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O CRISTÃO FRUTÍFERO MINISTÉRIOS E DONS ESPIRITUAIS

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O CR ISTÃO FRUT ÍFERO

M I N I S T É R I O S E D O N S E S P I R I T U A I S

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Parte I: Aproximações necessárias

Aula 06. 27/05Cap. 5. Os dons da criação, os dons-sinais e os dons espirituais Cap. 6. Sobre a continuação dos dons e ofícios extraordinários

Parte II: Alguns dons espirituais

Aula 07. 03/06 Cap. 6. Sobre a continuação dos dons e ofícios extraordinários

Aula 08. 10/06 Cap. 6. Sobre a continuação dos dons e ofícios extraordinários

Aula 09. 17/06 Cap. 7. Profetizar

Aula 10. 24/06 Cap. 7. Profetizar

Aula 11. 01/07Cap. 7. Profetizar Cap. 8. Acreditar, curar e realizar milagres

Aula 12. 08/07 Cap. 9. Discernir espíritos, falar e interpretar línguas

Aula 13. 15/07

Cap. 10. Ensinar, aconselhar e dirigir Cap. 11. Servir, doar e demonstrar misericórdia Cap. 12. Produzir arte, se casar e permanecer solteiro Cap. 13. Uma palavra sobre o “dom” de evangelista

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Roteiro pretendido… A lacuna em uma argumentação baseada em 1Coríntios 13.8-13

Leituras fundacionais de Efésios 2.20

A leitura fundacional heterodoxa de John Ruthven

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6SOBRE A

CONTINUAÇÃO DOS DONS E OFÍCIOS

EXTRAORDINÁRIOS

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A discordância mais grave: O Espírito Santo continua chamando pessoas para os ofícios de apóstolo e profeta?

Popularidade crescente Popularidade crescente Popularidade decrescente

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Michael Horton: Por que os dons espirituais cessaram?

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6.1.A lacuna em uma argumentação baseada em 1Coríntios 13.8-13

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“[O movimento carismático tem desafiado a igreja a] “esperar que Deus derrame seu Espírito sobre nós [...] para pôr em xeque uma teologia que, sem garantias exegéticas suficientes, rejeita toda possibilidade do que é miraculoso.

-D. A. Carson

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“Sem garantias exegéticas suficientes”

Se minha crença ou prática são baseadas em um texto bíblico mal interpretado, o alicerce de minha

crença e de minha prática é frágil

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1Coríntios 13.8-13; 14.21-22

Profecias “desaparecerão” Línguas “cessarão”

Ciência “passará” (v. 8)

Línguas “cessaram”; a destruição de

Jerusalém (ano 70) cumpre o “sinal”

“O que é perfeito” aponta para o fechamento do

cânon do NT

O verbo na voz passiva, quando

menciona as “profecias” e

“ciência”, e na voz média,

quando menciona as “línguas”, é mera diferença

estilística

O texto não exige

este sentido; há outras

possibilidades

Anacronismo: o conceito de cânon é tardio

“O que é perfeito” aponta para a consumação

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Na consumação, tudo o que é incompleto e imperfeito cederá lugar ao que é completo e perfeito

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Nas últimas décadas, os carismáticos tiveram acesso à educação teológica e recursos de estudo bíblico

Os cessacionistas são chamados de volta ao estudo humilde e dedicado da Escritura

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6.2. Leituras fundacionais de Efésios 2.20

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Edificados sobre o fundamento [themelios] dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular [akrogōniaiou]

(Ef 2.20)

alicerce; fundação

Pedra de cantão ou esquina

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Pedras de esquina

No primeiro século, um edifício sem uma pedra angular “seria fraco e ineficaz” (H. G. Stigers)

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6.2.1. A LEITURA FUNDACIONAL DE JOÃO CRISÓSTOMO

Séculos 4-5

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“E em primeiro lugar coloca os apóstolos, os últimos relativamente ao tempo. Ou demonstra e afirma que estes e aqueles são os fundamentos, e o todo é um só edifício e uma só raiz. […] Em seguida diz: “Do qual é Cristo Jesus a pedra angular”, isto é, Cristo abrange todas as coisas. A pedra angular sustém as paredes e os fundamentos.

