moluscos marinhos - atlas das ilhas selvagens

312

Upload: monica-albuquerque

Post on 25-Mar-2016

256 views

Category:

Documents


12 download

DESCRIPTION

Nos meses de Julho e Agosto de 1994, o Museu Municipal do Funchal – História Natural e o Instituto Português de Malacologia levaram a cabo uma expedição à Reserva Natural das Ilhas Selvagens, intitulada - Expedição Selvagens 94. Esta expedição fez parte de um estudo científico alargado, cujo objectivo visou o aprofundamento do conhecimento da fauna de moluscos das ilhas pertencentes à Região Autónoma da Madeira (Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens).

TRANSCRIPT

  • IDEIA ORIGINALDireco Regional do AmbienteSUPERVISO E ACOMPANHAMENTODO PROJECTOBernardo Favila FariaDinarte TeixeiraVirglio Gomes

    AUTORIAMnica AlbuquerqueJos Pedro BorgesGonalo CaladoFOTOGRAFIAMiguel NbregaNlio FreitasPaulo SantosJos Pedro BorgesManuel MalaquiasMnica Albuquerque

    CRIAO, PROJECTO GRFICOE CONCEPOOpen Media Atlantic Lda.Rua Dr. Antnio Jos de Almeida 17, 6. andar9000-062 FunchalTel. +351 291 281 182 COORDENAO GERALDO PROJECTO E PRODUOPaulo Santos PROJECTO GRFICOE PAGINAORoberto Ramos IMPRESSO E ACABAMENTOSPrinter PortuguesaEDIODireco Regional do Ambiente

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    4

    DEPSITO LEGAL ISBN 1. Edio Maro 2009290 861 / 09 978-989-95790-2-6 Tiragem: 1.000 exemplares

    CITAOAlbuquerque, M; Borges, JP; Calado G; 2009; Moluscos Marinhos - Atlas das Ilhas Selvagens;

    Direco Regional do Ambiente: Funchal, Portugal. 309 pp.

  • 5MNICA ALBuquERquE JOS PEDRO BORGES GONALO CALADO

  • MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    6

    Prefcio

    Desde cedo que os madeirenses se habituaram aconviver com a Natureza e a respeit-la. A paisagem, osrecursos naturais e a extraordinria biodiversidade dosecossistemas naturais do Arquiplago da Madeira foramsempre motivo de orgulho para as suas gentes e alvo deproteco e conservao por parte do GovernoRegional da Madeira.

    A importncia basilar da biodiversidade madeirenseno sustentculo e manuteno dos seus sistemas erecursos naturais assume um papel estratgico nodesenvolvimento regional. com base nessa premissaque o Governo Regional da Madeira tem dadocontinuidade s suas polticas de investimento naproteco e conservao da biodiversidade, bem comona promoo do conhecimento cientco.

    A Regio assumiu um papel pioneiro a nvel nacionalno que concerne conservao e preservao do seuPatrimnio Natural. A criao do Parque Natural da

    Madeira e das reservas naturais, aliada designao dosstios da Rede Natura 2000 permitiram a aplicao demedidas de conservao e de monitorizao in situ.

    O excepcional trabalho desenvolvido em prol daconservao do Patrimnio Natural da Madeira tem sidoalvo de reconhecimento e distino quer a nvel europeu,quer a nvel mundial, como atestam os galardesatribudos s Ilhas Selvagens e Floresta Laurissilva daMadeira.

    O facto de o Arquiplago da Madeira ser parteintegrante da regio macaronsica, uma das reas demaior biodiversidade a nvel mundial, e o reconhecimentode que a implementao de estratgias de preservaoe gesto do patrimnio natural constituem matria deinteresse comum aos arquiplagos maraconsicos,incentivaram delineao de um plano tripartido entreos arquiplagos da Madeira, Aores e Canrias. Esteassumir de vontades e responsabilidades culminou no

  • 7desenvolvimento de um vasto conjunto de projectostransnacionais ao abrigo do Programa de IniciativaComunitria INTERREG III B (Aores-Madeira-Canrias).

    A estreita colaborao entre as Regies Autnomaspermitiu o desenvolvimento de infra-estruturastecnolgicas de apoio conservao, bem como adenio e execuo de planos e medidas de gesto,conservao, valorizao e recuperao do PatrimnioNatural.

    Outro dos resultados mais relevantes foi a elaboraode publicaes de inegvel valor cientco, quepermitiram a inventariao de espcies e habitats,avaliao do seu estado de conservao, contribuindo deforma determinante para o aumento do conhecimentocientco da biodiversidade madeirense.

    neste mbito que surge o presente trabalho, aoabrigo do Projecto BIONATuRA. Este parte integrante

    de uma coleco que pretende dar a conhecer ariqussima malacofauna madeirense, geralmentedesconhecida da maioria dos madeirenses, mas queocupa um papel de grande relevncia a nvel mundial. Oseu rigor e actualidade cientca, acompanhado de umaimagem grca atractiva e de referncias iconogrcasnicas, fazem desta publicao mais um contributo paravalorizao do nosso Patrimnio Natural.

    Por m, de inteira justia agradecer a todos quantoscontriburam para o aumento de conhecimento cientcona Madeira, em especial aos autores do livro que agorase edita, cujos trabalhos permitiram a conservao deum riqussimo patrimnio natural que, ao ser de todos,constitui um dos melhores legados que poderemosdeixar s geraes vindouras.

    JOO JOS SALES FERNANDES CORREIADirector Regional do Ambiente

  • MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    8

  • 9O mar continua a ser a ltima fronteira doconhecimento do nosso planeta, considerado at hbem pouco tempo, mais misterioso e desconhecido queo prprio espao.

    A evoluo tecnolgica das ltimas dcadas permitiuo acesso muito recente do Homem ao fundo do mar,desde as reas costeiras at s fossas abissais maisprofundas, desvendando segredos h muitodesconhecidos. Abriu-se, assim, as portas a um aumentoexponencial do conhecimento sobre o meio marinhoque necessrio assimilar, apoiar e estimular, sem o qualno ser possvel aplicar um novo e urgente modelo dedesenvolvimento socioeconmico para o mar, baseadona gesto sustentvel dos recursos naturais.

    A elaborao e publicao deste trabalho tem porisso uma importncia estratgica para o conhecimentoe divulgao do nosso patrimnio natural, tratando-sede um atlas sobre um grupo taxonmico pouco

    conhecido da fauna marinha das Ilhas Selvagens, primeirarea protegida da Regio Autnoma da Madeira criadaem 1971, da qual faz parte a primeira reserva marinhado pas. A Reserva Natural das Ilhas Selvagens aindaa nica rea protegida portuguesa distinguida com oDiploma Europeu atribudo pelo Conselho da Europaem 1992, renovado mais recentemente em 2007.

    com muito gosto e na qualidade de gestor doprojecto INTERREG III B BIONATuRA na Madeira,que quero aqui agradecer e felicitar os autores destelivro, pelo valor e qualidade do seu trabalho, e pelaoportunidade que nos deram de o editar, dando aconhecer desta forma um grupo de espcies marinhaspouco conhecido do grande pblico.

    BERNARDO FAVILA FARIADirector de Servios de Conservao da Natureza

    Direco Regional do Ambiente

    Nota Introdutria

  • Sobre os autores

    MNICAALBUqUERqUE

    31 anos, Biloga. Finalizou asua tese de Licenciatura nauniversidade Lusfona inti-tulada Estudo Faunstico eBiogeogrfico de MoluscosMarinhos das Ilhas Selva-gens Portugal, trabalhoesse que desencadeou a pu-blicao deste livro. As suasreas de estudo incluem Ta-xonomia e Sistemtica deMoluscos Marinhos, Morfo-logia, Filogenia, Biogeografiae Ecologia de Montes Sub-marinos. Actualmente co-laboradora do programaM@rbis - Sistema de Infor-mao para a BiodiversidadeMarinha, como tcnica deBiodiversidade Marinha.

    JOS PEDROBORGES

    53 anos. Iniciou a sua activi-dade na Malacologia nosanos 70 como coleccionadorde conchas. Com a partici-pao em inmeras expedi-es de recolha de Moluscosna Costa Ocidental Africana,Ilhas Macaronsicas e CostaPor tuguesa interessou-sepelo estudo da Taxonomia eSistemtica de Moluscos Ma-rinhos. Foi co-autor no livroConchas Marinhas de Por-tugal e membro do Insti-tuto Portugus de Malaco-logia.

    GONALOCALADO

    37 anos, Bilogo. Ensina Eco-logia e Biologia Marinha nauniversidade Lusfona. Temutilizado os moluscos comomodelos de investigao emreas to diferentes como abiogeografia, a filogenia, aecologia, ou a procura decompostos bioactivos. Aprimeira expedio que par-ticipou foi a que deu origema este livro. Desde a temmergulhado em muitos locaisdo Atlntico em busca demoluscos. Foi presidente doInstituto Portugus de Ma-lacologia entre 2006 e 2009.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    10

  • Direco Regional do Ambiente por ter editado este livro.

    Aos participantes na Expedio Selvagens 94: ManuelMalaquias, Ildio Flix-Alves, em especial a este ltimopelo esforo demonstrado na observao e descriodas espcies recolhidas no dirio de campo, da suaautoria, sem o qual este trabalho no teria sido possvel.

    Ao Museu Municipal do Funchal Histria Natural eInstituto Portugus de Malacologia pela organizao daExpedio.

    s instituies onde foi realizado o trabalho laboratorial:universidade Lusfona de Humanidades e Tecnologias eMuseu Nacional de Ciencias Naturales Madrid CSIC e seusfuncionrios pelo apoio.

    Ao programa Synthesys, pelo apoio nanceiro no mbitodo programa comunitrio Estruturando as reas deInvestigao Europeias.

    Aos investigadores que colaboraram na identicao de

    algumas espcies: Angel Luque, Frank Swinnen, Roland Houart,Joan Daniel Oliver, Jos Templado Gonzlez, Juan LucasCervera, Manuel Malaquias, Serge Gofas, Srgio vila, StefanoSchiaparelli e Willy Segers.

    Aos vigilantes da Natureza e Direco do Parque Naturalda Madeira: Joo Jos Marques e Jos Ricardo NbregaGouveia.

    Ao Manuel Malaquias por algumas das fotograas das Ilhascedidas para a publicao deste livro.

    Organizao da LusoExpedio 2006 pelaoportunidade da participao na Expedio que permitiu aobteno dos dados biogeogrcos relativos ao BancoGorringe.

    Laura Torno pela ajuda na obteno das imagens MEVutilizadas no trabalho.

    famlia e Joo Amndoa pela ajuda na reviso do textoe na edio de algumas imagens.

