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Módulo 3 Gerenciamento da emergência e/ou passagem do gerenciamento aos especialistas Apresentação do Módulo O Sistema de Comando em Operações (SCO) é a estrutura-padrão para responder a emergências e situações críticas. O sistema tem como escopo o gerenciamento de desastres ou eventos planejados. Sua correta utilização permite que os profissionais de segurança pública se integrem por meio das comunicações e do fluxo de informações para a melhoria dos trabalhos de interação entre diferentes órgãos de resposta às ocorrências. No CIPP serão destacados a instalação do posto de comando na forma de gerenciamento inicial pelo primeiro respondedor e a passagem de serviço para o nível operacional e técnico especializado. Nesta aula, você estudará sobre como instalar o Sistema de Comando em Operações com produtos perigosos empregando os pontos fundamentais e princípios com o escopo de estabilizar uma situação crítica e proteger vidas e o meio ambiente. Objetivos do Módulo Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: Ampliar seus conhecimentos para: o Compreender o Sistema de Comando em Operações. o Identificar as competências dos órgãos acionados/notificados. Desenvolver/exercitar habilidades para: o Comunicar e notificar os órgãos competentes do SCO. o Transmitir mensagens via rádio. o Levantar informações do local da ocorrência. o Dividir em áreas de trabalho o local sinistrado.

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Page 1: Modulo 3

Módulo 3 – Gerenciamento da emergência e/ou passagem do gerenciamento aos

especialistas

Apresentação do Módulo

O Sistema de Comando em Operações (SCO) é a estrutura-padrão para responder a

emergências e situações críticas. O sistema tem como escopo o gerenciamento de desastres

ou eventos planejados. Sua correta utilização permite que os profissionais de segurança

pública se integrem por meio das comunicações e do fluxo de informações para a melhoria

dos trabalhos de interação entre diferentes órgãos de resposta às ocorrências. No CIPP

serão destacados a instalação do posto de comando na forma de gerenciamento inicial pelo

primeiro respondedor e a passagem de serviço para o nível operacional e técnico

especializado.

Nesta aula, você estudará sobre como instalar o Sistema de Comando em Operações com

produtos perigosos empregando os pontos fundamentais e princípios com o escopo de

estabilizar uma situação crítica e proteger vidas e o meio ambiente.

Objetivos do Módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

Ampliar seus conhecimentos para:

o Compreender o Sistema de Comando em Operações.

o Identificar as competências dos órgãos acionados/notificados.

Desenvolver/exercitar habilidades para:

o Comunicar e notificar os órgãos competentes do SCO.

o Transmitir mensagens via rádio.

o Levantar informações do local da ocorrência.

o Dividir em áreas de trabalho o local sinistrado.

Page 2: Modulo 3

Fortalecer atitudes para:

o Assumir o gerenciamento inicial formalmente pelo rádio com discrição.

o Transferir, formalmente, o gerenciamento da crise pelo rádio comunicador.

Estrutura do Módulo

Aula 1 – Pontos fundamentais e princípios do SCO

Aula 2 – Organograma e transferência do gerenciamento

Aula 1 – Pontos fundamentais e princípios do SCO

Nesta aula, você estudará que o primeiro respondedor deve avaliar a situação crítica de

acordo com os riscos presentes e obter informações sobre o que está ocorrendo, assumindo

a gerência da situação em concordância com os pontos fundamentais e princípios do

Sistema de Comando em Operações.

1.1. Descrição do SCO

O Sistema de Comando em Operações (SCO) é uma ferramenta gerencial para comandar,

controlar e coordenar as operações de resposta em situações críticas, fornecendo um

meio de articular os esforços de agências individuais quando elas atuam com o objetivo

comum de estabilizar uma situação crítica e proteger vidas, propriedades e o meio

ambiente.

1.2. Melhores práticas do SCO

O SCO é a combinação de instalações, pessoal, equipamentos, procedimentos, protocolos e

comunicações operando em uma estrutura organizacional comum, com a responsabilidade

de administrar recursos designados para alcançar o objetivo comum de estabilizar uma

situação crítica com efetivo salvamento de vidas e defesa do meio ambiente.

Utilizando-se das melhores práticas de administração, o SCO ajuda a garantir:

Page 3: Modulo 3

Segurança para as equipes de resposta e envolvidos na situação crítica;

A elaboração de prioridades previamente estabelecidas;

O emprego de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos disponíveis.

O SCO pode ser utilizado para responder a vários tipos de situações críticas, incluindo:

Acidentes com produtos perigosos;

Desastres naturais;

Operações policiais envolvendo outros órgãos;

Incêndios florestais;

Acidentes com múltiplas vítimas;

Operações de busca e salvamento;

Acidentes envolvendo várias jurisdições.

