moises o legislador

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1 MOISÉS O LEGISLADOR

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Estudo sobre o Pentateuco e a vida de Moisés.

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Page 1: Moises o legislador

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MOISÉS

O

LEGISLADOR

Page 2: Moises o legislador

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ESTUDO BIBLÍCO

SOBRE

O

PENTATEUCO

PAULO FRANCISCO DOS SANTOS

Pastor, escritor, poeta e teólogo.

Page 3: Moises o legislador

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.......................................................................... Pág. 04

INICIO DO TRABALHO............................................................. Pág. 06

DE ABRAÃO À MOISÉS............................................................ Pág. 07

OS DIAS DE OPRESSÃO.......................................................... Pág. 09

MOISÉS FILHO DA FILHA DE FARAÓ...................................... Pág. 11

A CIDADE DE RAMESSÉS........................................................ Pág. 14

A CHAMADA E AS CREDENCIAS DE MOISÉS......................... Pág. 15

OS FALSOS DEUSES VERSUS O DEUS VERDADEIRO.............. Pág. 17

COMENTARIO SOBRE A SAIDA DE ISRAEL DO EGITO........... Pág. 20

MOISÉS NA ESCOLA DE DEUS, APRENDENDO COM CONSELHOS.....

..................................................................................................Pág. 21

MOISÉS NA ESCOLHA DE DEUS............................................. Pág. 23

A TÃO ESPERADA LIBERDADE............................................... Pág. 24

O TABERNACULO.................................................................... Pág. 25

A TRANSGRESSAO DA LEI, O BEZERRO DE OURO................ Pág. 26

CONCLUSÃO............................................................................ Pág. 27

BIBLIOGRAFIA......................................................................... Pág. 28

Page 4: Moises o legislador

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INTRODUÇÃO

O Pentateuco ou a Lei. São os cinco primeiros livros que tratam da origem de

todas as coisas, da Lei, e do estabelecimento da nação de Israelita, e pra mim como

estudante de teologia vejo um grande privilegio em poder estudá-los e aprender um

pouco mais, e assim crescer e crescer até alcançar a estatura de varão perfeito.

Os cinco primeiros livros do Antigo Testamento são designados como

Pentateuco, e esta palavra é de origem grega, significa cinco rolos, e reflete o costume

antigo de escrever os textos em rolos de papiro e guardá-los em vasos. Por sua parte a

tradição judia da o nome de Tora, terminação hebraica que se traduz habitualmente por

lei, mas que na realidade tem um significado mas amplo. O nome tora, em efeito, deriva

de uma raiz hebraica que evoca as idéias de dirigir, ensinar e instruir, por isso é melhor

traduzi-lo por expressões como guia ou instrução, sem excluir, pelo menos em alguns

casos, o significado de lei (Dt. 31.09).

Apesar de estar dividido em cinco seções, os livros do Pentateuco, em sua forma

atual, constituem uma unidade. Esta divisão se deve por uma razão de caráter pratico:

como é difícil manejar um rolo demasiadamente volumoso, foi necessário dividir a obra

total em partes mais ou menos iguais. Tal fragmentação se remonta a uma época mui

antiga, pois já se encontra esta versão grega chamada de os Setenta ou Septuaginta

(LXX), no século III a.C.

A tradição judia designa os cinco livros do Pentateuco (e, em geral, os de toda a

Bíblia) por suas palavras iniciais. Assim, o primeiro dos livros se chama No principio, o

segundo Estes são os nomes, o terceiro O Senhor Chamou, o quarto No deserto, e o

quinto Estão são as palavras. Na tradução grego-Latina, são atribuídos os nomes que

põem em relevo algum acontecimento ou tema predominante em cada um dos livros.

Daí os nomes Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, cujo significado se

explica nas respectivas introduções.

Uma característica essencial do Pentateuco é a alternância de seções narrativas e

de instruções ou leis. A principio prevalece o estilo narrativo, e so esporadicamente se

intercalam prescrições de caráter normativo (Gn 9.6; 17:9-14; Ex. 12.1-20). Mas a partir

de Ex. 20 predominam as seções que estabelecem normas e disposições destinadas a por

o que Deus quer e espera do seu povo. Desta maneira, o Pentateuco traz um importante

quadro histórico, que se estende desde da criação do mundo até a morte de Moisés (Gn

1.1—Dt. 34.12). Dentro deste marco se escreve acontecimentos tão decisivos com a

eleição dos patriarcas, a saída do Egito, a aliança do Sinai e a marcha dos Israelitas pelo

deserto até a Terra Prometida. Essa trama histórica tem lugar na promulgação da lei,

destinada a instruir Israel sobre a conduta que devia colocar em pratica para ser

realmente o povo de Deus.

Tradicionalmente se há considerado Moises como o autor do Pentateuco. O

leitor atento deve perceber, tanto as seções narrativas como as passagens de caráter

legal, alguns feitos significativos.

Page 5: Moises o legislador

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Em primeiro lugar, o mesmo texto bíblico atesta que a redação do Pentateuco

utilizou as vezes, fontes mais antigas, como o livro das Guerras do Senhor, citado em

Nm. 21.14.

Em segundo lugar, numerosos indícios colocam a extraordinária complexidade

de uma obra literária tão extensa e rica em conteúdo. Assim, por exemplo, o texto do

Decálogo se apresenta em duas versões ligeiramente diversas (Ex 20.1-17; Dt. 5.6-21), e

o catalogo de grandes festas religiosas de Israel aparece quatro vezes em distintos

contextos (Ex.23.14-19; 34.18-26; Lv. 23; Dt. 16.1-17). Algo semelhante sucede com

algumas narrações: Agar, a serva de Sara, é despedida duas vezes (Gn 16; 21.8-21),

também em duas oportunidades Abraão, e uma terceira vez Isaque, apresentam suas

esposas como se fossem suas irmãs para poder salvar suas vidas (Gn 12.10-20; 20; 26.6-

10). Em todos os casos, não se trata de meras repetições, mas que cada passagem,

apesar de se coincidir no fundamental texto paralelo, põem um algo que a individualiza

e confere um selo particular (comparar, a modo de exemplo, Ex. 20.8-11 com Dt. 5.12-

15).

Reconhecer a paternidade Mosaica do Pentateuco não é somente afirmar que

Moisés é seu autor material de cada texto, mas que o legado espiritual de Moises foi

acolhido pelo povo de Israel como uma herança viva que foi transmitida fielmente e

também ampliada e enriquecida através dos séculos.

Assim estabelecemos um elo entre o Pentateuco e Moises, que é a figura que

vamos superficialmente transcrever neste trabalho, antes, porém vamos relatar algumas

coisas que contribuíram para o enriquecimento do nosso caminho para a sua historia.

