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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO vem,
com espeque no artigo 29, inciso I da Lei nº 8.625/93; artigo 30, inciso XVI, da
Lei Complementar Estadual nº 95/97 - Lei Orgânica do Ministério Público;
artigo 112, inciso III da Constituição do Estado do Espírito Santo; e artigo 168 e
seguintes do Regimento Interno do Tribunal de Justiça - RITJES, propor a
presente
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
em face do anexo V da Lei Municipal de Anchieta nº 776/2012
especificamente em relação ao cargo de Professor “B” - MaPB, bem como,
por arrastamento, dos decretos que tenham enquadrado especificamente
os servidores ocupantes do referido cargo, requerendo, desde logo, sejam
modulados os efeitos da decisão, pelos fatos e fundamentos abaixo
aduzidos.
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I – DOS DISPOSITIVOS IMPUGNADOS
A Lei Municipal de Anchieta nº 427/2007 instituiu o plano de cargos, carreiras
e vencimento do magistério público no Município de Anchieta.
De acordo com o Anexo III da Lei nº 427/2007, os requisitos de escolaridade
necessários para investidura no cargo de Professor “B” - MaPB eram
“Licenciatura Plena ou Curta com observância da área de conhecimento”.
Posteriormente, foi publicada a Lei nº 776/2012, que transformou o cargo de
Professor “B” - MaPB no cargo de Professor Municipal II/docente (anexo V),
passando a exigir, como requisito de escolaridade “Licenciatura Plena com
observância da área de conhecimento” (anexo III, item P2.1).
Portanto, percebe-se que a Lei Municipal nº 776/2012 não apenas alterou a
nomenclatura do cargo em testilha, como também alterou os níveis de
escolaridade exigidos para sua investidura, conforme se pode vislumbrar de
forma esquematizada no quadro abaixo:
Cargo antigo Escolaridade exigida
pela Lei nº 427/2007 Cargo novo
Escolaridade exigida
pela Lei nº 776/2012
Professor “B” -
MaPB
Licenciatura Plena ou
Curta com
observância da área
de conhecimento
Professor Municipal
II/docente
Licenciatura Plena
com observância da
área de
conhecimento
Por fim, cabe destacar que as alterações procedidas pela lei em comento
foram implementadas por intermédio de decretos que efetivaram o
enquadramento em si, os quais também devem ter sua
inconstitucionalidade declarada.
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II – DA INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL
A inconstitucionalidade de uma norma, de acordo com os ensinamentos
solidificados na doutrina pátria, pode ocorrer tanto pela violação substancial
de preceitos da Lei Fundamental – inconstitucionalidade material ou
nomoestática1, quanto pela não observância de aspectos técnicos no
devido processo legislativo do qual derivou sua formação –
inconstitucionalidade formal, orgânica ou nomodinâmica2.
Como leciona o Ministro Gilmar Ferreira Mendes3:
[...] costuma-se proceder à distinção entre inconstitucionalidade
material e formal, tendo em vista a origem do defeito que macula
o ato questionado. Os vícios formais afetam o ato normativo
singularmente considerado, independentemente de seu
conteúdo, referindo-se, fundamentalmente, aos pressupostos e
procedimentos relativos à sua formação. Os vícios materiais dizem
respeito ao próprio conteúdo do ato, originando-se de um
conflito com princípios estabelecidos na Constituição.
Com efeito, um ato jurídico inconstitucional é aquele cujo conteúdo ou
forma se contrapõe, de maneira expressa ou implícita, ao conteúdo do
preceito constitucional.
III – DO ANEXO V DA LEI MUNICIPAL DE ANCHIETA Nº 776/2012,
ESPECIFICAMENTE EM RELAÇÃO AO CARGO MENCIONADO, BEM COMO, POR
ARRASTAMENTO, DOS DECRETOS QUE TENHAM ENQUADRADO
1 “Ocupa-se da análise dos elementos estruturais das normas jurídicas, prescindindo de seus
elementos evolutivos a partir de um jogo de categorias teóricas”- Hans Kelsen. 2 “A nomodinâmica estudaria o processo de criação e aplicação das normas jurídicas a
partir de uma análise relacional de seus órgãos com a exterioridade dos conteúdos. A
nomodinâmica é também alheia à história. Por esta razão, deve ser vista como uma análise
diacrônica realizada no interior de uma sincronia” - Hans Kelsen. 3 MENDES, Gilmar Ferreira. Controle de Constitucionalidade: aspectos jurídicos e políticos. São
Paulo: Editora Saraiva, 1990, p. 28.
