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TECNOLOGIA E QUALIDADE DOS PRODUTOS MODERNIZAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE SISTEMA DE BOMBEAMENTO DE POÇO PROFUNDO

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TECNOLOGIA E QUALIDADE DOS PRODUTOS

MODERNIZAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE SISTEMA

DE BOMBEAMENTO DE POÇO PROFUNDO

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ESTUDO DE CASO

DEPARTAMENTO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO

DAAE

ARARAQUARA – SP

2004

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MODERNIZAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE SISTEMA DE BOMBEAMENTO

DE POÇO PROFUNDO EM ARARAQUARA - SP

INTRODUÇÃO

Com “apagão” rondando o setor de

geração de energia, medidas

governamentais de racionamento foram

adotadas, distribuindo-se cotas de

consumo de energia elétrica, aplicação de

sobretaxa e corte de energia para o

excesso de consumo, etc. Assim as

atenções se voltaram para os

desperdícios de energia elétrica. A nova

palavra de ordem é economia de energia.

A partir de então, se tornaram

perceptíveis os valores com que os

desperdícios de energia oneravam as

contas. Concluiu-se portanto, que a

energia elétrica constitui uma despesa de

valor considerável que pode consumir

uma parte significativa dos recursos

financeiros das empresas.

Os principais fatores que contribuem

para as despesas com energia elétrica em

um sistema de bombeamento, são:

1) Multas por exceder a demanda

contratada ;

2) Consumo de energia reativa,

devido a baixo valor do fator de

potência indutivo ;

3) Tarifas elevadas para o

funcionamento em horários de

pico ;

4) Equipamentos ultrapassados,

antigos ou não mais fabricados,

sem adequada manutenção ou

inadequados aos novos padrões

tecnológicos e normas existente;

5) Equipamentos trabalhando com

baixos rendimentos ou

inadequados ao trabalho,

promovendo maior consumo de

energia elétrica .

Nos últimos anos tem-se aumentada

a busca por contínuas melhorias para

obtenção da excelência nos serviços de

abastecimento de água. Assim com a

perspectiva de economia de energia e

melhor aplicação dos recursos

financeiros, procura-se a realização de

projetos que possam proporcionar,

dentro de um prazo determinado, o

retorno dos recursos financeiros

investidos e após este prazo, possam

disponibilizar recursos para outros

investimentos.

No projeto de modernização de um

sistema de bombeamento existente, por

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exemplo, quanto maior o rendimento do

novo equipamento em relação ao

anterior, aliado a modernização das

instalações, menor será o consumo de

energia. Assim o retorno do capital

investido na modernização do referido

sistema, será proporcionado pela

economia de energia obtida com

operação do novo equipamento em novas

instalações e, após o retorno do capital,

proporcionará recursos para outros

investimentos.

No presente trabalho são

apresentados os resultados obtidos do

relatório técnico elaborado, em 2003, por

uma empresa especializada, que analisou

as condições de instalação e os custos

operacionais de 13 poços profundos que

abastecem a cidade de Araraquara,

(interior do Estado de São Paulo) e

propôs a modernização dos sistemas de

bombeamento dos poços, com a

substituição das bombas verticais de eixo

prolongado tipo turbina por conjuntos

motobombas submersos de melhor

rendimento e performance.

A aplicabilidade prática do projeto é

aqui demonstrada após a sua aplicação,

realizada pela KSB, em um dos poços.

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO

ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE

ARARAQUARA

A cidade de Araraquara – SP, está

localizada no planalto central do Estado

de São Paulo e possui uma população de

190.000 habitantes aproximadamente.

O sistema público de abastecimento

de água da cidade é de responsabilidade

do Departamento Autônomo de Água e

Esgotos – DAAE.

A produção média mensal de água é

de 2.000.000 m3, dos quais 53% são

provenientes de 13 poços tubulares

profundos que captam água do Sistema

Aqüífero Guarani – SAG.

A utilização da água subterrânea do

SAG teve início na década de 1970 e

desde então, o DAAE possui 18 poços,

dos quais 13 são operados atualmente (5

estão desativados) com profundidades

que variam de 250 a 450 metros,

diâmetros que variam de 250 a 387 mm e

produção média total 1.500 m3/h.

A profundidade do nível

potenciométrico nos poços, em 2002,

variava de 50 a 200 metros, o nível

dinâmico entre 85 e 250 metros (abaixo

da superfície) e a vazão de 100 a 400

m3/h (~55 a 110 L/s) (Tabela 01).

