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UNIVERSIDADE POSITIVO Programa de pós-graduação MBA em Gestão de TI Parceria Microsoft JOÃO PEDRO AMORIM LOBATO GOVERNANÇA E GESTÃO EM PROJETOS DE MIGRAÇÃO DE ERP MIGRAÇÃO DE ERP FABRIL CURITIBA JUNHO 2015

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Page 1: Monografia - João Lobato

UNIVERSIDADE POSITIVO

Programa de pós-graduação MBA em Gestão de TI

Parceria Microsoft

JOÃO PEDRO AMORIM LOBATO

GOVERNANÇA E GESTÃO EM PROJETOS DE MIGRAÇÃO DE ERP

MIGRAÇÃO DE ERP FABRIL

CURITIBA

JUNHO 2015

Page 2: Monografia - João Lobato

JOÃO PEDRO AMORIM LOBATO

GOVERNANÇA E GESTÃO EM PROJETOS DE MIGRAÇÃO DE ERP

MIGRAÇÃO DE ERP FABRIL

Monografia submetida à aprovação no Curso de

Pós-graduação Latu Sensu em MBA em Gestão de

TI parceria Microsoft, como exigência para

conclusão.

Orientador: Valdinei Santana, M.Sc.

CURITIBA

JUNHO 2015

Page 3: Monografia - João Lobato

i

DEDICATÓRIA

Dedicado a todos os que me incentivam

a procurar sempre melhorar,

principalmente a família e especialmente

a Jamille Silva.

Page 4: Monografia - João Lobato

ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao professor Valdinei Santana pela forma entusiasmada com

que abraçou a orientação deste projeto. Mostrou-se um orientador sempre

disponível, paciente, com muito para ensinar, tanto sobre os aspectos relacionados

à teoria e pesquisa do trabalho, bem como aos aspectos formais e de apresentação

para que o resultado final fosse uma pesquisa relevante para a comunidade.

Agradeço ao Rui Sousa, diretor da fábrica Simoldes Plásticos Indústria

por todo o apoio, não só ao longo deste projeto de migração, em que contribuiu para

que corresse da melhor forma, mas também ao longo já de muitos anos de

convivência profissional, sempre aconselhando, ensinando e contribuindo para o

meu crescimento pessoal e profissional.

Agradeço ao Luis Faustino, diretor de TI do Grupo Simoldes, divisão

plásticos, que apesar de ter entrado no grupo Simoldes já durante o projeto de

migração de sistema deu um contributo valioso para o projeto.

Agradeço ao Pedro Pinho, gestor do projeto na matriz, por todo o apoio

ao longo dos últimos 3 anos em 2 migrações de sistema e no desenvolvimento do

sistema para atendimento aos requisitos brasileiros.

Agradeço à equipa de TI da Simoldes no Brasil especialmente ao Diogo

Lourenço, Rudinei Alves e Jair Sena pelo empenho e esforço colocado nesta

migração, sempre com um foco no resultado e com atitude positiva.

Agradeço a todos os funcionários da Simoldes Plásticos Indústria pois

desde o primeiro momento abraçaram o projeto e fizeram o possível (e muitas vezes

parecia o impossível) para que a migração fosse bem sucedida.

Page 5: Monografia - João Lobato

iii

EPÍGRAFE

“Parece impossível até estar concluído” –

Nelson Mandela

Page 6: Monografia - João Lobato

iv

SUMÁRIO

LISTA DE IMAGENS .................................................................................................. v

LISTA DE SIGLAS ..................................................................................................... vi

RESUMO................................................................................................................... vii

ABSTRACT .............................................................................................................. viii

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 1

1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 2

1.2 RELEVÂNCIA ........................................................................................................ 3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 4

2.1 ERP ....................................................................................................................... 4

2.2 GOVERNANÇA DE TI ......................................................................................... 18

4.3 GOVERNANÇA DE TI EM PROJETOS DE MIGRAÇÃO DE ERP ..................... 28

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 30

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 45

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48

APÊNDICE ................................................................................................................ 51

Roteiro das Entrevistas ............................................................................................. 51

Page 7: Monografia - João Lobato

v

LISTA DE IMAGENS

Figura 1 - Estrutura típica de um sistema ERP de acordo com Davenport (1998) ...... 6

Figura 2 - Benefícios e problemas do uso de ERP .................................................... 10

Figura 3 - Ciclo de vida dos sistemas ERP ............................................................... 14

Figura 4 - O ciclo de Governança de TI .................................................................... 20

Figura 5 - Integração entre Governança Corporativa e Governança de TI ............... 21

Figura 6 - Áreas de foco da governança de TI de acordo com o COBIT ................... 25

Figura 7 - Presença global Simoldes Plásticos ......................................................... 31

Figura 8 - Tabela de análise ...................................................................................... 34

Figura 9 - Riscos identificados ao longo do projeto ................................................... 36

Figura 10 - Matriz de acompanhamento aos usuários .............................................. 43

Page 8: Monografia - João Lobato

vi

LISTA DE SIGLAS

CIO - Chief Information Officer

COBIT – Control Objectives for Information and related Technology

COSO- Committee of Sponsoring Organizations

ERM - Enterprise Risk Management

ERP - Enterprise Resource Planning

FIFO - First In First Out

IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

ISACA - Information Systems Audit and Control Association

ITIL - Information Technology Infrastructure Library

MRP - Material Requirements Planning

MRPII - Manufacturing Resource Planning

PMBOK – Project Management Body of Knowledge

SPB - Simoldes Plásticos Brasil (Unidade da Simoldes de São José dos Pinhais)

SPED - Sistema Público de Escrituração Digital

SPI - Simoldes Plásticos Indústria (Unidade da Simoldes de Caçapava)

TI - Tecnologia da Informação

Page 9: Monografia - João Lobato

vii

RESUMO

O custo da TI nas organizações tem crescido bastante ao longo dos

últimos anos na mesma medida que as informações se tornam mais

importantes para a gestão empresarial. Assim surgiu ao longo do tempo o

MRP, MRP II e o ERP. No entanto o valor que a TI traz para as

organizações não tem crescido na mesma escala. Como forma de medir e

melhorar o valor da TI surgiu a governança de TI.

O uso de sistemas ERP permite às organizações ter acesso a uma

fonte de dados altamente confiável, efetiva e eficiente. Sistemas ERP

trazem também no pacote as “melhores práticas” de mercado. Apesar dos

benefícios que se podem esperar com uma implementação de sucesso,

existe uma alta taxa de falhas na implementação destes sistemas.

Assim é muito importante utilizar boas práticas de governança de

TI em implementações e migrações de sistemas ERP de forma a minimizar

os impactos para a organização e simultaneamente garantir que esta

obtém o máximo proveito da mudança.

Este trabalho é baseado na análise de um caso de sucesso de

migração de ERP fabril. Foram utilizadas técnicas de questionário,

observação e análise de documentos.

Esta migração utilizou governança de TI que começou com a forma

como foi tomada a decisão, envolvimento da alta administração, gestão

dos riscos, valor da TI entregue pela migração, controles internos no novo

sistema, gestão da mudança e gestão dos fatores críticos de sucesso.

Palavras-chaves: Governança de TI, ERP, Melhores Práticas, migração, mudança.

Page 10: Monografia - João Lobato

viii

ABSTRACT

The cost of IT has been growing during the last years, in the same

way as the information has also becoming more important. This way tools

like MRP, MRP II and later ERP have been created. Nevertheless, the

value that IT brings to organizations has not been growing in the same

proportion. As a tool to measure and improve IT value, the IT governance

has been created.

Using ERP systems allows companies to have access to a highly

reliable, effective and efficient information source. ERP systems have

“best practices” built-in. Despite all the benefits that are expected with a

successful implementation, there is a high rate of failures in implementing

such systems.

It is very important to use IT governance best practices in ERP

implementations or migrations to avoid problems and simultaneously

assure that the maximum benefits from the change are attained.

This research is based in the analysis of a successful case of

migration of ERP. The techniques used in this research were

questionnaires, observation and document analysis.

This migration used IT governance from the decision making

process, top management involvment, risk management, IT value delivered

from the migration, internal controls in the new system, change

management and critical success factors management.

Key words: IT Governance, ERP, Best Practices, migration, change

Page 11: Monografia - João Lobato

1

1 APRESENTAÇÃO

As pressões competitivas atuais, como a globalização, têm

obrigado as empresas a buscar ou recuperar sua competitividade através

da redução de custos, diferenciação de seus produtos ou serviços, ou da

aposta em nichos de mercado (Porter, 1998).

Para se conseguir uma gestão efetiva de recursos é necessária

uma grande quantidade de cálculos. É necessário saber o que comprar,

quando comprar, o que produzir e quando produzir, de forma a evitar ter

capital imobilizado em estoques e também a conseguir cumprir com os

prazos de entrega.

Com o uso de tecnologia começou por surgir o MRP (Material

Requirement Planning), depois o MRP II (Manufacturing Resource

Planning) e finalmente o ERP (Enterprise Resource Planning), como

resposta à necessidade das organizações de custos mais baixos e

redução dos tempos dos processos.

A implementação ou migração de ERP causa mudanças maciças

nas organizações, e devem ser cuidadosamente gerenciadas, para que os

benefícios possam ser obtidos (Bingi, Sharma & Godla, 1999).

Assim é muito importante utilizar boas práticas de governança de

TI em implementações e migrações de sistemas ERP de forma a minimizar

os impactos para a organização e simultaneamente garantir que esta

obtém o máximo proveito da mudança.

Page 12: Monografia - João Lobato

2

1.1 OBJETIVOS

Com a evolução acelerada que estamos observando a nível de

tecnologias fica cada vez mais difícil para a TI conciliar essas tecnologias

com os processos de negócio da empresa. Por outro lado, a migração de

um ERP para outro acarreta uma mudança de processos da empresa,

sendo por isso um processo complexo, que enfrenta muitas vezes

resistência por parte dos usuários.

Este trabalho baseia-se num caso de estudo de migração de ERP

fabril que foi considerado pela direção corporativa da empresa como um

sucesso.

O objetivo geral da pesquisa é verificar se foi utilizada a

governança de TI num processo de migração de ERP fabril.

Os objetivos específicos são:

• entender o conceito de ERP;

• entender o ciclo de vida de um ERP;

• entender os fatores críticos de sucesso numa migração de

ERP;

• entender os conceitos de governança e governança de TI;

• verificar como foram geridos os fatores críticos de sucesso

no caso de estudo;

• verificar como se pode aplicar governança de TI num caso de

migração de ERP fabril;

• verificar se a migração do ERP fabril ocorreu de forma

controlada, cumprindo os requisitos e trazendo os benefícios

esperados para a organização.

Page 13: Monografia - João Lobato

3

1.2 RELEVÂNCIA

Aprofundar estudos científicos da governança e gestão de projetos

de migração de ERP em unidade fabril é relevante. Entre os aspectos de

maior importância e relevância estão:

• CIOs, Gerentes de TI e outros gestores de projetos de

migração de ERP terão maior facilidade de concretizar o

projeto de acordo com prazos e custos estipulados.

• Relevante para se obter um referencial de boas práticas

neste tipo de projetos.

• As empresas poderão maximizar o retorno do investimento

feito na troca do sistema.

Page 14: Monografia - João Lobato

4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A governança de TI em projetos de migração de ERP é um caso

particular de governança de TI. Os sistemas de ERP já existem há

bastante tempo e muitas vezes migração de um sistema para outro é um

processo doloroso para a empresa. Com a evolução da governança de TI

surgem diretrizes para que esta transição seja tranquila e tenha o máximo

retorno de valor para a empresa.

