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2017/2 “A Virgem Maria, modelo da Igreja “em saída” e dócil ao Espírito Santo, nos ajude todos a ser, graças ao nosso Baptismo, discípulos missionários para levar a mensagem da salvação a toda a família humana” Papa Francisco. Oração do Angelus. Roma, 23 de Outubro de 2016 Foto © Osservatore Romano

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2017/2

“A Virgem Maria, modelo da Igreja “em saída” e dócil ao Espírito Santo, nos ajude todos a ser, graças ao nosso Baptismo, discípulos missionários

para levar a mensagem da salvação a toda a família humana”

Papa Francisco. Oração do Angelus. Roma, 23 de Outubro de 2016

Foto © Osservatore Romano

AVISO IMPORTANTENunca vos canseis de rezar pelos sacerdotes, especialmente nestes momentos em que parece que se desencadearam sobre a Igreja todas as forças do mal, enfurecen-do-se de maneira particular contra os ministros sagrados do Senhor. Rezai para que permaneçam fiéis à sua vocação, para sejam Santos, para que sejam, em definitivo, nada mais e nada menos que aquilo que devem ser: “Alter Christus”. Acompanhai com a vossa oração os Sacerdotes e diáconos Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo!

Com autorização eclesiástica “pode imprimir-se” (Vigário Geral da Arquidiocese de Cuzco).Não é permitido a reprodução parcial ou total dos artigos contidos nesta revista, sem prévia autorização.

Artigos 3 Nossa Senhora de Fátima P. Pierfilippo Giovanetti, msp (Italiano)

6 Fátima na história e Vida dos MSPTM P. Alvaro de Maria Gomez, msp (Espanhol)

12 Santos Francisco e Jacinta Marto

19 Entrevista com a Ir. Maria Strzalkowska, msp (Polaca)

23 A vida do Movimento Crónica

29 Desde o Mundo

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Foi há 100 anos que a Virgem Maria apare-ceu em Fátima (Portugal) a três meninos: Lúcia (10 anos), Jacinta (9) e Francisco (7). Lúcia, que morreu religiosa carmelita des-calça no convento de Coimbra (Portugal), relata-nos os factos destas aparições no seu livro Memória de Lúcia.

Já em 1916 lhes tinha aparecido três vezes o Anjo de Portugal, que lhes falou insistentemente da importância da ora-ção, sobretudo como reparação pelos pecados dos homens. Durante a primeira aparição, ensinou-lhes a seguinte oração:

«Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam».

Depois, na terceira e última aparição, ensinou-lhes a rezar assim:

«Santíssima Trindade, Padre, Filho, Es-pírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os 171 sacrários da terra, em re-paração dos ultrajes, sacrilégios e indiferen-ças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Cora-ção e do Coração Imaculado de Maria, pe-ço-Vos a conversão dos pobres pecadores».

Todos os dias, ao iniciar a Adoração Eucarística, os Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo repetem es-tas orações do Anjo.

A Virgem apareceu aos três pastori-nhos pela primeira vez a 13 de Maio de

1917, prometendo-lhes que iriam para o Céu, mas Francisco teria de rezar muitos terços. Disse-lhes:

«Rezem o terço todos os dias, para al-cançarem a paz para o mundo e o fim da guerra».

Na segunda aparição, a 13 de Junho desse mesmo ano, disse à Lúcia que Je-sus queria servir-se dela para instituir no mundo a devoção ao seu Imacula-do Coração…

A 13 de Julho mostrou-lhes o inferno. Segundo as palavras da Virgem, Deus quis instituir no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração para salvar as almas dos pecadores, para a conversão da Rússia e para terminar a Primeira Guerra Mundial.

Nossa Senhora de FátimaP. Pierfilippo Giovanetti, msp (italiano)

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A 15 de Agosto, disse-lhes Maria:«Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios

por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sa-crifique e peça por elas».

A 13 de Setembro, pediu-lhes nova-mente que rezassem o terço todos os dias, como aliás já tinha feito também nas aparições anteriores.

No dia 13 de Outubro daquele ano de 1917 ocorreu o grande milagre do sol, visto até 50 quilómetros de distância por mais de 100.000 pessoas. Segundo várias testemunhas, o sol começou a brilhar como um disco de prata que se podia olhar fixamente. Depois, por três vezes girou sobre si mesmo, com clarões de todas as cores. De repente pareceu precipitar-se sobre a multidão. Todos, até os mais incrédulos, pensando que era o fim do mundo, ajoelharam-se e clamaram por misericórdia. A roupa dos presentes, molhada pela chuva do dia, ficou milagrosamente seca. Naquele dia, a Virgem disse:

«Eu sou a Senhora do Rosário… Que os homens não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido».

Os irmãozinhos Francisco e Jacinta Marto morreram pouco depois das apa-rições, enquanto Lúcia dos Santos fez-se religiosa de clausura e viveu ainda muitos anos. A 10 de Dezembro de 1925 ela teve outra aparição, quando era noviça das religiosas Doroteias, em Pontevedra (Es-panha). A Virgem, que na sexta aparição de Fátima se tinha apresentado como a «Senhora do Rosário», fez nesta ocasião a famosa promessa dos cinco primeiros sá-bados de cada mês, parecida com a que Jesus Cristo tinha feito a Santa Margarida Maria Alacoque, prometendo a salvação eterna a quem se confessasse e comun-gasse nas primeiras sextas-feiras de nove meses seguidos. Disse a Virgem à Lúcia:

«Diz que todos aqueles que durante 5 me-ses, ao 1.° Sábado, se confessarem, receben-do a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas».

Lúcia, numa carta de 8 de Novembro de 1989, confirmou que a consagração da Rússia ao Coração Imaculado de Ma-ria – feita pelo Papa João Paulo II, em união com todos os bispos do mundo, a 25 de Março de 1984 – correspondia aos desejos de Nossa Senhora.

Resumindo a mensagem de Fátima, tão importante para os Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo, podemos dizer que Maria nos pede con-versão, penitência, oração (especialmen-te com a recitação do terço), devoção e consagração ao seu Imaculado Coração.

A devoção à Virgem de Fátima chegou às altas cordilheiras andinas de Cusco (Peru)

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Bem-vindos à Casa de Formação Sacerdotal “Santa Maria Mãe dos Pobres”

Aqui há um lugar também para ti!

A Casa de Formação “Santa Maria Mãe dos Pobres” é um lar para os jovens que desejam ser sacerdotes Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo.

“Lutai contra a pobreza e, contemporaneamente, aprendei dos pobres. Deixai-vos inspirar e orientar pela sua vida simples e essencial, pelos seus valores, pelo seu sentido de solidariedade e de partilha, pela sua capacidade de se recuperar no meio das dificuldades e, sobretudo, da sua experiência concreta de Cristo sofredor, d’Aquele que é o único Senhor e Salvador. Por conseguinte, aprendei também da sua vida de oração e da sua confiança em Deus”

Papa Francisco. Discurso ao Conselho de Representação da “Caritas Internationalis”. Roma, 17 de Novembro de 2016

A nossa morada:Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo) EspanhaTel. 0034-925-390066 Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

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Fátima na história e Vida dos Missionários Servos do Pobres TMP. Álvaro de María, msp (espanhol)

Pediram-me para escrever sobre a pre-sença de Fátima entre os Missionários Servos dos Pobres TM.

