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1. Graduanda do curso de Design de Moda da UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí. [email protected] 2. Mestre em Turismo e Hotelaria, docente do curso de Design de Moda da UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí.
MODA E INCLUSÃO SOCIAL: Evento desenvolvido para a APAE com a
temática Anos 70
FASHION AND SOCIAL INCLUSION: Event designed for the APAE with the
theme 1970 years.
Luciana Schwarz¹
Olinda Teresinha Fernanda Schauffert²
Resumo
Projeto de evento realizado para a APAE – Escola Especial tempo Feliz de Balneário Camboriú, Santa
Catarina. O evento visa aliar a inclusão social ao design de moda, quebrando assim barreiras de
preconceito, mostrando que os alunos também tem direito a moda e a realizar eventos. Eles mesmo serão
os designers, criadores da coleção, também serão os modelos, mostrando que também gostam e tem
afinidades com a moda. O tema de inspiração para elaboração do evento são os ANOS 70, uma década de
experiências, onde tudo era novidade. Os hippies foram uma grande influência da época, defendiam estes,
a não violência. Os pais e professores terão grande participação neste processo de inclusão, apresentando
aos alunos o tema de inspiração, e auxiliando-os na elaboração das peças. Seus pais e amigos serão o
público-alvo direto do evento.
Palavras Chave: Moda. Inclusão Social. Anos 70. Evento. APAE.
Abstract
Project event developed for APAE - Escola Especial Tempo Feliz of Balneário Camboriú. The event aims
to bring together the social inclusion of fashion design, breaking down barriers of prejudice, showing that
students also have the right to hold events and fashion. They are the same designers, creators of the
collection, will also be models, showing that they like and also has affinities with fashion. The theme of
inspiration for the preparation of the event are years 1970, a decade of experience, where everything was
new. His parents and friends will be the direct target audience of the event.
Keywords: Fashion. Inclusion. 70´s. Event. APAE.
1 INTRODUÇÃO
São muitas as áreas em que a inclusão social pode ser aplicada, como por
exemplo, nas escolas, na vida social, ou pessoal. Para que haja inclusão social, é
necessário acima de tudo, respeito com o próximo, independente de sua cor, raça, etnia
ou até capacidade de aprendizagem. Como relata Oliveira (2008, p.43), “Para que haja a
inclusão social para todos, é preciso mudar a forma de pensar e agir, é preciso respeitar
o outro como ele é, respeitar as diferenças e o tempo de aprendizagem de cada ser”.
Aliando moda e inclusão social será elaborado um evento cultural, com desfile de
moda para a APAE – Escola Especial Tempo Feliz de Balneário Camboriú. Pais e
professores deverão interagir com a APAE, estimulando também a inclusão social, onde
os alunos serão os designers, estudarão um tema, no caso moda anos 1970, e farão
criações a partir deste. Rompendo assim, mais uma barreira de preconceito.
O público-alvo deste evento serão os próprios alunos da APAE, os pais, amigos e
educadores, que durante o ano todo participaram deste processo de entendimento de
tema e criação dos figurinos para o desfile. O evento será realizado na UNIVALI, e
conta também com a participação de seus alunos e professores. A formanda irá trabalhar
o design de moda com os alunos, auxiliando-os na elaboração, e customização das peças
que serão produzidas e desfiladas no evento.
O tema abordado como inspiração do evento são os Anos 1970, uma década de
experiências, onde tudo era novidade. Segundo Mayer, os 70 foram: “(...) Luta pela
liberdade de expressão em todas as suas dimensões. A luta pelo fim da censura, pela
igualdade de condições e oportunidades para homens e mulheres (...)”.
O principal objetivo desta pesquisa realizada para a elaboração de um trabalho de
conclusão de curso, é desenvolver e produzir um evento de moda para a APAE de
Balneário Camboriú – SC, inspirado na temática anos 1970. Os objetivos específicos do
projeto são: Apresentar aos pais e amigos a coleção de produtos de moda criada pelos
alunos, inspirada na década de 1970; Proporcionar aos alunos a experiência de
participar de um evento de moda; Quebrar barreiras de preconceito, mostrando que o
portador de necessidades especiais também tem direito à moda e ao lazer cultural;
Incentivar a questão da inclusão social aliada ao design de moda; Aliar sustentabilidade
com o tema proposto, no sentido de reaproveitamento de materiais, nas customizações
das peças, nos carimbos, e também nos maderites utilizados para fazer a boca de cena.
O evento visa oferecer um momento de confraternização, de comemoração e de
exercício de solidariedade e de cidadania. Segundo Criatividade em eventos “O evento
amplia os espaços para a vida social e pública e conduz as pessoas para a
experimentação conjunta de emoções”.
O lazer também é um item trabalhado no desenvolvimento do evento, este já é um
item essencial na vida de qualquer pessoa. Dumazedier (2001, p.34) conceitua:
O lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de
livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-
se, ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada,
sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após
livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares ou
sociais.
O evento promove integração dentro da Escola, proporcionando assim momentos de
lazer - cultural entre os participantes, que no caso do evento desenvolvido para a APAE,
serão os pais, alunos e professores. Ainda com a realização do evento nas instalações da
UNIVALI, os alunos e professores da mesma, também estarão interagindo com a
comunidade da APAE.
2 METODOLOGIA
De acordo com Bonsiepe (1984 apud FRISONI, 2002), “metodologia é o conjunto
de instrumentos de navegação que tornam mais fácil a orientação durante o processo
projetual”.
A metodologia auxilia no desenvolvimento do projeto. Desta forma, para a
realização deste projeto, utilizou-se a metodologia de Frascara, (2005). Algumas
adaptações foram necessárias à metodologia proposta. Segue abaixo o fluxograma
adaptado:
A metodologia do autor sofreu algumas adaptações necessárias para a realização
de um projeto de evento. As etapas e suas adaptações são as seguintes: O repasse do
trabalho pelo cliente ocorreu quando a APAE, pediu para a autora do projeto que o
Figura 01: Adaptação de fluxograma metodológico
Fonte: adaptado de Fráscara, 2005.
realizasse. A segunda etapa, são as informações que serão obtidas realizando pesquisas
bibliográficas e de campo, além de entrevistas e pesquisas de observação. As pesquisas
de campo e bibliográficas auxiliarão na segunda definição do problema, que é a terceira
etapa da metodologia.
Os objetivos são definidos na quarta etapa da metodologia, nesta etapa foram
necessárias algumas adaptações. Os objetivos dividem-se em três, são eles:
determinação dos objetivos; função do evento; e determinação de mídia.
A terceira definição do problema, se dá na quinta etapa do projeto quando ocorre a
finalização da concepção do anteprojeto. Na sexta etapa que é o desenvolvimento do
anteprojeto, decide-se o tema, a disposição do evento, e sua linguagem visual. Depois o
trabalho é apresentado ao cliente, no caso a APAE, para aprovação. A Organização do
evento ocorre na oitava etapa, esta conta com auxilio de cronograma para realização de
tarefas.
A penúltima etapa, é o desenvolvimento do evento. Seguida do pós-evento em que
será relatado o dia do evento, como tudo ocorreu, além dos pontos fortes e fracos do
projeto. As limitações também serão apresentadas nesta etapa.
Como ferramenta de projeto está sendo utilizado o cronograma, este uma das mais
importantes ferramentas de projeto, é o responsável pelo controle de sua execução.
Indica os responsáveis por cada tarefa, além da data estimada de início e término, fator
muito importante em relação a tarefas que dependam de terceiros. No cronograma
deverá registrar as tarefas previstas e as realizadas.
3 PESQUISAS
Para auxiliar no desenvolvimento do projeto, foram realizadas algumas pesquisas
de conceitos de evento e sua tipologia, conceito de lazer, inclusão social e deficiência
intelectual. Foi elaborada também uma pesquisa sobre a APAE, e mais especificamente
sobre a APAE de Balneário Camboriú. Foram realizadas pesquisas de observação que
também auxiliarão na elaboração do projeto de evento.
3.1. Moda
A origem da palavra “moda” vem do latim modo, que significa modo, ou maneira.
Em inglês, moda é fashion. O termo moda surgiu no final da Idade Média. Moda é o
que usamos, o que vestimos, seguindo alguma tendência seja ela de comportamento,
música ou tribo social.
Foi no final do século XV que apareceu um conceito de moda, mas, nessa época
não existiam estilistas ou costureiros. Foi somente no final do século XVIII, que surgiu
uma pessoa específica responsável pela criação das roupas. A funcionalidade começou
a ser agregada às roupas a partir dos anos 1910. O prêt-à-porter surgiu nos anos 1940,
mas somente nos anos 1960 que se difundiu, e hoje é plenamente utilizado. Nos anos
1920, algumas mudanças no vestuário ficaram bem claras como, os cabelos cortados, a
cintura foi deslocada para a área dos quadris, e as saias foram encurtadas até o joelho.
A partir dos anos 1920, a moda evoluiu de forma rápida e crescente em termos de
modernidade, até os presentes dias continua se modificando, a cada nova estação, que
vem acompanhada de novas coleções e tendências.
