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Miolo - Como Escrever, Publicar e Divulgar um Livro - Valdeck Almeida de Jesus2.indd 1Miolo - Como Escrever, Publicar e Divulgar um Livro - Valdeck Almeida de Jesus2.indd 1 18/07/2012 11:35:2518/07/2012 11:35:25

São Paulo, 2012


Título Original em Português: Como Escrever, Publicar e Divulgar um Livro

© 2012 de Valdeck Almeida de Jesus

Todos os direitos desta edição reservados ao autor.

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo

transmitida por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a permissão,

por escrito, do autor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98

Diretor Executivo: Ednei Procópio

Editora-chefe: Ale Barello

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Comercial: Cláudia dos Santos

Editoração eletrônica e capa: Equipe Livrus

Impressão: Alternativa Prol Gráfi ca

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Daniela Momozaki – CRB8/7714)

Índice para Catálogo Sistemático

1. Editores e edição : Brasil : Mercado editorial : 070.5981

Impresso no Brasil/ Printed in Brazil

Jesus, Valdeck Almeida de

Como escrever, publicar e divulgar um livro / Valdeck Almeida de Jesus -- São Paulo :

Livrus Negócios Editoriais, 2012.

Possui anexos

ISBN: 978-85-64855-35-9

1. Editores e edição – Brasil 2. Mercado editorial

I. Jesus, Valdeck Almeida de II. Título

CDD 070.5981


“Todos nós somos escritores, a diferença é que alguns escrevem e outros não.”

José Saramago


SumárioSumário

▪ I. APRESENTAÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------------- 10

● 1. Quem é e o que faz um escritor? ----------------------------------------------------------------- 11

● 2. O que mais pode fazer um escritor, além de livros?----------------------------------------- 17

● 3. Aspectos gerais do dia-dia de um escritor ----------------------------------------------------- 19

▪ II. ESCREVER ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 25

● 1. Organizar ------------------------------------------------------------------------------------------------ 25

● 2. Registrar ------------------------------------------------------------------------------------------------- 34

▪ III. EDITAR ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 54

● 1. Um trabalho que dá trabalho ---------------------------------------------------------------------- 54

▪ IV. PUBLICAR ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 68

● 1. Aspectos físicos do livro ---------------------------------------------------------------------------- 68

● 2. Passo a passo para o envio do texto ------------------------------------------------------------- 71

● 3. Carta de apresentação do trabalho -------------------------------------------------------------- 73

● 4. Preparando o material ------------------------------------------------------------------------------- 77

● 5. Formas de publicação -------------------------------------------------------------------------------- 82

▪ V. DIVULGAR ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 89

● 1. Ações gerais -------------------------------------------------------------------------------------------- 89

● 2. Deixando o texto online com o Creative Commons ------------------------------------------ 92

● 3. Divulgar na internet, exatamente... -------------------------------------------------------------- 99

● 4. Google livros e ISBN -------------------------------------------------------------------------------- 102

▪ VI. HORA DO PRESENTE! A CAIXA DE FERRAMENTAS DO ESCRITOR ------- 107

● 1. Condições Gerais ------------------------------------------------------------------------------------ 107

● 2. As ferramentas, em si ------------------------------------------------------------------------------ 110

● 3. Deixando o texto online com o Creative Commons ---------------------------------------- 130


▪ VII. PALAVRAS FINAIS ------------------------------------------------------------------------------------- 137

▪ VIII. ANEXO: CONTRATO DE EDIÇÃO ------------------------------------------------------------ 138


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ComoEscreverPublicareDivulgarumLivro

▪ I . APRESENTAÇÃO

“A felicidade do escritor é o pensamento que consegue transformar-se

completamente em sen mento, é o sen mento que consegue transformar-se

completamente em pensamento.”

Thomas Mann

O sonho de escrever um livro não é de poucos.Pessoas com cria vidade, novas ideias e talento para a escrita,

existem aos montes.Nem sempre, porém, o produto fi nal acontece, se torna realidade,

ou seja, apesar de todas as condições, por vários mo vos, como medo da crí ca ou do julgamento alheio, insegurança, ou até desconhecimento do processo, os leitores fi cam privados de uma obra que poderia até ser sucesso e... poderia ser sua!

O obje vo deste pequeno livro é fazer uma caminhada pelo processo editorial de uma obra, desde a ideia inicial, até a divulgação do livro pronto.

Juntos, desvendaremos alguns dos segredos do mercado editorial e as técnicas que funcionam e já foram testadas pelos escritores experientes e servem para você, que está começando e precisa do conhecimento para realizar o sonho de publicar um livro.

Mesmo que já tenha escrito e publicado alguma obra, o meu convite para que leia este livro con nua em pé: vamos explorar os meandros do mercado, a publicação, a divulgação e algumas possibilidades de alavancar sua visibilidade e, possivelmente as vendas.

Assim, bem vindo ao livro que fala sobre escrever livros!

O autor


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● 1. Q U E M É E O Q U E FA Z U M ES C R I TO R?

“Olá, gostaria de me apresentar. Sou um 2615, subdivisão 05, 15, 20 e 30. E você, está classifi cado como?”

Piada? Não... Leia até o fi m... O site do Ministério do Trabalho apresenta, numa das áreas

chamada Classifi cação Brasileira das Ocupações1, uma descrição bastante acurada do trabalho de um escritor.

Como dá para perceber, escritor não é profi ssão assim como advogado, engenheiro, professor... Antes, é uma ocupação. Fica-se “ocupado”, produzindo textos. Embora a Lei do Direito Autoral também cite nominalmente a ocupação como se fosse pra camente um “cargo”, não há nenhuma legislação que regulamente a profi ssão em si e esta, é uma discussão delicada, com opiniões que vão desde o “pró” explícito até o mais ferrenho “contra”.

Ainda assim, o trabalho de achar as tarefas dentro da ocupação foi feito por profi ssionais da área, que listaram, de forma muito obje va, os afazeres per nentes a carreira de um escritor.

Começamos, desmembrando aqueles ocupados em escrever, em diversos grupos, a saber:

• 2615-05 — Autor-roteirista — Adaptador de obras para teatro, cinema e televisão, Argumen sta-roteirista de história em quadrinhos, Autor-roteirista de cinema, Autor-roteirista de rádio, Autor-roteirista de teatro, Autor-roteirista de televisão, Autor-roteirista mul mídia, Dramaturgista.

1 As informações constam no site:

http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/ResultadoFamiliaAtividades.jsf


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• 2615-10 — Crí co — Crí co de artes plás cas, Crí co de cinema, Crí co de dança, Crí co de jornal (ombudsman), Crí co de música, Crí co de rádio Crí co de teatro, Crí co de televisão, Crí co literário.

• 2615-15 — Escritor de fi cção — Autor de fi cção, Con sta, Cronista de fi cção, Dramaturgo, Ensaísta de fi cção, Escritor de cordel, Escritor de folhe m, Escritor de histórias em quadrinhos, Escritor de novela de rádio, Escritor de novela de televisão, Escritor de obras educa vas de fi cção, Fabulista, Folclorista de fi cção, Letrista (música), Libre sta, Memorialista de fi cção, Novelista (escritor), Prosador, Romancista.

• 2615-20 — Escritor de não fi cção — Biógrafo, Cronista de não fi cção, Enciclopedista, Ensaísta de não fi cção, Escritor de obra didá ca, Escritor de obras cien fi cas, Escritor de obras educa vas de não fi cção, Escritor de obras técnicas, Folclorista de não fi cção, Memorialista de não-fi cção.

• 2615-25 — Poeta — Letrista, Trovador.

• 2615-30 — Redator de textos técnicos — Glossarista, Redator de anais, Redator de jornal, Redator de manuais técnicos, Redator de textos cien fi cos, Redator de textos comerciais.

O que as pessoas com estas ocupações acima descritas têm em comum?

Escrevem textos literários para publicação, representação e outras formas de veiculação. Para tanto criam projetos literários, pesquisando temas, elaborando esquemas preliminares. E podem buscar publicação ou encenação da obra literária bem como sua divulgação.

Para realizarem o obje vo de escreverem os seus textos, precisam de condições gerais de exercício, ou seja:


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• Desenvolvem a escrita, trabalho intelectual e o subje vo, tanto no conteúdo, como na forma de organizá-lo e desenvolvê-lo;

• Trabalham geralmente como autônomos, podendo exercer outras a vidades de forma concomitante à escrita;

• São encontrados em várias a vidades econômicas, dentre elas, no ensino e nas a vidades culturais e recrea vas;

• Costumam trabalhar sozinhos — exceção feita aos autores-roteiristas que trabalham em equipes interdisciplinares, em geral, com horários irregulares;

• Os processos de concepção e criação são partes importantes do seu trabalho, assim como as habilidades de organização, pesquisa, observação e refl exão.

Apesar de não ser profi ssão, há uma exigência implícita na ocupação de escritor. Por isso, o Ministério do Trabalho nos fala de formação e experiência:

O exercício do trabalho de escritor não requer

necessariamente uma formação escolar defi nida,

mas é imprescindível o domínio da língua,

bem como das linguagens específi cas aos vários

veículos de comunicação para os quais se pode

escrever, como teatro, TV, cinema etc. É frequente

a ocorrência de profi ssionais autodidatas.

Para tanto, é necessário que se tenha algumas habilidades e competências pessoais, que incluem:

• Demonstrar hábito de leitura;• Demonstrar cria vidade;• Desenvolver intuição;


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• Demonstrar senso de observação;• Dominar a língua;• Dominar a linguagem específi ca do veículo para qual escrevem (TV, livro, cinema, teatro, jornal, etc.);• Negociar contrato de edição;• Discu r direitos autorais;• Par cipar de comissões julgadoras.

E agora, o dia-a-dia... Para realizar a ocupação é necessário que se faça uma série de a vidades, também agrupadas em tarefas maiores:

A ESCREVER TEXTOS

• Adequar linguagem a um público alvo defi nido;• U lizar recursos retóricos para sedução dos leitores;• Decodifi car a obra para um público alvo;• Escrever sempre de acordo com as especifi cidades do gênero da obra;• Elaborar e reelaborar o texto;• Jus fi car as ideias apresentadas no texto técnico, didá co ou cien fi co;• Refazer o livro didá co periodicamente;• Apresentar relatórios do desenvolvimento do trabalho;• Reelaborar o texto fi nal considerando pareceres crí cos.

B CRIAR PROJETO LITERÁRIO

• Defi nir gênero da obra (forma e conteúdo);• Situar projeto em um determinado espaço, tempo;• Considerar o público alvo;• Buscar subsídios na memória (emocionais, experiência pessoal);• Buscar subsídios nas memórias de leituras (textos escritos, imagens, espetáculos etc.);• Defi nir formas metodológicas no caso de obra didá ca;• Considerar diretrizes dos órgãos ofi ciais;


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• Considerar diretrizes formuladas para projeto;• Considerar as diretrizes comerciais do projeto.

C PESQUISAR TEMAS PERTINENTES AO PROJETO

• Pesquisar textos literários;• Pesquisar fontes historiográfi cas;• Pesquisar textos jornalís cos;• Pesquisar teatro;• Pesquisar cinema;• Pesquisar palavras, gírias e formas de expressão;• Pesquisar música;• Pesquisar iconografi a;• Pesquisar os sons das palavras;• Consultar especialistas;• Realizar pesquisa de campo;• Selecionar material coletado.

D ELABORAR ESQUEMA PRELIMINAR

• Defi nir personagens• Desenvolver enredo;• Defi nir espaço;• Defi nir tempo;• Defi nir conceitos a serem desenvolvidos na obra técnica, didá ca ou cien fi ca;• Sempre considerar prazos na elaboração de um texto;• Defi nir foco narra vo.

E BUSCAR A PUBLICAÇÃO OU ENCENAÇÃO DA OBRA LITERÁRIA

• Procurar editor para publicação;• Enviar textos para concursos literários;• Procurar produtor de teatro, cinema ou televisão;• Analisar propostas de trabalho pré-defi nidas;


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• Procurar coordenador de coleções ou antologias;• Procurar por agentes literários.

F DIVULGAR A OBRA 2

• Par cipar de lançamentos e eventos de autógrafos da obra;• Par cipar de debates e mesas redondas;• Divulgar a obra junto a crí cos, resenhistas, blogueiros;• Par cipar de feiras de livros, bienais e exposições;• U lizar a internet como meio de divulgação da obra, principais as chamdas redes sociais (Twi er, Facebook, etc.);• Par cipar de concursos;• Realizar palestras para divulgar a obra;• Conceder entrevistas

2 Este item será amplamente detalhado no fi nal deste livro, no capítulo “Divulgando”.


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● 2. O Q U E M A I S P O D E FA Z E R U M ES C R I TO R, A L É M D E L I V RO S?

Se você ainda acha que um escritor é apenas aquele profi ssional que trabalha produzindo livros, está enganado.

O universo literário é extenso, e nem todos que têm ap dão para a escrita precisam, necessariamente, redigir apenas textos.

Selecionei uma lista de a vidades que podem ajudá-lo a achar o caminho quando as coisas parecem mal iluminadas… Talvez, os livros sejam um item, de um enorme rol que pode trazer sa sfação pessoal, crescimento profi ssional e bene cios fi nanceiros dentre os quais:

Textos para…• blogs• revistas• jornais• newsle ers• sites• empresas• publicidade• letras de músicas• manuais• guias• projetos culturais

Roteiros para…• televisão• teatro• cinema• vídeos ins tucionais• pílulas de fi lmes para celular• quadrinhos, mangás e afi ns• pílulas de fi lmes para sites


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Quanto à forma…• revisão de textos• tradução — de outros idiomas para o português• versão — do português para outros idiomas• adequação de trabalhos cien fi cos (teses, monografi as, papers, etc.)

Quanto ao conteúdo…• análise crí ca• pareceres técnicos• bancas em concursos literários• seleção de material para editoras• leitura crí ca• pesquisa de temas para trabalhos cien fi cos

Difusão cultural…• palestras• cursos• workshops• encontros em escolas• coordenação de saraus• coordenação cultural de feiras do livro e concursos literários• campanhas em bibliotecas e ins tuições do Terceiro Setor• par cipação em projetos do Terceiro Setor

Neste nosso livro, abordaremos as principais áreas do o cio, a par r de uma divisão simplifi cada: escrever, editar, publicar e divulgar.

O nosso obje vo é que, ao fi nal da leitura, você esteja ainda mais apto e ciente tanto das difi culdades da carreira, quanto dos mitos contados nas rodas de bar e na internet: não é impossível ter sucesso como escritor, se bem que não é coisa para quem não queira trabalho…


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● 3. A S P EC TO S G E R A I S D O D I A D I A D E U M ES C R I TO R

“Tudo que somos vem de uma combinação do que conseguimos traduzir em

instrumentos facilitadores e os resultados dessa construção. Cada um de nós

tem um es lo próprio, mas num caminho aonde estratégias, planos, metas e

legislação sempre estabelecerão as regras do como seguir os passos para

os resultados.”

Sérgio Dal Sasso, Consultor, Palestrante, Escritor e Ar culista

SUA META

Não importa se pretende escrever apenas um conto ou o próximo “Anjos e Demônios”. O que importa mesmo é que defi na que vai escrever algo, ou terminar aquilo que está se arrastando por mais tempo do que deveria.

É nesse ano que quer publicar seu livro, começar seu blog, postar todas as semanas uma poesia num site específi co? Pode ser que decida par cipar do maior número de concursos ligados ao tema de seu original, ou que queira uma bolsa de estudos.

Em todo o caso, defi na uma meta.Se já publicou um livro que não está vendendo tanto quanto você

esperava, talvez seja o fato de não estar cuidando atentamente de seu marke ng pessoal. Talvez seja a hora de fortalecer sua rede de contatos ou de tornar-se mais conhecido. Decida-se por isso.

A meta que es pular regulará as demais ações necessárias. Pois o contrário não funciona.

É como se es vesse arrumado, ves do, com dinheiro sufi ciente e parasse um táxi. Quando o motorista lhe pergunta:

— Para onde vamos?


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Você responde:

— Não pensei nisso...Obviamente, o carro não sairá do lugar, concorda?Então, defi na o que pretende fazer. Milhares — ou milhões,

eu arriscaria — de livros de auto-ajuda tratam desse assunto, de formas diferentes.

Contudo, esse não é um livro de auto-ajuda! Posso lhe indicar apenas, que estamos defi nindo uma meta. E, confi e em mim, só isso já é mais da metade do caminho...

SEUS RECURSOS

Uma vez defi nida a sua meta, precisaremos de uma receita. Imagine portanto os “ingredientes” que precisará juntar para realizar esta receita.

Se você decidiu que vai traduzir um livro e não fala, ou tem o domínio de uma língua estrangeira, como o inglês... então precisa aprender!

Deseja, ao contrário, melhorar sua escrita em língua portuguesa mesmo? Quem sabe precise de novos dicionários, gramá cas mais modernas, aulas pela Web. Tenha em mente que essas ferramentas não são apenas as concretas, e muito menos, as que de fato custam um inves mento fi nanceiro.

Você pode, por exemplo, precisar de mais tempo para escrever...Minha sugestão é que liste, a par r de seu obje vo, os itens

indispensáveis ao cumprimento de sua meta.Use uma baliza como essa, se achar confortável:


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Escrever um romance de guerra

A. Físico B. Organização C. Habilidades D. Pessoas Envolvidas

1. trocar so ware do PC2. trocar luminária da escrivaninha3. comprar pastas para arquivar pesquisas

1. reunir material de pesquisa2. escrever duas horas, diariamente3. assis r fi lmes de guerra

1. aprender regras da nova ortografi a

2. ler melhor em francês

3. digitar mais rapidamente

1. procurar militar para entrevista

2. verifi car entre amigos quem têm a série Band of Brothers para emprestar

3. contatar professora do colegial para me ajudar na revisão

Se você ver a noção mais exata possível daquilo que precisará, seu caminho será tranquilo e com poucos sobressaltos.

Ninguém dá conta de prever todos os ingredientes, ainda mais, tratando-se do o cio de escrever. À medida que avançamos, sen mos falta disso ou daquilo, mas muitas coisas são previsíveis logo no início.

Além do mais, a própria tarefa de fazer a lista lhe dá mais e mais ideias, inclusive para o texto.

SUA ESTRATÉGIA

Você tem uma meta e uma lista de ferramentas, agora é a hora de montar a estratégia. Pense nela assim:

— Como vou fazer isso?Pergunte e responda!— Como vou trocar o so ware do PC?— Preciso achar um técnico, e levar o computador até ele,

aguardar o serviço e pagá-lo.


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Essa é sua estratégia. Simples assim.— Hum, mas não tenho o dinheiro.Então, pergunte-se, mais uma vez:— Como vou conseguir o dinheiro?— Posso economizar em três meses, pedir de aniversário,

vender algo que não esteja usando, fazer uma permuta de trabalho com o técnico...

Você deve fazer isso com cada aspecto de sua meta (na tabela de ferramentas) e depois, com cada item que aparentar encrenca.

É claro que este pode parece um exemplo um pouco exagerado, mas seja La qual for a sua atual difi culdade em seguir adiante, no fi nal terá uma visão geral de sua estratégia e aí sim, possibilidades, cada vez mais próximas de realizá-la.

SUA LINHA DE TEMPO

Planejar não é apenas montar uma estratégia, mas situá-la numa linha de tempo que possa ser concre zada. Pense em suas metas ao longo do caminho, como uma trilha.

O passo seguinte depende do anterior e tudo isso está preso aos dias que passam.

Eu, par cularmente, não lido muito bem com agendas com páginas diárias. Prefi ro sempre as semanais ou mensais e quando não as encontro, trato de fazer uma tabela no Outlook ou no Word para ter a visão geral dos projetos.

De qualquer modo, para um projeto literário em específi co, vale à pena fazer uma linha geral, es pulando a data máxima para a realização de cada estratégia, como no exemplo:


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Jan Mar Abr Jun Ago Out Nov Dez

- trocar so ware PC

- trocar luminária da escri-vaninha

- comprar pastas para arquivar pesquisas

- assis r fi lmes

- treinar digitação

- ler teoria sobre gramá ca

- reunir material de pesquisa

- entrar escola francês

- entrevistar militar

- iniciar a escrita

-primeira revisão do livro

- procurar professora e pedir revisão de texto

- correção e alteração do texto

- fazer cópias para enviar editoras

Conheço pessoas que são capazes de es pular datas para o término de cada estratégia. Não é o meu caso. Sempre me proponho a começar/realizar/terminar algo, usando como parâmetro o começo/fi nal de um mês, então fi ca: “fazer primeira revisão até o fi nal de junho”, por exemplo.

Funciona e não me frustro nem me torno o inimigo de minha própria agenda.

SUAS AÇÕES

De nada adianta você defi nir a meta, selecionar os recursos, arquitetar estratégias e situá-las no tempo se não houver ação.


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Muitos não fazem nenhum po de plano e agem, o que acaba por concre zar — um pouco atabalhoadamente! — a meta.

Porém, os que planejam e não agem, não conseguirão, nunca, alcançar a meta desejada. Que esse não seja o seu caso. Desejo que você refl ita, planeje e aja, de preferência, imediatamente.

Vamos, coragem, está na hora de escrever a história de sua própria vida!

No próximo capítulo, você saberá como fazer o planejamento do seu livro e juntando com o conhecimento do planejamento geral, dobrará suas chances de realizar seu sonho!


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▪ I I . Escrever

“O escritor está sempre trabalhando em um livro, mesmo quando não

está escrevendo.”

Antonio Callado

● 1. O RG A N I ZA R

É possível que você tenha apenas uma ideia...Pode ser que tenha imaginado uma história, do começo ao fi m, ou

até mesmo, vários volumes e tomos, como numa série do Harry Po er...Talvez você queira escrever sobre um assunto técnico e

coincidentemente, sua experiência de vida, ou profi ssional, o torne um expert no assunto, capaz de deixar registrado um conteúdo importante para o mundo.

Nada disso, porém, é um livro e a parte mais importante da aventura de um escritor, está apenas por começar.

Antes de mais nada, é preciso que se organize e isso, será facilmente entendido quando chegar ao fi nal deste capítulo.

A organização de todo o material, da pesquisa, a delimitação do tema, do público-alvo e do tempo que você terá para escrever, poupará esforços inimagináveis.

