moises santos souza bn-ro resenha8

1
Clement, C.R. Melhoramento de Palmeiras Brasileiras para Agrodiesel: Que São as Perguntas Importantes? In Simpósio de Atualização em Genética e Melhoramento Univ. Fed. Lavras, Lavras, MG. p.12-13. 2009. Discente PPG-Bionorte: Moisés Santos de Souza Palestra: Prospecção, amostragem, caracterização e avaliação de recursos da biodiversidade para uso em Biodiesel A prospecção de espécies vegetais com finalidade de produzir biocombustível se torna cada vez mais importante. As demandas energéticas crescem a cada ano sem cessar, principalmente no Brasil, um país de grande território geográfico e dependente na maioria das vezes de rodovias e hidrovias para o escoamento de sua produção e uso de muitas máquinas agrícolas. Os óleos fixos das sementes de muitas espécies brasileiras são promissoras para a produção de combustível. Os óleos fixos são constituídos de triglicerídeos. Tais moléculas possuem o ácido graxo, que são parecidos ao composto do petróleo. Segundo Clemente (2009), o termo do uso biocombustível, pode gerar uma falsa impressão de produção sustentável de combustível. Portanto, nessa resenha, utilizarei o termo agrocombustível que nos permite uma ideia mais próxima do real já que a produção em grande escala, consequentemente gerará monoculturas de espécies com potencial para extração de óleo. A soja, pelo menos em Rondônia, é um exemplo claro desse resultado por representar 80% da produção de agrodiesel. Portanto, a busca de novas espécies alternativas, como é o caso das palmeiras, são assuntos para pesquisas dentro do ramo da prospecção de recursos da biodiversidade para o uso em agrocombustível. Clement (2009), cita uma revisão de literatura que estima algumas palmeiras com destaques na produção de óleo: macaúba (Acronomia aculeata); pupunha (Bactris gasipaes), buriti (Maritia flexuosa) e inajá (Maximiliana maripa). No entanto, essas espécies, não foram estudadas com finalidade para produção de agrocombustível. Isso é um problema, pois não representa o mundo real, em relação à extração industrial (Clement 2009). A justificativa para o uso de espécies de palmeiras na produção do agrodiesel é meramente técnica do ponto de vista de Clement (2009). Eu opino que esse conceito de atribuir apenas critérios técnicos, é uma ideologia que têm como principal rumo ou rota a preocupação capitalista de somente preocupar-se com os interesses “produtivos” do ser humano. Mas para onde podemos caminhar? Nesse contexto da necessidade energética, talvez para uma forma de produção mais heterogênea. Por exemplo, Clement (2009), cita que o Brasil possui um mosaico de solos e diferentes tipos de climas que favorece às várias espécies no país, algumas delas já mencionada nessa resenha. Então, a produção de agrocombustível a partir do cultivo de espécies endêmicas de região e/ou estado brasileiro, seria uma alternativa ideal, não sei se real, mas que aliviaria um pouco o impacto em relação à disseminação de espécies exóticas para outras regiões do país ou do mundo. No meu ponto de vista, isso é um dos principais problemas dos impactos gerados pelo setor produtivo agrícola. No entanto, Clement (2009) menciona uma questão interessante do ponto de vista econômico para as regiões de produção agrícola. Geralmente, nesses entornos, existe uma abundância de mão de obra local subutilizada, e também a disponibilidade dos recursos naturais, por exemplo, as palmeiras nativas. Isso corrobora com a minha opinião já mencionada nessa resenha. A questão é: cada um faz sua parte, dentro de sua possibilidade e especificidade. O somatório de tudo isso resulta num aproveitamento mais respeitoso às espécies que já vivem em seus hábitats a milhares de anos. O uso inteligente dessas espécies cabe ao homem estabelece-las. De certa forma, temos buscado isso. Por exemplo, o Brasil se esforça em assegurar um pouco a sustentabilidade agrícola por meio de zoneamento ecológico-econômico que considera os aspectos agroecológicos de espécies brasileiras (Clement 2009). É válido e pertinente ressaltar que há muitos gargalos a serem resolvidos. Como Clement (2009) a questão da melhoria genética de espécies nativas nas mãos dos “desesperados” por dinheiro. Por mais que buscamos a preservação e conservação dos recursos genéticos, há sempre o outro lado da moeda. Entretanto, sejamos otimistas. Chega de pessimismo dentro do contexto do uso da biodiversidade. A euforia sobre os agrocombustíveis, de certa forma é positiva. Apesar de que a maioria dos projetos sofreram reveses e algumas foram abandonadas, concordo plenamente com Clement (2009) quando comenta: Estes reveses oferecem lições que precisamos aprender para garantir sucesso... Precisamos ser eficientes em nosso planejamento e execução.