2.1 ERP

A informação nas empresas é fundamental. É a informação que liga

as atividades dos diversos processos. Sendo cada vez mais considerada

um dos ativos mais importantes da empresa, tem-se tentado gerir a

informação da forma mais eficiente possível. O cliente, seja o cliente

interno, como por exemplo outro departamento dentro da mesma empresa,

ou o cliente externo sentem o impacto da informação que recebe na sua

percepção de qualidade do produto ou serviço recebido.

A TI tem vindo a ganhar importância nas organizações que utilizam

sistemas de informação. Para Colangelo Filho (2001) a TI é um recurso

potencializador da integração, unificando componentes heterogéneos.

Na década de 1970 surgiu o MRP, à medida que os computadores

se foram tornando mais baratos e poderosos. O MRP é um conjunto de

rotinas para cálculo de necessidades de materiais a partir de demandas e

previsões de vendas. Para esse cálculo o MRP usava as listas de

materiais, bem como níveis de estoque, estoque de segurança, prazo de

entrega, lotes mínimos e lotes económicos. O sistema MRP não fornecia

suporte ao planejamento da capacidade produtiva, de custos e não se

integrava com outras aplicações usadas pela organização (Colangelo

Filho, 2001).

Uma melhoria ao MRP surgiu na década de 1980 com a introdução

do cálculo de capacidade. Assim surgiu o MRP II, paralelamente à difusão

dos microcomputadores. Além das necessidades brutas e líquidas de

materiais também verificava a disponibilidade de máquinas para o fabrico

Page 15: Monografia - João Lobato

5

dos materiais. Com o tempo foram surgindo alguns sistemas para

complementar as informações do MRP II, mas eram sistemas isolados e

que não comunicavam uns com os outros. De acordo com Corrêa e

Gianesi (1994) o princípio básico do MRP II é o cálculo de necessidades,

uma técnica de gestão que permite o cálculo, viabilizado pelo uso de

computador, das quantidades e dos momentos em que são necessários os

recursos da manufatura (materiais, pessoas, equipamentos entre outros)

para que se cumpram os programas de entrega de produtos com um

mínimo de formação de estoques.

O MRP II não se integrava com outras aplicações usadas nas

organizações, e como tal não suportava de forma integrada os processos

de negócio das empresas (Colangelo Filho, 2001).

Com a expansão da globalização houve uma grande pressão para

redução de prazos de entrega e de custos nas empresas, o que levou ao

aparecimento do ERP. Segundo Haberkorn (1999) a concorrência é

mundial, logo sua gestão tem de ser tão eficiente quanto a mais eficiente

de seu setor. Assim as informações tornam-se mais consistentes e

permitem uma tomada de decisão com confiança. A utilização do ERP

otimiza o fluxo das informações e possibilita a gestão por processos.

De acordo com Davenport (2008), problemas com o

desenvolvimento de sistemas por equipe interna, bem como o bug do

milênio fizeram com que muitas empresas optassem pela adoção de um

sistema ERP.

Segundo o dicionário da APICS ERP é definido como:

Framework para organizar, definir e padronizar os processos de negócios necessários para efetivamente planejar e controlar uma organização. A organização pode uti lizar esse conhecimento interno para buscar vantagem externa.

Para Nah (2001) um sistema ERP é um pacote de software

empresarial que permite à empresa gerir de forma eficiente e eficaz o uso

de recursos (humanos, financeiros, materiais, etc.) ao fornecer uma

solução integrada para as necessidades de processamento da informação

da organização.

Page 16: Monografia - João Lobato

6

De acordo com Davenport (1998) um sistema ERP consiste de

diversos módulos que representam diferentes áreas funcionais e oferecem

integração a todas as áreas de negócio.

Figura 1 - Estrutura típica de um sistema ERP de acordo com Davenport (1998)

Para Colangelo Filho (2001) o ERP é um software aplicativo que

permite a empresa automatizar e integrar seus processos de negócio em

um único banco de dados. O ERP permite compartilhar dados e

uniformizar processos de negócios, além de produzir e utilizar

informações em tempo real.

Segundo Corrêa e Gianesi (1994) ERPs são sistemas complexos,

podem unir virtualmente todas as aplicações de uma empresa em uma

única base de dados, ou num conjunto de bases de dados interligadas.

Um único software serve os recursos humanos, área financeira,

manufatura, entre outros. Ao partilhar a base de dados fica muito simples

para diferentes departamentos partilharem informações e comunicarem

uns com os outros, além da confiabilidade da informação aumentar. Por

exemplo, numa unidade fabril, uma ordem de fabrico de um produto pode

atualizar os sistemas de produção, colocar uma ordem de compra se

materiais são necessários, etc.

Page 17: Monografia - João Lobato

7

Embora as empresas possam desenvolver os seus sistemas

internamente com as mesmas características, o termo ERP está

normalmente associado a pacotes comerciais (Davenport, 1998). Os

sistemas ERP não são desenvolvidos para um cliente específico. São

desenvolvidos atendendo a requisitos genéricos do maior número possível

de empresas. O ERP é uma base de dados única que organiza, codifica e

padroniza os processos e dados do negócio (Zwicker & Souza, 2003).

Os sistemas ERP são constituídos por módulos. Esses módulos

representam os menores conjuntos de funções que podem ser adquiridos

e implementados separadamente. Os módulos são interdependentes e

conectados a um banco de dados comum, dão suporte aos processos da

organização e às diversas áreas da empresa e são acessados pelos

usuários pelo meio de uma única interface (Turban, Rainer & Potter,

2007).

Zwicker & Souza (2003) afirmam que os sistemas ERP possuem

características que os distinguem de outras empresas:

• são pacotes comerciais de software;

• incorporam modelos de processos de negócios (best

practices);

• são sistemas de informação integrados e utilizam um banco

de dados corporativo;

• possuem grande abrangência funcional;

• requerem procedimentos de ajuste para que possam ser

utilizados em determinada empresa.

Pode-se dizer que o objetivo de um ERP é facilitar o fluxo de

informação entre todas as funções de negócio dentro das fronteiras da

organização, bem como gerir as suas conexões com os stakeholders de

fora.

Outro apelo dos sistemas ERP é que os modelos utilizados pelas

empresas fornecedoras são obtidos através do estudo e comparação entre

empresas (benchmarking), as “melhores práticas”, que são passados para

a empresa no momento da implementação (Zwicker & Souza, 2003).

Page 18: Monografia - João Lobato

8

De acordo com Colangelo Filho (2001) existem três classes de

motivos que podem levar uma empresa a implementar um sistema ERP:

negócios, legislação e tecnologia. Os motivos de negócios podem ser

melhoria da lucratividade ou fortalecimento da posição de mercado da

empresa, sendo subdivididos em estratégicos e operacionais. Os motivos

de legislação estão ligados a existências legais que as empresas devem

cumprir e que não são atendidas pelos sistemas atuais. Os motivos de

tecnologia estão relacionados às mudanças necessárias em função da

obsolescência econômica das tecnologias em uso ou exigências de

parceiros de negócios. A tecnologia torna-se economicamente obsoleta

quando surge uma substituta mais atrativa e seu uso ameaça a posição

competitiva da empresa.

Ainda de acordo com Colangelo Filho (2001) o custo é o principal

obstáculo à implantação de sistemas ERP. Muitas empresas e em especial

as de menor porte, consideram os custos de implementação altos demais.

Além disso, alguns executivos são contra a implementação de sistemas

por não trazerem vantagem competitiva, pois os sistemas estão

disponíveis para quem os quiser comprar. No entanto os sistemas podem

ser necessários para qualificar a empresa para competir.

O uso de ERP proporciona facilidade de gestão cuidando dos

detalhes. Os sistemas ERP apresentaram uma trajetória de constante

evolução e melhoraram praticamente todos os processos operacionais

dentro de uma empresa. As operações são as funcionalidades dos ERP

(Haberkorn, 2007).

Ainda segundo Haberkorn (2007) o bom uso do ERP ajuda o

executivo a responder a diversas questões importantes para uma boa

gestão:

• Qual o produto mais rentável da sua empresa e qual a sua

participação no faturamento global?

• Os preços estão equilibrados com os custos?

• Qual a variação do consumo de matérias-primas em relação a

um padrão pré-estabelecido?

Page 19: Monografia - João Lobato

9

• Existe um critério para liberação dos pedidos de vendas,

especialmente em relação ao crédito?

• As máquinas são alocadas com um plano que leva em

consideração os tempos de produção, a disponibilidade dos

recursos e as máquinas alternativas?

• Matérias-primas são compradas de acordo com uma gestão

de materiais adequada?

• Qual o fluxo de caixa das próximas semanas?

• Qual é o lucro da empresa em tempo real?

O uso de um software ERP tem benefícios tangíveis e intangíveis.

Os principais benefícios tangíveis são: redução de estoque, redução de

pessoal, melhoria da gestão de produção, tempo menor para fechamento

mensal, redução do custo de TI, redução do custo de compras, melhoria

da gestão do cash-flow. Benefícios intangíveis são: melhoria da

integração, qualidade e acessibilidade da informação, processos

melhorados, melhor resposta aos clientes, padronização de sistemas e

processos e melhorias na cadeia de suprimentos (Turban, Rainer & Potter,

2007).

Para Zwicker & Souza (2003) as vantagens são: possibilidade de

integrar departamentos, permitir atualização da base tecnológica e reduzir

custos de informática decorrentes da terceirização do desenvolvimento do

sistema. Estes autores apresentam algumas características, benefícios

esperados e problemas associados aos Sistemas ERP:

Page 20: Monografia - João Lobato

10

Figura 2 - Benefícios e problemas do uso de ERP

De acordo com Taurion (1998) os ERP devem ser vistos como

aplicações centrais e todas as organizações terão suas aplicações

básicas baseadas neles. Embora a ausência de um ERP possa ser

prejudicial ao negócio, a sua presença não será diferenciadora em relação

à concorrência.

Hoje praticamente todos os sistemas ERP que existem no mercado

apresentam funcionalidades básicas semelhantes, que atendem

perfeitamente as necessidades da empresa. O diferencial está na

implantação, na capacitação, na usabilidade, no suporte, na

documentação, na estabilidade, na evolução de novas versões, na

flexibilidade e na aderência à cultura de cada país (Haberkorn, 2007).

Existem também sistemas que são únicos, desenvolvidos apenas para

uma empresa, cuja principal vantagem é que é uma solução desenvolvida

de acordo com a necessidade do cliente. No entanto estas soluções são

Page 21: Monografia - João Lobato

11

normalmente mais caras além de não aproveitarem as boas práticas

embutidas nas soluções de mercado (Tamás, 2014).

A implementação de sistemas ERP muitas vezes não termina com o

resultado esperado porque a empresa não deu a importância necessária

ao projeto de implementação, a especificação para o que o sistema teria

de ser capaz de fazer não foi feita corretamente, o projeto não é gerido

corretamente. É desejável antes de uma implementação definir os

objetivos que são necessários atingir com o novo sistema (Tamás, 2014)

Segundo Davenport (2008) os sistemas empresariais podem trazer

grandes recompensas, mas os riscos são altos também. O principal

problema ocorre quando a empresa que está implementando um ERP

desconsidera os impactos dos “pressupostos do pacote”, ou seja, os

processos de negócio embutidos no sistema.

A implantação ou a migração de um ERP leva sempre a mudanças

nos processos de negócio e possivelmente em questões culturais da

empresa. Como todas as atividades de mudança pode levar a resistência

a mudanças. Este é um dos maiores desafios num projeto deste tipo. A

mudança ocorre simultaneamente em três níveis: individual, departamental

e organizacional. Essa mudança certamente causará conflitos entre os

envolvidos (Zwicker & Souza 2003).

