modelo de amortecimento em roll para fpsos com bolinas...

113
Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas Estendidas Fernanda Araújo Rio de Janeiro Setembro 2018 Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Antonio Carlos Fernandes, PHD

Upload: others

Post on 29-Aug-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com

Bolinas Estendidas

Fernanda Araújo

Rio de Janeiro

Setembro 2018

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Naval e Oceânica da

Escola Politécnica, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, como parte dos

requisitos necessários à obtenção do título

de Engenheiro.

Orientador: Prof. Antonio Carlos

Fernandes, PHD

Page 2: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

ii

MODELO DE AMORTECIMENTO EM ROLL PARA FPSOS COM BOLINAS

ESTENDIDAS

Fernanda Araújo

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

CURSO DE ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA

POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO

PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU

DE ENGENHEIRO NAVAL E OCEÂNICO.

Examinado por:

_______________________________________

Prof. Antonio Carlos Fernandes, PhD

_______________________________________

Prof. Joel Sena Sales, D.SC

_______________________________________

Allan Carré de Oliveira, D.SC

_______________________________________

Peyman Asgari, M.SC

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

SETEMBRO DE 2018

Page 3: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

iii

Araújo, Fernanda

Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com

Bolinas Estendidas. (l) Fernanda Araújo – Rio de Janeiro:

UFRJ/Escola Politécnica, 2018.

viii, 105 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Antonio Carlos Fernandes

Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/ Curso de

Curso de Engenharia Naval e Oceânica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 78-83.

1. Análise não-linear. 2. Movimento em Roll de

FPSOs. 3. Amortecimento em Decaimento Livre.

I. Fernandes, Antonio Carlos. II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica; Curso de Engenharia

Naval e Oceânica. III. Título.

Page 4: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais por terem priorizado a educação acadêmica dos filhos,

fornecendo o incentivo e os recursos necessários à minha formação. Agradeço em

especial à tia Conceição, ex-professora, que diante da dificuldade financeira dos meus

pais encarregou-se de buscar bolsas de estudo e arcar com os cursos complementares.

Se hoje eu estou conquistando um diploma de engenharia em uma das melhores

universidades do país, eu devo sem dúvida a essas importantes pessoas que me

agraciaram com todo o apoio e incentivo.

Quero agradecer também aos amigos de graduação, companheiros durante os

momentos difíceis: Rodrigo Figueiredo Chapouto, Glauter Moreira Barbosa e Luanda

da Silva Barboza. Obrigada pela paciência, compreensão, pela companhia e pelas boas

risadas. Espero poder levar a amizade de vocês para o resto da vida.

À Laiz Campos, sem ela esse trabalho não seria finalizado, estou em dívida.

Minha gratidão à Flávia Rezende, exemplo de profissional e pessoa, que me orientou e

cedeu os dados utilizados dentro do JIP Roll Não linear.

Meus agradecimentos ao professor Tatalo, pela orientação e conhecimento

compartilhado e ao professor Sphaier pelas contribuições.

Pelo apoio, incentivo e aprendizado técnico, quero agradecer aos colegas do Bureau

Veritas: Cristiane Palhares, Caroline Almeida, Débora Ladeira e Martin Gundelach.

Page 5: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

v

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Naval e Oceânico.

MODELO DE AMORTECIMENTO EM ROLL PARA FPSOS COM BOLINAS

ESTENDIDAS

Fernanda Araújo

Setembro/2018

Orientador: Prof. Antonio Carlos Fernandes, PhD.

Curso: Engenharia Naval e Oceânica

A predição confiável do amortecimento em roll durante o projeto de FPSOs é um

importante tema para a indústria de óleo e gás. Com o advento do uso das bolinas

estendidas, o tema tornou-se especialmente latente por conta da dificuldade dos

modelos tradicionais em abranger resultados para essa recente configuração. O

presente trabalho traz uma revisão bibliográfica dos estudos sobre o assunto e propõe

uma abordagem presente no trabalho de IKEDA (1978) através do modelo de

amortecimento cúbico como a melhor opção para modelar FPSOs com bolinas

estendidas. Resultados de testes de decaimento livre com modelos 2D e 3D, testes de

oscilação forçada e análises em CFD são usados para avaliar o modelo cúbico

embasado por experimentos de decaimento livre. Os resultados do novo modelo são

comparados com o modelo de IKEDA (1978). Além disso, o efeito memória relatado

em trabalhos anteriores é considerado no tratamento dos dados de decaimento livre. Ao

final, a adequação com o modelo de previsão semi empírico de IKEDA é verificada.

Palavras Chaves: Decaimento Livre; Decaimento em jogo; Amortecimento em Jogo;

Bolinas estendidas; Balanço Transversal.

Page 6: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

vi

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

ROLL DAMPING MODEL FOR FPSOS WITH LARGER –THAN-USUAL BILGE

KEELS

Fernanda Araújo

September/2018

Advisor: Prof. Antonio Carlos Fernandes, PhD.

Course: Naval and Ocean Engineering

A reliable prediction of roll damping during FPSO’s design is an important issue for

the Oil and Gas industries. With the advent of extended bilge keels the subject became

specially smoldering because of traditional models difficulties on provide results for

this modern configuration. The present work brings out a bibliographical revision of

the current studies about the subject and recovers an approach presented by IKEDA

(1978) through cubic damping model as a better option for modelling FPSOs with

larger-than-usual bilge keels. Results from free decay tests with 2D and 3D models,

forced roll tests and CFD analyses are used in order to assess IKEDA’s cubic model.

In addition, the memory effect pointed out by recent CFD works plays an important

role during free decay results treatment. At last, the adequacy with IKEDA (1978)

semi-empirical prediction model is verified.

Keywords: Free Decay; Roll Decay; Roll Damping; Extended Bilge Keels.

Page 7: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

vii

Sumário

1 Introdução ..................................................................................................................... 1

1.1 Unidades tipo FPSO e o problema do movimento em roll ................................ 1

2 Objetivo ......................................................................................................................... 6

3 Revisão Bibliográfica .................................................................................................... 7

4 Teoria........................................................................................................................... 28

4.1 Hidrodinâmica do Roll ........................................................................................ 28

4.1.1 Equação do Movimento .............................................................................. 28

4.1.2 Modelo de Amortecimento.......................................................................... 30

4.1.3 Decaimento Livre ........................................................................................ 31

4.1.4 Amortecimento Equivalente ....................................................................... 33

5 Experimentos .............................................................................................................. 34

5.1 Testes no Laboratório de Ondas e Corrente – LOC ........................................ 34

5.1.1 Decaimento Livre ........................................................................................ 34

5.1.2 Definição do Centro de Roll ....................................................................... 36

5.1.3 Teste Oscilação Forçada no Ar ................................................................. 38

5.1.4 Teste Oscilação Forçada na Água ............................................................ 40

5.1.5 Coeficiente de Amortecimento em Oscilação Forçada ............................ 41

5.2 Testes no LABOCEANO .................................................................................... 47

6 Resultados .................................................................................................................. 48

6.1 Comparação entre Formulações do Fator de Amortecimento. ....................... 48

6.2 Comparação entre Amplitude Média Aritmética e Geométrica....................... 50

6.3 Resultados LOC .................................................................................................. 52

6.3.1 Cálculo do Fator de Amortecimento devido Radiação............................. 52

6.3.2 Decaimento Livre – Comprimento da Bolina e Período Fixos x Variação

do Calado .................................................................................................................... 52

6.3.3 Decaimento Livre – Comprimento da Bolina e Calado Fixos x Variação

do Período Natural ..................................................................................................... 58

6.3.4 Oscilação Forçada ...................................................................................... 63

6.4 Resultados LABOCEANO .................................................................................. 68

6.5 Comparação LOC x LABOCEANO ................................................................... 70

6.6 Comparação com Resultados CFD................................................................... 71

6.7 Comparação das Curvas de Decaimento ........................................................ 75

7 Conclusão ................................................................................................................... 76

Page 8: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

viii

8 Referências ................................................................................................................. 78

9 Apêndice ..................................................................................................................... 84

9.1 Amortecimento em Função do Número de Keulegan-Carpenter ................... 84

9.2 Curvas de Histerese para Bolina de 1,20m ...................................................... 94

Page 9: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

1

1 Introdução

1.1 Unidades tipo FPSO e o problema do movimento em roll

A exploração de petróleo offshore no Brasil consagrou o uso de unidades marítimas

do tipo FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading). Um FPSO é uma

plataforma de produção de petróleo com forma semelhante a um navio petroleiro

convencional conforme Figura 1. O FPSO está ligado ao fundo marinho através de

um sistema de ancoragem responsável pela manutenção da posição da plataforma.

Na produção os risers (dutos) conectam a unidade FPSO ao arranjo submarino de

onde uma mistura de água, gás e óleo são retirados dos poços. A mistura é então

tratada na planta de processamento localizada no topside e a parcela de óleo

resultante é armazenada nos tanques a bordo até ser transferida para um navio

aliviador responsável por transportar a produção até as unidades de refino.

Figura 1 – FPSO Cidade de Itajaí com ancoragem tipo Spread Mooring. 1

As unidades tipo FPSO tem como vantagem a alta capacidade de armazenamento de

óleo. Esse tipo de unidade pode ser rapidamente implementado no campo de

produção e é até mesmo possível explorar a grandes distâncias da costa, onde a

construção de uma infraestrutura de oleodutos para escoamento da produção seria

inviável. Outra vantagem está na grande área de convés disponível, menos sensível

à movimentação de pesos quando comparada com uma unidade tipo

1 Disponível em http://tnpetroleo.com.br/noticia/fpso-cidade-de-itajai-mais-um-marco-de-seguranca/

Acessado em agosto 2018.

Page 10: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

2

semissubmersível. Com os FPSOs foi possível ainda reduzir o custo de capital e

tempo de construção convertendo cascos de navios antigos. Essa opção foi

particularmente útil quando a IMO (International Maritime Organization) , através da

inclusão do Regulamento 13F ao Anexo 1 da MARPOL2 em 2003, estabeleceu a

obrigatoriedade do duplo fundo, fazendo o preço dos navios com casco singelo

caírem drasticamente.

Através da Petrobras, o país lidera o ranking de operação para esse tipo de unidade,

conforme pode ser visto na Figura 2 que ilustra o mapa da distribuição de FPSOs no

mundo segundo dados de 2016.

A presença de FPSOs convertidos significa que os cascos foram projetados

inicialmente para navegação e não para as condições estacionárias de exploração de

petróleo. Quando em navegação o navio pode optar por enfrentar as ondas pela

proa, mas a plataforma é estacionária e incapaz de evitar a incidência de ondas por

través. Ademais, enquanto navegando, existe um efeito de sustentação gerado que

minimiza os efeitos de roll nos navios.

Portanto, apesar das reconhecidas qualidades, um problema preocupante em relação

aos FPSOs diz respeito à movimentação excessiva em operação, especialmente, o

movimento em roll (jogo) excessivo, gerado principalmente pelas ondas de través. O

efeito desse movimento nos FPSOs possui as mais diversas implicações: prejudica o

conforto da tripulação a bordo; compromete o desempenho dos equipamentos da

planta de operação provocando até mesmo a interrupção das atividades de

exploração em condições críticas; induz movimento vertical excessivo nos conectores

dos risers; e impede o pouso e decolagem de helicópteros.

Alguns FPSOs possuem sistema de ancoragem por Turret, o que permite com que a

unidade se movimente para se adaptar às condições ambientais. Uma ilustração dos

dois sistemas é mostrada na Figura 3. Nele vemos que o sistema turret, figura 3a,

permite que o sistema rotacione em torno de um eixo fixo. Já no sistema Spread

Mooring vemos 4 grupo de linhas de ancoragem que fixam a posição da unidade à

vante e à ré. Ambos os sistemas estão sujeitos ao problema de movimentação

excessiva em roll: entretanto o sistema tipo spread mooring é menos suscetível por já

ser projetado alinhado com a direção mais crítica. Já o sistema tipo Turret, onde a

unidade pode ajustar o aproamento em função das condições ambientais, é mais

propícia a ter problemas em locais onde existe direcionalidade ambiental. Nesse

2 Convenção para Prevenção da Poluição por Navios de 1973 e modificada por Protocolo de 1978.

Page 11: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

3

caso, as combinações de mar de vento e swell podem resultar em aproamento

propício ao roll.

Figura 2 – “Ranking” de empresas operadoras de FPSO. Retirado de OFFSHORE MAGAZINE (2016)

Figura 3 - Ilustração de sistemas de ancoragem tipo Turret (3a) e tipo Spread Mooring (3b). 3

A solução mais fácil e mais eficiente atualmente para minimizar o efeito do

movimento em roll é o uso de bolinas. As bolinas são placas de metal fixadas ao

longo da região do bojo da embarcação, em ambos os bordos, que amortecem o

movimento, conforme Figura 4. A adoção de bolina constitui prática já consagrada em

3 Figuras 3a e 3b, respectivamente, disponíveis em :

https://www.nov.com/Segments/Completion_and_Production_Solutions/Floating_Production_Systems/APL_MooMooM_and_Loading_Systems/Submerged_Turret_Production.aspx http://fukymarintech.weebly.com/permanent-mooring.html Acessado em agosto 2018.

3A 3B

Page 12: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

4

embarcações e permaneceu nos FPSOs mesmo após a conversão do casco de

petroleiro. As bolinas que são utilizadas hoje nos FPSOs nova construção (“new

build”) são similares às utilizadas em navios exceto pelo tamanho. Como o

incremento da resistência ao avanço não é uma preocupação no caso de

plataformas, as bolinas utilizadas podem ser muito maiores do que o usual, a fim de

aumentar o amortecimento, podendo alcançar até quase 2 metros de extensão.

Figura 4 – Representação do casco de um FPSO com bolina estendida. Retirado de JAN VAN KAMPEN (2015).

Diferente dos demais movimentos como heave, pitch e yaw, o movimento em roll é

sensível aos efeitos da viscosidade do fluido. Além disso, a presença de bolinas

interfere fortemente nos resultados. Mas dado o impacto no comportamento da

unidade, uma previsão do amortecimento em roll precisa ser estabelecida ainda na

etapa preliminar de um projeto. Os métodos computacionais mais utilizados

atualmente tem por base a teoria potencial que, apesar de rápida e eficiente, falha no

tratamento da parcela viscosa do amortecimento em roll. Nesse caso, métodos de

previsão semi empírica são utilizados para calcular a parcela viscosa que deve ser

posteriormente inserida na abordagem potencial.

Demais alternativas no cálculo do amortecimento roll consistem em análises CFD ou

testes com modelos em tanques de provas. Os testes experimentais são o método

mais caro e também mais adequado às etapas avançadas de projeto. As análises

CFD, pela exigência computacional, são aplicáveis em estudos específicos. No caso

experimental do teste de decaimento, o modelo de ajuste usual consiste na

consideração do amortecimento não linear através de uma equação quadrática em

função da velocidade do movimento, chamado resumidamente de modelo quadrático.

Entretanto, trabalhos desenvolvidos por FERNANDES et al através da PETROBRAS

em parceria com a COPPE/UFRJ demonstraram que a presença de bolinas

estendidas interfere consideravelmente no mecanismo de amortecimento, com

Page 13: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

5

resultados experimentais divergindo dos obtidos por abordagens baseadas na teoria

do navio e no modelo tradicional quadrático.

