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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA O DESENVOLVIMEN - TO SUSTENTÁVEL CONSÓRCIO ZEE BRASIL PROGRAMA ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO 2003 – 2006 DEZEMBRO DE 2006

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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA O DESENVOLVIMEN-TO SUSTENTÁVEL

CONSÓRCIO ZEE BRASIL

PROGRAMA ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO 2003 – 2006

DEZEMBRO DE 2006

APRESENTAÇÃO

O Programa ZEE foi criado em 1999 e as atribuições de coordenação e integração entre as ações federais, estaduais e locais, bem como suas ações descentralizadas no PPA passaram para a gerência do MMA.

Ao final de 2002, o Programa contava com uma importante base institucional para a integração de órgãos públicos, cristalizada no Consórcio ZEE Brasil, assim como diretrizes metodológicas e operacionais de consenso entre os executores. Isso permitiu maior integração e articulação entre as ações, porém permanecia o desafio de preparar as bases de implantação dos projetos, articulando-os às diversas políticas públicas territoriais.

A partir de 2003, os avanços dessa articulação entre ZEE e Gestão Ambiental e Territorial foram notáveis, permitindo a ampliação de projetos em bases mais consistentes. Atualmente, há um diálogo muito mais estreito entre o ZEE e a própria política ambiental, sobretudo quanto aos estudos de biodiversidade, licenciamento e monitoramento de projetos, entre o ZEE e a política agrícola, através do zoneamento agrícola, entre o ZEE e as políticas regionais e de ordenamento territorial. Isso permitiu estabelecer os alicerces para um efetivo salto de qualidade do ZEE, tornando-se o maior desafio para seu desenvolvimento nos próximos anos.

Apresenta-se, a seguir, a avaliação do Programa no período 2003 – 2006, descrevendo-se a evolução das atividades e projetos, bem como a estruturação da gerência no MMA. São indicados, ainda, os principais desafios e as necessidades de encaminhamento para a consolidação das ações do Programa.

SUMÁRIO

1. OBJETIVO

2. FORMA DE OPERAÇÃO

2.1. Orçamento da União2.2. Projeto de Cooperação Técnica

3. EQUIPE E INFRA-ESTRUTURA

3.1. Equipe Técnica3.2. Infra-estrutura

4. AÇÕES ESTRUTURANTES

5. ATIVIDADES, PROJETOS PRIORITÁRIOS E PRODUTOS GERADOS

5.1. Atividades

5.1.1. Coordenação da Comissão Coordenadora do ZEE do Território Nacional e do Consórcio ZEE Brasil

5.1.2. Gerência do PPA5.1.3. Coordenação dos Estados da Federação5.1.4.Participação de Grupos de Trabalho e Comissões

5.2. Projetos

5.2.1. MacroZEE Brasil5.2.2. MacroZEE da Amazônia Legal5.2.3. ZEE Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno5.2.4. ZEE da Bacia do São Francisco5.2.5. ZEE da Bacia do Parnaíba5.2.6. Rede Virtual de Informações sobre a Caatinga

5.3. Produtos Gerados e Publicados

6. AVALIAÇÃO

7. RECOMENDAÇÕES

1. OBJETIVO

Promover o zoneamento ecológico-econômico para planejar e organizar, de forma sustentável, o processo de uso e ocupação, subsidiando o planejamento territorial do País.

2. FORMA DE OPERAÇÃO

O Programa ZEE possui duas formas para a operação de suas atividades, a saber, o Plano Plurianual do Governo Federal, cujos recursos provêm do orçamento da União, e o Acordo de Cooperação Técnica com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, que opera recursos tanto da dotação orçamentária do Programa, quanto de outras fontes extra-orçamentárias de projetos.

2.1. Orçamento da União

Programa do PPA, inscrito sob o número 0512, com 10 (dez) ações descentralizadas, composto por 06 (seis) atividades e 04 (quatro) projetos, dos quais 02 (dois) projetos sob a execução direta da Coordenação Nacional do Programa e 02 (dois) projetos sob a execução de unidades descentralizadas.

O Quadro a seguir apresenta as ações do Programa no PPA 2003 – 2007 e respectivos executores descentralizados.

