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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Terapia Ocupacional Ana Helena Thomaz de Menezes Luciana Miyazato CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS: UMA ALTERNATIVA DE ATIVIDADE NA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À POPULAÇÃO IDOSA Lins SP 2008

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Terapia Ocupacional

Ana Helena Thomaz de Menezes

Luciana Miyazato

CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS:

UMA ALTERNATIVA DE ATIVIDADE NA TERAPIA

OCUPACIONAL JUNTO À POPULAÇÃO IDOSA

Lins

SP

2008

Ana Helena Thomaz de Menezes

Luciana Miyazato

CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS: UMA ALTERNATIVA DE ATIVIDADE NA

TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À POPULAÇÃO IDOSA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Banca Examinadora do

Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium, curso de Terapia Ocupacional sob

a orientação da Profa Especialista Maria

Tereza Ferreira Rossler e orientação técnica

da Profa Mestranda Jovira Maria Sarraceni

LINS

SP

2008

Menezes, Ana Helena Thomaz; Miyazato, Luciana Confecção de brinquedos: uma alternativa de atividade junto à

população idosa / Ana Helena Thomaz de Menezes; Luciana Miyazato.

Lins, 2008. 83p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Terapia Ocupacional, 2008

Orientadores: Maria Tereza Ferreira Rossler; Jovira Maria Sarraceni

1. Terapia Ocupacional. 2. Idosos. 3. Brinquedos. 4. Cognição. I Título.

CDU 615.851.3

M51c

ANA HELENA THOMAZ DE MENEZES

LUCIANA MIYAZATO

CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS: UMA ALTERNATIVA DE ATIVIDADE NA

TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À POPULAÇÃO IDOSA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Auxilium, para

obtenção do título de Terapeuta Ocupacional.

Aprovada em: ___/___/___

Banca Examinadora:

Profa Orientadora: Maria Tereza Ferreira Rossler

Titulação: Professora especialista em Terapia Ocupacional aplicada à

neurologia: Uma visão dinâmica. Pelas Faculdades Salesianas de Lins.

Assinatura: ___________________________________

1o Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ___________________________________

2o Prof (a): ______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ____________________________________

IDOSO OU VELHO?

Idosa é a pessoa que tem muita idade; velha é a pessoa que perdeu a jovialidade. A

idade causa degeneração das células; a velhice causa degeneração do espírito. Por isso, nem

todo idoso é velho e há velho que nem chegou a ser idoso.

O mesmo ocorre com as coisas; há coisas que são idosas (antigas) e há coisas que

são velhas. Um vaso da dinastia Ming (1368-1644) pode ser uma antiguidade, uma relíquia que

não tem preço; um outro apenas, de apenas cinqüenta anos ou menos, pode ser um vaso

velho a ser relegado a um depósito. Você é idoso quando pergunta se vale a pena; você é

velho quando sem pensar responde que não.

Você é idoso quando sonha; você é velho quando apenas dorme.

Você é idoso quando ainda aprende; você é velho quando já nem ensina.

Você é idoso quando pratica esportes ou de alguma forma se exercita; você é velho

quando apenas descansa.

Você é idoso quando ainda sente amor; você é velho quando só sente ciúmes e

possessividade.

Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida; você é velho

quando todos os dias parecem o último de uma longa jornada.

Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs; você é velho quando seu

calendário só tem ontens. Idosa é a pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida

produtiva, de ter adquirido uma grande experiência; ela é uma porta entre o passado e o futuro

e é no presente que os dois se encontram. O velho é aquele que tem carregado o peso dos

anos; que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras transmite pessimismo e a

desilusão. Para ele, não existe ponte entre passado e presente, pois lá existe um fosso que

separa do presente, pelo apego ao passado.

O idoso se renova a cada dia que começa; o velho se acaba a cada noite que termina,

pois enquanto idoso tem os olhos para o horizonte, de onde o sol desponta e a esperança se

ilumina, o velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram.

O idoso tem planos; o velho tem saudade.

O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos

tempos; o velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade. O

idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e prenhe de esperança. Para ele, o tempo passa

rápido e a velhice nunca chega. O velho cochila no vazio de sua vidinha e suas horas se

arrastam, destituídas de sentido.

As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso; as rugas do velho

são feias, porque foram vincadas pela amargura.

Em suma, o idoso e o velho são duas pessoas que até podem ter, no cartório, a

mesma idade cronológica. Mas o que têm são idades diferentes no coração.

Escrito por Jorge José de Jesus Ricardo

DEDICATÓRIA

Lê e vô Massayuki

Dedico est e t r abalho a duas pessoas muit o especiais que não mais se

encont r am pr esent es nest a vida, apoiaram-me e t or cer am muit o por mim: meu amado ir mão Leandr o Miyazat o e meu quer ido avô Massayuki Miyazat o. Obr igada por tudo. Amo vocês, essa vitória não é só minha, é nossa. Onde vocês estiverem, sei que estarão felizes e comemorando comigo.

Luciana

Ao meu querido vô Arnaldo (in memorian)

Onde quer que o senhor esteja, dedico-lhe este trabalho por ser meu grande inspirador e exemplo de carinho. Saiba que todos os momentos que passamos

juntos foi de grande aprendizado e que nunca vou esquecer o seu sorriso sincero e inocente. Amo você.

Ana Helena

À minha linda vó Helena

Dedico-lhe este trabalho, por ser minha inspiradora em amar a vida a todo momento. É vó, falar de você é falar de vida, de alegria, de amor. A senhora com

seu jeito espontâneo e alegre nos mostra que vale a pena viver apesar das dificuldades, que vale a pena sorrir, apesar das tristezas, que vale a pena amar a todos sem exceção. Obrigada pelos conselhos e momentos felizes que passamos

juntas. Te amo! Ana Helena

À minha amada família (mãe, pai, meninos)

Vocês não sabem o quanto foram essenciais nessa minha caminhada. Mesmo longe, sinto a todo momento o amor que vocês tem por mim e a todo instante agradeço a Deus por ter me dado vocês de presente, pois são um presente valioso de Deus.

Dedico-lhes este trabalho pelo tanto que torcem pelo meu sucesso e acreditam no meu potencial e agradeço por todo o esforço que vocês fizeram para que este sonho, que no principio era meu, mas que agora é de todos, possa se realizar.

Milhões de beijos e abraços. Amo vocês demais!!! Ana Helena

AGRADECIMENTOS

A Deus

Obrigada pelo seu amor e por estar sempre ao nosso lado, iluminando-nos e nos dando a força

necessária para trilharmos os nossos caminhos da melhor maneira possível. Ana Helena e Luciana

À família Cantinho do Vovô

Agradecemos aos funcionários por nos receberem com tanto carinho e afeto e, em especial, as freqüentadoras da casa-dia Cantinho do Vovô que foram fundamentais para que a nossa pesquisa se concretizasse. Todas nos receberam muito bem e ali se formaram laços de amizades eternos.

Obrigada meninas!! Ana Helena e Luciana

Aos funcionárias da biblioteca e xerox

Obrigada por nos ajudarem, quando estávamos atrapalhadas com tantas bibliografias a procurar e com tantas páginas a imprimir. Sempre de bom humor, ajudando até a nos animarmos, apesar

de tanta correria. Valeu pela paciência, atenção e carinho!!! Ana Helena e Luciana

À Maria Tereza

Obrigada pela atenção, compreensão, carinho e por sempre acreditar em nosso potencial, mesmo quando nós mesmas não acreditávamos. Apaixonada pela área, fez-nos apaixonar também.

Professora e amiga sempre estará em nossos corações. Que Deus a abençoe sempre. Obrigada por tudo!!!!

Ana Helena e Luciana

À Jovira

Com seu carisma e bom humor fazia das aulas e orientações momentos de descontração e de incentivo ao nosso trabalho. Obrigada por sempre acreditar em nós, pela paciência, compreensão

e pelos conselhos que acalmavam as nossas angústias. Obrigada por tudo, Jô!!!!!!! Ana Helena e Luciana

Aos meus amados pais

Obrigada por me ajudarem a realizar esse sonho e me apoiarem nos momentos mais difíceis e decisivos. Apesar da distância que nos separou durante certo tempo, vocês sempre se fizeram presentes em todos os momentos da minha vida e foram a peça principal para que tudo isso se

concretizasse. Vamos comemorar muito essa NOSSA VITÓRIA, pois sempre sofremos, choramos e rimos juntos e nada mais justo que vibrarmos com essa vitória que veio com tanto

suor. Amo vocês. Luciana

À minha família

Tenho muito a agradecer a todos os meus familiares, pois na ausência de meus pais, foram vocês que me ajudaram, apoiaram, incentivaram diante dos momentos difíceis pelos quais passei.

Obrigada a todos. Amo vocês. Luciana

Aos meus amigos

Meus queridos amigos podem ter certeza de que vocês tiveram uma importância vital em todos os anos de faculdade, agüentaram-me quando eu estava estressada, animaram-me quando eu

estava desanimada, incentivaram-me quando eu vacilava em desistir,

e hoj e comemor am comigo essa vit ór ia. Obr igada por f azer em par t e da minha vida e por estarem presentes em todos os momentos da minha vida. Amo vocês. Longe sim, sozinha jamais!!

Luciana

Ao meu namorado

Sua companhia foi muito importante, confortou-me, animou-me e esteve ao meu lado diante dos

momentos bons e ruins e agora comemora comigo a realização desse sonho. Obrigada pelo companheirismo e compreensão. Amo você!!

Luciana

À querida amiga e companheira de monografia

Aninha, finalmente concluímos a tão sonhada faculdade. Foi um imenso prazer conhecê-la e fazer esse projeto juntas. Obrigada por me agüentar nas minhas crises. Você é uma grande

amiga e me ajudou muitos nos momentos difíceis. Espero que tenha muito sucesso de agora em diante, afinal, você merece. Adoro você!! Sucesso pra gente!!!!

Luciana

Aos meus queridos tios Rosalina e João

Obrigada pela acolhida, amor e carinho que tiveram por mim. Mesmo na correria do dia-a-dia nos afastando, saibam que estavam sempre em meus pensamentos e que sou muito grata por tudo

que fizeram durante os quatro anos de faculdade. Que Deus os ilumine e abençoe sempre. Obrigada mesmo!! Um forte abraço. Adoro vocês.

Ana Helena

Às meninas do Oásis

Obrigada por me permitir ser amiga de vocês, saibam que foram de fundamental importância nessa minha caminhada, pois foi em vocês que encontrei amizade verdadeira, alegria e

descontração nos momentos difíceis e que pude vivenciar momentos inesquecíveis como, por exemplo, os nossos almoços de domingo( hum... nunca vou esquecer aquele peixe....), as nossas

indecisões por qual r oupa colocar par a sair , as nossas saídas e as nossas conver sas inút eis que só proporcionaram gargalhadas. Obrigada por tudo, tudo mesmo...não irei me esquecer de vocês

jamais....adoro-as. Ana Helena

Aos meus queridos amigos

Para os de longa data e os que há pouco tempo conheci, obrigada por sempre acreditarem em mim e por me proporcionarem momentos tão felizes e inesquecíveis. Valeu pela força e ombro amigo dado sempre que precisei através de abraços, conselhos e emails carinhosos. Estando

perto ou longe sempre os carregarei dentro do meu coração. Adoro vocês.

Ana Helena

À minha querida amiga e companheira Luciana

Saiba que por mais que a distância possa nos separar daqui pra frente, você vai ter sempre uma amiga à sua espera para lhe oferecer um abraço forte e bons momentos de alegria e sorrisos. Lú, você é uma pessoa muito especial e agradeço por tudo que fez por mim, mesmo sem saber.

Tenho você como exemplo de força, coragem e amor por tudo que faz. Desejo-lhe toda a felicidade do mundo e que Deus esteja sempre do seu lado. Obrigada, por tudo mesmo!!!!! Adoro

você!!!!!

Ana Helena

RESUMO

Cada vez mais, vem aumentando a população idosa no Brasil e no mundo e, com isso, profissionais de diversas áreas, incluindo o terapeuta ocupacional, vem-se mobilizando para promover a saúde desses idosos. Nessa fase da vida, é comum ocorrerem mudanças como perdas sensoriais, alterações motoras, perceptivas e cognitivas, alterando a auto-imagem e a participação do idoso perante a família e a sociedade, podendo haver modificações das atividades de vida diária e prática. Contudo essas perdas não ocorrem da mesma maneira para todos, depende do estilo de vida de cada um. A terapia ocupacional, por meio das atividades, possibilita aos idosos a experiência do fazer e, através deste, estimula o aumento da auto-estima, socialização, aspectos cognitivos e senso de pertencimento social, favorecendo, assim, maior independência e autonomia em seu cotidiano. O trabalho em grupo, coordenado pelo terapeuta ocupacional, potencializa o efeito terapêutico que o fazer proporciona, além de promover trocas de experiências, possibilitando assim, que o idoso encare de uma melhor maneira seus problemas. Desta forma, foi realizado um estudo de caso na Casa-dia Cantinho do Vovô, formado por um grupo de idosos, em processo de envelhecimento normal, oferecendo como alternativa de atividade a confecção de brinquedos, como boneca de pano, carrinho de madeira, bilboquê, entre outros, buscando preservar as funções cognitivas, senso de utilidade, auto-valorização, entre outros. Após terem concluído a confecção dos brinquedos, estes foram doados à Creche São Benedito, promovendo, assim, o senso de pertencimento social. Ao fim da intervenção, foi possível constatar uma melhora na auto-estima, na convivência entre os idosos, preservação das funções cognitivas, além de ser uma maneira diferente de intervir junto aos idosos, tornando tudo mais prazeroso, criativo e motivador.

Palavras-chaves: Terapia Ocupacional. Idosos. Brinquedos. Cognição.

ABSTRACT

Increasingly, the elderly population is increasing in Brazil and in the world, and thus professionals in different fields, including occupational therapist, has been mobilizing to promote the health of the elderly. At that stage of life, is common occur changes as sensory losses, motor changes, perceptual and cognitive, changing the self-image and the participation of the elderly to the family and the society, there may be changes in activities of daily life and practice. However these losses do not occur in the same way for everyone, depends on the lifestyle of each. The occupational therapy, through the activities, enables the elderly to make the experience, and through it stimulates the growth of self-esteem, socialization, cognitive and aspects social belonging s sense, favoring thus greater independence and autonomy in your daily lives. The working in group, coordinated by the occupational therapist, enhances the therapeutic effect that doing so provides, in addition to promoting exchanges of experience, thus enabling that the elderly sees of a better way your problems. Thus, was achieved a case study in-house day Grandpa's Corner, formed by a group of elderly, in the process of normal aging, offering as alternative activity for the manufacture of toys, as moppet, wooden cart, tony , Among others, seeking to preserve the cognitive functions, sense of usefulness, self-recovery, among others. After having completed the manufacture of toys, they were donated to the Creche São Benedito , thus promoting the sense of social belonging. After the speech, was possible to establish an improvement in self-esteem, in living among the elderly, preservation of cognitive functions, in addition to being a different way to intervene together with the elderly, making it more pleasurable, creative and motivating.

