laudo pericial de insalubridade - monografia: joão manoel camargo ferreira 31 05 2010

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ Curso de Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho JOAO MANOEL CAMARGO FERREIRA LAUDOS PERICIAIS DE INSALUBRIDADE CURITIBA – PR 2010

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Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito à obtenção do título de Especialista. Autor: João Manoel Camargo Ferreira

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Page 1: Laudo Pericial de Insalubridade - Monografia: João Manoel Camargo Ferreira  31 05 2010

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

Curso de Pós Graduação em Engenharia de Segurança d o Trabalho

JOAO MANOEL CAMARGO FERREIRA

LAUDOS PERICIAIS DE INSALUBRIDADE

CURITIBA – PR 2010

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JOAO MANOEL CAMARGO FERREIRA

LAUDOS PERICIAIS DE INSALUBRIDADE Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho, Pontifícia Universidade Católica do Paraná -PUC-PR. Orientador: Prof. Antonio Denardi Jr.

CURITIBA – PR 2010

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JOAO MANOEL CAMARGO FERREIRA

LAUDOS PERICIAIS DE INSALUBRIDADE

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do trabalho, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito à obtenção do título de Especialista. COMISSÃO EXAMINADORA Dr. Ing. Irionson Antonio Bassani Prof. Pontifícia Universidade Católica do Paraná Roberto Serta Prof. Pontifícia Universidade Católica do Paraná Curitiba, 18 de Maio de 2010.

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DEDICATÓRIA

Este trabalho dedico aos nossos familiares, colegas de curso e professores.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente quero agradecer a minha família, por seu carinho, compreensão e apoio.

Agradeço a meu orientador Prof. Antonio Denardi Jr., pelo ensinamento, incentivo e exemplo de trabalho e serenidade que mostrou ao longo do desenvolvimento desta dissertação.

Aos membros da banca examinadora, que contribuíram opinando e sugerindo.

Ao Prof. Dr. Ing. I. A. Bassani, por todo o tempo que dispensou em me ajudar, pelo exemplo de dedicação ao trabalho e ao estudo.

A "PUC - Pontifícia Universidade Católica do Paraná" pelo apoio e disponibilização de recursos liberados e horas aula para capacitação.

Aos colegas e amigos do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho minhas sinceras considerações.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para o desenvolvimento desta dissertação.

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RESUMO

O objetivo fundamental deste trabalho esta baseado no intuito de registrar leis, normas, preceitos, princípios, decretos, atuações, acontecimentos e jurisprudências por meio de um método baseando em pesquisas documentais e bibliográficas que permitam atingir um aprimorado conhecimento sobre o tema. O método científico com o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos foram adotados para se atingir a mais real percepção, veracidade e ciência dos fatos que venham a contribuir para a elaboração de laudos periciais de Insalubridade, especificando a atuação do Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Enfatiza-se o valor e a necessidade das atribuições do “Engenheiro de Segurança no Trabalho” e conseqüentemente do “Médico do Trabalho”, demonstrando a competência e a necessidade do mesmo para a elaboração de laudos periciais, aprovando todas as disposições enquadradas na lei para a sua integral aplicabilidade.

Apresentam-se, com a finalidade de um melhor entendimento na preparação dos laudos periciais, atividades insalubres, agentes nocivos, agentes físicos, agentes químicos e agentes biológicos, adicionais de insalubridade, graus de insalubridade, equipamentos de proteção individual e outros, na expectativa de prover elementos, dados e informações para os peritos.

Demonstramos também nesta monografia fundamentos, embasamentos legais e modelos para a elaboração de documentos de acordo com os requerimentos imprescindíveis para uma legítima emissão do laudo pericial.

Apresentam-se considerações para elaboração de laudos periciais de Insalubridade, apoiado em instrumentos que se consideram necessários na coleta de dados. Na sua avaliação final, define para a importância da emissão dos laudos periciais de acordo com as exigências legais, destacando a importância do profissional habilitado e competente para desempenhar sua função técnica e prestar laudos que esclarecem e corroboram na elucidação das influências nocivas aos trabalhadores em seu ambiente de trabalho.

Percebe-se então a necessidade do disposto neste trabalho, que servirá de balizamento e apontamento aprimorado para contribuir para o fortalecimento virtuoso da metodologia dos laudos periciais de Insalubridade.

Palavras-chave: Pericia em Insalubridade. Laudo Pericial.

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LISTA DE SIGLAS ART - Anotação de Responsabilidade Técnica ART. Artigo CA - Certificado de Aprovação CC - Código Civil CF/88 - Constituição Federal de 1988 CIPA - Comissões Internas de Prevenção de Acidentes CLT - Consolidação das Leis do Trabalho CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CPC - Código de Processo Civil CREA - Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia CTL - Consolidação das Leis do Trabalho DRT - Delegacia Regional do Trabalho EC - Emenda Constitucional EPC - Equipamento de Proteção Coletiva EPI - Equipamento de Proteção Individual LDR - Leis Decretos, Resoluções MTE - Ministério do Trabalho e Emprego NR - Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho OIT - Organização Internacional do Trabalho PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SDI - Seção de Dissídios Individuais SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SSMT - Secretaria Segurança e Medicina do Trabalho SSST/MTb - Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho / Portaria do Ministério do Trabalho STF - Supremo Tribunal Federal TJSC - Tribunal de Justiça de Santa Catarina TRT Tribunal Regional do Trabalho TST - Tribunal Superior do Trabalho

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11

1.1. APRESENTAÇÃO...............................................................................................11

1.2 OBJETIVOS.........................................................................................................12

1.2.1 Objetivo Geral....................................................................................................12

1.2.2 Objetivos Específicos........................................................................................12

1.3. ENUNCIADO DO PROBLEMA............................................................................13

1.4 JUSTIFICATIVA...................................................................................................14

1.5 ABORDAGEM METODOLÓGICA........................................................................15

2. REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEITOS ...........................................................16

2.1 PERITO................................................................................................................16

2.2 ASSISTENTE TÉCNICO......................................................................................16

2.3 PERÍCIA...............................................................................................................16

2.3.1 Perícia Judicial..................................................................................................17

2.3.2 Perícia Extra-Judicial.........................................................................................17

2.4 EXAME PERICIAL................................................................................................18

2.5 POSTURA E PERFIL DO PERITO......................................................................18

2.6 ATRIBUIÇÕES LEGAIS DO PERITO CRIMINAL................................................19

2.7 LAUDO PERICIAL................................................................................................20

2.8 A PERÍCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO...........................................................21

2.8.1 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CPC...........................................................22

2.8.2 PODER DE PESQUISAS DO PERITO.............................................................24

2.9 PODERES DO PERITO E ASSISTENTES TÉCNICOS......................................24

2.10 AGENDAMENTO DA PERÍCIA .........................................................................24

2.11. LIVRE APRECIAÇÃO PELO MAGISTRADO................................................... 26

3. NOÇÕES GERAIS. LEGISLAÇÃO. REFERENCIAL TEÓRICO ...........................26

3.1 CAPÍTULO V – CLT. OPERAÇÕES INSALUBRES.............................................26

3.2 PERICIA E O FORO JUDICIAL. ..........................................................................29

3.3 PERITOS LEGALMENTE HABILITADOS. ..........................................................29

3.4 DA HABILITAÇÃO – Lei 7410/85.........................................................................32

3.5 LEI Nº 11.690, DE 9 DE JUNHO DE 2008...........................................................32

3.6 LEGISLAÇÃO FEDERAL LEI No 5.869/73..........................................................32

3.7 DOLO OU CULPA DO PERITO. .........................................................................34

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3.8 FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA – Lei 2.848/40..............................35

3.9 NORMAS E PROCEDIMENTOS DE PERÍCIA JUDICIAL ..................................35

3.10 QUEM DEVE FAZER A CLASSIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE? .................35

4 NORMAS REGULAMENTADORAS ......................................................................36

4.1 NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................................................38

4.2 NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES: ......................................39

5. ATIVIDADES INSALUBRES .................................................................................41

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE........................................................43

6. O MINISTÉRIO DO TRABALHO E A PERÍCIA .....................................................43

6.1 JURISPRUDÊNCIA..............................................................................................44

7. BASE DE CÁLCULO. SÚMULAS DO TST ...........................................................46

7.1 SÚMULAS DO STF..............................................................................................47

7.2 CLASSIFICAÇÂO DA ATIVIDADE INSALUBRE PELO MTb...............................49

8. POSICIONAMENTOS JUDICIAIS. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE...............49

9. PORTARIA N.º 3.311 DE 29 DE NOVEMBRO DE 1989.....................................54

10. ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TRIBUNAL SUPERIOR D O

TRABALHO ..............................................................................................................54

11. JURISPRUDÊNCIAS DO TST .............................................................................57

11.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE POR TRABALHO EXPOSTO A RUÍDO.....57

11.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CONTATO COM AGENTES QUÍMICOS..58

12. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ...............................................58

12.1 ELIMINAÇÃO OU DIMINUIÇÃO DO GRAU DE INSALUBRIDADE COM O USO

DE EPI’S. ...................................................................................................................59

12.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTES AOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL. .............................................................................................................59

13. CONSIDERAÇÕES SOBRE ATIVIDADES INSALUBRES .................................61

13.1 GRAUS DE INSALUBRIDADE...........................................................................62

13.2. ENQUADRAMENTO DA INSALUBRIDADE.....................................................62

13.2.1. Agentes Nocivos ............................................................................................62

13.2.2. Riscos Ambientais..........................................................................................63

13.2.3. Agentes Físicos..............................................................................................63

13.2.4. Agentes Químicos..........................................................................................63

13.2.5. Agentes Biológicos.........................................................................................64

14. AVALIAÇÃO PERICIAL – INSALUBRIDADE .....................................................65

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15. LEVANTAMENTO TÉCNICO PARA AVALIAÇÃO AOS RISCOS

AMBIENTAIS .............................................................................................................65

15.1 LIMITE DE TOLERÂNCIA..................................................................................66

15.1.2. Limite De Tolerância Para Iluminação............................................................66

15.1.3. Limite De Tolerância Para Ruído...................................................................67

15.1.4. Pressão Acústica / Ruído Contínuo ou Intermitente......................................67

15.1.5. Pressão Acústica / Ruído de Impacto............................................................67

15.1.6. Limites De Tolerância Para Exposição ao Calor ...........................................67

16. CONSIDERAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE

LAUDOS PERICIAIS .................................................................................................68

17. ESTRUTURA DO LAUDO TÉCNICO PERICIAL ................................................68

17.1 SUGESTÕES DAS ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE LAUDO

PERICIAL...................................................................................................................69

17.2 FLUXO DO LAUDO PERICIAL......................................................................... 69

17.3 ETAPAS DE APRESENTAÇÃO DO LAUDO PERICIAL....................................71

17.4 FORMULAÇÃO DE QUESTIOS PARA A ELABORAÇÃO DE LAUDOS

PERICIAIS. ................................................................................................................73

18 QUESITOS PARA INSALUBRIDADE – FORMULAÇÃO ....................................73

18.1 QUESITOS IMPERTINENTES...........................................................................75

19. NOMEAÇÃO ........................................................................................................76

20. HONORÁRIOS PERICIAIS ..................................................................................77

20.1 PROPOSTA DE HONORÁRIOS........................................................................77

21. CONSIDERAÇÕES, CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES FINAIS ..................78

REFERÊNCIAS..........................................................................................................80

ANEXOS.....................................................................................................................83

Anexo I - MODELO DE PETIÇÃO DA APRESENTAÇÃO DO LAUDO

Anexo II - MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

Anexo III - MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

Anexo IV - MODELO DE LAUDO TÉCNICO DE INSALUBRIDADE

Anexo V - MODELO PADRÃO ESTIMATIVA HONORÁRIOS DE PERÍCIA JUDICIAL

Anexo VI - MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

Anexo VII - INSTRUÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE LAUDO DE INSALUBRIDADE

Anexo VIII - MODELO LAUDO TÉCNICO PARA AVALIAÇÃO DE INSALUBRIDADE

Anexo IX - EXEMPLO PRÀTICO DE UM LAUDO TÉCNICO

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1. INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO

A ocupação profissional exerce uma função expressiva na formação do ser humano, interferindo na inclusão social e na constituição da individualidade e identificação. O trabalho pode ser julgado como sustento para concretizações, realizações e bem-estar na vida da pessoa, ou também como incômodo, desgosto e aflição. As condições do ambiente físico do trabalho intervêm significativamente sobre a saúde física, mental, psicológica e social do trabalhador. Com o objetivo de propiciar satisfação e qualidade de vida no ambiente de trabalho, buscar a segurança e à promoção da saúde ocupacional, suprimindo acidentes, doenças profissionais, riscos no trabalho e ambientes insalubres, diversos programas, métodos, normas e critérios que estabeleçam diretrizes a serem seguidas devem ser empregados e incrementados pelas organizações.

Ambientes insalubres podem acarretar danos à saúde dos empregados, devem ser ponderadas e avaliadas por todos os aspectos, buscando abranger todos os seus conflitos sobre as condições e meio ambiente do trabalho, promovendo um método de analise e diagnóstico constante. São fatos relevantes para um acompanhamento da experiência adquirida por profissionais para enriquecer o assunto com subsídios para a preparação de laudos periciais de insalubridade direcionados e executados por profissionais legalmente habilitados com formações em engenharia de segurança e medicina do trabalho, que determinarão a insalubridade ou não dos ambientes de trabalho, preparando-se para que seja desenvolvida uma nova e atual metodologia para evolucionar a legislação vigente.

Este trabalho aborda assuntos relacionados à preparação de “Laudos Periciais de Insalubridade” fundamentados por profissionais legalmente habilitados e com formações em “Engenharia de Segurança do Trabalho”, ressaltando a aplicabilidade da Lei nº. 6.514 de 22 de Dezembro de 1977 portaria nº 3.214 de 08 de Junho de 1978 e nº 6/2001 e suas normas regulamentadoras NR-1 a NR-33.

Destaca-se a seriedade e a necessidade de se apontar a obrigatoriedade da perícia para a classificação e caracterização do adicional de insalubridade, por profissional perito legitimamente habilitado, que perante as Leis, Normas e Portarias, fundamentem o quadro de atividades insalubre designado de acordo com o âmbito judiciário ou administrativo e necessitará ater-se excepcionalmente ao seu trabalho técnico.

Determina-se que o “Engenheiro de Segurança do Trabalho” e o “Médico do Trabalho” que possuem autonomia, autoridade e formação para conferir, aprovar e determinar se o local de trabalho é ou não insalubre.

Considerou-se significante apresentar informações nos estudos da “Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho” com opções de designar aparatos construtivos, que minimizassem as inconsistências causadas pelo trabalho em operações insalubres.

A intervenção profissional apóia uma influência significativa na investigação da atuação designada à segurança do trabalho, baseado no conhecimento tecnológico dos profissionais de engenharia de segurança e medicina do trabalho, seguindo como orientação para balizar alternativas e trilhar opções de ponderação que são capazes de direcionar uma atuação confiável.

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Por este trabalho temos que concluir que ações históricas e concretas são também levadas como fatos legais por jurisprudências comprovadas, pois para este assunto que não possui obras contemporâneas amplas e atualizadas, direcionadas e fundamentas ao estudo da prova pericial em fatos e por agrupamento de similaridade de ações, da discussão e compreensão das metodologias de realizações de perícia dentro do sentido mais amplo, sendo fundamentadas por profissionais habilitados, autoridades e pelo âmbito judiciário ou administrativo.

1.2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é simplificar, esclarecer e sistematizar a prática para a elaboração de laudos periciais de insalubridade. Este trabalho pretende oferecer aos peritos habilitados, quanto à aprendizagem nas diferentes formas, metodologia de realização pericial e seus desdobramentos.

Abordar o assunto Laudos Periciais de Insalubridade nas Condições Ambientais do Trabalho com atuação especifica do Engenheiro se Segurança do Trabalho. Pesquisando uma relação ainda maior sobre este assunto, também enfatizar a perspectiva de que este trabalho possa ser aproveitado como material de subsídio profissional, de forma resumida deseja-se envolver, os fundamentais aspectos pertinentes sobre o tema. Desta forma, por meio de fundamentação teórica, organizar uma metodologia especifica para a elaboração de laudos periciais.

O objetivo deste trabalho é confiar que a habilidade, informação e o conhecimento contribuam para o aprimoramento da legitimação e da realidade, assegurando a aplicabilidade das leis e doutrinas para garantir a elaboração de laudos periciais de Insalubridade. 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Promover a conscientização, a divulgação e ampliar o conhecimento em relação ao assunto Laudos Pericial através das Leis, Normas, Orientações, Jurisprudências, especificados neste trabalho.

• Promover o conhecimento, a sabedoria e a informação da sistemática do processo e da aplicação e aproveitamento dos Laudos Periciais em Insalubridade através da Estrutura, Fluxo, Etapas de Apresentação e Modelos de Laudos Periciais. (respectivamente páginas: 69, 73,82).

• Identificar Normas Regulamentadoras (NR’s) pertinentes aos Laudos Periciais de Insalubridade. (página: 35)

• Identificar Portarias e Leis relacionadas aos Laudos Periciais em Insalubridade. Leis do MTb (página 42 e 48), Leis do TST (página 45), Posicionamentos Judiciais (página 49) e Portarias (página 52), todas relacionadas aos Laudos Periciais de Insalubridade.

• Relacionar Atividades e Operações Insalubres através do seu enquadramento (pagina 61) e aos limites de tolerância (pagina 65).

• Apresentar roteiro básico para a formalização e apresentação de Laudo Pericial de Insalubridade (exemplificados nas paginas: 68 e 69).

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• Perícias de Engenharia de Segurança do Trabalho especialmente no que tange aos parâmetros para enquadramento da exposição aos agentes nocivos baseada na PORTARIA Nº 3214, DE 08.06.78 (página 65).

• Como realizar a formulação de Quesitos adequados para a elaboração do Laudo Pericial de Insalubridade (página 73).

• Posicionamentos Judiciais, Jurisprudências e Casos Reais de Perícia de Insalubridade (página 49).

• Transformar esta dissertação em um material de apoio prático que apresenta um estudo específico e propício com um contexto apropriado para o assunto em pauta.

1.3 ENUNCIADO DO PROBLEMA

Com o aparecimento das máquinas, instrumentos, equipamentos, ferramentas, construções, produção, industrialização, e principalmente com o avanço tecnológico, fortalecido pela Revolução Industrial, alastrou-se com freqüência os casos de acidentes originados pelo trabalho. Como decorrências ocorreram indispensáveis adequações das condições de trabalho para não lesar o bem-estar, a saúde e a integridade física do empregado.

A CLT elaborou as normas da Segurança e Medicina do Trabalho, e também das atividades de seus órgãos reguladores, com o caráter de prevenção, mitigação e moderação de acidentes no trabalho. Com a promulgação da CF/88 este assunto adquiriu enfoque Constitucional. Em meio às normas que regulamentam e integram a Medicina e Segurança do Trabalho, destaca-se a NR-15, que especifica todas as atividades insalubres no ambiente de trabalho. O adicional de insalubridade, ponto de estudo integro às normas de Medicina e Segurança do Trabalho, é entendido pelos funcionários que realizam trabalhos em locais nocivos à saúde como reconhecimento e recompensa pelo exercício do trabalho penoso e perigoso. (Sergio Pinto Martins).

O principal problema é a inadequação dos ambientes de trabalho, gerados basicamente pela falta de conhecimento e de profissionais corretamente habilitados, capacitados e preparados para reconhecer e diagnosticar possíveis riscos nocivos à saúde dos trabalhadores. Outro problema é a escassez de bibliografia e de material didático relacionado com seus respectivos procedimentos a serem tomados depois de um episódio de acidente de trabalho ou do conhecimento das doenças ocupacionais.

Na tratativa deste trabalho procurou-se então apresentar um estudo atualizado para debater o seguinte tema: “Como preparar laudos periciais de insalubridade no ambiente de trabalho, elaborado por profissionais aptos legalmente habilitados e com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho?”

A réplica deste questionamento será objeto de estudo deste trabalho e será orientado pela dissertação, redação, síntese, tópicos e pesquisa a seguir relacionados: • Qual é o perfil e conhecimento necessário do engenheiro de segurança do trabalho apto para elaborar laudos periciais de insalubridade neste processo? • Qual é a autonomia e a perspectiva dos profissionais de engenharia de segurança do trabalho nesta conjuntura?

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• Que subsídios a orientação, a preparação, a laboração e a eficácia dos laudos periciais trarão para assegurar o efetivo aproveitamento do direito legal, da lei vigente e da justiça imparcial nas avaliações das atividades com suspeitas de insalubridade? • Qual a caracterização e distinção que comprova e confirma o trabalho como insalubre? Sendo caracterizado como trabalho insalubre, a maioria dos laudos periciais é lavrado como improcedente, parcialmente procedente ou totalmente procedente?

Portanto, buscaremos aprofundar o assunto para obter conhecimento suficiente para a qualificação necessária ao profissional, para que o resultado final seja um documento lícito e imparcial de credibilidade e, especialmente, colaborador no controle e melhoria do ambiente de trabalho, especificamente neste trabalho relacionado a laudos periciais em insalubridade. 1.4 JUSTIFICATIVA Procurando uma relativa compreensão dos conhecimentos técnicos e ensinamentos que nos vem sendo lecionados nesta especialização, com a realidade concreta encontrada pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho em seu ambiente profissional, escolheu-se por tratar e aprofundar o Assunto “Laudos Periciais de Insalubridade”. Conclui-se que o desenvolvimento deste estudo demanda do profissional uma sabedoria extensa e ampla, com uma contínua reciclagem de todos os assuntos relacionados à Engenharia de Segurança, do Ambiente de Trabalho e da Saúde do Trabalhador.

Destacando a grande relevância e valor que um Engenheiro de Segurança do Trabalho apresenta com a ascensão, promoção e preservação da saúde e inabalável busca na integridade física dos trabalhadores, esta monografia pretende analisar e atender as exigências judiciais e legais referentes à Política de Segurança do Trabalho em todas as empresas e corporações.

A dificuldade da compreensão dos agentes nocivos à saúde dos trabalhadores, que serão comprovados nos laudos judiciais de insalubridade, elaborados após a devida perícia técnica, embasadas pelas avaliações imprescindíveis e com a aplicação dos devidos equipamentos de controle, medição e devidamente calibrados, permitirão entendimento por parte dos empregadores de que os trabalhadores são suscetíveis aos agentes nocivos e carentes de soluções imediatas e efetivas. Espera-se que este trabalho influencie os empregadores para adotar ações concretas e palpáveis para esta solução.

A legislação contemporânea na área de segurança e saúde do trabalhador é ampla, porém estas leis necessitam ser efetivadas e consolidadas de fato, por meio de orientações técnicas e práticas para o seu bem emprego e aproveitamento a favor do progresso das condições de segurança, saúde e meio ambiente de trabalho.

Analisando estas questões, justifica-se na elaboração deste trabalho colaborar com assuntos pertinentes aos Laudos Periciais em Insalubridade, buscando apresentar contribuições para minimizar as conseqüência negativas suportadas pelos trabalhadores quando expostos aos riscos nocivos nos seus ambientes de trabalho, recomendando ações correlatas e princípios conhecidos,

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examinando seus efeitos e conseqüências para que se estabeleçam subsídios e parâmetros orientadores para resoluções de desvios à conduta do empregador e direito do trabalhador. 1.5 ABORDAGEM METODOLÓGICA

Os procedimentos metodológicos e as técnicas adotadas são apresentados a seguir.

Procedimentos de coleta e análise dos dados: Os dados foram estudados e coletados por meio de pesquisa documental e bibliográfica em fontes primárias e secundárias, e qualifica-se a apreciação dos mesmos em documentos técnicos..

Na apresentação deste trabalho para explanar o preceito e efetivar a preparação de laudos periciais de engenharia de segurança do trabalho, registrando a ação do engenheiro de segurança, selecionou-se como fundamentação teórica a análise da Legislação existente, como a CLT, MTb, CPC, NR, dentre outras.

Os resultados e as análises da coleta de todos os subsídios bibliográficos e documentais, agrupados, sintetizados e avaliados, sustentaram a concepção de um documento desenvolvido com uma seqüência coerente e exata das fases de um Laudo Pericial de Insalubridade nas Condições Ambientais de Trabalho.