Tanto o Pentateuco como a bíblia sagrada originalmente não foram divididos em

capítulos e versículos, sendo algo bem recente, datado em 1.555 d. C.

O hebraico é o idioma oficial da nação Israelita e o AT foi escrito quase em sua

totalização nesta língua, com exceção de algumas passagens de Esdras, Jeremias e

Daniel que foram escritas em Aramaico. O hebraico faz parte das línguas semíticas, que

ram faladas na Ásia (mediterrânea), exceto em bem poucas regiões. As línguas

semíticas formava um ramo dividido em grupos, sendo o hebraico integrante do grupo

cananeu. Este compreendia o litoral oriental do Mediterrâneo, incluindo a Síria, a

Palestina e o território que constitui hoje a Jordânia. A língua hebraica é chamada no

AT de Língua de Canaã (Is 19.18) e Língua judaica ou judaico (2 Rs 18.16,28; Is

36.13). Como a maior parte das línguas do ramo semítico, o hebraico lê-se da direita

para esquerda. O alfabeto hebraico é composto de 22 letras e todas são consoantes.

Concluímos então que o Pentateuco foi originalmente escrito todo em hebraico.

Page 6: Moises o legislador

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O INICIO DO TRABALHO

Ao receber a incumbência de escolher algum tema para iniciar o trabalho sobre a

disciplina do Pentateuco, me pus a pensar farei que parte da história de Israel em

referência a lei? Com certeza qualquer estudioso da bíblia ficaria em duvida, pois temos

inúmeros materiais para explorar de Abraão até João Batista; todavia como o tempo é

curto e tendo de escolher apenas um tema, tive por prazeroso escolher a figura do

príncipe do Egito, o libertador escolhido numa época de grande angústia e que marcou a

sua época, sim, escolhi falar sobre Moíses o homem que conversava com Deus face a

face (Ex.33.11).

Como estudioso da Bíblia que sou não posso deixar de congratular com todo

respeito o Deus-Todo-poderoso que sabe como impulsionar seus filhos a pesquisar, pois

nesse afã podemos cada dia aprender mais e assim fazer parte da nata que ajudará a

mudar a historia da humanidade perdida.

Moisés teve uma escolha divina e partindo desse maravilhoso fato, podemos ver

o desenrolar da história sendo moldado aos planos do Altíssimo, por intermédio de um

homem que possuía fraquezas e virtudes, que nasceu, cresceu, acertou, errou, aprendeu

e faleceu; mas que, todavia serviu ao propósito pelo qual foi chamado.

Moisés é um grande exemplo e ponto de referência de pregações, de livros e etc.,

sim, um homem formidável, mesmo possuindo suas falhas (e quem não as possue?),

mas que ficaram sem ofuscar toda a grandeza divina em sua vida, que ecoa pela

eternidade, nas palavras do Grandioso Deus: Boca a boca falo com ele, e de vista, e não

por figuras; pois, ele vê a semelhança do Senhor... (Nm. 12.08).

Podemos viajar nas escrituras até o Egito e conhecer os momentos de provação

do povo hebreu e sua exaltação, suas provas, murmurações e o cumprimento das

promessas divinas.

Seria impossível olhar todas experiências bíblicas acontecidas durante estes

séculos e ficar intangível, pois, a cada momento após a leitura podemos ver a fé ser

acrescida de tal maneira que podemos seguir os passos certos para entrar na Canaã...

não mais a terrestre e sim a celestial que aguarda o povo de Deus.

DA CHAMADA DE ABRAÃO A CONQUISTA DE CANAÃ

ACONTECIMENTOS DATA a. C (antes de

Cristo)

01 A chamada de Abraão 1921

02 Nascimento de José 1800

03 Imigração de Jacó e sua família para o Egito 1706

04 Nascimento de Moises 1571

05 Egito como 1º império Mundial 1600-1200

06 Êxodo dos Israelitas 1491

07 Tempo do Êxodo a Conquista de Canaã 1491-1445

Page 7: Moises o legislador

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DE ABRAÃO A MOISÉS

Abraão peregrinou na terra de Canaã e recebeu a promessa de possuir está terra

por intermédio de sua descendência (Gn.17.01-09), assim Isaque seu primogênito

herdou a mesma promessa e seqüencialmente Jacó, que teve doze filhos que formaram a

nação chamada Israel.

Dos doze filhos de Jacó, se distingue o filho de sua velhice e primogênito de sua

esposa Raquel (Gn.30.22-24), o qual foi vendido por seus irmãos ao Egito como escravo

devido a inveja que possuíam dele (Gn.37.27,28), sendo o principal personagem dos

últimos capítulos de Gênesis, que com o tempo mediante a uma cadeia de

acontecimentos incríveis o conduziram ao estado de governador do Egito. Deus o

honrou grandemente devido seu temor e para cumprir a promessa feita a Abraão.

José discerniu o sonho de Faraó Gn. 41, e com isso passa a governar o Egito.

Previamente avisado acerca da fome que viria dentro de alguns anos, faz sabiamente o

armazenamento do alimento excedente dos tempos de fartura e salva então o mundo

antigo da desgraça e caos que a fome provocaria.

Sua família que continuava na terra de Canaã com a fome se obrigada a descer

ao Egito e conhece o que Deus fez a José, que agora com compaixão não retribui o mal

feito por seus irmãos, mas fala benignamente com eles e chama toda sua família a morar

na terra de Gosén, a melhor terra do Egito (Gn.42 à 47).

Durante cerca de setenta e um anos depois da transferência de Canaã ao Egito os

hebreus viveram uma vida sossegada e ditosa, mas como o relato do ultimo versículo de

Gênesis nos leva a ver a mudança de horizonte para eles, devido a morte se seu

respeitado irmão: - E morreu José da idade de cento e dez anos; e o embalsamaram, e o

puseram num caixão no Egito ( Gn.50.26 ).

