monografia pecado - lúcia - cópia

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1 LUZIA PEREIRA DE SÁ E SILVA FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA À CERCA DO PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS Monografia apresentada ao Curso Bacharelado em Teologia do Instituto de Formação e Educação Teológica - IFETE, como requisito parcial para a obtenção do título de grau em Bacharel em Teologia, sob a orientação do profº M.s Ricardo Carneiro Bastos.

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Page 1: MONOGRAFIA PECADO - Lúcia - Cópia

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LUZIA PEREIRA DE SÁ E SILVA

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA À CERCA DO PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Monografia apresentada ao Curso Bacharelado em Teologia do Instituto

de Formação e Educação Teológica - IFETE, como requisito parcial para a obtenção do título de grau em Bacharel em Teologia, sob a orientação do profº M.s Ricardo Carneiro Bastos.

VERDEJANTE - PE2012

Page 2: MONOGRAFIA PECADO - Lúcia - Cópia

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Monografia apresentada como requisito necessário para a obtenção do grau de Bacharel, do Curso de Graduação Teológica, do Instituto de Formação e Educação em Teologia - IFETE.

___________________________________________Luzia Pereira de Sá e Silva

Monografia apresentada em ........../......../.........

Profº.;..............................................................................................................................Orientador

Page 3: MONOGRAFIA PECADO - Lúcia - Cópia

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AGRADECIMENTO

Ao Pai, ao Filho e ao Espírito de Deus, autores da vida, pelo qual rendo gratidão. Aos meus queridos familiares, esposo e filhos, que sempre estão ao meu lado, acompanhando todos os meus projetos de vidas. Ao Profº Ricardo Bastos, pelas orientações, dedicação e apoio.

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RESUMO

A Bíblia afirma que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. Este foi formado sem pecado, sem mácula ou defeito. O primeiro casal a ser criado foi Adão e Eva, ambos tinham fortes relação de comunhão com Deus, andavam e passeavam juntos pelo Jardim do Éden, criado pelo Soberano para deleite do homem. Mas, a este foi dado o livre arbítrio de pecar ou não contra o seu criador. O pecado representa a separação de Deus com o homem, a quebra de aliança e afeta a comunhão do indivíduo com Deus e o afasta da sua presença. Eva decidiu desobedecer ao seu Criador a uma ordem suprema: “não comer do fruto da árvore proibida e deste mesmo fruto, deu a seu companheiro para que também comesse”. Para Deus desobedecer é o mesmo que pecar. E a Bíblia revela o pecado como poder letal e destruidor. Toda desobediência constitui uma serie de consequências em que o individuo torna-se sujeito as penalidades previstas. A desobediência representa um pecado capaz de lançar maldição sobre a vida das pessoas e abre uma grande legalidade na vida espiritual. A partir da primeira entrada do pecado ao mundo, o mesmo passou a invadir as vidas humanas e a terra ficou cheia de maldades. Em toda a Bíblia, está repleta de narrações de homens e mulheres que desobedeceram a Deus e tiveram que arcar com as consequências de seus pecados. A Bíblia apresenta o arrependimento genuíno, como um dos critérios que levam o homem a reconciliar-se com Deus. Embora as Escrituras afirmem que o homem já nasce com a natureza pecaminosa, isso não quer dizer que o mesmo deve viver no pecado, mas pode buscar subsídios que renovem a cada dia a sua comunhão e restauração com o seu Criador, através da remissão de pecados.

Palavras Chave: Homem; Pecado; Consequências;

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ABSTRACT

The Bible says that man was created in the image and likeness of God. This was formed without sin, without blemish or defect. The first couple to be created was Adam and Eve, both had strong relationship of communion with God, walked and strolled together through the Garden of Eden created by the Sovereign to the delight of man. But this was given free will to sin or not against its creator. Sin is separation from God with man, covenant breaking and affects the individual's communion with God and away from his presence. Eve decided to disobey his Creator a supreme order "not to eat of the fruit of the forbidden tree and this same fruit, gave his companion to eat too." To disobey God is the same as sin. And the Bible reveals sin as deadly and destructive power. Every disobedience is a series of consequences that the individual becomes subject to the penalties provided. Disobedience is a sin able to cast a curse on people's lives and opens a wide legality in spiritual life. From the first entrance of sin into the world, it came to invade human lives and the earth was filled with wickedness. Throughout the Bible is filled with stories of men and women who disobeyed God and had to bear the consequences of their sins. The Bible presents the genuine repentance, as one of the criteria that lead men to be reconciled to God. Although the Scriptures affirm that man is born with a sinful nature, does not mean that it should live in sin, but can seek subsidies to renew every day and restore their communion with their Creator, through the remission of sins .

Keywords: Man, Sin, Consequences;

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SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO

As Escrituras Sagradas são para os cristãos um artigo inquestionável,

regras de fé que norteiam suas vidas no tocante ao que podem ou não fazer. Para

que possam andar em comunhão com seu Deus, buscam a luz da Bíblia, não

pecarem contra o seu criador.

De acordo Rodrigues (2012), “o sentido original do termo, pecado é o

mesmo que errar o alvo, transgredir a lei de Deus e desobedecê-lo, andar em via

com o sentido contrário àquilo que Deus projetou para sua vida, é a prática de todo

tipo de maldade, iniquidade e injustiça “.

Deus não é o autor do pecado, por que a santidade é um dos seus

atributos (Isaías 6:2-3). Mas, ao criar o homem deu a ele o livre arbítrio de ser

obediente ou não ao seu criador (Gênesis 2:16 -17).

O pecado entrou no mundo por meio de Adão e Eva, quando estes

desobedeceram a seu Senhor enquanto ainda estavam no Jardim do Éden

(Gênesis 2:8), criado por Deus para deleite do homem.

No livro de Romano 5: 12  a Bíblia declara a origem do pecado dizendo

que: “ por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim

também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” . Entende-se

porém, que ao nascer, o ser humano já possui a natureza pecaminosa e por mais

que se esforce está sempre pecando (Salmos 51:5).

Segundo Jenson (2012):

“Pecado é um ato e um estado da vontade pessoal contra Deus e a sua

vontade. O pecado origina-se da totalidade da pessoa arraigada e relacionada

com aquilo que transcende a pessoa, expressa-se na complexidade da força e

da fraqueza da pessoa, e resulta na distorção de todas as relações ”.

O pecado é um tipo de mal, porque nem todo mal é pecado. Existem

males físicos consequentes da entrada do pecado no mundo. Na esfera física, temos

um tipo de mal que se manifesta nas doenças. Entretanto, na esfera ética, o mal tem

um sentido moral. É nessa esfera moral que se manifesta o pecado.

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O pecado afeta a comunhão do indivíduo com Deus e o afasta de sua

presença, como está escrito em Romanos 3: 23, “ pois todos pecaram e destituídos

estão  da glória de Deus ” , e isso ocorre como consequência do pecado.

