1rseibert/relatorioanagraselesimone.doc · web viewa eliminação ou neutralização da...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E
DAS MISSÕES - URI - CAMPUS DE SANTO ÂNGELO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
AUDITORIA INTERNA NO DEPARTAMENTO DE PESSOAL
DA EMPRESA GRÁFICA JORNAL DAS MISSÕES LTDA.
ANA PATRÍCIA GRASEL
SIMONE DE SOUZA MEDEIROS
Santo Ângelo, novembro de 2000.
AUDITORIA INTERNA NO DEPARTAMENTO DE PESSOAL
DA EMPRESA GRÁFICA JORNAL DAS MISSÕES LTDA.
Por
Ana Patrícia GraselSimone de Souza Medeiros
Relatório de pesquisa apresentado à URI – Universidade Regional
Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Santo Ângelo
Orientadoras: Neusa Salla e Rosane Maria Seibert
Santo Ângelo, novembro de 2000.
AGRADECIMENTOS
Ao concluirmos o curso de ciências contábeis, desejamos externar nossos sinceros
agradecimentos à Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus
de Santo Ângelo, a todo o corpo docente e, em especial a nossas orientadoras, professora
Neusa Salla e professora Rosane Maria Seibert, pelo desprendimento, dedicação e apoio
demonstrados no decorrer do curso, especialmente durante a prática profissional.
Agradecemos igualmente a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda., por ter-nos
possibilitado a realização desse trabalho.
Agradecemos também a nossos familiares, que de uma forma ou de outra contribuíram
no decorrer deste trabalho, com especial dedicação e carinho.
RESUMO
Com objetivo de verificar se a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. vem cumprindo com a legislação trabalhista e convenções coletivas de trabalho das categorias existentes na empresa, utilizou-se as técnicas de auditoria interna.Foram aplicados métodos procurando avaliar os procedimentos adotados pela empresa em relação ao seu departamento de pessoal. Os métodos adotados compreendem a pesquisa de campo, pesquisa telematizada, investigação documental, pesquisa bibliográfica, investigação ex post facto e estudo de caso. Os dados foram tratados de forma quantitativa, através da revisão dos cálculos das rotinas trabalhistas, como por exemplo folha de pagamento, encargos sociais, etc. O tratamento dos dados também foi feito de forma qualitativa, utilizando procedimentos de auditoria para a verificação dos controles internos do departamento de pessoal da empresa, sugerindo melhoramentos nas rotinas do departamento. Ficou constatado que a empresa não está cumprindo plenamente as exigências estabelecidas pela legislação trabalhista vigente no país e as convenções coletivas de trabalho das categorias existentes na empresa. Com o objetivo de evitar futuras reclamatórias trabalhistas foram feitas sugestões à empresa na medida em que se constataram as irregularidades.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
COAD – Centro de Orientação, Atualização e Desenvolvimento Profissional
CPF – Cadastro de Pessoas Físicas
CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social
FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte
PASEP – Programa de Amparo Social para Empregado Público
PIS – Programa de Integração Social
RAIS – Relação Anual de Informações Sociais
ROCSS - Regulamento da Organização e Custeio da Seguridade Social
RS – Rio Grande do Sul
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Relação dos Funcionários Analisados ...............................................................35
Tabela 2 – Salário Família .....................................................................................................39
Tabela 3 – Salários Normativos ............................................................................................42
Tabela 4 – Piso Salarial .........................................................................................................42
Tabela 5 - Diferenças Apuradas no Salário-base ................................................................43
Tabela 6 – Reajuste Salarial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Ijuí ................................................44
Tabela 7 - Reajuste Salarial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS .........................................................44
Tabela 8 - Diferenças Apuradas no Reajuste Salarial ........................................................44
Tabela 9 – Diferenças Apuradas no Adicional de Insalubridade ......................................46
Tabela 10 - Diferenças Apuradas no Adicional por Tempo de Serviço ............................47
Tabela 11 - Salário de Contribuição para o INSS ...............................................................48
Tabela 12 - Diferenças Apuradas na Contribuição para o INSS .......................................49
Tabela 13 - Tabela Progressiva do IRRF .............................................................................50
Tabela 14 - Diferenças Apuradas na Contribuição Sindical ..............................................51
Tabela 15 - Diferenças Apuradas na Contribuição Assistencial ........................................52
Tabela 16 - Direito dos Funcionários na Rescisão ..............................................................58
Tabela 17 - Diferenças Apuradas no FGTS ........................................................................59
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................iiRESUMO .................................................................................................................................iiiLISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................................ivLISTA DE TABELAS .............................................................................................................v1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................12. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................3
2.1. AUDITORIA........................................................................................................................32.1.1. Conceito.....................................................................................................................32.1.2. Definição....................................................................................................................42.1.3. Objeto e Fins da Auditoria.........................................................................................42.1.4. Auditoria como Técnica Contábil..............................................................................52.1.5. Reflexos da Auditoria sobre a Riqueza Patrimonial..................................................62.1.6. Limitações da Auditoria.............................................................................................62.1.7. Revisão Contábil........................................................................................................72.1.8. Tipos de Auditoria......................................................................................................7
2.1.8.1. Auditoria Independente ou Externa.....................................................................72.1.8.2. Auditoria da Fazenda (Federal, Estadual e Municipal).......................................82.1.8.3. Auditoria Interna ou Operacional........................................................................8
2.2. AUDITORIA INTERNA.........................................................................................................82.2.1. Objetivo e Alcance.....................................................................................................92.2.2. Normas Usuais de Auditoria....................................................................................10
2.2.2.1. Normas Relativas à Pessoa do Auditor..............................................................102.2.2.2. Normas Relativas à Execução do Trabalho.......................................................112.2.2.3. Normas Relativas ao Parecer.............................................................................11
2.2.3. Papéis de Trabalho..................................................................................................122.2.3.1. Tipos de Papéis de Trabalho..............................................................................12
2.2.4. Controle Interno.......................................................................................................132.2.4.1. Conceito.............................................................................................................132.2.4.2. Objetivos............................................................................................................142.2.4.3. Classificação dos Controles Internos.................................................................14
2.2.4.3.1. Controles Internos Contábeis.......................................................................142.2.4.3.2. Controles Internos Administrativos.............................................................14
2.2.5. Procedimentos de Auditoria.....................................................................................152.2.5.1. Exame Físico......................................................................................................152.2.5.2. Confirmação.......................................................................................................162.2.5.3. Exame de Documentos Originais.......................................................................162.2.5.4. Conferência de Cálculos....................................................................................17
2.2.5.5. Exame da Escrituração.......................................................................................172.2.5.6. Investigação Minunciosa...................................................................................182.2.5.7. Inquérito.............................................................................................................182.2.5.8. Exame dos Registros Auxiliares........................................................................182.2.5.9. Correlação das Informações Obtidas.................................................................192.2.5.10. Observação.......................................................................................................19
2.3. RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA..............................................................................192.3.1. O Processo de Elaboração do Relatório de Auditoria Interna................................202.3.2. Critérios para Relatórios de Auditoria Interna.......................................................202.3.3. Formas de Relatórios de Auditoria Interna.............................................................21
2.3.3.1. Relatório de Auditoria Interna de Forma Breve................................................222.3.3.2. Relatório de Auditoria Interna de Forma Longa................................................222.3.3.3. Síntese de Relatório de Auditoria Interna..........................................................222.3.3.4. Relatório de Auditoria Interna Progressivo.......................................................23
2.4. AUDITORIA INTERNA DO DEPARTAMENTO DE PESSOAL.................................................232.4.1. Procedimentos de Rotina no Departamento de Pessoal..........................................24
2.4.1.1. Rotina de Admissão de Funcionários................................................................242.4.1.1.1. Exame Médico.............................................................................................242.4.1.1.2. Carteira de Trabalho e Previdência Social..................................................242.4.1.1.3. Livro ou Ficha de Registro de Empregado..................................................242.4.1.1.4. Contrato Individual de Trabalho..................................................................25
2.4.1.2. Folha de Pagamento...........................................................................................252.4.1.2.1. Proventos.....................................................................................................252.4.1.2.2. Descontos.....................................................................................................26
2.4.1.3. Salário Família...................................................................................................272.4.1.4. Férias..................................................................................................................272.4.1.5. Décimo Terceiro Salário....................................................................................272.4.1.6. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.........................................................272.4.1.7. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados............................................282.4.1.8. Relação Anual de Informações Socais...............................................................282.4.1.9. Rescisão Contratual...........................................................................................28
3. METODOLOGIA...............................................................................................................293.1. TIPO DE PESQUISA...........................................................................................................29
3.1.1. Quanto aos Fins.......................................................................................................293.1.2. Quanto aos Meios.....................................................................................................29
3.2. UNIVERSO E AMOSTRA...................................................................................................303.3. SELEÇÃO DOS SUJEITOS..................................................................................................303.4. COLETA DE DADOS.........................................................................................................303.5. TRATAMENTO DOS DADOS..............................................................................................313.6. LIMITAÇÕES DO MÉTODO...............................................................................................32
4. HISTÓRICO DA EMPRESA............................................................................................335. RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA....................................................................35
5.1. RELAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS SELECIONADOS PARA A AUDITORIA..............................355.2. PROCEDIMENTOS DE ROTINA DE ADMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS....................................355.3. EXAME MÉDICO..............................................................................................................365.4. LIVRO OU FICHA DE REGISTRO DE EMPREGADO............................................................375.5. SALÁRIO FAMÍLIA...........................................................................................................385.6. ROTINAS DA FOLHA DE PAGAMENTO.............................................................................39
5.6.1. Salário......................................................................................................................40
5.6.1.1. Pagamento do Salário........................................................................................405.6.1.2. Salário-base........................................................................................................415.6.1.3. Reajuste Salarial.................................................................................................44
5.6.2. Horas Extras............................................................................................................455.6.3. Adicional de Insalubridade/Periculosidade.............................................................455.6.4. Adicional por Tempo de Serviço..............................................................................475.6.5. Contribuição para a Previdência.............................................................................485.6.6. Imposto de Renda Retido na Fonte..........................................................................495.6.7. Contribuição Sindical..............................................................................................505.6.8. Contribuição Assistencial........................................................................................515.6.9. Contribuição Confederativa.....................................................................................525.6.10. Vale Transporte......................................................................................................52
5.7. CARTÃO PONTO..............................................................................................................535.8. FÉRIAS.............................................................................................................................535.9. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO...........................................................................................565.10. RESCISÃO......................................................................................................................575.11. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO...........................................................595.12. CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS...........................................605.13. RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS..............................................................60
6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................617. BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................63
1. INTRODUÇÃO
As empresas procuram ter continuidade através do crescimento e da diversificação de
suas atividades econômicas, que asseguram aos empresários, a construção de um patrimônio
sólido e o retorno do investimento que correspondam as suas expectativas.
O crescimento constante das empresas torna difícil a missão de um grupo limitado de
pessoas examinar a totalidade dos eventos a elas inerentes, por isso, surge a necessidade de as
empresas se utilizarem da auditoria interna, composta por pessoas com capacidade técnica e
ética profissional para examinar a empresa.
A programação de serviços feita pela auditoria interna prevê, inclusive, o exame
prévio de determinados fatos contábeis, para julgar quanto à sua legitimidade, legalidade e
efeitos fiscais, evitando assim estornos ou correções futuras, evitando também erros e fraudes,
possíveis de acontecer.
Por mais eficientes e eficazes que sejam os controles operacionais das várias funções
que ocorrem num departamento de pessoal, é sempre oportuno que se faça um trabalho de
auditoria interna para prevenir causas trabalhistas que podem ser fruto das constantes
mudanças que ocorrem na legislação trabalhista, ou por fadiga, negligência e até má fé, é
comum ocorrerem irregularidades que podem trazer no futuro problemas, em especial para a
empresa.
O problema que serve de base para este trabalho é a preocupação em saber se a
empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. está atuando em conformidade com a legislação
trabalhista em vigor e as convenções coletivas de trabalho. Em conseqüência dessa situação
objetiva-se verificar a veracidade e exatidão dos procedimentos do departamento de pessoal
da empresa.
A hipótese levantada é se a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. não está atuando
em total conformidade com a legislação trabalhista em vigor e as convenções coletivas de
trabalho e por isto pode sofrer ações judiciais trabalhistas.
O presente relatório divide-se em capítulos. O primeiro capítulo trata da introdução do
trabalho. No capítulo dois consta o referencial teórico o qual tratou-se de auditoria interna,
normas usais de auditoria, papéis de trabalho, controle interno, relatório de auditoria, auditoria
no departamento de pessoal. O capítulo três apresenta a metodologia usada para realizar a
auditoria, definindo os tipos de pesquisa, o universo e a amostra, a forma de coleta de dados, o
tratamento dos dados e a limitação encontrada na aplicação dos métodos. No capítulo quatro
descreveu-se um breve histórico da empresa onde foi realizado este trabalho. Em seguida, o
capítulo cinco desenvolve o relatório de auditoria, onde apresentou-se as verificações
procedidas, os problemas encontrados, com sugestões a empresa. O capítulo seis apresenta a
conclusão que se chegou ao encerrar este trabalho.