Page 8: Moises o legislador

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ESBOÇO DA VIDA DE MOISES EM ÊXODO E DEUTERONÔMIO

ACONTECIMENTOS CAP. E VERS. EM

ÊXODO

01 Deus escolhe Moises 1:1 – 4:31

02 A preparação de Moises 2:1-25

03 Seus primeiros 40 anos 2:1-10

04 Os 40 anos seguintes 2:11-25

05 A chamada de Moises 3:1--4:31

06 A revelação pessoal de Deus 3:1-22

07 As objeções de Moises 4:1-17

08 A resposta de Moises à chamada de Deus 4:18-31

09 Deus envia Moises a Faraó 5:1—7:13

10 O primeiro encontro com Faraó 5:1-7:7

11 O segundo encontro com Faraó 7:8-13

12 Deus autentica Moises como seu enviado através das

pragas

7:14—12:36

13 A partida de Israel do Egito 12:37-51

14 A orientação pela Nuvem e pelo Fogo 13:17-22

15 A travessia do Mar Vermelho 14:1-22

16 A destruição dos exércitos de Faraó 14:23-31

17 A libertação cantada por Moises 15:1-21

18 Israel no Sinai 19:1—40:38

19 Os dez mandamentos 20:1-26

20 O pecado do povo: O bezerro de ouro 32:1-10

21 A intercessão de Moises 32:11-35

22 O arrependimento do povo 33:1-11

23 A oração de Moises 33:12-23

24 A construção do tabernáculo 34:1—40:38

25 O trabalho inspecionado por Moises 39:32-43

ACONTECIMENTOS DEUTERONÔMIO

26 Encargos de Moises 31-1-29

27 O cântico de Moises 31:30—32:47

28 O testamento de Moises 32:48—33:29

29 A morte de Moises 34:1-12

Page 9: Moises o legislador

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OS DIAS DE OPRESSÃO

Após a morte de José a bíblia diz: - Depois levantou-se um novo rei sobre o

Egito, que não conhecera a José. Ex.01.08

Levantando-se outro Faraó que não conhecia a José e não lembrava dos tempos

de serviço deste notável homem, usou de astúcia e passou a oprimir a Israel.

Para compreender parte da aversão por Israel pelos Egípcios temos que entender

que estes detestavam pastores, atente para o conselho de José a seus irmãos:

“E José disse a seus irmãos, e à casa de seu pai... Quando, pois, Faraó vos

chamar, e disser: Qual é o vosso trabalho? Respondereis: Teus servos foram

homens de gado desde a mocidade até agora, tanto nós como nossos pais; para que

habiteis na terra de Gósen, porque todo pastor de rebanha é abominação para os

Egípcios ( Gn. 46.33-34 ).”

José disse a eles: ―independentemente do que digam, não contem a Faraó que

são pastores! Deixem essa informação de lado, esta bem? Só digam que cuidam do

gado.‖

Por que ele diria isso? Porque José sabia que os pastores eram ―abomináveis

para os egípcios‖.

Os eruditos do Antigo Testamento, Keil e Delitzsch acrescentam esta apreciação

interessantes:

“A aversão dos egípcios pelos pastores surgiu do fato de que quanto mais

fundamentos do Egito se apoiavam na agricultura, tanto mais os egípcios

associavam a idéia de grosseria e barbárie ao nome de pastor. Isto é... confirmado

de varias formas pelos monumentos nos quais os pastores são constantemente

representados como magricelas, fracos, deformados, emaciados e algumas vezes

figuras quase fantasmagóricas.”

Falar que eram pastores era começar com o pé esquerdo um relacionamento com

os egípcios, todavia eles esqueceram do conselho de Jose e quando Faraó perguntou

sobre a ocupação deles responderam: ―Seus servos são pastores, como já eram nosso

pais‖.Com o passar do tempo, o numero crescente de pastores judeus tornou-se um

problema (com P maiúsculo) entre o povo do Egito.

De odiá-las os egípcios passaram também a escraviza-los, debaixo de

chicotadas os israelitas construíram duas novas cidades no Egito. É de imaginar que

trabalho árduo e perseguição feroz pudesse restringir a explosão demográfica deste

povo. Nada disso! Esses israelitas proliferaram: ―Mas quanto mais os afligiam, tanto

mais se multiplicavam e tanto mais se espalhavam; de maneira que se inquietavam por

causa dos filhos de Israel; então os egípcios, com tirania, faziam servir os filhos de

Page 10: Moises o legislador

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Israel‖(Ex.01.12-13)

As coisas poderiam permanecer assim durante longos séculos, talvez milênios,

todavia as Escrituras dizem: ―...os filhos de Israel gemiam sob a servidão, e por causa

dela clamara, e o seu clamor subiu a Deus‖(Ex.2.23).

Deus ouviu este clamor. Ele não estava dormindo. Sua atenção não se desviara.

Lembrava-se bem da promessa que fizera aos filhos e filhas de Jacó. Séculos antes do

primeiro capitulo de Êxodo, Deus falou a Abraão, pais dos hebreus, e revelou uma

profecia relativa aos descendentes desse homem:

―Então lhe foi dito (a Abraão): Sabe, com certeza, que a tua posteridade será

peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos

anos. Mas também eu julgarei a gente aa quem tem de sujeitar-se; e depois sairão

(Êxodo) com grandes Riquezas‖. Gn.15.13-14

Tudo aconteceu como predissera o Senhor, o povo estava sendo oprimido,

escravizado e humilhado, mas não estava esquecido. Deus prometera que iria tira-los

desta tão terrível situação.

Chegando o tempo determinado por Deus, nasceu um menino formoso no relato

de Êxodo 2.1-2 : ―Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de

Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o

por três meses‖.

Nos parece de alguma forma, além do amor natural de pai e mãe, Anrão e

Joquebede tiveram uma revelação divina, acerca de seu recém nascido filho, que

guardaram em segredo durante três meses com a ajuda divina, pois um bebê que não

chora alto durante seu nascimento e seus primeiros dias de vida são algo

impressionante.

Não podendo mais esconde-lo, Joquebede o colocou um cesto de junco,

betumado e colocou no rio... Joquebede era uma mulher de grande fé. Não uma fé

insensata, mas com um plano que foi deixado os resultados finais na mão de Deus,

levou o menino a ser adotado pela filha de Faraó.

Page 11: Moises o legislador

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MOISÉS FILHO DA FILHA DE FARAÓ

Segundo alguns historiadores, Moisés, nasceu no décimo ano do reinado

de Ramessés II (1292 a.C. aproximadamente). Ele foi lançado na águas do Nilo por

ordem de Faraó e salvo pela princesa, cujo nome seria Merrys, e parece tratar-se da

mesma pessoa a quem os rabinos chamaram de Bitia (Veja 1 Cr 4.17,18). Ela era uma

das filhas mais novas de Ramessés II, e adotou como filho e criou-o no palácio real,

preparando-o para ser o futuro Faraó, aquele que seria o libertador do povo hebreu,

Moisés.

―A mulher tomou o menino, e o criou. Sendo o menino já grande, ela o trouxe à

filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés, e disse: Porque

das águas o tirei (Êxodo 2.09-10)‖.

De um simples escravo Moisés foi elevado a posição de filho da filha de Faraó,

agora pertencia a corte, aos nobres da terra do Egito e passou viver seus primeiros

quarenta anos na vida real.

Estevão no fala acerca disso em Atos 07.22:

―E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras

e obras‖.