1.3. Pontos fundamentais

1.3.1. Instalação

As três modalidades de instalação que o gerente da emergência pode estabelecer são:

Área de concentração de vítimas – É o local no cenário do acidente/incidente onde

estão concentradas as vítimas que aguardam o momento exato para serem

estabilizadas e transportadas ao hospital de referência;

Área de espera – É o local, isolado e identificado, para se encaminhar os recursos

operacionais que se integram ao SCO, onde ocorre a recepção e o cadastro dos

recursos empenhados na emergência;

Posto de comando – É o lugar onde se exercem as funções de comando, devendo ser

instalado em todas as operações em que se utiliza o SCO, independentemente do

tamanho e da complexidade da situação. Suas características terão relação direta com

a magnitude e complexidade do desastre.

Page 4: Modulo 3

1.3.2. Princípios do SCO

O SCO baseia seu emprego em três princípios fundamentais:

Concepção sistêmica;

Concepção contingencial;

Concepção para os riscos e situações.

As concepções, doutrinariamente, são divididas em nove princípios que permitem

assegurar o despacho de recursos de modo rápido e seguro, coordenado com as políticas e

procedimentos operacionais em vigor próprios de cada organização participante.

1. Terminologia comum – Todas as instituições envolvidas utilizam terminologia

padronizada e coerente, visando o entendimento das partes envolvidas. São adotados

nomes comuns para os recursos materiais, instalações, viaturas, funções e nível do sistema

organizacional.

2. Alcance do controle – Para não perder o controle nas ações operacionais, cada

profissional envolvido no acidente não pode se reportar a um número muito grande de

pessoas. O SCO considera que o número de indivíduos que o profissional pode ter como

colaboradores na equipe de trabalho é de um a sete, sendo que o ideal é cinco. Para que o

alcance do controle seja mantido, à medida que os recursos forem chegando, torna-se

necessária a expansão da estrutura organizacional do SCO.

3. Organização modular – Está baseada no tipo, magnitude (dimensão) e

complexidade do acidente ou desastre, sendo que a sua expansão ocorre de baixo para

cima, de acordo com as necessidades determinadas pelo gerente da emergência. Esse

princípio permite que as posições de trabalho possam somar-se (expansão) ou serem

retiradas (contração) com facilidade.

Page 5: Modulo 3

4. Comunicações integradas – São estabelecidas em um único planejamento, em que

é utilizada a mesma terminologia. Os canais e as frequências são comuns ou

interconectadas e as redes de comunicação são estabelecidas dependendo do tamanho e

complexidade da emergência.

5. Planos consolidados em um só: plano de ação em emergência – Em virtude dos

riscos materializados nos processos envolvendo produtos perigosos, o responsável técnico

tem que elaborar um plano de ação em incidentes/acidentes. O plano tem que ser escrito,

estar disponível para consultas rápidas e ser autoexplicativo. O gerente deve adaptar o

roteiro do plano escrito para ações e posturas de campo no momento da resposta à

ocorrência. As primeiras quatro horas de trabalho devem ser privilegiadas por informações

seguras para o sucesso e encerramento dos trabalhos.

6. Cadeira de comando – Cada pessoa responde e informa a uma pessoa designada

(gerente, comandante, encarregado, coordenador, líder ou supervisor), caracterizando

assim a unidade de controle.

7. Comando unificado – Aplica-se a várias instituições com competência técnica e

jurisdicional, as quais promovem acordos conjuntos para manejar um acidente ou desastre.

Embora as decisões sejam tomadas em conjunto, deve ser designado um único gerente,

diretor ou comandante da emergência. Ele será da instituição de maior pertinência ou

competência legal para a ocorrência. Cada um se entende com sua gerência para cumprir

as missões, responsabilidades e obrigações de fazer e prestar contas. As instituições devem

contribuir para planejar de forma conjunta as atividades, determinar os objetivos para o

período operacional, conduzir as operações de forma integrada, otimizar o uso dos recursos

e designar funções do pessoal sob um único plano de ação em emergência.

8. Instalações padronizadas – Devem possuir localização precisa, denominação

comum, boa sinalização e estar em local seguro e com boa visibilidade do cenário

sinistrado. Algumas instalações estabelecidas são posto de comando, área de espera, área

Page 6: Modulo 3

de concentração de vítimas, estacionamento de veículos e heliporto.

9. Manejo integral dos recursos materiais – Garante a otimização, controle e

contabilidade dos recursos, reduz a dispersão no fluxo das comunicações, diminui as

intromissões e garante a segurança dos profissionais. É importante que o recurso utilizado

no acidente, independentemente da instituição a que pertença, passe a fazer parte do

sistema, ficando sob a responsabilidade do gerente, diretor ou comandante do SCO.

Importante!

O primeiro respondedor deve avaliar a situação crítica de acordo com os riscos presentes e

obter informações sobre o que está ocorrendo, assumindo a gerência da situação.

Aula 2 – Organograma e transferência do gerenciamento

Nesta aula, você estudará que o organograma do SCO, com destaque para o posto de

comando, é o local acessível e de fácil localização para recepcionar aqueles que chegam

para trabalhar na contenção da crise instalada em razão da presença de produtos perigosos.

