mistérios marcorelianos vol.1

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O MISTÉRIO DA VERDADE Este livro deve iniciar seu “rol de mistérios”, falando do motivo deles existirem: a falta da verdade absoluta para que sejam explicados convincentemente, com base em fatos, através de razões plausíveis que sejam perfeitamente “deglutíveis”, sob a ótica da racionalidade e de acordo com a realidade com a qual o ser humano mais curioso está acostumado a lidar. Assim, é justo começar falando dos mistérios da vida, falando da verdade, se é que esta palavra de fato faz sentido, pois, afinal, ninguém a conhece ainda, portanto corre-se o risco de falar de algo subjetivo, inexplicável e inalcançável sob as circunstâncias atuais por que vive o seu buscador. Depreende-se daí que não se pretende pregar uma verdade qualquer, partindo do pressuposto e da opinião meramente pessoais. Pelo contrário, o objetivo é aguçar, questionar, esmiuçar e rever alguns conceitos anteriormente apregoados pelos especuladores ou até pelos que se consideraram ou consideram-se “donos da verdade”. Afinal, apara toda especulação há uma essência, talvez até verdadeira. Por isso, não se deve desprezar nenhuma opinião, nenhuma assertiva e nenhuma visão. A verdade somente acontecerá se comprovada cientificamente, pois, em contrário deve ser considerada uma meia-verdade”, ou seja, não irá satisfazer ao mais exigente, ou pelo menos, poderá ser um caminho para se encontrar o resultado final mais cabível ao senso comum e até aquele que o senso comum ainda não detectou, mas um dia o fará. Se até mesmo a ciência se equivoca vez por outra, imagine-se quem especula ou quem se baseia na fé ou na auto-sugestão para acreditar na veracidade de uma determinada matéria. Além do mais, muito bem observou o filósofo Francis Bacon, quando sabiamente ponderou: “Quem não quer pensar é um fanático; quem não pode pensar é um idiota; quem não ousa pensar é um covarde...” Portanto, que se pense, mas que se faça idéias coerentes e compatíveis com a inteligência. Então, que ninguém tenha a presunção de querer impregnar ou pregar suas próprias verdades. Pode, sim, lançar as dúvidas, os questionamentos, mas jamais querendo dizer que está certo e ponto final. Muito bem observou quem disse que a “ignorância é atrevida”, talvez porque ninguém deve se arvorar de sábio, pois poderá trilhar os tortuosos caminhos da presunção e da vaidade, tornando-se ignorante pela falta de perspicácia.

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O MISTÉRIO DA VERDADE

Este livro deve iniciar seu “rol de mistérios”, falando do motivo deles existirem: a falta da verdade absoluta para que sejam explicados convincentemente, com base em fatos, através de razões plausíveis que sejam perfeitamente “deglutíveis”, sob a ótica da racionalidade e de acordo com a realidade com a qual o ser humano mais curioso está acostumado a lidar.

Assim, é justo começar falando dos mistérios da vida, falando da verdade, se é que esta palavra de fato faz sentido, pois, afinal, ninguém a conhece ainda, portanto corre-se o risco de falar de algo subjetivo, inexplicável e inalcançável sob as circunstâncias atuais por que vive o seu buscador. Depreende-se daí que não se pretende pregar uma verdade qualquer, partindo do pressuposto e da opinião meramente pessoais. Pelo contrário, o objetivo é aguçar, questionar, esmiuçar e rever alguns conceitos anteriormente apregoados pelos especuladores ou até pelos que se consideraram ou consideram-se “donos da verdade”. Afinal, apara toda especulação há uma essência, talvez até verdadeira. Por isso, não se deve desprezar nenhuma opinião, nenhuma assertiva e nenhuma visão. A verdade somente acontecerá se comprovada cientificamente, pois, em contrário deve ser considerada uma “meia-verdade”, ou seja, não irá satisfazer ao mais exigente, ou pelo menos, poderá ser um caminho para se encontrar o resultado final mais cabível ao senso comum e até aquele que o senso comum ainda não detectou, mas um dia o fará. Se até mesmo a ciência se equivoca vez por outra, imagine-se quem especula ou quem se baseia na fé ou na auto-sugestão para acreditar na veracidade de uma determinada matéria. Além do mais, muito bem observou o filósofo Francis Bacon, quando sabiamente ponderou: “Quem não quer pensar é um fanático; quem não pode pensar é um idiota; quem não ousa pensar é um covarde...” Portanto, que se pense, mas que se faça idéias coerentes e compatíveis com a inteligência. Então, que ninguém tenha a presunção de querer impregnar ou pregar suas próprias verdades. Pode, sim, lançar as dúvidas, os questionamentos, mas jamais querendo dizer que está certo e ponto final. Muito bem observou quem disse que a “ignorância é atrevida”, talvez porque ninguém deve se arvorar de sábio, pois poderá trilhar os tortuosos caminhos da presunção e da vaidade, tornando-se ignorante pela falta de perspicácia. Afinal, ninguém deve se esquecer que a verdade pode ser relativa, isto é, possuir ramificações. Por outro lado, a verdade absoluta não possui meio-caminho, é direta e imutável. Esta continua distante.

Uma das fortes barreiras para tingir a verdade única, seria a limitação dos cinco sentidos do indivíduo que não captam mais do que as vibrações da matéria tridimensional. A energia condensada e modelada, e não a sua essência. Os olhos, por exemplo, atingem um espaço muito pequeno (a não ser que a pessoa seja dotada da faculdade paranormal chamada de “visão remota”, assunto para mais adiante). De sua parte, os animais enxergam, ouvem e sentem diferentemente, pois têm acesso a diferentes “spectrums” do campo magnético, o que lhes faculta sensações muito além do que se imagina. Talvez seus cérebros não tenham atingido

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a racionalidade humana, mas certamente suas inteligências estariam direcionadas para outras áreas em que os homens ainda estão atrasados.

Do lado oposto, os religiosos, inebriados pela fé, interpretam as leituras sacras de acordo com os princípios e valores que aprendeu e, à sua maneira, vê e ouve. Do mesmo jeito age o pesquisador sério e o ateu. Cada um tem a sua própria verdade. Uns fundamentados, outros, apenas para “garantir o seu lugar no Céu”. Os chamados milagres seriam fruto de auto-sugestão ou mesmo do chamado “efeito placebo” , donde se deduz que seria a mente aquela que “faz” a verdade acontecer. atesta a força da crença.

O buscador típico é aquele que quanto mais cava, mais fundo ficam suas dúvidas, uma vez que poderá encontrar outras fontes de informação durante seu percurso. Porém, deverá estar consciente que não importa quando achará sua resposta. O que importa será saber que um dia o tesouro da verdade será achado.

Descobrir “uma verdade” pode acontecer mais amiúde. O que não acontece rotineiramente é achar “a verdade”. Assim, para descobrir uma verdade, deve-se, primeiramente, pesar

os prós e os contras (hipóteses e teorias) na balança da racionalidade, sem se deixar levar por nenhuma tendência, senão esta a acobertará irreversivelmente.

Se a verdade está lá fora, não importa. O que importa é procurar, estudar com “olhos de ver” e ouvidos de ouvir”, sempre coerente consigo mesmo e com a realidade. Agindo como místico, o buscador sensato unirá as exigências do cientista com os segredos da metafísica, fazendo se sua análise, a verdade suprema.

Finalmente, nunca é demais se lembrar da máxima proferida pelo filósofo Rosacruz, C.J. Keyser: “A certeza absoluta é um privilégio das mentes não-educadas dos fanáticos. Para as mentes científicas, a certeza é um ideal inatingível.”

Os buscadores inatos são geralmente pessoas de mente aberta, pois gostam de especular e soltar a imaginação, mas devem sempre respeitar os limites da razão.

O que se deve levar em conta, enfim, são os fatos que comprovem ou neguem qualquer idéia imaginada.

“Se non è vero, è bene trovatto...”

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O MISTÉRIO DA MORTE

E se a chamada “morte do corpo”, ou cessação definitiva das atividades orgânicas de uma pessoa racional, for mesmo definitiva, tal como apregoam os incautos e pretensiosos céticos? E se tudo que falam, ou seja, de que a alma sobrevive ao corpo, for um grande de um engodo cujo propósito for somente para dar “esperanças” de que a vida continua de outra forma? Bem, na verdade, este não é o caso deste ensaio. É preferível acreditar no que a grande maioria dos indivíduos acredita: que o espírito muda de dimensão. O certo, contudo, é que ninguém “engole” a morte. Ninguém - ou poucos - encara a morte com resignação e a assume como se fosse algo natural, porque afinal, a morte é sim natural, uma vez que é um fato presente na vida de todo ser vivo indiscriminadamente.

Quando a humanidade adquirir uma perspectiva diferente com relação à morte, toda a sua atitude se modificará. O medo da perda, talvez, irá cessar definitivamente e tudo será encarado como uma viagem sem volta, é certo, mas com perspectivas, quem sabe. O fato é que muito se escreve, muito se lê e muito se fala sobre esse temível momento na vida de todos. E muito se escreverá ainda. Geralmente ninguém terá uma conclusão cem por cento plausível. Tudo será especulação. Afinal, como se diz no vulgo popular: “Ninguém voltou da morte para contar”. Quem conta acerca do outro lado, enfim, é sempre o “morto”, ou seja, quem já morreu, Jamais, um corpo ficou muito tempo enterrado e depois voltou à vida para contar. E quem garante que tudo não seria fruto de uma mente que ainda se desconhece os mecanismos? O melhor é estudar o fenômeno de desprendimento físico de uma forma mais pragmática, a fim de dirimir um pouco esse que parece ser o maior mistério humano.

As conclusões científicas, como não podia deixar de ser, são distintas das religiões que, por sua vez, também não são plenamente concordantes entre si. O mesmo se diz quanto o estudo sobre a morte, chamado de “tanatologia”. Umas coincidências aqui e acolá, mas cada um tem um ponto de vista diferente sobre o mistério que envolve o final da vida. Não há consenso, em síntese.

E advém a velha e incansável pergunta: o que sentiria a pessoa que está para morrer. Quais seriam as reações físico-orgânicas e mentais de um moribundo?

O processo de expiração definitiva de um indivíduo poderia se resumir no simples fechar de olhos, parar do coração e fim da oxigenação do cérebro com eventual término das funções nervosas do corpo. Fim. Depois, seu corpo teria o destino certo: o cemitério se, claro a morte ocorresse de forma natural, ou seja, num leito. Eis que surge a indagação

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de sempre: como seria o processo biológico e “extra-biológico” no momento do fim da estrutura carnal que sustentou a vida?

Segundo pesquisadores (dentre médicos, cientistas, místicos e outros especialistas no mórbido assunto em pauta), inicialmente, a energia vital, aquela força invisível que comandaria as funções involuntárias do organismo começa a se dissipar aos poucos, fazendo com que a vida desaparecer no corpo do moribundo que, por sua vez, começa a sentir uma forte pressão que se inicia nos pés e vai invadindo lentamente o corpo inteiro que vai ficando dormente e frio. Os membros tornam-se pesados. Por causa disso, a respiração e a circulação do sangue vão ficando também vagarosos e os sentidos da visão e da audição começam a desaparecer. Certamente, um certo desespero toma conta da pessoa. A sensação de abandono se inicia. Advém uma tremedeira ininterrupta. É o choque do desprendimento definitivo que está próximo. É reação do sistema nervoso, perto da pane total. Uma pressão ainda mais forte é sentida nessa hora fatídica e desconhecida (quem sabe, esquecida).

Uma vez que a corrente sanguínea é afetada, as glândulas, em resposta ao chamado da morte, injetam no sangue uma substância que, por sua vez, irá afetar o enfraquecido coração. Essa é uma das causas básicas do estado de coma. Produz-se uma espécie de abalo psíquico, que afrouxa a conexão entre a consciência e o sistema nervoso físico. Assim, a alma ou, pragmaticamente, a “contraparte do corpo”, se desprenderá do seu envoltório denso que, em determinadas partes já está rijo, como se estivesse “morrendo aos poucos”.

O coração começa a ter dificuldades para se encher de sangue totalmente, tal como o fazia quando o corpo era saudável. Por isso, o bombeamento fica comprometido, agravando ainda mais a situação dos combalidos órgãos. A sensação de identificação com o próprio corpo, vai minguando, lenta e progressivamente e a sensação de perda tem início efetivo. Um zunido forte e profundo é ouvido dentro da cabeça e um torpor passa a ser sentido. É uma sensação de sonolência incontrolável. Na seqüência, produz-se uma pausa – seria a chamada “melhora da morte”? -, para que o processo de afrouxamento se dê sem dor, e o mais suavemente possível. Pseudo-sensação de alívio, porém muito breve.

Inicia-se outra fase que antecede a morte. O sofrimento para ser mais efetivo quando os pensamentos do “quase-defunto” se prendem aos seus humanos desejos, tendo início à etapa de negação. Ele se recusa a abandonar seu corpo, a deixar seus sentidos. A iminência de defrontar com o desconhecido lhe apavora. É o temor pelo que está próximo a acontecer. Chegou finalmente a hora de desvendar um dos maiores mistérios da vida: a morte. Se a pessoa foi alguém curioso, talvez uma sensação de compreensão e resignação poderá ocorrer, porque ele compreende que vai, enfim saber o que está além da vida se é vida, ou se é o nada. Por mais que acreditasse na vida após a morte, sempre haverá uma ponta de dúvida e, por isso, a expectativa pelo provir se intensifica. O desprendimento prossegue. Célere e implacável. A dormência

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generalizada entorpece o corpo todo e o seu peso aumenta. Peso este que inicia a partir dos olhos, cujas pálpebras sequer abrem.

Uma solidão nunca sentida antes advém.Nessa hora inusitada e bizarra, surge também a inevitável

impotência. Não haverá mais retrocesso. As chances reduziram a nada. Será que o túnel com a luz ao seu final vai aparecer? Informações recebidas quando em vida, podem aparecer na tela mental e sugestionar a pessoa quase a morrer. Esse túnel vai ficando estreito e a idéia de longitude é percebida. Ter que atravessar o túnel causa mais medo ao indivíduo, pois terá que enfrentar a escuridão, o vazio e o silêncio plenos. O aniquilamento é fato. O que irá prevalecer serão as suas crenças do indivíduo durante sua existência. De repente, surge a luz, bem longe, mas se aproximando rapidamente. A luminosidade desprende fagulhas, é branca e ofusca os “olhos mentais” do defunto potencial. Nesse período derradeiro, a língua se enrola e a capacidade de verbalizar cessa de vez.

A mente, consciência, alma ou espírito “vê a porta de saída" e começa a abandonar aquela carcaça doentia que tanto lhe serviu durante o tempo em que esteve recluso neste Planeta. Essa saída pode variar, dependendo das características de cada um. Nas pessoas mais sensíveis, emotivas, a mente sai pelo plexo solar, naqueles mais racionais, esclarecidos, ela sai pelo alto da cabeça, os indivíduos bondosos, corretos, se libertam através do coração (quem sabe daí surgiu a expressão “de bom coração”?). Após a última batida do coração, ocorre um estranho - mas não mais surpreendente - estado de clarividência que pode se estender ainda por alguns dias após o desenlace, dependendo do tipo de morte que sofreu. Uma camada profunda da mente conserva o registro das experiências, desde a infância até a velhice. Nada se perde, e tudo existe sob a forma de imagens. São revistos vários episódios em detalhes. Acontece uma retrospectiva ao inverso, ou seja, os fatos aparecem desde os elementos que precederam a morte, remontando à tenra infância, rapidamente, porém tudo é bem rememorado. Nesse momento, a pessoa sente um forte “puxão”, quase um sobressalto. É o êxtase final. Sintoma que o corpo está se desligando definitivamente. Sem volta, o sentimento de solidão começa a desaparecer. Todavia, o físico tende a responder à atração da própria matéria. É a chamada "atração da gravidade" que também impõe ao corpo astral o mesmo magnetismo, porém infrutífero.

A dissolução é mesmo irreversível. Novamente, advém uma breve pausa. Sendo a morte inevitável, esse lapso dura apenas alguns segundos. Há dois tipos de estados de coma: o da luta, que precede a morte; e o da restauração, quando a alma retira o fio da consciência, mas não o fio da vida, num esforço para dar tempo suficiente para recuperar a sua ligação com o organismo e restabelecer a saúde. O físico perde seu predomínio e o corpo parece se recuperar (eis de novo a mencionada “melhora da morte”).

A mente, em sua compreensão material começa a diluir, dispersando do físico denso, e à medida que as energias que a compõem se reorganizam e se retiram, vão deixando para trás uma espécie de substância, que para alguns, poderia ser o conhecido “fio de prata”, que

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vai se partindo. Dizem que um corpo sem vida pesaria cerca de 10 gramas menos do que aquele que está vivo. Seria o “peso da alma”?

Eis o fenômeno da morte! É certo que este mistério ainda não foi desvendado, pois “ninguém voltou para contar”, não obstante os livros espíritas, mas nesse caso, seriam os próprios espíritos que relatam sua separação do corpo. O “vivo” que já morreu não existe.

Esta descrição, no mais, é baseada em pesquisas de diversas tendências. Como visto, as variações existirão, mas o processo de extinção da vida é um só: o coração pára e os demais órgãos, sem irrigação, também param em definitivo e a alma é expulsa do corpo, lenta ou subitamente, dependendo das características do desenlace ou transição. Assim, o final da vida é insofismável e implacável. Ninguém é imortal, só a sua mente.

III

O MISTÉRIO DA COINCIDÊNCIA

Quando acontece uma situação que está interligada com outra ou que presume ser correlata a outro evento, então é chamada de coincidência, ou dois acontecimentos simultâneos que sejam assemelhados em seus objetivos. Portanto, qual seria a explicação plausível para que um evento

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seja coincidente com outro? Mero acaso? Sorte (ou azar)? Oportunidade? Ou, haveria algo de misterioso ou sobrenatural, entre eles? Quantas vezes todos não vivenciaram situações tias como quando uma pessoa que estivesse pensando num determinado amigo e este, de repente, lhe comunicasse, como que se recebesse uma mensagem telepática de resultados imediatos? E o que dizer da vez quando o indivíduo passa de carro numa rua sem nenhum lugar para estacionar e, para sua alegria, um carro sai justamente do local onde ela estava querendo parar? Simplificando: as coincidências variam, dependendo evidentemente de uma série de fatores. São, na verdade, acontecimentos tão sincronizados que até o mais cético ficaria intrigado. Seriam esses eventos correlatos, simples interferências, ou teriam mensagens subliminares mais profundas e não percebidas pelos seus atores? Todavia, reza o dito popular que "nada acontece por acaso, tudo tem seu motivo de ser e acontecer...". Seria o caso de perguntar, finalmente se as artimanhas do destino seriam ações propositais de forças desconhecidas, agindo para criar uma situação já pré-determinada, ou planejada. Os acontecimentos estariam entrelaçados com um propósito específico, mas misterioso para a compreensão convencional do limitado ser humano?O termo “coincidência”, etimologicamente explicando, quer dizer que aconteceu uma situação simultânea e sincronizadamente com outro de similar sentido. Em outras palavras, este seria um fenômeno comumente conhecido como “sincronicidade”. Os motivos da exatidão temporal e espacial dos eventos ainda permanecem sob o véu do mistério. Carl Gustav Jung, famoso psicanalista, observou: “Eventos sincrônicos se repetem mais intensamente quando estamos num estado emocional equilibrado. Na sua visão pragmática da matéria, todos nós temos quatro funções básicas: razão, emoção, sensação e intuição. No nosso ser, geralmente uma delas é predominante, pois quando trabalhamos internamente na direção do equilíbrio, uma nova função é acrescentada: a sincronicidade. Os sincronismos revelam que não é só o externo e o interno que se acham interligados, mas que existe um sentido maior em tudo o que nos acontece(...)”.Desse modo, as ocorrências simultâneas não devem acontecer sob o sabor do mero acaso, pois estariam interligadas a uma complexa cadeia de acontecimentos que está muito além da compreensão humana. Deduz-se, portanto, que quando acontece uma "coincidência", algo mais deverá estar por trás dessa correlação temporal, seja agora, antes ou futuramente. Que se atente à implacável lei da física: ”Para toda ação, uma reação”, que faz compreender que para toda ocorrência sempre haverá uma resposta, esteja ela velada, ou não. Todas as coisas então, estariam rigorosamente entrelaçadas, tal como numa rede de fios que se auto-alimentam? Se sim, certamente seria a vida uma sucessão de acontecimentos com propósitos bem definidos. Já dizia Pascal, “o coração tem razões que a própria razão desconhece!”. É o sincronismo atuando sempre sabiamente para aprimorar a vida do ser humano.Incidências existem e coexistem naturalmente. Sobrenatural é interpretá-las com base em motivos não explicados ou que fogem à racionalidade. O problema é que o Homem ainda não aprendeu a interpretar sua própria realidade e, por isso, sente-se superior ao mistifica-la satisfazendo ao

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próprio ego e detrimento da compreensão alheia. Sincera e cabível seria a visão da repórter Liana Alves, ao comentar que, "a sincronicidade abre um caminho para você escutar a si mesmo e ativar a sua intuição. Às vezes precisamos de muita coragem para abandonar estruturas que construímos durante a vida e seguir os sinais que nos indicam novos caminhos. Enfim, não somos mais um ego que tenta controlar tudo a qualquer custo".

IV

O MISTÉRIO DO AMOR

É difícil tocar num assunto tão controverso, porquanto misterioso como é o chamado sentimento do amor. Pode até ser paradoxal comentar sobre algo tão escassamente utilizado nos dias atuais. Mesmo assim ele resiste bravamente aos percalços humanos e, vez por outra prevalece. Caso contrário, o mundo, certamente, já teria sucumbido.O que dizer de uma das mais antigas máximas: “amai-vos uns aos outros, como a ti mesmo”? Estaria esse “conselho” em franco processo de extinção? Será que praticar o amor, o carinho, a paciência, a ternura, enfim, tudo relacionado ao amor, estaria tão difícil assim? Será que a maioria ignora que os sofrimentos poderiam ser reduzidos se a prática amorosa fosse corriqueira, natural?É por causa dessa incoerência que o amor é um mistério entre os homens. Todos sabem que se praticá-lo, o mal será eliminado, mas poucos o praticam efetivamente. Por quê? Masoquismo? Sadismo? Necessidade de sofrer? E por qual motivo o ser humano tem que necessariamente sofrer para “purgar seus erros”? Que ditado é este que prega o auto-aniquilamento para que se obtenha as coisas boas da vida? Será que “ama-se erradamente”? Se assim o for, seria, portanto, o sentimento do amor, uma atitude meramente platônica, ou utópica? Ou pior, seria tal sensação, algo meramente fugaz, sem os resultados que dele se espera? Outro paradoxo: se amar significa evitar o ódio, mas se s amar em demasia significa um sentimentalismo passageiro que poderá ser extinto por causa de uma eventual separação? Onde estaria o procedimento adequado? Isto significaria que o amor deve ser comedido, sem exageros, a fim de evitar as frustrações que poderiam advir. Então, o amor oferecido e recebido deveria ser estrategicamente mais racional e menos emocional? Jamais vice-versa? Há uma certa razão nesta observação, pois é certo que nada na vida deve ser tratado de maneira extremada. É percebido pela pessoa mais sensata que tudo praticado em excesso, pode levar ao erro, pois sem equilíbrio, nada é bem-feito. E o jeito de amar não poderia ser diferente. Então, surge outra pergunta, não menos capciosa: como equilibrar algo tão característico do ser vivo supostamente racional? Seria talvez, o futuro, menos doloroso se o amor uns com os outros (principalmente em se tratando de familiares e amigos) fosse mais comedido, mais pragmático?