Para Sousa & Saccol (2008) é importante que o projeto não seja

tratado como um projeto “de informática”. Aspectos como envolvimento da

alta direção, correto envolvimento dos usuários e gerenciamento de

mudanças foram apontados como essenciais para o sucesso do projeto.

Outros desafios são o cumprimento de orçamento e prazos. Este

desafio é particularmente importante pois caso o escopo não esteja bem

definido e fechado no início do projeto, as customizações podem tornar o

processo muito mais caro do que inicialmente orçado e também muito

mais demorado para implementar.

A implantação de um ERP não é tarefa fácil. Mesmo nas melhores

condições, uma implantação ou migração vai consumir uma quantidade

considerável de tempo e recursos da empresa, com a participação de

gestores, usuários e equipe de TI. Para Zwicker & Souza (2003) o

Page 22: Monografia - João Lobato

12

desempenho de um sistema ERP ao longo do tempo está diretamente

relacionado ao sucesso no processo de implantação. Cabe à coordenação

do projeto de implantação identificar corretamente as etapas e

necessidades da empresa.

De acordo com o ciclo de vida dos sistemas ERP, a primeira etapa

é a decisão de usar um ERP e a seleção do fornecedor (Zwicker & Souza,

2003).

A segunda etapa é a implementação, que pode ser definida como o

processo pelo qual os módulos do sistema são colocados em

funcionamento em uma empresa. Esta etapa engloba a adaptação dos

processos de negócio da empresa, carga dos dados base, configuração do

hardware e software de suporte, o treinamento dos usuários e gestores e

a disponibilização de suporte e auxilio. É improvável que um pacote vá

atender exatamente aos requisitos da empresa, o que gera discrepância

entre o ERP e a empresa. Nesta etapa eliminam-se estas discrepâncias

identificadas por Lucas (1985).

O processo de adaptação do sistema ERP aos processos da

empresa pode ser feito por parametrização ou customização

(desenvolvimento de programas para complemento das funções

existentes).

Para Lucas (1985) as discrepâncias são resolvidas basicamente de

quatro maneiras: adapta-se o pacote, adaptam-se os processos da

organização, adaptam-se tanto o pacote como os processos ou não se

adapta nem o pacote nem o processo optando-se pela convivência com o

pacote.

Atualmente, para Colangelo Filho (2001), a abordagem mais

comum é utilizar “redesenho de processos baseado no sistema”. Isto é

baseado na premissa que os sistemas ERP trazem embutidas as “boas

práticas”, ou seja, processos de negócio melhores que aqueles que a

maioria das empresas emprega. Para o autor apenas deve ser

desenvolvida uma alternativa no sistema se o mesmo não der nenhum

suporte ao processo ou se o processo for crítico para a organização e o

sistema não der o suporte adequado.

Page 23: Monografia - João Lobato

13

Ainda no processo de implementação tem-se a decisão de como

será feito o início da operação do ERP. As opções são: a) big-bang, ou

seja entrada em funcionamento de todos os módulos em todas as fábricas

ao mesmo tempo; b) small-bang todos os módulos sucessivamente em

cada uma das divisões ou plantas da empresa; c) implementação em

fases, em que os módulos são implantados em fases, em cada uma ou

todas as unidades da empresa (Zwicker & Souza, 2003).

Para Colangelo Filho (2001) a implantação é onde se definem os

processos de negócio e se configura o sistema ERP para dar-lhes suporte

adequado. Nesta etapa também se cria a infraestrutura tecnológica para o

sistema e para os novos processos. O produto final da fase de

implantação é a organização a funcionar com novos processos de negócio

suportados pelo sistema ERP.

Zwicker & Souza (2003) consideram a etapa da implantação como

uma das mais críticas pois além de se definirem os como serão os

processos da empresa e como estes serão tratados no sistema, são

promovidas mudanças organizacionais que implicam alterações nas

tarefas e responsabilidades dos funcionários envolvidos, podendo causar

conflitos. Assim é muito importante o comprometimento e envolvimento da

alta direção. Também é necessário que a comunicação seja efetiva entre

os envolvidos.

Lozinsky (1996) divide a implementação de sistemas ERP em

quatro etapas:

Fase 1 – Levantamento da situação atual (As-Is Picture)

• análise dos processos de negócio atuais;

• treinamento das equipes do projeto no pacote;

• levantamento de aspectos específicos do negócio da

empresa;

• planejamento da conversão dos dados.

Fase 2 – Definição da situação desejada (To-Be Picture)

• preparação do ambiente para prototipação;

• prototipação;

Page 24: Monografia - João Lobato

14

• levantamento das discrepâncias e decisões a respeito de

como serão eliminadas;

• identificação das interfaces que sejam necessárias;

• definição dos níveis de acesso, segurança e controle.

Fase 3 – Configuração, Customização, Testes

• programação das customizações planejadas;

• programação das interfaces e programas de conversão;

• desenvolvimento de novos procedimentos e controles;

• testes por módulos e testes integrados;

• treinamento dos usuários finais.

Fase 4 – Início da operação (Go-live)

• Preparação do ambiente de processamento final;

• definição do plano para início da operação;

• introdução / migração dos dados;

• início da operação.

Por fim tem-se a etapa da utilização. Nesta etapa surgem novas

ideias e possibilidades de uso que podem ser resolvidas pela implantação

de novos módulos, pela parametrização ou pela customização. Esta fase

realimenta a fase de implantação.

Figura 3 - Ciclo de vida dos sistemas ERP

De acordo com Souza & Saccol (2003) os projetos ERP são

naturalmente arriscados, pois são caros, demorados e complexos. Pode-

se considerar para projetos ERP que o normal é os projetos de

Page 25: Monografia - João Lobato

15

implementação durarem mais e custarem mais do que o que se espera,

sendo alta a taxa de fracasso.

Para Davenport (1998) os sistemas ERP podem ser implementados

rápida ou lentamente, sendo que uma implementação rápida pode levar

cerca de seis meses. Já um processo prolongado pode se arrastar por

cinco ou mais anos.

Para Bingi, Sharma & Godla (1999) os pontos críticos a considerar

numa migração de ERP são:

• compromisso dos executivos: a implementação de um ERP

é uma mudança dos processos da empresa. Como tem um

impacto enorme nas vantagens competitivas da empresa a

gestão de topo tem de avaliar as implicações estratégicas da

implantação;

• integração: um dos benefícios que os ERP trazem para a

organização é a integração dos processos e informações. No

entanto muitas vezes é necessário integrá-los com outras

aplicações. Funcionam como a espinha dorsal dos sistemas

das empresas;

• consultores: para implementação de um ERP são necessárias

várias características pessoais e interpessoais e ter a

experiência adequada. O uso dos consultores certos é um

fator que influenciará o sucesso da implementação;

• tempo de implantação: tipicamente de 14 meses. Depende

de como é feita a implantação. Quantas mais customizações

existirem, mais tempo vai demorar a implantação;

• custos de implantação: o custo total de uma implantação é

tipicamente de três a cinco vezes o custo de aquisição do

software. Quanto maior a customização mais o custo vai

aumentar;

• escolha dos funcionários corretos: a empresa tem de

disponibilizar alguns dos seus melhores funcionários para o

Page 26: Monografia - João Lobato

16

projeto. Os funcionários devem conhecer os processos da

empresa e estar a par das melhores práticas do setor;

• treinamento dos usuários: é um dos maiores desafios na

implantação de ERP. Sem o treinamento adequado, 30 a 40%

dos usuários não serão capazes de trabalhar com o novo

sistema.

Ainda segundo Bingi, Sharma & Godla (1999) as melhores

aplicações ERP apenas atendem 70% das necessidades das empresas.

As empresas podem então alterar os seus processos de acordo com a

aplicação, customizar a aplicação para atender os seus processos ou não

se preocupar com os outros 30%. A customização aumenta muito os

custos do projeto, bem como de manutenção e de futuras atualizações.

Assim deve-se manter o standard da aplicação sempre que possível.

Existe muita literatura sobre os fatores críticos de sucesso na

implementação de ERP. Assim, em termos do envolvimento da gestão de

topo existem alguns pontos importantes. Deve existir um time cujo projeto

ERP deve ser a sua principal e única prioridade e que deve estar

fisicamente junto em determinada localização, para facilitar o trabalho de

equipe (Wee, 2001). A gestão de topo deve estar envolvida e disposta a

contribuir com os seus mais valiosos recursos humanos. (Holland & Light,

1999). É necessário disponibilizar as pessoas e dar ao projeto o tempo

adequado para finalizar as tarefas. Em casos de conflito os gestores

devem servir de mediadores (Roberts & Barrar, 1992).

Relativamente a plano de negócio e visão, deve haver um modelo de

negócio claro de como a empresa irá atuar depois da implementação

(Holland & Light, 1999). É critico ter um plano de negócio em que se

destaquem os benefícios estratégicos e tangíveis do projeto, bem como

recursos, custos, riscos e tempo (Wee, 2001). A missão do projeto deve

estar relacionada com as necessidades do negócio e deve ser explicitada

(Roberts & Barrar, 1992).

A comunicação também desempenha um papel bastante importante

(Falkowski, Pedigo, Smith & Swanson 1998). As expectativas devem ser

Page 27: Monografia - João Lobato

17

comunicadas a todos os níveis da organização. A gestão da comunicação,

do treinamento e das expectativas é muito importante. (Wee, 2001). Deve-

se buscar a intervenção dos usuários analisando os seus requisitos,

comentários, reações e aprovação (Rosario, 2000).

Gestão de projeto é fundamental, um indivíduo ou um grupo deve

ser responsável pela gestão do projeto (Rosario, 2000). Deve haver uma

clara definição em termos de marcos de projeto (Holland & Light, 1999). O

escopo do projeto deve ser claramente definido e limitado. É importante o

foco nos resultados e o acompanhamento constante do projeto e

orçamento para garantir o cumprimento dos objetivos. Qualquer mudança

ao sistema deve ser cuidadosamente avaliada relativamente aos

benefícios para o negócio e, sempre que possível, ser implementada o

mais tarde possível (Wee, 2001).

A gestão da mudança é importante, desde a fase de projeto e

continuamente ao longo de todo o ciclo de vida do projeto (Falkowski,

Pedigo, Smith, Swanson 1998). Isto inclui pessoas, organização e cultura

(Rosario, 2000). A gestão deve ter um compromisso forte com o uso do

sistema para alcançar os objetivos do negócio (Roberts, Barrar, 1992).

Funcionários precisam de treinamento para perceber como os processos

vão ser modificados. Deve haver suporte no local durante a

implementação. A organização do suporte é também fundamental para

suprimir as necessidades dos usuários após o arranque (Wee, 2001).

As organizações devem estar dispostas a mudar os processos de

negócio para se adaptar ao sistema com o mínimo de modificações

(Holland, Light, 1999). As modificações devem ser evitadas para reduzir

erros e tirar vantagem de novas versões (Rosario, 2000).

Page 28: Monografia - João Lobato

18

2.2 GOVERNANÇA DE TI

Governança é um conceito relativamente recente (surgiu por volta

de metade da década de 1990). O conceito começou a ganhar força na

sequência de alguns escândalos e fraudes financeiras no mercado

americano em que executivos e outros agentes de mercado manipularam e

divulgaram informação de forma imprópria gerando prejuízos a

investidores (Vakkur 2010). Serve principalmente para superar o conflito

de agência, ou seja o confronto de interesses entre acionistas da empresa

e os seus gestores (IBGC).

Pode-se definir a governança como:

Conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a f im de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas (IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa)

A governança de TI é parte integrante da governança corporativa e

consiste na direção, estrutura organizacional e processos que asseguram

que a tecnologia da informação sustenta e amplia os objetivos e

estratégias organizacionais (Guldentops, 2003).