Isso pode tomar tempo inicial e eu e você sabemos que o que quer, de verdade, é sentar-se e escrever, certo?

Não faça isso sem organizar-se primeiro!A organização é um plano geral, que pode ser modifi cado e

corrigido ao longo do trabalho da escrita. Mas sem ela, parecemos turistas numa cidade de idioma desconhecido, sem mapa, GPS ou guia, por perto.


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Se você detesta planilhas, tabelas e cronogramas, então não se preocupe. O obje vo é facilitar a sua vida, e não burocra zar o trabalho cria vo.

Pegue sua agenda, o guardanapo que está a sua frente, ou um lindo caderno de estudos e programe-se para o seu livro.

O TERRITÓRIO

Começar a escrever sem saber onde quer chegar, é a armadilha na qual bons autores, mas nunca os realmente publicados, caem.

A ideia de que se vai escrever guiado apenas pela cria vidade e inspiração leva ao fracasso dos mais experientes, que dirá, dos que estão começando.

Dessa forma, quer seu obje vo seja escrever um romance, quer seja um livro técnico, rascunhe, em forma de frases curtas, o começo, meio e fi m.

Se sua história é a respeito de uma tribo indígena que é dizimada por colonizadores, pense em situá-la num período. Grande, pequeno, extenso, em três séculos, ou dois meses, não importa. Concentre-se em defi nir não o número de páginas, ou laudas — erro primário dos escritores iniciantes, uma vez que é quase impossível determinar, antes de começar, com quantas páginas o trabalho fi nal fi cará! — mas a linha do tempo de seu original.

Se seu trabalho é técnico, ou não-fi cção, as coisas são bem mais fáceis.

Para começar, desista da ideia de escrever “tudo o que existe sobre o assunto”, a menos que você seja um enciclopedista e esteja determinado a nunca terminar o trabalho.

Selecione, dentro do seu tema, quatro ou cinco grandes itens e depois vá esmiuçando cada um, de forma a criar “quase que” um índice.


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Notou o “quase que”? Pois é! Não é seu índice e voltando ao exemplo da viagem, é mais como um levantamento de lugares que gostaria de conhecer naquele país que está visitando e possivelmente, numa ordem coerente com a localização, ou seja: pense de maneira lógica.

Posso citar a organização que fi z para este livro que está lendo:

• Apresentação• Escrever• Editar• Publicar• Divulgar

Parece lógico? O que aconteceria se eu começasse falando da publicação, voltasse para a edição, apresentasse o trabalho e resolvesse contar sobre divulgação, antes de explicar o que o processo da escrita envolve?

Depois que defi ni os grandes temas que queria abordar, pensei em cada um, isoladamente, e construí itens e sub-itens.

Ao longo do processo de escrita, desis de alguns deles, acrescentei outros e redefi ni minha rota, mas a linha geral estava traçada e não ve mais “surtos de bloqueio”, ou “crises de inspiração”, enquanto escrevia.

PÚBLICO ALVO

Outra defi nição importante, antes de começar a escrever é o universo de leitores, ou tecnicamente falando, o público-alvo.

Parece que isso nada tem a ver com o seu trabalho, mas faz toda a diferença no seu propósito e inclusive, modifi ca sua forma de escrever e mexe até com o esquema geral que você preparou anteriormente.


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Além disso, a defi nição do público vai infl uir no conteúdo da pesquisa que virá a seguir e pasme: é a parte mais importante do item publicação, porque vai orientar a busca pela editora correta, na fase de fi nalização da obra.

A melhor maneira de defi nir o público-alvo é respondendo à pergunta: para quem?

Por isso, ao invés de:“Vou escrever um romance.”Diga:“Vou escrever um romance para adolescentes de mais ou menos

14 anos que gostam de zumbis.”

Outras possibilidades:

• Vou escrever algum guia de viagem para as pessoas da terceira idade.• Vou escrever uma fi cção cien fi ca para os cien stas e não para os leigos.• Vou escrever um livro de culinária para homens divorciados com mais de 40 anos.

Quanto mais específi co você conseguir ser, mais inves do de vocabulário, ideias e conceitos você estará, ao colocar as palavras no papel.

Pense quanto cabe num livro de culinária... Agora perceba a diferença quando se fala de um “livro de culinária para homens divorciados com mais de 40 anos”!

A sugestão que se faça primeiro o esquema geral e depois defi na o público-alvo, é proposital.

Será sua primeira refl exão a respeito do trabalho que está por começar e é um exercício bastante mo vador, porque você se sente, realmente, trabalhando numa ideia que já não é tão abstrata assim.

Junto com a defi nição do público-alvo, vem dois fatores, menos


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concretos, mas também essenciais: o nível de informação e o enfoque.O nível de informação é o quanto você vai explorar o seu

tema, ver calmente.Se es vesse numa caverna, seria o correspondente a pensar o

quanto está disposto a descer e explorá-la. Vai até o fundo, ou fi cará na metade do caminho? Quer olhar apenas a entrada da caverna, ou está decidido a contar os detalhes da úl ma gruta?

Agora o enfoque seria a lente com a qual vai se fotografar suas descobertas.

Se colocar em sua máquina fotográfi ca uma lente azul, parece lógico que suas fotos terão um tom azulado. Se for amarela, a mesma coisa e assim por diante. O enfoque diz respeito ao como; com que tom pretende contar o que está prestes a escrever.

Um casamento pode ser contado a par r de um enfoque român co, aventureiro, espiritual, polí co, social, humorís co, jornalís co e tantos etcéteras quantos são os olhares do mundo e claro que isto tem tudo a ver com o seu público-alvo!

Voltemos ao nosso “livro de culinária para homens divorciados com mais de 40 anos”... Será mesmo, que homens que acabaram de se divorciar gostariam de ler um livro de u lidade prá ca, num enfoque polí co? (Pensei agora, como poderia ser isto... Talvez, o autor falasse dos programas de governo que incen vam o plan o de couves, ao invés de repolhos, numa determinada região do país...). O enfoque ideal para tal trabalho poderia ser economia de tempo, ou vistas às novas conquistas... Quem sabe, algo parecido com um livro de receitas para quem nunca chegou perto de um fogão; então, um enfoque extremamente didá co.

Entendeu do se trata o enfoque, que é a lente pela qual você percebe a necessidade do seu público alvo, enquanto que, no nível de informação, defi ne o quanto vai aprofundar seu tema? Nossos amigos divorciados podem fi car no nível básico, num primeiro livro, por exemplo.

Caso tenha experiência, ou ache muito complicado trocar as tarefas, comece defi nindo o público-alvo e depois pense nos assuntos,


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especifi camente para eles.O que importa, neste momento, é que você já sabe para onde

vai viajar e quem vai junto com você... Eu diria que seu livro está... 10% pronto!

PESQUISA

Escreva isso na frente do seu monitor, capa de caderno, livro de originais, quadro de avisos, geladeira ou box do chuveiro e reescreva a frase, 100 vezes, como sua professora do primário pedia, quando nha que enfi ar uma ideia, na cabeça:

Pesquiso primeiro, escrevo depois.

Não há nada que distraia mais um escritor do que a falta de informação enquanto está na fase de redação.

Escrever é um ato técnico e con nuo. Claro que há inspiração, momento, clima, mas a grosso modo, é o ato de colocar palavras no papel, em sequência lógica, com o obje vo de contar uma história, ou desvendar um assunto.

Se a cada vez que registrar uma informação, precisar abrir o navegador e digitar a palavra no Google, ou quem sabe, largar tudo e visitar a biblioteca em busca de uma referência, não chegará, coerentemente, ao fi nal do original, com facilidade.

Imagine que sua a está fazendo um assado. Começa temperando a carne e se lembra que não tem forma...Vai até a vizinha e pede uma, emprestado. Volta à sua cozinha e

decide procurar a receita. Mas não sabe onde está, então liga para a fi lha e espera que ela ache a anotação...


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Com a receita em mãos, 1 hora depois, está na cozinha vasculhando a geladeira em busca de molho inglês, que não tem... Precisa ir ao supermercado e o faz, com toda boa vontade. E dessa vez, tomou o cuidado de ler a receita e verifi car se estava faltando mais algum ingrediente... Não! Tudo certo, para cozinhar!

Prepara a carne, coloca papel de alumínio e liga o forno.Lembrou-se de tudo, menos de que não nha gás...Isso, vai acontecer com seu original, caso não faça a pesquisa

antes. Confi e em mim. Conheço vários escritores e pessoalmente, passei por isso.

Mesmo que não saiba tudo o que tem que pesquisar, separe o básico.

Você já tem o tema defi nido, os itens e sub-itens, o público-alvo e decidiu o enfoque e o nível de informação.

Trabalhe agora no material que servirá de apoio para o seu original. Do que precisará? Abaixo, uma pequena lista para ao mesmo tempo ilustrar, exemplifi car e ajudá-lo a começar suas pesquisas:

• Ambientação geográfi ca• Mapas• Fotos de locais• Descrições de locais de guias turís cos• Páginas da internet do Google Earth• Vegetação• Clima• Temperatura média• Para personagens• Idioma local• Maneirismos• Costumes• Ves menta• Nomes comuns• Ambientação temporal


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• Época• Contexto histórico• Moeda• Meios de transporte• Hábitos• Alimentação• Apoio• Citações de outros autores• Bibliografi a• Dados esta s cos• Trechos de livros• Reportagens e matérias sobre o assunto• Fatos e datas históricas

É interessante que se monte um arquivo, mesmo que seja uma pasta virtual, para armazenar todo o material. Depois do original preparado, guarde tudo junto para que possa consultar ou modifi car, na hora da revisão ou edição do material. Além disso, se o editor precisar de alguma informação extra, fi cará fácil de localizar.

CRONOGRAMA DE TRABALHO

A úl ma parte relacionada à organização é o planejamento do seu tempo de trabalho.

Não considere isso, como uma agenda que não possa ser modifi cada, ou um rígido plano de horas. A ideia é que facilite o trabalho e não, que se fi que refém dele.

Um bom cronograma é fl exível, mas constante e mo va o autor a con nuar escrevendo.

Em linhas gerais, pode ser preparado assim, de uma forma bastante simples:


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Tarefa Em dias/ horas

Tema 10 dias

Assunto 10 dias

Itens 5 dias

Sub-itens 5 dias

Pesquisa 15 dias

Redação 2 horas por dia

Revisão 5 dias

Alterações 10 dias

Seleção de editoras e envio 10 dias

Nota-se que esta proposta de cronograma está bem aberta, e você, logicamente, vai adequá-la tanto às necessidades quanto às possibilidades.

Cronogramas são amigos, e não inimigos dos autores. É por causa deles que nos mo vamos a escrever diariamente, além de que eles evitam os clássicos casos de autores que estão debruçados sobre “manuscritos intermináveis”.

Se tem pouco tempo, arranje mais horas seguidas, um dia por semana. Pode escrever, por exemplo, aos sábados, durante 4 horas seguidas, ao invés de picar sua semana em duas horas.

Siga seu plano de voo e tenha a certeza da tarefa cumprida, no fi nal do prazo que você defi niu.

E assim, terminamos a parte de organização do projeto.Enquanto con nua a leitura, que tal usar as dicas dadas até

agora para planejar seu novo livro, se ainda não o começou, ou corrigir a estratégia, caso esteja preso num emaranhado de ideias, ainda abstratas?

Saiba que agora, a par r do momento em que terminou de planejar o cronograma, juntamente com as outras ações, realizou 40% do trabalho de escrever o livro.

Não acredita?Vire a página, para o próximo capítulo!


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● 2. R EG I ST R A R“

É preciso escrever o mais possível como se falasse e não falar demais como

se escrevesse.”

Charles Saint-Beuve

Eu costumo falar para um amigo escritor que o necessário, na hora de escrever, é escrever!

Parece redundante, mas não é. Nas oportunidades em que eu estava por perto, ele sempre me perguntava a grafi a de uma palavra, se uma frase combinava com outra, estas coisas. Eu respondia, secamente: “— Vai escrevendo, deixa a inspiração fl uir, não pare de escrever para pensar como o texto vai fi car. Essa parte de revisão fi ca para depois. O importante é produzir, produzir, produzir, como um turbilhão, enquanto a imaginação fl ui...”.

É fato que alguns escritores sofrem de uma coisa assustadora chamada “bloqueio cria vo”. Este, é um verdadeiro pesadelo para qualquer escritor e pode acontecer por vários mo vos, desde falta de organização inicial, até excesso de a vidade, o que gera um estresse real e impede o ato da escrita.

Mas normalmente, o que impede a a vidade é a insegurança, ou uma auto-crí ca demasiado grande.

Por isso é tão importante que não queime etapas e que se tenha dedicação sufi ciente à organização. Ao mesmo tempo, é imprescindível que se saiba a hora de parar de organizar, pesquisar, esquema zar e que se comece a escrever.

Hora da ação, hora do show, hora do registro de palavras, ideias, fatos e conceitos, em ordem coerente (por mais vanguarda que seja), que leve o leitor a compreender o que você está dizendo, seja através de uma fi cção, ou de um livro de auto-ajuda.


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E se por acaso acabo de falar “o que fazer”, preciso esclarecer, defi ni vamente, “ o que não fazer ”, quando se está no momento da escrita:

• Corrigir: não pare a cada cinco em cinco linhas para corrigir erros ortográfi cos;

• Reler: se você volta, de fato parece óbvio que não avança. Sua insegurança a respeito do que escreveu pode representar um planejamento fraco. Quando es ver preso à cadeia da releitura, por favor, considere a possibilidade de replanejar seu original;

• Pedir opiniões: isso é tão comum, que chega a ser clichê! Um autor começa um texto e assim que acaba o primeiro capítulo resolve pedir opinião sobre o trabalho. Geralmente, esses “livros” são feitos de primeiros capítulos que nunca serão publicados... Você não concluiu seu pensamento, por escrito; assim, nenhuma opinião poderá ser conclusiva. Termine primeiro;• Abortar: também é frequente que depois que as ideias comecem a sair do nível abstrato, os autores as achem fracas e desistam do projeto. Con nue e veja, se no fi nal, ainda pensa assim;

• Sofrer: a pista defi ni va de que está indo no caminho errado é o sofrimento. Já ouvimos muitas histórias român cas sobre escritores que “suam sangue” ao realizar suas obras. Bem, isso é um indica vo de que deveriam estar fazendo qualquer outra coisa, que não escrever! Se a a vidade não lhe dá prazer, ou se está atarefado, preocupado, dedicado a algo, no momento, mais importante, pare e retome o original quando es ver mais tranquilo.

E por tratar-se de um verbo de ação, escrever também necessita de... ação!

Um escritor genial e preguiçoso produz bem menos que um com talento mediano e persistência.


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Por mais incrível que possa parecer a alguém que nunca escreveu, realmente, um trabalho de mais de 50 laudas, o ato de registro, por escrito, das ideias iniciais, é a parte mais mecânica do processo.

O segredo, como disse acima, é deixar fl uir, soltar as palavras e levá-las a tomar forma, em parágrafos, em capítulos, em fi nalmente, um original completo.

Claro que pensamos enquanto escrevemos, mas para além da escolha das palavras, é preciso que fi quemos conectados com a voz interior que nos diz o que digitar ou redigir. É ela, que está norteada com nossos planos, que nos conta que Maria levantou-se e foi tomar café e não, ao contrário.

Com o tempo, e se você es ver lidando com uma grande gama de personagens, perceberá que cada um deles têm sua própria voz. Isso acontece como que por mágica, mas nada mais é, do que sua história tomando a forma que deveria ter.

Um subterfúgio usado por escritores que têm difi culdade em começar, é a gravação do texto e posterior transcrição. Você pode construir seu original enquanto anda pela rua, dirige, ou toma banho. Para isso, é preciso um gravador, ou atualmente, um celular. Depois da sua narração, sente-se e transcreva, sem preocupar-se com as diferenças entre o discurso oral e a forma polida da escrita.

Isso será arrumado quando es ver fazendo a edição e trataremos do assunto, no próximo capítulo.

MENOS É MAIS

Não se iluda: os leitores percebem instantaneamente quando um autor está enrolando, ou quem sabe, enrolado.

É como naquelas novelas, onde no meio da história, aparecem os fl ash backs desnecessários.


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A arte da simplicidade, talvez seja a mais di cil de se alcançar no ato da escrita.

Se você quer contar que Joana derrubou um copo, faça isso e faça logo.

Não adianta fl orear, inventar novos termos para “derrubar” ou “copo”, porque, no fi nal das contas, o que a personagem fez foi derrubar um copo e não: “... ela tentou segurar entre os seus dedos o frágil objeto de cristal que nha sido feito com tanto esmero por um artesão do século XV. No fi nal, suas delicadas mãos soltaram o receptáculo como num voo cego rumo ao infi nito...”!!!

Aqui, cabe um parênteses. Quando falo de simplicidade, estou me referindo ao modo como projeta suas ideias, e não ao seu es lo pessoal, ou escola literária.

Qualquer es lo ou tendência não podem ser confundidos com complexidade ou prolixidade, que, segundo o dicionário, é:

demasiadamente longo, extenso ou demorado

enfadonho, fas dioso

que usa mais palavras e frases do que o necessário

(es lo prolixo; pessoa prolixa)

muito longo (discurso prolixo)

“Diga o que quer dizer”, é o resumo da simplicidade. Seja direto, inclusive, na ordem das frases. Quanto mais fi zer isso, inicialmente, mais material terá para trabalhar, no momento da edição, que aí sim, é a hora certa de dar o es lo ao seu texto.

A VERDADE, ACIMA DE TUDO

É preciso atenção para entender o que a verdade signifi ca, no processo de escrita.


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Se está trabalhando numa fi cção, não conseguirá, por mais que queira, colocar conceitos dentro do texto, que não sejam familiares a sua personalidade.

E nem adianta tentar men r. Seu personagem é desonesto, por exemplo. Isso que dizer, que você poderá contar esse lado obscuro dele, apenas se usar de toda a hones dade que aprendeu a ter.

Através de um texto, reconhecemos os valores de quem o escreveu e se você não é um ex-viciado em cocaína, nem nunca sequer chegou perto da substância, estará longe de criar um personagem convincente que use essa substância.

“Então, tudo o que eu escrever, preciso ter vivido?”Não, mas tudo o que você escrever precisa estar de acordo com

seus conceitos. As ações, locais, épocas e personagens podem ser fi c cios. Os valores, conceitos, ideais e premissas deles são os seus, nem que seja o oposto; você só consegue escrever sobre solidão, por exemplo, porque tem uma vida repleta de amigos e familiares por perto e pode imaginar a dor de perder isso, ou a bênção, quem sabe, dependendo do que quer passar.

Podemos fazer esse treino de descobrir a verdade e sua importância no texto, lendo outros autores. Esqueça a trama e o enredo e fi que com as ideias. São tão reais quanto cada personagem e aparecem na fala e nas ações deles e sem dúvida, na narração, quando se trata de um conto, romance ou crônica.

Por sinal, o que guardamos das grandes histórias que marcam nossas vidas, são justamente as mensagens.

É possível que você não se lembre do roteiro exato de “Orgulho e Preconceito”, de todas as histórias da obra de Monteiro Lobato, ou de como o Pequeno Príncipe chegou daquele planeta distante. Mas tenho certeza de que o livro que marcou sua vida deixou em você uma mensagem importante e ela é fruto da verdade de quem o escreveu.

Se você não está trabalhando em alguma fi cção, o conselho con nua valendo.


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Escreva sobre o que sabe, sobre o que lhe mo va, sobre algo que para você, é importante, apaixonante, ou indispensável.

Esses traços também irão aparecer no texto e o leitor fi cará tão ansioso por realizar as coisas que propôs no texto, quanto você, quando as executa.

Vendedores que vendem muito, mães apaixonadas pelos fi lhos, criadores de animais que se dedicam aos seus “amigos”, produzem obras inesquecíveis e valiosas.

Mas pense no contrário... Num livro sobre como cozinhar, escrito por alguém que odeia comer...

Enquanto registra, você é um escritor e não um ator. Deixe para eles a tarefa de viver uma vida totalmente diferente e não crie um “autor-personagem”, falso, sem apelo, sem verdade, raso, que nem sabe ao certo o que diz.

Seus leitores agradecem.

TAMANHO NÃO É DOCUMENTO?

Uma pergunta frequente dos iniciantes é: quanto devo escrever?A resposta é simples: nem mais, nem menos do que o necessário

para dizer o que queria.A menos que alguém tenha encomendado um livro com 180

páginas, sua preocupação deve ser a de abordar completamente o tema, sem deixar nada de fora da proposta inicial, nem “encher linguiça”, como falam popularmente.

E mesmo que a encomenda tenha sido feita e você é obrigado a escrever um certo número de páginas, pode, no seu planejamento, achar assunto sufi ciente para preencher o tema, sem ser prolixo, nem breve.

Também não é verdade que livros pequenos têm menos “respeito”...


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Um livro gigante e pesado pode ser um amontoado de bobagens, enquanto que um fi no e levinho pode conter a sabedoria de um milênio.

Isso depende muito mais do assunto e do público-alvo, do que de sua vontade de escrever.

Estou sendo repe vo, mas é bom lembrar que é na fase do planejamento que você pode ter a ideia do tanto a escrever.

Não se preocupe com o número de páginas e sim, com o assunto que está desenvolvendo; é ele que importa.

A IDEIA ORIGINAL

E antes de passarmos a uma abordagem técnica sobre a arte da construção de trama e enredo, precisamos conversar sobre um mito presente na cabeça de cada escritor iniciante: a descoberta de algo genuinamente original.

Livros vendem mais porque são fresquinhos, ou são fresquinhos porque vendem mais?

Es ve pensando muito nessa questão, enquanto analisava os números do mercado editorial.

Não vou apresentar uma série de listas dos mais vendidos durante o ano, ou durante a década, mas sugiro que você comece a prestar atenção num curiosíssimo fato:

NOSSA GRANDE BUSCA POR UMA IDEIA TOTALMENTE ORIGINAL PODE SER PERDA DE TEMPO!

Explico: o que um escritor pretende quando acha a sua “mais recente excelente ideia”?

Dentre outras coisas mais obje vas, ele pretende que seu assunto seja cria vo, original, não é?


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Pois é justamente isso que pode induzir muitos a um erro clássico: pa nar em meio a uma dezena de ideias originais e perder a oportunidade de escrever sobre o que se quer.

