monografia franklin ciências contábeis 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS FRANKLIN FERREIRA DA SILVA O PAPEL DA CONTABILIDADE NA REDUÇÃO DE ASSIMETRIA INFORMACIONAL ENTRE OS SEUS USUÁRIOS, NO ÂMBITO DAS EMPRESAS OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL NO MUNICÍPIO DE SENHOR DO BONFIM-BA.

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Ciências Contábeis 2011

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Page 1: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII – SENHOR DO

BONFIMBACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FRANKLIN FERREIRA DA SILVA

O PAPEL DA CONTABILIDADE NA REDUÇÃO DE ASSIMETRIA INFORMACIONAL ENTRE OS SEUS

USUÁRIOS, NO ÂMBITO DAS EMPRESAS OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL NO MUNICÍPIO DE SENHOR DO

BONFIM-BA.

SENHOR DO BONFIM-BA2011

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FRANKLIN FERREIRA DA SILVA

O PAPEL DA CONTABILIDADE NA REDUÇÃO DE ASSIMETRIA INFORMACIONAL ENTRE OS SEUS

USUÁRIOS, NO ÂMBITO DAS EMPRESAS OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL NO MUNICÍPIO DE SENHOR DO

BONFIM-BA.

Monografia apresentada a Universidade do Estado da Bahia, Campus VII, Colegiado de Ciências Contábeis, como avaliação da disciplina TCC, sob a orientação da Profª. MsC Tânia Ferreira dos Santos Bomfim.

SENHOR DO BONFIM-BA2011

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FRANKLIN FERREIRA DA SILVA

O PAPEL DA CONTABILIDADE NA REDUÇÃO DE ASSIMETRIA INFORMACIONAL ENTRE OS SEUS

USUÁRIOS, NO ÂMBITO DAS EMPRESAS OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL NO MUNICÍPIO DE SENHOR DO

BONFIM-BA.

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em ciências contábeis da Universidade do Estado da Bahia –

Departamento de Educação, Senhor do Bonfim-Ba

Aprovado em: ___/___/___

_______________________________________________Orientadora Tânia Ferreira dos Santos Bomfim

_______________________________________________Professor Daniel de Jesus Pereira

_______________________________________________Professor Raimundo Nonato Lima Filho

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AGRADECIMENTOS

Toda a construção desse trabalho em primeiro lugar se deve a meu grande Pai Celestial Deus, e a toda minha família, especialmente aos meus filhos fonte de toda minha inspiração. Também a minha querida orientadora, professora Tânia Bomfim, pelos momentos de parceria e esclarecimentos, a minha grande amiga Aline pela sua contribuição tão importante e aos meus estimados colegas de classe, em destaque aqueles que me acompanham mais de perto, a nossa eterna equipe. Aos demais professores que estão e que estiveram comigo durante essa longa jornada, com uma menção a parte para o professor Márcio, que iniciou esse processo.

A todos vocês, os meus mais sinceros agradecimentos e os mais sinceros votos de felicidade e sucesso. Espero nessa próxima etapa da minha vida, poder estar à altura de tudo que me foi concedido, o carinho, a atenção e conhecimento em mim depositado. Farei o possível para honrá-los, buscar sempre o melhor, por vocês, por mim, por todos nós. Que Deus abençoe a todos, muito obrigado!

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RESUMO

O presente trabalho monográfico objetiva a realização de uma análise do papel da contabilidade na redução da assimetria de informação, dentre os seus usuários, em especial nas relações que norteiam os empresários e seus respectivos funcionários, delimitando essa averiguação as microempresas situadas na cidade de Senhor do Bonfim-Ba. Metodologicamente foram utilizados, pesquisa bibliográfica, a aplicação de questionários e o estudo de caso relativo ao tema proposto. Assim sendo, percebeu-se com a investigação que as hipóteses relativas à contribuição da contabilidade para melhoria das relações e relativa diminuição da assimetria foram testadas de maneira positiva, já se tratando das questões relacionadas aos elementos financeiros, tributários e gerenciais, averiguou-se que este último em contrário dos demais, não tem participação considerável, principalmente tendo em vista à numerosa gama de componentes benéficos a gestão das empresas, disponibilizadas por este ramo da contabilidade. Assim sendo, considera-se a pesquisa importante para o entendimento da participação dos profissionais de contabilidade, para essa demanda existente no mercado, onde participam as empresas alvo da pesquisa, e como a sua participação pode vir a garantir subsídios fundamentais, não só para uma boa relação, mas também para o crescimento sustentável dos seus usuários.

Palavras-chave: Assimetria. Informação Contábil. Contabilidade Gerencial.

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ABSTRACT

This work aims to conduct an analysis of the role of accounting in the reduction of asymmetric information among its users, particularly in relationships that guide business owners and their employees, outlining the investigation microenterprises located in the city of the Lord Bonfim-Ba. Methodologies were used, literature, the questionnaires and case study for the proposed theme. Therefore, it was realized with the investigation that the assumptions on the contribution of accounting for improved relations and relative decrease of the asymmetry were tested in a positive way, as if addressing the issues related to financial items, tax and management, it was found that the latter in contrast to the others, has no significant participation, especially in view of the large range of beneficial components of business management, provided by this branch of accounting. Therefore it is considered important research for understanding the participation of accounting professionals, to demand in this market, where participating companies target search, and how their participation can guarantee basic benefits, not only for good relationship, but also for the sustainable growth of its users.

Keyword: Assymmetry, Accounting Information, Management Accounting

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 7

1 A UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL .............................................. 11

1.1 AS CARACTERÍSTICAS, IMPORTÂNCIA E FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE ................................................................................................... 121.2 O CARÁTER GERENCIAL DA CONTABILIDADE, E A IMPORTÂNCIA DAS SUAS INFORMAÇÕES........................................................................................... 171.3 OS USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL .............................................. 29

2 ASSIMETRIA INFORMACIONAL – CONCEITO GERAL ................................ 33

2.1 PRINCIPAIS TEORIAS ACERCA DA ASSIMETRIA INFORMACIONAL ......... 342.1.1 Teoria da Agência ...................................................................................... 352.1.2 Seleção Adversa ........................................................................................ 372.1.3 Risco Moral ................................................................................................. 402.2 A ASSIMETRIA INFORMACIONAL DENTRO DO CONTEXTO CONTÁBIL .. 41

3 PESQUISA E COLETA DE DADOS .................................................................. 46

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................... 463.2 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................................ 473.3 PÚBLICO ALVO .............................................................................................. 483.4 METODOLOGIA .............................................................................................. 483.5 ANÁLISE DA COLETA DE DADOS ................................................................ 483.5.1 Apreciação dos Questionários dirigidos aos funcionários .................... 483.5.2 Apreciação dos questionários dirigidos aos empresários ..................... 49 3.5.3 Apreciação dos questionários dirigidos aos contadores ....................... 503.6 RESULTADO DA ANÁLISE DOS DADOS ...................................................... 50

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 54

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 57

APÊNDICE A ...................................................................................................... 62

APÊNDICE B ...................................................................................................... 64

APÊNDICE C ...................................................................................................... 67

APÊNDICE D ...................................................................................................... 69

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7

INTRODUÇÃO

A informação dentro das suas inúmeras vertentes, pode ser considerada

como um produto da contabilidade, isso porque, ao analisar o seu principal objeto de

estudo que é o patrimônio das entidades, a contabilidade precisa se utilizar da

informação para associar as suas análises aos seus mais diversos usuários, que

farão uso desses dados como informações na tomada de decisão. Sendo assim

entende-se a fundamental importância da informação para a contabilidade.

Dentro de toda a importância que a informação tem nos dias atuais, pode-se

considerá-la como um dos grandes pilares do desenvolvimento da sociedade

moderna, pois a mesma está sempre em constante evolução e cada vez mais

disponível a todos, e com um grau de rapidez cada vez mais crescente.

Diante de toda essa importância há de adjetivá-la, como uma heroína para o

progresso das nações, e tomando como base um processo de antagonismo, se

verifica a assimetria da informação como uma grande vilã, ou seja, essa assimetria

age como uma forma de oposição, ao sentido exato da informação, que seria o de

nutrir conhecimento, instrução, ciência, relacionar fatos e facilitar o processo de

comunicação entre os entes sociais.

Perante esse cenário, trazendo ao território da contabilidade, o presente

trabalho de pesquisa visa à implantação de um estudo, no sentido de identificar qual

o papel que a contabilidade vem a exercer diante da assimetria informacional

existente entre os seus diversos usuários, em especial as questões voltadas entre

empresa e funcionário. Dessa forma irá se procurar dentro de uma sistemática de

investigação e análise, identificar questões relevantes à problemática do tema

exposto, e com isso vislumbrar possíveis entendimentos.

Visto o fato de que os usuários demandam da contabilidade informações

plausíveis e relevantes, propiciando aos mesmos, condições ótimas para a tomada

de decisão, entende-se que essa mesma contabilidade pode funcionar como uma

ferramenta que venha a reduzir as assimetrias que essas informações venham a

sofrer, desse modo é formulada a situação problema, que será discutida nesse

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trabalho: De que maneira a contabilidade pode contribuir para a redução da

assimetria de informações, entre os seus usuários?

Procurar-se-á durante o processo de desenvolvimento da problemática a

formulação de hipóteses, a serem testadas durante a pesquisa, assim na conjuntura

em questão, se trabalhará com situações hipotéticas no intuito de constatar-se o

seguinte:

a) A contabilidade pode enquanto ciência social orientar os

seus usuários, no sentido de direcionar as suas decisões, buscando

um melhor entendimento acerca das questões que envolvem as

empresas com os seus funcionários.

b) Percebe-se também que a contabilidade enquanto

ferramenta usada na tomada de decisões pode vir a esclarecer

questões relativas a fatores que venham a dificultar as relações entre

os empresários e os seus funcionários.

c) A contabilidade pode ainda listar a esses usuários, fatos

de ordem tributária, financeira, como também questões voltadas à

parte operacional da empresa, ou seja, relações voltadas à parte

gerencial.

Para que se formem condições acerca de todas essas questões, o objetivo

principal será de analisar os fatores que contribuem para a ocorrência de assimetria

informacional na área contábil. E de maneira mais específica, irá se investigar as

características, importância e fundamentos da contabilidade, como também,

demonstrar a importância da informação contábil para o direcionamento da tomada

de decisão, analisar os conceitos e as principais teorias que versam sobre a

assimetria informacional, além de promover uma pesquisa que retrate as principais

incidências da assimetria informacional entre os contabilistas e os seus clientes.

Como justificativas utilizadas para essa pesquisa, verifica-se que a sua

utilização, fundamenta-se como ferramenta na percepção dos fatores que permeiam

a assimetria informacional existente nas relações empresariais, direcionando o foco

aos usuários da contabilidade: Empresas, empregados. A análise do papel da

contabilidade sobre essas relações visa criar condições de se estabelecer maneiras

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de se tratar e possivelmente resolver os danos causados por essa assimetria, a

contabilidade enquanto ciência social aplicada pode encontrar soluções dentro de

suas teorias e técnicas, de fornecer condições de se estabilizar, e fomentar ações no

sentido de maximizar positivamente essa relação. Ações estas, que passam por um

cunho social, do ponto de vista de garantir aos funcionários esclarecimentos acerca

de todos os seus direitos e deveres, como também aos empresários, que poderão

se utilizar de informações que propiciem melhores condições de utilização da sua

mão de obra disponível.

Além de todo o contexto mencionado no parágrafo anterior, o trabalho

também se justifica pela ascensão do meu conhecimento enquanto profissional, com

significativa contribuição para um melhor enfoque diante da prática contábil nas

experiências vivências na rotina de trabalho, em especial aquelas que envolvem a

utilização das informações de maneira mais eficiente e relevante.

A metodologia a ser adotada considerando os objetivos será exploratória,

pois há de se buscar informações sobre os aspectos direcionados a realidade dos

usuários de contabilidade envolvidos, e o impacto da assimetria de informação nas

suas relações. Nesse contexto utilizar-se-á também aspectos descritivos, uma vez

que, se procurará situações vivenciadas por esses usuários no seu cotidiano.

Em se tratando do procedimento acerca da metodologia, serão utilizados os

métodos de: Pesquisa Bibliográfica; Estudo de Caso; Aplicação de Questionários

Levantamento.

No caso da abordagem, ela será qualitativa, pois, se levará em consideração

todo o conteúdo das informações coletadas durante a pesquisa, como também a

relevância dos fatos para as análises preteridas.

Sendo assim, o trabalho a seguir, fará no primeiro capítulo um estudo

conciso sobre a utilização da informação contábil, passando pelas características e

importâncias dessas informações numa conjuntura do ramo gerencial da

contabilidade, relacionando os seus usuários em todo esse contexto sobre a

informação.

No segundo capítulo será explorada a assimetria informacional, conceitos e

definições, discorrendo sobre as principais teorias que explicitam a ocorrência dessa

assimetria, como também se procurará conjecturar o assunto com a contabilidade.

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O terceiro e último, será composto da coleta e análise dos dados da

pesquisa, quais os resultados obtidos, as possíveis soluções a problemática do

trabalho, enfim todo o conteúdo prático que se desenvolveu para testar as hipóteses

estabelecidas, e avaliação dos objetivos propostos.

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1 A UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

É comum dos dias atuais ouvirmos o termo “Era da Informação”, numa

referência ao processo de modernização que essa informação tem sofrido no

decorrer do tempo. Desde meados do ano de 1837 com a invenção do telégrafo, até

a atual conjuntura de comunicação de massa, com processos cada vez mais

interativos e disponíveis em praticamente todo o planeta, a sociedade como um

todo, tende cada vez mais a se adaptar e lidar com um crescimento exponencial do

volume de dados disponíveis.

A informação tem se tornado uma ferramenta imprescindível para o

desenvolvimento do ser humano, Carneiro (2007) diz que: “O domínio da informação

é uma fonte de poder, uma vez que permite analisar fatores do passado,

compreender o presente, e principalmente, antever o futuro”. Trazendo para o

contexto da contabilidade, a informação se confunde com as suas finalidades,

identificamos melhor esse pensamento, através da citação:

O estabelecimento dos objetivos da contabilidade pode ser feito na base de duas abordagens distintas: ou consideramos que o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de informações que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos os tipos de usuários, ou a contabilidade deveria ser capaz e responsável pela a apresentação de cadastros de informações totalmente diferenciados, para cada tipo de usuário”. (IUDICIBUS, 2000, apud BANDEIRA, [200-?]).

Tomando por base esse conceito de Iudicibus (2004), podemos vislumbrar

que a contabilidade tem dentro da sua gama de objetivos a confecção de

informações aos seus usuários, seja através dos seus demonstrativos, ou de outras

formas de se informar às situações que envolvem as suas atribuições. Para as

empresa que buscam demarcar o seu território no mercado com uma base sólida,

objetivando melhores resultados para suas organizações, investidores e

colaboradores, estas dispõem de diversas alternativas para a aplicação dos seus

recursos, tanto financeiros como operacionais. Podem ser eles: investimentos em

novos empreendimentos, aplicações financeiras de curto e longo prazo, mercados

de ações, dentre outras, são exemplos das inúmeras alternativas a disposição dos

empresários.