Inicialmente, todos os poços foram

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equipados com bombas verticais de eixo

prolongado tipo turbina, no comprimento

necessário para atingir o nível dinâmico

do poço. Na superfície é instalado o

motor elétrico vertical, para o

acionamento da bomba.

Esse tipo de equipamento foi

instalado nos poços por ser considerado

uma solução técnica usualmente aceita

para este tipo de aplicação e era

praticamente a única solução disponível

no mercado nacional, capaz de extrair

grandes vazões, com níveis dinâmicos

profundos.

Contudo, com o avanço tecnológico,

crescimento das modernas técnicas

construtivas, rígidos controles de

fabricação, testes de qualidade e etc, os

conjuntos motobombas tipo submersos

substituem com vantagens de

desempenho e manutenção as bombas

verticais de eixo prolongado tipo turbina,

fornecendo melhores rendimentos,

comprovada economia de energia elétrica

e facilidades na montagem e reparos.

Propiciando, não só uma real redução das

despesas com energia elétrica, como

também, redução das despesas de

manutenção, e ainda, uma considerável

redução do tempo de parada da

produção do poço, para manutenção.

Propiciando, não só uma real

redução das despesas com energia

elétrica, como também, redução das

despesas de manutenção, e ainda, uma

considerável redução do tempo de parada

da produção do poço, para manutenção.

Assim em três poços as bombas

originais foram substituídas por

motobombas submersas. O resultado

obtido foi bastante positivo que em um

dos poços novos, o sistema de

bombeamento opera, desde o início, com

um conjunto motobomba submerso KSB.

Dos 13 poços operando, agora

(2004) são 08 poços que estão equipados

com bombas de eixo prolongado.

A tensão elétrica de alimentação em

todos os poços é 440 V. À medida que

novas tecnologias foram se tornando

disponíveis no mercado, foram sendo

adotadas nos novos poços, passando-se a

usar autotransformadores e sistema

partida suave (soft start).

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Tabela 01: Poços do DAAE

prof. (m) diâmetro (mm)

1 Santana I 1.974 300

2 Santa Lúcia I 1.976 250

3 Standard I 1.978 296

4 Paiva 1.980 356

5 Ouro 1.982 256 184 250 52 85 83

6 Santa Lúcia II 1.983 340 156 305 110 140 192

7 São Paulo 1.985 378

8 Paiol 1.985 385 173 305 96 117 163

9 Standard II 1.990 331 201 305 116 160 189

10 Selmi Dei 1.992 405 242 308 158 208 180

11 Gramado 1.992 413 290 250 162 198 146

12 Pinheirinho 1.992 380 271 336 196 237 175

13 Iguatemi 1.994 337 237 336 92 159 329

14 Fonte 1.995 448 320 318 200 253 257

15 Rodovia 1.998 409 282 336 160 226 223

16 Aldo Lupo 1.998 360 318 330 69 126 400

17 Flora 1.999 453 318 387 161 247 294

18 Santana II 2.002 390 277 336 96 148 250

nº do poço nome do poço Vazão (m3/h)

dataconstrução

prof. total(m) prof. NE (m)

câmara bombeamentoprof. ND (m)

VALIAÇÃO DOS DESPERDÍCIOS DE

ENERGIA AINDA EXISTENTES

Os dados gerais dos equipamentos

de bombeamento antigos que se

encontram em operação nos poços do

DAAE, são apresentados na Tabela 02.

Os dados de vazão e potência com-

sumida, apresentados na tabela se

referem a valores médios do ano de

2002, equivalentes ao volume total pro-

duzido (m3) e ao consumo total (kWh),

respectivamente, divididos pelo período

de funcionamento (h).

O valor do rendimento (eletro-

mecânico) foi calculado pela seguinte

equação: PAMTQ××

=8,9η

onde:

Q= vazão (m3/s)

AMT= altura manométrica total (m)

P= potência consumida (kW)

Os valores de rendimento assim

calculados equivalem ao rendimento

eletro-mecânico global de cada sistema

de bombeamento.