Minha conversa interior pode ser desse po: “Eu quero escrever mais um conto de Natal. Acontece que existem milhares de excelentes contos de Natal... Grandes autores discorreram brilhantemente sobre o tema... E, afi nal de contas, quem quer ler mais um conto de Natal?”

E por aí, podemos seguir infi nitamente, pensando em quem se interessaria por mais uma história de amor e traição, por uma história de terror, por um “segredo”, por um livro de “como” qualquer coisa...

Será que um músico deixaria de compor, porque já existem trilhões de canções com o tema amor?

Um pintor não pintaria mais, porque milhares de outros já retrataram fl orestas?

Olhe a situação por outro ângulo: a editora de Dan Brown gastou milhões de dólares para alavancar o lançamento do Código da Vinci. Depois deste, centenas de outros livros com o mesmo assunto — a literatura periférica — foram colocados no mercado.

E agora pasme: venderam muito!A pergunta é: por que venderam muito, se o assunto estava mais

do que ba do?Simples: porque o caminho estava aberto. Milhões de pessoas

que nem sabiam quem era Leonardo da Vinci começaram a se interessar pelo tema. Os outros tulos analisaram o assunto sob ó cas diferentes, aprofundando-se nisso ou naquilo, mas con nuando a alimentar o interesse que já havia sido gerado.

Por favor, não entenda que eu estou sugerindo que você abandone a sua arte e entre na linha comercial apenas para vender! Vender é um dos obje vos. Ou não, vai saber... Tem autor que não tem o obje vo de vender (?)...


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Estou falando diretamente com você, que está travado em frente a uma folha em branco, achando que Harry Po er é a saga defi ni va sobre bruxos adolescentes. Falo para quem está deprimido porque “acabaram de lançar um livro com o assunto que eu estou pesquisando nos três úl mos anos”.

Se o seu assunto é “ba do” use a cria vidade e a originalidade para a parte prá ca: escreva de modo original. Invista em situações e personagens inusitados. Potencialize seu texto com soluções diferentes. Esqueça o fator assunto. Concentre-se em escrever com maestria aquilo que quer transmi r.

Espero que você se dê o direito de pensar que o óbvio é possível, é vendável e está sendo esperado por algum leitor.

Além disso, concordo plenamente com Claude Lelouch que, no fi lme Retratos da Vida (Les Uns et les Autres, França, 1981), nos conta, através de imagens, que existem 3 ou 4 histórias diferentes... O resto, são variações sobre o mesmo tema.

FALANDO PELOS OUTROS: DIÁLOGOS

Para aqueles que estão trabalhando em romances, novelas e contos, uma parte bem di cil da tarefa de escrever é a construção dos diálogos.

Resolvi abordar o tema, mesmo que o obje vo do livro esteja mais voltado ao processo de publicação, do que da escrita, em si, porque é algo realmente complicado de se fazer.

Vamos do início: as histórias, primariamente, faziam parte da tradição oral. Eram contadas, faladas e por usarem esse po de comunicação, davam margem às perguntas, expressões faciais, mudanças de entonação, até mesmo ao recurso de usar vozes diferentes para dis nguir personagens. Não interessa como você se refere ao seu trabalho,


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novelista, con sta, romancista, mas trata-se de um contador de histórias que registra, por escrito o que quer dizer.

Por isso, como um bom contador de histórias, deve ter em mente que seu público (veja que nem os chamei de leitores!) precisa saber exatamente o que você está falando, ou melhor ainda: quem está falando agora. Alguém focado em estudar sua história, ou avaliá-la, cri cá-la, resenhá-la, resumi-la, está atento, completamente concentrado, em entender o que está escrito. Leitores comuns estão ali para se diver rem; esperam o aconchego inconsciente e ancestral de uma fogueira, uma roda de pessoas em volta e um ancião, com uma doce voz, despejando um rio sem barreiras, uma história que qualquer criança entenderia, por mais complicada que se apresentasse. Ela é fácil não por ser óbvia, mas porque é bem contada, porque está explícita; é de rápida digestão.

Se não for assim, nada feito. Seu livro será deixado de lado e pior do que isso: você perderá, para sempre, a confi ança que o leitor inicialmente lhe dedicou. Quando eu estou lendo um manuscrito, um roteiro ou um romance e vejo, na página seguinte, grandes trechos de diálogos sem nenhum parágrafo descri vo entre eles, eu gelo... Esse é um claro sinal de que aquele pedaço terá que ser lido com atenção redobrada, ou eu perderei alguma coisa signifi ca va.

Pense bem: você já se deparou com um daqueles trechos em que nem sabia mais quem estava falando com quem, de quem e para quem? Leitores gostam de pausas. Precisamos de descrições, mesmo que curtas, para podermos respirar e dar uma olhada em volta.

Na vida real é assim: não fi camos falando, falando, falando, completamente desligados do entorno! Por que seria diferente num texto? Parece, que aquele escritor está tão ansioso para nos contar o que ele pensa, que nem mesmo teve tempo, ou paciência para nos ajudar na leitura.

Aprofundando-nos um pouco mais no tema, que tal falarmos do misterioso desaparecimento das marcas de diálogo? Marcas de diálogo são aqueles travessões, aspas, dois pontos e outras traquitanas que permeiam


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as conversas das personagens. Em muitos textos eles simplesmente PUF! somem e deixam os leitores sem apoio nenhum. Devem, então, adivinhar, pelo tom ou assunto, quem é que está falando naquele momento. Nada errado se isso ver relação com o es lo do autor (sim, eu me lembrei de Saramago). Porém, vamos e venhamos, não é muito confortável para quem está lendo. Além disso, muito di cil de compor, para quem está começando a escrever.

Claro que é desnecessário discorrer amplamente sobre a diferença entre as marcas de diálogo primárias, do po: — ele disse, ela falou, ele respondeu... — e as marcas de diálogo que valem a pena ser inseridas num trecho.

Colocamos isso de “ela falou, ele disse, ela respondeu” em redações escolares, não em best sellers (se você tem a pretensão de escrever um...)! Antes que também fi quem confusos, falo especifi camente de guias, não apenas de marcas. Veja a diferença:

— Não sei do que você está falando — ela disse. — Claro que sabe! — ele respondeu.

Ou,

— Não sei do que você está falando — Maria olhou para baixo, enquanto tentava controlar o tom de voz.

— Claro que sabe! — ele podia sen r a men ra, mesmo sem ver seus olhos.

Ou ainda:

Maria olhou para baixo. — Não sei do que você está falando. Ele não nha dúvidas. — Claro que sabe!


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Vejamos agora, o que Rita Rolim, no lindo português de Portugal, tem a dizer sobre diálogos:

DIÁLOGO 1

“O diálogo é uma forma de discurso e modo de expressão literária em que dois interlocutores (o “eu” e o “tu”) se alternam reversivelmente interagindo na comunicação, discussão e troca de ideias, informações, sen mentos, pensamentos e a tudes. O diálogo cons tui-se, assim, como o cânone da interacção verbal cuja origem remonta aos primórdios da Humanidade quando o homem começou a sen r a necessidade de comunicar. Para Benveniste, o diálogo consiste na enunciação de um determinado “quadro fi gura vo” entre duas instâncias, locutor e alocutário.

O intercâmbio discursivo que o diálogo apresenta pode surgir na narra va, na poesia lírica e domina o desenvolvimento do drama no teatro. Enquanto que na narra va e na poesia, a fi gura do narrador emerge como organizador/mediador óbvio do diálogo, o drama cons tui-se como uma reprodução fi el do intercâmbio dialógico das personagens o que implica a ocorrência de discurso directo ou citado na cena (tenta va de imitação ou aproximação discursiva máxima à duração real da situação narrada) e o apagamento (parcial porque o narrador con nua a gerir e organizar toda a matéria diegé ca) do narrador, permi ndo maior proeminência às próprias personagens. A refl exão sobre a drama zação do diálogo coloca diversas questões teóricas relacionadas com a oposição entre “mimesis” e

1 DIEGESE, DRAMA, DISCURSO DIRECTO, MIMESIS, NARRATIVA, NARRADOR, PERSONAGEM

BIB.: E. Benveniste, Problèmes de linguistique générale, Paris, Gallimard, vol. 2, 1974; M. Berendsen, “The

Teller and the Observer: Narration and Focalization in Narrative texts”, Style, 18, 2; P. Lubbock, The Craft of

Fiction, 1939. – Rita Rolim.


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“diegesis” (formulada no âmbito da discussão platónica) e com a dis nção entre “telling” e “showing” (equacionada por H. James e P. Lubbock). A representação dramá ca assiste, de certa forma, à transformação das personagens da narra va em actores, dinamizando a transição do plano da “diegesis” para o da “mimesis” (na teorização platónica) ou a passagem do “telling” ao “showing” (segundo o quadro teórico de H. James e P. Lubbock).

A inserção do discurso directo que constrói o diálogo é processada no texto através de verbos declara vos e surge no texto assinalada com dois pontos, travessão ou aspas. Existem, contudo, diversas formas de introdução do diálogo na narra va: José Saramago, por exemplo, u liza o diálogo de forma original sem recorrer a estas formas de sinalização gráfi ca, optando por fundir o discurso das suas personagens com comentários seus de teor metaliterário, crí co, polí co, social, ideológico, fi losófi co, etc.”

Assim, sugiro que pense no seu leitor ao escrever diálogos. Não precisa ser óbvio. É de clareza que estamos falando.

ENREDO: O CORPO DO SEU TEXTO

“Um músico deve compor, um ar sta deve pintar, um poeta deve escrever, caso

pretendam deixar seu coração em paz. O que um homem pode ser, ele deve ser.

A essa necessidade podemos dar o nome de autorrealização.”

Abraham Harold Maslow (1908 - 1970)

A princípio você vai imaginar que esta sessão nada tem a ver com a carreira do autor, porque não vou falar de literatura e sim, de sociologia, psicologia e economia.

Por que precisaríamos entender de aspectos que não estão diretamente ligados à literatura, às palavras, às construções literárias?


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Escrever é mais do que isso. Escrevemos porque vivemos — ou porque não vivemos — uma situação em especial. Não há uma história que se possa registrar sem que passe, necessariamente, por referências conhecidas, sen das, intuídas.

Mesmo que você entre no terreno puro e fantás co da fi cção, ainda assim seu leitor precisa das referências. É impossível descrever o que não existe sem u lizar algum aspecto do que já é conhecido. Podemos falar de uma nave, de um planeta, de um veículo que está no futuro. Existe na sua imaginação, porém, para se fazer entender, os elementos do hoje, do agora ou do ontem darão o tom da caracterização.

Com o enredo, não é e não pode — porque não é possível — ser diferente.

As situações que aparecerão na sua história são aquelas já conhecidas, modifi cadas, contudo, ao sabor das ações.

E se a vida repete a arte, ou a arte repete a vida, não tenho a menor ideia.

Fato, é que todas as coisas do mundo pertencem ao escritor: não estamos alheios à polí ca, à psicologia, à dor de qualquer povo nem à economia mundial.

Se seus personagens são humanos, isso é indispensável. Se não são, se o território é a fantasia pura, mesmo assim, voltamos à questão da referência: é preciso ter um parâmetro sobre aquilo que o autor está falando para entender a fantasia que quer contar.

Com isso em mente, é imprescindível que entenda que o grande segredo de um enredo bem construído, quase hipnó co, é a capacidade de juntar aspectos desconexos. Saia da sua área, passeie por caminhos ainda não explorados e você terá insights que o levarão a uma intersecção irremediavelmente posi va.

Abraham Harold Maslow foi um psicólogo que se envolveu com teorias alheias à sua área.

Maslow nasceu em Nova York, em 1908, e estudou psicologia na Universidade de Wisconsin.


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Segundo Serrano2:

Em 1935 Maslow retornou a Nova Iorque onde

foi trabalhar na Universidade de Columbia.

Logo depois começou a lecionar na Universidade

do Brooklin, onde teve a oportunidade de

conhecer os mais notáveis psicólogos da época.

Depois de conviver durante vários anos com

estudos e pesquisas com orangotangos e macacos,

Maslow passou se interessar pela mo vação

humana. Iniciou a produção de diversos ar gos

sobre este tema que culminaram com a sua mais

conhecida obra: a Teoria a respeito da Hierarquia

das Necessidades Humanas.

Depois de alguns problemas de saúde Maslow

passou alguns anos na Maslow Cooperage

Corpora on, empresa de seus irmãos. E, apesar da

insistência destes para que Maslow se unisse a eles,

dois anos depois, Maslow retornou a Nova Iorque

onde passou a dirigir a faculdade de Psicologia

da Universidade Brandeis. Decepcionado com a

resposta dos alunos a suas aulas, Maslow passou

a se dedicar à administração da faculdade e à

publicação de ar gos que culminaram com a obra

“Mo va on and Personality” (Maslow Theory),

aclamada até hoje pelos seguidores do autor.

2 Serrano, D. P. (s.d.). Biografi a. Fonte: Portal do Marketing: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/

Maslow_Biografi a.htm


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Maslow morreu de problemas cardíacos em 1970 e sua principal teoria, a hierarquia das necessidades humanas, conhecida em economia, publicidade e marke ng como, a Teoria de Maslow, também interessa a nós, escritores.

Na Teoria de Maslow, as necessidades humanas podem ser agrupadas em cinco níveis e são dispostas em forma de pirâmide, tendo como base, a fi siologia, como segue:

A. Necessidades fi siológicasComo o próprio nome diz, as necessidades desse grupo estão

ligadas ao lado sico da vida — comida, ar, sexo, excreção, água, sono. Não é lirismo ou desejo infundado: precisamos sa sfazê-las para sobreviver. E o que somos capazes de fazer para que isso aconteça? Qualquer coisa. As ações são rápidas, certeiras, fi rmes e obje vas e disso depende o nosso equilíbrio interno. Por outro lado, após sa sfeitas, nos levam à verdadeira sensação de saciedade e passamos para outra esfera de preocupação.

B. Necessidades de segurançaTão importante quanto viver é preservar a vida. As necessidades

de segurança, abrigo, apoio — no sen do de uma pron dão para a resolução de crises, estão no segundo segmento da pirâmide e também dedicamos bastante tempo e energia na sa sfação dessas necessidades. Alguns teóricos incluem aqui a busca pelo protetor maior, ou seja, um deus, uma crença, uma fé em algo que nos proteja além desse tempo e espaço. Aquilo que é conquistado em outras áreas da pirâmide também tem sua preservação aqui. Se uma pessoa tem família (estágio 3), irá preservá-la nesse âmbito.

C. Necessidades de amor e relacionamentoSe o ser humano está vivo e preserva essa vida através de

mecanismos de proteção, passa da esfera pessoal para a social olhando


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o outro para amar e ser amado, para conviver, para pertencer a um grupo. Nessa área da pirâmide estão os relacionamentos. Perceba que antes, as preocupações eram individuais, e estamos falando de um animal chamado homem. Sa sfeitas as necessidades básicas, ele se volta para o grupo e quer dar e receber acolhimento. É aqui que as tribos se formam e perpetuam. É aqui que as relações polí cas se desenvolvem. É justamente nesse ponto, que sen mos que somos do mesmo gênero que o outro e nos enxergamos numa espécie de refl exo. As diferenças começam por apresentar-se e obviamente, os confl itos enraízam-se aqui. Não estamos sós. Por isso mesmo, podemos amar ou destruir com uma facilidade quase inexplicável.

D. Necessidades de “status” ou de es maSe o homem age em seu grupo, de um forma ou de outra,

espera es ma ou reconhecimento. A esse processo denomina-se hetero-es ma, a es ma do outro. Caso não pretenda provar nada a ninguém, acaba por obter sa sfação pessoal, porque se mostra competente e profi ciente; passa a reconhecer seu próprio valor, gosta de si, sabe quem é... e tem orgulho. Daí surge a auto-es ma. Os confl itos desse patamar são profundos e velados. Status signifi ca estado; desejamos parar e descansar. Queremos agora um outro po de segurança, uma aprovação grupal. O poder é a tônica desse estágio. Durante muito tempo — e sinceramente, não acredito que isso tenha desaparecido por completo — homens davam mais valor ao companheiro ou amigo do que à família. A estrutura social da Grécia An ga e mesmo de Roma, podem reforçar minha sensação...

E. Necessidade de autorrealizaçãoO úl mo estágio da pirâmide de Maslow é buscado por uma parte

mínima da população. Não é à toa. Quantos, infelizmente, não chegam a vencer nem o primeiro patamar? Somente depois de reconhecido e devidamente assentado em seu status, o homem sai para uma busca de auto-realização. Nada mais tem a provar. Agora, o importante é demonstrar


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na prá ca que a realização individual e maior é possível e que seu potencial é único. Como se faz isso? Através do conhecimento, das experiências esté cas, da jus ça cole va, da equidade, das buscas meta sicas e não mais da proteção, mas da comunhão com um deus.

A PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES

Figura 1 Pirâmide de Maslow

Refl ita por uns instantes na proposta de Maslow e aplique-a no mundo moderno, ou no an go... Que tal no futuro? Essa estrutura tende a mudar com o tempo? Porque se você não fi zer essa refl exão, será como se es vesse vendado frente a um enorme foco de luz!

Maslow me ensinou que compro esse carro — e não aquele, porque preciso cumprir as necessidades do estágio 4, e não apenas me locomover. Escolho determinado po de bebida, não porque quero


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sobreviver e sim, porque espero confraternizar — estágio 3 — e assim por diante.

Publicitários sabem disso. Economistas tambem sabem disso. Polí cos sabem exatamente do que Maslow estava falando...

Agora, sugiro que você pense em como aplicar, de forma prá ca, essa teoria aos seus enredos.

Um personagem é mo vado por algo e sua história só avança caso todas as ações sejam coerentes com o que ele espera como resultado.

Isso me leva, necessariamente, a falar de confl ito. Confl ito nada mais é do que uma resistência, que pode ser interna ou externa.

É interna, quando a personagem quer realizar uma necessidade mas não tem (suba na pirâmide!!!) meios sicos, condições externas, condições sociais, status ou conhecimento, por exemplo, para sa sfazê-la. Pense no “pobre rapaz da favela que se apaixona pela moça riquinha”, um clichê... Ele quer sa sfazer a necessidade de amá-la, mas não pode. Internamente não se vê na condição de amá-la. Suponha agora, que ele e ela queiram e possam, internamente, fi car juntos. O problema agora é o pai que proíbe, ou seja, uma resistência externa à sa sfação.

Enredos... tramas... textos... (a própria e mologia de texto remete à tecido) precisam desenrolar-se! Isso ocorre enquanto mantemos a perseverança de nosso protagonista, que quer realizar sua necessidade e limpamos as resistências, apresentando e solucionado confl itos.

Acredito que em nenhum momento você tenha cogitado que a pirâmide de Maslow possa ser algo estanque. A vida não é! Tudo acontece ao mesmo tempo, ainda bem. Podemos ter vencido um patamar, momentaneamente, e estarmos no estágio inferior, em outro assunto.

Outro clichê, para exemplifi car: alguém pode ser rico (estágio 4) e infeliz afe va ou socialmente (estágio 3)? Certamente! Mas pense no mo vo disso ter acontecido... Se depois da segurança, imediatamente, vem a necessidade de pertencer ao grupo, de olhar para o outro e reconhecer-se, será que aquele personagem não está mais para destru vo


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do que para acolhedor, querendo passar por cima das relações para chegar logo ao status? O que o mo va? E, exatamente o que o mo va, não é a raiz de sua desgraça afe va?

É importante que você pense se as ações de suas personagens são per nentes. Por que o “matou a família e foi ao cinema” de Nelson Rodrigues é tão assustador e tão belo? Que necessidade mo vou a personagem a agir de tal forma? Por que Frodo — Senhor dos Anéis — não desiste de uma vez, de levar o anel ao lugar combinado? Por que insiste em solucionar o confl ito? Qual a necessidade que o move?

Suas personagens viverão de verdade à medida em que você, coerentemente, situá-las na pirâmide, deixando que elas mostrem para o leitor quais são as necessidades do momento (e isso implica em explicar sobre confl itos e resistências que devem vencer) e, imediatamente, conduzi-las na direção de uma solução.

Siga o ritmo da dança da vida. Ouça a música e saiba porque suas personagens dançam. Apegue-se a uma teoria, uma fi losofi a, uma cosmogonia para criar mundo no qual suas personagens vivem e faça com que elas brinquem, amem, sofram, resolvam seus problemas e voltem a se diver r.

Deixe-as viver! É só isso o que todos nós queremos – escritores, personagens e leitores.

Muito bem, parece que seu trabalho de registro do texto, ou mais precisamente, escrita, está mais claro.

Se es véssemos usando um “publicômetro”, ou um instrumento que medisse a distância entre sua ideia e o livro publicado, ele estaria na marca dos 70%.

O quê?Eu acabei de dizer que o planejamento resultou em 40%

do trabalho e que a escrita, a “parte mais importante”, era menor, representando 30%?

Isso.E agora, vamos subir esse aparelho?


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▪ I I I . Editar

“Escritores, meditem muito e corrijam pouco. Fazei as vossas rasuras no vosso

próprio cérebro.”

Victor Hugo

● 1. U M T R A BA L H O Q U E DÁ T R A BA L H O

Editar é tão importante — eu diria que mais, mas corro o risco de você abandonar a leitura, antes que eu consiga me explicar, então vou igualar as coisas... — quanto escrever.

Considere a edição, um trabalho de lapidação, enquanto que o ato de escrever seria a parte da garimpagem em si, na qual, de dentro da terra ou da rocha, você cava, procura, seleciona e no fi nal, tem uma pedra bruta em suas mãos.

Quanto ela vale? Quem vai se interessar por ela? Ela brilha, ou seria confundida com qualquer outra, comum e sem valor?

Editar é justamente dar o valor a essa pedra. Corte, lixe, ajuste.Re re, acrescente outros metais valiosos e no fi nal, a joia

estará pronta.Nossa joalheria, no entanto é feita das pedrinhas-palavras,

das rochas-parágrafos e das pepitas-capítulos.Cada uma dessas porções precisam ser trabalhadas isoladamente,

mas o produto fi nal é apenas uma joia: seu texto inteiro, do começo ao fi m, numa só peça.

O processo de edição passa por três aspectos: forma, conteúdo e interesse.