A partir da origem do pecado, o universo tem sofrido devastadoras

consequências, especialmente à vida na terra. A Bíblia faz várias declarações a

respeito da universalidade do pecado e relata vários casos de personagens históricos

que pecaram contra Deus e por isso passaram por terríveis consequências, como

constrangimentos, desordem familiar, perca de comunhão com Deus,

enfraquecimento na fé e muitas outras maldições.

Todo pecado leva o homem a colher suas consequências, mesmo que

mais tarde o indivíduo venha a se arrepender (Romanos 6:23). Contextos bíblicos

afirmam ainda, que nenhum pecado permanecerá em oculto para sempre, mais se for

confessado com sinceridade no íntimo Deus perdoa (Salmos 51:6).

De acordo com a Bíblia, punição final do pecado é a morte eterna, que

passará pelo juízo final (Hebreus 9:27). A morte eterna é a culminância e

complementação da morte espiritual. Diz respeito à repugnância da santidade divina

que requer justiça contra o pecado e contra o pecador impenitente. Significa a

retribuição positiva de um Deus pessoal, tanto sobre o corpo como sobre a sua alma

e espírito (Mateus 10:28).

Contudo, as Escrituras Sagradas afirmam que mesmo o pecado

trazendo morte e destruição ao ser humano, há uma saída para aqueles que se

arrependem genuinamente de seus feitos, Deus perdoa seus pecados e o purifica

por intermédio do seu filho Jesus Cristo ( I João 1:7). Por que grande é o seu amor

pela humanidade e seu desejo é que todos cheguem ao conhecimento da verdade, (I

Timóteo 2:4).

Ao longo da história da humanidade, o pecado e suas consequências

vem sendo estudado, especulado e pesquisado por muitos, na tentativa de explicar

as razões que deram origem ao mal e sua força devastadora, já que ele se impõe

naturalmente nas experiências humanas .

A preocupação com a sua origem desafia a inteligência e aguça o

interesse em descobrir sua essência, já que o pecado esta relacionado a vida humana

Page 9: MONOGRAFIA PECADO - Lúcia - Cópia

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Através dessa excessiva pesquisa bíblica, buscaremos textos e

contextos, com o objetivo de fundamentar as consequências do pecado na vida do

homem e que caminhos o mesmo deve trilhar para não desarmonizar sua comunhão

com seu criador.

A metodologia aplicada neste trabalho é uma revisão bibliográfica,

baseada em relatos de autores especialistas no assunto, através de estudos de livros,

artigos da internet e a Bíblia Sagrada.

O presente trabalho foi organizado em quatro capítulos. Para tanto, o

primeiro narra a criação do homem, descreve como se deu o livre arbítrio, fala da

entrada do pecado na terra e da sua origem.

O segundo capítulo apresenta a falta de comunhão com Deus, a quebra

de aliança, a morte física e espiritual, como consequências do pecado humano.

Assim, o terceiro capítulo desvenda uma série de narrações de casos,

onde homens e mulheres pecaram contra Deus e arcaram com as consequências

eminentes de suas ações.

O quarto e último capítulo relata como é possível ao homem voltar a se

relacionar com seu Criador, através do arrependimento verdadeiro e da remissão de

pecados.

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1 ORIGEM DO PECADO

1.1 Criação do homem

Diferente de toda a criação, o homem é o único que possui alma vivente

por meio do sopro de vida do próprio Deus (Gn 2.7). A princípio, quando Deus criou o

homem, este era puro, sem mácula, sem pecado. Porque foi uma criação perfeita do

Soberano. A Bíblia relata no livro de Gênesis 1: 26-27 que disse Deus:

“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou"

O ser humano foi criado a semelhança de Deus, tanto nos aspectos

Intelectuais, como morais e físicos. Adão e Eva foi o primeiro casal a ser formado pelo

Criador contendo á sua imagem. Foram criados para governar toda a criação (Gn.

1.26), sendo representantes legais de Deus na terra.

Deus é Espírito, mas, quando criou Adão, o fez semelhante a Ele

mesmo. No livro de Zacarias 12:1, o profeta diz que " O Senhor formou o espírito do

homem dentro dele".  Entende-se porém, que Deus, mesmo sendo espírito, é capaz

de ver, ouvir, cheirar e falar. Em Salmos 115: 3-8, revela essa afirmação, onde esses

atributos físicos humanos, possuem a semelhança divina

De todas as coisas que foram criadas por Deus, nenhum bem foi retido

da humanidade. Junto ao poder e ao domínio, “Jeová” (que significa Deus em

hebraico), preparou um paraíso para o ser humano viver (Gn. 2:15).  Ele até andou e

falou com o homem numa comunhão irrestrita. A Bíblia declara que todos os dias, o

próprio Deus andava pelo Jardim do Éden quando soprava a brisa do dia...” (Gn

1.8).

Segundo Wiersbe (2008), o homem foi feito um pouco inferior a Deus,

contudo, foi coroado de glória e majestade. Porque á Adão foi dado o poder de

dominar todo o Planeta Terra, e todos os seus bens e recursos lhe eram próprios.

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1.2 Livre Arbítrio

Ao homem foi dado o direito de possuir todas as coisas que pertencem

ao planeta, exceto uma única ordem lhe foi dado pelo Senhor Deus dizendo:   “De

toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e

do mal não comerás" (Gênesis 2:16-17). 

Para deixar claro a necessidade de obedecer, Deus fez acompanhar as

mais terríveis consequências à sua ordem "Não comerás". "Porque", diz ele, "no dia

em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2: 17).  Desde o começo, o

salário do pecado era a morte (Romanos 6:23), e essa tendência foi revelada

claramente ao casal primogênitos.

A santidade é um dos atributos de Deus (Isaías 6:2-3). Certamente nele

não há pecado. Deus não é o autor do pecado. Mas, ao criar o homem deu a ele o

livre arbítrio de obedecer ou não ao seu criador (Gênesis 2: 16 -17).

Com o livre arbítrio, foi dado ao homem o direito de escolher entre o

bem e o mal. Foi lhe dado o direito de comer ou não do fruto proibido. O homem

decidiu desobedecer por escolha própria, mas, antes que ele pecasse, foi instruído

das terríveis consequências do pecado. Porém, está escrito, “que não há nada

encobertos aos olhos do Senhor, que não venha a ser conhecido por Ele”

(Mateus 10:26).

1.3 A Entrada do Pecado

Mesmo conhecendo as regras, o homem decidiu desobedecer a Deus e

buscou conhecer o fruto proibido, com a ambição de ser conhecedor da ciência do

bem e do mal, após serem persuadidos por uma serpente que representa Satanás

(o inimigo principal da raça humana).

A Bíblia relata que quando Deus disse: "Certamente morrerás.", ele

estava instruindo o homem quanto a principal consequência, caso desobedecesse,

porém, o livre arbítrio era uma condição que lhe foi dada para decidir o que desejasse

fazer.  "Então, a serpente (satanás) disse à mulher: É certo que não morrerás."

