módulo 3 • unidade 5 esfera · 2013-04-12 · que diferente! não me embro de você gostar de...
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Matemática e suas Tecnologias • Matemática 5
Módulo 3 • Unidade 5
EsferaPara início de conversa...
Pedro chega a casa e encontra sua irmã gêmea, Laura.
Pedro: Oi, Laura! Sabe de onde acabo de chegar?
Laura: Não tenho ideia, mas, deixe-me ver... do mercado?
Pedro: Não, foi...
Laura: ...da praia?
Pedro: Não!
Laura: Hmmmmm...j� sei! �hegou da�ue�e bar em �ue o pessoa� est� to-� sei! �hegou da�ue�e bar em �ue o pessoa� est� to-�hegou da�ue�e bar em �ue o pessoa� est� to-
cando?
Pedro: Não! Acabei de chegar do par�ue de diversões!
Laura: Par�ue de diversões? Que diferente! Não me �embro de você gostar
de par�ue de diversões.
Pedro: Pois é, não gostava muito não. Mas aí, passei em frente a esse par-
�ue e reso�vi entrar pra ver como era. Acabei gostando e fi�uei um tempo por ��
Laura: Do �ue você mais gostou, do tiro ao a�vo, da montanha russa, do
carrosse�?
Pedro: Minha irmã, tudo �� é muito interessante. A�i�s, sugiro �ue você v�: é di-
versão garantida. Agora, para te fa�ar bem a verdade, eu gostei mesmo foi do vidente!
Laura: Ah, sabia ! ! ! ! Foi por isso �ue entrou no par�ue de diversões ! ! Mas
me conta tudo! �omo era ��? Era uma tenda, uma sa�a, um temp�o? E o �ue foi
�ue e�e disse?
Pedro: O�ha, era só uma tendinha mesmo. Tinha uns panos no fundo e uma
bo�a de crista� sensaciona�! Quanto ao �ue e�e me disse... ahmmmm...é �ue...bem...
Módulo 3 • Unidade 56
Laura: Fa�a, menino!
Pedro: Aí é �ue est�! Eu fi�uei tão vidrado na bo�a de crista� �ue não faço ideia do �ue e�e me disse...
Laura: Jura? Nossa! Mas como era essa bo�a de crista� para você ficar tão encantado com e�a?
Pedro: Ah, era um g�obo de vidro cheio de um g�s de baixa pressão e um e�etrodo de a�ta vo�tagem bem no
centro da esfera.
Laura: Ih! �entro, esfera...essa au�a de Matem�tica eu fa�tei, meu irmão! Lembra?
Pedro: É verdade, é verdade! Foi a�ue�e dia do...
Laura: O�ha só, me�hor nem começar, t�? Você pode me ensinar esse negócio de esfera, centro e ta�?
Pedro: ��aro, Laura, c�aro. É assim, o�ha só...
Fonte: http://sxc.hu
Figura 1 – Uma “bola de cristal”: esfera de vidro, contendo gás com baixa pressão e um eletrodo no centro.
O��, pessoa�. A�guém aí j� foi ou tem vontade de se consu�tar com um vidente? Sim ? ! ? ! ? Não ? ! ? ! Espera aí,
gente, um de cada vez ! ! ! Bom, vamos fazer o seguinte: para não tumu�tuar, vamos deixar esse assunto para depois.
Na história �ue acabamos de �er, Pedro encantou-se mais pe�a bo�a de crista� do vidente do �ue com o �ue ouviu na
consu�ta. A�i�s, pe�o �ue pudemos perceber, e�e se�uer ouviu o �ue foi dito.
De �ua��uer forma, Pedro fez uma tentativa de descrever a bo�a de crista� de �ue tanto gostou para sua irmã
Laura. Só �ue esta ú�tima não entendeu muito bem.
Nesta unidade, vamos tentar auxi�iar Laura e a todos vocês a entender me�hor o �ue é uma esfera, a identificar
seus e�ementos, ca�cu�ar sua �rea e seu vo�ume. Então, fi�uem �igados e bom traba�ho!
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 7
Objetivos de aprendizagem � Reconhecer os e�ementos de uma esfera;
� �a�cu�ar a �rea da superfície e o vo�ume da esfera;
� �a�cu�ar a �rea de um fuso esférico e o vo�ume de uma cunha esférica.
Seção 1
O que é uma esfera?
Você j� ouviu o termo “esfera”? Sabe dizer exatamente ou, pe�o menos, com mais precisão, o �ue é uma esfera?
As figuras seguintes representam objetos muito comuns em nosso cotidiano e �ue podem ser chamados de esferas.
Você sabe dizer o �ue e�es têm em comum?
Figura 2 – Um limão, uma lima e uma laranja; bolas de natal; bolas de boliche e bola de futebol
E então, conseguiu descrever precisamente o �ue é uma esfera? �onseguiu identificar seus e�ementos princi-
pais? A�i�s, você sabe como ca�cu�ar a �rea e o vo�ume de uma esfera? Nas próximas seções, iremos responder a estas
perguntas!
Vendo esferas onde não podia ver...
Vamos agora ref�etir um pouco sobre os objetos �ue vimos representados pe�as figuras das p�ginas anteriores?
O �ue e�es têm em comum uns com os outros?
Módulo 3 • Unidade 58
Bom, imagine se cort�ssemos ao meio todos estes “objetos”. O �ue veríamos na parte cortada? Um círcu�o,
concordam? Vejam na figura seguinte.
Figura 3 – À direita, uma laranja inteira. À esquerda, a laranja cortada exatamente ao meio.
E se não cortarmos ao meio, se cortarmos em �ua��uer outra parte, o �ue veremos na seção cortada? São cír-
cu�os também, só �ue menores �ue os �ue podemos ver, �uando imaginamos os cortes pe�o meio. Vejam na figura
seguinte
Figura 4 – Seções produzidas, quando cortamos uma laranja sem passar exatamente pelo seu centro.