2
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Auditoria
2.1.1. Conceito
Os trabalhos de auditoria restringiam-se, à revisão de trabalho já executado, exame e
confirmação da veracidade dos atos praticados. Com a evolução da ciência contábil,
desenvolveu-se também, a técnica de auditoria, pois hoje não é ela um instrumento de mera
observação apenas, estático, mas também de orientação, de interpretação e de previsão de
fatos, tornando-se dinâmica e ainda em constante evolução.
Vários autores definem auditoria e pode-se concluir que auditoria é a função
organizacional de revisão, avaliação e emissão de opinião quanto ao ciclo administrativo que
é planejamento, execução e controle.
Para exemplificar, transcreve-se FRANCO e MARRA (1989:18):
“A auditoria consiste no exame de documentos, livros e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações internas e externas, obedecendo a normas apropriadas de procedimento, objetivando verificar se as demonstrações contábeis representam adequadamente a situação nelas demostrada, de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados de maneira uniforme.”
2.1.2. Definição
A auditoria pode ser definida como sendo a técnica contábil que tem por objetivo obter
elementos de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de
acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos e se as demonstrações contábeis
deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os
resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.
Para isso a auditoria utiliza procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no
exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações,
relacionados com o controle do patrimônio de uma empresa.
Para PEREZ JUNIOR (1995:11):
“A auditoria pode ser definida como o levantamento, o estudo e a avaliação sistemática de transações, procedimentos, rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade, com o objetivo de fornecer a seus usuários uma opinião imparcial e fundamentada em normas e princípios sobre sua adequação.”
2.1.3. Objeto e Fins da Auditoria
O objeto da auditoria é perfeitamente identificado e definido pelos diversos autores
pesquisados, não sendo apenas único, mas também múltiplo. Existe certo consenso, também,
acerca de alguns itens básicos, como, por exemplo:
- Comprovação, pelo registro, de que são exatos os fatos patrimoniais;
- Demonstração dos erros e fraudes encontrados;
- Sugestão das providências cabíveis, visando à prevenção de erros e fraudes;
- Verificação de que a confiabilidade é satisfatória sob o aspecto sistemático e de
organização;
- Verificação do funcionamento do controle interno;
- Proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais, com o propósito de
manter a empresa dentro do limite de organização e legalidade.
4
Para FRANCO e MARRA (1989:23):
“O objeto da auditoria é o conjunto de todos os elementos do patrimônio administrativo, os quais compreendem registos contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais. A auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos não registrados documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas com o patrimônio administrativo, cuja informação mereça confiança, desde que tais informações possam ser admitidas como seguras pela evidência ou por indícios convincentes.”
Então, o fim principal da auditoria é a confirmação dos registros contábeis e
conseqüentes demonstrações contábeis. contribuindo para confirmar os próprios fins da
contabilidade, pois avalia a adequação dos registros, dando à administração, ao fisco e aos
proprietários e financiadores do patrimônio em determinada data suas variações em certo
período. Então é a auditoria que dá credibilidade às demonstrações contábeis, às informações
nelas contidas.
ATTIE (1992:35) diz que “o principal objetivo da auditoria pode ser descrito, em
linhas gerais, como sendo o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade das
demonstrações financeiras preparadas pela companhia auditada.”
2.1.4. Auditoria como Técnica Contábil
BASSO (1989:110) diz:
“A auditoria como uma técnica contábil, é um dos meios de que se utiliza a contabilidade para atingir seus fins, uma vez que o objeto de ambas é o patrimônio. À contabilidade cabe a vigilância sobre o patrimônio e suas variações e , à auditoria, a fiscalização dos registros e a confiabilidade das demonstrações contábeis.”
5
2.1.5. Reflexos da Auditoria sobre a Riqueza Patrimonial
Segundo conclusões de FRANCO e MARRA (1989:25) e BASSO (1989:110), a
proteção que a auditoria oferece à riqueza patrimonial, dando maior segurança e garantia aos
administradores, proprietários, fisco e financiadores do patrimônio, apresenta os seguintes
aspectos:
- Sob o aspecto administrativo: contribui para redução de ineficiência, negligência,
incapacidade e improbidade de empregados e administradores;
- Sob o aspecto patrimonial: possibilita melhor controle dos bens, direitos e
obrigações que constituem o patrimônio;
- Sob o aspecto fiscal: é fator de mais rigoroso cumprimento das obrigações fiscais,
resguardando o patrimônio contra multas, o proprietário contra penalidades
decorrentes da lei de sonegação fiscal e o fisco contra a sonegação de impostos;
- Sob aspecto técnico: contribui para mais adequada utilização das contas, maior
eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das informações e a garantia de
que a escrituração e as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com
os princípios de contabilidade;
- Sob aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros, fornecedores e
financiadores, contra possíveis fraudes e dilapidações do patrimônio, permitindo
maior controle dos recursos para fazer face a esses compromissos;
- Sob aspecto econômico: assegura maior exatidão dos custos e veracidade dos
resultados, na defesa do interesse dos investidores e titulares do patrimônio.
2.1.6. Limitações da Auditoria
BASSO (1989:111) fala com clareza das limitações dos trabalhos de auditoria:
“São duas as principais limitações, as quais aparecem de certa forma casadas: tempo e custos. O espaço de tempo necessário para um exame profundo e cuidadoso é incompatível com o espaço de tempo que dispõe para a realização do seu trabalho, pois a urgência do parecer da auditoria sobre as demonstrações contábeis examinadas é exigida tanto pela administração da empresa quanto pelos organismos oficiais de
6
fiscalização, num espaço que varia entre dois a três meses da data do encerramento do exercício social. Aliado ao fator tempo, aparece o fator custos. É óbvio que quanto mais tempo for destinado à execução dos trabalhos, mais caro ele será e se tornará incompatível com os interesses da empresa, num processo de racionalização de gastos.”
2.1.7. Revisão Contábil
Sobre revisão contábil FRANCO e MARRA (1989:28) afirmam:
“Revisão contábil compreende o exame dos documentos, dos registros e das demonstrações contábeis, sob os aspectos técnico e aritmético, com o fim de descobrir irregularidades, erros ou fraudes. Constitui um dos procedimentos de auditoria, podendo ser realizada de forma geral ou parcial, de acordo com o objetivo visado e com a extensão e a profundidade do trabalho programado. Quanto à profundidade, é um exame integral, pois abrange todos os registros e demonstrações, de forma analítica, cuidadosa e profunda, inclusive datas, valores, somas e contas utilizadas, para descobrir irregularidades ou para confirmar os registros feitos.”
2.1.8. Tipos de Auditoria
Dentre os diversos autores, PEREZ JUNIOR (1995:13) classifica os tipos de auditoria
em:
- Auditoria independente ou externa;
- Auditoria da fazenda (federal, estadual e municipal);
- Auditoria interna ou operacional.
2.1.8.1. Auditoria Independente ou Externa
É realizada por profissional independente, e o mesmo possui vinculo com a empresa
auditada através do contrato de prestação de serviço. Tem por objetivo o exame das
demonstrações contábeis ou de alguma área específica ou procedimento predefinido como
7
objeto de trabalho especial. A finalidade do seu trabalho é emitir parecer sobre a adequação
das demonstrações contábeis.
2.1.8.2. Auditoria da Fazenda (Federal, Estadual e Municipal)
É realizada por funcionário público, e o seu vinculo com a empresa auditada é por
força de lei. Tem por objetivo a verificação da observância e cumprimento dos preceitos
legais vigentes para apuração e recolhimento dos diversos tributos. Com finalidade de evitar a
sonegação de tributos.
2.1.8.3. Auditoria Interna ou Operacional
É realizada por funcionário da empresa, cujos os registros examinam. Tem por
objetivo examinar os controles internos e avaliar a eficiência e eficácia da gestão. Com a
finalidade de promover melhoria nos controles internos operacionais e na gestão de recursos.
O presente projeto está sendo elaborado para realização de um trabalho de auditoria
interna, por isto, aprofundar-se-á este assunto.
2.2. Auditoria Interna
Auditoria interna é uma atividade em desenvolvimento pois é desenvolvida quase que
somente nas grandes empresas, é de grande importância para a administração de uma
empresa, pois a existência de uma auditoria interna eficiente e atuante é considerada como um
ponto forte para efeito de controle interno.
Para frizar a importância dela, cita-se o que diz ATTIE (1992:52):
“A importância que a auditoria interna tem em suas atividades de trabalho serve para a administração como meio de identificação de que todos os procedimentos internos e políticas definidas pela companhia, os sistemas contábeis e de controle interno estão sendo efetivamente seguidos, e todas as transações realizadas estão refletidas contabilmente em concordância com os critérios previamente definidos.”
8
A auditoria interna é a tarefa designada a avaliar de forma independe, dentro de uma
organização, as operações contábeis, financeiras e de outros tipos, no sentido de prestar um
serviço à administração. É um controle administrativo, cuja função é medir e avaliar a
eficiência de outros controles.
2.2.1. Objetivo e Alcance
Com base nos diversos autores pesquisados, pode-se dizer que auditoria interna tem
por objetivo:
- Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e operacionais
e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicar essas
informações;
- Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância as políticas,
planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operações e
relatórios, e determinar se a organização está em conformidade com as diretrizes;
- Examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário, comprovar
sua existência real;
- Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e econômica;
- Examinar operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis com
os planos e se essas operações e esses programas são executados de acordo com o
que foi planejado;
- Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as
providências necessárias a respeito de suas descobertas.
Para UHL e FERNANDES (1982:17):
“O objetivo geral da auditora interna é prestar ajuda à administração, com o fito de possibilitar-lhe o desempenho de suas obrigações, proporcionando análise, apreciações, recomendações e comentários objetivos e ou convenientes acerca das atividades investigativas.”
9
2.2.2. Normas Usuais de Auditoria
As normas de auditora são regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da profissão
contábil, para orientar o exercício da profissão.
ATTIE (1992:40) diz que “as normas usuais de auditoria são os requisitos básicos a
serem observados no desempenho do trabalho de auditoria.”
Segundo o mesmo autor ATTIE (1992:40-42) as normas são as seguintes:
- Normas relativas à pessoa do auditor;
- Normas relativas à execução do trabalho;
- Normas relativas ao parecer.
2.2.2.1. Normas Relativas à Pessoa do Auditor
O auditor interno surgiu como uma ramificação da profissão de auditor externo e,
conseqüentemente do contador. O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de
uma organização ele não deve estar subordinado àqueles cujo trabalho examina. Além disso, o
auditor interno não deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia a examinar, para que
não interfira em sua independência.
Competência técnico-profissional: a auditoria deve ser executada por pessoa
legalmente habilitada, perante o Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de
contador e que tenha reconhecida experiência adquirida e mantida pelo treinamento técnico na
função de auditor.
Independência: o auditor deve ser independente em todos os assuntos relativos a seu
trabalho. Dessa forma, o auditor somente deve expressar sua opinião com base nos elementos
objetivos do exame realizado, não se deixando influenciar por fatores estranhos à sua
interpretação dos elementos examinados, por preconceitos ou quaisquer outros fatores
materiais ou afetivos que pressuponham perda de sua independência.
Cuidado e zelo: o auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo na realização do
exame e na exposição de suas conclusões.
10
2.2.2.2. Normas Relativas à Execução do Trabalho
Planejamento e supervisão: o trabalho de auditoria deve ser adequadamente planejado
e quando executado por contabilistas assistentes, esses precisam ser convenientemente
supervisionados pelo auditor responsável.
Estudo e avaliação do sistema contábil e de controle interno: o auditor deve estudar e
avaliar o sistema contábil e de controle interno da empresa, como base de determinação da
confiança que nele se possa depositar, para a fixação da natureza, da extensão e da
profundidade dos procedimentos de auditoria a serem aplicados.
Extensão dos procedimentos de auditoria: os procedimentos de auditoria devem ser
estendidos e aprofundados até a obtenção dos elementos comprobatórios necessários para
fundamentar o parecer do auditor.
2.2.2.3. Normas Relativas ao Parecer
As normas relativas ao parecer indicam que:
- O parecer deve declarar se o exame foi realizado de acordo com as normas usuais
de auditoria;
- Se as demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com os princípios de
contabilidade geralmente aceitos e com uniformidade em relação ao exercício
anterior, ou em relação aos períodos examinados;
- Salvo declaração em contrário, entende-se que o auditor considera satisfatórios os
elementos contidos nas demonstrações financeiras examinadas e nas notas
explicativas que as acompanham;
- O parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações financeiras
tomadas em conjunto. Quando não se puder expressar opinião sem ressalvas sobre
todos os elementos contidos nas demonstrações financeiras e suas notas
explicativas, o auditor deve declarar as razões que motivaram esse fato. Em todos
os casos, o parecer deve conter indicação clara e precisa da natureza do exame e do
grau de responsabilidade assumido pelo auditor.