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Todos esses procedimentos acerca da tomada de decisão, precisam de um

suporte para a implementação dessas ações, isso se faz necessário com o

desenvolvimento de um ambiente contábil, pautado pela qualidade e tempestividade

nas informações contábeis. Nesse ínterim, a contabilidade deve traduzir, com a

maior aproximação possível, a realidade contábil e financeira da empresa.

Nesse capítulo serão estudados as características e princípios que cerceiam

a contabilidade de uma maneira geral, a aplicabilidade das informações fornecidas,

e de que maneira o ramo conhecido como Contabilidade Gerencial exerce influência

sobre essas informações. Ainda sobre a sua utilização, serão estudadas as suas

variações e adaptações entre os diversos usuários.

O capítulo tem como principal objetivo, investigar as principais

características, além do estudo sobre a importância e os fundamentos da

contabilidade.

1.1 AS CARACTERÍSTICAS, IMPORTÂNCIA E FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE

A contabilidade na nossa atualidade assumiu a condição de se enquadrar no

rol das ciências sociais, com isso vem aprofundando a sua importância para essa

mesma sociedade com a qual ele deve interagir e beneficiar. Vemos uma definição

clássica da evolução da contabilidade para a área social, segundo Iudícibus, Marion

e Faria (2009, p. 10) “A contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência

social aplicada, pois há a ação humana que gera e modifica o fenômeno

patrimonial”. Todo esse envolvimento da contabilidade com a questão social trouxe

mais desafios, pois a essência das características contábeis, que antes eram

extremamente quantitativas, passaram a ter um viés qualitativo, isso na prática, faz

com que todos os procedimentos contábeis sejam mais analíticos, precisos e

relevantes. A avaliação qualitativa ajuda a identificar as questões e entender porque

elas são importantes. Através da codificação de dados, apresentando-os de forma

mais estruturada, possibilita sua análise. (VERGARA, 1998 apud OLIVEIRA 2005, p.

12).

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Esse novo cenário deu vazão a um ramo em especial, voltado diretamente a

essas questões, a chamada Contabilidade Gerencial, onde irão se incluir para

elaboração da prática contábil, dados históricos e estimados usados pela

administração na condução de operações diárias, no planejamento das operações

futuras, e no desenvolvimento de estratégias de negócios, essas características da

contabilidade gerencial são influenciadas pelas demandas, oriundas das novas

técnicas de gerenciamento administrativo, ainda nesse capítulo esse tema será mais

delineado.

A contabilidade numa visão geral se caracteriza por ser a área do estudo

que acompanha o patrimônio das entidades (físicas e jurídicas), esse é um conceito

bem geral, pois nos dias atuais, a definição é bem mais ampla. É comum vermos,

cada vez mais, o aumento da sua área de atuação, hoje é preciso auxiliar na tomada

de decisões, apresentando dados concisos e estratégicos, subsidiando ações como:

investir, reduzir gastos, dentre outros. Há de se lembrar dos aspectos jurídicos que a

contabilidade elenca, uma vez que, em inúmeras situações, orienta as entidades em

circunstâncias como: o cálculo das obrigações fiscais e trabalhistas, Falências e

Concordatas, Fiscalização da Previdência Social, Perícias Jurídicas, dentre outros

problemas inseridos no contexto legal.

Para podermos entender a importância da contabilidade nos dias de hoje, é

preciso verificar a sua utilidade para os seus usuários. Vejamos uma definição sobre

sua utilização:

A Contabilidade é a alma da empresa, nela ficam registrados todos os atos e fatos. Se os atos do administrador são corretos: documentação adequada, transações negociais dentro do objeto da empresa, o reflexo é imediato: a Contabilidade é transparente. Caso contrário pode ser utilizada para incriminar a empresa, sócios, administradores e contador que foram relapsos e desleixados. (TEIXEIRA, 2003).

Dentro dessa temática notamos o quanto a contabilidade pode auxiliar, e ao

mesmo tempo prejudicar as entidades. Percebemos o quanto estes extremos estão

interligados entre si, e a sintonia dessa ligação é primordial ao sucesso de ambas as

partes. Portanto, o reconhecimento da importância da contabilidade, passa pela

percepção da necessidade de crescimento das empresas, enquanto bom uso for

feito da sua prática.

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Atualmente, a contabilidade tem acompanhado as necessidades de uma

gama de usuários, cada vez mais exigentes e carentes de situações dotadas de um

alto grau de especificidade, por essa razão, hoje em dia se verifica ramificações

cada vez mais acentuadas da área em questão. São criadas linhas de estudo para

cada necessidade do mercado, e hoje vemos inúmeras variações da contabilidade, a

título de exemplo tomamos: a Contabilidade de Custos, Agropecuária, Bancária,

Industrial, além de várias outras que derivam do ramo financeiro e gerencial, que

praticamente englobam as demais de uma maneira geral. Como não é objetivo

desse capítulo, não será dada ênfase a esses ramos, mais se verifica a importância

de citá-los como complemento do tema exposto.

Toda forma de utilização propícia e adequada da prática contábil, passa pelo

detalhamento dos seus princípios, pois são eles que regem e constituem a base

primordial para a aplicação da contabilidade. Acompanhando o conceito de Bueno

citado por Oliveira (2005, p. 14), “Princípio é: momento em que alguma coisa tem

origem; começo; teoria; preceito”. Ainda nessa linha vemos mais uma definição

sobre essa questão:

Os princípios, quando entendidos como preceitos fundamentais de uma ciência são imutáveis, quaisquer que sejam as circunstâncias de tempo ou lugar em que uma doutrina é estudada. [...] não são estabelecidos por doutrinadores ou por profissionais, pois já são intrínsecos à própria natureza da ciência e independem da vontade de quem a estuda. (FRANCO, 1997, apud OLIVEIRA, 2005)

São os princípios que irão nortear a estrutura, e o tipo de esboço que os

profissionais tomarão durante todas as etapas do seu trabalho como contadores, de

acordo com Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 63), “Os princípios são como as

grandes placas de direção e atenção de uma rodovia moderna”. Dessa forma

vislumbra-se a importância dos princípios para a contabilidade.

De acordo com Iudícibus (2004), a adoção dos princípios contábeis se deu

após a quebra da Bolsa de Nova Iorque na década de 1930, como um dos

desdobramentos gerados pela crise, houve o surgimento dos Princípios Contábeis

Geralmente Aceitos - PCGAs (no inglês GAAPs). A partir disso houve uma tendência

de utilização, que no nosso país foi formalizada no ano de 1981 com a resolução nº

530, do Conselho Federal de Contabilidade - CFC, fazendo o seu primeiro

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enunciado acerca do tema, e posteriormente em 1993, publicou uma nova

Resolução definindo os “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC).

Segundo o CFC (1993), a elaboração desses Princípios proporciona a reunião e o

condensamento de todos os Postulados, Princípios e Convenções já existentes, tentando reunir em

sete (7) todos aqueles que existiam e continuam a existir. Contudo muitos teóricos da contabilidade

divergem sobre a sua estrutura e organização, dentre eles o Instituto Brasileiro de Contadores

(IBRACON). Anteriormente a publicação da resolução do CFC, foi criado um trabalho denominado de

Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade ou ECBC, que prega uma hierarquização no tratamento

dos princípios, de forma que a sua organização tenha a seguinte composição, pela ordem:

Postulados, Princípios e Convenções. Essa corrente é endossada, pela Comissão de Valores

Mobiliários (CVM), a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI),

além de diversos estudiosos renomados que defendem essa doutrina. Todos concordam que esse

seria o entendimento mais apropriado, em se tratando da importância desses princípios. Os quadros

abaixo fazem um comparativo, das principais diferenças entre essas duas correntes.

Quanto a: Postulados, Princípios e Convenções elaborados pelo ECBC/IBRACON

HierarquizaçãoDos princípios

Necessária, mais para entender a evolução e o entrelaçamento dos vários conceitos do que pelo fato de serem mais ou menos importantes na prática.

Postulado da Entidade Entidade conceituada num sentido econômico, organizacional e de

controle; Admite a idéia de formação de entidade no sentido

macro/consolidado e micro/divisões

Postulado daContinuidade

Ênfase na justificativa à adoção do valor de entrada na avaliação

patrimonial; Aceita a denominação going concert como indicadora de

continuidade.

Princípio doCusto e Moeda

Principio do Custo Original como Base de Valor: Valor de entrada como base para os registros contábeis. Contém a idéia de manutenção do seu poder aquisitivo no tempo;Princípio do Denominador Comum Monetário: Avaliação dos Princípio da Atualização Monetária: Avaliação dos componentes patrimoniais em moeda corrente nacional.Dispõe sobre a inadequação do padrão monetário e aplicação do conceito de valor presente.

Princípio daCompetência

Tratado através de dois princípios:Realização da Receita;Reconhecimento das Despesas e seu confronto com as Receitas.Proporcional a certo período contábil decorrido e, em alguns casos, aos serviços realizados. Contempla receita de serviços, aluguéis e juros.Produtos ou serviços de longo prazo de execução proporcional ao:Grau de acabamento;Aos custos incorridos no período de apuração

Princípio da Essência Enfatizada através da predominância da Essência sobre a forma.

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Prudência e Conservadorismo

Princípio da Prudência e Convenção do Conservadorismo:Não apresenta diferenças relevantes em relação ao CFC.

Oportunidade Não contempla.Materialidade eObjetividade

Convenção da MaterialidadeConvenção da Objetividade

Quadro 1: Princípios Contábeis IBRACON (ECBC)Fonte: Iudícibus e Marion (2000, p.137-139 apud MACHADO 2006).

Quanto a: Princípios e Convenções elaborados pelo CFC

Quanto à hierarquizaçãodos princípios

Inadequada, pois jamais pode haver uma hierarquização formal de princípios científicosElementos predominantes na constituição de um corpo orgânico.

Princípio da Entidade Entidade conceituada no sentido estritamente jurídico; Não admite que qualquer divisão ou agregação de patrimônio resulte em novas entidades.

Princípio daContinuidade

Ênfase à mudança no “estado das coisas”, descontinuidade, suspensão temporária das atividades ou modificação no volume das operações; Contesta a denominação going concert porque uma entidade com atividades suspensas ou reduzidas continuará sendo objeto da contabilidade.

Princípio doCusto e Moeda

Princípio do Registro pelo Valor Original: Obrigatoriedade da adoção de valores originais e do uso da moeda do país nos registros de transações;Princípio da Atualização Monetária: Reconhecimento da alteração de poder aquisitivo da moeda nacional;Expressão “correção monetária” julgada inadequada.

Princípio daCompetência

Definida em um princípio: Princípio da competência;Proporcional aos serviços efetivamente realizados. Contempla apenas receitas de serviços. Produção demanda largo espaço de tempo é proporcional: Aos esforços dispendidos, expressos por custos – reais ou estimados – ou etapas vencidas.Produção demanda largo espaço de tempo, antes da transferência:Trata apenas da geração de novos ativos sem interveniência de terceiros;Não faz menção a casos onde o risco da não-venda é nulo.Princípio da CompetênciaProdução demanda largo espaço de tempo, após a transferência: não contempla a situação.

Essência Não é tratado como princípio. Menciona-se que, na aplicação de Princípios, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

ConservadorismoPrudência

Princípio da Prudência e Convenção do Conservadorismo:Não apresenta diferenças relevantes em relação ao ECBC.

Princípio daOportunidade

Princípio da Oportunidade: Refere-se à tempestividade e a integridade do registro do Patrimônio e de suas mutações.

Materialidade eObjetividade

Não contempla.

Quadro 2: Princípios Contábeis CFCFonte: Iudícibus e Marion (2000, p.137-139 apud MACHADO, 2006).

Em se tratando das principais diferenças entre as duas abordagens, está a

questão da hierarquia. Enquanto que o CFC considera que não deve haver

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hierarquização dos princípios contábeis, pois todos são elementos igualmente

predominantes na constituição de um corpo orgânico; a doutrina oriunda do ECBC

julga necessário que haja tal hierarquização, não por uma maior ou menor

importância, de um ou outro princípio na prática, mas para que se possa entender

melhor a evolução e o entrelaçamento dos vários conceitos (IUDÍCIBUS; MARION;

FARIA 2009, p. 65).

Como não é objetivo desse estudo o mérito das questões que envolvem o

julgamento das vertentes teóricas acerca dos princípios contábeis, se contemplou

apenas o registro da nomenclatura de cada organização. De qualquer forma, a

discussão proveniente dessa contenda enriquece ainda mais o arcabouço teórico da

contabilidade, comprovando a sua interpretação como uma ciência, que cadencia

contextos conservadores com a necessidade de um processo de evolução científica

diante dos desafios impostos pelo futuro.

1.2 O CARÁTER GERENCIAL DA CONTABILIDADE, E A IMPORTÂNCIA DAS SUAS INFORMAÇÕES

Com a evolução da contabilidade como ciência social aplicada, e com as

novas demandas provenientes da alta competitividade dos mercados, num mundo

cada vez mais globalizado e corporativo, houve a necessidade de uma amplitude

das informações contábeis, ou seja, chegou-se a conclusão de que a prática contábil

vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais,

previdenciárias e fiscais.

Esse processo de adaptação com o qual a contabilidade teve de se defrontar

proporcionou à criação de um ramo mais voltado as questões administrativas,

buscando acompanhar, a também evolução dessa área. Surge, portanto, a

Contabilidade Gerencial, com uma responsabilidade a mais, de ajudar na gestão do

negócio, além de interpretar de maneira mais abrangente as informações, abaixo

vemos um conceito sobre o assunto:

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Contabilidade é uma Ciência Social que estuda a riqueza patrimonial individualizada, sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo como objetivos a geração de informação e a explicação dos fenômenos patrimoniais, possibilitando o controle, a análise, a avaliação, o planejamento e a tomada de decisão, no enfoque passado/presente/futuro. (KROETZ, 2000, p. 21)

A principal característica da Contabilidade Gerencial está no fato de que as

informações não estão centralizadas, isso quer dizer que cada setor distribui essas

informações em decorrência da sua atividade específica, pode-se ilustrar como

exemplo, os centros de custos de uma linha de produção, cada um tem a sua

realidade, e uma informação determinada, isso traz mais desenvoltura ajudando aos

gerentes e diretores de cada unidade operacional, no aperfeiçoamento das ações e

de quais as melhores formas de proceder em se tratando das decisões a tomar.

Uma boa definição sobre esse questionamento é dada por Atkinson “e outros”.

(2008, p. 36) “Contabilidade Gerencial é o processo de identificar, mensurar, relatar

e analisar as informações sobre os eventos econômicos da organização”.