Pois é isso o �ue todos têm em comum! Quando os cortamos em �ua��uer �ugar, o �ue vemos são círcu�os!
Agora, vamos vo�tar ao caso de Pedro e Laura. Abaixo, segue a imagem da bo�a de crista� de �ue Pedro tanto
gostou. Assim, poderemos entender mais a�gumas coisas sobre a definição de esfera.
Pedro comentou com Laura �ue a bo�a de crista� era feita de um g�obo de vidro, com um g�s de baixa pressão
e um e�etrodo de a�ta tensão no interior. Este e�etrodo �oca�iza-se no centro da bo�a. Vamos entender me�hor o �ue
essas partes significam para o nosso estudo desta unidade.
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 9
Figura 5 – Outra “bola de cristal”, nos mesmos moldes da primeira: uma esfera de vidro, contendo gás com baixa pressão e um eletrodo no centro.
O g�obo de vidro constitui numa superfície curva, no formato de uma bo�a (daí o nome bo�a de crista�). Esta
superfície recebe o nome de casca esférica. Sua função é a de �imitar o g�s necess�rio para produzir o be�o efeito �u-
minoso �ue vimos na figura anterior.
Se adicionarmos ao g�obo de vidro - �ue, repetimos, é apenas uma borda, uma casca – tudo a�ui�o �ue est�
em seu interior, teremos o �ue chamamos de esfera.
�asca esférica é apenas a borda – em nosso caso, a superfície curva de vidro �ue tem o formato de uma
bo�a. Esfera é o conjunto �ue contém a casca esférica e tudo �ue est� em seu interior – em nosso caso,
casca de vidro mais g�s e e�etrodo.
Podemos fazer uma ana�ogia com uma �aranja com formato redondo, esférico. A casca da �aranja é a
superfície esférica, en�uanto toda a �aranja (casca mais gomos) é a esfera.
Uma propriedade muito importante é �ue, em toda a esfera, h� sempre um ponto centra� �ue, no caso da bo�a
de crista�, é ocupado pe�o e�etrodo de a�ta tensão. Sua distância até a cada ponto da casca esférica (g�obo de vidro) é
constante.
Podemos forma�izar um pouco os conceitos até agora discutidos da seguinte forma:
Dado um ponto O e uma distância r, chamamos de esfera ao conjunto de pontos cuja distância até o ponto O
é menor ou igua� ao raio r. Se essa distância for exatamente igua� a r, chamamos o conjunto de pontos de superfície
da esfera, pois, neste caso, estaremos tomando somente a “casca” da esfera (em cinza escuro). Se a distância for menor
do �ue r, teremos apenas o “mio�o” da esfera (em cinza c�aro). Vejam na figura seguinte
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Figura 6 – Esfera, com centro O e raio r destacados
A superfície esférica e a esfera podem ser definidas também como superfície ou só�ido de revo�ução, respecti-
vamente. Se girarmos uma semicircunferência comp�etamente - ou seja, 360º - em torno de um eixo �ue contém seu
diâmetro, obtemos uma superfície esférica.
Figura 7 – Superfície esférica gerada por rotação da semicircunferência em torno do eixo
Va�e re�embrar a�ui �ue a circunferência é, por assim dizer, apenas a borda do círcu�o – e �ue semicircunferên-
cia é metade de uma circunferência. Agora, se girarmos um semicírcu�o comp�etamente – ou seja, 360º - em torno de
um eixo �ue contém o seu diâmetro, obteremos uma esfera. Lembramos a�ui �ue um semicírcu�o é a metade de um
círcu�o - �ue é a figura comp�eta, mio�o mais borda.
Figura 8 – Esfera gerada por rotação do semicírculo em torno do eixo
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 11
Dê exemp�os de objetos reais �ue podem ser considerados superfícies esféricas e
outros �ue podem ser considerados esferas.
Seção de uma esfera
A�guém �uer um coco aí?
Fonte: http://sxc.hu
O coco é uma fruta muito apreciada pe�os fre�uentadores das
praias de todo o nosso estado. Os vendedores de coco têm uma habi�i-
dade incríve� para cort�-�o e deixa-�o ta� como na imagem anterior
Se considerarmos um coco como uma esfera, o tampo retirado
pe�o vendedor para �ue a gente possa beber sua �gua é chamado de seção da esfera. �omo havíamos comentado no
início desta unidade, esta seção deixa uma marca circu�ar no coco. Ser� �ue a gente consegue saber mais informações
sobre essa seção circu�ar?
Vamos dar uma o�hada no es�uema a seguir:
Se tomarmos o coco como uma esfera de raio R e centro O e fizermos um corte (com o facão do vendedor, para
abrir o coco), como mostra a figura abaixo, então a interseção deste p�ano com a esfera ser� um círcu�o de raio R’ e centro O’.
Figura 10 – Esfera com centro O, raio R e seção α, com centro O’ e raio R’ destacados.
Figura 9 – Um coco também pode ser consi-derado uma esfera
Módulo 3 • Unidade 512
Desta figura, podemos obter a seguinte re�ação: R² = d² + R’² (teorema de Pit�goras), donde d é a distância do
ponto O ao ponto O’.
Observe o coco representado na figura. Note �ue e�e é constituído de uma parte
exterior, uma parte interior e, bem no centro, h� uma outra esfera onde fica a �gua. Vamos
considerar �ue as duas esferas são concêntricas e �ue a menor tem raio igua� a 6 cm. Um
vendedor passa um facão de forma p�ana e tangente à esfera menor. Na esfera maior, fica
determinada uma seção – marcada em cinza - cuja �rea é igua� a 64π cm². Determine o raio
r da esfera maior.
