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  • 8/9/2019 Monitoramento de fontes de informao na Internet modelo multiagentes para suporte ao processo de Inteligncia

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    Universidade Federal de Santa Catarina

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo

    Monitoramento de fontes de informao na Internet: modelomultiagentes para suporte

    ao processo de Inteligncia Competitiva.

    Alexandre Faria Lemos

    Florianpolis2005

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    Alexandre Faria Lemos

    Monitoramento de fontes de informao na Internet: modelomultiagentes para suporte

    ao processo de Inteligncia Competitiva.

    Dissertao apresentada ao Programa dePs-Graduao em Engenharia de Produoda Universidade Federal de Santa Catarina,

    para a obteno do grau de mestre emEngenharia de Produo.Orientador: Pedro Felipe de Abreu

    Florianpolis2005

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    ALEXANDRE FARIA LEMOS

    Monitoramento de fontes de informao na Internet: modelomultiagentes para suporte ao processo de Inteligncia

    Competitiva.

    Esta dissertao foi julgada e aprovada para a obteno do ttulo de Mestre em Engenhariade Produo no Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo da Universidade

    Federal de Santa Catarina.

    Florianpolis, 21 de maro de 2005.

    __________________________________________Prof. Edson Pacheco Paladini, Ph.D.

    Coordenador do Curso

    Banca Examinadora:

    ___________________________________________Prof. Pedro Felipe de Abreu, Ph.D.

    Orientador

    ___________________________________________Prof. Marcelo Thiry Comicholi da Costa, Dr.

    __________________________________________Profa. Helena Pereira da Silva, Dr.

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    Dedico este trabalho aos meus pais,Roberto Lemos e Maria Izolda de Faria

    Lemos, que com doses extremas dededicao altrusta, pacincia, sabedoria

    e amor, ao longo de uma vida inteira,transformaram uma criana em um

    homem adulto.Vocs so um modelo para toda a

    humanidade.

    Agradeo infinitamente com muito amor.

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    Agradecimentos

    Aos meus pais, Roberto Lemos e Maria Izolda de Faria Lemos, por proporcionaremcondies, no somente materiais, mas especialmente intelectuais e emocionais, para o meudesenvolvimento e a realizao deste trabalho. Jamais poderei agradecer o suficiente.

    minha irm, Roberta Faria Lemos, por dar apoio nas horas que precisei, por dar estmulonas horas que fraquejei e pelas broncas nas horas que mereci, sempre de forma altrusta eamorosa.

    A Alexsandra de Souza Borges, grande amor em minha vida, pelo apoio, energia e dedicaoe por acreditar em mim quando eu mais precisava. Seu amor foi meu combustvel, sua energiaminha luz em momentos sombrios. Obrigado por tudo.

    Ao meu orientador, Pedro Felipe de Abreu, por acreditar em minha capacidade, por ajudarquando precisei e por proporcionar a base sobre a qual me apoiei. Por ser uma pessoa decapacidade intelectual e retido moral que me inspiram, e por me presentear com sua amizade.

    A Aline Frana de Abreu, pelas conversas que ajudaram a solucionar dificuldades e pelaextraordinria capacidade de fazer conceitos complexos parecerem claros. Sua amizade, e desua famlia, me muito cara.

    A Dorzeli Salete Trzeciak, pela amizade e apoio, pela considerao e por compartilhar seusconhecimentos e sua sabedoria.

    A todos os membros do IGTI, que fazem do Ncleo de Estudos em Inovao, Gesto eTecnologia de Informao um ambiente de trabalho no qual a cooperao e a amizade so aregra e no a exceo.

    A todas as pessoas que desenvolveram o OpenOffice.org, por proporcionar, gratuitamente, osoftware no qual este trabalho foi escrito.

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    Resumo

    Este trabalho consiste da proposta de um modelo para uma arquitetura de agentes

    inteligentes para uso como ferramenta no processo de inteligncia competitiva. O trabalho

    inicialmente explora os conceitos de competitividade e inteligncia competitiva, chegando na

    necessidade de uma ferramenta de apoio ao processo na fase de coleta de informaes,

    especialmente na Web. A base para o desenvolvimento deste trabalho a proposta

    apresentada em tese de doutorado por Silva (2000). realizado ento uma reviso do tema de

    agentes inteligentes e tcnicas de anlise de textos. Aps desenvolvida a proposta do

    modelo, uma proposta terica que explora principalmente as relaes entre as necessidades de

    inteligncia competitiva e as caractersticas que deve apresentar a arquitetura de agentes

    inteligentes.

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    Abstract

    This work consists in a proposal of an intelligent agent architecture to use as a tool in

    the process of competitive intelligence. Initially, the work explores the concpets of

    competitiveness and competitive intelligence, arriving in the need to a support tool in the

    process, in the information collection phase, specially from the Web. The base for the

    development of this work is the proposal presented in a doctoral thesis by Silva (2000). A

    revision of the intelligent agent and text mining techniques and theories is then made. Then

    the proposal for the model is made, a theoretical proposal that explores mainly the

    relationships between competitive intelligence needs and the architecture's caracteristics.

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    Sumrio

    1 Introduo.............................................................................................................................. 11

    1.1 Objetivos Geral e Especficos........................................................................................ 121.2 Justificativa e Motivao................................................................................................13

    1.3 Delimitao.................................................................................................................... 14

    1.4 Natureza do trabalho e metodologia...............................................................................15

    1.5 Estrutura da dissertao..................................................................................................16

    2 Competitividade e Inteligncia Competitiva..........................................................................17

    2.1 Competitividade............................................................................................................. 17

    2.2 Definio de Inteligncia Competitiva...........................................................................20

    2.3 Importncia da Inteligncia Competitiva....................................................................... 21

    2.4 Processo de inteligncia competitiva..............................................................................23

    2.5 Inteligncia competitiva e a internet...............................................................................27

    2.6 Inteligncia competitiva, agentes e Internet................................................................... 30

    3 Agentes inteligentes e minerao de textos............................................................................33

    3.1 Definio........................................................................................................................ 33

    3.2 Propriedades................................................................................................................... 35

    3.2.1 Autonomia.............................................................................................................. 373.2.2 Mobilidade..............................................................................................................383.2.3 Reatividade............................................................................................................. 393.2.4 Aprendizagem.........................................................................................................393.2.5 Comunicabilidade...................................................................................................403.2.6 Sociabilidade.......................................................................................................... 403.2.7 Continuidade temporal........................................................................................... 41

    3.3 Tipologia........................................................................................................................ 41

    3.4 Arquiteturas de agentes.................................................................................................. 45

    3.5 Sistemas multiagentes.................................................................................................... 54

    3.5.1 Taxonomia de sistemas multiagentes..................................................................... 553.5.2 Organizaes de agentes.........................................................................................563.5.3 Padres em agentes inteligentes............................................................................. 57

    3.6 Sistemas multiagentes existentes....................................................................................62

    3.6.1 RETSINA............................................................................................................... 623.6.2 JADE...................................................................................................................... 64

    3.7 Tcnicas de inteligncia artifical....................................................................................65

    3.7.1 Programao por demonstrao..............................................................................653.7.2 Minerao de textos................................................................................................663.7.3 Anlise estatstica de texto..................................................................................... 68

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    3.7.4 Anlise de linguagem natural................................................................................. 713.7.5 Clustering e Categorizao..................................................................................... 743.7.6 Redes neurais..........................................................................................................74

    4 Descrio do modelo proposto...............................................................................................77

    4.1 Arquitetura bsica...........................................................................................................77

    4.2 Interao com o usurio..................................................................................................79

    4.3 Tipos de agentes.............................................................................................................81

    4.4 Estrutura dos agentes......................................................................................................86

    4.5 Mensagens entre agentes................................................................................................ 93

    5 Concluso...............................................................................................................................98

    5.1 Limitaes...................................................................................................................... 99

    5.2 Sugestes para estudos futuros.....................................................................................100

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    ndice de Figuras

    Figura 1 Contexto do trabalho no processo de inteligncia competitiva.................................. 15

    Figura 2 Escolas de competitividade.........................................................................................20Figura 3 Processo de inteligncia competitiva..........................................................................25

    Figura 4 Arquitetura de agentes................................................................................................ 31

    Figura 5 Tipologia de Agentes..................................................................................................43

    Figura 6 Tipologia de agentes adotada neste trabalho.............................................................. 45

    Figura 7 Arquitetura geral de um agente...................................................................................50

    Figura 8 Taxonomia de sistemas multiagentes......................................................................... 56

    Figura 9 Exemplo de uma ontologia para uma empresa simples, mostrando classes e suassubclasses, relacionamentos e instncias (indicadas pela linha tracejada)................................61

    Figura 10 Viso geral dos tipos de agentes propostos.............................................................. 78

    Figura 11 Casos de uso representando a interao com o usurio............................................80

    Figura 12 Proposta de estrutura do agente de interface.............................................................88

    Figura 13 Proposta de estrutura para os agentes de busca........................................................ 89

    Figura 14 Proposta de estrutura para o agente de monitoramento............................................ 90

    Figura 15Proposta de estrutura para o agente de banco de dados.............................................91

    Figura 16 Proposta de estrutura para os agentes de filtragem...................................................92

    Figura 17 Algumas mensagens chave na atividade de busca na Web.......................................94

    Figura 18 Algumas mensagens na atividade de busca em RSS................................................ 95

    Figura 19 Algumas mensagens na atividade de monitoramento...............................................96

    Figura 20 Algumas mensagens na atividade de filtragem.........................................................97

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    1 Introduo

    A World Wide Web, ou somente Web, formada por documentos hipertexto que

    podem ser lidos por qualquer computador conectado internet e equipado com um software

    de interpretao, o navegador, que transforma o arquivo contendo texto e referncias a

    imagens e outros contedos em um documento na tela do usurio. O seu surgimento tornou a

    internet mais acessvel ao pblico em geral, e tornou mais simples a tarefa de disponibilizar

    contedo na rede mundial, pois a criao dos documentos Web tarefa do mesmo nvel de

    complexidade da criao de um documento em um editor de textos (W3C, 2001).

