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Monitorização do desenvolvimento organizacional dos cuidados de saúde primários * 1º Quadrimestre 2011 (Abril) Questionário aos presidentes dos conselhos da comunidade 1. Introdução.............................................................................................................................. 2 2. Respostas dos presidentes dos conselhos da comunidade ................................................. 3 2.1. Abrangência do conselho da comunidade ......................................................................... 4 2.2. Participação dos elementos no conselho da comunidade ................................................. 5 2.3. Actividade global do ACES ........................................................................................... 5 2.4. Orçamento do ACES ..................................................................................................... 6 2.5. Resposta do ACES para a prestação de cuidados de saúde ....................................... 7 2.6. Qualidade dos cuidados ................................................................................................ 8 2.7. Cooperação e parcerias com os municípios ................................................................. 9 2.8. Participação do cidadão .............................................................................................. 10 2.9. Comentários e sugestões adicionais ............................................................................... 12 3. Discussão e conclusões .......................................................................................................... 13

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Page 1: Monitorização do desenvolvimento organizacional dos ... · Monitorização do desenvolvimento organizacional dos cuidados de saúde primários * 1º Quadrimestre 2011 (Abril) Questionário

Monitorização do desenvolvimento organizacional

dos cuidados de saúde primários *

1º Quadrimestre 2011 (Abril)

Questionário aos presidentes dos conselhos da comunidade

1. Introdução .............................................................................................................................. 2

2. Respostas dos presidentes dos conselhos da comunidade ................................................. 3

2.1. Abrangência do conselho da comunidade ......................................................................... 4

2.2. Participação dos elementos no conselho da comunidade ................................................. 5

2.3. Actividade global do ACES ........................................................................................... 5

2.4. Orçamento do ACES ..................................................................................................... 6

2.5. Resposta do ACES para a prestação de cuidados de saúde ....................................... 7

2.6. Qualidade dos cuidados ................................................................................................ 8

2.7. Cooperação e parcerias com os municípios ................................................................. 9

2.8. Participação do cidadão .............................................................................................. 10

2.9. Comentários e sugestões adicionais ............................................................................... 12

3. Discussão e conclusões .......................................................................................................... 13

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Presidentes dos Conselhos da Comunidade Análise detalhada Abril 2011

* Projecto de colaboração entre o Ministério da Saúde e a Escola Nacional de Saúde Pública/UNL

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1. Introdução

Foram enviados questionários a todos os directores executivos, coordenadores das unidades

funcionais, presidentes dos conselhos clínicos e dos conselhos da comunidade, coordenadores

das unidades de apoio à gestão e dos gabinetes do cidadão. Cada questionário é específico

para cada unidade ou órgão de gestão. O primeiro questionário online esteve disponível para

preenchimento entre os dias 1 de Março e 13 de Abril de 2011.

O objectivo deste projecto é o de monitorizar e avaliar progressos, dificuldades, bem como

perspectivas e práticas inovadoras para o desenvolvimento organizacional dos cuidados de

saúde primários em Portugal.

Do total dos 1240 questionários enviados obtiveram-se 555 respostas completas, o que

representa uma taxa de resposta de 45%, embora tenha havido uma taxa global de resposta

de 58%. Algumas respostas foram consideradas incompletas, por apenas se encontrarem

preenchidos alguns campos, em número insuficiente para um adequado tratamento de dados.

Estas respostas incompletas foram excluídas da análise e não estão contabilizadas nas taxas de

resposta.

O grupo com maior taxa de resposta foi o dos coordenadores das unidades de cuidados na

comunidade (UCC), com um valor de 77%, seguido do grupo dos directores executivos com

70%. Os grupos com menor taxa de resposta foram o dos coordenadores das unidades de

cuidados de saúde personalizados (UCSP), com 27% e o dos presidentes dos conselhos da

comunidade, com 26% (Quadro 1).

