o pecado pessoal
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Ética Teológica Fundamental
Capítulo 15 – O pecado pessoal
Aluno: Ricardo Cunha
N.º: 210213310
UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA
FACULDADE DE TEOLOGIA
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS RELIGIOSAS –
120 ECTS
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Hoje constata-se em alguns um profundo sentimento dealegria, porque creem que desapareceram as pressões pseudo-religiosas e os mecanismos psicológicos que mantiveramtantas pessoas afundadas debaixo do peso da culpa.
Outros, no entanto, deploram esta situação como umalamentável perda. Creem, como lamentou Pio XII, que o maiorpecado do mundo atual é ter perdido esta consciência deculpabilidade. A sua eliminação não é, portanto, nenhumsinal de progresso, senão uma melhor consciência do processodesumanizador em que vive a sociedade.
A nova situação: entre o medo e ainocência
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À culpabilidade irracional e patológica sucedeu uma
inocência demasiado descarada como que para nãodescobrir nela outras motivações ocultas e interessadas. Foi uma conquista ou uma regressão? É difícil optar por uma destas alternativas, sobretudoquando se radicalizam e se fazem excluintes.
Provavelmente porque ambas têm uma boa parte deverdade e cada uma acentua o que a outra não destaca comtanta força.
A nova situação: entre o medo e ainocência
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Guardar o equilíbrio entre um excesso de culpabilidade euma ânsia de inocência torna-se difícil. Para recuperar overdadeiro conceito de pecado e purificá-lo de outroselementos espúrios, faremos uma reflexão, em primeirolugar, sobre a experiência antropológica da culpa e ossentimentos que a acompanham, com o intento deconstatar os diferentes níveis humanos, éticos e religiososem que se vivem. Os dados desta experiência serãoconfrontados com os que se encontram na revelação, antesde responder, finalmente, aos problemas e discussõesatuais que o tema suscita.
A nova situação: entre o medo e ainocência
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Os etnólogos constataram que a universalidade deste
fenómeno descobre a finitude radical do Ser Humano. São muitos os símbolos e imagens que tentam expressar oconteúdo íntimo desta vivência: mancha, desvio, erro,rebeldia, vazio, solidão, injustiça, doença, limitação,angústia, pena, condenação… como se fosse impossível
revelar com apenas um prazo a abundância de sensações esentimentos que despertam esta realidade.
A experiência antropológica da culpa
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A perseverança de tais símbolos, ao longo de todas as culturas etempos, invalidam a opinião de alguns, de que se trata de uma
experiência própria dos povos primitivos, sem um maiordesenvolvimento cultural. O Ser Humano sente a ameaça constante da má consciência, quenem sequer brota da religião, mas da sua estrutura antropológica.
Desde pequenos sentimos a necessidade de moderar os nossosimpulsos e instintos para fazer possível a convivência e respeito
mútuo. É lógico que a obediência provoca um sentimento benévoloao acatar as regras fundamentais do jogo social, do mesmo modoque a transgressão, ainda que oculta, desperta a vergonha por nãoter jogado de forma limpa.
A experiência antropológica da culpa
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A pessoa sempre se sentiu culpada, apesar de todas asintenções que a tentam convencer da sua inocência.Embora queira e se esforce tem a sensação de não realizarsempre o que deve, como se uma força superior impedisserealizar esse seu desejo.
Reconhece, no entanto, que tais limites deixam umamargem de manobra e espaço suficiente para fazer-seresponsável do seu atuar.
A experiência antropológica da culpa
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A raiz de onde brota a experiência de culpa é idêntica em todos osindivíduos. Somos seres limitados e com uma incapacidade básica
para fazer o bem e evitar o mal, sem as forças e recursos necessáriospara uma conduta reta. O erro e o equívoco formam parte do nossopatrimónio como uma consequência inevitável da nossa própriafinitude, que nos impossibilita a coerência das decisões.
Cometerá um erro ou se enganou, mas jamais será culpado, pois asua aparente malícia não é senão um acidente devido ao mal
funcionamento da sua natureza. O fracasso, em último lugar, não é imputável ao indivíduo, senãoaos defeitos de fabrico com que nasceu, sem nenhuma garantia deassegurar a perfeição do seu mecanismo.