    Como o passar do tempo, e o crescimento da popularizao da Web, cada vez mais

    organizaes e indivduos passaram a publicar sites na Web, desde pginas institucionais at

    servios de comrcio eletrnico e relacionamento com clientes e fornecedores. Juntamente a

    isso, surgiram vrias iniciativas de publicao de contedo na Web, sob a forma de catlogos,

    revistas, jornais e at mesmo livros eletrnicos, com acesso gratuito ou pago. Os prprios

    governos possuem uma grande presena na Web, com o cidado e empresa podendo acessar

    publicaes oficiais e servios pblicos disponibilizados na rede.

    Dessa forma, existe agora uma ampla gama de informaes disponveis para acesso

    atravs da Web, e estas informaes podem ser usadas para alavancar a competitividade das

    organizaes.

    Um dos problemas encontrados ao acessar estas informaes a grande quantidade

    de informaes disponveis, tomando muito tempo do usurio para process-las, o que acaba

    acarretando em tomada de deciso usando informaes incompletas ou em demora para a

    tomada de deciso. O uso de um sistema computacional automatizado para apoiar a tarefa de

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    buscar informaes na internet aliviaria este problema (MARCO, 1999).

    O modo como se busca informaes na internet atualmente atravs dos sistemas de

    busca tradicionais, como o Google, Yahoo, Altavista, entre outros. Nesses sitemas, as buscas

    so realizadas atravs da digitao de palavras chave e o sistema ento retorna os resultados

    que correspondam a estas palavras. O usurio tambm pode utilizar operadores booleanos,

    como OU, E, NO, para melhor determinar os parmetros da busca. Isso resulta em um

    nmero muito grande de resultados, nem sempre relacionados ao assunto que se busca,

    devendo ser analisados manualmente. Isso torna a busca de informaes na internet uma

    atividade que consome muito tempo com resultados no garantidos (CENDN, 2001;

    DETERS; ADAIME, 2003).

    Partindo-se dessa situao, e baseando-se no trabalho realizado por Silva (2000) e de

    sua proposta para um sistema de agentes inteligentes para auxiliar o processo de coleta de

    informaes na internet, decidiu-se propor um modelo para uma arquitetura de agentes

    inteligentes para auxiliar na tarefa de busca e monitoramento de fontes de informao na

    internet.

    1.1 Objetivos Geral e Especficos

    O objetivo geral do trabalho propor um modelo para uma arquitetura de agentes

    inteligentes para auxiliar na tarefa de coleta de informaes e monitormento de fontes de

    informao na internet.

    Objetivos especficos:

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    determinar as necessidades de um sistema de coleta e monitormento de

    informaes para a inteligncia competitiva

    examinar tecnologias de agentes inteligentes existentes

    propor um modelo de arquitetura de um sistema multiagentes

    propor as caractersticas dos agentes do modelo

    propor as interaes entre os agentes no modelo

    propor as interaes entre o usurio e os agentes

    1.2 Justificativa e Motivao

    A inteligncia competitiva torna-se muito importante para a sobrevivncia das

    empresas, em um ambiente cada vez mais competitivo. A necessidade de informaes corretas

    e em tempo hbil para a tomada de decises, assim como a necessidade de se manter um

    servio de monitoramento constante do ambiente organizacional para evitar surpresas

    desagradveis, torna o processo de inteligncia competitiva de vital importncia para a

    organizao (TYSON, 1998; BERNHARDT, 2003).

    Existe uma necessidade de uma ferramenta de apoio ao subprocesso de coleta de

    informaes do processo de inteligncia competitiva, conforme visto em Silva (2000). Esta

    ferramenta automatizaria uma parte do processo, tornando mais eficaz os esforos de

    inteligncia competitiva, sobretudo a busca de informaes na internet.

    O uso de ferramentas que automatizem parte do processo de obteno de

    informaes essencial para o desenvolvimento futuro da intelincia competitiva, facilitando

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    a tarefa de transformar grandes quantidades de dados em informaes teis (MARCO, 1999).

    1.3 Delimitao

    O presente trabalho trata da proposta conceitual de um modelo de arquitetura paraum sistema multiagentes, a ser aplicado como ferramenta de apoio ao processo de inteligncia

    competitiva. O escopo do trabalho, no tocante ao relacionamento da ferramenta com o

    processo de inteligncia competitiva, se delimita ao subprocesso de coleta de informaes. A

    ferramenta deve servir de apoio coleta de informaes atravs da automatizao do

    monitoramento de fontes de informao na internet e busca de novas fontes.

    O foco do trabalho dentro do processo de inteligncia competitiva fica no processo

    de coleta dentro do modelo do processo de inteligncia competitiva prescrito por Bernhardt

    (2003), que composto de cinco etapas: planejamento e controle; coleta; processamento e

    explorao; anlise e produo e disseminao.

    1.4 Natureza do trabalho e metodologia

    Este trabalho de natureza aplicada, pois se relaciona a um problema prtico, o debusca e monitoramento de fontes de informaes na internet. Possui tambm uma abordagem

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    qualitativa, pois no se utiliza de dados estatsticos nem produz resultados experimentais. Seu

    objetivo exploratrio, pois visa propor um modelo para uma arquitetura de agentes. (SILVA;

    MENEZES, 2005).

    A metodologia de pesquisa se baseia em uma pesquisa bibliogrfica que fornece as

    bases tericas do processo de inteligncia competitiva, a teoria de agentes e as tcnicas de

    anlise de textos existentes. Aps, parte-se para propor um modelo para uma arquitetura de

    agentes que permita o desenvolvimento de a uma ferramenta de apoio inteligncia

    competitiva.

    Este trabalho faz uma sntese da teoria de agentes e tcnicas de inteligncia artificial

    e o modelo proposto por Silva (2000) para a estrutrurao de um modelo multiagentes.

    1.5 Estrutura da dissertao

    O primeiro captulo consiste nesta introduo, que estabelece os objetivos do

    trabalho e delimita o seu escopo. O segundo captulo trata da competitividade, e de como ela

    d origem ao processo de Inteligncia Competitiva (IC). Define, ento, Inteligncia

    Competitiva, sua importncia e como a internet pode ser usada na atividade de inteligncia

    competitiva.

    O terceiro captulo trata de agentes inteligentes, suas caractersticas, arquiteturas e

    introduz sistemas multiagentes. Tambm explora algumas tecnologias de anlise e minerao

    de textos cuja aplicao prov as habilidades de filtragem e anlise da ferramenta proposta.

    Este captulo d embasamento para a descrio posterior do sistema.

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    O quarto captulo descreve o sistema multiagentes proposto, os agentes que o

    compe, com suas capacidades e as interaes entre eles.

    No quinto captulo, feita a concluso do trabalho, expondo os resultados obtidos e

    possibilidades futuras.

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    2 Competitividade e Inteligncia Competitiva

    Este captulo abordar brevemente a questo da competitividade, com os fatores que

    a influenciam. Da competitividade prossegue-se definio de Inteligncia Competitiva, em

    que sero abordadas algumas definies da literatura com consequente escolha de uma delas

    para uso no decorrer do trabalho. Aps a definio, ser abordada a importncia do processo

    de Inteligncia Competitiva, seu papel na organizao e as vantagens esperadas de sua

    implantao. Com esta base, ser abordada ento a relao entre o processo de Inteligncia

    Competitiva e a Internet, focando as vantagens da utilizao da Internet. Para finalizar, ser

    exposto o modelo de uma ferramenta usando agentes inteligentes proposto por Silva (2000).

    2.1 Competitividade

    De acordo com o trabalho de Junges (2004), temos que a competitividade, ou

    obteno de vantagem competitiva, pode ser analisada atravs de quatro vises:

    Modelo de Anlise Estrutural da Indstria: este modelo encara a competitividade

    como advinda do modo de organizao da empresa, atravs da estrutura,

    comportamento e performance, e de anlise de posicionamento;

    Modelo de Recursos e Competncias: defende que a vantagem competitiva

    alcanada atravs do desenvolvimento de recursos e competncias, atravs da

    estrutura da indstria;

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    Modelo de Processos de Mercado: sustenta que a competitividade advm da

    mudana, da inovao e da concorrncia, com o mecanismo de preos do mercado

    determinando a alocao de recursos;

    Modelo de Capacidades Dinmicas: este modelo explica a competitividade atravs

    da inovao e modificaes da empresa, trabalhando em cima dos processos de

    deciso e das aes empreendedoras, e suas consequncias.

    A competitividade o posicionamento estratgico da organizao, em relao a

    outras empresas concorrentes, que lhe permite gozar de uma posio superior do ponto de

    vista de concorrncia. Ela pode ser vista como advinda das relaes da organizao com o

    mercado, um foco externo, ou advinda dos mecanismos e estruturas internas da organizao.

