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Leonardo Bianco de Carvalho

MONITORAMENTO E MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM VIDEIRAS DE ALTITUDE

Lages – SC Edição do Autor

2014

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Carvalho, Leonardo Bianco de (Org.) Monitoramento e manejo de plantas daninhas em videira de altitude / Editado pelo autor, Lages, SC, 2014 vi, 56 p. : 14,8x21,0 cm Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou forma, sem expressa autorização (Lei n

o. 9.610).

e-ISBN 978-85-912712-3-8

Distribuição pelo autor: matologiaexperimental.blogspot.com [email protected]

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AUTORES Leonardo Bianco de Carvalho

Professor Adjunto da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages SC. [email protected]. Jocleita Peruzzo Ferrareze

Professora Substituta da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages SC. Flávia Regina da Costa

Pós-graduanda em Produção Vegetal da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages SC. [email protected]. Liese de Vargas Pereira

Pós-graduanda em Produção Vegetal da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages SC. [email protected]. Marcela Padilha

Pós-graduanda em Produção Vegetal da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Lages SC. [email protected].

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SUMÁRIO

Página

CAPÍTULO 1 – INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS ………………… 1

Definição, origen e evolução de plantas daninhas …………………………… 1

Convivência com plantas daninhas …………………………………………….. 3

CAPÍTULO 2 – MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS …… 11

Introdução …………………………………………………………………………. 11

Prevenção …………………………………………………………………………. 12

Tipos de controle …………………….…………………………………………… 13

CAPÍTULO 3 – MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS …………... 23

Monitoramento de comunidades de plantas daninhas ……………………….. 23

Determinação da área mínima de amostragem ………………………………. 24

Fitossociologia de comunidades de plantas daninhas ……………………… 26

Principais plantas daninhas em videiras de altitude ………………………….. 30

Estratégias de manejo em videiras de altitude ……………………………… 31

Manejo de plantas daninhas resistentes a herbicidas ……………………… 36

CAPÍTULO 4 – PROBLEMAS OCASIONADOS PELO USO INADEQUADO

DE HERBICIDAS ..

41

Introdução …………………………………………………………………………. 41

Deriva de herbicidas e suas consequências ………………………………… 42

CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………………………………………………… 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ………………………………………………. 51

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CAPÍTULO 1

INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS

Leonardo Bianco de Carvalho

Flávia Regina da Costa

Definição, origem e evolução de plantas daninhas

Em ecossistemas de produção agrícola, plantas daninhas são

espécimes vegetais que germinam e se desenvolvem

espontaneamente e que, direta ou indiretamente, afetam, de

maneira negativa, o crescimento, o desenvolvimento e a produção

das culturas ou mesmo influenciam atividades de manejo de modo a

causar perdas de produtividade. Portanto, essencialmente, plantas

daninhas causam prejuízos à atividade agrícola em decorrência de

sua presença e coexistência com plantas cultivadas

No entanto, de acordo com a definição, entende-se que

qualquer planta pode ser considerada daninha, desde que cause

prejuízos a alguma atividade humana, seja agrícola ou não. Por

esse motivo, plantas que são consideradas daninhas em algum

momento ou situação podem não o ser em outra circunstância. Por

exemplo, o trevo (Trifolium spp.) pode atuar como planta daninha,

competindo por água e nutrientes, causando prejuízo ao

crescimento da cultura; ou mesmo pode atuar como planta atrativa

de polinizadores para frutíferas cultivadas, melhorando a

polinização.

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As plantas daninhas originaram-se muito antes da existência

do ser humano e evoluíram desde os primórdios da Terra, na sua

maioria, como especialistas em colonizar áreas com alto distúrbio,

ou seja, onde a vegetação, de alguma maneira, havia sido

destruída. Com o advento da agricultura, campos de produção

agrícola assemelhavam-se às áreas de alto distúrbio, às quais as

plantas daninhas eram adaptadas. Além de adaptadas, as plantas

daninhas passaram a evoluir conjuntamente com o ser humano nas

áreas agrícolas onde a pressão de seleção, devido ao controle, era

muito alta, o que causava maior adaptação das plantas aoambiente

de cultivo. Por isso, as plantas daninhas são altamente adaptadas

ao ambiente agrícola e de improvável erradicação.

No processo evolutivo das plantas daninhas, diversas

características foram selecionadas, as quais permitem a

sobrevivência das espécies em ambientes agrícolas. Dentre as

principais características podem ser citadas: a desuniformidade no

processo germinativo, o rápido crescimento e desenvolvimento

inicial, o curto ciclo de desenvolvimento, a rápida produção de

estruturas reprodutivas, a produção de grande quantidade de

sementes, os mecanismos múltiplos de dormência de sementes, a

longevidade das sementes e outras estruturas de reprodução, a

facilidade de dispersão das estruturas reprodutivas, entre

outras. Essas características permitem que as comunidades de

plantas daninhas sejam altamente dinâmicas em termos

reprodutivos e de recolonização das áreas, dificultando o controle e

aumentando a capacidade de prejudicar a produção das culturas

agrícolas.

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Convivência com plantas daninhas

Interferência

Os prejuízos causados pelas plantas daninhas decorrem de

uma série de fatores condicionantes do ambiente em função de sua

presença nas áreas agrícolas. O somatório desses fatores é

denominado interferência, ou seja, “o conjunto de ações negativas

que recebe determinado cultivo agrícola em decorrência da

presença de plantas daninhas em determinado ambiente”

(PITELLI, 1985). Os principais fatores componentes da interferência

das plantas daninhas em áreas de cultivo agrícola são:

competição, alelopatia e hospedagem de pragas e agentes

fitopatogênicos.

A competição é a interação entre plantas em que há prejuízo

para ambos os indivíduos envolvidos devido à limitação de algum

recurso ambiental exigido para o crescimento e desenvolvimento

das plantas. Portanto, a competição somente vai ocorrer quando ao

menos um recurso estiver limitado no meio. Caso o meio forneça o

recurso em quantidade suficiente para atender a demanda de

ambos os indivíduos, o simples fato de estarem convivendo não

garante que a competição irá se estabelecer.

Os principais recursos passíveis de competição são: água,

nutrientes, luz e espaço; podendo haver, ainda, limitação de gases

(CO2 e O2, principalmente). É importante ressaltar que a ocupação

do espaço (limitação de espaço, especificamente), está diretamente

relacionada à competição por água, nutrientes e luz, ou seja,

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quando a planta ocupa mais espaço, consequentemente, pode

alocar mais recursos do meio.

A competição é considerada a principal causa de redução

de produtividade em cultivos agrícolas, pois as plantas daninhas

requerem, para seu crescimento e desenvolvimento, sempre os

mesmos recursos que as plantas cultivadas. Porém, de maneira

geral, é praticamente impossível separar, no campo, os efeitos

oriundos da competição e da alelopatia (que será discutida a seguir).

Considerando, portanto, o termo interferência mais adequado para

descrever os efeitos negativos que ocorrem quando plantas

daninhas convivem e causam reduções de produtividade em

culturas agrícolas.

A alelopatia é a interação entre plantas em que ao menos

um dos indivíduos envolvidos é prejudicado, enquanto o outro pode

se beneficiar ou não da interação. Nesse sentido, entende-se que

uma planta produz e libera no ambiente algum metabólito

secundário (denominado aleloquímico) que exercerá algum efeito

inibidor no crescimento e no desenvolvimento de outra planta.

Os metabólitos secundários são produzidos por diferentes

partes da planta, dependendo, inclusive, da espécie em questão.

Normalmente, os metabólitos secundários com potencial alelopático

(aleloquímicos) são produzidos em maior quantidade nas folhas. A

quantidade de aleloquímicos produzida varia em função da espécie

e é influenciada por fatores bióticos e abióticos. Há espécies em que

algum fator de estresse, biótico ou abiótico, pode estimular a

produção de determinado composto; porém, em outra espécie pode

ocorrer inibição na produção do composto.

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Muitas plantas daninhas atuam ainda como hospedeiras

alternativas de insetos, fungos, bactérias, vírus, nematoides, ácaros

e outros micro-organismos fitopatogênicos que podem ser potenciais

pragas de culturas agrícolas. Nesse caso, a presença da planta

daninha na área vai aumentar a quantidade da praga, aumentando o

risco para a cultura. Plantas daninhas como serralha (Sonchus

oleraceus), carurus (Amaranthus spp.), ançarinha-branca

(Chenopodium album), leiteiro (Euphorbia heterophylla) e

guanxumas (Sida spp.) são hospedeiras de mosca-branca (Bemisia

tabaci). Balãozinho (Nicandra physaloides), papuã (Urochola

plantaginea) e picão-preto (Bidens pilosa) são plantas hospedeiras

de nematoides Meloidogyne spp., por exemplo.