Maria, de entre todas as virtudes, carac-teriza-se sempre (na vida terrena e no Céu) pela sua extrema (…mas eficaz) discrição.

Por isso, quis recolher dois excertos do livro do P. Giovanni (Missão Andina com Deus) nos quais se faz referência a este tema, e reproduzir parte da mensa-gem que escrevi no ano passado para a revista especial de Maio.

Encontro com a Irmã Lúcia dos Santos de Fátima«No início do ano de 1982, recebi uma carta da Madre Prioresa das Carmelitas Descal-ças de Coimbra. A missiva convidava-me a visitar o mosteiro para falar do meu tra-balho missionário à comunidade. Eu sabia perfeitamente que, para falar à comuni-dade de Coimbra, era necessário ter uma autorização especial do bispo do lugar. De passagem pelo Carmelo de Caracas, en-contrei uma carmelita descalça portugue-sa, que tinha vivido alguns anos como re-ligiosa no Carmelo de Coimbra. Quis então verificar se o convite que tinha recebido era verdadeiro. Tendo recebido a confirmação, pus-me a caminho rumo a Portugal. As ir-mãs porteiras do Carmelo de Coimbra, an-tes de me receberem no locutório para falar à comunidade, quiseram “inspeccionar”

o carro no qual tinha chegado. Fizeram o mesmo com a mala que trazia e só depois me deixaram entrar no locutório.

Falei então várias horas à comunida-de de meu trabalho e da inspiração que o Senhor me tinha dado para fundar uma nova família religiosa, os Missionários Ser-vos dos Pobres do Terceiro Mundo. Estava presente também a Irmã Lúcia (a vidente de Fátima). A Irmã Lúcia foi a que mais se entusiasmou por este projecto e fez-me várias perguntas. Diante de toda a co-munidade, comprometeu-se a rezar pela futura fundação e disse-me literalmente: “Padre, viaje pelo mundo inteiro para dar a conhecer o carisma desta nova família eclesial”. Por fim, convenceu a Madre Prio-resa a ajudar-me materialmente para a realização desta Fundação.

O Carmelo de Coimbra, durante a pre-sença da Irmã Lúcia, ajudou-nos sempre. Quando a conheci, em 1982, creio que al-guns dos seus irmãos e irmãs ainda eram vivos. Fiquei edificado com ela, porque não quisera receber visitas de nenhum ou-tro parente.

Nos momentos mais difíceis, escrevi sempre ao Carmelo de Coimbra, enco-mendando-me sobretudo às orações da Irmã Lúcia. De vez em quando, recebia convites da parte da Madre Prioresa das Carmelitas Descalças de Coimbra. Uma vez foi em 2004, da parte da Madre Prio-

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resa Celina, mas não pude ir por motivo de doença. Consegui ir em 2006 com o Padre Álvaro, e em Fevereiro de 2015 com os nos-sos seminaristas». (P. Giovanni Salerno. Missão Andina com Deus. Cusco, 2002).

Encontro com a Madre Teresa de Calcutá«A 2 de Outubro de 1982, em Fátima, en-contrei a Madre Teresa de Calcutá. Rezá-mos juntos o Santo Rosário na Capela das Aparições. Depois, com a ajuda de um pa-dre carmelita descalço, que ia traduzindo, falei-lhe da urgência de enviar algumas das suas irmãs a Cusco, para se encarregarem do pequeno orfanato que eu tinha funda-do com a ajuda de Deus. Em Roma, de fac-to, eu tinha batido em vão às portas de 16 Madres Superioras, pedindo irmãs para as nossas crianças; bem me custava receber de Cusco más notícias por causa de ter dei-xado as crianças nas mãos de empregados.

A Madre Teresa escutou com atenção o projecto da Fundação do Movimento dos Missionários Servos dos Pobres TM, mas, perante o meu pedido de irmãs, disse-me que o carisma que eu tinha no coração era diferente do seu e que, por isso, eu teria de esperar que Deus me ajudasse a encon-trar irmãs com o carisma dos Missionários Servos do Pobres TM. Depois deste encon-tro eu tinha uma esperança: sabia que o Senhor me ajudaria! Quando se começa uma obra que é de Deus, nunca se deve perder a esperança.

Os primeiros anos da Fundação foram difíceis, sobretudo para a Comunidade fe-minina, mas o Bom Deus ajudou-nos. Só me resta agradecer a Deus omnipotente e

à boa Madre Teresa de Calcutá, que hoje conhece a Glória dos Altares». (P. Giovanni Salerno. Missão Andina com Deus. Cusco, 2002, ponto 92).

A Virgem Maria como Guardiã do Movimento«O P. Giovanni tem sempre insistido em dizer que o Movimento dos Missionários Servos dos Pobres TM não é seu, mas sim totalmente de Maria. E é verdade que é! Desde o início da nossa fundação, tenho visto tantas situações que pareciam le-var ao fracasso desta obra, levando-nos a situações limite!... Mas como se uma “mão invisível” entrava em acção, e essas situações sem aparente solução humana ficaram resolvidas; mais ainda, o que apa-rentemente se apresentava como uma ca-tástrofe ou uma espécie de maldição aca-bou sendo uma fonte incrível de graças.

Uma dessas ocasiões “extremas” vivi--a na pele nos primeiros anos do nosso Seminário em Ajofrín (Toledo, Espanha), sendo eu, na época, o seu reitor. Houve um pequeno grupo de seminaristas que se deixaram levar pelo “mau espírito da revolução” e fizeram coisas verdadeira-

P. Giovanni Salerno, msp, rezando diante do túmulo de São Francisco Marto.

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mente maquiavélicas, malvadas, com a clara intenção de fazer fechar o nosso Seminário. E “essa mão invisível” inter-veio milagrosamente: esses seminaristas abandonaram o Seminário (graças a Deus! E que Ele lhes perdoe!... Mas muito mal acabaram eles!) e tudo voltou à paz e serenidade. E assim, como testemunhas e em reconhecimento deste facto concreto, quisemos fazer uma espécie de “voto” a Maria, em sinal de agradecimento, pro-metendo que todos os anos a comunida-de de seminaristas iria em peregrinação a Fátima para renovar esta consagração do nosso Seminário a Ela: geralmente eles vão lá de carro no fim-de-semana, depois dos exames de Fevereiro; e, para eles, é sempre uma importante ocasião de fortalecimento da sua vocação». (P. Álvaro de María. “Posuerunt me custo-diam”. Andahuaylillas, Maio de 2016).

Aparte estes factos “anedóticos”, deve-mos assinalar, acima de tudo, como Ma-ria e o “espírito” concreto de Fátima estão presentes de um modo permanente nos Missionários Servos dos Pobres TM.

Poderíamos resumir a mensagem de Fátima numa única palavra, a partir da qual de “desgranam” os restantes ele-mentos: CONVERSÃO.

Um dos pontos fundamentais dos MSPTM (apesar de não o termos confi-gurado como tal, quase o consideramos como um “quarto voto”) é o compromis-so de “profunda e contínua conversão” de cada um dos membros de Movimen-to. Somente a partir daí podemos tam-bém buscar a conversão dos demais, particularmente dos que nos foram con-fiados: os mais pobres.

Nossa Senhora de Fátima (e as men-sagens do Anjo que tinham precedido

A oração do Santo Rosário é fundamental na formação espiritual dos seminaristas de Ajofrin (Toledo, Espanha).