Com a chegada dos anos 1970, veio o movimento hippie, passando um conceito
de coletividade, deixando a moda unissex. No final dos anos 1970 que começaram a
surgir as marcas. Foi o início da individualidade.
Já nos anos 1990, a moda brasileira começou a ser conhecida internacionalmente.
Desde então passamos a conhecer o nome dos principais estilistas e modelos que
desfilam para as marcas famosas.
A moda é efêmera está sempre em constante mudança. O que se usou nos séculos
XVIII e XVIIII, por exemplo, não se usa hoje em dia. Sobraram algumas raízes,
inspirações, até mesmo estilos. A mudança também é clara entre o estilo dos anos 1970,
1980 e o do século XXI. Nos anos 1970, o estilo era o hippie, já em 1980 as discotecas
tomaram conta, era o estilo disco que valia. A moda então segue o tempo, muda junto
com os costumes, e também com a música e o comportamento das pessoas. Segundo
Lipovetski (2008, p. 31):
A moda muda incessantemente, mas nem tudo nela muda. As modificações
rápidas dizem respeito sobretudo aos ornamentos e aos acessórios, às
sutilezas dos enfeites e das amplitudes, enquanto a estrutura do vestuário e as
formas gerais são muito mais estáveis.[...].
Através da moda podemos entender os grupos, o mundo naquele período da
história. É através dela também, que mostramos quem somos. A moda dita
comportamentos e tendências, quando encontramos alguém com um moicano
rapidamente associamos esta pessoa ao movimento punk, se vemos alguém com saias
longas e cabelos soltos entendemos que tem o estilo hippie. Segundo Palomino, (2003,
p.14): “a moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o
simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico
[...]”.
3.2. Moda e Inclusão Social
Segundo o Dicionário Luft, (2006, p.348), Inclusão significa ação ou efeito de
incluir-se. A inclusão social pode ser aplicada, em muitas áreas, por exemplo, nas
escolas, na vida social, e pessoal. Para que haja inclusão social, é necessário acima de
tudo, respeito com o próximo, independente de sua cor, raça, etnia ou até capacidade de
aprendizagem. Como relata Oliveira (2008, p.43): “Para que haja a inclusão social para
todos, é preciso mudar a forma de pensar e agir, é preciso respeitar o outro como ele é,
respeitar as diferenças e o tempo de aprendizagem de cada ser”.
A Inclusão Social combate a exclusão, esta geralmente afeta as pessoas de baixa
classe social ou nível educacional, portadores de deficiências físicas e mentais, além das
diferenças raciais. A Inclusão Social é praticada quando não há preconceito em relação
a estas pessoas. Nas universidades, por exemplo, existem cotas para negros. Algumas
empresas como supermercados e lojas de departamentos, contratam deficientes para o
cargo de empacotador, digitador entre outras funções. Estas pessoas estão recebendo
benefícios que toda a sociedade tem direito.
Nas escolas, o tema tem sido muito abordado, a educação inclusiva procura
despertar o que cada pessoa tem de melhor, buscando assim diferentes soluções para os
problemas que se apresentam no dia-a-dia nas salas de aula, e também em outros
espaços sociais.
A arte também pode ser grande aliada da inclusão social, como podemos perceber
no projeto Belas artes da faculdade de Belas Artes de São Paulo. Segundo a Home Page
oficial do projeto, acessada em 20 de agosto de 2009:
Arte e inclusão, tem seus princípios fundamentados na arte como ciência,
mediadora de cada individuo consigo mesmo e com o mundo. Olhar crítico,
reflexivo dos fatos históricos sociais e culturais. Promover a percepção da
própria identidade e apresentar caminhos para ampliar o desempenho social
integral.
A inclusão social, a não exclusão... O projeto Belas Artes – Arte e inclusão
espera contribuir para o desbravamento de caminhos para cada um, garantir a
individualidade e o reconhecimento dos direitos sociais, culturais, políticos,
religiosos e outros inerentes a natureza das pessoas. Aspectos da natureza de
TODAS as pessoas, pelo simples fato de serem unicamente PESSOAS,
PESSOAS IGUAIS, embora possam ser diferentes na aparência física.
A moda também pode ser trabalhada junto com o objetivo de inclusão social.
Existem alguns projetos como o da ONG(Organização não Governamental) Criola, que
busca nas crocheteiras e bordadeiras sua devida valorização. Dando a estas uma
oportunidade de trabalho e renda. Como cita Eloysa Simão, coordenadora do Fashion
Rio.
Várias habilidades ficaram adormecidas em regiões metropolitanas do país,
sem espaço para manifestação ou a devida valorização. É o caso das
bordadeiras, crocheteiras e costureiras que vivem na periferia das grandes
cidades. A inclusão desse pessoal, com habilidade natural para a moda,
permite novas oportunidades de trabalho e renda familiar (...).
Outro exemplo de moda e Inclusão Social é a nova coleção da marca Urânio,
assinada pelo estilista Geraldo Lima, este criou um projeto de inclusão social inspirado
nos cinco sentidos, com foco na visão. Foram criadas etiquetas em braile para que os
portadores de deficiência visual pudessem escolher a cor e modelo de suas roupas.
Todos os funcionários da marca foram treinados para melhor atenderem ao
público que freqüenta as lojas. Ainda pensando na inclusão social, Geraldo contratou
costureiras com deficiência visual. Segundo Roncolleta: “A atitude do designer
demonstra que a moda pode auxiliar na inclusão social propondo melhoria na qualidade
de vida de seus usuários e funcionários”.
A Inclusão Social será trabalhada no evento desenvolvido para a APAE,
proporcionando aos alunos, a oportunidade de estarem participando de um desfile de
moda como criadores da coleção e também como modelos. O evento será aberto ao
público, disseminando assim o conceito de não exclusão para toda a comunidade. A
UNIVALI também trabalha neste sentido, recepcionando os alunos da APAE e abrindo
espaço para que o evento aconteça.
3.3. Conceito Lazer
O lazer deve estar presente tanto na vida pessoal como profissional de qualquer
pessoa. Nesta seção será apresentado nosso lado faber e também o ludens, mostrando o
quanto o lazer é importante para se obter qualidade de vida.
Por muito tempo, os homens pensaram que o trabalho estava acima de tudo, que
tinham de viver para trabalhar, e não ao contrário, esquecendo-se muitas vezes que para
obterem qualidade de vida, necessitam de lazer.
O lazer passou a ser um item essencial na vida de qualquer pessoa. Todos têm
dois lados, o faber (alguém que trabalha), e o ludens (alguém que brinca). Isto significa
que devemos dar a mesma atenção aos dois, pois um necessita do outro, como cita
Camargo (1998, p.29):
Negar um desses lados significa comprometer irremediavelmente a nossa
condição humana, a nossa qualidade de vida, e não raro, a nossa saúde. E
como há pessoas nessas condições! Tanto aquelas que, em nome do trabalho,
esquecem a família e o seu prazer pessoal, contentando-se apenas com o
prazer que extraem do trabalho, quando no extremo oposto, aquelas que só
pensam no seu lazer, no seu divertimento, a ponto de jamais conseguirem a
mínima disciplina para o trabalho.
O lazer é alcançado no tempo livre, aquele em que não estamos trabalhando,
poucas as pessoas que sabem ocupar o seu tempo livre com o lazer, conseguindo
desvencilhar-se do seu homo faber. Segundo Dumazedier (2001, p.34):
O lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de
livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-
se, ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada,
sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após
livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares ou
sociais.
Há pessoas que justifiquem o fato de não ter lazer, à falta de dinheiro, estão
enganadas. Camargo (1998, p.80) relata:
[...] Os pobres participam menos das atividades que exigem dispêndio de
recursos (teatro, cinema, ópera, tênis, golfe, etc.), mas o interesse em praticá-
la (uma das formas de analisar as aspirações culturais) é similar em todas as
classes sociais.
Tal afirmação é o que motiva as prefeituras a realizarem eventos gratuitos, tais
como teatros, shows, palestras, feiras, etc.
Algumas empresas, já antenadas na necessidade de lazer dos seus funcionários
criam torneios, festas. Enfim, atividades de integração entre os funcionários,
restabelecendo assim a produtividade desejada.
A inclusão social também pode ser trabalhada através do lazer. Eventos
independente de sua tipologia, são formas de lazer. Alguns eventos sócio-culturais
como desfiles de moda já estão abordando o tema. O evento desenvolvido para a APAE
é considerado um evento de lazer-cultural, buscando a confraternização entre pais,
alunos, professores e toda a comunidade, inclusive o curso de Design de Moda de
UNIVALI.
3.4. Conceito evento
Criados para proporcionar experiências agradáveis a quem participa, os eventos
culturais estão presentes em diversas áreas, tanto no âmbito profissional quanto pessoal.
São considerados eventos qualquer iniciativa que reúna pessoas em torno de um
objetivo comum, envolvendo quem assiste, quem produz, quem apóia, quem patrocina e
quem realiza, todos focados num único objetivo - o sucesso do evento.
