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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA MARCOS VINICIUS LEITE RODRIGUES UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE SISTEMAS ERP PARA GESTÃO DE EMPRESAS: UM ESTUDO DE CASO NA PIRELLI PNEUS DE FEIRA DE SANTANA. FEIRA DE SANTANA 2010

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Page 1: Monografia ERP - 02

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

MARCOS VINICIUS LEITE RODRIGUES

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE SISTEMAS ERP PARA GESTÃO

DE EMPRESAS: UM ESTUDO DE CASO NA PIRELLI PNEUS DE

FEIRA DE SANTANA.

FEIRA DE SANTANA

2010

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MARCOS VINICIUS LEITE RODRIGUES

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE SISTEMAS ERP PARA GESTÃO

DE EMPRESAS: UM ESTUDO DE CASO NA PIRELLI PNEUS DE

FEIRA DE SANTANA.

Monografia apresentada para conclusão do curso de graduação em Administração na Universidade Estadual de Feira de Santana como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Área de Concentração: Sistemas de Informação e ERP.

Orientador. Prof. MsC Rodrigo Pereira Vieira.

FEIRA DE SANTANA

2010

Page 3: Monografia ERP - 02

MARCOS VINICIUS LEITE RODRIGUES

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE SISTEMAS ERP PARA GESTÃO

DE EMPRESAS: UM ESTUDO DE CASO NA PIRELLI PNEUS DE

FEIRA DE SANTANA.

Monografia para obtenção do Grau de Bacharel em Administração.

Feira de Santana-Ba, 2010.

Banca Examinadora:

Prof. MsC Rodrigo Pereira VireiraUniversidade Estadual de Feira de Santana

Prof. Rubislan Oliveira Passos Universidade Estadual de Feira de Santana

Prof. MsC José Gileá de Souza Universidade Estadual de Feira de Santana

Page 4: Monografia ERP - 02

Aos meus Pais, meu irmão e minha avó,

Á minha namorada, Liliane,

E a todos aqueles que me engrandeceram como ser humano.

Page 5: Monografia ERP - 02

AGRADECIMENTOS

A Deus que permitiu minha existência e minhas conquistas.

Aos meus pais, Nerivaldo e Socorro, por me ensinarem a ser uma pessoa

com bons princípios e disciplinada. Por me sustentarem e ensinarem a seguir em

frente.

À minha companheira Liliane, por estar presente em toda minha jornada não

apenas na Universidade como na etapa mais desafiadora da minha vida.

Ao meu irmão pelo exemplo de bondade e ingenuidade que vão se manter em

mim o espirito de criança.

À minha vó que é exemplo de força e sabedoria mostrando que o mais

importante não se aprende nos livros ou nas pesquisas e sim na alma humana.

Aos amigos, colegas e professores de vários momentos foram úteis e em

tantos outros ainda serão mesmo que ainda eu não tenha percebido.

Enfim, agradeço a todos que de alguma forma somaram algo de positivo e de

aprendizado para minha vida.

Page 6: Monografia ERP - 02

Nas garras ferozes das circunstâncias não me encolhi, nem fiz alarde do meu pranto

e golpeado pelo acaso, minha cabeça sangra, mas não se curva.

William Ernest Henley

Page 7: Monografia ERP - 02

RESUMO

Esta monografia fornece um estudo bibliográfico sobre as ferramentas do sistema SAP R\3 assim como os sistemas ERP em geral. Os conceitos básicos da temática são descritos inicialmente além de uma contextualização histórica. O trabalho procura mostrar a influencia do software e da gestão das informações fornecidas para algumas áreas da empresa, como finanças, produção, recursos humanos e administração de materiais. A Pirelli foi importante para a demonstração dos resultados pois é um exemplo claro de uma grande organização de que utiliza um sistema ERP que é líder no mercado mundial de sistemas integrados de gestão e que está presente na grande maioria das empresas de médio e grande porte do mundo. O Estudo de caso na Pirelli mostra pontos de melhoria na interação entre a tecnologia da informação e os usuários do sistema e como potencializar a utilização dessa ferramenta robusta e indispensável para a sobrevivência em meio ao ambiente competitivo.

Palavras-chave: ERP, SAP, Sistemas de Informação, MRP, R\3.

Page 8: Monografia ERP - 02

ABSTRACT

This monograph provides a literature study about the tools of the SAP R\3 system as the ERP systems in general. The basic concepts of the subject are described initially as well as a historical contextualization. The work shows the influence of the software and information management for some departments of a company, like finance, manufacturing, human resources and material administration. Pirelli has been important to show the results because it’s a clear example of a large organization that uses a leader ERP system that is leader in the world market of integrated management systems that is present in most medium and large companies in the world. The case study on Pirelli shows improvement points in the interaction between information technology and system’s users and how it maximizes the use of this robust and indispensable tool for survival in the competitive environment.

Word-key: ERP, SAP, Information System, MRP, R\3.

Page 9: Monografia ERP - 02

LISTA DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS.

Tabela 1 – Características dos sistemas ERP.

Tabela 2 – Aspectos relevantes ao sucesso na implementação do ERP.

Tabela 3 – Resultados obtidos na utilização do ERP.

Figura 1 – Distribuição dos SI nos níveis Hierárquicos da Empresa.

Figura 2 – Módulos Sistêmicos.

Figura 3 – Exemplo de lista de materiais

Figura 4 – Centro de trabalho

Figura 5 – Estrutura de documentos na área de Vendas e Distribuição.

Figura 6 – Divisão de módulos do R\3

Gráfico 1 – Participação do R\3 nas atividades realizadas na empresa.

Gráfico 2 – Principais dificuldades no uso do R\3.

Gráfico 3 – Fontes de informação sobre R\3.

Page 10: Monografia ERP - 02

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CIM Cartão de Indentificação de MateriaisERP Enterprise Resource PlanningFIFO First in, First offFMEA Failure mode and effects analysisIDC Instituto de Desenvolvimento CulturalISO International Organization for StandardizationMPS Master Production ScheduleMRP Material Requirement PlanningRH Recursos HumanosRMQ Raw Material QualityDepartmentSI Sistemas de InformaçãoSIG Sistemas de Informações GerenciaisSPC Statistical process control SPT Sistemas de processamento de transações SSD Sistemas de Suporte à DecisãoSSE Sistemas de Suporte ExecutivoTI Tecnologia da Informação

Page 11: Monografia ERP - 02

SUMÁRIO

Introduçao.................................................................................................................11

Capítulo 1

Referencial Teórico..................................................................................................16

1.1 Sistemas de Informação............................................................................16

1.2 Tecnologia da Informação.........................................................................19

1.3 Tecnologia da Informação como suporte à decisão..................................20

1.4 Sistemas ERP...........................................................................................21

1.5 Histórico e evolução dos sistemas ERP....................................................25

1.6 Implementação dos sistemas ERP............................................................25

1.7 Benefícios da utilização de sistemas ERP................................................28

1.8 Sistemas ERP mais utilizados...................................................................30

Capítulo 2

SAP R\3......................................................................................................................32

2.1 Conhecendo o SAP R\3.............................................................................32

2.2 Ferramentas do SAP R\3...........................................................................33

2.3 Módulo Finanças do SAP R\3 ...................................................................34

2.4 Módulo Suprimentos/Materiais do SAP R\3..............................................36

2.5 Módulo Recursos Humanos......................................................................41

2.6 Módulo Planejamento de Produção...........................................................47

2.7 Módulo Vendas e Distribuição...................................................................53

Capítulo 3

SAP R\3: Estudo de caso na Pirelli de Feira de Santana......................................56

3.1 SAP R\3 e a Pirelli.....................................................................................56

3.2 Os módulos do SAP R\3 da Pirelli.............................................................57

3.3 Integração entre R\3 e usuários................................................................62

Considerações Finais..............................................................................................68

Referências...............................................................................................................74

Apêndice...................................................................................................................77

Anexos......................................................................................................................78

Page 12: Monografia ERP - 02

INTRODUÇÃO

Os Sistemas de Gestão Empresarial ou Enterprise Resource Planning (ERP)

são uma realidade crescente quando se trata de softwares de sistemas

informatizados para gestão de empresas. Esses softwares que são essenciais em

grandes organizações agora passam a integrar a realidade das empresas de porte

menor que buscam informatizar e integrar seus departamentos. É interessante

verificar mais precisamente a forma como as organizações utilizam os ERP, pois

muitas destas esbarram nas dificuldades de implementação e uso do sistema e se

limitam as ferramentas mais básicas de controle das operações da empresa.

Também é importante verificar os benefícios e as dificuldades ao utilizarem os ERP e

como usufruir plenamente de suas vantagens competitivas, além de buscar uma

forma de integrar o software a todo o processo de gestão empresarial.

Os ERP possuem um grande potencial para organizar e automatizar os

processos dentro dos setores da empresa, porém a forma de utilização e adaptação

à realidade de cada organização é um fator crucial quando se trata de gerenciar uma

empresa e não apenas controlar processos. Além disso, muitas empresas adquirem

o pacote de software e os hardwares necessários e esperam resultados imediatos e

significativos com essa implementação tecnológica, porém esquece-se de analisar

as variáveis internas que influem diretamente no bom funcionamento dos sistemas

de gestão que vão além da tecnologia usada.

Para visualizar até onde as empresas chegam dentro das possibilidades

oferecidas pelo software e buscar identificar formas de melhorar a visão geral,

customização e utilização do mesmo, superando as limitações encontradas foi

criada esta metodologia de pesquisa de um estudo do ERP SAP R\3, que é o

software mais vendido no mundo, além de ser utilizado na Pirelli Pneus inclusive na

fábrica de Feira de Santana. Dentro desse contexto de uma empresa com um ERP

estruturado e com histórico de sucesso é possível encontrar falhas e pontos de

melhoria de forma a ser um aprendizado para qualquer usuário sobre como os ERP

se comportam ao longo de todos os processos da empresa e como influenciam nas

decisões por toda a organização

Page 13: Monografia ERP - 02

Objetivo Geral

Apresentar metodologia para verificar das funções principais do sistema ERP

SAP R\3 visando explorar ao máximo as ferramentas do mesmo na gestão de

empresas.

Objetivos Específicos

a) Analisar o ERP R\3 mostrando suas ferramentas e de que forma são

utilizadas em vários setores das empresas.

b) Verificar vantagens do ERP na organização das empresas, analisando

ferramentas de gestão de estoques, produção, previsões e relatórios.

c) Visualizar limitações de sistemas ERP que dificultem a plena utilização

das suas ferramentas de gestão.

Delimitação do Estudo

O presente estudo abrange a análise das ferramentas dos sistemas ERP e

como suprem as expectativas dos gestores. As áreas de maior estudo foram a

produção, almoxarifado, setor fiscal, recursos humanos e logística. Esses

departamentos possuem maior índice de utilização das ferramentas dos softwares

de ERP não apenas nas unidades da Pirelli como na maioria das empresas que

utilizam sistemas informatizados de gestão. Não faz parte do escopo deste trabalho

abordar aspectos essencialmente técnicos dos softwares e hardwares utilizados

porém cita alguns detalhes técnicos relevantes para a compreensão dos leitores

sobre a estrutura que esta sendo estudada e a capacidade de processamento de

informações do sistema informatizado.

Page 14: Monografia ERP - 02

Relevância do Estudo

Este trabalho busca responder uma problemática: As ferramentas dos

sistemas ERP são conhecidas de uma forma geral e utilizadas de forma eficiente ou

são utilizados por simples obrigação de controle interno?

Buscar uma solução para o problema descrito é essencial devido aos altos

custos de aquisição, adequação e manutenção de um pacote de software ERP. Este

é visto como solução para problemas de desorganização das empresas, porém o

máximo que fará em um ambiente desorganizado é automatizar os erros. As

empresas devem se estruturar antes de automatizar seus processos e para

esclarecer esses aspectos este trabalho faz uma explanação do que é mais

importante para os gestores saberem a respeito de ERP.

Estrutura do Trabalho

O trabalho foi divido em três capítulos que identificam a revisão da literatura, o

estudo prático do tema específico e a aplicabilidade prática na empresa escolhida.

Nas considerações finais são apresentados os resultados obtidos e soluções

encontradas para a problemática.

A estratégia da pesquisa do presente estudo utiliza de base teórica de livros

de especialistas em sistemas de informação e principalmente ERP, focando

histórico, características, implementação e uso do software de gestão empresarial.

Também é utilizado um estudo comparativo entre os departamentos que mais utilizar

o ERP na Pirelli Pneus de Feira de Santana, que utiliza o software R/3 da empresa

alemã SAP. Esta estratégia foi estabelecida como melhor forma de abordar o

assunto sem aprofundar em dados técnicos e sim em aspectos organizacionais,

principalmente de gestão, além de demonstrar os avanços em cada setor.

O estudo comparativo é interessante para visualizar as variáveis realmente

relevantes quando refere-se ao sucesso de ERP em determinadas empresas. Vale

Page 15: Monografia ERP - 02

ressaltar que o ERP atua em aspectos específicos, melhorando os processos dentro

da empresa, possibilitando assim ganho em outros fatores como relacionamento e

interação com cliente, fornecedores e mercado, tidos como benefícios indiretos que

dependem mais da organização do que do software em si. A comparação também

permite analisar estas relações além dos ganhos operacionais e os processos ao

longo do tempo e sobre diversos ângulos, utilizando diversas fontes de dados.

O foco da metodologia utilizada é local, utilizando toda a base teórica

estudada e estudo de caso realizado para direcionar a pesquisa dentro da empresa

escolhida embora não seja possível separar as operações da empresa local com as

outras unidades produtivas visto que estão todas interligadas pelo software de

gestão. A escolha deste nível de atuação implica em um acesso maior as fontes de

informação e a possibilidades maiores de testes práticos e análise dos conceitos e

das ferramentas de ERP. Assim, a atuação priorizará principalmente os módulos do

SAP R\3 e utilização de suas ferramentas divididas em áreas de atuação que

representam os departamentos da empresa, assim como também é importante

visualizar limitações e consequências destas práticas na Pirelli.

A Escolha da Empresa.

A escolha da empresa é um fator crítico para testar (confirmar, desafiar,

expandir) uma teoria (ROESCH, 1999). Para essa experiência foi escolhida a Pirelli

Pneus, pois apresenta um estágio amadurecido de utilização do software R/3 e

passou por várias etapas de adaptação resultando em um caso bem sucedido de

implementação de ERP e dessa forma a pesquisa busca um melhoramento do

sistema e não definir as práticas iniciais para o sucesso do ERP como presente na

maioria das literaturas especializadas. A Pirelli foi considerada como uma das cem

empresas mais inovadoras em relação a TI sempre adquirindo novos recursos,

porém existem falhas e problemas que dificultam o melhoramento contínuo.

O próprio R/3 é um software amplamente utilizado e com grande fonte de

dados disponível, principalmente para a abordagem comparativa. A Pirelli utiliza o

mesmo desde 1999, porém ainda há muito a explorar dentro das funcionalidades do

Page 16: Monografia ERP - 02

sistema. As possibilidades de ampliação das funções do ERP foi um fator primordial

na escolha da empresa, além de maior facilidade na obtenção de dados.

Coleta de dados

A coleta de dados foi feita através da obtenção dos resultados apresentados pela

empresa, assim como indicadores de desempenho, entrevistas com pessoas

diretamente ligadas ao sistema de TI utilizado na Pirelli assim como outros

funcionários que contribuem para alimentar o banco de dados do ERP e utilizam

suas ferramentas. Documentos internos e material de treinamento vão ser

analisados assim como processos de melhoria atualmente sendo implantados

buscando a maximização da utilização do software.