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Tabela 02: Bombas dos poços do DAAE

1 Santana I

2 Santa Lúcia I

3 Standard I

4 Paiva

5 Ouro 83 100 50 176 13% 2,13

6 Santa Lúcia II 192 170 180 135 66% 0,70

7 São Paulo

8 Paiol 163 197 200 156 56% 0,96

9 Standard II 189 187 300 235 41% 1,25

10 Selmi Dei 180 294 450 343 42% 1,91

11 Gramado 146 205 280 121 67% 0,83

12 Pinheirinho 175 313 500 317 47% 1,81

13 Iguatemi 329 190 500 412 41% 1,25

14 Fonte 257 317 600 408 54% 1,59

15 Rodovia 223 349 750 390 54% 1,75

16 Aldo Lupo 400 175 350 313 61% 0,78

17 Flora 294 400 700 585 55% 1,99

18 Santana II 250 234 450 350 46% 1,40

potência nominal (cv)

AMT (m)potência

consumida média (kW)

rendimento consumo unitário

(kWh/m 3 ) nº do poço nome

vazão média (m 3 /h)

Com base nos resultados obtidos de

rendimento eletro-mecânico efetivo, os

sistemas de bombeamento foram

classificados em 3 grupos como segue:

1. Poços nº 09, 10 e 13, que são

equipados com bomba de eixo

prolongado, cujo valor médio de

rendimento é de apenas 41% e o

valor médio do consumo unitário

varia de 1,25 a 1,91 kWh/m3;

2. Poços nº 08, 12, 14, 15, 17 e 18

que também são equipados com

bomba de eixo prolongado, porém

o rendimento é um pouco superior

ao item anterior, com valor médio

de 52% e com consumo unitário

variando de 0,96 a 1,99 kWh/m3;

3. Poços nº 05, 06, 11 e 16, que são

equipados com bomba submersa e

apresentam os melhores valores

de rendimento, chegando a 67% e

consumo unitário variando de 0,70

a 0,83 kWh/m3. Exceto o poço nº

05 (antigo) por estar produzindo

areia e deverá ser substituído.

Os estudos indicaram que a

principal causa do desperdício de energia

se deve aos baixos valores do rendimento

eletro-mecânico dos conjuntos

motobombas verticais de eixo prolongado

tipo turbina, devido a sua forma

construtiva.

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FIGURA 03: Fotos de mancais e flanges da bomba de eixo prolongado com marcas do revestimento do Poço Pinheirinho – DAAE

DESVANTAGENS DO USO DE

BOMBAS DE EIXO PROLONGADO

Além do desperdício de energia, foi

constatado que a utilização de bombas de

eixo prolongado tipo turbina apresenta

ainda os seguintes inconvenientes:

1. Desgaste no revestimento do poço,

provocado pelo atrito dos flanges

da coluna edutora da bomba de

eixo prolongado (Figura 03 e 04),

que pode ter sido a causa da perda

de cinco poços;

2. Longa interrupção do abaste-

cimento durante a manutenção da

bomba e dos poços, devido sua

forma construtiva;

3. Ruído ambiental causado pelo

motor elétrico vertical, instalado na

superfície, é causa de reclamações

dos moradores vizinhos ao poço.

FIGURA 04: Fotos de filtros danificados por flanges da coluna edutora de bomba de eixo prolongado no Poço Pinheirinho – DAAE

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PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO

DOS SISTEMAS DE BOMBEAMENTO

DOS POÇOS DO DAAE

O DAAE – Araraquara, possui um

programa de modernização dos sistemas

de bombeamento dos poços, que foi

implantado baseado nos estudos

realizados por empresa especializada,

cujos principais objetivos seguem abaixo:

1. Redimensionamento dos equipa-

mentos de bombeamento, de

forma a atender às atuais

condições operacionais dos poços

e, com flexibilidade necessária

para compensar as alterações

previstas destas condições

operacionais ao longo da vida útil

do poço;

2. Aquisição de equipamentos ade-

quados e confiáveis, de compro-

vada qualidade tecnológica que

apresentem melhores rendimentos

eletro-mecânicos;

3. Aquisição de sistemas com

possibilidade de variar a vazão

bombeada, adaptando-a à deman-

da requerida ou mantendo-a

constante, interagindo automati-

camente com as variações de

níveis da água no poço;

4. Redução do período de tempo com

os trabalhos de retirada e

reinstalação do conjunto de

bombeamento;

5. Implementar um sistema de

automação, com gerenciamento

remoto da operação.

A primeira aplicação do programa

de modernização foi realizada em 2003,

no poço Selmi Dei, a partir da quebra da

bomba antiga (bomba vertical de eixo

prolongado tipo turbina).

Através de licitação, A KSB Bombas

foi responsável pelo fornecimento e

instalação dos equipamentos eletro-

mecânicos, sistema de alimentação

elétrica, integração do sistema de

automação e gerenciamento e partida

inicial do sistema de bombeamento.