Os eventos devem proporcionar uma experiência prazerosa, emoções e sensações
aos participantes.
Na obra Entretenimento, Trigo (2003, p. 35) fala sobre a importância do
entretenimento na vida moderna:
[...] O entretenimento é uma parte importante das sociedades pós-modernas e
precisa ser bem compreendido e discutido ao lado de outros tópicos sociais
relevantes para evitar que se perca o parâmetro razoável da discussão e, em
nome de uma pretensa confusão conceitual, se impossibilite a produção de
conhecimento científico e filosófico capaz de aumentar nosso conhecimento a
respeito desses tópicos tão recentes quanto significativos.
A sociedade já tomou consciência de que precisa estimular o entretenimento e
diversão da população.
Nas empresas, esta prática é muito usada, seja para demonstrar um produto, para
fazer uma reunião com os funcionários ou até para encerrar o ano profissional. Estes
devem satisfazer as necessidades do público.
A diversão pode começar dentro da empresa, com reuniões que proporcionem
algum tipo de animação e entretenimento para os funcionários. Diante das exaustivas
jornadas de trabalho semanais, os empresários passaram a repensar o seu lazer e de seus
funcionários, escolas também dividem a jornada letiva entre aulas teóricas e práticas
com maior distração.
As empresas tem se voltado para a realização de eventos de cunho humano e
social, buscando assim atingir melhor qualidade de vida e quebrar barreiras entre o
trabalho e o lazer.
Os eventos de cunho social então atendem aos objetivos da empresa de aliar
entretenimento à jornada de trabalho, tornando-a mais prazerosa.
Os eventos de cunho social são realizados pelas empresas que desejam aliar
entretenimento à sua jornada de trabalho, mas também é muito utilizado nas escolas ou
até mesmo em clubes.
Nas escolas podemos considerar eventos sociais as reuniões entre pais e
professores, as festas realizadas dentro da escola como, por exemplo o dia dos pais e das
mães, natal, páscoa, entre outros.
Podemos considerar também, os clubes como locais onde acontecem reuniões
sociais, neles são realizadas festas de casamento, de aniversario e reuniões.
A pesquisa realizada sobre o conceito de evento é importante para justificar o
trabalho de conclusão de curso embasado nesta categoria.
3.4.1. Tipologia de eventos
Existem hoje muitas possibilidades e tipos de eventos que atendem às
necessidades da sociedade. Como eventos podemos encontrar: feiras, workshops,
convenções, eventos sociais, culturais e desportivos.
Quando se escolhe por determinado evento deve-se elaborar todo o resto com
harmonia até o fim. Quanto à finalidade podem ser institucionais ou promocionais.
Podem também ser realizados esporadicamente, periodicamente ou então ser evento de
oportunidade. Podem também ser locais, regionais, nacionais ou internacionais. O
público-alvo também pode variar.
3.4.1.1. Eventos Culturais
Segundo Neto (1999, p.32), “Um evento é muito mais do que o planejamento, a
programação, a execução e o monitoramento de uma seqüência de atividades destinadas
a um público específico e realizadas num local apropriado”. Ele contribui na melhoria
da qualidade de vida de quem participa, ampliando os conhecimentos sobre o assunto
“foco do evento”, a participação social, e a visão do mundo do envolvido no evento.
Existem várias possibilidades de eventos culturais, estão incluídos carnaval,
shows, festa junina, natal, dia das crianças, páscoa, exposições de arte, apresentações
teatrais, desfiles. É possível convidar clientes e parceiros para estes eventos,
aumentando assim o setor de relacionamento da empresa.
Eventos realizados para a área de moda como desfiles são eventos culturais. Tem
o intuito de apresentar o produto de determinada empresa aos clientes. No caso, o
evento desenvolvido para a APAE visa aliar moda e inclusão social, mostrando aos
alunos o universo da moda, com o qual não estão acostumados. As roupas criadas pelos
alunos serão apresentadas aos pais e amigos da APAE, além dos professores e alunos da
UNIVALI de Balneário Camboriú.
O evento estará mostrando a capacidade dos alunos da Escola Especial Tempo
Feliz de estarem criando peças de moda, e também desfilando, rompendo assim
barreiras de preconceito.
3.4.1.2. Eventos sócio - culturais
Escolas realizam eventos com o intuito de confraternização entre pais, alunos e
professores, realizando apresentações de dança com alunos, exposições de trabalhos
desenvolvidos durante o ano, deixando sempre presente o que foi ensinado aos alunos.
São realizados também eventos comemorativos ao dia dos pais e das mães, por
exemplo.
Outros eventos como festa junina, festa das nações, páscoa, natal e comemorações
em dia da árvore, ou então do índio, também estão muito presentes nas escolas.
3.4.1.3. Desfiles
Permitem às empresas e ou grupos de pessoas, entidades, e associações atingir
seus objetivos de forma eficaz e prazerosa ao mesmo tempo. Empresas buscam este tipo
de evento para quebrar a formalidade entre os componentes do grupo de trabalho.
A empresa que o promove poderá lançar produtos, ou aumentar a relação entre
seus funcionários.
Eventos sociais podem estar acompanhados de café da manhã, almoço, coquetel
ou jantar. Podemos considerar também sociais, os eventos em família, como batismo,
comunhão, aniversário, casamento e bodas.
Eventos educativos, também se encaixam nesta tipologia, podem ser reuniões,
festas de encerramento de ano, e comemorações escolares.
Eventos beneficentes, os quais a renda adquirida vai para alguma instituição
carente, também são eventos sociais. Estes atraem uma quantidade grande de pessoas,
em busca dos mesmos objetivos. Além da Inclusão social, o evento desenvolvido para a
APAE, gera interação entre as instituições, no caso a APAE e a UNIVALI.
3.4.1.4. Eventos Sociais
Permitem às empresas e ou grupos de pessoas, entidades, e associações atingir
seus objetivos de forma eficaz e prazerosa ao mesmo tempo. Empresas buscam este tipo
de evento para quebrar a formalidade entre os componentes do grupo de trabalho.
A empresa que o promove poderá lançar produtos, ou aumentar a relação entre
seus funcionários.
Eventos sociais podem estar acompanhados de café da manhã, almoço, coquetel
ou jantar. Podemos considerar também sociais, os eventos em família, como batismo,
comunhão, aniversário, casamento e bodas.
Eventos educativos, também se encaixam nesta tipologia, podem ser reuniões,
festas de encerramento de ano, e comemorações escolares.
Eventos beneficentes, os quais a renda adquirida vai para alguma instituição
carente, também são eventos sociais. Estes atraem uma quantidade grande de pessoas,
em busca dos mesmos objetivos. Além da Inclusão social, o evento desenvolvido para a
APAE, gera interação entre as instituições, no caso a APAE e a UNIVALI.
3.5. APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
Segundo informações obtidas no site oficial da APAE, foi fundada em 11 de
dezembro de 1954, a primeira APAE no estado do Rio de Janeiro. Sua sigla significa
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e permanece até hoje com o mesmo
significado. Transformando-se em sinônimo de credibilidade, doação, amor e
competência. Seu símbolo são duas mãos desniveladas, uma em posição de amparo, e a
outra de orientação.
Segundo o site oficial da APAE de Balneário Camboriú, a associação de pais e
amigos da cidade, foi fundada em 14 de novembro de 1984, e registrada com o nome
Escola Especial Tempo Feliz. A escola atende crianças de 0 a 3 anos de idade com
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, além de pessoas com deficiência mental,
tendo 150 alunos matriculados com idade de 4 a 63 anos.
Inclusão Social é um assunto muito trabalhado na APAE, dando orientação e
conscientizando a família e a sociedade, quanto aos portadores de necessidades
especiais. Como afirma a Escola Especial Tempo Feliz (2009):
[...] enquanto instrumento de inclusão educacional e social para pessoas com
deficiência mental, tem por finalidade garantir condições adequadas para sua
aprendizagem, bem como o pleno exercício de sua cidadania, procurando
orientar e conscientizar a família e a sociedade, parceiros importantes neste
processo.
Ainda segundo o site oficial da escola, seu principal objetivo é:
Promover uma ação conjunta entre APAE, órgãos de saúde, educação e
outros, possibilitando a composição de uma equipe multidisciplinar
comprometida através destas parcerias na criação e divulgação de uma
CARTILHA DE PREVENÇÃO A DEFICIÊNCIA.
A Escola tem ainda, vários projetos educativos que abordam os seguintes temas:
orientação sexual, informática educativa, dança, cidadania, agente da paz, hidroterapia,
além do projeto “Faça um amigo no trânsito”.
A diretoria da APAE de Balneário Camboriú, muda a cada três anos. A atual
presidente é a Sra. Iara Maria Flores Agne, acompanhada da vice-presidente Sra.
Margid Rinnert Buckstegge.