Será utilizada técnica de entrevista não estruturada com questionário com

perguntas abertas, assim como contato posterior para sanar quaisquer lacunas no

questionário.

Visitas a pontos estratégicos também serão realizadas, trabalhando com

visualizações diretas favorecendo o entendimento do contexto.

A principal fonte de coleta de dados será o almoxarifado de matéria-prima da

empresa, onde o ERP tem grande participação na gestão do departamento, sendo

um ponto inicial de alimentação do banco de dados. Nesse local os dados sobre

materiais são inseridos de forma a seguirem por toda a empresa sendo adicionados

dados de produção, finanças, etc. Toda a gestão de materiais é feita com auxilio do

ERP que ajuda na gestão de estoques tanto utilização quanto previsão de consumo,

sistema First in, First off (FIFO) dentre outras atividades. A partir do almoxarifado

serão coletados dados no departamento financeiro, nas áreas de chão de fábrica,

departamento de pessoal, Recursos Humanos e por fim na Logística.

Page 17: Monografia ERP - 02

CAPÍTULO 1 - REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 Sistemas de Informação.

O conceito de Sistema de Informação pode ser definido como o processo de

coleta, armazenamento, recuperação e processamento de informações, ou de forma

resumida, corresponde à transformação de dados em informações. Caiçara (2008).

Os sistemas de Informação (SI) são sistemas cujos objetivos principais são o

armazenamento, tratamento e fornecimento de informações de modo a apoiar a

tomada de decisão nas organizações. Os SI envolvem pessoas, informações,

documentos, processos que interagem com máquinas, computadores e redes de

comunicação.

Para Araújo (1994) o tratamento dos dados e geração de informações não

constitui um sistema de informações, porém quando essas informações possuem

um propósito e modificam alguma estrutura através da comunicação com o usuário

pode-se configurar um sistema de informação propriamente dito.

Segundo Laudon e Laudon (2001), o sistema de informação pode ser usado

como uma solução organizacional e administrativa para os desafios impostos pelo

ambiente.

Laudon e Laudon (2001) dão grande importância a interdependência entre os

sistemas de informação e as empresas que as utilizam. Os mesmos ainda enfatizam

a importância de mudanças na estrutura de hardware, software, bancos de dados e

telecomunicações para por fim se obter uma mudança na estratégia da organização.

Canuto e Giuzio (2009) afirmam que transformar dados em conhecimento

demanda planejamento, organização e procedimentos definidos. Ainda segundo os

autores é indispensável a utilização de sistemas automatizados no processamento

dos dados e consequente fornecimento de informações ajudando no suporte ás

decisões.

Os sistemas de informação surgiram como apoio ao planejamento da

produção por volta de 1970 e à medida que a tecnologia evoluiu outras funções

Page 18: Monografia ERP - 02

foram agregadas de forma a integrar toda a organização em um banco de dados

único. Embora existam mecanismos informatizados de apoio aos sistemas de

informação, esta área envolve não apenas a tecnologia da informação, como

também a administração, os negócios e as relações humanas.

Existem alguns Sistemas de Informação mais conhecidos como os Sistemas

de processamento de transações (SPT), Sistemas de informações gerenciais (SIG),

Sistemas de suporte à decisão (SSD) e Sistemas de suporte executivo (SSE).

Os SPT segundo Caiçara (2008) podem ser considerados como sistemas de

nível operacional e são os sistemas de informação mais antigos utilizados pelas

organizações. Ainda segundo o autor, seu papel se restringe ao processamento de

transações e dão suporte as operações mais básicas, se tornando um sistema

essencial para qualquer empresa. Já Turban, McLean e Wetherbe (2004) definem o

sistema de processamento de transação como a espinha dorsal dos sistemas de

informação de uma empresa, visto que ele monitora, armazena, coleta, processa e

dissemina a informação para todas as transações diárias da empresa.

Alguns exemplos de SPT são os sistemas de processamento de pedidos, os

contábeis, de contas a pagar e contas a receber e de folha de pagamento de

pessoal.

Sistemas de suporte à decisão ou sistemas de apoio à decisão são utilizados,

muitas vezes, por gerentes do nível tático ou estratégico e prestam suporte a

decisão por meio de simulações ou analises de cenários. Laudon & Laudon (1999)

caracterizam esses sistemas como interativos sob controle do usuário e que

oferecem dados e modelos para ajudar nos processos de tomada de decisões,

embora também auxiliem em atividades de decisões rotineiras. Caiçara (2008)

afirma que as entradas de dados em um SSD podem ser de fontes internas, a partir

de um SPT ou de um SIG, ou externas, originadas de outras fontes como dados dos

concorrentes ou governamentais. Um SSD geralmente possui alta capacidade de

processamento pois trabalha com cálculos estatísticos e modelos financeiros além

de gerar gráficos e tabelas dinâmicas.

Os SIG oferecem uma visão geral das atividades realizadas pela empresa, de

forma que os administradores possam organizar, controlar e planejar de forma mais

eficaz e eficiente. Geralmente os SIG tratam de áreas especificas da empresa como

Page 19: Monografia ERP - 02

recursos humanos ou produção. Um SIG procura auxiliar aos usuários fornecendo

relatórios que demonstram o desempenho passado e presente da empresa. Por isso

são importantes para também auxiliar nas previsões como as oferecidas pelos SSD.

Dentro dos SIG existem vários subsistemas capazes de cuidar de atividades

especificas como just-in-time e administração de estoques.

Os SSE também conhecidos como sistema de informações executivas

também buscam atender as necessidades informacionais da direção das empresas,

ou seja, da alta gerencia. Segundo Laudon e Laudon (1999) “Os SSE são sistemas

orientados para gráficos, projetados para gerencia sênior, que oferecem computação

generalizada e recursos de telecomunicações para monitoramento e controle de

uma empresa.”. Um exemplo de SSE são os chamados “painéis de bordo”, que

apresentam dados resumidos com cores de alerta como amarelo, vermelho e verde

para ilustrar as condições da empresa.

Abaixo a figura demonstra os SI e os níveis organizacionais em que atuam:

Figura 1 – Distribuição dos Si nos níveis Hierárquicos da Empresa.

Adaptado de Laudon e Laudon (1999)

Page 20: Monografia ERP - 02

1.2 Tecnologia da Informação.

Caiçara (2008) define a Tecnologia da Informação (TI) como o conjunto de

softwares, hardwares, banco de dados e redes que integrados interagem com os

usuários e as informações de forma a compor os sistemas de informação.

Batista (2004) define TI como todos os dispositivos que tenham capacidade

para tratar dados e informações, tanto sistematicamente quanto esporadicamente,

independente da forma que é aplicada.

A tecnologia da Informação mudou a forma com que as empresas conduzem

seus negócios. Isso se deve principalmente ao auxilio cada vez maior à tomada de

decisões. É uma área em ascensão e já é parte essencial de muitas organizações

tanto no desenvolvimento de suas atividades quanto no auxilio a administração. O

mercado exige respostas rápidas e a tecnologia da informação é uma ferramenta

importante para o cliente interno dispor de informações rápidas e precisas para

tomares as decisões com agilidade e segurança.

Graeml (2003, p.21 e 22) afirma que:

As telecomunicações e a informática isoladamente têm contribuído para grandes transformações em nossa sociedade, encurtando distâncias e permitindo que máquinas assumam e executem com competência e qualidade, tarefas que antes exigiam tempo e esforço do homem. Devido ao grande impacto gerado pela sua utilização no dia-a-dia das pessoas, no modo das empresas trabalharem e relacionaram-se com as demais e, no mundo de forma genérica, tem sido muito forte tanto que, para muitos autores estamos vivendo uma nova era, a “era do conhecimento”.

Ainda segundo Graeml (Ibidem, p.22), a tecnologia da informação é: “o

conjunto de tecnologias resultantes da utilização simultânea e integrada de

informática e telecomunicações”. Rezende & Abreu (2003, p.76), definem tecnologia

da informação como “recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da

informação”

Page 21: Monografia ERP - 02

1.3 Tecnologia da Informação como suporte à decisão.

De acordo com Laudon & Laudon (1999), os sistemas de telecomunicações e

suas ferramentas fornecem grande aplicabilidade aos serviços da organização,

utilizando tecnologia para auxiliar os administradores na tomada de decisões com

mais velocidade, segurança, confiança e qualidade. Esses recursos são primordiais

para todas as empresas, e mais ainda para empresas que possuem várias

localizações geográficas como multinacionais.

A tecnologia permite que as empresas se comuniquem em tempo real com

consumidores de seus produtos e serviços, o que fortalece a interação entre ambos

e a lealdade dos clientes para com a empresa. Através dessa rede de contatos é

possível obter informações valiosas para gerar produtos mais atrativos ao mercado.

Segundo (Graeml, 2003), os sistemas tecnológicos das empresas são

produzidos para solucionar problemas organizacionais e reagir às mudanças no

ambiente; reagir aos concorrentes e clientes, a mudanças sociais e tecnológicas;

atender de forma mais eficiente e com maior agilidade as questões impostas pelo

mercado; aproximar e melhorar a relação com os fornecedores. Também controlar

materiais, pessoas e suas atividades dentro da organização e melhor gerir os

problemas internos, auxiliando na produção de mercadorias e serviços, controle de

peças, estoques. (LAUDON & LAUDON) relatam que a tomada de decisão depende

de informações oportunas e confiáveis, que não poderiam ser fornecidade por um

sistema de Informação desestruturado e não alimentado corretamente por seus

usuários.

A vantagem competitiva alcançada por uma organização utilizando a TI, só

acontece realmente com um bom gerenciamento dos recursos de informações,

como pessoas e tecnologia envolvidas.

A tecnologia processa os dados e fornece informações e as pessoas devem

analisar as informações e extrair o que é necessário para a tomada de decisão.

Informações sobre saúde financeira e capacidade produtiva, por exemplo, podem

determinar ou não a entrada de uma empresa em um novo mercado.

Page 22: Monografia ERP - 02

1.4 Sistemas ERP.

ERP é um sistema de informação em forma de pacotes de software, sendo

uma das principais ferramentas de Tecnologia da Informação (TI) e gestão

empresarial que, fundamentada por recursos tecnológicos e computacionais,

proporciona e auxilia na obtenção das informações necessárias e

consequentemente fornece conhecimentos fundamentais ao gerenciamento

organizacional, formando uma grande vantagem competitiva que surge da

integração de vários setores da empresa.

Para Davenport (1994), a principal questão a se considerar quando se refere

a sistemas ERP é a integração, pois as informações e processos atravessam

diversos departamentos da empresa.

Davenport (1998) afirma que um ERP é caracterizado pela existência de um

banco de dados central que unifica as informações de diversas áreas da empresa.

A partir dessas informações concluímos que o ERP é um sistema que tem o

objetivo maior de suportar todas as necessidades de informação, contidas em uma

única base de dados, para a tomada de decisão gerencial de uma empresa como

um todo.

Delloite Consulting (1998) e Bernroider e Koch (1999) mostram alguns

resultados que podem ser obtidos com a utilização de sistemas ERP, como melhoria

e transparência da informação, nos processos organizacionais e redução de

estoques. Nesse caso temos alguns processos de controle das informações e dos

recursos, porém a questão estratégica de gestão vai além desses benefícios.

Para Haberkorn (1999), o ERP é um conjunto de ferramentas que objetivam

responder à necessidade de automatizar processos e prover informação precisa e

atual, diminuindo consideravelmente a taxa de erros e fornecendo respostas ágeis

para a administração. É preciso diferencias o auxílio nas tarefas administrativas com

uma ferramenta efetivamente capaz de gerenciar os recursos, informações e

processos da empresa de forma integrada. Por isto, as características do ERP

devem ser investigadas mais cuidadosamente para descobrir o que ele tem de

específico e como ele cumpre o seu propósito.

Page 23: Monografia ERP - 02

Como afirma Colângelo (2001, p.17), no plano estratégico, é fácil dizer que

Produção só deve fazer o que Vendas vendeu, e que Suprimentos só deve comprar

o que é imediatamente necessário para a produção. Porém essa troca de

informação entre os setores nem sempre é precisa o suficiente para que o fluxo

permaneça no nível ideal, sem perdas e sem gargalos.

Através de um sistema ERP várias atividades são realizadas de forma

conectada, por exemplo: receber mercadorias como matérias primas, faturamento,

receber e emitir notas fiscais, contabilidade e revisão fiscal, gestão de caixa e

tesouraria, gestão de ativos e estoques, definição e gestão de processos de negócio

(workflow), recrutamento e seleção, treinamento, benefícios, desenvolvimento

pessoal, medicina e segurança do trabalho, remuneração e folha de pagamento

(COLÂNGELO, CORRÊA, 2001, 2001).

Houve diversas mudanças em relação à procura por sistemas ERP devido

aos inúmeros casos de fracasso na implementação dos mesmos. Segundo Esteves

e Pastor (2001) o foco dos autores nesse tema é a implantação, não demonstram os

resultados obtidos pela sua utilização, assim como não mostram a forma como são

utilizados e se cumprem o objetivo para qual foram designados.

Mendes e Escrivão Filho (2002), procurando as principais características que

definem um ERP, realizaram pesquisa bibliográfica identificando as principais

características de um ERP defendidas em trabalhos, artigos e livros pelo quatorze

autores mais citados sobre o tema. A partir desse trabalho surge uma matriz com as

características mais citadas que caracterizam um sistema ERP. A matriz entrelaça os

autores e as características e como resultado é possível visualizar a concentração

de pontos que identificam os ERP como softwares que atendem a todas as áreas da

empresa além de permitir a integração destas. É possível interpretar a figura de

forma que a partir da implementação do software, este já permite uma aplicabilidade

por toda a empresa desde que se adquira, junto ao fornecedor do software, os

módulos adequados para cada departamento. A partir daí surgem outros fatores

internos e externos que influenciam as características tidas como consequentes da

boa utilização do software. Os autores citam as características mais plausíveis em

curto prazo como as características principais do ERP, até mesmo devido à

necessidade de recursos e esforços para se atingir objetivos mais complexos com

auxilio dos ERP. A seguir é possível ver a figura e a distribuição dos pontos:

Page 24: Monografia ERP - 02

Tabela 1 – Características dos sistemas ERP.

Fonte: Adaptado de Mendes e Escrivão Filho (2002).

Mendes e Escrivão Filho (2002), ilustra através do quadro acima as

características mais citadas pelos autores em definições de ERP:

a) Atender todas as áreas da empresa, citado por dez entre quatorze autores.

b) Orientação a processos, citados por dez entre quatorze autores.

c) Permitir a integração das áreas da empresa, citado por nove entre quatorze

autores.

Page 25: Monografia ERP - 02

d) Possuir base de dados única e centralizada, citado por sete dos quatorze

autores.

A palavra integração norteia a essência dos ERP e para visualizar esse

processo, o software é dividido em módulos que são partes menores que refletem

um conjunto de funções especificas para determinadas áreas. Os módulos mais

conhecidos são: Finanças, Materiais, Controladoria, Vendas, Produção e Recursos

Humanos. O pacote de software nem sempre compreende todos esses módulos,

pois varia da necessidade e dos recursos do comprador. Após a escolha dos

módulos é importante o processo de Parametrização onde o sistema é adaptado a

realidade da empresa adicionando os parâmetros desta no software.

Abaixo a figura mostra uma estrutura generalizada de módulos do ERP

denominado R\3:

Figura 2 – Módulos Sistêmicos.

Fonte: SAP Fenasoft 2000.