Grau de interferência

O somatório percentual desses efeitos sobre a produtividade

de determinada cultura agrícola é denominado grau de interferência,

ou seja, “a redução percentual da produção econômica de

determinada cultura provocada pela interferência de plantas

daninhas” (PITELLI, 1985). O grau de interferência é influenciado

por fatores bióticos e abióticos do ambiente, os quais, por sua vez,

são condicionados por fatores edafoclimáticos. Pitelli (1985),

também destaca quatro componentes do grau de interferência em

ambientes agrícolas: comunidade infestante, cultura agrícola,

manejo da área e período de convivência das plantas daninhas com

as culturas agrícolas. Esses quatro fatores, por sua vez, são todos

influenciados e condicionados por fatores de solo e clima.

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Os fatores que compõem os efeitos derivados da

comunidade infestante sobre o grau de interferência são: a

composição específica (há espécies mais competitivas que outras),

a densidade de plantas (em geral, densidades mais altas promovem

maior interferência, até o limite da interferência intraespecífica) e

pela distribuição das plantas na área (distribuições aleatórias, ou

mais próximas à uniforme, promovem maior interferência).

Os fatores que compõem os efeitos derivados da cultura

agrícola sobre o grau de interferência são: o genótipo (há espécies

que são mais competitivas, assim como, dento da mesma espécie,

há cultivares mais competitivos que outros, que crescem mais rápido

e fecham a entrelinha rapidamente), a população e o arranjo de

plantas (em geral, quanto menor o espaçamento entrelinhas, mais

rapidamente o dossel sombreia a entrelinha e inibe a germinação

e/ou crescimento das plantas daninhas, assim como, densidades

mais altas promovem, em geral, maior capacidade competitiva; além

de que plantas distribuídas mais uniformemente podem aproveitar

melhor os recursos para seu crescimento).

Todo manejo empregado na área vai influenciar tanto

plantas cultivadas quanto plantas daninhas. Adubações, por

exemplo, favorecem o crescimento de ambas; assim, plantas

daninhas que alocam quantidades grandes de recursos podem inibir

mais rapidamente e intensamente o crescimento da cultura. O

controle fitossanitário também influencia ambas as plantas, daninhas

e cultivadas. Por isso, o controle das plantas daninhas deve ser

eficiente para que essa vegetação não usufrua melhor do manejo da

área que as plantas cultivadas.

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O período de convivência entre plantas daninhas e as

culturas agrícolas é um dos principais fatores que compõem o grau

de interferência. De maneira geral, quanto mais longo o tempo de

convivência, mais intenso poderá ser o grau de interferência. Porém,

não somente o tempo de convivência, mas também a época em que

ocorre a convivência é importante (CARVALHO, 2013). Sabe-se que

no início e final do ciclo da cultura, a presença das plantas daninhas

pode não acarretar interferência. Em função disso, três períodos de

interferência foram propostos por Pitelli e Durigan (1984): o período

anterior à interferência (PAI), o período total de prevenção à

interferência (PTPI) e o período crítico de prevenção à interferência

(PCPI).

Há um período no início do ciclo em que a convivência não

acarreta interferência, pois a quantidade de recursos do ambiente é

suficiente para suprir as necessidades tanto das plantas daninhas

quanto das plantas cultivadas. Esse período inicia-se no plantio (ou

após a dormência fisiológica de culturas perenes, causada por

temperaturas baixas) e estende-se até o momento em que as

necessidades das plantas daninhas e cultivadas suplantam a

quantidade de recursos disponível no ambiente, estabelecendo-se,

portanto, o início da interferência. Tal período é denominado de

Período Anterior à Interferência (PAI).

Há um período em que, teoricamente, a ação residual dos

herbicidas aplicados ao solo deve cobrir até o momento em que a

própria cultura, por si só, seja capaz de inibir a emergência e/ou o

crescimento das plantas daninhas (por sombrear as entrelinhas,

geralmente). Esse período inicia-se no mesmo momento do PAI e

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estende-se até o momento descrito acima (sombreamento das

entrelinhas, normalmente). Tal período é denominado de Período

Total de Prevenção à Interferência (PTPI). Portanto, o PTPI

compreende o PAI e mais um período, como descrito a seguir.

Há um período do ciclo da cultura, que se inicia no final do

PAI e se estende até o final do PTPI, em que a presença de plantas

daninhas efetivamente acarreta interferência sobre a produtividade

das culturas e, portanto, devem ser controladas para prevenir à

interferência. Tal período é denominado de Período Crítico de

Prevenção à Interferência (PCPI). O controle, de modo geral, deve

ser feito durante todo esse período.

Todos os fatores descritos acima são, de maneira direta ou

indireta, influenciados por condições de solo e clima. Locais com

condições de solo e clima diferentes tendem a apresentar

comunidades de plantas daninhas de composição distinta devido à

adaptação das espécies. Além disso, a composição pode até ser a

mesma, mas a importância relativa das espécies pode ser diferente,

também devido à adaptação das mesmas. Portanto, mesmo que

comunidades infestantes semelhantes se estabeleçam em dois

locais de condições distintas de solo e clima, o grau de interferência

exercido por elas em uma mesma cultura pode ser diferente.

O comportamento dos herbicidas no ambiente é diferente

quando se compara solos de texturas diferentes e mesmo condições

de clima diferenciadas. Clima mais ameno tende a ter menos perdas

por volatilização. Solo mais argiloso tende a reter mais herbicida,

enquanto solo mais arenoso tende a lixiviar mais herbicida

(logicamente depende de propriedades dos herbicidas). O

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comportamento das culturas também é influenciado de modo que

culturas mais adaptadas à determinada região se desenvolvem

melhor nessa região ou em regiões com condições edafoclimáticas

semelhantes.

Dessa maneira, diz-se que condições edafoclimáticas

condicionam os demais fatores que compõem o grau de

interferência (plantas daninhas, planta cultivada, período de

convivência e manejo), sendo, também, um fator que influencia o

grau de interferência.

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CAPÍTULO 2

MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

Leonardo Bianco de Carvalho

Marcela Padilha

Introdução

O controle das plantas daninhas consiste em suprimir o

crescimento e/ou reduzir o número de plantas até níveis aceitáveis

para convivência, ou seja, sem que estas causem prejuízos para a

cultura. Já o manejo da vegetação ou das plantas daninhas consiste

em se utilizar, de forma integrada e planejada, práticas dos

diferentes métodos de controle, para manter a cultura livre de

interferência e a infestação em níveis aceitáveis. Portanto, o manejo

de plantas daninhas envolve estratégias que devem ser aplicadas

em momentos adequados. Os momentos em que ocorrem as

melhores oportunidades de controle são antes, na implantação

do pomar e após a implantação do pomar (VARGAS; OLIVEIRA,

2002).

Ainda de acordo com esses autores, a implantação e a

definição de estratégias de manejo da vegetação de cobertura do

solo em pomares passa pela aceitação de que as plantas daninhas

e as culturas podem conviver em determinados níveis e em

determinadas épocas, principalmente para o sistema de produção

orgânico. No entanto, em sistemas não-orgânicos de produção,

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deve-se lançar mão de outros métodos de controle para constituir

estratégias adequadas dentro do programa de manejo de plantas

daninhas, principalmente integrando diferentes métodos para

aumentar a eficiência de controle e diminuir os prejuízos causados

pela presença das plantas daninhas em áreas agrícolas.

Prevenção

A prevenção envolve o uso de práticas que visam reduzir ou

não aumentar o banco de dissemínulos das plantas daninhas em

determinado ambiente. A prevenção pode envolver o uso de outros

métodos de controle para prevenir a ocorrência das plantas

daninhas e sua disseminação nas áreas, envolvendo três situações

básicas: (i) limitação da entrada de estruturas reprodutivas de

espécies plantas daninhas de outras áreas que não ocorrem na área

em questão; (ii) limitação da entrada de estruturas reprodutivas de

espécies de plantas daninhas presentes na área, oriundas de outras

áreas; e (iii) limitação da disseminação de espécies de plantas

daninhas presentes na própria área.

Diversas são as práticas de prevenção utilizadas no manejo

de plantas daninhas, destacando-se: (i) limpeza de equipamentos,

ferramentas, implementos e máquinas agrícolas utilizadas no

manejo das culturas, principalmente quando são deslocados de uma

área para outra; (ii) limpeza de roupas, sapatos e EPIs antes da

entrada na lavoura; (iii) uso de sementes e mudas certificadas, para

garantir que não haja contaminação do lote de sementes e mudas

com estruturas reprodutivas de plantas daninhas; (iv) uso de esterco

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muito bem fermentado, pois, no processo de fermentação, as

sementes das plantas daninhas podem ser deterioradas; (v) limpeza

dos canais de irrigação, para evitar que as plantas daninhas

proliferem-se na beira desses locais e que, em seguida, sejam

disseminadas pela água de irrigação;e (vi) manter animais em

quarentena, pois podem trazer sementes de plantas daninhas no

seu aparelho digestório (inclusive, quebrando sua dormência no

trato gastrointestinal).