Os elementos de uma esfera
Na seção 1.1, fa�amos um pouco sobre os e�ementos principais de uma esfera, a partir da bo�a de crista� com
�ue Pedro tanto se encantou. Agora, vamos dar uma o�hada de uma maneira mais forma� nestes e�ementos e aprovei-
tar o ensejo para apresentar outros. Acompanhe na figura a seguir!
Figura 11 – Esfera com os principais elementos destacados
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 13
�onsiderando a esfera acima, temos os seguintes e�ementos:
� O ponto O é o centro da esfera.
� O raio r é a distância do ponto da superfície da esfera até o centro.
� O eixo e é a reta �ue contém o diâmetro.
� Po�os P1 e P2 são as interseções da superfície com o eixo.
� E�uador é a seção (circunferência) perpendicu�ar ao eixo e �ue contém o centro da esfera.
� Para�e�o é uma seção (circunferência) perpendicu�ar ao eixo e �ue não contém o centro da esfera.
� Meridiano é uma seção (circunferência) �ue contém o eixo.
Seção 2Como calcular área e volume de esferas?
Volume da esfera
Qua� seria a �uantidade necess�ria de g�s para �ue a bo�a de crista� da�ue�e vidente funcionasse? �omo po-
demos saber o �uanto de g�s pode ser co�ocado dentro da esfera de crista�? Qua� é essa capacidade? Para responder
a essas perguntas, precisamos ca�cu�ar o vo�ume de uma esfera. Vo�ume, convém �embrar, é a capacidade interna de
um objeto, seja e�e de �ue formato for.
�omo a esfera é um corpo redondo, não podemos fazer aproximações por cubos como fazemos em um
para�e�epípedo. Então como podemos ca�cu�ar seu vo�ume? Uma forma de rea�izarmos este c��cu�o é usarmos o prin-omo podemos ca�cu�ar seu vo�ume? Uma forma de rea�izarmos este c��cu�o é usarmos o prin-
cípio de �ava�ieri e compararmos as seções de uma esfera com as de uma anticlépsidra.
anticlépsidra
O princípio de �ava�ieri foi estabe�ecido no sécu�o XVII pe�o matem�tico Ita�iano Bonaventura �ava�ieri e, até os dias de hoje,
serve como base para uma grande �uantidade de estratégias de c��cu�o de vo�umes de só�idos. De acordo com esse princípio,
só�idos �ue 1) tenham a mesma a�tura e 2) tenham a mesma �rea de seção transversa� para todas as a�turas intermedi�rias
terão o mesmo vo�ume. Na figura acima, como os dois só�idos têm a mesma a�tura h, basta �ue as �reas das seções A´e B´ sejam
sempre iguais para �ue os só�idos tenham o mesmo vo�ume.
Módulo 3 • Unidade 514
Uma antic�épsidra, antes �ue você pergunte, é um só�ido geométrico obtido, retirando uma c�épsidra de den-é um só�ido geométrico obtido, retirando uma c�épsidra de den-, retirando uma c�épsidra de den-
tro de ci�indro e�ui��tero. E, antes �ue você diga �ue a exp�icação mais atrapa�hou do �ue ajudou, �embramos a você
�ue uma c�épsidra é o só�ido obtido com a união de dois cones invertidos. Lembramos também �ue um ci�indro
e�ui��tero é a�ue�e cujo diâmetro da base é igua� à a�tura. Veja na figura.
Figura 12 - Cilindro equilátero, clepsidra e anticlépsidra.
Então vamos ��: o só�ido à es�uerda é um ci�indro e�ui��tero, cuja a�tura h é igua� ao diâmetro 2r da circunferên-
cia da base. O só�ido do centro é a c�epsidra, união de dois cones invertidos, cujas bases coincidem com as do ci�indro.
E, se fizéssemos uma espécie de escu�tura no ci�indro, removendo exatamente a parte da c�epsidra, o só�ido resu�tante
seria a antic�épsidra, representada na direita da figura. Entenderam? Ótimo!
Agora, você pode estar se perguntando, e muito justamente, como é �ue nós vamos fazer para juntar uma
esfera com uma antic�épsidra para usar o princípio de �ava�ieri - afina�, são só�idos a princípio bem diferentes! Nossa
resposta é franca: a forma de re�acionar a esfera com a antic�épsidra nem é assim tão comp�exa, mas envo�ve umas
contas �ue fariam com �ue nossa au�a perdesse seu rumo.
Assim, vamos combinar o seguinte: para efeito da nossa au�a, o importante é entender �ue, após a�guns c��-
cu�os, podemos demonstrar �ue o vo�ume de uma esfera é V r= ⋅43π ‡. �aso você tenha curiosidade acerca da de-
monstração desta fórmu�a, consu�te o boxe a seguir.
A interessante demonstração da fórmu�a do vo�ume da esfera via princípio de �ava�ieri tem por base o
fato de �ue a �rea da seção transversa� da antic�épsidra é sempre idêntica à �rea da seção transversa�
de uma esfera de mesma a�tura. E�a est� bem deta�hada no �ivro “Fundamentos da Matem�tica e�e-
mentar, vo�ume 10”, escrito por Oswa�do Do�ce e José Nico�au Pompeo e pub�icado pe�a Editora Atua�.
Outra boa dica é procurar o site http://a�faconnection.net/pag_avsm/geo1601.htm#GEO160102.
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 15
Vamos dar uma o�hada nesta fórmu�a: o vo�ume V da esfera va�e 4/3 (uma constante) mu�tip�icado por π (outra
constante), mu�tip�icado pe�o va�or do raio e�evado ao cubo. Assim, podemos afirmar o vo�ume de uma esfera depen-
de exc�usivamente da medida do seu raio. Isto é, muito simp�es, não acham?! Vamos a�ui pensar uns dois prob�emas
e fazer umas contas para conferir.