Para Selig (2007) a governança de TI provê a estrutura que une os

processos, os recursos e a informação para as estratégias e objetivos da

organização.

Segundo o IBGC os princípios de governança corporativa são:

• transparência: obrigação e desejo de informar resultados e

ações;

• equidade: tratamento igual para todos os acionistas;

• prestação de contas: os agentes da governança corporativa

prestam contas e são responsáveis pelos seus atos e

omissões;

• responsabilidade corporativa: os agentes da governança

devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando

Page 29: Monografia - João Lobato

19

a sua longevidade, incorporando considerações de ordem

social e ambiental na definição dos negócios e operações;

O Sarbanes-Oxley Act é um marco regulatório que surgiu nos

Estados Unidos na sequência dos escândalos financeiros como o da

Enron, Tyco e Worldcom e que determina que os relatórios financeiros e

controles associados tenham fidedignidade e responsabiliza diretores e

responsável pela área financeira por atos lesivos tanto aos acionistas

como ao mercado. Além de outras regras este marco também estipula que

as empresas devem seguir códigos de ética rígidos (Fernandes & Abreu

2008).

De acordo com Haberkorn (2007) a lei Sarbanes-Oxley apresenta

um rol de responsabilidades e sanções e classifica como de colarinho

branco, os crimes e fraudes cometidos por administradores e auditores.

Tenta coibir as práticas contábeis que possam expor a empresa a um risco

sem aprovisionamento prévio, coibir empréstimos fictícios para membros

do conselho de administração ou da diretoria e outras anomalias.

Segundo Fernandes & Abreu (2008), para a TI isto significa que os

aplicativos geradores de dados contábeis e financeiros devem:

• ter disponibilidade para acesso e emissão de relatórios de

resultados financeiros e contábeis;

• armazenar os dados de forma adequada e com segurança;

• ter a possibilidade de implementar trilhas de auditoria e

verificação de processos;

• ter os seus riscos (assim como os pertencentes à

infraestrutura) conhecidos e gerenciados.

A governança corporativa assenta em 4 princípios: transparência,

equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa social e

ambiental (IBGC 2015).

É muito importante distinguir claramente o conceito de governança

do conceito de gestão. A governança aponta as diretrizes para a gestão,

enquanto a gestão é que faz a tomada de decisão. A governança de TI

especifica os direitos e as alçadas de decisão e a matriz de

Page 30: Monografia - João Lobato

20

responsabilidades para incentivar o comportamento desejado e necessário

no uso de TI por toda a organização (Weill & Ross, 2004).

Governança de TI é uma derivativa da governança corporativa. É

um conjunto de práticas e padrões assumidos por executivos, gestores,

técnicos e usuários de TI. Tem como objetivo alinhar a TI aos requisitos

de negócio e da empresa, promover a implantação de mecanismos que

garantam a continuidade do negócio e promover compliance com marcos

de regulação externa e outras normas.

A governança de TI é de responsabil idade da alta administração (incluindo diretores e gerentes), na l iderança, nas estruturas organizacionais e nos processos que garantem que a TI da empresa sustente e estenda as estratégias e objetivos da organização. (IT Governance Institute)

Figura 4 - O ciclo de Governança de TI

De acordo com Fernandes & Abreu (2008) os componentes típicos

da Governança de TI são:

• riscos e compliance: definição e tolerância de riscos e

avaliação conjunta dos riscos com o negócio garantindo que

a TI está aderente aos requisitos internos e externos de

compliance;

• avaliação independente: auditorias independentes para verificar a

conformidade da TI com requisitos de compliance externos e com os

controles internos;

Page 31: Monografia - João Lobato

21

• gestão da mudança organizacional: avalia a prontidão para a

mudança das áreas de TI, em função da implantação de inovações

em processos de gestão e operacional, do planejamento da mudança,

do estabelecimento de mecanismos de recompensas para a mudança

e do gerenciamento da implantação da mudança;

• alinhamento estratégico: através da interação entre TI e alta

administração estabelecem-se os mecanismos de direitos decisórios,

além das direções estratégicas e objetivos de negócio que irão afetar

a TI;

• entrega do valor: gerenciamento dos programas e projetos avaliando

o valor entregue;

• gestão do desempenho: definição de indicadores e de mecanismos

de coleta e análise de indicadores de resultado;

• comunicação: comunicar o valor entregue pela TI ao negócio em

relação ao seu desempenho no atendimento dos níveis de serviço e

das metas estabelecidas;

• gerenciamento de recursos: supervisionar o investimento, o uso e

alocação dos recursos de TI para assegurar a existência de recursos

suficientes e o alinhamento com os objetivos estratégicos e as

necessidades atuais e futuras do negócio.

Figura 5 - Integração entre Governança Corporativa e Governança de TI

Page 32: Monografia - João Lobato

22

De acordo com Weill & Ross (2004) pode-se definir a governança de

TI como a forma como as empresas tomam decisões de TI de maneira a

alinhar essas decisões com a estratégia da empresa. As empresas que

têm uma boa governança de TI recebem um maior valor da TI e

normalmente têm melhores resultados.

Ainda de acordo com os mesmos autores, essencialmente as

empresas com melhor governança de TI buscam:

a) verificar as estratégias de negócio e o papel da TI para as

atingir;

b) gerir e medir o valor gasto e recebido pela TI;

c) gerir a responsabilidade pelas mudanças organizacionais

necessárias para beneficiar de novas capacidades de TI;

d) aprender com cada implantação, ficando mais capazes de

partilhar e reusar os ativos de TI.

A governança de TI procura responder a três questões:

1) Que decisões têm de ser tomadas?

2) Quem tomará essas decisões?

3) Como serão tomadas e monitoradas as decisões?

Existem diversos frameworks de governança de TI, como por

exemplo o COBIT e o ITIL. Em seguida apresentam-se alguns destes

frameworks.

COSO

O COSO é uma entidade sem fins lucrativos, criada por iniciativa do

setor privado, que se dedica à melhoria dos relatórios financeiros através

da ética, efetividade dos controles internos e governança corporativa. É

uma organização que viabiliza as operações das empresas através do

desenvolvimento de um framework capaz de avaliar e melhorar aspectos

ligados aos riscos das entidades (Schmidt & Santos, 2006). O comitê tem

a sua origem na Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios

Financeiros, criada em 1985 (Oliveira & Linhares, 2007).

Page 33: Monografia - João Lobato

23

As boas práticas deste framework indicam que se devem

estabelecer controles internos e depois deve-se verificá-los.

Controles internos são processos que asseguram o cumprimento de

objetivos na eficácia e eficiência de operações, a confiança dos reportes

financeiros e dos sistemas e processos de TI da empresa, de acordo com

leis e regulações (Coso, 1994).

De acordo com o Coso (1994) controles têm como finalidade:

• eficiência e eficácia das operações: salvaguarda de seus

ativos e prevenção e detecção de fraudes e erros;

• confiabilidade das demonstrações financeiras: exatidão,

integridade e confiabilidade dos registros financeiros e

contábeis;

• conformidade com as leis e regulamentos vigentes: aderência

às normas administrativas, às políticas da empresa e à

legislação à qual está subordinada.

Uma empresa tem bons controles internos se: (1) cumpre a sua

missão de forma ética, (2) produz dados confiáveis, (3) obedece à

legislação e regras corporativas, (4) faz uso económico e eficiente dos

seus recursos e (5) protege os seus ativos (Fernandes & Abreu, 2008).

COBIT

COBIT (Control Objectives for Information and Related Technology)

foi inicialmente criado como um framework para auditores internos e

externos que verificavam sistemas de computadores e controles de

tecnologia. Um framework integrado de TI com o objetivo de alinhar as

atividades e operações de TI com as outras atividades e operações da

empresa

COBIT é um guia para avaliar e compreender controles internos com

ênfase em recursos de TI. Evoluiu para uma útil ferramenta para se obter

a governança de TI e avaliar os controles internos nas empresas.

Segundo Mansur (2007) o uso do COBIT aumenta a aceitação e

reduz o tempo para efetivar o programa de governança de TI, pois permite

Page 34: Monografia - João Lobato

24

o uso dos resultados de auditorias como uma oportunidade para melhorar

os serviços de TI.

Segundo Haberkorn (2007), o framework COBIT baseia-se nos

seguintes princípios:

1) manter os serviços de TI disponíveis: Não haver falhas dos

serviços que causem impacto à organização;

2) foco no valor para os stakeholders: os processos devem garantir

que a TI e outras operações da empresa entregam os benefícios

esperados com custos otimizados;

3) redução de custos: a forma mais efetiva de mostrar o valor que a

TI traz para o negócio é a redução de custos;

4) ambiente correto: o dimensionamento do ambiente para as

operações da empresa;

5) foco dos recursos no contexto do negócio: deve haver otimização

de investimentos e gestão adequada de recursos críticos de TI,

aplicações informação, infraestrutura e pessoas;

6) gestão do risco: deve haver conhecimento do apetite para risco

da empresa. TI e outras operações devem ter responsabilidades

partilhadas na gestão do risco;

7) medida de performance: devem existir processos para medir e

monitorar implementação de estratégias, conclusão dos projetos,

uso de recursos, performance dos processos e entrega de

serviço.

De acordo com Laurindo (2008) os controles definidos pelo COBIT

são políticas, procedimentos, práticas e estrutura organizacional que

devem ser desenvolvidos para fornecer segurança de que os objetivos de

negócio serão alcançados e que eventos indesejáveis serão prevenidos ou

detectados e corrigidos.

Page 35: Monografia - João Lobato

25

Figura 6 - Áreas de foco da governança de TI de acordo com o COBIT

ITIL

ITIL é uma coleção de melhores práticas de TI, que foi primeiro

reconhecida no Reino Unido, seguida pela União Europeia e é cada vez

mais comum nos Estados Unidos (OGC 2012).

ITIL é um framework detalhado de melhores práticas de TI, com

listas de verificação, tarefas, procedimentos e responsabilidades para a

maioria das funções de TI.

O ITIL fornece as melhores práticas que descrevem como planejar,

projetar e implementar capacidades eficazes de gerenciamento de

serviços (Hardy et al, 2009).

O ITIL fornece um conjunto de práticas completo, consistente e

coerente, para os processos de gerenciamento de serviços de TI,

promovendo uma abordagem de qualidade, para atingir a eficácia e

eficiência do negócio no uso dos sistemas de informação (Hardy et al,

2009).

Para Mansur (2007) a adoção das melhores práticas de

gerenciamento de serviços do ITIL endereça as principais questões em

relação ao posicionamento estratégico da TI na organização, como a

Page 36: Monografia - João Lobato

26

excelência operacional, otimização no uso dos recursos, previsibilidade e

alinhamento com o negócio.

Atualmente é um padrão para descrever vários processos

fundamentais em gestão de serviços de TI, como configuração e gestão da

mudança. O seu foco é na medição contínua e melhoria de qualidade dos

serviços entregues pela TI.

Alguns dos benefícios obtidos pelo uso do ITIL são:

• melhoria da satisfação de usuários e clientes;

• aumento da disponibilidade dos serviços, levando a aumento

de receita e de lucro do negócio;

• diminuição do retrabalho que leva a redução de custos,

melhoria da gestão e uso dos recursos;

• diminuição do tempo de desenvolvimento de soluções de TI;

• melhoria da tomada de decisão e risco otimizado para todos

os processos relacionados a TI.