A principal contribuição da parte gerencial da contabilidade ocorre quando as

informações permitem, além da melhoria no desempenho, uma condição de análise

na qualidade e no custo dessas informações. Isso porque são elas que irão

direcionar os investimentos tanto operacionais como financeiros.

O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso de informação contábil para a administração, pois os dados contidos em seus relatórios propiciam fortes influências no planejamento estratégico empresarial, portanto todo tipo de empresa deve utilizar a contabilidade gerencial para direcionar seus negócios presentes e futuros e para que isso ocorra é necessário um sistema gerencial eficaz. O profissional contábil que exerce a função gerencial recebe o nome de Controller, e este não se prende totalmente aos princípios tradicionais aceitos pelos contadores (RICARDINO, 2005).

A informação gerencial passa por algumas etapas, dentro das diversas fases

de uma organização, sejam elas: o controle operacional, custeio do produto e do

cliente, controle administrativo, controle estratégico, e demais. A depender do

ambiente em que se encaixe, a demanda pela informação se flexibiliza, ou seja,

enquanto que para um operador, a informação necessária é para controlar e

melhorar as operações, em se tratando de setores administrativos essa informação

terá outro enfoque, que pode ser a utilização dos recursos físicos e financeiros,

produtos, serviços e clientes. Em suma, a apresentação das informações gerenciais,

necessita de adaptação durante a sua utilização, a fim de se aumentar o nível dessa

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19

informação, que deve ainda ser passada de forma clara e objetiva na apresentação

do resultado da empresa, objetivando a melhor ação a ser implantada.

Uma das variadas caracterizações da Contabilidade Gerencial se pauta na

criação de informações que sejam úteis e relevantes para as entidades que a

utilizam, dessa forma se faz necessário que os gerentes tenham consciência que a

utilização da informação contenha fatores que os auxiliem nas suas demandas.

A Contabilidade Gerencial existe e existirá se houver uma ação que faça com que ela exista. Uma entidade tem Contabilidade Gerencial, se houver dentro dela pessoas que consigam traduzir os conceitos contábeis em atuação prática. Contabilidade Gerencial significa gerenciamento da informação contábil. Ora, gerenciamento é uma ação, não um existir. Contabilidade Gerencial significa o uso da contabilidade como instrumento da administração. (PADOVESE, 2007).

A Contabilidade e os seus procedimentos tiveram início e existem na

sociedade desde tempos remotos, e os seus procedimentos de registros foram

evoluindo para acompanhar as necessidades que vieram surgir para o seu

desenvolvimento dentro da sociedade. Segundo Sá (1999, p.17): “Antes que o

homem soubesse escrever e antes que soubesse calcular, criou ele a mais primitiva

forma de inscrição que foi a artística, da qual se valeu para também evidenciar seus

feitos e o que havia conquistado para seu uso”.

O conceito acima demonstra que desde muito tempo já havia a necessidade

de uma espécie de sistematização das informações, a fim de favorecer quem fizesse

uso dessas informações, em outras palavras sintetizar o conteúdo fazendo com que

a utilização seja mais fácil de assimilar. Sendo assim, pode-se considerar que

apesar de toda a gama de elementos úteis que a Contabilidade Gerencial

disponibiliza por meio das informações geradas aos seus usuários, é preciso que

estes façam uso dos conceitos, pois só assim considera-se que a mesma vem a ser

um instrumento de gestão. Não basta somente teorizar todas as vantagens

constantes do ramo gerencial da contabilidade, pois a sua verdadeira essência esta

na sua utilização, nos processos em que a mesma vem a ser útil.

O que faz com que a utilização dos Sistemas de Informação Contábil, seja

cada vez mais presente nas empresas, consiste no fato de que com estes é possível

a confecção de uma estrutura que abranja vários setores de uma organização,

proporcionando uma unificação dos diversos setores, e das informações, que podem

Page 21: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

20

com isso, fazer com que essa informação navegue, e esteja à disposição de toda a

estrutura organizacional da administração. Verifica-se essa teoria nos conceitos de

Padovese (2007, p. 39), “A contabilidade Gerencial deverá atender a todos os

segmentos hierárquicos de empresa, e isso se reflete na forma de utilização da

informação contábil.” Nessa vertente observa-se a importância do ramo gerencial, na

utilização dos sistemas de informação, visto que são cada vez mais sistemáticos os

processos organizacionais das empresas. Se utilizando ainda das ideias de

Padovese (2007), delimita-se a Contabilidade Gerencial a um foco setorial, onde se

pode criar um processo que permita dentro dos sistemas de informação contábil

gerencial, ter controle sobre cada um dos produtos de forma que se possam isolar

as especificidades que este venha a demandar. Assim, a Contabilidade com fins

gerenciais utiliza-se de sistemas de informações para analisar e projetar situações

que possibilitem a tomada de decisão. Para tanto, conforme Gonçalves e Ott (2003,

p. 17):

A Contabilidade não pode ser um fim em si mesma, mas através da divulgação por meio das demonstrações contábeis e outros relatórios, em apoio às administrações das entidades, deve dar a conhecer o atual estágio de determinado empreendimento, tanto em termos patrimoniais e financeiros, como de lucratividade e aplicação de recursos. Deve ainda permitir ao usuário da informação, a partir de uma adequada evidenciação, conhecer o passado, o presente e ao mesmo tempo propiciar a este inferir sobre as possibilidades futuras, deixando-o assim, em condições de tomar a decisão de investir ou não neste empreendimento.

Muitos autores consideram que a própria contabilidade se constitui num

sistema de informações, segundo algumas definições do (Comissão de Valores

Mobiliários) CVM, o (Instituto Brasileiro de Contadores) IBRACOM, a contabilidade

se objetiva como um sistema que fornece informações, através dos seus

demonstrativos, relatórios e demais ferramentas que transmitam informações. Como

é objetivo desse capítulo abordar a importância da Contabilidade Gerencial,

enfocando-a como uma ferramenta usada num Sistema de Informação Contábil

Gerencial, se apropriando dos conceitos de Padovese (2007), há de se considerar

que, para um uso adequado desse tipo de sistema, primeiro a informação precisa

ser necessária e passível de elementos que justifiquem um investimento, pois a sua

criação demanda um custo. É imperativo ainda que os gerentes, ou os responsáveis

pelas decisões da entidade, estejam cientes da viabilidade e do quão pode ser vital

a utilização dessa ferramenta; para isso, a figura do contador gerencial pode fazer a

Page 22: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

21

diferença nesse interim, com a orientação e a saliência da importância de todo esse

quadro para as empresas.

Atualmente é praticamente impossível ou inviável para qualquer tipo de

gestor empresarial, não se utilizar de algum tipo de sistema que propicie a ele

controle sobre o seu negócio, quanto maior o raio de alcance, a gama de clientes, ou

o grau de complexidade da entidade, mais e mais o uso desse recurso se fará

necessário. Como não é objeto dessa pesquisa entrar na emblemática das médias e

grandes empresas, uma vez que no município alvo é composto quase que em sua

totalidade de micro e pequenas empresas. Mas ter essa característica não isenta

esse tipo de empresa da necessidade de um bom sistema gerencial, principalmente

porque quanto menor, entende-se que haverá espaço para crescer e demarcar mais

espaço no mercado.

E como pode ser considerado bom, um Sistema de Informações Contábeis?

Mais uma vez se utilizando dos conceitos de Padovese (2007), entende-se que são

necessárias características como: Operacionalidade, o sistema deve contemplar

dados significativos, práticos e objetivos que proporcionem relatórios concisos e

direcionados às necessidades do usuário, Integração e Navegabilidade, percebe-se

que são pontos essências, pois todos os que se utilizam do sistema devem dispor da

mesma informação, e esta deve passar pelos mais diversos setores da empresa,

com isso considera-se que todos falarão a mesma língua. Já para Strassburg (2004,

p. 61) [...] “os conceitos de sistema de informação estão fundamentados em três

elementos básicos e fundamentais para a obtenção do resultado esperado, que são:

entrada de dados, o processamento destes dados e a saída dos dados

transformados (informação)”. É no processamento dessas informações que se criam

condições de otimização e melhor aproveitamento para o seu usuário.

Por fim entende-se que cada vez mais a contabilidade pode aproveitar-se de

sistemas de informações que venham a subsidiar condições ótimas de suporte e

auxílio às demandas geradas pela prática contábil. Ainda com o advento de uma

tecnologia cada vez mais moderna e específica à necessidade dos seus usuários,

vislumbram-se sistemas mais eficientes e direcionados as inovações que a

contabilidade vem apresentando.

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22

Tomada de decisão. Esse tem sido um termo comumente usado para

expressar a utilidade das informações contábeis, mas de que maneira essas

informações contextualizam esse fato? É preciso por parte da Contabilidade, um

processo de adaptação às inovações tecnológicas, diante das mudanças ambientais

nas organizações. Dessa forma pode-se entender que na prática é durante a

confecção das informações que esse processo ocorre, Hendriksen e Van Breda

(1999, p. 90) dizem que “A informação contábil possui características qualitativas

denominadas atributos de informações contábeis que tendem a ampliar sua

utilidade, expondo três características qualitativas básicas: duração, generalidade e

viabilidade”.

Uma das principais condições para o fornecimento de informações contábeis

é através da geração dos Demonstrativos Contábeis. Por meio desses relatórios, as

entidades se guiam na direção proposta, são os fatos e atos realizados diariamente

pela entidade que darão origem a esses relatórios. Sobre os demonstrativos

acompanhamos o conceito de Marion (2002, p. 51), “São a exposição resumida e

ordenada de dados recolhidos pela contabilidade”, ainda como conceito, vemos a

opinião de Franco citado por Barbosa e Bonamigo (2004) "Todas as informações

retiradas dos registros contábeis e apresentadas de forma expositiva, sintética ou

analítica, para fins de informação sobre o estado patrimonial e sobre as variações,

aumentativas ou diminutivas, por ele sofridas...".

Dentro dessa temática sobre os demonstrativos, percebe-se a sua

importância para as entidades, pois é de posse deles que se verifica o resultado das

operações, a situação econômico-financeira, e patrimonial. De acordo com Braga

(1999, p.70 apud SARAIVA, 2005, p. 1)

As demonstrações contábeis, denominadas de demonstrações financeiras na legislação societária (Lei No. 6.404/76), são utilizadas pelos administradores para prestar contas sobre os aspectos públicos de responsabilidade da empresa, perante acionistas, credores, governos e a comunidade em geral. Têm, portanto, por objetivo, revelar, a todas as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim de possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação econômico-financeira.

Em seguida vemos os principais demonstrativos contábeis, suas

características, e definições, contudo vale ressaltar que essa análise ocorre de

Page 24: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

23

maneira sucinta, pois não é objetivo desse capítulo o aprofundamento sobre esse

tema.

De acordo com a Lei 6.404/76 e alterações da Lei 11.638/07, as

Demonstrações Contábeis obrigatórias são as seguintes:

a) Balanço Patrimonial; reflete de maneira estática a situação financeira

da empresa, composto de todos os bens e direitos, constantes no Ativo,

assim como suas obrigações perante os sócios e terceiros, constantes no

Passivo, "O balanço servirá como elemento de partida para o conhecimento

retrospectivo da situação econômica e financeira de uma empresa, através

das informações contidas nos seus vários grupos de contas". (ASSAF

NETO, 1981, apud BARBOSA, BONAMIGO, 2004)

b) Demonstrativo de Resultado do Exercício; destina-se a informar o

resultado operacional da empresa, através do confronto entre receitas e

despesas, provenientes dessas operações. Segundo Marion (2003, p. 127)

“A DRE é extremamente relevante para avaliar desempenho da empresa e a

eficiência dos gestores em obter resultado positivo”.

c) Demonstração dos Fluxos de Caixa; consiste na evidenciação das

movimentações envolvendo as disponibilidades do ativo circulante das

entidades, atesta à capacidade de gerar caixa e valores equivalentes a ele

(disponível), o seu advento vem em substituição de outra demonstração a

DOAR. De acordo com Iudícibus (1998, p. 218) a DFC [...] “demonstra a

origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um

determinado período e o resultado desse fluxo”.

d) Demonstração do Valor Adicionado; informa detalhamento da formação

da riqueza gerada pela empresa, como também a sua respectiva

distribuição. Com a utilização da DVA “É possível perceber a contribuição

econômica da entidade para cada segmento com que ela se relaciona.

Constitui-se no Produto Interno Bruto (PIB) produzido pela organização”

(KROETZ, 2000, p. 42).

e) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; equipara a

Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, ambas destinam-se a

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24

demonstrar as mudanças em natureza e valor, sofridas pelo Patrimônio

Líquido, num determinado período de tempo. Iudícibus (1998, p. 59), afirma

que, “Todo acréscimo e diminuição do Patrimônio Líquido é evidenciado

através desta demonstração, bem como da formação e utilização das

reservas (inclusive aquelas não originadas por lucro)”.

É importante ressaltar ainda, a existência das chamadas Notas Explicativas,

que são também citadas na Lei das Sociedades por Ações e constituem um

importante complemento constante das Demonstrações, pois evidenciam qualquer

tipo de esclarecimento que se faça necessário diante das informações contábeis.

Além dos tão conhecidos demonstrativos definidos acima, verifica-se ainda

alguns relatórios importantíssimos, que certamente complementam os

demonstrativos tradicionais, principalmente em caráter gerencial. Salienta-se que a

utilização dessas ferramentas, mesmo sem uma obrigatoriedade por parte da

legislação, contribui bastante para o desenvolvimento das empresas.

A contabilidade gerencial, para ser utilizada como instrumento no processo de tomada de decisões necessita de integração com: a contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial, que requerem informações contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões (IUDÍCIBUS, 1998, p. 22).

A citação acima ilustra a necessidade da utilização das ferramentas

gerencias, em conjunto com as demonstrações contábeis geralmente utilizadas.

Essa compilação de dados gera uma integração entre as informações, tornando-as

ainda mais completas e úteis. Em seguida são apresentados alguns relatórios

contábil-gerenciais que se encaixam nessas definições:

a) Análise de Investimentos; esse tipo de relatório busca mostrar aos

empresários caminhos sólidos para o investimento do capital das empresas,

através da análise dos demonstrativos contábeis, dos mercados, e de outros

dados, busca-se nortear qual o melhor caminho para as aplicações

financeiras.

Page 26: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

25

b) Planejamento Tributário; visa à diminuição da carga tributária através

de técnicas de estudo da legislação, como também dos procedimentos

financeiros e operacionais das empresas, Fabretti (2006) diz: “O estudo feito

preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo,

pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais

menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário”.

c) Gestão de Estoques; trata da movimentação dos materiais, de uma

maneira geral, envolvem questão sobre o armazenamento, manuseio,

proteção, e de toda logística empregada no processo,

Ainda podem ser encontrados outros tipos de relatórios gerenciais, a

depender do ramo de atividade empresarial e do tipo de informação e ser gerada,

como o objeto do estudo não é desgastar esse assunto, só foram citados esses três.

