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1 Didática Missão: História 8 MH8DP © Porto Editora Missão: Professor de História A importância da História e das Ciências Sociais e Humanas Caricatura de Jacques-Armand Cardon “Temos uma arma de construção massiva: a capacidade de pensar” Mia Couto, in carta ao Presidente Bush, 27 de março de 2003 Quer a caricatura de Cardon quer a frase de Mia Couto fazem sentido integradas na nossa missão profissional: somos professores de História, temos a função (e o poder) de ensinar a pensar, e isso faz toda a diferença! Quando abordamos a importância da nossa disciplina imediatamente emergem ideias ligadas à utilidade do saber, à usabilidade dos conhecimentos desenvolvidos nestas áreas, bem como às possíveis saídas profissionais. Ao contrário de outras áreas do conhecimento, as con- tribuições da História e das Ciências Sociais e Humanas em geral não são tão evidentes e rapidamente percetí- veis aos olhos da sociedade em geral, levando a dedu- ções irrefletidas de que estas não trazem contribuições práticas e significativas para a Humanidade, quando comparadas às Ciências Naturais, por exemplo. Numa sociedade que tende a valorizar a técnica, o resul- tado instantâneo e a aplicação imediata do conhecimento, as Ciências Sociais e Humanas são por vezes tidas como de pouca “serventia”. Tal forma de pensamento afetou as sociedades ocidentalizadas nas últimas décadas mas, em resultado da situação internacional de quebra económica, aumento de tensões sociais e procura de novos paradig- mas de organização e de vida, tem vindo a alterar-se. A História ajuda-nos a compreender o mundo em que vivemos e proporciona um tipo de conhecimento, cons- ciência e inteligibilidade do mundo e da vida que pode ser incorporado pelas pessoas, grupos e instituições. Tal como as Ciências Naturais ensinam os jovens a observar e compreender os aspetos físicos da vida, as Ciências Sociais e Humanas incentivam as crianças e jovens a pensar, a conhecer e compreender o mundo e as socie- dades, as diferenças e semelhanças culturais, o modo como as pessoas interagem com o espaço, com os outros… MH8DP_SDD_01

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Missão: Professor de HistóriaA importância da História e das Ciências Sociais e Humanas

Caricatura de Jacques-Armand Cardon

“Temos uma arma de construção massiva: a capacidade de pensar”Mia Couto, in carta ao Presidente Bush, 27 de março de 2003

Quer a caricatura de Cardon quer a frase de Mia Couto fazem sentido integradas na nossa missão profissional: somos professores de História, temos a função (e o poder) de ensinar a pensar, e isso faz toda a diferença!

Quando abordamos a importância da nossa disciplina imediatamente emergem ideias ligadas à utilidade do saber, à usabilidade dos conhecimentos desenvolvidos nestas áreas, bem como às possíveis saídas profissionais.

Ao contrário de outras áreas do conhecimento, as con-tribuições da História e das Ciências Sociais e Humanas em geral não são tão evidentes e rapidamente percetí-veis aos olhos da sociedade em geral, levando a dedu-ções irrefletidas de que estas não trazem contribuições práticas e significativas para a Humanidade, quando comparadas às Ciências Naturais, por exemplo.

Numa sociedade que tende a valorizar a técnica, o resul-tado instantâneo e a aplicação imediata do conhecimento,

as Ciências Sociais e Humanas são por vezes tidas como de

pouca “serventia”. Tal forma de pensamento afetou as

sociedades ocidentalizadas nas últimas décadas mas, em

resultado da situação internacional de quebra económica,

aumento de tensões sociais e procura de novos paradig-

mas de organização e de vida, tem vindo a alterar-se.

A História ajuda-nos a compreender o mundo em que

vivemos e proporciona um tipo de conhecimento, cons-

ciência e inteligibilidade do mundo e da vida que pode

ser incorporado pelas pessoas, grupos e instituições. Tal

como as Ciências Naturais ensinam os jovens a observar

e compreender os aspetos físicos da vida, as Ciências

Sociais e Humanas incentivam as crianças e jovens a

pensar, a conhecer e compreender o mundo e as socie-

dades, as diferenças e semelhanças culturais, o modo

como as pessoas interagem com o espaço, com os

outros…

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Parece-nos indiscutível que as profundas e rápidas transformações que se têm observado no mundo atual colocam novos desafios ao professor de História, mas abrem-lhe também novas possibilidades. Cada vez mais a História é chamada a explicar, a dar sentido… e nós, professores de História, somos fundamentais para essa compreensão do passado, numa relação inegável com o presente e com a perspetivação do futuro. Se pensar-mos na História como uma disciplina que trabalha a simples aquisição de factos e conteúdos que mostram os acontecimentos da Humanidade ao longo dos sécu-los, nesse caso, a História terá uma importância muito limitada na vida, e nos projetos de vida, dos nossos jovens. É necessário dar a conhecer aos alunos uma outra ideia, a da História como a ciência que explica, contextualiza e orienta. Demonstrar que muito do que somos hoje se explica através do que os nossos ante-passados fizeram e nos foram deixando. Demonstrar que as sociedades humanas são o resultado do que aconteceu ao longo dos tempos, e que esse conheci-mento é uma orientação em termos de presente, por-que preenche a necessidade humana de explicação, mas também em termos de futuro, porque facilita outra necessidade humana, a de orientação. A História dá sentido ao presente!

A educação histórica deve contribuir para que os alu-nos lidem com a informação de um modo crítico, con-tribuindo para que desenvolvam ideias mais complexas e sofisticadas.

Como Rüsen (2010) tem debatido nos últimos anos, a base para a compreensão da vida no passado e, portanto, do saber histórico, é a experiência do quotidiano que, com os seus interesses e funções, compele o sujeito a buscar no passado elementos úteis, significativos, para as suas deci-sões no presente, com vista, naturalmente, a um melhor futuro. Diante de uma situação da vida prática, a tomada de decisões depende de valores e a consciência histórica é um pré-requisito importante para mediar os valores e a realidade. Ela funciona como um modo específico de orientação em situações práticas da vida no presente.

Também Howson (2009) atenta para a importância vital da História no processo de formação enquanto potencia-dora do desenvolvimento de competências que são conside-radas importantes no mundo atual, tais como a capacidade de refletir sobre o conhecimento, analisando a informação e respeitando as evidências, a capacidade de reconhecer e valorizar argumentos bem fundamentados, o desprezo pela mera polémica e a procura de contextualização, ten-tando compreender a intenção de cada discurso ou ato.

A História é mesmo importante!

A História assume-se como uma área do conhecimento que prepara os jovens para a capacidade de formar pontos de vista fundamentados, partindo de uma perspetiva crítica, que atende ao espaço, ao tempo e ao contexto, à inferência, à interpretação, à multiperspetiva.

Amaral & Barca, 2009

A História desenvolve nos alunos capacidades que são valorizadas em qualquer área de trabalho. Pensando na matriz básica das Ciências Humanas, nos nossos dias, a formação dos profissionais das mais diferentes áreas, na maior parte dos casos, carece precisamente deste referen-cial. Em que área profissional não são valorizadas capa-cidades de relação de informação, de análise e cruzamento de dados, de compreensão estratégica? As empresas, as instituições e os governos carecem de

técnicos, mas também de estrategas e de profissionais capazes de proporcionarem uma visão holística das pro-postas que fazem e das decisões que tomam…

A melhor forma de motivar os nossos alunos a gosta-rem de História e a considerarem-na importante nos seus projetos de formação é mostrando-lhes que ela é importante…

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Mudar a forma como os nossos alunos veem o mundo, nos tempos conturbados, instáveis e difíceis que vive-mos, pode ser uma ferramenta crucial na formação dos jovens e na sua preparação para enfrentarem o futuro com algum otimismo e espírito de iniciativa, em vez de resignação. A História demonstra que, ao longo dos tempos, as sociedades têm ultrapassado situações de dificuldade, têm encontrado saídas para os problemas, sendo que, em muitos casos, é a partir das situações mais complexas e/ou das ruturas que advêm os perío-dos mais prósperos.

A dificuldade pode servir para aguçar o engenho impe-lindo o ser humano a fazer melhor, a superar expectati-vas. As ciências permitiram que formulássemos muitas certezas, mas, ao longo do século XX, também trouxe-ram muitas incertezas. Edgar Morin, na sua obra Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro (2001), afirma que a educação deveria incluir o ensino das incertezas que surgiram nas ciências físicas (microfísica, termodi-nâmica, cosmologia), nas ciências da evolução bioló-gica e nas ciências históricas.

“Será preciso ensinar princípios de estratégia que per-mitiriam enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza, e modificar o seu desenvolvimento em vir-tude das informações adquiridas ao longo do tempo.”

Edgar Morin (2001)

E é ainda necessário que os jovens compreendam que estas “certezas” são provisórias, revisíveis, pois essa consciência faz avançar o conhecimento.

A atual orientação funcional e economicista das socie-dades tende a trazer para a educação formas de atua-ção e estratégias que são habituais em empresas, contudo, há que ter em atenção que para alguém ser ativo, participativo, responsável, inovador, interventivo, necessita, antes de tudo, de aprender a pensar. O mundo empresarial é composto por indivíduos que já passaram pela escola, precisaram de o fazer para adqui-rir capacidades, competências… Ou seja, ir ao mundo empresarial copiar modelos de organização e gestão para os aplicar no ensino não será uma medida eficaz no sentido da formação do cidadão que a nossa socie-dade anseia…

No contexto do currículo, quando pensamos no papel que esta ciência pode ter na formação dos jovens, destacamos outros aspetos ligados ao desenvolvimento de capacidades que per-mitirão aplicar conhecimento em situações novas. Se tivermos de elencar potencialidades da História para a formação dos jovens conse-guimos reunir várias:– capacidade de interpretar, selecionar e organi-

zar informação;– desenvolvimento de abordagens reflexivas

face ao conhecimento, não ficando preso a explicações únicas, procurando razões, inten-ções e lançando hipóteses de explicação fun-damentadas;

– capacidade de reconhecer e valorizar argu-mentos bem fundamentados, distinguindo assim versões mais e menos válidas;

– necessidade de contextualização dos factos, tentando discernir intencionalidades e/ou constrangimentos;

– compreensão do que muda e do que perma-nece, de situações de crise e de progresso, evitando atitudes de desistência face a adver-sidades;

– desenvolvimento de atitudes críticas face ao conhecimento, admitindo a sua revisibilidade e provisoriedade (características próprias do conhecimento histórico);

– capacidade de orientação no tempo, capaci-dade de projeção de factos e situações no tempo, acrescida da sua localização em dife-rentes espaços e da sua contextualização, é um exercício complexo mas desafiador!

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Ser Professor de História num Mundo em Mudança

“A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo.”

Nelson Mandela

Esta frase de Mandela é habitualmente aplicada para questões de alfabetização, um desafio mundial assu-mido por diversas instituições internacionais e que tem tido representantes como a jovem paquistanesa Malala (sobrevivente de um ataque reivindicado pelos Taliban), autora da já célebre frase: “Um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.”

No mundo ocidental, e especificamente em Portugal, a alfabetização não é já o maior problema a superar, mas há outras questões que se tornam cruciais. Num mundo preenchido de informação facilmente acessível, o maior desafio é a compreensão do que se lê e ouve; a capaci-dade de interpretar de um modo crítico a informação

recebida permite evitar a fácil manipulação, pelos media, por exemplo, mas também por grupos, fações políticas, culturais ou religiosas.