-João Crisóstomo

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➤ Sucinto e cristocêntrico ➤ Nenhum debate sobre continuação ou cessação de dons e

ofícios, ou qualquer doutrina da revelação ➤ Não havia no séc. 5 uma interpretação de Efésios 2.20 que

desse conta da percepção evidente de cessação desses ofícios e dons no seio da igreja fiel à Escritura

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Uma proposta de releitura de Efésios 2.20 foi oferecida tempos depois, pela Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR): pela sucessão

apostólica (o papa como vigário de Deus) e o magistério da igreja, novas revelações do Espírito

Santo são bem-vindas e necessárias

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6.2.2. A LEITURA FUNDACIONAL DE ROMA

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Roma interpretou Efésios 2.20 de modo a favorecer a doutrina de sucessão apostólica, considerando o

apóstolo Pedro como “pedra angular”

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“Aqueles que transferem esta honra para Pedro, e defendem a tese de que a igreja se encontra fundada sobre ele, são tão destituídos de pudor, a ponto de tentar justificar seu erro apelando para esta passagem. Objetam que Cristo é chamado a principal pedra angular em comparação com outras, e que há muitas outras pedras sobre as quais a igreja se acha fundada.

-João Calvino

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“Para que o evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na igreja, os apóstolos, deixaram os bispos como seus sucessores, “entregando-lhes o seu próprio lugar de magistério”. Portanto, a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura dos dois Testamentos são como um espelho no qual a igreja, peregrina na terra, contempla a Deus, de quem tudo recebe até ser conduzida a vê-lo face a face tal qual ele é.

-Concílio Vaticano II: Dei Verbum

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Para a ICAR, “o fundamento dos apóstolos e profetas” se replica e atualiza na história, pois o Espírito Santo continua ampliando a Tradição com novas revelações, dadas ao Magistério e aos

“Santos Padres”

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“[…] a igreja, à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação, não deriva sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso, ambas [Escritura e Tradição] devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência.

-Catecismo da Igreja Católica

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Para a ICAR, o Espírito Santo continua dando revelação. A igreja, dizem, não possui a “plenitude da verdade divina”, mas “progride” na obtenção

dessa verdade sob o ministério daqueles que sucedem aos apóstolos e possuem o “carisma [dom] seguro da verdade”

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O serviço dos apóstolos e profetas da Bíblia foi apenas introdutório, por isso a revelação

corre do AT ao NT e continua Nos dias atuais é necessária uma atualização

do evangelho pela Tradição O Espírito Santo continua fornecendo

revelações depois do fechamento do cânon A ICAR é provida pela Escritura mais Tradição

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6.2.3. A LEITURA FUNDACIONAL PROTESTANTE

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Edificados sobre o fundamento [themelios] dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular [akrogōniaiou]

(Ef 2.20)

Jesus Cristo como pedra angular do fundamento

Jesus Cristo como pedra angular de todo o edifício

Martin Bucer, Heinrich Bullinger e Erasmus Sarcerius: “o fundamento dos apóstolos e profetas” é o próprio Senhor Jesus Cristo

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➤ Também compreendeu Cristo como fundamento único da igreja

➤ Mesmo assim, para ele, a própria Escritura exige que essa declaração — de Cristo como único fundamento — seja complementada por outra

João Calvino

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➤ Como sabemos sobre Jesus Cristo? ➤ Como sabemos o que é a igreja?

João Calvino

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1Coríntios 3.11: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é

Jesus Cristo”

Efésios 2.20 — duas possibilidades de interpretação

Cristo chega até nós pela pregação dos apóstolos

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“Esta afirmação [de 1Co 3.11] contém duas partes: em primeiro lugar, que Cristo é o único fundamento da igreja; e, em segundo lugar, que os coríntios tinham sido solidamente fundados sobre Cristo mediante a pregação de Paulo.[cf. 1Co 3.10]

-João Calvino

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➤ Um juízo sobre Efésios 2.20 ➤ “O fundamento dos apóstolos e

profetas” equivale à doutrina cristã

João Calvino

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“Fundamento, nesta passagem, inquestionavelmente significa doutrina; porquanto o apóstolo não faz menção de patriarcas nem de reis piedosos, mas tão-somente daqueles que detêm o ofício de ensinar e a quem Deus designou para edificarem sua igreja. E assim Paulo ensina que a fé da igreja deve estar fundamentada nessa doutrina.

-João Calvino

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“A igreja se fundamenta não sobre juízos de homens, não sobre sacerdócios, mas sobre a doutrina dos apóstolos e dos profetas, nos lembra Paulo.

