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CIODONTO-FAISA Pós Graduação Lato sensu em Implantodontia Fábio Hirabae “PROTOCOLOS CIRÚRGICO E PROTÉTICO PARA INSTALAÇÃO DE IMPLANTES ZIGOMÁTICOS” Rio de Janeiro 2010

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CIODONTO-FAISA

Pós Graduação Lato sensu em Implantodontia

Fábio Hirabae

“PROTOCOLOS CIRÚRGICO E PROTÉTICO PARA

INSTALAÇÃO DE IMPLANTES ZIGOMÁTICOS”

Rio de Janeiro

2010

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CIODONTO-FAISA

Pós Graduação Lato sensu em Implantodontia

Fábio Hirabae

“PROTOCOLOS CIRÚRGICO E PROTÉTICO PARA INSTALAÇÃO DE

IMPLANTES ZIGOMÁTICOS”

Rio de Janeiro

2010

Monografia apresentada ao Centro de

Pós-Graduação da Ciodonto para

obtenção do Grau de Especialista em

Odontologia.

Área de concentração: Implantodontia

Orientador: Prof.Dr. Sergio Henrique

Gonçalves Motta

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“PROTOCOLOS CIRÚRGICO E PROTÉTICO PARA INSTALAÇÃO DE

IMPLANTES ZIGOMÁTICOS”

Monografia apresentada ao Centro de Pós-graduação da Ciodonto - Faisa - CLIVO

como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista em implantodontia.

Aprovado em

BANCA EXAMINADORA

________________________________

Orientador: Prof. Dr. Sergio Henrique Gonçalves Motta

_________________________________

Profª. Drª Flavia Rabello de Mattos

_________________________________

Prof. Dr. Carlos Nelson Elias

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DEDICATÓRIA

Este trabalho de monografia é dedicado a minha esposa Luciana, por me dar apoio

nos momentos mais difíceis, aos meus pais Mitsuko e Flávio, pelo amor, carinho e

atenção, e a minha filha Mariana, razão de toda minha dedicação.

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AGRADECIMENTOS

À CLIVO e a todos os professores com os quais tive oportunidade de conviver e

estudar durante este curso.

Ao meu orientador Dr. Sergio Henrique Gonçalves Motta pelo êxito deste trabalho.

À professora Drª. Flávia Rabello de Mattos pela sua dedicação, amizade e empenho.

Aos colegas, pelo prazer da convivência nestes dois árduos anos.

.

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EPÍGRAFE

“O verdadeiro homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo¨.

Antoine de Saint-Exupéry

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RESUMO

A fixação zigomática foi desenvolvida inicialmente para a recuperação de pacientes

com grandes perdas ósseas e que sofreram maxilectomias (parciais e totais). O

tratamento normalmente proposto a estes pacientes era baseado em grandes

reconstruções ósseas, com áreas doadoras extra-orais o que acarretava um alto

grau de morbidade e alto custo para o tratamento. As fixações zigomáticas surgiram

como alternativa cirúrgica para estes pacientes, e os estudos tem mostrado uma

margem de sucesso similar aos implantes tradicionais, independente de ser dois

estágios ou carga imediata, sendo que a indicação precisa são dois implantes

zigomáticos posteriores e quatro implantes tradicionais anteriores unidos num

sistema de barra rígida. O emprego de quatro (no mínimo) ou mais fixações

zigomáticas, em sistema de carga imediata, apesar de recente, tem demonstrado

resultados animadores na reabilitação oral. Entretanto, estudos realizados sobre

carga imediata, mostraram que a taxa de possibilidade gira em torno de 5,5%. A

principal vantagem é a diminuição do tempo de tratamento. Atualmente, existem três

técnicas cirúrgicas para a colocação dos implantes zigomáticos: a convencional, a

simplificada ou fendo sinusal e a exteriorizada. Este estudo tem como objetivo

apresentar uma revisão da literatura, enfatizando o sucesso e a previsibilidade da

fixação zigomática e os cuidados a serem tomados pelos profissionais que queiram

trabalhar com este tipo de tratamento. A conclusão a que se chegou foi que a

fixação zigomática, mesmo sendo um procedimento recente, é viável de ser

executada com segurança e previsibilidade desde que os critérios de seleção dos

pacientes sejam obedecidos e a técnica cirúrgica seja realizada adequadamente,

mas que é importante enfatizar que tal abordagem exige, da equipe que se propõe a

realizá-la, muita experiência cirúrgica e protética além de controle cuidadoso e

regular para a identificação de situações insatisfatórias e de sua terapia.

Palavras-chave: 1.Implante Dentário Endósseo 2. Maxilar Superior 3. Zigoma

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ABSTRACT

The zygomatic implants was initially developed for the recovery of patients with large

bone loss and suffering maxillectomy (partial and total). The treatment normally

offered to these patients was based in large bony reconstructions, with extra-oral

donor sites which caused a high degree of morbidity and high cost for treatment. The

zygomatic fixtures emerged as surgical alternative for these patients, and studies

have shown a success rate similar to traditional implants, whether it be two stages or

immediate loading, and the precise are two zygomatic implants and four implants

after previous traditional united a system of rigid bar. The employment of four

(minimum) or more zygomatic fixtures, although recent, has shown encouraging

results in oral rehabilitation. However, studies on immediate loading, showed that the

rate of chance is around 5.5%. The main advantage is the reduction of treatment

time. Currently, there are three cirurgical techniques for the placement of zygomatic

implants: the conventional, simplified or cleft sinus and externalized. This study aims

to present a review of the literature regarding the success and predictability of

zygomatic implants and care should be taken by professionals who want to work with

this type of treatment. The conclusion reached was that the zygomatic implants, even

though a recent procedure, it is feasible to be performed safely and predictability

since the selection criteria of patients are met and the surgical technique is

performed accordingly it is important to emphasize that this approach requires that

the team intends to carry it out, very experienced surgical and prosthetic addition to

careful control and regulate the identification of unsatisfactory situations and their

therapy.

Keywords: 1. Endosseous Dental Implant 2. Maxilla 3. Zygoma.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01: Formato do implante zigomático (SIN) 23

Figura 02: Osso zigomático direito 26

Figura 03: Seio maxilar direito 26

Figura 04: Classificação de Atwood 30

Figura 05: Protocolo original 33

Figura 06: Técnica simplificada 34

Figura 07: Técnica exteriorizada 35

Figura 08: Kit zigomático 36

Figura 09: Peça reta 36

Figura 10: Fresa esférica 2,95 mm 37

Figura 11: Fresa helicoidal 2,95 mm 37

Figura 12: Fresa piloto 37

Figura 13: Fresa helicoidal 3.55 mm 37

Figura 14: Protetor labial longo 37

Figura 15: Protetor labial curto 38

Figura 16: Sonda de profundidade reta 38

Figura 17: Sonda de profundidade angulada 38

Figura 18: Conector quadrado de contra-ângulo 38

Figura 19: Chave de mão zigomático 39

Figura 20: Chave digital hexagonal 1,2 x 20 mm 39

Figura 21: Chave digital hexagonal 0,9 x 20 mm 39

Figura 22: Incisão 40

Figura 23: Descolamento 40

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Figura 24: Região da incisura 41

Figura 25: Descolamento na região da incisura 41

Figura 26: Abertura da parede lateral do seio maxilar 42

Figura 27: Afastamento da mucosa sinusal 42

Figura 28: Perfuração inicial do zigoma 43

Figura 29: Transfixação do zigoma 44

Figura 30: Sonda milimetrada reta para zigoma 45

Figura 31: Broca piloto 45

Figura 32: Esquema de instalação do implante zigomático 45

Figura 33: Chave manual 46

Figura 34: Remoção do parafuso do montador 46

Figura 35 Kit protético (SIN implantes) 48

Figura 36 Zybutment standard 48

Figura 37 Transfer zybutment standard 49

Figura 38 Análogo 49

Figura 39 Adaptação de mini-pilar 50

Figura 40 Prova de guia multifuncional 50

Figura 41: Prova da adaptação do guia multifuncional e transfers para

moldagem aberta unidos com duralay vermelho

51

Figura 42: Moldagem com Impregum 51

Figura 43: Prova da barra 51

Figura 44: Visualização da prótese pronta 51

Figura 45: Prótese instalada 51

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% Por cento

mm Milímetros

º Graus

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SUMÁRIO

1.

