ministÉrio da educaÇÃo universidade federal de …...À deus, pelas oportunidades concedidas e...

72
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E DE TURISMO CURSO DE BACHARELADO EM TURISMO MONOGRAFIA EM TURISMO MARKETING TURÍSTICO: UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS PROMOCIONAIS DO TRADE TURÍSTICO DE PELOTAS ALINE VARGAS DE SOUZA Pelotas 2007

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E DE TURISMO

CURSO DE BACHARELADO EM TURISMO

MONOGRAFIA EM TURISMO

MARKETING TURÍSTICO: UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS PROMOCIONAIS

DO TRADE TURÍSTICO DE PELOTAS

ALINE VARGAS DE SOUZA

Pelotas

2007

Page 2: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

ALINE VARGAS DE SOUZA

MARKETING TURÍSTICO: UMA ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS PROMOCIONAIS

DO TRADE TURÍSTICO DE PELOTAS

Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Turismo como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Turismo sob orientação da Professora Valéria Bonat.

Pelotas

2007

Page 3: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

"O valor das coisas não está no tempo em que

elas duram, mas na intensidade com que

acontecem. Por isso existem momentos

inesquecíveis coisas inexplicáveis e pessoas

incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

Page 4: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

AGRADECIMENTOS

À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos

em que mais precisei da força divina para superar os obstáculos da vida.

À meus pais, a ferramenta que Deus encontrou, para me proporcionar a vida.

Muito obrigada pelos esforços imensuráveis que vocês realizaram para proporcionar

a minha felicidade. Muito obrigada pelo carinho, amor e compreensão em todos os

momentos em que mais precisei da presença de vocês. Dedico este trabalho à

vocês que são a minha razão de ser.

Ao meu ‘mano’ Thiago, obrigado pelos momentos de alegria e felicidade.

Você é a certeza de que nunca estarei só, confio à ti a verdadeira amizade em todos

os momentos de nossas vidas. Sempre estarei ao seu lado, compartilhando alegrias

e tristezas, vitórias e derrotas, lhe apoiando e lhe dando todo o meu carinho.

À todos os meus familiares, em especial aos meus avós, que estiveram

sempre presente durante todos os momentos de minha vida, dedicando todo o

carinho e atenção.

Ao meu namorado e acima de tudo grande amigo Carlos, que em todas as

horas soube me apoiar e me entender, ajudando-me a superar todas as

adversidades. Muito obrigada por todas as palavras de conforto e ajuda, pelos

momentos de alegrias compartilhadas.

À minha orientadora Valéria, por todas as horas de paciência, pelo estímulo

prestado, pelo exemplo de profissionalismo e de ser humano. Que sempre esteve

disposta a me ajudar transmitindo tranqüilidade e otimismo. Obrigado por acreditar

em mim quando eu nem mesmo acreditava.

Ao professor Mário Osório, pela disponibilidade em ajudar e o conhecimento

transmitido.

Aos meus colegas pelos inesquecíveis momentos vivenciados durante o

decorrer do nosso curso.

À todos os professores da Faculdade de Turismo, que estiveram presentes ao

longo desta jornada, e que contribuíram para o meu conhecimento.

Page 5: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

RESUMO

A presente pesquisa tendo como estudo de caso o Trade turístico cidade de Pelotas-RS, têm por objetivo averiguar quais as estratégias promocionais utilizadas por seus componentes e, de que forma estas estão sendo utilizadas. Delineada como uma pesquisa qualitativa realizada de forma exploratória com uma amostragem não-probabilística por conveniência, foram aplicados formulários aos principais participantes do Trade com intuito de analisar questões de relativa importância para a análise da estrutura turística como um todo, bem como a forma com que Pelotas está sendo trabalhada como destino Turístico. Dessa forma, procurou-se identificar o que representa o turismo para os entrevistados bem como, definir qual o público-alvo do produto turístico e as formas de fidelização praticadas, apurar quais as formas de comunicação utilizadas para a divulgação do Turismo de Pelotas, analisar como se dá a comunicação entre os componentes do Trade e, finalmente, verificar de que forma o Turismo pode ser capaz de promover o desenvolvimento local através de um correto planejamento das ações promocionais. Ao final deste estudo, evidenciou-se que apesar das várias formas de promoção utilizadas, Pelotas não possuiu uma estrutura turística e promocional formada.

Palavras-chaves: Turismo, Marketing, Comunicação, Serviço

Page 6: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: A tipologia e as motivações turísticas ............................................................ 16 Quadro 2: Sinopse da evolução das principais definições de Marketing...................... 18 Quadro 3: As características do produto turístico........................................................... 22 Quadro 4: Grupos envolvidos na recepção do turista..................................................... 23 Quadro 5: Princípios das estratégias de comunicação ................................................... 32 Quadro 6: Tipos de mídia.................................................................................................... 33

Page 7: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Principais conceitos de Marketing .................................................................... 19 Figura 2: A demanda e a oferta turística ........................................................................... 24 Figura 3. Os intermediários turísticos ............................................................................... 28 Figura 4. O processo de comunicação.............................................................................. 29

Page 8: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................9

1.1 Problema ....................................................................................................11

1.2 Objetivos ....................................................................................................11

1.3 Justificativa................................................................................................12

2 REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................13

2.1 Conceitos e tipologias do Turismo..........................................................13

2.2 Do Marketing ao Marketing Turístico.......................................................17

2.2.1 O produto turístico....................................................................................20

2.2.2 O preço dos produtos turísticos..............................................................25

2.2.3 A distribuição dos produtos turísticos....................................................27

2.2.4 A comunicação turística ...........................................................................29

2.2.4.1 Propaganda................................................................................................32

2.2.4.2 Promoção de vendas ................................................................................33

2.2.4.3 Marketing Direto ........................................................................................34

2.2.4.4 Relações públicas e publicidade .............................................................35

2.2.4.5 Venda pessoal ...........................................................................................36

3 METODOLOGIA .........................................................................................38

3.1 Descrição da área em estudo...................................................................38

3.2 Definição do objeto de estudo .................................................................41

3.3 Delineamento da pesquisa .......................................................................42

3.4 Coleta e análise dos dados ......................................................................43

4 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................44

4.1 Percepção dos entrevistados em relação ao turismo de Pelotas.........44

4.3 Formas de fidelização utilizadas..............................................................48

4.4 Contribuição da empresa/órgão para o incremento do Turismo ..........51

4.5 Percepção em relação à prática de Turismo em Pelotas.......................53

5. 6 Formas de comunicação para a promoção da cidade de Pelotas ........54

4.8 Comunicação com outras instituições....................................................61

Page 9: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

4. 9 Reconhecimento de parcerias para o Turismo de Pelotas....................62

4. 10 Sugestões, observações, etc.: .................................................................63

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................64

6 REFERÊNCIAS...........................................................................................67

APÊNDICE..................................................................................................70

Page 10: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

1 INTRODUÇÃO

O Turismo destaca-se como uma atividade de grande importância na

sociedade pós-moderna, isto porque, não é mais considerado como somente uma

necessidade humana de descanso e fuga do cotidiano, mas como uma atividade

econômica sinônimo de desenvolvimento.

Por muito tempo as viagens motivadas por atividades comerciais e

descobertas marítimas não representavam uma forma de Turismo, mas uma forma

de deslocamento. O Turismo surge como atividade de lazer em meados do século

XIX, período em que as transformações sociais e tecnológicas decorrentes da

revolução industrial estimularam novas descobertas, impulsionadas pela

necessidade de novos conhecimentos. (REJOWSKI, 2002, p. 42).

Atualmente, o Turismo constitui uma fonte de relacionamentos econômicos e

sociais, um fenômeno de massa, capaz de modificar e constituir espaços e

comportamentos. As motivações passam a ser de vários caracteres que intensificam

o consumo, fazendo com que haja a necessidade de criação de novos produtos sem

que haja uma certeza das conseqüências que estes irão acarretar.

Sob esta perspectiva, os destinos turísticos desejam alcançar o maior fluxo de

turistas possíveis para obter desenvolvimento econômico e social. Porém, se não

bem planejado e trabalhado de forma sustentável, o Turismo pode ao contrário,

significar para a sociedade receptora, problemas de diversos níveis, que se refletirão

na natureza, na economia e até mesmo na sociedade. Nesse contexto, de acordo

com Dias e Cassar (2005, p. 114) “como conseqüência de suas relações diretas com

um conjunto de setores econômicos, o Turismo contribui para a diversificação das

atividades econômicas das cidades Turísticas, das regiões e dos países nos quais é

implantado de forma organizada”.

Sendo assim, os destinos turísticos sentem a necessidade de comercializar e

evidenciar cada vez mais seus atributos. Para tanto, o Marketing entra como uma

das ferramentas estratégicas fundamentais para o reconhecimento e divulgação da

imagem de um destino qualquer.

Page 11: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

10

Segundo, Drucker apud Kotler (2000, p. 30) o Marketing pode ser

descrito através do seguinte pensamento:

Pode-se presumir que sempre haverá necessidade de algum esforço de vendas, mas o objetivo do Marketing é tornar a venda supérflua. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o Marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço disponível.

Em seguida, cabe apresentar o conceito de Marketing sustentado por um dos

mais famosos estudiosos do assunto:

um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtém aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. [...] É o processo de planejar e executar a concepção, a determinação do preço, a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços para efetuar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais. (KOTLER, 2000. p. 30).

De acordo com Dias e Cassar (2005) a importância do Marketing nasce da

percepção que os destinos turísticos adquirem sob o Turismo. Por gerar um efeito

multiplicador sobre a oferta e produção de outros produtos ligados direta ou

indiretamente à atividade turística, o Turismo surge como um importante fator para o

desenvolvimento local. Portanto, uma localidade que busque comercializar seus

atrativos turísticos, deve criar uma estratégia baseada no chamado ‘composto de

Marketing’ ou ‘Marketing Mix’, o qual é formado por: produto, preço, distribuição e

promoção. Como cada um dos elementos do Mix de Marketing tem sua função

própria e definida cabe a este estudo evidenciar o que será discutido com maior

propriedade que é o ‘P’= Promoção.

Para tanto, de acordo com Churchill Jr. e Peter (2003) é tarefa deste elemento

fornecer informações, e sustentam que atualmente tal termo está sendo usado como

comunicação, pois assim abrange de maneira mais ampla todas as formas de

comunicar produtos aos potenciais e atuais clientes.

Assim sendo, o papel do Marketing é, entre muitos outros, o de comunicar

produtos/serviços a um mercado, e nesse sentido, Krippendorf (1980) apud

Ruschmann (1990, p. 25) afirma que o Marketing Turístico é:

[...] a adaptação sistemática e coordenada da política das empresas de Turismo, tanto privadas como do Estado; no plano local, regional, nacional e internacional, visando a plena satisfação das necessidades de

Page 12: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

11

determinados grupos de consumidores, obtendo, com isso, um lucro apropriado.

Ainda de acordo com Ruschmann (1990) é importante observar que se uma

cidade deseja explorar o Turismo, todos os serviços e órgãos destinados a este

segmento devem estar envolvidos. Tanto o setor público, responsável pela

divulgação e promoção do destino, como o setor privado, responsável pela

disponibilização de serviços devem promover uma estratégia conjunta de Marketing.

1.1 Problema

O Trade Turístico é o conjunto de equipamentos da super-estrutura

constituintes do produto turístico. É caracterizado por “meios de hospedagem, bares

e restaurantes, agências de viagens e Turismo, empresas de transporte, lojas de

suvenir’s e toda as atividades comerciais periféricas ligadas direta ou indiretamente

à atividade Turística”1.

Sendo assim, evidencia-se como o problema do estudo, analisar: Quais as

estratégias promocionais praticadas pelo Trade Turístico de Pelotas? Este surge

como uma necessidade de verificar como está o ambiente do ponto de vista

mercadológico, analisando o que está sendo feito com base nas variáveis de

comunicação, ou seja, nas estratégias promocionais para o Turismo em Pelotas.

1.2 Objetivos

Nesta perspectiva, tem-se como objetivo geral evidenciar o uso de estratégias

promocionais realizadas especificamente pelos hotéis que atendem diretamente o

fluxo Turístico de Pelotas; agências de viagens que comercializam pacotes turísticos

da cidade; o Convention & Vistors Bureau – CVB2 responsável pelo desenvolvimento

de ações para captação de eventos para a cidade; pela Sociedade para o

1Dado disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Trade_turístico/>. Acesso em: 13 mai. 2007. 2 Instituída por iniciativa de entidades privadas, Câmara de Dirigentes Lojistas de Pelotas, Sindilojas, Universidade Católica de Pelotas, Universidade Federal de Pelotas, Prefeitura Municipal de Pelotas, FITUR, Sindicato dos Hotéis, restaurantes, bares e similares e CEFET-RS, visa o desenvolvimento de planos de ações para a cidade através de projetos turísticos, a fim de que possam estimular, captar e capacitar eventos atraindo, assim, visitantes, principalmente no Turismo de Eventos. Disponível em: <http://www.pelotasconvention.com.br/cvb.htm>. Acesso em 18 mai. 2007.

Page 13: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

12

desenvolvimento do Turismo Sustentável de Pelotas – FITUR3, e a Secretaria de

Turismo, Esportes e Lazer de Pelotas – STE.

Para a concretização do plano de estudo uma série de objetivos específicos

foram traçados, com a finalidade de tentar atender o problema proposto, os quais

são descritos a seguir:

a) identificar o que representa o Turismo para os entrevistados;

b) definir qual o público-alvo do produto turístico e as formas de fidelização

praticadas;

c) apurar quais as formas de comunicação escolhidas pelos profissionais

para a divulgação do Turismo de Pelotas;

d) identificar qual o foco dos instrumentos de comunicação utilizados;

e) avaliar como se dá a comunicação em relação aos componentes do Trade

Turístico;

f) verificar de que forma o Turismo pode ser capaz de promover o

desenvolvimento local através de um correto planejamento das ações

promocionais.

1.3 Justificativa

A opção pelo estudo na área promocional realizado na cidade de Pelotas se

deu pela necessidade de conhecimento sobre os métodos de divulgação que estão

sendo utilizados no momento, bem como a forma de exploração dessa ferramenta.

O propósito é avaliar a mensagem que está sendo levada aos turistas

referente aos benefícios da cidade e do produto turístico que esta tem a oferecer,

bem como, descobrir de que forma está estruturada a comunicação entre os

componentes do Trade Turístico. A partir disso, pretende-se elucidar se as referidas

estratégias estão sendo bem trabalhadas para proporcionar a divulgação do Turismo

em Pelotas.

3 Sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos foi criada em 06 de agosto de 1995 com o objetivo de incentivar, apoiar e incrementar o turismo Sustentável de Pelotas.(Dado obtido junto à FITUR.

Page 14: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Com a necessidade de responder os objetivos desta pesquisa, a busca de

definições e conceitos amparados por uma revisão bibliográfica fez-se necessário.

Dessa forma este capítulo tem por objetivo apresentar os principais conceitos e

fundamentos do Turismo, bem como, a importância da ferramenta Marketing. Com

isso propõe-se a reflexão do uso de estratégias de Marketing aplicadas ao Turismo.

2.1 Conceitos e tipologias do Turismo

O Turismo tem sido amplamente discutido como uma atividade de lazer capaz

de satisfazer as necessidades humanas e, ao mesmo tempo, capaz de promover um

desenvolvimento social e econômico.

Surge como uma atividade capaz de movimentar diversos setores da

economia, promover diversos tipos de serviços que consequentemente passam a

depender da atividade Turística.

A origem da palavra Turismo segundo Barsa (1999, vol. 14, p. 213), “vem do

francês tourisme, derivado de tour, em que está implícita a idéia de retorno.” A idéia

de retorno, aliás, é fundamental para a caracterização da atividade Turística.

Segundo a Organização Mundial de Turismo - OMT, este é caracterizado pela

“soma de relações e de serviços resultantes de um câmbio de residência temporário

e voluntário motivado por razões alheias a negócios e profissionais.” (BARRETO,

1995, p. 12).

Porém, mesmo com esta definição formal, diversos autores consideram que o

Turismo pode envolver outras significações. Na verdade, o Turismo é algo mais

complexo que o conceito de lazer, passa a ser sinônimo de relações sociais, onde

pessoas se movimentam em busca da diferença, pela necessidade de conhecimento

e de novos relacionamentos (WAINBERG, 2001).

Page 15: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

14

Dessa forma é conveniente elucidar as definições sobre o Turismo de alguns

autores citados por Barreto (1995).

Segundo a autora, a primeira definição data de 1911, e é de propriedade do

economista austríaco Hermann von Schullern zu Schattenhofen. Segundo ele,

“Turismo é o conceito que compreende todos os processos, especialmente os

econômicos, que se manifestam na chegada, na permanência e na saída do turista

de um determinado município, país ou estado”. (SCHATTENHOFEN, 1911 apud

BARRETO, 1995, p. 09).

