mongrafia - seleção de cor para resina composta

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ANDRÉ HENRIQUE RIBEIRO CRITÉRIOS UTILIZADOS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS NO PROCESSO DE SELEÇÃO DE CORES DE RESINAS COMPOSTAS Monografia apresentada no Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, como requisito para obtenção do titulo de Especialista em Dentística e Estética.

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Page 1: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

ANDRÉ HENRIQUE RIBEIRO

CRITÉRIOS UTILIZADOS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS

NO PROCESSO DE SELEÇÃO DE CORES DE RESINAS

COMPOSTAS

Monografia apresentada no Centro de

Pesquisas Odontológicas São Leopoldo

Mandic, como requisito para obtenção do

titulo de Especialista em Dentística e

Estética.

CAMPINAS

Page 2: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

2009ANDRÉ HENRIQUE RIBEIRO

CRITÉRIOS UTILIZADOS POR CIRURGIÕES-DENTISTAS

NO PROCESSO DE SELEÇÃO DE CORES DE RESINAS

COMPOSTAS

Monografia apresentada no Centro de

Pesquisas Odontológicas São Leopoldo

Mandic, como requisito para obtenção do

titulo de Especialista em Dentística e

Estética.

Orientadora: Profª. Drª. Roberta Tarkany

Basting

CAMPINAS

Page 3: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

2009Apresentação da monografia em 03 /03 /2009 ao curso de Especialização em Dentística e Estética.

_____________________________________________Coordenadora: Profª. Drª. Roberta Tarkany Basting

_____________________________________________Orientadora: Profª. Drª. Roberta Tarkany Basting

Page 4: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Dedico este trabalho aos meus pais, Mirabel

e Luzia, que com dedicação e amor, sempre

fizeram de tudo para que eu e meus irmãos

pudéssemos estudar e trilharmos o caminho

do conhecimento.

Page 5: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter me dado o dom do conhecimento para realizar este

trabalho.

Ao Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, pelas horas em

salas de aula, laboratórios e clínicas.

À minha orientadora e colega Dra. Roberta, que não poupou esforços e

capacidade para revisar este trabalho que foi se tornando manual.

Ao corpo docente do Curso de Pós-Graduação em Dentística e Estética, pelo

apoio recebido.

À minha família, pela paciência em meio às normas e aos métodos científicos.

Aos cirurgiões-dentistas de Araguaína – TO, que gentilmente se propuseram

a participar deste trabalho com informações de suma importância.

Ao prefeito municipal de Piraquê, Sr. Olavo e a secretária de saúde de

Piraquê, Sra. Maria José pela compreensão e liberação no decorrer do curso e

finalização deste trabalho.

Ao Eduardo Marques pelo incentivo, colaboração, ajuda e apoio no decorrer

do curso e deste trabalho.

Page 6: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................................8RESUMO...............................................................................................................101. INTRODUÇÃO...................................................................................................112. REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................14 2.1. Resinas Compostas....................................................................................15 2.1.1 Classificação das Resinas Compostas..............................................17 2.2 Cor...............................................................................................................19 2.2.1. Dimensões da cor..............................................................................22 2.2.2. Seleção da cor...................................................................................25 2.2.3. Metodologia sugerida para seleção de cor........................................27 2.2.4. Reflexão.............................................................................................29 2.2.5. Metamerismo.....................................................................................29 2.2.6. Fluorescência....................................................................................30 2.3. Variações de percepção causadas pelo contraste.....................................30 2.3.1. Contraste de valor..............................................................................31 2.3.2. Contraste de matiz.............................................................................31 2.3.3. Contraste de croma...........................................................................32 2.3.4. Contraste de tamanho.......................................................................32 2.3.5. Contraste de posição.........................................................................32 2.3.6. Contraste de persistência visual........................................................32 2.4. Morfologia e propriedades ópticas dos dentes naturais..............................33 2.5. Propriedades ópticas e físicas das resinas compostas..............................36 2.6. Ambiente apropriado..................................................................................37 2.7. Escalas de cor............................................................................................39 2.8. Isolamento do campo operatório................................................................453. PROPOSIÇÃO...................................................................................................464. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................475. RESULTADOS..................................................................................................506. DISCUSSÃO......................................................................................................647. CONCLUSÃO....................................................................................................77ABSTRACT............................................................................................................78REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................79ANEXOS................................................................................................................82

Page 7: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: Árvore da cor de Munsell....................................................................23

FIGURA 2: Comparando a cor do incisivo e do canino.........................................29

FIGURA 3: Corte sagital dos incisivos centrais superior e inferior........................35

QUADRO 1: Lâmpadas indicadas para uso odontológico.....................................39

FIGURA 4: Escala Vitapan Classical.....................................................................41

FIGURA 5: Escala Vitapan 3D Master...................................................................43

FIGURA 6: Escala Chromascop............................................................................44

FIGURA 7: Escala Duceram Plus Professional.....................................................44

TABELA 1: Tempo de exercício da profissão de Cirurgião-Dentista.....................50

GRÁFICO 1: Relação de profissionais com título de pós-graduação....................51

GRÁFICO 2: Resinas compostas mais utilizadas pelos Cirurgiões-Dentistas.......51

TABELA 2: Justificativas para a escolha das resinas compostas..........................52

GRÁFICO 3: Dificuldade no processo de seleção de cor......................................53

GRÁFICO 4: Utilização da Escala de Cor.............................................................54

GRÁFICO 5: Satisfação dos profissionais com as escalas de cor........................55

GRÁFICO 6: Seleção da cor em relação ao dente a ser analisado.......................56

GRÁFICO 7: Uso do isolamento absoluto nos procedimentos em Dentística..57

TABELA 3: Influência da iluminação no consultório na seleção de cor.................57

TABELA 4: Influência da luz do refletor na seleção de cor....................................58

GRÁFICO 8: Auxílio do paciente na seleção de cor..............................................59

GRÁFICO 9: Cor das resinas compostas em relação à cor dos dentes................60

GRÁFICO 10: Detalhe na face do paciente na seleção de cor..............................61

GRÁFICO 11: Satisfação dos profissionais com a cor das restaurações.............62

Page 8: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

GRÁFICO 12: Método auxiliar de escolha da cor com a “vista cansada”..............62

GRÁFICO 13: Meio auxiliar na seleção da cor......................................................63

ANEXO 1: Certificado de Cumprimento de Princípios Éticos................................82

ANEXO 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).........................83

ANEXO 3: Questionário. 84

Page 9: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

RESUMO

A procura pelo ideal de beleza tem aumentado nos últimos anos, alavancando

o desenvolvimento da Odontologia. Nos tempos atuais, onde se observa uma

demanda cada vez maior por trabalhos de alta complexidade biológica e funcional, o

componente estético dos sorrisos reconstruídos tornou-se uma exigência grande por

parte do cirurgião-dentista e pelo próprio paciente. A seleção das cores é um

trabalho complexo que envolve variáveis subjetivas e objetivas. Este trabalho teve

como objetivo avaliar os principais critérios que os cirurgiões-dentistas da cidade de

Araguaína – TO adotam no processo de seleção da cor das resinas compostas para

restaurações diretas e estéticas. Foi aplicado um questionário composto de 20

questões objetivas e subjetivas referente aos critérios utilizados para a seleção de

cor a um grupo de 80 cirurgiões-dentistas. Os participantes foram visitados em seus

consultórios e clínicas e convidados a participarem após o esclarecimento sobre o

que se tratava a pesquisa. Dos 48 questionários respondidos, verificou-se que

60,87% citaram a resina composta Charisma (Heraeus Kulzer) como o material mais

utilizado; 73,91% escolhem a resina composta devido a sua maior resistência na

cavidade bucal; 78,26% apresentam dificuldades na seleção de cor para resinas

compostas; a escala de cor continua sendo um dos meios para seleção da cor mais

utilizada (77,13%); 47% utilizam a iluminação natural sempre que possível na

seleção da cor; 38,10% pedem auxílio ao paciente nesse processo de seleção;

52,17% observam algum detalhe na face do paciente que possa facilitar na escolha

da cor e 100% ficam satisfeitos com a cor obtida nas restaurações realizadas. A

maioria dos profissionais envolvidos fica satisfeita com os trabalhos estéticos

realizados, utilizando escala de cor e dando importância a uma boa iluminação no

ambiente de trabalho.

Unitermos: Seleção de cor, Estética, Resinas Compostas.

Page 10: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

1. INTRODUÇÃO

Um dos mais satisfatórios procedimentos clínicos na odontologia estética

restauradora é a confecção de restaurações que se igualam à forma, contorno e cor

natural dos elementos dentários ausentes, pois devolvem a qualidade estética e

funcional do sistema estomatognático (Freitas et al., 2008).

O aumento da expectativa de vida e a diminuição do índice de cáries

fizeram surgir uma procura por restaurações estéticas pouco invasivas com um

extenso uso de restaurações adesivas diretas com resinas compostas nos dentes

anteriores e posteriores. Assim, o componente estético dos sorrisos reconstruídos

tornou-se exigência por parte do cirurgião-dentista e pelo próprio paciente, sendo

inegável a necessidade de desenvolvimento das técnicas restauradoras e materiais

(Miyashita & Mello, 2006).

Na Odontologia, a Dentística desempenha o papel de recuperar estruturas

perdidas, quer seja por cárie ou por acidentes; recupera a cor modificada por

tratamentos ou materiais; pode reanatomizar dentes mal posicionados; fecha

espaços interdentários; completa tratamentos ortodônticos; refaz sorrisos

imperfeitos; produzindo saúde e gerando auto-estima. Com o conhecimento de

como a doença cárie se instala e se desenvolve, pode também a Dentística ser uma

especialidade voltada para a prevenção e para cuidar da saúde (Busato et al., 2004).

Segundo Hoeppner (2004), a recuperação estética de forma conservadora

de dentes e com alteração cromática tem sido possível graças ao surgimento e

evolução dos materiais restauradores adesivos, em especial aos sistemas adesivos

e às resinas compostas.

Page 11: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Apesar da disponibilidade de materiais de alta qualidade, só é possível

obter ótimos resultados com técnicas aprimoradas, conhecimento da anatomia

dental, entendimento do comportamento da luz e habilidade na manipulação e

seleção de cores. O profissional da Odontologia é um verdadeiro artista, que mistura

elementos como cor, proporção, composição e harmonia para se chegar ao natural,

saudável e estético, associando, assim, arte à ciência (Vieira, 2005).

Uma das maiores dificuldades encontradas pelos cirurgiões-dentistas ao

confeccionar suas restaurações é exatamente a escolha das cores das resinas

compostas. A cor é parte integrante de uma restauração, assim como a forma e a

textura. Segundo Busato (2002), verifica-se um problema multifatorial, que envolve a

idade do paciente, a área a ser restaurada, a translucidez ou opacidade do material,

e a precária fidelidade das escalas de cor.

Dentre as causas mais freqüentes de desarmonia estética dentária estão

as alterações cromáticas, conseqüências de pigmentações endógenas, exógenas ou

iatrogênicas (Roststein et al., 1996; Santos, 1996).

A definição da cor, relatada pela física, não tem o mesmo significado

quando aplicada à arte. O conhecimento das diferentes propriedades ópticas de

seus componentes deve ser compreendido pelo clínico. A cor de um dente natural é

determinada pela correlação entre esmalte e dentina, têm propriedades ópticas bem

diferentes, e pela luz quando da sua absorção, refração, transmissão e reflexão.

Assim como um objeto pode ser descrito em três dimensões (altura, largura e

espessura), também a cor, de acordo com o Sistema Tridimensional de Munsell

pode ser dividida em matiz, croma e valor (Lemberte et al., 2003; Baratieri, 2006).

Page 12: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Deve-se também considerar o policromatismo da estrutura dental, sendo

este perceptível nas transições entre os terços incisal, médio e cervical. Em geral, o

matiz é o mesmo nos três terços e o que geralmente varia conferindo o

policromatismo é o croma.

Segundo Gomes (1996), cada fabricante de resina composta apresenta a

sua própria escala de cor, o que, de certa forma, acaba por dificultar o profissional

na seleção da cor frente aos inúmeros materiais existentes, sendo que em dentes

posteriores, a seleção de cor é muito menos crítica do que em dentes anteriores.

Há a exigência cada vez maior por parte dos pacientes por restaurações

“imperceptíveis”, e o profissional dispõe de recursos e opções que mimetizam

perfeitamente a estrutura dental. Para tanto, deve sempre ter em mente que o dente

tem características de policromatismo e que as resinas compostas são

monocromáticas (Conceição et al., 2007). Assim, a adaptação óptica às diferentes

cores de resinas compostas requer prática clínica. Quanto mais se manipula o

material mais familiarizado fica-se com as cores disponíveis. Com o tempo e a

experiência, processo de seleção da cor será facilitado pela observação e pelos

resultados.

Page 13: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

2. REVISÃO DA LITERATURA

Vive-se um momento de crescente solicitação por procedimentos

restauradores estéticos por parte dos clientes, inclusive em dentes posteriores. Para

entender esse fato, é necessária a observação da intensa divulgação na mídia, tanto

odontológica quanto geral, de diversas alternativas de tratamentos estéticos

atualmente disponíveis. Isso gera uma elevada expectativa de obtenção de

restaurações que contemplem uma adequada longevidade clínica, mas que possam

ser esteticamente agradáveis. Ainda que na região posterior da boca, que pode ser

observada em algumas situações de conversação e especialmente de alegria, a

aparência de equilíbrio estético com os dentes naturais é cada vez mais valorizada

pelos pacientes (Conceição, 2005).