2.

3.

INTRODUÇÃO..........................................................................................

PROPOSIÇÃO..........................................................................................

REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................

14

16

17

3.1. Histórico da reabilitação dos edêntulos totais superiores.............. 17

3.1.1. Prótese total...................................................................... 17

3.1.2. Prótese total com implantes convencionais...................... 18

3.1.3. Prótese total com implantes osseointegrados................... 19

3.1.4. Fixações zigomáticas........................................................ 20

3.1.5. Carga imediata.................................................................. 24

3.2. Anatomia do osso zigomático e seio maxilar................................. 25

3.3. Processo de reabsorção óssea (fisiologia)................................... 28

3.3.1. Processo físico químico..................................................... 28

3.3.2. Direção da reabsorção...................................................... 29

3.4. Planejamento................................................................................. 30

3.4.1. Avaliação da oclusão......................................................... 31

3.5. Técnicas cirúrgicas........................................................................ 33

3.5.1. Técnica cirúrgica convencional ( Branemark, 1989 )........ 33

3.5.2. Técnica cirúrgica simplificada ou fendo sinusal (Stella,

Warner, 2000)...................................................................

34

3.5.3. Técnica cirúrgica exteriorizada (Migliorança et al, 2006) 34

3.6. Sistema de fixação zigomática (SIN) 35

3.6.1. Equipamento necessário para a colocação da fixação

zigomática.........................................................................

35

3.7. Descrição da técnica cirúrgica convencional (Branemark, 1998).. 39

3.7.1. Exames e medicação pré-operatórias............................... 46

3.7.2. Pós-operatório................................................................... 47

3.7.3. Complicações.................................................................... 47

3.8. Procedimentos para a reabilitação protética................................. 48

3.8.1 Componentes protéticos (SIN implantes)......................... 48

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4. DISCUSSÃO............................................................................................. 52

5. CONCLUSÃO........................................................................................... 58

6. REFERÊNCIAS........................................................................................ 59

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1. INTRODUÇÃO

As maxilas severamente reabsorvidas apresentam sérias limitações para

a colocação de implantes tradicionais. Devido a isso, várias técnicas vêm sendo

desenvolvidas com resultados variáveis. (Peñarrocha et al, 2009).

O tratamento proposto para estes pacientes seria baseado em grandes

reconstruções ósseas, com áreas doadoras extra-orais o que acarretaria um alto

grau de morbidade, baixa previsibilidade e alto custo para o tratamento. (Duarte et

al, 2006).

As fixações zigomáticas têm apresentado altas taxas de sucesso, e tem

representado uma excelente alternativa aos enxertos ósseos para pacientes com

severa atrofia da maxila, diminuindo a morbidade, o tempo e o custo do tratamento,

o emprego de quatro (no mínimo) ou mais fixações em sistema de carga imediata,

apesar de recente tem demonstrado resultados animadores na reabilitação oral.

(Guedes et al, 2007).

Inicialmente, os implantes zigomáticos foram desenvolvidos, pelo

professor Per Ingvar Branemark e equipe, em 1989, com finalidade de ancoragem

no osso zigomático para tratamento de pacientes vítimas de traumas ou cirurgias

ressectivas tumorais e pacientes fendados em regiões onde existem grandes perdas

das estruturas maxilares, sendo atualmente aplicadas nas maxilas posteriores

atrésicas. (Guedes et al, 2007)

Observou-se com um protocolo de quatro implantes tradicionais na pré

maxila e dois zigomáticos na região posterior, índices encorajadores de 100 por

cento (%) para os implantes zigomáticos e 91% para os implantes tradicionais na pré

maxila. (Bedrossian et al, 2002)

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Estes resultados conferem à técnica uma previsibilidade muito

interessante levando-se em consideração as dificuldades de reabilitação deste tipo

de paciente. (Bedrossian et al, 2002)

Devido às recentes técnicas desenvolvidas e ao sucesso da

osseointegração ao longo dos anos vem, cada vez mais, trazendo segurança e

sucesso nos procedimentos de reabilitação oral. (Filho et al, 2009)

Atualmente, são descritas três técnicas cirúrgicas para instalação de

implantes zigomáticos: a convencional, a fendo sinusal e a exteriorizada.

(Migliorança et al, 2006)

É certo que a fixação zigomática sendo uma técnica relativamente nova,

necessita de um profundo conhecimento do osso zigomático e do seio maxilar para

que tenhamos um melhor aproveitamento no procedimento, pois apesar de pouco

comum, há registros de perda do implante, sinusite e problemas com a região da

órbita (olho). (Filho et al, 2009)

O que se observa nos estudos pesquisados é que esta técnica vem sendo

aplicada por profissionais experientes, nos quais o índice de sucesso é elevado

devido ao profissional apresentar uma curva de aprendizado já bem consistente,

logo a busca deste trabalho objetiva a familiarizar os profissionais com as técnicas e

as sequências reabilitadoras utilizadas com os implantes zigomáticos. (Motta, 2010)

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2. PROPOSIÇÃO

Através de uma revisão da literatura sobre reabilitações em maxilas

atróficas, avaliou-se a possibilidade e o sucesso dos implantes zigomáticos e suas

respectivas próteses. O propósito foi verificar a viabilidade, condições, a indicação

precisa e a principal vantagem da utilização da fixação zigomática.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Histórico da reabilitação dos edêntulos totais superiores

3.1.1. Prótese Total

Aldrovandi (1946) relatou que a origem da prótese total não é tão antiga

como a das próteses unitária e fixa, cujos vestígios históricos datam de civilizações

da antiguidade, mas a técnica da prótese total se for considerada dentro da prática

odontológica, é uma das mais antigas. Inegavelmente, a prótese total nasceu com a

odontologia como ciência e arte em 1728, quando Pierre Fouchard (1678-1781),

embora atualmente superada, resolveu o problema da retenção das próteses totais

superiores, através das “câmaras de vácuo”. Graças a esta tentativa sabemos hoje

que a pressão atmosférica é a responsável pela retenção das próteses totais.

Morais (1958) relatou que os dentes artificiais pré-fabricados levaram

muitos anos para chegar a forma que conhecemos hoje. Inicialmente, usaram-se

dentes esculpidos em marfim, dentes naturais até o aparecimento dos “dentes

minerais”. Apesar da fundição da porcelana haver sido conseguida no ano mil da

nossa era, só em meados do século XVIII os dentes artificiais de porcelana foram

fabricados. A industrialização destes dentes iniciou-se apenas a partir de 1914, pela

empresa Dentist’s Supply.

Domiti et al (1999) relataram que em 1830, o marfim era um dos principais

materiais usados para a confecção da base das dentaduras e que requeria grande

habilidade artesanal. Além do marfim, foram utilizados como materiais para a

confecção das bases o ouro, a prata e o estanho, mas, além de serem muito caros,

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não tiveram muito sucesso. A técnica que mais se aproxima dos dias atuais para a

confecção das bases resultou da evolução tecnológica industrial do século XIX. Em

1884, Charles Goodyear Jr. aperfeiçoou seu processo de vulcanização da borracha,

mas somente em 1885 que ela foi usada na odontologia. No entanto, uma série de

desvantagens ocorria na utilização deste material para a confecção das próteses

como a coloração não adequada e a adaptação à mucosa bucal deficitária.

