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100 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO ALUNO MOMENTO 1 Estamos no último bimestre, de seu último ano na Educação Básica. Remonte sua trajetória até aqui, por meio de um breve retrospecto de sua jornada na Sociologia. Reflita sobre o que você era antes de conhecer melhor esse componente curricular. Como o desenvolvimento da habilida- de de desnaturalização do olhar contribuiu para que você se tornasse mais crítico acerca de ques- tões objetivas e subjetivas? Como você representaria isso? Pode ser por meio de uma imagem, um parágrafo, um vídeo, uma escultura, uma música, uma poesia, entre outras expressões. Manfredsteger, Pixabay https://pixabay.com/ images/id-3947911/ (acesso: 31/05/21019) Essa é a primeira atividade da etapa final. Ela inaugurará um portfólio que você deve alimentar ao longo das aulas até sua finalização no encerramento do bimestre, quando na última aula, você o compartilhará com os colegas e professor. Agora preste atenção na pergunta que o professor es- creveu na lousa: “o que é não cidadania?”. Ela serve bem ao propósito da reflexão acima proposta. Afinal, de certo que você é um cidadão mais consciente hoje do que era antes das aulas de Sociologia. De acordo com a orientação do professor, dê sua res- posta e faça considerações em relação às respostas de seus colegas. Vocês devem promover uma discussão na busca de definição para a expressão não cidadania. É certo que isso gerará um pequeno debate, mediado pelo professor. Use as linhas abaixo para anotar as suas contribuições e a dos colegas e a definição a qual chegaram em conjunto. Uma vez pronta, combine com seus colegas um design que chame atenção para a defini- ção e fixem-na em uma das paredes da sala, para que ela esteja sob o olhar sociológico da tur- ma. Na medida em que avançarmos nos conteúdos do bimestre, desenvolvendo as habilidades a eles relacionadas, você e seus colegas precisam também refletir sobre a definição previamente constituída. Não desperdice nenhum insight. Anote tudo o que pensar sobre a definição em um espaço reservado especialmente para isso, porque, ao final do bimestre, a retomaremos para corroborá-la, ou adequá-la, ou refutá-la.

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Page 1: MOMENTO 1 · 2020. 11. 24. · 100 MOMENTO 1 Estamos no último bimestre, de seu último ano na Educação Básica. Remonte sua trajetória até aqui, por meio de um breve retrospecto

100 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO ALUNO

MOMENTO 1Estamos no último bimestre, de seu último ano na Educação Básica. Remonte sua trajetória

até aqui, por meio de um breve retrospecto de sua jornada na Sociologia. Reflita sobre o que você era antes de conhecer melhor esse componente curricular. Como o desenvolvimento da habilida-de de desnaturalização do olhar contribuiu para que você se tornasse mais crítico acerca de ques-tões objetivas e subjetivas? Como você representaria isso? Pode ser por meio de uma imagem, um parágrafo, um vídeo, uma escultura, uma música, uma poesia, entre outras expressões.

Manfredsteger, Pixabay https://pixabay.com/images/id-3947911/ (acesso: 31/05/21019)

Essa é a primeira atividade da etapa final. Ela inaugurará um portfólio que você deve alimentar ao longo das aulas até sua finalização no encerramento do bimestre, quando na última aula, você o compartilhará com os colegas e professor.

Agora preste atenção na pergunta que o professor es-creveu na lousa: “o que é não cidadania?”. Ela serve bem ao propósito da reflexão acima proposta. Afinal, de certo que você é um cidadão mais consciente hoje do que era antes das aulas de Sociologia.

De acordo com a orientação do professor, dê sua res-posta e faça considerações em relação às respostas de seus colegas. Vocês devem promover uma discussão na busca de

definição para a expressão não cidadania. É certo que isso gerará um pequeno debate, mediado pelo professor.

Use as linhas abaixo para anotar as suas contribuições e a dos colegas e a definição a qual chegaram em conjunto.

Uma vez pronta, combine com seus colegas um design que chame atenção para a defini-ção e fixem-na em uma das paredes da sala, para que ela esteja sob o olhar sociológico da tur-ma. Na medida em que avançarmos nos conteúdos do bimestre, desenvolvendo as habilidades a eles relacionadas, você e seus colegas precisam também refletir sobre a definição previamente constituída. Não desperdice nenhum insight. Anote tudo o que pensar sobre a definição em um espaço reservado especialmente para isso, porque, ao final do bimestre, a retomaremos para corroborá-la, ou adequá-la, ou refutá-la.

Page 2: MOMENTO 1 · 2020. 11. 24. · 100 MOMENTO 1 Estamos no último bimestre, de seu último ano na Educação Básica. Remonte sua trajetória até aqui, por meio de um breve retrospecto

SOCIOLOGIA 101

Anote a definição em seu portfólio. Nele, procure conectar os objetos oriundos dos estu-dos, atividades e congêneres, de forma a evidenciar suas interconexões. Mesmo eles sendo de naturezas diferentes, como um texto ou uma fotografia.

