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MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA UNIDADE E RENOVAÇÃO FORTALECER O PS, DESENVOLVER O ALTO MINHO XVII CONGRESSO DA FEDERAÇÃO DISTRITAL DE VIANA DO CASTELO DO PARTIDO SOCIALISTA 2016 – 2017

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- Unidade e Renovação Fortalecer o PS, Desenvolver o Alto Minho - Miguel Alves - Candidato a presidente da Federação Distrital de Viana do Castelo do Partido Socialista

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MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA

UNIDADE E RENOVAÇÃO

FORTALECER O PS, DESENVOLVER O ALTO MINHO

XVII CONGRESSO DA FEDERAÇÃO DISTRITAL DE VIANA DO CASTELO

DO PARTIDO SOCIALISTA

2016 – 2017

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MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO POLÍTICA XVII CONGRESSO DA FEDERAÇÃO DISTRITAL DE VIANA DO CASTELO

DO PARTIDO SOCIALISTA

2016 – 2017

Unidade e Renovação: fortalecer o PS, desenvolver o Alto Minho

Desde a sua fundação e implantação no distrito de Viana do Castelo, o Partido Socialista tem sabido ser protagonista essencial do desenvolvimento do país e da região. Forjada no combate pela democracia no período anterior ao 25 de Abril, a militância socialista sempre foi semente de trabalho meritório em cada seção e concelhia, colocando os interesses das nossas terras e de Portugal em primeiro lugar. E sempre foi fruto virtuoso, concretizado no trabalho de excelência realizado em cada freguesia e concelho onde assumimos responsabilidades por vontade do povo. Não é, por isso, estranho, que o prestígio do PS no Alto Minho se sustente, principalmente, no bom nome que milhares de autarcas deixaram, ao longo dos últimos 40 anos, por toda a região. Nas Assembleias de Freguesia, nas Assembleias Municipais, nas Juntas de Freguesia e nas Câmaras Municipais, foram muitos os que dignificaram os princípios do PS e os valores da cidadania nacional. Grandes autarcas como António Pereira Júnior, Defensor Moura, José Emílio Moreira, José Joaquim Pita Guerreiro, José Luís Serra, José Manuel Carpinteira ou Rui Solheiro – e tantos outros – contribuíram de forma indelével para o crescimento e valorização do nosso território e para a consolidação e reforço do nosso partido. É este legado inspirador que motiva novas gerações de mulheres e homens socialistas, jovens e menos jovens, de diferentes condições sociais e económicas, mas com o mesmo espírito reformista e modernizador que é já uma marca do PS.

Depois de uma caminhada de 40 anos de democracia, chegamos a uma nova realidade que lança diferentes desafios com base nas mesmas preocupações de sempre: a criação de emprego, o incremento dos rendimentos das famílias, o reforço da coesão social e territorial, a melhoria do serviço público, o prestígio da região. Há, no entanto, um contexto diferente, talvez mais complexo, a ter em conta no desenho de uma estratégia para o território. Esse enquadramento é mais amplo do que no passado, mais influenciado por fatores de difícil controlo direto, mas que devem ser tidos em conta pelos agentes e protagonistas políticos.

Por um lado, temos a sonhada Europa mergulhada numa crise de valores que vem atacando os princípios de solidariedade entre os Estados. Uma Europa que

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começou alicerçada em valores de fraternidade e de partilha, tem vindo a desenvolver uma politica monetária e financeira ditada por uma ideologia de Direita assente numa ideia de inevitabilidade dos custos sociais, na defesa de um caminho único, numa sociedade a diferentes velocidades e na exclusão dos mais fracos. O modo como a Comissão Europeia resiste às ideias de modernidade e de combate à austeridade cega, a forma como demonstrou estar impreparada para um debate político sério como aquele que o governo português impôs a propósito do Orçamento de Estado para 2016, a triste figura que vem demonstrando a propósito da crise dos refugiados que estão acampados às portas das nossas comunidades e o debate sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (alicerçada mais em razões de egoísmo tático do que em questões de valorização da sociedade), não só não auguram tempos fáceis para Portugal como exigem que tenhamos todos um pensamento estruturado e assertivo que potencie a defesa das populações e da nossa sociedade.