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(Gênesis 3:1-4).  O diabo negou as palavra de Deus, apregoando um pecado sem

consequências. E ainda a persuadiu dizendo que se comesse, poderia ser

conhecedora da ciência (sabedoria) e que certamente, haveria de saber mais que

Deus.

Eva jamais pensou em perguntar-se como uma criatura inferior, se

realmente era possível que ela pudesse saber mais que Deus!  Ela foi crédula o

bastante para acreditar que pudesse ser como o Criador, (ser um deus), capaz de

adquirir mais conhecimentos, apenas por comer do fruto proibido. 

De acordo com Wiersbe (2008), quando ela percebeu que a árvore era

boa como fonte de alimento (a concupiscência da carne), que era agradável aos olhos

(a concupiscência dos olhos) e a tornaria sábia (a soberba da vida), a tentação se

mostrou irresistível.  Com essa artimanha de planejar algo para enganá-la, o tentador

conseguiu seduzi-la.

Eva não resistiu, comeu do fruto proibido e ainda deu a seu esposo que

também a comeu (Gn. 3:6). E assim desobedeceram a ordem do seu Criador. Com a

desobediência, entrou o pecado no mundo pela primeira vez na história da

humanidade, atraindo maldições (Gn.3:14).

1.4 O Pecado

O pecado entrou no mundo por meio de Adão e Eva, os primeiros

habitantes da terra, criados pelo Soberano no princípio de tudo (Gênesis 3:14), eles

pecaram através da desobedecia a seu Senhor, quando ainda estavam no Jardim do

Éden (Gênesis 2:8), criado por Deus para deleite do homem.

A Bíblia declara a origem do pecado, no livro de Romanos

5: 12,   dizendo que: “ por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo

pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos

pecaram” . No livro de Salmos 51:5, também declara que: “ao nascer, o ser humano

já possui a natureza pecaminosa e por mais que este se esforce, estará sempre

pecando diante de Deus.

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De acordo Rodrigues (2012), “ o sentido original do termo, pecado é o

mesmo que errar o alvo, transgredir a lei de Deus e desobedecê-lo, andar em via

com o sentido contrário àquilo que Deus projetou para sua vida, é a prática de todo

tipo de maldade, iniquidade e injustiça “.

O pecado é um ato, ou um estado da vontade pessoal contra Deus e a

sua vontade. O pecado origina-se da totalidade da pessoa arraigada e relacionada

com aquilo que transcende a pessoa, expressa-se na complexidade da força e da

fraqueza da pessoa, e resulta na distorção de todas as relações ”.

Como disse Rodrigues (2012), o pecado é um ato livre e voluntário do

homem, porque ele é um ser moral, dotado da capacidade de perceber o certo e o

errado. O ser humano é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida

(Eclesiastes 11:9). Afirma ainda que “ o sentido original do termo, pecado é o mesmo

que errar o alvo, transgredir a lei de Deus e desobedecê-lo, andar em via com o

sentido contrário àquilo que Deus projetou para sua vida, é a prática de todo tipo de

maldade, iniquidade e injustiça “.

O pecado age como transgressão à Lei de Deus, é iniquidade, é

desobediência a Deus e seus preceitos, é sair dos seus retos caminhos e se rebelar

contra Ele, quebrando sua Lei.

Desobediência é uma ação de insubmissão, insubordinação,

transgressão ou infração contra Deus, e para Ele, a desobediência é o mesmo que

pecar.

Toda desobediência constitui uma serie de consequências e o individuo

esta sujeito a as penalidades previstas pelo homem e/ou por Deus. A Bíblia mostra

que a desobediência representa um pecado capaz de lançar maldição sobre a vida de

uma pessoa e abre uma legalidade na vida espiritual que transforma-se em uma

janela escancarada para a ação do diabo. A partir da primeira entrada do pecado ao

mundo, o pecado passou a invadir as vidas humanas e a terra ficou cheia das

maldades.

A Bíblia afirma categoricamente, que o pecado cega espiritualmente e

conduz o coração do homem as mais terríveis depravações. De acordo com as

escrituras sagradas em Romanos 1: 21-32, o pecado destrói a vida da humanidade:

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“Porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmo o castigo merecido pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros. Caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais. São insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam”.

Existem males físicos consequentes da entrada do pecado no mundo.

Na esfera física, temos um tipo de mal que se manifesta nas doenças. Entretanto, na

esfera ética, o mal tem um sentido moral. É nessa esfera moral que se manifesta o

pecado, deliberando maldições para a vida humana, conforme escrituras

(gênesis 3: 14).

No livro de Romanos 3: 23, diz que “  todos pecaram e destituídos

estão  da glória de Deus ”. Isso ocorre como consequência do pecado que afeta a

comunhão do indivíduo com Deus e o afasta de sua presença. O pecado quebra a

aliança de Deus com o ser humano e isso lhe imputado como consequência.

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2 CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

2.1 Morte Física

Através da desobediência de Adão e Eva (que foi o pecado original), a

morte física entrou no mundo como principal consequência do pecado deles. De

acordo com a Bíblia, a punição final do pecado é a morte eterna, que passará pelo

juízo final (Hebreus 9:27).

No livro de Isaías 3:11, afirma o Profeta dizendo:  "Ai do perverso!  Mal

lhe irá; porque a sua paga será o que as suas próprias mãos fizeram".  A primeira

reação que ocorreu com Adão e Eva após pecarem pela primeira vez, é que seus

olhos foram abertos e souberam que estavam nus (Gênesis 3:7).  Viram em seus

corpos o potencial para o mal.  A carne e o espírito lutariam pela supremacia no seu

interior, e essa guerra mataria para sempre a vida humana (Gálatas 5:17).

Culpados e envergonhados, usaram folhas de figueira para cobrir a sua nudez um do

outro (Gênesis 3:7).  Também, se esconderam entre as árvores da presença de Deus

(Gênesis 3:8). 

Afirma as Escrituras Sagradas, que “a presença do Senhor dos

exércitos, sempre trouxe terror aos pecadores,  por isso eles se esconderam nas

cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos:  Caí

sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono, e da ira do

Cordeiro" (Apocalipse 6:15-17). 

No livro de (Hebreus 10:31) as Escrituras Sagradas afirmam para as

almas impenitentes, que:  "Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo". Melhor

mesmo é não pecar e provocar a sua ira, porque grandes são as suas consequências.

2.1 Morte Espiritual

Sendo afastados da presença de Deus, Adão e Eva, naquele dia,

morreram espiritualmente. Muitas foram as suas percas. Provavelmente Eva pensou

no seu coração que comendo do fruto do conhecimento do bem e do mal, ela poderia

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ser como o Deus Altíssimo.  Agindo assim, ela perdeu o direito ao esplendor do

Paraíso. Decretaram-se maldições sobre ela, onde a partir de então, teria filhos por

meio de fortes dores durante seus partos, o que prediz que, provavelmente, antes

tinha filhos sem sentir dores (Gn.3:16), e sobre o seu parceiro Adão, que precisou

lavrar a terra a partir de então, para que essa lhe desse o seu sustento, certamente,

antes ele não trabalhava, tinha acesso a tudo que queria sem esforço algum,

(Gn.3:17-19). 