Para obter sucesso funcional e uma aparência natural para as restaurações

diretas, o profissional precisa conhecer e interpretar a cor, associando à morfologia e

propriedades ópticas dos dentes naturais, compreender as propriedades das resinas

compostas, familiarizar-se com as técnicas de preparo dos dentes, respeitar os

protocolos dos adesivos dentinários e adotar uma técnica de reconstrução

incremental racional e eficiente (Lemberte et al., 2003). De acordo com Conceição et

al., (2007) o profissional terá a correta percepção de que a Odontologia estética é

uma ciência ou especialidade que deve estar a serviço da saúde.

Segundo Busato (2002), para atingir um senso estético apurado é necessário

“observar”. Assim, deve-se “observar” formas, tamanhos e cores dos objetos, de

pessoas e da natureza.

Um dos pioneiros em analisar e definir o problema da cor na ciência

odontológica e sua solução foi Clark, em 1931. Em sua pesquisa, o autor procurou

estabelecer e gravar especificações definitivas da cor dental, proporcionando desta

Page 14: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

maneira anotações que podiam ser úteis em pesquisas futuras. Saleski, (1972), fez

alguns comentários sobre as diferenças de escolha das cores entre o dentista em

seu consultório e a mesma cor vista pelos olhos do técnico do laboratório (Lolato,

1998).

2.1 Resinas compostas

A utilização de resina composta para a reabilitação do sorriso, tanto para

dentes posteriores como para dentes anteriores, é uma prática cada vez mais

comum entre os cirurgiões-dentistas, entretanto, o sucesso clínico depende de uma

tríade inseparável, constituída por conhecimento técnico, dedicação durante o ato

operatório e determinação em alcançar o objetivo almejado e alguns desses três

requisitos podem fazer falta no dia-a-dia do consultório (Worschech, 2006).

A resina composta foi desenvolvida e patenteada por Bowen, em 1962, e é

constituída pela mistura de dois ou mais materiais diferentes quimicamente entre si.

Cada um desses constituintes contribui especificamente com a sua propriedade.

Dessa forma, o material resultante apresenta propriedades físicas superiores em

relação aos componentes individuais (Cardoso, 2002). As resinas compostas atuais

são muito melhores do que as desenvolvidas por Bowen, em 1962, embora sua

composição tenha variado pouco. Na década de 60, as resinas compostas já eram

constituídas por uma fase orgânica à BIS-GMA e UDMA, unida através do silano às

partículas inorgânicas de quartzo (Narciso et al., 2003).

A história das resinas compostas está intimamente ligada à sua composição e

forma de ativação. Um dos setores da Dentística que mais evoluíram no final da

década de 90 foi o sistema de ativação das resinas compostas, apresentando

Page 15: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

procedimentos que podem interferir na velocidade da contração de polimerização

das resinas compostas (Narciso et al., 2003).

Segundo Narciso et al. (2003), a resina composta é formada por três

componentes principais: a matriz orgânica, partículas inorgânicas e o agente de

união. Entre os monômeros-base utilizados nos compósitos comerciais estão

incluídos o Bis-GMA e UDMA. De acordo com Cardoso (2002), o Bis-GMA é um

derivado da reação entre o bisfenol-A e o glicidilmetacrilato, e o uretano

dimetacrilato ou modificações destes monômeros.

Embora a fase orgânica tenha sido responsável pelas propriedades negativas

das resinas compostas, como contração de polimerização, sorção de água, alto

coeficiente e expansão térmica linear e desgaste, só recentemente ela vem sendo

modificada. O BIS-GMA tem quase meio século de existência e continua a ser usado

apesar de vários inconvenientes. Sua molécula apresenta um centro rígido pela

presença de dois anéis benzênicos ou aromáticos que impedem o livre movimento

dos dois grupos acrílicos existentes nas extremidades da cadeia. Essa rigidez tem

duas conseqüências: a resina é muito viscosa para ser utilizada, e requer um

comonômero, geralmente o trietilenoglicoldimetacrilado (TEG DMA) para ajustar a

viscosidade; a molécula fica incapaz de sofrer rotação e, portanto, participar

efetivamente durante a polimerização. Esses dois anéis (benzênicos e aromáticos)

não são encontrados no reino animal ou vegetal, levando a uma falta de

biocompatibilidade. Quanto maior a quantidade de monômeros livres, maior a

toxidez. É por esse motivo que os monômeros não devem entrar em contato com a

polpa. Geralmente, a escolha pela resina composta tem se baseado na excelente

qualidade e na igualdade das cores em relação à estrutura dental. Entretanto, tem

sido a potencialidade e concreta efetividade na união entre a resina composta e as

Page 16: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

estruturas mineralizadas do dente, somadas à característica similar do seu módulo

de elasticidade e resiliência, as propriedades responsáveis pela possibilidade de,

além de restaurar o dente, também reforçar o tecido dental remanescente (Cardoso,

2002). De acordo com Worschech (2006), existem grandes vantagens em se

restaurar dentes posteriores e anteriores com resina composta e uma delas é a

possibilidade de se conservar tecido dentário sadio, durante a confecção do preparo

cavitário.

2.1.1 Classificação das resinas compostas

Devido ao grande tamanho das partículas de quartzo, com média de 12 um

apresentando até 50 um, as primeiras resinas compostas foram classificadas como

resinas compostas de macropartículas ou resinas compostas convencionais

tendo sido comercializadas nessa formulação até a década de 70. Como exemplos

comerciais dessas resinas compostas, podem citar o CONCISE (3M) e o ADAPTIC

(J&J). Como essas resinas de macropartículas não eram passíveis de um bom

polimento, na década de 70 foram desenvolvidas as resinas compostas de

micropartículas com tamanho médio de 0,04 um o que melhorou essa condição.

Nessas resinas, a fase inorgânica constitui-se apenas de partículas de dióxido de

silício (SiO2), também chamado de sílica pirolítica, que era de 70% em peso nas

resinas compostas convencionais, caiu para 40% em peso para as resinas

compostas de micropartículas fazendo com que outras propriedades piorassem tais

como: maior contração de polimerização, maior manchamento, maior sorção de

água, maior coeficiente de expansão térmica linear e maior translucidez. A

odontologia transformou a maior translucidez em uma vantagem, empregando a

resina composta de micropartícula associada a outros tipos de resinas compostas,

Page 17: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

antigamente com as de macropartículas e atualmente com as micro-híbridas, para

obter os variados graus de opacidade e translucidez necessários à restauração de

um dente (Narciso et al., 2003).

Procurando melhorar as resinas compostas, surgiu uma nova classe

denominada resina composta ultrafina com tamanho médio variando de 1 a 5 um,

apresentando acima de 70% em peso de partículas inorgânicas. Com essa

modificação, melhorou-se a resistência à abrasão, a lisura e a opacidade em relação

às resinas compostas de macropartículas. Exemplos de resinas compostas

ultrafinas: PRISMA FILL (CAULK), ESTILUX (KULZER) etc. As resinas compostas

ultrafinas não são comercializadas atualmente (Narciso et al., 2003).

Na tentativa de aumentar ainda mais a quantidade de partículas inorgânicas,

na década de 80 foram desenvolvidas as resinas compostas híbridas que

misturavam micropartículas de SiO2 (0,04 um) com partículas de vidro de bário com

o tamanho variável entre5 a 14 um. Foram exemplos: MIRADAPT (J&J), VISIO

MOLAR RO (ESPE-PREMIER), PERTAC-HYBRID (ESPE-PREMIER, CLEARFIL

PHOTO POSTERIOR (KURARAY/J. MORITA) (Narciso et al., 2003).

Na década de 90, houve uma evolução para as resinas compostas micro-

híbridas onde são misturadas micropartículas de Si02 (0,04 um) com partículas de

vidro de bário ou de zircônia, com dimensões médio de 5 um, apresentando um

tamanho médio de 1 um ou menos. Essas resinas compostas representam o maior

contingente de marcas comerciais atuais. São as mais ecléticas, servindo para

qualquer tipo de restauração direta. Entretanto, o brilho obtido no polimento não dura

muito, sendo nesse quesito superadas pelas resinas compostas de micropartículas.

As resinas compostas micro-híbridas apresentam melhores propriedades de

refração, copiando melhor a cor do dente, apresentam maior resistência mecânica e

Page 18: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

ótima radiopacidade. Como exemplos têm: POINT 4 (KERR), CONCEPT

(VIGODENT), FILL MAGIC (VIGODENT) e FILTEK Z100 (3M) (Narciso et al., 2003).

Para Narciso et al. (2003), as resinas compostas de baixa viscosidade ou de

alto escoamento são conhecidas como “Flowable Composites” e o marketing

popularizou-as como resinas compostas “Flow”. São resinas compostas de

microhíbridas com 37 a 60% em volume de partículas inorgânicas, são radiopacas,

geralmente contêm flúor em sua composição e são apresentadas em seringas com

agulhas para facilitar sua aplicação. Como desvantagens, apresentam menor

resistência à abrasão, maior contração de polimerização, baixa liberação de flúor,

são pegajosas e não há pesquisas clínicas suficientes para comprovar suas

qualidades.

Atualmente as resinas compostas se dividem em duas grandes categorias:

micro-híbridas e micropartículas. Cada uma delas possui características e

finalidades diferentes, o que faz com que essas duas categorias já permaneçam

muitos anos no mercado (Felippe, 2003).

As resinas translúcidas serviriam como um esmalte artificial e as resinas

opacas como uma dentina artificial (Baratieri et al., 1995; Hirata, 2001).

2.2 Cor

A compreensão e julgamento do paciente sobre a “qualidade” final do trabalho

invariavelmente recaem sobre a harmonia entre a forma, textura e cor, ou seja,

quesitos estéticos passíveis de sua análise. Nesse aspecto, a compreensão do tema

“cor” e sua aplicabilidade na odontologia tornam-se elementos de suma importância

na tarefa diária, seja no clínico ou do reabilitador oral em reconstruir sorrisos

(Miyashita & Fonseca, 2004).

Page 19: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Embora o olho humano seja muito eficiente em detectar pequenas diferenças

de uma mesma cor entre dois objetos, a determinação da cor do dente por meios

visuais é considerada altamente – subjetiva (Paul, 2004).

De acordo com Lemberte et al. (2003), as cores são o resultado de diferentes

comprimentos de ondas de energia luminosa, cujo espectro visível ao olho humano

está entre 390 a 800 nanômetros. O Espectro de Energia Eletromagnética é o

conjunto de ondas de vários comprimentos transmitidas pela energia radiante. A

definição de cor, relatada pela física, não tem o mesmo significado quando aplicada

à arte. Como sua composição não pode ser mensurada, o conhecimento das

diferentes propriedades ópticas de seus componentes deve ser compreendida pelo

clínico.

Não existe cor se não existir luz; logo, por definição, luz é o aspecto da

energia radiante que um observador humano constata pela sensação visual,

determinado pelo estímulo luminoso da retina ocular (Silva & Vieira, 1996).

Todas as formas e cores são percebidas através da reflexão ou emissão de

luzes que se projetam na retina do olho funcionando como canal de comunicação

com o cérebro, onde se inicia realmente o processo de percepção visual. É

importante se compreender que só é possível observar cores pela existência de luz

refletida nos objetos que alcança os olhos transmitindo sinais ao cérebro, o qual

inicia o processo de percepção das imagens. Dessa forma, é fundamental que

estudemos o fenômeno LUZ em suas propriedades básicas para a aplicação direta

no estudo de cores. (Miyashita & Fonseca, 2004).

A faixa do espectro eletromagnético varia entre aproximadamente 360-760

nm e esta radiação pode ser perfeitamente visível ao olho humano. A esta pequena

faixa denominamos LUZ. Nesta faixa, pode-se ainda observar as variações de cor

Page 20: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

na luz de acordo com seu comprimento de onda, partindo de cores azuladas

referentes aos comprimentos de onda mais curtos de 400 nm, aos tons azulados de

comprimentos médios de 540 nm, até as cores mais avermelhadas de 700 nm com

comprimentos mais longos (Conceição et al., 2007; Miyashita & Fonseca, 2004).

Desta forma, pode se definir que as cores são nada mais que a percepção

dos vários comprimentos de onda gerados pela incidência da luz nos objetos, e a

variação desta percepção está diretamente ligada a fonte de iluminação utilizada.

Quanto mais presente na fonte de luz, todos os comprimentos de onda do espectro

eletromagnético, ou seja, de 360 a 780 nm, mais adequada será está fonte de

iluminação para seleção de cores em odontologia, pois haverá a possibilidade de

reflexão de todos os comprimentos de onda. Segundo Silva & Vieira (1996), a cor da

luz é determinada pelo seu comprimento de onda, sendo a luz violeta a de menor

comprimento de onda visível, situada entre 3800 A à 4800 A.

Quando se atravessa uma luz por um prisma de vidro, esta se decompõe em

todos os comprimentos de onda semelhante ao fenômeno do arco-íris, chama-se a

esta luz de espectro integral, completo ou ainda de luz branca. Desta forma pode-se

decompor a luz de espectro integral através de prismas, observando-se os vários

comprimentos de onda responsáveis pelas cores do arco-íris; as cores primárias do

sistema aditivo (cores originadas por adição de comprimentos de onda – luzes

verde, azul e vermelho), quando graduadas em maior ou menor intensidade, podem

gerar todas as cores do universo policromático, facilmente exemplificados no nosso

cotidiano nas telas de projeção de cinema ou mesmo nos monitores de TV e

computador. (Miyashita & Fonseca, 2004).

A cor dos dentes é determinada principalmente pela dentina e,

secundariamente, pelo esmalte. Concluíram também que a disposição dos

Page 21: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

canalículos dentinários, bem como seu número e diâmetro, eram na dentina os

responsáveis pela disposição e absorção da luz que incidirá no dente e no esmalte;

os cristais de hidroxiapatita eram os responsáveis pela dispersão da luz. Quanto

menos poroso for o esmalte, maior a dureza o dente terá e menor será a dispersão

da luz, quanto mais o esmalte dispersar a luz, mais clara será a cor do dente. O

esmalte contribui, principalmente, para a dispersão da cor azul (Miyashita &

Fonseca, 2004). O dente natural é policromático, o que significa que várias

sensações de cor podem ser obtidas a partir da sua visualização. Isso se deve a sua

composição estrutural (esmalte, dentina e polpa) com característica óptica

diferentes. A sofisticação natural do esmalte e da dentina é difícil de ser imitada

(Felippe, 2003).