Tipos de controle

O controle de plantas daninhas em ambientes agrícolas pode

ser feito por meio de diversos métodos. Os métodos possíveis de

serem utilizados são: cultural, mecânico, físico e químico.

O método de controle cultural baseia-se no uso do manejo

da própria cultura para controlar as plantas daninhas. Dentro do

método de controle cultural existem diversas práticas de controle,

destacando-se: (i) uso de variedades mais competitivas; (ii) uso de

espaçamento mais estreito; (iii) uso de densidade de plantio mais

alta; (iv) uso de cobertura verde (culturas de cobertura), entre

outras. Esse método é de baixo custo e pode ser utilizado em

qualquer área de produção, sem restrições.

O método de controle mecânico baseia-se no uso de algum

instrumento que arranque ou corte as plantas daninhas. Dentro do

método de controle mecânico existem diversas práticas de controle ,

destacando-se: (i) monda (arranquio ou corte das plantas daninhas

utilizando as mãos como instrumento de controle); (ii) capina

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(arranquio ou corte manual das plantas daninhas utilizando

instrumentos de controle como enxada, enxadão, picão, enxada-

rotativa, rolo-faca etc.); (iii) roçada (corte das plantas daninhas

utilizando instrumentos de controle como roçadeiras elétricas ou

motorizadas, foices, roçadeiras tratorizadas, rolo-faca etc.); e (iv)

cultivo ou cultivo do solo (arranquio das plantas daninhas através do

revolvimento do solo realizado por implementos agrícolas

cultivadores (arado de disco, arado de aivecas, subsoladores etc.).

Esse é o método mais oneroso e de menor rendimento, havendo

limitação em áreas muito declivosas sempre que envolve o uso de

máquinas agrícolas.

O método de controle físico baseia-se no uso de alguma

prática que exerça influência física sobre as plantas daninhas.

Dentro do método de controle físico existem diversas práticas de

controle, destacando-se: (i) cobertura morta (uso de palha ou outro

resíduo vegetal) e (ii) solarização (uso de filme de polietileno). Esse

método é relativamente oneroso e limitado a pequenas áreas.

O método de controle químico baseia-se no uso de produtos

químicos (herbicidas) visando matar plantas daninhas. É o método

mais difundido e sua aceitação decorre de: (i) apresentar menor

dependência de mão de obra, que é cada vez mais cara e difícil de

ser encontrada; (ii) ser rápido, prático e eficiente; (iii) apresentar

controle eficiente, mesmo em épocas chuvosas; (iv) poder ser usado

com eficiência mesmo na linha de plantio, sem danificar o sistema

radicular da cultura; (v) permitir o cultivo mínimo ou plantio direto;

(vi) poder controlar plantas daninhas de reprodução vegetativa

(SILVA; SILVA, 2007).

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Os herbicidas disponíveis para uso agrícola no Brasil

(MAPA, 2013) são de diversos grupos químicos pertencentes a 15

mecanismos de ação distintos. Por mecanismo de ação, entende-se

o primeiro evento metabólico (sítio de ação) das plantas onde o

herbicida atua. Os principais herbicidas utilizados no Brasil

apresentam os seguintes mecanismos de ação:

a) Inibidores da ACCase – inibem a ação da enzima acetil

coenzima A carboxilase, que catalisa a reação de conversão

da Acetil-CoA em Malonil-CoA, precursor de ácidos graxos.

Em geral, são herbicidas aplicados em pós-emergência para

controle de gramíneas. Destacam-se: clodinafop-propargyl,

haloxyfop-p-ethyl, fluazifop-p-buthyl, clethodim, sethoxydim

etc;

b) Inibidores da ALS – inibem a ação da enzima acetolactato

sintase, que catalisa as reações de condensação de

piruvato em acetolactato, precursor de valina e leucina, e de

piruvato+cetobutirato em acetohidroxiburitato, precursor de

isoleucina. Em geral, são herbicidas aplicados em pós-

emergência (com boa ação no solo). Controlam mono e

dicotiledôneas, mas há variação entre os grupos químicos.

Destacam-se: chlorimuron-ethyl, metsulfuron-methyl,

nicosulfuron, imazethapyr, cloransulam-methyl, diclosulam,

flumetsulam, pyritiobac-sodium etc;

c) Inibidores do FSII – inibem o transporte de elétrons no

fotossistema II, ligando-se à proteína D1 onde se acopla à

plastoquinona, havendo formação de radicais livres e

destruição do cloroplasto. Em geral, são herbicidas

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aplicados no solo (mas têm boa ação foliar) para controle de

dicotiledôneas, preferencialmente. Destacam-se: atrazine,

metribuzin, amicarbazone, bentazon, diuron, linuron,

tebuthiuron, propanil etc;

d) Inibidores do FSI – inibem o transporte de elétrons no

fotossistema I, ligando-se aos transportadores ferredoxina,

havendo formação de radicais livres e destruição do

cloroplasto. São herbicidas de ação total utilizados

essencialmente em pós-emergência. Paraquat e diquat são

os herbicidas desse mecanismo de ação;

e) Inibidores da PROTOX – inibem a ação da enzima

protoporfirinogênio oxidase, que catalisa a conversão de

protoporfirigonênio IX em protoporfirina IX, precursor de

clorofilas e citocromos. Ocorre, ainda, formação de radicais

livres que causam destruição de membranas da célula. Em

geral, são herbicidas aplicados em pós-emergência, mas

alguns têm ação no solo, para controle de dico e

monocotiledôneas. Destacam-se: fomezafen, lactofen,

oxyfluorfen, flumioxazin, oxadiazon, carfentrazone-ethyl,

sulfentrazone etc;

f) Inibidores da HPPD – inibem a ação da enzima 4-

hidroxifenil-piruvato dioxigenase, que catalisa a conversão

de 4-hidroxifenilpiruvato em homogentisato, precursor de

plastoquinona que, por sua vez, é requerida para a síntese

de carotenoides. Há destruição de clorofilas e formação de

radicais livres e peróxido de hidrogênio (H2O2),

destruindo membranas. Em geral, são recomendados para

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aplicação nas folhas para controle de mono e

dicotiledôneas. Destacam-se: mesotrione, tembotrione e

izoxaflutole;

g) Inibidores da DOXP – inibem a ação da enzima 1-deoxi-D-

xilulose 5-fosfato sintase que atua na rota metabólica da

síntese de carotenoides, causando efeitos similares aos

Inibidores de HPPD. Utilizado em pré-emergência para

controle de mono e dicotiledôneas. Destaca-se o herbicida

clomazone;

h) Inibidores da EPSPs – herbicidas de amplo espectro que

inibem a ação da enzima 5-enolpiruvil chiquimato-3-fosfato

sintase, que catalisa a conversão de chiquimato-3-fosfato +

fosfoenolpiruvato em 5-enolpiruvil chiquimato-3-fosfato,

precursor de fenilalanina, tirosina e triptofano. Aplicado

essencialmente em pós-emergência para controle não-

seletivo (exceto culturas transgênicas). Destaca-se o

herbicida glyphosate;

i) Inibidores da GS – herbicidas de amplo espectro que inibem

a ação da enzima glutamina sintetase, que catalisa a

conversão de conversão do glutamato em glutamina,

precursor de asparagina, histidina e triptofano. Aplicado

essencialmente em pós-emergência para controle não-

seletivo (exceto culturas transgênicas). Destaca-se o

herbicida glufosinate-ammonium;

j) Inibidores do arranjo de microtúbulos – atuam inibindo a

formação das fibras dos microtúbulos, impedindo a

movimentação dos cromossomos e causando, assim, a

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interrupção da divisão celular na Prófase. Aplicados

essencialmente em pré-emergência para controle de

gramíneas. Destacam-se os herbicidas: trifluralin e

pendimethalin;

k) Inibidores da biossíntese de ácidos graxos de cadeira muito

longa – o mecanismo exato de ação ainda não é conhecido,

mas se sabe que degradam aminoacil tRNAs, afetando a

síntese proteica e inibindo, assim, a divisão celular.