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Por certo, a maturidade poderia ajudar nesta reflexão, ou neste questionamento. Afinal, é provado e comprovado que o passionalismo pode por tudo a perder. E antes do tempo. Mas, se a perda será algo que vai acontecer – de um lado, ou de outro – por quê não amar passionalmente, então?No final das contas, o objetivo deve mesmo ser um só? Ou melhor, primeiro adquirir o autodomínio, para depois demonstrar os sentimentos de forma compassiva e racional, isto é mais razão do que emoção? Pregar a teoria pode ser uma ação mais fácil do que praticar. Isto, porque o ser humano ainda está muito aquém de adquirir o seu próprio controle físico e mental. Eis, talvez, um dos grandes dilemas humanos. Assim, para adquirir a tão almejada maestria, é mister refletir-se no conselho de um famoso pensador quando, sabiamente, disse que, “para amar de fato, deve-se exorcizar três demônios íntimos: o do medo, que é um demônio enraizado profundamente e que se alimenta da necessidade de preservar a vida ante o perigo, mas que se alia com a imaginação e cria neuroses que são capazes de paralisar completamente a vida de uma pessoa; da ira, que é um demônio destrutivo, que se alimenta da reação normal de uma pessoa ante o medo, mas por ser normalmente abafado e recalcado acaba criando o ódio (falta de amor), que é uma raiva em conserva, podendo consumir uma pessoa por dentro até matá-la e, finalmente, o do dever, que é um demônio que entulha o caminho das pessoas por causa das suas muitas obrigações, podendo esmagá-las e que acaba produzindo tédio e imobilidade.”Assim, em primeiro lugar, o primeiro passo para adquirir o amor real, isento de paixão ou radicalismo, seria a liberação das mazelas do egoísmo. Dessa forma o amor será parcimonioso, comedido e, sobretudo, inteligente. Talvez esteja aí o segredo que ainda acoberta as belezas decorrentes do amor sóbrio e sincero.

V

O MISTÉRIO DE DEUS

O monoteísmo ensina que o ser humano deve adorar um só deus. O politeísmo, ao contrário, prega o respeito a vários deuses, cada um de um determinado setor, ou área de ação diferente. Assim, desde tempos imemoriais, o ser humano atribuiu sua existência a uma causa superior. Ele seria a criatura feita por um criador invisível que, ademais, também havia “fabricado” o mundo e o universo. Por quê, então, o Homem passou a crer numa força superior, mesmo que nunca a tenha visto através de seus olhos (talvez, só vivenciado)? Medo da morte? Insegurança? Pressão dos chamados mais instruídos? Por outro lado, e como não podia deixar de ser ou para não fugir ao hábito humano, existem as pessoas que definitivamente repudiam a idéia de um deus, ou algo acima de suas cabeças que não podem enxergar ou sentir. São os ateus, resistentes no que diz respeito a toda e qualquer situação não comprovada cientificamente, o que lhes não lhes outorga o poder de contestar a tudo e a todos, exibindo um radicalismo sem fim, com observações nem sempre

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sensatas. Mas, eles, assim como os crédulos, têm seus motivos e suas prerrogativas.Para muitos, no entanto, definir ou decifrar Deus, soaria como uma ousadia ou um desrespeito. Captar uma força incomensurável, infinita e, talvez, incógnita, seria muita pretensão para esses que arriscam menos quanto ao conceito do “fenômeno divino”.Para eles, enfim, isto seria a mesma coisa que colocar num balde a água do mar, portando apenas um dedal. No mais, são variadas as opiniões acerca do que seja o Deus, dito “Todo Poderoso”. Há quem diga que Deus é o conjunto de mentes iluminadas agindo em prol dos seres que um dia se juntarão a essa espécie de egrégora mental. Seriam, pois, mentes em perfeita e harmônica sintonia, ou seja, uma complexa orquestra chamada de “universo”. Tal massa, composta de pensamentos iluminados, originários de mundos diversos, poderia ser a fonte de inspiração de todos que com ela comungasse. O objetivo final não poderia ser outro, senão a aquisição da maestria, o domínio da vida que faz a pessoa se tornar o próprio deus.As especulações pululam a partir de várias correntes. Uns, por sua vez, “pregam” em nome de Deus, outros “agem em nome dele”. E ainda há quem se considere o próprio Deus. Seriam esses talvez, os mais perigosos. È notório e comprovado cientificamente, que a composição física do ser vivo - seja ele de que reino pertencer - é basicamente de moléculas e átomos rigorosa e perfeitamente “agregados” uns aos outros, formando uma entidade inteligente (exceto, quem sabe, nos reinos vegetal e mineral). Místicos apregoam que cada infinitesimal parte deste ser, pensante, ou não vivo, tem a qualidade divina presente, ou seja, possui consciência e controle próprios. Essa qualidade permitiria a evolução do ser, chegando ao estágio puro, isto é, à perfeição. Assim, o organismo “trabalha” à revelia das funções voluntárias, podendo se alterar, dependendo do estado mental e comportamental de seu hospedeiro.As anomalias resultariam nas indesejáveis doenças, geralmente geradas por causa de problemas psíquicos, ambientais ou genéticos. No final das contas, apregoa-se que devemos sempre consultar o próprio “Deus interior”, pois a resposta mais sábia poderá estar ali.

Após esta árdua tarefa de querer conceituar o ser divino, cultuado pela maioria dos habitantes deste Planeta, pergunto-me novamente se não estaria sendo petulante, ou mesmo perdendo tempo, querendo conceber o inconcebível. Talvez sim, talvez não. No entanto, é meu dever aguçar a curiosidade alheia através de elucubrações que, certamente é fruto de mentes irrequietas, como a deste mísero mortal... 6-O MISTÉRIO DA REZA-16/Julho/2004Vamos adentrar, doravante, em searas menos polemicas, ou seja, já tentei devassar os mistérios da verdade, da morte, da coincidência, do amor e de Deus. Agora, em função de um acontecimento recente, resolvi comentar um outro mistério bastante interessante, que é o da força da reza, ou oração, ou prece, como queiram.

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No sábado último, eu e meus amigos, nos reunimos para um lauto churrasco oferecido por um outro grande amigo que está no Brasil em férias. Ele e a família, moram na França há quase 4 anos. Durante a farra, seu sogro pediu licença e nos solicitou que déssemos as mãos para fazer uma oração de agradecimento pelo momento sublime, ou seja, agradecer o privilégio por estarmos todos juntos, irmanados em mente e coração. Foi muito bonito e emocionante. Dentro do meu pragmatismo habitual, imaginei uma grande auréola nos circundando exatamente enquanto rezávamos o “Pai Nosso”. Pura física quântica, imaginei sem medo de estar especulando ao léu. Uma energia nos envolveu e reforçou-me a certeza que uma oração bem sorvida, imuniza o ambiente, principalmente à pessoa que a emite.Portanto, a prece tem que ser bem sentida, jamais mecanizada. Além do mais, não importam os seus dizeres, basta a intenção para que as suas palavras exerçam os seus positivos significados e intenções. A maioria de nós aprendeu a rezar de maneira decorada, mecanizada, como disse. Nos primeiros anos de escola, tínhamos de rezar antes e depois da aula. A mesma coisa, antes de dormir e ao acordar. Também, isso acontecia durante as missas que tínhamos de, obrigatoriamente, comparecer aos domingos. Enfim, ficamos "programados" a rezar quase o tempo todo. Por isso, a reza tornou-se um ato robótico, sem muito valor prático, na verdade.Contudo, à medida que vamos adquirindo um certo discernimento, passamos a considerar o valor subjetivo (e objetivo) de orações, tais como o "Pai Nosso", a Ave Maria” e o famoso “Santo Anjo” que, para mim, em particular, é uma espécie de escudo protetor, pois ao entoá-lo, sinto-me com uma força incomum para enfrentar as intempéries que porventura surjam no meu caminho. À medida que via a eficácia advinda da formação desse “campo de força”, notei que se tratava de fato de um potente "mantra", capaz de mudar o curso de algum acontecimento, ou mesmo oferecer uma proteção adicional.Em síntese, a força do logos é tanto material como imaterial, dependendo de seu foco!Em termos técnicos, no momento em que rezamos é gerado uma espécie de redoma à nossa volta, ou ao redor do nosso objetivo. No caso de um desejo, a sua realização é “construída” através dos significados das palavras emitidas. O cenário é bonito e o resultado é melhor ainda. Pudéramos ter uma visão extra-física para podermos visualizar a "carapaça" energética que "montamos" ao rezar!A técnica apropriada adotada para "rezar direito" com eficiência e eficácia (no pensamento ou falando), é procurar "imaginar" o seu “alvo” dentro de um espaço repleto de luz da cor verde (de preferência). Tal espaço, deverá ter contornos delimitados e bem delineados geometricamente falando, podendo ser uma pirâmide, uma esfera ou um bloco, por exemplo. Tanto faz, o importante é que o seu objetivo esteja "dentro" do recinto formado pelo seu pensamento, enquanto estiver rezando. Cabe aí, conforme mencionado, ser um pedido, um desejo, ou mesmo uma proteção a alguém.A pessoa/entidade-alvo, deve ser "confinada" no invólucro imaginado. Assim, esta receberá as energias de que tanto precisa para se integrar ao

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Todo, que certamente ainda não está integrada naquele momento em que estiver recebendo tais eflúvios.Ressalte-se, finalmente, que a reza NÃO é uma ação eminentemente religiosa na acepção do termo, mas uma "religação quântica” com o Cósmico. Metafísica pura e simples!7-O MISTÉRIO DO PENSAMENTO-23/Julho/2004Todos nós pensamos. É fato. Todavia, ninguém ainda sabe realmente como se opera o pensamento. Que milagre seria este que nos faz articular palavras e imagens dentro de nossa cabeça? Será que estamos cientes deste mistério? Do que ele é passível de transformar ou fazer? O que sabemos dos resultados práticos advindos de um pensamento forte? Mas, o que seria um “pensamento forte”? Simples. Nada mais é, do que a decantada “força do pensamento”. Como diz a máxima: “Somos o que pensamos”. O que intriga é como o pensamento se desenvolve nas entranhas do nosso cérebro. E o porquê dele modificar um ambiente ou “fazer acontecer” algo que queremos, que desejamos ardentemente somente pelo ato de pensar. O que se apregoa é que o pensamento tem a capacidade de moldar o cotidiano e os seus projetos de futuro. Segundo Bruce Doyle, “compreender a estrutura do pensamento o ajudará enormemente a compreender seu impacto nos sistemas de convicções, de todos aqueles pensamentos que você aceita como verdadeiros.”, isto é, a partir de nossa conscientização de que o pensamento age como se fosse algo material, poderemos reformar a nossa maneira de pensar e passar a agir diferentemente, uma vez que “pensamentos ruins geram coisas ruins, e vice-versa”. O ato de emitir um pensamento focalizado a algum objetivo, gera o que chamamos de “mentalização”. A própria reza seria uma espécie de mentalização, pois enquanto rezamos, estamos “enviando” um pensamento bem-intencionado a alguém ou para algo acontecer. A mente humana grava e executa tudo que lhe é enviado, seja através de palavras, pensamentos ou atos, seus ou de terceiros, sejam positivos ou negativos, basta que você os aceite. Portanto, a potência do pensamento é tão intensa que dependendo de sua direção, ele pode até matar, pois o comando mental é que dita as regras. Um impressionante experimento foi feito com um detento condenado à morte. Como ele já estava fadado a ser executado, concordou em ser cobaia de uma experiência. Assim, foi proposto ao condenado o seguinte: ele participaria de uma experiência científica, na qual seria feito um pequeno corte em seu pulso, o suficiente para gotejar o seu sangue até a ultima gota final. Ele teria uma chance de sobreviver, caso o sangue coagulasse. Se isso acontecesse, ele seria libertado, caso contrário, ele iria falecer pela perda do sangue, porém, teria uma morte sem sofrimento e sem dor. O condenado aceitou, pois era preferível do que morrer na cadeira elétrica e ainda teria uma chance de sobreviver. O condenado foi colocado em uma cama alta, dessas de hospitais. Amarraram o seu corpo para que não se movesse. Fizeram um pequeno corte em seu pulso. Abaixo do pulso, foi colocado uma pequena vasilha de alumínio. Foi dito a ele que ouviria o gotejar de seu sangue na vasilha. Na verdade, o corte fora superficial e não atingiu nenhuma artéria ou veia, mas foi o suficiente para que ele sentisse que seu pulso fora cortado. Sem que ele soubesse, debaixo da cama tinha um frasco de soro com uma pequena válvula. Ao cortarem o pulso, abriram a válvula do

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frasco para que ele acreditasse que era o sangue dele que estava caindo na vasilha de alumínio. Na verdade, era o soro do frasco que gotejava. De 10 em 10 minutos, o cientista, sem que o condenado visse, fechava um pouco a válvula do frasco e o gotejamento diminuía. O condenado acreditava que era seu sangue que estava diminuindo. Com o passar do tempo, foi perdendo a cor e ficando cada vez mais pálido. Quando o cientista fechou por completo a válvula, o condenado teve uma parada cardíaca e morreu, sem ter perdido sequer uma gota de sangue. Doença e saúde têm suas raízes no pensamento. Pensamentos doentios se expressarão através de um corpo doentio. Pensamentos de medo fazem adoecer e podem até matar. Pensamentos impuros e negativos – de ódio, ressentimento, desconfiança, inveja, cinismo, revolta e não aceitação da realidade – não tardarão a destruir o sistema nervoso. A teoria considera que todo ser pensante constrói para si uma espécie de concha de formas-pensamento: uma verdadeira vestimenta feita de energia mental, Assim, todos os pensamentos e sentimentos que emitimos reagem constantemente sobre nós mesmos. Cada ser humano é, enfim, responsável por tudo aquilo que pensa. 8-O MISTÉRIO DO SIGILO-30/Julho/2004Quem divulga seus planos, está fadado à frustração. Por quê dizer isto tão peremptoriamente? Eis o “segredo do segredo!” O sigilo seria, então a alma do negócio? Positivo. Manter uma determinada meta em segredo para consigo mesmo - ou, no máximo para alguém em que se pode confiar - poderá resultar em sucesso, segundo reza a quântica. Mas, o que a física tem com isso? Por ser mais um problema afeto à “preservação da energia”. Expliquemos: Quando a pessoa tem o cuidado de não divulgar seus intentos ao léu, a probabilidade de que seu plano dê certo, aumenta sensivelmente. Mas, como? Que mistério guardaria um “segredo bem-guardado”? Simples. Quando alguém quiser adquirir ou fazer alguma coisa cuja consecução requer maior esforço, deverá evitar a sua divulgação, antes que tenha certeza absoluta de sua realização, ou seja, terá que atender àquele velho e sábio conselho: "não espalhe seu projeto".A manutenção de tal projeto deve ser “intramuros”, o que permitirá a sua consecução efetiva, porque a energia construtiva usada para tanto, não será desperdiçada.Imaginem se as secretas leis do universo fossem reveladas ao homem na sua totalidade (por sinal, eis aí a inatingível “verdade”, já comentada em “mistérios” anteriores)! É evidente que o homem ainda não tem capacidade, tampouco discernimento para descobri-las na sua plenitude. Adquirindo esse “segredo cósmico”, ele não conseguiria sustentá-lo somente para si próprio, por causa de sua vaidade e orgulho infindáveis. E o supremo segredo cairia em vários domínios, de diversificadas intenções. Igualmente, todos os nossos planos, idéias e ações devem ser concebidos, criados e dirigidos pelo Eu interior e somente sendo manifestos após um meticuloso e bem delineado planejamento, a fim de evitar os desvios, sempre à espreita do erro humano, tão comum e tão previsível..A manutenção do sigilo é, pois, fundamental para que se consiga energia mental suficiente à realização do intento. Em outras palavras, enquanto o homem desperdiçar a energia dinâmica de sua mente, jamais terá energia suficiente para concretizar seus grandes planos ou idéias. Usar energia

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para revelar desnecessariamente os planos a outrem, esgota o seu abastecimento. O ato de manter o segredo somente para si próprio, facilita o acúmulo de grande quantidade de energia mental.Outro segredo precioso, é recorrer a pessoas bem sucedidas em busca de conselhos. Tais verdadeiros amigos, são depositários de confiança, pois souberam – e sabem - aproveitar as oportunidades que lhe foram concedidas. Certamente, eles guardaram em sua mente, as chances surgidas e planejaram as etapas para alcançar o sucesso final. O truque é, por conseguinte, no silêncio de seus pensamentos, comungar com o infalível Eu interior e receber suas preciosas instruções. O silêncio é a harmonização com as forças ou energias mais refinadas do Cósmico, ou do plano divino. É o momento crucial quando se recebe força, coragem e confiança. Em suma, o sigilo requer que o Eu exterior coopere com o Eu interior.A conhecida máxima, “não atire suas pérolas aos porcos” seria mais bem compreendida se fosse emitida de outra forma, como: “não atires suas grandes verdades à mentes despreparadas”.Dessa forma, o mistério do sigilo, deixará de ser um mistério, e estará ao alcance de todos aqueles bem-intencionados que desejam realizar seus desejos, porém sempre visando não somente o próprio bem, mas daqueles que o cercam. É a lei da causa e efeito.Esta lei é infalível e implacável! Preserve sua energia e utilize-a no momento oportuno! Você será o maior beneficiário!9-O MISTÉRIO DO SONHO-13/Agosto/2004Todo mundo sonha. Uns lembram dos sonhos integralmente, outros, em parte (sem pé, nem cabeça) e muitos sequer recordam dos momentos enquanto estão entregues aos “braços de Morfeu”. Por isso mesmo, não é novidade que este é mais um misterioso assunto a ser comentado, como sempre, de maneira breve e objetiva, tendo o cuidado para evitar a enfadonha mesmice quando nele se fala. Sonhos são eminentemente de caráter material, poderia afirmar, sem medo de errar. Há pessoas que, ademais, têm controle dos mesmos (seriam os chamados “sonhos lúcidos”). Por outro lado, alguns ficam à sua mercê, ou seja, podem ser totalmente dominados pela força onírica que lhes toma a mente. Assim, existem muitos tipos de sonhos: eles podem ser bons, maus, amenos e até inofensivos. Há, também, sonhos que remontam o passado, o presente e o futuro. Sonhos de caráter religioso, místico e até científico (muitas descobertas, ou invenções foram atribuídos aos sonhos por parte de seus “donos”). Encaro os sonhos como uma deliciosa aventura noturna. Afinal, já fiz até uma “viagem no tempo”, quando tive a nítida sensação que andava pela rua Monsenhor João Ivo dos idos anos 60! Por sinal, história contada neste jornal, quando da coluna “Formiga e Seus Causos”. Ou, ainda, quando sonhei que estava no Estados Unidos em 1974, propagando que tinha vindo do ano de 2001 (o ano em que tive tal sonho). A verdade é que tais "devaneios do subconsciente" não passam de “metáforas mentais”, cuja mensagem intrínseca varia de acordo com a pessoa. Enquanto o corpo descansa, vivemos num mundo paralelo, onde tudo pode acontecer, onde tudo é perfeitamente plausível. Contudo, e como não podia deixar de ser, existem em nosso mundo, os chamados “leitores

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de sonhos” que os interpretam a partir de suas tendências, religiosas, ou até em termos didáticos, como fazem os adeptos de Jung, que através de símbolos e arquétipos, lhes dão significados que, convenhamos, ultrapassam a capacidade de compreensão do leigo.Na humilde e despretensiosa opinião deste colunista, é pura falta de tempo se fiar nessas pseudo-interpretações oníricas! Com raras exceções, os sonhos não passam de fragmentos colhidos pela memória ao longo do dia que passou, ou mesmo de memórias mais distantes.Tudo é muito simples: durante o dia, nosso consciente "fotografa" imagens e cenas diversas que às vezes nem percebemos. Depois, tal como um computador, ele as "armazena" na sua pasta de arquivos diária. Faz o mesmo com os sons. Depois, mistura tudo e envia o pacote para a parte do cérebro correspondente à "lixeira". Antes de “apagar o material” em definitivo, o descarrega (durante o sono) no subconsciente que o converte na forma de cenas conexas ou desconexas, montando uma história. Isso, claro, acontece geralmente de madrugada, ou quando o corpo relaxa para a recarga energética. Assim, será a memória que vai fazer você lembrar (talvez, nem isso) do ocorrido ao despertar. Portanto, é o subconsciente um amontoado de películas registradas durante a vigília que, posteriormente, serão filtradas de maneira inteligível, ou não.Todavia, como toda a regra tem exceção, existem sonhos advindos das mentes de pessoas ditas sensitivas (aquelas, cujo cérebro tem uma “antena” adicional, encarregada de captar ou detectar situações subliminares, ou extraordinárias). Elas são, pois, dotadas de certos canais psíquicos que se encarregam de “receber” mensagens que podem se tornar verdadeiras, ou melhor, podem acontecer de fato na vida palpável. Esses seriam os “sonhos premonitórios”. Revelações diversas, dizem, podem acontecer nessa inusitada forma. O entrave seria o excesso de fantasia que pode mascarar tais “avisos”. É próprio do ser humano “aumentar” o recado que lhe foi passado de modo não-convencional através de sua mente enquanto o corpo estava em repouso. Por isso, todo cuidado é pouco, quando se tenta “decifrar” o mistério dos sonhos...Assim, é de bom alvitre, ficar muito atento com relação aos indivíduos que “bancam” intérpretes do sonho alheio. Esses oportunistas vivem da ingenuidade alheia, ansiosa por saber o “significado” do seu sonho da hora! Guardadas as proporções e à nossa limitada capacidade de discernimento, devemos, portanto, estar cônscios de que a maioria dos sonhos são mesmo imagens "jogadas ao léu" em nossa infinita memória. Cabe a cada um, interpretar o próprio sonho, pois afinal, “em cada cabeça, uma sentença”!10-O MISTÉRIO DA PREOCUPAÇÃO-20/Agosto/2004Não existe na face da Terra quem jamais se preocupou com alguma coisa – com, ou sem razão - na vida! Essa incomodante, porque não, misteriosa ação meramente humana, nada mais é, do que a ocupação antecipada da mente de um evento futuro. Conclui-se, pois, que o desgaste energético há de ser intenso, resultando, na maioria das vezes, em desperdício dessa força que tanto nos beneficia e auxilia no nosso dia-a-dia.Em outras palavras, a preocupação nos impõe uma desnecessária atenção a algum acontecimento (em curto, médio ou longo prazo) quase sempre em momento indevido.