Conforme podemos observar na Figura 5, o coeficiente de amortecimento para

grandes amplitudes, aproximadamente ângulos maiores que 6 graus, deixa de

apresentar um comportamento linear. De fato, observa-se uma redução significativa

da taxa de incremento do amortecimento para grandes ângulos. Portanto, os

resultados experimentais levantam questões relacionadas ao mecanismo de

evolução do movimento em roll com presença de grandes bolinas; mecanismo ainda

não plenamente compreendido.

Figura 5 – Exemplo de divergência do modelo com bolinas estendidas em comparação com o modelo convencional, que será investigada no presente trabalho. Retirado de OLIVEIRA E FERNANDES

(2012).

Por exemplo, sabe-se que uma das principais consequências da utilização de bolinas

estendidas é a geração de vórtices de grandes magnitudes. No instante em que a

unidade inicia o movimento em roll ocorre a separação do escoamento e formação de

vórtice na extremidade da bolina. O vórtice altera a pressão no casco gerando o

amortecimento de pressão. Entretanto, dado o tamanho da bolina estendida, o

grande vórtice gerado continua interagindo com o meio fluido e alterando a pressão

do mesmo, um fenômeno complexo de mensurar.

A partir da necessidade investigativa, surge também a necessidade de modelos

adequados de previsão e ajuste desses resultados.

Page 14: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

6

O objetivo do presente trabalho consiste em apresentar o modelo cúbico como uma

alternativa às limitações do modelo quadrático, em se tratando da estimativa de roll a

partir de testes experimentais. A próxima seção, seção 2, detalha melhor esse

objetivo.

2 Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar o modelo cúbico, presente no

trabalho de IKEDA (1978) e na coletânea do estado da arte feita por HIMENO (1981),

como um modelo adequado para representar o amortecimento em roll de FPSOs com

bolinas estendidas. O modelo cúbico, apesar de conhecido, na sua forma original ele

foi pouco utilizado na literatura. Alguns autores como CARDO et al (1982), BASS E

HADDARA (1988) recorreram a modelos cúbicos, geralmente modelos lineares-

cúbicos, a fim de facilitar o cálculo matemático pela exclusão do termo com módulo

de velocidade presente no modelo quadrático tradicional. Sendo assim, apesar de

cúbicos, os modelos avaliados por esses autores não correspondem ao modelo

original de IKEDA (1978). A ideia do presente trabalho é recuperar o modelo cúbico,

conforme proposto por IKEDA (1978) e verificar se ele representa adequadamente a

taxa de redução do incremento do amortecimento para ângulos maiores do que

aproximadamente 6 graus, que aqui serão considerados “grandes” ângulos.

Além disso, a própria taxa de redução do incremento do amortecimento para

“grandes” ângulos será avaliada à luz de recentes estudos de CFD que indicam a

presença do efeito memória durante os testes de decaimento a partir do repouso.

Para o objetivo citado, os resultados de uma campanha de testes experimentais no

LOC e LABOCEANO e testes em CFD realizados com diferentes softwares por

empresas participantes do JIP Non Linear Roll foram utilizados.

O Capítulo 1 contém uma breve introdução do problema a ser abordado, ou seja, o

problema operacional provocado pelo roll em plataformas FPSO e a ausência de

referência e base teórica para o caso de FPSOs com bolinas estendidas ou maiores

do que o usual, além da aparente inadequação do tradicional modelo quadrático

advindo de William Froude.

O Capítulo 2 resume os objetivos do trabalho e a organização do mesmo.

Page 15: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

7

O Capítulo 3 apresenta uma compilação histórica dos principais trabalhos

relacionados ao movimento em roll, especialmente os trabalhos que são a base para

o entendimento do movimento em roll em plataformas FPSO.

O Capítulo 4 ilustra a teoria matemática envolvida.

O Capítulo 5 descreve os experimentos realizados nos laboratórios LOC e

LABOEANO.

O Capítulo 6 apresenta os resultados dos testes de decaimento, oscilação forçada e

comparação com simulações numéricas realizadas externamente.

O Capítulo 7 apresenta as conclusões e conhecimentos adquiridos ao longo do

trabalho.

O Capítulo 8 contém as obras e trabalhos de referência consultados em ordem

alfabética.

O Capítulo 9 fornece gráficos adicionais dos resultados.

3 Revisão Bibliográfica

A história formal do estudo do movimento em roll começa com William FROUDE, que

no séc. XIX se debruçou na teoria matemática do assunto em seu primeiro trabalho

hidrodinâmico “On the Rolling of Ships” (FROUDE, 1861). FROUDE era engenheiro

civil por formação, mas sempre se interessou pelo tema do comportamento de

navios. A amizade com I.K. Brunel, famoso engenheiro construtor de ferrovias e

navios a vapor, apenas reforçou sua disposição e deu a devida oportunidade para

que FROUDE ingressasse no meio naval. De fato, FROUDE entrou para a história da

hidrodinâmica por conseguir relacionar a resistência de modelos em tanques de

prova com navios em escala real. Durante os testes ele observou que poderia obter a

equivalência da resistência residual entre modelo e protótipo se a relação das

velocidades sobre a raiz quadrada dos comprimentos, adotando modelo e protótipo

geometricamente semelhantes, fosse mantida constante; o que ficou conhecido como

a Lei da Similaridade de FROUDE (FROUDE, 1888).

Segundo BROWN (2006), a história do envolvimento de FROUDE com o movimento

em roll começa quando seu amigo Brunel fica a cargo do projeto de um novo navio

muito maior que os anteriores que havia projetado: o GREAT EASTERN. Com 210

metros de comprimento e capacidade para até 4000 passageiros, o navio seria a

Page 16: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

8

tecnologia de ponta da época e Brunel estava preocupado que a diferente

distribuição de pesos pudesse interferir de maneira inesperada no comportamento ao

mar da embarcação. Foi então que Brunel encarregou FROUDE da tarefa de estudar

o movimento em roll nos navios.

Conforme BROWN (2006), continua descrevendo, o fenômeno era claramente

conhecido por parte dos marinheiros e engenheiros, mas parece não ter despertado

muito a atenção deles até o início do século XIX. O fato é que as formas dos cascos

e os tipos de carregamento eram similares de um navio para o outro, de modo que

não existia uma classe de navios que fosse consideravelmente superior ou inferior às

outras. As velas também funcionavam como dispositivos de minimização do roll, na

medida em que, ao mesmo tempo em que o navio era submetido ao movimento, a

velocidade do vento nas velas era alterada de modo a produzir um efeito de oposição

ao roll.

Até que em meados de 1830, um debate exaltado envolvendo o roll surgiu por conta

de William Symonds, novo Vistoriador da Marinha Inglesa. A princípio, o trabalho de

Symonds como Vistoriador era o de administrar os diques da Marinha e o programa

de construção de navios. Entretanto, graças ao título e a definição vaga que recebeu

sobre o limite de suas incumbências no cargo, Symonds começou a exercer sua

influência também no projeto dos navios. Tendo ascendido ao cargo mais por

indicação política do que por conhecimento técnico, Symonds forçou a Marinha a

adotar suas próprias concepções de projeto, apesar de suas ideias terem recebido

muita oposição.

Symonds aumentou as dimensões da boca, com o objetivo de aumentar a

estabilidade, e fez com que o fundo dos navios fosse mais parecido com o formato de

uma cunha em “V” – antes o formato em “U” era o usual – no intuito de ganhar

velocidade. A boca maior diminuiu a necessidade de lastro, permitiu aumentar a

potência das velas e do armamento devido à disponibilidade de espaço. Ocorre que

alguns de seus navios apresentaram, em operação, movimento em roll tão rápido,

acentuado e às vezes desigual, que não era possível atirar a partir dos mesmos. O

movimento em roll também aumentava o desgaste nos mastros.

Com isso a polêmica foi gerada e dada à presença de um pano de fundo político – já

que Symonds era do partido liberal – quando o partido conservador assumiu o

Conselho do Almirantado foram determinadas as “Esquadras Experimentais”. O

objetivo era comparar o desempenho dos navios de Symonds com o dos navios

tradicionais anteriores verificando, assim, o real impacto das modificações

Page 17: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

9

promovidas. Foram conduzidas 3 séries de experimentos em 1844, 1845 e 1846, com

os navios fazendo um bate e volta até predeterminado porto. De modo geral os

resultados foram inconclusivos devido à influência de fatores externos como a

habilidade do comandante e a preferência política que podia pender contra ou a favor

de Symonds, assim como fatores técnicos sobre como a carga foi armazenada. Ao

final o Conselho decidiu monitorar Symonds e impôs que ele fizesse alterações nos

seus projetos, o que Symonds não aceitou e o levou a pedir demissão do cargo.

Figura 6 – HMS Vanguard em 1837, o primeiro da série de 11 navios projetados por W. Symonds, exemplo de antigo problema operacional causado pelo movimento em roll.4

A partir do caso Symonds, podemos supor que ainda que a física do movimento em

roll fosse mais ou menos compreendida, a falta do domínio matemático era um

obstáculo na abordagem do problema. Sendo assim desde que fossem mantidas as

devidas proporções entre dimensões e forma – e ninguém ousasse fazer

modificações inadvertidas como as de Symonds - o problema do movimento em roll

não despertava atenção e era tido como um fato inerente da vida ao mar no qual era

inútil perder tempo porque nada poderia ser feito. Porém, isso era um claro limitador

de projeto. Por conseguinte, através do contexto histórico aqui exposto, é possível

entender a preocupação de Brunel com seu projeto e o tamanho da responsabilidade

que depositou sobre FROUDE.

4Disponível em

https://en.wikipedia.org/wiki/HMS_Vanguard_(1835)#/media/File:H.M.S._Vanguard_in_Malta_Harbour_1837._(SShow_Medea_and_Barham)_RMG_PY0859.jpg Acessado em agosto de 2018

Page 18: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

10

E, realmente, os poucos trabalhos sérios sobre o assunto só foram escritos um

século antes do trabalho de FROUDE e muitos consideravam o movimento em roll

sem ondas, sem resistência significativa ao movimento. Segundo BROW (2006),

apenas dois homens atacaram o problema com ondas antes de FROUDE: DANIEL

BERNOULLI e DON GEORGE JUAN, mesmo assim, as simplificações que usaram

resultaram em conclusões incorretas. Surpreendentemente, FROUDE demonstra não

ter conhecimento prévio de desses trabalhos.

O que intrigava particularmente FROUDE era o aspecto de ressonância que ele

observava no fenômeno do movimento em roll. Conforme suas próprias palavras, em

uma tradução livre: “A característica mais notável no movimento de um navio em roll

e que sempre me pareceu ser especialmente típico das leis da dinâmica às quais é

necessário referenciar, é o gradual acúmulo do ângulo durante muitos sucessivos

ciclos, a ação cumulativa, portanto crescendo até um máximo e então cessando

através de gradações similares, até o momento em que o navio permanece por um

momento estável; quando uma série praticamente similar de excursões começa e é

reproduzida: com relação à pausa momentânea, ou suspensão do movimento,

parece claro para mim que ocorre não porque as ondas cessaram, ou cessaram de

agir, mas porque a última oscilação termina no momento em que o navio e as ondas

calham de ocupar, relativamente, uma posição de equilíbrio momentâneo.” FROUDE

(1861).

Figura 7 – Ilustração do fenômeno da ressonância presente no roll (FROUDE, 1861).

Page 19: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

11

FROUDE segue relatando a dificuldade em estabelecer leis empíricas a partir do

navio em movimento em águas calmas que possam ser transportadas para o caso

em ondas. Por isso, ele começa adotando um modelo matemático e estabelecendo

simplificações como: associar o movimento do navio com o de um pêndulo isócrono,

assumir a onda como função senoidal e assumir a validade das equações para

ângulos de roll até 8 a 10 graus. Com relação à forma, conforme observa OLIVEIRA

(2011), FROUDE acertou na escolha de formas bem arredondadas que dissipam

pouca energia e são apropriadas para o objeto de estudo.

A associação com o pêndulo foi muito útil porque ele pôde relacionar o movimento do

navio através apenas do seu período natural. E assim, apesar da estabilidade do

navio depender de fatores muito variáveis como posição do centro de gravidade e o

metacentro, que depende da área submersa; estando a distância entre esses

mesmos fatores - a altura metacêntrica (GM) - inserida dentro da formula do período

natural, seria possível generalizar e dizer que dois navios com distribuição de pesos

diferentes, mas de mesmo período natural, reagem da mesma maneira em roll

quando submetidos ás mesmas ondas. Isso facilitou bastante o problema e permitiu

que FROUDE fizesse comparações diretas entre o período natural dos navios e o

período das ondas, Figura 7. Foi assim que o mesmo identificou o fenômeno da

ressonância como causa das ocorrências mais alarmantes de movimento em roll.

FROUDE concluiu que navios com período natural mais longo estariam menos

sujeitos ao movimento ao roll, dado que ondas com comprimentos maiores são

menos comuns. Mais importante; nos navios “duros” com excesso de estabilidade

como os de Symonds, o problema maior podia não ser necessariamente a amplitude

de roll, mas sim a aceleração do movimento, que desorientava os tripulantes.

Com relação à “força de resistência” ao movimento, FROUDE diz que ela é função do

quadrado da velocidade, o decaimento sendo função parabólica da amplitude média

de oscilação, o que ele exemplificou na Figura 8. Isso estabeleceu a base do modelo

quadrático não linear de amortecimento que é utilizado até hoje. O trabalho de

FROUDE foi o mais “matemático” apresentado durante a primeira década de

existência do Instituto de Arquitetos Navais (INA), hoje RINA; e isso foi possível

graças à parceria com William Bell, que desenvolveu boa parte do tratamento

matemático do roll. Os detalhes de sua teoria são apresentados na Seção 4.

Page 20: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

12

Figura 8 – Decréscimo da amplitude do movimento devido à “força de resistência” e sua representação gráfica através de função quadrática, (FROUDE, 1861).

Ainda assim, a formulação inicial de FROUDE subestimava o valor do amortecimento

e ele posteriormente adicionou uma parcela linear em consideração à radiação de

ondas (FROUDE, 1872). Os trabalhos de FROUDE continuaram através do

desenvolvimento de um método gráfico (FROUDE, 1875) para análise dos dados de

decaimento, onde o ângulo máximo alcançado em cada ciclo é plotado em função do

tempo, o que ele chamou de “curva de extinção”. Com algum desenvolvimento

matemático, chega-se a uma equação diferencial em que a taxa de redução do roll é

expressa através de uma integral da “força de resistência” e da geometria do navio

que pode ser resolvida graficamente.

FROUDE foi um dos primeiros, senão o primeiro, a defender a utilização de bolinas

como instrumentos de minimização do roll. Com o passar dos anos, a influência da

bolina no amortecimento também entrou em discussão. O trabalho de BRYAN (1900)

tenta provar a vantagem de um navio com bolinas em relação a um mesmo navio

desprovido das mesmas. Ele atribui isso ao efeito de separação do escoamento, que

é parcela responsável pela maior dissipação de energia, muito mais do que a

radiação e a viscosidade. A separação do escoamento ocorre devido à extremidade

da bolina, “dividindo o movimento do fluido em duas partes por uma superfície de

descontinuidade lançada a partir da extremidade”, os vórtices. BRYAN admite a

Page 21: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

13

importância da formação de ondas, mas de uma forma secundária, tanto pelas ondas

modificando o efeito de separação do escoamento quanto pelas bolinas influenciando

e maximizando a absorção de energia pelas ondas. Assim, a presença das bolinas

contribui para o amortecimento não só como placas planas oferecendo resistência ao

movimento, mas também indiretamente através da influencia sobre os campos de

pressão no fluido. BRYAN avaliou, então, o escoamento considerando diferentes

seções de navio.