Sofrendo a morte espiritual, Adão e Eva também iniciaram o processo

de morte física:  "E, após expulsar o homem, colocou querubins ao oriente do jardim

do Éden e o refulgiu de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da

árvore da vida" (Gênesis 3:24).  Por causa do pecado deles, o homem, a mulher e os

filhos de todas as épocas voltariam ao pó:  "Em Adão, todos morrem"

(1 Coríntios 15:22) e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3: 23). Porque

todo pecado leva o homem a colher suas consequências, mesmo que mais tarde o

indivíduo venha a se arrepender (Romanos 6:23).

A Palavra de Deus alerta ao homem, como os pecados se tornam um

grande impedimento no relacionamento com o Criador. Diz o profeta, que o pecado

provoca divisão entre o homem e Deus, em Isaias 59.2, fala que : "Mas as vossas

iniquidades, fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados

encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça".  

O pecado, é algo que pode manifestar-se como impiedade, no

grego “asébeia” (II Pedro 2.6), o descreve dizendo que ele consiste na oposição a

Deus e a seus princípios, em autêntica rebelião da alma. Podendo também ser

compreendido como transgressão, no grego “parábasis”, literalmente significa “ir

além de um limite estabelecido”. Consiste na violação de princípios piedosos

reconhecidos que conduzem o indivíduo á quebra da lei, afastando-o da lei moral (Mt

6.14; Tg 2.11; At 23.3;).

O termo “parábasis” relaciona-se diretamente com o termo grego

“paráptōma”. Isto é, passos ou atos em falso ou desviar-se, apesar de estarmos

instruídos o bastante para não fazê-los. Por esta razão, o Apóstolo João afirma: “…o

pecado é a transgressão da lei.” (III Jo 3.4).

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A morte eterna é a culminância e complementação da morte espiritual.

Diz respeito à repugnância da santidade divina que requer justiça contra o pecado e

contra o pecador impenitente. Significa a retribuição positiva de um Deus pessoal,

tanto sobre o corpo como sobre a sua alma e espírito (Mateus 10:28).

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3 CONSEQUÊNCIAS DE PECADOS APRESENTADOS NA BÍBLIA

A partir da origem do pecado, o universo tem sofrido devastadoras

consequências, especialmente à vida na terra. A Bíblia faz várias declarações a

respeito da universalidade do pecado e relata vários casos de personagens históricos

que pecaram contra Deus e por isso passaram por terríveis consequências, como

constrangimentos, desordem familiar, perda de comunhão com Deus,

enfraquecimento na fé e muitas outras maldições.

3.1 O Rei Davi

Davi, era um homem segundo o coração de Deus, e se deixou levar por

sua vaidade. E, como todos os homens, a exceção de Cristo, também pecou. Com a

desobediência, foi obrigado a arcar com as terríveis consequências que lhe foi

imputadas.

As Escrituras Sagrada, narram no livro de II Samuel 11 e 12, que o rei

Davi desejou em seu coração possuir uma mulher casada. O rei já possuía um

grande arem de lindas mulheres, mas, não se deteve enquanto não conseguiu ter em

seus braços Bate-Seba, a esposa de Urias e com ela cometeu adultério. Para isso,

planejou e ordenou a execução de morte de um valente e fiel soldado do seu exercito,

com a intenção de ficar com sua mulher e assim cometeu assassinato.

Indignado, Deus mandou o Profeta Natã e ter com Davi e confrontá-lo.

Natã contou-lhe uma história em parábola, dizendo que havia em uma certa cidade,

um homem que tinha uma única ovelha para sobreviver e ainda assim, veio um

homem rico, que possuía muitas outras ovelhas e bens e lhe tomou sua única ovelha.

Davi ficou colerizado com aquela história e disse ao profeta, que o homem que havia

cometido tal sacrilégio, era digno de morte e deveria restituir quatro vezes mais ao

desfavorecido, em consequência do seus atos. Então Natã revelou a Davi, que aquele

homem era ele e logo lembrou-se do seu pecado e ficou tremendamente

envergonhado diante do profeta e de Deus.

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A Bíblia afirma que Davi se arrependeu instantaneamente após ser

desmascarado pelo profeta, mas, mesmo assim, foi exposto as consequências do

seu pecado diante de todo o povo.

3.1.1 Vergonha

 

O primeiro momento de vergonha para Davi, foi ao ser confrontado pelo

profeta Natã. A palavra mais dura para ele, foi quando ouviu da boca do profeta: "Tu

és este homem...", II Sm. 12:7. Davi não teve reação, ficou atônico, anestesiado, na

verdade ele não sabia o que fazer, tamanha foi a sua vergonha.

Não há coisa pior para o pecador, do que quando um pecado oculto é

revelado. A vergonha da confrontação, do conhecimento público, é algo que ninguém

gosta de sofrer em sua pele. Porém Deus não permite que pecados ocultos fiquem

para sempre ocultos. Nada pode ficar escondido aos olhos de Deus e muitas vezes

aos olhos do mundo, "... pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem

oculto, que não venha a ser conhecido", Mt 10.26.

Como uma das consequências do pecado de Davi, Deus permitiu que

viesse sobre a sua casa algumas desgraças e aconteceu que foi também uma grande

vergonha para Davi, quando tomou conhecimento de que seu filho Absalão se

prostituía com as suas mulheres publicamente.

No livro de II Sm. 21, disse Aitofel a Absalão: Coabita com as

concubinas de teu pai, que deixou para cuidar da casa; e, em ouvindo todo o Israel

que te fizeste odioso para com teu pai, animar-se-ão todos os que estão contigo.

Armaram, pois, para Absalão uma tenda no eirado, e ali, à vista de todo o Israel, ele

coabitou com as concubinas de seu pai",  II Sm. 16: 21-22.

Davi também fo fortemente envergonhado com o escândalo que ocorreu

no seio de sua família, ao descobrir junto a todos os seus súditos, que seu filho

Amnon coabitou com sua única filha “Tamar”, cometendo o pecado de incesto, uma

grande abominação diante dos olhos do Senhor (II Sm.13).

Entende-se porém que quando o homem comete qualquer tipo de

pecado e rebelião contra Deus, certamente a vergonha virá sobre ele.

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3.1.2 Mau Testemunho

 

Com seu procedimento, Davi havia vulgarizado o nome do Senhor

perante seus súditos e inimigos. Ele escandalizou o nome do seu Deus perante toda a

sociedade e perante os incrédulos. Ele foi autor de um grande mau testemunho.

No livro de II Co. 6.3, diz que: "não devemos nós, dar nenhum motivo

de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado". Diz ainda

que, “ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham

escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!", Mt. 18: 6-7.