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Por que, então, temos a mania de nos preocupar? Inicialmente, por dois motivos:1º- Porque temos a ilusão de que dando constante atenção ao problema em foco, estaremos dominando a situação, impedindo que as temidas condições desfavoráveis ocorram;2º- Porque só acreditamos no poder de nossa mente consciente (mente objetiva) negando o poder do subconsciente, onde a “energia realizadora” está contida.O truque seria permitir que a mente consciente e a mente subconsciente trabalhem em conjunto (a união faz a força), ou seja, de maneira "globalizada", não se esquecendo, todavia, que cada uma delas tem um encargo específico, de acordo com a necessidade. A mente subconsciente normalmente não interfere no trabalho da mente consciente, pois, ela “respeita” a sua liberdade. Por outro lado, a mente consciente, muitas vezes, impede a atuação criativa da mente subconsciente, pois, desconhece – ou subestima - o grande poder que ela tem. Essa interferência é ocasionada por causa de uma preocupação desmedida.Assim, como se diz, temos que pensar duas vezes antes de fazer juízo de valor sobre qualquer fato que esteja na iminência de acontecer, seja agora ou em futuro próximo.Não é tão simples assim se proceder, temos de convir, mas não custa tentar evitar pensar demasiadamente num determinado problema. O esforço mental será em vão principalmente se o resultado for negativo, já que fatalmente vamos nos questionar se teria valido a pena “ter ruminado tanto, para não dar em nada no final das contas...”.Exemplificando, ficar preocupado com a situação financeira; com a pessoa querida que está doente; consigo mesmo; com um exame que vai acontecer; com a viagem; com o empreendimento futuro; com a segurança dos filhos; etc., poderá até ser uma reação meramente natural, mas vai nos fazer sofrer antecipadamente bem mais. Em síntese, tentemos evitar sofrer antes do tempo...Fácil falar na teoria, diria o menos pragmático, mas não custa experimentar uma atitude mais passiva e amena com relação a problemas que ainda não aconteceram. A conseqüência é uma só: absorção menos contundente do porvir.Repetindo: a energia não deve ser desperdiçada, porque se for economizada, será mais bem filtrada, e depois “descarregada” quando dela fizermos uso. Novamente, volta à baila a decantada física quântica que rege nossa vida: “quanto mais energia num corpo, maior a sua potência”. Óbvio axioma, porém pouco percebido e assimilado pelos menos avisados, os contumazes “preocupados com a vida”. Essa lei reza que devemos guardar nossos poderes latentes para que sejam utilizados em oportunidade propícia!A mente deve estar preparada, cheia de energia, para dar o bote certeiro. Portanto, não a “pré-ocupemos” inadvertidamente. O maior prejudicado somente e somente só, será nós mesmos! Ninguém mais, ninguém menos. Nossas forças têm que permanecer armazenadas para que possamos usá-las com propriedade e com a certeza do sucesso absoluto. Não importa que você considera a saúde alheia mais importante do que a

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sua própria (como no meu caso, em particular). Proceda dessa correta maneira. Para o seu próprio bem-estar. Leve em conta o famoso conselho: “Antes prevenir do que remediar.”11-O MISTÉRIO DA ÁGUA-27/Agosto/2004O alimento mais nutritivo, mais puro e mais energético, dentre todos os existentes neste planeta - quiçá em outras plagas do Universo – é, sem dúvida, a água. Afinal, todos bem sabem que nosso “habitat” é mais água do que terra, assim como nós, da mesma forma, somos compostos de mais líquido do que matéria. O que mais esse fantástico elemento/alimento tem que a ciência ainda desconhece? Que mistério guarda a poderosa fórmula H²O que nos limpa integralmente? Que propriedades a permitem armazenar e gerar tanta energia? Tal como todo assunto misterioso que se preza, existem mais perguntas do que respostas para tentarmos explicar o elemento água. Só para rememorar e consubstanciar este breve ensaio, existem dois tipos de água, a salgada e a doce. A de teor salgado ocupa 99% no total destas, sendo que a doce ocupa só 1% do espaço aquático no nosso planeta. A água é, pois o líquido que não só alimenta, como é também meio de purificação. Os muçulmanos, por exemplo, têm seus ritos de purificação com água corrente, antes de entrarem nas mesquitas; os cristãos usam-na também em rituais de aspersão e ablução. A água é utilizada em vários outros ritos de cunho religioso, como no batismo, em círculos bíblicos e celebrações místicas diversas. Assim, a significação simbólica da água em todas as civilizações, varia ou combina os três temas dominantes do ciclo vital: fonte de vida, meio de purificação e centro de regeneração. É magnífico o alto poder magnético que a água possui. Ademais, ela é um autêntico repositório de energia, um perfeito condutor de eletricidade. O ser humano, cuja gestação se desenvolveu em meio ao líquido materno, está sempre atraído para os lugares onde estão os mananciais de água, sejam eles representados por um simples tanque, piscina, lago, rio ou mar. O poder de atração que a água exerce é, pois compreensível. O prazer que vivenciamos quando estamos debaixo do chuveiro e sentimos a corrente d’água é incrível, não somente porque estamos tirando do nosso corpo todas as impurezas físicas nele impregnadas, mas porque temos uma sensação que a limpeza ocorre também internamente. Sentimos como se um líquido sagrado absorvesse tudo de ruim que está em nós, clarificando o pensamento e, em conseqüência, fazendo surgir idéias produtivas: fonte da criatividade. Mas, por qual motivo faço esta observação que soa como filosófica? A resposta pode até ter uma conotação cômica, porém é a mais pura realidade pessoal: minhas grandes idéias surgem, sobretudo, durante o momento do banho! A razão pode ser explicada de maneira empírica e, por conseguinte, científica: tomando banho, os vasos sanguíneos, por estarem relaxados, se dilatam e facilitam a passagem do sangue que flui tranqüilamente, sem alterações do batimento cardíaco. Por causa dessa fluidez que suscita a calma, o pensamento tem seu curso liberado, sem quaisquer interferências de ordem física. Advêm, então, os eflúvios internos e externos, gerando uma carga de idéias que são devidamente filtradas (sempre em consonância com os princípios éticos e morais).

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É o tempo oportuno para o trabalho estritamente mental. Momento ideal para a análise e para a criação de conceitos menos influenciados pelo ambiente, menos radicais e, portanto, mais ponderados, passíveis de sucesso.Assim, a imaginação corre e discorre tal como a água numa correnteza num rio abaixo da cachoeira! Por sinal, é a oportunidade perfeita para pensar no “mistério da hora” que certamente poderá estar inculcando esta irrequieta mente.Em síntese, a água, como os outros três elementos que lhe fazem companhia (ar, terra e fogo), gera força e poder. Abre os portais e libera os caminhos. Sempre quando for tomar um bendito copo d’água, jogue seus melhores pensamentos no líquido que vai ingerir e sinta o seu frescor quântico limpando corpo e alma! 12-O MISTÉRIO DO CORPO-03/Setembro/2004Quando foi comentado nesta coluna sobre o mistério do pensamento, foi dada ênfase, claro, aos poderes que a mente exerce sobre o corpo, bem como nas suas ações do dia a dia. Mas, o que seria da mente se não fosse o corpo? Dizem que em mente sã, um corpo são (“mens sana, in corpore sano”), porém ninguém duvide que a recíproca é verdadeira. E quanto! Não é mistério para nenhum de nós que se não houver um corpo sadio, a mente não ficará à vontade para “trabalhar”. Em síntese, em corpo ruim só tem lugar para cabeça ruim. Todavia, quais os segredos para o domínio do nosso corpo? Como controlar as cargas de energia negativa a que ele está sujeito? Que mistérios outros o fazem sucumbir mesmo quando não desejamos (se é que exista quem o queira...)? Inicialmente, devemos tratar a sede de nossa alma tal como um verdadeiro templo sagrado. Afinal, nosso espírito “mora” nele!Também, não é novidade que para manter o corpo sadio e, por conseguinte, fazer fluir a nossa força mental com maior desenvoltura, devemos estar em plena harmonia com a vida, seja na maneira de agir, seja no modo de pensar: condições precípuas para atingir o ideal supremo: o domínio da vida física e espiritual.Ademais, o corpo habita muitas vidas: nas células, nos tecidos, nos órgãos, enfim, cada setor do organismo humano tem consciência própria. Por isso, temos que resguardar nossa mente contra pensamentos daninhos a fim de que o corpo possa trabalhar sem contrapesos. É uma relação constante e ininterrupta de causa e efeito.Aquele que faz pouco caso da sua “carcaça” tem, como conseqüência, o surgimento de doenças, de acidentes (isto mesmo, os “acidentes” podem ser decorrentes da mencionada “Terceira Lei de Newton”: maltratou, levou) e de outras intempéries que, no final das contas, redundam no iminente e implacável desenlace precoce. No mais, somente lembramos que temos um corpo e que devemos respeitá-lo, quando ele está falhando. O baque que o imprevidente sofre com isso, faz com que ele desperte para a realidade. Talvez tardiamente... Sabemos, enfim, que ninguém é perfeito. Na verdade, somos perfeitos, sim, mas pelo visto não sabemos disso ainda ou, na melhor das hipóteses, não estamos preparados, pois não temos disciplina para proceder à altura da perfeição dessa máquina que nos conduz, que nos dá a força vital. O

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que nos resta fazer, então, é procurar saber como proceder para que nosso corpo permaneça sadio até o dia em que seu fim for inevitável por causa do desgaste.O primeiro e decisivo passo para que possamos reger a nossa orquestra sem desafinar, é aprendermos a respirar. Como? Será que poucos sabem como inalar o ar? A respiração correta deve ser aquela compassada, ordenada. Inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Tentemos esta experiência: quando necessitamos realizar algo, podemos contar com a ajuda dessa força advinda do “sopro divino”. Para tanto, tomemos uma inalação profunda. Em seguida, prendamos o ar em nossos pulmões por alguns segundos. É hora de nossa imaginação criativa agir. É o momento de “pintarmos” na nossa tela mental o quadro que desejamos que nos aconteça. Os resultados virão depois. Outra maneira de conduzir bem o corpo é, além de uma alimentação balanceada, mantermos o bom humor. Quem leva a vida com alegria, tem grande chance de viver bem, física e mentalmente. Baixo astral: jamais!Assim, aquele que estiver consciente desta realidade, conseguirá desvendar um dos maiores mistérios da vida: o próprio corpo. Será a conseqüência natural de um modo de viver mais sábio. Quem respeita seu corpo, respeita a si mesmo. Consegue bloquear a negatividade, pois reforçará seu sistema imunológico. Portanto, todo o progresso exterior, resultará no crescimento interior. É assim que transcenderemos os limites da  matéria! 13-O MISTÉRIO DA FAMÍLIA-10/Setembro/2004Emocionado, assisti a mais uma vitória consagradora de um time representando nosso querido País: o selecionado de voleibal! E, novamente, veio à baila, o valor da união de um grupo. Disse “novamente, porque a última vez que fiz artigo semelhante, foi justamente após a vitória da “Família Scollari”, quando da Copa de Mundo de 2002. E eis que a “Família Bernardinho” repete o feito! Assim, o resultado do trabalho feito por qualquer grupo – de consangüíneos, ou não - de pessoas que se gostam, só pode ser positivo. Não há outro caminho! Por quê? Que mistério seria este que faz da instituição “Família”, a mais forte de todas que o ser humano já constituiu? Almas afins (mesmo em personalidades distintas) que agem juntas, redundam no sucesso certo. Em síntese: vencem em uníssono! Em outras palavras, a força que emana de uma família ainda continua sendo um mistério. Pudera todo mundo saber desvendar esse poder supremo! Infelizmente, não é assim que acontece (principalmente nos países do hemisfério norte, onde a desagregação familiar ocorre prematuramente)... Certamente, não vive bem, de acordo com os ditames da natureza humana, aquele que estiver à margem do seu seio familiar. Das duas, uma: ou está em conflito mental, ou a solidão lhe apraz. Mas, será que alguém gosta de viver sozinho?Será que uma pessoa, em sã consciência, dispensaria o apoio daqueles com que conviveu desde o nascimento? Pode ser, mas é certo, também, que tal omissão um dia vai ser sentida, porque ninguém consegue viver por si só. A família é necessária para a sobrevivência. Somente dessa forma é que os embates da vida tornar-se-ão mais amenos. É missão do indivíduo que se preza, estar bem-ajustado na sua

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longa cadeia de gerações, ora atrelado à sua família e ora em busca de uma família. Sabemos que a vida no universo é um evento interacional de elevada complexidade. Os laços familiares podem ser mais ou menos fortes, dependendo do grau de sinceridade de seus integrantes. Nesse meio, podemos falar abertamente sobre os nossos problemas, nossos anseios e nossos intermináveis desafios que surgem durante nossa existência terrena. Assim procedemos, porque obteremos o apoio desejado e necessitado. O “barco da vida” carrega a família. A tormenta fortuita não afetará um só, mas a todos. É quando sobressai a força do grupo que advém da força de cada um.O timoneiro desse barco, quase sempre, será o pai ou a mãe. São eles que abrem as trilhas, os atalhos e traçam os caminhos para que vivamos com alegria e destemor. Uma posição natural e permanente. São justamente as atitudes dos pais que nortearão os filhos e seus descendentes. Por isso, na sua falta, há de sobreviver o exemplo. Do contrário, o elo será rompido, gerando a quebra da corrente familiar, difícil de ser reconstituída, não impossível.Esse desequilíbrio, gerado pela perda do pai, ou da mãe, tem que ser temporário, a fim de evitar o indesejado. Nesse momento infeliz, é que surgirão os filhos mais susceptíveis de assimilar os ensinamentos dos que se foram. São eles que devem assumir o controle. A manutenção do espírito de solidariedade entre os familiares é vital para a sobrevivência da família. Dessa forma, poderemos explicar o mistério que mantém uma família forte e coesa, incólume às decepções e impávida até nas vitórias. Eis a fórmula ideal!Em suma, a família bem estruturada e bem formada, ensina a todos os seus componentes a usar seus recursos internos, bem como suas energias, direcionando-as da melhor forma possível para encarar e contornar desde uma simples tarefa de dever de casa, até a entrevista para o primeiro emprego. São essas famílias constituídas por pais e avós acolhedores e sábios que preservam os velhos e tradicionais hábitos de férias familiares, encontros em festas, reuniões e até em momentos ruins, que permitirão uma participação ativa nas conquistas e nas dores que atingem a cada um e a todos. “Sentimento de família” é, pois, o mistério que todos temos de descobrir para viver de bem com a vida!14-O MISTÉRIO DA INSPIRAÇÃO-17/Setembro/2004Um dos mistérios que os escritores, em especial, gostariam de desvendar é como lhes advém a inspiração, seja ela através de relaxamento, através de meditação, ou até mesmo, por intermédio de sonhos. Questionam como seria tal processamento, ou como ela se operaria em seus cérebros. Sem querer subestimar àqueles que se consideram cem por cento responsáveis pelo fruto de sua mente, o fato é que uma fonte inspiradora e misteriosa os abastece de criatividade que, sem mais nem menos, surge do nada pronta para se transformar em poema, novela, ensaio ou história.O fato é que, em frente ao computador, ou mesmo com a caneta (ou lápis) na mão, vem à mente uma espécie de filme que se concatenará a fim de que faça sentido para o leitor. O fluxo de idéias é intenso. Com exceção da psicografia (escrita por intermédio da chamada mediunidade), o fato é que o ato de escrever é uma função mais sensorial do que se imagina. É, pois,

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a maneira de ordenar as idéias no papel que dependerá de cada um, dos seus princípios e do seu conhecimento. À propósito, segundo consta, há dois tipos de conhecimento: o adquirido e o revelado. O conhecimento que se adquire, é o advindo de informações percebidas através dos sentidos físicos (decorrentes de livros, televisão, filmes, e outros meios de informação). Por sua vez, o conhecimento revelado é aquele que “surge” na mente espontaneamente. Por exemplo, a intuição é fruto de uma sensibilidade muito aguçada principalmente na mulher. Esta é outra forma de inspiração. De onde e de quem são transmitidas tais mensagens, ainda é desconhecido. Portanto, na maioria das vezes, a fonte é incerta. Vai depender de cada um para descobri-la. Afinal, somos todos de característica dual, isto é, bipolares, pois temos a consciência exterior (lado objetivo) e a consciência interior (lado subjetivo). Elas tendem a se fundir, mas vai depender de nossa capacidade de assimilação. No momento dessa fusão, é que aparecem as idéias. E a partir dessas incessantes trocas transcendentais, a personalidade se expande, facilitando as introspecções que irão se transformar em importante informação, de caráter físico ou extra-físico.Até mesmo os “menos instruídos” também são “inspirados”. O problema é que faltam palavras para decodificar o que lhes é revelado. Eis porque é tão importante se informar, estudar sempre. Conhecendo bem o mundo exterior, certamente irá facilitar o caminho para desvelar o misterioso mundo interior, ou seja, propiciará meios para retransmitir o que é recebido subjetivamente, tornando-os objetivos, isto é, compreensíveis e lógicos. O senso de pesquisador é fundamental para permitir à consciência que está latente revelar tudo que recebe, indistintamente. O que se deve fazer, enfim, é “dar asas à imaginação”, prestar mais atenção ao pensamento e pesá-lo para aferir a sua veracidade ou racionalidade. Grandes idéias surgem subitamente. Devemos ter mais confiança em nós mesmos, crendo que se buscamos com pureza de sentimentos e intenção destituída de egoísmo, conseguiremos decifrar o que se nos é revelado.É assim que a inspiração acontece. “Levando-nos a sério”, ficaremos empolgados com a coerência de nossos pensamentos, por mais fantásticos que possam parecer. No começo, ficaremos surpresos com nós mesmos. Depois, tudo fluirá naturalmente, porque desobstruiremos nossos canais, liberando-os de preconceitos e outros entraves inoportunos.Pelo pensamento, construiremos a realidade. Em suma, é inato ao ser humano aprender e é mais ainda humano, ensinar. Se valorizarmos nossas idéias, purificaremos a sensibilidade, refinando-as para, em seguida, transmiti-las. No mais, estejamos receptivos, pois abrindo a mente, as impressões nos harmonizará trazendo para a vigília os resultados desse intercâmbio – talvez - com a Força Suprema que rege o Universo.15-O MISTÉRIO DO PERFECCIONISMO-24/Setembro/2004Já dizia o meu “xará”, Marco Aurélio, o estóico Imperador filósofo romano, que “a pessoa comum é exigente com os outros, enquanto que o instruído, é mais exigente consigo mesmo.” Esses, é o que chamamos de “perfeccionistas”, ou seja, aqueles que exigem a perfeição em tudo que

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fazem. Mas, por que tais indivíduos tornam-se obcecados em fazer tudo de maneira impecável, isto é, isento de defeito? Qual é o mistério dessa postura tão radical com referência às suas ações no dia a dia?O termo “perfeição" significa o resultado de algo que atingiu o mais alto grau numa escala de valores. Sem falhas ou erros. Em outras palavras, diz-se que a pessoa dotada de maior capacidade de assimilação mais apurada, tende a fazer as coisas com maior qualidade, ou seja, à medida que atinge um grau apurado naquilo que faz, essa pessoa procura aprimorar ainda mais as tarefas que desempenha. O prazer pela perfeição fica gradativo, isto é, para ele, o trabalho sempre poderá melhorar. Surge, então, o decantado senso de perfeccionismo. Por isso, o perfeccionista sempre estará mais preocupado com a autocrítica do que com a crítica alheia. Se falhar, acredita que seus princípios foram aviltados e a frustração advém com a carga toda. O problema será superar esse “imperdoável” erro de percurso.Eis o lapso que deve ser evitado. É compreensível que todos sejamos exigentes para com o trabalho que fazemos cotidianamente, mas temos que evitar a obsessão desenfreada, sob pena de demonstrarmos nossa maior imperfeição: a capacidade de não aceitar a derrota. O fato é que, queiramos ou não, devemos acatar o velho ditado, “errar é humano”. Afinal, quem é perfeito neste planeta Terra? Assim, deve-se ter consciência que, apesar de o erro jamais ser voluntário, este há de acontecer. Por sinal, é através dele que alcançamos a percepção que apontará o caminho correto, independente do grau de complexidade da tarefa. Eis o fascínio de todo o "perfeccionista" que se preza: querer acertar sempre, mas ter a consciência de que o erro poderá acontecer, sem, contudo, ser derrotista.Em outras palavras, ser perfeito é tentar atingir a qualidade plena, aprimorando-se não somente através dos erros, mas, principalmente, através dos acertos. E a cada degrau transposto, melhor será o resultado, tanto para si próprio, como para os outros. Aqui, vislumbramos o misterioso caminho da evolução humana, rumo à perfeição. Dessa forma, o “perfeccionista” terá certeza de que ser perfeccionista não é ser perfeito na acepção da palavra, é buscar a perfeição em tudo que se faz, independente da sua limitação, porém cônscio de que está oferecendo o máximo de sua potencialidade.Mesmo com o sucesso decorrente da sua frenética busca pela perfeição, o indivíduo terá que se imunizar contra a vaidade. A lisonja em demasia poderá “amaciar” demais o seu ego e isto poderá virar contra si. Pensando que sabe tudo e faz tudo bem-feito, ele poderá cair se afogar nos louros que colheu e o seu progresso certamente será interrompido, ou retardará.As qualidades, sim, têm que ser mostradas e divulgadas, mas sempre com a devida parcimônia, sem faltar com o respeito àquele menos dotado de argumentos para trabalhar melhor. Afinal, um dia, todos alcançarão o mesmo objetivo. Uns antes, outros depois, mas todos atingirão o seu ápice. Em suma, não se deve esquecer que “quanto mais alta a escada, maior a queda”. A humildade é o equilíbrio que necessitamos para não despencarmos. Não em excesso, mas com racionalidade e sobriedade.