Uma pessoa deve ficar encarregada dessa tarefa.

Como o primeiro respondedor normalmente não detém autoridade suficiente para

permanecer na gerência, ele pode e deve transferir para outro profissional qualificado. Essa

transferência deve ser feita de maneira formal pela rede de comunicação de rádio.

Page 7: Modulo 3

2.1. Organograma

A estrutura apresentada a seguir é a do período inicial de instalação, logo nos primeiros

minutos da intervenção no acidente. O gerente, diretor ou comandante ainda não delegou a

maioria das funções do SCO. A quantidade de recursos é mínima. O primeiro profissional

que chega à cena deve assumir formalmente o controle e a liderança do acidente e todas as

funções até as delegar a outros profissionais competentes.

Figura 5. Organograma básico SCO.

Fonte: CB da PMESP, 2011.

2.2. O primeiro respondedor com capacidade operacional

Caso você seja o primeiro a chegar à cena sinistrada com capacidade operacional, deve

seguir os passos abaixo:

1. Informar a sua base ou sede de sua chegada ao local sinistrado.

2. Assumir e estabelecer o posto de comando.

3. Avaliar a situação.

4. Estabelecer o perímetro de segurança.

5. Estabelecer seus objetivos, missões e tarefas prioritárias.

CMT

DA

EMERGÊNCIA

CMT

DE

OPERAÇÕES

CMT

DE

SETOR

CMT

DE

SETOR

CMT

DE

SETOR

CMT

DE

SETOR

INCÊNDIO

SALVAMENTO

RESGATE

PP

INCÊNDIO

SALVAMENTO

RESGATE

PP

INCÊNDIO

SALVAMENTO

RESGATE

PP

INCÊNDIO

SALVAMENTO

RESGATE

PP

ÁREA

DE

CONCENTRAÇÃO

COMUNICAÇÃO

PLANO DE

OPERAÇÕES TATICAS

SUPRIMENTO

INFORMAÇÕES

ASSESSORIA TÉCNICA

SEGURANÇA

QUADRO TATICO

ÁGUA

MATERIAL

ALIMENTAÇÃ

O

PESSOAL

Page 8: Modulo 3

6. Determinar as estratégias.

7. Determinar as necessidades de recursos e possíveis instalações.

8. Preparar a informação para transferir o controle, comando ou gerência.

2.2.1. Notificações

1. Dimensionamento e ações iniciais de resposta seguindo procedimentos operacionais

padronizados.

2. Instalação do SCO.

3. Assunção do comando através da rede de rádio.

4. Instalação do posto de comando.

5. Instalação da área de espera/estacionamento e indicação do encarregado.

6. Coleta de informações e elaboração do plano de ação inicial.

7. Estabelecimento dos objetivos e prioridades com base na situação e em recursos

disponíveis para um determinado período operacional.

8. Execução do plano e continuação da coleta de informações.

9. Verificação da necessidade de implementação de novas funções (staff de assessoria e

staff principal).

10. Solicitação ou dispensa de recursos adicionais.

11. Controle da operação no posto de comando (PC) e preparação para reunião de

avaliação e planejamento do novo período operacional.

12. Registro das informações no formulário padronizado.

13. Transferência do comando ou instalação do comando unificado.

14. Realização da reunião de avaliação e planejamento do novo período operacional.

15. Execução do plano e reinício do ciclo de planejamento até a desmobilização.

2.3. Transferência ou passagem do serviço aos especializados

Page 9: Modulo 3

Ao transferir o comando ou a gerência do desastre ou acidente, você deve considerar:

Estado ou fase em que se encontra o acidente;

Situação atual da segurança pública;

Objetivos e prioridades;

Organização atual;

Designação de recursos;

Recursos solicitados disponíveis e a caminho;

Instalações estabelecidas;

Plano de comunicação;

Provável evolução do sinistro.

Finalizando...

Neste módulo, você estudou que:

O SCO é a combinação de instalações, equipamentos, pessoal, procedimentos e

comunicações que pode ser operada em uma estrutura organizacional comum com a

responsabilidade de gerenciar e administrar os recursos designados para alcançar o

objetivo comum de estabilizar o acidente ou desastre, salvar vidas e defender o

meio ambiente.

O SCO baseia seu emprego em três princípios fundamentais, a saber: concepção

sistêmica, concepção contingencial e concepção para os riscos e situações. O

respondedor deve avaliar a situação crítica de acordo com os riscos presentes e

obter informações sobre o que está ocorrendo, assumindo a gerência da situação.

O posto de comando é o local acessível e de fácil localização para recepcionar

aqueles que chegam para trabalhar na contenção da crise instalada em razão da

presença de produtos perigosos. Uma pessoa deve ficar encarregada dessa tarefa.

Como o primeiro respondedor normalmente não detém autoridade suficiente para

permanecer na gerência, ele pode e deve transferir para outro profissional

qualificado. Essa transferência deve ser feita de maneira formal pela rede de

comunicação de rádio.