Destacam-se os herbicidas alachlor e metolachlor;

l) Inibidores da biossíntese de lipídeos (não-ACCase) – atuam

inibindo a síntese de lipídeos, proteínas, isoprenoides e

flavonoides, mas o mecanismo exato de ação não é

conhecido. São aplicados essencialmente em pré-

emergência para controle de gramíneas. Destacam-se os

herbicidas molinate e thiobencarbe;

m) Mimetizadores de auxina – apresentam ação potencializada

da auxina, induzindo mudanças metabólicas e bioquímicas

no metabolismo de ácidos nucleicos e na plasticidade da

parede celular. São aplicados preferencialmente em pós-

emergência, mas têm boa ação no solo, para controle de

dicotiledôneas. Destacam-se os herbicidas 2,4-D, quinclorac

e triclopyr.

Na cultura da videira, 29 produtos comerciais estão

registrados junto ao MAPA para uso no controle de plantas

daninhas. No entanto, esses herbicidas pertencem a apenas quatro

mecanismos de ação, sendo que nenhum deles é totalmente

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seletivo para a cultura. Dessa forma, há limitação da rotação de

herbicidas com mecanismos de ação distintos, o que pode gerar

problemas de manejo em relação à seleção de flora tolerante ou

mesmo resistente aos produtos. Os herbicidas registrados junto ao

MAPA para uso na videira estão descritos na Tabela 1.

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Tabela 1. Informações sobre os herbicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)

para uso em videira no Brasil. Nome Comum Sítio de Ação

/1 Aplicação

/2 Ação Marca Comercial Dose de PC

/3

diuron/4 FSII

PRE, POS ou

POSd

Sistêmica (PRE)

Contato (POS) Diuron (Nortox) 2 a 6 L/ha

glufosinate/5 GS POS ou POSd Contato

Finale (Bayer)

Liberty (Bayer)

2 L/ha

2 L/ha

glyphosate/6 EPSPS POS ou POSd Sistêmica

Credit (Nufarm)

Crucial (Nufarm)

Direct (Monsanto)

Glifosato (Atanor)

Glifosato (Nortox)

Glifosato Agripec (Nufarm)

Gliox (Nortox)

Gliz (Dow)

Gliz Plus (Dow)

Mademato (Dipil)

Pilarsato (Pilarquin)

Pocco (Consagro)

Polaris (Du Pont)

Preciso (Consagro)

Radar (Monsanto)

0,5 a 6 L/ha

0,8 a 5 L/ha

0,5 a 3,5 kg/ha

1 a 6 L/ha

1 a 6 L/ha

1 a 6 L/ha

1 a 6 L/ha

2 a 6 L/ha

1 a 6 L/ha

1 a 5 L/ha

1 a 5 L/ha

1 a 5 L/ha

1 a 5 L/ha

0,5 a 2,5 kg/ha

1 a 5 L/ha

Continuação da Tabela 1 na página seguinte...

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…continuação da Tabela 1.

Roundup Original

Roundup Transorb (Monsanto)

Roundup WG (Monsanto)

Rustler (Monsanto)

Stinger (Monsanto)

Sumô (Pilarquin)

1 a 6 L/ha

0,75 a 4,5 L/ha

0,5 a 3,5 kg/ha

1,5 a 5 L/ha

0,5 a 5 L/ha

1 a 5 L/ha

paraquat/7 FSI POS ou POSd Contato

Helmoxone (Helm)

Laredo (Helm)

Orbit (Sinon)

Paradox (Sinon)

1,5 a 2 L/ha

1,5 a 2 L/ha

1,5 a 2 L/ha

1,5 a 3 L/ha

diuron+paraquat/8 FSII+FSI POS ou POSd Contato Gramocil (Syngenta) 2 L/ha

/1 FSII e FSI correspondem aos herbicidas inibidores do fluxo de elétrons nos fotossistemas II e I, respectivamente; e GS e EPSPS correspondem aos

herbicidas inibidores das enzimas glutamina sintetase e 5-fosfoenolpiruvil-chiquimato-3-fosfato sintase. /2 PRE, POS e POSd correspondem a épocas de aplicação, sendo: PRE, pré-emergência das plantas daninhas (normalmente na entrelinha da cultura;

POS, pós-emergência das plantas daninhas (normalmente na entrelinha com proteção, denominada de pós-dirigida = POSd). /3 PC corresponde a produto comercial; a variação da dose depende do tipo de solo, da espécie, do estádio de crescimento das plantas daninhas, entre

outros fatores, sendo que a determinação da dose correta a ser utilizada deve ser feita por profissional qualificado. /4 Recomendado para aplicação no início do outono para controle de plantas daninhas anuais e algumas perenes, ou, em alguns casos, em aplicações em

pós-emergência, mantendo certo residual no solo. /5 recomendado para aplicação em pós-emergência dirigida, em plantas recém-emergidas, de preferência, para controle de plantas daninhas anuais e

algumas perenes. /6 recomendado para aplicação em pós-emergência dirigida para controle de plantas daninhas gramíneas anuais e perenes e eudicotiledôneas.

/7 recomendado para aplicação em pós-emergência dirigida, em plantas recém-emergidas, de preferência, para controle de plantas daninhas anuais e

algumas perenes. /8 recomendado para aplicação em pós-emergência dirigida para controle de plantas daninhas anuais e algumas perenes, mantendo certo residual no solo.

FONTE: Adaptado de Derr (2013) e MAPA (2013).

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CAPÍTULO 3

MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS

Leonardo Bianco de Carvalho

Liese de Vargas Pereira

O Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD) nada mais é

que o uso associado de dois ou mais métodos de controle em uma mesma

área e época de cultivo. No entanto, para que o MIPD seja bem feito, há

necessidade de conhecimento a respeito das espécies de plantas daninhas

que ocorrem nas áreas de produção e de se fazer o monitoramento de suas

populações ao longo das estações de cultivo. Com isso é possível saber se

as estratégias de controle utilizadas estão sendo eficazes e estabelecer,

efetivamente, programas de manejo das plantas daninhas que sejam

adequados a cada região e ambientes de cultivos distintos.

Monitoramento de comunidades de plantas daninhas

O monitoramento de comunidades de plantas daninhas é essencial

para saber se o programa de manejo utilizado está sendo eficaz. Como as

comunidades de plantas daninhas são muito dinâmicas, seu estudo é muito

importante para entender o comportamento das espécies dentro da

comunidade, realçando possíveis alterações na importância relativa de cada

espécie e, assim, sendo possível adequar as estratégias de manejo dentro

do programa de manejo estabelecido.

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A etapa inicial do monitoramento de comunidades de plantas

daninhas é o conhecimento das espécies presentes, sendo, portanto,

indispensável a identificação das espécies de plantas daninhas que ocorrem

na área de cultivo. A segunda etapa é a amostragem de populações de

plantas daninhas dentro da comunidade, sendo muito importante saber a

área representativa a ser amostrada. A terceira etapa é o estudo da

comunidade de plantas daninhas, denominado fitossociologia, que é feito

através da análise de índices fitossociológicos. A última etapa é a

comparação dos resultados de uma amostragem com a amostragem

anterior (quando não for a primeira, obviamente) para analisar possíveis

alterações na dinâmica das populações de plantas daninhas dentro da

comunidade. Esses resultados serão, então, utilizados para estabelecer

estratégias adequadas e viáveis de controle dentro do programa de manejo

de plantas daninhas.

Determinação da área mínima de amostragem

Normalmente, para o monitoramento de plantas daninhas utiliza-se

quadros vazados de ferro de 50 cm de lado (área de 0,25 m2); no entanto,

quadros maiores devem ser utilizados quando indivíduos que acumulam

muita biomassa são encontrados na comunidade.

Para a determinação da área mínima de amostragem, ou o número

mínimo de amostras, deve-se caminhar em zigue-zague na área toda e

lançar aleatoriamente o quadro ao solo. Todas as plantas dentro do quadro

devem ser contadas separadamente dentro de cada espécie. Sempre que

aparecer alguma espécie nova, em cada quadro lançado, a amostragem

deve continuar. Quando, portanto, não for mais encontrada qualquer

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espécie nova, desde que tenha percorrido toda a área de cultivo, pode-se

finalizar a amostragem. Normalmente, 32 amostras são suficentes para

estabelecer a área mínima de amostragem.

Findada a amostragem, os dados devem ser transpostos a uma

planilha contendo o número de amostras nas colunas e as espécies

encontradas em cada amostra nas linhas, como na Tabela 2.

Tabela 2. Exemplo de tabela de amostragem de plantas daninhas para

determinação da área mínima de amostragem.

Espécies Amostra 1 Amostra 2 ... Amostra n

Espécie 1 * *

Espécie 2 *

...

Espécie n *

FONTE: Carvalho (2011).