O primeiro prob�ema é o seguinte: se dup�icarmos o raio de uma esfera, seu vo�ume fica dup�icado também?
O �ue você acha? A resposta é sim?
Bom, a verdade é �ue a resposta é não. Acompanhe a gente a�ui: se uma esfera tem raio R então seu vo�u-
me é V R= ⋅43
3π , ok? Então se dup�icarmos o raio desta esfera teremos um novo vo�ume V R’ ( )= ⋅43
2 3π , ou seja,
V R’ = ⋅ ⋅843
3π .
Isto significa �ue o vo�ume desta esfera fica mu�tip�icado por 8.
O segundo prob�ema é assim: três esferas de ge�o, todas de raio 2cm, são derretidas. Ju�ião comprou um reci-
piente com raio três vezes maior �ue as esferas de ge�o para �ue, ao fina� da fusão, toda a �gua fosse despejada ne�e,
preenchendo-o comp�etamente. Ju�ião conseguiu o �ue pretendia?
Figura 13 – Cuba de gelo
Bom, acompanhe as contas a�ui: o vo�ume de cada esfera de ge�o é v = ⋅ ⋅43
23π , ou seja, v = ⋅323
π . �omo
temos 3 esferas de ge�o, então o vo�ume tota� de �gua produzido foi de v cm= 32π ‡. Por outro �ado, o vo�ume do
recipiente comprado por Ju�ião é v = ⋅ ⋅43
63π , ou seja, v = ⋅ =2163
72π π. cm3. Assim, o recipiente comprado por
Ju�ião não foi comp�etamente preenchido – e, se �embramos �ue a metade de 72 é 36, poderíamos ainda dizer �ue a
�gua resu�tante do derretimento das 3 esferas, de vo�ume tota� igua� a 32πcm³, não foi suficiente para preencher nem
a metade dos 72πcm³ do recipiente comprado por Ju�ião. Para ca�cu�ar o raio do recipiente �ue seria comp�etamente
preenchido pe�a �gua, advinda do derretimento das esferas, fazemos assim: para ser comp�etamente preenchido, o
recipiente precisaria ter 32πcm³, certo? Então teríamos �ue 3243
3π π= ⋅ ⋅R , onde R é o raio do recipiente esférico. E,
desenvo�vendo, teríamos �ue R = 243 , ou seja, R cm≅ 2 89, .
Módulo 3 • Unidade 516
É importante ressa�tarmos neste exemp�o �ue ao juntarmos 3 esferas de raio 2 cm não obtemos uma esfera
de raio 6 cm, mas sim uma nova esfera de raio aproximadamente 2,89 cm. O �ue mostra �ue devemos tomar muito
cuidado com as deduções precipitadas!
Área da esfera
E como poderíamos ca�cu�ar a �uantidade de vidro, mesmo �ue de uma camada muito fina, necess�rio para
fazer a bo�a de crista� de Pedro? É como se �uiséssemos ca�cu�ar a �rea de toda a casca de uma �aranja cortada. Em
outras pa�avras, estamos �uerendo discutir sobre como podemos ca�cu�ar a �rea de uma superfície esférica.
A�ui, seguiremos o mesmo caminho da seção sobre vo�ume: apresentaremos uma ideia b�sica dessa demons-
tração, a fórmu�a – �ue nos interessa mais diretamente – e um boxe para os �ue se interessarem na demonstração em
mais deta�hes.
Figura 14 – O icosaedro da figura pode representar uma das etapas da aproximação do volume de uma esfera pela soma dos volumes de pirâmides cujo vértice coincide com o centro da esfera e cuja base coincide com a superfície da esfera.
Muito basicamente, a ideia é tentar aproximar o vo�ume da esfera pe�a soma do vo�ume de v�rias pirâmides
cujos vértices coincidam com o centro da esfera e cujas bases coincidam com a superfície da esfera. Evidente �ue,
como a superfície da esfera é curva e a base da pirâmide é p�ana, sempre haver� uma diferença de vo�ume. No entan-
to, na medida em �ue a �uantidade de pirâmides for aumentando e sua base diminuindo, essa diferença de vo�ume
ir� sumindo. No �imite, - e eis o �ue nos interessa a�ui – a �rea da esfera ser� ²4 rA ⋅= π . �uriosos em re�ação aos
deta�hes da demonstração? Vejam no boxe seguinte:
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 17
A dedução comp�eta da fórmu�a da �rea da esfera a partir da aproximação com as pirâmides pode
ser encontrada no �ivro “Matem�tica”, do autor Luiz Roberto Dante, da editora Ática, vo�ume único, na
p�gina 394 da 1ª edição. �aso �ueira conhece-�a online, a sugestão é o site http://obaricentrodamente.
b�ogspot.com.br/2011/09/area-da-superficie-esferica-partir-de.htm�
Vamos fazer juntos um exemp�o? Pois bem, a situação é a seguinte. M�rcio est� numa festa e deseja encher
uma bo�a com �gua. Para isso, precisa saber aproximadamente seu vo�ume. No entanto, e�e não consegue encontrar
essa informação. A única coisa �ue e�e sabe é o diâmetro da bo�a: 18 cm. Ser� �ue e�e tem como ca�cu�ar o vo�ume a
partir do diâmetro?
Bom, como você j� deve estar imaginando, a resposta é sim – afina�, não usaríamos como exemp�o um prob�e-
ma sem so�ução! Então veja ��: como a bo�a possui 18 cm de diâmetro então seu raio mede 9 cm. Usando a fórmu�a
de vo�ume, temos: V = ⋅43
93π . Logo V = ⋅972 π . Logo, o vo�ume é de 972πcm³. Se tomarmos o va�or de π como
aproximadamente 3,14, teremos �ue o vo�ume tota� da bo�a é a�go em torno de 3052 cm³. �omo 1000 cm³ e�uiva�em
a 1 �itro, a bo�a teria capacidade para aproximadamente 3 �itros de �í�uido.