11
2.2.3. Papéis de Trabalho
Com a finalidade de colher elementos comprobatórios suficientes a fim de apoiar seu
parecer sobre as demonstrações financeiras examinadas, o auditor elabora papéis de trabalho,
que representam o registro de todas as evidências obtidas ao longo da execução da auditoria.
Eles são de propriedade do auditor e devem ser arquivados por um período de no mínimo
cinco anos.
Segundo ATTIE (1992:69):
“Entende-se por papéis de trabalho o conjunto de formulários e documentos que contém as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações, os quais constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento da sua opinião.”
2.2.3.1. Tipos de Papéis de Trabalho
Embora haja uma diversidade de papéis de trabalho, tendo em vista as características
próprias de cada empresa e de cada exame auditorial, segundo BASSO (1989:150-151) os
tipos de papéis de trabalho mais comuns são:
- Análise de contas: instrumento preparado para anotar as informações retiradas do
exame das contas do razão. Nele é explicada a composição do saldo da conta
examinada, com o objetivo de um exame de profundidade dos seus lançamentos e
valores;
- Lançamentos de ajustes e ou de reclassificação: folha de trabalho destinada a
reunir os lançamentos de ajustes e de reclassificação, considerados imprescindíveis
para a obtenção de demonstrações contábeis reais e fiéis à boa técnica contábil.
Tais ajustes, depois de discutidos e aceitos pelo cliente, devem ser transcritos para
o diário e razão da empresa, merecendo uma posterior confrontação a fim de
confirmar as modificações nos livros e nas demonstrações contábeis;
12
- Conciliação: trata-se de um instrumento que possibilite conciliar informações de
várias procedências, cuja confrontação permite aquilatar o grau de fidelidade dos
registros contábeis;
- Balancete de trabalho: também conhecido como balancete do razão geral,
constitui-se na base fundamental dos papéis de trabalho. As demais análises, de
uma ou de outra forma, estão com ele relacionadas e todos os ajustes são nele
transcritos; dele são preparadas as demonstrações contábeis, as quais comporão a
parte mais importante do relatório final;
- Pontos de recomendação: papel de trabalho comum, destinado a anotar
observações quanto à falhas encontradas no sistema de controle interno, na
escrituração; enfim, irregularidades que mereçam uma comunicação formal à
empresa;
- Memorando: instrumento simples, que tem por finalidade relatar acontecimentos
acompanhados pelo auditor no seu trabalho e também procedimentos descritivos
de exames de documentos como contratos de financiamentos, de compras e outros;
- Programa de auditoria: é o plano de ação voltado para orientar e controlar a
execução dos exames de auditoria.
2.2.4. Controle Interno
2.2.4.1. Conceito
Representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas
com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a
administração na condução ordenada dos negócios da empresa.
Para FRANCO e MARRA(1989:134):
“Por controles internos entendemos, todos os instrumentos da organização destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitam prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio.”
13
2.2.4.2. Objetivos
Seguindo o posicionamento de ATTIE (1992:62) pode-se dizer que, em síntese os
objetivos de controle interno são:
- Comprovação da veracidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e
operacionais;
- Prevenção de fraudes e, em caso de ocorrência das mesmas, possibilidade de
descobri-las o mais rapidamente possível e determinar sua extensão;
- Localização de erros e desperdícios, promovendo ao mesmo tempo a uniformidade
e a correção ao registrarem-se as operações;
- Estimular a eficiência do pessoal, mediante a vigilância que se exerce através dos
relatórios;
- Salvaguardar os ativos e, de maneira geral, obter um controle eficiente sobre os
aspectos vitais do negócio.
2.2.4.3. Classificação dos Controles Internos
Esta classificação é sugerida por ATTIE (1992:61-62):
- Controles internos contábeis;
- Controles internos administrativos.
2.2.4.3.1. Controles Internos Contábeis
São aqueles relacionados com a proteção dos ativos e a validade dos registros
contábeis.
2.2.4.3.2. Controles Internos Administrativos
Compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos
relacionados com a eficiência operacional, bem como o respeito e a obediência às políticas
administrativas.
14
2.2.5. Procedimentos de Auditoria
O objetivo da auditoria é fundamentar seu ponto de vista com fatos, evidências e
informações possíveis, necessárias e materiais. A aplicação dos procedimentos de auditoria
precisa estar atrelada ao objetivo que se quer atingir. O objetivo é a meta a ser alcançada. Os
procedimentos são os caminhos que levam à consecução do objetivo. A atitude no
recolhimento e avaliação das provas necessita ser independente e impessoal, e o auditor deve
agir com critério de forma inquestionável.
ALMEIDA (1996:45) afirma que “os procedimentos de auditoria representam um
conjunto de técnicas que o auditor utiliza para colher as evidências sobre as informações das
demonstrações financeiras.”
Segundo ATTIE (1987:172-182) os principais procedimentos de auditoria são:
- Exame físico;
- Confirmação;
- Exame de documentos originais;
- Conferência de cálculos;
- Exame da escrituração;
- Investigação minunciosa;
- Inquérito;
- Exame dos registros auxiliares;
- Correlação das informações obtidas;
- Observação.
2.2.5.1. Exame Físico
Esse procedimento consiste em identificar fisicamente o bem declarado nas
demonstrações financeiras.
O exame físico realizado pelo auditor deve conter as seguintes características:
- Quantidade: a apuração das quantidades reais existentes fisicamente;
15
- Existência física: comprovação, através da constatação visual, de que o objeto ou
item examinado existe realmente;
- Identificação: comprovação através de exame visual do item específico a ser
examinado;
- Autenticidade: poder de discernimento de que o item ou objeto examinado é
fidedigno;
- Qualidade: exame visual de que o objeto examinado permanece em uso, não está
deteriorado e merece fé.
2.2.5.2. Confirmação
Esse procedimento é utilizado para confirmar, bens de propriedade da empresa em
poder de terceiros, direitos a receber e obrigações.
A confirmação implica a obtenção de declaração formal e imparcial de pessoas
independentes à empresa e que estejam habilitadas a confirmar.
Determinada a utilização do procedimento de confirmação deve-se levar em
consideração: data-base de confirmação, amplitude do teste de confirmação, tipo de
confirmação a ser empregado. As considerações referentes a data-base e a amplitude do teste
de confirmação são dependentes da avaliação e efetividade dos controles internos. O tipo de
confirmação a ser empregado é algo pertinente aos desejos de evidências do auditor para
substanciar sua conclusão acerca do assunto.
2.2.5.3. Exame de Documentos Originais
É o procedimento de auditoria voltado para o exame de documentos que comprovem
transações comerciais ou de controle.
Existem dois tipos de documentos: os internos e os externos. Os documentos internos
são produzidos pela própria empresa, já os externos são fornecidos por terceiros à empresa,
normalmente comprovando algum tipo de transação. Esses documentos representam os
comprovantes hábeis que suportam os lançamentos contábeis. O auditor examina esses
documentos com o objetivo de constatar a veracidade dos valores registrados.
16
Quando o auditor realizar o exame dos documentos originais, deve ter sempre em
mente:
- Autenticidade: poder de discernimento para verificar se a documentação
examinada é fidedigna e merece fé;
- Normalidade: determinação de que a transação realizada é adequada em função da
atividade da empresa;
- Aprovação: verificação de que a transação e a documentação suporte foram
efetivamente aprovadas por pessoas em níveis adequados e responsáveis;
- Registro: comprovação de que o registro das operações é adequado em função da
documentação examinada e de que está refletida contabilmente em contas
apropriadas.
2.2.5.4. Conferência de Cálculos
O contador efetua diversos cálculos em todo o processo de elaboração das
demonstrações financeiras. E é evidente, um erro de cálculo pode acontecer e ocasiona uma
informação errada nessas demonstrações. O auditor deve portanto conferir, na base de teste,
esses cálculos.
Embora os valores dispostos possam ter sido conferidos pela empresa, é de grande
importância que sejam conferidos pelo auditor.
A conferência de cálculos é amplamente utilizada em virtude de a quase totalidade das
operações dentro das empresas estar voltada para este processo contábil. É o procedimento de
auditoria voltado para a constatação da adequação das operações aritméticas.
2.2.5.5. Exame da Escrituração
Esta técnica de auditoria é utilizada para a constatação da veracidade das informações
contábeis. É o procedimento de auditoria usado para o levantamento de análises, composições
de saldo, conciliações.
17
2.2.5.6. Investigação Minunciosa
É o exame em profundidade da matéria auditada, que pode ser um documento, uma
análise, uma informação obtida, entre outras. Esta técnica tem por objetivo certificar que o
objeto auditado realmente é fidedigno, devendo o auditor, para tanto ter os conhecimentos
necessários para detectar a existência de anomalias.
A investigação deve ser colocada em prática em tudo o que o auditor examinar.
2.2.5.7. Inquérito
É o método de coleta de informações que o auditor mais utiliza, tanto para a obtenção
de conhecimento do sistema de controle interno, quanto para a obtenção de dados e
identificação de várias tarefas executadas ou explicações necessárias às matérias em exame
pelo auditor.
Consiste na formulação de perguntas e na obtenção de respostas satisfatórias. Pode ser
utilizado através de declarações formais , conversações normais ou sem compromisso.
O principal objetivo do inquérito é obter as informações necessárias ao andamento do
trabalho do auditor. À medida que se quer aprofundar no assunto, deve-se ouvir o pessoal
entrevistado, sobretudo evidentemente, se suas informações contribuem para o trabalho
proposto.
2.2.5.8. Exame dos Registros Auxiliares
O uso desta técnica deve ser sempre conjugado com o uso de outras que possam
comprovar a fidedignidade do registro principal.
Os registros auxiliares constituem, o suporte de autenticidade dos registros principais
examinados.
Ao examinar os registros auxiliares, o auditor deve estar atento à autenticidade e às
possibilidades de serem adulteradas.
18
2.2.5.9. Correlação das Informações Obtidas
Este procedimento é o relacionamento harmônico do sistema contábil de partidas
dobradas.
Os trabalhos realizados pelo auditor, executará serviços que terão relações com outras
áreas do balanço ou do resultado do exercício. À medida que for observando o relacionamento
entre estas, o auditor estará efetuando a correlação das informações obtidas.
2.2.5.10. Observação
É uma técnica indispensável à auditoria, exige senso crítico do auditor, e tal postura
crítica o diferenciará das demais profissões ligadas a contabilidade. Este procedimento pode
revelar erros, problemas ou deficiências através de exame, e é uma técnica dependente dos
conhecimentos e da experiência do auditor, que, colocada em prática, possibilitará que sejam
identificados problemas no item em exame.
2.3. Relatório de Auditoria Interna
O auditor interno utiliza-se do relatório de auditoria interna para informar às pessoas a
quem se dirige do trabalho que realizou, o alcance abrangido pelo trabalho, a forma como o
realizou, as conclusões que chegou e sua opinião sobre o que foi auditado.
Sobre relatório de auditoria interna ATTIE (1987:270) diz:
“O relatório de auditoria constitui a forma pela qual se leva á administração o produto do trabalho do auditor. É através dele que a auditoria evidencia o serviço realizado mostrando à organização suas idéias, pontos de vista e sugestões que, uma vez implementados, constituem-se numa solidez de controles.”
As observações e a opinião do auditor interno são importantes para a administração.
Suas conclusões objetivas e imparciais podem facilmente levar tranqüilidade ao administrador
19
sobre o bom funcionamento das atividades, e suas recomendações podem alertar sobre
matérias que necessitem de melhorias.
A administração poderá, começar a apreciar a significância do produto da auditoria
interna e verificar os resultados que dele poderá obter. A administração pode, aprender a
aceitar a precisão, a objetividade e o bom-senso do auditor e, transformar os relatórios de
auditoria interna em necessidade.
2.3.1. O Processo de Elaboração do Relatório de Auditoria Interna
O auditor interno que elabora um relatório tem uma mensagem a transmitir aqueles
que desejarem lê-lo; assim sendo, necessita dirigi-lo da maneira que melhor transmita essa
mensagem, levando-se sempre em consideração as dificuldades das informações a serem
colocadas, assim como o conhecimento e a capacidade dos seus possíveis leitores.
Para ATTIE (1987:271) o relatório de auditoria interna está relacionado com uma das
três espécies de informações, a saber:
- Tratar da natureza do exame sobre o qual se baseia;
- Oferecer sugestões para aperfeiçoamento do controle interno ou de procedimentos
operacionais;
- Explicar a importância de fatos ou valores observados durante o curso do trabalho.