    11

    Autores querem agradecer:

    AMOSTRAS IDENTIFICADAS

  • MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    12 memria de Ildio Flix-Alvese do poeta madeirense

    Rogrio Correia

    Que pena serem to pequenosos nossos olhos,

    para abraar tanta beleza, tanta!..ROGRIO CORREIA

  • 13

    7 Prefcio

    9 Nota Introdutria

    10 Sobre os autores

    11 Os autores querem agradecer

    14 Taxonomia

    20 IntroduoEstudo dos moluscos marinhos das Ilhas Selvagens

    24 Captulo I: As ilhas Selvagens26 Enquadramento Histrico e Geogrco29 Caracterizao Geolgica e Batimtrica30 Caracterizao do Meio Marinho30 Biogeograa das Ilhas Selvagens

    36 Captulo II: Metodologia38 rea de Estudo38 Caracterizao das estaes de recolha42 Procedimentos de campo44 Procedimentos laboratoriais51 Iconograa

    52 Captulo III: Inventrio Faunstico54 Registo das espcies recolhidas na Expedio Selvagens 94

    284 Registo de espcies no recolhidas na Expedio Selvagens 94290 Anidades biogeogrcas

    296 Bibliografia

    304 ndice alfabtico de Espcies, Gneros e Famlias

    ndice

  • CLASSE

    POLYPLACOPHORA Gray, 1821ORDEMLEPIDOPLEuRIDA Thiele, 1909FAMLIALeptochitonidae Dall, 1889

    Leptochiton algesirensis (Capellini, 1859)

    ORDEMCHITONIDA Thiele, 1910FAMLIAIschnochitonidae Dall, 1889

    Lepidochitona canariensis (Thiele, 1909)

    FAMLIAAcanthochitonidae Simroth, 1894

    Acanthochitona fascicularis (Linnaeus, 1767)

    CLASSE

    GASTROPODA Cuvier, 1797SuBCLASSEPROSOBRANCHIAMilne Edwards, 1848ORDEMDOCOGLOSSA Troschel, 1866FAMLIAPattelidae Ranesque, 1815

    Patella aspera Lamarck, 1819Patella candei d'Orbigny, 1840Patella piperata Gould, 1846

    ORDEMVETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980FAMLIAFissurellidae Fleming, 1822

    Diodora gibberula (Lamarck, 1822)Emarginula tenera Locard, 1892

    FAMLIAScissurellidae Gray, 1847

    Sinezona cingulata (O. G. Costa, 1861)Sinezona semicostata Burnay & Roln, 1990

    FAMLIAHaliotidae Ranesque, 1815

    Haliotis tuberculata coccinea Linnaeus, 1758FAMLIATrochidae Ranesque, 1815

    Jujubinus cf. exasperatus (Pennant, 1777)Jujubinus poppei Curini-Galletti, 1985Gibbula aurantia Nordsieck & Talavera, 1979Gibbula candei (dOrbigny, 1844)Gibbula magus (Linnaeus, 1758)Osilinus atratus selvagensis (W. Wood, 1828)Osilinus sauciatus (Kock, 1845)

    FAMLIACalliostomatidae Thiele, 1924

    Calliostoma lusitanicum Nordsieck & Talavera, 1979FAMLIATurbinidae Ranesque, 1815

    Bolma rugosa (Linnaeus, 1767)Skenea cf. catenoides (Monterosato, 1877)Dikoleps nitens (Philippi, 1844)

    FAMLIAPhasianellidae Swainson, 1840

    Tricolia nordsiecki (Talavera, 1978)Tricolia pullus canarica Nordsieck, 1973

    ORDEMCAENOGASTROPODA Cox, 1959FAMLIACerithiidae Fleming, 1822

    Cerithium lividulum Risso, 1826Bittium incile Watson, 1897Bittium latreillii (Payraudeau, 1826)

    FAMLIAPlanaxidae Gray, 1850

    Fossarus ambiguus (Linnaeus, 1758)

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    14

    Taxonomia

    As espcies a negritoesto representadasna iconografia destelivro e delas foramrecolhidos exemplaresdurante a ExpedioSelvagens 94.

  • TAXONOMIA

    FAMLIATriphoridae Gray, 1847

    Marshallora adversa (Montagu, 1803)FAMLIACerithiopsidae H. & A. Adams, 1853

    Cerithiopsis atalaya Watson, 1885Cerithiopsis diadema Monterosato, 1874Cerithiopsis minima (Brusina, 1865)

    FAMLIAJanthinidae Lamarck, 1812

    Janthina janthina (Linnaeus, 1758)FAMLIAAclididae G.O. Sars, 1878

    Aclis trilineata Watson, 1897Aclis vitrea Watson, 1897

    FAMLIAEpitoniidae S.S. Berry, 1910 (1812)

    Epitonium pulchellum (Ant. Bivona, 1832)Gyroscala lamellosa (Lamarck, 1822)Opalia crenata (Linnaeus, 1758)

    FAMLIAEulimidae Philippi, 1853

    Eulima fuscozonata Bouchet & Warn, 1986Fusceulima boscheineni Engl, 1998Parvioris ibizenca (Nordsieck, 1968)Sticteulima jeffreysiana (Brusina, 1869)Sticteulima richteri Engl, 1997Vitreolina philippi de Rayneval & Ponzi, 1854

    FAMLIALittorinidae Children, 1834

    Littorina striata King & Broderip, 1832Melarhaphe neritoides (Linnaeus, 1758)

    FAMLIASkeneopsidae Iredale, 1915

    Skeneopsis planorbis (Fabricius, 1780)FAMLIARissoidae Gray, 1847

    Rissoa albugo Watson, 1873

    Rissoa sp.Setia jansseni (Verduin, 1988)Setia ugesae Verduin, 1988Alvania canariensis (dOrbigny, 1840)Alvania cancellata (da Costa, 1778)Alvania dictyophora (Philippi, 1844)Alvania dijkstrai Hoenselaar & Goud, 1988Alvania scheri (Jeffreys, 1884)Alvania leacocki (Watson, 1873)Alvania sleursi (Amati, 1987)Alvania subcalathus Moolenbeek & Hoenselaar, 1998Alvania sp.1Alvania sp.2Alvania watsoni (Schwartz in Watson, 1873)Crisilla callosa (Manzoni, 1868)Crisilla cristallinula (Manzoni, 1868)Crisilla depicta (Manzoni, 1868)Crisilla innominata (Watson, 1897)Crisilla iunoniae (Palazzi, 1988)Crisilla perminima (Manzoni, 1868)Crisilla picta (Jeffreys, 1867)Manzonia boogi Moolenbeek & Faber, 1987Manzonia boucheti Amati, 1991Manzonia castanea Moolenbeek & Faber, 1987Manzonia crispa (Watson, 1873)Manzonia gibbera (Watson, 1873)Manzonia madeirensis Moolenbeek & Faber, 1987Manzonia overdiepi van Aarten, 1983Onoba manzoniana Roln, 1987Botryphallus epidauricus (Brusina, 1866)Zebina paivensis (Watson, 1873)

    FAMLIAAnabathridae Keen, 1971

    Pisinna glabrata (Megerle von Mhlfeld, 1824)FAMLIAAssimineidae H. & A. Adams, 1856

    Paludinella littorina (Delle Chiaje, 1828)

    15

  • FAMLIACaecidae Gray, 1850

    Caecum atlantidis Watson, 1897Caecum elegantissimum Carpenter, 1859Caecum pollicare Carpenter, 1859Caecum searleswoodi Carpenter, 1859Caecum vitreum Carpenter, 1859

    FAMLIAVermetidae Ranesque, 1815

    Vermetus triquetrus Ant. Bivona, 1832Petaloconchus glomeratus (Linnaeus, 1758)

    FAMLIACypraeidae Ranesque, 1815

    Erosaria spurca (Linnaeus, 1758)Luria lurida (Linnaeus, 1758)

    FAMLIANaticidae Guilding, 1834

    Natica dillwynii Payraudeau, 1826FAMLIATonnidae Suter, 1913

    Phalium granulatum (Born, 1778)FAMLIARanellidae Gray, 1854

    Charonia lampas (Linnaeus, 1758)Charonia variegata (Lamarck, 1816)Cymatium nicobaricum (Rding, 1798)

    FAMLIABursidae Thielle, 1925

    Bursa scrobilator (Linnaeus, 1758)Bursa thomae (dOrbigny, 1842)

    FAMLIAMuricidae Ranesque, 1815

    Ocinebrina aciculata (Lamarck, 1822)Ocinebrina edwardsii (Payraudeau, 1826)Ocinebrina inordinata (Houart & Abreu, 1994)Muricopsis aradasii (Poirier, 1883)Stramonita haemastoma (Linnaeus, 1767)Coralliophila meyendorfi (Calcara, 1845)

    FAMLIAMarginellidae Fleming, 1828

    Volvarina sp.Granulina guancha (dOrbigny, 1840)

    FAMLIACystiscidae Stimpson, 1865

    Gibberula hernandezi Contreras & Talavera, 1988Gibberula secreta Monterosato, 1889Gibberula sp.1Gibberula sp.2Gibberula sp.3

    FAMLIAMitridae Swainson, 1831

    Mitra cornea Lamarck, 1811FAMLIACostellariidae J. D. MacDonald, 1860

    Vexillum zebrinum (dOrbigny, 1839)FAMLIABuccinidae Ranesque, 1815

    Chauvetia crassior (Odhner, 1932)Cantharus viverratus (Kiener, 1834)

    FAMLIANassariidae Iredale, 1916

    Nassarius cuvierii (Payraudeau, 1826)Nassarius incrassatus (Strm, 1768)Nassarius pfeifferi (Philippi, 1844)

    FAMLIAColumbellidae Swainson, 1840

    Columbella adansoni Menke, 1853Anachis avaroides Nordsieck, 1975Mitrella broderipi (G. B. Sowerby I, 1844)Mitrella bruggeni van Aartsen, Menkhorst & Gittenberger, 1984

    FAMLIAConidae Fleming, 1822

    Mitromorpha hierroensis Mifsud, 2001Mangelia multilineolata (Deshayes, 1835)Mangelia stossiciana Brusina, 1869Mangelia vauquelini (Payraudeau, 1826)

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    16

    As espcies a negritoesto representadasna iconografia destelivro e delas foramrecolhidos exemplaresdurante a ExpedioSelvagens 94.

  • TAXONOMIA

    SuBCLASSEHETEROBRANCHIA Gray, 1840ORDEMHETEROSTROPHA P. Fischer, 1885FAMLIARissoellidae Gray, 1850

    Rissoella contrerasi Roln & Hernndez 2004Rissoella diaphana (Alder, 1848)Rissoella sp.

    FAMLIAOmalogyridae G. O. Sars, 1878

    Omalogyra atomus (Philippi, 1841)Ammonicera scheriana (Monterosato, 1869)Ammonicera rota (Thompson, 1850)

    FAMLIAPyramidellidae Gray, 1840

    Chrysallida undata (Watson, 1897)Pseudoscilla bilirata (de Folin, 1870)Odostomella doliolum (Philippi, 1844)Eulimella vanhareni van Aartsen, Gittenberger & Goud, 1998Odostomia striolata Forbes & Hanley, 1850Odostomia scalaris MacGillivray, 1843

    FAMLIAMurchisonellidae Casey, 1905

    Ebala nitidissima (Montagu, 1803)Ebala pointeli (de Folin, 1868)

    FAMLIACimidae Warn, 1993

    Cima cylindrica (Jeffreys, 1856)Graphis albida (Kanmacher, 1798)

    SuBCLASSEOPISTHOBRANCHIA Milne-Edwards, 1848ORDEMCEPHALASPIDEA P. Fisher, 1883FAMLIARetusidae Thiele, 1926

    Retusa cf. mammillata (Philippi, 1836)

    Retusa leptoeneilema (Brusina, 1866)Retusa cf. truncatula (Bruguire, 1972)

    FAMLIACylichnidae Rudman, 1978

    Cylichna cylindracea (Pennant 1777)Cylichna sp.

    FAMLIARuncinidae H. & A. Adams, 1854

    Runcina adriaticaThompson, 1980Runcina ornata (de quatrefages, 1844)

    FAMLIABullidae Lamarck, 1801

    Bulla mabillei Locard 1897 FAMLIAHaminoeidae Pilsbry, 1895

    Haminoea hydatis (Linnaeus, 1758)Haminoea orteaiTalavera, Murillo & Templado, 1987Haminoea sp.Atys macandrewi E. A. Smith, 1872Atys sp.