GAWN (1940) realiza comparações entre testes com modelos e navios e conclui que

amortecimento com bolinas corresponde a 80% do amortecimento total e que

qualquer efeito de escala é mais importante quando relacionado às forças na bolina.

Ele também chama a atenção para o efeito dos apêndices e da profundidade da água

no amortecimento.

TANAKA (1960) realizou experimentos sistemáticos com modelos de seção 2D no

intuito de investigar o amortecimento devido à separação do escoamento. Ele

descobriu que essa parcela de amortecimento em seção retangular é tão significativa

quanto a resistência devida às bolinas e ela diminui rapidamente conforme o raio de

bojo aumenta.

HIMENO (1981) foi quem reuniu e divulgou em inglês a pesquisa sobre roll realizada

por pesquisadores japoneses. O mais importante desses pesquisadores foi o IKEDA.

IKEDA (1978) fez o trabalho mais importante depois de FROUDE (1861). Ele definiu

o amortecimento em função dos diferentes fenômenos ocorrendo no fluido: fricção

(BF), separação (BE), sustentação (BL), amortecimento de onda para o casco (BW),

amortecimento devido à força normal nas bolinas (BBKN), amortecimento devido à

mudança no campo de pressão no casco causada pelas bolinas (BBKH) e

amortecimento de onda devido às bolinas (BBKW). O efeito dos apêndices, exceto

pelas bolinas e pelo leme, não é considerado.

𝐵𝑒 = 𝐵𝐹 + 𝐵𝐸 + 𝐵𝐿 + 𝐵𝑤 + 𝐵𝐵𝐾𝑁 + 𝐵𝐵𝐾𝐻 + 𝐵𝐵𝐾𝑊

BF - Termo relativo à perda de energia por fricção do casco. Pode sofrer influência da

presença de ondas e bolinas. Termo quadrático, mas não é dos mais significativos no

amortecimento total.

BE – Parcela quadrática relativa à separação do escoamento, geração de vórtices e a

influência na distribuição de pressão no meio fluido próximo à embarcação. Exclui o

Page 22: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

14

efeito das ondas e das bolinas. Típico de movimento em roll com velocidade de

avanço do navio nula.

BL – Parcela linear referente ao efeito de sustentação gerado pelo próprio movimento

do roll associado a uma velocidade de avanço. O termo mais difícil de medir

experimentalmente.

BW – Parcela referente à dissipação de energia através das ondas geradas pelo

movimento. Inclui a interação das ondas com vórtices e ondas com efeito de

sustentação, mas como essas interações são pequenas, é assumido que o termo é

praticamente linear.

Os três termos restantes compõem os termos relativos à presença de bolinas no

casco (BBK):

𝐵𝐵𝐾 = 𝐵𝐵𝐾𝑁 + 𝐵𝐵𝐾𝐻 + 𝐵𝐵𝐾𝑊

BBKN – Termo quadrático referente às forças normais atuando na bolina.

BBKH – Corresponde à mudança de pressão no fluido ao redor do casco devido à

presença das bolinas. Termo quadrático. Na Figura 9, de acordo com os

experimentos de IKEDA et al (1977), podemos observar um coeficiente de pressão

positivo na dianteira da bolina, na região não afetada pelo deslocamento provocado

pelo movimento da bolina. Já na região pós-bolina existe um valor de coeficiente de

pressão negativo, influenciado pelo período de oscilação. A combinação disso gera

uma resistência contra o sentido do movimento do roll. Esse termo tem relação com o

termo BE, e o tratamento em separado visa isolar a parcela relativa à bolina.

BBKW – Termo linear relativo ao amortecimento de onda causado pelas bolinas. Como

os dois termos anteriores não abrangem a relação com superfície livre, esse termo

entra para contabilizar a interação do casco com bolinas e as ondas.

Page 23: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

15

Figura 9 – Distribuição de pressão no casco induzida pela bolina (HIMENO, 1981)

Segundo HIMENO (1981), é difícil responder qual componente é mais importante no

amortecimento porque, com exceção de BF e BBKW, os termos possuem mesma

ordem de magnitude para formas de casco ordinárias. A subdivisão das componentes

foi baseada em um ponto de vista hidrodinâmico que permitisse a medição prática

durante a realização dos experimentos. Não à toa, essa abordagem é a

recomendada pela ITTC (International Towing Tank Conference). Ainda assim,

distinguir amortecimento linear do não linear pode ser difícil em um estágio inicial. É

claro que amortecimentos não viscosos, como BL e BW podem ser tidos como linear,

mas também algumas partes dos termos BF e BBK podem ser lineares devido à

dependência como o número de Reynolds ou número de Keulegan-Carpenter. A

Figura 10 ilustra a participação de cada componente do amortecimento em função da

velocidade. No caso de velocidade nula, que é o interesse desse trabalho, as

parcelas BE e BBKH são preponderantes.

HIMENO (1981) reuniu as pesquisas realizadas até aquele momento, incluindo o

importante trabalho de IKEDA (1978) e os demais trabalhos sobre cada uma das

componentes do amortecimento em roll. Com isso, formou-se uma base de dados

experimentais e fórmulas derivadas para previsão de cada efeito. Os métodos de

previsão para cada componente do amortecimento foram publicados por IKEDA,

HIMENO, TANAKA e FUJIWARA e a abordagem ficou conhecida como método de

IKEDA (1978) ou método ITH (IKEDA, TANAKA e HIMENO).

Page 24: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

16

Figura 10 – Componentes do roll em função da velocidade de avanço (HIMENO, 1981).

Esse método é muito útil porque ele aliou o conhecimento teórico, até onde foi

possível, com abordagens empíricas. Entretanto ele sempre esteve sujeito à base de

dados dos navios da época, e o método foi sofrendo modificações ao longo do tempo

para se adequar. Em IKEDA (1993), o autor confirmou que o método original

subestimava o amortecimento em um modelo de barcaça com fundo muito plano,

Figura 11, propondo então uma fórmula simplificada para previsão da componente de

separação do escoamento própria para esse caso em específico. Ainda assim, pode-

se observar que o método corrigido é válido apenas para amplitudes de roll de até 5

graus, acima disso os valores de amortecimento são superestimados. Em IKEDA

(1994) o método foi modificado para levar em conta a exata seção transversal e

localização da bolina, ao invés de assumir uma seção simples retangular simplificada.

Isso foi útil para navios de forma mais delgada. Em IKEDA (2004), o autor avaliou o

tamanho ótimo e localização ideal das bolinas. Em KAWAHARA et al (2008) e

KAWAHARA et al (2010) os autores definem um método simplificado, baseado no

original, a fim de facilitar o uso na etapa inicial de projeto.

Page 25: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

17

Figura 11 – Comparação entre amortecimento medido e previsto para um modelo de barcaça (IKEDA, 2004).

Ao invés de utilizar um método de faixa, os coeficientes de forma são determinados

através de aproximações polinomiais em função das dimensões principais. Em

contrapartida, o método está limitado à determinada faixa de navios e não se aplica

àqueles com período natural longo.

Paralelamente, CARDO et al (1982) trabalharam na investigação dos modelos

matemáticos de previsão do roll. Ele ressalta a problemática de transportar o que se

sabe sobre o roll, a teoria e as observações experimentais, para um modelo

matemático que é incompleto e baseado em hipóteses empíricas nem sempre

verificadas. Ele compara a adequação dos modelos quadrático e cúbico em ensaios

de decaimento livre e oscilação forçada. O modelo cúbico foi introduzido por

HADDARA (1971) a fim de superar dificuldades analíticas. No caso do decaimento

livre, ambos os modelos geram curvas de extinção que se adequam bem aos dados

experimentais, conforme verificado anteriormente por DAZELL (1978), mas os

coeficientes de amortecimento, especialmente a parte não linear, diferem entre si.

Isso tem um impacto na determinação do roll máximo em oscilação forçada. Ainda

que o modelo mais realístico possa ser identificado através da comparação com

testes com modelos, resta o problema de que não é possível diferenciar os valores

dos coeficientes da equação do amortecimento na resposta final.

Page 26: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

18

Ainda com relação aos coeficientes de amortecimento, CARDO et al (1982) cita

alguns trabalhos anteriores que identificaram que esses coeficientes podem variar

significativamente em função da amplitude de oscilação (BLAGOVESHCHENSKY,

1962; BHATTACHARYYA, 1978; ABICHT, 1975; KERWIN, 1955; DALZELL, 1978).

BASS E HADDARA (1988) também avalia modelos de amortecimento e ressalta que

a seleção do mais adequado não deve ser feita com base no ajuste preciso dos

dados experimentas, mas sim o quão precisa é a previsão que ele fornece fora da

faixa de dados disponíveis. Importante observar que dos modelos cúbicos testados

por CARDO et al (1982) e BASS E HADDARA (1988) , nenhum corresponde

exatamente ao modelo cúbico original de IKEDA (1978).

Com relação aos métodos de avaliação da curva de decaimento, BASS E HADDARA

(1988) desenvolvem então, uma técnica de análise dos dados de decaimento que

utiliza a curva toda e não só os picos; além de que, por ser baseada no método da

energia, a técnica seria melhor para tratar do movimento em roll com maior amplitude

e na consideração do momento de amortecimento dependente do ângulo.

CONTENTO et al (1995), realizando testes com modelos de navio Ro-Ro, identificou

uma dependência dos coeficientes de amortecimento com a frequência para grandes

amplitudes de roll e tentou introduzir a dependência com frequência / inclinação de

onda nas equações. CHAN et al (1995) reconhece que o momento de restauração

em roll pode ser fortemente não linear. Os autores, então, desenvolveram um método

assintótico a fim de tratar esses casos.

Segundo OLIVEIRA (2011), um conhecimento acumulado sobre o movimento em roll

foi empregado quando as primeiras unidades de navio de casco singelo foram

convertidas para FPSO. O problema ficou evidente nos casos de unidades tipo

“Turret” em locais onde o efeito de swell é considerável e está dissociado das

condições de mar local, como na costa brasileira e australiana, conforme ilustra a

Figura 12.

Page 27: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

19

Figura 12 – Gráfico que mostra a frequência (%) em função do aproamento relativo à plataforma para diferentes condições ambientais (SOFEC, 2010).

No Brasil o problema começou a ser estudado pela PETROBRAS em parceria com

institutos de pesquisa como a COPEE/UFRJ e o IPT. Em FERNANDES E MASETTI

(1998) foi proposto o uso de bolinas estendidas, ou bolinas Ad Hoc (Patente INPI PI

9800843-9) maiores que as convencionais de navios a fim de minimizar o movimento

em roll em plataformas FPSO. Vale lembrar que a solução foi aplicada nos novos

projetos de FPSO. No caso de plataformas já em operação, OLIVEIRA (2011)

ressalta que não existe solução fácil que não prejudique a produção de petróleo.

Em SOUZA et al (1998) um estudo experimental e numérico foi conduzido a fim de

mensurar a resposta considerando esse novo tipo de bolina. Os testes de decaimento

apresentaram um resultado dispersivo quando o amortecimento foi calculado a partir

de uma abordagem tradicional por ciclo (valores de picos consecutivos), de acordo

com Figura 13. Eles observaram que a não linearidade é maior nos primeiros ciclos,

onde existem os ângulos maiores de oscilação. Em compensação, o amortecimento

nos últimos ciclos é menor. Eles então adotaram uma nova abordagem, baseada em

n ciclos, a fim de levar em conta o histórico da dissipação de energia. Basicamente,

um componente linear do amortecimento é estimado nos últimos ciclos, com

pequenos ângulos, e outro componente de amortecimento é obtido para os primeiros

ciclos, com grandes ângulos. A quantidade de ciclos a serem considerados em cada

caso é feita através de uma avaliação dos valores de componente calculados para n

Page 28: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

20

ciclos, Figura 14. Através dessa estratégia, o modelo quadrático ainda seria capaz de

reproduzir o comportamento dos testes de decaimento. A efetividade do uso de

bolinas estendidas ficou comprovado em um incremento de mais 100% do

amortecimento no caso do teste com modelo em condição de carregamento cheio.

Resultados positivos sobre a eficácia também foram obtidos por FERRARI JR E

FERREIRA (2002).

Figura 13 – Valores de Zeta (amortecimento crítico) em função de 𝟏𝟔

𝟑

𝜽

𝑻𝒏 . Os valores foram obtidos

através do teste de decaimento utilizando o método convencional de calcular o valor entre picos SOUZA et al (1998).

O trabalho continuou em FERNANDES et al (2000) através do desenvolvimento do

modelo bilinear. Ela surgiu porque as abordagens quadrática e cúbica não foram

consideradas satisfatórias no ajuste de parte dos resultados. O modelo consistia na

consideração de dois regimes de amortecimento, ângulos maiores (LARGE) e

ângulos menores (SMALL) e um ângulo de transição (𝜃𝑇). O que se sabe hoje, e que

será abordado novamente ao longo do trabalho, é que o regime de grandes ângulos

do modelo bilinear onde se observa o amortecimento reduzido inclui os primeiros

ciclos do teste de decaimento livre. E no primeiro ciclo existe o efeito memória,

porque o modelo é solto da posição de repouso e a geração e interação entre os

vórtices que contribuem para o amortecimento não tem tempo de se desenvolverem,

o que explica o subamortecimento. Esse fenômeno tem a ver com a forma com que o

teste é realizado e não com a situação real do FPSO no mar. Conforme a

consideração do efeito memória foi sendo levantada em estudos posteriores, ela

Page 29: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

21

acabou por invalidar o modelo bilinear e sua versão aperfeiçoada, o modelo

hiperbólico. Ainda assim, ambos os modelos são tratados nessa bibliografia pela

importância na evolução do pensamento sobre o roll em FPSOs.

OLIVEIRA (2003) realizou testes sistemáticos de validação do modelo bilinear e

investigou a formação e influência dos vórtices no amortecimento. O autor observou

que na condição LARGE, sujeita ao efeito memória, quando o movimento em roll

ganha velocidade, ocorre o desprendimento de um vórtice. Com o aumento da

velocidade, o vórtice cresce de tamanho até que o fundo da embarcação sinta seu

efeito. O fundo da embarcação age como um espelho, aumentando a velocidade do

escoamento e mantendo o vórtice “preso” ao fundo, alterando a distribuição de

pressão, gerando um momento de origem viscosa que aumenta a inércia e o

amortecimento da plataforma. O vórtice continua atraído ao fundo até a velocidade

mudar de sentido. Ocorre então que o vórtice é expelido, efeito sling, e o fenômeno

recomeça no outro bordo, no que o autor chama de efeito atração-lavagem ou

“attached-washed vortex effect”, Figura 16, bem ilustrado no trabalho de PINHEIRO

(2003).

Figura 14 – Comportamento de Zeta (amortecimento crítico) em função da seleção do número de ciclos SOUZA et al (1998).