Key words: Occupational Therapy. Elderly. Toys. Cognition.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Locais de atuação da terapia ocupacional junto a população idosa............................................................................................................... 28

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resultado da Avaliação do Miniexame do Estado Mental (MEEM)............................................................................................................ 49

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASDIL - Associação de Idosos de Lins

AIVD - Atividades Instrumentais da Vida Diária

AVD - Atividades da Vida Diária

AVE - Acidente Vascular Encefálico

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

ILPIs - Instituição de Longa Permanência para Idosos

MEEM - Miniexame do Estado Mental

OMS - Organização Mundial da Saúde

SNC - Sistema Nervoso Central

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

CAPÍTULO I

PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NORMAL .................... 14

1 ASPECTOS GERAIS DO ENVELHECIMENTO .................................... 14

1.1 Características físicas do envelhecimento .............................................. 15

1.2 Aspectos motores .................................................................................... 16

1.2.1 Mudança de posição ............................................................................... 16

1.2.2 Marcha ..................................................................................................... 17

1.3 Aspectos sensoriais ................................................................................ 17

1.3.1 Visão ........................................................................................................ 17

1.3.2 Tato ......................................................................................................... 18

1.3.3 Audição .................................................................................................... 18

1.3.4 Olfato e paladar ....................................................................................... 18

1.4 Aspectos cognitivos ................................................................................. 19

1.4.1 Memória ................................................................................................... 20

1.4.2 Atenção ................................................................................................... 21

1.4.3 Funções executivas ................................................................................. 22

1.5 Aspectos psicológicos ............................................................................. 22

1.6 Aspectos sociais ...................................................................................... 23

1.6.1 O idoso e a família .................................................................................. 24

1.6.2 O trabalho e a aposentadoria .................................................................. 24

CAPÍTULO II

TERAPIA OCUPACIONAL E A ATIVIDADE PARA A

POPULAÇÃO IDOSA ........................................................................................ 26

2 TERAPIA OCUPACIONAL ..................................................................... 26

2.1 Terapia Ocupacional e o atendimento à população idosa ...................... 27

2.1.1 Papel da terapia ocupacional nos diferentes locais de atenção à pessoa

idosa ........................................................................................................ 28

2.2 Atividades em Terapia Ocupacional ....................................................... 34

2.3 Grupos em Terapia Ocupacional ............................................................ 37

2.4 Grupos: uma alternativa de atendimento na terapia

ocupacional gerontológica ...................................................................... 39

CAPÍTULO III

A PESQUISA .......................................................................... 41

3 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 41

3.1 Caracterização da casa-dia Cantinho do Vovô

.................................... 42

3.1.1 Caracterização dos idosos freqüentadores da casa-dia ......................... 43

3.2 A avaliação .............................................................................................. 43

3.3 Materiais utilizados e a confecção dos brinquedos ................................ 44

3.4 Análise da intervenção ............................................................................ 46

3.5 Resultados obtidos .................................................................................. 48

3.6 Relato dos participantes .......................................................................... 50

3.7 Depoimento dos profissionais ................................................................. 51

3.7.1 Palavra da terapeuta ocupacional........................................................... 51

3.7.2 Palavra da coordenadora da casa-dia .................................................... 52

3.7.3 Palavra do médico geriatra ..................................................................... 53

3.8 Discussão ................................................................................................ 54

3.9 Conclusão sobre a pesquisa ................................................................... 55

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 56

CONCLUSÃO .................................................................................................... 57

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 58

APÊNDICES ...................................................................................................... 62

ANEXOS ............................................................................................................ 81

12

INTRODUÇÃO

A temática revela que as pessoas estão vivendo mais, buscando um

estilo de vida mais saudável e a demanda de serviços que proporcionam

melhor qualidade de vida para essa clientela, seja do ponto de vista do direito,

do entretenimento, do social, da saúde, vem sendo cada vez mais requisitada.

Durante o processo de envelhecimento, ocorrem mudanças (fisiológicas,

cognitivas, emocionais e sensoriais) e, cabe ao idoso, adaptar-se a essas

novas condições.

No contexto social, existe ainda o afastamento das atividades de

trabalho com a aposentadoria, do grupo social e até da família e isso, muitas

vezes, acarreta um tempo ocioso, podendo levar o idoso ao adoecimento.

De forma geral, essas alterações afetam a vida cotidiana, interferindo na

sua mobilidade, na realização de suas atividades de vida diária (AVD) e

atividade instrumental de vida diária (AIVD), no desempenho do lazer, afetando

a capacidade de interagir com o ambiente, comunicar-se eficazmente com

outras pessoas, entre outras.

Desta forma, existe a necessidade de aumentar os serviços

especializados para o atendimento desta população que vem crescendo

rapidamente.

Nesta perspectiva de serviços, a Terapia Ocupacional, que visa à

independência, autonomia e inclusão de indivíduos que, por problemas de

diferentes ordens, apresentam dificuldades de inserção em seu meio,

auxiliando-os no desempenho de suas atividades cotidianas, tem papel

fundamental para que o idoso passe por essa etapa da vida da melhor maneira

possível.

Utilizando a atividade como instrumento para alcançar esses objetivos, a

terapia ocupacional proporciona ao idoso, através do fazer , a melhoria da

auto-imagem, o senso de utilidade e prazer, exercício de cidadania, prevenindo

e tratando problemas físicos e mentais, além de promover trocas sociais.

Pensando nos benefícios que as atividades em grupo podem oferecer,

surge a proposta de confeccionar brinquedos, dentro de uma casa-dia,

possibilitando ao idoso sentir-se realizado ao produzir algo, elevando, assim,

13

sua auto-estima, além de propor um espaço para trocas interpessoais e

vivenciar atividades integradoras. Essas vivências não devem se efetuar

somente no grupo, mas sim transcender este espaço e circular também pelo

espaço familiar e comunitário, resultando em mudanças de papéis sociais.

Surge, ainda, a proposta de entrega dos brinquedos confeccionados para uma

creche, tornando essas experiências possíveis.

Com isso, o objetivo geral da pesquisa visa a manter as capacidades

cognitivas, sociais e perceptivas através da realização de atividades que

despertam o senso de utilidade, contribuindo para uma melhor qualidade de

vida do idoso.

Após a pesquisa exploratória, foi levantado o seguinte questionamento:

A criação do grupo de atividades, para a confecção de brinquedos, pela terapia

ocupacional contribui para melhorar a qualidade de vida do idoso mantendo

ativas as suas funções cognitivas e a interação social?

A hipótese que direciona a pesquisa enfatiza: a proposta da atividade

em grupo possibilita aos idosos, através da confecção de brinquedos, a

experiência do fazer e o aprendizado, mantendo suas capacidades cognitivas,

desenvolvendo um senso de utilidade e pertencimento social, aumentando sua

auto-estima, satisfação, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

Para mostrar a veracidade da proposição, foi realizada uma pesquisa na

casa-dia Cantinho do Vovô, em Lins-SP. Desta forma, o trabalho constitui-se

de:

Capítulo I

descreve as características do processo de envelhecimento

normal.

Capítulo II

apresenta sobre Terapia Ocupacional e a atuação junto a

população idosa.

Capítulo III

descreve, analisa e conclui, a partir de dados da pesquisa

realizada na casa-dia Cantinho do Vovô, a importância da terapia ocupacional,

atuando junto com população idosa em processo de envelhecimento normal.

Finalizando, vem a proposta de intervenção e as considerações finais.

14

CAPÍTULO I

PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NORMAL

1 ASPECTOS GERAIS DO ENVELHECIMENTO

Segundo as estatísticas da Secretaria Municipal de Assistência e

Desenvolvimento Social (2006), o Brasil conta, hoje, com 17,6 milhões de

pessoas com 60 ou mais anos de idade, representando 9,7% da população.

Em 2020, a previsão é de que serão 30,8 milhões de idosos, representando

14,2% de todos os brasileiros.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a velhice

inicia-se aos 60 anos, nos países em desenvolvimento e 65 anos para os

países desenvolvidos.

O envelhecimento pode ser conceituado como um processo dinâmico e progressivo onde há modificações tanto morfológicas como funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo a morte (CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETTO, 2004, p. 1).

Dentro desse processo de envelhecimento, não é regra que todos os

idosos acabem por morrer devido a processos patológicos instalados, pois é

necessário levar em consideração a qualidade de vida de cada um. Cada

indivíduo irá responder a essas modificações de maneira única, tendo em vista

que a quantidade e a qualidade do declínio funcional dependerão das

características genéticas e ambientais, bem como do estilo de vida.

Entre os 65 e 75 anos de idade, há um aumento das condições crônicas

e isso tem uma influência direta na capacidade funcional e na autonomia do

idoso, interferindo em sua qualidade de vida. Segundo uma investigação

realizada na cidade de São Paulo, foi demonstrado que, com a idade

15

avançada, há também um aumento no comprometimento das atividades de

vida diária (AVD s). Tais informações permitem concluir que essa etapa da vida

tem que ser acompanhada por condições assistenciais que permitam a

garantia de qualidade de vida adequada, mantendo a máxima autonomia e

independência (MELLO in CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).

1.1 Características físicas do envelhecimento

Com o aumento da idade, há algumas alterações físicas que podem ser

facilmente notadas. A estatura começa a diminuir, a partir dos 40 anos, cerca

de 1cm por década, devido à diminuição dos arcos do pé, aumento das

curvaturas da coluna, além de um encurtamento da coluna vertebral decorrente

das alterações nos discos intervertebrais; os diâmetros da caixa torácica e do

crânio tendem a aumentar; o nariz e os pavilhões auditivos continuam a crescer

(JACOB FILHO; SOUZA in CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETTO, 2004).

Há também alterações evidentes na composição do corpo, com o

aumento do tecido adiposo e o teor total de água no corpo diminui. Em relação

à perda de massa, os órgãos internos mais afetados são os rins e o fígado,

mas os músculos são os que mais sofrem prejuízo ponderal com o passar do

tempo. O número global de fibras musculoesqueléticas diminui (processo

conhecido como sarcopenia) e sugere-se que as fibras musculares mais velhas

tenham uma qualidade ruim; por exemplo, pode ser mais fraca para um dado

tamanho (JACOB FILHO; SOUZA in CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETTO,

2004).

Com o avanço dos anos, as proporções relativas dos tipos de fibra

muscular, podem alterar-se com um declínio na proporção de fibras Tipo II

(contração lenta, aeróbica, resistente à fadiga). Alterando as características da

contração e diminuindo a resistência do músculo à fadiga (HARRIDGE;

YOUNG, 1998 apud GNANASEKARAN; McLNTYRE in McLNTYRE; ATWAL,

2007). Com isso, há diminuição de força e massa muscular que é acarretada

pela inatividade física, resultado normal da idade.

As principais causas de incapacidade e, conseqüentemente

16

dependência dos idosos, é a instabilidade postural e quedas, pois os idosos

tendem a ter um equilíbrio ruim quando há privações de informações sensoriais

e quando as mesmas são confusas, devido à diminuição da seleção de pistas

sensoriais e, conseqüentemente, de estratégias motoras apropriadas (MELLO

in CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).

Com o envelhecimento, há a perda da elasticidade, pois as fibras

elásticas se alteram e as elastinas ficam porosas. A pele seca e áspera é

resultado da diminuição da atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas,

ficando assim mais sensível a variações de temperatura e sujeita a infecções, o

que significa que a pele é menos hostil a microorganismos, e bactérias podem

ter maior facilidade para entrar na pele e, dessa forma, na circulação

sangüínea (JACOB FILHO; SOUZA in CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETTO,

2004). A cicatrização é mais lenta e existe maior suscetibilidade a queimaduras

de sol e neoplasmas.

No processo natural de envelhecimento, essas características são

encontradas, pois o organismo está fisiologicamente incapaz de responder às

necessidades habituais.

1.2 Aspectos motores

Com o avanço da idade, devido às mudanças citadas anteriormente

como a diminuição da massa muscular e, conseqüentemente diminuição da

força, há um comprometimento significativo na área motora, que implicará

dificuldades na marcha e na mudança da posição.

1.2.1 Mudança de posição

Segundo Mclntyre; Bryant in Mclntyre; Atwal (cols) (2007), durante a

mudança de uma posição para outra, como por exemplo, o girar e sair da cama

há uma modificação na estratégia e diminuição da velocidade do movimento,

17

isto é influenciado pela deterioração da força muscular, diminuição da

flexibilidade e amplitude de movimento, bem como o tempo de reação do

sistema nervoso central (SNC) e a interrupção dos padrões normais de

movimento. Rigidez muscular e dor, quando presentes, também influenciam na

mudança postural.

1.2.2 Marcha

Como parte do envelhecimento normal, há alterações das funções e

estruturas corporais, ocasionando um impacto na marcha, que resulta em uma

redução da velocidade, do comprimento do passo e da média do passo (IMMS

e EDHOLM 1981; MENZ e cols. 2003; PETROFSKY e cols. 2003 apud

McLNTYRE, A; BRYANT, W. in McLNTYRE, A; ATWAL, A, 2007). Outros

fatores, como o uso de medicação, dor, ansiedade, medo de queda e o

ambiente também contribuem para problemas com a marcha

(McLNTYRE;

BRYANT (cols) in McLNTYRE; ATWAL, 2007, p. 170).

1.3 Aspectos sensoriais

Durante o envelhecimento, é comum que ocorram alterações nos

sistemas sensoriais como tato, visão, olfato, audição, paladar e vestibular.

Essas alterações afetam diretamente a qualidade de vida do idoso.

1.3.1 Visão

Com o avanço da idade, uma das alterações sensoriais mais comuns é a

deterioração da acuidade visual, que resulta na dificuldade em discriminar

detalhes do ambiente, momento em que degraus, objetos no chão, dentre

18

outro, passam despercebidos. Também é comum, a ocorrência de cataratas e

alguma deterioração à camada da córnea do olho, ocasionando uma

diminuição da habilidade da córnea de captar luz dentro do olho.

Algumas alterações na habilidade perceptiva podem ser percebidas

durante o processo de envelhecimento normal como a percepção de cor,

profundidade e distância do raio visual, além da redução na acomodação do

cristalino e iluminação retiniana. Também foi notada a ocorrência de uma

deterioração na percepção de figura-fundo, memória visual e relações

espaciais.