    ORDEMANASPIDEA P. Fisher, 1883FAMLIAAplysiidae Lamarck, 1809

    Aplysia dactylomela Rang, 1828Aplysia depilans Gmelin, 1791Aplysia fasciata (Poiret, 1789)Aplysia parvula Guilding in Mrch, 1863

    FAMLIADolabriferidae Pilsbry, 1895

    Petalifera petalifera (Rang, 1828)Petalifera ramosa Baba, 1959Dolabrifera dolabrifera Cuvier, 1817

    ORDEMTHECOSOMATA Blainville, 1824

    17

  • FAMLIALimacinidae J. E. Gray, 1840

    Limacina inata (dOrbigny, 1836)Limacina lesueurii (d'Orbigny, 1836)Limacina retroversa (Fleming, 1823)

    ORDEMSACCOGLOSSA Von Ihering, 1876FAMLIAPlakobranchidae Rang, 1829

    Elysia viridis (Montagu, 1804)FAMLIALimapontiidae Gray, 1847

    Stiliger llerai Ortea, 1981

    ORDEMuMBRACuLACEA Dall, 1889FAMLIATylodinidae Gray, 1847

    Tylodina perversa (Gmelin, 1791)

    ORDEMPLEuROBRANCHACEA Frussac,1822FAMLIAPleurobranchidae Frussac, 1822

    Pleurobranchus garciagomezi Cervera, Cattaneo & Edmunds, 1996Berthella stellata (Risso, 1826)Berthellina edwardsi (Vayssire, 1896)

    ORDEMNuDIBRANCHIA de Blainville, 1814FAMLIAPolyceridae Alder & Hancock, 1845

    Thecacera pennigera (Montagu, 1815)Plocamopherus maderae (Lowe, 1842)Kaloplocamus atlanticus (Bergh, 1892)

    FAMLIAAegiretidae Fischer, 1883

    Aegires sublaevis Odhner, 1932FAMLIAChromodorididae Bergh, 1891

    Hypselodoris bilineata (Pruvot-Fol, 1953)Hypselodoris picta (Schultz in Philippi, 1836)Hypselodoris tricolor (Cantraine, 1835)Chromodoris britoi Ortea & Perez, 1983Chromodoris purpurea (Risso in Gurin, 1831)

    FAMLIADorididae Ranesque, 1815

    Aldisa smaragdina Ortea, Perez & Llera, 1982FAMLIADiscodorididae Bergh, 1891

    Platydoris argo (Linnaeus, 1767)Geitodoris perfossa Ortea, 1990Geitodoris planata (Alder & Hancock, 1846)

    FAMLIAAeolidiidae dOrbigny, 1834

    Spurilla neapolitana (delle Chiaje, 1841)FAMLIATergipedidae Thiele, 1931

    Cuthona genovae (ODonoghue, 1929)

    SuBCLASSEPuLMuNATA Cuvier, 1817FAMLIASiphonariidae Gray, 1827

    Williamia gussonii (O. G. Costa, 1829)ORDEMBASOMMATOPHORA A. Schmidt, 1855FAMLIAEllobiidae Pfeiffer, 1854

    Auriculinella bidentata (Montagu, 1808)Myosotella myosotis (Draparnaud, 1801)Ovatella aequalis (Lowe, 1832)Pseudomelampus exiguus (Lowe, 1832)

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    18

    As espcies a negritoesto representadasna iconografia destelivro e delas foramrecolhidos exemplaresdurante a ExpedioSelvagens 94.

  • TAXONOMIA

    CLASSE

    BIVALVIA Linnaeus, 1758SuBCLASSEPTEROMORPHIA Beurlen, 1944ORDEMMYTILOIDA Frussac, 1822FAMLIAMytilidae Ranesque, 1815

    Gregariella semigranata (Libassi, 1859)Rhomboidella prideauxi (Leach, 1815)

    FAMLIAPinnidae Leach, 1819

    Pinna rudis Linnaeus, 1758

    ORDEMPTERIOIDA Newell, 1965FAMLIAPectinidae Ranesque, 1815

    Nodipecten corallinoides (dOrbigny, 1840)Crassadoma multistriata (Poli, 1795)Chlamys pesfelis (Linnaeus, 1758)

    FAMLIASpondylidae Gray, 1826

    Spondylus senegalensis Schreibers, 1793FAMLIALimidae Ranesque, 1815

    Lima lima (Linnaeus, 1758)Limaria hians (Gmelin, 1791)Limatula subauriculata (Montagu, 1808)

    SuBCLASSEHETERODONTA Neumayr, 1884ORDEMVENEROIDA H. & A. Adams, 1857FAMLIALucinidae Fleming, 1828

    Ctena decussata (O. G. Costa, 1829)

    FAMLIAChamidae Lamarck, 1809

    Pseudochama gryphina (Lamarck, 1819)FAMLIALasaeidae Gray, 1847

    Lasaea rubra (Montagu, 1803)FAMLIAMontacutidae W. Clark, 1855

    Kurtiella triangularis (Watson 1897)Planktomya nilae van Aartsen & Engl, 2001

    FAMLIANeoleptonidae Thiele, 1934

    Neolepton guanche Salas & Gofas, 1998FAMLIACarditidae Fleming, 1828

    Cardita calyculata (Linnaeus, 1758)FAMLIACondylocardiidae Bernard, 1897

    Condylocardia verdensis Salas & Roln, 1990FAMLIACardiidae Lamarck, 1809

    Parvicardium vroomi van Aartsen, Menkhorst & Gittenberger, 1984Parvicardium minimum (Philippi, 1836)Papillicardium papillosum Poli, 1795

    FAMLIASemelidae Stoliczka, 1870 (1850)

    Ervilia castanea (Montagu, 1803)FAMLIAVeneridae Ranesque, 1815

    Timoclea ovata (Pennant, 1777)Gouldia minima (Montagu, 1803)Irus irus (Linnaeus, 1758)

    ORDEMMYOIDA Stoliczka, 1870FAMLIAHiatellidae Gray, 1824

    Hiatella arctica (Linnaeus, 1767)

    19

  • Nos meses de Julho e Agosto de 1994, o Museu Municipaldo Funchal Histria Natural e o Instituto Portugus deMalacologia levaram a cabo uma expedio ReservaNatural das Ilhas Selvagens, intitulada - Expedio Selvagens94. Esta expedio fez parte de um estudo cientcoalargado, cujo objectivo visou o aprofundamento doconhecimento da fauna de moluscos das ilhas pertencentes Regio Autnoma da Madeira (Madeira, Porto Santo,Desertas e Selvagens).

    Augusto Nobre foi o primeiro grande estudioso demoluscos em Portugal, publicando trabalhos de relevo nestarea nos anos de 1889, 1905, 1931, 1936 e 1938-40, queconstituiram o primeiro grande inventrio das espcies demoluscos existentes em Portugal. No trabalho publicadoem 1889 o autor refere a existncia de um grandedesconhecimento da fauna malacolgica da Ilha da Madeira,apresentando uma listagem com apenas 81 referncias paraa fauna malacolgica da zona. Neste trabalho de Nobreno existe nenhuma referncia para a fauna das IlhasSelvagens (Nobre, 1889; Malaquias, 1996).

    Em 1891, Watson publica no Journal of Conchology, umareviso dos trabalhos de Mac Andrew e de Nobre sobre afauna do Arquiplago da Madeira. Neste estudo noacrescenta novos registo, mas indica pela primeira vez aexistncia de material para estudo recolhido nas IlhasSelvagens (Watson, 1891).

    No seu trabalho de 1898, On the marine mollusca ofMadeira: with descriptions of thirty ve new species, and an

    index list of all the known Sea-dwelling Species of that IslandWatson descreve para as Ilhas da Madeira 35 novasespcies e refere novos registos para as Ilhas Selvagens, nototal de 9 espcies, sendo elas: Cerithium lividulum, Bittiumincile, Alvania leacocki, Rissoa sp., Zebina paivensis, Pisinnaglabrata, Cardita calyculata, Paludinella littorina, Muricopsisaradasii (Watson, 1898).

    Decorria o ano de 1905 quando Nobre publica umnovo trabalho com objectivo de contribuir para oconhecimento da fauna do Arquiplago da Madeira, ondeno acrescenta novas referncias ao trabalho de Watson,mas descreve algumas consideraes de carcter ecolgicodas espcies (Nobre, 1905).

    Foi publicado pelo mesmo autor em 1937 um estudosobre os Moluscos da Ilha da Madeira e ilhas adjacentes,tendo sido feita uma reviso dos trabalhos prvioselaborados por Mac Andrew, R. Lowe, J. Johnson, Watson,Pe. Ernesto Schmitz, Adolfo Noronha e Augusto Nobre.Neste trabalho foram referenciadas para as Ilhas Selvagens11 espcies de moluscos (Nobre, 1937).

    No famoso livro Ilhas de Zargo do autor EduardoClemente Nunes Pereira, em 1957, referido relativamenteaos moluscos das Ilhas Selvagens que "os moluscos destasilhas ainda esto por explorar, principalmente nos ilhus do Sul,

    achando-se a cincia privada duma riqueza malacolgica

    muito aprecivel".

    Na sequncia da Expedio Norcanrias I, realizada noms de Agosto de 1972, com breve paragem nas IlhasSelvagens, Francisco Garcia-Talavera publica, em 1978, umtrabalho sobre a fauna malacolgica destas ilhas, tratando-sedo primeiro dedicado exclusivamente a esta regio. O autoridentica 135 espcies de moluscos das quais 127 soreferidas pela primeira vez para as Ilhas Selvagens e descreveduas novas subespcies, endmicas da zona, Osilinus atratusselvagensis e Skenea trochoiides nordsiecki, esta ltimaposteriormente considerada espcie vlida mas pertencentea outro gnero, Tricolia nordsiecki (Talavera, 1978).

    As recolhas efectuadas pelo autor incidirammaioritariamente na ilha Selvagem Pequena, onde pderecolher substrato arenoso em grandes quantidades. Oautor refere que o grande incremento de novas referncias

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    20

    Introduo

  • ESTUDO DOS MOLUSCOS MARINHOS DAS ILHAS SELVAGENS

    para as ilhas Selvagens que se proporcionou nesse trabalhose deve existncia de uma grande quantidade demicromoluscos nestas ilhas (Talavera, 1978). O autor refereainda que a maioria das espcies encontradas so comunss ilhas Canrias e Madeira e que a fauna Africana estpouco presente nestas ilhas, indicando no entanto que otrabalho apenas reecte recolhas de superfcie e que afauna de profundidade permanece por estudar. Soreferidas 106 espcies de Gastropoda Prosobranchia, 16espcies de Gastropoda Ophistobranchia e 13 espcies deBivalvia (Talavera, 1978).

    Em 1979, publicado o livro Moluscos Marinos deCanrias y Madera, por Fritz Nordsieck e Francisco Garca--Talavera, onde so compilados e revistos os dadosmalacolgicos existentes para estas ilhas, utilizando comobase o material recolhido de 1957 a 1979 pelos autores eseus conhecidos. Foram acrescentadas 7 novas refernciaspara as Ilhas Selvagens: Patella ulyssiponensis aspera,Calliostoma lusitanicum, Skenea cf. catenoides, Bursa thomae,Ocinebrina aciculata, Columbella adansoni e Retusa cf.truncatula. Neste trabalho os autores no consideraram osdados da Classe Bivalvia (Nordsieck & Talavera, 1979).

    21

    VISTA AREA DA SELVAGEM PEQUENA.

  • Mais recentemente, em 1996, e j na sequncia daExpedio Selvagens 94, Manuel Malaquias, dedica a suatese de licenciatura, ao estudo da fauna de Opistobrnquiosdo Arquiplago da Madeira e Ilhas Selvagens, acrescentando27 novas referncias fauna das Selvagens: Aegires sublaevis,Aldisa smaragdina, Aplysia dactoneylema, Aplysia depilans,Aplysia fasciata, Aplysia parvula, Berthella stellata, Chromodorisbritoi, Cuthona cf. genovae, Dolabrifera dolabrifera, Elysia viridis,Flavorinus sp., Geitodoris planata, Geitodoris perfossa,Haminaea cf. orteai, Hypselodoris bilineata, Hypselodoristricolor, Hypselodoris webbi, Petalifera petalifera, Petaliferaramosa, Platydoris argo, Plocamopherus maderae, Runcinaadriatica, Runcina ornata, Stylocheilus longicauda, Thecacerapennigera e Tylodina perversa (Malaquias, 1996).