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ESPECIFICAMENTE OS SERVIDORES OCUPANTES DO REFERIDO CARGO –
OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DO CONCURSO PÚBLICO
Tanto a Constituição Estadual quanto a Carta da República contemplam
dispositivos regentes do tema.
Assim preleciona a Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
No mesmo sentido, em enunciado quase idêntico, o texto estadual:
Art. 32. As administrações públicas direta e indireta de quaisquer
dos Poderes do Estado e dos Municípios obedecerão aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, eficiência, finalidade e interesse público, e também
aos seguintes:
[...]
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexibilidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
A Constituição Federal de 1988 e a Constituição Estadual de 1989
implementaram, a partir de sua vigência, mecanismo de ingresso no serviço
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público exclusivamente por concurso público, comportando exceções para
os cargos de provimento em comissão, os quais são de livre nomeação e
exoneração, e para as contratações por tempo determinado para atender
a excepcional interesse público.
O professor HELY LOPES MEIRELLES ensina que:
A investidura efetiva é própria dos cargos do quadro
permanente da Administração, ocupados pela grande massa
do funcionalismo, com provimento inicial por concurso, para o
desempenho de atividades técnicas e administrativas do
Estado, com caráter de exercício profissional. Diversamente, a
investidura em comissão é adequada para agentes públicos
de alta categoria, chamados a prestar serviços ao Estado, sem
caráter profissional, e até mesmo de natureza honorífica e
transitória. Tais agentes, em sua maioria são delegados ou
representantes do Governo, pessoas de sua confiança,
providos nos altos postos do Estado, para o desempenho de
funções diretivas ou missões transitórias características de
múnus público.4
Sobre o tema, leciona JOSÉ AFONSO DA SILVA:
O princípio da acessibilidade aos cargos e empregos públicos
visa essencialmente a realizar o princípio do mérito, que se
apura mediante investidura por concurso público de provas ou
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração (art. 37,
II).5
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 1997, p.
78. 5 SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à constituição. 5. ed. São Paulo: Malheiros,
2007, p. 338.
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A partir da vigência da Constituição da República de 1988, foram extirpadas
do ordenamento jurídico outras formas de provimento de cargos públicos,
tal como o acesso ou ascensão e a transposição, que são formas de
provimento derivado.
Nesse sentido, já se posicionou a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO. ASCENSÃO FUNCIONAL.
INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À REGRA DO CONCURSO
PÚBLICO. PRECEDENTES. SEGURANÇA JURÍDICA E BOA-FÉ.
