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Monitoramento do Uso dos Indicadores da Qualidade na Educação Infantil

Valéria Virginia Lopes

INDICADORES DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Coordenação Fundação Orsa, UNDIME, Unicef, Ação Educativa e

Coedi/SEB/MEC. Grupo Técnico Ação Educativa, Avante, Ceale/UFMG, CEERT, CENPEC,

Ufal, Cindedi/FFCLRP/USP, Coedi/SEB/MEC, UFC, UFPA, Unirio, USP, Unesp/Bauru, Fundação Abrinq, Fundação Carlos Chagas, Fundação Fé e Alegria do Brasil, Unicef, Fundação Orsa, Fundação Victor Civita, Instituto Avisa Lá, Instituto Girassol, IPEA, Mieib, Omep, Unesco, SEESP/MEC, Secad/MEC, UFPR, Todos Pela Educação, UNCME, Undime.


Dimensões avaliadas:

1. Planejamento institucional: proposta pedagógica, registro e indicativos sobre as práticas;

2. Multiplicidade de experiências e linguagens: reflexões sobre a rotina e práticas adotadas para incentivar a autonomia das crianças; formas de a criança conhecer e experimentar o mundo e se expressar);

3. Interações (espaço coletivo de convivência e respeito);



4. Promoção da saúde: reflexões sobre práticas e condutas cotidianas adequadas para a prevenção de acidentes, os cuidados com a higiene e a alimentação saudável para cada grupo de idade;

5. Espaços, materiais e mobiliários: reflexões sobre a disposição e disponibilidade de materiais, espaços e mobiliários de maneira a atender às múltiplas necessidades de adultos e crianças;



6. Formação e condições de trabalho das professoras e demais profissionais: reflexões sobre a formação inicial e continuada, condições de trabalho adequadas às múltiplas tarefas, natureza da relação entre instituição e comunidade;

7. Cooperação e troca com as famílias e participação na rede de proteção social: reflexões sobre os processos de socialização, as brincadeiras e a convivência com a diversidade.


Público alvo

Professores(as), coordenadores(as) pedagógicos(as), diretores(as), funcionários(as), familiares, crianças, conselheiros(as) tutelares, da educação e dos direitos da criança e adolescente, representantes de órgão públicos, de universidades e de organizações não governamentais (ONGs).

MONITORAMENTO DO USO DOS INDICADORES DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Objetivos

- Mapear a abrangência, formas de difusão, adesão e uso da proposta.

- Identificar eventuais contribuições da Proposta Indicadores para a formulação e reformulação das políticas municipais de educação infantil e para a gestão da secretaria e das instituições de educação infantil.

- Levantar subsídios para ações complementares a serem conduzidas pelo MEC, seja em relação a suporte para implantação dos Indicadores, seja para seu aprimoramento ou mesmo o desenvolvimento de propostas que possibilitem a consolidação de uma sistemática de avaliação da educação infantil.

Ano Total Creche Pré-Escola

2002 6.130.358 1.152.511 4.977.847

2003 6.393.234 1.237.558 5.155.676

2004 6.903.762 1.348.237 5.555.525

2005 7.205.013 1.414.343 5.790.670

2006 7.016.095 1.427.942 5.588.153

2007 6.509.868 1.579.581 4.930.287

2008 6.719.261 1.751.736 4.967.525

2009 6.762.631 1.896.363 4.866.268

2010 6.756.698 2.064.653 4.692.045

Δ% 2002/2010 10,2 79,1 -5,7


Cenário Evolução das matrículas:

Dependência Administrativa

Creche

Percentual da distribuição,

por dependência, sobre o total de Matrículas

em Creche

Pré-Escola


por dependência, sobre o total de Matrículas em Pré-Escola

Total


por dependência, sobre o total

Federal 1.248 0,06 1.189 0,03 2.437 0,04

Estadual 7.308 0,35 63.994 1,36 71.302 1,06

Municipal 1.345.180 65,15 3.508.581 74,78 4.853.761 71,84

Privada 710.917 34,43 1.118.281 23,83 1.829.198 27,07

Total 2.064.653 100,00 4.692.045 100,00 6.756.698 100,00


Cenário

Matrículas, segundo a Dependência Administrativa – 2010


Cenário

• 13.796.159 crianças entre 0 e 4 anos (Censo 2010).

• 6.756.698 Matrícula total na Educação Infantil (2010).

• Matrículas em escolas privadas (2010):

• 27,1% na Educação Infantil • 12,7% no Ensino Fundamental • 11,8% no Ensino Médio • 14,7% na Educação Básica

• 50,8% das matrículas em escolas privadas são financiadas por

recursos públicos (convênios) – 2010.

