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ANÁLISE DOS EFEITOS DA TERAPIA MANUAL TORÁCICA NA
CERVICALGIA DE ORIGEM MECÂNICA: UMA REVISÃO DE
LITERATURA.
2 METODOLOGIA
2.1 Critérios de elegibilidade
Os estudos incluídos deveriam se enquadrar nos critérios de elegibilidade,
envolvendo basicamente àqueles relacionados à cervicalgia de origem mecânica seja na
fase aguda, subaguda ou crônica, que fizeram uso da terapia manual seja de
mobilização, ou com manipulação na área torácica como forma de tratamento,
apontando seus efeitos na dor e mobilidade à curto, médio e em longo prazo. Foram
excluídos àqueles que não envolveram grupo controle, ou quando o grupo de tratamento
envolveu manipulação cervical, àqueles que correlacionavam a cervicalgia à dor de
cabeça ou dor no braço, bem como, os que envolverem associação com tratamento
ortodôntico e ou medicamentoso, ou com doenças sistêmicas, história de trauma,
discopatia cervical, ou mesmo síndrome do chicote, além de estudos de revisão.
2.2 Estratégia de busca
Este estudo de revisão incluiu artigos de ensaios clínicos aleatórios que testaram
os efeitos, ou eficácia da manipulação da coluna torácica na dor e na mobilidade, em
pacientes com cervicalgia de origem mecânica. O limite de busca dos artigos
pesquisados se deu a partir de 2004, quando houve um aumento emergente nas
investigações sobre a relação entre manipulação da região torácica e esse tipo de dor
cervical (Walser RF, Meserve BB, Boucher TR, 2009), até 2013. As bases de dados
utilizadas foram: PEDro database, Pubmed, Bireme e Cochrane, nos idiomas inglês,
espanhol e português, utilizando para isso, os descritores neck pain; thoracic vertebrae;
manipulation, mobilization em inglês, onde foram feitas combinações com os
descritores boleanos, and e or ;em português: dor cervical mecânica, manipulação,
mobilização e coluna torácica, e em espanhol, dolor cervical, la manipulación, la
mobilización, la espina dorsal.
2.3 Seleção dos estudos
Os estudos foram pré- selecionados pela leitura do título e de seus respectivos
resumos, onde foi feita a seleção inicial. Àqueles que estavam de acordo com os
critérios de inclusão e exclusão, foram potencialmente analisados, para evitar a inclusão
de trabalhos duplicados Fig1. Após a seleção final dos artigos, os resultados foram
inseridos numa tabela para melhor visualização dos achados nos estudos e facilitar a
compreensão dos dados. (Tabela1)
2.4 Avaliação da qualidade metodológica
Os estudos foram avaliados por meio da escala de PEDro, desenvolvida pela
Physiotherapy Evidence Database (Shiwa, 2012), que utiliza um sistema de pontuação
de 10 pontos para avaliar a qualidade metodológica dos ensaios clínicos randomizados,
incluindo critérios de avaliação de validade interna e apresentação da análise estatística
empregada. Para cada critério definido na escala, um ponto (1) é atribuído à presença de
indicadores da qualidade da evidência apresentada, e zero ponto (0) é atribuído à
ausência desses indicadores. Nesse estudo, foram excluídos aqueles com pontuação
igual e inferior a 6.
Figura 01. Fluxograma da pesquisa nas bases de dados.
Base de dados: PEDro ( 13);
Pubmed ( 37); Cochrade ( 27);
Bireme( 27). Total: 104 artigos
Artigos excluídos e não duplicados:
PEDro (6); Pubmed (30); Cochrane
(20); Bireme (19). Total: 75 artigos
Artigos duplicados: PEDro (7);
Pubmed (7); Cochrane (7); Bireme
(8). Total: 29 artigos
Total de artigos incluídos para a
leitura da obra: 10 artigos
Artigos excluídos após a leitura da
obra:
Revisão sistemática: 1
Ensaio clínico randomizado: 5
Total de artigos elegíveis,
incluídos no estudo: 4 artigos.
Autor/ ano
de
publicação
Escore na
escala
PEDro
Variáveis
mensuradas
Amostra Intervenção Desfechos
Javier et. al.
/2008
9 Dor (NPRS);
Deficiência
(NPQ);
Mobilidade
(goniômetro).
45 pacientes
(20 homens,
25mulheres)
Grupo
experimental:
manipulação
torácica
+eletroterapia/
termoterapia
+massagem.
Grupo
controle:
eletroterapia/
termoterapia +
massagem
A inclusão de
uma
manipulação
torácica num
programa
eletroterapia /
térmica foi
eficaz na
redução da dor
aguda do
pescoço,
incapacidade, e
no aumento da
mobilidade
cervical.
Joshua
et.al./2005
7 Dor (EVA,
NPQ);
Mobilidade
(goniômetro);
45 pacientes
(47%
mulheres)
Grupo
experimental:
manipulação
torácica+
TENS+infrave
rmelho
Grupo
controle:TENS
+
infravermelho
+
Pacientes com
dor mecânica no
pescoço que
receberam
manipulação
com impulso da
coluna torácica,
experimentaram
melhorias na
dor, mobilidade,
e incapacidade
do que aqueles
tratados
somente, com
um programa de
terapia eletro /
térmica.
Tabela 1 (NPRS: Numeric Pain Rating Scale; NPQ: Northwick Park Neck Pain
Questionnaire; VAS: Visual Analog Scale; NDI: Neck Disability Index; FABQ: Fear-
Avoidance Beliefs Questionnaire).
Joshua et. al.
/2007
7 Incapacidade
(NDI), DOR
(diagrama do
corpo, NPRS), e
crenças no
trabalho e
atividade física
(FABQ)
60 pacientes
(55%
mulheres)
Um grupo de
mobilização
(t1-t6) +
exercícios de
mobilidade em
casa.
Um grupo de
manipulação
(t1-t4/t5-t8) +
exercícios de
mobilidade em
casa.
A mobilização
com impulso
trouxe
resultados
maiores na
redução da dor e
incapacidade,
do que a
mobilização
sem impulso na
área torácica,
em pessoas com
dor cervical.
Joshua et. al.
/2005
8 Incapacidade
(NDI), Dor
(EVA),
Mobilidade
(goniômetro)
36 pacientes
(27
mulheres, 9
homens)
Grupo de
tratamento:
manipulação da
coluna torácica
Grupo placebo
:manipulação
da coluna
torácica “mão
aberta”.
A manipulação
da coluna
vertebral torácica
em pacientes
com queixa
principal de dor
no pescoço,
resulta em
efeitos
analgésicos
imediatos.