INAPLICABILIDADE AO CASO. PLEITO QUE REVELA A PRETENSÃO
DE CONSTITUIR NOVA SITUAÇÃO JURÍDICA E NÃO A
PRESERVAÇÃO DE UMA POSIÇÃO CONSOLIDADA. AGRAVO
IMPROVIDO. I – A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
firmou-se no sentido de que a promoção do servidor por
ascensão funcional constitui forma de provimento derivado
incompatível com a determinação prevista no art. 37, II, da
Constituição de que os cargos públicos devem ser providos
por concurso. II – Inviável a invocação dos princípios da
segurança jurídica e da boa-fé no caso em que se pretende o
reconhecimento de uma nova posição jurídica incompatível
com a Constituição e não a preservação de uma situação
concreta sedimentada. III – Agravo regimental improvido. (RE
602264 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI,
Segunda Turma, julgado em 07/05/2013, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-102 DIVULG 29-05-2013 PUBLIC 31-05-2013)
Inclusive, a matéria já foi objeto de arguição de inconstitucionalidade, tendo
sido declarado que o provimento derivado de cargos públicos não se
amolda aos princípios trazidos pela Constituição da República:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ASCENSÃO OU
ACESSO, TRANSFERÊNCIA E APROVEITAMENTO NO TOCANTE A
CARGOS OU EMPREGOS PUBLICOS. O CRITÉRIO DO MÉRITO
AFERIVEL POR CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS OU DE PROVAS E
TITULOS E, NO ATUAL SISTEMA CONSTITUCIONAL, RESSALVADOS
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OS CARGOS EM COMISSAO DECLARADOS EM LEI DE LIVRE
NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO, INDISPENSÁVEL PARA CARGO OU
EMPREGO PÚBLICO ISOLADO OU EM CARREIRA. PARA O
ISOLADO, EM QUALQUER HIPÓTESE; PARA O EM CARREIRA,
PARA O INGRESSO NELA, QUE SÓ SE FARA NA CLASSE INICIAL E
PELO CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS OU DE PROVAS TITULOS,
NÃO O SENDO, POREM, PARA OS CARGOS SUBSEQUENTES QUE
NELA SE ESCALONAM ATÉ O FINAL DELA, POIS, PARA ESTES, A
INVESTIDURA SE FARA PELA FORMA DE PROVIMENTO QUE E A
"PROMOÇÃO". ESTÃO, POIS, BANIDAS DAS FORMAS DE
INVESTIDURA ADMITIDAS PELA CONSTITUIÇÃO A ASCENSAO E A
TRANSFERENCIA, QUE SÃO FORMAS DE INGRESSO EM CARREIRA
DIVERSA DAQUELA PARA A QUAL O SERVIDOR PÚBLICO
INGRESSOU POR CONCURSO, E QUE NÃO SÃO, POR ISSO
MESMO, INSITAS AO SISTEMA DE PROVIMENTO EM CARREIRA, AO
CONTRARIO DO QUE SUCEDE COM A PROMOÇÃO, SEM A
QUAL OBVIAMENTE NÃO HAVERA CARREIRA, MAS, SIM, UMA
SUCESSÃO ASCENDENTE DE CARGOS ISOLADOS. O INCISO II DO
ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL TAMBÉM NÃO PERMITE O
"APROVEITAMENTO", UMA VEZ QUE, NESSE CASO, HÁ
IGUALMENTE O INGRESSO EM OUTRA CARREIRA SEM O
CONCURSO EXIGIDO PELO MENCIONADO DISPOSITIVO. AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE QUE SE JULGA
PROCEDENTE PARA DECLARAR INCONSTITUCIONAIS OS
ARTIGOS 77 E 80 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
TRANSITORIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. (ADI 231,
Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em
05/08/1992, DJ 13-11-1992 PP-20848 EMENT VOL-01684-06 PP-
01125 RTJ VOL-00144-01 PP-00024)
Ação direta de inconstitucionalidade. Formas de provimento
derivado. Inconstitucionalidade. Tendo sido editado o Plano
de Classificação dos Cargos do Poder Judiciário
posteriormente à propositura desta ação direta, ficou ela
prejudicada quanto aos servidores desse Poder. No mais, esta
Corte, a partir do julgamento da ADIN 231, firmou o
entendimento de que são inconstitucionais as formas de
provimento derivado representadas pela ascensão ou acesso,
transferência e aproveitamento no tocante a cargos ou
empregos públicos. Outros precedentes: ADIN 245 e ADIN 97. -
Inconstitucionalidade, no que concerne às normas da Lei nº
8.112/90, do inciso III do artigo 8º; das expressões ascensão e
acesso no parágrafo único do artigo 10; das expressões acesso
e ascensão no § 4º do artigo 13; das expressões ou ascensão e
ou ascender no artigo 17; e do inciso IV do artigo 33. Ação
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conhecida em parte, e nessa parte julgada procedente para
declarar a inconstitucionalidade dos incisos e das expressões
acima referidos. (ADI 837, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES,
Tribunal Pleno, julgado em 27/08/1998, DJ 25-06-1999 PP-00002
EMENT VOL-01956-01 PP-00040)
A matéria foi consolidada no Supremo Tribunal Federal, por meio da edição
da súmula 685, segundo a qual:
SÚMULA 685
É inconstitucional toda modalidade de provimento que
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em
concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente investido.