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as aparições da Virgem, assim como através da “visão de inferno”) insiste no oferecimento de orações e sacrifícios (principalmente os sofrimentos quoti-dianos, a nossa “cruz de cada dia”) pela conversão dos pobres pecadores. A Vir-gem perguntou às crianças: «Quereis ofe-recer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?»; e, noutra ocasião: «Sa-crificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes al-gum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em repa-ração pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria».

É o que tentamos fazer cada dia, buscando em primeiro lugar este bem para os pobres que servimos, a sua sal-

vação eterna, o seu bem espiritual, sem descuidar a parte material (seguem-se as obras de misericórdia, 14 ao todo, repartidas equitativamente em 7 mate-riais e 7 espirituais).

Aparte esta atitude que deve impreg-nar cada momento da nossa vida (a de oferecer tudo ao Senhor – oração, sacri-fícios… – pela nossa própria conversão e pela dos pobres, dos que atendemos di-rectamente e os do mundo inteiro, sejam pobres em sentido material ou espiritual), o nosso quotidiano está repleto de refe-rências à mensagem de Fátima. Assinalo algumas das mais significativas:

– A recitação diária do Santo Ro-sário (comunitariamente, por norma, pois lembramos que ao rezá-lo deste modo, e acrescentando no fim um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória pelas intenções do Papa, concede-se uma in-

Procissão da Virgem de Fátima na Cidade dos Rapazes dos Missionários Servos dos Pobres TM (Andahuaylillas, Cusco).

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dulgência plenária, de cada vez!...); sem esquecer ainda a oração que pediu Ma-ria às três crianças videntes: «Quando rezais o terço, dizei, depois de cada mis-tério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem».

– O recitar comunitariamente, todos os dias, no início da Adoração Eucarísti-ca, como particular acto de reparação, da Oração do Anjo: «Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos per-dão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Santíssi-ma Trindade, Padre, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Di-vindade de Jesus Cristo, presente em todos os 171 sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores».

– O renovar, também comunitariamen-te, da nossa consagração a Maria em momentos específicos (aparte de se in-sistir em que cada um a renove de modo individual, oxalá que todos os dias!):

• na Missa do primeiro Sábado de cada mês (com a respectiva “comu-nhão reparadora”), que – sempre que liturgicamente não haja im-pedimento – se celebra votiva ao Imaculado Coração, segue-se-lhe uma procissão com a imagem da Virgem de Fátima, que acompa-nhamos com o cântico do «O treze

de Maio», para finalizar com a fór-mula de consagração comunitária;

• depois da Missa do 12 de Outu-bro (festa de Nossa Senhora do Pilar) em que professamos os Vo-tos (temporais ou perpétuos);

• de cada vez que os nossos semi-naristas realizam a sua peregrina-ção anual a Fátima.

– O compromisso de difundir a men-sagem de Fátima e o amor ao Ima-culado Coração de Maria: como feito concreto, temos editado, há já bastante tempo, um tríptico (totalmente gratuito) realizado na tipografia da nossa “Cidade dos Rapazes” (em Andahuaylillas, Cusco, no Peru). Gostaríamos que chegasse aos quatro cantos da terra, a cada alma. Por favor, não hesitem em pedi-lo na direc-ção responsável de cada país, segundo a língua. Ficaremos felicíssimos por os en-viar a todos os que o queiram, para cola-borarem connosco na sua difusão. Maria confiou-os aos três pastorinhos: «Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração».

As Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM levam até às Altas Cordilheiras de Cusco a devoção à Virgem de Fátima.

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SOS AOS JOVENS!!!

Nos missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo tu podes realizar este ideal, com uma vida de profunda oração e de generosa entrega ao serviço de muitos ir-mãos que sofrem todo tipo de marginalização.

“O mandato do Evangelho: “Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado” não terminou; antes pelo contrário impele-nos a todos, nos cenários presentes e desafios actuais, a sentir-nos chamados para uma renovada “saída” missionária”.

Papa Francisco. Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2016.

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Santos Francisco e Jacinta Marto

O Papa Francisco, no passado dia 13 de Maio, durante a sua visita ao santuá-rio de Fátima, cano-nizou dois dos três pastorinhos a quem apareceu a Virgem Maria, em 1917.

Os irmãos Francisco e Jacinta Marto eram filhos de Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus Marto. Francisco nasceu em 1908 e Jacinta em 1910, ambos em Aljustrel, uma pequena povoação situada a una oitocentos metros de Fátima (Portugal). Todavia, morre-ram muitos novos e foram beatificados no dia 13 de Maio de 2000 por São João Paulo II.

A terceira vidente, Lúcia, prima de Francis-co e Jacinta, morreu aos 97 anos, a 13 de Feve-reiro de 2005. Foi ela que, nas suas Memórias, nos fala não apenas das aparições do Anjo e da Virgem, mas também da vida dos seus pri-mos Francisco e Jacinta, destacando a sua de-voção simples e o seu amor pelos pecadores.

Na homilia pronunciada por ocasião da sua beatificação, São João Paulo II apresen-tou-os como modelos para as crianças. É justamente o que nós fazemos também no Peru, escolhendo-os, por exemplo, como Pa-tronos do nosso Colégio gratuito “Francisco e Jacinta Marto” em Andahuaylillas (Cusco). Assim terminava o Papa a sua homilia:

«A minha última palavra é para as crian-ças: Queridos meninos e meninas, vejo muitos de vós vestidos como Francisco e Jacinta. Fica-

vos muito bem! Mas, logo ou amanhã, já dei-xais essa roupa e... acabam-se os pastorinhos. Não haviam de acabar, pois não?! É que Nos-sa Senhora precisa muito de vós todos, para consolar Jesus, triste com as asneiras que se fazem; precisa das vossas orações e sacrifícios pelos pecadores.

Pedi aos vossos pais e educadores que vos metam na «escola» de Nossa Senhora, para que Ela vos ensine a ser como os pastorinhos, que procuravam fazer tudo o que lhes pedia. Digo-vos que «se avança mais em pouco tem-po de submissão e dependência de Maria, que durante anos inteiros de iniciativas pessoais, apoiados apenas em si mesmos» (S. Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, nº 155).

Foi assim que os pastorinhos se tornaram santos depressa. Uma mulher que acolhera a Jacinta em Lisboa, ao ouvir conselhos tão bons e acertados que a pequenita dava, perguntou quem lhos ensinava. «Foi Nossa Senhora» – respondeu. Entregando-se com total genero-sidade à direcção de tão boa Mestra, Jacinta e Francisco subiram em pouco tempo aos cumes da perfeição (Fátima, 13 de Maio de 2000)».

No passado dia 13 de Maio, todos nós, Irmãos, Irmãs, Padres e crianças, consagrá-mo-nos à Virgem Maria depois de 33 dias de preparação, segundo o modelo propos-to por São Luís Maria Grignion de Montfort (1673-1716), no seu Tratado. Que a Mãe do Céu nos ampare em todos os perigos e nos continue a ajudar na nossa peregrinação rumo à Pátria Celeste.

P. Pierfilippo Giovanetti, msp (italiano)

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Devoção a Maria Santíssima

Temos de amar a Virgem Maria como um fi-lho ama a sua mãe. Só assim experimentare-mos a sua protecção maternal.

Nós invocamos Santa Maria como Mãe dos Pobres do Terceiro Mundo, porque Ela apareceu como primeira Missionária ao ín-dio São Juan Diego no México, nos primeiros anos da evangelização do que hoje se chama a América Latina, dizendo-lhe: «Não estou eu aqui? Não sou eu a tua Mãe? O que te falta?»