2.2.1 Dimensões da cor

Para transmitir a informação precisa sobre uma cor, é necessário, da mesma

forma, que se conheçam os valores de cada uma de suas dimensões. Cientistas

criaram varias formas de descrever as dimensões da cor e foram desenvolvidos

sistemas que associam estas dimensões.

O Sistema Tridimensional de Munsell da Ordem das Cores, conhecido como

Árvore da Cor, é baseado em uma escala de matiz, croma e valor, definindo a cor de

uma maneira tridimensional. Consiste em um tronco (a coluna do valor) com os

matizes organizados verticalmente em seqüência ao redor deste tronco, como as

páginas de um livro aberto. Esta árvore demonstra como as cores diferem e se

relacionam umas com as outras. As diferenças de matizes são organizadas ao redor

do eixo valor; as cores mais escuras na direção da base, e as mais claras na direção

do topo. As cores tornam-se gradualmente mais concentradas (saturadas) na

Page 22: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

direção da periferia da árvore, e progressivamente menos intensas (croma inferior) à

medida que se aproximam do tronco central (Sproull & Preston, 2000; Baratieiri et

al., 2006; Lemberte et al., 2003) (FIG. 1).

FIGURA 1 – Árvore da Cor de Munsell

FONTE: Goldstein, 2000.

Faz-se necessário estabelecer os conceitos das três dimensões fundamentais

da cor: Matiz, Croma e Valor. MATIZ traduz o nome da cor e é determinado pelo

comprimento de onda refletido pelo dente. Em Odontologia, o matiz é classificado de

acordo com a escala Vita Lumin, mais comumente utilizada em quatro categorias de

acordo com a predominância das cores: A (vermelho-marrom), B (laranja-amarelo),

C (verde-cinza) e D (vermelho-cinza). CROMA traduz a variação de intensidade de

determinado matiz (cor). Do ponto de vista clínico, é fácil perceber uma diferença de

croma ou saturação de cor do terço cervical em direção ao terço médio, pois

geralmente o cervical apresenta maior croma devido à menor espessura de esmalte

e maior influência da dentina. VALOR ou luminosidade define quanto um dente se

aproxima do preto (baixo valor) ou do branco (alto valor). Em relação à prática

clínica, corresponde à quantidade de cinza sobre o matiz-croma do dente. Outra

opção que o profissional tem é uma escala de cores, Vita 3D, já disposta

preferencialmente pelo valor e depois matiz e croma. Numa escala de zero a 10,

Page 23: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

tem-se o zero como uma cor com o valor totalmente preto e 10, uma cor com um

valor totalmente branco (Ramos Jr & Ortega, 2002; Busato, 2002; Volpato, 2005;

Conceição et al., 2007).

Segundo Freitas et al. (2008), para a seleção da cor é fundamental a

avaliação de quatro aspectos: matiz, croma (saturação), valor e translucidez.

Entretanto, entender essas três dimensões da cor é importante, mas não o

suficiente para realizar uma adequada seleção da cor em Odontologia. A cor do

dente é determinada pela relação entre esmalte, dentina, polpa e tecido gengival. A

polpa e a gengival. A polpa e a gengiva são consideradas efeitos secundários, e a

determinação de sua influência é muito complexa. Por sua vez, o esmalte e a

dentina são considerados efeitos primários para o estabelecimento da cor do dente,

e é possível estabelecer um protocolo clínico para identificar sua influência na

determinação da cor. Para a seleção da cor com o objetivo de realizar restaurações

estéticas, o profissional tem à sua disposição no mercado diferentes acessórios:

escalas de cor para porcelana (Vita Lumin ou 3D), lâmpadas com intensidade de luz

de 5.000 K que reproduzem a luz do dia ou espectrofotômetros, que é o método

mais empregado pelos profissionais, é extremamente limitado na obtenção de

informações ou detalhes que compõem a cor do dente, porque possibilita apenas a

identificação do matiz e croma, além de normalmente ser confeccionada com um

material diferente daquele que será empregado. As lâmpadas com intensidade de

luz específicas, embora possam auxiliar, não são imprescindíveis e não pode-se

esquecer que poucos profissionais trabalham com este acessórios. Os

espectrofotômetros disponíveis no mercado ainda não alcançaram um nível de

precisão que permita seu uso com total segurança e previsibilidade na tomada da

cor do dente. Devido a essas limitações, com freqüência os clínicos e os estudantes

Page 24: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

se tornam muitas vezes reféns da idéia de que é impossível ter um método com

alguma previsibilidade para seleção da cor. Assim, é preciso desmistificar essa

etapa clínica da seleção da cor. Para tanto, é necessário desenvolver uma

capacidade de observação e identificação dos fatores que compõem a cor do dente

associada a um treinamento e conhecimento prévio dos fatores da dentina e,

principalmente, do esmalte, que influenciam a determinação da cor nas diferentes

regiões do dente. A adoção de um protocolo clínico específico para seleção da cor e

a anotação dos detalhes observados são fundamentais. Se for possível ainda aliar a

obtenção de fotografias digitais coloridas, em preto e branco e com luz polarizada, o

profissional poderá com maior facilidade identificar sobre matiz, croma e valor,

opalescência, fluorescência e caracterizações da dentina e do esmalte para

determinar a cor final do dente. Para confecção de restaurações diretas em resina

composta nos dentes anteriores, o profissional tem papel absolutamente decisivo na

seleção das cores e no controle da espessura de dentina, esmalte e caracterizações

internas empregando a técnica de “estratificação natural” para definir a cor da

restauração de modo integrado ao dente natural (Conceição et al., 2007).

2.2.2 Seleção da cor

Uma ênfase significativa tem sido dada à seleção da cor, sendo recomendado

que o profissional primeiramente eleja o valor para depois escolher o matiz e o

croma do compósito. Então, um pequeno incremento de compósito deve ser

posicionado junto à região cervical do dente que tem sua coloração determinada

predominantemente pela dentina, já que a espessura de esmalte é bastante

delgada, devendo ser polimerizado por aproximadamente 10 segundos. Isso porque

os compósitos normalmente alteram de cor após a fotopolimerização. Também é

Page 25: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

interessante deixar a saliva recobrir essa área e observar o efeito de cor sem a

influência da luz do refletor. Caso essa etapa tenha sido realizada com êxito, o

passo seguinte será eleger a cor para o “esmalte artificial”, ou última camada de

compósito que será inserida na cavidade. Aqui o profissional deve concentrar sua

observação na região de ponta de cúspide e perceber se ela é mais translúcida ou

opaca e se tem maior ou menor valor. O mesmo procedimento de posicionamento e

fotopolimerização de pequeno incremento de compósito deve ser repetido para

favorecer uma correta seleção da cor. Essa etapa deve ser realizada de maneira

rápida, não ficando o profissional observando a cor do dente e do compósito por

mais do que alguns segundos para que não haja uma acomodação visual e maior

dificuldade de discernimento entre diferentes opções de cores de compósitos

(Conceição et al., 2005).

Uma seqüência lógica dispondo das diversas possibilidades de técnicas e

escolha do material restaurador é desejável, principalmente como forma de tornar

mais predizível o processo de reconstrução dos dentes (Hirata, 2001).

A falta de precisão comum na escolha da cor não deveria ser aceita como

normal (Volpato, 2005).

A dificuldade na seleção das cores é tão grande que Shigemi Isbikawa Nagai

e outros desenvolveram, de 1992 a 1994, um sistema de medição e comparação de

cores, por computador, para auxiliar aos clínicos na seleção do matiz e tonalidade

correta dos dentes e dos materiais restauradores. Basearam-se nas teorias de

Kubelka Munkie Saunderson’s para calcular os coeficientes de dispersão e absorção

da luz, usando um sistema de igualação de cores por computador (Sistema C.C.M. –

Computer Color Matching) (Silva & Vieira, 1996).

Page 26: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

O paciente deve estar sentado evitando incidência de luz excessiva

perpendicular ao dente, o que pode induzir o clínico à seleção de cores mais claras

(croma mais fraco e valor mais alto) devido à alta reflexão de luz. Os dentes deverão

estar limpos e hidratados, ou seja, nunca se deve selecionar as cores com os dentes

isolados, pois com a desidratação eles apresentar-se-ão mais opacos e mais claros

(valor mais alto) (Lemberte et al., 2003).

Variações múltiplas de croma e matiz conferem ao dente o policromatismo,

notadamente perceptível nas transições entre os terços cervical, médio e incisal. Em

geral, o matiz é o mesmo nos três terços. O croma é que geralmente varia

conferindo o policromatismo (Lemberte et al., 2003).

Para assegurar uma seleção precisa de cores, as escalas utilizadas deveriam

ser fabricadas com o mesmo compósito na restauração final, como, por exemplo, no

Sistema Vitalescence, devendo estar molhada com água durante o processo de

seleção (Lemberte et al., 2003).

2.2.3 Metodologia sugerida para seleção de cor

O objetivo básico desta metodologia é de simplificação da tarefa de seleção

de cores priorizando o aspecto do valor do dente, sempre utilizando o recurso de

escalas reduzidas pela escolha de apenas uma das dimensões da cor por vez.

Alguns autores dividem a escala em ordem de valor, ou seja, das mais claras

para as mais escuras. Didaticamente, podem-se reunir as escalas de mesmos

números (ex: A2, B2, C2 e D2), pois tem valores aproximados (porém não iguais) de

luminosidade. O grau de valor parece ter a maior importância na seleção de cores

pela determinação do valor básico, independente da escolha do matiz.

Page 27: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

1. Para seleção do valor não é necessária a escala na íntegra, bastando apenas um

dos matizes com todas as palhetas de valores (ex: A1; A2; A3; A3,5 e A4). É

importante destacar que a escolha em questão não se trata do Matiz (A), mas

sim do número equivalente ao seu valor (1; 2; 3; 3,5 ou 4). Observe que ao

simples fato de se reduzir o número de palhetas, facilita-se a seleção desta

dimensão da cor. (FIG. 2)

2. Uma vez escolhido o valor, pode-se partir para a escolha do matiz, porém com

um número substancialmente reduzido de palhetas para esta seleção, ou seja, no

máximo de quatro (no caso do valor 1, separar somente, A1, B1, C1 e D2).

3. Uma vez selecionada a cor mais abrangente do elemento, é importante mapear

as áreas que se diferenciam destacadamente da cor mais genérica, notadamente

as áreas cervicais e incisais.

4. As áreas de bordos incisais devem ser preferencialmente mapeadas quanto as

regiões de translucidez maio ou menor, delimitando a passagem entre o corpo do

dente e a área incisal.

5. Os bordos incisais devem ser delimitados por serem normalmente áreas mais

escuras comparadas ao terço médio das coroas, devido a menor espessura de

esmalte e maior quantidade de dentina nesta região. Em um grande percentual

de casos, não ocorre mudança no matiz, diminuindo-se apenas o valor na área

cervical em um ponto na escala (ex: corpo A1 e cervical A2) (Miyashita &

Fonseca, 2004).

Page 28: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

FIGURA 2: Comparando a cor do incisivo e do canino

FONTE: Gomes, 2008.

2.2.4 Reflexão

As condições da superfície dental, sua constituição, textura e lisura, bem

como o ângulo de incidência da luz determinam o padrão de reflexão dos feixes de

luz incidente e podem modificar a percepção da tonalidade dos dentes. Sua

estrutura em camadas causa uma diferente reflexão e refração da luz pelos seus

planos e por suas profundidades. Se a luz é totalmente refletida, quer seja porque a

superfície do esmalte se apresenta altamente lisa e polida ou porque a luz incidente

está atingindo o objeto perpendicularmente, temos um registro de cor branca (todos

os comprimentos de luz refletidos de volta para os olhos), que não correspondem

com a cor real da estrutura dental. Muitas restaurações falham porque tem reflexão

superficial diferente do dente e não porque apresentam a cor errada (Araújo et al.,

2005; Miyashita & Mello, 2006).

2.2.5 Metamerismo

É um fenômeno no qual dois objetos parecem ter cores iguais em uma

determinada condição de iluminação e cores totalmente diferentes quando expostos

a outra fonte de luz. Isso acontece porque estes objetos podem ter curvas especiais

semelhantes em determinada condição de iluminação e distintas sob outra fonte de

Page 29: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

luz. Este fenômeno óptico deve ser explicado para o paciente uma vez que a

odontologia ainda não dispõe de um material que apresente comportamento óptico

totalmente semelhante à estrutura dental sob todas as condições de iluminação

(Miyashita & Mello, 2006; Ferreira, 2002).

A importância do metamerismo está presente quando verificamos que a

maioria dos consultórios está equipada com lâmpadas fluorescentes, que diferem

significamente das incandescentes. (Busato, 2002)

Um dos recursos que pode ser utilizado para prever este fenômeno é realizar

a seleção de cor com amostras do material restaurador que se pretende utilizar, sob

várias condições de iluminação (luz fluorescente, luz incandescente e luz natural)

(Miyashita & Mello, 2006).