Quadro 01 – Ações do Programa ZEE no PPA 2004 – 2007

Código Ação Unidade Gestora

2272 Gestão e Administração do Programa o Desenvolvimento Sustentável

7965 Implantação do Sistema Gerenciador sobre Banco de Dados do ZEE

o Desenvolvimento Sustentável

7413 Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Brasil na escala 1:1000.000

o Desenvolvimento Sustentável

7570* Georreferenciadas para implantação do Ecoturismo o Desenvolvimento Sustentável

2970 Gestão Integrada dos Ambientes Costeiros e Marinhos Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Qualidade Ambiental

8665 ZEE da Zona Costeira Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Qualidade Ambiental

0784 Apoio à Gestão Ambiental em Áreas de Fragilidade Físico-Ambiental

Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Qualidade Ambiental

4658 Capacitação de Gestores Públicos em ZEE Ministério da Integração Nacional

8689 ZEE Estadual na Escala 1:250.000 Ministério da Integração Nacional

4879 Levantamento de Informações Técnicas e Estratégicas para o ZEE

Ministério de Minas e Energia – Cia.Pesquisa Recursos Minerais

Fonte: Sigplan, 2006

Quanto à distribuição orçamentária no período, o quadro abaixo indica a situação atual:

Quadro 02 – Distribuição Orçamentária Prevista e Realizada entre 2004 – Outubro 2006

Unidade Gestora Ação

Orçamento

2004 2005 2006 TOTAL PREVISTO

TOTAL EXECUTADO *

SDS Gestão e Administração do Programa 1.099.000 257.668 51.952** 748.342 2.105.010 1.947.673

SDS Implantação do Sistema Gerenciador de Banco de Dados do ZEE 193.118 247.120

26.400** 144.081 584.319 543.101

SDS Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Brasil na escala 1:1000.000 339.000 756.992 139.501 1.235.493 1.208.493

SDSImplantação de Sistemas de Informações Georreferenciadas para implantação do

Ecoturismo0 Não estava

no PZEE 511.211 511.211 511.211

SQA Gestão Integrada dos Ambientes Costeiros e Marinhos 546.544 141.920** Não está no

PZEE 546.544 541.312

SQA ZEE da Zona Costeira 0 223.845 76.840 97.455** 300.685 262.740

SQA Apoio à Gestão Ambiental em Áreas de Fragilidade Físico-Ambiental 257.546

170.000 257.546**167.400**

Ação não orçada 427.546 424.946

MI Capacitação de Gestores Públicos em ZEE 0 200.000 Ação não orçada 200.000 0

MI ZEE Estadual na Escala 1:250.000 8.580.000 12.153.728408.200**

93.851 1.830.179** 20.827.579 7.953.083

MME Levantamento de Informações Técnicas e Estratégicas para o ZEE

Não estava no PZEE

900.000638.624

16.06610.719** 916.066 654.690

TOTAL 27.654.453 14.047.249

Fonte: Sigplan, 2006* Total executado no período de 2004 a outubro de 2006.** valores de Restos a Pagar 2004 e 2005 (no caso das ações referentes a 2006).

2.2. Projeto de Cooperação Técnica

O Programa possui ações inscritas no Projeto de Cooperação Técnica com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD BRA 00/22 – Apoio às Políticas Públicas de Desenvolvimento Sustentável, compostas de 01 (um) objetivo e 4 (quatro) resultados, a saber:

Objetivo 1 - Planejar, programar e coordenar, de forma articulada, participativa e descentralizada, a execução do Zoneamento Ecológico-Econômico no Território Nacional.

Resultado 1.1. - Procedimentos técnicos e operacionais – gerais e temáticos – integrantes da metodologia de zoneamento ecológico-econômico propostos, consolidados, discutidos, divulgados e sistematicamente atualizados.

Resultado 1.2. - Sistema de Informações básicas para a execução e difusão do Zoneamento Ecológico-Econômico, planejado, implementado, disponibilizado via internet e mantido atualizado.

Resultado 1.3. - Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico e Consórcio ZEE Brasil instalados e em funcionamento.

Resultado 1.4. - Execução do Zoneamento Ecológico-Econômico na escala da União, das Regiões, Estados e áreas selecionadas, técnica e financeiramente apoiados.O Projeto teve início em 25 de junho de 2001, com prazo para encerrrar em 31 de dezembro de 2007. Sofreu revisões em janeiro de 2003, em dezembro de 2003 e em junho de 2006.

O orçamento previsto, atualmente, para o objetivo 1 é de US$ 2.375.611, 67, para os anos de 2006 e 2007.