Ao escritor, cabem os dois primeiros, pois tornar a obra interessante para o leitor e para o mercado editorial é função do editor


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que trabalha na editora, na casa publicadora que comercializará seu livro. A menos que você esteja pensando numa publicação independente, e aí terá que assumir também esta responsabilidade.

Quando falo sobre forma e conteúdo, quero dizer:

• Forma – revisão superfi cial• Revisão ortográfi ca• Revisão grama cal• Coerência• Coesão• Conteúdo – revisão profunda• Informações• Trama• Enredo• Diálogos• Cenário• Ação• Ponto de vista narra vo

Quanto ao interesse, serão analisados os aspectos de mercado e são, principalmente:

• Interesse• Público-alvo• Gênero• Tema• Gancho de Imprensa

Muito bem, vou dar um tempo a você para que se recupere do susto que a constatação trouxe, no caso de nunca terem lhe avisado que revisão ortográfi ca e grama cal, ou ainda, a análise mais profunda do texto, faziam parte do trabalho do escritor.

E agora, tenho certeza de que me acha louco...“— Mas toda editora não tem um revisor?”


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— Sim.“— E não é dele esse trabalho?”— Não.“— Como assim?”É fácil de explicar: você, como escritor, tem o dever de conhecer e

de conseguir se comunicar, por escrito, no idioma em que está escrevendo. Lógico que descuidos acontecem, e são até comuns, mas não aqueles escabrosos, primários e inaceitáveis. Isso, é por sua conta. Há uma grande diferença entre escrever “tuso a ver”, trocando o “d” pelo “s” e “tudo haver”, demonstrando que você não nha a menor ideia de como grafar essa expressão!

Revisores das editoras trabalham na melhoria técnica do texto, muito além de ortografi a e gramá ca.

Verifi cam também pontuação, palavras repe das, tamanho de parágrafos, coerência, coesão, norma zação (uniformidade de es lo) e nunca, jamais, em tempo algum, mudarão o conteúdo. O máximo que pode acontecer é te avisarem que de repente, seu personagem sumiu, ou não respondeu a uma pergunta que tenha sido feita...

Revisão da editora, é o controle de qualidade, não o selo que sai da esteira rolante, onde consta um “Pronto”.

E é por isso que é você que tem que fazê-la.Mais: experimente ter uma ideia simplesmente genial, escrevê-la

e submeter seu texto, cheio de incoerências, informações inexatas e erros ortográfi cos a uma editora...

Suas chances de ser publicado caem para quase que nada, bem perto do grande e redondo nível do zero... E faz sen do que seja assim, porque seu texto entrará na pilha para ser lido por um leitor profi ssional, que poupará o ocupado editor de reler um texto mal escrito. Mas escrito, no entanto, não signifi ca ruim e agora, vamos decifrar essa tal de edição, parte tão importante quanto a escrita, etc., etc., etc...


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Então, par ndo do princípio de que você usou mais do que um corretor ortográfi co do Word e se preocupou em consultar um dicionário, mesmo que online1 para ter a certeza de que “exceção” não era com “ss”, e que esse mesmo corretor ortográfi co está com a atualização das regras do Novo Acordo Ortográfi co — editores que veem trema nos textos, andam tendo ataques cardíacos... Mas é só um aviso, não que VOCÊ deva se preocupar com isso... — você pode suspirar aliviado e passar para a fase dois da revisão, nas camadas mais profundas do texto, ou seja, o conteúdo.

Faltou explicar os aspectos de coerência e coesão, e para isso, vou recorrer à defi nição dada pela professora Vania Maria do Nascimento Duarte:

“Para que um texto fi que claro, obje vo e interessante, ele precisa realçar beleza, para que sua esté ca seja vista de maneira plausível.”

Fazendo parte dessa esté ca estão os elementos que par cipam da construção textual; entre eles, a coesão e a coerência.

A coesão nada mais é do que a ligação harmoniosa entre os parágrafos, fazendo com que fi quem ajustados entre si, mantendo uma relação de signifi cância.

Para melhor entender como isso se processa, imagine um texto sobrecarregado de palavras que se repetem do início ao fi m. Então, para evitar que isso aconteça, existem termos que subs tuem a ideia apresentada, evitando, assim, a repe ção. Falamos das conjunções, dos pronomes, dos advérbios e outros. Como exemplo, verifi que:

A magia das palavras é enorme, pois elas expressam a força do pensamento. As mesmas têm o poder de transformar e de conscien zar.

1 O Dicionário Priberan Online é uma ferramenta excelente, está alinhado com o Acordo Ortográfi co e conjuga

verbos! Acesse por este endereço: http://www.priberam.pt/dlpo/


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Podemos perceber que as expressões: elas e as mesmas referem-se ao termo – ‘palavras’. 2

Quando falamos sobre coerência, nos referimos à lógica interna de um texto, o assunto abordado tem que se manter intacto, sem que haja distorções, facilitando, assim, o entendimento da mensagem.

Estes são apenas alguns dos requisitos para a elaboração de um texto, e estas técnicas vão sendo apreendidas à medida que nos tornamos escritores assíduos.

Quanto às camadas superfi ciais, cuidado: não entenda superfi cial como menos importante. São apenas externas e ní das logo de cara, na primeira leitura.

Falando em primeira leitura, você já se deu conta que, com raras exceções não lemos mais do que uma vez um conto, ou romance?

Isso quer dizer que: quem terá que ler e corrigir o texto é você e não o seu leitor. O texto, quando chega a ele, deve estar pronto e sem deslizes.

E quando isso acontece, exatamente?Não há resposta. Faça o seu melhor, e garanta a excelência.

Essa é uma meta grande e gera um desafi o considerável. Mas é possível, porque não estamos falando compara vamente: o seu texto não precisa ser melhor do que o de Tal Autor. Precisa ser o seu melhor texto naquele momento ou, o melhor que podia fazer em relação àquele texto.

A revisão “profunda” vai até a essência do texto. Vamos agora adequar os aspectos relacionados a esses itens:

2 http://www.mundoeducacao.com.br/redacao/coesao-coerencia.htm


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• Personagem • Enredo • Tempo • Espaço• Narrador • Seu obje vo ao contar a história

Para que você possa fazer a revisão da essência, preparei um ques onário que deve ser respondido num dia sem muito calor... Faça primeiro as revisões superfi ciais, dê um tempo e com a cabeça fria, sem muita preocupação, concentre-se em avaliar se prestou atenção aos aspectos a seguir.

Incluí uma sugestão de exercício ao fi nal de cada bloco. Não há necessidade de fazer o exercício cada vez que escrever um texto! Mas tenha em mente que mudanças são sempre possíveis, trata-se apenas de focar nas principais possibilidades de problemas.

Com o tempo e a prá ca em revisar “profundamente” você achará mais perguntas… E mais respostas, o que é melhor!

PERSONAGENS

1. As personagens que você apresentou no texto estão todas devidamente caracterizadas?

2. Você deixou todas as caracterizações para o mesmo momento, ou seja, quando apresenta uma delas, trata de “despejar” de uma vez as caracterís cas ou faz isso ao longo do texto?

3. O leitor tem pistas para reconhecê-las mesmo que o nome delas não seja citado?

4. Você deu muita ênfase a uma personagem em detrimento de outra? Há alguma desigualdade desnecessária?


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5. Você deixou espaço para que o leitor criasse mentalmente a imagem das personagens?

6. Existe alguma personagem desnecessária na história? 7. As referências (em diálogos, citações) às personagens que não têm ação na história estão claras?

8. Há alguma contradição na caracterização das personagens em termos de época ou espaço geográfi co?

9. Cada uma delas, se houver algum diálogo do qual par cipam, tem uma voz própria e um jeito de falar pessoal?

EXERCÍCIO FINAL DE REVISÃO PROFUNDA PERSONAGENS

Crie o perfi l de Orkut das personagens principais. Pode usar qualquer outro po de modelo para fazer o perfi l, mas o obje vo é que elas mesmas se apresentem, ao invés do narrador. Reveja se as caracterís cas que selecionaram, aparecem no seu texto.

ENREDO

1. Sua história tem, pelo menos, começo, meio e fi m?

2. As ações acontecem de forma lenta, normal ou rápida? Em todos os trechos, ou em apenas algumas partes?

3. Você “amarrou” um parágrafo no outro, de forma a criar expecta va no decorrer da leitura?

4. Você inclui entre o início e o meio e entre o meio e o fi m, pelo menos um fato surpreendente/curioso? (ponto de virada)


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5. Os confl itos foram solucionados?

6. Alguma informação fi cou sem função?

7. Alguma informação fi cou faltando?

EXERCÍCIO FINAL DE REVISÃO PROFUNDA ENREDO

Imagine que você não é livre para determinar o número de palavras que quer escrever. Caso vesse, obrigatoriamente que reduzir o seu texto em 25%, o que cortaria?

Corte, segundo a refl exão acima. Releia o texto e verifi que o que mais é desnecessário. Menos e bem feito é mais, como já falamos.

TEMPO

1. Quanto tempo (cronológico) dura o seu texto?

2. As ações de seus personagens cabem nesse tempo?

3. Um tempo menor requer ações mais rápidas. As frases e a pontuação acompanham a velocidade que quer imprimir?

4. Um tempo maior requer mais detalhes. As frase e pontuação passam essa impressão ao leitor?

5. Em que época as ações se passam?

6. Os objetos, fi gurino, veículos, costumes, acessórios, mobiliário e falas das personagens estão de acordo com a época?


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EXERCÍCIO FINAL DE REVISÃO PROFUNDA TEMPO

Se ainda não o fez, construa uma linha de tempo, do início ao fi nal do texto. Situe as principais ações usando também, o recurso do relógio/calendário. Confi ra os dados para verifi car se tudo faz sen do.

ESPAÇO

1. Qual é o espaço geográfi co da sua história? (país, cidade, bairro...)

2. Quais são os ambientes da história? (casa, escola, quarto, cozinha...)

3. Quando existem trocas de ambiente, isso é percep vel?

4. Do ponto de vista de quem, os cenários são caracterizados? Isso está adequado? (Exemplos prá cos: uma criança não enxerga além da altura dos seus olhos. Se ela es ver descrevendo um ambiente, terá que fazê-lo desse ponto de vista; de dentro de um carro, nossa acuidade visual é menor por cauda dos vidros se forem escuros ou da velocidade, assim por diante)

5. Você deu margem ao leitor para que ele preenchesse os ambientes e pudesse imaginá-los?

6. Suas referências aos ambientes incluem outros sen dos que não a visão, tais como audição, sensações sicas como (calor, frio), olfato?

7. Os personagens respeitam as caracterís cas geográfi cas?

8. Há alguma coisa em sua história que precisa, obrigatoriamente, estar clara para que o leitor sinta-se mais próximo do espaço que você propôs? (você está contando sobre uma viagem a uma geleira,


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mas não diz isso e de repente, todas as personagens estão tremendo de frio e fi cando com os dedos dormentes... percebeu?)

EXERCÍCIO FINAL DE REVISÃO PROFUNDA ESPAÇO

Você conhece bem o seu texto. Imagine ou peça para que alguém faça a leitura para você. Se quiser, grave. Feche os olhos e veja, como num fi lme. Seus olhos são a câmera. Passeie pelo ambiente e reescreva, posteriormente, os trechos problemá cos.

NARRADOR

• Quem está narrando a história?

• Isso está claro para o leitor? Em que momento?

• A referência aos personagens, por parte do narrador, respeita os tempos/modos verbais e os pronomes?

• Quando você lê a história, em sua mente, ouve uma voz feminina ou masculina? Infan l, adulta ou envelhecida? Rouca ou límpida?

• Conforme a resposta anterior, as expressões usadas nos trechos de narração estão de acordo com “a voz”?

• O narrador está pendendo para algum personagem, ou seja, parece que ele dá mais atenção a um do que a outro?

• O narrador é imparcial ou tendencioso?


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• Existe algum po de preconceito 3 implícito na narração?

• O narrador vai se expressar em relação às personagens com adje vos ?

• Verifi que a imparcialidade.

• Se o seu narrador par cipa das ações, você lembrou-se de caracterizá-lo?

EXERCÍCIO FINAL DE REVISÃO PROFUNDA NARRADOR

Re re o narrador de sua história. Conte tudo através de diálogos. Como fi cou?

SEU OBJETIVO, AO CONTAR A HISTÓRIA

1. O que pretendia contar inicialmente realizou-se?

2. Você se emocionou, assustou, intrigou, alegrou, entristeceu ao ler o texto?

3. Que emoções pretendia passar ao leitor?

4. Consegui realizar o seu obje vo?

5. Se contasse essa mesma história, sem o auxílio do texto, ou

3 Nenhum narrador em terceira pessoa, por defi nição, pode ser parcial. As opiniões são sempre das personagens

e nunca de quem conta a história, nesse caso. Cuidado com isso!


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seja, oralmente, omi ria ou acrescentaria alguma coisa? Manteria a mesma ordem dos fatos?

EXERCÍCIO FINAL DE REVISÃO PROFUNDA OBJETIVOS

Responda sinceramente: você colocaria sua história numa cápsula indestru vel para que pudesse ser lida por alguém em 3008?

Respondeu? Ó mo! Agora, por favor, termine!Nada mais de revisão. Não volte a refl e r sobre os mesmos

tópicos. Chega de trocas, subs tuições, acréscimos e consultas. Está feito. Fale “amém”, “assim seja”, “thats all folks” ou qualquer outra coisa que lhe dê a certeza absoluta de ter acabado.

Passe o texto adiante. Entregue-o para o revisor, editor, publique, ou guarde no seu baú, mas re esse texto de sua frente!!!

Não há nada mais triste do que ver um texto exposto a um processo interminável de revisão.

Apesar de ser necessária, a revisão quando feita sem obje vos concretos e por puro preciosismo, pode modifi car completamente a ideia inicial. Não é isso que queremos: queremos apenas, melhorar o que pode ser melhorado e temos como obje vo maior a compreensão por parte do leitor.

Revisar é diferente de planejar. Tem muito escritor que acha que está revisando e na verdade, está tentando achar uma linha para a história, o fato seguinte, a solução para um confl ito. São coisas diferentes. O planejamento faz com que você escreva e a revisão faz com você publique, ou seja, esteja pronto para mostrar o seu texto aos outros (publicar = tornar público)!

Se você está escrevendo um romance, ou qualquer outro texto em capítulos, é preferível que faça as duas revisões anteriormente propostas — primeira etapa (ortográfi ca e grama cal) e a segunda (coesão e coerência) — e deixe a revisão profunda para o fi nal do texto, depois de


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acabar todos os capítulos. Dessa forma, você não modifi ca o plano inicial, a sua ideia central e corrige apenas o que não está dentro da meta.

Quanto aos autores de não fi cção, a revisão segue os mesmos princípios, com o cuidado de checagem, na parte profunda, de aspectos como esses:

• Datas• Locais• Referências bibliográfi cas• Citações• Endereços eletrônicos• Endereços sicos• Legendas de fotos e imagens• Conferência de gráfi cos e tabelas• Correspondência monetária atualizada

Para encerrar, precisamos dizer que apesar de sua revisão, ainda há modifi cações possíveis. Talvez elas não tenham fi cado claras para você, nem com o auxílio do ques onário. Submeter o texto à leitura de um terceiro pode ser fundamental. Aqui entram os revisores profi ssionais, editores e os leitores crí cos. A função deles é ajustar mais ainda.

Revisores estarão concentrados na primeira e segunda etapa, com maestria. Dominam a linguagem; levantarão questões nas quais nem paramos para pensar. Podem até chegar no nível da revisão profunda, mas difi cilmente o fazem — não por não terem ferramentas, mas porque, normalmente, estão ocupados com o idioma, em si.

Um bom editor é como um afi nador de pianos, ele percebe, porque treinou para isso, onde as notas não estão no tom.

Já os leitores crí cos lhe dirão se “gostaram ou não”, o que, defi ni vamente, não importa. O que eles precisam lhe dizer é se “entenderam ou não”.


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O úl mo aspecto da revisão, o interesse, que é função da editora, essencialmente, pode ser realizado por você, mas não deve ser sua preocupação se o seu plano não for publicar por conta própria.

Vamos esmiuçar cada um dos itens:

• Público-alvo: na verdade, você mesmo já defi niu isso quando planejou o seu trabalho. Porém, o olhar do editor está treinado para achar o nicho correto de mercado mais adequado a um livro como o seu e a opção fi nal, acaba sendo da editora. Isso quer dizer que mesmo que você ache e tenha certeza de que escreveu para meninas de até 14 anos, o editor pode reconhecer um texto que cairia como uma luva para o público de 8 a 10 anos. É em cima disso que serão planejados os aspectos sicos, como a fonte, diagramação, capa, necessidade de ilustrações e ações de marke ng e imprensa. Coloque seu ponto de vista, mas respeite a experiência alheia. Se o seu trabalho é escrever, o da editora é vender. Deixe assim.

• Gênero: parece claro que o gênero é fácil de defi nir. Um romance policial é diferente de um livro espírita, que é diferente de poesia, que é diferente de um livro técnico, mas isso é mais do que importante para defi nir se seu trabalho cabe na linha editorial daquela casa publicadora. Vamos falar sobre isso mais adiante.

• Tema: assim como o gênero, o tema pode ou não interessar à editora, ao público-alvo e ao próprio mercado editorial. Isso depende mais da época do que do assunto. Livros com temas natalinos são mais adequados para o fi nal do ano, do que para fevereiro... E qualquer editor daria um “pedaço de sua alma” por um livro-escândalo a respeito de um candidato à presidência, em ano eleitoral. Por melhor que seja seu trabalho, é preciso fi car atento às tendências do mercado, aos assuntos mais comentados, e até mesmo à saturação dos mesmos.

• Gancho de Imprensa: aqui há a complementação do item anterior. Se o seu tema, além de apresentar interesse nos leitores,


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ver potencial para repercu r na mídia, será mais bem aceito pelos editores. O que não quer dizer que você deva se concentrar em escrever apenas para aparecer. Mas uma ajudinha sempre cai bem. Imagine se você es vesse escrevendo a biografi a mais completa sobre um cantor famosíssimo e de repente, ele morresse? Garanto que seu livro seria disputado à tapa pelo mercado editorial, caso fosse um trabalho bem feito e pesquisado. Mas não precisamos ir longe... Já há muita gente escrevendo guias para turistas, com vistas à Copa do Mundo no Brasil, ou livretos de referência para que brasileiros se comuniquem em outros idiomas.

Fique de olho nas no cias, ande pelas livrarias e faça uma pesquisa séria pelos temas relacionados ao que pretende, ou está escrevendo. Tudo o que puder agregar valor ao seu original é muito bem vindo e contribui para o sucesso do seu trabalho.

E chegamos ao fi m da etapa de edição.Nosso “publicômetro” está na casa dos 90% e você avançou mais

um pouco no seu obje vo.Agora é par r para a rua com o seu original, e esperar pelo

produto fi nal.

A ele!


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▪ IV. Publ icar

“A felicidade do escritor é o pensamento que consegue transformar-se

completamente em sen mento, é o sen mento que consegue transformar-se

completamente em pensamento.”

Thomas Mann

● 1. A S P EC TO S F Í S I CO S D O L I V RO

Quando olhamos o produto fi nal “livro”, não imaginamos o quanto de trabalho está envolvido na produção do mesmo.

São detalhes, que vão do es lo e gosto pessoal, aos obrigatórios.A Ficha Catalográfi ca, por exemplo, é um item obrigatório.

Diz respeito aos parâmetros que as bibliotecas usam para cadastrar o livro, classifi cá-lo e colocá-lo na estante, de acordo com o assunto tratado na obra. A Câmara Brasileira do Livro - CBL presta este serviço. Caso o autor conheça algum bibliotecário, pode contratá-lo para fazer a fi cha.

Após providenciados este item obrigatório, e já com o texto já corrigido em consonância com o Novo Acordo Ortográfi co, começa a montagem do livro propriamente dita. Agora é necessário se pensar em tamanho (altura, largura), capa etc.

O tamanho do livro nem sempre depende da vontade única do escritor. Nem sempre o autor conhece (e nem precisa conhecer) o processo de montagem de um livro. Mas é bom que se aconselhe com alguém mais experiente ou re suas dúvidas com a editora. Tenha em mente que cada livro é como se fosse um fi lho, tem uma personalidade, um jeito, uma iden dade. Quando termino um livro, vou até uma livraria e folheio várias obras, de preferência as que tratam do mesmo assunto.


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Assim, posso ter uma ideia melhor do que desejo para meu trabalho. Observo ilustrações, capa, orelha, prefácio, tamanho das letras, largura e altura do livro, etc.

A capa é uma parte muito importante, já que é a primeira coisa que o leitor vê. Nem sempre um bom livro é levado para casa apenas pela capa, mas esta funciona como um primeiro atra vo aos olhos. Escolher bem cores e letras, desenhos e ilustrações, fotos etc. pode demorar, mas sempre traz bons resultados.

A orelha do livro é aquela parte da capa que fi ca dobrada para dentro. É um item não obrigatório, mas pode dar um charme ou reforçar a capa contra dobraduras. Na orelha, o autor pode escrever parte da sua biografi a, pedir que alguém faça um texto apresentando ou comentando o livro, incluir trechos da obra ou deixar em branco. Como se trata de mais um elemento que encarece a produção do livro, deixar a orelha em branco, portanto, não é uma boa opção.

A contracapa é uma face interna da capa, que fi ca no fi nal, do lado oposto à capa. Geralmente, publica-se ali opiniões de leitores, trechos ou notas extraídas de jornais ou depoimentos de amigos a respeito da obra. Também pode ser publicada uma sinopse do livro ou mesmo um texto sobre o próprio autor. Cada escritor pode dialogar com a editora e escolher o que é mais conveniente para a obra em questão.

Entrando na paginação, após a capa, a sequência a ser seguida é: folha de rosto, com informações sobre a editora, fi cha catalográfi ca, índice ou sumário, prefácio, apresentação e o texto do livro em si. Há quem prefi ra dispensar o prefácio e a apresentação, este detalhe depende do gosto pessoal ou da importância da obra. Há livros que trazem prefácios diversos, como o primeiro prefácio, o prefácio da segunda edição etc. Ao fi nal da obra, pode-se, ainda, escrever um posfácio, que nada mais é do que uma declaração fi nal do autor ou de uma pessoa que tenha lido o livro.