A seguir imagens da Escola Especial Tempo Feliz de Balneário Camboriú,
mostrando os alunos em atividades variadas, praticadas na colônia de férias, e também,
em aulas dos projetos educativos realizados pela escola.
3.6. Deficiência Intelectual
O conceito de deficiência intelectual foi desenvolvido pela American Association
on Mental Retardation (2009), assim conceitua:
Deficiência mental (intelectual) refere-se a um estado de funcionamento
atípico no seio da comunidade, manifestando-se logo na infância, em que as
limitações do funcionamento intelectual (inteligência) coexistem com as
limitações no comportamento adaptativo. A expressão mental refere-se à
mente, ou seja, ao pensamento ou psiquismo de um indivíduo.
Na maioria dos deficientes intelectuais não é possível detectar o motivo de tal
transtorno, nas anomalias cromossomiais são o fator mais comum dentre as causas de
deficiência intelectual.
O tratamento depende da causa da deficiência, o mais aconselhável é um
atendimento especializado numa entidade que entenda e atenda o deficiente intelectual,
como por exemplo a APAE.
Figura 02: Alunos da APAE realizando as atividades da colônia de férias
Fonte: www.apaebalneariocamboriu.org.br
Segundo informações obtidas com a Terapeuta Ocupacional Maria da Graça
Blattner, os alunos que estão participando do evento possuem deficiência intelectual de
nível baixo.
3.7. Temática – Anos 1970
Como a temática do evento é os anos 1970, foi realizada, uma pesquisa sobre a
década, para coleta de informações e imagens que será utilizada na inspiração da criação
do evento, além de ser também a temática utilizada como inspiração dos alunos para
elaboração da coleção apresentada no desfile.
Foi nos anos 1970 que aconteceu a crise do petróleo, esta foi desencadeada por
causa de alguns conflitos como a Revolução Islâmica no Irã. Começou também nos
anos 70 o movimento de proteção ao meio ambiente. Na copa do mundo no México, o
Brasil foi tri-campeão mundial.
Uma década de experiências, onde tudo era novidade. Época do “amor livre”,
“paz e amor”, e do “proibido proibir”. Os anos 70 podem ser divididos em duas partes.
A primeira metade era marcada por conservadores e alternativos. A partir de 1975,
diversão, dança e expressão é o que conta, dando origem à outra metade.
Dentro do grupo dos conservadores e alternativos a moda também era bem divida,
para os conservadores estampas com flores e xadrez. Usavam também cores fortes
como o roxo, rosa choque e verde-limão. A moda da vez era o estilo camponesa, seu
figurino como cita Bahiana (2006), foi inspirado em Laura Ashley:
[...] O estilo Ashley estourou em 1970, por aqui a estampa acabou se
chamando “mamãe Dolores” em homenagem à heroína (negra e sofredora,
nada britânica) da meganovela O direito de nascer. Além das florzinhas, o
estilo se traduzia em grandes saias rodadas, com estampas de flores,
blusinhas bufantes com bordados e fitinhas, e batinhas ciganas.
Já os alternativos usavam calças jeans desbotadas (moldadas ao corpo e com
bocas de sino), estas eram customizadas. Quanto mais personalizadas, melhor. As calças
largas, estilo calça pijama também eram muito utilizados, estas quanto mais baixas
melhor.
Batas eram muito usadas, sempre em tecidos naturais como o algodão, a flanela e
a chita. Vestidos e saias compridos também compunham o visual da década
As bolsas eram bem grandes com franjas, de crochê, em geral feitas à mão.
Muitas delas vinham do Peru e Bolívia, eram bem artesanais. Normalmente utilizadas a
tiracolo. Sandálias de sola de pneu, com couro de bode ou jeans eram também bastante
utilizadas. Além dos tênis da marca conga também customizados. Os colares eram de
contas. Óculos com lentes super-coloridas estavam também sempre presentes no visual.
Na música nacional destacavam-se Os Mutantes, formado por Rita Lee e Arnaldo
Baptista, Novos Baianos, A Bolha, Som Nosso de Cada Dia, Os Doces Bárbaros,
integrado por Maria Bethania, Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso, Secos e
Molhados, entre outros.
A disco music também marcou o período, caracterizada pelo filme “Os embalos
de sábado à noite”, que levava trilha sonora dos Bee Gees, e era estrelado por John
Travolta.
Os hippies surgiram no final dos anos 60, mas foi no início dos anos 70 que
tomou força e popularidade no Brasil. Defendiam o amor livre e a não violência.
Utilizavam também as famosas calças boca de sino, além de peças tingidas e bem
coloridas fazendo alusão ao psicodelismo. Segundo Mayer, os anos 70 foram, “(...) luta
pela liberdade de expressão em todas as suas dimensões. A luta pelo fim da censura,
pela igualdade de condições e oportunidades para homens e mulheres (...)”. Tema
bastante relevante para se trabalhar a Inclusão Social. Seguem abaixo imagens dos
hippies do anos 1970.
3.8. Moda Anos 70
Nos anos 70, a moda se diversificou, cada estilista lançou uma tendência, foi uma
década de reorganização das idéias dos anos 60. O formato do corpo apareceu
novamente com silhuetas delineadas por roupas de malhas ou trajes cortados. As calças
Figura 03: Hippies
Fonte: www.blogspot.com
justas marcavam os quadris que passaram a ser a parte mais importante do corpo
feminino.
Era a vez do natural, tecidos rústicos como o linho e o algodão. A alimentação
também começou a ser mais saudável, alimentos macrobióticos também estavam na
moda. As cores da vez eram bege, caqui, areia, sempre remetendo ao natural.
Com a crise do petróleo tudo ficou mais difícil para o mundo da moda, os
estilistas tiveram de adaptar-se ao mercado. Mas, graças ao talento dos estilistas da
época, a moda não se abalou, muito pelo contrário, foi a vez da inovação, conforme
Moutinho (2000, p.238): “(...) O movimento da renovação, tão característico da história
da moda, continuou graças ao talento e à criatividade de profissionais de diferentes
nacionalidades (...)”.
Entre os estilistas que mais se destacaram estão Azzedine Alaia, Jean Paul
Gaultier, Kenzo, Vivienne Westwood, Valentino, Giorgio Armani, entre outros.
No Brasil, a indústria do vestuário crescia, era também o período da repressão
militar, esta prejudicava a produção musical. Leila Diniz lança a moda do biquíni.
Zuzu Angel foi a estilista brasileira pioneira no mercado norte-americano, na
época em que o conceito da moda, no Brasil não possuía a importância de hoje nem a
visibilidade internacional. Começou a trabalhar profissionalmente como costureira nos
anos 1950, abrindo sua loja em Ipanema nos anos 1970. Na época, criar moda não era
considerado uma tarefa feminina. Zuzu conseguiu se impor no mercado que na época
era totalmente dominado por homens. A moda da Zuzu era brasileira, com materiais
brasileiros, e cores tropicais.
Além das já usadas calças jeans com cara de desbotadas, o material começa a ser
utilizado para tudo, desde camisas à sapatos e sandálias. O jeans com cara de velho,
encontrado em brechós era o mais usado entre os jovens. Rasgadas, cerzidas, e com
jeans de outra cor na lateral da perna, o importante era ter um jeans.
O movimento hippie continuava influenciando a moda. Batas, caftãs, vestidos e
saias longas, calças pijama eram peças básicas. Tecidos naturais eram valorizados não
só por quem fazia parte do movimento ecológico, mas também pelos hippies.
As técnicas de tingimento eram muito usadas nos anos 1970, a mais comum entre
os hippies da época é o tie-dye técnica em que se amarra as peças antes de tingir. O
batique é uma técnica em que se faz desenhos com cera ou parafina no tecido, para
então tingir. A cera deve ser retirada com água quente. Estas técnicas serviram como
fonte de inspiração no tingimento das peças da coleção desenvolvida pelos alunos da
Escola Especial Tempo Feliz, com auxilio das organizadoras do evento. Abaixo serão
apresentadas imagens da década de 1970 em que se pode perceber grande influência do
movimento hippie, com peças em patchwork, customizações, sobreposições, além das
estampas de flores miúdas.
4 RESULTADO DAS ENTREVISTAS
Foram realizadas entrevistas com os alunos que irão participar do evento, e
também com as professoras que estão participando do projeto, no caso da confecção das
peças, e organização do evento. As professoras entrevistadas foram a Terapeuta
Ocupacional Maria da Graça B. Ferreira, e a professora de artes Margarete Ribeiro.
A Terapeuta Ocupacional Graça, trabalha a inclusão social com os alunos,
confeccionando as peças para os desfile, além das oficinas realizadas regularmente, por
exemplo, os pingentes em argila confeccionados pelos alunos são feitos na unidade da
Barra. Já a professora Margarete, leva os alunos em galerias de arte para que estes
possam fazer releituras das obras, e realiza também exposições em que os alunos expõe
seus trabalhos junto com os alunos de escolas regulares. Ela acredita que este é um meio
de trabalhar a inclusão social.