3. EQUIPE E INFRA-ESTRUTURA

O Programa ZEE possui uma equipe técnica fixa, proveniente dos quadros do Ministério do Meio Ambiente, e uma infra-estrutura física básica para a gerência das ações. Ambas foram constituídas recentemente, uma vez que no início de 2003, além de haver apenas dois membros na equipe, os equipamentos disponíveis eram insuficientes e inadequados para as atividades necessárias. Somente nos últimos três anos foram proporcionadas as condições mínimas em recursos humanos e materiais para o Programa funcionar, inclusive com a disponibilização de espaço adequado.

3.1. Equipe Técnica

A equipe técnica é composta por 14 (quatorze) membros dos quais 1 (um) coordenador-geral, 5 (cinco) técnicos sênior, 3 (três) analistas ambientais, 1 (um ) técnico nível médio, 1 (um) apoio administrativo terceirizado, 1 (uma) secretária júnior terceirizada e 2 (dois) estagiários.

Um técnico sênior nível 4 – contrato temporário foi incorporado à equipe, em tempo integral, proveniente do Subprograma de Políticas de Recursos Naturais – SPRN, como parte da integração das ações relativas à gestão territorial com o Programa ZEE. Um outro técnico sênior nível 3 – contrato temporário, em tempo parcial, também proveniente do Subprograma de Políticas de Recursos Naturais – SPRN, ainda não se integrou totalmente à equipe.

O Quadro a seguir apresenta a equipe técnica do Programa ZEE.

Quadro 03 – Equipe Técnica do Programa ZEE – Dezembro de 2006

Nome Cargo Função

Marcos Estevan Del Prette Nível V – contrato temporário Coordenador-geral

Antonio Gutemberg Gomes de Souza DAS 4 Gerente Projeto RIDE - DF

Cristina Maria Costa Leite Nível V – contrato temporário Gerente Projeto Bacia S Francisco

Luis Mauro Gomes Ferreira Nível IV – contrato temporário Gerente Projeto RVC

Jacobson Luiz Ribeiro Rodrigues Nível IV – contrato temporário Gerente Projeto Bacia Parnaíba

Leonel Antonio Teixeira Junior Nível IV – contrato temporário Titular Concar, MacroZEE Amazônia Legal

Mariana Alvarenga do Nascimento Analista ambiental concursada – área 2 CCZEE, Consórcio, S Francisco, acompanhamento PPA,

Alexandre Romariz Duarte Analista ambiental concursado – área 2 Delta Parnaíba, MacroZEE Amazônial Legal

Cristhophe Saldanha Balmant Analista ambiental concursado – área 2 Laboratório ZEE, Delta Parnaíba

Paulo Rogério de Paiva Gomes Técnico médio nível II – contrato temporário Portal ZEE, apoio administrativo

Edicarlos Gomes de Sousa Técnico administrativo terceirizado Apoio administrativo

Daniele Pereira Nery Técnico administrativo terceirizado Secretária

Juliana Júnia Rodrigues Pereira Estagiária

Michel Madureira Loures de Souza Estagiário

A equipe do Programa, além das atribuições técnicas de desenvolvimento e execução de projetos, realiza atividades administrativas e burocráticas tais como elaboração de convênios, termos de referência para contração de serviços, apoio em logística e mobilização de equipes técnicas, bem como emissão de pareceres técnicos sobre projetos do legislativo e participação em grupos de trabalho institucionais.

3.2. Infra-estrutura

O Programa adquiriu equipamentos com a finalidade de proporcionar condições às ações desenvolvidas pela Coordenação Nacional e pelos parceiros. O Quadro a seguir mostra a quantidade e o tipo dos equipamentos e a configuração existente na Coordenação.