3.1.2. Prótese total com implantes convencionais

Linkow (1978), adaptou placas de contenção em substituição a

quadrantes mandibulares como o que foi visto em seus implantes laminados.

Bezerra (1985), escreveu que o edêntulo total é, para si e para a

sociedade, um mutilado, e a odontologia, sem o auxílio da implantodontia, só lhe

poderia estabelecer a aparência estética e lhe devolver apenas 30% de sua

atividade funcional através da prótese total muco-suportada. Nesses casos a

implantodontia além de lhe devolver a estética devolve-lhe também, se não 100%

pelo menos de 70 a 90% de sua funcionalidade, através dos implantes justa-ósseos.

Magini & Schiochett (1999) através de revisão histórica, dividiram os

implantes em convencionais (sua estabilização é feita por tecido fibroso) e

osteointegrados que têm ancoragem em uma relação de integração entre a

superfície do implante e do osso. Esses autores relataram que o primeiro implante

data dos Maias e que a escolha do material e suas macro e micro estruturas estão

diretamente relacionadas à sua sobrevivência clínica. Ainda neste estudo, afirma-se

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que, após a extração do elemento dentário, era colocado um implante dentro do

alvéolo, aguardando a osteointegração.

Magini & Schiochett (1999) relataram que Dahl (1943), foi o primeiro a

implantar, subperiostalmente, um sistema de implantes justaósseos e que Scialom

(1961), incentivou o uso dos implantes agulhados em Tântalo, que tinha como

características ser bioinerte e resistente à corrosão, mas com o seu uso

indiscriminado, colocou em descrédito a Implantodontia.

3.1.3. Prótese total com implantes osseointegrados

Adell (1983) relatou que a utilização de implantes osseointegrados na

maxila com suas respectivas próteses totais vem sendo documentada a anos com

índices de perdas iniciais que beiram a 20%. Com o desenvolvimento da técnica e

conhecimentos mais aprimorados na anatomia, biomecânica e fisiologia foi

rapidamente possível aumentar o sucesso para 90%.

Lekholm & Zarb (1985) relataram que implantes instalados em osso tipo

IV apresentam previsão de sucesso muito inferior aos outros tipos de qualidade e

quantidade óssea. Devendo ser levado em consideração fatores biomecânicos e

fisiológicos quando de seu planejamento.

Motta (2002) relatou que o uso de implantes e sua sobrevida estava

relacionado ao sexo, idade e região, e dependendo da conjugação destes fatores, os

índices de perdas poderão chegar na faixa de 20%.

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3.1.4. Fixações zigomáticas

Branemark (1998) relatou que, inicialmente, as fixações zigomáticas eram

indicadas para tratamento de pacientes vítimas de traumas ou cirurgias ressectivas

tumorais e pacientes fendados, em regiões onde existem grandes perdas das

estruturas maxilares.

Branemark (1998) descreveu a técnica convencional, na qual preconiza a

necessidade da utilização de dois implantes zigomáticos, em conjunto com dois ou

quatro implantes convencionais na pré-maxila (quando existe suporte ósseo

suficiente). Os implantes zigomáticos ficam no interior do seio maxilar nesta técnica.

Stella, Warner (2000) apresentaram uma técnica modificada do protocolo

original, denominando-a técnica simplificada ou fendo sinusal. Neste caso, os

implantes zigomáticos tangenciam o seio maxilar.

Balshi & Wolfinger (2002) relataram um caso clínico de Displasia

Ectodérmica, no qual o paciente apresentou-se inicialmente com dois dentes

permanentes e seis dentes decíduos na maxila, e seis dentes decíduos na

mandíbula. O plano de tratamento consistiu nas extrações de todos os dentes

remanescentes na maxila e mandíbula e colocação imediata de 6 implantes na

mandíbula, 6 implantes padrões na maxila (pré-maxila e área ptérigomaxilar) e mais

dois implantes zigomáticos. Após o término do período de cicatrização (3 meses na

mandíbula e 5 meses na maxila), foram confeccionadas duas próteses fixas

implanto-suportadas. Concluíram que o uso dos dois implantes zigomáticos em

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conjunto com os implantes padrões na maxila, ofereceu ao paciente várias

vantagens: redução do tempo total do tratamento, evitou internação hospitalar

requerido para o enxerto de crista ilíaca e eliminou a necessidade de tempo

adicional para os implantes colocados em área de enxertos.

Bedrossian et al (2002) relataram um estudo, no qual utilizaram implantes

zigomáticos em conjunto com implantes padrões na pré-maxila na reconstrução de

maxilas severamente reabsorvidas. Um total de 40 implantes zigomáticos e 80

implantes comuns na pré-maxila, num total de 22 pacientes acompanhados durante

34 meses, obtendo-se um sucesso de 100% para os implantes zigomáticos e

91,25% para os implantes colocados na pré-maxila.

Bothur et al (2003) apresentaram uma modificação na qual utilizam 3

implantes zigomáticos em cada lado da maxila como suporte para a prótese quando

não temos quantidade óssea suficiente na pré-maxila para colocarmos implantes

tradicionais.

Boyes-Varley et al (2003) apresentaram uma modificação à técnica

original de Branemark para atingir um melhor acesso e uma melhor colocação dos

implantes. 45 pacientes (77 implantes), nos quais fizeram uma modificação na

angulação (55 graus) e o uso de um dispositivo para auxiliar o cirurgião na

colocação do implante, concluíram que ao colocar o implante mais próximo da crista

do rebordo alveolar, diminuem o cantilever em 20%.

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Nakai et al (2003) realizaram um estudo em nove pacientes no qual

foram colocados 15 implantes zigomáticos, com o objetivo de verificar a eficácia do

uso dos implantes zigomáticos nas maxilas severamente reabsorvidas, concluindo

que o tempo de tratamento é menor com o uso dos mesmos e nenhum sinal de

sinusite foi encontrado.

Farzad et al (2006) descreveram as experiências de 11 pacientes tratados

com implantes zigomáticos com um acompanhamento de 18 a 46 meses após a

colocação dos implantes, concluindo que o uso de implantes zigomáticos em

conjunto com implantes anteriores providenciam suporte suficiente para a confecção

de próteses fixas.

Migliorança et al (2006) propuseram uma modificação no protocolo

original, na qual o corpo do implante zigomático ao invés de ficar no interior do seio

maxilar, encontra-se exteriorizado dependendo da anatomia da maxila.

Corrêa et al (2007) mostraram que maxilares desdentados atróficos

podem ser reabilitados com técnicas menos invasivas e de maneira mais rápida em

casos bem selecionados.

Homsi et al (2008) relataram um caso de reabilitação de maxila com

perda óssea provocada por projétil de arma de fogo, concluindo que a

possibilidade de utilizar próteses em sistema de carga imediata sobre múltiplos

implantes zigomáticos, bem como a eliminação da necessidade de enxerto ósseo,

podem resultar numa elevada aceitação deste tratamento por este grupo de

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pacientes, principalmente pela diminuição da morbidade e tempo de tratamento.

Filho et al (2008) descreveram a fixação zigomática como sendo um

implante rosqueável longo, com comprimentos variando de 30 a 52,5 milímetros

(mm), para que o implante faça sua ancoragem em região de processo alveolar por

palatino, percorrendo o interior do seio maxilar, na técnica convencional, e fazendo

outra ancoragem no corpo do zigoma. O diâmetro é de 4,5 mm na cabeça e

proximidades, diminuindo para 4 mm na porção média e indo até a região apical com

esta mesma medida (figura 1). Devido ao fato do osso zigomático e osso alveolar,

onde serão ancorados os implantes, normalmente apresentarem características

diferentes na estrutura e principalmente na densidade, justificam a diferença em

relação às fixações normais. Apresentam uma região pré-angulada que tem como

objetivo facilitar a reabilitação protética.