Na pergunta em que se refere às instituições que trabalham junto com a APAE a
professora Graça não soube responder, disse que somente com a diretoria teríamos
acesso à estas informações. A professora Margarete, diz que são os parceiros da
Figura 04: Painel Jovens anos 70.
Fonte: Moutinho 2003
“Colônia de Férias”, também não sabe citar nomes, mas sabe que são restaurantes,
postos de gasolina e o instituto Guga Kuerten.
A questão três pede que as entrevistadas citem os eventos realizados pela APAE,
segundo Graça, são: Colônia de Férias, Ovo Granjeiro (oficina de papel reciclado),
Eleição da Miss APAE, além de Campeonatos regionais na área de Educação Física. A
professora Margarete cita os festivais de arte e dança, além dos dias de lazer que os
alunos realizam atividades como a de soltar pipas.
Referindo-se ao desenvolvimento sócio-cultural do aluno, a professora acredita
que elas entram em contato com a sociedade aumentando assim seu campo de
relacionamento, afinal eles merecem ter uma vida social. Margarete acredita que para
isto exista uma palavra chave, a “AUTO ESTIMA”. OS alunos se valorizam, além de
poderem trocar experiências e manifestar seus sentimentos.
A quinta pergunta se refere aos eventos e datas, a Terapeuta Ocupacional Graça
cita a Festa Junina, Dia das Mães e Pais e a Semana do Excepcional.
Falando-se na Colônia de Férias, a professora Margarete afirma, que não
participa, mas sabe que fazem passeios como por exemplo ir ao Parque Temático Beto
Carreiro. Já a professora Graça afirma que, existem números limitados de alunos, a
colônia dura uma semana, os alunos podem dormir ou não.
A ultima pergunta fala de como as professoras acreditam que o design de moda
pode estar contribuindo para o desenvolvimento sócio-cultural da comunidade. A
professora Margarete responde que os alunos ficam mais atentos, que a moda reflete o
momento em que se vive. Contribui também para a auto valorização e o gosto próprio.
A Terapeuta Graça acredita que o evento trabalha a criação, a auto-estima. Cita: “Todos
são bonitos na passarela”. “Desmistificar a pessoa boneco”. “Sou o que sou”.
No caso dos alunos, foi aplicado um questionário com seis perguntas, sete alunos
responderam. Na primeira pergunta eles disseram o que é moda para eles. As respostas
são as seguintes: “pessoa que bota a roupa e vai desfilar”; “Botar as roupas”; “Macacão
bem curtinho”; “Calça comprida, mini-saia é chique”; Maquiagem e batom”; “Linda.
Show de Bola”; “Vejo na TV a moda de hoje”. As respostas obtidas pelos alunos na
primeira pergunta, foram satisfatórias, cada um tem uma idéia bem formada do que é
moda, não havendo dificuldade nas respostas.
A questão de numero dois pergunta o que eles acham da moda ou de estar na
moda, sua respostas são: “A gente ta chique quando ta na moda”; “Usar calça com
camiseta”; “Gosto de usar batinhas”; “ Assisto na TV. Vejo na televisão como as
modelos se vestem. Quero ser chique como elas”; “Botar um sapato fechado”; “Quero
ficar show de bola”; “Usar coisas na cabeça. Gosto de estar na moda”.
Quando perguntamos a eles, se estão gostando de criar roupas e acessórios, a
resposta é unânime. Todos Gostam. Alguns respondem sobre o que mais gostam de
fazer também. Nara diz: “ Satisfação, adoro fazer moda”. Já Tarcísio gosta de criar
pulseiras. Clélia e Roseli, apenas respondeu que estão gostando. Marina prefere os
acessórios. Priscila diz: “Adorei fazer franjas, vou ver moda na TV”. Terezinha diz que
esta aprendendo coisas novas.
Quando a questão é, se sabem o que é ser designer, e se estão gostando de ser um.
Todos sabem o que é ser designer. Roseli expressa que está gostando “mais ou menos”.
Os outros seis alunos estão gostando de ser designers. Antes da realização das
entrevistas foi explicado aos alunos a respeito da profissão de Designer de Moda, quais
suas funções, atitudes e projetos. Posteriormente realizei as entrevistas com os alunos.
Na quinta pergunta os alunos tem que responder se conhecem a história dos anos
70. Todos, exceto Marina que não responde à esta pergunta dizem que conhecem a
história. Quando precisam falar o que sabem da época as respostas são: “roupas
manchadas e calças boca de sino”; “Sapatos. Usavam roupas e casacos”; Brilhantina,
John Travolta. Elvis Presley”; “Não era desse tempo, mas usavam boca de sino. Eu
gosto da música”; “Homens usavam calça boca de sino”.
Na ultima pergunta os alunos emitem sua opinião sobre o projeto, e dizem que
estão felizes fazendo isso. Cem por cento das respostas foram positivas. Nara
complementa dizendo que com o evento esta aprendendo coisas boas.
As respostas obtidas através das entrevistas foram satisfatórias, e auxiliaram no
desenvolvimento do evento. Os alunos estão envolvidos com a produção das peças e
também com o desfile. Há um grande interesse da parte dos alunos de levar a pesquisa
mais a fundo, buscando assim mais fontes de inspiração e deixando cada vez mais ricas
as suas peças.
Analisando algumas respostas podemos perceber o prazer que estes alunos estão
tendo ao confeccionarem estas peças, e estarem aprendendo sobre moda. Segue abaixo
um painel com algumas de suas frases.
5 CRIAÇÃO DOS PRODUTOS PARA O EVENTO
O processo de criação e realização das peças com os alunos, para o desfile da
APAE, ocorreu durante as aulas de quinta-feira, no período matutino, nos meses de
agosto à outubro de 2009. A turma responsável pelas peças, e também pelo desfile é
formada por (09) alunos, sob orientação da Terapeuta Ocupacional Maria da Graça B.
Ferreira, e da professora de artes Margarete Ribeiro.
A temática de inspiração foi apresentada aos alunos, através dos painéis
semânticos elaborados com o tema anos 1970, com o conceito do evento, e também
com o público-alvo. O Painel de Conceito traz imagens de alunos com deficiência
intelectual, deficiência física, e também com síndrome de down, todos participando de
atividades esportivas, sociais e artísticas. Estas imagens explicam o conceito de Inclusão
Social. Abaixo serão apresentados os painéis criados.
Inspirando-se na temática anos 1970, os alunos criaram as peças da coleção que
será apresentada no desfile. Tiaras, colares, pulseiras, bolsas e cintos, foram
Figura 05: Painel frases alunos
Fonte: Acervo Pessoal
Figura 06: Painéis apresentados aos alunos
Fonte: Acervo Pessoal
customizados pelos alunos da APAE. Customização é um termo que vem do inglês
“custom”, que quer dizer personalizar. Então uma peça personalizada, é uma peça
adaptada, seja ela cortada, pintada ou com alguma aplicação. Devido às limitações de
alguns alunos, algumas peças foram desenvolvidas para que estes apenas fizessem a
customização.
De acordo com a temática Anos 1970, foram confeccionadas algumas peças para
que os alunos pudessem apenas customizar. Foram criadas bolsas, saias longas,
camisetas e calças pijama. As peças foram costuradas no laboratório de vestuário da
UNIVALI, para isso, foram utilizadas as maquinas de costura reta e overlock. A
matéria-prima utilizada foi cedida pala APAE e também pela UNIVALI. Entre os
materiais estavam a malha que foi utilizada na confecção de saias, camisetas e calças.
Também o linho que foi utilizado na confecção de bolsas. E aviamentos em geral,
incluindo fuxico, zíperes, botões e contas. Abaixo são apresentadas fotos da autora do
projeto, costurando as peças que serão customizadas pelos alunos da Escola Especial
Tempo Feliz.
As camisetas e saias criadas pelos alunos utilizaram a técnica tie-dye esta é feita
com amarrações na peça, e depois é tingida com uma ou mais cores. Foram os alunos
que fizeram as amarrações nas peças com auxilio das organizadoras do projeto. As
amarração são feitas com barbantes, na parte do tecido desejada. Abaixo, são
apresentadas imagens, dos alunos fazendo amarrações nas peças, e também das peças
amarradas.
Figura 07: Criação de peças para customização
Fonte: Acervo pessoal
A tinta utilizada é o corante em pó, este precisa ser diluído em água fervente, para
então mergulhar a peça e tingi-la. Depois de tingida a peça deve ser mergulhada em
água fria com sal, para fixação da cor. Era muito usada entre os hippies na década de 70,
fonte de inspiração do projeto. Além do tingimento as peças também passaram por um
processo de customização. As peças foram tingidas pelas organizadoras do evento, para
então serem customizadas pelos alunos da Escola Especial Tempo Feliz. Serão
apresentadas imagens das etapas do processo.
Inspirados nos símbolos e ícones da década de 1970, foram desenvolvidos
carimbos em EVA e papel paraná, para serem utilizados na customização das peças,
pelos alunos. A técnica que os alunos vão realizar é simples, basta aplicar a tinta para
tecido no EVA com um pincel, e então carimbar a peça de roupa.