    Dimenses Descrio

    Pessoas Clima interno da organizao, ambiente detrabalho, hbitos,escala de valores, filosofia da empresa. Reflete namotivao ou desmotivao das pessoas, estilos deliderana, modelos de gesto, canais de comunicao,competncia dos colaboradores, critrios de remunerao erecompensa, crescimento na empresa).

    Resultados Expressos em termos financeiros (lucro, retorno doinvestimento, crescimento do patrimnio lquido);marketing (fatia de mercado, volume de vendas, clientes

    atingidos, cobertura geogrfica, imagem dos produtos eservios; assistncia tcnica ps-venda); operao (volumede produo, qualidade do produto, produtividade,mquinas e equipamentos instalados).

    Inovao eflexibilidade

    Grau de abertura, sensibilidade, possibilidade e interessesda organizao em promover mudanas e renovao nomodelo de gesto, em antecipao ou como resposta sdemandas mutveis do meio ambiente. Tais mudanas,segundo o autor, dizem respeito destruio criativa deconceitos, estratgias e valores,, numa atitude de constantequestionamento, que permite o desenvolvimento de novos

    produtos, novos servios, novos mtodos e novas formas degerenciar.Quadro 1 Dimenses de uma empresa de sucessoFonte: BOOG (1991 apud ABREU; ABREU, 2003)

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    A competitividade de uma organizao depende de sua estratgia de atuao, de seu

    posicionamento. Mas para a elaborao de uma estratgia eficaz, necessrio o entendimento

    do que torna a organizao competitiva. Desse modo, antes de elaborar a estratgia

    competitiva, a organizao precisa conhecer o mercado, suas tendncias e preferncias, assim

    como conhecer as tecnologias e processos disponveis, assim como necessrio um

    conhecimento das estratgias adotadas por seus competidores (JUNGES, 2004).

    No trabalho de Abreu e Abreu(2003), a competitividade vista alm da

    produtividade, produo em alta escala e a custo reduzido, e do posicionamento da

    organizao no mercado. Competitividade visto como competio mais competncia,

    conforme Boog (1991, apud ABREU; ABREU, 2003), resultando em que uma organizao de

    sucesso precisa saber balancear entre as dimenses de pessoas, resultados, inovao e

    flexibilidade, conforme pode ser visto no quadro 1.

    De Vasconcelos e Cyrino, apud Abreu e Abreu (2003), tiramos a existncia de quatro

    escolas de competitividade, ilustradas na figura 1:

    anlise estrutural da indstria, que compreende a definio do cenrio de

    Figura 1 Escolas de competitividade.Fonte: Abreu e Abreu, 2003

    3. Recursos eCompetncias

    Foco: CompetnciasOrganizacionais

    1. Anlise dePosicionamentoFoco: Indstria

    2. Processos deMercado

    Foco: Inovao

    4. Capacidades

    DinmicasFoco: Processos

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    concorrentes;

    processos de mercado, que compreende a dinmica das empresas, dos mercados e

    da concorrncia, com foco na mudana e inovao, ao invs de na estrutura do

    setor produtivo; com a competitividade sendo dada por fatores externos

    organizao;

    recursos e competncias, que explica a competitividade atravs das capacidades

    nicas da organizao;

    capacidades dinmicas, que trata da capacidade da organizao de lidar com

    mudanas no ambiente e incertezas, atravs dos processos de deciso e as aes

    realizadas, com suas conseqncias em nvel gerencial e de recursos para a

    organizao; a competitividade sendo determinada por fatores internos

    organizao.

    Para a criao de uma estratgia adequada organizao e ao mercado em que ela

    atua, necessrio conhecimento sobre o meio ambiente no qual a organizao se insere, as

    tecnologias de base para a atuao e diferenciao da organizao no mercado, assim como

    informaes sobre a prpria organizao, seu potencial em termos de recursos e capacidade de

    comunicar e transmitir conhecimento.

    O ambiente externo organizao est sempre mudando, dando origem a

    oportunidades e ameaas. A empresa competitiva vai ser aquela que mais flexvel, com

    maior capacidade de mudar para se adequar a novas situaes, escapando aos perigos e tirando

    o mximo das oportunidades.

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    2.2 Definio de Inteligncia Competitiva

    Na busca por definies do que o processo de Inteligncia Competitiva, encontra-se

    uma convergncia de vrios autores para um conceito comum, com poucas variaes.

    Inteligncia Competitiva, IC, um processo contnuo, com o foco no ambiente

    externo organizao, visando a obteno de informaes que afetem a competitividade da

    organizao. Alm da aquisio das informaes, o processo tambm envolve a anlise das

    mesmas e a sua transformao em conhecimento estratgico (TYSON, 1998).

    Inteligncia Competitiva um processo para a aquisio de informaes estratgicas,

    que provm do ambiente competitivo. Ela parte do processo de Inteligncia Organizacional

    (SILVA, 2000).

    Inteligncia Competitiva um processo, que melhora a competitividade de

    organizaes atravs de um maior conhecimento dos competidores e do ambiente

    competitivo. um processo contnuo, que envolve a coleta legal e tica de informaes, assim

    como a anlise das mesmas para produzir inteligncia com a qual a gerncia da organizao

    pode atuar (SOCIETY OF COMPETITIVE INTELLIGENCE PROFESSIONALS, 2004).

    Como inteligncia, entende-se informao com relevncia para as necessidades da

    organizao, que possa ser usada para resolver problemas ou criar oportunidades.

    Neste trabalho, a definio a ser usada ser a de que Inteligncia Competitiva um

    processo contnuo de coleta e anlise de informaes, com o foco estratgico e no ambiente

    externo da organizao.

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    2.3 Importncia da Inteligncia Competitiva

    Na literatura, encontra-se um consenso quanto ao grau de importncia da Inteligncia

    Competitiva, com os autores divergindo quanto nfase dada aos diferentes enfoques e

    produtos do processo de Inteligncia Competitiva.

    A importncia do processo de IC advm do fato de as informaes obtidas pelo

    processo permitirem organizao evitar ser surpreendida pelos acontecimentos, manter a sua

    presena no mercado, identificar oportunidades e minimizar ameaas (TYSON, 1998).

    Um processo formalizado de IC tem um papel essencial no processo de pensamento

    estratgico nas organizaes, assim como na implementao do planejamento. uma

    necessidade bsica de uma cultura de gerenciamento estratgico (TYSON, 1998).

    As organizaes encontram-se em um cenrio no qual a atitude competitiva

    essencial. Com o conceito de que competitividade manter-se 'alerta', sempre atualizado, e

    que informao um recurso estratgico para a organizao, o processo de IC torna-se

    essencial por suprir essa necessidade de informao atualizada (SILVA, 2000).

    O processo de inteligncia, especialmente inteligncia estratgica, fundamental para

    a sobrevivncia da empresa. Sem as informaes obtidas pelo servio de inteligncia, o

    processo de planejamento estratgico no mais do que adivinhao. Inteligncia estratgica,

    e contra-inteligncia, representam a "primeira linha de defesa" da organizao, contra ameaas

    aos seus planos, operaes e objetivos estratgicos(BERNHARDT, 2003).

    Benefcios da inteligncia estratgica: (BERNHARDT, 2003)

    evita surpresas estratgicas

    permite que executivos desafiem a ortodoxia facilitando a visualizao de pontos cegos da

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    viso de negcios

    ajuda a garantir que decises sejam baseadas em previses e dedues ao invs de somente

    em sensaes e experincias

    prov a gerncia com uma viso nica e desinteressada

    refora a cultura competitiva na organizao atravs do aumento da percepo dos

    competidores

    promove a percepo das ameaas ao capital intelectual da organizao e a necessidade de

    contra-inteligncia e contramedidas

    ajuda a diminuir a incerteza

    A inteligncia no dissociada do processo estratgico, deve ser uma parte

    completamente integrada a ele, e deve ser institucionalizada para adicionar valor real tomada

    de decises (BERNHARDT, 2003).

    O trabalho de Inteligncia Competitiva sempre foi executado, se no formalmente de

    forma intuitiva, por qualquer empreendedor. um fator primrio para o sucesso, j que

    envolve saber o que querem os clientes e o que esto fazendo os concorrentes. O

    conhecimento, principalmente conhecimento prvio de fatos e situaes importantes significa

    dinheiro e poder. A Inteligncia Competitiva resultar na reunio e anlise de informaes

    para auxiliar o processo de tomada de decises. As atividades de IC podem ser identificadas

    em quase todas as reas de atuao humana. Quanto mais uma organizao se encontra na Era

    do Conhecimento, mais ela precisa da IC para sobreviver e crescer no mercado (CARDOSO,

    2003).

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    2.4 Processo de inteligncia competitiva

    Nesta seo, ser apresentado o processo de inteligncia competitiva com suas

    etapas. Esta apresentao servir como base para o desenvolvimento da proposta do sistema.

    O processo de inteligncia competitiva uma atividade contnua, cclica, que deve

    constantemente buscar informaes e entregar relatrios aos membros da organizao que

    tomam decises (TYSON, 1998). O processo de inteligncia competitiva inseparvel do

    processo de planejamento estratgico, e do processo de tomada de deciso estratgico da

    organizao. Como tal, deve continuamente buscar dados e informaes que auxiliem na

    Figura 2 Processo de inteligncia competitiva.Fonte: Bernhardt, 2003

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    tomada de deciso, e deve ser subordinado ao nvel estratgico da empresa (BERNHARDT,

    2003).