Entenderam? Ótimo! Que ta� tentarem fazer uma atividade sozinhos agora?
João deseja determinar o vo�ume de um objeto de formato esférico, mas não sabe a
medida do raio deste objeto e não possui nenhum instrumento para medi-�o. No entanto,
e�e possui um recipiente em formato ci�índrico �ue possui marcações de 1 em 1 cm. E�e
então teve a seguinte ideia: co�ocou �gua até �ue e�a atingisse uma a�tura maior do �ue a
do objeto. Depois, co�ocou o objeto dentro do recipiente e percebeu �ue, nesse instante,
a superfície da �gua havia se des�ocado 4 cm para cima. Sabendo �ue ta� recipiente tem
formato ci�índrico com raio igua� a 4 cm, determine o raio do objeto esférico.
Módulo 3 • Unidade 518
Lembram do M�rcio? A�ue�e, do exemp�o anterior? Então, imagine �ue e�e, em vez de saber o vo�ume da bo�a,
�uisesse embru�h�-�a? Seria possíve� saber a �uantidade de pape� de �ue precisa? Bom, novamente a resposta é sim:
se usarmos a fórmu�a de �rea, temos: V = 4·π·9², ou seja, V = 324 πcm², aproximadamente. Se tomarmos novamente o
va�or de π como 3,14, teremos �ue a �rea da superfície da esfera é de aproximadamente 1017 cm². Para termos uma
ordem de grandeza da �uantidade de pape� �ue essa �rea representa, basta �embrar �ue a �rea de um �uadrado
com 32 cm de �ado seria de 1024 cm². Assim, os 1017 cm² seriam e�uiva�entes à �rea de um �uadrado com um pouco
menos de 32 cm de �ado.
Para fechar a seção, convidamos vocês a fazerem a
Ao encher uma bo�a de anivers�rio, uma pessoa percebeu �ue esta tomou um formato
esférico e, medindo com um determinado instrumento chegou a conc�usão �ue o diâmetro da
bo�a era de 20 cm. Determine a �rea da superfície desta bo�a.
Seção 3Fuso e cunha
Os assuntos desta seção, trataremos a partir de uma pe�uena aproximação – a saber, a existência de me�ancias
perfeitamente esféricas – e de um prob�ema bastante concreto – a saber, os custos de um feirante. Prontos? Então
vamos.
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 19
Figura 15 – Melancias inteiras e cortadas
Fonte: http://sxc.hu
Um problema prático
Um feirante vende me�ancias perfeitamente esféricas e dividiu uma de�as em 10 partes rigorosamente iguais,
como na figura anterior. Essa me�ancia tem 40 cm de diâmetro. O feirante precisa saber o vo�ume de cada parte e a
�uantidade aproximada de p��stico necess�ria para emba�ar essa parte – mas não tem muita ideia de como fazer para
encontrar estes va�ores. Quando soube �ue você est� estudando Matem�tica, veio pedir sua ajuda.
En�uanto você, educadamente, agradece, vai pensando numa maneira de sair da sinuca. Bom, a �uantidade
de p��stico deve ser a �rea do só�ido formado. Mas o vo�ume...Hmmm...J� sei, vou fazer uma regra de três! Aí pede
pape�, ��pis e mais uns instantes ao amigo feirante. Diz, confiante, �ue j� tem a so�ução e só vai organizar as ideias.
Para a regra de três, você �embra da rotação do semicírcu�o em torno do eixo, �ue vimos no início desta au�a. Se
uma rotação de 360º vai dar um vo�ume de 43
3⋅ ⋅π R , então uma rotação de metade disso (180º) vai dar um vo�ume
�ue é justamente a metade desses 43
3⋅ ⋅π R . Se a rotação for de um �uarto do tota� (90°, �ue é um �uarto dos 360°),
o vo�ume fina� ser� de um �uarto do vo�ume tota� (um �uarto dos 43
3⋅ ⋅π R ) - e por aí vaí!
Figura 16 – Sólido gerado por rotação de α graus de um semicírculo em torno de um eixo que passa pelo seu diâmetro
Módulo 3 • Unidade 520
Assim, de uma maneira gera�, para um ângu�o α - veja na figura ! - teremos
Ângu�o (em graus) ---------- Vo�ume
360° --------------- 43
3⋅ ⋅π R
α ---------------------V
Neste caso, como a me�ancia tem 40 cm de diâmetro então R = 20 cm e como foi dividida em 10 partes iguais,
então α = 36°.
Substituindo estes va�ores, temos: 36043
20 363⋅ = ⋅ ⋅ ⋅V π , ou seja, V = 32003π
, tomando π como 3,14, te-
mos o vo�ume aproximado de: V ≅ 3349 33, cm3
Se �embramos �ue 1000 cm3 e�uiva�em a 1 �itro, teremos um vo�ume de aproximadamente 3,3 �itros.
Vencido o desafio do vo�ume, você parte para a �uestão da �rea. Para isso, o�ha mais atentamente para a parte
da me�ancia �ue o feirante pretende emba�ar. Identifica, então, três �reas – veja na figura abaixo:
Figura 17 – Fatia de melancia a ser embalada
A primeira �rea é a�ue�a verme�ha e branca, do interior da me�ancia e �ue est� em desta�ue na imagem. Fa-
zendo a�ue�a nossa correspondência, e�a seria e�uiva�ente justamente ao semicírcu�o. A segunda �rea é a�ue�a da
casca – �ue, na me�ancia, é a parte externa, verde e branca. J� a terceira �rea é rigorosamente igua� à primeira – parte
interna da me�ancia, verme�ha e branca. Na imagem, corresponderia, por assim dizer à parte de tr�s da fatia, idêntica
à primeira, mas ocu�ta pe�o ângu�o da foto. Essa parte também corresponde a um semicírcu�o. Na figura seguinte,
fizemos uma representação, j� usando e�ementos matem�ticos:
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 21
Figura 18 – Sólido que representa a melancia a ser embalada: área 1, semicírculo da frente; área 2, parte da superfície da esfera e área 3 semicírculo de trás.