Upload: aracelly-rossendy

Post on 08-Feb-2016

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Moises Santos Souza BN-RO Resenha8

Clement, C.R. Melhoramento de Palmeiras Brasileiras para Agrodiesel: Que São as Perguntas Importantes? In Simpósio de

Atualização em Genética e Melhoramento Univ. Fed. Lavras, Lavras, MG. p.12-13. 2009.

Discente PPG-Bionorte: Moisés Santos de Souza

Palestra: Prospecção, amostragem, caracterização e avaliação de recursos da biodiversidade para uso em Biodiesel

A prospecção de espécies vegetais com finalidade de produzir biocombustível se torna cada vez

mais importante. As demandas energéticas crescem a cada ano sem cessar, principalmente no Brasil,

um país de grande território geográfico e dependente na maioria das vezes de rodovias e hidrovias para

o escoamento de sua produção e uso de muitas máquinas agrícolas.

Os óleos fixos das sementes de muitas espécies brasileiras são promissoras para a produção de

combustível. Os óleos fixos são constituídos de triglicerídeos. Tais moléculas possuem o ácido graxo,

que são parecidos ao composto do petróleo. Segundo Clemente (2009), o termo do uso

biocombustível, pode gerar uma falsa impressão de produção sustentável de combustível. Portanto,

nessa resenha, utilizarei o termo agrocombustível que nos permite uma ideia mais próxima do real já

que a produção em grande escala, consequentemente gerará monoculturas de espécies com potencial

para extração de óleo.

A soja, pelo menos em Rondônia, é um exemplo claro desse resultado por representar 80% da

produção de agrodiesel. Portanto, a busca de novas espécies alternativas, como é o caso das palmeiras,

são assuntos para pesquisas dentro do ramo da prospecção de recursos da biodiversidade para o uso em

agrocombustível.

Clement (2009), cita uma revisão de literatura que estima algumas palmeiras com destaques na

produção de óleo: macaúba (Acronomia aculeata); pupunha (Bactris gasipaes), buriti (Maritia

flexuosa) e inajá (Maximiliana maripa). No entanto, essas espécies, não foram estudadas com

finalidade para produção de agrocombustível. Isso é um problema, pois não representa o mundo real,

em relação à extração industrial (Clement 2009).

A justificativa para o uso de espécies de palmeiras na produção do agrodiesel é meramente

técnica do ponto de vista de Clement (2009). Eu opino que esse conceito de atribuir apenas critérios

técnicos, é uma ideologia que têm como principal rumo ou rota a preocupação capitalista de somente

preocupar-se com os interesses “produtivos” do ser humano. Mas para onde podemos caminhar? Nesse

contexto da necessidade energética, talvez para uma forma de produção mais heterogênea.

Por exemplo, Clement (2009), cita que o Brasil possui um mosaico de solos e diferentes tipos

de climas que favorece às várias espécies no país, algumas delas já mencionada nessa resenha. Então, a

produção de agrocombustível a partir do cultivo de espécies endêmicas de região e/ou estado

brasileiro, seria uma alternativa ideal, não sei se real, mas que aliviaria um pouco o impacto em relação

à disseminação de espécies exóticas para outras regiões do país ou do mundo. No meu ponto de vista,

isso é um dos principais problemas dos impactos gerados pelo setor produtivo agrícola.

No entanto, Clement (2009) menciona uma questão interessante do ponto de vista econômico

para as regiões de produção agrícola. Geralmente, nesses entornos, existe uma abundância de mão de

obra local subutilizada, e também a disponibilidade dos recursos naturais, por exemplo, as palmeiras

nativas. Isso corrobora com a minha opinião já mencionada nessa resenha. A questão é: cada um faz

sua parte, dentro de sua possibilidade e especificidade. O somatório de tudo isso resulta num

aproveitamento mais respeitoso às espécies que já vivem em seus hábitats a milhares de anos. O uso

inteligente dessas espécies cabe ao homem estabelece-las.

De certa forma, temos buscado isso. Por exemplo, o Brasil se esforça em assegurar um pouco a

sustentabilidade agrícola por meio de zoneamento ecológico-econômico que considera os aspectos

agroecológicos de espécies brasileiras (Clement 2009).

É válido e pertinente ressaltar que há muitos gargalos a serem resolvidos. Como Clement

(2009) a questão da melhoria genética de espécies nativas nas mãos dos “desesperados” por dinheiro.

Por mais que buscamos a preservação e conservação dos recursos genéticos, há sempre o outro lado da

moeda.

Entretanto, sejamos otimistas. Chega de pessimismo dentro do contexto do uso da

biodiversidade. A euforia sobre os agrocombustíveis, de certa forma é positiva. Apesar de que a

maioria dos projetos sofreram reveses e algumas foram abandonadas, concordo plenamente com

Clement (2009) quando comenta: Estes reveses oferecem lições que precisamos aprender para

garantir sucesso... Precisamos ser eficientes em nosso planejamento e execução.