O próximo passo é construir uma tabela auxiliar. Sorteia-se um

número da amostra (p.ex. Amostra 2) e anota-se quais espécies estão

contidas nesta amostra. Em seguida, deve-se dobrar a área amostrada, ou

seja, sortear mais uma amostra (p.ex. Amostra 10), excluindo àquela que já

foi amostrada, e anotar as espécies novas. Depois, dobrar a área

amostrada, ou seja, sortear mais duas amostras (p.ex. Amostras 8 e 16) e

anotar as espécies. Mais uma vez dobrar a área amostrada, sorteando

quatro novas amostras; depois mais oito amostras; depois mais 16

amostras, e assim por diante, até completar todas as amostras coletadas.

Portanto, constrói-se uma tabela auxiliar, como na Tabela 3.

Posteriormente, deve-se construir um gráfico utilizando a tabela

auxiliar (Tabela 3), onde o eixo X é o número de amostragens e o eixo Y

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26

é o número de espécies, com ajuste hiperbólico, como na página

seguinte. Esse gráfico pode ser construído à mão, desde que obedecida a

escala.

Tabela 3. Exemplo de tabela auxiliar de amostragem de plantas daninhas para

determinação da área mínima de amostragem.

Quadrados Totais Amostras Espécies Total de espécies

1 2 Esp 1, Esp 6 e

Esp 14 3

1 5 Esp 21, Esp 31 e

Esp 3 6

2 12 e 15 Esp 4, Esp 12,

Esp 41... 15

4 9, 13, 18 e 22 Esp 22 26

... ... ... ...

n n Nenhuma espécie

nova 26

FONTE: Carvalho (2011).

No exemplo, o número máximo de espécies é 32. Portanto, traça-se

uma linha da base da curva hiperbólica até a metade do número total de

espécie. Em seguida, traça-se uma linha paralela a essa primeira até

tangenciar a curva hiperbólica. Na intersecção da linha traçada com a curva

ajustada, traça-se outra linha até cruzar o eixo X, definindo o número

mínimo de amostras. Neste caso específico, em torno de 9 amostras, como

na Figura 1.

A construção da tabela auxiliar deve ser feita ao menos três vezes

para a determinação de, no mínimo, três áreas mínimas de amostragem.

Depois, faz-se a média das três áreas e define-se o número mínimo de

lançamentos dos quadros de amostragem a ser realizados para uma

perfeita amostragem da área a ser estudada.

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Fitossociologia da comunidade de plantas daninhas

O estudo fitossociológico da comunidade de plantas daninhas deve

ser realizado antes e após a utilização de determinada medida ou estratégia

de controle. Por exemplo, caso necessite saber se a aplicação de

determinado herbicida foi eficaz (ou está sendo eficaz) no controle de

determinadas plantas daninhas, faz-se a primeira amostragem antes da

aplicação e a segunda amostragem após a aplicação do produto,

respeitando, logicamente, o período de ação do herbicida. Outras

amostragens devem ser feitas em espaços regulares de tempo para

confirmar o fluxo de plantas daninhas na área após a aplicação.

FONTE: Carvalho (2011).

Figura 1. Exemplo de gráfico para determinação da área mínima de amostragem.

Para o estudo fitossociológico da comunidade infestante do exemplo

anterior, estabelecemos o número mínimo de amostras em 9. Portanto, o

quadro de amostragem deverá ser lançado aleatoriamente no mínimo 9

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28

vezes dentro de toda a área de cultivo. Nesse caso, deve-se proceder como

foi feito para determinação da área mínima de amostragem, contando-se o

número de plantas de cada espécie. O ideal seria além de identificar,

também coletar as plantas para serem pesadas (todas as plantas por

espécie), mas na prática tal procedimento poucas vezes é viável.

Sendo assim, com os dados de número de plantas e de frequência

de ocorrência das espécies nas 9 amostras, poder-se-á calcular os índices

fitossociológicos de constância relativa (Co.R.), densidade relativa (De.R.) e

importância relativa (I.R.) (MÜELLER-DOMBOIS; ELLEMBERG, 1974), que

serão analisados para determinar a dinâmica das populações dentro da

comunidade de plantas daninhas.

A constância relativa é calcula pela fórmula:

x100]/n)[(n

/n)(nCo.R.

pi

pi

em que: ni indica o número de amostras em que foram detectados

indivíduos de uma mesma espécie; n indica o número de amostras

coletadas na área; ∑[(ni/n)p)] indica o somatório das frequências de todas

as espécies em conjunto. Obs.: a letra p indica população.

A densidade relativa é calculada pela fórmula:

x100)(De

DeDe.R.

p

p

em que: Dep indica o número de indivíduos de uma mesma espécie; n indica

o número de amostras coletadas na área; ∑(Dep) indica o número total de

indivíduos de todas as espécies em conjunto. Obs.: a letra p indica

população.

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A importância relativa é calculada pela fórmula:

x100]De.R.)[(Co.R.

De.R.)(Co.R.I.R.

p

p

Com isto, constrói-se uma tabela, indicando as espécies e os

relativos índices fitossociológicos para cada uma das espécies componente

da comunidade de plantas daninhas, como na Tabela 4.

Tabela 4. Exemplo de tabela para estufo fitossociológico de uma comunidade de

plantas daninhas.

Espécie Co.R. De.R. I.R.

Esp 1 30,0 58,8 44,4

Esp 2 30,0 13,7 21,9

Esp 3 16,7 9,8 16,6

Esp 4 23,3 17,6 17,2

FONTE: Produção do próprio autor.

Mais importante que construir a tabela é interpretá-la. Observando a

última coluna da Tabela 4, I.R., pode-se identificar a espécie mais

importante, que é aquela com maior importância relativa. Neste caso, com

I.R. de 44,4%, a Esp 1 é a mais importante. Por quê? Vamos observar os

outros índices. Apesar de apresentar mesma Co.R., em De.R. esta espécie

destacou-se em relação às demais. Portanto, a Esp 1 foi mais importante na

comunidade infestante, pois ocorreu com maior número de indivíduos, em

relação às demais espécies.

A espécie 2, embora tenha apresentado menor De.R. que a espécie

3, teve Co.R. bem mais alta, ou seja, foi mais frequentemente encontrada,

sendo, portanto, a segunda mais importante. Já a espécie 4, embora com

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maior Co.R. que a espécie 3, apresentou De.R. bem menor, sendo,

portanto, a menos importante da comunidade.

Com o estudo fitossociológico, percebe-se que a espécie 4 está

dominando a área, com alta frequência de ocorrência e densas populações.

Portanto, entende-se que o programa de manejo utilizado nesta área fictícia

não está sendo eficiente para controlar essa espécie. Dessa maneira, deve-

se reanalisar todas as estratégias de controle no sentido de priorizar o

controle desta espécie e entender quais os motivos da seleção desta planta

no ambiente de cultivo. Assim, medidas de controle diferentes daquelas que

estão sendo utilizadas deverão ser inseridas no programa de manejo, como

adoção de outro método de controle, rotação de herbicidas etc., para que se

possa ter eficiência no manejo integrado das plantas daninhas.

Principais plantas daninhas em videiras de altitude

A vitivinicultura de altitude é explorada, basicamente, na região Sul

do Brasil, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em função

das características regionais, e logicamente influenciada pela altitude, a

composição específica das comunidades infestantes difere

demasiadamente de outras regiões produtoras de uva do Brasil. As plantas

daninhas que ocorrem, em maior ou menor frequência, nas regiões

produtoras de uva em altitude e suas principais características que auxiliam

nas tomadas de decisão para escolha de práticas adequadas de controle

estão descritas na Tabela 5.

Dentre todas essas espécies de plantas daninhas, a que mais

preocupa os produtores de uva, principalmente no Estado do Rio Grande do

Sul, é o azevém devido à presença de biótipos resistentes ao herbicida

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glyphosate. Como alternativa de controle químico desses biótipos, Mariani

et al. (2013) destacam a possibilidade de aplicação de herbicidas

graminicidas, como os inibidores da ACCase (Fusilade, Verdict-R, Gallant,

Shogun, Furore, Podium, Iloxan, Select e Poast) e inibidor da ALS (Hussar),

além de herbicidas de ação total, como inibidores do FSI (Gramoxone) e da

GS (Finale). Os herbicidas graminicidas indicados são seletivos para a

videira, no entanto não estão registrados junto ao MAPA para uso na

cultura. O herbicida Finale está registrado para uso em videira, já o

Gramoxone não. Porém, produtos similares ao Gramoxone, à base de

paraquat, estão registrados para uso em videira (vide Tabela 1). No entanto,

esses produtos não são seletivos para a videira e devem ser empregados

de maneira cuidadosa, com proteção e em jato dirigido, para não atingirem

e ocasionarem danos às folhas da videira, com possíveis reflexos no

crescimento e na produtividade da cultura.