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Todos dependem de todos para evoluir, logo, ninguém é melhor do que ninguém. Este é o mistério que tem que ser desvendado.Exija de você, mas acate as suas limitações. Se errar, corrija o erro em tempo. Se acertar, veja porque acertou e aprimore o seu acerto. Aprimorando seus atos visando a perfeição é salutar. Querer ser o primeiro sempre, também é saudável. Todavia, isto deve ser feito com método e sensibilidade. Este é o caminho para decifrarmos o mistério do perfeccionismo!16-O MISTÉRIO DOS ANJOS-01/Outubro/2004Este é um assunto controverso, como não poderia deixar de ser. Afinal, todo mistério que se preza, suscita dúvidas, gera questionamentos, senão não o seria, é evidente. Mas, como faz parte do imaginário do ser humano, não me custa fazer breves comentários sobre o mesmo. Inicialmente, devo dizer que anjos, segundo rezam os “manuais” acerca do tema, são seres invisíveis, dito angelicais, cuja função precípua é proteger o ser humano, livrando-o dos iminentes males que possam cruzar-lhe o caminho durante sua trajetória no planeta em que vive. Sabermos se de fato tal proteção acontece, é que são elas. Tudo, claro, é suposição. Se os anjos são elementos celestes não-visíveis ao olho comum, torna-se difícil de comprovar a sua real existência Mas, como o homem vive de fé, não podemos questionar a sua opinião, já arraigada no seu âmago desde que ficou consciente da sua própria existência. Contudo, não devemos esquecer daquela velha máxima de que “a verdade é somente aquilo que permanece incólume diante da perpétua mutação universal, mantendo-se aplicável a todas as épocas e aberta ao espírito-investigador”.Por isso mesmo, devemos analisar tal “verdade” com o “pé-no-chão” (mas cabeça no céu). Como os mistérios são aparentemente insolúveis, resta-nos, pois, apenas especular, nada mais. Muitas pessoas se “protegem” ou se sentem protegidas logo após rezar a famosa oração “Santo Anjo”. Isto pode acontecer geralmente antes de fazer qualquer coisa, ou, às vezes, antes de dormir e depois de acordar. O fato é que a auto-sugestão passa a atuar, porque fica de certo modo “presa” às palavras dessa prece e isto é o que torna eficaz o “escudo” requerido. Quando os pedidos são efetivados, o indivíduo passa a se fiar na oração e começa a acreditar na presença – mesmo que não visualizada - do seu “anjo-protetor”. Ele não quer nem saber se a lógica da vida pressupõe que os anjos existam ou não. O que lhe importa, é que, efetivamente, se sente amparado por forças ocultas, não vistas, porém sentidas e isso já basta para enfrentar o dia-a-dia, devidamente escudado. O mesmo acontece em se tratando de outras entidades invisíveis, sejam santos, ou mesmo o Deus correspondente à sua religião.Dizem os escritos sobre a matéria, que existem 72 seres angelicais ao todo e estes estão divididos em nove hierarquias, que são as dos Serafins, Querubins, Tronos, Potências, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos. A palavra "anjo" vem do grego “angelus”, que significa "mensageiro". Para a cultura hebraica o termo é “malakl”, que também quer dizer “emissário”. Dizem os entendidos que “as mensagens dos anjos poderiam ser comparadas ao sistema via satélite, no qual os sinais que passam pelo céu são enviados para todos os receptores”, no caso os pedintes. Apregoam ainda, que também são considerados anjos, os chamados “daimones”

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que, apesar de serem conhecidos, não são muito invocados pelos seres humanos. Seriam eles os “silfos”, elementais do ar que ajudariam na propagação dos recados; as “ondinas”, os elementais correspondentes à água, que controlam as emoções e os “gnomos” e “duendes”, que são os elementais correspondentes à terra, no caso, à prosperidade.Tudo, como dito, são crenças. Verdade ou não, elas estão na boca do povo. O importante, em suma, são os fins e não os meios, pois o campo magnético que a mente humana cria ao lidar com tais “forças” é inimaginável. Eis a proteção almejada que surge do nada, mas a partir da solicitação feita verbalmente ou através do pensamento.Anjos quer queiram, quer não, desempenham um papel preponderante na vida de quem é considerado mais crédulo e confia na sua proteção, que passa a ser divina. O escudo protetor gerado graças à sua invocação é o que conta, enfim.Complemento este ensaio, invocando (já que esta é a palavra propícia no momento) um velho e sábio dito popular: "Deus dorme no mineral, sonha no vegetal, age no animal e desperta no homem". 17-O MISTÉRIO DOS EXTRATERRESTRES-08/Outubro/2004Mais um assunto, como sempre, polêmico, e não menos misterioso: a existência de vida pensante em outros planetas, senão a Terra, onde vivemos. Muito se falou e muito se fala sobre a questão. Para o pesquisador neutro, menos influenciado pelas diversas tendências, sejam religiosas ou científicas, existem evidências físicas palpáveis que atestam a veracidade da vida fora do nosso mundo físico. É justamente por causa das fantasias em torno do tema que a chamada “Ufologia” (termo derivado de “UFO”, abreviatura em inglês para “Unidentified Flying Objects”, ou “Objetos Voadores Não Identificados”) é ridicularizada, mormente por leigos. A questão central é, pois como provar e comprovar que realmente somos “visitados” por objetos voadores desconhecidos, cujos “pilotos” seriam os seres que vivem em locais situados nos confins do universo. Como desmistificar essa controvérsia que tanto inculca a humanidade desde que os grandes eventos de sua existência começaram a ser registrados de maneira inteligível? Além dos seus habituais questionamentos: “quem somos?”, ou “de onde viemos?”; “para onde vamos?”, aparece o invariável, “estamos sós no universo?”. Independente do material existente, o fato é que o mistério perdura, mesmo sabendo que a Terra é um planeta situado na “Via Láctea”, que por sua vez é uma, dentre as milhares de galáxias existentes na parte pesquisada do universo, e onde deve existir por volta de 450 milhões de estrelas com idade média semelhante à do Sol, além de outros tantos planetas como o nosso, ou seja com características energéticas e dimensionais similares. Os contactos com os objetos diferem em graus, de acordo com os estudiosos. Existem, segundo estes, alienígenas bons e maus.Outros especulam que existem extraterrestres a serviço do governo norte-americano, e que, em troca de certos favores, transferem tecnologia espacial aos americanos. Há até o rumor que se isto não tivesse acontecido, os EUA jamais teriam dado início ao programa espacial, portanto, sequer teriam aportado na Lua, em 1969. Quanto à comunicação com esses supostos seres de outros mundos, uns dizem que se

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comunicam através da telepatia, outros via aparelhos eletrônicos (a chamada “telecomunicação instrumental”) e, claro, de modo físico. E como seria a aparência física desses habitantes de outros orbes? De consistência etérea? Ou seriam semelhantes aos humanos? Seriam seus mundos extradimensionais, ou tridimensionais como o nosso? Certos pesquisadores dizem ainda, que os alienígenas poderiam ser provenientes até do interior da própria Terra, ou mesmo das profundezas dos mares. Vão surgir mais hipóteses e o assunto se torna infindável, providencial para o homem criar suas fantasias, ao doce sabor de seus princípios filosóficos.Como se não bastasse, há pessoas que ainda acreditam que a Terra é o único planeta habitado do universo. Para elas, nosso planeta seria uma espécie de fonte geradora para povoar outros planetas: a matriz. Seríamos, pois, tal como um único e minúsculo grão de areia no meio de um deserto árido e inóspito, mas que poderia ser semeado e povoado por nós. Por conseguinte, acreditam que tudo sobre o “fenômeno UFO”, não passa de armação, ou alucinação típica de visionários. Outros, mais crédulos, falam também de “conspiração”, “profecias do fim do mundo” e toda espécie de teoria que a fértil mente do ser humano permite dentro da sua infinita imaginação. Na outra ponta, todavia, existem as pesquisas fundamentadas, que não se deixam contaminar pelo fanatismo ou radicalismo. Estas, sim, poderão nos levar a conclusões cabais acerca da vida fora da Terra. Enfim, há opiniões divergentes sobre a matéria, como não poderia deixar de ser.Afinal, é nosso sagrado direito de questionar sempre, e de duvidar também, mas devemos, sobretudo, estarmos com a mente preparada para enfrentarmos novas situações que, certamente, hão de acontecer em futuro próximo. Na verdade, é assim que se evolui.18-O MISTÉRIO DOS ANIMAIS-15/Outubro/2004Já não é novidade para ninguém que os animais, na sua totalidade, têm um sexto sentido tão apurado quanto o olfato ou a audição, já que a visão não é tão potente em termos físicos, mas também parece detectar outros campos vibracionais. Essa extra-percepção é que lhes permite “sentir” além do comum com relação a nós, seres bípedes limitados ainda mal treinados para tanto. Todo mundo já ouviu falar que quando se aproxima uma tempestade, ou algo pior, certos animais domésticos se tornam irrequietos. Ou mesmo quando um cachorro começa a latir olhando para o suposto “nada”. É nesse momento que eles atingem uma dimensão ainda inacessível por grande parte dos indivíduos ditos racionais. E então surge a oportuna questão: por quê todos os animais possuem tal poder extra-sensorial e a maioria dos humanos não? Teriam eles uma região no cérebro, mas que nós ainda não a despertamos? Quando será que os pesquisadores e cientistas conseguirão decifrar a parte psíquica do animal, seja este alado, terrestre ou aquático? E a questão da linguagem? Por quê até hoje o ser humano não entende o idioma dos bichos? Nessa área, é de se admirar, segundo consta ao público, que nada se tenha descoberto acerca do idioma daqueles que presunçosamente chamamos de “irracionais”. Afinal, é certo que eles devem ter um padrão

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característico para se comunicar entre si. Caso contrário, não existiriam os grupos e as comunidades que os elefantes, por exemplo, formam.No plano biológico, os bichos, assim como os humanos, estão praticamente configurados. Em pouco tempo, eles certamente, também terão seu genoma delineado. Mas nada de concreto se conhece sobre a parte subjetiva do animal. Não é de se admirar. Se o homem dificilmente consegue se auto-analisar, o que diremos com relação aos animais. Assim, o cientista ainda não conhece totalmente a forma com que o animal se comunica, sequer como vislumbra certos espectros, invisíveis aos nossos olhos.Em síntese, seu comportamento é analisado apenas sob o ponto de vista prático, isto é, sabemos quando os bicho estão alegres, tristes, famintos, mas não sabemos o que se passa nos confins de sua mente. Nada está comprovado cientificamente, porém para não fugir do hábito, há especulações em torno do assunto. Sabe-se, também, que o padrão gramático da linguagem humana tem uma ordem peculiar, independente de sua raiz. Isto é, os sons vocálicos e consonantais estão inseridos em qualquer tipo de idioma. Mesmo os que possuem a escrita através de ideogramas (como os chineses, japoneses e os antigos egípcios), têm a lógica gramatical inserida no seu sistema de comunicação gráfica. E os bichos? Como “falam” entre si? Como seria a construção gramatical de suas frases usadas para se expressar? A onomatopéia é a palavra que imita o som de seu significado. E o que entendemos dos sons animais, exceto que emitem sons típicos de sua raça? Somente a identificação de quem os emite, ou seja, se é uma ave, um porco, etc. Nada mais. Pesquisas sobre entonação, timbre, e acústica em geral deveriam ser mais aprofundados para o contexto zoológico. A título de exemplo, é notório que os cachorros são exímios "guardadores de imagens", pois sabemos que através do odor, eles fixam no cérebro a cena que o faro captou, uma vez que o cheiro sempre está atrelado à visão. Essa postura lhes permite "fotografar" a figura que acabaram de "farejar". Não seria este o ponto de partida para começar a decodificar a fala canina? E o que se pode dizer dos macacos? Sabe-se que há estudos bastante adiantados nesse sentido, pois se especula que a comunicação do símio é muito similar à do ser humano. Em suma, se um dia pudermos desvendar o mistério da linguagem animal, e formos capazes de entender o seu comportamento psíquico e psicológico, isso na certa nos possibilitará atingir a almejada sintonia “homem/natureza. Será quando amenizaremos as maldades que tanto lhes infringimos. Nesse momento especial, passaremos a nos conscientizar que não somos os únicos “inteligentes” da Terra.19-O MISTÉRIO DO TEMPO-22/Outubro/2004Não é mistério para ninguém, que o tempo é uma criação humana usada para controlar os ciclos da vida, bem como os movimentos da natureza. Percebemos sua trajetória através de nosso cérebro que mede o que passou, o que se passa e o que pode acontecer através da detecção de todas as coisas, imobilizadas, ou não, isto é, como os eventos naturais, desde o surgimento do sol, até o seu poente. Todavia, se este tipo de noção cessasse, o tempo deixaria de existir e o homem não sobreviveria, uma vez que seu relógio biológico depende da orientação externa. Mas,

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por que então o tempo é misterioso? Por quê essa “medida” é tão vital para nós, limitados humanos? O objetivo deste questionamento, não é fazer as observações de sempre que todos já estão cansados de ouvir falar ou ler. O fator tempo é, na verdade, um assunto muito mais complexo que as infindáveis suposições e teorias sugerem. Todos têm perfeita idéia do que seja passado, presente ou futuro. Nossa mente está acostumada a materializar o tempo desde que nascemos. Sabemos que o tempo está diretamente relacionado com o nosso mapa genético, que também retém as características de nossos ancestrais, renascidas em nós. É certo, ainda, que esta impressão temporal não existe fora da Terra, porquanto é o Sol que a rege. O tempo, portanto, é uma ilusão meramente terrena e vital para a nossa sobrevivência. No entanto, há teorias fantásticas sobre o assunto: viagens ao passado, ao futuro, em outras dimensões, fenômeno “deja-vu”, enfim, hipóteses das mais variadas e para todos os gostos e princípios. A verdade, é que ainda não descobrimos a maneira de decifrar o tempo. Afinal, se ainda somos seus escravos, como poderíamos ousar concebê-lo? Se assim o fosse, seríamos eternos, é certo...Para os quânticos, o tempo seria a quarta dimensão, ou seja, ele está além do nosso mundo composto por três dimensões, que é a delimitação espacial compreendida em altura, largura e comprimento. Conclui-se, que se há uma quarta dimensão, então poderia haver no espaço outras dimensões. A partir desse princípio, ou suposição, surge a idéia do Universo multidimensional. Nossa limitação torna-se, pois, evidente neste preciso momento, porque a consciência humana ordinária somente está consciente de três lados (pelo menos, na maioria das pessoas, ditas normais). E como poderíamos “enxergar” essas (talvez) inexpugnáveis perspectivas? Como galgar planos e subplanos invisíveis e não palpáveis? Primeiramente, teríamos de ter consciência do que significa dimensão: quando colocamos nossa mão à frente da luz, vemos na parede sua projeção, ou seja, sua sombra que, claro, tem o formato exato de nossa mão, porém lhe falta uma dimensão. Ela está, assim, em um plano de duas dimensões. Do mesmo modo, subtende-se que nossos corpos - e tudo o que se move nas três dimensões - seriam sombras de dimensões superiores. Normalmente, pensamos que as sombras são projeções reais. Na verdade, podem estar sendo projetadas a partir de dimensões superiores. Dedução: o tempo e o espaço estão conectados entre si. Se entendermos este conceito com mais propriedade, poderíamos, então, começar a desvendar o mistério?Pois compliquemos ainda mais a situação: e o que dizer quando não há espaço, nem tempo? Seria este o “nada absoluto?” E o que dizer daqueles que dizem que o nada não existe? Há pesquisas neste sentido que, de acordo com a Física da Energia Ponto Zero, toda matéria não é nada mais do que uma modificação do vazio, uma vez que este está também repleto de energia. Logo, o vazio não existe, uma vez que energia é matéria em diferente estado de manifestação. Qual conclusão poderemos tirar? Que se tempo e espaço são o próprio vazio, nossa idéia acerca dos três é totalmente errônea. No mais, o assunto requer laudas e laudas de estudos e conjecturas. A Física Quântica ainda engatinha, mas muita novidade pode acontecer. No

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mais, quando descobrirmos o segredo do tempo, acharemos a maneira de nos “situar” no espaço. Por certo, preencheremos o “vazio” dentro de nós que carrega o insustentável mistério da vida. 20-O MISTÉRIO DA NOITE NEGRA-29/Outubro/2004Todos nós, sem exceção, temos bons e maus momentos ao longo de nossas vidas. Infelizmente, a tendência relacionada ao sofrimento prevalece, seja em função de intempéries que fogem ao nosso controle, seja em virtude de motivos diversos que ninguém consegue explicar direito. Advém, portanto, mais um mistério que nos atormenta: o porquê de termos que conviver com fatos ruins e indesejáveis. O ser humano nasce aconchegado pelo amor dos pais, é afagado pela família, e sempre tem o apoio dos parentes e amigos, mas não consegue ser feliz integralmente. Por que motivos temos que conviver com “aclives e declives” durante nossa existência? Se a velha máxima, “quem planta, colhe”, é mesmo implacável, o que dizer daquelas pessoas bondosas a vida inteira que, ao final, morrem infelizes por causa de várias razões? Por que a tristeza e todos os seus derivativos precisam fazer parte do nosso cotidiano? Em suma, esta é a “Noite Negra”, um termo criado para designar o período negativo que um dia todos passamos de acordo com as circunstâncias, sejam ambientais, sociais ou mesmo pessoais, ainda que existam também os chamados “sortudos” (eufemismo para “merecedores”), cuja “Noite Negra” seria mais amena do que para os demais, aqueles menos privilegiados. O fato é, “o tempo fecha” para todos sem distinção de raça, credo ou classe social. A analogia é cabível, porque a noite é o momento da escuridão. Porém, depois dela, virá o dia, junto ao raiar do sol brilhante e pleno de energia. Assim, conscientes de que o escuro é passageiro, o único jeito será enfrentá-lo e superá-lo com coragem, determinação e altivez, pois não existe “baixo astral” que dure a vida inteira. Não há tempestade que não seja seguida pela bonanza. Uma doença, um acidente, a perda de um ente querido, problemas familiares, problemas profissionais, são alguns dos fatores negativos que abalam a vida de qualquer um. As trevas acontecem sem aviso prévio. É nessa fase terrível que deixamos todas as nossas esperanças de lado. Passamos a não acreditar em mais nada, em ninguém e muito menos em nós mesmos. Deixamos ser aprisionados pela fatalidade e nos tornamos espectadores entediados da vida, que perde o seu encanto. Desistimos de tudo e nessa turbulência, sucumbimos. É quando vamos descobrir o quão frágeis somos e o quão atrasados estamos, porque uma adversidade interrompeu a nossa felicidade. Cessa a vontade de viver e a tudo fica nublado. Paradoxalmente, esta é hora certa para evoluir. Mas, onde estaria a saída para amortecer esta provação? Que instrumentos teríamos para tanto? O primeiro passo, é impingir em nossas cabeças que é impossível progredirmos sem termos problemas a resolver e dificuldades a suplantar. Enquanto estivermos lutando para aprimorar nossa inteligência, certamente ficaremos menos vulneráveis durante a “Noite Negra”, uma vez que nossa fragilidade vai ser sempre proporcional ao nosso conhecimento. Em outras palavras, quanto mais “sabemos”, naturalmente menos sofreremos. Eis a “arma” que irá depurar a nossa capacidade de discernir. Dessa forma, estaremos achando – e possivelmente, encontrando - meios de aplacar a sombra que, queiramos

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ou não, sempre está à nossa espreita, pronta para nos atingir e sobrepujar.O importante é, enfim, não perdermos a serenidade e tentarmos manter a calma. Com essa infalível – porém, difícil - tática, o pensamento coerente fatalmente vai fluir com mais desenvoltura, sem os entraves advindos da preocupação que tanto nos emperra.No mais, o que fazemos pelo bem de nosso corpo, igualmente fazemos pelo bem de nossa alma. Toda “Noite Negra”, individual ou coletiva, é uma iniciação que deve ser assimilada tal qual um aprendizado, para que as outras situações ruins possam ser melhor absorvidas e com menos sobressaltos. Nem toda noite é tão negra como se supõe. Devemos sempre imaginar que no céu poderá haver uma única estrela brilhando. Basta que a procuremos: sem pressa e sem medo. Assim, o dia chegará mais rápido e não repararemos que a “Noite Negra” foi embora sem ter deixado rastro...

21-O MISTÉRIO DA PINEAL-05/Novembro/2004A ciência ainda não conseguiu explicar direito como se processam os fenômenos ditos paranormais. Como sempre, chegam-nos aos ouvidos explicações de todas as matizes e de todas as vertentes. Nada comprovado. Assim, como aconteceria, em termos científicos, o contato do ser humano com espaços (ou entidades) não visualizados pelos seus limitados olhos? Haveria um meio que facilitaria este tipo de alcance com o lado da vida, ainda imperceptível, sob o ponto de vista material? Todos bem sabem que a televisão, por exemplo, precisa de uma antena para captar as ondas que serão decodificadas em imagens. O mesmo acontece com o rádio, com o telefone sem fio (celular ou fixo) e outros meios de comunicação que necessitam de um meio físico para que o contacto seja devidamente compreendido. Eis a questão: como o chamado “sensitivo” pode captar mensagens de outras “paragens” que não sejam físicas? O filósofo e matemático francês Renê Descartes foi o primeiro a conjecturar sobre o meio de comunicação “extraordinária” dos homens. Para ele, existe no cérebro uma glândula que seria o local onde a alma se instalaria..., em outras palavras, a sede da alma, ou onde repousa o espírito. Esta glândula é a pineal, um dos “componentes” mais misteriosos do nosso corpo. Com tanto mistério ao nosso redor, nada mais oportuno do que falar da parte responsável pelos nossos pretensos “contatos com o Outro lado.” Os iogues a chamam de “terceiro olho”. Os espíritas dizem que a pineal é a nossa antena para estabelecer o contato com o mundo espiritual. Para o decodificador do espiritismo, Alan Kardec, a mediunidade seria um atributo biológico e não um conceito religioso. O médium, (ou sensitivo),.portanto, teria a sua glândula pineal mais desenvolvida que nas demais pessoas sem este tipo de atributo. A fim de recapitular o que muitos já sabem, a pineal está localizada no meio do cérebro, na altura dos olhos. Ela é um órgão cronobiológico, isto é, uma espécie de relógio interno, o nosso navegador. A pineal opera, através das radiações do Sol e da Lua. É ela que controla nosso tempo interno, regulando e coordenando as funções do organismo em consonância com o lado externo, ou seja, o cotidiano. Nos animais, a glândula pineal tem fotorreceptores iguais aos presentes na retina dos olhos, porque a origem biológica da pineal é a

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mesma dos olhos, o que prova que é o terceiro olho de fato. O que acontece, é que a pineal converte ondas eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos, traduzindo-os em ações compreensíveis aos padrões visuais. Seria como captar um campo eletromagnético, aquela área que não detectamos. Isto, como já foi abordado em artigos passados acontece mormente com os animais que atingem níveis vibracionais bem mais apurados do que os nossos Dizem, ainda, que a pineal calcifica à medida que a pessoa envelhece, mas o que realmente acontece, segundo os pesquisadores, é que ela forma cristais de apatita, o que independe da idade. Esses cristais têm a ver com o perfil da função daglândula. Uma criança pode ter cristais de apatita na pineal em grande quantidadeenquanto um adulto pode não ter nada e vice-versa. Os que quem possuem muito desses cristais, teriam mais facilidade de “seqüestrar” o campo eletromagnético. Por conseguinte, ao que tudo indica, os cristais facilitariam a operação de captação com o “outro lado” ou outra dimensão. Assim, a antena mais eficiente, conteria mais cristais de apatita e, por isso, detectaria com mais facilidade o espaço invisível aos nossos olhos, ou sentidos. A pineal, enfim, comanda as demais glandulas endócrinas e produz o hormônio chamado melatonina, responsável, dentre outras funções, pela sedação do cérebro. Sua produção que aumenta principalmente à noite, quando não há luz, que por sua vez a reduz – é pois, fotossensível.Atualmente, as pesquisas científicas parecem ter se voltado definitivamentepara o estudo mais atento da pineal. Estaria a humanidade próxima dacomprovação científica da integração entre o corpo e a alma? Um dia, saberemos...