    O autor publica posteriormente, em 1997, em parceriacom Gonalo Calado (co-autor deste livro) o artigo Themalacological fauna of Salvage Islands - Opisthobranch

    Molluscs, no Boletim do Museu Municipal do Funchal e em2002, no seu trabalho dedicado Ordem CephalaspideaCephalaspidea s. l. (Mollusca: Opisthobranchia) of the MadeiraArchipelago and the Selvagens Islands, northeast Atlantic,

    Portugal faz referncia a espcies das Ilhas Selvagens(Malaquias et al., 2002; Calado & Malaquias, 1997).

    Em 2005, Srgio vila, no mbito da sua tese dedoutoramento intitulada Processos e padres de dispersoe colonizao dos Rissoidae (Mollusca: Gastropoda) dos

    Aores, indica a presena de algumas espcies da famliaRissoidae na costa das Ilhas Selvagens, indicando a presenade uma espcie nova para as Selvagens, Manzonia crispa(vila, 2005).

    Mnica Albuquerque, em 2006, dedica a sua tese deLicenciatura ao estudo da coleco recolhida na ExpedioSelvagens 94, tendo aumentado o nmero de registos demoluscos para 216 espcies com presena conrmada nasIlhas Selvagens.

    A par destes trabalhos referidos tm sido publicadosoutros com breves citaes para as Ilhas Selvagens,ocorrendo novas referncias em trabalhos: Castillo, 1999;Engl, 1999a; Engl, 1997; Engl, 1999b; Hoenselaar and Gould,1998; Verduin, 1984; Hoenselaar & Hoenselaar, 1994; Goud,1999; Palazzi, 1988; Nofroni et al., 1997; Houart & Abreu,1994; Contreras & Talavera, 1988; Peas & Roln, 1999a;Peas & Roln, 1999b; Cervera et al., 2004 e Gofas & Salas2008.

    Todos os trabalhos realizados com relevo para as IlhasSelvagens mostram que esta uma zona bastante rica,preservada e com grande potencial malacolgico e queainda existe muito por descobrir.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    22

    BAA DAS CAGARRAS, SELVAGEM GRANDE

  • ESTUDO DOS MOLUSCOS MARINHOS DAS ILHAS SELVAGENS 23

    VEGETAO NA ENCOSTA DA SELVAGEM GRANDE

  • MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    24

  • Captulo I

    As Ilhas Selvagens

  • As Ilhas Selvagens foram descobertas por navegadores doInfante D. Henrique, pensa-se que por Diogo Gomes Sintra,durante o ano de 1460, no regresso de uma viagemexpedicionria Guin. Estas ilhas tm constitudo desdeento parte integrante do territrio portugus. Durantemuitos sculos foram propriedade de famlias madeirensesabastadas e j em pleno sculo XX passaram a serpropriedade do Estado Portugus. Constam desde 1367 emmapas dos irmos Pizzigani, apesar de s em 1460 termosproclamado a sua propriedade.

    Durante os sculos XVI a XVIII no foram habitadas, ereza a histria que tero estado merc de piratas. Forampor vrias vezes exploradas durante o sculo XVIII em buscade tesouros escondidos, mas sempre sem sucesso. A suagrande riqueza a fauna marinha, que desde cedo se tornoualvo dos interesses pesqueiros. Chamaram Selvagens a estasilhas por serem consideradas desconversveis de gente e denavegao, com perigosos baixios que provocaram ao longoda Histria numerosos naufrgios. O ltimo dos quaisocorreu na dcada de 70, quando um petroleiro Italianoencalhou na Selvagem Pequena.

    Estas ilhas encontram-se no Oceano Atlntico localizadasentre os paralelos 30 01 N e 30 09 N e os meridianos15 56 W e 16 03 W, a 291 km a Sul da Ilha da Madeirae 173 km a Norte das Ilhas Canrias. Administrativamentepertencem Regio Autnoma da Madeira e representamo extremo Sul do territrio portugus. So de origemvulcnica, constitudas de forma geral por escrias denegridasde massa vitricada e estrutura microltica (Pestana, 1985).

    So formadas pelas ilhas Selvagem Grande, com umasuperfcie de 2,46 Km2, Selvagem Pequena com rea de 0,16Km2, Ilhu de Fora cuja rea de 0,071 Km2 e por outraspequenas ilhotas (Malaquias, 1996).

    A sua maior altitude situa-se na Selvagem Grande, no Picoda Atalaia, a 151 metros do nvel do mar, seguido do Picodos Tornozelos com 137 metros e do Pico do Inferno com107 metros. Na Selvagem Pequena a maior altitude situa-seno Pico do Veado a 49 metros do nvel do mar.

    Na zona da Ponta do Inferno, na Selvagem Grandeencontramos uma zona de conchas marinhas fossilizadasque se denomina Cho dos Caramujos. uma zona a 70metros de altitude constituda por fsseis de origemMiocnica, terrestres e marinhos, constituindo uma camadaespessa.

    Estas ilhas sofrem a inuncia de diversas correntesmarinhas, que circulam com uma velocidade que ronda as16 milhas por dia. Malaquias (1996) refere que as ilhasSelvagens e as outras pertencentes Macaronsia, sofrema inuncia directa e indirecta das correntes do AtlnticoNorte, Corrente dos Aores, Corrente de Portugal,Corrente das Canrias e ainda de correntes que derivam doMediterrneo para o Atlntico, tornando este lugar, numstio nico de conuncia de espcies.

    Devido sua situao geogrca, a temperatura da guavaria entre os 17,5 e os 22,5 superfcie e entre os 8,4e os 19,8 a diferentes profundidades. A salinidade variaentre 36,75 e os 37 superfcie e entre 35,5 e os36,83 a diferentes profundidades. A densidade da gua superfcie varia entre os 26,86 e 25,50 e a diferentesprofundidades entre os 26,28 e os 27,60 (Pereira, 1957).

    As Ilhas Selvagens no so habitadas actualmente epossuem o meio marinho inalterado, tendo caractersticaspropcias investigao. Em 1971 foi atribudo a estas ilhaso estatuto de Reserva Natural, sendo uma das ReservasNaturais mais antigas de Portugal e a nica a possuir oDiploma Europeu do Conselho da Europa. A reserva foiconstituda como objectivo de preservar a avifauna marinha

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    26

    ENQUADRAMENTO HISTRICO E GEOGRFICO

  • CAPTULO I AS ILHAS SELVAGENS 27

    VISTA AREA DA SELVAGEM PEQUENA

  • PRAIA NA SELVAGEM PEQUENA

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    28

  • CAPTULO I AS ILHAS SELVAGENS

    nidicante nestas ilhas, uma vez que se encontrava ameaadapela presena de embarcaes de pesca a motor. Istotambm permitiu que toda a zona envolvente se tornassenum local nico de preservao da fauna marinha.

    As Ilhas Selvagens so constitudas por dois grupos principaisseparados por uma profundidade de 500 metros. A Nortea Selvagem Grande com dois ilhus adjacentes, o Palheiro doMar e o Palheiro da Terra e a Sudoeste deste grupoencontramos a Selvagem Pequena e o Ilhu de Fora (Figueira,1964 in Malaquias, 1996). Existem diversas rochas submersasque se estendem at uma milha em todas as direces e quese encontram a pouca profundidade (Pereira, 1957).

    So ilhas de origem vulcnica situadas na margem Norteda plataforma submarina das Ilhas Canrias (Figueira, 1964 inMalaquias, 1996), e a sua formao pensa-se que ter ocorridono perodo Oligocnico (55,6 a 33,5 milhes de anos) (Bravo& Coelho, 1978 in Malaquias, 1996). Os terrenos das ilhasso predominantemente baslticos, com depsitos de areiasresultantes da aglomerao de conchas de gastrpodes e depraias levantadas em alguns locais. Os terrenos so imprpriospara cultura e a beira-mar feita de escrias e calhaus rolios(Bravo & Coelho, 1978 in Malaquias, 1996).

    A encosta da Selvagem Grande escarpada, com decliveacentuado, prximo dos 90, at ao mar. Em alguns locais odeclive menos acentuado e permite acesso ao planalto(Morais, 1940 in Malaquias, 1996). A Costa Norte da ilha cortada verticalmente sobre o mar e a existncia de vriasbaixas perigosas no permite o acesso a terra por estavertente (Pereira, 1957).

    A Selvagem Pequena e o Ilhu de Fora so geologicamentemuito semelhantes, constitudas por diques de basalto eescoadas. Apresentam cobertura de areia at uma cota de

    20 metros na Selvagem Pequena e 10 metros no Ilhu deFora (Bravo & Coelho, 1978 in Malaquias, 1996).

    A linha de costa geralmente baixa com a presena depequenas praias de calhaus, areia e por vezes com rochedosde pequena altitude, que se tornam bastante perigosos naaproximao ao ilhu. A costa mais segura da SelvagemPequena a Costa Sul, em locais de areal, quando existemventos de Norte e de Nordeste e sem ondulao. O canalentre a Selvagem Grande e a Selvagem Pequena limpo ede profundidade a rondar os 500 metros (Pereira, 1957).

    A profundidade existente entre as Selvagens, as Desertase a Madeira de 4.500 metros e entre as Selvagens e asCanrias de 3.000 metros (Figueira, 1964 in Malaquias,1996).

    29

    CARACTERIZAO GEOLGICA E BATIMTRICA

    MAPA DAS ILHAS SELVAGENSE ILHUS ADJACENTES

    0,7 KM

    0,3 KM

  • A fauna e flora marinha das Ilhas Selvagens rica ediversa, apresentando caractersticas semelhantes aosarquiplagos vizinhos. A morfologia da costa muitoacidentada, com plataformas que emergem durante apreia-mar e com escassas zonas arenosas intermars.Apenas na Selvagem Pequena existem pequenaspraias de areia. Os fundos marinhos so muitoirregulares, com grutas, predominando os substratosrochosos com algas fotfilas. Existe registo depresena de 173 espcies de macroalgas estudadasna Expedio Macaronsia 2000, com predominnciapara as algas vermelhas e sem registo de pradariasde fanerogmicas, bastante comuns nas ilhas vizinhasdas Canrias.

    Localizadas em pleno Oceano Atlntico, as IlhasSelvagens tm uma posio geogrfica nica.Representam o extremo Sul do territriopor tugus, mas apesar de per tencerem RegioAutnoma da Madeira encontram-se muito maisprximo das Ilhas Canrias, situando-se no limiar daelevao que constituiu estas ilhas. Tudo leva a crerque estaro mais relacionadas geograficamente comas Canrias do que com qualquer ponto doterritrio nacional. Os estudos de biogeografiaatravs do estudo da fauna de um determinadolocal permitem-nos deslindar a histria decolonizaes que possam ter ocorrido. A zona dasIlhas Selvagens tem um grau de isolamento que atorna, a par dos Aores, uma zona nica paraestudos desta ndole. uma zona de meio marinhopouco alterado e com boas condies para oisolamento geogrfico, podendo, no limite, levar formao de novas espcies. Alguns autores tm

    dedicado os seus estudos regio da Macaronsiafocando em alguns trabalhos as Ilhas Selvagens.Segundo Mitchell-Thom, a regio biogeogrfica daMacaronsia constituda pelos arquiplagoslocalizados nas baixas latitudes do lado Este doAtlntico Norte, como as ilhas dos Aores, Canrias,Cabo Verde, Madeira e Ilhas Selvagens (Malaquias,1996).

