monografia psicossomÁtica e sexualidade
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8/8/2019 MONOGRAFIA PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE
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ASSOCIAO BRASILEIRA DE MEDICINA PSICOSSOMTICA
REGIONAL SO PAULO (ABMP)
DR. DEOCLECIO TONELLI
MARIA IZABEL LABRUCIANO TONELLI
MONOGRAFIA
PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE
SO PAULO
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2008
PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE
Monografia apresentada diretoria doCurso de Formao em
Psicossomtica como requesitoparcial para a obteno do ttulo deEspecialista em MedicinaPsicossomtica, sob orientao daProf. M.s. Maria Aparecida Mello
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos professores da ABMP-SP, que possibilitaramnossa formao tica e cientfico-profissional, ao longo destes anos deconvvio.
Agradecimentos especiais a Maria Rosa Spinelli, Solange Lopes
de Souza e alguns colegas que nos estimularam e incentivaram aprosseguir para a concluso deste curso.
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DEDICATRIA
Dedicamos este trabalho ABMP-SP e, em particular, aos professores.
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SUMRIO
1.
MONOGRAFIA ...............................................................................................................I
PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE ........................................................................I
PSICOSSOMTICA E SEXUALIDADE .......................................................................II
SUMRIO ............................................................................................................VI1. INTRODUO ..........................................................................................................1
1.1 A VISO PSICOSSOMTICA ...............................................................................4
1.2 Conceito de Psicossomtica ...............................................................................41.3 Psicossomtica: A influncia de fatores psiquicos nas manifestaes
fsicas ........................................................................................................................... 6
1.4 Uma anlise do paradigma biomdico ou medicina ocidental tradicional...17
2. A VISO PSICOSSOMTICA DOS TRAUMAS E DOENAS RELACIONADOS
SEXUALIDADE .......................................................................................................22
2.1 Estudos Tericos de Base Psicanaltica ..........................................................22
3. OBJETIVO ..............................................................................................................314. CONCLUSO .........................................................................................................31
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..........................................................................32
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1. INTRODUO
Psicossomtica e Sexualidade
Na realizao de um estudo sobre sexualidade e Psicossomtica, faz-se
necessrio compreender a Psicossomtica e como o termo rompe a diviso
corpo/organismo para reconstituir um conjunto biolgico unindo psique e
somatizaes que concentram abordagens diversas e que contemplam a viso
Psicossomtica e sistmica da Sexualidade. A abordagem psicanaltica sob o
enfoque freudiano oferece as condies para compreender a estrutura da
sexualidade humana sob o ponto de vista da etiologia de certas neuroses.
Neste contexto, o estudo tem o objetivo de identificar como um fenmeno
clnico que se expressa no corpo, que se projeta em uma doena psicossomtica e
sua relao com a sexualidade. Pretende-se analisar como a psicossomtica um
referencial para compreender os valores e significados da sexualidade na vida da
pessoa, avaliar como os traumas e fracassos podem evoluir para doenas
psicossomticas contribuindo para distrbios funcionais, apontar as abordagens em
psicossomtica na historia emocional relacionada sexualidade.
Justifica-se a realizao do estudo com base no pressuposto de que a
Medicina Psicossomtica possui os fundamentos para compreender as relaes
mente-corpo dando destaque a explicaes psicolgicas da patologia somtica, uma
proposta de assistncia integral e uma transcrio, para a linguagem psicolgica dos
sintomas corporais, que busca perceber o doente submerso em sua construo
simblica particular, em que a doena apenas mais um componente necessrio
ligado sexualidade humana.
A Psicossomtica tem seus pilares assentados, sobre os conhecimentos da
Fisiologia, Psicologia Social, Patologia Geral, Psicologias Dinmicas (notadamente,
a Psicanlise) sendo portanto um estudo interdisciplinar que envolve o
conhecimento de outras reas.
A motivao para a escolha do tema se reflete no reconhecimento de que a
psicossomtica valoriza a subjetividade humana, a histria de vida das pessoas e
sua relao com emotividade e a afetividade. Portanto, o tema envolve inmeros
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processos humanos que se estabelecem e marcam profundamente o ser humano
como a famlia, o ambiente cultural e as representaes sociais.
O ser humano como ser dinmico e holstico com o mundo, tem importantepapel nas relaes interpessoais e intra-pessoais em suas relaes e, nelas
desenvolve seu papel de cidado participando efetivamente da vida social, cultural e
poltica no meio no qual est inserido. Neste contexto, o ser humano no est
isolado, mas em constantes relaes com o meio.
A sade, a doena e os processos de cura so construes sociais e
representaes que se incorporam em quadro complexo que envolve fatores
biolgicos, socio-econmicos, culturais, psicossociais e religiosos, que influenciam
nas suas atitudes face doena e aos processos de cura.
Assim, compreende-se que a doena e a cura, se vistas como uma inter-
relao psicolgica do ser, tem suas representaes dimensionadas na forma de
cura ou de dificuldades de reverter os processos da doena, quando se tratam
tambm de traumas infantis que envolvem a vivncia da sexualidade.
Assim como tantos outros conceitos e expresses sofreram distores
importantes, e que infelizmente se familiarizaram, o conceito Psicossomtico
tambm sofreu, como se tivesse tornado em uma panacia universal.
Existe um grande nmero de significados e tendncias na psicossomtica, o
que revela a possibilidade de se estabelecer um estatuto preciso e definitivo para o
conceito Psicossomtico.
Levando em conta esta possibilidade, a Psicossomtica a tentativa viva e
concreta de se estudar o ser humano de uma forma integral, persistindo sempre o
maior dos desafios: o efetivo encontro do ser humano consigo prprio e com o
outro que representa a sexualidade.
Sabe-se que o mundo circundante percebido de forma diferente pelos
seres vivos, assim tambm o sentir-se doente. Cada indivduo vive de forma
prpria o seu mundo, atravs da dinmica mental que constri a partir da realidade
externa, ou seja, segundo sua histria de vida.
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1.1 A VISO PSICOSSOMTICA
1.2 Conceito de Psicossomtica
Mello Filho (1992) considera que a Psicossomtica tem como objeto de
estudo as relaes entre a estrutura psicolgica e as doenas que afetam o corpo e,
a inter-relao entre mente/corpo para compreender o sentido da doena.
Perestrello (1983) avalia que a Psicossomtica tem a funo de relacionar a
vida emocional com o surgimento das doenas, buscando a sua inter-relao com
com a psique humana.