Logo após, em 1929, surgem as definições da ‘escola berlinesa’, entre os

autores cita-se Josef Stradner, que define o Turismo como o:

[...] tráfego de viajantes de luxo (aqueles que têm condução própria) que se detêm num local fora do seu lugar fixo de residência e com sua presença naquele país não perseguem nenhum propósito econômico, mas buscam a satisfação da necessidade de luxo. (STRADNER, 1929 apud BARRETO, 1995, p.10).

Mais tarde, outros estudos fora da ‘escola berlinesa’ deram origem a outras

definições. Uma significante definição é do espanhol Luiz Fernandez Fuster (1973):

Turismo é, de um lado, conjunto de turistas; do outro, os fenômenos e as relações que esta massa produz em conseqüência de suas viagens. Turismo é todo o equipamento receptivo de hotéis, agências de viagens, transportes, espetáculos, guias-intérpretes que o núcleo deve habilitar para atender às correntes [..]. Turismo é o conjunto das organizações privadas ou públicas que surgem para fomentar a infra-estrutura e a expansão do núcleo, as campanhas de propaganda [...] também são os efeitos negativos ou positivos que se produzem nas populações receptoras. (FUSTER, 1973 apud BARRETO, 1995, p. 11).

Uma das mais recentes definições de Turismo, destaca a autora, refere-se ao

mexicano Oscar De La Torre de 1992, segundo ele o Turismo é:

[...] um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural (TORRE, 1992 apud BARRETO, 1995, p. 13).

Então, percebe-se ao analisar tais definições, as diferenças existentes entre

elas. Os dois primeiros autores citados por Barreto (1995), referem-se à atividade

turística unicamente como fonte econômica, sendo uma atividade desenvolvida por

poucos e unicamente de lazer.

Page 16: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

15

No entanto, as duas últimas definições já apresentam uma visão mais

complexa da atividade turística. Os autores passam a levar em conta não só o

caráter econômico do Turismo, mas principalmente como um fenômeno social. É

importante ressaltar ainda, a preocupação dos autores em referenciar as

conseqüências do Turismo e o aparato receptivo necessário para sua efetivação.

A infinidade de conceitos em relação ao Turismo mostra a ansiedade e dúvida

em compreendê-lo, elucidando ainda outro conceito, Wainberg (2001, p. 54) destaca

três fatores decisivos para o entendimento da atividade turística: “o primeiro é, como

dito anteriormente, a existência da fronteira; o segundo, por decorrência, é a

diferença entre os lados da fronteira e o terceiro é o movimento de um lado da

fronteira a outro”.

Dado o exposto, é importante relatar, segundo Barreto (1995, p. 13) que “o

Turismo é uma atividade em que a pessoa procura prazer por livre e espontânea

vontade”, sustenta ainda que tal aspecto é fundamental para o Turismo.

Portanto, para que o Turismo aconteça, o turista necessita de uma motivação

que o leve a conhecer determinada localidade ou atrativo. As motivações podem ser

de diversas causas na opinião de Arrillaga (1976, p.147) sendo que “a necessidade

de fazer Turismo não se apresenta uma só vez na vida, mas tem um caráter mais ou

menos periódico e se dá com maior ou menor freqüência e regularidade”.

Neste sentido, é importante que as localidades procurem descobrir quais as

necessidades dos turistas para que assim, possam determinar suas ofertas

turísticas.

Arrillaga (1976) ainda sustenta que, a oferta turística pode ser caracterizada

como a reunião dos recursos que a localidade receptiva possui para que possam ser

oferecidas aos turistas.

Para tanto, vale ressaltar que o Turismo possui diversas tipologias que

atendem a diversos perfis de turistas. Segundo Barreto (1995) o Turismo Emissivo

não traz lucro à cidade que emite turistas a outra localidade, porém o Turismo

Receptivo proporciona uma significativa mudança na economia de determinada

localidade.

De acordo com as necessidades e motivações dos turistas, estes buscam o

deslocamento por diversas causas. Pode-se fazer uma relação das motivações

humanas que deram origem aos diversos tipos de Turismo, os principais podem ser

Page 17: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

16

visto no Quadro 1 a seguir.

Quadro 1: A tipologia e as motivações turísticas

TIPOS DE TURISMO MOTIVAÇÕES

Turismo de Cura ou Turismo de Saúde

A viagem por motivo de saúde, são uma das formas mais antigas de Turismo na Grécia antiga, desde o séc. V a.C., caracterizados pelos banhos terapêuticos.

Turismo de Descanso Os roteiros mais comuns são: o campo, a praia ou a montanha.

Turismo de Lazer Nessa categoria não se encaixa nenhum destino em especifico. Pode ser qualquer atrativo que o turista julga interessante como forma de lazer.

Turismo Desportivo Quando se trata do esporte como espetáculo é o objeto de deslocamento de grande número de turistas. Surge na Grécia antiga com os jogos olímpicos

Turismo Religioso As peregrinações são as primeiras motivações que caracterizam o Turismo. Hoje buscado pelas pessoas em ocasião de festas e comemorações religiosas.

Turismo de Eventos e Turismo de Negócios

Turismo de Eventos é aquele realizado pelos turistas que visitam feiras e exposições. O Turismo de Negócios apesar de não ser considerado por muitos autores como forma de Turismo por se tratar de uma atividade lucrativa, é assim caracterizado por se utilizar dos mesmos serviços que o turista.

Turismo Cultural Tem como objetivo conhecer os bens materiais e imateriais produzidos pelo homem.

Fonte: Adaptado de Arrillaga (1976), Barreto (1995) e Rejowski (2002).

Pode-se dizer, conforme enfatiza Arrillaga (1976, p. 157-58), que mesmo

“quando a viagem tenha tido uma motivação que não a cultural, a maioria dos

turistas aproveita seus deslocamentos para desfrutar desses bens que tem caráter

cultural”. Acrescenta ainda que por tal motivo os destinos que possuem atrativos

artísticos e culturais recebem maior número de turistas, sendo estes “bens culturais

a grande oferta turística”.

Com o desenvolvimento da indústria turística esta passou a possuir um

caráter massivo, ou seja, o Turismo passa a ser caracterizado como um fenômeno

que atende a um grande número de pessoas que se deslocam para um mesmo

local. “É a existência da fronteira, e sua permanência demarcando territórios

distintos, estranhos entre si que explica o fenômeno turístico. O que mudou, sim, é

que o deslocamento através da fronteira está facilitado [...]”. (WAINBERG, 2001, p.

53).

Page 18: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

17

Esta facilidade de deslocamento pela fronteira, pode ser percebida pelas

mudanças ocorridas ao passar dos anos em nossa sociedade. Conforme Barsa

(1999, vol. 14, p. 214) a elevação dos fluxos turísticos “[...] foi possibilitada, entre

outros motivos, pela elevação dos níveis de renda de uma parcela da população,

pela redução da jornada de trabalho e pela redução do custo relativo das viagens

aéreas, entre outras facilidades”.

Por sua atual significação, o Turismo destaca-se como uma atividade a ser

explorada pelos destinos turísticos, tornando-se dessa forma uma indústria, termo

este adotado por diversos autores para exemplificar, e isso é justificado por Andrade

(2000, p. 99), “todo e qualquer tipo de esforço organizado e individual para produzir

os vários produtos tangíveis e intangíveis necessários ou convenientes à demanda”.

2.2 Do Marketing ao Marketing Turístico

Atualmente, o Marketing é visto como uma ferramenta utilizada para se

alcançar metas econômicas de forma rápida e fácil. Porém, segundo Dias e Cassar

(2005) o Marketing deve ser integrado a um contexto mais amplo, no qual não deixa

de ser importante, devendo ser levado em conta juntamente com outros elementos

essenciais para o sucesso de uma localidade.

O Marketing é hoje uma das ferramentas gerenciais e estratégicas mais

utilizadas para o alcance de objetivos, mas isso não significa que somente ela vá

conseguir solucionar os problemas das empresas, é preciso administrar unificando

todas as ferramentas possíveis, tais como as oriundas da área financeira e

administrativa, por exemplo.

Tal fato se origina da idéia de que o Marketing é normalmente relacionado, de

uma forma equivocada, apenas à propaganda ou publicidade. Porém este aspecto é

somente um dos que englobam o mix de Marketing, mais especificamente o ‘P’=

promoção que é o responsável por comunicação.

Na tentativa de se entender melhor esta atividade diversos conceitos foram

elaborados. Dias e Cassar (2005, p. 44) exemplificam através do Quadro 2 os

principais conceitos de Marketing ao longo do tempo:

Page 19: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

18

Quadro 2: Sinopse da evolução das principais definições de Marketing

AUTOR ANO DEFINIÇÃO DE MARKETING

American Marketing Association

1960 O desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador.

Ohio State University

1965 O processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita por meio da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços.

Kotler e Sidney Levy

1969 O conceito de Marketing devia abranger também as instituições não lucrativas.

Willian Lazer 1969 O Marketing deveria reconhecer as dimensões sociais, isto é, levar em conta as mudanças verificadas nas relações sociais.

Kotler e Gerald Zaltman

1969 A criação, implementação e controle de programas calculados para influenciar a aceitabilidade das idéias sociais e envolvendo considerações de planejamento de produto, preço, comunicação e distribuição e pesquisa de Marketing.

Robert Haas 1978 É o processo de descoberta e interpretação das necessidades e desejos do consumidor para as especificações de produto e serviço, criar a demanda para esses produtos e serviços e continuar a expandir essa demanda.

American Marketing Association

2003 O processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais.

Fonte: Adaptado de Dias e Cassar (2005, p. 44).

A partir de tais conceitos, é possível observar que o Marketing é caracterizado

por ser uma atividade que é destinada a atender, e até mesmo criar, desejos ao

consumidor que busca determinado produto.

Conforme salientam Churchill Jr. e Peter (2003), as necessidades mais altas

da hierarquia de necessidades de Maslow4 como, as de estima e status, de auto-

realização e satisfação, podem ser criadas e satisfeitas pelo Marketing.

Depois de atender tais necessidades, o Marketing deve buscar a melhor

forma de satisfazê-las, para tanto deve criar uma motivação. Conforme afirmam

Churchill Jr. e Peter (2003) as pessoas possuem necessidades, sendo que o

impulso que às levam a satisfazê-las denomina-se motivação. Dessa forma os

profissionais de Marketing precisam descobrir quais são estas motivações para que

4Abraham Maslow foi um psicólogo americano, conhecido por criar uma divisão hierarquica onde as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow> .Acesso em 23 Mai. 2007

Page 20: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

19

possam atendê-las.

A partir da Fig. 1, é possível verificar os conceitos e fundamentos do

Marketing de forma interligada:

Figura 1: Principais conceitos de Marketing Fonte: Kotler e Armstrong (2003) apud Dias e Cassar (2005).

Andrade (2000, p. 114) alerta que, a satisfação dos turistas é muito

importante para o sucesso de determinado destino turístico, pois “os turistas que

deixam um receptivo insatisfeitos dificilmente a eles retornam e, por sua postura e

seu testemunho, tornam-se elementos destruidores da imagem pública de qualquer

empreendimento”.

Logo, uma das principais funções do Marketing é criar a motivação e em

seguida uma forma de satisfazê-la. Para tanto, o Marketing se utiliza do já

consagrado Mix (Produto, Preço, Praça e Promoção), o qual é responsável por

orientar as estratégias da empresa.

Segundo Churchill Jr. e Peter (2003) todos os elementos do composto de

Marketing trabalhados de forma conjunta são capazes de influenciar no poder de

compra do consumidor.

Dentro deste contexto, o Turismo aparece como uma atividade ligada ao setor

de serviços. De acordo com a American Marketing Association - AMA5 (2007) os

serviços são caracterizados por serem intangíveis ou com um certo grau de

5 Dado extraído do dicionário de termos de Marketing da AMA. Disponível em: <http://www.Marketing power.com/mg-dictionary-view2851.php> Acesso em: 03 jun. 2007.

Page 21: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

20

intangibilidade. Se totalmente intangíveis eles são comercializados diretamente do

produtor ao consumidor, não podendo ser transportado ou estocado e possui uma

característica de ser perecível. Normalmente são de difícil identificação, pois são

consumidos exatamente no momento em que são comprados. Suas características

intangíveis são inseparáveis e envolvem a participação direta do consumidor, sendo

que não podem ser vendidos ou transferidos para outras pessoas que não o

proprietário original.

Em relação ao Marketing Turístico, Dias e Cassar (2005) destacam que este

não se difere radicalmente das conceituações genéricas de Marketing, porém

apresenta algumas diferenças. Uma das principais características do Marketing

Turístico é a interdependência entre o setor público e privado, pois se torna

fundamental para a manutenção da qualidade do produto turístico. Como o turista

utiliza todo um percurso que envolve, desde serviços públicos até privados, é

necessário uma articulação permanente dos dois setores para o desenvolvimento do

produto turístico.

Segundo Ruschmann (2004, p. 34), outros responsáveis pelo Marketing

Turístico são as instituições cooperativas, que nada mais são que “os parceiros dos

diversos setores envolvidos na atividade turística, atuam conjuntamente, conseguem

formar um produto global e vendê-lo integralmente”. A autora ainda afirma que esta

união de esforços proporciona uma oferta mais qualificada e organizada,

possibilitando ainda a diminuição dos custos de propaganda e promoção.

Nesse sentido, Dias e Cassar (2005) afirmam que, os estabelecimentos que

envolvem o Trade Turístico podem ter suas próprias estratégias de Marketing,

porém estas, não poderão entrar em confronto com as estratégias globais de

Marketing do produto turístico como um todo.

Para melhor compreender as estratégias de Marketing, a seguir são

destacados os 4 ‘P’s, sendo que o ‘P’=promoção, o qual faz parte do tema em

estudo, será explorado com maior propriedade.

2.2.1 O produto turístico

No que se refere ao ‘P’=produto, existem diversas denominações que vão de

Page 22: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

21

acordo com a classificação estipulada por cada empresa. Neste trabalho o tipo de

produto estudado é o ‘de consumo’. Segundo Churchill Jr. e Peter (2003) os

produtos de consumo são diretamente direcionados aos consumidores, que

dependendo de sua necessidade irão escolher determinada categoria.

O autor não deixa de enfatizar que saber em que categoria determinado

produto se encaixa é fundamental para a posterior elaboração do plano de

Marketing. Assim como, uma mudança estratégica de categoria, ou a incorporação

de outras categorias de produtos pode trazer oportunidades para determinada

empresa.

De acordo com Dias e Cassar (2005, p. 183) um produto turístico inclui:

“lugares, pessoas, serviços, objetos físicos, idéias e organizações”. Os autores ainda

afirmam que, o produto turístico é composto por uma série de outros produtos

individualizados, que agrupados podem ser adquiridos na forma de pacote.

No que se refere aos componentes, os essenciais são o transporte, pela

necessidade de deslocamento de pessoas; alojamento, como um local de descanso

e referência para o turista; alimentação, necessidade vital que pode ser oferecida de

várias formas; e atrativos, os elementos que formam a motivação central para o

deslocamento do turista. (ibid.,).

Quando se oferece um produto à determinado cliente, espera-se que suas

necessidades e desejos sejam satisfeitos. Sabe-se que a criticidade do turista em

relação ao local tende a aumentar em função da evolução do comportamento do

consumidor. Logo, os destinos devem:

[...] permanentemente se reinventar, melhorar sua capacidade de atendimento, incorporar novos hábitos e costumes, novos atrativos etc. Aquelas localidades que se mantiverem estáticas no tempo, considerando que o fluxo permanecerá pela inércia, estarão propensas a cair no esquecimento ou tentarão tardiamente reverter a diminuição do número de visitantes. (DIAS e CASSAR, 2005, p.188).

O produto turístico, por ser um serviço, possui algumas características além

da intangibilidade, perecibilidade e inseparabilidade, é também caracterizado por ser

heterogêneo, por possuir subjetividade e sazonalidade, segundo afirmam Dias e

Cassar (2005). É possível verificar no Quadro 3 o que significa cada uma delas.

Page 23: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

22

Quadro 3: As características do produto turístico

INTAGIBILIDADE PERECIBILIDADE

Os aspectos intangíveis são predominantes no produto turístico. A tangibilidade é encontrada na infra-estrutura básica urbana em geral, já a intangibilidade é formada pelo conjunto de expectativas geradas pelo produto no consumidor, já que o produto só irá ser consumido depois de comprado. Um Marketing promocional realizado pela distribuição de panfletos pode contribuir para que o grau de intangibilidade diminua.

Não é possível armazenar um produto turístico, e nada pode ser recuprado. O equílibrio entre a oferta e a demanda, aparece como um dos principais problemas do Turismo, sendo que o seu mal dimensionamento pode ser responsável pela perdade de investimento e até mesmo fracasso de determinado produto.