1.5 Histórico e evolução dos Sistemas ERP.

Page 26: Monografia ERP - 02

Os sistemas ERP que são utilizados hoje tiveram seu início em 1960, na

forma dos primeiros sistemas Manufacturing Resource Planning ou Planejamento

dos Recursos de Manufatura (MRP) (WALLACE, 1990). No começo a principal

função dos sistemas era o controle de inventário. Nos anos 70 do século XX, as

principais ferramentas dos pacotes visavam o planejamento dos materiais e peças

para composição do produto final.

Ainda hoje o MRP pode ser encontrado dentro do sistema ERP como uma

ferramenta para integrar as informações e processos da matéria prima até o produto

final.

Nos anos 80 do século XX, surgiu um novo conceito a partir do MRP,

denominado Manufacturing Resources Planning II (MRP-II) envolvendo o que era

extensão do MRP para as atividades de gerenciamento de vendas e distribuição

(ALBERTÃO, 2001).

Na década 90, o MRP-II evoluiu para incorporar funções de outras áreas

como Engenharia, Finanças, RH, etc. A partir dessa evolução foi criado o termo

Enterprise Resource Planning (ERP).

Os primeiros ERP basicamente lidaram com o ambiente interno das

empresas, porém outras opções foram incorporadas como gerenciamento de cadeia

de suprimentos (suply chain management) e gerenciamento de relacionamento com

o cliente. Muitas outras ferramentas foram sendo incorporadas aos ERP ao longo

dos anos, formando cada vez mais sistemas robustos e complexos, capazes de lidar

com um grande nível de informações de fontes distintas.

1.5 Implementação dos Sistemas ERP.

Os sistemas ERP podem ser utilizados em qualquer organização

independente da área em que atua, porém é importante ressaltar que a

implementação e a utilização não são iguais em todas as empresas, deste modo as

características especificas de cada empresa devem ser levadas em consideração

para uma melhor funcionalidade do software. (Canuto e Giuzio, 2009)

A implementação de um ERP pode ser feita módulo a módulo ou de forma

completa, porém antes dessa fase a empresa necessita ser preparada, pois apenas

Page 27: Monografia ERP - 02

automatizar os processos pode acabar por automatizar os erros já antes cometidos.

A organização deve possuir metas claras e uma reunião de esforços visando o apoio

ao sistema de informação. Isso passa principalmente pela vontade e da capacidade

de todos os envolvidos junto aos recursos tecnológicos oferecidos pelo ERP. Por

isso é importante o investimento não apenas em hardware e software, também em

consultoria, treinamento e acompanhamento. (Canuto e Giuzio, 2009)

Inicialmente a alta administração deve ter bem definido quais são as

necessidades da empresa e observar no mercado quem melhor poderá atender a

estas necessidades em matéria de tecnologia da informação. A concorrência pode

ser uma boa fonte de dados para tal fim, assim como uma pesquisa profunda do

histórico dos fornecedores de pacote ERP. (Caiçara 2008)

A customização do pacote de software as necessidades da empresa é

primordial para a efetividade do mesmo. Ao longo do tempo deve-se acompanhar o

funcionamento do ERP, adaptar o que for necessário e sempre avaliar se há

realmente um equilíbrio de custo e benefício. (Saccol, 2003)

Em uma pesquisa realizada pela Tourion e publicada na revista Gestão

Empresarial em 2002 com empresas de alto faturamento que investiram em ERP

revela que apenas 10% dos projetos terminam no tempo e prazo estimados, sendo

que 55% estouraram prazos e orçamentos além de que 35% foram cancelados.

Segundo Caiçara (2008) alguns itens são relevantes para o sucesso na

implementação de um ERP: Criação de um time de trabalho internamente da melhor

qualidade para lidar diretamente com o sistema; Criação de uma parceria forte entre

os consultores de implantação, o fornecedor do hardware e o fornecedor do

software; Buscar o menor índice de modificação do software original, ou seja, menor

customização devido ao custo e as falhas no sistema que isso pode acarretar; A

escolha do ERP certo para o tipo de negócio da empresa. Além disso, é importante

ressaltar novamente o papel das pessoas nesse processo, visto que alimentam todo

o fluxo de informações e representam a maior parcela pelo sucesso da

implementação do software.

Quando se fala em sucesso na implementação dos ERP deve-se ter em

mente os principais obstáculos neste processo. Caiçara (2008) cita alguns exemplos

como os custos elevados, a complexidade de customização, a compatibilidade com

Page 28: Monografia ERP - 02

outros sistemas simultâneos ao ERP, a resistência a mudanças, a cultura

organizacional, falta de treinamento e altos custos com consultorias. A partir disso é

possível entender que dois são os focos principais: escolha do ERP e colaboradores

envolvidos.

Na tabela 2 é possível visualizar os aspectos mais importantes para a

implementação de um sistema ERP para quatorze autores renomados no assunto.

Tabela 2 – Aspectos relevantes ao sucesso na implementação do ERP.

Fonte: Adaptado de Mendes e Escrivão Filho (2002).

A maioria dos autores considera a mudança organizacional como fator

essencial para o sucesso da implementação de um ERP. Isso é visualizável na

prática através da dependência da efetividade do software aos dados alimentados

no banco de dados. A partir do momento que os usuários identificam a importância

do sistema e alimentam o mesmo com dados verídicos tornando todo o processo

mais confiável e as informações geradas pelo sistema também. Outros pontos muito

citados pelos autores são a adequação de funcionalidade e o comprometimento dos

usuários. O caráter humano na interação com a tecnologia é uma preocupação da

Page 29: Monografia ERP - 02

maioria dos autores até mesmo pelo motivo de que os softwares em conjunto com

os hardwares vão automatizar tarefas para auxiliar no trabalho dos usuários.

Adequar a tecnologia à realidade da empresa é importante para mostrar aos

usuários que realmente suas tarefas serão simplificadas ou caso contrario a

complexidade e não aplicabilidade do sistema a realidade da organização pode

causar o mau uso e o abandono de tudo aquilo que foi custoso a implantar. A etapa

inicial de valorização do comprometimento geral da empresa e escolha adequada do

software além de sua parametrização são tidos como primordiais para o sucesso na

implementação de softwares de gestão como o ERP.

1.7 Benefícios da utilização de sistemas ERP.

Segundo Lima (2000), as ações de documentar e contabilizar os processos

através do ERP permite controlar o negocio de maneira mais eficiente de forma que

é mais fácil visualizar falhas. Para muitas empresas grandes e que possuem mais de

uma empresa em diferentes localizações é possível integrar todas de forma ater um

sistema integrado e um controle sobre cada unidade. Já para empresas de porte

menor, a adoção de ERP constitui ótima oportunidade para se modernizarem

tecnologicamente. Para Souza & Zwicker (2000), os benefícios da utilização de um

sistema ERP são percebidos com o tempo de uso e algumas vantagens citadas são:

integração os departamentos, possibilidade de atualização e aquisição de novos

recursos ao longo do tempo e diminuir custos de informática oriundo da terceirização

do desenvolvimento do sistema. Os ERP são sistemas que vem sido utilizados como

base tecnológica para suporte as decisões e operações. Para ter sucesso e obter

resultados positivos com a utilização de um ERP, é necessário encara-lo como uma

tecnologia que necessita de suporte e evolução constante.

Para Stamford (2000), o ERP é importante para aumentar a eficiência da

empresa, otimizando a capacidade para realizar negócios em qualquer lugar do

mundo. As vantagens que podem ser citadas: aumento da valorização da empresa

pelos investidores e pelo mercado; velocidade nas oportunidades de negócios; base

de dados única; informação atualizada em tempo real; atendimento a requisitos

Page 30: Monografia ERP - 02

globais, regionais e locais em um único sistema; e suporte à estratégia de e-

business.

O beneficio claro trazido pelo ERP é a integração entre os módulos que

representam os departamentos da empresa onde antes trabalham isoladamente

como ilhas onde as informações não se cruzam de acordo com Lopes (1999).

A Tabela 3 ressalta os resultados enfatizados pelos autores na adoção de um

ERP. Os autores citam principalmente a integração entre as áreas da empresa como

beneficio mais evidente na utilização do software. É possível destacar também os

processos de controle e gestão, documentação dos processos e evolução

tecnológica. Aparecem mais isoladamente outros fatores como base de dados única,

obtenção de informação em tempo real, regras de negócios definidas, redução de

custos na área de informática dentre outros.

Tabela 3 – Resultados obtidos na utilização do ERP.

Fonte: Adaptado de Mendes e Escrivão Filho (2002).

Essa realidade reflete novamente a dependência do sistema a sua pratica

efetivamente, visto que os benefícios básicos obtidos logo na implementação do

sistema são sempre citados pelos autores, porém outros itens que tem suas

funcionalidades atreladas ao negocio da empresa tem tratamento secundário. É

importante ressaltar que mesmo não citado por muitos autores, o banco de dados

único e obtenção de informação em tempo real servem como base para benefícios

ainda maiores como os processos de controle e gestão. Talvez por isso estejam em

Page 31: Monografia ERP - 02

segundo plano na citação dos principais autores do tema, ou seja, buscou-se

enfatizar os benefícios relacionados à tomada de decisão em nível estratégico.

1.8 Sistemas ERP mais utilizados.

Um dos principais fatores na escolha de um sistema ERP é selecionar algum

que se adapte à suas necessidades e em seguida são bem relevantes os custos

consequentes dessa escolha. Para Norris (2000) os custos para implantação de um

sistema ERP são divididos em quantificados (hardware, software, treinamento,

conversão de dados e reengenharia) e custos em relação a fatores humanos. Já

Wallace (2002) separa os custos em categorias ABC, ou seja, A (pessoas), B

(Dados) e C (hardware).

Para Norris et al. (2000), os principais fornecedores de ERP e softwares

utilizados mundialmente são:

a) SAP: a precursora do ERP, fundada em 1972 por 5 engenheiros da IBM, é

a maior do grupo. O seu software é conhecido como R/3 e é designado para ajudar

a organizar o processo de manufatura e contabilização. O SAP aumentou sua linha

de produtos incluindo Supply Chain Management (SCM).

b) PeopleSoft: considerado o fornecedor número dois de ERP. PeopleSoft

fez sua marca com o software de recursos humanos. A empresa atualmente

direciona seu foco ao setor de serviços com produtos designados a ajudar empresas

a gerenciar seus custos intangíveis. SAP e PeopleSoft tem grande parcela do

mercado mundial de softwares de ERP e possuem como clientes grandes

multinacionais.

c) Oracle: tem vendido aplicativos ERP para trabalhar com seu banco de

dados desde 1987. Oracle vende a maioria de seus aplicativos para fabricantes e

consumidores de produtos de consumo, fazendo uma competição direta com a SAP.

Oracle vivenciou alguns problemas, no passado, devido a reorganização da sua

força de vendas e também incertezas por parte dos clientes com o lançamento da

versão 11.0.

Page 32: Monografia ERP - 02

d) Baan: é uma empresa holandesa, com quase 20 anos no mercado, que

vende software para empresas cautelosas com o sistema da SAP. Recentemente,

como outros grandes vendedores, eles vêm suprindo pequenos provedores de

software, o que tem resultado numa vasta variedade de produtos oferecidos no

mercado.

e) J. D. Edwards: embora seja uma empresa que tenha vendido software por

décadas, ela veio a público há pouco tempo. Desde que lançou seu produto, um

sistema ERP mundialmente aberto, a J.D. Edwards se tornou competidor por uma

parte do mercado.

Além dos principais softwares internacionais, existem ERP nacionais como a

Totvs, que está a mais de 25 anos no mercado e se dedica aos mercados:

agroindustrial, de saúde, finanças, jurídico, construção civil, educação e logística. A

Totvs é a líder do mercado brasileiro. Starsoft, SHP, Senior Sistemas, MV Sistemas,

Linx, Benner Sistemas são outros exemplos de fornecedores nacionais de softwares

ERP.

Page 33: Monografia ERP - 02

CAPÍTULO 2 - SAP R\3

2.1 Conhecendo o SAP R\3.

A empresa alemã SAP (do alemão System Analyse und

Programmentwicklung) foi fundada em 1972, em Walldorf, Alemanha. Desde 1995

que a empresa está inserida no mercado brasileiro e tem crescido na área de

softwares de gestão integrada. Em 1998 a empresa já tinha em sua carteira de

clientes 78 das 500 maiores empresas do país de acordo com o anuário Melhores e

Maiores, editado pela revista Exame (Gurovitz, 1998).

O primeiro produto da empresa foi o R\2 (Real System Version 2) e em 1989

criou-se o SAP R\3, que é o software ERP mais conhecido da empresa SAP. O R\3

foi criado para ser capaz de suportar todas as atividades de negócio das

organizações a partir de um banco de dados único e integração dos módulos que

compõem o software. Os principais módulos são: Finanças (FI), Contabilidade (CO),

Vendas e Distribuição (SD) e Recursos Humanos (RH). O sistema propõe um

conjunto de soluções para gerir o negócio, simplificar os processos, reduzir custos e

integrar as diferentes áreas da empresa.

Algumas características importantes do R\3 são: base de dados comum, a

atualização automática do banco de dados, a alimentação com dados de várias

áreas de forma simultânea e integridade dos dados. O R\3 tem suporte para

múltiplos idiomas, múltiplas moedas, funcionalidades especificas por país e

capacidade de gestão global.

A implementação de um sistema desse porte dura por volta de dois anos,

contando com a etapa de seleção do software até a parametrização final, onde

terminam as customizações e o sistema está em pleno funcionamento.

O sistema fornece as informações necessárias para cada setor, de forma que

este processo é controlado pelo login do usuário utilizador, ou seja, cada perfil de

usuário tem acesso restrito ao que realmente precisa consultar e alimentar no

sistema.

Page 34: Monografia ERP - 02

O fluxo de informações abrande uma série de departamentos onde, por

exemplo, a matéria prima que chega ao almoxarifado de uma fábrica e é lançada do

sistema através da nota fiscal recebida e virtualmente é transportado pela cadeia de

dados ao longo do processo produtivo. Todos esses dados ao longo da cadeia são

alimentados no sistema gerando informações tanto para o final do processo quanto

para o inicio. Assim todos sabem a situação atualizada de matérias-primas e

subprodutos disponíveis assim como a previsão de consumo dos mesmos.

Essa integração não passa apenas pelo processo produtivo. O setor fiscal

também recebe informações e alimenta o sistema com dados. A qualidade

acompanha os índices qualitativos, como refugo e reciclo. As equipes de eficiência e

processo e de manutenção acompanham produtividade, paradas de máquina, etc.

Os dados são constantemente alimentados de forma que uma conta básica seja

fechada. A conta de toda matéria-prima que entra no processo, por exemplo, sai em

forma de refugo ou de produto final.

2.2 Ferramentas do SAP R\3.

O SAP R\3 no Brasil é caracterizado pela utilização de funções específicas

relacionadas a Finanças, Logística e Recursos Humanos, onde as principais

ferramentas são direcionadas para calculo de imposto, geração automática de notas

fiscais, relatório financeiro legal, geração de pedidos aos fornecedores e previsões

de produção e necessidade de materiais.

Cada módulo do R\3 da Pirelli possui ferramentas que auxiliam nas atividades

dos envolvidos nos setores da empresa. Estas ferramentas são apresentadas em

forma de operações realizadas com o software, como por exemplo, o MRP que

auxilia na gestão de estoque e cadeia de suprimentos.