No regime SMALL o vórtice gerado pela bolina não é de intensidade suficiente para

ser desprendido naturalmente e, portanto, não é atraído pelo fundo, ficando próximo

a bolina. Quando a rotação muda de sentido um novo vórtice em sentido contrário é

gerado e o penúltimo se afasta, Figura 17, formando uma esteira de vórtices,

Page 30: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

22

chamada de fishtailing ou Fernandes and Oliveira Street. OLIVEIRA (2003)

desenvolveu um modelo de vórtices somados à função potencial de radiação advinda

do programa WAMIT, a fim de simular os resultados experimentais de PINHEIRO

(2003). No quesito visualização de escoamento, vale destacar o trabalho de ALOISIO

E FELICE (2006), onde ele registra o comportamento de evolução e liberação dos

vórtices provocados pela presença da bolina. VAN’T VEER et al (2011) desenvolveu

um interessante trabalho no entendimento da física do amortecimento através de

simulações CFD. Nele o autor observa que os testes de decaimento podem estar

sujeitos à um efeito memória do escoamento que pode alterar significativamente a

parcela quadrática do amortecimento quando uma análise por decremento

logarítmico é utilizada. JAN VAN KAMPEN (2015), também ressalta como sendo

importante o efeito memória, que são os efeitos gerados no fluido pelas velocidades

dos vórtices dos ciclos anteriores. A menos que o sistema esteja em um regime

permanente, o campo de velocidades no fluido e o próprio movimento em roll vão

depender de um ou mais ciclos anteriores. Isso foi confirmado também por

KATAYAMA (2010) e IKEDA (1988). SCHUTT (2013) mostrou que os resultados de

oscilações regulares não são diretamente aplicáveis às oscilações irregulares.

Com isso, SOARES (2013) associou a taxa de redução do amortecimento observado

nos resultados dos testes de decaimento com o efeito memória, devido à inexistência

de um “colchão” de vorticidade entre o casco e o vórtice principal sendo gerado. O

autor recomenda a exclusão do primeiro meio ciclo.

Page 31: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

23

Figura 15 – Campo de velocidade ao redor da bolina no primeiro ciclo do teste de decaimento. Na figura superior o modelo foi solto a partir da posição de repouso, na figura inferior o modelo foi

solto após pré-oscilar. VAN’T VEER (2011).

Esse assunto é ressaltado porque através das referências é possível concluir que a

separação do escoamento e a consecutiva formação dos vórtices são parcela

dominante no amortecimento viscoso e isso é evidente no regime em grandes

ângulos.

Page 32: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

24

Figura 16 – Visualização da “atração” e “lavagem” do vórtice no regime “LARGE”, PINHEIRO (2003).

Page 33: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

25

Figura 17 – Visualização dos vórtices em regime “SMALL”, OLIVEIRA (2003).

A questão da física em grandes ângulos foi vista também por IKEDA (2004), quando

ajustou o seu método para barcaças e observou que para grandes ângulos, o método

superestimava o amortecimento, Figura 11. Ele atribuiu a divergência aos efeitos de

interação com a superfície, devido ao calado reduzido das barcaças e à possibilidade

de emersão do raio de bojo. Contudo, resultado similar foi obtido por OROZCO et al

(2002) quando realizou testes de decaimento livre em FPSOs com bolinas de até 1

metro, Figura 18. Observa-se uma grande dispersão dos valores de amortecimento e

a redução da taxa de incremento do amortecimento em grandes ângulos quando o

autor compara o resultado dos testes com o previsto pelo método de IKEDA.

Igualmente, o ajuste pelo método quadrático na obtenção dos coeficientes a partir

dos ensaios em decaimento também não se mostra adequado. OLIVEIRA E

FERNANDES (2009) propuseram uma mudança muito útil no tratamento dos dados

experimentais baseada em experiência anterior de SANTOS (2007). Ao invés de

tentar ajustar os dados através de um único ensaio de decaimento, realizar o ajuste

para um grupo de repetições do mesmo ensaio com o maior ângulo possível. A

Figura 19 ilustra que os métodos quadráticos estão longe de corresponder aos

regimes em pequenos e grandes ângulos, principalmente se incluírem os primeiros

ciclos, conforme circulado em vermelho. OLIVEIRA E FERNANDES (2009) citam a

possibilidade de aumentar o grau do polinômio, para um modelo cúbico talvez, mas

são reticentes quanto à correlação física.

Page 34: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

26

Figura 18 – Coeficiente de amortecimento (em percentual do amortecimento crítico) obtido

para testes com modelos e pelo método de IKEDA para calado cheio (F) e em lastro (B), OROZCO et al (2002).

Figura 19 – Comparação grupo de dados de ensaio de decaimento e o ajuste pelos modelos quadráticos de Froude e Faltinsen. O modelo de Froude não considera os valores próximos de zero,

OLIVEIRA E FERNANDES (2009). O círculo em vermelho ressalta o que seriam os primeiros ciclos.

Page 35: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

27

Os autores ressaltam que o fato do modelo quadrático não se adequar se deve ao

fato de que Froude havia previsto a sua utilização em ângulos até 10 graus. Adicionar

um grau a mais, não resolveria as discrepâncias físicas e a limitação da faixa de

ângulos permaneceria. Entretanto, o modelo cúbico nada mais é do que a expansão

em série potencial do termo de amortecimento e foi previsto por HIMENO (1981).

Adaptando o modelo bilinear a fim de capturar bem a transição entre regimes nos

ensaios de grupo, OLIVEIRA E FERNANDES (2009) propõem então o modelo função

tangente hiperbólico, com a adição de um coeficiente alfa (α) para representar a

inclinação da curva na região de transição. A formulação tende para o modelo bilinear

para valores muito altos de alfa e tende para o modelo linear simplesmente quando

alfa é igual à zero. Os coeficientes são, por fim, calculados através de um algoritmo

de Newton-Gauss, que ajusta os dados ao modelo. Entretanto, com a indicação de

outros trabalhos sobre a importância do efeito memória nos primeiros ciclos, isso

abre espaço para uma nova modelagem não linear dos resultados, já que a razão de

existência do modelo hiperbólico era justamente justificar a redução da taxa de

incremento do amortecimento nos maiores ângulos.

Figura 20 – Ajuste dos dados de amortecimento ao modelo hiperbólico, OLIVEIRA E FERNANDES (2009).

OLIVEIRA (2011) não só testou a aplicabilidade do modelo hiperbólico nas

campanhas de testes com LOC e LABOCEANO como também investigou uma série

de fenômenos, como: o patamar de amortecimento em grandes ângulos, a dispersão

Page 36: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

28

dos resultados em pequenos ângulos, influência de parâmetros da bolina, superfície

livre e frequência natural do movimento. O autor identificou que o próprio tratamento

dos dados incorpora uma incerteza inversamente proporcional à amplitude, o que

dificulta a obtenção do valor de coeficiente linear.

Apesar de não ser o foco no presente trabalho, além dos métodos semi empíricos e

testes experimentais, outra linha de investigação do movimento em roll é o da

simulação numérica através de CFD. O uso do CFD em aplicações marítimas

cresceu no final da década de 60 com o surgimento do método de painel por HESS E

SMITH (1967) e o principal foco hoje é a resolução e aproximação das equações de

Navier-Stokes. As equações de Navier-Stokes incluem a parcela viscosa e a

vantagem é que computacionalmente é muito mais fácil testar diferentes

configurações e parâmetros. Destacam-se os trabalhos de Na et al (2002), YEUNG

(2002), KINNAS (2005), BRADDOCK et al (2005), WANDERLEY et al (2007) e o

próprio VAN’T VEER et al (2011) já citado anteriormente. Por outro lado, os modelos

CFD ainda necessitam de validação dos resultados.

O presente trabalho é baseado em nova campanha de testes com LOC e

LABOCEANO e simulações numéricas em CFD a fim de propor um modelo cúbico

para os dados de amortecimento que não se adequam ao tradicional modelo

quadrático.

4 Teoria

Esta seção apresenta a matemática envolvida no movimento em roll: equação básica

do movimento, modelo de amortecimento quadrático, modelo de amortecimento

cúbico e testes de decaimento.

4.1 Hidrodinâmica do Roll

4.1.1 Equação do Movimento

Para entender o amortecimento em roll é preciso conhecer as equações básicas que

descrevem o movimento de um navio. A equação básica aplicada ao movimento em

roll puro (desacoplado e com livre flutuação) é:

Equação 1

𝐴𝜙�̈� + 𝐵𝜙(�̇�) + 𝐶𝜙𝜙 = 𝑀𝜙(𝜔𝐸𝑡)

Page 37: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

29

Onde:

𝐴𝜙 – Coeficiente de inércia

𝐵𝜙– Amortecimento

𝐶𝜙 – Momento de restauração

𝑀𝜙 – Momento externo de excitação por ondas

𝜔𝐸 – Frequência de excitação

𝑡 – Tempo

�̈�, �̇�, 𝜙– Aceleração, Velocidade angular e Deslocamento em roll, respectivamente.

Outros termos referentes ao momento externo podem ser adicionados no lado direito

da equação a fim de representar a presença de risers, ancoragem e dispositivos anti-

roll.

A massa adicional, o amortecimento e o momento de excitação de onda são

dependentes da frequência. Além disso, o momento de excitação do roll depende

também da direção de incidência.

O coeficiente de inércia é escrito como:

Equação 2

𝐴𝜙 = 𝐼 + 𝑎𝜙𝜙

𝐼 – Momento de inércia de massa

𝑎𝜙𝜙 – Massa adicional

O termo 𝐶𝜙 é o momento de restauração da embarcação. É um termo não linear em

essência porque a altura metacêntrica não é constante em grandes ângulos, mas que

frequentemente é linearizado como:

Equação 3

𝐶𝜙 = 𝜌𝑔∇ 𝐺𝑀̅̅̅̅̅

Onde:

𝐺𝑀̅̅̅̅̅ = Altura Metacêntrica

Page 38: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

30

𝜌 = Densidade da água

𝑔 = Aceleração da gravidade

∇ = Deslocamento do navio

4.1.2 Modelo de Amortecimento

O amortecimento não linear é representado através de uma série de expansão de �̇�

e |�̇�| na forma:

Equação 4

𝐵𝜙 = 𝐵𝜙1�̇� + 𝐵𝜙2�̇�|�̇�| + 𝐵𝜙3�̇�3 + ⋯

Quanto maior o grau do polinômio do amortecimento, mais trabalhoso é o

procedimento de solução. Portanto, a expressão de amortecimento mais utilizada é o

quadrático, Equação 5:

Equação 5

𝐵𝑞𝑢𝑎𝑑 = 𝐵𝜙1�̇� + 𝐵𝜙2�̇�|�̇�|

Equação 6

𝐵𝑐𝑢𝑏 = 𝐵𝜙1�̇� + 𝐵𝜙2�̇�|�̇�| + 𝐵𝜙3�̇�3

A primeira equação corresponde ao modelo quadrático presente no método de

Froude. A segunda é o modelo cúbico. Ambas as formulações já constam no trabalho

de IKEDA. e foram incluídas em HIMENO (1981). Os coeficientes 𝐵𝜙1, 𝐵𝜙2 e/ou 𝐵𝜙3

são obtidos através dos testes de decaimento, a princípio. Entretanto, como será

discutido com base nos resultados do trabalho, na prática a obtenção dos

coeficientes do modelo cúbico dependerá dos testes de oscilação forçada.

Substituindo a Equação 6 na Equação 1 e dividindo tudo pela Equação 2, uma outra

expressão, por unidade de momento de inércia pode ser obtida:

Equação 7

�̈� + 2𝜁𝜔𝑛�̇� + 𝜔𝑛2𝜙 = 𝑚𝜙(𝜔𝐸𝑡)

Onde:

Page 39: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

31

Equação 8

2𝜁𝜔𝑛 =𝐵𝜙

𝐼 + 𝑎𝜙𝜙

Equação 9

𝜔𝑛 = √𝐶𝜙

𝐼 + 𝑎𝜙𝜙=

2𝜋

𝑇𝑛

Equação 10

𝑚𝜙 =𝑀𝜙

𝐼𝜙

Onde 𝜔𝑛 é frequência natural, 𝑇𝑛 é o período natural e 𝜁 é o fator de amortecimento.

4.1.3 Decaimento Livre

No decaimento livre o momento externo é igual à zero. A equação do movimento fica

então:

Equação 11

�̈� + 2𝜁𝜔𝑛�̇� + 𝜔𝑛2𝜙 = 0

Figura 21 – Exemplo de curva de decaimento livre

O deslocamento do modelo do navio é dado por:

Equação 12

𝜙 = 𝜙0𝑒−𝜁𝜔𝑛𝑡 [cos (√1 − 𝜁2𝜔𝑛𝑡 + 𝛼)]

Onde os valores de 𝜙0 e 𝛼 são determinados a partir das condições de deslocamento

iniciais 𝜙 (𝑡 = 0) e �̇� (𝑡 = 0).

A frequência do movimento do decaimento na água é dada por:

Page 40: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

32

Equação 13

𝜔 = √1 − 𝜁2𝜔𝑛

A curva a seguir tangencia curva de resposta do movimento próxima aos máximos.

Equação 14

𝜙 = 𝜙0𝑒−𝜁𝜔𝑛𝑡

Existem diferentes modos de avaliação da curva de decaimento que podem ser

divididos em dois tipos: métodos com base nos valores de amplitude, que se utilizam

dos valores de pico; e métodos que consideram a curva por completo. No presente

caso foi utilizado o método quase linear, com base na amplitude dos picos máximos

de oscilação, através do cálculo do decremento logarítmico entre duas oscilações

sucessivas, que é expresso por:

𝛿 =𝑋𝑖

𝑋𝑖+2= 𝑒

2𝜋𝜂

√1−𝜂2

Onde i = 1, 2, 3...n representa o n-ésimo pico, incluído os valores negativos e

positivos.

O decremento aritmético é dado por:

𝜆 = 2𝑋𝑖 − 𝑋𝑖+2

𝑋𝑖 + 𝑋𝑖+2= 2 tanh (

𝜋𝜁

√1 − 𝜁)

O fator de amortecimento 𝜁 segundo a formulação exata é:

𝜁 = ln (𝛿)

√4𝜋2 + ln (𝛿)2

As aproximações de segunda ordem são:

𝜁1 =ln (𝛿)

2𝜋= 𝜁 +

1

2𝜁3 + 𝑂(𝜁3)

𝜁2 =λ

2𝜋= 𝜁 + (

1

2−

𝜋2

3) 𝜁3 + 𝑂(𝜁3)

Page 41: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

33

4.1.4 Amortecimento Equivalente

Sendo difícil analisar estritamente a equação não linear, a prática comum é substituir

o amortecimento não linear por um tipo de amortecimento linearizado conforme

segue:

Equação 15

𝐵𝜙(�̇�) = 𝐵𝜙𝐸�̇�

O coeficiente 𝐵𝜙𝐸 significa coeficiente de amortecimento equivalente. Embora, o valor

de 𝐵𝜙𝐸 dependa em geral da amplitude e frequência porque o amortecimento é

usualmente não linear, pode ser assumido que 𝐵𝜙𝐸 é constante durante o movimento

específico abordado.

Há muitas maneiras de expressar o coeficiente 𝐵𝜙𝐸 em termos dos coeficientes de

amortecimento não linear 𝐵𝜙1, 𝐵𝜙2. O modo mais geral é assumir que a energia

perdida devido ao amortecimento não linear em meio ciclo de roll é igual para o

amortecimento linear equivalente. Se o movimento é harmônico simples com

frequência circular 𝜔𝐸 , então 𝐵𝜙𝐸 pode ser expresso como:

Equação 16

𝐵𝜙𝐸 = 𝐵𝜙1 +8

3𝜋𝜔𝐸𝝓𝒎𝐵𝜙2

Equação 17

𝐵𝜙𝐸 = 𝐵𝜙1 +8

3𝜋𝜔𝐸𝝓𝒎𝐵𝜙2 +

3

4𝜔𝐸

2𝝓𝒎𝟐 𝐵𝜙3

Para determinar os coeficientes 𝐵𝜙1, 𝐵𝜙2 da Equação 14, referente ao modelo

quadrático, plotamos 𝐵𝜙𝐸 por 𝝓 e ajustamos uma reta entre os pontos, definindo

seus coeficientes linear e angular.