    No trabalho de vila (2000) comparada a faunade moluscos dos Aores com diversos locais, entreos quais as Ilhas Selvagens, tendo sido obtidosresultados que demonstram que a afinidade entreos Aores e o Mediterrneo, Madeira e Por tugalContinental elevada. Os dados foram analisadosagrupando os registos da Madeira, Por to Santo eDeser tas, mostrando que este conjunto tem umaafinidade de 80% quando comparado com asCanrias (vila, 2000).

    No mbito do estudo decorrente da ExpedioSelvagens 94 foram utilizados dados das diferentesilhas, permitindo distinguir a relao existente entreelas. No trabalho foi utilizada a percentagem desimilaridade com o objectivo de comparar as IlhasSelvagens com outras regies biogeogrficas.

    Os locais selecionados foram: Canrias, Madeira,Aores, Por tugal Continental, Costa Nor te Africana(a Nor te da Baa da Guin), Ilhas de Cabo Verde,Estreito de Gibraltar, Provncia Caroliniana, ProvnciaVirginiana e Provncia Acadiana. Os motivos dasescolhas encontram-se elucidados no capitulo demtodos deste livro.

    A percentagem de similaridade foi calculada pelarazo do nmero de espcies comuns de um dadolocal com as Selvagens, com o nmero total de

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    30

    CARACTERIZAO DO MEIO MARINHO

    BIOGEOGRAFIA DAS ILHAS SELVAGENS

  • CAPTULO I AS ILHAS SELVAGENS 31

    CHO DOS CARAMUJOS, NO TOPO DA SELVAGEM GRANDE

  • espcies consideradas para as Selvagens. Os resultadosobtidos, ilustrados na Tabela I, mostram que asSelvagens tm uma afinidade maior com locaisprximos, nomeadamente com o Arquiplago dasCanrias, com o qual par tilham 92% da faunamalacolgica, seguindo-se a Madeira com 74% dasimilaridade.

    As relaes biogeogrcas das Ilhas Selvagens comos locais seleccionados esto ilustradas no dendrogramaapresentado na pgina 35. Nele podemos vericar queas Ilhas Selvagens possuem uma anidade mais estreitacom as Ilhas Canrias, alm deste facto, tem umaproximidade fsica maior do que com a Madeira. Estesfactos levam a crer que, a existir colonizao de umas

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    32

    MAPA DA LOCALIZAO DAS REGIES BIOGEOGRFICAS COMPARADAS NO MBITO DA EXPEDIO SELVAGENS 94

  • CAPTULO I AS ILHAS SELVAGENS

    ilhas para outras, a fauna das Selvagens ter sidooriginria preferencialmente da zona das Canrias ou ocontrrio, pois a sua fauna malacolgica difere emapenas 8 %. A zona das Selvagens uma zona deconuncia de correntes (Malaquias, 1996). Este umfacto relevante, pois pode ser a explicao daocorrncia de espcies de origens to longnquas comoa Costa da Amrica do Norte ou o Mediterrneo. Aslarvas trazidas por estas correntes so na maioria larvasplanctrcas, que ao desenvolverem-se permanecemao redor da ilha.

    Os factores que podero inuenciar a distribuiogeogrca das espcies que ocorrem neste arquiplagoesto assim relacionadas com a durao e caracte -

    rsticas da fase larvar, a disponibilidade de alimento, ascorrentes, temperatura das guas e salinidade. As larvaspor terem esta forte capacidade de disperso,funcionam no s como meio de colonizao mastambm como agentes transpor tadores de uxogentico. Este facto, a vericar-se, dever ser maisnotrio entre as ilhas mais prximas, ou seja, Selvagense Canrias (Malaquias, 1996).

    um total de 81 espcies ocorre simultaneamente noslocais Ilhas Selvagens, Madeira, Canrias e Aores,perfazendo uma percentagem de 40% do nmero totalde espcies, indicando uma grande proximidade nafauna desta regio. Destas 81 espcies, existem 6 quese destacam pelo seu endemismo nestas ilhas

    33

    TABELA 1 - NMERO DE ESPCIES COMUNS VERSUS DISTNCIADAS ILHAS SELVAGENS A UM DADO LOCAL E % DE SIMILARIDADE

    MAPA DAS ILHAS SELVAGENS COM LOCALIZAO DAS REAS COMPARADAS

  • VISTA DO TOPO DA SELVAGEM GRANDE

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    34

  • CAPTULO I AS ILHAS SELVAGENS

    Macaronsicas, existindo registo das espcies emsimultneo nas ilhas Selvagens, Madeira, Canrias, Aorese Cabo Verde. Numa viso mais alargada, se considerarmosas espcies que so endmicas das ilhas Macaronsicas,independentemente de existirem em todas as ilhas ou no,o nmero de espcies de 55 se considerarmos as IlhasSelvagens, Madeira, Canrias e Aores.

    No dendrograma ainda possvel vericar odistanciamento das Ilhas de Cabo Verde. Pela posiogeogrca que tm, estas no apresentam umasimilaridade relevante em relao s outras ilhas, o quepoder colocar, dvidas relativamente sua incluso nocontexto Macaronsico.

    Relativamente rea de distribuio de algumasespcies temos a considerar Jujubinus poppei, Chauvetiacrassior (Moro et al., 2003, Nordsieck, 1975 e Nordsieck& Talavera, 1979), Mitromorpha hierroensis (Midfus, 2001)e Setia ugesae (Gould, 1999, vila, 2005, Moro et al.,2003 e Verduin, 1988) que eram at data consideradasendmicas das Canrias pelo que o limite de distribuio agora alargado para Norte. A espcie Ocinebrinainordinata era considerada pelos trabalhos de Houart,2001 e Houart & Abreu em 1994 endmica da Ilha daMadeira, pelo que se alarga o limite de distribuio paraSul destas Ilhas.

    35

    RELAO BIOGEOGRFICA DAS ILHAS SELVAGENS. DENDROGRAMA OBTIDO PORANLISE UPGMA UTILIZANDO O COEFICIENTE DE SIMILARIDADE JACCARD (1908).

  • MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    36

  • Captulo II

    Metodologia

  • Os exemplares foram recolhidos nas ilhas SelvagemGrande e Selvagem Pequena em estaes deamostragem previamente denidas descritas na tabelaao lado (Tabela 2).

    No caso das espcies em que no foi possvelidenticar a que estaes pertencem foram apenasidenticadas com a designao da ilha em que foramcolectadas.

    A descrio das estaes foi elaborada no dirio decampanha, onde foram descritas as caractersticas decada estao e a sua posio geogrca na ilha.

    ESTAO BP - Baa das PedreirasPlataforma de basalto corrodo, que cai rapidamentepara uma grande profundidade. O basalto existente temdiversos tneis e esconderijos. Zona onde existe umafurna com uma cavidade dentro de gua, por onde omar entra e sai em seguida dentro da furna. Ocorrempoucas situaes de enclave, plataforma muitohomognea, em termos de zonao, com algumas zonasde acumulao de areia e substrato em poas. Presenade uma coralincea incrustaste, com zona de algasvermelhas e com ulvceas por cima. Zona dehidrodinamismo muito forte mas constante. Foramefectuadas recolhas directas na mar baixa nos enclaves.

    ESTAO EC - Enseada das CagarrasForam realizados mergulhos com escafandroautnomo, entre 5 e 12 metros de profundidade.Estao com zonas de acumulao de areia, com fundorochoso e cascalho com algumas esponjas e comourios. Foi efectuada recolha directa, escovagem e

    aspirao de fundos do lado esquerdo da enseada, forada pequena baa imediatamente contgua aodesembarcadouro. Foi realizado mergulho comescafandro autnomo, no extremo direito da parteexterior da baa, num local onde existe um poo comcerca de 5 metros de dimetro, cilndrico, encostado rocha com profundidade de 3 a 6 metros. Zona estaque tem deposio de sedimento.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    38

    REA DE ESTUDO

    CARACTERIZAO DAS ESTAES DE RECOLHA

    TABELA 2 - ESTAES DE AMOSTRAGEM UTILIZADAS NA EXPEDIOSELVAGENS 94 PARA A RECOLHA DE EXEMPLARES

  • CAPTULO II METODOLOGIA

    ESTAO EEC - Exterior da Enseada das CagarrasEntre 3 e 11 metros de profundidade, numa zonacom muitas grutas cobertas de esponjas e numa zonamais profunda com pedras soltas foi efectuadomergulho com escafandro autnomo e foramutilizados os mtodos de escovagem e aspirao defundos para a recolha de exemplares.

    ESTAO EFG - Enseada da Fonte das GalinhasForam realizados mergulhos com escafandroautnomo, dos 3 aos 20 metros de profundidade,onde se efectuaram recolhas com a sugadora numagruta a cerca de 12 metros de profundidade e compovoamentos de hidrozorios. Foram escovadasesponjas amarelo-limo tubulares e as par tessuperiores das grutas visitadas. Foram tambmescovadas pedras aos 20 metros de profundidade,bem como povoamentos fotfilos aos 3 metros. Foivisitada uma baixa a Sudoeste, a 5 metros deprofundidade, com grandes vales de escoados delavas com algumas algas e hidrozorios no topo. Zonacom grande densidade de esponjas, antozorios ecom Diadema sp. Nesta estao foram aindaefectuadas recolhas directas na mar baixa,recolhendo organismos debaixo de pedras e deexemplares de maiores dimenses, pela costa eenclaves.

    ESTAO LPA - Leste da Ponta da Atalaia Ao largo, a uma distncia de 15 a 22 metros,localizado do lado direito da Enseada das Cagarras.Zona de rocha com ourios, pequenos tufos dehidrozorios e Colpomenia sp. e Dictyota sp. Foiefectuada recolha com aspirao com sugadora nostufos de algas e escovagem debaixo de pedras.

    ESTAO LPI - Leste da Ponta do Inferno Estao a caminho da Ponta Leste, onde foi

    39

    ESTAES DE AMOSTRAGEM UTILIZADAS NA EXPEDIOSELVAGENS 94 PARA A RECOLHA DE EXEMPLARES

    0,7 KM

    0,3 KM

  • efectuado mergulho com escafandro autnomoentre 2 e 13 metros de profundidade. Superfciehorizontal de rocha, com pequenas quantidades deareia e com poucos ourios. Rochas revestidas comPadina pavonia e uma alga verde at aos 7 metros.Nas profundidades acima dos 7 metros a di versidade menor, existindo rocha aparente mente nua.

    ESTAO OPA - Oeste da Ponta da AtalaiaMais concretamente a 75 metros da Ponta daAtalaia. Mergulho com escafandro autnomo, comutilizao da sugadora no sedimento por baixo daspedras a 20 metros de profundidade. Zona compedras cober tas de hidrozorios e de algas e comvisibilidade a perder de vista. A seguir s escoadasde lava existe uma zona de areia muito branca ecom rochas.

    ESTAO PA - Ponta da AtalaiaEnclave de forma cilndrica com 5 metros dedimetro e de profundidade entre 4 e os 11 metros.Foi utilizada a recolha directa de exemplaresobservados e a sugadora para aspirao de substratoalgal e em fendas com acumulao de areia. Enclavecom paredes ver ticais com povoamentos deesponjas, ascdias, hidrozorios e antozorios. Foianalisada uma zona com depsitos a 15 metros dedistncia dos enclaves.

    ESTAO PC - Portinho das CagarrasFoi realizado mergulho com escafandro autnomo,entre 5 e 13 metros de profundidade. Nestaestao o substrato era rocha com Dictyota sp., eColpomenia sp. As recolhas foram efectuadas tantona zona externa como na zona interna da pequenabaa imediatamente em frente ao ancoradouro. Foiefectuada recolha manual, escovagem e aspiraode fundos.