O plano de Deus acerca de Moisés incluía sua passagem pelo palácio de Faraó,

onde teve oportunidade de se tornar um eloqüente participante da vida real daquele país,

que era o centro político, econômico e cultural do mundo, aquela época. Adotado, o

jovem hebreu teve todas as regalias e privilégios daquela sociedade. O seu preparo, no

entanto, precisava ser completado em outro tipo de ambiente, o que aconteceu mais

tarde, quando teve um encontro com o Deus de seus pais.

Moisés passou quarenta anos em uma vida regalada comparada com as aflições

do povo hebreu, mas isto, não corrompeu seu coração, que permaneceu terno e voltado

as suas raízes, tanto é que quando era ―grande, saiu a seus, e atentou nas suas cargas; e

viu que um varão egípcio feria a um varão hebreu, de seus irmãos. E olhou a uma e

outra banda, e, vendo que ninguém ali havia, feriu ao egípcio, e escondeu-o na

areia‖.(Ex.2:11-12).

Conforme este relato bíblico, Moisés contava quarenta anos de idade (cerca de

1252 a.C.) quando matou este egípcio e teve de fugir para Midiã.

Moisés passou a frente de Deus, realizando a sua vontade e não a divina,

o que lhe custou passar por uma fase muito difícil de sua vida, digamos que ele teve

medo, angustia e etc; foi-se embora do Egito porque Faraó queria mata-lo, chegou no

deserto de Midiã, lugar semelhante à lua... Sombrio e desolado!

Neste lugar Moisés viveu seus outros quarenta anos e aprendeu a ser paciente,

Page 12: Moises o legislador

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esperando a hora que Deus iria fazer a obra e não ele mesmo! Certo comentarista

escreveu: ―Moisés passou seus primeiros anos pensando que era alguém, depois passou

os outros quarenta anos pensando que não era ninguém e os últimos quarenta anos

aprendeu como Deus usa aquele que não confia em si próprio‖.

Em Midiã Moises casou-se, teve dois filhos, passou a pastorear e a viver no

deserto. No deserto lugar de solidão, lugar em que se pode dedicar a meditação vemos o

coração ficar mais sensível a voz daquEle que esta sobre o controle de tudo, inclusive de

nossas vidas. Parece ilógico para o homem comum, mas para aquele que procura ter um

particular com o Todo-poderoso, o deserto passa a ser um o lugar certo para cursar a

escola divina e poder aprender e viver na dimensão do Espírito.

Page 13: Moises o legislador

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O ANTIGO EGITO

RELAÇÕES ENTRE EGITO E ISRAEL PESSOAS – ACONTECIMENTOS DATAS REFERENCIAS

Viajem de Abraão ao Egito Dinastia XII(s.XIX a.

C.)

Gn. 12: 10-20

José e Jacó no Egito Dinastias XIII-XVII

(1786-1540 a.C.)

Gn 37—50

Derrota de Israel pouco depois da

ocupação da terra de Canaã

Dinastia XIX (faraó

Marniptah) c. 1220 a.C.

Documento extra

bíblico: Estrela de

Pedra

Alianças política e comercias entre

Salomão e o rei do Egito

Dinastia XXI (c. 1069-

935 a.C.)

1 Rs. 3.01; 7.08;

9.16,24; 11.01

Sisaque, fundador da dinastia XXII,

deu exílio a Jeroboão. No final do

reinado de Roboão, rei de Judá,

Sisaque atacou Jerusalém e saqueou

o Templo.

C. 935-914 a.C.

1 Rs. 11.40; 14.25-26

Zera, rei do Egito, atacou a Asa, rei

de Judá, mas foi derrotado

Dinastia XXII (c.914-

874 a.C.)

2 Cr 14.9-15

Oséias, rei de Israel, pediu ajuda a

So, rei do Egito, contra os assírios

Dinastia XXIV (c. 725-

524 a.C.)

2 Rs 17.04

Ezequias, rei de Judá, busca apoio

egípcio para deter os assírios

Dinastia XXV, de faraós

etíopes (c. 701 a.C.). Na

capital, Tebas, foi

destruída pelos Assírios

(663 a.C.)

2 Rs 18.21;

Naum 3.8-10

Josias, rei de Judá, querendo

mostrar-se a favor de Babilônia, saiu

ao encontro do rei egípcio Neco II,

para dete-lo, mas este o matou. Neco

foi derrotado por Nabucodonosor,

rei de Babilônia.

610-594 a.C., da

dinastia XXVI.

2 Rs 23.29-30;

Jr 46.02

Zedequias, rei de Judá, em sua

rebelião contra Nabucodonosor,

pede ajuda ao rei do Egito, Jofrá.

589-570 a.C. da

Dinastia XXVI

Jr. 37.5; Ez. 17.11-21

Depois da caída de Jerusalém e do

assassinato de Gedalias, Jeremias é

levado ao Egito. Com ele foram

muitos refugiados judeus.

586 a.C. Jr. 43

Em plena época romana, Jose, Maria

e o menino Jesus fogem para o

Egito.

c. 4 a.C. Mt. 2.13-15

Page 14: Moises o legislador

14

A CIDADE DE RAMESSÉS

Ramessés (em egípcio, Ra-mesu) significa ―filho do sol‖. Era também o nome

de uma cidade situada na melhor parte do Egito, na fértil terra de Gosen (Gn.47.6,11),

onde José estabeleceu seu pai Jacó e seus irmãos com suas famílias, que vieram de

Canaã. A cidade de Ramessés que os israelitas construíram para Faraó (Ex.1.11, talvez

o Ramessés II), parece ser a mesma onde se estabeleceram quando chegaram ao Egito.

A cidade, então, não tinha esse nome, o que só veio ocorrer no tempo da opressão. É

bom lembrar que o Pentateuco foi escrito por Moisés, somente muitos anos depois, da

saída do Egito. Por essa razão, ele se referiu ao local onde foram estabelecidos os

hebreus, no tempo de José, utilizando o nome pelo qual era conhecida a cidade na

ocasião em que estava escrevendo. Outros, no entanto, acreditam que Ramessés era um

nome nacional, que foi dado a um menino, o qual, mais tarde, veio a tornar-se um

Faraó. Desse modo, a cidade construída pelos israelitas nada tem a ver com os faraós

desse nome. Foi da cidade de Ramessés que os israelitas partiram para Sucote, durante o

Êxodo (Ex. 12.37; Nm 33.03).

Page 15: Moises o legislador

15

A CHAMADA E AS CREDENCIAIS DE MOISÉS

Deus não chama ninguém sem que lhe de credenciais. Estas se constituem nos

sinais evidentes de que a pessoa chamada tem autoridade do Senhor para cumprir uma

determinada missão. Isso é fator fundamental para o sucesso da ação. Sem os sinais de

Deus na vida do obreiro se torna frágil, inseguro, duvidoso, derrotado.