MOMENTO 2

Um importante elemento para sustentação da cidadania é a legislação, porque é por inter-médio de leis que muitos direitos são garantidos. Da mesma forma que, por meio destas, sur-gem deveres a serem cumpridos.

Levantemos a questão: a lei é para quem? Formalmente, todos estão sob a égide da legis-lação. Porém, historicamente, o Brasil traz um legado de impunidade para as elites. Contudo, não podemos deixar de ressaltar fatos recentes, que evidenciam a ampliação dos rigores da lei a até essa camada da população.

Olhando para a outra ponta, há um grupo que também não é atingido pelas leis. Qual seja, aqueles que não existem perante à legislação porque não possuem registro civil. Por não possuírem documentos oficiais, essas pessoas não podem acessar diversos equipamentos públicos e privados. Isso as mantêm à margem dos direitos e deveres em um movimento circularmente vicioso.

A situação de não cidadania não gera violência somente no que diz respeito a um delito ou à suspeita de um delito, mas também contribui para a reprodução da violência, a partir do momento em que as pessoas nessa situação não têm o acesso aos recursos básicos para a sobrevivência e o bem-estar ga-rantidos pelo Estado. As formas de violência são muito mais sutis e têm suas origens no modo como os diferentes grupos sociais interagem e atribuem uns aos outros categorias mutuamente excludentes de “cidadãos” e “não cidadãos”.

Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

Observe que, graficamente, essa é uma representação daqueles que estão acima da lei, abaixo dela e contingenciados por ela.

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Não é estranho que a linha que separa aque-les que se consideram acima da lei é intermi-tente? Diferentemente da linha que separa aqueles que não são enxergados pela lei, que é continua.

Discuta essa peculiaridade com seus co-legas. Qual a explicação para esse detalhe? Além disso, reproduzam esse gráfico em uma cartolina ou outro material que considerarem mais adequado, e fixem ao lado da definição de “não cidadania”.

Lembre-se, esse gráfico e as conclusões às quais você chegou após a discussão com seus colegas, devem ir para seu portfólio tam-bém.

MOMENTO 3

Você já estranhou condições degradantes em que muitas pessoas se encontram e as vio-lências que sofrem por serem o que são e estarem onde estão? Diariamente são noticiadas situ-ações que exemplificam isso claramente. Certo é que, muitas denúncias deixam de ser registra-das ou  noticiadas. O que implica em compreender que as estatísticas  relatam um universo aproximado.

Analise essas situações, aqui expressas por manchetes baseadas em casos divulgados nos meios de comunicação:

• Motorista atropela ciclista que estava à sua frente no trânsito1.

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1 https://bicycling.com.br/ciclista-e-atropelado-tem-bike-arrastada-e-sofre-agressao-verbal-em-sp/ (Acesso: 13/09/2019.)

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SOCIOLOGIA 103

• Estatística demonstra que se mata muitíssimo mais pessoas negras do que pessoas brancas.2

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• Empresário condenado por trabalho escravo entende que empregada que pleiteia paga-mento é oportunista3.

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Ainda que a manchete por si só compreenda uma gama de questões, a leitura das notícias pode contribuir com a reunião de elementos para a desnaturalização do olhar. O cerne da ativi-dade é a discussão sobre por que algumas pessoas entenderem que outras, de acordo com suas condições, se tornam objetos dos quais podem dispor, independentemente de suas necessida-des, sentimentos e anseios.

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2 https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,taxa-de-homicidios-de-negros-e-mais-do-que-o-dobro-da-de--brancos-no-pais,70002337809 (Acesso: 13/09/2019.)

3 https://reporterbrasil.org.br/2018/05/condenado-por-trafico-de-pessoas-empresario-chamou-de-oportunista-fili-pina-vitima-de-trabalho-escravo/ (Acesso: 27/05/2019)

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104 SÃO PAULO FAZ ESCOLA – CADERNO DO ALUNO

Nessa reflexão, também precisam ser inseridas as pessoas que não compreendem os se-melhantes como objetos, mas acabam desconsiderando-os, ao não serem capazes de enxergá--los como seres humanos, porém, apenas como um entrave no seu dia a dia. Como, por exem-plo, os carroceiros, que atrapalham seu deslocamento no trânsito.

Anote suas reflexões abaixo, que devem abarcar as duas situações, a de quem foi coisifica-do e a daquele que coisificou. A seguir, sintetize-as em linguagem que achar eficiente para transmitir a ideia (charge, poema, fotografia, excerto do texto aqui anotado etc.), de forma que ela possa ser adicionada ao seu portfólio.