O MRP é a principal ferramenta do SAP R\3 para gerenciamento tanto de

matérias-primas como de materiais utilizados para manutenção. Tudo que entra é

alimentado no R\3 e passa a fazer parte de um depósito virtual, então a partir daí ele

é direcionado para a produção ou qualquer outro lugar, a exemplo de uma

Page 35: Monografia ERP - 02

transferência para outra fábrica. A partir do momento que o material é consumido o

sistema é alimentado com essa informação e passa a ser contabilizado nos produtos

produzidos na sequencia até o pneu acabado. Enquanto isso ocorre, o MRP prevê

necessidades de matéria-prima a partir do programa final de pneus que devem ser

produzidos.

2.3 Módulo Finanças do SAP R\3.

Em uma realidade competitiva e globalizada, as decisões financeiras são

fatores decisivos para a sobrevivência das empresas, pois as margens de lucro

tendem a cair e os desperdícios financeiros não são mais toleráveis. A capacidade

de responder rápido e de forma eficaz as mudanças do mercado é imprescindível, e

ter controle sobre a saúde financeira e as operações realizadas em tempo real é de

grande auxilio para a tomada rápida de decisões.

O Módulo Finanças do SAP R\3 foi criado para satisfazer as necessidades

internacionais que a área de gestão financeira deve cumprir. O módulo engloba

submódulos que cuidam de contabilidade de contas a pagar, contas a receber,

Ativos Fixos (gestão de imobilizados), controle de viagens de negócios,

contabilidade geral e fiscal, consolidação de empresas, contabilidade de caixas e

fundos fixos, planejamentos, tesouraria e fluxo de caixa.

Os principais submódulos do módulo Finanças são: Contabilidade Geral (GL),

Contas a Pagar (AP), Contas a Cobrar (AR), Tesouraria (TR) e Administração

Financeira (FM).

O sistema neste módulo disponibiliza ferramentas e funções para uma analise

financeira completa ajudando a definir metas financeiras monitorando custos e

receitas. O módulo financeiro pode criar relatórios financeiros e administrativos

customizados para o nível de usuário que esta demandando as informações. Ele

também possui ferramentas para planejamento tradicional de orçamentos e

previsões. Este módulo engloba leis e práticas comerciais mais relevantes

especificas do Brasil. Nesta versão nacional são desenvolvidas atividades básicas

Page 36: Monografia ERP - 02

como calculo de impostos automaticamente ao se lançar um pedido de materiais

(Módulo de Materiais) ou uma ordem do cliente no módulo de Vendas e Distribuição.

Também é possível processar entradas e saídas de pagamentos e contas a receber

e contas a pagar.

O submódulo Contabilidade Geral tem como função primordial viabilizar uma

visão ampla de contabilidade como também de contas externas. Através do banco

de dados é possível registrar através deste submódulo todas as transações

contábeis sempre integradas aos outros módulos, principalmente nas áreas

operacionais de forma a manter o sistema atualizado. Na Contabilidade Geral

também são lançados automaticamente e simultaneamente todos os itens do livro

auxiliar em contas do Razão apropriadas ao mesmo tempo em que os cálculos de

custos são atualizados e que são feitas analises em tempo real sobre os dados

contábeis atuais exibindo contas, demonstrações contábeis com diferentes versões

e oferecendo uma gama de relatórios. A qualquer momento os usuários com acesso

para esta área podem visualizar informações sobre contas, diários, movimentações

do período e analises de balanço, lucro e perdas.

Os dados contábeis dos fornecedores são inclusos no submódulo contas a

pagar, onde são registrados e administrados. Esse processo faz parte também da

administração de vendas onde os fornecimentos e faturas são organizados para

cada fornecedor e em seguida disponíveis para outras áreas, como o sistema de

compras. As contas a pagar são liquidadas através de um programa de pagamento,

que é feito a partir da entrada das notas fiscais e consequente revisão fiscal.

Pagamentos de frete e despesas em geral também são liquidados através do

sistema. Este ainda dá suporte para projeções de saldos, extratos de conta e outros

relatórios.

O submódulo Contas a Receber engloba principalmente os clientes,

registrando seus dados contábeis. O sistema disponibiliza neste caso uma variedade

de ferramentas que auxiliam no controle das contas a receber, como vencimentos,

extratos, cálculos de juros, etc. Esses dados são importantes para a administração

do credito e aperfeiçoar qualquer planejamento de liquidez. É importa ressaltar que

todo o sistema é integrado com as outras áreas, onde, por exemplo, se modicarem o

cadastro de algum cliente, as áreas que tem acesso a essas informações como

contas a receber e vendas vão ter essa atualização em tempo real.

Page 37: Monografia ERP - 02

A Tesouraria representa o submódulo envolvido com administração de caixa,

administração de tesouraria, riscos de mercado e empréstimos. O sistema analisa a

liquidez de caixa em conjunto com as situações de risco para auxiliar na tomada de

decisões sobre investimentos futuros.

O módulo financeiro possui a rede integrada com praticamente todas as

atividades da empresa visto que engloba todos os custos, entradas e saídas de

recursos.

2.4 Módulo Suprimentos/Materiais do SAP R\3.

As áreas de Suprimentos e Controle de Materiais são imprescindíveis para os

custos da empresa, para atender as demandas do mercado. A competição no

mercado mundial é caracterizada também pela cadeia de suprimentos onde há a

necessidade de se avaliar pontos fracos e fortes dessa cadeia auxiliando na tomada

de decisões reduzindo custos, melhorando qualidade, ou seja, melhorando a

competitividade do produto ou serviço ofertado.

No módulo de suprimentos e administração de materiais o SAP R\3 é

fundamental para o gerenciamento de compras, estoques, serviços, faturas,

avaliação dos fornecedores, e principalmente o planejamento de necessidades de

material (MRP) que deu origem aos sistemas ERP e é a ferramenta do SAP R\3

mais utilizada na área de gestão de materiais.

O módulo de Suprimentos e Materiais está dividido em alguns submódulos

principais: Compras, Gestão de Inventário, Planejamento de necessidades de

Consumo e Gestão de Serviços.

Compras é o submódulo que envolve:

a) Suprimento para a empresa de serviços e materiais.

b) Determinação de possíveis origens de suprimentos para alguma

necessidade verificada pelo sistema de planejamento de necessidades de consumo

ou que surja diretamente de algum departamento mais especifico.

c) Monitorar os fornecimentos e consequentes pagamentos à fornecedores.

Page 38: Monografia ERP - 02

d) Grande interligação e dependência com as informações geradas pelo

departamento de gestão de materiais.

O bom funcionamento do sistema de compras depende primordialmente das

necessidades oriundas da gestão dos materiais e demandas da produção. A partir

do momento em que os estoques estão corretos virtualmente, as informações que

chegam para o departamento Suprimentos são confiáveis e os pedidos feitos aos

fornecedores não vão exceder nem serem insuficientes, eliminação custos de altos

estoques e de parada de produção respectivamente.

Os módulos do R\3 são completamente integrados e dessa forma não se

pode falar de administração de materiais e suprimentos sem falar em revisão de

faturas e gestão de materiais por exemplo. Essa integração é enfática não apenas

com o planejamento de necessidades de materiais como também com os módulos

de Contabilidade Financeira e Vendas\Distribuição. Com relação ao modulo FI o

submódulo de compras atualiza as informações de fornecedores em conjunto com o

mesmo. Além disso, a área de compras também define as contas que devem ser

debitadas sobre as aquisições feitas com os fornecedores. Já com o módulo de

Vendas e Distribuição o sistema de Compras pode receber necessidades oriundas

do departamento de vendas, como por exemplo, a necessidade de produzir um

determinado produto para atender o mercado e como consequências disso,

materiais específicos necessitam ser adquiridos para alimentar o sistema produtivo.

Na Pirelli, isso fica evidente quando uma das montadoras demanda um determinado

tipo de pneus para algum carro novo ou a própria Pirelli consegue um novo

mercado. Nesses casos o departamento de vendas demanda a produção destes

pneus específicos que alimentam uma cadeia que vai das necessidades de

materiais para administração até as matérias primas. Como a produção de um pneu

envolve uma combinação grande de matérias primas, o sistema fornece a partir do

MRP a quantidade de cada item a partir da alimentação de dados dos pneus que

devem ser produzidos.

O sistema de Compras é composto basicamente por:

a) Solicitação de cotação: Através de uma requisição emitida

automaticamente com base nas necessidades do MRP os fornecedores tem acesso

as quantidades e datas das demandas por materiais.

Page 39: Monografia ERP - 02

b) Cotação: Contém dados sobre preços, prazos, dentre outras condições

estabelecidas pelo fornecedor que serve como base para escolha do mesmo.

c) Pedido: As requisições determinam datas e quantidades para o

fornecimento dos materiais, porém só a partir da formalização de um pedido que o

fornecedor é informado automaticamente da obrigação de entrega. O pedido é um

conjunto de requisições em um determinado prazo, geralmente um mês. Os

compradores realizam essa atividade de formalização embora o SAP R\3 tenha

suporte para que os pedidos sejam feitos automaticamente através das

necessidades visualizáveis através das requisições. Na Pirelli, isso é feito ainda

manualmente e parte dos pedidos, principalmente de matérias primas são feitos pela

área de gestão de materiais e não pelo departamento de compras.

d) Contrato: Dentro do SAP de Compras encontram-se os contratos feitos

para cada material cotado ou cada fornecedor. Este contrato é um vinculo de

compromisso entre empresa e fornecedor. Compromisso este de respeitar os

prazos, as quantidades, os preços, etc.

e) Programa de remessas: É um tipo de contrato básico, ou acordo de

compras de prazo determinado. Ele permite um calendário com as necessidades de

recebimentos de materiais.

O trabalho de quem faz os pedidos de materiais é abrir as requisições pelo

sistema R\3, colocar o contrato específico para aquele fornecedor e o item do

contrato que representa aquele material. Após essa etapa se junta às requisições

em um pedido, que após ser salvo gera um arquivo que é enviado ao fornecedor

orientando sobre prazos e quantidades a serem fornecidas assim como dados pré-

estabelecidos no próprio contrato. Na Pirelli, essa função muitas vezes é feita pelo

controlador de estoque das matérias primas, e não do departamento de compras

que nestes casos apenas estabelece juntos aos fornecedores as bases para a

aquisição dos materiais. Toda essa etapa representa uma união entre Compras e

Gestão de Estoques.

O Sistema de Informação de Compras resume todos os processos realizados

que tenham relação com o submódulo de Compras. Ele exibe os pedidos que foram

emitidos para cada produto, fornecedor, por período de tempo, ou outras

combinações que atendam a necessidade do usuário. Informa também se os prazos,

Page 40: Monografia ERP - 02

quantidades e outros requisitos estão sendo atendidos pelos fornecedores como, por

exemplo, se o fornecimento estabelecido no pedido está de acordo com as notas

fiscais recebidas. Quando é dada entrada na nota fiscal de uma mercadoria no

sistema é utilizado os itens do pedido, ou seja, se a quantidade em nota for maior

que a do pedido, alguma alteração no pedido deve ser feita e o sistema alerta sobre

as modificações. Alguma flexibilidade é necessária, pois nem sempre é possível

garantir essa relação exata, pois quando se trata principalmente de grandes

empresas, as quantidades são fornecidas muitas vezes em toneladas e variações de

peso dentro de um limite são toleráveis.

Outro submódulo extremamente importante é o Planejamento das

Necessidades de Materiais (MRP) que foi a ferramenta que expandiu para dar

origem aos ERP modernos. A função do MRP é garantir o abastecimento de matéria-

prima na linha produtiva e a principal tarefa que realiza para tal objetivo é

estabelecer previsões de necessidades de materiais. Ele é alimentado com uma

serie de dados ao longo de todos os processos da empresa. O MRP tem ligação

com cinco áreas principais da organização e presentes no SAP R\3:

a) Vendas: O MRP é interligado com o submódulo de vendas, pois este

determina a demanda de produtos finais e consequentemente define as

necessidades básicas de matérias-primas necessárias para esse objetivo. A palavra

básica é usada, visto que outros fatores são relevantes para a determinação do que

vai ser necessário para se produzir algum produto e em nenhum processo produtivo

cem por cento do que entra como matéria-prima sai como produto final, ou seja,

sempre há perdas.

b) Logística: MRP e Logística trabalham em conjunto, pois existe toda uma

rede de fornecimento de materiais onde cada fornecedor tem prazos e condições de

entrega específicas que devem ser lançadas nos sistemas através dos contratos,

requisições e pedidos. Por exemplo, se o MRP prevê que uma matéria-prima vai ter

uma necessidade menor do que o que realmente será preciso, as requisições

geradas e consequentemente, os pedidos feitos aos fornecedores serão de

quantidades insuficientes para atender a produção. Da mesma forma se houver erro

inverso e consequentemente aumentar os estoques da matéria-prima e gerar assim

custos desnecessários. Vale ressaltar que os armazéns de grandes indústrias

geralmente não atendem as necessidades de estocagem e dessa forma o MRP e a

Page 41: Monografia ERP - 02

Logística trabalham juntos para aproximar o conceito de Just-in-Time da realidade e

evitar paradas de produção e gastos com armazenagem externa e manutenção de

estoques.

c) Engenharia: O MRP é alimentado com informações também da área de

Engenharia, pois esta define as composições dos produtos fabricados. Se uma

matéria-prima é modificada de algum modo, isso deve ser adicionado ao sistema

para que as previsões de consumo deste material sejam atualizadas e o MRP não

seja comprometido em relação a sua confiabilidade.

d) Industrial: O processo produtivo envolve algumas variantes muito

relevantes em relação às previsões do MRP. Por exemplo, os refugos gerados pelo

processo. Estes devem ser alimentados no sistema para que o MRP contabilize que

parte das matérias-primas não foi utilizada efetivamente para gerar o produto final e

consequentemente há uma necessidade de mais matéria-prima para compensar.

Essas informações são alimentadas e em tempo real influenciam o MRP, porém este

estabelece previsões para dois ou três meses e por isso a partir de dados históricos

e de um processamento de dados preciso também faz previsões de perdas e as

utiliza nas determinações futuras.

e) Suprimentos: Talvez a relação mais forte com o MRP seja com o

sistema de compras, pois os compradores usam constantemente o MRP para

estabelecer contratos, requisições e pedidos para os fornecedores como explicado

no submódulo Suprimentos.

Um exemplo prático de todo o processo do MRP é a fabricação de um pneu

da linha radial da Pirelli que é composto por matérias-primas como fios de aço,

cordas metálicas, borrachas sintéticas, ingredientes, negro de fumo, etc. Cada item

deste possui uma demanda estabelecida pela necessidade passada por Vendas,

consequentemente pelas especificações da Engenharia, também pelas metas de

refugo da linha de produção, pela Logística que disponibiliza informações sobre os

fornecimentos dos materiais e pela área de suprimentos que se relaciona

diretamente com os fornecedores. Cada item tem suas peculiaridades, como

capacidade de estocagem, capacidade de fornecimento, etc. Todos estes dados

podem ser inclusos no R\3 de forma que o MRP gere previsões precisas das

necessidades de materiais.

Page 42: Monografia ERP - 02

O submódulo Gestão de Inventários é importante não apenas para auxiliar na

confiabilidade do MRP como também para facilitar as atividades básicas de controle

de estoques.