Quadro 04 – Equipamentos Alocados na Coordenação do Programa ZEE

Quantidade Equipamento Configuração

1 Microcomputador Intel(R) Pentium(R) 4 CPU 3.00GHz, 2048 Mb, 2 HDs 120 Gb, gravador DVD-RW, monitor 22”

2 Microcomputadores Pentium III 600 Mhz, 128 Mb, HD 10 Gb, leitor CD, monitor 15”

1 Microcomputador Pentium III 600 Mhz, 128 Mb, HD 10 Gb, 1 leitor CD, 1 gravador CD, monitor 20”

1 Microcomputador Celeron 4 Intel(R) Celeron(R) CPU 1.70GHz, 128 Mb, HD 30 Gb, leitor CD, monitor 14”

5 Microcomputadores Pentium 4 Intel(R) Pentium(R) 4 CPU 2.66GHz, 256 Mb, HD 40 Gb, leitor CD, monitor 14”

4 Microcomputadores Intel(R) Celeron(R) CPU 2.40GHz, 256 Mb, HD 40 Gb, leitor CD, monitor 17”

3 Microcomputadores Intel Celeron 3.2 Ghz, 1GB, HD 160 GB, leitor DVD-RW, monitor SVGA 17”*

1 Microcomputador AMD Athlon(tm) Processor 3000+ 2,00 Ghz, 1 Gb , HD 40Gb

2 Microcomputadores Computador Desktop microprocessador compatível com X86 3.4 Ghz, 1 Gb, HD 120 Gb, monitor CRT de 17 polegadas

1 Laptop Pentium III, 128 Mb, HD 12 Gb

1 Laptop Móbile Intel (R) Pentium 4 3,20 GHz, 448 Mb, HD 80 G;

1 Laptop Pentium M, 2GHZ, 512MB, HD 80GB, gravador DVD-RW, TFT 15” LCD

3 Hd externo 160 Gb

1 Impressora Lexmark Optra T612

1 Impressora A3 – HP Deskjet 9800 *

4 Impressoras laser, multifuncional A4 – HP Laserjet 3050

1 GPS Garmin 60C

1 Plotter HP Desingjet 5500PS 40”*

3 Máquinas fotográficas digitais SONY Cyber-shot DSC-H5, 7.2 Megapixel, com cartão de 256 Mb.

* itens que farão parte do laboratório PZEE-SDS.

O Quadro a seguir mostra a distribuição de equipamentos por instituição parceira e por projeto.

Quadro 05 – Equipamentos Alocados em Instituições Parceiras

Instituição Projeto Quantidade Equipamento

IBGE

Ride – FAPED 3 Computadores

São Francisco – PNUD

4 Computadores

1 Laptop

1 Plotter

2 Impressora Multifuncional

1 Impressora A3

1 Disco Rígido

1 Maquina Fotográfica Digital

1 GPS

ZEE Brasil – PNUD 1 ComputadorAmazônia – SPRN 2 Computadores

CPRM

Ride – FAPED 1 Computador

São Francisco – PNUD

1 Computador

1 Laptop

1 Impressora A3

1 Maquina Fotográfica DigitalAmazônia – SPRN 2 Computadores

INPE Amazônia – SPRN 1 Computador

EMBRAPA São Francisco – PNUD

1 Computador

1 Laptop

1 Plotter

1 Impressora A3

1 Maquina Fotográfica Digital

1 GPSAmazônia – SPRN 2 Computadores

FEMACT – RR Amazônia – SPRN 2 Computadores

IBAMA São Francisco – PNUD

1 Plotter

1 Impressora Multifuncional

1 Impressora A3

1 Maquina Fotográfica Digital

1 GPSAmazônia – SPRN 1 Computadores

Instituição Projeto Quantidade Equipamento

IEPA – AP Amazônia – SPRN 2 Computadores

IMAC – AC Amazônia – SPRN 2 Computadores

INCRA São Francisco – PNUD1 Computador

1 Impressora Multifuncional

Amazônia – SPRN 1 ComputadorMuseu Paraense Emilio Goeldi Amazônia – SPRN 1 Computador