2.3.2. Critérios para Relatórios de Auditoria Interna
Tem sido geralmente aceito entre os autores pesquisados, que os relatórios de auditoria
interna precisam obedecer os seguintes critérios:
- Precisão: o relatório deve ser completo e escrupulosamente factual. Toda
afirmação categórica deve estar baseada em sólidas evidências. A auditoria interna,
através de permanente esforço, deve desenvolver reputação de confiabilidade, de
tal sorte que qualquer assunto comentado pelo auditor interno não seja objeto de
crítica ou desconfiança;
20
- Concisão: concisão significa o que é supérfluo. Não quer dizer necessariamente ser
curto, porque a matéria em discussão pode demandar relatório extenso; deve-se,
porém, eliminar o que é irrelevante e imaterial;
- Clareza: clareza em relatórios implica, basicamente, colocar na mente do leitor
aquilo que estava na mente do auditor interno quando escreveu e desenvolveu o
relatório;
- Oportunidade: o relatório final não deve ser considerado como um documento
histórico, mas como uma chamada de atenção para a ação, pois é ele que responde
às necessidades do administrador. Por isso, seu efeito será nulo se não for
oportuno, o que não significa que não deva ser cuidadosamente pensado;
- Tom: finalmente, o relatório de auditoria interna deve ter um tom próprio,
adequado e cortês; precisa considerar seu efeito sobre o pessoal subordinado aos
administradores e não identificar indivíduos ou fiscalizar erros das pessoas. É
recomendável evitar insignificância e trivialidades, ser coeso, harmônico e dizer
tudo sem ferir sucetibilidades.
2.3.3. Formas de Relatórios de Auditoria Interna
Não há um padrão universal que determine a forma e o formato que o relatório de
auditoria interna deve possuir. Cada auditoria interna emprega uma forma de relatório que
mais se coaduna às suas necessidades e às dos administradores, formatando-o de maneira
consciente e apropriada às circunstâncias.
A forma do relatório de auditoria interna pode também depender do trabalho proposto,
dos aspectos observados durante sua execução, além da necessidade de informar a terceiros
aquilo que dele é esperado.
Os relatórios de auditoria interna devem ser formalizados e indicar a posição da
auditoria interna acerca da matéria examinada. À medida do possível deve mencionar pontos
de vista dos dirigentes responsáveis, as questões que exigem estudo posterior e a existência de
condições deficientes que precisam de definições e estudos subseqüentes.
21
Segundo ATTIE (1987:289-290) os relatórios mais comuns utilizados são os
seguintes:
- Relatório de auditoria interna de forma breve;
- Relatório de auditoria interna de forma longa;
- Síntese de relatório de auditoria interna;
- Relatório de auditoria interna progressivo.
2.3.3.1. Relatório de Auditoria Interna de Forma Breve
Esse relatório pode ser utilizado quando o exame não revelar aspectos fundamentais
que devam ser divulgados a terceiros. Neste sentido, o exame de demonstrações financeiras
integral ou parcial, o estudo e avaliação de controle interno ou teste de procedimentos, e o
exame específico que nada tenha revelado de anormalidade podem ser considerados para
efeito da emissão do relatório de auditoria interna de forma breve.
2.3.3.2. Relatório de Auditoria Interna de Forma Longa
Em virtude da enorme variedade de possibilidade na elaboração de relatórios de
auditoria interna de forma longa, é impossível estabelecer um modelo padrão aplicável a
qualquer circunstância. Cada relatório deve ser tratado como um item específico, tendo-se em
mente os fatos de determinada situação. Isso significa que, em alguns casos, determinado tipo
de informação será desenvolvido, enquanto em outra situação pode ser exigida diferente
técnica.
2.3.3.3. Síntese de Relatório de Auditoria Interna
Em geral, quando os trabalhos de auditoria interna indicam gama muito grande de
aspectos que precisam ser comentados, a forma do relatório assume característica extensa.
Entretanto, nem todas as pessoas que recebem o relatório precisam ser notificadas a respeito
de minúcias. Por vez, o relatório detalhado, de acordo com a definição dada pelos
administradores, somente deve ser enviado aos responsáveis pela atividade ou área
examinada, e os supervisores hierárquicos dos destinatários querem ser avisados acerca da
22
essência dos mesmos. Neste sentido, uma síntese dos relatórios de auditoria, esclarecendo, de
forma resumida, os principais aspectos neles contidos, assume importância e significado e é
uma forma eficaz de esclarecer os resultados da auditoria interna.
2.3.3.4. Relatório de Auditoria Interna Progressivo
Esse relatório torna-se de extrema valia quando os trabalhos de auditoria interna
demandam muito tempo. Além disso, a constatação de pontos que necessitam de solução
tempestiva não pode aguardar o encerramento da tarefa para serem levados ao conhecimento
geral. A oportunidade deve ser literalmente aproveitada, levando o problema ao conhecimento
do administrador no momento exato da descoberta, concedendo-lhe possibilidade de obter
ação ou de iniciar o estudo que o caso requeira rapidamente.
2.4. Auditoria Interna do Departamento de Pessoal
A auditoria do departamento de pessoal pretende não só zelar pelo patrimônio da
empresa como também precaver eventuais falhas, além de verificar se os sistemas de controle
interno são ou não adequados à segurança da empresa. Ainda compete à auditoria verificar se
a legislação trabalhista e previdênciária esta sendo seguida e alertar sobre sua eventual
infração.
As despesas com pessoal constituem uma área bastante vulnerável que se presta à
existência de inúmeros erros de cálculos e contabilizações, como também constituem terreno
propício para a consecução de fraudes. Muitas vezes o excessivo número de empregados em
uma grande empresa e a contratação de pessoal mal remunerado ou ineficiente para a gerência
do setor de pessoal, contribuem para a fragilidade desse setor.
Em certas situações a culpa pelo descontrole decorre de um sistema de processamento
de dados eletrônico mal programado, que inclusive não leva em consideração as necessidades
de controle contábil.
Pode-se salientar que a auditoria do departamento de pessoal é um dos trabalhos mais
importantes do auditor interno, tendo em vista a sua ação em vários campos como contábil,
pessoal e legislativo.
23
2.4.1. Procedimentos de Rotina no Departamento de Pessoal
2.4.1.1. Rotina de Admissão de Funcionários
Uma vez selecionado o candidato ao emprego, procede-se à admissão, cuja rotina
observa os seguintes critérios:
- Exame médico;
- CTPS;
- Livro ou ficha de registro de empregado;
- Contrato individual de trabalho.
2.4.1.1.1. Exame Médico
Conforme art. 168 da CLT “será obrigatório exame médico, por conta do empregador,
nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas
pelo Ministério do Trabalho: I – na admissão; II – na demissão; III – periodicamente.”
2.4.1.1.2. Carteira de Trabalho e Previdência Social
Conforme o art. 13 da CLT “a CPTS é obrigatória para o exercício de qualquer
emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por
conta própria de atividade profissional remunerada.”
2.4.1.1.3. Livro ou Ficha de Registro de Empregado
O empregador está obrigado a efetuar o registro de seus empregados tão logo os
mesmos iniciem a prestação de seus serviços.
De acordo com o art. 41 da CLT “em todas as atividades será obrigatório para o
empregador o registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.”
24
2.4.1.1.4. Contrato Individual de Trabalho
Conforme art. 442 da CLT “contrato de trabalho é o acordo tácito ou expresso,
correspondente à relação de emprego.”
Quanto à natureza, os contratos dividem-se em dois grandes grupos que são:
- Prazo determinado;
- Prazo indeterminado.
2.4.1.2. Folha de Pagamento
A confecção da folha de pagamento, além de um procedimento de caráter trabalhista,
decorre de obrigatoriedade prevista no art. 47 do ROCSS.
A folha de pagamento divide-se em:
- Proventos;
- Descontos.
2.4.1.2.1. Proventos
Salário Mínimo: de acordo com o art. 76 da CLT “salário mínimo é a contraprestação
mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao
trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em
determinada época e região do país, as suas necessidades normais de alimentação habitação,
vestuário, higiene e transporte.”
Remuneração: conforme o art. 457 da CLT “compreendem-se na remuneração do
empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.”
Horas suplementares – extra: o art. 59 da CLT diz "a duração normal do trabalho
poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho."
25
Adicional noturno: conforme art. 73 da CLT “salvo nos casos de revezamento semanal
ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua
remuneração terá um acréscimo de 20%, pelo menos, sobre a hora diurna.”
Adicional de periculosidade: o art. 193 § 1º da CLT diz que “o trabalho em condições
de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.”
Adicional de insalubridade: de acordo com o art. 192 da CLT “o exercício de trabalho
em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do
Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário
mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.”
2.4.1.2.2. Descontos
Contribuição sindical: conforme art. 579 da CLT "a contribuição sindical é devida por
todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou
de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou
profissão, ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591.”
Vale-transporte: de acordo com o decreto nº 95.247/87 art. 2º “o vale-trasnporte
constitui benefício que o empregador antecipa ao trabalhador para utilização efetiva em
despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa.”
Contribuição assistencial: esta contribuição decorre de convenção coletiva ou pode ser
determinada a sentença normativa em dissídio coletivo.
Contribuição confederativa: a Constituição Federal de 1988 prevê que os sindicatos
poderão, através de assembléia-geral, fixar a chamada contribuição confederativa que será
descontada em folha dos empregados.
Contribuição para a previdência social: a empresa deverá descontar de seus
empregados a contribuição previdenciária que incidirá sobre a remuneração efetivamente
paga ou creditada o mês, até o limite estipulado pela legislação.
26
Imposto de renda: a empresa tributa os rendimentos provenientes do trabalho
assalariado, com base na tabela progressiva instituída pelo governo federal.
2.4.1.3. Salário Família
Conforme lei nº 4.266/63 art. 1º “o salário-família, instituído por esta lei, será devido,
pelas empresas vinculadas à previdência social, a todo empregado, como tal definido na CLT,
qualquer que seja o valor e a forma de sua remuneração, e na proporção do respectivo número
de filhos.”
2.4.1.4. Férias
De acordo com o art. 129 da CLT “todo o empregado terá direito anualmente ao gozo
de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.”
2.4.1.5. Décimo Terceiro Salário
Conforme lei nº 4.090/62 art. 1º “no mês de dezembro de cada ano, a todo empregado
será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independente da remuneração a que
fizer jus.”
Essa gratificação corresponde a 1/12 de remuneração devida em dezembro ao
empregado, proporcional aos meses trabalhados.
2.4.1.6. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
São depósitos mensalmente efetuados pelos empregadores, para benefício dos
empregados.
A lei nº 8.036/90 art. 2º diz “o FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas
a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com
atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.”
27
2.4.1.7. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
Com a finalidade de proporcionar ao governo elementos para apuração do fluxo do
movimento de mão-de-obra do país, todas as empresas que admitirem, transferirem ou
demitirem empregados ficam obrigadas a fazer a respectiva comunicação ao Ministério de
Trabalho. Essa comunicação deve ser feita através da entrega do formulário do cadastro geral
de empregados e desempregados, que deve ser entregue até o décimo quinto dia do mês
subseqüente ao da ocorrência do fato.
2.4.1.8. Relação Anual de Informações Socais
Conforme decreto nº 76.900/75 art. 1º da CLT “fica instituída a RAIS, a ser
preenchida pelas empresas, contendo elementos destinados a suprir as necessidades de
controle, estatística e informações das entidades governamentais da área social.”
2.4.1.9. Rescisão Contratual
Ocorre rescisão de contrato de trabalho, por manifestação de vontade de ambas as
partes, configurando-se um distrato. Poderá partir de iniciativa de uma das partes,
caracterizando-se despedimento quando partir do empregador e pedido de demissão quando
partir do empregado.
O art. 477 da CLT diz “é assegurado a todo o empregado, não existindo prazo
estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para
cessação das relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma indenização, paga na
base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.”
28
3. METODOLOGIA
3.1. Tipo de Pesquisa
Aqui, adotamos, a tipologia de VERGARA (1998:44-45) que classifica as pesquisas
quanto aos fins e quanto aos meios.
3.1.1. Quanto aos Fins
Pesquisa descritiva: foram expostos os controles internos adotados no departamento de
pessoal da empresa identificando possíveis erros.
Investigação explicativa: foram explicados os procedimentos a serem adotados em
cada rotina obedecendo a legislação trabalhista vigente no país e as convenções coletivas de
trabalho, confrontando com a prática da empresa.
Pesquisa aplicada: analisaram-se os documentos trabalhistas e convenções coletivas de
trabalho da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. para verificar possíveis erros ou
omissões e sugerir as devidas correções.
3.1.2. Quanto aos Meios
Pesquisa de campo: foram feitas investigações na documentação do departamento de
pessoal a fim de constatar se a empresa vem cumprindo plenamente a legislação trabalhista
vigente no país e as convenções coletivas de trabalho.
Pesquisa telematizada: buscaram-se informações junto a internet, sobre legislação
trabalhista e associações sindicais referentes à empresa.
Investigação documental: o trabalho foi realizado utilizando documentos trabalhistas e
convenções coletivas de trabalho.
Pesquisa bibliográfica: realizou-se um estudo com base na CLT e convenções
coletivas de trabalho de cada categoria existente na empresa, além de fundamentação teórica
em livros, revistas especializadas, jornais e todo material disponível ao público em geral.
Investigação ex post facto: o trabalho foi realizado com base em documentos
trabalhistas e dissídios já elaborados, portanto, não poderão ser ajustados, pois foram
elaborados com base em dados passados.