Os almoxarifados e controladores de estoque tem no MRP um grande

parceiro no gerenciamento dos materiais em fábrica. Eles garantem que o que

chega dos fornecedores é recebido nas condições certas e são entregues à

produção nas quantidades corretas declaradas no sistema. Na Pirelli, o fluxo dos

processos no almoxarifado pode ser explicado pelas tarefas dos gestores de

estoque que dão entrada nas notas fiscais de acordo com as quantidades e

especificações dos pedidos transformando através do R\3 tudo que é estoque real

em estoque virtual, ou seja, se recebe uma nota fiscal com vinte toneladas de

borracha sintética, no sistema haverão vinte toneladas alocadas no deposito virtual e

no momento que uma tonelada é entregue a produção, esta quantidade saí do

sistema virtual do almoxarifado e passa a integrar o sistema da produção e daí por

diante pode seguir até o produto final ou ser eliminado como refugo. Enquanto a

matéria-prima segue dentro da fábrica de forma física, também atravessa o sistema

R\3 de forma virtual e contribui para as previsões do MRP.

2.5 Módulo Recursos Humanos.

O gerenciamento completo e eficiente de Recursos Humanos (RH) requer

uma atualização constante do banco de dados dos empregados além de

informações completas e relevantes sobre os mesmos. O módulo RH do SAP R\3

dispõe de inúmeras ferramentas, análises e relatórios com grande capacidade de

processamento simultâneo capaz de tornar o software um grande auxilio para a

tomada de decisão.

O Módulo de Recursos Humanos é o menos influente em relação aos outros

módulos do SAP R\3 por ter informações especificas do departamento de RH e que

objetivam o apoio a decisão nesta área. Este módulo oferece serviços de integração

do departamento de RH principalmente nos processos de contratação,

acompanhamento e desligamento dos colaboradores. Para isso ele dispõe de

Page 43: Monografia ERP - 02

submódulos como: Administração de Pessoal (PA), Gerenciamento de Tempos (PT),

Cálculo das Folhas de Pagamento (PY) e Administração de Treinamentos (PE). O

conjunto desses submódulos proporciona uma série de vantagens: padronização

global dos processos de remuneração, transparência na participação dos benefícios,

facilidade e flexibilidade na visualização de comparações de salários e bonificações

comparando com outras empresas, grande disponibilidade de relatórios auxiliando

nos requisitos legais na divulgação de informações e redução contundente nos

processos manuais.

Administração de Pessoal é o submódulo que possibilita a simplificação de

atividades administrativas rotineiras que demandam tempo e recursos, assim como

auxiliam os usuários do software com as atividades de planejamento. Nesse

submódulo também se encontram as configurações especificas de cada país que

permitem a organização estar de acordo com a legislação local. A administração de

Pessoal verifica assim que o funcionário é contratado, todas as suas informações

verificando se são plausíveis automaticamente.

Dentro da Administração de Pessoal (PA) é possível encontrar componentes

menores como: Recrutamento, Estrutura Organizacional, Gerenciamento de

remunerações e Evolução de Recursos Humanos.

O Recrutamento é a área de atuação do SAP R\3 dentro do submódulo

Administração de Pessoal que buscar auxiliar no cumprimento dos requisitos de

pessoal da organização. No Recrutamento são encontradas as funções

fundamentais para o processo de seleção de funcionários, desde a criação de dados

dos candidatos até o preenchimento das vagas. O banco de dados de candidatos

para as vagas fica armazenado e pode ser consultado a qualquer momento que

surgir uma nova vaga. O sistema ainda permite, por exemplo, uma comunicação em

massa com todos os candidatos eletronicamente, eliminando tarefas de confirmação

de candidatura para as vagas. Os candidatos quando adicionados no sistema

podem ser classificados em grupos para facilitar as divisões de tarefas e adquirem

ao longo do processo de seleção status que indica a etapa do recrutamento que os

candidatos se encontram. Dentro do sistema Recrutamento existem quatro

ferramentas básicas:

Page 44: Monografia ERP - 02

a) Perfil breve: utilizado para preenchimento com o perfil de cada candidato,

como por exemplo: formação educacional.

b) Documentos: Arquivos eletrônicos de todos os documentos dos usuários.

c) Busca de candidatos: Através dessa ferramenta é possível encontrar

candidatos com características especificas configuráveis pelo usuário.

d) Contrato: A partir dessa função é possível contratar o candidato e

automaticamente transferi-lo para o banco de dados do efetivo da empresa presente

no submódulo Administração de Pessoal.

Estrutura Organizacional é outra ramificação importante da área de

Administração de Pessoal que corresponde à estrutura hierárquica da empresa. É

possível visualizar todos os funcionários em um plano de funções e simular trocas,

por exemplo, em caso de reengenharia de processos.

Após a contratação do funcionário o submódulo Administração de Pessoal

fornece suporte ao gerenciamento do mesmo. O componente Gerenciamento de

Remunerações é importante para que o administrador possa adequar as estratégias

de remuneração da empresa às estratégias presentes no mercado e de forma que

seja possível o controle dos custos de forma eficaz. A cultura e os métodos de

pagamento são estabelecidos nesta ramificação do módulo RH do SAP R\3 como,

por exemplo, definir remunerações fixas, variáveis, opções em ações, aumentos de

méritos ou promoções. De forma resumida, essa ferramenta permite produzir

orçamentos descentralizados e centralizados, além de administrar e planejar

reajustes de pagamentos definindo escalas de remuneração e estruturas de salários.

Através do Gerenciamento de Salários é possível fazer a avaliação monetária

do cargo, ou seja, utilizar dados do mercado e de resultados de avaliações internas

para definir ajustes salarias para manter a empresa competitiva. Toda a escala de

estrutura salarial da empresa pode ser montada com essa ferramenta ajudando nas

decisões referentes a manter a organização adequada as politicas salariais

utilizadas na região e evitando custos excessivos, além de avaliar os cargos para

que recebam um teto salarial condizente com as tarefas exercidas e o desempenho

do funcionário. A partir do momento que o banco de dados é alimentado com a

estrutura salarial de toda a empresa, é possível elaborar um orçamento geral que

estará sujeito à aprovação hierarquicamente superior. Por fim, outro ponto

Page 45: Monografia ERP - 02

fundamental é a ferramenta de administração de remunerações, que permite atribuir

aos funcionários ou grupos de funcionários ajustes automáticos de salário

dependendo de fatores específicos, como tempo de serviço, idade, além de ser

possível os reajustes acordados com sindicatos ou obedecendo a própria politica da

empresa.

Medidas visando incentivar os funcionários também estão inclusas no

submódulo Administração de Pessoal, onde a ferramenta utilizada para essa

finalidade é a Evolução de RH, que permite administrar as qualificações dos

empregados de forma a promover treinamentos e especializações que visem

capacitar e motivar o funcionário dentro da área em que atua. O sistema faz uma

comparação entre qualificações, aspirações e preferências de cada funcionário e

requisitos futuros ou atuais do cargo que ocupa. O Plano de carreira da empresa

pode utilizar desses dados para estabelecer os requisitos de sucessão e ascensão

interna.

A Evolução de Recursos Humanos ainda pode interagir com o Recrutamento

de forma a incluir candidatos aos cargos da empresa na comparação dos requisitos

do cargo com as qualificações do pretendente. É possivel armazenar as

qualificações mais úteis à empresa em um catálogo de qualificações e agrupá-las

em grupos de qualificações definidos pelo usuário. Esses grupos de qualificações

fornecem um meio para classificar qualificações e agrupar qualificações

semelhantes. O banco de dados é alimentado principalmente com as avaliações de

pessoal que são usadas para obter informações sobre características, traços

comportamentais e desempenho dos funcionários, além de criar a base para

planejamento e tomada de decisões que se aplicam tanto às pessoas como aos

membros da organização em geral. As avaliações podem ser feitas on-line no

próprio sistema apresentado aos usuários do SAP R\3 de forma que ao avaliar, o

componente do software lança automaticamente no banco de dados os resultados e

é possível fazer comparações e análises sobre as avaliações aplicadas.

Os treinamentos, cursos, workshops, programas de estágios e rotatividade no

trabalho podem ser cadastrados no sistema de forma que o perfil do funcionário é

atualizado a medida que conclui as atividades e eleva seus status virtual melhorando

seu currículo interno e se adequando a algum perfil de cargo que possa surgir dentro

da empresa. Dados como prazos de cursos, notas, participação podem ser incluídos

Page 46: Monografia ERP - 02

para facilitar a coleta de dados e padronizar a politica de desenvolvimento da

empresa até para melhor o método de comparação entre os funcionários. Através

das informações do sistema é possível visualizar os participantes de cada plano de

desenvolvimento e os rendimentos individuais dentro dos mesmos.

Os componentes: Recrutamento, Estrutura Organizacional, Gerenciamento de

remunerações e Evolução de Recursos Humanos são plenamente integrados e

auxiliam na tomada de decisão, pois liga desde a seleção de novos funcionários,

estrutura de cargos da empresa e politica salarial ao desenvolvimento interno dos

colaboradores. Um exemplo da importância da troca de informações dentro do

sistema é um perfil de cargo imposto pela empresa pode ser preenchido por um

funcionário bem selecionado e com um plano de carreira já definido inclusive com

uma política de desenvolvimento pessoal atualizada e já planejada.

Embora o submódulo Administração de Pessoal seja o mais utilizado e

importante dentro do módulo de Recursos Humanos, o submódulo Gerenciamento

de Tempos é importantíssimo para o controle interno da empresa. É nele onde são

determinados os custos de pessoal, a criação de faturas, o registro de serviços de

empregados externos, horários de trabalho, ausências, tempos de férias e doenças,

horas extras, etc. Esse é um submódulo muito utilizado na Pirelli, pois a empresa

trabalha com turnos e os salários são variáveis dependendo das horas trabalhadas e

turnos vigentes. Com este componente são armazenados os horários de trabalho de

forma que todo o calendário de dias e horas de trabalho esteja programado para

bonificar em caso de horas extras, por exemplo, e penalizar em caso de faltas ou

atrasos. O sistema é flexível e permite turnos variáveis, acordos relativos à feriados,

regulamentações legislativas, acordos coletivos e políticas da empresa. A Pirelli

utiliza essa função de forma interligada com cartões de ponto e apenas alguns

ajustes são feitos durante o mês para evitar problemas referentes à variáveis que

não estão presentes no sistema, como abonos concedidos pela chefia à funcionários

que justificam faltas, etc.

O submódulo Calculo de Folha de Pagamento é diferenciado para cada País

em que a organização está instalada, de acordo com as regulamentações

especificas do local. Todas as deduções previstas em leis estão cadastradas no

sistema e interage com outros submódulos, como a Administração de Pessoas e

Gerenciamento de Tempos que em conjunto determinam as remunerações brutas e

Page 47: Monografia ERP - 02

líquidas. Dentre outras atividades, o software desempenha cálculos de imposto de

renda, FGTS, INSS, contribuições sindicais, alimentação, transporte. Através da

flexibilidade do sistema, a folha de pagamento pode juntar funcionários em grupos,

onde cada um destes possui uma data de pagamento, a exemplo da Pirelli, onde

estagiários recebem salário todo dia cinco e funcionários horistas recebem

adiantamento todo dia vinte e a maior parte da remuneração mais os descontos no

dia cinco. O software possui sistemas de segurança que dificultam falhas como

remuneração duplicada, embora dados não configurados corretamente possam

refletir em falhas, a exemplo da ocorrência de férias coletivas. Todo o pagamento

pode ser feito automaticamente por transferência bancaria e os dados bancários dos

funcionários são previamente cadastrados no sistema. O R\3 permite impressão de

comprovantes de pagamentos personalizados e demonstrativos prévios dos

pagamentos com deduções e remunerações detalhadas.

Administração de treinamentos é o submódulo de Recursos Humanos capaz

de gerenciar vários tipos de eventos, não apenas treinamentos, mas também

congressos, palestras, etc. Os relatórios ofertados de avaliação de pessoal oferecem

um auxílio importante de apoio à decisão de forma que garanta que os eventos

realizados sejam de alta qualidade e eficazes. A partir da interligação com outras

áreas do sistema é possível verificar disponibilidade dos funcionários, perfil de

participantes, custos, reserva de materiais necessários, alocação de recursos, gerar

listas de participantes, avaliar participantes e eventos, etc.

O R\3 permite grande visibilidade dos funcionários e um direcionamento claro

para as sucessões de cargo, capacitando a empresa para melhorar o ambiente de

trabalho e retirar o máximo do seu efetivo, além de assegurar que funcionários

importantes sejam preservados dentro da organização. Tudo isso, economizando

custos ao automatizar processos rotineiros aumentando produtividade e eficiência.

Segundo pesquisa realizada pelo Aberdeen Group, cerca de 85% dos

indivíduos questionados responderam que os funcionários recém contratados

decidem a permanência ou não na organização em até seis mesos após a

contratação. Isso ressalta a importância de se contratar bem e evitar desperdícios de

tempo e recursos. Embora o software ajude nesse processo, o capital humano é

bem mais subjetivo dos que as áreas de produção, suprimentos e qualidade. Dentro

da Pirelli, os recursos do SAP R\3 se apresentam pouco explorados principalmente

Page 48: Monografia ERP - 02

nas áreas de treinamento, recrutamento, dentre outras atividades, embora as tarefas

de folha de pagamento e atividades mais exatas e exigidas legalmente são utilizadas

diariamente.

2.6 Módulo Planejamento de Produção.

Os processos produtivos são abrangidos pelo software SAP R\3 e para isso

este disponibiliza ferramentas para automatizar e integrar as tarefas na produção

auxiliando na tomada de decisões. Um fator importante é o gerenciamento de

recursos em integração com os módulos de gestão de estoques e logística

(necessidades de produção). Dessa forma é possível auxiliar a gestão de materiais a

reduzir estoques e seus consequentes custos além de aproveitar novas

oportunidades de mercado através de um processo produtível flexível respondendo

prontamente as demandas dos clientes. Os usuários que alimentam o módulo de

produção geralmente são programadores e os próprios operários que interagindo

com os sistemas das máquinas que operam informam quantidades produzidas,

refugos, paradas de produção, etc.

A redução de custos tem se tornado prioridade dos gestores no processo

produtivo, porém o ambiente de produção não é simples, onde a demanda do cliente

por produtos diferenciados e de qualidade acaba crescendo o numero de setups e

dificultando a realização desse objetivo. O R\3 permite minimizar os tempos de

compras em vários centros, produtos e fornecedores com flexibilidade nos

programas de produção e confiabilidade do sistema MRP.

O módulo de Planejamento de Produção é subdividido em algumas

ferramentas básicas: Lista de Materiais (Boom), Horas Produção, Centros de

Trabalho, Ajustes de Capacidades, Planificação de Vendas e Expedições, Controle

de Fabricação (SPC) e Cálculo de Custos de Produção.

A Lista de Materiais (Boom) é uma ferramenta de banco de dados onde o

usuário guarda informações de todos os materiais a serem produzidos e as matérias

primas envolvidas diretamente no processo produtivo, assim como as respectivas

Page 49: Monografia ERP - 02

quantidades necessárias. As listas técnicas ou lista de materiais contêm dados

imprescindíveis para as previsões de consumo oferecidas pelo MRP visto que este é

totalmente dependente das informações corretas das especificações técnicas

inseridas nas listas de materiais. A Lista de Materiais fornece apoio para a

flexibilidade da produção, pois através das informações contidas na lista é possível

simular combinações de materiais para produzir diferentes produtos e

automaticamente atualizar o MRP para previsão de novas necessidades de

matérias-primas.

A figura 2 mostra um exemplo de lista de materiais, onde é possível verificar

os itens necessários na construção de uma bicicleta de determinado modelo. É um

exemplo simples comparado com outras grandes empresas que tem uma variedade

de combinações muito maior, até mesmo dependendo da quantidade. A fabricação

de pneus, por exemplo, na Pirelli é bem mais complexa, onde modificando o ângulo

de determinado material ou aumentando sua largura já modifica o produto final. O

mix de muitos produtos de em determinadas empresas depende diretamente da

configuração de peças presente nas listas de materiais. O projeto de produto é

facilitado pelo sistema visto que suporta cálculos de custos avançados à medida que

configurações diferentes são montadas.