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Presidentes dos Conselhos da Comunidade Análise detalhada Abril 2011

* Projecto de colaboração entre o Ministério da Saúde e a Escola Nacional de Saúde Pública/UNL

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Quadro 1. Taxas de resposta aos questionários de monitorização do desenvolvimento organizacional dos cuidados de saúde primários – Abril 2011

Questionários específicos

Enviados Respostas recebidas

Respostas completas

Taxa de resposta

(%)

Directores Executivos 71 69 50 70

Presidentes dos Conselhos Clínicos 68 46 36 53

Unidades de Saúde Familiar 283 161 142 50

Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados

461 181 124 27

Unidades de Cuidados na Comunidade 92 94 71 77

Unidades de Saúde Pública 71 44 35 49

Unidades de Recursos Assistenciais Partilhados

44 30 28 64

Unidades de Apoio à Gestão 34 27 18 53

Gabinetes do Cidadão 66 45 38 58

Conselhos da Comunidade 50 16 13 26

Totais 1240 713 555 45

2. Respostas dos presidentes dos conselhos da comunidade

Quadro 2. Taxa de resposta ao questionário enviado aos presidentes dos conselhos da comunidade

Questionário

específico Enviados

Respostas

recebidas

Respostas

completas

Taxa de

resposta

Presidentes dos Conselhos

da Comunidade 50 16 13 26%

Foram enviados questionários a 50 presidentes de conselhos da comunidade, tendo sido

recebidas 16 respostas. Destas, 3 foram consideradas incompletas e portanto, excluídas da

análise. Estes números representam uma taxa de resposta de 26%, embora a taxa global,

considerando todas as respostas, incluindo as incompletas, tenha sido de 32%.

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* Projecto de colaboração entre o Ministério da Saúde e a Escola Nacional de Saúde Pública/UNL

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Analisando as taxas de resposta por região de saúde, verifica-se que a região Centro é a que

apresenta a maior percentagem de resposta. Não se obteve nenhuma resposta das regiões do

Alentejo e Algarve, pelo que não se incluíram estas regiões na análise das respostas.

Quadro 3. Taxas de resposta dos presidentes dos conselhos da comunidade, por região de saúde

Região de

saúde

Questionários

enviados

Respostas

recebidas

Respostas

completas

Taxa de

resposta (%)

Norte 17 6 5 29.4

Centro 13 5 5 38.5

LVT 16 5 3 18.8

Alentejo 1 0 0 0

Algarve 3 0 0 0

Total 50 16 13 26 (continente)

2.1. Abrangência do conselho da comunidade

A Figura 1 ilustra a percepção dos presidentes dos conselhos da comunidade relativamente à

abrangência no que respeita aos sectores e parceiros envolvidos, verificando-se que as regiões

Norte e Lisboa e Vale do Tejo seguem a tendência do total do Continente, em que a maioria

atribuiu o nível elevado. Destaca-se o facto de nenhum presidente ter atribuído o nível baixo à

abrangência dos conselhos da comunidade.

Figura 1. Percepção dos presidentes quanto à abrangência do conselho da comunidade, no

que respeita os sectores e parceiros envolvidos, por região de saúde

Em relação a esta pergunta, um dos respondentes escreveu um comentário, que referia que

aquele conselho da comunidade já havia iniciado uma reflexão sobre o que cada um dos

sectores presentes no conselho contribui para a promoção da saúde da população daquela

área.

Norte Centro LVT Continente

0 0 0 0

40

60

33,3

46,2

60

40

66,7

53,9

Nível baixo (1,2) Nível médio (3) Nível elevado (4,5)

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* Projecto de colaboração entre o Ministério da Saúde e a Escola Nacional de Saúde Pública/UNL

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2.2. Participação dos elementos no conselho da comunidade

A participação dos elementos do conselho da comunidade neste órgão foi considerada de nível

elevado pela totalidade dos respondentes da região de Lisboa e Vale do Tejo, assim como pela

maioria dos respondentes da região Norte (Figura 2).

Figura 2. Percepção dos presidentes que responderam ao questionário quanto à participação

dos elementos do conselho da comunidade neste órgão, por região de saúde

Nos comentários associados a esta pergunta, um respondente afirma haver uma partilha

constante entre os vários membros do conselho da comunidade.

2.3. Actividade global do ACES

Na Figura 3 estão representadas as percepções dos presidentes que responderam ao

questionário, em relação à qualificação da actividade global do seu ACES. Estas percepções são,

em geral, positivas, destacando-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde a totalidade dos

respondentes qualificou a actividade do ACES como de nível elevado.

Figura 3. Percepção dos presidentes quanto à qualificação da actividade global do ACES, por

região de saúde

De acordo com o comentário escrito por um dos respondentes, existe uma forte articulação

entre os membros do conselho executivo, permitindo uma participação activa nas várias

actividades que se vão desenvolvendo.