Elaborou-se neste trabalho uma relação de todas as leis para atender a legislação Brasileira nas diversas esferas: Cível, Trabalhista, Penal, Criminal dentre outros. Buscaram-se em suas teorias os conhecimentos científicos indispensáveis para entender os acontecimentos e ampliar os seus argumentos práticos, teóricos e políticos. Desta forma, procurou-se esquadrilhar uma relação dentro do mais oportuno e prático modelo plausível, aos múltiplos ambientes ao qual o Profissional Perito da Engenharia de Segurança venha a ser envolvido.

Permanentemente durante o desenvolvimento desta pesquisa foi imprescindível um aprofundamento da bibliografia para se ajuizar sobre as conjunturas e hipótese teóricas e empíricas. Foi abordada uma bibliografia específica na área da segurança do trabalho, corroborando e legitimando o trabalho do profissional que se dedica na análise dos processos adequados, confiáveis e sustentáveis.

Neste trabalho foi também utilizada uma abordagem comparativa para avaliar elementos concretos, abstratos e gerais de casos baseados nos ambientes de trabalho que apresentem situações nocivas à saúde.

Destacam-se neste trabalho as Normas Regulamentadoras, Leis, Portarias, Modelos e outros instrumentos relacionados aos laudos periciais e laudos periciais de insalubridade e destaca-se também o conhecimento e a experiência dos profissionais da área de Engenharia de Segurança, para contribuir com a prática da aplicabilidade dos laudos periciais. Este trabalho baseou-se do preceito aferido pela Constituição Federal, pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT (Decreto-Lei nº 5.452, de 01/05/1943 Art. 60), pela Jurisprudência do TST e pelas Orientações Jurisprudenciais – O.J. e demais legislações atualizadas que abordam a matéria em pauta.

Espera-se assim promover iniciativas que venham a contribuir com a melhoria das condições de meio ambiente de trabalho, transpondo impedimentos que depreciem a saúde, o bem estar e a integridade física do trabalhador.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEITOS 2.1 PERITO

Deriva do latim PERITUS, que significa pessoa hábil, experiente, que possui sabedoria e demonstra conhecimento no vocabulário técnico do Direito, o profissional que nomeado pelo Juiz, ou indicado pelos membros do Júri, em uma ação ou pleito, vai tomar parte ou elaborar uma perícia.

Perícia é a diligência executada pelo perito, com a finalidade e determinação de elucidar ou comprovar acontecimentos que envolvam essencialmente o conhecimento e sabedoria do especialista, do perito habilitado profissionalmente, jamais contestando que cada ciência contempla sua específica matéria e objeto em concordância com seus próprios preceitos e regra.

Perito “é aquele profissional que é nomeado por iniciativa do Juiz”. Faz a perícia, lavra e assina o laudo.

Perito Judicial “é o profissional habilitado e nomeado pelo Juiz para apreciar, opinar e julgar sobre um fato, questões técnicas de sua especialização”;

2.2 ASSISTENTE TÉCNICO

Posteriormente à nomeação do perito pelo Juiz, podem as partes ou apenas uma delas, recomendar um “assistente técnico”, nomeado de “Perito da Parte” que atende com os mesmos requisitos éticos, profissionais e autonomia e também elabora o laudo técnico.

2.3 PERÍCIA “É o exame técnico hábil, competente, adequado, eficiente de algum

episodio, evento, ocorrência, realizada por pessoa habilitada ou perito, para determinado fim, conclusão, com finalidade judicial ou extrajudicial”. (Oliveira, Sebastião).

“Perícia é um ferramenta especial de comprovação, exame ou revelação, científica ou técnica, da veracidade de conjunturas, episódios ou ocorrências”;

Na perícia existe restrição do assunto sob apreciação, não é legal ao perito exceder da matéria julgada.

NBPJ-2 (Norma Brasileira de Perícia Judicial) - A perícia judicial, quando relacionada a profissões regulamentadas, será praticada por profissionais legalmente habilitados, com títulos e qualificações registrados nos órgãos fiscalizadores do exercício de suas profissões e ainda, distinta capacidade moral, competência técnica e sabedoria profissional.

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É o depoimento de um ou mais profissionais técnicos com a finalidade de julgar um evento cuja essência não pode ser avaliada ou juridicamente contemplada, senão sustentada em particulares informações científicas ou técnicas; consideração sustentável da perícia é que juízes e requerentes convocam o testemunho e as contribuições dos técnicos para deliberar e decidir dúvidas remanescentes. (D´AUREA).

Perícia é o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio, mediante laudo pericial ou parecer judicial, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.

A perícia enquadra-se dentre os meios das provas dos atos jurídicos como sendo a principal e mais eficaz forma de comprovação de prova entre autor e réu, fato que pela determinação jurídica contemporânea, quem acusação deve provar, com exceção do Código de Defesa do Consumidor.

Os principais meios de prova são os seguintes: confissão, depoimento pessoal, documentos particulares, da inspeção, prova documental, prova pericial, prova testemunhal.

2.3.1 PERÍCIA JUDICIAL

O parágrafo segundo do artigo 195 da CLT estabelece: “Quando a insalubridade ou periculosidade for argüida perante a Justiça, o juiz nomeará perito habilitado, engenheiro do trabalho ou médico do trabalho, e quando não houver, requisitará a perícia ao órgão competente do MTE.

A perícia judicial é regida pela lei processual trabalhista e subsidiariamente pelo Código de Processo Civil (art. 8º CLT - parágrafo único). No processo trabalhista, o artigo 3º da Lei 5.584, de 26/06/70, estabelece que a perícia seja realizada por perito único designado pelo juiz, que fixará o prazo de entrega do laudo. No parágrafo único do referido artigo, fica estabelecido que as partes podem indicar os assistentes técnicos, cujo laudo deve ser apresentado no mesmo prazo do perito oficial. 2.3.2 PERÍCIA EXTRA-JUDICIAL

Ressalta-se que a norma legal determina a prova pericial como método obrigatório para a caracterização da insalubridade, não se aplicando neste caso, subsidiariamente o Código Processo Civil, no qual o juiz poderá dispensar a prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos (art. 427, CPC).

O Parágrafo primeiro do artigo 195 da CLT estabelece que seja facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste com o objetivo de caracterizar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. 2.4 EXAME PERICIAL

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É o exame de determinado acontecimento realizado por profissional habilitado ou perito, para deliberação judicial ou extrajudicial.

• Saliba, Tuffi Messias: “A operação que, por encargo da autoridade judiciária, é atribuída a pessoas peritas em cada ciência ou arte e que se obrigam a expor o fato, ou sobre questão que lhes é submetida, todas as informações necessárias, para esclarecimento dos magistrados, e isto porque estes, por si mesmos, não poderiam, ou muito dificilmente poderiam conhecer o que os peritos por sua ciência ou arte estão em melhores condições para explicar”.

• Guimarães, Deocleciano Torrieri: “Trabalho que exige notória especialização

no seio da Engenharia de Segurança do Trabalho, com o objetivo de esclarecer ao Juiz de Direito e outras autoridades formais, fatos que envolvam ou modifiquem as condições de trabalho previstas em lei.

• Oliveira, Sebastião Geraldo: “É, pois, o exame hábil com o objetivo de

resolver questões ordinariamente originárias de controvérsias, dúvidas e de casos específicos ou previstos em lei”.

Exame pericial é o esclarecimento que se investiga na essência, validade,

realidade e veracidade de um episódio ou obra. Juridicamente, é o elemento de convencimento utilizado para elucidar o juízo da essência do evento em que se fundamenta o direito do requerente. Os recursos de que se emprega o intelecto, para o conhecimento da verdade, constituem a prova. Na prática a prova pericial tem por desígnio corroborar com a verdade em uma afirmação. (Martins, Sergio Pinto).

2.5 POSTURA E PERFIL DO PERITO

O perito precisar ser digno, idôneo e íntegro como cidadão com distinta habilidade de disputa, possuir uma formação honrosa. Sua personalidade e concepção moral são diferenciadas pela independência, equilibrando a sua eficácia com tranqüilidade, para alcançar uma conclusão sublime e impetrar os elementos que o guia a expor a veracidade do caso.

O perito ao comprometer-se fica protegido de uma credibilidade que necessita ser resguardada e respeitada sob qualquer circunstância. Essa autoridade, que necessita ser respeitada, fica dependente a sua conduta como cidadão integro que deve predominar, além de sua competência técnico-profissional, ética, moralidade e honestidade.

O perfil do Perito deve abranger conhecimento geral e profundo da ciência, da teoria e sobrepostas em suas diferentes apresentações organizacionais públicas e privadas, além de diferentes áreas correspondentes, como exemplo: conhecimento do direito processual civil, em particular quanto ao caráter e rotina referente à perícia, e de legislação correspondentes são fundamentais à atuação adequada ao desempenho pericial, coligados com predicado de dignidade que o tornam perspicaz, crítico hábil e controlado, aprecia criteriosamente fatos ao seu redor, ponderado, controlado, ajuizado, decisivo, imparcial, concepção ética

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superior. Reconhece o perito profissional por, pois é prevenido, crítico, minucioso, intenso, indagativo, com costume de extrair dos episódios reais por ele observados toda a verdade dos mesmos.

A autoridade técnica do perito deve justificar sua nomeação pelo juízo. Para tanto, deve se atualizar e dominar as seguintes matérias:

• Constituição Federal — CF88. • Código Civil. • Código do Processo Civil – CPC. • Consolidação das Leis do Trabalho — CLT. • Legislações complementares. • Súmulas do Supremo Tribunal Federal (STF). • Súmulas do Tribunal Federal de Recursos (TFR). • Enunciados do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O Perito alcança detalhamento técnico especializado que o juiz não

dispõe. Por mais exatos e sofisticados que sejam os trabalhos periciais não determinam deliberações judiciais. A experiência do juiz permite-lhe contestar o laudo em uma decisão processual, sem desmerecer o trabalho do perito com esta atitude. 2.6 ATRIBUIÇÕES LEGAIS DO PERITO CRIMINAL

Sistematização das Atividades Profissionais esta prevista na atividade 06 do Art. 5º que destaca a atividade de perícia e laudo técnico, pertinentes ao assunto periciais: “vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria, arbitragem”. (Anexo I da Resolução Nº 1010 De 22 de Agosto de 2005).

Os códigos das atividades profissionais encontram-se apontados em uma tabela que mostra a codificação das atividades a serem conferidas ao egresso no campo de abrangência das competências que lhe serão conferidas no campo de atuação profissional de sua formação.

O nº de ordem da atividade geral (a.6) possui as seguintes ordens específicas e pertinentes ao Engenheiro de Segurança do Trabalho com a função de perito técnico: “a.6.1 vistoria, a.6.2 perícia, a.6.3 avaliação, a.6.4 monitoramento, a.6.5 laudo, a.6.6 parecer técnico e a.6.7 auditoria.”

Este Anexo II da Resolução nº 1.010, de 22 de agosto de 2005, contém a Tabela de Códigos de Competências Profissionais, em conexão com a sistematização dos Campos de Atuação Profissional das profissões inseridas no Sistema CONFEA/CREA. Nas categorias da engenharia, arquitetura e urbanismo, agronomia (nº de ordem do setor 4), o campo de atuação da engenharia de segurança do trabalho (nº de ordem do setor 4.1), demonstram a aplicabilidade da elaboração de laudos periciais, são elas:

O nº de ordem do setor: 4.1.04 descreve: “vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição a agentes agressivos de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos), riscos físicos, químicos e biológicos, tais como poluentes atmosféricos, ruídos, calor, radiação em geral e pressões anormais, caracterizando as atividades, operações e locais insalubres e perigosos.”

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E o nº de ordem do setor: 4.1.25 descreve: “elaborar laudo técnico das condições ambientais nos locais de trabalho - LTCAT.”

São atribuições legais dos Peritos Criminais segundo Daniel Bezerra Bevenuto:

• Supervisionar, classificar, ordenar, aconselhar, encaminhar, destacar e executar perícias criminais em geral.

• Esquematizar, administrar e coordenar as atividades científicas. • Ministrar subsídios elucidativos para a instrução de inquéritos policiais e

processos criminais. • Requerer tarefas especializadas de inquérito e exame policial. • Destacar diligências técnico-científicas de nível superior de apreciação e

investigação na área forense. • Provir a levantamentos fotográficos e a apreciações periciais, laboratoriais,

ambientais, químicos, físicos, biológicos e microbiológicos legais. • Prover pareceres periciais sobre trabalhos técnicos. • Gerar laudos periciais. • Preparar matéria especifica sobre os assuntos diversos com relação ao

ambiente de trabalho. • Praticar ações indispensáveis aos procedimentos das perícias técnicas. • Desempenhar atividades profissionais periciais relacionadas pertinentemente

às atribuições legalmente reservadas às classes profissionais a que pertencem.

2.7 LAUDO PERICIAL

Uma definição apropriada para Laudo Pericial é a “Peça escrita e fundamentada em que os peritos expõem as observações colhidas e as conclusões a que chegaram sobre o exame da matéria pericial (arts. 978 e 1045 do CPC).” (Academia Brasileira de Letras Jurídicas, p. 322).

“Relatório contendo a exposição por escrito das conclusões a que chegaram os peritos, sob matéria técnica a respeito da qual foram consultados”. (arts. 433, 978 e 1045 do CPC) (Dicionário Jurídico, Magalhães e Malta, V. II).

O laudo técnico é peça técnica formal elaborada por pessoa juridicamente habilitada, com caráter auxiliar constitutivo de direito. Tem a mesma função do parecer médico pericial: aduzir esclarecimentos ao leigo sobre determinada situação específica.

Segundo Nunes (1994), perícia é um exame realizado por técnico, ou pessoa de comprovada aptidão e idoneidade profissional, para verificar e esclarecer um fato, ou estado ou a estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo, que com um deles tenha relação ou independência, a fim de concretizar uma prova ou oferecer o elemento de que necessita a Justiça para poder julgar.

“É o resultado da perícia, expresso em conclusões escritas e fundamentadas, onde serão apontados os fatos, circunstâncias, princípios e parecer sobre matéria submetida a exame do especialista, adotando-se respostas objetivas aos quesitos” (Bustamante, 1994).

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O Laudo Pericial é o parecer técnico resultante do trabalho efetivado pelo Perito, normalmente por escrito. Deve ser lavrado pelo próprio Perito, mesmo quando houver Assistentes Técnicos.

O Laudo pericial é um documento que merece fé pública e judicial, será tomado pelo juízo como documento oficial, que irá fornecer uma conclusão a um litígio. Mas também é o laudo que é alvo de impugnação pelas partes, deve o perito lavrar com elevada veracidade e atenção a tarefa realizada para anunciar o fato de maneira inequívoca e prática, de formato compreensível que todos possam compreender o laudo. Portanto é o laudo que conduz para os autos uma eficácia de comprobação dos acontecimentos, e que dele resulte em uma deliberação. Um laudo pericial é uma forma de prova, cuja produção demandar conhecimentos técnicos e científicos específicos, e que se reservar a contribuir, ao alcance do presumível, uma veracidade a respeito de determinadas ocorrências e de suas decorrências. O Perito compõe o laudo exclusivamente com os efeitos técnicos e científicos. O Juiz julga as implicações jurídicas desses fatos mencionados pelo perito e das conclusões deste. O Perito elucida os fatos, o Juiz fixa as implicações de direito.

O Perito necessita apresentar o cuidado de descrever e documentar, da forma mais objetiva possível, a ocorrência com fundamentações nos quais deseja desenvolver sua alegação e apresentar as suas conclusões. O desempenho do perito se assemelha muito com o próprio papel do Juiz. O Perito examina fatos e emite um julgamento fundamentado em sua apropriada capacitação, respeitado a base da racionalidade e do domínio da alegação técnica e científica.

A finalidade do trabalho pericial é afastar as imprecisões existentes a respeito de determinados fatos e sobre as suas decorrências práticas. O Perito não emite um ajuizamento ou conselho jurídico, mas seu trabalho deve induzir em consideração os efeitos jurídicos que a prova pericial se reserva a determinar.

O laudo pericial é um elemento do processo, que tem caráter de ser interpretado e julgado pelo Juiz ou Tribunal, como qualquer outro instrumento de prova e de afirmação. É necessário que todos possam entendê-lo. Sua escrita deve ser clara, sucinto e acessível. O apropriado profissional não redige de forma que só outros especialistas o entendam. É importante compor convenientemente o Laudo. Inicia apresentando os membros, os objetos e a Perícia realizada. Descreve-se o enunciado e a pesquisa das questões primordiais. Responde aos questionamentos elaborados pelos membros. Finaliza observando fatos relevantes. No anexo devem ser informados os processos empregados, os documentos examinados, fotografias e outros subsídios de importância não listados no corpo do Laudo.

Depois da entrega do Laudo, o Juiz intima as partes envolvidas para tomarem ciência e conhecimento do Laudo Pericial. Existe um tempo determinado para que as partes envolvidas se pronunciem. As partes possuem a opção de concordar com o Laudo ou divergir, contrapor, requerer acareamento e explicações, estabelecer questionamentos suplementares ou ainda rejeitar o Laudo e solicitar a realização de nova perícia.

Caso haja necessidades de se prestar esclarecimentos o Perito pode ser convocado em audiência. Os quesitos que necessitarem de esclarecimentos deverão ser informados com antecedência ao Perito. Não avisando com a devida antecedência o Perito tem a faculdade declarar a complexidade do litígio e requerer prazo para replica. Também é de direito do perito, quando o trabalho adicional é expressivo, demandando tempo, empenho e gastos extras, o Perito pode solicitar reavaliação dos honorários. (Marco Aurélio Stumpf González).

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Para elaborar um laudo pericial de insalubridade tem-se como objetivo analisar as condições do meio ambiente de trabalho, considerando o cumprimento das leis pertinentes em vigor. 2.8 A PERÍCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO

A perícia para a qualificação da insalubridade é regulada e requerida pela legislação processual trabalhista e impetrado pelo disposto no Código de Processo Civil, conforme o artigo 8º, parágrafo único da CLT Decreto-lei N.º 5.452, assim disposto:

“As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.”

“Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.”

O artigo 8º, parágrafo único, da CLT, autoriza a subsidiariedade do direito comum em auxílio do Direito do Trabalho, desde que não haja lei específica para tal nem incompatibilidade com princípios fundamentais trabalhistas. 2.8.1 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CPC.

Fluxo dos Atos da Perícia: CPC, Seção VII, Da Prova Pericial.

Art. 420. Seção VII. Da Prova Pericial: “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”.

Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando: I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III - a verificação for impraticável.

Comentário: a prova pericial deve ser realizada por perito para

constatação de eventos ou ocorrências que interessam ao litígio. A perícia demonstra através de provas contundentes, especificadas por profissionais notadamente conhecedores do assunto e conseqüentemente com habilidades técnicas e científicas que desenvolveram, por determinação da autoridade e mediante obediência legal, corroborar com o esclarecimento dos acontecimentos e ocorrências específicas.

“Prova pericial é o conjunto dos fatos produtores da convicção, apurados no processo”. (Amaral M. Santos).

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“Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. (Código de Processo Civil - CPC Art. 332)”.

Art. 421 CPC. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a

entrega do laudo. § 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação

do despacho de nomeação do perito: I - Indicar o assistente técnico. II - Apresentar quesitos. § 2o Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir

apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.

Art. 422: O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi

cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.

Art. 423: O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por

impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o

juiz nomeará novo perito. Art. 424: O perito pode ser substituído quando: I. Carecer de conhecimento técnico ou científico; II. Sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi

assinado. Parágrafo Único: No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a

ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.

Art. 425 do CPC. Poderão as partes apresentar, durante a diligência,

quesitos suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária.

Art. 426 do CPC. Compete ao juiz: I - Indeferir quesitos impertinentes. II - Formular os que entenderem necessários ao esclarecimento da causa. Tem-se no artigo 427 do CPC: “O juiz poderá dispensar prova pericial

quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerarem suficientes”.

Por meio do Juiz Arbitral, em qualquer etapa do processo, qualquer um dos magistrados poderá reivindicar que as partes envolvidas no processo apresentem suas próprias comprovações e provas para o seu franco desígnio (Artigo 32 - Lei n.º 9.307/96).

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Art. 428: Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a perícia. 2.8.2 PODER DE PESQUISAS DO PERITO

O perito para a laboração do laudo, na imperativa de atender o que foi a ele designado, necessitará desempenhar o que foi solicitado pelo magistrado, para a laboração da sua função tem a decisão de valer-se de todos os meios de prova cabíveis no disposto jurídico, conforme artigo 429 do CPC, a seguir descrito. 2.9 PODERES DO PERITO E ASSISTENTES TÉCNICOS.

Art. 429 – Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.

A apuração dos fatos pelo perito deve se pautar nas perguntas que lhes são formuladas (quesitos), mas sobretudo, deve ele ainda complementar seu trabalho com outras informações consideradas por ele elucidativas, desde que sempre seja observada a matéria discutida.

2.10 AGENDAMENTO DA PERÍCIA

Lei nº 10.358, de 27 de dezembro de 2001. Alteram os dispositivos da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Art. 431-A: As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou

indicados pelo perito para ter início à produção da prova. Art. 432 do CPC - Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar

o laudo dentro do prazo. O juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio.

Artigo 31 - Parágrafo 3º - O perito apresentará o seu parecer técnico em

10 (dez) dias, a contar da data da diligência. Sendo mais de um perito e conflitante os pareceres entregarão os respectivos trabalhos no mesmo prazo.

Artigo 31 - Parágrafo 4º - A pedido fundamentado poderá ser prorrogado o prazo do parágrafo antecedente, por igual tempo.

Necessita ser ressaltada a legislação vigente quanto a prazos para

entrega de laudo pericial, apontado no artigo 433 do CPC, assim como no seu parágrafo único.

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Art. 433 CPC – O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado

pelo juiz, pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento. Parágrafo único - Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no

prazo comum de dez dias após a apresentação do laudo, independente de intimação.

Deve-se ressaltar que no Direito Processual do Trabalho o artigo 3º da Lei n.º 5.584, de 26.06.70, delibera que “Os exames periciais serão realizados por perito único designado pelo Juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo.”

Parágrafo único: “Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cujo laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser desentranhado dos autos. As partes possuem competência para recomendar seus assistentes técnicos que formarão os seus referentes laudos para serem deliberados pelo juiz a favor do perito.

Mesmo que anunciado no Art. 433 do CPC que o perito oficial e o assistente técnico necessitam apresentar em separado os seus laudos, institui-se que não existe impedimento que os peritos assistentes assinem o laudo pericial, desde que durante os trabalhos periciais eles tenham participado e assessorado o perito oficial, e que entre o assistente técnico e o perito oficial não existam desacordo quanto ao Laudo.

É adequado observar neste momento a divergência dos prazos propostos para entrega dos pareceres e laudos periciais, tanto na esfera cível, regidos pelo Parágrafo único do art. 433 do CPC, quanto na esfera trabalhista regido pelo Parágrafo único do art. 3º da Lei nº 5584/70, que dizem:

Art. 433 do CPC. Parágrafo único – “Os assistentes técnicos oferecerão

seus pareceres no prazo comum de dez dias após a apresentação do Laudo, independente de intimação". (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).

Art. 3º. Parágrafo único – “Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cujo Laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser desentranhado dos autos”. (Lei No 5.584, De 26 de Junho de 1970).

Acrescentamos ainda que o Código de Ética Profissional do Perito Judicial, aprovado pela Assembléia Geral Ordinária ASPEJUDI - Associação dos Peritos Judiciais, de 01.12.1994, aconselha que o perito oficial comunique e compartilhe com o assistente técnico e reciprocamente.

Art. 435 do CPC. “A parte, que desejar esclarecimento do perito e do

assistente técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos”.

Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da audiência.

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2.11 LIVRE APRECIAÇÃO PELO MAGISTRADO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 436 DO CPC.

Art. 436 in caput: "O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo

formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos”. É inidônea a prova, se o perito não tem conhecimento técnico necessário

para a elaboração do Laudo, conforme estabelecido nos artigos 147/CPC e 342/CP, "in verbis": "O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responde pelos prejuízos que causar à parte, fica inabilitado, por dois anos, a funcionar em outras perícias e incorre na sanção que a lei penal estabelecer”.