Figura 1- Formato do Implante zigomático (SIN) com região pré-angulada

para facilitar a reabilitação protética (SIN implantes)

Filho et al (2009) realizaram uma análise de 10 anos de emprego clínico,

concluindo que a fixação zigomática com suas indicações precisas, é uma excelente

opção de tratamento, mas que é importante enfatizar que tal abordagem exige, da

equipe que se propõe a realizá-la, muita experiência cirúrgica e protética, além de

controle cuidadoso e regular para a identificação de situações insatisfatórias e de

sua terapia.

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3.1.5. Carga imediata

Duarte et al (2004) relataram a possibilidade da utilização de quatro

fixações zigomáticas em sistema de carga imediata, concluindo que o fato de

podermos realizar este procedimento é viável, mas que ainda é necessário mais

pesquisas e estudos com acompanhamento a longo prazo.

Bedrossian et al (2006) apresentaram um estudo objetivando avaliar a

função imediata de dois implantes zigomáticos associados a quatro implantes

convencionais na pré-maxila, não tendo nenhuma perda num período de

acompanhamento de pelo menos 12 meses (100% de sucesso).

Migliorança et al (2006) relataram dois casos clínicos de carga imediata,

utilizando duas fixações zigomáticas posteriores associados a quatro implantes

tradicionais na pré-maxila, com acompanhamento clínico de 18 e 30 meses no qual

obtiveram sucesso de 100%.

Vivacqua (2008) concluiu que o protocolo de um tempo cirúrgico é viável

de ser executado com segurança e previsibilidade na maxila, desde que os critérios

de seleção dos pacientes sejam obedecidos e a técnica cirúrgica seja realizada

adequadamente. É um procedimento vantajoso, principalmente pela redução do

tempo de tratamento. A taxa de sucesso da técnica foi de 100%. Relatou ainda que

através de revisão bibliográfica e coleta de dados clínicos, num universo de 53

maxilas reabilitadas com próteses fixas sobre implantes osseointegrados

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comparados com os de carga imediata, que somente 5,66% dos casos

apresentavam condições de receberem carga imediata.

3.2. Anatomia do osso zigomático e seio maxilar

Sicher et al (1997) constataram que o osso zigomático (figura 2) possui o

corpo em forma de diamante (losângica) ou lâmina basal, com seu longo eixo

situado num plano quase horizontal. Deste modo, possui quatro ângulos e quatro

bordos. O ângulo superior é prolongado para cima e para dentro, sob a forma de

uma robusta saliência de forma triangular, que se articula com os ossos frontal e

esfenóide. O ângulo posterior alonga-se em direção ao processo temporal, que vai

se articular com o processo zigomático do osso temporal para completar o arco

zigomático. Todo o bordo ântero-inferior está ligado ao maxilar (sutura maxilo-malar).

O bordo póstero-inferior é livre e continua a crista zigomaticoalveolar para trás e

lateralmente, e é o chamado bordo massetérico, porque nele se insere o músculo

masseter. O bordo ântero-superior é liso, côncavo, espesso e forma a porção lateral

do rebordo orbitário inferior. O bordo póstero-superior, prolongando o arco

zigomático, está atrás da órbita e limita, adiante, a fossa temporal. Uma crista forte e

vertical, a crista esfenóide, projeta-se do processo frontal para unir-se à crista

zigomática da grande asa do osso esfenóide.

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Figura 2 – Osso zigomático direito. (Fonte: Sicher et al. ; Anatomia bucal. 8. Ed. Rio

de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997).

Sicher et al (1997) descreveram o seio maxilar (figura 3) como sendo a

cavidade paranasal mais ampla, ocupando todo o corpo do osso maxilar.

Convencionalmente, o seio é lateral, vertical, e onde o ápice está voltado para o

processo zigomático do osso maxilar. As três faces da pirâmide estão voltadas para

cima, para trás e para diante. A parede superior ou teto forma, concomitantemente, o

soalho da órbita. A parede posterior salienta-se como tuberosidade maxilar, e a

parede anterior é escavada pela fossa canina. Observaram que o crescimento dos

seios maxilares é normalmente assimétrico, sendo vários os casos em que um deles

é bem maior que o outro e apresentando numerosos septos.

Figura 3- Seio maxilar direito. (Fonte: Sicher et al. ; Anatomia bucal. 8. Ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 1997).

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Van Den Bergh et al (2000) concluíram que além de ter alguma função

olfatória, o seio maxilar e sua membrana, chamada de membrana de Schneider,

possuem as seguintes funções: ressonância vocal, diminuição do peso da cabeça e

aquecimento e umidificação do ar inspirado. A membrana de Schneider pode ser

considerada a principal estrutura anatômica para o procedimento de enxerto sinusal,

e que geralmente, não tem mais do que 1 mm de espessura.

Uchida et al (2001) chegaram à conclusão que para não ocorrerem

injúrias nas estruturas importantes ali presentes, o ângulo de inserção deveria estar

entre 43,8 graus (º) e 50,6º. A instalação de implantes no osso zigomático requer

algumas informações importantes para que o procedimento seja facilitado tais como:

medidas lineares da maxila e do osso zigomático evitam que o implante seja

instalado além do osso, e as medidas angulares são essenciais para que

consigamos a osseointegração.

Rigolizzo et al (2005) analisaram as variações e padrões anatômicos do

osso zigomático para determinar os melhores pontos para ancoragem dos implantes.

Foi concluído que é possível a instalação de duas fixações zigomáticas pois, a área

disponível para ancoragem é suficiente para este fim.

Magini & Coura (2006) relataram que os seios maxilares, em geral,

ocupam uma região da maxila entre os segundos molares e os primeiros pré-

molares superiores, e que em alguns casos incomuns, podem chegar até as regiões

de caninos e incisivos laterais. A sua comunicação com a fossa nasal se dá através

do óstio, localizado na porção mais superior, em geral de 25 a 30 mm do assoalho

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sinusal. Internamente é revestido por uma membrana de tecido conjuntivo fino,

chamada de membrana de Schneider, por onde passam nervos, vasos sanguíneos,

vasos linfáticos e arteríolas.

3.3. Processo de reabsorção óssea (fisiologia)

3.3.1. Processo físico químico

Kelly (1972) descreveu a síndrome da combinação ou síndrome de Kelly,

apresentando-a como uma patologia com um conjunto de características marcantes

que ocorrem quando uma maxila desdentada se opõe a dentes anteriores na

mandíbula. As principais características da síndrome são: perda óssea na pré-

maxila, crescimento das tuberosidades, com aumento da pneumatização dos seios

maxilares, hiperplasia papilar da mucosa do palato duro, extrusão de dentes

mandibulares anteriores com patologias periodontais associadas e desorientação do

plano oclusal. A perda óssea vertical que geralmente ocorre na pré-maxila e na

região anterior da mandíbula foi quantificada, observando-se que a quantidade de

reabsorção verificada na mandíbula é quatro vezes maior que na maxila; quando

comparamos pacientes que usam próteses convencionais com pacientes que

mantiveram as raízes, ou que implantes foram colocados, apresentam uma

reabsorção aproximadamente oito vezes menor.

Misch (2006) relatou que Frost, em 1989 descreveu um modelo de quatro

zonas de osso compacto relacionado à adaptação mecânica ao esforço. As zonas

de sobrecarga patológica e branda, a janela adaptada e a janela de desuso agudo

foram descritas em relação à quantidade de microesforço experimentada pelo osso.

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O osso da janela de desuso agudo perde a densidade mineral e a atrofia por desuso

ocorre porque a modelação de um novo osso é inibida e a remodelação estimulada,

com perda óssea em cadeia e gradual. O microesforço do osso, para cargas triviais,

é relatado como sendo de 0 a 50.

