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MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA E INOVAÇÃO - MCTI INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DA MOSCA-NEGRA-DOS-CITROS, Aleurocanthus woglumi (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE) E DE SEUS INIMIGOS NATURAIS EM UM PLANTIO DE CITROS, MANAUS, AMAZONAS, BRASIL Maiara da Silva Gonçalves Manaus, Amazonas Junho, 2013

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MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA E INOVAÇÃO - MCTI INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DA MOSCA-NEGRA-DOS-CITROS,

Aleurocanthus woglumi (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE) E DE SEUS INIMIGOS

NATURAIS EM UM PLANTIO DE CITROS, MANAUS, AMAZONAS, BRASIL

Maiara da Silva Gonçalves

Manaus, Amazonas

Junho, 2013

Maiara da Silva Gonçalves

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DA MOSCA-NEGRA-DOS-CITROS,

Aleurocanthus woglumi (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE) E DE SEUS INIMIGOS

NATURAIS EM UM PLANTIO DE CITROS, MANAUS, AMAZONAS, BRASIL

Orientador(a): Dra. Beatriz Ronchi-Teles

Co-orientador(a): Dra. Márcia Reis Pena

Dissertação apresentada ao

Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia como parte dos

requisitos para obtenção do título

de Mestre em Ciências Biológicas

(Entomologia).

Manaus, Amazonas

Junho, 2013

ii

iii

BANCA EXAMINADORA

Dr. Neliton Marques da Silva

Universidade Federal do Amazonas

Membro titular

Dr. Geraldo José Nascimento de Vasconcelos

Universidade Estadual do Amazonas

Membro titular

Dra. Rachel da Silva Corrêa

Escola Superior Batista do Amazonas

Membro titular

Dr. José Wellington de Morais

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

Membro suplente

Dra. Vivian de Siqueira Dutra

Universidade Federal do Amazonas

Membro suplente

iv

Dedico

Aos meus pais Nelma Shirley e David Benedito, que me deram os bens mais

preciosos: a vida e a liberdade de escolher meu caminho.

v

Ofereço

Ao meu querido Álvaro César por ser companheiro de todas as horas, pelo

carinho, dedicação, incentivos diários e pela fé inabalável em mim.

vi

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA pela oportunidade de

realizar este projeto e aprimorar minha formação.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, pela

bolsa de estudos concedida para realização do Mestrado.

Ao Sr. Osiris Silva, proprietário do sítio Brejo do Matão por permitir a realização

deste trabalho em um dos plantios de Laranja Pera.

À Dra. Beatriz Ronchi Teles, pela orientação e confiança em mim depositada.

À Dra. Márcia Reis Pena, por todas as excelentes sugestões, pelo incentivo

constante, por sempre acreditar no meu potencial, pela amizade ao longo desses

anos: muitíssimo obrigada por tudo!

À Malu Christine Barbosa Feitosa pelo enorme auxílio com as lâminas de

parasitóides e identificação, companhia, conselhos e sugestões.

Ao Dib Mady Diniz Gomes pela companhia em laboratório e auxílio imprescindível

nas coletas e triagens.

Ao Bruno Garcia Oliveira, que em pouco tempo ajudou tanto com boas idéias e

bibliografias indispensáveis e bom humor diário.

Ao amigo Pedro Aurélio Costa Lima Pequeno pela imensurável ajuda nas análises

estatísticas, gráficos e boas sugestões.

Ao Willians Lourenço Porto pelas incontáveis ajudas com questões estatísticas,

companhia e desabafos em „mineirês‟ no laboratório, além do sagrado café e

bolachas de toda tarde.

Aos colegas de curso pelas companhias durante as disciplinas e bons momentos

de descontração nos corredores do prédio de Entomologia.

Aos professores do curso de Entomologia por passarem valiosos ensinamentos

que só a vasta experiência pode transmitir.

Aos queridos amigos de longa data Ives Montefusco, Aline Castro, Luciana

Frazão, Elis Perrone, Kim Machado e Ed Barros pelas visitas, ligações, palavras

constantes de incentivo e torcida diária para que este trabalho fosse bem

sucedido, muito obrigada mesmo!

vii

Às amigas da FAK, Márcia Marques, Natália Wagner, Mayana Nobre e Marianna

Sarmanho por ouvirem minhas dificuldades e torcerem sempre por mim.

A todos que de alguma forma auxiliaram na realização deste trabalho.

viii

RESUMO

A mosca-negra-dos-citros, Aleurocanthus woglumi Ashby (Hemiptera: Aleyrodidae) é uma importante praga asiática que tem causado danos à citricultura brasileira desde que foi introduzida no país, em 2001. Objetivou-se neste estudo verificar a flutuação populacional da mosca-negra-dos-citros, A. woglumi, de seus possíveis inimigos naturais e a influência de fatores bióticos e abióticos na flutuação no município de Manaus/AM. As coletas foram realizadas quinzenalmente em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.), no sítio Brejo

do Matão (0251‟12.6‟‟ S; 06002‟40.6‟‟ O) durante o período de dezembro de 2011 a novembro de 2012. Para o estudo de flutuação populacional de mosca-negra e seus inimigos naturais associados, foram selecionadas ao acaso dez plantas, em caminhamento zigue zague. Em cada planta foi colocada uma armadilha adesiva amarela. Nestas plantas foi realizado o estudo da flutuação populacional dos imaturos (ovos e ninfas) de mosca-negra e sua distribuição por quadrante (norte, sul, leste e oeste). Foi escolhido aleatoriamente um ramo por quadrante em cada planta, e de cada ramo foram retiradas seis folhas - da base, meio e ápice do ramo - totalizando 24 folhas por planta. O maior pico populacional de mosca-negra-dos-citros ocorreu no período chuvoso. Não houve diferença significativa na quantidade de adultos, ovos e ninfas de A. woglumi entre período chuvoso e seco. Não houve diferença significativa na quantidade de ovos e ninfas de A. woglumi entre os quadrantes. Foram coletados os inimigos naturais de A. woglumi com representantes das ordens Neuroptera: Chrysopidae e Coleoptera: Coccinelidae. Estes predando ninfas de mosca-negra. Foi verificada a ação parasitária de insetos da ordem Hymenoptera pertencentes às famílias Aphelinidae e Encyrtidae. Dentre as populações de parasitóides encontradas, Cales sp. e Arrenophagus sp. foram as que estiveram mais relacionadas com a flutuação populacional da mosca-negra. Os resultados deste trabalho refletem a viabilidade de se estabelecer um programa de manejo integrado de A. woglumi, sendo necessários estudos complementares sobre a flutuação populacional da mosca-negra e biologia de seus parasitóides para que o programa de MIP seja realizado de forma efetiva. Palavras chave: Citricultura, parasitóides, Aphelinidae, Encyrtidae, Chrysopidae

ix

ABSTRACT

The citrus blackfly, Aleurocanthus woglumi Ashby (Hemiptera: Aleyrodidae) is an important Asiatic pest which has been damaging the brazilian citriculture since it was introduced in the country, in 2001. This study had the aim to verify the populational fluctuation of citrus blackfly, A. woglumi, and of its possible natural enemies and the influence of biotic and abiotic factors on the fluctuation in Manaus/AM. The evaluations occurred fortnightly in a Sweet Orange (Citrus

sinensis L.) crop, at Sítio Brejo do Matão (0251‟12.6‟‟ S; 06002‟40.6‟‟ O), during the period of December 2011 to November 2012. For the population fluctuation study of citrus blackfly and its associated and efective natural enemies, ten plants from the crop were selected at random. In each plant was placed a yellow sticky trap. On these same plants was conducted the population fluctuation study of citrus blackfly immatures (eggs and nymphs) and their distribution per quadrants (north, south, east and west). It was chosen at random a branch per quadrant in each tree, and from each branch were removed six leaves – from the base, middle and apex of the branch – totalizing 24 leaves per tree. The highest citrus blackfly peak occurred during the period of higher rainfall. There were no difference on the quantity of adults, eggs and nymphs of A. woglumi during rainy and dry period. There were no difference on the quantity of eggs and nymphs of A. woglumi among the quadrants. There were collected the natural enemies of A. woglumi from Neuroptera order, Chrysopidae family and Coleoptera: Coccinelidae. These preying on blackfly nymphs. The parasitic action of insects from Hymenoptera order belonging to Aphelinidae and Encyrtidae families was verified. Among the populations of parasitoids found, the genus Cales sp. and Arrenophagus sp. were the most correlated to the population fluctuation of citrus blackfly. The results of this work reflect the viability of establishing an integrated managing program of A. woglumi, being necessary complementary studies about the population fluctuation of A. woglumi and the biology of its natural enemies in a way the MIP program can be done effectively. Key words: Citriculture, parasitoids, Aphelinidae, Encyrtidae, Chrysopidae

10

SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO.................................................................................................ii

AGRADECIMENTOS..............................................................................................vi

RESUMO...............................................................................................................viii

ABSTRACT.............................................................................................................ix

LISTA DE FIGURAS..............................................................................................11

1.0 – INTRODUÇÃO..............................................................................................15

2.0 - REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................17

2.1 – Citricultura.....................................................................................................17

2.2 – Mosca-negra-dos-citros, Aleurocanthus woglumi.........................................18

2.2.1 – Taxonomia e aspectos gerais....................................................................18

2.2.2 - Distribuição Geográfica e Histórico............................................................19

2.2.3 – Biologia......................................................................................................19

2.2.4 - Danos.........................................................................................................22

2.2.5 - Plantas hospedeiras ..................................................................................22

2.2.6 – Controle.....................................................................................................23

2.2.6.1 – Controle biológico...................................................................................23

2.2.6.1.1 – Predadores..........................................................................................23

2.2.6.1.2 – Parasitóides.........................................................................................24

2.2.6.1.3 - Fungos entomopatogênicos.................................................................26

2.2.6.2 – Controle químico.....................................................................................27

2.2.6.3 – Controle alternativo com extratos botânicos...........................................28

2.2.7 - Flutuação populacional...............................................................................28

3.0 - OBJETIVOS...................................................................................................30

3.1 - Objetivo Geral................................................................................................30

3.2 - Objetivos específicos......................................................................................30

4.0 - MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................31

4.1 - Local de estudo..............................................................................................31

4.2 – Amostragens da mosca-negra-dos-citros, A. woglumi e de seus inimigos

naturais associados...............................................................................................32

4.2.1 - Amostragem com armadilhas adesivas amarelas......................................32

11

4.2.2 - Coleta de Imaturos de A. woglumi nas folhas.............................................33

4.2.3 - Coleta e identificação de inimigos naturais.................................................33

4.2.3.1 - Predadores .............................................................................................33

4.2.3.2 – Parasitóides............................................................................................33

4.3 Registro das variáveis abióticas......................................................................35

4.4 - Análise dos dados.........................................................................................35

4.4.1. Testes de normalidade e homocedasticidade.............................................35

4.4.2. Influência das variáveis abióticas na flutuação populacional da mosca-negra

e inimigos naturais.................................................................................................35

4.4.3. População da mosca-negra em período chuvoso e período seco...............36

4.4.4. Distribuição de imaturos da mosca-negra por quadrantes e período..........36

4.4.5. Relação entre mosca-negra e novos brotamentos foliares..........................36

4.4.6. Relação entre predadores, parasitóides e ninfas de mosca-negra..............36

4.4.7. Distribuição de parasitóides por quadrantes e período................................36

5.0 – RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................37

5.1 Flutuação populacional de adultos e imaturos de A. woglumi e sua distribuição

espacial nos quadrantes leste, oeste, norte e sul da planta..................................37

5.1.1 - Flutuação populacional de adultos e imaturos de A. woglumi, coletados em

armadilhas adesivas amarelas e em folhas, respectivamente, e sua correlação

com os fatores abióticos........................................................................................37

5.1.2. – Distribuição espacial de ovos e ninfas (I, II, III e IV) de A. woglumi

coletados em folhas durante período chuvoso e seco...........................................40

5.1.2.1 – Relação entre adultos e imaturos de A. woglumi e fatores bióticos

(ocorrência de brotações)......................................................................................42

5.2 - Inimigos naturais associados, da mosca-negra-dos-citros, Aleurocanthus

woglumi em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.)

