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ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR COSTA VERDE (CENTRO DE INSTRUÇÃO MILITAR - 1951) AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DOS POLICIAIS MILITARES DO CR-II, QUE CONCORRERAM À PROMOÇÃO DE 05/SET/2012 LUCIMAR BORGES GONÇALVES Várzea Grande MT 2012

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Monografia de conclusão de curso.

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Page 1: Monografia   CFO 2012 - Lucimar Borges Gonçalves - Avaliação da Aptidão Física dos Policiais Militares do CR-II, que concorreram a promoção de 05set12

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA

POLÍCIA MILITAR DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR COSTA VERDE

(CENTRO DE INSTRUÇÃO MILITAR - 1951)

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DOS POLICIAIS MILITARES DO CR-II, QUE CONCORRERAM À PROMOÇÃO DE 05/SET/2012

LUCIMAR BORGES GONÇALVES

Várzea Grande – MT

2012

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LUCIMAR BORGES GONÇALVES

AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DOS POLICIAIS MILITARES DO CR-II, QUE CONCORRERAM À PROMOÇÃO DE 05/SET/2012

Monografia apresentada à coordenação do curso de Bacharel em Segurança Pública - CBSP/CFO como requisito obrigatório para conclusão do curso e obtenção de Bacharel em Segurança Pública.

Orientador: Prof. Dr.Carlos Alexandre Fett

Várzea Grande – MT 2012

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AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE DOS POLICIAIS MILITARES DO CR-II, QUE CONCORRERAM

A PROMOÇÃO DE 05/SET/2012

LUCIMAR BORGES GONÇALVES

Monografia submetida à Banca Examinadora, composta por

professores/convidados do Curso de Bacharel em Segurança Pública -

CBSP/CFO, da Universidade do Estado de Mato Grosso, e julgada adequada

para a concessão do Grau de BACHAREL EM SEGURANÇA PÚBLICA/CURSO

DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS.

Banca Examinadora:

_______________________________________________________ Carlos Alexandre Fett - Prof. Dr. Orientador/Presidente da Banca

________________________________________________________ José Carlos de Lara Pinto - Profº Esp.

Membro

_______________________________________________________ Wangles dos Santos Lino - Cap PM Esp.

Membro Nota obtida pelo aluno ________

Várzea Grande-MT, 07 de novembro de 2012.

_______________________________________________________ Izaneth Pereira dos Santos - 2º Ten PM Coordenadora Pedagógica da APMCV

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus

pais Sebastião e Luzia, aos meus

irmãos Leomar e Luciana e a minha

esposa Maria que, mesmo diante de

minha ausência, me apoiaram e

incentivaram em cada momento desta

caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus,

por minha vida e por todas as bênçãos

derramadas ao longo de minha

caminhada até aqui.

Aos meus familiares, pessoas

incríveis que contribuíram com meu

desenvolvimento. Sempre estiveram ao

meu lado dando forças para superar

qualquer barreira e alcançar mais este

objetivo.

Ao meu orientador, Professor Dr.

Carlos Alexandre Fett, que dedicou

parte de seu precioso tempo para me

orientar nessa pesquisa.

A todos os que colaboraram direta

ou indiretamente para a realização

deste trabalho de conclusão de curso.

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EPÍGRAFE

“Talvez você esqueça amanhã as palavras gentis que disse hoje, mas a pessoa que recebeu lembrará por toda a vida".

Dale Carnegie

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RESUMO O presente estudo teve como objetivo avaliar os principais indicadores de aptidão física de policiais militares que concorreram à promoção de 05 de setembro de 2012 do Comando Regional II, sediado na cidade de Várzea Grande-MT. Para avaliar a aptidão física foram realizados os seguintes testes e aferições corporais: TAF como critério de promoção, resistência muscular localizada abdominal e flexão de braço (nº de rep. por min), força de preensão manual, salto vertical na plataforma, flexibilidade (cm), pressão arterial sistólica e diastólica (mmHg), índice de relação cintura-quadril, estatura e massa corporal para classificação do índice de massa corporal. De uma população de 76 policiais militares que realizaram o TAF, foi reunida uma amostra de 08, todos do sexo masculino, com idade entre 26 e 52 anos que compareceram de maneira voluntaria no NAFIMES-FEF-UFMT para realização de testes físicos e aferições corporais. Os resultados do questionário, testes físicos e aferições corporais evidenciaram que 87,5% da amostra não pratica atividade física no ambiente de trabalho; 50% fazem uso de bebida alcoólica; obtiveram valores acima do aceitável para o IMC, sendo que 50% se encontravam na faixa de sobrepeso e 50% classificados como obesos; 50% apresentaram risco aumentado e 12,5% apresentou risco aumentado substancialmente para complicações metabólicas da circunferência abdominal. Na variável flexibilidade, 37,5% dos avaliados obtiveram uma média ruim no teste de sentar e alcançar e 50% classificados como muito acima da média. Em análise às fichas de desempenho físico individual dos 76 policiais militares verificou-se que 25% correram apenas 1700 metros e 26,31% realizaram apenas 1 repetição na barra fixa. O estudo também mostra claramente que não existe a pratica e muito menos local apropriado para a realização de atividade física no ambiente de trabalho. Pode-se verificar no presente estudo o quanto é importante praticar atividade física regularmente, não só para o desempenho da atividade policial militar, como também para manutenção da saúde física e mental. Palavras-chave: Atividade Física, Aptidão Física, Polícia Militar.

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ABSTRACT

The present study aimed to evaluate the main indicators of physical fitness of police officers who ran the promotion of September 5, 2012 Regional Command II, headquartered in the city of Grande-Várzea MT. To evaluate the physical fitness were conducted the following tests and measurements body: TAF as a criterion for promotion, muscular endurance and abdominal flexion arm (No rep. Per min), grip strength, vertical jump on the platform, flexibility (cm ), systolic and diastolic blood pressure (mmHg), index of waist-hip ratio, height and body mass for classification of body mass index. From a population of 76 police officers who conducted the TAF, was assembled a sample of 08, all male, aged between 26 and 52 years who attended so voluntarily in NAFIMES-CPE-FUMT to perform physical tests and bodily measurements . The results of the questionnaire, physical tests and bodily measurements showed that 87.5% of the sample does not practice physical activity in the workplace, 50% use of alcohol, had values above the acceptable BMI, and 50% were in the overweight range and 50% classified as obese, 50% had an increased risk and 12.5% had substantially increased risk for metabolic complications of abdominal circumference. In variable flexibility, 37.5% of the evaluated had a mean bad in sit and reach test and 50% rated as well above average. In analyzing the evaluation sheets of the 76 TAF military police found that only 25% ran 1700 meters and 26.31% held only 1 rep on high bar. The study also clearly shows that there is a very practical and least appropriate place for physical activity in the workplace. It can be verified in this study how important it is to practice regular physical activity, not only for the performance of military police activity, but also to maintain physical and mental health. Keywords: Physical Activity, Physical Fitness, Military Police.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Faixa etária dos policiais militares ............................................................... 56

Tabela 02: Grau hierárquico .......................................................................................... 56

Tabela 03: Tempo de serviço ........................................................................................ 57

Tabela 04: Prática de atividade física fora do ambiente de trabalho ............................. 57

Tabela 05: Prática de atividade física no ambiente de trabalho..................................... 58

Tabela 06: Uso de cigarro.............................................................................................. 58

Tabela 07: Uso de bebida alcoólica ............................................................................... 59

Tabela 08: Problema ósseo ou articular ........................................................................ 60

Tabela 09: Tabela do Teste de Aptidão Física (TAF) - Masculino ................................. 60

Tabela 10: Resultado do Teste de Aptidão Física (TAF) - Masculino ........................... 60

Tabela 11: Tabela normativa do índice de massa corpotal (IMC) - Masculino .............. 61

Tabela 12: Classificação dos policiais militares quanto ao índice de massa corporal (IMC) ................................................................................................................ 62

Tabela 13: Normativa de pressão arterial em adultos ................................................. 62

Tabela 14: Resultado da pressão arterial ...................................................................... 63

Tabela 15: Classificação de riscos para a relação cintura-quadril de homens .............. 63

Tabela 16: Resultado do risco da relação cintura-quadril .............................................. 63

Tabela 17: Classificação da Circunferência abdominal e risco de complicações metabólicas associadas com a obesidade .................................................................... 64

Tabela 18: Resultado do grau de risco de complicações metabólicas da circunferência abdominal................................................................................................ 64

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Tabela 19: Classificação do teste sentar e alcançar - Masc. ........................................ 65

Tabela 20: Resultaado do teste sentar e alcançar ......................................................... 65

Tabela 21: Classificação da resistência muscular localizada - teste abdominal para homens .................................................................................................................. 66

Tabela 22: Resultado da resistência muscular localizada - teste abdominal ................. 66

Tabela 23: Classificação da resistência muscular localizada - flexão de braço para homens .................................................................................................................. 67

Tabela 24: Resultado da resistência muscular localizada - flexão de braço .................. 67

Tabela 25: Classificação da força de preensão manual ............................................... 68

Tabela 26: Resultado da força de preensão manual .................................................... 68

Tabela 27: Classificação do salto vertical na plataforma .............................................. 69

Tabela 28: Resultado do salto vertical na plataforma ................................................... 69

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Aptidão Física Relacionada à Saúde ............................................................ 19

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LISTA DE SIGLAS

ACSM - American College of Sports Medicine (Colégio Americano de Medicina

Esportiva)

CFO - Curso de Formação de Oficiais

CR-II - Comando Regional II (Várzea Grande)

FEF - Faculdade de Educação Física

IMC - Índice de Massa Corporal

NAFIMES - Núcleo de estudos em Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Esporte

e Saúde

OMS - Organização Mundial de Saúde

PMMT - Polícia Militar do Estado de Mato Grosso

TAF - Teste de Aptidão Física

TFM - Treinamento Físico Militar

TFPM - Treino Físico Policial Militar

UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13

CAPÍTULO I

COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA ........................................................................ 15

1.1. APTIDÃO FÍSICA .................................................................................................... 15

1.2. APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE ......................................................... 18

1.3. SEDENTARISMO .................................................................................................... 20

1.4. AVALIAÇÃO FÍSICA ............................................................................................... 21

1.5. COMPOSIÇÃO CORPORAL .................................................................................. 22

1.5.1. Obesidade ........................................................................................................... 26

1.6. CAPACIDADE CARDIORESPIRATÓRIA................................................................ 27

1.7. RESISTEMCIA DE FORÇA MUSCULAR ................................................................ 29

CAPÍTULO II

A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO ............................................... 31

2.1. O POLICIAL MILITAR ............................................................................................. 31

2.2. A ATIVIDADE FÍSICA NA ATIVIDADE POLICIAL MILITAR .................................... 31

2.3. A IMPORTANCIA DA APTIDÃO FÍSICA PARA O POLICIAL MILITAR .................. 35

CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO FÍSICA POLICIAL E TAF .......................................................................... 39

3.1. EDUCAÇÃO FÍSICA POLICIAL MILITAR .............................................................. 39

3.1.1. Atribuições na instrução de treinamento físico .............................................. 40

3.1.1.1. Atribuições do Comandante da UPM ............................................................. 40

3.1.1.2. Atribuições do chefe da 3ª seção .................................................................. 40

3.1.1.3. Atribuições da equipe médica ........................................................................ 40

3.1.1.4. Atribuições do instrutor de educação física ................................................. 40

3.2. TESTE DE APTIDÃO FÍSICA (TAF) ....................................................................... 41

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3.2.1. Teste de aptidão física na PMMT ...................................................................... 42

3.2.2. Exercício constante no TAF .............................................................................. 45

CAPÍTULO IV ................................................................................................................. 50

METODOLOGIA

4.1. METODO DE ABORDAGEM .................................................................................. 50

4.2. TIPO DE PESQUISA .............................................................................................. 51

4.2.1. Quanto à forma de abordagem do problema .................................................. 51

4.2.2. Quanto aos fins de pesquisa ............................................................................ 52

4.2.3. Quanto aos meios de pesquisa ......................................................................... 52

4.3 POPULAÇÂO E AMOSTRA ..................................................................................... 53

4.3.1 População ............................................................................................................ 53

4.3.2 Amostra ................................................................................................................ 53

4.4. PROCEDIMENTOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 54

CAPÍTULO VI ................................................................................................................. 56

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 70

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 71

ANEXO A - MSG DIRETA Nº 001/DGP/SCP/12 DE 31/01/2012 ................................... 76

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................. 77

APENDICE B - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA DE CAMPO ...................................... 78

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INTRODUÇÃO

A polícia militar, enquanto órgão do Estado, que possui como atribuição

promover e garantir a segurança pública tem enfrentado grandes desafios no

combate à violência e a criminalidade. Para o desempenho de suas funções, o

policial militar precisa estar disposto para atender às novas e crescentes demandas

que as questões de segurança pública lhe demandam. De modo peculiar, deve ser

munido de recursos técnicos e táticos para intervir em favor da ordem social.

Antecedendo a toda preparação técnico-tática, deve-se considerar que um nível

adequado de aptidão física, por parte dos indivíduos que servem a essa organização,

é o fator que cria condições ideais para concreta realização de qualquer intervenção

em termos de segurança pública.

A aptidão física vinculada à saúde constitui imprescindível proteção contra

doenças crônicas degenerativas. Devido à influência do estilo de vida e da aptidão

física na saúde das pessoas, este assunto constitui preocupação quando se tratar de

trabalhadores, pois baixos níveis de saúde e bem-estar no trabalho podem provocar

consequências constrangedoras, tanto para o indivíduo quanto para a instituição.

O conhecimento da aptidão física de seus integrantes deve ser uma

preocupação tanto da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, como de qualquer

instituição pública que preste serviço à comunidade.