    O processo de inteligncia competitiva dividido em cinco etapas, que podem ser

    vistas esquematizadas na figura 4 (BERNHARDT, 2003):

    planejamento e controle: determinao das necessidades de informao dos

    tomadores de deciso;

    coleta: obteno de dados e informaes de todas as fontes possveis, a serem

    usados na gerao dos relatrios de inteligncia;

    processamento e explorao: transformao de dados brutos em formas utilizveis

    para a anlise e gerao de inteligncia, como por exemplo a traduo de

    documentos;

    anlise e produo: a avaliao e sntese das informaes disponveis e a

    preparao de relatrios;

    disseminao: a entrega de produtos de inteligncia (relatrios) aos usurios

    finais.

    O planejamento e controle onde os gerentes e planejadores da organizao

    estabelecem suas necessidades de informaes e anlises sobre competidores, mercados,

    governos e ambiente externo (BERNHARDT, 2003). Nesta etapa, o processo de inteligncia

    competitiva deve partir dos fatores crticos de sucesso da organizao e deles derivar as

    necessidades de informao (TYSON, 1998).

    Os profissionais de inteligncia devem determinar, baseadas no planejamento e

    requisitos obtidos na etapa anterior, as fontes de informao, a metodologia de coleta e a

    freqncia de coleta de informaes (BERNHARDT, 2003). Fontes de informao podem ser

    tanto informao publicada, que responde por grande parte das necessidades de informao de

    uma organizao, como pessoas com conhecimento sobre os assuntos pesquisados,

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    contactadas atravs de uma rede de colaboradores (TYSON, 1998).

    As fontes de informao so ento agrupadas, de acordo com a rea de interesse da

    organizao, em um mapa de informao estratgica, usado para relacionar os requsitos de

    informao com as fontes que devem ser monitoradas para satisfazer estes requisitos (SILVA,

    2000).

    O processamento e explorao se ocupar de agrupar informaes correlacionadas,

    traduo e interpretao de documentos, determinao de confiabilidade da fonte de

    informao e resolver inconsistncias (BERNHARDT, 2003). tarefa do profissional de

    inteligncia agrupar dados correlacionados, transformando longas listas de dados numricos

    em grficos e diagramas prprios para serem analisados (TYSON, 1998).

    O processo de anlise e produo dos relatrios deve focar em informar alternativas e

    riscos, sem tentar estabelecer aes a serem tomadas pelos decisores, ao mesmo tempo em

    que alerta sobre possveis problemas a longo prazo e fornece informaes para as decises que

    devem ser tomadas a curto prazo. Inteligncia incompleta no momento da tomada de deciso

    pelos gestores estratgicos muito mais proveitosa que inteligncia completa aps o fato

    ocorrido (BERNHARDT, 2003). Tomadores de deciso normalmente no possuem tempo

    para ler e absorver grandes quantidades de dados. Os relatrios de inteligncia deve focar em

    ameaas e oportunidades e tendncias, assim como informaes chaves sobre o ambiente

    externo, com implicaes sobre a estratgia e a sobrevivncia da empresa; eles devem ser

    resumidos e fazer o maior uso possvel de grficos e diagramas (TYSON, 1998).

    A disseminao quando o resultado final dos esforos de inteligncia apresentado

    aos usurios de informao, que determinaram as necessidades informacionais a serem

    preenchidas. Este o elo mais fraco do processo de inteligncia competitiva. O produto final

    do processo de inteligncia deve ser formatado de acordo com a preferncia individual do

    usurio de informao, para facilitar a absoro do contedo (BERNHARDT, 2003). O tipo

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    de relatrio e o nvel de detalhe necessrio varia de acordo com a funo do usurio da

    infomao. Quanto mais elevada a posio do usurio, mais estratgica sua deciso, tanto

    mais anlise deve estar presente no relatrio e este deve conter informaes mais ligadas a

    grandes efeitos estratgicos. Para usurios de nvel intermedirio, mais ligados s decises do

    dia-a-dia da organizao, um relatrio com mais quantidade de informao fatual, com menos

    anlises de tendncias e impactos se torna mais apropriado (TYSON, 1998).

    2.5 Inteligncia competitiva e a internet

    Uma grande quantidade de informao pode ser obtida de fontes de acesso pblico. O

    problema focalizar os esforos de IC nas informaes importantes no universo de

    informao disponvel (TYSON, 1998).

    Vrios tipos de informao podem ser encontrados em fontes pblicas. As fontes de

    informao pblica mais comuns so listagens (directories) de empresas, associaes,

    peridicos, analistas de investimento e pessoas (executivos) servios de clipagem, materiais

    promocionais de empresas, publicaes financeiras de companhias que precisam publicar as

    suas contas, rgos reguladores, informaes de fontes governamentais e bases de dados

    online (TYSON, 1998).

    Com o desenvolvimento dos computadores e das redes de comunicao, o acesso

    informao ficou mais fcil e barato. A Internet facilitou o acesso informao pelo usurio

    final, diminuindo a dependncia de profissionais especializados e consultar fontes de

    informao. Porm, isso gerou um problema de sobrecarga informacional, com o qual as

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    pessoas no conseguem assimilar as informaes disponveis e transform-las em inteligncia.

    Desse modo, surge a necessidade de um sistema que automatize parte do processo. Nesse

    contexto existem as tcnicas de apresentao dos dados e as tcnicas de anlise automtica

    das informaes, incluindo a anlise lingstica, anlise estatstica, anlise de linguagem

    natural, redes neurais, minerao de textos, clustering e classificao (MARCO, 1999).

    A internet, como porta de acesso a empresas e organizaes, permite encontrar

    grande quantidade de informao que anteriormente seria de difcil acesso, ou muito cara,

    tanto em recursos financeiros quanto em tempo de busca. A internet no a nica fonte de IC,

    mas congrega muitas fontes de informao valiosa a baixo custo (SILVA, 2000).

    Assim como informaes publicadas na rede, a internet permite o contato fcil com

    pessoas, atravs de e-mail ou outra ferramenta de comunicao. Pessoas a serem contatadas

    podem ser especialistas ou membros de outras organizaes e pessoas so uma importante

    fonte de IC (SILVA, 2000).

    A recuperao de informaes na internet esbarra no problema de que essas

    informaes esto espalhadas em uma grande quantidade de sites, alguns deles desconhecidos.

    As ferramentas de busca tendem a retornar uma grande quantidade de resultados no

    relacionados s necessidades de informao do usurio, e o modo de se obter informao

    estratgica passa pelo ser humano pessoalmente acessando sites e analisando a informao.

    Isso requer tempo da parte do usurio (SILVA, 2000).

    Outro problema encontrado no uso das ferramentas de busca tradicionais que elas

    possuem pouca abrangncia ou ento pouca preciso, o que torna a tarefa do profissional de

    inteligncia competitiva mais difcil (DETERS; ADAIME, 2003).

    Abrangncia, tambm chamada de revocao, e recall em ingls, a medida do

    quanto dos documentos disponveis e correspondentes aos critrios da busca foram

    recuperados (CARDOSO, 2000; EBECKEN; LOPES; COSTA, 2003).

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    Preciso=nmero de itens relevantes recuperados

    nmero total de itens recuperados

    (EBECKEN; LOPES; COSTA, 2003)

    Preciso, precision em ingls, a medida do quanto dos documentos recuperados

    realmente correspondem aos critrios de busca (CARDOSO, 2000; EBECKEN; LOPES;

    COSTA, 2003).

    Abrangncia=nmerodeitens relevantesrecuperados

    nmerodeitensrelevantesnacoleo

    (EBECKEN; LOPES; COSTA, 2003)

    Itens relevantes, nas definies acima, so os documentos que correspondem ao

    critrio de busca usado.

    Existe uma relao inversa ente preciso e abrangncia, pois para melhorar a

    abrangncia, mais documentos devem ser analisados e retornados, o que resulta em uma

    diminuio da preciso pela incluso de documentos que no correspondam ao critrio da

    busca (CHAKRABARTI, 2003).

    Buscando melhorar os resultados das buscas foi instituda a tagmeta nas pginas

    Web. Uma tag uma instruo de formatao na linguagem HTML (HyperText Markup

    Language Linguagem de Formatao de Hipertexto), usada para compor pginas Web. A

    tag meta permite que o criador da pgina insira meta-informaes sobre a pgina, comopalavras-chave, descries, entre outras informaes, que podem ser usadas por sistemas de

    busca. Essas meta-informaes podem ser usadas para melhor situar o assunto a que a pgina

    se refere atravs de uma descrio ou prover uma lista de palavras-chave (W3SCHOOLS,

    2005).

    Outro esforo no sentido de melhorar a capacidade dos sistemas de busca de

    encontrar resultados que sejam mais relacionados s necessidades do usurio a Web

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    Semntica (Semantic Web, em ingls). A Web Semntica uma iniciativa do Consrcio da

    World Wide Web, o rgo que determina os padres a serem seguidos pela Web, e parceiros

    em universidades e empresas (www.w3.org/2001/sw, 2005).

    A Web Semntica busca desenvolver uma srie de padres que permitam que dados

    sejam compreendidos por computadores e seres humanos. A atividade da Web Semntica

    desenvolve especificaes para tecnologias. As principais tecnologias centram-se em

    especificaes de uma linguagem de descrio de contedos e uma linguagem de criao de

    ontologias. Estes padres permitem que o criador da pgina monte documentos que sejam

    interpretados tanto por um navegador Web quanto por sistemas automatizados

    (www.w3.org/2001/sw/Activity, 2005).