De acordo com o preceito do livre convencimento do magistrado, na esfera do campo judicial, o juiz não fica unicamente subordinado ao laudo pericial, facultando de elucidar o seu escopo baseando-se em outros subsídios de provas juntados ao processo.

Em decorrência do princípio da não adstrição do juiz ao laudo na concepção da formação do seu convencimento, o juiz não está limitado ao laudo pericial, tendo a habilidade de compor a sua livre persuasão com dados ou ocorrências corroborados nos autos. A lei processual autoriza o Juiz, como diretor do processo, mas não lhe obriga, a determinar realização de nova perícia. (STJ, 4ª T., Resp 24035-2-RJ, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, 6.6.1995, DJU 4.9.1995, p. 27834).

Art. 437. O juiz poderá determinar de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida.

Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.

Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.

Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra.

Art. 846 do CPC - A produção antecipada da prova pode consistir em interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame pericial.

3 NOÇÕES GERAIS: LEGISLAÇÃO - REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CAPÍTULO V - CLT. Seção XIII - DAS ATIVIDADES. No Art.189 consta que: “Serão consideradas atividades ou operações

insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados aos agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”. (Artigo discutido no item ATIVIDADES INSALUBRES deste trabalho).

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No Art.190 consta que: “O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes”.

Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alergênicos ou incômodos.

No Art.191 da CLT consta que: A eliminação ou a neutralização da

insalubridade ocorrerá: com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância.

Com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.

Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.

O Senado Federal Pelo Projeto de Lei do Senado Nº 460, de 2009, altera o Art. 1º Seção XIII (das atividades penosas, insalubres ou perigosas) do Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para regulamentar a concessão do adicional de insalubridade.

O adicional de insalubridade é pago a todos os empregados que trabalham expostos em atividades ou operações insalubres, acima do limite de tolerância ou nas atividades previamente mencionadas nos Anexos da NR 15, da Portaria nº 3.214/78.

O adicional de insalubridade é um direito constitucional, previsto atualmente no artigo 7º, inciso XXIII de nossa Constituição Federal. Na CLT, o adicional de insalubridade também encontra previsão legal, especialmente em seu capítulo V (Da Segurança e Medicina do Trabalho), que na seção XIII, trata das atividades insalubres ou perigosas, artigos 189 e seguintes. Incube a NR-15 regular as atividades e operações insalubres. Também existem normas que regulam este respectivo adicional.

O adicional de insalubridade tem finalidade claramente salarial, já que procura recompensar o empregado pelo ambiente insalubre, perigo, imprudência, risco ou desgaste freqüente em seu trabalho, sendo conseqüentemente o próprio empregado indenizado pela prática do trabalho em situações prejudiciais à sua saúde.

Observando o artigo 192 da CLT, Art. 1º A Seção XIII “Das Atividades Penosas, Insalubres ou Perigosas” do Capítulo V do Título II, vigora com as seguintes modificações:

Art. 192-A. “São consideradas atividades ou operações penosas, na forma

de regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, submetem o trabalhador à fadiga física, mental ou psicológica.”

§ 1º A eliminação ou a neutralização da penosidade ocorrerá com a adoção de medidas que a reduzam a níveis aceitáveis, nos termos de regulamentação do Ministério do Trabalho e do Emprego.

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§ 2º O exercício de trabalho em condições penosas, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assegura a percepção de adicional de, respectivamente, 40 % (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário do empregado, segundo se classifiquem nos graus máximos, médios e mínimos excluídos os acréscimos resultantes de gratificações ou prêmios.

Os adicionais das atividades penosas, insalubres ou perigosas quando pagas aos trabalhadores, agregam todos os pecúlios trabalhistas, como por exemplo, férias acrescidas de 1/3, décimo terceiro salário e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, em meio a outras verbas.

Deve-se observar que é vetada a concepção cumulativa dos adicionais de insalubridade, conforme o subitem 15.3, NR-15, Portaria n. 3.214, o trabalhador exposto a dois agentes insalubres de distintos graus de insalubridade responde unicamente sobre aquele de maior grau. Para os agentes nocivos com o mesmo grau de insalubridade os adicionais não se somam. Por exemplo, um empregado exposto ao agente nocivo com percentual de insalubridade alto de 40% e médio de 20%, terá direito a receber o percentual de insalubridade somente referente aos 40%, embora a exposição deste trabalhador se acumule para dois ou mais agentes insalubres, o que pode acarretar em um maior prejuízo à saúde do trabalhador. Esta limitação cumulativa é sancionada pelo Ministério de Trabalho. (Sebastião Geraldo de Oliveira - Proteção Jurídica à Saúde do Trabalhador).

No Art.193 CLT § 2º consta que os adicionais de penosidade,

insalubridade e periculosidade não são devidos cumulativamente, ressalvado o direito do empregado de optar pelo adicional de valor mais elevado.

No Art.194 da CLT consta: “O direito do empregado ao adicional de

insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977). O Direito do empregado ao adicional de insalubridade cessará com a eliminação das condições que justificavam concessão deles. O pagamento do adicional de insalubridade é feito enquanto existir a condição especial de trabalho mais gravosa. Cessada a condição especial, cessa para o empregado o direito ao adicional respectivo. Assunto complementar sobre esta pauta consta na Súmula nº 248 do TST disposta neste trabalho.

O Art.195 CLT apresenta que: “A caracterização e a classificação da

penosidade, da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho e Emprego, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho e Emprego.

§ 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais

interessadas requererem ao Ministério do Trabalho e Emprego a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades penosas, insalubres ou perigosas.

§ 2º Argüida em juízo penosidade, insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por sindicato em favor do grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego.

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§3o O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex-ofício da perícia.

O direito do adicional de insalubridade, quando aprovado pelo Juiz, será

designado pelo magistrado, profissional habilitado para realizar a perícia. Quando não existir a figura do perito, o próprio juiz solicitará a perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho, na caracterização das atividades insalubres. Acontece que surgem dificuldades para se atender este dispositivo legal visto que, atualmente, de acordo com o Ministério do Trabalho, existem poucos servidores efetivos disponíveis e habilitados para desempenhar esta função.

O Art.196 CLT apresenta que: “Os efeitos pecuniários decorrentes do

trabalho em condições de penosidade, insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data de inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, respeitadas as normas do art. 11.”

O Art. 827, da Consolidação das Leis do Trabalho dispõe: "O Juiz ou

Presidente poderá argüir os peritos compromissados ou os técnicos, e rubricará, para ser juntado ao processo, o Laudo que os primeiros tiverem apresentado."

A divergência entre a Consolidação das Leis do Trabalho e o Código de Processo Civil é irrelevante no caso do compromisso, porque, uma vez que o perito aceitou o encargo, o compromisso está implícito, por ser dever profissional cumprir escrupulosamente a missão determinada pelo Poder Judiciário, no prazo que lhe for assinado, sob as penas da lei.

O assistente técnico é de escolha da parte, com a função de auxiliar no descobrimento da verdade. Entretanto, o assistente técnico poderá através de elementos consubstanciados, trazidos aos autos, relatados em Laudo, ser uma peça de suma valia ao deslinde da lide, conforme dispõe o artigo 436 do Código de Processo Civil. 3.2 PERÍCIA E O FORO JUDICIAL.

Os processos pertinentes à perícia compreendem atos do advogado, juiz, autor, assistente técnico se indicados, do advogado do réu, perito do Juízo, conforme abaixo:

• Advogado: Avalia ou contesta a ação, requer as provas (parcial e outras), indica assistente técnico e formula quesitos.

• Assistente Técnico: auxilia a parte que o contratou na elaboração de quesitos, conserva-se em conexão com o perito e busca assisti-lo no provimento de subsídios e informações, acompanha os trabalhos periciais e explana, questiona, argúi ou não, o laudo desenvolvido pelo perito.

• Juiz: nomeia o perito, elabora e ordena o julgamento e delibera a concretização de provas documental, testemunhal, pessoal, inspeção, depoimento, exibição, pericial, dentre outras.

• Perito: reconhece a nomeação, a ação em exercício e confirma o nome das partes. Procedimento técnico: prepara o laudo pericial, notifica os assistentes técnicos da inspeção ao objeto do litígio, examina o local, descreve, expõe fatos, relata episódio, descreve eventos, registra cenários, fotografa, etc.

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3.3 PERITOS LEGALMENTE HABILITADOS.

Perante a indispensável necessidade de se instituir profissionais para atuarem como peritos ou assistentes técnicos nas pericias de Engenharia de Segurança do Trabalho é possível que os magistrados, juízes, autoridades do âmbito judiciário, deparem com dúvidas para confirmar se estes profissionais são legalmente habilitados.

Para distinção, averiguação e classificação se a atividade é ou não insalubre, de acordo com as clausulas do Ministério do Trabalho Lei 6.514 de 22.12.1977 art. 195, o local de trabalho deverá ser analisado por um perito Engenheiro de Trabalho ou um Médico do Trabalho, registrado no Ministério do Trabalho. Destaca-se que o dispositivo legal da Lei 6.514 referenciava de que estes profissionais fossem unicamente registrados no Ministério do Trabalho. Na pratica este processo esta alterado devido ao aparecimento da regulamentação dos cursos e das atribuições do Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e de Especialista em Medicina do Trabalho, com funções específicas associadas aos seus pertinentes Conselhos de Classe. (Zung Che Yee).

Para cursos de Especilização em Engenharia de Segurança do Trabalho, para o Engenheiro ser habilitado é indispensável que ocorra o registro do título mediante apreciação da documentação comprobatória. Portanto não abrange o campo da instituição de ensino, mas exclusivamente o próprio acadêmico quando requer o seu registro de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. A análise da documentação é realizada inteiramente na instância de câmara da modalidade do profissional envolvido. O Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho é o único curso que gera novas atribuições.

O registro junto ao MEC do curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho se dá obedecendo ao Parecer n.º 19/87 do Conselho Federal de Educação. Este parecer define quantas horas aula deve ter o curso (no mínimo 600hs) e disciplinas obrigatórias a serem ministradas. Este é o critério de apreciação seguido pelo CREA-PR. (Adriana Cristina Casagrande Costa de Souza / CREA-PR. 24/09/2009).

Legislação Pertinente:

• Lei n.º 7410/1985, dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho. • Resolução 359/91 do CONFEA, dispõe sobre o exercício profissional, o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho e dá outras providências. Nota: Tecnólogos em segurança do trabalho não podem apostilar curso de pós em engenharia de segurança do trabalho. Os tecnólogos podem apostilar outras pós (no entanto essas não geram títulos nem atribuições). SSA 31.463. • Resolução 359/91: Art. 3º - Para o registro, só serão aceitos certificados de cursos de pós-graduação acompanhados do currículo cumprido, de conformidade com o Parecer nº 19/87, do Conselho Federal de Educação. (Adriana Cristina Casagrande Costa de Souza/CREA-PR. 24/09/2009).

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O profissional habilitado em Perícia Técnica é o Engenheiro de Segurança do Trabalho. Este pode ser de qualquer modalidade profissional, portador do certificado de conclusão de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de Pós-Graduação, devidamente registrado junto aos Conselhos Regionais, conforme determinação do art. 2°da Resol ução CONFEA 359, de 31.07.1991.

Atualmente é muito conciso o elenco de peritos oficialmente indicados pela CGJ - Corregedoria Geral da Justiça (Poder Judiciário) na internet (http://www.tj.pr.gov.br/cgj/), Neste termo o cartório necessitará alimentar uma listagem organizada dos expertos do juízo, por especialidade, com os referentes currículos e informações necessárias aos atos de comunicação. (Art. 114 do CNCGJ - Código de Normas da Corregedoria Geral de Justiça).

Art. 114 - A escolha de perito recairá sobre profissional devidamente

inscrito no órgão de classe. A resolução 359, de 31.07.1991 do CONFEA (Conselho Federal de

Engenharia, Arquitetura e Agronomia) aponta com relação à prática profissional, ao registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, e promove outras provisões.

Para comprovar se o perito, ou o assistente técnico, encontra-se legalmente habilitado e regularmente registrado no CREA, além de confirmar conexão em um dos preceitos profissionais moderados no parágrafo único do art. 1° da Resolução 359 do CONFEA, precisa atender as demais condição como ser portador da carteira de identidade profissional com as necessárias anotações constantes nesta resolução, necessita-se confirmar pelo meio do portal do CREA da Unidade da Federação aonde o profissional localiza-se vinculado e ratificar por meio de Certidão protocolada a anuidade quitada.

O anexo I da resolução nº 1010 de 22 de agosto de 2005 (CONFEA)

sistematiza as atividades profissionais e demonstra a tabela de códigos de atividades profissionais e o glossário que determina de forma peculiar as atividades profissionais, constituídas no Capitulo II Art. 5º da Resolução 1.010, de 2005 das atribuições para a execução de atividades na esfera das competências profissionais.

Este Art. 5º descreve: “Para efeito de fiscalização do exercício profissional dos diplomados no âmbito das profissões inseridas no sistema CONFEA/CREA, em todos os seus respectivos níveis de formação, ficam designadas as seguintes atividades, que poderão ser atribuídas de forma integral ou parcial, em seu conjunto ou separadamente, observadas as disposições gerais e limitações estabelecidas nos arts. 7º, 8°, 9°, 10 e 11 e seus parágrafos, desta Resolução”

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3.4 DA HABILITAÇÃO - LEI Nº 7.410, DE 27 de NOVEMBRO de 1.985

Dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho, e dá outras providências.

Art. 1º - O exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do

Trabalho será permitido, exclusivamente: I - ao Engenheiro ou Arquiteto portador de certificado de conclusão de

curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, a ser ministrado no País, em nível de pós-graduação;

II - ao portador de certificado de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, realizado em caráter prioritário, pelo Ministério do Trabalho;

III - ao possuidor de registro de Engenheiro de Segurança do Trabalho expedido pelo Ministério do Trabalho até a data fixada na regulamentação desta Lei.

Parágrafo único - O curso previsto no inciso I deste Artigo terá o currículo fixado pelo Conselho Federal de Educação, por proposta do Ministério do Trabalho, e seu funcionamento determinará a extinção dos cursos de que trata o inciso II, na forma da regulamentação a ser expedida.

Art. 3º - O exercício da atividade de Engenheiros e Arquitetos na

especialização de Engenharia de Segurança do Trabalho dependerá de registro em Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, após a regulamentação desta Lei, e o de Técnico de Segurança do Trabalho, após o registro no Ministério do Trabalho. 3.5 LEI Nº 11.690, DE 9 DE JUNHO DE 2008

Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos O artigo 159 do Decreto-Lei no 3.689 (03.10.41) do Código de Processo

Penal, passam a vigorar com as seguintes alterações: “O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.”

§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.

§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.

§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.

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§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:

I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar;

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.

§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.

§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. 3.6 LEGISLAÇÃO FEDERAL. LEI No 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973

Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Institui o Código de Processo Civil.

Seção II Do Perito. O perito judicial é o profissional de distinta aptidão técnica,

habilitado e designado pelo juiz para apreciação das questões de sua especialidade, conseqüentemente quando a prova do fato esta sujeito ao conhecimento técnico ou científico aquém do campo jurídico. (Arts. 145 do CPC – Código de Processo Civil)

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou

científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. § 1º. Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário,

devidamente inscrito no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

§ 2º. Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984).

§ 3º. Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la (art. 423). (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).

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3.7 DOLO OU CULPA DO PERITO

Art. 147 – CPC: “O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer”.

Implicações Legais: Para um melhor entendimento, o dolo, nos termos da lei, está caracterizado quando a pessoa praticou o ato de forma intencional, ou seja, é premeditado.

Designado o perito pelo juiz, as partes serão notificadas do mandato de nomeação. Da intimação do início a correr o prazo de cinco dias para que recomendem seus assistentes técnicos e ofereçam os quesitos a serem respondidos. Arts. 421 e 422 do CPC – Código de Processo Civil, a seguir descritos:

Art. 421 – O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a

entrega do laudo. § 1º - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação

do despacho de nomeação do perito: I – indicar o assistente técnico; II – apresentar quesitos. § 2º – Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir

apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.

Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi

cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).

Art. 423 – O perito pode escusar-se (artigo 146) ou ser recusado por

impedimento ou suspeição (artigo 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeara a novo perito.

Art. 424. O perito pode ser substituído quando: (Redação dada pela Lei nº

8.455, de 24.8.1992). I - carecer de conhecimento técnico ou científico. II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi

assinado. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992). Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a

ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).

Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992).

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3.8 FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA. DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. - Código Penal.

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. § 1º. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é

praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001).

§ 2º. O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001). 3.9 NORMAS E PROCEDIMENTOS DE PERÍCIA JUDICIAL

No campo da ocupação pericial de forma ampla, ou seja, da atividade geral no seu contexto, não evidenciando qual o assunto ou a especialidade técnica abordada, foram desenvolvidas Normas de Perícias Judiciais. Estas normas formam recentemente amparadas por uma entidade de Perícia: IBPA - lnstituto Brasileiro de Perícia e Arbitragem, ainda não foram objeto de discussões ou de homologação para vigência em todo o território nacional. Criadas originalmente pela Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, tais normas (NPPJ’s) não possuem caráter obrigatório, tais normas necessitam ser apresentadas como indicações, sugestões e aconselhamentos de conduta e procedimento.

3.10 QUEM DEVE FAZER A CLASSIFICAÇÃO DE INSALUBRIDADE A Lei 6.514/77, Capítulo V – da Segurança e da Medicina do Trabalho, art.

195, refere-se à consideração que a classificação de Insalubridade e Periculosidade, de acordo com as Normas do Ministério do Trabalho, necessita ser realizada por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, o que comprova imparcialidade factível das atribuições dos respectivos profissionais.

Segundo Zung Che Yee (2008), há dois critérios habitualmente aceitos para caracterizar a atividade de insalubridade: critério subjetivo e critério objetivo.

No critério subjetivo o adicional de insalubridade exclusivamente é devido quando o trabalhador manifestar sintomas de doença profissional ou ocupacional. Neste caso é indispensável o exame medico para caracterizar a insalubridade, evento em que somente o profissional da medicina ocupacional se legitima competente a caracterizar a atividade insalubre.

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No critério objetivo o elemento da pericia será unicamente o ambiente do trabalho, e não o trabalhador. Assim sendo não se deve falar em competência exclusiva do Médico do Trabalho. Este é o procedimento de julgamento de insalubridade adotado no Brasil

4 NORMAS REGULAMENTADORAS Norma Regulamentadora, ou NR, são as normas que necessitam ser

seguidas pelos empregados, empregadores e os terceirizados, para o bem-estar, preservação da saúde e garantia da segurança dentro do ambiente de trabalho. As NRs regulamentam e providenciam orientações sobre processos obrigatórios pertinente à medicina e segurança no trabalho no Brasil. Como anexos da Consolidação das Leis do Trabalho, são de observância obrigatória por todas as empresas.

De acordo com a Lei nº 6.514 de 22 de Dezembro de 1977, as Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho foram aprovadas em 8 de julho de 1978, por meio da Portaria nº 3.214, do Ministério do trabalho. São elas:

NR-1 - Disposições gerais NR-2 - Inspeção prévia NR-3 - Embargo ou interdição NR-4 - Serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do trabalho NR-5 - Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA NR-6 - Equipamento de proteção individual – EPI NR-7- Programa de controle médico de saúde ocupacional NR-8 - Edificações NR-9 - Programa de prevenção de riscos ambientais NR-10 - Instalações e serviços em eletricidade NR-11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais NR-12 - Máquinas e equipamentos NR-13 - Caldeiras e vasos de pressão NR-14 - Fornos NR-15 - Atividades e operações insalubres NR-16 - Atividades e operações perigosas NR-17 - Ergonomia NR-18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção NR-19 - Explosivos NR-20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis NR-21 - Trabalho a céu aberto NR-22 - Trabalhos subterrâneos NR-23 - Proteção contra incêndios NR-24 - Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho NR-25 - Resíduos industriais NR-26 - Sinalização de segurança

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NR-27 - Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no Ministério do Trabalho e da Previdência Social NR-28 - Fiscalização e penalidades NR-29 - Segurança e saúde no trabalho portuário NR-30 - Segurança e saúde no trabalho aquaviário NR-31 - Segurança e saúde no trabalho da agricultura e pecuária NR-32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços em saúde

De acordo com a Lei n 6514 de 22.12.1977, no Capítulo V da Segurança e da Medicina do Trabalho, Seção I – Disposições Gerais, Art. 154 que vigora com a seguinte redação: “A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras e regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho”

Art. 157 - I, que vigora a seguinte redação: “Cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho”.

As Normas Regulamentadoras referentes à segurança e medicina do trabalho são de conhecimento obrigatório pelas empresas privadas e públicas de administração diretas e indireta, e igualmente obrigatórias pelos órgãos dos poderes legislativos e judiciários que possuam empregados regidos pela CLT.

O alcance do conteúdo das Normas Regulamentadoras é aplicado a todas as instituições ou empresas contratantes e aos sindicatos que as representam.

Deve-se observar que as Normas Regulamentadoras não isentam as empresas da obrigatoriedade do cumprimento de outras disposições que estejam contidas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios, e ainda as que forem acordadas em convenções e acordos coletivos de trabalho.

As normas gerais de insalubridade da CLT são complementadas pelas disposições estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, levando-se em consideração as particularidades de cada atividade ou setor de trabalho (art. 200 da CLT).

A Portaria Ministério do Trabalho Nº 3.214, de 8/06/1978, aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, atende à determinação do artigo 190 da CLT. As discriminações dos agentes classificados nocivos à saúde, com os limites de tolerância mencionados, estão nas disposições complementares e encontrar-se previstos nos anexos da Norma Regulamentadora NR-15, descrita a seguir.

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NORMAS REGULAMENTADORAS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. 4.1 NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS. (Numeração da própria NR 1) 1.7. Cabe ao empregador:

a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; (101.001-8 / I1).

b) Elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando

ciência aos empregados, com os seguintes objetivos: (101.002-6 / I1)

I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho; II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e cumprir; III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas; IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho; V - adotar medidas determinadas pelo MTb; VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho.

c) Informar aos trabalhadores: (101.003-4 / I1)

I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; IV - os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.

d) Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização

dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. (101.004-2 / I1)

1.8. Cabe ao empregado:

a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;

b) Usar o EPI fornecido pelo empregador; c) Submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras -

NR; d) Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR;

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4.2 NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES. (Numeração da própria NR 15). Publicação D.O.U. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78 Alterações/Atualizações D.O.U. Portaria SSMT n.º 12, de 12 de novembro de 1979 23/11/79 Portaria SSMT n.º 01, de 17 de abril de 1980 25/04/80 Portaria SSMT n.º 05, de 09 de fevereiro de 1983 17/02/83 Portaria SSMT n.º 12, de 06 de junho de 1983 14/06/83 Portaria SSMT n.º 24, de 14 de setembro de 1983 15/09/83 Portaria GM n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990 26/11/90 Portaria DSST n.º 01, de 28 de maio de 1991 29/05/91 Portaria DNSST n.º 08, de 05 de outubro de 1992 08/10/92 Portaria DNSST n.º 09, de 05 de outubro de 1992 14/10/92 Portaria SSST n.º 04, de 11 de abril de 1994 14/04/94 Portaria SSST n.º 22, de 26 de dezembro de 1994 27/12/94 Portaria SSST n.º 14, de 20 de dezembro de 1995 22/12/95 Portaria SIT n.º 99, de 19 de outubro de 2004 21/10/04 Portaria SIT n.º 43, de 11 de março de 2008 (Rep.) 13/03/08 15.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: 15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 e 12; 15.1.2 (Revogado pela Portaria MTE n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990) 15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6, 13 e 14; 15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos Anexos n.º 7, 8, 9 e 10. 15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. 15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 15.2.1 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 15.2.2 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 15.2.3 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo; 15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. 15.4 A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo. 15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer: a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; b) com a utilização de equipamento de proteção individual.