Misch (2006) verificou que a perda dentária promove a absorção óssea

fisiológica do rebordo. O seu grau varia de acordo com a causa e o tempo desde as

perdas dentárias. Os fatores etiológicos são as exodontias precoces somadas ao

uso de prótese total superior por longo período, ocluindo contra dentes naturais ou

próteses fixas anteriores inferiores e houver ausência de dentes posteriores

inferiores, a absorção maxilar tende a ser maior devido a instabilidade da prótese

total superior convencional.

3.3.2. Direção da reabsorção

Cawood & Howell (1988) classificaram tanto a mandíbula quanto a maxila

segundo 6 graus de reabsorção: Classe I (indivíduo com dentes naturais); Classe II

(rebordo com extrações recentes feitas); Classe III (rebordo com altura e largura

adequadas de forma arredondada); Classe IV (rebordo com altura adequada, mas

com largura inadequada); Classe V (rebordo com altura e largura inadequadas);

Classe VI (rebordo com depressão, com evidente perda de osso basal).

Chanavaz (2000) relatou que o rebordo posterior da maxila segue uma

perda óssea gradual da parede vestibular para a palatina (reabsorção centrípeta).,

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Misch (2006) relatou que Misch e Judy, em 1985, estabeleceram quatro

divisões básicas de osso disponível, para implantodontia, na maxila e na mandíbula

que seguem o fenômeno da reabsorção natural apresentado por Atwood (figura 4).

Estas divisões foram separadas da seguinte maneira: Divisão A (rebordo

desdentado com altura e largura adequadas); Divisão B (altura óssea adequada,

mas com espessura diminuída); Divisão C (rebordo desdentado com moderada

reabsorção); Divisão D (atrofia severa do rebordo com perda de osso basal).

Figura 4 - Classificação de Atwood. (Fonte: Misch, C. E. ; Implantes dentários

contemporâneos. 2. Ed. São Paulo: Santos, 2006).

3.4. Planejamento

Motta (2002) verificou que devemos fazer um planejamento reverso para

a visualização prévia da prótese (guia cirúrgico multifuncional) e seu devido suporte

físico (lábio e emergência dos implantes quanto à fonética). O uso de prototipagem e

outros tipos de recursos são de grande importância principalmente na definição da

abordagem cirúrgica.

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Freitas et al (2005) verificaram que a prototipagem rápida tornou-se um

importante exame auxiliar para o diagnóstico e tratamento com fixações zigomáticas

de maxilas severamente reabsorvidas.

Bezerra et al (2008) discutiram a utilização de programas tridimensionais

digitais como auxiliares no planejamento do tratamento reabilitador da maxila

edêntula, otimizando as possibilidades clínicas do uso da ancoragem alveolar num

número maior de pacientes.

Madeira (2008) relatou que as maxilas apresentam-se como a região mais

complexa para a implantodontia em decorrência dos aspectos estético e funcional,

tendo como fator agravante o sorriso que o paciente apresenta e o grau de

exposição gengival.

Filho et al (2008) consideram a tomografia computadorizada o exame de

eleição nos casos de avaliação de maxilas atróficas, pois nos permite fazer um

planejamento pré-cirúrgico em até três dimensões. O procedimento para a colocação

de implantes zigomáticos sendo um ato meticuloso, requer um planejamento

cirúrgico muito bem realizado e muita habilidade e precisão no ato cirúrgico, devido

ao seu trajeto percorrer o interior do seio maxilar culminando com o seu travamento

no corpo do osso zigomático.

3.4.1. Avaliação da oclusão

Misch & Bidez, 2000 apud Misch, 2007, destacaram que a construção de

um esquema oclusal ideal em harmonia com o sistema estomatognático é

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importantíssimo para a instalação de próteses implanto-suportadas, que possibilitem

a eliminação das tensões excessivas no rebordo alveolar e o controle de forças

oclusais.

Mezzomo et al (2007) verificaram que a oclusão pode ser entendida como

sendo a relação dos dentes superiores e inferiores, quando em contato funcional,

estático, e durante os movimentos da mandíbula. Independente de conceitos, a

relação cêntrica é a posição de eleição para a reorganização da oclusão, quer seja

ela em quadros de disfunções quer seja ela em odontologia restauradora.

Independentemente dos conflitos conceituais, é consenso de que é uma posição

craniomandibular, onde o côndilo e disco estão firmemente alojados na posição mais

anterior e superior da cavidade glenóidea, fixados por ligamentos e músculos;

praticamente imutável, fisiológica, reproduzível, ponto de partida para exame de

diagnóstico e tratamento restaurador e de problemas oclusais; não depende de

dentes ou contatos dentários; o edêntulo apresenta relação cêntrica tanto quanto o

dentado. A relação de oclusão cêntrica é a posição na qual coincidem a relação

cêntrica e a máxima intercuspidação habitual, isto é, quando o maior número de

contatos dentários coincide com a posição de relação cêntrica dos côndilos. A

literatura a considera a posição ideal, porque não há nenhum tipo de deslizamento

ou prematuridade. Em reabilitações protéticas extensas é a posição de eleição.

Misch et al (2007) descreveram que um plano oclusal apropriado é um

requisito principal para uma sobrevida a longo prazo, especialmente quando há

parafunção. Um plano oclusal inadequado aumenta a magnitude das cargas e

intensifica os estresses mecânicos (e a deformação) na crista óssea. Esses fatores

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aumentam a freqüência das complicações das próteses e do osso de suporte. A

falha prematura dos implantes, a perda precoce do osso da crista, a falha

intermediária ou tardia do implante, o afrouxamento intermediário ou tardio do

parafuso (do abutment ou do coping), a descimentação das restaurações, fraturas

dos componentes, da porcelana e da prótese estão relacionadas a condições de

estresse.

3.5. Técnicas cirúrgicas

3.5.1. Técnica cirúrgica convencional (Branemark, 1998)

Branemark (1998) descreveu o protocolo original, preconizando a

necessidade da utilização de dois implantes zigomáticos, em conjunto com dois ou

quatro implantes convencionais na pré-maxila. Os implantes zigomáticos nesta

técnica, ficam no interior do seio maxilar. Esta técnica será descrita detalhadamente

no item 3.7. (figura 5)

Figura 5 - Protocolo

original, implante no

interior do seio maxilar e

rebordo alveolar com

pouca concavidade.

(Branemark, 2004)

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3.5.2. Técnica cirúrgica simplificada ou fendo sinusal (Stella,Warner, 2000 )

Stella, Warner (2000) apresentaram uma técnica modificada do protocolo

original, denominando-a técnica simplificada ou fendo sinusal. Consiste em fazer

marcações na parede anterior do seio maxilar, por onde é guiada a instalação do

implante zigomático, culminando com a confecção de uma fenda, daí o nome da

técnica. Eliminando a janela óssea e o levantamento da membrana sinusal,

proporciona maior interface osso-implante. O aspecto a ser destacado nesta técnica

consiste no posicionamento da plataforma do implante mais próxima da crista do

rebordo alveolar, terminando com uma orientação mais vertical da fixação,

facilitando a confecção da prótese. (Figura 6).

Figura 6 - Técnica simplificada, parte do implante exposto na maxila e rebordo

alveolar com concavidade média. (Branemark, 2004)

3.5.3. Técnica cirúrgica exteriorizada ( Migliorança et al, 2006)

Migliorança et al (2006) propuseram uma modificação no protocolo

original para a instalação das fixações zigomáticas, onde o corpo do implante

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zigomático ao invés de ficar no interior do seio maxilar, encontra-se exteriorizado

dependendo da anatomia da maxila, possibilitando posicionar a plataforma do

implante próximo do rebordo alveolar, permitindo melhor resolução protética, o que

não acontece na técnica original quando a posição do implante fica palatinizada na

região entre o 1º. e 2º. Pré-molar. (figura 7)

Figura 7 - Técnica exteriorizada, com implante externo ao seio maxilar e rebordo

alveolar com concavidade acentuada. (Branemark, 2004)

3.6. Sistema de fixação zigomática (SIN)

3.6.1. Equipamento necessário para a colocação da fixação zigomática Parecido com os implantes tradicionais, o procedimento para a confecção

do alvéolo cirúrgico através do alargamento sucessivo para a colocação do implante,

são utilizadas brocas de diâmetro padronizado e de grande comprimento. A primeira

broca do sistema é a esférica, com um diâmetro de 2,95 mm (figura10).