Trabalhadores fisicamente ativos são mais produtivos que seus colegas

sedentários e ainda são menos suscetíveis a se aposentarem precocemente devido

a doenças cardíacas e outras doenças degenerativas.

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Dentro do segmento de segurança pública onde se enquadra a polícia militar

exige-se o emprego de esforço físico vigoroso no qual este agente tem que estar

preparado fisicamente principalmente quanto às valências de força e resistência.

Para a admissão na atividade de segurança pública são realizados testes de

aptidão física que exigem dos avaliados resistência aeróbia e anaeróbica, resistência

muscular localizada, força, agilidade, coordenação, velocidade, equilíbrio,

flexibilidade e capacidade cardiorespiratória. A capacidade física dos policiais deve

ser avaliada durante toda a sua vida profissional dentro da corporação, exigindo uma

preparação física para desempenhem a suas funções no que diz respeito à exigência

da Instituição. Pois esta função exige que em vários momentos o policial militar tenha

que entrar em ação para proteger e ou evitar que algum delito ocorra, exigindo deste

um preparo físico para que possa desempenhar com sucesso sua intervenção. A

partir destas afirmações acreditamos que a preparação física do policial militar vai

contribuir para um melhor desempenho profissional e uma melhor qualidade de vida.

Assim como nas empresas privadas, na Policial Militar a aptidão física é de

fundamental importância para que o policial possa apresentar um resultado

satisfatório na preservação da ordem pública face às diversas situações

apresentadas no desempenho de suas funções. Dessa forma, cria-se uma

preocupação que nos subsidia na elaboração do seguinte problema: Qual o nível de

aptidão física dos policiais militares que concorreram à promoção em setembro de

2012?

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CAPÍTULO I COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA

1.1. APTIDÃO FÍSICA

Segundo Bohme apud Machado:

A aptidão física é um termo traduzido do inglês “Physical Fitness”. Alguns pesquisadores referenciam a aptidão física como uma parte da aptidão total, mais especificamente na dimensão biológica. A combinação dessas duas palavras, levando em consideração a origem etimológica nos leva ao conceito de capacidade, habilidade, disposição material que conduz e indica que o individuo está apto corporalmente.

1

Segundo Nieman:

A aptidão física, por sua vez, tem sido referenciada como atributo desejável e positivo à saúde e à qualidade de vida. Considera-se que quanto mais alto o degrau alcançado na escala da aptidão física, maior a autonomia do indivíduo quanto à prática do exercício.

2

A Organização Mundial da Saúde apud Guedes e Guedes conceituam aptidão

física como: “A capacidade de realizar trabalho muscular de maneira satisfatória”.

Portanto a aptidão física é verificada quando o individuo obtém um bom desempenho

motor quando submetidos a situações que envolvam esforços físicos.3

A aptidão física é influenciada por diversos fatores, tais como a alimentação, o

repouso, acidentes, a idade, doenças, o álcool, o cigarro, a atividade física, o meio

ambiente, as condições psicológicas e hereditariedade, dessa forma deve se ter um

1 MACHADO, Eduardo Schneider. Treinamento físico e aptidão física de policiais federais.

Dissertação de Mestrado. Brasília : UnB / Faculdade de Educação Física, 2012, p.8. Disponível em: <http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/10307/1/2011_EduardoSchneiderMachado.pdf>. Acesso em 10 set 2012. 2 NIEMAN, David C. Exercício e saúde: Como se prevenir de doenças usando o exercício como seu

medicamento. 1ª Edição. São Paulo: Manole, 1999, p. 22. 3 GUEDES, Dartagnan Pinto; GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Atividade Física, Aptidão

Física e Saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. V.1, N.1, 1995, p. 22.

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rígido controle sobre esses fatores que interfere, diretamente no nível de aptidão

física do cidadão.

Aptidão física é fundamental para a manutenção da saúde e do

desempenho na prática de atividades físicas e diz respeito a performance atlética que é “a soma de vários fatores como: constituição física, capacidades e potências metabólicas, aeróbias e anaeróbias, influências psicossociais e ambientais, habilidades técnicas e táticas específicas para o esporte praticado”.

4

Já Glaner salienta que na última década o conceito de Aptidão Física foi

alterado, sugerindo um ótimo funcionamento de todos os sistemas fisiológicos do

corpo, particularmente o cardiovascular, pulmonar e o musculoesquelético, seja em

condições de repouso, quanto em condições de exercício.5

Na atividade Policial Militar, em particular, a aptidão física torna-se

fundamental, pois, nas adversidades de sua função, e necessário ao policial militar

que ele tenha um bom nível de condição física para que possa agir de forma eficiente

e eficaz na preservação da ordem publica.

Apesar da formação rica em conhecimentos globais, estes profissionais

assimilam técnicas especificas da atividade policial militar. Em contrapartida, os

conhecimentos como os relacionados à educação física que se constituem como

base auxiliar do preparo profissional são deixados em segundo plano apesar do

conhecimento tácito sobre a importância imprescindível do bom condicionamento

físico para o bom desempenho do serviço militar.

4 LOPES, Fernando Joaquin Gripp, ALTERTHUM, Camila Carvalhal. Caminhar em Busca da Qualidade de Vida. Local: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 21, n. 1, 1999, p.861-866.

5 GLANER, M. F. Crescimento físico e aptidão física relacionada à saúde em adolescentes rurais e urbanos. Tese (Doutorado em Educação Física). Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2002, p.66.

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17

Para Guedes:

Resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, resistência muscular localizada e composição corporal são elementos que compõem um bom nível de aptidão física relacionada à saúde. São, ainda, considerados fundamentais a fim de diminuir os riscos no desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas.

6

Considerando a relevância da função do Policial Militar e as exigências

características do exercício de suas atribuições deve-se observar que esse

profissional precisa apresentar uma boa saúde física e mental e aptidão física

compatível e adequada.

Em estudo realizado com o Corpo de Bombeiros do Estado de Santa Catarina,

Boldori verificou acentuada queda dos componentes da aptidão física em função do

processo de envelhecimento, ao mesmo tempo, observou um incremento

significativo no percentual de gordura ao comparar grupos etários jovens (20 a 30

anos) e mais velhos (40 a 50 anos). Todavia, os resultados dos testes de aptidão

revelaram que 33,7% do contingente avaliado necessitava melhorar sua condição

física.7

O policial militar deve ter uma aptidão física acima da média populacional.

Este nível elevado da aptidão física irá favorecer estes policiais nas atividades

inerentes a suas atribuições profissionais.

Segundo Domingues:

A má preparação física ou a sua inexistência é fator importante para a má qualidade do serviço prestado pelo policial militar. A preparação física tem ligação direta com o serviço prestado pelo policial tanto pela jornada de trabalho e como pela aptidão física necessária para o desenvolvimento das atividades.

8

6 GUEDES, Dartagnan Pinto; GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Controle do peso corporal:

composição corporal, atividade física e nutrição. Londrina: Midiograf, 1998. 7 BOLDORI, Reinaldo. Aptidão física e sua Relação com a Capacidade de Trabalho dos

Bombeiros Militares do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. 8 DOMINGUES, Edgar Maurício Monteiro. Saúde policial e qualidade de vida. Monografia de

Especialização Gestão de Segurança Pública. Cuiabá: UFMT, 2003. p.2.

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18

A falta de capacidade física e habilidade para cumprir essas tarefas podem

colocar em perigo a segurança pública e dos próprios policiais.

A relação entre a aptidão física e a Polícia Militar é concatenada de diversos

aspectos que deixa imprescindível o pensamento de existência da atividade policial

militar sem o hábito da prática de atividades físicas regulamentares e específicas que

possibilitarão ao individuo o preparo físico ideal para tolerar a carga do serviço.

De acordo com Zorec apud Luz:

A eficiência do trabalho de policiais é fortemente determinada pelas

características morfológicas corporais. Além da ligação entre as características morfológicas e a eficiência laboral, o autor ainda relaciona que um perfil morfológico adequado associado a um bom condicionamento físico diminui a probabilidade de certas patologias, melhoram as relações com seus colegas e a imagem da polícia aos olhos da população.

9

Destacam-se nesse contexto também as mudanças que ocorrem com os

níveis de aptidão física, que sofre um declínio com o aumento da idade e do tempo

de trabalho.

1.2. APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE

Barbanti estabelece as qualidades físicas para a aptidão física relacionada à

performace e a aptidão física relacionada com a saúde, como podemos observar no

quadro abaixo.10

9 LUZ, Rodrigo Kretzer. Características Antropométricas do policial militar do grupo Cobra do

BOPE de Santa Catarina. Florianópolis: UDESC, 2010, p.4. Disponível em: http://portalrevistas.ucb.br/index.php/efr/article/viewFile/2189/1872. Acesso em 10 out 2012. 10

BARBANTI, Valdir José. Aptidão Física: Um Convite a Saúde. São Paulo: Manole, 1999.

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Quadro 1: Aptidão Física Relacionada à Saúde

Saúde Habilidade Esportiva

Resistência cardiorespiratoria Agilidade

Composição corporal Equilibro

Flexibilidade Velocidade

Força e resistência muscular

localizada

Potencia tempo de reação

coordenação

Fonte: Barbanti, 1999.

Conforme Bouchard:

Vários estudos científicos são realizados com o objetivo de identificar os fatores de risco de um conjunto de doenças que representam riscos à saúde publica. Apesar de haverem muitos temas a serem pesquisados, neste segmento, destaca-se o importante número de estudos epidemiológicos que tem evidenciado uma consistente associação entre atividade física e saúde.

11

Na opinião de Borms: “Não obstante do reconhecimento universal do efeito

positivo na qualidade de vida, só ultimamente a investigação que a prática regular de

exercícios também poderia aumentar a expectativa de vida.” 12

A aptidão física, quando relacionada à saúde, envolve componentes

associados ao estado físico, psicológico e social, seja nos aspectos de prevenção e

redução dos riscos de doenças, como também pela maior disposição para as

atividades da vida diária.

O conhecimento da aptidão física dos militares de uma Força, bem como da quantidade e inaptos fisicamente para tarefas mais árduas, tem se mostrado um instrumento fundamental para a tomada de decisão do comandante sobre o emprego de seus comandados, exigindo uma avaliação sistemática da aptidão física dos militares de uma tropa. Porém, os

11

BOUCHARD Chaude. Atividade física e obesidade. São Paulo: Manole, 2003. p.64. 12

BORMS, Jan. Desporto saúde bem estar: exercício físico e o novo paradigma da saúde. Porto: Actas, 1991.p.49.

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desempenhos nos testes mostram que uma preocupação com a aptidão física dos militares em termos de saúde faz-se igualmente necessária.

13

1.3. SEDENTARISMO

Segundo Carvalho:

Sedentarismo é definido como a ausência ou diminuição de atividades físicas ou desportivas. Considerado como a doença do século, está associada ao comportamento cotidiano decorrente dos confortos da vida moderna, pessoas com poucas atividades físicas e que perdem poucas calorias durante a semana são consideradas sedentárias ou com hábitos sedentários.

14

Para Matsudo:

A inatividade, mais do o envelhecimento em si, é a principal causa do declínio da capacidade física das pessoas. Os benefícios dos exercícios são perdidos assim que o indivíduo deixa de praticá-los. A força do coração e dos músculos diminui, assim como o nível do colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) o denominado colesterol bom , enquanto a pressão arterial e a gordura corporal aumentam. Mesmo os ex-atletas que deixam de se exercitar não conservam benefícios mensuráveis a longo prazo. Eles não apresentam uma maior capacidade para realizar atividades físicas, nem menores fatores de risco de infarto do miocárdio e nem uma resposta mais rápida ao exercício do que aqueles que nunca se exercitaram.

15

Desta forma, Martinez e Latorre relatam que o sedentarismo além de afetar a

capacidade cardiorrespiratória e musculoesquelética e de favorecer o aumento da

morbidade por doenças crônicas como as cardiopatias, o diabetes e a depressão,

13

PEREIRA, Érico Felden; TEIXEIRA, Clarissa Stefani. Proposta de valores normativos para avaliação da aptidão física em militares da Aeronáutica. São Paulo: Rev. bras. Educ. Fís. Esp, v. 20, n. 4, dez. 2006 . Disponível em <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092006000400003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 13 out. 2012. p.254. 14

CARVALHO, L. N. Níveis de composição corporal e risco cardíaco por perimetria de bombeiros militares na região do cariri cearense, Fortaleza: Anais do XXIV Congresso Nacional de Atividade Física e Fisioterapia, 2007, p. 9. 15

MATSUDO, Sandra Mahecha; MATSUDO, Victor Keihan Rodrigues. Envelhecimento. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.5, n.2, p.40-78, 2000, p. 40.

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21

podem representar risco ou limitação para o desempenho das atividades

ocupacionais, em especial em atividade com exigências físicas importantes.16

1.4. AVALIAÇÃO FÍSICA

A avaliação física é um aspecto indispensável antes da iniciação da prática de

atividade física e até mesmo durante o programa de treinamento, pois oferecem

informações precisas sobre os componentes corporais. Isso faz da avaliação física

um componente indispensável para a elaboração de um correto e eficiente programa

de exercícios.

A avaliação da aptidão física é empregada no esporte de alto nível, em academias, escolas, clínicas e clubes com objetivos de descobrir talentos ou deficiências, acompanhar o treinamento de atletas, comparar a condição física nas diversas fases, ver o esporte mais compatível com o indivíduo, ver a evolução do indivíduo no programa da atividade física, e até mesmo, avaliar o condicionamento físico de profissionais, cuja atuação, necessita um preparo mais avançado do corpo.

17

A avaliação física é um conjunto de testes com o intuito de avaliar o

condicionamento físico do indivíduo. São realizados testes antropométricos e

ergométricos que definem o percentual de gordura e condições físicas em relação a

grupos musculares e estado do condicionamento cardiorrespiratório.