Mas nem só de Europa se trata, quando a crítica envolve as decisões dos últimos anos. Em Portugal, vivemos quatro anos de austeridade radical, de uma politica de empobrecimento das famílias, de fragilização da rede de apoio social. A dimensão dos custos dos erros da governação do PSD e CDS/PP estão ainda por avaliar. Em poucos anos, a Direita conseguiu impor ao nosso país um anseio histórico de desvalorização da função pública, de desinvestimento na coesão social e de delapidação dos valores constitucionais sob uma capa de razões falsas e deterministas. Bastou pouco tempo para que a Direita atacasse princípios basilares da nossa Constituição através dos cortes nos salários, de um brutal aumento de impostos, do aumento das horas de trabalho, da liberalização dos despedimentos, do desmantelamento dos serviços públicos de proximidade, da privatização de setores estratégicos, do fim de diversas prestações sociais. Tudo na defesa de uma opção ideológica que se veio a provar errada. Tudo, com resultados nefastos para o nosso país, com a explosão da taxa de desemprego, com o aumento da dívida pública, com o regresso da emigração em massa que dividiu famílias e expulsou uma geração do país, com o alargamento do fosso entre os mais ricos e os mais desfavorecidos, com o crescimento da pobreza infantil. Um país pior e com mais dificuldades, é aquele que a Direita deixou ao governo do PS apoiado pela maioria de esquerda na Assembleia da República.

Finalmente, um Alto Minho também pior, maltratado por uma politica centralista e sem preocupações de investimento nos territórios com mais dificuldades estruturais, um distrito com uma alta taxa de desemprego, esquecido do investimento público, olhado mais como o fim marginal do país e menos como uma zona central de aposta transfronteiriça. Temos um Alto Minho riquíssimo em gentes e vontades, em tradições e empenho no futuro, que nos últimos anos apenas mereceu o empenho dos autarcas e das instituições locais. Um distrito com um potencial de desenvolvimento assinalável mas completamente deixado de lado na última governação ultraliberal. Mau grado o esforço dos autarcas em cada freguesia e em cada concelho, apesar do combate permanente dos nossos

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deputados na Assembleia da República, mesmo com o trabalho intenso das nossas empresas e instituições, que nunca viraram a cara à luta, é justo reconhecer-se que o nosso distrito foi muito penalizado pelo último governo de Passos Coelho e Paulo Portas.

Por todos estes fatores, neste momento o PS tem a responsabilidade de assumir o seu papel de sempre no combate pela democracia, no desenvolvimento do país e na coesão social. Também assim no Alto Minho, também aqui temos que assumir as nossas responsabilidades, também aqui temos objetivos a cumprir. Este é um tempo diferente, onde não deve haver dúvidas sobre os combates a assumir e os adversários a derrubar.

A Federação deve, por isso, definir três eixos de atuação prioritária para os próximos dois anos:

Eixo 1 – Reforço da presença e do papel do PS no distrito de Viana do Castelo

Não vivemos momentos de hesitações nem de calculismos. Só com o reforço da presença e o incremento da responsabilidade de ação do Partido Socialista em cada concelho é que podemos acautelar a existência de uma força modernizadora e de apoio às empresas e às famílias. Deve, por isso, o PS assumir o seu destino, assumir o seu papel, assumir as suas responsabilidades. O primeiro objetivo para o próximo biénio é, por isso, muito claro: nas próximas eleições autárquicas, o PS deve ganhar mais mandatos do que aqueles que já tem. O PS no distrito parte para este ciclo com o desafio de vitória que sempre deve ter inscrito no seu ADN, o desafio de ter mais autarcas eleitos, mais membros de assembleias de freguesia, mais deputados municipais, mais Presidentes de Juntas de Freguesia. E tudo deve fazer para reforçar a sua presença nas Câmaras Municipais do distrito. Pela força e pela categoria daqueles que foram e são autarcas eleitos em listas do PS, temos hoje uma implantação territorial de grande porte, superior até aos resultados nacionais obtidos nos últimos anos. Temos, por isso, a responsabilidade acrescida de prestar um bom trabalho onde somos poder, mas também de demonstrar ser uma alternativa onde ainda não alcançamos esse desiderato. Temos, também, de ter a inteligência e o trabalho de avaliar cada concelho e cada freguesia de forma individual. Proteger e valorizar os nossos Presidentes de Junta e Presidentes de Câmara, reunindo esforço, dedicação e solidariedade em torno de cada um, por um lado, mas também preparar projetos de futuro com os camaradas dos concelhos e das freguesias onde não somos poder. Também aqui precisamos de uma nova abordagem, de longo alcance, alicerçada em

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projetos para vencer em dois ou em seis anos, de acordo com a estratégia que sempre deve ser definida localmente.

Ganhar mais mandatos no território não esgota a ação e os objetivos do PS no distrito. Para vencer nas freguesias e nos concelhos, o PS deve estar mais forte e estará mais forte quanto mais ampla for a sua base de apoio. Por isso, é objetivo também do PS distrital, aumentar o número de militantes em cada seção e/ou concelhia. A militância não deve ser vivida como uma aritmética de poder local ou regional, mas é indubitável que o crescimento sustentável da militância e o maior envolvimento dos cidadãos nos órgãos do PS e no trabalho desenvolvido pelo partido, favorece o crescimento e aprofundamento das relações da estrutura com a comunidade.

Além da militância no PS, é essencial criar verdadeiras sinergias com a Juventude Socialista e com o Departamento das Mulheres Socialistas. Embora sejam organizações de cariz independente, não deixam de ser estruturas irmãs do PS e, por isso, especiais interlocutoras na forma de agir do Partido Socialista no território. É, por isso, essencial, contar com a presença e a opinião constante das duas organizações, especialmente para os temas em que cada uma delas está especialmente vocacionada. No caso do Departamento das Mulheres Socialistas, cumpre reforçar os laços de ação e de estratégia e assumir linhas gerais comuns que cumpram com os objetivos de valorização do papel da mulher na política, no trabalho, na família e na sociedade e que identifiquem e combatam as enormes desigualdades patentes no tratamento de género. Também aqui, deve o PS assumir como missão, o reforço da presença das mulheres nas suas listas candidatas às autarquias, bem para lá do estatutário equilíbrio entre homens e mulheres, mais próximo da fotografia atual da realidade do país e da Europa onde há um incremento da presença das mulheres na vida cívica. Já no que concerne à Juventude Socialista, este é o momento de passar à prática todos os discursos de valorização da militância jovem que temos lido e ouvido na última década. Se a sociedade precisa de uma renovação comunitária assente no incremento de oportunidades para quem inicia a sua vida cívica de forma independente, o PS precisa de estar permeável às intervenções das novas gerações. Não se defende a existência de uma espécie de quota jovem a aplicar às listas candidatas do PS, mas é a partir do exemplo do PS e dos seus dirigentes que as mensagens de renovação se tornam em concretizações. Para além da presença estatutária da JS nos órgãos distritais do PS, entende-se que é dever dos dirigentes federativos ir mais além e potenciar a entrada de cidadão jovens em cada órgão, sem ler as quotas institucionais são um limite máximo, mas apenas uma meta mínima. O Secretariado da Federação terá a presença dos militantes mais jovens do distrito para além da presença institucional da JS como sinal para todas as concelhias e todos os protagonistas de formação de listas para as próximas autárquicas.

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Finalmente, o reforço do PS no distrito, passa também por um maior envolvimento dos seus militantes com a comunidade, com a capacidade que tivermos para manter um diálogo franco, permanente e construtivo, quer com os nossos simpatizantes, quer com milhares de cidadãos independentes que se revém na ação politica do PS e podem ser motores de reforço da nossa estratégia em cada território. O envolvimento da militância com um suporte individual menos institucional, deve ser acompanhado de uma interação forte com as nossas instituições, com aqueles que a partir de organizações apartidárias e independentes realizam trabalho meritório no campo social, desportivo, cultural ou recreativo, com as organizações sindicais e patronais, com os centros de desenvolvimento local, com os grupos informais de ação cívica. Propõe-se, por isso, a criação de um Conselho Consultivo que possa coadjuvar o Secretariado da Federação de traçar as suas linhas de ação e a intervir no território, um Conselho que tenha a presença de destacados militantes, mas também de independentes, simpatizantes ou de protagonistas de ação cívica que connosco queiram pensar os caminhos a percorrer pelo Alto Minho.

Eixo 2 – Qualificação da ação politica do PS e dos seus militantes, através da formação, renovação e potenciação da capacidade de comunicação

O incremento da militância no Partido Socialista não basta como sinal de fortalecimento da nossa ação política. O PS não precisa só de mais militantes, precisa de melhores militantes, precisa de acompanhar o legado do passado e do presente com renovação de ideias e de protagonistas, precisa de manter a militância informada, preparada para os debates de politica europeia, nacional ou local. Assim, um dos objetivos para os próximos dois anos, é o de qualificar a militância de modo a termos um PS mais preparado, mais robusto, mais informado, mais apto a vencer e a governar. Serão criados fóruns de formação cívica e politica e incentivadas metodologias de aprendizagem para as equipas autárquicas que assumirem desafios já em 2017. Haverá um pelouro específico no Secretariado da Federação que avaliará as necessidades de cada território e até de cada candidato, de modo a podermos acompanhar a preparação dos nossos protagonistas para os atos eleitorais.

Além disso, é urgente a modernização dos meios de comunicação internos e externos do PS de modo a que a mensagem do partido possa circular melhor entre os camaradas e entre a organização e a sociedade civil. As redes sociais serão dinamizadas com um acompanhamento central aos meios de comunicação de cada concelhia, será criada uma newsletter distrital que possa prestar toda a informação que seja considerada útil, nos primeiros 60 dias de mandato serão atualizados todos os contactos dos militantes sobretudo ao nível do email e do telefone e haverá a preocupação de trazer os dirigentes

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nacionais do PS ou os nossos governantes ao distrito, mais amiúde e por necessidade identificada a partir do distrito e não a partir de Lisboa, como forma do distrito poder acompanhar de mais perto a ação governativa para o país.

Eixo 3 – Valorização da voz do Alto Minho junto do PS nacional, do Governo e das instituições públicas do país e da euro-região.

Esta linha de ação é fundamental para a estruturação do trabalho que o PS pode desenvolver em prol da nossa região. Nem sempre tem havido a possibilidade e a capacidade de marcar presença com as nossas ideias e os nossos protagonistas juntos das instituições nacionais. Desde logo, no PS nacional. A presença do distrito de Viana do Castelo deve sair reforçada, deve ter em conta a proporcionalidade da amostra nacional, mas também a força e importância dos seus protagonistas locais. Precisamos, por isso, de fazer luz sobre a qualidade dos nossos autarcas, sobre o potencial dos nossos dirigentes e sobre o trabalho que o PS vem desenvolvendo no Alto Minho, de forma a mantermos uma presença e ligação com a estrutura do PS, quer em termos orgânicos (na Comissão Nacional e na Comissão Politica Nacional, sobretudo), quer em termos de dinâmicas de diálogo. Também assim no Governo que é suportado pelo PS e pela esquerda parlamentar. Teremos melhores protagonistas no Alto Minho se esses protagonistas tiverem uma oportunidade de demonstrarem o seu valor junto do Governo, nos gabinetes e nas funções que melhor se adequarem a cada um de acordo com as suas capacidades. Esse esforço deve ser feito para que se possa demonstrar a valia de muitas e muitos camaradas do Alto Minho que podem apoiar o Governo e valorizar o seu trabalho com a sua competência técnica e experiência. A afirmação do nosso território também passa por aí e o sinal que foi dado com a nomeação de Tiago Brandão Rodrigues para Ministro da Educação e de alguns camaradas do nosso distrito que estão a trabalhar com outros Ministros e Secretários de Estado, é suficientemente forte e positivo para podermos continuar a almejar o reforço da presença distrital junto dos focos de decisão nacional.

O PS do Alto Minho valoriza-se, assim, também pela sua afirmação externa. Territorialmente externa. Cumpre, no entanto, ter sempre presente, a visão estratégica que devemos ter para o território, o modo como queremos ver situado o distrito no contexto da região. Nesta perspetiva, saltam logo duas ideias à vista: a ligação do Alto Minho a toda a região norte e à especialíssima relação com a Galiza. Das duas ideias, resultam duas propostas. Em primeiro lugar, o estabelecimento de parcerias efetivas com os socialistas da região norte, ou seja, com os socialistas do Baixo Minho, de Trás-os-Montes e da Área Metropolitana do Porto, de modo a promover debates e alcançar conclusões comuns que apelem ao desenvolvimento conjunto da região, numa salutar união

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de esforços no combate por um país mais descentralizado e atento às diferenças do território. Em segundo lugar, criar um espaço de comunicação e de encontro com o Partido Socialista galego como forma de valorização de um percurso, de uma tradição e território comum e de uma caraterística única com elevado potencial económico e de desenvolvimento. A ideia é poder agregar as vontades e o trabalho desenvolvido por cada autarquia e pela CIM de modo a criar sinergias de ação politica progressista, social democrata e inclusiva, que beneficie os dois lados da fronteira.

Através destes 3 eixos de atuação, podemos enquadrar o futuro da ação politica do PS no distrito desde que, para tanto, tenhamos dois pilares estruturantes como premissa: a unidade na ação e a renovação das metodologias e dos protagonistas.

Unidade na ação

Qualquer debate sério sobre o futuro do PS no nosso distrito não pode esquecer os tempos difíceis que o partido viveu no último ano e meio. Tivemos as eleições diretas abertas a simpatizantes para escolha do candidato do PS a primeiro-ministro nas últimas legislativas que terminaram com meses de uma batalha surda entre camaradas que deixou as suas mazelas. Depois tivemos a pré-campanha e a campanha para as legislativas, internamente muito marcadas por alguma divisão, quer no país, quer no nosso distrito. A escolha da lista de deputados que foi avocada pela Comissão Política Nacional, como aconteceu com outras listas de outros distritos, não só trouxe um debate acalorado no distrito como permaneceu e prejudicou a unidade e ação do PS na própria campanha eleitoral. A situação permaneceu depois das eleições, com o cenário encontrado após a contagem dos votos, que criou um debate em torno da solução de abertura à Esquerda proposta pelo Secretário-Geral do PS que acabou por vingar no Parlamento e tornar-se Governo de Portugal. Agora, o tempo deve ser de união, é imperioso unir as sensibilidades que se dividiram nestes debates internos dos últimos 18 meses à volta de um projeto maior para o país e para a região que é o projeto do Partido Socialista.

O PS nunca abdicará da diversidade de opiniões, nem nunca calará uma divergência democrática, mas o PS deve saber acabar já com os “ismos” sem sentido no contexto de um partido e movimento politico de bases programáticas bem definidas. Nenhum projeto para o distrito pode ter por base um movimento de fação, um movimento contra algo ou contra alguém. Uma dinâmica negativa será sempre uma dinâmica estéril, uma ação pobre e pouco mobilizadora. Este é um projeto político pelo Alto Minho, mas é também um combate pelo Partido

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Socialista, um projeto que agrega, não que separa, um projeto que é mais uma peça na estratégia do PS para o país, com o nosso partido, com o nosso Governo, com o nosso camarada Secretário Geral e Primeiro Ministro de Portugal. Um projeto crítico, com capacidade de análise, um projeto pensado e pensador, mas um projeto leal e mobilizador de todos os que se revém na dinâmica de desenvolvimento que o PS sempre quis para o país.

Precisamos de uma estratégia que apele à coesão e inteligência do PS, que junte gerações diferentes, protagonistas no poder e na oposição em cada freguesia e em cada concelho. Este é um projeto político que une socialistas que estiveram com diferentes candidatos a Secretário-Geral nas últimas eleições e com diferentes candidatos à Federação de Viana do Castelo. Este é um programa de ação sustentado nos princípios históricos do Partido Socialista, de respeito pelas previsões estatutárias e regulamentares, é um mapa de atuação para o distrito com as portas abertas ao país, solidário com o Governo do PS e leal com a direção nacional do partido.

Juntos, é a única maneira de enfrentar o futuro nos combates que se antevê no nosso distrito. Juntos, é a forma mais fácil que temos para sairmos vitoriosos das eleições autárquicas que se avizinham e do trabalho politico que temos que fazer até lá. Juntos, é como o Governo espera que o PS de Viana do Castelo permaneça de modo a se sentir arroupado e sustentado no território.

Renovação nas metodologias e nos protagonistas

O segundo pilar da ação politica do PS no distrito deve ser a renovação dos métodos, o refrescamento das táticas de combate político, a modernização dos instrumentos, a introdução de novos protagonistas oriundos da sociedade civil. Os tempos, todos os tempos, precisam de renovação. O PS distrital orgulha-se do seu passado e do seu presente, orgulha-se dos grandes dirigentes distritais que teve como o José Cândido, o José Carlos Tavares, o Rui Solheiro, o José Manuel Carpinteira e outros, antes deles, que souberam guiar com sabedoria o PS distrital. O PS orgulha-se dos grandes autarcas que marcaram o Alto Minho e foram modelo no país, como aqueles já referidos neste documento estratégico e sente-se honrado e agradecido aos grandes Presidentes de Junta e Presidentes de Assembleia Municipal que tivemos por todo o distrito. Mas o PS tem também uma enorme admiração pelos autarcas que hoje servem as populações, em particular os extraordinários Presidentes de Câmara que são reconhecidos pelos seus concidadãos como o Manoel Batista em Melgaço, o Augusto Domingues em Monção, o Vítor Paulo Pereira em Paredes de Coura, o António Vassalo de Abreu em Ponte da Barca e o José Maria Costa em Viana do Castelo. Grandes Presidentes que honram um grande partido. Mas precisamos de nos renovar, precisamos de encontrar diferentes protagonistas, precisamos de gente mais jovem, mas também de gente mais madura que nunca

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teve a oportunidade de servir o partido e a comunidade ao mais alto nível. Precisamos de abrir as portas e as janelas do partido à brisa da cidadania e isso deve ser feito quanto antes com a evocação de um PS dinâmico e sem medo da comunidade, um PS que não se feche nos seus próprios medos de assalto ao poder, um PS que tenha uma visão mais ampla e saiba reagir positivamente à crítica construtiva, um PS que compreenda ser mais forte se contar com outros contributos para além dos habituais, um PS que queira ouvir os empresários, as instituições, os desempregados, os desfavorecidos, os reformados e os jovens à procura de oportunidades, um PS aberto ao Alto Minho.

Novos protagonistas e novas formas de trabalhar, com renovação dos métodos, com introdução de processos de participação alargada nas tomadas de decisão, um PS mais capaz de reunir os seus militantes e de reunir a sua militância com a comunidade em que se insere, um PS mais adaptado às novas formas de comunicação, mais atento às dinâmicas digitais, mas também mais presente no terreno, no quotidiano extrapartidário.

O distrito precisa de um PS forte. Por todas as razões, mas sobretudo porque esta região precisa de se afirmar como uma região competitiva, uma região que beneficia da sua proximidade à Galiza, uma região que não tem tido o investimento e a atenção que merece por parte da administração central.

O PS do distrito tem que saber estar em cada concelho, em cada freguesia, em cada rua das nossas terras para pugnar pelo que é importante: a criação de emprego; a captação de investimento; a valorização do que é nosso; a melhoria das vias de comunicação, das redes digitais e das infraestruturas de apoio empresarial; o incremento do apoio e da coesão social; a proximidade às famílias e às instituições; o cuidado com os mais velhos, com a pobreza visível e invisível, com a desertificação e com a solidão; o combate às desigualdades e ao preconceito; o apoio à industria, às pescas e à agricultura, especialmente naquilo que nos torna únicos como o vinho verde; a potenciação do turismo através da valorização da paisagem, da etnografia, da gastronomia, do património, da hotelaria, da restauração, das praias, dos rios e da montanha; a qualificação da oferta cultural, o apoio aos criadores e a criação de públicos; a preservação da natureza e da qualidade ambiental; o incentivo a metodologias de participação e cidadania, a aposta no envolvimento dos cidadãos na governação e o incremento das escolhas partilhadas.

Neste projeto, precisamos de todos. De todas as pessoas e de todas as instituições. Do associativismo vivo, cultural, desportivo ou outro. Da atividade sindical e da partilha do pensamento empresarial, sobretudo das pequenas e médias empresas. Precisamos de trabalhar para diminuirmos as desigualdades, para atacarmos o preconceito que mina as sociedades, precisamos de trabalhar

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mais com o Departamento das Mulheres Socialistas e de trabalhar melhor com a Juventude Socialista, estruturas essenciais para o enriquecimento do papel do PS e para a formação e valorização de novos interventores políticos.

Precisamos também de ser um PS melhor, precisamos de massa crítica, de melhorarmos os nossos graus de coesão, comunicação e intervenção, sobretudo onde as estruturas do partido são mais frágeis. Precisamos de ser úteis ao Governo de Portugal liderado pelo nosso camarada e Secretário-Geral, António Costa, que numa conjuntura de diálogo parlamentar à esquerda terá sempre que encontrar compromissos na governação que podem não corresponder à totalidade das ideias defendidas pelo PS. Precisamos de preservar o PS na íntegra para a fase que se seguir à legislatura, precisamos de estar dotados da informação e do pensamento que, na diversidade, nos permita estar mais aptos para o dia seguinte. Precisamos de nos habilitar a propor ao Governo novas medidas, politicas concretas para o território.

O PS do distrito deve assumir o seu papel na valorização do trabalho político e dos políticos, na dignificação das instituições públicas, no aprofundamento do quadro democrático e participativo. O PS deve ser motor de credibilização da política, dos políticos, do Alto Minho e de Portugal. Ambição e trabalho, valores e formação em prol da nossa população.

Estas são as linhas gerais, um princípio de roteiro de um trabalho imenso que é preciso fazer. Com todos e para todos. Esta é uma candidatura que apela à Unidade e à Renovação. Uma candidatura que quer honrar o legado do PS e preparar o futuro do partido na região e no país. Uma candidatura que se afirma no território e para o território do Alto Minho, mas que é para todo o país, que quer afirmar o distrito de Viana do Castelo no contexto de Portugal.

Uma candidatura de Unidade e Renovação para fortalecimento do PS e pelo desenvolvimento de Portugal.

Viana do Castelo, 18 de Fevereiro de 2016

Miguel Alves

Militante n.º 54770