Para determinar os coeficientes 𝐵𝜙1, 𝐵𝜙2 e 𝐵𝜙3 da Equação 15, referente ao modelo

cúbico, plotamos 𝐵𝜙𝐸 por 𝝓 e ajustamos uma função polinomial entre os pontos,

definindo seus coeficientes.

Page 42: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

34

5 Experimentos

Os testes de decaimento com modelos em escala reduzida podem ser de dois tipos:

Decaimento Livre e Oscilação Forçada.

No decaimento livre o modelo é levado a posição inicial ou ângulo inicial por meios

estáticos ou dinâmicos. Então, o modelo é solto e oscila livremente. A amplitude do

seu movimento é registrada para análise posterior. O decaimento livre constitui opção

mais fácil e barata de teste experimental.

A oscilação forçada é um teste mais sofisticado, onde o valor do amortecimento em

roll é medido. O modelo é fixado em um equipamento giratório e o momento

necessário para deslocar o modelo é medido.

5.1 Testes no Laboratório de Ondas e Corrente – LOC

5.1.1 Decaimento Livre

Os testes em decaimento livre foram realizados no LOC em modelo seção 2D e no

LABOCEANO em modelo 3D.

Nos experimentos do LOC o modelo com bolinas foi colocado para flutuar livremente

em um calado específico. Então, um binário estático puro (com exceção da pequena

fricção nas roldanas) é aplicado ao casco até o ponto em que atinge o ângulo inicial

desejado. Após a água ser considerada calma e com a instrumentação pronta, o

modelo é solto.

Figura 22 – Esquema de Decaimento Livre no tanque de provas do LOC. Retirado de LOC (2015).

Page 43: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

35

A largura do canal é de 1 metro e o comprimento do modelo é 0,90 metros, o que

permite um espaçamento de 5 cm em cada lado, o que foi considerado suficiente

para um teste 2D sem interferência das paredes. As características do modelo

encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1 – Dados do Modelo LOC 2D

A Figura 23 apresenta as dimensões do modelo e a configuração adotada no caso

escolhido para o Blind Test com os diferentes softwares de simulação CFD.

Figura 23 – Características do modelo e configuração adotada para o Blind Test, retirado de LOC (2015).

A tabela a seguir lista os experimentos realizados no LOC:

Boca 726,9 mm

Pontal 448 mm

Comprimento 900 mm

Raio de Bojo 23,3 mm

Escala 1 / 75

Dimensões do Modelo

Page 44: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

36

Tabela 2 – Parâmetros dos testes realizados.

5.1.2 Definição do Centro de Roll

O centro de roll não possui uma definição unânime na hidrodinâmica. Quando o

corpo está no teste de decaimento, ele oscila conforme a forma modal do movimento.

Portanto, o centro de roll pode ser obtido por análise modal do movimento. Para o

experimento, ao invés de calcular, adotou-se que o centro de roll é a média da

posição instantânea do centro de rotação. È importante que essa equivalência seja

garantida porque a posição do centro de roll influi significativamente no resultado.

É consenso que o centro de rotação varia com o tempo, indo até o infinito no final de

cada ciclo, quando a velocidade de rotação tende a zero. Para os testes o centro de

rotação instantâneo foi obtido a partir da interseção de duas retas perpendiculares ao

vetor de velocidade em dois pontos arbitrários do modelo.

Figura 24 – Obtenção do centro instantâneo de rotação. O centro de roll é a média dos centros instantâneos calculados. Retirado de LOC (2015).

Parâmetros Número Valores na escala real

Largura da Bolina 3 0.75m / 1.20m / 1.80m

Calado 1 7m

Período Natural 1 15s

Calado 2 14m / 21m

Período Natural 3 15s / 30s / 45s

Ângulo Inicial 4 2° / 5° / 10 ° / 15 °

Total 84

Decaimento Livre

Page 45: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

37

Aplicando o procedimento indicado os resultados obtidos são ilustrados na Figura 23,

onde estão registradas as posições verticais dos centros de rotação (KR) em uma

série de ciclos. Observa-se um plateau (pontos em vermelho) e retirando o 1/10 dos

valores mais altos, a média é calculada para cada ciclo e posteriormente para o

ensaio completo.

Figura 25 – Valores de posição vertical do centro de rotação (KR) medidos ao longo dos ciclos de decaimento. Retirado de LOC (2015).

Um estudo da variação do centro de roll numérico com o casco com e sem bolinas e

diferentes carregamentos foi feita por GUNDELACH E REZENDE (2014). O software

HYDROSTAR foi utilizado e o centro de roll obtido a partir da teoria (equação do

movimento acoplado roll-sway 2D não amortecido):

𝑍𝑅 = 𝑍𝐺 −𝐴42𝐺

∆ + 𝐴22

Onde

𝑍𝑅 – Altura do centro de roll

𝑍𝐺 – Altura do centro de gravidade

𝐴42𝐺 – Inércia adicional de roll causada pelo sway, em relação ao centro de

gravidade.

∆ – Deslocamento da embarcação

𝐴22 – Massa Adicional em Sway, que não depende do referencial.

Page 46: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

38

Foi observado que os resultados numéricos foram coerentes com os SOUZA et al

(2012) para variação de centro de roll, exceto, para os carregamentos com maior

frequência natural. A remoção da bolina, assim como a variação do raio de bojo

provocaram pouca alteração no centro de roll.

5.1.3 Teste Oscilação Forçada no Ar

Determinar o amortecimento devido ao eixo durante os testes de oscilação forçada foi

um ponto de desafio dos testes. O amortecimento foi considerado como tipo

Coulomb.

Algumas tentativas foram feitas e o LOC concluiu que a melhor abordagem é realizar

ensaios de oscilação forçada no ar, análogos aos testes de oscilação forçada na

água, garantindo mesma frequência natural e mesma distribuição de forças nos eixo.

O procedimento é listado a seguir:

Assume-se que as forças aplicadas no sistema do eixo durante os testes no ar e na

água são os mesmos.

Equação 18

𝑁𝐻2𝑂 = 𝑁𝑎𝑖𝑟

Quando o casco está na água, a força normal é a resultante do peso e do empuxo.

Equação 19

𝑁𝐻2𝑂 = 𝑊 − 𝐵

Para o teste de oscilação forçada no ar, o empuxo foi simulado usando 4 molas

lineares.

Equação 20

𝑁𝑎𝑖𝑟 = 𝑊 − 4𝑘𝑥

As frequências naturais na oscilação no ar e na água são consideradas as mesmas.

Equação 21

𝑤𝑛 𝐻20 = 𝑤𝑛 𝑎𝑖𝑟

Page 47: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

39

Figura 26 – Equivalência entre as Forças normais nos testes na água e no ar, retirado de LOC (2015a)

A equivalência entre as frequências pode escrita na forma:

Equação 22

√𝐶44 𝐻20

𝐼𝑜 + 𝐴44= √

𝐶44 𝐴𝑟

𝐼𝑜

O coeficiente de restauração do casco na água pode ser aproximado por:

Equação 23

𝐶44𝐻2𝑂 = 𝜌𝑔∇𝐺𝑀

O coeficiente de restauração do casco no ar:

Equação 24

𝐶44 𝑎𝑟 = 4𝑘𝑏2

Onde b é a distância entre as molas na Figura 24 e k é a constante elástica. Tanto a

Equação 18, quanto a Equação 22 permitem a obtenção do valor de k para

montagem do experimento.

Page 48: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

40

Realizando a equivalência entre os ensaios no ar e na água, serão obtidas duas

séries de momento de excitação e resposta, cada uma para cada teste no ar e na

água. A energia dissipada no teste na água fornece o momento total (amortecimento

em roll somado ao amortecimento no eixo). O amortecimento no eixo é calculado a

partir do ensaio no ar e então é descontado do ensaio na água.

5.1.4 Teste Oscilação Forçada na Água

Os testes em oscilação forçada eles foram realizados tendo o centro de roll definido

como sendo o ponto de localização do eixo. O centro de roll foi calculado como sendo

a média dos centros de rotação dos testes de decaimento, conforme Seção 5.1.2. Os

testes foram realizados sob os mesmos parâmetros dos testes de decaimento livre.

Os ângulos de 2 graus foram incluídos.

Tabela 3 – Parâmetros do teste de oscilação forçada

Figura 27 – Montagem do teste de oscilação forçada na água, incluindo equipamento de PIV, retirado de LOC (2015a).

Parâmetros Número Valores na escala real

Largura da Bolina 3 0.75m / 1.20m / 1.80m

Calado 3 7m / 14 m/ 21m

Amplitude de oscilação 4 2° / 5° / 10° / 15 °

Período de Oscilação 3 15s / 30s / 45s

Total 108

Oscilação Forçada

Page 49: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

41

Figura 28 – Detalhe de como é aplicada a força que gera o momento de excitação. A montagem foi feita de forma a minimizar a influência sobre força normal no eixo, retirado de LOC (2015a).

5.1.5 Coeficiente de Amortecimento em Oscilação Forçada

A formulação utilizada para cálculo do coeficiente de amortecimento equivalente por

ciclo 𝐵44 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

e comparação com os resultados do CFD foi fornecida

pelo LOC (2015b).

5.1.5.1 Método Convencional

O movimento na oscilação forçada pode ser considerado harmônico:

Equação 25

𝜙(𝑡) = 𝜙0𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡)

A consideração de energia adotada diz que a energia aplicada compensa a energia

gasta na dissipação:

Equação 26

𝐸𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜 = 𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎çã𝑜

Equação 27

𝐸𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = ∫ 𝑀𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡) �̇� 𝑑𝑡

𝑡0+𝑇

𝑡0

Onde T é o período do movimento aplicado 𝑀𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡) é o momento imposto. Por um

eixo fixo passando pelo ponto O, o teorema de Euler expressa:

Page 50: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

42

Equação 28

𝐼𝑂�̈� = ∑ 𝑀𝑂𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜

Onde o ponto O é definido como sendo o centro de rotação, obtido a partir dos testes

de decaimento segundo seção 5.1.2. Onde 𝐼𝑂 é o momento de inércia de massa ao

redor do ponto O e 𝑀𝑂𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 é o somatório dos binários aplicados assim como dos

momentos de força perpendiculares ao eixo, se existirem. Sendo assim,

Equação 29

∑ 𝑀𝑂𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 𝑀𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡) + 𝑀𝐻

𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ 𝜙,̇ 𝜙) + 𝑀𝑒𝑖𝑥𝑜( 𝜙 ̇ )

Onde 𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜

é o binário de restauração devido à ação da água, incluindo forças

hidrostáticas. 𝑀𝑒𝑖𝑥𝑜 é o binário devido aos mancais que seguram o modelo ao eixo.

Tanto 𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜

quanto 𝑀𝑒𝑖𝑥𝑜 se opõem ao deslocamento. Para os resultados

CFD, 𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜

é negativo. Para o LOC, ambos 𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜

e 𝑀𝑒𝑖𝑥𝑜 são

negativos.

A equação governante pode ser escrita como:

Equação 30

𝐼𝑂�̈� − 𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙) − 𝑀𝑒𝑖𝑥𝑜( 𝜙 ̇ ) = 𝑀𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡)

Os experimentos de oscilação forçada medem o 𝑀𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡) com o momento dos

mancais do eixo, enquanto os códigos CFD medem o momento de restauração

𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙). Portanto, a seguinte equação é necessária na comparação

com os resultados CFD:

Equação 31

−𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙) = 𝑀𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡) + 𝑀𝑒𝑖𝑥𝑜( 𝜙 ̇ ) − 𝐼𝑂�̈�

A seguir será listada uma série de hipóteses adotadas a fim de obter equivalência

entre os resultados por ciclo do teste de oscilação forçada e da simulação CFD:

Hipótese 1: A aceleração, velocidade e deslocamento angular são considerados

desacoplados e podem ser separados conforme equação;

Page 51: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

43

Equação 32

𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙) = 𝑀𝐻

𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙(�̈�) + 𝑀𝐻𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜(𝜙)̇ + 𝑀𝐻

𝐻𝑖𝑑𝑟𝑜𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑜(𝜙)

Hipótese 2: O momento hidrostático pode ser considerado linear até 15° de

inclinação para um FPSO típico.

Equação 33

𝑀𝐻𝐻𝑖𝑑𝑟𝑜𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑜(𝜙) = −𝐶44𝜙

Onde 𝐶44 pode ser aproximado por 𝐶44 = 𝜌𝑔∇𝐺𝑀̅̅̅̅̅ desde que o ponto de rotação seja

fixado após o navio em flutuação livre estar no calado correto.

Hipótese 3: Para o termo inercial, o escoamento potencial parece ser dominante, o

que significa um termo proporcional à aceleração. Por segurança será adicionado

também um termo que inclui o número e Keulegan-Carpenter (KC), o que adiciona a

viscosidade ao problema. O efeito do KC é devido à separação que gera vórtices de

retorno durante as oscilações. O efeito do KC está presente tanto no CFD quanto nos

experimentos.

Hipótese 4: O efeito do número de KC é considerado linear. Portanto,

Equação 34

𝑀𝐻𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (�̈�) = −𝑀𝐻

𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙�̈� − 𝑀𝐾𝐶𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 �̈� ≡ −𝐴44�̈�

Onde, 𝐴44 = 𝐴44(𝜔) é considerado constante para cada frequência de excitação

ainda que o escoamento potencial e efeitos viscosos relacionados ao KC estejam

envolvidos.

Entretanto, não é possível considerar que o termo de amortecimento também seja

linear porque, conforme foi apresentado na revisão bibliográfica, existem fortes

efeitos viscosos atuando no amortecimento. Então, a equação do momento de

restauração fica:

Equação 35

−𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙) = 𝐴44�̈� − 𝑀𝐻

𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝜙)̇ + 𝐶44𝜙

Substituindo na equação governante tem-se que:

Equação 36

(𝐼𝑂 + 𝐴44)�̈� − 𝑀𝐻𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝜙)̇ + 𝐶44𝜙 − 𝑀𝑒𝑖𝑥𝑜( 𝜙 ̇ ) = 𝑀𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡)

Page 52: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

44

Hipótese 5: O momento de excitação também é harmônico. Com base na Equação

25 tem-se que:

Equação 37

𝑀𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡) = 𝑀𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜

𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)

Onde 𝜑 é a fase e um importante parâmetro para acessar o amortecimento e a

massa adicional conforme será mostrado a seguir. Substituindo a Equação 37 na

Equação 36:

Equação 38

(𝐼𝑂 + 𝐴44)�̈� − 𝑀𝐻𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝜙)̇ + 𝐶44𝜙 − 𝑀𝑒𝑖𝑥𝑜( 𝜙 ̇ ) = 𝑀𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒

𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜑)

Hipótese 6: O momento de amortecimento em um ciclo pode ser representado por:

Equação 39

𝑀𝐻𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝜙 ̇ ) = −𝐵44 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜

𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝜙 ̇

Hipótese 7: De forma análoga, para o amortecimento no eixo, por ciclo:

Equação 40

𝑀𝐸𝑖𝑥𝑜(𝜙 ̇ ) = − 𝐵44 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐸𝑖𝑥𝑜 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

𝜙 ̇

Multiplicando a Equação 38 por 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡), integrando em um ciclo e arranjando

propriamente, o resultado é:

Equação 41

𝐴44 =𝐶44 𝜙𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒− 𝑀𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒

𝐸𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜𝑐𝑜𝑠𝜑

𝜙𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝜔2− 𝐼𝑂

Onde as propriedades ortogonais foram utilizadas. Note que é importante estimar a

massa adicional, o coeficiente estático e o momento de inércia de massa. Importante

observar que a hipótese 4, que resulta na Equação 34 é essencial para chegar ao

resultado anterior.