A antropometria apresenta um grande subsídio para análise de um indivíduo

atleta ou não, pois oferece informações ligadas ao crescimento, desenvolvimento e

envelhecimento.18

16

MARTINEZ, M. C. LATORRE, M. R. D. O. Saúde e capacidade para o trabalho de eletricitários do Estado de São Paulo, v. 13, n. 6, Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2008, p. 31. 17

LOPES, Fernando Joaquin Gripp, ALTERTHUM, Camila Carvalhal. Caminhar em Busca da Qualidade de Vida. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. v. 21, n. 1, p.861-866, setembro, 1999, p.74

18 MAIA, Jose; LOPES, Vitor Pires; MORAIS, Francisco Pina de. Actividade física e aptidão física associada à saúde. Porto: Universidade do Porto, 2001, p.108.

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22

Alguns componentes da antropometria são a composição corporal, percentual

de gordura e o Índice Massa Corporal.

1.5. COMPOSIÇÃO CORPORAL

Para analisar a composição corporal existem muitos motivos, pois ela refere-

se às quantidades absolutas e relativas dos componentes corporais. A associação

entre obesidade e a gordura intra-abdominal excessiva, acarretam um grande risco

de doença arterial coronariana, porém um nível de gordura abaixo dos padrões de

normalidade também é prejudicial à saúde.

A avaliação é útil para estabelecer o peso ótimo para saúde e o desempenho em atletas, para prescrição dos exercícios com finalidades de mudança da composição corporal, e o monitoramento das mudanças que ocorrem com o crescimento, maturação e o envelhecimento para destinguir as modificações normais dos estados patológicos.

19

As técnicas utilizadas para esta avaliação são realizadas com o auxílio de

sofisticados aparelhos laboratoriais ou mesmo o uso de equipamentos mais simples

de fácil manuseio e baixo custo operacional. São obtidos com os procedimentos

diretos, indiretos e duplamente indiretos.

A manutenção do peso corporal, considerado ideal, é um fator

determinante no estado considerado saudável, levando ao bem-estar e melhor qualidade de vida, desta forma a composição corporal pode diferenciar os seres humanos em relação à sua saúde e ao seu desempenho físico, pois a distribuição de gordura corporal é um importante preditor de morbidade e mortalidade.

20

Uma quantidade elevada de gordura corporal possui correlação inversa com a

capacidade física. Portanto, é grande o interesse pela avaliação da porcentagem de

19

HADDAD, S. et al. Efeitos do treinamento físico de membros superiores aeróbio de curta duração no deficiente físico com hipertensão leve. Rev. Arq. Bras. De Cardiol. v. 69, n. 3, 169-173, 1997.

20 SALVE, Mariângela Gagliardi Caro. Estudo sobre o peso corporal e obesidade. Revista Digital - Buenos Aires, ano 10, nº 89, 2005.

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23

gordura em militares, bem como de sua distribuição, já que a distribuição e a

quantidade de gordura corporal podem comprometer a operacionalidade da tropa,

consequentemente dificultar o desempenho de suas funções.

O percentual de gordura pode ser aferido através de alguns métodos como:

antropometria, dobras cutâneas, circunferência, altura, diâmetro, bioimpedância,

dependendo do protocolo utilizado.

Para alcançar um estado desejável de saúde é preciso manter o peso corporal

dentro dos limites, respeitando as características pessoais. Caso a taxa de massa de

gordura ultrapasse esses limites ocorre comprometimento na qualidade de vida do

homem.

A massa corporal é constituída de aglomerados de ossos, músculos, gorduras e outros tecidos. No aspecto bioquímico é formado por: água, proteínas, minerais e lipídios. Quanto ao aspecto anatômico é formado de: massa muscular, massa gordurosa, massa óssea e massa residual.

21

O Índice de Massa Corporal é um modo simples e prático de se determinar se

a massa corporal (peso) de uma pessoa está dentro do recomendável para a saúde

é através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC).

Há evidências de que baixos valores de IMC possuem relação com o

desenvolvimento de doenças pulmonares obstrutivas, tuberculose e câncer de

pulmão e que altos valores estão associados com hipertensão arterial, doenças

cardiovasculares, hipertensão arterial, diabete mellitus e outras.22

21

SANTOS, Érik dos; ZAMANA, Graziele Tamara. Avaliação Física dos policiais do 34º BPM/I - Bragança Paulista. Bragança Paulista: Universidade São Francisco, 2008, p.19. 22

MAGALHÂES, Geziel Aguiar. Nível de aptidão física relacionada à saúde de policiais militares da 17ª companhia do 34º batalhão de polícia militar do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, UFMG, 2009. p.23.

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24

De acordo com Nahas apud Novais:

O IMC apesar de ser uma maneira simples e prática de determinar se a massa corporal (peso) de uma pessoa está dentro do recomendável para a saúde, representa apenas uma estimativa razoável da composição corporal, adequada para adultos (18 – 65 anos), que não sejam atletas e não tenham uma massa muscular muito desenvolvida. Nesses casos, a musculatura avantajada pode ser confundida como excesso de gordura, o que seria totalmente incorreto. Excesso de peso (em kg) nem sempre corresponde a

excesso de gordura. 23

A utilização do IMC pode ser errônea em indivíduos que possuem uma grande quantidade de massa muscular magra, pois e a computação do teste é feita de um modo generalizado não especificando o percentual de massa gorda ou o percentual de massa magra.

24

A massa corporal tende aumentar progressivamente dos 20 aos 50 anos e

este fenômeno agrava-se ainda mais quando há redução nos níveis de prática de

atividade física. As alterações que ocorrem nesses componentes são devido ao fator

de crescimento e de envelhecimento, alimentações, exercício físico e doenças.

Existe uma diferença básica entre excesso de peso e obesidade. Na obesidade o peso corporal como um todo excede a determinados limites e no segundo caso é a condição na qual apenas a quantidade de gordura corporal ultrapassa os limites desejados. Há casos em que os indivíduos podem ser considerados pesados e não gordos pelo desenvolvimento muscular e ósseo (massa magra) e não pelo excesso de gorduras, logo não comprometem seu estado de saúde e há outros casos de indivíduos com menor peso corporal possui certa quantidade de gordura que comprometem o estado de saúde devido à deficiência muscular e óssea..

25

As medidas de adiposidade são universalmente utilizadas como parâmetros

indicadores do estado nutricional. Este método deixa de considerar um fator

importante que é a composição proporcional entre a massa magra e a massa gorda

corporal. Em diversas situações o índice de massa corporal (IMC) superior ao padrão 23

NOVAIS,.Francini Vilela et al. Influencia de um programa de dança e hidroginástica na composição corporal de idosos. Disponível em: <http://www.afrid.faefi.ufu.br/sites/afrid.faefi.ufu.br/files/Doc/completo_2.pdf>. Acesso em: 13 set 2012, p.78.

24 MATSUDO, Sandra Mahecha; MATSUDO, Victor Keihan Rodrigues. Envelhecimento. Revista

Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.5, n.2, p.40-78, 2000, p. 69. 25

GUEDES, Dartagnan Pinto, GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Op. Cit., p.59.

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25

de normalidade pode simplesmente representar quantidade adicional de massa

muscular.

Indivíduos que realizam atividades físicas intensas apresentam altos

índices de massa magra e indivíduos sedentários podem ser classificados nos padrões de normalidade para a massa corporal em relação a estatura, no entanto possui proporcionalmente elevada proporção de tecido adiposo. Neste aspecto o índice de massa corporal (IMC), é a proposta mais simples direcionada a análise da composição corporal, é a construção de índices que envolvem medidas equivalentes a massa corporal e à estatura.

26

Segundo Guedes apud Santos e Zamana “Devem ser tomadas precauções na

interpretação isolada do resultado, sendo que o peso corporal é a soma total dos

componentes musculares, ósseo, gordurosos e não gordurosos.” 27

Freitas, Prado e Silva investigando militares de Aracaju/SE, verificou valores

médios para o IMC de 25,17 kg/m², valores semelhantes foram observados por

Bezerra Filha com policiais militares que trabalham no serviço de rádio patrulha do 5º

batalhão de João Pessoa/PB, que obteve valores médios de 25,72 kg/m². 28

Em estudo comparativo entre policiais rodoviários federais de São José dos

Campos/SP e policiais militares de Viçosa/MG, realizado Mello & Milani obteve-se

valores médios para o IMC de 29,12 kg/m² e 26,36 kg/m² respectivamente.29

26

GUEDES, Dartagnan Pinto, GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Op. Cit,. p.55. 27

SANTOS, Érik dos; ZAMANA, Graziele Tamara. Op. Cit., p.20. 28

FREITAS, Anderson Vieira de; PRADO, Rosa Luciana; SILVA, Roberto Jerônimo Dos Santos. Associação do percentual de gordura e o VO2 máximo na estimativa de fatores de risco relacionados a saúde em policiais militares de Aracaju - SE. São Paulo: Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, 2007, p.55.

29 MELLO, Camila Maria; MILANI, Newton Sanches. Comparação da composição corporal e dos níveis de atividade física habitual da policia rodoviária federal da cidade de São José dos Campos - SP e policia militar da cidade de viçosa - MG. XXIX Simpósio Internacional de Ciências do Esporte: a globalização do esporte e da atividade física, São Paulo: 2006, p.81.

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26

1.5.1. Obesidade

Levantamento do Ministério da Saúde mostra que quase metade da população

adulta brasileira (48,1%) está acima do peso e 15% são obesos. Há cinco anos, a

proporção era de 42,7% para excesso de peso e 11,4% para obesidade, esse índice

também é muito elevado nos Estados Unidos e nos países europeus, índice obtido

através da equação (peso em kg/altura em m²), superior a 25 kg/m².30

A obesidade, atualmente, apresenta-se como um dos principais problemas de

saúde pública mundial e a prática regular de atividade física minimiza os fatores de

risco biológicos, psíquicos e sociais. Portanto é necessário uma atenção especial a

esta questão, sendo que a composição corporal representa um importante fator

associado com a qualidade de vida, saúde e também com a relação laboral destes

policiais.

De acordo com Ferreira: 70% do policias militares de Recife estão acima do

peso corporal (sobrepeso ou obesidade). 31

Magalhães em pesquisa realizada com policiais militares em Belo Horizonte,

verificou que em relação ao percentual de gordura corporal, 35% e 25% dos

avaliados estavam moderadamente e excessivamente obesos, respectivamente,

enquanto 12,5% estavam no limite normal.32

Essa realidade também ocorre no Estado do Rio de Janeiro, onde pesquisa

realizada identificou que 59,2% dos policiais civis estão acima do peso ideal, e os

30

BRASIL, República Federativa do. Ministério da Saúde. Excesso de peso cresce nos últimos anos. 2011. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=12459. Acesso em 25 set 2012. 31

FERREIRA, Daniela Karina da Silva. Condições de saúde, de trabalho e modos de vida de policiais militares: estudo de caso na cidade do Recife-PE. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães. Recife: Fundação Oswaldo Cruz, 2009, p.109. 32

MAGALHÃES, Aguiar Geziel. Nível de Aptidão Física Relacionada à Saúde de Policiais Militares da 17ª Companhia do 34º Batalhão de Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2009. p.40.

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27

policiais militares apresentaram um quadro de maior gravidade, com 67,8% dos

avaliados na faixa de sobrepeso ou obesidade. Isso vem demonstrar que todas as

policiais tanto militares quanto civis do Brasil estão sujeita a essa “epidemia”.33

Segundo ACSM, ao se comparar indivíduos igualmente gordos, aqueles que

apresentam uma maior quantidade de gordura na região abdominal correm um maior

risco para o desenvolvimento de problemas relacionados à saúde como morte

prematura, hipertensão, diabetes.34

1.6. CAPACIDADE CARDIORESPIRATÓRIA

Capacidade cardiorrespiratória é a capacidade do coração bombear o sangue

oxigenado a todas as partes do corpo e desenvolve-se através de atividades físicas

que envolvam grandes grupos musculares, com movimentos repetitivos, durante um

período de tempo superior a relativamente alto.

Legnani assevera que o treinamento leva a alterações cardiorrespiratórias

(sistêmicas) que atingem especialmente o sistema de transporte do oxigênio que por

sua vez suporta muitos fatores a nível circulatório, respiratório e tecidual, todos eles

funcionando juntos para um objetivo comum, fornecer oxigênio aos músculos

ativos.35

33

MINAYO, Maria Cecília de Souza; ASSIS, Simone Gonçalves; OLIVEIRA, Raquel Vasconcelos Carvalhaes de. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais civis e militares do Rio de Janeiro. Ciência e Saúde Coletiva. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v16n4/v16n4a19.pdf. Acesso em 24 set 2012, p.2202. 34

ACSM, American College Of Sports Medicine. Guidelines for Exercise Testing and Prescription. Philadelphia: Williams & Wilkins, 1995. 35

LEGNANI, Elto. Aptidão Física relacionada á Saúde. São Paulo: Cortez. 2009, p.58.

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28

A aptidão cardiorrespiratória é representada pelo VO² máximo, geralmente

expressa como sendo a maior taxa na qual o oxigênio pode ser consumido,

transportado e utilizado durante o exercício.36

Ela é definida pelo ACSM, como sendo a capacidade de captar, transportar e

gastar oxigênio em atividades de média e alta intensidade envolvendo grandes

grupos musculares por períodos prolongados.