...............................................................................................................................43

5.2.1 Registro dos agentes de controle biológico..................................................43

5.2.1.1 – Fungos entomopatogênicos....................................................................43

5.2.1.2 – Predadores..............................................................................................44

5.2.1.3 – Parasitóides............................................................................................46

12

5.2.2 – Flutuação populacional de inimigos naturais da mosca-negra-dos-citros, A.

wolumi em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.)...................................50

5.2.2.1 Predadores................................................................................................50

5.2.2.2 Parasitóides...............................................................................................52

5.2.2.2.1 Relação entre flutuação populacional de A. woglumi e parasitóides....52

5.2.2.2.2 Distribuição espacial dos parasitóides da mosca-negra-dos-citros,

A.wolumi nos diferentes quadrantes da planta (norte, sul, leste e oeste) em um

pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.). ..........................................................57

6.0 – CONCLUSÕES.............................................................................................58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................59

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Imagem de satélite do talhão onde foram realizadas as coletas.........31

Figura 2 – Croqui da área de estudo, no sítio Brejo do Matão, BR174 – km 15,

caminhamento em zigue-zague e plantas marcadas.............................................32

Figura 3 – Flutuação populacional de adultos de A. woglumi capturados em

armadilhas adesivas amarelas e sua correlação com o índice pluviométrico (mm)

(teste de regressão simples, p = 0,67), temperatura média (25,5±0,1°C)

(regressão simples, p = 0,51) e umidade relativa média (67,6±0,8%) (regressão

simples, p = 0,37) coletados no período de dezembro de 2011 a novembro de

2012 em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.).......................................38

Figura 4 – Distribuição temporal de adultos, ovos e ninfas de todos os ínstares de

Aleurocanthus woglumi Ashby (Aleyrodidae) durante período chuvoso (dezembro

de 2011 a maio de 2012) e período seco (junho a novembro de 2012), utilizando

teste T para adultos (p = 0,45) e ovos (p = 0,22) e teste Wilkoxon para ninfas (p =

0,81).......................................................................................................................39

Figura 5 – Distribuição espacial de ovos por quadrantes no período chuvoso

(ANOVA, p = 0,23) e no período seco (ANOVA, p = 0,15)....................................41

Figura 6 – Distribuição espacial de ninfas de A. woglumi em período chuvoso

(Kruskal-Wallis, p = 0,45) e período seco (Kruskal-Wallis, p = 0,3).......................41

13

Figura 7 – Relação entre quantidade de ovos (p = 0,6), ninfas (p = 0,31) e adultos

de A. woglumi (p = 0,26) e presença (S) ou ausência (N) de novas brotações

utilizando teste T de duas amostras......................................................................42

Figura 8 – Fungos entomopatogênicos Aschersonia aleyrodis e outro não

identificado sobre ovos ninfas de A. woglumi em um pomar de Laranja Pêra

(Citrus sinensis L.)..................................................................................................44

Figura 9 – A) Larva de Scymnus predando ninfas de III e IV ínstar de A. woglumi;

B) Vista dorsal do adulto de Scymnus; C) Vista ventral do adulto............................44

Figura 10 – A) Ceareochrysa sp. 1; B) Ceareochrysa sp. 2; C) Leucochrysa.

.............................................................................................................................. 45

Figura 11 – Larvas de crisopídeos com restos de ninfas de A. woglumi. A) Larva

de crisopídeo ainda esbranquiçada, com poucos restos de ninfas de A. woglumi

na carapaça; B) Larva de crisopídeo com carapaça mais enegrecida; C) Larva de

crisopídeo em campo com carapaça completamente cheia de restos de ninfas de

A. woglumi...............................................................................................................46

Figura 12 – Parasitóides da família Aphelinidae emergidos de ninfas de III e IV

ínstar de A. woglumi. A) Aphelinus cf.; B) Fêmea de Cales cf.; D) Macho de Cales

cf.............................................................................................................................49

Figura 13 - Parasitóides da família Encyrtidae emergidos de ninfas de III e IV

ínstar de A. woglumi. A) Fêmea de Arrenophagus cf.; B) Fêmea de Encyrtidae

cf.............................................................................................................................49

Figura 14 – Análise de Regressão Simples entre crisopídeos adultos e ninfas de

A. woglumi (r2 = 0,01, p = 0,68)..............................................................................50

Figura 15 – Correlação entre Precipitação acumulada no período de dezembro de

2011 a novembro de 2012 (teste de Regressão Simples, r2 = 0,13, p = 0,23),

Temperatura média (teste de Regressão Simples, r2 = 0,06, p = 0,41), Umidade

Relativa (teste de Regressão Simples, r2 = 0,01, p = 0,66) e o número total de

crisopídeos adultos coletados................................................................................51

Figura 16 – Flutuação populacional de parasitóides encontrados em armadilhas

adesivas e ninfas de todos os estádios de A. woglumi..........................................53

Figura 17. Flutuação populacional dos parasitóides emergidos de ninfas III e

ninfas IV de A. woglumi e ninfas de todos os estádios de A. woglumi..................53

14

Figura 18. Análise de regressão simples da relação entre ninfas de A. woglumi e

parasitóides Aphelinus sp. encontrados em armadilhas adesivas (r2 = 0,07, p =

0,37) e emergidos (r2 = 0,004, p = 0,83)................................................................54

Figura 19 – Análise de regressão simples da correlação entre parasitóides

Arrenophagus sp. encontrados em armadilhas adesivas e ninfas de A. woglumi (r2

= 0,06, p = 0,003) e Arrenophagus sp emergidos e ninfas de A. woglumi (r2 = 0,09,

p = 0,34).................................................................................................................54

Figura 20 – Análise de regressão simples da relação entre Cales sp. encontrados

em armadilhas adesivas e ninfas de A. woglumi (r2 = 0,78, p = 0,0001) e Cales sp

emergidos e ninfas de A. woglumi.........................................................................55

Figura 21 – Distribuição espacial por quadrantes dos Parasitóides emergidos de

ninfas de A. woglumi durante o período chuvoso (ANOVA, p = 0,94) e durante

período seco (ANOVA, p = 0,7) em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.)

no período de dezembro de 2011 a novembro de 2012........................................57

15

1.0 - Introdução

O Brasil é o maior produtor e exportador do suco de laranja e detém 37%

da produção mundial. Em 2012 foram produzidas 19.901.149 toneladas de laranja

(Agrianual, 2013). Em cinco décadas o país se tornou referência mundial na

produção de citros, com mudas e viveiros certificados, cultivares de laranja bem

estruturados e industrialização do suco para abastecer tanto o mercado

consumidor interno quanto os mercados consumidores europeu, asiático e norte-

americano, gerando lucros de 1 a 2 bilhões de dólares por ano ao Brasil (Neves et

al. 2010).

A mosca-negra-dos-citros, Aleurocanthus woglumi Ashby (Hemiptera:

Aleyrodidae) causa grandes prejuízos à citricultura em muitos países. Essa praga,

de origem asiática, foi detectada no Brasil em 2001, no estado do Pará, atingindo

o estado do Amazonas em 2004 e São Paulo, o maior polo citrícola do mundo em

2008 (Dietz e Zetek, 1920, Lemos et al. 2006, Jordão e Silva 2006, Pena et al.

2008, Ronchi-Teles et al. 2009, ADAB 2011, IDAF 2010, Correia et al. 2011).

Atualmente encontra-se amplamente disseminada no Brasil, ocorrendo em quase

todas as regiões, com exceção dos estados da Região Sul.

É uma praga de hábito alimentar polífago tendo os citros como hospedeiros

primários, ou seja, são os preferidos (Oliveira et al. 1999). No entanto, se estiver

em elevada densidade populacional, os adultos de A. woglumi podem dispersar

para outras plantas hospedeiras que estiverem próximas (Nguyen e Hamon,

2003), como por exemplo: Abacate (Persea americana Mill.), Bananeira (Musa

spp.), Café (Coffea arabica L.), Caju (Anacardium occidentale L.), Carambola

(Averrhoa carambola L.), Gengibre (Zingiber officinale Roscoe), Goiaba (Psidium

guajava L.), Graviola (Annona muricata L.), Mamão (Carica papaya L.), Manga

(Mangifera indica L.), Maracujá (Passiflora edulis Sims.), Pêra (Pyrus spp.), Rosa

(Rosa spp.), Sapoti (Manilkara zapota L.) e Uva (Vitis vinifera L.), plantas onde foi

observada a presença de A. woglumi (MAPA, 2011).

A alimentação das ninfas e adultos prejudica a planta pela sucção da seiva

nas folhas, causando danos celulares ao removerem nutrientes e pelos danos

indiretos pela produção de “honeydew” que são excretas açucaradas (Dowell et

al. 1981) que proporcionam o crescimento do fungo fumagina (Capnodium sp.),

16

fazendo com que as folhas não consigam fotossintetizar e os frutos se tornem

enegrecidos (Nguyen et al. 2003).

De acordo com Martinez (1982), o controle químico da mosca-negra-dos-

citros é oneroso e pouco eficiente. O controle biológico tem sido mais eficiente

que o controle químico, em diversas partes do mundo, e é realizado utilizando

predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos.

Os principais inimigos naturais da mosca-negra são os coleópteros Azya

trinitatis Marshall, Azya sp., Pentilia castanea Mulsant, Curinus sp., Delphastus

sp., Diomus sp. e Stethorus sp., os crisopídeos Chrysopa sp. e Nodita sp., os

fungos Aegerita webberi Fawcett e Aschersonia aleyrodis Webber (Martínez,

1979) e os parasitóides Amitus hesperidum Silvestri e Encarsia opulenta Silvestri

(Nguyen et al., 1983).

Os estudos de flutuação populacional de insetos praga servem como

parâmetros importantes para programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP)

(Gazzoni et al. 1988), pois permitem conhecer melhor como as populações se

comportam ao longo do tempo e quais fatores externos bióticos e abióticos têm

correlação mais estreita, influenciando positiva ou negativamente a flutuação

populacional (Fernandes et al. 2003).

As informações obtidas com estudos de flutuação populacional de insetos

pragas permitem a previsão de picos populacionais (Cividanes, 2000) e a

definição de métodos de controle (Silveira Neto et al. 1976, Rodrigues et al.

2010).

Como o MIP é caracterizado como um manejo que altere o mínimo

possível o ambiente, é necessário fazer uma amostragem rápida e eficiente das

pragas e seus inimigos naturais (Fernandes et al. 2003). Estas informações são

muito importantes para que os produtores possam planejar melhor a necessidade

de controle e evitar desequilíbrios ecológicos no pomar.

2.0 - Revisão de literatura

2.1 - Citricultura

Atualmente o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, ficando

atrás da China (122 milhões de toneladas) e da Índia (84 milhões). Dos 39

17

milhões de toneladas de frutas produzidas no Brasil, 48% é de laranja, com 19,1

milhões de toneladas, estabelecendo-se como o país que mais produz laranja e

suco de laranja no mundo (FAO, 2012, Agrianual, 2013).