O mito do paraíso perdido: a negação da moral
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A criança constata desde o seu primeiro ano de vida a realidade domundo que o rodeia, pelas repetidas experiências de frustração, vazio
e solidão… Começa a dar-se conta que não é o centro exclusivo dasatenções dos demais, descobrindo a sua existência como finita. Os psicanalistas revelam que cada ser traz na profundidade da suainconsciência una nostalgia absoluta de totalidade e omnipotência,como um desejo radical que sonha com romper as fronteiras da suafinitude.
Desejaria transportar-se a outro mundo onde não teve queexperimentar a limitação que se lhe impõe, a incapacidade que sente,a insatisfação constante com que tropeça, a morte que um diaterminará vencendo e que já lhe acerca com outros duelos pequenos.
O mito do paraíso perdido: a negação da moral
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É o mito do paraíso perdido. Como cada dia renasce aesperança inconsciente desta omnipotência, que retorna denovo a romper-se com o realismo da vida, há que buscardesculpas e justificações para fugir do que o atemoriza.
Esta formidável pressão interior leva-nos também a sonharque o fracasso da culpa não é algo que dependa de nós,como mais um sinal da nossa limitação, senão um factoformidável que não afeta nem humilha a própria liberdade.
O mito do paraíso perdido: a negação da moral
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A fundamentação mágica da culpa baseia-se na ausência deexplicação causal dos fenómenos físicos, pelo que a existência
do mal atribui-se a uma falta cometida com antecipação.Qualquer desgraça se interpreta como castigo de uma factomau que se cometeu, ainda sem o saber e sem intervenção davontade.
Um tropeço que, mesmo que não se queira, provoca de
imediato uma série de consequências negativas. Trata-se de uma sanção automática por ter transgredido umtabu: aquela realidade absolutamente inviolável e plena deperigo, pela relação que guarda com um poder supremo.
A transgressão do tabu: uma ética dairracionalidade
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A obediência à lei e a observância de todas as prescriçõesimpõem-se como o único remédio para escapar a esta
ameaça. A falha leva a uma série de ritos purificatórios paralimpar a mancha e evitar os castigos que poderiam recairsobre os outros membros do grupo.
Haverá que buscar o transgressor para que reconheça a suafalta, expie o seu delito e aplaque a vingança das forças
superiores. A dimensão racional está ausente de todos estes mecanismosque surgem, invadindo a consciência para converter oindivíduo num ser desgraçado e impotente contra o destino.
A transgressão do tabu: uma ética dairracionalidade
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Aqui a pessoa toma consciência da sua verdadeiraresponsabilidade quando rejeita o convite daqueles valores
que o mesmo considera como humanizantes. Apesar dos diferentes determinismos de um ou outro tipo,têm o convencimento sincero de que pode atuar de formamelhor. Poderá ignorar o grau de liberdade, mas adverteque o seu engano é também efeito da sua culpa.
O mal radica na intencionalidade interior, livre e voluntáriaque o provocou. Nem os demais nem as realidadesmateriais causam a culpa, à margem da própria vontade.
A dimensão ética e religiosa: a culpa e o pecado
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Quando esta falha se vivencia como negativa ao querer deDeus, o nível ético adquire uma dimensão religiosa e aculpa do homem torna-se em pecado do crente.
A desumanização que comporta a primeira experimenta-se, ao mesmo tempo, como uma rutura e quebra daamizade oferecida por Deus.
A dimensão ética e religiosa: a culpa e o pecado
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Em todas as épocas cheias de profunda religiosidade e em
qualquer pessoa crente, a culpa e o pecado vivem-se comouma mesma realidade, pelo caráter transcendente queencerram os valores éticos.
Se esta transcendência religiosa desaparece, já não seriapossível falar de pecado, que supõe sempre uma
vinculação direta com Deus, pois a falta cometidapermaneceria num nível ético que não descobre ohorizonte da Fé.