Estudo de caso: pretendeu-se verificar se a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
está atuando em conformidade com a legislação trabalhista vigente no país e as convenções
coletivas de trabalho.
3.2. Universo e Amostra
O universo e a amostra foram a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda., localizada
na rua Daltro Filho, 1800, centro, Santo Ângelo – RS.
3.3. Seleção dos Sujeitos
Os sujeitos da pesquisa foram o responsável pelo departamento de pessoal e os
funcionários da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
3.4. Coleta de Dados
A pesquisa de campo foi desenvolvida na empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda. no
período de 1/08/2000 a 30/09/2000.
30
A pesquisa telematizada foi feita na internet, visando buscar maiores informações
sobre a legislação trabalhista vigente no país.
A pesquisa documental foi realizada na empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda., a
fim de identificar possíveis fraudes e erros que possam levar a empresa a enfrentar problemas
maiores referentes a causas trabalhistas.
A pesquisa bibliográfica foi feita em livros, manuais de orientação, CLT, convenções
coletivas de trabalho, teses e dissertações que contenham informações sobre o assunto.
A pesquisa ex post facto foi realizada nos documentos originais do departamento de
pessoal da empresa pelo fato de que a análise destes será a base para a realização do trabalho
de auditoria.
O estudo de caso foi desenvolvido através da análise da documentação da empresa
afim de verificar se a mesma está cumprindo as convenções coletivas de trabalho e a
legislação trabalhista vigente no país no período de 1995 a 1999.
Com base nas pesquisas de campo, telematizada, documental, bibliográfica, ex pos
facto e estudo de caso, pretendeu-se atingir o objetivo final de realizar uma auditoria interna
no departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda., verificando se a
mesma estaria atuando em conformidade com a legislação trabalhista vigente no país e as
convenções coletivas de trabalho.
3.5. Tratamento dos Dados
Os dados foram tratados de forma quantitativa quando se proceder a revisão dos
cálculos das rotinas trabalhistas, como por exemplo folha de pagamento, encargos sociais, etc.
Os dados forma tratados de forma qualitativa, quando utilizados em procedimentos de
auditoria para verificação dos controles internos do departamento de pessoal da empresa,
como por exemplo, observações e sugestões para melhoramentos no departamento de pessoal
da empresa, se for o caso.
31
3.6. Limitações do Método
O método escolhido apresentou algumas dificuldades e limitações tais como:
- Referente a coleta de dados a amostra de dez funcionários não foi suficiente para
garantir que se observe todas as irregularidades possíveis de ocorrer na empresa.
Mesmo assim, julgou-se que o trabalho foi desenvolvido satisfatoriamente, atingindo
todos os objetivos propostos.
32
4. HISTÓRICO DA EMPRESA
A Gráfica Jornal das Missões Ltda. foi fundada em 1983, com o objetivo de
democratizar a informação na região missioneira. Seus fundadores foram Adroaldo Mousquer
Loureiro e o já falecido Marcelino Debacco.
A empresa permaneceu por quase dez anos instalada num prédio da avenida Brasil,
onde no início o jornal circulava semanalmente. Ainda nesse período, o jornal passou a
circular duas vezes por semana.
No final de 1992 transferiu-se para sua sede própria, localizada na rua Daltro Filho,
1800. Na sede própria, uma série de novos projetos foram desenvolvidos, com fortes
investimentos no parque gráfico e na área de recursos humanos. A informatização foi
implantada primeiramente no setor de composição e gradativamente passou a ser uma
realidade também na redação, departamento de circulação, administração e finanças.
Em setembro de 1993 o periódico passou a circular três vezes por semana, sistema que
é adotado até hoje. A partir de então os investimentos na área de recursos humanos passaram
a ser cada vez mais intensos, buscando o máximo de profissionalismo para corresponder às
exigências dos leitores, cada vez mais críticos, bem informados e participativos.
Em 1999 a empresa aderiu ao Programa de Qualidade Total, buscando mais uma vez
acompanhar os modernos conceitos de administração e prestação de serviços.
No mês de maio de 2000, em Porto Alegre, o diretor da Gráfica Jornal das Missões
Ltda. Eduardo Debacco Loureiro recebeu das mãos do empresário Jorge Gerdau Johannpeter,
presidente do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, o Diploma de Registro de
Distinção, fornecido ás organizações que alcançaram mais de cem pontos no Sistema de
Avaliação do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade.
A Gráfica Jornal das Missões Ltda. busca constantemente a evolução, apresentando
novidades e seguindo as mais modernas tendências do jornalismo mundial, com isso o seu
jornal consolidou-se como líder incontestável em número de assinantes e venda em bancas,
consolidando o projeto iniciado corajosamente por Adroaldo Mousquer Loureiro e o já
falecido Marcelino Debacco.
34
5. RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA
5.1. Relação dos Funcionários Selecionados para a Auditoria
A empresa possuía 35 funcionários em 30/04/00 e para realizar a auditoria interna no
departamento de pessoal definiu-se uma amostragem de dez funcionários, os quais foram
escolhidos aleatoriamente para a análise:
Tabela 1 – Relação dos Funcionários Analisados
Funcionário Função AdmissãoÂngela Maria Lima de Mattos Serviços Gerais 18/09/1996Carlos Rogério Blum Digitador Fotocomposição 02/08/1993Eliezer Siqueira Franco Contínuo 04/12/1992Evandro Sidnei Thaupa Talonador 01/01/1999Gilda Terezinha G. Kalrlinski Jornalista 01/07/1993João Vanderlei dos Santos Tipógrafo 02/09/1991Luis Fernando de Souza Colunista Social 01/06/1991Maria Janete Locateli Chefe Escritório 01/08/1992Olivedi Padilha Leite Encadernador 01/09/1995Paulo Rogério dos Santos Impressor 01/02/1992Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
5.2. Procedimentos de Rotina de Admissão de Funcionários
Na admissão do funcionário deve-se observar os seguintes critérios:
- Exame médico admisssional: é obrigatório e tem por finalidade constatar a
capacidade física e mental do funcionário para o exercício da função para a qual
está sendo admitido;
- CTPS: deve ser exigida pela empresa para que a mesma proceda às anotações
referentes ao contrato de trabalho;
- Livro ou ficha de registro de empregado: a empresa é obrigada a efetuar o registro
do funcionário tão logo ele inicie a prestação de seus serviços.
Na admissão também podem ser solicitados os seguintes documentos:
- Título de eleitor;
- Certificado de reservista;
- CPF;
- Cédula de identidade;
- Fotografia;
- Certidão de casamento, se for o caso;
- Certidões de nascimento de filhos menores de 14 anos;
- Atestado de invalidez dos filhos de qualquer idade;
- Declaração de dependentes do imposto de renda na fonte;
- Declaração para fins de vale-transporte.
Analisou-se as admissões do 1º semestre de 1999 e constatou-se a falta de informações
no livro de registro de empregados, tais como anotações referente contribuição sindical, dados
cadastrais (estado civil, grau de instrução, residência), filiação no sindicato.
Sugere-se que a empresa ao admitir empregados exija que estes tragam sempre todos
os documentos necessários para o devido cadastramento e que a empresa preencha no livro de
registro de empregados as informações necessárias e que as mantenha sempre atualizadas.
5.3. Exame Médico
É obrigatório exame médico, por conta do empregador:
- Na admissão: por ocasião da admissão do empregado, é obrigatório o exame médico,
que tem por finalidade constatar sua capacidade física e mental para o exercício da
função para a qual está sendo admitido;
- Periodicamente: nas atividades insalubres, o exame médico será renovado de seis em
seis meses e, nas demais atividades, anualmente;
- Na demissão: é obrigatório o exame médico por ocasião da cessação do contrato de
trabalho, nas atividades ou operações insalubres, desde que o último exame tenha sido
36
realizado há mais de 90 dias. As empresas ficam obrigadas a fornecer ao empregado,
por ocasião da demissão, o atestado de saúde ocupacional.
Verificou-se a documentação dos dez funcionários selecionados para amostra e
constatou-se que a empresa não realiza o exame médico periódico dos funcionários que
recebem insalubridade.
Sugere-se que a empresa adote a realização do exame médico periódico de acordo com
a exigência legal.
5.4. Livro ou Ficha de Registro de Empregado
O empregador está obrigado a efetuar o registro de seus empregados tão logo os
mesmos iniciem a prestação de seus serviços. Esse registro poderá ser feito em livro, ficha ou
por sistema eletrônico, devendo as empresas que adotarem este último critério seguir
instruções fornecidas pelo Ministério do Trabalho.
O livro ou ficha de registro de empregados deverá conter as seguintes informações:
- Identificação do empregado, com número e série da CTPS, ou número de identificação
do trabalhador;
- Data de admissão e demissão;
- Cargo ou função;
- Remuneração e forma de pagamento;
- Local e horário de trabalho;
- Concessão de férias;
- Identificação da conta vinculada do FGTS e da conta do PIS/PASEP;
- Acidente do trabalho e doença profissional, quando tiverem ocorrido;
O registro de empregados, feito em livro ou fichas, deverá estar sempre atualizado e
numerado seqüencialmente por estabelecimento, cabendo ao empregador ou seu representante
legal a responsabilidade pela autenticidade das informações nele contidas.
Analisou-se os livros de registro de empregados dos dez funcionários selecionados para
amostra e constatou-se as seguintes irregularidades:
37
- Nenhum funcionários apresentava anotações referentes a contribuição sindical;
- Cinco funcionários não possuíam anotações referente a filiação no sindicato;
- Oito funcionários não apresentavam anotações referente aos dados cadastrais, tais
como estado civil, grau de instrução, residência, situação militar;
- Quatro funcionários não possuíam anotações referente ao horário de trabalho;
- Dois funcionários não possuíam fotografia.
Também constatou-se que um funcionário foi registrado conforme notificação do
Ministério do Trabalho a data de admissão é retroativa a 1/01/1999 ficando sem efeito a data
de 1/10/1999.
Sugere-se que a empresa verifique os livros de registro de empregados com a finalidade
de constatar a falta de informações, e que mantenha essas informações sempre atualizadas,
obedecendo assim as normas legais. Recomendamos ainda que a empresa registre os
funcionários no livro de registros de empregados no momento em que for admitido,
cumprindo assim a legislação trabalhista.
5.5. Salário Família
O salário família é devido a todo empregado na proporção do número de filhos
menores, de qualquer condição (legítimos, ilegítimos, adotivos, enteados, tutelado e que
vivam sob guarda), até 14 anos ou filhos inválidos de qualquer idade.
Para a concessão de salário família o pai ou a mãe, devem comprovar a filiação pela
apresentação da certidão de nascimento ou da documentação relativa ao equiparado para os
demais casos. O trabalhador deve assinar um termo de responsabilidade, comprometendo-se a
comunicar de imediato a ocorrência dos seguintes fatos que determinam a perda do direito ao
salário família:
- Óbito do filho;
- Cessação da invalidez de filho invalido;
- Sentença judicial que determine o pagamento a outrem nos casos de separação,
abandono de filho ou perda do pátrio poder.
38
Tabela 2 – Salário Família
Vigência Remuneração Valor
01/05/95 a 30/04/96 até 249,80acima de 249,80
6,660,83
01/05/96 a 31/12/96 até 287,27acima de 287,27
7,660,95
01/01/97 a 31/05/97 até 287,27acima de 287,27
7,670,95
01/06/97 a 31/05/98 até 309,56acima de 309,56
8,251,02
01/06/98 a 30/11/98 até 324,45acima de 324,45
8,651,07
01/12/98 a 31/12/98 até 324,45de 324,45 até 360,00
8,651,07
01/01/99 a 30/06/99 até 360,00 8,65
Fonte: Informativo COAD
Verificou-se a documentação dos dez funcionários selecionados para a amostra e
constatou-se as seguintes irregularidades:
- Um funcionário não apresentava o termo de responsabilidade para a concessão do
salário família;
- Um funcionário não apresentava a ficha de salário família.
Também verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para
amostra no período de julho/95 até junho/99 e não foi constatada nenhuma irregularidade.
Recomenda-se que a empresa revise a documentação dos funcionários e que solicite
aos mesmos a documentação que estiver faltando, e que também procure manter atualizada as
informações das fichas de salário família e termos de responsabilidade para concessão de
salário família.
5.6. Rotinas da Folha de Pagamento
Em todas as empresas é obrigatória a confecção da folha de pagamento, pois nela constam
informações individuais dos proventos e descontos que comprovam o que realmente foi pago
e retido do funcionário.
Analisou-se os seguintes itens referente a rotina da folha de pagamento:
39
- Salários;
- Horas extras;
- Adicional de insalubridade/periculosidade;
- Adicional por tempo de serviço;
- Contribuição para a previdência social;
- IRRF;
- Contribuição sindical;
- Contribuição Assistencial;
- Vale-transporte.
Serão abordados a seguir os itens acima citados, conforme suas peculiaridades.