Além de ser o maior produtor de suco de laranja, detendo 37% da

produção mundial, o Brasil é também o maior exportador de suco congelado e

não congelado. Em 2012 foram produzidas 19.901.149 toneladas de laranja

(Agrianual, 2013). O Estado de São Paulo é o que mais tem municípios

produtores de laranja e melhor área plantada, sendo responsável por 76,3% da

produção brasileira (IBGE, 2012).

A maior parte do suco congelado é exportado para a Bélgica, Japão e

países baixos e o suco não congelado é exportado principalmente para a Bélgica

também, países baixos, Estados Unidos e Suíça além de outros 45 países. A

exportação de fruta in natura é pequena e, somada à fruta comercializada

internamente, representa 30% da produção (Agrianual, 2013).

No Amazonas, a citricultura é uma atividade que aos poucos vem se

incorporando ao processo de integração agroindustrial, por se adaptar bem às

condições edafoclimáticas da região, ser portadora de alta densidade-renda e

possuir mercado tanto para o produto in natura, quanto para seus subprodutos,

como suco concentrado, no resto do Brasil (Benedito, 1995, Gasparotto et al.

1998). A área destinada a produção de citros no Amazonas é de cerca de 2.951

hectares, com 343.642 frutos produzidos, entre as culturas de laranja, limão e

tangerina (IDAM, 2010).

A produção de laranja no Estado despertou o interesse dos produtores em

virtude do bom preço que a fruta tem alcançado no mercado (Silva e Souza,

2002). A área de produção está concentrada nos municípios de Rio Preto da Eva,

Manaus, Iranduba, Itacoatiara, Beruri, Presidente Figueiredo, Manacapuru e

Manaquiri, em ordem decrescente de produção (IDAM, 2010).

A citricultura nacional tem se mostrado bastante vulnerável aos diversos

problemas fitossanitários que têm surgido ao longo da sua história e que são

responsáveis por grandes perdas para a cultura (Santos, 2009).

Entre estes problemas fitossanitários, estão os causados por vírus e

bactérias, transmitidos por insetos e ácaros vetores e também por insetos e

18

ácaros pragas. Estas limitações têm sido uma constante na história da citricultura

nos principais centros produtores mundiais, o que ocasiona variações nos

sistemas de manejo como um todo (Müller et al. 2005).

A rápida propagação de doenças e pragas eleva o custo de produção

(Agrianual, 2003). As pragas são responsáveis pelos altos custos de implantação

e manutenção dos pomares cítricos, além de causar prejuízos decorrentes da

perda de colheitas e mercados (Maia, 2008).

Dentre as pragas dos citros que mais causam prejuízos no Amazonas

estão: o ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis Geijskes), que transmite o vírus

da leprose, pulgão preto (Toxoptera citricida Kirkaldy), vetor do vírus da tristeza

dos citros, cigarrinhas dos gêneros Acrogonia sp., Oncometopia sp., Homalodisca

sp., vetores da bactéria Xylella fastidiosa Wells, que causa a doença Clorose

Variegada de Citros (CVC) e a mosca-negra-dos-citros, que ao sugar nutrientes

da planta e deixar uma excreta açucarada, permite a formação de fumagina,

impedindo que ocorra respiração e fotossíntese, reduzindo a frutificação em até

80% (Bentes et al. 2007).

2.2 – Mosca-negra-dos-citros, Aleurocanthus woglumi

2.2.1 – Taxonomia e aspectos gerais

A mosca-negra-dos-citros, Aleurocanthus woglumi Ashby foi descrita de

forma técnica pela primeira vez por Quaintance e Baker em um manuscrito,

utilizado por Ashby posteriormente para descrever detalhadamente, mesmo de

forma não técnica, os estágios de vida do inseto (Dietz e Zetek, 1920). É um

inseto da ordem Hemiptera, subordem Stenorryncha e pertencente à família

Aleyrodidae. Possui as sinonímias Aleurocanthus punjabensis Corbett e

Aleurocanthus husain Corbett (Raga e Costa, 2008). Os adultos têm o corpo

vermelho alaranjado e as asas azuladas, mas na incidência da luz parecem

enegrecidas. As fêmeas medem cerca de 1,3 mm e os machos 0,9 mm de

comprimento (Silva et al. 2011). Os ovos são amarelados, as ninfas de primeiro

ínstar são bem clara, as de segundo ínstar tem coloração marrom e as ninfas de

terceiro e quarto ínstar são de fato enegrecidas (Dietz e Zetek, 1920).

19

2.2.2 - Distribuição Geográfica e Histórico

A mosca-negra-dos-citros está disseminada por quatro continentes:

Américas, Ásia, África e Oceania (Heu e Nagamine, 2001, Cosave, 1999).

Na América do Norte está presente nos Estados Unidos, Bermudas e México. Na

América Central e Caribe foi encontrada na Bahamas, Barbados, Costa Rica,

Cuba, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Haiti, Ilhas Caimã,

Jamaica, Nicarágua, Panamá, Porto Rico, Antilhas Holandesas e Trinidad. Na

América do Sul está na Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Guiana Francesa,

Suriname e Brasil (Hart et al. 1978, EPPO, 2008, Nguyen e Hamon, 1983 e Heu e

Nagamine, 2001, Maia et al. 2005, MAPA, 2011).

Foi constatada pela primeira vez no Brasil, em 2001, no estado do Pará

(Maia et al. 2005), em seguida, detectada em 2003 no Maranhão (Lemos et al.

2006); em 2004 foi registrada a primeira ocorrência no Amazonas, nos municípios

de Rio Preto da Eva, Itacoatiara e Iranduba (Ronchi-Teles et al. 2009); em

Tocantins (MAPA, 2008) e no Amapá em 2006 (Jordão e Silva, 2006), Goiás e

São Paulo em 2008 (Pena et al. 2008), Roraima em 2009 (Raga et al. 2011),

Paraíba em 2009 (Lopes et al. 2010), na Bahia em 2010 (ADAB, 2010), Ceará em

2010 (ADAGRI, 2010) e Pernambuco em 2010 (ADAGRO, 2010). Era

considerada praga quarentenária presente de alerta máximo (A2) (MAPA, 2008),

no entanto, como está disseminada em mais da metade dos estados brasileiros,

já não pode mais ser considerada praga exótica limitada a apenas algumas

regiões.

2.2.3 - Biologia

A mosca-negra-dos-citros realiza a oviposição na superfície abaxial das

folhas, geralmente em forma de espiral, mas pode não haver nenhum formato

caso a fêmea adulta esteja sob condições de estresse e o número de ovos em

uma espiral pode variar tanto quanto a forma e a média é de 32 ovos por espiral,

podendo haver até 50 espirais numa mesma folha (Dietz e Zetek, 1920).

Entre 11 a 20 dias, as ninfas de primeiro ínstar eclodem. Têm formato

ovalado e alongado, são esbranquiçadas e possuem pernas e antenas curtas. É a

única fase além da adulta em que há mobilidade. No final desta fase, que tem

20

duração de 7 a 16 dias, as ninfas perdem as pernas e fixam o aparelho bucal na

folha para o início da alimentação (Raga e Costa, 2008).

No segundo ínstar, o inseto tem um formato mais ovalado e convexo,

medindo 0,40 mm x 0,20 mm e de coloração marrom escura com espinhos

dorsais mais numerosos e proeminentes (Raga e Costa, 2008). Essa fase dura de

5 a 30 dias em indivíduos de laboratório, enquanto que no campo, o tempo

máximo observado foi de 21 dias (Dietz e Zetek, 1920).

Os indivíduos que estão entrando no terceiro ínstar levam de meia hora a

duas para se tornarem completamente escurecidos, de cor preto brilhante. Os

espinhos são mais numerosos e resistentes que no segundo, com convexidade

mais pronunciada e de contorno mais ovalado. Neste ínstar os sexos podem ser

definidos, sendo os machos pelo menos 1/3 menores do que as fêmeas, que são

sempre mais largas. A duração da fase é de 6 a 20 dias (Dietz e Zetek, 1920).

No quarto ínstar, também chamado de pupa, os insetos demoram de uma

hora à uma hora e meia para terem cor preta mais brilhante e com uma cera

branca ao redor do corpo. Os machos geralmente secretam muito mais cera que

as fêmeas. A duração deste período é irregular, variando de 16 a 80 dias em

laboratório. Em campo, o maior tempo registrado foi de 48 dias (Dietz e Zetek,

1920).

Após emergirem da pupa, e deixarem uma abertura em forma de “T”, os

adultos geralmente descansam ao lado dela até que várias partes do corpo já

estejam mais rígidas. Medem cerca de 0,99 a 1,24 mm, sendo as fêmeas maiores

que os machos (Raga e Costa, 2008). A cabeça, tórax e abdome são da cor

“vermelho tijolo”, sendo o vértice da cabeça amarelo pálido. As pernas e antenas

são esbranquiçadas e os olhos são vermelhos ou marrom avermelhados. As asas

são escuras, de cor azul ardósia com manchas incolores, parecendo uma faixa

branca (Dietz e Zetek, 1920; Dowell et al. 1981).

Após o enrijecimento do corpo, os adultos deixam sua posição inicial e

começam a buscar alimento para depois acasalar. No campo, o acasalamento

pode ocorrer a qualquer hora do dia, sendo mais freqüente no fim da tarde, devido

ao aumento no número de adultos que se juntam ao longo do dia. Segundo as

observações de Dietz e Zetek (1920) os adultos são fototrópicos positivos, pois

21

sempre se juntavam no lado da gaiola onde a luz era mais forte e a duração da

vida foi de, em média, uma semana, podendo chegar a até 12 dias.

O ciclo de ovo a adulto é de 45 a 133 dias, dependendo da temperatura

(Nguyen e Hamon, 1993). No Pará, em estudo realizado em laboratório, o ciclo da

mosca-negra-dos-citros foi de 59 a 88 dias, com média de 74 dias, sendo cerca

de 4,9 gerações ao ano. Foi observada uma baixa taxa de sobrevivência de ovos

e ninfas, relacionada com presença de predadores, parasitóides e altas

precipitações (Cunha, 2003).

No Maranhão, Lopes (2009) observou que não houve diferença estatística

na duração do ciclo biológico de A. woglumi nos hospedeiros laranjeira e

mangueira com 66,71 e 69 dias, respectivamente, valores inferiores aos

encontrados por Pena et al. (2009) e Cunha (2003) que observaram durante três

meses a biologia da mosca-negra em condições brasileiras.

Martinez (1982), em trabalho realizado na Venezuela em condições de

campo, verificou uma taxa de 16,8% de viabilidade dos ovos enquanto que em

laboratório observou maior taxa de viabilidade dos ovos (44,7%). A redução da

taxa observada em campo foi atribuída à possível influência de variações

climáticas e inimigos naturais.

De acordo com Dowell et al. (1981), chuva, vento e baixa umidade são

fatores ambientais importantes para a mosca-negra-dos-citros, assim como para

qualquer inseto. O desenvolvimento favorecido pela faixa de temperatura de 20 a

34C e umidade relativa de 70 a 80% (EPPO, 2008), o que facilita sua dispersão

por quase todos os Estados do país.