A partir da vigência das novas regras constitucionais, foram banidas espécies
de provimento derivado que impliquem na investidura em cargos públicos
com requisitos diferentes para provimento, como nível de escolaridade,
diferentes atribuições e remuneração.
O Supremo Tribunal Federal já se manifestou expressa e especificamente no
sentido de que são vedadas formas de provimento que impliquem no
aproveitamento de servidores após ocorrida a transformação de cargos de
nível médio em cargos de nível superior, senão vejamos:
CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. ESCRIVÃO DE EXATORIA
E FISCAL DE MERCADORIAS EM TRÂNSITO: ESTADO DE SANTA
CATARINA. Lei Complementar nº 81, de 10.03.93, do Estado de
Santa Catarina. I. Transformação, com os seus ocupantes, de
cargos de nível médio em cargos de nível superior. Espécie de
aproveitamento. Inconstitucionalidade, porque ofensivo ao
disposto no art. 37, II, da Constituição Federal. II. Ação direta
de inconstitucionalidade julgada procedente, declarada a
inconstitucionalidade dos Anexos I e II-55 e II-56 da Lei
Complementar 81, de 10.03.93, do Estado de Santa Catarina.
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(ADI 1030, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno,
julgado em 22/08/1996, DJ 13-12-1996 PP-50158 EMENT VOL-
01854-01 PP-00117)
A transformação de cargos que implica na elevação do nível de
escolaridade exigida para o ingresso foi objeto de artigo publicado na
Revista de Informação Legislativa nº 133, do Senado Federal, cujo trecho
segue abaixo:
As transformações de cargo que importam elevação do nível
de complexidade das respectivas atribuições ou a
escolaridade exigida para ingresso, a teor de exegese
teleológica, estão inviabilizadas pelo disposto no art. 37, II, da
Constituição Federal, que imprime o fortalecimento do sistema
do mérito funcional, aferível mediante concurso público.6
Do mesmo modo, este Egrégio Tribunal de Justiça já julgou demanda
semelhante, posicionando-se pela inconstitucionalidade da norma, veja-se:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – LEI MUNICIPAL DE
ANCHIETA – CARGOS PÚBLICOS – TRANSFORMAÇÃO E
ENQUADRAMENTO DOS SERVIDORES ANTIGOS –
IMPOSSIBILIDADE – NOMENCLATURA, ATRIBUIÇÃO,
REMUNERAÇÃO E REQUISITOS PARA INGRESSO DISTINTOS –
BURLA À REGRA DO CONCURSO PÚBLICO – EFEITOS EX NUNC –
VERBA REMUNERATÓRIA DE CARÁTER ALIMENTAR E RECEBIDA
DE BOA-FÉ – AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1 – Sustenta o
Procurador Geral que o anexo V da Lei nº 773⁄2012 do
Município de Anchieta seria inconstitucional em relação aos
cargos de cirurgião dentista (20h e 40h), enfermeiro e
enfermeiro plantonista 24h, médico e médico plantonista 24h,
médico veterinário, terapeuta ocupacional e auxiliar de
veterinária, na medida em que enquadrou os antigos
funcionários nos novos cargos, embora com alteração na
remuneração e nos requisitos de escolaridade exigidos para
6 SOUZA, Osvaldo Rodrigues de. Reflexões sobre os institutos da transposição e
transformação de cargos públicos. Disponível em:
<http://www2.senado.gov.br/bdsf/item/id/191>.