INSEPARABILIDADE HETEROGENEIDADE

O serviço turístico é inseparável, pois a produção e o consumo ocorrem ao mesmo tempo. Para tanto, o seu sucesso depende do treinamento das equipes envolvidas pois, havendo um certo grau de padronização do serviço é possível controlar a satisfação do cliente, possibilitando que falhas sejam corrigidas em tempo

O produto turístico é composto de varias partes econdicionado a vários fatores como, a necessidades dos clientes que apresentam alto grau de heterogeneidade de expectativas. Portanto um aspecto fundamental do Turismo é a adaptação do produto à demanda. Sendo composto de várias partes, é possível em determinado momento privilegiar algumas das partes, diversificando a oferta.

SUBJETIVIDADE SAZONALIDADE

Se refere à satisfação que profuzirá, esta será individualizada, ou seja, de uma pessoa para outra. Decorre das condições dos prestadores de serviços e dos consumidores em determinado momento do consumo.

Os produtos estão diretamente relacionados à sazonalidade quando ocorrem em determinadas épocas do ano. É uma das principais características diferenciadoras dos serviços turísticos e um dos aspectos mais importantes a ser considerado quando se analisa a oferta de serviços em função da demanda. Neste contexto, pode ser desenvolvidas estratégias para se evitar a queda no consumo em períodos de baixa temporada, como diferenciação de preços e a criação de novos produtos turísticos explorando novos segmentos de demanda.

Fonte: Adaptado de Dias e Cassar (2005, p. 81).

O destino turístico sendo formado por esta união de serviços e indivíduos que

colaboram para a oferta turística, pode ser visto como uma organização competitiva

em que o valor agregado é formado por cada um dos agentes que formam a

estrutura. Para tanto, o destino turístico visto como uma empresa deve possibilitar

que todos os esforços dos integrantes sejam canalizados para a satisfação do

turista, que são os consumidores. (DIAS e CASSAR, 2005).

Neste contexto o turista espera que uma estrutura de bens e serviços esteja

disponível, para que sua estada seja agradável, aumentando sua motivação para um

futuro retorno. Sendo assim, as comunidades locais também são beneficiadas pelas

Page 24: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

23

atividades de infra-estrutura.

De acordo com Teixeira (1999) quatro grupos de pessoas podem ser

beneficiados pela atividade Turística, tais grupos podem ser visualizados no Quadro

4 a seguir.

Quadro 4: Grupos envolvidos na recepção do turista

GRUPOS SERVIÇOS INTEGRANTES

Grupo 1 Os que atendem diretamente o viajante, e que têm seus serviços normalmente incluídos nos programas comercializados.

Agências de viagens, hotéis, restau-rantes, etc.

Grupo 2 Não tem seus serviços incluídos nos pacotes de viagem, mas possui grande participação no atendimento do turista.

Pessoas físicas ou empresas de pequeno e médio porte e que proporcionam excelente campo à incorporação de novas pessoas ao mercado de trabalho.

Grupo 3 Atingidos pelo efeito multiplicador de atividades que o crescimento da população flutuante acarreta.

Toda a estrutura por trás que se mobiliza para proporcionar atendimento ao turista. Fornecedores de bens e serviços que geram insumos para os que atendem diretamente o turista.

Grupo 4 Atividades de infra-estrutura que devem estar adaptadas a atender o turista.

Novas estradas e rodovias, sistemas públicos de transportes, etc.

Fonte: Adaptado de Teixeira (1999, p. 40)

Percebe-se, o caráter multiplicador da atividade turística, ao atender diversos

setores da economia, as oportunidades de emprego são inúmeras, gerando lucro e

renda não só para a comunidade local, como para indústrias que fornecem insumos

para os serviços e atrativos turísticos.

Dessa forma, todos os serviços desenvolvidos direta ou indiretamente pelos

diversos grupos envolvidos são agrupados na infra-estrutura turística que será

responsável ao atendimento ao turista.

A fim de obter maior entendimento sobre a infra-estrutura turística, Barreto

(1995) desenvolve um modelo pelo qual é possível verificar toda a super-estrutura

da oferta Turística, conforme Fig. 2.

Page 25: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

24

DEMANDA

TURISTAS

Figura 2: A demanda e a oferta turística Fonte: Barreto (1995, p. 40)

Através deste modelo, Barreto (1995) exemplifica todos os recursos, atrativos

e serviços envolvidos na oferta turística. Destaca que quanto aos recursos turísticos,

estes são divididos entre naturais e culturais. A infra-estrutura turística é a soma de

infra-estrutura de acesso (estradas, aeroportos, etc.); infra-estrutura básica urbana

(ruas, iluminação pública, etc.); os equipamentos turísticos que permitem a

prestação dos serviços ao turista (alojamentos, agências, etc.) e, por fim, os

equipamentos de apoio que são as instalações que permitem a prestação dos

serviços turísticos (rede de entretenimento, rede de atenção médico-hospitalar, etc.)

É importante salientar conforme cita Andrade (2000, p. 111) que “o modo de

vida dos habitantes locais, ou dos receptivos Turísticos, e seu comportamento são

valores capazes de atrair ou de afastar os turistas, de valorizar ou de desvalorizar o

próprio patrimônio social Turístico que o núcleo apresenta”.

Dessa forma deve haver uma qualificação da oferta turística, sendo que é

necessária uma atenção a certos tópicos como: a preservação do potencial natural e

artificial como garantia da valorização e da memória bem como, a construção de

projetos que respeitem tais espaços; para o planejamento da estrutura turística,

levar em conta a demanda atual e futura, as características dos fluxos turísticos ao

Page 26: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

25

longo dos anos e os tipos de turistas e, por fim o estudo de métodos e sistemas de

fomento para o desenvolvimento da oferta. (ANDRADE, 2000).

Para a obtenção de vantagens competitivas Dias e Cassar (2005) afirmam

que, o destino turístico como produto, deve desenvolver várias etapas para uma

avaliação dos recursos. Sendo assim, o primeiro passo é identificar os recursos,

identificado os seus pontos fortes e seus pontos fracos; o segundo é determinar a

capacidade do município em transformar os pontos fortes em atrativos competitivos;

terceiro, avaliar o potenciais dos recursos na geração de renda e trabalho; e

finalmente, selecionar as melhores estratégias para aproveitamento dos recursos e

implementá-las.

Um outro componente a ser considerado, que também está intrinsecamente

ligado à satisfação do turista, é a comunidade local. O trabalho de conscientização

acerca do Turismo para a população é fundamental para o desenvolvimento

estratégico do Turismo. Segundo Ruschmann (2004) o conhecimento dos estilos de

vida, incluindo os eventos culturais e sociais, podem se tornar inesquecíveis do

ponto de vista do turista-consumidor.

Nesse sentido a autora não deixa de destacar que “é preciso, entretanto, que

a autenticidade e a privacidade das populações visitadas sejam preservadas e não

se transformem num ‘show vulgarizado’, destruídas pelo Turismo”. (RUSCHMANN,

2004, p. 29).

2.2.2 O preço dos produtos turísticos

No que se refere ao ‘P’=preço, uma denominação pode ser dada por Churchill

Jr. e Peter (2003, p. 314) como sendo “[...] a quantidade de dinheiro, bens ou

serviços que deve ser dada para se adquirir a propriedade ou uso de um produto”.

Os autores ainda afirmam que, “manter a coerência de preço e os outros elementos

do composto de Marketing é importante para o posicionamento dos produtos”.

A definição dos preços de um produto turístico é uma tarefa complexa, pois a

relação existente entre preço e qualidade é percebida pelo cliente, quando este

imagina que preços a baixo do mercado significam uma baixa qualidade, bem como,

preços altos podem significar uma expectativa por um produto de altíssima

Page 27: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

26

qualidade e, nesse sentido os destinos devem realmente proporcioná-la, pois caso

contrário, a conseqüência da frustração será imensurável. (CHURCHILL Jr. e

PETER, 2003).

No caso dos destinos turísticos o preço será determinado em relação a outros

existentes no mercado, ou seja, a concorrência. Segundo Dias e Cassar (2005, p.

202) “a variável preço é utilizada para combater estratégias agressivas da

concorrência, para alcançar melhor situação de mercado ou, ainda, para garantir

uma maior lucratividade para o negócio, tornando-o mais atraente para os próprios

acionistas”.

O consumidor ao pagar um preço por determinado produto turístico levará em

conta a satisfação que este lhe causará. Nesse sentido Dias e Cassar (2005)

afirmam que, quanto maior foi a capacidade do produto oferecer valor, maior será o

preço. Assim produtos que oferecem diferenciais em relação aos concorrentes

oferecem preços maiores, caracterizando a situação custo-benefício.

Um aspecto importante a ser considerado é que, a política de preço de uma

destinação turística proporciona a obtenção de recursos econômicos que serão

revertidos em obras de desenvolvimento e infra-estrutura local (ibid.,).

A formação de preços pode ser determinada a partir de duas óticas, a citada

anteriormente que leva em consideração a concorrência de mercado e, a que leva

em conta o custo do produto. Segundo Dias e Cassar (2005) esta política leva em

consideração os custos arcados pelas organizações com os turistas em cada etapa

do produto.

As estratégias de estipulação de preços podem levar em conta vários fatores,

dependendo das características do consumidor, do produto ou do momento em que

está sendo vendido. Estas estratégias, por sua vez, podem ser revertidas em

vantagens incentivando a escolha do consumidor por determinado produto, entre as

principais encontram-se: Prazos de pagamento, ou seja, possibilidade de

parcelamentos; descontos por volume; preços por segmento, ou seja, determinar um

tipo de público que receberá descontos ou serviços diferenciados; descontos por

utilização, ou o conhecido desconto fidelidade e; preços sazonais, preços de alta e

baixa estação (ibid., 2005).

Um cuidado nas mudanças de preços deve haver por parte dos produtos, pois

pode provocar reações diferenciadas nos clientes. Assim, os destinos turísticos

Page 28: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

27

devem prestar muita atenção na legislação que protegem os turistas de preços

desleais, ou práticas inadequadas.

2.2.3 A distribuição dos produtos turísticos

A distribuição de um produto turístico é caracterizada pelo ‘P’=praça. Segundo

Churchill Jr. e Peter (2003, p. 368) “distribuir bens e serviços envolve levar os

produtos até o cliente de forma eficiente e eficaz”.

No caso do Turismo a distribuição se dá de forma contrária, são os clientes

que se deslocarão até o produto. De acordo com Dias e Cassar (2005, p. 212):

“cabe a distribuição promover o acesso aos locais esperados pelo cliente, e ainda

àqueles que não foram previamente acordados, mas que fazem parte do produto

turístico ampliado”.

Portanto, definir quais os canais de distribuição significa determinar de que

maneira os produtos turísticos serão comercializados ao turista. Kotler apud Dias e

Cassar (2005, p. 213) definem canal de distribuição como “[...] um conjunto de

organizações independentes envolvidas no processo de oferecimento de um produto

ou serviço para o uso ou consumo de um comprador final”.

Já Churchill Jr. e Peter (2003, p. 373) ainda afirmam que “como são em sua

maioria produzidos e consumidos ao mesmo tempo, os serviços são geralmente

distribuídos diretamente”.

Logo, é necessário que o destino turístico saiba qual o seu tipo de

consumidor-turista para que possa oferecer produtos e serviços de acordo com seus

desejos. Assim, o destino turístico só atingirá seu objetivo maior, que é a satisfação

do turista, quando souber administrar de maneira correta os roteiros do produto

turístico.

Depois de estruturar os canais de distribuição deve-se definir quais as

empresas que oferecerão o produto turístico. Dias e Cassar (2005, p. 214) afirmam

sobre as empresas que:

[...] é recomendável que se avalie a capacidade de atrair e de sustentar clientes, sua política de preços e o grau de compatibilidade com a organização principal, seu preparo para atender e fidelizar clientes e sua localização estratégica em relação ao público-alvo da empresa.

Page 29: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

28

Nesse sentido Ruschmann (2004, p. 29) afirma que:

os componentes do produto Turístico devem ser desenvolvidos adequadamente, a fim de atrair turistas de mercados potenciais específicos e criar uma imagem positiva da destinação. Este desenvolvimento somente acontece após o estudo de mercado real e potencial acurada do potencial turístico de um local, região ou país.

Para garantir que os prestadores de serviços estejam atuando de maneira

correta, é necessário o desenvolvimento de sistemas de controle e avaliação pois,

sabe-se que um serviço prestado de forma incipiente ou equivocado, pode prejudicar

toda uma imagem do destino turístico como um todo (DIAS e CASSAR, 2005).

Aqueles agentes que possibilitam o acesso do consumidor-turista ao produto

final são denominados intermediários. Na Fig. 3 é possível visualizar a classificação

dos intermediários da distribuição de produtos turísticos.

Figura 3. Os intermediários turísticos Fonte: Adaptado de Dias e Cassar (2005)

De acordo com Dias e Cassar (2005) a formação de uma rede de intermediários

possibilitará o oferecimento de serviços mais qualificados que consequentemente

proporcionará maior satisfação aos turistas.

Dessa forma o conceito de Marketing parte do pressuposto da identificação das

necessidades para a satisfação dos clientes. No caso do produto turístico, o serviço

deve proporcionar ao cliente satisfação no exato momento em que este adquirir o

produto. O turista ao se sentir satisfeito pode levar consigo lembranças positivas e a

certeza de um futuro retorno.

AGENTES PRIMÁRIOS

Diretamente ligados ao produto turístico

principal. Ex.: Prefeituras

AGENTES INTEGRAIS Responsáveis pela

experiência integral do consumidor-turista,

garantindo o acesso a todos os serviços da

localidade.

AGENTES VIRTUAIS Construídos a partir de

meios virtuais de comunicação. Ex: internet e propagandas veiculadas

pela televisão com a venda por telefone

AGENTES PERIFÉRICOS Não se referem diretamente ao produto principal. Organizações

responsáveis pelos equipamentos turísticos. Ex: Infra-estrutura,

alojamentos, refeições.

Page 30: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

29

2.2.4 A comunicação turística

A comunicação turística é caracterizada pelo ‘P’=promoção, outro elemento

do composto de Marketing que tem a função de fornecer informações. As estratégias

de promoções são capazes de influenciar na decisão de compra de um determinado

produto, portanto, antes que os consumidores decidam por adquirir um produto, eles

necessitam saber o que é este produto, como ele proporciona satisfação e onde ele

pode ser encontrado. Assim, Churchill Jr. e Peter (2003, p. 446) definem

comunicação como “as diversas maneiras pelas quais os profissionais de Marketing

se comunicam com os clientes atuais ou potenciais”.

No que se refere ao processo de comunicação este possui diversos

elementos que podem ser verificados na Fig. 4:

Figura 4. O processo de comunicação Fonte: Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC6

De acordo com Dias e Cassar (2005, p. 221) o emissor, “é o remetente da

mensagem, aquele que quer comunicar algo à alguém”. A codificação é conversão

da “mensagem em um conjunto de símbolos, como figuras, sons ou frases. O canal

ou meio de comunicação, “é o instrumento ou sistema que transporta a mensagem”;

o receptor, “é aquele que recebe a mensagem, o seu destinatário”. Os ruídos, “são

distorções no processo de comunicação que fazem a mensagem recebida ficar

diferente da mensagem enviada”. Por fim, o feedback é “a resposta dada pelo

receptor ao emissor, que avalia a qualidade do processo e adota ações corretivas

para o caso de mensagens inadequadamente interpretadas”.

6 Disponível em <http://www.eps.ufsc.br/disserta99/berger/figura/1.gif>. Acesso em: 15 mai. 2007

Page 31: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

30

Franchi (2004) define a comunicação como sendo uma característica

fundamental das atividades turísticas, por ser marcado por interações sociais

carregadas de mensagens interpretadas e traduzidas de diferentes formas. Afirma

Zardo (2003) que, no Turismo o consumidor necessita da informação para adquirir

determinado produto, para tanto as informações devem ser verídicas e claras.

Zardo (2003) destaca ainda que a comunicação foi uma das responsáveis

pela difusão do Turismo em todo o mundo. Complementa ainda que, as políticas de

comunicação devem estar integradas às outras políticas da empresa, através de um

processo contínuo de promoção que facilite as estratégias de comercialização dos

produtos.

Dentre os objetivos da comunicação a OMT apud Ruschmann (1990) sugere

três metas. A primeira é o aumento do fluxo de turistas através de campanhas

promocionais; em segundo lugar obter a fidelização dos turistas sempre zelando

pela a imagem positiva que o turista levou da destinação; e terceiro, aumentar o

tempo de estada informando novas alternativas de recreação e entretenimento.

No que diz respeito à imagem, esta deve ser avaliada, considerando de que

forma está sendo oferecida e quais os sentimentos gerados no turista em relação ao

produto. Nesse sentindo Dias e Cassar (2005, p. 219) complementam que a imagem

pode garantir o sucesso de um empreendimento ou destruí-lo, tudo irá depender das

experiências levadas pelo turista. Os autores ainda afirmam que: a construção de uma imagem para um produto turístico faz parte de um conjunto mais amplo, no qual se desenvolve o conceito de comunicação integrada de Marketing. É por meio dele que se integram todos os elementos de comunicação para a criação de um programa devidamente coordenado capaz de criar uma imagem, mensagem ou percepção únicas na mente do consumidor, garantindo assim, uma diferença construtiva para o produto ou serviço que esta sendo oferecido.