Observações feitas por Lopes (2010) indicam que no estudo do ciclo

biológico da mosca-negra, tanto a duração como a viabilidade das fases de

desenvolvimento foram muito afetadas pelo controle natural, pois nas fases de

ovo até ninfa de segundo ínstar observou-se grande mortalidade das mesmas

devido à presença de agentes externos, como os ácaros predadores Amblyseius

acalyphus Denmark e Muma, 1973 e Amblyseius aerialis Muma, 1955 (Acari:

Phytoseiidae).

22

2.2.4 - Danos

Tanto os adultos como as ninfas causam injúrias às plantas por se

alimentarem no floema, sugando a seiva. Eliminam uma secreção açucarada que

causa o aparecimento de fungos saprófitos, formando a fumagina (Oliveira et al.

2001) que diminui a quantidade de luz incidente sobre os órgãos clorofilados da

planta, reduzindo a capacidade de fotossíntese. O fato de se posicionarem na

parte abaxial da folha também interfere com as trocas gasosas feitas através dos

estômatos.

Do ponto de vista econômico, as fumaginas podem prejudicar a qualidade

dos produtos agrícolas, alterando a aparência dos mesmos (Bergamin Filho et al.

1995). A produção de frutos é reduzida em mais de 90% quando as infestações

excedem 5 a 7 ninfas por cm2 em todas as folhas. São necessárias de 50 a 100

ninfas por folhas para que haja redução dos níveis de nitrogênio para abaixo de

2,2% (Reitz, 1972).

2.2.5 - Plantas hospedeiras

A mosca-negra é uma praga de hábito alimentar polífago, sendo as plantas

cítricas as hospedeiras favoritas. A habilidade de suportar o desenvolvimento

completo da mosca-negra é a definição de “planta hospedeira” (Dowell et al.

1981).

Como os adultos de mosca-negra são atraídos por objetos que refletem luz

na faixa de 500-600 nm (nanômetros) e que é a faixa de todas as plantas verdes,

teoricamente os adultos poderiam infestar qualquer planta. No entanto, assim que

as fêmeas pousam na folha, são capazes de distinguir entre uma planta boa ou

fraca hospedeira e não hospedeira (Dowell, 1979).

A ocorrência do inseto foi relatada em cerca de trezentas espécies de

plantas com destaque para: manga, uva, citros, caju, abacate, goiaba, maçã, figo,

banana, mamão, pêra, romã, marmelo, café, rosas, entre outras (Nguyen et al.

2003). Em Belém foram registradas como plantas hospedeiras: laranja, tangerina,

pomelo, limão-tahiti, limão-galego, laranja “da terra”, manga e jambo (Cunha,

2003). Na região urbana de Manaus, tem sido encontrada infestando folhas de

citros, mangueiras e café em menor quantidade (Ronchi-Teles et al. 2009) e na

23

região rural dos municípios de Rio Preto da Eva, Iranduba e Itacoatiara há

infestações em pomares de citros (Pena, 2009).

Em testes com e sem chance de escolha de hospedeiros, A. woglumi

apresentou preferência por ovipositar nas espécies cítricas, mantendo um padrão

de não-preferência em cajueiro e goiabeira (Lopes, 2009).

2.2.6 – Controle

2.2.6.1 – Controle biológico

2.2.6.1.1 - Predadores

A mosca-negra possui muitos inimigos naturais relatados em outros países,

dentre os quais insetos predadores das famílias Chrysopidae (Ordem Neuroptera,

apenas imaturos), Coccinelidae (Ordem Coleoptera, tanto as larvas como

adultos), Dolichopodidae (Ordem Diptera, apenas imaturos) e Araneidae (Ordem

Araneae) (Cherry e Dowell, 1979).

As espécies de predadores registradas na Ásia foram Acletoxenus indica

Malloch, Acletoxenus sp., Chrysopa sp., Cryptoblabes gnidiella Millière,

Cryptognatha sp., Scymnus smithianus Silvestri, Scymnus sp., Cybocephalus sp.

(Clausen, 1934), em El Salvador foram utilizados os predadores Delphastus sp. e

Chrysopa sp. (Quezada, 1974), nos Estados Unidos, Delphastus pusillus

LeConte, Delphastus pallidus LeConte, Cycloneda sanguinea Linnaeus e

Chilocorus stigma Say (Cherry e Dowell, 1979), na Venezuela foram encontrados

Azya trinitatis Marshall, Curinus sp., Delphastus sp., Diomus sp., Pentilia castanea

Mulsant, Stethorus sp, Chrysopa sp., Nodita sp e Mantispilla sp. (Martínez et al.,

1979), e no Brasil foram relatados os predadores Amblyseius aerialis Muma, D.

pusillus, Ceraeochrysa cubana Hagen (Silva, 2005, Lemos, 2010).

Cherry e Dowell (1979) estudaram a abundância sazonal e preferência

alimentar dos predadores da mosca-negra no sudeste da Florida e registraram a

ocorrência dos predadores D. pusillus e D. pallidus, que se alimentavam dos ovos

e ninfas (entre 50 e 67%), e mais de 80% dos adultos presentes e também C.

sanguinea e C. stigma que foram atraídos por armadilhas amarelas e tiveram

ocorrência em maior quantidade no quadrante sul da planta (Dowell e Cherry,

1981).

24

Martínez et al. (1979) registraram predadores da mosca-negra das ordens

Coleoptera, Neuroptera e Mantodea. Da ordem Coleoptera foi encontrado um

inseto da família Dermestidae e as seguintes espécies da família Coccinelidae: A.

trinitatis, Curinus sp., Delphastus sp., Diomus sp., P. castanea, Stethorus sp.,

todos predadores de ovos e ninfas de primeiro ínstar. Da ordem Neuroptera,

foram encontrados os gêneros Chrysopa sp. e Nodita sp., da família Chrysopidae,

predando ninfas de todos os ínstares. Os insetos da ordem Mantodea são da

família Mantispidae, gênero Mantispilla sp. e predam ninfas de mosca-negra.

Lemos (2010) verificou a presença de dois predadores, A. aerialis (Acari:

Phytoseiidae) e D. pusillus (Coleoptera: Coccinellidae) associados à mosca-

negra.

Dentre os predadores da ordem Neuroptera, o bicho lixeiro da espécie C.

cubana é freqüentemente encontrado se alimentando das ninfas de mosca-negra.

Em Capitão Poço, no Pará, foi observado que sua carcaça feita de exúvias dos

insetos dos quais se alimenta, geralmente de cor clara, passou a ser escura por

conta das exúvias de mosca-negra das quais estava se alimentando (Silva, 2005).

Gonçalves et al. (2007) observaram a presença dos crisopídeos C. cubana,

Ceraeochrysa cincta, Ceraeochrysa claveri, Ceraeochrysa sanchezi e

Leucochrysa sp. em um pomar de citros em Manaus infestado pela mosca-negra.

Os predadores geralmente podem se alimentar de um grande número de

ninfas e adultos, mas sozinhos não são capazes de fazer a população decrescer

porque a fecundidade natural destas é alta o suficiente para compensar a perda

de indivíduos (Dowell et al. 1981).

2.2.6.1.2 - Parasitóides

Os parasitóides mais utilizados e conhecidos mundialmente são Encarsia

opulenta Silvestri (Hymenoptera: Aphelinidae) e Amitus hesperidum Silvestri

(Hymenoptera: Platygastridae). E. opulenta possui uma taxa de reprodução mais

lenta que A. hesperidum, mas tem melhor habilidade de procura (Nguyen et al.

2003).

Além destas duas espécies de parasitóides, mais registros foram feitos em

vários locais, os parasitóides registrados na Ásia foram Encarsia merceti Silvestri,

25

Eretmocerus serius Silvestri, Prospaltella divergens Silvestri, Prospaltella smithi

Silvestri, Prospaltella sp. (Clausen, 1934). Nos EUA, além de E. opulenta e A.

hesperidum, há também Prospaltella opulenta Silvestri (Cherry e Pastor, 1980,

Nguyen, 2003). Na Venezuela, Cales sp., Prospaltella sp. e Eretmocerus sp

(Martínez et al.,1979), na Nicarágua E. opulenta (Sweezey e Vasquez, 1991), no

México, Encarsia clypealis Silvestri, Encarsia smithi Silvestri e A. hesperidum

(Sagar, 1999) e no Brasil Cales noacki Howard e Encarsia sp. (Rossato, 2007,

Lemos, 2010).

Em campo os parasitóides adultos se alimentam do “honeydew”, a excreta

doce de pulgões e de outros insetos fitófagos como a própria mosca-negra, a qual

é rica em carboidratos e proteinas (Stary, 1988) e também pode agir como um

cairomônio de localização para que os parasitóides encontrem o hospedeiro

(Hagvar e Hofsvang, 1991).

Uma maneira simples de verificar se está ocorrendo o parasitismo é

através da observação das exúvias (pupas) da mosca-negra com auxílio de lupa

de aumento de 10 a 20 vezes. Se a abertura for em formato de “T” o inseto

emergido foi a mosca-negra, caso seja uma abertura circular, a emergência é de

parasitóide, no caso de haver dois círculos na mesma exúvia, significa

emergência de A. hesperidum (Silva et al. 2011).

Cherry e Pastor (1980) verificaram durante um programa de erradicação da

mosca-negra na Florida, que duas espécies de parasitóides introduzidas, A.

hesperidum e P. opulenta, se estabeleceram bem e foram responsáveis pela

redução da população de A. woglumi na Flórida, havendo alto índice de

parasitismo (80%) no primeiro ano, apenas 30% no segundo e 25% no terceiro

ano de pesquisa. Dowell e Cherry (1981) também observaram a ocorrência do

parasitóide P. opulenta na Florida.

No Texas, Summy et al. (1985) observaram que com a presença de E.

opulenta nos plantios onde havia grande densidade de mosca-negra, ocorreu um

controle biológico muito efetivo, onde hospedeiro e parasitóide coexistiam em

uma interação bastante estável de baixa densidade populacional.

Sweezey e Vasquez (1991) verificaram que E. opulenta foi responsável

pelo declínio da população de A. woglumi na Nicarágua, apesar de o tamanho da

26

sua população ter diminuído após períodos de chuvas intensas e aplicação de

inseticidas.

Também no Texas, após um período de severo congelamento que antingiu

e enfraqueceu os plantios, um trabalho de restabelecimento do controle biológico

de mosca-negra teve que ser feito, utilizando os parasitóides A. hesperidum e E.

opulenta., os quais conseguiram diminuir a população de mosca-negra após um

ano (Meagher e French, 2004).

No México, o controle biológico da mosca-negra é feito com três espécies

de parasitóides: E. clypealis, E. smithi e A. hesperidum. São liberadas em plantios

que tenham muitas ninfas de mosca-negra e em dias nos quais o vento não

ultrapasse a velocidade de 10 km/h e nem esteja chovendo (Sagar, 1999).

Em Belém, no estado do Pará, verificou-se um bom controle de A. woglumi

pelo parasitismo de microhimenópteros ainda não identificados, com relatos de

parasitismo da ordem de 90% (Silva 2005, Maia, 2008). Rossato (2007) verificou

parasitismo de mosca – negra por C. noacki (Hymenoptera: Aphelinidae) e

Encarsia sp. (Hymenoptera: Aphelinidae), considerando C. noacki um parasitóide

eficiente. Em municípios da Região Norte do Maranhão Lemos (2010) também

verificou a presença dos parasitoides, C. noacki e Encarsia sp.