1.3.2 Tato

O tato é afetado, principalmente pela redução dos receptores táteis

(corpúsculos de Meissner) a partir dos 50 anos de idade, o que compromete a

função da mão e a sua força de preensão.

1.3.3 Audição

O processo de envelhecimento pode acarretar diminuição ou perda da

audição, que é conhecida como presbiacusia, caracterizada pela deterioração

progressiva da audição, causada por mudanças degenerativas e fisiológicas no

sistema auditivo. Normalmente, de ocorrência bilateral, acomete as freqüências

altas (sons agudos), gerando dificuldades no reconhecimento da fala

(VENITES; COSTA; PELEGRINI in RAMOS; TONIOLO NETO, 2005).

1.3.4 Olfato e paladar

Alterações no olfato ocorrem devido à diminuição da capacidade do

19

epitélio olfativo, o que ocasiona, por conseguinte uma redução na percepção

de odores, resultando assim na dificuldade em perceber odores corporais e

ambientais, como urina, gás e alimentos estragados

Também ocorre uma alteração no paladar devido à diminuição da

capacidade dos botões gustativos, reduzindo as sensações gustativas e

ocasionando, assim, a perda de interesse pelos alimentos.

1.4 Aspectos cognitivos

O processo cognitivo se dá através da interação entre as funções psíquicas [motivação, atenção, percepção, aprendizagem, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e discurso] e um processo fisiológico que começa com a estimulação dos órgãos sensoriais (visão, tato, audição, paladar, olfato). Ela é o resultado final do movimento que leva estimulação aos terminais nervosos. A estimulação forma a sensação que ativa as funções cerebrais, conduzindo à percepção do estímulo recebido, e levando a um comportamento observável - a resposta cognitivo - funcional

comportamental (VIEIRA, 2004, p. 68).

De acordo com alguns autores, a função cognitiva começa a se alterar a

partir dos 30 anos, continuando ao longo do envelhecimento. E isso atualmente

tem sido foco de muitos estudos e pesquisas, pois há a preocupação em

diferenciar o que é resultado do envelhecimento normal e o que é patológico. O

início e a progressão do declínio cognitivo variam de indivíduo para indivíduo e

existem alguns fatores que influenciam, para que esse declínio ocorra como a

idade, escolaridade, personalidade, nível sócio-cultural, estado emocional,

interesses e estímulos proporcionados pelo ambiente em que vive (CANINEU,

1997; CANINEU; BASTOS, 2002).

As funções cognitivas mais afetadas no envelhecimento são a atenção e

a memória, e isso pode interferir no processo de aprendizado, na resolução de

problemas, assim, como no desempenho das AVD´s. Contudo essas

alterações podem ser compensadas, oferecendo um maior tempo para o idoso

se adaptar às situações e maior número de detalhes possível para o novo

conhecimento (CANINEU; BASTOS in FREITAS, 2002; VIEIRA; KOENIG in

20

FREITAS, 2002; CANINEU, 1997).

1.4.1 Memória

Segundo Vieira (2004, p. 207), a memória é a função mental complexa

que leva o indivíduo ao ato de recordar, relembrar e reproduzir o que foi

aprendido. Ela envolve a capacidade de registrar, reter e resgatar

informações .

A memória pode ser classificada em vários tipos, como por exemplo,

memória de curta duração e memória de longa duração.

Segundo Abreu in Canineu; Caovilla (2002), a memória de curta duração

envolve a memória operacional, que retém a informação temporariamente,

sendo arquivada apenas enquanto é útil e depois descartada. Com o avanço

da idade, esse tipo de memória pode sofrer alterações, pois o idoso tem

dificuldade em prestar ou manter a atenção, a qual é um fator importante para

manutenção desse tipo de memória. Para compensar tal déficit, a maioria das

pessoas idosas desenvolve estratégias, planejando antecipadamente suas

ações que requerem a memória operacional, tendo assim um bom

desempenho em suas ações.

Já a memória de longa duração envolve a memória explícita (ou

memória declarativa) e a memória implícita (ou memória de procedimentos). A

memória explícita tem acesso consciente ao conteúdo da informação, podendo

ser descrita verbalmente, bem como ser dividida em memória episódica, que

depende da riqueza de detalhes para uma melhor recordação de um momento

específico em sua vida, e a memória semântica que envolve conhecimento de

fatos e conceitos gerais do mundo. A memória implícita é manifestada através

do fazer, e as tarefas são executadas de maneira automática, como por

exemplo, andar de bicicleta.

Para que o processo de memorização ocorra de maneira adequada, há

influência de diversos fatores como, por exemplo, os sentidos - tato, audição,

paladar, visão e olfato

que, com o envelhecimento, sofrem alterações

prejudicando o processo de memorização. Durante o envelhecimento, há

21

outros fatores que dificultam esse processo como a dificuldade em excluir/inibir

as informações irrelevantes, diminuição da velocidade para processar a

informação e igualmente diminuição na precisão da resposta e a capacidade de

sustentar a atenção (ABREU in CANINEU; CAOVILLA, 2002; FERRARI in

DUARTE; DIOGO, 2000).

Todas as alterações apresentadas no processo de memorização durante

o envelhecimento podem ser agravadas frente a condições estressantes,

ansiedade, depressão, medicamentos, cansaço, dentre outros fatores.

1.4.2 Atenção

A função inicial da atenção consiste em direcionar o processamento básico das percepções procedentes de todas as modalidades sensoriais que nos chegam do meio ambiente. A atenção se encarrega de selecionar os estímulos sensoriais que interessam no momento, fazendo com que os estímulos irrelevantes sejam ignorados (GRIEVE, 2006, p. 44).

Existem 3 tipos de atenção:

Atenção sustentada (vigilância), que é a manutenção da habilidade de

focar a atenção ao longo de um período de tempo. A atenção sustentada está

afetada em muitas tarefas, especialmente quando são mais complexas

(BADDELEY cols, 1999 apud ASHFORD; MCLNTYRE; MINNS in MCLNTYRE;

ATWAL, 2007).

Atenção seletiva, a qual envolve um único estímulo relevante por vez,

ignorando outro estímulo irrelevante e distrator, isto requer um processo

inibitório para desligar os estímulos irrelevantes; entretanto, as pessoas idosas

têm mais dificuldade em eliminar uma informação estranha (WOODRUFF-PAK,

1997 apud ASHFORD; MCLNTYRE; MINNS in MCLNTYRE; ATWAL, 2007).

Atenção dividida, que consiste no compartilhamento da atenção por

meio do foco de mais de um estímulo ou de um processo relevante, ao mesmo

tempo. Essa atenção é considerada problemática nas pessoas idosas normais

(PERRY; HODGES, 1999; RABBIT; WOODRUFF-PAK, 1997 apud ASHFORD;

MCLNTYRE; MINNS in MCLNTYRE; ATWAL, 2007).

22

1.4.3 Funções executivas

Abrangem as funções mais desenvolvidas nos humanos, envolvendo

planejamento, pensamento abstrato, tomada de decisão, flexibilidade cognitiva

e uso de comportamentos apropriados (WOODRUFF-PAK, 1997 apud

ASHFORD; MCLNTYRE; MINNS in MCLNTYRE; ATWAL, 2007). Supõe-se

que nas pessoas idosas essas funções sejam as maiores responsáveis pelo

declínio cognitivo (SALTHOUSE e cols apud ASHFORD; MCLNTYRE; MINNS

in MCLNTYRE; ATWAL, 2007). A função da flexibilidade espontânea, tais

como a geração de idéias e a flexibilidade, reativa as novas idéias e situações

(conhecidas como interruptor) estão especialmente deficientes na velhice

(WOODRUFF-PAK, 1997 apud ASHFORD; MCLNTYRE; MINNS in

MCLNTYRE; ATWAL, 2007, p.118).

Existem alguns aspectos das funções executivas como planejamento,

organização e auto-controle, que é chamado de memória prospectiva, e

quando estas funções estão alteradas, pode fazer com que muitos idosos

tenham dificuldades em tarefas como lembrar sobre eventos futuros como

aniversários, consultas, horário das medicações (SHIMAMURA, 1990 apud

ASHFORD; MCLNTYRE; MINNS in MCLNTYRE; ATWAL, 2007). Quando há

problemas com o autocontrole, os idosos podem fazer comentários socialmente

inapropriados, ter um comportamento impulsivo e manter o tema das

conversas,

levando à repetição de histórias e conversas (ASHFORD;

MCLNTYRE; MINNS in MCLNTYRE; ATWAL, 2007).

1.5 Aspectos psicológicos

Ao tentarmos compreender o estado emocional de um idoso, devemos procurar contextualizá-lo em seu histórico de vida, pois suas reações emocionais atuais estarão diretamente relacionadas com as vivências acumuladas no decorrer de toda a sua existência (GAVIÃO in DUARTE; DIOGO, 2000, p. 174).

A maneira como o idoso enfrentou as diversas etapas de sua vida desde

23

o nascimento, e o modo como expressou suas emoções, influenciará na

velhice e em como o idoso irá encarar essa fase. Em virtude dessas

considerações, é de se dizer que se o idoso, durante a vida, teve um ambiente

acolhedor que proporcionou segurança, afeto, dentre outros sentimentos

correlatos, na velhice, ele terá mais facilidade em se adaptar às mudanças. No

entanto, aquele que não teve esse tipo de incentivo, provavelmente enfrentará

a velhice com mais insegurança, ansiedade, baixa auto-estima e medo de

situações novas.

Alguns idosos também terão sua insegurança e seus medos

influenciados pela própria velhice, como por exemplo, o surgimento de doenças

crônicas, diminuição do nível socioeconômico decorrente da aposentadoria,

perda de papéis sociais valorizados, viuvez, morte de entes queridos,

distanciamento dos filhos, perdas cognitivas e medo da proximidade da morte.

No entanto, é de ser relevado que a insegurança decorrente desses fatores irá

depender de como esses indivíduos enfrentarão essas situações.

1.6 Aspectos sociais

No início da organização da sociedade a concepção sobre os velhos foi influenciada por valores religiosos e funcionais de cada conjuntura histórica, a partir de valores e normas criadas e recriadas em função dos diferentes contextos. Esses valores determinavam o papel a ser desempenhado pelo velho na sociedade, os quais variavam entre o respeito e o desprezo, o poder e o abandono (SILVA, 2003, p. 96).

Nas sociedades antigas, a produção se baseava na agricultura e nas

atividades artesanais, portanto o trabalho era centrado na família e nas

corporações. Dessa forma, os indivíduos que alcançavam a velhice e não

tinham mais condições de produzir, eram tratados com respeito e prestígio

social devido à sua experiência vivida, servindo deste modo como exemplo

para os mais jovens.

Logo após as revoluções industriais, houve uma mudança nesse modo

de produção, havendo uma alteração na organização e na estrutura familiar,

24

estando os agentes produtivos agora dentro das fábricas. Com esse novo

sistema, as pessoas que não dispunham de vigor físico em função da idade

eram vistas como inúteis, e sendo assim, passaram a ser excluídas do

mercado de trabalho, crescendo conseqüentemente o preconceito e a

discriminação na sociedade, dentro da própria família, tornando-se assim um

problema para todos.

1.6.1 O idoso e a família

O fundamento da família não está na sua natureza biológica, mas

social, de laços, alianças, trocas e reciprocidade

(VIEIRA, 2004, p.140).

Atualmente, tem-se diminuído a assistência adequada que a família teria

que proporcionar ao idoso, e essa responsabilidade está sendo passada para

instituições, cuidadores dentre outros, pois a família diminuiu de tamanho e

reduziu suas funções e responsabilidades com o idoso.

Essa redução de cuidados com os idosos, dentro de suas famílias, não

se deve apenas a má vontade ou ingratidão, mas em grande parte à sociedade

capitalista que faz com que as pessoas tenham seu tempo diminuído dentro de

casa, e passem a maior parte do tempo ocupadas com atividades externas,

como trabalho e estudos, e como os idosos necessitam de mais cuidados e

atenção, as suas necessidades passam a ser negligenciadas.

1.6.2 O trabalho e a aposentadoria

O trabalho que nos permite existir como cidadão e nos ajuda a traçar redes de relações que servem de referência, determinando, portanto, o nosso lugar social, familiar e nossa identidade local. Provavelmente por isso, a aposentadoria soa, para muitos, como um processo de despersonalização (VIEIRA, 2004, p. 30).

Durante toda a vida, o homem trabalha para que possa pagar suas

25

contas, manter sua família e estabelecer relações sociais importantes para o

convívio e conquista de prestígio social, garantindo assim sua dignidade e

independência. Após anos de trabalho, o indivíduo se prepara e deseja a

aposentadoria, esperando o conforto e o tão desejado e merecido descanso.

Contudo, para muitos, a realidade não é como se espera, pois com a

aposentadoria vem a perda do status e prestígio social, o rebaixamento do

nível econômico e a perda do poder de decisão que, quando não bem

resolvidos, acabam por levar o idoso à diminuição da participação social, perda

da auto-estima e auto-imagem, inatividade e ao isolamento social. Segundo

Jordão Netto (1997); Vieira (2004), essa fase pós-trabalho é caracterizada por

morte social .

Segundo Vieira (2004), para muitos ocorre também a discriminação

dentro da própria família, pois devido ao seu tempo livre, passa a ser visto

como inútil, e às vezes, é privado de sua própria liberdade de escolha, pois,

como começa a fazer parte da rotina familiar, algumas tarefas lhe são impostas

sem o seu devido interesse, gerando, em muitos, uma tristeza que pode levar a

um isolamento social e depressão.

A aposentadoria requer um condicionamento mental e social que a maior parte das pessoas não possui, e isso porque a cessação da atividade profissional constitui uma exclusão do mundo produtivo que é à base da sociedade moderna (RODRIGUES; RAUTH in FREITAS et al, 2002, p. 109).

26

CAPÍTULO II

TERAPIA OCUPACIONAL E A ATIVIDADE PARA A POPULAÇÃO IDOSA

2 TERAPIA OCUPACIONAL

Terapia Ocupacional é a disciplina social e da saúde que avalia a capacidade da pessoa de desempenhar atividades ocupacionais (ou da vida diária) e intervém quando tal habilidade está em risco ou deteriorada por qualquer motivo. O Terapeuta Ocupacional utiliza a atividade ocupacional e o meio ambiente com o objetivo terapêutico de prevenir e tratar déficits, deficiências e incapacidades, com objetivo final de alcançar e/ou manter o nível máximo de saúde, independência e integração do indivíduo e/ou grupos de risco (Associação Argentina de Terapeutas Ocupacionais apud Definições de Terapia Ocupacional, 2003, p. 63).