2006 2007 2008 2009 2010 2011*

Taxa de Docentes com Nível Superior atuando na

Educação Infantil

42,90 48,57 47,22 48,90 50,8 70,00

Taxa de Docentes com Nível Superior atuando no Ensino

Fundamental

71,80 70,25 71,40 73,10 0,74** 85,80

Taxa de Docentes com Nível Superior atuando no Ensino

Médio

95,40 93,38 92,00 91,90 91,6 100


Cenário

Docentes com Nível Superior na Educação Básica – 2010

Fonte: Relatório de Avaliação Plurianual (2008-2011). MEC

*Previsão PPA 2011.

** Possível erro de digitação.


Resultados do Mapeamento da Distribuição

27 Secretarias Estaduais de Educação = 100%

27 Conselhos Estaduais de Educação = 100%

5.565 Secretarias Municipais de Educação = 100%

2.386 Conselhos Municipais de Educação = 43% do total de Municípios

25 Fóruns de Educação Infantil = 100%

19 Instituições de Ensino Superior

43.600 Estabelecimentos de Educação Infantil Urbanos = 68,4%

49.329 Estabelecimentos de Educação Infantil Rurais = 99,6%

Tiragem 310.000 exemplares


Resultados da Consulta Aberta

Secretarias Municipais de Educação 2.471 (44%)

Estabelecimentos Educacionais 7.274 (8% do total de envios e 17% do total de envios p/ EEs urbanos)

Conselhos Municipais de Educação 179 (7% do total de envios)

Fóruns de Educação Infantil 14 (5 estados – 20%)

Docentes de Instituições de Ensino Superior 18

Outros Públicos 135

TOTAL DE RESPOSTAS À CONSULTA 10.091

Municípios respondentes até 30.000 habitantes

77,7%

Municípios brasileiros até 30.000 habitantes

80,4%



Número de municípios respondentes: 2745 (49,3% do total)

Perfil dos municípios respondentes – população

IDH-M

Municípios respondentes

(%)

Municípios brasileiros

(%)

Muito elevado acima de 0,788 16,47 15,04

Elevado 0,677 a 0,787 47,43 44,55

Médio 0,488 a 0,676 34,97 38,62

Baixo abaixo de 0,487 0,04 0,14

sem informação 1,09 1,64


Resultados da Consulta Aberta Perfil dos municípios respondentes – IDH-M

IDEB

Municípios respondentes

(%)

Municípios brasileiros (%)

0 - 2,0 0,04 0,04

2,1 - 4,0 31,73 34,85

4,1 - 6,0 60,91 56,72

6,1 - 8,0 5,10 5,43

maior do que 8,0 0,00 0,05

sem informação 2,23 2,91



Perfil dos municípios respondentes – IDEB



Estabelecimentos Educacionais (EEs)

• Em 25 estados

• Em 1.152 municípios – 21% do total de municípios brasileiros

• Em 12 capitais

Autoavaliação dos

Estabelecimentos Educacionais

Avaliação Externa dos


Formação das Equipes de


Grupos de Estudo nos


3.133 1.365 3.009 3.069

70,8 30,8 68,0 69,3



Estabelecimentos Educacionais (EEs)

Percentuais calculados sobre 4.425 - total dos que declararam fazer uso dos Indicadores

(nas planilhas destinadas aos EEs e às SMEs).



Secretarias Municipais de Educação

• Em 26 estados

• Em 6 capitais

Autoavaliação dos Estabs

Educacionais

Avaliação Externa dos

Estabs Educacionais

Formação das Equipes de

Estabs Educacionais

Monitoramento dos Estabs

Educacionais

Formação das Equipes da Secretaria

671 316 591 558 459

64,3 30,3 56,6 53,4 43,9



Secretarias Municipais de Educação (1121 declararam utilizar)



Conselhos Municipais de Educação

• 172 conselheiros em 162 municípios

• 21 estados



Conselhos Municipais de Educação

• Orientação para o trabalho com o uso dos Indicadores – 47 conselheiros (26,2%)

• Credenciamento e a avaliação de estabelecimentos educacionais – 39 conselheiros (22,1%)

• Divulgação dos Indicadores – 38 conselheiros (21,5%)

• Formação de Conselheiros – 28 conselheiros (15,1%)



Fóruns de Educação Infantil

• 13 fóruns

• Em 5 estados

• Em 1 capital



Docentes e Pesquisadores

• 18 responderam

• 12 conhecem

• 6 receberam

• 10 utilizam

• Graduação – 7

• Especialização – 1

• Pós-graduação – 1

• Pesquisa – 1


Resultados da Consulta Detalhada

416 (37,1%) Secretarias Municipais de Educação, dentre as consultadas (1121).