Independentemente do tipo de relatório que será usado para a apresentação

das informações contábeis, essas devem seguir uma linha teórica que as caracterize

como informações de princípios qualitativos. De acordo com Iudícibus (2004, p. 76)

“A tempestividade, a integralidade, a confiabilidade, a comparabilidade e a

compreensibilidade, esses atributos dão aos dados contábeis uma vocação

informacional e podem ser observados nas reações de quem os recebe”, também

segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p. 96-106), “As propriedades das

informações contábeis estão ligadas aos benefícios e custos, relevância,

confiabilidade, comparabilidade e materialidade”.

Constata-se que as informações contábeis primeiro devem acontecer no

momento oportuno para quem fará uso delas, o chamado “ponto certo”, com isso

elas serão consideradas tempestivas. Outra característica importante é a relevância,

que ocorre quando a informação interferir diretamente nas decisões tomadas. As

informações ainda necessitam ser consideravelmente compreensivas e confiáveis

aos usuários, permitindo com isso, condições de compará-las, a fim de se avaliar

tendências e eventuais mudanças. Todas essas características são fundamentais,

visto que a qualidade das informações deve equivaler ao custo da sua elaboração,

garantindo o retorno desejado.

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26

Diante de toda essa análise, constata-se que a Contabilidade Gerencial,

presta um papel fundamental para a Contabilidade em Geral, no que tange a

utilização das informações criadas por ela, pois propiciam a sua transformação,

buscando atender as expectativas das organizações, no sentido de dar propriedade

as decisões tomadas. Um bom exemplo refere-se ao fato de que a própria legislação

vem acompanhando essa tendência, uma vez que as alterações sofridas pela Lei

6.404/76, através da 11.638/07, mudaram os dispositivos que tratam dos

demonstrativos (art. 176, IV e V), trazendo a estes características de estilo gerencial,

como é o caso da DFC e principalmente da DVA.

Com a globalização, surgiu a necessidade de serem padronizados os procedimentos contábeis e dotar as informações com maior transparência e qualidade. Desta forma, procurou-se adequar a parte contábil da Lei 6.404/76 a essa nova realidade econômica brasileira. A proposta das Demonstrações do Fluxo de Caixa e do Valor Adicionado teve o objetivo de aprimorar a comunicação da contabilidade com seus usuários, atendendo assim suas necessidades informacionais. (AFONSO, 1999)

Todas as transformações que a Contabilidade Gerencial tem direcionado às

informações contábeis estão atreladas aos diversos campos do conhecimento, como

a própria contabilidade geral de custos e também a administração, planejamento

estratégico, estrutura organizacional, microeconomia, entre outros. Com isso,

conjectura-se um futuro onde a sua utilização será ainda mais proficiente, devido

aos avanços tecnológicos e à necessidade de um profissional apto a competir diante

da globalização.

Para que se possa ter a devida ciência da importância da Contabilidade

Gerencial e das suas contribuições para quem dela faz uso, é preciso um

comparativo com a Contabilidade Financeira, tão comumente usada pelos

profissionais contábeis, para que dessa forma se possa valorizar ainda mais as suas

características. A partir dos conceitos de Garrison, Noreen e Brewer (2007, p. 4), A

contabilidade Gerencial procura fornecer informações aos gestores, ou seja, aqueles

que se encontram na parte interior das entidades, enquanto que na Contabilidade

Financeira a confecção das informações é direcionada aos agentes externos,

aqueles que se interessam pela situação das empresas. Já diante das ideias de

Atkinson (1995) diferencia-se a Contabilidade Financeira da Contabilidade Gerencial

da seguinte maneira: Contabilidade Gerencial: Processo de produzir informações

financeiras e operacionais para os empregados e gerentes das organizações. Tal

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27

processo deve ser dirigido pelas necessidades de informações de indivíduos

internos à organização, e deve guiar suas decisões operacionais e de investimentos.

Contabilidade Financeira: Processo de produzir demonstrativos financeiros para

entidades e usuários externos - como acionistas, credores e governo. Este processo

é demasiadamente restringido por modelos regulatórios oficiais e autoridades fiscais,

e por requisitos de auditoria de instituições independentes de contadores.

Partindo desse pressuposto, entende-se que a Contabilidade Gerencial tem

o seu destaque no auxílio aos administradores, e funciona como uma ferramenta

que aperfeiçoe os seus desempenhos, essa é uma das grandes contribuições do

ramo gerencial. Mas de que forma toda essa conjuntura acontece? Quais os

desdobramentos da utilização da Contabilidade Gerencial enquanto instrumento de

auxílio à gestão? Podem ser várias as formas de utilização, a depender da

necessidade de cada organização vários autores discorrem sobre o tema, na

tentativa de desenvolver uma forma mais genérica de vislumbrar a importância do

uso da Contabilidade Gerencial, vamos empregar uma análise que trabalha com a

matéria no aspecto de divisão através de processos, que ocorrem em três etapas

que apesar de distintas se complementam criando um ciclo de atividades dentro da

empresa é o que vemos na citação a seguir.

O planejamento envolve a escolha de uma linha de ação e a especificações de como a ação será executada. A atividade de direção e motivação envolve a mobilização de pessoas na execução de planos e gestão de operações de rotina. O controle subentende assegurar que o plano seja de fato executado e seja adaptada adequadamente na medida de alterações das circunstâncias, a informação proporcionada pela contabilidade gerencial desempenha um papel fundamental nessas três atividades administrativas básicas, mas mais particularmente nas funções de planejamento e controle. (GARRISON; NOREEN; BREWER; 2007).

CONTABILIDADE

RegistroEstimação Dados FinanceirosOrganização e OperacionaisSintetização

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28

Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial       

Relatório a agentes situados foraRelatórios para pessoas internas à

da organização:   organização, para fins de:  Proprietários     Planejamento  Credores     Direção e motivação  Autoridades Fiscais   Controle  Reguladores     Avaliação de desempenho       Ênfase em sínteses das   Ênfase em decisões voltada paraconsequencias financeiras de o futuroatividades passadas          Ênfase na relevânciaÊnfase em objetividade e    

possibilidade de verificaçãoExigência de informação oportuna

       Exigência de precisão  

Relatórios detalhados por segmento,

    para departamentos, produtos,São preparados somente dados clientes e funcionáriossintéticos para a organização como    um todo  

Não precisa obedecer a princípios

    contábeis aceitos (GAAP)Deve obedecer a princípios de    contabilidade aceitos (GAAP) Não é obrigatória       Obrigatória para a apresentação de    relatórios externos                 

Quadro 4: Comparações entre Contabilidade Financeira e Contabilidade GerencialFonte: Garrison, Noreen e Brewer (2007, p. 7).

O quadro ilustra bem as principais diferenciações entre os dois ramos

contábeis, mas convém tecer comentários sobre as questões enfáticas a respeito da

questão temporal, onde se destaca que a Contabilidade Gerencial orienta-se pelo

futuro, ou seja, leva-se em conta o planejamento e estimam-se contingências e

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29

estimativas, já no ramo financeiro as informações baseiam-se em fatos já ocorridos

(passado). Em se tratando de como a informação deva chegar aos usuários,

percebe-se uma diferença importante no que tange a precisão, a parte gerencial da

contabilidade torna desnecessário os recursos que venham a garantir altos índices

de exatidão, o foco se dá em estimativas que procurem atender as expectativas

apresentadas, Garrison, Noreen e Brewer (2007, p. 4) ressaltam que: “Além de

atribuir menor ênfase à precisão do que a Contabilidade Financeira, a Contabilidade

Gerencial dá peso maior a dados não monetários”.

Outro fator que merece proeminência é a não obrigatoriedade da

Contabilidade Gerencial, o que não ocorre com a Financeira, que por sua vez em

virtude da legislação, deve ser realizada por todas as empresas. Entretanto apesar

da não ser obrigatória, a importância da Contabilidade Gerencial é mais do que

atestada pela sua utilização cada vez mais presente nos grandes conglomerados

empresariais, e em inúmeras empresas em todo o mundo. “A Contabilidade

Gerencial informação que cria valor considerável, pelo fornecimento de informações

acuradas e oportunas sobre as atividades necessárias para o sucesso das

organizações de hoje”, Atkinson “e outros” (1997 apud PADOVESE, 2007, p. 32).

Por toda essa conjuntura, a Contabilidade Gerencial fundamenta-se como

uma ferramenta que veio para ficar, visto a sua importância no gerenciamento das

entidades e o seu grau de utilização cada vez mais elevado, como a Contabilidade

controla o seu principal objeto de estudo (patrimônio) através da confecção de

informação, é de se esperar que essas informações tenham verdadeira relevância e

importância, pois toda a estrutura que abrange a Contabilidade gerencial vem, sem

dúvida nenhuma, endossar a qualidade dessa informação.

1.3 OS USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

A informação contábil é sem duvida de suma importância para a sociedade

como um todo, contudo alguns segmentos se utilizam dela de maneira mais direta,

voltada tanto ao caráter profissional, como também num sentido mais coletivo, em

se tratando das empresas. Antigamente a definição de usuário da contabilidade se

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30

restringia aos proprietários das empresas, com o surgimento dos conceitos

gerenciais acerca da contabilidade, a abrangência em se determinar quem se utiliza

dessas informações cresceu muito, nos dias de hoje é comum se encontrar diversos

usuários da contabilidade e das suas informações. O Conselho Federal de

Contabilidade, por meio da resolução nº 774/94, classificou os usuários das

informações contábeis em duas categorias: o interno e o externo, diante disso

vemos uma definição de Padovese (2003 apud BARBOSA, BONAMIGO, 2004).

Usuários Externos: São pessoas ou entidades que possuem interesse na empresa, que está direta ou indiretamente voltada a atender à sociedade. Podemos citar: clientes, investidores, credores, fornecedores, órgãos governamentais, e outros.Usuários Internos: Pessoas responsáveis pelo planejamento e controle empresarial, responsáveis pela sobrevivência da empresa; vão desde o administrador, sócios, proprietários, até os operários desta.

Para um melhor entendimento sobre os usuários e as suas relações com as informações

contábeis, abaixo vemos uma quadro comparativo sobre essa questão:

Usuários da InformaçãoContábil

Meta que desejaria Maximizar ouTipo de Informação mais

importante

Acionista minoritário Fluxo regular de dividendosAcionista majoritário ou com grande participação

Fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação

Acionista Preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixoEmprestadores em geral Geração de fluxos de caixa futuros suficientes para receber

de volta o capital mais os juros, com segurançaEntidades Governamentais Valor adicionado, produtividade, lucro tributávelEmpregados em geral,como assalariados

Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manutenção dos salários, com segurança; liquidez

Média e alta administração Retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido;Situação de liquidez e endividamento confortáveis

Quadro 3: Os principais usuários das informações contábeis com a natureza básica das informações mais requisitadas.Fonte: Iudícibus (2004, p. 23)

Como título de esclarecimento, define-se os tipos de Usuários Externos

como: Instituições bancárias, os fornecedores em geral, clientes, investidores e o

poder público (governo). Analisando esse rol de usuários da contabilidade, nota-se

que os mesmos fazem uso das informações contábeis de uma maneira geral, a fim

de conhecer melhor as entidades com a qual se pretende estabelecer contato, daí

verifica-se a importância desse fator, pois essas relações serão imprescindíveis para

as o desenvolvimento empresarial. Tomamos a título de exemplo, as Instituições

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31

Financeiras; é comum a análise dos demonstrativos, principalmente os de origem

financeira, para a escolha do tratamento a ser direcionado aos seus clientes

(empréstimos, financiamentos, etc). Os clientes e fornecedores enquanto usuários

podem se basear nesses dados para medir a capacidade da empresa em honrar os

compromissos estabelecidos. Outro ponto a ser destacado, faz menção ao governo

como usuário externo da contabilidade, pois são tomando como base as

demonstrações que se efetuam, os cálculos das obrigações tributárias que se dá a

alimentação da máquina pública.

Destaca-se ainda a importância das informações contábeis no mercado

financeiro, pois os investidores se fundamentam nesses dados para destinar as suas

aplicações, empresas que se mostrarem mais eficientes na elaboração dessas

informações seguramente se tornarão mais almejadas, alavancando a captação de

recursos advindos dessas relações.

Em se tratando dos usuários internos, podemos considerar: Os empresários,

sócios e acionistas, e ainda diretores, administradores e demais funcionários. Para

esse tipo de usuário a informação se propõe a balizar as suas ações e decisões,

dentro das suas organizações. Nesse ponto quem recebe a informação, irá definir o

seu nível de detalhamento, Hendriksen e Van Breda (1999, p. 95) citam que “[...] a

natureza do usuário é um fator determinante crucial para a decisão a respeito da

informação a ser divulgada”.

Dessa forma, entende-se que os usuários adaptarão as informações de

acordo com sua conveniência e necessidade, os administradores, por exemplo, face

ao cargo que ocupam, podem solicitar relatórios gerenciais específicos como: fluxo

financeiro, contas a pagar ou receber, vendas e faturamento, etc. É correto dizer

ainda que as informações oriundas da corrente gerencial da contabilidade, são

aquelas destinadas principalmente aos seus usuários internos, isso explica o fato

dessas informações serem mais flexibilizadas em função da sua utilização.

Diante do exposto nesse capítulo percebe-se que os usuários da

contabilidade têm evoluído juntamente com a mesma, tanto nas suas necessidades,

como também na utilização dessas informações, com isso, percebe-se a importância

das suas características qualitativas, e da flexibilização para cada tipo de usuários. A

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32

qualidade dessas informações deve ser assegurada por certo grau de

sistematização (sistema de informações), além de estar alicerçado pelos Princípios

Fundamentais de Contabilidade.

Entendendo que cada usuário, tanto interno como externo, tem

necessidades específicas diante das informações contábeis, essa mesma

contabilidade pode passar aos seus mais diversos usuários o entendimento de que o

seu uso constante e adequado nas atividades propostas subsidia os parâmetros que

cercam a sua tomada de decisões. Em contrapartida, esse processo valoriza cada

vez mais a utilização dos profissionais contábeis que se encontrem aptos a fornecer

esse tipo de informação.

Page 34: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

33

2 ASSIMETRIA INFORMACIONAL – CONCEITO GERAL

A informação está absolutamente ligada às questões que envolvem as

relações entre os usuários da contabilidade, sendo de fundamental importância para

a sua aplicabilidade e para um bom andamento da operacionalização, como também

da busca do sucesso econômico-financeiro de todos os usuários envolvidos. Aqui

temos uma definição de informação como sendo: “Dados dotados de relevância e

propósito” (DAVENPORT, 1998). Normalmente, quando os gestores se deparam

com processos que envolvem tomadas de decisão, eles se confrontam com um

conjunto de dados que, contextualizando-os, conduzem-no à solução de impasses.