Como a doena um estado que tem como foco uma perturbao de rgos
e clulas preciso identificar os tipos de doenas que podero ser causadas pelo
estado emocional e psicolgico, alm de processos inconscientes e intra-psquicos,
especialmente os que so oriundos da sexualidade humana. Segundo Silva (2003,
p.2):
Os sintomas mais bsicos que aparecem envolvendo fatores sexuaisrevelam a brutalidade do fator sexual para a vida humana quando aqueleaparece como um problema. Nela, encontramos sintomas como cefalias,prises de ventre e outros que decorrem de uma atividade sexual nosatisfatria segundo Freud (1898), como por exemplo, o excesso demasturbao. H tambm na neurose de angstia sintomas de naturezadiversa, como distrbios respiratrios ou cardacos, diarrias e congestes,os quais aparecem quando h uma deflexo da libido de sua aplicaosatisfatria, a qual Freud (1895) encontrou de forma mais objetiva e fatualno coito interrompido. Na hipocondria no se verificam sintomas somticosconcretos; contudo, ela concerne a uma experincia de ordem tambmcorporal, como a nosofobia (medo de ficar doente), ligada aos sintomas daneurose de angstia.
Lewis (1988) aponta que os estudos em psicossomtica demonstram que os
sinais das doenas no corpo podero ser uma reao que o caminho para o
equilbrio fsico, psquico e emocional.
Desta forma, a psicossomtica contribui para a cura e a preveno defuturas doenas, pois estimula a reflexo da vida do indivduo como um todo no
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tocante s doenas somticas que surgem, tendo como fator etiolgico os aspectos
mentais.
A evoluo da medicina psicossomtica vem contribuindo para acompreenso da doena a partir de um enfoque psicossocial, a partir da situao
existencial (fsica ou psquica). Ballone (2001) considera que grande parte das
doenas adquiridas pelo ser humano resultado de seus relacionamentos
desequilibrados com o mundo.
Nesse contexto, essa viso impe uma reflexo sobre os sentimentos
humanos e como as emoes tm poder de trazer efeitos malficos e benficos
sobre a sade. O enfoque teraputico da psicossomtica envolve um profundo
refletir sobre as formas de compreender a doena e os efeitos emocionais da vida
sobre a pessoa.
Estudos de base psicossomtica apontam a influncia dos fatores psquicos
nos distrbios fsicos, no estado psicolgico da pessoa e o papel do meio externo,
particularmente o meio social como reflexo na doena.
Assim, compreende-se que h uma influncia no estado de sade do corpo
em relao com o psiquismo da pessoa sendo possvel investigar os possveis
fatores psquicos influentes nos eventos da doena.
Portanto, entende-se que qualquer ser humano ao saber que est doente,
sente os reflexos emocionais e afetivos da doena. Nesse caso, o ser doente poder
se sentir invadido por reaes psquicas que podem prejudicar o estado da doena e
desfavorecer o processo de cura que poderia ser possvel ou, at mesmo, o tempo
de recuperao.
Assim, compreende-se que a doena e os processos de cura so
construes sociais, resultantes de um processo complexo que integra fatores
biolgicos, socio-econmicos, culturais e psicossociais que permeiam o contexto da
histria de vida das pessoas e que exercem marcada influncia nas suas atitudes
face doena e aos processos de cura.
O modelo convencional da medicina sistmica apresenta uma viso
reducionista da sade e doena j que, em seu modelo, no coexistem no processo
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teraputico a enorme gama de questes que demonstram a correlao entre cura e
o estado emocional.
1.3 Psicossomtica: A influncia de fatores psiquicos nas manifestaes
fsicas
Esse processo que envolve um eixo problematizador como a relao
indivduo/sociedade, fundamental para ser refletida pelos profissionais de sade
como questo que diz respeito importncia da insero das cincias sociais na
sade coletiva.
Estudos de base psicossomtica apontam influncia dos fatores psquicos
nos distrbios fsicos no estado psicolgico da pessoa e o papel do meio externo,
particularmente o meio social como reflexo na doena.
Assim, compreende-se que h uma influncia no estado de sade do corpo
em relao com o psiquismo da pessoa, sendo possvel investigar os possveis
fatores psquicos influentes nos eventos da doena.
Estudos de Soucasaux (2007) na rea de psicossomtica com vrias
pacientes, permitiram constatar que as doenas que ocorriam no tero feminino
desencadearam importantes fatores psquicos.
Nesse rgo especificamente existe um forte poder psicossomtico, devido
sua intrnseca relao simbolgica com a natureza feminina. As doenas no ovrio
alteram significativamente a imagem da mulher perante si e os outros. Portanto,
afetam psicologicamente a mulher, na medida em que envolvem uma extensa redede interaes fisiolgicas, anatmicas e psquicas.
Soucasaux (2007) adverte sobre essa relao semitica que precisa ser
considerada na totalidade do tratamento de doenas na ginecologia. Segundo o
autor, deve-se considerar que a mulher apresenta uma infinidade de traos muito
peculiares que exigem uma compreenso mais profunda de seus problemas, sendo
necessrio um enfoque psicossomtico para permitir a totalidade. Os ovrios
femininos tm na concepo de Soucasaux (2007):
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Os caracteres anatmicos, fisiolgicos e psquicos da mulher interagementre si, e como essa totalidade complexa se reflete na problemticaginecolgica. No so apenas partes ou fragmentos isolados do corpo damulher que exigem a ateno do profissional, mas sim o todo do feminino,a sua totalidade somatopsquica.
Desse modo, a prtica da Ginecologia deve abranger no s a Medicina e a
Biologia, como tambm a Psicologia e a intrincada relao mente-corpo.
Considerando-se que as doenas somticas e seus sintomas conceituam o
fenmeno de conexo a que atribui o sentido de expresso simblica de conflito.
Neste sentido, a doena psicossomtica se reverte de conflitos internos,
relativos conexo de conflito existente por ser esse rgo uma simbologia defertilidade da mulher. Portanto, quando as doenas psicossomticas atingem a
mulher necessrio uma viso muito mais prxima da reflexo filosfica e
metafsica e, portanto, mais globalizante ou holstica.
O enfoque mais importante para contemplar as necessidades femininas no
concernente ao quadro de sade reprodutiva dever considerar de forma global os
aspectos bio-psico-sociais, buscando as melhores formas de manuteno da
confiana no binmio mdico-paciente.
