os processos de ruptura a partir da posio

    controversa, o que causou seu rompimento com o foco psicanaltico. Segundo Silva

    (2003, p. 1):

    O desenvolvimento da teoria psicanaltica deu margem a se pensar nocampo clnico as causas fundamentais que acarretam os distrbiossomticos constatados na clnica mdica supostamente ligados aosprocessos psquicos. Partindo de consideraes de Freud pertinentes psicanlise, a psicossomtica se estabeleceu com suas singularidades, natentativa de se instaurar um modelo terico que, baseado nos princpios dasneuroses atuais, desse conta de explicar as ocorrncias dos chamados"pacientes somticos".

    Reich da mesma forma rompeu com a concepo psicanaltica, em face de

    divergncias terico/tcnicas. Neste sentido, em seus pressupostos, critica

    profundamente a viso sistmica da medicina tradicional que avana para um

    modelo sistmico.

    Sengundo Reich era preciso desenvolver uma abordagem mdica voltada

    ao paciente e foi no enfoque da psicanlise, mais propriamente de Freud, que

    encontrou uma abordagem que coloca em foco os transtornos orgnicos como fator

    desencadeador de doenas como a histeria, cujo foco desencadeador se constitue

    28

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    de sintomas corporais decorrentes de conflitos emocionais causados por emoes

    reprimidas a partir de fato inconsciente. (Nascimento, 2008, p. 1)

    Neste sentido, a doena teria uma expresso simblica de um contedoconflitivo sendo o fato desencadeado para descarregar a tenso emocional existente

    no interior do ser humano. Castro (2008, p. 2), avalia:

    A descoberta do inconsciente , este , o objeto da psicanlise , tira dohomem a possibilidade de ser dono, senhor do seu prprio Eu.Portanto, por mais que controle, que tente dirigir toda sua ao e suavontade, na tentativa de organizar e ordenar tudo o que realizaespontaneamente, ele no consegue, porque existem pensamentos que

    surgem de repente, automaticamente. So foras de origem sexual , no seusentido amplo , que assumem suas prprias vias de expresso e que nodependem da conscincia.

    Neste contexto, a psicanlise representa um foco de investigao

    fundamental nas histerias, neuroses e transtornos psicossomticos.

    Nesse enfoque, as emoes que so reprimidas, por estarem em conflitocom os padres de personalidade, no podem ser liberadas atravs doscanais habituais de inervao especfica, da o paciente acaba deslocando a

    descarga emocional atravs dos sintomas, que parcialmente aliviam atenso e criam defesas. As respostas vegetativas aos estados emocionaiscompreendem as reaes viscerais aos estmulos emocionais reguladospelo sistema vegetativo, que controla condies internas do organismo.

    Neste sentido, avalia-se que as emoes tm o poder de determinar a

    somatizao de conflitos em um movimento contnuo de contrao e expanso a

    pulsao caracterstica do estado de sade. Neste sentido, o desconforto emocional,

    poder acabar gerando psicopatologias e as enfermidades.

    Capito & Carvalho (2006) analisam que, sob o ponto de vista da

    psicanlise, os estudos de McDougall (1996) buscaram desvendar os problemas

    relativos significao oculta dos desvios sexuais e da homossexualidade que

    remontam anlise das histrias de desenvolvimento psicossexual nas etapas de

    desenvolvimento para a compreenso das manifestaes psicossomticas da

    primeira infncia.

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    3. OBJETIVO

    O objetivo desse trabalho foi fazer uma reviso de literatura acerca do tema

    Psicossomtica e Sexualidade

    4. CONCLUSO

    O estudo realizado permitiu avaliar a importncia do enfoque psicanaltico na

    compreenso das doenas conhecidas como neuroses atuais. A anlise de Freud

    sobre o tema envolve uma avaliao de sua proximidade no plano dos sintomas e

    do surgimento de casos mistos que determinam a necessidade de um estudo

    multidisciplinar e interdisciplinar para que os profissionais possam de forma eficiente

    determinar o problema.

    As neuroses atuais esto no cerne do problema referente s chamadas

    psiconeuroses, considerando que existem vrios sintomas que determinam a

    existncia de um foco psicossexual que determina os fatores das neuroses.Portanto, deve-se analisar os problemas humanos que podero ocorrer devido a

    traumas e conflitos sexuais que remontam evoluo psicossexual da pessoa.

    Neste sentido o paradigma mdico tradicional no leva em considerao os

    fenmenos psicossomticos que afetam a sade ou a integridade fsica quando,

    fatores psicolgicos desempenham qualquer papel, incluindo a as predisposies

    aos acidentes corporais e s falhas do sistema imunolgico de uma pessoa. Desta

    forma, a medicina no trata de forma global o ser humano, na medida em que seusprocedimentos de tratamento so realizados apenas com base no homem fsico,

    rejeitando os fenmenos inconscientes que so complexos e podero ter o poder de

    desencadear doenas.

    Os objetivos do estudo foram satisfatrios quanto aos resultados na medida

    em que comprovou atravs da viso de vrios autores a relao entre os fenmenos

    psicossomticos e as doenas relativas s neuroses atuais que possuem um foco na

    psiconeurose.

    31

  • 8/8/2019 MONOGRAFIA PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE

    38/39

    Entende-se que a medicina ocidental dever introduzir um novo paradigma

    mdico que possa aceitar as diversas faces em que se apresentam as doenas e

    seus sintomas. Neste sentido, a psicanlise vem trazer uma luz, quando se trata da

    compreenso destes fatores inconscientes na vida do ser humano e o seu enfoque

    fundamental que no dever ser descartado devido sua complexidade.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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