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15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização. 15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador. 15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade insalubre. 15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que comprovada a insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional devido. 15.6 O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas. 15.7 O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do MTb nem a realização ex-officio da perícia, quando solicitado pela Justiça, nas localidades onde não houver perito. ANEXOS DA NR-15:

• ANEXO N.º 1: Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente. • ANEXO N.º 2: Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto. • ANEXO N.º 3: Limites de Tolerância para Exposição ao Calor. • ANEXO N.º 4: (Anexo revogado pela Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de

novembro de 1990). • ANEXO N.º 5: Radiações Ionizantes. • ANEXO N.º 6: Trabalho Sob Condições Hiperbáricas (Título alterado pela

Portaria SSMT n.º 24, de 14 de setembro de 1983). • ANEXO N.º 7: Radiações Não-Ionizantes. • ANEXO N.º 8: Vibrações. • ANEXO N.º 9: Frio. • ANEXO N.º 10: Umidade.

ANEXO N.º 11: Agentes Químicos cuja Insalubridade é Caracterizada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho. ANEXO N.º 12: Limites De Tolerância para Poeiras Minerais.

• ANEXO N.º 13: Agentes Químicos. ANEXO N.º 14: Agentes Biológicos. (Aprovado pela Portaria SSST n.º 12, de 12 de novembro de 1979).

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A determinação do grau de insalubridade é definida pela regulamentação do MTb através da Portaria n. 3.214, NR-15, conforme o quadro que se segue:

Tabela: Atividades ou operações que exponham o trabalhador a graus de insalubridade.

Anexo

Atividades ou operações que exponham o trabalhador Percentual

1 Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância fixados no Quadro constante do Anexo 1 e no item 6 do mesmo Anexo.

20%

2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados nos itens 2 e 3 do Anexo 2.

20%

3 Exposição ao calor com valores de IBUTG, superiores aos limites de tolerância fixados nos Quadros 1 e 2.

20%

4 (Revogado pela Portaria MTE n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990)

5 Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites de tolerância fixados neste Anexo.

40%

6 Ar comprimido. 40% 7 Radiações não-ionizantes consideradas insalubres em

decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20%

8 Vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.

20%

9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.

20%

10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.

20%

11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados no Quadro 1.

10%, 20% e 40%

12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados neste Anexo.

40%

13 Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.

10%, 20% e 40%

14 Agentes biológicos. 20% e 40% 5 ATIVIDADES INSALUBRES

Para um melhor entendimento das atividades insalubres, seguem algumas definições e conceitos.

O termo "insalubre" vem do latim e significa tudo aquilo que acarreta doença, compreende-se que a insalubridade é o atributo de insalubre. Em resumo, pode-se interpretar uma atividade insalubre como aquela que contribui e causa danos à saúde do empregado, causar, com o decorrer do tempo, enfermidades, doenças e outras adversidades incômodas. O significado legal de insalubridade é prestado pelo artigo 189 da Consolidação das Leis do Trabalho, nos subseqüentes termos:

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A CLT em seu bojo traz no Artigo 189 da CLT - Caput: “Serão consideradas ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”.

Analisando o exposto no Art. 189 da CLT, constata-se que ele é tecnicamente apropriado dentro dos princípios da Higiene do Trabalho. Na esfera da saúde ocupacional, a Higiene do Trabalho é uma ciência que aborda o reconhecimento, avaliação e controle dos agentes nocivos possíveis de levar o empregado a adquirir doença profissional, quais sejam por agentes físicos (frio, radiações, vibrações, calor, ruído e umidade), agentes químicos (gases e vapores, poeira, fumos e névoas), agentes biológicos (vírus, microorganismos e bactérias). De acordo com os princípios da Higiene do Trabalho, o evento da doença profissional, em meio a diversos fatores, esta sujeito á natureza, intensidade e período de exposição ao agente nocivo.

De acordo com estes fatores foram estabelecidos limites de tolerância para os mencionados agentes, que representam um valor numérico inferior ao qual se confia que a maior parte dos trabalhadores em contato com estes agentes nocivos, durante a sua vida profissional, não ira adquirir doenças profissionais. Conseqüentemente, pelo panorama prevencionista, não devem ser denotados com exatidão e sim como parâmetros para julgamentos e controle dos ambientes de trabalho.

Deste modo, para o legislador, uma atividade apenas será considerada como insalubre, se preenchidos determinadas condição, previamente estipulados pelo Ministério do Trabalho.

Baseando-se no artigo 189 da CLT, observa-se que a insalubridade será caracterizada exclusivamente quando o limite de tolerância for ultrapassado; isto é, a lei abordou a questão do direito ao adicional, deixando o aspecto prevencionista a critério da regulamentação do Ministério do Trabalho, conforme preceitua o artigo 190 da CLT, que constitui o quadro de atividades insalubres, as normas de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância e os meios de proteção.

Em resumo, são insalubres as atividades ou operações que exponham o homem a agentes nocivos à saúde. Cabe ao Ministério do Trabalho aprovar o quadro das atividades e operações consideradas insalubres. O Ministério do Trabalho caracteriza e classifica os agentes insalubres quanto à natureza e nocividade.

Quanto à natureza são classificados em químicos, físicos ou biológicos. Exemplo de agente insalubre químico: chumbo. Exemplo de agente insalubre físico: ruído. Exemplo de agente insalubre biológico: protozoários.

Quanto à nocividade os agentes foram classificados em três graus: máximo, médio e mínimo.

A CF/88 – art. 7º, XXIII, determina que é direito dos trabalhadores o “adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.”

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5.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE

Vale observar que a configuração da insalubridade depende de uma apreciação criteriosa dos requisitos estabelecidos pela Lei e só assim deverá ser considerado esta atividade como insalubre. Deve-se ressaltar que a apreciação de determinada atividade far-se-á de global, ou seja, há a obrigação de que a atividade desenvolvida pelo empregado exponha o trabalhador ao contato com um agente nocivo, que este agente nocivo encontre-se acima do limite de tolerância estabelecido pelo Ministério do trabalho e ainda, que este contato persista por determinado espaço de tempo.

Por limites de tolerância necessita-se compreender como um limite definidor, fundamentado pelo Ministério do Trabalho, posteriormente a execução de perícia técnica, por médico ou engenheiro do trabalho, ou por ambos, no qual se estabeleça os "limites de um ser humano"; ou seja, conforme a qualidade do trabalho, a natureza do agente e o período de exibição a este agente, o Ministério do Trabalho baliza quais serão as atividades qualificadas insalubres e qual será o grau de insalubridade. 6 O MINISTÉRIO DO TRABALHO E A PERÍCIA

Tendendo a mais integra segurança para o trabalhador e poupando amplas disputas judiciais para afirmar a incidência da insalubridade, a CLT no artigo 190, construiu que o enquadramento das atividades e operações insalubres será compilado pelo Ministério do Trabalho.

Na ocorrência de uma ação reclamatória trabalhista, o Juiz do Trabalho necessitará deliberar a execução de uma perícia técnica, por engenheiro ou médico do trabalho da sua confiança, que por meio de um laudo técnico irá revelar se aquela classe ou ainda aquele definido empregado que contesta este direito, se enquadra nas condições definidas para a caracterização da atividade insalubre.

O abstrato é que a situação de trabalho sujeito a agentes agressivos novos, mesmo que claramente presentes, esperam longo tempo para seu validamento como insalubres.

O amplo infortúnio é que as contestações jurídicas à reverência destas condições de trabalho estão sempre centralizadas nos adicionais que aspiram indenizar o malefício e não suprimir o risco ou resguardar a saúde.

Concluí-se que o objetivo desta parcela pecuniária, o adicional de insalubridade, labora como uma autorização para que o trabalhador possa manter-se exposto ao agente nocivo, visto que é inferiormente dispendioso para a empresa do que efetivamente investir no ambiente de trabalho para que se torne suficientemente seguro e saudável.

A compreensão do empresário falha exatamente nesta questão em observar que o objetivo do adicional de insalubridade, não se designa unicamente a ser pago como favorecimento ao empregado, mas sim, para mitigar a negligência com o ambiente de trabalho.

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Promulga a CLT que os adicionais de periculosidade e insalubridade não podem ser auferidos concomitantemente, obrigando o empregado, segundo indica o parágrafo 2º do artigo 193, selecionar um deles.

Lê-se na CLT que o adicional de insalubridade e o de periculosidade não se incorpora ao salário, quando interrompido o agente que lhes garante o direito, descontinuara também o referente direito. 6.1 JURISPRUDÊNCIAS

Em decorrência ao constante e contemporâneo aprimoramento legislativo, em especial no que confirmar aos processos rolados e em conseqüência do novo entendimento de proporcionar suporte, proteção e serviço resguardado aos trabalhadores, relacionaram uma maior influencia dos juízes às determinações dos órgãos jurisdicionais, tribunais e superiores. Como podemos comprovar com a criação de súmulas vinculantes, emendas e clausulas à aplicação de estudo de casos jurídicos na determinação de disposições judiciais. Torna-se um entendimento imperativo e indispensável aos quais todos os outros tribunais e juízes, bem como todos os Poderes Judiciários e a Administração Pública haverão de acompanhar. Na prática, adota força de lei, gerando um vínculo jurídico e atribuindo efeito de lei que compreende todos os trabalhadores ou membros do direito judiciário.

Ressalta-se o descrito nas Súmulas do TST que é a instância mais elevada de julgamento para assuntos abrangendo o direito do trabalho no Brasil.

TST Súmula nº 17: Adicional de Insalubridade. (RA 28/1969, DO-GB

21.08.1969 - Cancelada - Res. 29/1994, DJ 12.05.1994 - Restaurada - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003. cancelada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008).

“O adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salário profissional será sobre este calculado.”

Comentário: O embasamento da incidência do adicional de insalubridade é o salário mínimo, exceto quando instituído o salário profissional. O adicional de insalubridade não impacta sobre outros adicionais, gratificações etc.

Jurisprudência: Notícias do Tribunal Superior do Trabalho de 14/10/2009. Piso regional é usado para cálculo de adicional de insalubridade: Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) condenou a Azaléia S.A. a pagar adicional de insalubridade a um ex-empregado da empresa com base no piso salarial regional, aprovado por lei estadual para vigorar no território gaúcho. Isso porque, na convenção coletiva da categoria do trabalhador, havia proibição expressa quanto à utilização do salário normativo pactuado (ou seja, do menor salário pago aos profissionais daquela categoria) para fins de cálculo de adicional de insalubridade. Nessas condições, afirmou o relator, a decisão do Regional, em vez de violar o dispositivo constitucional que trata do reconhecimento das convenções e acordos coletivos (artigo 7º, inciso XXVI) como alegado pela empresa, na verdade o respeitou, ao estabelecer uma alternativa para servir de base de cálculo do adicional. (RR- 791/2006-331-04-00.2) (Lilian Fonseca). Esta matéria tem caráter

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informativo, sem cunho oficial. Consulta em Abril 2010 no site http://www.tst.gov.br/ do Tribunal Superior do Trabalho.

A súmula 17 do Tribunal Superior do Trabalho, como já dito anteriormente, os percentuais de remuneração do adicional de insalubridade possuem como base o salário mínimo, entretanto, existe uma exceção a regra. Para os trabalhadores que possuem piso salarial fixado por Lei, Convenção Coletiva de Trabalho ou Sentença Normativa, o valor da remuneração do adicional de insalubridade apresentará como base este valor e não o salário mínimo como acontece para os demais casos.

TST Súmula n.º 47 do TST: “O trabalho executado em caráter intermitente,

em condições insalubres, não afasta só, por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.”

Comentário: Se o empregado não esta em contato durante todo o período da sua jornada de trabalho com o agente nocivo, e a freqüência é intervalada. Neste episódio o adicional de insalubridade é devido ao trabalhador proporcionalmente ao período de exposição.

Intermitente denota interrupções, ou paralisações não contínuas. Mesmo ocorrendo de forma descontínua, porém de forma freqüente ou usual, existe o risco e por conseqüência estabelece ao trabalhador o direito ao adicional de insalubridade.

TST Súmula nº 80: Eliminação da Insalubridade - Aparelhos Protetores -

Adicional de Insalubridade. “A eliminação da insalubridade, pelo fornecimento de aparelhos

protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo, exclui a percepção do adicional respectivo.” (RA 69/1978, DJ 26.09.1978 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003).

Comentário: extinguindo-se o agente insalubre, interromperá para o trabalhador o direito ao adicional de insalubridade devido ao caráter de salário-condição.

TST Súmula nº 139: Incorporada Adicional de Insalubridade - Cálculo de

Indenização. “Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração

para todos os efeitos legais.” (ex-OJ nº 102 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982 - Ex-Prejulgado nº 11 a Orientação Jurisprudencial nº 102 da SBDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005).

Comentário: Persistindo a natureza específica de trabalho agravante, penoso e crítico, comprovando-se insalubre, é obrigatório o adicional de insalubridade ao trabalhador e os respectivos reflexos nos ganhos (decorrência expansionista do salário).

Não há direito adquirido ao adicional de insalubridade (art. 194 da CLT). Porém, enquanto presente, o adicional gera reflexo nas verbas trabalhistas, como o pagamento das férias, décimo terceiro salário, aviso-prévio, FGTS (também sobre 40%), indenização, contribuição previdenciária. Este é o efeito expansionista.

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7. BASE DE CÁLCULO. SÚMULAS DO TST

Súmula nº 187: Adicional de Insalubridade - Salário Regional – TFR: “O adicional de insalubridade incide sobre o salário regional.” (23-10-1985 - DJ 30-10-85).

Em face do efeito vinculante do verbete editado pelo STF, o TST, por meio da Resolução nº 148/2008, promoveu:

i) O cancelamento da OJ nº 2 da SDI-1 e ii) A alteração da Súmula nº 228, confere a seguinte redação: TST Súmula nº 228: Adicional de Insalubridade - Base de Cálculo. “A partir de 09 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante

nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento”. (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em 26.06.2008 - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008. (Suspensa).

“O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas no Enunciado nº 17.” (Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003).

Comentário: O embasamento da incidência do adicional de insalubridade é o salário mínimo, exceto quando instituído o salário profissional.

O artigo 192 da CLT determina que sua base de cálculo seja o salário

mínimo, contudo, com a promulgação da CF/88 ocorrer à ambigüidade quanto a aplicação desta base de cálculo, pois o art. 7º, inciso IV da CF/88 proíbe a vinculação do salário mínimo para qualquer finalidade. Em estudos doutrinários e nos processos jurisprudenciais dos tribunais o debate ao reconhecimento da base de cálculo do adicional de insalubridade é usualmente configurado. Em resumo, as deliberações firmadas nas Súmulas 17 e 228 do TST, e também na O.J. - Orientação Jurisprudencial nº 2 da SDI do TST. O motivo de ser inconstitucional ou não empregar o salário mínimo como base de cálculo é uma questão ainda em debate, pretexto pelo qual confere pretexto à aplicação de outras bases de cálculo. Também merece transcrição a notícia veiculada pelo sítio do STF em 30/04/2008: “Notícias STF de 30 de Abril de 2008: “A vinculação de adicional de insalubridade ao salário mínimo é inconstitucional”. (Súmulas do TST).

O Tribunal Superior do Trabalho, contestando o teor da Súmula Vinculante nº 04 do STF, deliberou em sessão do Pleno, apresentar uma nova redação e editou a resolução nº 148/2008 Súmula nº 228, determinando o salário básico como base de cálculo para o adicional de insalubridade, a partir da sua promulgação em 9 de maio de 2008 da Súmula Vinculante nº 4, do STF, que veda a utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado.

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Aproveitando o assunto em pauta, vale lembrar a Orientação Judicial da SDBI-1 sobre a base de cálculo do adicional de insalubridade:

Nº 2 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. MESMO

NA VIGÊNCIA DA CF/1988: SALÁRIO MÍNIMO. Inserida em 29.03.1996 (cancelada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 26.06.2008) – Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008.

Nº 47 – HORA EXTRA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em 26.06.2008) – Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008.

A base de cálculo da hora extra é o resultado da soma do salário contratual mais o adicional de insalubridade.

TST Súmula nº 248: Reclassificação ou Descaracterização da

Insalubridade - Direito Adquirido - Princípio da Irredutibilidade Salarial “A reclassificação ou descaracterização da insalubridade, por ato da

autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial.” (Res. 17/1985, DJ 13.01.1986 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003).

Comentário: A partir do momento que o agente nocivo deixar de ser considerado como insalubre pelo Ministério do Trabalho (abolido da classificação), cessará para o trabalhador a prerrogativa ao relativo adicional, sem prejuízo por não mais existir a condição especial de trabalho insalubre.

Com esta posição, o adicional de insalubridades não possui natureza indenizatória visando obter o ressarcimento e reparação de prejuízos, reflete no cancelamento do adicional, sem agravo a direito adquirido ou ao preceito da irredutibilidade salarial. Como exemplo, após 26.02.1991 foram efetivamente removidas do universo jurídico as normas causais do direito ao adicional de insalubridade por iluminamento inadequado no local de trabalho, como previsto na Portaria nº 3751/1990 do Ministério do Trabalho (Orientação Jurisprudencial Transitória n. 57 – TST, nº 153 da SBDI-1 - DJ 20.04.2005).

Quando há supressão do agente da listagem do Ministério do Trabalho, o empregado deixará de ganhar o adicional de insalubridade. A perda do adicional é comprovada pela sua essência de salário condição. Descontinuada a condição específica de trabalho mais gravosa, finalizará para o empregado o direito ao adicional referente.

Na esfera do Direito do Trabalho, os adicionais de insalubridade não se conservam vinculados aos contratos de trabalho, ainda que sejam designados de salário e discriminados na folha de pagamento, pois de acordo com o artigo 194 da CLT o texto legal trabalhista: “o direito do empregado ao adicional de insalubridade cessará com a eliminação do risco á sua saúde ou integridade física nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do trabalho”.

Para constatar a eliminação do adicional de insalubridade necessitará do laudo pericial, analisando às condições e o ambiente de trabalho. Esta análise deve integrar os Equipamentos de Proteção Individual e os Equipamentos de Proteção Coletiva utilizados.

O adicional de insalubridade tem natureza salarial: salário-condição. O adicional de insalubridade é devido apenas enquanto permanecer a condição específica de trabalho mais perigosa e crítico, ou seja, o fato gerador do acréscimo salarial. Este fato gerador do acréscimo salarial na insalubridade é conseqüência da

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exposição do trabalhador aos agentes nocivos à saúde. O pagamento do adicional de insalubridade é contemplado enquanto perdurar a situação especial de trabalho mais gravosa. Descontinuada a condição especial, finaliza para o empregado a vantagem ao adicional respectivo.

TST Súmula nº 289: Fornecimento do Aparelho de Proteção do Trabalho -

Adicional de Insalubridade “O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o

exime do pagamento do adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.” (Res. 22/1988, DJ 24.03.1988 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003)

Comentário: Não é satisfatório unicamente o provimento do EPI para eliminar o empregador do pagamento do adicional de insalubridade. Outros diversos controles que levam à redução ou eliminação da nocividade precisam ser abordados, por exemplo, os controles relativos ao uso efetivo do equipamento pelo trabalhador. O empregador tem a obrigação de fiscalizar se o empregado está utilizando o equipamento.

TST Súmula nº 293: Perícia - Agente Nocivo Diverso do Apontado na

Inicial - Adicional de Insalubridade - Causa de Pedir. “A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições

nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.” (Res. 3/1989, DJ 14.04.1989 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003)

Comentário: Interrogada em juízo o adicional de insalubridade, é imperativo a perícia técnica desempenhada pelo médico ou engenheiro do trabalho obrigatoriamente habilitado nomeado pelo juiz (art. 195, § 2º da CLT).

Se o trabalhador deduz trabalhar em condições insalubres, ingressa com reclamação trabalhista contestando o adicional de insalubridade. Para que o juiz defina ou não o pagamento da devido pecúlio, é obrigatória a comprovação do agente nocivo à saúde do trabalhador no ambiente de trabalho.

A comprovação da influência do agente sobre o trabalhador e qual é o agente nocivo, é realizada por perícia técnica desempenhado por profissional que tenha conhecimento técnico especializado, sendo este o engenheiro do trabalho ou médico do trabalho.

TST Súmula nº 349: Validade do Acordo ou Convenção Coletiva de

Compensação de Jornada de Trabalho em Atividade Insalubre “A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação

da jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho”. (art. 7º, XIII, da CF/1988; art. 60 da CLT) (Res. 60/1996, DJ 08.07.1996 - Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003)

STF - Súmula nº 194: “É competente o ministro do trabalho para a

especificação das atividades insalubres.” (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 13/12/1963. Fonte de Publicação: Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal – Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 98).

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STF - Súmula nº 307: “É devido o adicional de serviço insalubre,

calculado à base do salário mínimo da região, ainda que a remuneração contratual seja superior ao salário mínimo acrescido da taxa de insalubridade.” (Data de Aprovação: Sessão Plenária de 13/12/1963. Fonte de Publicação: Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal – Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 137).

STF - Súmula nº 460: “Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia

judicial, em reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e Previdência Social.“ (De 01/10/1964, Fonte: DJ de 8/10/1964, p. 3647; DJ de 9/10/1964, p. 3667; DJ de 12/10/1964, p. 3699).

“Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial, em reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e Previdência Social”.

Comentário: Quando o trabalhador deduz que trabalha sob condições insalubres, a petição será desconsiderada apenas quando, mesmo verificado a existência do agente, este não ocasionar prejuízo à saúde do trabalhador ou quando a perícia não verificar a influência do agente insalubre. Na primeira conjuntura, o agente é achado no ambiente de trabalho, contudo, dentro do limite de tolerância. Na segunda, não é identificado agente determinado. O adicional de insalubridade unicamente será pago quando a perícia encontrar um dos agentes presentes da listagem do Ministério do Trabalho.

A especificação do enquadramento das atividades insalubres é ato do Ministério do Trabalho, que por sua autonomia, deliberou a NR-15, que aborda o adicional de insalubridade, presentes na Portaria n.º 3.214. Implica que o perito necessita permanecer restrito somente as circunstâncias elencadas nesta Norma Regulamentadora, conseqüentemente não é suficiente o reconhecimento no próprio laudo elaborado pelo perito que a atividade é considerada como insalubre.

Para corroborar o explicitado, segue entendimentos do TST que exigem o requisito do enquadramento oficial da atividade tida por insalubre na Portaria expedida pelo Ministério do Trabalho, como alguns posicionamentos judiciais extraídos pela Internet do site www.tst.gov.br/jurisprudencia, onde demonstram a importância do laudo judicial e também as diferentes linhas de decisões:

7.2 CLASSIFICAÇÂO DA ATIVIDADE INSALUBRE PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO

“Adicional de insalubridade. Há necessidade de que a classificação da

atividade insalubre esteja expressamente relacionada na norma administrativa elaborada pelo ministério do trabalho e emprego, não bastando a simples constatação por laudo pericial. As atividades realizadas por pedreiro, relacionadas ao preparo e transporte de argamassa e concreto, que utilizam cimento, areia e brita, não são consideradas insalubres, visto que essas atividades não se amoldam à classificação estabelecida no anexo 13 da nr 15 da portaria nº 3.214/78, nem podem ser classificadas como de fabricação e manuseio de álcalis cáusticos, conforme entenderam as instâncias ordinárias. Recurso de revista conhecido e

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provido”. (TST-RR-456/2004-461-04-00.2).( Autoridade: Tribunal Superior do Trabalho. 1ª Turma. Título: Acórdão do Processo Nº 456-2004-461-4-0. Data: 14/11/2007. urn:lex:br:tribunal.superior)

8.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - ATENDENTE DE BERÇÁRIO

Fundamenta-se no laudo do perito, segundo o qual a reclamante

trabalhava em berçário. Conclui que, embora as crianças atendidas não fossem pacientes em isolamento, por doenças infecto-contagiosas, situação prevista no Anexo XIV da Norma Regulamentar nº 15, a reclamante estaria exposta a contágio, no caso de uma das crianças viesse a contrair esse tipo de doença. Argumenta, ainda, que a reclamante trabalhava como atendente de creche, com crianças sadias, pelo que sua atividade não pode ser classificada como insalubre, pois não está prevista no Anexo 14 da Norma Regulamentar nº 15. Aponta violação do art. 190 da CLT e divergência jurisprudencial.

Nos termos do art. 190 da CLT, a tipificação e a regulamentação das atividades consideradas como insalubres competem ao Ministério do Trabalho. O direito ao adicional de insalubridade, portanto, está condicionado à classificação da atividade desenvolvida pelo empregado na relação elaborada pelo órgão competente, mesmo que o laudo do perito tenha efetivamente confirmado a presença do agente insalubre no local de trabalho. Ao perito cabe apenas classificar o grau de insalubridade do agente nocivo, para efeito de fixação do percentual que irá incidir sobre o salário mínimo, nos termos do art. 192 da CLT.