2.2.6.1.3 - Fungos entomopatogênicos

Além de predadores e parasitóides, fungos entomopatogênicos também

podem ser utilizados no controle da mosca-negra. Martínez et al. (1979)

observaram que os fungos Aegerita webberi Fawcett e Aschersonia aleyrodis

Webber cresciam sobre as ninfas de mosca-negra e Pena et al. (2009)

comprovaram a eficiência no controle de mosca-negra utilizando o fungo

entomopatogênico Aschersonia aleyrodis na concentração de 2,3x107, onde ovos

e ninfas de primeiro e segundo ínstar foram mais suscetíveis.

Em outros países mais fungos entomopatogênicos foram registrados

crescendo sobre ninfas de mosca-negra. No Panamá foram Aschersonia sp. e A.

webberi (Dietz e Zetek, 1920), na Florida Paecilomyces farinosus Brown & Smith

(Fawcett, 1944), na Colômbia, Aschersonia sp. (Agudelo e Falcon, 1977), em El

Salvador e Costa Rica A. aleyrodis (Quezada, 1974, Elizondo e Quezada, 1990),

27

em Cuba Verticillium lecanii Zimmermann (Oppenheim, 2001), e no Brasil são os

fungos Aschersonia aleyrodis, Fusarium sp. e Aegerita webberi (Raga e Costa,

2008, Pena, 2009).

2.2.6.2 – Controle químico

De acordo com Martinez (1982), o controle químico da mosca-negra-dos-

citros é oneroso e pouco eficiente. O controle biológico tem sido mais eficiente

que o controle químico, em diversas partes do mundo, e é realizado utilizando

predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos.

O controle químico da mosca-negra é pouco utilizado mundialmente, e

quando é feito serve mais para o controle da fumagina. Como os produtos

utilizados para controlar a fumagina são a base de cobre, fungos

entomopatogênicos são prejudicados e, portanto, a população da mosca-negra

volta a crescer (Maia, 2008).

No Texas após um surto populacional de mosca-negra durante uma geada,

o programa de controle biológico utilizando os parasitóides E. opulenta e A.

hesperidum inicialmente não foi bem sucedido, portanto French e Meagher (1992)

testaram quatro inseticidas e obtiveram 90% de mortalidade das ninfas aplicando

Orthene 75S® e Talstar 10WP®.

O controle químico de mosca-negra-dos-citros no Brasil é feito utilizando os

inseticidas Kohinor 200 SC®, Provado 200 SC®, Timon 200 SC®, que possuem

imidacloprido na fórmula e Ampligo que tem os grupos químicos antranilamida e

piretróide na composição (Agrofit, 2003).

2.2.6.3 – Controle alternativo com extratos botânicos

Apesar de existirem muitos produtos químicos voltados para o controle de

pragas agrícolas, os métodos de controle alternativo têm ganhado espaço devido

principalmente à crescente preocupação com os efeitos negativos de agrotóxicos

tanto para o ambiente como para o corpo humano e pelos altos custos na

utilização de produtos químicos em plantios. Alguns trabalhos realizados com

mosca branca (B. tabaci) e mosca-negra (A. woglumi) mostram que o método de

controle alternativo pode ser eficaz.

28

Katole et al. (1996) verificaram que a pulverização de monocrotofos

0,025% mais óleo de nim 1% (emulsificado) num estágio ninfal inicial da mosca-

negra, seguido de uma pulverização de 1,25% de óleo de nim após 15 dias, foi o

tratamento mais efetivo.

Costa (2010) verificou que o extrato aquoso de Melia azedarach na

concentração de 8% possibilita um controle intermediário (47,3% de mortalidade)

sobre ovos de mosca-negra e Gonçalves (2010) observou que os extratos de

Melia azedarach em etanol a 0,56% exerceram tanto atividade ovicida (79% de

mortalidade) quanto ninficida (82,2% de mortalidade) sobre a mosca-negra e o

extrato de folhas de Azadirachta indica em etanol 0,56% exerceu atividade

ninficida (75,8% de mortalidade) sobre a praga.

Santos et al. (2010) verificaram a atividade ninficida de Carapa guianensis

(Meliaceae) em ninfas de segundo ínstar de mosca-negra, com mortalidade de

44,2% utilizando o extrato aquoso na concentração de 8%.

Silva Neto et al. (2010) também observaram atividade ninficida em ninfas

de segundo ínstar com o extrato aquoso de amêndoas de A. indica nas

concentrações 4 e 8%.

Castro et al. (2010) relataram a atividade ovicida de extratos aquosos de

folhas de Piper aduncum (Piperaceae) na concentração de 4%, causando 54,8%

de mortalidade nos ovos de mosca-negra.

2.2.7 - Flutuação populacional

Bellotti e Farias (1979) afirmam que picos populacionais de moscas-

brancas estão associados com a estação chuvosa, época em que as plantas

geralmente estão mais vigorosas, pois os níveis de população podem depender

mais das condições fisiológicas da planta que do clima.

Gomez et al. (2005) observaram que as populações de Bemisia sp. foram

maiores nas épocas chuvosas, resultado similar ao de Araújo (2005), onde a

população de Aleurothrixus aepim (Goeldi) e Bemisia tuberculata (Bondar) foi

maior nos meses de precipitação mediana e umidade relativa ainda elevada.

Em um estudo realizado no Maranhão, Vieira (2008) constatou que nos

meses de janeiro a março, correspondentes a estação chuvosa, a infestação de

29

mosca-negra foi ascendente, com o número máximo de 800 indivíduos por

armadilha. No entanto, em abril, mês de maior índice pluviométrico, houve uma

queda brusca, com cerca de 100 indivíduos por armadilha, e os picos

populacionais na estação seca tiveram uma periodicidade bimestral.

As informações obtidas com estudos de flutuação populacional de insetos

pragas permitem a previsão de picos populacionais (Cividanes, 2000) e a

definição de métodos de controle (Silveira Neto et al., 1976, Rodrigues et al.,

2010).

De acordo com Srinivasan et al. (2012), a população de moscas brancas

da espécie B. tabaci pode variar de um ano para outro, entre um pomar e outro, e

ter picos populacionais tanto na primavera quanto no outono, e que isto depende

de fatores climáticos e da nutrição das plantas.

Andrade e Ottati (2008) observaram no município de São José do Ribamar,

Maranhão, um pico populacional de mosca-negra em janeiro de 2008, na estação

chuvosa do estado, quando foram coletados 29% do total de 10.460 adultos em

um período de seis meses.

Santos et al. (2008) em um estudo da flutuação populacional de A. woglumi

em Capitão Poço, no Maranhão, relataram picos populacionais de mosca-negra

nos meses de outubro e novembro de 2007 (final da estação seca), sendo

observada ainda elevada população em dezembro de 2007, no início da estação

chuvosa.

EMBRATER/CIAT (1982) verificaram que as altas populações de moscas

brancas, estão associadas com a estação chuvosa porque é a época em que as

plantas estão mais fortes e que os possíveis elementos envolvidos na flutuação

populacional podem ser uma combinação de fatores ecológicos, como a fisiologia

das plantas, predadores e parasitóides.

Miklasiewics e Walker (1990) observaram que os parasitóides C. noacki e

Eretmocerus sp. foram responsáveis pela redução substancial na população da

mosca-branca Aleurothrixus floccosus. Também relatam que houve substituição

de população de parasitóides, inicialmente Eretmocerus sp. estava em maior

quantidade mas a população de C. noacki passou a ser maior.

Cherry et al. (1980) em um estudo de três anos na Flórida, constatou que

30

os parasitóides A. hesperidum e E. opulenta se estabeleceram em um plantio de

citros e mantiveram os índices populacionais de mosca-negra baixos. Também

verificaram que inicialmente a população de A. hesperidum era mais abundante e

foi ultrapassada por E. opulenta, mas ambas as espécies continuaram coexistindo

devido a disponibilidade de alimento. Luna-Salas et al. (2004) relataram dois picos populacionais do parasitóide

E. perplexa logo após os picos populacionais de mosca-negra, nos períodos de

março a junho e abril a maio, época da primavera na região de Tamaulipas, no

México.

3.0 - Objetivos

3.1 - Objetivo Geral

Verificar a flutuação populacional da mosca-negra-dos-citros, A. woglumi e

de seus possíveis inimigos naturais em um cultivo de citros no município de

Manaus, AM, identificando estes quando presentes.

3.3 - Objetivos específicos

1 - Verificar a flutuação populacional de A. woglumi e de seus possíveis inimigos

naturais em um pomar de citros.

2 - Diagnosticar a época de maior e menor incidência A. woglumi e de seus

possíveis inimigos naturais em um pomar de citros.

3 - Identificar as espécies de parasitóides e predadores associados e atuantes no

controle natural de A. woglumi em um pomar de citros.

4 - Relacionar os fatores abióticos (temperatura, umidade e precipitação) e

bióticos (brotação de ramos novos) na população de A. woglumi e de seus

inimigos naturais em um pomar de citros.

4.0 - Material e Métodos

4.1 - Local de estudo

O trabalho foi desenvolvido em um pomar de citros localizado na Rodovia

BR 174 (0251‟12.6‟‟ S; 06002‟40.6‟‟ O; Altitude: 101 m), km 15, Sítio Brejo do

Matão, área rural da região Metropolitana de Manaus, Amazonas, Brasil (Clima

tropical, de monção – Classificação de Kopen).

31

Figura 1. Imagem de satélite do talhão onde foram realizadas as coletas (Fonte: Google Earth).

As coletas foram realizadas em um plantio de laranja Pêra Rio (Citrus

sinensis L.) enxertados sobre Limão Cravo (Citrus limonia O.) com idade média

de seis anos. Esta área consiste de 1,2 hectares, onde as plantas tiveram os

tratamentos fitossanitários suspensos por um período de pelo menos 6 meses

anteriores ao início do projeto e continuaram suspensos durante a realização

deste .

4.2 - Amostragens da mosca-negra-dos-citros, A. woglumi e de seus

inimigos naturais associados.

As coletas foram realizadas quinzenalmente de dezembro de 2011 a

novembro de 2012, sendo amostradas dez plantas em caminhamento zigue

zague, para contagem de adultos de mosca-negra-dos citros capturados em

armadilhas adesivas amarelas e por meio da coleta de ovos e ninfas nas folhas.

Os inimigos naturais foram amostrados nas mesmas folhas utilizadas para

contagem dos imaturos de mosca-negra. As plantas amostradas foram marcadas

com faixas coloridas para controle das coletas.

32

A contagem dos indivíduos, triagem e identificação do material coletado foi

feita no Laboratório de Entomologia Agrícola do INPA – Campus II com auxílio de

um contador de volume, uma lupa, microscópio e chaves de identificação.

4.2.1.- Amostragem com armadilhas adesivas amarelas

Para a coleta dos adultos de mosca-negra foram utilizadas dez armadilhas

adesivas amarelas, nas dimensões de 24,5 x 10 cm, as quais foram colocadas

nas dez plantas escolhidas, sendo uma armadilha para cada planta, trocadas a

cada quinze dias.

4.2.2 - Coleta de Imaturos de A. woglumi nas folhas

Em cada planta, selecionada anteriormente, foram escolhidos ao acaso

quatro galhos, um de cada quadrante (norte, sul, leste e oeste), dos quais foram

retiradas seis folhas (da base, meio e ápice) por ramo, ao acaso, para contagem

de ovos e ninfas. Para a análise destes imaturos foi delimitado em cada folha uma

área de 8 cm² na região central desta. A contagem dos imaturos foi feita utilizando

microscópio estereoscópico e contador de volume.

Figura 2. Croqui da área de estudo, no sítio Brejo do Matão, BR174 – km 15, caminhamento em

zigue-zague e plantas marcadas.