2.2.6 Fluorescência

É outra característica própria da estrutura dental, que passa a emitir luz visível

quando exposta a luz ultravioleta. A fluorescência é fundamental para minimizar as

variações de cor determinadas pelo metamerismo. Uma restauração realizada com

uma resina composta que não tenha componentes que simulem a fluorescência vai

ter seu resultado estético comprometido em várias situações de variação de

iluminação devido a maior ocorrência de metamerismo. Exemplos de resinas que

apresentam fluorescência, ou seja, menor possibilidade de metamerismo são: 4

Seasons (Ivoclar Vivadent), Tetri-Ceram (Ivoclar Vivadent), Vitalescence (Ultradent)

e Opallis (FGM) (Miyashita & Mello, 2006).

2.3 Variações de percepção causadas pelo contraste

Page 30: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Existem variações na percepção das cores que podem comprometer o

resultado estético de restaurações diretas e indiretas.

De acordo com Miyashita & Mello (2006), quando se observa um objeto, o

contraste com a cor do fundo sobre o qual o mesmo está posicionado pode interferir

na percepção da cor, criando assim uma ilusão óptica que compromete o correto

julgamento das tonalidades necessárias para a confecção de restaurações

esteticamente bem-sucedidas. Essa ilusão óptica ou erro de percepção é chamada

efeito contraste.

2.3.1 Contraste de valor

A cor da pele, os dentes adjacentes, a iluminação da sala, a situação de

saúde gengival e a presença de pigmentação melânica na gengiva são alguns dos

fatores que afetam e determinam o fenômeno de contraste de valor. A percepção de

uma tonalidade quando observada sobre dois fundos distintos, um mais claro e outro

mais escuro, a percepção dessa tonalidade será diferente quando observada sobre

cada um desses fundos. Para minimizar este fato, recomenda-se escolher cores

mais escuras para pacientes com gengivas e pele escuras e tons mais claros para

pacientes louros e com gengivas claras (Miyashita & Mello, 2006).

2.3.2 Contraste de matiz

Quando um dente é posicionado sobre um fundo colorido, tenderá a

evidenciar a cor complementar do fundo. Ou seja, se ele for posicionado sobre um

fundo laranja, parecerá azulado; se o fundo for amarelo, tenderá para o violeta.

Clinicamente, pode-se aumentar a capacidade de diferenciação das tonalidades

Page 31: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

alaranjadas (cor predominante dos dentes) ao observar um cartão azul claro

instantes antes de proceder a seleção de cor (Miyashita & Mello, 2006).

2.3.3 Contraste de croma

Fundos com saturação próxima ao da estrutura dental vão dificultar a

percepção das diferenças. O uso de um cartão cinza claro como material de fundo

favorece o contraste e a diferenciação das várias tonalidades dos dentes (Miyashita

& Mello, 2006).

2.3.4 Contraste de tamanho

Este é um aspecto bastante relevante quando escolher cores para

restaurações em dentes anteriores. Um central sempre aparecerá mais claro que um

lateral devido ao contraste de tamanho, muito embora eles possam ter a mesma cor

(Miyashita & Mello, 2006).

2.3.5 Contraste de posição

Dentes lingualizados, girovertidos ou apinhados parecerão mais escuros que

os vertibularizados e alinhados. A posição e a presença de recessão gengival devem

ser consideradas e anotadas a fim de evitar erros devido ao contraste de posição

(Miyashita & Mello, 2006).

2.3.6 Contraste por persistência visual

Quanto mais se insiste em perceber a diferença de cor entre dois objetos,

mais dificuldade de realizar esta diferenciação haverá. Esse fenômeno de contraste

de persistência visual ocorre pela depleção de certos sensores presentes nos cones

Page 32: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

o que resulta na impossibilidade temporária da percepção de determinadas cores.

Clinicamente, pode-se evitar este contraste fazendo comparações visuais rápidas e

descansando sua visão antes de proceder nova escolha de cor (Miyashita & Mello,

2006).

Além de todos os fenômenos ópticos, deve-se ainda levar em consideração

as condições físicas e emocionais do observador. Idade, cansaço, euforia, uso de

medicamentos entre outros aspectos interferem na percepção visual e no julgamento

pessoal sobre as tonalidades (Miyashita & Mello, 2006). O defeito da visão da cor

demonstrou ter relação com o envelhecimento, pois sabemos que, biologicamente,

há uma perda da capacidade visual com o avanço da idade, quando os níveis de

iluminação se tornam um fator importante (Mendes et al., 1998; Ormenese, 2006).

2.4 Morfologia e propriedades ópticas dos dentes naturais

A forma dos dentes naturais é definida tridimensionalmente pelo padrão

oclusal do paciente, ou seja, tanto a altura, quanto a largura e o comprimento dos

dentes envolvidos possibilitam ao paciente executar sua função mandibular. Na

definição da forma, o clínico pode observar na boca diversos referenciais para a

reconstrução das estruturas perdidas (Volpato, 2005).

A morfologia da dentina oferecendo opacidade e a do esmalte apresentando

translucidez, com suas diferenças de espessura, oferecerão ao dente um aspecto

policromático intenso, mais comumente visualizado em pacientes jovens e mais

discreto em pacientes idosos. Internamente, está a polpa, que é vermelha. Este

tecido tem pequena manifestação no ambiente externo e ocupa um espaço maior

nos dentes jovens, que se reduz com o envelhecimento. A polpa é considerada a

parte mais vital do dente. Por meio da atividade dentro da sua zona marginal, a

Page 33: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

dentina se desenvolve durante a formação do dente e toda a sua vida útil (dentina

fisiológica secundária) (Touati et al., 2000; Ormenese, 2006).

Em um corte sagital com uma vista frontal de um dente anterior (FIG. 3), analisando

os terços cervical, médio e incisal, haverá (Araújo et al., 2005):

- Terço Cervical:

- Esmalte mais delgado e dentina espessa e mais opaca;

- Matiz geralmente é o mesmo que o do terço médio;

- Croma mais forte que o do terço médio;

- Valor mais baixo que o do terço médio.

- Terço Médio:

- Esmalte mais espesso e dentina mais delgada que o terço cervical;

- Translucidez intermediária;

- Matiz geralmente é o mesmo que o do terço cervical;

- Croma geralmente mais fraco que o do terço cervical;

- Valor mais alto que o do terço cervical.

- Terço Incisal:

- Esmalte mais espesso, com aparência violeta, azul ou cinza e dentina mais

delgada que nos terços médio e cervical;

- Alta translucidez;

- Matiz policromático;

- Croma da dentina mais fraco que o do terço cervical e médio;

- Valor mais baixo que o do terço cervical e médio em função da

transparência.

Page 34: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

FIGURA 3: Corte sagital de incisivos centrais superior (A) e inferior (B),mostrando as características dos terços cervical, médio e

incisal.

FONTE: Hegenbarth, 1989.

O terço incisal é a área de maior complexidade óptica a ser reproduzida. Um

dente jovem e não desgastado pela função é praticamente formado apenas por

esmalte apresentando mais transparência e opalescência, permitindo a visualização

dos mamelos, enquanto que incisivos desgastados que apresentam dentina visível

na borda incisal tem menor caracterização e transparência incisal. O halo presente

na borda incisal é um fenômeno interno do esmalte observado quando a luz penetra

na incisal vestibular e sofre uma reflexão na superfície interna da face incisal lingual

retornando para vestibular e iluminando a borda incisal. Sua largura ou espessura é

influenciada pelo diâmetro dos prismas de esmalte, pela largura e inclinação da

borda incisal. (Lemberte et al., 2003).

É caracterizada por irregularidades na superfície do esmalte conferindo uma

textura mais acentuada e evidente em pacientes jovens. Dentes muito textualizados

permitem uma reflexão difusa, enquanto dentes com superfícies planas e lisas

permitem uma reflexão especular da luz, influenciando no brilho da superfície.

Enquanto o esmalte de um dente mais novo é pouco translúcido e a dentina muito

Page 35: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

opaca, o de um dente mais velho se adelgaça e aumenta mais a translucidez,

podendo até mesmo ficar transparente (Touati et al., 2000; Lemberte et al., 2003).

2.5 Propriedades ópticas e físicas das resinas compostas

A contínua evolução da tecnologia de adesão criou materiais com maior

longevidade, que podem ser polidos até adquirirem uma aparência e porcelana

similar à do dente. Como as resinas compostas não têm cristais de hidroxiapatita,

primas de esmalte ou túbulos dentinários, uma ilusão de o como a luz é refletida,

refratada, transmitida e absorvida por essas microestruturas, deverá ser criada

durante a reconstrução do dente. A morfologia da dentina e do esmalte deverão ser

reproduzidas para se obter naturalidade na estrutura reconstruída (Lemberte et al.,

2003).

Segundo Lemberte et al. (2003), as resinas compostas deveriam ser

resistentes às fraturas e lascamento, com alta durabilidade nas áreas de contatos

oclusais, esculpibilidade, passíveis de polimento para que a restauração finalizada

tivesse a lisura e qualidade refletora do esmalte. Infelizmente ainda não foi

desenvolvida uma única resina composta que preencha todos estes requisitos sendo

necessário selecionar diferentes resinas para o “esmalte artificial” e para a “dentina

artificial”. Atualmente, os materiais disponíveis no mercado possuem variadas

propriedades físicas e ópticas, com vários matizes, croma, gruas de transparências,

opalescência e fluorescência, possibilitando ao clínico executar restaurações

altamente policromáticas.

As resinas híbridas ou microhíbridas contêm mais de um tipo de partícula de

carga e essa combinação faz com que essas resinas compostas apresentem

propriedades físicas melhores que as resinas microparticuladas. São consideradas

Page 36: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

universais por apresentarem variados graus de opacidade e transparência,

resistência à abrasão e ao lascamento e capacidade de polimento inicial. As resinas

microparticuladas são os materiais mais estéticos indicados para substituir o esmalte

em restaurações Classe III, IV e V, fechamento de diastema e facetas diretas

(Lemberte et al., 2003).

As resinas compostas são monocromáticas, o que apresenta certa dificuldade

em obter excelência estética com uma única cor de resina composta. Para obter

melhor selamento marginal, melhor função e excelência em estética geralmente

recomenda-se o emprego de dois ou mais tipos de resinas compostas em uma

mesma restauração (Lemberte et al., 2003).

2.6 Ambiente Apropriado

Segundo Busato (2002), a fonte de iluminação da sala de trabalho também

influi no resultado estético de um trabalho. Para iniciar a etapa de métodos de

seleção de cores em Odontologia, por considerar sempre se tratar de uma tarefa de

média a alta complexidade, deve-se minimizar os fatores que possam dificultar ou

distorcer a percepção das cores, entre eles o ambiente utilizado para tal propósito

(Miyashita & Fonseca, 2004):

- Paredes de cores claras, preferencialmente branca: Devido à reflexão da

luz nos objetos ou paredes do ambiente. Cores fortes em paredes ou equipamentos

(cadeira odontológica) podem ser refletidas no paciente e influenciar na percepção

das cores reais dos dentes.

- Roupas de cores fortes do paciente devem ser cobertas com aventais

de cores claras ou brancas: Pelo mesmo motivo acima, deve-se cobrir não só o

paciente mas também remover batons de cores fortes que a paciente possa estar

Page 37: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

usando. Não se deve subestimar a importância destes detalhes que certamente

quando somados a outros “pequenos deslizes” podem realmente comprometer o

resultado final.

- Iluminação natural: 3 horas após o amanhecer e pelo menos 3 horas antes

do anoitecer. Os raios solares, neste período, têm todos os comprimentos de onda

visíveis, e, portanto tornam-se uma referência de Luz para seleção de cores. Porém

nos horários ao raiar do dia ou ao final do dia (pôr do sol), percebe-se nitidamente

que a luz do Sol tem cores avermelhadas, pela simples filtragem dos comprimentos

de onda mais curtos (azuis e verdes) pela camada de atmosfera mais longa a ser

atravessada até alcançar a vista do observador. Na ausência de alguns

comprimentos de onda é fácil entender que uma luz deficiente causa distorções na

percepção visual das cores. Também deve-se evitar seleções de cor complexas em

dias nublados, pois certamente, as próprias nuvens filtrariam grande parte da Luz.

- Luzes auxiliares: Algumas vezes o profissional pode ter dificuldades para

seleção de cores, seja pelas condições climáticas desfavoráveis; pelos horários

disponíveis pelo paciente inadequados para seleção de cores; ou ainda por

ambientes clínicos sem janelas que não permitam o uso da luz solar. Nestas

ocasiões, uma alternativa importante são as luzes artificiais que realmente tenham

todos os comprimentos de onda uniformemente, e uma temperatura de cor entre

4500 e 5500 graus Kelvin, de acordo com padrão utilizado para luzes com maior

semelhança com a luz solar. Outro fator a ser observado nas lâmpadas artificiais é o

Índice de Distribuição de Cor (IDR) ou Índice de Reprodução 43 de Cor (IRC) que

deve estar entre 90 e 100. O IDC ou IRC é a unidade de medida usada para

determinar a qualidade de reprodução de uma fonte de luz padrão (Ormenese, 2006;

Miyashita & Fonseca, 2004).

Page 38: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Portanto, independentemente da marca ou qualidade prometida, esses dois

padrões irão garantir uma boa fonte de luz de equiparação de cor. As lâmpadas

fluorescentes mais comuns que se aproximam da fonte de luz ideal para uso

odontológico são listadas no Quadro 1:

QUADRO 1 – Lâmpadas indicadas para uso odontológico

Marca da cor IDC ou IDR Lâmpada Temperatura da cor

Sylvania do Brasil 85 Designer 5000 5000 K

Philips do Brasil 85 Série Super 85 5000 K

Philips do Brasil 90 Série Super 90 6500 K

General Eletric 90 Croma 50 5500 K

FONTE: Ormenese, 2006.