5.6.1. Salário
É a remuneração devida ao empregado pela prestação de serviços, em decorrência do
contrato de trabalho. Integram o salário não só a importância fixa e estipulada, como também
as comissões, gorjetas, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens que
excedam 50% do salário percebido pelo empregado e abonos pagos pelo empregador.
O salário pode ser pago mensal, quinzenal, semanal ou diariamente, por peça ou
tarefa; sempre se obedecerá ao salário mínimo com exceção do menor aprendiz, pois lhe será
paga uma quantia nunca inferior a 50% do salário mínimo durante a primeira metade da
duração máxima prevista para o aprendizado do respectivo ofício. Na segunda metade passará
a perceber, pelo menos, dois terços do salário mínimo.
5.6.1.1. Pagamento do Salário
O pagamento do salário qualquer que seja a modalidade de trabalho, não deve ser
estipulado por período superior a um mês, salvo no que concerne a comissões percentagens e
gratificações. O salário deve ser pago até o 5º dia útil do mês seguinte.
O pagamento pode ser feito em dinheiro ou cheque. Em caso de fazê-lo em cheque, o
empregador deve proporcionar ao empregado:
40
- Horário que permita o desconto do cheque, imediatamente após sua emissão;
- Possibilidade para evitar qualquer prejuízo, inclusive gastos com transportes;
- Condição que impeça qualquer atraso no recebimento do salário.
De acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias Gráficas de Ijuí e a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado do RS sempre que o prazo legal para o pagamento dos salários expirar
em dias não úteis, deverá ser antecipado para o primeiro dia útil anterior.
Analisou-se os recibos de pagamento das folhas de pagamento do 1º semestre de 1999
dos dez funcionários selecionados para amostra e constatou-se as seguintes irregularidades:
- Os recibos de pagamento do funcionário Luis Fernando de Souza de janeiro a
junho não apresentam a data de pagamento;
- A funcionária Ângela M. Lima de Mattos recebeu o salário janeiro fora do prazo
estipulado legalmente;
- O recibo de pagamento do funcionário Carlos Rogério Blum de fevereiro não
apresenta assinatura;
- Os recibos de pagamento da funcionário Maria Janete Locateli de abril e maio não
apresentam a data de pagamento;
- O recibo de pagamento do funcionário Eliezer Siqueira Franco de maio não
apresenta a data de pagamento e não está assinado;
- O recibo de pagamento do funcionário Paulo Rogério dos Santos de maio não
apresenta a data de pagamento.
Sugere-se que a empresa solicite ao funcionário o preenchimento do campo referente à
data e que o departamento de pessoal verifique sempre se o funcionário assinou o recibo. A
empresa deve observar o prazo estabelecido legalmente para o pagamento dos salários dos
funcionários, evitando assim o pagamento fora do prazo.
5.6.1.2. Salário-base
Conforme a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias Gráficas de Ijuí ficam estabelecidos salários normativos para os integrantes da
categoria profissional:
41
Tabela 3 – Salários Normativos
Convenção Coletiva de Trabalho Grupo Salários Normativos
Ano 1995
1º2º3º4º5º
Não catalogados
343,20299,20257,40213,40187,00162,80
Ano 1996
1º2º3º4º5º
Não catalogados
435,60378,40325,60270,60237,60200,20
Ano 1997
1º2º3º4º5º
Não catalogados
466,40404,80347,60290,40255,20211,20
Ano 1998
1º2º3º4º5º
Não catalogados
499,40433,40374,00310,20272,80226,60
Ano 1999
1º2º3º4º5º
Não catalogados
519,20451,00389,40323,40283,80235,40
Fonte: Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Ijuí
Ficam estabelecidos pisos salariais conforme a Convenção Coletiva de Trabalho do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS:
Tabela 4 – Piso Salarial
Convenção Coletiva de Trabalho Piso SalarialAno 1995 375,00Ano 1996 460,00Ano 1997 489,90Ano 1998 489,90Ano 1999 593,22
Fonte: Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS
42
Verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra
no período de julho/95 até junho/99 e constatou-se as seguintes irregularidades:
Tabela 5 – Diferenças Apuradas no Salário-base
Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada
Eliezer S. Franco
Ago/95 100,00 162,80 62,80Dez/95 100,00 162,80 62,80Mai/96 112,00 200,20 88,20Ago/96 112,00 200,20 88,20Dez/96 112,00 200,20 88,20Mai/97 120,00 211,20 91,20Ago/97 120,00 211,20 91,20Dez/97 120,00 211,20 91,20Mai/98 130,00 226,60 96,60Ago/98 130,00 226,60 96,60Dez/98 130,00 226,60 96,60Fev/99 130,00 226,60 96,60Mai/99 136,00 235,40 99,40Total 1.552,00 2.701,60 1.149,60
Gilda T. G. KalrlinskiAgo/95 215,34 375,00 159,66Ago/97 460,00 489,90 29,90Total 675,34 864,90 189,56
Luis Fernando de Souza
Ago/95 150,00 162,80 12,80Dez/95 150,00 162,80 12,80Mai/96 168,00 200,20 32,20Ago/96 168,00 200,20 32,20Dez/96 168,00 200,20 32,20Mai/97 180,00 211,20 31,20Ago/97 180,00 211,20 31,20Dez/97 180,00 211,20 31,20Mai/98 195,00 226,60 31,60Ago/98 195,00 226,60 31,60Dez/98 195,00 226,60 31,60Fev/99 195,00 226,60 31,60Mai/99 204,00 235,40 31,40Total 2.328,00 2.701,60 373,60
Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
Sugere-se que a empresa salde as diferenças apuradas e que passe a obedecer a
convenção coletiva de trabalho das categorias, evitando futuras reclamatórias trabalhistas.
43
5.6.1.3. Reajuste Salarial
A Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
Gráficas de Ijuí estabelece os seguintes reajustes salariais:
Tabela 6 – Reajuste Salarial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Ijuí
Convenção Coletiva de Trabalho Reajuste Salarial (%)Ano 1995 34,74Ano 1996 21,89Ano 1997 8,56Ano 1998 4,28Ano 1999 4,00
Fonte: Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Ijuí
Já a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no
Estado do RS estabelece os seguintes reajustes salariais:
Tabela 7 – Reajuste Salarial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS
Convenção Coletiva de Trabalho Reajuste Salarial (%)Ano 1995 42,18Ano 1996 16,50Ano 1997 6,50Ano 1998 4,00Ano 1999 3,00
Fonte: Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS
Analisou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra
no período de junho/95 até julho/99 e constatou-se as seguintes irregularidades:
Tabela 8– Diferenças Apuradas no Reajuste Salarial
Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada
Eliezer S. Franco Mai/96 12,00 15,32 3,32Total 12,00 15,32 3,32
Luis Fernando de Souza
Mai/96 18,00 22,98 4,98Total 18,00 22,98 4,98
Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
Recomenda-se que a empresa salde as diferenças apuradas e que passe a obedecer a
convenção coletiva de trabalho das categorias, evitando futuras reclamatórias trabalhistas.
44
5.6.2. Horas Extras
A duração normal de trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, não
excedendo a duas horas, mediante acordo entre empregador e empregado, ou mediante acordo
coletivo ou convenção coletiva de trabalho, devendo obrigatoriamente o empregador pagar,
pelo menos, mais 50% sobre a hora normal. No caso, se houver horas extras ordinárias em
domingos e feriados, o acréscimo será de 100% sobre a hora normal.
As horas trabalhadas nos dias destinados ao repouso semanal, serão remuneradas em
dobro, sem prejuízo da remuneração devida à título de repouso semanal remunerado, nestes
dias.
Se houver compensação de horário, para fazer a prorrogação de horas de trabalho é
necessário saber qual é o excesso de tempo de trabalho por dia. Esse tempo excedente não
deverá ultrapassar a duas horas.
Analisou-se as folhas de pagamento do 1º semestre de 1999 e não constatou-se
nenhuma irregularidade quanto ao item horas extras.
5.6.3. Adicional de Insalubridade/Periculosidade
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do
tempo de exposição aos seus efeitos. O exercício de trabalho em condições insalubres
assegura ao empregado um adicional de insalubridade equivalente:
- 40% sobre o salário mínimo, para a insalubridade em grau máximo;
- 20% sobre o salário mínimo, para a insalubridade em grau médio;
- 10% sobre o salário mínimo, para a insalubridade em grau mínimo.
No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade será considerado apenas o
de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedado o pagamento
cumulativo.
45
A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento
do adicional , podendo a eliminação ou neutralização ocorrer:
- Com a adoção de medidas de ordem geral, que conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de tolerância;
- Com a utilização de equipamento de proteção individual.
A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de
avaliação pericial, por órgão competente, que comprove a inexistência de risco a saúde do
trabalhador.
O adicional de insalubridade, que é pago em caráter permanente, integra a
remuneração do empregado para todos os efeitos, como no pagamento de férias, 13ºsalário,
bem como em rescisão de contrato de trabalho.
Segundo a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias Gráficas de Ijuí no período de 1995 até 1999, as empresas devem pagar aos
funcionários que tem direito a insalubridade em grau médio um percentual de 20% sobre o
salário mínimo.
A Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas no Estado do RS de
1995 até 1999 diz que as empresas devem pagar um percentual de 30% sobre o salário
mínimo aos funcionários que tem direito a insalubridade.
Conferiu-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra
no período de 1995 até 1999 e constatou-se a seguinte irregularidade na folha de pagamento
de maio/98:
Tabela 9 - Diferenças Apuradas no Adicional de Insalubridade
Funcionário Valor Empresa Valor Correto Diferença ApuradaCarlos Rogério Blum 24,00 26,00 2,00Paulo Rogério dos Santos 24,00 26,00 2,00Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
Sugere-se que a empresa salde essas diferenças e observe as alterações no salário
mínimo evitando futuras cobranças judiciais.
46
5.6.4. Adicional por Tempo de Serviço
Conforme a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias Gráficas de Ijuí de 1995 até 1999 fica assegurado a todos os membros da categoria
profissional o direito de um adicional mensal por tempo de serviço num percentual de dois
por cento de seu salário básico a cada cinco anos de trabalho na mesma empresa.
Segundo a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas no Estado do
RS e 1995 até 1999 as empresas concederão um adicional de seis por cento sobre o salário
básico, a título de qüinqüênio.
Verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra
no período de Julho/95 a Junho/99 e constatou-se as seguintes irregularidades:
Tabela 10 – Diferenças Apuradas no Adicional por Tempo de Serviço
Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada
Eliezer S. Franco
Dez/97 2,40 4,22 1,82Mai/98 2,60 4,53 1,93Ago/98 2,60 4,53 1,93Dez/98 1,99 3,47 1,48Fev/99 2,60 4,53 1,93Mai/99 2,72 4,71 1,99Total 14,91 25,99 11,08
Luis Fernando de Souza
Ago/96 3,36 4,00 0,64Dez/96 3,36 4,00 0,64Mai/97 3,60 4,22 0,62Ago/97 3,60 4,22 0,62Dez/97 3,60 4,22 0,62Mai/98 3,90 4,53 0,63Ago/98 3,90 4,53 0,63Dez/98 3,90 4,53 0,63Fev/99 2,73 3,17 0,44Mai/99 4,08 4,71 0,63Total 36,03 42,13 6,10
Paulo Rogério dos Santos
Mai/97 - 8,10 8,10Total - 8,10 8,10
Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
Para evitar possíveis reclamatórias trabalhistas recomenda-se que a empresa obedeça a
convenção coletiva de trabalho das categorias e salde as diferenças apuradas.