Outro aspecto importante é a necessidade de toda a comunidade do núcleo

receptor estar envolvida e conscientizada da atividade turística. Dessa forma, é

dever do poder público orientar a população local quanto aos benefícios do Turismo

(RUSCHMANN, 1990). Porém, cabe ressaltar que a atividade turística só será vista

de forma favorável quando, for explorada de forma sustentável levando em conta os

interesses e a preservação da cultura local. Dessa forma, o papel do Turismo, é

conscientizar a população local de sua importância para o desenvolvimento e

sucesso da atividade.

Page 32: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

31

Segundo Ruschmann (1990), antes de comunicar determinado produto

turístico deve-se realizar uma pesquisa de mercado, ou seja, de todos os fatores que

irão influenciar na escolha do produto. Para a autora, primeiramente, deve ser feita

uma análise da oferta da localidade como, da concorrência de forma quantitativa e

qualitativa a fim de, detectar como vem se dando as formas de desenvolvimento e

as falhas ocorridas ao longo dos anos.

No que diz respeito à análise da demanda, Ruschmann (1990) afirma que, os

turistas devem ser classificados e segmentados, pois desta forma poderá ser

estabelecida uma política de comunicação baseada nos desejos dos diferentes

grupos.

Complementarmente Kotler et. al (2006) também afirmam que antes de definir

as mensagens e as formas de comunicá-las, deve-se ter conhecimento do público-

alvo. Os autores ainda complementam que, após a definição, os profissionais

deverão determinar quais os comportamentos que esperam obter destes públicos,

como por exemplo, o que os motivou a escolher aquele destino e o que esperam

encontrar.

Posteriormente à compra do produto pelo turista, deve ser realizada também,

uma análise das opiniões e reações dos turistas, para que dessa forma, possa-se

avaliar a qualidade e a forma com que foram oferecidos os produtos (RUSCHMANN,

1990).

De acordo com Zardo (2003) os objetivos de uma campanha promocional

devem ir de acordo com os objetivos do plano de Marketing. Avaliam-se as melhores

formas promocionais e as alternativas de comunicação de acordo com a finalidade

que se queira alcançar em relação ao produto. Nesse contexto Ruschmann (1990)

afirma que, para a concretização dos objetivos deverá haver um esforço de

comunicação integrado por parte dos componentes do Trade Turístico.

A comunicação das mensagens deve ser organizada para conseguir de forma

eficaz satisfazer os clientes. Nesse contexto, Ruschmann (1990, p. 43) afirma que,

uma comunicação eficaz permite que:

[...] o consumidor (emissor) consegue detectar os gostos e as preferências das pessoas (receptores), criando imagens que as influenciem favoravelmente, estimulando-as a viajar para uma destinação específica. O êxito depende de como as mensagens são comunicadas, utilizando os canais mais influentes e os meios de comunicação mais efetivos.

Page 33: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

32

De acordo com Zardo (2003) as estratégias de comunicação podem ser

efetivadas levando em conta alguns princípios demonstrados no Quadro 5.

Quadro 5: Princípios das estratégias de comunicação

Deve ser concreta Definida claramente e por escrito, ser difundida e aceita participativamente por todos que estão ligados a sua aplicação.

Deve ser contínua Tendo em vista que a consolidação de um produto Turístico requer vários anos

Deve ser diferenciada

Que confira personalidade e que afirme a identidade de um produto Turístico.

Deve ser coerente Mantendo a proporção entre os objetivos buscados e os recursos disponíveis para a execução.

Deve ser alcançável Compreendida pelos próprios membros, que são parte essencial do processo de comunicação.

Deve ser clara Apoiar-se em idéias decisivas e fáceis de compreender.

Deve ser medida em sua efetividade

Definir um sistema de controle periódico.

Deve ser flexível Capaz de adaptar-se às mudanças do mercado.

Fonte: Adaptado de Zardo (2003 p. 143)

Desse modo, o autor refere-se às estratégias de comunicação como sendo,

uma ferramenta que permite “à empresa difundir suas propostas comerciais aos

segmentos de mercado e seus formadores de opinião” (ZARDO, 2003, p. 140).

Assim sendo, serão apresentados as principais ferramentas de comunicação de

Marketing, que podem ser utilizadas para a promoção de um produto turístico.

2.2.4.1 Propaganda

A propaganda é um dos componentes que integra o composto de

comunicação e objetiva criar e posicionar a imagem de um produto no público-alvo.

De acordo com FGV (2003, p. 284) propaganda é uma

[...] comunicação impessoal de uma mensagem dirigida ao público-alvo de produto, paga por um patrocinador identificado, veiculada em meios de comunicação de massa ou dirigidos, como a televisão e a Internet, que visa criar imagem e estimular a aquisição do produto.

Page 34: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

33

Segundo afirmam a propaganda para ser eficaz deve levar em conta alguns

pontos como, ser flexível; ser desenvolvida através de um plano de Marketing. Deve-

se levar em conta os desejos do consumidor; deve ser criativa e deve ser persuasiva

e informativa para uma boa tomada de decisão. (FGV, 2003).

Varias estratégias de mídias podem ser utilizadas dependendo dos objetivos

que se deseje obter em relação ao produto. De acordo com Ogden (2002), “o plano

de mídia deve ser completo e, ao mesmo tempo, o mais sucinto possível”. Os

principais tipos de mídia podem ser visualizados no Quadro 6:

Quadro 6: Tipos de mídia

JORNAIS E REVISTAS

Os jornais estão ligados ao nosso cotidiano. As revistas deverão ser selecionadas quanto a abrangência e as épocas do ano em que deverão ser anunciados os produtos.

MALA-DIRETA Refere-se a seleção previa do receptor, sendo enviada de forma personalizada. Além de responder previamente todas as questões que o destinatário venha a formular como preços e as condições de infra-estrutura do local, ressalta as vantagens e os produtos do local.

RÁDIO, TELEVISÃO E INTERNET

Através dos rádios as mensagens devem ser transmitidas de forma rápida e com frases que associem a imagem do produto. Quanto a televisão, é um dos meios mais eficazes, pois além de comunicar através de sons e imagens, transmite o sentimento de realidade. A internet torna-se cada vez mais uma importante ferramenta promocional, dessa forma o produto turístico pode ser divulgado através de sites que podem ser acessados a qualquer momento pelo consumidor-turista.

OUTDOORS

Mídia pulverizada, de impacto rápido e imediato. Alcança de forma mais eficaz a população do núcleo emissor, é muito utilizado por ser de custo acessível.

Fonte: Adaptado de Ruschmann (1990), Dias e Cassar (2005), FGV (2003)

2.2.4.2 Promoção de vendas

De acordo Schwarz (1997) apud Ruschmann (1990, p. 52) a promoção de

vendas “envolve o conjunto de medidas que têm por objetivo acelerar o fluxo dos

produtos em direção ao comprador final”. Complementarmente Dias e Cassar (2005

p. 223) afirmam que as promoções de vendas funcionam como “incentivos que

auxiliam e incrementam a compra realizada, estimulando o aumento do consumo”. A

promoção de vendas pode ser utilizada como um complemento de outros elementos

Page 35: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

34

do composto de comunicação. (FGV, 2003).

Quanto às promoções dirigidas diretamente aos consumidores com o objetivo

de influenciar a compra de maneira imediata, pode-se citar amostras-grátis; a fim de

estimular a experimentação o que pode estimular a venda pelo produto; cupons de

desconto, oferece uma redução no preço, porém a desvantagem é que concentram

a atenção só no preço e não na qualidade e características do produto e; brindes, na

compra de um produto oferecer outro de forma gratuita. (FGV, 2003).

Já em relação às promoções dirigidas ao canal de vendas e/ou intermediários

estas têm o objetivo de conseguir que, se interessem por determinado produto e,

possibilitar uma forma para que, os intermediários consigam realizar as vendas da

melhor forma possível. (RUSCHMANN, 1990).

Dessa forma diversas formas de promoções podem ser utilizadas as

principais são; bonificações em produto, oferecer produtos grátis em troca de metas

de vendas atingidas; descontos no preço de compra de determinado produto ao

canal para que sua margem sobre a venda aumente; descontos no preço de venda

ao consumidor para objetivar o aumento de vendas. (FGV 2003).

2.2.4.3 Marketing Direto

Para Kotler et. al (2006, p. 202) “Marketing Direto consiste no uso dos meios

de comunicação para atingir os indivíduos de um público no qual o efeito é

mensurável” (FGV, 2003, p. 300) ainda complementam que o Marketing Direto pode

ser entendido como um “conjunto de atividades impessoal e direta, sem

intermediários, entra a empresa e o cliente”.

Duas ferramentas tradicionais do Marketing Direto são a mala direta e o

telefone, mas o fax e o e-mail vêm sendo cada vez mais usados. O envio de cartões

postais e até mesmo de datas comemorativas vem se tornando hábito por muitas

empresas (Kotler et. al, 2006). O uso destas ferramentas é denominado por FGV

(2003) como Marketing de fidelização, sendo que este é o primeiro nível do

Marketing de Relacionamento. Por Marketing de Relacionamento entendem-se as

estratégias que visam “[...] construir uma relação duradoura entre cliente e

fornecedor, baseada em confiança, colaboração, compromisso, parceria,

Page 36: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

35

investimentos e benefícios mútuos, resultando na otimização do retorno para a

empresa e seus clientes”. (FGV, 2003 p. 301).

Algumas características específicas do Marketing Direto são; eficiência na

definição do público-alvo, selecionando quem deve receber a mensagem;

personalização da mensagem; mensuração da resposta e; cultivo de

relacionamentos. (KOTLER et. al, 2006).

O Marketing Direto pode obter indicações sobre clientes potenciais e, logo

após, apresentar ofertas e testar o interesse pela compra. Dessa forma, a tendência

do Marketing Direto é ocupar um espaço cada vez maior entre as formas

promocionais, sendo uma das formas prediletas dos profissionais de Marketing.

2.2.4.4 Relações públicas e publicidade

De acordo com Zardo (2003, p. 141), as relações públicas consistem em uma

forma especializada que, “se realiza por uma agência ou pessoa capacitada. Permite

uma maior aproximação do público-alvo, além de uma relação mais direta e,

portanto, objetiva”.

Em relação ao Turismo, Ruschmann (1990) afirma que o objetivo das

relações públicas é estabelecer através de um planejamento um clima de confiança

entre uma organização e o público, permitindo que a atividade turística ocorra de

forma harmoniosa e num ambiente adequado.

Nesse sentido, Ruschmann (1990) afirma que as relações públicas no local

da prestação de serviços implica também a formação da mão-de-obra e, fora do

local de prestação de serviços, a motivação dos intermediários entre a oferta

turística e consumidor como operadores turísticos e agentes de viagens.

As relações públicas podem ser divididas de acordo com Ruschmann (1990)

em relações internas, àquelas que dizem respeito ao treinamento e satisfação dos

próprios funcionários que dessa forma contribuirão para criar e manter uma imagem

favorável do produto; e as externas que são todas as outras ações destinadas a

outros públicos.

De acordo com FGV (2003, p. 302):

Page 37: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

36

[...] os instrumentos de ação de relações públicas englobam a distribuição de informação sobre as iniciativas da empresa, por meio de catálogos, livros, sites, palestras, congressos; a realização ou patrocínio de eventos de interesse das comunidades, como atividades culturais, sociais e esportivas; a participação por meio de representantes da empresa, em eventos organizados por governos e órgãos de representação social, como universidades, escolas, ONGs, sindicatos, clubes e associações.

Os autores ainda afirmam que, “as relações públicas são cada vez mais

importantes à medida que a sociedade se mostra mais participativa, organizada,

alerta e exigente” (FGV, 2003).

Segundo afirma Ogden (2002, p. 110) “a publicidade, [...], é uma subfunção

das Relações Públicas”. Complementarmente, de acordo com FGV (2003, p.302) “a

publicidade é a divulgação de informações sobre as atividades da empresa e seus

produtos por intermédio da imprensa, para o público-alvo, sem custo adicional”. Por

não apresentar custos, ou custos relativamente baixos, ela representa um grande

retorno de investimentos.

A assessoria de imprensa, ou seja, a relação com os representantes dos

meios de comunicação, ajudará a promover uma imagem favorável do produto. Os

assessores de imprensa podem gerar noticiais por meio de divulgação de textos

informativos enviados para a imprensa a fim de divulgar para o público-alvo.

(FGV.2003, p. 302).

Esse trabalho é relevante, pois os meios de comunicação segundo Kotler et.

al (2006, p. 204), possuem três características principais como: alta credibilidade,

indireta e dramática. A alta credibilidade por serem escritas por jornalistas soam

mais autênticas. Indireta, pois “podem alcançar inúmeros clientes potenciais que , de

outra forma, poderiam se esquivar de vendedores e ignorar anúncios” a mensagem

desta forma, chega em forma de noticia e não como anúncio. Dramática, com o

potencial de dramatizar o local.

2.2.4.5 Venda pessoal

Argumenta Zardo (2003) que, esta forma de comunicação se distingue das

demais por possuir uma forma de aproximação e difusão da informação mais direta

com o consumidor.

Page 38: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

37

Dentro desse contexto, Dias e Cassar (2005 p. 227) afirmam que “a venda

pessoal inclui as atividades individuais de interação direta de turistas com os

diversos prestadores de serviço que oferecem variados produtos para ser

consumidos ao longo de sua estadia”. Os autores ainda complementam que a venda

pessoal também inclui todos os contatos diretos com os clientes efetuados pelos

agentes ou intermediários, como a comercialização de pacotes turísticos.

Complementarmente, Kotler et. al (2006) apontam três vantagens que a

venda pessoal apresenta frente à outros meios de comunicação: confronto pessoal,

cultivo e resposta. Sobre confronto pessoal os autores explicam como sendo o

relacionamento imediato e com ajustes imediatos. Quanto ao cultivo, o surgimento

de vários tipos de relacionamentos inclusive, a fidelização dos vendedores com os

clientes. E por fim a resposta, como a reação e argumentação imediata à resposta

da venda.

A necessidade de medir a eficácia das estratégias de comunicação se dá por

vários motivos como; demonstrar se as formas que estão sendo utilizadas estão

sendo corretas ou se é necessário ajusta-las e; na prevenção de erros que garantirá

aos consumidores a segurança de seus investimentos. O método mais fácil de

avaliar e comparar os resultados com os objetivos, a avaliação deve ocorrer em

todos os níveis da campanha sendo assim, o planejador deve estipular objetivos

para cada um desses níveis. (OGDEN, 2002, p. 120).

De acordo com Ruschmann (1990) a mensuração dos resultados das

campanhas promocionais pode ser obtida através da coleta de dados nos pontos de

entrada do núcleo receptor e posteriormente nos pontos de saída.

Assim a análise dos resultados influenciará na qualidade do produto que,

estando em constante aperfeiçoamento, proporcionara a satisfação das

necessidades do turista.

Page 39: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

3 METODOLOGIA

A finalidade deste capítulo é apresentar a metodologia usada nesta pesquisa

a fim de se alcançar os objetivos propostos e, neste sentido, faz-se necessário

abordar o que é metodologia.

Segundo Vianna (2001, p. 95) “[...] a metodologia é definida como a ciência

que estuda os métodos, as sistemáticas e os procedimentos para se atingir um fim

proposto ou resolver problemas”.

Dessa forma a metodologia implica na descrição da área de estudo, a

definição do tipo de pesquisa, os passos a seguir na definição da população e

amostra, bem como os instrumentos de coleta e análise dos dados.

3.1 Descrição da área em estudo

Como se trata de um estudo de caso, esta pesquisa teve como ambiente a

cidade de Pelotas, a qual foi escolhida por ser um centro de referência da região sul

em decorrência de seu potencial cultural e artístico bem como de um centro

comercial e econômico. É válido também destacar a relevante importância no

cenário estudantil básico e superior.

A origem do nome Pelotas é destacada por Magalhães (1993) sendo remetida

ao termo ‘Pelota’, uma embarcação de couro usada para transporte de roupas e

arreios e puxada por um indivíduo ou por um condutor a cavalo. Tal embarcação só

serve para a passagem em arroios. O nome Pelotas foi batizado pelos primitivos

indígenas que habitavam a região.

Outro importante fato a ser mencionado é em relação à constituição urbana

de Pelotas. Era necessário para a fundação de uma freguesia, um título de

autonomia religiosa e um significativo conjunto populacional. Porém não era

sinônimo de uma unidade administrativa, havia a necessidade da criação de uma

igreja paroquial própria.

Page 40: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

39

Assim, dessa forma, Pelotas em 1812, deixa de ser parte da Freguesia de

São Pedro, mas dependia ainda de Rio Grande, sendo considerada povoado da Vila

e Câmara.

Somente após exigências por parte da população, de uma nova unidade

eclesiástica é que em 7 de julho de 1812, surge uma freguesia denominada, São

Francisco de Paula. É neste momento que se deu origem ao atual traçado urbano de

Pelotas, segundo Magalhães (1993, p. 25).