Através de seu instrumento terapêutico, atividades, sejam elas de vida

prática, de vida diária, produtiva, expressiva, entre outros, o terapeuta

ocupacional trabalha a habilidade comprometida do indivíduo buscando, além

de sua reabilitação, o prazer no seu fazer, reinserindo-o em seu cotidiano.

As atividades utilizadas são as mais variadas possíveis, dependendo do

contexto (cultural, psicossocial) e das suas queixas, podem ser uma coisa

comum como lavar uma louça, ou algo mais complexo como confeccionar um

produto, o importante é, que através do fazer, que é algo nato no ser humano,

o indivíduo volte a desempenhar seu papel social da melhor maneira possível.

A singularidade do sujeito se manifesta na práxis cotidiano, isto é, na concretude da vida cotidiana baseada nas referências culturais e nas relações de produção de uma determinada sociedade (GALHEIGO in PÁDUA; MAGALHÃES, 2003, p. 39).

Um diferencial do terapeuta ocupacional é demarcado pelo seu setting,

que pode ser qualquer espaço onde se faça terapia (sala de terapia,

supermercado, restaurante, entre outros), já que se trata de um profissional

que favorece a reinserção do paciente no cotidiano que esteve alterado. E, de

27

acordo com Benetton (2006), é um espaço para receber e sempre aberto para

estimular o partir. É um local para construir e desconstruir, onde o paciente

tenha um lugar seu e possa fincar sua base, reconhecendo-o e, depois, possa

partir e fincá-la em outros lugares.

2.1 Terapia Ocupacional e o atendimento à população idosa

Dentro do programa de saúde ao idoso, segundo Mello in Cavalcanti;

Galvão (2007, p. 368):

Cabe à terapia ocupacional identificar as habilidades que possam ser restauradas ou adaptadas e promover intervenções maximizando a independência e autonomia dos idosos, dentro de parâmetros custo-efetivos, segundo as possibilidades de cada caso e os recursos disponíveis.

Tanto na área de prevenção quanto na área de reabilitação, os

terapeutas ocupacionais podem estar atuando, para prevenir o agravamento

dos déficits comuns à idade ou no tratamento de doenças que afetam o dia-a-

dia do idoso, como Alzheimer, Mal de Parkinson, quedas, depressão, entre

outros.

Quando se considera o atendimento a pessoas idosas, os elementos independências, saúde, segurança e integração social ocupam lugar de destaque, uma vez que com o processo de envelhecimento, ele sofre modificações significativas. Assim a terapia ocupacional gerontológica visa manter, restaurar e melhorar a capacidade funcional, mantendo o idoso ativo e independente maior tempo possível. (BARRETO; TIRADO in FREITAS, 2002, p.866)

A intervenção da terapia ocupacional é feita por meio de atividades que

promovem o fazer, já que, através desta, o idoso pode se sentir mais útil, mais

capaz de fazer algo novamente, pois, muitas vezes, devido à idade, é deixado

de lado e, com isso, acaba se sentindo incapaz para muitas coisas. Com o

fazer, o terapeuta ocupacional promove a saúde e o bem-estar do idoso.

O terapeuta ocupacional atua, também, favorecendo a independência e

autonomia, confeccionando adaptações tanto para seu uso como para o

28

ambiente. Esclarece aos familiares, cuidadores com orientações a respeito de

como favorecer o idoso a ser o mais independente possível e alguns cuidados

para evitar acidentes domésticos comuns nessa idade, e como lidar com esse

idoso que muitas vezes é inseguro, temeroso, ranzinza devido aos problemas

que a idade normalmente acarreta.

Os objetivos junto aos idosos não diferem daqueles destinados a outras faixa etárias. Pacientes podem apresentar déficits que não são reversíveis, nestes casos a manutenção da saúde e a prevenção de perdas funcionais é um dos papéis fundamentais da terapia ocupacional. Em casos nos quais não é possível a melhora dos status funcional o tratamento pode ser necessário para manter a função (desacelerar) a progressão das disfunções presentes ou retardar o aparecimento de disfunções esperadas. Nestes casos é fundamental criar situações que possibilitem este idoso lidar com as capacidades-funções que continuam intactas (MELLO; ABREU in FORLENZA; CARAMELLI, 2000, pag. 587).

2.1.1 Papel da terapia ocupacional nos diferentes locais de atenção à pessoal

idosa

O quadro a seguir indica os diferentes locais de atuação do terapeuta

ocupacional com a população idosa, segundo a Portaria 73 do MS/ 2001, que

tem como princípios norteadores a prioridade aos serviços que privilegiam a

permanência do idoso em sua família, e considerando-se o atendimento

integral institucional a última alternativa.

Quadro 1: Locais de atuação da terapia ocupacional junto a população idosa. Local Definição

Papel da Terapia Ocupacional

Instituição de longa permanência para idosos (ILPIs)

Atendimento integral institucional

é aquele prestado em uma instituição asilar, prioritariamente aos idosos sem famílias, em situação de vulnerabilidade, oferecendo-lhes serviços nas áreas social, psicológica, médica, de fisioterapia, de terapia ocupacional e outras atividades específicas para esse segmento social. Caracteriza-se por se tratar de estabelecimento com denominações diversas, correspondentes aos locais físicos

- Identificação do nível de dependência funcional - Otimização das habilidades residuais em conjunto com a equipe de cuidadores e enfermagem - Restauração das habilidades funcionais - Pesquisa de interesses e nível de habilidades dos residentes - Planejamento de programação de atividades segundo perfil funcional, sócio-histórico, e

Continua

29

equipados para atender pessoas com 60 anos ou mais, sob regime de internato, mediante pagamento ou não, durante um período indeterminado, e que dispõe de um quadro de recursos para atender às necessidades de cuidados com assistência de saúde, alimentação, higiene, repouso e lazer dos usuários e desenvolver outras atividades que garantam qualidade de vida. São exemplos de denominações: abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica, ancianato. Garantir aos idosos em estado de vulnerabilidade de serviços de atenção biopsicossocial em regime integral de acordo com as suas necessidades, priorizando, sempre que possível, o vínculo familiar e a integração comunitária. Requer indicação precisa quando as outras possibilidades de suporte não atenderam à necessidade do idoso.

desejo dos idosos envolvidos no programa - Supervisão da execução de atividades (estas podem ser desenvolvidas por técnicos específicos

professores de

artes, de artesanato, de educação física, de canto, de línguas, entre outros) - Planejamento e adequação ambiental segundo a dinâmica funcional dos residentes - Orientação aos outros membros da equipe e familiares - Estabelecimento de grupos terapêuticos e/ou oficinas segundo demanda dos moradores (memória, sexualidade, culinária, reminiscências, entre outros)

Programa Residência Temporária

É um serviço em regime de internação temporária, público ou privado, de atendimento ao idoso dependente ou semidependente que requeira cuidados biopsicossociais sistematizados, no período máximo de 60 dias.

- Reabilitação intensiva dos casos internados nas áreas física e psíquica - Promoção da adequação dos casos ambiental da moradia definitiva - Treinamento do cuidador - Orientação aos outros membros da equipe

Família Natural ... conjunto de normas e regras, historicamente constituídas, que regem as relações de sangue, adoção, aliança, definindo a filiação, os limites do parentesco e outros fatos presentes .

- Reabilitação intensiva dos casos internados nas áreas física e psíquica - Promoção da adequação ambiental da moradia definitiva - Treinamento do cuidador - Orientação aos outros membros da equipe

Família Acolhedora

Família acolhedora é aquela que apresente condições adequadas para receber o idoso... As famílias deverão ser cadastradas e capacitadas para oferecer abrigo às pessoas idosas em situação de abandono, sem família ou impossibilitadas de conviver com as mesmas. Esse atendimento será continuamente supervisionado pelos órgãos gestores .

- Reabilitação intensiva dos casos internados nas áreas física e psíquica - Promoção da adequação ambiental da moradia definitiva - Treinamento do cuidador - Orientação aos outros membros da equipe

República A republica de idosos é alternativa de residência para os idosos independentes, organizada em grupos, conforme o número de

- Prevenção de incapacidades - Adaptação ambiental (eliminação de riscos de quedas no ambiente doméstico)

Continuação

Continua

30

usuários, e co-financiada com recursos da aposentadoria, beneficio de prestação continuada, renda mensal vitalícia e, outras. Em alguns casos, a república pode ser viabilizada em sistema de autogestão.

- Implementação de programa de educação para a saúde - Facilitação dos processos de inserção comunitária local

Centro de Convivência

Atendimento em centro de convivência

consiste no fortalecimento de atividades associativas, produtivas e promocionais, contribuindo para a autonomia, o envelhecimento ativo e a saudável prevenção do isolamento social, socialização e aumento da renda própria. É o espaço destinado à freqüência dos idosos e de seus familiares, onde são desenvolvidas planejadas e sistematizadas ações de atenção ao idoso, de forma a elevar a qualidade de vida, promover a participação, a convivência social, a cidadania e a integração intergeracional.

- Essencialmente, desenvolvimento de trabalhos comunitários de promoção da cidadania e de lideranças, necessidades socioeconômicas locais, - Prevenção de incapacidades - Adaptação ambiental (eliminação de riscos de quedas no ambiente doméstico) - Implementação de programa de educação para a saúde

Centro-Dia Atendimento em centro-dia é uma estratégia de atenção integral às pessoas idosas que por suas carências familiares e funcionais não podem ser atendidas em seus próprios domicílios ou por serviços comunitários; proporciona o atendimento das necessidades básicas, mantém o idoso junto à família, reforça aspecto de segurança, autonomia, bem-estar e a própria socialização do idoso. Caracteriza-se por ser um espaço para atender a idosos que possuem limitações para a realização das atividades de vida diária (AVD), que convivem com sua família porém não dispõem de atendimento integral no domicilio. Pode funcionar em espaço especificamente construído para esse fim, esse espaço adaptado ou como um programa de um Centro de Convivência, desde que disponha de pessoal qualificado para o atendimento adequado.

- Identificação da dependência funcional dos freqüentadores - Otimização das habilidades residuais em conjunto com a equipe - Restauração das habilidades funcionais - Pesquisa de interesse e nível de habilidades dos idosos atendidos (atenção: processo dinâmico, pois a clientela é flutuante!) - Planejamento de programação de atividades, segundo perfil funcional, sócio-histórico, e desejo dos idosos envolvidos no programa - Supervisão da execução de atividades (estas podem ser desenvolvidas por técnicos específicos

professores de artes de artesanato, de educação física, de canto, de línguas, entre outros) - Planejamento e adequação ambiental, segundo a dinâmica funcional dos idosos atendidos (atenção: processo dinâmico, pois a clientela é flutuante!) - Orientação aos outros membros da equipe e familiares - Estabelecimento de grupos terapêuticos e/ou oficinas, segundo demanda dos

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moradores (memória, sexualidade, culinária, reminiscências, entre outros)

Casa-Lar É uma residência participativa destinada a idosos que estão sós ou afastados do convívio familiar e com renda insuficiente para sua sobrevivência. Trata-se de uma modalidade de atendimento que vem romper com as práticas tutelares e assistencialistas, visando ao fortalecimento da participação, organização e autonomia dos idosos, utilizando sempre que possível a rede de serviços sociais.

- Prevenção de incapacidades - Adaptação ambiental (eliminação de riscos de quedas no ambiente domestico) - Implementação de programa de educação para a saúde -Facilitação dos processos de inserção comunitária local

Assistência Domiciliar/ Atendimento Domiciliar

Atendimento domiciliar é aquele prestado à pessoa idosa com algum nível de dependência, com vistas à promoção da autonomia, à permanência no próprio domicilio, ao reforço dos vínculos familiares e de vizinhança. Caracteriza-se por ser um serviço de atendimento publico ou privado a domicilio às pessoas idosas por meio de um programa individualizado, de caráter preventivo e reabilitador, no qual se articulam uma rede de serviços e técnicas de intervenção profissional focada em atenção à saúde, pessoal, domestica, de apoio, psicossocial e familiar, e interação com a comunidade. Pode ser de natureza permanente ou provisória, diurna e/ou noturna, para atendimento de idosos dependentes ou semidependentes, com ou sem recursos e mantendo ou não vínculo familiar.

Programa de Saúde da Família

Assistência integral e contínua a todos os membros das famílias incluídas no programa em cada uma das fases do seu ciclo de vida, sem perder o contexto familiar e social. Capilarizacao da atenção à saúde .

- Desenvolvimento de trabalhos comunitários de promoção da cidadania e de liderança, necessidades socioeconômicas locais - Prevenção de incapacidades - Adaptação ambiental (eliminação de riscos de quedas no ambiente domestico e comunitário) - Implementação de programa de educação para a saúde - Identificação da dependência funcional dos idosos cobertos pelo programa - Otimização das habilidades residuais dos idosos em conjunto com a equipe - Restauração das habilidades

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funcionais - Pesquisa de interesses e nível de habilidades dos idosos atendidos - Planejamento de programas de atividades segundo perfil funcional, sócio-histórico, e desejo dos idosos envolvidos no programa

Hospital-dia Geriátrico/ Portaria no 2.414 de 23 de Março de 1998

Atendimento a pacientes idoso (60 anos ou mais) que necessitem de avaliação e atendimento por equipe multiprofissional, em regime de um ou dois turnos de 4 horas, incluindo uma ou duas refeições, respectivamente, incluindo um conjunto de atividades tais como acompanhamento médico geriátrico, acompanhamento fisioterápico com reabilitação funcional, acompanhamento de fonoaudióloga com reabilitação da voz, audição, deglutição e psicomotricidade, acompanhamento com psicólogo com psicoterapia, estimulação cognitiva e comportamental, individual, grupal e orientação familiar, acompanhamento nutricional, social e odontológico. Devera garantir funcionamento todos os dias da semana.

- Identificação da dependência funcional dos freqüentadores - Otimização das habilidades residuais em conjunto com a equipe de cuidadores e enfermagem - Restauração das habilidades funcionais - Pesquisa de interesse e nível de habilidades dos residentes - Planejamento de programação de atividades, segundo perfil funcional, sócio-histórico, e desejo dos idosos envolvidos no programa - Planejamento e adequação ambiental, segundo a dinâmica funcional dos residentes - Orientação aos outros membros da equipe e familiares - Estabelecimento de grupos terapêuticos e/ou oficinas, segundo demanda dos moradores (memória, sexualidade, culinária, reminiscências, entre outros)

Redes de Referência do Idoso/ Redes Estaduais de Atenção à Saúde do Idoso/ Portaria MS 702 de 2002

Hospital que disponha de condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados para prestar assistência à saúde dos idosos, de forma integral e integrada.