Outra definição de aptidão cardiorrespiratória é dada por Nieman, onde o autor

a conceitua como sendo a capacidade de permanecer ou prosseguir em atividades

físicas exaustivos envolvendo grandes grupos musculares por períodos de tempos

prolongados. De acordo com este mesmo autor, a aptidão cardiorrespiratória está

ligada com a saúde porque em baixos níveis ela pode ser associada com um risco

acentuado de morte prematura.37

A aptidão cardiorrespiratória está fortemente relacionada com a capacidade do coração fornecer oxigênio aos músculos ativos e na capacidade desses músculos de gerar energia com a utilização desse oxigênio (coração, pulmão e músculo). O maior aperfeiçoamento deste componente da aptidão física ocorre quando o exercício envolve o uso de grandes grupamentos musculares por períodos prolongados e em atividades físicas de natureza rítmica e aeróbica.

38

Conforme Legnani apud Souza: “A baixa aptidão cardiorrespiratória influência

a saúde através da baixa capacidade de trabalho, fadiga prematura no trabalho e no

lazer, maior risco de doenças cardiovasculares.” 39

36

NIEMAN, David C. Exercício e saúde: Como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. 1ª Edição. São Paulo: Manole , 1999, p.56. 37

NIEMAN, David C. Op. Cit., p. 79 38

CBMERJ. Recomendação para a prática de exercícios, 2005 Disponível em: <http://www.cbmerj.rj.gov.br/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=345>.Acesso em: 01 mai. 2009.

39 SOUZA, Luiz Ricardo Castro de. Análise da aptidão física relacionada à saúde dos guardas

municipais de Porto Alegre. Porto Alegre: UFRG, 2009, p. 23.

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29

1.7. RESISTENCIA DE FORÇA MUSCULAR

Para Fox e Mathews, força muscular pode ser conceituada como a tensão ou

força que um grupo muscular possibilita executar contra uma resistência, num

esforço máximo.40

“Os testes de resistência muscular são aqueles em que diversas contrações,

repetições, são realizadas com cargas submáximas”.41

Na opinião de Guiselini o fortalecimento e tonificação dos músculos melhoram

a aparência física e mantêm uma boa postura, assim como, ampliam a capacidade

de realizar facilmente tarefas diárias, esportivas e recreativas.42

Para Palma:

As modificações morfológicas ou estruturais da fibra muscular

provocadas pelo treinamento se caracterizam, principalmente, pela hipertrofia que então se verifica. O aumento das dimensões da fibra muscular, em espessura e largura, deve-se ao aumento da quantidade do sarcoplasma, do número e do tamanho das miofribilas e das mitocôndrias.

43

Fontoura, Formentin e Abech, asseveram que:

Resistência muscular é a disposição de um grupo muscular executar contrações repetidas por período de tempo regular para causar a fadiga muscular ou manter estática uma porcentagem específica de uma contração isométrica voluntária máxima (CIVM), por um período de tempo prolongado.

44

40

FOX, Edward L.; MATHEWS Donald K. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos. 3 ed. Rio de Janeiro, interamericana, 1983. p.59.

41FONTOURA, Andrea Silveira da; FORMENTIN, Charles Marques; ABECH, Everson Alves. Guia prático de avaliação fisica: uma abordagem didática, abrangente e atualizada. São Paulo: Phorte, 2008. p.59.

42 GUISELINI, Mauro. Qualidade de vida: Um programa prático para um corpo saudável. Parobé:

Gente, 1996. p.116. 43

PALMA, Alexandre. Educação Física, corpo e saúde: uma reflexão sobre outros “modos de olhar”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas: Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, v.22, n. 2, janeiro 2001, p.23-39. 44

FONTOURA, Andrea Silveira da; FORMENTIN, Charles Marques; ABECH, Everson Alves. Guia prático de avaliação fisica: uma abordagem didática, abrangente e atualizada. São Paulo: Phorte, 2008. p.59.

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30

De acordo com Pezetta os estudos desenvolvidos para investigar as

probabilidades de promover alívio às pessoas que sofrem de dor nas costas,

evidenciam que melhorando a força e resistência dos músculos abdominais podem

diminuir a incidência e severidade da dor.45

Em estudo realizado por Bezerra Filha com policiais militares que trabalham

no serviço de rádio patrulha do 5º batalhão de João Pessoa/PB, observou-se valores

médios para a variável resistência/força muscular de 36,18 (rep/min). 46

45

PEZZETTA, Orion Moreno; LOPES, Adair da Silva; PIRES NETO, Cândido Simões. Indicadores de aptidão física relacionados à saúde em escolares do sexo masculino. São Paulo: Cortez. 2003. p.59

46 FILHA, Maria Jose Alves Bezerra. Níveis de aptidão física relacionado a saúde dos policiais

militares que trabalham no serviço de rádio patrulha do 5º batalhão de João Pessoa, 2004 Disponível em: <http://www.pm.pb.gov.br/ce/academico/monografia/monografia/tema02.pdf>. Acesso em: 01 set. 2009.

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31

CAPÍTULO II A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO

2.1. O POLICIAL MILITAR

O Estado possui, por delegação do povo, o poder discricionário de legislar

e fazer cumprir as normas e regras, que estabelecem os parâmetros de liberdade do

cidadão. O poder legislativo faz as leis e o poder executivo fiscaliza o seu

cumprimento, tendo o poder judiciário para completar a trilogia do poder, a função de

julgar os conflitos decorrentes da vida em sociedade. Dentro do contexto da

fiscalização da execução das normas legais estão inseridos os organismos policiais,

dentre os quais figura a Polícia Militar.

Em análise ao artigo 144, § 5º da Constituição Federal, entende-se que cabe a

polícia militar a responsabilidade quanto a ordem pública e polícia ostensiva.

O artigo 144, § 5º da Constituição Federal disciplina que:

§5º - Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e preservação da Ordem Pública [...] 47

Investido, portanto, está o policial militar, o homem que personifica o

Estado enquanto detentor do poder discricionário, da atribuição antipática de vigiar e

reprimir, elementos que por si só já são predisponentes ao estresse.

2.2. A ATIVIDADE FÍSICA NA ATIVIDADE POLICIAL MILITAR

Entende-se a atividade física como:

A totalidade de movimentos executados no contexto do Esporte, da

Aptidão Física, da Recreação, da Brincadeira, do Jogo e do Exercício. Num

47

BRASIL, República Federativa do. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 /constituicao/constituiçao.htm>. Acesso em: 27 out. 2012.

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32

sentido mais restrito, é todo movimento corporal produzido por músculos esqueléticos, que provoca um gasto de energia.

48

A atividade física está ligada à atividade militar, e consequentemente à

policial-militar, desde a sua origem.

No dia-a-dia do policial militar todos os seus atos dentro da sua atividade profissional necessitam do bem-estar físico, sendo que o seu desempenho aos olhos do público é mensurado, principalmente pela sua aparência física no momento da sua ação. Sendo o serviço policial-militar composto de inúmeras particularidades que exigem do profissional o condicionamento físico ideal para evitar a ocorrência de consequências negativas, o trabalho de manutenção do condicionamento físico deve ser constante e adaptado às necessidades da atividade policial-militar.

49

Em uma jornada de trabalho onde o policial militar passa a maioria do tempo

embarcado em uma viatura, ou caminhando em duplas entre quarteirões, ou em

salas administrativas absorvendo o estresse burocrático, o corpo humano recebe

cargas excessivas que são acumuladas em forma de tensões. Estas tensões podem

comprometer decisivamente a ação do policial militar, podendo levá-lo a

consequências irreparáveis.

A má preparação física ou a sua inexistência é fator importante para a má qualidade do serviço prestado pelo policial militar. A preparação física tem ligação direta com o serviço prestado pelo policial tanto pela jornada de trabalho e como pela aptidão física necessária para o desenvolvimento das atividades.

50

Como forma de educar e manter o corpo em condições de bem-estar

essenciais para a plena satisfação no seu cotidiano, a educação física constitui-se

em meio ideal para destensionar as pressões da atividade policial-militar, preparar a

estrutura orgânica para o êxito nas ações, manter a postura necessária para a

demonstração de zelo, dentre outros benefícios pessoais e profissionais.

48

BARBANTI, V. J. Teoria e prática do treinamento desportivo. São Paulo: Edgard Blucher, 1997. p.168. 49

MAIA, Jose; LOPES, Vitor Pires; MORAIS, Francisco Pina de. Actividade física e aptidão física associada à saúde. Porto: Universidade do Porto, 2001. p.123.

50 BARBANTI, V. J. Aptidão física e saúde. Revista Festur, Curitiba, v. 3, n. 1, 1991. p. 5-8.

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33

O papel de guardião da segurança pública muda a rotina de qualquer cidadão que entra em uma instituição policial-militar. Sua vida passa a ser voltada totalmente para o seu serviço, que conforme a sua necessidade exige sua inteira dedicação. Datas comemorativas, momentos de descontração, reuniões familiares, são exemplos de costumes que o policial militar deve abrir mão para cumprir o juramento de servir e proteger a sociedade. Juntamente com os exemplos citados a atividade física fica a mercê do tempo disponibilizado pelo serviço ou nele.

51

A atividade física no serviço policial-militar é essencial para preparar o homem

e deixá-lo disposto para o desempenho da missão. Deve ser voltada para trabalhar

as valências físicas mais utilizadas e de maior importância, assim como os grupos

musculares mais exigidos durante as ações policiais. As valências físicas mais

importantes relacionadas com a atividade policial-militar são: a flexibilidade,

resistência cardiorespiratória e força dinâmica. O conhecimento das valências físicas

e da forma ideal como trabalhá-las é essencial para a melhoria e manutenção do

condicionamento físico.

O serviço policial-militar, por si só é uma carga a ser suportada pelo homem.

Se o corpo não está em condições de receber e dissipar essa carga, o risco de

complicações físicas e psicológicas pode ser muito prejudicial ao homem e à

instituição. A esta, pelo fato de estar perdendo uma unidade na luta contra a

criminalidade e àquele por estar perdendo a sua saúde em virtude do despreparo

físico e consequentemente, mental.

Condições de trabalho estressantes; ausência total de atividade física regular;

alimentação de caserna rica em sal e gordura animal; hábitos nocivos como

tabagismo e alcoolismo, é o que passa a fazer parte do dia a dia do policial, fazendo

com que ele, muito cedo, deixe de produzir satisfatoriamente. Necessário se faz,

portanto, que a situação seja cientificamente diagnosticada e que sugestões sejam

apresentadas para reverter o quadro.

51

BOLDORI, R. Aptidão física e sua relação com a capacidade de trabalho dos bombeiros militares do Estado de Santa Catarina. Dissertação mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: 2002. p.49.

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34

Diferente dos cidadãos comuns, o policial militar não pratica exercícios físicos

apenas para obter uma melhora em sua saúde, ele busca melhorar a sua

performance e alcançar um bom nível de aptidão física para melhor atuar na sua

profissão.

Estudos comprovam que uma atividade física controlada pode melhorar o

rendimento intelectual e a concentração nas atividades rotineiras, levando a um

maior rendimento no desempenho profissional, mesmo em atividades burocráticas.

Conforme Guiselini:

De forma geral a atividade física envolve qualquer movimento corporal causado por uma contração muscular que resulte num gasto de energia. É entendida como uma característica inerente ao ser humano, com dimensões biológicas e culturais, que tem sido motivo de interesse de pesquisadores, da mídia, da indústria e da saúde pública em todo o mundo, nas ultimas décadas.

52

Com o propósito de potencializar a energia física e transformá-la em eficiência

no serviço e bem estar ao policial militar, à condução das atividades físicas devem

ser coordenadas e estruturadas de forma científica e fundamentada em preceitos

técnicos que procurem respeitar os princípios e as limitações da prescrição correta

de programas de treinamento físico.

Ainda mais, a atividade física organizada dentro da instituição pode elevar a

auto-estima dos policiais militares a partir do resgate dos valores esportivos perdidos

dentro e fora da instituição, possibilitando uma via bastante agradável de divulgação

dos trabalhos da Polícia Militar. Com isso, o laço entre a instituição e a sociedade é

estreitado, aproximando o cidadão do serviço policial militar e abrindo as portas para

o seio social.

52

GUISELINI, Mauro Antônio. Aptidão física, saúde e bem-estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos. São Paulo: Phorte. 2004, p.35.

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35

Segundo Severo:

Surge na sociedade à preocupação em manter a aptidão física como um meio de prevenir certos tipos de doenças. A prática de atividades físicas entre funcionários começam a ser estimuladas por algumas empresas, pois algumas delas obtiveram benefícios econômicos adicionais quando desenvolveram programas de promoção de atividades físicas em virtude da redução do absenteísmo e do aumento da produtividade dos trabalhadores.

53

A atividade física é desenvolvida durante todo o período de formação, quando

o policial militar deve adquirir a condição física adequada para o bom desempenho

de suas funções. No entanto, após a conclusão dos cursos de formações, quando

são distribuídos para os demais batalhões ou voltam para suas cidades para

desempenharem suas funções, a prática de atividade física geralmente deixa de

existir. Essa falta faz com que diminua o nível de aptidão física dos militares, ficando

uma lacuna para o aparecimento de sedentarismo e de doenças, sem falar no

estresse e desgaste provocado pela atividade policial-militar.

A atividade física militar possui características que proporcionam o

desenvolvimento de valores, atitudes e condutas peculiares, tem relação direta com

a aptidão física, que é a capacidade de persistir, resistir em circunstâncias difíceis

onde uma pessoa destreinada possivelmente não suportaria.

2.3. A IMPORTÂNCIA DA APTIDÃO FÍSICA PARA O POLICIAL MILITAR

Os policiais militares, mesmo antes de serem admitidos na corporação já

devem apresentar atributos físicos superiores às apresentadas pela população em

geral. Os testes de aptidão física funcionam como uma forma eliminatória nos

concursos de admissão para o ingresso na carreira militar.

53

SEVERO, João Francisco Santos. Exercício físico ferramenta para melhoria da qualidade de vida na empresa. Rev. Saúde Pública. 2002.