Confunde-se com os resultados do debate sobre a melhor localização da Igreja. Dependendo do sítio onde ela fosse construída, estaria configurada a zona central do povoado. Com era usual – pelo menos no Brasil e na América Espanhola -, em torno da igreja é que se ergueriam a praça, as melhores casas, a administração.

Já com relação as primeiras manifestações culturais de Pelotas, Dreys (1961)

apud Magalhães (1993) identifica que em 1835 o comércio já era significativo,

graças ao número de charqueadas. Destaca também a luxuosidade das casas, o

traçado das ruas e a intensa vida cultural. O autor não deixa de destacar também a

elegância das mulheres da época.

Conforme essa visão Magalhães (1993) formula uma hipótese, que procura

demonstrar que com a evolução social da cidade, há também uma evolução cultural,

principalmente no que diz respeito ao século XIX.

A partir de 1846 importantes obras dão início. Antes de tudo, neste mesmo

ano, D.Pedro II em visita a Pelotas lança os fundamentos para a construção de uma

nova Igreja Matriz, porém esta obra não chegou nunca a ser realizada. Assinala

ainda que, nesse mesmo decênio dá-se:

o início da construção do Mercado Público, em prédio contíguo à praça principal; a instalação da iluminação a azeite, a construção da primeira ponte de pedra, sobre o Santa Bárbara; a fundação do primeiro hospital e da primeira farmácia. Também é do período a criação da primeira colônia agrícola, com o nome de São Francisco de Paula, idéia que será rejeitada, porém, um pouco mais tarde. (MAGALHÃES, 1993, p. 69).

O autor não deixa de destacar a fundação da Santa Casa de Misericórdia,

que em um primeiro momento não era estabelecida no atual sítio, mas na atual rua

Floriano esquina Deodoro. Porém em 1850, é proibido o tráfico negreiro, e as

charqueadas são obrigadas a modificarem o tipo de mão-de-obra.

Magalhães (1993, p. 70) enfatiza que é durante os anos 1851-1860 que

“Pelotas vai dar o salto capaz de situá-la entre as cidades pequenas mais prósperas

Page 41: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

40

do Brasil”. Nesse período ressalta que se deu a recuperação econômica e a

delineação do traçado urbano. Tal fato seria consolidado no período de 1860-1890,

o apogeu de Pelotas.

Na tentativa de reforçar tal afirmação a autor assinala importantes fatos, como

um incremento da atividade cultural, com a instalação de um gabinete de leitura,

publicação de livros e jornais; a fundação da primeira colônia de irlandeses em

Monte bonito; a primeira graxeira a vapor que seria de grande importância para

aperfeiçoamento industrial; o fim da construção do Mercado Público que, possibilitou

a troca da iluminação de azeite para gás; a revisão dos nomes das ruas;

inauguração do cemitério da Santa Casa, ainda hoje o principal da cidade; a

fundação do hospital Sociedade Portuguesa de Beneficiência e, em seguida, o

prolongamento urbano na direção norte com a consolidação do Bairro da Luz.

Após sua elevação à vila, Pelotas passa a ostentar prédios importantes como

a Câmara Municipal, o Teatro Sete de Abril e a primeira escola pública. Segundo o

autor os prédios da Prefeitura municipal e a Biblioteca, os quais começaram a ser

construídos a partir de 1878. Três chafarizes vieram da França em 1873, bem como

a caixa-d’água da Praça Piratinino de Almeida, conseqüência da instalação do

serviço de água e esgotos.

Entre 1868-1875 se deu a obstrução do Canal São Gonçalo, possibilitando a

entrada de navios que conduziam o charque.

Na década de 1890 acontece outro marco na história de Pelotas. O autor não

deixa de enfatizar o declínio da indústria saladeiril, “por causa da Revolução

Federalista de 1893, que quase inviabilizou o comércio do gado; em nível nacional,

como conseqüência da recém proclamada Abolição; em nível mundial, por causa da

superação das charqueadas pelos frigoríficos” (MAGALHAES, 1993, p 108).

A partir deste momento a cidade passa a investir em outras atividades

econômicas que, porém, não tiveram a mesma força e intensidade que a anterior. As

principais atividades passam a ser à cultura do arroz, cultivo de frutas,

principalmente o pêssego.

Uma importante denominação à cidade de Pelotas surge em 1863, publicada

em versos na revista de São Paulo. Trata-se da expressão Princesa do Sul, que

surge devido ao orgulho que Pelotas fazia questão de ostentar frente à cidade de

Rio Grande, devido às intensas discórdias entre as duas cidades.

Page 42: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

41

Quanto ao Turismo Pelotas surge como uma cidade de grande potencial, e

passa a buscar nesta atividade importantes investimentos não só econômicos, mas

também culturais.

Sobre a cidade de Pelotas Varoto (1995, p.25) afirma que, “terceiro município

do Estado, Pelotas é centro de polarização da Zona Sul, em decorrência,

principalmente, da sua posição geográfica, da tradição de centro de cultura e da

dinâmica de sua economia”.

O autor ainda considera que, Pelotas continua sendo referencia regional por

ser um importante centro cultural, industrial, comercial e político, possuindo

importantes Universidades, além de contar com um significativo comércio.

(VAROTO, 1995).

3.2 Definição do objeto de estudo

De acordo com Malhotra et. al (2005) na amostragem é representado o objeto

de estudo sobre qual serão buscadas as informações. Destaca que no estudo de

caso o próprio objeto de estudo é o entrevistado.

Quanto à população o autor ainda afirma que “[...] é o total de elementos que

compartilham algum conjunto comum de características” (ibid., p. 258). Para definir a

população é necessário estipular uma ‘população alvo’ que, segundo o autor,

possibilitará a busca de informações.

Para tanto, a população deve ser definida em termos de elementos, que é o

objeto; unidades de amostragem que pode ser o elemento em si; a extensão, que se

refere aos limites de espaço, ou seja, no mercado que se deseja atingir; e o período

de tempo, que caracteriza-se como o período de interesse em estudo.

A fim de obter informações sobre as estratégias promocionais, analisando de

que forma Pelotas está sendo comunicada como destino turístico, o presente estudo

analisou o Trade Turístico de Pelotas. Fizeram parte deste estudo as seguintes

instituições: 04 hotéis, 02 agências receptivas, o CVB, STE e FITUR

Page 43: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

42

3.3 Delineamento da pesquisa

A pesquisa foi realizada através de um levantamento de campo que buscou

informações mediante entrevistas à população escolhida. A escolha pela pesquisa

qualitativa se deu pela necessidade de busca de entendimentos sobre os problemas

a serem investigados.

Segundo Vianna (2001, p. 122) na pesquisa qualitativa cada situação é

analisada “[..] a partir de dados descritivos, buscando identificar relações, causas,

efeitos, conseqüências, opiniões, significados, categorias e outros aspectos

considerados necessários à compreensão da realidade estudada [...]”.

Dessa forma, com a finalidade de avaliar os diferentes posicionamentos dos

entrevistados sobre a forma com que realizam o Marketing promocional, serão

descritas diferentes opiniões quanto às questões propostas.

O estudo é delineado de forma exploratória, pois busca encontrar respostas

às questões propostas. De acordo com Vianna (2001, p. 130) a pesquisa

exploratória “possibilita uma explicação maior e um aprofundamento de estudo sobre

um determinado assunto ou área, com vistas ao seu entendimento mais qualificado

ou à descoberta de novas relações”.

A pesquisa caracteriza-se por ser um estudo de caso sobre o Trade turístico

da cidade de Pelotas, como já referido. De acordo com Vianna (2003, p. 140) o

estudo de caso “objetiva um estudo detalhado, profundo e exaustivo de um objeto ou

situação, contexto ou individuo, uma única fonte de documentos, acontecimentos

específicos e outras situações, sempre de forma a permitir o entendimento de sua

totalidade”. Dessa forma, através de uma análise situacional, foi possível entender

os resultados a partir do ponto de vista dos entrevistados.

Quanto à técnica de amostragem, a pesquisa caracteriza-se por possuir uma

amostragem não-probabilística. De acordo com Malhotra et. al (2005, p. 263) este

tipo de amostragem caracteriza-se por depender “do julgamento pessoal do

pesquisador, em vez de acaso, na escolha dos elementos da amostra”. A técnica

utilizada foi de uma amostragem por conveniência, ou seja, “tenta obter uma

amostra de elementos com base na conveniência do pesquisador”. (MALHOTRA et.

al, 2005, p. 266).

Page 44: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

43

3.4 Coleta e análise dos dados

O principal instrumento utilizado para a coleta de dados foi o formulário, o

qual é composto de 10 (dez) questões de forma estruturada e que possibilitam

respostas livres (Ver Apêndice 1). O formulário foi preenchido a partir de uma

entrevista, a qual segundo Vianna (2001, p. 164) “[...] consiste de uma série de

questões feitas oralmente ao pesquisado [...]”. As respostas dos entrevistados foram

registradas para posterior análise.

O período de aplicação das entrevistas foi de 18 a 28 de junho de 2007. Os

dados foram analisados de forma descritiva pela autora, para assim possibilitar a

completa interpretação das respostas.

Page 45: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

4 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS7

O objetivo deste capítulo é analisar e interpretar os dados coletados nas

entrevistas com a finalidade de se atingir os objetivos propostos por este estudo.

Através de um método comparativo entre as respostas dos entrevistados, foi

possível estudar o problema e demonstrar os resultados analisando semelhanças e

diferenças entre as respostas obtidas.

A seguir em forma de itens apresenta-se as perguntas do formulário.

4.1 Percepção dos entrevistados em relação ao turismo de Pelotas

O objetivo deste questionamento foi identificar qual a percepção dos

entrevistados em relação ao Turismo. Sabe-se que os benefícios que a atividade

turística pode possibilitar para a comunidade receptora são inúmeros se for desejado

e explorado de forma correta.

Para tanto a pergunta foi elaborada com 7 (sete) alternativas de múltipla

escolha para que os entrevistados se posicionassem a respeito. De acordo com as

respostas obtidas é possível perceber que para seis entrevistados, representando a

maioria, o Turismo representa ‘todas as opções’ de resposta no formulário.

Sendo assim, para os entrevistados, o Turismo representa ‘uma forma de

divulgação da cidade’, ‘uma oportunidade de investimentos’, ‘uma forma de

conservação do patrimônio histórico e cultural’ que a cidade dispõe, ‘uma forma de

atividade econômica’ bem como ‘uma forma de conscientização da importância de

Pelotas’, fazendo com que as pessoas dêem um significativo valor às atrações

turísticas que a cidade pode explorar, bem como de sua história e cultura.

Então, o Turismo pode representar ‘uma forma de divulgação’ de determinada

localidade na medida em que “a informação é hoje de fácil acesso para um número 7 OBS.:1. As citações com aspas simples se referem às opções do instrumento de coleta de dados. 2. Observações grifadas em negrito se referem às falas do entrevistado.

Page 46: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

45

cada vez maior de camadas da sociedade, que tomam contato com [...] paisagens

que estimulam as pessoas a viajar para conhecer tudo in loco”. (DIAS e CASSAR,

2005, p. 05).

Dessa maneira, o Turismo é considerado ‘uma forma de atividade econômica’

“tornando-se uma dos setores mais importantes para o desenvolvimento de muitos

países e provocando mudanças sociais, econômicas e culturais significativas em

muitas sociedades”. (Ibid., 02).

Ao atrair um número de pessoas a atividade turística possibilitara uma

‘oportunidade de investimentos’ em novas atividades ou na criação de novos

serviços que passarão a depender desta atividade. Diversas oportunidades poderão

surgir contribuindo para o desenvolvimento da comunidade.

Nesse sentido Kotler et. al (2005, p. 276) afirmam que “muitas comunidades

[...] promovem iniciativas, planos e programas para incentivar as pequenas

empresas e a abertura de novos negócios”.

Quanto aos aspectos culturais da atividade turística, a promoção da

diversidade cultural pode ser estimulada, fazendo com que a pessoas valorizem sua

cultura. De acordo com Dias e Cassar (2005, p. 05) “[...] todas as manifestações

culturais agregam valor ao produto turístico nacional. Tanto maior a diversidade,

maior a atratividade dos destinos turísticos”.

Para 2 (dois) entrevistados o Turismo representa apenas ‘uma forma de

atividade econômica’, por ser capaz de movimentar diversos setores da economia e

promover um desenvolvimento econômico. Destaca-se que o entrevistado A era do

setor hoteleiro e o B de uma agência de viagens que comercializa roteiros

receptivos.

Finalmente, 1 (um) entrevistado do setor hoteleiro respondeu que o Turismo

representa ‘uma oportunidade de investimentos’, porém não soube responder que

investimentos poderiam ser realizados.

4.2 Públicos que se pretende atingir

O objetivo deste questionamento foi averiguar se as empresas/órgãos

entrevistadas possuíam um público-alvo definido. Sabe-se que a seleção de um

Page 47: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

46

público em especifico permitirá o estabelecimento de uma política de comunicação

adequada aos desejos e necessidades de determinado grupo.

Tal questionamento foi organizado em formato aberto, ou seja, sem

alternativas, pois assim o entrevistado teria a liberdade de responder o número e os

tipos de públicos que achasse conveniente. Por se tratar de empresas e órgãos com

objetivos diferenciados, muitos entrevistados responderam mais de um público,

sendo assim, explica-se porque houve o total de 18 (dezoito) respostas apesar da

pesquisa ser aplicada à 9 (nove) entrevistados.

O público ‘executivo’ bem como o público interno, foi mencionado por 4

entrevistados.

Em relação ao público executivo, estes foram citados por todos os hotéis

entrevistados. Apesar do Turismo de negócios não ser considerado por muitos

autores, a estrutura que este tipo de Turismo requer é a mesma utilizada por

qualquer outro tipo de turista.

De acordo com o site Roteiro Brasil8, o Turismo de negócios no Brasil, é um

dos segmentos do Turismo mais responsáveis pelas receitas geradas pelo setor de

viagens por motivos de lazer. Destacam ainda, que o Turismo de negócios é um dos

segmentos que vem crescendo atualmente, criando novas vagas de trabalho. Vale

ressaltar também que o turista de negócios gasta por dia mais que o que viaja a

lazer, tornando este segmento mais vantajoso para àqueles que nele investem.

No que se refere ao ‘público interno’, estes foram citados pela STE, que

definiu seu público como sendo a comunidade, bem como pela FITUR, que procura

atender e trabalhar juntamente com as universidades (Universidade Federal de

Pelotas – UFPel e Universidade Católica de Pelotas – UCPel), empreendedores e

órgão públicos.

Por ser tratarem de órgãos responsáveis pelo incremento do Turismo de

Pelotas, as respostas devem ser analisadas de forma diferenciada, pois estes não

possuem uma ligação econômica com estes públicos, mas sim apoios, planos e

projetos, que são trabalhados em conjunto.

Ao ser questionada sobre seu público-alvo, a STE afirmou que procura

promover Pelotas para Pelotas, ou seja, através de projetos que procuram

estimular e conscientizar a comunidade local para a importância de Pelotas. 8 Dado disponível em: http://www.roteirobrasil.jor.br. Acesso em: 05 jul. 2007.

Page 48: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

47

Em relação à FITUR, esta salientou a integração entre todos os órgãos

públicos e não públicos com o objetivo de incrementar a atividade turística de

Pelotas. Para tanto destacou diversos apoios, incentivos, participações e ações que

o órgão realiza e que foram ou continuam sendo de extrema importância para a

valorização do Turismo de Pelotas.

Logo após, evidencia-se que 3 (três) entrevistados, 2 (duas) agências

receptivas e o CVB, responderam que atendem ‘todos os públicos’, estes

salientaram que possuem um público-alvo, porém não deixam de atender outros

tipos de público.

Dessa forma o restante das respostas referiu-se aos mais diversos tipos de

público: em relação ao Turismo de ‘evento’ este foi destacado pelo CVB, levando em

consideração à captação de empreendedores que vem à Pelotas com o interesse de

promover novos eventos, bem como o atendimento aos turistas que participam dos

eventos realizados na cidade de Pelotas, atividades as quais a referida instituição se

propõe.

Assim sendo, vale ressaltar que por razão da sazonalidade, uma tentativa de

promover o Turismo em todas as épocas do ano pode ser feita através do Turismo

de eventos. Para este tipo de Turismo, a baixa temporada é ideal, pois à mais

facilidades no que se refere à infra-estrutura disponível.

Segundo a Embratur (1992)9, o ‘turista itinerante10’ foi citado por um

entrevistado do setor hoteleiro que definiu estes como sendo palestrantes e

consultores. Apesar desta definição ser pouco utilizada, defini-se turista itinerante ou

excursionista como toda a “pessoa que se desloca individualmente ou em grupo

para local diferente de sua residência permanente, por período inferior a 24 horas,

sem efetuar pernoite”.