- Identificação da dependência funcional dos usuários do serviço - Otimização das habilidades residuais em conjunto com a equipe de cuidadores e enfermagem - Restauração e/ou potencialização das habilidades funcionais - Planejamento de programação de atividades, segundo perfil funcional, sócio-histórico, e desejo dos idosos envolvidos no programa - Supervisão da execução de atividades (estas podem ser desenvolvidas por técnicos específicos

professores de artes, de artesanato, de educação física, de canto de línguas, entre outros) - Planejamento e adequação

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ambiental, segundo a dinâmica funcional dos usuários do serviço - Orientação aos outros membros da equipe e familiares - Estabelecimento de grupos terapêuticos e/ou oficinas, segundo demanda dos moradores (memória, sexualidade, culinária, reminiscências, entre outros)

Serviços Hospitalares (Não há ainda regulamentação)

Enfermaria geriátrica? Equipe consultora para interconsultas?

- Identificação da dependência funcional dos idosos hospitalizados - Minimizacao das perdas funcionais durante a hospitalização - Otimização das habilidades residuais em conjunto com a equipe de cuidadores e enfermagem - Restauração e das habilidades funcionais - Planejamento de programação de atividades, segundo perfil funcional, sócio-histórico, e desejo dos idosos - Supervisão da execução de atividades (estas podem ser desenvolvidas por técnicos específicos

professores de artes, de artesanato, de educação física, de canto de línguas, entre outros) - Prevenção e tratamento do hospitalismo - Planejamento e adequação ambiental, segundo a dinâmica funcional dos idosos internados - Orientação aos outros membros da equipe e familiares - Estabelecimento de grupos terapêuticos e/ou oficinas, segundo demanda dos moradores (memória, sexualidade, culinária, reminiscências, entre outros)

Centros de Reabilitação

Presença de equipes de terapia ocupacional especializada em reabilitação da pessoa idosa em centros de reabilitação

- Identificação da dependência funcional dos idosos - Otimização das habilidades residuais em conjunto com a equipe - Restauração e potencialização das habilidades funcionais - Pesquisa de interesses e nível de habilidades dos residentes - Planejamento de programação de atividades, segundo perfil

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Continuação

34

Fonte: MELLO, M. A. F. In: CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. (cols.). 2007, p. 370-373.

2.2 Atividades em terapia ocupacional

funcional, sócio-histórico, e desejo dos idosos envolvidos no programa - Supervisão da execução de atividades (estas podem ser desenvolvidas por técnicos específicos

professores de

artes, de artesanato, de educação física, de canto de línguas, entre outros) - Planejamento e adequação ambiental, segundo a dinâmica funcional dos residentes - Orientação aos outros membros da equipe e familiares - Estabelecimento de grupos terapêuticos e/ou oficinas, segundo demanda dos moradores (memória, sexualidade, culinária, reminiscências, entre outros)

Empresas (Programas Pré-e Pós Aposentadoria)

Programas que são iniciados de 2 a 3 anos antes da data da aposentadoria dos profissionais, para o desenvolvimento de novas atividades, aquisição de novas habilidades a serem adotadas após a aposentadoria. Tem sido adotada principalmente por multinacionais e empresas de grande porte.

- Estabelecimento do programa na empresa - Identificação de metas individuais dos participantes do grupo de forma coletiva. Estas metas são sempre fundamentais em sonhos abandonados no passado. - Utilização de estratégias de psicodrama e neurolinguistica, entre outras técnicas, para desenvolvimento do programa.

Clubes, Balneários, Hotéis e Outros Centros de Lazer

Programas de educação para a saúde e atividades de acordo com diversos níveis funcionais, possibilitando o turismo adaptado para os idosos dependentes.

- Estabelecimento de níveis de acessibilidade de locais turísticos em conjunto com arquiteto - Estabelecimento de programas turísticos em diversos níveis funcionais (diferentes demandas de capacidade funcional em conjunto com guia turístico) - Estabelecimento de rol de atividades com níveis de complexidade crescentes e diversos para os recreadores executarem

Continuação

35

Segundo Benetton (1994), a atividade, dentro da terapia ocupacional, é

vista como terceiro termo de uma relação, que ocorre entre um terapeuta

ocupacional e o paciente, considerando o primeiro encontro destes, como uma

atividade. Trata-se de elementos orientadores e centralizadores da prática do

terapeuta ocupacional.

Na Terapia Ocupacional, as atividades possibilitam a cada um ser reconhecido e se reconhecer por outros fazeres ; elas

permitem conhecer a história de vida dos sujeitos. A partir do encontro inicial entre terapeutas e pacientes estabelece-se um resgate biográfico no campo das atividades, no qual se descobrem interesses, habilidades e potencialidades que delineiam caminhos possíveis no rol das atividades e produções humanas (CASTRO; LIMA; BRUNELLO in DE CARLO; BARTALOTTI, 2001, p.49).

A atividade, como instrumento da terapia ocupacional, possibilita ao

terapeuta criar um vínculo com o paciente e conhecer sua história pessoal,

necessidades e possibilidades, estabelecendo um conjunto de práticas

voltadas para o fazer humano. Ela pode ser realizada individualmente ou em

grupo. A prática sempre visará à independência, a organização do cotidiano, o

bem-estar e a qualidade de vida.

De acordo com Benetton (2006), é necessário que toda atividade

proporcionada ao paciente tenha um significado para si, ou que pelo menos

seja agradável e prazerosa.

Segundo Castro; Lima; Brunello in DE Carlo; Bartalotti (2001), ao se

concentrar para a realização da atividade, o indivíduo tem a possibilidade de

reunir fragmentos de suas experiências e a oportunidade de transformá-los em

novos elementos, ampliando, assim, sua vida prática e o seu conteúdo pessoal.

Na atenção em Terapia Ocupacional, há a necessidade de resgatarmos a unidade nas atividades dos sujeitos, um fator fundamental nos processos de restabelecimento da saúde, pois é também por meio de atividades que podemos estimular o organismo e ativar um novo potencial de vida. Promovendo, pela ação e pelo fazer, a retomada da unidade interna da natureza humana, a realização de atividades permite aos sujeitos reunirem fragmentos que a época da especialização, do mecanicismo e do isolamento nos impõe (CASTRO; LIMA; BRUNELLO in DE CARLO; BARTALOTTI, 2001, p. 50)

36

Esse tipo de resgate é bastante usado na atenção para as pessoas

idosas, pois muitas delas devido aos estigmas impostos, não acreditam mais

em suas capacidades de ação, podendo devolver-lhes o sentido de utilidade e

de ser humano, promovendo mudanças de atitudes, pensamentos,

sentimentos, equilíbrio emocional, entre outros. As atividades também

promovem trocas sociais e rompem com o isolamento e a invalidação dos

sujeitos.

O fazer, através das atividades, dignifica o indivíduo, pois liberta suas

capacidades, permitindo-lhe crescer e pensar, possibilitando um caminho

prazeroso para alcançar os objetivos do tratamento, sendo o terapeuta

ocupacional o facilitador desse processo.

Em qualquer atividade é possível tomar a técnica mais básica e simples, modificá-la, personalizá-la até transformá-la em algo que motive o fazer e crie possibilidades de percepção de como fazemos, engendrando curiosidade, interesses e prazer em resolver qualquer desafio com envolvimento, estabelecendo relacionamentos diretos, pessoais e interativos

aqui a importância do terapeuta ocupacional como facilitador desse processo

que fornecerão a ligação entre conhecimento, possibilidades e ação. Ritmos, intensidades, habilidades, condensação de informações e vivências, imagens e emoções, entre outros conteúdos, podem ser trabalhados nessa estrutura (CASTRO; LIMA; BRUNELLO in DE CARLO; BARTALOTTI, 2001, p.51)

No atendimento à população idosa, o terapeuta ocupacional usa de sua

criatividade para tornar possível a realização da atividade, pois, devido aos

déficits apresentados nessa idade, muitas vezes, não é possível realizar as

atividades da maneira real, necessitando de adaptações e modificações no

processo da atividade, tornando-a acessível a todos sem muitas frustrações.

O terapeuta ocupacional, durante uma atividade terapêutica pode alterar, remover e acrescentar elementos para remover obstáculos ao desempenho ou aumentar as oportunidades de desempenho aprendizado e desenvolvimento (SILVA in CAVALCANTI; GALVÃO, 2007, p. 114)

Quando o idoso se depara com qualquer tipo de desafio durante uma

atividade, o terapeuta tem que estar atento para facilitar o processo e motivá-lo

a seguir em frente, pois ao se ver realizando algo que achava impossível o

37

prazer será muito maior.

As atividades favorecem as aquisições, as habilidades e fortalecem os

processos de potencialização da inclusão sociocultural.

Com a atividade, é possível fazer com que o indivíduo construa um novo

sentido e significado para sua vida, com motivação, para que, sozinho,

continue a trilhar seu caminho independente das condições que a idade lhe

impõe.

2.3 Grupos em Terapia Ocupacional

Segundo Ballarin in Cavalcanti; Galvão (2007, p. 40), um dos princípios

que norteiam a prática do terapeuta ocupacional é a idéia de que o fazer tem

efeito terapêutico .

A prática do terapeuta ocupacional, dentro de um grupo, tem como

finalidade potencializar os efeitos terapêuticos que o fazer proporciona.

Também possibilita aos participantes vivenciarem trocas de experiências e

perceberem, no outro, problemas como o seu, encarando-os de uma maneira

diferente, podendo assim mudar o seu jeito de lidar com sua situação atual. O

grupo favorece a socialização entre seus participantes, possibilitando-lhes

experimentar outras formas de vivenciar situações inéditas, diferentes das

relações que mantém no seu cotidiano.

Em terapia ocupacional, um grupo é definido como aquele em que os

participantes, na presença do terapeuta ocupacional, reúnem-se com o objetivo

de realizar uma atividade, num mesmo local e horário (BALLARIN in

CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).

A formação do grupo exige do terapeuta ocupacional habilidade para

coordená-lo, pois ele pode assumir formatos diferentes no interior de

instituições e/ou contextos. Por conseguinte, o seu manejo envolve diversos

aspectos técnicos, e o terapeuta ocupacional deve dirigir sua atenção à

dinâmica de seu funcionamento, que é determinada pelos seus participantes e

inclui as relações que estes estabelecem entre si, com o próprio coordenador e

com a atividade.

38

Segundo Ballarin in Cavalcanti; Galvão (2007), para constituir um grupo

o coordenador deve considerar aspectos como: critério de seleção dos

participantes, características estruturais, o setting terapêutico ocupacional, o

contrato grupal estabelecido, objetivos e o contexto em que está inserido.

Em relação a grupos, Benetton (2006) considera a existência de dois

tipos de dinâmica ligados ao uso das atividades, que podem ser: grupo de

atividades, em que cada paciente faz sua atividade e estabelece com o

terapeuta uma relação individual; e atividade grupal, quando os pacientes

fazem uma única atividade em conjunto e o terapeuta mantém o grupo nessa

relação de trabalho conjunto.

Quanto à estrutura, um grupo pode ser definido como aberto, fechado,

pouco aberto, homogêneo e heterogêneo.

Um grupo aberto é aquele em que os participantes não são os mesmos

a cada encontro. Já, num grupo fechado, não há ingressos de novos

participantes após o início do processo, de modo que, caso ocorra à saída de

um dos participantes, este não é substituído. Um grupo pouco aberto é definido

como aquele em que um novo participante pode ser inserido no contexto grupal

para completar a saída de outro.

Um grupo é heterogêneo quando se reúnem participantes com

características e problemáticas de diferentes naturezas. Um grupo homogêneo

define-se como aquele em que os participantes são selecionados com base em

algum problema comum.

Para que o grupo seja uma ferramenta terapêutica efetiva, a compreensão de seu manejo é fundamental. Assim, pode-se dizer que o manejo grupal compreende todos os movimentos do coordenador dirigidos ao grupo na direção dos objetivos. Seriam, portanto, as intervenções propriamente ditas do terapeuta ocupacional, expressas a partir do comunicar-se, colocar-se entre, mostrar-se atento, compreendendo a importância de estar e do fazer, buscando o significado da ação (BALLARIN in CAVALCANTI; GALVÃO, 2007, p. 40).

De acordo com Benneton (2006), a qualidade essencial do terapeuta

ocupacional está no olhar, pois é através da observação de gestos, ações e

atitudes que ele procura informações, que são medidas não só pelo que se

pode ver, mas, principalmente, pelo que é contado do cotidiano do sujeito no

39

seu meio.

2.4 Grupos: uma alternativa de atendimento na terapia ocupacional

gerontológica

Em terapia ocupacional, a opção de formar grupos de idosos parte da

idéia de que esse tipo de trabalho em grupo proporcionará um dinamismo

maior com relação a socialização, comunicação, aumento da auto-estima,

criação de novos laços afetivos, potencializando a intervenção terapêutica

ocupacional.

Os grupos facilitam o exercício da autodeterminação e da independência, pois podem funcionar como rede de apoio que mobiliza as pessoas na busca de autonomia e sentido para a vida, na autonomia e, até mesmo, na melhora do senso de humor, aspectos essenciais para ampliar a resiliência e diminuir a vulnerabilidade. No convívio entre pessoas, criam-se vínculos que possibilitarão o surgimento de organizações ou, no mínimo, o seu incentivo, promovendo a inclusão social. (GARCIA, 2006, p. 176)

Dentro do grupo de idosos, as trocas de experiências permitem que o

indivíduo relate suas vivências, surgindo afinidades com os outros

participantes, que muitas vezes, viveram a mesma situação num contexto

diferente.

As atividades em grupo são também uma forma de alcançar e manter

uma vida mais saudável e integrada socialmente, proporcionando uma melhor

qualidade de vida e independência aos indivíduos (LIMA; PASETCHNY, 1998)

Sendo assim, a participação do indivíduo no grupo pode favorecer

mudanças maiores, pois o grupo é um campo social dinâmico em que a

mudança em um indivíduo pode provocar efeitos positivos no outro.

A ocupação é uma necessidade humana, através da qual o homem explora e domina seu ambiente. Portanto, através de atividades nos grupos, os idosos, além de se organizarem internamente, podem rever e investir em novos papéis exercitando sua natureza ativa e sendo agentes de uma produção social histórica. (LIMA; PASETCHNY, 1998, p. 39)

40

Essa organização interna permite ao idoso que explore suas

potencialidades, buscando alternativas para diminuir suas dificuldades.