Multiplicando a Equação 38 agora por 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡) e integrando no ciclo é possível obter:

Equação 42

− ∫ (𝑀𝐻𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (�̇�)

𝑡0+𝑇

𝑡0

+ 𝑀𝐸𝑖𝑥𝑜(�̇�))cos (𝜔𝑡)𝑑𝑡 = 𝑀𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒𝐸𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜 𝜋

𝜔𝑠𝑒𝑛𝜑

Page 53: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

45

O lado esquerdo da equação representa a dissipação do amortecimento por ciclo

com exceção do amortecimento do eixo que precisa ser descontado. As hipóteses

são mantidas e a inércia e o momento de restauração não são importantes quando

integrando no ciclo.

Utilizando as Equação 39 e Equação 40 o resultado é:

Equação 43

𝐵44,𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜, 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

+ 𝐵44,𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐸𝑖𝑥𝑜, 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

= −𝑀𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒

𝐸𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜𝑠𝑒𝑛𝜑

𝜙𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝜔

O resultado dado pela Equação 43 é bem conhecido (sem a parcela do eixo), mas

não bem compreendido. Não se deve considerar esse amortecimento válido em

determinado espaço de tempo, mas apenas como representação linear a cada ciclo.

Por isso o uso da nomenclatura 𝐵44,𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜, 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

. Importante observar

também que pela Equação 43 qualquer incerteza na fase 𝜑 terá impacto no

amortecimento 𝐵44,𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜, 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

. Também é necessário que o termo

referente ao amortecimento no eixo 𝐵44,𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐸𝑖𝑥𝑜, 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

, possua uma estimativa

confiável.

5.1.5.2 Método da Curva de Histerese

Outra maneira de obter o amortecimento é considerar a curva de histerese, que

consiste em plotar −𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙) em função de 𝜙. Assim a visualização dos

ciclos é muito mais propícia do que em uma série temporal. A curva de histerese

também é muito útil porque a área de histerese é proporcional à energia dissipada.

Page 54: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

46

Figura 29 – Curva de Histerese com os parâmetros do teste de oscilação forçada, retirado de LOC (2015b).

É importante identificar que no resultado da análise de CFD o que é conhecido (por

integração da pressão) é o momento de restauração −𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙). Logo,

para os resultados em CFD:

Equação 44

𝐸𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜𝐷𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎çã𝑜

= − ∫ 𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜

𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜

(𝜙,̈ �̇�, 𝜙) 𝑑𝜙

Utilizando as Equação 35 e Equação 39:

Equação 45

𝐸𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜𝐷𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎çã𝑜

= 𝜋𝜙𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 𝜔 𝐵44,𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜, 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

Combinando a Equação 44 com a Equação 45:

Equação 46

𝐵44,𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜, 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

=− ∫ 𝑀𝐻

𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜

𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙) 𝑑𝜙

𝜋𝜙𝐴𝑚𝑝𝑙𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒2 𝜔

O resultado da Equação 46 deve ser usado para os cálculos com CFD.

A mesma Equação 46 serve também para obter os resultados do LOC, desde que

dois fatos sejam lembrados: o que é medido no experimento é o 𝑀𝐸𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜 e a

Page 55: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

47

dissipação no mancal do eixo está presente. Utilizando as Equação 31 e Equação 42

tem-se que:

Equação 47

− ∫ 𝑀𝐻, 𝐿𝑂𝐶𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜

𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜

(𝜙,̈ �̇�, 𝜙) = 𝑀𝐸𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜(𝑡) − 𝐼𝑂�̈� − 𝐵44,𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐸𝑖𝑥𝑜, 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒

�̇�

Observa-se que quando calculada a integral na Equação 44 o trabalho realizado em

um ciclo é obtido. Entretanto, é comum usar a integração no tempo, isso é, integrar

pela potência, tal que:

Equação 48

𝐸𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝐷𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎çã𝑜

= − ∫ 𝑀𝐻𝑅𝑒𝑠𝑡𝑎𝑢𝑟𝑎çã𝑜(𝜙,̈ �̇�, 𝜙)𝜙 ̇ 𝑑𝑡

𝑡0+𝑇

𝑡0

Como a diferença de fase entre excitação e deslocamento está presente através do

termo de velocidade, é preferível usar a Equação 44.

5.2 Testes no LABOCEANO

No intuito de incluir possíveis efeitos no amortecimento que podem não ter sidos

considerados no modelo simplificado 2D, testes em decaimento livre com modelo 3D

foram realizados no LABOCEANO.

O LABOCEANO é um tanque oceânico capaz de simular as mais diversas condições

em ambientes marinhos. Suas dimensões medem 40 metros de comprimento por 30

metros de largura e 15 de profundidade. Possui um gerador de ondas multi-flap e

duas praias, uma lateral e outra frontal, para absorção de ondas. A Tabela 4

apresenta as dimensões do modelo.

Tabela 4 – Características do modelo 3D Laboceano.

Boca 776 mm

Pontal 526 mm

Comprimento 4601 mm

Raio de Bojo 25 mm

Calado 300 mm

Escala 1 / 70

Dimensões do Modelo

Page 56: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

48

Figura 30 – Modelo utilizado nos testes do LABOCEANO, retirado de LABOCEANO (2015).

Tabela 5 – Parâmetros do teste no Laboceano

Em condições de flutuação livre, os testes de decaimento livre foram realizados para

o calado correspondente a 21 m e 30 s de período natural na escala do protótipo, 10

repetições foram feitas para cada ângulo inicial.

6 Resultados

6.1 Comparação entre Formulações do Fator de Amortecimento.

A primeira etapa de análise dos resultados consiste em comparar as formulações

para fator de amortecimento 𝜁 (exata, n1 e n2), assim como o cálculo da amplitude

média segundo média aritmética (método convencional) e média geométrica. Isso foi

feito para os dados do LOC, com maior variação de parâmetros.

Parâmetros Número Valores na escala real

Largura da Bolina 1 1.20m

Calado 1 21 m

Período Natural 1 30 s

Ângulo Inicial 3 5° / 10 ° / 15 °

Total 30

Decaimento Livre

Page 57: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

49

Figura 31 – Comparação entre formulações para bolina de 0.75m, calado de 7 m, período de 15s e ângulo inicial de 2°.

Figura 32 - Comparação entre formulações para bolina de 0.75m, calado de 7 m, período de 15s e ângulo inicial de 5°.

Page 58: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

50

Figura 33 - Comparação entre formulações para bolina de 0.75m, calado de 7 m, período de 15s e ângulo inicial de 15°.

Como pode ser observado nas FigurasFigura 31, Figura 32 e Figura 33, as

formulações exata e suas aproximações de segunda ordem são bastante similares,

apresentando pequenas diferenças para os ângulos maiores. Para o restante do

trabalho, a formulação adotada foi a n1.

6.2 Comparação entre Amplitude Média Aritmética e Geométrica.

A amplitude média foi calculada pela média geométrica e pela média aritmética. O

valor da média geométrica (Equação 49) é sempre menor do que o correspondente

aritmético (Equação 50) e quanto maior a diferença entre os dois valores que são

utilizados no cálculo, maior esse efeito. Pensou-se inicialmente que isso poderia ser

aplicado com os grandes ângulos do teste de decaimento, mantendo o aspecto linear

da curva de coeficiente de amortecimento conforme Figura 34.

Equação 49

𝐴𝐺𝑒𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎𝑀é𝑑𝑖𝑎 = √𝑋𝑖+2 ∗ 𝑋𝑖

Equação 50

𝐴𝐴𝑟𝑖𝑡𝑚é𝑡𝑖𝑐𝑎𝑀é𝑑𝑖𝑎 =

1

2(𝑋𝑖+2 + 𝑋𝑖)

Page 59: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

51

Figura 34 – Comparação entre uso de diferentes áreas, retirado de BUREAU VERITAS (2014).

Observou-se que essa abordagem aproxima melhor para a solução exata do fator de

amortecimento. Entretanto, essa abordagem pode não ser amplamente aceita pelo

motivo da amplitude média geométrica não ser isenta. Entre os dois valores de

amplitude que entram no cálculo da média, ela privilegia o menor valor, associando-o

a um valor de amortecimento que pode ser superestimado para aquela amplitude. A

Figura 35 – Comparação entre o uso de amplitudes médias aritmética e geométrica para bolina de

0,75 metros, calado de 7 metros e período de 15 segundos.ilustra a comparação que foi feita no

caso da bolina de 0,75 metros, calado de 7 metros e período de 15 segundos. Pelas

razões apresentadas, decidiu-se permanecer com o uso da média aritmética durante

o restante do trabalho.

Page 60: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

52

Figura 35 – Comparação entre o uso de amplitudes médias aritmética e geométrica para bolina de 0,75 metros, calado de 7 metros e período de 15 segundos.

6.3 Resultados LOC

Os resultados dos testes em decaimento livre oscilação forçada são apresentados a

seguir.

6.3.1 Cálculo do Fator de Amortecimento devido Radiação

O amortecimento devido à radiação em ondas e a massa adicional em roll foram

calculados no programa HYDROSTAR. O fator de amortecimento correspondente foi

calculado segundo Equação 8.

6.3.2 Decaimento Livre – Comprimento da Bolina e Período Fixos x

Variação do Calado

Os gráficos ilustram o comportamento do fator de amortecimento para uma mesma

largura de bolina e mesmo período natural em função da variação do carregamento

(calado). Os dados são plotados incluindo o primeiro ciclo de oscilação e os

pequenos ângulos. Neles é possível concluir que quanto maior o calado da

embarcação, menor é o amortecimento, pra qualquer tamanho de bolina e período de

Page 61: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

53

oscilação. Embora mais suscetível ao roll por conta da redução do período natural, os

menores calados apresentaram maior percentual de amortecimento. Quanto maior o

tamanho da bolina, maior o amortecimento.

6.3.2.1 Bolina de L = 0,75 m

Figura 36 – Valores do fator de amortecimento para bolina de 0.75m, período de 15s para calados de 7m, 14m e 21 m.

Page 62: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

54

Figura 37 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 0.75m, período de 30s para calados de 14m e 21 m.

Figura 38 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 0.75m, período de 45s para calados de 14m e 21 m.

Page 63: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

55

6.3.2.2 Bolina de L = 1,20 m

Figura 39 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.20 m, período de 15s e calados de 7m, 14m e 21 m.

Figura 40 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.20 m, período de 30s e calados de 14m e 21 m.

Page 64: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

56

Figura 41 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.20 m, período de 45s e calados de 14m e 21 m.

6.3.2.3 Bolina de L = 1,80 m

Figura 42 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.80 m, período de 15s e calados de 7m, 14m e 21 m.

Page 65: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

57

Figura 43 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.80 m, período de 30s e calados de 14m e 21 m.

Figura 44 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.80 m, período de 45s e calados de 14m e 21 m.

Page 66: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

58

6.3.3 Decaimento Livre – Comprimento da Bolina e Calado Fixos x

Variação do Período Natural

6.3.3.1 Bolina de L = 0,75 m

Figura 45 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 0.75 m, calado de 7m e período de 15s.

Figura 46 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 0.75 m, calado de 14m e período natural e 15s, 30s e 45s.

Page 67: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

59

Figura 47 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 0.75 m, calado de 21 m e período natural e 15s, 30s e 45s.

6.3.3.2 Bolina de L = 1,20 m

Figura 48 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.20 m, calado de 7 m e período de 15s.

Page 68: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

60

Figura 49 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.20 m, calado de 14 m para período de 15s, 30s e 45s.

Figura 50 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.20 m, calado de 21 m e período de 15s, 30s e 45s.

Page 69: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

61

6.3.3.3 Bolina de L = 1,80 m

Figura 51 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.80 m, calado de 7 m e período natural de 15s.

Figura 52 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.80 m, calado de 14 m e período de 15s, 30s e 45s.

Page 70: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

62

Figura 53 - Valores do fator de amortecimento para bolina de 1.80 m, calado de 21 m e período de 15s, 30s e 45s.

Quanto maior o período, maior o amortecimento. Porém, a influência do período

mostrou-se pouco significativa principalmente para os períodos de 45 e 30 segundos.

Para o calado cheio de 21 metros os valores são muito parecidos. Essa tendência é

confirmada pelo trabalho de OMMANI et al (2015), onde a diferença no valor de

amortecimento torna-se irrelevante quanto maior o período do movimento.

A partir dos resultados do LOC é possível observar que existe um fato curioso

referente aos primeiros ciclos de decaimento para cada ângulo inicial. Os primeiros

ciclos são subamortecidos, o que causa a impressão de um “plateau” conforme

descrito inicialmente na seção 1.

Page 71: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

63

Figura 54 - Exemplo mostrando os primeiros ciclos em um teste de decaimento.

O que ocorre é que os testes se iniciam em águas calmas, com o modelo solto a

partir de um ângulo inicial, não havendo tempo suficiente para a separação do

escoamento devido a bolina. O amortecimento também depende da interação com

vórtices gerados anteriormente, o que também não ocorre quando o modelo é solto

de uma posição estática inicial. Por esses motivos relativos à configuração do

aparato experimental é que o amortecimento no primeiro ciclo é menor.

6.3.4 Oscilação Forçada

Os resultados em oscilação forçada foram obtidos segundo metodologia da Seção

415.1.5. Aqui os resultados serão plotados para o caso da bolina de comprimento de

1,20 metros, que é a bolina do caso “blind test”, o caso independente simulado em

CFD, e que permite a comparação direta. A questão do amortecimento no mancal de

suporte do eixo de oscilação foi preponderante ainda que o LOC tenha trabalhado na

redução do atrito advindo dessa fonte. Alguns testes apresentaram resultado

negativo, ou seja, amortecimento no ar maior do na água. Isso foi comum nos testes

do calado de 7 metros e período de 45 segundos. Alguns ensaios apresentaram

amortecimento maior do que o previsto no testes de decaimento. Tanto a autora

quanto o próprio LOC calcularam de forma independente os valores de

amortecimento final em roll forçado. Os valores obtidos constam na

Page 72: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

64

Tabela 6.

Tabela 6 – Resultados de Amortecimento para o teste de oscilação forçada.