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investidura. 2 - A Lei 773⁄2012 alterou a nomenclatura dos
cargos citados, trouxe variação em suas atribuições, requisitos
de ingresso, além de uma grande diferença na forma de
remuneração, incluindo gratificações não previstas
anteriormente. 3 - Considerando que houve alteração nos
requisitos para ingresso nos cargos de cirurgião dentista (20h e
40h), enfermeiro, enfermeiro plantonista 24h, médico, médico
plantonista 24h, médico veterinário, terapeuta ocupacional e
auxiliar de veterinária, bem como na forma de remuneração, o
enquadramento geral e irrestrito dos servidores antigos
constitui, a meu sentir, burla à regra do concurso público, na
medida em que houve investidura em cargo sem observância
das regras constitucionalmente previstas. 4 - A alteração de
cargo quando modifica não somente a designação, mas sua
forma de remuneração, suas atribuições e seu requisito de
ingresso faz surgir, de forma oblíqua e dissimulada, duas
realidades jurídicas: a extinção de um cargo e a criação e
ingresso, automático, em outro, hipótese inaceitável. 5 - A
alteração formulada pela Administração, enquadrando os
servidores em cargo que possui escolaridade e remuneração
diversas, fere os princípios da legalidade, impessoalidade e
isonomia, impondo a procedência da ação, com o
consequente retorno dos servidores aos cargos para o qual
prestaram concurso público, com a remuneração
correspondente, retornando ao status quo ante. 6 – Em
observância ao princípio da segurança jurídica e em razão do
excepcional interesse social, com fulcro no artigo 27 da Lei nº
9868⁄1999, deve a presente decisão ser modulada, tendo
eficácia a partir do seu trânsito em julgado. Afinal, a diferença
remuneratória percebida se caracteriza como verba alimentar
recebida de boa-fé pelos servidores, em troca dos serviços
prestados. 7 – Ação julgada procedente. (TJES, Classe: Direta
de Inconstitucionalidade, 100130046962, Relator: MANOEL
ALVES RABELO, Órgão julgador: TRIBUNAL PLENO, Data de
Julgamento: 19/05/2014, Data da Publicação no Diário:
22/05/2014)
No caso em tela, o enquadramento de servidores após a transformação do
cargo de Professor “B” – MaPB em cargo de Professor Municipal II/docente e
alteração dos níveis de escolaridade exigidos para investidura constitui burla
à regra constitucional do concurso público, haja vista ter ocorrido a
mudança do nível de escolaridade referente ao cargo em questão e o
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aproveitamento dos ocupantes dos cargos anteriores (consoante artigo 15,
Lei Municipal nº 776/2012), sem que lhes tivessem sido exigidos os requisitos
atuais à época do concurso público por eles prestado.
Isso significa que, com a transformação dos cargos, foram também
aproveitados os seus ocupantes, que se viram investidos em novos cargos
sem a prévia submissão a concurso público.
Assim, um servidor ocupante do cargo então denominado Professor “B” –
MaPB, que satisfizesse as exigências de escolaridade por ter Licenciatura
Plena ou Curta com observância na área de conhecimento, conforme
prescrevia o anexo III da Lei nº 427/2007, poderia passar a ocupar o cargo de
Professor Municipal II/docente, cujo requisito de investidura admite apenas
Licenciatura Plena com observância na área de conhecimento.
A inconstitucionalidade reside, portanto, na transformação do cargo e no
aproveitamento de servidores que já se encontravam nos quadros da
Administração, sem que tenham prestado concurso público para assumir
esses novos cargos, em conformidade com as exigências estipuladas
legalmente, tais como o nível de escolaridade.
Esse tipo de provimento, conforme dito supra, consiste em forma de
provimento derivado, repudiado pelo ordenamento jurídico brasileiro,
levando em consideração o teor do artigo 37, II, da Constituição da
República, que consagra o princípio do concurso público.
Assim, não se pode permitir que servidores ocupantes de cargo para o qual
se exigiu nível de escolaridade inferior à época do concurso público,
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mediante a justificativa de enquadramento, passem a ocupar cargo para o
qual se exige nível de escolaridade mais elevado.
Deste modo, imperioso o reconhecimento da inconstitucionalidade do
dispositivo legal apontado, na medida em que a indevida transformação de
cargos e aproveitamento dos servidores sem realização de concurso público
enseja grave violação ao princípio do concurso público.
Desta forma, consoante já salientado, outro destino não resta à referida
norma legal, senão a declaração de sua inconstitucionalidade/nulidade7,
retirando-a do mundo jurídico em respeito aos princípios e normas
constitucionais orientadores da Administração Pública.