Rosas (2006, p. 2) considera que a prtica clnica da tocoginecologia
dever necessariamente passar por uma interao mdico-paciente baseada em
uma comunicao emptica, respeitando a dignidade da mulher, sua condio e
capacidade de tomar suas prprias decises, seguindo os princpios bsicos da
biotica.
nesse sentido que, atualmente, a medicina psicossomtica vem ganhando
espao entre os profissionais da rea mdica, porque tanto a abordagem preventiva
quanto curativa, considerando seu corpo somtico, seu funcionamento psquico e
sua realidade social, busca o estabelecimento de conexes psicossomticas atravs
do exerccio da interdisciplinaridade.
Da, os desafios do tratamento teraputico que envolve uma
multidisciplinaridade nos tratamentos de certas doenas ginecolgicas. Soucasaux(2007, p. 2) adverte para a necessidade de uma:
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Os progressos da medicina oficial e a introduo das cincias sociais e
humanas favoreceram para que a doena e o indivduo passassem a ser vistos pela
medicina antropolgica de forma humanizada o que favoreceu a compreenso da
sade, da doena, dos processos de procura de sade e das teraputicas. Embora
ainda se verifiquem prticas que necessitam ser revistas e refletidas sobre a
humanizao das doenas e seus reflexos na cura.
Considerando-se que conforme Jeammet (1989, p. 205) um fator
psicolgico interveniente, no de modo contingente, como poder ocorrer em
qualquer afeco, contribuindo essencialmente gnese da doena, como as aes
que impe isolamento ao ser doente e fatores estressores como um ambientemrbido ou demasiadamente silencioso e aptico. Assim, o ser doente tambm
um ser psquico, social e cultural.
A viso da doena como fator somtico apresenta uma ao integrativa e
enriquecedora do conhecimento profissional sobre a sade, alm de constituir um
paradigma de uma forma de pensar do ser humano que privilegia a interao
teraputica profissional humanizadora da transio para a sade que considera o
homem como um ser dinmico plenamente envolvido na natureza, sociedade e nacultura.
Conforme Geertz (1983, p. 113) o enfoque psicossomtico relativo
doena tem uma relao com a viso antropolgica da doena que implica, de um
lado, analisar a doena como um elo entre mente e corpo na relao entre razo e
sentimento, historicamente formulados e intrinsecamente relacionados a esta.
Assim, a antropologia admite plenamente as relaes mente e corpo, comnfase na explicao psicolgica da patologia somtica, numa proposta de
assistncia integral e alternativa e uma transcrio para a linguagem psicolgica dos
sintomas corporais.
Mas, certamente, os mesmos guardam semelhanas o que permite
identificar parmetros comuns entre os pacientes psicossomticos, como:
dificuldades de descrever emoes ou mesmo senti-las e possuem segundo alguns
autores, o tipo de estrutura de pensamento neurtico, frente por exemplo a perdas
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emocionais. Neste momento, frente a essas perdas e a impossibilidade de lidar com
tais afetos h o empobrecimento do Ego e a vulnerabilizao, desta forma, do soma.
Castro (2007) aponta que a Psicossomtica como campo de conhecimentohumano exige um tratamento interdisciplinar ou multidisciplinar na medida em que o
tratamento das doenas envolvem uma relao forte entre o aparelho psquico e
somtico. O autor considera (2007, p. 2):
Portanto, so sistemas distintos, com regras distintas, mas que serelacionam, interagem, e como o prprio prefixo inter nos diz:posio intermediria, com noes de reciprocidade entre os dois
sistemas. No temos dvidas que o aparelho psquico formado a partirdo somtico, da percepo sensorial. No temos dvidas tambm que osomtico sofre influncias constantes do aparelho psquico, commanifestaes fsicas variadas.
Neste sentido, percebe-se a necessidade de haver um quadro de diferentes
conhecimentos, inclusive sob o enfoque psicanaltico e psicomossomatista que
possam no tratamento do paciente desenvolver as relaes existentes entre os
diversos conhecimentos que compem o quadro psquico, o somtico e o social.
A viso multidisciplinar favorece o diagnstico das doenas de cunho
psquico e somtico. O ser humano como ser dinmico e holstico com o mundo,
tem importante papel nas relaes interpessoais e intra-pessoais em suas relaes
e, nelas desenvolve seu papel de cidado participando efetivamente da vida social,
cultural, poltica e social no meio no qual est inserido. Neste contexto, o ser
humano no est isolado, mas em constantes relaes com o meio.
A sade, a doena e os processos de cura so construes sociais e
representaes que se incorporam em quadro complexo que envolve fatores
biolgicos, socioeconmicos, culturais, psicossociais e religiosos, que influenciam
nas suas atitudes face doena e aos processos de cura.
Assim, compreende-se que a doena e a cura se vistas como uma inter-
relao psicolgica do ser, tem suas representaes dimensionadas na forma de
cura ou de na dificuldade de reverter os processos da doena. Conforme Cerchiari(2000, p. 2):
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dinmico plenamente envolvido na natureza, sociedade e na cultura. Assim,
Laplantine (1991, P. 41) considera que:
O modelo assistencial no paradigma biomdico ocidental, a patologiasignifica o mau funcionamento ou m adaptao de processos biolgicos epsicolgicos no indivduo; enquanto enfermidade (estar doente) representaas reaes pessoais interpessoais e culturais perante a doena.
De acordo com o autor, a sade, a doena e o tratamento so partes de um
sistema cultural e, como tal, devem ser entendidas nas suas relaes mtuas.
Examin-las isoladamente distorcer a compreenso da natureza dos mesmos, de
como funcionam num dado contexto e em relao ao tratamento e cuidados de
sade.
Na contemporaneidade, a assistncia mdica pelo paradigma biomdico
intensifica os tratamentos de forma a no considerar as necessidades dos doentes e
seus sentimentos psicolgicos frente doena, pode tambm ser identificada como
mais uma forma de excluso, por que contribui para o afastamento do indivduo de
uma situao que ocorre consigo e que precisa ser compreendida para que seestimulem a formao de uma conscincia de enfrentamento da doena e no
apenas de passividade.
A doena seria, no entanto, uma construo de uma possibilidade de
vivenciar afetos sem risco de uma dor impossvel: a sua prpria destruio como
sujeito. O adoecer, segundo Rodolpho Paulo Rocco no livro Psicossomtica Hoje de
Julio de Mello Filho, coloca em jogo mecanismos inconscientes de adaptao e
defesa como: Regresso, Negao e Racionalizao.