47
5.6.5. Contribuição para a Previdência
A base para o cálculo da contribuição para o INSS é o salário, horas extras, adicional
de insalubridade/periculosidade, 13ºsalário e outros valores admitidos em lei pela previdência
social. Para efetuar a auditoria nos descontos de INSS foi utilizada a tabelas a abaixo:
Tabela 11 – Salário de Contribuição para o INSS
Vigência Salário de Contribuição Desconto do Segurado (%)
Maio/1995 a Julho/1995 Até 249,80de 249,81 a 416,33de 416,34 a 832,66
8,009,0010,00
Agosto/1995 a Abril/1996 Até 249,80de 249,81 a 416,33de 416,34 a 832,66
8,009,0011,00
Maio/1996 a Maio/1997Até 287,27
de 287,28 a 360,00de 360,01 a 478,78de 478,79 a 957,56
7,828,829,0011,00
Junho/1997 a Abril/1998Até 309,56
de 309,57 a 360,00de 360,01 a 515,93
de 515,94 a 1.031,87
7,828,829,0011,00
Maio/1998
Até 309,56de 309,57 a 390,00de 390,01 a 515,93
de 515,94 a 1.031,87
7,828,829,0011,00
Junho/1998 a 15/12/1998
Até 324,45de 324,46 a 390,00de 390,01 a 540,75
de 540,76 a 1.081,50
7,828,829,0011,00
16/12/1998 a 31/12/98
Até 360,00de 360,01 a 390,00de 390,01 a 600,00
de 600,01 a 1.200,00
7,828,829,0011,00
Janeiro/1999 a Maio/1999Até 360,00
de 360,01 a 600,00de 600,01 a 1.200,00
8,009,0011,00
01/06/1999 a 16/06/1999Até 376,60
de 376,61 a 627,66de 627,66 a 1.255,32
8,009,0011,00
Fonte: Informativo COAD
Analisou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra
no período de julho/95 até junho/99 e apurou-se as seguintes diferenças:
Tabela 12 – Diferenças Apuradas na Contribuição para o INSS
48
Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada
Carlos Rogério Blum Fev/99 58,46 48,63 9,83Total 58,46 48,63 9,83
Eliezer S. Franco
Mai/96 9,91 9,68 0,23Ago/96 15,57 15,21 0,36Dez/96 9,27 9,06 0,2113º/96 10,37 10,13 0,24Fev/99 10,37 10,61 (0,24)Mai/99 11,10 14,53 (3,43)Total 66,59 69,22 (2,63)
Gilda T. G. Kalrlinski
Ago/95 91,59 96,50 (4,91)13º/95 91,59 108,88 (17,29)Mai/96 33,75 33,07 0,68Fev/99 80,69 82,06 (1,37)Total 297,62 320,51 (22,89)
Luis Fernando de Souza
Mai/96 13,44 13,13 0,31Ago/96 13,71 13,40 0,31Dez/96 13,71 13,40 0,3113º/96 13,71 13,40 0,31Dez/98 15,55 20,90 (5,35)Fev/99 10,89 11,14 (0,25)Total 81,01 85,37 (4,36)
Paulo Rogério dos Santos
Fev/99 51,96 43,22 8,74Total 51,96 43,22 8,74
Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
Conferiu-se também o recolhimento do INSS referente ao 1º semestre de 1999 e
constatou-se que a empresa não efetuou o recolhimento no período devido, mas já regularizou
esta situação através de adesão ao REFIS – Programa de Recuperação Fiscal.
Sugere-se que a empresa obedeça as tabelas vigentes em cada período, evitando que os
funcionários sejam prejudicados. Sugere-se também que a empresa ao descontar o INSS do
funcionário repasse-o dentro do prazo estabelecido, evitando cobranças judiciais e processo
por apropriação indébita.
5.6.6. Imposto de Renda Retido na Fonte
A retenção do imposto de renda na fonte, sobre os rendimentos do trabalho assalariado
abrange todas as pessoas físicas, independentemente de sexo, estado civil, idade ou
nacionalidade, domiciliados ou residentes no Brasil, observados os limites mínimos de
isenção estabelecidos na legislação do imposto de renda. A tributação do imposto de renda
sobre os rendimentos do trabalho assalariado pago incide sobre:
49
- Salários, ordenados, honorários, percentagens, comissões, vencimentos, etc.;
- Ajuda de custo, diárias e outras vantagens, exceto quando pagas por cofres
públicos;
- Férias, salário maternidade, gratificações, adicionais, abonos, gorjetas, etc.;
- Quaisquer outros proventos ou vantagens pagas sob qualquer título e forma
contratual.
Tabela 13 - Tabela Progressiva do IRRF
Vigência Base de Cálculo Alíquota (%)
Parcela a Deduzir
Dedução por Dependente
Abril a Junho de 1995
Até 706,10Acima de 706,10 até 1.376,84
Acima de 1.376,84 até 12.709,24Acima de 12.709,24
Isento15,0026,6035,00
-105,91265,76
1.333,23
70,61
Julho a Setembro de 1995
Até 756,44Acima de 756,44 até 1.475,01
Acima de 1.475,01 até 13.615,41Acima de 13.615,41
Isento15,0026,6035,00
-113,47284,71
1.428,29
75,64
Outubro a Dezembro de 1995
Até 795,24Acima de 795,24 até 1.550,68
Acima de 1.550,68 até 14.313,88Acima de 14.313,88
Isento15,0026,6035,00
-119,29299,32
1.501,57
79,52
Janeiro de 1996 a Dezembro de 1997
Até 900,00Acima de 900,00 até 1.800,00
Acima de 1.800,00
Isento15,0025,00
-135,00315,00
90,00
Janeiro de 1998 a Dezembro de 1999
Até 900,00Acima de 900,00 até 1.800,00
Acima de 1.800,00
Isento15,0027,50
-135,00360,00
90,00
Fonte: Informativo COAD
Analisou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra
no período de julho/95 até junho/99 e constatou-se que os rendimentos dos funcionários não
atingiram o limite mínimo estabelecido na legislação do imposto de renda.
5.6.7. Contribuição Sindical
A empresa deve verificar através da CTPS se no ano da admissão o empregado já
contribuiu para o sindicato de sua categoria profissional no emprego anterior. Caso já tenha
contribuído, anotar na ficha ou folha do livro de registro de empregados. Se não contribuiu,
efetuar o desconto no mês subseqüente ao da admissão para o recolhimento no mês seguinte.
50
Aos empregados admitidos nos meses de janeiro, fevereiro e março efetua-se o
desconto no mês de março, recolhendo-se em abril. Após a efetivação do desconto, anotar na
CTPS e na ficha ou livro de registro de empregados.
Verificou-se a folha de pagamento de março/99 dos dez funcionários selecionados
para amostra e constatou-se as seguintes irregularidades:
Tabela 14 – Diferenças Apuradas na Contribuição Sindical
Funcionário Vlr Empresa Vlr Correto Diferença ApuradaCarlos Rogério Blum 13,74 19,00 (5,26)Eliezer Siqueira Franco 4,33 4,42 (0,09)Gilda T. G. Kalrlinski 16,33 16,16 0,17Luis Fernando de Souza 6,50 6,63 (0,13)Paulo Rogério dos Santos 14,45 17,34 (2,89)Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
Constatou-se também que a empresa não repassou aos sindicatos das categorias
profissionais o valor da contribuição sindical de março/99.
Recomenda-se que a empresa ajuste as diferenças apuradas e repasse aos sindicatos
das categorias profissionais a contribuição sindical de março/99 juntamente com a relação dos
funcionários contribuintes.
5.6.8. Contribuição Assistencial
A Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
Gráficas de Ijuí de 1999 determina que as empresas descontarão dos salários de seus
empregados e recolherão às entidades sindicais profissionais, a título de contribuição
assistencial, os seguintes valores: dois dias de trabalho, sendo um dia do salário de maio de
1999 e um dia do salário de outubro de 1999.
Analisou-se a folha de pagamento de maio/99 dos funcionários selecionados para
amostra e constatou-se as seguintes irregularidades:
Tabela 15 – Diferenças Apuradas na Contribuição Assistencial
Funcionário Vlr Empresa Vlr Correto Diferença ApuradaCarlos Rogério Blum 14,29 20,49 (6,20)
51
Luis Fernando de Souza 6,80 6,94 (0,14)Paulo Rogério dos Santos 15,03 18,40 (3,37)Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
Constatou-se ainda que a empresa não repassou ao sindicato da categoria profissional
o valor da contribuição assistencial de maio/99.
Sugere-se que a empresa ajuste as diferenças apuradas e repasse ao sindicato da
categoria profissional a contribuição assistencial de maio/99, evitando cobranças futuras.
5.6.9. Contribuição Confederativa
Segundo a Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Jornalistas no Estado do
RS de 1999 as empresas deverão descontar três dias de salário dos seus empregados, sendo
meio dia do salário a cada dois meses, totalizando seis parcelas de desconto, nos meses pares.
Verificou-se as folhas de pagamento do 1º semestre de 1999 e não encontrou-se
nenhuma irregularidade quanto ao item contribuição confederativa.
5.6.10. Vale Transporte
Vale transporte é o benefício pelo qual o empregador antecipa e custeia parte das
despesas de seus empregados realizadas com o deslocamento da sua residência para o trabalho
e vice-versa. Para usufruir do benefício do vale transporte, o empregado deve declarar, por
escrito, ao empregador:
- Seu endereço residencial;
- Os serviços e meios de transporte mais adequado ao seu deslocamento da sua
residência para o trabalho e vice-versa;
- Que se compromete a utilizar o vale transporte exclusivamente para o seu efetivo
deslocamento da sua residência para o trabalho e vice-versa.
O empregado tem o ônus de responder com a parcela de 6% do seu salário básico ou
vencimento, independente dos dias trabalhados. O empregado cuja despesa com o seu
deslocamento da sua residência para o trabalho e vice-versa seja inferior a 6% do seu salário
52
pode optar pelo recebimento antecipado do vale transporte. O valor a ser descontado do
salário do empregado nesta situação será o equivalente ao total dos vales concedidos.
Verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra
no 1º semestre 1999 e constatou-se que os funcionários Olivedi Padilha Leite e João
Vanderlei dos Santos não apresentam a declaração de habilitação ao vale transporte.
Recomenda-se que a empresa regularize esta situação solicitando aos funcionários o
preenchimento da declaração de habilitação ao vale transporte. Sugere-se também que na
admissão a empresa sempre exija que o funcionário preencha a declaração de habilitação ao
vale transporte, evitando assim futuros transtornos para a empresa.
5.7. Cartão Ponto
As empresas que possuem mais de dez funcionários estão obrigadas a anotação da
hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, devendo haver pré-
assinalação do período de repouso.
Os funcionários que ocupam cargos de confiança, os que trabalham em serviços
externos e que não estão sujeitos a horário, estão desobrigados a marcação de ponto.
É obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, que será de no
mínimo uma hora.
Foram analisados os cartões pontos do 1º semestre de 1999 do dez funcionários
selecionados para amostra e não constatou-se nenhuma irregularidade.
5.8. Férias
Após cada período de 12 meses vigência do contrato de trabalho, todo o empregado
fará jus a férias anuais, sem prejuízo da remuneração.
O período de férias do empregado é fixado pelo empregador, na seguinte proporção:
- 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de cinco vezes;
53
- 24 dias corridos, quando houver tido de seis a 14 faltas;
- 18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas;
- 12 dias corridos, quando houver tido de 24 a 32 faltas.
Para apuração do período de gozo, não será considerada como falta ao serviço:
- Até dois dias consecutivos, em caso de falecimento de: cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou irmã, ou pessoa que declarada na CTPS, viva sob sua
dependência econômica;
- Até três dias consecutivos em virtude de casamento;
- Por cinco dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana;
- Por um dia em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de
sangue;
- No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do serviço militar;
- Durante o licenciamento compulsório da empregada da empregada por motivo de
maternidade ou aborto, observados os requisitos para recepção do salário-
maternidade custeado pela previdência social;
- Por motivo de acidente de trabalho ou enfermidade atestada pelo INSS;
- Justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o
desconto do correspondente salário;
- Durante suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de
prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido;
- Nos dias em que não tenha havido serviço.
O período em que o empregado está prestando serviço militar obrigatório não será
computado para efeito de férias. Entretanto, o período anterior a sua apresentação será
considerado, desde que, após a baixa, o empregado se apresente no prazo de 90 dias.
Não terá o direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
- Deixar o emprego e não ser readmitido no prazo de 60 dias;
- Permanecer em gozo de licença com percepção de salário por mais de 30 dias;
- Deixar de trabalhar, com percepção de salários, por mais de 30 dias, em virtude de
paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;
54
- Tiver percebido, da Previdência Social, prestações de acidente do trabalho ou
auxílio-doença por mais de seis meses, embora descontínuos.
Deverá ser anotada na CTPS e no livro ou ficha de registro de empregados a
interrupção da prestação de serviços pelos motivos acima mencionados. Quando o empregado
retornar aos serviços, iniciar-se-á um novo período aquisitivo.
O empregador deverá conceder as férias ao empregado, contando-se o referido período
a partir do 1º dia após o empregado ter adquirido o direito, até completar 12 meses.
O empregado não poderá entrar em gozo de férias sem que apresente ao empregador
sua CTPS, para as anotações regulares, devendo as referidas anotações serem feitas na ficha
ou livro de registro de empregados. Expcionalmente, o período de férias poderá ser fracionado
em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a dez dias. Em caso de empregados
menores de 18 e maiores de 50, deverão gozar suas férias em um único período.
O empregado menor estudante tem direito de fazer coincidir suas férias com as férias
escolares. Os membros de uma mesma família que prestam serviços ao mesmo empregador
poderão solicitar suas férias em um mesmo período, dependendo da vontade do empregador,
que poderá negá-la.
A concessão de férias será participada por escrito ao empregado, com antecedência
mínima de 30 dias, devendo o interessado tomar ciência do recebimento da participação. O
empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua
concessão. Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do
período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. Quando o
salário for pago por tarefa tomar-se-á base a média da produção no período aquisitivo do
direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias.
Quando for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á média percebida pelo
empregado nos 12 meses que precedem à concessão das férias.
Se o empregador não conceder férias dentro do período concessivo, estará obrigado a
pagar a remuneração em dobro, além de assegurar o descanso ao empregado. Vencido o
mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá
ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. A sentença
cominará pena diária de cinco por cento do salário mínimo da região, devida ao empregado
55
até que seja cumprida. Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão
local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo.
Empregado em gozo de férias não pode prestar serviços a outro empregador, salvo se
obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com ele.