A formação no domínio das Ciências Sociais e Humanas tem um papel muito importante no desenvolvimento destas capacidades. O professor de História tem aqui uma função indiscutível!

Muitas vezes somos chamados a justificar a aplicabilidade dos conhecimentos desenvolvidos na nossa disciplina. Um dos aspetos mais prontamente associados às nossas áreas é o da “cultura geral”. Contudo, esta ideia é muito mais abrangente e profunda do que possa parecer…

Novos horizontes

Inter-

culturalidade

Formação individual

Conhecimento do mundo

Diversidade

cultural

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Tal como as Ciências Naturais dão a conhecer o mundo físico, as Ciências Sociais ajudam os jovens a abrirem as suas mentes para a diversidade de pessoas e espa-ços do mundo.

A História não se limita a fazer listagens de factos no tempo ou de acontecimentos e protagonistas, ela informa a respeito desses factos, desses locais e das pessoas que os vivem:

– contribui para o conhecimento de diferentes culturas e, à medida que se aprende mais sobre essas culturas, descobre-se que existem muitos pontos em comum, que é muito mais o que nos une do que aquilo que nos separa;

– contribui para conhecer, respeitar e mesmo integrar as diferentes culturas na sociedade;

– contribui ainda para compreender a importância da cultura na formação individual e da sociedade.

Através do estudo do passado e do seu legado, os jovens analisam instituições, valores e crenças das pessoas do pas-sado e adquirem competências de análise e interpretação.

Trabalhar os conceitos de mudança e continuidade, transversais às diversas temáticas do nosso Programa, contribui para preparar os jovens para lidarem com mudanças nas suas vidas e no mundo em geral; a aná-lise da mudança através do tempo dá segurança ao demonstrar que as mudanças são feitas com muitas permanências, nunca muda tudo! Isto dá também uma perspetiva otimista e de esperança face ao futuro.

A História contribui claramente para o desenvolvimento do conceito de identidade. Num mundo global, teremos de ter uma identidade global, mas com raízes, com sen-timento de pertença a uma comunidade/país. O estudo da História contribui para a identificação de característi-cas comuns e para a construção de um “passado parti-lhado” que nos integra como parte de uma comunidade.

A valorização das raízes culturais e do passado como forma de compreensão do presente, de algumas caracte-rísticas que partilhamos enquanto membros da mesma “cultura”, é um claro contributo para que os jovens se sintam como parte ativa de uma comunidade na qual

podem participar – contribui para o desenvolvimento da cidadania ativa e responsável, pois herdam algo que deverão acrescentar e partilhar com as gerações seguin-tes. Os jovens desenvolvem uma noção do seu papel na sociedade e do seu lugar na História.

Valorização do património

Direito / deveres

Sentimento de pertença a uma

comunidade

Responsabilidade / liberdade

Partilha de uma herança cultural

Proteção do património

IDENTIDADE

CIDADANIA RESPONSÁVEL

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Um cidadão responsável conhece os seus direitos mas como espelho dos seus deveres, relaciona o exercício da liberdade com o sentido de responsabilidade, com-preende que, ao longo da História, as comunidades vive-ram organizadas de diferentes formas, em todas elas havia regras, deveres e direitos. Atualmente, a vida em socie-dade exige uma cidadania ativa, mas responsável.

A História ajuda-nos a conhecer as instituições e o modo como evoluíram. Instituições como a família, organiza-ções cívicas, governamentais, religiosas e educacionais exercem uma grande influência sobre as pessoas. Conhe-cer e compreender essa influência é fundamental para o exercício de uma cidadania crítica e responsável nos diver-sos domínios da vida individual e em sociedade. Preservar o que recebemos para o entregar às gerações futuras é uma responsabilidade que a nossa disciplina trabalha: proteger o património natural, edificado e cultural…

A História contribui para o desenvolvimento do espírito crítico, da capacidade de pensar e de intervir, competên-cias valorizadas em todas as áreas do saber e em todas as atividades.

No final do milénio, a UNESCO pediu a vários pensadores que definissem os saberes a valorizar no novo milénio. Dos estudos apresentados destacou-se o de Edgar Morin, publicado por esta instituição. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro foram publicados no início do milé-nio. Apresentam-se de modo resumido algumas das suas linhas principais:

De acordo com os valores defendidos pela sociedade oci-dental aprovados pela UNESCO, os jovens do século XXI deviam saber:

1– Que o erro e a ilusão fazem parte da construção do conhecimento. Um dos maiores erros atuais é a ideia do saber “pronto a usar”, de aplicação instantânea, sem refletir sobre o que se faz. Morin alerta para a importância da consciência de que todo o conheci-mento é passível de erro.

2 – Que há princípios do conhecimento que são pertinen-tes, tais como: capacidade para organizar o conheci-mento, saber como aceder à informação e como a organizar, relacionar o conhecimento evitando que os saberes sejam fragmentados (combatendo a ideia do saber “em gavetas”).

3 – Ter a ideia da condição humana como algo transver-sal a todas as disciplinas. Trabalhar a muldimensiona- lidade e complexidade humanas: saber “quem somos” é inseparável de “onde estamos”, de “onde vivemos” e para “onde vamos” Os conhecimentos das Ciências Sociais e Humanas cruzam-se com os das Naturais.

4 – Preparar as mentes para a abertura a novas realidades. A era planetária, segundo Morin, iniciou-se com as des-cobertas do século XVI e intensificou-se até à atualidade arrastando problemas de opressão e domínio, mas tam-bém de solidariedade entre os povos. A abertura a novas realidades é uma alavanca para o conhecimento. Somos habitantes da Terra e não apenas de um país/continente; as nossas ações interferem com todo o Mundo.

5 – Desenvolver a consciência de que o conhecimento é revisível, todo o saber deve ser problematizado e questionado.

6 – Contribuir para a compreensão das razões que podem levar ao racismo, xenofobia e outras formas de incompreensão da diferença. A ideia não é a defesa da multiculturalidade apenas, mas de uma interculturalidade efetiva.

7 – Desenvolver a capacidade de respeitar a diferença e a identidade do outro, desenvolver a ética da soli-dariedade, ter noção das três dimensões da condi-ção humana (indivíduo, sociedade e espécie – ser uma pessoa, ser membro de uma sociedade e per-tencer a uma espécie, com as suas especificidades).

Todos estes saberes tocam domínios trabalhados na disciplina de História.

Numa sociedade que exige cada vez mais uma aprendiza-gem ao longo da vida, as competências desenvolvidas na aula de História são fundamentais, porque ajudam-nos a lidar com informação de uma forma crítica, a pesquisar e a avançar hipóteses de explicação, novas pistas… capaci-dades atualmente valorizadas nas mais diversas atividades profissionais. Mas para desenvolver estas capacidades é ne- cessário refletir sobre outra questão: Que História ensinar?

Construir conhecimento

Ensinar a condição humana

Enfrentar as incertezas

Organizar conhecimento

Ensinar a identidade terrena

Ensinar a compreensão

Ensinar a ética do género humano

A EDUCAÇÃO DO FUTURO

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Como profissionais habituados a lidar com estes con-ceitos sabemos que, a par das mudanças, há permanên-cias. Tal como não devemos fazer tábua rasa dos conhecimentos dos nossos alunos, também não pode-mos fazer tábua rasa das nossas práticas, conhecimen-tos e sobretudo experiência.

As Metas Curriculares vêm substituir as Metas de Aprendizagem (2010), as quais tinham origem nas Com-petências Essenciais (2001).

A alteração destes documentos de referência no ensino--aprendizagem requer uma reflexão em torno do para-digma orientador do novo documento, bem como das alterações que possa implicar na nossa prática docente.

Metas Curriculares: que mudanças em termos científicos e pedagógicos

Competências Essenciais

Competências Específicas

Metas de Aprendizagem…

Mudanças? Permanências?

Metas Curriculares (2013)

O documento das Metas Curriculares de História coloca, claramente, o enfoque nos conteúdos que os alunos devem “conhecer e/ou compreender” em cada um dos anos letivos (do 5.º ao 9.º ano). Aquando da sua apre-sentação as opiniões dividiram-se: este enfoque traz vantagens pois assim sabemos exatamente o que lecio-nar e o que o aluno “tem de saber”; é um retrocesso, um bloqueio, face ao que estávamos a fazer na aprendiza-gem da História nas últimas décadas.

Para além da mudança no enfoque verificam-se algu-mas alterações nas nomenclaturas:

– os temas passam a ser designados por domínios;

– os subtemas passam a designar-se por subdomínios;

– o que se especificava no Programa de 1991 por “sugestões metodológicas” surge agora elencado em descritores de desempenho a trabalhar no sentido de o aluno atingir cada uma das metas ou objetivos gerais.

Como se constata pela introdução do documento das Metas Curriculares de História, que a seguir se transcreve, a referência curricular continua a ser o Programa de 1991. Assim sendo, é importante que se tenham pre-sentes as finalidades da História definidas no Pro-grama oficial da disciplina, ainda em vigor.

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Referência curricular: Programa de História para o 3.º Ciclo do Ensino Básico (1991)

Finalidades da História previstas no Programa de 1991 (pág. 125):

[…]

– Contribuir para a compreensão da pluralidade de modos de vida, sensibilidades e valores em dife-rentes tempos e espaços.

– Proporcionar o conhecimento e utilização adequados de processos de recolha e tratamento da informação, tendo em vista a abordagem da realidade social numa perspetiva crítica.

– Promover a autonomia pessoal através do desenvolvimento das capacidades de análise e síntese, de raciocínio fundamentado e de escolha baseada em critérios éticos e estéticos.

– Promover a formação da consciência cívica numa perspetiva que corresponda ao desenvolvimento de atitudes de tolerância e de respeito pelos valores democráticos e se traduza numa intervenção responsável na vida coletiva.

Os objetivos gerais perseguidos no Programa de História (1991) distribuem-se por:

• Domínio das atitudes e valores

• Domínio das aptidões e capacidades (específicas do saber histórico e de comunicação)

• Domínio dos conhecimentos em História.

Metas Curriculares de História(transcrição do documento disponível em

http://dge.mec.pt/metascurriculares/index.php?s=directorio&pid=19 )

Introdução

As Metas Curriculares de História procuram, a partir do Programa de História para o 3.º Ciclo do Ensino Básico (1991) em vigor, definir conteúdos fundamentais, atualizados cientificamente, que devem ser ensinados aos alunos, constituindo-se um objeto primordial na estruturação do ensino da disciplina e um referente para os membros da comunidade educativa.

As Metas Curriculares de História apresentam cinco princípios orientadores:

(1) Estão definidas por ano de escolaridade, contendo cada ano quatro domínios de referência, corres-pondentes aos temas definidos pelo Programa.

(2) Dada a complexidade e extensão dos domínios, em cada um deles foram definidos subdomínios que visam tornar mais visíveis os conteúdos considerados essenciais.

(3) Em cada subdomínio, são indicados os objetivos gerais a concretizar. Esses objetivos são especifi-cados através de verbos que remetem para desempenhos concretos – no caso da disciplina de Histó-ria implicam, na maior parte das vezes, operações relacionadas com a aquisição de informação (conhecer) e com a integração e elaboração dessa informação (compreender).