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36

O policial militar representa a garantia da ordem pública, tendo um papel preponderante e sendo reconhecido não apenas como o verdadeiro guardião da lei, prevenindo o crime, ou prendendo o criminoso, mas cuidando do trânsito, da deterioração ecológica, de ameaça de doenças contagiosas, ajudando no atendimento das mazelas sociais como o recolhimento de mendigos, o socorro de enfermos, transporte de doentes mentais, parturientes e outros. Desta forma, no campo da segurança pública, a Polícia Militar não é apenas uma organização de prevenção e repressão do crime, mas sim, uma agência pública de prestação de serviços e de socorro comunitário.

54

Sendo assim, todos aqueles candidatos que apresentarem performance fora

dos parâmetros exigidos nos testes físicos são classificados como não aptos e

consequentemente estão fora do processo de seleção. Os aludidos testes físicos,

normalmente envolvem parâmetros neuromusculares, cardiopulmonares, além da

exigência de estatura mínima, que é considerada de alta relevância em concursos

para ingresso nas fileiras da Policia Militar.

Após todo o processo de seleção, os candidatos à carreira militar passam por

um período de formação básica nos centros de formações. Nesta etapa de formação,

várias disciplinas serão ministradas para estes alunos para subsidiá-los em sua

futura profissão. Disciplina da área de direito, administração, recursos humanos,

saúde física, socorros urgente, entre outras são algumas que compõem o currículo

de formação básica de um policial militar.

O policial militar representa a garantia da ordem pública, tendo um papel ressaltante e sendo reconhecido não apenas como o verdadeiro guardião da lei, prevenindo e combatendo o crime, ou prendendo o criminoso, mas cuidando do trânsito, da deterioração ecológica, etc. Deste modo, no campo da segurança pública, a Polícia Militar não é apenas uma organização de prevenção e repressão do crime, mas sim, uma agência pública de prestação de serviços e de socorro comunitário.

55

A profissão de policial militar exige que durante o desempenho da função, o

indivíduo permaneça em pé ou caminhe durante horas seguidas, que corra

54

TRITSCHLER, Kathleen. Medida e avaliação em educação física e esportes. 5.ed. São Paulo: Manole, 2003, p. 67. 55

Idem, p.74.

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37

transportando material ou equipamentos pesados ou então que utilize a sua força

muscular exaustivamente, ou anda, salte, puxe, empurre, lute entre outras.

Isto o assemelha a outras profissões que demandam considerável esforço

físico como é o caso de agricultores, carteiros e trabalhadores da construção civil

que exige um nível de aptidão física distinto.

O policial militar é um individuo integrante do meio social onde vive e trabalha, e sofre inúmeras influências deste cenário social. Ele é igual aos demais elementos da sociedade em direitos e deveres. Contudo ele não é um cidadão comum, mas um indivíduo qualificado que emblematiza o Estado e tem como elemento moderador a disciplina e a hierarquia.

56

De acordo com Negrão, “A segurança pública demanda que cada policial

militar detenha um alto grau de aptidão física”.57

O condicionamento físico, em todas as Polícias Militares, deveria ser uma

prioridade, pois visa a saúde de seus integrantes e busca capacitá-los para o

exercício da profissão.

Para Oliveira apud Pereira e Teixeira: “Um bom desempenho físico é

considerado, no meio militar, essencial para um bom desempenho das atividades

profissionais e para possíveis combates”.58

Já Parmagnani, considera que o policial militar precisa de um mínimo de

aptidão física para desenvolver as tarefas do cotidiano.59

56

SHARKEY, Brian J. Condicionamento físico e saúde. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.44. 57

NEGRÃO, C. E. et al. Aspectos do treinamento físico na prevenção de hipertensão arterial. Rev. Bras. Hipertens. 2001. p.74.

58 PEREIRA, Érico Felden; TEIXEIRA, Clarissa Stefani. Proposta de valores normativos para

avaliação da aptidão física em militares da Aeronáutica. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v. 20, n. 4, dez. 2006. Disponível em <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092006000400003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 13 out. 2012. p. 254. 59

PARMAGNANI, F. et al. Efeito do treinamento aeróbio em militares, analisado a partir de diferentes técnicas de avaliação da composição corporal e pelo consumo máximo de oxigênio. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 5, n. 3, 2000.

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38

O Teste de Aptidão Física (TAF) aplicado na PMMT não tem um objetivo

competitivo, não precisando o avaliado ser um atleta, pois o TAF é uma ferramenta

de diagnostico para fins de seleção, de promoção e de averiguação dos níveis de

aptidão do avaliado.

Dentro do contexto da Policia Militar, a melhora da aptidão física colabora para

o aumento expressivo da presteza dos militares e possibilita melhores condições

para que os mesmos possam tolerar o estresse debilitante do combate.60

Vários estudos têm evidenciado níveis inadequados na aptidão física e na

composição corporal de policiais militares.

Boldori, num estudo com um contingente significativo de bombeiros militares

do Estado de Mato Grosso do Sul, destaca que, 33,7% dos bombeiros necessitam

ter a aptidão física restaurada ou melhorada, e que 5,29% da população podem ser

considerados obesos e 27,29% com sobrepeso.61

Dalquano, em outro estudo com bombeiros militares em Maringá, conclui que:

A maioria dos componentes da aptidão física diminui significativamente com o passar

da idade em bombeiros militares comparados por grupos etários. Neste sentido,

baixos níveis de aptidão podem se tornar um fator limitante no exercício da

profissão.62

Considerando que a aptidão física diminui com a idade, por meio da atividade

física regular e de um estilo de vida saudável é possível diminuir e até reverter os

efeitos do avanço da idade.

60

NAHAS, M. V. Fundamentos da Aptidão Física Relacionada à Saúde. Editora da URSC, Florianópolis: 1989, p.78. 61

BOLDORI, Reinaldo. Aptidão física e sua relação com a capacidade de trabalho dos bombeiros militares do Estado de Santa Catarina. Dissertação mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: 2002, p.74

62 DALQUANO, C. H. et. al. A influencia do ganho de peso corporal sobre o declínio do vo²máx e na capacidade anaeróbia em bombeiros em 5 anos. Maringá: Revista de educação física/UEM, v.12, n°1, 2001.

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39

CAPÍTULO III EDUCAÇÃO FÍSICA POLICIAL E TAF

3.1. EDUCAÇÃO FÍSICA POLICIAL MILITAR

Como objetivos do treinamento físico militar, segundo o Manual de Educação de

Campanha - Treinamento Físico Militar do Exército, podemos citar:

a) Desenvolver, manter ou recuperar a aptidão física necessária para o desempenho de sua função;

b. Contribuir para a manutenção da saúde do militar; c. Assegurar o adequado condicionamento físico necessário ao

cumprimento da missão; d. Cooperar para o desenvolvimento de atributos da área afetiva. d. Estimular a prática desportiva em geral. 63

A educação física militar está diretamente relacionada à saúde do militar, a

qual é definida como um estado em que organismo funciona normalmente não

bastando apenas estar desprovido de doenças, mas levando uma vida executando

procedimentos que proporcionem afastar ao máximo os fatores de risco.

Apesar de existir normas que regulamentem a prática da atividade física e da

aplicação do TAF em toda a Corporação, não há um programa regular e estruturado

voltado para o aprimoramento do condicionamento físico dos bombeiros militares de

todo o Estado, assim como uma avaliação do condicionamento físico através de

TAFs periódicos.

O treinamento físico militar cria um sentimento de confiança e de segurança

de suas potencialidades, melhoria da qualidade de vida, aptidão para enfrentar

situações de risco, condições para lidar com situações limites e gerenciar crises de

qualquer ordem.

63

BRASIL, República Federativa do. Manual de Campanha - Treinamento Físico Militar “C 20-20”. Brasília: Exército Brasileiro, 2002, p. 11.

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40

3.1.1. Atribuições na instrução de treinamento físico

3.1.1.1. Atribuições do comandante da UPM:

a) Ser responsável pelos padrões de desempenho físico a serem atingidos pelos policiais militares. Decide a carga horária de educação física;

b) Apoiar o desenvolvimento da prática desportiva; c) Decidir, assessorado pelo Oficial de Educação Física, quais as

alternativas a serem aplicadas aos policiais militares, com deficiência física.

3.1.1.2. Atribuições do chefe da 3ª seção:

a) Ser responsável pelo planejamento e direção da educação física; b) Controlar diariamente as faltas; f) Fazer executar as sessões de educação física conforme o

planejamento e programação em quadro de distribuição de tempo; c) Participar, como Presidente, da Comissão de Aplicação do TAF.

3.1.1.3. Atribuições da equipe médica:

a) Ser responsável pela avaliação das condições de saúde dos PM's. Atua, juntamente com o Oficial de Educação Física, na manutenção preventiva da saúde da tropa. Participa, como membro, da Comissão de Aplicação do TAF.

3.1.1.4. Atribuições do instrutor de educação física:

a) Ser responsável pela orientação técnica do treinamento físico policial militar;

b) Elaborar planos de treinamento e condicionamento da tropa; c) Avaliar permanentemente as condições de saúde dos policiais

militares, em conjunto com o médico da OPM; d) Fiscalizar a prática do TFPM; e) Participar, como membro, da Comissão de Aplicação do TAF; f) Ministrar instruções sobre fisiologia do esforço, e outros assuntos

pertinentes à área de atuação; g) Planejar, organizar e dirige competições desportivas; h) Planejar, organiza, executa e supervisiona o treinamento das

equipes competitivas; i) Administrar instalações e materiais desportivos; j) Desenvolver pesquisas bibliográficas, ou de campo, em assuntos

referentes ao TFPM;

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41

l) Desenvolver, através da prática do TFPM, o campo psicossocial dos policiais militares, bem como desenvolve o campo afetivo através da motivação.

64

3.2. TESTE DE APTIDÃO FÍSICA (TAF)

Os exercícios físicos contidos no TAF têm como objetivo verificar a

capacidade funcional do policial militar, bem como cumprir pré-requisitos para

cursos, concursos e/ou admissão e promoções na Polícia Militar.

Hoje o manual que dá as diretrizes para o treinamento físico militar do exército

é o C 20-20, edição de 2002, tem por finalidade estabelecer procedimentos para o

planejamento, a coordenação, a condução e a execução da atividade física no

Exército Brasileiro e abrangir os aspectos fundamentais do treinamento físico militar

(TFM).

Segundo os Manuais de Educação Física Militar do Exército e da PMMT, a

frequência ideal de TFM é de cinco sessões semanais, mas que o mínimo deve ser

de três sessões semanais, pois esta é a quantidade mínima necessária para o

desenvolvimento e manutenção da aptidão física.

Na Polícia Militar de Mato Grosso é utilizado de forma complementar o Manual

de Educação Física Militar, publicado pela Portaria nº 011/QCG/2007, de 16/10/2007.

Hoje existem propostas mais modernas de atualização do TAF, feitas por

profissionais na área da Educação Física membros da Polícia Militar a exemplo de

Boldori.65

64 BARBOSA, Celso Henrique Souza; SANDES, Wilquerson Felizardo; LINO, Wangles dos Santos.

Manual de Educação Física Policial Militar: Uma Proposta de Vida Saudável. Cuiabá: Academia de Polícia Militar Costa Verde, 2007, p. 34 e 35.

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42

O conhecimento da aptidão física dos militares de uma Força, bem como da quantidade de inaptos fisicamente para tarefas mais árduas, tem se mostrado um instrumento fundamental para a tomada de decisão do comandante sobre o emprego de seus comandados, exigindo uma avaliação sistemática da aptidão física dos militares de uma tropa.

66

Os dados dos resultados do TAF não podem ser arquivados sem que essas

informações sejam utilizadas para subsidiar o redimensionamento do treinamento.

Os TAF aplicados de modo geral, não dão conta de avaliar componentes de

aptidão física relacionada à saúde em sua integralidade, com aproximação aos

valores mínimos exigidos e até subestimação das capacidades de desempenho em

alguns testes.

Segundo Boldori, o TAF não é diagnóstico a esta situação específica, pois não

pode avaliar qualquer condição física se esta não foi trabalhada.67

Representa apenas um fim em si mesmo, uma vez que não houve um período

de preparação física.

Não há porque se falar em deixar de aplicar o TAF, mas sim em desenvolver

um programa de condicionamento físico estruturado no qual todos os policiais

militares do Estado sejam contemplados.

3.2.1. Teste de Aptidão física na PMMT

Para que possa haver uma avaliação dos programas de condicionamento

físico na PMMT faz-se necessário a aplicação do TAF semestralmente, objetivando a

65

BOLDORI, Reinaldo. Aptidão física e sua relação com a capacidade de trabalho dos bombeiros militares do Estado de Santa Catarina. Dissertação Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 2002. p.57.

66 SALEM, M. et al. Composição corporal e desempenho físico de alunos do curso de monitor da escola e educação física do exército-2002. Revista de Educação Física, n. 129p. 18-25, 2004.

67 BOLDORI, Reinaldo. Op. Cit.

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43

criação de arquivos da situação atual de cada policial militar, bem como de sua

evolução.

Com os resultados obtidos nestes testes, pode-se melhorar, criar e delimitar

programas de condicionamento físico que atualmente foram e são propostos em

diversos estudos relacionados a Polícia Militar.

É perfeitamente visível que:

Os resultados produzidos pela aplicação do TAF devem servir de subsídios para a estruturação ou adequação de um novo programa de condicionamento físico. Tal procedimento adequa o treinamento às características e desempenhos de cada indivíduo ou grupo de indivíduos distribuídos nos diversos níveis de aptidão física.

68

O Teste de Aptidão Física (TAF) utilizado na corporação não deve ter caráter

competitiva, mas sim de ser um instrumento de diagnóstico para fins de seleção e de

verificação dos níveis de aptidão dos integrantes da Polícia Militar do Estado de Mato

Grosso.