22-O MISTÉRIO DAS DROGAS-12/Novembro/2004Mais um assunto misterioso e, por isso mesmo, complicado de se abordar. Trata-se de um “aditivo” que mata aos poucos quem o ingere com exacerbação: é a droga. Afinal, por que o ser humano é atraído por ela? Para fugir da realidade? Necessidade de aventura? Pesquisa? Motivos que ele próprio desconhece? A verdade, é que ninguém sabe exatamente. A ânsia pelo desconhecido, pela aventura, talvez, possa ser o passo inicial que leva a pessoa a experimentar a droga. O tema é, pois, exaustivamente debatido sob todas as formas e óticas. Há os que prescrevem antídotos, outros, tratamentos de ordem psíquica ou de caráter puramente medicinal. Os resultados podem ser positivos, mas nem sempre a cura total advém. O que acontece, na maioria das vezes, é a implacável morte. A droga é destruidora e impiedosa. O relato de seus efeitos é lido em inúmeras obras e estudos. Mas, e o que acontece “depois”? Eis uma questão capciosa. Verdade seja dita: ninguém sabe. Porém, em respeito ao tom desta série de artigos, ouso adentrar numa seara perigosa, não obstante, respeitando as crenças e aos cientistas especialistas no assunto. Em suma, o que será aventado a seguir, poderá mexer com susceptibilidades. Contudo e, guardando a precaução devida, é bom prevenir aos consumidores, que o “aqui-agora” pode até ser fantástico (pelo menos enquanto o efeito alucinógeno durar), mas o porvir

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(sem contar a fase de tratamento, se for o caso), não é nada venturoso... Antes de adentrar no cerne deste ensaio, é bom alvitre recordar que a palavra "droga" está associada tanto ao conceito de narcótico ou entorpecente quanto ao conceito de medicamento. Em outras palavras,  "droga é qualquer substância, química ou a mistura delas (à exceção daquelas necessárias para a manutenção da saúde, como, por exemplo, água e oxigênio), que altera a função biológica e possivelmente a sua estrutura". Portanto, toda substância, natural ou sintética, que tem a capacidade de alterar as funções fisiológicas ou de comportamento da pessoa, é considerada “droga” que, no mais, pode ser: álcool; anabolizantes; anfetaminas; ayahuasca; cocaína; cogumelos; “crack”; “ecstasy”; haxixe; heroína; inalantes; “LSD”; maconha; ópio e tabaco. Assim, quando a ingestão de quaisquer dessas drogas ultrapassa o limite tolerado, a morte acontece irremediavelmente. E o que viria depois dela? Eis o maior mistério de todos. O que será descrito a seguir, repita-se, poderá desagradar, e até afrontar, além, claro, de fazer com que se duvide de sua veracidade. É o direito de cada um, questionar. Que se evite, todavia, de comprovar tal “autenticidade”...Ressalte-se, de novo, que tudo não passa de mera especulação, não custa, contudo, exercitar a imaginação. Verdade, ou fantasia, no mínimo servirá de sobreaviso. Pelo menos, que fiquem “atentos” os contumazes usuários de drogas... Dizem, que logo após a morte, o espírito do viciado continua se debatendo até que dele se aproximam sedentas entidades do mal que, então, passam a "vampirizá-lo", isto é, começam a sugar tudo o que lhe resta em termos de energia vital. Esse ato macabro é efetuado de forma cruel e desrespeitosa, como não podia deixar de ser. Metaforicamente, seria como glutões estivessem em volta de uma mesa, saboreando um prato suculento. Cada um, portando um canudinho. O “festim” prosseguiria, depois, com o chamado “cordão de prata” (elo imaginário que une o corpo ao espírito e é rompido, aos poucos, após a morte, segundo os espiritistas) que seria impiedosa e abruptamente partido. Ainda assim, o viciado, morto por “overdose” continuaria com a sensação do corpo físico. Isto é, ele continuaria “sentindo” a sua alma sendo vorazmente consumida pelos famintos algozes, bem como vermes reais devorando o corpo em estado de putrefação. Como se não bastasse, o infeliz “presenciaria”, ainda, o retalhamento de sua carne durante a autópsia. Ao final do banquete, os “sugadores” buscariam uma substância semelhante ao líquido semiótico. Seria esse, o momento mais doloroso do sombrio ritual. Pelo visto, o sofrimento continua no “outro lado”. Cuidado!

23-O MISTÉRIO DA VISÃO REMOTA-19/Novembro/2004Tecnicamente explicando, o corpo humano é circundado por um halo de energia eletromagnética. Os olhos normais enxergam noventa por cento das emissões fotônicas geradas pela imagem captada. Tais emissões são filtradas pelo tálamo, redundando num formato de energia, que é interpretado como a realidade. Mas, e os dez por cento restantes? Esse campo somente poderá ser captado através da chamada “visão remota”. E como obter este atributo? Qualquer um poderia adquirí-lo, independente de sua capacidade extra-sensorial, desde que treine adequadamente,

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segundo apregoam os especialistas na matéria. Há empresas que oferecem tais treinamentos. Assim, é facultados a todos, sem exceção, a habilidade de “enxergar” além do campo visual que o olho comum atinge. Em outras palavras, a visão remota seria uma espécie de percepção extra-visual que possibilita “viajar” com os olhos interiores (no caso, a mente) a qualquer distância, neste tempo e até mesmo em outro tempo (passado e futuro), de acordo com o foco. Esse incrível atributo acontece, porque a mente ultrapassa os limites dimensionais, com o corpo consciente e desperto. No clarividente, isto seria diferente, porque sua capacidade atingiria somente o espaço-tempo presente. O “visualizador” precisaria também de referências, tais como mapas, plantas ou fotos para agir. Tudo isto começou com o advento da Guerra Fria. A CIA e a KGB, agências de inteligência americana e soviética, passaram a contratar paranormais visando obter informações secretas do inimigo, acessando áreas instransponíveis sob o ponto de vista físico. Esses agentes especiais eram conhecidos como “agentes psíquicos”. Na verdade, o termo era erroneamente aplicado, uma vez que, conforme mencionado, o mais importante para obter a visão remota, é prioritariamente treinar. O postulante deve ter percepção apurada antes de tudo. Depois disso, ele poderá ser devidamente “educado” para “trabalhar” com sua mente, ou seja, facultar-lhe o poder de “conectar” campos magnéticos até então indevassáveis para, em seguida, decifrá-los inteligivelmente. Por analogia, seria como se a mente fosse uma espécie de computador interligado a um servidor-central, também interligado a outras “máquinas”, todas se interagindo com uma rede complexa de dados de variados matizes. Através da visão remota, o indivíduo, então, teria meios para “penetrar” em qualquer computador que desejasse. “Dentro” do alvo, ele poderia fazer qualquer tipo de “download” (ato de receber os arquivos) ou “upload” (ato de enviar os arquivos) que necessitasse. Surgiria o autêntico “hacker mental”, ou seja, um invasor de computadores alheios. Se o termo “psíquico” foi deixado de lado, tais pessoas passaram a ser conhecidas como “bio-mentes”. Em suma, todas as “bio-mentes” seriam similares em essência, mas a gradação poderia variar de acordo com a sua configuração, ou consoante aos “upgrades” (aprimoramento do computador) efetuados. Deste modo, o acesso ao “arquivo central” e daí, para áreas inexpugnáveis, ou restritas, seria possibilitado a quem estivesse mais habilitado, ou que detivesse senhas secretas, exclusivas de cada computador. Finalmente, visando comprovar a eficácia do sistema, os divulgadores do tema, disseram que o ditador Sadhan Hussein foi capturado graças à utilização deste artifício. Como se não bastasse, falaram, ainda, que Osama Bin Laden só não foi pego até hoje, porque já conhece as artimanhas da CIA no campo da visão remota (uma vez que ali foi treinado, como já se sabe). Ele treinou cães justamente para “farejar” a presença de outras “mentes” (dos visualizadores) que o caçam. Quando os cachorros dão o alarme, Osama escapa para outro lugar. Um típico jogo de gato e rato virtual. O que se espera, no mais, é que esta faculdade fique em mãos (ou mentes) idôneas. Se é difícil combater o inimigo visível, imagine-se se estiver invisível. A utilização dessa modalidade tem que ser para o lado

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positivo. E o homem será onipresente, tornado-se o deus que ele é em potencial. Do contrário, a evolução humana continuará estagnada.

24-O MISTÉRIO DA MALDADE-26/Novembro/2004Tema dos mais misteriosos: a maldade humana. Por quê o homem pratica o mal? Como pode ser, ao mesmo tempo, construtor e destruidor de tudo o que faz? O conceito de bem e mal, é uma concepção eminentemente terrena, portanto, ilusória. O bem poderá prevalecer para todos. Explique-se: se os muçulmanos fundamentalistas matam e morrem para “salvar seu povo” e ir ao paraíso, esta é uma ação benigna para eles. Logo, tudo depende do ponto de vista. Então, fica difícil definir tanto o bem como o mal. Não obstante tanta incógnita, no modo de ver geral, “maldade” é algo que não traz satisfação à pessoa que a pratica, tampouco a outrem, caso seja o alvo. Aquilo que não gera prazer, bem-estar, tanto para o corpo, como para a mente, é considerado mal, ruim. Ainda assim, qualquer um é passível de agir contra seus próprios princípios, seja de forma contumaz, seja de forma temporária. É o perfil característico do ser humano. Todo mundo tem seu “monstro interno”, adormecido ou desperto. Em síntese, somos bipolares. Ultimamente, o que se tem presenciado é a preponderância da maldade (independente da ótica) em todos os cantos do Planeta. Como sempre, o mal surge em função de variados motivos, ora por causa da miséria, ora devido às divergências religiosas, raciais e sociais, dentre as causas mais importantes. Os castigos a que os infratores estão sujeitos são variáveis. No Leste, geralmente são punidos com a morte, tortura ou a mutilação dependendo do grau do delito. No Ocidente, as penas variam do encarceramento à morte (a tortura sempre está presente). O inferno das prisões, contudo, ajuda a piorar a situação, ao invés de corrigir. A revolta da maioria dos egressos das cadeias quase sempre os conduz à reincidência, gerando um círculo vicioso difícil de ser revertido. Se o “engaiolamento” não é eficaz, qual seria o caminho? Como erradicar o mal arraigado nas pessoas? Se o homem é eminentemente dual, como torná-lo “uno”? Não há solução. Pelo menos, nesta realidade em que vivemos. Um filme de Spielberg, chamado "Minority Report" poderia servir de modelo para acabar com a eterna luta do bem contra o mal. A história é ambientada num futuro remoto. Nele, paranormais treinados anteviam crimes e, na sua iminência, davam o alarme à polícia, evitando seu acontecimento. Assim, o criminoso em potencial era impedido antes de praticá-lo. Certamente, o bem passaria a predominar, pois o mal sempre morreria no seu nascedouro. Outra possível solução, não menos fantástica, seria a lavagem cerebral. O cérebro continua praticamente desconhecido pelos neurologistas ou pesquisadores. Há regiões que ainda estão inacessíveis. Quem sabe, existe uma área onde o mal é “maquinado”? A eliminação ou reprogramação dessas “zonas malignas” poderia ser a solução contra a maldade impregnada no indivíduo. Dizem que há estudos neste sentido. Esperemos. O mesmo poderia ser feito com relação ao mapa genético. Descoberto o filamento do DNA correspondente aos desvios de personalidade e atitudes errôneas, este seria remodelado antes mesmo do nascimento do ex-futuro recalcitrante.

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Por outro lado, os religiosos pensam de maneira diferente. Para eles, o mal vem de fora, não de dentro. Portanto, a pessoa teria que passar por uma espécie de “exorcismo” para se livrar daquilo que geralmente chamam de “diabo”, que seria o “mal personificado”. Solução simplista, mas que tem se mostrado eficaz em determinados indivíduos. Verdade seja dita, a religião da “cura” dos retrógrados. A consciência de que há uma força maior é o motivo que os faz temer pela punição, aqui, ou depois da morte. Então, tratam de se livrar dos males que o acometeram, enquanto é tempo. Enfim, os meios é que menos importam. É a consciência do erro que poderá corrigir e evitar novos enganos. Para tanto, somente o conhecimento poderá ser o instrumento para adquirir o discernimento. Este será o caminho para se “sentir” o bem. Energia positiva gera energia positiva. É a lei.

25-O MISTÉRIO DO DESTINO-03/Dezembro/2004Os adeptos do destino asseguram que é a fatalidade que rege as suas vidas. Por sinal a palavra “fatal” é derivativa do latim “fatum”, que significa “destino”, “sina” (“fate”, em inglês). Na verdade, muitos acreditam que a vida tem um fim já pré-determinado. A observação é sempre a mesma: “Isto tinha de acontecer”. O filme “Efeito Borboleta” atesta este princípio, ou seja, não adianta querer mudar o passado, pois o futuro já está escrito. Paira o mistério: somos realmente pessoas predestinadas? Em contraposição a essa teoria determinista, o psicanalista Carl Gustav Jung observou que “quando não estamos sintonizados com a nossa vida interior, as coisas que nos acontecem são vistas como Destino.”, o que significa que, por não estarmos em harmonia com nosso íntimo, tendemos a nos isentar de responsabilidade pelos nossos atos. Em síntese, para os que acreditam em destino, fatos e acontecimentos são imutáveis, ou o caos reinaria. Por outro lado, o que pensam os apologistas do livre-arbítrio? Para estes, o homem é livre para a prática do bem e do mal, devendo arcar, todavia, com as conseqüências de seus atos. O fato é que essas duas vertentes acabam se tornando posturas tipicamente de cunho religioso. Em qualquer dessas situações, o homem acaba ficando escravizado, ora pensando que age tal e qual uma marionete, ora se preocupando com suas ações, temendo o troco pelo que fez de certo ou de errado. Nessa hora, aparecem os oportunistas que se intitulam, “senhores do destino”: astrólogos, videntes, quiromantes, cartomantes, fanáticos religiosos, etc. Eles “adivinham” o porvir e se tornam uma espécie de “muleta”. Se acertam, tornam-se deuses e o círculo vicioso está montado. Como se não bastasse, ou para contrabalançar essa “insustentável leveza do ser”, existe uma terceira ala que pensa diferente. São os chamados “cartesianos”, pragmáticos partidários do pensamento de Descartes que afirmou não existir nenhum conhecimento mais seguro no mundo do que a própria existência, isto é, o “eu”. Nada mais, nada menos. E completou: “Penso, longo existo”. Sua justificativa é fundada na tese de que o homem não pode duvidar de sua existência, pois se assim o for, estará questionando o próprio “eu”. No final de toda essa celeuma filosófica sobre o seu futuro, o ser humano deve é se preocupar, sobretudo, com suas ações no presente. Agindo em concordância com as leis da natureza,

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certamente, a vida fluirá tal e qual um rio que desliza leito abaixo. Não importa o quão caudaloso seja, o quão revolto esteja. O certo é que o rio chegará ao seu destino.Enfim, deve-se respeitar a verdade íntima de cada um. Não se discute este mérito. O importante é o objetivo e a metas a atingir. Devemos perseguí-los independentemente da filosofia que seguimos. E que seja de forma natural. A vida tem que ter seus percalços. Derrotas e vitórias fazem parte do crescimento de todos. Responsabilidades idem. A física relativista de Einstein, a quântica de Max Planck, e a teoria das incertezas de Heisenberg, por exemplo, apregoam que há um certo indeterminismo ou determinismo relativo nos fenômenos físicos. Dessa maneira de pensar, surgiu uma espécie de casamento entre a física moderna ocidental e a metafísica das religiões orientais, o que pode ser corroborado na obra de Lao-Tsé, “O Tao”. Outros cientistas renomados de diversos pensamentos, como o citado Jung (que asseverou sobre o sincronismo, assunto já abordado nesta coluna) e Stanlislav Groff (autor de "A Mente Holotrópica"), defendem, igualmente, essa fusão que visa desmistificar certas crenças ou princípios. O sábio Gandhi define bem o que seja “destino”:“Mantenha seus pensamentos positivos, porque dos seus pensamentos advêm suas palavras: mantenha suas palavras positivas, porque de suas palavras advêm seu comportamento; mantenha seu comportamento positivo, porque de seu comportamento advêm seus hábitos; mantenha seus hábitos positivos, porque de seus hábitos advêm seus valores e mantenha seus valores positivos, porque de seus valores advêm seu destino.” Assim, é a consciência que deve conduzir os atos do indivíduo. Estando ela em harmonia com seu “hospedeiro”, certamente resultará no seu bem-estar, na sua felicidade.Eis o melhor método para controlar o nosso destino ou nosso livre-arbítrio.

26-O MISTÉRIO DA REENCARNAÇÃO-10/Dezembro/2004Existe a reencarnação? Eis mais um tema controverso. Há religiões que contestam veementemente esta teoria dizendo que a vida é uma só e que vamos “ressurgir dos mortos” no dia do “Juízo Final”, mas, uns alegam que interpretaram mal a Bíblia, pois ressurreição quer dizer reencarnação. Esses, que acreditam na possibilidade reencarnatória, acatam peremptoriamente na viabilidade de o espírito ser capaz de “habitar” vários corpos durante muitas gerações, ou seja, o “eu” ficaria confinado num corpo físico durante um certo tempo, correspondente a uma das suas vidas. Depois, abandonaria esse corpo – decorrente da morte - e voltaria ao mundo espiritual, também por um determinado tempo. Esse período aqui e no além seria mutável. As especulações quanto ao “tempo de residência” são diversas (comentado posteriormente neste ensaio). Enfim, tal trajetória aconteceria até que se atingisse a perfeição, meta de todos seres vivos.O “eu” seria “a individualidade que abriga uma consciência”, denominada “personalidade-alma”, única, porém mutável em seu desenvolvimento. Ele carregaria um conjunto de memórias, desejos, sonhos, vontades,

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pensamentos, atitudes, tendências, concomitantemente ao contexto social (temporal, econômico, religioso e político) que está inserido. Esta seria uma definição mais simples para a “re-encarnação”, em outras palavras, o processo de “nascer novamente num corpo diferente”. Em síntese, muito se falou, muito se fala e muito se falará sobre este mistério que envolve o reino humano. Não obstante vários casos obtidos através da regressão da memória, terem sido registrados e catalogados, não se pode afirmar a sua autenticidade com cem por cento de certeza, uma vez que as habituais mistificações ajudam a prejudicar a sua credibilidade. Mas há histórias incríveis que carecem somente de comprovação reconhecida pelo mundo científico.A verdade, é que a mente humana continua obscura, quase indevassável. E ela é capaz de enganar e se enganar também. Por isso mesmo, a teoria da reencarnação raramente é abordada de maneira imparcial. Cada um tem seu modo peculiar de opinar sobre o tema. Uns são radicais, isto é, tanto pendem para um lado, como para outro, igualmente de forma extremada. Isto faz com que caiam no inevitável lugar-comum. Mas, cada posicionamento tem sua argumentação. A seu turno, os “reencarnacionistas” apregoam que o homem, em sua interminável busca espiritual, se coloca em duas frentes: o “darma”, que seria o conjunto de deveres que ele se submeteria livremente, visando alcançar a iluminação e o “carma” (do sânscrito “ação”), que seria a conseqüência advinda de ações, sejam boas ou ruins, com efeito de igual força (semelhante à “Terceira Lei de Newton”). Os que não acreditam na questão argumentam que se a pessoa “vive várias vezes”, isto é, volta em outro corpo, a população não poderia ter aumentado tanto. Atualmente, existem mais ou menos 6 bilhões de humanos no planeta, porém há apenas duzentos anos, a população era de 2 bilhões de pessoas. De onde teriam vindo os novos espíritos? Os adeptos do assunto contra-argumentam de maneira variada. Uns asseguram que a evolução ocorre em todos os rincões, quer dizer, almas de animais que atingiram o ápice de sua evolução, passariam a reencarnar no reino humano (é a chamada “transmigração”), outros afirmam que os habitantes de planetas mais atrasados poderiam estar reencarnando na Terra por terem evoluído em seus mundos. Os mais evoluídos daqui, renasceriam em mundos mais adiantados e, assim sucessivamente. Esta seria uma espécie de lei cósmica. Certos traços, ou doenças poderiam ser conseqüência de outras vidas que ficariam “impregnados” na alma, trazidos para a vida seguinte e podendo ser curado ou, ainda, piorado. É certo que com a decodificação do genoma, há características hereditárias, sejam físicas e psicológicas. Em outras palavras, a questão da ancestralidade está comprovada. Estaria ela, direta, ou indiretamente, ligada à teoria da reencarnação? Não se sabe. E quanto ao período “entre-encarnações”? Existem teorias alegando que o renascimento poderia ser imediato (isto é, uma pessoa morreria e, logo em seguida, se reencarnaria), ou muito tempo depois da morte (variando em termos de anos, até séculos). Há quem afirme que o “tempo de duração” de uma individualidade seria de 144 anos. Por exemplo, se alguém vivesse 44 anos na Terra, ficaria no mundo espiritual durante 100

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anos, reencarnando-se após a expiração desse limite. Não se sabe como se chegou a esses números, mas pode haver coerência se for levado em conta que ninguém sabe o motivo pelo qual o período de gestação do indivíduo é de 9 meses. No mais, o homem continua questionando a sua própria existência. As justificativas acerca da reencarnação podem ser plausíveis, pois seria injusto somente uns evoluírem, e outros não. Afinal, como diria o sábio marujo: “Todos estamos no mesmo barco”.

27-O MISTÉRIO DO MISTICISMO-17/Dezembro/2004O misticismo seria uma espécie de religiosismo? Pode ser, mas é uma forma de analisar os mistérios da vida de maneira quase didática, ou seja, os estuda de forma metódica, sem se deixar pender para nenhum lado, quer espiritualista, ou material. Agindo de modo imparcial, a aproximação de uma reposta mais plausível torna-se mais fácil. Disse “aproximação”, porque a verdade absoluta permanece inatingível. O místico sabe, portanto, que apesar de ser difícil alcançar o seu objetivo, poderá abrir novos caminhos que o levem a pesquisas mais consistentes e aprofundadas. Afinal, “quanto mais propensão a pessoa tiver para o estudo de qualquer assunto, tanto mais propensão terá para sondar os mistérios da vida e compreender a si mesmo e a sua relação com o universo.”O oculto, portanto, atrai o estudioso sério que se contenta somente com soluções empíricas, mas sem deixar de compreender que há forças misteriosas por detrás da ciência, uma vez que até matérias corriqueiras, como biologia, química e física continuam desconhecidas, porque ainda carecem de novas demonstrações da existência de forças e energias que se manifestam em laboratório através de diversas formas. Deste modo, a chance de obter sucesso na infindável busca pelo desconhecido é maior quando encarada sob a ótica mística. Por outro lado, existem aqueles que pouco interesse têm em aprender, em sondar tudo que possa parecer estranho. Estes são, certamente, dotados de uma mente pouco exigente por não encontrar motivação nem inspiração em querer desvendar temas de caráter mormente ocultista. Isto deve ocorrer porque a análise dos poderes físicos e espirituais de todas as coisas não lhes provoca nenhum tipo de curiosidade. Para eles, enfim, “somente a Deus é dado o direito de desvendar o mistério da vida.” O ser divino é que dá as respostas, somente através da fé. E esta postura inibe qualquer inclinação pelo desconhecido da pessoa que prefere assim proceder. Outros, que sequer têm religião (por isso, seriam menos dogmáticos), acham que os benefícios materiais imediatos são suficientes para que sua existência mundana prossiga, mesmo que entediante, sem sobressaltos. Independentemente dessas posturas, estejam elas certas ou erradas, o importante, como sempre, é seguir um curso na vida que leve ao bem-comum. As intenções é que nortearão o caminho que o ser humano trilhar. Uns vão demorar mais para progredir e outros atingirão o ápice mais rapidamente. Mas, todos, sem exceção, um dia alcançarão o cume. Contudo, somente o extremismo é que poderá retardar a caminhada. Logo, toda e qualquer análise deve ser feita sempre com coerência, mantendo o respeito pelas opiniões contrárias. As conclusões devem ser

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invariavelmente aliadas à racionalidade e preparadas para a contra-argumentação que poderá ser mais bem fundamentada. Enfim, os prós e contras devem ser pesados a fim de se chegar a um ponto comum, viável, confiável, consciente e inteligente.Eis o mecanismo principal para “descortinar” o véu da verdade que de relativa, um dia poderá se tornar absoluta. Com tal mentalidade, tendo-se em conta, sobretudo as próprias habilidades e aptidões, a nova compreensão há de afetar a existência positivamente. Em suma, o segredo para tratar um mistério de maneira mística, é saber questionar corretamente. Afinal, qualquer um, portador de uma mente pensante, não consegue olhar para o espaço sem deixar de ficar perplexo e envolto em especulações. Assim, ele obtém a bússola que mapeará o seu saber. O desejo de aprender vai de encontro às respostas.O resultado será o domínio da vida. Naturalmente, advém o passo seguinte: a necessidade de ajudar o próximo. Esta é a missão do místico que só conhecerá a felicidade completa quando praticar o altruísmo. Essa “ajuda mútua”, terá como conseqüência, a realização integral do ego. Finalmente, o indivíduo, preocupado com seus problemas aparentemente insuperáveis, só encontrará alívio para prosseguir sua jornada, quando os compreender.