A utilizao de mecanismos de defesa para preservar o ego e a interao
com objetivos parciais bons e maus caracteriza a posio esquizo-paranide. Um
nmero de experincias positivas maior que a das negativas ocasiona a transio a
posio depressiva.
A psicanlise em seus primeiros estudos demonstrou como o soma reage e
transfere para a psique problemas que o aparelho psquico, na maioria das vezes
mal estruturado, no consegue resolver.
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nesta fase que todo conflito se torna uma ameaa ao desenvolvimento
dessa pessoa, que inconscientemente aciona os mecanismos de defesa para
diminuir a tenso. Isto ocorre porque o sujeito, muitas vezes, no consegue suportar
alguns problemas e a recorre aos mecanismos de defesa de maneira a diminuir tal
conflito existente manifestando-se sob a forma de fobias, compulso, obsesso, etc.
A maior parte dessas manifestaes tem carter psicossomtico e, embora
no se tenha conseguido cientificamente um reconhecimento de tal processo, o
sintoma somtico admite ser interpretado porque est a servio de uma outra
inteno, a inteno psquica. A compulso no vmito, poderia, por exemplo, ser
explicada pela necessidade do sujeito colocar para fora alguma coisa que lhe estprejudicando. Mas, as coisas no caminham apenas pela lgica, afinal, cada sujeito
estruturado a partir de traos prprios e sua constituio se faz de acordo com seu
percurso e a partir de sua trajetria, da a complexidade e sua singularidade.
O ser humano est em constante movimento e a todo momento surgem
situaes que exigem dele uma soluo. No entanto, se este processo for total ou
parcialmente bloqueado a soluo no ser adequada, a ao se mostrar
comprometida e a emoo fica contida, o que implica que a manifestao daemoo faz-se de maneira indireta e/ou simblica. Aproximando-se muito, portanto,
aos conceitos de somatizao e converso.
Deve-se sintetizar e operacionalizar este movimento:
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compreendido portanto, que a doena uma reao ativa do organismos ameaas simblicas decorrentes da integrao social, e no apenas um efeito
aos estmulos nocivos.
O estresse, por exemplo, seja ele fsico, psicolgico ou social, um termo
que compreende um conjunto de reaes e estmulos que causam distrbios no
equilbrio do organismo, freqentemente com efeitos danosos. Selye descreveu o
que chamou de sndrome geral de adaptao com trs fases sucessivas: alarme,
resistncia e esgotamento. Aps a fase de esgotamento surgem ento as doenas,
intituladas por ele de doenas de adaptao.
Sintoma
Busca expresso para
solucionar o estado que
foi criado
Se o processo for
bloqueado
Emoes
Palavra
ComunicaoContedo
Ideolgico
Soluo fica
prejudicada
Emoo fica contida
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Apesar do aumento do nvel de conhecimentos, sobre esta extensa e
complexa rede, ainda no se conhecem os mecanismos pelos quais o organismo
estabelece com uma adequada ou uma m resposta diante dos agentesestressores.
A enfermidade psicossomtica o negativo de um positivo (unidade do
psique e do soma) segundo Winnicott; para Capristano o ser humano
essencialmente psicossomtico. Alexander frisa que o sintoma uma expresso
simblica produzida no sistema neuro-muscular com a funo de liberar tenses
emocionais.
Para Dethlefsen; Thornald e Dahlke (1983) o sintoma uma manifestao
do que nos faz falta, de princpios que no foram vividos pela conscincia e que
descem para o corpo, tornando-se visveis como sintomas corporais. O sintoma
aparece como espelho de nossa alma e exige a nossa ateno. No sentido holstico,
os acumpunturistas e reflexologistas enfatizam a necessidade de um olhar mdico
no mbito energtico do processo que ocorre no corpo.
Perestrello passa a propor uma nova concepo sobre doena ressaltando a
noo do homem como unidade psicossomtica. Eva, Vilardo e Kubo vem as
ocorrncias clnicas como sintomas psicossomticos que aparecem sem um sentido
atribudo.
Segundo Lazlo (1996), o adoecer psicossomtico preenchido por produo
simblica em que no h como reintegrar o corpo biolgico pois, trata-se de uma
no natureza transformada pelo homem.
Inibio de respostas de Anticorpos
Estresse
Aumento de corticoesterideAumento de Noropinefrina e Epinefrina
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Dethlefsen; Thornald e Dahlke apresentam uma abordagem dedicada
lgica da conscincia humana, em que o corpo nunca est doente ou saudvel, visto
que nele se expressam as informaes da conscincia que se tornam visveis ou o
mbito de concretizao da conscincia. O corpo nada faz por si mesmo, tudo que
acontece em um ser vivo, a condensao da imagem (do grego eidolon), cada
uma das funes do corpo depende de um padro de informao cuja origem a
prpria conscincia.
A doena seria a perda relativa da harmonia ou de uma ordem at ento
equilibrada, o fato do desequilbrio se torna visvel, palpvel na forma dos sintomas
corporais. Dethlefsen; Thornald e Dahlke
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ressaltam que a doena est arraigada naexistncia humana, o sintoma nos avisa que, com os seres humanos, como seres
anmicos, estamos doentes. O sintoma nos informa que est faltando alguma coisa
(se nada lhe faltasse, a sade (o equilbrio) estaria sadia, integra, perfeita). Falta
conscincia e portanto, tem-se um sintoma.
A viso psicossomtica usada para todos os sintomas sem excluso, a
viso unitria da doena permite distinguir doena (mbito da conscincia) e sintoma
(mbito do corpo) como um sinal que atrai sobre si a ateno, o interesse e aenergia, pondo em risco o fluxo natural do processo. Esta interrupo de energia
sentida como se viesse de fora, como se fosse uma perturbao. O sintoma deve
tornar-se suprfluo e manifestar-se. O nosso olhar de sintoma dever nos levar com
mais profundidade a compreender o que o sintoma est nos apontando, separando
a forma do contedo.
O sintoma um companheiro capaz de ajudar a descobrir o que falta, seu
nico objetivo tornar-nos perfeitos. preciso entender a linguagem do sintoma.
Toda a nossa linguagem psicossomtica e conhece as inter-ligaes entre corpo e
psique.