É de rigor, portanto, seja declarada a inconstitucionalidade do anexo V da
Lei Municipal de Anchieta nº 776/2012, especificamente em relação ao
cargo de Professor “B” – MaPB, transformado em Professor Municipal
II/docente, bem como, por arrastamento, dos decretos que tenham
7 Pode-se afirmar que a maioria da doutrina brasileira acatou, inclusive por influência do
direito norte-americano, a caracterização da teoria da nulidade ao se declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo (afetando o plano de validade). Trata-se,
nesse sentido, de ato declaratório que reconhece uma situação pretérita, qual seja, o “vício
congênito”, de “nascimento” do ato normativo. A idéia de a lei ter “nascido morta”
(natimorta), já que existente enquanto ato estatal mas em desconformidade (seja em razão
de vício formal ou material) em relação à noção de “bloco de inconstitucionalidade” (ou
paradigma de controle), consagra a teoria da nulidade, afastando a incidência da teoria
da anulabilidade. Assim, o ato legislativo, por regra, uma vez declarado inconstitucional,
deve ser considerado, nos termos da doutrina brasileira majoritária, como “... nulo, írrito, e,
portanto, desprovido de força vinculativa”. Nessa linha, a doutrina tradicional já se
manifestava, destacando-se os ensinamentos de Rui Barbosa, Alfredo Buzaid, Castro Nunes e
Francisco Campos. Cappelletti, ao descrever o sistema “norte-americano”, observa que “...
a lei inconstitucional, porque contrária a uma norma superior, é considerada absolutamente
nula (‘null and void’) e, por isso, ineficaz, pelo que o juiz, que exerce o pder de controle, não
anula, mas, meramente, declara (pré-existente) nulidade da lei inconstitucional”. (LENZA,
Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 118).
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efetivamente enquadrado os servidores ocupantes do referido cargo, por
configurar burla ao princípio do concurso público sediado no artigo 32, II, da
Constituição Estadual e no artigo 37, II, da Carta Magna.
Importante destacar, por fim, que, não há qualquer óbice à declaração de
inconstitucionalidade de norma contida em anexo de lei, na medida em
que o anexo, nesse caso, é dotado de normatividade, visto que transforma
os cargos e altera os requisitos de investidura em relação aos mesmos,
conforme entendimento já manifestado pelo Supremo Tribunal Federal (ADI
1030, Relator (a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em
22/08/1996, DJ 13-12-1996 PP-50158 EMENT VOL-01854-01 PP-00117).
IV – DA NECESSIDADE DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR
ARRASTAMENTO DOS DECRETOS DECORRENTES DA NORMA ORA IMPUGNADA
Além da imperiosa necessidade de declaração de inconstitucionalidade da
norma mencionada, destaque-se que também devem ser declarados
inconstitucionais os decretos que tenham efetivamente enquadrado os
servidores ocupantes dos cargos em referência na presente petição.
Isso porque, declarar a inconstitucionalidade da norma ora impugnada
implica no efeito lógico-jurídico de também declarar a inconstitucionalidade
dos eventuais decretos que tenham efetivado o enquadramento em si.
Trata-se da inconstitucionalidade por arrastamento, admitida pelo Excelso
Supremo Tribunal Federal, conforme se lê abaixo:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE A
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EMENDA CONSTITUCIONAL 8/1977 E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DE 1988. DISCIPLINA POR DECRETO-LEI. IMPOSSIBILIDADE. ART.
55 DA CONSTITUIÇÃO DE 1967, COM REDAÇÃO DADA PELA
EMENDA CONSTITUCIONAL 1/1969. INVALIDADE, POR
ARRASTAMENTO, DE PORTARIA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA.