28-O MISTÉRIO DOS NÚMEROS-24/Dezembro/2004Mais “uma temática” (o cacófato foi proposital) intrigante: os números. Que mistério é este que nos torna autênticos escravos dos números durante nossa existência?Tudo gira em torno de números. Precisamos deles para medir extensão e quantidade, ou seja, para contar nossa idade, para medir o tempo, para calcular nossa riqueza (ou pobreza), enfim, somos integralmente dependentes dos valores numéricos para viver.Não fossem os números, a vida certamente seria diferente. As noções de tempo e espaço seriam outras, ou talvez sequer existiriam. Além do mais, outras leis e princípios científicos também são expressos através da simbologia numérica. E o mesmo acontece com relação aos simbolismos mitológicos e religiosos que são organizados e baseados nos números. Assim, o homem depende do número para poder “contar” e “contar” (em ambos os sentidos) a sua história. Até para se apresentar, o ser humano necessita de um valor numérico, no caso, o número 2, que é dual, bipolar, bilateral. O par ou ímpar caracterizam muitas coisas. Os algarismos são binários e deles originou o código-fonte da computação. Por outro lado, o número três é o lado divino. Seria a representação da divindade, ou seja, a tríade que é a “trindade”. As relações numéricas também são fundamentais para o equilíbrio acústico que decorre do ritmo, a harmonia musical. Idêntica relação para com os poemas, trovas e outras formas de arte. Os códigos numéricos são essenciais na ciência, na geometria, na trigonometria, e em outras matérias no campo da aritmética. Em síntese, eles são a expressão do conceito humano sobre a ordem universal. Segundo Pitágoras, “Deus geometriza”. Para ele, o universo foi criado graças a uma ordenação numérica complexa. Assim, foram organizadas as galáxias. Ele dizia, por conseguinte, que a harmonia é para os ouvidos o que a astronomia é para os olhos. Tudo é, pois, norteado pelas regras

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matemáticas, seja no plano do microcosmo, seja no macrocosmo. Todavia, algumas dessas leis continuam desconhecidas. Para solucioná-las através de cálculos, os matemáticos utilizam os teoremas, intricados problemas que resultam em demonstrações práticas. Por serem justamente misteriosos, os números passaram a ter interpretações de caráter místico. Dessa forma, da “leitura” de seus conjuntos, o indivíduo passou a se auto-analisar, seja sua personalidade, seja seu destino. Nasceu a numerologia. Através das letras, chega-se um determinado número-chave de significado peculiar, ajustado à pessoa, isto é, para cada letra, um algarismo respectivo. Adicionando tais valores aos algarismos correspondentes ao dia, hora e ano do nascimento surgirá o mencionado número-chave. Surge a partir daí, uma dependência ainda maior por parte da pessoa para com os números. Essa relação faz da numerologia uma “paraciência”. Contudo, ainda não foi explicado direito como isto funcionaria em diferentes idiomas que possuem outros alfabetos, e em certas culturas dotadas de calendários distintos. Se a lógica da matemática realmente for levada ao pé da letra (ou ao “pé do número”), deve haver um denominador comum que consiga unificar os modos de interpretação. No mais, o real significado dos números continua especulativo. Há coincidências que podem ser de fato bastante elucidativas e, por isso, palpáveis aos olhos da razão. Mas, o mistério continua. Se a “Mente Superior” efetivamente “geometriza”, o ser humano, ou seja, sua criatura, precisa saber mais sobre esse mundo formado por números para poder saber “manipular melhor o compasso, o esquadro e a régua que delineiam a sua vida”. É mais um mecanismo para se conhecer. As respostas a essa “geometria divina” pode estar, na verdade, no nosso mapa genético que nada mais é do que números seriais correspondentes às nossas características físicas e mentais.O significado intrínseco dos números poderá ser finalmente compreendido, facultando-nos a habilidade de poder controlar nossas compulsões e nossos desejos. E os números poderão significar além do que só quantidade e extensão...

29-O MISTÉRIO DA ENERGIA-31/Dezembro/2004Tudo que vemos e sentimos é composto de energia, quer material ou etérea. Na verdade, somos uma espécie de energia ambulante. A diferença entre o sólido e o não sólido é simplesmente a sua configuração atômica. Nosso próprio pensamento é uma forma energética que, como se diz no dito popular, “é capaz de mover montanhas”. Por isso, devemos descobrir a forma de manipular essa força misteriosa a fim de que o seu poder imanente nos beneficie, bem como aqueles que conosco convivem. Mas, como poderíamos controlar algo que sequer vemos, ou tocamos?O passo inicial, é ter consciência de suas variadas manifestações. Uma delas é o “Feng Shui”, uma interessante filosofia chinesa que apregoa que todos os ambientes são circundados e interpenetrados por variadas formas de energia descontroladas e, portanto, devem ser devidamente harmonizados para o nosso próprio bem-estar. A posição dos móveis dentro de casa, a maneira de dormir e determinadas situações internas no local doméstico, ou mesmo onde trabalhamos, podem influir no viver de cada um. Em síntese, esta filosofia ajuda a organizar o caos energético

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que persiste em nossa volta devido às várias categorias de pensamentos e posturas que permeiam o espaço. A partir dessa ordenação de energias antagônicas (aquelas que não se coadunam com as leis da natureza), os pensamentos fluem sem interferências e, por isso, as realizações são iminentes. Outra manifestação de energia, foi descoberta nos finais dos anos trinta, por Wilhelm Reich. Era a "Energia Cósmica Primordial", ou “orgone”. Esse cientista afirmou que tal energia está onipresente, sendo responsável pela cor do céu, por exemplo. Há, ainda, outras formas mais conhecidas de energia, tais como: elétrica, cinética, química, solar, eólica (força dos ventos) e a nuclear. Todavia, a energia mais poderosa seria aquela emanada pelos seres humanos. O campo magnético que nos circunda é a chamada “aura”. Esta energia, se bem administrada (através dos sentimentos), torna-se curativa. Antigos feiticeiros teriam uma energia psíquica bastante evidenciada. Atualmente, temos os passistas e as folclóricas benzedeiras que usam as mãos para transmitir vibrações curativas. Essas pessoas permutam suas energias a partir da fé de quem as procura. As benzedeiras, tal como os bruxos do passado, mesclam conhecimentos de medicina popular (ou alternativa), religião e magia para tratar variados males humanos. Além das habituais rezas, elas utilizam ervas e objetos com significados simbólicos para efetuar seu trabalho a contento. A ciência ainda não descobriu que espécie de energia advém desses “curandeiros” que, na maioria das vezes, satisfazem sua clientela (que podem ser bebês, portadores do conhecido “quebranto”, ou “mau-olhado”). Essa energia seria a decantada “energia vital”, ou “fluido universal”, terminologias adotadas pelos espíritas, especialistas em “reiki”, terapeutas holísticos (que estudam os pontos energéticos, que seriam os “chacras”), dentre outros. Outro mistério seria como recompor o campo áurico (ou energético) do indivíduo para obter seu equilíbrio restabelecido. Esse processo de reciclagem que “limpa” e, por conseguinte, descarrega é a prova de que a energia, tal como o ar que respiramos, existe e por isso, deve ser bem conhecida.O princípio do domínio dessa energia é, sem dúvida, o controle do pensamento. Se a imaginação for sempre criativa e, obviamente, positiva, terá sido este o primeiro passo para a re-ordenação das energias em nosso interior e, conseqüentemente, à nossa volta, resultando numa reação em cadeia de grandes proporções e positivo resultado. No mais, se até o vácuo, ou seja, o nada, é composto de energia, não há como evitar a sua interação e o seu conseqüente contágio. Por causa disso mesmo, é fundamental ter a consciência dessa existência. Para tanto, é necessário ter bons pensamentos.E o progresso será iminente

30-O MISTÉRIO DA VIAGEM ASTRAL-07/Janeiro/2005Alguns já devem ter ouvido falar que enquanto dormimos, saímos do corpo (que continua em repouso para repor as energias) e “passeamos” no espaço. Tudo isso, inconscientemente. Esta seria a decantada “viagem astral”, ou projeção. Todavia, não é qualquer um que pode provar efetivamente que saiu do corpo com a consciência desperta. Durante o período em que estamos dormindo, somente lembramos essencialmente

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dos sonhos. Os que se recordam de suas “andanças extra-corpóreas”, controlando-as, seriam os “projetores”, aqueles que o fazem de forma consciente e voluntária. Dizem os especialistas no estudo da projeciologia que o ser humano possui várias camadas superpostas de energia que são seus "corpos". Com o sono, o corpo liga uma espécie de “piloto automático” e, enquanto suas funções autônomas continuam trabalhando, o eu, juntamente com as outras camadas, sai do corpo físico. É mais fácil se inteirar dessas “escapadas cósmicas” se a pessoa tiver um grau de paranormalidade mais acentuado, caso contrário, será necessário treinamento justamente para “educar” os sentidos a fim de aprender a “vagar” sem interferências. Assim, o primeiro passo para se tornar um “turista dimensional consciente”, consistiria em aceitar que seu limite não se restringe eminentemente ao corpo físico. Este seria exatamente um dos maiores entraves. Outro obstáculo seria o medo do desconhecido. Se a pessoa pensar que poderia morrer ao abandonar temporariamente seu corpo, certamente não conseguirá levar a efeito o seu intento. Essa “neofobia” gera transtornos irremediáveis. Deve-se se livrar também dessa barreira. Com a eliminação de empecilhos, a possibilidade de realizar a viagem astral aumentaria sobremaneira. Apregoa quem consegue “voar”, que a projeção propicia, uma sensação de leveza e liberdade jamais experimentada antes. Alegam que deve ser este o sentimento de quem parte em definitivo, ou quase. Como é o que dizem aqueles que tiveram a experiência do “quase-morte”. Os relatos geralmente são de que a pessoa, ciente, ou não, de seus estertores, passa a ver o próprio corpo moribundo, estirado. Salvando-se, o indivíduo pode contar a sua fascinante experiência, não obstante as alegações médicas que diagnosticam o contrário, esquecendo-se que esses que “voltaram” passam a apresentar habilidades psíquicas que não tinham antes. Já os que conseguem se projetar podem comprovar suas saídas graças ao testemunho dos amigos. Após combinar hora e local para se “encontrarem”, eles atestam a autenticidade do desdobramento, dizendo o que estavam fazendo e como estavam vestidos. Uma outra modalidade de projeção seria através da (já comentada em artigos anteriores) “visão remota”. Dessa vez, não seria o corpo astral que “viajaria”, mas a mente. Além do mais, o “visualizador tem um objetivo único, isto é, a partir de um alvo específico, ele transporta sua consciência além dos limites alcançados pelos olhos físicos. Nessas duas formas de projeção, de acordo com os estudiosos, é facultado “interpenetrar” em dimensões de realidades diferentes da nossa, tanto no tempo, quanto no espaço. Dependendo do grau de psiquismo, dizem poder haver contactos com seres de outros padrões energéticos. Enfim, essa autêntica “aventura interplanetária” deve ser de fato inigualável e inusitada para quem conseguir efetuá-la. No mais, esse mistério poderá ser desvendado por todo aquele que precipuamente seja dotado de boa-vontade, que tenha intenções positivas e altruísticas acima de tudo. Afinal, a ética também impera nas leis universais. Em outras palavras, a energia negativa seguramente não se harmoniza com a energia que possibilita o desprendimento ao astral.

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Este será o jeito de, finalmente, superarmos a então intransponível divisão entre cérebro e consciência. Liricamente falando: dizem os “projetores, que “o corpo astral é mais brilhante e iluminado do que o físico...”.

31-O MISTÉRIO DA MULHER-04/Fevereiro/2005Nesta segunda fase da coluna que começou em junho do ano passado, os temas serão menos analíticos e mais práticos, ou seja, os mistérios serão menos subjetivos. E nada melhor do que começar pelo ser mais divino da raça humana: a mulher.Afinal, não haveria mistério algum se ela não existisse, pois é quem nos gera e quem gera os enigmas conseqüentemente. Para dizer a verdade, a inspiração chegou de duas vertentes: uma estimada colega de trabalho, leitora desta coluna e não menos questionadora, passou a idéia para abrir com chave de ouro o “livro 2” deste espaço e por causa do momento presente, quando o poder feminino está mais forte do que nunca. Um exemplo para ilustrar esta observação, é Maria Madalena, aquela que viveu na época de Jesus e que dizem ter sido sua esposa. Segundo consta, ela também foi motivo de controvérsias dentro da Igreja Católica. Falando nisso, o famoso livro “O Código Da Vinci”, tem sido um dos responsáveis pela (re)conscientização da importância da mulher. Parafraseando ao que foi dito na página 466, do mencionado romance: “Estamos começando a sentir a necessidade de restaurar o Sagrado Feminino”.No mais, o fato é que Madalena é o símbolo da nova era da mulher. E nada melhor do que recomeçar falando um pouco desse misterioso e, sobretudo, divino ser humano que, por sinal, ultimamente vem “incomodando” sobremaneira a alguns incompetentes (machistas, é bom ressaltar) homens, possivelmente com medo de perder a posição de “sexo forte”, há tantos milênios mantida à custa da sua prepotência desmedida.No momento mais sublime da mulher, quando vai gerar um semelhante, ela passa a produzir uma espécie de leite que nada mais é do que um elixir da vida. Um autêntico repositório de energia, cuja essência permanece tão misteriosa, quanto maravilhosa. O que se pode dizer, contudo, é que “não se concebe a concepção”, ou seja, ninguém em sã consciência é capaz de conceituar ou explicar o milagre da reprodução.Pode-se fazê-lo sob o ponto de vista biológico, mas jamais sob a ótica espiritualista. Para que uma vida tenha capacidade de “transformar” outra vida, precisa ser mesmo muito sagrada, muito especial. Essa alquimia é a essência da mulher. Só este magnífico detalhe já basta para que se possa mensurar a importância do feminino na vida humana. No ventre materno outra alma se aconchega até que possa sair para viver a sua existência. Todavia, os laços que os unem jamais serão desatados. Em outras palavras, o amor “mãe-e-filho” é tão forte que não se pode definí-lo através de meras palavras.A simbiose de pensamentos que os une não tem explicação no ponto de vista terreno. Eis porque a mulher é o ser supremo que habita esta parte do Universo. Sua sacralidade é tanta que até suas percepções são mais apuradas do que as dos homens. A intuição feminina deixou de ser uma suposição para se tornar uma afirmação, tamanha é a confiança que todos

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nela depositam. Muito se falou, muito se fala e muito será falado acerca da mulher, cada um com sua ênfase particular, mas todos chegando a um ponto comum: a grandeza feminina é única. Trovadores, escritores, românticos, enfim, todos esses líricos jamais se cansarão de admirar a beleza feminina que continuará sendo cantada e decantada em prosa e verso. Excetuando o radicalismo de certas religiões, é chegado o momento do “assentamento da mulher”. Não há como negar - não a sua superioridade, pois todos são iguais, em essência - a sua importância na sociedade ocidental e quiçá oriental (em futuro breve, espera-se). Assim, ao tentar analisar esta bendita espécie de entidade, sempre se incorrerá no risco de esbarrar na mesmice. Mas esse lugar-comum por certo não incomodará àquele que vê a mulher com olhos amáveis e respeitosos, sabendo que o seu lugar não mais está vago, porque finalmente foi ocupado por quem de direito.Nesse contexto, o surrado ditado, “à César o que é de César”, deveria ser mudado para, “à Madalena o que é de Madalena”.

32-O MISTÉRIO DAS GLÂNDULAS-11/Fevereiro/2005Dando prosseguimento à seção de mistérios (a história que ficou de ser publicada intercaladamente, ainda está sendo devidamente atualizada), o assunto da semana, como sempre, intriga: as glândulas, que são consideradas como as guardiãs do corpo ou, como dizem os Rosacruzes, “o espelho do Eu”. Todos sabemos que nosso corpo age igual a um computador. Assim, analogamente, as peças, no caso os órgãos, funcionariam de acordo com um programa pré-estabelecido, com funções e atribuições específicas. A cadeia de DNA seria a memória permanente do computador, a mente poderia ser a memória transitória. Mas, e os “chips”, esses diminutos, porém vitais condutores e filtros? O que seriam eles? Quem mais, senão as glândulas? São exatamente elas que filtram e dão o equilíbrio necessário ao correto funcionamento do corpo. Para alguns, o elo do eu material com o eu espiritual. Em outras palavras, as glândulas “regulariam” também as funções mentais e psíquicas. Nossa aparência física, até nossa simpatia pessoal e, mais essencialmente a nossa intangível personalidade, seriam o resultado do funcionamento glandular. Por isso, elas atuam em consonância ao comportamento individual, seja físico ou mental. Contudo, esta ordem pode ser alterada por causa de fatores hereditários. Em síntese, a glândula é “coordenada” de acordo com as atitudes de seu “hospedeiro”. A título de informação, é de bom alvitre rememorar o significado das glândulas. Elas são órgãos que produzem ou secretam substâncias indispensáveis para a harmonia do corpo. Há dois tipos de glândulas: as que possuem dutos (ou canais), denominadas exócrinas (salivares, lacrimais e o fígado) e as endócrinas, que não têm canais (gônadas, pâncreas, supra-renais, timo, tireóide, paratireóides, pituitária e a polêmica pineal, já comentada em ensaios passados). Essas glândulas secretam hormônios, que são fundamentais para o balanceamento intracorpóreo, como ressaltado. Na verdade, supõe-se que qualquer estudo mais acurado desses órgãos implicaria em conhecimento mais aprofundado sobre o Eu psíquico. O que quer dizer que o Eu se manifestaria através do funcionamento da glândula. Até o pragmático Descartes vislumbrou que a glândula pineal

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(assunto este, já abordado nesta coluna) seria uma espécie de “sede da alma”, isto é, para ele, o espírito moraria nesse órgão assim como o cérebro, a “casa da mente”. O desequilíbrio de qualquer dessas tantas glândulas que guardamos dentro de nós resulta em sérios distúrbios para o organismo, o que não é novidade para ninguém. De fato, como apregoa o ditado: “Só sentimos falta de água, quando o poço seca”. É exatamente essa sensação quando o fígado ou a tireóide, por exemplo, funcionam em desacordo com as suas funções. É mais um motivo para que se dê mais vazão ao pensamento correto que por sua vez, irá se refletir no funcionamento das glândulas e vice-versa. Frases feitas, clichês, lugar-comum, mas a verdade é que não custa repetir essa ladainha à exaustão: “Cada um é o reflexo do próprio pensamento”. O “Espelho do Eu” deve sempre estar limpo, cristalino e brilhante. Assim, a “ponte para o céu” ficará desimpedida e o caminho para a maestria será menor. As idéias fluem com maior desenvoltura se há no corpo glândulas sadias que produzem e regulam o metabolismo de acordo com a ordem natural. É este grau de harmonia que ditará o ritmo e demonstrará qual é o nível de relação da pessoa para com o Universo. A percepção ficará apurada, advindo um discernimento qualificado que terá ressonância positiva na vida. Glândula que trabalha sem entraves, gera pensamento puro que, por sua vez, resulta em ações e imaginação criativa. Eis um caminho para se conseguir as coisas: o equilíbrio mente/corpo . Dizem que é sorte, mas a sorte é simplesmente a reação externa que advém da ação interna. Em igual proporção. Enfim, é bom ter consciência que a glândula é o “canal” para obter tudo isso.

33-O MISTÉRIO DA TRANSCOMUNICAÇÃO-18/Fevereiro/2005Depois de discorrer um pouco sobre o mistério da morte, tentando relatar os efeitos e as sensações de quem fica perto da “passagem” para o Outro Lado quando, por pouco, a alma não toma rumo definitivo a outras “plagas” (conhecidas somente através de leituras de teor espiritista) e, depois de abordar outro assunto correlato, que é a reencarnação, teoria esta que apregoa a reentrada do espírito num outro corpo, vem à baila mais um assunto não menos misterioso e correlacionado à extinção definitiva das funções orgânicas do indivíduo”: a comunicação com esse “lado oposto da vida física”. Nesse tocante, sabe-se que existem variadas “modalidades” de contactos com os que deixaram a vida. Os chamados “videntes” alegam que podem “ver” o morto, graças à sua extra-percepção sensorial que poucos adquiriram ou desenvolveram. Precisariam de instrumentos para fazê-lo, seja através de papel e lápis ou mesmo por intermédio de copos, ou tábuas com letras. Nem precisa repetir que, como se trata de um “trabalho” eminentemente humano, as fraudes acontecem. Por isso, o charlatão também não “falta” nessa área. Mesmo assim, há casos impressionantes que atestam a autenticidade do fenômeno, quando as provas são incontestáveis. Como não podia deixar de ser, os céticos duvidam de tudo isso. Talvez seja por causa desse ceticismo radical é que apareceu uma outra modalidade de contacto mais

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palpável como o Outro Lado: a “Transcomunicação Instrumental”, ou comumente conhecida entre os pesquisadores por “TCI”, um assunto já bem conhecido e debatido entre os estudiosos. Até mesmo alguns espíritas contestam esta “modalidade”. Talvez receando uma iminente extinção do ofício de médium.Mas, isto é o que caracteriza um mistério: muita dúvida, muita especulação e pouca conclusão. Como de hábito, também, há os que se arvoram de entendidos, mas carecem de elementos mais conclusivos para atestar sua teoria. O mais importante será provar sem deixar margem para a dúvida. Afinal, críticas existem e sempre existirão. O que se deve fazer é demonstrar o feito não somente ao mundo científico, mas ao leigo e até ao espiritualista: atribuição do místico típico.Este ensaio, portanto, dispensará comentários acerca da metodologia da utilização da TCI. Para tanto, basta acessar a rede mundial. Que se evite o lugar-comum, enfim.O objetivo é alertar para uma nova realidade que se avizinha no campo da “comunicação com os mortos”. Seria, pois, este mais um mistério que vai “incomodar” aos incrédulos irrequietos, que ficam buscando explicação para tudo que não vêem e não ouvem. Dessa vez, o “desconhecido” poderá ser conhecido pelos olhos e ouvidos. Para traduzir a explanação: a TCI, é um modo de se comunicar com outro mundo, dimensão, ou talvez até com um outro tempo, através de aparelhos eletrônicos, tais como televisão, gravador ou rádio. Em outras palavras, o comunicante poderia “falar” e receber notícias de um espírito, de um ser de outras dimensões, de um extraterrestre e, até de uma pessoa do passado ou do futuro. É o que atestam os eminentes, eficientes e experientes pesquisadores, Paulo Roberto Gomes Cabral e Phyllis Macedo que, ademais, atentam para o fato de que o comunicante deve estar sintonizado, harmonizado e, sobretudo, bem-intencionado com o que vai fazer. Caso contrário, provavelmente a dificuldade de contacto será maior. São esses, a rigor, os pré-requisitos fundamentais para que um médium tenha sucesso na sua empreitada. Quer dizer, se a aparelhagem daqui estiver “alinhada” com o seu “dono”, certamente a troca de informações com o “Acolá” será eficaz. Ultrapassada esta primeira barreira, o próximo passo será “filtrar” as informações recebidas. O teor das mesmas e a sua coerência é o que vai pesar quando da sua análise que deve ser criteriosa e imparcial, imune de tendências, porque os farsantes e oportunistas sempre serão obstáculos. Como dito, esta é uma praga que infesta todo e qualquer estudo na área ocultista. O certo é que não se discute contra uma imagem, ou um som inconfundíveis. Os olhos e os ouvidos não se enganam sempre. As interferências humanas hão de desaparecer com o advento da TCI.Dizem os pesquisadores que a TCI não é uma nova forma de telefone, sequer outro equipamento de comunicação. Muito cedo para qualquer afirmação nesse sentido. O estudo ainda engatinha. O importante é que os dados foram lançados. Pode ser esta, a “deixa” definitiva para a almejada comprovação de que a morte não é o fim. “Se a Internet encurtou o mundo, a TCI pode encurtar o Universo”. Sanado este mistério, certamente outros mistérios serão revelados e as respostas para

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muito questionamento serão finalmente dadas. E o homem alcançará o “domínio da vida”. Oxalá!