Boldori afirma que os resultados obtidos pela aplicação do TAF não podem ser

menosprezados, estes resultados devem servir de subsídio para formulação de um

novo programa de condicionamento físico voltado para cada indivíduo ou grupo de

indivíduos a fim de desenvolver melhores índices de aptidão física.69

Para desempenhar sua missão de forma proveitosa, o policial militar deve

alcançar um índice no mínimo regular de condicionamento físico, que é comparado e

avaliado através da tabela do TAF, considerando como aceitáveis os índices obtidos

pelos avaliados considerados aptos.

68

FREITAS, Anderson Vieira de; PRADO, Rosa Luciana; SILVA, Roberto Jerônimo Dos Santos. Associação do percentual de gordura e o VO2 máximo na estimativa de fatores de risco relacionados a saúde em policiais militares de Aracaju - SE. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercicio, São Paulo, v. 1, n. 1, p.87-95, 01 jan. 2007. Bimestral.

69 BOLDORI, Reinaldo. Op. Cit., p.67.

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44

O Teste de Aptidão Física (TAF) é desenvolvido com a finalidade de verificar a

capacidade funcional do policial militar, desenvolvida pela instrução anual ministrada,

bem como cumprir pré-requisitos para cursos, concursos e/ou admissão na Polícia

Militar.

Para que possa haver uma avaliação dos programas de condicionamento

físico na PMMT faz-se necessário a aplicação do TAF semestralmente, objetivando a

criação de arquivos da situação atual de cada policial militar, bem como de sua

evolução, e ainda para possíveis promoções, como é o caso, tratado nesta

monografia.

O teste de aptidão física da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, vigora

desde o ano de 1997, quando foi aprovado e colocado em prática. Na época o

estudo verificou quais os atributos físicos necessários para o desempenho da

carreira policial e assim, definiu o Teste de Aptidão Física da Polícia Militar de Mato

Grosso.70

A Polícia Militar de Mato Grosso dispõe de um Teste de Aptidão Física (TAF)

aplicado tanto para ingresso quanto para avaliar dos policiais militares que

concorrem à promoção, inexistindo no momento um programa de treinamento físico

militar e aplicação de um Teste de Aptidão Física com a finalidade verificar o

condicionamento contínuo.

Para ingressar na Polícia Militar, o candidato passa por diversos testes, dentre

eles o TAF, o qual irá indicar se o mesmo possui um nível de condicionamento físico

mínimo para desempenhar a missão como policial militar. Após a conclusão dos

cursos de formação é importante que a corporação, através de ações em todos os

níveis de comando, continue trabalhando na manutenção e avaliação do

condicionamento físico do policial militar, o que já se encontra previsto no Manual de

Educação Física utilizado pela instituição. Contudo, percebe-se a ausência de

70

BARBOSA, Celso Henrique Souza; SANDES, Wilquerson Felizardo; LINO, Wangles dos Santos. Op. Cit., p.67.

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treinamentos físicos regulares que objetivem a manutenção do condicionamento

físico dos policiais.

Assim, para ascender na carreira, o policial militar, deve preencher alguns

requisitos, dentre eles estarem aptos fisicamente.

3.2.2. Exercícios constantes no TAF:

Para avaliar o condicionamento físico do policial militar, ele é submetido à

realização de cinco exercícios físicos. Esses exercícios, após estudos realizados,

foram apontados como ideais para se avaliar de forma generalizada o policial militar

em atividade.

Corrida de 12 minutos: consta de volta em pista, devendo-se atingir a maior

distância no respectivo tempo. Esse exercício exige do policial militar atributos

físicos, tais como, resistência aeróbica, endurance muscular localizada e capacidade

aeróbica. Os principais grupos musculares ativados durante a realização do teste são

flexores do tronco e flexores da coxa.

Abdominal remador: é iniciado em decúbito dorsal, com dedos entrelaçados

e apoiados na região posterior da cabeça. Quadris e joelhos devem estar

flexionados, os pés unidos e mantidos fixos no solo, apoiados na região dos

tornozelos, com auxílio do avaliador. A execução se dá pela flexão do tronco,

tomando-se como referência seu contato com a parte anterior das coxas. Considera-

se o máximo de repetições sem tempo determinado, realizadas de forma contínua.

Esse exercício exige dos policiais militares atributos físicos como coordenação,

endurance muscular localizada, flexibilidade e resistência muscular localizada. Os

principais grupos musculares ativados durante a realização do teste são os flexores

de tronco e coxa.

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46

Flexão de braços: Inicia com o corpo em pronação, em quatro apoios; as

mãos devem estar ligeiramente afastadas e apoiadas no solo, em flexão dorsal;

cotovelos estendidos, antebraços em pronação, ombros em flexão de 90º. Vale o

número máximo de execuções ininterruptas sem tempo determinado. O movimento

consiste em, simultaneamente, flexionar os cotovelos e abduzir os ombros, tendo

como referência a aproximação do tronco ao solo. Os principais grupos musculares

ativados durante a realização do teste são os flexores de braço extensores de

antebraço.

Flexão na barra fixa: Inicia-se com o avaliado em suspensão no aparelho,

por preensão palmar, antebraços devem manter-se em pronação e cotovelos

estendidos. Vale o número máximo realizado continuamente. A execução combina

adução e extensão dos ombros com flexão dos cotovelos. Como referência para

contagem do movimento, utiliza-se a elevação do queixo acima da barra. Vale o

número máximo realizado continuamente. Os principais grupos musculares ativados

durante a realização do teste são os flexores de antebraço e dedos. Para as

mulheres verifica-se a capacidade de empregar força isométrica por um dado

período de tempo.

Meio sugado: Inicia-se com os pés paralelos e os membros superiores ao

longo do corpo. A primeira etapa é de flexão simultânea de tronco, joelhos e

tornozelos (com projeção anterior da perna), e apoio das mãos no solo com

antebraços em pronação; na segunda, dá-se extensão simultânea do quadril e dos

joelhos, finalizando na posição quatro apoios. A última etapa consiste no retorno à

posição inicial. Esse exercício exige do policial militar atributos físicos como

coordenação, flexibilidade, endurance e resistência muscular localizada. Considera-

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47

se o número máximo de execuções com tempo determinado de um minuto. Os

principais grupos musculares ativados durante a realização do teste são os

extensores da coxa e perna, extensores da coluna, flexores da coxa e abdômen.

O policial militar somente realizará o teste de aptidão física mediante

apresentação de atestado médico, com isso será considerado em perfeitas

condições de saúde para a realização do TAF.

Dentre os inúmeros benefícios, Nieman enfatiza que:

O exercício físico atua no combate a obesidade, câncer, hipertensão pela vascularização dos tecidos corporais e melhoria da eficiência cardíaca por meio do aumento das cavidades do coração e da hipertrofia do miocárdio.

71

Os resultados destes testes, devidamente cadastrados, além de servirem

como estatística para a Corporação, deveriam ser utilizados para a análise das

bancas examinadoras de TAFs de promoção que terão uma forma de acompanhar o

condicionamento físico do militar durante toda sua carreira e pontuar com mais

propriedade tais índices no momento da promoção do militar, através da média dos

TAFs obtidos na graduação.

De acordo com Nieman:

O exercício é a atividade física planejada, realizada de forma repetida para desenvolver ou manter o condicionamento físico. Para tornar-se e manter-se condicionado, os indivíduos devem exercitar-se regularmente. Os exercícios fortalecem o coração, permitindo que ele bombeie uma maior quantidade de sangue em cada batimento, o sangue então pode liberar mais oxigênio ao organismo, aumentando a quantidade máxima de oxigênio que o organismo consegue obter e utilizar. Essa quantidade, denominada captação máxima de oxigênio, pode ser medida para se determinar o nível de condicionamento de um indivíduo.

72

71

NIEMAN, David C. Exercício e saúde: Como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. 1ª Edição. São Paulo: Manole, 1999, p.32. 72

Idem, p.15.

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48

No Decreto nº 2468, de 29 de março de 2010, que regulamenta a promoção

das praças da PMMT e CBMT, em seu Artigo 13º e no Decreto nº 2443, de 17 de

março de 2010, que dispõe sobre as promoções dos oficiais da ativa, encontramos

os requisitos indispensáveis a promoção.

Decreto nº 2468, de 29 de março de 201073

Art. 13: Requisitos indispensáveis à promoção:

I - Ter completado na data da promoção interstício mínimo previsto; V - Ser considerado apto no teste de aptidão física; [...] § 9º O Teste de Aptidão Física (TAF) será aplicado segundo o manual de educação física da Corporação por comissão composta por 03 (três) Oficiais designados pelo Comandante Geral, que expedirá ficha com resultado do teste constando os índices alcançados pelo militar testado e se ele está “APITO” ou “INAPTO”; [...] § 11º A ficha do TAF tem validade de 06 (seis) meses;

[...]

Decreto nº 2443, de 17 de março de 201074

Art. 15 A inspeção de saúde será atestada por:

I - ata de inspeção de saúde expedida por junta médica da corporação; II - Certificado de capacidade física válido, expedido pela Agencia Nacional de Aviação Civil; § 1º A Diretoria de Saúde da Polícia Militar estabelecerá protocolo para comprovação de aptidão de saúde, de forma a comprovar a plena capacidade do candidato para exercício das atividades inerentes ao posto pretendido; § 2 A ata de inspeção de saúde tem validade de 12 (doze) meses; [...]

73

MATO GROSSO (ESTADO). Decreto nº 2468 de 29 de março de 2010. Disponível em http://www.iomat.mt.gov.br/imprimir.htm?id=288438&edi_id=2555. Acesso em: 25 out 2012. 74

MATO GROSSO (ESTADO). Decreto nº 2443 de 17 de março de 2010. Disponível em: http://dgp.pm.mt.gov.br/stored/arquivos/DECRETO%20N.%202443-17-03-2010.pdf. Acesso em 25 out 2012.

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49

Art. 16 O Teste de Aptidão Física (TAF) será aplicado segundo o manual de educação física da Corporação por comissão composta por 03 (três) Oficiais designados pelo Comandante Geral, que expedirá ficha com resultado do teste constando os índices alcançados pelo militar testado e se ele está “APITO” ou “INAPTO”; [...] § 2º ficha do TAF tem validade de 06 (seis) meses; [...]

Os dois decretos mencionam que o Teste de Aptidão Física (TAF) aplicado

será conforme o Manual de Educação Física da PMMT, no entanto a portaria

nº224/QCG/DGP, de 22/10/2010, publicada no BGE nº 179 de 03/11/2010, em seu

art. 5º, suspende a vigência do manual de Educação Física nas aplicações dos

Testes de Aptidão Física (TAF) da Corporação, designando uma comissão para

propor eventuais alterações no referido manual.

Diante desse impasse, quando da realização de Teste de Aptidão Física para

critério de promoção na instituição é aplicado o protocolo conforme Anexo “A”, que

são repassados aos aplicadores dos testes e publicado no site da instituição.

Não há porque se falar em deixar de aplicar o TAF, mas sim em desenvolver

um programa de condicionamento físico estruturado no qual todos os policiais

militares do Estado sejam contemplados.

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50

CAPÍTULO IV METODOLOGIA

Segundo Andrade, “Metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que

são percorridos na busca do conhecimento”.75

A Metodologia, portanto, foi o caminho previamente calculado e ora percorrido

para que esta pesquisa pudesse chegar a seu determinado fim ou objetivo,

viabilizando a resolução do problema descartando-se o empirismo e enquadrando-a

no mundo da ciência.

4.1 METODO DE ABORDAGEM

Andrade nos ensina que “Método de abordagem é o conjunto de

procedimentos utilizados na investigação de fenômenos ou no caminho para chegar-

se à verdade”.76

Sendo assim, pela amplitude do problema que envolve esta pesquisa, exigiu-

se um método que abrangesse suas lacunas e busca-se defini-las enquanto

verdadeiras ou não, levando-nos a um entendimento concreto e um resultado

científico do problema tratado.

Atendendo estes anseios, a pesquisa utilizará o método hipotético-dedutivo,

que segundo Marconi e Lakatos:

[...] consiste na construção de conjecturas, que devem ser submetidas a testes, os mais diversos possíveis, à crítica intersubjetiva, ao controle mútuo pela discussão crítica, à publicidade crítica e ao confronto com os fatos, para

75

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 117. 76

Idem, p. 118.

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51

ver quais as hipóteses que sobrevivem como mais aptas na luta pela vida, resistindo, portanto, às tentativas de refutação e falseamento.

77

Observamos então que tal método consiste na construção de possibilidades

que devem ser submetidas à crítica intersubjetiva, à discussão crítica e ao confronto

dos fatos, para que se verifiquem quais hipóteses melhor se enquadram ao problema

em questão, a fim de determinar sua resolução.

4.2. TIPO DE PESQUISA

4.2.1. Quanto à forma de abordagem do problema

A pesquisa será Quantitativa e Qualitativa. Quantitativa, pois considerará tudo

que pode ser quantificável e necessário à elucidação do problema. conforme nos

ensina Siena:

A pesquisa quantitativa é caracterizada pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento destas por meio de técnica estatística. O pressuposto é que tudo pode ser quantificável e traduzido em números.

78

Observamos a importância dessa forma de abordagem ao entender que sua

utilização propicia o descobrimento e classificação da relação entre as variáveis e/ou

fenômenos que influenciam no problema.

E qualitativa, pois segundo Siena:

O foco não é a quantificação, mas a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados, pois o pesquisador considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito que não pode ser quantificável. Não há emprego de métodos e técnicas estatísticas, mas pode-se usar a estatística descritiva para organização das informações.

79

77

MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2007, p. 72. 78

SIENA, Osmar. Metodologia da Pesquisa Científica: Elementos para Elaboração e Apresentação de Trabalhos Acadêmicos. Porto Velho: Fundação Universidade Federal de Rondônia, 2007, p. 62. 79

Idem, p. 61.