Os visitantes que vêm para ‘formaturas’ foi citado por um dos entrevistados do

9 Dado disponível em: <http://institucional.turismo.gov.br/> Acesso em: 05 jul. 2007. 10 Este tipo de Turismo originou-se das viagens realizadas pelos jovens de famílias ricas, que iam aprimorar seus conhecimentos em famosas universidades estrangeiras como, por exemplo, a de Viena e a de Roma. O meio de transporte da época - a diligência - era bastante precário, dificultando o percurso de grandes distâncias. Somente ao final do século XVIII, com o aprimoramento dos meios de locomoção, o Turismo tomou novos impulsos. O aparecimento do trem, na metade do século XIX, teve relevante importância para o desenvolvimento turístico, pois extensas redes ferroviárias foram desenvolvidas tanto na Europa como na América. Posteriormente, já no séc. XX, o aparecimento de meios de transportes mais velozes, como o carro e o avião, deu novo impulso ao Turismo Itinerante, considerado como fator de prestígio, pois era considerado elegante conhecer outras cidades e povoações. (http://www.rieli.com.br/profissao/pb10.htm – Acesso em: 08 de jul. 2007).

Page 49: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

48

setor hoteleiro, sendo caracterizado pelos visitantes que viajam por razões alheias

ao Turismo, porém, que podem em algum momento de sua estada realizar

atividades turísticas. Dentro deste contexto foi citado pelo mesmo entrevistado o

público acadêmico (‘estudantes’) que se deslocam à cidade em função dos

vestibulares.

Quanto ao público de ‘terceira idade’, este foi mencionado por um

entrevistado de uma agência de viagens. Este afirmou que por haver pouca procura

por pacotes de receptivo, procura-se vender pacotes para outras localidades, sendo

que este tipo de público é o que mais os procura.

E, finalmente o ‘Turismo Cultural’ foi citado pela outra agência de Turismo

entrevistada, que tem como principal foco a venda de roteiros receptivos como city

tours, passeios de barco pelo arroio Pelotas, tour temático e o Turismo Rural em

Pelotas. Os pacotes podem ser adquiridos tanto pela própria comunidade bem como

por outras pessoas que desejam vir à Pelotas.

4.3 Formas de fidelização utilizadas

O objetivo deste questionamento foi averiguar quais as estratégias de

fidelização utilizadas pelos entrevistados. Sendo assim, foi elaborado de forma

aberta, pois assim, os entrevistados poderiam responder o número e as formas de

fidelização mais pertinentes.

Por fidelizar entende-se como sendo “o resultado de uma estratégia de

Marketing que tem como objetivos gerar freqüência de compra dos clientes,

aumentar as vendas por clientes e recompensar o cliente por compras repetidas”.

(FGV, 2003, p. 300). Como já citado anteriormente, o Marketing de fidelização é o

primeiro passo para o Marketing de relacionamento que procura construir uma

relação mais próxima e duradoura entre o cliente e àqueles que esta oferecendo o

serviço (Ibid., 301).

Conforme 3 (três) entrevistados sendo que, 2 (dois) destes eram do setor

hoteleiro e outro do CVB, a forma utilizada para fazer com que o cliente se sinta

satisfeito e sinta o desejo de retornar é o bom ‘atendimento’. Em relação à qualidade

no atendimento Teixeira (1999) explica que a percepção da imagem do destino e da

Page 50: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

49

qualidade dos serviços prestados pelos consumidores é imediata. Destaca que,

independentemente do prestador de serviço ser do setor público ou privado, ênfase

deve ser dada à qualidade na gestão dos produtos turísticos.

Assim sendo, o bom atendimento surge como elemento essencial para a

qualidade dos serviços turísticos, já que esta será a primeira imagem que o turista

levara da localidade. Ainda neste sentido, Grönroos (2003) complementa que os

serviços são orientados para o relacionamento entre os clientes e os prestadores de

serviço. Logo, o efeito do serviço com qualidade, influenciará na retenção e na

fidelidade do cliente.

Logo após, para 2 (dois) entrevistados sendo que, um era do segmento

hoteleiro e outro o CVB, o ‘banco de dados’ representa uma forma de fidelização em

relação ao cliente. No que se refere ao CVB, este possui uma relação uma relação

de todos os mantenedores, ou seja, àqueles estabelecimentos que contribuem com

uma ‘contribuição voluntária’ que será dirigida “à melhoria de infra-estrutura e dos

serviços desses pólos”. Segundo o CVB, “em Pelotas, ela situa-se entre R$ 0,50 e

R$ 0,60 por diária, dependendo da classificação do hotel”11.

Dessa forma, o cliente ao ligar para o CVB em busca de informações sobre a

cidade, terá a sua disposição uma relação de serviços, estabelecimentos e órgãos

que contribuem na infra-estrutura turística de Pelotas.

Quanto ao entrevistado do segmento hoteleiro, este afirmou que para os

hóspedes habituais, estes possuem um banco de dados com todos os gostos e preferências em relação ao apartamento. Nesse sentido, de acordo com FGV

(2003) este registro de clientes é fundamental para manter um histórico dos serviços

adquiridos, bem como observações importantes no que se refere à reclamações e

sugestões dos clientes.

Em relação à ‘rede Versare’12, esta foi citada por 2 (dois) hotéis, os quais

fazem parte, como uma forma de fidelização do cliente. Um dos entrevistados citou o

cartão fidelidade da rede, que segundo ele (a), ‘os clientes que vão aos hotéis da 11 Informações obtidas juntamente ao entrevistado e complementadas de acordo com as disponíveis no site <http://www.pelotasconvention.com.br/>. Acesso em: 05 jul. 2007. 12 VERSARE é uma rede de hotéis que se uniram para proporcionar um melhor atendimento. Localizados nas principais cidades do Rio Grande do Sul, cada um dos hotéis, já conceituados em sua região, mantém uma administração independente . Pretende-se oferecer ao hóspede serviços de qualidade, através de um atendimento personalizado. ”O objetivo maior da VERSARE Rede de Hotéis é que cada hotel, que manterá sempre sua identidade, possa aumentar sua ocupação, fidelizar clientes, diminuir custos, trocar idéias, experiências e informações”. Dados obtidos no site <http://www.redeversare.com.br/site/conheca.asp>. Acesso em: 09 jul. 2007

Page 51: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

50

rede ganham selos. Quando completarem a cartela, podem trocar por R$100 (cem reais) em bônus’. Citou ainda o lema do programa de fidelidade da rede,

‘Fidelidade não tem preço, mas tem bônus’.

No que se refere aos ‘descontos’, estes foram citados pelas 2 (duas) agências

de viagens entrevistadas. Segundo os entrevistados bônus ou descontos são

proporcionados aos clientes que utilizarão o serviço em outro momento. Um dos

entrevistados salientou que ‘é importante sempre manter um contato com o cliente para que se tenha um feedback’. Pode-se dizer que, a empresa em

questão utiliza um Marketing Direto com o cliente, construindo uma relação

duradoura.

Logo, pode-se enfatizar que, tanto o desconto fidelidade utilizado pela rede

Versare, como os descontos utilizados pelas agências, podem ser definidas como

estratégias de estipulação de preços. Estas estratégias podem levar em conta vários

fatores que dependendo das características do consumidor, podem ser revertidas

em vantagens incentivando a escolha do consumidor por determinado produto.

(DIAS e CASSAR, 2005).

Quanto à resposta ‘organização estrutural da cidade’, esta foi citada por 2

(dois) entrevistados, a STE e a FITUR. Por se tratarem de organizações com

objetivos específicos, a resposta à este item é diferenciada das outras citadas. Para

a STE, a forma de fidelização é dada em relação ao turista que vem a cidade

através da disponibilização de uma infra-estrutura básica da cidade como um todo.

Para a FITUR, ‘a prestação de serviços que ajudará no desenvolvimento de idéias que se transformarão em ações’ são uma forma de fidelização junto aos

órgãos a quem auxilia.

Segundo Kotler et. al (2006, p. 85) é de extrema importância a participação

destas entidades para o desenvolvimento do Turismo local. Segundo os autores,

“liderança, talento, e capacidade de elaborar estratégias de longo prazo, que são as

características necessárias dos participantes do setor público, impulsionam o clima

de mudança”. Apesar da FITUR não ser um órgão público, mas sim uma sociedade

civil de direito privado, a sua participação no fomento ao Turismo é de extrema

importância para a união e desenvolvimento de ações conjuntas entre os diferentes

participantes do Trade turístico de Pelotas.

Em relação à um entrevistado do setor hoteleiro, este citou a ‘diária acessível

Page 52: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

51

com qualidade’. Para o entrevistado, isso proporciona uma ‘relação custo-benefício’, sendo que para ele, este diferencial é próprio do hotel e não da rede

Versare.

O item ‘limpeza’ e o ‘boas acomodações’ foi citado por um entrevistado do

setor hoteleiro. Estes itens apesar de serem essenciais, não representam um

diferencial competitivo bem como o item ‘atendimento’, citado anteriormente.

4.4 Contribuição da empresa/órgão para o incremento do Turismo

O objetivo deste questionamento era analisar de que forma os entrevistados

se viam como colaboradores para o desenvolvimento do Turismo de Pelotas. Esta

foi uma questão aberta, sem alternativas, pois assim os entrevistados poderiam citar

quais as ações e as contribuições que julgassem necessários.

Para Kotler et. al (2006, p. 83) “o Marketing de lugares é um processo

contínuo que envolve todos os cidadãos”. Salientam ainda que, os participantes é

que darão a força propulsora para o desenvolvimento do Turismo.

Dessa forma, é importante identificar qual a contribuição que cada empresa

ou órgão pode oferecer, para que assim possam ser desenvolvidas ações conjuntas.

Para 5 (cinco) entrevistados, sendo 2 (duas) agências de Turismo, 1(um)

hotel, a STE e a FITUR, a principal contribuição é a ‘divulgação da cidade’, sendo

que para 3 (três) entrevistados esta divulgação se dá em eventos e feiras com a

elaboração de ‘material publicitário’. De acordo com a FGV (2003) a promoção do

produto através da participação em eventos é uma forma de relação pública, um dos

instrumentos já citados de comunicação de Marketing.

Os materiais publicitários, como folhetos, catálogos e mapas, de acordo com

Kotler et. al (2006, p. 213) são “um item de primeira necessidade na indústria do

Turismo, uma vez que podem ser exibidos em pontos de alta visibilidade [...]”.

Complementam ainda que, “[...] os folhetos são a fonte mais oportuna e precisa”,

porém “quando uma local negligência a estratégia de público-alvo, os folhetos se

tornam supérfluos”, por trazerem uma grande carga de informações que muitas

vezes não interessam àquele tipo de turista.

Os ‘roteiros receptivos’ foram citados por 3 (três) entrevistados, pelas 2 (duas)

Page 53: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

52

agências de Turismo entrevistadas e a FITUR. Segundo uma das agências, a qual

possui o Turismo receptivo como seu principal foco, há uma divulgação e venda dos

roteiros receptivos da cidade para outras agências fora de Pelotas. A outra agência

entrevistada salientou que possui roteiros receptivos para a zona rural de Pelotas,

porém estes são pouco procurados, sendo assim são obrigados a vender roteiros de

outras cidades mais solicitados pelos clientes. Para a FITUR, os roteiros mais

realizados são para a zona rural, já que um dos objetivos da instituição é o

‘incremento dos atrativos da zona rural de Pelotas e região’.

O Turismo receptivo13 deve estar pronto para atender as expectativas dos

turistas que adquirem o produto da cidade receptora. Dessa forma, necessita ser

organizado de modo estruturado. Para isso é necessário apoios e investimentos e

criação de diferenciais bem como, o envolvimento da comunidade local que é

fundamental para concretização de um centro receptivo competitivo.

Logo após, 2 (dois) entrevistados do setor hoteleiro citaram a disponibilização

de uma ‘infra-estrutura básica para o turista’. Dessa forma, os entrevistados julgam

que suas acomodações são uma forma de contribuição para o Turismo da cidade.

Em seguida, outro entrevistado do setor hoteleiro respondeu que esta realizando um

‘investimento em uma nova unidade’ que ‘será inaugurado em 2008 com a

finalidade de poder atender a demanda atual’.

Dado o exposto, é importante salientar que uma boa infra-estrutura de

acomodações é fundamental para a satisfação do turista, sendo que este é um dos

aspectos tangíveis que fazem parte das características do produto turístico.

Para o CVB as principais formas de contribuições são: atendimento e

‘captação de eventos’, ‘elaboração de material publicitário’, ‘cadastro e qualificação

de mão-de-obra’ e ‘promoção de parcerias’.

Segundo o site da Fundação Brasileira dos CVB, a importância dos CVBs têm

sido evidenciada na contribuição destes para o desenvolvimento do Turismo. Para

tanto possuem como objetivos: “desenvolver e implantar um plano de comunicação

entre os associados e o Trade; criar unidades de negócios para desenvolvimento de

produtos e serviços; consolidar a representatividade profissional e institucional”.

Já em relação as respostas ‘mobilização junto à comunidade’ e ‘assessoria’,

estas foram citadas pela FITUR que estimulam tais ações a partir da educação, a

13 Dado disponível em: <http://www.wikkipedia.com.br>. Acesso em: 07 jul. 2007.

Page 54: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

53

criação da consciência turística, através de projetos como,’Projeto Porto Escola’.

Quanto à assessoria, esta é realizada a partir de incentivos como ao artesanato local

e, apoios como à criação de agências de Turismo receptivo, por exemplo14.

4.5 Percepção em relação à prática de Turismo em Pelotas

O objetivo deste questionamento era identificar qual a percepção dos

entrevistados em relação às práticas de Turismo em Pelotas. Procurou-se nesta

questão não revelar as entidades, órgãos ou instituições entrevistadas, pois este não

era o objetivo em questão.

Aos entrevistados foram sugeridas 5 (cinco) opções sendo que ao selecionar

a última o entrevistado poderia fazer qualquer tipo de observação. Porém muitos

entrevistados apesar de, terem selecionado uma das opções, também preferiram

fazer observações, o que pode ser visualizado a seguir.

De acordo com os resultados obtidos, 5 (cinco) entrevistados responderam

que consideram o Turismo ‘mal planejado e mal estruturado’, sendo que, 1 (um) dos

entrevistados alegou que ‘falta união e intervenção, um encabeçamento, do poder público’, destacou ainda que ‘há um planejamento teórico mas não na prática. Outro dos 5 (cinco) entrevistados, respondeu que ‘Pelotas possui potencial, mas sem divulgação e estrutura para atender a possível demanda’.

Para Molina (1982) apud Molina e Rodríguez (2001) planejar significa

identificar vários aspectos que irão influenciar em um rumo de ação que alcançará

os objetivos e metas. A possibilidade de um sistema flexível possibilitara a

adaptação de maneira rápida e eficaz aos novos acontecimentos e oportunidades.

Assim sendo, sabe-se que o planejamento do Turismo deve ser entendido a partir de

um contexto dinâmico.

Conforme Molina e Rodríguez (2001, p. 58) “o esforço do planejamento, como

resultado de um conjunto de situações e com a expressa finalidade de intervir nelas,

responde ao meio abrangente econômico, social, político e administrativo no qual se

pretende executá-lo.” Assim, somente através destes meios interligados é que o

conteúdo e os resultados do planejamento serão satisfatórios.

14 Dado obtido junto à FITUR.

Page 55: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

54

No que se refere à infra-estrutura, sabe-se que o turista espera uma estrutura

de bens e serviços que esteja disponível, para que sua estada seja agradável.

Dessa forma o destino turístico deve estar preparado e equipado para atender a

demanda, através da adequada disponibilização de bens e serviços.

Logo após, 3 (três) entrevistados responderam ‘outra(s) resposta(s)’. Para 2

(dois) entrevistados o principal problema do Turismo de Pelotas é a falta de união.

Destacaram ainda que o Turismo encontra-se ‘totalmente fragmentado, com iniciativas particulares, cada um trabalha de forma individual, sem convergência entre os setores’, sendo que a falta de representação política foi

novamente citada, por um dos entrevistados. Um dos entrevistados respondeu que,

Pelotas ‘encontra-se em fase de estruturação, sendo que está se descobrindo como cidade turística’. Por fim, apenas 1 (um) dos entrevistados respondeu que o

Turismo é ‘bem planejado mas ainda com restrições’.

Segundo esta perspectiva, somente a união do setor público com o setor

privado é que possibilitará que o desenvolvimento seja atingido, logo é somente

através do planejamento que se constituirá “o meio mais adequado para promover

uma mudança necessária e inadiável”. (MOLINA e RODRÍGUEZ, 2001, p. 61.).

Kotler et. al (2006, p. 127) complementam que “quando as composições

institucionais não conseguem solucionar seus conflitos e a liderança se omite, as

comunidades costumam fracassar ou estagnar. O planejamento estratégico tem

pouquíssima chance de sucesso em comunidades acentuadamente divididas, onde

os mecanismos de formação de consenso não funcionam.

5. 6 Formas de comunicação para a promoção da cidade de Pelotas

O objetivo deste questionamento foi de identificar quais as formas de

comunicação que os entrevistados utilizam para promover Pelotas. Destaca-se que

com a possibilidade do entrevistado marcar até 5 (cinco) opções há maior número

de respostas. Assim sendo, esta é a questão de maior relevância para a pesquisa,

pois através dos dados obtidos será possível indicar quais as estratégias

promocionais que estão sendo utilizadas pelo Trade.