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Os sintomas so muitos mais teis; capazes de nos orientar e nos integrar
em ns mesmos, atravs da aprendizagem e conscientizao para a transmutao
da doena. no sintoma que o homem vive aquilo que no quis tomar conscincia,
o sintoma usa o corpo como instrumento para a pessoa tornar-se cada vez mais um
todo, conhecer a si mesmo e descobrir o selfe o todo que o compe. O sintoma nos
torna mais honestos, pois torna visvel o que estava reprimido.
1.4 Uma anlise do paradigma biomdico ou medicina ocidental tradicional
O paradigma biomdico no processo de concepo da doena e seus
mecanismos de cura impem racionalidade mdica, moderna, que tem como trao
fundamental o mecanismo fisiologista. Nessa concepo, a vida deixou de ser objeto
central da prtica mdica (clnica), e a forma humana passou a ser vista de forma
dissociada dos aspectos psicossociais. Ainda conforme Nicoletti (2007, 04):
Em funo do modelo reducionista de sade, ensinado atualmente nasescolas mdicas, a especializao em doenas ou em sistemas ou rgos o objetivo da maior parte dos alunos (e ser atendido por um especialistaem doenas parece ser a vontade da maior parte dessas pessoas). Issoleva o mdico dos nossos dias a se distanciar cada vez mais daquele quedeveria ser seu verdadeiro objetivo, qual seja, o de ser um especialista emsade, entendida no seu sentido mais amplo de bem estar fsico, mental esocial.
Desta forma, Ruffino Netto e Pereira (1982) avaliam os diferentes nveis que
se tm colocado na interpretao do processo sade-doena e suas implicaes,
especialmente nos trabalhos e estudos na rea da epidemiologia que so ainda
bastante conservadores e carecem de uma viso holstica que permita uma
percepo maior das estruturas que deveriam ser transformadas para se levar
sade.
FIGURA N 01 Demonstrao da estrutura do processo sade-doena na rea de epidemiologia
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Fonte: J. Pneumologia vol. 26 n.4 So Paulo July/Aug. 2000
Os autores analisam o processo de sade-doena na medicina tradicional, a
partir dos modelos de assistncia na sade pblica nos servios de epidemiologia
que ainda mantm uma estrutura baseada em aspectos ideolgicos para explicar a
doena. Conforme Luz (1996, p. 137) esse modelo marcado por profunda
racionalidade mdica significando um sistema lgico e teoricamente estruturado que
apresenta dimenses interligadas.
Esse processo tem sua base fisiolgica iniciada na enzima intracelular, que
se desenvolve no tecido celular afetando a sade do indivduo. O processo de
doena envolve o domnio de poder da famlia que se utiliza dos servios pblicos
de sade. De acordo com Ruffino Neto (2002, p. 3):
O plano dos servios de sade foram concebidos com novas bases eutilizando nova lgica de repasse de recursos financeiros para os
municpios em uma lgica que altera radicalmente a forma de focalizar epensar o plano de atividades. Para se obter recursos financeiros, o serviode sade tem que mostrar resultados, isto , curar pacientes detuberculose e devolver estes pacientes efetivamente curados para asociedade. Isto significa pensar na forma de procurar os suspeitos,identific-los, diagnosticar a doena, tratar e obter boa adeso aotratamento.
Neste contexto, deve-se acrescentar que caber ao Municpio/Estado, o
empenho em melhorar o seu sistema de informaes para notificar casos e notificar
as curas.
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O processo de tratamento de doenas na concepo de Sevalho (1993, p.
15), deve necessariamente envolver o sujeito doente como centro do paradigma
mdico, tendo como base a humanizao na relao mdico-paciente como
elemento fundamental da teraputica e buscar os meios teraputicos simples,despojados tecnologicamente (menos dependentes de tecnologia dura), menos
caros e, entretanto, com igual ou maior eficcia em termos curativos.
No entanto, a medicina tradicional tende a menosprezar as terapias
alternativas exemplo da acupuntura oriental, dentro dos servios bsicos de sade
prestados s populaes.
Aponta-se neste grfico acima de Starfield (1992) apud Minayo (2005), as
diretrizes dos elementos que compem o sistema de sade formado por uma
estrutura composta de pessoal ou recursos humanos, servios de sade, instalaes
especficas em hospitais, clnicas e postos de sade, com base em vrios tipos de
servios de assistncia mdica orientada nos vrios estados brasileiros por um
sistema de gesto organizacional.
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Neste contexto, as condies exigem a reformulao, a organizao e o
funcionamento dos respectivos sistemas de sade, tendo em vista a reduo dos
recursos disponveis para o setor, assim como para a poltica social em geral.
Canesqui (2002, p. 5) considera que atualmente h uma maior flexibilidade,
na sade coletiva e nas cincias sociais, para abrir-se a novos objetos que suscitam
mudanas ou permanncias nas vises de mundo e valores sobre as doenas
psicossomticas.
Os hospitais se tornaram os espaos da cura de patologias em abordagem
tcnica da sade e da terapia mdica, atravs de mtodos altamente sofisticados. E
na sade pblica, o descaso e a falta de equipamentos mdicos e medicamentos
demonstram como a sade pblica no Brasil est precria. Os profissionais tm
necessidade de atualizar seus conhecimentos em tempo limitado e precisam de
meios eficientes para encontrar, avaliar e aplicar a melhor evidncia em suas
prticas de rotina.
Estas atitudes ou posturas redutoras da medicina tradicional do modelo
ocidental confundem-se frequentemente com a atividade cientfica do mdico e de
outros profissionais de sade, quando orientados por uma viso objetiva do
sofrimento humano. a perspectiva de quem v a doena, sem considerar suas
ramificaes intrapessoais, familiares e sociais, que colocam a prpria doena como
alheia ao indivduo ou visualizando apenas os aspectos biolgicos.
O paradigma biomdico na medicina tem sido muito discutido e combatido
pelos profissionais que se dedicam a compreender a doena e a cura sob o enfoque
scio-antropolgico e, portanto, em uma viso problematizadora desta realidade que
no abrange toda a realidade da doena.
Na contemporaneidade, a assistncia mdica pelo paradigma biomdico
intensifica os tratamentos de forma a no considerar as necessidades dos doentes eseus sentimentos psicolgicos frente doena, pode tambm ser identificada como
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2. A VISO PSICOSSOMTICA DOS TRAUMAS E DOENAS RELACIONADOS SEXUALIDADE
2.1 Estudos Tericos de Base Psicanaltica
Quintella & Mattos (2006) realizam um estudo sob a perspectiva da doena
sob o enfoque psicanaltico no campo da Medicina dando especial destaque s
concepes freudianas acerca da neurose e das doenas de cunho psicopatolgico.