Subsequentemente, seguem as seguintes brocas: helicoidal de 2,95 mm (figura 11),

piloto de 2,95-3,55 mm (figura 12), helicoidal de 3,55 mm (figura 13). Todas

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acionadas em alta velocidade (2000 rotações por minuto) acopladas a uma peça

reta (figura 09).

Para a proteção dos tecidos moles circunjacentes, são usados os

protetores labiais longos (figura 14) e os curtos (figura 15). Para verificarmos o

direcionamento das perfurações e o comprimento exato do implante a ser utilizado,

são usadas as sondas de profundidade retas (figura 16) e curvas (figura 17). O

rosqueamento do implante se faz por meio do conector quadrado de contra-ângulo

(figura 18) montado na ponta reta ou através de chave manual (figura 19).

Completam o kit cirúrgico, as chaves digitais hexagonais 1,2x20 mm (figura 20) e a

0,9x20 mm (figura 21) com suas respectivas funções.

Figura 08- Kit zigomático (SIN implantes)

Figura 09- Peça reta

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Figura 10- Fresa esférica 2.95 mm

Figura 11- Fresa helicoidal 2.95 mm

Figura 12- Fresa piloto

Figura 13- Fresa helicoidal 3.55mm

Figura 14- Protetor labial longo

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Figura 15- Protetor labial curto

Figura 16- Sonda de profundidade reta

Figura 17 – Sonda de profundidade angulada

Figura 18- Conector quadrado de contra-ângulo

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Figura 19- Chave de mão zigomático

Figura 20- Chave digital hexagonal 1,2 mmx 20 mm

Figura 21- Chave digital hexagonal 0,9 mm x 20 mm

3.7. Descrição da técnica cirúrgica convencional (Branemark, 1998)

Inicia-se por uma incisão ampla, mucoperiostal, indo do 16 ao 26. A

mesma também pode ser feita sobre a crista do rebordo, favorecendo o

descolamento e afastamento da fibromucosa palatina, e a vascularização da mucosa

na vertente vestibular. Nos extremos distais, incisões relaxantes são indicadas

exatamente na região posterior do processo zigomático da maxila (figura 22). Uma

relaxante anterior pode ser feita facilitando a distenção tecidual. Tais incisões

favorecem o descolamento do retalho mucoperiostal, diminuem a tensão sobre o

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tecido, evitando lacerações. O descolamento é bastante amplo de modo a visualizar-

se perfeitamente toda a parede anterior da maxila e corpo do zigoma. Nesse

momento localiza-se o forame infra-orbitário (figura 23). Descola-se também o osso

zigomático na sua face posterior, para identificar possíveis perfurações e erro no

direcionamento da perfuração (figura 24 e 25). Procura-se, no descolamento, expor

as paredes da fossa nasal, bem como de boa parte do palato, já que a abordagem

se dá via palato.

Figura 22- Incisão (Stella, Warner, 2000)

Figura 23- Descolamento (Stella, Warner, 2000)

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Figura 24- Região da incisura

Figura 25- Descolamento na região da incisura

Feito o descolamento, os retalhos são protegidos pela adaptação do

afastador na região de incisura e dá-se início a abertura de uma janela na região de

parede anterior de maxila. Preferencialmente, a osteotomia deve ser feita com

brocas esféricas diamantadas, de modo a não ferir a mucosa sinusal, delimitando

uma abertura que se estende desde a porção súpero-lateral até a região alveolar,

acompanhando o pilar zigomático maxilar (figura 26). Procura-se, na técnica, o

afastamento da mucosa na área correspondente ao trajeto do implante no interior do

seio maxilar (figura 27). A amplitude da janela deve ser tal que permita este

afastamento e, principalmente, a visualização da parte interna do corpo do zigoma,

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onde a fixação fará sua ancoragem. Tal visualização é imprescindível durante a

realização das perfurações e instalação do implante.

Preparada a janela, pode-se iniciar a confecção do alvéolo cirúrgico. Com

a broca esférica de 2,95 mm, perfura-se a porção alveolar, iniciando-se por palatino,

adentrando o seio maxilar (figura 28). Nesse momento, é fundamental já se

estabelecer o direcionamento do implante, já que a perfuração palatina vai

determinar sua posição e limitar sua inclinação. Ainda com esta primeira broca,

busca-se o corpo do zigoma, tangenciando o processo zigomático-maxilar, no

interior do seio maxilar, iniciando a perfuração.

Figura 26- Abertura da parede lateral do seio maxilar

Figura 27- Afastamento da mucosa sinusal

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Figura 28- Perfuração inicial do zigoma

Com as brocas seguintes, espirais de 2,95 mm, faz-se a perfuração

completa transfixando o zigoma até sua emergência externa (figura 29). Neste

momento, com a sonda de 2 mm, faz-se a conferência da perfuração, inclinação,

verificando sua emergência e possíveis fenestrações posteriores (figura 30). Caso

seja identificado erro no direcionamento da perfuração pode-se redirecionar a broca

de 2,95 mm, sem, contudo alterar a posição alveolar, sob o risco de alargá-la

excessivamente e perder ancoragem neste segmento. Conferido este trajeto, utiliza-

se a broca-piloto que servirá de guia para o alargamento progressivo do alvéolo até

a broca de 3,55 mm (figura 31). Após a instrumentação com a broca espiral de 3,55

mm, conferem-se novamente as paredes deste trajeto e determina-se o

comprimento da fixação a ser empregada. Devido às variações anatômicas da

região e das dificuldades técnicas, torna-se muito difícil o emprego de guias

cirúrgicos para as fixações zigomáticas, assim como a previsão antecipada do

tamanho da fixação.

Pode-se, assim, inserir a fixação, inicialmente por meio do motor em baixa

rotação (figura 32) e terminar a instalação com a chave manual (figura 33). O

término do rosqueamento da fixação vai determinar a emergência da cabeça do

implante e, para tanto, deve-se ter como referência o parafuso de fixação do

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montador, que indica esta posição. O ideal é que a emergência ocorra de maneira

perpendicular em relação ao plano do rebordo alveolar. Inclinações acentuadas para

distal podem dificultar a manipulação protética, bem como inclinações acentuadas

para mesial diminuem o polígono, aumentando a área de cantiléver distal.

Instalada a fixação, remove-se o montador através de broca adaptada ou

chave manual e coloca-se o parafuso de cobertura (figura 34). O mesmo

procedimento é realizado no outro lado culminando com a colocação de mais uma

fixação zigomática.

Para finalizar o procedimento cirúrgico empregando esta técnica, deve-se

proceder a colocação dos implantes tradicionais na região anterior. Existindo boa

disponibilidade óssea deve-se colocar o maior número possível de implantes,

buscando, através de um guia cirúrgico, o posicionamento mais favorável à

reabilitação protética. A sutura deve ser o mais oclusiva possível para evitar a

ocorrência de deiscências. (Filho et al, 2008)

Os procedimentos cirúrgicos são os mesmos para as técnicas simplificada

e exteriorizada, sendo que as diferenças destas técnicas em relação à técnica

cirúrgica convencional foram descritas nos itens 3.5.2 e 3.5.3.