(4) A definição destes objetivos obedeceu a uma estrutura de organização dos saberes em cinco áreas fundamentais, que se repetirão, quando se justifique, em cada subdomínio: (a) aspetos políticos; (b) aspetos económicos e sociais; (c) aspetos culturais, artísticos; (d) o processo histórico português;

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(e) ligações com o presente ou reflexões em torno de uma problemática específica relacionada com a formação para a cidadania.

(5) Em cada subdomínio foram definidos descritores de desempenho dos alunos que permitam ava-liar a consecução dos objetivos. Esses descritores foram redigidos de forma rigorosa, utilizando o vocabulário conceptual do saber histórico.

Resta salientar que as Metas definem domínios para áreas que se consideram transversais à disciplina em todo o ciclo de ensino e que reportam ao tratamento da temporalidade e do espaço, assim como a aspetos metodológicos do saber histórico, nomeadamente a utilização e crítica de fontes históricas diversificadas e a natureza do discurso historiográfico. O trabalho destas áreas deve ser contínuo e con-comitante à concretização dos descritores de desempenho, devendo constituir-se como aspeto funda-mental a ter em conta no momento da definição de estratégias de ensino e da seleção de recursos.

Será posteriormente disponibilizado um caderno de apoio às Metas Curriculares contendo suportes teóricos aos objetivos e descritores, bem como exemplos de estratégias pedagógicas.

Princípios Orientadores

Metas definidas por ano de

escolaridade

4 domínios por ano (temas)

Organizadas em

2 subdomínios (subtemas)

Objetivos gerais / Metas

Descritores de

desempenho

Metas Curriculares de História – 3.º Ciclo do Ensino Básico: 7.º Ano

1. Das sociedades recoletoras às primeiras civilizações (domínio)

1.1 Das sociedades recoletoras às primeiras sociedades produtoras (subdomínio)

1. Conhecer o processo de hominização (meta)

1. Localizar as regiões do Mundo onde foram encontrados os primeiros vestígios dos proces-sos de diferenciação da espécie humana, sublinhando a origem africana da Humanidade.

2. Reconhecer a proximidade do aparecimento do Homem no planeta quando comparado com a história da Terra.

3. Identificar as principais fases de evolução desde o Australopithecus ao Sapiens sapiens, realçando a lentidão do processo.

4. Conhecer a importância da arqueologia para o estudo das primeiras comunidades humanas.

5. Explicitar o conceito de “documento histórico”.

6. Definir “Pré-História”.

7. Reconhecer o fabrico de instrumentos, o domínio do fogo e linguagem verbal como con-quistas fundamentais no processo de hominização.

* Numerámos as metas de modo a facilitar a sua identificação.

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2. Conhecer e compreender as características das sociedades do Paleolítico

1. Relacionar as profundas alterações climáticas com a distribuição geográfica dos primei-ros grupos humanos.

2. Relacionar a recoleção com o nomadismo.

3. Relacionar metodologias de caça de animais de grande porte com a complexificação das interações humanas e com o crescimento da população.

4. Identificar os instrumentos fabricados pelo Homem, as respetivas funções e as implica-ções em termos de divisão técnica e sexual do trabalho.

5. Definir “Paleolítico”.

6. Descrever o modo de vida das primeiras sociedades humanas.

3. Compreender as vivências religiosas e as manifestações artísticas do Homem do Paleolítico

1. Reconhecer a existência no Paleolítico de crenças mágicas e religiosas e ritos funerários.

2. Indicar possíveis explicações para a religião e arte do Paleolítico.

3. Distinguir arte móvel de arte rupestre, referindo exemplos hoje situados nos territórios de alguns países europeus (com destaque para Portugal).

4. Compreender e comparar as sociedades produtoras com as sociedades recoletoras

1. Definir “Neolítico”.

2. Salientar a importância das regiões temperadas para o surgimento da economia de pro-dução (agricultura de sequeiro e domesticação de animais).

3. Relacionar a economia de produção com a sedentarização (Revolução Neolítica).

4. Relacionar a Revolução Neolítica com o aumento da população, com a acumulação de riqueza, com o surgimento da propriedade privada e com a diferenciação social.

5. I ntegrar as novas atividades artesanais nas necessidades da economia de produção e das sociedades sedentárias.

6. Comparar os modos de vida do Paleolítico e do Neolítico.

5. Conhecer e compreender os cultos e a arte dos homens do Neolítico

1. Identificar o surgimento de objetos e construções associados aos cultos agrários.

2. Descrever os monumentos megalíticos, associando-os quer a rituais funerários com dife-renciação social quer aos cultos agrários.

3. Justificar a mudança nas temáticas da pintura rupestre do Neolítico, por oposição às representações do período paleolítico.

4. Exemplificar fenómenos do megalitismo na Península Ibérica.

1.2 Contributos das civilizações urbanas

6. Conhecer e compreender a formação das primeiras civilizações urbanas

1. Localizar no espaço e no tempo as civilizações da Suméria, Egito, Vale do Indo e Vale do Rio Amarelo, a civilização hebraica e a civilização fenícia, destacando a relação com as grandes planícies aluviais.

2. Relacionar a fertilidade dessas regiões com a acumulação de excedentes, o desenvolvi-mento comercial e a transformação de aldeias em cidades.

3. Destacar a crescente importância das atividades secundárias e terciárias desenvolvidas nas cidades, fruto da libertação de mão de obra do trabalho agrícola (especialização de fun-ções).

4. Reconhecer a cidade como centro do comércio e da produção artesanal e do poder polí-tico, militar e religioso.

5. Aplicar o conceito de “civilização” a sociedades detentoras de grande complexidade.

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7. Conhecer e compreender as relações económicas e as estruturas sociais (a partir de exemplos de uma civilização dos Grandes Rios)

1. Apresentar as atividades económicas que viabilizaram o surgimento das cidades.

2. Reconhecer a importância de tecnologias complexas como a metalurgia e a engenharia.

3. Referir a forte estratificação social das civilizações dos Grandes Rios, destacando o acen-tuar das desigualdades sociais.

8. Conhecer e compreender a complexificação da organização política (a partir de exemplos de uma civilização dos Grandes Rios)

1. Relacionar a criação de Estados com a necessidade de manter infraestruturas hidráulicas e de defesa perante ameaças externas.

2. Identificar a centralização do poder como forma de conter a conflitualidade social.

3. Reconhecer o surgimento de poderes políticos absolutos e sacralizados.

4. Justificar a função dos impostos como fator de sustentação dos aparelhos de Estado e das elites.

5. Relacionar a complexificação da organização política com a invenção da escrita.

9. Conhecer e analisar a importância das vivências religiosas, culturais e artísticas (a partir de exemplos de uma civilização dos Grandes Rios)

1. Referir a afirmação de religiões politeístas, salientando a relação dos deuses com as for-ças da Natureza.

2. Reconhecer na arte a expressão da religiosidade das civilizações dos Grandes Rios.

3. Caracterizar sucintamente as expressões artísticas de uma das civilizações dos Grandes Rios.

10. Conhecer os principais contributos das primeiras civilizações urbanas para o funciona-mento das sociedades até aos nossos dias

1. Indicar os domínios do conhecimento mais desenvolvidos durante as primeiras civiliza-ções (matemática, astronomia, química, medicina, engenharia, arquitetura).

2. Referir a importância da escrita na consolidação de áreas do saber como a teologia, a história, o direito e a economia.

3. Referir que a origem dos alfabetos latino, grego, árabe e hebraico residiu na escrita alfa-bética fenícia.

4. Mostrar a importância do papel da escrita enquanto marco de periodização clássica (pas-sagem da “Pré-História” à “História”) e no alargamento do tipo de fontes disponíveis para os historiadores.

5. Destacar o politeísmo das primeiras civilizações urbanas e o monoteísmo (nomeadamente o judaísmo) como estando na origem da diversidade de religiões no mundo atual.

2. A herança do Mediterrâneo Antigo2.1 O mundo helénico

11. Conhecer e compreender o processo de formação e afirmação das cidades-estado gregas originárias (séculos VIII a IV a. C.)

1. Localizar no espaço e no tempo as principais cidades-estado gregas e os povos com quem estabeleceram contactos, por referência às civilizações já estudadas.

2. Relacionar a adoção do modelo de cidade-estado com as características do território e com a fixação de grupos humanos no espaço da Antiga Grécia.

3. Comparar a organização política da polis ateniense com a da polis espartana.

4. Caracterizar o modelo de democracia ateniense do século V a. C. no seu pioneirismo e nos seus limites.

5. Explicar as clivagens no modo como Atenas e Esparta encaravam a educação e o papel da mulher na sociedade.

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12. Conhecer e compreender a organização económica e social no mundo grego

1. Identificar as principais atividades económicas da maioria das cidades-estado atenienses (ver o caso ateniense – comercial, marítima e monetária).

2. Conhecer a organização social das poleis gregas, tomando Atenas do século V a. C. como referência.

3. Demonstrar as profundas diferenças sociais existentes na sociedade ateniense.

4. Descrever o quotidiano dos membros dos diversos grupos sociais da polis ateniense.

5. Reconhecer a situação de subalternidade das mulheres nas cidades-estado gregas, pro-blematizando a questão com os debates atuais sobre a igualdade de géneros.

13. Conhecer o elevado grau de desenvolvimento atingido no mundo grego pela cultura e pela arte

1. Reconhecer a importância assumida na cultura grega por formas literárias como a epo-peia (poemas homéricos) e o teatro (tragédia e comédia).

2. Descrever a religião politeísta grega, destacando o papel dos jogos como expressão de religiosidade e fator unificador do mundo helénico.

3. Identificar as principais características da arquitetura, da escultura e da cerâmica gregas.

4. Referir a autonomia e o grau de sofisticação alcançado no mundo grego pela filosofia e pelas ciências.

14. Conhecer o processo de estruturação do mundo grego e de relacionamento do mesmo com outros espaços civilizacionais

1. Descrever o processo de criação de colónias e identificar os respetivos limites geográficos.

2. Referir a instituição de alianças entre cidades-estado, as rivalidades e os conflitos que se verificaram entre as mesmas.

3. Conhecer as relações estabelecidas entre as cidades-estado gregas e as populações da Península Ibérica, localizando vestígios arqueológicos dessas interações.

15. Avaliar o contributo da Grécia Antiga para a evolução posterior das sociedades humanas

1. Referir a democracia grega do século V a. C. como um dos grandes legados do mundo ocidental.

2. Exemplificar a influência da arte grega até ao tempo presente.

3. Confirmar a importância da língua como fator de unificação dos gregos e como vetor de transmissão de cultura erudita até aos nossos dias.

4. Confirmar a cultura e educação gregas como fundamentais para a evolução futura dos sistemas culturais ocidentais.

2.2 Roma e o Império

16. Conhecer e compreender a formação do Império e o processo de romanização

1. Localizar no espaço e no tempo a fundação da cidade de Roma e as várias etapas de expan-são do seu império, destacando o processo de conquista da Península Ibérica.

2. Relacionar a expansão romana com a transformação do regime republicano em regime imperial.

3. Caracterizar a instituição imperial como poder absoluto e de carácter divinizado.

4. Explicar a eficácia dos fatores e agentes de integração dos povos vencidos no Império.

5. Salientar a reciprocidade (assimétrica) das influências entre romanos e romanizados.

17. Conhecer e compreender a organização económica e social da Roma imperial

1. Demonstrar a intensa atividade económica no tempo do regime imperial (baseada numa economia urbana, comercial e monetária).

2. Relacionar a economia de mercado com o crescimento de latifúndios e consequente migração dos pequenos proprietários para as cidades.