Estratégias de manejo em videiras de altitude

As principais estratégias que podem ser adotadas para reduzir a

infestação das plantas daninhas antes da implantação do pomar,

segundo Vargas e Oliveira (2002), são: usar áreas livres ou com baixa

infestação de plantas daninhas ou, ainda, áreas com espécies de fácil

controle; eliminar as espécies daninhas estabelecidas com uso de preparo

do solo ou de herbicidas totais; utilizar práticas capazes de induzir a

germinação das sementes e a emergência das plântulas, reduzindo o banco

de dissemínulos, e controlar estas, mecanicamente ou com herbicidas

antes da implantação da cultura; e implantar espécies como azevém

e/ou aveia para formar cobertura morta. Já após a implantação do pomar, o

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uso da roçadeira reduz a infestação de plantas daninhas nas entrelinhas,

mas não daquelas localizadas na linha da cultura. O controle das

plantas daninhas existentes na linha pode ser feito com uso de roçadeira

manual e/ou cobertura morta e com uso de herbicidas, dependendo do

sistema de produção utilizado.

A cobertura vegetal, seja cobertura verde ou morta, é de grande

importância no manejo de plantas daninhas em videira, principalmente no

outono-inverno, em que o azevém pode infestar intensamente as áreas de

produção. No entanto, a cobertura deve estar limitada à entrelinha de

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Tabela 5. Características de plantas daninhas de ocorrência em regiões produtoras de videiras de altitude. Espécie Nome comum Origem Hábito Ciclo Reprodução

Ageratum conyzoides catinga-de-bode América herbácea anual sementes

Bidens pilosa

Bidens subalternans picão-preto América herbácea anual sementes

Bromus catharticus cevadilha América herbácea anual sementes

Cenchrus echinatus capim-carrapicho América herbácea anual sementes

Chloris distichophylla

Chloris guayana pé-de-galinha

América

África herbácea perene

sementes

sementes e estolões

Commelina benghalensis

Commelina diffusa

Commelina erecta

trapoeraba

Ásia

América

América

herbácea perene

sementes

sementes e enraizamento de ramos

sementes e enraizamento de ramos

Conyza bonariensis

Conyza. canadensis

Conyza sumatrensis

buva ou voadeira América herbácea anual sementes

Cynodon dactylon grama-seda África, Europa

e Ásia herbácea perene sementes, rizomas e estolões

Cyperus difformis

Cyperus esculentus

Cyperus ferax

Cyperus meyenianus

Cyperus rotundus

tiririca

Europa

América

América

América

India

herbácea

anual

perene

perene ou anual

perene

perene

sementes

sementes e tubérculos

sementes e tubérculos

sementes

tubérculos e sementes

Continuação da Tabela 5 na página seguinte...

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34

...continuação da Tabela 5.

Digitaria horizontalis

Digitaria sanguinalis milhã

América

Europa herbácea anual

sementes e enraizamento de nós

sementes

Echinochloa colona

Echinochloa crus-galli

Echinochloa crus-pavonis

capim-arroz

Índia

Europa e Ásia

Europa e Ásia

herbácea anual sementes

Eleusine indica capim-pé-de-galinha Ásia herbácea anual ou perene sementes

Euphorbia heterophylla leiteiro América herbácea anual sementes

Eryngium elegans caraguatá América herbácea perene sementes e rizomas

Hypochaeris brasiliensis

Hypochaeris radicata almeirão-do-campo

América

Europa herbácea

anual ou bianual

perene

sementes e rebrota de raízes

sementes

Hypoxis decumbens falsa-tiririca América herbácea perene sementes e rizomas

Hyptis mutabilis

Hyptis suaveolens betônica América herbácea anual sementes

Ipomoea grandifolia

Ipomoea hederifolia corda-de-viola América trepadeira anual sementes

Lolium multiflorum azevém Europa herbácea anual ou bianual sementes

Panicum maximum sempre-verde África herbácea perene sementes e rizomas

Pennisetum clandestinum capim-quicuio África herbácea perene rizomas e estolões

Physalis angulata bucho-de-rã América herbácea anual sementes

Plantago major tanchagem Europa herbácea perene sementes e gemas de raiz

Continuação da Tabela 5 na página seguinte...

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...continuação da Tabela 5.

Plantago tomentosa tanchagem América herbácea perene sementes

Poa annua pastinho-de-inverno Europa herbácea anual sementes

Raphanus raphanistrum

Raphanus sativus nabiça ou nabo Europa herbácea anual sementes

Richardia brasiliensis poaia-branca América herbácea anual sementes

Rumex obtusifolius língua-de-vaca Europa herbácea perene sementes e gemas de raiz

Senecio brasiliensis maria-mole América herbácea perene sementes

Sida rhombifolia guanxuma América subarbustiva anual ou perene sementes

Silene gallica flor-roxa Mediterrâneo herbácea anual sementes

Sinapis arvensis mostarda Europa herbácea anual sementes

Solanum americanum maria-pretinha América herbácea anual sementes

Sonchus oleraceus serralha Europa herbácea anual sementes

Spermacoce capitata

Spermacoce latifolia erva-quente América herbácea

anual ou perene

anual sementes

Stachys arvensis urtiga-mansa Europa herbácea anual sementes

Taraxacum officinale dente-de-leão Europa e Ásia herbácea anual ou perene sementes e gemas de raiz

Trifolium pratense

Trifolium repens

trevo-vermelho

trevo-branco Europa herbácea perene sementes

Urochloa plantaginea papuã África herbácea anual sementes

Verbena bonariensis cambará América subarbustiva perene sementes

FONTE: Adaptado de Kissmann (1997), Kissmann e Groth (1999, 2000) e Lorenzi (2000).

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cultivo, caso contrário pode competir com a cultura por recursos do

ambiente. Dessa maneira, o manejo da cobertura vegetal é de extrema

importância no controle de plantas daninhas em videira.

O uso de herbicidas está entre as práticas de controle mais

utilizadas, juntamente com a roçada mecânica. Normalmente, a aplicação

de herbicidas está limitada à linha de plantio associada à roçada da

vegetação na entrelinha, com proteção para não atingir as plantas da

cultura (cujos efeitos podem ser diversos, conforme será apresentado a

seguir) ou mesmo em área total. No entanto, as opções de produtos

químicos para controle de plantas daninhas são limitadas, sendo que a

maioria dos produtos registrados é à base de glyphosate (21 produtos

comerciais), que é um produto não-seletivo de ação total, ou mesmo

herbicidas não-seletivos.

Resultados de pesquisa são escassos sobre controle de plantas

daninhas em videiras. Alguns relatam o uso de coberturas mortas, como

será abordado em outro capítulo. Porém, no caso do controle químico,

pouco se conhece a respeito dos produtos a serem utilizados. Paulo et al.

(1997), destacam a seletividade do diuron a uvas ‘Niagara Rosada’, assim

como dois outros produtos não registrados, simazine e dichlobenil. Os

autores relataram que todos os produtos controlaram muito bem caruru

(Amaranthus hybridus), guanxuma (Sida spp.) e picão-preto (Bidens pilosa);

além disso, dichlobenil controlou bem capim-colchão (Digitaria horizontalis)

e leiteiro (Euphorbia heterophylla), e diuron controlou bem o leiteiro. Neves

et al. (2012), relatam a opção pelo uso de haloxifop (graminicida não

registrado, sem ação sobre a videira) no controle de azevém. Em outros

países, além dos herbicidas registrados no Brasil, produtos como

flumioxazin, isoxaben, napropamide, norflurazon, oryzalin, oxyfluorfen,

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pendimethalin, pronamide, rimsulfuron, trifluralin, carfentrazone, clethodim,

diquat, fluazifop e sethoxydim também são utilizados de maneira eficaz no

controle das plantas daninhas em videiras. A maioria desses herbicidas é

registrado no Brasil para uso em outras culturas.

Além disso, em geral, herbicidas de contato (como o paraquat e o

glufosinate) são mais seguros quando a cultura não está em período de

dormência e com brotações no porta-enxerto. De maneira geral, é comum

os produtores não usarem herbicidas sistêmicos (como o glyphosate)

quando existem brotações, pois aplicações acidentais ou mesmo deriva

podem, segundo eles, se translocar pela planta e matá-la. No entanto, é

pouco provável que essa exposição acarrete morte da planta, apesar de

poder causar reduções de produtividade ou mesmo alteração na qualidade

do produto colhido.

Manejo de plantas daninhas resistentes a herbicidas

Por resistência entende-se: “a capacidade adquirida por um grupo

de indivíduos dentro de uma população (biótipo) em sobreviver e se

reproduzir após a exposição ao herbicida que controla outros indivíduos da

mesma espécies”; diferindo-se de tolerância que é “a capacidade inata da

espécie em sobreviver e se reproduzir após exposição ao herbicida”

(CHRISTOFFOLETI et al., 2008). Assim, pode-se dizer que quando uma

planta daninha é tolerante a determinado herbicida, qualquer indivíduo

dessa espécie, seja onde for, também será tolerante ao produto; no entanto,

quando uma planta daninha é resistente, um ou mais grupos de plantas, em

um local ou vários locais, apresentam indivíduos que não morrem e se

reproduzem normalmente, deixando descendentes após serem expostos ao

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herbicida, enquanto outros grupos de plantas da mesma espécie morrem

após a exposição ao produto (CARVALHO, 2013a,b).