Norte Centro LVT Continente

20 20

015,420

40

0

23,1

60

40

100

61,5Nível baixo (1,2)

Nível médio (3)

Nível elevado (4,5)

Norte Centro LVT Continente

0

20

07,7

40 40

0

30,8

60

40

100

61,5Nível baixo (1,2)

Nível médio (3)

Nível elevado (4,5)

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2.4. Orçamento do ACES

O orçamento disponível para o ACES foi considerado baixo pela maioria dos respondentes da

região de Lisboa e Vale do Tejo e por 46,2% dos respondentes do total do Continente. Nas

regiões Norte e Centro 20% dos respondentes atribuíram o nível elevado ao orçamento

disponível (Figura 4). Os comentários associados a esta pergunta estão transcritos no Quadro 4

e referem-se, essencialmente, ao facto dos presidentes dos conselhos da comunidade não

terem conhecimento sobre o orçamento disponível para os ACES.

Figura 4. Percepção dos presidentes dos conselhos da comunidade, quanto ao orçamento

disponível para o ACES, por região de saúde

Quadro 4. Comentários dos presidentes dos conselhos da comunidade, relativamente ao orçamento

disponível para o ACES

Não tenho conhecimento do orçamento

Não possuímos informações que nos permitam responder a esta questão

Sem dados para preenchimento

Não temos conhecimento

Não temos neste momento elementos necessários para responder a esta questão

É necessário reforço no âmbito da formação, no âmbito da informática e contratação de pessoal de técnicos superiores (técnicos de serviço social, psicólogos, fisioterapia)

Norte Centro LVT Continente

40 40

66,7

46,2

40 40

33,338,5

20 20

0

15,4

Nível baixo (1,2)

Nível médio (3)

Nível elevado (4,5)

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2.5. Resposta do ACES para a prestação de cuidados de saúde

Foi solicitado aos presidentes dos conselhos da comunidade que, tendo em conta a alínea c)

do Artigo 32º do Decreto-Lei nº 28/2008, de 22 de Fevereiro, avaliassem as respostas do ACES

a eventuais alertas para factos reveladores de deficiências graves na prestação de cuidados de

saúde. As respostas a esta pergunta estão representadas na Figura 5. No que se refere ao total

do Continente, 53,8% dos respondentes classificaram a resposta do ACES como de nível médio.

Na região Norte, a maioria (80%), atribuiu a mesma classificação. Na região Centro, 40%

atribuiu o nível elevado e 40% o nível médio.

Figura 5. Percepção dos presidentes dos conselhos da comunidade, quanto à resposta do

ACES para a prestação de cuidados, por região de saúde

Norte Centro LVT Continente

0

20

33,3

15,4

80

4033,3

53,8

20

40

33,330,8

Nível baixo (1,2)

Nível médio (3)

Nível elevado (4,5)

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2.6. Qualidade dos cuidados

A Figura 6 representa as percepções dos presidentes dos conselhos da comunidade em relação

à qualidade dos cuidados prestados no seu ACES. Verifica-se que, quer a nível do Continente,

quer nas regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo, a maioria dos respondentes atribui o nível

elevado à qualidade dos cuidados prestados. Na região Centro, 60% dos respondentes atribui o

nível médio. Os comentários associados a esta pergunta encontram-se transcritos no Quadro 5.

Figura 6. Percepção dos presidentes dos conselhos da comunidade, quanto à qualidade dos

cuidados prestados no seu ACES, por região de saúde

Quadro 5. Comentários dos presidentes em relação à qualidade dos cuidados prestados

Falta de espaço físico e médicos; cerca de 20.000 utentes sem médico família

Necessidade de continuar a investir na constituição de USF e UCC, com reforço de técnicos para estas

Não temos neste momento elementos necessários para responder a esta questão

Norte Centro LVT Continente

20

0

33,3

15,420

60

0

30,8

60

40

66,7

53,8

Nível baixo (1,2)

Nível médio (3)

Nível elevado (4,5)

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2.7. Cooperação e parcerias com os municípios

A cooperação e parcerias do ACES, em matérias de saúde, com os municípios da sua área

geográfica, foi classificada como de nível elevado para a maioria dos respondentes do

Continente e também das regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Norte. Na região Centro, a

cooperação foi classificada como de nível médio e elevado, respectivamente, por 40% dos

respondentes (Figura 7).