Figura 29- Transfixação do zigoma

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Figura 30- Sonda milimetrada reta para zigoma

Figura 31- Broca piloto

Figura 32- Esquema de instalação do implante zigomático

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Figura 33- Chave manual

Figura 34- Remoção do parafuso do montador 3.7.1. Exames e medicação pré-operatórias (CIODONTO-FAISA-CLIVO) Os pacientes precisam realizar exames sanguíneos de laboratório

(hemograma completo, coagulograma, glicose, cálcio, fósforo, uréia, colesterol,

hepatite, urina e AIDS), risco cirúrgico, radiografias panorâmicas, tomografias

computadorizadas com prototipagem, respondem a questionário de saúde geral, e

recebem prescrição de 2 gramas de amoxicilina, ou 600 miligramas de clindamicina

2 horas antes da cirurgia (caso sejam alérgicos à penicilina) e após de 8/8 horas

durante 7 dias; 4 miligramas de dexametasona uma hora antes da cirurgia e de

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12/12 horas durante dois dias após a cirurgia; 750 miligramas de paracetamol ou

500 miligramas de dipirona de 4/4 horas em caso de dor; 1 grama de vitamina C

iniciando uma semana antes da cirurgia e continuando por mais 3 semanas; 01

comprimido ao dia de complexo B iniciando também 01 semana antes da cirurgia e

continuando por mais 03 semanas; bochechos de Periogard ou Noplak logo antes da

cirurgia e banho da(s) região(ões) operadas até 02 semanas após a cirurgia, 2 vezes

ao dia. No dia da cirurgia todos os pacientes tem sua pressão, pulsação e

temperatura aferidos e anotadas no prontuário.

3.7.2. Pós-operatório (CIODONTO-FAISA-CLIVO)

É recomendado para que os pacientes não usem as suas próteses por

duas semanas, e após este período, estas devem ser aliviadas e ajustadas.

Reembasa-se a prótese com Dentusoft, procurando remover a resina totalmente na

região onde a cabeça do implante zigomático foi posicionado, recomenda-se

manutenção da higiene bucal, bochechos de colutório à base de clorexidina a 0,2%

por duas semanas aproximadamente, dieta líquida e pastosa até a remoção da

sutura e aplicações de bolsa de gelo sobre a região operada nas primeiras horas do

pós-cirúrgico. Deve-se evitar bochechos nas primeiras oito horas após a intervenção

para não solubilizar o coágulo sanguíneo e favorecer a hemorragia.

3.7.3. Complicações Em geral, as complicações são resultantes de dois fatores principais: a

indicação incorreta da técnica e a falta de experiência para executá-la. São

classificadas de forma didática em imediatas e tardias. (Filho et al, 2008)

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As imediatas estão relacionadas ao pós-operatório inicial: edema,

hematomas periorbitários e conjuntivais, hemorragias nasais, lacerações e

queimaduras sobre a pele e mucosa e parestesia.

As tardias se manifestam semanas após a instalação dos implantes:

perda da fixação, perda de osseointegração da porção alveolar (sem e com

comunicação bucossinusal), fenestração da mucosa vestibular, sinusites crônicas e

patologias sinusais, alterações sensoriais, abscessos cutâneos, emergência palatina

das fixações, saliência da fixação na região do zigoma, mucosites e periimplantite,

alterações visuais e dor.

3.8. Procedimentos para a reabilitação protética (FAISA-CIODONTO-CLIVO) 3.8.1. Componentes protéticos (SIN implantes)

Figura 35 - Kit protético (SIN implantes) Figura 36 - Zybutment standard

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Figura 37 - Transfer zybutment standard Figura 38 - Análogo

Esteves Júnior (2009) apresentou um trabalho com as atuais

possibilidades e disponibilidades de componentes protéticos que podem ser

utilizados na implantodontia, concluindo que é necessário uma grande variedade de

componentes protéticos visando um resultado final cada vez mais otimizado das

próteses sobre implante.

Hansen (2009) realizou um trabalho objetivando fazer uma revisão e uma

análise estatística de dados relacionados à intercorrências nas próteses sobre

implantes. Verificou que várias variáveis poderiam influenciar tais como: sexo,

antagonista, tipo de hexágono de implante: externo ou interno, tipo de prótese:

unitária ou ferulizada, forma de retenção da prótese: aparafusada ou cimentada,

idade e região, concluindo que as complicações independem do sexo, mas o

sucesso está correlacionado com a idade, região e tipo de antagonista.

Procurou-se relatar a sequência protética para a confecção de uma

prótese MK-1 na clínica do Centro Livre de Odontologia (CLIVO).

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Os passos para a confecção de uma prótese fixa ou removível estão

relacionados com o suporte labial e protético. De modo geral, o planejamento

reverso inclui alguns tópicos como: instalação dos mini-pilares retos standard

zigomáticos ou acessórios (figuras 36 e 39); moldagem inicial não compressiva para

a confecção de uma moldeira individual; moldeira individual com componentes de

moldeira aberta com mini-pilares (figuras 37, 40, 41 e 42); confecção de placa-base

e plano de cera; registros intra-orais; prova estética do conjunto; prova da estrutura

metálica (figura 43); acrilização e finalização do caso (figuras 44 e 45). As próteses

serão fixadas com os seguintes torques: mini-pilares (20N) e parafusos da prótese

(10N). (Glatthardt, 2007; Plácido, 2007)

Obs.: Caso seja executada uma cirurgia com carga imediata, o guia multifuncional

será usado como moldeira. (Vivacqua, 2008; Zanetti, 2008)

Figura 39 – Adaptação de mini-pilar Figura 40 – Prova de guia multifuncional.

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Figura 41 – Prova da adaptação do guia Figura 42- Moldagem com Impregum.

multifuncional e transfers para moldagem

aberta unidos com duralay vermelho

Figura 43 – Prova da barra. Figura 44 - Visualização da prótese

pronta

Figura 45 - Prótese instalada.

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4. DISCUSSÃO

Há um consenso entre vários autores que a reabilitação dos maxilares

atróficos tem sido objetivo desde os primórdios. Iniciando-se com a confecção das

próteses totais muco-suportadas, mas que só devolviam 30% da capacidade

mastigatória, houve a necessidade de se melhorar este quadro. O desenvolvimento

dos implantes convencionais, entre eles podemos citar os subperiostais, os

agulhados e os laminados, foi um divisor de águas, sendo bem aceitos inicialmente,

pois aumentavam a funcionalidade da prótese. Mas, por não apresentarem

metodologia científica no planejamento, instalação e controle levou a implantodontia

a duvidar sobre a sua real indicação e utilização, caindo em desuso.

(Aldrovandi,1946; Morais,1958; Linkow, 1967; Domiti et al,1999; Magini & Schiochett,

1999; Bezerra,1985).

Os implantes osteointegrados na maxila, com suas respectivas próteses,

proporcionaram a confiança na utilização de implantes artificiais endósseos, que não

foi atingida com os implantes convencionais, com índice de perdas iniciais que

beiravam 20%, e que com o desenvolvimento da técnica e conhecimentos mais

aprimorados da anatomia, biomecânica e fisiologia foi possível aumentar o sucesso

para 90%. Posteriormente, verificou-se que além da anatomia, biomecânica e

fisiologia, deve-se levar em consideração também o sexo, idade e região para

análise da sobrevida dos implantes. (Adell, 1983; Lekholm & Zarb, 1985; Motta,

2002).

Existe concordância de ser Branemark o mentor da utilização dos

implantes zigomáticos indicando-os, inicialmente, para tratamento de pacientes

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vítimas de traumas ou cirurgias ressectivas tumorais e pacientes fendados. (Stella &

Warner,2000; Bedrossian et al, 2002; Balshi & Wolfinger, 2002; Boyes-Varley, 2003;

Nakai et al, 2003; Migliorança,2006; Corrêa et al, 2007; (Balshi & Wolfinger, 2002;

Homsi et al, 2008).