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

DO POÇO SELMI DEI

O poço abastece um grande setor

localizado ao norte da cidade, constituído

por treze conjuntos habitacionais

populares com 5.000 ligações de água .

O poço profundo Selmi Dei, foi

construído em 1992 e tem 400 m de

profundidade.

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A câmara de bombeamento tem

242m de profundidade, e é revestida com

tubos de aço carbono, com intercalações

de filtros espiralados galvanizados, ambos

com diâmetro nominal de 12 ¾”, união

por solda. Na parte inferior, o poço é

revestido com tubos de aço carbono, com

intercalações de filtros espiralados

galvanizados, ambos com diâmetro

nominal de 8 5/8”, união por solda.

As zonas produtoras revestidas com

filtros, situam-se entre as profundidades

de 189,78 a 206,85 m (total de 32 m) e

de 213,42 a 229,03 m (total de 99 m) e o

espaço anular ao redor dos filtros é

preenchido com pré-filtro.

Os dados dos testes de

bombeamento realizados logo após a

conclusão do poço, indicaram a

profundidade do NE (nível estático) de

140,7 m e a profundidade do ND (nível

dinâmico) de 174,2 m, após 24 horas de

bombeamento, com a vazão de 183

m3/h. O valor do coeficiente de

transmissividade obtido foi de 230 m2/dia

(27 cm2/s).

FIGURA 06: Perfil construtivo do Poço Selmi Dei

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SISTEMA DE BOMBEAMENTO

ORIGINAL DO POÇO SELMI DEI

O equipamento de bombeamento

original era um conjunto de bomba

vertical de eixo prolongado tipo turbina,

com motor elétrico normal na vertical de

450 cv, 440 V . Motor elétrico instalado

na superfície.

A bomba foi instalada, em 1992, à

profundidade de 211,20 m, bombeando

através de uma sub adutora de ferro

fundido, com diâmetro de 250 mm.

Verificou-se que o sistema de

bombeamento estava fornecendo 256

m3/h e consumo total de 296 kW (402cv).

O acionamento era feito por chave

autocompensadora, a qual foi substituída

posteriormente por sistema de partida

suave.

HISTÓRICO DE OPERAÇÃO E

MANUTENÇÃO DO POÇO SELMI DEI

Em 1994, a bomba travou e foi

retirada para conserto, constatando-se

que alguns flanges apresentavam marcas

dos filtros do poço. As séries históricas de

medidas efetuadas no poço indicam que

ao longo de 11 anos houve um aumento

da profundidade do nível estático e no

nível dinâmico.

A queda do nível estático foi

interpretada como efeito do alívio de

pressão do aqüífero, ao passo que a

queda do nível dinâmico foi considerada

como uma indicação da redução da

eficiência do poço.

Como conseqüência da queda do

nível da água foi constada uma redução

progressiva da vazão, chegando a 183

m3/h.

DIMENSIONAMENTO DO NOVO

SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO

POÇO SELMI DEI

O lay-out geral do novo sistema de

bombeamento é apresentado na Figura

07. O dimensionamento do novo sistema

de bombeamento do Poço Selmi Dei foi

baseado nos seguintes parâmetros:

1. prof. NE: 158 m

2. prof. ND: 208 m

3. vazão: 200 m3/h

4. funcionamento: 20 h/dia

5. AMT no poço: 235 m

6. AMT em superfície: 85 m

7. AMT Total: 320 m

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DESCRIÇÃO GERAL DO NOVO

SISTEMA DE BOMBEAMENTO

Os equipamentos fornecidos e

instalados pela KSB foram os seguintes:

1. Um conjunto motobomba

submerso KSB UPA250B-150/5 +

UMA250B160/22, motor de

192kW, 440 V;

Um conj. motobomba horizontal

“booster” (em série), instalado na

superfície, motor de 75kW, 440V;

2. Inversores de freqüência, variando

a rotação da bomba em função das

mudanças de nível dinâmico no

poço e sensor de nível da água.

3. 235 m de coluna edutora de tubos

de aço preto, diâmetro 8”, forne-

cidos pelo DAAE, e reformados

nas oficinas da KSB, que incluiu o

corte de flanges, galvanização e

abertura de rosca trapezoidais tipo

“flush joint” (Figura 08);

4. 260 m de cabo elétrico submersível

trifásico;

5. Uma central de acionamento e

controle de motores para 2

inversores de freqüência e sensor

FIGURA 07: Lay-out do novo

sistema de bombeamento do

Poço Selmi Dei

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de nível da água (transdutor de

pressão) com interface de

comunicação.