Figura 7. Percepção dos presidentes dos conselhos da comunidade, quanto à cooperação e

parcerias do ACES com os municípios da sua área geográfica, por região de saúde

Um dos respondentes comentou, relativamente a esta pergunta, que tem sido trabalhada a

articulação e a comunicação do ACES com os municípios da área, através do conselho da

comunidade, o que foi eficaz pela proximidade que se criou e pela co-responsabilização no

desenvolvimento dos serviços de saúde e nos projectos de protecção e de promoção da saúde

da comunidade.

Norte Centro LVT Continente

0

20

0

7,7

20

40

0

23,1

80

40

100

69,2

Nível baixo (1,2)

Nível médio (3)

Nível elevado (4,5)

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2.8. Participação do cidadão

Foi questionado aos presidentes se o seu conselho da comunidade dinamizou associações,

ligas, redes de utentes ou outras formas de participação do cidadão, na área de abrangência

do ACES. Em todas as regiões, assim como no total do Continente, mais de 60% dos

respondentes afirma que não foram dinamizadas este tipo de iniciativas (Figura 8).

Questionados ainda sobre o nível que atribuem à dinamização destas iniciativas, quando

existentes, a totalidade dos respondentes da região de Lisboa e Vale do Tejo classifica-a como

de nível elevado e a totalidade dos respondentes da região Norte classifica-a como de nível

médio (Figura 9).

Figura 8. Percepção dos presidentes dos conselhos da comunidade, quanto à dinamização de

associações, ligas, redes de utentes e outras formas de participação do cidadão, por região

de saúde

Figura 9. Percepção dos presidentes dos conselhos da comunidade, quanto ao nível da

dinamização de iniciativas para a participação do cidadão, por região de saúde

Norte Centro LVT Continente

20

4033,3 30,8

80

6066,7 69,2

Sim

Não

Norte Centro LVT Continente

0 0 0 0

100

33,3

0

50

0

66,7

100

50 Nível baixo (1,2)

Nível médio (3)

Nível elevado (4,5)

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Em relação a esta pergunta, um dos respondentes comentou que foram efectuadas sessões

públicas em todos os concelhos da área da abrangência do ACES, com o objectivo de informar

as populações sobre a forma de organização e funcionamento das várias unidades funcionais e,

em conjunto com o gabinete do cidadão, foram efectuadas inscrições, por quem se

voluntariou, para vir integrar a associação de utentes do ACES, elemento que ainda não está

presente no conselho da comunidade.

Quanto a outras actividades ou projectos desenvolvidos no ACES por iniciativa do conselho da

comunidade, a maioria dos respondentes, quer a nível do Continente, quer de cada uma das

regiões representadas, considera que não foram desenvolvidas outras actividades ou projectos

(Figura 10). Os comentários associados a esta pergunta, estão transcritos no Quadro 6.

Figura 10. Percepção dos presidentes dos conselhos da comunidade, quanto a outras

actividades ou projectos desenvolvidos por iniciativa do conselho da comunidade, por região

de saúde

Quadro 6. Comentários dos presidentes em relação a outras actividades desenvolvidas pelo

conselho da comunidade

Partilha de recursos, de forma a optimizar a acção do ACES

Avaliação da situação do ACES, nomeadamente no que concerne à falta de médicos

Participação no Encontro Nacional dos Gabinetes do Cidadão e no Encontro Nacional das URAP;

O Conselho da Comunidade realizou, em cada município, reuniões com os vários responsáveis

políticos, no sentido de diagnosticar os problemas de saúde mais preocupantes em cada concelho;

Neste momento está a elaborar um memorando com toda a informação recolhida

Norte Centro LVT Continente

20 20

33,3

23,1

80 80

66,7

76,9

Sim

Não

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2.9. Comentários e sugestões adicionais

De modo a promover a participação e o envolvimento dos presidentes dos conselhos da

comunidade, foi dada a possibilidade de, no final do questionário, deixarem comentários,

sugestões ou observações adicionais, as quais se transcrevem no Quadro 7.