Deus chamou um homem que havia se tornado um simples pastor de rebanho de

seu sogro, durante décadas, para ser enviado à presença do maior governante de seu

tempo, com o objetivo de lhe dizer que Jeová, o Deus Todo-poderoso, lhe dava ordens.

Mais que isso, como Deus chamou um homem, preparando-o para liderar cerca de três

milhões de pessoas, em sua saída do Império Egípcio em demanda da Terra Prometida.

Depois de 40 anos na ―Universidade da Solidão‖, na calmaria do deserto de

Midiã, Moisés estava tendo completado o seu curso de preparação de liderança segundo

a vontade de Deus. No Egito, os animais que mais conhecera de perto foram os cavalos

de Faraó. Em Midiã, conheceu muito bem as ovelhas de seu sogro e, com elas aprendeu,

certamente, muitas coisas, inclusive a paciência, a submissão, a humildade e a

dependência do pastor. Outras qualificações ele já houvera adquirido no Egito, tais

como comando, controle, organização, direção, etc... Mas faltava o complemento

indispensável a um líder do povo de Deus.

A cultura egípcia já ficava um tanto para o passado. Agora, Moisés, sem o apoio

político da filha de Faraó, era um homem pobre, humilde, que nem era dono sequer do

rebanho que cuidava. Era um peregrino em terra estranha (Ex.2.22).

Para este peregrino em terra estranha estava reservado um encontro que ele

mesmo gostaria que tivesse acontecido no principio, quando de inicio ele queria resgatar

o seu povo da opressão, todavia o trabalhar divino esta longe da compreensão humana

como afirma Isaias: ―Porque assim como os céus são mais altos do que a terá, assim são

os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais

altos do que os vossos pensamentos‖. Is.55.09

Havia tantas arvores imponentes, de certo, as quais Deus poderia ter escolhido

para, à sombra, ou sobre sua copa, apresentar-se a Moisés. Mas Ele entendeu de mostrar

o seu poder numa sarça, que se trata de uma arbórea sem muito valor. No dizer de

Davis, trata-se de uma ―moita de espinhos‖, com a aparência de uma arvore seca. Deus

quer apoderar-se do homem com suas fraquezas, para, nele, manifestar o seu poder (2

Co.12.9). O que Moisés viu foi fogo de Deus, de forma gloriosa, no sarçal. Era a glória

do Senhor e não da sarça.

A atitude de Moisés a principio, por curiosidade, foi virar-se para a sarça, pelo

fato de não se queimar, mesmo em meio ao fogo (Ex.3.3). Ate ai, uma atitude humana

muito natural, atraída pelo poder de Deus. O Senhor que atrair as atenções de seu povo

para sua gloria, mas, nos dias de hoje, muitos crentes estão atraídos para as glorias do

mundo e para auto glorificaçao, que são terrenas e transitórias.

Page 16: Moises o legislador

16

Deus disse a Moisés quando ele se voltava para a visão: ―Moisés, Moisés‖, ao

que ele respondeu: ―Eis-me aqui‖. O prossegui: ―Não te chegues para cá; tira os teus

sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estas é terra santa‖ (Ex.3.4-5).

Do meio do fogo, o Senhor disse: ―Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão,

o Deus de Isaque e o Deus de Jacó‖(Ex.3.6). Ao ouvir isso, Moisés encobriu o seu

rosto‖, temendo a Dês, em sinal de reverencia.

Ao se revelar a Moisés, Deus o comissiona a fazer aquilo que havia prometido a

Abraão, que era libertar Israel da dura escravidão. Não mais era Moisés que queria fazer

esta obra por si mesmo, mas agora é Deus quem o convoca para tal feito:

“Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido

o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto

desci para livra-lo da mão dos egípcios, e para faze-lo subir daquela terra, a uma

terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do

heteu, e do amorreu, e do ferezeu, e do heveu, e do jebuseu. E agora, eis que o

clamor dos filhos de Israel chegou a mim, e também tenho visto a opressão com

que os egípcios os oprimem. Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que

tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito”. (Ex.3.7-10)

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OS FALSOS DEUSES VERSUS O DEUS VERDADEIRO

Deus chama Moisés para libertar o povo, dá a ele grandes ferramentas (dá poder

de operar milagres), e o envia a Faraó ordenando que deixe o povo de Israel partir em

nome do verdadeiro Deus, o que este ouvindo se ri e não deixa Israel sair.

Vemos então o Senhor castigando os egípcios e fazendo juízo sobre todos os

seus deuses. Juízo!? Sim, Deus fez juízo sobre os deuses dos egípcios, deuses que não

podem auxiliar e muito menos fazer alguma coisa a favor daqueles que os veneram.

Com as pragas que se desenrolarão com a vinda de Moisés para libertar o povo, Deus

estava falando aos egípcios em outras palavras: ―Deixem de adorar estes seus deuses

que não podem vos ajudar e adorem ao Deus verdadeiro!‖. Pena que não deram ouvido

a sua voz, poderiam sofrer menos, mas o coração do homem é inclinado a maldade

desde de sua meninice.

Com a recusa de Faraó de deixar o povo de Israel ir embora do Egito a adorar a

Deus começa se desencadear uma serie de pragas, ao todo dez, que colocaremos na

seqüência abaixo:

As águas são transformadas em sangue: O Nilo era considerado um deus pelos

egípcios. Mas o Senhor provou que ele era apenas um rio, sem qualquer poder divino.

Suas águas foram transformadas em sangue, conforme dissera a Moisés (Ex. 7.17-25).

Os magos fizeram o mesmo. Então, o Todo-poderoso feriu o Nilo e todos os animais

considerados sagrados, a fim de que os egípcios e os israelitas reconhecessem que só o

Senhor é Deus (Ex. 6.7; 7.05,17; 8.22; 10.02).

A praga das rãs: As rãs saíram do rio Nilo em grande quantidade e invadiram as

casas dos servos e senhores egípcios na cidade e no campo. Por toda parte estavam as

rãs: dormitórios, cozinhas, amassadeiras de pão, panelas, armários, etc. (Ex. 8.01-06).

A praga dos piolhos: Quando Arão feriu o pó da terra houve uma grande

transformação: ela tornou-se toda em piolhos. Esses insetos atacaram os homens e os

animais. Os magos procuram imitar o prodígio, mas dessa vez fracassaram e,

reconhecendo que os milagres procediam de Deus, convenceram-se e deixaram de opor

a Ele. Eles advertiram a Faraó para que cedesse aos apelos de Moisés, mas o rei não

lhes deu ouvido (Ex. 8.16-19).