COSO ERM

Este framework está voltado para a gestão de risco. A gestão de

risco é um dos pontos principais da governança de TI atualmente. É a

maneira como a empresa enxerga as potenciais ameaças (como por

exemplo um incêndio) e as ações que toma posteriormente no caso da

ação ocorrer. A proteção de risco mais simples de usar é a de um seguro,

como um indivíduo faz com o seu carro ou a sua habitação.

Os riscos que uma empresa enfrenta não se limitam à possibilidade

de desastres naturais ou fatalidades, mas também a um nível mais geral,

como uma crise financeira, ou processos por um produto que não

funcionou corretamente.

Não é possível adquirir seguros para todas estas situações. Além

de não haver seguros para muitas delas, seria um gasto muito alto. Assim

esta metodologia tem como objetivo ajudar as empresas a lidar com a

gestão do risco.

Apesar de não ser um framework de TI, mas sim de governança de

uma forma geral, torna-se muito importante para a TI.

Page 37: Monografia - João Lobato

27

De uma forma geral podemos ver a gestão de risco como um

processo de 4 etapas (Moeller, 2013):

1. identificação do Risco: nesta etapa a empresa identifica as situações

e circunstâncias que se podem tornar um risco para a empresa;

2. avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos: depois de

identificados é necessário estimar os impactos potenciais se algum

destes riscos ocorrer;

3. priorização dos riscos e planejamento de resposta: os riscos mais

significativos deverão ser priorizados, e a resposta deve ser preparada

para se estes riscos ocorrerem. Também se poderão tomar iniciativas

para diminuir a probabilidade de estes riscos ocorrerem (por exemplo a

redundância de um link de internet será uma forma de diminuir o risco

de ficar sem internet);

4. monitoramento dos riscos: devem ser instalados processos de para

verificar o status dos riscos identificados, para colocar em ação as

respostas quando necessário ou para medir a eficiência das respostas.

ValIT

Este framework está voltado para o valor da TI. O objetivo é

estimular todas as partes da empresa a entender o valor recebido dos

investimentos e serviços de TI. Tenta também dar aos gestores a

oportunidade de focar em áreas em que o valor realizado pela TI seja

maior.

Este framework, fortemente alinhado com o COBIT, consiste num

conjunto de princípios orientadores e recomendações de processos

relacionados a TI e princípios chave de gestão. Enquanto o COBIT define

as boas práticas como meio de contribuir para a geração de valor a ValIT

define boas práticas para os fins, providenciando às empresas a estrutura

que precisam para medir, monitorar e otimizar a gestão de valor pelos

seus investimentos de TI.

Page 38: Monografia - João Lobato

28

2.3 GOVERNANÇA DE TI EM PROJETOS DE MIGRAÇÃO DE ERP

A implementação de um ERP é um processo que demora muito

tempo (muitas vezes mais do que um ano) e onde as organizações gastam

muito dinheiro. Depois de implementado, é muito difícil a empresa voltar

atrás. Muitas implementações de ERP acabam por correr mal e além das

organizações perderem todo o dinheiro investido acabam também por

vezes por perder o negócio, como por exemplo o distribuidor de

medicamentos FoxMeyer Drugs que processou a gigante SAP pelo seu

ERP ter sido um fator significativo que levou à ruina financeira.

De acordo com Moeller (2013), de um ponto de vista de governança

de TI existem alguns pontos chave a considerar ao implementar um ERP:

• definir as especificações e objetivos do ERP: este é um

conceito relativamente novo. Existe muita informação do que

um ERP deve conseguir fazer, mas os gestores de um projeto

de migração devem estabelecer claramente quais os objetivos

e quais as especificações do ERP a implementar;

• criar uma equipe interdepartamental: um ERP envolve todas

as áreas da empresa e como tal deverá haver uma equipe

envolvendo membros da comunidade de usuários;

• reconhecer custos e prazos para a migração: uma migração

de ERP pode chegar a custos de milhões de reais, e tem uma

exigência de tarefas muito grande, como tal, deve haver um

estabelecimento de prazos realistas, bem como de orçamento

para a implementação;

• selecionar o software ERP: existem muitos softwares de ERP

no mercado, com custos e aplicações diferentes. Assim

estabelecendo os objetivos corretos para a implementação e

os custos, torna-se mais simples selecionar o ERP que melhor

se adequa à empresa. Os fornecedores de ERP devem

fornecer uma versão de teste representativa para melhorar a

escolha;

Page 39: Monografia - João Lobato

29

• usar gestão de projetos na migração: sendo um projeto com

uma escala grande para a empresa, devem-se usar as

melhores práticas de gestão de projetos na migração de ERP;

• criar ambiente de teste: Começar por criar um ambiente de

teste e ir testando e validando aplicação por aplicação;

• providenciar treinamentos intensivos: um programa de

treinamento de usuários é muito importante para que todas as

mudanças sejam entendidas, bem como para eventualmente

descobrir modificações que sejam necessárias fazer aos

processos;

• monitorar custos: após o início de um projeto de migração de

ERP os custos começam a acumular-se, muito além dos

custos das licenças, devido ao custo da consultoria. É

importante seguir estes custos de perto para não se extrapolar

o orçamento;

• estabelecer estratégia de saída: uma implementação de

sistema nunca chega a um status de 100%, pois sempre

existem novas funcionalidades e pontos de melhoria, mas é

importante estabelecer um ponto para que as pessoas voltem

às suas atividades normais de negócio (usuários) ou de TI.

Page 40: Monografia - João Lobato

30

3 METODOLOGIA

O conhecimento científico é diferente do senso comum, dos mitos e

do conhecimento religioso. Para o pesquisador não existe a aceitação de

dogmas, de verdades absolutas e afirmações inquestionáveis. A verdade

está em transição histórica e deve ser questionada. O conhecimento

científico é verificável e pode ser refutado ou corroborado (Lakatos &

Marconi, 1991).

Este estudo está embasado numa ampla pesquisa bibliográfica.

Usa como base o caso de estudo da migração do ERP da Simoldes

Plásticos Indústria Ltda, do Datasul da Totvs, para o Xpert da Infor. Esta

migração visa unificar os sistemas ERP do grupo Simoldes Plásticos em

todo o mundo.

Nesta pesquisa foi utilizada técnica de entrevista, observação e

análise de documentos. Foram feitas entrevistas a 24 funcionários da

Simoldes Plásticos Indústria Ltda., entre eles, dois diretores, quatro

gerentes, um coordenador, e diversos outros funcionários Além destes

foram entrevistados o responsável pelo projeto na matriz, bem como três

pessoas da Simoldes Plásticos Brasil Ltda. que prestaram suporte na fase

da migração (dois supervisores e um faturista). Os instrumentos usados

foram questionários semiestruturados. No apêndice encontra-se o roteiro

das entrevistas.

Foi aplicado um teste para validação do questionário com uma das

pessoas da Simoldes Plásticos Brasil Ltda., que foi dar suporte à

migração do sistema.

No questionário existem perguntas abertas que foram apenas feitas

aos diretores e gerentes. Para as outras perguntas foi solicitado aos

participantes que respondessem de acordo com a seguinte escala, do

modelo de Likert: 1 – Concordo Totalmente, 2 – Concordo, 3 – Não

Concordo nem Discordo, 4 – Discordo e 5 – Discordo Totalmente. Os

dados obtidos foram tratados no Microsoft Excel. A escala de Likert indica

o grau de concordância ou discordância dos usuários com as afirmações

dadas.

Page 41: Monografia - João Lobato

31

As análises foram realizadas a partir da triangulação dos

resultados obtidos das diferentes fontes de informação: entrevistas,

observações e análise de documentos.

O Grupo Simoldes é uma multinacional que tem duas divisões: a

divisões de moldes e a divisão de plásticos. Começou com a fundação em

1959 da Simoldes Aços, da divisão de moldes. A divisão de plásticos

surgiu em 1981 com a fundação da Simoldes Plásticos SA. Nos anos 1990

a divisão de plásticos teve uma forte expansão com a fundação da

Simoldes Plásticos Indústria e da Simoldes Plásticos Brasil em 1996.

Estas são as duas fábricas da divisão de plásticos no Brasil.

Figura 7 - Presença global Simoldes Plásticos

Na Simoldes houve uma decisão de migrar o ERP das fábricas do

Brasil para o mesmo sistema ERP já usado na Europa. No seguimento de

uma análise aos processos das fábricas e do que seria necessário fazer

para os melhorar foi identificado que havia pouca confiabilidade nas

informações do sistema em uso. Foi sugerido a reimplantação do sistema

ERP. No entanto optou-se por migrar para o sistema já usado na Europa

por ter outras vantagens, como padronização dos processos no grupo,

Page 42: Monografia - João Lobato

32

simplicidade dos processos logísticos e a integração do EDI que é um

diferencial muito importante.

Este estudo visa revelar as melhores práticas de governança e

gestão de processos de migração de ERP, de forma a que este processo

possa agregar um maior valor para os negócios da empresa, e aumentar o

retorno deste investimento, que habitualmente é de grande envergadura.

Para estruturar e organizar a análise dos dados, o quadro 1 a

seguir foi elaborado a partir do referencial teórico.

Categoria: Governança de TI – A tomada de decisão

A governança aponta as diretrizes para a

gestão, enquanto a gestão é que faz a tomada

de decisão.

Weill e Ross (2004)

Categoria de análise: Gerenciamento do risco

De uma forma geral pode-se ver a gestão de

risco como um processo de 4 etapas:

identif icação do risco, avaliação qualitativa e

quantitativa dos r iscos, priorização dos r iscos

e planejamento de resposta, monitoramento

dos riscos.

Moeller (2013)

Categoria de análise: O valor da TI

Uma empresa tem bons controles internos se

faz uso económico e eficiente dos seus

recursos.

Fernandes e Abreu (2008)

COBIT baseia-se no princípio de redução de

custos: a forma mais efetiva de mostrar o valor

que a TI traz para o negócio.

Haberkorn (2007)

COBIT tem foco no valor para os stakeholders:

os processos de TI devem garantir que a TI e

outras operações da empresa entregam os

benefícios esperados com custos otimizados.

Haberkorn (2007)

Categoria de análise: Governança – Controles internos

Uma empresa tem bons controles internos se

produz dados confiáveis.

Fernandes e Abreu (2008)

Uma empresa tem bons controles internos se

obedece à legislação e regras corporativas.

Fernandes e Abreu (2008)

Categoria de análise: Gestão da Mudança

Page 43: Monografia - João Lobato

33

A implementação ou migração de ERP causa

mudanças maciças nas organizações, e devem

ser cuidadosamente gerenciadas, para que os

benefícios possam ser obtidos.

Bingi, Sharma e Godla, (1999)

As empresas com melhor governança de TI

buscam aprender com cada implantação,

f icando mais capazes de parti lhar e reusar os

ativos de TI.

Weill e Ross (2004)

Categoria de análise: Fatores críticos de sucesso

Os pontos crít icos a considerar numa migração

de ERP são: compromisso dos executivos,

integração, consultores, tempo de

implementação, custos de implementação,

escolha dos funcionários certos e treinamento

dos usuários.

Bingi, Sharma e Godla, (1999)

Deve-se manter o standard da aplicação

sempre que possível.

Bingi, Sharma e Godla, (1999)

De um ponto de vista de TI existem pontos

chave a considerar ao implementar um ERP:

definir as especif icações e objetivos, criar uma

equipe interdepartamental, reconhecer custos

e prazos para a migração, selecionar o

software, usar gestão de projetos na migração,

criar ambiente de teste, providenciar

treinamentos intensivos, monitorar custos e

estabelecer estratégia de saída.