Figura 3 – Exemplo de lista de materiais.

Fonte: Adaptado do Manual SAP.

Page 50: Monografia ERP - 02

As listas técnicas podem ser utilizadas por várias áreas da empresa, não

apenas pela programação da produção. A área de projetos pode utilizar as

informações fornecidas pelo sistema para montar novos produtos e em parceria com

o suporte CAD criar novas listas técnicas. A área de MRP possui grande integração

com a lista de materiais e muitas vezes, é necessário investigar as informações

contidas nestas para corrigir erros na previsão de consumo dos materiais. A

programação da fábrica depende dos dados das listas para fazes suas

programações diárias, semanais e mensais para que não falte determinado material

na linha de produção de forma semelhante com que a área de controle de estoques

o faz. Algumas empresas trabalham com matérias primas e em seguida com

produtos semiacabados, ou seja, são duas áreas que não podem deixar faltar

componentes para o produto final, tanto os programadores de produção quanto

técnicos de almoxarifado devem estar atentos as listas de materiais.

A ferramenta de Horas Produção é um componente que atualiza o sistema

com dados dos produtos e subprodutos produzidos de forma a abater do total

planejado e informar de forma instantânea a nova necessidade de materiais.

Enquanto as máquinas estão produzindo o sistema é alimentado com

automaticamente de forma que não seja necessária a contagem na linha de

produção, embora ainda seja utilizado em algumas empresas o processo de

inventários na cadeia produtiva, que é feito para verificar a ocorrência de falhas,

como problemas nas máquinas, ou utilização incorreta do sistema por parte do

operador. O sistema também não é totalmente configurado de acordo com as

necessidades, a exemplo de um semi-pronto que é contabilizado pelo sistema em

metros, porém utilizado na próxima etapa de produção em bobinas.

Os Centros de Trabalho são áreas no R\3 que representam localizações reais

dentro do processo produtivo com, por exemplo, máquinas, grupos de maquinários,

linhas de produção, grupos de montagem, funcionários ou grupo de funcionários. Os

Centros de Trabalho interagem diretamente com as Horas Produção e as listas

técnicas formando o tripé mais importante do programa de produção. Existem listas

que servem como roteiros para os Centros de Trabalho que contemplam tarefas

importantes para a produtividade, qualidade e controle. Esses centros são

compostos por dados básicos, centros de custo, capacidades, programação, valores

Page 51: Monografia ERP - 02

propostos e dados técnicos. Cada Centro de Trabalho é importante para estabelecer

as diretrizes para uma área da produção, como por exemplo, uma área que produz

apenas semi-prontos.

Através de cálculos e formulas é possível dentro do Centro de Trabalho

calcular a duração das operações e usar como base para a programação e para

estudos de produtividade. De forma simples é possível saber em quanto tempo é

possível produzir uma quantidade especifica de determinado material. Outras

fórmulas calculam os custos das operações inseridas em cada Centro de Trabalho e

a capacidade máxima de produção.

A figura a seguir mostra os dados que são alimentados nos Centros de Custo

e as informações que são produzidas através deles. Os valores propostos

representam os objetivos básicos de cada centro, a exemplo dos materiais a serem

produzidos e consequentemente geram as listas de tarefas que devem ser feitas

para concluir os objetivos. Também é possível informar dados de custos do

processo, como manutenção e gerar cálculos de custos do centro. Por fim os dados

de programação e capacidade útil dos processos geram estimativas de ciclo de

produção e capacidades futuras.

Figura 4 – Centro de trabalho

Page 52: Monografia ERP - 02

Fonte: Adaptado do Manual SAP.

A função de Ajuste de Capacidade é fundamental para o controle de

atendimento as demandas do mercado, pois a demanda de um produto final envolve

uma série de fatores dentro da cadeia produtiva onde é difícil estabelecer tais

cálculos sem uma ferramenta poderosa com essa função. O Planejamento de

Vendas e Operações é uma ferramenta que auxilia o planejamento e a previsão das

vendas e produção de produtos finais através de todas as informações de produção

geradas ao longo da cadeia produtiva. Para isso o R\3 utiliza dados históricos e a

atualização constante de dados da produção atual com objetivo de médio e longo

prazo. O usuário do sistema precisa apenas fornecer o volume a ser vendido em

determinados prazos e o sistema gera o planejamento para calcular os requisitos

produtivos necessários para atender a demanda. Em seguida é possível comparar

os dados de capacidade de produção real com as estimativas geradas para a nova

demanda e analisar como atendê-la.

O Plano Mestre de Produção (MPS) é outra ferramenta essencial no processo

de ajuste das capacidades, pois planeja com cautela os itens que tem maior

relevância no produto final. O MPS é importante para determinar estoques de

segurança de itens críticos para a produção dos materiais mais importantes

seguindo uma escala de custos e demanda. Um exemplo disso são materiais de alto

valor que devem ser estocados em menor quantidade. O MPS trabalha em conjunto

com o MRP, e é um auxilio a este ultimo na determinação das necessidades de

materiais.

A Planificação de Vendas e Expedições é uma solução para atuar com

expedições, vendas e faturamento automaticamente criando ordens de produção a

partir de um pedido de um cliente. A partir da alimentação destes dados é possível

planejar a produção com base na sua capacidade enquanto os pedidos vão sendo

adicionados e dessa forma é possível analisar com antecedência quando não é mais

possível receber novos pedidos.

A manutenção também tem acesso ao sistema para emitir ordens de

manutenção em máquinas, por exemplo, e dessa forma o sistema já atualiza a nova

capacidade de produção antecipando a parada de alguma máquina para verificação

preventiva, etc.

Page 53: Monografia ERP - 02

O Controle da Qualidade é um requisito básico para assegurar o fornecimento

de um produto ao consumidor que atenda as especificações técnicas e exigências

previstas em lei. Além de ser um fator de competividade, a qualidade se torna cada

vez mais um item obrigatório visto a necessidade de reduzir os erros e desperdícios.

O software R\3 possui um complexo sistema de Planejamento da Qualidade

que permite administrar informações sobre a qualidade sobre materiais,

fornecedores e clientes além de controle em processos operacionais, entrada de

mercadorias e outras integrações com módulos distintos dentro do sistema. A

qualidade é verificada desde o departamento de Suprimentos com entrada de

materiais, no processo produtivo, com as especificações de produção, até a saída

do produto final na distribuição onde são avaliados condições de entrega e

qualidade em vendas.

O SAP R\3 possui ferramentas administrativas de auxilio ao controle da

qualidade como o Controle de Fabricação ou Controle Estatístico de Processos

(SPC, sigla em inglês), que é uma ferramenta de auxilio no controle e melhoramento

dos processos. Ele detecta variações anormais dentro do processo de produção

permitindo a atuação imediata. É possível controlar em tempo real análises de

uniformidades dos produtos como rigidez, peso, ângulos, medidas gerais.

O Controle Estatístico de Processos permite rastrear certas tendências na

produção de forma que se pode implementar estratégias reativas e proativas para

melhorá-las. (Meziani , 2000).

Os postos de amostragem instalados nas máquinas alimentam o sistema a

cada item produzido, porém os dados podem ser fornecidos por amostragem feita

por especialistas na cadeia produtiva. A principal ferramenta do SPC é o gráfico de

controle da qualidade, que ilustra graficamente as variabilidades do processo ao

longo do tempo, determinando desvios a partir de um limite aceitável estabelecido

pelas normas da qualidade. A partir da detecção da fuga desse limite é possível

atuar na origem e em seguida analisar se as modificações foram bem sucedidas. O

usuário define quais lotes da produção deve efetuar os controles ou se pretender

inserir nos gráficos toda a produção.

O SPC possui uma série de funções como valor médio, desvio standard, valor

mediano, cobertura, valor primário de uma amostra, numero de itens com defeito e

Page 54: Monografia ERP - 02

número de defeitos. As variáveis podem ser visualizadas ao mesmo tempo de forma

a analisar se as variabilidades de cada função são encontradas no mesmo ponto do

processo. Existem diagramas de aceitação onde é possível ampliar os limites de

aceitação e planejar em um prazo maior ações corretivas. Além disso, são

encontrados outros tipos de gráficos que auxiliem no controle da qualidade.

2.7 Módulo Vendas e Distribuição.

A área de Vendas é para muitos clientes, a representação da própria

empresa, ou seja, um referencial para a avaliação da mesma e deve ser tratado

como fator de diferenciação não apenas pela contratação de funcionários com perfil

adequado, mas também por disponibilizar tecnologia e informação de forma ágil e

confiável. Já a área de Distribuição envolve a etapa final do processo produtivo,

onde saem os produtos acabados até a entrega dos mesmos, de forma que tem um

peso considerável para o cliente, pois qualidade e rapidez na entrega são

consideradas requisitos obrigatórios.

A partir da importância desses setores para as empresas, o SAP R\3

contempla essa área de forma ampla e com recursos integrados com toda a

empresa como já foi visto no capítulo de controle do processo produtivo. A produção

deve maximizar suas atividades de forma a atender as capacidades de distribuição e

as demandas por produtos.

Para Canuto e Giuzio (2009) o módulo Vendas e Distribuição é responsável

pelo gerenciamento de pedidos e orçamentos de venda, comissão de vendedores,

agendamento de retorno e histórico de clientes, além de interagir com os módulos

Faturamento, Financeiro e Materiais.

A parte do módulo que envolve Vendas permite a utilização de transações

comerciais com documentos pré-definidos dentro do R\3 como solicitações de

cotações de vendas, ordens dos clientes, contratos, reclamações, notas de débito e

credito, além de devoluções. Dentro das ordens de clientes é possível monitorar

todas as transações, verificar disponibilidade em integração com o modulo de

Page 55: Monografia ERP - 02

produção, transferir necessidades de materiais em integração com MRP, programar

envio de produtos, calcular preços e impostos, verificar crédito e criar documentos

eletronicamente.

A estrutura a seguir mostra os exemplos de documentos de vendas possíveis

de criação no R\3 e como interagem com os processos subsequentes. As áreas do

R\3 de expedição e faturamento recebem as informações ao mesmo tempo que a

produção e administração de material já recebe os dados das necessidades de suas

funções. A figura mostra a sequencia habitual: Cliente pede cotação, logo a mesma

é processada pelo usuário no sistema e gera uma ordem de compra onde a

mercadoria é enviada (remessa) e faturada alimentando também as informações

para a administração de materiais e produção.

Figura 5 – Estrutura de documentos na área de Vendas e Distribuição.

Fonte: Adaptado do Manual SAP.

A partir do interesse do cliente sobre a disponibilidade de determinado

produto, ou seu preço, é gerada um cotação que pode ser comparada com a

posterior ordem de compra e verificar, por exemplo, quantas cotações se

transformam em pedido. A ordem de compra possui funções especiais no R\3 como

determinação de preço, verificação de estoque do produto, informação de

necessidade de materiais para o MRP, planejamento de expedição, local de entrega

e verificação de crédito. Ainda existe o programa de reclamações onde as mesmas

Page 56: Monografia ERP - 02

podem ser registradas e em seguida gerar notas de crédito ou remessas gratuitas

dos materiais.

Em relação à área de distribuição, o R\3 atua no planejamento de entregas e

expedição de forma bem automatizada. Dentre as principais funções do módulo de

distribuição se destacam a monitoração de prazos de expedição, da capacidade de

armazenagem, dos pedidos em aberto e controle de documentos, dentre outros. O

módulo de expedição é divido em funções para expedição, local de expedição,

picking, embalagem, documentos de expedição e saída de mercadoria. Nas funções

para expedição são incluídos os dados sobre prazos, localizações de entrega e

condições especiais. No local de expedição são revisadas datas de vencimento e

são criadas as entregas. O picking engloba a movimentação de mercadorias do

depósito e a preparação para entrega. Na ferramenta de embalagens é possível

controlar o estoque de embalagens, verificar limites de empilhamento e peso e

garantir o processo de embalar correto. A saída de mercadorias é a etapa final da

expedição que emite os documentos necessários e ainda é possível rastrear a

entrega do produto.

As informações relativas aos transportes também são fornecidas pelo módulo

de Distribuição. O transporte é importante na cadeia de Logística, pois o controle

dessa área garante entregas e recebimentos confiáveis e pontuais. A área de

controle de materiais interage com os transportes de forma a controlar os

recebimentos de materiais por parte da empresa e a área de distribuição interage

com os envios de produtos para os clientes ou qualquer outra origem. Através das

ferramentas de transporte é possível calcular custos de frete, pagar os mesmos,

faturar fretes de clientes, selecionar transportadoras e administrar de forma geral os

custos com transporte.

Page 57: Monografia ERP - 02

CAPÍTULO 3 - SAP R\3: ESTUDO DE CASO NA PIRELLI DE FEIRA DE

SANTANA.

3.1 O SAP R\3 e a Pirelli.

A Pirelli, sediada em Milão, Itália, atua em 120 mercados nacionais e opera em 87 plantas em 24 países empregando cerca de 42000 funcionários. A empresa atua nos segmentos de pneus, cabos e sistemas de energia e telecomunicações. A Pirelli Brasil iniciou suas atividades com a fábrica de Santo André em 1929 e o mercado nacional já corresponde a cerca de 20% das vendas globais da empresa. No Brasil são aproximadamente sete mil funcionários empregados nas instalações de Santo André, Sumaré, Campinas, Gravataí e Feira de Santana.

O SAP R\3 é o sistema informatizado de integração utilizado na Pirelli em todo

o mundo e se apresenta em estado de evolução e utilização.

A estrutura do SAP R\3 abrange a matriz de Milão da Pirelli e os países onde

tem fábricas como Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Grécia, Polônia, França,

Estados Unidos, África do Sul, Egito, Japão, Austrália, Singapura, China, Brasil,

Argentina, Venezuela, Bélgica e México.

Atualmente a Pirelli possui em todo mundo aproximadamente 2000 usuário

online utilizando o R\3 diariamente. Existe por traz das informações uma grande

estrutura de servidores da HP que suportam o grande fluxo e processamento de

informações em tempo real.

A estrutura apresentada em forma de módulos também é vista no R\3 da

Pirelli Pneus em todas suas fábricas, inclusive no Brasil. A empresa possui quatro

unidades distintas com necessidades de produção distintas e balanços patrimoniais

próprios. O R\3 da Pirelli de Feira de Santana por é o mesmo utilizado em todas as

fábricas no mundo, ele está disposto de forma que todas as filiais estão integradas

com a matriz. Os dados alimentados em qualquer fábrica Pirelli geram informações

visualizáveis por qualquer outra.

A partir dessa integração dos módulos do R\3 é que a staff da Pirelli pode

detectar problemas ao longo de todo o funcionamento da empresa e assim tomar

Page 58: Monografia ERP - 02

decisões imediatas para solucioná-los. A Pirelli reconhece a necessidade de

coordenar melhor suas atividades dentro da sua cadeia de valor para diminuir

desperdícios de recursos, reduzindo o custo e melhorando o tempo de resposta as

mudanças das necessidades de mercado. Para tal finalidade o SAP R\3 é primordial

visto sua integração com a empresa e os benefícios conseguidos.