A dimensão ética e religiosa: a culpa e o pecado
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A experiência da culpa desperta um mal estar interior e umdesejo de reparação. Trata-se, por isso, de um sentimento
lógico e natural, como consequência da falha cometida. O contrário só teria explicação pela ignorância ou cinismode quem não vê as consequências ou a quem lhe importamuito pouco o que aconteceu. A ausência do sentimento deculpa não é nenhum sinal de progresso, mas revela umaestrutura psicológica deficiente.
No fundo de todo o sentimento de culpabilidade existeuma sensação de angústia.
O sentimento de culpabilidade:condicionantes psicológicas
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A criança precisa de fazer seus os desejos paternos, que vão comfrequência contra o que ele quer e lhe apetece, para poder amarassim os seus pais sem tensões ou conflitos.
Esta frustração inconsciente e angustiosa, perante a impossibilidadede seguir os seus próprios desejos, desencadeia a esse mesmo nívelum movimento de agressividade.
O objeto de amor converte-se também em motivo de ódio que, aindaque não se expresse nem se manifeste, produz a angústia da
culpabilidade. Ainda que de fora não se compreendam estes temores, o própriosuper-eu castigará com maior fúria e rigor o incumprimento da lei. Osentimento de culpabilidade será a vingança cruel do próprio sujeito.
O sentimento de culpabilidade:condicionantes psicológicas
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Da mesma forma que a culpa é um gesto quase mecânico, a
purificação realiza-se mais por força do ritoescrupulosamente cumprido que pela intenção da suavontade.
O importante é cumprir com as rúbricas ordenadas, pois operdão consegue de forma automática pelo poder mágico
que contem. O que dói não é o mal feito, mas as másconsequências que daí advém.
O sentimento de culpabilidade:condicionantes psicológicas
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Noutros estádios posteriores e mais conscientes o
sentimento de culpa alimenta-se do próprio narcisismo. A culpa é um feito que destrói o eu ideal com que oindivíduo se encontra identificado. O desajuste entre esseideal e a sua execução prática cria sentimentos decondenação.
O fracasso é doloroso, não porque está em jogo o bem dosoutros, mas por se romper de novo a imagem narcisista,que nos humilha e destrói.
A dinâmica do narcisismo: o fracasso perante o ideal
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Deus é uma espécie de meio que utilizamos para ver se no
fim, com a Sua ajuda, alcançamos o que não está em nossasmãos. É uma desgraça renovar os esforços, depois demuitas tentativas terminaram em fracassos.
Como consequência desta atitude nasce por dentro umaimpressão subtil de amargura e tristeza ao comprovar aesterilidade de tantos alentos inúteis, que surge de umnarcisismo perfecionista.
A dinâmica do narcisismo: o fracasso perante o ideal
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O remorso faz-se companheiro constante do caminho.Consiste em querer que não haja havido culpa, em desejarter sido de outra maneira, em sofrer por um passado que jánão se pode suprimir.
A dinâmica do narcisismo: o fracasso perante o ideal
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O sentimento de culpa humana e religiosa supõe uma
maior maturidade psicológica. Para ser cristão basta experimentar a culpa como um gestode desumanização que rompe ao mesmo tempo acomunhão com Deus e inflige sempre, de uma forma ou deoutra, um dano aos demais.
Aceita-se a culpa, mesmo sem saber com certeza o seunível de gravidade.
O verdadeiro sentimento deculpa: a dor por uma rutura
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O arrependimento não busca a eliminação de todos os
sentimentos negativos, mas o restabelecimento dafidelidade traída e a reparação do dano causado. Já não se sofre pela própria imperfeição. O verdadeiramente importante é a rutura dessa relaçãocom o transcendente e o prejuízo causado ao outro. O
perdão não satisfaz tanto pelo que evita – castigo,condenação, remorsos…. – quanto pela alegria de umaamizade restabelecida.
O verdadeiro sentimento deculpa: a dor por uma rutura
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Por isso, a verdadeira consciência do pecado não vê para
trás para comprovar se fez o necessário para obter operdão. Está convencido de o ter obtido, porque ofereceu a Deus, àIgreja e aos irmãos uma palavra de arrependimentosincero.
O arrependimento contempla o futuro, e esse gesto reajustaa vida inteira, incluindo o passado miserável, até uma novaorientação.