Mendes et al. (1998) sugerem que o refletor odontológico deve ser desligado

minutos antes da seleção de cor para evitar a interferência da luz halógena que,

como a incandescente, acentua o amarelo-laranja. Além disso, a luz projetada por

ele é excessiva, podendo provocar ofuscamento da visão. Com excesso de luz, o

olho humano não consegue distinguir nuanças delicadas de cor. Outras fontes de luz

artificiais como lâmpadas fluorescentes ou incandescentes não devem ser utilizadas

como referência única pra a seleção cromática, mas sim como fontes de

comparação às luzes ideais, procurando-se evitar metamerismos indesejáveis.

2.7 Escalas de Cor

Apesar de existirem várias escalas de cor no mercado odontológico,

certamente a mais utilizada para seleção e envio de informações sobre cor dental é

Page 39: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

a escala Vita (Classical – Vident, Baldwin Park, CA), tendo sido adotada por diversos

fabricantes de resinas e cerâmicas como padrão de referência. Isso no levaria a

pensar que ser trata da escala mais completa do mercado, porém, na prática,

observa-se algumas limitações na seleção de cores com esta escala, sendo

bastante comum chegar a conclusão que a cor desejada não se encontra disponível

nas palhetas da mesma (Miyashita & Fonseca, 2004; Lemberte et al., 2003).

Inicialmente, deve-se conhecer esta escala e suas divisões em matizes,

valores e cromas, como pode ser observado na FIG. 4. Existem palhetas divididas

em letras A, B, C e D que correspondem aos diferentes matizes dessa escala. As

palhetas de letra A (amarelo-amarronzado), B (amarelo), C (cinza) e D (rosa -

acinzentado), que aparentemente com matizes bastante diferenciadas, são na

verdade bastante semelhantes, pois se tratam de subtonalidades do matiz principal

amarela. Dessa forma, as letras são ainda subdivididas em números de 1 a 4, que

basicamente vão se tornando mais escuras (diminuem o valor) a medida que

aumentam de 1,2 até 4. Entende-se então que a cor A1 é a palheta mais clara do

matiz amarelo-amarronzado, e o A4 é a cor mais escura ou de menor valor do matiz

A, o mesmo ocorrendo nos outros matizes B, C e D. Resumidamente, tem-se então

a diminuição de luminosidade (Valor) em todas os matizes, fato este que

aplicaremos nas metodologias de seleção de cores (Ormenese, 2006; Sekito Jr. et

al., 2004).

Page 40: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

FIGURA 4: Escala Vitapan Classical

FONTE: Catálogo Vita

Alguns sistemas produzem suas próprias escalas, outros produzem suas

cerâmicas e resinas seguindo a referência da escala de um outro fabricante. Dentre

as escalas, a mais utilizada e seguida por diversos outros fabricantes de resinas e

cerâmicas é a Vitapan Classical (FIG. 4). Sua popularidade se deve à sua

facilidade de utilização (Ormenese, 2006).

Apesar de existirem várias escalas de cores no mercado odontológico, não

existe nenhuma que consiga reproduzir sem dificuldades as cores dos dentes

naturais. Para Mendes et al. (1998), dentre as falhas que afetam a possibilidade de

se conseguir uma boa seleção de cores usando-se uma escala, destacam-se:

- Escalas de cor de um mesmo fabricante podem variar e não são fabricadas com o

mesmo material usado pelo cirurgião-dentista (resina ou porcelana);

- Existem diferenças entre os diversos lotes de porcelana ou resina de um

fabricante, porque o controle é visual e não espectrofotométrico;

- As escalas de cor disponíveis atualmente oferecem uma variedade de cores

padrão, mas não cobrem toda a variação de cores dos dentes naturais;

- Vários dentes da escala têm o mesmo valor (ou brilho), apesar da diferença de

matizes, que pode gerar dificuldades na precisa avaliação da tonalidade;

Page 41: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

- A transmissão de luz através da porcelana ou resina depende da espessura. Uma

escala de cores, que tem uma espessura de 4 mm, não deveria ser usada para

confecção de coroas que medem de 1,5 a 2,0 mm, ou em restaurações ainda menos

profundas (Ormenese, 2006).

No intuito de corrigir esta deficiência, foi lançada a escala Vitapan 3D-Master

(FIG. 5), onde suas subdivisões já se encontram separadas por valores. Nesta

escala, inicia-se a escolha pelos cinco níveis de valor em suas amostras centrais M.

Determina-se, então, a intensidade de cor (croma) entre 1 e 3 (1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e

3,0) disponíveis nas amostras do grupo M. Por último, seleciona-se o matiz (L -

amarelado, R - avermelhado ou M - médio) (Freitas et al., 2008).

As vantagens desta nova escala, segundo o fabricante, são:

- Melhor distribuição das amostras dentro das variações de cores dos dentes

naturais existentes;

- Adequado espaçamento entre as amostras dentro do espectro de luz ocupado

pelos dentes naturais;

- Existência de cinco graduações de valor.

Sua maior limitação decorre do fato de que diversos fabricantes de produtos

odontológicos não a utilizam como padrão de cores no desenvolvimento de seus

produtos. Isso acontece, principalmente, no campo das resinas compostas diretas e

indiretas.

Page 42: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

FIGURA 5: Escala Vitapan 3D-Master

FONTE: Catálogo Vita

A escala Chromascop (FIG. 6) é o padrão para os sistemas cerâmicos

Ivoclar/Vivadent e possui 20 amostras divididas em cinco grupos de “matizes”

predominantes, conforme a seguinte numeração: 100 (branco), 200 (amarelo), 300

(amarronzado), 400 (cinza) e 500 (marrom). Cada grupo possui quatro amostras

com variação de croma, com o número 10 correspondendo a um baixo croma e o

40, a um croma elevado.

Assim como a escala Vita, Chromascop possui desvantagens com relação à

sua forma de apresentação e, principalmente, por englobar os tons de branco e

cinza dentro da escala de matiz e não de valor (Ramos Jr & Ortega, 2002).

Page 43: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

FIGURA 6: Escala Chromascop

FONTE: Catálogo Ivoclar / Vivadent

A Degussa Dental produz escalas especiais com o propósito de orientar os

técnicos sobre os múltiplos recursos de cores dos sistemas cerâmicos

(modificadores) na reprodução das cores dos dentes naturais. Encontradas para

aquisição independente ao sistema cerâmico, essas escalas oferecem uma forma

alternativa de apresentação e auxiliam os clínicos na distinção das várias

tonalidades de cores existentes num único dente (FIG. 7).

FIGURA 7: Escala Duceram Plus Professional

Page 44: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

2.8 Isolamento do Campo Operatório

O uso do dique de borracha oferecerá ao clínico o melhor controle de

contaminação, umidade e contraste de cor, facilitando a visualização das massas de

resinas quando da reconstrução artística de um dente, entretanto, poderá haver

algumas dificuldades e inconvenientes como, por exemplo, o uso nos casos de

restaurações subgengivais, dificultando a visualização da relação do dente com os

adjacentes e com o tecido gengival. Com a desidratação os dentes ficam mais

brancos e opacos dificultando a visualização de nuances incisais e avaliação do

resultado imediato da restauração, pois ficará mais escuro que o dente até que este

se reidrate, o que acontecerá a partir de uma hora após a remoção do isolamento,

restabelecendo a harmonia cromática. É possível obter-se um campo adequado com

o uso de isolamento relativo associando aos roletes de algodão ou Dry Tips

(Mölnlucke Helth Care AB, Suécia) com abridores de boca, fios retratores nos sulcos

gengivais, para evitar contaminação da área a ser restaurada com o fluido gengival,

e sugadores de alta potência (Lemberte et al., 2003).

Page 45: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

3. PROPOSIÇÃO

O propósito desse estudo, por meio da aplicação de um questionário aos

cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína - TO, foi avaliar os critérios que os

profissionais utilizam na execução do processo de seleção de cor para restaurações

adesivas diretas utilizando resinas compostas.

Page 46: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Aspectos éticos

Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Faculdade de Odontologia e Instituto de Pesquisas São Leopoldo Mandic, sob o

protocolo número 2008/0240 (Anexo 1).

Seleção da amostra

Foram selecionados 80 cirurgiões-dentistas de forma aleatória e por

conveniência da cidade de Araguaína, no norte do Estado do Tocantins. Segundo

dados do IBGE (2007), a cidade de Araguaína apresenta uma população de 115.759

habitantes e, de acordo com o Conselho Regional de Odontologia (CRO) - seção

Araguaína, o município consta registrado 242 profissionais cirurgiões-dentistas.

Portanto, a amostra inicial considerou a participação de 33,05% de cirurgiões-

dentistas da cidade.

Foram convidados os profissionais a responderem um questionário

mediante a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

(Anexo 2) o qual todos os profissionais foram antecipadamente esclarecidos quanto

à finalidade, as explicações necessárias e sanções de dúvidas que por ventura

apareceram. Nenhum profissional foi obrigado a participar. Os entrevistados ficaram

isentos de qualquer responsabilidade e qualquer fator que possa denegrí-los em

honra, moral e âmbito profissional.

Os critérios utilizados para a inclusão na pesquisa foram:

Page 47: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

i) cirurgiões-dentistas que atuassem em seus próprios consultórios, consultórios de

terceiros e/ou clínicas integradas de caráter privado, profissionais liberais e

autônomos, devidamente registrados no CRO-TO;

ii) que exercessem procedimentos da área de Dentística (restaurações adesivas

diretas estéticas utilizando como material de escolha as resinas compostas

fotopolimerizáveis), independente de terem ou não título de pós-graduação na área

especifica.

Os critérios de exclusão foram:

i) os profissionais que atuassem exclusivamente na rede pública de atendimento

como postos de atenção básicas de saúde, Programa de Saúde da Família (PSF) e

outros meios de prestação de serviços e remuneração governamental;

ii) os cirurgiões-dentistas que não atuassem em procedimentos de Dentística;

iii) os que não exerciam a Odontologia atualmente.

Aplicação do questionário

Para a aplicação do questionário, foi realizado um agendamento por meio

telefônico, adquiridos através da lista telefônica, cartões de visita e e-mails. Uma

visita aos consultórios odontológicos foi feita pelo pesquisador para que

apresentasse as explicações sobre o trabalho e, posteriormente, aplicação do

questionário.

Os questionários (Anexo 3) constavam de 20 perguntas objetivas com

possibilidade de respostas subjetivas de caráter facultativo em papel sulfite branco

Page 48: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

A4, impresso por impressora a jato de tinta. Os mesmos foram aplicados e recolhidos

pessoalmente pelo pesquisador, sem nenhum intermédio de meios de entrega.

Análise descritiva estatística

Após o recolhimento dos questionários, os dados foram processados e

organizados em planilhas, tabelas e gráficos do programa Excel – Windows. A

análise estatística aplicada foi do tipo descritiva.

Page 49: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

5. RESULTADOS

Dentre os 80 profissionais selecionados para participar da pesquisa, houve a

participação efetiva de 48 cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína (TO),

correspondendo a 60% da amostra inicial e a 19,83% do total de cirurgiões-dentistas

do município.

De acordo com os dados obtidos pela aplicação dos questionários, a Tabela 1

mostra que a maioria dos profissionais tem menos de 5 anos de formados na

Odontologia (60,87%) e uma minoria (8,69%) realizam trabalhos odontológicos a

mais de 21 anos, em sua grande parte jovens na profissão, dentre os que

responderam o questionário, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1: Tempo de exercício da profissão de Cirurgião-Dentista:

TEMPO DE FORMAÇÃO Número de CD %Menos de 12 meses 6 13,04De 01 a 05 anos 23 47,83De 06 a 10 anos 6 13,04De 11 a 20 anos 8 17,40Mais de 21 anos 5 8,69Total 48 100

Quanto à titulação, independente de ser na área de Dentística e Estética,

observou que grande parte dos entrevistados apresentam algum título de pós-

graduação (Gráfico 1).

Page 50: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 1: Relação de profissionais com título de pós-graduação.

Quanto à marca comercial de resina composta utilizada pelos cirurgiões-

dentistas, o Gráfico 2 mostra que a Charisma (Heraeus Kulzer) foi a que apresentou

maior aceitação por parte dos entrevistados, seguida pela Opallis (FGM), Natural

Flow (DFL), Filtek Z 250 (3M – ESPE) e TPH (Dentsply).

Gráfico 2: Resinas compostas mais utilizadas pelos Cirurgiões-Dentistas.

Page 51: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Após os entrevistados selecionarem as resinas compostas que mais utilizam,

foram questionados sobre a(s) principal(is) característica(s) e/ou propriedade(s)

da(s) resina(s) composta(s) que justifica(m) a escolha desse(s) material(is).

Constata-se pela Tabela 2 que 73,91% escolheram a propriedade “boa resistência

na cavidade bucal” como a melhor característica do material, seguida de 65,28%

que manifestaram a escolha pela “melhor lisura e brilho após o acabamento e

polimento da restauração”, 60,87% pela “melhor resiliência e manuseio nos

instrumentais”, 43,48% devido à “facilidade de encontrar a marca nas dentais”.

Apenas 8,69% colocaram o custo do material como fator importante para justificar a

escolha.

Tabela 2: Justificavas para a escolha das resinas compostas.

Características / Propriedades das Resinas Compostas %Melhor viscosidade. 39,13Melhor facilidade de seleção de cor. 27,74Melhor resiliência e manuseio nos instrumentais. 60,87Melhor lisura e brilho após o acabamento e polimento da restauração.

65,28

Facilidade pela disponibilidade nas “dentais”. 43,48Apresenta boa resistência na cavidade bucal. 73,91Custo relativamente baixo. 08,69

Ainda foi questionado se os voluntários apresentavam alguma dificuldade

durante o processo de seleção da cor da(s) resina(s) composta (s) para a confecção

das restaurações adesivas diretas. Verificou-se que a maioria (65,22%) dos

entrevistados apresentam alguma dificuldade na execução desse processo de

seleção adequada da cor das resinas compostas em determinados casos enquanto

que 27,74% mostraram que não apresentam dificuldades (Gráfico 3).