Ámen à Virgem Maria! Tragam no coração esta Mãe! Façam com que a amem os pobres e as crianças! Os pobres precisam de saber que têm uma Mãe que vela por eles, que os ama, que os procura e que os espera.

Ele tem sido para nós, desde o começo, a coluna de fogo e pilar fundamental do Movi-mento. Durante estes anos de “Mar Vermelho” e de “deserto”, Ela tem-nos protegido sempre como se fôssemos seus filhos. Por isso, feste-jamos Santa Maria Mãe dos Pobres do Terceiro Mundo a 12 de Outubro, dia em que se celebra a festa de Nossa Senhora do Pilar em Espanha. Festejamos assim a Virgem Maria que tem sido a Coluna e o Pilar do nosso Movimento.

Ámen à oração do Santo Rosário (…) Nun-ca a deixem para as últimas horas da tarde ou para a noite, quando estiverem mais cansa-dos. A Virgem Maria merece os melhores mo-mentos da nossa jornada! Rezem o Terço de-vagar, com calma, meditando os mistérios da vida de Jesus. Com efeito, não se trata apenas da reza de muitas ave-marias, mas também da contemplação amorosa da vida de Jesus.

Missão andina com Deus do P. Giovanni Salerno, msp

“Oremus”Oração a Santa Maria,

Mãe de Deus

Santa Maria, Mãe de Deus:

dá-me um coração de criança,

puro e cristalino como uma fonte.

Dá-me um coração simples

que não saboreie as tristezas;

um coração grande na entrega,

terno na compaixão;

um coração fiel e generoso

que não esqueça nenhum benefício,

nem guarde rancor por nenhuma ofensa.

Forma-me um coração manso e humilde,

que ame sem pedir nada em troca,

feliz por desaparecer noutro coração

diante do teu Divino Filho;

um coração grande e indómito

que não se feche perante nenhuma ingratidão,

que não se canse perante nenhuma indiferença;

um coração inflamado pela glória de Jesus Cristo,

ferido pelo seu amor

com uma ferida que só se cure no Céu.

(P. Léonce de Grandmaison, S.J., 1868-1927)

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“Missão nos Andes... com Deus!”Livro pleno de historias anedóticas e pensamentos, onde o Padre Giovanni Salerno conta os seus anos de missão.

“Imitação de Cristo” Nova tradução, subdividida por dias, do livro que representa o guia espiritual dos Missionários Servos dos Pobres TM (disponível em italiano e espanhol).

Casais missionários Livrinho que apresenta a Fraternidade de casais missionários Servos dos Pobres TM. Casais que, com os seus filhos, estão ao serviço dos mais pobres.

DVDEm 55 minutos apresenta o carisma e as diferentes comunidades que caracterizam os Missionários Servos dos Pobres TM.

PARA PEDIR, GRATUITAMENTE, ESTE MATERIAL PÕE-TE EM CONTACTO CONNOSCO:

Peru“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”P.O. Box 907CuzcoTel. 0051-984032491 | 0051-95694389E-mail: [email protected]

Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo)EspanhaTel. 0034-925-390066Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

AVISOS IMPORTANTES

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Queres unir-te a nós, Missionários Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo, que dedicam a maior parte do seu dia à oração e à Adoração Eucarística e reservam alguma horas de trabalho manual para ajudar os mais pobres?

Escolheste viver, ou melhor, Cristo escolheu-vos para que vi-vais com Ele o seu mistério pascal, através do tempo e do espa-ço. Tudo o que sois, tudo aquilo que fazeis cada dia, seja o Ofi-cio salmodiado ou cantando, os trabalhos a sós ou em equipas fraternas, o respeito à clausura ou ao silêncio, as mortificações voluntárias ou impostas pela Regra, tudo é assumido por Cristo para a redenção do mundo.

Nome

Mosteiro

Morada

Localidade Código Postal -

Envio-vos o meu compromisso de viver a obediência e pobreza da minha entrega a Deus no meu mosteiro, pelo Movimento dos Servos dos Pobres do Terceiro Mundo, para que o Reino de Deus chegue aos mais pobres.

Assinatura Data - -

A VIDA CONTEMPLATIVA

Envia-nos o teu pedido de informação:

Como Santa Teresinha de Jesus, tu podes também oferecer a tua vida a Deus, para bem dos mais necessitados.

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Se palpita em ti uma chama missionária, não deixes que se apague, estás chamado/a a alimentá-la.

As nossas comunidades missionárias de sacerdotes e de seminaristas, de contem-plativos a tempo inteiro, de jovens leigos, de religiosas e de casais propõem-se aju-dar-te neste caminho.

Se és um/a jovem em atitude de busca interior que, durante um ano de experiência no Terceiro Mundo, com o coração aberto e à escuta do Senhor, queres discernir qual é a missão a que Deus te chama......os pobres esperam-te.

Se és um jovem interessado em viver um fim-de-semana ou alguns dias de silêncio e de oração num am-biente missionário na nossa Casa de Formação de Ajofrín (Toledo – Espanha)...esperamos-te.

Se sois um casal, que com os vossos filhos, estais decididos a vir ao Terceiro Mundo para abrir a vossa famí-lia aos mais pobres, como uma pequena igreja doméstica,...os pobres esperam-vos.

Se te sentes chamado/a a entregar-te em favor dos mais pobres, contagiando com o teu amor missioná-rio a realidade na qual vives, por meio da formação e animação de um grupo de apoio dos Missionários Servos dos Pobres TM...põe-te em contacto connosco.

Escreve para:

Queres colaborar connosco?

Contemplativo a tempo inteiroSeminaristaSacerdoteIrmão/IrmãJovem à procuraCasal consagradoOblatoSócio ou colaborador

Nome

MoradaLocalidade Código Postal -Telefone MailIdade Estado Civil

Profissão Habilitações literárias

ENVIAR PARA ESTA MORADA:

Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo)EspanhaTel. 0034-925-390066Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

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LeigosEu, __________________________________________________________________________para agradecer a Deus o novo Carisma dos Missionários Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo, comprometo-me a permanecer unido a vós pela oração, conforme o modo assinalado:

Morada

Localidade Código Postal -

Telefone Mail

Assinatura Data - -

AcçãoFrequência

Diária Semanal Quinzenal Mensal Outra

Eucaristia

Adoração Eucarística

Terço

Todos este boletins de colaboração espiritual poderão ser enviados para a nossa morada de Cuzco. Serão colocados aos pés da Virgem Maria, no altar da Capela do nosso Centro naquela cidade peruana.

A AJUDA MAIS IMPORTANTE PARA OS MISSIONÁRIOS

“Se dizes que és católico, que recebeste o baptismo, que és crismado, deves ir além e levar o nome de Jesus: é uma obrigação!”.

Papa Francisco. Meditação matutina na capela da Domus Sanctae Marthae. Roma, 9 de Setembro de 2016)

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Novos Leitores

Envia-nos os nomes de novos amigos aos quais possa agradar receber a nossa Revis-ta. Na primeira secção, anota a tua própria direcção.

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Envio-lhes as moradas de algumas pessoas que considero que podem estar interes-sadas em receber a Revista Periódica do Movimento Servos dos Pobres do Terceiro Mundo.