 A palavra "escândalo", vem do termo grego "proskoph" e significa

"fazer algo que leva os outros a tropeçar ou induzir ao erro".

Infelizmente Davi cometeu mau testemunho entre os povos, e terríveis

foram as suas consequências. Mesmo sendo um homem segundo o “coração de

Deus” foi surpreendido com a dor do “ai daquele” pelo qual vem o escândalo.

3.1.3 Desordem Familiar

 

O profeta Natã retrucou a Davi dizendo: "Agora, pois, não se apartará

jamais a espada da tua casa... " (II Sm. 12: 10). Uma outra dura consequência do

pecado que Davi foi submetido, foi a morte do filho que teve com Bate-Seba. Deus

feriu a criança que a mulher de Urias dera à luz a Davi; e a criança adoeceu

gravemente. Buscou Davi a Deus pela criança, jejuou e, passou a noite prostrado em

terra. Então, os anciãos da sua casa se achegaram a ele, para o levantar da terra;

porém ele não quis e não comeu com eles.

Ao sétimo dia, morreu a criança; e temiam os servos de Davi informá-lo

de que a criança era morta, porque diziam: Eis que, estando a criança ainda viva, lhe

falávamos, porém não dava ouvidos à nossa voz; como, pois, lhe diremos que a

criança é morta? Porque mais ainda se afligirá. Viu, porém, Davi que seus servos

cochichavam uns com os outros e entendeu que a criança era morta, pelo que disse

aos seus servos: É morta a criança? Eles responderam: Morreu.

Então, Davi se levantou da terra; lavou-se, ungiu-se, mudou de vestes,

entrou na Casa do Senhor e o adorou; depois, veio para sua casa e pediu pão;

puseram-no diante dele, e ele comeu.

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Disseram-lhe seus servos: Que é isto que fizeste? Pela criança viva

jejuaste e choraste; porém, depois que ela morreu, te levantaste e comeste pão.

Respondeu ele: Vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se

o Senhor se compadecerá de mim, e continuará viva a criança? Porém, agora que é

morta, por que jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não

voltará para mim",.

O  incesto cometido por Amnon e Tamar, ambos filhos do rei Davi, lhe

trouxe grande desarmonia familiar. A Bíblia relata que Amnom, filho do rei, sentiu-se

atraído pela própria irmã Tamar. Angustiou-se Amnom por Tamar, sua irmã, a ponto

de adoecer, pois, sendo ela virgem, parecia-lhe impossível fazer-lhe coisa alguma.

Então deitou-se na sua cama e fingiu-se de doente; quando seu pai veio visita-lo

disse-lhe: Peço-te que minha irmã Tamar venha e me dê de comer pão, pois, vendo-a

eu preparar-me a comida, comerei de sua mão.

Então, Davi mandou dizer a Tamar em sua casa: “Vai à casa de Amnom,

teu irmão, e faze-lhe comida”.

Foi Tamar à casa de Amnom, seu irmão, e ele estava deitado. Tomou

ela a massa e a amassou, fez bolos diante dele e os cozeu. Tomou a assadeira e

virou os bolos diante dele; porém ele recusou comer.

Disse Amnom: Fazei retirar a todos da minha presença. E todos se

retiraram. Então, disse Amnom a Tamar: Traze a comida à câmara, e comerei da tua

mão. Tomou Tamar os bolos que fizera e os levou a Amnom, seu irmão, à câmara.

Quando lhes oferecia para que comesse, pegou-a e disse-lhe: Vem,

deita-te comigo, minha irmã. Porém ela lhe disse: Não, meu irmão, não me forces,

porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura. Porque, aonde iria eu com a

minha vergonha? E tu serias como um dos loucos de Israel. Agora, pois, peço-te que

fales ao rei, porque não me negará a ti.

Porém ele não quis dar ouvidos ao que ela lhe dizia; antes, sendo mais

forte do que ela, forçou-a e se deitou com ela, (II Sm. 13:1-14).

Passados dois anos, Absalão tosquiava em Baal-Hazor, que está junto

a Efraim, e convidou Absalão todos os filhos do rei. Foi ter Absalão com o rei e disse:

Eis que teu servo faz a tosquia; peço que com o teu servo venham o rei e os seus

servidores. O rei, porém, disse a Absalão: Não, filho meu, não vamos todos juntos,

para não te sermos pesados. Instou com ele Absalão, porém ele não quis ir; contudo,

o abençoou. Então, disse Absalão: Se não queres ir, pelo menos deixa ir conosco

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Amnom, meu irmão. Porém o rei lhe disse: Para que iria ele contigo? Insistindo

Absalão com ele, deixou ir com ele Amnom e todos os filhos do rei.

Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo: Tomai sentido; quando o

coração de Amnom estiver alegre de vinho, e eu vos disser: Feri a Amnom, então, o

matareis. E os moços de Absalão fizeram a Amnom como Absalão lhes havia

ordenado e mataram seu irmão Amnon. Então, todos os filhos do rei se levantaram,

cada um montou seu mulo, e fugiram", (II Sm. 13: 23-29).

3.2 Sansão o Narizeu

No livro de Juízes, a partir do capítulo 13, narra a história de Sansão. Ele

foi chamado por Deus para ser juiz de Israel e durante vinte anos julgou a nação,

sendo o responsável por guardar os israelitas e libertá-los da opressão dos filisteus.

Sansão, desde sua infância possuía um voto com Deus, era narizeu de

Deus ( Nm 6.1-21), não podia ser dado ao vinho, nem à prostituição e nem navalha

poderia passar sobre sua cabeça. Sansão era separado para o ministério: como juiz,

deveria andar debaixo de um conjunto de normas e regras, tendo uma conduta

exemplar diante de Israel e permanecendo obediente ás leis de Deus.

Infelizmente Sansão andou de forma contrária a todas as regras

estabelecidas por Deus, quebrando todos os princípios. Violando de tal maneira a Lei

de Deus, Sansão pecou desenfreadamente e o livro de Juízes, dos capítulos 13 ao

16, descreve claramente seus inúmeros delitos: Sansão dormiu com uma prostituta,

tocou no corpo de um animal morto, casou-se com uma filisteia, mentiu várias vezes

e, por último, em seu relacionamento com Dalila – mulher do vale de Soreque –

revelou seu segredo tendo os cabelos cortados, quebrando totalmente seu voto de

narizeado.

Sansão era conhecido por sua grande força física: quando o Espirito de

Deus vinha sobre ele, ele se tornava o homem mais forte da Terra: imbatível,

indestrutível, intocável, pois a graça, a misericórdia e o poder de Deus estavam sobre

Sansão. Contudo, houve um fator que destruiu Sansão, que o arruinou para o resto

de sua vida, esse fator chama-se “pecado”.

O efeito de todo pecado sãos as terríveis consequências. O Apóstolo

Paulo em sua epístola aos Gálatas os escreve dizendo: “tudo que o homem semear

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isso ceifará” (Gl 6.7). Sansão semeou pecado e muitas foram as consequências

que ele colheu.