Então muito bem: nossa �rea tota� a ser emba�ada é a soma das �reas 1, 2 e 3 A tota� = A1 + A2 + A3
O primeiro movimento ser� o seguinte: as �reas A1 e A3 são dois semicírcu�os idênticos. E, portanto, somadas,
dão um círcu�o inteiro, de �rea tota� igua� a πR² - onde R é o raio do círcu�o. A �uestão é justamente a �rea 2. Que fazer
com e�a? Você pensa mais um pouco e �embra, novamente, do início desta au�a. Só �ue, desta vez, �embra da rotação
de �ue a casca esférica é obtida pe�a rotação de 360° de uma semicircunferência em torno do eixo �ue contém seu
diâmetro. Novamente, uma regra de três!
Se uma rotação de 360° gera uma superfície de �rea igua� a 4πR², então uma rotação de 180° (metade da rota-
ção tota�) vai gerar uma �rea de 2πR² (metade da �rea tota�), uma rotação de 90° (um �uarto da rotação tota�) vai gerar
uma �rea de πR² (um �uarto da �rea tota�) e assim sucessivamente. De uma maneira gera�, uma rotação de α vai gerar
uma �rea igua� a A. Teremos então:
Ângu�o (em graus) -------------- Área
360°--------------- 4πR²
α ---------------------A
Exce�ente! Agora é só inserir os va�ores!
A tota� = A1 + A2 + A3
A1 + A3 = círcu�o de raio R
�omo a me�ancia tem 40 cm de diâmetro, então R=20 cm. A �rea de um círcu�o de raio 20 cm é Acírcu�o =π ·20²=
400.π· cm 2 . Maravi�ha! Vamos à casca da me�ancia
A2 = �rea da parte da superfície esférica
Ângu�o (em graus) -------------- Área
Módulo 3 • Unidade 522
360°--------------- 4πR²
α ---------------------A
�omo j� vimos anteriormente, o va�or de α é igua� a 36° (me�ancia de 360° dividida em 10 partes iguais) e o
va�or de R é igua� a 20 cm (me�ancia esférica com diâmetro igua� a 40 cm). Substituindo os va�ores, temos:
360A = 4·π·20² ·36, ou seja, A = 160π cm²
Assim,
A tota� = A1 + A2 + A3
A tota� = 160 π cm² + 400.π· cm2
A tota� = 560 πcm²
�om π= 3,14, teremos �ue a �rea tota� a ser emba�ada é de aproximadamente 1758,4 cm² - �rea de um �uadra-
do com aproximadamente 42 cm de �ado.
Ufa! Quanta conta! Mas tenha certeza de �ue a informação �ue você �evou ao feirante foi muito úti�. Parabéns! ! !
Conceituando
Vamos agora ver isso sob um ponto de vista mais forma�? A ideia a�ui é dar nomes e conceituações mais preci-
sas aos e�ementos �ue usamos para reso�ver o prob�ema anteiror. O primeiro conceito é o de fuso esférico. Vamos ��?
Fuso esférico é uma parte da superfície esférica cujas extremidades estão nos po�os. Uma definição mais preci-
sa, mais rigorosa, é a superfície obtida pe�a rotação de α graus (0° < α < 360°) de uma semicircunferência em torno do
eixo �ue contém seu diâmetro. Veja na figura a seguir:
Figura 19 – Esfera com fuso esférico destacado
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 23
Para ca�cu�armos a �rea do fuso esférico, devemos fazer uma regra de três �ue re�aciona a �rea da superfície
esférica com o ângu�o da superfície esférica, ou seja, �uando temos uma superfície esférica sua �rea é de 4πR² e �ue
corresponde a um ângu�o de 360°, en�uanto se tomarmos apenas uma parte da superfície esférica então teremos um
certo ângu�o α e; portanto, uma �rea A:
Área -------------- Ângu�o (em graus) Área---------------Ângu�o (em radianos)
4πR²--------------- 360° 4πR²--------------- 2π rad
A --------------------- α A--------------------- α rad
No exemp�o do feirante, o fuso esférico corresponde à casca da fatia de me�ancia a ser emba�ada. �onseguiram asso-
ciar? Se não conseguiram, deem uma o�hadinha com ca�ma nas figuras anteriores. É muito importante �ue vocês consigam
identificar a casca da fatia com o fuso esférico. Pronto? Ótimo, vamos em frente! O próximo conceito é o de cunha esférica.
�unha esférica é uma parte da esfera cujas extremidades estão nos po�os. Percebam a�ui a diferença: o fuso
é uma parte da superfície, da casca esférica. J� a cunha é parte da esfera, do só�ido. Para definirmos de forma mais
rigorosa, podemos dizer �ue cunha esférica é o nome dado ao só�ido obtido pe�a rotação de α graus (0° < α < 360°) de
um semicírcu�o em torno do eixo �ue contém o seu diâmetro.
Figura 20 – Esfera com cunha esférica destacada
Para ca�cu�armos o vo�ume da cunha esférica, devemos fazer uma regra de três �ue re�aciona o vo�ume da
esfera com o ângu�o da cunha, ou seja, �uando temos uma esfera comp�eta seu vo�ume é de 43
3⋅ ⋅π R e �ue corres-
ponde a um ângu�o de 360°, en�uanto se tomarmos apenas uma parte da esfera então teremos um certo ângu�o α e;
portanto, um vo�ume V:
Vo�ume ---------- Ângu�o (em graus)
Vo�ume-----------Ângu�o (em radianos)
43
3⋅ ⋅π R --------------- 360°
Anexo • Módulo 3 • Unidade 524
43
3⋅ ⋅π R --------------- 2 πrad
V--------------------- α
V --------------------- α rad
No exemp�o do feirante, a cunha era justamente a fatia de me�ancia inteira e seu o vo�ume era, portanto, o
vo�ume da fatia. �onseguiram ver? Muito bem!