41

CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Para demonstrar a importância da intervenção da terapia ocupacional

junto ao grupo de idosos para confeccionar brinquedos, e após o Projeto

aprovado em 20/05/08, protocolo no 113, pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) Unisalesiano, (Resolução n. 01 de 13/06/98 - CNS), foi realizada uma

pesquisa na Casa-dia Cantinho do Vovô, localizada na cidade de Lins

SP, no

período de 21/05/08 a 10/09/08. Os métodos utilizados foram estudo de caso e

observação sistemática, analisando e descrevendo a intervenção da terapia

ocupacional, tendo como participantes, inicialmente, 11 idosos e, no decorrer

desta, houve a entrada de mais uma participante. Todos se dispuseram a

participar da pesquisa e foram aprovados na avaliação do Miniexame do

Estado Mental (MEEM), realizado para descartar a hipótese de demência,

porém, no decorrer da pesquisa, por motivos de saúde, 4 participantes se

ausentaram. Com isso, 8 participantes restaram para a conclusão da mesma.

Foi escolhida, como atividade, a construção de brinquedos, por ser uma

alternativa diferente daquela que comumente é oferecida no trabalho com o

idoso, que são: o artesanato, o bordado ou o crochê. Nesta atividade, foram

trabalhados aspectos como atenção, percepção, coordenação óculo-manual,

interação, memória, criatividade, auto-estima e senso de pertencimento social,

uma vez que os brinquedos foram doados pelos idosos, a uma creche da

cidade de Lins.

A pesquisa foi complementada por depoimentos dos seguintes

profissionais: terapeuta ocupacional, médico geriatra, coordenadora da casa-

dia e dos participantes. E também foi realizada avaliação do MEEM (no início e

no fim).

As técnicas utilizadas foram as seguintes:

42

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)

Roteiro de Anamnese com os Participantes (Apêndice C)

Roteiro de Entrevista com os Participantes (Apêndice D)

Roteiro de Entrevista com o Terapeuta Ocupacional (Apêndice E)

Roteiro de Entrevista com a Coordenadora da Casa-dia (Apêndice F)

Roteiro de Entrevista com o Médico Geriatra (Apêndice G)

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a Instituição

(Apêndice H)

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para o Participante do

Grupo (Apêndice I)

Avaliação do Miniexame do Estado Mental (Anexo A)

Outros Registros: são utilizados dados ilustrativos

3.1 Caracterização da casa-dia Cantinho do Vovô

A casa-dia Cantinho do Vovô é uma instituição filantrópica localizada na

rua Rosalino Silva, no centro da cidade de Lins

SP, que funciona de segunda

à sexta-feira das 7 às 17 horas. A casa é composta por sala de televisão, sala

para terapia ocupacional, sala para dentista (desativada), sala da coordenação,

2 banheiros, 2 quartos, cozinha e copa, horta, quintal e garagem. O quadro de

funcionários é composto por uma terapeuta ocupacional e uma cozinheira e

mais duas voluntárias: a coordenadora e a monitora.

Atualmente, estão cadastradas como freqüentadores da casa-dia 20

idosos, sendo que apenas 10 estão freqüentando diariamente. Os critérios para

os idosos serem aceitos pela casa-dia são: ter acima de 60 anos e receber até

um salário mínimo e meio. Na casa-dia, são servidas 4 refeições diárias (café

da manhã, lanche, almoço, café da tarde), além de oferecerem uma marmita

para levarem para o jantar em casa, além do transporte, pois a instituição

dispõe de uma condução que busca e leva no final da tarde.

A casa-dia é mantida pela Associação de Idosos de Lins (ASDIL), uma

instituição que possui associados da cidade de Lins, que através de convênios,

43

estes ganham descontos na farmácia da própria instituição, bem como em

diversas lojas do comércio. E, além da ASDIL, a casa-dia também é mantida

por verbas municipais, estaduais, federais e, ainda por doações voluntárias.

3.1.1 Caracterização dos idosos freqüentadores da casa-dia

Os idosos que freqüentam a casa-dia têm entre 60 a 90 anos de idade.

De ambos os sexos, porém, grande maioria é composta por mulheres,

analfabetos ou semi-analfabetos, as quais são independentes em suas AVD´s,

aposentados, viúvo ou separado, que moram sozinhos ou com os filhos. A

maioria começou a freqüentar a casa-dia para não ficar sozinha em casa.

Algumas possuem patologias como acidente vascular encefálico (AVE),

diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS), colesterol alto e déficit visual.

3.2 A avaliação

Os idosos foram avaliados, inicialmente, através do MEEM (Anexo A),

para descartar a hipótese de demência e, após a intervenção, foi realizada a

reavaliação para testar os itens como forma de averiguar se houve preservação

ou melhora das funções cognitivas.

Segundo Jacob Filho (2005), o MEEM é um teste de rastreio conhecido

e muito utilizado. O resultado tem algumas limitações e sofre influências claras

de aspectos culturais e do nível de escolaridade. Seu uso é limitado em

indivíduos com afasia, baixa acuidade visual e auditiva e distúrbios motores.

O exame é composto de 30 itens, cada um correspondendo a um ponto,

em que são avaliados itens de orientação temporal e espacial, memória de

fixação e evocação, atenção, cálculo, linguagem (compreensão e expressão) e

praxia. Na sua forma original, foi preconizado o escore de 24 pontos como

ponto de corte para idosos escolarizados. Tendo em vista a grande

heterogeneidade do Ensino Fundamental, têm sido propostos diferentes pontos

44

de cortes para a população brasileira de acordo com o grau de escolaridade.

Utilizam-se as seguintes notas de corte para a população brasileira:

a) 18 para analfabetos;

b) 21 para indivíduos com um a três anos de escolaridade;

c) 24 para indivíduos com quatro a sete anos de escolaridade;

d) 26 para indivíduos com oito ou mais anos de escolaridade.

É importante salientar que estes escores não são conclusivos de

nenhum diagnóstico, e apenas sugerem a necessidade de avaliação criteriosa.

3.3 Materiais utilizados e a confecção dos brinquedos

Os atendimentos foram realizados com todos os participantes reunidos

no mesmo ambiente, sendo usadas mesas e cadeiras.

Inicialmente, foram confeccionadas quatro bonecas de pano (Foto 11 -

Apêndice K), sendo usado como materiais retalhos de pano, linha, agulha, bola

de isopor, novelos de lã, caneta para tecido, maquiagens. O corpo da boneca

foi costurado na máquina por terceiros e as participantes os preencheram com

retalhos e, em seguida, costuraram a parte em que colocavam os retalhos.

Cortaram os fios de lã para fazer o cabelo da boneca, que foi costurado na

cabeça pelas terapeutas. Os vestidos foram costurados na máquina por

terceiros, sendo que o rosto e os enfeites ficaram por conta das participantes.

Para confeccionar os cinco carrinhos de madeira (Foto 13 - Apêndice L),

foram necessários pedaços de madeira, tinta látex, tinta esmalte de diversas

cores, lixas, chave de fenda, pincéis, cola para madeira, tiner e parafusos. A

madeira e as rodas foram cortadas por um marceneiro. No início, a madeira

cortada e as rodas foram lixadas e, em seguida, pintadas com tinta látex. Após

a secagem, foram coladas as madeiras, formando a estrutura do carrinho e,

depois, foram pintados com a tinta esmalte (vermelho, verde, azul, laranja e

amarelo), e as rodas com tinta esmalte preta. Para finalizar, foram parafusadas

as rodas. Esses brinquedos foram confeccionados pelo único participante do

sexo masculino do grupo o qual deixou o grupo no decorrer da pesquisa,

orientado e ajudado pelas terapeutas.

45

Na confecção das seis bolas de pano (Foto 12 - Apêndice L), foram

necessários pedaços de pano, retalhos, caneta, tesoura, linha, agulha.

Primeiramente, foi desenhado o molde no papel e passado no pano, para,

depois, serem recortados. Após esse processo, deram início à costura manual

das partes que formariam a bola. Depois de costuradas as bolas foram

preenchidas por retalhos, dando assim o formato da bola. Depois de

preenchidas, foi costurado o tampão restante.

Para confecção dos três jogos de boliche (Foto 10 - Apêndice K), foram

usados materiais como garrafas pet de 600 ml, fitas adesivas coloridas, pedras

e bolas. As participantes colaram, a seu modo, as fitas adesivas ao redor da

garrafa para enfeitá-la, depois foram colocadas as pedras dentro, para fazer

peso. Já as bolas de plástico foram compradas.

Para os três jogos de cai-não-cai (Foto 7 - Apêndice K), utilizaram como

material garrafas pet de 2 l, espetos de churrasco de madeira, bolas de gude,

fita adesiva colorida, arame grosso, pano, tinta guache, pincéis, linha e agulha.

Inicialmente, a terapeuta fez os furos na garrafa, usando o arame. As

participantes decoraram a garrafa com as fitas adesivas, pintaram os espetos

de madeira com tinta guache azul e laranja e costuraram os saquinhos de pano

para guardar as bolas de gude.

Para confeccionar o jogo de pega-vareta (Foto 8

Apêndice K), foram

utilizados pincéis, tinta guache e espeto de churrasco. As participantes

pintaram os espetos com diversas cores.

Os três vai-e-vem (Foto 15

Apêndice L) foram confeccionados com

garrafa pet 2 l, fita adesiva, tesoura, argolas de plástico e corda de nylon. As

garrafas foram cortadas ao meio e foram utilizadas apenas as partes de cima

onde estas foram encaixadas a partir do lado que foi cortado. Esse processo foi

realizado pelas terapeutas. As participantes decoraram as garrafas com as fitas

adesivas. E, para finalizar, as terapeutas passaram a corda de nylon por dentro

das garrafas, ficando uma ponta de cada lado amarradas na argola.

O material utilizado na confecção dos seis bilboquês (Foto 9

Apêndice

K) foram garrafas pet 250 ml, barbante, fitas adesivas e tesoura. As terapeutas

retiraram o fundo da garrafa e fizeram um furo na tampa. As participantes

decoraram a garrafa com as fitas adesivas coloridas e passaram o barbante

nas tampas da garrafa.

46

As seis petecas (Foto 14

Apêndice L) foram confeccionadas com pano,

pedras, retalhos, agulha, linha, penas coloridas e cola quente. Foi feito o molde

para a base da peteca e, em seguida, colocado sobre o pano e recortado. Com

o pano cortado, as participantes preencheram com um pouco de pedra e

retalhos formando a base. Depois da costura, colocaram-se as penas e, para

fixá-las, utilizou-se cola quente.

Nos dois quebra-cabeças (Foto 17

Apêndice L), foram utilizados EVA,

tesoura, caneta, pincéis e tinta guache. As terapeutas fizeram o molde no EVA

e as participantes ajudaram a recortar as figuras. Em seguida, pintaram com

tinta guache e, depois da secagem, as terapeutas cortaram os pedaços do

quebra-cabeça.

No jogo de encaixe (Foto 16

Apêndice L), foram utilizados rolos de

papel higiênico, tinta guache, pincéis. As participantes decoraram os rolos de

papel higiênico com a tinta guache. E as terapeutas fizeram os recortes.

3.4 Análise da intervenção

Inicialmente, a intervenção foi realizada com um grupo de 12 idosos,

entre 60 a 90 anos. Mas, por motivo de saúde, 4 se ausentaram do grupo,

restando apenas 8. O grupo se reuniu durante 3 meses, 3 vezes por semana,

durante uma hora.

A princípio, foi realizada anamnese (Apêndice C )com cada participante.

Em seguida, os idosos foram avaliados através do MEEM (Anexo A) e, após a

intervenção, foi realizada a reavaliação.

Durante a intervenção, na confecção das bonecas de pano, um dos

primeiros comentários das participantes foi de que voltaram a ser crianças e,

que em seu tempo, elas mesmas faziam suas bonecas com palha de milho,

pois seus pais não tinham dinheiro para comprar brinquedos. Comentaram,

também que, naquela época, pouco brincavam, apenas nos fins de semana,

pois tinham que trabalhar.

Na confecção do carrinho de madeira, o participante recordou-se do

tempo em que trabalhava na confecção de móveis de madeira e como era

47

habilidoso.

Com a bola de pano, as participantes a comparavam com as antigas

bolas de capotão, e uma delas, ao terminar a bola, começou a brincar, da

mesma maneira que brincava quando era criança, e isso despertou nas outras

a mesma lembrança.

Ao fazer o boliche, disseram que não conheciam o jogo, mas gostaram

de confeccioná-lo, pois foi feito com fitas bem coloridas, chamando sua

atenção.

O cai-não-cai também não era conhecido por elas, mas gostaram da

dinâmica do jogo, que foi explicado pelas terapeutas e, assim, sentiram

satisfação em fazê-lo, por imaginarem o tanto que as crianças iriam se divertir.

A pintura dos palitos do pega-vareta despertou nas participantes muito

senso de humor.

Com o vai-e-vem, houve diversos comentários a respeito de que foi um

brinquedo que seus filhos brincavam, e também gostaram de fazê-lo devido às

fitas coloridas.

Na confecção do bilboquê, elas recordaram de que brincavam na

infância e fabricavam seu brinquedo com lata de molho de tomate. Com essa

lembrança, começaram a comentar sobre os desenhos nas embalagens das

latas da época. E quando o bilboquê ficou pronto, divertiram-se brincando.

A sugestão de fazer a peteca surgiu de uma das participantes. Com isso,

as outras lembraram-se de que quando eram crianças, faziam as suas com

palha de milho. As participantes, inicialmente, mostraram-se resistentes em

relação aos materiais que seriam usados na confecção da peteca, porém ao

ver a peteca pronta, gostaram do resultado.

Durante a pintura do quebra-cabeça, divertiram-se muito e todas sempre

bem humoradas, fazendo a pergunta quem vai pintar o sete? .

A confecção do jogo de encaixe foi a atividade que todas conseguiram

fazer do começo ao fim demonstrando muito prazer e criatividade nas pinturas

dos rolos de papel.

A confecção dos brinquedos foi realizada de maneira simultânea, ou

seja, vários brinquedos sendo confeccionados ao mesmo tempo por diferentes

participantes, pois nem todas conseguiram fazer todo o processo do brinquedo,

e, conforme isso ocorria, era iniciado outro brinquedo. Assim, todas

48

trabalhavam, contribuindo com o que sabia e podia fazer.

Terminada a confecção dos brinquedos, foi realizada a entrega dos

mesmos na creche São Benedito (Fotos 18, 19a, 19b e 20

Apêndice M) no

dia 10/09/08, quando as participantes foram levadas ao local com o

microônibus da prefeitura. Elas foram muito bem recebidas por todos da

creche, acomodando-se numa área coberta da parte externa. As crianças

estavam muito ansiosas com a presença das participantes idosas, as quais

estavam muito emocionadas também.