    ESTAO PCA - Ponta do Corgo da AreiaA Sul, a profundidade de 10 a 15 metros. As recolhasforam efectuadas em mergulho com escafandroautnomo, com uma descida breve aos 23,8 metrospara recolha de sedimento. Zona de rocha nua cujosprincipais povoamentos eram de Diadema antillarum ede um hidrozorio de espcie desconhecida. Foramefectuadas recolhas com sugadora e por escovagemde substratos, em zonas cifilas, mas poucoabundantes. Presena de vales subaquticos cavadosna rocha.

    ESTAO PI - Ponta do InfernoTrata-se da ponta mais afastada do desembarcadouro.Foi efectuado mergulho com escafandro autnomo aprofundidade entre os 8 e os 16 metros. Zona comvales encaixados perpendiculares linha de costa, comrocha e areia de vrios calibres no fundo e blocos derocha. A zona mais profunda era uma plancie ondeexiste Codium sp. em pequenas quantidades eDiadema sp. em abundncia.

    ESTAO PL - Ponta LesteEfectuado mergulho com escafandro autnomovisitando profundidades entre os 3 e os 19 metros,com zonas superficiais com povoamentos de algas,sobretudo Padina pavonia e zonas mais profundas comgrandes extenses de areia muito branca com algunsafloramentos rochosos com presena de Codium sp. ehidrozorios nas zonas intermdias em abundncia. Foiutilizada a sugadora a 3 metros de profundidade emsubstrato algal e em fendas. Escovagem de zonas a 3--4 metros de profundidade.

    ESTAO PR - Porto do RiscoZona com grande diversidade, relativamente aosrestantes locais visitados. Local com grande variedadede esponjas, com presena de pelo menos dez

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    40

  • CAPTULO II METODOLOGIA 41

    MAPA DAS ESTAES DE RECOLHA.

  • espcies diferentes. Efectuaram-se recolhas emmergulho com escafandro autnomo, de 7 a 17metros de profundidade em povoamentos cifilos,com muitas esponjas e ourios do gneroParacentrotus. Estao com povoamentos significativosde Dictyota dichotoma a cerca de 10 metros de profun -didade.

    ESTAO LN - Lagedo NorteZona com grande hidrodinamismo onde foi efectuadarecolha manual de exemplares em rochedos na zonaintermars.

    O material biolgico foi recolhido na ExpedioSelvagens 94 em Julho e Agosto de 1994. A zona de

    recolha dos exemplares para o estudo situou-se nosandares mdio e infralitoral. No andar infralitoral foramrealizadas amostragens em mergulho com escafandroautnomo entre profundidades de 0 a 25 metros. Noandar mdio litoral as recolhas incidirampreferencialmente sobre pequenas rochas dentro depoas com gua e em zonas com rochas cimentadasnaturalmente com revestimentos de esponjas, algascalcrias e outros organismos. Nestas ltimas asrecolhas foram efectuadas com o auxlio de um tubometlico. Os povoamentos de algas foramminuciosamente observados assim como foramrecolhidos os moluscos observados por recolha directa.Foram ainda revolvidas pedras neste andar, sempre quea dimenso das mesmas o permitia, a m de analisar erecolher as comunidades de organismos ssseis. Foramutilizados mtodos de recolha directos e indirectos.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    42

    LABORATRIO DE CAMPANHA DA EXPEDIO SELVAGENS 94 COM VISUALIZAO DE MOLUSCOS LUPA E DESCRIO NO DIRIO DE CAMPO

    PROCEDIMENTOS DE CAMPO

  • CAPTULO II METODOLOGIA

    Os mtodos directos passaram pela recolha deexemplares efectuada por observao directa dosespcimens. Os exemplares de interesse para o estudoforam colectados mo e conservados em lcool apsobservao do animal vivo.

    Os mtodos indirectos recorreram utilizao deutenslios tcnicos a partir dos quais foram realizadasamostragens de diversos bitopos especcos, utilizandotcnicas a seguir descritas:

    aspirao coM sugadora

    Foram aspiradas superfcies e zonas preferenciais ocorrncia de moluscos, fundos arenosos, a fim derecolher espcies associadas a este tipo de bitopo.Esta tcnica eficiente na recolha de organismos de

    movimentos lentos como o caso dos moluscos comconcha, segundo Holme & McIntyre, 1984.

    escovageM

    Foram escovadas superfcies rochosas revestidas depovoamentos preferenciais ocorrncia de moluscos,normalmente hidrozorios, briozorios, esponjas queconstituem a dieta de moluscos. O material colectadopor este mtodo foi colocado dentro de uma redede malha igual a 1 mm.

    separao de rochas

    utilizando um tubo metlico, sempre que possvelefectuou-se separao de rochas cimentadasnaturalmente, com objectivo de recolher exemplaresassociados a espaos intersticiais.

    43

    DIRIO DE CAMPO DA EXPEDIOSELVAGENS 94, COM O REGISTO

    DE DADOS RECOLHIDOSNO TERRENO

  • No decorrer da expedio as amostras obtidas poraspirao e escovagem foram passadas por uma colunade crivos de malha decrescente (respectivamente 5,2 e1 mm) tendo sido usada gua salgadano processo deseparao. O material resultante de cada andar docrivo foi colocado em pequenas tinas plsticas com guasalgada de forma a manter os animais vivos. Osmoluscos recolhidos foram posteriormente obser vadosna lupa binocular e foi realizada uma descrio brevedo animal vivo, descrevendo a colorao e desenhandoo animal em alguns casos. Os exemplares foramposteriormente conservados em lcool a 96% ecolocados em sacos identicados com a informao daestao de recolha, data e sempre que possvel, aprofundidade.

    Para descrever os animais vivos foi utilizado umcaderno de campo, no qual foram anotadas todas ascaractersticas do animal, colorao, movimentos ecomportamento. Para identicar as espcies destetrabalho foram utilizadas as descries constantes nodirio. As descries consideradas vlidas encontram--se citadas na descrio morfolgica de cada espcieidenticada neste livro.

    Aps o terminus da expedio o materialacondicionado foi estudado em maior detalheprocedendo-se identicao das espcies recolhidascom base nas observaes efectuadas durante acampanha.

    As amostras recolhidas na expedio foramreacondicionadas em tubos plsticos e identicadoscom a informao disponvel. O material foi triado eprocedeu-se separao de exemplares por famlias,utilizando uma lupa binocular. uma vez efectuada esta

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    44

    OBSERVAO E IDENTIFICAO DOS EXEMPLARES RECOLHIDOS COM AUXILIO DE LUPA BINOCULAR

    PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

  • CAPTULO II METODOLOGIA

    separao iniciou-se a anlise minuciosa dos exemplares lupa, comparao de exemplares e identicao dasespcies, recorrendo bibliograa disponvel e ao dirioda expedio.

    Os exemplares em melhores condies depreservao foram ento fotografados com auxlio deuma lupa binocular Olympus SZX12 com ampliaomxima de 90x. Foi utilizada uma escala graduada emmilmetros para medir exemplares referncia, tendosido considerado o tamanho da concha.

    Com objectivo de comparar exemplares daColeco Referncia das Selvagens com os respectivosholotipos e paratipos foi efectuada uma deslocao aoMuseu Nacional de Ciencias Naturales de Espaa, ondeforam consultadas as coleces disponveis. Osexemplares foram medidos e comparados com os

    holotipos e foram visualizados lupa binocular a m decomparar os caracteres determinantes das espcies.

    Os exemplares de menores dimenses foramestudados ultra estruturalmente e fotografadosutilizando a tcnica de microscopia electrnica devarrimento, com o objectivo de observar a microescultura do exemplar e principalmente daprotoconcha, que em muitos gneros permite aidenticao das espcies. O Microscpio Electrnicode Varrimento (MEV) utilizado foi um aparelho PhilipsXL20. O MEV permite a observao e caracterizaode amostras por anlise da sua superfcie. As amostrasestudadas foram previamente preparadas, semnecessidade de recorrer a banho metlico. Foramcolocadas em pequenos discos de 1 cm de dimetroque permitem a aderncia do exemplar na posio maisconveniente. Estes discos uma vez preparados eram

    45

    PREPARAO DOS EXEMPLARESPARA MICROSCOPIA ELECTRNICA

  • MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    46

    EQUIPAMENTO UTILIZADO NA CAPTAO DE IMAGEM DE MICROMOLUSCOS

  • CAPTULO II METODOLOGIA

    colocados no prato da cmara de vcuo domicroscpio. Esta estrutura facilmente manejvelpodendo efectuar-se inclinaes do prato at umngulo de 45 e rotaes dos discos em todas asdireces. A imagem do exemplar em observao nacmara de vcuo processada pelo analisador EDAX eemitida no computador, onde possvel o controlo dosinstrumentos.

    Foi elaborada a lista de espcies presentes para asSelvagens, a partir dos dados da expedio e dosregistos bibliogrcos. Para cada espcie recolhida foidescrito o nmero de exemplares recolhidos porestao de recolha, a distribuio geogrca e asreferncias bibliogrcas para a zona em estudo.Sempre que possvel foram ainda descritas observaesecolgicas da espcie capturada bem como acaracterizao morfolgica. Em espcies em que orestritivo especco estiver antecedido da abreviaturacf. (conferir), a espcie foi considerada como vlidano presente estudo. A identicao foi efectuada porobservao das caractersticas da concha, recorrendo aimagens de MEV e por descries breves existentes nodirio da expedio. Foram consideradas espciesabundantes, as que foram recolhidas em quantidadeselevadas durante a expedio e que ocorriam de formageneralizada na maioria das estaes de recolha.

    Com os dados obtidos foi possvel construir umatabela de dados com as espcies existentes nas IlhasSelvagens. A construo desta tabela permitiu efectuarestudos de similaridade vs distncia dos locais prximoss Ilhas Selvagens.

    Foi construda uma matriz binria transformada depresena/ausncia destas espcies em locais prximose longnquos, previamente escolhidos, a m de avaliar aposio biogeogrca das Ilhas Selvagens no contexto

    47

    SELVAGENSLat 30 08 15, Long 15 56 53

    ILHAS CANRIASLat 28 35 25, Long 16 09 33

    ILHA DA MADEIRALat 32 39 05, Long 16 50 06

    ILHAS DOS AORESLat 36 55 53, Long 21 01 08

    COSTA PORTUGUESALat 37 01 52, Long 8 59 44

    COSTA AFRICANALat 30 17 48, Long 9 37 25

    ARQUIPLAGO DE CABO VERDELat 17 13 12, Long 25 05 46

    ESTREITO DE GIBRALTARLat 35 58 04, Long 5 32 12

    PROVNCIA CAROLINIANALat 34 24 29, Long 77 10 43

    PROVNCIA VIRGINIANALat 39 48 18, Long 73 56 38

    PROVNCIA ACADIANALat 43 59 45, Long 65 09 29

    TABELA 3 - COORDENADAS CONSIDERADAS PARA O ESTUDODA RELAO BIOGEOGRFICA ENTRE AS SELVAGENS

    E OS RESTANTES LOCAIS DEFINIDOS

  • Macaronsico. Os locais estudados foram: Canrias,Madeira, Aores, Portugal Continental, Costa NorteAfricana (a Norte da Baa da Guin), Ilhas de CaboVerde, Mediterrneo, Provncia Caroliniana, ProvnciaVirginiana e Provncia Acadiana. A escolha dos locaisest relacionada com o facto de serem prximos dasIlhas Selvagens, com presena de espcies comuns(Canrias, Madeira, Aores, Portugal Continental, CostaNorte Africana, Ilhas de Cabo Verde e Mediterrneo), ede se pretender avaliar de que forma ocorreu acolonizao destas ilhas, tendo em conta a possibilidadede terem sido atingidas, a partir de locais prximos.Foram ainda escolhidos trs locais: Provncia Caroliniana,Provncia Virginiana e Provncia Acadiana, com o

    objectivo de obter um sinal exterior aos dados daregio Macaronsica. A Provncia Caroliniana (CRL)alberga a fauna da Carolina do Norte, Carolina do Sul,Gergia e Este da Florida. A Provncia Virginiana (VIR),engloba a fauna de locais situados entre o Cabo Henrye o Cabo Cod, incluindo as zonas de Virgnia, Delaware,Ilha de Manhattan e Ilha Rhode. As zonas deMassachusetts, New Hampeshire e Maine pertencem Provncia Acadiana, que se estende desde a TerraNova Pensilvnia, ou seja, a Norte do Cabo Cod.