No caso da cunha esférica, podemos também ca�cu�ar sua �rea tota�. Para isto, primeiro, devemos notar �ue
uma cunha esférica é composta da união de um fuso esférico com dois semicírcu�os de raios igua� ao raio da esfera.
Portanto, a �rea tota� da cunha esférica é igua� à soma da �rea do fuso esférico com a �rea de um círcu�o: Área(cunha)
= Área(fuso) + Área(círcu�o).
E foi justamente essa �rea – a �rea da fatia de me�ancia (ou, mais forma�mente, a da cunha esférica) – �ue ca�-
cu�amos na segunda parte do exemp�o do feirante. Viram ��?
Muito bem! E, para fina�izar a au�a, deixamos vocês com a Atividade 5. Um abraço e até a próxima!
Uma fruta de formato esférico foi cortada em partes iguais. Tomando uma parte,
determine o ângu�o da casca desta parte da fruta (fuso), sabendo �ue a �rea da superfície
desta fruta é de 324π cm² e �ue a �rea da casca de uma das partes (fuso) é igua� a 54π cm².
ResumoEsfera é o conjunto de pontos �ue estão a uma distância menor ou igua� a uma distância r de um determinado
ponto O.
Superfície esférica é o conjunto de pontos �ue estão a uma distância igua� a uma distância r de um determi-
nado ponto O.
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 25
O vo�ume de uma esfera é dado pe�a fórmu�a V r= ⋅43π ‡
A �rea da superfície esférica é igua� a A r= ⋅4π †
Fuso esférico é a superfície obtida pe�a rotação de α graus (0° < α < 360°) de uma semicircunferência em torno
do eixo �ue contém seu diâmetro
Para ca�cu�ar a �rea A do fuso de ângu�o α, fazemos uma regra de três com a superfície tota� da esfera:
Ângu�o (em graus) -------------- Área
360°--------------- 4πR²
α --------------------- A
�unha esférica é o nome dado ao só�ido obtido pe�a rotação de α graus (0° < α < 360°) de um semicírcu�o em
torno do eixo �ue contém o seu diâmetro.
Para ca�cu�ar o vo�ume V da cunha esférica de ângu�o α, fazemos uma regra de três com o vo�ume tota� da esfera
Ângu�o (em graus) ---------- Vo�ume
360° --------------- 43
3⋅ ⋅π R
α ---------------------V
A �rea tota� da cunha esférica é igua� à soma da �rea do fuso com a �rea de dois semicírcu�os de raios iguais ao
raio da esfera.
Veja AindaUm dos primeiros matem�ticos a se interessarem pe�o c��cu�o dos vo�umes e �reas de só�idos foi ninguém
menos �ue o grande Ar�uimedes (287 a. �. – 212 a. �). No link a seguir, você encontra um interessante artigo sobre
a forma como e�e encontrou a re�ação entre as �reas e os vo�umes do ci�indro e da esfera. O resu�tado foi importante
a ponto de o próprio Ar�uimedes pedir para �ue sua famí�ia e amigos o gravassem no seu túmu�o, como epit�fio.
http://www.ime.usp.br/~p�eite/pub/artigos/avi�a/rpm10.pdf
Os conteúdos de geometria espacia�, por tratarem de objetos tridimensionais, terminam ficando um pouco
mais difíceis de enxergar no pape�, �ue é bidimensiona�. Nesta hora, vídeos e animações podem nos ajudar bas-
tante. O endereço abaixo traz um interessante vídeo sobre o princípio de �ava�ieri. http://www.youtube.com/
watch?v=mxpwmQa�u7A
Módulo 3 • Unidade 526
Referências
� Dante, L.R. Matemática. vo�ume único. São Pau�o: Ática, 2008
� Do�ce, O. Pompeo, J.N. Fundamentos da Matemática elementar. Vo�ume 10. 6ª edição. São Pau�o: Atua�,
1993
� Eves H. Introdução à história da matemática. �ampinas: Unicamp, 1995
� Iezzi, G.; Do�ce, O.; Degenszajn, D.; Périgo, R., de A�meida, N. Matemática ciência e aplicações. vo�.2. São
Pau�o: Atua�, 2005
Imagens
• http://www.sxc.hu/photo/789420
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=175125
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1097243
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=299082
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=304914
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1274886
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1097244
• http://www.sxc.hu/photo/1259850.
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1022180
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=1212573
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=140277
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 27
• http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=231399
• http://www.sxc.hu/photo/517386 • David Hartman.
Módulo 3 • Unidade 528
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 29
O que perguntam por aí?1) (UFRRJ) Na famosa cidade de Sucupira, foi feito um monumento de concreto com pedesta� em forma de
uma esfera de raio igua� a 5 m, em homenagem ao anti-herói “Zeca Diabo”.
O cidadão “Nezinho do Jegue” foi informado de �ue, apesar de o preço do metro cúbico do concreto ser 260
reais, o custo tota� do concreto do pedesta�, feito com dinheiro púb�ico, foi de 500 mi� reais. Nezinho do Jegue verifi-
cou, então, �ue houve um superfaturamento:
a. menor �ue 50 mi� reaise) entre 50 e 200 mi� reais
b. entre 50 e 200 mi� reais
c. entre 200 e 300 mi� reais
d. entre 300 e 400 mi� reais
e. acima de 400 mi� reais
Observação: �onsidere π = 3,14.