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MIOLO

É nesta parte que o livro se concentra. No miolo está todo o livro, as informações, fotos, planilhas, gráfi cos, o texto, o que for. É a parte maior da obra, o conteúdo propriamente dito. Por ser a alma do livro, não desmerecendo as demais partes, o miolo deve ser tratado com muita atenção e cuidado. Erro de português, de diagramação, informação desencontrada ou mal explicada pode destruir a reputação de uma obra. De nada adiantará uma capa bonita, um prefácio escrito por alguém ilustre, a publicação do livro em editora renomada, se o conteúdo for pobre, mal escrito, com erros de digitação, falhas de estrutura etc. Aí é sempre bom recorrer a um profi ssional capacitado para fazer uma crí ca antes de publicar o livro.

Todos esses procedimentos são feitos antes de enviar o livro para a gráfi ca, sem necessidade de impressão. A correção de capa, miolo etc. pode ser realizada diretamente no computador. O profi ssional que cuida dessa etapa é o diagramador, ou seja, a pessoa que monta a estrutura gráfi ca do livro. Após a montagem, ou mesmo durante a mesma, pode-se imprimir a obra para fazer provas. É a chamada “boneca” do livro, que permite a visualização e o contato sico com as folhas, a leitura direta no papel, anotações e rabiscos, correções e ajustes. Feito isso, o material é enviado de volta para conserto. Após a impressão fi nal dos exemplares, fi ca impossível fazer correções. Portanto, todo cuidado é pouco no processo de construção de um livro.

E isso é mais do que importante, caso você decida levar adiante, uma publicação bancada por você.

Quando ela é feita pelas editoras, isso é trabalho deles...Mas antes, é preciso enviar seu original!


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● 2. PA S S O A PA S S O PA R A O E N V I O D O T E X TO

Vamos por partes: o pressuposto inicial é que você acabou seu texto, já fez uma revisão bem precisa (coerência e coesão), garan u que seu texto não tem erros ortográfi cos primários, realizou a revisão profunda e que não há mais nada a fazer, de sua parte, para melhorar o trabalho. Ou seja, para você, está pronto.

• Passo 1: REGISTRE O TEXTO NA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL com um tulo que contenha numeração, exemplo: A Saga de Pedro Poro V1 (sendo que V1 representa a primeira versão). Isso, porque a editora pode querer alterar o tulo, mudar o conteúdo ou qualquer outra coisa que se faça necessário, mas o assunto essencial estará resguardado, compreendeu?

• Passo 2: aguarde o número de protocolo.

• Passo 3: prepare uma lista de editoras que tenham publicações na mesma linha que seu texto. Não adianta mandar um texto de receitas culinárias para uma editora que só publica dicas de arquitetura! A pesquisa é básica. Tenha em mente editoras grandes, médias e pequenas e também, formas alterna vas de publicação, como impressão sob-demanda, livro em formato digital, audio-book, etc.

• Passo 4: prepare um mini-currículo. Com “mini” estou dizendo coisas do po: nome, idade, formação acadêmica (não precisa citar toda a formação, mas o “pé” em que está, como Estudante de Letras, ou Conclusão de Ensino Médio), cidade onde mora e outras publicações, se exis rem. Se você escreve para o jornal de bairro, um blog, uma revista, coloque o link ou o endereço. Se o seu livro está relacionado a algo técnico é importante que cite seu conhecimento na área. Por exemplo, se o seu original tem como tulo, “Lidando com a dor”... No mini-currículo, diga claramente que você é médico com experiência de 15 anos de consultório.


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• Passo 5: Prepare o original. Faça uma capa; numere as páginas, faça um rodapé com o nome do texto e ponha seu nome ao lado. Escreva a palavra FIM no fi nal. Parece um pouco estranho, não é mesmo? Já vi texto que não parecia ter fi m, a impressão é que veio sem úl ma folha…


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● 3. C A RTA D E A P R ES E N TAÇ ÃO D O T R A BA L H O

Eu havia pensado em apresentar um ou mais modelos de cartas para envio aos editores, aqui neste capítulo…

Reavaliando, porém, imaginei que gostaria de explorar o que editores esperam saber sobre um texto, antes de que você, simplesmente copie-cole-modifi que-envie uma carta às editoras.

Isso me leva a crer que seu interesse é entender um pouco mais sobre o mercado editorial. Se você escreve, se tem o desejo de publicar — porque, pasme... muitos escritores não querem ter suas obras publicadas! — deve conhecer o comportamento do mercado. Bem, o sonho de todo editor é um publicar um livro que renda muito, que fi que na lista dos mais vendidos por um ano, que traga prêmios, que dê “fi lhotes”, que seja no cia, que gere polêmica, que se mantenha, que sirva de referência, que gere crí cas, ou, no mínimo, que se pague...

Publicar não é tão simples assim... Os custos são altos; trata-se de um mercado de apostas.

Um editor escolhe, dentre milhares de possibilidades, apenas uma para inves r tempo de preparo do original, tempo e dinheiro com as questões operacionais, dinheiro e esforços publicitários, dinheiro e mais dinheiro com logís ca e acertos entre as distribuidoras e livrarias.

Claro que compensa... se o livro for aceito pelos leitores.

Preste atenção: não me refi ro ao fato de um livro ser “bom” ou “ruim”. Eu disse aceito e quem determina isso, no fi nal das contas, é o leitor (obviamente, com a ajuda da mídia, do marke ng e da rede de contatos dos envolvidos).

Assim, vamos pensar de maneira bem rasa: um editor recebe um texto de um escritor não-publicado e deve decidir se vai considerar uma edição.


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Isso, meu amigo. Considerar.

Suponha que você tenha escrito um livro sobre origami. Suponha também, que eu, editor que recebi o texto, tenha uma fi lha pequena que esteja na escola justamente aprendendo a fazer dobraduras... Concorda que olharei para o texto com uma certa referência emocional?

Pois bem. Acontece que o mercado pode estar saturado de livros sobre origami, ou, de uma forma que nunca iremos entender claramente, não há uma tendência para livros sobre origami.

Gostar do texto, em termos de assunto, não é uma garan a de publicá-lo, segundo a cabeça de um editor. Ainda bem, porque os leitores fi cariam nas mãos de ranos manipuladores de assuntos e temas (sim, isso acontece, em algumas épocas).

O que interessa comunicar, então? A lista abaixo pode ajudá-lo a refl e r quando es ver preparando sua carta de apresentação:

• O mo vo pelo qual escreveu o textoNão se trata de comércio! Você pode ter escrito sobre ovelhas, em forma de poesia, porque sempre gostou desses bichinhos... A questão aqui não é se vai vender ou não, mas o que faria alguém que foi padre durante 40 anos, escrever, por exemplo, sobre rituais de magia negra?

• Uma breve pesquisa de interesseBreve é breve, curto, obje vo, conciso... O trabalho de alcançar o nicho de mercado para uma determinada obra é, mesmo, da equipe editorial, porém, se você não sabe que só existem dois agricultores no mundo especializados em plan o de mamona roxa, e seu texto é sobre isso, especifi camente, sairá perdendo! Note que também é uma faca de dois gumes: assuntos pouco abordados interessam tanto quanto temas ba dos. Exponha claramente o que você, autor, imagina em termos de audiência.


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• A certeza absoluta de que essa editora, em par cular, publicou ou tem interesse em publicar, obras nessa linha editorialNão fuja disso, não dê “jei nho”, nem espere o impossível. Uma editora que nunca publicou poesia, con nuará não publicando. Se tem alguma informação contrária a esse fato, use-a. Por isso, é sempre importante que autores fi quem atentos às no cias do mercado, divulgadas em jornais, revistas, televisão ou na internet.

• Sua pesquisa ou conhecimento sobre o assuntoVocê não precisa ser um profi ssional especializado em determinado tema para escrever sobre ele. Basta que faça uma pesquisa séria, com fontes confi áveis e tenha talento para juntar as peças. Mostre que sabe do que está falando e aqui, incluo obras de fi cção. Escreveu um livro sobre vampiros? O que sabe sobre eles, onde achou as fontes de consulta, por que se baseou em um personagem que já existe?

• Uma pequena demonstração de sua rede de contatosAté um autor que mora numa ilha deserta e escreveu seu livro em folhas de coqueiro usando nta de uma planta estranha, pode ser sucesso... Mas, se você é blogueiro e tem 200.000 assinantes em sua lista, suas chances dobram. Se é conhecido publicamente, de alguma forma, triplicam. Se já publicou, com sucesso, a progressão é geométrica! Então, “— Para publicar um livro eu preciso ser conhecido“? Não! E, por favor, esqueça coisas como: “tenho uma a-avó que trabalha na Globo“. Não dê “carteiradas”, não seduza para o mal, não chantageie. Editores são espertos e mesmo que você seja sucesso em alguma área, pode não interessar no momento.

• Sua capacidade operacional de escreverAh... Já falamos exaus vamente sobre isso… Mas nunca é demais, quando se trata de candidatos a escritores.Talvez o mais importante item, o que é capaz de derrubar todos os obstáculos anteriores. A quem interessa o assunto, pres gio, rede de contatos, ou conhecimento sobre pássaros de Manoel de Barros? Acontece que aquilo que ele registra por escrito, em forma de poesia, é tão sublime que chega a ser irrecusável! Não há o que pensar: é talento,


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é nato e é importante culturalmente. Seu texto pode estar esperando para ser publicado simplesmente porque você sabe como escrever, sabe contar uma história, sabe falar de forma clara sobre um assunto, ou, encanta poe camente, tem um imã que prende o olhar do leitor às suas palavras. Sobre “escrever na língua em que a editora publica“, parece estar claro. O mercado editorial japonês pode estar sedento por uma história de amor... Você não fala japonês? Não escreve em inglês? Não conhece nenhum tradutor? Esqueça.


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● 4. P R E PA R A N D O O M AT E R I A L

Esta é a sessão mais mecânica de todo o livro, mas tem sua importância e tenho certeza de que compreenderá o monte de especifi cações.

Talvez, seja essa a diferença entre um original que fi cará eternamente na gaveta, e o seu próximo livro.

É essencial que seu original seja apresentado de maneira profi ssional, se você espera que ele saia do fi nal da pilha e passe a ser lido por um profi ssional de uma editora.

Um original bem apresentado imediatamente ganhará um espaço na mesa do ocupado editor; uma apresentação suja pode nem ser lida, mesmo tendo um conteúdo de excepcional valor. As primeiras impressões são, como sempre, de vital importância. Não há exceção: o material deve ser sempre digitado, antes de ser enviado a um editor.

Seu trabalho deve ser impresso em papel branco tamanho A4 de boa qualidade; não queira impressionar usando papel reciclado, ou de menor gramatura. Não se trata de ecologia, mas de possibilidade de leitura. Ao redor de 70-80 g/m2 (gramas por metro quadrado) é adequado. Imprima em uma face só do papel. Se seu tonner es ver acabando, descarte-o e ponha um novo, ou recupere-o, se apropriado. Em úl mo caso, imprima no modo normal e faça uma xerox, garan ndo a qualidade de impressão.

As margens devem ser de aproximadamente 5 cm à esquerda e 2,5 cm à direita.

Na primeira página de seu texto, a mais ou menos um terço de altura na página, digite o tulo, no centro em letras maiúsculas e sublinhe.

Mais ou menos 5 linhas abaixo, escreva “por”, novamente no centro, e mais cinco linhas abaixo, digite seu nome verdadeiro ou seu pseudônimo. Somente o tulo exige letras maiúsculas.


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Mais ou menos no meio da página comece seu texto. Entre cada parágrafo, deixe cinco espaços à direita e digite tudo em espaço duplo.

Deixe as margens superior e inferior de cada uma das páginas, com aproximadamente 2,5 cm.

As páginas devem ser numeradas e iden fi cadas para o caso de se desgarrarem. No topo de cada página, você deve por seu nome, um tulo abreviado e o número da página. A página dois para meu original deste livro, começaria como segue:

VALDECK COMO ESCREVER UM LIVRO PÁGINA 2

Uma linha deve ser deixada vaga antes de con nuar o texto.No fi m de seu texto, deixe algumas linhas e digite no centro:

.............FIM

No lado inferior esquerdo da sua úl ma página, escreva seu nome e endereço em espaço simples.

Originais devem, preferivelmente, ter uma folha de rosto, dando breves detalhes sobre o que está sendo oferecido. Na sua capa, aproximadamente na metade, o tulo de seu original é digitado em letras maiúsculas e centralizado. Algumas linhas mais abaixo, digite “por” em po (caixa) mais baixo, e a um número igual de linhas, em po (caixa) baixo de letras, seu nome verdadeiro ou seu pseudônimo, isto é, o nome que você quer que apareça em sua obra publicada.

Se você apresentar ilustrações, escreva, algumas linhas abaixo, quantas fotografi as/desenhos/ilustrações há. Digite seu nome verdadeiro e endereço abaixo, em espaço simples.

A seguir, vem a tal da carta de apresentação da qual falamos na sessão anterior.


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Não há a necessidade de encadernar, nem colocar espiral. Páginas organizadas em sequência, sem grampear, mais a carta de apresentação, são mais do que sufi cientes.

Providencie um envelope que tenha o tamanho compa vel com o manuscrito.

NÃO DOBRE SEU TEXTO. O envelope deve conter o texto e não o texto se espremer no envelope. Considere que o serviço de correio certamente, fará o favor de amassá-lo, amarrotá-lo e danifi cá-lo. Minimize os danos. Acomode bem o seu “fi lhote”.

Se não souber o nome do editor, encaminhe o material primeiramente em nome da editora, aos cuidados do Departamento de Análise de Originais.

Poste…Aí... espere!A menos que vários meses tenham se passado, não pressione

um editor por resposta sobre um trabalho. Alguns sites de editoras, apresentam até mesmo um aviso a respeito do tempo que levam para analisar um original. Difi cilmente, menos do que três meses.

Após apresentar seu manuscrito, comece outro. Não espere muito pelo des no do primeiro.

Ah! Cuidado com o material que envia pela internet! Garanta que a editora, revista ou jornal recebem originais através do correio eletrônico. Se es ver certo disso, procure saber se pode mandar o original em anexo, ou, no caso de um texto mais curto, este deve estar no corpo da mensagem.

Aconselho que faça uma planilha com os endereços e datas de envio de seu original, para controle.

Infelizmente, o fato é que receberá muitas cartas de recusa, sem mo vo ou explicação, “sem mais nem porquê”, como disse o poeta.


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FALANDO EM REJEIÇÃO…

De verdade, não conheço nenhum autor que tenha passado pelo processo de encaminhar originais às editoras e tenha recebido um: SIM! de todas elas.

Meus amigos, alunos e correspondentes passaram por vários “nãos” antes de conseguirem publicar o primeiro trabalho.

Posso dizer por experiência própria que, eu mesmo, depois de ter publicado meus primeiros livros também recebi um monte de “nãos” nas outras tenta vas.

Ter um livro publicado não é garan a, absolutamente, de que seus próximos trabalhos serão bons, ou melhor, de que o mercado estará preparado para eles.

A pergunta que me ocorre é: por que é que ar stas, em par cular, lidam tão mal com a rejeição?

Pense bem: quantos vendedores de um magazine ouvem a palavra “não” diariamente? E quantas vezes isso ocorre?

Todas as pessoas que estão em vias de fechar um negócio, têm, no mínimo, 50% de chance de terem suas propostas rejeitadas. Mesmo que sejam boas, mesmo que o mercado precise daquele produto, mesmo que o comprador possa pagá-lo, que o preço seja justo, que o produto seja único.

Então, qual é o drama? Por que escritores fi cam sofrendo de síndrome de exclusão quando as editoras não aceitam o original?

Por que isso leva a um estado depressivo que muitas vezes, até mesmo corta prematuramente, uma carreira que poderia ser de sucesso?

Por que não lidar com a coisa toda pensando em termos... mais comerciais?

Ah... essa é uma questão polêmica e pouco discu da... o brio, normalmente, não deixa que se fale sobre isso nas rodas intelectuais...

O autor choraminga porque seu original foi rejeitado. O original


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está sendo apresentado a uma editora porque o autor pretende que a obra seja publicada e vendida...

Assim, o texto, que inicialmente era só conteúdo ar s co, está agora sendo apresentado como produto; será comercializado, é essa a intenção. Como produto, pode ser aceito ou não.

Para que tanta mágoa? Não é pessoal, é apenas comercial. É um negócio.

Escrever pode ser uma arte, mas publicar é comércio. (Estou preparado para a saraivada que ouvirei dos editores... sim, sim, entendo que há muito de arte no processo de publicação, mas, quando se ganha para fazer algo e se cobra por esse mesmo algo de quem o quer adquirir, isso é, indubitavelmente, uma relação comercial).

Acho que tem a ver com um velho chavão de: plantar uma árvore, ter um fi lho e escrever um livro... “obras”, “coisas” para a posteridade... sim, mas muito diferentes entre si, ou teríamos que sair por aí vendendo crianças e cobrando para plantar árvores; quem sabe, parindo textos e mudas... ou ainda, plantando... bem, esqueça!

Resumo da ópera: a rejeição é ao produto, não a você e ponto fi nal. Livre-se da culpa e con nue enviando seus originais, até receber um “sim”.

Porém, um dia… Um dia uma daquelas tantas cartas será um imenso SIM e todo o seu trabalho será recompensado.

Não se desespere, não desista, não fi que deprimido.

Para que não perca as esperanças e dando um voto de boa sorte, providenciei um modelo de contrato de uma editora comercial, para que se familiarize com os termos, se este for seu ideal de publicação. Ele está inserido nos anexos deste livro e lendo as cláusulas, poderá ter ideia do que uma editora propõe e do que espera dos autores.


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Os cuidados na hora do fechamento de um contrato editorial não se restringem às cláusulas legais. Procure informar-se junto a outros autores sobre a idoneidade da empresa, acertos de direitos autorais e distribuição.

Além das editoras comerciais, existem os prestadores de serviços editoriais e agora, passemos às vantagens e desvantagens de se trabalhar com cada um deles.


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● 5. FO R M A S D E P U B L I C AÇ ÃO

A forma de publicação pode ser digital ou impressa. Há sites especializados na produção de ambos os formatos.

Em alguns, a obra pode ser vendida no formato digital e também no formato impresso, sendo que este úl mo envolve frete. Geralmente, se publica de graça. Em algumas editoras, o serviço de montagem do livro é cobrado. Neste caso, o custo é direcionado apenas ao leitor, no momento da aquisição do livro, seja em formato digital, ou em papel. Disponibilizei, no fi nal deste livro, uma lista de sites que produzem livros digitais, mas uma busca rápida no Google pode ser bem mais ú l.

LIVROS ELETRÔNICOS

Publicar não signifi ca necessariamente imprimir um livro. A publicação pode ser feita diretamente em sites e blogs, sem necessidade de impressão, que é apenas uma parte do processo.

Com o advento dos livros eletrônicos, muitas obras nem mesmo chegam a uma gráfi ca. Vão diretamente para os leitores através de tabletes, arquivos eletrônicos e outras formas de publicação, incluídos aqui o áudio-livro, uma obra “falada” e gravada em CDs ou em arquivos para serem ouvidos na internet. A publicação em forma eletrônica, os chamados e-books, nem sempre é gratuita ou barata. Na internet podemos encontrar várias alterna vas.

No entanto, para que o e-book seja comercializado por grandes livrarias, é necessário que o arquivo obedeça a certos critérios técnicos que talvez o escritor comum não controle. Para isso, existem empresas especializadas em converter arquivos criados no formato .doc (Word) para outros formatos digitais, como .epub, .mobi, .pdf etc. Estas empresas realizam, ainda, a confecção ou adaptação da capa, registro ISBN,


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além de intermediar a colocação em sites de livrarias, acompanhar e prestar contas das vendas etc. É um trabalho minucioso, que demanda tempo e disposição, dos quais o autor nem sempre dispõe, devido ao corre-corre da vida. O bom mesmo é escrever, produzir literatura e desfrutar os lucros da venda dos livros.

EDITORAS COMERCIAIS X PRESTADORES DE SERVIÇO

Uma editora comercial é aquela que paga para publicar seu livro.Um prestador de serviço editorial é aquele a quem você paga

para publicar seu livro.Pronto. Acabaram-se as explicações!Não pense que eu deixaria você na mão, justamente agora,

que terminou seu original e está a 5% no “publicômetro”, do lançamento…Preparei uma tabela compara va, entre as editoras comerciais

(EC) e os prestadores de serviços editoriais (PSE) para que você avalie as diferenças e possa escolher seu caminho com tranquilidade.

Aspecto EC PSE

Foco no livro sim não

Foco no autor não sim

Custeia a análise, revisão, diagramação, capa, impressão

sim não

Se responsabiliza pela comercialização e distribuição

sim não ou sim

Organiza noite de autógrafos sim não ou sim

Promove seu trabalho sim não

Oferece mais pres gio sim não

Paga porcentagem sobre o valor do livro sim não


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Possibilitam par cipação e opinião sobre a publicação

não sim

Detém o controle do processo de comercialização e marke ng

sim não

Permite a opinião do autor nos aspectos sicos do livro

não sim

Ou seja, não é uma guerra entre “bem e o mal” ou “melhor ou pior”.

As escolhas devem ser feitas, com base no que é mais confortável para você.

Se por um lado, uma editora comercial custeia todo o processo de produção do livro, parece lógico que ela fi que com 90% e você com 10% de direitos autorais.

Já nos prestadores de serviço, você pagou pela edição e depois disso, não está mais ligado àquela editora, tendo o controle total das vendas e do valor. Não há porcentagem.

Existem casos de meio termo, mas são raros. Alguns prestadores de serviço bancam uma parte do valor e se vinculam comercialmente à venda do livro.

Tanto faz, uma coisa, ou outra, amigo leitor/escritor, não é fácil!Ou você fi ca muito feliz por ter sido escolhido por uma editora

comercial e recebe, semestralmente, seus 10%, sobre o valor de capa — bem pouco — ou sai com seus livros debaixo do braço, mas recebe o dinheiro inteiro da venda, no fi nal.

O mercado editorial brasileiro não faz adiantamento, ou seja, não paga para que você escreva um livro, a menos que seu nome esteja no topo da lista dos mais vendidos, nacional e internacionalmente.