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3. Descrever a organização social do Império Romano, salientando o carácter hierarquizado e esclavagista da sociedade.

4. Relacionar as campanhas militares com a multiplicação do número de escravos.

5. Descrever o quotidiano dos vários grupos sociais na Roma imperial.

18. Conhecer e compreender a cultura e a arte romanas

1. Referir as principais características da arquitetura, escultura e pintura romanas.

2. Identificar as principais influências da arte romana.

3. Caracterizar a originalidade artística dos Romanos, sublinhando o seu carácter prático, utilitário e monumental.

4. Reconhecer na arte romana uma forma de enaltecimento a Roma e ao Império (poesia épica, historiografia, escultura, arquitetura).

5. Enumerar os principais géneros literários cultivados pelos Romanos e seus principais autores.

19. Compreender a origem e a expansão do cristianismo no seio das expressões religiosas do mundo romano

1. Verificar no panteão romano a existência de aceitação, influência e assimilação dos deu-ses dos povos com quem contactavam.

2. Salientar as origens hebraicas do cristianismo.

3. Enumerar os princípios fundamentais da nova religião.

4. Referir os fatores facilitadores da propagação da religião cristã no Império Romano.

5. Relacionar a mensagem do cristianismo com as perseguições iniciais movidas pelo poder imperial.

6. Sistematizar as principais etapas de afirmação do cristianismo (de religião marginal a religião oficial do Império Romano).

20. Conhecer as marcas do mundo romano para as civilizações que lhe sucederam e para as sociedades atuais

1. Reconhecer o Direito como uma das grandes criações da civilização romana, base de grande parte dos sistemas jurídico-legais atuais.

2. Salientar a importância do latim na formação de várias línguas nacionais europeias.

3. Salientar a importância do modelo administrativo e urbano romano.

4. Reconhecer a qualidade da engenharia romana através da durabilidade das suas construções.

5. Enumerar aspetos do património material e imaterial legados pelos Romanos no atual território nacional.

3. A formação da cristandade ocidental e a expansão islâmica

3.1 A Europa do século VI ao XII

21. Conhecer e compreender o novo mapa político da Europa após a queda do Império Romano do Ocidente

1. Enumerar as razões da queda do Império Romano do Ocidente.

2. Caracterizar os povos bárbaros.

3. Identificar os povos invasores e os respetivos locais de fixação.

4. Comparar a unidade política do Império Romano com a fragmentação ocorrida após as invasões bárbaras e, mais tarde, a sua recomposição a partir da estruturação de diversos reinos.

5. Reconhecer as invasões bárbaras como marco de periodização clássica (passagem da “Antiguidade” à “Idade Média”).

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22. Compreender as relações entre o clima de insegurança e o predomínio de uma economia ruralizada na Alta Idade Média com a organização da sociedade medieval

1. Relacionar as invasões bárbaras do século V e a nova vaga de invasões entre o século VIII e o século X com o clima de insegurança e a recessão económica verificada.

2. Caracterizar a economia europeia da Alta Idade Média, sublinhando o seu carácter de subsistência.

3. Justificar o reforço do poder dos grandes senhores (proprietários e líderes militares ou religiosos) perante a incapacidade régia em garantir a defesa das populações.

4. Salientar o duplo poder senhorial sobre a terra e sobre os homens.

5. Caracterizar as relações de dependência entre as ordens privilegiadas.

6. Caracterizar a sociedade trinitária medieval, salientando a divisão em ordens consoante a função e o nascimento, a mobilidade social reduzida, as profundas clivagens entre ordens privilegiadas e não privilegiadas e o papel da Igreja na manutenção da ordem vigente.

7. Enumerar os privilégios do clero e da nobreza e as obrigações dos camponeses.

8. Descrever sucintamente o quotidiano das ordens sociais medievais.

23. Conhecer a vivência religiosa no Ocidente europeu entre os séculos VI e XII

1. Descrever o aumento do prestígio da Igreja durante as invasões bárbaras, perante a inca-pacidade do poder civil em defender as populações.

2. Salientar a importância da religião cristã como elemento de unificação entre os bárbaros e as populações romanizadas.

3. Descrever o movimento de renovação da Igreja a partir do século VI, destacando a divi-são entre clero regular e clero secular.

24. Conhecer e compreender as características fundamentais das expressões culturais e artísticas

1. Referir os mosteiros como centros culturais durante a Alta Idade Média.

2. Indicar o papel da Igreja na conservação de autores da Antiguidade (obras greco-latinas e muçulmanas).

3. Identificar as características principais da arte românica na arquitetura, pintura e escultura.

4. Relacionar os temas da pintura e da escultura com o grau de alfabetização da população.

3.2 O mundo muçulmano em expansão

25. Conhecer e compreender a génese e expansão do islamismo

1. Localizar no tempo e no espaço o aparecimento da religião islâmica.

2. Referir os princípios do Islamismo.

3. Comparar os princípios fundamentais do Islamismo e do Cristianismo.

4. Apontar as razões que levaram à conquista militar, por parte dos muçulmanos, de novos territórios.

5. Caracterizar o Império Muçulmano, do século VII ao IX, em termos territoriais e económicos.

26. Conhecer e compreender a ocupação muçulmana e a resistência cristã na Península Ibérica

1. Localizar no tempo a ocupação e presença na Península Ibérica da civilização muçulmana.

2. Indicar as características da organização política, territorial e económica da Península Ibérica sob domínio muçulmano.

3. Localizar no espaço e no tempo o início do processo de Reconquista cristã, salientando o seu carácter lento e os seus avanços e recuos.

4. Relacionar os ritmos da reconquista da Península com o apoio da Europa cristã e com as transformações do próprio Império Muçulmano.

5. Relacionar o processo de Reconquista com a formação dos reinos ibéricos.

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27. Conhecer e compreender as interações entre o mundo muçulmano e o mundo cristão

1. Identificar as principais características da cultura muçulmana, sublinhando as suas liga-ções ao mundo clássico, à China, à Pérsia e à Índia.

2. Apontar, no contexto da Península Ibérica, os contrastes entre o mundo cristão e o mundo muçulmano.

3. Caracterizar a forma de relacionamento entre cristãos e muçulmanos no território ibérico (conflito e convivência).

4. Indicar os principais contributos da cultura muçulmana para a cultura ibérica.

5. Identificar no espaço português vestígios materiais e imateriais da cultura muçulmana.

6. Distinguir a mensagem de tolerância, defendida pela maioria dos muçulmanos, do radi-calismo islâmico, praticado por uma minoria.

28. Conhecer e compreender a formação do Reino de Portugal num contexto de reconquista cristã

1. Localizar no espaço o Condado Portucalense, sublinhando a sua dependência política em relação ao Reino de Leão.

2. Relacionar a oposição da nobreza do Condado Portucalense à ação política de D. Teresa com a subida ao poder de D. Afonso Henriques.

3. Caracterizar a ação política e militar de D. Afonso Henriques.

4. Conhecer os documentos que formalizaram o Reino de Portugal.

5. Sintetizar as principais etapas da formação do Reino de Portugal.

6. Indicar as estratégias de povoamento e de defesa do território nacional.

4. O contexto europeu do século XII ao XIV4.1 Apogeu e desagregação do “ordem” feudal

29. Conhecer e compreender as transformações da economia europeia do século XII ao XIV

1. Justificar o crescimento demográfico nos séculos XII e XIII.

2. Relacionar os progressos na produção agrícola com o incremento das trocas a nível local, regional e internacional e consequente reanimação das cidades.

3. Explicar o fortalecimento da burguesia num contexto de intensificação da produção artesanal especializada e do comércio.

4. Reconhecer o fim da servidão em alguns espaços europeus como uma importante alte-ração socioeconómica.

5. Identificar os principais centros e circuitos comerciais europeu.

30. Conhecer e compreender algumas das características da organização do poder entre os séculos XII e o XIV

1. Salientar a persistência do poder dos senhores e a sua autonomia face ao poder régio, enumerando algumas expressões desse poder.

2. Assinalar o processo de fortalecimento do poder régio, sublinhando, contudo, a sua len-tidão e as resistências dos senhores.

3. Reconhecer os concelhos (no espaço ibérico) e as comunas (na Europa do Norte) como formas de organização político-administrativas que concediam alguma autonomia aos estratos populares face aos senhores.

31. Conhecer e compreender as principais expressões da religião, cultura e artes do século XII ao XIV

1. Reconhecer o aparecimento das ordens mendicantes e de movimentos heréticos como expressão de descontentamento relativamente à ostentação do alto clero.

2. Caracterizar as expressões culturais irradiadas a partir dos mosteiros, das cortes, salien-tando, contudo, a sua coexistência com expressões culturais de matriz popular.

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3. Relacionar a afirmação de escolas catedrais como centros de formação e de cultura com a revitalização do mundo urbano.

4. Salientar o desenvolvimento do ensino universitário nos séculos XII e XIII, relacionando-o com os interesses convergentes do poder régio, do clero e da burguesia.

5. Relacionar as principais características da arte gótica com o clima político, social e econó-mico, a partir da segunda metade do século XII.

32. Conhecer características do poder, da economia, da sociedade e da cultura de Portugal do século XII ao XIV1. Salientar o progressivo fortalecimento do poder régio em Portugal e os instrumentos

utilizados pelo rei para esse fim.

2. Apontar o papel dos concelhos no povoamento e desenvolvimento económico e na estruturação social do Reino de Portugal.

3. Conhecer o incremento das trocas a nível interno e externo nos séculos XII e XIII e a sua importância no contexto da economia portuguesa.

4. Salientar a importância da criação de uma universidade em Portugal, integrando-a no contexto de desenvolvimento de estudos superiores a nível europeu.

5. Relacionar as manifestações do Gótico em Portugal com o contexto social, político e eco-nómico da época.

4.2 As crises do século XIV

33. Conhecer e compreender as causas da crise do século XIV na Europa1. Identificar a Guerra dos Cem Anos como o principal conflito europeu do século XIV.

2. Apontar o aumento demográfico, a escassez de áreas cultiváveis, as mudanças climáticas e a destruição causada pelas guerras como causas (interligadas) das fomes que grassa-ram no século XIV.

3. Relacionar a expansão das doenças epidémicas com a fome, com a falta de condições de higiene e com o clima de guerra.

4. Sublinhar a importância da peste negra neste contexto e o seu processo de difusão.

5. Explicar as consequências demográficas e económicas da conjuntura de fome, peste e guerra.

6. Relacionar a diminuição da mão de obra e o abandono dos campos com a quebra de produção e com a subida dos salários.

7. Indicar as medidas tomadas pelos senhores e pelo poder régio para fazer face à diminui-ção das receitas.

34. Conhecer e compreender os “levantamentos populares” rurais, os conflitos sociais urbanos e os “movimentos milenaristas”1. Relacionar as medidas régias e senhoriais para fazer face à crise com o surgimento de

revoltas populares rurais na Europa Ocidental.

2. Caracterizar os movimentos populares rurais e os conflitos sociais urbanos.

3. Contextualizar o aparecimento de movimentos milenaristas (ideia de fim de mundo; moralização dos comportamentos).

35. Conhecer e compreender as especificidades da crise do século XIV em Portugal1. Caracterizar os problemas sentidos em Portugal durante o reinado de D. Fernando, rela-

cionando-os com a situação europeia.