Não há registros oficiais de plantas daninhas resistentes a

herbicidas em áreas de produção de uvas de altitude. No entanto, alguns

relatos sugerem a presença de azevém e buva resistentes a glyphosate.

Outras plantas de difícil controle, como o nabo e a corda-de-viola, também

ocorrem em áreas de cultivo de uvas de altitude.

O problema da resistência pode evoluir mais seriamente, uma vez

que outras espécies de plantas daninhas já foram registradas como

resistentes em vários países e também ocorrem no Brasil, como: capim-

arroz (Echinochloa spp.), losna-branca (Parthenium hysterophorus) e

tanchagem (Plantago lanceolata), resistentes a inibidores de EPSPs; cardo

(Senecio vulgaris) resistente a inibidores de FSII; e caruru (Amaranthus

spp.) resistente a inibidores de FSII e EPSPs. Além disso, já foram

registrados casos de resistência de azevém a inibidores de ACCase e ALS

(inclusive no Brasil), FSII e FSI, e buva resistente a inibidores de ALS (no

Brasil) e FSI (HEAP, 2013).

Para prevenir a evolução de populações de plantas daninhas

resistentes a herbicidas e para manejar populações resistentes recomenda-

se algumas estratégias de manejo específicas, visando diminuir a pressão

de seleção exercida pelo uso contínuo de um único método de controle,

principalmente se for a aplicação frequente e repetida do mesmo herbicida

ou de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação.

Uma das mais importantes recomendações é a rotação de

herbicidas com diferentes mecanismos de ação. Como o número de

produtos é limitado para uso em videiras, no Brasil, o risco de evolução de

populações resistentes é maior. Outras recomendações importantes são: o

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uso de misturas formuladas de herbicidas, que melhora a eficiência de

controle; o controle das plantas daninhas em estágio vegetativo, antes da

produção de estruturas vegetativas, para diminuição do banco de

dissemínulos e manutenção de baixos níveis de infestação; o uso de

culturas de cobertura, que mantém o solo coberto e limita os recursos para

as plantas daninhas; e o uso de MIPD, que associa vários métodos e

práticas de controle, que aumenta a eficácia de controle de diferentes tipos

de plantas daninhas. Assim, de maneira geral, quanto mais estratégias de

controle e manejo forem usadas, menor o risco de evolução e melhor o

controle de plantas daninhas resistentes. No intuito de avaliar o risco de

evolução de populações resistentes, Christoffoleti et al. (2008) descrevem

opções de manejo e formas de avaliação pertinentes, encontrados na

Tabela 6.

Nas áreas de produção de videiras de altitude, duas plantas

daninhas são as mais problemáticas quanto à resistência a glyphosate, a

buva e o azevém. No entanto, dentre as opções de controle químico, com

execção do glyphosate, os demais herbicidas podem ser usados no controle

dessas espécies, mesmo com a presença de plantas resistentes na

comunidade. Associado à aplicação dos herbicidas, é recomendável o uso

de cobertura verde, principalmente no outono-inverno (para controle de

azevém), evitando áreas em pousio. Na primavera-verão, o

cuidado especial deve ser com a buva, podendo procurando controlar essa

planta daninha sempre em estádios inicias de crescimento, pois os

herbicidas, de maneira geral, não são eficazes no controle de plantas

adultas. Além disso, é importante o controle antes do florescimento, pois a

buva pode produzir mais de 500.000 sementes por planta, com diversos

mecanismos de dormência, o que permite sua permanência no banco de

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dissemínulos por muito tempo e garante a infestação da área nos anos

seguintes.

Tabela 6. Avaliação de risco de evolução de populações de plantas daninhas

resistentes a herbicidas.

Opções de manejo Risco

Baixo Médio Alto

Mistura ou rotação de

herbicidas

> 2

mecanismos

de ação

2

mecanismos

de ação

1

mecanismo

de ação

Métodos de controle

utilizados

Cultural,

mecânico e

químico

Cultural e

químico Químico

Uso de igual mecanismo

de ação por ciclo Uma vez

Mais de

uma vez

Muitas

vezes

Sistema de cultivo/1

Rotação

plena

Rotação

limitada Sem rotação

Resistência relativa ao

mecanismo de ação Desconhecida Limitada Comum

Nível de infestação Baixo Médio Alto

Controle nos últimos

3 anos Bom Decrescente Baixo

/1 praticamente sem rotação para culturas perenes, por isso a importância de culturas de cobertura.

FONTE: Adaptado de Christoffoleti et al. (2008).

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CAPÍTULO 4

PROBLEMAS OCASIONADOS PELO USO INADEQUADO DE HERBICIDAS

Jocleita Peruzzo Ferrareze

Introdução

Culturas perenes, em geral, estão predispostas à deriva de

herbicidas devido ao uso comum de produtos pós-emergentes na linha de

cultivo, com proteção ou não da barra de pulverização, integrando com a

roçada mecânica da vegetação na entrelinha. Nesse sistema de controle, as

plantas podem ficar expostas também a aplicações acidentais, quando não

há proteção da barra, principalmente, o que é mais problemático que a

deriva. No entanto, o uso de herbicidas não deve ser descartado, pois pode

contribuir para aumentar a produção das plantas cultivadas, apesar do

perigo da exposição das plantas que pode resultar em injúrias ocasionais a

culturas suscetíveis que estiverem próximas ao local de aplicação.

O uso indiscriminado de herbicidas tornou-se problemático a

parreirais na região norte do Estado do Rio Grande do Sul. Alguns produtos

altamente voláteis, como o 2,4-D éster, têm atingido videiras de

propriedades rurais a até um quilômetro de distância, causando

prejuízos por safras seguidas e impedindo que alguns produtores

conseguissem ter produções satisfatórias, mantendo, portanto, em estado

de alerta a respeito do uso desses produtos em suas áreas de cultivo

(FERREIRA, 2011).

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Pomares de videiras estão, com certa frequência, localizados

próximos a áreas de cultivo de grãos. Dessa maneira, herbicidas utilizados

nas lavouras anuais podem sofrer deriva, atingir os pomares e causar

perdas significativas. A escala dos danos causados por deriva de herbicidas

na videira depende de vários fatores, incluindo a formulação do herbicida, a

variedade da videira, o estádio de crescimento e o vigor da planta,

condições ambientais, tamanho da gota e a altura da barra de pulverização.

Herbicidas hormonais, tais como 2,4-D, 2,4-DB, MCPA, MCPB, mecoprop,

dicamba, clopyralid, triclopyr, fluroxipyr, picloram e quinclorac são usados

para controlar plantas de folhas largas em muitos sistemas de cultivo. No

entanto, alguns desses herbicidas são propensos à deriva que pode causar

danos graves às videiras. Tais produtos são altamente fitotóxicos e

rapidamente translocados do local de absorção (folhas ou raízes) para os

pontos de crescimento.

Deriva de herbicidas e suas consequências

Herbicidas hormonais alteram o equilíbrio hormonal nas células em

crescimento (KADIR et al., 2003), além de influenciar o balanço energético

das plantas e a relação fonte:dreno. Oliveira Junior (2007), estudando o

efeito de subdoses de 2,4-D na produtividade de uva “Itália” e a

suscetibilidade da cultura em função de seu estádio de desenvolvimento,

observou que, 24 horas após a aplicação das subdoses de 2,4-D, os

sintomas já eram evidentes em muitas plantas e caracterizavam-se,

principalmente, pelo alongamento das gavinhas, epinastia das folhas e

deformações de ramos jovens e de folhas. Tais sintomas foram,

predominantemente, evidenciados nas partes novas em crescimento (folhas

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e ramos verdes). À medida que as subdoses e a severidade dos sintomas

aumentaram, a fitointoxicação observada progrediu para necrose, queda de

folhas e surgimento de raízes adventícias nos ramos. Tão ou mais

importantes que os efeitos observados nas folhas são os efeitos observados

nos ramos. Quando as injúrias nos ramos são significativas, além de haver

efeito direto na redução da translocação de reservas para os cachos em

formação, é possível que haja necessidade de uma poda mais severa logo

após a colheita para a recuperação do ramo produtivo. Nesses casos,

comprometem-se, no mínimo, duas safras depois da poda realizada

imediatamente após a colheita.