Quadro 7. Comentários adicionais

Tem sido feito um esforço no sentido de combater a lista de utentes sem médico de família, mas

continua a haver ainda um número muito elevado a descoberto; de realçar o bom serviço que as USF

estão a praticar

A cobertura da população tem de ser substancialmente melhorada a curto prazo

Deveria ser dada maior autonomia contratual e financeira aos ACES

O conselho da comunidade está em fase de instalação, não estando ainda em correcto funcionamento,

bem como outros órgãos de gestão do ACES

Seria importante um encontro nacional dos conselhos da comunidade, para troca de experiências e de

boas práticas; este conselho da comunidade estará disponível

Estamos numa fase inicial; existem ideias quanto às actividades e entidades locais a envolver,

designadamente no âmbito do voluntariado

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3. Discussão e conclusões

A análise das respostas aos questionários dos presidentes dos conselhos da comunidade,

permitiu identificar aspectos a melhorar na próxima versão do questionário e ilustra a

utilidade e potencialidades desta ferramenta de acompanhamento e monitorização do

desenvolvimento organizacional dos ACES.

Esta primeira “medição” evidencia:

Taxa de resposta - Dos 50 presidentes a quem foi enviado o questionário, 37 não se encontram

representados na análise; por ausência de resposta, não se encontram representados os

conselhos da comunidade das regiões do Alentejo e Algarve;

Abrangência do conselho da comunidade - as regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo seguem a

tendência do total do Continente, em que a maioria atribuiu o nível elevado à abrangência dos

conselhos da comunidade, no que respeita aos sectores e parceiros envolvidos;

Participação dos elementos do conselho da comunidade - a participação dos elementos do

conselho da comunidade neste órgão foi considerada de nível elevado pela totalidade dos

respondentes da região de Lisboa e Vale do Tejo, assim como pela maioria dos respondentes

da região Norte;

Actividades globais do ACES – as percepções são, em geral, positivas, destacando-se a região

de Lisboa e Vale do Tejo, onde a totalidade dos respondentes qualificou a actividade do ACES

como de nível elevado;

Orçamento do ACES – o orçamento disponível para os ACES foi considerado baixo pela maioria

dos respondentes da região de Lisboa e Vale do Tejo e por 46,2% dos respondentes do total do

Continente. Nas regiões Norte e Centro, 20% dos respondentes atribuíram o nível elevado ao

orçamento disponível. Vários presidentes mencionaram o facto de não disporem de

informação sobre o orçamento do ACES;

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Respostas do ACES quanto à prestação de cuidados de saúde - no que se refere ao total do

Continente, 53,8% dos respondentes classificaram a resposta do ACES como de nível médio; na

região Norte, a maioria (80%), atribuiu a mesma classificação; na região Centro, 40% atribuiu o

nível elevado e 40% o nível médio;

Qualidade dos cuidados - verifica-se que, quer a nível do Continente, quer nas regiões Norte e

Lisboa e Vale do Tejo, a maioria dos respondentes atribui o nível elevado à qualidade dos

cuidados prestados. Na região Centro, 60% dos respondentes atribui o nível médio;

Cooperação e parcerias com os municípios – a cooperação foi classificada como de nível

elevado para a maioria dos respondentes do Continente e também das regiões de Lisboa e

Vale do Tejo e Norte; na região Centro, a cooperação foi classificada como de nível médio e

elevado, respectivamente, por 40% dos respondentes;

Participação do cidadão - em todas as regiões, assim como no total do Continente, mais de 60%

dos respondentes afirma que não foram dinamizadas este tipo de iniciativas. Quanto à

classificação que atribuem à dinamização destas iniciativas, pelo seu ACES, a totalidade dos

respondentes da região de Lisboa e Vale do Tejo classifica-a como de nível elevado e a

totalidade dos respondentes da região Norte classifica-a como de nível médio. Em relação a

outras actividades ou projectos desenvolvidos no ACES, por iniciativa do conselho da

comunidade, a maioria dos respondentes, quer a nível do Continente, quer de cada uma das

regiões representadas, considera que não foram desenvolvidas outras actividades ou projectos.

Apesar do desenvolvimento ainda incipiente destes órgãos, são de assinalar as potencialidades

da interligação e cooperação entre os conselhos da comunidade e os gabinetes do cidadão

para promover a cidadania em saúde e desenvolver formas mais envolventes e eficazes de

participação dos cidadãos na protecção e promoção da sua saúde, individual e colectiva

É de esperar que as próximas “medições” (Julho e Novembro/Dezembro de 2011) evidenciem

progressos em alguns dos aspectos em análise.

Lisboa, ENSP, Maio de 2011