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52

Sendo assim, utilizaremos ambas as formas de abordagem do problema

supracitadas, visando dar importância à quantificação e dela retirar estatísticas que

subsidiem o entendimento das variáveis do problema, utilizando-a principalmente na

pesquisa de campo, e qualificar as demais informações investigadas no curso da

pesquisa, buscando interpretá-los e assimilá-los ao objetivo da pesquisa.

4.2.2. Quanto aos fins da pesquisa

Essa pesquisa será descritiva e analítica. Descritiva tendo em vista sua função

inata de expor as características específicas de um fenômeno. E analítica por ter

como característica principal de ordenar e sumariar as informações contidas nas

fontes, de forma que estas possibilitem a obtenção de respostas ao problema da

pesquisa.

4.2.3. Quanto aos meios de pesquisa

Quanto aos meios empregados para a obtenção de dados, este trabalho utiliza

o método bibliográfico, o documental e a pesquisa de campo.

A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes

formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado

assunto ou fenômeno. Normalmente o levantamento bibliográfico é realizado

em bibliotecas públicas, universidades, e especialmente em acervos virtuais

- internet.80

O método bibliográfico é utilizado para fins de embasamento teórico,

consistindo no estudo e consulta de obras literárias e trabalhos científicos voltados

para o tema em questão.

80

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Op. Cit., p.128.

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53

No que se refere ao estudo documental, fora realizada coleta de dados de

documentos repassados pelo Comando Regional II (Ata de avaliação e ficha de

desempenho físico individual dos policiais militares) com fins de subsidiar a

realização desse trabalho.

Já a pesquisa de campo se define na coleta de dados primários, aqueles que

são obtidos diretamente na fonte do problema, geralmente por meio de questionários

ou entrevistas. Nesse trabalho a pesquisa de campo deu-se por meio da aplicação

de questionário aos policiais militares.

4.3. POPULAÇÃO E AMOSTRA

4.3.1. População

A população foi composta por 76 policiais militares pertencentes ao CR-II,

localizado na cidade de Várzea Grande-MT, que foram submetidos ao TAF,

procedimento obrigatório para os policiais que concorrem à promoção no Estado de

Mato Grosso.

4.3.2. Amostra

A amostra foi composta por 8 policiais militares do sexo masculino, com idade

entre 26 e 52 anos, com graduação de cabo, sargento e oficial, que representam

10% da população dos policiais militares do CR-II que concorreram à promoção em

05 de setembro de 2012.

A participação dos policiais militares ocorreu de forma voluntária, sendo

informados dos objetivos e forma de realização dos testes e exames.

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54

4.4. PROCEDIMENTO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O primeiro passo foi conseguir a autorização do comandante Regional II para

utilização das informações contidas na ata de avaliação e fichas de desempenho

físico individual de 76 policiais militares do CR-II, que concorreram à promoção de 05

de setembro de 2012.

O teste de aptidão física (TAF) foi aplicado pelo CR-II às praças e aos oficiais

nos dias 31 de julho e 01 de agosto (1ª chamada) e nos dias 07 e 08 de agosto (2ª

chamada). O teste foi aplicado no SESI Clube Várzea Grande, com a realização dos

seguintes exercícios: ½ sugado, abdominal remador, flexão de braço, flexão ou

sustentação na barra fixa e corrida.

Na sequencia os policiais militares foram procurados para participar do estudo

cientifico, sendo que 8 policiais militares preencheram o termo de consentimento livre

e esclarecido (APÊNDICE A) no dia 1 de outubro de 2012 e compareceram no

NAFIMES - Núcleo de estudos em Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Esporte

e Saúde, onde responderam um questionário com 7 questões fechadas e posterior

foi aplicado testes e aferições corporais com o auxilio de professores e acadêmicos

da FEF/UFMT, avaliando o peso em kg e a estatura em cm, para posterior cálculo e

classificação do Índice de Massa Corporal - IMC, Pressão arterial, circunferências,

testes fiscos de resistência abdominal, teste de força de preensão manual.

Os sujeitos da pesquisa foram informados que:

Os dados obtidos seriam utilizados exclusivamente com finalidade científica,

mantendo-se o anonimato dos voluntários;

Os sujeitos teriam a liberdade de se recusar a participar ou retirar o

consentimento, em qualquer fase da pesquisa;

Não haveria despesas para a participação na pesquisa;

A pesquisa poderia ser suspensa caso os sujeitos da amostra, não

assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

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55

Haveria o retorno dos dados obtidos após a conclusão da pesquisa às

instituições de origem.

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56

CAPITULO VI APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com o objetivo de identificar os níveis de aptidão física dos policiais

militares concorrentes à promoção, neste capítulo é apresentado o resultado do

questionário (APÊNDICE B) o qual é composto de 7 questões objetivas, dados

extraídos das fichas de desempenho físico individual, da ata de avaliação física dos

policiais militares que concorreram a promoção, testes físicos e aferições corporais

realizados no Núcleo de estudos em Aptidão Física, Informática, Metabolismo,

Esporte e Saúde.

Resultados extraídos do questionário (Apêndice B):

Tabela 1: Faixa etária dos policiais militares

Na tabela 1, observa-se que 12,5% está na faixa etária de 26 a 30 anos, 50%

na faixa etária de 31 a 40 anos e 37% com idade acima de 40 anos. A idade dos

policiais militares varia de 26 a 52 anos, idade média de 38,5 anos,

Tabela 2: Grau hierárquico

Posto/graduação Frequência %

Cabo 5 62,5

Sargento 2 25

Oficial 1 12,5

Total 8 100

Faixa etária Frequência %

26 a 30 1 12,5

31 a 35 2 25

36 a 40 2 25

41 a 45 1 12,5

46 a 50 1 12,5

51 a 55 1 12,5

Total 8 100

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57

Na tabela 2, observa-se que 87,5% dos policiais são praças, enquanto que

apenas 01 participante é oficial. Da população total de 76 policiais que concorreram a

promoção, 8 se dispuseram a fazer parte dessa pesquisa, correspondendo a

10,81%.

Tabela 3: Tempo de serviço

Tempo Frequência %

1 a 5 1 12,5

10 a 15 5 62,5

25 a 30 2 25

Total 8 100

Na tabela 3, observa-se que 62,5% dos policiais possuem 14 anos de serviço,

enquanto que 25% possuem entre 25 e 30 anos e apenas um possui menos de 5

anos de serviço.

O número de policiais militares acima de 14 anos de serviço se explica devido

ao interstício de 12 anos de serviço para as praças passarem a concorrerem à

promoção, segundo Regulamento de Promoção de Praças da PMMT, aprovado pelo

Decreto Estadual nº 2468, de 29/03/2010.

Tabela 4: Prática de atividade física fora do ambiente de trabalho

Opção Frequência %

SIM 7 87,5

NÃO 1 12,5

Total 8 100

Na tabela 4, 87,5% dos participantes informaram praticar atividade física fora

do ambiente de trabalho. Essa prática muitas vezes apenas nos finais de semana,

com a participação em partidas de futebol e corridas de rua.

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Tabela 5: Prática de atividade física no ambiente de trabalho

Opção Frequência %

SIM 1 12,5

NÃO 7 87,5

Total 8 100

Na tabela 5, observa-se o contrário da tabela 4, não ocorrendo a prática de

atividade física no ambiente de trabalho ou em decorrência dele. A realização de

atividade física na unidade militar deveria ser frequente para melhora do

condicionamento físico desses policiais.

Infelizmente as unidades militares não possuem um espaço físico que permita

ao policial militar a prática de atividade física, verificado que 87,5% não participam de

qualquer atividade física no ambiente de trabalho.

Tabela 6: Uso de cigarro

Opção Frequência %

SIM 0 0

NÃO 8 100

Total 8 100

Na tabela 6, verifica-se que 100% do grupo de policiais militares não faz uso

de cigarro.

Sabendo que o fumo é o principal fator de risco para a mortalidade por

doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, o resultado da pesquisa identifica

um fator muito importante como prevenção de doenças e para uma maior expectativa

de vida, já que os fumantes são mais suscetíveis a essa doenças e possuem uma

expectativa de vida muito reduzida.

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59

Tabela 7: Uso de bebida alcoólica

Opção Frequência %

SIM 4 50

NÃO 4 50

Total 8 100

Na tabela 7, verifica-se que 50% dos avaliados fazem uso e 50% não fazem

uso de bebida alcoólica.

Essa droga tem gerado diversas complicações para a instituição policial, para

a sociedade e para o próprio policial militar, que ao ingeri-la em proporções não

aceitáveis, passa a se comportar de forma agressiva, desrespeitosa e até abusando

do poder que a profissão lhe atribui, usando de forma ilegal sua arma de fogo para

ferir e matar pessoas que ousem enfrentá-lo.

Portanto, o uso de bebida alcoólica pelos policiais militares caso ocorra deve

ser visto com muita cautela, pois o uso desenfreado pode provocar problemas com a

saúde, problemas sociais, conflitos familiares, prejuízo ao policial militar e marcha a

imagem da instituição.

Dados da Secretária de Segurança Pública em Goiás comprovam que

transtornos mentais e do comportamento são a principal causa de afastamento de

policiais civis e militares do trabalho. Na Polícia Militar, 70% dos policiais

aposentados em 2009 eram pacientes da psiquiatria, com comprovada ocorrência de

transtornos mentais e do comportamento, sejam eles orgânicos, os relacionados ao

humor e ao estresse ou mesmo os provocados pelo abuso de substâncias

psicoativas, como álcool e drogas.81

81

GOIÁS (ESTADO). Transtornos tiram policiais das ruas. Abuso de álcool e drogas, depressão e ansiedade estão entre causas de afastamento de civis e militares. Goiânia: Ministério Público, 2010. Disponível em <http://www.mp.go.gov.br>. Acesso em: 25 out 2012.

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60

Tabela 8: Problema ósseo ou articular

Opção Frequência %

SIM 2 25

NÃO 6 75

Total 8 100

Na tabela 8, observa-se que 25% dos policiais militares apresentam limitações

seja articular ou óssea, dificultando assim a realização de alguns testes físicos. Essa

limitação os incomoda de forma a atrapalhar na realização do trabalho policial e das

atividades rotineiras do dia a dia.

Resultados do TAF aplicado aos policiais militares:

Tabela 9: Tabela do Teste de Aptidão Física (TAF) - Masculino

Fonte: Msg Direta nº 001/DGP/SCP/12 de 31/01/2012

Tabela 10: Resultado do Teste de Aptidão Física (TAF)

Participante Barra Corrida 12

Abdominal Meio sugado

Flexão de

braço

Total de pontos

Alpha 4 2 4 4 4 18

Bravo 4 4 4 4 4 20

Charlie 4 2 4 4 4 18

Delta 4 3 4 4 4 19 Echo 4 4 4 4 4 20

Fox 4 1 4 1 1 11

Golf 4 4 4 4 4 20

Hotel 4 4 4 4 4 20

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Na tabela 10, verifica-se que dentre os 8 policiais militares que participaram

desse estudo, 50% deles não obtiveram nota máxima no referido teste. O resultado

alcançado pelos avaliados dificulta uma análise de constatação de aptidão física,

pois enquanto alguns avaliados alcançaram o valor máximo outros apenas

alcançaram o valor mínimo.

Em análise às fichas de desempenho físico individual dos 76 policiais militares

que foram submetidos ao TAF para processo de promoção, verificou-se que 26,31%

dos policiais militares realizaram apenas uma repetição no exercício de barra fixa e

25% correram apenas 1700 metros, o mínimo aceitável para cada exercício,

representando um resultado preocupante de avaliação da aptidão física.

Resultados das aferições corporais:

Como forma de referência para classificar o Índice de Massa Corporal (IMC)

dos policiais militares da amostra, comparamos o resultado com os parâmetros da

Organização Mundial da Saúde (OMS).

Tabela 11: Tabela normativa do índice de massa corporal (IMC ) - Masculino

IMC Classificação

Abaixo de 18,5 Abaixo do peso normal

Entre 18,6 e 24,9 Peso normal (aceitável ou ideal)

Entre 25 e 29,9 Sobrepeso

Entre 30 e 34,9 Obesidade grau 1 (leve)

Entre 35 e 40 Obesidade grau 2 (moderada)

Maior ou igual a 40 Obesidade grau 3 (severa)

Fonte: NAHAS, 2003.

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Tabela 12: Classificação dos policiais militares quanto ao índice de massa corporal (IMC)

Classificação Frequência %

Sobrepeso 4 50

Obesidade grau 1 3 37,5

Obesidade grau 2 1 12,5

Total 8 100

Na tabela 12, verifica-se que todos os policiais militares da amostra estão

classificados com índices de massa corporal acima do aceitável pela OMS, estando

50% classificados com sobrepeso e 50% com obesidade, o que demonstra muita

preocupação considerando-se a necessidade do bom físico do policial militar.

De acordo outra pesquisa verifica-se que quanto mais a idade avança maiores

os níveis de sobrepeso e obesidade.

Essa média de policiais militares acima do peso não é só uma realidade

matogrossense, ela é uma realidade brasileira, na pesquisa realizada nos Estados do

Rio de Janeiro e Pernambuco demonstra que os policiais estão acima do peso, 66%

e 70%, respectivamente.

Diante desses resultados, verificamos a necessidade de que nossos policiais

tenham um estilo de vida mais ativo, proporcionando assim melhores condições de

mobilidade e destreza para o exercício da atividade policial e rotinas do dia a dia.