Infelizmente, também, existem as editoras comerciais picaretas — poucas, diga-se de passagem, mas a vas—, que não prestam contas e além disso, atrasam pagamentos. É como se es vessem fazendo um favor ao autor…


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Também há pouquíssimos e sérios agentes literários, que seriam os correspondentes aos empresários da área musical, que intermediam transações e fazem contratos de publicação.

Tudo o que você já viu no cinema sobre o glamour da vida de um escritor, não serve, ainda, para o Brasil. Não é por falta de personalidades para isso, mas porque ainda não chegamos lá.

Ao lado desse problema e principalmente por causa disso, a classe não se ar cula e par cipa pouco das decisões polí cas que poderiam proporcionar mudanças nesse sen do.

Precisamos fazer algo a respeito.

ANTOLOGIAS, COLETÂNEAS E DEMAIS PUBLICAÇÕES COLETIVAS

Muitos autores fazem a mesma pergunta, então resolvi inseri-la neste livro, porque pode ser também, a sua dúvida. Esta, recebi por email:

“Escute, um amigo meu viu a proposta de uma editora que pretende fazer uma antologia e quer saber a minha opinião. O que você acha?”

Reprodução exata da resposta:

“Sobre essa editora... o assunto mais delicado...

bem, eu não gosto. Os livros são muito,

mas muito feios. Não vendem, a não ser para

família. Pense bem: comercialmente falando, como

é que você divulga o SEU texto, no meio de outros

“troços” que nada tem a ver com a sua linha,

o seu gênero, ou qualquer outro link com você?

Tudo bem, o assunto para o livro é o mesmo...


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sei, mas percebeu que todos os inscritos serão

publicados?

Não os melhores, ou mais bem redigidos ou

interessantes... os que pagaram! Preferiria

juntar dinheiro e fazer um só meu. Vender

em livraria, esquece. Se a proposta é fi car

conhecido, não acontece. É sair de lá e ir parar

num sebo, na hora. Quanto ao currículo, também

não acontece. TODO MUNDO DO MERCADO

EDITORIAL sabe que os livros dessa editora não

têm base de seleção e que são pagos. Então, botar

no currículo que publicou em uma antologia...

dessa empresa... é falar para o editor de uma

companhia grande: Não fui escolhido e paguei!

E ainda escolhi mal, porque em termos de custo, ou

seja, preço por preço, ... façamos uma conta!

Vamos supor que cada autor compre 10 páginas

(o mais barato na proposta, porque quanto mais

páginas, mais desconto tem), num livro de 250

páginas. Ele pagaria 741,00 por 50 exemplares.

Isso signifi ca que dessa antologia, par cipariam

25 autores.

Cada autor recebe 50 exemplares.

São, então, 1250 exemplares na ragem.

Lembre-se de que a proposta da editora é de fazer

um livro com 250 páginas... Então, vamos dividir

e mul plicar.


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Caso 1: o autor opta por par cipar da antologia

741,00 x 25 = 18525,00 valor pago pelos autores

18525: 250 = 14,82 por exemplar

14,82: 250 = 0,05928 por página

Caso 2: o autor resolve fazer a edição sozinho

Incluindo custo de impressão, revisão, boneco,

ilustração de capa, etc., chega-se num valor médio

de mercado de 7,00 por livro, para uma edição de

1250 exemplares.

7,00 x 1250 = 8750,00 valor da edição – custo

unitário vezes ragem de 1250 exemplares

7,00: 250 = 0,028 valor da página – custo

do exemplar dividido pelo número de páginas

Fica claro que a editora, para emprestar o nome e

cuidar do operacional, fi ca com + de 100% de lucro,

o que não é pecado. Eles não são uma ins tuição

de caridade... porém, o autor gastará 750,00 para

ter 50 livros. A conta pode fi car pior ainda: o custo

para ele, por exemplar é de: 15,00, sendo que ele

par cipa de 10 páginas...

No segundo caso, ele paga 8750,00 por 1250

livros e par cipa das 250 páginas! Devolvo sua

pergunta, com outra: O QUE VOCÊ CHAMA DE UM

BOM NEGÓCIO?


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Refl ita sobre a pergunta... tudo depende do que é

mais confortável para você. Essa é minha opinião

e a prá ca me provou que antologias com autores

desconhecidos não são comerciais. Eu mesmo já

par cipei de várias. Hoje, louvo mais a coragem que

um autor tem ao publicar, de forma independente,

um livro só seu. Mas não cri co quem faz o caminho

contrário e par cipa de grupos.

Há pessoas sérias e que desejam, realmente,

ajudar a publicar e difundir textos de quem não

pode bancar uma edição por conta própria.

Alguns desses editores arregaçam as mangas,

levam as obras para feiras, seminários, simpósios,

divulgam entre crí cos literários, etc.

Peço apenas que sempre avalie as possibilidades,

coisa que eu não fi z, no afã de ter mais um livro

com meu nome. E nem era bem uma antologia,

mas uma coleção de livros, com autores diferentes,

sobre um mesmo tema. F U R A D A ! Fazer uma

conta antes de publicar numa antologia paga é,

no mínimo, sensato.

A decisão vai ser sempre sua e não há nada de

errado em par cipar de publicações desse po,

porém, nem cogitar alterna vas, não é prova de

sanidade mental.”

Respondido o que eu acho, pessoalmente, sobre antologias?


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▪ V. Divulgar

“Escrever é transformar os seus piores momentos em dinheiro.”

J. P. Donleavy

Seu livro foi publicado!Parabéns! Além de babar sobre o exemplar e celebrar com os

amigos, existem uma série de ações que precisam ser feitas, para que ele seja divulgado e vendido.

● 1. AÇÕ ES G E R A I S

No começo deste livro, elenquei todos os aspectos do o cio do escritor e deixei para desdobrar esse tema, de forma simples e obje va, porque, na realidade, é um dos maiores problemas dos escritores.

A eles:

Par cipar de lançamentos da obra Mesmo que a editora proponha um lançamento ofi cial e

inaugural, por assim dizer, difi cilmente o fará em outras oportunidades.Isso caberá a você. Assim, procure por livrarias em pontos

estratégicos que se disponham a fazer o lançamento de seu livro, lembrando ainda, que algumas não agendam lançamentos que não sejam os primeiros...

Par cipar de mesas redondas Há uma infi nidade de eventos literários que estão acontecendo

nas bibliotecas, escolas, livrarias e centros culturais das cidades.


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Fique atento e seja cara-de-pau! Entre em contato, se o Gênero de seu livro se adequar ao assunto e par cipe. Leve sempre exemplares a mais, para possíveis vendas.

Divulgar a obra junto a crí cos e resenhistas Você pode se arriscar e enviar os livros aos crí cos literários de

jornais e revistas. Não há garan a de que falem dele, muito menos que o elogiem, mas não custa tentar. Os nomes deles aparecem, obviamente, nas sessões de literatura dos jornais...

Par cipar de feiras de livros e exposições Se publicou via editora comercial, eles se incumbirão de levar seu

livro a esses eventos. Caso não tenha feito isso, deve pensar em se juntar a uma distribuidora, que sempre está presente nas feiras e exposições.

U lizar a internet como meio de divulgação da obra Bom, fácil e barato. Use seu site, seu blog, suas redes sociais

e divulgue o livro. Mas cuidado. Autores que insistem em só falar disso, se tornam os chatos de plantão.

Par cipar de concursos Alguns concursos aceitam obras já publicadas; outros, apenas

originais. Fique de olho nos calendários de concursos, sempre presentes na internet.

Realizar palestras para divulgar a obraPrincipalmente se o seu livro for não fi cção, montar uma palestra

e apresentá-la gratuitamente para grupos, em livrarias, empresas, etc., pode ser uma excelente ideia. A palestra é gratuita, mas você põe o livro à venda, no fi nal. Se publicou via editora comercial, ela pode ceder alguns exemplares em consignação e talvez, até mesmo ajudar na divulgação, com cartazes, banners, etc. Para isso, apresente uma data pronta, não um projeto. Eles são publicadores de livros, não produtores de eventos.


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Conceder entrevistasO mais fácil, para começar, são blogs e sites literários, que têm

a ver com o tema do seu livro. Entre em contato, envie um exemplar e se coloque à disposição.


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● 2. D E I X A N D O O T E X TO O N L I N E CO M O C R EAT I V E CO M M O N S

Uma das maneiras de divulgar o livro, é deixar um ou dois capítulos online, para que leitores possam ter acesso à obra. Isso também vale para seus ar gos, cronicas, contos e todo material que escreve.

Mas e como fi cam os direitos? E se copiarem, reproduzirem, etc?Uma opção mais do que efi ciente é o Crea ve Commons.

Ronaldo Lemos, coordenador do projeto, no Brasil, explica:

“O Crea ve Commons é um projeto global,

presente em mais de 40 países, que cria um

novo modelo de gestão dos direitos autorais.

No Brasil, ele é coordenado pela Escola de Direito

da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro.

Ele permite que autores e criadores de conteúdo,

como músicos, cineastas, escritores, fotógrafos,

blogueiros, jornalistas e outros, possam permi r

alguns usos dos seus trabalhos por parte da

sociedade. Assim, se eu sou um criador intelectual,

e desejo que a minha obra seja livremente

circulada pela Internet, posso optar por licenciar

o meu trabalho escolhendo alguma das licenças

do Crea ve Commons. Com isso, qualquer pessoa,

em qualquer país, vai saber claramente que possui

o direito de u lizar a obra, de acordo com a licença

escolhida (veja abaixo uma explicação dos vários

pos de licença).

A razão para o surgimento do Crea ve Commons é

o fato de que o direito autoral possui uma estrutura

que protege qualquer obra indis ntamente,

a par r do momento em que a obra é criada.


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Em outras palavras, qualquer conteúdo encontrado

na Internet ou em qualquer outro lugar é protegido

pelo direito autoral. Isso signifi ca que qualquer

u lização depende da autorização do autor.

Muitas vezes isso difi culta uma distribuição mais

efi ciente das criações intelectuais, ao mesmo tempo

em que impede a realização de todo o potencial da

Internet. Há autores e criadores intelectuais que

não só desejam permi r a livre distribuição da

sua obra na Internet, mas podem também querer

autorizar que sua obra seja remixada ou sampleada.

Esse é o caso, por exemplo, de ar stas como o

Ministro Gilberto, as bandas Mombojó, Gerador

Zero e outras, que disponibilizaram canções para

distribuição, remix e sampling, através do Crea ve

Commons.

Modo de Licenciamento

Licenciar sua obra pelo Crea ve Commons é

muito fácil. Para isso, basta acessar a página onde

estão disponíveis as licenças do projeto (h p://

crea vecommons.org/license/) e responder a duas

questões sobre os usos que você deseja autorizar

sobre a sua obra. Essas questões consistem em

responder ser você deseja:

a) Permi r uso comercial de sua obra?

( ) Sim ( ) Não

b) Permi r modifi cações em sua obra? ( ) Sim

( ) Sim, contanto que outros compar lhem pela

mesma licença ( ) Não


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Todas as licenças mantêm os seus direitos autorais

sobre a obra, mas possibilitam a outros copiar e

distribuir o trabalho, desde que obrigatoriamente

atribuam crédito ao autor e respeitem as demais

condições que você escolheu

Assim que você terminar sua escolha, basta clicar

no botão ao fi nal da página (“Escolha uma Licença”)

que você será redirecionado a outra página que

trará o resultado das suas escolhas. De acordo

com suas resposta às perguntas acima, o site irá

mostrar a licença adequada às suas necessidades.

A par r daí, há instruções detalhadas sobre como

aplicar a licença à suas obras.

O processo é extremamente simples: em síntese,

tudo o que você precisa fazer é aplicar o símbolo

“CC - Alguns Direitos Reservados” à sua obra,

indicando qual a licença aplicável ao trabalho. Se o

trabalho es ver na Internet, basta colocar o símbolo

do Crea ve Commons da respec va licença no site.

Para isso, o próprio site disponibiliza um trecho de

código em HTML para ser copiado e colado no site

em que está a obra. Uma vez que você coloque o

código no seu site, o licenciamento já está valendo.

Todas as pessoas que acessarem o seu conteúdo,

saberão os termos da licença que você escolheu.

Os principais componentes das licenças, à disposição

para serem escolhidos por autores e criadores,

são os:

Atribuição

Todas as licenças do Crea ve Commons exigem


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que seja dado crédito (atribuição) ao autor/criador

da obra. Pela licença chamada “Atribuição”,

o autor autoriza a livre cópia, distribuição e

u lização da obra, inclusive para fi ns comerciais.

Entretanto, a obra deverá sempre dar o devido

crédito, em todos os meios de divulgação.

Não a obras deriva vas

Pelos termos desta opção, o autor autoriza a livre

cópia, distribuição e u lização da obra. Entretanto,

o autor não permite que a obra seja modifi cada,

devendo ser sempre man da intacta, sendo vedada

sua u lização para a criação de obras derivadas.

Assim, a obra do autor não poderá ser remixada,

alterada, ou reeditada sem a permissão expressa

do autor ou criado, devendo permanecer sempre

igual ao modo original em que foi distribuída.

Uso Não Comercial

Pelos termos desta licença, o autor autoriza a livre


o autor veda qualquer distribuição, cópia,

u lização e distribuição que tenha fi ns comerciais.

Isto signifi ca que qualquer pessoa que tenha

ob do acesso à obra não pode u lizá-la para fi ns

comerciais, como, por exemplo, vendê-la ou u lizá-

la com a fi nalidade direta de obtenção de lucro.

Compar lhamento pela mesma licença

Pelos termos desta licença, o autor autoriza a livre


o autor impõe a condição de que, se a obra for

u lizada para a criação de obras derivadas,


98


como, por exemplo, um livro sendo traduzido para

outro idioma ou uma foto sendo incluída em um

livro, ou mesmo e casos de incorporação da obra

original como parte de outras obras, o resultado

deve ser necessariamente compar lhado pela

mesma licença. Assim, uma obra licenciada pela

modalidade “compar lhamento pela mesma

licença” só pode ser u lizada em outras obras se

essas outras obras também forem licenciadas sob

a mesma licença Crea ve Commons.

Recombinação (Sampling)

A licença de Recombinação (também a

chamada licença de sampling) foi desenvolvida

conjuntamente pelo Crea ve Commons e pela

Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas no

Rio de Janeiro, com o apoio do Ministro Gilberto

Gil. O termo Recombinação homenageia o cole vo

pernambucano chamado Re:Combo, um dos

pioneiros no Brasil no licenciamento de obras

para recombinação e modifi cação. Pelos termos

desta licença, o autor pode ou não autorizar

a livre cópia, distribuição e u lização da obra.

Entretanto, ele autoriza sempre a u lização

parcial ou recombinação de boa-fé da obra.

Isso permite, por exemplo, o emprego de técnicas

como “sampleamento”, “mesclagem”, “colagem”

ou qualquer outra técnica ar s ca. A autorização é

válida desde que haja transformações signifi ca vas

do original, levando à criação de uma nova obra.

Não vale fazer apenas uma modifi cação irrelevante

na obra. A distribuição das obras derivadas fi ca


99

automa camente autorizada para o autor que

recriou a obra do autor original.

CC-GPL e CC-LGPL

Assim como a licença de Recombinação (sampling),

estas duas licenças veram origem no Brasil.

As duas licenças são des nadas ao licenciamento

de so ware. Todas as licenças foram desenvolvidas

para atender necessidades específi cas do governo

brasileiro no que tange ao incen vo à adoção do

so ware livre no país. Essas licenças consistem nas

tradicionais GPL e LGPL do GNU, isto é a General

Public License e a Lesser General Public License

internacionalmente adotadas para o licenciamento

de so ware livre, mas com a diferença mesmas

serem embaladas de acordo com os preceitos

do Crea ve Commons. Estas licenças garantem

todos os quatro direitos básicos do so ware livre,

quais sejam, a liberdade de estudar o programa,

tendo acesso ao seu código fonte, a liberdade de

executar o programa para qualquer fi nalidade,

a liberdade de modifi cá-lo e aperfeiçoá-lo, bem

como a liberdade de distribuí-lo livremente.

Note-se que na GPL, em contrapar da, mesmo

que tenham ocorrido alterações no programa, este

deve con nuar sendo distribuído livremente sob os

mesmos termos da GPL. Quanto à LGPL, ela permite

que, em algumas circunstâncias, o programa seja

distribuído sob termos de outras licenças.

Combinações

Obviamente, as licenças do Crea ve Commons podem


100


ser combinadas e recombinadas. Um determinado

autor pode escolher licenciar sua obra, por

exemplo, pela modalidade “Atribuição-Vedados

Usos Comerciais-Compar lhamento pela mesma

licença”. Ou pode optar apenas por “Atribuição”.

Como o modelo é matricial, cada autor pode

escolher a licença mais adequada aos seus

interesses e a suas necessidades, combinando-a

com outras licenças.”


101

● 3. D I V U LG A R N A I N T E R N E T, E X ATA M E N T E...

O que, no fi nal das contas, os escritores querem, é ter seus textos lidos, publicados, conhecidos. Na era do blog, até os diários, que antes eram formas pessoais de registro, tornam-se públicos e estão disponíveis para quem quiser vê-los.

É muito boni nho isso... a princípio! Tenho certeza de que você já recebeu um email, com uma linda poesia, sem o nome do autor.

Talvez você mesmo tenha copiado e colado um trecho de texto que achou interessante, repassando-o para amigos...

Pense bem: vivemos disso! Não estou falando da pirataria pura e simples, que prejudica o mercado editorial, que impede que os autores recebam os direitos pelo o cio, que acaba por fazer com que o livro custe mais. Estou falando de apropriação.

Nessa discussão, já encontrei muitos dizendo: “— Ah, se livro fosse mais barato, não exis ria pirataria”. Eu, sinceramente, não sei. Acho que não. A pirataria con nuaria exis ndo, no meu ponto de vista, mesmo porque, existem livros mui ssimo baratos e são copiados!

Bem, restringindo um pouco o assunto, falemos sobre os seus textos. Todo escritor deve, periodicamente, fazer uma busca na internet com os seguintes termos:

* nome * parte do nome * abreviações do nome * tulo do texto, poema ou livro * um verso, frase ou palavra especial que possa caracterizar seu texto

Os mecanismos de busca são conhecidos... Google, Cadê, e outros, nacionais e internacionais.

Não se esqueça do Orkut! Você pode entrar na aba de pesquisa, digitar os termos e achar seu texto num tópico ou num perfi l!

E o que fazer quando acha seu texto, por aí, sem crédito? Se você


102


quiser que seu texto permaneça no site, com o devido crédito, entre em contato. Uma sugestão de mensagem:

“Prezado responsável pelo site:

Numa pesquisa na internet achei o texto ‘xgxgxggxg’,

de minha autoria, disponível para leitura, sem o

devido crédito.

Não me recordo de ter autorizado a publicação.

Por favor, entre em contato comigo através do

email vgcvcgvg@h h f para que eu envie uma

autorização de publicação do texto, com a condição

de que meu nome apareça como autor do mesmo.

Atenciosamente,

XXXXXX”

Se você não quiser que seu texto permaneça no site:

“Prezado responsável pelo site:

Numa pesquisa na internet achei o texto ‘xgxgxggxg’,

de minha autoria, disponível para leitura, sem o

devido crédito.

Não me recordo de ter autorizado a publicação.

Por favor, eu peço que re re o texto da página,

pois tenho outras intenções de uso para o mesmo.

Aguardarei a providência e seguirei monitorando.

Atenciosamente,

XXXXX”

Agora, uma explicação fi nal: note que no segundo exemplo de mensagem, eu escrevi a frase: “tenho outras intenções de uso para o mesmo”. O que é isso?


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Isso é uma coisa que muitos escritores iniciantes não entendem. Existem editoras, concursos, ou situações especiais (editais públicos, por exemplo) que não aceitam textos que já tenham sido publicados. Preste atenção:

TODO TEXTO QUE ESTÁ DISPONÍVEL NA INTERNET RECEBE A CLASSIFICAÇÃO DE PUBLICADO.

Publicado, tornado público... faz sen do?


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● 4. G O O G L E L I V RO S E I S B N

Uma opção para aqueles que já publicaram um livro - principalmente, no caso de terem optado por uma edição independente - e não têm a menor ideia de como divulgá-lo na internet é o Programa de Parceiros Google Livros, que é gratuito para autores e editores. Funciona assim:

1. Você abre uma conta no Google - ou u liza aquela que já tem, seja porque acessa o Orkut, o Blogger, o Google Adsenses ou qualquer outro programa da marca Google;

2. Vai até a página do programa de livros e faz o seu cadastro - a própria abertura da conta pode ser feita através desse mesmo link;

3. Segue os passos de inclusão do seu livro fornecidos pelo Google, que são coisas como, fazer upload do arquivo do livro em PDF, escrever palavras-chave para as buscas dos internautas, fornecer links (se exis rem) para as livrarias virtuais, etc...

4. Pronto! Você recebe uma mensagem no endereço de email que cadastrou no programa, com o link para sua área de conta onde poderá ver relatórios de acesso ao seu livro, esta s cas e também, cadastrar outros tulos.

Onde o “bicho pega”? Para cadastrar um livro no Google Livros...

VOCÊ PRECISA, OBRIGATORIAMENTE, TER UM NÚMERO DE ISBN.

O ISBN é uma numeração internacional composta de 13 dígitos que iden fi ca, nessa ordem:


105

• o país de onde veio o tulo • o nome da editora detentora dos direitos de publicação • a iden fi cação da coleção a qual pertence aquele livro • a iden fi cação do tulo, em si

A única maneira de conseguir o registro de ISBN, aqui no Brasil, é através da Fundação Biblioteca Nacional, nos escritórios regionais, espalhados pelos estados brasileiros. Por que você precisa de um ISBN?

• para que seu livro seja catalogado internacionalmente; • para que seja aceito nos sistemas de vendas de livrarias sicas e virtuais; • para registrar que aquela obra é sua e de mais ninguém.

Então, antes de se aventurar numa edição independente, através de uma editora que promete “deixar o seu livro pronto em 2 dias”, por favor, verifi que se ela também providencia o registro no ISBN e confi ra se foi realmente feito, se está em seu nome, se não há nenhuma restrição quanto aos direitos de publicação em outros territórios.