34-O MISTÉRIO DA RELIGIÃO-04/Março/2005Por quê a religião continua sendo um fator que, ao invés de unir os homens, os afasta ainda mais uns dos outros? Desde que o homem passou a ter consciência da sua própria existência e a imaginar que uma força poderosa o “vigiava”, ele passou a lutar contra si mesmo e contra aqueles que não rezavam as suas crenças. Na verdade, pelo que se tem visto e ouvido no noticiário, lutas religiosas ainda perduram em toda parte do globo. Não somente a política, mas religião é também um dos motivos de tanto sangue derramado, de tanta desagregação, de tanto ódio. Pouco mudou com relação à antiguidade. Tampouco a tecnologia conseguiu transformar o pensamento arraigado do ser humano. E não se pode dizer que essa é uma característica do leste, com muçulmanos, judeus, xiitas, sunitas, etc., brigando entre si, pois na Europa ainda persistem lutas que envolvem protestantes, católicos, luteranos, anglicanos e por aí vai. Ninguém tem razão, mas todos têm suas razões. Têm argumentos insuperáveis porque se baseiam em escritos ditados (ou “ouvidos”) pelos seus líderes e arrebanhadores. Apesar dos pesares, se a religião for encarada de forma ponderada, equilibrada, ela poderá ser um instrumento agregador para que o indivíduo se desenvolva espiritualmente falando. Por isso, o pressuposto é o equilíbrio, o respeito mútuo pela opinião diferente ou pela crença alheia. O dogmatismo pode até existir, mas deve ser menos exagerado, menos controlador, menos subjugante. As imposições, sabe-se, podem afetar o comportamento ou a ação do religioso, fazendo-o tomar certas atitudes não corretas com o que se entende como bem-viver. Será que matar – e se matar - alguém em nome de seu deus é o correto? O paraíso de fato seria a conseqüência desses “suicidas sagrados”? Discordar do pensamento alheio é motivo para tanto ódio? E tudo em nome do “Criador”? Se aquele que pratica a religião se conscientizar que a força maior não é só externa, mas interna, então sua vida poderá ser diferente. O apego excessivo a “livros sagrados”, pode gerar alienação para aquele que professa determinada religião. A visão mais pragmática e menos radical sugere que as leis divinas ou cósmicas jamais poderiam ser escritas. É verdade que os grandes líderes religiosos como Moisés, Jesus, Buda, Zoroastro, Maomé, dentre outros, eram influentes e tiveram uma missão sublime e valiosa. Mas, os seus interpretadores (ou intérpretes), ao longo dos anos, deturparam e muito a essência do seu trabalho para com a humanidade. Então, qual seria o parâmetro para o ser humano se mirar? Quem sabe, essas “leis” não estejam escritas na Natureza? Afinal, através dela pode-se presenciar harmonia, beleza e ordem (quando o homem a altera, há o revide, o que é natural). Pela tradução falha, a religião passou a ser uma barreira, ao invés de ser um caminho. Interesses humanos (ou “pseudo-humanísticos”), escusos e egoísticos, interpuseram em seus objetivos. Não cabe agora enumerar quais seriam esses erros e de quem foram. O foco aqui é exatamente o contrário: mostrar a todos que a religião pode oferecer a bússola e o mapa. Achar o tesouro (a maestria), é função daquele que se dispõe a buscá-lo. Tendo consciência dessa

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realidade e se integrando à harmonia da natureza através da religião, o ser humano certamente vai sentir e agir de acordo com as leis universais.No mais, as futuras gerações de homens e mulheres tendem a modificar as suas aspirações espirituais. A religião do futuro, quem sabe, poderá ser desprovida de dogmas, privilegiando a liberdade de consciência e a reflexão pessoal. E não será mais na Bíblia, na Torá, no Alcorão, nos Upanishads ou em qualquer outro “livro sagrado” que será “pescada” a palavra divina, mas no “livro da alma”. E que chegue o momento em que a espiritualidade seja feita tão-somente de conhecimento e humanismo.E o homem passará a se comportar à imagem e semelhança de seu Criador (sem aspas).

35-O MISTÉRIO DA ASTROLOGIA-11/Março/2005Mais um mistério que, para não fugir à regra, é tema para debate. Será que o ser humano realmente tem sua vida controlada pela ação dos astros? Eis a polêmica astrologia. Assunto controverso que possui seus adeptos fervorosos e, claro, estudiosos de todas as tendências. Não se discute aqui o mérito, ou seja, se de fato há uma efetiva influência astronômica dos planetas e satélites que circundam a Terra, como por exemplo, a Lua que atua sobre os oceanos formando as marés, e também nos animais e vegetais. Mas, será mesmo que o ser humano recebe tanta influência assim dos astros, estrelas e satélites? Não seria uma espécie de auto-sugestão provocada pelos horóscopos, que fazem previsões e ditam regras de comportamento? Há indivíduos que não agem sem antes consultar seu horóscopo do dia. Outros cortam o cabelo, ou ficam mais ou menos sensíveis, de acordo com a fase lunar. E por aí vai. A capacidade criativa humana é imensurável, mas às vezes exacerba, como não podia deixar de ser. E o mistério continua. A título de informação, não custa repetir o que a maioria já sabe: qual o significado de “signo”. Segundo os estudiosos, os signos comporiam um determinado campo da consciência do ser humano, e que seriam em número de 12. É o chamado “Zodíaco”. Através da leitura desse “campo”, os especialistas elaborariam o que se conhece como “mapa astrológico”, onde constaria o horário de nascimento da pessoa, que indicaria o seu “ascendente”, além de outras casas ou setores da vida, sempre concomitante ao seu signo. Apregoam, ainda, que é o signo que fornece os indícios da forma física que a pessoa vai ter e a maneira espontânea de agir que esta irá desenvolver ao longo da vida. O signo ascendente seria, pois o que ocupa a região correspondente ao Leste na carta astrológica no momento em que um evento ou pessoa está nascendo. Tal signo, portanto, "nasceria" ao mesmo tempo em que a pessoa respira pela primeira vez. Além disso, continuam, esse ascendente informa como é que cada um começou no mundo em que habitará, uma vez que este se torna a marca da sua primeira entrada no mundo. Em suma, para descobrir o ascendente, é necessário ter em mãos o dia, mês, ano, local e horário de nascimento. Alegam, enfim, que apenas quatro minutos na diferença de horário de nascimento poderia comprometer em um ano as análises de um prognóstico astrológico. Assim, em duas horas, o signo ascendente muda, tal como a Lua que se move cerca de um grau nesse mesmo intervalo de

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tempo. Apesar das explicações, o assunto continua oculto, por conseguinte, misterioso. A verdade, é que as pessoas se fiam na astrologia como esta fosse o pré-requisito para continuarem vivendo e sobrevivendo, ajudando-lhes a evitar os percalços que a vida poderá apresentar. Seria, esta área um instrumento de precaução e de auto-conhecimento? Por outro lado, se a vida de cada pessoa no mundo é rigorosamente diferente como uma impressão digital, então como se explica a leitura do horóscopo que é genérica? E o que dizer dos mapas astrológicos de duas pessoas nascidas exatamente no mesmo hospital, hora e minuto? Seriam também idênticos? Mas, aí esbarraria na mencionada individualidade, única e personalíssima. Será que seriam os segundos entre um nascimento e outro o que faria a diferença? Alegam os astrólogos que é a localidade de nascimento e o fuso horário que alteram o ascendente e as demais casas astrológicas. Mas, não respondem quando um nascimento é rigorosamente na mesma hora e local, pois as pessoas se tornam tão diferentes entre si. Sendo, ou não, um método de adivinhação, a astrologia deve ser respeitada, uma vez que sua finalidade é, sobretudo, ajudar as pessoas. No mais, é certo que a ciência precisa de provas cabais para autenticar mais um enigma humano, mormente esses correlatos à astronomia. Se o homem mal conhece o seu habitat, imagine-se fora dele. Em outras palavras, se a Terra continua desconhecida, o que dizer do Universo. Mesmo assim, todos devem continuar buscando, em respeito à velha máxima socrática: “Conhece-te a ti mesmo”.

36-O MISTÉRIO DO TELETRANSPORTE-18/Março/2005Que amante de ficção científica não se admirava quando assistia “Jornada nas Estrelas” e via o fenômeno de desmaterialização e “rematerialização” dos viajantes da nave “Enterprise”, quando estes iam para outro lugar? Este é o fenômeno do teletransporte ou, para que se entenda melhor, a transferência da matéria de um local para outro, sem alteração de sua constituição molecular. Por outro lado, o teletransporte humano é totalmente inviável, apesar da série mostrar o contrário. Mas, e quanto à matéria? Será possível um objeto inanimado - ou até mesmo um feixe de luz - ser “transferido” de um local para outro sem percorrer o espaço entre os dois pontos? Tudo indica que esta será mais uma revolução que a Física Quântica reserva para a humanidade. Em síntese, o "teletransporte", atualmente testado somente em laboratórios, abre perspectivas fantásticas para este século XXI e poderá ser responsável por mudanças fundamentais na vida do ser humano, não obstante os estudos e experimentos nesta área ainda se encontrarem em fase embrionária, pois há brechas que não foram explicadas cabalmente. Por exemplo, na sua transferência quântica, a matéria original seria destruída integralmente para ser, da mesma forma, reconstituída em outro local. Esse re-mapeamento dos átomos, elétrons, prótons, etc., teria que ser rigorosamente idêntico para o processo se concretizar efetivamente. É o dilema que intriga os cientistas. Essa “reincorporação” teria que ser perfeita. É isto que impossibilita o teletransporte humano. Se a matriz é desfeita, como reconstituí-la na sua totalidade objetiva e, sobretudo, subjetiva (no caso, a mente)? Por conseguinte, o fenômeno teve que ser

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subdividido, tendo em vista suas variações: Assim, o “teletransporte p” se refere ao psíquico. A visão remota - quando a mente “viaja” para outros locais pré-determinados, além da visão normal - poderia ser a definição do teletransporte psíquico, como também a tão propalada viagem no tempo. Seria a mente quem adentra o passado ou futuro, fora do corpo? Outro mistério. O “teletransporte q”, seria o quântico, para a matéria inanimada; o “teletransporte vm”, de vácuo métrico, na transferência de objetos através do espaço e, finalmente, o “teletransporte e”, de “exótico”, como o próprio nome diz, quando os objetos ultrapassassem o mundo físico, ou seja, a transferência efetivada de uma dimensão para outra, ou através dos ainda desconhecidos universos paralelos. A propósito, uma derradeira questão: seria a quarta dimensão a ponte para os “teletransportados”? Conforme comentado, a ciência ainda engatinha no campo da Mecânica Quântica, mas os avanços são indiscutíveis. Na Índia, por exemplo, pesquisadores começaram a desenvolver métodos para o teletransporte computacional quântico. O objetivo desse projeto é possibilitar a emissão fotônica de um objeto recriando-o materialmente numa outra máquina que faria uma espécie de “download físico”. Contudo, os cientistas estão encontrando dificuldades quando da reconfiguração dos algoritmos que compõem o objeto. Desse modo, os computadores quânticos vão empregar energia fotônica em vez de energia elétrica, transformando em brinquedos de crianças os atuais processadores. Pode-se vislumbrar como seria a Internet do futuro com esses computadores. Produtos seriam vendidos e imediatamente enviados para seus compradores. A troca de mensagens eletrônicas também seria interessante. Pessoas distantes trocariam presentes e daí por diante. O pior, como sempre, seria um equipamento desse, cair em mãos erradas. Bombas, via “e-mail”? Vírus realmente vivos? O certo, é que o ser humano vai ter que evoluir mais para merecer mais esta dádiva tecnológica. Eis mais um entrave difícil de ser resolvido...O advento do teletransporte, enfim, abrirá muitas portas, até hoje só vistas nos domínios da ficção. E mais uma vez, sementes da dúvida são lançadas no campo dos mistérios para o homem colher. Que sejam colhidas e transformadas em alimentos que, por sua vez, nutrirão a sua insaciável fome de conhecimento.

37-O MISTÉRIO DO TELEPATIA-25/Março/2005Pelo menos, uma vez na vida, alguém deve ter ficado com vontade de ligar para um amigo, e quando o fez, este lhe disse que “coincidentemente” teve o mesmo desejo. Em outras ocasiões, fez um determinado comentário perto de seu acompanhante e este, admirado, lhe disse que estava pensando justamente naquilo que ele disse. Mera coincidência, ou uma fortuita sincronia de idéias? E se aconteceu mesmo, uma autêntica transmissão e recepção de pensamentos? Então significaria que dois pensamentos de duas ou mais pessoas se cruzaram no espaço físico, sem interferências. Para este fenômeno, dá-se o nome de “telepatia”. Como se operaria este mistério? O que se passa dentro de uma cabeça, poderia ser captado por outro indivíduo, esteja ele receptivo, ou não? A possibilidade de “ler” o pensamento alheio, para, em seguida retransmití-lo de modo inteligível, é mesmo possível? Como sempre,

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muitas perguntas e poucas respostas. Para os cientistas, esta realidade já é palpável e há muitos anos. E, segundo asseguram, o será futuramente com maior freqüência ainda. Em síntese, a telepatia não seria fantasia. Muitos casos são registrados, uns não passam mesmo de coincidências, mas outros são exemplos genuínos de transmissão de pensamento. Porém, ainda não se deu o valor merecido ao assunto. Isto, porque pouco se sabe acerca da capacidade e do poder mental do ser humano que faz precário uso de sua mente (por sinal, tema para o próximo “mistério”). Não seria somente a afinidade entre as pessoas o fator básico para que se efetive a telepatia. Elas teriam de ter uma espécie de capacidade para poder “decodificar” o campo magnético uma da outra, traduzindo-o de maneira compreensiva ao entendimento comum. O campo que circunda todo o corpo da pessoa é chamado de aura que, de acordo com os entendidos, varia de coloração ou tonalidade (vibrações) paralelamente ao estado emocional do indivíduo. O halo em torno da cabeça é que teria de ser decifrado para a captação. Os processos biofísicos e bioquímicos dos neurônios gerariam o pensamento que, por sua vez, é a pura energia mental. É esta energia que será “conduzida” por intermédio das emissões ou radiações eletromagnéticas que formam o campo tridimensional que será interpretado de forma material pelo telepata. Em outras palavras, qualquer pensamento, por menos intenso que seja (intensidade no sentido estritamente emocional), gera no interior do cérebro, sinapses, os impulsos nervosos dos neurônios. Com a generalização da telepatia, quem sabe, esta não vá se tornar futuramente um meio de comunicação universal? Resta saber como seria configurado este tipo de linguagem. De forma simbólica, ou através da troca de sentimentos, de emoções? Mente entendendo mente? Consciência “falando” com consciência? Fim dos idiomas falados? Seres da Terra e de vários orbes se confabulando e se compreendendo? Todavia, os cientistas afirmam que para a efetivação dessa “conversa mental”, seria necessário que todos os comunicantes extra-galácticos, sem exceção, tivessem um aparelho visual semelhante ao dos habitantes deste planeta, como também um sistema de compreensão análogo, ou seja, as imagens e sentimentos teriam que ser correlatos, do contrário, de nada adiantaria a leitura de pensamentos. No mais, quiçá chegue esse dia, quando a prática da telepatia se tornar corriqueira.Somente assim, é que o homem perceberá cabalmente a sua realidade consciencial e transcendental. Mas, para tanto, ele terá que parar de ser negativo e, em conseqüência, descobrir e desenvolver seus poderes - ainda ocultos -, adquirindo a habilidade para “detectar” o seu interlocutor através de sua freqüência mental, captando-a quando bem quiser. Nesse mundo de “colóquios vibracionais”, o diálogo será por intermédio do pensamento.O tempo e espaço, então, não mais serão barreiras intransponíveis como atualmente. Certamente, a falsidade vai ser coisa do passado. A compreensão mútua será, enfim, alcançada. Afinal, sentimentos não mentem.Agora sim, os olhos serão de fato, a “janela da alma”.

38-O MISTÉRIO DA MENTE-01/Abril/2005

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De todos os mistérios da vida, nenhum deles é mais complexo, porquanto desconhecido, do que a parte subjetiva que “repousa” nas entranhas do chamado corpo, exatamente no interior da caixa craniana: a mente. Se a mente é eminentemente humana, então dela surgem os mistérios, pois é ela quem os gera e é ela quem os raramente resolve. Na verdade, a mente poderia ser considerada como a matéria-prima do todo, seja este oculto, ou não. Em suma, nada é mais desconhecido e obscuro do que a mente. O que seria a mente, afinal? Deus? Não seria esta poderosa Divindade, tão idolatrada e adorada pela humanidade, uma espécie de congregação formada por várias mentes que alcançaram a harmonia cósmica, isto é, a chamada “Mente Suprema”?A mente do ser humano comum, enfim, deve ser simplesmente o pensamento ou a sua alma que está em constante e ininterrupta evolução. Um dia, portanto, ela poderá se unir a outras mentes e reger o Universo. Será possível? O fato é que todos sabem que a mente, apesar de intangível é real. Ninguém a vê, mas a sente e por seu intermédio, vive. Não importa se bem ou mal, mas, a máxima, “penso, logo existo”, corrobora a sua existência inequívoca. No mais, a mente é o instrumento que aciona a vida de todos os seres viventes. Todas as mentes são fortes em potencial e iguais em essência, mas poucas são verdadeiramente desenvolvidas. Poucas atingiram seu ápice. São aqueles que realmente souberam tirar proveito da sua força mental, ajudando não somente a si próprio, como aos outros, menos cientes dessa possibilidade infinita. São os heróis da humanidade, os “Iluminados” que tiveram missões diversas e as cumpriram com louvor e sacrifício. Nem sempre, infelizmente (na maioria das vezes, talvez) foram compreendidos e, uns tiveram finais trágicos quando passaram pela Terra. De qualquer forma, legaram suas ações e até hoje, os mais sensatos os reconhecem e lhes dão o devido valor, talvez recusado na época em que por aqui viveram. É assim que se deve utilizar a potencialidade da mente: em benefício, sobretudo do próximo, pois em assim sendo, a própria pessoa também irá se beneficiar. Este é o caminho para o almejado e, aparentemente, inalcançável domínio da vida que significa estar ciente da própria força, mas sem dela utilizar em prol de si mesmo, tampouco exibir tal força para alimentar à vaidade. Humildade é a estratégia. A mente forte não precisa se mostrar. Basta agir com, discrição, consciência e sapiência.Ao final de tudo, quando da matéria se “desprender”, a pessoa bem afinada com sua mente colherá os frutos que plantou. Essa é a lei do retorno. Implacável e soberana. Por outro lado, uma mente instável vai gerar a sua doença e principalmente do corpo que habita. Portanto, as emoções dominadas regem o coração e apuram a razão. Este é o óbvio resultado de quem está em franca evolução e aperfeiçoamento.A mente é tão forte que, dependendo do teor e da potência de suas emissões – que seriam os pensamentos – poderá não somente mover coisas (“telecinese”) e curar, como até mesmo gerar formas diversas no éter. A essas “montagens” dá-se o nome de “pensamentos-forma”, cuja função primordial seria também prejudicar seu criador, através de

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temores e outras modalidades de negativismos. Eis um motivo cabal para que os indivíduos “aprendam a pensar” com consciência, procurando controlá-lo de modo sóbrio e coerente. Tal maestria mental é, na verdade, a ante-sala da prosperidade e do sucesso, pré-requisitos básicos para uma vida plena, cujo propósito é servir e usufruir.Este ensaio não tem intenção, muito menos pretensão, de ser um texto de auto-ajuda. Seu objetivo é martelar na mesma tecla: conscientização do poder infinito da mente.O poder advindo de quem obteve a maestria, redundará na capacidade e habilidade de ultrapassar a barreira do tempo, do espaço e da vida, fatores precípuos para adquirir o conhecimento e, em conseqüência, desvendar os mistérios da existência. Somente assim, é que o ser humano “conhecerá Deus”... E a perfeição, um dia chegará.