3.2.1 A Misericórdia de Deus foi tirada

E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras,

e molestando-o, a sua alma se angustiou até a morte. E descobriu-lhe todo o seu

coração, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela minha cabeça, porque sou nazireu

de Deus desde o ventre da minha mãe; se viesse a ser raspado, ir-se-ia de mim toda

a minha força e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem (Jz. 16: 16).

É possível observar nos contextos bíblicos, que mesmo Sansão vivendo

em pecado, Deus sempre o livrava das mãos dos filisteus, como nota-se em (Jz 16.9).

Isso sucedeu várias vezes, porém, nos versículos 16 e 17 do mesmo capítulo,

percebe-se que a misericórdia de Deus foi retirada.

Dalila o molesta de tal maneira, intentando descobrir o segredo da sua

força e Sansão revela a ela, dizendo: “nunca subiu navalha na minha cabeça”. Deus

permitiu que sua fraqueza fosse exposta, seu ponto fraco foi uma grande brecha para

sua queda.

Isso ocorre pelo que está escrito em Lamentações 3.22: “As

misericórdias do Senhor, são as causas de não sermos consumidos”. Mas,

invariavelmente, uma hora a misericórdia será retirada da vida do pecador como

ocorreu com Sansão, tendo a sua vergonha exposta, seus delitos contra Deus não

ficaram impunes, cedo ou tarde, todo pecado é revelado, trazendo humilhação e

derrota.

A Bíblia diz que Deus é tardio em irar-se (Nm. 1.3), mas, isso não

significa que Ele nunca vai se irar!  No livro de Jeremias 16.13, diz que: “porque não

usarei de misericórdia convosco”. O texto é claro ao afirmar que Deus não tolera

pecado oculto e por essa razão o Senhor tira do homem a sua misericórdia e a sua

sorte fica entregue nas mãos do inimigo.

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3.2.2 Fraqueza

Sansão era conhecido por sua estrondosa força física, mas, pelos seus

pecados sua força se foi, Sansão ficou fraco, sem qualquer possibilidade de vencer

uma luta ou guerra; Sansão estava inofensivo diante do seu inimigo: os filisteus.

Agora ele tinha se tornado um homem comum: não detinha mais o poder sobrenatural

que lhe confiava grandes forças.

Com a vida em pecado, Sansão não teve a menor chance contra os

filisteus. A força espiritual que lhe revestia e as qualidades espirituais se foram

devido ao pecado. Todas as forças, ânimos, poderes e autoridades lhes foram

tiradas por Deus. O pecado enfraquece, corrói, destrói e mina as forças de qualquer

pessoa conhecedora das Escrituras, mas que a transgredi voluntariamente.

3.2.3 Ausência da Presença de Deus

É um grande erro pensar que Deus, por causa do seu grande amor pela

humanidade, é conivente com as ações pecaminosas. Ele não tolera o pecado e também não

tolera o pecador (Na. 1.3) e também Deus não tem comunhão e nem caminha com ímpios ( II

Co. 6: 14-16).

As Escrituras afirmam, que a presença de Deus se retirou da vida de Sanção.

Certamente essa lhe foi uma das mais drásticas consequências, perder seu elo com Deus, a

sua comunhão, sua intimidade.

Davi sentiu exatamente isso quando cometeu seus gravíssimos pecados

e ele sabia o perigo que corria de perder a presença de Deus em sua vida, quando

escreveu o Salmo 51.11 ele expressou esse medo dizendo: “Não me lances fora da

tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo”. Davi compreendeu que uma

vida de pecado, de delitos conscientes praticados contra Deus e a sua Palavra,

poderiam leva-lo a ausência de Deus.

O que é o ser humano sem o Espírito de Deus, sem a Sua presença

para o guiar, o regenerar, o policiar, o advertir? Sem a presença de Deus o homem

pode considerar-se morto, entregue a sorte, ao mundo, e aos desejos da carne.

Como cegos em um mundo sem luz, completamente perdidos e sem direção.

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3.2.4 Cegueira

Os filisteus vieram e vazaram os olhos de Sansão enquanto ele dormia, e os

arrancam, deixando-o totalmente cego. A cegueira foi mais uma das suas consequências. A

Bíblia revela no livro de Provérbios 14.12, que : “Há um caminho que ao homem

parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”.

Por conta do pecado, Sansão cegou espiritualmente, ele não percebeu

que Dalila era uma traidora, que haveria de lhe entregar nas mãos dos seus inimigos

filisteus.

A consequência do pecado de Sanção foi a cegueira física, porque

literalmente tornou-se cego, seus olhos foram brutalmente arrancados pelas mãos

dos seus piores inimigos e além da vergonha, da humilhação, da fraqueza e da

ausência do espírito de Deus em sua vida, Sansão agora ficou cego.

3.2.5 Amarrado

A Bíblia narra que “... amarraram-no com duas cadeias de bronze”

(Jz. 16:21). Depois de cegarem a Sansão, os filisteus o tomaram e o amarraram com

duas cadeias de bronze, anulando assim qualquer movimento extenso.

Essa também foi uma outra consequência da vida de Sansão, ter a vida

amarrada, atrofiada, limitada pelas garras do seu inimigo. As correntes que lhe

prendiam eram de bronze, muito fortes, nenhuma força humana a resistiria. Somente

uma intervenção divina, sobrenatural, seria a solução. Mas, como Deus poderia

intervir na vida de Sansão se o pecado trouxe separação entre eles, se a sua

presença já não existia na sua vida.

Aqui, mais uma vez percebe-se a separação entre Deus e o homem,

porque por seu livre arbítrio o homem optou por seguir o seu próprio caminho

excluindo a presença de Deus. Infelizmente por causa do pecado, a vida de Sanção

foi a partir daquele dia, uma vida sofrível, arruinada e infeliz. De fato, o pecado trouxe

sérias e maléficas consequências para a sua existência.

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3.2.6 Escravidão

Depois de ser acorrentado, Sansão foi colocado em uma prisão, numa

masmorra, foi condenado a ficar ali trabalhando num moinho. Essa foi mais uma de suas

consequências. As Escrituras Sagradas diz no livro de II Pedro 2:19, que o pecado faz o

homem de escravo.

Sansão foi vencido pelo pecado, se tornou escravo dele mesmo,

sujeitando-se aos seus moldes, ao seu domínio e ao seu poder destruidor. Também

se tornou escravo de outro inimigo, porque estava no cárcere dos filisteus, era então

um dos seus prisioneiros, escravo, sujeito às suas ordens e vontades. 

Quando Sansão percebeu que ele estava totalmente perdido,

desnorteado, arrasado e fracassado, ele lembrou-se do seu Deus, do seu poder. Ele

se arrependeu genuinamente dos seus pecados e pediu perdão a seu Criador

dizendo: “Senhor Jeová, peço que te lembres de mim, esforça-me agora só mais esta

vez”.