Antes da entrega dos brinquedos, as crianças saudaram as vovós

cantando cantigas infantis, e estas cantarolavam junto. Em seguida, uma das

participantes homenageou o momento com uma de suas cantigas também.

Logo após as cantigas, as terapeutas explicaram às crianças que haviam

trazido brinquedos para a creche e que estes tinham sido confeccionados pelas

vovós ali presentes. Assim, cada participante entregou um brinquedo a uma

criança, recebendo um abraço e um beijo de cada uma delas.

3.5 Resultados obtidos

No decorrer da pesquisa, foram observadas mudanças significativas no

relacionamento do grupo, em geral, e no comportamento das participantes

individualmente.

Com relação às mudanças no comportamento grupal, as participantes se

mostraram, no decorrer da pesquisa, estarem mais unidas, comunicativas,

ajudando umas às outras. Notou-se que, durante a realização e depois de

encerradas as atividades, elas continuavam juntas.

No comportamento individual, foram observadas mudanças como

aumento da auto-estima, mais vontade em realizar coisas. As participantes se

sentiram mais capazes em fazer coisas, demonstraram prazer e interesse nas

atividades, mais dispostas a aprender a fazer coisas novas. Inicialmente,

quando era proposto uma atividade, todas falavam que não sabiam fazer ou

que não conseguiriam fazer nada, pois já eram velhas. Entretanto, no decorrer

do processo terapêutico, chegavam, já pediam alguma atividade e não

49

reclamavam mais e nem diziam serem incapazes de fazer algo.

Os resultados da Avaliação do MEEM, indicados na tabela a seguir,

demonstram que os objetivos pretendidos foram alcançados, pois a maioria das

participantes que concluíram a pesquisa mantiveram ou aumentaram os

resultados da avaliação. Inicialmente, a avaliação foi feita para descartar a

hipótese de demência e, após a intervenção, foi feita a reavaliação, para que

pudesse ser verificado se os aspectos cognitivos haviam sido mantidos, já que

a avaliação abrange testes para orientação temporal, orientação espacial,

memória, atenção, concentração, entre outros.

Tabela 1: Resultado da Avaliação do Miniexame do Estado Mental (MEEM)

Fonte: Elaborado pelas autoras.

De acordo com os resultados obtidos na tabela acima, as participantes A

S R S, D A M, M L C G, N M F, por terem estudado até a 4a série do Ensino

Fundamental, têm como nota de corte, na avaliação, 24 pontos, sendo a A S R

S, a única participante que atingiu essa pontuação. No entanto, as outras que

não atingiram essa pontuação, não tiveram uma diferença muito grande da

nota de corte, e o resultado pode ter sido influenciado pelos aspectos culturais.

As participantes restantes, que concluíram a pesquisa, como L A, M A P, M C

M, M J, como são analfabetas, têm com nota de corte, na avaliação, 18 pontos

e todas conseguiram nota acima da nota de corte.

PARTICIPANTE AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO A S R S 24 25

D A M 20 25

D O B S 20 -

L A 19 21

L M S 21 -

M A P 20 20

M C M 21 21

M J 23 24

M L C G 19 21

M S 25 -

N M F 20 23

N R G 25 -

50

A entrega dos brinquedos teve resultado satisfatório, pois houve a

integração das crianças com as participantes e vice-versa. As participantes

ficaram muito emocionadas e gratas por aquele momento, sentindo uma

satisfação muito grande por ver a felicidade das crianças em receber os novos

brinquedos confeccionados por elas. A entrega dos brinquedos estimulou o

senso de pertencimento à sociedade, despertando o senso de utilidade nas

idosas, pois todos os brinquedos que fizeram foram para uma creche

freqüentada por crianças carentes que ficaram encantadas com os presentes.

3.6 Relato dos participantes

Após a conclusão da pesquisa, as terapeutas realizaram entrevista

(apêndice D) com as participantes a respeito da formação do grupo e o que foi

realizado.

Com relação às dificuldades encontradas, a maioria relatou que não teve

nenhuma dificuldade que as impedisse de realizar a confecção dos brinquedos,

mas algumas tiveram dificuldades com relação a costurar, motricidade fina e

dificuldade em enxergar.

Na observação dos aspectos cognitivos, as participantes disseram que

depois da formação do grupo adquiriram mais atenção e concentração.

A formação do grupo ajudou muito na melhora da auto-estima, pois

todas relataram estar mais felizes, com mais vontade e capazes de fazer as

coisas, pois sentiram-se úteis, ativas e mais pacientes.

Também houve mudanças consideráveis no relacionamento do grupo,

já que houve o relato de que estão mais unidas, comunicativas umas com as

outras, ajudam-se mais e a amizade aumentou entre elas.

Em relação à proposta de terapia ocupacional dentro da casa-dia, todas

disseram que foi muito boa, ajudou a passar o tempo e elas puderam fazer algo

diferente, pois confeccionaram os brinquedos e iriam doá-los às crianças, além

de terem tido um bom relacionamento com as terapeutas. Umas das

participantes relatou que durante a confecção dos brinquedos se sentiu uma

criança.

51

A respeito da entrega dos brinquedos e a interação com as crianças,

elas disseram estar todas muito emocionadas e felizes por entregar os

brinquedos e verem que as crianças também estavam felizes, gostaram muito

do comportamento destas e da recepção que tiveram na creche. Uma das

participantes comentou que este dia da entrega dos brinquedos foi um dos dias

mais felizes de sua vida nos últimos tempos; outra disse que teve vontade de

voltar a ser criança e ficou emocionada ao ver a alegria das crianças, e outra

participante disse, ainda, que o momento a fez lembrar-se de seus netos.

3.7 Depoimento dos profissionais

Foram entrevistados os seguintes profissionais: uma coordenadora da

casa-dia, um médico geriatra, e uma terapeuta ocupacional.

3.7.1 Palavra da terapeuta ocupacional

Sexo feminino, 43 anos, reside na cidade de São José do Rio Preto

SP, tem como experiência atual ser sócia e proprietária de duas casas de

repouso e é diretora do Crefito 3 e está formada há 18 anos.

Relatou que:

A intervenção da terapia ocupacional junto aos idosos em

processo de envelhecimento normal é muito importante

na prevenção para manter as AVD s e AVP s e as

atividades instrumentais, mantendo o idoso em sua

autonomia funcional. Acredito que o atendimento em

grupo é uma opção adequada de intervenção junto ao

idoso, pois trabalha a socialização, auto-estima, auto-

valorização, interesse e iniciativa, já que, com o

envelhecimento, ele tende a se isolar. E esse tipo de

atendimento proporciona o contato com outros, trocas de

52

experiências e fazer novos amigos. As atividades

construtivas contribuem para a estimulação e/ou

manutenção das funções cognitivas, quando vem ao

encontro do que ele pode oferecer, não concordo com

atividades dirigidas, pois quando são dirigidas, muitas

vezes, inibem o idoso que, com freqüência, se acha

incapaz. Acho interessante a construção de brinquedos

artesanais como opção de atividade no grupo, desde que

tenha finalidade do produto final, para não ficar o fazer por

fazer. Eu acho que a atividade proposta vai contribuir na

prevenção do emocional e social, mostrando o quanto ele

é capaz, também vai ajudar nos movimentos mais finos,

vai trabalhar força muscular dos membros superiores,

raciocínio, criatividade, iniciativa e melhorar a auto-estima

(TERAPEUTA OCUPACIONAL, 43 anos).

3.7.2 Palavra da coordenadora da casa-dia

Sexo feminino, 67 anos, reside na cidade de Lins

SP, tem como

experiência atual ser coordenadora de idosos e atua há 4 anos.

Relatou que:

Conheço o trabalho de terapia ocupacional na Associação

Feminina Parque São Lucas, Vila Alpina em São Paulo. E

é importante o trabalho da terapia ocupacional na casa-

dia, pois, após a formação do grupo, a amizade entre os

idosos melhorou, e todos ficavam ansiosos para que

chegassem as terapeutas, pois gostaram muito de fazer

os brinquedos e entregá-los na Creche São Benedito. A

proposta de confeccionar brinquedos foi muito boa, pois,

eles se acharam muito úteis e na minha opinião, o grupo

tem que continuar. (COORDENADORA DA CASA-DIA, 67

53

anos)

3.7.3 Palavra do médico geriatra

Sexo masculino, 50 anos, reside na cidade de Lins

SP, tem como

experiência atual ser diretor clínico do Hospital Unimed Lins e está formado há

25 anos.

Relatou que:

As principais queixas dos idosos em processo de

envelhecimento normal são déficit de memória; manchas

hiperpigmentadas na pele, principalmente na face e

antebraço; dores articulares, artropatias e diminuição da

força muscular com lentidão da marcha. Conheço o

trabalho da terapia ocupacional e acho importante o

trabalho preventivo desse profissional junto aos idosos em

processo de envelhecimento normal, pois estimula as

capacidades cognitivas, minimiza as perdas sensoriais e

ajuda no emocional do idoso. Há pontos positivos no

atendimento grupal com idosos como, integração do idoso

na sociedade, além da melhora do cognitivo. Com relação

às atividades construtivas (artesanais), trazem benefícios

como o aumento da auto-estima, socialização, exercitam

a capacidade motora e melhora a cognição. Acredito que

a confecção de brinquedos contribui na prevenção dos

déficits e na manutenção das capacidades cognitivas do

idoso. O processo de construção de brinquedos e a

doação dos mesmos contribuem para despertar o

sentimento de utilidade e pertencimento social, pois o

idoso, na maioria dos casos não aprendeu a aproveitar e

usufruir do seu tempo livre. Tem a sensação de inutilidade

e de missão cumprida. Não se pode limitar os idosos às

54

atividades convencionalmente ligadas à velhice como

tricô, crochê, festas religiosas ou familiares. Eles estão

aptos a participarem de várias atividades, desde que lhe

sejam dadas as condições para fazê-lo, estimulando as

suas iniciativas e valores, como foi feito neste projeto.

(GERIATRA, 50 anos)

3.8 Discussão

Segundo Castro; Lima; Brunello in De Carlo; Bartalotti (2001), qualquer

atividade pode ser modificada, simplificando assim seu processo e tornando-a

mais interessante e prazerosa, fornecendo novos conhecimentos e

possibilidades de ação. Relatam também que, na terapia ocupacional, as

atividades permitem a ocorrência de um resgate biográfico, no qual poderão

ser descobertos interesses, habilidades e potencialidades, sendo possível

resgatar e estimular o senso de utilidade e capacidade existente que, muitas

vezes, foi esquecido, pois deixam de acreditar em si mesmos.

Isso pode ser observado durante o estudo de caso, em que a confecção

de brinquedos proporcionou às idosas uma atividade diferente e motivadora,

que gerou interesse e curiosidade entre elas, despertando a vontade de obter

conhecimento e aprender as técnicas de confecção dos brinquedos, a fim de

que conseguissem produzí-lo, pois, apesar de conhecerem alguns brinquedos

e terem confeccionado em sua infância, faziam isso de diferentes formas e

materiais. Assim foram estimulados os aspectos cognitivos, porque, para

confeccionar os brinquedos, tiveram que utilizar atenção, concentração,

memória, entre outros. E houve vários momentos em que as participantes se

recordavam do seu tempo de infância, como brincavam, e assim surgiam

discussões entre elas, no sentido de trocarem essas experiências, promovendo

maior interação e gerando um momento de humor e maior intimidade.

A confecção de brinquedos favoreceu às participantes do grupo o

resgate das potencialidades e capacidades, pois inicialmente se mostravam

incapazes de confeccionar os brinquedos e, com o tempo, foram se sentindo

55

capazes de produzir algo bonito e útil, e sentindo-se satisfeitas com os

resultados obtidos.

Para Garcia (2006), os grupos facilitam a criação de vínculos e

promovem a inclusão social, mobilizam as pessoas na busca de autonomia e

sentido para sua vida, além de melhorar seu senso de humor.

Isso foi comprovado no grupo formado com as idosas da casa-dia, pois,

com o decorrer do tempo, elas se tornaram mais unidas, alegres,

comunicativas, gerando trocas de experiências, havendo, assim, maior

incentivo e apoio umas com as outras, dividindo seus problemas, auxiliando a

enfrentá-los da melhor maneira possível, buscando sua autonomia e

independência.

3.9 Conclusão sobre a pesquisa

Com a realização do estudo de caso, foi possível comprovar que a

atividade oferecida foi uma maneira inovadora de proporcionar o fazer ao

idoso, já que a confecção de brinquedos despertou interesse, criatividade,

motivação, auto-estima e, principalmente, o prazer e satisfação em realizá-la.

De acordo com os resultados da avaliação realizada, pôde ser

comprovado que houve a manutenção e/ ou aumento das funções cognitivas,

e, de acordo com os depoimentos das participantes, elas perceberam que

ficaram mais atentas e passaram a compreender melhor o que as pessoas lhes

diziam. Relataram, ainda, que se sentiam mais úteis e capazes de realizar as

atividades da vida diária ou prática.

A atividade proporcionada pela terapia ocupacional, além de todos os

benefícios já citados, favoreceu o senso de pertencimento social e de utilidade,

resgatando também seu papel perante a sociedade, devido à entrega dos

brinquedos, realizada pelas participantes do grupo, à uma creche local.

Com isso, conclui-se que a atividade proporcionada pela terapia

ocupacional tem grande importância, juntos aos idosos, na manutenção e

prevenção dos déficits cognitivos, ocasionados pelo processo de

envelhecimento normal, além de melhorar os aspectos psicológicos e sociais.

56

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Mediante os resultados obtidos no estudo de caso, verificou-se a

importância do trabalho preventivo com os idosos, proporcionando o fazer,

explorando assim suas potencialidades, evitando-se, com isso, que ocorram

maiores déficits cognitivos, emocionais e sociais.

A atividade proposta despertou grande interesse e motivação em todas

as participantes. Assim, sugere-se a todos os profissionais que trabalham com

os idosos que busquem novas alternativas de atendimento e, aos terapeutas

ocupacionais, novas alternativas de atividades, pois estes estão dispostos a

aprender, além de que novas propostas proporcionarão descobertas de si

mesmo e do próximo e favorecerão novas experiências. E devido à aceitação e

os bons resultados obtidos, após a formação do grupo, sugere-se a

continuidade deste, bem como a busca de novas propostas de atividades,

promovendo assim maior qualidade de vida dos freqüentadores da casa-dia.