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Morada

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Morada

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Entrevista com a Irmã Maria Strzalkowska, msp

Poderia dar-nos um breve resumo da sua história pessoal até ao seu encontro com o Movimento dos Missionários Servos do Pobres do Terceiro Mundo?Nasci a 26 de Agosto, dia dedicado à Vir-gem de Czestochowa. Nove dias depois, deram-me o maior de todos os presen-tes, o santo Baptismo, e puseram-me o nome de Maria, submetendo-se nisto à vontade da minha avó, embora tivessem pensado noutro nome para mim. Escre-vendo isto, dou-me conta de que nasci apenas quinze anos depois da Segunda Guerra Mundial, mas isso não impediu que passasse a minha infância entre ri-sos e brincadeiras, sendo eu a mais nova de três irmãos e vivendo numa pequena cidade do noroeste da Polónia. Quase todos os aldeões da zona, incluindo os meus pais e os meus irmãos, garantiam o sustento da casa trabalhando na fábrica local de tecidos. Eu fui a única que nunca fui para a fábrica, porque segui por ca-minhos diferentes, como os do comér-cio até aos da enfermagem, nos quais aprendi a descobrir o gosto pelo serviço ao próximo. Na minha casa paterna, tal

como acontecia com a maioria dos pola-cos, tive um exemplo de família católica praticante, ainda que não comprometi-da especialmente com a paróquia.

Aos vinte anos fui em peregrinação a Jasna Gora, ao santuário de Nossa Se-nhora de Czestochowa. Foi uma pere-grinação a pé, durante catorze dias. Aí vivi um tempo especial na fé: ao entrar numa igreja, vi escritas no ambão estas palavras: “Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse atea-do!”. Não compreendia todo o seu sig-nificado, mas sentia que estas palavras eram para mim. Desde então tentava ser fiel o mais possível à Missa diária, e também me sentia atraída à vida religio-sa. Cinco anos mais tarde, deixei a minha casa paterna e mudei-me para Suvalki, onde tinham aberto um novo hospital e necessitavam de enfermeiras.

Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!

Foi então que conheceu o Movimento e o Padre Giovanni?O P. Giovanni só o conheci três anos mais tarde, num lugar cheio de lagos e bos-

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ques que frequentava com as minhas companheiras nos acampamentos ju-venis. Ele vinha a esta região da Polónia (verde e acolhedora durante o verão, muito fria e coberta de neve no inverno) para procurar jovens dispostos a dar um tempo da sua vida ao Senhor em serviço dos pobres do Peru.

Recordo que, no meu serviço de otor-rinolaringologia, três pessoas diferentes num único e mesmo dia me incentiva-vam a encontrar-me com o sacerdote, médico e missionário do Peru. Decidi ir com outra enfermeira minha vizinha, mas antes procurei no mapa-múndi para saber exactamente onde ficava o Peru. Éramos um bom grupo de jovens no en-contro com o P. Giovanni, que nos falava por meio de um tradutor, um sacerdo-

te, e que despertou em mim um desejo algo adormecido, mas não apagado: um desejo de vida religiosa.

Mas tudo isto me parecia demasiado grande e inalcançável por causa da lín-gua, da enorme distância geográfica e, sobretudo, por ter eu a ideia de que a vida missionária estava reservada para pessoas muito especiais, muito capazes e muito preparadas; e de modo algum eu me considerava uma delas. De toda a forma, guardei aquele desejo no meu coração e, no dia seguinte, comprei um livro para estudar espanhol, e também a Imitação de Cristo, obra atribuída até há pouco tempo a Tomás de Kempis.

Recordo que, naqueles anos, muitas das minhas companheiras ou amigas abandonavam a Polónia em busca de

A Ir. Maria, msp, preparando as jovens Noviças para serem Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM.

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melhores oportunidades de trabalho em diferentes países do mundo, mas eu sem-pre persistia na minha ideia de que jamais deixaria o meu país simplesmente para ganhar mais dinheiro. Contudo, então a ideia de ir para o Peru pelo Senhor já me parecia possível e, dia após dia, crescia em mim o desejo de a realizar, embora mais por ter algumas jovens à minha vol-ta que partilhavam a mesma ideia.

Assim, com a ajuda de Deus, no dia 23 de Janeiro de 1991, entrei pela primeira vez num avião para começar a viagem da minha vida… que dura até hoje. Du-rante a viagem, desde que saí da Polónia bem decidida e com muita confiança, o Senhor tratou-me com muito carinho, mas um certo temor manifestou-se no meu organismo com dores fortes, iguais às de uma lombalgia e apendicite. Não disse nada a ninguém; tomei só um anal-gésico e tomei o voo de Varsóvia para Frankfurt. Ali tive muito pouco tempo para mudar de avião, enquanto o meu pouco conhecimento de espanhol ou alemão me impedia de compreender bem o que me diziam. Finalmente, con-duziram-me a um lugar do avião da Luf-thansa que me parecia muito pequeno, mas tinhas assentos muito cómodos e espaçosos: acabei por viajar no segun-do andar do avião, em primeira classe… Pouco a pouco as dores acalmaram e em Cusco desapareceram por completo. A nova vida em missão trouxe alguma dificuldade?No início pensei que estava a começar uma página completamente nova da

minha vida, mas, com o passar dos anos, compreendi que era a única que estava a escrever desde sempre.

O Senhor era e é a verdadeira atracção da minha vida, ainda que durante muito tempo tenha estado oculto sob tantos valores e belezas da vida missionária. Mas o Movimento, com a sua regra de vida ba-seada na Imitação de Cristo e a invocação frequente do Espírito Santo, foi marcan-do lentamente o ritmo desta descoberta, favorecida pelo serviço quotidiano aos mais pobres – os predilectos do Senhor.

As dificuldades com a nova língua duraram mais ou menos um nos, mas não me impediram de fazer um traba-lho intenso, pois com as crianças do Lar, que me absorviam quase por completo, o que contava mais era a linguagem do

A Ir. Maria, Missionária Serva dos Pobres TM, junto a uma menina órfã do Lar Santa Teresa de Jesus.

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“coração” e os olhos bem abertos às suas necessidades. Depois tive a dificuldade de decidir se continuava ou se regressa-va, depois de visitar a minha família na Polónia. Precisava de um impulso emo-cional, e eram elas – as crianças – que tinham este papel de íman: quantas ve-zes pensei que no Peru poderia ocorrer um forte terramoto e eu estava longe e não podia ajudar as crianças que chora-vam desconsoladamente!

Quais foram os passos da comunida-de feminina do Movimento, que hoje conta com um grande número de Irmãs?

Com o tempo, o número crescente de Irmãs fez com que a perspectiva e os projectos fossem cada vez mais amplos. Começaram as missões, primeiro em prisões femininas, e a seguir em dife-rentes povoações espalhadas pela alta Cordilheira dos Andes, onde encontrá-vamos grande urgência de serviço ca-tequético – espiritual e formativo –, a par da necessidade de apoio alimentar para os mais pequenos. Parecia que o número de carenciados se multiplicava juntamente com o nosso desejo de os atender, impulsionado pela caridade que o Senhor gratuitamente deposita-va nos nossos corações.

À distância de tantos anos, o ideal missionário mantém-se o mesmo?Olhando para todos os anos passados em missão, pergunto-me se mudaria caso tivesse de começar de novo. E digo que continuaria de certeza a seguir as pegadas de Jesus e Maria, tal como é próprio do Movimento; só que desta vez

fá-lo-ia abandonando-me nas mãos da Providência, como se de olhos fechados.