-João Calvino

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Um repositório confiável de verdade revelada, proposicional e objetiva chegou até nós

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“Sua fé, na qual você subsiste na comunhão dos santos, tem seu fundamento na regra infalível e inamovível, a doutrina do Antigo e do Novo Testamento[s], cujo sujeito principal é Cristo, que em sua pessoa é o fundamento único, real e essencial e, por assim dizer, a pedra de esquina.

-Jean Diodati

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“O apóstolos e outros ministros fiéis depois deles são os edificadores, que ensinam que Cristo (que é o único capaz de realizar toda a obra de redenção e salvação) é o único fundamento desse templo, e desse modo ensinando a edificar os santos sobre Cristo, segundo a doutrina dos apóstolos e profetas.

-David Dickson

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Protestantes, desde o séc. 16, e os evangélicos, depois deles

A igreja é construída sobre um “alicerce de doutrina” revelada por Deus aos

apóstolos e profetas

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“Os leitores de Paulo estão sendo edificados já agora, diz ele, no fundamento dos apóstolos e profetas. […] O ponto aparentemente seria então que o templo é construído a partir da revelação dada em Cristo e sobre ela, mediante a elaboração reveladora e a implementação do mistério por meio das figuras dos apóstolos proféticos.

-Max Turner

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Calvino não “forçou” Efésios 2.20, a fim de obter “munição” contra Roma

Ele via como dedução necessária dos dados bíblicos, que os apóstolos fossem tidos não apenas como depositários da revelação do NT, mas também

como depositários únicos de uma revelação final, completada

Esta compreensão agregou os reformadores magisteriais em torno do princípio sola Scriptura, que implica

rejeição da leitura fundacional de Roma

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A Bíblia é não apenas inspirada, inerrante e infalível, mas também suficiente

A base de fé e prática do cristão é a Bíblia e nada mais

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A Reforma Magisterial fechou posição em torno do princípio sola Scriptura e isso implicou

compreensão de que alguns ofícios e dons cessaram após a morte dos apóstolos

Tanto Lutero quanto Calvino, foram contestados nisso pelos entusiastas ou reformadores radicais

(cf. apêndices 4-8)

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Os argumentos da reforma radical reapareceram aqui e ali, à margem da ortodoxia, mas ganharam

fôlego no pentecostalismo e, nos últimos anos, por meio de um teólogo

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6.3.A leitura fundacional heterodoxa de John Ruthven

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Desde sua origem, o Pentecostalismo propôs uma interpretação paradigmática de Atos e a

restauração de dons extraordinários

Mesmo assim, até agora, os teólogos pentecostais clássicos ou tradicionais abraçavam a leitura

protestante de Efésios 2.20, pelo menos no que diz respeito à cessação do apostolado

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“Não pode haver sucessão nem restauração do apostolado. A sucessão é inadmissível, não só por causa do caráter único e não repetível de seu apostolado. A restauração é igualmente impossível, já que os apóstolos cumpriram seu papel e continuam seu ministério por meio dos escritos do NT. Qualquer ideia de perpetuar ou restaurar o apostolado como cargo oficial é estranha ao NT e ao propósito de Cristo para sua igreja.

-J. Rodman Williams, teólogo pentecostal

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Movimento de Restauração Apostólica

Leitura fundacional de Jon Ruthven

Augustus Nicodemus Lopes:

Apóstolos

Alistair McGrath: “o melhor estudo sobre o assunto”

Gene Green:“o cessacionismo prega um evangelho truncado”

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JON MARK RUTHVEN➤ MDiv em Teologia pelo Trinity Evangelical Divinity

School, Mestre (MA) pelo Central Bible College e PhD pela Marquette University. Fez estudos avançados no Institute of Holy Land Studies, da Hebrew University, em Jerusalém. É professor emérito da Regent University. Autor de dezenas de artigos publicados nos mais respeitados periódicos teológicos dos Estados Unidos da América, Ruthven é um dos teólogos Pentecostais mais respeitados da atualidade. Iniciou o ministério em Boston/Nova Iorque ao lado de David Wilkerson em meados dos anos 60 evangelizando gangues e moradores de rua, assim como também serviu a Deus como missionário na África. É autor de três livros: On the Cessation of the Charismata; What’s Wrong with the Protestant Theology e The Prophecy That Is Shaping History: New Research on Ezekiel’s Vision of the End”