6. instalações elétricas e hidráulicas,

partida do sistema, aregulagens e

teste de performance (Figura 10).

FIGURA 08: Rosca tipo flush joint em

tubos de aço SCH 40, diâmetro 8 pol.

PERFORMANCE DE PRODUÇÃO E

CONSUMO DOS EQUIPAMENTOS

Para permitir uma comparação das

performances de produção e de consumo

antes e após a troca do sistema de bom-

beamento, foram comparados os dados

de consumo e produção, relativos aos

meses de abril, maio e junho de 2002 e

de 2004. Os valores médios obtidos são

apresentados na Tabela 03. Para facilitar

a comparação, os dados de consumo de

energia elétrica apresentados na Tabela

03 equivalem à estimativa proporcional

ao volume de produção atual

(75.000m3), ou seja, se o sistema antigo

tivesse a mesma produção atual o

consumo de energia seria de 143

MWh/mês.

Com o sistema operando com

motobomba submersa KSB, verifica-se

que a redução efetiva do consumo total

foi de 42%. As economias de consumo e

de demanda somadas representam R$

78.000,00 por ano (tarifa de julho/2004).

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Tabela 03: Performance do sistema de bombeamento do Poço Selmi Dei

antes depois

demanda (kW) 370 280

consumo (kWh) 143.007 82.737

produção (m3) 75.000 75.000

funcionamento (h) 417 341

vazão (m3/h) 180 220

consumo específico (kWh/m3) 1,907 1,103

rendimento eletro-mecãnico (%) 42% 73%

médias mensais

PROJEÇÃO DA ECONOMIA COM

ENERGIA ELÉTRICA

Adotando-se o mesmo valor de 73%

para o rendimento eletromecânico dos

novos sistemas de bombeamento dos

demais poços do DAAE, a redução do

consumo global de energia irá gerar uma

economia nas despesas operacionais de

mais de R$ 700.000,00 por ano.

Considerando essa economia de

custo operacional e adotando-se uma

taxa de juros de 15% ao ano, o prazo

para amortização dos investimentos para

implementar a substituição dos sistemas

de bombeamento será de 4 a 5 anos

aproximadamente.

CONCLUSÕES

1. Os tempos gastos com a retirada,

reparo e reinstalação das bombas de

eixo prolongado tipo turbina são

muito longos e apresentam custos

elevados;

2. Os equipamentos de bombeamento

antigos apresentam desperdícios

significativos de energia elétrica;

3. A principal causa do desperdício de

energia é o baixo rendimento eletro-

mecânico dos equipamentos;

4. O acionamento do motor por inversor

de freqüência permite otimizar o

rendimento do sistema de

bombeamento, com a variação da

vazão bombeada através da mudança

da rotação do motor em substituição

ao uso de válvulas que estrangulam

do fluxo, aumentando as perdas;

5. A substituição dos equipamentos de

bombeamento por equipamentos

modernos e de alto rendimento eletro-

mecânico é autofinanciável, pois

permitem amortização através da

economia em energia elétrica.

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REFERÊNCIAS

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PROCEL/ELETROBRÁS, Rio de Janeiro, (76 pg).

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atualização do plano diretor do sistema de abastecimento de água de Araraquara. Meio

digital. São Paulo. 2004.

JORBA, A.F. & ROCHA, G.A.,1982. Manual de operação e manutenção de poços, DAEE –

Departamento de águas e Energia Elétrica, São Paulo. (2ª. Edição – 90 pg).

PERRONI, et al (1994). Avaliação dos poços tubulares profundos do município de

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Águas Subterrâneas. Cuiabá – MT. 2004, Anais... no prelo.

RIBEIRO, G.P., 2000. Custos de produção de águas subterrâneas com operação otimizada

via algoritmos genéticos para o abastecimento urbano de Araraquara – SP. Dissertação de

Mestrado, Depto de Hidráulica e Saneamento EESC – USP, São Carlos – SP. (220 pg).

2000.

AGRADECIMENTOS

A KSB agradece a todos que colaboraram na preparação e edição desse documento,

em especial:

ao DAAE de Araraquara que gentilmente autorizou o acesso a seus bancos de

dados operacionais, relatórios técnicos e gerenciais; e

ao Hidrogeólogo Julio Cesar Arantes Perroni da Geowater, que presta serviços

de consultoria ao DAAE, pelas relevantes informações e dados fornecidos.