SEDAM - RO Amazônia – SPRN 2 Computadores

SDS - AM Amazônia – SPRN 2 Computadores

SEPLAN - MT Amazônia – SPRN 2 Computadores

SEPLAN - TO Amazônia – SPRN 2 Computadores

SECTAM – PA Amazônia – SPRN 2 Computadores

Universidade Estadual do Maranhão Amazônia – SPRN 2 Computadores

SECEX – MMA São Francisco – PNUD 1 Computador

Centro de Recursos Ambientais - BA São Francisco – PNUD 1 Servidor

ADENE São Francisco – PNUD

1 Computador

Impressora Multifuncional

Conselho da Reserva da Biosfera São Francisco – PNUD

1 Computador

1 Impressora Multifuncional

1 Maquina Fotográfica Digital

Universidade Federal de Lavras São Francisco – PNUD

1 Computador

1 Impressora Multifuncional

1 Maquina Fotográfica Digital

Universidade do Vale do São Francisco São Francisco – PNUD

1 Computador

1 Impressora Multifuncional

1 Maquina Fotográfica Digital

Universidade Estadual de Feira de Santana São Francisco – PNUD 1 Computador

1 Impressora Multifuncional

1 Maquina Fotográfica Digital

A alocar São Francisco – PNUD

32 Computadores

21 Impressora Multifuncional

8 Maquina Fotográfica Digital

O projeto ZEE Ride – DF está adquirindo, através da cooperação técnica com o PNUD, 22 (vinte e dois) computadores para serem instalados nos municípios da região, juntamente com o banco de dados, em articulação com os Estados de Goiás e Minas Gerais. Os equipamentos já estão licitados.4. AÇÕES ESTRUTURANTES

O Programa ZEE e seus parceiros, ao seguir as Diretrizes Metodológicas do ZEE do Território Nacional (Versões 2001, 2003 e 2006), desenvolvem ações estruturantes, cruciais para a execução de atividades e implantação dos resultados do ZEE. São ações estruturantes as seguintes:

• Sistematização e Disseminação de Informações, Transferência de Tecnologia e Capacitação

Ação voltada para a organização e integração das informações existentes dos vários ZEEs como forma de compor uma mesma base de dados, com interligação em rede dos produtores de informação e disponibilidade de acesso aos usuários. Transferência de bases de dados e capacitação em sistemas de informações geográficas e gestão do território de parceiros e usuários.

• Compartilhamento de Ações e Estímulo a Parcerias

Ação voltada para articular parcerias entre as instituições envolvidas com projetos de ZEE internalizando as atividades do Programa na rotina dos órgãos parceiros, principalmente do Consórcio ZEE Brasil.

• Articulação com Políticas Públicas Setoriais

Ação voltada para a articulação do ZEE com as políticas públicas setoriais no sentido de fortalecer essas políticas através da integração dos ZEEs aos seus respectivos sistemas de planejamento e, ao mesmo tempo, proporcionar maior efetividade aos ZEEs.

Política de Planejamento Territorial, coordenada pelo MPOG, no sentido de proporcionar uma base espacializada para o PPA, otimizando os investimentos públicos e fortalecendo as convergências de prioridades para os territórios.

Política Regional e de Ordenamento Territorial, coordenadas pelo Ministério da Integração Nacional, proporcionando a base territorial de pactuação de potencialidades e limitações de sub-regiões e outras áreas selecionadas.

Política Ambiental, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e executada pelo Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, apoiando ações de criação e regulamentação de Unidades de Conservação, de Conservação da Diversidade Biológica, de Licenciamento Ambiental, de implantação das Agendas 21 locais.

Política de Recursos Hídricos, executada pela Agência Nacional de Águas – ANA, proporcionando insumos sobre uso do território e seus impactos nos usos múltiplos da água e combate à desertificação.Política Urbana, coordenada pelo Ministério das Cidades, proporcionando a base integrada de informação para a gestão local.

Política Agrícola, coordenada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, fornecendo insumos para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, o ordenamento do agronegócio, a agricultura familiar.

Política Fundiária, coordenada e executada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, proporcionando informações e bases pactuadas de uso do território para melhor definição dos assentamentos de reforma agrária, para regularização fundiária.

Política Energética e Mineral, coordenada pelo Ministério de Minas e Energia, proporcionando insumos sobre zoneamento mineral, zoneamento hidroenergético, zoneamento combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás, turfa), infraestrutura energética e cenários de demanda.

• Fortalecimento da Sociedade Civil

Incorporação de entidades civis (associações, sindicatos, movimentos sociais, etc.) aos projetos de ZEE em desenvolvimento como forma de qualificar e fortalecer as propostas de diretrizes de uso do território, possibilitando meios de implantação das ações propostas. Para tanto, são necessários esforços de construção de redes de entidades governamentais e não governamentais para disseminação de informações, mobilização e ampliação da participação nas instâncias de decisão.