De outra parte, Davenport (1998) afirma que “[...] o conhecimento é a

informação mais valiosa. É valiosa mais precisamente porque alguém deu à

informação um contexto, um significado, uma interpretação [...]”. Neste caso, é como

se a informação dependesse de cada um para se transformar em conhecimento,

variando de acordo com sua percepção, codificação e interpretação, sofrendo à

influência de suas características e também dos valores pessoais de cada indivíduo.

Assimetria Informacional surge como um dos obstáculos para a correta

utilização e interpretação da informação, ela pode ser descrita como um fenômeno

segundo o qual alguns agentes econômicos ou não, são possuidores de

informações a mais do que outros. Num exemplo clássico para ilustrar o tema,

temos o caso em que um tomador de um empréstimo é profundo conhecedor da sua

própria capacidade de pagamento, diferentemente de sua fonte, que não detém

essa informação.

As implicações da assimetria informacional foram inicialmente analisadas

por Akerlof (1970) apud Santos “e outros” (2007, p. 467-468). Ele explana esse

fenômeno citando como exemplo o mercado de carros usados, num estudo sobre

lemon markets, como são conhecidos os carros velhos e ruins nos EUA. Quem

vende um automóvel tem pleno conhecimento do estado em que ele se encontra, do

contrário de quem efetua a compra, que não tem conhecimento das condições e

ainda das intenções do vendedor. Em função dessa assimetria de informações, é

comum que o comprador tenha uma predisposição a pagar um preço mais reduzido

Page 35: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

34

por este veículo. Em consequência deste fator, quem tem um automóvel em

condições ótimas, não quer vender em virtude do preço de mercado estar baixo, o

que não retrata o valor desejado. Diante dessa conjuntura, é provável que ocorra um

sobra de carros de baixa qualidade no mercado, o que tende a provocar uma forte

elevação do nível de desconfiança dos compradores. Quando incide o fenômeno da

assimetria informacional, tendem a ocorrer conflitos de interesses nas relações.

Ainda explorando os conceitos sobre o tema, vemos a opinião de Angelo

(2005) “Desse modo, podemos definir assimetria de informações como o fenômeno

em que um agente ou grupo possui um pacote de informações sobre determinado

tema maior ou diferente de um segundo agente ou grupo interessado nessas

mesmas informações”. Esse conceito reforça ainda mais a máxima que a assimetria

retrata, a disparidade das informações entre os detentores destas. Tomando como

base os relatos de Junior (1998), a assimetria informacional pode ser definida como

a disparidade de informações existentes entre os participantes do mercado, os

gestores e os investidores e ocorre quando o gestor possui conhecimentos a

respeito do desempenho futuro da empresa aos quais os investidores não têm

acesso, isso numa visão do mercado de investimentos, ainda nesse contexto temos:

“Os investidores uma vez cientes da assimetria informacional, tendem a subvalorizar

as novas emissões de títulos por parte da Companhia” Myers e Majluf (1984 apud

JUNIOR; 1998). Portanto estes conceitos evidenciam que o aparecimento desse

fenômeno tende a trazer uma instabilidade aos mercados, fazendo com que estes

sejam passíveis de produtos e serviços de má qualidade.

Para um melhor entendimento da assimetria da informação, o estudo das

implicações do seu surgimento passa pelas teorias desenvolvidas a partir das suas

consequências e prováveis soluções aos problemas gerados, portanto, o

aprofundamento dessas teorias trará mais condições de entendimento ao tema

exposto, e será parte integrante desse capítulo.

2.1 PRINCIPAIS TEORIAS ACERCA DA ASSIMETRIA INFORMACIONAL

Page 36: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

35

A assimetria de informação se substancia como um dos grandes entraves

para os usuários da contabilidade. Iudícibus (2004, p. 48) considera o usuário da

contabilidade como sendo: “[...] toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na

avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade

empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar”. Ainda

partindo desse raciocínio e para um melhor entendimento, é apresentado um quadro

contendo os principais usuários das informações contábeis com a natureza básica

das informações mais requisitadas: “Usuários da Informação Contábil: Acionista

minoritário, Acionista majoritário ou com grande participação, Acionista Preferencial,

Emprestadores em geral, Entidades Governamentais, Empregados em geral, como

assalariados, Média e alta administração”, (IUDÍCIBUS, 2004, p.23).

Em se tratando da maneira como serão utilizadas as informações aos

usuários da contabilidade, a assimetria de informação aparece como uma das

grandes vilãs das relações que esses usuários mantêm. A assimetria informacional

ocorre quando uma das partes de uma determinada transação possui mais

informação do que a outra, uma das principais teorias estudadas a partir dessa

assimetria e que vem a explicar como ocorrem algumas das distinções em virtude

desse problema é a teoria da agência.

2.1.1 Teoria da Agência

De acordo com Hendriksen e Van Breda (1999, p.139) “[...] dizem que esse

aspecto da Teoria da Agência se apresenta como o mais recente trabalho da área e

tem-se concentrado nos problemas causados pela informação incompleta”. Como

exemplo, tais autores citam o fato de o principal (no caso, o proprietário) ser incapaz

de observar todas as ações do agente (no caso, o administrador). Esse fator é o

ponto determinante dessa teoria, que retrata bem a situação onde os

administradores de recursos financeiros (agente), que têm a prerrogativa de destinar

os investimentos oriundos dos donatários do capital (principal), ocorre que ambos

tendem a desenvolver opiniões divergentes sobre a finalidade desse investimento,

fazendo com que se desenvolva a assimetria.

Balizando-se com as ideias de Jensen e Meckling (1976), Eisenhardt (1989)

e Arrow (1985 apud Costa “e outros” [200-?]), entende-se que há decisões tomadas

Page 37: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

36

pelo agente que podem maximizar a riqueza de uma parte e as que maximizam o

interesse da outra, de modo que decisões favoráveis a um lado podem ser

desfavoráveis ao outro porque há propósitos imperfeitos do ponto de vista simétrico

e custos de oportunismo (aqueles provenientes de comportamento oportuno) e de

controle, essa teoria está pautada na inexistência de agente perfeito e de contrato

completo e na existência de assimetria de informações. A teoria da agência ampara-

se na separação entre a propriedade e o controle, trazendo em seu escopo a noção

de conflito. Para Arrow (1985 apud Costa “e outros” [200-?]), a delegação de

autoridade na tomada de decisão é problemática, pois além dos interesses do

proprietário e do agente normalmente divergirem, o proprietário não poderá

monitorar perfeitamente e sem custos as ações do agente. Assim, essas condições

constituem o problema de agência, pois possibilitam o comportamento oportunista

do agente em trabalhar contra o bem-estar do proprietário. Buscando ainda uma

melhor ilustração acerca do significado da Teoria da Agência, temos a seguinte

citação:

Segundo Hillbrecht (1999, p.93) apud Neto (2005), O problema da relação principal-agente é geral no mercado acionário. Ele existe porque, embora muitos dos atos dos administradores sejam visíveis para os proprietários, como por exemplo, o investimento em capital físico, existe uma grande variedade de atos que não o são, como por exemplo: os gastos para aumento de produtividade, investimento em pesquisa, gastos em ostentação, bem como o próprio esforço dos administradores. Para evitar-se o problema, os acionistas devem incorrer em custos de monitoramento e promover detalhadas auditorias periodicamente. Mas isso remete novamente ao problema do free-rider..., pois como essa ação beneficia todo o conjunto de acionistas, nenhum acionista individualmente pode achar que valha a pena gastar seus recursos para tal.

Continuando a textualizar os conceitos acerca da Teoria da Agência,

tomando por base a opinião, de Brisola (2000 apud ANGELO, 2005), uma empresa

é composta de seres que tem interesses próprios, mas que sabem que para crescer

precisam ser uma equipe melhor que as suas concorrentes diretas, sendo assim

essa teoria aborda as relações contratuais que ligam esses empregados, fazendo

com que os mesmos tenham objetivos em comum. Pode se entender com isso, a

título de exemplo que numa relação entre um gerente financeiro (agente), que tem

como função gerir as aplicações de um investidor (principal), o primeiro apesar de

ter em tese a autoridade em julgar o destino do ativo em questão, precisa discernir o

interesse de cada parte e procurar com isso maximizar aos rendimentos objetivados

Page 38: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

37

por ambos. Para um melhor entendimento vejamos o que cita Monsma (2000, p. 83-

114)

A teoria da agência focaliza os problemas gerados pelo fato de que o agente tem de fazer algo pelo principal, mas não tem os mesmos interesses. Ao mesmo tempo, o principal nunca tem informação completa sobre as atividades do agente, e muitas vezes nem sabe fazer as tarefas do agente. Essa abordagem tenta descobrir que arranjos contratuais e institucionais podem melhor alinhar ou compatibilizar os interesses do agente com os interesses do principal. O ideal, para o principal, é um sistema de incentivos em que o agente só pode ganhar mais por meio de esforços que aumentam os benefícios do principal (STINCHCOMBE, 1986, pp. 139-140).

A sentença acima talvez seja a que melhor retrata a teoria em estudo, pois

transmite de forma completa o embaraço causado pela assimetria existente entre o

principal e o agente, é preciso que ambos tenham consciência que essa relação

deve ser de conveniência mútua, pois dessa forma pode-se reduzir a assimetria

informacional, trazendo benefícios às partes integrantes da relação, entende-se

ainda que a confecção de um bom contrato, acompanhado de mecanismos que

abonem o desempenho do agente, tende a agir de modo a facilitar esse processo.

2.1.2 Seleção Adversa

Outra situação que faz parte das teorias que versam sobre a manifestação

da assimetria informacional é a chamada Seleção Adversa, que quando colocada

por Hendriksen e Van Breda (1999), verifica-se que uma das partes poderá

descontar a informação fornecida pela outra, mesmo que seja verdadeira. É uma

espécie de desconfiança de uma parte sobre a informação apresentada pela outra

parte, ou talvez, em outras palavras um “ruído de comunicação” entre essas partes.

“É uma espécie de desconfiança de uma parte sobre a informação apresentada pela

outra parte, ou talvez, em outras palavras um ruído de comunicação entre as partes”

(ÂNGELO, 2005, p. 43). Já para Gomes e Diniz (2006, p.2 apud GONÇALVES e

TAVARES, 2008) “o problema de informação assimétrica surge quando as

características do bem negociado não são observadas por todos os participantes do

mercado.”.

Page 39: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

38

Portanto percebe-se que a eclosão da Seleção Adversa se dá em suma no

período que antecede o feitio e assinatura de um contrato, momento esse que torna

uma das partes detentora de informações que são indisponíveis para a outra parte.

Segundo Fabrizio Mattesini (1993), o incentivo para a parte mais bem informada

tentar tirar vantagem de sua maior quantidade de informações será mínimo se existe

a intenção de criar um relacionamento com o comprador para futuras transações, ou

se o mercado em questão é regulado por um especialista externo (por exemplo,

agência reguladora do setor), mesmo assim, é frequente que problemas de

informação ocorram, levando a desvios de eficiência. Para Mishkin (1991), seleção

adversa é um problema de informação assimétrica que ocorre antes de uma

transação ocorrer. Maus tomadores são os que mais procuram por empréstimos.

Estes agentes têm interesse em alavancar o seu grau de endividamento, pois

somente eles conhecem a real condição de saneamentos da dívida. Como a

Seleção Adversa torna mais provável que os empréstimos sejam feitos a maus

riscos de crédito, os emprestadores podem decidir não disponibilizar o acesso ao

crédito mesmo que haja boas condições de mercado, o que dificulta um ambiente de

financiamento desejável.

Como visto nos textos anteriores, o problema da seleção adversa é outra

importante característica da problemática dentro da assimetria informacional, o

estudo de suas variáveis leva a considerações que envolvem problemas contratuais,

que versam sobre cenários anteriores e posteriores a compromissos formais

(contratos). De acordo com Machado (2002, p.15), “[...] os principais problemas

contratuais decorrentes de assimetria de informação podem ser agrupados em duas

categorias, de acordo com o momento de surgimento do comportamento oportunista

das partes: pré-contratual ou pós-contratual”. Visando uma melhor percepção,

vejamos os dados a seguir:

Pré-contratual CONTRATOS Pós-contratual

Seleção adversa Moral Hazard

Sinalização Contratos

Screening Incentivos

Figura 1 – Mecanismos da seleção adversa e risco moral Fonte: Balbinotto (2008).

Page 40: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

39

O quadro acima mostra um comparativo entre as questões pré e pós-

contratuais, com os respectivos problemas acerca da assimetria informacional, como

também, suas possíveis soluções, a princípio se dará mais ênfase ao que tange a

seleção adversa, como o destaque da menção que segue:

A sinalização e o screening podem ser definidos como: sinalização (signaling): diz respeito à emissão de sinais e fornecimento de informações por parte do agente que a detém (o agente que está recebendo a informação deve confiar na sinalização do outro agente); varredura (screening): ocorre quando a informação assimétrica é revelada por mecanismos utilizados pelo principal, ou seja, diz respeito à busca de informações (os que desejam informações fornecem incentivos ou dispõe de mecanismos de avaliação de modo a conseguir a informação desejada). (SCHMIDT “e outros”; 2005 apud GONÇALVES; TAVARES 2008).

Nota-se que tanto a Sinalização, como o Screening são as principais formas

de combate a esse tipo de assimetria, na primeira o agente passa ao principal

alguma informação que possa influenciá-lo, isso faz com que a assimetria se reduza,

pois com isso o principal terá condições de perpetrar um contrato que atenda as

suas necessidades, daí esse contrato é apresentado ao agente que aceitara ou não

os termos contratuais. No caso da filtragem ou screening, o movimento se inicia com

o principal, que condiciona situações avaliativas, que induzam ao aparecimento de

agentes que atendam às necessidades da contratação, fazendo como dessa forma

se reduzam os riscos de assimetria.

Com o intuito de exemplificar a teoria da Seleção Adversa podemos fazer

uma análise do estudo relacionado ao mercado de seguros, com ocorrência de

informação ocultas, vejamos seguinte citação:

Um é o caso da “seleção adversa”, em que a companhia seguradora não pode determinar algumas características do segurado que são relevantes para a determinação da probabilidade do estado futuro de sua personalidade. [...] O outro caso é semelhante em que a seguradora é presumida não conhecer ou ser capaz de monitorar o estado presente da personalidade (na data da compra), mas diferente em que o segurado também tem o poder e o incentivo para mudar este estado não observável em resposta à cobertura do seguro. (PAULY 1974, p.44-45 apud GONÇALVES; TAVARES; 2008).