39-O MISTÉRIO DA KABALA-08/Abril/2005Mesmo convivendo com o desconhecido, o não-natural, ou com tudo aquilo “fora dos padrões habituais”, o ser humano não conseguiu respostas cabais para explicar os acontecimentos inusitados que permeiam a sua atribulada vida de forma satisfatória. É certo que os mais curiosos buscam tais respostas tentando pesquisar e estudar tudo que está ao seu alcance, mas nem sempre obtêm plena satisfação. E a verdade permanece velada, oculta. Quem não gostaria de viver num mundo sem questionamentos, sem incertezas e sem problemas? Por quê tem que ser assim? Por quê viver é tão difícil e custa tanto? O que estaria faltando para a aquisição desta que seria a paz profunda? A religião e as crenças já não funcionam como outrora. Seus conceitos são considerados ultrapassados e, por isso mesmo, não convencem àqueles mais atentos, mais instruídos e menos radicais. E onde estaria a fórmula certa? Por enquanto, ninguém sabe, ou melhor, quase ninguém, pois existe uma ala que diz que o mapa para achar o caminho da verdade já está traçado há milênios. Esse caminho seria a Kabala. Etimologicamente, o termo significa, em hebraico, “receber a luz”. Seus estudiosos, os rabinos de tendência mística afirmam que, “a Kabala pode ser considerada Ciência na medida em que trata e engloba racionalmente e empiricamente todos os níveis de realidade, ou seja, onde termina a filosofia, começa a Kabala”. Quais seriam essas realidades? Quantas mais existiriam, além daquela que é palpável, visível aos olhos materiais? É sabido que o indivíduo normal, geralmente faz uso de cinco sentidos, porém ele pode apenas “sentir” outras realidades, sem tocá-las ou visualizá-las. O motivo, segundo eles, é que a mente ainda não está totalmente desenvolvida e, portanto, não consegue filtrar o que há “por trás dos bastidores”. Ou seja, o ser humano somente desenvolveu 5% da sua capacidade mental. Seria este, pois, o momento em que o conhecimento da Kabala se tornaria vital, ainda de acordo com esses eminentes kabalistas. É quando seria revelado que existe apenas uma única realidade. Em outras palavras, não haveria divisão material nem espiritual, porquanto estão interligadas e devem ser percebidas como tal. Portanto, na Kabala, a linha divisória separando o físico do não-físico deixaria de

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existir. Prevalece, então, o Todo. Assim, a Kabala explicaria a essência da existência, assim como a sua real aparência. E o “aparente” se extingue juntamente com o “por quê”, substituídos pelo “porquê”. De posse das respostas há tanto tempo delineadas na Kabala, o indivíduo se conduz à almejada maestria. A Kabala seria, enfim, o meio para decifrar e, por conseguinte, reger as forças do Universo, promovendo a fusão do Homem com seu Espírito, existente, todavia ignorada.A Física tradicional da atualidade estaria indo atrás daquilo que já foi revelado pela Kabala há milênios. Fenômenos, tais como, Astrologia, Telepatia, Tempo, Reencarnação, Glândulas, Projeção, dentre outros, poderiam ser esclarecidos à luz da lógica por intermédio da Kabala.Nesse sentido, a Kabala explicaria não somente o que a pessoa é, mas acima de tudo, porque e o que ela é na realidade unificada. Em suma, seria esta a chave da vida? Se sim, as atenções devem ser voltadas ao “aparentemente” misterioso estudo da Kabala, que talvez possa ser o atalho para se chegar à verdade e descortinar o véu da obscuridade. Seria, no mais, o caminho curto para adquirir o domínio da vida, pois para os kabalistas, “o domínio da Kabala é o domínio da vida, e o propósito de todos os ensinamentos da Kabala, é mostrar ao Homem que o materialismo não existe. Isto feito, ele poderá receber não somente a luz, como também conseguir a harmonia e paz com o Universo.”. Kabala poderá ser, ressalte-se novamente, o ensinamento do “porque”. Quem sabe, talvez, o mapa genético da alma, o seu DNA. Parafraseando Rabi M. Chaim Luzzato: “Nosso dever é entender a Kabala de maneira inteligente, não apenas como uma questão de fé. Temos que ter o consentimento do nosso próprio raciocínio”.

40-O MISTÉRIO DOS CHACRAS-15/Abril/2005Os chacras, também conhecidos como "centros psíquicos", continuam sendo um mistério para a maioria das pessoas que desconhecem a força que têm dentro de si. Ignoram que possuem em seu interior autênticos vórtices de força. Seriam, pois, os chacras, baterias de energia ou, quem sabe, "antenas", que possibilitariam abrir “portais” ainda fechados? Ademais, como atuariam em termos fisiológicos? Místicos e estudiosos atestam que os chacras existem em todo e qualquer indivíduo, independente de seu grau evolutivo. O que os distingue é a sua utilização. O que se sabe, é que dentro de cada um há uma rede de nervos e órgãos sensórios que possibilitam interpretar o mundo externo. Os chacras são órgãos que interligam o Sistema Nervoso Espinal - que comanda os órgãos físicos - e o Sistema Simpático que, por sua vez, faz o mesmo em relação ao sistema sensitivo, aquele que transmite as emoções e as impressões. Em outras palavras, esses centros funcionariam como uma espécie de transformadores de energia psíquica em energia sensitiva e vice-versa. Portanto, sua função básica seria decodificar, isto é, "filtrar" aquilo que não é visto, mas sentido. Ainda de acordo com aqueles que investigam a matéria mais profundamente, os principais chacras estariam localizados na região da cabeça, estando associados à traquéia, ao labirinto (no interior do ouvido), à parte superior do nariz, ao tálamo e ao hipotálamo, a "entrada” da glândula pineal, sendo também associados à tireóide e à pituitária. Assim, o grau de sensibilidade de cada ser vivente do reino

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humano, estaria diretamente ligado ao grau de "abertura" de seus chacras. Mas, qual poderia ser a técnica para desenvolver esses centros de força? Ainda: não teria sido mais fácil que tais chacras já fossem pré-desenvolvidos a partir do nascimento? Se fosse assim, por certo cada pessoa teria noção da própria força e como aprimorá-la a partir de determinado chacra. Teria sido um grande passo para acelerar seu desenvolvimento, sobretudo espiritual e moral. Por exemplo, aquele que tivesse tendência ou inclinação à criatividade, daria maior atenção ao chacra correspondente a essa habilidade e assim por diante. As potencialidades seriam, em síntese, conveniente, e conscientemente, “otimizadas”. O planeta já estaria em estágio superior, indubitavelmente. Felizmente, o conhecimento acerca dos chacras tem sido mais difundido ultimamente. Uma forma de dar início à “massagem” que vai “acordar” os centros psíquicos seria através do toque dos dedos em determinados pontos em torno da espinha. Ali, segundo a terapêutica, estão localizados os chamados gânglios. Utilizando técnicas de respiração e entoações mântricas, os místicos afirmam que será dado o primeiro passo para "desabrochar" os centros de energia que jazem nas entranhas humanas, quando suas forças imanentes, ainda adormecidas, “brotarão” fazendo surgir o poder. Em conseqüência, os problemas cessarão, uma vez que ninguém precisa, necessariamente, sofrer para evoluir, conforme rezam certas crenças.Os dons do indivíduo comum poderão ser finalmente “despertos”, a partir de sua revitalização. Seria o fim da hibernação dos chacras. Somente, após descobrindo a verdade de mais este mistério, é que o Homem poderá dizer com absoluta certeza que é de fato o mais inteligente dentre os seres vivos que compõem a natureza. Do contrário, continuará buscando as respostas no lado externo, através de falsos gurus e o Mestre Interior continuará oculto. Com as “portas” abertas poderá ser decretada a extinção da preguiça mental, dos apegos a coisas mesquinhas, do gosto pelos valores insignificantes e dos maus-hábitos que tanto o escravizam e que impedem a evolução. Enfim, tornar-se vital estar ciente e consciente da sua magnitude, das qualidades, das capacidades e das próprias habilidades. Nada mais adequado e oportuno procurar se inteirar acerca do que se passa dentro da carcaça que abriga a mente, sob pena de estagnação irreversível. O tempo passa e as pessoas continuam se firmando em castelos de areia. Pobre não é aquele que nada possui, mas, sim, aquele que não se encontra, que não se procura e que se omite, deixando a lógica do seu pensamento à margem. É míster achar essa força, evitando tornar-se um vulcão adormecido. O negativismo é gerado pela auto-comiseração. Os chacras repousam dentro de todos, sem exceção. Uns já estão despertos, mas a maior parte, não. Despertar do sono letárgico pode causar impacto momentâneo, mas o bem-estar será eterno. Este é mais um mistério que "segura" a personalidade, tal como um imã persistente e desgastante. A barreira que impede a auto-realização humana.

41-O MISTÉRIO DAS CASAS MAL-ASSOMBRADAS-22/Abril/2005As casas mal-assombradas ainda intrigam a humanidade. Há quem não acredite nelas, o que é normal, mas existiriam provas materiais de que

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elas “matam”. Por quê isto acontece? Seriam os seus antigos donos, já falecidos, portanto, em forma de espíritos, os assassinos? Mas, como se pode conceber, sob a ótica da lógica, que pessoas imateriais consigam extinguir a vida de quem está vivo? Será que a natureza seria tão “pródiga” assim? Se isto for uma hipótese verdadeira, então como os humanos podem transitar com tranqüilidade, se correm risco de morrer mesmo em lugares ermos, sem “ninguém” à sua volta? O termo “não havia uma viv’alma naquele lugar”, não mais teria efeito, caso os espíritos têm essa força que dizem ter, pois ao que tudo indica, “eles” estariam “presentes” em todo e qualquer local vazio. Na verdade, nem tão vazio assim. Todavia, há o outro lado da moeda: a física quântica. Uma hipótese muito forte é aquela que diz respeito à energia, positiva e negativa. Dizem que uma beneficia outra prejudica, claro, variando de intensidade de acordo com o ambiente em que estão “impregnadas”. Assim, haveria de prevalecer a energia com maior carga, independente de sua polaridade. O que se deduz é que num ambiente, seja fechado ou aberto, seria a energia de maior volume a que tomaria conta do lugar e, obviamente, exerceria sua “função” sobre os seus habitantes. No caso das casas mal-assombradas, as energias acumuladas no local seriam fruto das emanações das pessoas que ali estiveram ou moraram. Portanto, se esteve na casa alguém carregado de sentimentos nocivos, tais como ódio, rancor, inveja, dentre outros negativismos próprios do ser humano, então a casa teria ficado “impregnada” de carga negativa. Acaso outros moradores habitassem a casa fossem frágeis em termos de defesas contra tais “agentes quânticos do mal”, o que se deduz é que estes seriam “atacados”, ou seja, contaminados pelas energias presentes. Eis uma das hipóteses que poderia explicar o motivo de tantas mortes dentro de certas casas, taxadas de mal-assombradas. A morte da pessoa geraria mais energia negativa e a reação seria em cadeia. Perguntariam os “bem-intencionados”: como “limpar” uma casa dessas? A resposta fica a cargo dos especialistas no assunto. Os espiritistas diriam que deveria haver uma espécie de doutrinação no interior do ambiente, isto é, através de palavras e frases feitas, eles “convenceriam” o espírito ruim a abandonar o recinto ou mesmo se arrepender dos males que cometeu. Outros, mais pragmáticos, não recomendariam orações ou invocações para “limpar” o local, pois energias não podem ser consumidas ou destruídas, uma vez que elas se volatizam por si só. O ideal seria, pois, a não-alimentação do ambiente, ou melhor, que a casa ficasse abandonada até que, sem retroalimentação, suas energias fossem dissipadas por assim dizer. Poderia haver aqueles que, mais místicos, iriam sugerir que se uma família de boa índole, de pensamentos puros, ali morasse, rapidamente a energia negativa desapareceria, pois, sem carga de igual polaridade, não teria como se sustentar. Por sinal, há casos de casas mal assobradas que deixaram de ser assim, porque o ambiente fora tomado por indivíduos benévolos, positivos por natureza que “contagiaram” o local.Em suma, seria o caso de relembrar uma velha frase de efeito: “semelhante atrai semelhante”. Em outras palavras, pólos antagônicos coexistem, mas jamais poderão se unir, caso contrário o “choque” será inevitável. Este é mais um mistério que atordoa a cabeça daquele que é ávido por informações consistentes e, sobretudo, convincentes, a fim de

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que sejam evitadas as habituais mistificações, tão comuns quando a explicação foge da lógica do aparentemente natural. Ademais, o termo “sobrenatural” pode ser considerado errôneo, uma vez que diz respeito a todo e qualquer acontecimento fora dos padrões naturais. Mas, se o fato “acontece” dentro da natureza, então só pode ser natural. Logo, tudo na vida é natural. Está na natureza. O que existe, é o inexplicável. Por conseguinte, enquanto o homem não explicar sua natureza, os mistérios persistirão.

42-O MISTÉRIO DA BÍBLIA-29/Abril/2005Assunto de amplo espectro e muito discutido, a Bíblia, dita sagrada é, sem dúvida, um dos grandes mistérios da humanidade. Esse autêntico manual de procedimentos da pessoa geralmente de tendência religiosa, é o livro com maior número de publicações de todos os tempos. Apesar de sua utilidade, as interpretações dadas aos textos da Bíblia variam de acordo com o leitor ou grupo. Uns dizem tratar-se da “palavra de Deus”, mas outros afirmam que seriam textos fantasiosos acontecidos num tempo em que as crenças imperavam e eram usadas para controlar as massas “tementes a Deus”. Mesmo sendo metáforas, o certo é que as parábolas ali enunciadas serviram (e ainda servem) não somente para a reflexão dos indivíduos, mas, sobretudo, para ditar regras de comportamento. Outros estudiosos atestam sua autenticidade a partir de achados arqueológicos. Como sempre, há aqueles que desmentem tais descobertas, dizendo que seriam forjadas pelos “interessados” em preservar um mito que ainda assim, perdura. O fato é que a dúvida sempre vai pairar, independente dos resultados positivos ou negativos que a Bíblia possa infligir nos seres humanos. Talvez ela seja muito contestada por causa dos incansáveis fanáticos que, invariavelmente, deturpam o seu conteúdo sacro. Esses que questionam a veracidade da Bíblia alegam que é uma obra que se diverge, ou seja, alguns relatos seriam incoerentes, principalmente os do Novo Testamento, com interpretações variadas para um mesmo acontecimento. Tudo isso, sem contar com os evangelhos apócrifos, rechaçados por diversas alas religiosas, dentre elas a da Igreja. Esses contestadores, chamados de “Minimalistas Bíblicos”, afirmam, ainda, que durante a “Era do Ouro” dos Judeus, jamais existiram reis chamados Davi ou Salomão, e que não foi comprovado que este último construiu um templo, não obstante outras torres, palácios e fortes terem sido descobertos. Não se discute, contudo que se a Bíblia for uma fraude, esta tenha sido muito bem articulada, uma vez que seria muito difícil conceber tamanha coletânea de textos, parábolas e situações, que pudesse durar tanto tempo, o que não deve ter acontecido com outras obras de igual teor. Afinal, queiram ou não, os incrédulos, a Bíblia tem sido paradigma para diversos setores da sociedade durante muitos séculos. Contrários ao ceticismo dos minimalistas, os teólogos mais liberais sustentam que a Bíblia foi escrita numa época em que os costumes eram totalmente diferentes de hoje e, por isso, não podem ser levados ao pé da letra. Os conservadores, porém, não aceitam tal observação, pois, se a Bíblia foi fruto da inspiração divina, seu conteúdo seria para todos os tempos. Como se não bastasse, a controvérsia recrudesceu a partir do momento em que surgiram os pretensos “códigos da Bíblia”. A sua

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premissa é a de que há profecias codificadas no Antigo Testamento e elas somente poderiam ser elucidadas através do computador, decodificando intricadas operações matemáticas. Eventos já acontecidos e por acontecer (como os assassinatos dos irmãos Kennedy e do Primeiro Ministro de Israel), estariam codificados na Bíblia. Essa “novidade bíblica” já teria atingido círculos evangélicos e até políticos. Segundo o descobridor, o processo de decodificação se daria a partir da busca de todas as palavras da Torá (conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia), eliminando os espaços entre elas, e transformando o conjunto em uma série contínua de 304.805 letras. Em seguida, através de um complexo “software” se daria a busca de um código entre as letras, a fim de encontrar nomes, frases e até as datas exatas de diversos acontecimentos mundiais, passados e futuros, ocultos nas “entrelinhas” do Livro Sagrado. E a Bíblia segue misteriosa. Seria, enfim, verídica ou mero fruto da imaginação humana? Homens enganando homens para um determinado propósito? Sagrada ou não, possa a Bíblia, pelo menos, servir de “aviso” aos mais incautos e imprevidentes. Ou seria ela mais um “caminho” aos buscadores da verdade?

43-O MISTÉRIO DA MÚSICA-06/Maio/2005Quem ainda não ficou emocionado ao ouvir uma música seja de qualquer gênero? Ou, ao contrário, que não tenha ficado nervoso após ter ouvido um pesado “rock metálico”? São os resultados que um conjunto de acordes sonoros provoca na pessoa. Mas, afinal, que sons misteriosos seriam estes, que fazem com que o ser humano altere seu estado emocional como por encanto? Como seria operado este subjetivo processo catalisador, tanto para o lado bom, quanto para o negativo? Segundo estudiosos do assunto, a música é capaz de suscitar a reconstrução das vias neuronais perdidas e auxiliar na dilatação dos limites da mente humana. Talvez, por isso mesmo, a música seria o instrumento, ou o canal ideal para se conseguir uma mentalização, meditação ou introspecção? Os acordes, suaves, gerados pela boa música poderiam, assim, reverberar paz e quietude, permitindo a sintonia perfeita de mente e corpo. É sabido que ao ouvir uma canção antiga, por exemplo, esta suscita no indivíduo a nostalgia, trazendo-lhe à tona o mesmo panorama emocional vivido na época. Isto, porque através das propriedades da ressonância, as ondas sonoras interferem no ritmo das ondas mentais. Por outro lado, a música já serviu para propósitos diferentes. Povos primitivos a adotavam como estímulo à luta, momento em que a produção de adrenalina e endorfina aumentava, o que lhes imprimia um frenético ritmo cardíaco, acirrando os ânimos para o combate. Contrariamente, a musicoterapia passou a ser uma alternativa para o relaxamento e a obtenção do equilíbrio. Em essência, a música seria, pois, o conjunto de tons vibratórios formando oitavas de diferentes entonações e, ao mesmo tempo, um fluxo de energia atuando sobre o sistema nervoso simpático e parassimpático. As glândulas, a seu turno, se fortificam, ao som da música, que também provocaria sensações distintas, tais como, amor, raiva, alegria, tristeza, medo, dentre outras de cunho puramente emocional. A arte musical ainda

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poderia ser considerada como uma forma sublime de misticismo, fazendo o papel de um instrumento de medição cujo propósito seria compreender alguns fenômenos provenientes do mundo mental. À medida que o senso de harmonia da pessoa vai se depurando em virtude das emanações sutis advindas da música, seu senso de imaginação, de criatividade e de percepção, sintonizam-na com o Universo, origem da chamada “música das esferas ou divina” , para os místicos e filósofos. Portanto, este poderia ser o canal para a formação moral e espiritual do ser humano. Um meio para transcender-se a outros domínios, ou a outras dimensões do éter. É isto que torna a música um dos mistérios que o Homem mais admira e venera. Analogamente, a composição musical seria como arranjos matemáticos, pois é infinita, uma vez que as escalas contam com combinações que nunca acabam e isso ativa a imaginação e a criação daquele que se arvora por esse campo. Música é, em suma, pura emoção, puro sentimento. É insofismável esta observação. Até os animais e os vegetais conseguem captar a sua essência. Assim, além de influenciar o ser vivo, o ambiente também muda de acordo com o estilo musical, ou seja, as vibrações se impregnam no local, mudando suas características. Salmos e cânticos ajudaram a compor as passagens sagradas contidas na Bíblia e em outros Livros Sagrados. Serviram para acompanhar os rituais e para todas os cultos e celebrações da vida. Os gêneros musicais caracterizaram as várias gerações da história da humanidade marcando os seus diversos eventos. Assim, a evolução social prossegue de acordo com o ritmo musical de cada época, paralelamente às mudanças da mentalidade. E os compositores prosseguem incessantemente na sua cósmica ação de mostrar ao mundo o doce sabor da música que acalenta e inspira. Subjetiva, ou não, o importante é satisfazer aos ouvidos humanos. O interessante é que a música nada mais é do que o ajuste perfeito e equânime de vários sons, exatamente como a vida deveria ser: harmoniosa e equilibrada.

44-O MISTÉRIO DA INTELIGÊNCIA-13/Maio/2005Por quê dizem que fulano de tal é inteligente e sicrano é ignorante, se seus cérebros têm a mesma conformação física? A inteligência seria medida pelo volume do cérebro ou pelo número de neurônios que ele contém? Por quê uns a desenvolvem mais rapidamente do que outros? Meio ambiente? Oportunidade? Melhor nutrição? Característica do DNA? Hereditariedade? Os testes para mensurar o quociente intelectual realmente seriam eficazes? Como se determina uma pessoa inteligente? Pela capacidade de solucionar problemas com maior facilidade? Ou por ter um grau de criatividade e imaginação acima do normal? Aquele que consegue decifrar enigmas, quebra-cabeças, charadas ou equações matemáticas com naturalidade, seria mais inteligente do que aquele que não consegue fazê-lo? Seria o inteligente, em síntese, um perfeccionista? Como reza a cartilha daquilo que é misterioso, há muitas perguntas e poucas respostas definitivas. Alguns estudos, mas nada conclusivo, pois a inteligência poderia ser algo mais subjetivo do que objetivo. Portanto, dizer que o indivíduo é inteligente de fato, poderia soar como precipitação, uma vez que inteligência é sempre parcial, jamais completa. Afinal,

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ninguém é perfeito na acepção da palavra. Todos possuem uma determinada habilidade mais apurada e que pode sobressair, sendo, por isso, taxado de inteligente, porém pode ser ignorante em outro ofício, independente do tamanho do cérebro. Sempre vai prevalecer a sua habilidade mais marcante. Todos podem ter capacidades diversas. A sua quantidade é o que poderia distinguí-lo dos demais, bem como se esta habilidade fosse algo que poucos a detêm. As invenções, por exemplo, são todas, fruto de pensamentos mais apurados que se tornaram realidade. A oportunidade, nesse caso, prevaleceu. Então, o que efetivamente define a diferença de capacidade mental de um para outro? As atitudes de uma pessoa inteligente poderiam ser a primeira característica para se entender quem é, e quem não é, inteligente? E o que dizer dos chamados “gênios do mal”? Seriam tão inteligentes assim, ou teriam uma inteligência mediana porque falharam (se o crime não tenha sido perfeito, claro)? Se assim o é, como seria definida uma pessoa ótima num determinado assunto e péssima em outro? Meio-inteligente ou meio-ignorante? Portanto, não há um inteligente pleno, assim como não existe um idiota completo. Todos, se normais na sua capacidade de pensar, sem exceção, são inteligentes. Até o mundo animal e vegetal possuem inteligência em variados graus de compreensão. Quem sabe, mais do que pressupõe o intelecto humano. Na verdade, não obstante o poder que a inteligência proporciona à pessoa, isto não lhe dá o direito de se considerar melhor do que outra menos dotada de pensamentos mais criativos. A palavra-chave seria mesmo a oportunidade que cada um tem para destilar a sua imaginação. Para isso, há de se perseguí-la, isto é, procurar sempre apurar a sua intelectualidade, persistindo nos estudos em busca do conhecimento constante e ininterrupto. A inteligência pode não ser mais mistério para ninguém, se for praticada, bem moldada. O exercício mental funcionaria tal como o exercício físico. Se não houver prática assídua, a mente tornar-se-á lerda, preguiçosa e ineficiente. Se a inteligência é infinita, a aprendizagem nunca poderá cessar. E sabendo disso, cada um deve desenvolvê-la e aprimorá-la sempre.No mais, para ser inteligente, basta saber pensar com clareza, com objetivos bem definidos, construindo na tela mental o que se pretende, tomando sempre o devido cuidado para não se corromper pelos devaneios da vaidade. Os inteligentes autênticos são aqueles que procuram ser bons para si e para com seus semelhantes. Os pseudo-inteligentes são aqueles que conseguem um êxito pífio e temporário, porque não tiveram o cuidado de pensar no antes, no agora e no depois com racionalidade. A inteligência, em suma, poderia ser medida a partir das estratégias que cada um desenvolve para viver coerentemente de acordo com o pensamento da realidade.

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