Moeller (2013)

Quadro 1: Modelo de Análise

Page 44: Monografia - João Lobato

34

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A tabela abaixo apresenta a lista de questões bem como o

resultado final em termos de tendência em concordar ou em discordar. No

total 28 funcionários da Simoldes responderam ao questionário. A tabela

foi construída com as respostas recolhidas, sendo que os percentuais

abaixo são frequências acumuladas em relação ao total dos respondentes.

Figura 8 - Tabela de análise

Concordar Discordar

A decisão de migração do sistema ERP foi tomada pela administração? 100% 0%

Foram identificados os riscos associados à migração? 86% 4%

Foram avaliados os riscos e os seus impactos? 86% 4%

Foi prevista resposta para os riscos associados à migração? 79% 4%

Os riscos foram monitorados ao longo do projeto? 93% 4%

O sistema implantado levou a uma redução de custos? 64% 7%

Houve uma melhoria dos processos com a implantação do sistema ERP? 79% 7%

Houve melhoria nas entregas a clientes? 57% 11%

Houve redução de débitos logísticos? 39% 14%

A migração para o novo ERP aumentou a confiabilidade dos dados? 82% 7%

Houve melhoria da tomada de decisão com a migração de ERP? 75% 4%

Houve melhoria na informação para os indicadores da fábrica? 68% 4%

O novo sistema ERP atende aos requisitos legais aplicáveis? 89% 0%

Com o sistema ERP implantado obteve-se padronização com o grupo? 96% 4%

Foi feita uma análise às mudanças do processo que iriam ocorrer com a 82% 7%

As mudanças foram analisadas e os seus impactos medidos? 82% 11%

Foi corretamente explicado aos usuários as mudanças nos processos? 89% 11%

A migração atual correu melhor que a migração na unidade de Curitiba? 79% 0%

Houve um orçamento para a migração do sistema? 57% 0%

Os custos foram monitorados ao longo do processo? 46% 4%

Os custos ficaram dentro do que estava orçado? 25% 4%

Houve preocupação dos responsáveis pelo projeto com os custos do

projeto?71% 4%

Os objetivos para o projeto foram estabelecidos? 82% 0%

Foi criada uma equipe interdepartamental? 93% 0%

Foi usada gestão de projetos? 82% 0%

Foi criado e utilizado o ambiente de teste? 100% 0%

Foi providenciado treinamento intensivo para os usuários? 86% 11%

O acompanhamento aos usuários na migração foi o correto? 93% 4%

O standard da aplicação foi mantido? 79% 0%

Tabela de Análise

Resultado

Final

Tendência

Page 45: Monografia - João Lobato

35

A primeira categoria de análise a ser analisada é sobre a tomada

de decisão. Respondendo à questão se a decisão de migração do sistema

ERP foi tomada pela administração, 100% dos entrevistados têm

tendência a concordar. Pode-se verificar desta forma o alinhamento desta

iniciativa com os objetivos do negócio, o que está de acordo com o que é

para Laurindo (2008) um dos objetivos do COBIT como framework de

governança de TI. Também está de acordo com a afirmação de Weill &

Ross (2004) de que a governança aponta as diretrizes para a gestão

enquanto que a gestão toma a decisão. Pela observação do caso de

estudo verificou-se que, de acordo com o modelo de Weill & Ross (2004) a

decisão foi uma monarquia de negócio (decisão pela direção corporativa)

e que os inputs para decisão foram um duopólio (TI e fábrica).

Segundo o controller da empresa, o que levou à tomada da decisão

foi “o alinhamento com outros sistemas do grupo e redução de custos com

demais sistemas anteriores”, o que também demonstra boa prática de TI,

com a redução de custos, mas principalmente com uma tomada de

decisão de centralização corporativa dos sistemas.

Outra observação interessante deste caso de estudo é o

envolvimento da alta administração desde o seu início até à migração, o

que é também uma boa prática de governança de TI e um dos fatores

críticos de sucesso de uma implementação de ERP para Holland & Light

(1999).

De acordo com Moeller (2013) de uma forma geral pode-se ver a

gestão de risco como um processo de 4 etapas: identificação do risco,

avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos, priorização dos riscos e

planejamento de resposta, monitoramento dos riscos. A pesquisa

demonstra que 86% dos entrevistados tendem a concordar que os riscos

associados à migração foram identificados e que foram avaliados os seus

impactos. De acordo com o controller “na SPI, pela experiência com a

SPB, os riscos foram mais facilmente identificados”.

Quando questionados se foi prevista uma resposta para os riscos

associados com a migração 79% dos entrevistados têm tendência a

Page 46: Monografia - João Lobato

36

concordar. Já quando questionados se os riscos foram monitorados ao

longo do projeto, 93% dos entrevistados tiveram tendência a concordar.

Curiosamente, no total, 4% dos entrevistados têm tendência a não

concordar com cada uma destas questões.

Segundo o gerente de manufatura os riscos “foram previstos e

gerenciados em reuniões semanais antes da implementação do projeto na

fábrica”. Para o gerente de qualidade “com as reuniões na fase de projeto

conseguiu-se fazer com que os riscos fossem mínimos”. Abaixo é

apresentado um quadro com alguns riscos identificados ao longo do

projeto, tendo-se colocado o efeito, as ações preventivas mitigar risco e o

respectivo responsável.

Figura 9 - Riscos identificados ao longo do projeto

Analisando os resultados obtidos, claramente existem fortes

indícios de que houve uma gestão dos riscos de acordo com as boas

práticas do framework COSO ERM, fazendo com que a empresa estivesse

preparada para eventuais problemas que surgissem decorrentes da

migração do sistema. Foi observado que nos primeiros dias após a

migração, realmente alguns dos riscos “ocorreram, mas a equipe estava

preparada para lidar com eles” de acordo com o gerente de qualidade.

Também foi verificado que uma semana antes da migração foi feita

uma simulação operacional de três dias em que os diversos processos

foram testados junto com os usuários, o que ajudou também a identificar

mais alguns riscos e permitiu tomar ações para que não houvessem

maiores problemas no dia do go-live.

Na terceira categoria de análise o objetivo era medir o valor da TI

que a migração trouxe para a empresa. Quando questionados se o

sistema implantado levou a uma redução de custos, 64% dos

entrevistados têm tendência a concordar enquanto que apenas 7% dos

Risco Identificado Efeito potencial Ações ResponsávelNão emissão de NFE Paragem de clientes / débitos Trabalhar com simulação de NFE para todos os clientes TIFalta de EDI Paragem de clientes / débitos Negociar com clientes prazo sem débitos logísticos LogisticaFalta de EDI Paragem de clientes / débitos Acordar com clientes canal alternativo de comunicação LogisticaFalta de EDI Paragem de clientes / débitos - por falta de material Antecipar compras que se possam fazer LogisticaEtiqueta fora de padrão Paragem de clientes / débitos Envio de etiquetas emitidas no novo sistema para validação LogisticaCódigos abertos com erros Paragem de clientes / débitos - por falta de material Antecipar compras que se possam fazer LogisticaCódigos abertos com erros Paragem de clientes / débitos - por falta de material Engenharia de fábrica a verificar os códigos EngenhariaDados base em erro Paragem de clientes / débitos / obsoletos Relatórios para comparar cadastros nos dois sistemas TIDados base em erro Paragem de clientes / débitos / obsoletos Fábrica a colcoar dados como BOMs Routings e contratos DireçãoNovos processos operacionais Paragem de clientes / débitos / retrabalhos Treinamento intensivo a todos os usuários TINovos processos operacionais Paragem de clientes / débitos / retrabalhos Validação pre go-live TI

Processos financeiros não existentes no novo sistema MultasValidação do funcionamento em SP das regras fiscais do novo sistema

TI

Page 47: Monografia - João Lobato

37

entrevistados têm tendência a discordar. Existem assim indícios de que a

migração foi alinhada com o objetivo do framework COBIT que, segundo

Haberkorn (2007), baseia-se na redução de custos como forma mais

efetiva de mostrar o valor que a TI traz para o negócio.

As questões seguintes dentro desta categoria de análise tinham

como objetivo medir a percepção dos entrevistados relativamente a

ganhos mais difíceis de medir com medidas objetivas. Questionados se

houve melhoria dos processos com a implantação do sistema ERP, 79%

dos entrevistados têm tendência a concordar, enquanto que novamente

apenas 7% dos entrevistados têm tendência a discordar. No entanto para

o gerente de qualidade também houve pontos negativos, como por

exemplo “a nível de recebimento hoje temos menos fiabilidade dos dados

pois o sistema não faz o controle do FIFO e segundo dos relatórios de

recebimento do laboratório”. Relativamente a entregas a clientes, 57% os

entrevistados têm tendência a concordar, contra 11% com tendência a

discordar. De acordo com o gerente de logística “temos total

conhecimento e domínio dos pedidos dos clientes e indicadores

logísticos”. Por último 39% dos entrevistados têm tendência a concordar

que houve redução de débitos logísticos enquanto que 14% têm tendência

a discordar.

De acordo com o gerente de logística da empresa, o sistema trouxe

“melhor administração na integração dos estoques, levando

consequentemente a uma melhor acuracidade e realidade dos números,

trazendo melhor gestão no consumo, compras e inventário”. O gestor do

projeto na matriz destacou o “maior controlo de entradas e saídas pela

controladoria e a análise de custeio”. O gerente de qualidade destacou “os

bloqueios de estoque, a velocidade das informações da produção e a

rastreabilidade via sistema”. Para o diretor da planta o sistema trouxe

“uniformização e simplificação”.

É importante salientar que as entrevistas ocorreram entre um e

dois meses depois da migração, pelo que os benefícios obtidos após a

estabilização do sistema poderão ser maiores. Pode-se então afirmar que

existem indícios de que a migração do sistema ajuda a empresa a fazer

Page 48: Monografia - João Lobato

38

uso económico e eficiente dos seus recursos, de acordo com Fernandes &

Abreu (2008). Haberkorn (2007) afirma sobre COBIT, que tem foco no

valor para os stakeholders: os processos de TI devem garantir que a TI e

outras operações da empresa entregam os benefícios esperados com

custos otimizados. Também podemos verificar indícios em concordar com

o autor nestes pontos.

Quando questionados sobre como consideram o saldo final da

migração, tomando em consideração os ganhos e as perdas, toda a

direção considerou o saldo positivo. De acordo com o controller o “a

mudança sempre que bem gerida pode trazer benefícios de aprendizado e

crescimento para a organização”.

A governança de TI tem como base a governança corporativa. A

categoria de análise seguinte está relacionada com os controles internos e

o framework COSO. Segundo Fernandes & Abreu (2008) uma empresa

tem bons controles internos se produz dados confiáveis e se obedece à

legislação e regras corporativas. Na pesquisa efetuada 82% dos

entrevistados têm tendência a concordar que a migração para o novo ERP

levou a um aumento da confiabilidade dos dados, enquanto que 7% têm

tendência a discordar. Também 68% dos entrevistados têm tendência a

concordar que houve melhoria na informação para os indicadores da

fábrica enquanto que apenas 4% têm tendência a discordar da afirmação.

75% dos entrevistados têm tendência a concordar que houve

melhoria da tomada de decisão com a migração de ERP contra apenas 4%

que têm tendência a discordar. Este resultado é coerente com a tendência

a concordar com a melhoria da informação disponível, pois com a melhoria

da informação disponível é expectável que uma melhoria na tomada de

decisão a acompanhe.

Relativamente à afirmação de que com o sistema implantado se

obteve a padronização da fábrica com o restante do grupo económico

registou-se 96% de tendência em concordar, contra 4% de tendência a

discordar. Isto está coerente com a afirmação de que a “uniformização”,

de acordo com o diretor da planta, foi uma das razões que levou à tomada

de decisão de migração do sistema.