A praga das moscas: O Senhor, pelas mãos de Moisés e Arão, continuou a operar

maravilhas. Grandes enxames de moscas vieram sobre o Egito atormentando o povo e

seus animais, porém não invadiram a terra de Gosén, conforme prometera o Senhor: ―E,

naquele dia, eu separarei a terra de Gosén, em que meu povo habita, a fim de que nela

não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra.

E porei separação entre o meu povo e o teu povo‖(Ex. 8.22,23).

A praga da peste nos animais: Com esse sinal, o Senhor desferiu um golpe

terrível sobre os deuses do Egito, ferindo os gados daquele povo. O touro boi Ápis era o

deus principal dos egípcios, porem o Senhor provou que a divindade não passava de um

simples animal. Mais uma vez, houve distinção entre os egípcios e os israelitas, pois a

praga não afetou o gado dos hebreus (Ex.9.01-07).

A praga das úlceras: Essa praga foi derramada sobre o povo e os animais. Os

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magos também foram atingidos, pois não tiveram poder para realizar qualquer

encantamento que anulasse os efeitos dessa praga. O Senhor ameaçou Faraó pela dureza

de coração, dizendo:‖Deixa ir o meu povo, para que me sirva. Porque esta vez enviarei

todas as minhas pragas sobre o teu povo, para que saibais que não há outro como eu em

toda a terra... mas deveras para isto te mantive, para mostrar o meu poder em ti, e para

que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Tu ainda te levantas contra o meu

povo, para não os deixares ir?‖(Ex. 9.13-17).

A praga da saraiva: Deus é paciente e misericordioso. Antes de enviar a praga da

saraiva – chuva de pedras, raios etc. – fez um aviso solene aos egípcios. Alguns creram;

outros, porém, não quiseram ouvir as palavras que o Senhor ordenara a Moisés (vv.19-

21). Assim, mais uma vez, houve distinção entre os egípcios e os israelitas: ―E havia

saraiva e fogo misturado entre a saraiva, mui grave, qual nunca houve em toda a terra do

Egito, desde que veio a ser uma nação. E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo

quanto havia no campo, desde os homens até aos animais; também a saraiva feriu toda a

erva do campo e quebrou todas as arvores do campo. Somente na terra de Gosén, onde

estavam os filhos de Israel, não havia saraiva‖(Ex. 9.24-26).

A praga dos gafanhotos: Os egípcios estavam muito aflitos, pois reconheciam que

aquelas pragas provinham de Deus. Alguns servos de Faraó tentaram persuadi-lo,

fazendo com que ele ouvisse as palavras de Moisés, mas o soberano mantinha-se

intransigente; não queria deixar o povo de Israel sair do Egito, em vista do grande

prejuízo econômico que isso causaria à nação, isto é, a perda da mão de obra barata e do

trabalho escravo realizado pelos hebreus. Mais uma vez Faraó endureceu o coração.

Todavia Deus ordenou que Moisés fosse a Faraó e o ameaçasse com a praga dos

gafanhotos, caso ele não libertasse os israelitas. O soberano não o atende e mantem-se

novamente intolerante, embora com certo temor (Ex. 10.03-11). Então, não houve

alternativa, o Senhor cumpriu sua palavra. Os gafanhotos foram uma das piores pragas

que caíram sobre o Egito. Eles vieram em grande numero: nuvens deles invadiram a

terra e comeram tudo quanto encontraram, principalmente as ervas que cresceram assim

que cessaram as saraivas. Era tão numerosos que, pousados no chão, formavam

camadas de dez a 12 centímetros de altura. Depois de mortos, seu odor era insuportável.

A praga das trevas: Esse sinal foi um golpe mortal em Rá, o deus-sol dos egípcios.

O Senhor ―apagou a luz dos egípcios‖: ―E houve trevas espessas em toda a terra do

Egito por três dias. Não viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três

dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações‖(Ex. 10.22,23). Faraó

cedeu, porem mudou de idéia e não deixou o povo partir. Que homem teimoso!

A morte dos primogênitos: Essa foi a maior praga sobre os egípcios e o momento

mais critico para eles. Faraó temeu muito a praga das trevas e, chamando Moisés a sua

presença, disse: ―Ide, servi ao Senhor; somente fiquem vossas ovelhas e vossas vacas;

vão também convosco as vossas crianças. Moisés, porém, disse: Tu também darás em

nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao Senhor, nosso Deus. E

também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos

de tomar para servir ao Senhor, nosso Deus; porque não sabemos cm que havemos de

servir ao Senhor, até que cheguemos lá. O Senhor, porém, endureceu o coração de

Faraó, e este não os quis deixar ir. E disse-lhe Faraó: vai-te de mim, e guarda-te que não

mais vejas o meu rosto; porque, no dia em que vires o meu rosto, morrerás‖(Ex.10.24-

28). O prestigio de Moisés era muito grande no Egito e crescia cada vez mais aos olhos

dos servos do palácio e de todos os maiorais de Faraó. Assim sendo, matar Moisés,

conforme ameaçara o soberano, seria um ato temerário. Moisés, cheio do Espírito de

Deus, deu um ultimato ao monarca: ―Assim o Senhor tem dito: À meia-noite eu sairei

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pelo meio do Egito; e todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o

primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até ao primogênito da

serva que está detrás da mó, e todo primogênito dos animais. E haverá grande clamor

em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá; mas contra

todos os filhos de Israel nem ainda um cão moverá a sua língua, desde os homens até

aos animais, para que saibas que o Senhor fez diferença entre os egípcios e os israelitas.

Então, todos estes teus servos descerão a mim e se inclinarão diante de mim, dizendo:

―Sai tu e todo o povo que te segue as pisadas; e, depois, eu sairei. E saiu de Faraó em

ardor de ira‖(Ex.11.04-08).

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20

COMENTÁRIO SOBRE A SAIDA DE ISRAEL DO EGITO

―Segundo o nosso conhecimento atual da topografia do Delta oriental, a narrativa do

começo do êxodo, feita no Êxodo 12.37 e 13.20, é absolutamente exata

topograficamente. Novas provas sobre o caráter essencialmente histórico da narrativa do

êxodo e a peregrinação pelas regiões do Sinai, Madian e Cades, não serão difíceis de

obter graças aos nossos conhecimentos arqueológicos e topográficos cada vez maiores.