• Autoavaliação dos Estabelecimentos Educacionais – 83,7%

• Planejamento – 70,0%

• Formação para as equipes dos Estabelecimentos Educacionais – 61,1%

• Ações de Divulgação – 60,8%

• Avaliação externa – 52,9%

• Formação para equipes das Secretarias – 29,8%

• Elaboração de Instrumento Próprio – 24,5%



Ações de Planejamento

• Diagnóstico da Educação Infantil na rede municipal - 70,7

• Elaboração do Projeto Pedagógico das Creches e Pré-Escolas da rede municipal - 60,6

• Apoio às Creches e Pré-Escolas na solução de problemas detectados - 55,8

• Elaboração de Orientações Gerais (calendário escolar, compras, manutenção) - 39,4



Ações de Planejamento

• Elaboração do Projeto Pedagógico da Secretaria de Educação - 32,2

• Elaboração do Projeto Pedagógico das Creches e Pré-Escolas da rede conveniada - 8,7

• Diagnóstico da Educação Infantil dos estabelecimentos conveniados - 7,7

• Outros (Organização do PDE das escolas, das reuniões pedagógicas com os professores, reavaliação do plano de ação da SME, elaboração de diretrizes curriculares, elaboração do Plano Decenal de Educação, constituição de comissão para elaboração do PME, elaboração de instrumento de monitoramento dos estabelecimentos educacionais, elaboração de cronograma de atividades) - 6,3


Destaques

1. Diversidade de usos dos Indicadores.

2. Autoavaliação pelos Estabelecimentos Educacionais - possível política na/da Educação Infantil.

3. Maior adesão de municípios de pequeno porte.

4. Avaliação positiva sobre o material e sobre sua utilização.

5. Sistemática de avaliação deve envolver a Secretaria de Educação.


Recomendações

1. Ter como referência os Indicadores e os resultados de seu monitoramento na definição de política de Avaliação de Educação Infantil.

2. Elaborar estratégias de avaliação da gestão da Educação Infantil.

3. Associar mecanismos de apoio técnico financeiro do MEC no enfrentamento das dimensões avaliadas como inadequadas, a partir da reunião das informações coletadas em cada estabelecimento educacional por meio de filtros de gestão municipal e estadual.

4. Investir mais e com urgência no envolvimento das Secretarias Municipais de Educação na implementação da proposta dos Indicadores.


Recomendações

5. Divulgar amplamente a concepção de autoavaliação presente nos Indicadores para outros públicos de interesse.

6. Incorporar ao Selo UNICEF as dimensões e os critérios de avaliação propostos nos Indicadores.

7. Ampliar os estudos que permitam aprofundar o conhecimento sobre os diferentes usos dos Indicadores apontados no Relatório.

USO DOS INDICADORES DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Desafios

Proposição de sistemática de avaliação na/da Educação Infantil, tendo em conta:

a) Especificidades da faixa-etária

b) Definição clara dos objetivos da Educação Infantil – Identidade

c) Possibilidade de romper fragmentação na avaliação

d) Distância entre proposição e execução

e) Tensão entre potencial de identificação com os resultados pela comunidade escolar e o estabelecimento de padrões de comparabilidade


Desafios

Possibilidades e limites do uso da família Indicadores (como instrumento de autoavaliação participativa) na construção de Planos Municipais de Educação.

Organizar as informações e potencializar os processos participativos gerados pelos Indicadores para a formulação do diagnóstico local e monitoramento/avaliação de políticas e dos PMEs.


O que se busca

Democratização das políticas de avaliação.

“Ponte” entre avaliação de aprendizagem e a avaliação dos sistemas.

Mecanismo que dispute o conceito de qualidade e chame a atenção para condições/processos, importância da participação e os desafios das desigualdades/discriminações/diversidades.

Fortalecimento dos atores escolares e do sentido da avaliação para transformações no cotidiano e nas políticas.

O uso dos Indicadores em processos periódicos de avaliação da implementação das políticas e do Plano Municipal de Educação.


Qualidade

Acesso – ampliação da oferta e estímulo à manifestação da demanda por direito à educação.

Insumos – condições objetivas de realização do trabalho educacional e pedagógico.

Processos – ações continuadas e articulação entre as políticas públicas.

Equidade – superação de desigualdades e das discriminações e valorização da diversidade.

Valéria Virgínia Lopes

[email protected]

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