    Foi estudada a relao existente entre a similaridadeda malacofauna dos locais comparados versus adistncia entre os mesmos. Para este estudo foramcalculadas as distncias mnimas entre os locaisestudados, a partir das suas coordenadas. Para asSelvagens foi considerado um ponto mdio da ilha epara os locais a comparar foi considerado o ponto maisprximo s Ilhas Selvagens. As coordenadas conside -radas esto indicadas na Tabela 3.

    Foi utilizado o programa de anlise estatstica NTSYSverso 2.02C para realizar o estudo da anidadebiogeogrca da malacofauna das Ilhas Selvagens. Foiutilizado o mtodo Jaccard (1908) com distnciauPGMA uma vez que o coeciente disponvel quemelhor se adequa ao estudo realizado e tambm omtodo que cumpre a maioria dos critrios de escolhaapontados por Shi (1993) a ter em considerao emestudos biogeogrcos. A anlise foi efectuada paracada espcie presente comparando-a com outrasespcies da rvore obtida, bem como entre membrospertencentes ao mesmo brao da rvore medida queestes vo convergindo durante a anlise. Com oobjectivo de vericar se os dados reectem odendrograma obtido, a matriz obtida comparada comuma matriz cofentica e obtido o valor de correlaocofentica (r).

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    48

    ENSEADA NA SELVAGEM PEQUENA

  • CAPTULO II METODOLOGIA 49

    VISTA DA BAA DAS CAGARRAS, NA ILHA SELVAGEM GRANDE

  • MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    50

    ESTAO DE VIGILNCIA DO PARQUE NATURAL DA MADEIRA NA SELVAGEM PEQUENA

  • CAPTULO II METODOLOGIA

    Durante a Expedio Selvagens 94 foram recolhidas 115espcies de moluscos marinhos nas ilhas SelvagemGrande e Selvagem Pequena, ilustradas na iconograadeste livro. Das espcies recolhidas, 32 so pela primeiravez referenciados para as Ilhas Selvagens. Foramrecolhidos 21 Bivalvia, 3 Poliplacophora, 5 GastropodaHeterobranchia, 6 Gastropoda Ophistobranchia, 1Gastropoda Pulmonata e 79 Gastropoda Prosobranchia.

    Destas espcies existem 32 em que as Ilhas Selvagensrepresentam o limite de distribuio Norte e 13 querepresentam o limite de distribuio Sul.

    As espcies recolhidas foram listadas e classicadasseguindo o sistema de classicao CLEMAN e para osOphistobrnquios foi seguida a classicao de Cerveraet al., 2004.

    Nas pginas seguintes so ilustradas as espciesrecolhidas durante a Expedio Selvagens 94 queculminou no presente trabalho.

    Para cada espcie recolhida foi descrito o nmero deexemplares recolhidos por estao de recolha, utilizandoas abreviaturas dos nomes das estaes de recolha jmencionadas. Foram medidos os exemplares, foi descritaa distribuio geogrca e as referncias bibliogrcaspara as Selvagens. Sempre que possvel foram aindadescritas observaes ecolgicas da espcie capturada,a sua caracterizao morfolgica com base do dirio decampo e comentrios relevantes. Na iconograa estoindicados os dados relevantes de cada fotograapresente neste trabalho.

    51

    ICONOGRAFIA

  • MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    52

  • Captulo III

    Inventrio Faunstico

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 e os 20 m, em zonas rochosas com cascalhoe pedras soltas.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAAtlntico de Frana ao Senegal, Ilhas Canrias, Madeira e Mediterrneo Ocidental.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOPrimeiro registo para as Ilhas Selvagens.

    MATERIAL ESTUDADOEC - 2 exemplares e 26 placas; EFG 2 exemplares e 14 placas; OPA 2 exemplares e 5 placas;SG - 1 exemplar ;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    54

    Leptochiton algesirensis (Capellini, 1859)CLASSE POLYPLACOPHORA Gray, 1821ORDEM LEPIDOPLEuRIDA Thiele, 1909 FAMLIA Leptochitonidae Dall, 1889

    DIMENSES: de 0,40 a 1,16 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 55

    Vista dorsal

    Imagem de MEV de uma placa intermdia

    Imagem de MEV da vista dorsal

    0,60 mm 0,80 mm

    0,30 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 e os 20 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICACosta Mediterrnica de Marrocos, Ilhas Canrias e Madeira.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOPrimeiro registo para as Ilhas Selvagens.

    MATERIAL ESTUDADOBP 1 exemplar ; EFG 1 exemplar e 8 placas; PA 5 placas; PL 3 placas; PR 1 placa;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    56

    Lepidochitona canariensis (Thiele, 1909)CLASSE POLYPLACOPHORA Gray, 1821ORDEM CHITONIDA Thiele, 1910 FAMLIA Ischnochitonidae Dall, 1889

    DIMENSES: de 0,20 a 0,40 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 57

    Imagem de MEV da vista dorsal

    Imagem de MEVde uma placa intermdia

    Imagem de MEV da placa posterior Imagem de MEV da placa anterior

    0,08 mm

    0,25 mm 0,20 mm 0,20 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 e os 20 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAAtlntico desde as Ilhas Britnicas at Portugal, Aores, Ilhas Canrias, Ilhas Selvagens, Madeira e Mediterrneo.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOPrimeiro registo para as Ilhas Selvagens.

    MATERIAL ESTUDADOEC 1 placa; EFG 1 exemplar; LPI 1 exemplar; OPA 3 placas; PI 3 placas; SG 3 exemplares e 10 placas;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    58

    Acanthochitona fascicularis (Linnaeus, 1767)CLASSE POLYPLACOPHORA Gray, 1821ORDEM CHITONIDA Thiele, 1910 FAMLIA Acanthochitonidae Simroth, 1894

    DIMENSES: de 0,84 a 2,20 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 59

    Vista dorsal

    Imagem de MEV da placa anterior Imagem de MEVde uma placa intermdia

    Imagem de MEV da placa posterior

    Imagem de MEV da vista dorsal

    1,25 mm 0,50 mm

    0,25 mm 0,25 mm 0,25 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos na zona litoral e infralitoral, sobre substrato rochoso.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAAores, Ilhas Canrias, Ilhas Selvagens e Madeira.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDONordsieck & Talavera, 1979 como Patella ulyssiponensis aspera; Hawkins & Weber, 2005 como Patella aspera.

    MATERIAL ESTUDADOBP 3 exemplares; EC 3 exemplares; EFG 7 exemplares; PA 13 exemplares; PCA 4 exemplares;PL 1 exemplar ; PR 7 exemplares; SP 3 exemplares.

    COMENTRIOSRecentes estudos genticos (Hawkins & Weber, 2005) demonstraram a separao entre a espciemacaronsica Patella aspera e a continental Patella ulyssiponensis.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    60

    Patella aspera Lamarck, 1819CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848 ORDEM DOCOGLOSSA Troschel, 1866 FAMLIA Pattelidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,70 a 7,00 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 61

    Vista dorsal

    Vista ventral

    Vista ventral

    5,00 mm 5,00 mm

    10,0 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos na zona litoral e infralitoral, sobre substrato rochoso.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAIlhas Canrias e Ilhas Selvagens.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 e Nordsieck & Talavera, 1979.

    MATERIAL ESTUDADOEFG - 9 exemplares; SP - 2 exemplares;

    COMENTRIOSEsta espcie anteriormente muito abundante nas Ilhas Canrias, Selvagens e Madeira est actualmente restritaa uma pequena populao na ilha de Fuerteventura nas Ilhas Canrias e s Ilhas Selvagens onde continuaabundante. O decrscimo das populaes e extino em algumas reas deve-se recolha excessiva para nsalimentares.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    62

    Patella candei d'Orbigny, 1840CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848 ORDEM DOCOGLOSSA Troschel, 1866 FAMLIA Pattelidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 5,10 a 6,00 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 63

    Vista ventral

    Vista ventral

    Vista dorsal

    3,50 mm 3,50 mm

    1,00 cm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos na zona litoral, sobre substrato rochoso.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAIlhas Canrias, Ilhas Selvagens e Madeira.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 como Patella guttata e Nordsieck & Talavera, 1979.

    MATERIAL ESTUDADOEFG 5 exemplares;

    COMENTRIOSEsta espcie habita a zona mais alta da mar.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    64

    Patella piperata Gould, 1846CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848 ORDEM DOCOGLOSSA Troschel, 1866 FAMLIA Pattelidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: 2,50 cm

  • Vista dorsal Vista ventral

    INVENTRIO FAUNSTICO 65

    1,25 mm 1,25 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 e os 20 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAArquiplago de Cabo Verde, Costa Atlntica Europeia, Costa Ocidental Africana, Ilhas Canrias, Ilhas Selvagens,Madeira, Banco Gorringe e Mediterrneo.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 como Diodora graeca e Nordsieck & Talavera, 1979 como Diodora graeca.

    MATERIAL ESTUDADOEC 4 exemplares; EFG 5 exemplares; OPA 8 exemplares; PA 1 exemplar ; PC 10 exemplares;PI 12 exemplares; PL 2 exemplares; PR 1 exemplar ;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    66

    Diodora gibberula (Lamarck, 1822)BREVE CARACTERIZAOMORFOLGICA

    Animal com partes moles num tomuniforme amarelado claro com pintasbrancas leitosas muito pequenas eirregulares. Tentculos curtos, olhosbem visveis. Manto translcido compequenos traos quase microscpicosparalelos ao bordo.

    in Dirio de Campo

    CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Fissurellidae Fleming, 1822

    DIMENSES: de 0,25 a 1,20 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 67

    Vista dorsal

    Vista lateral

    Vista ventral

    0,50 mm 0,50 mm

    0,80 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 e os 20 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICACosta Atlntica Europeia, Costa Ocidental Africana at Angola, Arquiplago de Cabo Verde, Ilhas Canrias, IlhasSelvagens, Madeira e Mediterrneo Ocidental. As referncias para as Carabas requerem conrmao.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 como Scissurella fayalensis e Nordsieck & Talavera, 1979 como Scissurella fayalensis.

    MATERIAL ESTUDADOEFG 1 exemplar ; OPA 1 exemplar ; SG 3 exemplares;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    68

    Sinezona cingulata (O. G. Costa, 1861)CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Scissurellidae Gray, 1847

    DIMENSES: de 0,05 a 0,07 cm

  • Vista dorsal

    Vista da base

    INVENTRIO FAUNSTICO 69

    0,06 mm

    0,05 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 3 e os 12 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAArquiplago de Cabo Verde e Ilhas Canrias.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOPrimeiro registo para as Ilhas Selvagens.

    MATERIAL ESTUDADOEC 1 exemplar ; SG 1 exemplar ;

    COMENTRIOSDistingue-se da espcie anterior por a concha no possuir estrias espirais.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    70

    Sinezona semicostata Burnay & Roln, 1990CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Scissurellidae Gray, 1847

    DIMENSES: de 0,05 a 0,10 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 71

    Imagem de MEV da base

    Vista dorsal Vista da base

    Imagem de MEV da vista dorsal

    34,0 m 50,0 m

    0,10 mm 0,10 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 e os 22 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAAores, Arquiplago de Cabo Verde, Ilhas Canrias, Ilhas Selvagens e Madeira.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 como Haliotis coccinea canariensis e Nordsieck & Talavera, 1979 como Haliotis coccineacanariensis.