Por enquanto, devemos contentar-nos com a segurança de que a posição hipercrítica que

ainda tem mais justificativa. Até a data da saída do Egito, por tanto tempo discutida,

pode agora ser fixada dentro de limit4es não muito amplos... Se a fixarmos em 1290 ªC.,

dificilmente erraremos, uma vez que os primeiros anos de Ramsés II (1301 a 1234)

foram dedicados em grande parte a construções na cidade a que deu o seu nome – a

Ramsés da tradição israelita. A extraordinária coincidência entre esta data e os

quatrocentos e trinta anos referidos no Êxodo 12.40 (Ora o tempo que os filhos de Israel

tinham morado no Egito foi de quatrocentos e trinta anos) – a imigração deve ter tido

lugar por volta de 1270 a.C. – poderá ser puramente acidental, mas é muito difícil que

seja‖.

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MOISÉS NA ESCOLA DE DEUS, APRENDENDO

COM CONSELHOS.

Para todos os lideres existe um problema que tende faze-los tropeçar, neste caso

iremos falar sobre a delegação aos subordinados. Muitos lideres tentam fazer muita

coisa sozinhos, quando não permitem que outros participem para ajuda-los a carregar o

fardo.

Esse pode não parecer um assunto muito espiritual, mas contém um sentido

espiritual implícito. Quando você esta esgotado e exausto por não ter delegado sua

tarefa como deveria, a irritação se instala. Logo depois da irritação vem a confusão, a

perda de visão, o cansaço e, tragicamente, até a perda da família.

Por alguma razão, esse parece ser um perigo especial ligado ao trabalho cristão –

o sentimento de que o individuo precisa trabalhar mais do que deve, para aliviar a culpa

que paira sobre ele, ou ganhar de algum modo a aprovação de Deus ou de alguém aqui

na terra.

Ao receber a visita de seu amigo e sogro Jetro relatada no capitulo de 18 de

Êxodo Moisés recebe um conselho que o ajudou muito em seu ministério:

No dia seguinte Moisés sentou-se para julgar as questões do povo e ficou

ocupado desde a manhã até a noite. Quando Jetro viu tudo o que Moisés esta

fazendo, perguntou: Por que você esta agindo assim? Por que está resolvendo

sozinho os problemas do povo, com todas essas pessoas em pé ao seu redor, desde a

manhã até a noite? (Ex.18.13-14)

Boa pergunta, Jetro!

Sua primeira pergunta esta ligada às prioridades. A segunda às pessoas.

A pergunta de Jetro lançou luz ao que Moisés não estava enxergando, mesmo

bem intencionado e exercendo o que Deus lhe concedeu – servir o povo, mas que não

estava sendo realizado de maneira eficaz, o que com o conselho de seu sogro veio ao

ajudar e muito.

Não é bom o que fazes. Totalmente desfalecerás, assim tu, como este povo que

está contigo: porque este negocio é mui difícil para ti; tu só não o pode fazer. Ouve

agora a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo: Sê tu pelo povo diante de

eus, e leva tu as cousas a Deus; e declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o

caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. E tu dentre o povo procura

homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; e põe-

nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais

de dez; para que julguem este povo em todo o tempo, e seja que todo o negocio grave

tragam a ti, mas todo o negocio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás

da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizer, e Deus to mandar, poderás então

subsistir: assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar. (Ex.18.17-23)

Page 22: Moises o legislador

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Vemos que Moisés ouviu o conselho de seu sogro (Ex.18.24) e conseguiu

continuar a levar o cargo do povo. Deus usa pessoas para nos aconselhar e com isso

devemos estar atento e dar ouvido quando ―Jetro, a nós vier falar‖!

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MOISÉS NA ESCOLHA DE DEUS

O LEGISLADOR

No capitulo 19 de Êxodo, vemos o relato do encontro de Moisés com Deus no

monte Sinai, onde ouviu e recebeu a revelação da lei durante quarenta dias sem comer e

beber.

O povo estava também para encontrar-se com Deus:

Disse o Senhor a Moisés: Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que o povo

ouça quando eu falar contigo, e para que também creiam sempre em ti. Porque Moisés

tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor (v.9)

Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo, e purifica-o hoje e amanha.

Lavem eles as suas vestes, e estejam prontos para o terceiro dia: porque no terceiro dia o

Senhor à vista de todo o povo descerá sobre o monte Sinai... Moisés, tendo descido do

monte ao povo, consagrou o povo; e lavaram as suas vestes. (Ex. 19.10-11,14)

Deus queria se encontrar com Moisés e o povo para transmitir um temor sadio

ao povo e para comunicar instruções escritas a ele.

Page 24: Moises o legislador

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A TÃO ESPERADA LIBERDADE

Ao findar a última praga os israelitas ganham a liberdade e seguem para Canaã e

quando estavam em Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, faraó persegue a Israel com seu

exercito, mas por fim morre afogado no Mar Vermelho.(Ex.14.01-31).

E no deserto o povo passou a ter experiências com Deus e receberam o Decálogo

ou Dez Mandamentos (Ex. 20:03-17), em seguida as leis sobre os altares (cultos), leis

acerca dos servos, leis acerca da violência, leis acerca da propriedade, leis civis e

religiosas, leis acerca do testemunho falso e injuria, lei sobe o ano de descanso ou ano

sabático, as três festas; constituindo as leis que regiram o povo de Israel o Pentateuco.

A lei veio nortear a relação do povo não somente com o seu Deus, mas de cada

um com o seu semelhante. No novo testamento vem uma afirmação que a lei foi

entregue para refrear o pecado. O povo agora possuía a lei que transmitia suas normas

ou obrigações que trariam punições para os transgressores. Do ponto de vista jurídico a

lei em si é boa e coage as transgressores, todavia não transforma, ou modifica o interior

do homem, motivo pelo qual vemos os israelitas transgredindo e sendo mortos, pois a

lei gravada nas tabuas de pedra não estavam nas tabuas do coração.

Receberam uma aliança consagrada com sangue de novilhos para expiar seus

pecados. Arrecadaram materiais e construíram por ordem de Deus o tabernáculo onde

seria ministrado os sacrifícios de expiação. (Ex.25.01-31:18)

Page 25: Moises o legislador

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O TABERNÁCULO

No capitulo 25 de Êxodo em diante vemos Deus ordenando Moises construir um

tabernaculo. Há um significado histórico, espiritual nisto.

Este tabernaculo era figura e sombra das coisas do céu. (Ex. 25.40)

Os utensílios do tabernáculo que era móvel eram: (os capítulos 35 a 40

enfatizam também esses por menores)

A arca da aliança (vv.10-16);

A mesa da proposição (vv.23-30);

O candelabro de ouro (vv. 31-40);

As cortinas de linho (26.01-06);

As cortinas de pelos de cabras (vv.07-13);

A cobertura de peles de carneiros (v. 14);

As tabuas e as bases (vv. 15-28);

A cobertura de ouro (vv. 29,30);

O véu interior (vv.31-35);

O véu exterior (vv. 36-37);

O altar de bronze (27.01-08);

O átrio do tabernáculo (vv.09-15);

A porta do átrio (vv.16-19);

O azeite do candelabro (vv.20,21).