Figura 10: Fotos dos carimbos
Fonte: Acervo pessoal
Figura 08: Alunos fazendo amarrações nas peças
Fonte: Acervo pessoal
Figura 09: Tingimento das peças
Fonte: Acervo pessoal
A customização das peças aconteceu da seguinte forma: os alunos escolheram
onde queriam fazer as aplicações dos carimbos, fitas, flores, aviamentos em geral e onde
aplicariam os mesmos. As organizadoras então seguiram aplicando e colando os
aviamentos nas camisetas, saias e bolsas. Os alunos tinham várias opções de flores em
tecido, miçangas, aviamentos, fitas e tecidos. Algumas peças de roupa já prontas como
calças jeans e jaquetas, foram apenas customizadas. As demais peças foram criadas
pelas organizadoras, utilizando o LAMOV, Laboratório de Modelagem e Vestuário da
UNIVALI, com o auxilio da professora Maria Rosaime, responsável pelo Laboratório.
Nas imagens apresentadas abaixo, os alunos estão carimbando as peças realizadas
para o desfile de moda, foram carimbadas camisetas, bolsas e calças.
A coleção desenvolvida pelos alunos da Escola Especial Tempo Feliz com auxilio
das organizadoras do projeto, é composta por três bolsas, cinco saias, três calças e oito
camisetas. Abaixo imagens das bolsas que foram carimbadas pelos alunos, com auxilio
das organizadoras.
As camisetas tie dye, foram amarradas pelo alunos e tingidas pelas organizadoras
do projeto. Depois de prontas, algumas peças passaram pelo processo de customização.
Seguem abaixo, fotos referente às camisetas prontas.
Figura 11: Aplicação dos carimbos
Fonte: Acervo pessoal
Figura 12: Bolsas customizadas pelos alunos
Fonte: Acervo pessoal
As saias e calças, foram confeccionadas pelas organizadoras do projeto, e tingidas
com a técnica tie- dye, a matéria-prima foi doada pela APAE de Balneario Camboriu,
pela UNIVALI, e também pelas organizadoras do projeto. Serão apresentadas a seguir,
as imagens das peças.
Os alunos confeccionaram no espaço da Escola de Arte e Artesanato da Fundação
Cultural de Balneário Camboriú, pingentes em argila. A argila é misturada com água,
formando uma pasta fácil de ser modelada. Depois de prontas as peças são queimadas,
para então poderem ser pintadas e customizadas com miçangas e enfeites.
Foram elaborados oito croquis com os looks que serão apresentados no desfile de
moda da APAE, para auxiliar na visualização das peças, e também na organização da
entrada na passarela. Auxiliam também na identificação da linguagem da coleção. Os
croquis foram desenvolvidos no programa corel draw x4, a seqüência foi definida pela
coerência visual e combinação de cores das roupas apresentadas na passarela. Abaixo
são apresentados os croquis elaborados.
Figura 13: Camisetas tie-dye
Fonte: Acervo pessoal
Figura 14: Saias e calças tie-dye
Fonte: Acervo pessoal
6 PLANEJAMENTO DO EVENTO APAE
O evento realizado para a APAE (associação de pais e amigos dos excepcionais)
visa explorar e relembrar os anos 70, utilizando esta década como temática de
inspiração para o desfile de encerramento do ano letivo que será apresentado aos pais,
familiares e amigos. O projeto busca a inclusão social através da moda criando um
evento temático onde os portadores de deficiências intelectuais são os criadores, artistas,
designers e modelos.
O preconceito ainda é muito presente quando o assunto são os deficientes
intelectuais, este é um dos principais motivos de se realizar um desfile de moda com
criações deles mesmos. Mostrando assim que eles também gostam e tem direito à moda,
buscam inspirações em temáticas e criam. Mais uma barreira será vencida mostrando
que seus sonhos, podem sim ser realizados quando eles mesmos entrarem na passarela
vestindo suas criações.
O público-alvo principal são os pais e educadores que participaram do processo de
apresentação do tema incluindo cultura, música, arte e roupas, auxiliando-os assim na
criação dos figurinos, além dos alunos e professores da UNIVALI, que estarão presentes
no desfile. Foram elaborados convites e cartazes para o evento. Os convites serão
enviados para os pais e alunos da Escola Especial Tempo Feliz, e também para a
Figura 15: Croquis
Fonte: Acervo pessoal
UNIVALI. Os cartazes serão colados nas duas instituições. Segue abaixo modelo de
cartaz elaborado.
O desfile de moda da APAE será um evento cultural, que tem como objetivo
apresentar um determinado produto a um público específico. No caso o produto serão as
criações de moda que os alunos da APAE fizeram ao longo do projeto. Entre as criações
estão, camisetas, tiaras de cabelo e pulseiras, além de customizações em bolsas, calças e
saias.
O evento será realizado na UNIVALI de Balneário Camboriú, o local foi
escolhido por atingir um grande numero de pessoas envolvidas com o Design de Moda,
visando atingir um público que conhece o assunto, valorizando ainda mais a proposta do
projeto que é a Inclusão Social através do Design de Moda. Será realizado no Foyer, do
bloco 07, no dia 12(doze), de novembro de 2009. Às 9:30(nove e trinta) horas. O evento
proporcionará maior interação entre os alunos da Escola Especial Tempo Feliz, e os
alunos e professores do curso de Design de Moda da UNIVALI de Balneário Camboriú.
Serão realizadas exposições de alunos da UNIVALI, também relacionadas à Inclusão
social. Os alunos da APAE poderão conhecer mais de perto a moda, gerando maior
interação entre as instituições.
A passarela do evento terá comprimento de 10 metros e largura de 1,5 metros.
Será direto no chão, sua delimitação será feita com flores artificiais, estas serão
agrupadas em três. O espaço entre um grupo de flores e o outro será de 15(quinze)
centímetros. O local tem lugar para 150 pessoas, sentadas.
Figura 16: Cartaz do evento
Fonte: Acervo pessoal
O fotógrafo do evento será o estagiário de fotografia da UNIVALI, Guilherme
Moro, aluno do curso de Design Gráfico. Este, responsável também pelas fotos da
produção fotográfica que será realizada com os modelos e suas criações. A produção
será realizada no estúdio fotográfico da UNIVALI de Balneário Camboriú.
A boca de cena será composta por um painel de 7,7 metros de comprimento e 2,20
metros de altura. Nele será feito um graffiti, inspirado nos anos 1970. O graffiti será
realizado pelo artista Edro, Eduardo Guimarães, aluno do curso de Design Gráfico da
UNIVALI de Balneário Camboriú. A arte será composta por uma Kombi, ícone da
década de 70. Serão utilizadas tintas em spray, nas cores: roxo, violeta, magenta,
vermelho, laranja, amarelo, azul médio, verde mata, azul escuro, preto e branco.
Depois do graffiti da boca de cena ser apresentado e aprovado pela APAE, o
artista começou a fazer a arte. Os maderites foram cedidos pela APAE e estavam sendo
reutilizados, portanto o artista e as organizadoras do evento tiveram que pintá-los com
tinta branca, estes também fizeram as portas da Kombi, pela qual os alunos entraram na
passarela.
Depois de montados, os maderites então foram desenhados e começaram a ser
pintados pelo Eduardo.
A iluminação será adequada para a fotografia, cedida pela UNIVALI. A trilha
sonora do desfile, e do evento será composta por músicas disco dos Anos 1970, da
cantora Donna Summer. A faixa utilizada será “I feel Love”, escolhida por seu ritmo
agradável para desfiles.
A maquiagem será elaborada pelas Doutoras da Beleza, grupo formado por alunas
do curso de cosmetologia e estética da UNIVALI de Balneário Camboriú. Serão
disponibilizadas sete maquiadoras e cabeleireiras que estarão no local a partir das 8:00
da manhã. Conforme informado pela coordenadora das Doutoras da Beleza, as
maquiadoras que irão ao local serão: Priscila Carol Dalcim, Joice, Aline Brasil,
Fernanda Arruda da Silva, Mayara Martins Padilha, Maria Lucia Martins, e Maria
Cristina Andrade.
Os croquis elaborados auxiliarão na organização da entrada da passarela, estando
fixados atrás da boca de cena. A ordem do desfile é a seguinte: Priscila Telck, Terezinha
Camilo, Marina Cunha Phillips, Tarcisio Cristofolini, Nara Deisy da Silva Flores, Clélia
Medeiros, Estela Maris Gomes e Alisson Klein. O aluno Alisson Klein, é cadeirante e
será levado pela aluna Priscila Telck.
No local do desfile serão feitas algumas exposições com peças criadas por alunas
do curso de Design de moda da UNIVALI de Balneário Camboriú. Estas criações, tem
em comum com as da APAE, o objetivo da Inclusão Social, ou a temática anos 70.