B44 B44 bear. B44 final (BV) B44 final (LOC)

L07_T15_02 55.68 35.33 20.35 21.87

L07_T15_05 31.25 15.23 16.02 15.31

L07_T15_10 30.78 10.07 20.72 20.38

L07_T15_15 29.92 7.11 22.80 21.77

L07_T30_02 85.57 93.33 -7.76 -12.75

L07_T30_05 36.75 42.06 -5.31 -0.60

L07_T30_10 23.56 17.74 5.83 4.59

L07_T30_15 26.05 12.41 13.64 11.76

L07_T45_02 123.56 148.24 -24.68 -25.22

L07_T45_05 55.02 57.74 -2.72 -3.03

L07_T45_10 29.83 32.00 -2.17 -5.10

L07_T45_15 14.62 21.53 -6.91 -3.09

L14_T15_02 58.84 39.27 19.57 20.70

L14_T15_05 38.34 15.36 22.98 20.87

L14_T15_10 29.13 7.83 21.30 23.63

L14_T15_15 23.66 3.92 19.73 13.02

L14_T30_02 119.50 113.73 5.76 8.58

L14_T30_05 43.24 38.41 4.83 10.45

L14_T30_10 28.64 12.90 15.74 14.55

L14_T30_15 29.65 13.48 16.17 15.46

L14_T45_02 143.60 98.82 44.78 31.95

L14_T45_05 64.47 51.26 13.21 15.40

L14_T45_10 49.78 17.55 32.23 49.94

L14_T45_15 29.57 20.58 8.99 6.83

L21_T15_02 68.30 100.47 -32.18 -28.14

L21_T15_05 34.52 27.74 6.77 8.11

L21_T15_10 22.65 13.37 9.28 9.21

L21_T15_15 26.43 5.98 20.45 21.42

L21_T30_02 116.46 88.53 27.93 42.42

L21_T30_05 50.44 39.39 11.05 11.83

L21_T30_10 17.51 24.03 -6.52 4.65

L21_T30_15 19.21 13.98 5.23 0.64

L21_T45_02 111.47 120.47 -9.00 23.89

L21_T45_05 56.15 38.92 17.23 20.80

L21_T45_10 32.36 20.22 12.14 -1.78

L21_T45_15 13.88 13.29 0.60 0.62

Resultados do B44 (BK=1.20m)

Page 73: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

65

Figura 55 – Gráfico com os dados dos testes no LOC. Decaimento livre excluindo os primeiros ciclos e Teste de Oscilação Forçada em Roll. Bolina de 1,20m, calado de 7 metros, período de 15s.

Figura 56 – Gráfico com os dados dos testes no LOC. Decaimento livre excluindo os primeiros ciclos e Teste de Oscilação Forçada em Roll. Bolina de 1,20m, calado de 14 metros, período de 15s.

Page 74: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

66

Figura 57 - Gráfico com os dados dos testes no LOC. Decaimento livre excluindo os primeiros ciclos e Teste de Oscilação Forçada em Roll. Bolina de 1,20m, calado de 14 metros, período de 30s.

Figura 58 - Gráfico com os dados dos testes no LOC. Decaimento livre excluindo os primeiros ciclos e Teste de Oscilação Forçada em Roll. Bolina de 1,20m, calado de 14 metros, período de 45s.

Page 75: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

67

Figura 59 - Gráfico com os dados dos testes no LOC. Decaimento livre excluindo os primeiros ciclos e Teste de Oscilação Forçada em Roll. Bolina de 1,20m, calado de 21 metros, período de 15s.

Figura 60 - Gráfico com os dados dos testes no LOC. Decaimento livre excluindo os primeiros ciclos e Teste de Oscilação Forçada em Roll. Bolina de 1,20m, calado de 21 metros, período de 30s.

Page 76: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

68

Figura 61 - Bolina de 1,20m, calado de 21 metros, período de 45s.

6.4 Resultados LABOCEANO

Para o resultado do LABOCEANO, 10 repetições foram realizadas para cada ângulo

inicial e com base nos resultados anteriores do LOC, os primeiros ciclos de

decaimento foram excluídos da análise, assim como os ângulos menores que 1 grau,

que apresentam grande dispersão. Com a exclusão dos primeiros ciclos a diferença

entre o uso da média geométrica ou aritmética é desprezível. Com isso, o resultado

fica bastante satisfatório, principalmente se considerarmos no gráfico da Figura 63 -

Resultados do LABOCEANO, utilizando valor médio das repetições, sem primeiros ciclos e excluindo

ângulos menores que 1 grau. As retas coloridas representam os ajustes lineares para cada um dos

ângulos, enquanto a reta pontilhada representa o ajuste com a média de todos os dados. Bolina de

1,20m, calado 21m e período 30s. onde a média das repetições em cada ciclo foi calculada

e um ajuste linear foi aplicado considerando o resultado com ângulos iniciais de 5º

(verde), 10º (azul) e 15º (vermelha). Na Figura 63, o ajuste foi mais detalhado

mostrando os valores médios das repetições dos testes. Cada reta é um ajuste linear

com dados referentes à um ângulo inicial indicado pela cor. A reta pontilhada

representa o ajuste com todos os ângulos. É possível observar que as retas são bem

Page 77: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

69

próximas, exceto por uma leve divergência da reta referente aos dados do teste com

ângulo inicial de 15° (vermelho).

Figura 62 – Resultados do LABOCEANO, sem primeiros ciclos e excluindo ângulos menores que 1 grau. Bolina de 1,20m, calado 21m e período 30s.

Figura 63 - Resultados do LABOCEANO, utilizando valor médio das repetições, sem primeiros ciclos e excluindo ângulos menores que 1 grau. As retas coloridas representam os ajustes lineares para cada

Page 78: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

70

um dos ângulos, enquanto a reta pontilhada representa o ajuste com a média de todos os dados. Bolina de 1,20m, calado 21m e período 30s.

6.5 Comparação LOC x LABOCEANO

Os resultados do teste de decaimentos 2D (LOC) e 3D (LABOCEANO) estão

ilustrados na Figura 64 –. Eles foram comparados com o modelo de previsão semi

empírica de IKEDA obtido a partir dos coeficientes linear e quadrático fornecidos pelo

HYDROSTAR. Conforme é possível observar, após a exclusão dos primeiros ciclos, a

abrangência da amplitude dos resultados diminui bastante. Apesar de iniciarmos com

um ângulo de inclinação inicial de 15 graus, o maior ângulo que temos informação

após processamento dos resultados é menor do que 6 graus. Isso é um indício de

que os testes de decaimento livre são limitados em termos de fornecer informação

para grandes ângulos de inclinação porque quanto maior o ângulo que se deseja

conhecer o valor de amortecimento respectivo, maior necessita ser o ângulo inicial do

teste e maior o costado do modelo, o que representa uma limitação de ordem física.

Com isso, é possível concluir que o modelo de previsão semi empírica de IKEDA

continua válido para ângulos aproximadamente menores que 6 graus.

Outra conclusão interessante é que, para o caso do FPSO que foi considerado nesse

estudo, FPSO casco construído (“New Build”) e com corpo paralelo extenso, os

resultados 2D e 3D sendo similares indicam um redução grande nos custos

experimentais. Para esse caso em específico, é possível realizar os testes de

decaimento sem ondas apenas com um modelo seção 2D.

Page 79: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

71

Figura 64 – Valor do fator de amortecimento para os testes de decaimento do LABOCEANO e LOC, comparados com o modelo e IKEDA. Bolina de 1.20m, calado de 21m e período de 30s.

6.6 Comparação com Resultados CFD

A autora não realizou análises em CFD por conta própria, porém aproveitou os

resultados de testes independentes realizados por diferentes empresas dentro do JIP

Non Linear Roll. O “Blind Test” ou teste independente foi proposto a fim de verificar o

impacto de diferentes softwares e metodologias no resultado das análises em CFD.

Por razões de confidencialidade, os resultados serão referenciados por “A”, “B”, “C”,

“D” e “E”. O caso “Blind Test” foi feito para o caso o da bolina de 1,20 metros de

comprimento, com calado do modelo de 14 metros e período de oscilação em roll de

15 segundos.

As simulações numéricas foram realizadas considerando oscilação forçada do

modelo 2D em águas calmas e os resultados são semelhantes entre si. É importante

ressaltar que na comparação os centros de roll devem ser os mesmos, porque o

amortecimento viscoso varia significativamente com o centro de roll, conforme

OMMANI et al (2015) . Incluindo os resultados em grandes ângulos advindos da

simulação, observa-se que uma equação cúbica ajusta melhor os resultados. Dessa

forma, é sugerido que o momento de amortecimento na forma cúbica, Equação 51,

seja utilizado nos casos em que a tradicional forma quadrática não for coerente com

os resultados.

Page 80: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

72

Equação 51

𝑀𝐵 = 𝐵𝐿𝐼𝑁�̇� + 𝐵𝑄𝑈𝐴𝐷�̇�|�̇�| − 𝑎𝜙3̇

Ou na forma linearizada:

Equação 52

𝐵(𝝓) = 𝑝1 + 𝑝2𝝓 + 𝑝3𝝓𝟐 = 𝐵𝐿𝐼𝑁 +8

3𝜋𝜔𝐸𝝓𝒎𝐵𝑄𝑈𝐴𝐷 − 𝑎

3

4𝜔𝐸

2𝝓𝒎𝟐

Onde 𝑎 contabiliza o efeito de redução do amortecimento que ocorre devido aos

efeitos de superfície livre e redução do amortecimento devido à separação do

escoamento no regime diferenciado de geração de vórtices em grandes ângulos. Os

coeficientes p1, p2 e p3 podem ser obtidos através de um ajuste pelo método dos

mínimos quadráticos usando os dados de amortecimento em função da amplitude

média.

Figura 65 – Comparação Dados Decaimento Livre LOC e Dados CFD LABOCEANO. A linha vermelha tracejada é o polinômio que representa a tendência do conjunto de dados. A linha azul tracejada é o ajuste linear-quadrático

com p2. A linha preta cheia é o ajuste cúbico incluindo p3.

Page 81: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

73

Figura 66 – Comparação Decaimento Livre do LOC e CFD ”A”. A linha vermelha tracejada é o polinômio que representa a tendência do conjunto de dados. A linha azul tracejada é o ajuste linear-quadrático com p2. A

linha preta cheia é o ajuste cúbico incluindo p3

Figura 67 – Comparação Decaimento Livre do LOC e CFD “B”. A linha vermelha tracejada é o polinômio que representa a tendência do conjunto de dados. A linha azul tracejada é o ajuste linear-quadrático com p2. A

linha preta cheia é o ajuste cúbico incluindo p3

Page 82: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

74

Figura 68 – Comparação decaimento livre do LOC e CFD “C”. A linha vermelha tracejada é o polinômio que representa a tendência do conjunto de dados. A linha azul tracejada é o ajuste linear-quadrático com p2. A

linha preta cheia é o ajuste cúbico incluindo p3.

Figura 69 - Comparação LOC e CFD “D”. A linha vermelha tracejada é o polinômio que representa a tendência do conjunto de dados. A linha azul tracejada é o ajuste linear-quadrático com p2. A linha preta cheia

é o ajuste cúbico incluindo p3.

Page 83: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

75

Figura 70 – Comparação do decaimento livre do LOC e CFD “E”. A linha vermelha tracejada é o polinômio que representa a tendência do conjunto de dados. A linha azul tracejada é o ajuste linear-quadrático com p2. A

linha preta cheia é o ajuste cúbico incluindo p3.

6.7 Comparação das Curvas de Decaimento

As curvas de decaimento obtidas conforme os modelos quadrático e cúbico foram

comparadas com a curva original. É possível observar que para os ângulos iniciais,

que são os ângulos maiores, a curva referente ao modelo cúbico aproxima melhor. A

curva do modelo quadrático tende a superestimar o amortecimento, conforme já tinha

sido alertado na Seção 1.1. Entretanto, os ângulos iniciais sofrem ação do efeito

memória e o primeiro ciclo não deve ser considerado. Para ângulos menores que 3

graus, o resultado é indiferente. Após 15 segundos, o resultado das curvas do

modelo quadrático e cúbico divergem do original devido à incerteza associada aos

ângulos menores que 0,5 grau.

Page 84: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

76

Figura 71 – Comparação da curva de decaimento. A curva pontilhada vermelha corresponde aos dados originais, e curva tracejada verde corresponde ao ajuste com o modelo quadrático e a curva

azul contínua refere-se ao ajuste com modelo cúbico.

7 Conclusão

Alguns esclarecimentos importantes foram obtidos ao longo do presente trabalho com

relação ao movimento em roll com presença de bolinas estendidas. A campanha de

testes no LOC confirmou que quanto maior a bolina, maior o amortecimento. Fixado o

tamanho de uma bolina e o período de oscilação considerado, para a variação do

carregamento, quanto menor o calado maior o amortecimento. Isso é interessante

porque os calados menores também são os mais suscetíveis ao roll por conta da

proximidade do período natural com o período da incidência ambiental. E quando o

tamanho da bolina e o calado são considerados fixos, a influência do período mostra-

se praticamente desprezível para os períodos maiores (30 e 45 segundos) e para o

calado de 21 metros.

Page 85: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

77

Com relação aos testes de oscilação forçada, o procedimento de definição do centro

de roll foi fundamental para a compatibilidade desses resultados com os resultados

de decaimento. Infelizmente nem todos os resultados foram satisfatórios. Alguns

resultados para o calado de 7 metros e período de 45 segundos, assim como alguns

resultados para o calado de 21 metros apresentaram valor de amortecimento

negativo. Possivelmente isso ocorreu por causa do amortecimento devido ao atrito no

mancal de suporte do eixo do modelo, desafio a ser enfrentado nos próximos testes

de oscilação forçada.

Uma boa notícia é que os resultados dos testes dos modelos 2D e 3D no LOC e

LABOCEANO foram bem semelhantes. Isso indica que para o caso específico de

FPSOs “new build” com corpo paralelo considerável, a campanha com modelo em

seção 2D seria suficiente para obter os coeficientes de amortecimento em

decaimento livre . Isso reduz os custos dos testes experimentais e facilita um estudo

paramétrico.

Sobre o processamento dos dados dos testes de decaimento foi atestada a

importância da realização de repetições do teste para as mesmas condições a fim de

obter uma “nuvem” de pontos e reduzir a incerteza na obtenção dos coeficientes de

amortecimento. Pelo menos 3 repetições são suficientes para um bom resultado. No

caso dos testes no LOC, as repetições com diferentes ângulos iniciais permitiu a

observação de que os primeiros ciclos não são representativos da física do

movimento real porque a separação do escoamento provocada pela bolina não

evoluiu o suficiente e não há presença de vórtices anteriores (o “colchão de

vorticidade” de SOARES (2013)). É sabido de trabalhos anteriores, como OLIVEIRA

(2003), a interação existente entre os vórtices gerados no passado que podem

influenciar no amortecimento presente. Portanto, quando o teste inicia a partir do

fluido em repouso, o resultado do primeiro ciclo não corresponde à condição real da

plataforma que inicia o movimento em roll em um escoamento perturbado por ação

de ondas e swell. A Figura 72 – Ilustração do procedimento de análise da curva de decaimento

excluindo o primeiro ciclo. ilustra o procedimento de retirada do primeiro ciclo da análise.

Page 86: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

78

Figura 72 – Ilustração do procedimento de análise da curva de decaimento excluindo o primeiro ciclo.

Ocorre que com a exclusão do primeiro ciclo diminui-se a amplitude máxima dos

dados finais. Essa foi uma limitação observada no teste de decaimento: o fato de que

através desse tipo de teste só é possível conhecer o amortecimento para ângulos de

até 6 graus aproximadamente. Por isso, no presente trabalho,

Ainda com relação ao processamento dos dados, foi possível concluir que a exclusão

dos ângulos menores que 1 grau diminuiu as incertezas e produziu um resultado final

bastante satisfatório para o ajuste dos testes de decaimento.