2. Identificar o problema da sucessão ao trono no contexto das relações entre as coroas portuguesa e castelhana.

3. Descrever os momentos decisivos da afirmação da independência do reino.

4. Relacionar a chegada ao poder de uma nova dinastia com as alterações operadas no seio da sociedade portuguesa, sobretudo ao nível da renovação da nobreza e da afirmação de certos estratos da burguesia.

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Metas Curriculares de História – 3.º Ciclo do Ensino Básico: 8.º Ano*

5. Expansão e mudança nos séculos XV e XVI5.1 O expansionismo europeu

1. Conhecer e compreender o pioneirismo português no processo de expansão europeu

1. Relacionar o arranque do processo de expansão europeu com as dificuldades e tensões acumuladas na segunda metade do século XIV.

2. Relacionar o crescimento demográfico e comercial europeu do século XV com as neces-sidades de expansão interna e externa da Europa.

3. Explicar as condições políticas, sociais, técnicas, científicas e religiosas que possibilitaram o arranque da Expansão portuguesa.

2. Conhecer os processos de expansão dos Impérios Peninsulares

1. Descrever as prioridades concedidas à expansão nos períodos do Infante D. Henrique, de D. Afonso V, de D. João II e de D. Manuel I e os seus resultados.

2. Caracterizar os principais sistemas de exploração do Império Português nas ilhas atlânti-cas, costa ocidental africana, Brasil e Império Português do Oriente.

3. Identificar os conflitos entre Portugal e Castela pela posse de territórios ultramarinos, relacionando-os com os tratados de Alcáçovas e de Tordesilhas e com a consolidação da teoria do mare clausum.

4. Caracterizar a conquista e construção do Império Espanhol da América.

5. Reconhecer o apogeu de Portugal como a grande potência mundial na primeira metade do século XVI e de Espanha na segunda metade da mesma centúria.

* Numerámos as metas de modo a facilitar a sua identificação.

7.º ANO – O que há de diferente?2.

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2.1 O mundo helénico (antes “Os Gregos no século: V a. C.: o exemplo de Atenas”)

3. Comparar a organização política da polis ateniense com a da polis espartana.

5. Explicar as clivagens no modo como Atenas e Esparta encaravam a educação e o papel da mulher na sociedade.

4. O

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4.1 Apogeu e desagregação da “ordem” feudal

– passa a incluir a cultura e a arte gótica (antes subtema 4.2)

4.2 As crises do século XIV – inclui apenas o contexto da crise e o caso português

3. A

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3.1 A Europa do século VI ao XII

– passa a incluir a sociedade senhorial (antes subtema 3.3.) e a arte românica (antes no subtema 4.2.)

3.2 O mundo muçulmano em expansão

– passa a incluir a reconquista e a formação de Portugal (antes subtema 3.4)

Diferenças no aprofundamento de conteúdos

Diferenças na organização dos conteúdos

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3. Compreender as transformações decorrentes do comércio à escala mundial

1. Caracterizar as grandes rotas do comércio mundial do século XVI.

2. Avaliar as consequências do comércio intercontinental no quotidiano e nos consumos mundiais.

3. Descrever a dinamização dos centros económicos europeus decorrente da mundializa-ção da economia.

4. Explicar o domínio de Antuérpia na distribuição e venda dos produtos coloniais na Europa.

4. Compreender os séculos XV e XVI como período de ampliação dos níveis de multiculturali-dade das sociedades

1. Identificar no âmbito de processos de colonização fenómenos de intercâmbio, acultura-ção e assimilação.

2. Caracterizar a escravatura nos séculos XV e XVI e as atitudes dos europeus face a negros e índios.

3. Referenciar a intensificação das perseguições aos judeus que culminaram na expulsão ou na conversão forçada e na perseguição dos mesmos de muitos territórios da Europa Ocidental, com destaque para o caso português.

4. Constatar a permanência e a universalidade de valores e atitudes racistas até à atualidade.

5. Conhecer o processo de união dos impérios peninsulares e a Restauração da Independência portuguesa em 1640

1. Indicar os motivos da crise do Império Português a partir da segunda metade do século XVI.

2. Descrever os fatores que estiveram na origem da perda de independência portuguesa em 1580 e da concretização de uma monarquia dual.

3. Relacionar a ascensão económica e colonial da Europa do Norte com a crise do Império espanhol e as suas repercussões em Portugal.

4. Relacionar o incumprimento das promessas feitas por Filipe I, nas Cortes de Tomar, pelos seus sucessores com o crescente descontentamento dos vários grupos sociais portugueses.

5. Descrever os principais acontecimentos da Restauração da Independência de Portugal no 1.º de dezembro de 1640.

5.2 Renascimento, Reforma e Contrarreforma

6. Conhecer e compreender o Renascimento

1. Localizar no tempo e no espaço o aparecimento e difusão do movimento cultural desig-nado por Renascimento.

2. Enumerar razões que favoreceram a eclosão do Renascimento em Itália.

3. Relacionar a redescoberta da cultura clássica com a emergência dos novos valores euro-peus (antropocentrismo, individualismo, valorização da Natureza, espírito crítico).

4. Relacionar os valores cultivados pelo movimento renascentista com o alargamento da compreensão da Natureza e do próprio Homem, salientando exemplos do grande desen-volvimento da ciência e da técnica operado neste período (séculos XV a XVI).

5. Identificar alguns dos principais representantes do Humanismo europeu e as obras mais relevantes.

6. Caracterizar a arte do Renascimento nas suas principais expressões (arquitetura, pintura e escultura).

7. Caracterizar o estilo manuelino, identificando os seus monumentos mais representativos.

8. Reconhecer o carácter tardio da arte renascentista em Portugal, identificando algumas obras do Renascimento português.

7. Conhecer e compreender a Reforma Protestante

1. Identificar os fatores que estiveram na base de uma crise de valores no seio da Igreja e a crescente contestação sentida, sobretudo no início do século XVI.

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2. Relacionar o espírito e valores do Renascimento com as críticas à hierarquia e com o apelo ao retorno do cristianismo primitivo.

3. Descrever a ação de Martinho Lutero como o decisivo momento de rutura no seio da cristandade ocidental.

4. Caracterizar as principais igrejas protestantes (luterana, calvinista e anglicana).

5. Identificar as principais alterações introduzidas no culto cristão pelo reformismo protestante.

6. Relacionar o aparecimento e difusão das igrejas protestantes com as condições e com as aspirações políticas, sociais e económicas da Europa Central e do Norte.

8. Conhecer e compreender a reação da Igreja Católica à Reforma Protestante

1. Distinguir na Reforma Católica o movimento de renovação interna e de Contrarreforma.

2. Enumerar as principais medidas que emergiram do Concílio de Trento para enfrentar o reformismo protestante.

3. Sublinhar o papel das ordens religiosas na defesa da expansão do catolicismo e na luta contra as heresias.

4. Relacionar o ressurgimento da Inquisição e da Congregação do Índex, no século XVI, com a necessidade do mundo católico suster o avanço do protestantismo e consolidar a vivência religiosa de acordo com as determinações do Concílio de Trento.

9. Conhecer e compreender a forma como Portugal foi marcado por estes processos de trans-formação cultural e religiosa

1. Sublinhar a adesão de muitos intelectuais e artistas portugueses ao Humanismo e aos valo-res e estética do Renascimento, na literatura, na arte e na produção científica.

2. Identificar o âmbito da ação da Inquisição em Portugal, nomeadamente a identificação e controlo de heresias ligadas à prática do judaísmo, de superstições, de práticas pagãs e de condutas sexuais diferentes e a vigilância da produção e difusão cultural através do Índex.

3. Sublinhar a importância da ação da Companhia de Jesus no ensino, na produção cultural e missionação em Portugal e nos territórios do Império.

4. Reconhecer o impacto da atuação da Inquisição em Portugal, ao nível da produção cul-tural, da difusão de ideias e controlo dos comportamentos.

6. O contexto europeu dos séculos XVII e XVIII6.1 O Antigo Regime europeu: regra e exceção

10. Conhecer e compreender o Antigo Regime europeu a nível político e social

1. Definir Antigo Regime.

2. Reconhecer o absolutismo régio como o ponto de chegada de um processo de centrali-zação do poder régio iniciado na Idade Média.

3. Identificar os pressupostos fundamentais do absolutismo régio, nomeadamente a teoria da origem divina do poder e as suas implicações.

4. Reconhecer a corte régia e os cerimoniais públicos como instrumentos do poder absoluto.

5. Caracterizar a sociedade de ordens de Antigo Regime, salientando as permanências e as mudanças relativamente à Idade Média.

6. Destacar a relevância alcançada por segmentos da burguesia mercantil e financeira nas estruturas sociais da época.

11. Conhecer os elementos fundamentais de caracterização da economia do Antigo Regime europeu

1. Reconhecer o peso da economia rural no Antigo Regime, sublinhando o atraso da agri-cultura devido à permanência do regime senhorial.

2. Salientar a importância do comércio internacional na economia do Antigo Regime.

3. Explicar os objetivos e medidas da política mercantilista.

4. Relacionar o Mercantilismo com a grande competição económica e política entre os Estados europeus no século XVII.

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5. Explicar a adoção de políticas económicas não protecionistas, por parte da Holanda*, num contexto de predomínio de teorias mercantilistas.

12. Conhecer e compreender os elementos fundamentais da arte e da cultura no Antigo Regime

1. Caracterizar a arte barroca nas suas principais expressões.

2. Reconhecer a importância do método experimental e da dúvida metódica cartesiana para o progresso científico ocorrido.

3. Reconhecer a consolidação, nestes séculos, do desenvolvimento da ciência e da técnica, referindo os principais avanços científicos e os seus autores.

13. Conhecer e compreender a afirmação política e económica da Holanda e da Inglaterra, nos séculos XVII e XVIII

1. Apontar as características da organização política das Províncias Unidas (república com um governo federal).

2. Referir a recusa da sociedade inglesa em aceitar a instauração do Absolutismo.

3. Reconhecer, nas Províncias Unidas e na Inglaterra, no século XVII, a existência de uma burguesia urbana, protestante, com capacidade de intervenção política e de pôr o seu poder económico ao serviço do Estado.

4. Relacionar o dinamismo e os valores dessa burguesia com a criação de instrumentos comerciais, financeiros e políticos inovadores e eficazes.

5. Reconhecer a capacidade que ingleses e holandeses demonstraram ao nível da acumula-ção de capital e do seu reinvestimento no comércio internacional (capitalismo comercial).

14. Conhecer as diferentes etapas da evolução de Portugal, em termos políticos, sociais e eco-nómicos, no século XVII e na primeira metade do século XVIII

1. Reconhecer o reinado de D. João V como um momento de afirmação da monarquia absoluta de direito divino em Portugal, mas limitado pela necessidade de respeitar os costumes, a justiça e as leis fundamentais do reino.

2. Caracterizar a sociedade portuguesa como uma sociedade de ordens, salientando o pre-domínio das ordens privilegiadas na apropriação dos recursos económicos e da existên-cia de uma burguesia sem grande aptidão pelo investimento nas atividades produtivas e com aspirações de ascender à nobreza e ao seu modo de vida.

3. Caracterizar a economia portuguesa na primeira metade do século XVII, salientando a prosperidade dos tráfegos atlânticos (especialmente a rota do comércio triangular).

4. Identificar as dificuldades da economia portuguesa no final do século XVII.

5. Relacionar as dificuldades vividas pela economia portuguesa no final do século XVII com a implementação de medidas mercantilistas.