Sabe-se que o uso de ferramentas de comunicação é o meio utilizado pelas

Page 56: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

55

empresas para se comunicarem com os clientes. Neste sentido, as estratégias de

comunicação influenciam na decisão de compra do produto, através da

disponibilização de todas as informações necessárias para a satisfação do cliente.

Segundo afirma Ogden (2002) o mix de comunicação, ou seja, cada uma das

ferramentas que integram o composto é essencial na montagem de um plano de

comunicação eficaz e competitivo.

Sendo assim, analisando-se os dados obtidos, todos os entrevistados 09

(nove) responderam que a ‘televisão/rádio/internet’ são as formas mais usadas para

a comunicação de seu serviço juntamente com a promoção de Pelotas. É relevante

destacar, porém, que como a questão foi elaborada com as três ferramentas em

uma única opção de escolha, muitos entrevistados à elegeram somente por causa

do item ‘internet’.

Conforme Ogden (2002, p. 83) “o conceito subjacentes aos meios eletrônicos

é fornecer anúncios que estimulem uma resposta direta do consumidor”. Neste

contexto, o autor se refere especificamente aos meios eletrônicos ‘televisão’ e

‘rádio’, sendo que a ‘internet’ será abordado de forma individual.

Para o autor, a televisão é um meio que possibilita a demonstração visual,

sendo o meio mais usado pelas pessoas, tendo um grande alcance e impacto, por

se utilizar de uma imagem com qualidade e com grande número de mensagens.

Porém, entre as principais desvantagens esta o custo elevado. (ibid.,).

Com relação ao rádio, o autor identifica que as principais vantagens são: o

alcance e a freqüência, o baixo custo e um meio criativo se usado adequadamente.

Quanto às desvantagens identifica os ruídos e os comerciais possuírem uma

divulgação passageira. (OGDEN, 2002).

Apesar da internet também ser um meio eletrônico, o autor destaca que

devido ao seu crescimento a internet está se transformando em uma ferramenta de

Marketing, (como propaganda, Marketing Direto, etc.) denominada ‘Marketing

Digital’. Dessa forma, salienta que o objetivo desta nova ferramenta é usar a rede

mundial de computadores para realizar uma nova forma de comunicação, o

Marketing Interativo (Ibid.,).

Assim, a escolha destas ferramentas por muitos dos entrevistados que se

utilizam da internet através dos web sites, se dá pela facilidade de fornecer

informações sobre o seu produto e a cidade, serviços ou demonstrações de

Page 57: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

56

produtos, visando criar um relacionamento rápido e eficiente com os clientes.

Logo após, 8 (oito) entrevistados, citaram o ‘Marketing Direto’ como uma

forma de comunicação não utilizada, dessa forma, apenas por uma empresa do

setor hoteleiro. Como visto anteriormente, o Marketing Direto é uma ferramenta

utilizada para estabelecer um contato direto e mensurável com o público-alvo.

O Marketing Direto para ser eficiente dependerá de uma série de objetivos,

sendo assim, esta ferramenta é constantemente ligada ao Marketing de

relacionamento já mencionado. De acordo com Ogden (2002) os principais objetivos

de uma campanha de Marketing Direto são: reter os clientes atuais induzindo-os à

experimentação do produto para um conseqüente aumento no volume de vendas ou

uso dos produtos através de uma resposta direta.

Neste contexto, destaca-se que o ‘banco de dados’ dos clientes, citados por

dois entrevistados que o definiram como uma forma de fidelização são um bom

exemplo de Marketing Direto, ou Marketing de Relacionamento.

Logo após, 7 (sete) entrevistados citaram as ‘feiras’, como uma das formas de

comunicação utilizadas, sendo importante observar que não foram citada por dois

estabelecimentos do setor hoteleiro. Muitos entrevistados responderam que

participam de várias feiras de Turismo ou, específicas de seu segmento, levando

materiais promocionais da empresa e da cidade.

Neste contexto, é importante destacar que a participação em feiras é,

segundo Dias e Cassar (2005, p. 232) muito importante “[...] para a promoção de um

destino turístico, pois ali estão todos os agentes relacionados com atividade. Além

disso, nas feiras é que são realizados os negócios e onde novos roteiros são

incrementados.”

No que se refere a ‘venda pessoal’, esta foi citada por 5 (cinco) entrevistados,

sendo citada por dois hotéis, as duas agências de viagens entrevistadas e a STE.

Como já destacado anteriormente, a venda pessoal é a interação e a comunicação

pessoal com o cliente.

Na venda pessoal a resposta é imediata e a mensagem é personalizada. De

no acordo com Ogden (2002, p. 102) “o vendedor pode verificar se seus argumentos

estão funcionando ou se a apresentação para um cliente específico precisa de

alguma modificação”. Destaca também que, “[...] a venda pessoal permite o

desenvolvimento de um relacionamento de longo prazo com o comprador, o que

Page 58: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

57

também facilita as vendas”.

No que se refere especificamente ao Turismo, àquele que proporciona o

serviço para o turista terá a possibilidade de mensurar o seu grau de satisfação.

Esta vantagem é de extrema importância já que o consumo do produto turístico é

feito no exato momento da compra.

Da mesma forma 5 (cinco) entrevistados citaram os ‘eventos’ como uma

forma de promoção da cidade: o CVB, a STE, a FITUR, uma agência e um hotel.

Sabe-se que os eventos, por atrair um grande público, tem sido umas das formas

mais utilizadas de promoção.

No caso de Pelotas, diversos eventos têm sido realizados, contribuindo para a

formação de uma imagem positiva da cidade e uma conseqüente divulgação de

seus atrativos. Os eventos acabam sendo uma ação de relações públicas que

proporciona além da disseminação das informações uma fonte de emprego e renda

por determinado período de tempo.

Outra forma de comunicação citada por 3 (três) entrevistados, o CVB, um

hotel e uma agência são os ‘jornais e as revistas’, os quais são um tipo de mídia

utilizadas pela propaganda, uma das ferramentas de comunicação citadas.

De acordo com Kotler et. al (2006, p.212) “os jornais são uma maneira rápida

de transmitir mensagens sobre um lugar, como noticias sobre festivais, exposições e

vários novos projetos. O caderno de Turismo dos jornais é uma oportunidade para

promover editoriais bem como inserir anúncios”.

Logo, os jornais são também, um importante meio de transmitir à população

local todas as noticias sobre o Turismo da cidade, contribuindo para a

conscientização da importância do local e desta atividade. Ogden (2002) destaca,

porém, que as principais desvantagens deste meio é que o número de leitores vêm

diminuindo, sendo este processo explicado pelo avanço da tecnologia de

informações.

Em relação às revistas, Kotler, et. al (2006, p. 213) destacam que a principal

vantagem está na possibilidade de “[...] colocar matérias longas e favoráveis sobre

um lugar em revistas, principalmente nas regionais, que tem prestigio, maior

credibilidade e alcance do que as publicações domésticas”. Os autores referem-se

ainda as revistas de bordo, que também podem proporcionar um bom Marketing do

local.

Page 59: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

58

De acordo com Ogden (2002) outras vantagens ainda podem ser citadas

como, atingir a públicos específicos de forma personalizada com mensagens de

maior atratividade e alta qualidade.

No que se refere ao item ‘patrocínios’, este foi citado por 2 (dois)

entrevistados, a FITUR e um hotel. Destaca-se que a FITUR, mencionou que os

patrocínios são realizados por meio de apoios e assessorias e não em dinheiro. De

acordo com Dia e Cassar (2005) as formas de patrocínios ajudam na promoção de

um lugar. No caso das empresas, instituições e órgão pesquisados, a vantagem é

que além de estar divulgado os seus serviços ou produtos, estas estão contribuindo

no apoio para a realização de eventos para a cidade.

Finalmente, 1 (um) entrevistado do setor hoteleiro respondeu que uma das

formas de comunicação utilizadas era o outdoor, outra mídia utilizada pela

propaganda. De acordo com Kotler et. al (2006) os “outdoors representam um meio

fixado geograficamente, que é visto apenas pelas pessoas que passam por ele. [...]

Também são usado em terminais aéreos, estações ferroviárias e outros lugares

públicos para dar boas-vindas aos visitantes”.

4.7 Percepção dos entrevistados sobre o foco promocional da cidade

O objetivo deste questionamento era identificar qual a percepção dos

entrevistado quanto ao foco promocional realizado pela cidade, ou seja, qual a

imagem comunicada. Também foi perguntado se os entrevistados utilizam o mesmo

foco em seu material promocional.

A pergunta foi elaborada com opções de múltipla escolha, sendo que o

entrevistado tinha opção de responder até três itens, ou selecionar a opção na qual

poderia fazer referência a outro foco. Destaca-se que os resultados não serão

avaliados individualmente, pois o objetivo é avaliar a percepção do Trade como um

todo.

Sabe-se que a utilização de uma imagem pode identificar a destinação, assim

como uma marca pode identificar um produto. De acordo com Kotler et. al (2006, p.

182) “ A imagem é um determinante da forma como os cidadãos e as empresas

reagem ao lugar. Portanto, um lugar precisa tentar gerenciar sua imagem [...]”.

Page 60: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

59

Os autores ainda destacam que se um lugar pretende construir uma boa

imagem este deve ajudar todos os envolvidos no produto turístico a descobrir esta

imagem. Salientam que, a identificação de um público-alvo ajudará a medir a

imagem atual, ou seja, deve-se escolher um segmento para medir as percepções

(KOTLER et. al, 2006).

No caso desta pesquisa o público escolhido foram os empreendedores.

Assim, “pequenas empresas e empreendedores são importantes e os lugares

precisam saber como eles vêem o local como comunidade para morar e trabalhar”.

A partir desta análise é possível formar uma imagem válida, crível, simples, atraente

e diferenciada do local (KOTLER et. al, 2006, p. 186). Nesse sentido, pretende-se

analisar como é percebida a imagem de Pelotas para os entrevistados.

De acordo com os dados coletados pode-se perceber que para 7 (sete)

entrevistados um dos focos exercidos pela cidade é ‘o doce’. Os doces de Pelotas

nascem do intercâmbio de charque e do açúcar entre Pelotas e o Nordeste. Pelotas

exportava charque que servia de alimento aos escravos dos engenhos e em troca,

importava açúcar. Então, as escravas juntamente com as sinhás transformavam-no

em sobremesas adaptadas ao gosto local.

Logo nota-se que a tradição do doce substitui àquela do passado, ou seja, a

do charque. Pelotas passa a receber os imigrantes, que ao plantar frutas

desenvolvem compotas, doces de massa e cristalizados. Influenciada pelas

tradições aristocráticas européias, incorpora a tradição dos doces finos15.

Sendo assim, atualmente Pelotas é vista no cenário nacional como a ‘capital

do doce’, possuindo uma feira destinada a demonstrar à todos sua tradição doceira,

a Feira Nacional do Doce – FENADOCE que segundo dados disponíveis no site da

feira, “nasceu em 1986, criada pelo Poder Público associado a outras entidades. A

Câmara de Dirigentes Lojistas de Pelotas assumiu o evento em 1995” 16

Logo após, 4 (quatro) entrevistados responderam que um dos focos exercidos

pela cidade é ‘A história e a cultura’. A herança cultural de Pelotas, pode ser

percebida pelos casarões e monumentos de rica beleza arquitetônica. Pelotas

possui, segundo o site do CVB “o maior patrimônio arquitetônico eclético do Brasil,

cerca de 46 prédios tombados e inventariados”.

15 Dados obtidos no documento ‘Pelotas, capital nacional do doce’ de Mario Osório Magalhães, fornecido pelo próprio autor. 16 Dado obtido no site <http://www.fenadoce.com.br/>. Acesso em: 09 jul. 2007.

Page 61: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

60

A diversidade cultural de Pelotas se deu através da diversidade de etnias que

incorporaram a formação histórica de Pelotas. Segundo o site da cidade de Pelotas,

a cidade, também “Foi berço e morada de várias personalidades da cultura nacional,

como do escritor regionalista João Simões Lopes Neto, de Hipólito José da Costa,

do pintor Leopoldo Gotuzzo e de Antônio Caringi“17.

Após, 3 (três) entrevistados responderam ‘Todas as opções’. Entre as opções,

estavam, ‘o comércio local’, ‘a história e a cultura’, ‘a laguna dos patos’, ‘o centro

estudantil’, ‘a gastronomia’, ‘as belezas naturais’ e o ‘doce’.

No que se refere a ‘gastronomia’, Pelotas conta com uma diversificada rede

de restaurantes, Churrascarias e Pizzarias. Possui um evento denominado ‘quinzena

gastronômica’ que, segundo o site do CVB tem o objetivo de “chamar a atenção dos

pelotenses e visitantes para a qualidade da nossa rede de restaurantes, com

diversidade, atendimento e preços excepcionais”.

A ‘laguna dos patos’ está em sua maior extensão na ‘praia do Laranjal‘,

situada a dez minutos do centro da cidade. Possui balneários, Santo Antônio,

Valverde e Prazeres. Segundo o site AD Costa Doce, o povoamento desta parte se

deu em 1973, quando muitos habitantes de Rio Grande fugiram da invasão

espanhola e “buscaram refugio nas terras de Thomaz Luiz Osório, que se localizava

as margens da Laguna dos Patos, hoje balneário do Laranjal”. O nome originou-se

da tentativa de implantar pela família Assumpção um laranjal, porém não há nada

que confirme está hipótese.

A escolha do item ‘centro estudantil’ foi feita por 2 (dois) entrevistados do

setor hoteleiro. Caracterizado por Pelotas possuir universidades e centros de nível

técnico, que atraem estudantes do todos os lugares do Brasil. Segundo um dos

entrevistados, o centro estudantil movimenta a economia, proporcionando varias

oportunidades de renda.

As ‘belezas naturais’, citadas por 2 (duas) agencias de Turismo, estão

presentes na zona colonial de Pelotas, como cachoeiras, cascatas e trilhas, que

podem ser explorados como uma forma de Turismo rural. Possui também infra-

estrutura de pousadas, camping e restaurantes18 .

Em relação ao ‘comércio local’, este foi citado por 1 (um) entrevistado. A

17 Dado obtido no site <http://www.pelotas.rs.gov.br/>. Acesso em 09 jul. 2007. 18 Dado obtido em: <http://www.pelotas.rs.gov.br/>. Acesso em: 10 jul. 2007

Page 62: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

61

cidade possui ‘calçadões’, onde são encontradas as opções de compra. Destaca-se

o Calçadão da Andrade Neves; Calçadão da Quinze de Novembro; e Calçadão da

Sete de Setembro, todos situados na zona central da cidade.19 Destaca-se também,

a ‘feira dominical’, realizada na Avenida Bento Gonçalves com artesanatos

produzidos pela população.

4.8 Comunicação com outras instituições

O objetivo deste questionamento é averiguar como se dá a comunicação

entre as diversas empresas e instituições que compõem o Trade turístico, ou que

contribuem de alguma forma para o seu desenvolvimento. Como no questionamento

anterior, as empresas não serão avaliadas individualmente, pois o que se pretende é

averiguar é a comunicação do Trade como um todo.

Conforme abordado anteriormente por Rushmann (1990), para a

concretização dos objetivos deverá haver um esforço de comunicação integrado por

parte dos componentes do Trade turístico. Complementarmente, Dias e Cassar

(2005) definem que uma das características do Marketing Turístico é a

interdependência entre os setores. O Turismo só é realizado através da união de

todos os serviços necessários para a sua execução. Salienta-se que conforme

enfatizado por Ruschmann (1990) a satisfação do turista só ira ocorrer com uma

união entre todos os envolvidos.

Dessa forma, a partir deste questionamento procurou-se verificou-se que

todos os entrevistados possuem uma comunicação com outras instituições ligadas

ao Turismo. Porém, 6 (seis) responderam que sempre procuram trabalhar em

conjunto, e 3 (três), nem sempre trabalham em conjunto.

A fim de obter maior conhecimento sobre quais as formas de parcerias

realizadas entre os entrevistados e outras instituições elaborou-se outro

questionamento.

19 Dado obtido em:<http://www.pelotas.rs.gov.br/politica_desenv_economico/ste/atracoes_turisticas/pelotas_ comercio.htm.> Acesso em: 10 jul. 2007.

Page 63: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

62

4. 9 Reconhecimento de parcerias para o Turismo de Pelotas

O objetivo deste questionamento era de identificar quais as parcerias

realizadas entre os entrevistados e outras instituições. A pergunta foi elaborada de

forma aberta, onde os entrevistados tinham a possibilidade de responderem quantas

parcerias julgasse necessário.