Os sacerdotes, sal consagração e seus paramentos:

Arão e seus filhos, os sacerdotes (28.01,02);

As vestes sacerdotais (vv.03-05);

A estola sacerdotal (vv.06-14);

O peitoral (vv.15-29);

O Urim e o Tumim (v.30);

A sobrepeliz do éfode (vv.31-35);

A lâmina de ouro (vv. 36-38);

As vestes sacerdotais, complementação (vv. 39-43)

A consagração dos sacerdotes (29.01-09);

Os sacrifícios da consagração (vv.10-25);

O alimento dos sacerdotes (vv.26-37);

A oferta continua (vv.38-46).

Diversas leis sobre o uso do tabernáculo:

O altar do incenso (30.01-10);

O resgate da alma (vv.11-16);

A pia de cobre (vv.17-21);

O azeite da santa unção (vv.22-33);

O incenso santo (vv.34-38).

Page 26: Moises o legislador

26

A TRANSGRESSAO DA LEI, O BEZERRO DE OURO.

Após uma minuciosa analise desses 11 capítulos que revelam com propriedade o

grande amor de Deus, concluímos que o Senhor ministrou a Moises com verdadeiro

carinho, dando-lhe todas as instruções referentes ao tabernáculo e seu serviço. Além

disso, revelou-lhe seu desejo de habitar entre o povo. Moisés estava agra pronto para

descer do monte e levar as tabuas da lei, escritas pelo próprio dedo de Deus. Mas, que

decepção! Jeová estava irado pelo procedimento apóstata de Israel: ―Então, disse o

Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem

corrompido, e depressa se tem desviado do caminho que eu lhes tinha ordenado; fizeram

para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram, e sacrificaram-lhe, e

disseram: Estes são os teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito. Disse mais

o Senhor a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo obstinado‖(vv.07-09).

Moisés ao descer do monte olhando o culto idolatra dos israelitas quebra as

tabuas dos dez mandamentos e destrói o bezerro de ouro e ordena a morte dos idolatras

(Ex.32.01-35), em seguida faz uma maravilhosa intercessão pelo povo e recebe novas

tabuas com os Dez mandamentos (Cap.33 e 34).

Do deserto de Parã enviou Moisés 12 espias para a terra de Canaã, os quais

trouxeram um relatório desanimador com exceção de dois (Josué e Calebe) e por causa

disso o povo começou a murmurar dizendo que iriam morrer diante dos cananeus

duvidando das promessas de Deus, não querendo ir possuir a terra que haviam recebido

por juramento.

As conseqüências foram esta:

Os dez espias que desanimaram o povo morreram.(Ex.14.36,37)

Aqueles que foram incrédulos receberam como castigo caminhar no deserto

durante quarenta anos, até que todo homem da idade de vinte anos para cima

viesse a morrer (com exceção apenas de Josué e Calebe).(Ex. 14.01-45)

Tentaram ainda subir e lutar com os cananeus, depois do Senhor ter dito que eles

iriam passar quarenta anos no deserto por causa de seu pecado, mas foram

derrotados. (Ex.14.40-45)

Depois disto ainda houve a rebelião de Core, Data e Abirão juntamente com

duzentos e cinqüenta homens morreram diante do Senhor. (Ex.16).

Ao findar os quarenta anos Miriã e Arão morrem no deserto e por fim também

Moisés passando o cargo de levar o povo a terra de Canaã a Josué, que como novo líder

impulsionado por Deus faz cumprir a promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó.

Page 27: Moises o legislador

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CONCLUSÃO

Moisés foi um homem totalmente dedicado ao Senhor, no seu inicio de carreira,

passou anos no palácio real de Faraó (quarenta anos), mas sua chamada era para libertar

seu povo, todavia, ele quis realizar esta tarefa antes do tempo de Deus e por isso sua

tentativa saiu frustrada e com isso passou outros quarenta anos no deserto de Mídia

apascentando ovelhas do sacerdote chamado Jetro que passou a ser seu sogro. Após

estes longos oitenta anos ele foi visitado por Deus e comissionado a realizar a obra que

ele tanto almejava, tarefa impossível ao ser humano, mas totalmente possível ao Deus

onipotente, que isto, fez para glorificar seu nome.

Ao retirar o povo do Egito, Deus ensinou aos egípcios que seus deuses não

passam apenas de vãos ídolos que nada podiam fazer ao seu povo e que só existia um

Deus verdadeiro, o qual havia os escolhido o povo de Israel como propriedade

particular. Mas o povo de Israel estava de tal forma influenciado pela idolatria do recém

destruído cativeiro que não se acostumou com a liberdade para servir ao único Deus, e

com isso, murmurou, blasfemou, voltou o coração ao Egito; todavia a promessa divina

não se invalidou, pois disciplinando o povo os conduziu a terra prometida, mesmo com

sua rebeldia.

Os anos no deserto serviram como aprendizagem tanto para o povo como para

Moisés, que a cada nova experiência se aproximava mais de Deus.

O legado deixado por Moises (o Pentateuco) foi importantíssimo para a

sobrevivência do povo de Israel, pois suas leis acolhidas vieram fazer parte de suas

vidas preservando-os até a atualidade como uma nação singular em toda história

herdeira da lei Divina e chamada Nação eleita ou o Povo de Deus.

Assim vemos que aos cento e vinte anos a jornada de Moisés foi completada e

então este foi descansar nos braços de Deus, tendo realizado aquilo que o Senhor lhe

havia incumbido e o povo de Israel continuou sua história conforme nos temos o relato

bíblico.

Page 28: Moises o legislador

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BIBLIOGRAFIA:

1. Comentário Bíblico Êxodo

COHEN, Armando Chaves

CPAD

2. Moises um Homem Dedicado e Generoso

SWINDOLL, Charles R.

MUNDO CRISTÃO

3. Êxodo

LIMA, Elinaldo Renovato de

CPAD

4. Êxodo

YAMASHITA, Matiko

Gráfica Imprensa da Fé

5. A Bíblia Através dos Séculos

GILBERTO, Antonio

CPAD

6. A Bíblia Anotada

RYRIE, Charles Caldwell (Autor das notas)

Mundo Cristão.

7. La Bíblia de Estúdio Dios Habla Hoy

Sociedades Bíblicas Unidas

8. E a Bíblia tinha razão...

KELLER, Werner

Melhoramentos

9. Chave Bíblica

Sociedade Bíblica do Brasil