6. Avaliar o impacto das medidas mercantilistas no sector manufatureiro e na balança comercial portuguesa.

7. Explicar o impacto do Tratado de Methuen e do afluxo do ouro brasileiro no setor manu-fatureiro e na balança comercial portuguesa.

8. Avaliar as consequências internas e externas do afluxo do ouro do Brasil a Portugal.

6.2 Um século de mudanças (século XVIII)

15. Conhecer e compreender os vetores fundamentais do Iluminismo

1. Relacionar as ideias iluministas com a crença na razão potenciada pelo pensamento cien-tífico do século XVII.

2. Identificar os princípios norteadores do Iluminismo e os seus principais representantes.

3. Identificar os meios de difusão das ideias iluministas e os estratos sociais que mais cedo a elas aderiram.

* Após esclarecimento pedido à equipa responsável pela elaboração das Metas, corrigimos a formulação deste descritor: onde se lia Inglaterra deve ler-se Holanda.

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4. Analisar as propostas do Iluminismo para um novo regime político e social baseado na separação dos poderes, na soberania da nação e no contrato social, na tolerância reli-giosa, na liberdade de pensamento, na igualdade à nascença e perante a lei.

5. Reconhecer a aceitação por parte de alguns dos iluministas da existência de monarcas absolutos, mas cuja governação seria feita em nome da razão e apoiada pelos filósofos (despotismo esclarecido).

6. Reconhecer a influência das propostas iluministas nas democracias atuais.

16. Conhecer e compreender a realidade portuguesa na segunda metade do século XVIII

1. Caracterizar os aspetos fundamentais da governação do Marquês de Pombal, no âmbito económico.

2. Relacionar essas medidas com a situação económica vivida em Portugal na segunda metade do século XVIII.

3. Analisar a influência das ideias iluministas na governação do Marquês de Pombal, salien-tando a submissão de certos grupos privilegiados, o reforço do aparelho de Estado e a laicização e modernização do ensino.

4. Integrar o projeto urbanístico de Lisboa, após o terramoto de 1755, no contexto da governação pombalina.

7. O arranque da “Revolução Industrial” e o triunfo dos regimes liberais conservadores7.1 Da “Revolução Agrícola” à “Revolução Industrial”

17. Compreender os principais condicionalismos explicativos do arranque da “Revolução Industrial” na Inglaterra

1. Explicar o processo de modernização agrícola, na Inglaterra e na Holanda, no final do século XVIII.

2. Indicar os principais efeitos da modernização agrícola.

3. Enumerar os fatores que explicam o aumento demográfico registado na Inglaterra nos finais do século XVIII/início do século XIX.

4. Enunciar as condições políticas e sociais da prioridade inglesa.

5. Relacionar o desenvolvimento do comércio colonial e do setor financeiro com a disponibi-lidade de capitais, matérias-primas e mercados, essenciais ao arranque da industrialização.

6. Referir as condições naturais e as acessibilidades do território inglês que contribuíram para o pioneirismo da sua industrialização.

18. Conhecer e compreender as características das etapas do processo de industrialização europeu de meados do século XVIII e inícios do século XIX

1. Definir os conceitos de maquinofatura e de indústria, distinguindo-os das noções de artesanato, manufatura e indústria assalariada ao domicílio.

2. Identificar as principais características da primeira fase da industrialização (“Idade do vapor”).

3. Referir a importância da incorporação de avanços científicos e técnicos nas indústrias de arranque (têxtil e metalurgia).

4. Reconhecer as “revoltas luditas” como primeira modalidade de reação a consequências negativas, para as classes populares, do processo de industrialização.

19. Conhecer e compreender as implicações ambientais da atividade das comunidades huma-nas e, em particular, das sociedades industrializadas

1. Problematizar a proposta interpretativa segundo a qual apenas na Época Contemporâ-nea as sociedades humanas geraram problemas ambientais graves.

2. Relacionar industrialização com agravamento de condições de higiene e segurança no trabalho, com poluição e com degradação das condições de vida em geral.

3. Relacionar a industrialização com consumo intensivo de recursos não renováveis e com alterações graves nos equilíbrios ambientais.

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7.2 Revoluções e Estados liberais conservadores20. Conhecer e compreender a Revolução Americana e a Revolução Francesa

1. Descrever o processo que levou à criação dos EUA, tendo em conta a relação de proximi-dade/conflito com a Inglaterra e o apoio por parte da França.

2. Verificar no regime político instituído pela Revolução Americana a aplicação dos ideais iluministas.

3. Analisar as condições económicas, sociais e políticas que conduziram à Revolução Fran-cesa de 1789.

4. Reconhecer a influência das ideias iluministas na produção legislativa da assembleia constituinte (abolição dos direitos senhoriais, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e Constituição de 1791).

5. Descrever as principais etapas da Revolução Francesa.

6. Mostrar a importância da Revolução Francesa de 1789 enquanto marco de periodização clássica (passagem do Antigo Regime à Idade Contemporânea).

21. Conhecer e compreender a evolução do sistema político em Portugal desde as Invasões Francesas até ao triunfo do liberalismo após a guerra civil1. Apresentar a situação política portuguesa imediatamente antes e durante o período das

Invasões Francesas, com destaque para a retirada da Corte para o Rio de Janeiro e para a forte presença britânica, relacionando-as com a eclosão da Revolução de 1820.

2. Caracterizar o sistema político estabelecido pela Constituição de 1822.

3. Descrever sucintamente as causas e consequências da independência do Brasil.

4. Reconhecer o carácter mais conservador da Carta Constitucional de 1826.

5. Integrar a guerra civil de 1832-1834 no contexto da difícil implantação do Liberalismo em Portugal, nomeadamente perante a reação absolutista.

6. Identificar na ação legislativa de Mouzinho da Silveira e Joaquim António de Aguiar medidas decisivas para o desmantelamento do Antigo Regime em Portugal.

8. A civilização industrial no século XIX

8.1 Mundo industrializado e países de difícil industrialização22. Conhecer e compreender a consolidação dos processos de industrialização

1. Identificar as principais características da segunda fase da industrialização (“Idade do cami-nho de ferro”, salientando a hegemonia inglesa e o crucial desenvolvimento dos transportes.

2. Relacionar a revolução dos transportes (terrestres e marítimos) com o crescimento dos mercados nacionais e a aceleração das trocas.

3. Identificar as principais características da terceira fase da industrialização (“Idade da ele-tricidade e petróleo”).

4. Identificar a expansão de processos de industrialização nos espaços europeus e extraeu-ropeus, salientando e emergência de potências como a Alemanha, os EUA ou o Japão.

5. Sublinhar a dependência das empresas em relação ao capital financeiro, relacionando-a com o desenvolvimento deste setor (capitalismo financeiro).

6. Caracterizar os princípios fundamentais do liberalismo económico relacionando-o com o crescimento económico verificado no século XIX.

7. Reconhecer a existência de crises cíclicas de superprodução no seio da economia capita-lista, especialmente na segunda metade do século XIX.

8. Reconhecer como o aumento das diferenças nos níveis de desenvolvimento entre países ou regiões facilitou e potenciou o reforço das situações de dominação económica, cultu-ral e/ou político-militar.

9. Sublinhar que as colónias e os protetorados dos países industrializados se foram trans-formando em fornecedores de matérias-primas e consumidores de bens e serviços de elevado valor acrescentado oriundos das metrópoles.

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23. Conhecer e compreender os principais aspetos da cultura do século XIX

1. Relacionar a industrialização com o reforço do prestígio e da capacidade de intervenção da ciência e da tecnologia e do seu impacto no quotidiano das populações.

2. Demonstrar o triunfo do “cientismo” no século XIX.

3. Caracterizar a “arquitetura do ferro” como expressão estética funcional de sociedades industrializadas e urbanizadas.

4. Indicar as principais características do Impressionismo.

5. Indicar as principais características do Romantismo.

6. Apontar as principais características do Realismo, relacionando este movimento estético com a afirmação das classes médias, com a crítica das condições de trabalho e de vida das classes populares.

24. Conhecer e compreender os sucessos e bloqueios do processo português de industrialização

1. Enumerar os momentos mais marcantes da conflitualidade político-militar, no seio do liberalismo português, verificada de 1834 a 1850-1851.

2. Referir os obstáculos à modernização portuguesa na primeira metade do século XIX.

3. Relacionar a estabilidade política obtida em meados do século XIX com as tentativas de modernização económica durante a Regeneração.

4. Relacionar as prioridades do Fontismo com o aumento da dívida pública e com a depen-dência financeira face ao estrangeiro.

5. Avaliar os resultados da Regeneração ao nível económico, demográfico e social.

8.2 Burgueses e proletários, classes médias e camponeses

25. Conhecer e compreender a evolução demográfica e urbana no século XIX

1. Explicar as condições que conduziram a uma explosão demográfica nos países industrializados.

2. Relacionar esse impressionante crescimento demográfico e as transformações na econo-mia com processos de intensificação de êxodo rural e de emigração.

3. Reconhecer que, exceção feita à Grã-Bretanha, no século XIX, a generalidade dos países que se industrializaram mantiveram percentagens muito significativas de população rural, apesar do crescimento do operariado.

4. Sublinhar o crescimento das cidades e da população urbana.

5. Relacionar o crescimento das cidades e da população urbana com as transformações demográficas e económicas do século XIX.

6. Referir processos de transformação do espaço urbano, sublinhando a crescente impor-tância do urbanismo neste contexto.

26. Conhecer e compreender o processo de afirmação da burguesia e crescimento das classes médias

1. Descrever as características fundamentais da burguesia (comercial e financeira, indus-trial e agrícola) no século XIX.

2. Identificar os processos de fusão entre a burguesia emergente e parcelas significativas das elites tradicionais.

3. Descrever o processo de ampliação, melhoria da qualificação e reforço da qualidade de vida/autonomia de profissionais liberais, funcionários públicos e funcionários do setor privado.

4. Caracterizar os comportamentos das classes médias como sendo tendencialmente mais próximos dos da burguesia do que dos das classes populares.

27. Conhecer e compreender a evolução do operariado

1. Descrever os processos de proletarização dos artesãos e dos trabalhadores das grandes manufaturas fruto da introdução das máquinas, da revogação da regulamentação cor-porativa e do aumento da concorrência por parte de trabalhadores recém-chegados das zonas rurais ou de outros países.

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2. Descrever as condições-tipo de vida do operariado no século XIX.

3. Relacionar liberalismo económico e as crises do capitalismo com os baixos salários e a precariedade das condições de emprego.

4. Relacionar as condições de vida e de trabalho do proletariado com o surgimento de sin-dicatos e de formas de luta organizada.

5. Enumerar conquistas do movimento sindical.

6. Relacionar as condições de vida e de trabalho do proletariado com o surgimento das doutrinas socialistas.

7. Caracterizar sucintamente as propostas das doutrinas socialistas.

8.º ANO – O que há de diferente?

6. O

con

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o eu

rope

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s sé

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s XV

II e

XVIII

· O absolutismo e o mercantilismo, que eram de abordagem sucinta nas competências, passaram a ter uma abordagem mais aprofundada, realçando diferenças entre governos absolutos e exceções (Inglaterra, Holanda).

· Maior aprofundamento no Iluminismo na sua vertente política.