AGRAVO IMPROVIDO. I - Esta Corte possui entendimento
firmado no sentido de que, no período compreendido entre a
EC 8/1977 e o advento da Constituição de 1988, a
contribuição para o PIS não possuía natureza tributária e o
resultado de seu recolhimento não se qualificava como
espécie de finanças públicas, motivo pelo qual sua disciplina
não poderia ser realizada por decretos-leis expedidos pelo
Presidente da República, nos termos do art. 55 da CF de 1967,
com a redação dada pela EC 1/1969. Precedentes. II -
Segundo a jurisprudência dessa Corte, na hipótese de
determinada norma constituir fundamento de validade para
outro preceito normativo, a inconstitucionalidade daquela
implica a invalidade, por arrastamento, desse. Precedentes. III
– Agravo regimental improvido. (RE 631698 AgR, Relator(a):
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em
22/05/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-109 DIVULG 04-06-
2012 PUBLIC 05-06-2012 RSJADV jul., 2012, p. 40-43)
Como se pode ler do acórdão transcrito, quando uma norma constituir
fundamento de validade de outra norma, a declaração de
inconstitucionalidade daquela norma implica na invalidade, por
arrastamento, desta.
A inconstitucionalidade por arrastamento é denominada por Uadi Lâmmego
Bulos de inconstitucionalidade consequente, acessória ou derivada, acerca
da qual leciona:
[...] é aquela que provém do efeito reflexo ou oblíquo de uma
violação direta à carta magna. Trata-se de um corolário da
própria inconstitucionalidade antecedente. Quer dizer, uma
norma viola expressamente a lei magna contamina, por
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derivação, os outros dispositivos que nela encontram o
fundamento de validade.8
No caso em tela, vislumbra-se que os eventuais decretos que tenham
promovido o enquadramento dos servidores ocupantes dos cargos em
questão possuem como fundamento de validade a norma ora impugnada,
na medida em que se referem ao enquadramento dos servidores nos cargos
transformados pela Lei Municipal de Anchieta nº 776/2012.
Assim, percebe-se que o caso amolda-se perfeitamente à hipótese de
inconstitucionalidade por arrastamento, também denominada consequente,
acessória ou derivada.
Diante disso, imperioso seja declarada a inconstitucionalidade por
arrastamento dos eventuais decretos que tenham efetuado o
enquadramento dos servidores ocupantes dos cargos referidos na presente.
V – DA NECESSIDADE DE MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO
É sabido que a lei reconhecidamente inconstitucional equivale a uma norma
inválida e o controle de constitucionalidade tem por fim paralisar sua
eficácia.
A partir da Constituição da República de 1988, foram desenvolvidas no
sistema jurídico brasileiro técnicas de interpretação constitucional que
permitissem não apenas a declaração de inconstitucionalidade com efeitos
ex tunc, mas também a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal, em
8 BULOS, Uadi Lâmmego. Curso de direito constitucional. 4. ed. São Paulo: saraiva, 2009, p.
83.
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casos excepcionais, modular os efeitos de suas decisões, por meio de
técnicas de declarações parciais, sobretudo, com efeito ex nunc e pro
futuro9.
Tal entendimento foi consolidado a partir da Lei nº 9.868/99, quando essa
questão, por fim, foi positivada. O artigo 27 da referida lei estabeleceu que:
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal,
por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos
daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir
de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser
fixado. (grifo não original)
Com efeito, é visível que o legislador brasileiro optou por possibilitar, em
determinados casos, a modulação dos efeitos da decisão, ou seja, a
adoção de outras medidas que não somente a declaração de nulidade
total da lei ou do ato normativo.
É o que vem sendo adotado pelo Supremo Tribunal Federal no sentido da
aplicação da modulação ex nunc dos efeitos da decisão, considerando os
princípios da boa fé e da segurança jurídica, senão vejamos:
CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO: PROVIMENTO DERIVADO:
INCONSTITUCIONALIDADE: EFEITO EX NUNC. PRINCÍPIOS DA
BOA-FÉ E DA SEGURANÇA JURÍDICA. I. - A Constituição de 1988
9 Nesses casos, o Supremo Tribunal Federal vem aplicando a técnica da modulação dos
efeitos da decisão, com o intuito de “fazer uma ponderação entre as normas declaradas
inconstitucionais e as normas constitucionais aferidoras de valores supremos, tais como a
moralidade, a boa-fé, a coisa julgada, a razoabilidade, a irredutibilidade de vencimentos, a
proibição do enriquecimento ilícito, a primazia dos valores decorrentes da cláusula do
devido processo legal, etc.” (BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 6. ed.