Nesse sentido a orientação da jurisprudência ao consignar o entendimento de que está o empregador desobrigado do pagamento do adicional de insalubridade, quando a atividade desempenhada pelo empregado não está classificada na relação oficial do Ministério do Trabalho (Orientação Jurisprudencial nº 4/SDI-1). Realmente, a omissão do Ministério do Trabalho tem sua razão de ser, pois não há como se considerar insalubre um berçário, que, pela própria condição de seus ocupantes, repele, e deve ser repelido com veemência, a idéia de que possa estar contaminado por agentes nocivos à saúde das crianças. (PROC. Nº TST-RR-89740/2003-900-04-00.0).

8.2 DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DEFICIÊNCIA DE ILUMINAMENTO. Tribunal Superior do Trabalho. 5ª Turma. Título: Acórdão do Processo Nº

301045-1996-0-0-0. Data: 09/02/1999. (urn:lex:br:tribunal.superior.trabalho). “Adicional De Insalubridade. Iluminação. Foi Definitivamente Expurgada A

Deficiência De Iluminação Como Agente Insalubre A Partir De 26/02/91, Em Face Do Disposto No Parágrafo Único Do Art. 2º Da Portaria 3.751/90. Assim, Deve O Pagamento Do Adicional Em Epígrafe Ser Limitado A Tal Data, Visto Que, Para A Percepção Do Referido Acréscimo, Necessário É Que Esteja Classificada A Atividade Insalubre Na Relação Oficial Elaborada Pelo Ministério Do Trabalho, Não Bastando A Constatação Por Laudo Pericial. Recurso Conhecido E Provido”.

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O adicional de insalubridade em decorrência de iluminação deficiente só é devido até 23.02.91, considerando-se o disposto na Portaria GM/MTPS nº 3.751/90, que revogou o subitem 15.1.2, o Anexo 4 e o item 4 do Quadro de Graus de insalubridade, todos da Norma Regulamentadora nº 15, inserida na Portaria MTb/GM nº 3.214/78. Aplicação do Enunciado de Súmula número 8 deste Regional.

8.3 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - SERVIÇOS DE LIMPEZA EM GERAL

Nos termos da jurisprudência pacificada nesta Corte Superior,

consubstanciada na Orientação Jurisprudencial n° 4 da SBDI-1, não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, mas é necessária também a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho, sendo que a limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por prova pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do referido Ministério. Assim sendo, laborando o Obreiro em serviços de limpeza em geral, mesmo que em hospitais, ele não faz jus ao adicional em comento. (Orientação Jurisprudencial N° 4 DA SBDI-1 DO TST) (Tribunal Superior do Trabalho. 4ª Turma. Título: Acórdão do Processo Nº 765212-2001-0-0-0. Data: 01/06/2005. urn:lex:br:tribunal.superior.trabalho).

8.4 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIXO URBANO. O trabalho de limpeza de sanitários e recolhimento de lixo é passível de

enquadramento na previsão do Anexo 14 da NR 15 da Portaria nº 3.214/78. (Tribunal Superior do Trabalho. Subseção Especializada em Dissídios Individuais 1. Acórdão do Processo Nº 1864-1997-8-17-0. Data: 02/09/2009)

8.5 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RAIOS SOLARES. INDEVIDO Em face da ausência de previsão legal, indevido o adicional de

insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto (art. 195, CLT e NR 15 MTb, Anexo 7) (Título: Acórdão do Processo Nº 308589-1996-0-0-0. Data: 13/09/1999. (urn: lex: br: tribunal.superior.trabalho, 1999-09-13;308589-1996-0-0-0. inserida em 08.11.2000).

8.6 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. TRABALHADOR RURAL. EXPOSIÇÃO AOS RAIOS SOLARES

O adicional de insalubridade tem por objetivo compensar o trabalhador

que preste serviço em local insalubre. O trabalho rural a céu aberto não se enquadra nessa hipótese. Por outro lado, cabe ressaltar que a orientação jurisprudencial da

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SDI firmou-se no sentido de que, para a concessão do adicional de insalubridade, não basta a simples constatação por laudo pericial, devendo as atividades insalubres serem assim classificadas na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho, conforme estabelece o art. 190 da CLT, o que não é o caso do trabalho executado a céu aberto. Embargos conhecidos e providos.

Precedentes: E-RR-15940/90 - Min. Rider de Brito - DJ 9/10/98 - Decisão unânime; E-RR-43338/92, Ac.1521/96 - Min. Francisco Fausto - DJ 28/6/96 - Decisão unânime; E-RR-1213/88, Ac. 2251/94 - Min. Francisco Fausto - DJ 27/10/94 - Decisão por maioria; e E-RR-15118/90, Ac.2534/93 - Min. Ney Doyle - DJ 29/10/93 - Decisão por maioria.

8.7 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. TRABALHO EM TELEFONIA (TELEMARKETING) COM USO DE FONES DE OUVIDO - AUSÊNCIA DE CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE COMO INSALUBRE NA RELAÇÃO OFICIAL DO MINISTÉRIO DO TRABALHO - INCIDÊNCIA DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 4, I, DA SBDI-1 1.

Conforme estabelece o art. 190 da CLT, o Ministério do Trabalho aprovará

o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, os meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes. 2. Nesse mesmo sentido segue a Orientação Jurisprudencial nº 4, I, da SBDI-1, segundo a qual não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho-. (RR-1125/2004-023-04-00.0; Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi; in DJ 23.3.2007).

8.8 LIMPEZA EM RESIDÊNCIAS E ESCRITÓRIOS E A RESPECTIVA COLETA DE LIXO NÃO PODEM SER CONSIDERADAS ATIVIDADES INSALUBRES.

A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não

podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram entre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. OJ nº 4 da SDI-1 do TST. Recurso de revista a que se dá provimento. Deve ser conhecido o recurso de revista por contrariedade à OJ nº 4 da SDI-1 do TST.

Mesmo que o laudo pericial tenha dito que havia a insalubridade em grau máximo, a questão é de legalidade. O perito não pode legislar sobre o que é ou não insalubre, mas apenas enquadrar os casos nas hipóteses legais.

Cita-se a OJ nº 4 da SDI-1 do TST: I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial

para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.

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II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. (Tribunal Superior do Trabalho. 5ª Turma. Título: Acórdão do Processo Nº 1072-2006-1-4-40. Data: 04/03/2009. urn: lex: br: tribunal.superior.trabalho; rr: 2009-03-04;1072-2006-1-4-40). 9 PORTARIA N.º 3.311 DE 29 DE NOVEMBRO DE 1989 “Estabelece os princípios norteadores do programa de desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho e dá outras providências”. Considerando:

• O inciso XXIV, do artigo 21, da Constituição Federal. • A convenção n.º 81, da Organização Internacional do Trabalho - Decreto

n.º 95.461, de 11 de dezembro de 1987. • As Normas do Regulamento da Inspeção do Trabalho, aprovado pelo

Decreto n.º 55.841, de 15 de março de 1965. • As disposições previstas na Consolidação das Leis do Trabalho. • O parágrafo 1.º; do artigo 7.º da Lei n.º 7.855, de 24 de outubro de 1989.

É de incumbência da União instituir, conservar e realizar a Inspeção do

Trabalho. Ficam constituídos os princípios orientadores do Programa de Desenvolvimento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho. O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho tem por objetivo garantir, em todo território nacional, a aplicação das disposições legais e regulamentares, compreendendo as convenções internacionais sancionadas, dos atos e disposição das autoridades competentes e do acordo coletivo do trabalho, no que se refere à qualidade, período e a situação de trabalho, bem como a assistência e ao resguardo dos trabalhadores na prática da sua ocupação.

As perícias para caracterização de insalubridade ou periculosidade requeridas ao MTb só deverão se atendidas se coincidirem com as prioridades estabelecidas e justificarem a sua realização (formulário 8 – Vide: Anexos). Nesses casos, a empresa periciada deverá ser submetida a uma inspeção completa e notificada para eliminar os riscos e as irregularidades encontradas. Quando se tratar de requerimento de entidade sindical, esta deverá ser sensibilizada a assumir o compromisso junto ao órgão através de ordens de serviços como tarefa especial, pela chefia competente; (Anexo II, Plano Geral De Ação Na Área De Segurança E Saúde Do Trabalhador - Da Execução, Portaria N.º 3.311 De 29/11/89).

As notificações ou recomendações para correção de condições inseguras, insalubres e/ou perigosas devem privilegiar as medidas de proteção coletiva, somente determinando o uso do EPI como medida transitória como medida complementar quando, esgotados, os recursos técnicos, não tenha sido possível eliminar totalmente o risco. (Anexo II, Plano Geral de Ação na Área de Segurança e Saúde do Trabalhador - Da Execução, Portaria N.º 3.311 De 29/11/89).

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10 ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS.

SUBSEÇÃO I do TST: OJ SDI-1 4, OJ SDI-1 171. OJ SDI 2 - Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Mesmo na

vigência da CF/88: salário mínimo. (Inserida em 29.03.1996. Cancelada - Res. 148/2008, DOe do TST 04/07/2008 - Republicada no DJ de 08.07.2008 em razão de erro material).

OJ SDI 3 - Adicional de insalubridade. Base de cálculo, na vigência do

Decreto-lei nº 2.351/1987. Piso Nacional de Salários. (Inserida em 14.03.1994. Cancelada em decorrência da sua conversão na Orientação Jurisprudencial Transitória 33 da SDI-I - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).

Orientações Jurisprudenciais Transitórias da Subseção I da Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho Nº 33.

Adicional de insalubridade. Base de cálculo, na vigência do Decreto-lei nº 2.351/1987: Piso Nacional de Salários. (Nova redação em decorrência da conversão da Orientação Jurisprudencial nº 3 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005). Na vigência do Decreto-Lei nº 2.351/1987, o piso nacional de salários é a base de cálculo para o adicional de insalubridade. (ex-OJ nº 3 da SDI-1 - inserida em 14.03.94).

OJ SDI 4 - Adicional de insalubridade. Lixo urbano. (Inserida em

25.11.1996 . Nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 170 da SDI-I - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).

I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.

II - A limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram dentre as classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. (ex-OJ nº 170 da SDI-I - inserida em 8.11.00)

OJ SDI 47. Hora extra. Adicional de insalubridade. Base de cálculo.

(Inserida em 29.03.1996. Nova redação - Res. 148/2008, DJe do TST 04/07/2008 - Republicada no DJ de 08.07.2008 em razão de erro material)

A base de cálculo da hora extra é o resultado da soma do salário contratual mais o adicional de insalubridade.

OJ SDI 102 - Adicional de insalubridade. Integração na remuneração.

(Inserida em 01.10.1997. Cancelada em decorrência de sua incorporação à nova redação da Súmula nº 139 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)

Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais.

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OJ SDI 103 - Adicional de insalubridade. Repouso semanal e feriados. (Inserida em 01.10.1997. Nova redação - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).

O adicional de insalubridade já remunera os dias de repouso semanal e feriados.

OJ SDI 121 - Substituição processual. Diferença do adicional de

insalubridade. Legitimidade. (Inserida em 20.11.1997. Nova redação - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).

O sindicato tem legitimidade para atuar na qualidade de substituto processual para pleitear diferença de adicional de insalubridade.

OJ SDI 153 - Adicional de insalubridade. Deficiência de iluminamento.

Limitação. (Inserida em 26.03.1999. Cancelada em decorrência da sua conversão na Orientação Jurisprudencial Transitória nº 57 da SDI-I - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005).

Somente após 26.02.1991 foram, efetivamente, retiradas do mundo jurídico as normas ensejadoras do direito ao adicional de insalubridade por iluminamento insuficiente no local da prestação de serviço, como previsto na Portaria nº 3751/1990 do Ministério do Trabalho.

OJ SDI 165 - Perícia. Engenheiro ou médico. Adicional de insalubridade e

periculosidade. Válido. Art. 195, da CLT. (Inserida em 26.03.1999). O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o

engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado.

OJ SDI 171 - Adicional de insalubridade. Óleos minerais. Sentido do termo

"manipulação". (Inserida em 08.11.2000). Para efeito de concessão de adicional de insalubridade não há distinção

entre fabricação e manuseio de óleos minerais - Portaria nº 3.214 do Ministério do Trabalho, NR 15, Anexo XIII.

OJ SDI 173 - Adicional de insalubridade. Raios solares. Indevido. (Inserida

em 08.11.2000). Em face da ausência de previsão legal, indevido o adicional de

insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto (Art. 195, CLT e NR 15 MTb, Anexo 7).

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TÍTULO III DAS NORMAS ESPECIAIS DE TUTELA DO TRABALHO. CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS SOBRE DURAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO.

SEÇÃO X - Do Trabalho em Minas de Subsolo. Art. 295 - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser

elevada até 8 (oito) horas diárias ou 48 (quarenta e oito) semanais, mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa prorrogação à prévia licença da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho. Parágrafo único - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser inferior a 6 (seis) horas diárias, por determinação da autoridade de que trata este artigo, tendo em vista condições locais de insalubridade e os métodos e processos do trabalho adotado.

SEÇÃO IV - Dos Métodos e Locais de Trabalho Art. 388 - Em virtude de exame e parecer da autoridade competente, o

Ministro do Trabalho e da Administração poderá estabelecer derrogações totais ou parciais às proibições a que alude o artigo anterior, quando tiver desaparecido, nos serviços considerados perigosos ou insalubres, todo e qualquer caráter perigoso ou prejudicial mediante a aplicação de novos métodos de trabalho ou pelo emprego de medidas de ordem preventiva. CAPÍTULO IV - DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR.

SEÇÃO I - Disposições Gerais Art. 405 - Ao menor não será permitido o trabalho: I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse fim aprovado pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho; II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28-02-67, DOU 28-02-67).

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11 JURISPRUDÊNCIAS DO TST (Fonte: http://www.tst.gov.br/ASCS/materias_tematicas/insalubridade.php )

14/10/2009 - Piso regional é usado para cálculo de adicional de insalubridade

28/08/2009 - Ausência de perícia não impede pagamento de insalubridade

30/03/2009 - Perícia técnica oficial não pode ser suprida por laudo do próprio empregador

12/01/2009 - Insalubridade: base de cálculo permanece salário mínimo até regulamentação

26/08/2008 - Insalubridade: SDI-2 suspende julgamento até decisão do STF sobre Súmula 228

30/07/2008 - TST envia ao STF esclarecimentos sobre Súmula 228, suspensa por liminar

27/06/2008 - TST fixa novo critério para adicional de insalubridade

21/02/2008 - Salário efetivo será base para cálculo de adicional de insalubridade

19/02/2008 - Lixo hospitalar garante insalubridade em grau máximo

27/11/2007 - Amianto: só exposição acima do limite assegura insalubridade 11.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE POR TRABALHO EXPOSTO A RUÍDO. “A reclamada aduz que, embora o laudo pericial tenha concluído que os equipamentos de proteção neutralizavam os ruídos existentes no local de trabalho, o acórdão regional entendeu devido o adicional de insalubridade. Aponta violação ao art. 191 da CLT e colaciona restos ao cotejo de teses.

O acórdão regional concluiu pela ineficácia do fornecimento dos equipamentos de proteção para efeito de neutralizar os agentes insalubres. Constata-se que a decisão recorrida fundamentou-se na inospitalidade do local de trabalho, bem como no fato de os empregados não suportarem o uso contínuo e prolongado do equipamento, para refutar a conclusão pericial de que o uso do EPI neutralizava o agente insalubre.

O julgador não está adstrito ao laudo pericial, pois vigora no ordenamento jurídico brasileiro o sistema da persuasão racional no campo da valoração probatória, a teor do art. 131 do CPC. Note-se que o cerne da questão é saber se o julgador poderia ou não infirmar a conclusão do laudo pericial relativamente à neutralização dos agentes insalubres. Assim, não tem pertinência a apontada violação literal ao art. 191 da CLT, o qual prevê as hipóteses em que ocorrerá a

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eliminação ou neutralização do agente nocivo à saúde, ressaltando em seu inciso II que o uso do equipamento deve diminuir a intensidade do agente nocivo ao nível de tolerância.

11.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CONTATO COM AGENTES QUÍMICOS. O Regional concluiu que o reclamante estava exposto a agentes químicos

por laborar na limpeza de banheiros da reclamada. A limpeza e a coleta de lixo em residências e escritórios não podem ser consideradas atividades insalubres, ainda que constatadas por laudo pericial, porque não se encontram entre as classificadas como lixo urbano, na Portaria do Ministério do Trabalho.

Com efeito, dispondo o artigo 190 da CLT que a elaboração e a aprovação do quadro de atividades e operações insalubres é de competência do Ministério do Trabalho, a classificação do lixo de banheiro, ou dos produtos químicos utilizados na limpeza e manuseados pelo reclamante devem estar enquadrados na norma legal, ainda que se configure sua constatação por meio de laudo pericial.

Este é o entendimento da iterativa, atual e notória jurisprudência desta Corte, consubstanciada no Boletim de Orientação Jurisprudencial nº 170 da SDI, incorporada à Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1 do TST. (PROC. Nº TST-RR-431/1999-007-17-00.1) (Tribunal Superior do Trabalho. 4ª Turma. Acórdão do Processo Nº 431-1999-7-17-0. Data 09/11/2005).

Provimento CSM 797/2003 do Conselho Superior da Magistratura determina que a nomeação de peritos esteja sujeito a antecipado procedimento de habilitação. 12 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI’s

Conforme a Norma Regulamentadora NR-6 (Equipamento de Proteção Individual) da Portaria nº 3214 de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, contempla-se como Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de uso individual dedicado à resguardar a integridade física e a saúde do trabalhador.

Todos os Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s, devem estar aprovados nas Normas Técnicas de Ensaios e os Requisitos Obrigatórios constantes dos Anexos I e II desta Portaria. (Art. 1º Portaria Nº 121).

“Comprovada, por perícia técnica, a existência do agente insalubre, a

conseqüência é o direito ao adicional correspondente. À empresa cabe o ônus de, além de fornecer o EPI, fiscalizar o seu uso efetivo e correto (TRT-13 - 13 R - Ac. nº 10147)”.

O empregador é obrigado a equipar os trabalhadores gratuitamente, com

EPI apropriado ao risco e em perfeito estado de utilização, manutenção e funcionamento, nas seguintes situações:

• Quando as medidas de proteção coletiva se mostrarem tecnicamente inviáveis, apresentando insegurança e ineficiência e acarretarem os

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riscos de acidentes e/ou de doenças profissionais relacionadas ao trabalho.

• Enquanto os controles e meios de proteção coletiva encontrarem-se em implementação.

• Em situações específicas para suprir e atender casos de emergência.

12.1 ELIMINAÇÃO OU DIMINUIÇÃO DO GRAU DE INSALUBRIDADE COM O USO DE EPI’S.

Apropriadamente o uso correto dos equipamentos de proteção por parte

dos trabalhadores tem minimizado o grau de insalubridade e em muitos casos neutralizando suas conseqüências. Os equipamentos de proteção individual são designados pela NR-6 que por Lei estabelece que sejam fornecidos pelos empregadores de forma gratuita e obrigatória aos empregados. Contudo a obrigação de prover os EPI´s por parte dos empregadores estabelece igualmente obrigação de uso pelos empregados. A Lei determina que os equipamentos de proteção individual sejam de uso obrigatório por parte dos empregados, e o trabalhador que se negar a utilizá-los estabelece pretexto legal para demissão por justa causa.

A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional, podendo a eliminação ou neutralização ocorrer:

a) com a adoção de medidas de ordem geral, que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;

b) com a utilização de equipamento de proteção individual. A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial, por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador.

12.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.

Consta nas Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (Atualizadas pelas

Resoluções nº 160/2009), parágrafo 80 - Insalubridade (RA 69/1978, DJ 26.09.1978). Integra em seu texto: “A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional”.

Publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 - dia 2 de outubro de 2009. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Portaria Nº 121, de 30 de Setembro de 2009.

“Estabelece as normas técnicas de ensaios e os requisitos obrigatórios aplicáveis aos Equipamentos de Proteção Individual - EPI enquadrados no Anexo I da NR-6”.

O equipamento de proteção individual – EPI criado na Lei 6.514 de 22/12/77 – Art. 166, 167 – NR-6- Portaria 3214 – 08.06.78 MTE. Alterada pela Portaria 25 de 15.10.01 declara que o EPI é de uso pessoal, e tem por desígnio neutralizar a ação de agentes que podem acarretar prejuízo ao trabalhador e resguardá-lo contra prováveis agravos à saúde ocasionados pelas condições de

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trabalho. O EPI deve ser de uso limitado e restrito, busca-se em primeiro lugar suprimir, paralisar ou atenuar o risco, com adoção de processos alternativos e normas de proteção coletiva. Quando o uso do EPI for indispensável é importante observar as medidas apropriadas quanto a sua seleção e recomendação, pois o uso e o fornecimento são regulamentados pelo MTE.

As obrigações corretivas ou indicações para a retificação das condições inseguras, insalubres e/ou perigosas necessitam enfatizar as medidas de proteção coletiva, unicamente determinar o uso do EPI como medida temporária e provisória, somente em ações complementares e se já foram esgotadas todas as alternativas técnicas possíveis para eliminar o risco. (3.8 - Anexo II, Plano Geral De Ação Na Área de Segurança e Saúde do Trabalhador - Da Execução, Portaria N.º 3.311 de 29 de Novembro de 1989).

O EPI possui caráter preventivo e é um dispositivo de proteção usado quando é improvável a eliminação do risco, pode ser aplicado também quando for necessário como complemento a proteção coletiva em tarefas ocasionais e em exposições de breve período.

Nos termos da Súmula nº 289 do TST, o simples provimento do equipamento de proteção pelo empregador não o exime da prestação do adicional de insalubridade, necessitando-lhe aplicar as medidas que acarretam na redução ou supressão da nocividade, entre as ações necessárias estão medidas relativas ao uso adequado e eficaz do equipamento, pelo trabalhador. Destaca-se que não basta somente fornecer o EPI, é necessário demonstrar o controle, fiscalização e treinamento para a correta utilização com seus respectivos registros.

Indica-se a necessidade do emprego adequado dos EPI’s para suas respectivas e apropriadas tarefas perante aos riscos pertinentes que podem acarretar no local de trabalho. A neutralização dos riscos por meio do uso do EPI é de complexa comprovação, os EPI’s mesmo que aprovados pelo Ministério do Trabalho (CA) e usados com supervisão, instruções e normas de uso não garantem a sua eficácia, necessitando de uma medição aprofundada. Um dos identificadores da eficácia dos EPI’s pode ser constatado por meio das avaliações dos laudos e exames periódicos dos trabalhadores.

A seleção do EPI necessita ser realizado por profissional apto e competente, informado sobre as características do equipamento e das qualidades em que o trabalho é efetuado. É imprescindível reconhecer as características construtivas, qualidades técnicas e especialmente o grau de proteção que o equipamento necessita atender. Precisa-se constatar também se o equipamento se molda e ajustar satisfatoriamente ao trabalhador e se este se adapta ao equipamento.

A supressão total das atividades e ambientes insalubres, penosos ou perigosos é um objetivo impraticável, porém, o empregador, o legislador e as autoridades do direito necessitam buscar a redução ou supressão do risco, não através de medidas do uso de equipamentos de proteção individual, mas sim por modificações do processo e diminuição da jornada de trabalho. Neste caso precisamos levar em consideração os princípios de Liliana Allodi Rossit (2001): “a solução que nos parece mais adequada não é o pagamento de adicionais e sim a redução da jornada de trabalho, com pagamento integral de salário, de tal modo que a exposição aos agentes insalubres ou perigosos seja menor, minimizando-se os efeitos prejudiciais à saúde dos trabalhadores”

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13 CONSIDERAÇÕES SOBRE ATIVIDADES INSALUBRES

Súmula 349 - Acordo de compensação de horário em atividade insalubre, celebrado por acordo coletivo. Validade (Res. 60/1996, DJ 08.07.1996). Súmulas Do Tribunal Superior Do Trabalho (Atualizadas pelas Resoluções nº 160/2009).