2) Os três recipientes da figura têm formas diferentes, mas a mesma a�tura e o mesmo diâmetro da boca. Ne�es
são co�ocados �í�uidos até a metade de sua a�tura, conforme indicado nas figuras. O recipiente v1 é um cone, a parte
inferior do recipiente v2 é uma semiesfera e a parte superior ci�índrica, e o recipiente v3 é (uma c�epsidra?). Represen-
tando por V1, V2 e V3 o vo�ume de �í�uido em cada um dos recipientes, tem-se:
a. V1 = V2 = V3
b. V1 < V3 < V2
c. V1 = V3 < V2
d. V3 < V1 < V2
e. V1 < V2 = V3
Módulo 3 • Unidade 530
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 31
Caia na rede !�omo dissemos anteriormente, os vídeos e softwares ajudam muito na visua�ização de objetos tridimensionais.
Nesta au�a, chegamos à esfera via rotação de um semicírcu�o em torno de um eixo �ue contém o próprio diâmetro.
Agora, o �ue aconteceria se rod�ssemos outras figuras em torno de um eixo? �omo ca�cu�aríamos seus vo�umes?
Descubra com o ap�icativo “Forma e vo�ume de só�idos de revo�ução”, disponíve� em http://m3.ime.unicamp.br/app/
webroot/media/software/1230/
Módulo 3 • Unidade 532
Atividade 1
Bom, gente, a�ui as respostas são muitas! O importante é �ue superfície esférica
é apenas a casca, en�uanto a esfera consiste no conjunto casca e interior. Assim, seriam
exemp�os de superfície esférica a bo�ha de sabão e a bo�a de frescobo�, ambos vazios por
dentro. As bo�as de futebo� e de bas�uete (se considerarmos �ue, no �imite, a câmara de
ar e a parte de couro praticamente coincidem) a�ém da�ue�as bo�as de nata� �ue são ocas
(por�ue h� umas �ue são inteiriças) também seriam exemp�o de superfície esférica. Seriam
exemp�os de esfera a bo�inha de gude e a bo�a de sinuca, justamente pe�o fato de ambas
serem comp�etamente só�idas. As bo�as de nata� inteiriças e as bo�as de bo�iche também
seriam exemp�os de esferas pe�o mesmíssimo motivo. Frutas �ue não sejam ocas – vocês
�embram de a�guma outra fruta oca �ue não seja o coco? – �aranja, �imão etc. também são
bons exemp�os de esferas.
Atividade 2
Bom, começamos a reso�ução, ap�icando um teorema de Pit�goras ao triângu�o OB�
– conseguem vê-�o na figura? Um dos catetos é o raio da esfera pe�uena, �ue mede 6 cm.
J� o outro cateto é o raio do círcu�o, marcado em cinza na figura, �ue se forma com o corte
da “tampa” do coco. Esse raio chamaremos de R. A hipotenusa é o raio r da esfera maior,
�ue �ueremos descobrir.
O teorema de Pit�goras fica então . �omo temos uma e�uação e duas incógnitas,
precisaríamos do va�or de uma para encontrar o va�or de outra. �omo �ueremos encon-
trar o va�or de r, precisaremos encontrar o va�or de R. Do enunciado, vemos �ue a �rea do
círcu�o formado – marcado em cinza na figura – é de 64cm². �omo sabemos �ue a �rea do
círcu�o é R2, igua�amos: . Segue �ue R2=64 e R=8.
Aí, vo�tamos ao teorema de Pit�goras com o va�or de R: Assim, o raio r da esfera
maior é de 10 cm.
Atividade 3
A�ui fazemos assim: o vo�ume da �gua �ue “subiu” no recipiente é justamente igua�
ao vo�ume inserido – ou seja, o vo�ume da esfera. Noutras pa�avras, Vsubiu=Vesfera. Agora, o
Matemática e suas Tecnologias • Matemática 33
vo�ume �ue do �í�uido �ue subiu é justamente o vo�ume de ci�indro de raio de base igua� a
4 cm e de a�tura igua� a 4 cm. E assim, temos . Note a�ui �ue o raio r do ci�indro é diferente
do raio R da esfera. Seguimos com . Dividindo por 4.π dos dois �ados, teremos . Assim, o
raio tem medida igua� a 2 6 10 93 ≅ , cm
Atividade 4
�omo o diâmetro é de 20 cm, então o raio mede 10 cm. Usando a fórmu�a de �rea
de superfície esférica, temos �ue S = 4··10², ou seja, a �rea da superfície é de 400 cm², ou
aproximadamente 1256 cm².
Atividade 5
A�ui, reso�vemos com a regra de três! Se 324 cm² correspondem a 360°, 54 cm² cor-
responderão a x. Então, . O ângu�o então é de 60°.
O que perguntam por aí?
1:
O vo�ume do pedesta� é V = ⋅ ⋅43
3 14 125, , ou seja, V = 523 3, m‡. �omo o m³ cus-
ta 260 reais, então 523,3 m³ custa R$136058,00. Tendo assim um superfaturamento de
500000 – 136058, ou seja, entre 330 e 400 mi� reais.
2
A Letra correta é a B, pois nos três recipientes, a a�tura é a mesma, mas em V1, a
base é menor do �ue em V2 e em V3. J� comparando V2 e em V3, temos �ue a a�tura do
cone é igua� ao raio da semiesfera, as bases são iguais, mas a �rea de V2 é ca�cu�ada por 432
2 3 143
2 093
33
π R R R≅ ⋅ ⋅ ≅ ⋅, , .
J� o vo�ume de V3 é ca�cu�ado por 13
133 14 1 052 3 3π R R R R⋅ ≅ ⋅ ⋅ ≅ ⋅, , .
(a�tura é igua� a R).
Portanto, V1 < V3 < V2.