➤ Uma roupagem sofisticada aos argumentos dos entusiastas da reforma radical, combatida pelos reformadores magisteriais (Lutero e Calvino)

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A INTERPRETAÇÃO DE EFÉSIOS 2.20, SUGERIDA POR RUTHVEN

➤ Os teólogos pentecostais falharam ➤ Identificar “o fundamento”, com “doutrina” equivale a concluir

que a Escritura é alicerce único, implicando cessação da revelação ➤ “Fundamento” significa um “arquétipo” atualizado e replicado

ao longo da história da igreja > Apóstolos e profetas ministrando revelação são um protótipo para a igreja contemporânea

➤ Rejeição da “identificação padrão da ‘fundação’ derivada de Calvino” > Efésios 2.20, não implica cessação do ofício ou papel dos apóstolos e profetas

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“Efésios 2.20 [...] parece ser o último refúgio exegético do cessacionismo [...]. O resultado é que os cessacionistas argumentam que a metáfora do “fundamento” dos apóstolos, profetas e Cristo, de alguma forma exige que, assim como eles morreram, seus dons morreriam com eles. Deveríamos, então, naquela mesma lógica, insistir que a morte do prefeito de uma cidade requer a extinção do cargo, título ou função de prefeito? Pelo contrário: seu papel “fundacional” como prefeito estabelece o padrão e implica continuação do papel depois dele.

-Jon Ruthven

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➤ Esse entendimento não combina com a metáfora de construção

➤ Ruthven: ➤ Substitui a ideia de “fundação” como alicerce de um

edifício, por “fundação” como ato que funda ou estabelece uma cidade

➤ Mistura a função do indivíduo fundador de uma cidade, com a do indivíduo gestor (prefeito) de uma cidade

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➤ Uma cidade precisa de novos prefeitos, mas nunca mais, de novos fundadores ➤ Os fundadores de uma cidade são, para a cidade, como a doutrina dos

apóstolos e profetas é para a igreja > o ato fundador de uma cidade ocorre somente uma vez; fundadores de uma cidade são extraordinários e temporários, assim como os apóstolos e profetas bíblicos

➤ A cidade precisa sempre de gestores ou prefeitos > prefeitos são, para as cidades, aquilo que os pastores são para as igrejas > prefeitos de cidades são ordinários e permanentes, assim com o ofício de pastor e mestre

➤ A ilustração proposta por Ruthven não ajuda a provar, nem explicar a contemporaneidade do apostolado

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Para Ruthven, dizer que Cristo é o fundamento da igreja, vinculando Efésios 2.20 com Mateus

16.18, equivale a dizer que novas revelações continuam hoje

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“Esta confissão [de Pedro, em Mt 16.18] é divinamente revelada e, com a revelação aos apóstolos e profetas representa a “fundação” da igreja, da qual Cristo é a “pedra fundamental”, ou “cabeça da esquina” (pedra angular), que continuamente, através do Espírito, mantém a estrutura conjunta, tanto de cima, como de baixo (1Co 3.11)

-Jon Ruthven

!

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“Estritamente falando, Cristo é o fundamento exclusivo da igreja (1Co 3.3-17) que um líder ou um apóstolo como Paulo pode “estabelecer”, mas o líder ou apóstolo não é ele próprio aquele fundamento. Paralelamente à imagem do corpo (1Co 12), o dom do apostolado é mais funcional do que cronológico.

-Jon Ruthven

👀

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“Portanto, apóstolos e profetas são “fundamentais” [fundacionais] na medida em que “prototípicos” de toda a igreja que reduplica a experiência de revelação original sobre Cristo no âmbito do evangelho cristão. [...] Portanto, esta passagem não mostra que os apóstolos e os profetas cessaram, mas sim que, como sua experiência é “fundamental” [fundacional] e arquetípica, sua experiência e funções, portanto, continuam. -Jon Ruthven

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➤ Pedro confessou que Jesus é o Cristo recebendo revelação direta de Deus Pai (Mt 16.17)

➤ Os apóstolos do NT receberam revelação [direta] sobre Jesus Cristo enquanto ministravam (Gl 1.15-16)

➤ Esta experiência, de receber revelação direta de Deus, para pregação do evangelho, é “reduplicada” na igreja contemporânea

➤ Há apóstolos e profetas na igreja de hoje

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SETE CRÍTICAS À LEITURA PROTESTANTE

1. “Fundação” indica um “padrão” a ser replicado, e não uma “geração” congelada no tempo

2. A “fundação” de Efésios 2.20 representa tanto o próprio Cristo quanto a recorrente apostólica “Confissão fundacional” [apostólica e] profeticamente inspirada, como a “grande confissão” de Pedro (Mt 16.16-18), revelada a todos os cristãos em todas as épocas [?]