“A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho”. (art. 7º, XIII, da CF/1988; art. 60 da CLT).

Tomando por base o artigo 60 da CLT, TÍTULO II DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO, CAPÍTULO II DA DURAÇÃO DO TRABALHO, SEÇÃO II Da Jornada de Trabalho, que traz:

Art. 60 – “Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes

dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim”.

Desta forma, as prorrogações, inclusive a prorrogação de jornadas de trabalho nos locais insalubres, são permitidas somente após prévia autorização do Ministério do Trabalho, que é a autoridade competente em matéria de higiene do trabalho.

Tomando por base o artigo 142 da CLT, CAPÍTULO IV DAS FÉRIAS ANUAIS. (Redação deste Capítulo dada pelo Decreto-lei nº 1535, de 13-04-77, DOU 13-04-77). SEÇÃO IV Da Remuneração e do Abono de Férias, que traz:

Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que

lhe for devida na data da sua concessão. § 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou

perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias.

Lembrando da proibição legal expressa do labor efetuado pelo menor em

atividades tidas por insalubres, conforme se vê estatuído no artigo 405, inciso I da CLT, “Ao menor não será permitido o trabalho: I - nos locais de serviços perigosos ou insalubres”, bem como na Carta Magna vigente, nos termos do artigo 7º, XXXIII, conforme segue: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: a proibição de trabalho insalubre aos menores de dezoito anos”.

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13.1 GRAUS DE INSALUBRIDADE Defini-se de acordo com o que aponta a tabela de graus de insalubridade,

combinada com os anexos da NR-15, sendo três graus: máximo, médio e mínimo. Para o grau máximo, o adicional de insalubridade é de 40%, para o grau médio é de 20% e para o grau mínimo é de 10%, sobre o salário mínimo.

De acordo com o artigo 7°, XXIII, da Constituição F ederal, existe o entendimento de que o adicional seria calculado sobre a remuneração do empregado e não sobre o salário mínimo.

Segundo Araújo, a NR-15 estabelece dois tipos de critérios para caracterização da insalubridade: quantitativos e qualitativos.

No critério quantitativo configura-se a insalubridade quando a concentração do agente de risco encontra-se acima dos limites de tolerância estabelecidos pelos anexos 1, 2, 3, 5, 8,11 e 12 da NR-15.

No critério qualitativo a insalubridade é caracterizada por avaliação pericial da exposição ao risco, pelo inspeção da situação de trabalho para os agentes listados nos anexos 6, 7, 9, 10,13, 13-A e 14 da NR-15.

Exemplificando: O anexo 5 trata sobre radiações ionizantes e é considerada de grau máximo. O anexo 7 versa sobre radiações não ionizantes e é considerado de grau médio. O anexo 11 apresenta os agentes químicos, e pode ser considerado de grau mínimo, médio e máximo, conforme o agente. 13.2 ENQUADRAMENTO DA INSALUBRIDADE 13.2.1 AGENTES NOCIVOS

Podemos considerar como agentes agressivos ou nocivos: ruído, calor, agentes químicos, agentes biológicos, trabalho em turnos, horas extras freqüentes, trabalho noturno, tarefas uniformes ou periódicas. Na realidade é a junção ou a multiplicação destes agentes que ocasionam para o trabalhador implicações diversas, como o descontentamento, cansaço, fadiga, estresse, doenças ocupacionais e até acidentes de trabalho.

A classificação dos agentes nocivos ou a associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, bem como o tempo de exposição considerado para fins de concessão de aposentadoria especial constam do Anexo IV do Decreto nº 3.048/99 - Regulamento da Previdência Social.

Conforme o item 9.1.5 da NR-9 “Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA” descreve-se como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos encontrados nos ambientes de trabalho, que em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de trazer detrimento à saúde do trabalhador. Necessita-se ressaltar as tabelas das atividades e operações insalubres - Portaria 3.214/78 do MTB - NR 15 - Ministério do Trabalho e Emprego.

A higiene ocupacional é uma ciência dedicada à prevenção, reconhecimento, ponderação e domínio dos riscos originários, existentes ou provenientes dos postos de trabalho, que são capazes de prejudicar a saúde e o

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bem estar dos trabalhadores, analisando os possíveis transtornos sobre o trabalhador e o ambiente de trabalho.

13.2.2 RISCOS AMBIENTAIS

Para efeito da NR-9, item 9.1.9, que trata do PPRA/DA, “são considerados

riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.”

De acordo com a IN-99/2003, artigo n. 150, os agente nocivos são considerados condições específicas que declinam e depreciam a saúde e a integridade física do trabalhador, conforme consta no Decreto n. 3048, de 06 de maio de 1999, a presença aos agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos ou a associação desses agentes, em concentração, magnitude e tempo de exposição que supere os limites de tolerância ou que acarrete o contagio em condições prejudiciais à saúde.

13.2.3 AGENTES FÍSICOS

De acordo com o item 9.1.5.1 da NR-9, consideram-se agentes físicos as

diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores.

São os riscos provenientes dos agentes que possuem a decorrência de alterar as características físicas do ambiente de trabalho. Por exemplo, máquina que geram muito ruído, e com isso provocam a emissão de ondas sonoras que alteram a pressão acústica do ambiente e que incide prejudicialmente sobre os ouvidos dos trabalhadores.

Os riscos físicos se caracterizam por: exigirem um meio de transmissão (em geral o ar) para propagarem sua nocividade, agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte do risco e em geral ocasiona lesões crônicas, mediatas.

São agentes físicos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas (frio ou calor), radiações ionizantes e não ionizantes, umidade; bem como o infra-som e ultra-som.

13.2.4 AGENTES QUÍMICOS

De acordo com o item 9.1.5.2 da NR-9, entende-se por agente químico as

substâncias, compostos ou produtos que possuem a capacidade de penetrar no organismo pelas vias respiratórias, na forma de poeiras, fumos, neblinas, névoas, gases ou vapores, ou que, pela característica da atividade de exposição, pode

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apresentar contato ou serem absorvidos pelo trabalhador através da pele ou por ingestão.

Os agentes químicos são representados pelas substâncias químicas que se encontram nas formas líquida, sólida e gasosa. Existe um grande número de produtos e substâncias intensamente empregadas ou produzidas no meio industrial, uma multiplicidade muito grande de novos agentes químicos são desenvolvidos rotineiramente, devido à constante aprimoramento de novos processos. Quando adsorvidos pelo corpo humano podem causar reações tóxicas e lesão à saúde. Ressaltam-se as doenças pulmonares, as irritações das vias aéreas superiores, enxaquecas, asbestose, náuseas, sonolência, silicose e pneumoconiose, dentre outras. Substâncias que reagem quimicamente com o organismo humano provocando lesões mediatas ou imediatas, dependendo da: composição, concentração, via de penetração e tempo de exposição.

São agentes químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, substância sou compostos ou produtos químicos em geral, absorvidos por via respiratória, pela pele ou pelo trato gastrointestinal (ingestão) com ação nociva;

13.2.5 AGENTES BIOLÓGICOS

Conforme descreve o item 9.1.5.3 da NR-9, consideram-se agentes biológicos os microorganismos que são capazes de desencadear doenças em decorrência da contaminação e pela própria natureza do trabalho. Por decorrência possuem a capacidade de proliferar doenças infecto-contagiosas, como exemplo a hepatite. Infecções variadas externas, exemplo: dermatites, e internas, como exemplo: doenças pulmonares. Podem ainda proporcionar infecções cutâneas ou sistêmicas, podendo ocasionar contágio. Como são raramente visíveis, os riscos que comportam nem sempre são considerados. A insalubridade é caracterizada por avaliações qualitativas nas atividades que envolvem agentes biológicos,

São agentes biológicos: bactérias, fungos (leveduras e bolores), parasitas, protozoários, vírus e outros microrganismos com ação patogênica;

A legislação relacionou e definiu os percentuais devidos no exercício de atividades que envolvem agentes biológicos.

A insalubridade será caracterizada pela avaliação qualitativa, do seguinte modo:

a) Insalubridade de Grau Máximo (40%): Trabalhos ou operações, em contato permanente, com:

– pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso não previamente esterilizados.

– carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais portadores de doenças infecto-contagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose).

– esgotos (galeria e tanques); e – lixo urbano (coleta e industrializaçã o). b) Insalubridade de Grau Médio (20%): Trabalhos e operações em contato

permanente com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em: – hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação

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e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados);

– hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais);

– contato em laboratórios com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos;

– laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico);

– gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal técnico);

– cemitérios (exumação de corpos); – estábulos e cavalariças; e – resíduos de animais deteriorados. Contato permanente com pacientes, animais ou material infecto-

contagiante é o trabalho resultante da prestação de serviço contínuo e obrigatório, decorrente de exigência firmada no próprio contrato de trabalho, com exposição permanente aos agentes insalubres.

14 AVALIAÇÃO PERICIAL - INSALUBRIDADE: PORTARIA Nº 3214, DE 08.06.78

Além da avaliação pericial da exposição aos agentes nocivos, deverá ser

efetuada também a inspeção da situação de trabalho para os agentes listados nos seguintes anexos:

• Ruído contínuo ou intermitente - NR-15 anexo 1. • Ruídos de impacto - NR-15 anexo 2. • Calor - NR-15 anexo 3. • Radiações ionizantes - NR-15 anexo 5. • Trabalho sob condições hiperbáricas (grau máximo) NR-15 anexo 6. • Radiações não ionizantes - (grau médio) NR-15 anexo 7. • Vibrações - NR-15 anexo 8. • Frio (grau médio) NR-15 anexo 9. • Umidade excessiva (grau médio) NR-15 anexo 10. • Agentes químicos com limites de tolerância - NR-15 anexo 11. • Poeiras minerais - NR-15 anexo 12. • Agentes químicos (sem limites de tolerância) (grau mínimo, médio e

máximo) NR-15 anexo 13. • Agentes biológicos - NR-15 anexo 14. Para a caracterização de insalubridade, indicam-se as devidas medições

informando os pontos e locais das mesmas e o equipamento utilizado, com o objetivo de enriquecimento deste laudo e oferecer mais informações técnicas.

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15 LEVANTAMENTO TÉCNICO PARA AVALIAÇÃO AOS RISCOS AMBIENTAIS.

A avaliação da exposição aos riscos ambientais pelos trabalhadores foram

abordadas neste tópico de maneira que venham a colaborar em relação às vistorias aos postos trabalho, onde o perito designado realiza os levantamentos dos riscos potenciais que provocam perigo ao trabalhador, com aporte na NR-15 e na Lei 6.514, aprovada pela Portaria 3.214/78.

No Anexo ___ consta modelo de apresentação de laudo técnico para julgamento da insalubridade que mostra assunto pertinente a avaliação da exposição aos riscos ambientais com seus respectivos limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, calor, radiações ionizantes, trabalho sob condições hiperbáricas, radiações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos com limites de tolerância, poeiras minerais, agentes químicos, agentes biológicos.

15.1 LIMITE DE TOLERÂNCIA Definição da ACGIH (American Conference of Governmental Industrial

Hygienists): “Os limites de exposição referem-se a concentrações de substâncias químicas dispersas no ar, bem como a intensidade de agentes físicos de natureza acústica, eletromagnética, ergonômica, mecânica e térmica, e representam condições às quais se acredita a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde”.

Definição da NR 15: “Entende-se por limite de tolerância a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral”.

Conhecer o grau de dano do agente de risco é fundamental para estabelecer prioridades de ação. Portanto, é preciso conhecer os limites de tolerância e a toxicidade dos agentes.

15.1.2 LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA ILUMINAÇÃO Os limites de tolerância relacionados à iluminação era contemplada na NR

15 Anexo 4, que foi revogado pela Portaria 3.751, de 13/11/1990. Atualmente é parte integrante da NR 17. A iluminação não é considerada agente físico, segundo os critérios da NR 15 para fins de caracterização de insalubridade.

De acordo com a Norma Regulamentadora Nº 17, item 17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidas na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.

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15.1.3 LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO Conceito de limite de tolerância para ruído: Parâmetro de exposição

ocupacional que representa condições sob as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, sem sofrer efeitos adversos à sua capacidade de ouvir e entender uma conversação normal.

15.1.4 PRESSÃO ACÚSTICA / RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE Para pressão acústica ruído contínuo ou intermitente fundamenta-se o

Anexo 01, da NR-15, que trata dos limites de tolerância. Para a obtenção das medidas do nível da pressão acústica, analisa-se a área de trabalho do reclamante empregando o equipamento cdenominado de decibelímetro, na altura aproximada do ouvido do trabalhador. Utiliza-se o decibelímetro informando no laudo a sua marca, modelo e número de série, podendo ser utilizado equipamento eletrônico ou dosimetria. O aparelho deverá ser ajustado para o circuito de compensação ‘A’ e circuito de resposta lenta. O instrumento de medição necessitará ser manipulado e calibrado de acordo com as instruções do fabricante.

15.1.5 PRESSÃO ACÚSTICA / RUÍDO DE IMPACTO Para pressão acústica ruído de impacto fundamenta-se o Anexo 02, da

NR-15. Para o levantamento das medidas do nível da pressão acústica percorre-se a área de trabalho do reclamante empregando o decibelímetro, na altura aproximada do ouvido do trabalhador, o trabalhador deverá estar realizando as suas atribuições normalmente e na ocasião do impacto rotineiro ou previsível. O aparelho deverá ser ajustado para o circuito de compensação ‘C’ e circuito de resposta rápida. Utiliza-se o decibelímetro informando no laudo a sua marca, modelo e número de série, podendo ser utilizado equipamento eletrônico ou dosimetria. O instrumento necessitará ser manipulado e calibrado de acordo com as instruções do fabricante.

15.1.6 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR. Fundamenta-se no Anexo 03, da NR-15. Para a caracterização da

sobrecarga térmica visando à caracterização de atividades e/ou operação insalubre no local de trabalho, localiza-se o termômetro para a medição no local onde permanece o trabalhador que executa a mesma função do reclamante, na altura aproximada da região do corpo mais atingida.

Utiliza-se o termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. Utiliza-se o termômetro apontando no laudo a sua marca, modelo e número de série. O aparelho deverá ser calibrado de acordo com as instruções do fabricante.

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16 CONSIDERAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS.

Uma vez nomeado, o perito deve examinar os autos e estimar seus

honorários. Essa primeira fase compreende a leitura dos autos identificando a petição inicial (exordial), a réplica do réu/reclamado, conferindo especial atenção à decisão do juízo e aos quesitos que deverão ser respondidos. Na fase do Planejamento os seguintes tópicos são de relevância:

• Verificar quem são as partes envolvidas • Verificar se o objeto da perícia é sua competência. • Levantar documentos apensados • Verificar o nº de quesitos e sua natureza. • Prazo para entrega do Laudo • Indicação de Assistentes Técnicos • Diligências necessárias • Local de realização da perícia • Grau de acesso aos elementos necessários • Volumes do processo • Necessidade de equipe auxiliar • Necessidade de consulta a legislação • Definição dos procedimentos a serem utilizados • Quantificação de horas para realização do trabalho. • Estimar o custo da elaboração do laudo

Eventual recusa de acesso a documentos ou outras dificuldades devem ser comunicadas formalmente ao juízo. O trabalho do perito é técnico e não policial. A documentação e registro de todas as fases são importantes para ajustes no planejamento e eventual justificativa de solicitação de extensão de prazo.

17 ESTRUTURA DO LAUDO TÉCNICO PERICIAL

O Laudo Técnico deve ocorrer fora da esfera da Justiça. Dentre os itens

de um Laudo Técnico Pericial, a fundamentação dos pareceres é de suma importância. Na interpretação das leis e normas, pode-se recorrer a técnicas existentes, tais como: interpretação gramatical, lógica, histórica, jurisprudência, direito comparado e outros.

O Laudo Pericial deve ter no mínimo os seguintes itens: • Identificação do processo e das partes. • Síntese do Objeto da Perícia. • Metodologia adotada para os trabalhos periciais. • Identificação das diligências realizadas. • Transcrição dos quesitos.

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• Respostas aos quesitos. • Conclusão. • Outras informações, a critério do perito, entendidas como

importantes para melhor esclarecer ou apresentar o Laudo Pericial. • Rubrica e assinatura do perito, que nele fará constar sua categoria

profissional e o seu número de registro em CREA.

17.1 SUGESTÕES DAS ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE LAUDO PERICIAL.

• PLANO 1: Conhecer o objeto da perícia.

Evento 1 - Identificar os fatos objeto de pedir da ação e da contestação. Evento 2 - Analisar os quesitos ofertados e confrontá-los com o objeto da

perícia deferida pelo magistrado.

• PLANO 2: Obter Elementos - Termo de diligência. Evento 1 - Elaboração do termo de diligência. Evento 2 - Retorno de pedido às partes. Evento 3 - Obtenção de elementos com terceiros. Evento 4 - Pedido de prazo e elementos ao Magistrado.

• PLANO 3: Estruturar o Laudo Pericial. Evento 1 - Elaboração do laudo. Evento 2 - Prólogo de encaminhamento. Evento 3 - Abertura. Evento 4 - Considerações preliminares. Evento 5 - Quesitos. Evento 6 - Respostas. Evento 7 - Conclusões. Evento 8 - Assinatura do Perito. Evento 9 - Anexos. Evento 10 - Pareceres.

17.2 FLUXO DO LAUDO PERICIAL

1. Litígio. 2. Pedido da perícia. 3. Nomeação do perito do judicial. 4. Intimação das partes para apresentar os quesitos. 5. Apresentação do assistente pericial. 6. Convocação do perito. 7. Para proposta de honorários. 8. Apresentação da proposta de honorários do perito judicial. 9. Comunicação as partes pelo juízo para contestação.

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10. Não havendo contestação é dado prazo para depósito dos honorários pela parte de direito.

11. Marcado prazo para início da perícia. 12. Início da perícia. 13. Realização de diligências. 14. Apresentação do laudo. 15. Solicitação da liberação dos honorários.

O Laudo Técnico Pericial deve ser claro, objetivo, fundamentado e

conclusivo. Todos os dados e elementos que o perito julgar importantes e possam contribuir efetivamente para o convencimento do juiz devem ser levantados.

O juiz, em sua decisão, na falta de disposições legais ou contratuais, pode recorrer à jurisprudência, analogia, equidade e outros princípios e normas gerais do Direito (principalmente o Direito do Trabalho) e, ainda, de acordo com os usos e costumes e o Direito Comparado (art. 8º da CLT).

Já o perito, na interpretação das leis e normas, especialmente daquelas que determinam a avaliação qualitativa do agente, deverá recorrer aos princípios e normas da Higiene Industrial e da Segurança e Medicina do Trabalho para o correto enquadramento da insalubridade.

1- Critério adotado: O perito deve mencionar a legislação, normas, etc., em que se baseou

para a elaboração da prova pericial (critério qualitativo e/ou quantitativo). 2- Instrumentos utilizados: Todos os instrumentos utilizados nas medições devem ser especificados

no Laudo Técnico Pericial, incluindo marca, modelo, tipo, fabricante, faixas de leitura,

certificado de calibração, etc. 3- Metodologia de avaliação: A metodologia utilizada na avaliação deve ser descrita sucintamente no

Laudo Técnico Pericial. A NR 15 e seus anexos estabelecem metodologia simplificada de avaliação, especialmente para os critérios qualitativos. Também poderá ser utilizada a metodologia prevista na Portaria n.º 3.311 de 29.11.1989.

4- Descrição da atividade e condições de exposição: O perito deve descrever detalhadamente as atividades desenvolvidas pelo

reclamante, bem como os locais de trabalho com os respectivos agentes insalubres / perigosos presentes. Para tanto, poderá utilizar-se de informações do pessoal das áreas, ouvir testemunhas, verificar documentos, fazer fotografias, etc. (art. 429 - CPC).

5- Dados obtidos: Todos os dados relativos aos locais de trabalho e a exposição do

empregado devem ser especificados de forma objetiva e clara. Esses dados devem incluir resultados de avaliações quantitativas, tempo de exposição, certificados de análises químicas, áreas de risco, croquis, tabelas e gráficos necessários à compreensão do laudo.

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6- Grau de insalubridade: Quando constatada a insalubridade, o perito deve informar o seu grau

(mínimo, médio ou máximo), que é variável de acordo com o agente insalubre. 7- Resposta aos quesitos formulados pelas partes: São de suma importância os quesitos formulados pelas partes. O perito

deve estudá-los cuidadosamente antes de realizar a prova pericial e procurar respondê-los de maneira objetiva e fundamentada. Devem ser evitadas respostas lacônicas, a menos que as mesmas tenham sido respondidas no corpo do laudo ou outros quesitos. Deve-se salientar, ainda, que os juízes decidem com base no Laudo Técnico Pericial; por esse motivo, o Laudo Técnico Pericial deverá ser bastante claro, objetivo e fundamentado, no sentido de facilitar seu julgamento e decisão.

8- Conclusão pericial: Neste item o perito deverá explicitar claramente se a atividade analisada

foi ou não considerada insalubre ou perigosa. Em caso positivo, deverá também ser mencionado o grau de insalubridade e o embasamento legal. (Manual: Prova Pericial em Insalubridade e Periculosidade)

17.3 ETAPAS DE APRESENTAÇÃO DO LAUDO PERICIAL. 1) Primeiro requerimento: • Endereçamento ao juiz a quem é dirigida, disponibilizar um campo

para o despacho. • Inclui-se o número dos autos indicando se é RT (Reclamação

Trabalhista), PS (Procedimento Sumaríssimo), ou outro. • Inclui-se o código da petição (disponível no Serviço de Distribuição). • Mencionar o nome do reclamante e o nome do reclamado. • Incluir o nome do perito mencionando o seu registro junto ao

Ministério do Trabalho e do CREA regional de sua inscrição, • Indicar a data, horário e local da perícia. • Datar a petição. • Assinar a petição. 2) Após a realização da perícia; • Providenciar uma petição apresentando o laudo. • O cabeçalho é o já exposto no primeiro requerimento • Na petição será evidenciado que o laudo esta sendo apresentando,

com laudas impressas, numeradas e rubricadas, e fotografias se existirem. • Quando não requerido anteriormente pelo juiz, o perito pode postular

os honorários devidos citando o valor ou anexando-se uma planilha com o demonstrativo descriminando os honorários. (Anexos).

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3) O corpo do laudo pericial e a petição descrita no item anterior é distribuído conforme o trabalho do perito, de acordo com o que é interessante na solução do litígio.

Demonstra-se como sugestão de valiosa importância, alguns pontos

abaixo relacionados para elaboração do Laudo Pericial: • Objetivo da Pericia: De forma objetiva esclarecer o motivo da realização da perícia. • Visita Pericial: Informar o local e a data em que a perícia foi realizada. Informar também o nome e função das pessoas que acompanharam a mesma. • Reclamada: Informar o nome da empresa ré, e se possível a finalidade do empreendimento. Com base nesta finalidade deve-se conjuntamente com este item indicar o grau de risco da empresa. • Reclamante: Indicar o nome do autor, função e período trabalhado na empresa. • Descrição das Atividades: Informar as obrigações e atividades que o reclamante exercia na empresa. • Descrição do Local de Trabalho: Apresentar e descrever o local de trabalho, com suas condições, possíveis medidas, se possível relacionar fotografias. • Identificar e descrever os equipamentos envolvidos na atividade do empregado. • Averiguar o cumprimento da NR 7 (PCMSO) e NR 9 (PPRA) através de registros e documentos, analisando em cada caso a caracterização e a avaliação da atividade do trabalhador reclamante em cada um destes programas. • Descrever os Equipamentos de Proteção Individual utilizados pelo reclamante, verificar a ficha de fornecimento, CA e reposição, assinada pelo reclamante onde identifica o tipo, nível de proteção, certificado de aprovação e fabricante. • Se a empresa ministrava treinamento, esta informação deve ser mencionada pelo perito que se certificará através dos registros documentais. • Averiguar precisamente as argumentações das partes para análise do adicional, enquadramento legal, informando qual parte da NR é aplicável ao caso. Mencionar os aspectos técnicos se existirem, como sistema de ventilação, sinalização, filtros, aquecimento, pintura, etc. • Verificar a existência de trabalho semelhante. Trabalhador realizando a mesma tarefa com as mesmas funções que o reclamante executava. • Avaliar o risco ambiental para o trabalhador. • Descrever nas considerações finais, em poucos parágrafos, as conclusões e afirmar se o trabalhador tem direito ao adicional de insalubridade, mencionar o grau, enquadrando-se no dispositivo legal, datar e assinar.