Branemark (1989) descreveu a técnica convencional, na qual preconiza a

necessidade da utilização de dois implantes zigomáticos, em conjunto com dois ou

quatro implantes tradicionais na pré-maxila, sendo que nesta técnica, os implantes

zigomáticos ficam no interior do seio maxilar. Posteriormente, foram feitas

modificações em relação à técnica convencional, sendo denominadas de técnica

fendo-sinusal ou simplificada e técnica exteriorizada; nestas técnicas, os implantes

tangenciam ou ficam exteriorizados em relação ao seio maxilar, respectivamente.

Verificou-se que as técnicas de fixação zigomática foram modificadas com o objetivo

de facilitar o procedimento cirúrgico e a confecção da prótese, diminuir a morbidade

e o tempo da cirurgia, não existindo diferença de sucesso entre elas. Embora as

técnicas modificadas apresentem vantagens em relação ao protocolo original, uma

grande desvantagem seria a limitação do tipo de prótese a ser confeccionada,

restando indicar, de preferência, próteses fixas quando utilizar-se destas técnicas

modificadas. (Branemark, 1998; Stella & Warner, 2000; Migliorança et al, 2006).

Pelos estudos analisados, parece que o protocolo da utilização de dois

implantes zigomáticos posteriores em associação com quatro ou mais implantes

tradicionais na pré-maxila está bem consolidado, pois tem mostrado índices de

sucesso animadores, girando em torno de 97%, independente de ser dois estágios

ou carga imediata. Entretanto, as variações encontradas em relação ao protocolo

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descrito, das quais podemos citar a que se utiliza de quatro implantes zigomáticos; e

a que se utiliza de seis implantes zigomáticos, ambas em sistema de dois estágios

ou carga imediata, ainda requerem mais estudos longitudinais. (Bedrossian et

al,2002; Farzad et al,2006; Duarte et al, 2004;Bothur et al, 2006).

Verificou-se que a taxa de sucesso da carga imediata, na maxila, é

bastante elevada, em torno de 98%, mas que devemos tomar cuidado ao oferecer

esta modalidade de tratamento, pois a taxa de possibilidade gira em torno de 5,5%.

Nos estudos que utilizaram quatro implantes zigomáticos em sistema de carga

imediata, apesar de apresentarem taxas de sucesso elevadas (100%), o tempo de

acompanhamento é pequeno, variando de 12 a 30 meses, sendo necessário um

acompanhamento de mais longa data. (Duarte et al, 2004; Bedrossian et al, 2006;

Migliorança et al, 2006; Vivacqua, 2008).

Estudos sobre o osso zigomático relatam tratar de osso com pouca área

medular e boa quantidade cortical, sendo possível, de acordo com alguns estudos,

colocar dois implantes nesta área. Num outro trabalho pesquisado, verificou-se que

é possível até três implantes zigomáticos de cada lado, mas que devido à

proximidade de estruturas nobres ali presentes, das quais a mais importante é a

região da órbita, presume-se que o grau de dificuldade deva ser extremamente

elevado. Por estarem relacionados também ao procedimento, o conhecimento da

anatomia dos seios maxilares tais como: formato, função e localização são

importantes A idéia é que os implantes tenham apoio em quatro corticais: duas do

zigomatico e duas do rebordo alveolar. (Van Den Bergh et al, 2000; Uchida et al,

2001; Rigolizzo et al, 2005; Magini & Coura, 2006; Sicher et al, 2007).

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Verificou-se que os pacientes que apresentam a síndrome da combinação

descrita por Kelly e a janela de desuso agudo relatada por Frost, poderiam explicar o

processo de reabsorção sofrido pela maxila sob o ponto de vista biomecânico. A

diminuição do fluxo sanguíneo e a desadaptação da prótese total superior podem

gerar casos graves de falta de suporte ósseo e dificultar a regeneração óssea

guiada. Por existirem as reabsorções ósseas com variados graus na maxila,

procurou-se classificar estes rebordos. Dentre as classificações, a que classifica

tanto a mandíbula quanto a maxila segundo seis graus de reabsorção, parece ser a

que melhor engloba sugestões de tratamento. Devido a isso verificou-se que

dependendo do estágio que esta se encontrasse, poder-se-ia classificar e sugerir

reabilitações orais padronizadas com uma linguagem universal. Desta forma,

permitindo acompanhamento em multicentros e controle longitudinal. (Kelly, 1972;

Cawood & Howell, 1988; Chanavaz, 2000; Misch, 2006).

Parece ser consenso que é imprescindível um planejamento reverso

adequado, para que se avalie o perfil do paciente e a estética da futura prótese,

principalmente na reabilitação das maxilas atróficas em decorrência dos aspectos

estéticos e funcionais. Por causa disso, além de um bom planejamento reverso, a

simulação da cirurgia na tomografia (cirurgia virtual) e a colocação prévia dos

implantes zigomáticos num protótipo, facilitam muito o procedimento cirúrgico.

Normalmente, as dificuldades encontradas na cirurgia no protótipo se repetem na

cirurgia real. (Motta, 2002; Freitas et al, 2005; Bezerra et al, 2008; Madeira 2008;

Nary Filho et al, 2008).

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Para que se consiga um esquema oclusal ideal em harmonia com o

sistema estomatognático, deve-se eleger a relação cêntrica e a desoclusão em

canino para a reorganização da oclusão em casos de reabilitações orais. Quando

depararmos com situações oclusais adversas que possam vir a prejudicar tanto os

implantes, quanto as próteses, alguns autores relatam que é imprescindível que

sejam solucionadas o mais rápido possível para que não leve a perda prematura dos

implantes, salcerização e falha intermediária ou tardia do implante, por causa disso,

consultas regulares de revisão são necessárias. (Misch, 2007; Misch & Bidez, 2000,

apud Misch, 2007; Mezzomo et al, 2007) ,

Das intercorrências que podem ocorrer no pós-operatório, seja imediato ou

tardio, a perda da osseointegração na porção alveolar com comunicação

bucossinusal é a de mais difícil solução. Verificou-se que outras complicações

consideradas menos graves também ocorrem, mas que normalmente são

transitórias. Quando executadas por uma equipe experiente e com indicações

precisas da técnica, a possibilidade de problemas pós-operatórios são minimizados.

(Filho et al, 2008; Motta, 2010).

A confecção de próteses móveis e fixas tendo como apoio os implantes

zigomáticos, cuja resultante de forças sobrecarrega os componentes tradicionais,

exige o desenvolvimento de componentes protéticos com o objetivo de facilitar a

confecção e otimizar o resultado estético final. Entretanto, verificou-se que apesar

dos avanços, os problemas continuavam acontecendo com as próteses como

afrouxamento e fratura de parafusos e abutments, havendo a necessidade de

verificar quais as variáveis poderiam estar relacionadas. Constatou-se que dentre as

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possíveis causas analisadas, o sucesso estava relacionado com o tipo de

antagonista, região e idade e que as complicações independiam do sexo. (Esteves

Júnior, 2009; Hansen, 2009).

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5. CONCLUSÃO

Baseando-se na revisão da literatura, conclui-se que:

Mesmo sendo um procedimento recente, a fixação zigomática é viável de

ser executada com segurança e previsibilidade, desde que os critérios de seleção

dos pacientes sejam obedecidos e a técnica cirúrgica seja realizada

adequadamente, mas que é importante enfatizar que tal abordagem exige, da

equipe que se propõe a realizá-la muita experiência cirúrgica e protética, além de

controle cuidadoso e regular para a identificação de situações insatisfatórias e de

sua terapia. Quando utilizadas em casos onde a indicação é precisa, ou seja, duas

fixações zigomáticas posteriores e mais quatro fixações convencionais na pré-

maxila, unidas num sistema de barra rígida, vêm demonstrando resultados muito

satisfatórios. A principal vantagem apresentada é a diminuição no tempo de

tratamento.

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