O custo de registro é uma taxa, que varia conforme o caso. Por exemplo, editoras cadastradas no sistema de ISBN pagam R$ 9,00 por novos registros. (Olho vivo se uma editora falar para você que isso custa R$500,00!!!) Também há a possibilidade de pessoa sica cadastrar-se, ou seja, você, sem uma editora, pode requerer o registro na Fundação Biblioteca Nacional e no ISBN. Hum... mais uma questão, aqui:

O registro feito na Fundação Biblioteca Nacional não dá, automa camente, o ISBN. São coisas diferentes.

A FBN registra a autoria, cadastra apenas o vínculo entre o autor e a obra. O ISBN numera determinada obra, protegendo internacionalmente o trabalho e abrindo a possibilidade de comercialização. E como você vai saber se determinada editora, aquela que escolheu para sua publicação


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independente é cadastrada no ISBN? Vá até a página e pesquise! (link no fi nal do ar go) No caso do Google Livros, sem ISBN, nada feito! Depois do cadastro no Google Livro feito, e processado, o que demora em média 5 dias, seu livro estará disponível no sistema de busca do site. Os internautas poderão ver trechos da obra (você é quem defi ne o quanto poderão ver, 20%, mais, ou menos que isso) e clicar em links para as livrarias virtuais. O programa promete, na versão de testes, uma outra coisa interessante: a possibilidade de download da obra através do próprio site do Google, passando por algum po de “banco virtual”. Mas isso ainda não funciona aqui no Brasil. Por enquanto, o que se pode fazer é colocar o seu livro na rede, gratuitamente, disponibilizando-o para pesquisas e aumentando as chances dele ser comprado, ou conhecido.

O Clube dos Autores1, site voltado para o universo literário, preparou um tutorial bastante simples para a obtenção do ISBN, que reproduzo aqui:

Como fazer para conseguir o registro?

Pelo site da Biblioteca Nacional, é possível fazer o

registro. Para tanto, você precisará se cadastrar

como “editor autor” – capacitando-se a fazer o

registro como pessoa sica. Para ver a página no

site da Biblioteca Nacional que instrui sobre este

cadastramento, visite a página: h p://www.bn.br/

portal/

Todos os custos para o registro também podem

ser vistos no site. O cadastramento como editor

autor custa R$ 160,00 e o registro de cada obra,

R$ 10,00.

1 http://www.clubedeautores.com.br/


107

Como a obra deve ser registrada?

Você pode escolher registrar a sua obra como

publicação sica ou eletrônica.

Na publicação sica, uma série de regras de

diagramação devem ser observadas – incluindo

o posicionamento do código de barras no livro.

Neste caso, aliás, caberá a você comprar a imagem

do código de barras (também vendido pelo site da

Biblioteca Nacional) ou gerá-lo em um so ware

especializado de sua escolha.

É preciso ter um novo ISBN para mudanças

na obra?

De forma geral, mudanças nas obras devem, sim,

ter um novo ISBN atribuído a ela. Segundo o site

da Biblioteca Nacional, deve-se atribuir um novo

ISBN:

- a cada edição de uma publicação;

- a cada edição em idioma diferente de uma

publicação; a cada um dos volumes que integram

uma obra em mais de um volume e também ao

conjunto completo da obra (coleção);

- a toda reedição com mudança no conteúdo

(texto) da obra;

- a cada po de suporte, po de formato,

po de acabamento e po de capa;

- as reimpressões fac-similares ;


108


- as separatas (desde que apresentem tulos

e paginação próprios);

Observações:

- a reimpressão pura e simples de um livro

NÃO requer outro ISBN;

- mudança na cor da capa, formato de

letras e correção ortográfica do texto da obra,

NÃO requer outro ISBN.

No caso de publicações eletrônicas, no entanto,

exige-se apenas que a obra não seja atualizada

com frequência – sem que uma periodicidade

seja defi nida.


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▪ VI . Hora do presente! A caixa de ferramentas do escri tor

“A maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para depois

escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para fazer um só livro.”

Samuel Johnson

Todos os profi ssionais que conheço têm algum po de ferramenta da qual depende para realizar seu trabalho. Escritores, não são diferentes. Precisamos, no mínimo, de um lugar para registrar as palavras — papel, por exemplo e um outro acessório que imprima as letras, como um lápis...

Pensar aquém disso é impossível!Também precisamos de algumas condições que poderiam tornar

o nosso trabalho mais saudável.O que você vai ler a seguir, está longe de ser obrigatório.

Nessa seleção, levei em conta o que é desejável. O tempo e a necessidade farão com que você, sozinho, descubra mais ou melhores caminhos e soluções.

Porém, fi que bem atento: não abra mão de sua saúde e se, um dicionário custar três vezes mais do que uma lâmpada, por favor, escolha a lâmpada!

● 1. CO N D I ÇÕ ES G E R A I S

Sim, podemos escrever em qualquer tempo e em (quase) qualquer local.

Siga algumas regras e a sua vida vai ser muito mais confortável.


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• Mesa: prefi ra mesas que se adéquem à sua estatura. Os especialistas recomendam que o espaço mínimo de conforto é aquele no qual você pode abrir seus braços, até a junção do punho. Menos do que isso é fi car apertado. Ficar apertado signifi ca conter cada movimento e no fi nal do dia, seu pescoço está doendo...

• Cadeira: escolha uma cadeira confortável. Agora, pode não fazer diferença nenhuma, mas daqui a pouco, em 5 ou 10 anos, sua coluna não será mais a mesma. Cadeiras adequadas são aquelas nas quais suas costas e coxas fi cam completamente apoiadas e seus pés podem fi car plantados no chão. Um apoio para os braços é bem vindo, desde que não seja alto demais para não forçar os ombros.

• Iluminação: tão importante quanto os itens anteriores, a iluminação garante a saúde dos seus olhos. Se você, como eu, fi ca horas e horas no computador e nem se lembra de que lá fora, já escureceu, está dependendo da luz proveniente do monitor... isso é péssimo! Falando em monitor, o seu micro tem uma função de regulagem de brilho e luminosidade. Veja se não é preciso alterar a confi guração para que você possa enxergar melhor... invista em iluminação direta, em algo realmente claro. Luz branca, com monitor muito claro, cansa os músculos oculares e no fi m do dia, dor de cabeça, aquelas “bolinhas” coloridas no seu campo de visão, etc., etc., etc...

• Ruídos: tem gente que só consegue escrever em silêncio, outros, com música, outros, com fone de ouvido... vai saber... Para o pessoal “do barulho”, de vez em quando, abaixe o som da caixa ou aquele que vai para o fone. Preste atenção como não faz a menor diferença, porque é um som de fundo, você não está realmente concentrado nele... Mas os seus mpanos, sim! Seus ouvidos agradecem.

• Temperatura e ven lação: houve um tempo em que era “intelectual” escrever num porão, escuro, mal-ven lado, à luz de uma mida e sôfrega vela... Deixe disso! Regule a temperatura do seu ambiente de trabalho, mantenha a ven lação adequada,


111

cuide de por tapetes e cor nas para aquecer e umidifi cadores ou mesmo bacias com água para manter o local úmido, principalmente, no verão dos grandes centros urbanos.

• Hidratação: eu entendo. Você também precisa de cafeína. Mas espere ai, já ouviu falar de água? Nosso cérebro constrói sinapses – que são aquelas ligações nervosas das células - a par r de um veículo... Água ajuda em tudo, na concentração também. Deixe uma garrafa de água sobre a sua mesa e obrigue-se a bebê-la por inteiro até o fi m de um período.

• Movimento: somos animais que se movem e devem con nuar esse movimento por toda a vida. Pare um pouco, dê uma volta, espreguice de vez em quando. Vá lá fora, tome sol! Minha regra para isso é: eu atendo ao telefone em pé. Assim, falo menos tempo e acabo por mexer as pernas de tanto em tanto. Também coloco o despertador do Outlook para me avisar da “hora de passear”. Experimente.


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● 2. A S F E R R A M E N TA S, E M S I

Passemos agora, para uma série de instrumentos que certamente nos ajudam muito na hora de escrever.

Selecionei uma lista, em dez tópicos, composta por itens que vão de gramá cas a so wares.

Muitos deles são gratuitos, alguns pagos e caros e outros você encontra até na casa daquele priminho que acabou o colegial.

Exatamente falando de livros, achei os melhores para consulta em sebos. Claro que quando sai um dicionário como o Houaiss eu economizo, pesquiso preços e compro a primeira edição! No mais, minha descoberta na área de livros usados me fez ter uma regra para o resto da vida: nunca vou a um sebo sem ter comigo, 5 livros usados nas mão. Explico: eu leio muito e não empresto livros (se alguém me pede eu dou, mas não empresto, nunca!)... assim, li muita coisa que não vale a pena ser relida, ou chata mesmo. Separo esses e quando vou a um sebo, tento fazer uma troca: meus cinco livros chatos por aquele que quero no momento. Até hoje ve sucesso TODAS AS VEZES. Os donos das lojas acham que sou maluco,

trocando 5 por 1. Isso resolve meu problema e os ajuda. Não parece justo?Na verdade, em relação ao material de consulta, não importa

muito se o livro está atualizado. Por exemplo: você quer locar seu romance em Belo Horizonte, nos anos 80... seria interessante ter um guia de ruas, dos anos 80 e não atual. Isso serve para mapas, para tratados médicos, para livros legisla vos e para uma série de assuntos que estão no passado.

Meu conselho: faça a pesquisa no livro, re cópia da(s) página(s) que u lizou, guarde numa pasta junto com os dados catalográfi cos e ponha o livro para circular! Doe, venda, repasse. “Perca” o livro no meio de uma praça. É uma sensação incrível, tente!

Vamos lá:

GRAMÁTICASClaro que você tem que saber como é que as frases devem ser


113

escritas. Obviamente, não há como saber tudo. Recorra às gramá cas. Estas sim, devem ser guardadas.

Gramá cas on-line

Gramá ca On-line: Gramá ca on-line é um canal do Portal Bonde. Informações

sobre a gramá ca e a história da Língua Portuguesa.

h p://www.grama caonline.com.br/

Gramá ca - A Gramá ca Portuguesa: Gramá ca da língua portuguesa,

pronomes, aposto, voca vo, vozes do verbo, crase, concordância verbal,

colocação pronominal, interjeição...h p://www.brasilescola.com/grama ca/

Gramá ca da Língua Portuguesa: Informações sobre a Gramá ca e a História da

Língua Portuguesa. h p://www.portugues.com.br/

Gramá ca: Resumo do sistema grama cal do Caboverdiano de San ago,

cobrindo aspectos de pronúncia, ortografi a, morfologia e sintaxe.

h p://www.priberam.pt/dcvpo/dcvpo_gra.htm

Gramá ca descri va: Aspectos de Gramá ca descri va da língua portuguesa

brasileira. Prolegômenos . Foné ca . Grafologia

h p://www.radames.manosso.nom.br/grama ca/

Nossa Língua_Nossa Pátria Gramá ca: TEMAS QUE APRESENTAM MAIS

DIFICULDADES. ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS · ACENTUAÇÃO · COLETIVOS

· COLOCAÇÃO PRONOMINAL · O PRONOME VOCÊ ...

h p://intervox.nce.ufrj.br/%7Eedpaes/grama c.htm


114


Dicas de Gramá ca: Revista “Dicas de Gramá ca”.

h p://kplus.cosmo.com.br/indice_geral.asp?rv=Grama ca

Gramá ca Virtual: O obje vo da Gramá ca Virtual é proporcionar uma apoio

àqueles que se dedicam à língua portuguesa: profi ssionais, estudantes e

curiosos. h p://profl eitejr.sites.uol.com.br/

Revisões & Revisões: Gramá ca Esta pequena gramá ca tem por obje vo

solucionar dúvidas comuns de profi ssionais de diversas áreas

de conhecimento. h p://www.revisoeserevisoes.pro.br/lng/pt/ grama ca.php

GRAMÁTICAS RECOMENDADAS IMPRESSAS

Na minha opinião, a mais completa é a do Evanildo Bechara. Para estudos e exercícios, as de Ernani Terra e Renato Aquino são excelentes. Gramá ca Portuguesa BECHARA, Evanildo - Editora Lucerna

Novíssima Gramá ca da Língua Portuguesa CEGALLA, Domingos Paschoal -

Editora Nacional

Gramá ca Obje va da Língua Portuguesa AQUINO, Renato - Editora ELSEVIER

Nova Gramá ca do Português Contemporâneo, CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley

- Editora Lexikon

Gramá ca Metódica da Língua Portuguesa SACCONI, Luiz Antônio - Saraiva


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Gramá ca da Língua Portuguesa - INFANTE, Ulisses; Cipro Neto, PASQUALE,

Editora Scipione

DICIONÁRIOS

Quando falo de dicionários, estou me referindo não só aos de tradução ou de signifi cados de palavras, mas também daqueles que tem um assunto em específi co, ou, a terminologia de uma determinada profi ssão, cultura ou fi losofi a.

É enorme a quan dade de dicionários que se pode achar por aí. Você deve estar se perguntando: “Por que eu deveria ter um dicionário de assuntos jurídicos?” Bem, se você algum dia quiser escrever uma história que envolva tribunal, ou crime e não for advogado, vai precisar de um!

A lista de dicionários não inclui livros de referência, mas sugiro, de verdade, que você comece a olhar pelas estantes do mundo livros que tenham como tulo: “como fazer, guia de, mil maneiras, compêndio de, relatório, enciclopédia de, coletânea de”, porque esses sim, podem lhe trazer subsídios.

Na lista de dicionários, alguns itens fi caram de fora porque não são exatamente dicionários e também são comuns e se encontram escritos por vários autores:

• livro de nomes, com signifi cado e origem (para usar na criação de personagens)• livros de astrologia, numerologia, cromoterapia, aromaterapia e afi ns (é, existem muitos pos de personagens que podem se interessar por isso!)• livros de astronomia – fases da lua, tábuas de marés, etc...• guias climá cos• bandeiras, hinos e países


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• a Cons tuição (de vários países)• leis de imigração• estruturas hierárquicas militares• árvores genealógicas• tratados de medicina legal (para crimes em geral)• livros de química• Guinness Book (não estou brincando! É impressionante como as pessoas podem ser malucas e quebrar os recordes mais inimagináveis)• todo e qualquer livro específi co que sirva ao seu assunto: construção de navios, grandes guerras, criação de avestruzes... depende do que está escrevendo.

Importante:

• O Google não resolve tudo.• Em hipótese alguma confi e cegamente na Wikipédia. Ela é uma enciclopédia livre e sem controle de qualidade.

Dito isso, dê uma olhada nos dicionários:

DICIONÁRIOS ON LINE1

Dicionário Aurélio On-line Página inicial do dicionário

h p://aurelio.ig.com.br/dicaureliopos/principal.asp

Dicionário Inglês para Português Dicionário Inglês-Português

h p://www. osam.com/dicionarioENPT.asp

1 Lembramos que os endereços eletrônicos foram consultados à data da publicação deste livro e as páginas

podem não estar disponíveis no momento da leitura.


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Dicionário Japonês Dicionário Japonês hiragana: alfabeto japonês usado para

palavras de origem japonesa... kanji: alfabeto japonês formado por ideogramas

h p://dicionario-japa.weblogger.terra.com.br/index.htm

Dicionários on-line Dicionários-Online.com oferece links para dicionários,

glossários, enciclopédias, atlas, e outras obras de referência em português

na Internet.

h p://www.dicionarios-online.com/

Biblioteca Uol Arquivos e obras de referência. Contém arquivos de jornais,

revistas, biografi as, dicionários, tradutores, mapas, livros.

h p://biblioteca.uol.com.br/

Dicionário Yahoo Brasil Diretório > Dicionários > Português Dicionários >

Português Início > Fontes de Referência > Dicionários > Português.

h p://br.dir.yahoo.com/Fontes_de_Referencia/Dicionarios/Portugues/

Dicionário Bússola Dicionários Online. Língua Portuguesa, Dicionário Bilíngue,

Pronúncia, + Dicionários. Dicionário Universal · Português/Inglês · Inglês ·

Espanhol ...

h p://www.bussolaescolar.com.br/dicionarios.htm

Dicionário UFSC Este dicionário serve para ajudar pessoas que falam português a

aprenderem espanhol e vice-versa.

h p://www.dicionario-online.cce.ufsc.br/


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Dicionário Jurídico Dicionário Jurídico

h p://www.mundolegal.com.br/?FuseAc on=Dicionario

Dicionário Inglês On-line

O Inglês on-line é um guia de inglês na Internet.

h p://www.inglesonline.com.br/2007/01/05/dicionario-portugues-ingles-ingles-

portugues-on-line/

Dicionário Libras

Este dicionário ajuda as crianças com defi ciência audi va na inclusão social.

h p://www.dicionariolibras.com.br/website/index.asp?novoserver1&start=1&e

ndereco_site=www.dicionariolibras.com.br&par=&email=

Pequeno Dicionário Português-Português Um pequeno dicionário Português

h p://www.portugues.com.br/brasilport.htm

Meus Dicionários Dicionários de várias línguas, Européias, Dicionário de La m,

Dicionário Catalão, Dicionário Francês, Dicionário Galego,Dicionário Italiano,

Dicionário Português, Romeno, Dicionário Espanhol...

h p://www.meusdicionarios.com.br/

Dicionário Indígena Para procurar o signifi cado de uma palavra indígena...

h p://www.dicionarioindigena.com.br/

Dicionário esotérico

h p://www.revistaesoterica.com.br/dicionarioesoterico/


119

Dicionário de Siglas Dicionário de busca de signifi cados de siglas, acrônimos e

abreviaturas brasileiras e mundiais.

h p://www.siglas.com.br/?t=s&s=

Pequeno Dicionário Tupi - Guarani Pequeno dicionário Tupi-Guarani

h p://educaterra.terra.com.br/almanaque/indios_5.htm

Dicionário de Gírias

h p://www.cruiser.com.br/giria/

E-dicionário de termos literários. FANTÁSTICO!

www.fcsh.unl.pt/edtl/

Dicionário de rimas on-line... fraquinho, mas dá para experimentar...

h p://rimas.mmacedo.net/

Dicionário de rimas, versão de teste

h p://baixaki.ig.com.br/download/Dicionario-de-Rimas-Poe cas.htm -

Dicionário de sinônimos para download... Não era bem aquela palavra que

estava procurando? É num dicionário desse po que você encontra a solução

para: “Não é bem isso que eu quero dizer”

h p://baixaki.ig.com.br/download/Dicionario-de-Sinonimos.htm -

DICIONÁRIOS IMPRESSOS

Michaelis Dicionário de Sinônimos e Antônimos Melhoramentos

Traz mais de 18.000 verbetes. Apresenta classe grama cal dos vocábulos e


120


regência dos verbos, referência a diversas áreas do conhecimento, divisão clara

das várias acepções dos sinônimos,etc...

Michaelis Dicionário de Termos Médicos Melhoramentos

Esta obra é referência indispensável para médicos residentes, enfermeiras,

profi ssionais da área e estudantes. Com mais de 16.000 termos usados na área

médica internacional...

Dicionário de Termos de Moda DIANA AFLALO Publifolha

O Dicionário de Termos de Moda reúne mais de 2.000 palavras usadas na

imprensa especializada e na indústria da moda.

Dicionário de Termos Literários MASSAUD MOISES Cultrix

Um obra de referência indispensável aos que se interessam por literatura,

par cularmente aos estudantes e professores de Letras.

Dicionário de Rimas da Língua Portuguesa JOSE AUGUSTO FERNANDES Record

Um dicionário inédito que contém mais de 95.000 palavras, agrupadas segundo

a rima em ordem alfabé ca. Uma ajuda preciosa para compositores, poetas,

seresteiros, trovadores...

Pequeno Dicionário de Termos Médicos JULIO POLISUK & SYLVIO GOLDFELD

Atheneu

Pequeno Dicionário de Termos Médicos é uma obra que obje va introduzir

os estudantes dos cursos de graduação da Área de Saúde no universo do

vocabulário biomédico. 55,000


121

Dicionário dos Es los Arquitetônicos WILFRIED KOCH Mar ns Fontes

Uma abordagem mul facetada sobre os diversos es los arquitetônicos

baseando-se em sólidos conceitos teóricos.

Dicionário de Símbolos: Mitos, Sonhos, Costumes ALAIN GHEERBRANT & JEAN

CHEVALIER José Olympio

Seria pouco dizer que vivemos num mundo de símbolos: um mundo de símbolos

vive em nós. Da psicanálise à antropologia, da crí ca de arte à publicidade e à

propaganda ideológica ou polí ca, ciência...

Dicionário de Informá ca e Internet: Inglês/ Português MARCIA REGINA

SAWAYA Nobel

O Dicionário de Informá ca e Internet, já em sua terceira edição, tornou-se

uma fonte de consulta indispensável não só para tradutores, professores e

profi ssionais da área de informá ca

Dicionário de Termos Financeiros e Bancários MARIA TEREZA CAMARGO

BIDERMAN Disal

Este dicionário traz mais de 700 verbetes nas áreas de fi nanças, economia,

bancos, mercado de capitais, e bolsa de valores.

Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte MANOEL JOSE GOMES TUBINO &

FABIO MAZERON TUBINO & FERNANDO ANTONIO CARDOSO GARRIDO Senac

Dos quarenta anos de carreira do pesquisador e professor Manoel Tubino, quinze

foram dedicados à elaboração da mais completa obra em língua portuguesa

sobre esporte


122


Dicionário de Mineralogia e Gemologia PERCIO DE MORAES BRANCO Ofi cina

de Textos

Com mais de 8.600 verbetes, contendo todas as espécies minerais reconhecidas

pela Interna onal Mineralogical Associa on, grupos, variedades, espécies

duvidosas

Dicionário de Fe ches & BDSM AGNI SHAKTI Matrix

Esta obra é um guia para esclarecimento de iniciantes, apreciadores,

simpa zantes e até mesmo veteranos do BDSM. BDSM signifi ca “Bondage,

Domina on, Sadism, Masochism”

Dicionário Oxford de Arte IAN CHILVERS Mar ns Fontes

Comportando aproximadamente 3.000 verbetes, este dicionário abrange a

pintura, a escultura e as artes gráfi cas ocidentais, da An guidade à época

presente

Dicionário Crí co de Polí ca Cultural: Cultura e Imaginário

TEIXEIRA COELHO Iluminuras

Mul culturalismo, valor cultural, globalização cultural, gosto, etc. No total, 205

termos são aqui discu dos (e 661 outros contextualizados) numa sequência de

verbetes 66,00

Dicionário de Parônimos NICANOR MIRANDA Ita aia

Dicionário dos Deuses e Demônios MANFRED LURKER Mar ns Fontes

A presente obra oferece uma sinopse dos seres sobrenaturais mais importantes

que, nesse sen do, adquiriram uma personalidade, tanto nos panteões das

culturas clássicas quanto nas religiões


123

Dicionário Oxford de Literatura Clássica: Grega e Romana PAUL HARVEY

Jorge Zahar

Além de verbetes que cobrem as vidas e obras dos principais autores,o

desenvolvimento das varias formas literárias,os personagens mitológicos e

históricos e os lugares 98,00

Dicionário de Religiões, Crenças e Ocul smo GEORGE A. MATHER & LARRY A.