3. O Protestantismo tradicional vê um apóstolo do NT como um papa do séc. 16 e não como uma função ministerial em curso dentro da igreja

4. A metáfora cessacionista, em uma falácia lógica, confunde a morte dos primeiros apóstolos e profetas com a morte de seus dons

5. A metáfora é destruída se Cristo, a [...] (“pedra de Esquina”) é, como provável, também a “pedra principal” ou o “sustentáculo do fundamento”, segurando as paredes como se fossem dedos entrelaçados (Ef 2.21), [...] em contato com cada pedra

6. Esta metáfora cessacionista viola o ensino claro de Efésios 4.11

7. Substitui a experiência do Espírito revelado do próprio Cristo (como o fundamento final), pela “letra” do NT

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➤ Primeira crítica: dá ao vocábulo “fundamento” um significado que contraria a metáfora de construção

➤ Segunda crítica: em Mateus 16.13-20, quanto em Efésios 2.20, não há qualquer subsídio para afirmar uma continuação da revelação

➤ Terceira crítica: dizer que o protestantismo enxerga um apóstolo do NT como um papa do séc. 16 não corresponde aos fatos

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“[…] os reformadores [...] assumiram as premissas de Roma e simplesmente transferiram a coroa e a autoridade do papa do séc. 16 aos apóstolos do primeiro século. Os apóstolos, então sob esta perspectiva, os únicos que podiam receber a revelação divina, canonizaram a sua autoridade doutrinal e eclesiástica definitiva, não por meio de encíclicas papais, mas no NT.

-Jon Ruthven

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➤ A leitura fundacional protestante é fiel ao texto bíblico e não assume “premissas de Roma” quanto à revelação

➤ Desde o início e com razão, os protestantes ensinaram que postular qualquer fonte de verdade ou orientação religiosa além das Escrituras — em outras palavras, acreditar na contemporaneidade de revelações do Espírito Santo —, isso sim é o que fragiliza a igreja, abrindo espaço para “encíclicas papais” e outros tipos de “tirania religiosa” e descalabros

➤ São os carismáticos que assumem a premissa de Roma, de continuação das revelações do Espírito Santo

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➤ Quarta crítica: a leitura protestante não afirma que dons morrem, e sim, que determinados dons cessam quando seus possuidores morrem > não há qualquer falácia lógica nesta afirmação ➤ Afirmar que ofícios e dons cessam, não equivale a dizer que a igreja

cristã não seja apostólica, nem que a igreja não tenha de desempenhar um papel profético na história, ou que milagres não aconteçam mais

➤ Muito menos quer dizer que Deus emudeceu ➤ Ao mesmo tempo em que não ratificam novos apóstolos e profetas ou

revelações contemporâneas, os protestantes admitem que Deus continua chamando e capacitando pessoas para servi-lo nesta geração

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➤ Quinta crítica: Ruthven propõe uma conclusão que não é exigida pela premissa ➤ Cristo como “pedra principal” e “sustentáculo do fundamento” não

“destrói a metáfora” ➤ Um cristão pode concordar com Jesus como sustentáculo do

“fundamento”, certo de que o desfrute do Redentor e de seus benefícios se dá pela Escritura somente, iluminada no coração pelo Espírito Santo

➤ Sexta crítica: é controverso se o ensino de Efésios 4.11 é, de fato, “claro”

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➤ Sétima crítica: é deletéria ao tentar estabelecer um falso (e antigo) dilema: Deus ou a Palavra

➤ Ruthven retoma o erro cometido pelo cardeal Sadoleto, combatido por Calvino

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“E tu, Sadoleto, tropeçando no primeiro passo sob o umbral, foste castigado pela injúria que fizeste ao Espírito Santo, separando-o da Palavra.

-João Calvino

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Calvino repercute os Artigos de Smalcalde, de Lutero

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“Deus não deseja lidar conosco senão através da Palavra falada e dos sacramentos. É o próprio diabo o que é exaltado como Espírito sem a Palavra [...]”.