Page 49: Monografia - João Lobato

39

Ainda nesta categoria de análise e perante a afirmação de que o

sistema implantado atende aos requisitos legais aplicáveis 89% dos

entrevistados têm tendência a concordar. Não foi registrada tendência a

discordar deste ponto. Esta questão é bastante relevante no cenário atual

do Brasil, pois existe uma demanda cada vez maior de cumprimento de

obrigações legais (principalmente fiscais) a nível das tecnologias da

informação, com por exemplo a nota fiscal eletrônica e os SPEDs.

Conclui-se assim que, com a migração se melhoraram os controles

internos da organização, o que permite melhorar tanto a governança

corporativa como a governança de TI. Realmente esta foi a última fábrica

do grupo a migrar para o ERP atual, sendo que agora a direção financeira

corporativa consegue ter acesso aos dados financeiros da fábrica em

tempo real.

A categoria de análise seguinte é a gestão da mudança. De acordo

com Bingi, Sharma & Godla (1999) a implementação ou migração de ERP

causa mudanças maciças na organização, e devem ser bem gerenciadas,

para que os benefícios possam ser sentidos. Desta forma 82% dos

entrevistados têm tendência a concordar que foi feita uma análise às

mudanças do processo que iriam ocorrer e também que os impactos

dessas mudanças foram medidos. Por outro lado 7% dos entrevistados

têm tendência a discordar com a afirmação que as mudanças do processo

foram analisadas e 11% têm tendência a discordar que os impactos das

mudanças foram medidos.

Na análise do caso de estudo verificou-se que alguns dos

processos que iriam mudar com a migração do sistema começaram a ser

aplicados ainda antes da migração, através de pequenas modificações no

sistema antigo, como por exemplo a implementação do Pull System, um

sistema de “puxar” materiais para a máquina quando necessários. No

sistema Datasul foram feitas modificações, com um custo baixo, que

permitiram colocar em funcionamento este processo alguns meses antes

da migração. Com isto procurou-se reduzir o impacto das mudanças dos

processos no dia da migração. Outra observação interessante foi que na

migração foi entregue a cada usuário de movimentação de estoques um

Page 50: Monografia - João Lobato

40

cartão com a opção que teria de usar nos coletores de dados para cada

movimento (uma cola). Também foram pendurados na fábrica cartazes

identificando a numeração de cada armazém no sistema.

De acordo com Zwicker & Souza (2003) as mudanças certamente

conflitos entre os envolvidos. A resistência à mudança é um dos

problemas associados à implementação dos sistemas ERP. 89% dos

entrevistados têm tendência a concordar que foi corretamente explicado

aos usuários as mudanças nos processos. Por outro lado, 11% dos

entrevistados têm tendência a discordar com a afirmação. De acordo com

Moeller (2013) a explicação das mudanças aos usuários é importante para

que estas sejam bem entendidas bem como para descobrir eventuais

modificações que sejam necessárias.

Para Weill & Ross (2004) as empresas com melhor governança de

TI buscam aprender com cada implantação, ficando mais capazes de

partilhar e reusar os ativos de TI. Assim 79% dos entrevistados têm

tendência a concordar que a migração correu melhor do que a anterior, na

unidade de Curitiba. Não se registra, também neste caso, qualquer

tendência em discordar. Para o controller, no caso de estudo foi melhor “o

envolvimento dos usuários, bem como o período de preparação e

cadastro”. De acordo com gestor do projeto na matriz, esta migração

correu melhor porque se teve “processos mais claros, maior formação dos

usuários e do departamento de TI e sistema já com requisitos legais

desenvolvidos”. Já para o diretor de planta “a preparação foi melhor mas o

impacto nos clientes nos primeiros dias foi pior”. Assim se verifica mais

um quesito de boa governança de TI no caso de estudo pois houve

aprendizado da primeira migração que foi usado na segunda. Pela

observação de documentos foi verificado que na documentação do projeto

existia um documento de lessons learned ou seja as lições aprendidas da

migração na unidade de Curitiba.

A última categoria de análise está relacionada com os fatores

críticos de sucesso numa migração de ERP. Para Wee (2011) é importante

o foco nos resultados e o acompanhamento constante do projeto e

orçamento para garantir o cumprimento dos objetivos. Também de acordo

Page 51: Monografia - João Lobato

41

com Moeller (2013) é importante monitorar os custos para não se

extrapolar o orçamento. 57% dos entrevistados têm tendência a concordar

que houve um orçamento para o projeto de migração. Também 46% têm

tendência a concordar que os custos foram monitorados ao longo do

projeto, com apenas 4% a terem tendência a discordar. 25% dos

entrevistados têm tendência a concordar que os custos com 4% a terem

tendência a discordar e 71% dos entrevistados têm tendência a concordar

que houve preocupação dos responsáveis do projeto com os custos

enquanto mais uma vez 4% têm tendência a discordar da afirmação. Pela

análise do caso verificou-se que a empresa optou por não divulgar o

orçamento da migração por toda a organização para evitar custos que

eventualmente fossem desnecessários mas que estavam orçados,

principalmente com modificações. Sabendo que ao abrir precedentes com

várias modificações e expondo o orçamento para modificações, seria mais

difícil de evitar os pedidos de modificação um após o outro a opção foi

não divulgar o orçamento. Isto pode ser verificado pela tendência em

concordar ser maior entre as chefias do que nos outros usuários. Por

outro lado a preocupação com os custos é claramente reconhecível pelas

respostas. Na análise do caso verificou-se que os custos ficaram

realmente dentro do que estava orçado.

De acordo com Tamás (2014) é desejável antes da migração definir

os objetivos que são necessários atingir. Para Moeller (2013) definir as

especificações e objetivos do ERP é um dos pontos chave numa

implementação. 82% dos entrevistados têm tendência a concordar que no

caso estudado os objetivos foram estabelecidos, não se registrando

qualquer tendência em discordar.

Para Moeller (2013) a criação de uma equipe interdepartamental é

outro dos pontos chave de governança de TI em migrações de ERP, pois

um ERP envolve todas as áreas da empresa. 93% dos entrevistados têm

tendência a concordar que foi criada a equipe departamental no caso de

estudo, não se registrando tendência em discordar.

Ainda para Moeller (2013) outro dos pontos chave de governança

de TI em projetos de migração de ERP é o uso de gestão de projetos, por

Page 52: Monografia - João Lobato

42

ser um projeto com uma escala grande para a empresa. Também Rosario

(2000) afirma que é necessário o uso de gestão de projetos. 82% dos

entrevistados têm tendência a concordar que foi usada gestão de projetos

no caso analisado. Mais uma vez não se registrou tendência em discordar.

Pela análise do caso verificou-se que realmente a equipe foi

criada, reunindo-se semanalmente para seguimento do plano de ações do

projeto. Apesar de não ter sido seguido nenhum modelo de gestão de

projetos (como por exemplo o PMBOK) foram aplicadas algumas das

melhores práticas, nomeadamente foram criados um cronograma e um

plano de ações, tendo em conta os recursos disponíveis e a duração das

atividades. Esse cronograma foi acompanhado e atualizado

semanalmente. Para Wee (2001) o time deve ter como principal e única

prioridade o projeto ERP. No caso de estudo o time continuou fazendo o

seu trabalho diário, mas teve também de conseguir cumprir com as suas

atividades para o projeto.

Segundo Moeller (2013) deve-se começar por criar um ambiente de

teste e ir testando e validando aplicação por aplicação. 100% dos

entrevistados concordaram que no caso de estudo foi utilizado ambiente

de teste. Pela análise verificou-se que realmente o ambiente de teste foi

utilizado e regularmente atualizado para conter os cadastros que estavam

sendo feitos, de forma a que se apresentasse cada vez mais próximo do

que seria na migração, permitindo testes e validações mais

representativas.

Relativamente à afirmação que foi providenciado treinamento

intensivo para os usuários, 86% dos entrevistados têm tendência a

concordar enquanto que 11% têm tendência a discordar. Isto vem de

acordo com Moeller (2013) para quem o treinamento intensivo é muito

importante. Também para Bingi, Sharma & Godla, (1999) o treinamento é

um dos maiores desafios na implantação do ERP. Neste quesito temos

uma opinião claramente positiva dos entrevistados, o que demonstra que

houve bastante preocupação no projeto com o treinamento dos usuários.

Além dos treinamentos que foram evidenciados com os usuários, também

foram preparados manuais por processos do sistema, devidamente

Page 53: Monografia - João Lobato

43

adaptados aos processos da empresa, o que facilitou bastante no

treinamento. Para o gerente de manufatura “o dia da virada ocorreu de

acordo com o previsto pois todos estavam engajados e sabiam o que fazer

e os possíveis problemas que podiam acontecer na implementação”.

Relativamente à afirmação de que o acompanhamento aos usuários

na migração foi o correto, 93% dos entrevistados têm tendência em

concordar enquanto que apenas 4% têm tendência em discordar. Verifica-

se um alinhamento com Wee (2001) que afirma que deve haver suporte no

local durante a implementação e que a organização do suporte é

fundamental para suprimir as necessidades dos usuários após o arranque.

No caso estudado foi montada uma escala de forma a permitir o

acompanhamento de todos os usuários de todas as áreas, durante as 24

horas do dia. Para isso foram chamadas pessoas do departamento de TI

da matriz e pessoas da logística da unidade de Curitiba para permitir

realizar um acompanhamento muito próximo de todas as áreas na fase de

migração. De acordo com o gerente de qualidade, no dia da virada “a

equipe estava preparada e treinada para as suas funções e tinham o

suporte necessário para as dúvidas naturais que iam surgir no dia da

migração”.

Figura 10 - Matriz de acompanhamento aos usuários

De acordo com Rosario (2000) as modificações devem ser evitadas

para reduzir erros e tirar vantagem de novas versões. Para Bingi, Sharma

& Godla (1999) o standard da aplicação deve ser mantido sempre que

possível. 79% dos entrevistados têm tendência em concordar que o

standard da aplicação foi mantido, não se registrando qualquer tendência

negativa. A opção da empresa foi por apenas realizar pequenas

modificações em programas que já tinham modificações para outras

Quem? O quê? Quando?Diogo GTM + Clientes + Pedidos + Acompanhar Produção 3 dias de noite - depois volta para diaSidinei Expedição + declaração Noite durante 1 semana depois passa para diaPaulo Armazém MP + Logística Interna Noite durante 1 semana depois passa para diaRudinei 1 dia com cada Começar c/ MO depois FH depois PP depois AC e JLPedro Armazém MP + Logística Interna DiaArmando Ofs + etiquetas + pull DiaJoão Finanças DiaNelson Aprovisionamento DiaMarlon Atendimento a cliente DiaFabinho Expedição + declaração Dia

Page 54: Monografia - João Lobato

44

empresas do grupo. Houve duas ou três modificações que foram

identificadas como trazendo grandes benefícios para a organização, mas

optou-se por fazer uma reavaliação após a migração. Seguiu-se assim a

indicação de Wee (2001) de implementar as modificações o mais tarde

possível.

Quando questionado sobre o que se poderia fazer diferente num

novo projeto de migração para o diretor de planta seria ter “maior tempo

entre a decisão e implantação”. A decisão da migração foi tomada com

pouco mais de três meses para o arranque. Também o gestor de projeto

na matriz salientou que “o projeto foi exemplar, considerando-se o time

frame disponível”. Neste caso está-se focando mais um fator crítico de

sucesso, de reconhecer o tempo necessário para a migração (Moeller,

2013). Para o gerente de manufatura apesar da migração ter sido “bem

planejada e acompanhada (...) os treinamentos para utilizadores do

sistema deveriam ser mais detalhados, de acordo com as ferramentas que

cada colaborador deve utilizar”. Para o gerente de qualidade um próximo

projeto “deve ser tratado como uma mudança significativa de fábrica, pois

os requisitos dos clientes tratam esse tipo de mudança como gestão de

modificações”.