57

CONCLUSÃO

O processo de envelhecimento normal promove diminuição gradativa

das capacidades físicas, psicológicas, cognitivas e sociais, as quais, quando

não estimuladas, podem evoluir para perdas significativas. No presente

trabalho, demonstrou-se que, ao se proporcionar para o idoso atividades

diferentes e interessantes, ele se torna motivado ao fazer, estimulando-se

todos os aspectos que estão em declínio, evitando-se o seu agravamento.

Ressalta-se, neste contexto de atendimento, a importância do terapeuta

ocupacional na coordenação das atividades com os idosos, proporcionando um

trabalho interessante, a estimulação dos aspectos cognitivos, aumento da auto-

estima, senso de utilidade e capacidade, socialização, entre outros,

contribuindo não somente para melhora da qualidade de vida dos participantes,

como também essas mudanças acabam por refletir positivamente na interação

dos mesmos com os funcionários da casa-dia.

Constata-se com satisfação que os objetivos esperados foram

alcançados. Houve a manutenção e/ou aumento dos aspectos cognitivos,

ficando evidente, também, a melhora dos aspectos emocionais, como aumento

da auto-estima, senso de utilidade e capacidade dos participantes que se

tornaram mais comunicativos e confiantes. Isso ficou evidenciado na entrega

dos brinquedos na creche.

O presente trabalho proporcionou reflexão, conhecimento, trocas de

experiências, descobertas, crescimento pessoal e satisfação, merecendo maior

atenção por parte dos profissionais que buscam novas alternativas de

atendimento.

Considerando o aumento da longevidade e a busca constante por uma

melhor qualidade de vida, o assunto abordado é envolvente e atual, mas não

se esgota aqui. Outros aspectos poderão ser aprofundados em futuros

trabalhos, tais como: ações intergeracionais, resgate auto-biográfico,

considerando a promoção da saúde, a prevenção de doenças e a reabilitação

física, cognitiva, emocional e social dos idosos.

58

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APÊNDICES

APÊNDICE A

Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

1.1 Manter as capacidades cognitivas, sociais e perceptivas através de um

grupo de atividades, que confeccionará brinquedos, formado por idosos

a partir de 60 anos que freqüentam a Casa-dia Cantinho do Vovô, em

Lins.

1.2 Avaliação cognitiva será aplicada antes e depois da formação do grupo

de atividades que dará embasamento para comparação dos dados e

verificação da estabilidade ou melhora dos aspectos cognitivos (atenção,

concentração, memória), sociais e perceptivos.

2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO

2.1 Materiais

2.2 Métodos

2.3 Técnicas

2.4 Depoimentos da coordenadora da Casa-dia Cantinho do Vovô de Lins,

médico clínico geral, médico geriatra, terapeuta ocupacional, e idosos

participantes do grupo.

3 DISCUSSÃO

Análise entre a teoria e prática utilizada no grupo de idosos, fazendo

uma comparação das características apresentadas no envelhecimento

normal, antes e depois da formação do grupo.

4 RESULTADOS E SUGESTÕES

Serão colocados os resultados do estudo realizado, e sugerida a

proposta de intervenção.

APÊNDICE B

Roteiro de Observação Sistemática

1 IDENTIFICAÇÃO

Razão Social: Casa-dia

Nome Fantasia: Cantinho do Vovô

Ramo de Atividade: Assistência ao idoso

2 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Desempenho individual e coletivo durante a realização das atividades

Interação entre o grupo e as estagiárias

Comportamento durante a realização das atividades

Desempenho social

Observação dos aspectos cognitivos (atenção, concentração, memória).

APÊNDICE C

Roteiro de Anamnese dos Participantes

Data da anamnese: ____________________________________________

Nome: ______________________________________________________

Data de nascimento: ___________________________________________

Endereço: _____________________ Bairro: _________________________

Cidade: _____________________ Estado: _______________________

Estado Civil: _________________________________________________

Número de filhos: _____________________________________________

Escolaridade: ________________________________________________

Tempo que freqüenta a casa-dia? _________________________________

Gosta de freqüentar a casa-dia? ( ) sim ( ) não

Por que começou a freqüentar a casa-dia? _________________________

Mora com quem? ( ) filhos ( ) esposo(a) ( ) sozinho ( ) outros

Relacionamento familiar: ( ) tranqüilo ( ) harmonioso ( ) perturbado

É independente nas AVDs? ( ) alimentação ( ) vestuário ( ) higiene

( ) locomoção

Realiza atividades domésticas? Quais? ____________________________

Qual a rotina diária? ____________________________________________

O que mais gosta de fazer? ______________________________________

Gosta de fazer atividades artesanais? ______________________________

Tem alguma habilidade que se destaca? ___________________________

Apresenta alguma patologia? _____________________________________

Apresenta algum déficit: ( ) motor ( ) cognitivo ( ) sensorial

Toma alguma medicação? ( ) sim ( ) não

Quais? ______________________________________________________

Realiza algum tipo de tratamento? _________________________________

Como é o relacionamento com pessoas de outras faixas etárias? ( ) bom

( ) regular ( ) ruim

Por que? ____________________________________________________

Como o idoso se apresenta? ( ) comunicativo ( ) calado ( ) quieto

( ) sorridente ( ) triste

APÊNDICE D

Roteiro de Entrevista com os Participantes

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: _______________________________________________________

Idade: _______________________________________________________

Cidade: ______________________________________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Qual a maior dificuldade encontrada durante a realização das

atividades?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

2. Na sua opinião, no grupo de atividades confeccionando brinquedos você

percebeu alguma melhora nos aspectos cognitivos (atenção,

concentração, memória)?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

3. Você sentiu alguma diferença após a formação do grupo, a respeito da

auto-estima?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

4. Com relação ao grupo, depois de sua formação houve alguma mudança

no relacionamento entre os participantes?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

5. O que você achou dessa proposta de intervenção de Terapia

Ocupacional dentro da casa-dia?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

6. Como foi a experiência de estar com as crianças para a doação dos

brinquedos confeccionados?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

APÊNDICE E

Roteiro de Entrevista com Terapeuta Ocupacional

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: _______________________________________________________

Idade: _______________________________________________________

Experiências profissionais anteriores: ______________________________

Experiências profissionais atuais: _________________________________

Tempo de formação: ___________________________________________

Cidade: ______________________________________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Em sua opinião, qual a importância da intervenção da terapia

ocupacional junto ao idoso em processo de envelhecimento normal?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

2. Você acredita que o atendimento em grupo é uma opção adequada de

intervenção junto ao idoso?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

3. Que tipo de benefícios esse tipo de atendimento proporciona?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

4. Em sua opinião, quais os benefícios das atividades artesanais

construtivas proporcionados pela terapia ocupacional (intervenção) aos

idosos?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

5. As atividades construtivas, contribuem para a estimulação e/ou

manutenção das funções cognitivas do idoso?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

6. Como você vê a construção de brinquedos artesanais como opção no

grupo de atividades para os idosos?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

7. A manutenção das capacidades do idoso, através dessas atividades

propostas, contribui para seu desempenho no cotidiano?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

APÊNDICE F

Roteiro de Entrevista da Coordenadora da casa-dia

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: _______________________________________________________

Idade: _______________________________________________________

Experiências profissionais anteriores: ______________________________

Experiências profissionais atuais: _________________________________

Tempo de formação: ___________________________________________

Cidade: ______________________________________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Você já conhecia o trabalho da Terapia Ocupacional junto aos idosos?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

2. Em sua opinião, qual a importância da terapia ocupacional na casa-dia?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

3. Você percebeu alguma mudança significativa nos idosos após a

formação do grupo de atividades? Qual?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

4. Na sua percepção, houve interesse dos idosos em participar dos grupo

de atividades?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

5. O que achou da proposta de terapia ocupacional em confeccionar

brinquedos com os idosos da casa-dia?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

6. Seria importante, em sua opinião, a permanência desse grupo de

atividades na casa-dia?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

APÊNDICE G

Roteiro de Entrevista do Médico Geriatra

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: _______________________________________________________

Idade: _______________________________________________________

Experiências profissionais anteriores: ______________________________

Experiências profissionais atuais: _________________________________

Tempo de formação: ___________________________________________

Cidade: ______________________________________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Quais as principais queixas dos idosos em processo de envelhecimento

normal?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

2. Você conhece o trabalho da Terapia Ocupacional?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

3. Qual a importância do terapeuta ocupacional estar atuando

preventivamente junto aos idosos em processo de envelhecimento

normal?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

4. Em sua opinião, quais os pontos positivos de um atendimento grupal

com idosos?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

5. Que benefícios as atividades construtivas (artesanais) podem trazer aos

idosos, no trabalho em grupo?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

6. Você acredita que, um grupo de atividades, confeccionando brinquedos

artesanais, contribui na prevenção dos déficits e na manutenção das

capacidades cognitivas do idoso?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

7. O processo de construção de brinquedos e a doação dos mesmos

contribuem para despertar no idoso o sentimento de utilidade e

pertencimento social?

_________________________________________________________

_________________________________________________________

_________________________________________________________

APÊNDICE H - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Para a Instituição

Pelo presente instrumento que atende as exigências legais, o (a) responsável

legal pela instituição __________________________ tomou ciência, da

pesquisa intitulada Confecção de Brinquedos: Uma alternativa de atividade na

terapia ocupacional junto à população idosa através da apresentação do

projeto feito pelas pesquisadoras, cuja finalidade é: manter as capacidades

cognitivas, sociais e perceptivas através da realização de atividades que

despertam o senso de utilidade contribuindo para uma melhor qualidade de

vida do idoso. Frente a esses esclarecimentos é devidamente explicado e não

restando nenhuma dúvida a respeito, firma sua autorização para a realização

da pesquisa proposta. Fica claro que o responsável pode a qualquer momento

retirar sua autorização e ciente e que todas as informações prestadas se

tornarão confidenciais e guardadas por força e sigilo profissional. Tenho

conhecimento dos procedimentos para a coleta de dados e que estes dados

serão posteriormente divulgados. Por estarem de acordo assinam o presente

termo.

Lins, _________ de ______________ de 2008.

__________________________________________________

Assinatura do responsável legal da Instituição

RG

APÊNDICE I

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para o

Participante do Grupo

Pelo presente instrumento que atende as exigências legais, o (a)

participante do grupo __________________________ tomou ciência, da

pesquisa intitulada Confecção de Brinquedos: Uma alternativa de atividade na

terapia ocupacional junto à população idosa através da apresentação do

projeto feito pelas pesquisadoras, cuja finalidade é: manter as capacidades

cognitivas, sociais e perceptivas através da realização de atividades que

despertam o senso de utilidade contribuindo para uma melhor qualidade de

vida do idoso. Frente a esses esclarecimentos é devidamente explicado e não

restando nenhuma dúvida a respeito, firma sua autorização para a realização

da pesquisa proposta. Fica claro que o responsável pode a qualquer momento

retirar sua autorização e ciente e que todas as informações prestadas se

tornarão confidenciais e guardadas por força e sigilo profissional. Tenho

conhecimento dos procedimentos para a coleta de dados e que estes dados

serão posteriormente divulgados. Por estarem de acordo assinam o presente

termo.

Lins, _________ de _________________ de 2008.

__________________________________________________

Assinatura do Participante do Grupo

RG

APÊNDICE J

Foto 1: Fachada da casa-dia Cantinho do Vovô Foto 2: Participantes do grupo

Foto 3a: Confecção dos jogos de boliche Foto 3b: Confecção dos jogos de boliche

Foto 4: Confecção do carrinho de madeira Foto 5: Confecção dos jogos cai não cai

APÊNDICE K

Foto 6: Brinquedos confeccionados pelo grupo de idosos Foto 7: Jogos Cai não Cai

Foto 8: Jogo pega-vareta Foto 9: Bilboquês

Foto 10: Jogos de boliche Foto 11: Bonecas de pano

APÊNDICE L

Foto 12: Bolas de pano Foto 13: Carrinhos de madeira

Foto 14: Petecas Foto 15: Vai e Vem

Foto 16: Jogo de encaixe Foto 17: Quebra-cabeça de números

APÊNDICE M

Foto 18: Participantes com os brinquedos Foto 19a: Participantes entregando os

brinquedos às crianças da creche

Foto 19b: Participantes entregando os brinquedos às crianças da creche

Foto 20: Confraternização das participantes do grupo e as crianças da creche

ANEXO

ANEXO A

Avaliação do Miniexame do Estado Mental

1. ORIENTAÇÃO TEMPORAL (1 ponto para cada resposta correta)

Que dia é hoje?

Em que mês estamos?

Em que ano estamos?

Em que dia da semana estamos?

Qual a hora aproximada? (considere a variação de mais ou menos 1

hora)

2. ORIENTAÇÃO ESPACIAL (1 ponto para cada resposta correta)

Em que local nós estamos? (apontar para o chão: consultório,

aposento)

Que local é este aqui? (apontar ao redor em sentido amplo: hospital,

clínica, casa).

Em que bairro nós estamos ou qual o nome de uma rua próxima?

Em que cidade nós estamos?

Em que Estado nós estamos?

3. MEMÓRIA DE FIXAÇÃO (1 ponto para cada palavra repetida

acertadamente na 1ª tentativa, embora possa repeti-las até três vezes

para aprendizado, se houver erros)

Eu vou dizer três palavras e você vai repeti-las a seguir: vaso, carro,

tijolo.

4. ATENÇÃO E CÁLCULO (1 ponto para cada cálculo correto; se houver

erro, corrija e prossiga; se o examinador corrigir espontaneamente,

considere correto)

Subtração de setes sucessivamente (100-7; 93-7; 86-7; 79-7;72-7)

5. MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO (1 ponto para cada palavra certa)

Lembrar as três palavras repetidas anteriormente.

6. LINGUAGEM

Nomeação: peça para o indivíduo nomear os objetos mostrados

(relógio, caneta) (1 ponto cada)

Repetição: Preste atenção, vou lhe dizer uma frase e quero que

repita depois de mim: nem aqui, nem ali, nem lá (1 ponto se a

repetição for perfeita).

Comando verbal: Pegue este papel com a mão direita (1 ponto),

dobre ao meio (1 ponto) e coloque no chão (1 ponto) (total 3 pontos;

não dê dicas No meio da tarefa).

LEITURA DE COMANDO ESCRITO: FECHE OS OLHOS (1 ponto)

(peça para o examinador fazer o que está escrito; não auxilie se

pedir ajuda ou se só ler a frase sem realizar o comando).

ESCRITA: peça para o indivíduo escrever uma frase. Se não

entender ajude com: alguma frase que tenha começo, meio e fim;

alguma coisa que aconteceu hoje; algo que queira dizer (1 ponto;

não considerar erros gramaticais e ortográficos).

7. PRAXIA CONSTRUTIVA (1 ponto)

Cópia de desenho (dois pentágonos com dois pontos de interseção)

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