NICHOLS Editora Vida

Volume que reúne uma bibliografi a vasta e atualizada sobre a pluralidade

religiosa trazendo centenas de verbetes, ilustrações e gráfi cos com informações

Dicionário de Fenômenos Paranormais e Mediúnicos ADERBAL MORELLI DPL

Dicionário que esclarece assuntos ligados a fenômenos paranormais e

mediúnicos.

Dicionário das Citações ETTORE BARELLI & SERGIO PENNACCHIETTI

Mar ns Fontes

Este dicionário oferece ao leitor mais de cinco mil máximas de todos os tempos

e lugares, frases históricas célebres, passagens literárias famosas, grandes

afi rmações da história...

Dicionário-Almanaque de Comes e Bebes CLAUDIO FORNARI Nova Fronteira

Tudo o que você sempre quis saber sobre comida e bebida e teve vergonha de

perguntar, ou ninguém soube responder. Saiba de onde vêm os melhores queijos

e vinhos


124


Dicionário do Mundo Misterioso GILBERTO SCHOEREDER Nova Era

O jornalista Gilberto Schoerender compilou 621 verbetes que abordam temas

ligados ao esoterismo, ao ocul smo, à paranormalidade e à ufologia. 40,90

Dicionário da Escravidão ALAOR EDUARDO SCISINIO Léo Chris ano

Por entre seus 2.000 verbetes, o leitor encontrará referências que vão do início

do tráfi co de escravos à abolição; da insubmissão às insurreições e quilombos

Dicionário da Bíblia: as Pessoas e os lugares BRUCE M. METZGER & MICHAEL

COOGAN Jorge Zahar

Cerca de 300 verbetes elaborados por 140 especialistas no An go e no

Novo Testamento

Dicionário de Cineastas RUBENS EWALD FILHO Nacional

Reúne, em ordem alfabé ca, a biografi a e fi lmografi a de todos os principais

cineastas da história do cinema

Dicionário Teórico e Crí co de Cinema JACQUES AUMONT & MICHEL

MARIE Papirus

Dicionário de Termos de Marke ng JULIO CESAR TAVARES MOREIRA & PERROTTI

PIETRANGELO PASQUALE & ALAN GILBERT DUBNER Atlas

Este livro inclui defi nições, conceitos e palavras-chaves de marke ng,

propaganda, pesquisa, comercialização, comunicação, economia, administração,

psicologia e outras áreas correlatas


125

Dicionário Hebraico-Português RIFKA BEREZIN EDUSP

Contendo aproximadamente sessenta mil verbetes de todos os estratos da língua

hebraica, desde os vocábulos que se encontram no texto bíblico, passando pelo

Talmude, pela literatura da Idade Média

Rideel de Mitologia NADIA JULIEN Rideel

Este dicionário retoma todos os mitos e heróis mitológicos, situando-os em sua

história. Pode ser usado como fonte de referência, leitura complementar ou

como um guia explica vo

Dito Pelo Não Dito: Dicionário de Expressões Idiomá cas, O ARISTIDES FONTES

FILHO Libra Três

Esta obra contém diversas expressões idiomá cas com seus respec vos

signifi cados, todas catalogadas pelo autor.

Grande Dicionário de Culinária ALEXANDRE DUMAS Jorge Zahar

Uma obra de referência que vem encantando gerações de leitores - de simples

curiosos a chefs - e que ganhou status de “bíblia gastronômica” ao longo de

mais de cem anos de existência gloriosa.

Dicionário de Datas da História do Brasil CIRCE MARIA F. BITTENCOURT Contexto

Dicionário de datas da história do Brasil

Pequeno Dicionário de Ideias Afi ns HERMINIO SARGENTIM Nacional

O que as palavras vitória, louros, felicidade e fortuna têm em comum?

Todas trazem, de algum modo, a ideia de sucesso. É isso que o Pequeno

Dicionário de Ideias Afi ns traz (EU ADORO!)


126


Dicionário da Alma FRANCISCO CANDIDO XAVIER FEB

Sob a forma de um dicionário, cataloga conceitos e considerações espíritas sobre

temas relevantes à compreensão humana, extraídos de 13 obras psicografadas

por Francisco Cândido Xavier

Dicionário de Sentenças La nas e Gregas RENZO TOSI Mar ns Fontes

Esta obra reúne mais de dez mil sentenças, provérbios, citações e referências

literárias em língua la na e grega, ainda conhecidos e usados, extraídos da

an guidade clássica, de textos cristãos...

Dicionário Parlamentar e Polí co SAID FARHAT Melhoramentos

Mais de 1500 verbetes legisla vos e funcionais incluindo gírias, folclore polí co,

termos atuais, funcionamento do Senado, da Câmara e todo o processo polí co

e legisla vo no Brasil.

Dicionário Mís co-E mológico: A-I - Vol. 1 JUNITO DE SOUZA BRANDAO Vozes

Dicionário Judaico de Lendas e Tradições ALAN UNTERMAN Jorge Zahar

Este dicionário oferece um claro, sistemá co e bem ilustrado guia de um

universo mágico.

Dicionário de Símbolos JUAN-EDUARDO CIRLOT Centauro

O dicionário foi concebido a par r de um sistema “comparado” que abarca

a pesquisa, compilação e crí ca de diversas fontes - mitologia, antropologia,

esoterismo, história das religiões, etc

Compêndio Médico: Dicionário Brasileiro de Medicamentos ORGANIZAÇÃO

ANDREI EDITORA LTDA


127

O mais tradicional indicador de produtos farmacêu cos para medicina humana

Mais de 2.300 monografi as de medicamentos com 60% deles lançados nos

úl mos 3 anos. Mais de 1790 medicamentos genéricos ...

Dicionário Brasileiro de Insultos ALTAIR J. ARANHA Ateliê

Luís Milanesi, vice-diretor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade

de São Paulo, assina a obra sob o pseudônimo de Altair J. Aranha. Ele compilou

3.000 verbetes de palavrões

Dicionário de Lugares Imaginários ALBERTO MANGUEL & GIANNI GUADALUPI

Companhia das Letras

O Dicionário de lugares imaginários, de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi,

é um guia de viagem por lugares inexistentes - ou melhor, existentes apenas no

terreno imaginário da fi cção

Dicionário dos Santos PEDRO R. SANTIDRIAN & MARIA DEL CARMEM ASTRUGA

Santuário

Informação concisa, histórica dos santos do cris anismo, tendo sempre presente

o valor e o papel dos santos como seres históricos, seguidores de Cristo, amigos,

modelos e intercessores dos homens

Dicionário de Provérbios, Adágios, Ditados, Máximas, Aforismos PORTO (ED.)

Este dicionário cons tui uma obra de referência da sabedoria popular, que foi

sendo transmi da oralmente através dos séculos.


128


MANUAIS DE REDAÇÃO E ESTILO

Normas técnicas para escrever e dicas de linguagem comum veiculadas nos jornais e revistas.

É bom ter, sim.

A) Manuais de redação e es lo - on-lineh p://www.pucrs.br/manualred/apresent.php

B) Manuais de Redação e Es lo - impressosOs mais famosos são:

• Manual de Redação e Es lo Folha de São Paulo• Manual de Redação e Es lo do Estadão• Manual de Redação e Es lo do Jornal O Globo

GEOGRAFIA

Você planejou sua história num local que conhece pouco, ou mesmo na cidade onde mora. Mas você sabe exatamente onde fi cam as ruas, os bairros, os pontos turís cos? Nem sempre isso é necessário, mas não caia na besteira de “imaginar” que não precisa disso. Mais cedo ou mais tarde, você vai se deparar com uma situação do po: seu personagem precisa sair de casa e chegar ao aeroporto a tempo de não perder o voo. Quanto tempo isso demora? Quantos quilômetros ele tem que percorrer?

Recorra ao guia.


129

GUIAS DE VIAGEM, MAPAS E RUAS ON LINE

Google Maps

Encontre os mapas de estradas, procure as listas locais e obtenha percurso

h p://maps.google.com.br/

Guia de viagens UOL

h p://viagem.uol.com.br/

Dicionário de Ruas SP

Uma das condições básicas para o exercício da cidadania é ter um endereço,

”regularizado, ofi cializado e denominado”. Nesta pesquisa você encontrará

nomes de ruas revogados ou nomes de ruas que foram alterados, além de ruas

cuja pesquisa do histórico está em andamento. Apenas para São Paulo.

h p://www.dicionarioderuas.com.br/

Apontador.com

Encontre Endereços e Locais, Trace Rotas Urbanas e trânsito on-line Situação do

trânsito e câmeras nas rodovias · Guia de Cidades Conheça os principais pontos

turís cos das cidades.

h p://www.apontador.com.br/

MapLink – Guia de Ruas e Mapas Rodoviários, com Rotas

Localize endereços, mapas, cidades ou estradas. Em nosso Guia de Ruas ou no

Guia Rodoviário, calcule rotas ponto a ponto ou entre cidades, etc...

h p://www.maplink.uol.com.br


130


Terra Mapas

Traçar Rota. enviar mapa por e-mail email Imprimir mapa...

h p://mapas.terra.com.br/

TAGS

Tags são as “e quetas” ou palavras-chave que são colocadas para que os mecanismos de localização de sites achem um ar go, post em blog ou website.

O que você tem a ver com isso?Se você souber o que as pessoas estão procurando vai ter mais

chance de encontrá-las. Eu recorro à busca de tags, por exemplo, quando não sei o que

escrever no blog. Acredito em inconsciente cole vo... se vejo que “editora” está na lista das hot tags naquela semana, é sobre isso que vou escrever nos meus blogs e redes sociais, por exemplo.

Pode-se também u lizar esse pensamento ao contrário. Se, infelizmente, as tags com “Isabela crime madrasta janela” estão enormes – a caracterís ca da tag é que, quanto maior em tamanho ela aparece, mais está sendo buscada – eu posso decidir por escrever sobre qualquer outra coisa que não contenha essas palavras.

Tags são, ul mamente, a voz do povo... U lize-as a seu favor.

Link da Technora , o “google” dos blogs h p://technora .com/tag


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Terra: É possível também clicar na barra de navegação, em qualquer assunto na aba superior e achar as palavras mais acessadas, por canal.

http://terratv.terra.com.br/templates/hottagsHome.aspx?channel=2457

PROGRAMAS DE ESCRITA

Nem pense que exista um programa que escreve por você. O que existe são programas que ajudam a organizar o que você escreve.

Eles organizam a linha da história, têm fi chas de biografi a de personagens fazem contagem de palavras repe das e 1001 outras funções que realmente ajudam.

Já recomendei para amigos e percebi que muitos não se adaptam. Mas não desisto, acho mesmo, que facilita a vida do escritor.

Não custa tentar.

YWriterh p://www.spacejock.com/yWriter4_Download.html

Celtxh p://www.brotherso .com/celtx-64772.html

OUTROS PROGRAMAS

Sugeri esses links porque gosto do processo de criar tramas a par r de mapas mentais.

Não vou me estender muito neste assunto, mas espero que experimente.


132


Você coloca uma palavra, depois faz um balão, uma seta, uma árvore... claro que também faço isso no papel, mas a vantagem dos programas é que você pode salvar o processo e arquivar depois, com todo o material que usou para escrever seu texto.

No mínimo, diver do!

MAPAS MENTAIS

h p://www.mapasmentais.com.br/recursos/so ware.asp

PUBLICAÇÃO ONLINE GRATUITA

Publicação em formato eletrônico, gratuito. Caso o comprador queira o livro impresso, poderá comprá-lo a par r do site.

Cada um deles tem uma condição específi ca, mas explicada dida camente, nos endereços abaixo:

www.clubedeautores.com.br

www.lulu.com

www.blurb.com

www.bubok.pt

www.perse.doneit.com.br


133

▪ VI I . Palavras Finais

“Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas,

senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.”

Carlos Drummond de Andrade

Minha intenção ao escrever este livro é fornecer ao leitor ferramentas para pensar e planejar seu trabalho e evitar perda de tempo e inves mento desnecessário. O resultado pode não ser o mesmo para todos, pois muita coisa depende do mercado, dos leitores. Não dá para prever sucesso, ou insucesso de uma obra, mas se pode evitar percalços e erros come dos por outros. Eu mesmo enfrentei várias situações desagradáveis por falta de conhecimento e orientação. Mas não desejo que outros escritores não repitam meus erros.

Espero que você tenha gostado do livro e que entre em contato para sugestões, crí cas, elogios e dicas. Afi nal, uma obra nem sempre está acabada após a impressão. Outras modifi cações podem ocorrer e sempre há tempo para correções antes de novas edições.

Espero que este livro te sirva de guia para que você realize o seu sonho!

Valdeck Almeida de JesusEscritor, poeta e jornalista

www.galinhapulando.com


134


▪ VI I I . Anexo: Contrato de Edição

EDITORA X, com sede na cidade de São Paulo, na Rua ..................., inscrita no

CNPJ/MF sob o nº ................., neste ato representada por seu Diretor abaixo

assinado, doravante denominada EDITORA, e AUTOR Y, portador do CPF/MF nº

..................... e RG nº ...................., residente e domiciliado em....... , na........

doravante denominado AUTOR, resolvem, de comum acordo, celebrar o presente

CONTRATO DE EDIÇÃO, mediante as seguintes cláusulas e condições:

1) O AUTOR proprietário dos direitos AUTORAIS da OBRA in tulada ..........

concede, com exclusividade à EDITORA, os Direitos de sua edição, publicação e

comercialização, em todo território nacional e internacional, em forma de livro,

em língua portuguesa.

2) Pela concessão dos direitos ora pactuada, o AUTOR receberá da EDITORA, por

direitos AUTORAIS o valor correspondente a 10% (dez por cento) sobre o preço de

capa de cada exemplar efe vamente vendido, o qual será fi xado pela EDITORA.

Para efeito desse cálculo, deverão ser aba dos das vendas as eventuais devoluções

de exemplares da OBRA.

2.1 - O crédito do AUTOR para com a EDITORA, decorrente do presente contrato, será informado da seguinte forma: Quadrimestralmente nos meses de maio, setembro e janeiro.2.2 - Os pagamentos dos créditos acima serão efetuados da seguinte forma: Quadrimestralmente nos meses de junho, outubro e fevereiro.


135

2.3- No caso de eventuais co-edições e de vendas especiais a en dades não-governamentais e governamentais, industriais ou comerciais, em que o preço ajustado seja especial, caberá ao AUTOR receber o percentual fi xado na presente cláusula, sobre esse preço especial.2.4. - Dos exemplares distribuídos gratuitamente pela EDITORA, conforme a cláusula 3.2., deste instrumento, o AUTOR não terá direito a percentual de ganho, da mesma forma quanto aos livros distribuídos em propaganda gratuita, promoção especial e àqueles que forem inu lizados, destruídos ou extraviados por mo vo de caso fortuito ou de força maior.2.5 - Se houver interesse, o AUTOR poderá adquirir a OBRA com o desconto de 40% (quarenta por cento) sobre o preço de capa.

3) A ragem da primeira edição não será inferior a 2.000 (dois mil) exemplares.

3.1. - A EDITORA comunicará ao AUTOR, ou a seus eventuais sucessores, as quan dades de exemplares impressos em cada nova edição, uma vez que caberá à EDITORA a fi xação, sem limites, das quan dades de exemplares impressos em cada edição.3.2 - Da quan dade total de cada edição serão re rados exemplares até quantos forem necessários, dos quais 20 (vinte) serão des nados ao AUTOR na primeira edição e 5 (cinco), nas subsequentes. Os demais, a critério da EDITORA, serão distribuídos a crí cos, no ciaristas, professores e divulgadores.

4) Caso a EDITORA, por força das circunstâncias de mercado, seja obrigada

a remarcar o preço da OBRA objeto do presente contrato, majorando-o ou

minorando-o, os direitos autorais devidos ao AUTOR serão calculados sobre a

nova base de preços.

5) Obriga-se o AUTOR a:

5.1 Entregar à EDITORA os originais da OBRA, com a forma literária defi ni va, em condições de ser reproduzida em edição ora contratada.


136


Junto com o original da OBRA, o AUTOR entregará à EDITORA, se assim for por ela solicitado, para fi ns promocionais, uma resenha bibliográfi ca da mesma, uma relação de pessoas e publicações especializadas que possam infl uir nas vendas e uma descrição dos setores específi cos do mercado em que possa suscitar interesse. 5.2 Responder pela autoria e originalidade da OBRA e pelo exercício pacífi co dos direitos ora concedidos mediante o presente contrato, manifestando-se que sobre eles não contraiu nem contrairá compromissos ou gravames de nenhuma espécie que atentem contra os direitos que correspondam à EDITORA. O AUTOR será o único responsável pelas reclamações formuladas por terceiros, incluído o Poder Público, em relação ao conteúdo ou a tularidade da OBRA, assim como os danos e prejuízos que possam sofrer a EDITORA.5.3 Não contratar nenhuma outra edição da OBRA, no todo ou em parte, enquanto não ex nto este contrato e esgotados todos os exemplares das edições. Entretanto, caso seja de interesse, é de sua faculdade, após o término do contrato, a compra de todos os exemplares em estoque da OBRA, com 40% (quarenta por cento) de desconto sobre o preço da tabela.5.4 Conceder à EDITORA, quando fi ndo o contrato, opção para, nas mesmas condições aqui previstas, promover novas edições da obra contratada.5.5. Efetuar revisão das provas da primeira edição e das seguintes em prazo razoavelmente rápido que não difi culte, encareça ou atrase a publicação.5.6. Proceder a atualização da obra, sempre que as circunstâncias a requeiram.

6) Obriga-se a EDITORA a:

6.1 Promover, dentro do prazo máximo de 18 (dezoito) meses, a contar da data da entrega dos originais, a impressão da OBRA objeto do presente contrato, respondendo pelos ônus industriais, mercan s e fi scais das edições, e de sua comercialização.6.2 Prestar contas, sempre que solicitadas pelo AUTOR, e efetuar pontualmente os pagamentos dos direitos devidos, nos termos deste contrato.


137

6.3 Comunicar ao AUTOR a data de lançamento de cada nova edição da OBRA aqui presente.6.4 Franquear ao AUTOR o exame de sua escrita e documentação fi scal rela vas à comercialização desta obra.

7) Fica estabelecido que as fotografi as e ilustrações, que fazem parte da OBRA

contratada, são de propriedade da EDITORA e, assim como a composição gráfi ca e

montagem original, não podem ser reproduzidas pelo AUTOR sem o consen mento

expresso da EDITORA.

8) O presente contrato confere legi midade à EDITORA, com independência do

AUTOR, para perseguir as violações que afetem as faculdades que se conferem

no presente contrato, podendo tomar medidas judiciais ou extrajudiciais contra

terceiros em todo território nacional ou internacional.

8.1 - O AUTOR investe a EDITORA de todos os poderes a que se impõem necessários para que em seu nome coíba infrações que ameacem e/ou violem direitos da obra. O AUTOR, entretanto, fi ca obrigado a, sempre que essencial ou nos casos em que a EDITORA assim entender indispensável, auxiliar a EDITORA na defesa desses direitos. Fica facultado à EDITORA o poder de cons tuir procuradores outorgando-lhes poderes necessários para que atuem em seu nome ou em nome do AUTOR.

9) A EDITORA fi ca autorizada, durante a vigência do presente contrato, a conceder

a terceiros os direitos para imprimir, publicar, distribuir e vender a OBRA em todo

o mundo, repar ndo-se com o AUTOR, em partes iguais, os valores recebidos por

conta dos direitos autorais.

10) As traduções que se fi zerem da obra serão revisadas pelo AUTOR, que dará,

em todo caso, sua concordância, salvo se as traduções sejam de má qualidade


138


obje vamente demonstráveis.

11) O AUTOR consente que, a critério da EDITORA, pequenos trechos da OBRA

objeto do presente contrato possam ser incluídos em obras didá cas a serem publicadas

por outras EDITORAS, sem que tal fato se cons tua em qualquer remuneração.

12) O prazo deste contrato é de 05 (cinco) anos contados da data de sua

assinatura, podendo ser prorrogado automa camente por períodos iguais,

caso as partes não se manifestem em contrário 6 (seis) meses antes do fi nal de

cada período.

13) Caso expire o prazo de validade do contrato ou ocorra a sua rescisão

antecipada por culpa exclusiva do AUTOR, a EDITORA terá direito de

comercializar o saldo existente da obra por um período mínimo de 2

(dois) anos contados da data de encerramento do contrato, mediante

pagamento da respec va remuneração ao AUTOR, conforme disposto na

cláusula Segunda.

14) A EDITORA poderá, em caso de não mais haver interesse comercial e após o

distrato ou rescisão do contrato, suspender a venda e dar des nos que melhor

entender aos exemplares remanescentes em estoque sem que isso enseje

qualquer po de remuneração ou indenização ao AUTOR, por parte da EDITORA.

15) As partes contratantes obrigam-se por si e por seus herdeiros e sucessores a

respeitar e cumprir o presente contrato, fi cando, desde logo, eleito o Foro Central

da Comarca da Capital de São Paulo, “Fórum João Mendes Jr.” para dirimir dúvidas

dele decorrentes.


139

Cláusula Adicional

16) Fica es pulado que a OBRA aqui contratada será publicada sob o selo da .....

................................................E, por estarem assim justas e contratadas, fi rmam

o contrato em 03 (três) vias de igual forma e conteúdo, na presença de duas

testemunhas.

............, ..... de ..... de 20....

EDITORA AUTOR


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