33

4.2.3 - Coleta e identificação de inimigos naturais

4.2.3.1 - Predadores

Para confirmar a ocorrência de predação, as larvas dos potenciais

predadores, encontradas junto das folhas coletadas no item 4.2.2, foram

acondicionadas em placas de Petri cobertas com filme plástico contendo folhas

que foram coletadas apenas para alimentação dos predadores, sem ovos e

adultos de mosca-negra, apenas ninfas. Estas foram acondicionadas em BOD

(temperatura média de 25,5±0,1°C e 67,6±0,8% de UR média) por duas semanas,

até a emergência dos adultos, que foram montados e etiquetados.

Os predadores adultos encontrados em campo foram coletados utilizando-

se frasco morteiro, levados ao Laboratório de Entomologia Agrícola, onde foram

conservados em álcool 70% e etiquetados.

4.2.3.2 – Parasitóides

Para verificar a ocorrência de parasitismo, as folhas utilizadas na contagem

de imaturos de mosca-negra no item 4.2.2 foram previamente avaliadas ao

microscópio estereoscópio para retirada de todos os insetos existentes que não

fossem mosca-negra-dos-citros e assim assegurar a certeza das emergências

dos parasitóides da mosca-negra.

Em seguida as folhas foram acondicionadas em placas de Petri cobertas

com filme plástico e diariamente, durante quinze dias, a emergência dos

parasitóides foi avaliada. Estas foram acondicionadas em BOD (temperatura

média de 25,5±0,1°C e 67,6±0,8% de UR média).

A identificação dos parasitóides foi realizada por meio da preparação de

lâminas em Bálsamo do Canadá, e as chaves de identificação utilizadas foram “A

review of the genera of Neotropical Encyrtidae (Hymenoptera: Chalcidoidea)” de

John S. Noyes, 1980 e “Hymenoptera of the World: An identification guide to

families” de Henri Goulet e John T. Huber, 1993. A identificação dos predadores

da ordem Neuroptera foi feita utilizando-se a chave “The Green Lacewing of

Brazilian Agro-ecosystems” de Sérgio de Freitas e Norman D. Penny, 2001. A

identificação dos predadores da ordem Coleoptera foi feita utilizando-se a chave

34

contida no livro “O estudo dos insetos” de Charles A. Triplehorn e Norman F.

Johnson, 2011.

A metodologia utilizada no preparo de lâminas foi a elaborada pelo grupo

de estudos do especialista em parasitóides Dr. Serguei Triapitsyn, da

Universidade da California. Foram preparadas lâminas permanentes, utilizando-se

hidróxido de potássio (KOH) para a diafanização dos tecidos moles como

gorduras e musculatura e em seguida mergulhando os parasitóides em água

destilada para diluir o hidróxido de potássio, a fim de diminuir a atividade deste

sobre o inseto e depois em ácido acético Glacial para neutralizar o hidróxido de

potássio. Após este processo houve o mergulho em diferentes concentrações de

álcool (70, 80, 90 e 100%), para desidratar os insetos gradualmente. Depois de

desidratar em álcool, os insetos foram banhados em eugenol (produto alternativo

ao xilol, que é uma substância cancerígena) por no mínimo 10 minutos, para

amolecer as articulações e facilitar a montagem da lâmina. Por fim, cada inseto foi

posicionado em uma lâmina e uma gota de bálsamo-do-Canadá foi aplicada para

fixar e conservar o inseto na lâmina. Os insetos foram montados dorso-

ventralmente, com as asas e antenas esticadas, depois as lâminas foram

mantidas em estufa por cerca de três dias para secarem.

Os parasitóides emergidos foram comparados com os parasitóides adultos

observados nas armadilhas, para verificar se eram os mesmos.

4.3 Registro das variáveis abióticas

Foram utilizados os dados de temperatura, umidade e pluviosidade

registrados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Estação Manaus e

do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Clima e Ambiente (CLIAMB),

dados referentes ao período de dezembro de 2011 a Julho de 2012 (CLIAMB) e

agosto de 2012 a novembro de 2012 (INMET).

4.4 - Análise dos dados

Os dados quinzenais para cada mês foram agrupados para análise,

registrando a quantidade mensal de ovos, ninfas, adultos de mosca-negra e

35

inimigos naturais (parasitóides e predadores) encontrados. O programa utilizado

nas análises foi o software livre R, versão 2.15.

4.4.1. Testes de normalidade e homocedasticidade

Os dados foram submetidos aos testes estatísticos de normalidade (teste

Shapiro-Wilk) e homocedasticidade (teste Bartlett). Quando necessário, os dados

foram transformados em log de base 10. Quando mesmo após as transformações

os dados não apresentavam homocedasticidade, foram utilizados os testes não

paramétricos equivalentes, Wilkoxon e Kruskal-Wallis.

4.4.2. Influência das variáveis abióticas na flutuação populacional da mosca-

negra e inimigos naturais

Foram utilizadas análises de Regressão Simples para verificar a influência

das variáveis abióticas como a pluviosidade, temperatura média e umidade

relativa média na flutuação populacional de adultos da mosca-negra e na

população de inimigos naturais. Os coeficientes de correlação significativos

obtidos foram comparados para determinar qual fator abiótico teve maior relação

com a flutuação populacional da mosca-negra e de crisopídeos.

4.4.3. População da mosca-negra em período chuvoso e período seco

Para verificar diferença na quantidade de adultos e ovos de mosca-negra

por período, foram feitos Testes T pareados. Para as ninfas, foi utilizado o teste

Wilkoxon.

4.4.4. Distribuição de imaturos da mosca-negra por quadrantes e período

Para verificar diferença na quantidade de ovos entre quadrantes, os dados

foram submetidos à ANOVA. Na análise para verificar a diferença na quantidade

de ninfas entre quadrantes foi utilizado o teste Kruskal-Wallis.

36

4.4.5. Relação entre mosca-negra e novos brotamentos foliares

Foi testada a relação de imaturos (ovos e ninfas) e adultos de mosca-negra

com a presença ou ausência de novos brotamentos utilizando Teste T de duas

amostras.

4.4.6. Relação entre predadores, parasitóides e ninfas de mosca-negra

Para testar a influência da população de predadores e parasitóides na

população de ninfas da mosca-negra, foram realizados testes de Regressão

Simples, com correlação entre cada grupo de inimigos naturais e número total de

ninfas de mosca-negra.

4.4.7. Distribuição de parasitóides por quadrantes e período

Os dados de parasitóides emergidos por quadrante durante período seco e

período chuvoso foram submetidos à ANOVA para verificar diferenças.

5.0 – Resultados e Discussão

5.1 Flutuação populacional de adultos e imaturos de A. woglumi e sua

distribuição espacial nos quadrantes leste, oeste, norte e sul da planta.

5.1.1 - Flutuação populacional de adultos e imaturos de A. woglumi,

coletados em armadilhas adesivas amarelas e em folhas, respectivamente, e

sua correlação com os fatores abióticos.

Durante o período de coletas não foi observada influência direta dos fatores

abióticos na flutuação populacional dos adultos de mosca-negra.

Na observação da temperatura e flutuação de adultos de A. woglumi não

foi encontrada relação significativa (p = 0,51), pois a temperatura variou pouco

durante os meses de coleta e não exerceu influencia na flutuação populacional da

mosca-negra (Figura 1).

Quanto à umidade relativa média, esta também não exerceu influência (p =

0,37) e também não variou, decrescendo de 80% em média para 70% apenas

durante o período seco. Apesar de o índice pluviométrico não influenciar

diretamente na quantidade de adultos de mosca-negra (p = 0,67), é possível

observar que o pico populacional ocorreu em janeiro de 2012, durante o período

37

de chuvas e decaiu bruscamente nos meses de maior quantidade de precipitação

acumulada (fevereiro a maio) (Figura 3). A população de adultos de mosca-negra

se manteve baixa durante todo o período chuvoso (dezembro de 2011 a maio de

2012), voltando a crescer apenas durante o período seco (a partir de junho de

2012) (Figura 3).

Figura 3. Flutuação populacional de adultos de A. woglumi capturados em armadilhas adesivas

amarelas e sua correlação com o índice pluviométrico (mm) (teste de regressão simples, p = 0,67),

temperatura média (25,5±0,1°C) (regressão simples, p = 0,51) e umidade relativa média

(67,6±0,8%) (regressão simples, p = 0,37) coletados no período de dezembro de 2011 a novembro

de 2012 em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.) na Região Metropolitana de Manaus,

Amazonas.

O pico populacional de adultos de mosca-negra capturados em armadilhas

adesivas amarelas ocorreu no período chuvoso, mas as populações de adultos,

ovos e ninfas coletadas não diferiram estatisticamente entre período chuvoso e

seco (p = 0,81, p = 0,22, p = 0,81, respectivamente) (Figura 4).

38

Figura 4. Distribuição temporal de adultos, ovos e ninfas de todos os ínstares de Aleurocanthus

woglumi Ashby (Aleyrodidae) durante período chuvoso (dezembro de 2011 a maio de 2012) e

período seco (junho a novembro de 2012), utilizando teste T para adultos (p = 0,45) e ovos (p =

0,22) e teste Wilkoxon para ninfas (p = 0,81).

Viera (2008) no Maranhão, ao observar a flutuação populacional e

dependência espacial de A. woglumi em Citrus latifolia e constatar que o nível

populacional de mosca-negra foi maior durante o período chuvoso (março, maio e

julho), sendo o pico populacional também logo no início das chuvas e decaindo

bruscamente no mês com maior índice pluviométrico, em abril.

39

Patel e Patel (2006) em Gujarat, India, concluíram que a população de

mosca-negra se manteve ativa durante o ano inteiro, mas ocorreram três picos

populacionais de ninfas, nos meses de abril (verão), agosto e novembro (estação

chuvosa), diminuindo drasticamente em fevereiro (inverno), corroborando com os

resultados deste trabalho, onde também houve pico populacional de mosca-negra

na estação chuvosa.

Maia (2008), em Capitão Poço – Pará, verificou que a densidade

populacional de mosca-negra foi maior durante os meses de dezembro, janeiro,

fevereiro e outubro (estação chuvosa), com média de 90% de infestação e menor

durante os meses de abril (final da estação chuvosa), maio, junho e julho (estação

seca), com média de 25% de infestação.

No entanto, Gonzaga Filho et al. (2011) obtiveram resultados diferentes

dos deste estudo ao verificar a sazonalidade de A. woglumi em um cultivo de

citros em Manaus. O período com maior incidência de adultos de mosca-negra foi

de março a julho de 2010, final da estação chuvosa e início da estação seca, com

média de 193 indivíduos e média de 818 mm de precipitação. O período de menor

incidência de A. woglumi foi de agosto de 2010 a fevereiro de 2011, abrangendo o

período seco e início do período chuvoso, com precipitação média de 1165,7 mm

e média de 34,9 indivíduos de mosca-negra.

Medeiros (2009) ao observar uma grande influência da precipitação sobre a

densidade populacional da mosca-negra no Maranhão, também obteve resultados

diferentes. A densidade de ovos e ninfas foi alta durante o período seco (de

julho/2006 a início de janeiro/2007) e decaiu durante todo o período chuvoso

(fevereiro/2007 a junho/2007).

5.1.2. – Distribuição espacial de ovos e ninfas (I, II, III e IV) de A. woglumi

coletados em folhas durante período chuvoso e seco.