    Outra tecnologia surgindo para permitir um melhor acesso de sistemas automatizados

    informao a especificao dos Web Services. Web Services so padres que permitem

    que sistemas computacionais diferentes, funcionando em plataformas diversas, trabalhem

    entre si, atravs da disponibilidade de servios usando uma linguagem de comunicao

    comum, baseada no padro XML (Extensible Markup Language). As especificaes para Web

    Services so desenvolvidas pelo Consrcio World Wide Web (www.w3.org/2002/ws/activity,

    2005).

    2.6 Inteligncia competitiva, agentes e Internet

    Em Silva, 2000, foi apresentado um modelo de um sistema de agentes para usar a

    Internet como ferramenta de Inteligncia Competitiva. As principais funes deste sistema

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    seriam liberar o usurio da tarefa tediosa e repetitiva de monitorar sites de informaes na

    Internet, automatizando a tarefa e informando o usurio sempre que os sites fossem

    atualizados. Tambm deveria possuir uma capacidade bsica de anlise do contedo do site,

    para informar ao usurio se a atualizao relevante. Este modelo propunha uma arquitetura,

    que pode ser vista na Figura 3. Esta arquitetura previa quatro tipos de agentes, agentes de

    interface, agentes de busca, agentes de filtragem e agentes de monitoramento.

    As tarefas dos agentes de interface seriam: manter um perfil das necessidade de

    informao do usurio; automatizar as tarefas de busca, filtragem e monitoramento, atravs do

    controle dos outros agentes; prover uma interface grfica para o usurio; enviar e-mails

    avisando o usurio de atualizaes nos sites monitorados.

    Figura 3 Arquitetura de agentes.Fonte: Silva, 2000.

    Sistema Biblioteca Navegador Web

    Agente Interface

    AgenteBusca

    AgenteMonitoramento

    AgenteFiltragem

    Internet

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    Os agentes de busca teriam como tarefas buscar informaes, com a capacidade de

    identificar a relevncia do contedo dos sites encontrados; ser autnomo, realizando filtragens

    e aplicando inferncias; possuir capacidade de data mining para encontrar informaes em

    documentos no estruturados; buscar em sites cadastrados e varrer a rede em busca de sites

    do interesse do usurio.

    Aos agentes de monitoramento deveriam monitorar os sites cadastrados procurando

    por modificaes; notificar as modificaes ao agente de interface. O cadastramento das

    pginas a ser monitoradas poderia ser feito pelo usurio ou pelo agentes de interface,

    automaticamente ou pendendo aprovao do usurio.

    As tarefas dos agentes de filtragem seriam manter um perfil de interesse do usurio;

    avaliar as pginas notificadas pelos agentes de monitoramento quanto sua adequao ao

    interesse do usurio.

    Analisando o modelo proposto, podemos extrair os requisitos do sistema, as tarefas

    que o sistema deve cumprir. Esses requisitos seriam: cadastramento dos sites, manual ou

    automtico; manter um perfil de interesse; ter capacidade de extrair informaes de

    documentos de texto, tambm chamado text mining; notificar o usurio atravs de e-mail;

    possuir uma interface grfica; buscar sites de interesse na rede.

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    3 Agentes inteligentes e minerao de textos

    Este captulo explora a tecnologia de agentes inteligentes, sua definio e suas

    caractersticas. Quando procura-se na literatura uma definio para agentes inteligentes, nota-

    se que ainda no existe um consenso quanto ao qu vem a ser exatamente um agente.

    Algumas definies sero exploradas e uma que seja mais adequada ao presente trabalho

    adotada. As propriedades dos agentes um outro campo no qual no h muita coeso, com

    autores destacando caractersticas diferentes de agentes. Uma razo disso seria o fato de o

    campo de trabalho com agentes inteligentes ser muito vasto, com os diversos autores adotando

    vises mais adequadas sua rea especfica.

    Aps a definio do que um agente e quais suas caractersticas, uma breve viso de

    algumas arquiteturas de agentes ser mostrada, seguida de uma explorao de sistemas

    multiagentes.

    3.1 Definio

    Segundo Wooldridge (1999), no existe uma definio universalmente aceita do

    termo agente, mas existe um consenso de que autonomia uma caracterstica essencial. Um

    agente um sistema que existe em um ambiente e que capaz de atuar autonomamente sobre

    este ambiente para alcanar seus objetivos. Um agente um sistema que capaz de

    autonomamente sentir o seu ambiente e possui um repertrio de aes para agir sobre o

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    ambiente e alcanar os seus objetivos.

    Um agente uma entidade que possui autonomia, no s para agir independente de

    outros agentes e humanos, mas para decidir como realizar a ao. Possui objetivos prprios e

    a capacidade de persegu-los (GARCIA, SICHMAN, 2003).

    Agentes so entidades computacionais que percebem tarefas e condies e podem

    decidir como agir baseado nessas condies e executar comportamentos em seu ambiente

    (LIU, 2001).

    Um agente autnomo um sistema situado dentro e uma parte de um ambiente e

    que percebe este ambiente e age sobre o mesmo, ao longo do tempo, perseguindo sua prpria

    agenda e para modificar o que ele perceber no futuro (FRANKLIN, GRAESSER, 1996, p.

    4). Nessa definio, so consideradas chave a distino entre o agente e o ambiente no qual se

    encontra, e a habilidade de analisar o ambiente e agir sobre o mesmo, tanto para satisfazer os

    seus objetivos quanto para moldar o ambiente.

    Agentes so sistemas que apresentam as propriedades de autonomia, habilidade

    social, reatividade e pr-atividade(WOOLDRIDGE E JENNINGS, 1994).

    Agente uma entidade de software autnoma e que funciona continuamente em um

    determinado ambiente, interagindo com outros objetos que fazem parte deste ambiente

    (SHOHAM, 1997, apud THIRY, 1999).

    Um agente uma entidade autnoma, capaz de responder ao seu ambiente,

    comunicar-se e aprender como melhor alcanar suas metas (THIRY, 1999).

    Um agente algo que pode ser definido como capaz de perceber seu ambiente,

    atravs de algum tipo de sensor, e de agir sobre o ambiente, atravs de algum tipo de atuador.

    Um agente racional um agente que age de forma a obter o sucesso de sua tarefa (RUSSEL,

    NORVIG, 1995).

    Partindo das definies anteriores, ser adotada neste trabalho a definio de agentes

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    como sistemas que sejam autnomos, e possuam capacidade de interagir com o seu ambiente,

    inclusive comunicar-se com outros agentes ou sistemas que componham este ambiente, e que

    persigam objetivos prprios, para realizar alguma tarefa ou atividade em benefcio de um

    usurio.

    3.2 Propriedades

    A definio de agentes dada acima, assim como vrias outras na literatura, bem

    ampla, podendo abarcar uma quantidade muito grande de sistemas. De modo a melhor definir

    e entender agentes inteligentes, uma srie de propriedades, ou caractersticas, so analisadas.

    Estas propriedades so tambm usadas para a construo de uma classificao dos diversos

    tipos possveis de agentes. Abaixo, um quadro lista as propriedades dos agentes, como vistas

    por diversos autores, e aps o quadro sero discutidas as propriedades mais relevantes com

    mais detalhes.

    A seguir segue um quadro (Quadro 2, Kern (1998) apud Oliveira, (2000)), com a

    uma listagem das propriedades dos agentes e os autores que as mencionam.

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    Propriedade Descrio Observao Referncias

    Aprendizagem Acumulao de conhecimento

    pelo agente, que adapta o seucomportamento s novassituaes.

    Aprendizado pode

    ser: unidirecional; interativo.Tambmreferenciada comoadaptatividade.

    Wooldridge e

    Jennings (1996) Belgrave (1995) Auer (1995) Lenmom apud

    Souza (1996)

    Autonomia O agente pode ser apto arealizar aes preemptivas eindependentes, queeventualmente poderobeneficiar o usurio.

    Tambmreferenciada comoindependncia.

    Auer (1995) Wooldridge e

    Jennings (1996) Foner (1996)

    Comunicabilidade Capacidade do agente

    comunicar-se com outrosagentes, pessoas, objetos e seuambiente, a fim de completarsuas tarefas e auxiliar osdemais.

    Tambm

    referenciada comohabilidade social.

    Wooldridge e

    Jennings (1996) Franklin e Graesser

    (1996) Belgrave (1995) Auer (1995)

    Confiabilidade Agentes devem servir snecessidades do usurio demaneira segura, comveracidade e benevolncia, noapresentando informaesfalsas e objetivos conflitantes.

    Wooldridge eJennings (1996)

    Auer (1995) Sycara et al (1996)

    Cooperatividade Capacidade dos agentes

    trabalharem em conjunto paraconclurem tarefas mutuamentebenficas e complexas.

    Tambm

    referenciada comoColaborao.

    Sycara et al (1996)

    Gilbert apud Souza(1996)

    DegradaoGradual

    Capacidade do agente executar

    parte de uma tarefa quandoexiste incompatibilidade nacomunicao ou domnio.

    Foner (1996)

    Discurso Troca de informaes entreusurio e agente, propiciandoum melhor conhecimento desuas habilidades e intenes.

    Foner (1996)

    Flexibilidade Habilidade do agente emescolher dinamicamente asaes e a sequncia deexecuo das mesmas.

    Jennings (1995) Auer (1995) Franklin e Graesser

    (1996)

    Inteligncia Conjunto de recursos, atributose caractersticas as quaisabilitam um agente a decidirquais aes tomar.