No mercado de seguros a assimetria informacional tem forte impacto, uma

vez que as empresas seguradoras não detêm o conhecimento sobre o

comportamento e as intenções dos seus clientes, assim a utilização de mecanismos

de redução são prioritariamente utilizados, alguns métodos como o screening,

Page 41: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

40

busca-se a inserção desses clientes em categorias a partir do perfil de cada um,

dessa forma mede-se os riscos e balizam-se os valores negociados. Outro ponto diz

respeito à sinalização, onde as empresas através da concessão de benefícios

incentivam os clientes a revelarem informações que em situações normais estariam

ocultas e a partir dessas informações, é possível classificar e avaliar os contratos

com margens de segurança maior.

2.1.3 Risco Moral

Outra variável encontrada dentro das teorias de assimetria informacional é o

chamado Risco Moral ou Moral Hazard que envolve questões relativas ao

comportamento dos indivíduos nos negócios firmados entre partes, como não há

condições de se prever que tipo de ação ou intenção as pessoas terão diante dos

seus compromissos.

Em geral, os problemas gerados pela assimetria de informação são associados ao comportamento de natureza ética, afetando diretamente as relações entre os agentes. Se os agentes econômicos tivessem uma orientação benigna, não oportunista, os custos de transação não seriam relevantes. (MACHADO, 2002, p. 90).

Diante do exposto, percebe-se que o Risco Moral afeta diretamente as

relações entre os entes econômicos, trazendo uma elevação aos custos das

transações que envolvem essas relações, sendo assim, é causado um impacto

sobre o equilíbrio desses custos, o que ocasiona problemas para todas as partes

inseridas na relação. Continuando a demonstrar as variações teóricas, busquemos

fundamento em Canuto e Lima (1999), o problema de assimetria informacional, em

se tratando do Risco Moral, se caracteriza após a ocorrência da transação, quando o

emprestador corre o risco de que o emprestante, após receber o empréstimo, se

engaje em atividades indesejáveis do ponto de vista daquele; uma vez obtido o

empréstimo, o emprestante pode desenvolver atividades mais arriscadas, as quais,

muito embora ofereçam retornos potencialmente maiores, oferecem riscos

igualmente maiores.

Essa indagação levanta uma importante relação da teoria em questão, com

o mercado de investimentos. Tomando como base os fenômenos relacionados ao

protecionismo que ocorre com as instituições financeiras, com o pretexto de

blindagem ao mercado, isso ocasiona ainda mais a incidência do Risco Moral, uma

Page 42: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

41

vez que, em virtude da proteção aos capitais aplicados no banco, os investidores

deixam de fiscalizar as ações desses bancos em posse dos seus numerários, o que

faz com que esses investimentos sejam direcionados a atividades arriscadas,

criando um ciclo especulativo, que pode vir a originar bolhas maléficas a todos os

relacionados, para melhor fixação do exposto, vejamos a citação subsequente:

Como a falência de um grande banco torna mais provável a ocorrência de uma instabilidade financeira de grandes proporções, os reguladores naturalmente relutam em permitir a quebra de um grande banco; no jargão da literatura sobre regulação e supervisão, um banco como esse é considerado “grande demais para quebrar” (too big to fail). Um problema com essa política, com efeito, é que ela aumenta os incentivos de risco moral para os grandes bancos. Na medida em que seus depositantes sabem que um determinado banco é visto como “grande demais para quebrar”, não terão incentivos para monitorá-lo e puni-lo com a retirada de depósitos caso o mesmo se engaje em operações excessivamente arriscadas. (CANUTO; LIMA,1999, p. 14).

Uma das formas de combate ao Risco Moral é o incentivo, nesse caso o

principal deve criar maneiras de fazer com que o agente se esforce em cumprir o

que foi acordado entre as partes, exemplificando temos condições como

participação nos lucros, ganhos proporcionais ao rendimento e outras gratificações

que visem à melhoria do comportamento do agente diante do esforço necessário ao

atendimento das necessidades do principal.

Ainda envolvendo esse questionamento dentro da importância da qualidade

e do acesso em conjunto das informações contábeis, para os usuários relacionados

em determinados processos decisórios, consideremos a seguinte afirmação, “O

objetivo básico dos demonstrativos financeiros é prover informação útil para a

tomada de decisões econômicas [...].” (IUDÍCIBUS, 2004, p. 22).

Podemos concluir desse modo que as informações contábeis devem vir na

contra mão das particularidades envolvidas com a assimetria de informação.

2.2 A ASSIMETRIA INFORMACIONAL DENTRO DO CONTEXTO CONTÁBIL

Dentre os mais diversos desafios impostos à contabilidade, o controle e

redução da incidência da assimetria informacional podem ser elencados como de

fundamental importância para os usuários da informação contábil, isso porque essa

incidência detém um efeito nocivo a essas informações ocasionando problemas nas

relações daqueles que fazem uso das mesmas. Contextualizando com as teorias

Page 43: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

42

que cercam assimetria da informação, vemos o interesse dos acionistas nos

resultados gerados pelos gestores, a teoria da agência fornece estrutura para o

papel desempenhado pela contabilidade enquanto fornecedora de informações.

Através dela os gestores oferecem aos acionistas informações sobre a organização,

reduzindo a assimetria informacional (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999).

As relações entre os usuários da contabilidade são passíveis de condições

que propiciem um entendimento entre as partes, essa é uma forma característica de

combate ao fenômeno da assimetria de informações, se utilizando de uma análise

baseado nos princípios fundamentais, além de obedecer às normas tanto de

natureza ética, moral e com fundamento na legislação vigente, a contabilidade

assume totais condições de se condicionar a frente das dificuldades geradas por

essa assimetria.

Outra condição básica está no fato de que a informação venha a ser

disponibilizada de modo igualitário, tanto do ponto de vista do entendimento como

da consequência, ou seja, aquele que tem acesso a informações, deve ter domínio

das variáveis que a circundam, têm-se a seguinte citação a fim de melhor

entendimento:

“O objetivo básico dos demonstrativos financeiros é prover informação útil para a tomada de decisões econômicas [...]”, depreende-se que as informações contábeis devem ser apresentadas de tal modo que possa propiciar a quebra dessa assimetria informacional. Assim sendo, uma das hipóteses fundamentais para garantir a quebra da assimetria informacional no campo da Contabilidade consiste na condição de que todos usuários possam ter acesso ao mesmo conjunto de informações acerca de todas as variáveis econômicas e financeiras da empresa, não podendo ocorrer casos em que um ou mais usuários possuam algum tipo de informação que os outros desconheçam. (IUDÍCIBUS, 2004, p. 22).

Até por volta da década de 70 à teoria da contabilidade tinha um foco mais

técnico, voltado às questões normativas. A partir dessa década, após uma

sequência de estudos sem caráter científico, a própria contabilidade emergiu numa

literatura sobre a teoria contábil positiva. Os precursores dessa teoria segundo Silva

(2011), foram Watts & Zimmerman, que em 1978, publicaram o primeiro trabalho

sobre o assunto: “Toward a positive theory of determination of accounting

standards”. No ano seguinte (1979) os autores divulgaram outro artigo, no qual

buscam explicar o papel das teorias contábeis, sob o título “The demand for and

supply of accounting theories: the market for excuses”. Mas foi em 1986 que os

autores publicam o livro “Positive accounting theory” que, conforme escrito no início

Page 44: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

43

de seu prefácio, “revê a teoria e a metodologia nas quais se fundamenta a ampla e

crescente literatura contábil empírica de base econômica” Watts e Zimmerman,

(1986). Diante dessa nova vertente dos estudos sobre a teoria da contabilidade,

esse novo foco denominado de Teoria Positiva da Contabilidade, tem um viés

direcionado a explicar e prevê eventos relacionados aos questionamentos

demandantes.

Ainda de acordo com os conceitos de Watts & Zimmerman (1986 apud

SILVA, 2011), a lógica dessa teoria descreve como as entidades decidem que tipo

de informação deve ser divulgada, isto é, de que maneira se selecionam os

procedimentos contábeis (reconhecimento, mensuração e evidenciação), a serem

utilizados e esclarecem que estes são balizados a partir de interesses pessoais que

visam um bem estar próprio. Essa teoria ainda situa a contabilidade como uma parte

complementar conjugada a contratos (formais e informais), onde que as partes

interessadas tendem a escolher espontaneamente quais espécies de práticas

contábeis devem ser aplicadas, isso propicia um ambiente mais seguro e confiável

para as relações. Desse modo, entende-se que a contabilidade funciona como um

mecanismo de redução de assimetria informacional. A citação abaixo esclarece à

afirmativa:

A teoria positiva de contabilidade focaliza, predominantemente, a relação entre administradores e proprietários como potenciais atores engajados e/ou impactados pelo processo contábil. Assume-se que os objetivos pessoais guiam todas as ações dos indivíduos e, por isso, as organizações precisam acionar mecanismos que lhes permitam diminuir conflitos de interesse. Assim, instrumentos de natureza contábil seriam necessários, por exemplo, para eventual alinhamento de interesses entre administradores e proprietários. (IUDÍCIBUS; LOPES, 2004, p. 20).

Dando continuidade ao contexto da contabilidade enquanto redutora de assimetria

informacional, o quadro a seguir ilustra como se desdobram as principais relações entre os

participantes da Teoria da Agencia (principal e agente), principalmente no que tange as expectativas

geradas por essas relações, a análise destes fatores nos proporcionam condições de correlacionar as

atividades exercidas na contabilidade. Universalizando esses fatores, temos que nos cenários onde se

percebe uma condição que se relacione com expectativa de ganhos, situações que ensejem a

auditoria, a contabilidade pode preponderar com a utilização dos seus conceitos e princípios, além

dos instrumentos a exemplo dos demonstrativos financeiros (BALANÇOS PATRIMONIAIS, DRE, DFC,

etc). No ramo da Contabilidade Pública, o direcionamento se dá a fatores relacionados aos interesses

Page 45: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

44

do governo e da sociedade, onde a mesma interfere positivamente nessas relações, contribuindo

também com as suas ferramentas específicas ou não.

RelaçõesPrincipal – Agente

O que o Principal espera do Agente?

Acionistas – Gerentes Gerentes maximizem a riqueza do Acionista (valor das ações)

Debenturistas – Gerentes Gerentes maximizem o retorno do Debenturista;

Credores – Gerentes Gerentes assegurem o cumprimento dos contratos de financiamento;

Clientes – Gerentes Gerentes assegurem a entrega de produtos de valor para o Cliente qualidade (maior), tempo (menor), serviço (maior) e custo (menor);

Governo – Gerentes Gerentes assegurem o cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistase previdenciárias da empresa;

Comunidade – Gerentes Gerentes assegurem a preservação dos interesses comunitários,cultura, valores, meio ambiente etc;

Acionistas – AuditoresExternos

Auditores Externos atestem a validade das demonstrações contábeis,(foco na rentabilidade e na eficiência);

Credores – Auditores Externos Auditores Externos atestem a validade das demonstrações contábeis,(foco na liquidez e endividamento);

Gerentes – Auditores Internos Auditores internos avaliem as operações na ótica de sua eficiência eeficácia, gerando recomendações que agreguem valor;

Gerentes – Empregados Empregados trabalhem para os gerentes com o melhor de seus esforços,atendendo as expectativas dos mesmos;

Gerentes – Fornecedores Fornecedores supram as necessidades de materiais dos gerentes nomomento necessário e nas quantidades requisitadas;

Fonte: Adaptado de Martinez (1998, p.2)

Outro ponto que relaciona a contabilidade com os problemas de assimetria

informacional, diz respeito aos custos, que nada mais são do que os gastos

derivados desses problemas. Jensen e Meckling (1976, p. 308 apud NOSSA;

Page 46: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

45

KASSAI; KASSAI 2000, p. 7), que definem os custos de agenciamento como a

soma: das despesas de monitoramento pelo principal, das despesas com cobertura

de seguros e das perdas residuais. Como exemplo das despesas de monitoramento,

temos os sistemas de informação e controle auditorias, além dos custos com os

tipos de incentivos dados aos agentes. Já as despesas com cobertura, referem-se à

proteção contra danos propositais por parte do agente, e as perdas residuais têm

haver com os prejuízos envolvidos nas decisões tomadas por parte do agente frente

aos negócios do principal.

Willianson (1985 apud SIFFERT FILHO, 1996), dividem os custos

resultantes da assimetria em dois tipos (ou dois momentos): custos ex-ante e ex-

post aos contratos. Como ex-ante, estão os custos de estruturação,

desenvolvimento, montagem, negociação, salvaguarda (garantias) do acordo

(contrato) realizado entre o principal e o agente. Para os custos ex-post, são

considerados aqueles decorrentes da não realização do que haveria sido acordado;

de algumas renegociações para suprir eventuais más adaptações às cláusulas

contratuais; dos esforços para resolver prováveis conflitos entre as partes; do

acompanhamento e monitoramento da observância dos acordos acertados etc. A

contabilidade na sua crescente evolução no campo dos custos pode e muito

contribuir para a maximização das condições de administração desses gastos,

principalmente no que tange a sua mensuração e entendimento das variáveis

envolvidas.

Portanto, se tornam evidentes os fatores que colocam a contabilidade como

uma importante aliada na redução das consequências causadas pela assimetria

informacional, independentemente da sua utilização, seja no foco gerencial de

auxilio a tomada de decisão ou no ramo financeiro através da composição de

demonstrativos, a contabilidade disponibiliza aos seus usuários condições de suprir

as deficiências do desencontro de informações, ocorrência das relações entre os

entes empresarias ou até mesmo sociais, trazendo com isso um importante subsídio

para o condicionamento de um ambiente propício a relacionamentos mais estáveis e

produtivos, fazendo com que aja um desenvolvimento tanto do ponto de vista

empresarial, como social.

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46

3 PESQUISA E COLETA DE DADOS

Neste tópico serão expostos todo o contexto em que se baseou a pesquisa,

como também a coleta de dados e a posterior análise, com os respectivos

resultados obtidos durante todo o trabalho de levantamento e aplicação dos

questionários.

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A pesquisa em questão visa à análise precisa dos fatos envolvidos com o

tema proposto, buscando dentro da problemática que foi estabelecida, a

averiguação das hipóteses que constam do trabalho, para provar ou não que a

contabilidade no que tange as microempresas optantes simples nacional, dentro do

município de Senhor do Bonfim-Ba, pode vir a reduzir a incidência de assimetria

informacional nessas entidades.

Partiu-se do pressuposto básico de que a assimetria informacional é um

fenômeno presente nas relações que cercam os sujeitos dessas empresas, em

especial os empregadores e os empregados. Portanto a presente pesquisa fará a

sua análise baseada no acontecimento desse fator, que segundo o referencial

teórico empregado, e o estudo das teorias da assimetria, constata-se que a sua

influência é altamente lesiva para o ambiente empresarial.

No tange os objetivos, durante a pesquisa se procurará provar que a

contabilidade pode, enquanto ferramenta gerencial, auxiliar ou ainda, diminuir as

conseqüências geradas pela assimetria da informação. Assim a de se verificar, se os

empresários fazem uso das informações contábeis; se os empregados tem acesso

às informações e ao profissional contador; se a contabilidade disponibiliza a estes

usuários uma comunicação que possibilite um contraponto a assimetria.