A partir dos dados obtidos, para 3 (três) entrevistados, o CVB, um hotel e uma

agência, tem como parceria a ‘FITUR’, que é uma das instituições analisadas nesta

pesquisa. Seus objetivos, bem como suas principais ações, já foram descritos

anteriormente

Da mesma forma 3 (três) entrevistados, o mesmo hotel e a mesma agencia

citados juntamente com a FITUR, mencionaram o ‘CVB’, outra instituição analisada.

As ‘universidades’ foram citadas por 2 (dois) entrevistados, um hotel que

salientou que uma das formas de parcerias são os patrocínios para eventos

acadêmicos, e a FITUR.

Da mesma forma, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas - SEBRAE foi mencionado por 2(dois) entrevistados, um hotel e o CVB. O

SEBRAE “trabalha desde 1972 pelo desenvolvimento sustentável das empresas de

pequeno porte”20. Para tanto, promove diversas ações que contribuem para a

geração de emprego e renda.

No que se refere à ‘outras respostas’, estas foram assim englobadas devido

ap grande número de parcerias citadas pelos entrevistados. No que se refere ao

CVB, além das parcerias já citadas, este respondeu: ‘STE’, ‘AD Costa Doce’21 e

‘Federação Brasileira de CVB’

A STE definiu a Empresa Concessionária de Rodovias do Sul S/A - ‘Ecosul’

como principal apoiador na impressão de folhetos. A FITUR definiu que possui

parcerias com diversas instituições entre as quais, a Associação Riograndense de

Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural - ‘EMATER’, a 20 Dado disponível em:< http://www.sebrae.com.br/br/home/index.asp> . Acesso em: 12 jul. 2007 21 A criação da Agência de Desenvolvimento do Turismo na Costa Doce – AD Costa Doce, em 2005, teve como objetivo estabelecer a região como referência de destino turístico diferenciado pela sua beleza natural, seus mananciais d’água, sua cultura e sua estrutura arquitetônica singular. “Empresários, Universidades, o SEBRAE-RS, os governos nas três esferas e os Fóruns Regionais de Turismo Sul e Centro-Sul, constituíram uma aliança para impulsionar o desenvolvimento do turismo na região [...]”. Dado obtido em: <http://www.portalcostadoce.com.br/site/governanca.asp> . Acesso em: 10 jul. 2007.

Page 64: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

63

‘Prefeitura Municipal de Pelotas’, o Conselho Regional de Desenvolvimento -

‘COREDE’, a Câmara de Dirigentes Lojistas - ‘CDL’, o ‘CVB’ e a ‘Associação Rural’.

Em relação aos hotéis, além das parcerias já citadas destacaram a

FENADOCE, o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Pelotas -

SIHORBS, o qual mantém um site denominado guia de Pelotas e, finalmente a

‘Aliança Pelotas’22 Um hotel entrevistado respondeu que a única forma de parceria é

com ‘outros proprietários de hotéis’, porém não respondeu quais as parcerias que

poderiam ser realizadas.

No que se refere às agências entrevistadas, as principais parcerias são

realizadas entre os ‘hotéis’, ‘Charqueadas’, ‘Estância do Laranjal’, bem como com

‘outras agencias’ que vendem roteiros receptivos, ‘operadoras de Turismo’ e

‘empresas de ônibus’.

4. 10 Sugestões, observações, etc.:

O objetivo deste questionamento era proporcionar aos entrevistados à

oportunidade de outras considerações. Dessa forma, constatou-se que houve

diversas observações como: ‘falta de união e integração entre os órgãos e outras instituições’, a necessidade de um ‘calendário de eventos bem estruturado’, ‘maior divulgação, bem como ‘um incentivo ao orgulho e auto-estima dos pelotenses’, a ‘falta de objetivo da cidade’, e a necessidade da ‘comunidade e

os empresários acreditarem em Pelotas como cidade Turística’.

22 Formada pela união do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), CDL e Sindilojas.

Page 65: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao completar o estudo desta pesquisa, a qual tinha por finalidade averiguar

quais as estratégias promocionais utilizadas pelo Trade turístico de Pelotas, diante

do propósito de demonstrar a importância da estruturação e da comunicação entre

os diversos componentes pesquisados, tornou-se possível evidenciar os objetivos

propostos.

Foi possível identificar que para a maior parte dos entrevistados, o Turismo

pode representar para Pelotas uma atividade positiva e importante em todos os

aspectos, e não apenas uma fonte de desenvolvimento econômico. Esta conclusão

é fundamental, pois representa a aceitação do Turismo em âmbito local, bem como

a possibilidade de promover a conscientização de que os objetivos desta atividade

só serão atingidos se houver uma estruturação de todos os que fazem parte deste

processo.

No entanto, foi possível perceber a partir dos resultados, a diversidade de

públicos atendidos e que, muitas empresas ainda não possuem um público-alvo

definido. Tal fato deve ser levado em consideração, pois este representa o primeiro

passo na definição das estratégias de comunicação.

Por haver uma grande diversidade de públicos não coincidentes, Pelotas não

possui uma característica promocional definida, sendo que tal fato não poderá

permitir que se reconheça todas as necessidades dos públicos em questão. A

escolha de um ou mais públicos-alvo irá permitir, pelo contrário, uma maior

facilidade de fidelização destes e na definição de quais as estratégias promocionais

a serem utilizadas.

Porém, foi possível perceber que, se todos os hotéis entrevistados definiram

seu público-alvo como ‘executivos’, deve ser dada ênfase em relação a estes, bem

como, a importância de Pelotas neste contexto. Sendo assim, uma melhor estrutura

para o atendimento destes públicos deve ser aprimorada, pois a carência na

quantidade e qualidade dos serviços é ainda visível.

No que tange ao ‘público interno’, citado por grande parte dos entrevistados,

Page 66: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

65

estes devem ser analisados de forma especial, pois é necessário trabalhar e

desenvolver mais formas de conscientização em nível cultural e social, incentivando

um sentimento à cerca da importância de Pelotas para a própria população. Neste

contexto, o desenvolvimento de projetos em escolas bem como a comunicação

interna entre a administração pública e a sociedade podem ser exploradas.

Em relação às formas de fidelização, foi possível perceber que para a maior

parte dos entrevistados, itens fundamentais para a qualidade dos serviços e para a

conseqüente satisfação do turista, são tratados como formas de fidelização. Porém,

tais atitudes não apresentam diferenciação em relação a outros produtos, ou seja,

não tem um caráter competitivo. Respostas como banco de dados, ou a utilização de

cartões fidelidade podem ser vistos como formas diferenciadas e eficientes de

retenção de clientes.

Para a maior parte dos entrevistados a principal contribuição que estes

podem proporcionar ao Turismo de Pelotas é a divulgação da cidade. Esta

divulgação em todos os sentidos é uma estratégia fundamental e muito importante

para a promoção da cidade. Porém, determinar a forma de como Pelotas está sendo

divulgada é necessária e, deve ser de conhecimento de todos os envolvidos para

que não haja conflitos de interesses e objetivos individualizados.

As formas de comunicação para a promoção de Pelotas são exploradas de

diversas maneiras. A ‘internet’, o ‘Marketing Direto’, a ‘Venda Pessoal’ e os

‘Eventos’, as quais são as mais utilizadas pelos entrevistados, podem ser muito bem

trabalhadas desde que fique claro qual o público que se queira atingir. Logo após,

antes mesmo de definir qual o instrumento de comunicação a ser utilizado, deve

haver a determinação de qual o foco que se pretende trabalhar, ou seja, como as

empresas irão promover Pelotas. Só assim, poderá ser definido qual a melhor opção

de comunicação.

Quanto ao foco, ficou claro que para todos os entrevistados o elemento mais

trabalhado como promoção é o ‘doce’, seguido da ‘história e cultura’. Dessa forma,

Pelotas, pode-se valer da estratégia de utilizar como foco ambos os elementos, pois

o doce é um resultado de toda a história e cultura da cidade. No caso especifico de

Pelotas, o Turismo Cultural é um grande fator de motivação a ser explorado, por sua

riqueza de patrimônio histórico e cultural. A agregação destes elementos irá

proporcionar além de, um conhecimento e uma conscientização da importância da

Page 67: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

66

cidade, uma forma diferenciada de produto turístico.

Apesar dos entrevistados terem salientado que possuem uma comunicação

com outras empresas, sendo que muitas trabalham em conjunto através das mais

diversas formas de parcerias, curiosamente a falta de união foi destacado por

grande parte dos entrevistados. Portanto, tal contradição fica clara e sendo somada

à opinião de que para a maioria dos entrevistados o Turismo de Pelotas é mal

planejado e mal estruturado, verificam-se problemas e falhas no que se refere a

estrutura do Trade como um todo.

Tais problemas podem ser solucionados a partir das respostas dadas pelos

próprios entrevistados. Grandes iniciativas e projetos foram descobertos ao longo

desta pesquisa como os projetos: ‘Porto Escola’, ‘Turismo na Costa Doce’, etc.

Porém um fato realmente lamentável é que muitos não possuem conhecimento a

cerca destes.

Ao final desta pesquisa percebe-se que, Pelotas pode desenvolver-se como

um destino turístico em excelência se houver um maior conhecimento e

planejamento de uma forma estruturada e conjunta de promoção, sem deixar de

levar em conta que toda a forma de promoção deve estar ligada ao desenvolvimento

social e a infra-estrutura de uma cidade. Apesar das várias formas de promoção

utilizadas, constatou-se que a cidade não possui uma estrutura formada, ou melhor,

ainda está se desenvolvendo como um destino turístico, conforme detectado na

pesquisa realizada. Vale ressaltar ainda que a importância do Trade organizado é

fundamental, pois são todos os seus componentes que irão proporcionar através da

qualidade de seus serviços, a satisfação do turista e a definição de uma imagem

positiva de Pelotas.

Portanto, conclui-se que as estratégias promocionais utilizadas pelo Trade

turístico de Pelotas não são suficientes e eficazes, pois apesar dos entrevistados

citarem diversas ferramentas de fidelização em relação aos clientes e de

comunicação do foco do produto turístico, não há um objetivo comum entre os

componentes já que as iniciativas são individualizadas e não existe evidência de

uma comunicação e organização estratégica para a promoção de Pelotas como

destino turístico.

Page 68: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

6 REFERÊNCIAS

ANDRADE, José Vicente de. O produto turistico. In: ANDRADE, José Vicente de. Turismo: fundamentos e dimensões. 8 ed. São Paulo: Ática, 2000.

ARRILLAGA, José Ignácio de. Introdução ao Estudo do Turismo. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1976.

BARRETO, Margarita. Manual de Iniciação ao estudo do Turismo. Campinas: Ed. Papirus, 1995.

BARSA, Nova enciclopédia. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações, 1999.

CHURCHILL Jr., Gilbert A.; PETERS, J. Paul. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva 2003.

DIAS, Reinaldo; CASSAR, Maurício. Fundamentos do Marketing Turístico. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2005.

DORTA, Lurde, POMILIO, Rúbia A. Santos. As leis e o Turismo: uma visão panorâmica. São Paulo: Textonovo, 2003.

FGV - EAESP, Professores do Departamento de Mercadologia da. Gestão de Marketing. São Paulo: Ed. Saraiva, 2003.

FRANCHI, Antonio Carlos. O Marketing e os efeitos receptivos no Turismo. In.: DORTA, Lurdes; DROGUETT, Juan, (orgs.). Mídia, imagens do Turismo: uma proposta de desenvolvimento teórico para as áreas de comunicação e Turismo. São Paulo: Textonovo, 2004.

GRÖNROOS, Christian. Marketing: gerenciamento e serviços. 2ª ed. Rio de Janeiro, 2003. 4ª impressão.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

KOTLER, Philip [et al.] Marketing de Lugares: como conquistar crescimento de longo prazo na América Latina e no Caribe. São Paulo, Prentice Hall, 2006

MAGALHÃES, Mário Osório. Opulência e Cultura na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul: um estudo sobre a história de Pelotas (1860-1890). Pelotas: Ed. da UFPel/Livraria Mundial, 1993.

MALHOTRA, Naresh K. [et al.]. Introdução à pesquisa de Marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

Page 69: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

68

MOLINA, Sérgio, RODRÍGUEZ, Sérgio. Planejamento integral do Turismo: um enforque para a América Latina. Bauru, SP. EDUSC, 2001

OGDEN, James R. Comunicação Integrada de Marketing. Tradução e revisão técnica: Cristina Bacellar. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2002.

OMT. Introdução à metodologia da pesquisa em Turismo. São Paulo: Roca, 2005.

RUSCHMANN, Doris. Marketing Turístico: Um enfoque promocional.9 ed.Campinas, SP: Papirus, .1990.(Coleção Turismo).

REJOWSKI, Mirian (org). Turismo no percurso do tempo. São Paulo: Aleph, 2002.

SCHLÜLTER, Regina G. Metodologia da pesquisa em Turismo e hotelaria. São Paulo: Aleph, 2003. - (Série Turismo)

TEIXEIRA, Elder Lins. Gestão da Qualidade em Destinos Turísticos. Quality Mark, RJ, 1999.

URRY, John. O olhar do turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. 3ª ed. São Paulo. Studio Nobel, sesc, 2001.

VAROTO, Renato Luiz Mello. Lendo Pelotas. Renato Luiz Mello Varoto e Leonor Almeida de Souza Soares. 2 ed.Pelotas: Ed. da Universidade, 1995.

VIANNA, Ilca Oliveira de A. Metodologia do trabalho científico: um enfoque didático da produção cientifica. São Paulo: E.P.U., 2001.

WAINBERG, Jacques A. Anotações para uma teoria do Turismo In. GASTAL, Susana. Turismo: 9 propostas para um saber fazer. 2ª ed. Porto Alegre, EDIPUCRS, 2001.

ZARDO, Flávio Eduardo. Marketing Aplicado ao Turismo. São Paulo, Roca, 2003.

AMA: Dicionário de Termos. Disponível em:<http://www.Marketingpower.com/mg-dictionary-view2851.php> Acesso em: 03 jun. 2007.

CVB. Disponível em: <http://www.pelotasconventio.com.br/cvb.htm>. Acesso em 18 mai. 2007.

CVB: taxa de contribuição. Disponível em: <http://www.pelotasconvention.com.br/>. Acesso em: 05 jul. 2007.

CVB: A cidade degustando qualidade-Quinzena Gastronômica de Pelotas.Disponível em: <http://www.pelotasconvention.com.br/noticias_detalhe.asp?id_noticia=119> Acesso em 13 jul. 2007.

FBCVB. Disponível em: <http://www.fbcvb.com.br/>. Acesso em: 07 jul. 2007.

FENADOCE. Disponível em: <http://www.fenadoce.com.br/>. Acesso em: 09 jul. 2007

Page 70: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

69

Ministério do Turismo: Turista Itinerante: Disponível em: <http://institucional. turismo.gov.br/> Acesso em: 05 jul. 2007.

Pelotas Convention: CVB. Disponível em:<http://www.pelotasconvention.com.br/cvb. htm>. Acesso em: 18 mai. 2007.

Prefeitura de Pelotas: Pelotas Cultural. Disponível em: http://www.pelotas.rs.gov.br/ Acesso em: 09 jul.2007.

Prefeitura de Pelotas: Pelotas Colonial. Disponível em: <http://www.pelotas.rs.gov.br/ politica_desenv_economico/ste/atracoes_turisticas/pelotas_colonial.htm>. Acesso em: 10 jul. 2007.

Prefeitura de Pelotas: Pelotas, comércio. Disponível em:<http://www.pelotas.rs.gov. br/politica_desenv_economico/ste/atracoes_turisticas/pelotascomercio.htm.> Acesso em: 10 jul. 2007.

Portal Costa Doce: AD Costa Doce. Disponível em: <http://www.portalcostadoce.com .br/site/governanca.asp>. Acesso em: 10 jul. 2007.

Portal Costa Doce: Pelotas, Praia do Laranjal. Disponível em: <http://portalcostadoce .com.br/site/praiaLaranjal.asp>. Acesso em 09 de jul. 2007.

Rede Versare. Disponível em: <http://www.redeversare.com.br/site/conheca.asp>. Acesso em: 09 jul. 2007.

Rieli: Turista Itinerante. Disponível em:<http://www.rieli.com.br/profissao/pb10.htm> Acesso em: 08 jul. 2007.

Roteiro Brasil: Turismo de Negócios. Disponível em: <http://www.roteirobrasil.jor.br>. Acesso em: 05 jul. 2007.

SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/br/home/index.asp>. Acesso em 15 jul. 2007.

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC: Processo de Comunicação. Dispo- nível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta99/berger/figura/1.gif>. Acesso em: 15 mai. 2007.

Wikipedia: Trade Turístico. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/trade-turistico/ >. Acesso em: 13 mai. 2007.

Wikipedia: Abraham Masolw. Disponível em:<http://wikipedia.org/wiki/hierarquia_ de_necessidades_de_Maslow> .Acesso em 23 mai. 2007.

Wikipedia: Turismo Receptivo. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Turismo>. Acesso em: 07 jul. 2007.

Page 71: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

APÊNDICE

Page 72: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …...À Deus, pelas oportunidades concedidas e pela força em todos os momentos em que mais precisei da força divina para superar

71