    O raciocniodesenvolve-se emtrs cenrios: regras; conhecimento; evoluo

    artificial.

    Auer (1995) Gilbert e Janca

    (1996) Nissen (1995)

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    Propriedade Descrio Observao Referncias

    Mobilidade Habilidade do agente em

    mover-se de uma mquina paraoutra, entre diferentesplataformas e sistemas,preservando seu estado interno.

    Apresenta trs

    graus: esttico; roteiros mveis; mveis com

    estado.

    Auer (1995) Belgrave (1995) Ochard (1996)

    Persistncia Cpacidade de manter umestado interno conciso atravsdo tempo, o qual no modificado ao acaso.

    Tambmreferenciado comocontinuidadetemporal.

    Belgrave (1995) Etzioni e Weld

    (1995)

    Personalizao O usurio determina como oagente deve interagir, esteaprende as cractersticas,

    preferncias e hbitos de seususurios.

    Gilbert e Janca(1996)

    Kearney (1996)

    Planejamento Habilidade de sintetizar eescolher entre diferentessequncias de aespretendidas para alcanar seusobjetivos.

    Belgrave (1995) Auer (1995)

    Pr-atividade Agentes so capazes de exibircomportamento oportunstico eorientado a objetos, tomando ainiciativa quando acharapropriado.

    Wooldridge eJennings (1996)

    Belgrave (1995)

    Reatividade Capacidade de perceber eresponder s modificaes queocorrem no seu ambiente.

    Tambmreferenciado comosentir e agir.

    Hermans (1996)

    Franklin e Graesser(1996)

    Representabilidade Representao do usurio emtermos de suas aes e nomera existncia.

    Pode ser de doismodos: passiva; ativa.

    Wooldridge eJennings (1995)

    Auer (1995)

    Responsabilidade O agente requisitado a realizaruma tarefa, responsvel pelasua concluso.

    Auer (1995)

    Quadro 2 Atributos mais relevantes de agentes.Fonte: Kern (1998), apud Oliveira (2000)

    Algumas propriedades so mais significativas, pois so propriedades que definem

    uma entidade como agente, ou delimitam melhor as capacidades do agente. Como as

    propriedades so usadas como um modo de se classificar e organizar os diversos tipos de

    agentes, algumas propriedades so mais importantes para o presente trabalho por serem

    propriedades importantes para o funcionamento do sistema discutido. A seguir sero

    comentadas as propriedades dos agentes consideradas mais significativas para este trabalho.

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    3.2.1 Autonomia

    Autonomia a propriedade do agente de agir sem interveno externa e buscar seus

    objetivos (THIRY, 1999).

    Um agente possui autonomia de execuo, que a capacidade de atuar sem a

    interferncia de outros agentes ou usurio. Tambm possui autonomia de deciso, que a

    capacidade de decidir a ao a ser tomada baseado somente nos seus conhecimentos prvios,

    na sua percepo do ambiente e nos seus objetivos (GARCIA, SICHMAN, 2003).

    Um agente tem um comportamento individual e age em resposta outros agentes ou

    ao ambiente em que existe de forma independente. Para isso, o agente deve possuir uma base

    de conhecimento prpria que estabelece seu comportamento (SPERB, 2002).

    A autonomia uma propriedade que define o agente, sem ela estamos falando de um

    programa de computador, no um agente (FRANKLIN, GRAESSER, 1996).

    3.2.2 Mobilidade

    A mobilidade a propriedade de um agente que pode ser transmitido para outros

    lugares, realizar suas tarefas e depois retornar. Isso acarreta em maior complexidade na

    implementao dos agentes, devido necessidade de se adaptar a vrias plataformas e

    sistemas (MARTINS, 2002).

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    Mobilidade a propriedade de um agente de mover-se e ser executado em outros

    sistemas (GARCIA, SICHMAN, 2003).

    A capacidade de mover-se entre sistemas de uma rede interessante, especialmente

    em agentes de busca, porm pode vir a causar sobrecargas na rede. Tambm existe um risco

    de segurana associado a agentes mveis, sendo necessria a implantao de sistemas de

    segurana que protejam a mquina hospedeira e s permitam acesso a agentes autorizados

    (THIRY, 1999).

    3.2.3 Reatividade

    Reatividade a propriedade de um agente perceber mudanas em seu ambiente e

    adequar seu comportamento a essas mudanas (THIRY, 1999; MARTINS, 2002).

    Reatividade a capacidade de reagir s mudanas do ambiente a partir do

    reconhecimento de um contexto conhecido (GARCIA, SICHMAN, 2003, p.275).

    A reatividade outra das propriedades cuja existncia necessria para que o sistema

    seja considerado um agente. Esta propriedade determina que o agente seja capaz de responder

    em tempo hbil a mudanas no seu ambiente (FRANKLIN, GRAESSER, 1996).

    3.2.4 Aprendizagem

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    A aprendizagem um dos atributos que definem um agente inteligente. Um agente

    que no tenha sucesso em realizar seus objetivos deve aprender com suas experincias para

    melhorar a sua habilidade (THIRY, 1999).

    Aprendizagem a habilidade de um agente de modificar seus comportamento

    baseado em suas experincias e no resultado de suas aes no ambiente (SPERB, 2002 LIU,

    2001).

    3.2.5 Comunicabilidade

    Comunicabilidade a capacidade de agentes trocarem mensagens com outros agentes

    ou com outras entidades, tais como usurios. Torna-se importante quando existem mais de um

    agente envolvido ou o agente precisa receber instrues ou enviar resultados.

    Comunicabilidade a capacidade que um agente tem de interagir com outros agentes

    para atingir suas metas. Quando vrios agentes atuam juntos, tem-se um sistema multi-agentes

    (GARCIA, SICHMAN, 2003).

    Comunicabilidade a capacidade dos agentes interagirem entre si e com usurios e

    ambiente, atravs da troca de mensagens, conhecimento, colaborao, negociao,

    coordenao, ou outro tipo de interao que exija comunicao (MARTINS, 2002).

    A comunicabilidade, capacidade de se comunicar com outros agentes, usurio ou

    mesmo o ambiente, uma propriedade importante quando mais de um agente est envolvido

    (THIRY, 1999).

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    3.2.6 Sociabilidade

    Sociabilidade a capacidade de interao com outros agentes, podendo ser

    cooperativa ou competitiva(SPERB, 2002). Ligada comunicabilidade (THIRY, 1999).

    3.2.7 Continuidade temporal

    A continuidade temporal do agente, o fato de ele ser um processo que executado

    continuamente, cujo fim geralmente determinado por ele prprio, uma das propriedades

    que definem um agente (FRANKLIN, GRAESSER, 1996).

    A continuidade temporal a capacidade de manter um estado interno atravs do

    tempo, incluindo os objetivos do agente (MARTINS, 2002).

    3.3 Tipologia

    Na literatura, encontra-se uma grande variedade de classificaes de agentes. A

    seguir citaremos algumas.

    Franklin e Graesser propem vrios tipos possveis de classificao de agentes

    inteligentes. Entre eles esto uma classificao baseada nas propriedades que o agente

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    apresenta, segundo a qual um agente poderia ser classificado como agente mvel, ou agente

    com aprendizado, ou agente mvel com aprendizado. Ou ento uma classificao baseada nas

    tarefas dos agentes, segundo a qual um agente poderia ser agente de busca de informaes ou

    agente de filtragem de e-mail. Outra classificao possvel seria de acordo com o ambiente no

    qual o agente atua, podendo um agente ser um agente de software, outro um agente de vida

    artificial. Outra classificao sugerida quanto ao tipo de estrutura de controle adotada pelo

    agente, ou seja, qual o princpio tecnolgico da tomada de deciso pelo agente. Dessa forma,

    um agente pode ser algortmico, baseado em regras, baseado em casos, em redes neurais,

    baseado em lgica fuzzy, entre outros (FRANKLIN, GRAESSER, 1996).

    Uma outra classificao possvel seria organizar os diversos agentes em uma

    taxonomia reminiscente do mtodo adotado para classificar os seres vivos, em forma de uma

    rvore, com a raiz representando um reino de agentes, subdivididos em agentes biolgicos,

    robticos e computacionais, estes ltimos subdivididos em agentes de vida artificial e agentes

    de software, estes ltimos ainda subdivididos em agentes orientados a uma tarefa especfica,

    agentes de entretenimento e vrus; e assim por diante (FRANKLIN, GRAESSER, 1996).

    Eles, Franklin e Graesser (1996), tambm prope uma taxonomia baseada nas

    propriedades dos agentes. Cada propriedade daria origem a uma classificao binria, do tipo

    agente mvel ou no-mvel, agente que aprende ou sem aprendizado. Essas classificaes

    binrias seriam combinadas em uma matriz multi-dimensional, com cada classificao binria

    sendo uma dimenso. Desse modo, cada clula da matriz multi-dimensional representaria uma

    srie de propriedades, e seria uma categoria de classificao na taxonomia.

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    Uma classificao semelhante, baseada em mltiplas dimenses, proposta por

    Garcia e Sichman (2003), e os classifica em quatro eixos, conforme pode ser visto na figura 4:

    Os agentes so classificados segundo quatro eixos:

    eixo cognitivo: o agente pode ter uma representao interna do ambiente e

    um modelo racional de deciso (agente cognitivo) ou pode simplesmente

    reagir a estmulos externos (agente reativo);

    eixo de foco: o agente pode enfatizar semelhanas fsicas com seres

    humanos (agente estrutural) ou enfatizar semelhanas de comportamento

    (agente comportamental);

    eixo de atuao: o agente pode atuar sozinho (agente isolado) ou com outros

    agentes (agente social);

    eixo ambiental: o agente pode atuar no desktop (agente de desktop) ou em

    uma rede, como a internet ou uma intranet (agente de rede).