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17.4 FORMULAÇÃO DE QUESTIOS PARA A ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS.

Quesitos são perguntas de caráter técnico ou científico que deverão ser

discorridas pelo perito. São valorizadas pelo juiz, pois mitigam contestações, discussões e diligências dispensáveis ou prolongadas.

A elaboração dos quesitos encontra-se profundamente ligados com a natureza do processo e a aquisição das provas técnicas para auxiliar o entendimento de convicção do juiz. Esclarece-se que em função das particularidades que o tema discorre os quesitos encontram-se agrupados por natureza de questionamento:

1. Ações de insalubridade contemplando ações de cobrança de

adicionais por ruídos, por agentes biológicos, agentes químicos e agentes múltiplos. 2. Ações de Acidentes de Trabalho que servem de subsídios para o

uso de ações de cobrança de insalubridade e periculosidade. 3. Ações previdenciárias que possuem uma visível analogia com as

ações de insalubridade e periculosidade. Balizaremos nesta dissertação as ações de laudos periciais com

similaridade e analogia as ações de insalubridade. Para sistematizar todas as ações a serem abordadas e para o melhor

direcionamento ou para serem adaptadas as necessidade que cada caso requer, seguem questionamentos ordenados de forma a assessorar a elaboração dos laudos periciais.

Quesitos principais: quesitos suplementares, pedido de esclarecimento, quesito indeferido, quesitos pertinente, quesitos impertinentes.

1. Questionamentos sobre o cumprimento da legislação específica de

segurança do trabalho. 2. Questionamentos sobre as condições de trabalho. 3. Questionamentos sobre os treinamentos e/ou orientações recebidos

pelo autor. 4. Detalhamento sobre as condições e conjunturas de acidente. 5. Questionamentos sobre o uso e o fornecimento de equipamentos de

proteção individual – EPI’s. 6. Questionamento sobre as ocasionais exposições de riscos. 7. Questionamentos sobre medidas preventivas de acidentes. 8. Questionamentos sobre ações inseguras cometidas pelo acidentado. 9. De aplicação genérica.

18 QUESITOS PARA INSALUBRIDADE. 01. Informar as datas de admissão e demissão do reclamante. 02. Informar a jornada de trabalho do reclamante. 03. Informar a função exercida pelo reclamante no período imprescrito. 04. Descrever detalhadamente o local de trabalho do reclamante.

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05. Informar o dia da vistoria técnica, o horário do início e término, bem como o nome e função dos acompanhantes.

06. Descrever detalhadamente todas as atividades desenvolvidas pelo reclamante;

07. Informar qual o nível de ruído a que ficou exposto o reclamante. 08. Descrever o instrumento de medição utilizado, informando ainda se o

mesmo encontra-se devidamente calibrado. 09. Informar se o reclamante ficava exposto a agentes químicos

constantes do quadro nº1, do anexo nº 11, da NR/15, Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho.

10. Informar se a reclamada forneceu EPI’s ao reclamante. 11. Caso positivo, descrevê-los. 12. Informar o registro e função do empregado visualizado como

paradigma do reclamante. 13. Descrever os equipamentos de proteção individual que o empregado

acima citado utilizava por ocasião da vistoria técnica. 14. Avaliar o artigo 191 - II da CLT, quanto à alínea “b” do item 15.4.1 da

NR/15, da Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho determinam que “A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer com a utilização de equipamento de proteção individual”.

15. Informar se o reclamante, laborou em condições insalubres justificando a sua conclusão.

18.FORMULAÇÃO DE QUESITOS: EFEITO DA PERCEPÇÃO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

• O profissional necessita conduzir sua perícia para convergência dos

aspectos técnicos composto no documento processual pertinente. É insalubre o que a legislação dita como insalubre.

• A conclusão sobre a prerrogativa ou não à concepção do adicional de insalubridade é da alçada exclusiva do julgador.

• Variar a relação técnica em analogia jurídica desviar-se ao domínio de competência do perito, sendo da jurisdição específica do magistrado.

• As apreciações técnicas entre as condições examinadas na localidade de trabalho e as prescritas legalmente necessitam ser apontadas e dissertadas minuciosamente no laudo pericial de maneira a dirimir dúvidas e elucidar a afirmação do magistrado.

• Todo laudo técnico é singular, as provas e técnicas precedentes necessitar ser utilizadas com extrema prudência.

• Ao avaliar o uso dos EPI’s, o perito precisa concentrar sua atenção nos equipamentos que possuem ligação real e concreta com os agentes nocivos considerados. Outros EPI’s que não dizem respeito a analise do agente nocivo em pauta, mesmo que tenha relevância para indicar a apropriada política de segurança da empresa, devem ser desconsiderados.

• Toda perícia técnica é um prática singular para o profissional que a elabora, devem-se levar em consideração todos os dados e subsídios adquiridos, até mesmo as informações provenientes dos assistentes técnicos.

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No escopo de um melhor entendimento a respeito da laboração de laudos periciais ressalta-se a importância do uso das terminologias apropriadas de autor ou reclamante, réu ou ré, reclamada ou reclamado.

Ação plúrima é a litígio jurídico onde são múltiplos os reclamantes, ou em decorrência de substituição processual, quando o sindicato autor substitui os empregados, necessitando serem todos os trabalhadores envolvidos identificados na ação jurídica, com a indicação da ocorrência de cada um.

Na elaboração do laudo pericial, ou ainda na sua conclusão, o perito jamais deve recomendar qual a base de cálculo do adicional que está avaliando, visto que este julgamento é do magistrado. Por exemplo, caso o perito contemplar pela presença de insalubridade, deve meramente corroborar tal ocorrência e não citar se o adicional é de 30% sobre o salário ou sobre determinados tributos. Se o perito contemplar a presença de insalubridade no ambiente de trabalho, simplesmente deve ratificar tal ocorrência e mencionar qual é o grau de insalubridade: mínimo, médio ou máximo e não fazer referência se é de 10%, 20% ou 40% sobre o salário base, salário mínimo, salário contratual ou sobre a remuneração.

As respostas aos quesitos do juízo e dos autores / reclamantes ou réus / reclamados devem obedecer aos prazos e serem pautadas em exames realizados em diligências e formalizadas em laudo. Os tipos de exames podem ser assim classificados:

• Vistoria: verificação e constatação de situação, coisa ou fato circunstancial;

• Indagação: obtenção de testemunho de conhecedores do objeto da perícia.

• Investigação: busca da elucidação de fatos velados; • Arbitramento: determinação de valore em controvérsia sempre

baseado em critérios técnicos; • Avaliação: determinação do valor de coisas, bens, direitos,

obrigações, despesas e receitas, • Certificação: autenticidade conferida ao laudo pericial em virtude da

fé pública gozada pelo perito.

18.1 QUESITOS IMPERTINENTES

Compete ao juiz indeferir quesitos impertinentes, formular os que

entenderem necessários ao esclarecimento da causa. Não deve o perito subordinar sua apreciação a fatos, pessoas, situações ou efeitos. Sob pena de invalidar a lisura de seu trabalho pelo cerceamento da necessária independência. Resumindo, a postura do perito deverá se caracterizar por:

• Limitação da matéria a ser examinada; • Pronunciamento restrito às questões • Meticuloso e eficiente exame de campo pré fixado; • Escrupulosa referência ao objeto examinado; • Imparcialidade de pronunciamento, e,

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• O perito deve exibir uma correção funcional, evidenciando conhecimento adequado e aplicado de maneira objetiva na resposta aos quesitos. Especial trato deve ser aplicados na redação de comentários, sempre pertinentes, importantes e isentos. A correção pode ser comprometida pela inobservância de revisões e a observação pelo magistrado de deslizes deixados no laudo.

• A concisão é a grande qualidade do trabalho que jamais será medido pelo volume: um laudo prolixo só depõe contra seu autor.

19 NOMEAÇÃO

A nomeação do perito deverá decorrer de contato pessoal, formal, adrede

marcado nas dependências e durante o expediente do Fórum, mediante apresentação de currículo e referências profissionais. Nomeação e manutenção de perito requer procedimento diligente, digno e confiável. Muitos juízes mantêm registros pessoais sobre a qualidade dos trabalhos individuais de peritos, sobretudo no que concerne aos prazos observados, objetivando orientar suas nomeações. Tais registros são comungados pela comunidade de magistrados, pois uma má nomeação atinge, também, a pessoa e a carreira do juiz.

Nada deve ser antecipado às partes: o laudo é endereçado ao juiz que nomeou o perito. Seu dever se resume em:

• Realizar as diligências obrigatórias (art. 429 do CPC); • Elaborar o laudo e apresentá-lo em juízo (art.433), e • Se necessário, prestar esclarecimentos em audiência (art. 435). Acertos cartorários pleiteando nomeações é grave falta contra a

honestidade de propósitos do perito. O contato com as partes se reduz à ocasião das diligências, com os

assistentes ao longo das pesquisas e com os funcionários cartoriais no âmbito do Fórum. Neste último caso, atente-se para se evitar intimidades e presentes que possam indicar a cooptação de nomeações, atitude desmoralizante para o perito e prejudicial ao funcionário da justiça.

A boa fama do perito deve depender da qualidade de seu trabalho, sempre tempestivo e fundamentado por sólidos argumentos e notório saber profissional. O perito deve respeitar o sigilo do que for apurado durante a execução do seu laudo, abstendo-se de divulgar conclusões extemporâneas. Trata-se de virtude gravada no Código de Ética e protegida pelo Código Civil (art. 144): "Ninguém pode ser obrigado a depor de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo." É prudente, portanto, que comentários e esclarecimentos ocorram somente em juízo. A notória especialização que deve adjetivar o perito é fruto de sua formação, especialização, prática profissional e constante aperfeiçoamento.

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20 HONORÁRIOS PERICIAIS ENUNCIADO 236 DO TST - TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte

sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia. ART. 790 - B - CLT A Responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte

sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita. Honorários adiantados, Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do

assistente técnico que houver indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz.

Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente a essa remuneração. O numerário, recolhido em depósito bancário à ordem do juízo e com correção monetária, será entregue ao perito após a apresentação do laudo, facultada a sua liberação parcial, quando necessária. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994).

Fatores pertinentes para a elaboração dos honorários:

• A relevância, o vulto e a complexidade dos serviços a executar; • As horas que serão consumidas em cada fase da realização do trabalho; • A qualificação do pessoal técnico que irá participar da execução dos serviços; • O prazo fixado; • A forma de reajuste se houver; • O lugar onde serão prestados os serviços.

20.1 PROPOSTA DE HONORÁRIOS

Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver

indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame, ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de ofício pelo juiz.

20.2 DEPOSITO DOS HONORÁRIOS Como fator se segurança ao perito, temos o depósito antecipado dos

honorários, pois a Justiça na acata aquele de não se pronuncia. O profissional necessita requerer que seja realizado o depósito dos honorários antes do início dos trabalhos conforme prevê a lei CPC, art. 19. Entretanto se não acontecer o deposito dos honorários, o Perito necessita ajuizar ação para receber a sua verba, conforme descrito o item V do art. 585 do CPC e letra “f” do art. 275 do CPC.

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A ação para cobrança dos honorários prescreve no prazo de um ano a contar da sentença, parágrafo 6, item X do artigo 178 do Código Civil e inciso II, parágrafo 5 do artigo 206 do CC/2002.

A estimativa inicial de honorários deverá ser objetiva na sua abrangência para apresentação ao judiciário, pois as partes podem requere quesitos suplementares (CPC, artigo 425). Se a proposta inicial não previr quesitos suplementares o perito arcará com o prejuízo, pro este motivo sugere-se que seja requerida ao juiz a possibilidade de completar a verba honorária em caso de serem deferidos quesitos complementares. Modelo de petição para proposta de honorários consta nos anexos.

21 CONSIDERAÇÕES, CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES FINAIS A contribuição deste trabalho centrou-se em apresentar procedimentos,

rotinas, sistematização, para elaboração de Laudos Periciais de Insalubridade, para que se buscasse uma conduta pautada na legislação existente, enfocando a atuação do Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Na complexidade e no emaranhado das leis, portarias, normas regulamentadoras, etc., apresentaram-se dados para utilização pelos profissionais de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho destacando-se as pertinentes aos procedimentos para elaboração de Laudos Periciais de Insalubridade.

Trouxe subsídios para aqueles que vierem a trabalhar na elaboração de laudos, da construção e utilização de um modelo baseado na legislação, que possa atender as suas necessidades enquanto profissional habilitado para desempenhar a função.

Esta era a proposta deste trabalho, com o objetivo primeiro de sistematizar informações para prática de elaboração de laudo pericial de Insalubridade em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, para que efetivamente se conheça as ações que devem ser desenvolvidas, e se perceba a importância do mesmo, na garantia da aplicabilidade dos princípios éticos e legais apontados nas diferentes situações.

Concluem-se então a importância dos laudos periciais de Insalubridade e a participação dos profissionais de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho interligando conhecimentos, normas e práticas para uma correta utilização dos recursos existentes, compartilhando os conhecimentos adquiridos, na tentativa de melhorá-los e ampliá-los, trazendo questões do cotidiano e do saber profissional.

Conclui-se também, que a presente monografia constitui-se em instrumento de alerta aos profissionais que atuam nesta área, no sentido de efetivamente elaborarem laudos periciais, para que através deles, possam garantir a aplicabilidade da legislação vigente.

Deixa-se uma referência concreta que poderá servir de aporte para a produção de novos e melhores conhecimentos na área de laudos periciais de Insalubridade.

O grande mal é que as discussões jurídicas a respeito destas condições de trabalho estão sempre centradas nos adicionais que pretendem indenizar o dano e não eliminar o risco ou proteger a saúde.

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No fim, o adicional, esta parcela pecuniária, funciona como se fosse um permissivo para que o trabalhador possa manter-se exposto ao agente nocivo, já que, claro, é menos oneroso para a empresa do que efetivamente investir no ambiente de trabalho para que se torne satisfatoriamente saudável.

É exatamente neste ponto que falta a percepção do empresário em notar que o "plus", denominado adicional de insalubridade, não se destina objetivamente a ser pago ao empregado, mas, sim, a desestimular a negligência com o ambiente de trabalho.

Os Laudos Periciais de Insalubridade tem como finalidade comprovar, elucidar levantar e promover as condições ambientais dos locais de trabalho dos funcionários relacionadas aos agentes nocivos e críticos existentes, para reconhecer, validar e proporcionar ações adequadas de proteção, e regras e meios de conscientização, com este caráter, o Laudo Pericial de Insalubridade, de acordo com a característica do ambiente e da atividade de trabalho, determinar se o operário tem ou não direito de receber os adicionais de insalubridade.

As amostras e modelos expostos nos anexos a seguir, tomarão como base e servirão de subsídios para todos os profissionais que atuarem na área da Perícias em Engenharia de Segurança do Trabalho, destinado a termos um procedimento e metodologia que venha a colaborar na evolução e desenvolvimento dos Laudos Periciais, motivando a eficiência, agilidade e exatidão técnica na sua preparação.

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SALIBA, Tuffi M.; Saliba, Sofia C. Reis. Legislação de Segurança, Acidente do Trabalho e Saúde do Trabalhador. 4ª Edição. Editora: Ltr. Ano: 2007. SALIBA, Tuffi Messias. CORRÊA, Márcia Angelim Chaves. Insalubridade e Periculosidade - Aspectos Técnicos e Práticos. 9ª edição. Editora LTr – São Paulo. Edição 2009. SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de avaliação e controle de poeira e outros particulados. Sub-Título: PPRA. Editora: LTr. Edição: 3ª - 2007. SAROLDI, Maria José Lopes de Araújo. Pericia Ambiental e suas Áreas de Atuação. Editora: Lumen Juris. Ano de publicação: 2009. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. Manuais de Legislação Atlas . Ed. Atlas. 54ª ed. Ano: 2004. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO – Convenções sobre Segurança e Saúde no Trabalho . Disponível em: <http://www.mte.gov.br/> acesso em 02 de Abril de 2010. SENADO FEDERAL. Site oficial: < http://www.senado.gov.br/sf/ > SHERIQUE, Jaques. Aprenda Como Fazer - PPP, RAT/FAP, PPRA/NR9, PPRA-DA. Editora: LTR, São Paulo, 6ª Edição. Ano: 2010. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA. Site: http://sobes.org.br/site/artigos/. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Site oficial: < http://www.stf.jus.br/ > TAVARES, Jose Da Cunha. Tópicos de Administração Aplicada à Segurança do Trabalho . 9ºEd. Editora: SENAC - SP. Ano: 2009. TRIBUNAIS REGIONAIS DE TRABALHO. TRT/SP Nº 00506200625202007. 2ª Região (São Paulo), 28 Julho 2009. Disponível em: <www.trt.gov.br> acesso em Abril 2010. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Jurisprudências . Disponível em: < www.tst.gov.br/jurisprudencia > Acesso em: Março 2010. VIEIRA, S.I. - O Perito Judicial - Aspectos Legais e Técnicos . São Paulo: LTr, 2006.

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ANEXOS

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Anexo I MODELO DE PETIÇÃO DA APRESENTAÇÃO DO LAUDO

EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUÍZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE ____________/____.

Processo n.º:

Reclamante:

Reclamado:

_____________________, Engenheiro de Segurança do Trabalho - SSMT -

_________, CREA/__- ______, perito do juízo nomeado e compromissado nos autos

da reclamação trabalhista acima, tendo efetuado as diligências necessárias ao

cumprimento de seu mandato, vem apresentar seu laudo pericial com referência a

insalubridade do ambiente e local de trabalho do trabalhador com referência ao

processo citado e requerer a sua juntada aos autos para os fins de direito.

Termos em que

P. Deferimento

_________, ___ de _________ de 2010.

________________________________

Eng. ____________________________

SSMT - __________________________

CREA/___- _______________________

Perito Judicial - ____________________

(Fonte: Fernandes José Pereira, Manual Prático).

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Anexo II MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

EXM(A). SR(A). DR(A).

JUÍZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE __________________/___.

Processo n.º:

Reclamante:

Reclamado:

_________________, CREA _____ -_, exercendo a especialidade de Engenheiro de

Segurança do Trabalho, registro SSMT -______, CREA/__- ___, Perito Judicial

nomeado e compromissado nos autos da reclamação trabalhista acima tendo

procedido a análise dos autos, diligenciado às dependências da empresa

Reclamada, vem apresentar e submeter à apreciação de V. Ex.ª os resultados do

trabalho em:

LAUDO PERICIAL

I – INTRODUÇÃO

II - LEVANTAMENTO TÉCNICO

III - DESCRIÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO

IV - ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO

V - ATIVIDADES DO RECLAMANTE

VI - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

VII - RESPOSTAS AOS QUESITOS DO RECLAMANTE

VIII - RESPOSTAS AOS QUESITOS DA RECLAMADA

IX – CONSIDERAÇÕES FINAIS

X – ENCERRAMENTO

(Fonte: http://www.unesp.br)

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Anexo III MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

Município

Tipo

Horário:

LAUDO TÉCNICO PERICIAL DE INSALUBRIDADENo.ANEXO 8 - NR 15 - VIBRAÇÕESData:

CARACTERÍSTICAS DA EMPRESARazão Social - RSAlteração RSC.N.P.J.EndereçoCEPC.N.A.E. (Portaria MTb No. 01/95)

Grau de Risco

DADOS DO FUNCIONÁRIONome / Identidade / CTPSFunçãoData Admissão / Saída

CARACTERÍSTICAS DO LOCAL OBJETO DA PERÍCIASetor / Local de Trabalho

Critério AdotadoOs limites de tolerância definidos pela Organização Internacional para a Normalização - ISSO, em suas normas ISSO 2631 e ISSO/DIZ 5349 ou suas substitutas.

Instrumental UtilizadoMarca: Série

Data Calibração:Metodologia de AvaliaçãoDescrição das Condições de Tempo de Exposição às VibraçõesResultados da Avaliação Medidas para Eliminação e/ou Neutralização da

CONCLUSÃOA insalubridade, quando constatada, será de grau médio (por exemplo).

INFORMAÇÕES PERICIAISPerícia Realizada em: Data:Acompanhantes / InformantesNome e Assinatura do Engenheiro de Segurança. CREA No. ............

(Fonte: Insalubridade e Periculosidade - Aspectos Técnicos e Práticos)

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Anexo IV MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

MODELO DE LAUDO TÉCNICO DE INSALUBRIDADE

Reconhecimento e Especificação dos Riscos 01.Identificação do Local de trabalho

Laboratórios: Química / Física / Microbiologia

Sigla: Salas 100 / 200 / 300

Atividades do Setor Avaliado:

Aulas praticas com uso de reagente como solvente orgânicos, inflamáveis, carcinogênicos, corrosivos, ácidos como metanol, lugol, clorofórmio, hidróxido de sódio, acido sulfúrico, acido clorídrico, benzeno, hexano, éter etílico, clorofórmio, sódio metálico, utilização de equipamentos que emitem calor, como estufas, bico de bunsen e etc.

RISCOS FÍSICOS

CALORAvaliado dB (A) 55 a 60 dB Máxima exposição

diária permitida (dB)85 dB -

08h00 minAvaliado Lux 400 a 610 Lux Mínima exposição

diária Permitida (Lux)300 Lux

RISCOS QUÍMICOS Produtos Químicos

RISCOS BIOLÓGICOS

Materiais Biológicos

RISCOS DE ACIDENTES

Contaminação pelas vias respiratórias, cutâneas, mucosas, queimadura térmica, químicas, perfuro cortante...

MEDIDAS DE CONTROLE EXISTENTES:Inexistente; ou; Óculos de proteção, luvas de proteção, jaleco, capela e sistema de exaustão.

MEDIDAS DE CONTROLE NECESSÁRIAS PARA DIMINUIR OU NE UTRALIZAR A INSALUBRIDADE:

Óculos de proteção para manipulação com químicos, luvas especificas, mascaras semi faciais especificas, uniformes, descartes e acondicionamento de resíduos adequado, todo mobiliário em madeira deve ser revestido com fórmica, piso em cerâmica, armazenamento de químicos e inflamáveis em local separado e ventilado (na impossibilidade os armários devem ser em madeira revestida, com cobertura na parte superior das portas) os assentos em material de fácil descontaminação, capela, exaustor, climatizador no ambiente, chuveiro e lava olhos de emergência...

CONCLUSÃODe acordo com os anexos da NR - 15 "Atividades e Operações Insalubres" da portaria 3.214/78 do MTE, há ou não há exposição a agentes Insalubres de Grau ..........