Serão apresentadas criações dos Projetos Solidários coordenados pela professora Maria
Rosaime, além da peças da Designer de Moda Bruna Neves, que desenvolveu uma
coleção inspirada na personagem Dorinha da turma da Mônica voltada para crianças
com deficiência visual. As peças produzidas pelos alunos da turma da APAE que
estarão desfilando, também serão expostas. A professora Bianka C. Frisoni,
disponibilizará os “tosco toys” que produziu com os alunos da UNIVALI em uma
oficina realizada.
Para auxiliar na montagem e disposição do ambiente foi realizada uma planta
baixa identificando os locais de exposição, local das cadeiras, boca de cena e passarela.
Na planta baixa, fica delimitado também o local que ficará reservado aos fotógrafos do
evento. Segue abaixo, planta baixa do evento.
6.1. Cronograma do Evento
Foi elaborado um cronograma para auxiliar nas tarefas a serem realizadas e a data
em que deveriam estar concluídas. Todos os itens foram realizados dentro da data
estipulada. O tema do evento foi nomeado pela Terapeuta Ocupacional Maria da Graça,
professora da APAE de Balneário Camboriú.
Passarela
Cadeiras
Fotógrafos
Exposições
Boca de Cena
Figura 17: Planta Baixa
Fonte: Acervo Pessoal
Os objetivos do evento foram elaborados para auxiliar no desenvolvimento da
pesquisa bibliográfica, e também de observação realizada na Escola Especial Tempo
Feliz. O público-alvo foi escolhido pelas organizadoras do evento. Além da comunidade
da APAE, serão também os professores e alunos da UNIVALI, gerando assim, a
Inclusão dos alunos da APAE, com o Design de Moda.
O evento será realizado no dia 12(doze) de novembro de 2009. A data do evento
foi escolhida por ser no final do ano letivo, podendo assim, apresentar a coleção
desenvolvida durante todo o ano. O evento será no período matutino, facilitando assim o
transporte dos alunos da APAE, que será realizado pelo ônibus da escola. O curso de
Design de Moda da UNIVALI, também é no período matutino, o que facilitará a
presença dos alunos e professores no desfile.
O orçamento do evento foi definido pelas organizadoras do evento em conjunto
com a diretoria da APAE de Balneário Camboriú. As estratégias e planos de evento
foram apresentados ao longo do projeto à diretoria da APAE. A UNIVALI de Balneário
Camboriú convidou a comunidade da APAE para a realização do evento nas suas
dependências, ficando definido assim o local do evento. A trilha sonora do evento,
também foi escolhida pelas organizadoras do evento.
A disposição do ambiente foi definida para facilitar o acesso dos convidados ao
local do desfile, assim como nos locais de exposição. A distribuição dos convites e
cartazes ficou por conta da diretoria da Escola Especial Tempo Feliz.
O desenvolvimento do evento será o dia do evento. Em que todo o planejado
acontecerá, dando sucesso ao evento. O pós-evento será o momento em que as fotos e
comentários a respeito do evento serão colocados no relatório.
A seguir, é apresentado o cronograma desenvolvido para auxiliar na elaboração do
evento.
ATIVIDADE DATA CONCLUIDO
Definir tema do evento 05/08 Ok
Definir objetivos do evento 05/08 Ok
Definir o público-alvo do evento 10/08 Ok
Definir a data do evento 25/09 Ok
Definir o horário do evento 25/09 Ok
Analisar orçamento disponível 10/10 Ok
Apresentar estratégias e plano de evento 15/10 Ok
Definir Iluminação/som/local 15/10 Ok
Escolher disposição do ambiente 15/10 Ok
Elaborar e enviar convites 20/10 Ok
Assessoria de imprensa 01/11 Ok
Desenvolvimento do evento 12/11 Ok
Pós evento 15/11 Ok
6.2. Cronograma de Responsabilidades
Foi elaborado um cronograma de responsabilidades para auxiliar no
desenvolvimento das tarefas a serem realizadas. Nele consta a iluminação, o som, a
passarela, as cadeiras, o fotógrafo e a reserva do projetor. As responsabilidades ficaram
dividas entre as organizadoras do evento, Luciana Schwarz e Maria da Graça. Será
apresentado a seguir o cronograma de responsabilidades.
ÍTEM RESPONSÁVEL MATERIAL DETALHES
Iluminação Luciana Schwarz
Maria da Graça
Orçamento
Aprovação
R$ 450,00
Não
Som Luciana Schwarz
Luciana Schwarz
Caixas de som
Microfone
Passarela Maria da Graça
Luciana Schwarz
Luciana Schwarz
Maria da Graça
7 maderites e sarrafos
latas de tinta
malha para tensão
Maderite-graffiti
7,70 x 2,20
Laterais malha
Tensionada
Cadeiras Luciana Schwarz 150 cadeiras
Fotografo Luciana Schwarz Guilherme
Projetor Luciana Schwarz
Maquiagem Maria da Graça Doutoras da Beleza Necessitam cadeiras e
bancada.
6.3. Cronograma de datas e tarefas
Foi desenvolvido um cronograma para escolher as datas em que as tarefas
deveriam ser cumpridas. As datas foram seguidas, colaborando para não haver
transtornos com tarefas não cumpridas a tempo. Segue abaixo cronograma de
atividades.
Figura 18: Cronograma do evento
Fonte: Acervo pessoal
Figura 19: Cronograma de responsabilidades
Fonte: Acervo pessoal
ATIVIDADE DATA
Passar músicas 30/10
Receber maderites 11/11
Montagem boca de cena 11/11
Definição roupas 05/11
Início arte – graffiti 02/11
Disposição exposição (definição) 05/11
Ensaio 05/11
Texto abertura 06/11
Disposição cadeiras 11/11
Montagem passarela 11/11
6.4. Programação
Foi elaborada a tabela da programação do dia do evento, para que não aconteçam
atrasos. Todos os alunos que participarão do evento deverão estar de volta à APAE de
Balneário Camboriú as 11:00 da manhã, para que possam ser levados para suas casas.
A saída da APAE para a UNIVALI será às oito horas da manhã, levados pelo
ônibus da APAE. Levarão quinze minutos até a UNIVALI. A maquiagem vai começar
às oito e meia da manhã, elaborada pelas Doutoras da Beleza, alunas do curso de
cosmetologia e estética da UNIVALI de Balneário Camboriú. Em seguida, os alunos
serão vestidos para então começar a fila para o desfile, que iniciará pontualmente as
nove e trinta da manhã. Segue abaixo a programação elaborada para o dia do desfile.
PROGRAMAÇÃO DIA DO DESFILE
08:00 Saída APAE
08:15 Chegada Univali
08:30 Início Maquiagem / troca de roupa
09:10 Início fila desfile
09:30 Início desfile
10:30 Saída Univali
Figura 20: Cronograma de Datas e Tarefas
Fonte: Acervo pessoal
Figura 21: Programação
Fonte: Acervo pessoal
6.5. Checklist
O checklist consiste em uma tabela com itens que devem ser checados
previamente para o sucesso do evento. No dia do evento o camarim, as roupas, o som, o
projetor, a passarela, as exposições e as cadeiras deverão ser checadas. O checklist, com
horários foi criado para que cada coisa seja feita no seu tempo, evitando atrasos.
O checklist será realizado pelas produtoras do evento. Segue abaixo o checklist
desenvolvido para o desfile de Moda da APAE.
CHECKLIST 12/11 RESPONSÁVEL
Camarim 08:05 Maria da Graça
Roupas 08:10 Luciana e Graça
Som 08:20 Luciana Schwarz
Projetor 08:25 Luciana Schwarz
Passarela 08:30 Maria da Graça
Exposições 08:35 Luciana Schwarz
Cadeiras 08:50 Maria da Graça
6.6. Ordem do Desfile
O cronograma da ordem de entrada dos modelos na passarela foi elaborado para
auxiliar na montagem da fila do desfile. A ordem foi definida pela coerência visual dos
looks. Segue abaixo o cronograma de entrada na passarela.
NOME LOOK
1 Priscila Telck
2 Terezinha Camilo
3 Marina Cunha
Philipps
4 Tarcisio Cristo
Folini
5 Nara Deisy da
Silva Flores
6 Clélia Medeiros
Figura 22: Checklist
Fonte: Acervo pessoal
7 Estela Maris
Gomes
8 Alisson Klein
7 DESENVOLVIMENTO DO EVENTO
O evento elaborado para a APAE foi realizado no dia 12(doze) de novembro de
2009, nas dependências da UNIVALI, no bloco 07(sete), no foyer. Obedecendo ao
cronograma do dia do evento, os alunos que desfilaram, saíram da APAE, às 08:00 da
manhã, e chegaram na UNIVALI, às 8:15. A maquiagem começou a ser elaborada às
8:30, a troca de roupa foi em seguida. Depois dos alunos estarem prontos, foi
organizada uma fila com a ordem de desfile na entrada da passarela, que se deu às 9:40
da manhã.
Foi realizado um ensaio geral com os alunos da APAE na manhã do dia 11(onze)
de novembro no local onde seria realizado o evento, para que estes pudessem conhecer
bem o local e também ensaiarem na passarela. No período da tarde e noite, ainda do dia
11(onze) o local do evento foi montado pelas organizadoras. Com auxilio do graffiteiro,
foi montado o paneil da Kombi, as organizadoras do evento montaram a passarela, e
também os locais das exposições. As cadeiras já estavam organizadas.