Metodologicamente serão adotadas técnicas de pesquisa exploratória, com

viés quantitativo e qualitativo, na primeira irá se analisar os percentuais encontrados,

se utilizando de regimes de amostragem, no intuito de delimitar o ambiente

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pesquisado. A pesquisa exploratória, então, poderá encontrar evidências empíricas

comprovadoras de dissonâncias entre os pesquisados, relacionadas à assimetria

informacional, nesse processo será feito uso de uma abordagem, baseada na

disponibilização de questionários de coleta, para aferição de informações, que

possibilitem a constatação dos objetivos, e consequentemente validação ou não das

hipóteses.

Todo esse contexto de análise será balizado pela pesquisa bibliográfica que

foi realizada, comparando esse referencial com o resultado da coleta de dados que

será realizada.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

Na pesquisa foram utilizadas empresas consideradas micro-empresas,

optantes pelo regime de tributação do Simples Nacional, visto o fato da ampla

maioria do total no cenário nacional e também no município pesquisado serem

dessa natureza. Os escritórios contemplados foram àqueles considerados de grande

porte dentro da realidade local, ou seja, os que possuem mais de cinquenta (50)

empresas ativas, com no mínimo dez (10) empresas que tenham um quadro de

funcionários entre cinco (5) e dez (10) funcionários.

Nessa conjuntura de amostra, tomando por base dados da 38ª. Delegacia do

CRC/BA, a cidade de Senhor do Bonfim-Ba, tem em sua totalidade vinte (20),

escritórios contábeis em atividade. Desse montante, contatou-se que oito (8),

preenchem os requisitos da pesquisa, assim sendo, a averiguação foi realizada em

cinco (5) destes escritórios, o que totaliza um percentual de 62,5% do total, índice

considerado aceitável, para o cumprimento da análise em questão. Quanto à

aplicação dos questionários, a informação segue no gráfico a seguir:

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Gráfico I Número de Questionários Aplicados na Pesquisa Fonte: Dados da Pesquisa

3.3 PÚBLICO-ALVO

Empresários de firmas individuais, como também de Sociedades Limitadas,

tipos de empresas mais comuns na cidade, e onde se considera que o sucesso da

empresa esteja atrelado ao desempenho do gestor e dos seus colaboradores. Os

próprios funcionários empregados nessas empresas, como também os profissionais

em contabilidade que prestam serviços aos entes já citados.

3.4 METODOLOGIA

Levantamento qualitativo, exploratório, direcionado para as atitudes e

posturas práticas entre as partes pesquisadas, abrangendo aspectos que sejam

importantes para a identificação da assimetria informacional dentro dessas relações.

Com procedimentos como: o levantamento de dados sobre a área de pesquisa, além

da aplicação de questionários com características descritivas e perguntas que visem

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49

à demonstração dos fatores que resultem no aparecimento do processo de

assimetria, como também do viés contábil nesse contexto.

Convém salientar que o questionário foi diligenciado de forma a dar mais

independência nas respostas, sendo assim, a pesquisa foi feita de forma isolada

para cada sujeito (contador, empresário e funcionário). No entanto as respostas

serão consolidadas para que análise possa ser fiel e autêntica a realidade

encontrada.

3.5 ANÁLISE DA COLETA DE DADOS (QUESTIONÁRIOS)

3.5.1 Apreciação dos questionários dirigidos aos funcionários

No questionário dirigido aos funcionários, percebeu-se a incidência de

dificuldade nas relações com seus empregadores, fator que na opinião destes é

prejudicial a sua produtividade dentro da empresa. Percebeu-se também que grande

parte dos funcionários não detém conhecimento sobre a legislação trabalhista, que

regra os direitos e deveres dos empregados. Diante de questionamento que surgem

nas relações de trabalho, os empregados tendem a procurar os profissionais

contadores vinculados a empresa em que eles trabalham, a fim de suprir dúvidas e

questionamentos voltados as suas obrigações e os diretos que a lei lhes concede.

Quando questionados sobre o resultado das consultas aos contadores,

verifica-se que existe considerável influência positiva nesse sentido, ou seja,

identifica-se determinado grau de satisfação por parte desses funcionários, o que

nas suas próprias opiniões, ocasiona uma melhoria nas relações de trabalho com

seus empregadores. Portanto é perceptível o alcance da contabilidade nessa

relação.

3.5.2 Apreciação dos questionários dirigidos aos empresários

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50

Com relação aos empresários pesquisados, constatou-se que para eles a

produtividades dos seus funcionários esta absolutamente ligada ao resultado da sua

empresa, e ainda que a comunicação entre ambos tem envolvimento benéfico para

a empresa. Entretanto verificou-se também, que essa comunicação dificilmente

acontece de maneira positiva, o que torna difícil, o condicionamento de um ambiente

direcionado a um nível de operacionalização, ideal para sua empresa.

Foram verificadas também questões relativas à confiança, e nesse interim se

constata que os empresários encontram dificuldades e até se utilizam de

mecanismos de apoio nesse contexto, como o monitoramento das ações e também,

atribuições que exerçam padrões de confiança menos elevados. Esses padrões

expõem problemas relacionados a situações que envolvem a teoria da agência e

seleção adversa, uma vez que, ao contratar um funcionário, o empregador não tem

conhecimento das suas reais intenções para com a empresa, e ainda, se suas ações

terão um direcionamento convergente aos propósitos do empregador.

No relacionamento com o seu contador, a pesquisa mostrou que, no que

tange às relações de trabalho com os funcionários, o empresário busca o

profissional de contabilidade, para que este participe de maneira direta nos

problemas oriundos dessa relação, no intuito de procurar soluções, e ainda se

resguardar para esse tipo de circunstância.

Já nas questões voltadas ao gerenciamento da sua empresa, percebe-se

uma redução, tanto nas consultas, como na utilização do contador como ferramenta

de auxílio dessas questões.

3.5.3 Apreciação dos questionários dirigidos aos contadores

Em se tratando dos profissionais em contabilidade, responsáveis pelas

empresas pesquisadas, juntamente com seus respectivos funcionários, averiguou-se

que comumente as relações de trabalho desses entes, tem elevada participação do

contador quando da necessidade de orientar, ou ainda, atenuar determinadas

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51

situações que venham a surgir, comportamento que para esse profissional, auxilia

no entendimento e consequente melhoria das relações em questão.

Do ponto de vista do gerenciamento das empresas, os profissionais atestam

a dificuldade em acompanhar e auxiliar questões dessa ordem, pois entendem que

os clientes não oferecem demandas nesse sentido. Contudo há de se comentar que

em se tratando de pontos relacionados ao lado financeiro e tributário da entidade, a

sua participação exerce ocorrência que excede ao tramite normal do seu escritório,

pois além dessa rotina, é comum os clientes indagarem sobre as ações e a postura

a serem adotadas, dentro desse contexto econômico-financeiro e tributário.

3.6 RESULTADO DA ANÁLISE DOS DADOS

Os dados levantados na pesquisa demonstram que o envolvimento do

profissional em contabilidade dentro das relações dos seus clientes empresários,

com seus respectivos funcionários ocorre de forma constante e decisiva para a

melhoria das mesmas, ocorre que essa inserção não só demonstra uma vantagem

na relação, como também promove um ambiente de estabilidade, que se torna

altamente benéfico para o desenvolvimento da empresa. Isso acontece por que

também de acordo com a pesquisa, a produtividade desse funcionário tem conexão

com as condições de socialização com o chefe, e dessa forma, considerando que as

empresas alvo da pesquisa têm o seu desempenho atrelado diretamente ao

comportamento dos empregados, a pesquisa apontou que, 72% dos empresários

pesquisados acreditam nesse fator.

Esse padrão é explicado pelo fato de que, diferentemente das empresas de

grande porte a exemplo das S/As, que tem o seu rendimento atrelado a diversos

fenômenos como: Mercado, o câmbio, investimentos, e demais elementos que tem

influência financeira, às microempresas, em especial aquelas optantes pelo simples

nacional, por sua vez, tem nos seus funcionários uma das principais ferramentas

para o sucesso, isso se dá principalmente nas situações que envolvem finalidades

relacionadas, a revenda de mercadorias, prestações de serviços diversos, atividades

que compõe ao rol do universo pesquisado.

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52

No tocante ao envolvimento da contabilidade, percebe-se que o contador

deve estar sempre atualizado com relação à legislação vigente, desse modo o seu

preparo para intermediar as relações em análise, será pontual. Não só para manter

um ambiente propício ao rendimento de todos, mas também, deixar claro para o

empregador e para o empregado, que ambos tem responsabilidades que são

mútuas, e devem ser respeitadas para o bem comum, em especial o empresário,

que em caso do não atendimento aos preceitos da legislação trabalhistas, pode

sofrer punições severas, e com isso vir a comprometer a situação econômico-

financeira da empresa, foi verificado durante a pesquisa que: os funcionários 93,33%

de alguma forma buscam o contador, e os empresários 84% também procuram a

sua contabilidade. O que demonstra uma incidência elevada de demanda para o

profissional.

Algumas dessas sanções voltadas a legislação trabalhista, podem a

depender do tamanho da empresa, comprometer o seu processo de continuidade,

por exemplo, no caso de uma fiscalização constatar que algum funcionário que

preste serviço à empresa, esteja recebendo parcelas do seguro-desemprego, a

empresa pode vir a pagar multas, que podem ultrapassar a cifra de R$ 40.000,00

(Quarenta mil reais), como reflete o texto da Lei 7.998/90 em seus Artigos 24 e 25.

Outro ponto a ser considerado, está no fato de que o contador, ao assumir

uma postura de intermediação nas relações pesquisadas, pode interferir na política

motivacional e nos critérios de contratação, direcionado aos recursos humanos das

empresas clientes, os percentuais obtidos mostram que 100% dos questionados

buscam a contabilidade para dirimir problemas dessa natureza. Essa atitude de

intervenção do profissional contador, pode vir a solucionar problemas de seleção

adversa dentro do ambiente empresarial, como parâmetro, temos as questões

relativas aos salários, empresas que adotam padrões salariais baixos, correm riscos

no sentido de que, podem motivar seus funcionários mais capacitados a deixarem a

empresa, como também serão uma vitrine negativa de atração para candidatos mais

qualificados. Nota-se que essa prática tem envolvimento na redução da rotatividade

funcional turn over, visto que a ocorrência desse fator é relativamente alta no campo

pesquisado conforme mostra o gráfico II, verifica-se segundo os dados do Cadastro

Geral de Empregados e Desempregados-CAGED/MTE, que para o total de 1.724

admissões feitas no ano de 2010, foram demitidos no mesmo período 1.650

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empregados, 95,7% do total. Sendo assim, a resolução desse problema de

assimetria, trará condições de se manter na empresa profissionais mais qualificados

e comprometidos com o crescimento da entidade.

Gráfico II Movimentações de EmpregadosFonte: Adaptado do CAGED/MTE 2010

Diante desse panorama, o contador pode instigar os empresários, a se

utilizarem de todas essas ferramentas, e ainda formalizar outras situações nessa

direção, como procedimentos contratuais (sinalização), protecionistas aos interesses

não só dos empresários, como também de reconhecimento aos direitos dos

funcionários. Já para as atividades que requeiram atribuições voltadas a atividades

de maior responsabilidade e confiança, essa orientação pode ser no sentido de que

sejam criados métodos de incentivo, para combate a incidência do Risco Moral, que

podem ser: comissões, participação nos lucros e outros tipos de estímulos de

natureza motivacional.

Esses procedimentos logicamente trazem a incidência de custos relativos às

atitudes propostas, dessa forma a contabilidade através do profissional responsável

pela entidade, que entende-se como um profundo conhecedor das condições

financeiras da empresa, deve analisar o assunto e definir estrategicamente qual a

direção a ser seguida. Se as ações são vinculadas a critérios de custo benefício, e

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se a sua utilização como forma de investimento, pode trazer a empresa melhoria nos

seus resultados.

Sendo assim a pesquisa mostra que as empresas dependem do profissional

de contabilidade para dirimir essas questões, levantar condições que viabilizem esse

tipo de comportamento por parte dos seus clientes e levar a estes, entendimento

necessário para a implantação de ações que sejam benéficas ao sucesso da sua

empresa.

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55

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve o objetivo de analisar os principais fatores que

contribuem para a incidência de assimetria informacional, nas microempresas da

cidade de Senhor do Bonfim-Ba, especialmente na conjuntura das relações entre os

usuários da contabilidade, a exemplo dos empresários e respectivos funcionários.

Buscou-se ainda uma leitura da importância e fundamentação da contabilidade

como ferramenta de construção de informações que possam contribuir para a

diminuição dessa assimetria, para tanto foi realizada pesquisa acerca das principais

teorias que versam sobre o tema, contextualizando com a influência da contabilidade

sobre essas teorias.

A análise dessas relações demonstrou que é fato, a ocorrência de assimetria

informacional, pois as mesmas sofrem de problemas vinculados as teorias da

assimetria, no caso específico ao grau de confiança, percebe-se o aparecimento de

pontos similares a Teoria da Agência e Risco Moral, problemas de ordem

motivacional como os salários por exemplo, que tem relação com elementos

encontrados na teoria da Seleção adversa, portanto se torna perceptível o

aparecimento de assimetrias nessas relações.

Foi observado através de estudo de caso e aplicação de questionários, que

diante das hipóteses preteridas, houve a constatação de que a contabilidade exerce

considerável influência no direcionamento das decisões, especialmente dentro das

relações entre empregadores e empregados, esse processo faz com que o

profissional contábil se transforme num interlocutor, que interfere de maneira

positiva, trazendo entendimento e pacificando o ambiente entre os envolvidos.

Através da análise dos dados coletados, percebeu-se que o contador tem

participação ativa nos problemas oriundos da relação patrão e empregado, fator que

se mostra efetivo na solução de impasses oriundos dessas relações.

Assim sendo, percebeu-se que os profissionais em contabilidade,

necessitam de amplo conhecimento da legislação trabalhista e previdenciária, pois

quando inquirido, no contexto acima descrito, possam estar preparados para atender

a essas demandas. Torna-se evidente essa necessidade, ainda mais por que

conhecendo as questões pontuais, suas ponderações serão dirigidas no sentido de

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56

proteger seus clientes de eventuais penalidades, provenientes da ausência de

compromissos que a lei estabelece, dentro das relações de trabalho, fator de

extrema importância para a continuidade da empresa, uma vez que essas sanções

se demonstram imputáveis e de difícil apelação.