Com essa oração, Sansão demonstrou arrependimento e moveu o

coração de Deus. A força de Sansão voltou novamente, então ele abraçou as duas

colunas do templo dos filisteus e as derrubou, matando todos os filisteus daquele

lugar. Por essa razão, séculos depois, Sanção foi descrito pelo Apóstolo Paulo no

livro de Hebreus 11:32, como herói da fé.

3.3 Ananias e Safira

O contexto em que se passa a história de Ananias e Safira, já é no Novo

Testamento. Trata-se de um texto pequeno, mas que demonstra que o pecado tem

suas consequências.

Após a morte e ressurreição de Cristo, os apóstolos continuaram a

proclamar o seu Evangelho e começaram a fundar Igrejas. Ananias e Safira eram um

casal convertidos a Cristo, mas observa-se que não foi uma conversão genuína, pois

o estilo de vida deles, demonstravam uma certa soberba deles em relação aos outros

convertidos (WIERSBE, 2008).

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3.3.1 O Engano

Ananias e Safira almejavam a reputação de grande espiritualidade. Em

uma oportunidade onde outras pessoas traziam suas ofertas para a Igreja, vendo o

reconhecimento dessas pessoas eles ficaram enciumados (Atos 4;34-37).

Quando esse casal vendeu uma propriedade particular, decidiu não

entregar todo o lucro da venda à comunidade. Então, ambos mentiram, dizendo que

haviam entregado todo o dinheiro. Depois quando interrogados sobre o lucro que

haviam retido primeiro Ananias e depois Safira mentiram ao Espírito Santo e aos

líderes da Igreja. No versículo 4 do capítulo 5 Pedro questiona: “Ananias, por que

encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses

parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava

em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos

homens, mas a Deus. Ou seja eles podiam ter usado o dinheiro como quisessem, o

pecado deles estava na hipocrisia de tentar querer parecer mais espirituais do que os

outros (A BÍBLIA DA MULHER, 2009).

3.3.2 A Descoberta

De uma forma ou de outra o pecado sempre será descoberto. Ananias e

Safira, apesar deles se dizerem cristãos e não relatarem nada abertamente, o pecado

está em seu coração. Eles mentiram ao Espírito de Deus que operava graciosamente

no coração dos crentes, fazendo-os vender seus bens e dividir com os outros

(WIERSBE, 2008).

3.3.3 As Mortes

Observe os versículos:

E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram. E, levantando-se os moços, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram. E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido. E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus

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pés, e expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido. E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas. (Atos 5:5-11).

As duas mortes demonstram como Deus lidou diretamente com os

pecadores. Ilustram como Cristo exercerá o julgamento de seu povo. Eles falharam.

Permitiram que a soberba entrasse em seu coração e quiseram ser mais importantes

do que os outros. Percebe-se ainda, que ao contrário de Davi e Sansão que

mantinham um relacionamento íntimo com Deus, este casal, não teve uma conversão

genuína. Por isso, não acreditaram plenamente em Jesus (WIERSBE, 2008).

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4 REMISSÃO PARA O PECADO

Apesar de existir todo tipo de pecado nos corações das pessoas, a

maioria não sabe disso realmente e muitas delas estão enganadas achando que não

são pecadoras.

De acordo com a doutrina bíblica, o único castigo justo pelos pecados

seria a morte. A primeira parte de Romanos 6:23 declara: “Porque o salário do pecado

é a morte...” Assim, de acordo com o apóstolo Paulo em sua epístola aos romanos a

morte eterna é o salário para todos os que cometem pecado. Mas apesar do homem

ser um pecador e ter rejeitado ao seu criador, ainda assim, Deus o ama. E desde o

princípio traçou um plano que resgataria a sua criatura de seu destino cruel: a morte

eterna e lhe daria o direito de ter os seus pecados redimidos (SIMMONS, 2004).

4.1 O Plano de Salvação

No Evangelho de João, capítulo 3, versículo 16, João diz que Deus

amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho para que todo aquele que nele

crê, não pereça, mas tenha vida eterna.

Deus, em Seu plano perfeito, tornou-se um ser humano — Jesus Cristo

(João 1:1,14). Jesus morreu na cruz, pagando o preço que os pecadores mereciam

pagar: a morte. A segunda epístola de Paulo aos Coríntios, no capítulo 5, versículo 21

revela que: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que,

nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” Assim, ao morrer, Cristo levou sobre si o

castigo que os homens merecem. O seu sangue derramado na cruz do calvário sem

merecimento, trouxe perdão para os pecadores que reconheçam a eficiência desse

sacrifício. Sendo Deus, a morte de Jesus providenciou perdão pelos pecados do

mundo inteiro. Na epístola de 1 João 2:2 proclama: “E Ele é a propiciação pelos

nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo

inteiro.” Cristo ressuscitou dos mortos, proclamando Sua vitória sobre o pecado e a

morte (1 Coríntios 15:1-28). Assim, o preço foi pago. O justo, pelo injusto. Devido a

morte e ressurreição de Jesus Cristo, a segunda parte de Romanos 6:23 também é

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verdade: “...mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso

Senhor” (SIMMONS, 2004).

4. 2 A Salvação é pela graça

O novo Testamento deixa claro que a salvação é pela graça. Isto

significa que é imerecida e também que não há obrigação divina nenhuma de salvar

qualquer pecador. Muitos acreditam que suas obras, caridades, solidariedade, são

suficientes para livrá-las de qualquer culpa. No entanto não é isso que as escrituras

revelam, seguindo os princípios dos cristãos protestantes. Pois segundo o que diz:

“todos pecaram e destruídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23).A salvação

pela graça significa que não é dívida nem recompensa, mas é o dom gratuito de

Deus, conforme a epístola de Paulo aos Romanos no capítulo 6, versículo 23. Deus

podia ter deixado cada um dos homens entregue ao próprio merecimento, que era

perecer em nossos pecados. Mas ele negaria a sua essência, pois segundo 1 epístola

de João 4.8,16 lê-se: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”

(v.8); “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor…

(v.16). O autor dessas palavras, o apóstolo João foi tratado nos evangelhos como um

discípulo amado por Deus e conhecido como o discípulo do amor, uma vez que esse

assunto está sempre presente em seus escritos (WIERSBE, 2008).

Foi amor por parte de Deus e não por parte do pecador o fator

responsável pela salvação. “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo

morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8). A salvação é, portanto,

a obra graciosa e soberana de Deus. Da presciência na eternidade passada até a

glorificação na eternidade futura, a salvação é toda pela graça. “Porque dantes os que

conheceram também os predestinou para serem conformes à sua imagem de seu

Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou

a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que

justificou a estes também glorificou”(Romanos 8:2,30). Deus considera tanto Seu

Filho unigênito que Ele decidiu fazer todos os Seus filhos iguaizinhos a Ele. E não há

mérito nem força humanos em qualquer estágio ou aspecto da salvação. Efésios 2:8-

10.

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4.3 A Necessidade de arrependimento

A salvação é pela graça, não é como já foi exposto, por merecimento.