Tabela 13: Normativa da pressão arterial em adultos

Pressão sistólica Pressão diastólica Classificação

< 130 < 85 Normal 130 a 139 85 a 89 Normal – limítrofe 140 a 159 90 a 99 Hipertenção leve

160 a 179 100 a 109 Hipertenção moderada

> ou = 180 > ou = 110 Hipertenção grave > ou = 140 > 90 Hipertenção sistólica

Fonte: III Consenso de Hipertensão Arterial

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Tabela 14: Resultado da pressão arterial

Classificação Frequência %

Normal 4 50

Normal – limítrofe 4 50 Total 8 100

Na tabela 14, em relação à pressão arterial, foi verificado que 50% dos

policiais militares apresentaram valores considerados normais e 50% normal-

limítrofe.

A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de

acidentes vasculares cerebrais, enfartes do miocárdio, aneurismas das artérias.

O controle da pressão arterial deve ser por parte do policial militar uma

importante ferramenta para manter seu corpo em pleno funcionamento, sendo

responsável por diversas causas de morte súbita, muitas vezes não oportunizando

as vítimas uma segunda ou terceira oportunidade, podendo ser fulminante, devido a

elevada de pressão sanguínea na parede das artérias.

Tabela 15: Classificação de riscos para a relação cintura-quadril de homens

Idade Baixo Moderado Alto Muito Alto

20 a 29 < 0,83 0,83 a 0,88 0,89 a 0,94 > 0,94

30 a 39 < 0,84 0,84 a 0,91 0,92 a 0,96 > 0,96

40 a 49 < 0,88 0,88 a 0,95 0,96 a 1,00 > 1,00

50 a 59 < 0,90 0,90 a 0,96 0,97 a 1,02 > 1,02

60 a 69 < 0,91 0,91 a 0,98 0,99 a 1,03 > 1,03

Fonte: Applied Body Composition Assessment, página 82. Ed. Human Kinetics, 1996.

Tabela 16: Resultado do risco da relação cintura/quadril

Classificação Frequência %

Moderado 7 87,5

Muito Alto 1 12,5

Total 8 100

Na tabela 16, verifica-se que 87,5% apresentam risco moderado e 12,5%

apresenta risco muito alto para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

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Tendo como participantes da pesquisa policiais militares com idade média de

38,5 anos, os resultados são satisfatórios para a saúde, pois com o avançar da idade

a circunferência da cintura tende a aumentar, seja pela pouca prática de atividade

física, pela alimentação inadequada ou pelos fatores fisiológicos.

A OMS estabelece como ponto de corte para risco cardiovasculares

aumentado medida de circunferência abdominal igual ou superior a 94 cm em

homens e 80 cm em homens caucasianos (Tabela 17).

Tabela 17: Classificação da Circunferência abdominal e risco de complicações metabólicas associadas com a obesidade

Circunferência abdominal (cm)

Risco de complicações metabólicas Homem Mulher Nível de

ação

Aumentado ≥ 94 ≥ 80 1

Aumentado substancialmente ≥ 102 ≥ 88 2

Fonte: OMS apud Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome metabólica.

Tabela 18: Resultado do grau de risco de complicações metabólicas da circunferência abdominal

Risco de complicações metabólicas Frequência %

Baixo Risco 3 37,5

Aumentado 4 50

Aumentado substancialmente 1 12,5

Total 8 100

Na tabela 18, verifica-se que 37,5% estão classificados como baixo risco para

complicações metabólicas, 50% com risco aumentado e 12,5% com risco aumentado

substancialmente. Essa tabela utiliza de um protocolo para homens brancos

europeus, inexistindo protocolo para as populações da América do Sul e caso

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houvesse o valor avaliativo seria menor do que o apresentado para o povo europeu,

refletindo em um número maior de policiais militares com classificação de risco para

complicações metabólicas.

Tabela 19: Classificação do teste sentar e alcançar - Masc.

Idade 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69

Excelente > 39 > 40 > 38 > 38 > 35 > 33 Acima da

média 34 a 38 34 a 39 33 a 37 34 a 37 28 a 34 25 a 32

Média 29 a 33 30 a 33 28 a 32 24 a 28 24 a 27 20 a 24 Abaixo da

média 24 a 28 25 a 29 23 a 27 18 a 23 16 a 23 15 a 19

Ruim < 23 < 24 < 22 < 17 < 15 < 14

Fonte: ACSM (2000) citado por Pitanga (2004)

Tabela 20: Resultado do teste sentar e alcançar

Classificação Frequência %

Acima da média 4 50

Abaixo da média 1 12,5

Ruim 3 37,5

Total 8 100

Na tabela 20, em relação à flexibilidade, constatou-se neste estudo que 50%

dos policiais militares apresentaram valores acima da média, 12,5% abaixo da média

e 37,5% ruim.

Bezerra Filha, avaliando policiais militares que trabalham no serviço de

radiopatrulhamento do 5º Batalhão de João Pessoa, constatou que o grupo

apresentou valores médios de flexibilidade abaixo do que tem sido encontrado na

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literatura, com 67% do grupo apresentando baixos níveis e apenas 33%

apresentaram níveis satisfatórios.82

Baixos níveis de flexibilidade dos músculos posteriores da coxa podem trazer

diversos malefícios para a saúde do indivíduo, pois há uma diminuição da amplitude

de movimento do quadril, limitando as atividades, aumenta a sobrecarga da coluna

lombar e até mesmo torácica, podendo provocar dor nessas regiões e lesão.

Tabela 21: Classificação da resistência muscular localizada - teste abdominal para

homens

Idade Excelente Acima da Média

Média Abaixo da Média

Fraco

15 a 19 + 42 36 a 41 32 a 35 27 a 31 < 26

20 a 29 + 36 31 a 35 25 a 30 21 a 24 < 20 30 a 39 + 29 24 a 28 20 a 23 15 a 19 < 14

40 a 49 + 25 20 a 24 15 a 19 07 a 14 < 06 50 a 59 + 19 12 a 18 05 a 11 03 a 04 < 02

60 a 69 + 16 12 a 15 04 a 11 02 a 03 < 01

Fonte: Pollock. M. L. e Wilmore J.H., 1993.

Tabela 22: Resultado da Resistência muscular localizada - Teste abdominal

Participante Frequência %

Excelente 7 87,5

Não realizou 1 12,5

Total 08 100

Na tabela 22, foi verificado que 87,5% apresentaram níveis excelentes quanto

à resistência muscular localizada abdominal, enquanto que 12,5% não realizou o

teste por limitações físicas.

82 BEZERRA FILHA, Maria José Alves. Nível de Aptidão Física Relacionado à Saúde dos Policiais

Militares que Trabalham no serviço de Rádio-Patrulha do 5º Batalhão de João Pessoa. Monografia de Especialização em Segurança Pública. Paraíba: Academia de Polícia Militar da Paraíba, 2004.

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67

O teste serve para avaliar a resistência localizada na região do quadril,

portanto pessoas com limitações para a realização desse exercício futuramente

apresentarão dificuldades de locomoção, de realização de movimentos de giro,

flexão do tronco e muitas dores.

Tabela 23: Classificação da resistência muscular localizada - flexão de braço para

homens

Idade Excelente Acima da Média

Média Abaixo da Média

Fraco

15 a 19 + 33 25 a 32 18 a 24 12 a 17 < 11

20 a 29 + 30 21 a 29 15 a 20 10 a 14 < 09

30 a 39 + 27 20 a 26 13 a 19 08 a 12 < 07

40 a 49 + 24 15 a 23 11 a 14 05 a 10 < 04

50 a 59 + 21 11 a 22 07 a 10 02 a 06 < 01

60 a 69 + 17 12 a 16 05 a 11 02 a 04 < 01

Fonte: Pollock. M. L. e Wilmore J.H., 1993.

Tabela 24. Resultado da resistência muscular localizada - flexão de braço

Classificação Frequência %

Excelente 4 50

Acima da Média 1 12,5

Média 1 12,5

Abaixo da Média 1 12,5

Não realizou 1 12,5

Total 8 100

Na tabela 24, verifica-se que 50% dos policiais atingiu a classificação

excelente, 12,5% acima da média, 12,5% na média, 12,5% abaixo da média e 12,5%

não realizou o teste por apresentar limitação.

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68

Esse exercício deve ser muito bem trabalhado nas aulas de educação física,

buscando formas de progredir no numero de execuções, pois o exercício contribui

para a realização do trabalho policial, para que este suba em um determinado local.

Tabela 25. Classificação da força de preensão manual

Classificação Força

Excelente > 64

Muito Bom 56 a 64

Acima da Média 52 a 56

Média 48 a 52

Abaixo da Média 44 a 48

Ruim 40 a 44

Muito Ruim < 40

Fonte: www.topendsports.com

Tabela 26. Resultado da força de preensão manual

Classificação Frequência %

Abaixo da Média 1 12,5

Ruim 4 50

Muito Ruim 3 37,5

Total 8 100

Na tabela 26, verifica-se um mau resultado dos policiais na avaliação do teste

de força de preensão manual, ficando todos abaixo da média recomendada, sendo

que 37,5 foram classificados como muito ruim.

Esse teste também deve ser trabalhado com os policiais militares, pois esse

profissional deve apresentar uma força de preensão manual pelo menos na média,

para que realize sua atividade policial, usando da força de seus braços para

imobilizar e prender infratores da lei que resistam à prisão.

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Tabela 27. Classificação do salto vertical na plataforma

Classificação Distância

Excelente > 61

Acima da Média 49 a 61

Média 34 a 48

Abaixo da Média 21 a 33

Fraco 5 a 20

Fonte: www.aquabarra.com.br/artigos/treinamento/PROTOCOLOS_DE_AVALIACAO.pdf

Tabela 28. Resultado do salto vertical na plataforma

Classificação Frequência %

Média 6 75

Abaixo da Média 2 25

Total 8 100

Na tabela 28, verifica-se que 75% dos policiais obtiveram valores médios na

classificação do salto vertical e 25% foram classificados abaixo da média.

O policial militar deve alcançar valores muito acima da média para a

realização do trabalho, que exige deste tal característica, tendo que se impulsionar

para pular um buraco, impulsionar para subir num objeto mais elevado e até para se

defender de objetos lançados, arremessados ou dispostos a meia altura.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todos os 76 policias militares submetidos ao Teste de Aptidão Física (TAF)

foram considerados APTOS, no entanto esse resultado pode representar uma

realidade errônea quanto ao desempenho físico alcançado, pois quando submetido

a amostra a realização de novos testes e aferições constatou que se faz necessário,

pelas características e necessidades da profissão policial militar, um trabalho mais

efetivo no que diz respeito ao condicionamento física dos militares.

Constatou-se que todos os policiais da amostra estão classificados com níveis

de massa corporal acima do aceitável pela OMS. Essa massa corporal tende a

aumentar progressivamente com o avançar da idade e agrava-se ainda mais quando

há redução nos níveis de prática de atividade física.

Por esse motivo recomenda-se que os policiais militares sejam acompanhados

continuamente e submetidos a protocolos que possam verificar a condição física dos

avaliados.

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ANEXO A - MSG DIRETA Nº 001/DGP/SCP/12 DE 31/01/2012

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E CONSENTIDO

Você esta sendo convidado a participar do projeto de pesquisa acima citado. O

documento abaixo contem todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos

fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir

a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.

Eu,______________________________________, abaixo assinado, concordo de livre e

espontânea vontade em participar como voluntario (a) do estudo de AVALIAÇÃO DA

APTIDÃO FÍSICA DOS POLICIAIS MILITARES DO CR-II, QUE CONCORRERAM A

PROMOÇÃO EM 05/SET/2012. Foram-me explicados os propósitos do estudo, os

procedimentos a serem realizados, seus desconfortos, riscos e benefícios esperados, as

garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Declaro que obtive todas

as informações necessárias e esclarecimento quanto às duvidas por mim apresentadas.

Estou ciente que:

1. Tenho a liberdade de desistir ou interromper a colaboração neste estudo no

momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;

2. Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, mas concordo

que sejam divulgados em publicações cientificas, desde que meus dados pessoais não

sejam mencionados;

3. Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados, ao

final desta pesquisa.

O pesquisador responsável se coloca a inteira disposição para contato no endereço e

número telefônico a seguir.

Pesquisador Responsável: Carlos Alexandre Fett

Endereço: Núcleo de estudos em Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde.

Av. Fernando Correa da Costa, Campus, Ginásio, FEF-UFMT, 78060-900.

Telefone para contato: NAFIMES-FEF-UFMT: (65) 3615-8836 / 9202-9677

Várzea Grande, _____ de _________________de 2012.

Assinatura do voluntário: ___________________________________________

Carlos Alexandre Fett (Pesquisadora responsável) Fone para contato: (65) 3615-8836

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APENDICE B - QUESTIONÁRIO DA PESQUISA DE CAMPO

Este questionário tem a finalidade de implementar os estudos feitos para a realização

do Trabalho monográfico, com o título AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA DOS

POLICIAIS MILITARES DO CR-II, QUE CONCORRERAM A PROMOÇÃO EM

05/SET/2012.

Nome do Avaliado:_____________________________________________________

Data de Nascimento:____/_____/_____

Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )

1- Assinale abaixo seu posto/graduação: ( ) Soldado ( ) Cabo ( ) Aluno a Sargento ( ) Sargento ( ) Oficial 2- Há quanto tempo exerce a profissão de Policial Militar? ( ) De 1 a 5 anos ( ) De 6 a 10 anos ( ) De 11 a 15 anos ( ) De 16 a 20 anos ( ) De 21 a 35 anos ( ) De 26 a 30 anos 3- Pratica exercícios físicos no ambiente de trabalho? ( ) Sim ( ) Não 4- Pratica exercícios físicos fora do ambiente de trabalho? ( ) Sim ( ) Não 5- Faz uso de Cigarro? ( ) Sim ( ) Não 6- Faz uso de Bebida Alcoólica? ( ) Sim ( ) Não 7- Você possui algum problema ósseo ou articular? ( ) Sim ( ) Não