Page 52: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 3: Dificuldade no processo de seleção de cor.

Dentre os cirurgiões-dentistas que participaram do levantamento de

informações, 43,5% deles utilizam alguma escala de cor, preferencialmente, bem

como algum outro meio auxiliar para facilitar a tarefa de escolher, selecionar e

finalizar a seleção da cor dos compósitos. Um grupo de 34,8% utilizam

preferencialmente e unicamente a escala de cor para a seleção adequada de cores.

Cerca de 13,0% dos profissionais informam não utilizarem nenhuma escala de cor e

8,7% não utilizam nenhuma escala de cor e sim um outro meio auxiliar para a

seleção de cor (Gráfico 4).

Page 53: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 4: Utilização da Escala de Cor.

Foi levantado no questionário se os cirurgiões-dentistas estariam satisfeitos

com o auxílio que as escalas de cores proporcionam durante o processo de seleção

da cor das resinas compostas. Como demonstra no Gráfico 5, verificou-se que

dentre 60,87% concordam que as escalas existentes no mercado auxiliam os

profissionais no processo de seleção da cor, visto que no Gráfico 4, a maiorias deles

as utilizam rotineiramente. Uma porção de 13,04% não opinaram e correspondem ao

número de profissionais que no Gráfico 4 declaram não usarem nenhuma escala de

cor.

Page 54: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 5: Satisfação dos profissionais com as escalas de cor.

No questionário foi perguntado sobre como os profissionais procedem na

seleção de cor das resinas compostas em relação ao dente a ser analisado. Foi

verificado que um pouco mais da metade (52,17%) mantêm o dente úmido, sendo

feita a seleção da cor antes do isolamento, 13,04% deles selecionam a cor antes do

isolamento, mas inicialmente com o dente úmido e depois com o dente seco, e

alguns profissionais selecionam a cor após o isolamento (Gráfico 6).

Page 55: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 6: Seleção da cor em relação ao dente a ser analisado.

A - Dente úmido e antes do isolamento; B – Dente úmido e após o isolamento; C – Dente seco e antes do isolamento; D – Dente seco e após o isolamento; E – Dente úmido e depois dente seco antes do isolamento; F – Dente úmido e depois dente seco após o isolamento; G – Dente seco e depois dente úmido antes do isolamento; H – Dente seco e depois dente úmido após o isolamento; I – Análise do dente sem se preocupar com o isolamento; J – Não analiso o dente.

Sobre o uso do isolamento absoluto, os cirurgiões-dentistas foram

questionados sobre a realização desse procedimento para confecções de trabalhos

em Dentística. O Gráfico 7 ilustra os resultados obtidos, em que a maioria dos

profissionais (69,57%) não fazem o uso freqüente do isolamento absoluto e 30,43%

realizam esse procedimento nos trabalhos em Dentística.

Page 56: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 7: Uso do isolamento absoluto nos procedimentos em Dentística.

Foi também verificado se os cirurgiões-dentistas dão importância à iluminação

do consultório no que se refere seleção da cor. Na Tabela 3, observa-se que 47%

deles reconhecem que a luz natural é importante para uma seleção de cor

satisfatória, 27% utilizam somente a iluminação artificial no local de trabalho e 26%

associam as duas iluminações artificial e natural. Todos os participantes informam

que uma iluminação adequada no local de trabalho é importante para a realização

desse processo, não havendo nenhum profissional que não se preocupe com a luz

ambiente.

Tabela 3: Influência da iluminação no consultório na seleção de cor.

Iluminação do Consultório %Auxílio da luz natural sempre que possível 47Auxílio da luz artificial apenas 27Associação das duas iluminações 26Não me preocupo com a luz ambiente 0

Page 57: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Dentre os profissionais, mais da metade (60,87%) utilizam a luz do refletor

não diretamente, mantendo-a ligada, mas com a incidência fora da área de trabalho,

e cerca de 30,43% não utilizam a luz do refletor, mantendo-o desligando nesse

momento de seleção da cor. De todos os profissionais, nenhum utiliza diretamente a

luz do refletor para selecionar a cor (Tabela 4).

Tabela 4: Influência da luz do refletor na seleção de cor.

Luz do Refletor %Luz do refletor ligada e com incidência direta sobre a área de trabalho

00,00

Luz do refletor ligada com incidência fora da área de trabalho 60,87Luz do refletor desligada 30,43Não opinaram 08,70

Nesse levantamento de informações, foi perguntado aos profissionais se os

mesmos pedem auxilio ao próprio paciente durante o processo de selecionar a cor

do compósito. No Gráfico 8, observa-se que 38,10% na maioria das vezes usam da

ajuda do paciente na seleção adequada da cor, 33,33% em poucos momentos

pedem auxilio, 9,52% sempre usam esse meio auxiliar de ajuda do paciente e

19,05% nunca tem como auxilio as informações do paciente para selecionar a cor

adequada.

Page 58: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 8: Auxilio do paciente na seleção de cor.

Foi questionado aos odontólogos se os matizes das resinas compostas

satisfazem as suas necessidades ao que se refere à qualidade da restauração em

relação à cor dos dentes, e como se pode verificar no Gráfico 9, a maioria dos

profissionais (73,91%) se julgam satisfeitos com os trabalhos estéticos feitos em

resina composta.

Page 59: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 9: Cor das resinas compostas em relação à cor dos dentes.

Foi questionado aos cirurgiões-dentistas se ao iniciarem o processo de

seleção da cor das resinas compostas, observam algum (ns) detalhe(s) na face do

paciente que possam ajudar ou comprometer a escolha correta da cor. Verificou-se

que 52,17% dos entrevistados não observam detalhes na face do paciente durante a

seleção de cor e 47,83% ficam atentos a pequenos detalhes que possam prejudicar

ou ajudar na seleção adequada da cor (Gráfico 10).

Page 60: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 10: Detalhe na face do paciente na seleção de cor.

Em relação à cor das restaurações após a realização dos procedimentos

estéticos, foi perguntado aos odontólogos se ficam satisfeitos com as restaurações

feitas no que se refere à cor selecionada. Pelo Gráfico 11, constata-se que todos

(100%) dos entrevistados ficam satisfeitos na maioria das vezes com os trabalhos

estéticos realizados com a utilização de resina composta.

Page 61: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Gráfico 11: Satisfação dos profissionais com a cor das restaurações.

Foi questionado aos entrevistados se utilizam algum meio auxiliar na escolha

da cor da resina composta quando apresentam a “vista cansada”, obtendo-se os

seguintes resultados: 30,43% utilizam algum meio auxiliar para selecionar a cor e o

restante (69,57%) não utilizam nenhum meio (Gráfico 12).

Gráfico 12: Método auxiliar de escolha da cor com a “vista cansada”.

Page 62: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

Como se pode ver no Gráfico 13, 69,56% dos profissionais realizam o

procedimento de polimerizar pequena quantidade de resina antes da restauração

como meio auxiliar para escolha da cor, enquanto que 30,44% que não realizam.

Gráfico 13: Meio auxiliar na seleção da cor.

Page 63: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

6. DISCUSSÃO

Atualmente, o modelo de tratamento restaurador proposto tem sido centrado

na preservação e prevenção da estrutura dental e na opção por materiais

restauradores que apresentem potencialidade de união e propriedades físicas

similares às da estrutura dental, biocompatibilidade e qualidades estéticas (Pfeifer,

2004; Silva, 2004; Miyashita & Mello 2006; Conceição et al., 2007). Dentro deste

conceito, a Odontologia restauradora tem buscado reproduzir o desempenho natural

dos dentes íntegros. Entretanto, para o desenvolvimento deste modelo de

tratamento, é necessário entender principalmente a estrutura do dente natural no

seu aspecto biológico, morfológico e anatômico, além das características básicas e

procedimentos técnicos relativos à manipulação e à aplicação dos materiais

restauradores (Cardoso, 2002). A comunicação precisa da cor é um dos requisitos

mais importantes para o desenvolvimento da harmonia estética e do sucesso final

das restaurações, tornando a realização de reconstruções diretas e indiretas um

processo complexo devido à natureza tridimensional da cor (Volpato, 2005).

O profissional da Odontologia é um verdadeiro artista que mistura elementos

como cor, proporção, composição e harmonia para se chegar ao natural, saudável e

estético, associando, assim, arte à ciência (Vieira, 2005). Para alcançar aos seus

anseios e aos do paciente, no entanto, é necessário que o profissional esteja ciente

de suas capacidades e condições de fazer com que seus tratamentos (restaurações)

se “confundam” com as estruturas naturais do paciente e, conseqüentemente,

passem despercebidas para as pessoas em geral (Silva, 2004).

Durante a realização desse levantamento de informações sobre os critérios

que os cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína, no Estado do Tocantins,

utilizam no processo de seleção de cor para resinas compostas, verificou-se o

Page 64: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

interesse de mais da metade dos profissionais envolvidos em participar dessa

pesquisa (60% da amostra inicial). O montante de participação dos profissionais

nessa pesquisa não foi total aos 80 profissionais visitados, pois dentre as várias

visitas aos consultórios e clínicas, alguns cirurgiões-dentistas não se encontravam

no local, alguns nem mesmo aos agendamentos prévios.

Por meio dos resultados obtidos, verificou-se que mais da metade dos

participantes têm até 5 anos de formados em Odontologia, o que demonstra uma

jovialidade em atuações em procedimentos odontológicos, em especial, Dentística,

sugerindo-se que sigam linhas filosóficas de tratamento que incluem a necessidade

de um comprometimento maior às regras básicas de realização dos procedimentos

adesivos, atenção no processo de seleção de cor para resinas compostas, escolha e

qualidade dos materiais dentários utilizados. Também evidenciou-se a preocupação

dos profissionais em se atualizarem nos conhecimento odontológicos, visto que

73,91% dos participantes apresentam algum título em pós-graduação em alguma

das áreas da Odontologia.

Bowen, em 1960, introduziu a resina composta como material restaurador,

revolucionando o campo da restauração de dentes anteriores, substituindo

rapidamente os silicatos e as resinas acrílicas (Busato et al., 2004). Foram criadas

para serem utilizadas como materiais restauradores de dentes anteriores; mas, o

uso impróprio em dentes posteriores permitiu o desenvolvimento de produtos

melhores (Narciso et al., 2003). Nos resultados sobre as resinas compostas mais

utilizadas pelos profissionais que participaram da pesquisa, verificou-se que a resina

composta Charisma (Heraeus Kulzer) foi o material mais citado pelos cirurgiões-

dentistas, seguida pela Opallis (FGM), Filtek Z 250 (3M – ESPE), Filtek Z 100 (3M –

ESPE). São resinas micro-hibridas, as quais representam o maior contingente de

Page 65: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

marcas comerciais na atualidade, com grande aceitação tanto para restaurações em

dentes anteriores, como para posteriores diretas. São resinas que apresentam

melhores propriedades de refração, o que contribui para melhor compatibilidade de

cor do dente, melhor resistência mecânica e radiopacidade (Narciso et al., 2003). A

resina composta Natural Flow (DFL) obteve 47,83% de aceitação, sendo um material

caracterizado por sua baixa viscosidade e alto escoamento, sendo consideradas

resinas micro-híbridas radiopacas que geralmente apresentam flúor na sua

composição, mas apresentam baixa resistência à abrasão e alta contração de

polimerização (Narciso et al., 2003).

As primeiras resinas compostas foram classificadas como de macro partículas

ou convencionais. Como não eram passivas de um bom polimento, foram

substituídas pelas resinas compostas de microparticulas. Uma boa seleção de cor

deve considerar esses tipos de resinas compostas: micro-híbridas e micropartículas,

materiais de baixa translucidez e alta fluorescência para a dentina (com matiz/

croma saturados) e materiais de alta translucidez (pobres em matiz/ croma) e baixa

fluorescência para o esmalte (Felippe, 2003).

Dentre a(s) característica(s) e/ ou propriedade(s) que justifica(m) a escolha

das resinas compostas para as restaurações diretas, a alternativa “Apresenta boa

resistência na cavidade bucal” foi a mais citada (73,91% das respostas), o que

sugere uma atenção em relação à durabilidade e longevidade do material no meio

bucal. Com 65,28%, alguns profissionais salientaram que a “Melhor lisura e brilho

após o acabamento e polimento da restauração” têm uma importância relevante no

trabalho final que reflete uma adaptação da cor e do brilho em comparação ao dente

restaurado. As resinas micro-hibridas e de micropartículas apresentam essas

características (Narciso et al., 2003). Alguns destacaram que a “Melhor resiliência e

Page 66: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

manuseio nos instrumentais” (60,87%), são um dos critérios para a escolha da

resina composta, visto que materiais mais pegajosos como as resinas de baixa

viscosidade, pelo seu alto escoamento, dificultam o manuseio, sendo

comercializados em seringas, facilitando a inserção e adaptação. Destacam-se as

resinas micro-hibridas pela boa resiliência. O critério “melhor viscosidade” com

39,13% foi uma das características citadas em grande parte dos participantes,

considerando-se que as resinas micro-híbridas e micropartículas apresentam boa

viscosidade e as resinas “Flow” baixa viscosidade (Narciso et al., 2003). Observou-

se que 43,48% das respostas citaram a alternativa “disponibilidade nas dentais”, não

havendo uma preocupação com a qualidade e o tipo de material a ser utilizado.