Page 55: Monografia - João Lobato

45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa é limitada e não tem pretensões de fazer

generalizações. Os resultados encontrados aplicam-se somente à

organização pesquisada. Mesmo nas refutações das afirmações podem

existir problemas de interpretação por parte dos respondentes. Apesar das

limitações, várias são as contribuições para a comunidade científica.

Muitos casos de migração de ERP começam como um projeto

importante para a empresa, com prazos e orçamentos definidos, mas

acabam por atrasar, custar muito mais que o orçado e sem atingir os

resultados esperados ou por vezes até abandonados. Para que isto não

suceda é muito importante a governança de TI em migrações de ERP.

Estes projetos trazem muitas vezes mudanças nos processos da

empresa, na forma de trabalhar dos colaboradores. É sempre necessário

evitar armadilhas comuns como a resistência à mudança.

Conclui-se que o caso estudado foi uma migração de sucesso, em

que se conseguiram obter os resultados esperados e em que o processo

de migração em si aconteceu de forma controlada e sem que se

verificasse muita turbulência nos processos da fábrica. Ao fim de alguns

dias a operação estava normalizada.

Relativamente a tomada de decisão verificou-se que o processo de

tomada de decisão está dentro de um dos modelos de Weill & Ross

(2004). Evidenciou-se um alinhamento entre o negócio e a empresa com

uma das principais razões para a implementação do sistema a ser a

“uniformização” com outras fábricas do grupo. Também foi evidenciado ao

longo de todo o projeto o envolvimento da alta gestão. Esta foi uma das

razões para o sucesso do projeto, pois desta forma conseguiu-se evitar a

resistência à mudança.

Seguidamente foi analisado como foram geridos os riscos no

projeto. Evidenciou-se tanto através de documentos como através do

questionário que os riscos foram analisados, os seus impactos medidos e

ações tomadas para os mitigar. Este foi um dos pontos chave para que o

Page 56: Monografia - João Lobato

46

projeto tivesse sucesso, apenas com alguns dias de perturbação do

funcionamento normal da fábrica. A existência de uma simulação

operacional também contribuiu de forma decisiva para a análise dos

riscos.

O ponto seguinte de análise foi o valor de TI que o sistema ERP

trouxe para a organização. Pelos questionários verifica-se que existe uma

tendência positiva tanto na redução de custos, como na melhoria de

entregas a clientes como nos processos da fábrica. Este último ponto é

deveras interessante, pois com a padronização com outras fábricas do

grupo permite que colaboradores passem de uma fábrica para outra sem

sentir mudança dos processos, ou seja, uma mesma função trabalha da

mesma forma em qualquer fábrica do grupo Simoldes, em qualquer país

do mundo (tirando, evidentemente, por qualquer exigência legal).

Em relação a controles internos e governança corporativa também

se verificou uma melhoria considerável, de acordo com os resultados dos

questionários. Como o sistema corporativo fica num único banco de

dados, com todas as filiais, a governança corporativa aumenta. Em tempo

real a direção financeira da matriz consegue ter os resultados de qualquer

fábrica do grupo.

Para a categoria de análise de gestão de mudança verificou-se que

houve um cuidado muito especial nos treinamentos e na comunicação das

mudanças que iriam ocorrer. O cuidado evidenciado na migração com

identificação dos armazéns e com o cartão entregue aos usuários de

movimentação de estoque contribuem também para esta conclusão.

Finalmente, em relação aos fatores críticos de sucesso, foi

evidenciado através dos questionários que foram corretamente geridos,

desde a criação do orçamento, o estabelecimento de objetivos, a gestão

de projetos, a criação de uma equipa interdepartamental, o uso de

ambiente de teste, o treinamento intensivo e o correto acompanhamento

aos usuários no dia da migração. Apenas, em relação a fatores críticos de

sucesso, se pode fazer uma ressalva relativamente ao tempo disponível

desde a tomada de decisão e o dia da migração, que deveria ter sido

maior.

Page 57: Monografia - João Lobato

47

De uma forma geral pode-se concluir que, de acordo com toda a

literatura utilizada, foi aplicada governança de TI nesta migração de ERP,

e que esta contribuiu para o sucesso do projeto.

Pode-se considerar governança de TI em ERP como:

• a decisão deve ser tomada de forma a alinhar o negócio com

a TI, sendo tomada de acordo com algum dos modelos de

Weill & Ross (2014);

• gerir cuidadosamente os riscos do projeto, por exemplo

usando o framework do COSO ERM;

• envolvimento da alta administração desde o início do

processo, o que vai provocar o engajamento de toda a

organização com o projeto;

• o novo sistema deve trazer valor para a empresa, pois só

assim o envolvimento e a dedicação dos gestores se tornará

realidade;

• o novo sistema deverá tratar a governança corporativa pelo menos

tão bem como o anterior, sendo que o ideal é contribuir para uma

melhoria na governança corporativa da organização;

• a mudança deve ser cuidadosamente gerida, com os seus impactos

analisados, uma boa estrutura de comunicação e um

acompanhamento próximo dos colaboradores;

• finalmente os fatores críticos de sucesso devem ser seguidos. Sobre

este ponto existe bastante literatura disponível. Moeller (2013) já os

incluiu como governança de TI em migração de ERP.

Recomenda-se como pesquisa futura a verificação de correlação

entre a existência de governança de TI no processo de migração de ERP

com o sucesso da implementação. Outra pesquisa interessante seria

sobre a relação entre a tomada de decisão de migração e os resultados

obtidos. Também se recomenda uma pesquisa sobre o uso do COSO ERM

neste tipo de projetos. Por último seria interessante uma pesquisa sobre

gestão da mudança em projetos de migração de ERP.

Page 58: Monografia - João Lobato

48

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• Zwicker, R.; Souza, C.A. - Sistemas ERP: conceituação, ciclo de vida e

estudos de casos comparados. In: Souza, C.A.; Saccol, A.Z. - Sistemas

ERP no Brasil: teoria e casos. São Paulo: Atlas, 2003.

• Wee, S. – Juggling toward ERP success: Keep key success factors high.

ERP News, 2000. Tapajós, U. (2006). Gestão de Serviços de TI com ITIL. São

Paulo: ExecuTrain. Fernandes, A. A., & Abreu, V. F. (2008).

Page 61: Monografia - João Lobato

51

APÊNDICE

Roteiro das Entrevistas

Caracterização da organização estudada

Organização: Simoldes Plásticos Indústria Ltda

Setor de atuação: Automotivo – Injeção de peças plásticas

Entrevistado

Nome: Rui Pinto de Sousa

Função: Diretor Geral

Entrevistado

Nome: Pedro Pinho

Função: Gestor do projeto na matriz

Entrevistado

Nome: Adriano Aguiar

Função: Gerente de Logística

Entrevistado

Nome: Gabriel Umbelino de Almeida

Função: Controller

Entrevistado

Nome: Alexandre António Caversan

Função: Gerente de Manufatura

Entrevistado

Nome: Thiago Richard de Oliveira

Função: Gerente de Qualidade

Entrevistado

Nome: Amanda Braga

Função: Departamento Financeiro

Entrevistado

Nome: Ana Claudia

Função: Departamento de Compras

Page 62: Monografia - João Lobato

52

Entrevistado

Nome: André Mathias

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: André Santos

Função: Departamento de Engenharia

Entrevistado

Nome: Daniela Neves

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: Diogo Lourenço

Função: Departamento de TI

Entrevistado

Nome: Elaine Gomes

Função: Departamento Financeiro

Entrevistado

Nome: Fabiano Herédia

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: Graziele Batista

Função: Departamento de Engenharia

Entrevistado

Nome: José Hermínio

Função: Departamento de Produção

Entrevistado

Nome: Jéssica Picoli

Função: Departamento de Engenharia

Entrevistado

Nome: João de Brito

Função: Departamento de Produção

Page 63: Monografia - João Lobato

53

Entrevistado

Nome: Lidia Cândido

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: Luiz Moreno

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: Marlon Orciuch

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: Michelle Siqueira

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: Paulo Costa

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: Priscila Nascimento

Função: Departamento Financeiro

Entrevistado

Nome: Priscila Nascimento

Função: Departamento Financeiro

Entrevistado

Nome: Rudinei Alves

Função: Departamento de TI

Entrevistado

Nome: Sidinei Rodrigues

Função: Departamento de Logística

Entrevistado

Nome: Silvio Cesar

Função: Departamento de Qualidade

Page 64: Monografia - João Lobato

54

Entrevistado

Nome: Wagner Santos

Função: Departamento de Logística

Questões:

Categoria de análise: Governança de TI – A tomada de decisão:

1) A decisão de migração do sistema ERP foi tomada pela administração? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

2) O que levou à tomada de decisão da empresa?

Categoria de análise: Gerenciamento do Risco.

1) Foram identificados os riscos associados com a migração?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

2) Foram avaliados os riscos e os seus impactos? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

3) Foi prevista resposta para os riscos associados à migração?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

4) Os riscos foram monitorados ao longo do projeto?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

5) Na sua opinião os riscos do projeto foram corretamente gerenciados? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

Categoria de análise: O valor de TI

1) O sistema implantado levou a uma redução de custos?

Page 65: Monografia - João Lobato

55

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

2) Houve uma melhoria dos processos com a implantação do sistema ERP? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

3) Houve melhoria nas entregas a clientes? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

4) Houve redução de débitos logísticos?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

5) Na sua opinião quais os principais benefícios que o novo ERP trouxe?

6) Entre os ganhos e perdas causados pelo novo ERP como considera o saldo

final?

Categoria de análise: Governança – Controles Internos

1) A migração para o novo ERP aumentou a confiabilidade dos dados? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

2) Houve melhoria da tomada de decisão com a migração de ERP?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

3) Houve melhoria na informação para os indicadores da fábrica?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

4) O novo sistema ERP atende aos requisitos legais aplicáveis?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

5) Com o sistema ERP implantado obteve-se padronização com o grupo?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

Page 66: Monografia - João Lobato

56

Categoria de análise: Gestão da mudança

1) Foi feita uma análise às mudanças do processo que iriam ocorrer com a

migração? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

2) As mudanças foram analisadas e os seus impactos medidos?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

3) Foi corretamente explicado aos usuários as mudanças nos processos?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

4) A migração atual correu melhor que a migração na unidade de Curitiba. Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

5) Comparando as duas migrações na usa opinião o que correu melhor e o que

correu pior?

Categoria de análise: Fatores Críticos de Sucesso

1) Houve um orçamento para a migração do sistema? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

2) Os custos foram monitorados ao longo do processo?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

3) Os custos ficaram dentro do que estava orçado?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

Page 67: Monografia - João Lobato

57

4) Houve preocupação dos responsáveis pelo projeto com os custos do projeto?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

5) Os objetivos para o projeto foram estabelecidos? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

6) Foi criada uma equipe interdepartamental? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

7) Foi usada gestão de projetos?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

8) Foi criado e utilizado o ambiente de teste?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

9) Foi providenciado treinamento intensivo para os usuários? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

10) O acompanhamento aos usuários na migração foi o correto?

Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

11) O standard da aplicação foi mantido, ou houve opção por fazer modificações

no standard sempre que possível? Concordo

Totalmente

Concordo Não concordo

Nem discordo

Discordo Discordo

totalmente

12) Na sua opinião, no dia da virada todos sabiam o que tinham que fazer?

13) O que deverá ser diferente num novo projeto de migração de ERP de acordo

com o que aconteceu neste projeto?