3.2 Os módulos do SAP R\3 da Pirelli.

O SAP R\3 da Pirelli também é dividido em cinco módulos principais como a

maioria dos pacotes R\3: Recursos Humanos, Finanças, Suprimentos/Materiais,

Planejamento de Produção e Vendas\Distribuição. A interligação entre os módulos é

feita de maneira on-line. Hoje, não são todos os fornecedores que estão integrados

ao SAP da Pirelli, visto que a maioria ainda não utiliza o mesmo pacote de software,

porém o fornecedor de produtos metálicos Cord Brasil é um dos exemplos de

fornecedor conectado via SAP. Isso é facilitado pelo motivo da Cord ser uma

empresa do grupo Pirelli e compartilhar dos mesmos recursos informatizados.

Na figura abaixo é possível visualizar como está estruturado do SAP R\3 na

Pirelli.

Figura 6 – Divisão de módulos do R\3.

Fonte: Adaptado do Manual SAP.

Na estrutura representada na figura são vistas as áreas de suporte a

tecnologia e de atuação do software dentro da empresa. Dentro de uma ramificação

Page 59: Monografia ERP - 02

estão todas as áreas de apoio de software e hardware e na ramificação de

processos e sistemas são encontrados os módulos de atuação do R\3.

Na Pirelli, o pacote de software R\3 está em fase de utilização, ou seja, já

passou pelas etapas de decisão, seleção e implementação que compõem o ciclo de

vida de um ERP. Nessa fase são desenvolvidas novas maneiras de uso do software

pois a medida que é manuseado surgem ideias novas e são descobertas novas

configurações e ferramentas que podem melhorar o sistema. Para promover essas

melhorias, a Pirelli de Santo André possui uma equipe de informática especializada

em sistema de informação que não apenas soluciona problemas 24 horas por dia

como também testam novas soluções e adaptações para melhor ajustar o software

as necessidades da empresa.

O volume de informações na área financeira dentro das quatro fábricas Pirelli

no Brasil fez a mesma optar por utilizar também as funcionalidades do R\3 voltadas

para este grupo. Segundo Monica Fogazza, gerente de tesouraria, planejamento e

controle financeiro da Pirelli, o que antes demorava seis horas para ser processado,

hoje é feito em quinze minutos, dispensando retrabalho e conferencia das

informações alimentadas no sistema.

O pacote de submódulos do módulo de Finanças é um dos mais relevantes

na Pirelli, pois transforma o departamento financeiro em uma enorme aliado

estratégico para a empresa. O software fornece informações bem detalhadas para a

administração da contabilidade, relatórios, análises e tesouraria. O módulo é

adequado para as peculiaridades brasileiras, como moeda, câmbio, etc. A Pirelli

dispõe de ferramentas através do R\3 para controlar em tempo real e com precisão

seu fluxo de caixa, auxiliando da garantia de saúde financeira. O impacto mais

visível da utilização destes recursos é na agilidade com a qual as operações

financeiras são executadas. Isso representa otimização de tempo, redução de mão-

de-obra e consequentemente redução de custos e demanda de recursos. Os

processos de contas a receber, faturamento e reconciliação financeira são ágeis e

automatizados eliminando papéis e erros cometidos nestas operações.

O módulo de Finanças representa cem por cento das atividades do analista

fiscal da Pirelli de Feira de Santana. O mesmo tem suas atividades de lançamentos

de notas fiscais muito facilitadas pela automatização do sistema, assim como

Page 60: Monografia ERP - 02

lançamentos e revisão de faturas. Como a maioria dos usuários do SAP R\3 na

Pirelli. Em análise no setor fiscal da Pirelli visualiza-se a importância do investimento

em treinamento visto a quantidade enorme de funções ociosas no sistema devido a

falta de conhecimento geral do software por parte dos usuários.

O R\3 da Pirelli administra processos relacionados a folhas de pagamento e

controle de horas trabalhadas de forma eficiente, embora a falta de personalizações

exija muitos ajustes em relação à situações atípicas que fogem do padrão do

calendário e das horas trabalhadas no cotidiano. A analista do Departamento De

Pessoal tem todas as atividades vinculadas a folha de pagamentos, relatórios de

pessoal, dados estatísticos de RH e são cem por cento feitas através do SAP R\3,

porém muitas atividades são mais obrigatórias do que facilitadoras. Além disso, no

trabalho da analista, cinquenta por cento das atividades rotineiras dependem do R\3

como fonte de informações embora o mesmo ainda não seja adaptado o suficiente

para atender todas as suas necessidades, sendo a mesma obrigada à utilizar

planilhas de Excel como suporte. É importante a parametrização como ponto

principal de melhora imediata para o sistema. O software oferece personalizações

variadas, porém a falta de treinamento na área ainda é uma grande barreira para a

evolução no uso das ferramentas do R\3.

Na fábrica da Pirelli existem inúmeras matérias primas que são utilizadas para

compor cada diferente modelo de pneu e o MRP indica quanto de cada matéria

prima deve ser comprada no momento correto para evitar estoques elevados ou falta

de materiais.

Muitas das funções do MRP ainda são subutilizadas na Pirelli de Feira de

Santana, assim como nas outras fábricas da Pirelli, visto que ainda não existe mão

de obra especializada o suficiente para utilizar toda a potencialidade da ferramenta.

O almoxarifado utiliza o MRP para prever consumos e consequentemente

fazer os pedidos de materiais em quantidade suficientes para o funcionamento da

fábrica porém mínimas de modo a terminar o mês com estoques baixos. Todo final

de mês é retirada uma espécie de fotografia dos estoques de materiais e existem

objetivos pré-definidos de fechamento de mês. As previsões são sempre muito

próximas da realidade de fábrica e todo o processo de pedido de materiais é feito

Page 61: Monografia ERP - 02

através do R\3 de modo que o fornecedor já recebe as informações com datas e

quantidades de fornecimento automaticamente após o usuário terminar o pedido.

A analista de MRP da Pirelli utiliza o R\3 em todo o planejamento de matérias-

primas, gestão de estoques (controle de entrada\saída), acompanhamento de

consumo e especificações de semi-prontos (partes do pneu antes da vulcanização

final). Como a mesma trabalha na unidade de suprimentos localizada em Santo

André, ela acompanha todos estes processos pelo sistema conectado em tempo

real. Qualquer consumo de algum material nas fábricas de Feira de Santana,

Gravataí ou Campinas são rapidamente alimentados no sistema e passiveis de

visualização em qualquer fábrica da Pirelli ou computador com acesso ao sistema. É

perceptível que o R\3 é base para todas as atividades que envolvem MRP, pois

alinhar o consumo real de materiais das fábricas com as previsões do MRP é um

trabalho de constante análise e interferência. Quando eles não estão similares, a

mesma investiga possíveis falhas, como especificações erradas ou até mesmo

utilização trocada de alguma matéria-prima e para isso conta com suporte total dos

almoxarifados. Embora os fornecedores do software insistam que o tempo de

processamento das tarefas seja rápido. Existe lentidão em algumas ferramentas do

R\3, além de existir momentos em que o sistema sai do ar. O treinamento com o

software é um ponto de melhoria a ser implementado, até mesmo devido a

complexidade e infinidade de recursos do sistema. A questão do hardware

insuficiente é outro foco de melhoria visto que o programa é pesado e exige grande

capacidade de processamento e memória.

Dentro dos módulos de administração de materiais e qualidade estão as

normas de qualidade como ISO e FMEA que são parte integrante do banco de

dados do R\3, além de que o módulo de gestão de materiais possui funções de

bloqueio dos materiais. Na Pirelli os materiais são lançados no sistema virtualmente

através da entrada da nota fiscal como já explicado, se tornando materiais virtuais,

porém quando enviados por fornecedores sem análise de nenhuma fábrica Pirelli,

são enviados para o controle de qualidade e ficam bloqueados para retirada do

sistema e envio para a produção. O R\3 então integrado com o sistema dos

laboratórios Pirelli chamado de RMQ permite aos analistas químicos testarem

amostras ou certificados de analises dos materiais enviados pelos fornecedores de

acordo com as especificações e liberarem no sistema para uso. O R\3 permite então

Page 62: Monografia ERP - 02

a impressão de um cartão de identificação de material (CIM) na cor verde para ser

anexado ao material. Este agora está liberado virtualmente e visualmente. Nem todo

material é testado, por isso existe o sistema de lotes, onde o fornecedor envia as

quantidades de materiais com lotes determinados, e dentro de cada lote são

recolhidas as amostras para liberação do lote por completo. Existe a opção de

impressão de CIM amarelo por parte do usuário do R\3 no almoxarifado para

identificar que o material está em analise e não pode ser usado. Dessa forma existe

um controle histórico da qualidade das matérias-primas fornecidas de forma a

facilitar no rastreamento de possíveis problemas ao longo da cadeia produtiva.

Toda a cadeia de materiais de fornecedores nacionais e importados é

gerenciada através do R\3 onde os estoques e previsões de consumo de cada

matéria-prima por planta são facilmente visualizados de forma que é possível

planejar a distribuição dos estoques e de produtos acabados. É possível se

aproveitar das distancias para fornecedores e mercados de atuação.

Na área de produção da Pirelli, as máquinas são integradas ao SAP e

fornecem informações importantes em relação a produtividade, paradas de máquina,

refugos, gargalos, etc. Os inventários físicos ainda são feitos para confirmar as

informações principalmente devido a falta de confiança nos operadores que são

fornecedores diretos de dados para o sistema. O R\3 fornece em tempo real

informações sobre a situação de cada centro de custos e suas respectivas

máquinas, como por exemplo, quais estão produzindo e quais estão paradas. As

receitas ou especificações de produção estão presentes no banco de dados do

sistema e permitem administrar as necessidades de produção de forma ágil e

confiável.

As relações interpessoais se mostram a forma mais utilizada de

compartilhamento de informações a respeito do uso do R\3. O convívio diário entre

usuários do software permite troca de experiências e a cada dia são aprendidos

novos recursos. O suporte oferecido pela equipe da informática especializada em

SAP R\3 também fornece informações consideráveis a medida que o aprendizado

pelo simples uso é dificultado pela barreira da língua visto que o software é

totalmente na língua inglesa. Todos os usuários entrevistados afirmaram a

necessidade de treinamentos mais frequentes e de manuais traduzidos do software.

Ao abrir a tela de apresentação do R\3 é possível ver o numero grande de

Page 63: Monografia ERP - 02

transações possíveis, porém a grande maioria é bloqueada para a maioria dos

usuários e as permissões são conseguidas aos poucos.

3.3 Integração entre R\3 e usuários.

Nessa etapa da modelagem de dados, foi utilizado o resultado das entrevistas

conduzidas com os funcionários das áreas informatizadas como a financeira, a

produção, o almoxarifado e departamento de pessoas. As perguntas da entrevista

visaram avaliar a satisfação dos usuários do R\3 e suas perspectivas em relação a

melhorias e solução de problemas. Buscou-se testar a funcionalidade do sistema,

disponibilidade de informações, conhecimento sobre o sistema e participação como

um todo.

A Pirelli dentro de seus departamentos mais importantes possui níveis

diferentes de integração entre o R\3 e os usuários. Muitos destes visualizam o

software de forma diferente e isso influencia na qualidade com que utilizam as

ferramentas do sistema e com que com que frequência buscam informações no

mesmo para tomada de decisões.

As entrevistas realizadas com usuário chave de alguns setores da empresa

demonstraram resultados importantes sobre a interação entre os funcionários e o

software. Foi escolhido um usuário por cada departamento (suprimentos e

administração de materiais, finanças, RH, logística e produção) nas quatro fábricas

da Pirelli no Brasil. A escolha teve o objetivo de entender as peculiaridades de como

cada setor interage com o software e se há uma inter-relação entre os

departamentos.

As atividades rotineiras dos usuários entrevistados têm em média 63% de

participação do SAP R\3. No gráfico a seguir é possível notar a dependência do R\3

por área. As áreas de finanças e Materiais apresentam forte participação do R\3 em

suas atividades que é explicado pela próprio origem do ERP que era inicialmente

controle de estoque e em seguida administração das finanças. São áreas totalmente

dependentes da obrigatoriedade de uso do software. É importante ressaltar a

importância do MRP para a área de Suprimentos e Materiais.

Page 64: Monografia ERP - 02

A produção tem pouca participação direta na interferência no R\3 pois possui

muitas atividades automatizadas e de alimentação de dados feita pelo próprio

sistema. Embora os operados interajam muito com o sistema, a maior parte de suas

atividades está relacionada à produção propriamente dita, onde o ERP é utilizado

em vários momentos para atividades obrigatórias como marcação de paradas de

maquina, declarações de refugo, informativos de trocas de materiais, controles de

qualidade, etc.

A área de RH tem uma participação pequena de utilização do R\3 pelos

funcionários de recrutamento e seleção e grande na área de Departamento De

Pessoal. Isso é explicado pela falta de obrigatoriedade do primeiro de departamento

e pela total dependência do segundo. Este último, muito atrelado a folha de

pagamento e controle de chegada e saída dos funcionários.

O gráfico um também fortalece a opção dos entrevistados em relação à

importância do R\3 para os departamentos. A área financeira e de controle de

materiais (suprimentos e almoxarifado) demonstram uma maior dependência e

valorização do software. Todos os representantes dessas áreas classificaram o ERP

da Pirelli como indispensável para o bom andamento dos setores.

Gráfico 1 – Participação do R\3 nas atividades realizadas na empresa.

Fonte: Autoria própria.

Page 65: Monografia ERP - 02

Outros sistemas integrados com o R\3 foram considerados como parte

integrante do ERP como um todo visto que de alguma forma servem como fonte de

dados para o mesmo. Alguns exemplos disso são a Intranet e o sistema Shop-floor.

A intranet fornece comunicados de forma geral, além de ter um vasto banco de

dados com documentos importantes como certificados de qualidade para matérias-

primas que auxiliam na alimentação do R\3 quando estes materiais chegam à

fábrica. Muitos materiais importados, por exemplo, possuem data de fabricação e

especificações de testes nos certificados lançados na intranet e quando entram no

sistema de alguma fábrica precisa-se consultar essas informações para preencher

estes dados e gerar no sistema um controle de validade e qualidade. Já o sistema

shop-floor é bem mais integrado, pois é a partir dele que vários dados de chão de

fábrica são alimentados, como refugo, produção, relatórios de FIFO para materiais e

ajuda de inventários, além de ajustes e consultas a relatórios de maneira mais

simplificada que a própria interface do ERP. Muitas vezes os dois sistemas fornecem

a mesma informação, pois estão integrados, porém o shop-floor tem uma interface

mais amigável parecida com um website que permite um acesso mais rápido

diferente do R\3 que funciona a base de comandos.

Dentre as atividades que não utilizavam o R\3 diretamente destacam-se as

atividade com o Excel. Muitas das ferramentas que estão no R\3 acabam por serem

complexas comparadas ao Excel, como por exemplo uma planilha de recebimento

de materiais. O MRP pode prever as necessidades de materiais para datas

especificas e em quantidades especificas, porém o Excel faz o mesmo e o usuário

pode ainda mesclar mais de um material em determinada entrega, por exemplo,

além de modificar quantidades e datas mais facilmente.

No gráfico dois é possível visualizar as informações referentes as principais

dificuldades encontradas na prática do ERP R\3. Cerca de 90% dos entrevistados

comentaram sobre a falta de treinamento como maior dificuldade para utilizar o ERP

com maior eficiência. Os hardwares defasados também foram citados pela maioria.

Software foi citado por cerca de 40% dos entrevistados com a explicação do mesmo

ser complexo em muitas aplicações e por estar desenvolvido completamente na

língua inglesa. O suporte SAP também foi citado por não auxiliar na melhoria do uso

do software e sim apenas na resolução de problemas técnicos e muitas vezes sem

eficiência por falta de pessoal capacitado suficiente.