Não houve diferença significativa na distribuição espacial de ovos entre os

diferentes quadrantes (norte, sul, leste e oeste) tanto durante o período chuvoso

como durante o período seco (Figura 5).

40

Figura 5. Distribuição espacial de ovos por quadrantes no período chuvoso (ANOVA, p = 0,23) e

no período seco (ANOVA, p = 0,15).

Também não houve diferença estatística na distribuição de ninfas (I, II, III e

IV ínstares) entre os quadrantes (leste, oeste, norte e sul) tanto no período

chuvoso quanto no período seco (Figura 6).

Figura 6. Distribuição espacial de ninfas de A. woglumi em período chuvoso (Kruskal-Wallis, p =

0,45) e período seco (Kruskal-Wallis, p = 0,3)

Medeiros (2009) também não observou diferença na distribuição espacial

de ovos e ninfas de A. woglumi durante o período chuvoso, mas constatou que no

período seco houve maior concentração dos ovos e ninfas nos quadrantes leste e

oeste.

41

5.1.2.1 – Relação entre adultos e imaturos de A. woglumi e fatores bióticos

(ocorrência de brotações)

Foram testadas as relações entre a presença de brotações novas e

quantidade de ovos, ninfas e adultos de A. woglumi.

Os meses em que ocorreram brotações foliares e floração foram fevereiro,

abril, junho e novembro. Aparentemente, o crescimento vegetativo foi bimestral no

período chuvoso, ocorrendo apenas uma vez no período seco. Não houve

diferença na quantidade de ovos, ninfas e adultos entre o período com novas

brotações e sem novas brotações (p = 0,6, p = 0,31 e p = 0,26, respectivamente)

(Figura 7).

Figura 7. Relação entre quantidade de ovos (p = 0,6), ninfas (p = 0,31) e adultos de A. woglumi (p

= 0,26) e presença (S) ou ausência (N) de novas brotações utilizando teste T de duas amostras.

Silva (2010) observou em Capitão Poço – Pará, que em abril e maio/2009,

período imediatamente posterior aos meses de maior precipitação acumulada,

houve um alto índice de plantas com presença de mosca-negra em ambos os

42

plantios, o que foi relacionado à um maior crescimento vegetativo das plantas de

citros.

Ainda que os efeitos de maior incidência de chuvas sejam diferentes entre

as culturas, geralmente quanto maior a disponibilidade hídrica, maior a

produtividade em plantios (CONAB, 2010), havendo maior oferta de alimento para

insetos fitófagos.

A chuva pode influenciar direta ou indiretamente na população de insetos

fitófagos, sua ação pode ser direta e mecânica, ao “lavar” os insetos das folhas e

assim diminuir a quantidade, mas também pode beneficiá-los ao facilitar a

emissão de novas brotações foliares, que são a preferência de insetos fitófagos

como a mosca-negra para ovopositar.

A falta de relação entre ovos, ninfas e adultos de mosca-negra neste

trabalho provavelmente se dá pelo curto período de avaliação, que interfere nos

resultados estatísticos.

5.2 - Inimigos naturais da mosca-negra-dos-citros, Aleurocanthus woglumi

em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.)

5.2.1 Registro dos agentes de controle biológico

5.2.1.1 – Fungos entomopatogênicos

Foi registrada a ocorrência de duas espécies de fungos entomopatogênicos

crescendo sobre ovos e ninfas de A. woglumi, principalmente durante a época

chuvosa e com umidade mais alta. Um dos fungos é Aschersonia aleyrodis e o

outro não foi possível identificar (Figura 8).

43

Figura 8. Fungos entomopatogênicos Aschersonia aleyrodis e outro não identificado sobre ovos e

ninfas de A. woglumi em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.).

5.2.1.2 – Predadores

Os predadores registrados neste trabalho foram seis indivíduos da família

Coccinelidae (Coleoptera), gênero Scymnus (Figura 9) e quarenta insetos da

família Chrysopidae (Neuroptera), gêneros Ceareochrysa (9 indivíduos) (Figura

10.A e 10.B) e Leucochrysa (31 indivíduos) (Figura 10.C).

Figura 9. A) Larva de Scymnus predando ninfas de III e IV ínstar de A. woglumi; B) Vista dorsal do

adulto de Scymnus; C) Vista ventral do adulto.

Aschersonia aleyrodis

Não identificado

identificado

44

Os predadores do gênero Ceareochrysa sp. 1 (Figura 10.A) foram

diferenciados de Ceareochrysa sp. 2 (Figura 10.B) por possuírem os três pares de

perna com tamanho parecido e terem um corpo menor, enquanto que os

indivíduos Ceareochrysa sp. 2 possuem o corpo mais robusto e os dois primeiros

pares de pernas mais curtos que o terceiro.

Figura 10. A) Ceareochrysa sp.1; B) Ceareochrysa sp.2; C) Leucochrysa.

Estes resultados são similares a outros trabalhos que relatam a predação

de mosca-negra por insetos destas duas famílias (Tabela 1).

Tabela 1. Quantidade de inimigos naturais de A. woglumi das ordens Coleoptera, família

Coccinelidae e Neuroptera, família Chrysopidae, coletados no período de Dezembro de 2011 a

Novembro de 2012 em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.)

Coccinelidae Chrysopidae

Mês/Ano Scymnus

Ceareaochrysa sp. 1 Ceareaochrysa sp. 2 Leucochrysa Total

dez/11 0

2 0 0 2

jan/12 0

1 0 6 7

fev/12 0

0 0 4 4

mar/12 6

0 0 0 6

abr/12 0

0 0 0 0

mai/12 0

0 0 8 8

jun/12 0

1 0 2 3

jul/12 0

0 0 2 2

ago/12 0

1 2 3 6

set/12 0

0 1 5 6

out/12 0

1 1 1 3

nov/12 0

0 0 0 0

Total 6

5 4 31 47

45

Martínez (1979), encontrou na Venezuela, entre outros predadores, os

crisopídeos Chrysopa sp. e Nodita sp. (Neuroptera: Chrysopidae) e o coleóptero

Delphastus sp. (Coleoptera: Coccinellidae). No Pará foram identificados os

predadores Ceraeochrysa caligata Banks (Neuroptera: Chrysopidae) e Delphastus

pusillus (Coleoptera: Coccinellidae) (Maia, 2004).

Uma observação importante sobre as larvas de crisopídeos é que

geralmente possuem a carapaça de coloração branca (Figura 11.A), devido a

predação de outros insetos como algumas cochonilhas, e neste estudo foi

verificada uma coloração enegrecida da carapaça (Figura 11.B) em laboratório

assim como também em campo (Figura 11.C), confirmando a predação de ninfas

de mosca-negra.

Figura 11. Larvas de crisopídeos com restos de ninfas de A. woglumi. A) Larva de crisopídeo

ainda esbranquiçada, com poucos restos de ninfas de A. woglumi na carapaça; B) Larva de

crisopídeo com carapaça mais enegrecida; C) Larva de crisopídeo em campo com carapaça

completamente cheia de restos de ninfas de A. woglumi.

5.2.1.3 – Parasitóides

Neste trabalho foram identificadas duas famílias de parasitóides:

Encyrtidae com 689 indivíduos em armadilhas adesivas (Tabela 2) e 25

emergidos (Tabela 3) e Aphelinidae com 3680 indivíduos em armadilhas adesivas

(Tabela 2) e 195 emergidos (Tabela 3), que são as duas entre as famílias mais

importantes da superfamília Chalcidoidea para o controle biológico. Apresentam

espécies endoparasitóides ou ectoparasitóides, e algumas são hiperparasitas de

46

insetos pertencentes às famílias Aleyrodidae, Aphididae, Psyllidae e superfamília

Coccoidea, todos da ordem Hemiptera (Goulet e Huber, 1993).

Neste estudo observou-se que a população dos parasitóides da família

Aphelinidae ocorreu em todos os meses de coleta e em maior quantidade que os

da família Encyrtidae.

Tabela 2. Parasitóides associados a mosca-negra-dos-citros coletados em armadilhas adesivas

amarelas no período de dezembro de 2011 a novembro de 2012 em um pomar de Laranja Pêra

(Citrus sinensis L.).

Encyrtidae Aphelinidae

Mês/Ano Encyrtidae sp.1 Arrenophagus sp. ♀ Cales sp. ♀ Cales sp. ♂ Aphelinus sp. ♀ Total

dez/11 107 81 190 207 121 706

jan/12 29 56 139 29 183 436

fev/12 23 33 45 23 135 259

mar/12 2 23 17 2 95 139

abr/12 1 6 9 1 131 148

mai/12 0 7 22 0 239 268

jun/12 5 17 35 5 407 469

jul/12 15 37 51 15 639 757

ago/12 4 21 50 4 327 406

set/12 33 62 40 33 121 289

out/12 13 67 109 13 86 288

nov/12 7 40 92 7 58 204

Total 239 450 799 339 2542 4369

47

Tabela 3. Parasitóides emergidos de ninfas de A. woglumi no período de dezembro de 2011 a

novembro de 2012 em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.) na região metropolitana de

Manaus, Amazonas.

Encyrtidae Aphelinidae

Mês/Ano Encyrtidae sp.1 Arrenophagus sp. ♀ Cales sp. ♀ Cales sp. ♂ Aphelinus sp. ♀ Total

dez/11 0 4 0 0 1 5

jan/12 0 4 26 0 9 39

fev/12 0 11 23 3 99 136

mar/12 1 0 10 5 7 23

abr/12 0 1 0 0 1 2

mai/12 0 0 0 0 0 0

jun/12 0 0 0 0 0 0

jul/12 0 1 0 0 1 2

ago/12 0 0 0 0 1 1

set/12 0 0 0 0 2 2

out/12 0 2 2 0 3 7

nov/12 0 1 0 0 2 3

Total 1 24 61 8 126 220

Os parasitóides encontrados da família Aphelinidae, provavelmente,

pertencem aos gêneros Aphelinus cf. apenas com fêmeas (Figura 12.A e B),

sendo 2542 indivíduos em armadilhas adesivas (Tabela 2) e 126 emergidos

(Tabela 3), Cales cf., com fêmeas (Figura 12.C) e machos (Figura 12.D)

totalizando 1138 indivíduos em armadilhas adesivas (Tabela 2) e 69 emergidos

(Tabela 3). Foram obtidos dois gêneros da família Encyrtidae, sendo que um

provavelmente pertence ao gênero Arrenophagus cf. (Figura 12.E e F), com 450

indivíduos em armadilhas adesivas (Tabela 2) e 24 emergidos (Tabela 3) e o

outro ainda não foi identificado (Figura 12.G e H).

Em Capitão Poço, no estado do Pará, Rossato (2007) também encontrou

parasitóides da família Aphelinidae, a espécie Cales noacki e espécimes do

gênero Encarsia sp. A espécie C. noacki é um endoparasitóide de insetos da

família Aleyrodidae que pode parasitar ninfas de segundo, terceiro e quarto

ínstares e teve maior abundância que Encarsia sp. nos municípios de Belém,

Capitão Poço e Irituia, no Pará.

48

No Maranhão, Machado et al. (2012) assim como Rossato (2007), também

verificaram a presença de C. noacki e Encarsia sp. em São Luís com ocorrências

de 46,42% e 66,66%, respectivamente.

De acordo com Maia et al. (2005), C. noacki é mais eficiente que Encarsia

sp. em condições de maiores infestações de mosca-negra, mas o contrário ocorre

quando a densidade populacional de A. woglumi é menor, sugerindo substituição

de espécies de parasitóides em campo, conforme a flutuação populacional de A.

woglumi.

