modernidade e espaço urbano – vazios urbanos · a atual modernidade conduz a população global...
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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR
Engenharia
Modernidade e espaço urbano – vazios urbanosO Caso da Covilhã
Helder Pereira de Oliveira
Tese para obtenção do grau de Doutor emArquitetura
(3º ciclo de estudos)
Orientador: Professor Doutor Carlos Alberto de Assunção Alho, ArquitetoCo-orientador: Professor Doutor José Justino de Matos Barros Gomes, Arquiteto
Covilhã, Maio de 2015
Dedicatória
João, Tiago e Lia
Agradecimentos
A realização desta dissertação só foi possível graças à colaboração de um grupo de
verdadeiros amigos:
Professor Paulo Carvalho
Professor Carlos Alho
Professor Barros Gomes
Professor Baptista Coelho
Professor Neves Dias
Anabela Manteigas
e ao apoio de um conjunto de instituições:
Universidade da Beira Interior (UBI)
Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa (FAUTL)
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)
Instituto Geográfico Português (IGP)
Instituto Nacional de Estatística (INE)
Bem hajam
I
Resumo
Modernidade e espaço urbano – vazios urbanos
O Caso da Covilhã
A atual modernidade conduz a população global da ruralidade para a urbanidade. O
espaço urbano tem na cidade o expoente máximo. Analisada a cidade que temos, verifica-se que
o tecido urbano mais antigo abandonou a resposta efetiva aos anseios humanos. Os centros das
cidades têm vindo a assistir ao abandono e ao crescimento dos vazios urbanos.
Os vazios urbanos são fenómenos urbanos comuns a qualquer cidade, e podem ser
considerados como um dos seus principais elementos morfológicos estruturais, ou ainda, como
uma categoria estrutural de análise da cidade, apresentando-se como uma das formas essenciais
para entendê-la, face à sua nova condição urbana e à sua complexidade. São locais onde a
cidade pode redefinir-se, aproveitando-se dessas áreas para crescer de forma mais ordenada,
arejada e sustentável.
Partindo da análise da situação das cidades portuguesas e em particular do caso da
cidade da Covilhã, entre 1991 e 2011, defende-se que a identificação dos vazios urbanos deve
constituir uma prioridade das autarquias para uma avaliação dos impactos e consequentes ações
de reabilitação e revitalização.
O objetivo principal deste estudo é a definição de uma metodologia que conduza à
elaboração da carta dos vazios urbanos com utilidade e aplicação prévia nos instrumentos de
planeamento urbanístico para uma melhor clarificação dos atos próprios da arquitetura.
Palavras-chaveEspaço urbano I Cidade consolidada I Vazios urbanos I Carta dos vazios urbanos I Morfologia
urbana I Reabilitação urbana I Arquitetura I Urbanismo
II
Abstract
Modernity and urban space - urban voids
The Case of Covilhã
The current modernity leads the global population of rurality to urbanity. The urban
space in the city is the pinnacle. Analyzed the city we have, it appears that the older urban
space abandoned effective response to human desires. The city centers have been witnessing the
abandonment and growth of urban voids.
Urban voids are common to any city urban phenomena, and can be considered as one of
their main structural morphological elements, or as a structural category of analysis of the city,
presenting itself as one of the essential ways to understand it, face to their new urban condition
and its complexity. Are places where the city can redefine itself, taking advantage of these areas
to grow in a more orderly, airy and sustainable manner.
Based on the analysis of the situation of Portuguese cities and in particular the case of
the city of Covilhã, between 1991 and 2011, it is argued that the identification of urban voids
should be a priority of authorities for an assessment of impacts and consequent actions of
rehabilitation and revitalization.
The main objective of this study is to define a methodology that leads to the preparation
of the map of urban voids with usefulness and application in prior instruments of urban planning
for better clarification of their own acts of architecture.
KeywordsUrban space I City consolidated I urban voids I Map of urban voids I Urban Morphology I Urban
Rehabilitation I Architecture I Urbanism
III
Índice
P1 INTRODUÇÃO .................................................................................................1
1.1 DESCRIÇÃO E ABORDAGEM DO PROBLEMA. ESTRUTURA DA TESE...........................................11.2 OBJETIVOS, MÉTODO, IMPORTÂNCIA, MEIOS, RECURSOS E LIMITES DA INVESTIGAÇÃO.....................21.3 ANTECEDENTES DA INVESTIGAÇÃO. ........................................................................41.4 NORMALIZAÇÃO ............................................................................................4
P2 MODERNIDADE E ESPAÇO URBANO.......................................................................5
2.1 A ATUAL MODERNIDADE ....................................................................................82.2 O ESPAÇO URBANO ....................................................................................... 10
P3 OS VAZIOS URBANOS ...................................................................................... 13
3.1 ANTECEDENTES SOBRE OS VAZIOS URBANOS ............................................................. 143.2 MANIFESTAÇÃO DOS VAZIOS URBANOS ................................................................... 19
P4 AS CIDADES.................................................................................................. 22
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 244.2 DIVERSIDADE E DENSIDADE NA OCUPAÇÃO URBANA DO SOLO ............................................ 274.3 DIVERSOS TIPOS DE DENSIDADE .......................................................................... 30
P5 AS CIDADES PORTUGUESAS .............................................................................. 35
5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 355.2 METODOLOGIA DE ANÁLISE............................................................................... 385.3 INDICADORES URBANOS................................................................................... 39
5.3.1 A dimensão populacional e o crescimento urbano ....................................... 405.3.2 A dimensão territorial e o povoamento.................................................... 435.3.3 Os jovens e os idosos .......................................................................... 465.3.4 A população ativa e a dimensão das famílias ............................................. 495.3.5 Os alojamentos familiares e os alojamentos “vagos”. .................................. 525.3.6 O uso do alojamento pelos proprietários e o uso sazonal .............................. 555.3.7 A utilização do alojamento .................................................................. 585.3.8 Os alojamentos e os edifícios................................................................ 615.3.9 Os edifícios e a habitação .................................................................... 645.3.10 O envelhecimento dos edifícios ............................................................. 675.3.11 A degradação e a necessidade de reparação dos edifícios ............................. 705.3.12 Mobilidade pedonal e transporte público.................................................. 735.3.13 O automóvel e outros meios de transporte alternativos................................ 765.3.14 Dimensões dos Edifícios....................................................................... 79
P6 A CIDADE DA COVILHÃ.................................................................................... 82
6.1 SÍNTESE DA EVOLUÇÃO URBANA DA CIDADE DA COVILHÃ ................................................ 836.1.1 Introdução....................................................................................... 836.1.2 Ocupação Romana e Vias de Comunicação................................................ 836.1.3 Formação da Nacionalidade e a Época Medieval ......................................... 846.1.4 Idade Moderna e Contemporânea........................................................... 856.1.5 Século XIX ....................................................................................... 866.1.6 Século XX ........................................................................................ 87
6.1.6.1 Década primeira .......................................................................... 876.1.6.2 Década de 10 .............................................................................. 876.1.6.3 Década de 20 e situação em 1929 ..................................................... 886.1.6.4 Década de 30 .............................................................................. 896.1.6.5 Década de 40 e situação em 1945 ..................................................... 906.1.6.6 Década de 50 .............................................................................. 926.1.6.7 Década de 70 e situação em 1971 ..................................................... 946.1.6.8 Década de 80 .............................................................................. 976.1.6.9 Década de 90 e situação em 2000 ..................................................... 97
IV
6.2 OS PRINCIPAIS BAIRROS DA CIDADE DA COVILHÃ......................................................... 996.2.1 Bairro dos Penedos Altos ..................................................................... 996.2.2 Bairro da Biquinha ............................................................................1026.2.3 Bairro do Rodrigo .............................................................................1056.2.4 Bairro da Estação .............................................................................109
6.3 A EVOLUÇÃO DA COVILHÃ SEGUNDO OS CENSOS DO INE. ..............................................115
P7 A COVILHÃ ENTRE 19 CIDADES ........................................................................117
7.1 POPULAÇÃO RESIDENTE E FAMÍLIAS .....................................................................1197.2 ALOJAMENTOS E EDIFÍCIOS..............................................................................1207.3 ÁREA E DENSIDADE POPULACIONAL .....................................................................1217.4 DIMENSÃO MÉDIA DAS FAMÍLIAS E PESSOAS POR ALOJAMENTO..........................................1227.5 ALOJAMENTOS POR EDIFÍCIO E PROPORÇÃO DE ALOJAMENTOS VAGOS .................................1237.6 DENSIDADE DE ALOJAMENTOS E DISTÂNCIA MAIOR ENTRE LIMITES ......................................1247.7 CAPACIDADE RESIDENCIAL EXISTENTE NA CIDADE .......................................................125
P8 A COVILHÃ E OS VAZIOS URBANOS....................................................................129
P9 CONCLUSÕES ..............................................................................................135
9.1 PRINCIPAIS CONCLUSÕES ................................................................................1359.2 RECOMENDAÇÕES .......................................................................................139
BIBLIOGRAFIA GERAL..........................................................................................140
ANEXO – CIDADES PORTUGUESAS...........................................................................149
V
Lista de Figuras
Figura 1 | A evolução do homem tende a ultrapassar perigosamente os seus limites naturaiscomo ser humano, tendo em conta as alterações impostas como “necessidadesvirtuais”. Fonte: Google. ........................................................................5
Figura 2 | A hierarquia de necessidades de Maslow. .....................................................6Figura 3 | A casa, mentalmente, remonta à “cabana” primitiva que imita a natureza, nasce
do chão, projeta o retorno às origens reunindo nascimento e morte. ...................7Figura 4 | Espaço urbano – “A nossa civilização é iminentemente urbana. Mesmo em
Portugal, país moderadamente urbanizado, o teatro urbano, como experiência devida permanente ou ocasional, em todos exerce acentuada influência”. ............. 10
Figura 5 | Túmulo vazio. Ressurgiu! (Mateus 28. 1-10). Fonte: Google. ............................ 13Figura 6 | Angkor (Camboja). - Cidade Morta. Densidade urbana nula. Ao longo da história
da humanidade, diversas civilizações floresceram e desaparecem da face daTerra. Sabemos que algumas delas sumiram, umas devido a catástrofes naturais,outras foram dizimadas durante guerras e invasões ou acabaram sendo dominadase assimiladas por outros povos, e que ainda outras habitaram em grandescidades. Os Khmer, antigos habitantes da cidade de Angkor, talvez a maiorcidade do mundo em seu tempo, com cerca de 1 milhão de habitantes (entre1.000 e 1.200 d.C), desapareceram devido a guerras e desastres naturais. Aspessoas passam e algumas “coisas” ficam, nomeadamente as construídas. Fonte:Google. ............................................................................................ 22
Figura 7 | Detroit - Cidade Falida (Wayne, Michigan, USA) – Da cultura automobilística com1.850.000 de habitantes em 1950 passou a 700.000 em 2010. Fonte: Google. ....... 23
Figura 8 | Paris (França) – Cidade Viva. Até de noite. Em 2007, 2.193.031 habitantes,10.540 hectares de área e a densidade populacional de 20.807 habitantes/km2.Fonte: Google..................................................................................... 25
Figura 9 | Xangai (China, Ásia) – A cidade mais populosa do mundo, com 17.836.133 milhõesde habitantes2.605,79 Km2 de área- Densidade populacional: 6.845 hab/km2.Fonte: Google..................................................................................... 25
Figura 10 | Boston (Suffolk, Massachussets, EUA) – Cidade Viva Contemporânea. Fonte:Google.............................................................................................. 26
Figura 11 | Comunidade de Kibera (Nairobi, Quénia) - Cidade Favela – 2,5 milhões dehabitantes. Fonte: Google...................................................................... 27
Figura 12 | Diversidade e densidade na ocupação urbana do solo. Do quarteirão à cidade-jardim. Fonte Google............................................................................ 28
Figura 13 | As grandes áreas urbanas em Espanha, em 2006. Fonte: Ministerio de Vivienda,2006. ............................................................................................... 31
Figura 14 | Imagem da Cidade do Futuro. Mais verticalidade. Mais densidade. Fonte: Google. . 32Figura 15 | A CIDADE É UM ORGANISMO URBANO COMPLEXO - Forma condensada do esquema
do Orgurb – Modelo de organismo urbano. Fonte: (BARATA, 1977, p. 44). ............ 33Figura 16 | UMA CIDADE NÃO É UMA ÁRVORE, de Christopher Alexander,. Fonte: WEB. .......... 34Figura 17 | A cidade da Covilhã incluiu 10 freguesias na cidade estatística do INE (14,6 km2)
em vez das tradicionais 4 freguesias urbanas (11,03 Km2) Fonte: INE 2001 eAutor. .............................................................................................. 39
Figura 18 | Vista aérea da Covilhã antiga (Fonte: ILFOTO). ............................................ 82Figura 19 | Localização inicial do primeiro assento da Cidade da Covilhã. .......................... 86Figura 20 | Situação inicial da Cidade da Covilhã em 1870. ............................................ 86Figura 21 | Evolução da Cidade da Covilhã – Situação em 1929 – (Fonte: Planta dos Serviços
Municipalizados da Covilhã). ................................................................... 88Figura 22 | Evolução da Cidade da Covilhã 1929 a 1945 – Situação de 1945 (Fonte:
Levantamento Fotogramétrico C.M. Covilhã) ............................................... 91Figura 23 | Evolução da Covilhã de 1945 a 1971 – Situação de 1971 (Fonte: Levantamento
Fotogramétrico C.M. Covilhã). Entre os anos 1945 e 1971 a Covilhã desenvolve-sefinalmente para a zona da estação de caminho de ferro, a Nascente. ................ 94
Figura 24 | Evolução da Cidade da Covilhã 1971 a 2000 – Situação de 2000 (Fonte:Levantamento Fotogramétrico C.M. Covilhã). .............................................. 98
Figura 25 | Fotografia antiga, aquando da execução das obras de infraestruturas da 2ª fase(Fonte: ILFOTO). ................................................................................. 99
VI
Figura 26 | Fotografia panorâmica, vista a partir do jardim público com o Bairro ao fundo,apenas com a 1ª fase em acabamento e a envolvente livre. (Fonte: ILFOTO)....... 100
Figura 27 | Planta do Bairro dos Penedos Altos. Fonte: Autor. ....................................... 100Figura 28 | Lugar central, habitação, comércio e igreja. Fonte: Autor. ............................ 101Figura 29 | Imagem das primeiras casas do Bairro da Biquinha, com tipologia idêntica ao
Bairro Municipal. Fonte: Autor. .............................................................. 102Figura 30 | Tipologia unifamiliar das primeiras 42 casas económicas. Fonte: Autor.............. 102Figura 31 | Situação atual do bairro (diferentes fases de construção). Fonte: Autor............. 103Figura 32 | Acesso único ao Bairro da Biquinha com o campo de futebol à direita. Fonte:
Autor. ............................................................................................. 104Figura 33 | Vista aérea do Bairro do Rodrigo (em 1995). Fonte: ILFOTO............................ 105Figura 34 | Fotografia antiga do Bairro do Rodrigo, onde se pode constatar à que a escola (à
esquerda) e a Igreja (à direita) foram executadas na mesma altura do Bairro.Fonte: ILFOTO. .................................................................................. 106
Figura 35 | Situação atual com sobreposição da fotografia aérea (ano 2000). Fonte: Autor. ... 107Figura 36 | Eixo pedonal transversal às rodovias com enfiamento sobre o vale. Fonte: Autor. 108Figura 37 | “Correntezas edificadas”. Fonte: Autor. ................................................... 108Figura 38 | Vista aérea da situação atual do Bairro da Estação. (Fonte: STIG). ................... 109Figura 39 | O Bairro da Estação surge depois da Avenida para a Estação e desenvolveu-se a
par de múltiplos equipamentos. Fonte: C.M. Covilhã. ................................... 110Figura 40 | Expansão da cidade da Covilhâ (1965) – A expansão nascente da cidade da Covilhâ
levou trinta anos. Na primeira fase (junto à estação de caminAutor de ferro), osdiferentes modelos de quarteirão (abertos ou fechados), Fonte: IGP. ............... 110
Figura 41 | O Bairro da Estação, com os três quarteirões de diferentes tipos de morfologia etipologia, envolvidos por equipamentos de carácter ocasional. Fonte: Autor. ...... 111
Figura 42 | Planta e imagem geral do “quarteirão fechado”. Fonte: Autor. ....................... 113Figura 43 | Planta e imagem geral do “quarteirão aberto”. Fonte: Autor.......................... 113Figura 44 | Planta e imagem geral dos “blocos isolados”. Fonte: Autor. ........................... 114Figura 45 | Localização das 19 cidades selecionadas. .................................................. 117Figura 46 | Anteplano de Urbanização de Castelo Branco (1962). Autor: João António de
Aguiar (Arq.). Fonte: SNIT/DGOTDU......................................................... 126Figura 47 | Anteplano Geral de Urbanização da Covilhã (1952). Autor: João António de Aguiar
(Arq.). Fonte: SNIT/DGOTDU. ................................................................ 127Figura 48 | Anteplano Geral de Urbanização da Guarda (1949). Autor: João António de Aguiar
(Arq.). Fonte: SNIT/DGOTDU. ................................................................ 128Figura 49 | Base de dados do INE – Censos 2011. Fonte: INE e Autor. ............................... 130Figura 50 | Delimitação e cálculo das áreas. Fonte: Google Earth e Autor. ........................ 130Figura 51 | A folha de cálculo EXCEL utilizada como base de dados obtidos e cálculo de
densidades, percentagens e outros. Fonte: Autor. ....................................... 131Figura 52 | A malha urbana constituída por muitos impasses dificulta a permeabilidade e a
conexão em rede. Fonte: Autor. ............................................................. 131Figura 53 | O mapeamento dos vazios urbanos em Autocad. Fonte: Autor. ........................ 132Figura 54 | Área da cidade da Covilhã, situada entre a avenida 25 de Abril/Rua Marquês
d’Ávila e Bolana e a Rua Mateus Fernandes. Fonte: GE e Autor........................ 132Figura 55 | Identificação dos vazios urbanos. Trabalho de campo. Fonte: Autor. ................ 133Figura 56 | Garagem de São João – Vazio urbano subutilizado. Fonte: Autor. ..................... 134
VII
Lista de Tabelas
Tabela 1: Dimensão das cidades europeias............................................................... 24Tabela 2: Argumentos a favor e contra as densidades altas (maiores de 120 fogos/ha). ....... 29Tabela 3: Elevação dos aglomerados urbanos à categoria de cidade por épocas. ................ 35Tabela 4: 4 cidades da Beira Interior - 19 freguesias, 2001........................................... 38Tabela 5: 4 Cidades (Beira Interior). População residente 2001 e taxa de crescimento 1991-
2001. ............................................................................................... 40Tabela 6: 36 Cidades (Região Centro). População residente 2001 e taxa de crescimento 1991-
2001. ............................................................................................... 41Tabela 7: 141 Cidades (Portugal). População residente 2001 e taxa de crescimento 1991-2001.
...................................................................................................... 42Tabela 8: 4 Cidades (Beira Interior) – Área e densidade populacional, 2001. ..................... 43Tabela 9: 36 Cidades (Região Centro) – Área e densidade populacional, 2001. ................... 44Tabela 10: 141 Cidades (Portugal) – Área e densidade populacional, 2001.......................... 45Tabela 11: 4 Cidades (Beira Interior) – Proporção de jovens e de idosos, 2001. ................... 46Tabela 12: 36 Cidades (Região Centro) – Proporção de jovens e de idosos, 2001. ................. 47Tabela 13: 141 Cidades (Portugal) – Proporção de jovens e de idosos, 2001........................ 48Tabela 14: 4 Cidades (Beira Interior) – Taxa de atividade e dimensão das famílias, 2001........ 49Tabela 15: 36 Cidades (Região Centro) – Taxa de atividade e dimensão média das famílias,
2001. ............................................................................................... 50Tabela 16: 141 Cidades (PT) – Taxa de atividade e dimensão média das famílias, 2001.......... 51Tabela 17: 4 Cidades (Beira Interior) – Alojamentos familiares e proporção de alojamentos
vagos, 2001........................................................................................ 52Tabela 18: 36 Cidades (Região Centro) – Alojamentos familiares e proporção de alojamentos
vagos, 2001........................................................................................ 53Tabela 19: 141 Cidades (PT)– Alojamentos familiares e proporção de alojamentos vagos, 2001.
...................................................................................................... 54Tabela 20: 4 Cidades (Beira Interior) – Ocupação dos alojamentos familiares. Proporção dos
ocupados pelo proprietário e proporção do uso sazonal, 2001. ......................... 55Tabela 21: 36 Cidades (RC) – Ocupação dos alojamentos familiares. Proporção dos ocupados
pelo proprietário e proporção do uso sazonal, 2001....................................... 56Tabela 22: 141 Cidades (Portugal) – Ocupação dos alojamentos familiares. Proporção dos
ocupados pelo proprietário e proporção do uso sazonal, 2001. ......................... 57Tabela 23: 4 Cidades (Beira Interior) – Proporção de alojamentos sobrelotados e sublotados,
2001. ............................................................................................... 58Tabela 24: 36 Cidades (Região Centro) – Proporção de alojamentos sobrelotados e sublotados,
2001. ............................................................................................... 59Tabela 25: 141 Cidades (Portugal) – Proporção de alojamentos sobrelotados e sublotados, 2001.
...................................................................................................... 60Tabela 26: 4 Cidades (Beira Interior) – Divisões por alojamento e alojamentos por edifício,
2001. ............................................................................................... 61Tabela 27: 36 Cidades (Região Centro) – Divisões por alojamento e alojamentos por edifício,
2001. ............................................................................................... 62Tabela 28: 141 Cidades (Portugal) – Divisões por alojamento e alojamentos por edifício, 2001.63Tabela 29: 4 Cidades (Beira Interior) – Total de edifícios e proporção de edifícios
exclusivamente residenciais, 2001............................................................ 64Tabela 30: 36 Cidades (Região Centro) – Total de edifícios e proporção de edifícios
exclusivamente residenciais, 2001............................................................ 65Tabela 31: 141 Cidades (Portugal) – Total de edifícios e proporção de edifícios exclusivamente
residenciais, 2001. ............................................................................... 66Tabela 32: 4 Cidades (Beira Interior) – Proporção de edifícios construídos depois de 1990 e
índice de envelhecimento dos edifícios, 2001. ............................................. 67Tabela 33: 36 Cidades (Região Centro) – Proporção de edifícios construídos depois de 1990 e
índice de envelhecimento dos edifícios, 2001. ............................................. 68Tabela 34: 141 Cidades (Portugal) – Proporção de edifícios construídos depois de 1990 e índice
de envelhecimento dos edifícios, 2001. ..................................................... 69Tabela 35: 4 Cidades (Beira Interior) – Proporção de edifícios muito degradados e proporção de
edifícios com necessidade de reparação, 2001. ............................................ 70
VIII
Tabela 36: 36 Cidades (Região Centro) – Proporção de edifícios muito degradados e proporçãode edifícios com necessidade de reparação, 2001. ........................................ 71
Tabela 37: 141 Cidades (Portugal) – Proporção de edifícios muito degradados e proporção deedifícios com necessidade de reparação, 2001. ............................................ 72
Tabela 38: 4 Cidades (Beira Interior) – Principal meio de transporte, a pé e transporte público,2001. ............................................................................................... 73
Tabela 39: 36 Cidades (Região Centro) – Principal meio de transporte, a pé e transportepúblico, 2001. .................................................................................... 74
Tabela 40: 141 Cidades (Portugal) – Principal meio de transporte, a pé e transporte público,2001. ............................................................................................... 75
Tabela 41: 4 Cidades (Beira Interior) – Principal meio de transporte, automóvel ligeiro depassageiros (LP) ou outros, 2001. ............................................................. 76
Tabela 42: 36 Cidades (Região Centro) – Principal meio de transporte, automóvel ligeiro depassageiros (LP) ou outros, 2001. ............................................................. 77
Tabela 43: 141 Cidades (Portugal) – Principal meio de transporte, automóvel ligeiro depassageiros (LP) ou outros, 2001. ............................................................. 78
Tabela 44: 4 Cidades (Beira Interior) – Edifícios com 1 alojamento e com 1 e 2 pisos, 2001. ... 79Tabela 45: 36 Cidades (Região Centro) – Edifícios com 1 alojamento e com 1 e 2 pisos, 2001. . 80Tabela 46: 141 Cidades (Portugal) – Edifícios com 1 alojamento e com 1 e 2 pisos, 2001........ 81Tabela 47: Evolução Demográfica do ConcelAutor da Covilhã, 1801-2011. ........................115Tabela 48: Cidade 4F – Variação dos Edifícios, Alojamentos, Famílias e População, 1991-2011.
.....................................................................................................115Tabela 49: Cidade 4F – Edifícios segundo o Tipo de Estrutura da Construção. ....................115Tabela 50: Cidade 4F – Edifícios segundo a Época de Construção....................................116Tabela 51: Cidade 4F – Edifícios segundo o Tipo de Utilização. ......................................116Tabela 52: Cidade 4F – Edifícios segundo o Número de Pisos. ........................................116Tabela 53: Cidades – 19 Câmaras municipais: receitas efetivas, despesas efetivas e saldo
(milhares de euros). ............................................................................118Tabela 54: 19 Cidades – População Residente e Famílias. Cidade Estatística INE em 2001 e Anel
da Cidade Consolidada em 2011..............................................................119Tabela 55: 19 Cidades – Alojamentos e Edifícios. Cidade Estatística INE em 2001 e Anel da
Cidade Consolidada em 2011. ................................................................120Tabela 56: 19 Cidades – Área e Densidade Populacional. Cidade Estatística INE em 2001 e Anel
da Cidade Consolidada em 2011..............................................................121Tabela 57: 19 Cidades – Dimensão média das Famílias e Pessoas por Alojamento. Cidade
Estatística INE em 2001 e Anel da Cidade Consolidada em 2011. ......................122Tabela 58: 19 Cidades – Alojamentos por Edifício e Proporção de Alojamentos Vagos. Cidade
Estatística INE em 2001 e do Anel da Cidade Consolidada em 2011. ..................123Tabela 59: 19 Cidades – Densidade de Alojamentos e Distância Maior entre Limites. Cidade
Estatística INE em 2001 e do Anel da Cidade Consolidada em 2011. Fonte: INE 2001,2011 e HPO.......................................................................................124
Tabela 60: 19 Cidades – Capacidade Residencial Existente. Cidade Estatística INE em 2001 eAnel da Cidade Consolidada em 2011. ......................................................125
Tabela 61: Tabela 1 - Os primeiros planos das 19 cidades. ...........................................125Tabela 62: 19 Cidades - Cidade e Município de Castelo Branco – Avaliação da Capacidade
Residencial Existente...........................................................................126Tabela 63: 19 Cidades - Cidade e Município de Covilhã – Avaliação da Capacidade Residencial
Existente. ........................................................................................127Tabela 64: 19 Cidades - Cidade e Município de Guarda – Avaliação da Capacidade Residencial
Existente. ........................................................................................128
IX
Lista de Acrónimos
a.C. Antes de Cristo
ACRRU Área Crítica de Renovação e Reabilitação Urbana
CAD Desenho Assistido por Computador
CIAM Congrès Internationaux d’Architecture Moderne
CMC Câmara Municipal da Covilhã
d.C. Depois de Cristo
DGOTDU Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano
FAUTL Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa
FFH Fundo de Fomento da Habitação
IGP Instituto Geográfico Português
IHRU Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana
IMI Imposto Municipal sobre Imóveis
INE Instituto Nacional de Estatística
INH Instituto Nacional de Habitação
MCH Movimento Cooperativo de Habitação
PCC Polígono da Cidade Consolidada
PDM Plano Diretor Municipal
PGU Plano Geral de Urbanização
PP Plano de Pormenor
PSP Polícia de Segurança Pública
PU Plano de Urbanização
RGEU Regulamento geral das Edificações Urbanas
RN Rodoviária Nacional
SAAL Serviço de Apoio Ambulatório Local
SIG Sistema de Informação Geográfica
SRU Sociedade de Reabilitação Urbana
UBI Universidade da Beira Interior
UE União Europeia
1
P1 Introdução
A atual modernidade, de acordo com as tendências e os dados estatísticos conhecidos,
conduz a população global da ruralidade para a urbanidade. Portugal também é atualmente mais
urbano que rural.
O espaço urbano tem na cidade o expoente máximo, logo a atual modernidade conduz a
população às cidades (umas maiores que outras, umas mais atrativas que outras). No fundo é a
atratividade em busca de emprego, melhores salários, educação e qualidade de vida.
No entanto, vários estudos referem que os centros das cidades têm vindo a assistir ao
abandono e ao crescimento dos vazios urbanos. Os novos meios de transporte (ASCHER, 2010, p.
38) e de “armazenamento” de pessoas, de informações e de bens que a sociedade desenvolve e
põe à disposição das organizações e dos indivíduos permitem que estes se emancipem em parte
dos condicionalismos espaciais e temporais.
A cidade é geradora de vazios urbanos. Os vazios urbanos são uma moeda de duas faces:
- por um lado afasta as pessoas; - por outro atrai-as pela oportunidade.
1.1 Descrição e abordagem do problema. Estrutura da tese
A preocupação com o crescente número de espaços e construções urbanas vazias,
obsoletas ou simplesmente devolutas das cidades, conduz a colocar vários problemas:
- a desvitalização das áreas urbanas;
- a justificação (ou não) para a expansão das cidades;
- as consequências económicas positivas ou negativas consoante estiverem a utilizar (ou
não) os vazios urbanos.
Este trabalho pretende analisar o impacto e a dimensão que este fenómeno adquiriu nas
últimas décadas.
Em termos de imagem urbana, um percurso mais atento pelas áreas centrais das nossas
cidades põe de relevo a presença pontual de construções vazias ou subutilizadas, mas também
alguns espaços totalmente vazios e com maior frequência à medida que se caminha para a
periferia.
É assim que habitações, comércios e indústrias adquirem, por vezes, aos nossos olhos,
individualmente, mas também em algumas das suas inúmeras e particulares combinações,
características que nos permitem agrupá-las em diferentes categorias tipológicas.
De uma ótica disciplinar este processo de (re)conhecimento dos vazios urbanos
subentende a compreensão das relações entre arquitetura e cidade, entre espaço construído e
não construído, entre projetos e planos, entre projetos e regulamentos.
O exercício de síntese destas relações tem como corolário lógico a definição do que
muitos autores vêm estudando sob diferentes designações: - vazios úteis; vazios inúteis; do cheio
ao vazio, etc.
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Na prática todas estas designações e abordagens inscrevem-se numa recorrente busca de
caracterização e análise.
Segundo a raiz etimológica, o termo vazio representa uma oposição ao cheio que será
considerado neste trabalho como atribuído à ausência de vida/pessoas/atividade.
Na presente investigação, os estudos desenvolvidos sobretudo no Brasil servem de
suporte teórico à constatação dos sistemas tipológicos, a partir dos quais se aborda o tema dos
vazios.
A aproximação ao tema escolhido utilizará como suporte metodológico a análise geral
das cidades portuguesas, a partir do caso da Covilhã.
Em consonância com as preocupações expostas, a tese é dirigida para a interpretação do
crescimento das cidades portuguesas, à luz do impacto produzido pelos vazios urbanos.
A hipótese central da tese é a de um vínculo evolutivo entre os vazios urbanos e uma
deficiente organização do espaço urbano, isto é, a generalidade das cidades portuguesas têm
produzido vazios urbanos de forma proporcional à má organização do crescimento nas últimas
décadas, desde abril de 1974.
A concretização dos objetivos da tese acarretou a distribuição de atividades de
investigação por diversas etapas.
Na primeira destas etapas, tratou-se sobretudo de expor o tema, aclarar objetivos,
enunciar trabalhos e autores de referência.
Numa segunda etapa, dando continuidade à investigação teórica iniciada revisitou-se o
principal conceito em questão, o de vazio urbano, sondando-se o estado da arte sobre os
métodos de análise, e definiram-se um conjunto de variáveis a operacionalizar.
Num terceiro momento, coube definir o conceito de vazio inserido no contexto
português, convencionando as tipologias: -vazio construído; -vazio não construído. Com que se
optou por trabalhar explicando-a em função da morfologia urbana, da localização e de outros
aspetos históricos, sociais, técnicos e normativos.
A fase seguinte conduziu a uma amostra de exemplos para estudo, o que significou fazer
uma ampla recolha em trabalho de campo e análise documental. A seguir foi necessário
sistematizar a informação cruzando distintos dados obtidos através de estatística oficial e apoio
de fotografia aérea.
Finalmente sintetizou-se a análise das várias etapas de crescimento e os processos de
transformação e permanência dos vazios urbanos, rematando-se com um conjunto de conclusões
que apontam para lições a extrair da realidade dos vazios da Covilhã, bem como do conjunto das
cidades portuguesas.
1.2 Objetivos, método, importância, meios, recursos e limites dainvestigação
Uma tese deve significar sempre um avanço num determinado domínio, e como tal deve
valer por si. Depois de concluída pode servir para vários fins. A partir da presente tese,
perspetivam-se contributos, principalmente práticos, a nível dos métodos de investigação,
3
análise e de conceção, para a disciplina do projeto arquitetónico e do projeto e planeamento
urbanos. Estes contributos assentam no conhecimento dos processos de formação, permanência
e transformação dos vazios urbanos e na valorização dos significados subjacentes a estes
processos.
O objetivo principal é a concretização de uma metodologia que conduza à elaboração da
carta dos vazios urbanos com a utilidade e aplicação prévia nos instrumentos de planeamento
urbanístico para uma melhor clarificação dos atos próprios da arquitetura.
O objetivo geral é chegar a conclusões com um certo grau de generalização, que nos
permita estabelecer uma metodologia de análise para abordar alguns dos desafios que na
atualidade se colocam à prática urbanística e arquitetónica.
A investigação pretende comprovar a existência do referido vínculo (vazios urbanos vs
organização do espaço), coerente, evolutivo, progressivamente consolidado, entre vazios
urbanos e organização do espaço arquitetónico, ocorrido nas últimas décadas, nas cidades
portuguesas e em particular na cidade da Covilhã.
Estes tipos de vazios urbanos traduzem-se por vazios construídos e vazios não
construídos, conceitos que se usam como chave de leitura da cidade.
No decurso da investigação mostra-se o impacto dos vazios do território e também as
suas interações através de:
a) Mapeamento dos vazios urbanos, identificando períodos de formação;
b) Fichas de análises de tipos de vazios urbanos identificados e fotografados no trabalho
de campo.
Começou-se por reunir dados de um grupo de cidades portuguesas através da estatística
do INE 2001 e 2011. Com a continuação do trabalho, tomou-se consciência de que seria útil
reunir e apresentar a informação sobre a totalidade das cidades portuguesas.
Neste sentido, a opção pela Covilhã como estudo de caso, reveste-se de um duplo
critério, o de adequar-se à escala geral e à escala média, e o facto de a tese aparecer como um
corolário de um conjunto de trabalhos desenvolvidos ao longo do período curricular e de
investigação do doutoramento.
A escolha resulta também muito conveniente para os objetivos da tese, que tem
implícito debater um contexto que seja o mais familiar possível, um contexto que quase não
apresente segredos ao seu observador. Faz-se notar que muito do que foi adiantado na hipótese
de trabalho baseia-se na visão repetida e ocasional, numa percetiva quotidiana, pessoal,
contingente, e portanto, intransmissível e não substituível.
Ponderaram-se, portanto diversos fatores que jogam a favor da cidade eleita; a escala
média, bastante adequada para a observação e medição de fenómenos de transformação dos
espaços construídos e não construídos; a presença significativa de vazios de origem industrial e
uma topografia acidentada típica da cidade portuguesa (resultado de uma história baseada em
atos de defesa).
Selecionada a cidade-município, cabia também definir que partes da cidade estudar, que
bairros, que ruas, que edifícios, que tipos de vazios. Esta definição conduziria à delimitação da
cidade consolidada, da cidade infraestruturada e da cidade estatística de forma a permitir
revelar e tanto quanto possível medir, o impacto dos vazios urbanos em cada uma delas.
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A delimitação da cidade consolidada conduziu a uma extensa pesquisa sobre as cidades
portuguesas, que resultou num conjunto apreciável de informação apresentado em anexo.
Os meios utilizados na investigação foram os próprios e incluíram o uso de software de
CAD para configuração, sistematização, análise gráfica e distribuição dos vazios urbanos, bem
como software de texto Word e folha de cálculo EXCEL.
As principais limitações da investigação realizada na Covilhã estão relacionadas com as
condições de consulta encontradas nos arquivos municipais, quer pela inexistência de uma base
de dados quer pela falta de sistematização da informação.
1.3 Antecedentes da investigação.
Como antecedentes teóricos da investigação consideram-se os principais estudos
realizados em meio académico sobre os vazios urbanos. Destacam-se os do contexto brasileiro e
em particular de S. Paulo e Rio de Janeiro, sediados nas respetivas escolas de arquitetura. Como
nomes mais sonantes neste panorama destaca-se Andréa Borde1.
No âmbito português, e pensando estritamente em trabalhos focados na questão dos
vazios urbanos e suas ligações à organização de espaço urbano, presta-se atenção a alguns
trabalhos académicos e atas de seminários.
Também como antecedentes desta investigação, tomam-se os estudos próprios sobre
diferentes aspetos relativos à história urbanística e aos bairros principais da Covilhã,
considerando as suas formas de crescimento.
A exposição prévia do quadro concetual realizada nas alíneas seguintes e tomando de
empréstimo os argumentos teóricos dos autores atrás referidos, assegura uma correta
interpretação dos conceitos utilizados ao longo da tese:
i) O conceito de vazio urbano;
ii) O conceito de espaço urbano;
iii) O conceito de cidade.
Ao longo da tese irá procurar-se em que medida os vazios urbanos influenciam ou são
influenciados pela organização do espaço e, por fim, a sua atualidade na problemática sobre a
fragmentação urbana e sobre a imagem da cidade.
1.4 Normalização
A estruturação desta tese foi determinada pelas normas de formatação de teses de
doutoramento da Universidade da Beira Interior, conforme o despacho n.º 49/R/2010, seguindo a
sequência de apresentação por este determinada.
No corpo de texto, foram seguidas as regras de formatação estabelecidas pelo mesmo
despacho.
1 BORDE, ANDRÉA - Vazios Urbanos: Prespectivas Contemporâneas. Tese de Doutoramento em Urbanismo.Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2006.
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P2 Modernidade e Espaço Urbano
Figura 1 | A evolução do homem tende a ultrapassar perigosamente os seus limites naturais como serhumano, tendo em conta as alterações impostas como “necessidades virtuais”. Fonte: Google.
A era do vazio2 - A resseção presente, a crise energética, a consciência ecológica não
são o toque afinados da sociedade de consumo: estamos destinados a consumir, ainda que de
outro modo, cada vez mais objetos e informações, desportos e viagem, a formação e relações,
música e cuidados médicos. É isso a sociedade pós moderna: não o para além do consumo, mas a
sua apoteose, a sua extensão à esfera privada, à imagem e ao devir do ego chamado a conhecer
o destino da obsolescência acelerada, da mobilidade, da desestabilização.
A espiral decetiva - Conhecemos as “culturas da vergonha” e as “culturas da
culpabilidade”, mas com o hedonismo contemporâneo casado com um “espírito do tempo” feito
de ansiedade e de violência nas relações sociais, uma verdadeira cisalha da deceção está em
ação. Os indivíduos vêem-se confrontados com exigências contraditórias que o hiperconsumo
histeriza e atiça. Contrariamente às ideias estabelecidas, a deceção atua mais nos desejos não
materiais. Os comportamentos consumistas também investiram na esfera política.
Paralelamente, o sucesso da democracia liberal tornou o gosto menos pronunciado e daí uma
questão inédita: será a democracia um bem de consumo como qualquer outro? Gilles Lipovetsky
sonda a nossa cidadania hipermoderna, capaz de combinar o abstencionismo mais indeciso e as
indignações menos fingidas desde que são suspeitos os ataques contra os princípios do direito e
da liberdade. Será o regresso ao código genético das nossas democracias?
O movimento poderoso de híper consumo, que integra e aspira os desejos entre os mais
elevados do género humano, altera todas as referências morais herdadas, ainda operativas há
cinquenta anos. Assim, lutar frontalmente contra o capitalismo consumidor é não somente
ineficaz mas também ilusório. São com “paixões contra paixões” que vamos colocar à distância a
hidra consumista.
2 Problema geral: a desagregação da sociedade, a modernidade e a indiferença - LIPOVETSKY, GILLES - AEra do Vazio. Lisboa: ed. Relógio D’Água, 1989.
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Figura 2 | A hierarquia de necessidades de Maslow. Fonte: Hilsdorf, Carlos. Atitudes vencedoras. 2004.
A hierarquia de necessidades de Maslow, também conhecida como pirâmide de Maslow,
é uma divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais
baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar"
uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização. Maslow define um conjunto
de cinco necessidades descritas em pirâmide:
- Necessidades fisiológicas (básicas), tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a
excreção, o abrigo;
- Necessidades de segurança, que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro
de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de
saúde ou um seguro de vida;
- Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de
pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube;
- Necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas
capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às
funções que desempenhamos;
- Necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele
pode ser. O que os humanos podem ser, eles devem ser: verdadeiros com a sua própria natureza.
É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente
com aquilo que é na realidade. Temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os
nossos potenciais.
Das necessidades comuns a todos os homens há um grupo delas que nos grandes
aglomerados urbanos dificilmente encontram adequadas condições de satisfação. De entre essas
necessidades interessa-nos particularmente considerar aquelas que, através da inclusão de
elementos vegetais na estrutura do aglomerado urbano, poderão ver melhoradas as condições
para a sua satisfação. São elas: 1- uma atmosfera sã e tão confortável quanto possível; 2-
contacto frequente com as forças vivas da natureza; 3- prática de exercícios físicos em
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atmosfera sã; 4- repouso físico e mental; 5- ordem e beleza nos ambientes em que se vive.
(ARAÚJO, 1961, p. 33).
As condições em que se podem exprimir as necessidades estão dependentes de forças
socioeconómicas onde pontificam as instituições que dominam os “media”.
Figura 3 | A casa, mentalmente, remonta à “cabana” primitiva que imita a natureza, nasce do chão,projeta o retorno às origens reunindo nascimento e morte. Fonte: Cabrita A. - O Homem e a Casa, 1995.
Insalubridade da atmosfera urbana – uma das necessidades fundamentais para todas as
populações, e justamente a mais difícil de satisfazer no interior de um grande aglomerado
urbano, é a de atmosfera sã, propícia ao saudável desenvolvimento do organismo humano.
(ARAÚJO, 1961, p. 34).
Afastamento da natureza – é sabido como em todas as camadas de população das
grandes cidades – sejam elas ricas ou pobres, jovens ou adultas, operárias ou intelectuais – se
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manifestam necessidades ou solicitações instintivas a que só o contacto com a natureza, no seu
fácies mais puro, parece assegurar adequada satisfação. (ARAÚJO, 1961, p. 38).
O homem, evoluído no meio onde a luta pela vida lhe impunha o exercício constante de
aptidões físicas e faculdades mentais com que a natureza o dotou, não podia deixar de acusar
lento estabelecimento ao longo dos milénios, de um equilíbrio biológico entre a sua maneira de
viver, desenvolvimento daquelas aptidões e faculdades, e o próprio metabolismo do seu
organismo. (ARAÚJO, 1961, p. 42).
Inaptidão para o repouso físico e mental – a partir dos 35 anos são sobretudo as
necessidades de descanso, isolamento periódico e relaxamento muscular e psicológico que mais
geralmente se fazem sentir. E também estas necessidades humanas só encontram satisfação
adequada em plena natureza, no campo ou na praia. (ARAÚJO, 1961, p. 51).
Deficiência de ordem e beleza – existe uma correlação positiva entre educação estética
por um lado e inteligência, moralidade e bem-estar por outro. (ARAÚJO, 1961, p. 53).
O computador conduziu a uma nova relação em termos de espaço e de tempo; o
ciberespaço substituiu o espaço físico e conseguimos não só perceber até que ponto o
computador é uma ferramenta mas também a forma de se poder tirar partido desta ferramenta a
favor do homem, e notamos como do mesmo modo que se defendem processos híbridos para o
homem, também, essa situação se reflete na arquitetura. Neste contexto, o computador e as
suas possibilidades conduziram a uma revolução em termos de espaço e de tempo, passando-se,
em pouco mais de um século, de uma condição pré industrial para o ciberespaço, pelo que o
tema da arquitetura virtual tem vindo a ser discutido cada vez de forma mais generalizada.
(CHAVES, 2010, p. 36).
Impérios vazios - Analisada a cidade que temos, de forma anacrónica, releva assumir
que o tecido urbano abandonou a resposta efetiva e afetiva aos anseios humanos. Que a mutação
social foi célere e transpôs autista o tempo de adaptação das metrópoles, que forçou o abandono
negligente da condição humana. Que lugar resta ao arquiteto? Na forma do técnico da construção
das realidades aparentes do nosso tempo é-lhe fulcral que faça a análise crítica e pragmática por
forma a chegar à cicatrização do organismo urbano. (CHAVES, 2010, p. 93).
2.1 A atual modernidade
Todas as estatísticas apontam para um crescimento das principais/grandes cidades.
Hoje no mundo inteiro (BENEVOLO, 2007, p. 725), de facto, a população total dobra a
cada trinta anos; a população urbana dobra a cada quinze anos; a população urbana “marginal”
dobra a cada sete anos e meio. Os países “desenvolvidos” – Europa e Estados Unidos – estão
somente em parte ao abrigo destas mudanças. De facto, nos últimos anos, as construções
abusivas multiplicaram-se também em alguns países europeus: Em Roma, vivem 800.000 pessoas
em casas construídas sem licença para construção e formam uma cidade separada do resto, e são
demasiado numerosas para serem consideradas um facto provisório. A formação de uma cidade
irregular ao lado da regular – que no mundo inteiro é o problema dominante – obriga a considerar
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de outra maneira o desenvolvimento da arquitetura moderna nos últimos cinquenta anos e suas
perspetivas futuras.
Quais as tendências sociais para um horizonte de 20 a 30 anos? Será uma reviravolta total
com o regresso à terra? Como será a sociedade em 2030, 2040?
Segundo Ascher3, as sociedades ocidentais mudaram muito nas últimas décadas e
continuarão a mudar segundo várias dinâmicas.
Em primeiro lugar, a evolução da sociedade é animada por um processo duplo, que é ao
mesmo tempo de individualização e de socialização: os indivíduos aspiram a mais autonomia mas
ao mesmo tempo inscrevem-se mais em redes sociais complexas e dependem de grandes sistemas
técnico-económicos. Este processo de individualização transforma as estruturas familiares e
profissionais, inscreve os indivíduos em redes feitas de uma grande multiplicidade de laços
sociais fracos: cada um conhece mais pessoas mas tem com elas relações menos intensas. Toda a
espécie de objetos e de técnicas, particularmente os meios de transporte e de telecomunicação,
são utilizados pelos indivíduos para tentar dominar tanto quanto possível os seus espaços-tempo
para tentar fazer o que querem, onde o querem, quando o querem, com quem o querem.
Em segundo lugar, os domínios da vida social dissociam-se e articulam-se mais
individualmente, cada um tende a diferenciar os seus comportamentos e os seus projetos nas
diversas esferas da vida social – trabalho, família, vizinhança, amizade, compromisso social, etc.
– mas cada um passa também constantemente de um para o outro, jogando com os valores e os
códigos destas diferentes esferas.
Em terceiro lugar, assiste-se também à busca da “racionalização”, quer dizer, por um
lado, ao enfraquecimento das tradições, costumes, rotinas e à mobilização cada vez mais direta
e quase permanente, das ciências e das técnicas para qualquer ação; por outro lado, as ciências
e a investigação desempenham um papel crescente na sociedade e mais particularmente na
economia. A tal ponto que se fala de uma “sociedade de conhecimento”.
Por fim, o quarto e duplo processo de modernização é a mercantilização, que é
acompanhada por uma “regulação” crescente de que é o corolário: a economia ganha
importância, aumenta sem cessar o campo das relações comerciais e inventa novas mercadorias;
mas o seu desenvolvimento torna necessário o reforço da regulação pública, por um lado para
promover, garantir ou proteger o mercado, por outro lado para o compensar ou para corrigir
alguns dos seus efeitos. Assim, contrariamente a uma imagem liberal ingénua, a expansão do
campo da economia para a sociedade gera intervenções públicas. Da mesma forma, de resto, que
as aspirações a mais direitos individuais têm necessidade de poderes públicos capazes de os
promover e de os defender.
Esta dinâmica de modernização gera uma sociedade cada vez mais complexa. Os
indivíduos levam aí vidas muitas vezes variadas e que mudam ao longo do seu ciclo de vida. Têm
interesses heterogéneos conforme reagem enquanto habitante de um bairro, citadino de uma
aglomeração, trabalhador de um setor de atividade, membro desta ou daquela rede ou grupo de
atividades. O que não deixa de complicar o funcionamento da democracia, porque se torna mais
difícil para estes indivíduos fazerem-se representar. Isto obriga os poderes públicos a
3 ASCHER, François - Novos Princípios do Urbanismo. Novos Compromissos Urbanos. Lisboa: ed. LivrosHorizonte, 2010, p. 103.
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desenvolverem novas formas de ação para promover uma “governabilidade” capaz de construir
consensos tão grandes quanto possível e apoiar-se em maiorias Ad Hoc em função dos desafios.
2.2 O espaço urbano
Figura 4 | Espaço urbano – «A nossa civilização é iminentemente urbana. Mesmo em Portugal, paísmoderadamente urbanizado, o teatro urbano, como experiência de vida permanente ou ocasional, em todosexerce acentuada influência». Teresa Salgueiro – A Cidade em Portugal. Uma Geografia Urbana. 1992.
As quatro cidades4 - Ascher considera, de forma simplificada, que pudemos distinguir,
no seio das grandes cidades (metápoles), quatro grandes tipos de cidade e de modos de vida que
mais ou menos lhes correspondem.
Uma parte da população gosta da cidade, faz um uso intensivo dos seus equipamentos e
para isso está pronta a sacrificar a sua superfície habitável privativa. Trata-se sobretudo de
camadas médias altamente qualificadas, jovens e de seniores com um forte capital cultural.
Estes grupos estão em expansão e ativam muito o mercado imobiliário das cidades-centros.
Representam cerca de 40% da população.
Uma segunda parte da população gosta muito menos da cidade, todavia necessita dela.
Localiza-se portanto na sua periferia em habitat individual com um jardim privativo, se possível.
Trata-se sobretudo de famílias com crianças, pertencentes às camadas sociais modestas e
médias. Estes suburbanos deslocam-se muito tangencialmente em relação à aglomeração,
4 ASCHER, François - Novos Princípios do Urbanismo. Novos Compromissos Urbanos. Lisboa: ed. LivrosHorizonte, 2010, p. 106.
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nomeadamente para irem para o seu trabalho ou aos centros comerciais. Frequentam menos os
equipamentos metropolitanos mas têm necessidade de poder aceder periódica e facilmente ao
centro. Estes suburbanos representam perto de 40% da população.
Uma terceira parte da população escolheu viver no campo aproveitando ao mesmo
tempo o quadro metapolitano. Portanto, estes “rurbanos” deslocam-se muito, estão em geral
multimotorizados e são ao mesmo tempo portadores de um imaginário anticidade. Muita gente
partilha este sonho, mas o número daqueles que passam ao ato é mais baixo porque é um modo
de vida muito caro. Pode-se considerar que abrangem cerca de 10% da população.
Por fim, uma quarta parte da população é verdadeiramente colocada a residir nos
grandes conjuntos de habitação social. Um bom número dos seus habitantes vive quase preso
nestes bairros, ainda que eles estejam geralmente subequipados. Frequentam pouco o centro da
cidade e têm dificuldade em se deslocar e em aceder ao mercado de emprego. Estes bairros
acolhem cerca de 10% da população.
A cidade emergente, segundo Jorge Carvalho (CARVALHO, 2003a, p. 35), pode
caracterizar-se pelas seguintes imagens figurativas:
- CIDADE MÓVEL: na cidade antiga a regra era a sedentariedade. Na cidade emergente a
mobilidade transformou-se na base das relações sociais e espaciais. A proximidade já não é
apenas uma questão de espaço, mas de tempo. O urbano transformou-se num homem móvel,
motorizado. Caminhar a pé está em declínio. A sociabilidade de vizinhança está a ser substituída
por uma outra, organizada por afinidades, dispersa num território cada vez mais vasta.
– CIDADE-TERRITÓRIO: a cidade antiga era contínua e limitada. A cidade emergente
estende-se, dispersa-se por territórios cada vez mais vastos, abrangendo o próprio campo.
Ocorrem deslocações quotidianas entre periferias e entre cidades. A cidade transforma-se ou
integra-se em região urbana.
– CIDADE-NATUREZA: estendendo-se, descontínua a cidade abrange a natureza, abrange o
campo. Não é mais a cidade verde, de jardins e parques. É a própria agricultura por adotar
modos de vida urbanos e pela interpenetração territorial, que integra a cidade.
– CIDADE POLICÊNTRICA: emergem nas centralidades ligadas ao consumo. Tal emergência
não faz desaparecer nem declinar os antigos centros europeus (como aconteceu nas cidades
norte americanas), nem corresponde a um sistema hierarquizado. Assenta sobretudo nas grandes
superfícies comerciais, espaços claramente plebiscitados pelo consumo e que, tal como as
antigas praças, não integram barreira visível ou segregação, são lugares de estar, de procura e
novidade.
– CIDADE DAS ESCOLHAS PESSOAIS: na cidade antiga as relações sociais e funcionais
ocorriam entre o quarteirão/vizinhança e o centro único. Agora, na cidade emergente, a
mobilidade, a cidade-território e o policentrismo alimentam a possibilidade de escolha pessoal.
Cada habitante constrói a sua própria rede de sociabilidade. Os espaços de lazer situam-se fora
da cidade, constroem-se novas identidades a partir de uma multiplicidade de elementos do
território e não mais a partir da vizinhança e de um espaço central.
- CIDADE VAZIA: (melhor seria dizer dos espaços não edificados). É consequência da
fragmentação e dispersão, da cidade-território, da cidade-natureza. Esta realidade, em que os
espaços urbanizados ou edificados se misturam com outros: agrícolas, florestais ou simplesmente
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não utilizados e com as dimensões mais diversas, questiona frontalmente a racionalidade da
cidade antiga, colocando novos problemas.
Em Portugal, a maioria dos aglomerados urbanos, incluindo as cidades, não possui
cadastro urbano. O Instituto Geográfico Português apenas tem o cadastro rural a Sul do rio Tejo.
Sobre as propriedades pertencentes ao domínio público, nem as autarquias sabem ao
certo o que lhes pertence. E no caso da Covilhã, por informação municipal, sabe-se que esse
“conjunto” é apenas uma listagem e não está cartografado.
Para as áreas de reabilitação urbana, o Decreto-Lei n.º 53|2014, de 8 de Abril de 2014,
surge como tentativa de resposta às exigências acumuladas pela legislação excessiva e cega.
Contudo, esta medida “temporária” por apenas sete anos, não nos parece adequada, pelo que
deveria ser substituída por uma definição clara e objetiva das condições mínimas de
habitabilidade, a serem exigidas nas referidas áreas de reabilitação urbana.
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P3 Os Vazios Urbanos
Um escritor antigo registou uma poderosa verdade: a maior notícia que o mundo já ouviu
veio de um túmulo vazio! … Ressurreição!
Figura 5 | Túmulo vazio. Ressurgiu!5 (Mateus 28. 1-10). Fonte: Google.
Os vazios urbanos são fenómenos urbanos comuns a qualquer cidade e podem ser
considerados como um dos seus principais elementos morfológicos estruturais ou ainda como uma
categoria estrutural de análise da cidade, apresentando-se como uma das formas essenciais para
entendê-la, face à sua nova condição urbana e à sua complexidade. São locais onde a cidade
pode redefinir-se, aproveitando-se dessas áreas para crescer de forma mais ordenada, arejada e
sustentável.
5 O texto de Mateus 28. 1-10 traz a mais extraordinária de todas as notícias: «Ele vive!» A ressurreição deCristo é o ponto focal da esperança cristã. O apóstolo Paulo, por exemplo, faz referência a esse fatomarcante cerca de 53 vezes em seus escritos. Um dos grandes perigos da atualidade é a subtildesconstrução da ressurreição – num mundo sem encantos, uma ressurreição sem fascínio, semperplexidade, uma teologia sem prática. É a tentativa satânica de ridicularizar o magistral.
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3.1 Antecedentes sobre os vazios urbanos
O tema dos vazios urbanos não é novo mas tem vindo a aumentar na preocupação pelas
consequências e no número de iniciativas de estudo e divulgação, tendo surgido:
Em EspanhaEm 1996, Solà-Morales6 define vazios por meio da expressão francesa “terrain vague”,
em virtude da multiplicidade de significados que esta expressão permite: “vague” no sentido de
vacante, vazio, livre de atividade, improdutivo e em muitos casos obsoleto, mas também
“vague” no sentido de impreciso, indefinido, vago, sem limites determinados, sem um horizonte
de futuro.
Em PortugalEm 2000, os vazios urbanos surgem como tema geral das investigações e aplicações
práticas, desenvolvidas por alunos e professores durante o I Seminário Internacional de
Arquitetura7 com o objetivo principal de «preencher o vazio»8.
Em 2000, Nuno Portas9 alerta para a moda europeia do enchimento dos vazios que pode
agravar as condições ambientais do centro das cidades e adiar a requalificação das periferias, e
considera que os vazios tendem a tornar-se oportunidades previsíveis mas sem prazo. Podem
constituir uma base fundiária para intervenções estratégicas de regeneração urbana.
Em 2007, como tema central da 1ª trienal de Lisboa10, com especial dedicação aos
espaços residuais ou marginais à cidade formal, cuja abundância nacional tanto testemunha a
incapacidade de regulação espacial dos nossos territórios.
Em 2007, como tema do «Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis»11. Foram
apresentadas as seguintes comunicações, em diferentes temas e contextos:
No contexto português:
- Francisca Magalhães12 mostra maior preocupação com o sentido a dar aos «espaços
esvaziados» (de uso ou de sentido) da cidade alargada e apresenta uma metodologia de
abordagem para o caso de Canidelo, Vila Nova de Gaia;
6 SOLÀ-MORALES, Ignasi - Presente y futuros. La arquitectura en las ciudades. In: Congresso de la UniónInternacional de Arquitectos (UIA), Barcelona, 1996. p. 10-23.
7 UAL - I Seminário Internacional de Arquitetura - Lisboa, Vazios Centrais Metropolitanos. Lisboa: ed.Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), 2000.
8 FERNANDES, José - Preencher o Vazio. Lisboa: Arquitetura e vida, 2001. p. 42-47.9 PORTAS, Nuno - Do Vazio ao Cheio. Publicações da pós-graduação da Faculdade de Arquitectura e
Urbanismo da Universidade de Brasilia (FAUUB), 2000.10 TRIENAL DE ARQUITETURA DE LISBOA – Vazios Urbanos. Lisboa: ed. Caleidoscópio, 2007.11 ISCTE - Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da
Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.12 MAGALHÃES, Francisca; Strecht, P.; Corujo, T. - Oportunidades de Intervenção na Cidade Extensiva.
Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho eda Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
15
- Pedro Jorge13 manifesta a necessidade de ampliar a noção de «Vazio» aos topos e
empenas de edifícios existentes;
- Cristina Cavaco14 aborda os «espaçamentos» da «cidade inversa» como referências
suburbanas ilegítimas;
- Rui Duarte15 considera que os cheios e os vazios são espaços de relação com valências
equivalentes e refere o caso do interior dos quarteirões das Avenidas Novas, cuja dimensão abre
muitas possibilidades para utilização como espaços verdes públicos alternativos à rua;
- Sofia Morgado16 considera o vazio como o protagonista contemporâneo das metrópoles e
apresenta uma investigação sobre a formação metropolitana de Lisboa a partir do desocupado;
- Pedro Janeiro17 compara os vazios na cidade com os silêncios na música, e considera
que a decadência da cidade se deve à negação de si mesma, porque cada vez mais se encontra
destituída do seu sentido original (Pólo, encontro, cabeça). Os cheios só são úteis se forem
efetivamente vividos, senão são inúteis, e a cidade também está cheia deles. O problema não
está na diferença entre cheios e vazios, está na indiferença com que muitos assistem a essa
decadência global;
- Ana Tomás18 considera importante a defesa da identidade das vilas operárias como
símbolo de uma cidade oculta que se organiza a partir de vazios;
- Cláudia Sisti19 estabelece a relação de complementaridade entre cheio e vazio no
binómio terra-água (cidade e rio) entendendo-se o rio Tejo como reserva de vazio;
- Cristóvão Pereira20 apresenta o caso dos chafarizes de Lisboa como memória e
valorização dos espaços públicos e a sua importância na imagem da cidade;
- Mafalda Sampayo21 apresenta um projeto realizado para um concurso público de ideias
para o local da antiga feira popular de Lisboa com uma localização privilegiada, de grande
dimensão (4,5 hectares) e totalmente plano;
13 JORGE, Pedro - Vazios Úteis - Cerzir a Cidade. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis.Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
14 CAVACO, Cristina - Os Espaços ilegítimos ou a condição suburbana do vazio. Comunicação ao SeminárioEstudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa:19 a 21 de Julho, 2007.
15 DUARTE, Rui - Vazios Úteis. Desenho, representação, conteúdo e vivência. Comunicação ao SeminárioEstudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa:19 a 21 de Julho, 2007.
16 MORGADO, Sofia - Protagonismo da ausência, interpretação urbanística da formação metropolitana deLisboa a partir do desocupado. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. InstitutoSuperior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007. p. 1-7.
17 ANEIRO, Pedro - Cheios Inúteis. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. InstitutoSuperior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
18 TOMÁS, Ana – Cidade oculta – A vila operária. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis.Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
19 SISTI, Cláudia - Superfície Ativa. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. InstitutoSuperior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
20 PEREIRA, Cristóvão – Chafarizes de Lisboa – Monumento e função prática. A importância das funções dosequipamentos e mobiliário urbano para a sustentabilidade do espaço público. Comunicação ao SeminárioEstudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa:19 a 21 de Julho, 2007.
21 SAMPAYO, Mafalda – Desenhar no vazio: O caso de estudo da feira popular. Comunicação ao SeminárioEstudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa:19 a 21 de Julho, 2007.
16
- Mauro Moro22 apresenta a aplicação do conceito vazio como instrumento conceptual na
arquitetura sem volume fechado, marcando territórios;
- Patrícia Pedrosa23 apresenta o desenvolvimento do caso da cidade universitária de
Lisboa, onde os vazios deram lugar aos cheios num processo demorado e difícil;
- Paula André24 salienta a importância do conhecimento da evolução histórica dos vazios
(praças), enquanto espaços públicos e cita Nuno Portas «… O que mais caracteriza a cidade são
os seus “vazios”, que são aquilo que mais perdura na história da humanidade. Esses espaços são
apenas aparentemente vazios»;
- Rita Ochoa25 aborda as frentes de água como um limite que compõe a imagem da
cidade, onde a requalificação dos vazios urbanos podem ajudar a clarificar melhor essa distinção
entre água e cidade;
- Teresa Mendes26 apresenta o caso dos vazios envolventes ao aqueduto das águas livres
em Lisboa e chama a atenção para a necessidade de entender este património a uma escala
territorial e não somente a local;
- Tiago Santos27 aborda a transformação da imagem urbana da cidade e as mudanças dos
hábitos de vida na sociedade contemporânea.
No contexto brasileiro:
- Ana Medeiros28 salienta a necessidade de completamento e preenchimento dos vazios
projetuais da cidade de Brasília;
- Ana Rodrigues29 considera que os vazios urbanos resultam de falhas do processo de
urbanização e cita Milton Santos (2005) «… as cidades brasileiras, sobretudo as grandes, ocupam,
de modo geral, vastas superfícies entremeadas de vazios». Para se ter cidades sustentáveis é
preciso ocupar inteligentemente os seus vazios.
- André Cardoso30 aborda a arquitetura efémera dos mercados e feiras e da necessidade
de preservar e incentivar a utilização de “vazios”.
22 MORO, Mauro – AZC - Arquitetura a zero cubicagem. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - VaziosÚteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
23 PEDROSA, Patrícia – Cidade universitária de Lisboa, vazios cheios urbanos ou as géneses alimentadorasde equívocos. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciênciasdo Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
24 ANDRÉ, Paula – A construção da memória dos vazios da cidade. Conhecer para divulgar e divulgar pararevelar. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências doTrabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
25 OCHOA, Rita – Espaço público e frente de água [Repensar o limite]. Comunicação ao Seminário EstudosUrbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a21 de Julho, 2007.
26 MENDES, Teresa – Do aqueduto de Lisboa aos novos vazios. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos -Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho,2007.
27 SANTOS, Tiago – Postais para Lisboa. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. InstitutoSuperior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
28 MEDEIROS, Ana - Brasília, o Museu, a Biblioteca e o Vazio Urbano: elementos de reflexões. Comunicaçãoao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa(ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
29 RODRIGUES, Ana - A Politização do Vazio. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis.Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
30 CARDOSO, André – Arquitetura efémera dos mercados populares: Construções formais para eventosturísticos. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências doTrabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
17
- Jane Borghetti31 apresenta e compara dois casos, em Rio Grande e Porto Alegre, de
revitalização espontânea e programada de vazios urbanos;
- Karine Silva32 apresenta o caso das áreas degradadas e informais da cidade de Salvador
e defende a apropriação dos vazios urbanos para a construção de habitação social;
- Eliana Kuster33 aborda a atual transformação do espaço público e considera que a rua é
hoje menos um espaço de encontro e mais de conexão;
- Maria Villac34 apresenta o projeto singular de Mendes da Rocha para a Praça do
Patriarca no Centro Velho de São Paulo para demonstrar como a arquitetura pode contribuir para
a tornar a cidade mais atrativa através da introdução de elementos simbólicos;
- Martha Campos35 apresenta o caso dos vazios intersticiais, como novas periferias
interiores, na região metropolitana da Grande Vitória;
- Carlos Oliveira36 apresenta o caso do vazio ferroviário da cidade de Araçatuba e da sua
requalificação como Centro Cultural Ferroviário, contrariando a habitual demolição integral para
especulação imobiliária;
- Lilian Vaz37 apresenta um caso especial no Rio de Janeiro de ocupação de um vazio
industrial esvaziado, cercado de favelas para uso social e cultural;
- Vera Hazan38 apresenta vários exemplos de utilização de vazios junto aos leitos dos rios
para zonas de lazer e melhoria da acessibilidade pedonal.
No contexto espanhol:
- A.Remesar39 apresenta exemplos de reconversão de vazios urbanos em Barcelona com
utilização de arte pública em espaço público.
31 BORGHETTI, Jane – Revitalização espontânea – Estudos de caso – Av.Major Carlos Pinto na cidade do RioGrande e da rua da praia em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Comunicação ao Seminário EstudosUrbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a21 de Julho, 2007.
32 SILVA, Karine – O espaço social da cidade informal: por uma nova lógica na apropriação dos vaziosurbanos. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências doTrabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
33 KUSTER, Eliana – Maldita rua. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. InstitutoSuperior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
34 VILLAC, Maria – Um novo discurso para a megacidade. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos -Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho,2007.
35 CAMPOS, Martha – Vazios operativos da cidade. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - VaziosÚteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
36 OLIVEIRA, Carlos – Complexo cultural ferroviário de Araçatuba. Comunicação ao Seminário EstudosUrbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a21 de Julho, 2007.
37 VAZ, Lilian - Quilombo das artes: Iniciativa popular, uso residencial e ações culturais em vazio industrialno Rio de Janeiro. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior deCiências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
38 HAZAN, Vera - As passarelas urbanas como novos vazios úteis na paisagem contemporânea. Comunicaçãoao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa(ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
39 REMESAR, A. – Arte público en la reconversión de los vacíos urbanos: Barcelona. Comunicação aoSeminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa(ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
18
No contexto mexicano:
- Celso Vargas40 afirma que a condição atual dos espaços abertos públicos é que estes são
espaços confrontados como corpos mutáveis. Defende a formulação de um projeto de conjunto
para as cidades como um sistema de espaços abertos públicos;
- José Valle41 salienta a importância da manutenção dos usos religiosos e festivos dos
espaços simbólicos abertos da cidade do México.
No contexto americano:
- Carlos Vázquez42 analisa a relação da baixa densidade com os vazios urbanos nas
cidades do Sunbelt americano, que se assemelham a um grande oceano verde sem centro, sem
hierarquia e sem limites.
- Irena Latek43 apresenta um estudo, em Montreal, sobre propostas de intervenção
temporária em espaços públicos vazios mas de grande fluxo viário, reconciliando a arquitetura
com arte multimédia.
No contexto africano:
- Susana Ferraz44 apresenta a cidade de Luanda e aborda os espaços públicos como vazios
úteis;
- Em 2010, Cláudia Sousa45 atribui uma nova designação aos vazios urbanos – “espaços
urbanos obsoletos”. O caso de estudo é a zona da Ajuda em Lisboa. A metodologia de análise é
baseada no grau de obsolescência dos vazios.
- Em 2010, Pedro Martins46 apresenta projeto de reabilitação no Centro histórico de
Braga.
- Em 2011, Sílvia Santos47 estuda os vazios expectantes da envolvente da Cordoaria
Nacional em Lisboa.
40 VARGAS, Celso – Cuerpos Mutables. La transformación de los espácios abiertos públicos de la ciudad.Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho eda Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
41 VALLE, José – La perduración de los espácios simbólicos abiertos en la ciudad de México. Manifestacióncomparativa entre los siglos XVII XX. Comunicação ao Seminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. InstitutoSuperior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
42 VÁZQUEZ, Carlos – La ausência de maréria urbana en las ciudades del Sunbelt. Comunicação aoSeminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa(ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
43 LATEK, Irena - Ubiquités publiques desynchronized public spaces. Comunicação ao Seminário EstudosUrbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Lisboa: 19 a21 de Julho, 2007.
44 FERRAZ, Susana – Compreender o espaço público para requalificar a cidade – Luanda. Comunicação aoSeminário Estudos Urbanos - Vazios Úteis. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa(ISCTE). Lisboa: 19 a 21 de Julho, 2007.
45 SOUSA, Cláudia – Do cheio para o vazio. Metodologia e estratégia na avaliação de espaços urbanosobsoletos. Dissertação de Mestrado em Arquitetura. Instituto Superior Técnico – Universidade Técnica deLisboa (IST-UTL), 2010.
46 MARTINS, Pedro – Vazio Expectante – reabilitação de vazio no centro histórico de Braga. Dissertação deMestrado em Arquitetura. Universidade da Beira Interior, 2010.
47 SANTOS, Sílvia – Espaços urbanos expectantes como oportunidades para a reabilitação. Entre a cidade eo rio (envolvente da Cordoaria). Dissertação de Mestrado em Arquitetura. Faculdade de Arquitetura daUniversidade Técnica de Lisboa (FAUTL), 2011.
19
- Em 2012, Telmo Domingues48 apresenta como estudo de caso os vazios urbanos no
centro histórico de Castelo Branco.
No BrasilEm 2002, Benilton Bezerra49 considera os vazios urbanos a “palavra da moda”. Diante das
características da realidade urbana contemporânea, influenciadas pelos fatores económicos,
sociais e políticos, bem como mudanças tecnológicas que versam acerca da produção da cidade,
pode-se dizer que a questão dos vazios urbanos é tema atual, palco de debates e produção
científica e artística.
Em 2005, Francisco Carol50 apresenta um estudo sobre São Vicente.
Em 2006, Andréa Borde51 estuda o caso do Rio de Janeiro e apresenta uma abordagem
geral aos vazios urbanos.
Em 2006, Adriana Dittmar52 estuda a imagem dos vazios urbanos em Curitiba.
Em 2007, Camila Tarnowski53 estuda o impacto dos vazios urbanos na paisagem do centro
da cidade de Curitiba, Paraná.
3.2 Manifestação dos vazios urbanos
A terminologia utilizada para os vazios urbanos é muito variada: - Brownfields; - Friches
urbaines; - Braunland; - Urbanvoids; - Tierras vacantes; - Devoluto; - Vago.
Na obra de referência, a tese de Andrea Borde, os vazios urbanos dividem-se em três
categorias principais, considerando os diferentes processos de criação:
- Estruturais – como consequência da obsolescência funcional das instalações ou
infraestruturas (ex. indústria, portos, caminhos de ferro);
- Conjunturais – como consequência de falências ou impasses jurídicos;
- Projetuais – como consequência de projetos incompletos, mal estruturados ou nunca
realizados.
Ao associarmos o uso anterior dos vazios urbanos formam-se as categorias
complementares: - Vazio industrial; - Vazio residencial; - Vazio comercial; - Vazio portuário; -
Vazio ferroviário; - Vazio religioso; - Vazio paisagístico; - Vazio militar.
Neste mesmo estudo são referidos diferentes critérios de identificação e classificação:
48 DOMINGUES, Telmo – Reabilitação de vazios urbanos no centro histórico. Dissertação de Mestrado emArquitetura. Universidade da Beira Interior (UBI), 2012.
49 BEZERRA, Benilton – Vazio a palavra da moda. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 2002.50 CAROL, Francisco - Identificação e avaliação de vazios urbanos na área continental do município de São
Vicente (SP): potencialidades e possibilidades de uso. Dissertação de Mestrado em Engenharia Urbana.Universidade Federal de São Carlos (UFSC), 2005.
51 BORDE, Andréa - Vazios Urbanos: Perspectivas Contemporâneas. Tese de Doutoramento em Urbanismo.Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2006.
52 DITTMAR, Adriana - Paisagem e Morfologia de Vazios Urbanos. Análise da transformação dos espaçosresiduais e remanescentes urbanos ferroviários em Curitiba - Paraná. Dissertação de Mestrado emGestão Urbana. Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), 2006.
53 TARNOWSKI, Camila – Percepção da imagem: estudo sobre vazios urbanos no centro de Curitiba, Paraná.Dissertação de Mestrado em Gestão Urbana. Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), 2007.
20
Critérios de identificação - Os vazios urbanos podem identificar-se como:
- Desocupado – por se encontrar vago;
- Desafetado – por ter sido abandonado;
- Subutilizado – em relação ao potencial construtivo;
- Desestabilizado – em processo de esvaziamento.
Critérios de classificação - Para a classificação dos vazios urbanos adotam-se os
seguintes critérios:
Quanto ao tecido urbano:
- Consolidado;
- Em consolidação;
- Em formação;
- Remanescente de intervenção urbana;
- Franjas de intervenção.
Quanto às condições de conservação:
- Conservado;
- Preservado;
- Interrompido (construção);
- Degradado;
- Ruína.
Quanto à situação fundiária:
- Público – propriedade do Estado ou das autarquias;
- Privado – propriedade particular;
- Conflito – em disputa judicial.
Quanto ao tempo de permanência:
- “Novos” (Recentes) – vago há mais de 2 anos;
- “Semi Novos” (Antigos) – vago há mais de 5 anos;
- “Históricos” (Muito antigos) – vago há mais de 10 anos.
Quanto ao património simbólico
- Histórico – por interesse arquitetónico ou acontecimento notável;
- Cultural – por associação de costumes e tradições;
- Não específico – incaracterístico.
Quanto às dimensões (do lote): A dimensão do lote é uma variável mensurável:
- “Intersticial” (Pequeno) – até 500 m2;
- “Intermediário” (Médio) – até 10.000 m2;
- “Grandes Glebas” (Grande) – mais de 10.000 m2.
21
Quanto à normativa urbanística:
- Compatível;
- Conflito de legislação.
Quanto ao meio ambiente:
- Preservação ambiental;
- Conflito ambiental.
A análise dos vazios urbanos pode ser feita em diferentes escalas:
- do lote ou edifício;
- do quarteirão;
- das partes de cidade ou área de intervenção;
- da cidade consolidada e da periferia;
- do município.
A localização dos vazios urbanos pode ser considerada de duas formas:
- dentro da área consolidada;
- fora da área consolidada.
A identificação dos vazios urbanos pode tornar-se uma tarefa simples se, numa 1.ª fase,
for executada por uma equipa reduzida de fiscalização municipal.
Os vazios urbanos são uma oportunidade do lado da oferta e se forem identificados e
bem avaliados poderá ser também do interesse da procura.
Posteriormente, e para Incentivar a transformação dos vazios urbanos várias medidas se
podem adotar:
- agilizar processos de identificação;
- facilitar os licenciamentos (ex.: estacionamento coletivo);
- redução de taxas (ex.: construção e IMI);
- admitir novas soluções tipológicas (ex.: permitir T0 grandes e amplos);
- transformar lotes vazios em espaços verdes (ex.: hortas urbanas);
No Brasil, prédios inteiros vazios, também são fruto de má construção e para reduzir e
incentivar a utilização dos vazios urbanos criaram-se taxas agravadas, o imposto IPTU para evitar
especulações e chamam-lhe “edificação compulsória”.
Reabilitar os vazios urbanos contribui para uma poupança de recursos, sendo a sua
utilização uma fonte de economias (carta europeia do património arquitetónico, Conselho da
Europa, Amesterdão, 1975).
22
P4 As cidades
Figura 6 | Angkor (Camboja) - Cidade Morta. Densidade urbana nula. Ao longo da história da humanidade,diversas civilizações floresceram e desaparecem da face da Terra. Sabemos que algumas delas sumiram,umas devido a catástrofes naturais, outras foram dizimadas durante guerras e invasões ou acabaram sendodominadas e assimiladas por outros povos, e que ainda outras habitaram em grandes cidades. Os Khmer,antigos habitantes da cidade de Angkor, talvez a maior cidade do mundo em seu tempo, com cerca de ummilhão de habitantes (entre 1.000 e 1.200 d.C), desapareceram devido a guerras e desastres naturais. Aspessoas passam e algumas “coisas” ficam, nomeadamente as construídas. Fonte: Google.
23
Figura 7 | Detroit - Cidade Falida (Wayne, Michigan, USA) – Da cultura automobilística com 1.850.000 dehabitantes em 1950 passou a 700.000 em 2010. Fonte: Google.
24
4.1 Introdução
A cidade norte-americana de Detroit é um exemplo de um ciclo vivo de opulência,
decadência, falência mas também de resistência.
Durante o século XIX desenvolveu-se graças ao seu porto e no século XX tornou-se o
maior centro mundial da indústria automobilística. Da década de 1950 até 2010, muitos
habitantes (a maioria brancos) moveram-se do centro de Detroit para os subúrbios, fazendo com
que a população da cidade diminuísse gradualmente desde então e a percentagem da população
afro descendente subisse consideravelmente.
Na década de 1970, Detroit entrou em recessão económica por causa da crescente
concorrência de companhias japonesas produtoras de automóveis, fazendo com que a indústria
automobilística norte-americana entrasse em dificuldades, atingindo especialmente a cidade e a
região metropolitana, por esta ser a sede das principais companhias automobilísticas norte-
americanas. Entre os censos de 2000 e 2010, decresceu 25 %, o que provocou o abandono de
muitos edifícios, principalmente industriais, mas também residenciais e de equipamentos, e em
18 de julho de 2013 tornou-se a maior cidade dos Estados Unidos a declarar falência.
Nos Estados Unidos da América a classificação de cidade (city) nos aglomerados urbanos
com mais de 1000 habitantes, é feita em dois grupos: mais pequenas (Smaller) até 6000
habitantes e maiores (Bigger) com 6000 ou mais habitantes. Abaixo de 1000 habitantes são
pequenas “Towns” (sedes de municípios) ou vilas.
Na Europa existem atualmente cerca de 106 cidades com mais de 300.000 habitantes. Em
2006 a França contava com cerca de 240 cidades acima de 30.000 habitantes. Em Espanha com
80,7% da população a viver em áreas urbanas.
Tabela 1: Dimensão das cidades europeias.
N.º de habitantes CIDADES (N.º)
ESPANHA 2006 FRANÇA 2009 PORTUGAL 2011
Mais de 500.000 6 2 1
De 100.000 a 500.000 24 37 6
De 50.000 a 100.000 31 80 9
De 30.000 a 50.000 34 123 19
De 5.000 a 30.000 ? ? 104
Fonte: Google e Autor
Em Portugal, na década de sessenta e setenta do século XX, a definição de cidade
média era um aglomerado com mais de 20.000 habitantes. Com a integração na União
Europeia, todas as cidades, independentemente da sua dimensão, passaram a poder participar
e contribuir para o desenvolvimento da economia mundial. Durante o final dos anos oitenta e
principalmente nos anos noventa do século XX, acentuou-se o interesse pelo fenómeno urbano.
As novas soluções de organização em rede (complementares) e as morfologias variadas de
caráter “atípico” que foram surgindo com origem em processos de “explosão”, de expansão e
25
de fragmentação dos aglomerados urbanos, vieram colocar em causa a leitura clássica do
território.
Figura 8 | Paris (França) – Cidade Viva. Até de noite. Em 2007, 2.193.031 habitantes, 10.540 hectares deárea e a densidade populacional de 20.807 habitantes/km2. Fonte: Google.
Figura 9 | Xangai (China, Ásia) – A cidade mais populosa do mundo com 17.836.133 habitantes, 2.605,79Km2 de área e densidade populacional de 6.845 hab/km2. Fonte: Google.
26
Figura 10 | Boston (Suffolk, Massachussets, EUA) – Cidade Viva Contemporânea54. Fonte: Google.
54 Em 2010, Boston contava com 617.594 habitantes, 125 km2 de área e a densidade populacional é de4.939 hab/km². A cidade é um organismo vivo, produto da natureza e obra do homem. E como tudo éefémero, logo também acaba por “desfalecer” até “desaparecer”? Será que as cidades contemporâneasvão mudar de vida? Será que vão continuar imunes a todo e qualquer tipo de transformações? Ou vão serpura e simplesmente abandonadas? E o que fazer de tudo do que já foi feito em desequilíbrio com anatureza?
27
4.2 Diversidade e Densidade na ocupação urbana do solo
Ebenezer Howard, autor da proposta da Cidade Jardim, em 1898 considerou que um núcleo
urbano que não deveria ultrapassar 30.000 habitantes cercado de um cinturão verde. Le
Corbusier propôs nos anos 20, a Ville Radieuse, uma cidade formada por arranha-céus dentro de
um parque, tendo o solo livre e a circulação de veículos e peões completamente separada. Jane
Jacobs55 chama-lhes de «planeamento e desenho arquitetónico ortodoxos modernos» e considera
a diversidade uma arma de combate a muitos problemas da cidade. Para garantir uma
diversidade exuberante nas ruas, distritos e cidades é necessário verificar quatro condições
cumulativamente:
a) A necessidade de usos principais combinados – o município deve atender a mais de uma
função principal para garantir um certo número de pessoas nas ruas em todos os horários
do dia (estas devem sair de casa em horários diferentes e buscar os lugares por motivos
diferentes);
b) A necessidade de quadras curtas – «… a oportunidade de virar as esquinas deve ser
frequente …»;
c) A necessidade de prédios antigos – «O distrito deve ter uma combinação de edifícios com
idades e estado de conservação variados …»;
d) A necessidade de concentração – determinada densidade é fundamental para o
florescimento da diversidade.
Figura 11 | Comunidade de Kibera (Nairobi, Quénia) - Cidade Favela – 2,5 milhões de habitantes. Fonte:Google.
55 JACOBS, Jane – Morte e Vida de grandes cidades.
28
Figura 12 | Diversidade e densidade na ocupação urbana do solo. Do quarteirão à cidade-jardim. FonteGoogle.
Todos nós através da experiência quotidiana de olhar o que nos rodeia, temos tido a
perceção do modo como a maior ou menor concentração de construções, pessoas ou atividades
num determinado lugar, influencia o tipo e a qualidade da vida que nele se pode desfrutar. E não
nos é igualmente desconhecido que essa qualidade tende a deteriorar-se quando a situação se
aproxima de um dos extremos de concentração ou de rarefação.
29
Tabela 2: Argumentos a favor e contra as densidades altas (maiores de 120 fogos/ha).
A FAVOR CONTRA
1 Justificam-se economicamente pelapoupança de solo que possui cada fogo.
Isto só é parcialmente verdade, já que apoupança de solo é à custa de reduzir os espaçoslivres e exige a construção de garagens em cavescom o natural encarecimento do custo dos fogos.
2 Poupança na repartição do custo porserviços públicos e ruas por cada fogo.
Este argumento tornar-se-ia negativo, se seconsidera o maior custo de construção por m2 dosfogos, pela complexidade das tipologias deedificação que é exigida.
3
Libertam mais superfície de solo livre, aoterem menor ocupação de solo, que podeser disfrutado pelos residentes para outrosusos complementares.
É certo, mas exige que os estacionamentos sejamsubterrâneos e perde-se a possibilidade dos fogospoderem desfrutar de jardins privados.
4 Ficam mais perto dos serviços comunitáriosa um maior número de residentes.
Indubitavelmente um argumento poderoso afavor.
5 As residências estão mais próximas ao localde trabalho, situado na área central.
É só uma meia verdade, já que muita gente teráo emprego longe da residência, fora da áreacentral.
6Possibilitam um transporte público melhor ecom maior frequência, resultando este maiseconómico.
É certo, mas o estacionamento acabará por sermais dispendioso de resolver nas densidades altasdo que nas baixas.
7
Em operações de renovação urbana ésocialmente desejável já que permitiriarealojar os antigos residentes no mesmolugar de residência que tinham.
Os laços sociais podem ser rompidos pela novaresidência de outras características. Por outrolado, os custos sociológicos e psicológicos para osrealojados podem ser altos ao terem de habitarem fogos de tipologias distintas das que estavamhabituados.
8
Em relação à estética, a edificação aberta,em altura, com amplos espaços ajardinados,é preferível, para a maioria das pessoas, aosmonótonos subúrbios de edificação baixa.
A maior parte das pessoas sacrificaria a supostabeleza das torres e blocos em altura para iremviver numa zona periférica com melhorescondições ambientais.
9
Conseguem um habitat mais seguro ao viverrodeado de mais pessoas e com maioroportunidade de manter contactos sociais,circunstância que por sua vez aumenta asprobabilidades de que em momentos deperigo os vizinhos acudam em ajuda dos quemais necessitam.
Está demonstrado que as pessoas não ajudammais, em momentos de perigo, estes centrosurbanos do que nos subúrbios.
Fonte: (CANDEIRA, 1999, p. 184)
As condições de desenvolvimento, progresso e bem-estar que se podem desfrutar num
determinado território são em larga medida consequência de uma cobertura demográfica
equilibrada e seu correspondente apetrechamento em construções.
A fraca densidade conduz a uma dilatação desproporcionada das distâncias, aumentando
os percursos, impede uma boa proporção entre as instalações de interesse coletivo, comercial,
cultural, sanitário ou recreativo e conduz em geral a um afrouxamento dos vínculos de
comunidade que caracterizam, em princípio, todo o agregado humano.
30
A estes motivos e para que a ocupação do solo seja controlada segundo critérios que
impeçam tanto o esbanjamento como a mesquinhez, vêm juntar-se no nosso tempo poderosas
razões económicas. O crescimento urbano pela vultuosa despesa que envolve, pode segundo o
critério de economia a que está subordinado, conduzir a ruinosas operações, quer financeiras
quer quanto ao futuro e bem-estar dos habitantes, conforme dominarem os critérios de largueza
exagerada de superfície por habitante ou de rendimento económico a curto prazo.
O sucesso do crescimento depende em grande parte do modo mais ou menos firme como,
em cada um dos casos, são salvaguardadas as condições de habitabilidade através de um
oportuno planeamento urbanístico. Sendo a determinação prévia da densidade ótima para cada
zona de território, seja ela grande ou pequena, o melhor meio de avaliação, justifica-se uma
especial atenção a este aspeto.
4.3 Diversos tipos de densidade
Quando se fala em densidade de habitação ou densidade de ocupação do solo, é difícil
encontrar unanimidade de opiniões. As diferentes maneiras de encarar o assunto, se em parte
são resultado dos diferentes critérios quanto à orientação do desenvolvimento, colidindo sempre
os que advogam as belezas saudáveis da vida campestre com os que só se sentem inteiramente
realizados quando mergulhados na azáfama vibrante de uma metrópole cosmopolita, por outro
lado também se devem procurar na confusão que geralmente reina na definição dos diversos
tipos de densidade.
De acordo com as normas urbanísticas (LOBO, 1995, p. 251), pode considerar-se média
uma densidade, relativa a uma zona residencial, entre 35 e os 45 fogos/ha, sendo baixas com
menos de 16 fogos/ha e altas acima dos 80 fogos/ha. Analisados os 16 PDM’s correspondentes às
16 cidades sede de distrito do Continente (excluindo Lisboa e Porto), pode concluir-se, não
obstante as diferenças significativas que apresentam entre si, que a maior parte deles consagra
áreas residenciais de vários tipos, agrupadas conforme as densidades; obedecem
dominantemente aos seguintes valores:
- 25 fogos/ha; índices de utilização aproximadamente 0,4 - baixa densidade;
- 45 fogos/ha; índices de utilização aproximadamente 0,65 - média densidade;
- 70 fogos/ha; índices de utilização aproximadamente 1,0 - alta densidade.
Não é indiferente falar de uma determinada densidade referida à área de uma cidade
inteira ou ao terreno de um simples conjunto residencial. A parcela de terreno livre nas duas
zonas é muito diferente, quer devido à variação da percentagem de superfície de arruamentos e
parques entre os dois casos quer à existência de diferente número de edifícios e instalações de
utilidade pública, cada um com o seu raio de influência. Por outro lado, as dimensões gerais do
aglomerado poderão conduzir a um critério de preferências entre as várias densidades possíveis
para alojar uma determinada população. Um alongamento exagerado das distâncias pode não
justificar a adoção de uma densidade tida como boa quando encarada exclusivamente em si
mesmo.
31
Impõe-se portanto para a inteligibilidade de uma discussão sobre o assunto, a definição
dos conceitos relativos aos diversos tipos de densidade. Deve esclarecer-se que, quando se
referir determinada densidade e não se acrescentar outra designação esclarecedora, pretende
significar que se trata de uma densidade média. Esta é efetivamente a que se deve tomar como
norma comparativa e de trabalho, pois a densidade máxima deve corresponder, de preferência,
a um limite imposto à concentração urbana com o fim de impedir, quer possíveis especulações
de entidades particulares quer os critérios de mesquinhez administrativa frequentes nos
organismos públicos, especialmente quando estão em causa operações de habitação social de
urgência.
Figura 13 | As grandes áreas urbanas em Espanha, em 2006. Fonte: Ministerio de Vivienda, 2006.
Assim, consideraremos os seguintes tipos de densidade média:
a) Densidade residencial, que definiremos como o número de pessoas, habitações ou
aposentos habitáveis existentes por hectare de terreno puramente residencial, mas
incluindo, além dos edifícios que contêm as habitações, espaços livres, jardins, ruas de
acesso às habitações e caminhos de peões.
b) Densidade de vizinhança, ou densidade de unidade de vizinhança, será também o
número de pessoas, habitações ou aposentos habitáveis por hectare de uma unidade de
vizinhança. Para efeito de cálculo são incluídos, além dos espaços ocupados pelas
diversas categorias de elementos que já tínhamos tomado no cálculo da densidade
residencial, mais os que se referem ao equipamento social característico da “unidade
vizinhança”, tais como: os terrenos das escolas locais, pequeno comércio, restaurantes,
32
centros de convívio, ruas intermediárias entre a rede estritamente residencial e os
grandes eixos do trânsito urbano, parques de estacionamento, etc.
c) Densidade urbana é, portanto, a que exprime o número de pessoas (habitualmente não
se utiliza o número de habitações ou de aposentos habitáveis) por hectare (ou por
quilómetro quadrado), considerando para efeito de cálculo toda a área da cidade.
d) A amplitude cada vez maior dos estudos de planeamento fez introduzir a noção de
densidade regional que, analogamente à anterior, é calculada na base do quilómetro
quadrado e diz respeito à área de uma região, incluindo habitualmente zonas rurais e
urbanas.
Figura 14 | Imagem da Cidade do Futuro. Mais verticalidade. Mais densidade. Fonte: Google.
A técnica moderna permite que se encarem soluções que nos poderiam parecer utópicas
ainda há alguns anos. No entanto, sendo o objetivo de toda a atividade humana a criação de
condições equilibradas em que a vida se processe com um máximo de probabilidades de um
desenrolar feliz, naqueles aspetos em que os enquadramentos materiais e físicos a podem
33
influenciar, a vigilância das densidades de ocupação do solo continua a ser um dos meios mais
eficaz para a proteção das boas condições de habitabilidade.
Figura 15 | A CIDADE É UM ORGANISMO URBANO COMPLEXO - Forma condensada do esquema do Orgurb –Modelo de organismo urbano. Fonte: (BARATA, 1977, p. 44).
A Nova Carta de Atenas (CARVALHO, 2003a, p. 41) assume a cidade numa perspetiva
integrada:
- Preocupa-se com o desemprego; prevê que a atividade económica continuará a
concentrar-se nas cidades; considera que deverá ser encorajado o desenvolvimento de pequenas
empresas;
- Preocupa-se com a coesão social, destacando a necessidade de integração dos
imigrantes;
- Preocupa-se com a segurança e salubridade;
- Aborda as questões ambientais, as do lixo e do consumo energético, a salvaguarda dos
recursos não renováveis, a defesa da biodiversidade, as relações Homem/Natureza;
- Refere a necessidade de promover o acesso à informação, de colocar as novas
tecnologias ao serviço de todos;
- Destaca, naturalmente, a questão das acessibilidades, referindo que «… o uso excessivo
do automóvel constitui a calamidade do quotidiano …», pelo que deveria ser contrariado.
Aponta, para tal, as receitas conhecidas: interfaces, bons transportes públicos, estacionamento
tarifado, deslocações a pé e em bicicleta, um pensar conjunto de transportes e uso do solo;
- Considera que o caráter de cada cidade deverá ser mantido, pelo que deverá ser
defendida a sua identidade específica, os seus elementos físicos tradicionais (edifícios, espaço
público ou bairro), e pelo que o desenho urbano deverá compatibilizar criatividade com respeito
por esse caráter, pela envolvente em que se integra cada iniciativa;
34
- Defende a necessidade de incentivar o contacto entre habitantes através de uma
estrutura hierárquica estabelecida aos níveis físico, social e administrativo, do reforço de uma
rede de espaços lineares ligada a corredores verdes e a áreas naturais de periferia, da
reconquista do domínio público como espaço de desenvolvimento do sentido comunitário;
- Assume como conveniente a variedade e a diversidade nomeadamente das
características tipo-morfológicas da oferta habitacional, e defende a mistura funcional (indutora
de redução de tempos de deslocação), e consequente abandono de zonamentos rígidos e
monofuncionais;
- Aponta para a necessidade de um maior envolvimento dos cidadãos na procura de
soluções para as questões do quotidiano, defende o desenvolvimento de formas novas de
colaboração. Considera que o arquiteto/urbanista deverá encorajar e animar a organização dos
cidadãos, e da comunidade local, «… não no lugar de grande mestre, mas de servidor social.»
Figura 16 | UMA CIDADE NÃO É UMA ÁRVORE, de Christopher Alexander56. Fonte: Google.
56 «(...) Hoje, se reconhece – cada vez mais amplamente – que falta algum ingrediente essencial nascidades artificiais. Quando comparadas com cidades antigas, que adquiriram a patine da vida, nossastentativas modernas de criar cidades artificialmente são, sob um ponto de vista humano, inteiramentemal sucedidas.»
35
P5 As cidades portuguesas
5.1 Introdução
O estudo das cidades portuguesas deve-se a três razões fundamentais:
- A grande diversidade de contextos de vários países;
- A falta de informação sobre cidades estrangeiras;
- A oportunidade do estudo do INE sobre as cidades portuguesas. (Este estudo do
INE foi “descontinuado” por falta de verbas);
Em Portugal, existem atualmente 159 aglomerados urbanos na categoria de cidade.
Na primeira fase de recolha de dados para a pesquisa sobre as cidades portuguesas o
universo ficou desde logo limitado às 141 cidades existentes até novembro de 2004, constantes
do Atlas das Cidades57 e nos Censos de 1991 - 200158 do INE.
As cidades ao longo do tempo
Tabela 3: Elevação dos aglomerados urbanos à categoria de cidade por épocas.
159 CIDADES - PORTUGAL
Época Anos Número de cidades Subtotais
Antes de Cristo 16 1Antes da
nacionalidade(7 cidades)
Século IX 866 1
Século XI 1057 a 1139 3
Século XII 1166 a 1179 2
1199 1
Monarquia(26 cidades)
Século XIII 1266 1
Século XV 1464 1
Século XVI 1508 a 1521 4
1534 a 1573 7
Século XVIII 1759 a 1771 4
Século XIX 1833 a 1860 5
1868 a 1910 3
Século XX
1916 a 1925 3
República(126 cidades)
1925 a 1929 4
1973 a 1979 5
1981 a 1988 36
1990 a 1999 45
Século XXI 2001 a 2009 30
2010 a 2012 3
Fonte: INE e WEB
57 INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA - Atlas das Cidades de Portugal. Volumes I e II. Lisboa: ed.Instituto Nacional de Estatística (INE), 2002.
58 INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA – As Cidades em Números. CD-ROM. Lisboa: ed. Instituto Nacionalde Estatística (INE), 2004.
36
A delimitação das cidades
Em Portugal é a Assembleia da Republica quem decide da elevação dos lugares às
categorias de vila e de cidade. Segundo a lei das cidades 59, «… uma vila só pode ser elevada à
categoria de cidade quando conte com um número de eleitores superiores a 8 000, em
aglomerado populacional contínuo, e possua, pelo menos, metade dos seguintes equipamentos:
instalações hospitalares com serviço de permanência; farmácias; corporação de bombeiros; casa
de espetáculos e centro cultural; museu e biblioteca; instalações de hotelaria; estabelecimento
de ensino preparatório e secundário; estabelecimento de ensino pré-primário e infantário” …»
(art. 13.º). No entanto, “importantes razões de natureza histórica, cultural e arquitetónica
poderão justificar uma ponderação diferente destes requisitos” (art. 14.º).
O INE, no Atlas das Cidades refere que «… o relaxamento das condições consentidas pelo
artigo 14º está na origem de uma acrescida heterogeneidade do grupo das povoações
classificadas como cidades nos últimos anos. Contudo, mais limitativo que essa heterogeneidade
é o facto de a lei ser omissa quanto à delimitação das povoações, isto é não exigir uma descrição
específica ou uma cartografia que permita esboçar o perímetro da vila que aspira a ser elevada
a cidade. (…) Procurou-se definir um conceito de cidade estatística utilizável neste Atlas,
construindo empiricamente em parceria com as Câmaras Municipais a partir dos instrumentos
jurídicos de ocupação de solos existentes: Planos Diretores Municipais (PDM), Planos de
Urbanização (PU), Planos de Pormenor (PP) e perímetros urbanos.»
A questão do número mínimo de eleitores e o número de equipamentos não parece de
facto uma limitação para um estudo sobre as cidades. Contudo, a delimitação ”interpretada”
pelo INE como conceito de cidade baseado em limites imaginários não visíveis, nem sempre
alcançáveis, e estabelecida com a parte interessada, as autarquias, conduziu a incongruências de
escala de análise.
O INE reconhece alguns problemas práticos na definição da cidade estatística:
- a variedade de critérios utilizados pelos municípios na definição dos respetivos
perímetros urbanos;
- a dificuldade em estabelecer os limites em zonas de contínuos urbanos;
- a existência de cidades sem perímetro urbano;
- as dificuldades relacionadas com as diferentes fases em que se pode encontrar o
processo de revisão dos Planos Diretores Municipais (PDM).
No caso da cidade da Covilhã o INE considerou o critério da delimitação de acordo com os
limites do plano de urbanização, que na prática nem é um perímetro urbano nem define os
limites da cidade.
Na fase seguinte, no ajustamento das áreas das cidades às malhas de subsecções, o INE
não se preocupou em ajustar os limites das subsecções com elementos básicos do traçado urbano
como o quarteirão.
Em 1993, Pedro Costa, no artigo “Cidades e Urbanização em Portugal: Uma Sociologia,
Geografia ou Economia Urbanas?”, resume as principais características das cidades portuguesas,
59 Lei n.º 11/82 de 2 de junho.
37
as dificuldades na sua investigação e na definição de alguns conceitos (ex: conceito cidade e
conceito de urbanização).
O problema da definição de “cidade” continua sem consenso universal porque as cidades
assumem as mais variadas formas no espaço e no tempo, sendo problemática a identificação de
algumas características que as aproximem. Na visão de John Steinbeck (“A Pérola”, 1948): «Uma
cidade é como um animal. Uma cidade possui um sistema nervoso e uma cabeça e ombros e pés.
Cada cidade é algo de diferente de todas as outras, de tal forma que não há duas cidades
iguais.»
Jorge Carvalho definiu a cidade alargada (CARVALHO, 2003, p. 147) como integrando a
totalidade de uma cidade contínua (continuidade de edifícios, lotes e infraestruturas urbanas) e
a sua ocupação periurbana mais próxima (a noção de proximidade não foi definida à partida,
exatamente por o limite da cidade ser parte integrante da sua problemática atual).
O Modelo de cidade alargada (CARVALHO, 2003, p. 249) é apresentado com três
realidades distintas, cada uma com diversas partes e formas:
- Cidade Contínua: Corresponde à cidade antiga, contínua e compacta, agora com as
diversas expansões que lhe foram sendo contíguas. Esta contiguidade e continuidade, do
edificado e das diversas funções urbanas, é exatamente o que a poderá caracterizar e ajudar a
identificar;
- Cidade Viária: As rodovias de tráfego rápido, às quais os edifícios não acedem
diretamente, são hoje uma realidade nas nossas cidades e, quer delas se goste ou não, são por
vezes uma necessidade. São elementos estruturantes da cidade, por vezes eixos viários, muitas
vezes barreiras, frequentemente as duas coisas em simultâneo. Penduram-se nelas, de forma
mais ou menos direta, funções diversas, de que se destacam grandes equipamentos, grandes
superfícies comerciais e áreas industriais. Estas vias com esses fragmentos de cidade que lhe são
laterais, constituirão a nossa cidade viária;
- Cidade Campestre: Integra as áreas atrás identificadas como urbano-campestre e que
consideramos como mistura cidade/campo, sendo por vezes denominada de rururbana.
Dominantemente não edificada com propriedades agrícolas, florestais ou simplesmente
expectantes, nela poderá ocorrer construção linear (ao longo das vias), construção dispersa,
núcleos residenciais, núcleos de atividades. Definir os seus limites corresponderá a um ato de
planeamento, por vezes algo discricionário.
Perante os diferentes cenários de abordagem ao conceito “cidade” achou-se interessante
proceder a uma recolha de indicadores urbanos para as cidades portuguesas.
A procura das semelhanças e diferenças entre as cidades portuguesas permitiu observar
algumas das incongruências detetadas na pesquisa e o posicionamento da cidade da Covilhã em
confronto com outras cidades.
38
5.2 Metodologia de análise
Um dos objetivos da pesquisa foi a compilação de dados (variáveis e indicadores) sobre a
cidade da Covilhã para enquadramento do tema e comparação com outras cidades portuguesas.
A metodologia adotada baseou-se nos indicadores urbanos fornecidos pelo INE nos censos
1991 e 2001. Das atuais 159 cidades portuguesas apenas se obtiveram dados para 141 cidades.
Os indicadores selecionados estão agrupados em 14 temas e cada um possui três tabelas
distintas:
- T1 – as 4 Cidades da Beira Interior, por freguesias;
- T2 – as 36 Cidades da Região Centro;
- T3 – as 141 Cidades de Portugal Continental e Ilhas.
Na primeira tabela (T5) observam-se as freguesias (19F) das quatro cidades (4C) mais
próximas e ligadas pela via rápida A23: Castelo Branco (2F), Fundão (2F), Covilhã (10F) e Guarda
(5F). Estas freguesias, que constituem as “partes de cidade”, são consideradas no Atlas das
Cidades de Portugal como urbanas, total ou parcialmente, e apresentam uma dimensão
populacional bastante variada.
Tabela 4: 4 cidades da Beira Interior - 19 freguesias, 2001.4 CIDADES - BEIRA INTERIOR - 19 FREGUESIAS, 2001
Castelo Branco (2) Fundão (2) Covilhã (10) Guarda (5)
Castelo Branco
Benquerenças
Fundão
Aldeia de Joanes
Conceição
Santa Maria
São Martinho
São Pedro
Aldeia do Carvalho
Boidobra
Canhoso
Cantar Galo
Teixoso
Tortosendo
São Vicente
Sé
São Miguel da Guarda
Arrifana
Maçainhas de Baixo
A segunda tabela (T6) representa a totalidade das 36 cidades da região centro com dados
disponíveis.
A terceira tabela (T7) representa uma amostra de 24 cidades extraídas do conjunto
ordenado das 141 cidades portuguesas com dados disponíveis e é constituída pelas primeiras 10
cidades (10+), pelas já referidas 4 cidades da Beira Interior (+4), e finalmente as últimas 10
cidades da listagem (10-).
39
5.3 Indicadores urbanos
Figura 17 | A cidade da Covilhã incluiu dez freguesias na cidade estatística do INE (14,6 km2) em vez dastradicionais quatro freguesias urbanas. Fonte: INE 2001 e Autor.
40
A cidade da Covilhã foi uma das que fez questão de incluir um conjunto elevado de
freguesias (10 freguesias) na delimitação que apresentou para a cidade estatística do INE. Além
das quatro freguesias constituintes do centro da cidade, a autarquia considerou mais seis e entre
elas estão as vilas do Tortosendo e do Teixoso. Se fossem apenas consideradas as freguesias do
centro (4 freguesias) a cidade da Covilhã teria 17.573 residentes em vez dos 34.772 que constam
da estatística.
5.3.1 A dimensão populacional e o crescimento urbano
Tabela 5: 4 Cidades (Beira Interior). População residente 2001 e taxa de crescimento 1991-2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
População residente 2001 (N.º) Ordem Taxa de crescimento populacional 1991-2001 (%)
30602 Castelo Branco (C. Branco) 1 Boidobra (Covilhã) 52,10
11511 São Vicente (Guarda) 2 São Miguel (Guarda) 45,50
7741 Fundão (Fundão) 3 Canhoso (Covilhã) 44,50
7559 Conceição (Covilhã) 4 Arrifana (Guarda) 43,60
7173 Sé (Guarda) 5 São Vicente (Guarda) 36,60
6734 São Miguel (Guarda) 6 Aldeia de Joanes (Fundão) 30,50
5392 Tortosendo (Covilhã) 7 Sé (Guarda) 30,50
4792 São Martinho (Covilhã) 8 São Pedro (Covilhã) 28,60
2941 Teixoso (Covilhã) 9 Fundão (Fundão) 26,70
2742 São Pedro (Covilhã) 10 Teixoso (Covilhã) 18,00
2635 Boidobra (Covilhã) 11 Tortosendo (Covilhã) 16,60
2490 Santa Maria (Covilhã) 12 Castelo Branco (C. Branco) 15,70
2484 Cantar-Galo (Covilhã) 13 Conceição (Covilhã) 1,30
2015 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 14 Maçainhas de Baixo (Guarda) -1,30
1722 Canhoso (Covilhã) 15 São Martinho (Covilhã) -4,90
628 Aldeia de Joanes (Fundão) 16 Cantar-Galo (Covilhã) -9,50
333 Arrifana (Guarda) 17 Aldeia do Carvalho (Covilhã) -17,10
310 Maçainhas de Baixo (Guarda) 18 Santa Maria (Covilhã) -18,40
47 Benquerenças (C. Branco) 19 Benquerenças (C. Branco) -30,80
5255 média (19 freguesias) 16,22
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A Covilhã tem uma distribuição populacional relativamente “equilibrada” entre centro e
periferia (grande zona urbana 50:50), enquanto a Guarda tem (75:25). O crescimento
populacional parece atingir algumas periferias e algumas zonas centrais sendo interessante
tentar perceber as razões respetivas.
41
A maioria deste conjunto de freguesias apresenta crescimento positivo. Contudo, das seis
freguesias com valores de crescimento negativo, quatro são periféricas e duas pertencem
claramente ao centro da cidade da Covilhã (Santa Maria e São Martinho), evidenciando o
esvaziamento do centro em relação à periferia.
Tabela 6: 36 Cidades (Região Centro). População residente 2001 e taxa de crescimento 1991-2001.36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
População residente 2001 (N.º) Ordem Taxa de crescimento populacional 1991-2001 (%)
101069 Coimbra 1 Fátima 56,3
55291 Aveiro 2 Guarda 35,1
47250 Viseu 3 Leiria 33,2
42745 Leiria 4 Entroncamento 26,8
34772 Covilhã (10 freguesias) 5 Pombal 23,9
30649 Castelo Branco 6 Gafanha da Nazaré 22,3
27742 Figueira da Foz 7 Fundão 19,6
26061 Guarda 8 Viseu 18,6
25316 Caldas da Rainha 9 Caldas da Rainha 18,2
18036 Entroncamento 10 Oliveira do Hospital 17,7
17830 Abrantes11 Cantanhede 15,8
17583 Covilhã (4 freguesias)
16849 Ovar 12 Seia 15,3
16461 Torres Vedras 13 Castelo Branco 14,8
15764 Tomar 14 Torres Vedras 14,5
15595 Peniche 15 Ovar 12,0
14504 Águeda 16 Águeda 11,8
13266 Ílhavo 17 Esmoriz 11,0
12473 Santa Comba Dão 18 Tondela 10,1
12321 Gafanha da Nazaré 19 Ílhavo 8,1
12156 Torres Novas 20 Ourém 8,1
11020 Esmoriz 21 Coimbra 6,5
10031 Pombal 22 Abrantes 5,1
9130 Marinha Grande 23 Aveiro 4,2
8794 Tondela 24 Covilhã (10 freguesias) 3,9
8369 Fundão 25 Mealhada 3,9
7756 Fátima 26 Oliveira do Bairro 3,9
6695 Mangualde 27 Santa Comba Dão 2,5
6232 Alcobaça 28Peniche 1,9
Covilhã (4 freguesias) 1,7
5702 Seia 29 Torres Novas 1,1
5222 Oliveira do Hospital 30 Pinhel 0,9
5004 Cantanhede 31 Marinha Grande -0,5
4991 Ourém 32 Figueira da Foz -1,3
4043 Mealhada 33 Gouveia -2,0
3759 Gouveia 34 Mangualde -4,0
3077 Oliveira do Bairro 35 Tomar -5,5
2578 Pinhel 36 Alcobaça -16,2
18293 média (36 cidades) 11,04
28566 média (141 cidades) 10,39Fonte: INE 1991-2001 e Autor
42
A região centro (NUT II), principalmente formada por pequenas cidades, apresenta
também um crescimento populacional (1991-2001) positivo. É de salientar a diferença de
posicionamento da cidade da Covilhã, tendo em conta o número de freguesias abrangidas pela
cidade.
Tabela 7: 141 Cidades (Portugal). População residente 2001 e taxa de crescimento 1991-2001.141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
População residente 2001 (N.º) Ordem Taxa de crescimento populacional 1991-2001 (%)
564657 Lisboa 1 Póvoa de Santa Iria 68,4
263131 Porto 2 Fátima 56,3
178255 Vila Nova de Gaia 3 Albufeira 50,5
175872 Amadora 4 Marco de Canaveses 49,2
109460 Braga 5 Quarteira 46,9
101500 Almada 6 Agualva-Cacém 44,1
101069 Coimbra 7 Loures 40,6
100526 Funchal 8 Valongo 36,4
89303 Setúbal 9 Mirandela 35,8
81845 Agualva-Cacém 10 Guarda 35,1
34772 Covilhã (10 freguesias) 28 21 Póvoa de Varzim 26,5
30649 Castelo Branco 30 34 Fundão 19,6
26061 Guarda 35 47 Castelo Branco 14,8
17583 Covilhã (4 freguesias) 54 92 Covilhã (10 freguesias) 3,9
8369 Fundão 107 105 Covilhã (4 freguesias) 1,65
4233 Lixa 132 Porto -11,9
4043 Mealhada 133 Fiães -12,5
3759 Gouveia 134 Espinho -12,8
3737 Valpaços 135 Lourosa -13,3
3077 Oliveira do Bairro 136 Barreiro -14,7
2823 Vila Nova de Foz Côa 137 Lisboa -14,7
2578 Pinhel 138 Alcobaça -16,2
2315 Praia da Vitória 139 Santana -25,4
1960 Miranda do Douro 140 Lixa -26,8
1336 Santana 141 Praia da Vitória -44,9
28566 média (141 cidades) 10,39RESUMO – 141 CIDADES
População residente CIDADES Taxa de crescimento populacional CIDADES
Acima de 500.000 hab. 1 Acima de 50% 3
De 100.000 a 500.000 hab. 7 De 30 a 50% 12
De 50.000 a 99.999 hab. 6 De 20 a 30% 18
De 20.000 a 49.999 hab. 36 De 10 a 20% 30
De 8.000 a 19.999 hab. 59 De 0 a 10% 46
Até 8.000 hab. 32 Até 0% (cresc. Negativo) 32
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A dimensão populacional das 141 cidades, em 2001, apresenta-se como um conjunto
heterogéneo maioritariamente composto de pequenas cidades.
A nível nacional, o crescimento populacional entre 1991 e 2001 apresenta saldo positivo
(10%), no entanto também é de salientar o crescimento negativo em 32 cidades, algumas delas
43
de maior dimensão como Lisboa e Porto. No total das cidades, o crescimento negativo foi
superior à região centro.
5.3.2 A dimensão territorial e o povoamento
Tabela 8: 4 Cidades (Beira Interior) – Área e densidade populacional, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Área da freguesia 2001 (km2) Ordem Densidade populacional 2001 (Hab/km2)
14,83 Castelo Branco (C. Branco) 1 Fundão (Fundão) 2389,54
14,28 Tortosendo (Covilhã) 2 Castelo Branco (C. Branco) 2063,05
10,75 São Vicente (Guarda) 3 Conceição (Covilhã) 1936,09
8,93 São Miguel (Guarda) 4 São Martinho (Covilhã) 1925,77
8,19 Boidobra (Covilhã) 5 Sé (Guarda) 1763,93
4,31 Canhoso (Covilhã) 6 Santa Maria (Covilhã) 1258,97
4,07 Sé (Guarda) 7 Cantar-Galo (Covilhã) 1122,46
3,90 Conceição (Covilhã) 8 São Vicente (Guarda) 1070,33
3,73 Teixoso (Covilhã) 9 Aldeia de Joanes (Fundão) 1047,68
3,24 Fundão (Fundão) 10 São Pedro (Covilhã) 1029,36
2,70 Benquerenças (C. Branco) 11 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 798,96
2,66 São Pedro (Covilhã) 12 Teixoso (Covilhã) 788,34
2,52 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 13 São Miguel (Guarda) 753,73
2,49 São Martinho (Covilhã) 14 Canhoso (Covilhã) 399,56
2,21 Cantar-Galo (Covilhã) 15 Maçainhas de Baixo (Guarda) 389,68
1,98 Santa Maria (Covilhã) 16 Tortosendo (Covilhã) 377,52
1,08 Arrifana (Guarda) 17 Boidobra (Covilhã) 321,56
0,80 Maçainhas de Baixo (Guarda) 18 Arrifana (Guarda) 309,1
0,60 Aldeia de Joanes (Fundão) 19 Benquerenças (C. Branco) 17,38
4,91 média (19 freguesias) 1040,16
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Nas primeiras dez freguesias mais densas, há quatro do centro da Covilhã, mais uma da
periferia. É importante em termos de impacto das respetivas intervenções. No entanto, Fundão e
Castelo Branco possuem maior densidade urbana contínua.
A nível das 19 freguesias a cidade da Covilhã constituída pelas quatro freguesias da
cidade surge com maior densidade populacional relativamente às freguesias periféricas.
Nas 36 cidades da região centro a cidade da Covilhã apresentava a posição número 4,
considerando as dez freguesias. Considerando apenas a área das quatro freguesias passa para a
posição número 21. Em contrapartida passa da posição 26 para a posição 8 relativamente à
densidade populacional.
As cidades como Santa Comba Dão e Covilhã apresentam valores dimensionais
inaceitáveis para uma verdadeira estatística urbana. Em contrapartida, a reduzida área de
44
algumas cidades como a do Fundão é no entanto compensada pela maior densidade populacional,
36 Cidades (Região Centro) – Área e densidade populacional, 2001.
Tabela 9: 36 Cidades (Região Centro) – Área e densidade populacional, 2001.36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Área da cidade 2001 (km2) Ordem Densidade populacional 2001 (Hab/km2)
111,95 Santa Comba Dão 1 Peniche 2255,42
58,74 Coimbra 2 Fundão 2180,02
56,08 Aveiro 3 Marinha Grande 2164,24
46,29 Covilhã (10 freguesias) 4 Castelo Branco 1747,69
39,37 Leiria 5 Coimbra 1720,66
35,05 Viseu 6 Entroncamento 1680,18
34,41 Tondela 7 Figueira da Foz 1620,58
25,63 Guarda 8Covilhã (4 freguesias) 1594,11
Caldas da Rainha 1485,8025,08 Abrantes 9 Ovar 1380,80
21,16 Águeda 10 Viseu 1348,10
17,54 Castelo Branco 11 Tomar 1308,35
17,12 Figueira da Foz 12 Torres Vedras 1264,43
17,04 Caldas da Rainha 13 Pinhel 1218,91
15,80 Ílhavo 14 Gafanha da Nazaré 1206,18
14,80 Fátima 15 Esmoriz 1205,37
13,68 Mangualde 16 Seia 1107,27
13,02 Torres Vedras 17 Leiria 1085,69
12,20 Ovar 18 Torres Novas 1023,45
12,05 Tomar 19 Guarda 1016,89
11,88 Torres Novas 20 Aveiro 985,87
11,03 Covilhã (4 freguesias)21 Alcobaça 985,06
11,03 Pombal10,73 Entroncamento 22 Pombal 909,54
10,21 Gafanha da Nazaré 23 Ílhavo 839,70
9,99 Mealhada 24 Ourém 773,76
9,14 Esmoriz 25 Gouveia 757,96
9,10 Oliveira do Hospital 26 Covilhã (10 freguesias) 751,23
7,89 Cantanhede 27 Abrantes 710,80
6,91 Peniche 28 Águeda 685,37
6,45 Ourém 29 Cantanhede 634,37
6,33 Alcobaça 30 Oliveira do Hospital 573,98
5,66 Oliveira do Bairro 31 Oliveira do Bairro 543,58
5,15 Seia 32 Fátima 523,99
4,96 Gouveia 33 Mangualde 489,57
4,22 Marinha Grande 34 Mealhada 404,73
3,84 Fundão 35 Tondela 255,54
2,12 Pinhel 36 Santa Comba Dão 111,41
19,80 média (36 cidades) 1082,12
13,06 média (141 cidades) 2272,44
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A Covilhã, “grande cidade/território” da zona centro e densificada no seu “centro”.
45
Tabela 10: 141 Cidades (Portugal) – Área e densidade populacional, 2001.141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Área da cidade 2001 (km2) Ordem Densidade populacional 2001 (Hab/km2)
111,95 Santa Comba Dão 1 Queluz 13848,93
84,62 Lisboa 2 Odivelas 11101,95
58,74 Coimbra 3 Amora 8108,20
56,28 Vila Nova de Gaia 4 Agualva-Cacém 7860,10
56,08 Aveiro 5 Amadora 7389,74
46,29 Covilhã (10 freguesias) 6 Almada 6868,34
41,52 Porto 7 Lisboa 6672,70
39,37 Leiria 8 Setúbal 6608,48
36,17 Vila Real 9 Porto 6337,42
35,05 Viseu 10 Barreiro 6123,91
25,63 Guarda 16 49 Fundão 2180,02
21,16 Águeda 22 61 Castelo Branco 1747,69
17,54 Castelo Branco 23 70 Covilhã (4 freguesias) 1594,11
11,30 Covilhã (4 freguesias) 48 106 Guarda 1016,89
3,84 Fundão 124 124 Covilhã (10 freguesias) 751,23
3,32 Horta 132 Macedo de Cavaleiros 541,43
3,24 Quarteira 133 Santana 533,38
3,19 Câmara de Lobos 134 Fátima 523,99
3,09 Santiago do Cacém 135 Gandra 493,45
2,60 Miranda do Douro 136 Mangualde 489,57
2,51 Lixa 137 Praia da Vitória 431,59
2,50 Santana 138 Mealhada 404,73
2,34 Vila Nova de Foz Côa 139 Vila Baleira 298,82
2,12 Pinhel 140 Tondela 255,54
2,02 Lagoa 141 Santa Comba Dão 111,4113,06 média (141 cidades) 2272,44
RESUMO – 141 CIDADES
Área da cidade 2001 CIDADES Densidade populacional 2001 CIDADES
Acima de 100 km2 1 Acima de 10.000 Hab/km2 2
De 50 a 100 km2 4 De 5.000 a 10.000 Hab/km2 11
De 30 a 50 km2 8 De 3.000 a 5.000 Hab/km2 18
De 10 a 30 km2 46 De 2.000 a 3.000 Hab/km2 22
De 5 a 10 km2 49 De 1.000 a 2.000 Hab/km2 55
Até 5 km2 33 Até 1.000 Hab/km2 33
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Covilhã é a maior “cidade” do interior português; a mais extensa, mas pouco densa
(claramente abaixo da média). Portanto, uma cidade cara em infraestruturas. Também surge
com uma área exagerada, fruto do elevado número de freguesias considerado, conforme atrás
referido.
Santa Comba Dão surge como a maior cidade do País porque a autarquia considerou como
limites a totalidade da área do concelho, que resulta na fraca densidade populacional de apenas
111,41 habitantes/km2.
46
5.3.3 Os jovens e os idosos
Tabela 11: 4 Cidades (Beira Interior) – Proporção de jovens e de idosos, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Proporção de jovens, 2001 (%) Ordem Proporção de idosos, 2001 (%)
40,84 Arrifana (Guarda) 1 Santa Maria (Covilhã) 25,10
19,51 Boidobra (Covilhã) 2 São Martinho (Covilhã) 18,51
19,13 São Miguel (Guarda) 3 Conceição (Covilhã) 18,30
17,65 Fundão (Fundão) 4 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 18,26
17,52 Sé (Guarda) 5 Tortosendo (Covilhã) 17,80
17,01 São Vicente (Guarda) 6 Cantar-Galo (Covilhã) 15,94
16,36 Castelo Branco (C. Branco) 7 Teixoso (Covilhã) 15,88
16,20 Canhoso (Covilhã) 8 São Pedro (Covilhã) 15,72
14,72 Teixoso (Covilhã) 9 Aldeia de Joanes (Fundão) 14,81
14,58 Tortosendo (Covilhã) 10 Sé (Guarda) 13,55
14,52 Maçainhas de Baixo (Guarda) 11 Maçainhas de Baixo (Guarda) 13,55
13,42 São Pedro (Covilhã) 12 Castelo Branco (C. Branco) 13,35
13,22 Aldeia de Joanes (Fundão) 13 Fundão (Fundão) 13,23
12,92 Cantar-Galo (Covilhã) 14 Canhoso (Covilhã) 12,54
12,79 Conceição (Covilhã) 15 Arrifana (Guarda) 11,11
12,77 Benquerenças (C. Branco) 16 São Vicente (Guarda) 10,62
12,75 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 17 Boidobra (Covilhã) 10,17
12,69 São Martinho (Covilhã) 18 São Miguel (Guarda) 9,70
11,37 Santa Maria (Covilhã) 19 Benquerenças (C. Branco) 6,38
16,31 média (19 freguesias) 14,45
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A Covilhã cidade, apenas está na média da juventude no que se refere às freguesias
periféricas e bem abaixo dessa média nas freguesias centrais. É uma Covilhã envelhecida,
claramente, com todas as freguesias no cimo da lista.
A proporção de jovens nas 141 cidades apresenta-se fundamentalmente concentrada
entre 15 a 20% na maioria das cidades. A cidade da Covilhã surge surpreendentemente na posição
139 (4F) apesar de possuir ensino superior com um universo de cerca de 6000 alunos.
Relativamente à proporção de idosos, a Covilhã surge na posição 11 e com uma
percentagem de 19,41% bastante acima da média das 141 cidades.
Ao nível das 36 cidades da região centro, a posição da Covilhã em último lugar
relativamente à proporção de jovens relaciona-se claramente com a proporção de idosos e que
ocupa a posição numero 4. Neste âmbito existe um distanciamento claro entre a Covilhã e as
cidades Guarda, Fundão e Castelo Branco.
47
Tabela 12: 36 Cidades (Região Centro) – Proporção de jovens e de idosos, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Proporção de jovens, 2001 (%) Ordem Proporção de idosos, 2001 (%)
19,84 Ourém 1 Gouveia 23,0918,44 Esmoriz 2 Santa Comba Dão 21,0418,42 Oliveira do Hospital 3 Tondela 19,85
18,36 Gafanha da Nazaré 4Covilhã (4 freguesias) 19,41Figueira da Foz 18,85
18,13 Fátima 5 Tomar 17,8517,97 Guarda 6 Torres Novas 17,4817,86 Pombal 7 Covilhã (10 freguesias) 17,2617,82 Seia 8 Abrantes 17,0717,54 Leiria 9 Mealhada 16,8217,39 Oliveira do Bairro 10 Mangualde 16,8017,37 Viseu 11 Alcobaça 16,7717,31 Fundão 12 Ílhavo 16,4617,17 Ovar 13 Coimbra 16,4416,63 Cantanhede 14 Torres Vedras 16,0716,55 Caldas da Rainha 15 Fátima 15,9916,45 Entroncamento 16 Caldas da Rainha 15,7716,35 Castelo Branco 17 Peniche 15,6616,27 Mangualde 18 Pinhel 15,4016,15 Abrantes 19 Cantanhede 15,2316,08 Torres Vedras 20 Marinha Grande 14,4516,01 Aveiro 21 Águeda 14,3616,00 Mealhada 22 Entroncamento 14,3515,94 Pinhel 23 Oliveira do Hospital 14,1115,82 Águeda 24 Aveiro 14,0615,56 Tomar 25 Oliveira do Bairro 14,0115,48 Alcobaça 26 Ovar 13,4615,48 Peniche 27 Fundão 13,3515,20 Ílhavo 28 Castelo Branco 13,3415,01 Marinha Grande 29 Pombal 13,1014,67 Tondela 30 Viseu 12,8714,46 Torres Novas 31 Seia 12,7314,34 Santa Comba Dão 32 Ourém 12,4814,01 Figueira da Foz 33 Gafanha da Nazaré 11,6613,85 Covilhã (10 freguesias) 34 Leiria 11,6513,65 Coimbra 35 Guarda 11,2312,88 Gouveia
36 Esmoriz 10,0612,57 Covilhã (4 freguesias)
16,29 média (36 cidades) 16,29
16,82 média (141 cidades) 16,82
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Covilhã cidade do centro com menos jovens e mais idosos e numa situação bem distinta
das restantes cidades da Beira Interior.
48
Tabela 13: 141 Cidades (Portugal) – Proporção de jovens e de idosos, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Proporção de jovens 2001 (%) Ordem Proporção de idosos 2001 (%)
27,41 Câmara de Lobos 1 Lisboa 23,61
25,23 Ribeira Grande 2 Gouveia 23,09
21,95 Felgueiras 3 Estremoz 22,62
21,49 Gandra 4 Montemor-o-Novo 21,52
21,42 Paços de Ferreira 5 Santa Comba Dão 21,04
21,34 Lordelo 6 Vendas Novas 20,45
21,03 Freamunde 7 Serpa 20,17
20,92 Ponta Delgada 8 Santiago do Cacém 20,13
20,72 Rebordosa 9 Silves 20,11
20,48 Esposende 10 Tondela 19,85
17,97 Guarda 39 11 Covilhã (4 freguesias) 19,41
17,31 Fundão 52 29 Covilhã (10 freguesias) 17,26
16,35 Castelo Branco 77 79 Fundão 13,35
13,90 Odivelas 130 80 Castelo Branco 13,34
13,85 Covilhã (10 freguesias) 131 104 Guarda 11,23
13,65 Coimbra 132 Amora 8,84
13,59 Alcácer do Sal 133 Lordelo 8,53
13,43 Almada 134 Felgueiras 8,51
13,21 Vendas Novas 135 Câmara de Lobos 8,09
13,20 Silves 136 Valongo 7,98
13,17 Santiago do Cacém 137 Paços de Ferreira 7,98
13,14 Porto 138 Agualva-Cacém 7,83
12,88 Gouveia139 Vila Nova de S. André 7,64
12,57 Covilhã (4 freguesias)
11,61 Lisboa 140 Gandra 7,15
11,60 Barreiro 141 Póvoa de Santa Iria 5,96
16,82 média (141 cidades) 14,06
RESUMO – 141 CIDADES
Proporção de jovens 2001 CIDADES Proporção de idosos 2001 CIDADES
Acima de 25 % 2 Acima de 25 %
De 20 a 25 % 12 De 20 a 25 % 9
De 15 a 20 % 100 De 15 a 20 % 47
De 10 a 15 % 27 De 10 a 15 % 64
Até 10 % Até 10 % 21
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A nível nacional a Covilhã cidade é uma das que tem menos jovens (antepenúltima
posição em 4 freguesias) e é uma das primeiras 30 cidades (posição 11 e 29) com mais idosos.
49
5.3.4 A população ativa e a dimensão das famílias
Tabela 14: 4 Cidades (Beira Interior) – Taxa de atividade e dimensão das famílias, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Taxa de atividade – Total (%) Ordem Dimensão das famílias (N.º pess/fam)
54,99 Canhoso (Covilhã) 1 Benquerenças (C. Branco) 3,36
54,08 São Miguel (Guarda) 2 Maçainhas de Baixo (Guarda) 3,13
53,30 São Vicente (Guarda) 3 Arrifana (Guarda) 3,08
52,37 Boidobra (Covilhã) 4 Boidobra (Covilhã) 2,89
52,23 Aldeia de Joanes (Fundão) 5 São Miguel (Guarda) 2,87
52,16 Fundão (Fundão) 6 São Pedro (Covilhã) 2,81
51,97 Cantar-Galo (Covilhã) 7 Canhoso (Covilhã) 2,80
51,77 Castelo Branco (C. Branco) 8 Teixoso (Covilhã) 2,79
51,64 Sé (Guarda) 9 Fundão (Fundão) 2,76
51,24 Teixoso (Covilhã) 10 Sé (Guarda) 2,76
49,68 Maçainhas de Baixo (Guarda) 11 São Vicente (Guarda) 2,75
49,35 Conceição (Covilhã) 12 Tortosendo (Covilhã) 2,75
49,31 São Pedro (Covilhã) 13 Cantar-Galo (Covilhã) 2,74
48,94 Benquerenças (C. Branco) 14 A. de Joanes (Fundão) 2,72
48,83 Tortosendo (Covilhã) 15 Castelo Branco (C. Branco) 2,71
46,06 São Martinho (Covilhã) 16 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 2,67
45,16 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 17 Conceição (Covilhã) 2,64
43,82 Santa Maria (Covilhã) 18 São Martinho (Covilhã) 2,60
30,93 Arrifana (Guarda) 19 Santa Maria (Covilhã) 2,38
49,36 média (19 freguesias) 2,80
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Ao nível das 19 freguesias, a cidade da Covilhã (4F) apresenta-se com a mais baixa taxa
de atividade e a menor dimensão média das famílias, o que parece demonstrar a relação que
existe entre estes dois fatores.
A população ativa nas 141 cidades apresenta uma variação reduzida em relação à média
de 50,29%. A cidade da Covilhã apresenta-se ligeiramente abaixo dessa média com 47,14%. É de
salientar a baixa taxa de atividade que apresentam as cidades das ilhas da Madeira e dos Açores.
A dimensão média das famílias nas 141 cidades apresenta uma média de 2,85 pessoas por
família e uma maior concentração das cidades entre 2,5 e 3,0.
50
Tabela 15: 36 Cidades (Região Centro) – Taxa de atividade e dimensão média das famílias, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Taxa de atividade – Total (%) Ordem Dimensão das famílias (N.º pess/fam)
54,83 Marinha Grande 1 Esmoriz 3,17
54,78 Leiria 2 Gafanha da Nazaré 3,01
53,83 Esmoriz 3 Ovar 2,94
52,96 Águeda 4 Oliveira do Bairro 2,92
52,71 Aveiro 5 Águeda 2,90
52,71 Guarda 6 Mangualde 2,88
52,17 Fundão 7 Cantanhede 2,87
52,07 Ovar 8 Seia 2,84
51,95 Ourém 9 Fátima 2,83
51,94 Caldas da Rainha 10 Viseu 2,83
51,77 Castelo Branco 11 Mealhada 2,82
51,67 Oliveira do Bairro 12 Oliveira do Hospital 2,82
51,44 Pinhel 13 Pinhel 2,82
51,41 Alcobaça 14 Tondela 2,81
51,38 Torres Vedras 15 Guarda 2,79
51,00 Oliveira do Hospital 16 Peniche 2,78
50,73 Coimbra 17 Ílhavo 2,77
50,63 Seia 18 Santa Comba Dão 2,77
50,61 Mealhada 19 Fundão 2,76
50,53 Pombal 20 Aveiro 2,72
50,42 Cantanhede 21 Castelo Branco 2,71
50,18 Viseu 22 Covilhã (10 freguesias) 2,69
49,94 Entroncamento 23 Entroncamento 2,68
49,85 Ílhavo 24 Abrantes 2,66
49,85 Torres Novas 25 Ourém 2,66
49,49 Abrantes 26 Leiria 2,65
49,32 Gafanha da Nazaré 27 Torres Novas 2,63
49,03 Covilhã (10 freguesias) 28 Torres Vedras 2,63
47,84 Figueira da Foz 29Alcobaça 2,61
Covilhã (4 freguesias) 2,61
47,69 Fátima30 Tomar 2,61
47,14 Covilhã (4 freguesias)
47,09 Mangualde 31 Figueira da Foz 2,59
47,06 Tomar 32 Marinha Grande 2,59
46,55 Tondela 33 Pombal 2,59
46,51 Peniche 34 Gouveia 2,57
42,09 Gouveia 35 Caldas da Rainha 2,56
40,98 Santa Comba Dão 36 Coimbra 2,52
50,14 média (36 cidades) 2,75
50,29 média (141 cidades) 2,85Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Covilhã com taxa de atividade reduzida relativamente às outras cidades da Beira Interior.
51
Tabela 16: 141 Cidades (PT) – Taxa de atividade e dimensão média das famílias, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Taxa de atividade – Total (%) Ordem Dimensão das famílias (N.º pess/fam)
59,04 Póvoa de Santa Iria 1 Câmara de Lobos 4,02
58,97 Agualva-Cacém 2 Ribeira Grande 3,68
58,79 Albufeira 3 Machico 3,54
57,22 Loures 4 Gandra 3,44
56,16 Queluz 5 Lordelo 3,43
55,83 Lagoa 6 Freamunde 3,39
55,65 Odivelas 7 Ponta Delgada 3,39
55,46 Maia 8 Esposende 3,37
55,03 Santa Maria da Feira 9 Santa Cruz 3,31
55,00 Quarteira 10 Rebordosa 3,28
52,71 Guarda 36 73 Guarda 2,79
52,17 Fundão 43 84 Fundão 2,76
51,77 Castelo Branco 51 94 Castelo Branco 2,71
49,03 Covilhã (10 freguesias) 99 100 Covilhã (10 freguesias) 2,69
47,14 Covilhã (4 freguesias) 114 121 Covilhã (4 freguesias) 2,61
43,98 Machico 132 Gouveia 2,57
43,75 Elvas 133 Santarém 2,56
43,62 Moura 134 Caldas da Rainha 2,56
43,54 Angra do Heroísmo 135 Lagos 2,55
43,15 Vila Nova de Foz Côa 136 Coimbra 2,52
42,09 Gouveia 137 Barreiro 2,52
41,64 Praia da Vitória 138 Vila Franca de Xira 2,52
40,98 Santa Comba Dão 139 Faro 2,47
40,83 Câmara de Lobos 140 Cartaxo 2,39
40,16 Ribeira Grande 141 Lisboa 2,37
50,29 média (141 cidades) 2,85
RESUMO – 141 CIDADES
Taxa de atividade 2001 CIDADES Dimensão das famílias 2001 CIDADES
Acima de 55% 9 Acima de 3,5% 3
De 50 a 55% 73 De 3,0 a 3,5% 31
De 45 a 50% 48 De 2,5 a 3,0% 104
Até 45% 11 Até 2,5% 3Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Nas 36 cidades a Covilhã surge na posição 30 com uma taxa abaixo da média e com
bastante distanciamento das cidades Guarda, Fundão e Castelo Branco. A dimensão média das
famílias nas 36 cidades da região centro possui uma média ligeiramente abaixo do valor das 141
cidades. A cidade da Covilhã surge abaixo dessa média com 2,61 e distanciada das cidades
Guarda, Fundão e Castelo Branco.
52
5.3.5 Os alojamentos familiares e os alojamentos “vagos”.
Tabela 17: 4 Cidades (Beira Interior) – Alojamentos familiares e proporção de alojamentos vagos, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Alojamentos familiares - Total (N.º) Ordem Proporção de alojamentos familiares vagos (%)
15951 Castelo Branco (C. Branco) 1 Maçainhas de Baixo (Guarda) 15,89
5841 São Vicente (Guarda) 2 Boidobra (Covilhã) 14,58
3898 Fundão (Fundão) 3 Sé (Guarda) 13,99
3876 Conceição (Covilhã) 4 São Vicente (Guarda) 13,57
3562 Sé (Guarda) 5 Cantar-Galo (Covilhã) 11,79
3051 São Miguel (Guarda) 6 Tortosendo (Covilhã) 10,90
2650 São Martinho (Covilhã) 7 São Miguel (Guarda) 10,81
2592 Tortosendo (Covilhã) 8 Aldeia de Joanes (Fundão) 10,49
1463 Santa Maria (Covilhã) 9 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 9,81
1341 Teixoso (Covilhã) 10 Fundão (Fundão) 9,07
1248 Boidobra (Covilhã) 11 Castelo Branco (C. Branco) 8,94
1246 São Pedro (Covilhã) 12 Arrifana (Guarda) 8,47
1231 Cantar-Galo (Covilhã) 13 Conceição (Covilhã) 8,02
1031 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 14 Benquerenças (C. Branco) 7,69
881 Canhoso (Covilhã) 15 Santa Maria (Covilhã) 7,05
324 Aldeia de Joanes (Fundão) 16 São Martinho (Covilhã) 6,42
151 Maçainhas de Baixo (Guarda) 17 Canhoso (Covilhã) 6,13
61 Arrifana (Guarda) 18 São Pedro (Covilhã) 5,63
26 Benquerenças (C. Branco) 19 Teixoso (Covilhã) 4,11
2654 média (19 freguesias) 9,65
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Expressivo número de fogos vagos na periferia da Covilhã ao contrário do centro da
cidade.
Os alojamentos vagos/devolutos não se consideram vazios urbanos, pela situação
temporária que representam.
O número de alojamentos familiares tem vindo a aumentar todos os anos sucessivamente
e a Covilhã (4F) ocupava a posição 53 em 2001.
Ao nível das 19 freguesias a situação da Covilhã é idêntica, apresentando valores abaixo
da média. Esta situação poderá estar relacionada com o aluguer de alojamentos para estudantes.
Nas 36 cidades da região centro, acentua-se mais a reduzida proporção de alojamentos
vagos para o caso das cidades Covilhã, Fundão e Castelo Branco.
Relativamente à proporção de alojamentos vagos a cidade da Covilhã apresentava um
valor baixo de 6,78% em relação à média das 141 cidades com 11,23%.
53
Tabela 18: 36 Cidades (Região Centro) – Alojamentos familiares e proporção de alojamentos vagos, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Alojamentos familiares - Total (N.º) Ordem Proporção de alojamentos familiares vagos (%)
49828 Coimbra 1 Marinha Grande 21,83
25661 Aveiro 2 Pinhel 17,88
22850 Viseu 3 Torres Novas 16,24
21292 Leiria 4 Alcobaça 16,04
21216 Figueira da Foz 5 Leiria 13,88
17559 Covilhã (10 freguesias) 6 Cantanhede 13,86
15977 Castelo Branco 7 Oliveira do Bairro 13,52
13007 Caldas da Rainha 8 Águeda 13,33
12666 Guarda9 Fátima 13,28
9235 Covilhã (4 freguesias)
8631 Entroncamento 10 Mangualde 13,26
8471 Abrantes 11 Guarda 13,03
7920 Tomar 12 Torres Vedras 12,70
7846 Peniche 13 Ourém 12,13
7790 Torres Vedras 14 Seia 12,04
7240 Ovar 15 Abrantes 12,02
6407 Santa Comba Dão 16 Oliveira do Hospital 11,95
6280 Águeda 17 Coimbra 11,82
5948 Torres Novas 18 Ílhavo 11,78
5866 Ílhavo 19 Ovar 11,38
5269 Pombal 20 Viseu 11,27
5008 Esmoriz 21 Tomar 11,16
4974 Gafanha da Nazaré 22 Aveiro 11,05
4931 Marinha Grande 23 Pombal 10,93
4353 Tondela 24 Caldas da Rainha 10,56
4222 Fundão 25 Tondela 10,44
4022 Fátima 26 Gouveia 9,91
3463 Alcobaça 27 Entroncamento 9,71
3333 Mangualde 28 Santa Comba Dão 9,42
2883 Ourém 29 Fundão 9,18
2785 Seia 30 Castelo Branco 8,94
2714 Oliveira do Hospital 31 Gafanha da Nazaré 8,51
2340 Cantanhede 32 Covilhã (10 freguesias) 8,40
2111 Gouveia 33 Mealhada 8,00
1628 Mealhada 34 Peniche 7,99
1418 Pinhel 35Esmoriz 7,16
Covilhã (4 freguesias) 6,78
1341 Oliveira do Bairro 36 Figueira da Foz 6,59
9146 média (36 cidades) 11,70
13534 média (141 cidades) 11,23Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Expressivo número de alojamentos e reduzido número de fogos vagos, provavelmente por
efeito da UBI.
54
Tabela 19: 141 Cidades (PT)– Alojamentos familiares e proporção de alojamentos vagos, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Alojamentos familiares - Total (N.º) Ordem Proporção de alojamentos familiares vagos(%)
292065 Lisboa 1 Marinha Grande 21,83
125267 Porto 2 São João da Madeira 19,65
80581 Amadora 3 Montijo 18,11
79699 Vila Nova de Gaia 4 Vila Nova de Foz Côa 17,90
51543 Braga 5 Pinhel 17,88
49828 Coimbra 6 Praia da Vitória 17,07
49723 Almada 7 Rio Maior 16,86
42991 Setúbal 8 Braga 16,79
37818 Funchal 9 Cartaxo 16,60
36771 Agualva-Cacém 10 Torres Novas 16,24
17559 Covilhã (10 freguesias) 27 39 Guarda 13,03
15977 Castelo Branco 28 108 Fundão 9,18
12666 Guarda 37 113 Castelo Branco 8,94
9235 Covilhã (4 freguesias) 53 121 Covilhã (10 freguesias) 8,40
4222 Fundão 94 131 Covilhã (4 freguesias) 6,78
2062 Gandra 132 Lagos 6,70
1917 Lixa 133 Figueira da Foz 6,59
1845 Vila Nova de Foz Côa 134 Vila Nova de S. André 6,16
1653 Horta 135 Lordelo 5,98
1628 Mealhada 136 Esposende 5,17
1418 Pinhel 137 Quarteira 4,27
1341 Oliveira do Bairro 138 Peso da Régua 4,09
1039 Praia da Vitória 139 Machico 3,29
994 Miranda do Douro 140 Vila Real de S. António 3,09
544 Santana 141 Santana 1,48
13534 média (141 cidades) 11,23
RESUMO – 141 CIDADES
Alojamentos familiares - Total CIDADES Proporção de alojamentos familiares vagos CIDADES
Acima de 50.000 aloj. 4 Acima de 15% 16
De 20.000 a 50.000 aloj. 17 De 10 a 15% 81
De 5.000 a 20.000 aloj. 61 De 5 a 10% 40
Até 5.000 aloj. 59 Até 5% 5Fonte: INE 1991-2001 e Autor
55
5.3.6 O uso do alojamento pelos proprietários e o uso sazonal
Tabela 20: 4 Cidades (Beira Interior) – Ocupação dos alojamentos familiares. Proporção dos ocupadospelo proprietário e proporção do uso sazonal, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Alojamentos familiares - Proprietário (N.º) Ordem Alojamentos familiares de uso sazonal (%)
100,00 Benquerenças (C. Branco) 1 Benquerenças (C. Branco) 38,46
83,84 Maçainhas de Baixo (Guarda) 2 São Martinho (Covilhã) 26,80
83,12 Aldeia de Joanes (Fundão) 3 Canhoso (Covilhã) 24,18
79,07 Arrifana (Guarda) 4 Santa Maria (Covilhã) 23,36
77,56 São Miguel (Guarda) 5 Castelo Branco (C. Branco) 22,60
74,49 Sé (Guarda) 6 Fundão (Fundão) 20,59
73,95 São Vicente (Guarda) 7 São Pedro (Covilhã) 19,05
73,24 Castelo Branco (C. Branco) 8 Arrifana (Guarda) 18,64
70,15 Teixoso (Covilhã) 9 Maçainhas de Baixo (Guarda) 18,54
69,79 Boidobra (Covilhã) 10 Conceição (Covilhã) 18,45
68,89 Canhoso (Covilhã) 11 São Vicente (Guarda) 18,40
67,85 Fundão (Fundão) 12 Aldeia de Joanes (Fundão) 18,21
60,94 São Pedro (Covilhã) 13 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 17,38
60,86 Conceição (Covilhã) 14 Teixoso (Covilhã) 17,33
60,40 Tortosendo (Covilhã) 15 Sé (Guarda) 16,43
56,93 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 16 São Miguel (Guarda) 14,98
56,12 Cantar-Galo (Covilhã) 17 Tortosendo (Covilhã) 14,92
55,51 Santa Maria (Covilhã) 18 Cantar-Galo (Covilhã) 14,47
52,41 São Martinho (Covilhã) 19 Boidobra (Covilhã) 12,74
69,74 média (19 freguesias) 19,76Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Zona da Beira Interior com menor número de fogos ocupados pelo proprietário (52 a
70%). O uso sazonal da Beira Interior apenas é expressivo em parte do centro da Covilhã e em
uma zona periférica.
Ao nível das freguesias, o centro da cidade da Covilhã destaca-se pela menor proporção
do uso dos proprietários e ao contrário do uso sazonal destaca-se com cerca de 26,8%.
O uso do alojamento pelos proprietários, ao nível das 141 cidades reflete uma tendência
ainda elevada e acima dos 50%. É de salientar as percentagens acima de 90% nas ilhas da Madeira
e dos Açores.
A cidade da Covilhã, ao contrário surge na posição 134 refletindo uma tendência de
alojamentos ocupados por inquilinos.
Nas 36 cidades da região centro, a cidade da Covilhã ocupa a última posição no uso do
alojamento pelos proprietários e a posição 8 no uso sazonal. Relativamente ao uso sazonal, a
Covilhã apresenta 21,92% muito acima da média de 14,88%.
56
Tabela 21: 36 Cidades (RC) – Ocupação dos alojamentos familiares. Proporção dos ocupados peloproprietário e proporção do uso sazonal, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Alojamentos familiares - Proprietário (N.º) Ordem Alojamentos familiares de uso sazonal (%)89,48 Santa Comba Dão 1 Figueira da Foz 44,40
84,87 Gafanha da Nazaré 2 Fátima 31,27
83,73 Tondela 3 Ourém 27,34
83,42 Mealhada 4 Esmoriz 24,40
83,15 Fátima 5 Castelo Branco 22,63
82,56 Entroncamento 6 Gouveia 22,48
81,64 Oliveira do Bairro 7 Santa Comba Dão 22,16
79,02 Ílhavo 8Covilhã (4 freguesias) 21,92
Pombal 21,79
78,82 Águeda 9 Peniche 21,62
78,37 Marinha Grande 10 Oliveira do Hospital 20,77
77,39 Esmoriz 11 Fundão 20,40
77,09 Abrantes 12 Mangualde 19,54
75,35 Ourém 13 Pinhel 19,36
75,20 Leiria 14 Covilhã (10 freguesias) 19,09
75,16 Guarda 15 Seia 18,76
75,08 Ovar 16 Tondela 18,70
75,01 Pombal 17 Viseu 18,17
74,76 Torres Novas 18 Alcobaça 17,68
74,23 Oliveira do Hospital 19 Guarda 17,03
74,17 Figueira da Foz 20 Caldas da Rainha 16,09
73,42 Cantanhede 21 Tomar 15,04
73,27 Castelo Branco 22 Cantanhede 14,20
72,59 Aveiro 23 Leiria 13,72
71,77 Mangualde 24 Entroncamento 13,44
71,40 Pinhel 25 Coimbra 12,97
70,73 Alcobaça 26 Aveiro 12,53
69,86 Viseu 27 Ovar 11,54
69,75 Tomar 28 Abrantes 10,97
69,04 Fundão 29 Gafanha da Nazaré 10,37
68,28 Torres Vedras 30 Oliveira do Bairro 10,37
68,17 Caldas da Rainha 31 Águeda 9,69
65,99 Seia 32 Torres Vedras 9,03
64,74 Coimbra 33 Torres Novas 8,93
61,99 Gouveia 34 Ílhavo 8,51
60,77 Peniche 35 Mealhada 8,12
60,42 Covilhã (10 freguesias)36 Marinha Grande 7,25
57,43 Covilhã (4 freguesias)
74,19 média (36 cidades) 17,23
72,44 média (141 cidades) 14,88Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Menor número de fogos ocupados por proprietários na zona centro com aproximadamente
20% de fogos com uso sazonal na Covilhã, o que é significativo.
57
Tabela 22: 141 Cidades (Portugal) – Ocupação dos alojamentos familiares. Proporção dos ocupados peloproprietário e proporção do uso sazonal, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Alojamentos familiares - Proprietário (N.º) Ordem Alojamentos familiares de uso sazonal (%)
96,03 Ribeira Grande 1 Quarteira 64,94
96,02 Santana 2 Albufeira 59,10
95,61 Machico 3 Esposende 48,91
93,72 Santa Cruz 4 Figueira da Foz 44,40
89,48 Santa Comba Dão 5 Lagos 40,94
86,44 Vila Baleira 6 Póvoa de Varzim 35,58
86,38 Gandra 7 Portimão 34,92
85,88 Serpa 8 Vila Baleira 32,10
85,69 Agualva-Cacém 9 Valpaços 31,30
85,60 Esposende 10 Fátima 31,27
75,16 Guarda 50 19 Castelo Branco 22,63
73,27 Castelo Branco 63 23 Covilhã (4 freguesias) 21,92
69,04 Fundão 88 28 Fundão 20,40
60,77 Peniche 130 35 Covilhã (10 freguesias) 19,09
60,58 Penafiel 131 46 Guarda 17,03
60,42 Covilhã (10 freguesias) 132 Gondomar 5,52
60,06 Sacavém 133 Câmara de Lobos 5,00
59,23 Portalegre134 Freamunde 4,92
57,43 Covilhã (4 freguesias)
57,24 Vizela 135 Lordelo 4,80
56,83 Peso da Régua 136 Angra do Heroísmo 4,58
56,21 Fafe 137 Horta 4,43
55,54 Guimarães 138 Paredes 4,40
54,30 Lordelo 139 Vizela 4,35
49,96 Porto 140 Fiães 2,92
47,91 Lisboa 141 Rebordosa 2,15
72,44 média (141 cidades) 14,88
RESUMO – 141 CIDADES
Uso pelo proprietário CIDADES Alojamentos familiares de uso sazonal CIDADES
Acima de 90% 4 Acima de 40% 5
De 80 a 90% 20 De 30 a 40% 5
De 70 a 80% 58 De 20 a 30% 18
De 60 a 70% 51 De 10 a 20% 55
Até 60% 8 Até 10% 58Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Expressivo o número de fogos que não são ocupados pelo proprietário (aproximadamente
40%); expressivos 20% de uso sazonal.
58
5.3.7 A utilização do alojamento
Tabela 23: 4 Cidades (Beira Interior) – Proporção de alojamentos sobrelotados e sublotados, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Alojamentos familiares sobrelotados (%)(N.º)
Ordem Alojamentos familiares sublotados (%)
25,58 Arrifana (Guarda) 1 Benquerenças (C. Branco) 78,57
18,18 Maçainhas de Baixo (Guarda) 2 Sé (Guarda) 72,55
14,93 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 3 Castelo Branco (C. Branco) 71,11
12,50 Santa Maria (Covilhã) 4 São Vicente (Guarda) 70,88
11,91 Boidobra (Covilhã) 5 São Miguel (Guarda) 68,70
11,26 Aldeia de Joanes (Fundão) 6 São Pedro (Covilhã) 66,17
11,14 Cantar-Galo (Covilhã) 7 Fundão (Fundão) 66,13
10,58 São Martinho (Covilhã) 8 Arrifana (Guarda) 65,12
10,42 Canhoso (Covilhã) 9 Conceição (Covilhã) 64,20
10,37 Tortosendo (Covilhã) 10 Teixoso (Covilhã) 64,16
9,68 Conceição (Covilhã) 11 Tortosendo (Covilhã) 63,73
8,84 Teixoso (Covilhã) 12 Canhoso (Covilhã) 61,73
8,75 São Pedro (Covilhã) 13 Aldeia de Joanes (Fundão) 61,47
8,37 Fundão (Fundão) 14 São Martinho (Covilhã) 60,50
7,87 Sé (Guarda) 15 Santa Maria (Covilhã) 60,33
7,49 São Vicente (Guarda) 16 Boidobra (Covilhã) 60,09
7,17 São Miguel (Guarda) 17 Cantar-Galo (Covilhã) 57,00
6,82 Castelo Branco 18 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 53,73
0,00 Benquerença (C. Branco) 19 Maçainhas de Baixo (Guarda) 45,45
10,62 média (19 freguesias) 10,62
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Sobrelotação na Beira Interior: - grande parte das freguesias da Covilhã perto ou acima
da média. Existe falta de habitação; - elevado nº de alojamentos sublotados.
É de salientar as cidades das ilhas da Madeira e dos Açores nos lugares cimeiros dos
alojamentos sobrelotados. Em relação aos alojamentos sublotados, as cidades Castelo Branco,
Guarda e Fundão apresentam valores muito superiores aos da Covilhã, refletindo provavelmente
uma tendência de alojamentos de dimensão superior ao necessário.
Nas 36 cidades da região centro, a Covilhã apresenta uma proporção superior de
alojamentos sobrelotados, sendo Castelo Branco a que apresenta menor sobrelotação de
alojamentos. Em relação aos alojamentos sublotados a situação é inversa, mas com percentagens
bastante elevadas, superiores à média das 141 cidades. Ao nível das 19 freguesias confirma-se
que o centro da cidade da Covilhã apresenta mais alojamentos sobrelotados e menos
alojamentos sublotados.
59
Tabela 24: 36 Cidades (Região Centro) – Proporção de alojamentos sobrelotados e sublotados, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Alojamentos familiares sobrelotados (%)(N.º)
Ordem Alojamentos familiares sublotados (%)
19,13 Esmoriz 1 Tondela 73,39
17,06 Peniche 2 Mangualde 73,15
13,76 Torres Vedras 3 Santa Comba Dão 72,69
13,07 Águeda 4 Oliveira do Hospital 71,27
12,91 Ovar 5 Castelo Branco 71,12
12,44 Oliveira do Bairro 6 Pinhel 70,61
12,37 Gafanha da Nazaré 7 Guarda 70,48
11,87 Fátima 8 Mealhada 70,21
11,34 Figueira da Foz 9 Gouveia 70,20
10,82 Aveiro 10 Pombal 69,98
10,66 Ourém 11 Abrantes 69,72
10,61 Covilhã (10 freguesias)12 Torres Novas 69,54
10,38 Covilhã (4 freguesias)
10,36 Coimbra 13 Viseu 69,34
10,32 Tomar 14 Seia 69,06
10,31 Caldas da Rainha 15 Cantanhede 68,91
10,29 Cantanhede 16 Entroncamento 68,75
9,69 Ílhavo 17 Ílhavo 68,63
9,45 Marinha Grande 18 Alcobaça 68,40
9,35 Pinhel 19 Leiria 68,33
9,25 Viseu 20 Tomar 66,51
8,99 Santa Comba Dão 21 Fundão 65,77
8,82 Tondela 22 Coimbra 65,73
8,76 Alcobaça 23 Marinha Grande 65,57
8,59 Fundão 24 Ourém 65,15
8,58 Torres Novas 25 Aveiro 64,48
8,54 Abrantes 26 Águeda 64,42
8,21 Leiria 27 Gafanha da Nazaré 64,15
8,05 Mangualde 28 Oliveira do Bairro 63,67
7,99 Gouveia 29 Caldas da Rainha 63,33
7,89 Seia 30Covilhã (4 freguesias) 62,80
Figueira da Foz 62,51
7,78 Mealhada 31 Covilhã (10 freguesias) 61,90
7,72 Guarda 32 Fátima 61,80
7,63 Entroncamento 33 Ovar 61,71
7,48 Pombal 34 Torres Vedras 57,01
6,85 Oliveira do Hospital 35 Peniche 52,63
6,81 Castelo Branco 36 Esmoriz 51,82
10,10 média (36 cidades) 66,44
15,11 média (141 cidades) 57,72Fonte: INE 1991-2001 e Autor
60
Tabela 25: 141 Cidades (Portugal) – Proporção de alojamentos sobrelotados e sublotados, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Alojamentos familiares sobrelotados (%)(N.º)
Ordem Alojamentos familiares sublotados (%)
46,32 Câmara de Lobos 1 Miranda do Douro 75,53
34,62 Quarteira 2 Vila Nova de Foz Côa 73,81
34,58 Lordelo 3 Tondela 73,39
31,25 Funchal 4 Mangualde 73,15
30,83 Gandra 5 Santa Comba Dão 72,69
30,16 Machico 6 Ponte de Sôr 72,29
28,40 Ribeira Grande 7 Praia da Vitória 71,69
26,20 Albufeira 8 Oliveira do Hospital 71,27
26,08 Rebordosa 9 Castelo Branco 71,12
24,19 Vila Baleira 10 Pinhel 70,61
10,61 Covilhã (10 freguesias)108
11 Guarda 70,48
10,38 Covilhã (4 freguesias) 22 Ílhavo 68,63
8,59 Fundão 126 29 Fundão 65,77
8,17 Ponte de Sôr 130 48 Covilhã (4 freguesias) 62,80
8,05 Mangualde 131 56 Covilhã (10 freguesias) 61,90
7,99 Gouveia 132 Sacavém 42,04
7,89 Seia 133 Machico 41,81
7,78 Mealhada 134 Gandra 41,57
7,72 Guarda 135 Agualva-Cacém 41,52
7,66 Vila Nova de Foz Côa 136 Vila Baleira 40,91
7,63 Entroncamento 137 Funchal 40,37
7,48 Pombal 138 Albufeira 38,61
6,85 Oliveira do Hospital 139 Lordelo 36,30
6,81 Castelo Branco 140 Câmara de Lobos 31,06
6,76 Miranda do Douro 141 Quarteira 30,40
15,11 média (141 cidades) 57,72
RESUMO – 141 CIDADES
Alojamentos sobrelotados CIDADES Alojamentos sublotados CIDADES
Acima de 30% 6 Acima de 70% 13
De 20 a 30% 12 De 60 a 70% 50
De 10 a 20% 85 De 50 a 60% 48
Até 10% 38 Até 50% 30
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Sobrelotação na Covilhã pouco significativa no nível nacional (10%). Sublotação idêntica à
média nacional (cerca de 60%).
Ao nível das 141 cidades, a Covilhã ocupa a posição 108 e distanciada das cidades
Fundão, Guarda e Castelo Branco.
61
5.3.8 Os alojamentos e os edifícios
Tabela 26: 4 Cidades (Beira Interior) – Divisões por alojamento e alojamentos por edifício, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Divisões por alojamento (N.º médio) Ordem Alojamentos por edifício (N.º médio)
5,93 Benquerenças (C. Branco) 1 Fundão (Fundão) 3,21
5,22 Sé (Guarda) 2 Conceição (Covilhã) 3,20
5,21 Arrifana (Guarda) 3 São Martinho (Covilhã) 3,10
5,11 São Vicente (Guarda) 4 Castelo Branco (C. Branco) 2,99
5,05 São Pedro (Covilhã) 5 Santa Maria (Covilhã) 2,80
5,01 São Miguel (Guarda) 6 Canhoso (Covilhã) 2,47
4,98 Castelo Branco (C. Branco) 7 São Vicente (Guarda) 2,41
4,92 Aldeia de Joanes (Fundão) 8 São Pedro (Covilhã) 2,39
4,85 Fundão (Fundão) 9 São Miguel (Guarda) 2,19
4,69 Tortosendo (Covilhã) 10 Sé (Guarda) 2,14
4,68 Boidobra (Covilhã) 11 Cantar-Galo (Covilhã) 2,09
4,68 Conceição (Covilhã) 12 Boidobra (Covilhã) 1,78
4,68 Maçainhas de B. (Guarda) 13 Teixoso (Covilhã) 1,73
4,63 Canhoso (Covilhã) 14 Aldeia de Joanes (Fundão) 1,69
4,63 Teixoso (Covilhã) 15 Tortosendo (Covilhã) 1,59
4,60 São Martinho (Covilhã) 16 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 1,47
4,43 Santa Maria (Covilhã) 17 Maçainhas de B. (Guarda) 1,09
4,35 Cantar-Galo (Covilhã) 18 Arrifana (Guarda) 1,07
4,27 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 19 Benquerenças (C. Branco) 1,00
4,84 média (19 freguesias) 2,13
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Fogos com “poucas” divisões. Número de fogos por edifício idêntico à média da Beira
Interior.
Ao nível das 141 cidades e relativamente ao número médio de divisões por alojamento de
divisões por alojamento, a Covilhã apresenta valores próximos da média, mas ainda assim
inferiores às cidades da Guarda, Castelo Branco e Fundão.
Relativamente ao número médio de alojamentos por edifício, a Covilhã está dentro da
média das 141 cidades, mas no topo das 36 cidades da região centro. Ao nível das 19 freguesias,
o centro da cidade da Covilhã apresenta menos divisões por alojamento, mas ao contrário
apresenta mais alojamentos por edifício.
62
Tabela 27: 36 Cidades (Região Centro) – Divisões por alojamento e alojamentos por edifício, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Divisões por alojamento (N.º médio) Ordem Alojamentos por edifício (N.º médio)
5,38 Tondela 1 Torres Vedras 3,12
5,33 Mangualde 2 Fundão 3,00
5,31 Mealhada 3 Castelo Branco 2,98
5,30 Pinhel 4Covilhã (4 freguesias) 2,87
Figueira da Foz 2,82
5,26 Seia 5 Caldas da Rainha 2,77
5,25 Santa Comba Dão 6 Coimbra 2,61
5,15 Oliveira do Hospital 7 Leiria 2,56
5,12 Cantanhede 8 Alcobaça 2,39
5,12 Ílhavo 9 Entroncamento 2,37
5,12 Viseu 10 Tomar 2,30
5,11 Guarda 11 Ourém 2,29
5,08 Gafanha da Nazaré 12 Covilhã (10 freguesias) 2,23
5,04 Águeda 13 Guarda 2,23
5,02 Oliveira do Bairro 14 Marinha Grande 2,20
4,99 Fátima 15 Viseu 2,20
4,99 Pombal 16 Seia 2,13
4,98 Castelo Branco 17 Peniche 2,12
4,95 Aveiro 18 Fátima 2,00
4,92 Ovar 19 Torres Novas 1,91
4,90 Leiria 20 Aveiro 1,88
4,89 Coimbra 21 Oliveira do Hospital 1,86
4,89 Ourém 22 Pombal 1,85
4,87 Abrantes 23 Abrantes 1,72
4,86 Torres Novas 24 Esmoriz 1,62
4,85 Alcobaça 25 Oliveira do Bairro 1,61
4,85 Fundão 26 Gouveia 1,57
4,83 Gouveia 27 Mangualde 1,57
4,76 Esmoriz 28 Mealhada 1,56
4,70 Entroncamento 29 Águeda 1,48
4,69 Covilhã (4 freguesias)30 Ovar 1,484,68 Tomar
4,66 Marinha Grande 31 Cantanhede 1,41
4,64 Caldas da Rainha 32 Pinhel 1,37
4,62 Covilhã (10 freguesias) 33 Gafanha da Nazaré 1,29
4,62 Figueira da Foz 34 Ílhavo 1,22
4,47 Torres Vedras 35 Tondela 1,16
4,35 Peniche 36 Santa Comba Dão 1,07
4,94 média (36 cidades) 2,00
4,68 média (141 cidades) 2,37Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Fogos com poucas divisões. Fogos por edifício dentro da média.
63
Tabela 28: 141 Cidades (Portugal) – Divisões por alojamento e alojamentos por edifício, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Divisões por alojamento (N.º médio) Ordem Alojamentos por edifício (N.º médio)
5,54 Praia da Vitória 1 Queluz 9,60
5,45 Miranda do Douro 2 Sacavém 8,06
5,38 Tondela 3 Odivelas 7,81
5,34 Angra do Heroísmo 4 Agualva-Cacém 7,80
5,33 Mangualde 5 Póvoa de Santa Iria 7,65
5,31 Mealhada 6 Amora 6,20
5,30 Esposende 7 Almada 5,99
5,30 Pinhel 8 Amadora 5,89
5,27 Horta 9 Lisboa 5,40
5,26 Seia 10 Quarteira 4,86
5,11 Guarda 19 22 Fundão 3,00
4,98 Castelo Branco 29 23 Castelo Branco 2,98
4,85 Fundão 48 27 Covilhã (4 freguesias) 2,87
4,69 Covilhã (4 freguesias) 77 48 Covilhã (10 freguesias) 2,23
4,62 Covilhã (10 freguesias) 85 49 Guarda 2,23
4,15 Agualva-Cacém 132 Horta 1,20
4,12 Odivelas 133 Serpa 1,19
4,10 Seixal 134 Ponta Delgada 1,17
4,09 Olhão 135 Tondela 1,16
4,07 Vila Franca de Xira 136 Praia da Vitória 1,10
4,06 Barreiro 137 Machico 1,07
3,94 Amadora 138 Santa Comba Dão 1,07
3,94 Sacavém 139 Santa Cruz 1,06
3,79 Albufeira 140 Santana 1,03
3,58 Quarteira 141 Ribeira Grande 1,01
4,68 média (141 cidades) 2,37RESUMO – 141 CIDADES
Divisões por alojamento CIDADES Alojamentos por edifício CIDADES
Acima de 5 Div 26 Acima de 4 Aloj. 14
De 4,5 a 5 Div 71 De 3 a 4 Aloj. 8
De 4 a 4,5 Div 40 De 2 a 3 Aloj. 48
Até 4 Div. 4 Até 2 Aloj. 71
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A nível nacional a Covilhã está dentro da média das divisões por fogo e fogos por edifício.
64
5.3.9 Os edifícios e a habitação
Tabela 29: 4 Cidades (Beira Interior) – Total de edifícios e proporção de edifícios exclusivamenteresidenciais, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Edifícios – Total (N.º) Ordem Edifícios exclusivamente residenciais (%)
5324 Castelo Branco (C. Branco) 1 Benquerenças (C. Branco) 100,00
2423 São Vicente (Guarda) 2 Maçainhas de Baixo (Guarda) 96,40
1662 Sé (Guarda) 3 Aldeia de Joanes (Fundão) 95,83
1629 Tortosendo (Covilhã) 4 Boidobra (Covilhã) 94,17
1392 São Miguel (Guarda) 5 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 93,03
1213 Fundão (Fundão) 6 Cantar-Galo (Covilhã) 92,01
1207 Conceição (Covilhã) 7 Arrifana (Guarda) 90,91
854 São Martinho (Covilhã) 8 Teixoso (Covilhã) 90,30
773 Teixoso (Covilhã) 9 Canhoso (Covilhã) 89,04
703 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 10 Tortosendo (Covilhã) 88,40
703 Boidobra (Covilhã) 11 São Martinho (Covilhã) 87,82
588 Cantar-Galo (Covilhã) 12 São Vicente (Guarda) 86,59
522 Santa Maria (Covilhã) 13 São Miguel (Guarda) 86,28
521 São Pedro (Covilhã) 14 Conceição (Covilhã) 85,58
356 Canhoso (Covilhã) 15 Sé (Guarda) 85,14
192 Aldeia de Joanes (Fundão) 16 Castelo Branco (C. Branco) 83,98
139 Maçainhas de Baixo (Guarda) 17 Santa Maria (Covilhã) 82,38
55 Arrifana (Guarda) 18 São Pedro (Covilhã) 82,15
26 Benquerenças (C. Branco) 19 Fundão (Fundão) 65,21
1067 média (19 freguesias) 88,17
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A Covilhã na média, insignificativos mistos na periferia, mais mistos no centro, mas ainda
assim, mais de 80% são apenas residenciais.
A proporção de edifícios exclusivamente residenciais apresenta uma média bastante
elevada nas 141 cidades de 86,87%.
A cidade do Fundão surge na posição 140 refletindo uma característica tipológica de
mistura dos edifícios residenciais com outras funções como o comércio e serviços. Ao nível das 36
cidades da região centro, a posição do fundão acentua-se como sendo a cidade com menor
proporção de edifícios exclusivamente residenciais. Ao nível das 19 freguesias o centro da cidade
da Covilhã apresenta naturalmente uma proporção superior de edifícios mistos (habitação,
comércio e serviços).
65
Tabela 30: 36 Cidades (Região Centro) – Total de edifícios e proporção de edifícios exclusivamenteresidenciais, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Edifícios – Total (N.º) Ordem Edifícios exclusivamente residenciais (%)19061 Coimbra 1 Santa Comba Dão 93,77
13568 Aveiro 2 Ílhavo 93,16
10334 Viseu 3 Ovar 93,12
8315 Leiria 4 Águeda 92,11
7856 Covilhã (10 freguesias) 5 Gouveia 92,02
7492 Figueira da Foz 6 Tondela 91,87
5955 Santa Comba Dão 7 Gafanha da Nazaré 91,81
5671 Guarda 8 Esmoriz 91,74
5350 Castelo Branco 9 Entroncamento 90,97
4920 Abrantes 10 Peniche 90,95
4854 Ovar 11 Coimbra 90,05
4784 Ílhavo 12 Aveiro 90,00
4681 Caldas da Rainha 13 Covilhã (10 freguesias) 88,51
4231 Águeda 14 Marinha Grande 88,26
3844 Gafanha da Nazaré 15 Abrantes 88,21
3738 Tondela 16 Figueira da Foz 87,81
3681 Peniche 17 Mangualde 87,71
3620 Entroncamento 18 Leiria 87,02
3420 Tomar 19 Viseu 86,97
3111 Torres Novas20 Pombal 86,48
3104 Covilhã (4 freguesias)
3074 Esmoriz 21 Guarda 86,37
2825 Pombal 22 Torres Novas 85,34
2488 Torres Vedras 23 Pinhel 85,24
2231 Marinha Grande 24Tomar 85,20
Covilhã (4 freguesias) 84,48
2116 Mangualde 25 Castelo Branco 84,06
2005 Fátima 26 Oliveira do Bairro 84,02
1659 Cantanhede 27 Mealhada 83,62
1461 Oliveira do Hospital 28 Cantanhede 83,06
1437 Alcobaça 29 Oliveira do Hospital 82,61
1405 Fundão 30 Alcobaça 82,60
1341 Gouveia 31 Seia 82,35
1309 Seia 32 Ourém 81,71
1252 Ourém 33 Caldas da Rainha 80,75
1044 Mealhada 34 Fátima 78,45
1030 Pinhel 35 Torres Vedras 77,05
826 Oliveira do Bairro 36 Fundão 69,40
4333 média (36 cidades) 86,51
5027 média (141 cidades) 86,57Fonte: INE 1991-2001 e Autor
66
Tabela 31: 141 Cidades (Portugal) – Total de edifícios e proporção de edifícios exclusivamenteresidenciais, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Edifícios – Total (N.º) Ordem Edifícios exclusivamente residenciais (%)
53387 Lisboa 1 Vila Baleira 96,45
46681 Porto 2 Ponta Delgada 95,49
34259 Vila Nova de Gaia 3 Santa Cruz 95,47
24043 Funchal 4 Funchal 95,44
19061 Coimbra 5 Ribeira Grande 94,93
16709 Braga 6 Vendas Novas 94,77
13568 Aveiro 7 Machico 94,21
13445 Amadora 8 Beja 94,03
13254 Ponta Delgada 9 Vila Nova de Gaia 93,85
11641 Évora 10 Santa Comba Dão 93,77
7856 Covilhã (10 freguesias) 19 56 Covilhã (10 freguesias) 88,51
5671 Guarda 29 78 Guarda 86,37
5350 Castelo Branco 37 98 Covilhã (4 freguesias) 84,48
3104 Covilhã (4 freguesias) 67 102 Castelo Branco 84,06
1405 Fundão 127 131 Amadora 77,54
1269 Lixa 132 Mirandela 77,42
1252 Ourém 133 Lisboa 77,35
1248 Lagoa 134 Odivelas 77,09
1044 Mealhada 135 Torres Vedras 77,05
1030 Pinhel 136 Barcelos 76,78
954 Sacavém 137 Amora 75,89
936 Praia da Vitória 138 Quarteira 75,74
826 Oliveira do Bairro 139 Lamego 71,73
824 Miranda do Douro 140 Fundão 69,40
523 Santana 141 Sacavém 64,99
4,68 média (141 cidades) 2,37RESUMO – 141 CIDADES
Edifícios – Total CIDADES Edifícios exclusivamente residenciais (%) CIDADES
Acima de 10.000 Edif. 13 Acima de 90% 43
De 5.000 a 10.000 Edif. 25 De 85 a 90% 48
De 2.000 a 5.000 Edif. 72 De 80 a 85% 35
Até 2.000 Edif. 31 Até 80% 15
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
67
5.3.10 O envelhecimento dos edifícios
Tabela 32: 4 Cidades (Beira Interior) – Proporção de edifícios construídos depois de 1990 e índice deenvelhecimento dos edifícios, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Edifícios construídos depois 1990 (%) Ordem Índice de envelhecimento dos edifícios (N.º)
38,46 Benquerenças (C. Branco) 1 Santa Maria (Covilhã) 579,63
31,47 São Miguel (Guarda) 2 Maçainhas de Baixo (Guarda) 564,15
29,87 Boidobra (Covilhã) 3 Conceição (Covilhã) 306,62
29,48 Sé (Guarda) 4 São Martinho (Covilhã) 298,44
24,48 Aldeia de Joanes (Fundão) 5 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 234,00
22,58 São Vicente (Guarda) 6 São Pedro (Covilhã) 229,91
21,36 Tortosendo (Covilhã) 7 Arrifana (Guarda) 226,19
20,54 São Pedro (Covilhã) 8 Benquerenças (C. Branco) 144,44
19,18 Castelo Branco (C. Branco) 9 Cantar-Galo (Covilhã) 136,90
17,46 Teixoso (Covilhã) 10 Tortosendo (Covilhã) 128,37
16,90 Fundão (Fundão) 11 Castelo Branco (C. Branco) 100,18
16,01 Canhoso (Covilhã) 12 Aldeia de Joanes (Fundão) 98,88
14,29 Cantar-Galo (Covilhã) 13 Fundão (Fundão) 93,43
14,29 São Martinho (Covilhã) 14 Canhoso (Covilhã) 84,75
13,37 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 15 Teixoso (Covilhã) 73,11
11,27 Conceição (Covilhã) 16 Boidobra (Covilhã) 66,38
10,91 Arrifana (Guarda) 17 São Vicente (Guarda) 66,18
10,34 Santa Maria (Covilhã) 18 Sé (Guarda) 59,14
9,35 Maçainhas de Baixo (Guarda) 19 São Miguel (Guarda) 16,44
19,56 média (19 freguesias) 184,59
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Reduzido número de edifícios depois de 1990 na zona central da Covilhã que é muito
envelhecida.
Tanto ao nível das 141 cidades como das 36 cidades da região centro, a cidade da Covilhã
apresenta um elevado índice de envelhecimento dos edifícios, resultado, também de uma menor
proporção de edifícios construídos depois de 1990.
A cidade da Guarda ocupa uma posição de destaque na proporção de edifícios
construídos depois de 1990, refletindo um índice de envelhecimento inferior à média. Ao nível
das 19 Freguesias, o centro da cidade da Covilhã apresenta menor proporção de edifícios
construídos depois de 1990, logo apresenta um valor superior no índice de envelhecimento dos
edifícios.
68
Tabela 33: 36 Cidades (Região Centro) – Proporção de edifícios construídos depois de 1990 e índice deenvelhecimento dos edifícios, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Edifícios construídos depois 1990 (%) Ordem Índice de envelhecimento dos edifícios (N.º)
27,33 Fátima 1Covilhã (4 freguesias) 353,65
Tomar 226,96
26,67 Viseu 2 Torres Novas 217,79
26,34 Guarda 3 Covilhã (10 freguesias) 176,99
25,53 Pinhel 4 Figueira da Foz 161,10
24,85 Pombal 5 Coimbra 159,76
23,52 Leiria 6 Ovar 130,64
23,25 Mangualde 7 Ílhavo 124,30
23,10 Gafanha da Nazaré 8 Fundão 121,03
22,38 Esmoriz 9 Alcobaça 115,97
21,77 Entroncamento 10 Gouveia 115,20
21,54 Seia 11 Ourém 108,05
21,43 Caldas da Rainha 12 Abrantes 106,87
21,19 Oliveira do Bairro 13 Peniche 105,53
21,14 Aveiro 14 Torres Vedras 104,31
20,85 Ourém 15 Santa Comba Dão 104,10
20,16 Águeda 16 Castelo Branco 103,88
20,12 Tondela 17 Oliveira do Hospital 90,88
19,73 Mealhada 18 Pinhel 89,73
19,65 Santa Comba Dão 19 Tondela 88,96
19,51 Oliveira do Hospital 20 Aveiro 81,35
19,27 Castelo Branco 21 Marinha Grande 80,50
18,64 Gouveia 22 Entroncamento 80,46
18,62 Ovar 23 Oliveira do Bairro 76,00
18,38 Cantanhede 24 Águeda 75,15
18,33 Abrantes 25 Mealhada 74,76
17,94 Fundão 26 Seia 71,99
17,89 Ílhavo 27 Caldas da Rainha 59,42
17,15 Covilhã (10 freguesias) 28 Esmoriz 57,41
16,56 Alcobaça 29 Leiria 54,81
16,09 Marinha Grande 30 Mangualde 54,67
15,84 Torres Vedras 31 Viseu 51,23
14,33 Coimbra32 Guarda 50,60
14,11 Covilhã (4 freguesias)
13,45 Tomar 33 Cantanhede 40,98
13,37 Torres Novas 34 Pombal 39,46
13,26 Peniche 35 Gafanha da Nazaré 32,66
13,11 Figueira da Foz 36 Fátima 26,09
19,79 média (36 cidades) 96,10
18,45 média (141 cidades) 116,87Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Poucos edifícios “novos”. Centro da Covilhã, em 1.º lugar no índice de envelhecimento
dos edifícios na região centro com valor tripulo do Fundão.
69
Tabela 34: 141 Cidades (Portugal) – Proporção de edifícios construídos depois de 1990 e índice deenvelhecimento dos edifícios, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Edifícios construídos depois 1990 (%) Ordem Índice de envelhecimento dos edifícios (N.º)
31,21 Esposende 1 Vila Franca de Xira 752,21
30,85 Marco de Canaveses 2 Porto 709,63
30,51 Santa Cruz 3 Lisboa 581,38
28,46 Valpaços 4 Barreiro 570,97
27,53 Póvoa de Santa Iria 5 Elvas 428,47
27,51 Ponte de Sôr 6Covilhã (4 freguesias) 353,65
Olhão 348,86
27,33 Fátima 7 Serpa 308,95
26,67 Viseu 8 Matosinhos 283,70
26,56 Mirandela 9 Moura 241,53
26,34 Guarda 10 Loulé 239,62
19,27 Castelo Branco 64 24 Covilhã (10 freguesias) 176,99
17,94 Fundão 79 42 Fundão 121,03
17,15 Covilhã (10 freguesias) 86 60 Castelo Branco 103,88
14,11 Covilhã (4 freguesias) 114 110 Guarda 50,60
9,57 Angra do Heroísmo 132 Gafanha da Nazaré 32,66
9,42 Elvas 133 Marco de Canaveses 30,93
9,09 Odivelas 134 Mirandela 29,52
8,99 Silves 135 Albufeira 29,35
8,84 Matosinhos 136 Santana 26,21
8,27 Amadora 137 Fátima 26,09
7,21 Lisboa 138 Paços de Ferreira 25,60
6,60 Porto 139 Miranda do Douro 22,16
5,59 Vila Franca de Xira 140 Esposende 10,12
5,26 Barreiro 141 Vila Nova de S. André 1,68
18,45 média (141 cidades) 116,87
RESUMO – 141 CIDADES
Edifícios depois de 1990 CIDADES Índice envelhecimento dos edifícios CIDADES
Acima de 30% 3 Acima de 200 18
De 20 a 30% 50 De 100 a 200 42De 10 a 20% 77 De 50 a 100 50
Até 10 11 Até 50 31Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A Covilhã na média nacional de edifícios “novos” = 18%. Índice de envelhecimento é
metade do índice do Porto, mas mais do tripulo do índice de Castelo Branco.
70
5.3.11 A degradação e a necessidade de reparação dos edifícios
Tabela 35: 4 Cidades (Beira Interior) – Proporção de edifícios muito degradados e proporção de edifícioscom necessidade de reparação, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Edifícios muito degradados (%) Ordem Edifícios com necessidade de reparação (%)
8,85 Aldeia de Joanes (Fundão) 1 Santa Maria (Covilhã) 58,81
6,32 Tortosendo (Covilhã) 2 São Pedro (Covilhã) 57,39
4,98 Santa Maria (Covilhã) 3 Canhoso (Covilhã) 55,90
4,41 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 4 Conceição (Covilhã) 54,68
3,80 São Vicente (Guarda) 5 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 48,08
3,01 Sé (Guarda) 6 Cantar-Galo (Covilhã) 45,75
2,65 Conceição (Covilhã) 7 Tortosendo (Covilhã) 45,18
2,61 Castelo Branco (C. Branco) 8 São Martinho (Covilhã) 42,39
2,53 Canhoso (Covilhã) 9 Sé (Guarda) 40,85
2,31 Fundão (Fundão) 10 Fundão (Fundão) 40,23
2,21 Cantar-Galo (Covilhã) 11 Benquerenças (C. Branco) 38,46
1,99 São Martinho (Covilhã) 12 São Vicente (Guarda) 36,36
1,55 Teixoso (Covilhã) 13 Castelo Branco (C. Branco) 33,17
1,08 São Miguel (Guarda) 14 Aldeia de Joanes (Fundão) 30,73
0,96 São Pedro (Covilhã) 15 São Miguel (Guarda) 24,35
0,14 Boidobra (Covilhã) 16 Boidobra (Covilhã) 22,62
0,00 Arrifana (Guarda) 17 Maçainhas de Baixo (Guarda) 20,14
0,00 Benquerenças (C. Branco) 18 Teixoso (Covilhã) 17,72
0,00 Maçainhas de Baixo (Guarda) 19 Arrifana (Guarda) 10,91
2,60 média (19 freguesias) 38,09
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A Covilhã apresenta edifícios muito degradados em situações distintas, mas com casos
complicados, mais do dobro da média das 4 cidades da Beira Interior. Com necessidade de
reparação a percentagem é muito substancial, com casos quase com o dobro da média e em
quase todas as freguesias da cidade e do centro no topo das com necessidade de reparação
(aproximadamente 60%), o que é muito significativo.
A proporção de edifícios muito degradados apresenta valores intermédios para as 4
cidades em estudo. Contudo a cidade da Covilhã aparece na posição 8 entre as 141 cidades pela
superior proporção de edifícios com necessidade de reparação. Esta situação acentua-se ainda
mais, no âmbito das 36 cidades da região centro, em que a Covilhã surge no topo da lista das
cidades com maior proporção de edifícios com necessidade de reparação.
Ao nível das 19 freguesias o centro da cidade da Covilhã apresenta valores elevados tanto
para os edifícios muito degradados como para os edifícios com necessidade de reparação.
71
Tabela 36: 36 Cidades (Região Centro) – Proporção de edifícios muito degradados e proporção deedifícios com necessidade de reparação, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Edifícios muito degradados (%) Ordem Edifícios com necessidade de reparação (%)
6,43 Tomar 1Covilhã (4 freguesias) 53,32
Coimbra 45,24
5,29 Alcobaça 2 Covilhã (10 freguesias) 44,12
5,19 Entroncamento 3 Tomar 43,42
5,11 Ourém 4 Gafanha da Nazaré 41,65
4,92 Pombal 5 Marinha Grande 41,42
4,75 Marinha Grande 6 Gouveia 40,72
3,69 Águeda 7 Mealhada 40,71
3,64 Peniche 8 Esmoriz 39,82
3,42 Esmoriz 9 Abrantes 39,37
3,41 Torres Novas 10 Ílhavo 39,07
3,36 Leiria 11 Fundão 38,93
3,33 Caldas da Rainha 12 Torres Vedras 38,79
3,20 Fundão 13 Santa Comba Dão 38,35
3,17 Covilhã (10 freguesias) 14 Figueira da Foz 38,00
3,02 Mangualde 15 Pinhel 36,41
2,89 Abrantes 16 Torres Novas 36,10
2,85 Coimbra 17 Leiria 34,83
2,84 Figueira da Foz 18 Alcobaça 34,17
2,77 Guarda 19 Guarda 34,09
2,68 Tondela 20 Viseu 33,90
2,67 Seia21 Castelo Branco 33,20
2,65 Covilhã (4 freguesias)
2,60 Castelo Branco 22 Ourém 32,75
2,49 Torres Vedras 23 Caldas da Rainha 32,17
2,14 Pinhel 24 Pombal 31,96
2,10 Ovar 25 Oliveira do Bairro 31,84
2,09 Aveiro 26 Peniche 31,62
2,02 Viseu 27 Seia 31,02
1,88 Santa Comba Dão 28 Aveiro 30,93
1,57 Gouveia 29 Tondela 30,66
1,57 Ílhavo 30 Entroncamento 30,55
1,44 Mealhada 31 Mangualde 28,97
1,20 Gafanha da Nazaré 32 Águeda 28,83
1,00 Fátima 33 Ovar 27,52
0,90 Cantanhede 34 Cantanhede 24,41
0,41 Oliveira do Hospital 35 Oliveira do Hospital 22,66
0,36 Oliveira do Bairro 36 Fátima 19,25
2,84 média (36 cidades) 34,65
2,78 média (141 cidades) 36,45Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Na média dos muito degradados. No topo das com “necessidade de reparação”
(aproximadamente 60%).
72
Tabela 37: 141 Cidades (Portugal) – Proporção de edifícios muito degradados e proporção de edifícioscom necessidade de reparação, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Edifícios muito degradados (%) Ordem Edifícios com necessidade de reparação (%)
8,36 Valpaços 1 Barreiro 58,02
7,81 Porto 2 Porto 56,21
6,74 Olhão 3 Lisboa 55,97
6,43 Tomar 4 Almada 55,92
6,19 Horta 5 São Mamede de Infesta 55,12
5,92 Paredes 6 Sacavém 54,72
5,89 Vila Franca de Xira 7 Odivelas 53,33
5,37 Lisboa 8Covilhã (4 freguesias) 53,32
Freamunde 52,78
5,32 Montijo 9 Matosinhos 51,92
5,29 Alcobaça 10 Gandra 51,70
3,20 Fundão 45 26 Covilhã (10 freguesias) 44,12
3,17 Covilhã (10 freguesias) 46 51 Fundão 38,93
2,77 Guarda 63 83 Guarda 34,09
2,65 Covilhã (4 freguesias) 67 89 Castelo Branco 33,20
2,60 Castelo Branco 70 131 Évora 23,46
0,70 Elvas 132 Quarteira 23,38
0,66 Évora 133 Miranda do Douro 22,82
0,56 Serpa 134 Oliveira do Hospital 22,66
0,49 Ponte de Sôr 135 Santana 21,41
0,43 Alcácer do Sal 136 Vila Baleira 21,35
0,42 Vila Nova de S. André 137 Albufeira 20,89
0,41 Oliveira do Hospital 138 Fátima 19,25
0,36 Oliveira do Bairro 139 Angra do Heroísmo 17,54
0,24 Miranda do Douro 140 Esposende 17,36
0,00 Santana 141 Alcácer do Sal 16,17
2,78 média (141 cidades) 36,45
RESUMO – 141 CIDADES
Edifícios muito degradados CIDADES Edifícios com necessidade de reparação CIDADES
Acima de 5% 13 Acima de 50% 12
De 4 a 5% 14 De 40 a 50% 33
De 3 a 4% 23 De 30 a 40% 64
De 2 a 3% 47 De 20 a 30% 28
Até 2% 44 Até 20% 4
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Muito degradados na média nacional. Claramente acima da média (36% a 53%) dos
edifícios com necessidade de reparação. O que obrigará a intervenções de fundo.
73
5.3.12 Mobilidade pedonal e transporte público
Tabela 38: 4 Cidades (Beira Interior) – Principal meio de transporte, a pé e transporte público, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Principal transporte a PÉ (%) Ordem Principal transporte Público (%)
74,59 Arrifana (Guarda) 1 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 35,82
46,78 Fundão (Fundão) 2 Cantar-Galo (Covilhã) 33,22
39,71 Santa Maria (Covilhã) 3 Maçainhas de B. (Guarda) 22,33
37,61 São Pedro (Covilhã) 4 Boidobra (Covilhã) 21,28
36,26 Castelo Branco (C. Branco) 5 Teixoso (Covilhã) 18,47
32,71 Sé (Guarda) 6 Canhoso (Covilhã) 16,46
31,11 Tortosendo (Covilhã) 7 São Miguel (Guarda) 15,03
30,66 São Martinho (Covilhã) 8 Conceição (Covilhã) 13,77
29,82 Teixoso (Covilhã) 9 Tortosendo (Covilhã) 11,99
27,91 São Vicente (Guarda) 10 Santa Maria (Covilhã) 11,29
25,93 São Miguel (Guarda) 11 Benquerenças (C. Branco) 9,38
25,70 Conceição (Covilhã) 12 São Martinho (Covilhã) 8,98
23,53 Aldeia de Joanes (Fundão) 13 São Pedro (Covilhã) 8,00
18,75 Benquerenças (C. Branco) 14 São Vicente (Guarda) 7,34
16,02 Boidobra (Covilhã) 15 Castelo Branco 6,94
15,46 Canhoso (Covilhã) 16 Aldeia de Joanes (Fundão) 5,88
15,04 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 17 Arrifana (Guarda) 5,74
14,57 Cantar-Galo (Covilhã) 18 Sé (Guarda) 3,33
12,14 Maçainhas de Baixo (Guarda) 19 Fundão (Fundão) 2,41
29,17 média (19 freguesias) 13,56
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A pé andam os habitantes “dos centros” (incluindo os das freguesias centrais da Covilhã).
Habitantes das periferias só menos de metade dos do centro são peões (de 40% no centro
para 15% na periferia). E vice-versa para o transporte público.
A mobilidade pedonal é superior em pequenas cidades e maioritariamente planas como é
o caso do Fundão que ocupa a posição 13 no âmbito das 141 cidades.
Ao contrário a mobilidade em transporte público surge em maior proporção nas cidades
de maior dimensão e nas cidades pequenas de topografia mais irregular. Nas 36 cidades da região
centro, esta tendência acentua-se com a cidade do Fundão na posição 3 relativamente ao
principal meio de transporte a pé. E a Covilhã na posição 2 relativamente ao principal meio de
transporte público.
Ao nível das 19 freguesias, o centro da cidade da Covilhã apresenta valores superiores de
transporte a pé em relação à periferia e apresenta valores superiores de transporte público.
74
Tabela 39: 36 Cidades (Região Centro) – Principal meio de transporte, a pé e transporte público, 2001.36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Principal transporte a PÉ (%) Ordem Principal transporte Público (%)47,15 Peniche 1 Coimbra 18,85
47,06 Gouveia 2 Covilhã (10 freguesias) 16,01
45,14 Fundão 3 Santa Comba Dão 13,50
44,21 Pinhel 4 Entroncamento 13,32
40,11 Tomar 5 Esmoriz 13,02
36,84 Torres Vedras 6 Ovar 11,79
36,23 Castelo Branco 7 Figueira da Foz 11,48
35,83 Caldas da Rainha 8 Aveiro 11,44
34,80 Seia 9Abrantes 11,00
Covilhã (4 freguesias) 10,51
34,52 Ourém 10 Torres Vedras 10,01
34,16 Alcobaça 11 Ílhavo 9,11
33,89 Torres Novas 12 Guarda 8,42
33,52 Cantanhede 13 Viseu 8,01
33,44 Oliveira do Hospital 14 Castelo Branco 6,95
33,42 Covilhã (4 freguesias)15 Mealhada 6,1631,90 Pombal
31,82 Entroncamento 16 Leiria 5,79
30,95 Fátima 17 Oliveira do Bairro 5,52
29,79 Tondela 18 Gafanha da Nazaré 5,29
29,46 Ovar 19 Tondela 4,45
29,45 Mangualde 20 Torres Novas 4,34
29,16 Guarda 21 Águeda 4,08
28,78 Esmoriz 22 Fátima 3,96
27,17 Figueira da Foz 23 Pombal 3,95
26,68 Covilhã (10 freguesias) 24 Tomar 3,94
26,54 Mealhada 25 Mangualde 3,66
25,55 Santa Comba Dão 26 Cantanhede 3,55
25,54 Marinha Grande 27 Ourém 3,38
23,99 Viseu 28 Caldas da Rainha 3,10
22,23 Águeda 29 Peniche 3,07
22,05 Oliveira do Bairro 30 Alcobaça 3,03
21,70 Abrantes 31 Fundão 2,66
21,34 Aveiro 32 Seia 2,57
21,30 Leiria 33 Oliveira do Hospital 1,85
18,85 Ílhavo 34 Marinha Grande 1,63
18,56 Coimbra 35 Gouveia 1,13
13,88 Gafanha da Nazaré 36 Pinhel 0,94
30,38 média (36 cidades) 6,69
32,63 média (141 cidades) 11,29Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Na média para a Covilhã centro. Forte uso do transporte público no quadro das cidades
da região centro. Será que é um bom serviço?
75
Tabela 40: 141 Cidades (Portugal) – Principal meio de transporte, a pé e transporte público, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Principal transporte a PÉ (%) Ordem Principal transporte Público (%)
60,10 Santana 1 Amadora 39,28
54,68 Moura 2 Odivelas 39,11
52,23 Valpaços 3 Queluz 38,24
51,54 Serpa 4 Lisboa 37,96
50,71 Peso da Régua 5 Almada 37,80
49,23 Vila Nova de Foz Côa 6 Agualva-Cacém 37,55
47,15 Peniche 7 Funchal 35,08
47,07 Macedo de Cavaleiros 8 Sacavém 35,02
47,06 Gouveia 9 Amora 34,81
46,40 Vila Real de S. António 10 Póvoa de Santa Iria 33,01
45,14 Fundão 13 33 Covilhã (10 freguesias) 51,70
36,23 Castelo Branco 49 54 Covilhã (4 freguesias) 16,01
33,42 Covilhã (4 freguesias) 65 63 Guarda 10,51
29,16 Guarda 91 70 Castelo Branco 8,42
26,68 Covilhã (10 freguesias) 102 124 Fundão 6,95
19,01 Agualva-Cacém 132 Estremoz 1,67
19,00 Vila Nova de Gaia 133 Marinha Grande 1,63
18,98 Vila Baleira 134 Valpaços 1,59
18,85 Ílhavo 135 Mirandela 1,51
18,56 Coimbra 136 Bragança 1,38
18,52 Rio Tinto 137 Gouveia 1,13
18,03 Odivelas 138 Pinhel 0,94
17,71 Funchal 139 Moura 0,87
15,40 Póvoa de Santa Iria 140 Horta 0,74
13,88 Gafanha da Nazaré 141 Vila Nova de Foz Côa 0,53
32,63 média (141 cidades) 11,29
RESUMO – 141 CIDADES
Principal transporte a PÉ CIDADES Principal transporte Público CIDADES
Acima de 50% 5 Acima de 30% 14
De 40 a 50% 26 De 20 a 30% 13
De 30 a 40% 52 De 10 a 20% 28
De 20 a 30% 45 De 5 a 10% 36
Até 20% 13 Até 5% 50
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
A pé, conforme a média. Uso do transporte público, na média e substancialmente
superior à média no quadro nacional, considerando a periferia e o centro da Covilhã.
76
5.3.13 O automóvel e outros meios de transporte alternativos
Tabela 41: 4 Cidades (Beira Interior) – Principal meio de transporte, automóvel ligeiro de passageiros (LP)ou outros, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Transporte automóvel LP (%) Ordem Outros Transportes (%)
71,88 Benquerenças (C. Branco) 1 Maçainhas de Baixo (Guarda) 6,80
65,51 Aldeia de Joanes (Fundão) 2 Cantar-Galo (Covilhã) 5,85
65,46 Canhoso (Covilhã) 3 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 5,10
63,24 São Vicente (Guarda) 4 Aldeia de Joanes (Fundão) 5,08
62,72 Sé (Guarda) 5 São Pedro (Covilhã) 3,48
60,11 Boidobra (Covilhã) 6 Tortosendo (Covilhã) 3,28
58,74 Maçainhas de Baixo (Guarda) 7 Conceição (Covilhã) 2,86
57,70 São Martinho (Covilhã) 8 São Martinho (Covilhã) 2,66
57,66 Conceição (Covilhã) 9 Teixoso (Covilhã) 2,65
57,62 São Miguel (Guarda) 10 Canhoso (Covilhã) 2,62
54,25 Castelo Branco (C. Branco) 11 Boidobra (Covilhã) 2,60
53,61 Tortosendo (Covilhã) 12 Castelo Branco (C. Branco) 2,54
50,92 São Pedro (Covilhã) 13 Fundão (Fundão) 2,23
49,06 Teixoso (Covilhã) 14 Arrifana (Guarda) 1,64
48,57 Fundão(Fundão) 15 São Vicente (Guarda) 1,52
47,77 Santa Maria (Covilhã) 16 São Miguel (Guarda) 1,42
46,36 Cantar-Galo (Covilhã) 17 Sé (Guarda) 1,24
44,03 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 18 Santa Maria (Covilhã) 1,23
18,03 Arrifana (Guarda) 19 Benquerenças (C. Branco) 0,00
54,38 média (19 freguesias) 2,88
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
O automóvel continua a ter um peso bastante significativo como principal meio de
transporte.
A utilização de meios alternativos de transporte ainda é pouco significativo.
Ao nível das 36 cidades da região centro esta situação ainda é mais visível com as quatro
cidades em estudo a apresentarem valores inferiores à média.
Ao nível das 19 freguesias o centro da cidade da Covilhã ainda apresenta valores elevados
de transporte automóvel e relativamente poucos transportes alternativos.
77
Tabela 42: 36 Cidades (Região Centro) – Principal meio de transporte, automóvel ligeiro de passageiros(LP) ou outros, 2001.
36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Transporte automóvel LP (%) Ordem Outros Transportes (%)
68,50 Leiria 1 Gafanha da Nazaré 27,40
65,30 Viseu 2 Ílhavo 14,65
64,20 Mangualde 3 Santa Comba Dão 12,73
62,14 Águeda 4 Tondela 12,12
61,88 Marinha Grande 5 Oliveira do Bairro 11,87
61,15 Abrantes 6 Águeda 11,56
60,93 Guarda 7 Marinha Grande 10,94
60,56 Oliveira do Bairro 8 Cantanhede 9,63
60,31 Mealhada 9 Esmoriz 9,09
59,57 Coimbra 10 Aveiro 8,97
59,39 Oliveira do Hospital 11 Ovar 8,96
59,20 Seia 12 Peniche 8,80
59,17 Fátima 13 Figueira da Foz 7,23
58,84 Pombal 14 Mealhada 6,99
58,67 Alcobaça 15 Entroncamento 6,89
58,24 Aveiro 16 Abrantes 6,15
57,88 Ourém 17 Fátima 5,92
57,62 Torres Novas 18 Oliveira do Hospital 5,33
57,40 Ílhavo 19 Pombal 5,31
56,97 Caldas da Rainha 20 Leiria 4,41
54,28 Castelo Branco 21 Ourém 4,22
54,19 Covilhã (10 freguesias) 22 Torres Novas 4,15
54,12 Figueira da Foz 23 Alcobaça 4,15
53,64 Tondela24 Caldas da Rainha 4,10
53,51 Covilhã (4 freguesias)
53,43 Gafanha da Nazaré 25 Torres Vedras 4,07
53,40 Pinhel 26 Seia 3,43
53,30 Cantanhede 27 Tomar 3,42
52,52 Tomar 28 Covilhã (10 freguesias) 3,13
49,79 Ovar 29 Coimbra 3,03
49,76 Fundão 30 Viseu 2,70
49,38 Gouveia 31Mangualde 2,69
Covilhã (4 freguesias) 2,56
49,10 Esmoriz 32 Castelo Branco 2,54
49,08 Torres Vedras 33 Fundão 2,43
48,22 Santa Comba Dão 34 Gouveia 2,43
47,96 Entroncamento 35 Guarda 1,48
40,98 Peniche 36 Pinhel 1,45
56,14 média (36 cidades) 6,79
49,72 média (141 cidades) 6,36Fonte: INE 1991-2001 e Autor
78
Tabela 43: 141 Cidades (Portugal) – Principal meio de transporte, automóvel ligeiro de passageiros (LP)ou outros, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Transporte automóvel LP (%) Ordem Outros Transportes (%)
68,50 Leiria 1 Gafanha da Nazaré 27,40
65,30 Viseu 2 Vila Baleira 17,36
64,40 Évora 3 Ribeira Grande 16,06
64,20 Mangualde 4 Gandra 15,01
62,65 Vila Real 5 Câmara de Lobos 14,68
62,15 Santarém 6 Ílhavo 14,65
62,14 Águeda 7 Vila Nova de Santo André 14,52
61,88 Marinha Grande 8 Felgueiras 14,04
61,33 Bragança 9 Lordelo 13,87
61,15 Abrantes 10 Machico 13,18
60,93 Guarda 11 112 Covilhã (10 freguesias) 3,13
54,28 Castelo Branco 42 126 Covilhã (4 freguesias) 2,56
54,19 Covilhã (10 freguesias) 43 127 Castelo Branco 2,54
53,51 Covilhã (4 freguesias) 46 130 Fundão 2,43
49,76 Fundão 71 131 Gouveia 2,43
37,50 Amadora 132 Rio Tinto 2,42
36,99 Vizela 133 Loures 2,30
35,27 Almada 134 Beja 2,24
34,32 Amora 135 Vila Real 2,12
33,40 Barreiro 136 Lamego 2,11
32,73 Lordelo 137 Lisboa 2,08
31,27 Machico 138 Porto 1,85
29,17 Ribeira Grande 139 Bragança 1,80
27,02 Santana 140 Guarda 1,48
26,21 Câmara de Lobos 141 Pinhel 1,45
49,72 média (141 cidades) 6,36
RESUMO – 141 CIDADES
Transporte automóvel LP CIDADES Outros Transportes CIDADES
Acima de 60% 14 Acima de 15% 4
De 50 a 60% 55 De 10 a 15% 18De 40 a 50% 57 De 5 a 10% 52
Até 40% 15 Até 5% 67Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Acima da média no uso do automóvel. Abaixo da média nos outros transportes.
79
5.3.14 Dimensões dos Edifícios
Tabela 44: 4 Cidades (Beira Interior) – Edifícios com 1 alojamento e com 1 e 2 pisos, 2001.
4 CIDADES | BEIRA INTERIOR | 19 FREGUESIAS
Edifícios com 1 Alojamento (%) Ordem Edifícios com 1 e 2 Pisos (%)
100,00 Benquerenças (C. Branco) 1 Benquerenças (C. Branco) 96,15
92,81 Maçainhas de Baixo (Guarda) 2 Maçainhas de Baixo (Guarda) 95,68
92,73 Arrifana (Guarda) 3 Canhoso (Covilhã) 79,21
83,85 Aldeia de Joanes (Fundão) 4 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 72,40
76,81 Boidobra (Covilhã) 5 Aldeia de Joanes (Fundão) 68,75
76,55 Tortosendo (Covilhã) 6 São Miguel (Guarda) 66,31
72,45 Teixoso (Covilhã) 7 Santa Maria (Covilhã) 63,98
69,54 São Vicente (Guarda) 8 Castelo Branco (C. Branco) 63,22
68,82 São Miguel (Guarda) 9 Sé (Guarda) 62,88
68,41 Sé (Guarda) 10 Cantar-Galo (Covilhã) 61,73
67,43 Aldeia do Carvalho (Covilhã) 11 Tortosendo (Covilhã) 61,26
63,92 São Pedro (Covilhã) 12 Boidobra (Covilhã) 59,32
60,96 Canhoso (Covilhã) 13 Conceição (Covilhã) 58,82
58,55 Castelo Branco (C. Branco) 14 São Vicente (Guarda) 57,41
56,29 Cantar-Galo (Covilhã) 15 Arrifana (Guarda) 52,73
53,07 Santa Maria (Covilhã) 16 São Pedro (Covilhã) 45,87
51,94 Fundão (Fundão) 17 Teixoso (Covilhã) 38,16
48,72 Conceição (Covilhã) 18 Fundão (Fundão) 37,43
46,72 São Martinho (Covilhã) 19 São Martinho (Covilhã) 32,67
68,92 média (19 freguesias) 61,79
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Reduzida quantidade de unifamiliares no centro da Covilhã. Apenas metade a um terço
dos edifícios com 1 ou 2 pisos no centro da Covilhã.
Ao nível das 141 cidades a maioria apresenta elevadas percentagens de edifícios com 1
alojamento. Contudo, na região centro as 4 cidades em estudo apresentam valores inferiores à
média.
Relativamente aos edifícios com 1 e 2 pisos as proporções são idênticas, isto é, valores
abaixo da média.
Ao nível das 19 freguesias as maiores proporções surgem nas áreas da periferia.
80
Tabela 45: 36 Cidades (Região Centro) – Edifícios com 1 alojamento e com 1 e 2 pisos, 2001.36 CIDADES | REGIÃO CENTRO (NUT III)
Edifícios com 1 Alojamento (%) Ordem Edifícios com 1 e 2 Pisos (%)96,57 Santa Comba Dão 1 Gafanha da Nazaré 92,04
94,68 Tondela 2 Esmoriz 91,28
91,43 Ílhavo 3 Ílhavo 90,78
90,13 Mealhada 4 Cantanhede 89,93
89,53 Ovar 5 Mealhada 88,51
88,53 Gafanha da Nazaré 6 Ovar 87,74
87,64 Cantanhede 7 Águeda 85,82
87,26 Águeda 8 Marinha Grande 84,09
86,20 Oliveira do Bairro 9 Santa Comba Dão 83,48
85,26 Esmoriz 10 Peniche 81,64
83,84 Fátima 11 Aveiro 81,32
82,70 Gouveia 12 Entroncamento 79,03
82,69 Aveiro 13 Oliveira do Bairro 78,21
82,04 Pinhel 14 Abrantes 76,77
80,85 Pombal 15 Tomar 75,61
80,25 Mangualde 16 Torres Novas 74,86
80,10 Marinha Grande 17 Mangualde 74,48
77,46 Seia 18 Gouveia 72,18
77,21 Oliveira do Hospital 19 Pombal 71,79
76,77 Abrantes 20 Alcobaça 70,01
76,76 Ourém 21 Figueira da Foz 67,33
73,23 Entroncamento 22 Coimbra 66,84
73,22 Torres Novas 23 Tondela 66,00
73,10 Tomar 24 Leiria 65,87
71,50 Leiria 25 Pinhel 65,53
70,31 Peniche 26 Torres Vedras 64,99
70,22 Alcobaça 27 Caldas da Rainha 64,43
70,16 Viseu 28 Viseu 64,17
69,83 Guarda 29 Castelo Branco 63,38
65,44 Coimbra 30 Guarda 62,09
63,30 Torres Vedras 31 Ourém 61,42
63,21 Covilhã (10 freguesias) 32Covilhã (4 freguesias) 57,84
Fátima 56,56
62,51 Figueira da Foz 33 Covilhã (10 freguesias) 56,34
58,75 Castelo Branco 34 Oliveira do Hospital 52,64
58,36 Caldas da Rainha 35 Fundão 41,71
56,30 Fundão36 Seia 40,4153,11 Covilhã (4 freguesias)
77,15 média (36 cidades) 71,92
74,47 média (141 cidades) 73,61Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Edifícios com 1 fogo em número menor que a média da região centro. Edifícios com 1 e 2
pisos em número menor que a média da região centro.
81
Tabela 46: 141 Cidades (Portugal) – Edifícios com 1 alojamento e com 1 e 2 pisos, 2001.
141 CIDADES | PORTUGAL | (10+/ 4 /10-)
Edifícios com 1 Alojamento (%) Ordem Edifícios com 1 e 2 Pisos (%)99,13 Ribeira Grande 1 Vila Baleira 98,15
97,22 Santa Cruz 2 Ribeira Grande 97,48
96,94 Santana 3 Serpa 97,04
96,57 Santa Comba Dão 4 Vendas Novas 95,31
95,61 Ponta Delgada 5 Santa Cruz 95,27
94,68 Tondela 6 Ponte de Sôr 95,22
94,40 Machico 7 Machico 94,02
92,59 Vendas Novas 8 Gandra 93,32
92,52 Praia da Vitória 9 Moura 92,42
91,43 Ílhavo 10 Lourosa 92,12
69,83 Guarda 108 115 Castelo Branco 63,38
63,21 Covilhã (10 freguesias) 120 117 Guarda 62,09
58,75 Castelo Branco 126 122 Covilhã (4 freguesias) 57,84
56,30 Fundão 128 123 Covilhã (10 freguesias) 56,34
53,11 Covilhã (4 freguesias 129 131 Amadora 46,02
42,12 Amora 132 Agualva-Cacém 45,35
40,39 Amadora 133 Lisboa 44,22
39,84 Lisboa 134 Fundão 41,71
37,93 Póvoa de Santa Iria 135 Seia 40,41
37,54 Agualva-Cacém 136 Póvoa de Santa Iria 40,30
36,86 Almada 137 Amora 39,03
36,43 Barreiro 138 Odivelas 36,04
29,05 Odivelas 139 Lamego 33,86
26,93 Queluz 140 Sacavém 32,18
25,58 Sacavém 141 Queluz 20,36
74,47 média (141 cidades) 73,61
RESUMO – 141 CIDADES
Edifícios com 1 Alojamento CIDADES Edifícios com 1 e 2 Pisos CIDADES
Acima de 90% 13 Acima de 90% 16
De 70 a 90% 94 De 70 a 90% 78
De 50 a 70% 22 De 50 a 70% 34
De 30 a 50% 9 De 30 a 50% 12
Até 30% 3 Até 30% 1
Fonte: INE 1991-2001 e Autor
Idêntico à região centro.
82
P6 A cidade da Covilhã
Figura 18 | Vista aérea da Covilhã antiga (Fonte: ILFOTO).
83
6.1 Síntese da evolução urbana da cidade da Covilhã
Nesta secção será feita uma breve referência ao desenvolvimento urbano da cidade da
Covilhã. Pretende-se com estas notas referenciar no tempo os mais importantes acontecimentos
históricos da Covilhã, olhando em particular para a Habitação Social e estabelecendo algumas
relações com acontecimentos Nacionais e Internacionais, designadamente sobre tendências
urbanísticas, empreendimentos marcantes, legislação fundamental, etc.
6.1.1 Introdução
Desde há muito tempo que a Covilhã e a região da Cova da Beira foram habitadas.
Ainda hoje não se sabe nada de concreto sobre a origem da Covilhã, sendo certo, porém,
que no atual assento da cidade ou perto dela existiu uma povoação ou castro romano como o
demonstram os vários documentos arqueológicos ali encontrados e pertencentes a esta época.
Alguns autores atribuem a esta primitiva povoação o nome de Silia Herminii, de Silius,
general de Júlio César e de Hermínios Mons., pelo ano 41 a.C.
A ocupação romana (séc. I a.C.) marcou fortemente todo este território, não só pela
organização territorial através de construção de novos assentos humanos, de organização da rede
viária como também pela reestruturação administrativa e política do território, pelas obras de
engenharia e arquitetura, e pelo desenvolvimento económico e cultural.
Posteriormente, no ano 711 os Árabes invadem a península ibérica onde permanecem até
ao séc. XV marcando também as estruturas territoriais e as culturas, de forma mais acentuada à
medida que se caminha para o Sul.
A partir da reconquista e com a formação das nacionalidades ibéricas, a história e
evolução da Covilhã ligou-se, e integrou-se na evolução da nação portuguesa dentro dos limites
impostos pela sua situação geográfica.
Com o rodar dos tempos foi-se acentuando a diferença entre as formas de vida do mundo
rural e urbano em Portugal, não tendo os sucessivos governos trazido à região os benefícios que
permitissem contrariar o seu isolamento. Para além da agricultura, e mais recentemente o
minério e o turismo, apenas a indústria têxtil e a produção de lã individualizaram esta região.
6.1.2 Ocupação Romana e Vias de Comunicação
Antes da ocupação romana apenas se conhecem vestígios de uma via unindo os portos do
Sul da península às províncias das Beiras.
São escassos os documentos existentes sobre a ocupação romana da Lusitânia. Sabe-se
que do território que mais se identifica com os limites de Portugal a fronteira portuguesa ia até
Emérita (Mérida). As vias que uniam Mérida às cidades do Norte (Braga, Conimbriga, Viseu,
84
Lamego, etc.) passavam por Igeditana (Idanha-a-Velha), capital do povo Egitaniense, que se
distribuía a Norte do Tejo até cerca de Peroviseu60.
Na Cova da Beira habitavam os Lancienses Oppidanos, cuja capital era Lancia Oppidana,
hoje Valhelhas, que era ponto de convergência de cinco vias romanas em que uma delas unia
Valhelhas às Portas do Ródão por Sarzedo, Covilhã, Alcaria, Alcongosta e Alpedrinha. Outros
vestígios e monumentos famosos testemunham a presença romana como a famosa torre em
ruínas de Centum Cellas (séc. V a.C.), alguns vestígios de vias romanas (Caria e Ferro) e a ponte
de Caria.
6.1.3 Formação da Nacionalidade e a Época Medieval
Com a reconquista cristã, operada nomeadamente por D. Afonso Henriques e a
simultânea formação da nacionalidade esta região viria a ser objeto de um esforço de
povoamento através de várias medidas de incentivo à fixação de novas populações. E é assim que
D. Sancho I , “o Povoador”, acaba por outorgar carta de foral à Covilhã e a muitas outras
povoações da região.
1186 – Foral de D. Sancho I, cria o concelho da Covilhã com amplos privilégios. O primitivo
núcleo, saqueado e devastado diversas vezes pelos mouros estava em ruínas e D. Sancho I
reedificou-o e mandou construir as primeiras muralhas;
1280 – Viana do Castelo e Nisa, exemplos do urbanismo português, apresentam-se como cidades
medievais planeadas.
Nesta época, em que D. Dinis alargou a cintura das muralhas, a Covilhã já possuía um
traçado tortuoso de vias com acentuada inclinação, derivado das condicionantes
topográficas do local de implantação. Anos depois, D. Fernando, com o fim de fixar
populações, concedeu novos privilégios;
1453 – D. Afonso V declarou a Covilhã como uma das principais povoações de toda a Beira,
confirmando os privilégios concedidos por D. Fernando; Percorrendo as vias da Vila Velha
com acentuada inclinação e traçado tortuoso derivadas das condicionantes topográficas,
vão-se detetando alguns vestígios de construções primitivas sacrificadas pelo tempo
ainda em que a pequena cidadela se fechava nos seus muros pelas três portas, do tempo
de D. Dinis. No entanto os pormenores registados são de um modo geral pobres e
desprovidos de interesse.
A fertilidade natural desta zona foi então sustentáculo de florescentes aglomerados
urbanos que, vivendo sobretudo da agricultura, cumpriam a dupla missão de demarcar e
defender a zona de fronteira (Beira como significado de fronteira) que durante séculos
permaneceu sujeita a numerosas disputas entre Portugal e Castela. A Covilhã fazia parte das
povoações fortificadas.
60 P.G.U. da Área Territorial da Covilhã – Cova da Beira, DGPU 1970.
85
A progressiva pacificação que durante o período da 1.ª Dinastia se foi verificando,
contribuiu também para o fortalecimento e engrandecimento dos aglomerados existentes. Vemos
então que já não é só a agricultura que floresce na zona, mas também a manufatura dos
lanifícios, existente desde a formação da nacionalidade. Esta atividade económica vai proliferar
sobretudo na Covilhã e Fundão, que, rivalizavam então, em importância económica.
As comunidades judaicas – os cristãos novos – que se estabeleceram nesta área
constituíram ao longo dos tempos etnias segregadas com seus costumes e cultura própria,
vivendo em zonas urbanas demarcadas (como por exemplo o “bairro judeu” na Covilhã) e
contribuindo para o desenvolvimento económico e comercial da região.
6.1.4 Idade Moderna e Contemporânea
A grande crise que todo o interior de Portugal sofreu derivou do movimento das
descobertas e conquistas, acarretando transformações económicas profundas de dinâmica
contrária ao desenvolvimento económico baseado nas potencialidades agrícolas de cada região e
no caso da Covilhã na manufatura da lã.
As populações afluem ao litoral, provenientes da região como é o caso de Pedro Álvares
Cabral, de Belmonte, e Pêro da Covilhã, e “embarcam” nas aventuras das descobertas, na
conquista e comércio das riquezas da Índia, Brasil e África, desleixando a agricultura, as
potencialidades e dinâmicas locais.
1510 – Segundo Foral, concedido por D. Manuel I, tendo já antes passado a vila à jurisdição da
coroa e dando o senhorio dela a seu filho, o infante D. Luís.
Mas ao mesmo tempo que se verifica a “sangria” populacional em direção ao litoral, D.
Manuel I vai tentar contrabalançar esta tendência doando várias cartas de foral. No entanto ao
invés dos primitivos forais, os que agora se instituíam apenas visavam uma definição de encargos
fiscais a doar à coroa, cada vez mais poderosa e centralizadora desvirtuando-se assim o
“estatuto de foral” ou seja a regulamentação da autonomia de um aglomerado61.
A crise da manufatura da lã surge efetivamente como consequência do cada vez maior
fluxo de tecidos provenientes da Inglaterra, de qualidade superior aos nacionais, e que o ouro
trazido das descobertas permite comprar facilmente, o que aniquilou a atividade manufatora
existente na zona.
A decadência geral das indústrias portuguesas que neste e nos reinados seguintes se fez
sentir pela atração do Oriente e pela abundância dos mercados de estofos, também atingiu as
manufaturas da Covilhã.
1570 – D. Sebastião elevou a Covilhã à categoria de vila notável, em virtude a sua posição,
riqueza e atividade dos seus habitantes, entre os quais viveram desde tempos remotos
famílias de judeus e cristãos novos;
61 P.G.U. da Área Territorial da Covilhã – Cova da Beira, DGPU 1970
86
1681 – Conde da Ericeira e a criação de uma fábrica-escola na ribeira da Carpinteira; As
providências tomadas pelo Conde de Ericeira, no reinado de D. Pedro II, fundando uma
fábrica-escola e contratando três mestres ingleses para o ensino de aprendizes, já
permitiram a D. João V que, com o mesmo objetivo de animar a indústria na Covilhã,
ordenasse que todas as fardas do exército fossem tecidas na Covilhã.
1755 – O terramoto de Lisboa e os traçados pombalinos em Portugal. Na Covilhã o terramoto
destruiu grande número de habitações e grande parte das muralhas, pouco depois
utilizadas pelo Marquês de Pombal na edificação da Fábrica Real.
1763 – Fundação da Real Fábrica de Panos, pelo Marquês de Pombal, na ribeira da Degoldra; A
manufatura dos lanifícios sofreu então um forte desenvolvimento, apenas contrariado
pelo problema que sempre marcou esta área: a falta de acessibilidade e a dificuldade de
comunicações com o exterior.
6.1.5 Século XIX
Vale a pena salientar a elevação da Covilhã a Cidade (1870) e a criação de alguns
equipamentos, instituições e/ou coletividades que tiveram bastante importância na época.
A indústria têxtil deixou marcas (preexistências) num território imenso que outrora era
apenas rural. As fábricas implantadas nas ribeiras associadas ao inesgotável recurso hídrico
constituem ainda hoje a principal referência histórica da cidade antiga, para além das antigas
muralhas.
Figura 19 | Localização inicial do primeiro assentoda Cidade da Covilhã.
Figura 20 | Situação inicial da Cidade da Covilhãem 1870.
O tecido urbano da Covilhã, delimitado pelas ribeiras da Carpinteira (a Norte) e da
Degoldra (a Sul), foi assim definido e estruturado em função dos lanifícios num ordenamento
espacial orientado em função do estrito aproveitamento da riqueza energética das ribeiras.
Do ponto de vista do desenvolvimento será de assinalar que o maior acontecimento foi a
chegada do caminho-de-ferro à Covilhã (1891).
87
6.1.6 Século XX
6.1.6.1Década primeira
A crise política e social que atravessa todo o século XIX e o princípio do século XX,
decorre de muitas mudanças que se verificam em Portugal com maior visibilidade nos principais
centros urbanos, nomeadamente em Lisboa e Porto, motivada sobretudo pela ambição e disputa
de poder dos novos grupos sociais entretanto em formação, nomeadamente a média burguesia.
Alojar os trabalhadores atraídos pelo surto industrial tornou-se um negócio altamente
rentável, encontrando-se «As classes operárias e indigentes (...) mercê dum aluguer usuário,
pagam o seu direito de residência a preço mais subido do que as classes remediadas»62.
1903 – 1.ª Cidade-Jardim, Letchworth (Unwin e Parker);
1903 – Surge o Regulamento de Salubridade das Edificações Urbanas (RSEU);
6.1.6.2 Década de 10
A I Guerra Mundial marcou decididamente esta década. Década em que surge o
semanário “Notícias da Covilhã”, fonte fundamental de informação para muitas destas notas.
De salientar o surgimento da primeira legislação sobre habitação económica (1918), a
qual deu origem ao 1.º Bairro Social em Portugal (Arco do Cego, Lisboa, 1918/20).
1918– Publicação da primeira Legislação sobre Habitação Económica através do Decreto 4137, de
25/04/1918, com realce para as ”casas baratas” (casa isolada para uma só família). As
casas económicas eram definidas, neste diploma, como sendo «as casas que se destinam
ao alojamento das classes menos abastadas, construídas nos centros de povoação,
arrabaldes ou praias, e que satisfaçam as condições de salubridade e preço abaixo
designados»;
1919 – 2.ª Cidade-Jardim, Welwyn; Fundação da Bauhaus e início de atividade de Le-Corbusier;
1918/20 – Primeiro Bairro Social em Portugal (Arco do Cego, Lisboa). «Denotando uma influência
estética do ecletismo fim-de-século, o Bairro do Arco do Cego (o exemplo mais notório
que restou, até hoje, da iniciativa pública dessa época, no campo da habitação), pela
sua tipologia e organização dos fogos e quarteirões é visivelmente filiada em modelos
do Norte da Europa, dando início a um processo de segregação/zonamento
funcional/social que irá constituir, até quase aos nossos dias, a imagem de marca dos
bairros ditos sociais»; (SOARES, Bruno – “Estrutura Urbana de Lisboa. Alguns elementos
para a sua interpretação”, in Arquitetura, n.º 138, Lisboa, 1980).
62 JORGE, Ricardo – “Demografia e Higiene na Cidade do Porto”.
88
6.1.6.3 Década de 20 e situação em 1929
A primeira iniciativa de Habitação Económica na Covilhã surge por intermédio da Câmara
Municipal, logo após o início da luz elétrica na cidade, com a estruturação de novas vias, a meia
encosta nos terrenos da zona designada por Bairro Municipal. Sem plano ou projeto de
loteamento, a C.M.C. limitou-se a abrir caminho e constituir lotes para a construção de
habitação económica a executar por iniciativa dos empresários e funcionários das fábricas de
lanifícios. «A iniciativa privada em matéria de habitação operária, nomeadamente no que toca
aos empreendimentos dos próprios empresários industriais, era limitada e visava um controlo e
retorno dos encargos com a massa salarial, pelas rendas auferidas.»63
Figura 21 | Evolução da Cidade da Covilhã – Situação em 1929 – (Fonte: Planta dos Serviços Municipalizadosda Covilhã).
Até ao final da primeira República e depois da interrupção dos trabalhos do Bairro Social
do Arco do Cego (1922), não se verificaram nem o surgimento de novos bairros nem a conclusão
dos entretanto iniciados, entrando-se numa fase de total ausência de casas económicas.
1924 – Início da Luz elétrica na Covilhã;
63 GROS, Marielle Christine – A história do alojamento social em Portugal, Porto: ed. Afrontamento, 1994.
89
1925 – A Câmara Municipal recebe terrenos da Firma Campos Melo & Irmão, Lda. para a
construção de “Bairro Social” e campo de jogos, em zona adjacente ao Bairro Municipal e
futuro Bairro da Biquinha;
1929 – 1.ª Planta da cidade elaborada pelos Serviços Municipalizados da Covilhã. Nesta planta
pode-se constatar que a cidade se limitava praticamente ao atual centro histórico. As
vias principais eram a de ligação à Serra da Estrela e outra de ligação inter-regional –
Fundão, Covilhã, Guarda. A Norte e a Sul as ribeiras com as fábricas. A nascente localiza-
-se o caminho-de-ferro na parte mais baixa, ao nível do vale.
Entre os anos 1870 e 1929 a cidade vai mantendo a evolução e a ocupação estratégica
entre ribeiras.
Para além do núcleo compacto do centro histórico a habitação, em geral, encontrava-se
disseminada pelas quintas envolventes com exceção de alguns casos isolados de habitação
operária. O denominado Bairro Municipal, de iniciativa camarária, começa a surgir com as
primeiras infraestruturas (arruamentos) em finais do século XIX num contexto claramente
associado à relação de proximidade entre as fábricas da ribeira da Carpinteira e o centro da
cidade.
6.1.6.4 Década de 30
O pós-guerra continuou a fazer-se sentir nesta década pela ausência de iniciativas de
importância regional/local. Aliás, surge uma referência à falta de construção de Habitação
Económica nos últimos anos. Como se não bastasse surge a II Guerra Mundial, num período em
que se executava em Lisboa o Bairro da Encarnação (1938/40).
Nesta década criaram-se em todo o país 1.250 “casas económicas”.
1932 – Eng.º Duarte Pacheco, M.O.P., anuncia uma nova política para a Habitação;
1932 – CIAM lança a Carta de Atenas;
1933 – Publicação do programa das casas económicas através do Decreto-Lei n.º 23.052 de 23 de
Setembro de 1933;
1933 – É constituída a Secção de Melhoramentos urbanos (Decreto-Lei n.º 29.218);
1934 – Lei das expropriações;
1934 – O semanário “A COVILHAN” denuncia que «há mais de 20 anos se não constroem casas
para operários» (Isto é, desde antes da guerra de 1914-18);
1938 – Governo lança o programa de casas desmontáveis, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 28.912;
1938/40 – Bairro da Encarnação, em Lisboa, de Paulino Montez;
1939 – Início da II Guerra Mundial;
O conceito de Habitação Social no Estado Novo tinha como pilar a família «(… ) A nova
unidade política e social – a família – há-de possuir, além do braço ou do cérebro que lhe dá o
90
pão, a casa própria que a abrigue, que a defenda, que lhe dê o bem-estar e com ele o sentido da
conservação e da responsabilidade social de contribuir para o bem comum (…)»64.
6.1.6.5 Década de 40 e situação em 1945
Apesar da II Guerra Mundial esta década mostrou-se mais fértil. Contudo, e a partir do
fim da II Guerra Mundial, a política de habitação do Estado Novo fragmenta-se numa pluralidade
de programas que procuram colmatar as limitações e deficiências do Decreto-Lei n.º 23.052.
Não obstante o quadro legislativo fosse favorável ao envolvimento de outros parceiros, as
instituições de previdência ganham particular destaque passando a ser a principal, senão mesmo
a única, fonte de financiamento do programa de “casas económicas”.
A expressão da construção de casas económicas nunca chegaria a ser relevante, situando-
-se sempre na ordem dos 2% da produção habitacional nacional
Nesta década criaram-se em todo o País 2.746 “casas económicas”.
1940 – A Covilhã representa 60% da produção têxtil do País;
1940 – Fim das “barreiras”. Foram fechados os postos existentes nas entradas da cidade da
Covilhã onde eram cobrados impostos, passando a ser livre a entrada de mercadorias;
1941 – Entrega das 70 Casas Económicas dos Penedos Altos (1.ª fase);
1941 – O semanário “Notícias da Covilhã” publica a situação das casas económicas a nível
nacional: Lisboa – 1386 fogos (6 bairros); Porto – 822 fogos (6 bairros); Braga – 132 fogos;
Portimão – 100 fogos; Covilhã – 80 fogos; Vila Viçosa – 76 fogos; Olhão – 66 fogos; Viana
do Castelo – 64 fogos; S. João da Madeira – 34 fogos; Bragança – 24 fogos;
1943 – O elevado custo de vida provocado pela II Guerra Mundial leva o Governo ao congelamento
das rendas (parcialmente levantado em 1948);
1943 – Publicação do Decreto-Lei n.º 33.278, de 18/11/1943, permite que as empresas privadas
invistam na construção de habitação económica;
1943 – Inaugurado o Mercado Municipal da Covilhã, iniciado em 1940;
1944 – É constituída a Direcção-Geral dos Serviços Urbanos (DGSU), Decreto-Lei n.º 34.337;
1945 – 2.ª Planta da cidade, mais precisamente um levantamento fotogramétrico mandado
executar para a elaboração do Plano de Urbanização. Nesta planta e desde 1926 já são
visíveis as ações de habitação económica como o Bairro Municipal, o Bairro operário da
Alegria e a 1.ª Fase do Bairro dos Penedos Altos.
1945 – Inauguração do Teatro Cine;
1945 – Inauguração do Aeródromo da Covilhã;
1945 – Fim da II Guerra Mundial;
1945 – Surge o programa das Casas de Renda Económica (Lei n.º 2.007);
1946 – Alvar Aalto, ensaio sobre o fim da “máquina de habitar”;
1946 – Edital de venda de lotes para habitação no Bairro Municipal;
1947 – Surge o programa das casas de renda limitada (Decreto-Lei n.º 36.212)
64 Eng.º Duarte Pacheco, Discurso de 27 de Janeiro de 1934.
91
1947 – Inauguração da nova Igreja de N.ª S.rª de Fátima (S. Martinho);
1947 – Assinatura de contrato para 214 casas económicas para a Covilhã;
1948 – 1.º Congresso Nacional de Arquitetura “O Problema Português da Habitação”
(apresentação do bairro de Alvalade);
1949 – Entrega das 122 casas da 2.ª fase do Bairro dos Penedos Altos;
Evolução da Cidade da Covilhã 1929 a 1945
Figura 22 | Evolução da Cidade da Covilhã 1929 a 1945 – Situação de 1945 (Fonte: LevantamentoFotogramétrico C.M. Covilhã)
Entre os anos 1929 e 1945 a cidade inicia o desenvolvimento da zona norte em direção a
Vila do Carvalho com a construção do primeiro bairro social implantado nos Penedos Altos para lá
da ribeira da Carpinteira. Também o Bairro Municipal já é visível na Figura 22.
92
6.1.6.6 Década de 50
A década das inaugurações de diversos equipamentos de interesse público. A expansão
urbanística da cidade da Covilhã desenvolve-se definitivamente para a zona da Estação.
Nesta década criaram-se em todo o país 3.612 casas.
1950 – Inauguração do Edifício dos CTT, na praça do Município;
1950 – Inauguração da Igreja dos Penedos Altos;
1951 – Inauguração das 100 casas do Bairro do Rodrigo;
1951 – Surge o Regulamento Geral de Edificações Urbanas (RGEU);
1952 – Apresentação do Ante-plano de urbanização da Covilhã (António Aguiar);
1952 – Inauguração do Edifício da Garagem de S. João;
1952 – Inauguração do Edifício da Caixa Geral de Depósitos, na praça do município;
1952 – Inauguração do Posto de Condicionamento e Laboratório Têxtil, junto à cadeia;
1952 – 22 Casas do Bairro dos Penedos Altos estão há 3 anos por habitar;
1953 – Inauguração da Biblioteca Municipal remodelada;
1954 – Inauguração do novo Teatro-Cine;
1954 – Inauguração da Capela de S.to António, no Bairro do Rodrigo;
1955 – Início do Palácio da Justiça, na “Baixa” da Covilhã;
1955 – Inauguração da Casa de Saúde de S. Tiago, junto à Igreja;
1955 – Inauguração do Quarteirão de 83 casas e 8 lojas na estação;
1955 – Inauguração das novas Instalações da Escola Industrial Campos Melo;
1955/60 – Inquérito à Arquitetura Popular;
1957 – Aprovação do Ante-plano de urbanização da Covilhã (António Aguiar);
1957 – Inauguração da Adega Cooperativa da Covilhã;
1957 – Inauguração do Edifício do Tribunal;
1958 – Novo chefe de Estado - Almirante Américo Tomás;
1958 – Plano de Olivais Norte, em Lisboa, do GEU da CML;
1958 – Inaugurado o Edifício da Câmara municipal;
1958 – Aprovação da Lei 2092 de 9 de Abril, destinada a financiar casas económicas;
1958 – Inauguração das novas instalações do Ginásio Club;
1959 – Inauguração do Hotel Solneve;
Numa cidade com as condições urbanísticas e topográficas da Covilhã, genuína cidade de
montanha, sem quaisquer espaços livres, tornava-se difícil encontrar local ou locais adequados, e
muito menos compatíveis, para a construção do conjunto de equipamentos e serviços públicos
que se projetavam no início da década de 50.
93
6.1.6.6.1 Década de 60
A década da maior produção de habitação económica na Covilhã.
1960 – Plano de Olivais Sul, em Lisboa, do GTH da CML;
1961 – Inauguração dos 3 blocos de 48 casas de renda económica, na estação;
1962 – Surge o programa de Casas de Auto-construção;
1962 – Inauguração do Centro Cultural e Social da Covilhã;
1962 – Compra de terrenos para 42 habitações a construir na Biquinha (Lei 2092);
1963 – Inauguração da 22ª casa de Santa Zita, na Covilhã;
1963 – Inauguração das 105 casas de renda económica (quarteirão “aberto” da estação);
1963 – Surge um dos primeiros exemplos de edifícios com mais de cinco pisos na rua Mateus
Fernandes (da Firma Matos & Soares);
1963 – Bloco de 5 pisos para 10 casas de renda económica junto ao Bairro do Rodrigo;
1963 – A Câmara Municipal promove ela própria alterações ao Plano quando propõe uma
alteração de volumetria e tipologia, para o seguinte exemplo, e justificando que «O
Ante-Plano de Urbanização da cidade prevê para o local a edificação de 3 moradias
isoladas. Todavia, a Câmara Municipal reconheceu ser de maior vantagem a sua
ocupação com blocos de andares, visto a cidade estar atravessando uma grave crise
habitacional, motivada por carência de zonas centrais urbanizadas, e ainda pelo facto,
de vários locais, como o presente, estarem destinados a zonas residenciais de moradias
com escassa densidade habitacional...»;
1964 – Aprovação do projecto do novo Liceu;
1964 – Obras de urbanização à volta da cozinha económica. Esta zona teve uma alteração
urbanística importante para permitir o melhoramento do acesso ao hospital e à Serra da
Estrela;
1964 – Os moradores das casas da 1.ª fase do bairro dos Penedos Altos tornam-se proprietários;
1964 – Entrega das primeiras 40 casas do Bairro da Biquinha (cada lote unifamiliar custou
5.000$00);
1965 – Inauguração do Ringue de Patinagem dos Penedos Altos;
1965 – Empréstimo para a construção de 10 moradias no Bairro da Biquinha, ao abrigo da Lei
2092 e do Decreto-Lei n.º 43186 de 23 de Setembro de 1960;
1965 – 1º Documento legal sobre Loteamentos Urbanos (Decreto-Lei n.º 46.673), sanciona-se o
princípio dos loteamentos privados, de forma vaga (habitualmente designava-se por
“lotes a retalho”);
1966 – A Cidade-Fábrica renova-se com as novas instalações Industriais da Firma Cristiano Cabral
Nunes; e novo Pavilhão da Empresa Ernesto Cruz e C.ª;
1966 – Inauguração da Ponte sobre o Tejo em Lisboa;
1966 – Inauguração da Capela da Estação (prefabricada);
1968 – Inauguração da Piscina dos Penedos Altos;
1968 – A indústria da Covilhã atinge o cume mais elevado do seu desenvolvimento;
94
1968 – Biblioteca “Ferreira de Castro”, inaugurada pelo próprio no Grupo Campos Melo;
1969 – Início do funcionamento do novo Liceu;
1969 – Inauguração dos Táxis-Aéreos Covilhã, Lisboa e Porto;
1969 – Criação do Fundo de Fomento de Habitação – FFH;
1969 – Inauguração do novo edifício do Posto Médico;
1969 – Início da construção do Bloco Estrela (60 fogos);
6.1.6.7 Década de 70 e situação em 1971
A década da revolução e da recessão. Início do processo SAAL e cooperativo de habitação
económica. Uma política tardiamente iniciada e nunca realmente reconhecida como prioritária.
1970 – Inauguração do Cine-Centro;
1970 – Inauguração do Colégio do Sagrado Coração de Maria;
1970 – Inauguração do Liceu Frei Heitor Pinto;
1970 – Inauguração da Subestação Elétrica da Várzea;
1970 – Inauguração do Pensionato do Lar de S. José;
Evolução da Cidade da Covilhã 1945 a 1971
Figura 23 | Evolução da Covilhã de 1945 a 1971 – Situação de 1971 (Fonte: Levantamento FotogramétricoC.M. Covilhã). Entre os anos 1945 e 1971 a Covilhã desenvolve-se finalmente para a zona da estação decaminho de ferro, a Nascente.
95
1971 – 3ª Planta da Cidade, mais precisamente um levantamento fotogramétrico mandado
executar para a elaboração do novo Plano de Urbanização. Nesta planta e desde 1945 são
visíveis as novas ações de habitação económica como o Bairro do Rodrigo, o Bairro da
Estação, o Bloco Estrela, o Bairro da Biquinha e a 2ª Fase do Bairro dos Penedos Altos.
1971 – Início do Plano Diretor de Urbanização da cidade da Covilhã da responsabilidade da
Hidrotécnica Portuguesa;
1971 – Aprovado o Projeto do novo edifício dos CTT para a Praça do Município;
1971 – Surgimento da EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa;
1972 – Discussão Pública do Plano Diretor (executado pela Hidrotécnica);
1972 – Extinção do Fundo das Casas Económicas, cujo património transitou para o entretanto
criado FFH;
1973 – Publicação do Decreto 73/73, onde é estabelecida a qualificação dos técnicos
responsáveis pelos projetos de obras sujeitas a licenciamento municipal;
1973 – Criação do Instituto Politécnico da Covilhã, no edifício da Real Fábrica de Panos;
1973 – Inauguração da nova sede do Orfeão;
1973 – O Bloco Estrela começa a ser habitado;
1973 – 2º Documento legal sobre Loteamentos Urbanos (Decreto-Lei n.º 289/73), fixa-se a
obrigatoriedade das áreas de cedência e reforça-se a legislação, tornando-a mais dura no
caso de prevaricadores;
1974 – Inauguração do Novo Aeródromo da Cova da Beira;
1974 – Inauguração da nova Escola Preparatória Pêro da Covilhã e do Centro Cívico;
1974 – Após o “Golpe de Estado” do 25 de Abril – posse da Comissão Administrativa da Câmara
Municipal da Covilhã – presidente Sr. Luís Mesquita Nunes;
1974 – Criação do “Serviço de Apoio Ambulatório” (SAAL), como corpo especializado do FFH;
1974 – Publicação do Decreto-Lei n.º 737-A/74 sobre as “cooperativas de habitação económica”;
1975 – As farmácias estavam ainda concentradas na zona do Centro Cívico. Apenas existiam
unidades no centro histórico e ainda não havia em S. João de Malta e Estação;
1975 – Aprovação do Parque de Campismo do Pião (Serra da Estrela);
1975 – A pressão imobiliária leva à concordância da D.G.S.U. em rever o Ante-Plano do Arq.º
António Aguiar;
1976 – Fundação da Associação Desportiva da Estação;
1976 – Criação do Parque Industrial da Covilhã (Conselho de Ministros);
1976 – Criação do Parque Natural da Serra da Estrela (Decreto-Lei n.º 557/76);
1976 – É constituída a Direcção-Geral do Planeamento Urbanístico;
1976 – A pressão imobiliária aumenta e surge a aprovação da torre de S.to António, já com o
plano da HP em andamento;
1976 – Exposição Pública do Plano Diretor da cidade da Covilhã;
1976 – Pedido de intervenção SAAL para 130 famílias na Covilhã (única operação prevista para o
distrito de Castelo Branco, mas nunca realizada);
1976 – Previsão de 100 casas prefabricadas para a Covilhã;
1976 – Inauguração de dois parques infantis no Bairro da Estação;
1976 – Previsão de construção económica de 5 blocos de 8 habitações/cada (40 fogos);
96
1976 – Previsão de 900 fogos (particulares) para a Quinta do Covelo;
1976 – Conclusão do projeto das novas instalações dos Bombeiros Voluntários;
1976 – Apresentação do projeto do novo edifício dos CTT (praça do município);
1976 – Extinção do processo SAAL e da sua orgânica de intervenção;
1977 – Elevação da Covilhã a concelho urbano de 1.ª ordem (decreto de 3/1/1977);
1977 – Apresentação de projeto de habitação cooperativa para o campo das festas;
1977 – Criação dos Serviços Municipalizados de habitação com sede na Covilhã e abrangendo
Belmonte e Fundão;
1977 – Inauguração do parque infantil do Bairro Municipal;
1977 – Início das casas prefabricadas em terrenos municipais nos Penedos Altos;
1977 – Previsão de construção de 480 fogos com apoio do FFH;
1977 – Início da pavimentação das ruas do Bairro da Biquinha;
1977 – A crise dos lanifícios contabiliza 16 fábricas fechadas na Covilhã;
1977 – Início das obras do Parque Industrial da Covilhã;
1977 – Criação da Cooperativa de Habitação Económica HABITESTRELA, SCARL, a qual nunca
chegaria a promover empreendimentos, nem pequenos nem grandes, tendo contudo
começado por “angariar” 500 sócios;
1978 – A crise económica atinge a autarquia – «... não há dinheiro para um prego ...»;
1978 – Início das terraplanagens para o novo edifício da Escola Preparatória;
1978 – Início das demolições para o novo Centro Cívico;
1978 – Inauguração da residência de estudantes e professores do IPC;
1978 – Ano de maior crise económica e financeira da CMC;
1978 – Aprovação da Nova Lei das Finanças Locais;
1978 – Início de projeto para o parque de estacionamento no Centro Cívico;
1978 – Apoios para aquisição de terrenos na zona das Palmeiras, para fins urbanísticos;
1979 – Início do Plano de Pormenor das Palmeiras;
1979 – Cedência de terrenos para construção da sede da Caixa de Previdência;
1979 – Previsão de nova empresa para o Parque Industrial da Covilhã (400 postos de trabalho),
terá começado aqui a diversificação da indústria na Covilhã);
1979 – A Câmara Municipal da Covilhã passava momentos difíceis. O presidente afirmava «(…)
sem sangue não se podem fazer morcelas, (...) sem dinheiro a CMC não pode fazer
obras, (...) o plano de atividades só pode começar em Maio ou Junho, na melhor da
hipóteses»;
1979 – Previsão de construção de 420 fogos (no bairro dos Penedos Altos os 48 fogos
prefabricados, iniciados em 1977, estão quase concluídos);
1979 – Instituto Politécnico da Covilhã passou a Universitário;
1979 – Apresentação da maqueta do Complexo Desportivo da Covilhã;
1979 – No ato de entrega das casas prefabricadas à CMC surgiu mais um slogan sobre a cidade,
“Covilhã, formoso varandim da Estrela”;
97
6.1.6.8 Década de 80
A década dos reflexos da crise. A fase de infraestruturação de todas as freguesias e
lugares.
1980 – Referência ao Projeto (antigo) do Parque Alexandre Aibéu;
1980 – A CMC vende terreno à cooperativa HABITESTRELA para 300 fogos, pelo valor simbólico de
um escudo por m2;
1980 – Início das obras de Alteamento da Barragem do Viriato, Penhas da Saúde;
1980 – Prof. Passos Morgado, 1.º Reitor do Instituto Universitário da Covilhã;
1984 – Inauguração do novo Quartel dos Bombeiros (109º aniversário);
1984 – Aprovada a Lei dos Loteamentos Urbanos (Decreto-Lei n.º 400/84), onde foram instituídos
três tipos de processos – o especial, o ordinário e o simples. É eliminado o princípio das
áreas de cedência com um mínimo obrigatório, é prevista a adoção de normas provisórias
para vigorarem até à aprovação do PROT ou PDM e possibilitarem o exercício da posse
administrativa às Câmaras Municipais;
1986 – Instituída a Universidade da Beira Interior;
1986 – É constituída a Direcção-Geral do Ordenamento do Território;
1988 – Criação da cooperativa Belozezere;
6.1.6.9 Década de 90 e situação em 2000
A partir desta década não foram recolhidas informações para além da Habitação Social,
porque se tornaria fastidioso e bastante dispersivo devido à quantidade de obras que se
descentralizaram pela periferia da cidade e freguesias rurais, nomeadamente infraestruturas e
equipamentos.
1991 – Nova Lei dos Loteamentos Urbanos (Decreto-Lei n.º 448/91). Volta o princípio das áreas de
cedência com um mínimo obrigatório mas supletivo. A figura do destaque de um lote é
dispensada do regime de licenciamento. O direito à informação e a publicação são
aspetos reforçados. É imposto o pedido de parecer às CCR sempre que a operação de
loteamento seja fora de áreas abrangidas por PMOT;
1994 – É constituída a DGOTDU – Decreto-Lei n.º 271/94;
1995 – Reforça-se a legislação a favor dos loteadores (Decreto-Lei n.º 334/95), nomeadamente
com o encurtamento de prazos e simplificações processuais, mantendo-se e
concretizando-se o dispositivo de aprovação tácita estipulado no Código do Processo
Administrativo em 1992;
1995 – Publicação do Decreto-Lei n.º 292/95, onde é estabelecida a qualificação oficial para a
elaboração de PU, PP e projetos de operações de loteamento. Continua a não ficar clara
a competência do arquiteto quando os limites “arbitrários” de “escala” são remetidos
para a alçada das Câmaras Municipais;
98
1999 – Reunião de dois temas num só diploma – edificação e urbanização (Decreto-Lei n.º
555/99), visando a maior eficácia do sistema a favor do setor privado, aumentando a
responsabilidade dos particulares;
2000 – 4.ª Planta da Cidade, mais precisamente um levantamento fotogramétrico em base digital
mandado executar para a elaboração do Programa Polis. Nesta planta e desde 1971 são
visíveis as mais recentes ações de habitação económica como o Bloco Marinel, o Bloco
Mateus Fernandes, Bairro de N.ª S.rª da Conceição, as prefabricadas do Bairro dos
Penedos Altos e as prefabricadas do Bairro 1.º de Maio.
Evolução da Cidade da Covilhã 1971 a 2000
Figura 24 | Evolução da Cidade da Covilhã 1971 a 2000 – Situação de 2000 (Fonte: LevantamentoFotogramétrico C.M. Covilhã).
Desde 1971 e durante mais duas décadas, o crescimento urbano da cidade esteve
espacialmente limitado/remetido aos limites físicos naturais e aos condicionalismos da
propriedade privada. Esta situação só viria a desbloquear-se no final do século XX.
99
6.2 Os principais Bairros da cidade da Covilhã
Os principais bairros sociais constituíram-se como a principal base planeada da cidade,
pelo que consideramos oportuna a sua breve descrição.
6.2.1 Bairro dos Penedos Altos
O Bairro dos Penedos Altos promovido pela então Caixa de Previdência dos Têxteis, foi
executado em duas fases, a primeira entregue em 1941 e a segunda em 1949. O conjunto
residencial, constituído por um total de 192 fogos foi sendo envolvido ao longo dos anos por
alguns loteamentos e empreendimentos particulares diversificados. Hoje pode dizer-se que a
malha está estabilizada e não sobram espaços significativos para expansão ampla e direta.
Apenas existe a nascente uma zona nova, que foi recentemente objeto de plano de pormenor,
arquitetónica e urbanisticamente pouco qualificado e até incipiente.
Figura 25 | Fotografia antiga, aquando da execução das obras de infraestruturas da 2ª fase (Fonte:ILFOTO).
Na Figura 25 vê-se a 1.ª fase habitada, à esquerda (1 piso). No centro a Igreja junto dos
blocos em banda (lugar central). Á direita os unifamiliares geminados da 2ª fase (2 pisos).
O conjunto residencial, organizado em lotes unifamiliares e multifamiliares, possui hoje
alguns equipamentos socioculturais e comerciais associados a espaços exteriores públicos. Os
edifícios, maioritariamente unifamiliares geminados, adaptaram-se muito bem à topografia do
terreno.
O Bairro dos Penedos Altos situa-se a Norte da cidade e numa encosta da ribeira da
Carpinteira.
O conjunto residencial caracteriza-se, quanto às condições genéricas de
dimensionamento e forma, pela presença de espaços exteriores efetivamente usados, vitalizados
100
por alguns equipamentos e estimulando a compatibilidade de diversas relações sociais e
funcionais.
Entre os elementos estruturantes e preexistentes que se podem considerar mais
significativos destacam-se a localização do terreno numa encosta virada a nascente/Sul e a
proximidade da ribeira da Carpinteira.
Figura 26 | Fotografia panorâmica, vista a partir do jardim público com o Bairro ao fundo, apenas com a1ª fase em acabamento e a envolvente livre. (Fonte: ILFOTO).
da
Piscinas Municipais
Conceição
Penedos Altos
Escola Primária
Penedos Altos
Igreja dos
Novo Traço
Habitação particular
Edificio industrial
Equipamentos
Espaço verde privado
Espaço verde público
Habitação social
LEGENDA:
Figura 27 | Planta do Bairro dos Penedos Altos. Fonte: Autor.
101
A topografia do terreno foi bastante respeitada, o que influenciou claramente a
implantação dos arruamentos e dos edifícios.
A análise feita às características atuais da envolvente mostra que a zona constitui uma
franja de tecido urbano estabilizado, envolvida por empreendimentos novos morfologicamente
“desintegrados” salientando-se uma clara descontinuidade urbana.
No entanto, o conjunto residencial de origem possui uma coesa sequência de
equipamentos e serviços em perfeita união com o tecido residencial, pelo tratamento positivo
dos espaços exteriores, configurando ruas tradicionais, pracetas, rua comercial e espaços verdes.
Possui também coerência interna no sistema de circulação viária, bem hierarquizado, composto,
essencialmente, por uma via de distribuição local vitalizada por habitações e equipamentos e
servindo um conjunto de vias de acesso local com carácter expressivamente residencial.
O Bairro possui boas condições de acessibilidade pedonal não só a equipamentos
coletivos essenciais para o serviço e abastecimento diário de uma área residencial, mas também
à diversidade de equipamentos especiais e eventuais, e à animação que é própria de uma zona
urbana estabilizada.
Figura 28 | Lugar central, habitação, comércio e igreja. Fonte: Autor.
Os espaços exteriores públicos apropriáveis são em número reduzido em relação aos
espaços residuais, contudo protagonizam relações e elementos urbanos enraizados na nossa
tradição urbanística, tais como ruas arborizadas, escadinhas e passeios, e protegem a circulação
e a estadia dos peões, mas respeitando a funcionalidade do automóvel em ruas abrigadas com
características residenciais e intimistas.
A estrutura urbana do Bairro tem, como se disse, forte coesão e é adequadamente
servida por uma arquitetura de edifícios cujas sequências contínuas de imagens acompanham e
caracterizam espaços públicos com diversas valências fundamentais, mas sempre multifuncionais
num agradável equilíbrio entre uniformidade de elementos, bem identificados, e dinamismo ou
variação de pontos de vista e aspetos de pormenor.
102
6.2.2 Bairro da Biquinha
O Bairro da Biquinha surge com a aquisição de terrenos para a construção de um
conjunto de 42 habitações executadas no regime das “Casas Económicas” (Lei 2092), entregues
em 1964. Até aqui apenas existiam neste local 5 habitações antigas de tipologia idêntica ao
Bairro Municipal e um grupo de habitações para pobres designadas por “casas do património”. O
custo de cada lote unifamiliar em 1964 foi de 5.000$00.
Figura 29 | Imagem das primeiras casas do Bairro da Biquinha com tipologia idêntica ao Bairro Municipal.Fonte: Autor.
Figura 30 | Tipologia unifamiliar das primeiras 42 casas económicas. Fonte: Autor.
103
O conjunto residencial tem vindo a ser aumentado, ao longo do tempo com novas fases
de construção promovidas pela Câmara Municipal da Covilhã, estimando-se hoje um número total
de fogos construídos e em construção acima de 200 unidades.
O conjunto residencial organizado em lotes unifamiliares e multifamiliares, não possui
equipamentos socioculturais e comerciais, nem espaços exteriores públicos significativos.
Os edifícios multifamiliares possuem 4 pisos de altura, enquanto os edifícios
unifamiliares, correspondentes aos 42 fogos de habitação económica, são bandas contínuas com
2 pisos.
O Bairro da Biquinha situa-se a poente da cidade e nos limites de um planalto onde se
ergue a encosta da Serra da Estrela.
Campos Melo
Polidesportivo do G.E.R.
José dos Santos Pinto
Estádio Municipal
3ª fase de construção
2ª fase de construção
1ª fase de construção
LEGENDA:
6ª fase de construção
5ª fase de construção
4ª fase de construção 7ª fase de construção
Figura 31 | Situação atual do bairro (diferentes fases de construção). Fonte: Autor.
Na Figura 31 pode verificar-se que a implantação das bandas unifamiliares da 3.ª fase de
construção, foi marcante para a definição da estrutura urbana do Bairro e que houve adequação
na orientação solar dos alinhamentos dos edifícios.
O conjunto residencial, ainda não totalmente estabilizado, caracteriza-se quanto às
condições genéricas de dimensionamento e forma, pela ausência de espaços exteriores e
equipamentos de primeira necessidade, tão importantes para o estímulo das relações sociais. No
104
entanto no interior e na envolvente do Bairro ainda existe espaço para colmatar estas e outras
necessidades.
Entre os elementos estruturantes e preexistentes que se podem considerar mais
significativos destacam-se a localização do terreno num planalto exposto a nascente e junto à
encosta da Serra da Estrela.
A topografia do terreno foi adequadamente respeitada nas primeiras fases de
desenvolvimento, o que beneficiou claramente a implantação dos arruamentos e dos edifícios. Já
não se pode dizer o mesmo das fases mais recentes que têm sido implantadas, mais a poente, em
plena encosta.
Está previsto a execução de uma via circular à cidade, cujo esboço de traçado tudo
indica irá passar nas imediações ou mesmo pelo interior do Bairro. Fala-se mesmo da criação de
um túnel por baixo da rua mais “simpática” deste conjunto residencial.
A análise feita às características da envolvente mostra que a zona constitui uma franja
de tecido urbano ainda não estabilizado, envolvida por acidentes topográficos a Norte e poente
e, ainda, por empreendimentos novos morfologicamente desintegrados, salientando-se uma clara
descontinuidade urbana.
No entanto, o conjunto residencial de origem possui uma implantação marcante mas sem
estrutura espacial de espaços exteriores públicos.
O sistema de circulação viária não se encontra devidamente hierarquizado e é composto,
essencialmente, por vias de acesso local. Na zona dos edifícios multifamiliares ainda se nota
mais a falta de hierarquia e “significância” das vias.
O Bairro não possui as melhores condições de acessibilidade pedonal a equipamentos
coletivos essenciais para o serviço e abastecimento diário de uma área residencial. No seu
interior apenas existem dois cafés, funcionando um deles como mercearia.
Figura 32 | Acesso único ao Bairro da Biquinha com o campo de futebol à direita. Fonte: Autor.
105
6.2.3 Bairro do Rodrigo
O Bairro do Rodrigo, promovido pela Federação Nacional da Caixa de Previdência da
Indústria dos Lanifícios, foi executado numa única fase e a obra decorreu entre 1948 e 1951. O
conjunto residencial, constituído por um total de 100 fogos, foi um projeto original para a
Covilhã (datado de 1947 e com a assinatura de F. Travassos) pelas condições especiais de
adaptação à topografia do local de implantação. Segundo se sabe a tipologia dos edifícios
também foi a primeira vez que foi construída. Este Bairro foi sendo envolvido ao longo dos anos
por alguns loteamentos e empreendimentos particulares diversificados e desintegrados.
Figura 33 | Vista aérea do Bairro do Rodrigo (em 1995). Fonte: ILFOTO.
O conjunto residencial organizado em lotes unifamiliares, apenas possui no seu interior
alguns equipamentos socioculturais associados a espaços exteriores. Os edifícios, exclusivamente
unifamiliares, geminados e/ou em bandas possuem 2 pisos de altura.
O Bairro do Rodrigo situa-se a nascente da cidade e numa encosta também exposta a
nascente e ao vale atravessado pelo caminho-de-ferro.
O conjunto residencial caracteriza-se, quanto às condições genéricas de
dimensionamento e forma, pela ausência de espaços exteriores públicos.
Os espaços exteriores privados são predominantes e abrangem a totalidade dos fogos.
Os equipamentos são escassos, mas a proximidade a estes é relativamente acessível,
apesar do percurso pedonal ser pouco favorável. As relações sociais de vizinhança são bastante
fortes.
Entre os elementos estruturantes e preexistentes que se podem considerar mais
significativos, destacam-se a localização do terreno numa encosta virada a nascente com
panorâmica para o vale atravessado pelo caminho-de-ferro.
106
A topografia do terreno foi “religiosamente” respeitada, o que influenciou e beneficiou
claramente a implantação dos arruamentos e dos edifícios.
Figura 34 | Fotografia antiga do Bairro do Rodrigo, onde se pode ver que a escola (à esquerda) e a Igreja (àdireita) foram executadas na mesma altura do Bairro. Fonte: ILFOTO.
A análise feita às características da envolvente mostra que a zona constitui uma área de
tecido urbano estabilizado, envolvida por empreendimentos novos morfologicamente
desintegrados salientando-se uma clara descontinuidade urbana.
A nascente ainda existe espaço livre até à linha do caminho-de-ferro, para
ocupação/construção ou simples zona verde.
O conjunto residencial de origem foi elaborado com uma forte coesão entre as tipologias
de edifícios de habitação e os equipamentos executados na mesma altura. Atualmente não só
não foram acrescentados mais equipamentos como o Bairro acabou por ser envolvido por
empreendimentos desintegrados, tanto na morfologia como arquitetonicamente.
A solução desenvolvida tem uma imagem algo relacionável com a zona das “Minas da
Panasqueira”, onde os conjuntos surgem igualmente em socalcos/patamares numa articulação
com as curvas de nível dos terrenos de implantação. A forma urbana mostra claramente essa
conduta/opção.
A circulação viária tem alguma hierarquização mas é fundamentalmente constituída por
vias de acesso local, algumas delas terminadas em impasses. O sistema pedonal não foi
esquecido e surge bem marcado pela escadaria/eixo nascente poente.
A malha urbana, de características essencialmente residenciais, apresenta uma forte
densidade de ocupação habitacional, de tal forma que não contemplou espaços exteriores
públicos capazes de possibilitar a criação de um lugar central.
O Bairro possui no interior e desde a sua origem, uma escola primária e uma Igreja.
Junto com a escola temos um infantário, um parque infantil e uma piscina/tanque coberta de
aprendizagem. A poente e ao longo da via de distribuição local (a azul) localizam-se alguns
comércios de abastecimento diário.
107
A proximidade do Bairro do Rodrigo ao “Pólo”/Bairro da Estação representa uma mais-
valia para a utilização de equipamentos diversos/especiais e comércio ocasional em
detrimento/alternativa ao centro histórico da cidade.
Habitação social
Espaço verde público
Edificio industrial
LEGENDA:
Habitação particular
Espaço verde privado
Equipamentos
Figura 35 | Situação atual com sobreposição da fotografia aérea (ano 2000). Fonte: Autor.
As condições de acessibilidade pedonal são razoáveis tendo em conta os acessos de nível
a todas as habitações, proporcionado pelas vias de acesso local ligadas entre si pelo eixo
transversal de acesso pedonal.
A organização interna do Bairro proporciona um acesso fácil, pedonal e rodoviário, a
todas as habitações, comércio e equipamento da envolvente.
Os transportes públicos não passam no interior do Bairro mas sim na via distribuidora
local a poente que é muito acessível.
A exposição solar a nascente dá ao Bairro e a toda a área de implantação uma
luminosidade bastante agradável.
108
Figura 36 | Eixo pedonal transversal às rodovias com enfiamento sobre o vale. Fonte: Autor.
A estrutura urbana do Bairro tem, apesar de tudo, forte identidade e é adequadamente
servida por uma arquitetura de edifícios cujas sequências contínuas de imagens caracterizam
espaços públicos de rua dominantemente residencial.
Figura 37 | “Correntezas edificadas”. Fonte: Autor.
Neste pequeno Bairro é evidente a variedade reduzida mas equilibrada do exterior
residencial, público e privado, claramente estruturado e pontuado por ruas residenciais ladeadas
por edifícios e logradouros.
109
6.2.4 Bairro da Estação
Figura 38 | Vista aérea da situação atual do Bairro da Estação. (Fonte: STIG).
O Bairro da Estação, promovido por Caixas de Previdência, foi executado em três fases
distintas. O conjunto residencial em análise teve um primeiro estudo que contemplava três
quarteirões fechados e de dimensões semelhantes, contudo só um viria a ser construído como
tal.
A zona de implantação surge numa época em que a cidade tomou a melhor opção em
face da oportunidade que as instituições governamentais criaram.
Na primeira fase surgem 83 fogos e 8 lojas no quarteirão fechado (1955), na segunda fase
são construídos 48 fogos em 3 blocos isolados (1961) e por fim surge o “quarteirão aberto” com
105 fogos (1963).
O conjunto residencial, organizado em lotes multifamiliares, possui alguns equipamentos
socioculturais e comerciais, associados a espaços exteriores.
110
Figura 39 | O Bairro da Estação surge depois da avenida para a Estação e desenvolveu-se a par de múltiplosequipamentos. Fonte: C.M. Covilhã.
Figura 40 | Expansão da cidade da Covilhã (1965) – A expansão nascente da cidade da Covilhã levou trintaanos. Na primeira fase (junto à estação de caminho de ferro), os diferentes modelos de quarteirão (abertosou fechados), Fonte: IGP.
O Bairro da Estação situa-se a nascente da cidade, na zona mais plana, junto à estação
de caminho-de-ferro.
Os edifícios de diferentes tipologias multifamiliares, possuem em média 3 a 4 pisos de
altura.
O conjunto residencial caracteriza-se, quanto às condições genéricas de
dimensionamento e forma, pela presença de diferentes tipos de espaços exteriores
razoavelmente usados, vitalizados por equipamentos e estimulando a compatibilidade e
viabilidade de variadas relações sociais e funcionais.
111
Entre os elementos estruturantes e preexistentes que se podem considerar mais
significativos, destacam-se a localização do terreno na zona mais plana da cidade e a
proximidade a equipamentos e serviços.
A topografia do terreno foi bastante respeitada, o que influenciou claramente a
implantação dos arruamentos e dos edifícios.
A análise feita às características da envolvente mostra que a zona constitui uma área de
tecido urbano estabilizado, envolvida por equipamentos e empreendimentos mais recentes,
morfologicamente desintegrados, salientando-se uma clara descontinuidade urbana, exceto a
Norte.
No entanto, o conjunto residencial de origem possui uma coesa sequência de
equipamentos e serviços em perfeita união com o tecido residencial, pelo tratamento positivo
dos espaços exteriores, configurando ruas tradicionais, pracetas, espaços comerciais e espaços
verdes, e pela coerência interna do sistema de circulação viária, bem hierarquizado, composto
essencialmente por duas vias de distribuição local vitalizadas por habitações e equipamentos, e
servindo um conjunto de vias de acesso local com carácter expressivamente residencial.
O Bairro possui boas condições de acessibilidade pedonal não só a equipamentos
coletivos essenciais para o serviço e abastecimento diário de uma área residencial, mas também
à diversidade de equipamentos especiais e eventuais, e à animação que é própria de uma zona
urbana estabilizada.
Habitação social
Espaço verde público
Espaço verde privado
Equipamentos
Edificio industrial
LEGENDA:
Habitação particular
Figura 41 | O Bairro da Estação, com os três quarteirões de diferentes tipos de morfologia e tipologia,envolvidos por equipamentos de carácter ocasional. Fonte: Autor.
A Norte existe um centro comercial, semienterrado em meia cave, proporcionando um
espaço de lazer e esplanada no terraço ajardinado, resultante do loteamento de habitação
multifamiliar adjacente.
112
A nascente surgiu recentemente outro centro comercial integrado num edifício de
habitação e escritórios, e o edifício do tribunal. A futura Igreja, em construção, prejudicou a
relação com a estação de caminho-de-ferro, apesar de terem sido feitos vários estudos antigos
sobre esta zona.
A Sul e a poente a descontinuidade urbana é acentuada sendo o núcleo residencial
envolvido por uma autêntica “barreira de equipamentos” como um infantário, a biblioteca
municipal, o Centro Regional de Segurança Social, os serviços municipalizados da Câmara
Municipal, a cadeia penitenciária, a Escola Secundária Frei Heitor Pinto (antigo Liceu) e a Escola
Preparatória Pêro da Covilhã.
Integrado nos edifícios deste conjunto residencial encontram-se alguns comércios e
serviços como uma farmácia.
A localização do Bairro na planície facilita as relações de acessibilidade com a
envolvente, constituindo um polo de atração afastado mas alternativo ao centro histórico da
cidade.
A organização interna do Bairro proporciona um acesso fácil, pedonal e rodoviário, a
todas as habitações, comércio e equipamento da envolvente.
A diversidade da arquitetura urbana e a escala geral deste Bairro, de baixa altura,
proporcionam uma assinalável adequação a modos de vida muito mais urbanos do que nos casos
anteriores.
Os espaços exteriores privatizados apenas surgem no quarteirão fechado e apresentam-se
pouco utilizados, mesmo abandonados, nalguns casos. A razão deste abandono poderá estar
relacionada com a pequena dimensão dos quintais e a falta de privacidade.
Os espaços exteriores públicos apropriáveis são em número razoável em relação aos
espaços residuais (praticamente inexistentes) e protagonizam relações e elementos urbanos
enraizados na nossa tradição urbanística, tais como ruas arborizadas, passeios e percursos
pedonais.
A imagem urbana das ruas secundárias surge contrastante e assimétrica em face das
diferentes soluções tipológicas em confronto. Estas ruas são relativamente sossegadas,
protegendo a circulação e a estadia dos peões, mas respeitando a funcionalidade do automóvel,
em ruas caracterizadamente residenciais.
A estrutura urbana do Bairro tem forte coesão e é servida por uma arquitetura de
edifícios cujas sequências variadas de imagens configuram e caracterizam espaços públicos com
diversas valências fundamentais, nem sempre multifuncionais, mas num agradável equilíbrio
entre uniformidade de elementos bem identificados e dinamismo ou variação de pontos de vista
e aspetos de pormenor.
A malha urbana, estabelecida em três fases, apresenta tipologias diferentes de
arruamentos e de escala dos lotes e edifícios, que marcam diferentes formas de urbanismo desde
o quarteirão ao bloco isolado, sem nenhum deles assumir maior predominância em relação a
qualquer um dos outros.
Os principais elementos do conjunto residencial são:
113
1. “Quarteirão fechado”
O “quarteirão fechado” é constituído por 15 lotes de edifícios do tipo esquerdo-direito,
com interrupções pontuais de fachada junto aos gavetos. A média de pisos em altura é
de 3, passando a 4 apenas num desses gavetos, resultado da adaptação da tipologia ao
terreno. Os logradouros individualizados surgem exclusivamente no interior e com acesso
pelos acessos comuns de cada edifício.
Figura 42 | Planta e imagem geral do “quarteirão fechado”. Fonte: Autor.
2. “Quarteirão aberto”
O “quarteirão aberto” é constituído por 8 lotes de edifícios multifamiliares, formando
dois conjuntos em banda (um de 3 lotes e outro de 4 lotes) e um bloco isolado, todos de
4 pisos. As implantações diferem com o desnível do terreno e surgem alguns
aproveitamentos para lojas e garagens. Os alçados principais e posteriores são idênticos
e apresentam caixas de escada abertas, “transparentes” e ventiladas.
Figura 43 | Planta e imagem geral do “quarteirão aberto”. Fonte: Autor.
114
3. “Blocos isolados”
Os “blocos isolados” são constituídos por 3 conjuntos de edifícios multifamiliares do tipo
esquerdo-direito, agrupados dois a dois, todos de 4 pisos, e apenas um deles tem
comércio no piso térreo, resultado da adaptação ao desnível do terreno. Os alçados
principais e posteriores destes blocos são idênticos, completamente envolvidos por
espaços exteriores públicos.
Figura 44 | Planta e imagem geral dos “blocos isolados”. Fonte: Autor.
A tipologia edificada configura um Bairro com baixa altura e densidade equilibrada,
proporcionando uma boa adaptação a modos de vida urbanos.
Os espaços exteriores públicos fazem parte da imagem geral do Bairro e permitem
proporcionar à grande maioria das habitações a fruição de um espaço semiprivado adjacente à
casa, ainda que pouco versátil, funcionalmente, pela forma e pormenorização.
Neste pequeno Bairro é bem evidente uma variedade do exterior residencial, mais
público que privado, claramente estruturado e pontuado por ruas residenciais ladeadas por
edifícios e espaços semipúblicos, pracetas e pequenos largos de vizinhança, zonas ajardinada de
recreio, e espaços comerciais.
A estrutura dos espaços públicos é constituída pelas ruas e por pequenos largos,
configurando-se uma rede viária que possui mais do que as “simples necessidades de tráfego”,
porque é caracterizada por uma hierarquia de vias principais e secundárias.
Ainda quanto aos espaços públicos, refere-se a existência de alguns percursos pedonais
que irrigam o Bairro e assumem importância na interligação destes espaços.
Quanto à organização do sistema viário, existe uma boa hierarquia entre vias
distribuidoras e de acesso local. Existem duas vias de distribuição que ladeiam o Bairro, uma a
Norte e outra a Sul. O trânsito no interior do Bairro é de acesso local, o que garante o sossego e
a privacidade residencial e permite aproveitar o espaço rodoviário ao máximo, como espaço
urbano pedonal, reino de lazer e de recreio livre de crianças.
115
6.3 A evolução da Covilhã segundo os censos do INE.
Tabela 47: Evolução Demográfica do Concelho da Covilhã, 1801-2011.
Fonte: INE
Segundo os Censos 2011 do Instituto Nacional de Estatística (INE), o concelho da Covilhã
e as “tradicionais” 4 freguesias da cidade da Covilhã (Conceição, S.ta Maria, S. Martinho e S.
Pedro) cresceram em números totais de edifícios, alojamentos e famílias, mas decresceram em
número total de população.
Tabela 48: Cidade 4F – Variação dos Edifícios, Alojamentos, Famílias e População, 1991-2011.
CENSOS INE 1991 2001 2011
COVILHÃCidade 4F
EDIFÍCIOS 3773 3160 3660
ALOJAMENTOS 7926 9297 11492
FAMÍLIAS 6067 6654 7106
POPULAÇÃO 17816 17705 16785
Fonte: INE e Autor
Os edifícios, segundo o Tipo de Estrutura da Construção, foram adotando
progressivamente outros tipos de estruturas, mais resistentes.
Tabela 49: Cidade 4F – Edifícios segundo o Tipo de Estrutura da Construção.
CENSOS INE 1991 2001 2011
COVILHÃCidade 4F
Betão armado * 1179 1370
Alvenaria argamassada com placa * 382 957
Alvenaria argamassada sem placa * 1198 1234
Adobe, taipa, pedra solta e outras * 401 99
Fonte: INE e Autor
116
Segundo a Época de Construção, os edifícios mais antigos, sobretudo aqueles que foram
construídos até 1960, reduziram drasticamente.
Tabela 50: Cidade 4F – Edifícios segundo a Época de Construção.
Censos INECovilhã 4F
Antesde
1919
1919a
1945
1946a
1960
1961a
1970
1971a
1980
1981a
1990
1991a
1995
1996a
2000
2001a
2005
2006a
2011Total
1991 886 883 862 393 343 406 * * * * 3773
2001 597 761 527 254 240 356 171 254 * * 3160
2011 324 544 783 391 377 386 145 265 273 172 3660
Fonte: INE e Autor
Os edifícios, segundo o Tipo de Utilização (usos), mostra uma transformação evidente dos
edifícios exclusivamente residenciais para edifícios mistos.
Tabela 51: Cidade 4F – Edifícios segundo o Tipo de Utilização.
CENSOS INE 1991 2001 2011
COVILHÃ
Cidade 4F
Exclusivamente Residencial 3467 2693 3169
Principalmente Residencial 278 425 439
Principalmente Não Residencial 28 42 52
Total 3773 3160 3660
Fonte: INE e Autor
Os edifícios, segundo o Número de Pisos, aumentaram em todas as “frentes”, sendo de
salientar a redução de 46% dos edifícios de 1 a 2 pisos verificada entre 1991 e 2001 mas logo
seguida de uma recuperação de 18% entre 2001 e 2011.
Tabela 52: Cidade 4F – Edifícios segundo o Número de Pisos.
CENSOS INE 1991 2001 2011
COVILHÃCidade 4F
Edifícios com 1 ou 2 Pisos 2961 1594 1887
Edifícios com 3 ou 4 Pisos 657 1186 1344
Edifícios com 5 ou mais Pisos 155 380 429
Total 3773 3160 3660
Fonte: INE e Autor
117
P7 A Covilhã entre 19 cidades
Figura 45 | Localização das 19 cidades selecionadas.
118
Continuando a busca de informação e a aplicação da delimitação da cidade consolidada
procedeu-se ainda à comparação da cidade da Covilhã com outras 18 cidades. A seleção destas
cidades teve em conta:
- Uma cidade por cada distrito;
- Dimensão aproximada à dimensão populacional da Covilhã;
Foram elaboradas tabelas por temas de acordo com os indicadores urbanos disponíveis.
Tabela 53: Cidades – 19 Câmaras municipais: receitas efetivas, despesas efetivas e saldo (milhares deeuros).
19 Câmaras municipais: receitas efetivas, despesas efetivas e saldo (milhares de euros).
MunicípiosReceitas efetivas Despesas efetivas Saldo - Total
2009 2010 2011 2009 2010 2011 2009 2010 2011
Abrantes 24.812 25.909 29.309 23.531 23.972 27.132 1.281 1.937 2.177
Barcelos 52.932 55.874 50.358 51.921 52.480 48.347 1.011 3.394 2.010
Beja 23.916 26.211 22.818 24.922 25.998 22.109 -1.006 213 710
Caldas da Rainha 30.294 24.354 24.371 31.081 26.928 21.735 -787 -2.573 2.636
Castelo Branco 53.660 41.289 43.777 43.486 38.730 37.960 10.174 2.559 5.817
Chaves 29.514 29.111 28.698 30.035 28.283 26.736 -521 828 1.962
Covilhã 29.549 29.256 30.210 28.730 29.586 29.855 819 -330 355
Elvas 21.843 20.101 18.780 25.919 17.644 15.853 -4.076 2.457 2.927
Espinho 24.846 24.131 24.251 24.795 22.899 23.079 52 1.232 1.172
Évora 40.603 43.457 39.211 50.199 41.773 34.940 -9.596 1.684 4.271
Figueira da Foz 34.482 30.293 34.916 41.120 27.169 59.320 -6.638 3.124 -24.404
Guarda 29.975 28.977 32.763 43.285 25.130 28.054 -13.310 3.847 4.709
Mirandela 20.593 19.916 17.423 22.822 18.983 16.630 -2.229 933 793
Olhão 28.724 28.525 24.759 31.656 27.775 25.211 -2.932 750 -452
Santo Tirso 35.463 42.218 50.530 40.495 41.624 45.244 -5.032 594 5.286
Sines 18.556 23.393 21.570 29.573 20.419 20.270 -11.017 2.974 1.300
Torres Vedras 46.608 37.462 41.226 49.391 41.277 44.768 -2.783 -3.815 -3.542
Viana do Castelo 50.373 49.416 49.277 53.180 49.806 48.282 -2.807 -390 995
Viseu 45.968 56.588 52.754 56.491 59.169 50.645 -10.523 -2.581 2.109
Fonte: INE e Autor
As autarquias atravessam, mais uma vez, grandes dificuldades financeiras que
procuram estabilizar através do apoio cíclico da Lei das Finanças locais.
119
7.1 População residente e famílias
Tabela 54: 19 Cidades – População Residente e Famílias. Cidade Estatística INE em 2001 e Anel da CidadeConsolidada em 2011.
19 CIDADES – População Residente (N.º)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 VISEU 47250 1 ÉVORA 27684
2 ÉVORA 41159 2 CASTELO BRANCO 23932
3 VIANA DO CASTELO 36148 3 OLHÃO 22828
4 COVILHÃ 34772 4 BEJA 20256
5 CASTELO BRANCO 30649 5 BARCELOS 18126
6 FIGUEIRA DA FOZ 27742 6 CALDAS DA RAINHA 17571
7 GUARDA 26061 7 VIANA DO CASTELO 16850
8 CALDAS DA RAINHA 25316 8 VISEU 16763
9 OLHÃO 24876 9 COVILHÃ 14880
10 SANTO TIRSO 24649 10 FIGUEIRA DA FOZ 14542
11 BEJA 21658 11 GUARDA 13266
12 ESPINHO 21589 12 ESPINHO 12295
13 BARCELOS 20625 13 ELVAS 11447
14 ABRANTES 17830 14 TORRES VEDRAS 10372
15 CHAVES 17535 15 ABRANTES 9793
16 TORRES VEDRAS 16461 16 CHAVES 8555
17 ELVAS 15115 17 SINES 8504
18 SINES 11303 18 SANTO TIRSO 7630
19 MIRANDELA 10780 19 MIRANDELA 6179
média (19 cidades) 24817 média (19 cidades) 14814
19 CIDADES – Famílias (N.º)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 VISEU 16500 1 ÉVORA 11949
2 ÉVORA 15320 2 CASTELO BRANCO 9757
3 COVILHÃ 12804 3 OLHÃO 9024
4 VIANA DO CASTELO 12394 4 BEJA 8004
5 CASTELO BRANCO 11107 5 CALDAS DA RAINHA 7676
6 FIGUEIRA DA FOZ 10560 6 VISEU 7321
7 CALDAS DA RAINHA 9773 7 VIANA DO CASTELO 6811
8 GUARDA 9126 8 COVILHÃ 6462
9 OLHÃO 8953 9 BARCELOS 6396
10 SANTO TIRSO 7944 10 FIGUEIRA DA FOZ 6301
11 BEJA 7761 11 GUARDA 5226
12 ESPINHO 7739 12 ESPINHO 5206
13 ABRANTES 6631 13 ELVAS 4820
14 BARCELOS 6601 14 TORRES VEDRAS 4341
15 CHAVES 6254 15 ABRANTES 3895
16 TORRES VEDRAS 6187 16 CHAVES 3530
17 ELVAS 5368 17 SINES 3438
18 SINES 4019 18 SANTO TIRSO 2806
19 MIRANDELA 3630 19 MIRANDELA 2399
média (19 cidades) 8877 média (19 cidades) 6072
Fonte: INE 2001, 2011 e Autor
120
7.2 Alojamentos e edifícios
Tabela 55: 19 Cidades – Alojamentos e Edifícios. Cidade Estatística INE em 2001 e Anel da CidadeConsolidada em 2011.
