momento histórico da terceira geração modernista brasileira

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MOMENTO HISTÓRICO DA TERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTA BRASILEIRA

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Page 1: Momento histórico da terceira geração modernista brasileira

MOMENTO HISTÓRICO DA

TERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTA

BRASILEIRA

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Considera-se 1945, ano da deposição de Getúlio Vargas, o início de um novo período político-social em nosso país. Trata-se de um era de “democratização”, que se estende até 1964, quando ocorre o Golpe Militar. 

Nesses quase vinte anos, os fatos históricos que se sucedem fazem parte de nossa memória nacional mais recente: o fim do Estado Novo (1945), o afastamento temporário de Getúlio da vida política (1945–1950), seu retorno (1951–1954), a presidência de Juscelino Kubitschek (1956-1961), a fundação de Brasília, nova capital do país (1960), as presidências de Jânio Quadros (1961) e de João Goulart (1961–março de 1964).

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Nesse contexto, renova-se o gosto pela arte regional e popular, cujo potencial revolucionário torna-se objeto de grande atenção. Em contrapartida, as camadas conservadoras reagem sistematicamente contra as manifestações políticas nacionais-populistas.No cenário internacional do pós-guerra, a Guerra Fria e a ameaça atômica predominam a partir de 1945, dividindo o mundo em sistemas que mutuamente se hostilizam.

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Nessa oscilação entre enfatizar o nacional e reprimi-lo, entre resgatar o passado e descobrir o futuro, entre a consideração eminentemente política da necessidade de testemunhar o momento político presente e uma aura quase mítica de entusiasmo generalizado pela mídia e pela máquina – dois fetiches ligados à explosão industrial dos anos 60 tanto na Europa quanto nos Estados Unidos -, nasce o que alguns chamam de “fim do Modernismo” e, outros, de “Neo-Modernismo”.Trata-se da geração de 45, que passaremos a conhecer.

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FATOS HISTÓRICO

Fim do Estado Novo (1945). Retorno de Getúlio Vargas à presidência (1951-1954). Mandato de Juscelino Kubitschek (1956-1961). Fundação de Brasília, nova capital política do país (1960). Jânio Quadros na presidência (1961). João Goulart na presidência (1961-março de 1964). Ditadura Militar (1964-1978). Redemocratização (de 1979 até nossos dias).

1945-1963: período democrático.

Predominância de modelos políticos populistas. O nacionalismo como bandeira esquerdizante. Nacional –desenvolvimento X reação de classes conservadoras. Interesse pela cultura popular X cosmopolitismo.

1964-1978: Ditadura militar.

Fim das liberdades democráticas. Novo modelo econômico: o “milagre brasileiro” (o Estado, as multinacionais e o capital nacional).

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CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS DA TERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTA BRASILEIRA 

Do ponto de vista literário, esta geração representa um retrocesso em relação às conquistas de 22: ela propõe uma volta ao passado, com a revalorização da rima, da métrica, do vocabulário erudito e das referências mitológicas.A geração de 45 é, nesse sentido, passadista, acadêmica, inexpressiva em termos de grandes autores e grandes obras, mesmo abordando temas contemporâneos. Por outro lado, coube a ela introduzir, muito positivamente, uma nova cultura internacional nas letras brasileiras.

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Principais características da terceira geração modernista brasileira, a geração de 45

Retrocesso em relação às conquistas de 22. Volta ao passado: revalorização da rima, da métrica, do vocabulário erudito e das referências mitológicas. Passadismo, academicismo. Introdução de uma nova cultura internacional nas letras brasileiras. Os grandes criadores de 45, que retomam e fecundam as experiências desenvolvidas no país Prosa João Guimarães Rosa e Clarice Lispector. Poesia: João Cabral de Melo Neto. Literatura: constante pesquisa da linguagem + senso do compromisso entre arte e realidade, engajamento. Síntese de ambas as gerações: experimentalismo + maturidade artística; nacionalismo + universalismo. Guimarães Rosa: narrativas mitopoéticas, que resgatam a sutileza do elo entre a fala e o texto literário. Clarice Lispector: romances e contos introspectivos, que dialogam com as fronteiras do indizível. João Cabral: poesia que associa compromisso social e precisão arquitetônica, substantiva.

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PRINCIPAIS AUTORES E SUAS OBRAS

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JOÃO CABRAL DE MELO NETO

(1920-1999)

João Cabral de Melo Neto (1920-1999)Nasceu em 1920, no Recife, PE. Passou a infância e parti da juventude no ambiente dos engenhos do nordeste. Após a estréia com seu livro de poemas Pedro do Sono,em 1942, mudou-se para o rio de janeiro. Ingressou na carreira diplomática, tendo servido em Barcelona, Londres, Servilha, Genebra e várias outras cidades européias, na America Latina e África. Aposentando-se, foi morar no Rio de Janeiro, onde faleceu em 1991.

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Autor de vasta obra poética, João Cabral já se afirma a partir de seu segundo livro O Engenheiro (1945) e da trilogia Psicologia da Composição, Fabula de Anfion e Antiode. Suas poesias apresentam diversas facetas e características.•Preocupação explicita com os aspectos formais da construção do poema.•O interesse pela questão social.•A metalingüística- função da linguagem que utiliza código- usa a poesia para falar da poesia.

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CLARICE LISPECTOR

Ucrânia de nascimento veio pequena para o Brasil, tendo o passado a infância em Sergipe.Em 1937, órfã de mãe, a família muda-se para o RJ. Quando cursava direito, escreveu e publicou seu primeiro romance: Perto do Coração, Selvagem (1944), com o qual ganhou o premio Graça Aranha. Morreu no Rio de Janeiro, vitima por câncer generalizado.

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Romancista e contista, e autora de obra razoavelmente extensa da qual, entre outros, citamos os romances A maca no escuro, A Hora da Estrela.Características marcantes:•Suas obras e densamente introspectiva.•Linguagem simples.•Ocorrência da “epifania”, ou seja, a personagem em dado momento de sua vida.•Atemporalidade, não se preocupa com a unidade de começo, meio e fim.

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JOÃO GUIMARÃES ROSA (1908-1967)

Nasceu em Cordisburgo,MG. Formando-se em medicina, em Belo Horizonte, vai exercer a profissão no interior mineiro e na revolução Constitucionalista de 32, engrena voluntariamente, como medico na Forca Publica.Em 1934, presta concursa no Itamarati e entra para a carreira diplomática, desempenhando missões na Alemanha, Colômbia e frança (1938-1951). Eleito em 63 para a academia Brasileira de letra, foi adiando a posse, pois receava que a emoção lhe pudesse ser fatal, só tomou a posse em 16 de novembro de 1967. Três dias depois morria, vitima de infarto.

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Como contista, e autor de Iagarena (1946), Corpo de baile (1956).Como romancista escreveu grande sertão: Veredas (1956).Suas narrativas brotam do universo sertanejo, que o escritor recria pela forca de sua função e linguagem.