    A classificao a ser adotada neste trabalho a de Franklin e Graesser (1996), de

    Figura 4 Tipologia de Agentes.Fonte:GARCIA, SICHMAN, 2003

    Agentes

    Reativos Cognitivos

    Estruturais

    Comportamentais

    Desktop

    Rede

    Isolados Sociais

    Eixo Ambiental

    Eixo Cognitivo

    Eixo de Foco

    Eixo de Atuao

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    classificao multidimensional, e pode ser vista na figura 5. As dimenses a serem

    consideradas sero:

    aprendizagem: classifica o agente de acordo com sua capacidade de aprender, de

    modificar suas respostas ao ambiente medida que interage com o mesmo, ou que

    recebe instrues para modific-las;

    comunicabilidade: classifica o agente de acordo com sua capacidade de se

    comunicar com outros agentes, trocando informaes sobre suas atividades e

    dados que est manipulando;

    mobilidade: classifica o agente de acordo com a capacidade do agente de se

    deslocar de um ambiente computacional para outro, enquanto realiza suas tarefas;

    cognitividade: classifica o agente segundo sua capacidade de criar uma

    interpretao do ambiente sua volta e, partindo desta representao, decidir o

    curso de ao que melhor atinge seus objetivos. Um agente no cognitivo um

    Figura 5 Tipologia de agentes adotada neste trabalho.Adaptado a partir de FRANKLIN, GRAESSER, 1996

    Agentes

    Reativos Cognitivos

    Comunicativo

    Isolado

    Mvel

    Imvel

    Sem Aprendizado Com Aprendizado

    Mobilidade

    Cognitividade

    Comunicabilidade

    Aprendizagem

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    agente reativo.

    O motivo da adoo desta classificao, o fato de ela se adequar bem ao presente

    trabalho, por considerar as propriedades mais significativas para os agentes que compem o

    sistema, ao mesmo tempo em que intuitiva e fcil de visualizar.

    3.4 Arquiteturas de agentes

    Uma arquitetura de um agente a descrio das partes de um agente, suas estruturas

    de dados, as operaes que podem ser desenvolvidas nas estruturas de dados e o fluxo de

    controle entre as estruturas de dados (WOOLDRIDGE, 1999).

    Segundo Wooldrige, agentes podem ser vistos como pertencentes uma de quatro

    arquiteturas diferentes: agentes baseados em lgica, agentes reativos, agentes BDI (do ingls

    para crena- desejo-inteno) e agentes com arquitetura em camadas (WOOLDRIDGE, 1999).

    Agentes baseados em lgica tem suas decises tomadas atravs das tcnicas de

    Inteligncia Artificial clssicas (IA simblica), representando o ambiente e as aes que

    podem ser realizadas por smbolos, com regras sintticas definindo as manipulaes que

    podem ser realizadas nestes smbolos. O smbolos so frmulas lgicas, e as manipulaes a

    serem efetuadas so dedues lgicas, ou provas de teoremas. Nesta abordagem, o processo

    de deciso visto como deduo lgica, as estratgias de deciso so modeladas como uma

    teoria lgica e o processo de escolha de uma ao um problema de prova lgica. Abordagens

    lgicas possuem uma semntica clara e coerente. Os problemas dessa abordagem aparecem a

    medida que a complexidade do problema cresce, pois as regras semnticas e a transcrio do

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    ambiente em smbolos lgicos devem ser feitas manualmente e se tornam muito trabalhosas se

    complexas, as entidades do mundo real nem sempre so facilmente traduzidas em smbolos

    claros, e o tempo computacional para encontrar a soluo de um problema complexo cresce

    muito (WOOLDRIDGE, 1999).

    Agentes reativos so modelados a partir do princpio de que o comportamento

    inteligente resultado da interao do agente com o ambiente no qual existe. Um

    comportamento inteligente e complexo pode emergir de um conjunto de comportamentos

    simples. Entre as vrias arquiteturas que aplicam esta abordagem, a mais conhecida a

    chamada subsumption architecture. Esta arquitetura define uma srie de comportamentos,

    organizados em uma hierarquia, na qual um comportamento hierarquicamente superior,

    quando ativado, inibe a ativao dos outros comportamentos. Esses comportamentos

    consistem em reaes s condies do ambiente, sendo portanto mais simples de serem

    modelados e implementados. Quando uma determinada condio no ambiente ativa um

    comportamento hierarquicamente superior, possivelmente uma reao a uma condio

    especfica do meio, os demais comportamentos so ignorados. Se o ambiente no aciona o

    comportamento superior, uma ao inferior, potencialmente mais genrica, poder ento ser

    acionada. Atravs da definio dos comportamentos e de sua organizao hierrquica, pode-se

    chegar a comportamentos complexos e adaptveis no agente. As abordagens reativas so

    simples de serem modeladas e implementadas, so econmicas quanto ao tempo

    computacional e robustas quanto a falhas. Como os agentes no possuem um modelo do

    ambiente, so restritos a aes que possam ser realizadas com as informaes disponveis

    localmente, o que torna seu comportamento insensvel ao ambiente que no podem perceber,

    inclusive estados anteriores do ambiente, fazendo com que sejam agentes atuantes somente a

    curto prazo. Devido falta do modelo do ambiente, o agente tambm no pode aprender com

    suas experincias, sendo o seu comportamento previamente programado. O comportamento

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    emergente difcil de ser previsto a partir das aes mais simples e suas interaes, assim

    como a interao dessas aes com o ambiente. Essa dificuldade de prever o comportamento

    do agente leva a um processo de modelagem complexo e sem metodologia clara, e a medida

    que a quantidade de comportamentos individuais vai aumentando, surgem dificuldades para

    organiz-los em uma estrutura hierrquica que execute as tarefas necessrias de forma

    previsvel (WOOLDRIDGE, 1999; LIU, 2001).

    Agentes BDI, cujo nome vem da sigla em ingls para crena-desejo-inteno, partem

    do entendimento filosfico do chamado raciocnio prtico, que o processo usado por seres

    humanos para decidir a cada momento que ao realizar para atingir um objetivo. O raciocnio

    prtico envolve dois processos, deliberao e raciocnio meios-fins. A deliberao o

    processo que determina quais os objetivos do agente, e o raciocnio meios-fins determina

    como o agente atingir estes objetivos. Um agente BDI possui sete componentes principais:

    conjunto de crenas atuais: representam as informaes que o agente possui sobre

    seu ambiente;

    funo de atualizao de crenas: utiliza as crenas atuais e informaes advindas

    dos sensores do agente para atualizar as crenas do mesmo, sua representao do

    ambiente;

    funo geradora de opes: baseada nas intenes do agente (seus objetivos) e

    suas crenas (como percebe o ambiente), gera um conjunto de opes de ao;

    conjunto de opes atuais (desejos): representa as vrias aes que o agente pode

    realizar;

    funo filtro: representa o processo deliberativo do agente, com base nas crenas,

    desejos e intenes atuais, determina novas intenes;

    conjunto de intenes: representam o foco das atividades atuais do agente, seus

    objetivos;

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    funo seleo de ao: determina qual ao o agente realizar baseada nas suas

    intenes atuais.

    As vantagens desta arquitetura so a gerao de uma decomposio funcional bem

    definida para o agente, e usa um processo de deciso baseado no que os seres humanos usam

    no seu dia-a-dia. A principal dificuldade a implementao destas funes de modo

    computacionalmente eficiente (WOOLDRIDGE, 1999).

    Arquiteturas em camadas organizam o agente como um conjunto de subsistemas em

    camadas, cada um realizando um comportamento desejado do agente. Desse modo, o

    comportamento reativo pode ser realizado em uma camada, com o comportamento pr-ativo

    em outra, por exemplo. Os agentes em camadas podem ser divididos em horizontais e

    verticais, de acordo como a forma como as camadas so organizadas. Nos arranjos horizontais

    possuem todas as suas camadas com acesso s informaes dos sensores e aos atuadores do

    agente, enquanto que nos arranjos verticais somente uma camada tem acesso aos sensores, e,

    opcionalmente, outra aos atuadores, com as demais camadas recebendo suas informaes

    umas das outras.

    Um agente com arquitetura horizontal comporta-se como se existissem vrios sub-

    agentes opinando sobre o comportamento a ser adotado. Para evitar que o agente se comporte

    de forma anormal, geralmente adicionada uma camada que atua como controladora e

    determina qual camada comandar o agente. A principal vantagem deste arranjo a facilidade

    de se adicionar novos comportamentos simplesmente adicionando novas camadas. A

    desvantagem que um grande nmero de camadas gera uma situao complexa de controle,

    com a camada de controle tornando-se um gargalo no desempenho do agente.

    O arranjo vertical atua como se o agente fosse uma organizao tradicional, com as

    camadas atuando como nveis funcionais hierrquicos. Cada camada realiza sua atividade, de

    acordo com sua capacidade e, encontrando uma situao que no consiga processar, envia-a

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    para o nvel superior. Este arranjo mais simples que o horizontal, diminuindo a

    complexidade das interaes entre as camadas devido a um nmero menor de comunicaes

    possveis entre elas. Porm, ele menos flexvel que o arranjo horizontal, e mais vulnervel a

    falhas, j que a comunicao passa por todas as camadas e a falha de uma delas paralisa o

    processo de deciso (WOOLDRIDGE, 1999).