5. ATIVIDADES, PROJETOS PRIORITÁRIOS E PRODUTOS GERADOS

5.1. Atividades

5.1.1. Coordenação da Comissão Coordenadora do ZEE do Território Nacional e do Consórcio ZEE Brasil

A CCZEE é uma Comissão Interministerial formada por 13 (treze) Ministérios com atribuição de planejar, coordenar, acompanhar e avaliar a execução do ZEE no território nacional, bem como articular com os Estados, apoiando-os e compatibilizando seus trabalhos com aqueles executados pelo Governo Federal. Realiza 04 (quatro) reuniões ordinárias anuais, com calendário estabelecido na última reunião do ano.

Dentre as ações relevantes enfrentadas pela CCZEE no período, podem ser citadas:

• Discussão e aprovação do ZEE de Rondônia.

• Revisão Decreto nº 4297/02, que regulamenta o ZEE, permitindo flexibilizar o reconhecimento e incentivar produtos gerados pelos Estados e demais executores federais.

• Conhecimento e aproximação com os projetos em execução e sua articulação à políticas setoriais.

• Revisão e atualização das diretrizes metodológicas do ZEE, versão 2006.

A CCZEE é assessorada tecnicamente pelo Grupo de Trabalho Permanente para a Execução do Zoneamento Ecológico-Econômico, denominado de Consórcio ZEE-Brasil, composto por 15 (quinze) instituições, e se reúne periodicamente para tratar do planejamento de projetos e sistematicamente para tratar da execução.

Fazem parte do Consórcio ZEE Brasil o Ministério do Meio Ambiente e seus órgãos vinculados, Agência Nacional de Águas – ANA e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, o Ministério da Integração Nacional e seus órgãos vinculados, Agência de Desenvolvimento do Nordeste – ADENE, Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – DNOCS e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Parnaíba e São Francisco – CODEVASF, as seguintes empresas públicas: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE e Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA, vinculados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, vinculados ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,

Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM e Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRÁS, vinculados ao Ministério de Minas e Energia, o Centro Gestor do Sistema de Proteção da Amazônia – CENSIPAM, vinculado à Casa Civil da Presidência da República, e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

5.1.2. Gerência do PPA

A Gerência do Programa está a cargo do Secretário de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável, Sr. Gilney Viana, e a Gerência Executiva é do Diretor de Gestão Ambiental e Territorial, Sr. Roberto Vizentin. O quadro abaixo lista as ações do PZEE com seus respectivos coordenadores.

Quadro 6 – Responsáveis por Ações no PPA 2003 – 2007

Código Ações Gerência Responsável

784 Apoio à gestão Ambiental em Áreas de Fragilidade Físico-Ambiental SQA Cristina de Queiroz T. Maffra

2272 Gestão e Administração do Programa

SDS Roberto Ricardo Vizentin

MIN

4658 Capacitação de Gestores Públicos em Zoneamento Ecológico-Econômico MIN Marcelo Ribeiro Moreira

4879 Levantamento de Informações Técnicas e estratégicas para o Zoneamento Ecológico-Econômico CPRM Cassio Roberto da Silva

7413 Macrozoneamento Ecológico- Econômico do Brasil na Escala 1:1.000.000 SDS Roberto Ricardo Vizentin

7550 formações Georreferenciadas para o Desenvolvimento do Ecoturismo SDS Allan Kardec M. Milhomens

7965 Implantação do Sistema Gerenciador de Banco de Dados sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico SDS Roberto Ricardo Vizentin

8665 Zoneamento Ecológico-Econômico da Zona Costeira SQA Rudolf Noronha

Código Ações Gerência Responsável

8689 Zoneamento Ecológico-Econômico Estadual na Escala 1:250.000

MIN Marcelo Ribeiro Moreira

DNOCS Cesár Augusto Pinheiro

CODEVASF Alexandre Isaac de Freitas

ADA André Luiz Gonçalves

ADENE Sílvia Tereza B. O. Sabino

5.1.3. Coordenação dos Estados da Federação

Embora a Coordenação Nacional tenha a competência legal para articular os ZEEs dos Estados às iniciativas federais, conforme Decreto de 28 de dezembro de 2001, a relação formal com as Unidades da Federação ocorre por meio de Acordos de Cooperação Técnica, quando envolve transferência de capacitação, equipamentos, pagamentos de despesas de locomoção e pequenos serviços, bem como apoio institucional na execução de projetos, ou por meio de convênio, quando envolve descentralização direta de recursos a projetos.