São Paulo: Saraiva, p. 350.).
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instituiu o concurso público como forma de acesso aos cargos
públicos. CF, art. 37, II. Pedido de desconstituição de ato
administrativo que deferiu, mediante concurso interno, a
progressão de servidores públicos. Acontece que, à época dos
fatos 1987 a 1992, o entendimento a respeito do tema não era
pacífico, certo que, apenas em 17.02.1993, é que o Supremo
Tribunal Federal suspendeu, com efeito ex nunc, a eficácia do
art. 8º, III; art. 10, parágrafo único; art. 13, § 4º; art. 17 e art. 33,
IV, da Lei 8.112, de 1990, dispositivos esses que foram
declarados inconstitucionais em 27.8.1998: ADI 837/DF, Relator
o Ministro Moreira Alves, "DJ" de 25.6.1999. II. - Os princípios da
boa-fé e da segurança jurídica autorizam a adoção do efeito
ex nunc para a decisão que decreta a inconstitucionalidade.
Ademais, os prejuízos que adviriam para a Administração
seriam maiores que eventuais vantagens do desfazimento dos
atos administrativos. III. - Precedentes do Supremo Tribunal
Federal. IV. - RE conhecido, mas não provido. (RE 442683,
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado
em 13/12/2005, DJ 24-03-2006 PP-00055 EMENT VOL-02226-04
PP-00814 LEXSTF v. 28, n. 330, 2006, p. 282-299)
O entendimento acima deve ser aplicado ao caso em análise, na medida
em que os efeitos da declaração de nulidade das normas guerreadas não
poderão ensejar a devolução dos valores percebidos até então pelos
servidores públicos reenquadrados de acordo com as leis ora impugnadas.
Ou seja, não poderão ser provocados efeitos ex tunc à decisão colegiada
proferida.
Isso porque os servidores perceberam sua remuneração de boa-fé, em
conformidade com o disposto em lei (a lei ora impugnada). Ademais, trata-
se de verba irrepetível, por consistir em verba alimentar, de modo que não
poderia ser provocada sua devolução.
Além disso, após a declaração de inconstitucionalidade, é importante que
os servidores sejam readequados à lei municipal anteriormente vigente (Lei
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Municipal de Anchieta nº 427/2007), atribuindo-lhes o cargo anterior, para o
qual prestaram concurso público, bem como a remuneração
correspondente, retornando-se ao status quo ante.
Com efeito, é necessária a defesa em favor do deferimento dos efeitos ex
nunc em relação aos valores já recebidos, de modo que somente produza
seus efeitos a partir do trânsito em julgado da declaração de
inconstitucionalidade.
VI – DOS PEDIDOS
Ex positis, o Procurador-Geral de Justiça requer:
a) A notificação do Presidente da Câmara e do Prefeito Municipal de
Anchieta, para os fins previstos no artigo 169, alínea a, do Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo - RITJES;
b) Seja a presente Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada
procedente in totum, declarando-se a inconstitucionalidade material
ex nunc do anexo V da Lei Municipal de Anchieta nº 776/2012
especificamente em relação ao cargo de Professor “B” – MaPB,
transformado no cargo de Professor Municipal II/docente, bem como,
por arrastamento, dos decretos que tenham enquadrado
especificamente os servidores ocupantes do referido cargo, a fim de
que os servidores sejam readequados à lei municipal anteriormente
vigente (Lei Municipal de Anchieta nº 427/2007), atribuindo-lhes o
cargo anterior, para o qual prestaram concurso público, bem como a
remuneração correspondente, conforme exposto.
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VII – VALOR DA CAUSA
Dá-se à presente causa, por força de expressa disposição legal, o valor de
R$ 100,00 (cem reais).
Pede deferimento.
Vitória, 16 de junho de 2014.
EDER PONTES DA SILVA
PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA