mobilidade urbana - um estudo sobre o transporte público na zona leste de são paulo

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE DIEGO SOARES DE SOUZA MOBILIDADE URBANA: UM ESTUDO SOBRE O TRANSPORTE PÚBLICO NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO São Paulo – SP 2012

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Mobilidade Urbana - um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo.

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Page 1: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

DIEGO SOARES DE SOUZA

MOBILIDADE URBANA: UM ESTUDO SOBRE O TRANSPORTE PÚBLICO NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

São Paulo – SP 2012

Page 2: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

DIEGO SOARES DE SOUZA

MOBILIDADE URBANA: UM ESTUDO SOBRE O TRANSPORTE PÚBLICO NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, sob a orientação do Professor Julio Cesar Passos como requisito parcial para a obtenção do diploma de Graduação no Curso de Logística e Transportes.

São Paulo - SP 2012

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SOUZA, Diego Soares de.

Mobilidade Urbana: Um Estudo sobre o transporte público na Zona Leste de

São Paulo

88 p.

Orientador: Prof.º Julio Cesar Passos

Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

1. Transporte Público. 2. Mobilidade Urbana. 3. Zona Leste

Page 4: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

DIEGO SOARES DE SOUZA

Mobilidade Urbana: Um estudo do Transporte Público na Zona

Leste de São Paulo

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, sob a orientação do Professor Julio Cesar Passos como requisito parcial para a obtenção do diploma de Graduação no Curso de Logística e Transportes.

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof. Dr. ou Me. _____________________Instituição: ___________

Julgamento: ________________Assinatura: ______________

Prof. Dr. ou Me. _____________________Instituição: ______________

Julgamento: _________________Assinatura: ______________

Prof. Dr. ou Me ______________________Instituição: ______________

Julgamento: ________________Assinatura: ______________

São Paulo, 08 de dezembro de 2012.

Page 5: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer

meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à fonte.

Page 6: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

6

Às pessoas que gostam, acreditam em mim e estão ao

meu lado.

Àqueles que crêem que ainda teremos um mundo mais

justo e melhor para todos.

Á todos que, assim como eu, lutam pelos seus ideais e

objetivos.

Page 7: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Tecnologia da Zona Leste “FATEC-ZL” e ao Centro Paula

Souza, pela oportunidade da realização do curso de graduação tecnológica em

Logística e Transportes.

Ao Profº. Julio Cesar Passos, pela atenção e apoio durante o processo de

orientação deste trabalho.

Aos amigos - de FATEC ou não - Glaucia Kleist, Caroline Argentati, Adenizia

de Lima, Priscila Felisbino, André Luiz Ribeiro, Cibelle Botelho, Andressa Tadeu,

Aidê Marusco, Carla Blanco, Lígia Fernandes e Evelin Ellen. Todos vocês foram

relevantes durante o percurso que tive até chegar aqui (e espero que continuem

essa relevância por ainda muito tempo).

Aos profissionais da área de transporte público Tácito Pio da Silveira e José

Carlos P. Aleluia pela contribuição e dados fornecidos para esta pesquisa.

À SPTrans e à Via Sul, pela contribuição com dados e informações relevantes

para elaboração do presente trabalho.

A todos que contribuíram com o desenvolvimento do presente trabalho direta e

indiretamente.

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“Veja os meus sonhos,

Eles não são como os de qualquer pessoa”

Nick Holmes

Page 9: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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SOUZA, Diego Soares de. Mobilidade Urbana: Um estudo do Transporte

Público na Zona Leste de São Paulo, 88 p., trabalho de conclusão de curso,

Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2012.

RESUMO

Esta pesquisa tem o objetivo de estudar a questão da mobilidade urbana na zona

leste do município de São Paulo e entender melhor as causas e razões que levaram

aos problemas atuais de locomoção encontradas no transporte público urbano. Além

disso, é apresentado um panorama da zona leste da cidade e de como é feita

atualmente a operação de transporte público na região, que é a mais populosa da

cidade. Também são apresentados estudos que analisam as atuais condições do

transporte coletivo na região e um estudo de caso, que inclui a obtenção de

informações com profissionais da área de transporte público sobre a operação na

zona leste.

Palavras-chave: Transporte Público; Mobilidade Urbana; Zona Leste da cidade

de São Paulo.

Page 10: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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SOUZA, Diego Soares de. Urban Mobility: A Study of Public Transport at the

East Zone of Sao Paulo, 88 p., completion of course work, East Zone Technology

College, Sao Paulo, 2012.

ABSTRACT

This research aims to study the issue of urban mobility in the east zone of Sao

Paulo and better understand the causes and reasons that led to the current problems

of locomotion found in the urban public transport. In addition, an overview is given of

the east zone of the city and how it’s made currently the operation public transport in

the region, which is the most populous of the city. Also are presented studies that

analyze the current conditions of public transport in the region and a case study,

which includes obtaining information with professionals about public transport

operation in the east zone.

Keywords: Public Transport; Urban Mobility; East Zone of Sao Paulo.

Page 11: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANTP Associação Nacional de Transportes Públicos

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres

CET-SP Companhia de Engenharia e Tráfego do município de São Paulo

CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos

EMTU-SP Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

METRO Companhia do Metropolitano de São Paulo

RMSP Região Metropolitana de São Paulo

SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

SEMUTRAN Secretaria Municipal de Transporte de Botucatu

SMT-SP Secretária Municipal de Transportes de São Paulo

SPTRANS São Paulo Transportes

Page 12: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Bonde de Sant’Anna...........................................................................................28 Figura 2 – Passageiros aguardam partidas de ônibus em terminal urbano da cidade de São Paulo.............................................................................................................39 Figura 3 – Mapa da rede CPTM............................................................................................40 Figura 4 – Trens e composições utilizadas nas linhas de trem da CPTM......................41 Figura 5 – Composição do metrô em plataforma de estação...........................................42 Figura 6 – Mapa da rede do Metrô de São Paulo...............................................................43 Figura 7 – Divisão operacional SPTrans – Empresas e Cooperativas por região.........47 Figura 8 – Mapa do Sistema municipal de transporte e suas áreas de operação.........48 Figura 9 – Distritos da Zona Leste de São Paulo..............................................................49 Figura 10 – Mapa da área da Zona Leste de São Paulo....................................................51 Figura 11 – Mapa do Transporte Metropolitano de São Paulo.........................................53 Figura 12 – Terminais de ônibus no município de São Paulo..........................................55 Figura 13 – Transporte Público Coletivo em São Paulo – Estrutura da Oferta..............55 Figura 14 – Relação entre empregos e habitantes (Área da Zona Leste do município de São Paulo e Arredores).................................................................................62 Figura 15 – Relação entre empregos e habitantes (Área da Zona Leste do município de São Paulo e Arredores).................................................................................62 Figura 16 – Análise nas subprefeituras – Renda, Emprego e Desemprego...................63 Figura 17 – Tempo de Deslocamento com Transporte Público.......................................64 Figura 18 – Transporte Público Coletivo em São Paulo – Frota Utilizada nas Linhas..67 Figura 19 – Transporte Público Coletivo Urbano – Escolha da tecnologia – Ônibus Urbano......................................................................................................................67 Figura 20 – Racionalização da Circulação.........................................................................68 Figura 21 – Transporte Público Coletivo Urbano – Definições Técnicas – Espaço Viário Ocupado.......................................................................................................68 Figura 22 – Distribuição de veículos nas principais vias da cidade durante os horários de pico....................................................................................................................70 Figura 23 – Distribuição de veículos nas principais vias da cidade durante os horários de pico....................................................................................................................71 Figura 24 – Área 3-Nordeste – Circulação dos ônibus da região na cidade de São Paulo.........................................................................................................................72 Figura 25 – Área 4-Leste – Circulação dos ônibus da região na cidade de São Paulo.........................................................................................................................73 Figura 26 – Área 5-Sudeste – Circulação dos ônibus da região na cidade de São Paulo.........................................................................................................................74

Page 13: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Meios de transportes utilizados em São Paulo..............................................59 Gráfico 2 – Índice de mobilidade, modo e renda Região Metropolitana de São Paulo.60 Gráfico 3 – Zona Leste de São Paulo – Renda média familiar..........................................60 Gráfico 4 – Como vai trabalhar – Zona Leste de São Paulo.............................................61 Gráfico 5 – Meios de transportes utilizados em Nova Iorque..........................................65 Gráfico 6 – Meios de transportes utilizados em Buenos Aires........................................66 Gráfico 7 – Capacidade da oferta – comparação entre modos........................................69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados de Aglomerados Urbanos......................................................................32 Tabela 2 – Região Leste do Município de São Paulo – Subprefeituras e Distritos Municipais.............................................................................................................50 Tabela 3 – Sistema municipal de transporte: Características das áreas de operação.52 Tabela 4 – Taxas de atividade – Emprego/Habitante........................................................63 Tabela 5 – Dados comparativos do metrô nas cidades mundiais...................................65 Tabela 6 – Linhas com maior demanda de passageiros – Via Sul – Área 5-Sudeste...76 Tabela 7 – Linhas com menor demanda de passageiros – Via Sul – Área 5-Sudeste..76 Tabela 8 – Vias e avenidas com maior utilização do transporte público na zona leste de São Paulo por área de operação.................................................................77

Page 15: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................16

1.1. Problemática........................................................................................................17

1.2. Hipótese...............................................................................................................17

1.3. Objetivo...............................................................................................................17

1.4. Metodologia.........................................................................................................18

1.5. Justificativa..........................................................................................................18

2. LOGÍSTICA............................................................................................................19

2.1. A relação da Logística com Transportes.............................................................19

2.2. História dos Transportes......................................................................................20

2.3. Modalidade e Tipos de Transporte......................................................................21

3. HISTÓRIA DO TRANSPORTE PÚBLICO NA CIDADE DE SÃO PAULO..........28

3.1. Perfil da cidade de São Paulo.............................................................................31

4. MOBILIDADE.........................................................................................................34

4.1. Mobilidade X Acessibilidade................................................................................34

4.2. A Mobilidade e os Tipos de Transporte Urbano na cidade de São Paulo...........35

4.2.1. Ônibus...............................................................................................................38

4.2.2. Trem..................................................................................................................39

4.2.3. Metrô.................................................................................................................41

5. ZONA LESTE DE SÃO PAULO.............................................................................44

5.1. A Estrutura do Transporte Público na Zona Leste...............................................46

6. ESTUDO DE CASO: O TRANSPORTE PÚBLICO NA ZONA LESTE DE

SÃO PAULO – DISPONIBILIDADE X DEMANDA...................................................59

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................79

REFERÊNCIAS..........................................................................................................81

APÊNDICE A..............................................................................................................88

Page 16: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com Christopher (2002, p.02), a logística é o processo de

gerenciamento estratégico de aquisição, movimentação e armazenagem de

materiais, peças e produtos acabados através da organização e seus canais de

marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através

do atendimento dos pedidos a baixo custo.

Segundo Ballou (2011, p.17), a logística empresarial estuda como a

administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição

aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle

efetivo para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o

fluxo de produtos.

Para Novaes (2001) atualmente a logística busca integrar os elementos de

determinado processo para satisfazer as necessidades e preferências dos

consumidores finais.

Além de ser fundamental para a gestão de uma empresa, a logística é

importante e essencial no setor de transportes. Para muitos, a logística é

basicamente transporte de mercadorias de um ponto a outro, mas há muitas outras

definições acerca dela. No transporte público, existem várias questões que devem

ser pensadas antes da instalação do serviço, como os locais onde serão instaladas

as paradas de ônibus, as rotas disponíveis, as freqüências, a disponibilidade. Todas

essas decisões devem ser realizadas em conjunto e o impacto ao usuário e a cidade

deve ser sempre avaliado, pois as decisões na quantidade de paradas causarão

impacto no tempo de viagem, trajetos e quantidade de veículos. Estas decisões

levam em conta a população de cada região que será atendida pelas possíveis

linhas, o custo de implantação e operação, a área de abrangência do serviço e os

destinos mais freqüentes dessa população.

É preciso ressaltar que é essencial para o desenvolvimento de uma cidade

uma boa estrutura de transporte público e a mobilidade urbana é um elemento de

grande importância para a concretização desse desenvolvimento.

Page 17: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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1.1 Problemática

Em cidades como São Paulo, a grande demanda de passageiros em áreas

bastante populosas, como a zona leste, utilizando do mesmo meio de transporte e

com destino a locais que não estão próximos da região acarreta problemas como

excesso de passageiros, insuficiência e ineficiência do sistema de transporte

público, dificuldade de locomoção, entre outros. É possível trazer um sistema

eficiente, que não cause transtornos e que possa atender e suprir a demanda

necessária?

1.2 Hipótese

Possíveis razões pela qual o fluxo de passageiros que utilizam transporte

público na cidade de São Paulo, sobretudo oriundos da região leste da cidade,

esteja cada vez maior são a concentração da maior parte dos pólos empregatícios

em outras regiões da cidade, em sua maior parte distantes das regiões onde mora a

maior parte de seus funcionários e em contrapartida a pouca disponibilidade de

empregos em áreas mais populosas e afastadas, além de um crescente número de

habitantes destas localidades vindos de outras regiões do Estado de São Paulo e do

Brasil, uma vez que o custo de vida nas regiões mais periféricas da cidade é menor

em comparação com os centros de trabalho, comércio, cultura e lazer da capital

paulista.

1.3 Objetivo

O objetivo dessa pesquisa será apresentar as origens, causas e conseqüências

que esse problema de mobilidade urbana vem trazendo à população da zona leste

da cidade de São Paulo, que sofre constantemente com a dificuldade de locomover-

se dentro da própria cidade através do transporte público. Também serão mostrados

apontamentos e estudos feitos para ajudar na compreensão e percepção do

problema de mobilidade urbana na capital paulista.

Page 18: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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1.4 Metodologia

A metodologia de pesquisa a ser utilizada neste trabalho irá utilizar livros e

estudos realizados do problema de mobilidade urbana e transporte público em São

Paulo, além de pesquisas através dos meios de comunicação disponíveis como

revistas, jornais, reportagens, informações presentes na internet, artigos acadêmicos

e pesquisa com profissionais da área de transporte público para entendimento de

estudo de caso.

1.5 Justificativa

Este trabalho visa apresentar as causas do problema de mobilidade urbana,

focando-se na zona leste da cidade de São Paulo. Espera-se que a pesquisa a ser

realizada, apresentando hipóteses e alternativas possíveis para um avanço, possa

auxiliar com a melhoria do sistema de transportes. Por este motivo, é de grande

importância que todos aqueles que utilizem os serviços de transportes em São

Paulo, direta e indiretamente, interessem-se por esta pesquisa.

Page 19: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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2. LOGÍSTICA

É fundamental falar da logística, pois ela é essencial no gerenciamento do

transporte de passageiros, mas antes de abordar a questão do transporte, devemos

falar da origem do termo logística, seu conceito e aplicabilidade.

Logística, a palavra propriamente dita, de acordo com Harrison e Van Hoek

apud Razolini Filho (2012, p.214) representa um grande desafio. O termo tem

origem na palavra francesa Logistique, segundo informação do dicionário Aurélio.

Para Razzolini Filho (2012, p.214) a logística tem o objetivo de garantir ao

consumidor, por um custo justo, a disponibilidade do produto certo, na quantidade

certa, em condições certas, no local e no momento certo.

De acordo com Ballou apud Arbache et al (2006, p.41), muito antes de

interessar aos homens de negócios, de forma organizada, a administração da

logística militar já tinha se desenvolvido. Segundo uma frase muito divulgada nos

meios militares, associada a variados autores, mas que de tão importante é

constantemente citada: “Amadores discutem tática e estratégia, profissionais

discutem logística”.

Novaes (2001, p.36) identifica a Logística como “o processo de planejar,

programar e controlar de maneira eficiente o fluxo e armazenagem de produtos. bem

como os serviços e informações associados. cobrindo desde o ponto de origem até

o de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”.

2.1 A relação da Logística com Transportes

De acordo com Nazário, Wanke e Fleury (2000, p.01) o transporte é uma das

principais funções logísticas. As principais funções do transporte na Logística estão

ligadas às dimensões de tempo e utilidade de lugar. O transporte de mercadorias é

utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do

prazo adequado às necessidades do comprador.

Para Rodrigues (2003, p.17) o transporte trata-se do que o deslocamento de

pessoas e pesos de um local para outro.

Page 20: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

20

A palavra “transporte” vem do latim trans (de um lado a outro) e portare (carregar). Podemos dizer que, em síntese, transporte é o movimento de pessoas ou objetos de um lugar para outro. Os transportes podem se distinguir pela possessão, onde o transporte público é destinado a qualquer pessoa e o privado é restringido somente a quem os adquiriu. Os transportes contêm três elementos: infraestrutura, veículos e operações comerciais. Infraestrutura é a malha de transporte: rodoviária, férrea, aérea, fluvial, tubular, etc. Os veículos são automóveis, bicicletas, ônibus, trens e aeronaves, que utilizam essa malha. As operações são as formas como esses veículos utilizam a rede, como leis, diretrizes, códigos, etc. (BRASIL ESCOLA, 2011, p.01).

De acordo com a SEMUTRAN (2012, p.01) transporte é o nome dado ao

deslocamento de pessoas e de produtos. O deslocamento de pessoas é referido

como transporte de passageiros e o de produtos, como transporte de carga. O termo

transporte urbano é empregado para designar os deslocamentos de pessoas e

produtos realizados no interior das cidades.

.

2.2 História dos Transportes

De acordo com Keedi (2005, p.16) “o homem foi seu primeiro meio de

transporte ao levar por si os objetos a transportar, utilizando posteriormente os

animais e objetos puxados por estes”

O primeiro vestígio de transporte aparece no Mesolítico Escandinavo, com um tipo de canoa. No Neolítico, as provas referem-se apenas aos transportes aquáticos: canoas e pirogas. A Idade do Cobre apresenta além de barcos maiores, alguns tipos de transportes terrestres. De início o homem utilizou troncos, cabaças e peles cozidas e infladas para flutuar ou sustentar-se sobre as águas: o material varia entre troncos de árvore, bambu, junco, hastes de papiros, folhas de palmeira, cascas de árvore, cortiça e couro. Surgiram embarcações ligadas ao tipo de atividade econômica, ao material disponível e à predileção da cultura. No início simples, depois, envolvendo técnicas cada vez mais complicadas, especialmente as relativas à navegação de alto mar, que requerem conhecimentos sobre ventos, astros e instrumentos específicos. (MARCONI; PRESOTTO, 1986, p.27)

Para Garça (2010, p.01) o mais antigo e rudimentar meio de locomoção é o

próprio ato de caminhar. O homem vencia longas distâncias utilizando-se do próprio

corpo, carregando seus bens e artefatos sobre os ombros ou arrastando-os.

Inicialmente o homem se locomovia a pé e descalço, porém ao longo do tempo e

devido sua capacidade inventiva, criou artefatos para proteção dos pés, como botas

e sandálias.

Page 21: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

21

Segundo Marconi & Presotto, (1986, p.30) a invenção da roda foi um grande

avanço para os transportes terrestres. Sua criação ocorreu na Mesopotâmia, antes

de 3000 a.C., possivelmente derivada do rolete. A roda inicialmente era sólida,

pesada e rudimentar. Foi aplicada em carros tracionados por animais de grande

porte e estes então ganharam maior velocidade e desempenho, com a introdução de

usos e raias.

De acordo com Demarchi e Ferraz (2000, p.01), o transporte público surgiu na

cidade de Paris, França, em 1662 por Blaise Pascal, matemático responsável por

desenvolver o primeiro serviço regular de transporte público através de cinco linhas,

com horários pré-determinados e itinerários fixos. A circulação era feita por

carruagens de até 8 lugares tracionadas por cavalos. Em 1826 em Nantes, também

na França, surge o “omnibus”, com capacidade e comprimento superiores às

encontradas na época. No período da Revolução Industrial, ocorrida durante o

século XIX, muitas cidades conheceram os meios de transporte coletivo existentes.

Ainda segundo Demarchi e Ferraz (2000, p. 02) o transporte caminhou junto

com a evolução do desenvolvimento urbano, pois as pessoas tinham que se

locomover em maiores distâncias devido à expansão do trabalho. No ano de 1832

surgem em Nova Iorque os bondes com tração animal, que operavam entre áreas

suburbanas e centrais das grandes cidades. Os bondes representaram um grande

avanço para a época na questão do transporte de passageiros, pois permitia uma

maior velocidade média de locomoção, maior conforto aos seus usuários e vida útil

maior dos equipamentos. Nos Estados Unidos, houve a evolução do processo, até

então tracionado por animais, ganhando maior velocidade sendo efetuado através

de cabos. Em 1888 o bonde passou a ter tração elétrica, dando segurança, conforto,

e custos menores na sua operação se comparado aos modelos que antecederam.

Com os bondes também teve origem as locomotivas, como o metro e os trens de

subúrbio e métodos de tração utilizados via vapor e eletricidade, o que pôde garantir

uma grande evolução nos transportes.

2.3 Modalidade e Tipos de Transportes

Para Ballou (2011, pg. 116), o usuário de transportes tem uma ampla gama

de serviços à disposição, girando em torno de cinco modais básicos: hidroviário,

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22

ferroviário, rodoviário, aeroviário e dutoviário. Ainda de acordo com Ballou, a

variedade dos serviços de transporte é praticamente ilimitada e os modais podem

ser combinados em sua utilização.

MODAL FERROVIÁRIO:

Segundo Keedi e Mendonça (2000, p.141), o modal ferroviário é realizado por

trens, compostos por vagões, que são puxados por locomotivas, e para este

transporte são utilizados os trilhos. O modal ferroviário é conhecido como todo

transporte efetuado através de vias férreas (estrada de ferro, trilhos) em vagões

fechados, plataformas, etc. Sua principal característica é o atendimento a longas

distâncias e maior quantidade de carga com menor custo de seguro e frete. Porém a

flexibilidade no trajeto é limitada, tornando-o mais demorado.

De acordo com dados da ANTT (2012, p.04), o transporte ferroviário no Brasil

possui hoje pouco mais de 28 mil km de malha ferroviária.

Segundo Ribeiro e Ferreira (2002, p.02) no Brasil, o modal ferroviário é

principalmente utilizado no deslocamento de grandes tonelagens de produtos

homogêneos, ao longo de distâncias relativamente longas.

Segundo Ballou (1993: 127) existem duas formas de serviço ferroviário, o transportador regular e o privado. Um transportador regular presta serviços para qualquer usuário, sendo regulamentado em termos econômicos e de segurança pelo governo. Já o transportador privado pertence a um usuário particular, que o utiliza em exclusividade. Em relação aos custos, o transporte ferroviário tem altos custos fixos em equipamentos, terminais e vias férreas entre outros. No entanto, seu custo variável é baixo. Apesar do custo ser inferior ao rodoviário, o modal ferroviário não é muito utilizado no Brasil, como o modo de transporte rodoviário. Isto ocorre devido ao pouco investimento nas ferrovias e falhas de infra-estrutura. (RIBEIRO; FERREIRA, 2002 p.02)

MODAL RODOVIÁRIO:

De acordo com Keedi e Mendonça (2000, p.127), o transporte rodoviário é

aquele realizado em estradas de rodagem, com utilização de veículos como

caminhões e carretas. Ele pode ser realizado de forma nacional, dentro de um país

ou internacional, abrangendo dois ou mais países. Entre todos os modais, o

rodoviário é o mais adequado nos transportes de mercadorias, tanto na exportação

quanto na importação, nas viagens de curtas e médias distâncias.

Page 23: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

23

O modal rodoviário é o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil,

atingindo praticamente todos os pontos do território nacional, pois desde a década

de 1950, com a implantação da indústria automobilística e a pavimentação das

rodovias, o modal cresceu de forma que se tornou o mais procurado. Este modal

possui custos fixos baixos (rodovias estabelecidas e construídas com fundos

públicos), porém seu custo variável (combustível, manutenção, etc.) é médio.

(RIBEIRO; FERREIRA, 2002, pg.02).

O transporte rodoviário é feito através de ruas, estradas e rodovias, sejam

elas pavimentadas ou não, com a intenção de levar de um ponto ao outro, produtos,

animais ou pessoas. Este é o principal modo de transporte no Brasil. O modal

rodoviário caracteriza-se pela forma simples de funcionamento, este se destaca por

oferecer o transporte de diversos tipos de cargas. (GALLO et al, 2010, p.28).

Segundo Viera (2001, p.97), o transporte rodoviário é indicado para curtas e

médias distâncias e carga de maior valor agregado. Este modal é utilizado na maior

parte dos transportes realizados no Mercosul.

Apesar de no território brasileiro termos muitas rodovias em um estado de

conservação ruim, provocando o aumento na manutenção de veículos e alto índice

no risco de roubo de cargas, esse tipo de transporte é muito utilizado, pois, mesmo

assim possui uma boa relação custo x benefício. (FERREIRA, 2011, p.03)

De acordo com Ferreira (2011) são consideradas desvantagens do transporte

rodoviário maior depreciação da frota, menor competitividade para longas distâncias,

em muitos casos maior valor de frete e dentre todos os modais este é o que

apresenta a menor capacidade de carga.

Em relação às vantagens e desvantagens do modal rodoviário, para Ribeiro e

Ferreira (2002, pg. 03): As vantagens deste modal estão na possibilidade de

transporte integrado porta a porta e de adequação aos tempos pedidos, assim como

freqüência e disponibilidade dos serviços. Apresenta como desvantagem a

possibilidade de transportar somente pequenas cargas.

MODAL HIDROVIÁRIO (AQUAVIÁRIO):

Segundo Keedi e Mendonça (2000, pg.30) o modal aquaviário é subdivido em

transporte marítimo, fluvial e lacustre. O transporte marítimo é realizado por navios

em oceanos e mares, podendo ser de cabotagem ou longo curso. Já no transporte

fluvial, a navegação é realizada em rios, portanto ocorre internamente dentro do pais

Page 24: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

24

e/ou continente, enquanto no transporte lacustre a navegação ocorre em lagos e

tem como característica a ligação dc cidades e países circunvizinhos, sendo,

também uma navegação interior, a exemplo da fluvial, porém de forma mais

restritiva. Em todas as suas divisões, o modal aquaviário pode transportar diversos

tipos de carga.

O transporte hidroviário é muito utilizado, já que possui um custo baixo, podendo ser até 3 vezes menor que o ferroviário e 8 vezes menor que rodoviário. Este meio de transporte tem um papel importante para o comércio interno e externo, já que proporciona a oferta de produtos com preços competitivos. Geralmente é utilizado no transporte de grandes distâncias e para grandes volumes de cargas. (FERREIRA, 2011, pg.03).

Este tipo de transporte pode ser dividido em três formas de navegação:

cabotagem (navegação realizada entre portos ou pontos do território brasileiro,

utilizando a via marítima ou entre esta e as vias navegáveis interiores até,

aproximadamente, 12 milhas da costa); a navegação interior (realizada em hidrovias

interiores, em percurso nacional ou internacional) e a navegação de longo curso

(realizada entre portos brasileiros e estrangeiros). O transporte hidroviário apresenta

custo fixo médio (navios e equipamentos) e custo variável baixo (capacidade para

transportar grande quantidade de tonelagem). (RIBEIRO; FERREIRA, 2002, p.03).

Para Campeão, Ferreira e Teixeira (2009, p.06) o modal aquaviário apresenta

como vantagens a capacidade de transportar grandes volumes, além do fato dos

custos de perdas e danos serem considerados baixos comparados com outros

modais. Suas principais desvantagens são a existência de problemas de transporte

no porto; a lentidão, uma vez que o transporte hidroviário é, em média, mais lento

que a ferrovia e a forte influência do tempo. Sua disponibilidade e confiabilidade são

afetadas pelas condições meteorológicas.

MODAL AEROVIÁRIO:

O transporte aéreo é realizado através de aeronaves e pode ser dividido em

Nacional e Internacional. Todas as aeronaves possuem estruturas para transporte

de bagagens e/ou cargas. Esses compartimentos podem ser mistos (carga /

passageiro) ou individuais, somente carga, somente passageiro. (FERREIRA, 2011,

p.02)

Page 25: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

25

O transporte aeroviário é o que tem custo mais elevado em relação aos outros

modais. Seu custo fixo é alto (aeronaves, manuseio e sistemas de carga), bem como

seu custo variável, apresenta alto custo de combustível, mão-de-obra, manutenção,

etc. (RIBEIRO; FERREIRA, 2002 p.04)

De acordo com a FIESP (2012, p.02) o modal aéreo que é um transporte

adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com

urgência de entrega. O transporte aéreo possui algumas vantagens sobre os demais

modais, pois é mais rápido, além de ser mais viável para remessas como bagagem,

peças de reposição, produtos eletrônicos, mercadoria perecível, brindes,

medicamentos, amostras, etc.

De acordo com Keedi e Mendonça (2000, p.32) o transporte aéreo é

totalmente diferente dos demais, por possuir características próprias em relação às

vias de tráfego, já que estas são aéreas no trânsito e terrestres nas operações de

carga e descarga. O transporte é realizado por empresas de navegação aérea,

através de aeronaves de vários tipos e tamanhos. Também deve ser ressaltado que

é um transporte que pode ser intercontinental, atingindo diversos pontos do planeta,

com rapidez e agilidade. Possui maior limitação de transporte de carga em relação

ao transporte aquaviário e ferroviário e custos altos. O modal é recomendado para

transporte de mercadorias com alto valor agregado.

Para Vieira (2001, p. 109), este modal é vantajoso pela sua rapidez, podendo-

se utilizar da estratégia just-in-time e assim reduzir custos de estocagem. Também é

vantagem o fato de não necessitar de embalagem mais reforçada, já que o

manuseio é mais cuidadoso, pois normalmente suas cargas são unitizadas em

pallets ou até mesmo em containeres, um procedimento que contribui para a

redução de custos e para facilidade do embarque e desembarque. Em contra

partida, há desvantagens, como, menor capacidade de carga, valor de frete elevado

em relação aos outros modais e custo elevado da sua infra-estrutura.

MODAL DUTOVIÁRIO:

De acordo com Gasparini (2006, p.07), o transporte dutoviário é o modal que

utiliza um sistema de dutos (tubos ou cilindros previamente preparados para

determinado tipo de transporte), formando uma linha chamada de dutovia ou via

composta por dutos onde se movimentam produtos de um ponto a outro.

Page 26: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

26

A utilização do transporte dutoviário é ainda muito limitada. Destina-se

principalmente ao transporte de líquidos e gases em grandes volumes e materiais

que podem ficar suspensos (petróleo bruto e derivados, minérios). (RIBEIRO;

FERREIRA, 2002, p.04).

De acordo com Ferreira (2011, p.04) os produtos são conduzidos através de

tubos cilíndricos ocos desenvolvidos de acordo com normas internacionais de

segurança. Para esse modal é necessário as dutovias, compostas por três

elementos: os terminais, que fazem a propulsão dos produtos; os tubos e as juntas

que unem estes. O transporte dutoviário é utilizado para transporte de produtos

derivados do petróleo, conhecidos como oleodutos, para derivados de minério,

chamado de mineroduto, também para gases e grãos. Os possíveis riscos causados

por outros veículos minimizados, pois as dutovias são subterrâneas e/ou

submarinas, tendo esta vantagem.

A movimentação via dutos é bastante lenta, sendo contrabalançada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e sete dias por semana. Os direitos de acesso, construção, requisitos para controle das estações e capacidade de bombeamento fazem com que o transporte dutoviário apresente o custo fixo mais elevado. Em contrapartida, o seu custo variável é o mais baixo, pois não há custo com mão de obra de grande importância. (RIBEIRO; FERREIRA, 2002, p.04).

Segundo Coeli apud Ferreira (2011 p.04), esta modalidade de transporte não

apresenta nenhuma flexibilidade, visto que há uma limitação no número de produtos

que podem utilizar este modal (no Brasil são apenas 16 mil Km de extensão).

O modal dutoviário transporta de forma segura e para longas distancias, permite que se dispense armazenamento, a carga e a descarga são simplificadas, reduz o custo de transporte (custo variável) e proporciona um menor índice de perdas e roubos. Como desvantagem o esse meio de transporte pode ocasionar um grande acidente ambiental caso suas tubulações se rompam, possui uma capacidade de serviço muito limitada, lentidão na movimentação dos produtos, o que inviabiliza seu uso para o transporte de perecíveis, além de custos fixos mais elevados. (VESSEL, 2011,p.01)

MULTIMODALIDADE E INTERMODALIDADE:

Define-se multimodalidade a integração entre modais, com o uso de vários

equipamentos, como contêineres, enquanto a intermodalidade caracteriza-se pela

integração da cadeia de transporte, com o uso de um mesmo contêiner, um único

prestador de serviço e documento único. (RIBEIRO; FERREIRA, 2002, p.05)

Page 27: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

27

De acordo com Rossoni ([2004?], p.01), a intermodalidade significa a emissão

de documentos de transportes independentes, um de cada transportador, cada um

assumindo a responsabilidade pelo seu transporte. Já na multimodalidade existe a

emissão de apenas um documento de transporte, emitido pelo OTM – Operador de

Transporte Multimodal, de ponta a ponta. Quanto à responsabilidade da carga ela é

do OTM, do ponto de partida até a entrega final ao destinatário.

Para Keedi (2005, p.63) o transporte intermodal transporta a carga com o

auxílio de mais de um modal e é utilizado em casos onde todo o percurso a ser

realizado não comportar um único modal, enquanto o transporte multimodal também

utilização de mais de um modal para a execução do serviço, diferenciando-se na

contratação, realizada apenas com uma empresa, chamada de OTM (operador de

transporte multimodal), que se encarrega e se responsabiliza pela mercadoria

durante todo o percurso.

Para Ribeiro e Ferreira (2002, p.05) o uso de um ou mais modais de

transportes agrega vantagens entre si, caracterizados pelo nível de serviço e custo,

permitindo a entrega porta a porta com menor custo e em menos tempo, buscando

equilíbrio entre preço e serviço.

Page 28: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

28

3. HISTÓRIA DO TRANSPORTE PÚBLICO NA CIDADE DE SÃO

PAULO

A mobilidade e o transporte coletivo sempre foram o carro-chefe do progresso

de São Paulo. Conforme a cidade se desenvolvia, a população tinha a necessidade

de se deslocar de um lado para o outro para trabalhar, visitar amigos e estudar. A

Capital foi precursora em novas tecnologias para transportar pessoas com rapidez,

conforto e segurança. (SILVA, 2011, p.01)

Ainda de acordo com Silva (2011, p.01) o primeiro meio de transporte coletivo

usado no Brasil foi o bonde de tração animal, chamado de bonde Sant'Anna e

adotado em 1872. Sua operação possuía pouca flexibilidade, uma vez que o bonde

não fazia curvas e tinha que circular na mesma linha de trilhos. Tentando diminuir a

dificuldade, o bonde Sant'Anna tinha frente e traseira iguais e, chegando ao ponto

final, os passageiros viravam os encostos dos bancos, sendo possível que todos

seguissem viagem de frente para o destino.

Figura 1 – Bonde de Sant’Anna.

Fonte: Diário Oficial da cidade de São Paulo (2011).

Page 29: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

29

O ir-e-vir pela mesma linha teve vida curta. Durou até que chegasse a São Paulo o primeiro bonde elétrico, um grande avanço de tecnologia, com duas portas e nove bancos, no qual os três primeiros eram reservados aos não-fumantes. O restante podia ser ocupado sem restrições. Havia essa divisão de público porque o bonde era aberto e quem não fumava ficava incomodado com a fumaça dos charutos que o vento trazia. O bonde começou a se espalhar e levar o progresso pela Cidade. Por onde passava uma linha de bonde chegavam também o comércio e as indústrias. (SILVA, 2011, p.01)

No que diz respeito ao plano da Light, segundo Silveira (2011, pg.196):

O projeto da companhia canadense Light and Power Company Limited (Cia. Light) consistia em uma proposta de rede de bondes, parte em superfície e parte subterrânea, destinada a atender o que hoje corresponde ao núcleo histórico da cidade em algumas das principais avenidas. Entrementes, a empresa chegou a propor transformar seu contrato de exclusividade com a Prefeitura de São Paulo para englobar todo o transporte por ônibus e, assim, eliminar a concorrência a seus sistemas. (SILVEIRA, 2011, pg.196)

A São Paulo Tramway Light and Power Company, ou simplesmente Light, era

a companhia responsável pelos bondes em 1900. A situação permaneceu assim até

1946, quando foi criada a Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC)

(SILVA, 2011, p.01).

Em 1937 a Light manifestou a intenção de não prosseguir na exploração dos

serviços de bonde após 1941, quando terminava o prazo de sua concessão. A

principal tarefa da CETC foi apresentar um plano que permitisse à Prefeitura

assumir, monopolisticamente, a administração dos transportes públicos. (MILLBUS,

2011, p.01)

De acordo com Murgel Branco (2011, p.10) em 1939, a criação da CETC

(Comissão de Estudos de Transportes Coletivos) em 1941 acarretou também a

criação da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), empresa de

economia mista, monopolista de todos os modos de transporte público. A sua

instituição só se deu, porém, em 1947, devido inclusive aos efeitos da 2ª guerra

mundial sobre a organização política e econômica dos países. Com a criação da

CMTC, houve grandes avanços: implantação de linhas de trólebus, modernização da

frota, entre outras mudanças. Estes avanços ocorreram até 1959, quando a baixa

capitalização da empresa começou a torná-la incapaz de atender à demanda.

Page 30: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

30

A criação da CMTC e do Metrô constituem-se em dois eventos da maior importância dentro do contexto da história dos transportes públicos de São Paulo, ambos ligados ao Eng. Prestes Maia em dois períodos distintos frente à Administração Municipal da cidade. Durante sua primeira gestão (1938 a 1945), Prestes Maia foi responsável por uma verdadeira revolução urbana, rasgando novas avenidas, cortando o centro, construindo viadutos e pontes que viabilizaram a integração de bairros e vilas, fazendo com que a cidade perdesse seu aspecto tímido e acanhado e passasse a apresentar novos conceitos ambientais. (MILBUS, 2011, p.01)

Em 1946, a CMTC ampliou a frota original da Light por considerá-la

insuficiente para iniciar a operação. No final de 1949 passou a operar os primeiros

trólebus e adquiriu os primeiros 200 ônibus a diesel. (MILBUS, 2011, p.01)

Em 1960, a exclusividade da CMTC foi rompida, ante a pressão de empresários privados de ônibus, que rapidamente obtiveram “permissões”, para operar num sistema que logo se desorganizou. Mas a década de 60 foi também a época da introdução da indústria automobilística no Brasil, que estimulou o uso dos ônibus e, principalmente, dos automóveis, levando à extinção dos bondes, já referida. (MURGEL BRANCO, 2011, p.10)

Na década de 60, durante o governo de Faria Lima, em 3 de agosto de 1966

houve a criação do Grupo Executivo do Metrô – GEM (MILBUS, 2011, p.01).

De acordo com a SPTrans (2004, p.13) a década de 60 foi marcante para o

desenvolvimento dos transportes urbanos, pois neste período houve o fim dos

bondes e o surgimento do metrô, concretizado a partir do Grupo Executivo do Metrô

– GEM, criado em 1966 no âmbito da Prefeitura Municipal de São Paulo. O Plano

Básico da Rede Estadual de Metrô estabeleceu as prioridades para a implantação

de linhas. Em 14 de abril de 1968, estava constituída a Companhia do Metropolitano

de São Paulo – Metrô.

Na década de 70 foi firmado, em junho de 1977, pela Prefeitura, novo contrato

de concessão com a CMTC, dispondo o Decreto nº 14.629 de 22 de junho do

mesmo ano, sobre a contratação pela CMTC, de empresas particulares para operar

o transporte coletivo de passageiros, nas 23 áreas em que foi dividida a cidade. Este

mesmo decreto autorizava a SMT a criar, cancelar e alterar linhas. O mesmo

objetivo foi perseguido pela SMT na área de trânsito, sendo criada em 1976 a

Companhia de Engenharia de Tráfego - CET, viabilizando a municipalização do

trânsito. (MILBUS, 2011, p.01).

Nos anos 80, além de inovações operacionais e tecnológicas promovidas pela

CMTC, a gestão do serviço de transporte público voltou a ser alvo da atenção da

Page 31: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

31

administração municipal, tendo resultado, inclusive, em intervenções administrativas

e gerenciais em algumas empresas operadoras. A tarifa de passagem, definida

conforme parâmetros econômicos e políticos, passa a pertencer a administração

municipal, constituindo-se na principal fonte de recursos para o pagamento do

serviço às empresas contratadas pela operação. (SÃO PAULO EM TRANSPORTE,

2011, p.02)

Em 1993 a CMTC desempenhava funções de gestora do sistema de

transporte coletivo e de operadora, detendo cerca de 27% de participação no setor.

Sua gestão tinha como objetivo a racionalização da operação e redução do déficit

previsto pela manutenção da administração da CMTC como empresa operadora.

(SÃO PAULO EM TRANSPORTE, 2011, p.02)

De acordo com a SPTrans apud Hirata (2012, p.15):

A alteração do perfil da frota, da quantidade de ônibus e de funcionários eram medidas indicadas que exigiriam altos investimentos e não gerariam, necessariamente, redução de custos. Optou-se, então, por encerrar as atividades operacionais da antiga CMTC, através da "privatização" de toda a operação dos 2.700 ônibus e das respectivas garagens, reduzindo o quadro de pessoal de 27 mil para cerca de 1.200 empregados. Esse processo se valeu da flexibilidade do mesmo modelo de gestão estabelecido pela Lei N°11.037 / 91. A forma de remuneração dos serviços prestados pelas empresas contratadas foi inovada, alterando-se o critério anterior de pagamento, calculado pelo custo do quilômetro rodado, por um valor limite por passageiro transportado. (HIRATA, 2012, p.15).

A antiga CMTC foi então transformada na São Paulo Transporte S.A.-

SPTrans, nova denominação adotada a 8 de março de 1995 para a empresa que

ficou voltada somente à gestão do sistema de transporte da cidade. (SÃO PAULO

EM TRANSPORTE, 2011, p.02)

3.1 Perfil da Cidade de São Paulo

Segundo os dados obtidos pelo censo 2010 realizado pelo IBGE (2010, p.01),

a cidade de São Paulo ultrapassou os 11 milhões de habitantes, que hoje. A atual

população da capital paulista é de 11.253.503 habitantes.

Se somarmos os 38 municípios vizinhos da capital, chegaremos a quase 17

milhões de pessoas. (SPTRANS, 2012, p.01)

De acordo com dados de 2007 da ONU, São Paulo é a 5ª maior cidade do

mundo, levando se em conta a população de sua região metropolitana. (NEVES,

2008, p.01). A tabela 1 lista os Maiores Aglomerados Urbanos do Mundo (2005).

Page 32: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

32

Tabela 1 - Dados de aglomerados urbanos

Fonte: www.infocidade.prefeitura.sp.gov.br (2005)

Ainda de acordo com a SPTrans (2004,p.19), São Paulo é a quarta maior

aglomeração urbana, sendo superada por Tóquio, Cidade do México e Bombaim.

Sua área é de 1509 km², sendo 900 km² urbanizados.

No início da década de 70, foi criada, por lei federal, a Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, juntamente com outras oito regiões metropolitanas brasileiras. O objetivo era assegurar a base institucional para o planejamento e a organização espacial dos serviços comuns das cidades que constituíam os maiores aglomerados urbanos do país. O transporte e o sistema viário foram classificados como serviços de interesse metropolitano, sendo, assim, objeto de programas e projetos e de definição de normas para sua execução, cumprimento e controle. (SPTRANS, 2004, p.14)

De acordo com dados da Fecomercio (2012, p.01), a cidade de São Paulo é a

cidade mais rica do Brasil, com um PIB de R$ 389 bilhões e é a 40º maior economia

do mundo.

De acordo com dados do SEADE (2009, p.08) além do maior mercado, a

Região Metropolitana concentra as atividades de gestão de grandes indústrias,

comércios, mercados financeiro e de capitais, informática, telemática, entre outras, o

que atrai grandes grupos empresariais, que optam pela maior contiguidade espacial

das atividades de comando, produção e outros serviços altamente especializados.

Page 33: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

33

O Produto Interno Bruto – PIB da RMSP, em 2006, era de R$ 450,6 bilhões, representando 56,2% do estadual. Trata-se da maior concentração econômica do país, numa escala comparável, na América do Sul, somente com a da Argentina, que tem um PIB praticamente igual a esse. O PIB per capita, nesse mesmo ano, era de R$ 22.899,48, superior em 17% à média do Estado de São Paulo. (SEADE, 2009,p.07)

Segundo Telles (2006) todo o processo evolutivo ocorrido no município de

São Paulo também trouxe o aumento da urbanização da cidade. Esse movimento é

possível de ser notado graças ao crescimento das atividades nas áreas industriais e

no setor de serviços aliado ao aumento da migração de pessoas de diversas regiões

do Brasil e do Mundo.

Vasconcelos (2001, p.164) afirma que a crise nas condições de transporte e

circulação em São Paulo começou a transformar-se em questão de política pública

após o término da Segunda Guerra Mundial. Graças à industrialização e à

terceirização aceleradas, a cidade cresceu e transformou-se em metrópole, tornando

mais complexa a tarefa de promover meios de transporte de passageiros.

De acordo com Barat (2001, p.51) a região metropolitana está inserida num

contexto urbano contínuo, de forma com que se centralize de forma muito

acentuada, ressaltando as atividades desenvolvidas, tendo valor nacionalmente e

mundialmente.

Page 34: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

34

4. MOBILIDADE

De acordo com o dicionário Aurélio (2010, pg.1407), mobilidade é a qualidade

ou propriedade do que é móvel ou obedece as leis do movimento. Também é

definida como a facilidade de mover-se ou de ser movido.

Segundo Tagore e Skidar apud Cardoso (2008, p.42) mobilidade é a

capacidade dos indivíduos se moverem de um lugar para outro e está relacionada

com os deslocamentos diários de determinada população no espaço urbano, não

apenas sua efetiva ocorrência, mas a possibilidade ou facilidade de ocorrências

destas viagens.

A questão da Mobilidade é o grande desafio das cidades contemporâneas, em todas as partes do mundo. A opção pelo automóvel - que parecia ser a resposta eficiente do século 20 à necessidade de circulação - levou à paralisia do trânsito, com desperdício de tempo e combustível, além dos problemas ambientais de poluição atmosférica e de ocupação do espaço público. No Brasil, a frota de automóveis e motocicletas teve crescimento de até 400% nos últimos dez anos. (MOBILIZE BRASIL, 2012, p.01)

De acordo com Marandola. Jr, (2008, p.01), o fator mobilidade é um dos

fenômenos de maior importância na sociedade contemporânea, por se tratar de um

elemento essencial na dinâmica demográfica. A mobilidade envolve o sistema

produtivo de forma que ela está associada à base estrutural do sistema e no dia a

dia da sociedade, que inclui os sistemas de transportes e gestão pública dos

espaços. Marandola ainda ressalta que não é mais possível o tema ser tratado e

definido de forma direta e simples como somente ao ato de se deslocar fisicamente,

mas que a mobilidade também seja considerada um fenômeno propriamente dito.

4.1 Mobilidade X Acessibilidade

Segundo Lemos, Santos e Portugal (2004, p.37) a acessibilidade relaciona-se

à efetividade do sistema de transporte em conectar localidades espacialmente

separadas, enquanto a mobilidade está associada com até que ponto um

determinado indivíduo pode fazer uso do sistema.

A mobilidade é, sem dúvida, o elemento balizador do desenvolvimento urbano. Proporcionar uma adequada mobilidade para todas as classes sociais constitui uma ação essencial no processo de desenvolvimento econômico e social das cidades. (FERRAZ; TORRES, 2004, p.01)

Page 35: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

35

De acordo com Rodrigues Ferreira (2011, p.06) entende-se como

acessibilidade como forma de inclusão social dando hipótese a qualquer indivíduo

de exercer a sua escolha individual e é, portanto, uma abordagem centrada na

“pessoa” e nas suas condições e capacidades físicas, sociais e econômicas e

corresponde à qualidade com que decorrem as deslocações. Já o conceito de

mobilidade relaciona-se ao ato do movimento, condição associada às pessoas e

bens e que relaciona as necessidades de deslocação com as peculiaridades de

cada território, serviços, equipamentos e oportunidades fazendo-se uso de um

conjunto de informação que possa aperfeiçoar as deslocações com acesso a bens

comuns.

Ferraz e Torres (2004, p.01) afirmam que a facilidade de deslocamento de

pessoas é um fator importante na caracterização da qualidade de vida de uma

sociedade e, por conseqüência, do seu grau de desenvolvimento econômico e

social. Esse fator depende das características do sistema de transporte de

passageiros.

4.2 A Mobilidade e os Tipos de Transporte Urbano na Cidade de São Paulo

A mobilidade é uma questão central em todas as cidades do mundo – está

diretamente ligada ao acesso à cidade e aos serviços públicos, ao meio ambiente e

à saúde da população. (NOSSA SÃO PAULO, 2011, p.01).

A mobilidade urbana é um dos principais fatores do desenvolvimento e da

orientação do crescimento da cidade e, por conseguinte, da localização dos

assentamentos habitacionais (DUARTE; LIBARDI; SANCHEZ, 2007, p.13)

Paraense (2011, p.01) define mobilidade Urbana como a capacidade de

deslocamento no espaço urbano para a realização de atividades cotidianas, como

trabalho, abastecimento, educação, saúde, cultura, recreação e lazer. Torna-se

possível realizar estas atividades em um tempo considerado ideal, de modo

confortável e seguro quando se dispõe de mobilidade adequada.

Para Duarte, Libardi e Sanchez (2007, p.13), a natureza dos deslocamentos

dentro de uma cidade depende diretamente da forma como as funções urbanas se

distribuem no território, funções estas que há algumas décadas eram moldadas sob

Page 36: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

36

princípios de especialização de usos no território. Porém este conceito não se

mostrou apto o suficiente para lidar com a dinâmica dos fluxos sociais e econômicos

das cidades, que são cada vez mais complexos.

A gestão do trânsito e da mobilidade urbana está tradicionalmente ancorada em ferramentas e instrumentos de análise e intervenção como a engenharia de tráfego, a fiscalização e a educação para o transito. A experiência bem-sucedida dos países que conseguiram reduzir drasticamente o nível de acidentalidade no trânsito demonstra como eles são indispensáveis. Por outro lado, a qualidade de vida nas cidades, missão de todo gestor público, envolve também outros fatores sociais importantes, como o acesso ao transporte coletivo, o congestionamento de trânsito, a qualidade do ar que se respira, o tempo e a condição de deslocamento da população pobre, dos usuários mais vulneráveis da via e daqueles com dificuldades de locomoção, que decorrem da própria maneira como se planeja e se organiza o deslocamento humano nas cidades. Os espaços públicos, além de limitados fisicamente, são construídos e conservados pelo Poder Público, com recursos de toda a sociedade, cabendo ao gestor do trânsito e da mobilidade, antes de tudo, definir sua utilização de uma maneira mais justa e democrática, num processo de escolha em que a sociedade possa ser protagonista. (DUTRA; PIRES apud VASCONCELOS, 2005, p.05)

De acordo com Ferraz e Torres (2004, p.04), o transporte público urbano –

também chamado transporte público coletivo - é de fundamental importância nas

cidades, por diversas questões; como seu aspecto social e democrático, sendo

acessível às pessoas de baixa renda e alternativa para quem não pode ou prefere

não dirigir. Nas grandes cidades, o transporte público urbano também tem função de

proporcionar uma alternativa de transporte em relação ao automóvel, tendo em vista

à melhoria da qualidade de vida da população, por reduzir a poluição ambiental,

congestionamentos, acidentes de trânsito, entre outras questões. Além disso, há a

possibilidade de uma ocupação e uso mais racional do solo urbano, contribuindo

para tornar as cidades mais humanas e mais eficientes.

Ferraz e Torres (2004, p.04) também afirma que as atividades econômicas da

maioria das cidades dependem do transporte público, por este ser o modo utilizado

por grande parte dos clientes e trabalhadores nas cidades, tornando-se assim

imprescindível para a vitalidade econômica, a justiça social, a qualidade de vida e a

eficiência das cidades modernas. Alguns fatores de qualidade relacionados ao

transporte público que podem ser citados são acessibilidade, freqüência de

atendimento, tempo de viagem, lotação, confiabilidade e segurança.

Segundo a SMT (2010, p.04) a mobilidade urbana no município de São Paulo

é caracterizada por um sistema de transportes complexo, composto de diversas

Page 37: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

37

variáveis e subsistemas. Diariamente, movimentam-se na cidade indivíduos oriundos

dos vários municípios que formam a Região Metropolitana de São Paulo. Na capital,

o transporte coletivo conta com uma estrutura de linhas de ônibus com frota de

aproximadamente 15.000 (quinze mil) ônibus, sob responsabilidade da São Paulo

Transporte S.A. (SPTrans). Os ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes

Urbanos (EMTU) e os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)

e Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) completam o sistema municipal

e interestadual de transporte na cidade.

A mobilidade é desigual nos diversos distritos do município: as populações periféricas, principalmente nas zonas leste, noroeste e sul, realizam praticamente a metade das viagens diárias empreendidas pelas pessoas residentes no centro expandido da cidade. Entre a população de baixa renda, observam-se duas características que restringem suas oportunidades de viagem: maior uso do transporte coletivo (geralmente caro para esta população) e maiores tempos de viagem (explicados pelas maiores distâncias percorridas e baixa velocidade, baixa freqüência e pouca regularidade do transporte coletivo). (SPTRANS, 2004. p.20)

De acordo com a SMT (2010, p.04) o município de São Paulo possui um sério

problema de congestionamento de veículos em suas principais vias e segundo

dados do DETRAN, em março de 2011, a cidade já ultrapassava a marca de 7

milhões de veículos. O crescimento da rede municipal e estadual de transportes

públicos não é acompanhado da integração desses modais com as viagens

motorizadas, o que agrava a situação.

Ao analisar o histórico dos transportes coletivos na Cidade e na Região metropolitana de São Paulo, fica visível a correlação entre os problemas do trânsito e do transporte. Mas nem sempre se pensou assim: os responsáveis pela organização da mobilidade urbana de certa forma aceitaram o advento do automóvel e o seu uso em larga escala como algo inexorável, conseqüente da modernidade. Mas não propuseram a conciliação entre os modos públicos e privados de transporte, como se o tempo se encarregasse da acomodação; ou as cidades fossem capazes de assimilar toda e qualquer quantidade de automóveis, como se tentou nos Estados Unidos. (MURGEL BRANCO, 2011, p.09)

Segundo a SPTrans (2006, p.25) no que diz respeito a gestão do serviço de

transporte coletivo no município de São Paulo, há a participação do governo em dois

níveis (Estado e Município) e quatro empresas estatais (Metrô, CPTM, EMTU/SP e

SPTrans). O Estado é responsável por administrar o sistema sobre trilhos, através

do Metrô e da CPTM e também da gestão do serviço intermunicipal de ônibus,

Page 38: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

38

através da EMTU. Já o Município de São Paulo gerencia o serviço de ônibus interno

da cidade, pela SPTrans.

De acordo com Biderman (2008, p.01) atualmente há 313 km de linhas de

metrô e trem utilizados no transporte de passageiros na Região Metropolitana. Esse

valor representa menos da metade das redes de Londres, Berlim ou Nova Iorque,

grandes metrópoles mundiais, porém todas localizadas em regiões metropolitanas

menores do que São Paulo.

4.2.1 Ônibus

De acordo com Vasconcelos (2005, p.45) o ônibus é a forma de transporte

público mais comum no mundo, podendo transportar entre 22 e 45 pessoas

sentadas (há ônibus para viagens rodoviárias com maior capacidade) e cerca da

mesma quantidade de passageiros em pé. Nos últimos anos, houve o surgimento de

veículos articulados (com duas partes) e biarticulados (com três partes), com maior

capacidade de transportar passageiros. O ônibus é considerado o meio mais

importante para transportar as pessoas no Brasil e no país todo, em 2003, sua frota

era de cerca de 340.000 unidades, trabalhando no transporte interestadual,

intermunicipal e dentro das cidades.

Para Ferraz e Torres (2004, p.41) o ônibus é um veículo cuja movimentação

precisa ter dimensões compatíveis com a geometria das vias urbanas no que é

relativo à largura das faixas de trânsito e aos raios das curvas. Os veículos são

fabricados com diferentes características no que diz respeito ao comprimento e

capacidade, à suspensão, à caixa de câmbio, ao número de portas, à posição do

motor e o tipo de combustível.

Segundo Ribeiro e Deodoro (2012, p.01), um levantamento realizado pela

SPTrans feito em 2012 mostra que atualmente são feitas cerca de 9,8 milhões de

viagens de ônibus em São Paulo.

Page 39: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

39

Figura 2 – Passageiros aguardam partida de ônibus em terminal urbano da cidade de São Paulo.

Fonte: SPTrans (2011).

4.2.2 Trem

De Acordo com Ferraz e Torres (2004, p.54) o trem possui características

regionais, e o transporte normalmente é realizado nas grandes cidades por trens

comuns, utilizando os mesmos leitos do transporte ferroviário interurbano. A

bilhetagem é feita nas estações.

Segundo Vasconcelos (2005, p.52), os trens e os metrôs urbanos são os

veículos de transporte coletivo com maior capacidade. Nos países mais ricos,

grandes cidades construíram grandes sistemas de trens urbanos no século XIX,

sendo considerada a forma mais antiga e mais comum de transporte de grande

capacidade. As ferrovias urbanas são normalmente construídas em superfície -

como o sistema do Rio de Janeiro (antiga Central do Brasil) - e podem ser operadas

com energia elétrica ou com locomotivas a diesel.

Na grande São Paulo, existem mais de 260 quilômetros de linhas

operacionais de linhas de trens metropolitanos, e 89 estações (CPTM, 2012, p.01).

Vinculada à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos [STM], a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos [CPTM] foi fundada em 28 de maio de 1992, com a promulgação da Lei Paulista n° 7.861. Coube à companhia assumir os sistemas de trens da Região Metropolitana de São Paulo, operados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU [Superintendência de Trens Urbanos de São Paulo - STU/SP] e pela Ferrovia Paulista S/A - Fepasa. Com isso, recebeu como herança um sistema ferroviário de quase um século de existência, completamente sucateado e a missão de promover de forma contínua a melhoria dos serviços (CPTM, 2012, p.01).

A figura 3 mostra o mapa atual das linhas de trens urbanos no estado de São

Paulo e a figura 4 mostra um dos modelos utilizados nas linhas.

Page 40: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

40

Figura 3 – Mapa da rede CPTM

Fonte: CPTM (2012)

Page 41: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

41

Figura 4 – Trens e composições utilizadas nas linhas de trem da CPTM

Fonte: CPTM (2012)

4.2.3. Metrô

Segundo Ferraz e Torres (2004, p.50), a denominação metrô é empregada

para designar trens urbanos que se movimentam por vias específicas totalmente

isoladas e com operação automatizada, desta forma tornando possível a operação

com maior velocidade, oferecendo uma maior eficiência no transporte. Esse tipo de

transporte público é movido à energia elétrica, e o nível de automação geralmente é

grande. Esse sistema, normalmente, é todo automatizado, e as vias utilizadas são

na maioria das vezes subterrâneas, embora não sejam anormais trechos aéreos, ou

no nível do solo utilizando antigos trechos ferroviários. Nessa modalidade de

transporte público, os carros utilizados no metrô tem entre 2,5 e 3,2m de largura, e

entre 15 e 23m de comprimento, com capacidade para 150 a 250 passageiros,

dependendo do tamanho e da posição dos bancos da composição. No metrô, as

composições andam normalmente em comboio de 4 a 10 unidades interligadas, e

também como ocorre no trem urbano, a bilhetagem ocorre nas estações.

Page 42: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

42

O metrô é urna forma de transporte ferroviário que ficou mais associada ao transporte subterrâneo, característico das cidades grandes, onde no há espaço para colocá-lo na superfície. Mas o metrô também pode ser construído na superfície assim como em pistas elevadas, como acontece com o metrô de São Paulo nas avenidas Radial Leste, Tiradentes e Cruzeiro do Sul. O metrô tem uma característica importante: ele é sempre movido a energia elétrica. Isso evita que sejam lançadas na atmosfera grandes quantidades dc poluentes, o que ocorreria caso os usuários do metrô precisassem usar ônibus ou automóveis (VASCONCELOS, 2005, p.54).

Dados do Metrô de São Paulo em 2012 informam que o sistema iniciou suas

operações no ano de 1972, e atualmente possui mais de 74 km de extensão, e

atende cerca de 4 milhões de usuários por dia.

Na figura 5 podemos ver um dos modelos utilizados atualmente pelo metrô de

São Paulo e a figura 6 mostra o atual mapa das linhas de metrô em operação na

cidade de São Paulo.

Figura 5 – Mapa da rede de Metrô de São Paulo

Fonte: Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRÔ) (2012)

Page 43: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

43

Figura 6 – Mapa da rede de Metrô de São Paulo

Fonte: Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRÔ) (2011)

.

Page 44: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

44

5. ZONA LESTE DE SÃO PAULO

As transformações sócio-espaciais da cidade de São Paulo, especialmente da

zona Leste desde as primeiras décadas do século XX foram responsáveis pela

mudança da categoria urbana de subúrbio para a periferia que conhecemos hoje.

(SOUZA apud UNIVERSIA, 2003, p.01).

Segundo pesquisa feita pela Folha de São Paulo (2012, p.02), a região leste é

a mais populosa da capital paulista. São 3,9 milhões de habitantes, cerca de 35%

dos moradores de São Paulo, de acordo com dados do IBGE.

De acordo com a SPTrans (2006, p.70), a região leste da cidade de São

Paulo esta inserida numa área que era ocupada por índios das famílias Jê

(Guayaná) e Tupi-Guarani (Tupiniquim), no início do período colonial. Os tupiniquins

eram sedentários e agricultores, enquanto os Guayaná seriam nômades e tinham a

caça e a coleta. Pelos relatos dos jesuítas, ao chegarem as terras paulistas, haviam

muitas aldeias indígenas assentadas em patamares próximos aos grandes eixos

fluviais. Em 1622, numa suave colina próxima ao encontro das águas do córrego

Itaquera com o rio Tietê, ergueu-se a capela de São Miguel, um dos marcos iniciais

da ocupação da região que denominamos “zona leste” de São Paulo.

De acordo com Ramalhoso (2010, p.02) até o século 19, a grande área que

abrange as margens dos rios Tamanduateí, Tietê e afluentes era em sua maior parte

rural, com pequenos núcleos, como o da Penha e o de São Miguel Paulista, que

remontam aos tempos iniciais da colonização portuguesa, e cruzada por quem se

aventurava nos caminhos entre a vila de São Paulo, o Vale do Paraíba e o Rio de

Janeiro.

À medida que a cidade foi ganhando suas vilas e seus bairros, a divisão

sócio-territorial da população ficou mais evidente: lugar dos grupos dominantes

(minoria) e lugar dos grupos dominados (maioria) (SOUZA apud UNIVERSIA, 2003,

p.01).

Segundo a SPTrans (2006, p.71), a partir do final do século XVIII e início do

século XIX, inicia-se o desenvolvimento econômico do planalto paulista em

decorrência da expansão do café, da multiplicação das vias férreas e da entrada do

imigrante europeu, sobretudo o italiano (o recenseamento de 1890 mostra a

duplicação da população em vinte anos). São Paulo passa a se expandir e ao seu

leste surgem os bairros do Pari, Brás e Mooca. O bairro da Penha, até então isolado,

Page 45: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

45

passa a ser considerado subúrbio da capital paulista, para, no início do século XX,

ganhar status de bairro periférico. Pode-se notar que a ocupação da zona Leste

inicia-se com mais força ao longo do eixo da via férrea leste-oeste.

Do outro lado, no extremo leste da cidade, estão as chamadas zonas de fronteira, que concentram os piores indicadores de vulnerabilidade social e urbana. É uma região que cresceu no correr dos anos 80 e conheceu uma verdadeira explosão demográfica na década dc 1990, com gente vinda dc outras paragens da cidade ou, então, migrantes mais recentes, uns e outros sem alternativas, a não ser a instalação precária nesses confins pontilhados por grandes, alguns imensos, conjuntos habitacionais em torno dos quais foram se espalhando assentamentos irregulares, favelas e, sobretudo, as ocupações. Grilagem e conflitos de terra são uma marca desse pedaço da cidade. Em relação aos pólos de emprego e serviços, é tudo muito distante e os deslocamentos são demorados e penosos. (TELLES, 2006, p.18)

Segundo Ramalhoso (2010, p.02) ao longo do século 20, a ocupação da Zona

Leste avançou pelas áreas rurais rumo aos limites do município, favorecida pela

topografia sem grandes acidentes, pelos baixos preços das terras e, principalmente,

pelo poder público, ora se omitindo, ora implantando ele próprio moradias nos

extremos da região. Com a transferência de moradores do outros lugares da cidade

e a chegada de migrantes de várias partes do país, a região tornou-se a mais

populosa de São Paulo e formou uma grande periferia e apesar de possuir enorme

potencial para se tornar um importante eixo de crescimento, a administração pública

privilegiava a estruturação do quadrante Sudoeste, predominado pela elite

paulistana. Em 1968, por exemplo, quando finalmente o metrô começou a ser

construído na cidade, a prefeitura priorizou a implantação da linha Norte-Sul, de

baixa demanda, em detrimento dos projetos voltados para a ligação Leste-Oeste. Na

década de 70, quando decidiu o que fazer na Zona Leste, o Metrô descartou

projetos mais complexos e optou pela construção de uma linha paralela ao antigo

traçado da Estrada de Ferro do Norte, que chegaria ao então bairro rural de

Itaquera, no extremo leste.

De acordo com o Metrô (2012, p.06), em março de 1975 é iniciada a

construção da Linha Leste-Oeste, atualmente denominada Linha 3-Vermelha. A

concepção da obra, majoritariamente de superfície, permitiu a diminuição de custos,

o que tornou possível triplicar a extensão anteriormente planejada para a linha.

Ligando a Barra Funda a Itaquera, e interligada à Linha 1-Azul na Estação Sé, a

Linha 3-Vermelha deveria atender à crescente demanda por transporte da zona

leste.

Page 46: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

46

Como podemos observar pelos apontamentos e estudos apresentados, assim

deram-se as origens da principal problemática apresentada neste trabalho: a

ocupação desordenada da região leste de São Paulo e as dificuldades de

mobilidade enfrentadas no transporte público. A seguir serão apresentadas as

principais vias da Zona Leste e como são utilizadas pelo transporte coletivo.

5.1 A Estrutura do Transporte Público Urbano na Zona Leste

A região leste do município de São Paulo é a 2ª maior em território, com

aproximadamente 298,8 km² (FAVA, 2010, p.01) e possui a maior parte da

população da cidade. Dos mais de 11 milhões de habitantes da cidade de São

Paulo, 3,9 milhões vivem na região, e cerca de 2 milhões utilizam do transporte

público para locomover-se pelo município, segundo dados apresentados pela

pesquisa DNA Paulistano da Folha de São Paulo (2012, p.03).

De acordo com citação da Revista CompanySul (2009, p.01) a Prefeitura de São

Paulo reconhece 10 zonas geográficas, utilizadas para referência de localização na

cidade. Com o estabelecimento dessa divisão, a cidade foi dividida radialmente a

partir do centro, e cada uma das zonas é representada por uma cor diferente nos

ônibus urbanos e na cor das placas de rua, e este critério começou a ser adotado a

partir de 2007. Porém o único critério usado para essa divisão são os limites

geográficos (avenidas, rios, etc.), não havendo necessariamente relação com as

divisões administrativas. É até possível, com esta divisão realizada, de um mesmo

distrito estar parte em uma zona, parte em outra.

Segundo a SPTrans (2012, p.01), O Sistema Municipal de Transporte é

composto por uma rede integrada criada em 2003 pela Secretaria Municipal de

Transportes, em conjunto com a SPTrans. Essa rede permite um deslocamento mais

rápido e a racionalização do uso dos meios de transporte na cidade. Esse sistema é

composto por dois subsistemas:

• Estrutural: Linhas operadas por veículos de médio e grande porte

(articulados, biarticulados e comuns), destinadas a atender altas

demandas elevadas e integrar diversas regiões às áreas centrais da

cidade. É a espinha dorsal do transporte coletivo.

Page 47: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

47

• Local: Alimenta a malha estrutural e atende aos deslocamentos internos

nos subcentros com linhas operadas por ônibus comuns e veículos de

menor porte, como micro e mini ônibus.

Ainda de acordo com a SPTrans, para facilitar a organização das linhas, a cidade

foi loteada em oito áreas, cada qual com uma cor diferente e operada por um

consórcio e uma cooperativa, e os veículos seguem o mesmo padrão de cores. A

figura 7 mostra quais os consórcios e cooperativas que são responsáveis pelo

transporte público em cada região operacional do município de São Paulo.

Figura 7 – Divisão operacional SPTrans – Empresas e Cooperativas por região.

Fontes: São Paulo Transportes (SPTrans) (2012).

Page 48: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

48

Figura 8 – Mapa do Sistema municipal de transporte e suas áreas de operação

Fontes: São Paulo Transportes (SPTrans) (2012).

Como é possível observar pelas figuras 7, 8 e 9, a região leste do município é

e dividida em 3 regiões de operação pelo transporte público sob pneus na cidade e

os consórcios que operam na região são Consorcio Plus (Área 3-Nordeste),

Consorcio 4Leste (Área 4-Leste) e Via Sul (Área 5-Sudeste).

Page 49: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

49

Figura 9 – Distritos da Zona Leste de São Paulo

Fonte: Newsleste (2012).

Conforme é possível observar na figura 9, a área da região leste de São Paulo é

dividida por 3 regiões operacionais, além da parte que está inserida no centro

expandido. O centro expandido, de acordo com definição apresentada pela SPTrans

em 2004, é a área com 143 km² interna ao mini-anel viário, formado pelas vias

marginais dos rios Tietê e Pinheiros, avenidas dos Bandeirantes, Juntas Provisórias,

Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello e Salim Farah Maluf (NEWSLESTE, 2012,

p.03).

A tabela 2, de acordo com dados de pesquisa da Prefeitura de São Paulo em

2008, mostra quais as subprefeituras que compõem a região leste da cidade e os

distritos pertencentes à região:

Page 50: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

50

Tabela 2 – Região Leste do Municipio de São Paulo – Subprefeituras e Distritos Municipais

Subprefeituras Distritos

Aricanduva/Formosa/Carrão

Aricanduva

Carrão

Vila Formosa

Cidade Tiradentes Cidade Tiradentes

Ermelino Matarazzo Ermelino Matarazzo

Ponte Rasa

Guaianases Guaianases

Lajeado

Itaim Paulista Itaim Paulista

Vila Curuçá

Itaquera

Cidade Líder

Itaquera

José Bonifácio

Parque do Carmo

Mooca

Água Rasa

Belém

Brás

Mooca

Pari

Tatuapé

Penha

Artur Alvim

Cangaíba

Penha

Vila Matilde

São Mateus

Iguatemi

São Mateus

São Rafael

São Miguel

Jardim Helena

São Miguel

Vila Jacuí

Vila Prudente/Sapopemba

São Lucas

Sapopemba

Vila Prudente

Fonte: infocidade.prefeitura.sp.gov.br (2008)

Page 51: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

51

Figura 10 – Mapa da área da Zona Leste de São Paulo

Fonte: Pesquisa DNA Paulistano (Folha de São Paulo) (2012).

Page 52: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

52

Abaixo na tabela 3 são apresentadas as características das áreas de operação

dentro da região leste e os principais eixos viários utilizados pelo transporte público

para acessar o centro da cidade e interligar-se a demais regiões do município de

São Paulo. Já a figura 11 mostra o atual sistema sobre trilhos atuante na região

metropolitana de São Paulo.

Tabela 3 – Sistema municipal de transporte: Características das áreas de operação

Área de

Operação

Subprefeituras

Eixos principais de

transporte

Vias

3 – Nordeste

Penha, Ermelino Matarazzo, São Miguel e

Itaim Paulista

Linha F da CPTM

Linha 3-Vermelha do Metrô e

Expresso Leste da CPTM

Radial Leste

Avenidas Rangel Pestana, Celso

Garcia, Amador Bueno, São Miguel

e Marechal Tito

4 – Leste

Aricanduva, Itaquera, Guaianases, Cidade

Tiradentes e São Mateus

Radial Leste

Avenidas Rangel Pestana, Celso

Garcia, Amador Bueno, São Miguel

e Marechal Tito

Linha 3-Vermelha do Metrô e

Expresso Leste da CPTM

5 – Sudeste

Sacomã e Ipiranga

Avenida do Estado

Avenidas do Estado e Juntas

Provisórias

Linha 2-Verde do Metrô

Fonte: São Paulo Transportes (SPTrans) (2006)

Page 53: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

53

Figura 11 – Mapa do Transporte Metropolitano de São Paulo

Fonte: Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRÔ) (2012).

Page 54: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

54

As figuras 12 e 13 mostram onde estão localizados os terminais de ônibus na

cidade de São Paulo. Na figura 12 é possível observar os terminais municipais da

SPTrans, já na figura 13 além destes também é possível visualizar os terminais

presentes em estações de trem e metrô, os terminais intermunicipais administrados

pela EMTU e os terminais rodoviários.

De acordo com Vasconcelos (2005, p.21) os terminais são construções

realizadas para a operação dos ônibus. Podem ser rodoviários, atendendo ônibus

interurbanos, ou municipais quando atendem os ônibus da cidade. No caso do

transporte urbano, os terminais servem para as pessoas trocarem de ônibus, para

atingir os destinos finais. Muitas vezes esta troca não é desejada pelas pessoas –

que poderiam ter linhas diretas ligando sua origem ao seu destino – mas é

necessária para otimizar o sistema de transporte da cidade e para viabilizar ligações

que não comportariam uma linha direta. Quando o terminal for indispensável, os

maiores objetivos devem ser construí-lo de forma a que seja confortável para os

usuários e organizar as chegadas e partidas dos ônibus de forma a minimizar o

tempo de transferência dos passageiros.

Page 55: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

55

Figura 12 – Terminais de ônibus no município de São Paulo

Fonte: São Paulo Transportes (SPTrans) (2012).

Page 56: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

56

Figura 13 – Transporte Público Coletivo em São Paulo – Estrutura da Oferta

Fonte: Tácito Pio da Silveira (SPTrans) – DT/SPT (2011).

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57

De acordo com as informações apresentadas nas figuras 9, 10, 11, 12 e 13

cada região operacional na zona leste é delimitada da seguinte forma:

• ÁREA 3 - NORDESTE: A região é representada pela cor amarela, esta

compreendida entre a Marginal Tietê, a Radial Leste, a avenida Salim

Farah Maluf e os limites com os municípios de Guarulhos, Ferraz de

Vasconcelos e Itaquaquecetuba. Nesta região, está localizada a USP

Leste, além de bairros como Penha e São Miguel Paulista.

Na região estão localizados 4 terminais de ônibus da cidade de São Paulo

(Aricanduva, Penha, A.E. Carvalho e São Miguel), além do trecho entre as

estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera da linha 3-vermelha do Metrô, na

divisa com a área 4-Leste e paralela à Avenida Radial Leste. Também

estão localizados na região os trechos das linhas da CPTM 12-Safira

(Antiga Linha F) entre as estações Tatuapé e Jardim Romano e 11-Coral

(Antiga Linha E) entre as estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera, ambas

interligadas com as estações do Metrô.

• ÁREA 4 - LESTE: A região é representada pela cor vermelha, delimita-

se entre a Radial Leste, avenidas Salim Farah Maluf, Sapopemba, Jacu-

Pêssego e o limite com os municípios de Itaquaquecetuba, Ferraz de

Vasconcelos, Poá, Santo André e Mauá. Nesta região está localizado

o Parque do Carmo, além de bairros como Jardim Anália Franco e Cidade

Tiradentes.

De acordo com a SPTrans (2012), encontra-se na região estão localizados

2 terminais de ônibus da cidade de São Paulo (Vila Carrão e Cidade

Tiradentes), 1 terminal de ônibus metropolitano na divisa com a área 5-

sudeste (São Mateus), o trecho entre as estações Tatuapé e Corinthians-

Itaquera da linha 3-vermelha do Metrô, na divisa com a área 3-nordeste.

Ainda está localizado na região o trecho da linha da CPTM 11-Coral (Antiga

Linha E) entre as estações Tatuapé e Guaianazes.

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58

• ÁREA 5-SUDESTE: Região representada pela cor verde escura. É a

área compreendida entre as Avenidas Professor Luís Inácio de Anhaia

Melo, Sapopemba, Juntas Provisórias, o Complexo Viário Maria Maluf e a

Rodovia dos Imigrantes e o limite com os municípios de Diadema, São

Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Santo André. Nesta região

estão localizados bairros como Sacomã, Vila Prudente e Sapopemba.

Como é possível verificar-se na figura 6, parte da área está inserida dentro

da região Sul do município de São Paulo.

De acordo com a SPTrans (2012), a parte que abrange a zona leste estão

localizados 2 terminais de ônibus municipais (Vila Prudente e Sapopemba)

além da estação Vila Prudente da linha 2-verde do Metrô. Atualmente está

sendo feita na região o prolongamento da linha 2-verde do Metrô, que será

feito através de sistema de monotrilho, por via elevada. Este

prolongamento ligará a estação Vila Prudente até o distrito de Cidade

Tiradentes, no extremo da área 4-Leste.

• Devemos observar como mostra a figura 6 e confrontando as informações

das tabelas 2 e 3, no que se trata à região leste do município, além das 3

área operacionais Nordeste, Leste e Sudeste, ainda está inserida na

região parte do centro expandido, que incluí parte dos distritos de Vila

Prudente e Água Rasa, além do toda a área dos distritos da Mooca,

Belém, Brás e Pari. Nesta área esta inclusa a estação Brás da CPTM que

interliga as linhas 10-Turquesa, 11-Coral e 12-Safira e a estação Mooca

da linha 10-Turquesa, além do trecho entre as estações Brás e Belém da

linha 3-vermelha do Metrô.

Com as informações apresentadas, é possível observar que embora

tenhamos um sistema operacional estruturado e boas opções para a locomoção

dentro da cidade e da região metropolitana, este mesmo sistema de transporte há

alguns anos vem mostrando-se insuficiente e não vem atingindo com a eficiência

necessária. Isto é possível se comprovar com a grande quantidade de panes e

problemas operacionais no modo ferroviário de transporte publico urbano nos

ocorridas recentemente e com maior freqüência, como se pode comprovar através

de informações obtidas em noticiários e jornais.

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59

6. ESTUDO DE CASO: O TRANSPORTE PÚBLICO NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO – DISPONIBILIDADE X DEMANDA.

Conforme apresentado nos capítulos anteriores, no que se trata referente ao

transporte público urbano dentro da zona leste de São Paulo, a principal estrutura

atual é formada pela rede de ônibus municipal, funcionando em conjunto com a

CPTM e o Metrô. Ao analisar a questão da mobilidade e todos os meios de

transporte utilizados, o gráfico abaixo comprova que estrutura citada é também a

mais utilizada pela população para locomoção dentro do município de São Paulo e

arredores:

Gráfico 1 – Meios de transportes utilizados em São Paulo

Fonte: Urban Ages South America (2008)

É preciso notar também que, conforme a variação de renda da população, ela

irá optar pelo método de transporte que melhor o atender. É possível ver que a

mobilidade a pé diminui com o aumento da renda, mas está presente até nas

famílias de renda alta. A mobilidade por transporte público aumenta até a faixa de

renda entre R$ 1600 e R$ 3000, para então diminuir. A mobilidade por automóvel

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60

aumenta - e rapidamente - à medida que aumenta a renda familiar conforme estudo

apresentado por Vasconcelos (2005, p. 33) no gráfico 2.

Gráfico 2 – Índice de mobilidade, modo e renda – Região Metropolitana de São Paulo

Fonte: A cidade, o Transporte e o Trânsito – Eduardo Vasconcelos (2005)

Ainda sobre a questão da mobilidade em relação à renda familiar, como é

possível observar no gráfico 3, no que diz respeito a Zona Leste da cidade de São

Paulo, de acordo com dados publicados pela Folha de São Paulo na pesquisa DNA

Paulistano (2012, p. 05), aponta que a região tem renda média geral de até R$ 1244

para 33% dos moradores, entre R$ 1245 a 3110 para 38% e renda superior a R$

3111 para 15% de quem vive na zona leste.

Gráfico 3 – Zona Leste de São Paulo – Renda média familiar

Fonte: Pesquisa DNA Paulistano (Folha de São Paulo) (2012).

Page 61: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

61

A mesma pesquisa aponta também que para se deslocar ao trabalho, o

morador da região leste utiliza, majoritariamente, do transporte público urbano (57%

ao todo), somando-se as porcentagens dos meios disponíveis na cidade, conforme

apresenta o gráfico 4.

Gráfico 4 – Como vai trabalhar – Zona Leste de São Paulo

Fonte: Pesquisa DNA Paulistano (Folha de São Paulo) (2012).

Confrontando as informações apresentadas nos gráficos 2, 3 e 4, é possível

entender, com dados mais precisos, o quão importante e fundamental é a questão

da mobilidade urbana e o transporte público na Zona Leste de São Paulo e como se

faz necessária o aumento de sua disponibilidade devido a alta demanda de

passageiros. Esses valores deixam claro que, devido à grande quantidade de

pessoas transportadas diariamente, a atual rede de transporte público urbano em

São Paulo não é suficiente para transportar o número de passageiros que a utilizam.

Na Zona Leste, este quadro é ainda mais nítido, devido à região ser a mais populosa

da cidade e ter a menor oferta de empregos, conforme é possível observar nas

figuras 14 e 15, de levantamento feito em 2011 pela Folha de São Paulo (2011, p.

C5).

Page 62: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

62

Figura 14 – Relação entre empregos e habitantes (Área da Zona Leste do município de São Paulo e

Arredores)

Fonte: Folha de São Paulo (2011).

Figura 15 – Relação entre empregos e habitantes (Área da Zona Leste do município de São Paulo e

Arredores)

Fonte: Folha de São Paulo (2011).

Ainda de acordo com este levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo

em 2011, é possível observar pela tabela 4 e figuras 16 e 17 abaixo uma análise das

Page 63: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

63

regiões da cidade de São Paulo que possuem melhor e pior oferta de empregos,

melhor renda e o tempo de deslocamento médio de regiões com menor oferta de

empregos para outras com maior disponibilidade de vagas de trabalho.

Tabela 4 – Taxas de Atividade – Emprego/Habitante

Fonte: Folha de São Paulo (2011).

Figura 16 – Análise nas Subprefeituras – Renda, Emprego e Desemprego

Fonte: Folha de São Paulo (2011).

Page 64: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

64

Figura 17 – Tempo de Deslocamento com Transporte Público

Fonte: Folha de São Paulo (2011).

Com as informações mostradas por este levantamento feito pela Folha de

São Paulo em 2011, além das informações já apresentadas até então nesta

pesquisa, mostram a grande necessidade de se deslocar para trabalhar que a

população da região leste do município de São Paulo possui, visto que,

principalmente no seu extremo há pouca oferta de empregos, um grande número de

habitantes e uma renda inferior que a de outras regiões mais próximas do centro da

cidade. Além disso, como as regiões com maior oferta de vagas estão distantes da

região leste do município, há um gasto de tempo maior durante este deslocamento.

Analisando a tabela 5 e os gráficos 5 e 6, para efeito de comparação, é

possível observar que cidades como Nova York possui uma rede de metro de

aproximadamente 369 km de linhas e Buenos Aires, com 55,6 km de extensão

(DUARTE, 2011, p.01) e ambas possuem uma maior utilização do transporte público

em relação ao transporte privado, embora a extensão do metrô de Buenos Aires seja

menor que a de São Paulo.

Page 65: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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Tabela 5 – Dados comparativos do metrô nas cidades mundiais

Fonte: Blog Curiocidade (Estadão) (2011)

Gráfico 5 – Meios de transportes utilizados em Nova Iorque

Fonte: Urban Ages South America (2008)

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Gráfico 6 – Meios de transportes utilizados em Buenos Aires

Fonte: Urban Ages South America (2008)

De acordo com levantamento realizado pela SPTrans (2011), em toda a

região metropolitana de São Paulo, o total da frota de ônibus é de aproximadamente

30 mil veículos, sendo 15 mil da SPTrans, operando dentro da cidade de São Paulo.

Já o Metrô tem 74 km de extensão, e a rede da CPTM tem 270 km de rede, sendo

130 km na capital. Temos ainda na região metropolitana um total de 160 km de

corredores ônibus, sendo desse total 133 operados na capital pela SPTrans. Estima-

se ainda que, diariamente, o Metro transporte 3,9 milhões de pessoas, enquanto a

CPTM 2,3 milhões e a SPTrans 10,3 milhões de passageiros. Esses valores

totalizariam aproximados 16,4 milhões de pessoas utilizando o transporte público

urbano dentro da região metropolitana de São Paulo, circulando, principalmente, na

capital. A figura 18 mostra a estrutura da oferta da frota utilizada nas linhas da

SPTrans no município de São Paulo, com o número de veículos disponível por

modelo. (SILVEIRA, 2011, p.18)

Page 67: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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Figura 18 – Transporte Público Coletivo em São Paulo – Frota Utilizada nas Linhas

Fonte: Tácito Pio da Silveira (SPTrans) – DT/SPT (2011).

A figura 19 mostra a capacidade de transporte de passageiros por veiculo e o

tamanho que cada modelo ocupa na via.

Figura 19 – Transporte Público Coletivo Urbano – Escolha da tecnologia – Ônibus Urbano

Fonte: Tácito Pio da Silveira (SPTrans) – DT/SPT (2011).

Page 68: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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Em relação à capacidade desses veículos, a figura 20 faz um comparativo

entre a quantidade de passageiros que os veículos coletivos e particulares podem

transportar e o impacto de ocupação de cada um deles nas vias públicas.

Figura 20 – Racionalização da circulação

Fonte: SPTrans (2009).

Também é possível comprovar a grande capacidade de transporte de

passageiros que o metrô tem (a capacidade de uma composição), conforme mostra

a figura 21:

Figura 21 – Transporte Público Coletivo Urbano – Definições Técnicas – Espaço Viário Ocupado

Fonte: Tácito Pio da Silveira (SPTrans) – DT/SPT (2011).

Page 69: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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O gráfico 7 faz um comparativo em relação ao tipos de transporte coletivos

existentes e a capacidade de transporte de passageiros por hora e também em

horário de pico (os valores de ‘passageiros / hora’ e ‘passageiros / hora pico’ estão

em escala de mil).

Gráfico 7 – Capacidade da oferta – Comparação entre modos

Fonte: Mobilize Brasil (2012)

Com as informações apresentadas, é possível observar que o Metrô Pesado,

modelo comumente utilizado nas linhas de metrô em São Paulo, possui capacidade

de transportar até 80 mil passageiros por hora no horário de pico. Levando-se em

conta a grande demanda que a cidade de São Paulo, sobretudo a Zona Leste

possui, a quantidade de linhas que o metrô possui atualmente é insuficiente para

transportar toda a população que utiliza do transporte público coletivo.

No que diz respeito à mobilidade no espaço urbano, em São Paulo, é possível

observar que muitas vezes, com um transporte público insuficiente para transporte

de alta demanda de passageiros, muitas vezes a população acaba por optar o

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transporte individual para se locomover na cidade, o que muitas vezes não é viável,

visto que um veiculo pode transportar no máximo até 5 pessoas e a aglomeração

destes ocupa mais espaço nas vias, tendo menor capacidade de transportar

pessoas se comparando com ônibus, trem ou metrô, causando congestionamentos e

travando o fluxo das vias. Os dados das figuras 22 e 23, de estudo feito pela Folha

de São Paulo com dados da CET confirmam está constatação (2012, p.01).

Figura 22 – Distribuição de veículos nas principais vias da cidade durante os horários de pico.

Fonte: Folha de São Paulo (2012).

Page 71: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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Figura 23 – Distribuição de veículos nas principais vias da cidade durante os horários de pico.

Fonte: Folha de São Paulo (2012).

Ainda de acordo com este estudo, nos horários de pico em São Paulo, cerca

de um terço (28%) dos paulistanos se desloca de carro pela cidade, assim ocupando

78% do espaço nas principais vias. Segundo o levantamento, uma pesquisa do

IBGE encomendada pela Rede Nossa São Paulo, em 2011, mostrou que 82% dos

paulistanos deixariam o carro em casa se o transporte público tivesse qualidade.

(CORREA, 2012, p.01)

Referente ao transporte público na Zona Leste, no que diz respeito às linhas

de ônibus que a SPTrans monitora na região, é possível observar com dados

fornecidos pela própria empresa como é o comportamento e o trajeto das linhas que

operam em cada região operacional na Zona Leste e quais destinos elas possuem

dentro do município de São Paulo. As figuras 24, 25 e 26 mostram o caminho

realizado pelas linhas de origem nas áreas 3-Nordeste, 4-Leste e 5-Sudeste,

respectivamente.

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Figura 24 – Área 3-Nordeste – Circulação dos ônibus da região na cidade de São Paulo.

Fonte: Tácito Pio da Silveira (SPTrans) – DT/SPT (2011).

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Figura 25 – Área 4-Leste – Circulação dos ônibus da região na cidade de São Paulo.

Fonte: Tácito Pio da Silveira (SPTrans) – DT/SPT (2011).

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Figura 26 – Área 5-Sudeste – Circulação dos ônibus da região na cidade de São Paulo.

Fonte: Tácito Pio da Silveira (SPTrans) – DT/SPT (2011).

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É possível observar, conforme a figura 24, que na área 3-Nordeste, as linhas

de ônibus têm circulação maior dentro da própria região e na área central da cidade.

Também há fluxo dentro da área 4-Leste e poucas linhas trafegam dentro de outras

áreas operacionais.

A figura 25 mostra que na área 4-Leste, os ônibus possuem trafego maior

dentro da própria região e na área central da cidade. Também há circulação de

linhas nas áreas 3-Nordeste e 5-Sudeste e não há operação de linhas da área 4 em

demais regiões da cidade.

De acordo com a figura 26, na área 5-Sudeste, há grande circulação de linhas

de ônibus dentro da área central do município, na área 4-Leste e na própria área 5.

Também há alguma circulação nas demais regiões da cidade, e apenas a área 1-

Noroeste não possui trafego de ônibus de origem da área 5. Este panorama mostra

que a área 5-Sudeste possui uma melhor dinâmica e conexão com as demais áreas

do município de São Paulo, porém é preciso ressaltar que parte desta área

operacional está inserida dentro da Zona Sul do município, e não apenas na região

leste.

Complementando as informações apresentadas neste estudo de caso, foi

realizada uma pesquisa com profissionais da área de transporte público para

esclarecimento de algumas questões pertinentes a operação na Zona Leste de São

Paulo.

Segundo Tácito Pio da Silveira, profissional da área de superintendência de

planejamento de transporte da SPTrans, em relação a Zona Leste de São Paulo, na

área 3-Nordeste, linhas vindas da região dos distritos Jardim Helena e Itaim Paulista

com destino a região central da cidade, em especial o Terminal Parque Dom Pedro

II, são as que possuem a maior demanda de passageiros. Dois exemplos de linhas

que podem ser citados são: 2552-10 Vila Mara – Terminal Parque Dom Pedro II e

3459-10 Itaim Paulista – Terminal Parque Dom Pedro II.

Tácito ainda informa que na área 4-Leste, as linhas com destino a estações

de metrô e ao centro da cidade possuem grande fluxo de passageiros. As linhas

com maior demanda são oriundas da região dos distritos de Cidade Tiradentes,

Iguatemi e São Mateus. É possível citar como exemplo as linhas 309T-10 Cidade

Tiradentes – Terminal Princesa Isabel, 3539-10 Cidade Tiradentes – Terminal

Parque Dom Pedro II e 374T-10 Cidade Tiradentes – Metrô Vergueiro.

Page 76: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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Para este estudo de caso, também foi realizado contato com a Via Sul,

empresa que está responsável por operar os ônibus da área 5-sudeste. De acordo

com informações de José Carlos P. Aleluia, inspetor de trafego da garagem da Zona

Leste da Via Sul, as linhas com maior demanda de passageiros que a empresa

opera são oriundas das regiões dos distritos de São Mateus, Iguatemi, Sapopemba

e São Lucas. Alguns exemplos que podem ser citados são as linhas 5109-51 São

Mateus – Terminal Mercado, 311C-10 Parque São Lucas – Bom Retiro e 5109-41

São Mateus – Metrô Tamanduateí (esta última operando apenas em horários de pico

da manhã e tarde). Estas três linhas, juntas, transportam cerca de 8000

passageiros/dia, levando-se em conta dias úteis.

As tabelas 6 e 7 mostram, de acordo com as informações obtidas com José

Carlos, referente a operação de algumas linhas da Via Sul que operam dentro da

Zona Leste.

Tabela 6 – Linhas com maior demanda de passageiros – Via Sul – Área 5-Sudeste

Linhas com maior demanda de passageiros (Zona Leste) Via Sul - Área 5-Sudeste

Linha Nº de passageiros/dia (aprox.)

5109-51 São Mateus - Terminal Mercado 3000 a 3500

311C-10 Parque São Lucas - Bom Retiro 2500 a 3000

5109-41 São Mateus - Metrô Tamanduateí * 2000 a 2500

* Linha opera apenas em horário de pico.

Fonte: Próprio Autor (2012)

Tabela 7 – Linhas com menor demanda de passageiros – Via Sul – Área 5-Sudeste

Linhas com menor demanda de passageiros (Zona Leste) Via Sul - Área 5-Sudeste

Linha Nº de passageiros/dia

(aprox.)

319F-10 Santa Clara - Estação da Luz menos de 600

4286-10 Vila Industrial - Terminal Correio 1500 a 1800

473T-10 Parque São Jorge - Metro Vila Mariana 1800 a 2000

Fonte: Próprio Autor (2012)

Nesta mesma pesquisa, foram feitos alguns questionamentos para que fosse

possível ter um melhor entendimento do transporte público na zona leste e da

qualidade do serviço oferecido na região.

Page 77: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

77

Para Tácito Pio da Silveira, a falta de outras opções de transporte público em

determinados locais da zona leste influencia na sobrecarga de linhas das áreas

extremas. A pouca disponibilidade de vagas de trabalho nestas regiões também

interferem para que haja grande necessidade de deslocamento dos moradores.

José Carlos P. Aleluia também possui o mesmo entendimento que o outro

entrevistado, porém também ressalta que o fato de não haver estações do metrô nos

distritos mais afastados também influencia tanto na questão da superlotação das

linhas da região operacional em que a Via Sul atua, como também nas estações do

metrô já existentes na zona leste.

A realização desta pesquisa, com o auxílio dos profissionais da área

entrevistados, também permitiu identificar quais as vias e avenidas mais utilizadas

pelas linhas de transporte coletivo atualmente na região leste da cidade de São

Paulo. A tabela 8, baseada na tabela 3 apresentada anteriormente, mostra quais são

estas vias de acordo com sua área de operação.

Tabela 8 – Vias e avenidas com maior utilização do transporte público na zona leste de São Paulo por

área de operação

Área de

Operação

Subprefeituras

Eixos principais de

transporte

Vias

3 – Nordeste

Mooca, Penha, Ermelino Matarazzo, São

Miguel e Itaim Paulista

Linha F da CPTM

Linha 3-Vermelha do Metrô e

Expresso Leste da CPTM

Radial Leste, Marginal Tietê

Avenidas Rangel Pestana, Celso

Garcia, Amador Bueno,

São Miguel, Pires do Rio e

Marechal Tito, Rua Dr. Assis

Ribeiro.

4 – Leste

Mooca, Aricanduva, Itaquera, Guaianases,

Cidade Tiradentes e São Mateus

Radial Leste

Avenidas Rangel Pestana, Celso

Garcia, Aricanduva, Conselheiro

Carrão, Rio das Pedras, Itaquera,

Ragueb Chohfi e Sapopemba.

Linha 3-Vermelha do Metrô e

Expresso Leste da CPTM

5 – Sudeste

Mooca, Vila Prudente e São Mateus

Avenida do Estado e Avenida

Salim Farah Maluf

Avenidas do Estado, Profº Luis

Ignácio de Anhaia Melo, Oratório,

Vila Ema e Sapopemba.

Linha 2-Verde do Metrô

Fonte: Próprio Autor (2012).

Page 78: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

78

Ambos entrevistados neste estudo concordam que os possíveis impactos

causados pelos outros meios de transporte público existentes na cidade (Metrô e

CPTM) são mais positivos do que negativos, uma vez que estes meios possuem

maior capacidade de transportar passageiros, operando de forma integrada com o

sistema de ônibus municipal, há potencial para atender a grande demanda da zona

leste. Porém, é preciso que haja um melhor planejamento e maior disponibilidade de

linhas de metrô e trem operando na região para que este potencial seja suprido, pois

tanto Tácito quanto José Carlos avaliam de forma ruim o atual cenário do transporte

público coletivo na zona leste, pelo fato de ser insuficiente e carecer de meios de

transporte de alta capacidade.

Page 79: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

79

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo desta pesquisa foi possível observar e analisar com dados precisos

as características e condições atuais do transporte público urbano na cidade de São

Paulo e principalmente na zona leste do município. Esta analise mostra que a região

é extensa, populosa e por haver poucos postos de trabalho se comparado com as

outras áreas da cidade, seus moradores precisam se deslocar diariamente para

trabalhar e muitas vezes nesse deslocamento perde-se horas, pelo trajeto ser longo

e muitas vezes se fazer uso de vários meios de transportes públicos coletivo.

Também foi possível observar que muitas vezes, o impacto da grande

quantidade de veículos particulares (automóveis, motos, etc.) que circulam na

cidade, a pouca disponibilidade de transporte público de alta capacidade como o

metrô e a grande demanda de passageiros que ele possui, sobretudo da zona leste,

mostra que a rede atual de transportes é insuficiente, tornando ruim a locomoção e a

mobilidade urbana em São Paulo.

Esta atual condição vem de questões históricas, de como a cidade de São

Paulo e seus arredores foram se desenvolvendo, a maneira como as empresas

foram instalando-se no município e a população foi ocupando seu território. A

pesquisa feita para este trabalho mostrou que a região leste do município desde

séculos passados configurou-se de maneira aquém do restante da cidade. Ao longo

dos anos houve desenvolvimento na região, porém de forma pequena e tardia pela

sua proporção dentro da cidade e pelo tamanho da sua população.

Para que este cenário atual seja alterado é necessária a realização de

diversas medidas que abrangem questões como políticas públicas, mudança de leis

de trânsito e transporte urbano, alteração do perfil de ocupação territorial do

município, entre outras intervenções.

Ferraz e Torres (2004, p.06) afirmam que “um transporte público com

qualidade e eficiência depende, principalmente, do atendimento a cinco requisitos:

conscientização, planejamento, gestão, legislação e educação/capacitação.”

Atualmente, está sendo realizada a construção de um sistema de monotrilho

que irá interligar a atual linha 2-verde do metrô com os distritos de São Lucas,

Sapopemba, São Mateus e Cidade Tiradentes. De acordo com o portal do Governo

do Estado de São Paulo (2012, p. 01), serão no total 24,5 km, ligando Vila Prudente

ao Hospital Cidade Tiradentes, com 17 estações. A inauguração do primeiro trecho é

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prevista para 2013 e ligará as estações Vila Prudente e Oratório. O segundo trecho,

até São Mateus, é previsto para iniciar atividades em 2014 e o restante da linha, até

Cidade Tiradentes, em 2016. O projeto tem investimento de R$ 5,4 bilhões e a

demanda prevista será de pelo menos 500 mil passageiros/dia.

Embora a implantação desse monotrilho se faça necessária e é de grande

importância para a região, ainda não será o suficiente para resolver a questão do

transporte público urbano na zona leste. Uma possível medida para ajudar nessa

mudança e que é bastante necessária para a melhoria da mobilidade urbana na

Zona Leste e, consequentemente, na cidade de São Paulo é a construção e

expansão de novas linhas de metrô ligando a zona leste, sobretudo as regiões mais

extremas, com outros bairros e distritos da cidade, trazendo assim um maior

dinamismo entre região e as demais áreas de São Paulo. Além disso, deve-se

explorar melhor o potencial econômico e incentivar empresas a instalarem suas

sedes e filiais dentro da zona leste, para que haja aumento da quantidade de

empregos disponíveis na região. Também é preciso que haja o direcionamento

imobiliário e o incentivo a moradia para outras regiões da cidade, como o Centro,

que possuem grande oferta de empregos, porém é pouco habitada em relação às

outras áreas do município. Essas medidas auxiliariam no desenvolvimento da cidade

como um todo, de forma equilibrada e planejada.

Deve ser ressaltado que no Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo

(2002, p. 12), menciona-se “sintonizar o desenvolvimento econômico da Cidade e a

sua polaridade como centro industrial, comercial e de serviços com o

desenvolvimento social e cultural, a proteção ao meio ambiente, a configuração do

espaço urbano pautado pelo interesse público e a busca da redução das

desigualdades sociais e regionais presentes no Município.” Desta forma, é possível

constatar que de alguns anos há o esforço em amenizar as desigualdades territoriais

presentes dentro da cidade, porém é necessário intensificar estes esforços para que

os resultados possam ser sentidos pela população de maneira real e efetiva.

Page 81: Mobilidade Urbana - Um estudo sobre o transporte público na Zona Leste de São Paulo

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APÊNDICE A – Questionário aplicado pelo autor no estudo de caso

PESQUISA PARA ESTUDO DO TRANSPORTE PÚBLICO NA REGIÃO

LESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO.

1. Dentro da sua empresa e área de operação na Zona Leste do município de São Paulo, qual a

linha de ônibus que possui maior demanda de passageiros? Qual o volume médio de

transportados diariamente por esta linha?

2. Quais as razões que levariam a linha citada na primeira questão a ter a maior demanda de

passageiros?

3. Dentro da sua empresa e área de operação na Zona Leste do município de São Paulo, qual a

linha de ônibus que possui a menor demanda de passageiros? Qual o volume médio de

transportados diariamente por esta linha?

4. Quais as razões que levariam a linha citada na questão anterior a ter a menor demanda de

passageiros?

5. Na área que sua empresa é responsável pela operação, quais as regiões que necessitam de

mais atendimento de transporte público e por quais razões?

6. Quais os impactos (diretos e indiretos) que os outros meios de transporte público existentes

na cidade (Metrô e CPTM) causam na operação da área atendida pela empresa?

7. Em sua opinião, quais medidas (internas e externas) devem ser tomadas para melhoria da

mobilidade urbana e o atendimento prestado pela sua empresa?

8. Qual sua avaliação para o transporte público na área de atendimento de sua empresa? E na

Zona Leste do município de São Paulo como um todo?