A videira é considerada uma das culturas mais susceptíveis ao

2,4-D (KADIR et al., 2003). Segundo Vargas e Oliveira (2013), deve-se

evitar aplicações nas proximidades da videira de herbicidas a base de

2,4-D, pois esta cultura é altamente sensível a este produto em

determinados estádios vegetativos. Quando o herbicida é aplicado perto de

um vinhedo em condições de vento forte ou de alta temperatura, há

potencial para danos, podendo ocasionar a perda total da produção e

mesmo das videiras. Segundo Kadir et al. (2003), um mínimo de cinco anos

ou seis pode ser necessário para restabelecer a produção total do pomar.

Um dos herbicidas mais utilizados na fruticultura é o glyphosate.

Esse produto é recomendado em culturas como citros, macieira, videira,

ameixeira, nectarineira, pessegueiro, bananeira, cacaueiro e pereira

(AMARANTE JÚNIOR et al., 2002). Na videira, o glyphosate é usado

para eliminar as plantas daninhas debaixo das linhas de videiras e para

reduzir o crescimento da cobertura vegetal entre as plantas, para que a

potencial competição por água e nutrientes seja reduzido (LANDRY et al.,

2005). O glyphosate é um herbicida de amplo espectro e não-seletivo, ou

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seja, controla mono e eudicotiledôneas, além de não ser seletivo para a

videira.

O glyphosate é o mais importante herbicida a afetar a síntese de

metabólitos secundários devido ao bloqueio da rota do ácido chiquímico,

com muitas implicações ecológicas (LYDON; DUKE, 1988). Doses não-

letais do glyphosate inibem a produção de fitoalexinas derivadas da rota

chiquímica de algumas plantas, aumentando a susceptibilidade a

patógenos. As fitoalexinas são compostos antimicrobianos sintetizados

pelas plantas em resposta à infecção microbiana, limitando a propagação

do patógeno (PASCHOLATI; LEITE, 1995). Vargas e Oliveira (2013) relatam

que quando for usar o glyphosate em um vinhedo deve-se ter o cuidado em

fazer a desbrota antecipada de brotos no toco do porta-enxerto para evitar

fitointoxicação das plantas.

Efeitos negativos do glyphosate foram observados por

Gravena (2006), em que todas as doses de glyphosate testadas em seu

experimento causaram queda de frutos de laranja ‘Pera’ (Citrus sinensis)

presentes na região atingida pela pulverização. O autor discute que o

glyphosate promove a queda de frutos em fase final de

desenvolvimento devido à produção de etileno em frutos em fase final de

maturação (causando a abscisão). Esses frutos, em geral, apresentaram

sintomas característicos de amarelecimento e necrose, principalmente,

na região atingida pelo herbicida. No entanto, o autor destaca que a

queda dos frutos ocorreu, principalmente, devido ao contato direto com a

calda pulverizada do glyphosate e não devido à translocação.

Por fim, o autor relata que a qualidade tecnológica dos frutos que

permaneceram na planta, e estavam na região atingida pelo herbicida, não

foi afetada.

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Em plantas de café, altas doses glyphosate causaram redução no

crescimento de plantas novas e velhas, enquanto baixas doses não

causaram efeitos sobre características de crescimento de plantas novas e

estimularam o crescimento das mais velhas (CARVALHO et al., 2013).

Portanto, glyphosate pode apresentar efeito, sendo dependente do estádio

de crescimento da planta no momento da aplicação do herbicida. Hormese

é um termo usado por toxicologistas para definir uma resposta bifásica a um

agente, dependente da dose. Sendo caracterizada por uma estimulação em

baixa dose ou efeito benéfico, e inibição ou efeito tóxico em dose elevada

(MATTSON, 2008).

Cordero-Bueso et al. (2011), em estudo realizado em vinhedos de

Madrid, relatam que a presença de herbicidas tem pouco impacto sobre a

diversidade de comunidades de leveduras associadas às bagas.

Além disso, o uso de herbicidas, como o glyphosate, pode ter estimulado a

ocorrência de populações de leveduras (incluindo as estirpes

fermentativas), já que as leveduras poderiam ter utilizado o glyphosate

como substrato energético. Assim, quando se fala em leveduras

fermentativas, como as do gênero Saccharomyces, em ambientes quentes

e áridos, onde o revolvimento provoca a degradação do solo, a melhor

recomendação seria a manutenção do solo nu, com a utilização de

herbicidas. Culturas de cobertura no vinhedo, por outro lado, poderiam

concorrer com a videira por recursos do meio, como nutrientes e água, e

poderiam favorecer o aumento da população de fungos que capazes de

competir com as populações de leveduras de estirpes fermentativas,

reduzindo sua quantidade e biodiversidade no pomar.

O uso de herbicidas nos vinhedos pode ter consequências para

plantas nativas ou não-alvo e isso pode afetar o equilíbrio natural do

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ambiente resultando em danos ao pomar. Kjaer et al. (2006) estudaram as

consequências da aplicação de metsulfuron em pilriteiro (Crataegus

monogyna), uma planta que não é utilizada comercialmente, mas é

importante como alimento para a fauna e como manutenção da

biodiversidade locais, e constataram que pulverizações de campos

agrícolas podem reduzir a quantidade de frutas disponíveis para aves

frugívoras e essas aves podem passar a causar estragos nas áreas de

cultivo próximas devido a falta de alimento.

Outro herbicida bastante utilizado em viticultura na França

(TOMLIN, 2000), mas não registrado no Brasil, é o flumioxazin, um herbicida

altamente eficiente para controle de plantas daninhas tanto em

pré-emergência quanto em pós-emergência em diversas culturas, como a

videira, algodão, amendoim ou soja (DECOIN, 1999; NIEKAMP et al., 1999;

SCOTT et al., 2001; ASKEW et al., 2002). Resultados obtidos por

Saladin et al. (2003) sugerem que a aplicação de flumioxazin no solo

induziu estresse em videiras, levando à proteólise da folha. No entanto, este

estresse foi parcialmente recuperado três semanas após a aplicação do

herbicida. Porém, na vinha, os efeitos de flumioxazin ainda eram

significativos cinco meses após o tratamento, em particular na cultivar

Chardonnay. Estes efeitos incluíram diminuição da percentagem de peso

seco de folhas e o conteúdo de hidratos de carbono solúveis, bem como

aumento do potencial osmótico nas folhas. A diminuição de

carboidratos solúveis foliares pode ter consequências drásticas para o

crescimento da baga e a constituição de reserva. Além disso, as

plantas tratadas foram caracterizadas por diminuição do teor de

aminoácidos livres e uma acumulação de amônio, enquanto que o nível de

proteínas não aumenta de forma significativa, sugerindo degradação

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aminoácidos, o que poderia afetar a qualidade dos vinhos produzidos a

partir dessas uvas.

A alteração do balanço de carbono e nitrogênio após o tratamento

com herbicida pode afetar o vigor de uma videira em longo prazo. O uso de

herbicidas pode contaminar águas superficiais e subterrâneas por lixiviação

e pode também contaminar os frutos através da deriva durante a aplicação.

Além disso, resíduos de herbicidas no solo podem também lesar as vinhas

e/ou reduzir o rendimento, e, por conseguinte, potencialmente, podem afetar

qualidade do vinho e entrar na cadeia alimentar. A taxa de dissipação de

uma substância química na superfície da baga depende de muitos fatores,

tais como a capacidade inerente do produto químico para aderir à

superfície, propriedades físico-químicas da substância, a textura da

superfície da baga, incluindo ceras da superfície e as condições climáticas

(YING; WILLIAMS, 2000). Esses mesmos autores citam ainda,

interessantemente, que as uvas brancas reteriam mais herbicidas em suas

superfícies quando comparadas às uvas tintas. Isso poderia ocorrer devido

a diferente composição e espessura da cera na superfície das bagas de

uvas brancas e tintas. Portanto, os herbicidas podem afetam não somente o

crescimento das videiras, mas também a qualidade do vinho produzido a

partir das plantas expostas ao produto.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presença de plantas daninhas em áreas de cultivo de videiras de

altitude, assim como os métodos utilizados para seu controle, pode

ocasionar problemas no crescimento, desenvolvimento e produção da

cultura. Além disso, efeitos indiretos sobre a qualidade das frutas e,

consequentemente, dos produtos derivados, tais como sucos e vinhos,

podem ocorrer, principalmente, devido à má utilização da tecnologia de

aplicação e da aplicação de herbicidas em condições ambientais

inadequadas. Por isso, é essencial o uso racional dos herbicidas e de outros

métodos de controle, principalmente de maneira integrada, visando

aumentar a eficiência de controle das plantas daninhas de um modo seguro

tanto para a cultura quanto para o trabalhador, o produtor e o consumidor

de uvas e derivados.

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