7. O

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· Especifica etapas/ fases do processo de industrialização (“Idade do vapor”…); revoltas luditas; implicações ambientais, conceito de Idade Contemporânea…

8. A

civ

iliza

ção

indu

stria

l no

sécu

lo X

IX

· Aprofunda aspetos ligados ao liberalismo económico e ao capitalismo financeiro (crises cíclicas, superprodução, “dominação” económica, cultural e político-militar…); demografia e urbanismo do século XIX.

5. E

xpan

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XV e

XVI

5.1 O expansionismo europeu

Passa a incluir a União Ibérica e Restauração (antes subtema 6.1. O Império Português e a concorrência internacional).

6. O

con

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s sé

culo

s XV

II e

XVIII

6.1 Antigo Regime europeu: regra e exceção

Funde a concorrência internacional (Holanda, Inglaterra) com economia mercantilista e absolutismo.

6.2 Um século de mudanças (século XVIII)

Aprofunda o Iluminismo e o despotismo esclarecido (a revolução científica sai surgindo integrada no tema 8).

8. A

civ

iliza

ção

indu

stria

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sécu

lo

XIX

8.1 Mundo industrializado e países de difícil industrialização

Saem aspetos ligados à sociedade; integra-se o processo português de industrialização (antigo 8.2)

8.2 Burgueses e proletários, classes médias e camponeses

Integra a sociedade do século XIX, o aparecimento das ideias socialistas e os problemas do operariado.

Diferenças no aprofundamento de conteúdos

Diferenças na organização dos conteúdos

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Metas Curriculares de História – 3.º Ciclo do Ensino Básico: 9.º AnoAs Metas Curriculares para o 9.º ano foram homologadas em janeiro de 2014 e serão de aplicação obrigatória apenas no ano letivo de 2015-16.

9. A Europa e o Mundo no limiar do século XX9.1 Apogeu e declínio da influência europeia

1. Conhecer e compreender o imperialismo do século XIX

1. Identificar as principais potências coloniais do século XIX, salientando a supremacia europeia.

2. Relacionar o imperialismo do século XIX com os processos de industrialização.

3. Explicar a importância da Conferência de Berlim (1885) no processo de partilha do conti-nente africano.

4. Caracterizar as formas de domínio sobre os territórios não autónomos no século XIX.

5. Relacionar os princípios de ocupação definidos na Conferência de Berlim com o projeto português do Mapa Cor-de-Rosa e o Ultimato Inglês.

2. Conhecer e compreender as causas e o desenrolar da 1.ª Grande Guerra

1. Relacionar a rivalidade económica e colonial entre as grandes potências industriais com a agudização das tensões nacionalistas.

2. Explicar o eclodir da 1.ª Grande Guerra.

3. Caracterizar sucintamente as frentes e as fases da 1.ª Grande Guerra.

4. Referir os custos humanos e materiais da 1.ª Grande Guerra.

5. Descrever sucintamente a participação de Portugal na 1.ª Grande Guerra.

9.2 As transformações políticas, económicas, sociais e culturais do após-guerra

3. Conhecer as transformações geopolíticas decorrentes da 1.ª Grande Guerra

1. Enunciar as principais decisões dos tratados de paz (com destaque para o Tratado de Versalhes).

2. Identificar as principais alterações no mapa político europeu do após-guerra.

3. Referir os grandes objetivos da criação da Sociedade das Nações (SDN).

4. Conhecer e compreender as transformações económicas do após-guerra

1. Caracterizar a situação económica e social europeia no após-guerra.

2. Explicar o fim da hegemonia europeia e o reforço da afirmação dos EUA como principal potência económica mundial.

3. Caracterizar a economia dos anos 20, destacando o seu carácter modernizador, instável e especulativo.

4. Referir outros fatores de tensão económica na década de 20, nomeadamente a rivali-dade entre novos e velhos países industriais, o pagamento de dívidas e indemnizações de guerra e a adoção de políticas protecionistas.

5. Conhecer e compreender a Revolução Soviética

1. Caracterizar sucintamente a Rússia czarista ao nível político, económico e social.

2. Relacionar a entrada da Rússia na 1.ª Grande Guerra com o agravar das tensões sociais e políticas.

3. Caracterizar a “Revolução de Fevereiro”, salientando o caráter demoliberal das medidas tomadas pelo governo provisório.

4. Relacionar a decisão de permanência da Rússia na 1.ª Grande Guerra com o eclodir da “Revolução de Outubro”.

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5. Caracterizar a “Revolução de Outubro”, as principais medidas tomadas (fim do envolvi-mento na guerra, participação dos operários na gestão das fábricas e divisão das grandes propriedades rurais pelas famílias camponesas).

6. Descrever as principais etapas de implantação do regime comunista entre 1917 e 1924 (Guerra civil e Comunismo de Guerra, NEP, formação da URSS).

7. Avaliar o impacto da Revolução Bolchevique na Europa Ocidental e no Mundo em geral.

6. Conhecer e compreender as transformações socioculturais das primeiras décadas do século XX

1. Caracterizar a sociedade europeia nas duas primeiras décadas do século XX, salientando o peso crescente das classes médias e a melhoria das condições de vida do operariado, apesar da manutenção de grandes desequilíbrios sociais.

2. Relacionar os efeitos da guerra com a alteração de mentalidades e costumes nos “loucos anos 20”.

3. Avaliar os efeitos da guerra ao nível da emancipação feminina, problematizando temáti-cas atuais relativas à igualdade de género.

4. Caracterizar sucintamente a cultura de massas, salientando a sua relação com a melhoria das condições de vida nas décadas de 20 e 30 do século XX.

5. Distinguir as principais correntes estéticas que marcaram a evolução nas artes.

6. Indicar alguns dos principais vultos e obras de referência do modernismo português.

9.3 Portugal: da 1.ª República à Ditadura Militar

7. Conhecer e compreender a crise e queda da Monarquia Constitucional

1. Relacionar a situação económica e financeira de Portugal nos finais do século XIX com o crescente descontentamento social e político.

2. Relacionar o Ultimato Inglês de 1890 com o aumento do descrédito da instituição monár-quica e com o crescimento do Partido Republicano.

3. Identificar outros fatores que contribuíram para a queda da Monarquia Constitucional, destacando a ditadura de João Franco e o Regicídio de 1908.

4. Descrever sucintamente os acontecimentos do 5 de Outubro, identificando a base social de apoio da República.

8. Conhecer e compreender as realizações e dificuldades da 1.ª República (1910-1914)

1. Comparar a Constituição de 1911 com a Constituição da Monarquia Constitucional (Carta Constitucional de 1826), salientando as ruturas operadas e as continuidades.

2. Avaliar o alcance das principais realizações da 1.ª República ao nível da legislação social, da laicização do Estado, das medidas educativas e financeiras.

3. Explicar o descontentamento criado por medidas da 1.ª República em largos setores da população portuguesa.

4. Justificar a instabilidade política vivida durante a 1.ª República.

9. Conhecer e compreender o derrube da 1.ª República e a sua substituição por um regime dita-torial (1914-1926)

1. Explicar os efeitos da 1.ª Grande Guerra na situação política, económico-financeira e social.

2. Referir tentativas de derrube do regime republicano, salientando o sidonismo (1917) e as tentativas de restauração monárquica.

3. Relacionar o crescimento dos adeptos de soluções autoritárias na década de 20 em Por-tugal com a situação interna do país e com o contexto internacional.

4. Reconhecer no golpe militar de 28 de Maio de 1926 o fim da República parlamentar e o início da Ditadura Militar.

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10. Da Grande Depressão à 2.ª Guerra Mundial10.1 Crise, ditaduras e democracia na década de 30

10. Conhecer e compreender a Grande Depressão dos anos 30 e o seu impacto social

1. Identificar os fatores que estiveram na génese da “crise de 1929” nos EUA.

2. Reconhecer na “crise de 1929” características das crises cíclicas do capitalismo liberal.

3. Descrever as consequências do crash da Bolsa de Nova Iorque em 24 de outubro de 1929.

4. Explicar o processo de mundialização da crise, salientando a exceção da URSS.

5. Analisar as consequências sociais da Grande Depressão, salientando a generalização dos seus efeitos a todas as camadas da sociedade.

11. Conhecer e compreender a emergência e consolidação do(s) fascismo(s) nas décadas de 20 e 30

1. Comparar o mapa político após a 1.ª Grande Guerra com o mapa político da década de 30, localizando os principais regimes ditatoriais à escala mundial.

2. Relacionar as dificuldades económicas do após-guerra e os efeitos da revolução soviética com o avanço da extrema-direita e dos partidos comunistas, identificando a base social de apoio de cada um.

3. Relacionar as consequências da Grande Depressão com o crescente descrédito dos regi-mes demoliberais, salientando os momentos de crise económica e social como conjun-turas favoráveis ao crescimento dos adeptos de propostas extremistas.

4. Descrever sucintamente a subida ao poder do Partido Nacional Fascista, em Itália, e do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.

5. Caracterizar os princípios ideológicos comuns ao(s) fascismo(s).

6. Descrever as organizações e formas de enquadramento de massas e de repressão desen-volvidas pelos regimes fascistas.

7. Relacionar a consolidação dos regimes fascistas com os resultados obtidos pelas respeti-vas políticas económicas e sociais.

8. Caracterizar as especificidades do nazismo, destacando o seu carácter racista e genocidário.

9. Analisar as causas e consequências do racismo alemão, destacando a crença na superio-ridade da “raça ariana”, a criação do “espaço vital” e as vagas de perseguição antissemita que culminaram no Holocausto.

12. Conhecer e compreender a emergência e consolidação do Estado Novo em Portugal1. Referir a manutenção da instabilidade política e dos problemas financeiros nos primeiros

anos da Ditadura Militar (1926-1928).

2. Descrever o processo de ascensão de António de Oliveira Salazar no seio da Ditadura Militar (1928-1933).

3. Comparar as características do Estado Novo com as características dos regimes ditato-riais italiano e alemão, destacando as suas semelhanças e diferenças.

4. Caracterizar as organizações repressivas e os mecanismos de controlo da população cria-dos pelo Estado Novo.

13. Conhecer e compreender o regime totalitário estalinista implantado na União das Repúbli-cas Socialistas Soviéticas (URSS)1. Caracterizar o “regime de terror” instituído por Estaline na URSS entre 1927 e 1953, salien-

tando a adoção de fortes medidas repressivas.

2. Caracterizar a política económica seguida por Estaline, salientando a coletivização dos meios de produção e a planificação da economia.

3. Avaliar a política estalinista em termos de eficácia económica e de custos sociais.

4. Distinguir estalinismo de fascismo, salientando a existência de formas semelhantes de atuação em regimes ideologicamente antagónicos.

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14. Conhecer e compreender as respostas dos regimes demoliberais à “crise de 1929” e à Grande Depressão da década de 30

1. Relacionar as fragilidades do capitalismo liberal e o fracasso das primeiras medidas de combate à crise com a adoção de estratégias de intervenção do Estado na economia.

2. Referir as principais medidas de intervenção do Estado na regulação das atividades eco-nómicas e nas relações sociolaborais tomadas durante o New Deal.

3. Relacionar os efeitos da “Grande Depressão” e do crescimento do fascismo com as tenta-tivas de formação de governos de unidade nacional (Grã-Bretanha e Suécia) e de Frentes Populares (França e Espanha).

4. Referir medidas tomadas pelos governos de Frente Popular em França e Espanha.

5. Referir os resultados limitados de medidas de intervenção do Estado na economia e nas relações sociolaborais adotadas em alguns países na década de 30.