(Fonte: www.sso.com.br)

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Anexo V

Demonstração da composição dos honorários - Quadro Horçamentário

(a) Custos Diretos no Processo - Do Pessoal Envolvido

Horas Alocadas

R$ por hora Parciais em R$

Compromisso e Carga 0 0 0Diligências e Vistorias 0 0 0Análise Autos/Docs./Relatórios 0 0 0Pesquisa e Levantam. de Dados 0 0 0Exames e Análises Técnicas 0 0 0Descrição e Conclusão Técnica 0 0 0Conferência Reservada 0 0 0Planejamento / Execução / Cálculos 0 0 0Cálculos e Elaboração de Anexos 0 0 0Redação do Laudo 0 0 0Reuniões com Assistentes Técnicos 0 0 0Montagem Laudo 0 0 0Revisão/Assin./Entrega do Laudo 0 0 0Revisão Técnica 0 0 0

Subtotais 0 0 0(b) Custo Indireto no Porcesso -Material

Total Horas Alocadas

R$ por Hora Parciais em R$

Depreciações, en. El., veículos etc. 0 0 0Outros Custos fiscais e econômicos 0 0 0Total da Estimativa de honorários 0 0 0

Subtotais 0 0 02. CUSTOS INDIRETOS HORAS ITEM VLR. HORA

R$TOTAIS EM

R$Custo Hora do Escritório em Função dos Custos Fixos Mensais:

0 0 0

Gastos de Infra-estrutura (Depreciação, Amortização, Aluguéis, Água, Luz, Telefone, Seguros, Manutenção de Equipamentos, Impostos)

0 0 0

Subtotais 0 0 0

MODELO PADRÃO DE ESTIMATIVA DE HONORÁRIOS DE PERÍCI A JUDICIAL

Demonstrativo das horas alocáveis para a elaboração do Laudo Pericial Extrajudicial – 1. Custos Diretos e Indiretos Processo(s):

JCJ/Vara(s):Cartório:Autor(es):Réu(s):

3. RESUMO R$ Custos Diretos 0 Custos Indiretos 0TOTAL DOS HONORÁRIOS PERICIAIS 0(Fonte: www.manualdepericias.com.br)

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Anexo VI MODELO DE LAUDO PERICIAL FORMAL

MINISTÉRIO DO TRABALHO

SECRETARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO

DIVISÃO/SEÇÃO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

[ ] Insalubridade Laudo pericial de

[ ] Periculosidade

N.º ________ / ________

Data e hora da perícia ____ / ____ / ____ ______ Hs. 1 - Identificação 2 - Identificação do local periciado 3 - Descrição do Ambiente de Trabalho 4 - ANÁLISE QUALITATIVA 4.1 - Da função do trabalhador 4.2 - Das etapas do processo operacional 4.3 - Dos possíveis riscos ocupacionais 4.4 - Do tempo de exposição ao risco 5 - ANÁLISE QUANTITATIVA 5.1- Análise quantitativa da insalubridade 5.1.1 - Descrição da aparelhagem, da técnica empregada e do método de avaliação 5.1.2 - Resultados obtidos 5.1.3 - Interpretação e análise dos resultados 5.2 - Análise quantitativa da periculosidade 5.2.1 - Discriminação da área 5.2.2 - Delimitação da área de risco 5.2.3 - Interpretação e análise dos resultados 6 - CONCLUSÃO 6.1 - Fundamento científico 6.2 - Fundamento legal 7 - PROPOSTA TÉCNICA PARA CORREÇÃO 7.1 - Imediatas 7.2 - Mediatas 8 - MEDIDA ADOTADA PELO ÓRGÃO REGIONAL

CIDADE:___________ UF: ____ DATA:______ ASSINATURA:___________

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Anexo VII INSTRUÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE LAUDO DE INSALUBRIDADE . 1 - IDENTIFICAÇÃO Neste item deve constar a identificação do laudo como: n.º do processo, nome e endereço postal da empresa, nome do requerente. 2 - IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL PERICIADO Neste item deve constar os elementos necessários à identificação do local no qual a perícia é realizada, tais como: Divisão de..., Seção..., da fábrica..., localizada no.... 3 - DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO Neste item deve constar os elementos necessários à caracterização do ambiente de trabalho, tais como: arranjo físico, metragens da área física, condições gerais de higiene, ventilação, iluminação, tipo de construção, cobertura, paredes, janelas, piso, mobiliário, divisória etc. 4 - ANÁLISE QUALITATIVA 4.1 - Da função do trabalhador - esclarecer, com os verbos no infinitivo, todos os tipos de tarefas que se compõe a função. Ex.: Auxiliar Administrativo - a) datilografar textos. b) anotar recados. c) atender telefone etc.... 4.2 - Das etapas do processo operacional - observando o desenrolar das atividades e/ou do movimento do maquinário, especificar as fases do método de trabalho, inclusive questionando o supervisor de turma e, sempre, um ou mais empregados. 4.3 - Dos possíveis riscos ocupacionais - o técnico especializado deve ser capaz de perceber e avaliar a intensidade dos elementos de risco presentes no ambiente de trabalho ou nas etapas do processo laborativo, ou ainda corno decorrentes deste processo laborativo. Este item pressupõe o levantamento, em qualidade, dos riscos a que se submete o trabalhador durante a jornada de trabalho. 4.4 - Do tempo de exposição ao risco - a análise do tempo de exposição traduz a quantidade de exposições em tempo (horas, minutos, segundos) a determinado risco operacional sem proteção, multiplicado pelo número de vezes que esta exposição ocorre ao longo da jornada de trabalho. Assim, se o trabalhador ficar exposto durante 5 minutos, por exemplo, a vapores de amônia, e esta exposição se repete por 5 ou 6 vezes durante a jornada de trabalho, então seu tempo de exposição é de 25 a 30 min/dia, o que traduz a eventualidade do fenômeno. Se, entretanto, ele se expõe ao mesmo agente durante 20 minutos e o ciclo se repete por 15 a 20 vezes, passa a exposição total a contar com 300 a 400 min/dia de trabalho, o que caracteriza uma situação de intermitência. Se, ainda, a exposição se processa durante quase todo ou todo o dia de trabalho, sem interrupção, diz-se que a exposição é de natureza continua.

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5 - ANÁLISE QUANTITATIVA E a fase que compreende a medição do risco imediatamente após as considerações qualitativas, guardando atenção especial á essência do risco e ao tempo de exposição. Esta etapa ou fase pericial só é possível realizar quando o técnico tem convicção firmada de que os tempos de exposição, se somados, configuram uma situação intermitente ou continua. A eventualidade não ampara a concessão do adicional, resguardados os limites de tolerância estipulados para o risco grave e iminente. Tanto o instrumental quanto a técnica adotados, e até mesmo o método de amostragem, devem constar por extenso, de forma clara e definida no corpo do laudo. Idêntica atenção deve ser empregada na declaração dos valores, especificando, inclusive, os tempos horários inicial e final de cada aferição. Já a interpretação e a conseqüente análise dos resultados necessitam estar de acordo com o prescrito no texto legal, no caso, a Norma Regulamentadora. Caso a contrarie, será nula de pleno direito. 6 - CONCLUSÃO 6.1 - Fundamento científico - se o instituto de insalubridade e da periculosidade pressupõe o risco de adquirir doença ou de sofrer um acidente a partir de exposição a elementos agressores oriundos do processo operacional ou dele resultantes, o técnico tem que demonstrar, obrigatoriamente, toda a cadeia de relação causa e efeito existente entre o exercício do trabalho periciado com a doença ou o acidente. O fundamento científico compreende, então, as vias de absorção e excreção do agente insalubre, o processo orgânico de metabolização, o mecanismo de patogenia do agente no organismo humano e as possíveis lesões. 6.2 - Fundamento legal - é tudo aquilo estritamente previsto nas Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, Portaria MTb n.º 32141/78 e Lei nº 6.5141/77. As "Atividades e Operações Insalubres" - acham-se listadas na NR 15 e Anexos, ao passo que as "Atividades e Operações Perigosas" são aquelas enquadradas nas delimitações impostas pela NR 16 e Anexos, sem contar com os textos da Lei nº 6.514177, artigos 189 e 196, e do Decreto nº 93A12186, este último específico para os riscos com energia elétrica. As situações laborativas não previstas na legislação, e portanto omissas, não podem ser objeto de conclusão pericial, quer em juízo, quer a serviço da fiscalização do MTb, sob pena de nulidade jurídica. As dúvidas e os casos omissos devem ser dirimidos pela SSMT/MTb consoante o disposto no art. 155, CLT, e NR 01, tem 1.10, Portaria n0 06183, MTb, cabendo a esta instância superior emitir a competente decisão final sobre a matéria de fato apurada, acolhendo-a ou não.

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7 - PROPOSTA TÉCNICA PARA CORREÇÃO Neste item devem constar as propostas para eliminação da insalubridade através da utilização de medidas de proteção ambiental. Propor medidas de proteção ambiental significa estabelecer um conjunto sistemático de ações têcnico-cientificas eficazes para transformar, a curto e médio prazos, um ambiente insalubre em outro salubre. Entre estas medidas destacam-se: alteração do método operacional ou de uma das etapas desse método, utilização de medidas de proteção coletiva e, nos casos previstos na NR 6.2, os equipamentos de proteção individual. 8 - MEDIDAS ADOTADAS PELO ÓRGÃO REGIONAL Neste item devem constar as medidas adotadas pelo órgão regional do MTb quando ficar caracterizada atividade insalubre ou perigosa - Lei n.º 6.514177, artigo 191, incisos 1 e II, e parágrafo único, Portaria n~ 3.214178, NR 15, subitem 15.4.1.1, e Portaria n.º 12183, NR 9, item 9A, alínea a.

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Anexo VIII MODELO DE LAUDO TÉCNICO PARA AVALIAÇÃO DE INSALUBRI DADE. EMPRESA

Razão Social:

Estabelecimento / nome de fantasia:

C.N.P.J. : . . / - C.N.A.E. : . -

Rua / Avenida: Bairro:

Cidade/Estado: CEP: . -

FONE: 0 _ _ ( ) - FAX: 0 _ _ ( ) -

GRAU DE RISCO: ELABORADO EM : / /

Quantificação de empregados: Homens:

Mulheres:

Menores de 18 anos:

Acompanhou a avaliação técnica dos locais de trabalho o(a) Sr.(a):

R.G. . . - SSP -

Tópicos descritos a seguir:

• Objeto. • Avaliação da exposição aos riscos ambientais. • Interpretação dos dados coletados. • Classificação das atividades insalubres. • Enquadramento legal. • Fixação dos adicionais de insalubridade.

(Fonte: Proposta de Modelo LTCAT por Alessandro R. Borssati e Celso V. Piinto / Material Aula de Higiene do Trabalho - Riscos Físicos do Professor Roberto Serta da PUC PR Especialização Eng. Seg. do Trabalho).

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OBJETO O presente laudo trata de avaliação pericial conclusiva sobre as condições de exposição a agentes insalubres e/ou perigosos com a finalidade de definir o enquadramento da(s) atividade(s) analisadas, nos termos dos Artigos 189 a 193 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), das Normas Regulamentadoras (NR) nº 15 e 16 da Portaria nº 3214/78, da Lei nº 7.639/85, regulamentada pelo Decreto nº 93.412/86, e da Portaria nº 3.393, de 17.12.87. SETORES E POSTOS DE TRABALHO PERICIADOS

SETOR

POSTO DE TRABALHO

TAREFAS EXECUTADAS

RECONHECIMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS

SETOR

POSTO DE TRABALHO

AGENTES

AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AOS RISCOS AMBIENTAIS. A - AGENTES QUÍMICOS COM LIMITE DE TOLERÂNCIA Equipamento utilizado: Bomba de Aspiração marca _____________, modelo _______, com coletadores marca _________, modelo _________, colhidas dez amostras para cada ponto selecionado, colocada na altura e angulo correspondentes ao nível respiratório do trabalhador nos pontos de trabalho, respeitados intervalos de vinte minutos entre cada amostragem. Funcionamento das máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos de trabalho avaliados. Medição realizada das ____:____ às ____:____ de ___/ ___/___, incluindo MANGANÊS.

PONTO DE TRABALHO

AGENTE TAREFA

TEMPO DE UM CICLO

N.º DE CICLOS/

JORNADA

p.p.m. ou

mg/m3

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B - AGENTES QUÍMICOS SEM LIMITE DE TOLERÂNCIA. Contato continuado dos trabalhadores com os agentes abaixo descritos, com exposição qualitativamente importante durante a jornada. Funcionamento das máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos de trabalho avaliados.

PONTO DE TRABALHO

AGENTE TAREFA

TEMPO DE UM CICLO

N.º DE CICLOS / JORNADA

C - POEIRAS MINERAIS Equipamento utilizado: Impactador (impinger) marca _____________, modelo _______, com seletor de diâmetro aerodinâmico _________, colhidas dez amostras para cada ponto selecionado, colocada na altura e angulo correspondentes ao nível respiratório do trabalhador nos pontos de trabalho, respeitados intervalos de vinte minutos entre cada amostragem. Funcionamento das máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos de trabalho avaliados. Medição realizada das ____:____ às ____:____ de ___/ ___/____ . PONTO DE TRABALHO AGENTE TAREFA

TEMPO DE UM CICLO

N.º DE CICLOS / JORNADA

% DE QUARTZO FIBRAS/CM3

MG/M3 D - AGENTES QUÍMICOS NÃO INCLUÍDOS NA NR-15. Contato continuado dos trabalhadores com os agentes abaixo descritos, com exposição qualitativamente importante durante a jornada. Funcionamento das máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos de trabalho avaliados.

PONTO DE TRABALHO AGENTE TAREFA

TEMPO DE UM CICLO

N.º DE CICLOS / JORNADA

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E - RUÍDO Equipamento utilizado: Decibelímetro / dosímetro marca _____________, modelo _______, microfone colocado na altura e angulo correspondentes aos ouvidos dos trabalhadores nos pontos de trabalho, no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta ( SLOW ) para ruído contínuo e compensação "C" e resposta rápida (FAST) para ruído de impacto. Aparelho com calibração aferida em ___/___/___ . Funcionamento das máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos de trabalho avaliados. Medição realizada das ____:____ às ____:____ de ___/ ___/___.

PONTO DE TRABALHO

TAREFA TEMPO DE UM CICLO

N.º CICLOS/ JORNADA

RUÍDO dB(A)

F - VIBRAÇÕES Contato continuado dos trabalhadores com vibrações intensas, com exposição qualitativamente importante durante a jornada. Funcionamento das máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos de trabalho avaliados.

PONTO DE TRABALHO TAREFA

TEMPO DE UM CICLO

N.º DE CICLOS / JORNADA

G - RADIAÇÃO IONIZANTE Resultados das ultimas cinco dosimetrias : DATA RESULTADOS

1

2

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H - TEMPERATURAS ANORMAIS CALOR Equipamento utilizado: Termômetros marca _____________, modelo _______(de globo, bulbo úmido e bulbo seco ), colocado na altura e posição correspondentes aos corpos dos trabalhadores nos pontos de trabalho. Aparelho com calibração aferida em ___/___ / ___ . Funcionamento das máquinas em ritmo de produção normal na edificação, assim como produção em ritmo normal nos postos de trabalho avaliados. Medição realizada das ____:____ às ____:____ de ___/ ___/___, céu ____________ e sem chuva, temperatura de _____ºC à sombra. PONTO DE TRABALHO

TAREFA TEMPO DE UM CICLO

N.º DE CICLOS / JORNADA

TEMP. DE

GLOBO

TEMP. BULBO ÚMIDO

TEMP. SECO ou

IBUTG FRIO Equipamento utilizado: Termômetro marca ______________ , com escala de medição de -30 a +60 ºC.

PONTO DE TRABALHO

TAREFA TEMPO DE UM CICLO

N.º DE CICLOS / JORNADA

TEMPERATURA

I - PRESSÃO ATMOSFÉRICA ANORMAL Jornada diária completa, sempre à disposição do empregador para a execução das tarefas nas condições de trabalho hiperbárico. ( ) Sim ( ) Não J - AGENTES BIOLÓGICOS Jornada diária completa, sempre à disposição do empregador para a execução das tarefas nas condições de exposição aos agentes biológicos citados. ( ) Sim ( ) Não

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INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS A - Com relação a ruído: Consideraremos como exposições contínuas aquelas em que, nos Postos de Trabalho, o trabalhador permanece exposto sempre aos mesmos níveis de pressão sonora oriunda do ambiente de trabalho, e variáveis para os Postos de Trabalho expostos a ruídos diferentes em um ou mais de um ponto de trabalho, então realizados os cálculos de dose de ruído segundo a equação: C1 C2 C3 Cn Dose = -------- + -------- + -------- + ... + -------- T1 T2 T3 Tn ANEXO 1 da NR-15 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE

Nível de ruído Máxima exposição diária dB (A) PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas 92 3 horas e 30 minutos 93 3 horas 94 2 horas e 40 minutos 95 2 horas e 15 minutos 96 2 horas 97 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 30 minutos 99 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos

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Resultando no quadro:

POSTO DE TRABALHO NPS - dB(A)

Exposição contínua Dose de ruído

Exposição variável B - Com relação a calor: Realizados os cálculos de IBUTG conforme a equações : * sem carga solar: IBUTG = 0,7 . tbn + 0,3 . tg * com carga solar: IBUTG = 0,7 . tbn + 0,1 . tbs + 0,2 . tg Onde: tbn = temperatura de bulbo úmido natural tg = temperatura de globo tbs = temperatura de bulbo seco Realizadas análise das funções em cada posto de trabalho, considerados os critérios de descanso no próprio local de trabalho (Quadro n.º 1 do Anexo n.º 3 da NR-15) e descanso térmico em outro local (Quadro n.º 2 do Anexo n.º 3 da NR-15), respeitadas as taxas de metabolismo por atividades, previstas no Quadro n.º 3 do Anexo n.º 3 da NR-15, usando as equações : Para cálculo da taxa de metabolismo média ponderada para uma hora: __ Mt . Tt + Md . Td M = ---------------------------- 60 Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho Md - taxa de metabolismo no local de descanso térmico Tt - soma dos minutos no local de trabalho, por hora Td - soma dos minutos no local de descanso térmico Para cálculo da taxa de metabolismo médio ponderado para uma hora : ______ IBUTGt . Tt + IBUTGd . Td IBUTG = ------------------------------------ 60 IBUTGt - IBUTG no local de trabalho Tt - soma dos minutos no local de trabalho, por hora IBUTGd - IBUTG no local de descanso térmico Td - soma dos minutos no local de descanso térmico

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QUADRO 3. TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE.

TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h Sentado em Repouso 100 TRABALHO LEVE Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 125 Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150 De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços. 150 TRABALHO MODERADO Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 180 De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 175 De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 220 Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300 TRABALHO PESADO Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá). 440 Trabalho fatigante 550

Resultando no quadro:

Descanso no mesmo local Descanso em outro local

POSTO DE TRABALHO

IBUTG

Tipo da

atividade

Tempo Trabalho/ Descanso

IBUTG

METABOLISMO

MÉDIA

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CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES INSALUBRES

SETOR

POSTO DE TRABALHO

AGENTES GRAU DE

INSALUBRIDADE CONDIÇÕES DE PERICU- LOSIDADE

ENQUADRAMENTO LEGAL INSALUBRIDADE: PORTARIA Nº 3214, de 08.06.78 • Ruído contínuo ou intermitente - Anexo 1. • Ruídos de impacto - Anexo 2. • Calor - Anexo 3. • Radiações ionizantes - Anexo 5. • Trabalho sob condições hiperbáricas - Anexo 6. • Radiações não ionizantes - Anexo 7. • Vibrações - Anexo 8. • Frio - Anexo 9. • Umidade - Anexo 10. • Agentes químicos com limites de tolerância - Anexo 11. • Poeiras minerais - Anexo 12. • Agentes químicos (sem limites de tolerância) - Anexo 13. • Agentes biológicos - Anexo 14. FIXAÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE.

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. A Norma Regulamentadora nº 15, item 15.2, da Portaria 3214/78 estabelece que o exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo, equivalente a: • 40% (quarenta por cento), para insalubridade grau máximo; • 20% (vinte por cento), para insalubridade grau médio; • 10% (dez por cento), para insalubridade grau mínimo.

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GRAUS DE INSALUBRIDADE

• MÁXIMO: Radiações ionizantes, trabalho sob condições hiperbáricas, poeiras

minerais, alguns agentes químicos (Quadro nº 1 do Anexo nº 11 e Anexo nº 13 da NR-15) e alguns agentes biológicos (Anexo nº 14 da NR-15);

• MÉDIO: Ruído, calor, radiações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, alguns agentes químicos (Quadro nº 1 do Anexo nº 11 e Anexo nº 13 da NR-15) e alguns agentes biológicos (Anexo nº 14 da NR-15);

• MÍNIMO: Alguns agentes químicos (Quadro nº 1do Anexo nº 11 e Anexo nº 13 da NR-15).

MEDIDAS DE CONTROLE PROPOSTAS.

SETOR AGENTE / EQUIPAMENTO PROPOSTA PARA CORREÇÃO EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) PROPOSTOS

SETOR

POSTO DE TRABALHO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL (EPI)

QUALIFICAÇÃO DO PERITO. Nome/assinatura

R.G. nº . . - SSP -

Médico do Trabalho ( ) Engenheiro de Segurança ( )

CREA / CRM

Local:

Data:

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Anexo IX EXEMPLO PRÀTICO DE UM LAUDO TÉCNICO. (Fonte: BEVENUTO, Daniel Bezerra. A Prova Pericial)

Este exemplo abaixo serve como referência para uso em ocasiões especificas sendo que poderá ser alterado e aceitamos sugestões para tanto.

LAUDO TÉCNICO

Processo nº Reclamante: Reclamada: Assunto: Perícia de Insalubridade Local: Acompanhantes: - Técnico de Segurança da Empresa: ______________________ - Engenheiro de Segurança da Empresa: ____________________ - Funcionário da Empresa: _______________ - Reclamante: ___________________

• Data da Perícia: ____/____/_________ às _____ hs

Função do Reclamante: Período de Trabalho do Reclamante: Função 1 : __ de _________de __________à __de __________ de ___________ Função 2 : __ de _________de __________à __de __________ de ___________ Setor: Local de Trabalho: O reclamante trabalhou em um prédio (exemplo: de grandes dimensões coberto com telhas galvanizadas sobre estrutura metálica) de pé direito ___ metros. Coberta de telhas de _____ apoiadas sobre ________. Neste pavilhão de grandes dimensões existiam _____ máquinas, divisórias de ______, etc. ___iluminado e ____ ventilado, _____ iluminação artificial. Atividade do Reclamante: O reclamante trabalhou na seção de _____________ onde fez diversos serviços os quais descreveremos a seguir:

• Descrever toda a função do reclamante, horário de trabalho, sua posição (de pé, sentado ou ...)

• Utilizava os seguintes EPI's ; (descreva-os); observando a existência de termo de entrega de EPI's.

• Os trabalhadores utilizavam na época da vistoria os seguintes EPI's ( descreva-os)

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ANÁLISE DA ATIVIDADE QUANTO A INSALUBRIDADE. O Perito verifica o local de trabalho do reclamante onde analisa todos os tipos possíveis de agentes agressivos químicos, físicos e biológicos mencionados na NR 15 da Portaria nº 3214/78 de 08 de junho de 1.978. AGENTES FÍSICOS: Nível de Ruído: O nível de ruído no local foi medido com o decibelímetro de Marca ______, operando no circuito de compensação A e circuito de resposta lenta slow, devidamente calibrado e foram obtidos os seguintes valores que são descritos a seguir: Seção A: ____ dBa Seção B: ______dBa ( Consultar NR15 - Anexo 01 ) Calor: Foi medido com o termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum na Seção A próximo ao __________ e tivemos as seguintes medidas: Tbn = Tg = Tbs = O índice de bulbo úmido e termômetro de globo calculado foi o seguinte: ______________. Conforme a NR 15 Anexo 03 o limite de exposição ao calor com regime de trabalho intermitente com descanso no próprio local de trabalho é de _______, com atividade (leve, moderada ou pesada) portanto a atividade (é ou não é) insalubre devido ao calor. Outros Agentes Físicos: Não foram constatados a existência de outros agentes agressivos físicos que pudessem caracterizar a insalubridade na Portaria nº 3214/78 tais como calor, umidade, frio, vibrações e radiações. (Caso seja constatado outro agente físico que pode caracterizar a insalubridade, citá-lo). Agentes Químicos: Foram constatados a existência de agentes agressivos químicos na atividade do reclamante que pudessem caracterizar a insalubridade prevista na Portaria 3214/78 e Anexos. Tais agentes são os seguintes; Vide anexo 11, 12 e 13 da NR 15 da Portaria n.º 3214/78. Conforme o agente é classificado a insalubridade.

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Agentes Biológicos: Não foram constatados a existência de agentes agressivos biológicos na atividade do reclamante os quais pudessem caracterizar insalubridade prevista na referida Portaria. Caso for constatado insalubridade citar o agente biológico. Quesitos do Reclamante: Quesito A. Quesito B: Quesito C Quesitos da Reclamada: Quesito 1: Quesito 2: Quesito 3:. A Perícia é eminentemente técnica onde verifica a insalubridade de acordo com Normas existentes. Conclusão: As atividades da reclamante na reclamada (sim ou não) eram insalubres, pois (sim ou não) estava exposto a agentes agressivos físicos, químicos ou biológicos nos termos da Portaria nº 3214/78 de 08 de junho de 1.978 ____________________________________ Nome do Perito Função Observações: Deverão ser citados todos os processos de medição, aparelhagem utilizada, todas as observações decorrentes da vistoria, como por exemplo, rótulos de produtos utilizados pela operação, quantidade de trabalhadores no local, número de máquinas funcionando próximo ao local vistoriado, divisórias existentes. Se possível, anexar fotos do local vistoriado.