Qual é o presente mais bonito que já lhe fizeram os pobres?O Senhor é o Mestre perfeito e serve-se das pessoas e das situações para nos for-mar segundo o Seu Coração. Os pobres da Cordilheora ensinaram-me – entre muitas outras coisas – a generosidade, a paciência e a hospitalidade; e as crianças a todos superaram ao dar-me exemplo de perdão, confiança e alegria. Mas o mais belo e inatingível foram e têm sido as crianças pequenas que transmitem a bondade de Deus.

Recordo que, há 20 anos, um menino de 3 ou 4 anos de idade, depois de sofrer dores causadas por uma doença com febre alta, conseguiu dormir apenas um pouco, mas o seu sono não era tranquilo: chorava, agitava-se, parecia estar a lutar com alguém. Fui despertá-lo. O menino, quando abriu os olhos, olhou para mim e suspirou com alívio e confiança, e, sorrin-do, pegou na minha mão e adormeceu já tranquilamente, sem que o seu belo sor-

A Ir. Maria, Missionária Serva dos Pobres TM, com algumas Irmãs e crianças do Lar Santa. Teresa de Jesus.

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riso se apagasse do rosto. Gosto dos por-menores e este ficou-me marcado.

As primeiras meninas mais crescidas do Lar Santa Teresa de Jesus (que en-tão tinham entre 7 e 9 anos de idade) acompanhavam-nos na santa Missa e na Adoração Eucarística diária. E, quando aprenderam a ler, rezavam connosco o breviário ou faziam as leituras na santa Missa. Foram elas que me ajudaram a perseverar. Foram como o prelúdio da futura comunidade de Irmãs.

Um grande presente foi também o de, anos mais tarde, algumas delas terem escutado a chamada particular do Se-nhor para a vida religiosa, pedindo para ingressar na comunidade e começar a sua formação como Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM. Actualmente, três delas são já das Irmãs com votos perpé-tuos, realizando um precioso apostolado com as crianças e com as jovens.

Qual é o momento mais bonito do seu dia como missionária?Pessoalmente, tenho muito amor à Eu-caristia e sempre procurei transmiti-lo às crianças e às Irmãs, para que todos eles também esperem com alegria a hora da santa Missa como o momento mais bo-nito do dia. Durante as missões nas po-voações da alta Cordilheira, é quase im-possível ter o “luxo” da santa Missa diária. Por isso, ofereço esta grande privação por todos os pobres dos lugares aonde o Senhor nos envia, para que a minha dor se converta no seu desejo por este gran-de milagre e presente de Nosso Senhor e que é a Santa Eucaristia.

Quais são os desafíos que considera importantes, do ponto de vista missionário, para a Igreja e para o Movimento no futuro?Peço a Deus e desejo para toda a Igreja – e de forma particular para o nosso Mo-vimento – que nunca nos esqueçamos que somos missionários por natureza e que o envio do Senhor (“Ide”) não se torne num simples ruído de palavras ou num simples fazer projectos, mas que seja sempre um caminhar, actuar, tes-temunhar da parte de todos os baptiza-dos, e que ninguém se ache dispensado de ser missionário: perto ou longe; na família, na escola ou no trabalho, com os vizinhos ou até aos confins da terra.

O que diria aos jovens que hoje sentem no seu coração um desejo de servir os pobres, mas que ficam hesitantes por causa de muitas dúvidas e incertezas face ao futuro?Aos jovens que sentem no seu coração um desejo de servir a Deus e aos pobres, digo o seguinte: “Não apagueis o fogo que Jesus acendeu nos vossos corações. A vossa generosidade tem de dar fruto de santidade para vós e para os muitos mais que o Senhor vos confiou no momento da chamada”. E, finalmente, digo-lhes: “Não vos priveis da verdadeira felicidade, seguindo o Amor verdadeiro que é Deus mesmo”.Espero-os aos pés do Sacrário e nos ca-minhos montanhosos da alta Cordilheira dos Andes.

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Se desejas mais informações, preenche a ficha da pág. 16

O véu tradicional que usam as nossas Irmãs é sinal da sua total consagração a Cristo e de reparação pelos pecados do mundo.

IRMÃS MISSIONÁRIAS Servas dos Pobres do Terceiro Mundo

Se és uma jovem e desejas viver connosco uma experiência de serviço, de convívio e de encontro com os pobres convidamos-te a participar no CAMPUS MISSIONÁRIO 2017, que se realizará na nossa Casa Mãe e nas nossas missões do Peru, no próximo mês de Julho.

Esperamos por ti, contata-nos:[email protected]

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A vida do movimento

Assembleia GeralO mês passado de Julho foi muito im-portante para todo o Movimento dos Missionários Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo, especialmente para o Ramo Masculino, que compreende os Sacerdotes e os Irmãos. Por iniciativa do nosso Comissário Pontifício, o Padre Juan José Salaverry (O.P.), teve lugar em Cusco a primeira Assembleia Geral do Movimento, na qual participaram todos os Sacerdotes e os Irmãos com votos perpétuos e votos temporais.

Foi uma ocasião única, verdadeira-mente histórica, na qual nos pudemos reunir todos juntos. Chegaram dois sacerdotes de Itália, dos sacerdotes e quatro Irmãos vindos da nossa Casa de Formação Sacerdotal “Santa Maria Mãe dos Pobres” de Ajofrín (Toledo-Espanha) e dos sacerdotes de Cuba. Para todos nós foi, obviamente, uma grande ale-gria podermo-nos encontrar outra vez com o nosso querido Fundador, que se encontra em Cuba desde 6 de Abril de 2016. Há mais de um ano que muitos de nós não o víamos, embora recebês-semos sempre com gosto notícias suas e o acompanhássemos com as nossas pobres orações.

Os trabalhos da Assembleia Geral ti-veram lugar no Centro Neo-catecume-nal Arquidiocesano de Cusco e foram precedidos de um retiro espiritual, de Terça-feira, 18, a Sábado, dia 22 de Julho. O retiro foi pregado pelo Bispo emérito

de Morelia (México), Mons. Alberto Suá-rez Inda, nomeado cardeal pelo Papa Francisco a 4 de Dezembro de 2015. Foi este mesmo cardeal que ordenou o úl-timo sacerdote do Movimento, o Padre Rafael Santillán Rodrígues, mps, a 21 de Dezembro de 2015.

No Domingo, 23 de Julho, houve um passeio comunitário e a seguir a Assem-bleia Geral desenrolou-se de Segunda-feira, 24, até Sábado, 29. Houve dois blo-cos de trabalho cada manhã e dois blocos para cada tarde. Foi um trabalho intenso que pudemos levar por diante com a graça de Deus. Trataram-se diversos te-mas: liturgia, vida comunitária, apostola-do, formação, promoção vocacional, etc. Quando se tratou do tema das relações entre os diferentes Ramos do Movimento estiveram também presentes os repre-sentantes das nossas Irmãs e dos nossos Matrimónios Missionários.

Pudemos experimentar entre nós uma autêntica comunhão, isto é, uma “unidade na diversidade”, já que o ca-risma comum não nos impede de ter pontos de vista e posturas diferentes no que diz respeito aos temas tratados. Esta diversidade, muito longe de ser uma limitação, é sem dúvida uma grande ri-queza, que nos pode ajudar a crescer no respeito pelas opiniões diversas. Queira Deus que este esforço não tenha sido em vão, mas antes que possa ser uma se-mente para o nosso crescimento futuro.