Para que tudo corresse bem, foram utilizados os cronogramas do dia do evento, da
ordem do desfile, e também um checklist com responsabilidades divididas entre as
organizadoras do evento.
A trilha sonora definida para o evento não foi utilizada. A APAE elegeu uma
professora, para que cuidasse do som, e colocasse musicas definidas pelas professoras.
A trilha sonora foi composta por músicas dos anos 1970.
A maquiagem e cabelo, foram elaboradas pelas Doutoras da Beleza, alunas do
curso de Cosmetologia e Estética da UNIVALI, que chegaram no local, às 08:30. A
maquiagem e o cabelo foram elaborados pelas Doutoras da Beleza, a temática de
inspiração do evento, anos 1970, foi mantida também na hora da escolha da maquiagem.
Nos alunos, foram utilizadas base, sombra, rímel, lápis e batom.
Alunas da professora Caroline Macedo da turma de eventos, do 5º período de
Design de Moda da UNIVALI, colaboraram para a montagem das exposições. A
Figura 23: Ordem do desfile
Fonte: Acervo pessoal
exposição teve como objetivo mostrar aos alunos da APAE o que a UNIVALI produz, e
vice e versa.
Para a entrada do desfile, foi criado um painel como descrito anteriormente. A
boca de cena e passarela representaram um cenário típico dos Anos 1970, a Kombi
estilizada, e um campo de flores. A passarela foi demarcada com flores de tecido, não
foi trabalhada uma passarela com elevação, nem tapetes pelo fato dos alunos
apresentarem dificuldades de locomoção.
Como já era esperado o local do desfile, composto por 150 cadeiras, foi todo
ocupado. Na platéia, estavam alunos da APAE, e também da UNIVALI. As duas
instituições mostraram muito interesse e participaram da Inclusão Social, emocionando-
se muitas vezes com o carisma dos alunos da APAE.
A abertura do desfile foi dada pela Terapeuta Ocupacional Maria da Graça, que
leu um discurso introdutório explicando todo o processo de desenvolvimento dos
produtos, o porquê do evento, e o envolvimento das instituições e pessoas. A abertura
da Kombi, para então ser dado início ao desfile foi realizada pelas organizadoras
Luciana Schwarz e Maria da Graça Blattner. Segue abaixo imagem da abertura da
passarela.
Para mostrar ao público do evento o processo de criação das peças, a equipe da
APAE elaborou uma apresentação em Power Point, que foi mostrada antes do início do
evento. Era formada por fotos dos alunos produzindo as peças da coleção, e também por
algumas de suas frases reveladas nas entrevistas ao longo do projeto.
O desfile teve início às 09:45 da manhã, os modelos seguiram a ordem de entrada
na passarela, de acordo com o cronograma de desfile, levando-se em conta o tamanho
dos alunos, e também as roupas utilizadas, foram feitos croquis específicos com a
seqüência de entrada na passarela. A aluna Marina, sentiu-se pouco envergonhada e foi
Figura 24: Abertura do desfile
Fonte: Acervo Pessoal
acompanhada pela professora Margarete Ribeiro. O aluno Alisson, é cadeirante e foi
levado pela aluna Priscila. Depois dos alunos desfilarem, foi realizada uma entrada com
todos, juntamente com as professoras que participaram do projeto.
Seguem abaixo imagens do desfile, organizadas de acordo com o planejamento
prévio do evento. O que vemos a seguir são os alunos no momento do desfile,
mostrando suas criações e interagindo com o público que participou do evento.
A presidente da APAE de Balneário Camboriú, Sra. Iara Maria Flores Agne
realizou o encerramento do desfile agradecendo à todos pela presença, com destaque à
UNIVALI e também à toda a comunidade da APAE. Foi realizada a entrega de
Figura 25: Fotos do desfile
Fonte: Acervo Pessoal
lembrancinhas pela diretora da APAE, à Terapeuta Ocupacional Maria da Graça
Blattner, e também à formanda Luciana Schwarz. A coordenadora do curso de Design
de Moda Bianka C. Frisoni também participou do encerramento, fazendo a entrega do
presente à formanda. Depois do encerramento, os participantes continuaram na
passarela, descontraídos, com mais uma música. Os alunos da APAE foram muito
aplaudidos pelo público que participou intensamente do evento, o que foi percebido
pelos alunos da APAE, que saíram satisfeitos com o resultado do evento.
Depois do encerramento do desfile, foram realizadas algumas fotos com os
organizadores, e também os modelos. Abaixo serão apresentadas estas imagens.
8 PORQUE UM EVENTO NA APAE
O interesse de realizar um desfile de moda para a APAE, aliou a vontade da
acadêmica de realizar um evento sócio-cultural que unisse a Inclusão Social à um
evento de moda. Conhecendo uma professora ligada à APAE, foi aberto espaço para se
trabalhar este tema com uma turma de 09(nove) alunos da APAE de Balneário
Camboriú.
A acadêmica apresentou o Design de Moda aos alunos através dos painéis
semânticos criados especialmente para este trabalho com a finalidade que eles
conhecessem a moda dos anos 1970. A partir de então, o contato com os alunos foi
aumentando, juntamente com o seu interesse pela moda. A cada encontro os alunos
mostravam sua emoção em estar fazendo parte deste mundo que até então era
desconhecido. Foi apresentado a eles um pouco sobre o que é moda, e também as
técnicas de tingimento e customização utilizadas na confecção das peças.
Figura 26: Modelos e Organizadores
Fonte: Acervo Pessoal
O entusiasmo dos alunos pela temática, e também pelo fato de estarem criando
suas próprias roupas foi perceptível durante todo o projeto, o que motivou as
organizadoras a elaborarem um evento cultural com desfile de moda e apresentá-lo aos
professores e alunos do curso de Design de Moda da UNIVALI de Balneário Camboriú.
O desenvolvimento das técnicas de tingimento tye-die e customização como os
carimbos elaborados em EVA e papel paraná foram elaborados pela facilidade de serem
utilizados pelos alunos, que apresentavam dificuldades motoras e intelectuais. A escolha
então se deu pela simplicidade de aplicação e fácil manuseio por parte dos alunos.
A Inclusão foi alcançada por parte dos alunos quando a moda mostrou a eles que
podem ter liberdade de escolha nas roupas e também no modo de agir. Perceberam que
a roupa que usam pode ser criada por eles mesmos, deixando-as com o seu gosto, sua
criação. A inclusão está exatamente na possibilidade de eles terem reconhecido suas
próprias habilidades artesanais e artísticas. Com relação ao desfile, os alunos
perceberam que podem ser como as modelos que assistem na televisão, e vêem nas
revistas. Durante o desfile, eles se reconheceram e foram aplaudidos pelos alunos e
professores do curso de Design de Moda.
A sensação de reconhecimento das capacidades dos alunos foi importante tanto
para eles mesmos quanto para a acadêmica que apresentou os objetivos aos alunos e
obteve resultados satisfatórios.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização do desfile, podemos então perceber que os objetivos do trabalho
foram alcançados plenamente. Realmente houve a Inclusão Social entre os alunos da
APAE e da UNIVALI. Foi um momento de muita emoção, em que realmente todo o
esforço no sentido de aproximar os alunos da APAE ao Design de Moda, valeu a pena.
O trabalho com os alunos da APAE foi gratificante tanto para as organizadoras
quanto para a comunidade da APAE. Eles entraram no mundo da moda, com todo o
entusiasmo necessário para criar as peças, desfilar e também participar de um evento de
moda. Os alunos satisfeitos com o resultado pediram as organizadoras para que o
projeto se repita nos outros anos.
Com a finalização do projeto e a execução do evento, podemos perceber que a
Inclusão Social pode ser alcançada através do Design de Moda. Desde o início do
projeto, os alunos tiveram contato com a moda, para eles, tudo era novidade. Estavam
começando a fazer parte de um novo mundo. O desfile de moda com alunos da APAE,
na UNIVALI foi uma grande demonstração de Inclusão Social, emocionando todos os
presentes. Para os alunos da APAE, mais uma barreira foi vencida, a da exclusão.
Todo o sucesso do evento se dá ao fato de ter acontecido o planejamento. O uso
de cronogramas e tabelas auxiliou na organização das tarefas elaboradas. O
cumprimento das datas estipuladas também foi um item importante para que tudo
corresse bem.
Acreditamos que o fato dos alunos da APAE terem experimentado como é o
processo de criação das peças e acessórios, e terem acompanhado o desenvolvimento do
evento desde o início, muitas vezes influenciando na escolha das peças e do
encaminhamento do evento, objetivo do projeto de inclusão social, foi importante para o
desenvolvimento pessoal de cada um deles, mostrando que podem fazer parte da
sociedade, criando moda e participando de todas as manifestações sociais e culturais.
REFERÊNCIAS
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