Mas, ela também não é banalizada. Deus só a concede àqueles que a aceitarem.

Assim, para um homem pecador alcançar o perdão de Deus ele tem que arrepender-

se do seu erro e aceitar que o perdão será concedido uma vez que Cristo já pagou o

preço. A necessidade do arrependimento foi enfatizada por Cristo, por João o Batista

e pelos Apóstolos. Jesus Cristo pregou: “Não, vos digo; antes, se não vos

arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lucas 13:5). Paulo pregou que Deus

anuncia: “agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (Atos

17:30) (LACOSTE, 2004).

Deus mantém pelo o homem um amor incondicional. Mas, ele assim

como no princípio continua dando a sua criatura o direito ao livre arbítrio. Assim, o

preço foi pago, mas é necessário que haja uma aceitação do amor de Deus. Do

contrário, a salvação sem arrependimento encheria o céu de gente que odeia a Deus

e ama o pecado. Perpetuaria a rebelião ao transferir os rebeldes da terra para o céu.

É preciso compreender que a salvação é o livramento de uma pessoa do pecado e

não apenas de um ambiente pecaminoso. A fé em Cristo sem arrependimento para

com Deus faria de Cristo, nada mais do que um Libertador do inferno. Mas Cristo é o

Salvador do pecado tanto quanto do castigo pelo pecado. Um elemento no

arrependimento é o ódio pelo pecado e odiar o pecado é amar a Deus (WIERSBE,

2008).

Para os cristãos a recusa em se arrepender é ainda pior do que o

pecado pelo qual se deve arrepender. É preciso entender que o que desagrada a

Deus, não é apenas o tipo do pecado e sim que o homem o faça sem temor nenhum

a ele. Assim, até mesmo uma mentira considerada simples, pode levar a condenação,

pois pode-se mentir por causa do medo ou outra fraqueza da carne, mas deixar de se

arrepender é justificar a mentira. Pedro negou a Jesus por fraqueza e medo, mas não

justificou a negação. Ele chorou amargamente; arrependeu-se. Não se entregou ao

desespero, como Judas, mas agarrou-se ao Senhor e saiu lucrando aos ser

perdoado. Sua queda o curou da vanglória e ensinou-lhe que precisava de uma lição

de humildade (LACOSTE, 2004).

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Alguns relatos demonstram exemplos de um arrependimento genuíno,

Wiersbe (2008), relata que Davi manifesta o espírito do verdadeiro arrependido

(penitente) no Salmo 51. Na parábola do filho pródigo temos um exemplo clássico de

arrependimento. Temos o coração do pai, a provisão do pai e o arrependimento do

filho que saiu de casa com um espírito de orgulho e independência, que era pecado

contra o pai. Foi caindo cada vez mais no pecado até se ver em pobreza abjeta:

roupas de trapos, fome e ocupação vergonhosa. Sente vergonha de tudo isto, mas

ainda não é arrependimento. Então vem uma mudança de atitude em relação ao pai.

Ele volta para o pai num espírito de contrição e confissão. Não volta para se gabar do

sucesso longe do pai, mas para confessar seu erro e necessidade. Não volta com

uma oferta, para ser aceito pelo pai. Não tem nada a oferecer, a não ser os trapos e

uma vida destruída. A única esperança de aceitação era o amor do pai, que lhe

perdoou tudo.

Esta parábola não ilustra fé em relação a Cristo, mas somente o

arrependimento para com Deus. Ela não tem nada sobre Deus como Legislador, mas

somente como Pai. Não dá a base da aceitação do pecador diante de Deus, mas o

fato desta aceitação. Não tem nada a dizer sobre a doutrina da expiação, e não foi

dada como retrato completo do caminho da salvação. Cristo a contou aos fariseus e

escribas, como resposta à reclamação deles ao receber publicanos e pecadores.

Quem usa esta parábola para negar ou diminuir a verdade sobre o sangue da

expiação, faz com que ela sirva a um propósito que Cristo não pretendia que tivesse.

Também não dá um retrato completo de Deus, pois Ele é Juiz tanto quanto é Pai. Não

nos dá, como disse certo liberal, a própria essência do evangelho. Porque o coração

do evangelho é a história de Cristo crucificado. O evangelho tem a ver com Aquele

em Que se tem a redenção, através do Seu sangue, a remissão do pecado

(WIERSBE, 2008).

O arrependimento está associado à remissão e sem derramamento de

sangue não há remissão (Hebreus 9:22). O sangue de Jesus Cristo foi derramado

para que Deus fosse justo ao justificar o pecador (Romanos 3:24-26). Por outro lado,

não há remissão sem a morte de Cristo; nem remissão sem o arrependimento por

parte do pecador.

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CONCLUSÃO

O pecado é algo que afeta a comunhão do homem com Deus e o afasta

de Sua presença, gera a morte e a eterna separação de Deus, pois todos que pecam

e andam no pecado não podem ver a face do Senhor. Assim como quando é

transgredida uma lei do governo, existe uma consequência pelo o erro, ao pecar

contra Deus existe uma consequência.

Deus criou o homem para ser perfeito, considerando que os fez a sua

imagem e semelhança. Porém os dotou de livre arbítrio, e este direito de escolha o

distanciou do seu criador. Quando teve a oportunidade de escolher entre obedecer ou

não a Deus, os primeiros homens, Adão e Eva, não resistiram e pecaram. A

consequência deste erro foi a morte física e espiritual devido a separação do homem

e Deus.

A Bíblia relata vários exemplos de homens que pecaram e pagaram caro

por seus erros. Mas que o arrependimento genuíno os aproximou novamente de

Deus.

Através do exposto no decorrer deste trabalho, percebe-se que apesar

do pecado ser uma opção do homem, Deus o ama de maneira incondicional e

realizou um plano de salvação através do seu filho Jesus. Ele não merecia, mas o seu

amor pela humanidade o levou para a morte da cruz. O justo pelo injusto.

Fica claro nos relatos bíblicos, que Deus deseja que todos os

homens sejam salvos. O preço pago por Jesus é suficiente para garantir a salvação a

todos que acreditarem que o seu sacrifício realmente os redime.

Assim, constata-se que todo homem é pecador e pode até pagar seu

erro, no entanto, o amor incondicional de Deus, garante a todos que nele crê o direito

a remissão de seus pecados.

 

Page 34: MONOGRAFIA PECADO - Lúcia - Cópia

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REFERÊNCIAS

LACOSTE, Jean-Yves. Dicionário Crítico de Teologia. Tradução de Paulo Menezes.São Paulo: Paulinas; Loyola, 2004.

SIMMONS, Thomas Paul. Blog palavra prudente: o Estado original e a queda do homem. 2004. Disponível em: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/tpaul_s/doutrinabiblica/cap16.htmlAcessado em: 02/11/12

WIERSBE, W.W. Comentário Bíblico Antigo Testamento. Ed Geográfica. São Paulo-SP. 2008.

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