Atravs da prxis psicanaltica na rea da Medicina estabeleceram quetodos os tipos de doenas que implicam em fenmenos voltados a aspectos
psicossomticos so um desafio para a Medicina, embora atualmente, a clnica
mdica j reconhea a importncia do fenmeno psicossomtico e sua relao com
as doenas no tocante ao espao da sexualidade humana. Conforme Castro (2007,
p. 3):
Outro aspecto da Psicossomtica o que aborda, numa nica conduta,
aspectos ditos curativos e preventivos. Se existe relao de confianae ateno, tecnicamente adequada, libertadora, no h porque separarcurativo e preventivo. Dentro de uma viso social e ambiental, ainterdisciplinaridade est presente. Alm das condies individuais, o meiosolidrio, seguro, em que a pessoa possa ser assistida com carinho ,eficcia e tica , a atitude curativa e preventiva. O objetivo participarjuntamente com o paciente de um processo em que ele se torne cada vezmais consciente do sentido do seu adoecer , do seu mal estar.
Portanto, analisa-se que a psicossomtica envolve um estudo mais
detalhado do ser humano e suas relaes com o corpo e seus problemas somticos.
Neste sentido, com uma tipologia de doenas que refletem necessariamente um
olhar sob o ngulo do ser interior e seus conflitos e traumas, caractersticos do
campo psicanaltico denominado neurose atual. Conforme Silva (2003, p. 3):
A neurose atual se centralizou como complexo eclosivo da psiconeurose, medida que, na atualidade da dinmica psicossexual do paciente, a neuroseatual vem como manifestao bruta de uma complexidade sexualpsiconeurtica que encontra sua etiologia num passado correlato sexualidade infantil. A ligao entre as duas neuroses se configura a partir
daquilo o que Freud denominou 'libido'. De acordo com o dizer de Freud, aneurose atual est contida na psiconeurose.
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Entende-se portanto que a psiconeurose possui um fator determinante no
desenvolvimento psicossexual do paciente, estando intrincado em bases profundas
de sua infncia.
nas bases dos estudos de Freud que as respostas para as doenas
psicossomticas se revestem de explicaes para doenas do passado e atuais que
afligem a humanidade. As doenas caracterizadas pela neurose possuem
intepretaes muitas vezes distintas. Conforme Silva (2003, p. 1):
As neuroses atuais aparecem para a psicanlise no centro de toda aquesto de Freud: a sexualidade e sua importncia para a vida mental(Freud, 1905). Desenvolvendo uma teoria da sexualidade, Freuddemonstrou uma gama de determinantes das questes que levam o homemao sofrimento. Dentre essas questes, Freud pontuou alguns fenmenosconcernentes a estados corporais especficos, de natureza eminentementesomtica, caractersticos do que se denominou 'neurose atual', onde seincluem a neurastenia, a neurose de angstia e a hipocondria.
Trata-se de um tema cuja cautela fundamental para evitar pressupostos
que no condizem com a realidade dos fenmenos verificados sob o prisma da
Psicanlise quando se trata das dimenses psicopatolgicas. Segundo Marty (1993,p. 45):
Se no equivocadamente, mas de maneira problemtica do ponto de vistado prprio modelo do qual partem aquele circunscrito ineficcia daelaborao psquica das tenses corporais (neurose atual) ospesquisadores do IPSO defendem a idia de que um amplo grau deatividade psquica sobretudo aquele encontrado nas psiconeuroses protege o corpo fsico das descargas de excitao somtica. A insuficinciafuncional do aparelho psquico estaria, sob essa vertente, na raiz dasomatizao.
Neste sentido, existem pressupostos que apontam a existncia de cargas
de excitao somtica em pacientes com um quadro clnico de psiconeurose,
colocando-se as projees psquicas sob o enfoque somtico.
Avaliando-se os estudos de Freud sobre o fenmeno da neurose, se
determinam divergncias no princpio proposto por Marty no tocante ao que se
denomina de forma inconsistente de neurose atual, apontadas por Freud em seus
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estudos e que determinam uma ruptura que no possui convergncia com estudos
psicanalticos. (Quintella & Mattos, 2006, p. 2)
Conforme Silva (2003, p. 5) o princpio martiniano enfoca:
A classificao sistemtica que se faz nos enfoques de Marty para apsicossomtica define que o paciente somtico sempre peculiar,especfico dentro do quadro clnico, no havendo possibilidades de umcontexto, por exemplo, obsessivo e ao mesmo tempo, psicossomtico. Umapsiconeurose se apresentaria, nesse mbito, como resultado da elaboraomental de um conflito, estando o ltimo na raiz da sintomatizao. Na faltade recursos representacionais do pr-consciente, por uma disfuno bsicado aparelho psquico, no haveria sintomatizao psiconeurtica, havendoassim uma desorganizao libidinal sobre o soma.
Neste sentido, as investigaes sobre a neurose na concepo freudiana
evocam a necessidade de considerar no bojo da neurose: Os aspectos intrnsecos
das neuroses como um todo na delimitao de suas fronteiras, bem como na
interface de seus fenmenos (Freud, 1917).
Portanto ao contrrio de estudos recentes que apontam o termo neuroses
atuais ou contemporneas demarcando um isolamento do teor psquico comoproduo de somatizaes no se firmem sob o ponto de vista freudiano na medida
em que se estabelece: Uma ntima conexo entre os fenmenos da psiconeurose e
os fenmenos da neurose atual. (Quintella & Mattos, 2006, p. 3)
Neste aspecto, relacionam-se as tendncias de continuidade e no de
ruptura entre as neuroses do tempo de Freud e as chamadas neuroses atuais. A
diferena de anlise est centrada nos conceitos de isolamento/proteo. Sob o
ponto de vista freudiano no existe um isolamente das cargas somticas na
conjuntura que marcam as excitaes sexuais, pelo contrrio existiria um
acirramento da atividade psquica, ou seja, o grau de acirramento da neurose
encontra o seu pice nos fenmenos desta atividade mental humana. Na concepo
de Silva (2003, p. 4):
Clinicamente, as neuroses atuais e as psiconeuroses aparecem mescladas,simultaneamente. A neurose atual se centralizou como complexo eclosivo
da psiconeurose, medida que, na atualidade da dinmica psicossexual dopaciente, a neurose atual vem como manifestao bruta de umacomplexidade sexual psiconeurtica que encontra sua etiologia numpassado correlato sexualidade infantil.