Para conhecer os valores de amortecimento acima dos 6 graus, os testes de

oscilação forçada e as simulações em CFD foram a melhor alternativa. Através dos

mesmos é possível inferir que a curva de amortecimento, incluindo grandes ângulos

(𝝓>6º), para FPSOs com bolinas estendidas (h>0,9m) é mais bem ajustada pela

adição de um termo cúbico na consideração do amortecimento, conforme equações

Equação 51 e Equação 52. Para os demais casos, o ajuste tradicional quadrático,

assim como o modelo de previsão semi empírica de IKEDA permanecem aplicáveis.

8 Referências

ALOISIO, G., FELICE, F. Di, “PIV analysis around the Bilge Keel of a Ship Model in

Free Roll Decay”, XIV Convegno Nazionale A.I.VE.LA., Roma, Itália, 2006.

Page 87: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

79

BASS, D. W. e HADDARA, M.R., “Non linear models of ship roll damping”, Int.

Shipbuild. Progr., 35, Nº 401, pp 5-24, 1988.

BRADDOCK, R. A., TIMMS, R. J., THIAGARAJAN, K. P., “A Comparison of

Experiment and FRSV Modeling of Larger than Normal Bilge Keels”, Proceedings of

the 24th Offshore Mechanics and Arctic Engineering (OMAE2005), Halkidiki, Greece,

June 12-17, 2005.

BROWN, D. K., The way of a Ship in the Midst of the Sea: The Life and Work of

William Froude, Periscope Publishing Ltd., 2006.

BRYAN, G. H., “The Action of Bilge Keels”, Forty-first Session of Institution of Naval

Architects, Abril de 1900.

BUREAU VERITAS, “Decay Tests”, Apresentação interna, 2014.

BURTON, J. R., On the Concentration of the Material, the Manual and Physical Force,

in Her Majesty’s Vessels of War and on the Most Effective Method of Manning the

Royal Navy, 3ª ed, p. 93 e p. 85, J. Hatchard And Son, Londres, 1847.

CARDO, A., FRANCESCUTO, A. e NABERGOJ, N., “On damping models in free and

forced rolling motion”, Ocean Engineering, Vol 9, Nº2, pp 171-179, 1982.

CHAN, H. S. Y., Xu, Z. e HUANG, W. L., “Estimation of Non linear Damping

Coefficients from large amplitude ship rolling motions”, Applied Ocean research Vol.

17, pp 217-224, 1995.

CONTENTO, G., FRANCESCUTO, A. e PICIULLO, M., “On the effectiveness of

constant coefficients roll motion equation”, Ocean Engng, Vol.23, Nº 7, pp 597-618,

1995.

DALZELL, J. F., “A note on the form of ship roll damping”, J. Ship Res. 22, 178, 1978.

FERNANDES, A.C. e MASETTI, I.Q, “Bolina ad hoc para Controle do Balanço

Transversal de Sistemas de Produção tipo FPSO”, PETROBRAS,

GERPRO/GETINP/GESEM & GECOMP, Rio de Janeiro, RJ, 1998.

FERNANDES, A.C. e MASETTI, I.Q, “Bolina ad hoc para sistemas de produção de

petróleo tipo FPSO”, BR Pat. PI 9800843-9 B1, 18 de abril de 2000, 15 pp.

Patente INPI PI 9800843-9 A publicada 18/04/2000

Page 88: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

80

FERNANDES, A. C. e KROFF, S. A. B., "Bilinear Modeling of Wider, Longer and

Continuous Bilge Keel for Roll Motion Control", Proceedings of ETCE/OMAE 2000

Joint Conference, Nova Orleans, EUA, 2000.

FERRARI JR, J. A., FERREIRA, M. D. A., “Assessment of the effectiveness of the

bilge keel as an anti-roll device in VLCC-sized FPSOs” Proceedings of The Twelfth

International Offshore and Polar Engineering Conference, Kitakyushu, Japan, ISBN 1-

880653-58-3 (Set); ISSN 1098-6189 (Set), 2002.

FROUDE, W., “On the Rolling of Ships”, Second Session of Institution of Naval

Architects, Março de 1861.

FROUDE, W., "On the Influence of Resistance Upon the Rolling of Ships", Naval

Science, 1872.

FROUDE, W., “On the graphic integration of the equation of a ship’s rolling, including

the effect of resistance.", Trans. Inst. Naval Architects, vol. xvi., pp. 57-71, 1875.

FROUDE, W., “The Resistance of Ships”, Professional Papers- nº 93 Bureau of

Navigation – Navy Department, Washington Government Printing Office, EUA, 1888.

GAWN, R.W. L., “Rolling Experiments with Ships and Models in Still Water”, TINA,

1940.

GREAT BRITAIN PARLIAMENT, Hansard’s Parliamentary Debates, Volume LXXVII,

p. 396 e p.424, Londres, Reino Unido, 1845.

GUNDELACH, M. B. e REZENDE, F. C., “A Numerical Study for Obtaining the Roll

Center of FPSO Models”, Bureau Veritas, Rio de Janeiro, Brasil, 2014.

HADDARA, M. R., “On the stability of ship motion in regular oblique waves”, Int.

Shipbuilding Progr., Vol 18, Nº 207, 1971.

HESS, J. e SMITH A., “Calculation of potential flow about arbitrary bodies,” Progress

in Aerospace Sciences, vol. 8, no. 0, pp. 1 – 138, 1967.

HIMENO, Y., 1981, "Prediction of Ship Roll Damping: State of Art", Dept. of Naval

Architecture and Marine Eng , University of Michigan, EUA, 1981.

Page 89: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

81

IKEDA, Y., KOMATSU, K., HIMENO, Y., e TANAKA, N.: "On Roll Damping Force -

Effects of Hull Surface Pressure Created by Bilge Keels," J Kansai SNA, Vol. 165,

1977, em japonês.

IKEDA, Y., HIMENO, Y., and TANAKA, N.: "Components of Roll Damping of Ship at

Forward Speed," JSNA Japan, V'-i. 143 (1978) (em japonês).

IKEDA, Y., OSA, K. e TANAKA, N. “Viscous forces acting on irregularly oscillating

circular cylinders and flat plates,” in Transactions of the International Symposium on

Ocean, Offshore and Arctic Engineering, vol. 110, Maio 1988.

IKEDA, Y. et al., “Roll Damping of a Sharp-Cornered Barge and Roll Control by a

New-Type Stabilizer”, Proc. of the 3rd ISOPE, Vol.3, pp.634-639, 1993.

IKEDA, Y., KATAYAMA, T., HASEGAWA,. Y and SEGAWA, M., “Roll Damping of

High Speed Slender Vessels”, Jour. of Kansai Society of Naval Architects,

Japan,No.222, pp.73-81, 1994, em japonês.

IKEDA, Y., “Prediction methods of roll damping of ships and their application to

determine optimum stabilization devices”,

ITTC, “Numerical Estimation of Roll Damping”, in: Recommended Procedures and

Guidelines, rev 00, pp. 18, 2011

JAN VAN KAMPEN, M., 2015, Bilge Keel Roll Damping: Combining CFD and Local

Velocities – Literature Review, Master degree dissertation, Delft University of

Technology, Delft, Netherlands.

KATAYAMA T., YOSHIOKA, Y., KAKINOKI T., IKEDA Y., “Some topics for estimation

of bilge-keel component of roll damping,” in Proceedings of the 11th International Ship

Stability Workshop, 2010.

KAWAHARA, Y., MAEKAWA, K., and IKEDA, Y., “Characteristics of roll damping of

various ship types and a simple prediction formula of roll damping on the basis of

ikeda’s method”. The 4th Asia-Pacific Workshop on Marine Hydrodynamics, 2008.

KAWAHARA, Y., MAEKAWA, K., and IKEDA, Y., “A simple prediction formula of roll

damping of conventional cargo ships on the basis of ikeda’s method and its

limitations”. Proceedings of the 10th International Conference on Stability of Ships and

Ocean Vehicles, 2010.

Page 90: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

82

KINNAS, S. A., “FPSO Roll Motions”, Final Project Report, Austin, Texas, 2005.

LABOCEANO, “Model tests report”, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2015.

LOC, “JIP NON LINEAR ROLL WP2.A Model Experiments in LOC-COPPE/UFRJ

Wave Channel Report 3: Final”, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2015a.

LOC, “JIP NON LINEAR ROLL WP2.A Model Experiments in LOC-COPPE/UFRJ

Wave Channel Extra Report: Discussion on the Roll Damping” COPPE/UFRJ, Rio de

Janeiro, Brasil, 2015b.

NA, J. H., LEE, W. C., SHIN, H. S., PARK, I. K., 2002, "A Design of Bilge Keels for

Harsh Environment FPSOs", Proceedings of 12th International Offshore and Polar

Engineering Conference (ISOPE), Kitakyushu, Japão, Maio 26-31.

OFFSHORE MAGAZINE, 2016 Worldwide Survey Of Floating Production, Storage

And Offloading (Fpso) Units, Agosto de 2016. Disponível em: https://www.offshore-

mag.com/content/dam/offshore/print-articles/volume-76/08/2016FPSO080816IAds.pdf

Acesso em: setembro de 2018.

OLIVEIRA, A. C. de, 2003, Investigações sobre a teoria bilinear na análise do balanço

tranversal de FPSOs , Tese de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

OLIVEIRA, A.C. e FERNANDES, A. C., “An alternative approach for roll damping

estimation”, 4th International Workshop on Applied Offshore Hydrodynamics, Rio de

Janeiro, Brasil, 2009.

OLIVEIRA, A.C. de, 2011, Novas Abordagens para a Análise do Amortecimento Não

Linear do Balanço Transversal de FPSOs, Tese de Doutorado, COPPE/UFRJ, Rio de

Janeiro, Brasil.

OLIVEIRA, A. C. de; FERNANDES, A.C., “The Influence of Vortex Formation on the

Damping of FPSOs with Large Width Bilge Keels”, International Conference on

Ocean, Offshore and Arctic Engineering, OMAE2012 – 83360, Rio de Janeiro, Brazil,

Julho de 2012.

OROZCO, J. M., RAPOSO, C. V., “A Practical Procedure for the Evaluation of the Roll

Motions of FPSO’s Including the Non potential Damping”, Offshore Technology

Conference, OTC 14234, Texas, EUA, 2002.

OMMANI, B., KRISTIANSEN T., FIROOZKOOHI, R., “Parameter Study on Roll

Damping Nonlinear Roll JIP”. Apresentação em Power Point.

Page 91: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

83

PINHEIRO, K. A. G., 2003, "Controle de Balanço Transversal de FPSOs",

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Trabalho de Formatura, Rio de Janeiro, RJ.

SANTOS, A. L., “Análise sistemática de testes de decaimento com modelos

reduzidos no LABOCEANO”, UFRJ, Rio de Janeiro, 2007.

SCHUT, X., “Contribution of hull pressures created by bilge keels on the roll damping

of FPSOs,” Tese de Mestrado, Delft University of Technology, 2013.

SOFEC, 2010, “Roll Motions of FPSOs”, SNAME Texas Section.

SOARES, A. R. W., “Pesquisa suplementar sobre amortecimento de balanço

transversal em FPSO”, Tese de Mestrado, COPPE/UFRJ, 2013.

SOUZA, J.R., FERNANDES A. C., MASETTI, I. Q., da SILVA, S., KROFF, S. A. B.,

“Nonlinear rolling of an FPSO with larger-than-usual bilge keels”, 1998.

SOUZA, F.R.S., SOARES, A.R.W., OLIVEIRA, A.C. & FERNANDES, A.C., “Influência

do centro de rotação através de ensaios de decaimento no movimento de balanço

transversal de cascos típicos de FPSO”, 24o Congresso Nacional de Transporte

Aquaviário, Construção Naval e Offshore, Brasil, 2012.

TANAKA, N., “A Study on the Bilge Keels”, Part 4, JSNA Japan, Vol. 109, 1960.

VAN ’T VEER, R. e FATH, F., “On the roll damping of an FPSO fitted with bilge keels

and riser balcony,” International Journal of Maritime Engineering, vol. 153, Abril 2011.

VAN’T VEER, R., FATHI, F., KHERIAN, J. G., “On Roll Hydrodynamics of FPSO’s

Fitted with Bilge Keels and Riser Balcony”, Proceedings of the 30th International

Conference on Ocean, Offshore and Arctic Engineering (OMAE2011), Rotterdam, The

Netherlands, June 19-24, 2011.

WANDERLEY, J.B.V., RAMIRO, A., REIS, T., FERNANDES, A.C. and Levi, C.,

“Numerical Simulation of Roll Damping of a FPSO”, 26th International Symposium on

Offshore Mechanics and Arctic Engineering (OMAE2007), San Diego, USA, June 10-

15, 2007.

YEUNG, R. W., “Fluid Dynamics of Finned Bodies – From VIV to FPSO”, Proceedings

of 12th International Offshore and Polar Engineering Conference (ISOPE),

Kitakyushu, Japan, May 26-31, 2002.

Page 92: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

84

9 Apêndice

9.1 Amortecimento em Função do Número de Keulegan-Carpenter

Figura 73

Figura 74

Page 93: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

85

Figura 75

Figura 76

Page 94: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

86

Figura 77

Figura 78

Page 95: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

87

Figura 79

Figura 80

Page 96: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

88

Figura 81

Figura 82

Page 97: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

89

Figura 83

Figura 84

Page 98: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

90

Figura 85

Figura 86

Page 99: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

91

Figura 87

Figura 88

Page 100: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

92

Figura 89

Figura 90

Page 101: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

93

Figura 91

Figura 92

Page 102: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

94

9.2 Curvas de Histerese para Bolina de 1,20m

Figura 93 - B120_L07_T15_02

Figura 94 - B120_L07_T15_05

Figura 95 - B120_L07_T15_10

Page 103: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

95

Figura 96 - B120_L07_T15_15

Figura 97 - B120_L07_T30_02

Figura 98 - B120_L07_T30_05

Page 104: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

96

Figura 99 - B120_L07_T30_10

Figura 100 - B120_L07_T30_15

Figura 101 - B120_L07_T45_02

Page 105: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

97

Figura 102 - B120_L07_T45_05

Figura 103 - B120_L07_T45_10

Figura 104 - B120_L07_T45_15

Page 106: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

98

Figura 105 - B120_L14_T15_02

Figura 106 - B120_L14_T15_05

Figura 107 - B120_L14_T15_10

Page 107: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

99

Figura 108 - B120_L14_T15_15

Figura 109 - B120_L14_T30_02

Figura 110 - B120_L14_T30_05

Page 108: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

100

Figura 111 - B120_L14_T30_10

Figura 112 - B120_L14_T30_15

Figura 113 - B120_L14_T45_02

Page 109: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

101

Figura 114 - B120_L14_T45_05

Figura 115 - B120_L14_T45_10

Figura 116 - B120_L14_T45_15

Page 110: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

102

Figura 117 - B120_L21_T15_02

Figura 118 - B120_L21_T15_05

Figura 119 - B120_L21_T15_10

Page 111: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

103

Figura 120 - B120_L21_T15_15

Figura 121 - B120_L21_T30_02

Figura 122 - B120_L21_T30_05

Page 112: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

104

Figura 123 - B120_L21_T30_10

Figura 124 - B120_L21_T30_15

Figura 125 - B120_L21_T45_02

Page 113: Modelo de Amortecimento em Roll para FPSOs com Bolinas …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027787.pdf · 2019. 4. 5. · minimiza os efeitos de roll nos navios. Portanto,

105

Figura 126 - B120_L21_T45_05

Figura 127 - B120_L21_T45_10

Figura 128 - B120_L21_T45_15