É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em
abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. O
abono deverá ser requerido até 15 dias antes do término do período aquisitivo
Analisou-se as férias do 1º semestre de 1999 dos dez funcionários selecionados para a
amostra e não constatou-se nenhuma irregularidade.
5.9. Décimo Terceiro Salário
A gratificação de natal ou décimo terceiro salário é devido a todos os empregados
regidos pela CLT, aos trabalhadores rurais, trabalhadores avulsos e aos empregados
domésticos. O décimo terceiro salário corresponde a 1/12 da remuneração integral devida ao
empregado em dezembro, por mês de serviço do ano correspondente, sendo a fração igual ou
superior a 15 dias de trabalho considerada como mês integral.
Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador deve pagar, de
uma só vez, como adiantamento do décimo terceiro salário, metade do salário recebido pelo
respectivo empregado do mês anterior. Entretanto, o empregador não está obrigado a pagar a
1ª parcela no mesmo mês a todos os seus empregados, podendo pagá-lo em meses diversos,
desde que até 30 de novembro do respectivo ano. A 1ª parcela do décimo terceiro salário não
está sujeita a qualquer desconto, devendo ser paga integralmente. Contudo é devido o
depósito do FGTS, a ser recolhido no mês seguinte ao do pagamento.
O pagamento da 2ª parcela deve ser realizado até o dia 20 de dezembro de cada ano. O
valor da 2ª parcela do décimo terceiro salário é determinado pela apuração da diferença entre
a importância correspondente à 1ª parcela e a remuneração devida ao empregado no mês de
dezembro, observando o tempo de serviço do empregado no respectivo ano. Há incidência do
IRRF e INSS sobre a soma da 1ª e da 2ª parcelas. Deve ser depositado o FGTS até o mês
seguinte ao do pagamento sobre a 2ª parcela.
56
Verificou-se as folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados no período de
junho/95 até julho/99 e não constatou-se nenhuma irregularidade.
5.10. Rescisão
As parcelas mais comuns devidas na rescisão do contrato de trabalho por prazo
indeterminado, dependendo da forma de cessação do vínculo empregatício são:
- Aviso Prévio: não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato de trabalho deve avisar a outra da sua resolução com a
antecedência mínima de 30 dias;
- Férias: na cessação do contrato de trabalho é devida ao empregado a remuneração,
simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo
direito tenha adquirido. A Constituição Federal vigente assegura a todos os
empregados o direito à remuneração de férias com, pelo menor, 1/3 a mais do seu
valor normal. Portanto, os valores pagos na rescisão do contrato de trabalho, a
título de férias vencidas, simples ou em dobro, bem como os que se referem as
férias proporcionais, devem ser acrescidos de mais 1/3;
- Décimo Terceiro Salário: ocorrendo a extinção do contrato de trabalho, exceto na
hipótese de justa causa, o empregado receberá o décimo terceiro salário, com base
na remuneração do respectivo mês, correspondente a 1/12 por mês de serviço ou
fração igual ou superior a quinze dias;
- Salário Família: na cessação do contrato de trabalho, o salário-família é pago
proporcionalmente ao número de dias trabalhados no mês, qualquer que seja a
causa do término da relação empregatícia;
- FGTS: ocorrendo demissão sem justa causa, ainda que indireta, com culpa
recíproca, por força maior ou extinção normal do contrato a termo, inclusive do
trabalhador temporário, o empregador depositará na conta vinculada do empregado
os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente
anterior à rescisão.
57
Os direitos dos empregados com menos de um ano de serviço, e dos empregados com
mais um de um ano de serviço serão determinados de acordo com a causa do rompimento do
contrato de trabalho.
Tabela 16 – Direito dos Funcionários na Rescisão
Parcela Iniciativa Forma de Rescisão Direito com menos de um ano
de serviço
Direito com mais de um ano de
serviço
Saldo de saláriosEmpresa Sem justa causa Sim Sim
Por justa causa Sim Sim
Empregado Sem justa causa Sim SimPor justa causa Sim Sim
Indenização do tempo de serviço à opção pelo FGTS
Empresa Sem justa causa Não SimPor justa causa Não Não
Empregado Sem justa causa Não NãoPor justa causa Não Sim
Indenização do 13º Salário
Empresa Sem justa causa Não SimPor justa causa Não Não
Empregado Sem justa causa Não NãoPor justa causa Não Sim
13º SalárioEmpresa Sem justa causa Sim Sim
Por justa causa Não Não
Empregado Sem justa causa Sim SimPor justa causa Sim Sim
Férias vencidas acrescidas de mais
1/3
Empresa Sem justa causa SimPor justa causa Sim
Empregado Sem justa causa SimPor justa causa Sim
Férias proporcionais
acrescidas de mais 1/3
Empresa Sem justa causa Sim SimPor justa causa Não Não
Empregado Sem justa causa Não SimPor justa causa Sim Sim
Aviso prévioEmpresa Sem justa causa Sim Sim
Por justa causa Não Não
Empregado Sem justa causa Não NãoPor justa causa Sim Sim
Salário FamíliaEmpresa Sem justa causa Sim Sim
Por justa causa Sim Sim
Empregado Sem justa causa Sim SimPor justa causa Sim Sim
Fonte: Informativo COAD
Verificou-se as rescisões do 1º semestre de 1999 e constatou-se que o funcionário
Jardel Silva Vargas não apresentava a baixa no livro de registro de empregados. Conferiu-se
ainda os cálculos das rescisões do 1º semestre de 1999 e não constatou-se nenhuma
irregularidade.
58
Sugere-se à empresa que quando demitir algum funcionário sempre efetue a baixa no
livro de registro de empregados.
5.11. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
As empresas estão obrigadas a depositar até o dia sete de cada mês o percentual de
oito por cento da remuneração paga ou devida no mês anterior, inclusive o 13º salário.
Após análise nas folhas de pagamento dos dez funcionários selecionados para amostra
no período de julho/95 até junho/99 constatou-se as seguintes irregularidades:
Tabela 17– Diferenças Apuradas no FGTS
Funcionário Período Vlr Empresa Vlr Correto Diferença Apurada
Carlos Rogério Blum
Ago/97 56,14 56,30 0,16Dez/97 33,54 43,03 9,49Mai/98 36,25 46,14 9,89Ago/98 35,71 45,60 9,89Dez/98 35,71 45,60 9,89Fev/99 33,33 43,22 9,89Mai/99 38,90 49,18 10,28Total 269,58 329,07 59,49
Eliezer S. Franco
Ago/97 13,58 13,74 0,16Dez/97 9,79 14,92 5,13Mai/99 11,10 14,53 3,43Total 34,47 43,19 8,72
Gilda T. G. KalrlinskiAgo/97 36,80 37,31 0,51Fev/99 58,68 59,68 1,00Total 95,48 96,99 1,51
Luis Fernando de Souza
Dez/98 15,91 21,38 5,47Total 15,91 21,38 5,47
Paulo Rogério dos Santos
Ago/97 34,95 38,23 3,28Dez/97 35,85 39,17 3,32Mai/98 38,69 42,16 3,47Ago/98 37,45 40,91 3,46Dez/98 37,45 40,91 3,46Fev/99 34,95 38,42 3,47Mai/99 40,55 44,16 3,61Total 259,89 283,96 24,07
Fonte: Departamento de pessoal da empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda.
Conferiu-se também o recolhimento do FGTS referente ao 1º semestre de 1999 e
constatou-se que a empresa não efetuou o recolhimento dos meses de janeiro e fevereiro, mas
já regularizou esta situação através de parcelamento.
59
Sugere-se que a empresa efetue o depósito das diferenças apuradas e que obedeça o
percentual estabelecido. Recomenda-se também que a empresa efetue os depósitos sempre
dentro do prazo.
5.12. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
Todas as empresas que admitirem, transferirem ou desligar empregados ficam
obrigadas a fazer a respectiva comunicação ao Ministério do Trabalho, com a finalidade de
proporcionar ao Governo elementos para a apuração do fluxo do movimento de mão-de-obra
do País.
A comunicação de admissão, transferência ou desligamento de empregados deve ser
realizado até o dia 15 do mês subseqüente ao da ocorrência do fato.
Verificou-se as admissões e demissões do 1º semestre de 1999 e constatou-se que a
empresa não entregou o CADEG referente ao mês de abril, sendo que havia ocorrido uma
admissão e uma demissão.
Sugere-se que a empresa entregue o CAGED referente ao mês de abril, porém
salienta-se que a empresa incorrerá em uma penalidade pelo descumprimento desta obrigação.
5.13. Relação Anual de Informações Sociais
Todo o empregador deve fornecer às entidades governamentais da área social as
informações solicitadas referentes a cada um de seus empregados com os quais manteve
relação de emprego durante qualquer período do ano-base. A finalidade é a de suprir as
necessidades de controle, estatística e informação das entidades governamentais da área
social.
Analisou-se a RAIS entregue no 1º semestre de 1999 e não se constatou nenhuma
irregularidade.
60
6. CONCLUSÃO
O departamento de pessoal é uma área vulnerável a inúmeros erros de cálculos e
contabilizações. É também uma área propícia a atos fraudulentos, porém através de uma
auditoria interna pode-se apurar esses atos e propor alterações para regularizar essas falhas.
Com este trabalho objetivou-se verificar se a empresa Gráfica Jornal das Missões Ltda
está atuando em conformidade com a legislação trabalhista em vigor e as convenções
coletivas de trabalho, bem como a veracidade e exatidão dos procedimentos do departamento
de pessoal.
A hipótese que se levantou inicialmente foi que a empresa não estaria atuando em total
conformidade com a legislação trabalhista em vigor e as convenções coletivas de trabalho,
após a realização do trabalho pode ser constatado que a mesma possui irregularidades nas
rotinas do departamento de pessoal.
Na medida em que se constatou irregularidades nas rotinas do departamento de pessoal
da empresa apresentou-se sugestões com o objetivo de propiciar um melhor controle do
departamento, evitando despesas desnecessárias e poupando a empresa de problemas futuros.
Destacam-se entre as irregularidades encontradas as decorrentes da análise das rotinas
da folha de pagamento, como por exemplo, as diferenças apuradas no salário-base, no reajuste
salarial, no adicional por tempo de serviço, contribuição para previdência, pois refletem
diretamente no salário do empregado. Constatou-se ainda irregularidades nos procedimentos
de rotina de admissão, no exame médico, no livro ou ficha de registro de empregados, no
salário família, no adicional de insalubridade/periculosidade, no pagamento do salário, na
contribuição sindical, na contribuição assistencial, no vale transporte, nos procedimentos de
rotina de admissão, no FGTS e no GAGED.
Foram apresentadas sugestões a empresa, tais como: adotar a realização do exame
médico periódico, verificar os livros de registros de empregados para constatar a falta de
informações e manter as informações sempre atualizadas, registrar os funcionários no livro de
registro de empregados no momento da admissão, saldar as diferenças apuradas no salário-
base, no reajuste salarial, no adicional de insalubridade/periculosidade e no adicional por
tempo de serviço, obedecer as tabelas do salário de contribuição do INSS vigentes em cada
período e repassar o INSS descontado do funcionário dentro do prazo estabelecido, ajustar e
repassar aos sindicatos das categorias profissionais a contribuição sindical de março/99
juntamente com a relação dos funcionários contribuintes e entregar o CAGED referente ao
mês de abril/99.
Sugere-se ainda, que a empresa dê especial atenção ao salário-base, ao reajuste
salarial, ao adicional de insalubridade/periculosidade e ao adicional por tempo de serviço, em
função do seu reflexo em todas as obrigações trabalhistas da empresa.
As diferenças apuradas deverão ser atualizadas de acordo com as exigências de cada
instituição.
Pode-se observar que a realização da prática profissional na área de auditoria interna
do departamento de pessoal é muito válida, pois além da experiência e do enriquecimento
profissional, a mesma serve para a empresa como uma ferramenta de precaução a futuras
falhas e um instrumento de controle administrativo.
62
7. BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, Marcelo Calvalcanti. Auditoria um Curso Moderno e Completo. São Paulo: Atlas, 1996. 5ª edição.
ATTIE, William. Auditoria Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 1992. 2ª edição.
ATTIE, William. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1987.
BASSO, Irani Paulo. Iniciação à Auditoria. Ijuí: Livraria Unijuí Editora, 1989. 2ª edição.
FLORENTINO, Americo Matheus. Auditoria Contábil. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1988. 5ª edição.
FRANCO, Hilário e MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. São Paulo: Atlas, 1989.
GIL, Antonio de Loureiro. Auditoria Operacional e de Gestão. São Paulo: Atlas, 1996. 2ª edição.
INFORMAÇÕES OBJETIVAS PUBLICAÇÕES JURÍDICAS,. Departamento Pessoal Modelo - Manual Prático. São Paulo: IOB.
OLIVEIRA, Juarez de. Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 1996. 21ª edição.
PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Auditoria de Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas, 1995.
UHL, Franz e FERNANDES, João Teodorico. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1982. 2ª edição.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 1998.