19 CIDADES – Alojamentos (Nº)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 VISEU 22898 1 ÉVORA 15669
2 FIGUEIRA DA FOZ 21254 2 FIGUEIRA DA FOZ 13879
3 ÉVORA 18332 3 CASTELO BRANCO 13804
4 VIANA DO CASTELO 18029 4 OLHÃO 12477
5 COVILHÃ 17595 5 VISEU 11528
6 CASTELO BRANCO 16008 6 CALDAS DA RAINHA 11233
7 CALDAS DA RAINHA 13037 7 BEJA 10789
8 GUARDA 12700 8 COVILHÃ 10344
9 OLHÃO 11496 9 VIANA DO CASTELO 9598
10 BEJA 10152 10 BARCELOS 8090
11 ESPINHO 10152 11 GUARDA 7849
12 CHAVES 9454 12 ESPINHO 7635
13 SANTO TIRSO 9276 13 ELVAS 7580
14 ABRANTES 8495 14 CHAVES 5915
15 BARCELOS 8179 15 TORRES VEDRAS 5616
16 TORRES VEDRAS 7805 16 ABRANTES 5486
17 ELVAS 7076 17 SINES 4728
18 SINES 5223 18 SANTO TIRSO 3615
19 MIRANDELA 5112 19 MIRANDELA 3565
média (19 cidades) 12225 média (19 cidades) 891619 CIDADES – Edifícios (N.º)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 ÉVORA 11641 1 ÉVORA 9529
2 VISEU 10334 2 BEJA 5172
3 VIANA DO CASTELO 8226 3 OLHÃO 4982
4 COVILHÃ 7856 4 CASTELO BRANCO 4432
5 FIGUEIRA DA FOZ 7492 5 ELVAS 4307
6 SANTO TIRSO 5982 6 FIGUEIRA DA FOZ 4125
7 GUARDA 5671 7 VIANA DO CASTELO 3523
8 OLHÃO 5460 8 CALDAS DA RAINHA 3204
9 CHAVES 5389 9 COVILHÃ 2955
10 CASTELO BRANCO 5350 10 GUARDA 2915
11 BEJA 4945 11 ESPINHO 2861
12 ABRANTES 4920 12 VISEU 2562
13 CALDAS DA RAINHA 4681 13 SINES 2355
14 ESPINHO 4625 14 CHAVES 2270
15 ELVAS 4584 15 ABRANTES 2192
16 BARCELOS 2761 16 BARCELOS 2129
17 SINES 2642 17 MIRANDELA 1378
18 MIRANDELA 2564 18 SANTO TIRSO 1366
19 TORRES VEDRAS 2488 19 TORRES VEDRAS 1075
média (19 cidades) 5664 média (19 cidades) 3333
Fonte: INE 2001, 2011 e Autor
121
7.3 Área e densidade populacional
Tabela 56: 19 Cidades – Área e Densidade Populacional. Cidade Estatística INE em 2001 e Anel da CidadeConsolidada em 2011.
19 CIDADES – Área (km2)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 COVILHÃ 46,29 1 ÉVORA 5,49
2 VISEU 35,05 2 VISEU 3,83
3 VIANA DO CASTELO 26,72 3 BEJA 3,54
4 GUARDA 25,63 4 CASTELO BRANCO 3,14
5 ABRANTES 25,08 5 FIGUEIRA DA FOZ 2,88
6 SANTO TIRSO 21,58 6 CALDAS DA RAINHA 2,79
7 CASTELO BRANCO 17,54 7 COVILHÃ 2,60
8 FIGUEIRA DA FOZ 17,12 8 GUARDA 2,58
9 CALDAS DA RAINHA 17,04 9 ABRANTES 2,52
10 CHAVES 15,46 10 VIANA DO CASTELO 2,28
11 ÉVORA 13,51 11 BARCELOS 2,01
12 TORRES VEDRAS 13,02 12 OLHÃO 1,82
13 ELVAS 12,08 13 ESPINHO 1,78
14 MIRANDELA 8,85 14 ELVAS 1,66
15 BEJA 7,39 15 TORRES VEDRAS 1,61
16 ESPINHO 6,13 16 CHAVES 1,38
17 BARCELOS 6,01 17 MIRANDELA 1,35
18 OLHÃO 5,98 18 SINES 1,21
19 SINES 4,89 19 SANTO TIRSO 0,92
média (19 cidades) 17,12 média (19 cidades) 2,39
19 CIDADES – Densidade Populacional (hab/km2)
Nº Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 OLHÃO 4159,9 1 OLHÃO 12542,9
2 ESPINHO 3521,9 2 BARCELOS 9017,9
3 BARCELOS 3431,8 3 SANTO TIRSO 8293,5
4 ÉVORA 3046,6 4 CASTELO BRANCO 7621,7
5 BEJA 2930,7 5 VIANA DO CASTELO 7390,4
6 SINES 2311,5 6 SINES 7028,1
7 CASTELO BRANCO 1747,4 7 ESPINHO 6907,3
8 FIGUEIRA DA FOZ 1620,4 8 ELVAS 6895,8
9 CALDAS DA RAINHA 1485,7 9 TORRES VEDRAS 6442,2
10 VIANA DO CASTELO 1352,8 10 CALDAS DA RAINHA 6297,8
11 VISEU 1348,1 11 CHAVES 6199,3
12 TORRES VEDRAS 1264,3 12 COVILHÃ 5723,1
13 ELVAS 1251,2 13 BEJA 5722,0
14 MIRANDELA 1218,1 14 GUARDA 5141,8
15 SANTO TIRSO 1142,2 15 FIGUEIRA DA FOZ 5049,3
16 CHAVES 1134,2 16 ÉVORA 5042,6
17 GUARDA 1016,8 17 MIRANDELA 4577,0
18 COVILHÃ 751,2 18 VISEU 4376,8
19 ABRANTES 710,8 19 ABRANTES 3886,1
média (19 cidades) 1865,6 média (19 cidades) 6534,5
Fonte: INE 2001, 2011 e Autor
122
7.4 Dimensão média das famílias e pessoas por alojamento
Tabela 57: 19 Cidades – Dimensão média das Famílias e Pessoas por Alojamento. Cidade Estatística INEem 2001 e Anel da Cidade Consolidada em 2011.
19 CIDADES – Dimensão média das Famílias (Nº médio)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 BARCELOS 3,12 1 BARCELOS 2,83
2 SANTO TIRSO 3,10 2 SANTO TIRSO 2,72
3 MIRANDELA 2,97 3 MIRANDELA 2,58
4 VIANA DO CASTELO 2,92 4 GUARDA 2,54
5 VISEU 2,86 5 BEJA 2,53
6 GUARDA 2,86 6 OLHÃO 2,53
7 ELVAS 2,82 7 ABRANTES 2,51
8 SINES 2,81 8 VIANA DO CASTELO 2,47
9 CHAVES 2,80 9 SINES 2,47
10 BEJA 2,79 10 CASTELO BRANCO 2,45
11 ESPINHO 2,79 11 CHAVES 2,42
12 OLHÃO 2,78 12 TORRES VEDRAS 2,39
13 CASTELO BRANCO 2,76 13 ELVAS 2,37
14 COVILHÃ 2,72 14 ESPINHO 2,36
15 ABRANTES 2,69 15 ÉVORA 2,32
16 ÉVORA 2,69 16 FIGUEIRA DA FOZ 2,31
17 TORRES VEDRAS 2,66 17 COVILHÃ 2,30
18 FIGUEIRA DA FOZ 2,63 18 VISEU 2,29
19 CALDAS DA RAINHA 2,59 19 CALDAS DA RAINHA 2,29
média (19 cidades) 2,81 média (19 cidades) 2,46
19 CIDADES – Pessoas por Alojamento (N.º médio)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 SANTO TIRSO 2,66 1 BARCELOS 2,24
2 BARCELOS 2,52 2 SANTO TIRSO 2,11
3 ÉVORA 2,25 3 BEJA 1,88
4 SINES 2,16 4 TORRES VEDRAS 1,85
5 OLHÃO 2,16 5 OLHÃO 1,83
6 ELVAS 2,14 6 SINES 1,80
7 BEJA 2,13 7 ABRANTES 1,79
8 ESPINHO 2,13 8 ÉVORA 1,77
9 TORRES VEDRAS 2,11 9 VIANA DO CASTELO 1,76
10 MIRANDELA 2,11 10 CASTELO BRANCO 1,73
11 ABRANTES 2,10 11 MIRANDELA 1,73
12 VISEU 2,06 12 GUARDA 1,69
13 GUARDA 2,05 13 ESPINHO 1,61
14 VIANA DO CASTELO 2,00 14 CALDAS DA RAINHA 1,56
15 COVILHÃ 1,98 15 ELVAS 1,51
16 CALDAS DA RAINHA 1,94 16 VISEU 1,45
17 CASTELO BRANCO 1,91 17 CHAVES 1,45
18 CHAVES 1,85 18 COVILHÃ 1,44
19 FIGUEIRA DA FOZ 1,31 19 FIGUEIRA DA FOZ 1,05
média (19 cidades) 2,08 média (19 cidades) 1,70
Fonte: INE 2001, 2011 e Autor
123
7.5 Alojamentos por edifício e proporção de alojamentos vagos
Tabela 58: 19 Cidades – Alojamentos por Edifício e Proporção de Alojamentos Vagos. Cidade EstatísticaINE em 2001 e do Anel da Cidade Consolidada em 2011.
19 CIDADES – Alojamentos por edifício (Nº médio)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 TORRES VEDRAS 3,14 1 TORRES VEDRAS 5,22
2 CASTELO BRANCO 2,99 2 VISEU 4,50
3 BARCELOS 2,96 3 BARCELOS 3,80
4 FIGUEIRA DA FOZ 2,84 4 CALDAS DA RAINHA 3,51
5 CALDAS DA RAINHA 2,79 5 COVILHÃ 3,50
6 COVILHÃ 2,24 6 FIGUEIRA DA FOZ 3,36
7 GUARDA 2,24 7 CASTELO BRANCO 3,11
8 VISEU 2,22 8 VIANA DO CASTELO 2,72
9 ESPINHO 2,20 9 GUARDA 2,69
10 VIANA DO CASTELO 2,19 10 ESPINHO 2,67
11 OLHÃO 2,11 11 SANTO TIRSO 2,65
12 BEJA 2,05 12 CHAVES 2,61
13 MIRANDELA 1,99 13 MIRANDELA 2,59
14 SINES 1,98 14 OLHÃO 2,50
15 CHAVES 1,75 15 ABRANTES 2,50
16 ABRANTES 1,73 16 BEJA 2,09
17 ÉVORA 1,57 17 SINES 2,01
18 SANTO TIRSO 1,55 18 ELVAS 1,76
19 ELVAS 1,54 19 ÉVORA 1,64
média (19 cidades) 2,21 média (19 cidades) 2,92
19 CIDADES – Proporção de Alojamentos Vagos (%)
Nº Cidade Estatística INE, 2001 Nº Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 FIGUEIRA DA FOZ 50,32 1 FIGUEIRA DA FOZ 46,30
2 CHAVES 33,85 2 CHAVES 40,31
3 VIANA DO CASTELO 31,26 3 VISEU 35,16
4 CASTELO BRANCO 30,62 4 CASTELO BRANCO 34,12
5 MIRANDELA 28,99 5 COVILHÃ 33,88
6 GUARDA 28,14 6 GUARDA 33,42
7 VISEU 27,94 7 MIRANDELA 33,38
8 COVILHÃ 27,23 8 VIANA DO CASTELO 33,25
9 CALDAS DA RAINHA 25,04 9 ABRANTES 32,74
10 ELVAS 24,14 10 ELVAS 32,34
11 ESPINHO 23,77 11 SINES 30,42
12 BEJA 23,55 12 ÉVORA 29,59
13 SINES 23,05 13 BEJA 29,57
14 OLHÃO 22,12 14 OLHÃO 29,51
15 ABRANTES 21,94 15 CALDAS DA RAINHA 28,98
16 TORRES VEDRAS 20,73 16 ESPINHO 28,10
17 BARCELOS 19,29 17 TORRES VEDRAS 24,54
18 ÉVORA 16,43 18 BARCELOS 19,89
19 SANTO TIRSO 14,36 19 SANTO TIRSO 19,10
média (19 cidades) 25,93 média (19 cidades) 31,30
Fonte: INE 2001, 2011 e Autor
124
7.6 Densidade de alojamentos e distância maior entre limites
Tabela 59: 19 Cidades – Densidade de Alojamentos e Distância Maior entre Limites. Cidade Estatística INEem 2001 e do Anel da Cidade Consolidada em 2011. Fonte: INE 2001, 2011 e HPO.
19 CIDADES – Densidade de Alojamentos (Aloj/km2)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 OLHÃO 19,22 1 CALDAS DA RAINHA 49,48
2 ESPINHO 16,56 2 OLHÃO 44,14
3 BEJA 13,74 3 ELVAS 37,83
4 BARCELOS 13,61 4 ESPINHO 36,11
5 ÉVORA 13,57 5 FIGUEIRA DA FOZ 35,54
6 FIGUEIRA DA FOZ 12,41 6 TORRES VEDRAS 34,09
7 SINES 10,68 7 GUARDA 30,42
8 CASTELO BRANCO 9,13 8 CASTELO BRANCO 28,36
9 CALDAS DA RAINHA 7,65 9 BARCELOS 28,10
10 VIANA DO CASTELO 6,75 10 VISEU 26,95
11 VISEU 6,53 11 BEJA 25,18
12 CHAVES 6,12 12 SINES 24,89
13 TORRES VEDRAS 5,99 13 COVILHÃ 23,50
14 ELVAS 5,86 14 CHAVES 21,23
15 MIRANDELA 5,78 15 MIRANDELA 21,06
16 GUARDA 4,96 16 ABRANTES 20,36
17 SANTO TIRSO 4,30 17 ÉVORA 20,02
18 COVILHÃ 3,80 18 VIANA DO CASTELO 19,94
19 ABRANTES 3,39 19 SANTO TIRSO 19,64
média (19 cidades) 8,95 média (19 cidades) 28,78
19 CIDADES – Distância maior entre limites (km)
Nº Cidade Estatística INE, 2001 Nº Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 COVILHÃ 14,26 1 GUARDA 4,19
2 VIANA DO CASTELO 9,66 2 CASTELO BRANCO 4,05
3 FIGUEIRA DA FOZ 9,25 3 FIGUEIRA DA FOZ 3,87
4 VISEU 8,71 4 ÉVORA 3,57
5 ABRANTES 8,32 5 VISEU 2,89
6 GUARDA 8,09 6 ABRANTES 2,86
7 CASTELO BRANCO 7,68 7 ELVAS 2,86
8 ELVAS 7,28 8 BEJA 2,83
9 SANTO TIRSO 6,63 9 CALDAS DA RAINHA 2,75
10 MIRANDELA 6,61 10 VIANA DO CASTELO 2,69
11 CALDAS DA RAINHA 6,37 11 BARCELOS 2,58
12 ÉVORA 6,19 12 COVILHÃ 2,43
13 TORRES VEDRAS 5,90 13 TORRES VEDRAS 2,42
14 CHAVES 5,26 14 OLHÃO 2,32
15 BARCELOS 4,51 15 SINES 2,18
16 SINES 3,98 16 ESPINHO 2,17
17 BEJA 3,82 17 CHAVES 1,96
18 OLHÃO 3,68 18 MIRANDELA 1,77
19 ESPINHO 3,67 19 SANTO TIRSO 1,56
média (19 cidades) 6,84 média (19 cidades) 2,73
Fonte: INE 2001, 2011 e Autor
125
7.7 Capacidade residencial existente na cidade
Tabela 60: 19 Cidades – Capacidade Residencial Existente. Cidade Estatística INE em 2001 e Anel daCidade Consolidada em 2011.
19 CIDADES – Capacidade Residencial Existente na Cidade (N.º de pessoas)
N.º Cidade Estatística INE, 2001 N.º Anel da Cidade Consolidada, 2011
1 FIGUEIRA DA FOZ 28150 1 FIGUEIRA DA FOZ 11716
2 VISEU 18387 2 CALDAS DA RAINHA 9537
3 VIANA DO CASTELO 16487 3 VISEU 8958
4 CASTELO BRANCO 13568 4 CASTELO BRANCO 7662
5 COVILHÃ 13059 5 ÉVORA 7556
6 GUARDA 10242 6 BEJA 6901
7 CHAVES 8999 7 GUARDA 6679
8 CALDAS DA RAINHA 8489 8 OLHÃO 6031
9 ÉVORA 8141 9 ELVAS 5231
10 OLHÃO 7098 10 COVILHÃ 5159
11 ESPINHO 6760 11 ESPINHO 4638
12 BEJA 6701 12 ABRANTES 4319
13 ABRANTES 5035 13 VIANA DO CASTELO 3943
14 BARCELOS 4956 14 TORRES VEDRAS 3332
15 ELVAS 4829 15 BARCELOS 3273
16 MIRANDELA 4416 16 CHAVES 2996
17 TORRES VEDRAS 4326 17 MIRANDELA 2560
18 SANTO TIRSO 4162 18 SINES 2389
19 SINES 3401 19 SANTO TIRSO 994
média (19 cidades) 9326,61 média (19 cidades) 5466,96
Fonte: INE 2001, 2011 e Autor
A capacidade residencial existente resulta do somatório de alojamentos vagos, sazonais
ou não declarados, multiplicados pelo número médio de pessoas por alojamento.
Tabela 61: Tabela 1 - Os primeiros planos das 19 cidades.Cidade Autores Data
Abrantes A. S. Barata da Rocha (Eng. Civil) 1962Barcelos Mª José M. Moreira da Silva (Arq.) e David M. da Silva (Arq. Urb.) 1951
Beja Nikita de Gröer (Urb.) 1954Caldas da Rainha Paulino Montez (Arq.) 1949Castelo Branco João António de Aguiar (Arq.) 1962
Chaves Mª José M. Moreira da Silva (Arq.) e David M. da Silva (Arq. Urb.) 1951Covilhã João António de Aguiar (Arq.) 1952Elvas Mª José M. Moreira da Silva (Arq.) e David M. da Silva (Arq. Urb.) 1949
ESPINHO Januário Godinho (Arq.) 1950Évora Nikita de Gröer (Urb.) 1964
Figueira da Foz Antão de Almeida Garrett (Eng. Civil) 1962Guarda João António de Aguiar (Arq.) 1949
Mirandela A. J. de Brito e Cunha (Arq. Urb.) 1954Olhão MACROPLAN – Gabinete de Arquitetura e Gestão, Lda. 1981
Santo Tirso Rogério Marques (Arq.) 1945Sines Samuel Quininha (Arq.) 1949
Torres Vedras Miguel Jacobetty (Arq.) 1947Viana do Castelo João António de Aguiar (Arq.) 1947
Viseu João António de Aguiar (Arq.) 1950Fonte: DGOTDU
126
Tabela 62: 19 Cidades - Cidade e Município de C. Branco – Avaliação da Capacidade Residencial Existente.
CASTELO BRANCO Município2001
Município2011
Cidade INE2001
Cidade HPOANEL 2011
População Residente (N.º) 55708 56109 30649 23932
Famílias (N.º) 21555 23244 11107 9757
Alojamentos (N.º) 35027 38382 16008 13804
Edifícios (N.º) 23438 24669 5350 4432
Área (km2) 1439,40 1439,40 17,54 3,14
Densidade Populacional (Hab/km2) 38,70 38,98 1747,38 7621,66
Dimensão média das Famílias (N.º médio) 2,58 2,41 2,76 2,45
Pessoas por Alojamento (N.º médio) 1,59 1,46 1,91 1,73
Alojamentos por Edifícios (N.º médio) 1,49 1,56 2,99 3,11
Alojamentos Vagos (%) 38,46 39,44 30,62 29,32
Densidade de Alojamentos (Aloj/ha) 0,24 0,27 9,13 43,96
Capacidade Resid. Existente (N.º Pessoas) 34818 36542 13524 9926
Capacidade Residencial Existente (%) 62,50 65,13 44,13 41,48
Fonte: INE e Autor
Figura 46 | Anteplano de Urbanização de Castelo Branco (1962). Autor: João António de Aguiar (Arq.).Fonte: SNIT/DGOTDU.
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Tabela 63: 19 Cidades - Cidade e Município de Covilhã – Avaliação da Capacidade Residencial Existente.
COVILHÃ Município2001
Município2011
Cidade INE2001
Cidade HPOANEL 2011
População Residente (N.º) 54505 51797 34772 14880
Famílias (N.º) 20353 21220 12804 6462
Alojamentos (N.º) 30627 35303 17595 10344
Edifícios (N.º) 20001 22083 7856 2955
Área (km2) 555,62 555,62 46,29 2,60
Densidade Populacional (Hab/km2) 98,10 93,22 751,18 5723,08
Dimensão média das Famílias (Nº médio) 2,68 2,44 2,72 2,30
Pessoas por Alojamento (N.º médio) 1,78 1,47 1,98 1,44
Alojamentos por Edifícios (N.º médio) 1,53 1,60 2,24 3,50
Alojamentos Vagos (%) 33,55 39,89 27,23 37,53
Densidade de Alojamentos (Aloj/ha) 0,55 0,64 3,80 39,78
Capacidade Resid. Existente (N.º Pessoas) 27514 34376 13011 8939
Capacidade Residencial Existente (%) 50,48 66,37 37,42 60,07
Fonte: INE e Autor
Figura 47 | Anteplano Geral de Urbanização da Covilhã (1952). Autor: João António de Aguiar (Arq.).Fonte: SNIT/DGOTDU.
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Tabela 64: 19 Cidades - Cidade e Município de Guarda – Avaliação da Capacidade Residencial Existente.
GUARDA Município2001
Município2011
Cidade INE2001
Cidade HPOANEL 2011
População Residente (N.º) 43822 42541 26061 13266
Famílias (N.º) 16064 16402 9126 5226
Alojamentos (N.º) 26070 27894 12700 7849
Edifícios (N.º) 18676 19376 5671 2915
Área (km2) 712,13 712,13 25,63 2,58
Densidade Populacional (Hab/km2) 61,54 59,74 1016,82 5141,82
Dimensão média das Famílias (Nº médio) 2,73 2,59 2,86 2,54
Pessoas por Alojamento (N.º médio) 1,68 1,53 2,05 1,69
Alojamentos por Edifícios (N.º médio) 1,40 1,44 2,24 2,69
Alojamentos Vagos (%) 38,38 41,20 28,14 33,42
Densidade de Alojamentos (Aloj/ha) 0,37 0,39 4,96 30,42
Capacidade Resid. Existente (N.º Pessoas) 27296 29806 10206 6659
Capacidade Residencial Existente (%) 62,29 70,06 39,16 50,20
Fonte: INE e Autor
Figura 48 | Anteplano Geral de Urbanização da Guarda (1949). Autor: João António de Aguiar (Arq.).Fonte: SNIT/DGOTDU.
129
P8 A Covilhã e os vazios urbanos
A metodologia de análise aplicada ao caso da Covilhã foi a seguinte:
1.º) - A utilização de programas de acesso aberto a qualquer utilizador como a base de
dados do INE – Censos 2011, para obtenção dos valores referentes à População, Famílias,
Alojamentos e Edifícios, desde o total do Município até ao nível de subsecção.
2.º) - A observação direta de um conjunto de vazios que se repetem segundo padrões
regulares;
3.º) - Destes vazios parte-se para a definição das categorias/tipologias de análise;
4.º) - Elabora-se o levantamento do conjunto de vazios da área consolidada por ser mais
representativa e variada;
5.º) - A análise, através de imagens, fichas e sínteses gráficas permite estabelecer
relações com as tipologias e com as etapas de crescimento urbano. As imagens fotográficas de
distintos períodos da história urbana recente da Covilhã são documentos que ajudam à
contextualização do tema da organização espacial da cidade;
6.º) Obter os primeiros levantamentos realizados para a Covilhã e os posteriores
levantamentos topográficos e aero-fotogramétricos, bem como fotografias aéreas e orto-
fotomapas. A partir destes elementos estuda-se a evolução das malhas urbanas e a relação dos
vazios com a organização do território.
O “Google Earth” é uma ferramenta poderosa e acessível que nos permitiu obter imagens
atuais de todas as cidades. A localização das cidades no “Google Earth” nem sempre corresponde
ao lugar mais central, mas poderia ser melhorado com o apoio das autarquias junto do site
oficial.
A delimitação da área consolidada foi efetuada sobre as fotografias aéreas e revela-se
importante porque pode contribuir para:
- o controlo das densidades atuais e futuras;
- a consciencialização dos agentes políticos e residentes;
- colocar em foco a estrutura central da cidade para a salvaguarda da identidade;
- apoiar o planeamento futuro.
O desenho urbano de um lugar influi de muitas maneiras nas decisões e escolhas que as
pessoas podem tomar (BENTLEY, 1999, p. 9):
- Permeabilidade: influi aonde a gente pode ou não pode ir;
- Variedade: afeta a gama de atividades disponíveis;
- Legibilidade: é importante do ponto de vista da facilidade de compreensão das
oportunidades que se apresentam ao público;
- Versatilidade: influi na utilização por parte do público para diferentes propósitos;
- Imagem visual apropriada: influi na aparência do espaço de forma a permitir que as
pessoas percebam as opções disponíveis em si mesmo;
- Riqueza: influi no critério das pessoas para a escolha de experiências sensoriais;
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- Personalização: influi na capacidade do lugar para que as pessoas possam exprimir a
sua condição individual.
Figura 49 | Base de dados do INE – Censos 2011. Fonte: INE e Autor.
Figura 50 | Delimitação e cálculo das áreas. Fonte: Google Earth e Autor.
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Figura 51 | A folha de cálculo EXCEL utilizada como base de dados obtidos e cálculo de densidades,percentagens e outros. Fonte: Autor.
Permeabilidade – só os lugares que são acessíveis ao público podem proporcionar
alternativas. A vitalidade de um lugar pode medir-se através da sua capacidade de ser penetrado
ou que através dele ou dentro dele se pode circular de um sítio a outro. A permeabilidade exige
que existam espaços públicos e privados. A permeabilidade de qualquer sistema de espaço
público depende do número de rotas alternativas que oferece para ir de um ponto a outro. Estas
alternativas devem ser visíveis, e se não, apenas serão aproveitadas pelos utentes que conhecem
bem a área. Assim, a permeabilidade visual também é importante. (BENTLEY, 1999, p.12).
Figura 52 | A malha urbana constituída por muitos impasses dificulta a permeabilidade e a conexão emrede. Fonte: Autor.
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Figura 53 | O mapeamento dos vazios urbanos em AUTOCAD. Fonte: Autor.
Figura 54 | Área da cidade da Covilhã, situada entre a avenida 25 de Abril/Rua Marquês d’Ávila e Bolana ea Rua Mateus Fernandes. Fonte: Google Earth e Autor.
133
O bem imóvel pode ser classificado em duas categorias (CARVALHO, 2005, p. 42):
edificado e não edificado. A abordagem de valor é distinta consoante se trate de um ou outro
caso. No caso dos vazios urbanos podemos entender também a distinção em duas categorias:
vazios construídos e vazios não construídos.
Figura 55 | Identificação dos vazios urbanos. Trabalho de campo. Fonte: Autor.
A zona de estudo possui uma área total de 10,7 hectares. Foram identificados 45 vazios
urbanos, 38 construídos e 7 não construídos, representando uma área total de 4,8 hectares.
Os vazios urbanos identificados encontram-se maioritariamente abandonados:
- 33 – Abandonados;
- 12 - Subutilizados.
O uso anterior é predominantemente habitacional:
- 28 – Habitação;
- 5 – Serviços;
- 5 – Indústria;
- 7 – Agricultura.
O estado de conservação das construções dos 38 vazios construídos é variado mas
predominam os degradados:
- 24 - Degradados;
- 10 - Ruínas;
- 2 - Interrompidos na construção;
- 2 - Conservados.
A dimensão dos lotes é muito variada, desde 50 m2 até 11000 m2:
- 18 – até 200 m2;
- 21 – de 200 a 1000 m2;
134
- 6 – mais de 1000 m2.
A propriedade dos terrenos/lotes é principalmente privada (43), sendo apenas dois
públicos.
Figura 56 | Garagem de São João – Vazio urbano subutilizado. Fonte: Autor.
Estes resultados demonstram a necessidade de conhecer os vazios urbanos da cidade e
justificam a elaboração de uma carta onde se localizem e identificem.
Esta carta deverá ser elaborada na escala 1:2000 ou 1:1000.
135
P9 Conclusões
9.1 Principais conclusões
O desenvolvimento da sociedade de consumo fez do comércio um setor decisivo das
dinâmicas urbanas. Infelizmente, as implantações comerciais foram muitas vezes consideradas
como um maná para os poderes públicos locais que, para o receber, fizeram muitas concessões
aos investidores privados. As diversas leis respeitantes ao “urbanismo comercial” nada mudaram
neste domínio. Os hipermercados, os centros comerciais, as superfícies especializadas de toda a
espécie implantam-se assim essencialmente em função das lógicas dos atores comerciais. As
famosas e, por vezes, catastróficas “entradas de cidade” testemunham este deixar andar.
A acessibilidade da cidade para todos é um grande desafio num contexto urbano onde há
necessidade de se deslocar e utilizar um meio de transporte para aceder ao seu trabalho, para
fazer compras, para beneficiar da maior parte dos equipamentos coletivos, para ir a casa dos
amigos, etc. A acessibilidade é, contudo, um desafio ainda maior para as pessoas que sofrem de
uma diminuição física.
O automóvel constitui uma das principais questões para o futuro da cidade. Contudo,
inscreve-se num tal número de desafios, tanto imediatos como societais, que é preciso esforçar-
-se, quando os projetos urbanos o implicam, por decompor os problemas que ele põe de maneira
a fazer salientar a complexidade e a poder construir assim compromissos inevitáveis.
Atualmente as cidades são muito marcadas por vias rápidas (especializadas para o
automóvel), passagens desniveladas, rotundas. Colocam-se, no entanto, muitas dúvidas relativas
a esta atitude, daí facilitando uma mobilidade crescentemente baseado no automóvel particular.
Poderão talvez apontar-se, a este respeito, duas questões principais:
- Uma delas diz respeito à inserção do automóvel na cidade antiga, não concebida para
tal, sendo que o seu espaço público se mostra muito insuficiente para o albergar, e as
características morfotipológicas do edificado são dificilmente compatibilizáveis com a criação de
estacionamento no interior dos lotes. A atitude haussmaniana e os vários modelos nascidos com o
movimento moderno apontavam para demolições maciças, mas o atual respeito pelo património
e a vontade de reabilitar e reutilizar estas zonas conferem primordial importância à questão de
como nelas inserir (ou recusar) o automóvel. O problema coloca-se, sobretudo, em áreas de
traçado medieval, pela frequente exiguidade do seu espaço público, e nas áreas centrais, pelo
afluxo que motivam. Mas, com mais ou menos intensidade, a questão coloca-se na generalidade
das áreas pré-modernas da cidade e até noutras mais recentes.
– Uma segunda questão relaciona-se com a problemática concentração/dispersão. A atual
dinâmica urbana afigura-se encerada num ciclo que se reproduz a si próprio. O processo de
crescente periurbanização e dispersão provocam, inevitavelmente, deslocações mais longas e
maior utilização do automóvel particular, o mesmo é dizer, o aumento do tráfego, exigindo a
construção de novas infraestruturas viárias, as quais vão aumentando a dinâmica instalada. A
pretender-se travar a dispersão, então a administração pública deverá descobrir a forma de
136
quebrar ou de desacelerar o ciclo. Uma das formas para reduzir o impacto do automóvel é
alterar os parâmetros urbanísticos na cidade antiga, reduzindo a obrigatoriedade do automóvel
nas edificações que se pretendam reabilitar.
Pretende-se que as pessoas gostem de viver na cidade contínua, que nela permaneçam.
Para o conseguir, há que não esquecer que o automóvel faz hoje parte das suas vidas, sendo
portanto indispensável a existência de estacionamento próximo da residência. Mas tirar o
automóvel da rua deverá constituir um dos principais objetivos da valorização de muitas áreas
consolidadas da cidade, não tanto porque a presença do automóvel seja desagradável, mas
porque ele ocupa muita área, que falta para outras funções, sobretudo pedonais. O problema é
de saber como fazê-lo.
Nas novas urbanizações ou áreas com espaço suficiente, afigura-se fácil. Basta impor,
regulamentarmente, a cada fogo ou unidade de ocupação, o estacionamento correspondente e
mais uma percentagem de oferta pública, assegurando também a função pedonal.
Na cidade orgânica, em que o carro surge sempre como um elemento insólito e
indesejável, a solução será um estacionamento coletivo enterrado, no local vizinho que exigir
menos e mais aceitáveis demolições. Destinando-se a moradores, dificilmente ocorrerá sem ser
através da iniciativa pública.
Na cidade clássica, normalmente com ruas um pouco mais largas e dimensão de lotes
também maiores, tem-se assistido, por vezes à exigência municipal de construção de
estacionamento em cada lote, quase sempre em cave, aquando pedido de reconstrução. Parece
uma má solução, porque lenta e casuística e porque, com edifícios de frente relativamente
estreita (7 m ou 8 m, por exemplo), exigir o estacionamento implica a criação de uma nova
abertura de garagem e traduzir-se-á numa descaracterização urbanística/arquitetónica de toda a
rua. Uma solução possível (ainda não testada), seria a transformação de alguns edifícios (mais
degradados, menos interessantes, vazios) em silos de estacionamento destinados a residentes.
De notar que os atuais meios mecânicos permitem, do ponto de vista tecnológico, tal solução.
Com uma nova função, poderão assumir uma nova forma, possivelmente de rutura; sendo
pontuais, poderão não prejudicar a coerência do conjunto e seguramente que a ajudarão a
qualificar, pelo espaço público que irão libertar para os peões. Exigirão, obviamente projeto
arquitetónico e terão que ser dinamizados (não necessariamente financiados) pelo município.
A densificação pode ser um meio de reduzir as mobilidades em geral e de favorecer os
transportes coletivos. Pode, portanto, ser ecologicamente legítima. Porém, choca com a procura
de casas individuais e de espaço. Não é também uma fórmula mágica porque a otimização das
deslocações numa aglomeração é complexa e passa em primeiro lugar por formas urbanas
polarizadas e axializadas, compatíveis no limite com zonas de baixa densidade. Por outro lado, a
densificação tem também custos que não se podem negligenciar.
A dispersão urbana é uma expansão de baixa densidade das cidades para uma periferia
cada vez mais afastada. É gerada por uma procura acrescida do espaço habitável, de casas
unifamiliares e de jardins privados, e muitas vezes pela rejeição da densidade e do ambiente da
grande cidade. Lutar contra a dispersão urbana surge como um grande desafio para o urbanismo.
O principal motivo é de ordem ambiental, pois a dispersão urbana implica uma forte mobilidade
individual e, portanto, emissões importantes de gás com efeito estufa. Duas opções são
137
possíveis: uma com base em casas individuais, agrupadas em pequenos coletivos; outra com a
construção de casas de alta qualidade ambiental com transportes de acordo com a procura,
procurando urbanizar em zonas mais compactas.
Alguns argumentos pró e contra a ocupação dispersa e periurbana:
Para os PRÓS é:
- A satisfação de uma necessidade ancestral;
- O sonho partilhado do regresso à natureza, traduzido no jardim que envolve cada
habitação;
- A melhor resposta a um desejo profundo de posse e de personalização do espaço vital
de cada um, desejo exacerbado pelo anonimato que caracteriza a civilização urbana;
- A reação saudável contra o risco de perda de identidade, a revolta contra a sociedade
que o queria anular;
- A afirmação da liberdade a todos os níveis;
Para os CONTRAS é:
- O longo trajeto habitação-trabalho, a pobreza dos serviços coletivos, a procura de um
tempo que continua a fugir, a procura de uma natureza que não passa de um simulacro
- A solidão, um verdadeiro anonimato decorrente da falta de contactos;
- Uma enorme carga no orçamento das famílias: empréstimos com a habitação, exigência
de equipamentos próprios, necessidade de segunda viatura;
- Uma enorme carga para o orçamento público: infraestruturas (construção inicial e
conservação), gastos insuportáveis de energia;
- Um espaço desfigurado, uma agricultura ameaçada pelo aumento dos preços fundiários;
- Um mito perigoso, um demissionismo da cidade, forma mais elaborada de ocupação de
espaço;
- Uma forma de alienação mais redutora que qualquer outra.
Uma parte significativa das populações urbanas modestas habita e trabalha na periferia
das cidades e, as suas necessidades são mal transmitidas e mal consideradas pelos poderes
políticos. Porque o desafio não é lutar contra periurbanização, a suburbanização ou a
rurbanização como tais, mas organizar da forma mais urbana possível este modo de habitat e de
trabalho.
A cidade industrial era monocêntrica e radiocêntrica, caracterizada por uma
continuidade urbana. Hoje, nas grandes cidades, já não vivemos apenas à escala do bairro nem
mesmo da cidade, mas de uma vasta conurbação policêntrica e descontínua. É uma cidade
heterogénea, que reúne no mesmo sistema cinco tipos urbanos muito diferentes: A cidade-
centro, muito densa rica em transportes públicos e equipamentos, onde vivem as populações
mais privilegiadas; o subúrbio periurbano, onde encontramos essencialmente pequenos edifícios
coletivos e classes médias dependentes da ligação com a centralidade principal; a área
suburbana dominada pelas zonas de construção unifamiliar com muito poucas ligações com a
cidade-centro, e que fica “condenada” às deslocações automóveis; a cidade dos excluídos e
daqueles com residência atribuída, ou seja, os grandes conjuntos de habitação social,
encravados e mal servidos; finalmente, zonas no campo, refúgio dos “rurbanos”.
138
O século XX viu surgir, no campo do urbanismo e do ordenamento do território, a ideia
de “cidade nova”. Esta ideia, materializável e materializada em múltiplos exemplos e em todos
os continentes, para além de constituir um paradigma das novas capacidades técnicas e
tecnológicas do homem, mostrou também, nos exemplos limite, uma capacidade para construir e
para destruir os referenciais mais importantes da vida comunitária – as cidades. Este poder de
construir e destruir a um ritmo antes impensável em contraste com os processos históricos que
nos legaram um património urbano tradicional sedimentado ao longo de séculos, fez emergir
duas lógicas convergentes na destruição da cidade como referência cultural: - o afastamento dos
cidadãos dos processos de decisão, desinteressados ou incapazes de participar na construção da
cidade e no ordenamento do seu território; - a assunção, por parte da administração, de toda a
responsabilidade delegada pelos cidadãos e a sua incapacidade de evitar a contínua degradação
da cidade e do território, não obstante toda a produção legislativa e regulamentar.
A situação do quadro legal do ordenamento do território e do urbanismo só poderá ser
superada a partir de uma maior clarificação do papel das autarquias no processo de ordenamento
do território, conferindo-lhes capacidade e poderes bastantes, sem tutelas inúteis mas com
responsabilidade acrescida, acentuando definitivamente o seu papel na formulação de horizontes
e na operacionalização de instrumentos para a intervenção no seu território.
A contenção da expansão urbana, o reconsiderar dos processos de desenvolvimento
urbano permitirá poupar o ambiente natural e, simultaneamente, investir na requalificação e
melhoria das condições de vida nas cidades e aglomerados tradicionais.
A inserção social é um objetivo fundamental do homem, complementar da formação e
da afirmação da individualidade e implica, nomeadamente, adequada densidade e um ambiente
com o qual haja identidade.
Espaço público, orgulho e cidadania - Quando visitamos uma cidade visitamos um ou
outro edifício – templos, museus, lojas, o nosso hotel – mas é nos espaços públicos que
satisfazemos o desejo de a conhecer melhor. Olhamos as fachadas dos edifícios que nos
despertam a atenção, olhamos as montras das lojas, usarmos os transportes e as esplanadas,
comemos nos restaurantes, flanamos, numa palavra.
Existe boa e má arquitetura feita ou não por arquitetos, em todos os tempos. A atuação
do arquiteto na história de um edifício é, apenas, mais uma intervenção que se adiciona às
anteriores, que é capaz de proteger, conservar, reabilitar e criar património. Do mesmo modo, a
intervenção na cidade faz parte de um processo histórico de sedimentação em que cada nova
parcela não anula, antes interpreta, compreende e traduz o património urbano. A cidade e a
arquitetura são os mais significativos depositários da nossa herança cultural.
Nos novos ambientes urbanos e sobretudo nas periferias e subúrbios, é preciso
revalorizar o sentido da cidade através do espaço público. O desenho do espaço público requer
que se dê maior importância ao planeamento de pormenor, sublinhando o papel do desenho
urbano e da arquitetura na “cultura do lugar”. A pluridisciplinaridade do urbanismo não deve
esconder o papel próprio do arquiteto.
139
9.2 Recomendações
Atuar em todos os registos em simultâneo e enfrentando as tendências adversas, não é
possível sem uma radical mudança de atitude da nossa sociedade em relação às questões da
arquitetura e da cidade. É preciso que esta seja encarada como uma questão política que se
reclama dos valores da cidadania: o futuro do nosso território deve ser assumido como um
projeto coletivo, nacional.
O problema da conservação do centro histórico é principalmente um problema social,
porque o objetivo a salvaguardar é uma qualidade de vida, não uma forma que se admira.
Para além dos projetistas e se quisermos conservar os artefactos tradicionais é preciso
salvaguardar as profissões tradicionais, que já serviram no passado para construir esses
artefactos e que têm agora de servir para os manter.
140
Bibliografia geral
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