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    Uma proposta de uma arquitetura geral, abstrata, de um agente, mostrada na figura

    Figura 6 Arquitetura geral de um agenteFonte: GARCIA, SICHMAN, 2003

    Controlador

    Decisor

    Interface:Usurio

    ComponenteMobilidade

    Interface:

    Comunicaoc

    om

    Agentes

    Inte

    rface:

    interaocom

    oam

    biente

    Configurador

    preferncias

    agenda

    experinciasprvias

    Agente Humano

    Agentes

    Am

    biente

    Rede

    Parmetrosde Configurao

    Ambiente deExecuo

    ResultadosParmetros

    Configurao

    ResultadosParmetros

    Configurao

    Mensagens

    KQMLFIPA

    Ao

    Percepo

    DadosPercebidos

    Contedoda Ao

    IntenoDados

    Percebidos eComunicados

    Modelo deNegociao

    Padres deReao

    Modelo deDeciso

    Modelo dePlanejamento

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    6. Essa arquitetura busca mostrar os diferentes mdulos necessrios em um agente, com suas

    respectivas inter-relaes. O mdulo controlador o responsvel por controlar a execuo dos

    processos internos do agente; o mdulo decisor utiliza modelos de planejamento, deciso,

    reao e de negociao para decidir qual o melhor curso de ao do agente; o mdulo

    configurador responsvel por atualizar os parmetros internos do agente em resposta s

    necessidades do usurio, a mudanas no ambiente ou a interaes com outros agentes; o

    mdulo de interface com o usurio permite que o agente receba instrues e retorne

    resultados; o mdulo de interface com outros agentes permite a comunicao entre agentes,

    seja atravs de objetos compartilhados, sistema de quadro-negro ou atravs de uma linguagem

    de comunicao e ontologias compartilhadas; o mdulo de interface com o ambiente

    implementa a capacidade de sentir o ambiente no qual o agente existe e a capacidade de agir

    sobre o mesmo; o mdulo componente de mobilidade permite aos agentes mveis se

    moverem entre vrias plataformas e sistemas diferentes (GARCIA, SICHMAN, 2003).

    Outra arquitetura a Seleo de Ao (Action Selection), na qual o agente recebe um

    estmulo do ambiente, e uma srie de aes possveis previamente existentes avaliada e uma

    ao escolhida e realizada. Essa arquitetura orientada a objetivos, relevante situao

    presente, reativa, rpida, robusta e focada no futuro. O conhecimento do agente, as aes que

    sero analisadas, deve ser alimentado no mesmo, atravs de programao prvia ou algum

    mtodo de aprendizagem (LIU, 2001).

    Outra arquitetura a arquitetura Motif. Esta arquitetura multi-nvel, e foi criada

    para criar agentes capazes de gerar e organizar comportamentos em um ambiente dinmico e

    desconhecido. O componente bsico desta arquitetura o Motif, uma unidade computacional

    auto-organizvel. Vrios motifs podem ser agrupados juntos, de acordo com suas

    necessidades. Os vrios motifs esto inter-relacionados, e trocam dados e/ou intervenes, que

    so instrues que controlam a troca de informaes. O sistema desenvolve um

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    comportamento devido ao fato de que os motifs se auto-organizam e enviam sinais que

    causam outros motifs a se auto-organizarem. Essa cadeia de adaptaes atinge um equilbrio,

    no qual as mudanas nos motifs so pequenas (LIU, 2001).

    O quadro 3 resume as diversas arquiteturas analisadas e suas caractersticas.

    Arquiteturas Caractersticas Pontos positivos Pontos negativos

    Baseada em lgica Utiliza umaabordagem de lgicasimblica para o

    processo de deciso

    Processos lgicos defcil entendimento,formalismo lgico

    bem entendido

    Caro em tempo decomputao, difcil demodelar

    comportamentosmuito complexos.

    Agentes reativos Conjunto de reaesao ambiente,organizados de formaa criarcomportamentoscomplexos a partir dereaes simples

    Simples de modelar,barato em termoscomputacionais,robusto

    Comportamentoemergente difcil de

    prever e projetar.

    Agente BDI Usa o raciocnio

    prtico paraestabelecer umprocesso de deciso

    Modelagem intuitiva,

    decomposiofuncional do agente

    Difcil implementao

    eficiente das funes

    Arquitetura emcamadas

    Agente visto comoum conjunto desubsistemas emcamadas

    Flexvel, expansvel Complexidade dasinteraes entreagentes torna sistemascomplexoscomputacionalmentecaros

    Arquitetura modular Abstrata, determina

    mdulos quecumprem funesdistintas do agente

    Especifica o fluxo de

    informao entre osmdulos, separaoentre os mdulos portarefa do agente

    Alta complexidade,

    descrio abstrata daimplementao

    Arquitetura de seleode ao

    Os estmulos doambiente soavaliados ecomparados com umasrie de aes paradeterminar a serrealizada

    Orientado a objetivos,reativa, rpidaexecuo

    Comportamento deveser especificado comoconjunto de aes

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    Arquiteturas Caractersticas Pontos positivos Pontos negativos

    Motif Modelagem multi-nvel, auto-organizvel, comunidadesfuncionalmentesemelhantes

    Flexvel, adaptvel Auto organizaodifcil de prever eprojetar ocomportamento

    Quadro 3 Comparao das arquiteturas de agentes

    3.5 Sistemas multiagentes

    Existem duas abordagens para o uso de mltiplos agentes, a Resoluo Distribuda

    de Problemas (RDP) e Sistemas Multiagentes (SMA).Na RDP, os agentes e a forma de

    organizao dos mesmos so desenvolvidos a partir de um problema especfico a ser

    solucionado. J na abordagem SMA, os agentes existem previamente em um universo

    multiagentes, independentes da existncia de um problema prvio. O problema a ser resolvido

    ento proposto sociedade de agentes, que se organiza de forma a solucion-lo (GARCIA,

    SICHMAN, 2003).

    Sistemas Multiagentes (SMA) possuem as seguintes caractersticas (HUHNS,

    STEPHENS, 1999):

    sistemas multiagentes provm uma infraestrutura de comunicao e interao

    entre os agentes;

    sistemas multiagentes so abertos e no possuem um controle centralizado;

    MAS contm agentes que so distribudos e autnomos.

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    Resoluo Distribuda de Problemas (Distributed Problem Solving RDP) uma

    abordagem a sistemas multiagentes que parte do pressuposto de que os agentes ou foram

    construdos para trabalharem juntos, ou, devido a regras do conjunto de agentes, o

    comportamento individualstico desencorajado. Dessa forma, os agentes cooperam para a

    soluo de um problema, e o domnio da RDP a criao de um conjunto de agentes que

    trabalhem juntos de forma competente. Geralmente, um conjunto de agentes, tentando

    resolver um problema, precisa antes de tudo, desenvolver um plano. Por isso, a soluo de

    problemas de planejamento est intimamente ligada resoluo distribuda de problemas

    (DURFEE, 1999).

    3.5.1 Taxonomia de sistemas multiagentes

    Os sistemas Multiagentes podem ser classificados de acordo com as suas

    caractersticas em alguns eixos, como pode ser visto na figura 7 (GARCIA, SICHMAN,

    2003):

    eixo de perspectiva: um sistema multiagentes pode ter uma perspectiva de

    simulao social ou de resoluo de problemas;

    eixo de abertura: indica se um sistema pode alterar a quantidade de agentes que o

    compe dinamicamente;

    eixo de granularidade: um sistema com baixa granularidade contm poucos

    agentes, enquanto que um sistema com alta granularidade pode conter milhares de

    agentes;

    eixo de composio: classifica o sistema baseado nos tipos de agentes presentes,

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    em um sistema homogneo, se for composto por um nico tipo de agente, ou

    heterogneo, se vrios tipos de agente existem no mesmo sistema;

    eixo da interao: classifica o sistema baseado nas vrias interaes sociais

    possveis entre os agentes.

    Figura 7 Taxonomia de sistemas multiagentes.Fonte: GARCIA, SICHMAN, 2003

    Sistemas

    Multiagentes (SMA)

    Simulao Resoluo

    Agentes Homogneos

    Agentes Heterogneos

    Alta Granularidade

    Baixa Granularidade

    SMAs Fechados

    SMAs Abertos

    Proto-Cooperativo Predador

    Amensal Competitivo

    Comensal Simbitico

    Parasita

    Eixo de perspectiva

    Eixo de composio

    Eixo de interao

    Eixo de granularidade

    Eixo de abertura

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    3.5.2 Organizaes de agentes

    Uma organizao delimita o tipo e o formato das interaes entre os agentes,

    diminuindo a complexidade da sociedade de agentes. Organizaes podem ser modelos

    estticos ou modelos dinmicos. Nos modelos estticos ou descendentes (top-down), a

    estrutura da organizao pr-definida, baseada no problema que os agentes resolvero. Nos

    modelos dinmicos ou ascendentes (bottom-up), os agentes possuem seus prprios objetivos e

    as interaes sociais surgem dinamicamente medida que os agentes buscam satisfaz-los

    (GARCIA, SICHMAN, 2003).

    Uma organizao possui um projeto, um conjunto de procedimentos e canais de

    comunicao que ligam os diversos co