    MATERIAL ESTUDADOEC 7 exemplares; EFG 1 exemplar ; LPA 1 exemplar ; OPA 4 exemplares; PI 2 exemplares;SG 6 exemplares;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    72

    Haliotis tuberculata coccinea Linnaeus, 1758BREVE CARACTERIZAOMORFOLGICA

    A toda a volta do p, na parte visveldo animal, existem rugosidades, papilase tentculos pequenos. Existem vriasadas de tentculos esverdeados quealam ligeiramente para o exterior.Estes tentculos, existem no bordosuperior bem como no bordo inferiorda superfcie exterior do p e estodispostos de modo ordenado. A partedo corpo que se esconde debaixo daconcha creme clara, praticamentesem manchas.

    in Dirio de Campo

    CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Haliotidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,80 a 6,50 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 73

    Vista dorsal

    Vista dorsal Vista ventral

    Vista ventral

    5,00 mm 0,40 mm

    0,40 mm0,40 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 e os 22 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICACosta Atlntica Europeia, Ilhas Canrias, Ilhas Selvagens, Madeira, Banco Gorringe e Mediterrneo.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978.

    MATERIAL ESTUDADOEC 20 exemplares; EFG 5 exemplares; LPA 4 exemplares; LPI 3 exemplares; OPA 24 exemplares;PA 5 exemplares; PI 5 exemplares; PL 3 exemplares; PR 7 exemplares; SG 11 exemplares;

    COMENTRIOSSero necessrios estudos futuros a m de determinar o correcto posicionamento das populaes das IlhasCanrias, Selvagens e Madeira face s populaes continentais e espcie Jujubinus pseudogravinae, originriado Arquiplago dos Aores.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    74

    Jujubinus cf. exasperatus (Pennant, 1777)BREVE CARACTERIZAOMORFOLGICA

    Partes moles com tentculostranslcidos com um aspecto micro-granuloso e com um tom geral lils.Tentculos epipodiais tambm com omesmo aspecto mas mais nos, tendosido observados trs de cada lado.Nos tentculos ceflicos ocorre umalinhamento de zonas pigmentadasformando trs linhas, visveisventralmente, que acompanham longi-tudinalmente os tentculos. P begeplido translcido pustuloso, com obordo namente recortado de formaregular, com grandes manchascastanhas e outras dispersas, maispequenas, brancas. A parte marginaldo p transparente e possui comoque uma borda de micro-tentculostransparentes, muito curtos e decomprimento constante. A parteinterior do p mais bege e opaca.Os tentculos esto repletos deprojec-es liformes minsculas,muito curtas e dicilmente visveis.Epipdio transparente, com manchasbrancas, opacas irregulares. A zonaepipodial prolonga-se pelo p sob aforma de duas cristas, baixas, pustulosasno topo, bem denidas. Cabeaamarelada, com uma mancha castanhabem visvel na sua parte central e quese prolonga para a frente ao longo dopropdio. Olhos bem visveis.

    in Dirio de Campo

    CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Trochidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,14 a 0,55 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 75

    Vista dorsal

    Vista da base Imagem de MEV da vista lateral Imagem de MEV da protoconcha

    Vista ventral

    0,40 mm 0,40 mm

    0,70 mm 0,50 mm 70,0 m

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplar recolhido em profundidade entre os 3 e os 12 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAIlhas Canrias.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOPrimeiro registo para as Ilhas Selvagens.

    MATERIAL ESTUDADOEC 1 exemplar ;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    76

    Jujubinus poppei Curini-Galletti, 1985CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Trochidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: 0,28 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 77

    Vista dorsal

    Vista da base

    Vista ventral

    0,20 mm 0,20 mm

    0,30 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos na zona entre mars sob pedras e cascalho.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAIlhas Canrias e Ilhas Selvagens.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 e Nordsieck & Talavera, 1979.

    MATERIAL ESTUDADOEC 21 exemplares; EEC 8 exemplares; EFG 7 exemplares; LPI 23 exemplares; OPA 5 exemplares; PA 43 exemplares; PC 1 exemplar ; PCA 9 exemplares; PI 1 exemplar ; PL 2 exemplares; PR 88 exemplares; SG 17 exemplares;

    COMENTRIOSEspcie muito abundante nas amostras recolhidas.

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    78

    Gibbula aurantia Nordsieck & Talavera, 1979CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Trochidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,10 a 0,60 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 79

    Vista apical

    Vista dorsal Imagem de MEV da vista da base Imagem de MEV da espira

    Vista ventral

    0,50 mm 0,50 mm

    1,00 mm 0,25 mm 0,10 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos na zona entre mars sobre pedras e cascalho.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAIlhas Canrias, Ilhas Selvagens e Madeira.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978.

    MATERIAL ESTUDADOEC 1 exemplar ; SG 1 exemplar ;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    80

    Gibbula candei (dOrbigny, 1844)CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Trochidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,30 a 0,34 cm

  • Vista apical

    Vista dorsal Imagem de MEV da vista da base Imagem de MEV da espira

    Vista da base

    INVENTRIO FAUNSTICO 81

    0,25 mm 0,25 mm

    0,25 mm 0,50 mm 0,25 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 e os 12 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICACosta Atlntica Europeia, Aores, Ilhas Canrias, Ilhas Selvagens, Madeira e Mediterrneo.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 e Nordsieck & Talavera, 1979.

    MATERIAL ESTUDADOEC 1 exemplar ; PA 1 exemplar ;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    82

    Gibbula magus (Linnaeus, 1758)CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Trochidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,20 a 1,70 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 83

    Vista ventral

    Vista da base Imagem de MEV da vista ventralda concha de um juvenil

    Imagem de MEV da espira

    Vista dorsal

    1,25 mm 1,25 mm

    2,50 mm 0,25 mm 0,10 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos na zona litoral e infralitoral. Espcie muito abundante nas amostras recolhidas.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAEndmica das Ilhas Selvagens.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 e Nordsieck & Talavera, 1979.

    MATERIAL ESTUDADOEFG 42 exemplares;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    84

    Osilinus atratus selvagensis (W. Wood, 1828)BREVE CARACTERIZAOMORFOLGICA

    Animal com p escuro, acinzentado,repleto de pstulas de cor clara rosadadispersas pela sua superfcie. O ptem no bordo nos tentculostransparentes todos do mesmotamanho completamente cilndricos.Tentculos nos de mesma cor basecom bordos escuros, cobertos deplos minsculos transparentes.Tentculos epipodiais de cor amarelotorrado vagamente alaranjado. A zonado p onde estes tentculos seinserem branca com manchasirregulares de cor castanho claro ecom zonas brancas, com uma corescura quase pretos nas margens.Duas pregas intertentaculares, cor delaranja, forte. Olhos grandes em doispednculos curtos, muito largos eachatados na parte superior. Oprculoredondo, com recortes do p asobressair pela parte da frente. Pregaepipodial recortada com bicos agudos,completamente alinhadas e de ta-manhos alternados ligeiramentediferen tes. Propdio de cor igual ao pcom um bordo com uma bandaestreita, clara frente. Manto trans-lcido, no, amarelado, com um bordocom massas granulosas consfricas.

    in Dirio de Campo

    CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Trochidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 1,07 a 2,30 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 85

    Vista ventral

    Vista da base

    Vista dorsal

    1,25 mm 1,25 mm

    1,70 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos na zona litoral e infralitoral.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAIlhas Canrias, Madeira e Porto Santo.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOPrimeiro registo para as Ilhas Selvagens.

    MATERIAL ESTUDADOEC 1 exemplar ; EFG 3 exemplares; LN 10 exemplares; PA 3 exemplares; SG 33 exemplares;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    86

    Osilinus sauciatus (Kock, 1845)CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Trochidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,60 a 2,58 cm.

  • INVENTRIO FAUNSTICO 87

    Vista ventral

    Vista da base

    Vista dorsal

    1,70 mm

    0,25 mm

    1,70 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 7 e os 17 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAIlhas Canrias, Ilhas Selvagens, Madeira e Porto Santo.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDONordsieck & Talavera, 1979.

    MATERIAL ESTUDADOEC 3 exemplares; PR 3 exemplares;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    88

    Calliostoma lusitanicum Nordsieck & Talavera, 1979BREVE CARACTERIZAOMORFOLGICA

    Base do p cor salmo claro com basecreme claro. Parte superior do pcom pintas minsculas de cor castanhaescuro, alinhadas em bandas muitoestreitas irregularmente dispostas, mastodas paralelas ao bordo do p. Trstentculos epipodiais de cor begemuito ligeiramente rosado. Lobosceflicos translcidos e com as mesmaspintas microscpicas mas em menorquantidade. O p tem uma superfcieconstituda por uma justaposio,compacta, de bolhas minsculas comintervalos entre elas que constituemum depsito de cor castanho escuro,responsvel pelo aspecto obscurecidoda superfcie. Tentculos ceflicostranslcidos, de cor castanha aver-melhada clara, e como que cobertospor minsculos plos muito curtos etransparentes. Propdio volumoso elargo, muito escuro com o bordo maisclaro da cor de base do corpo doanimal. Olhos grandes, bem visveis naextremidade de pednculos curtos. Acabea da cor de base das partesmoles aparentemente sem padro. Omanto vem at ao bordo da concha eca ligeiramente no exterior. O bordo irregular e apresenta uma bandaestreita escura junto periferia, compequenas digitaes de superfcieirregular e essa zona, conforme ascontraces locais do animal, assimparece mais ou menos escura.

    in Dirio de Campo

    CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Calliostomatidae Thiele, 1924

    DIMENSES: de 0,25 a 1,00 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 89

    Vista ventral

    Vista da base Imagem de MEV da vista lateral Imagem de MEV da vista apicalda protoconcha

    Vista dorsal

    8,50 mm 8,30 mm

    70,0 m3,50 mm1,70 mm

  • DISTRIBUIO GEOGRFICACosta Atlntica Europeia, Costa Atlntica de Marrocos, Ilhas Canrias, Madeira, Banco Gorringe e Mediterrneo.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOPrimeiro registo para as Ilhas Selvagens.

    MATERIAL ESTUDADOEC 2 exemplares;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    90

    Bolma rugosa (Linnaeus, 1767)CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Turbinidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,40 a 4,30 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 91

    Vista dorsal

    Vista ventral Imagem de MEV da vista apicalda concha de um juvenil

    Vista da base

    2,50 mm 2,50 mm

    1,00 cm 0,50 mm

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 3 e os 19 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAIlhas Canrias, Ilhas Selvagens e Mediterrneo.

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDONordsieck & Talavera, 1979 como Cyclostrema catenoides.

    MATERIAL ESTUDADOEC 1 exemplar ; PL 1 exemplar ;

    MOL

    USCO

    S MAR

    INHO

    S | A

    TLAS

    DAS

    ILHA

    S SE

    LVAG

    ENS

    92

    Skenea cf. catenoides (Monterosato, 1877)CLASSE GASTROPODA Cuvier, 1797 SuBCLASSE PROSOBRANCHIA Milne Edwards, 1848ORDEM VETIGASTROPODA Salvini-Plawen, 1980 FAMLIA Turbinidae Ranesque, 1815

    DIMENSES: de 0,02 a 0,08 cm

  • INVENTRIO FAUNSTICO 93

    Vista apical

    Vista ventral Imagem de MEV da vista apical Imagem de MEV da vista da base

    Vista da base

    50,0 m 50,0 m

    100 m 70,0 m 70,0 m

  • OBSERVAES ECOLGICASExemplares recolhidos em profundidades entre os 0 a 19 m.

    DISTRIBUIO GEOGRFICAEstreito de Gibraltar at Larache, na Costa Atlntica de Marrocos, Ilhas Canrias e Ilhas Selvagens(localidade tipo).

    REFERNCIAS PARA A ZONA EM ESTUDOTalavera, 1978 como Skenea trochoi