O verdadeiro sentimento deculpa: a dor por uma rutura
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Determinados aspetos da espiritualidade, se não se
compensam com outras verdades da revelação, servempara aumentar mais alguns dos mecanismos psicológicosda culpa.
Por isso vale a pena refletir sobre este mundo desentimentos e reações, que com tanta frequência se
introduzem na conduta da pessoa normal e crente. Sem caricaturas nem exageros há que reconhecer oselementos negativos que andam em torno do pecado.
As deformações na vida cristã
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A utilização tão frequente do medo na nossa pastoral, que
fez viver muitos atemorizados não ajudaram precisamentea um tipo de relação amorosa e confiada.
O interesse centrava-se na salvação pessoal e todas aspráticas de piedade estavam ao serviço desta ideia. Amesma oração, em lugar de ser um diálogo de amizade,convertia-se num gesto utilitarista para tirar proveito paraas nossas iniciativas particulares.
As deformações na vida cristã
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Toda a revelação está centrada no tema prioritário da salvação. Desde ocomeço, Deus anuncia a promessa de um Messias que acabaráredimindo o povo de todos os seus pecados. Deste modo, a história de
Israel converte-se num grande gesto salvador. Todos os seusacontecimentos e vicissitudes caem misteriosamente e de formadesconcertada em Jesus Cristo.
A condição pecadora da humanidade incapacita esta para um encontrocom Deus que só é possível pela gratuidade do seu amor e a suapredileção, até à chegada definitiva do Salvador.
Uma espera grande e confiada manteve de pé o povo eleito, apesar dassuas prevaricações e infidelidades, com vista Àquele que será luz dasnações. Os feitos mostram a fidelidade indestrutível de Deus, que nuncavolta atrás nas suas promessas.
Os dados fundamentais da Fé
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A vida, paixão e morte de Cristo aparecem de formaexplícita e repetida com este caráter de libertação. Entregoua sua existência para a remissão dos pecados do mundo efazer possível a nova e definitiva aliança.
Revelou-nos um rosto de Deus misericordioso e disposto a
perdoar todas as vezes que seja necessário.
Os dados fundamentais da Fé
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Mas a salvação de Jesus, que possibilita a realização do
bem, não inclui a liberdade frágil e quebradiça do serhumano. Enquanto peregrino por este mundo, é capaz deoptar por Jesus ou por recusar a sua mensagem e pessoa.
Se o pecado não existisse, cairia todo o anúncio darevelação. Negar, por isso, a condição pecadora dahumanidade e cada um dos membros que a compõem érevelar-se contra a Boa Notícia dos Evangelhos.
Os dados fundamentais da Fé
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O conceito de mancha, ainda que não se explicite com estadesignação, faz-se presente com muita frequência.
Provavelmente tem um sentido mais arcaico. O Kákos grego, como oposto ao bom (agazós), está relacionado coma linguagem infantil de excremento. Mas, quandoqueremos dissuadir uma criança a realizar algo que estámal, fazemos referência a esse conceito. Todo o mal reveste
um sentido de sociedade, pois qualquer pessoa que seaproxime e toque fica contaminada.
A linguagem da revelação: a mancha
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Algo parecido ocorre com o pecado, já que opera umamudança interior profunda e qualitativa. Uma situação que
chega a provocar a própria repugnância e o desprezo dosdemais (2Pe 2,22). Não é algo que se impute desde fora,mas que afeta no mais fundo da sua personalidade.
A pureza de Deus exige adesão sem divisão. Qualquerrelação na qual a fidelidade não se comprometa totalmentese faz suja. Um impureza tão profunda (Jer 13,23) que só oEspírito de Deus poderá purificá-la como se de novarecriação se tratasse (Ez 36,24-30).
A linguagem da revelação: a mancha
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A hospitalidade que este oferece aos pecadores e o seucontacto com as pessoas de má vida não o contagiam emabsoluto. O fundamental é a pureza de coração, pois «nãomancha o homem o que entra pela boca» (Mt 15,10), mas oque sai do seu interior.
A linguagem da revelação: a mancha