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Entende-se portanto que existe uma relao entre as neuroses atuais e as
psiconeuroses que se encontram no bojo das questes que envolvem a sexualidade
humana.
Neste contexto preciso considerar que segundo Silva (2003), existem
divergncias centrais na concepo de Freud quanto aos resultados a que
chegaram os ps-freudianos. Conforme o autor, as neuroses atuais possuem
relao intrnseca com a psiconeurose. Na perspectiva de Marty (1993) se coloca o
isolamento entre o "paciente somtico" e o psiconeurtico.
O ponto de divergncia neste foco se situa na viso de Freud acerca da
existncia de uma conexo entre as psiconeuroses e as neuroses atuais que podem
aparecer de dois modos determinantes, ou seja, independentemente no bojo das
neuroses atuais. Silva (2003) Apud Freud (1898; p. 264).
A base do problema identificar nas manifestaes da neurose atual como
alcanar os fenmenos que marcam a complexidade do quadro de pacientes
psiconeurticos. Freud avalia que o sintoma legado ao foco do centro neurtico umestgio de um sintoma psiconeurtico. Neste sentido, os pressupostos freudianos
apontam para a ligao entre as duas neuroses.
Na viso de Silva (2003) Freud estabelece os fundamentos de que quando
se iniciam os sintomas da neurose de angstia que se encontra no cerne da
excitao no descarregada vinculada ao coito que emerge como sintoma de
ansiedade ou fornece o ncleo para a formao de um sintoma histrico" (Freud,
1912; p. 266, Apud Silva (2003).
Silva (2003) avalia que freud relaciona de forma clara a relao entre a
psiconeurose e a manifestao da neurose de angstia, que se encontra no cerne
do sintoma histrico. O autor ainda cita que nos estudos clnicos de Freud, existem
resultados de estudos com pacientes que demonstram que h casos mistos, onde
as fronteiras entre psiconeuroses e neuroses atuais, se mesclam sintomas da
neurastenia com os de uma psiconeurose.
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Constata-se haver uma ruptura na clnica atual no tocante a esse fenmeno
psiconeurolgico que se afasta da corrente psicanaltica mais profunda. Neste
sentido como realizar uma ampla discusso dos problemas da neurose atual sem
determinar dentro da abordagem psicossomtica a sua relao direta com os fatores
psquicos que marcam o fenmeno da doena, sem que se processe efetivamente
uma abordagem psicanaltica sobre a psicossomtica?
neste pressuposto que os autores partem para um anlise do ponto vista
da neurose como doena psicossomtica a partir da abordagem freudiana,
relacionando os processos interativos entre as psiconeuroses e as neuroses
atuais.
A hiptese freudiana da libido encontra suas razes nos problemas relativos excitao sexual somtica, desencadeadora de distrbios corporais taiscomo a respirao, a inervao vasomotora, distrbios da atividadecardaca, diarria, congestes, parestesias, priso de ventre, etc.
Neste sentido, aponta-se nestes processos de desencadeamento de
problemas fisiolgicos uma relao direta com a excitao somtica. A libido foiidentificada por Freud como fator na avaliao da neurose atual, como processo
puramente somtico, sem no entanto estar relacionado a implicaes psquicas.
(Freud, 1895). Assim Freud avaliou tal processo como:
Um campo de desvio da libido de sua aplicao satisfatria, atrelado auma no consumao da excitao no ato sexual, concluindo-se umbloqueio no curso da excitao, esta impedida de descarga via coito ou deescoamento psquico.
No entendimento de Freud existiam diferenciaes entre a psiconeurose e a
neurose atual, a primeira est relacionada aos aspectos histricos do sujeito e
portanto implicam profundamente em uma dimenso intra-psquica, enquanto as
neuroses atuais estariam diretamente relacionadas a fatores patolgicos
determinados por bloqueios no curso da excitao somtica provocada pelas
implicaes do metabolismo sexual, em uma viso fisiolgica. (Freud, 1898).
Conforme Silva (2003, p. 2):
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Freud marca esses fenmenos denominando-os como "neuroses atuais",conferindo a eles o carter de contemporaneidade dos fatores sexuaisenvolvidos em sua sintomatologia, em oposio ao carter de historicidade
da sexualidade conferido aos sintomas referentes ao grupo daspsiconeuroses (...)
Assim, compreende-se que as duas neuroses tem um foco em comum que
podero comear com a neurose, tendo sintomas que podero ser tambm
considerados como foco de neuropatologia.
Segundo Quintella & Mattos (2006, p. 4) o problema relativo neurose tem
uma explicao na profundidade de traumas infantis que se canalizam no fator deoposio historicidade/atualidade nos termos da relao psiconeurose/neurose
atual. Segundo Freud (1930) apud Quintella & Mattos (2006, p. 4):
A perfeita harmonizao da sade psquica est no encademento de umarelao sexual absolutamente satisfatria, sem entraves para o sujeito nasua relao com o objeto, e sem referncia ao complexo de castrao, fundamental na prpria constituio do sujeito.
Entende-se portanto que a variabilidade dos resultados das pulses, esto
relacionadas com as neuroses atuais, enquanto as psiconeuroses possuem uma raiz
psquica de somatizaes. Neste contexto Silva (2003, p. 3) Aponta:
Tal excitao de ordem somtica, de maneira que h um acmulosomtico da excitao sexual. Freud afirma que isso vem acompanhado deum "(...) decrscimo da participao psquica nos processos sexuais" (ibid.;p. 109). No climatrio feminino e masculino h um aumento na produo deexcitao. Por razo desse aumento, "(...) a psique se mostra relativamenteinsuficiente para manej-lo" (ibid.; p. 111). Tal insuficincia psquica naneurose atual , segundo Freud, relativa soma de excitao. Isso levariaFreud a postular que a neurose de angstia o resultado da excitaosexual somtica que no foi elaborada psiquicamente (ibid.).
O autor expe na concepo de Freud a origem somtica da sexualidade
que estaria centrada na represso de fatores como a excitao, tornando possvel o
desencadeamento de uma doena psicossomtica.