Figura 12. Parasitóides da família Aphelinidae emergidos de ninfas de III e IV ínstar de A. woglumi.

A) Aphelinus cf.; B) Fêmea de Cales cf.; D) Macho de Cales cf.

Figura 13. Parasitóides da família Encyrtidae emergidos de ninfas de III e IV ínstar de A. woglumi.

A) Fêmea de Arrenophagus cf.; B) Fêmea de Encyrtidae cf.

49

5.2.2 – Flutuação populacional de inimigos naturais da mosca-negra-dos-

citros, A. wolumi em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.) na região

metropolitana de Manaus, Amazonas

5.2.2.1 Predadores

Os insetos predadores da família Chrysopidae apesar de serem

constantemente encontrados com restos de ninfas de A. woglumi em suas

carapaças e a predação ter sido confirmada em laboratório, exerceram baixa

influência na flutuação populacional destas (r2 = 0,01, p = 0,68) (Figura 14),

provavelmente por haver outras opções de alimentos como cochonilhas de

carapaça e a cochonilha Praelongaorthezia praelonga, encontradas com

frequência no local de coleta.

Figura 14. Análise de Regressão Simples entre crisopídeos adultos e ninfas de A. woglumi (r2

=

0,01, p = 0,68).

50

As variáveis abióticas precipitação (r2 = 0,13, p = 0,23), umidade relativa (r2

= 0,01, p = 0,66) e a temperatura média (r2 = 0,06, p = 0,41) não exerceram

influência na flutuação populacional de crisopídeos (Figura 15).

Figura 15. Relação entre Precipitação acumulada no período de dezembro de 2011 a novembro

de 2012 (teste de Regressão Simples, r2

= 0,13, p = 0,23 ), Temperatura média (teste de

Regressão Simples, r2 = 0,06, p = 0,41), Umidade Relativa (teste de Regressão Simples, r

2 = 0,01,

p = 0,66) e o número total de crisopídeos adultos coletados.

Estes insetos são considerados importantes agentes de controle biológico

devido a sua voracidade e adaptabilidade ecológica, podendo predar diferentes

pragas (Bortoli et al. 2009)

Outro fator que pode está relacionado à baixa predação é a temperatura,

que de acordo com os estudos de Maia et al. (2000) e Boregas et al. (2003) se for

em média de 30°C, afeta negativamente a capacidade predatória por agilizar o

51

desenvolvimento dos crisopídeos, diminuindo a duração das fases de vida e por

conseguinte, a quantidade de presas consumida é reduzida.

De acordo com Silva (2004), a população dos adultos de C. externa é

influenciada negativamente pela temperatura e precipitação, observação feita

também por Cardoso et al. (2003) que registraram picos populacionais de

crisopídeos em dezembro, fevereiro e março, meses correspondentes à época

mais quente no Paraná.

5.2.2.2 Parasitóides

5.2.2.2.1 Relação entre flutuação populacional de A. woglumi e parasitóides

Neste estudo foi verificado que apenas a atuação dos parasitóides não é o

único fator responsável pela queda na população de A. woglumi após o pico

populacional. Nos testes de regressão simples entre a quantidade de adultos de

mosca-negra e parasitóides encontrados nas armadilhas adesivas, o valor de r2 foi

0,01, ou seja, aparentemente os parasitóides são responsáveis apenas por 1% da

diminuição dos adultos de A. woglumi, no entanto, o valor de p = 0,23 mostra que

há dúvidas quanto a este resultado. Na regressão simples entre ninfas de A.

woglumi e parasitóides nas armadilhas, o valor de r2 foi 0,06, significando que

estes parasitóides são responsáveis por 6% do decréscimo na população de

ninfas, com p = 0,02, assegurando que o resultado é confiável.

Utilizando testes de Regressão Simples foi possível observar que o

parasitóides mais dependentes da flutuação populacional das ninfas de A.

woglumi foram Arrenophagus cf. e Cales cf. (Figura 16).

Apesar de a população de Aphelinus sp. ter sido maior e ocorrido durante

todo o período avaliado, a flutuação populacional de Cales cf. e Arrenophagus cf.

acompanhou de forma mais congruente a das ninfas de mosca-negra (Figura 17).

52

Figura 16. Flutuação populacional de parasitóides encontrados em armadilhas adesivas e ninfas

de todos os estádios de A. woglumi.

Figura 17. Flutuação populacional dos parasitóides emergidos de ninfas III e ninfas IV de A.

woglumi e ninfas de todos os estádios de A. woglumi.

Como é possível observar nos gráficos de regressão linear entre Aphelinus

cf. e ninfas de A. woglumi (Figura 18), a relação é negativa para os parasitóides

em armadilha (r2 = 0,07, p = 0,37) e praticamente nula para os emergidos (r2 =

0,004, p = 0,83), ou seja, aparentemente pouco interferem na flutuação

populacional das ninfas.

53

Este alto índice populacional de Aphelinus cf. pode ser explicado em

função desse parasitóide ter à disposição outras fontes de alimento além da

mosca-negra ou então por ovopositar em ínstares mais novos, inviabilizando a

ovoposição de outras espécies (exceto se estas puderem aproveitar um

hospedeiro já utilizado), como foi proposto por Bográn et al. (2002).

Figura 18. Análise de regressão simples da relação entre ninfas de A. woglumi e parasitóides

Aphelinus cf. encontrados em armadilhas adesivas (r2 = 0,07, p = 0,37) e emergidos (r

2 = 0,004, p

= 0,83).

Os parasitóides do gênero Arrenophagus cf. encontrados em armadilha

tem uma relação positiva e mais direta com as ninfas (r2 = 0,6, p = 0,003) e os

emergidos (r2 = 0,09, p = 0,34) (Figura 19).

Figura 19. Análise de regressão simples da correlação entre parasitóides Arrenophagus cf.

encontrados em armadilhas adesivas e ninfas de A. woglumi (r2 = 0,06, p = 0,003) e Arrenophagus

cf. emergidos e ninfas de A. woglumi (r2 = 0,09, p = 0,34).

54

Os parasitóides do gênero Cales cf. encontrados em armadilhas foram os

que tiveram maior relação com as ninfas de A. woglumi (r2 = 0,78, p = 0,0001) e

os emergidos (r2 = 0,06, p = 0,41) estavam relacionados às ninfas em 6%, um

pouco abaixo da correlação de Arrenophagus cf. emergidos (Figura 20).

Figura 20. Análise de regressão simples da relação entre Cales cf. encontrados em armadilhas

adesivas e ninfas de A. woglumi (r2

= 0,78, p = 0,0001) e Cales cf. emergidos e ninfas de A.

woglumi.

A sincronia existente entre A. woglumi e parasitóides também foi observada

por Rao et al. (1996), com os parasitóides Encarsia spp. e Eretmocerus indicus,

além de haver preferência alimentar pelo segundo ínstar ninfal apesar de haver

parasitismo dos ínstares posteriores, resultado diferente deste estudo, onde foi

observado parasitismo apenas em ninfas de terceiro e quarto ínstar.

Thompson et al. (1987) observaram sucessão de populações de

parasitóides da mosca-negra na Florida, em um estudo de quatro anos, sendo

que inicialmente a dominância era de A. hesperidum, depois foi de Encarsia smithi

e no último ano o parasitóide dominante foi E. opulenta.

A sucessão nas populações de parasitóides comumente se deve às

relações de competição entre espécies, que ocorrem frequentemente em

ambiente natural (Haccou e Alphen, 2008).

É possível observar nos gráficos que a população de Aphelinus cf. se

sobressai em relação às outras. Os parasitóides deste gênero podem estar se

55

desenvolvendo em outros hospedeiros além da mosca-negra ou então as fêmeas

podem ter o comportamento de superparasitóides, deixando ovos em ninfas

previamente parasitadas, ou por elas ou por outras espécies. O superparasitismo

é uma forma comum de competição entre parasitóides, esse comportamento já foi

registrado para várias espécies de himenópteros e dipteros. Em um hospedeiro

superparasitado, geralmente os insetos que se desenvolvem são da fêmea

superparasita (Godfray, 1994).

Os parasitóides dos gêneros Cales cf. e Arrenophagus cf. que

acompanham a flutuação da mosca-negra sem suprimir a população da praga,

podem estar se comportando de acordo com o modelo de crescimento

populacional dependente da densidade. Essa dependência ocorre quando há

agregação de parasitóides em locais onde exista uma densidade maior de

hospedeiros ou quando há aumento na procura dos parasitóides por áreas de alta

densidade de hospedeiros. Os dois gêneros de parasitóides provavelmente

competem entre si e quanto mais tempo as fêmeas permanecerem em um

mesmo local com outras competidoras, menor será a recompensa. No entanto, a

espécie que conseguir permanecer até que a população da outra deixe o local,

terá mais vantagens e poderá ser utilizada de forma mais efetiva em um programa

de controle biológico (Heimpel e Casas, 2008).

As relações ecológicas entre os parasitóides em si são complexas por

dependerem de estudos mais aprofundados sobre a biologia e comportamento de

cada espécie para poder compreender melhor sua interação com a mosca-negra-

dos-citros. No entanto, a diversidade de parasitóides encontrada neste trabalho é

um resultado promissor para futuros programas de manejo integrado de pragas,

sendo necessário decidir, após estudos de biologia, comportamento e parasitismo

qual ou quais parasitóides são mais apropriados para criação massal e o uso no

MIP.

Sendo o presente estudo realizado em pomar comercial, o não uso de

agrotóxicos ou, em última alternativa, ser necessário a aplicação de agrotóxico

para controle das pragas associadas aos citros, é recomendável priorizar o uso de

agrotóxicos seletivos e de baixo impacto sobre os inimigos naturais.

56

5.2.2.2.2 Distribuição espacial dos parasitóides da mosca-negra-dos-citros,

A.wolumi nos diferentes quadrantes da planta (norte, sul, leste e oeste) em

um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.) na região metropolitana de

Manaus, Amazonas

Não houve diferença significativa na distribuição de parasitóides entre os

diferentes quadrantes tanto no período chuvoso (p = 0,94, f = 0,12) quanto no

período seco (p = 0,7, f = 0,93) (Figura 21), sendo que no período chuvoso

houveram alguns registros pontuais de maior quantidade de parasitóides

emergidos, provavelmente acompanhando a quantidade de ninfas de A. woglumi

disponíveis, pois conforme a população de hospedeiros aumenta, cresce também

a de parasitóides (Heimpel e Casas, 2008).

Figura 21. Distribuição espacial por quadrantes dos Parasitóides emergidos de ninfas de A.

woglumi durante o período chuvoso (ANOVA, p = 0,94) e durante período seco (ANOVA, p = 0,7)

em um pomar de Laranja Pêra (Citrus sinensis L.) na Região Metropolitana de Manaus no período

de dezembro de 2011 a novembro de 2012.

57

6.0 – Conclusões

O pico populacional de A. woglumi ocorreu no mês de menor índice

pluviométrico do período chuvoso mas não houve diferença flutuação

populacional entre período chuvoso e período seco.

Os fatores abióticos temperatura média, umidade relativa média e

pluviosidade não influenciaram diretamente a população de A. woglumi.

Os crisopídeos encontrados não exerceram influência na população de A.

woglumi.

Os parasitóides encontrados apresentaram relação com A. woglumi, no

entanto, devido à complexidade das relações ecológicas entre estes insetos, mais

estudos biológicos são necessários para determinar quais parasitóides são mais

adequados em programas de controle biológico.

58

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