Page 66: Monografia ERP - 02

Foi usado um critério de questionar o entrevistado por quais motivos cada um

deles sente dificuldade em avançar nas praticas de uso do R\3 e os que os impede

de explorar mais os seus recursos. Informalmente foi citadas ainda outros aspectos

que vem a dificultar o uso do ERP como a falta de participação dos usuários nos

processos decisórios referentes a inovações e novas implementações tecnológicas

que viriam a incrementar as funcionalidades do software. As atualizações são

realizadas e muitas vezes são apenas comunicadas de forma que nem sempre

facilitam para quem as utiliza.

O treinamento está diretamente relacionado com a transferência de

informações, transformando-as em conhecimento passível de aplicabilidade. Os

funcionários precisam constantemente de atualização para acompanhar as

novidades do sistema e da tecnologia de forma geral.

Gráfico 2 – Principais dificuldades no uso do R\3.

Fonte: Autoria própria.

No chão de fábrica percebe-se a preocupação em ser pego em algum erro

devido ao sistema que permite alertar sobre divergências ao longo do processo

produtivo. O ERP acarreta maior disciplina por parte dos usuários na produção a

partir do momento que são monitorados durante todas as suas horas de trabalho.

Na área de finanças a tecnologia se apresenta de forma a eliminar tantas

atividades que apenas um fiscal executa as atividades rotineiras da fábrica de Feira

de Santana. Os próprios usuários de outros departamentos podem realizar

atividades fiscais como emissão de notas, por exemplo. Cabe ao fiscal da empresa

apenas a revisão e acompanhamento destas atividades. Erros que ocorrem são

rapidamente sinalizados por usuários responsáveis pelo setor fiscal em Santo André.

Os entrevistados também foram questionados em relação à fonte de

informações que buscam quando têm duvidas ou querem adquirir conhecimentos

mais avançados do software. Como mostra o gráfico três, os colegas, principalmente

de setor, são as maiores fontes de informação sobre o R\3, até mesmo devido ao

treinamento de utilização do programa que é feito pelos funcionários mais antigos

com aqueles recém-chegados. A experiência na resolução de problemas se torna a

Page 67: Monografia ERP - 02

principal forma de disseminação de conhecimento. Os registros informais também

possuem dados mais técnicos de como utilizar os comandos do software e servem

como consulta. A internet não fornece grande ajuda, pois poucos conhecem o site de

ajuda do SAP Brasil. O suporte da Pirelli tem atendimento vinte e quatro horas para

atendimento técnico, porém algumas vezes serve como consultor para as atividades

diárias.

A rotatividade de empregados na empresa vem a prejudicar a manutenção de

usuários com conhecimento amplo e que possam repassar as informações para

outros usuários, porém a falta de rotatividade dentro dos setores prejudica ainda

mais a criação de usuário com uma visão global do sistema e que possam servir

como mentores em várias áreas.

Gráfico 3 – Fontes de informação sobre R\3.

Fonte: Autoria própria.

A maioria dos entrevistados está satisfeito em relação ao nível de informações

que recebem visto que é suficiente para realização de suas tarefas, porém se

mostram interessados em informações mais aprofundadas e conhecimento de

outras áreas de atuação do ERP.

A grande maioria dos vinte entrevistados não possui ideia de como funciona o

R\3 de forma macro, ou seja, como as áreas são interligadas e como influenciam

diretamente na organização como um todo. Porém algumas áreas tem forte

Page 68: Monografia ERP - 02

dependência e isso torna evidente o compartilhamento de informações entre os

usuários. A área de finanças tem contato constante com os módulos de materiais e

logística, pois gera faturas e faz revisões fiscais por exemplo. A área de produção,

principalmente programação de fábrica está em constante contato com a área de

controle de materiais e suprimentos. Dentro da rede de módulos do R\3 há certas

regiões mais conectadas que outras, porém falta uma noção geral por parte dos

usuários.

Poucos usuários citaram evoluções na utilização do ERP, a não ser por novas

ferramentas descobertas ao longo do tempo e novos módulos incorporados a

determinados setores que não chegaram ao conhecimento mais aprofundado por

parte dos funcionários. A maioria das mudanças ocorre na matriz da América Latina

que fica em Santo André e muitas vezes não são compartilhadas com as outras

fábricas. No inicio do ano a versão do software foi atualizada de forma a atender

uma maior quantidade de dados e a empresa presenciou cerca de um mês a não

utilização do sistema para as atividades. O impacto foi grande na produtividade e

muitas atividades ficaram irrealizáveis.

As entrevistas vieram a demonstrar também uma avaliação melhor do R\3 por

parte da gerência e menor por parte do operacional. A sensação de controle sobre

as atividades é uma explicação para isso visto que os gerentes apreciam ter o

controle sobre todas as atividades da fábrica e os operadores se sentem vigiados

pela tecnologia. O que reforça ainda o sentimento neutro em relação ao ERP é que o

mesmo foi implementado já a algum tempo e muitos do que estavam dedicados a

isso já não estão mais presentes, ou seja, a maior parte dos usuários já encontrou o

processo em andamento e não possuem a sensação de parcela de participação na

criação de toda essa rede integrada de tecnologia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho revelou a importância das principais ferramentas do SAP R\3 como

um software robusto de ERP para as empresas que buscam automatizar e integrar

seus processos além de fornecer uma variedade de informações aos usuários de

forma a viabilizar as tomadas de decisão em tempo menor e com maior precisão.

Page 69: Monografia ERP - 02

Os fatores positivos da utilização de softwares ERP são visualizáveis em uma

série de estudos e pesquisas realizadas desde a origem dos ERP, porem suas

limitações focam geralmente implementação e custos e grandes empresas como a

Pirelli conseguem tratar esses problemas de forma que, com o passar do tempo

estas dificuldades são controladas e superadas. Outro problema ainda maior é a

ociosidade do sistema no que diz respeito ao nível de utilização do software.

Entende-se nível de utilização como o quanto que é utilizado o potencial do sistema,

pois por ser tão vasto e complexo acaba por ser usufruído nos aspectos mais

básicos. Falta de treinamento e pessoal especializado na área também dificultam o

processo de aprendizagem dos indivíduos dentro da organização, além do fato de

que muitas vezes não é possível ter uma visão macro do sistema e sim apenas uma

visão local do setor em que cada funcionário trabalha. Poucos entrevistados citaram

que conhecem as funções do SAP R\3 em outras áreas da empresa, além de que

muitos não tinham domínio nem das funções do próprio setor.

Embora a maioria das pessoas envolvidas no ERP se mostrasse satisfeita,

isso representa o entendimento da importância do sistema para a empresa, porém

não reflete a realidade de ociosidade do sistema como um todo. O mesmo ajuda em

grande parte das atividades rotineiras, mas faltam análise e interpretação dos dados

para a tomada de decisão dentro de cada setor de forma mais eficiente. As

ferramentas do ERP utilizadas são as mais essenciais e a rotina de trabalho e falta

de treinamentos específicos tiram um pouco da capacidade criativa dos funcionários

frente a um sistema tão robusto.

Algumas soluções quanto ao conhecimento interno do sistema podem ser

tomadas de imediato, como a criação de um manual interno de procedimentos, que

possibilitaria o registro dos conhecimentos adquiridos ao longo da utilização do

sistema. O Almoxarifado da Pirelli começou um trabalho semelhante que está em

fase de implementação, onde um registro de procedimentos está sendo feito

contendo não apenas os comandos de informática utilizados como também as ações

corretas a serem feitas com relação às normas da empresa. Todo setor que utiliza o

R\3 como ferramenta básica para as atividades cotidianas deveria ter um manual

desse nível, pois muitas vezes a rotatividade de funcionário faz perder uma série de

informações preciosas.

Page 70: Monografia ERP - 02

A comunicação interna é um fator importante no processo de aprendizado dos

funcionários. As entrevistas na Pirelli mostraram que a grande maioria dos

conhecimentos adquiridos sobre o software R\3 foram aprendidos através da troca

de informações, principalmente entre colegas de mesmo setor, em seguida entre

colegas da mesma fábrica e por fim, entre colegas de outras filiais da Pirelli e o

próprio Support Center. Da mesma forma que o registro de procedimentos é feito

informalmente através de anotações pessoais e pode passar a ser oficializado, a

comunicação também pode passar a ser procedimento padrão estimulando

integração entre os funcionários. Isso pode ser realizado através de visitas

periódicas, videoconferências e um manual de procedimentos único e editável

acessível na intranet onde todos podem contribuir adicionando informações.

Saber usar as funções do software ERP é importante, porém interpretar as

informações fornecidas e as ações praticadas demonstra ser ainda mais relevante

visto que conhecer todo o processo faz o individuo aprender sobre as

consequências de sua interferência no sistema. A partir do momento que cada

funcionário conhece toda a estrutura interligada da tecnologia do R\3 ele passa a ter

noção da importância em alimentar o sistema com dados precisos e não apenas

utilizar o programa como mais um procedimento de controle obrigatório, além de dar

o funcionário a satisfação de visualizar sua importância para o bom funcionamento

da empresa. Poucos funcionários no chão de fábrica da Pirelli sabem as

consequenciais em declarar o refugo com pesos diferentes do real, pois muitos

imaginam que isso apenas interfere na sua avaliação de produtividade e qualidade

de trabalho. Seria importante a conscientização dos colaborados de que um dado

lançado errado compromete os custos da fábrica, as previsões de consumo, a

qualidade do produto, o planejamento de ações corretivas, além de que compromete

a confiabilidade de sistema como um todo. Este ultimo é um fator relevante visto que

o ERP R\3 é um software com custos elevados e que demanda dedicação exclusiva

de uma séria de colaboradores. É necessário expor o poder do R\3 como ferramenta

de apoio a todas as áreas da empresa e como ajuda todos os funcionários a atingir

suas metas anuais e consequentemente ganhar suas bonificações. A Pirelli pode

adicionar um tempo especial para essas atividades de conscientização na etapa de

integração dos novos funcionários e de eventos periódicos realizados por diversos

setores da empresa.

Page 71: Monografia ERP - 02

Todos os funcionários que contribuem por alimentar o banco de dados do

SAP R\3 devem ser treinados e participarem das medidas citadas, porem os

indivíduos que tomam decisão a partir das informações do sistema merecem uma

atenção especial nesse processo. Estes devem ter um conhecimento mais

aprofundado e para isso treinamentos específicos devem ser realizados. Existe

grande dificuldade em achar profissionais capacitados e que entendam dos

softwares ERP como ferramenta estratégica e não apenas de questões técnica de

informática e tecnologia de informação. Na Pirelli, por exemplo, existem funcionários

dedicados apenas em resolver problemas técnicos do sistema, porém poucos

sabem auxiliar na utilização das ferramentas do software para executar algum

planejamento ou qualquer outra tarefa administrativa de suporte a decisão. A

princípio existe a solução de utilizar os usuários com mais experiência para repassar

esses conhecimentos em treinamentos estruturados e planejados com todos os

interessados. Um setor de funcionário aplicado a desenvolver novas soluções de

utilização do R\3 para todas as áreas teria um impacto imediato no desempenho dos

usuários. Todos os entrevistados citaram a falta de treinamento como barreira

principal para o melhor desempenho no sistema, além de que muitos citaram que a

perda de produtividade maior na relação de tempo de trabalho e tarefas executadas

é na falta de soluções novas que reduzam o tempo de tarefas realizadas no R\3 e na

necessidade de utilização de outras ferramentas como Excel. A equipe de

informática da Pirelli, por exemplo, fica em Santo André e distante das demais

fábricas no sentido de desenvolver novas soluções no software. Uma aproximação

maior tem potencial de enriquecer os usuários e capacita-los para promover

melhorias na forma como o R\3 é utilizado.

É necessário investir em hardware para promover maior agilidade nos

processos informatizados. Tecnologia móvel pode potencializar a utilização do

sistema principalmente em áreas com grande área de cobertura, como a produção e

o almoxarifado. Embora a Pirelli utilize alguns dispositivos móveis, a tecnologia se

encontra defasada. A demanda de informações e dados encontra-se em uma fase

de crescimento continuo não acompanhado pelo crescimento de hardware o que

pode acarretar em gargalo e bloqueio da produtividade. Softwares de alto

desempenho exigem hardwares de grande poder de processamento.

Page 72: Monografia ERP - 02

Podem ser reunidas equipes multidisciplinares em um processo de

brainstorming para promover novas soluções dentro da organização, além de

promover uma rotatividade maior entre os setores de forma a produzir usuários-

chave capazes de disseminar conhecimento e treinar colaboradores.

As fases de implementação e adaptação apresentam características muito

importantes para a continuidade do projeto e muitos dos benefícios desses

processos anteriores são perdidos com os usuários que não vivenciaram essas

etapas. A Pirelli não vivencia mais a mudança organizacional exigida para a

implementação do R\3 que possibilitou a disseminação de todas as informações

sobre a até então, nova tecnologia. Além disso, era possível visualizar com mais

clareza o quanto as atividades rotineiras foram melhoradas. É necessário retornar

com a cultura de evolução constante e reforçar a ideia de cultura organizacional

voltada para a utilização do software de gestão integrada. É importante se fazer uma

implementação continua, pois muitos dos usuários não participaram da grande

revolução tecnológica produzida pelo SAP R\3 e se acomodaram nas facilidades que

ele proporciona sem levar em consideração a sua devida importância.

Percebe-se que a acomodação em torno do sucesso da implementação de

um software dessa magnitude pode ser uma barreira para a evolução do sistema e

um decreto de estagnação e visão de obrigatoriedade nas praticas com o ERP.

Trabalhar o psicológico para atrair os usuários ao objetivo comum de ter um sistema

confiável e praticável é tão importante quanto treiná-los para executar as atividades

informatizadas.

As mudanças estruturais, comportamentais e tecnológicas realizadas ao

longo da implementação do ERP devem ser evoluídas. À medida que a empresa

cresce deve-se implementar os recursos de hardware, adquirir novos módulos do

software, por exemplo. Novas funções devem ser criadas e a estrutura básica da

empresa deve mudar assim como suas atividades. A postura dos usuários em frente

aos novos recursos deve ser de total responsabilidade e participação. Toda a

organização deve ser preparada para saber como buscar suporte e ter

conhecimento adquirido para executar diversas funções quando necessário.

Um conjunto de quatro itens deve permear a evolução do ERP: treinamento,

informação, inovação e integração. A partir do momento que esses fatores estejam

Page 73: Monografia ERP - 02

ao alcance dos colaboradores, os mesmos vão estimular o crescimento dos

sistemas integrados da empresa buscando cada vez mais simplificar suas

atividades, adquirir conhecimento, desenvolver novas práticas e aumentar

produtividade.

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APÊNDICE

Anexo I – Roteiro de Entrevista

ANEXO I – Roteiro de Entrevista

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

Page 79: Monografia ERP - 02

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – DCIS

CURSO DE AMINIDSTRAÇÃO

ROTEIRO

1 – Quais os módulos do R\3 o entrevistado utiliza?

1 – Quais atividades são realizadas no R\3? Quanto isso representa em relação à todas as atividades que você realiza?

2 – Qual a importância do R\3 para a realização do trabalho diariamente?

3 – Quais as principais barreiras encontradas na prática do software?

4 – Quais as principais fontes de aprendizado sobre a utilização do sistema R\3?

5 – Tem noção de como o sistema funciona na fábrica inteira e as ligações entre os módulos do mesmo?