A maioria dos cirurgiões-dentistas apresentam alguma dificuldade em

selecionar adequadamente a cor para resinas compostas, dentre esses, 65,22%

apresentam dificuldades em determinado caso clínico e 13,04% alguma dificuldade

independente de algum caso clínico específico. Esses dados sugerem que esse

processo de seleção da cor é um trabalho minucioso com aspecto de médio a alta

complexidade, exigindo dos profissionais conhecimentos sobre cor e suas

dimensões, propriedades ópticas como a reflexão da luz, o comprimento de ondas,

situação das superfícies dos materiais e do dente (Conceição et al., 2007; Miyashita

& Fonseca, 2004). Uma parcela de profissionais (27,74%) responderam não terem

dificuldades em selecionar a cor ideal para as restaurações diretas. Isso sugere uma

adaptação dos profissionais aos materiais selecionados, a um adequado uso dos

meios para seleção da cor e conhecimento desse processo e uma satisfação com os

resultados obtidos. Segundo Conceição et al. (2007), a cor de um dente está

relacionada às estruturas mineralizadas como o esmalte e dentina (efeitos primários)

e tecidos moles como a polpa dental e tecido gengival (efeitos secundários). Faz-se

Page 67: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

necessário que os profissionais desenvolvam uma boa capacidade em observar e

identificar os fatores que contribuem e compõem a cor do dente associando-se a um

treinamento e conhecimento da dentina e, principalmente, do esmalte, que são de

importância significativa na determinação da cor nas diferentes regiões do dente.

Quanto à utilização de escala de cor e outros meios auxiliares para a seleção

da cor de resinas compostas, a maioria dos participantes (43,5%) utilizam escala de

cor associado a um outro meio auxiliar para esse processo e outros 34,8% utilizam

somente a escala de cor. Esses dados demonstram uma cumplicidade com a

literatura científica odontológica, na qual fica evidenciada a grande utilização das

escalas, principalmente a Escala Vita Classical como referência, tanto para trabalhos

estéticos diretos, como indiretos (Miyashita & Fonseca, 2004; Lemberte et al., 2003).

Sua ampla utilização se deve à facilidade na compreensão dos seus constituintes:

matizes, cromas e valores distribuídos nas palhetas. No mercado odontológico,

existem várias escalas de cores, mas não existe nenhuma que consiga reproduzir

com facilidades as cores dos dentes naturais (Ormenese, 2006). Um grupo de

21,7% dos participantes informou que não utilizam nenhum escala de cor específica

existe no mercado. Esse número pode sugerir que parte dos profissionais não se

adaptaram as escalas de cor disponíveis, principalmente a Escala Vita Classical e

utilizam um outro meio para a seleção da cor que possa corresponder às

expectativas do profissional e paciente.

Sobre o aspecto da satisfação dos profissionais em relação às escalas

existentes no mercado, que mais de 60% dos envolvidos na pesquisa ficam

satisfeitos com a seleção da cor utilizando as escalas específicas, o que demonstra

uma certa fidelidade das escalas aos materiais restauradores, reproduzindo as cores

dos dentes e uma facilidades dos profissionais em manuseá-las. Mas isso não

Page 68: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

significa que as escalas não apresentem algumas desvantagens com, por exemplo,

as escalas não são fabricadas com o mesmo material utilizado pelo cirurgião-

dentista. Esse é um dos aspectos que dificultam a total fidelidade das escalas às

cores dos dentes naturais (Ormenese, 2006; Ramos Jr & Ortega, 2002). Um grupo

de 26,09% dos que responderam ao questionário informaram que não ficam

satisfeitos com as escalas de cor frente à cor dos dentes. Isso mostra que dentre as

várias escalas existentes, sempre há dificuldades na seleção da cor e que as

escalas apresentam vantagens e desvantagens e o profissional tem que se

familiarizar com a escala que melhor adapta e, se possível, associar algum meio

para complementar essa escolha da cor. É sabido que grande parte dos

profissionais utiliza escala e outro meio auxiliar, que apresentam dificuldades na

seleção da cor e, após trabalhos estéticos diretos realizados, apresentam-se

satisfeitos.

Diante da importância de se trabalhar em um campo operatório livre de

contaminação, é recomendado o uso do isolamento absoluto com o dique de

borracha. O “pano de fundo” é de suma importância e deve-se utilizá-lo na cor azul

ou cinza neutro (Silva & Vieira, 1996). Irá favorecer uma adequada execução dos

preparos nos dentes, uso adequado dos sistemas adesivos, melhor inserção dos

materiais restauradores, controle da umidade e contraste da cor o que facilitará na

visualização da área objetivada (Lemberte et al., 2003). Verificou-se que 52,17% dos

envolvidos selecionam a cor da resina composta analisando o dente em umidade e

antes de realizar o isolamento do mesmo. Nenhum profissional que participou da

pesquisa analisa o dente úmido após o isolamento. Evidencia-se que mais da

metade dos envolvidos acreditam que a umidade do dente ajuda no processo de

selecionar a cor correta. O dente seco se torna um dente com certo grau de

Page 69: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

desidratação, principalmente após isolamento. Com essa desidratação, os dentes

apresentam-se mais brancos e opacos, o que dificulta a correta visualização de

nuances incisais e avaliação do resultado imediato da restauração, em que a mesma

ficará mais escura até que o dente reidrate. Essa reidratação poderá levar cerca de

uma hora após a remoção do isolamento (Lemberte et al., 2003). Fica demonstrada

a importância de se analisar o dente a ser restaurado, apresentando-o com certo

grau de umidade e sempre escolher a cor ou as cores das resinas compostas antes

de realizar qualquer tipo de isolamento. Os profissionais na sua maioria explicitam

essa relevância. Os dentes devem estar devidamente limpos, sendo que o primeiro

procedimento deve consistir na realização de uma profilaxia (Gomes, 1996). A água

exerce um importante papel no resultado final da cor devido a sua influência na

reflexão da luz (Felippe, 2003), destacando-se que um grupo de 12,02% realiza a

escolha da cor após o isolamento dos dentes. Trata-se de uma discordância com a

realização da seleção da cor adequada tendo em vista a questão da desidratação do

dente que influencia na visualização correta da cor natural. Esse dado entra em

concordância com a não satisfação de alguns profissionais com a cor das

restaurações realizadas. A escolha da cor e o planejamento estético devem ser

sempre efetuados antes do isolamento absoluto (Baratieri et al., 1995; Miyashita &

Fonseca, 2004; Conceição et al., 2007).

Sobre o uso do isolamento absoluto, observou-se que 69,57% dos

participantes não realizam o isolamento absoluto nesses procedimentos e 30,43%

realizam. Esses dados elucidam que grande parte dos profissionais ainda não se

adaptaram ao uso do isolamento absoluto, que possam apresentar dificuldades na

execução do mesmo ou um despreparo para isolar. Vale salientar que o uso do

isolamento do campo operatório, sempre que possível, favorece significamente a

Page 70: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

realização adequada de trabalhos em Dentística, o que ocasionará uma harmonia

cromática (Lemberte et al., 2003).

Observou-se que 47% dos odontólogos utilizam sempre que possível o auxílio

da luz natural no processo de seleção da cor. Outros 27% apenas utilizam a luz

artificial do consultório e 26% utilizam a associação das duas iluminações (natural e

artificial). Essas informações demonstram que os profissionais sabem da

importância de uma boa iluminação no consultório para realizar trabalhos estéticos e

que a luz natural é a mais indicada e satisfatória. Segundo Busato (2002), a fonte de

iluminação no local de trabalho influência no resultado estético em Odontologia. A

luz natural apresenta todos os comprimentos de ondas visíveis, portanto, adequados

para iluminar e facilitar a acuidade visual do profissional. É importante ressaltar que

em dias nublados e 3 horas após o raiar do sol e 3 horas antes do pôr-do-sol não

são dias nem horários adequados para realizar uma escolha de cor para resinas

compostas, visto que nesses horários há presença de alguns determinados

comprimentos de ondas. Sobre a iluminação artificial, os profissionais devem estar

cientes que ela não substitui a luz natural em qualidade, visto que não apresenta

todos os comprimentos de ondas visíveis, mas devem saber que na ausência ou da

pouca iluminação natural, devem utilizar uma iluminação artificial adequada que

possa apresentar os comprimentos de ondas uniformes e uma temperatura de cor

variando entre 4500 a 5500 graus Kelvin, semelhantes à luz natural (Ormenese,

2006; Miyashita & Fonseca, 2004). A luz artificial incandescente acentua a cor

amarelo-laranja e isso influencia na escolha da cor (Mendes et al., 1998). Em

relação à técnica de seleção de cor, é mais adequado executar esse processo sob

luz natural ou sob fonte de iluminação artificial adequada, com paciente sentado

evitando incidência de luz excessiva perpendicular ao dente, o que pode induzir ao

Page 71: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

profissional à seleção de cores mais claras, devido à alta reflexão de luz (Baratieri et

al., 1995; Mondelli, 2002; Miyashita & Fonseca, 2004; Conceição et al., 2007).

Outra iluminação do consultório que pode influenciar na escolha adequada da

cor é a luz do refletor com incidência na área de trabalho. Observou-se que nenhum

dos entrevistados utilizam a luz do refletor com incidência direta sobre a área de

trabalho, mas 60,87% dos participantes utilizam a luz do refletor com incidência fora

da área de trabalho. Esses dados sugerem que os profissionais fazem o uso da luz

do refletor como meio auxiliar para melhor visualização da área de trabalho e que a

mesma pode alterar na seleção da cor correta, visto que a luz do refletor é uma

iluminação artificial, mas com qualidade superior a grande parte das iluminações dos

consultórios. Mendes et al. (1998) sugerem que o refletor odontológico deve ser

desligado minutos antes da seleção de cor para resinas compostas para evitar uma

interferência da luz halógena que acentuará a cor amarelo-laranja, como a luz

incandescente. Cerca de 30,43% dos odontólogos responderam que durante a

seleção da cor, a luz do refletor é desligada, sugerindo que os cirurgiões-dentistas

reconhecem as dificuldades de selecionar a cor diante da luz do refletor. Uma

parcela, 8,7% não opinaram sobre esse assunto, possivelmente devido a um

desconhecimento sobre o assunto ou mesmo dúvida sobre a influência das

iluminações do ambiente de trabalho nos trabalhos estéticos.

Sabe-se que o processo de seleção de cor envolve vários fatores, sendo que

as informações que o próprio paciente elucida são importantes por se tratar de

estética. A beleza é subjetiva e o belo pode ser diferente aos olhos de quem o vê.

Verificou-se que 38,10% dos entrevistados na maioria das vezes utilizam

informações que o paciente presta durante a seleção de cor. Outros 19,05% nunca

pedem auxilio ao paciente nesse momento e, 33,33% pedem auxílio na minoria das

Page 72: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

vezes, sugerindo que em determinados momentos, diante de certas dificuldades em

selecionar a cor, o profissional pede ajuda ao paciente, que é questionado sobre a

cor ou as cores selecionadas. De acordo com Baratieri et al. (1995), caso o clínico

encontre dificuldades na seleção adequada das cores, poderá executar uma

restauração de diagnóstico (mock-up ou ensaio restaurador) para auxiliá-lo e

mostrar ao paciente o provável resultado a ser obtido.

Depois de realizada a restauração estética envolvendo resinas compostas,

tem-se o trabalho finalizado. O que deve apresentar satisfatoriamente semelhança

da restauração com o restante do dente está relacionado à cor, lisura e condições

da superfície para haver reflexão da luz semelhante à reflexão na superfície do

dente natural. Baseado nesse aspecto, 73,91% se julgam satisfeitos com os

resultados finais das restaurações, o que evidencia uma correta seleção de cor.

Verificou-se anteriormente que grande parte dos profissionais utiliza as escalas de

cor e outro meio auxiliar e estão satisfeitos com as escalas no que refere-se à cor

dos dentes. Outro grupo (26,09%) não se sente satisfeito com a cor da restauração,

o que pode sugerir dificuldades na seleção da cor, escolhendo erroneamente a cor

ideal, a não utilização dos meios auxiliares de seleção de cor como as escalas de

cor, a utilização de iluminação inadequada, qualidade e tipo dos materiais envolvidos

e até mesmo despreparo do próprio profissional para esse processo.

Como a iluminação do ambiente de trabalho influência na escolha da cor,

detalhes no paciente, principalmente na face, podem contribuir para facilitar na

escolha correta da cor. A face, entre as regiões do corpo, é a que mais identifica o

ser com o mundo. A maioria dos entrevistados (52,17%) responderam que não

observam aspectos na face do paciente que possa contribuir para ajudar na seleção

de cor, sugerindo que alguns profissionais estão preocupados simplesmente com os

Page 73: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

dentes e não se atentam a fatores externos que possam facilitar ou dificultar a

escolha da cor, como por exemplo, a cor de pele. Sabe-se que pessoas de pele

escura apresentam um contraste maior com a cor dos dentes comparando com as

pessoas de pele clara. Deve-se atentar para aspectos como a presença de

manchamentos na pele, teor de hidratação ou desidratação da mesma. O restante

(47,83%) observa algum detalhe na face do paciente que possa contribuir nesse

processo e que possam ser considerados profissionais atentos a qualquer fator que

possa gerar certo grau de contraste com a cor dos dentes. Deve-se também

considerar a idade do paciente, o que irá restringir as opções de matizes, pois em

geral pessoas jovens têm dentes mais claros. Entretanto, isto não é regra geral

(Silva & Vieira, 1996).

Pode-se observar que todos os entrevistados ficam satisfeitos com as

restaurações realizadas no que se refere à cor selecionada. Esse dado sugere que

os profissionais estão preocupados em realizar trabalhos estéticos de qualidade e

isso significa envolvimento de princípios adequados para selecionar a cor, realização

dos protocolos de procedimentos, melhoria dos materiais restauradores desde que

respeitadas as suas limitações, principalmente com relação à seleção do caso e a

sensibilidade da técnica.