Nascimento (2008) faz um estudo sobre psicossomtica e psicoterapia
corporal, a partir das concepes tericas de Franz Alexander, Wilhelm Reich e
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Federico Navarro apresentando a perspectiva psicanaltica de Franz Alexander e a
discusso sobre as patologias somatopsicodinmicas de Reich.
Alexander acredita que existe uma associao entre tenso emocional comoum fator significante da etiologia de diversas doenas como a perturbao
emocional e doenas denominadas de psicossomticas. Ao mesmo tempo que
utiliza o aspecto psicodinmico, determina a importncia de situar o quadro de
doenas dentro de um enfoque psicanaltico.
Estudos de Alexander com pacientes comprovaram a intrincada relao
entre componentes psicolgicos, estilo de vida prprio e suas reaes no
processo de adoecer. Portanto, os fatores psicolgicos ou emocionais alteravam a
homeostase e a propenso ao adoecer. (Nascimento, 2008, p. 1)
O foco dos estudos de psicossomtica passou a ter o seu centro na
experincia emocional corretiva e a aplicao da tcnica com esses pacientes.
Portanto, Alexander determinou os processos de ruptura a partir da posio
controversa, o que causou seu rompimento com o foco psicanaltico. Segundo Silva
(2003, p. 1):
O desenvolvimento da teoria psicanaltica deu margem a se pensar nocampo clnico as causas fundamentais que acarretam os distrbiossomticos constatados na clnica mdica supostamente ligados aosprocessos psquicos. Partindo de consideraes de Freud pertinentes psicanlise, a psicossomtica se estabeleceu com suas singularidades, natentativa de se instaurar um modelo terico que, baseado nos princpios dasneuroses atuais, desse conta de explicar as ocorrncias dos chamados"pacientes somticos".
Reich da mesma forma rompeu com a concepo psicanaltica, em face de
divergncias terico/tcnicas. Neste sentido, em seus pressupostos, critica
profundamente a viso sistmica da medicina tradicional que avana para um
modelo sistmico.
Sengundo Reich era preciso desenvolver uma abordagem mdica voltada
ao paciente e foi no enfoque da psicanlise, mais propriamente de Freud, que
encontrou uma abordagem que coloca em foco os transtornos orgnicos como fator
desencadeador de doenas como a histeria, cujo foco desencadeador se constitue
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de sintomas corporais decorrentes de conflitos emocionais causados por emoes
reprimidas a partir de fato inconsciente. (Nascimento, 2008, p. 1)
Neste sentido, a doena teria uma expresso simblica de um contedoconflitivo sendo o fato desencadeado para descarregar a tenso emocional existente
no interior do ser humano. Castro (2008, p. 2), avalia:
A descoberta do inconsciente , este , o objeto da psicanlise , tira dohomem a possibilidade de ser dono, senhor do seu prprio Eu.Portanto, por mais que controle, que tente dirigir toda sua ao e suavontade, na tentativa de organizar e ordenar tudo o que realizaespontaneamente, ele no consegue, porque existem pensamentos que
surgem de repente, automaticamente. So foras de origem sexual , no seusentido amplo , que assumem suas prprias vias de expresso e que nodependem da conscincia.
Neste contexto, a psicanlise representa um foco de investigao
fundamental nas histerias, neuroses e transtornos psicossomticos.
Nesse enfoque, as emoes que so reprimidas, por estarem em conflitocom os padres de personalidade, no podem ser liberadas atravs doscanais habituais de inervao especfica, da o paciente acaba deslocando a
descarga emocional atravs dos sintomas, que parcialmente aliviam atenso e criam defesas. As respostas vegetativas aos estados emocionaiscompreendem as reaes viscerais aos estmulos emocionais reguladospelo sistema vegetativo, que controla condies internas do organismo.
Neste sentido, avalia-se que as emoes tm o poder de determinar a
somatizao de conflitos em um movimento contnuo de contrao e expanso a
pulsao caracterstica do estado de sade. Neste sentido, o desconforto emocional,
poder acabar gerando psicopatologias e as enfermidades.
Capito & Carvalho (2006) analisam que, sob o ponto de vista da
psicanlise, os estudos de McDougall (1996) buscaram desvendar os problemas
relativos significao oculta dos desvios sexuais e da homossexualidade que
remontam anlise das histrias de desenvolvimento psicossexual nas etapas de
desenvolvimento para a compreenso das manifestaes psicossomticas da
primeira infncia.
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3. OBJETIVO
O objetivo desse trabalho foi fazer uma reviso de literatura acerca do tema
Psicossomtica e Sexualidade
4. CONCLUSO
O estudo realizado permitiu avaliar a importncia do enfoque psicanaltico na
compreenso das doenas conhecidas como neuroses atuais. A anlise de Freud
sobre o tema envolve uma avaliao de sua proximidade no plano dos sintomas e
do surgimento de casos mistos que determinam a necessidade de um estudo
multidisciplinar e interdisciplinar para que os profissionais possam de forma eficiente
determinar o problema.
As neuroses atuais esto no cerne do problema referente s chamadas
psiconeuroses, considerando que existem vrios sintomas que determinam a
existncia de um foco psicossexual que determina os fatores das neuroses.Portanto, deve-se analisar os problemas humanos que podero ocorrer devido a
traumas e conflitos sexuais que remontam evoluo psicossexual da pessoa.
Neste sentido o paradigma mdico tradicional no leva em considerao os
fenmenos psicossomticos que afetam a sade ou a integridade fsica quando,
fatores psicolgicos desempenham qualquer papel, incluindo a as predisposies
aos acidentes corporais e s falhas do sistema imunolgico de uma pessoa. Desta
forma, a medicina no trata de forma global o ser humano, na medida em que seusprocedimentos de tratamento so realizados apenas com base no homem fsico,
rejeitando os fenmenos inconscientes que so complexos e podero ter o poder de
desencadear doenas.
Os objetivos do estudo foram satisfatrios quanto aos resultados na medida
em que comprovou atravs da viso de vrios autores a relao entre os fenmenos
psicossomticos e as doenas relativas s neuroses atuais que possuem um foco na
psiconeurose.
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Entende-se que a medicina ocidental dever introduzir um novo paradigma
mdico que possa aceitar as diversas faces em que se apresentam as doenas e
seus sintomas. Neste sentido, a psicanlise vem trazer uma luz, quando se trata da
compreenso destes fatores inconscientes na vida do ser humano e o seu enfoque
fundamental que no dever ser descartado devido sua complexidade.
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