Outro ponto que merece destaque, ilustra o fato de que, abonando essas

relações o contador de forma indireta, contribui para uma melhor operacionalidade

da sua empresa cliente, uma vez que a pesquisa demonstrou que esse ambiente

quando se encontra em condições favoráveis, provoca uma melhoria na

produtividade do empregado, fator preponderante para o resultado da empresa, visto

que, se averiguou também, o alto grau de importância que esse trabalhador tem no

sucesso das empresas pesquisadas, pois a suas finalidades são altamente

dependentes de um comportamento (dos funcionários), propício ao crescimento da

qualidade, tanto do atendimento, como dos produtos e da eficácia das vendas,

fatores que tem forte ligação com os recursos humanos das empresas.

No que tange as questões sobre a participação da contabilidade no

gerenciamento das empresas, percebe-se que apesar das inúmeras contribuições

que o ramo gerencial disponibiliza aos seus usuários, na pesquisa a sua incidência é

relativamente baixa, em virtude da não prática por parte dos empresários, de ações

vinculadas à contabilidade gerencial. Nesse contexto percebeu-se que a

participação do contador, praticamente se restringe a contribuições de ordem

tributária e financeira, como: cálculo de tributos, elaboração de demonstrativos

obrigatórios, e demais obrigações acessórias impostas pela legislação.

Conclui-se portanto que quanto as hipóteses, as duas primeiras foram

atestadas, pois dentro de tudo que foi estudado, comprova-se que a contabilidade

pode sim, enquanto ciência social, contribuir para o entendimento e melhoramento

das relações entre os usuários pesquisados, criando condições para que esse

relações sejam benéficas para ambas as partes e principalmente para a garantia de

continuidade das empresas. Que pode ainda conduzir os empresários a tomada de

decisões que não só potencializem essas relações, mas também, protejam os

mesmos de possíveis ônus financeiros provenientes de multas e decisões judiciais,

que podem comprometer o resultado, além da estabilidade econômico-financeira da

empresa.

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Com relação à outra hipótese, o estudo demostrou que a contabilidade faz o

seu dever de casa, nas áreas tributária e financeira, contudo os percentuais

encontrados na pesquisa, mostram que a parte gerencial da contabilidade, ainda

ocorre de forma muito tímida, o que demonstra uma necessidade de conscientização

do empresariado local, para a importância da utilização do cunho gerencial da

contabilidade, e as vantagens da sua aplicação. No que diz respeito aos motivos

dessa não utilização, a pesquisa não teve direcionamento nesse sentido, o que leva

ao entendimento de que se faz necessário um estudo que seja guiado para esse fim.

Pois se entende que diante dos inúmeros benefícios que a contabilidade gerencial

pode proporcionar a quem dele faz uso, a sua utilização por parte das empresas

pesquisadas é uma questão pontual.

A pesquisa, portanto, mostrou-se importante para a comprovação da

incidência da assimetria de informações, como também da participação da

contabilidade no confrontamento a esse fenômeno, apesar de delimitado as relações

das empresas com seus funcionários, pôde-se demonstrar que estes inferem

elevada importância para o sucesso da empresas pesquisadas, é que o contador

participa ativamente desse processo, além de detém a capacidade de maximizar

esse cenário. Para um entendimento mais apurado e minucioso desse fator, propõe-

se a realização de análises posteriores para aferição dessas demandas.

Sendo assim, a pesquisa demonstra a sua utilidade na atestação e

verificação de que a contabilidade pode sim reduzir a assimetria informacional. E

ainda condiciona parâmetros que direcionam, a comprovação de que a mesma

exerce papel fundamental, não só no resultado financeiro das empresas, como

também, na ambiência dos processos operacionais, e nas relações entre esses

seres, o que potencialmente melhora a produtividade e a socialização dos

envolvidos.

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SIFFERT FILHO, Nelson F. A teoria dos contratos econômicos e a firma. São Paulo, 1996. Tese [Doutorado]. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Disponível em: <www.fea.usp.br/perfil_or.php?u=40&tab=eae&i=27>. Acesso em 16 Jul. 2011.

SILVA, A.H.C. Escolha de práticas contábeis no brasil: uma análise sob a ótica dos incentivos contratuais da firma. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: < labcont.com/3projetos/1projetoadolfo.pdf>. Acesso em 02 ago. 2011.

Page 63: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

62

STRASSBURG, U. A contabilidade frente aos avanços tecnológicos. Cascavel: EDUNIOESTE, 2004.

TEIXEIRA, P. H. A Importância de uma boa Contabilidade. São Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/contabilidadesaudavel.htm>. Acesso em: 19 ago. 2010.

Page 64: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

63

APÊNDICE A – Percentuais da pesquisa – Questionário dirigido aos Funcionários

Você acredita que os seus rendimentos dentro da empresa são compatíveis com a sua função?

 Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P1         Sim   69   92,00%

  Não   6   8,00%

A comunicação entre você e o seu empregador ocorre de forma satisfatória durante a sua jornada de trabalho?

 Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P2         Sempre   3   4,00%

  Quase Sempre   3   4,00%  As Vezes   58   77,33%  Nunca   11   14,66%

Você considera que essa comunicação influencia no seu rendimento como funcionário dentro da

empresa?

 Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P3         Sempre   9   12,00%

  Quase Sempre   62   82,66%  As Vezes   4   5,33%  Nunca   0   0,00%

Como funcionário qual o seu grau de conhecimento sobre direitos e deveres, impostos pela

legislação ao seu empregador e você?

  Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P4         Total   0   0,00%

  Intermediário   11   14,66%  Baixo   56   74,66%  Desconhecido   8   10,66%

Page 65: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

64

Quando surge alguma dúvida sobre questões referentes aos seus direitos e deveres como

empregado, você procura o contador da empresa, a fim de saná-las?

 Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P5         Sempre   8   10,67%

  Quase Sempre   55   73,33%  As Vezes   7   9,33%  Nunca   5   6,66%

Nas ocasiões em que você conversou sobre o seu trabalho com o contador da empresa, essa

conversa de alguma forma propiciou uma melhor relação entre patrão e empregado?

 Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P6         Sim   64   85,33%

  Não   11   14,67%

Page 66: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

65

APÊNDICE B – Percentuais da pesquisa – Questionário dirigido aos

Empresários

O desempenho dos seus funcionários na sua opinião, é um fator preponderante no resultado da sua

empresa?

  Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P7         Sim   18   72,00%

  Não   7   28,00%

Você acredita que a comunicação com os seus funcionários acontece de maneira positiva?

  Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P8         Sempre   3   12,00%

  Quase Sempre   8   32,00%  As Vezes   14   56,00%  Nunca   0   0,00%

Na sua opinião, essa comunicação é importante para a produtividade do seu empregado?

  Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P9         Sim   16   64,00%

  Não   9   36,00%

Você costuma delegar aos seus funcionários atribuições que careçam de um alto grau de confiança?

  Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P10         Sempre   1   4,00%

  Quase Sempre   3   12,00%  As Vezes   12   48,00%  Nunca   9   36,00%

Na sua empresa você adota procedimentos de controle e monitoramento, sobre os seus

funcionários?

  Tipo de   Pesquisados   Percentual

Page 67: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

66

Resposta

P11         Sempre   4   16,00%

  Quase Sempre   13   52,00%  As Vezes   5   20,00%  Nunca   3   12,00%

Na ocorrência de problemas com os seus funcionários, o seu contador costuma ser uma fonte de

auxílio quando do surgimento desse tipo de situação?

 Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P12         Sempre   11   44,00%

  Quase Sempre   10   40,00%  As Vezes   4   16,00%  Nunca   0   0,00%

As informações contidas nessas consultas, tem facilitado a sua relação com seus funcionários?

 Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P13         Sempre   7   28,00%

  Quase Sempre   12   48,00%  As Vezes   6   24,00%  Nunca   0   0,00%

Quando ocorrem dúvidas e problemas inerentes a sua gestão na empresa, você busca informações

com o seu profissional contábil, para ajudá-lo nesse processo?

 Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P14         Sempre   2   8,00%

  Quase Sempre   3   12,00%  As Vezes   11   44,00%  Nunca   9   36,00%

Page 68: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

67

Pergunta: Essas consultas quando realizadas, tem facilitado a sua maneira de administrar a sua

empresa?

  Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P15         Sempre   3   12,00%

  Quase Sempre   4   16,00%  As Vezes   12   48,00%  Nunca   6   24,00%

APÊNDICE C – Percentuais da pesquisa – Questionário dirigido aos

Contadores

É comum os seus clientes o indagarem sobre dúvidas com respeito a questões de ordem tributária e

financeira?

Page 69: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

68

  Tipo de Resposta   Pesquisados   Percentual

P16         Sempre   3   60,00%

  Quase Sempre   1   20,00%  As Vezes   1   20,00%  Nunca   0   0,00%

Na comunicação com seus clientes, você procura oferecer a eles algum tipo de assessoramento

vinculado à contabilidade gerencial?

  Tipo de Resposta   Pesquisados Percentual

P17       Sim, acho importante para a empresa   0 0,00%

  Sim, esse procedimento é padrão no escritório   0 0,00%  Não, os clientes não se utilizam dessa prática   3 60,00%

 Não, os honorários não cobrem esse tipo de serviço   1 20,00%

  Outros (Não há necessidade)   1 20,00%

Os funcionários das empresas vinculadas ao seu escritório, como também os próprios clientes,

costumam procurá-lo para conversar sobre a situação e a relação de ambos dentro da empresa?

  Tipo de Resposta   Pesquisados Percentual

P18       Sim, isso é muito comum   4 80,00%

  Sim, procuro incentivá-los a fazer isso   1 20,00%  Não, não me envolvo nesse tipo de situação   0 0,00%

 Não, nunca chegou até mim esse tipo de situação   0 0,00%

  Outros   0 0,00%

Pergunta: Em sua opinião, essa conversa propicia uma melhoria na relação e consequentemente na

produtividade desse empregado?

  Tipo de Resposta   Pesquisados Percentual

P19       Sim, é perceptível esse realidade   1 20,00%

  Sim, para a maioria das empresas   3 60,00%  Não, nunca percebi diferenças nesse sentido   1 20,00%

Page 70: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

69

  Não, não há nenhuma ligação   0 0,00%  Outros   0 0,00%

A respeito da relação que o seus clientes tem com os funcionários, em sua opinião o seu

envolvimento como profissional em contabilidade, pode contribuir na melhoria dessa relação?

  Tipo de Resposta   Pesquisados Percentual

P20       Sim, o meu envolvimento facilita o processo   2 40,00%

  Sim, tenho presenciado vários casos típicos   3 60,00%

 Não, não acredito que possa ajudar nessa relação   0 0,00%

 Não, meus serviços são incompatíveis com essa situação   0 0,00%

  Outros    0 0,00%

APÊNDICE D – Questionário com as perguntas utilizadas na pesquisa

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Page 71: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

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DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII – SENHOR DO BONFIM

BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

QUESTIONÁRIO DE PERGUNTAS

FUNCIONÁRIO

1º Pergunta: Você acredita que os seus rendimentos dentro da empresa são

compatíveis com a sua função?

( ) Sim ( ) Não

2º Pergunta: A comunicação entre você e o seu empregador ocorre de forma

satisfatória durante a sua jornada de trabalho?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

3º Pergunta: Você considera que essa comunicação influencia no seu rendimento

como funcionário dentro da empresa?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

4º Pergunta: Como funcionário, qual o seu grau de conhecimento sobre os direitos e

deveres, impostos pela legislação ao seu empregador e a você?

( ) Total( ) Intermediário( ) Baixo( ) Desconhecido

Page 72: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

71

5º Pergunta: Quando surge alguma dúvida sobre questões referentes aos seus

direitos e deveres como empregado, você procura o contador da empresa a fim de

saná-las?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

6º Pergunta: Nas ocasiões em que você conversou sobre o seu trabalho com o

contador da empresa, essa conversa de alguma forma propiciou uma melhor relação

entre patrão e empregado?

( ) Sim( ) Não

EMPRESÁRIO

7º Pergunta: O desempenho dos seus funcionários na sua opinião, é um fator

preponderante no resultado da sua empresa?

( ) Sim ( ) Não

8º Pergunta: Você acredita que a comunicação com os seus funcionários acontece

de maneira positiva?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

9º Pergunta: Em sua opinião, essa comunicação é importante para a produtividade

do seu empregado?

( ) Sim

Page 73: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

72

( ) Não

10º Pergunta: Você costuma delegar aos seus funcionários atribuições que careçam

de um alto grau de confiança?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

11º Pergunta: Na sua empresa você adota procedimentos de controle e

monitoramento, sobre os seus funcionários?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

12º Pergunta: Na ocorrência de problemas com os seus funcionários, o seu contador

costuma ser uma fonte de auxílio quando do surgimento desse tipo de situação?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

13º Pergunta: As informações contidas nessas consultas, facilitam a sua relação

com seus funcionários?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

14º Pergunta: Quando ocorrem dúvidas e problemas inerentes a sua gestão na

empresa, você busca informações com o seu profissional contábil, para ajudá-lo

nesse processo?

( ) Sempre( ) Quase sempre

Page 74: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

73

( ) As vezes( ) Nunca

15º Pergunta: Essas consultas quando realizadas, tem facilitado a sua maneira de

administrar a sua empresa?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

CONTADOR

16º Pergunta: È comum os seus clientes o indagarem sobre dúvidas com respeito a

questões de ordem tributária e financeira?

( ) Sempre( ) Quase sempre( ) As vezes( ) Nunca

17º Pergunta: Na comunicação com seus clientes, você procura oferecer a eles

algum tipo de assessoramento vinculado à contabilidade gerencial?

( ) Sim, acho importante para a empresa( ) Sim, esse procedimento é padrão no escritório( ) Não, os clientes não se utilizam dessa prática( ) Não, os honorários não cobrem esse tipo de serviço( ) Outro __________________________________________

18º Pergunta: Os funcionários das empresas vinculadas ao seu escritório, como

também os próprios clientes, costumam procurá-lo para conversar sobre a situação

e a relação de ambos dentro da empresa?

( ) Sim, isso é muito comum( ) Sim, procuro incentivá-los a fazer isso( ) Não, não me envolvo nesse tipo de situação( ) Não, nunca chegou até mim esse tipo de situação( ) Outro __________________________________________

Page 75: Monografia Franklin Ciências Contábeis 2011

74

19º Pergunta: Em sua opinião, essa conversa propicia uma melhoria na relação e

consequentemente na produtividade desse empregado?

( ) Sim, é perceptível esse realidade( ) Sim, para a maioria das empresas( ) Não, nunca percebi diferenças nesse sentido( ) Não, não há nenhuma ligação( ) Outro __________________________________________

20º Pergunta: A respeito da relação que o seus clientes tem com os funcionários, em

sua opinião o seu envolvimento como profissional em contabilidade, pode contribuir

na melhoria dessa relação?

( ) Sim, o meu envolvimento facilita o processo( ) Sim, tenho presenciado vários casos típicos( ) Não, não acredito que possa ajudar nessa relação( ) Não, meus serviços são incompatíveis com esse situação( ) Outro __________________________________________