6. Integrar a Guerra Civil espanhola (1936-1939) no contexto dos confrontos ideológicos da década de 30 do século XX.

10.2 A 2.ª Guerra Mundial: violência e reconstrução

15. Conhecer e compreender a origem, o decorrer e o desfecho do conflito

1. Relacionar a política expansionista dos regimes fascistas com o eclodir da 2.ª Guerra Mundial.

2. Explicitar o rápido avanço das forças do Eixo entre 1939 e 1941, salientando os países ocupados, a resistência britânica e os países neutrais.

3. Caracterizar a Europa sob o domínio do Terceiro Reich, salientando os diversos níveis de violência exercidos nos países ocupados e as ações de resistência.

4. Explicar as razões e importância da entrada da URSS e dos EUA na 2.ª Guerra Mundial.

5. Referir sucintamente os principais acontecimentos que estiveram na origem da capitula-ção italiana, alemã e japonesa.

16. Conhecer e compreender as consequências demográficas, económicas e geopolíticas da 2.ª Guerra Mundial

1. Referir as perdas humanas e materiais provocadas pela 2.ª Guerra Mundial.

2. Analisar os efeitos das atrocidades cometidas sobre populações civis, nomeadamente as consequências do racismo nazi, da violência exercida pelas tropas japonesas e da des-truição sistemática de cidades (bombas convencionais e bombas atómicas).

3. Identificar as principais alterações provocadas no mapa político mundial.

4. Explicitar as condições impostas aos vencidos, destacando os casos alemão e japonês.

5. Referir a importância das conferências de Bretton-Woods e de São Francisco para a con-solidação de um novo modelo de gestão das relações económicas do mundo capitalista e para a fundação das Organização da Nações Unidas (ONU).

6. Enunciar os grandes objetivos da ONU.

7. Avaliar o papel da ONU na consecução dos seus objetivos até à atualidade, exemplifi-cando aspetos positivos e limitações da organização.

11. Do segundo após-guerra aos anos 80

11.1 A Guerra Fria

17. Conhecer e compreender a nova “ordem mundial” do após-guerra

1. Explicar o acentuar da perda de influência europeia e a emergência dos EUA e da URSS como as superpotências do após-guerra.

2. Distinguir os modelos políticos e económicos dos EUA e da URSS.

3. Relacionar o antagonismo entre as duas superpotências com a formação de dois blocos político-ideológicos, militares e económicos.

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4. Justificar a hegemonia económica, financeira e militar dos EUA no bloco ocidental, salientando a criação da Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE)/do “Plano Marshall” e a formação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

5. Descrever a expansão do comunismo na Europa de Leste e na Ásia.

6. Caracterizar a Guerra Fria, salientando a existência de momentos de maior tensão e de momentos de relativo apaziguamento.

7. Referir sucintamente alguns dos principais conflitos da Guerra Fria (Bloqueio de Berlim, Crise dos Mísseis em Cuba, Guerra da Coreia, Guerra do Vietname, Guerra de Angola e Guerra do Afeganistão).

18. Conhecer e compreender os efeitos da nova “ordem mundial” do após-guerra em Portugal

1. Relacionar a derrota dos fascismos na 2.ª Guerra Mundial com a aparente abertura do Estado Novo no imediato após-guerra, destacando as eleições legislativas de 1945.

2. Relacionar a perpetuação dos regimes fascistas peninsulares com a consolidação da Guerra Fria.

3. Reconhecer na entrada de Portugal na OTAN (como membro fundador) e na ONU refle-xos da aceitação ocidental do regime salazarista.

4. Descrever as principais correntes de oposição perante a permanência da ditadura portu-guesa, salientando as eleições presidenciais de 1949 e 1958.

5. Caracterizar o novo modelo de crescimento económico adotado progressivamente pelo Estado Novo a partir da década de 50.

19. Conhecer e compreender os movimentos de independência das colónias do após-guerra aos anos 70

1. Identificar os fatores de crescimento do anticolonialismo no após-guerra.

2. Relacionar o apoio dos EUA e da URSS à descolonização com as tentativas de alarga-mento das respetivas áreas de influência.

3. Reconhecer as vagas de descolonização da Ásia/Pacífico, do Médio Oriente, do Norte de África e da África Negra como resultado de um processo que se prolongou até à década de 70 do século XX.

4. Explicar o surgimento do Movimento dos Países Não Alinhados, salientando a reivindica-ção de uma nova ordem económica internacional.

5. Relacionar os problemas dos países do Terceiro Mundo com a dominação neocolonial e com os seus próprios bloqueios.

20. Conhecer e compreender as consequências da política do Estado Novo perante o processo de descolonização do após-guerra

1. Identificar as alterações introduzidas na política colonial do Estado Novo face ao pro-cesso de descolonização do após-guerra e ao aumento da pressão internacional.

2. Relacionar a recusa da descolonização dos territórios não autónomos com o surgimento de movimentos de libertação, com a invasão do “Estado Português da Índia” e com o eclodir das três frentes da Guerra Colonial.

3. Explicar o relativo isolamento internacional de Portugal nas décadas de 60 e 70.

4. Avaliar os efeitos humanos e económicos da Guerra Colonial na metrópole e nas colónias.

21. Conhecer e compreender o dinamismo económico-social dos países capitalistas desenvolvidos e de desenvolvimento intermédio (modelo de “Estado-Providência”) do após-guerra aos anos 70

1. Explicar as características fundamentais do “Estado-Providência”.

2. Enunciar fatores da hegemonia económica, tecnológica e cultural americana.

3. Justificar o “milagre japonês” a partir da década de 50 do século XX.

4. Descrever sucintamente as principais etapas do nascimento e expansão dos processos de integração da Europa ocidental.

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22. Conhecer as características das sociedades ocidentais desenvolvidas

1. Referir a intensificação do processo de terciarização, urbanização e crescimento das clas-ses médias, apesar da manutenção de desigualdades sociais.

2. Reconhecer o aumento da importância dos jovens na sociedade, nomeadamente através dos hábitos de consumo e das estruturas associativas estudantis.

3. Referir a crescente importância de expressões artísticas de vanguarda, de hábitos de con-sumo cultural de massas e de movimentos de contestação cultural e político-ideológica.

23. Conhecer e compreender a desagregação do Estado Novo

1. Relacionar o atraso do mundo rural português com o intenso movimento migratório para as grandes áreas urbanas nas décadas de 50 e 60.

2. Identificar os motivos da intensa emigração verificada nas décadas de 60 e inícios de 70.

3. Indicar os efeitos dos movimentos migratórios na realidade portuguesa.

4. Caracterizar o Marcelismo enquanto projeto político que recusou a democratização e a descolonização mas que, ao mesmo tempo, concretizou políticas de modernização eco-nómico-social e educativa.

24. Conhecer e compreender a revolução democrática portuguesa

1. Explicar as motivações do golpe militar em 25 de abril de 1974.

2. Mencionar os principais acontecimentos do 25 de Abril de 1974.

3. Descrever sucintamente o processo revolucionário, salientando as divergências dos pro-jetos políticos em confronto.

4. Identificar as consequências do processo de descolonização dos antigos territórios não autónomos.

5. Caracterizar a organização da sociedade democrática a partir da Constituição de 1976.

6. Identificar as principais transformações e problemas económicos e sociais até 1986.

25. Conhecer e compreender a evolução ocorrida desde as “crises petrolíferas” até ao colapso do bloco soviético

1. Referir as consequências das “crises petrolíferas” nos países capitalistas (desenvolvidos e subdesenvolvidos) e nos países comunistas.

2. Referir a substituição do modelo keynesiano pelo modelo monetarista e a introdução das primeiras medidas neoliberais em países capitalistas desenvolvidos (EUA e Reino Unido).

3. Confrontar os princípios básicos do “Estado-Providência” com os do “Estado neoliberal”.

26. Conhecer e compreender a unidade e diversidade do mundo comunista, os seus bloqueios e ruturas

1. Identificar no mundo comunista a existência de um modelo dominante (o soviético) e de modelos alternativos, exemplificando com o modelo maoísta chinês.

2. Indicar situações de intervenção da União Soviética em países da sua “zona de influência” com o objetivo de manter os regimes vigentes.

3. Sintetizar os principais problemas políticos, económicos e sociais do “Bloco Soviético”.

4. Relacionar as profundas alterações introduzidas pelas “perestroika” e “glasnost” de Gor-batchev com o colapso do bloco socialista e a desintegração da URSS.

12. O após-Guerra Fria e a Globalização12.1 Estabilidade e instabilidade num mundo unipolar

27. Conhecer e compreender a emergência e os limites do unilateralismo americano

1. Relacionar a derrocada do mundo comunista com a afirmação dos EUA como única superpotência político-militar.

2. Identificar a intervenção dos EUA em vários conflitos regionais, a desvalorização da fun-ção reguladora da ONU e as dificuldades de afirmação da União Europeia no sistema de relações internacionais.

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3. Reconhecer a vaga de processos de transição de regimes ditatoriais para sistemas políti-cos de cariz democrático na América Latina, África e Sudoeste Asiático.

4. Apontar as características específicas do “terrorismo global” associado ao integrismo islâmico.

5. Referir as consequências humanas, financeiras e diplomáticas para os EUA do arrastar dos conflitos no Iraque e no Afeganistão.

28. Conhecer e compreender o atual processo de globalização

1. Relacionar o desaparecimento do mundo comunista com o reforço da desregulação eco-nómica e social nos países desenvolvidos e de desenvolvimento intermédio.

2. Explicar a maior integração das economias subdesenvolvidas na economia mundial fruto da deslocalização da atividade produtiva.

3. Referir a importância das novas tecnologias — de informação, da comunicação e dos transportes — e da liberalização das trocas no reforço dos níveis de globalização da eco-nomia e na uniformização dos hábitos culturais.

4. Identificar as principais potências emergentes, destacando o caso chinês.

29. Conhecer os efeitos da integração portuguesa nas Comunidades Europeias/União Europeia

1. Descrever sucintamente o processo de adesão de Portugal às Comunidades Europeias.

2. Reconhecer a importância dos fundos comunitários na modernização das infraestruturas do país.

3. Identificar as principais transformações ocorridas na economia portuguesa com a ade-são às Comunidades Europeias/União Europeia, nomeadamente o impacto nos setores económicos mais tradicionais.

4. Identificar dificuldades estruturais e potencialidades da economia e da sociedade portuguesas.

A disciplina de História deverá sempre continuar a ter como finalidade o desenvolvimento da capacidade de explicar o mundo e a vida das sociedades, de preparar os jovens para lidarem com novas realidades, analisando a pluralidade de informação disponível com sentido de análise crítica e de interpretação multiperspetivada.

Quando estudamos História relacionamos os temas com o nosso quotidiano, procuramos elementos úteis e signi-ficativos para o presente. Assim, a História ajuda/influen-cia o presente, pelo menos o modo como o compreen- demos…

Mudanças e permanências

Mais vale uma cabeça “bem feita” do que uma cabeça “bem cheia”.Montaigne (século XVI)

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BARCA, Isabel (2007). Marcos de consciência histórica de jovens portugueses. Currículo sem Fronteiras, v. 7, n.º 1, disponível em http://www.curriculosemfronteiras.org/vol7iss1articles/barca.pdf

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ROLDÃO, Maria do Céu (2010). Estratégias de ensino: o saber e o agir do professor. V. N. Gaia: Fundação Manuel Leão.

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