-Martinho Lutero

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Como não é raro entre os carismáticos, para Ruthven a “experiência reveladora” e o “forte tom de

revelação” são por demais importantes

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“Alguns cessacionistas parecem estar insistindo que “o fundamento” é a doutrina estabelecida nos documentos do NT. Como alguém comprometido com a infalibilidade e inerrância da Escritura, eu nunca procuraria minimizar o significado central da Bíblia para a fé.

-Jon Ruthven

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“No entanto, a Bíblia em geral, e Efésios em particular, não se identificam com o núcleo fundacional da igreja. Pelo contrário, a experiência reveladora de Cristo, embora dentro de seu arcabouço bíblico, é verdadeiramente o fundamento da igreja.

-Jon Ruthven

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“São Paulo estava preocupado que a fé cristã não se baseasse em palavras, mas em “uma demonstração do poder do Espírito” (1Co 2.14) [2.4]. Isto sugere fortemente que um sistema de proposições, por mais verdadeiras que sejam, não é a base para a fé normativa; é o próprio Cristo, por meio da atividade do Espírito de Cristo, com um forte tom de revelação, que caracteriza este fundamento.

-Jon Ruthven

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➤ Como teólogo contemporâneo da reforma radical, compromisso “com a infalibilidade e inerrância da Escritura”, mas não com sola Scriptura

➤ Ele diz que a interpretação protestante de Efésios 2.20 é falha, quando o mais honesto seria esclarecer ao leitor que o texto grego permite sim, a leitura proposta por Calvino

➤ Ele erra ao alardear que “a Bíblia em geral, e Efésios em particular, não se identificam com o núcleo fundacional da igreja”, sendo que uma hermenêutica sadia abre espaço sim, para cogitar a finalização ou cessação da revelação dada pelos apóstolos

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➤ Ele retira 1Coríntios 2.4 de contexto e subverte seu sentido, como se, ao mencionar aqueles que utilizavam “linguagem persuasiva de sabedoria”, Paulo se dirigisse aos cristãos que abraçam a leitura fundacional protestante, e como se “demonstração do Espírito e de poder” equivalesse à contemporaneidade dos dons de apostolado e profecia

➤ Ruthven ainda insiste em um rompimento desnecessário entre “um sistema de proposições, por mais verdadeiras que sejam” e “o próprio Cristo, por meio da atividade do Espírito de Cristo”, como se o Espírito de Cristo sublevasse ou ultrapassasse aquilo que ele próprio revelou aos apóstolos do NT

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Por fim, uma acusação séria: os cristãos que abraçam a interpretação protestante de Efésios

2.20 se assemelham aos apóstolos falsos, combatidos por Paulo em 2Coríntios

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“Um falso apóstolo prega um reino que consiste de palavra, e não de poder([...] 1Co 4.20) — ou seja, um cessacionista!

-Jon Ruthven

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O apostolado continua hoje e a negação disso implica “rigoroso ceticismo

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“Assim, já que a noção de apóstolo é tão historicamente condicionada como a última autoridade religiosa, qualquer pessoa reivindicando o apostolado certamente será medida e julgada com rigoroso ceticismo. No entanto, é possível que nenhum impedimento bíblico exista para alguém hoje atuar, ou mesmo ser dotado com o apostolado.

-Jon Ruthven

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➤ As interpretações de Ruthven contêm imprecisões lógicas, exegéticas e teológicas

➤ Ele lê os dados bíblicos, históricos e teológicos dentro de uma moldura consistente com a reforma radical

➤ Como entusiasta contemporâneo, Ruthven ataca a leitura fundacional propugnada pelos reformadores magisteriais

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Conclusão da aula

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➤ Discutimos pontos importantes, relacionados às diferentes respostas dadas à pergunta: “O Espírito Santo continua chamando pessoas para os ofícios de apóstolo e profeta?”

➤ Esclarecemos que, em sua origem, a Reforma Magisterial fechou posição em torno do princípio sola Scriptura e que isso implicou compreensão de que alguns ofícios e dons cessaram após a morte dos apóstolos

➤ O espaço disponível até aqui permitiu olharmos um pouco mais de perto somente para Efésios 2.20, mas diminuímos a lacuna de informação enquanto explicamos alguns dons, na parte II e também nos apêndices 3 a 9

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O CR ISTÃO FRUT ÍFERO

M I N I S T É R I O S E D O N S E S P I R I T U A I S