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Ao terminar a Assembleia Geral, tive-mos de nos separar novamente, seguin-do cada um com o seu apostolado no Peru, Cuba e noutros países. De facto, vários Padres e Irmãos saíram logo no fim da Assembleia para se dedicarem aos respectivos Campus organizados em Ajofrín e em Itália. Um grupo de sacer-dotes nossos, pelo contrário, foi enviado em representação do Movimento na As-sembleia Arquidiocesana de Cusco.

Campus das famíliasDe 6 a 13 de Agosto, na localidade “Pian dei Resinelli”, com um bonito panorama alpino, logo acima da cidade de Lecco (Itália), levou-se a cabo a terceira edição do Campus para as famílias. Foi uma bela

semana, que se desenrolou entre mo-mentos de formação (sobre temas fami-liares e principalmente sobre os casais), de oração com Missa e adoração eucarís-tica diárias (foi muito bonita a experiên-cia de adoração nocturna, que é sempre um momento muito intenso para todos) e também de jogos, com a organização de uma espécie de olimpíadas para fa-mílias ao longo de toda a semana.

Não puderam faltar o passeio clássico e momentos de convivência que, como sabemos por experiência própria já trie-nal, normalmente servem para ir fortale-cendo pontes entre famílias desejosas de viver a vida cristã, e que, depois, durante o resto do ano, se mantêm em contacto para rezar juntas e trocar conselhos.

Várias famílias junto dos filhos participando no Campus de Famílias realizado pelos Missionários Servos dos Pobres TM em Itália.

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Como muitas das famílias participan-tes são já famílias ligadas ao Movimento, houve também uma tarde de apresenta-ção do Movimento com o testemunho dos esposos húngaros Gabor e Melinda Bakonyi, que, depois de terem passado (com as suas filhas Ilona e Boroka) dois anos (desde Fevereiro de 2013 até Junho de 2015) na comunidade de Famílias Missionárias da Villa Nazaret em Cusco, retomaram o seu trabalho no nosso cen-tro de Budapeste.

Não faltaram as crianças e os jovens neste Campus, assistidos por vários ani-madores que, para além de lhes darem catequese, organizaram para eles várias outras actividades. Um dos animadores foi o Irmão Deyvid, que se encarregou dos rapazes mais velhos.

Casa de Formação Sacerdotal “Santa Maria Mãe dos Pobres”No passado mês de Junho, dois dos nossos seminaristas maiores termina-ram os seus estudos teológicos na nos-sa Casa de Formação Sacerdotal “Santa Maria Mãe dos Pobres” de Ajofrín: Mario Totic mps (croata) e Carlos Jiménez mps (colombiano).

Ambos os irmãos foram enviados para ajudar no nosso trabalho missionário.

Por outro lado, começou os seus es-tudos em Ajofrín o Irmão Mateo Ama-che Huamani, de 23 anos. Originário de Cusibamba (povoação andina em que as nossas Irmãs têm uma missão per-manente), depois da sua experiência no Seminário Menor “São Luís Gonzaga” de Andahuaylillas e a seguir como Irmão da

Comunidade – ajudando nas missões e no trabalho com os rapazes –, empreen-de agora outra etapa do seu caminho formativo.

Também o Irmão Erick Domínguez Cardoso mps (mexicano), depois de dois anos passados na “Cidade dos Rapazes”, interrompendo os estudos para ajudar a comunidade de Cusco, retomará a sua formação na nossa casa de Ajofrín. Enco-mendamos os quatro às vossas orações.

Importante: Caríssimos amigos, estamos cons-cientes de que com muita frequência, infeliz-mente, as notícias que publicamos na crónica sobre “A Vida do Movimento” não são muito atuais. Os tempos necessários para recompilar os dados, escrever a Crónica, traduzi-la nas vá-rias línguas, enviá-la à tipografia e, finalmente, distribuí-la, como bem podeis imaginar, são muito longos e fazem com que este problema seja difícil de solucionar. Para que tenhais infor-mações mais atuais, sugerimo-vos que consul-teis a Crónica da NEWSLETTER mensal, que po-deis encontrar no nosso site: www.msptm.com

Seminaristas Missionários Servos dos Pobres TM, em formação no Seminário de Ajofrín (Toledo) – Espanha

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Obrigado pela sua ajuda...

Com a tua colaboração

uma criança mais

se alimentará nas nossas

casas de Cuzco, Perú

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Se te sentes chamado a entregar-te em favor dos mais pobres: Põe-te em contacto connosco!

MISSIONÁRIOS SERVOS DOS POBRES DO TERCEIRO MUNDOP.O.Box 907Cuzco-Perú

www.msptm.com email: [email protected]

Cristo espera-te entre os mais pobres

AVISO IMPORTANTE

Caríssimos amigos, uma vez que o nosso Movimento ainda não está constituído como instituição em Portugal e carece de conta bancaria em Portugal, todos os Donativos devem ser feitos segundo uma das seguintes modalidades:

1ª Para o Mosteiro de S. Bento de Singeverga através de Cheque em nome do Mosteiro (não em nome do Mo-vimento). E dentro do envelope colocar um pequeno bilhete onde se especifique que se trata de um donativo para os Missionários Servos dos Pobres TM.

2ª Para Espanha através de Cheque em nome de “Opus Christi Salvatoris Mundi”, ou por Transferência bancária para a nossa conta em Espanha.

Titular: “Opus Christi Salvatoris Mundi” - CIF: G45531449 Número de conta: ES05 2105 3068 6830 1002 2232 Banco: Banco Castilla la Mancha.

Em qualquer caso, para que lhes possamos enviar os respectivos recibos, necessitamos que nos mandem os vossos dados pessoais: nome e apelidos, endereço completo, e número fiscal.Os recibos emitidos pela Associação do Movimento em Espanha, podem ser usados depois em Portugal pelos doado-res em sede de IRS para que possam beneficiar de dedução no imposto sobre os montantes doados, isto é, para que possam usufruir do benefício fiscal dos mesmos.A todos vós, o nosso muito obrigado pela vossa generosidade!

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Desde o Mundo

Menino de 8 anos reza ao Santíssimo e alcança graça para a sua família

Diego, um menino cuja fé em Jesus Sacramentado transformou a realidade da sua família, marcada por problemas de maus tratos, alcoolismo e pobreza

O sacerdote Patricio Hileman, responsável pela criação de capelas de Adoração Perpétua na Amé-rica Latina, compartilhou o testemunho comove-dor de Diego, um menino mexicano de 8 anos cuja fé em Jesus Sacramentado transformou a realida-de da sua família, marcada por problemas de maus tratos, alcoolismo e pobreza.

A história passou-se em Mérida, capital do Es-tado de Iucatão, no México, na primeira capela de Adoração Perpétua que os Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento estabeleceram nessa cidade.

O sacerdote Hileman contou ao Grupo ACI que o pequeno escutou numa das suas pregações “que aos que se dispõem a estar em vigília de madruga-da, Jesus os abençoará cem vezes mais”.

“Eu dizia que Jesus convidava os seus amigos à Hora Santa. Jesus disse-lhes três vezes de ma-drugada: ‘não puderam velar uma hora comigo?’”, recordou o sacerdote argentino.