Outro fator que pode influenciar na escolha da cor diz respeito ao próprio

profissional, principalmente após horas de muito trabalho, prejudicando a acuidade

visual, o que determina a “vista cansada”. Ficou evidenciado que 69,57% dos

odontólogos não utilizam nenhum método auxiliar para seleção de cor, o que sugere

que esses profissionais continuam da mesma forma selecionando a cor, seja por

meio de escalas e outros meios convencionais de seleção. O restante (30,43%),

devido à alteração na acuidade visual, adotam algum método auxiliar para

Page 74: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

selecionar a cor. Pode ser polimerização de uma pequena porção no dente. Sabe-se

que quando se observa por um determinado espaço de tempo a mesma cor, ocorre

uma acomodação visual e isso prejudica na escolha correta da cor, recomendando-

se olhar para um fundo neutro (cor azul ou cinza) por alguns segundos para

melhorar a acuidade visual (Gomes, 1996).

A maioria dos entrevistados (69,56%) utiliza como meio auxiliar a

polimerização de uma pequena porção de resina composta no dente para facilitar a

escolha da cor. É um meio adequado e mais fiel, pois se analisa a resina composta

pós-polimerização, o que leva a uma alteração da cor inicial da resina, havendo,

geralmente, um leve escurecimento da mesma. Após ter sido feita a identificação da

cor da resina composta a ser utilizada, aplica-se um pouco de resina composta

escolhida sobre a superfície dental e faz-se a fotoativação, mas sem a utilização de

condicionamento ácido nem sistema adesivo (Mondelli, 2002). Por isso que muitos

profissionais ficaram satisfeitos com os resultados estéticos finais no que diz

respeito à cor. O restante (30,44%) não utilizam esse meio auxiliar, podendo sugerir

um despreparo do profissional, falta de interesse ou até mesmo desconhecimento da

técnica.

De uma maneira geral, esse estudo apresentou alguns aspectos positivos

quanto aos procedimentos restauradores com resina composta, verificando-se que

os trabalhos estéticos diretos envolvendo resinas compostas conseguem atingir os

objetivos de satisfação dos profissionais com os trabalhos realizados; observou-se a

importância de uma adequada seleção de cor envolvendo uso de escala de cor e

algum meio auxiliar, de uma boa iluminação no ambiente de trabalho com luz natural

e auxílio do paciente na seleção da cor. Contudo, observou-se que a maioria dos

profissionais ainda apresenta dificuldades na seleção adequada da cor, visto a

Page 75: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

insatisfação de alguns em relação à qualidade das escalas de cor, aos materiais

existentes no mercado e o uso de iluminação artificial no consultório exclusivamente,

bem como o não uso do isolamento absoluto na grande maioria dos trabalhos

estéticos diretos.

Page 76: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

7. CONCLUSÃO

Esse trabalho realizado através de um levantamento de informações sobre os

critérios que os cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína, Tocantins, utilizam na

seleção de cor para resinas compostas, veio mostrar que grande parte dos

profissionais envolvidos na pesquisa realiza trabalhos estéticos com vários tipos de

resinas compostas, apresentando resultados satisfatórios no que diz respeito à cor

selecionada, as restaurações realizadas em comparação com o dente e a cor e o

trabalho estético final. A maioria dos profissionais apresenta dificuldades no

processo de seleção de cor para as resinas compostas, utilizando-se de escalas de

cor e outro meio auxiliar. Reconhecem a importância de uma boa iluminação no

ambiente de trabalho e que a mesma influência na seleção correta da cor. Os

profissionais sentem-se satisfeitos com os resultados estéticos diretos realizados.

Isso pode demonstrar que os cirurgiões-dentistas estão cada vez mais preocupados

em aprimorarem seus conhecimentos, a qualidade dos materiais restauradores

envolvidos e levar a construção de um sorriso agradável, que almeja harmonia facial

e cromática.

Page 77: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

ABSTRACT

The search for the ideal beauty has increased in recent years, starting

development of the Esthetic Dentistry. In the current times, where it is observed a

demand for dental procedures of high biological and functional complexity, the

aesthetic component of the reconstructed smiles became a great requirement on the

part of the dentist and for the patient. The color selection is a complex work that

involves subjective and objective variables. This work had as objective to evaluate

the main criteria that the dentists of the city of Araguaína-TO adopt in the process of

color selection for resin composite direct restorations. A questionnaire composed of

20 objective and subjective questions referring to the criteria used for the color

selection to a group of 80 surgeon-dentists was applied. The participants had been

visited in its offices and clinics and inviteted to participate after approval of the

content of the research. From the 48 answered questionnaires, 60.87% had cited the

resin composite Charisma (Heraeus Kulzer) as the most used material; 73.91%

choose the resin composite due its higher resistance; 78.26% presented difficulties in

the color selection of resin composites; the color scale was the mosr used tool to

help dentists during color selection (77.13%); 47% use the natural illumination

whenever color selection; 38.10% ask for the patient help during color selection;

52.17% observe some detail in the face of the patient who may facilitate the choice of

the color and 100% are satisfied with the color achieved with final restorations. The

majority of the involved professionals is satisfied with the carried through aesthetic

procedures, using scale of color and giving importance to a good illumination in the

work environment.

Unitermos: Election of color, Aesthetic, Composed Resins

Page 78: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

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Page 81: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

ANEXO 1

Parecer de aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa

Page 82: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

ANEXO 2

FACULDADE DE ODONTOLOGIA SÃO LEOPOLDO MANDIC

Centro de Pesquisas Odontológicas Curso de Especialização em Dentística e Estética

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estou estudando a respeito do processo de seleção de cores de resinas compostas, com o trabalho intitulado “Critérios utilizados por cirurgiões-dentistas da cidade de Araguaína-TO no processo de seleção de cores de Resinas Compostas”. Desejo com isso, ampliar meus conhecimentos em relação a esse assunto e fornecer maiores informações aos cirurgiões-dentistas sobre as principais características do referido processo de seleção adequada das cores, técnicas de seleção utilizadas, qualidade das escalas de cores, principais resinas compostas utilizadas e satisfação dos profissionais frente ao trabalho restaurador adesivo direto e estético.

Para que este trabalho possa ser realizado, necessito aplicar um questionário sobre o modo de seleção de cores para restaurações estéticas.

Este documento faz parte da documentação exigida pela legislação brasileira para a realização de uma pesquisa. A participação não é obrigatória.

Terminada a pesquisa, os resultados que são de minha inteira responsabilidade, estarão a sua disposição. Também estou à disposição para esclarecer qualquer dúvida sobre este trabalho, se necessário entre em contato comigo pelo telefone (0xx63) 9224 2547.

Fico desde já agradecido pela sua colaboração. Atenciosamente.

CD. André Henrique RibeiroCRO-TO: 936

Declaro que concordo em participar da pesquisa do CD. André Henrique Ribeiro, por livre e espontânea vontade, sem qualquer despesa da minha parte e sem qualquer tipo de pagamento por esta participação.Autorizo o uso de quaisquer informações por mim cedidas, para fins de produção de pesquisa, podendo os dados ser processados através de pesquisas e divulgados em eventos científicos, artigos científicos, produção de livros, rádio e TV, bem como por meio de veiculação virtual.

NOME________________________________________ RG_____________________

Assinatura ___________________________________________________

Araguaína, ____ de _______________ de 2008.

Page 83: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

ANEXO 3

QUESTIONÁRIO

01 – Nome do entrevistado:___________________________________________________________________

Data de Nascimento: _____/ ______/_______Local de Nascimento:__________________________________________________Profissões que exerceu e/ou exerce: ___________________________________________________________________

02 – Há quanto tempo exerce a profissão de Cirurgião-Dentista?

( ) Menos de 12 meses;( ) De 01 a 05 anos;( ) De 06 a 10 anos;( ) De 11 a 20 anos;( ) Mais de 21 anos.

03 – Possui algum título de pós-graduação?

( ) Sim. ( ) Não. Se sim, qual (is):______________________________________________________________________________________________________________________________________

04 – Realiza procedimentos em Dentística como restaurações adesivas diretas com a utilização de compósitos (resinas compostas)?

( ) Sim. ( ) Não.

05 – Qual (is) resina (s) composta (s) que o (a) Sr. (a) utiliza para a confecção de restaurações adesivas diretas?

Page 84: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

( ) Charisma (Heraeus Kulzer); ( ) Filtek Supreme (3M – ESPE);( ) Filtek Z 100 (3M – ESPE);( ) Filtek Z 250 (3M - ESPE);( ) Esthet X (Dentsply);( ) Fill Magic (Vigodent);( ) TPH (Dentsply);( ) Opallis (FGM);

( ) 4 Seasons (Ivoclar Vivadent);( ) Tetric Ceram (Ivoclar Vivadent);( ) Herculite (Kerr Dental);( ) Durafill VS (Heraeus Kulzer);( ) Natural Flow (DFL);( ) ICE (SDI).

Outra (s). Qual(is):

Page 85: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

___________________________________________________________________

06 – Qual (is) a(s) principal (is) característica(s) e /ou propriedade(s) que esse(s) compósito(s) apresenta(m) para justificar a escolha?

( ) Melhor viscosidade;( ) Melhor facilidade de seleção de cor;( ) Melhor resiliência e manuseio nos instrumentais;( ) Melhor lisura e brilho após o acabamento e polimento da restauração;( ) Facilidade pela disponibilidade nas “dentais”;( ) Apresenta boa resistência na cavidade bucal;( ) Custo relativamente baixo;

Outra (as): ______________________________________________________________________________________________________________________________________

07 – Para a execução dos procedimentos em Dentística utilizando resinas compostas, é freqüente o uso de isolamento absoluto?

( ) Sim ( ) Não.Se não, porque?______________________________________________________________________________________________________________________________________

08 - Apresenta alguma(s) dificuldade(s) durante o processo de seleção da cor da(s) resina (s) composta (s) para a confecção das restaurações adesivas diretas?

( ) Sim. ( ) Não. ( ) Depende do caso clínico. Qual(is):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

09 – Para a seleção adequada da cor da resina composta, utiliza:

( ) Apenas escala de cor. Qual (is): ___________________________________________________________________

( ) Escala de cor e outro meio auxiliar. Qual:___________________________________________________________________

( ) Não utiliza escala de cor. Por quê? ___________________________________________________________________

( ) Outro meio auxiliar apenas. Qual: ___________________________________________________________________

10 – As “escalas” para seleção adequada da cor das resinas compostas, existentes no mercado, auxiliam o profissional nesse minucioso processo para a escolha das cores?

Page 86: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

( ) Sim. ( ) Não. Se não, por quê? ___________________________________________________________________

11 – Para a seleção da cor das resinas compostas, como o (a) Sr.(a) procede em relação ao dente a ser analisado?

( ) Dente úmido e antes do isolamento:( ) Dente úmido e após o isolamento;( ) Dente seco e antes do isolamento;( ) Dente seco e após o isolamento;( ) Primeiramente, o dente úmido e depois o dente seco e antes do

isolamento;( ) Primeiramente, o dente úmido e depois o dente seco e após o

isolamento;( ) Primeiramente, o dente seco e depois o dente úmido e antes do

isolamento;( ) Primeiramente, o dente seco e depois o dente úmido e após o

isolamento;( ) Analise do dente sem me preocupar com o isolamento;( ) Não analiso o dente.

12 – Para a seleção da cor das resinas compostas, como o (a) Sr.(a) procede em relação à luz ambiente do consultório?

( ) Auxílio da luz natural sempre que possível;( ) Auxílio da luz artificial apenas;

Qual? ( ) Incandescente ( ) Fluorescente ( ) Ambas.( ) Associação das duas iluminações;( ) Não me preocupo com a luz ambiente.

13 – Durante a realização de uma restauração utilizando resinas compostas, ao que se refere à luz do refletor, como o (a) Sr.(a) procede?

( ) Luz do refletor ligada com incidência direta sobre a área de trabalho;( ) Luz do refletor ligada com incidência fora da área de trabalho;( ) Desligo a luz do refletor.

14 – O (a) Sr.(a) pede auxílio ao paciente no processo de selecionar a cor do compósito?

( ) Sempre;( ) Na maioria das vezes;( ) Na minoria das vezes;( ) Nunca.

15 – Em sua opinião, as matizes (cores) das resinas compostas satisfazem as suas necessidades ao que se refere à qualidade da restauração em relação à cor dos dentes?

Page 87: mongrafia - Seleção de Cor para Resina Composta

( ) Sim ( ) Não.Se não, por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________________

16 – Durante a confecção de uma restauração extensa em uma pessoa adulta, por exemplo: uma restauração em classe IV, em um incisivo central superior permanente, o (a) Sr. (a) utiliza:

( ) Um único tipo de compósito de matiz (cor) única;( ) Um único tipo de compósito com matizes (cores) diferentes;( ) Compósitos diferentes e matizes iguais;( ) Compósitos diferentes e matizes diferentes;( ) Compósitos iguais e matizes iguais;( ) Compósitos iguais e matizes diferentes.

17 – Para iniciar o processo de seleção da cor da (s) resina (s) composta (s) a ser (em) utilizado(s), observa algum (ns) detalhe (s) na face do paciente que possam ajudar ou comprometer a escolha correta da cor?

( ) Sim ( ) Não. Se sim, qual (is): ______________________________________________________________________________________________________________________________________

18- O (a) Sr.(a) como profissional odontológico, fica satisfeito com as restaurações realizadas no que se refere à cor:

( ) Sempre;( ) Na maioria das vezes;( ) Na minoria das vezes;( ) Nunca.

19 – O (a) Sr.(a) quando apresenta a “vista cansada” depois de um dia de muito trabalho, utiliza algum método auxiliar na escolha da cor da resina composta?

( ) Sim ( ) Não.Se sim, qual (is):___________________________________________________________________

20 – Durante a escolha da (s) cor (es) da (s) resina (s) composta (s), costuma polimerizar uma pequena porção de resina referente às cores escolhidas como meio auxiliar nesse processo de seleção da cor?

( ) Sim ( ) Não.