As palavras do sacerdote fizeram com que o menino decidisse fazer a sua vigília às três da ma-drugada, algo que chamou a atenção da sua mãe, a quem ele explicou que o faria porque “quero que o meu papá deixe de beber, deixe de bater e para que deixemos de ser pobres”.

Durante a primeira semana, a mãe acompa-nhou-o e, na segunda, convidou o pai do menino.

“Um mês depois começaram a participar na adoração perpétua, o pai deu testemunho de que tinha experimentado o amor de Jesus e foi curado” e depois “apaixonou-se novamente pela mãe nes-sas horas santas”, declarou o sacerdote Hileman.

“O pai deixou de beber, deixou de discutir com a mãe e deixaram de ser pobres. Graças à fé de um pe-queno de 8 anos, toda a família se curou”, afirmou.

Este é um dos vários testemunhos de conver-são que, segundo o sacerdote Hileman, ocorrem nas capelas de adoração perpétua, uma iniciativa dos Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, comunidade da qual é o fundador.

“O primeiro mandamento da adoração perpé-tua é deixar-se ‘abraçar’ por Jesus”, afirmou o sacer-dote Hileman na sua visita ao Chile. “É o lugar onde aprendemos a descansar no coração de Jesus. Só Jesus pode abraçar-te a alma”.

O sacerdote explicou que a história desta inicia-tiva começou em 1993, em Sevilha (Espanha). São João Paulo II manifestara o seu desejo de que “cada paróquia do mundo pudesse ter uma capela de adoração perpétua, onde Jesus estivesse exposto no Santíssimo Sacramento, numa custódia, solene-mente adorado dia e noite, sem interrupção”.

Recordou também que “são João Paulo II fazia 6 horas de adoração por dia, escrevia documentos com o Santíssimo exposto e, uma vez por semana, passava toda a noite em adoração. Esse é o segre-do dos santos, esse é o segredo da Igreja: estarmos centrados e unidos em Cristo”.

O sacerdote Hileman está encarregado desde há mais de 13 anos da missão na América Latina, onde já existem 950 capelas de Adoração Perpétua.

O México lidera esta missão com mais de 650 capelas.

Também estão presentes no Paraguai, Argenti-na, Chile, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia.

“O mesmo Jesus que seguimos adorando, amando, é quem nos dá força para poder apreciar cada vez mais o sacramento da Eucaristia”, acres-centou o sacerdote.

Segundo Maria Eugénia Verderau, que desde há 7 anos reza a uma certa hora durante a semana numa capela de adoração perpétua no Chile, “isto ajuda-me a crescer muito na fé, ajudando-me a entender o meu lugar perante Deus, como filha de um Pai que só quer o melhor para mim, a minha verdadeira felicidade”.

“Vivemos dias muito agitados, de manhã à noite. Arranjar tempo para fazer adoração é muito bom, dá tranquilidade, é um tempo para pensar, para agradecer, para pôr as coisas no seu devido lugar e entregá-las a Deus”, disse a adoradora e também porta-voz do Vozes Católicas Chile do Grupo ACI.

(Texto no original reproduzido directamente do portal oficial da Aleteia em espanhol:

https://es.aleteia.org/2017/01/26/nino-de-8-anos-re-za-al-santisimo-y-alcanza-la-gracia-para-su-familia)

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Perguntam-nos...

Por que é que vocês, à entrada das vossas casas e celas, têm sempre uma cruz sem o Cristo Crucificado? E por que é que nas vossas casas aparece sempre o lema “Ut unum sint”?A cruz sem o Cristo Crucificado serve para assinalar que, para servir os pobres, se tem de aceitar a cruz a todo o momento, como Cristo, e que cada um deve ser o crucifica-do. Não é fácil servir os pobres! Servir os pobres significa aceitar o mesmo caminho da cruz de Jesus.

Por outro lado, o lema “Ut unum sint” reproduz a expressão com a qual Jesus ma-nifestou a sua imensa dor ao ver a Igreja dividida no futuro. A nossa preocupação tem de ser a de estarmos sempre unidos à Igreja. Esta união consegue-se amando a unidade na nossa própria comunidade e, além disso, rezando e cooperando pela e na unidade da Igreja universal.

Por que é que na porta do sacrário de todas as vossas capelas está a figura de um pão partido?O pão partido tem a finalidade de recordar a cada Missionário Servo dos Pobres do Terceiro Mundo que tem de ser para os pobres como Jesus: pão partido que se reparte silenciosamente e que há-de deixar-se comer para que eles cresçam espiritualmente.

Por que é que em todas as vossas capelas, para além do Crucifixo e da imagem de Santa Maria Mãe dos Pobres, há sempre as imagens de três anjos em adoração?O motivo de presença destes três anjos é para que as crianças se lembrem de que, em-bora sejam órfãs ou tenham sido abandonadas, têm sempre um amigo que nunca as abandona, o seu Anjo da Guarda. E também para que, nos nossos centros, elas vivam como esses anjos que vêem ali representados, em contínua adoração eucarística.

Ao longo de 2018, os Missionários Servos dos Pobres TM visitarão Portugal, com a finalida-de de organizar encontros missionários, durante os quais darão a conhecer o seu serviço entre os pobres. Se alguém, seja responsável pela pastoral, seja simplesmente uma pessoa amiga dos pobres, quiser organizar um encontro, um momento de oração ou simplesmente encontrar-se com eles para os conhecer melhor e ver como pode viver este carisma no nosso querido Portugal, não hesite em contactar directamente com o Padre Walter Corsini, utili-zando o seguinte endereço electrónico: [email protected]. Já anteriormente os Missionários visitaram o nosso país, organizando encontros e retiros em paróquias, esco-las, grupos e foram momentos de graça. Nestes encontros nunca se pede dinheiro, somente se partilha o dom de ser dádiva para os outros.

PARA INFORMAÇÕES E OUTROS CONTACTOS:

Peru“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”P.O. Box 907CuzcoTel. 0051-984032491 | 0051-95694389E-mail: [email protected]

PortugalMosteiro de S. Bento de Singeverga4795-309 Roriz Sts.

MISSIONÁRIOS SERVOS DOS POBRES

DO TERCEIRO MUNDO

“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”São as diferentes realidades missionárias (sacerdotes e irmãos consagrados, religiosas, casais missionários, sacerdotes e irmãos especialmente dedicados à vida de oração e contemplação, sócios, oblatos, colabo-radores, Grupos de Apoio) que partilham o mesmo carisma e fundadas pelo mesmo fundador.

“Opus Christi Salvatoris Mundi”Formado pelos membros do Movimento dos Mis-sionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo, comprometidos num caminho de consagração mais profunda com as características da vida comunitária e da profissão dos conselhos evangélicos segundo a sua condição. (Caminha-se para serem reconhecidos canonicamente como dois Institutos Religiosos: um para o Ramo Masculino dos Padres e dos Irmãos, e outro para o Ramo Feminino das Irmãs).

“Grupos de Apoio do Movimento”Comprometidos no aprofundamento e difusão do nosso carisma, trabalhando para conversão de todos e de cada um dos membros, graças à organização de encontros periódicos.

OblatosDoentes ou presos que oferecem os seus sofrimen-tos pelos pobres do Terceiro Mundo e, também, por todos os que aceitaram viver segundo o carisma dos Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo.

ColaboradoresTodos os homens de boa vontade que se queiram enamorar cada vez mais dos pobres.