O quadro a seguir apresenta um resumo da situação atual das relações formais entre o Programa ZEE e as Unidades da Federação:

Quadro 07 – Documentos Formalizando Parcerias com o Estados da Federação

Unidade Objeto Documento Transferência Validade

Paraná Apoio à elaboração do ZEE ACT Capacitação12/11/03 a 12/11/05

“Novo ACT em Discussão”.

Ceará Planejar e implementar o ZEE (com base em Leis federais e estaduais) ACT Capacitação,

apoio institucional14/10/05 a 14/10/06

Expirado

Amazonas Elaboração do ZEE e demais ações que promovam o Desenvolvimento Sustentável. ACT

Parceria Seminário ZEE e Biodiversidade

Apoio Técnico

19/08/05 a 19/08/07Vigente

RoraimaEstudos aplicados utilizando o ZEE/RR e

demais ações que promovam o Desenvolvimento Sustentável

ACT Capacitação 11/08/05 a 11/08/07Vigente

Rondônia Compatibilização do ZEE às normas vigente – Decreto 4.297/2002 ACT Bases de Dados

Apoio técnico09/06/04 a 09/06/06

Expirado

Acre Apoio à elaboração do ZEE ACTApoio técnico

Bases de DadosApoio institucional

16/07/04 a 16/07/06Expirado

Acre Apoio ao ZEE Convênio R$ 60.736,59 23/12/04 a 30/11/05“Concluído”

Mato Grosso Apoio à implementação do ZEE ACT Capacitação

Apoio institucional03/09/04 a 03/09/06

Expirado

Tocantins Apoio à elaboração do ZEE e demais ações que promovam o desenvolvimento sustentável ACT Bases de Dados 24/11/05 a 24/11/07

Vigente

Maranhão Apoio à elaboração e demais ações que promovam o desenvolvimento sustentável ACT

Capacitação, Apoio institucional,

Bases de Dados

03/11/05 a 03/11/07Vigente

Minas Gerais

Apoio à elaboração do ZEE e demais ações que promovam o desenvolvimento sustentável ACT Bases de Dados 14/09/06 a 14/09/08

Vigente

Distrito Federal

Apoio à elaboração do ZEE e demais ações que promovam o desenvolvimento sustentável ACT Bases de Dados

Apoio Técnico06/02/06 a 06/02/08

Vigente

Goiás Apoio à elaboração do ZEE e demais ações que promovam o desenvolvimento sustentável ACT Em elaboração

Os Estados são parceiros fundamentais na execução de projetos e na formulação de diretrizes e implantação das ações estratégicas do Programa ZEE. Cada Estado possui um ponto focal para o ZEE, exercendo essa atividade, em geral, o coordenador estadual.

5.1.4.Participação de Grupos de Trabalho e Comissões

• Comitê Executivo Nacional para o Desenvolvimento Sustentável de Alcântara – CENDSA:

Participação junto ao Grupo Executivo Integrado de Alcântara e ao CENDSA para atender demanda da sociedade local para execução do ZEE no município. O Programa ZEE, em parceria com o Governo do Estado do Maranhão e a Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, articulou a estruturação do Centro de Capacitação localizado no Laboratório de Geoprocessamento – LABGEO da UEMA, para execução do MacroZEE do Estado. Isso possibilitou a montagem de um banco de dados, inclusive para o município de Alcântara. Em 2006, foram realizados dois cursos de capacitação em metodologia de ZEE e gestão do território para gestores públicos do Estado e do município de Alcântara. O primeiro curso envolveu 10 (dez) técnicos e pesquisadores. O segundo curso envolveu 15 (quinze) técnicos e gestores do estado e do município de Alcântara, contando com a monitoria do INPE. Durante este segundo curso, foi apresentada uma base de dados contendo levantamentos temáticos da socioeconomia e do meio físico em escala local.

• Grupo de Trabalho para o Cerrado

Particpação no GT, instituído pela portaria da Exma. Srª Ministra nº 361/2003, que elaborou o Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável do Cerrado, dando origem à Comissão Nacional de Conservação e Uso Sustentável do Cerrado - CONACER.

• Comissão Nacional do Programa Cerrado Sustentável – CONACER

Participação com o objetivo de inserir o ZEE como instrumento de planejamento do bioma, possibilitando a elaboração de Cenários atuais e tendenciais de ocupação do território, além de articular as ações da Secretaria junto ao Programa. Evento promovido pela CONACER em comemoração ao Dia do Cerrado contou com o lançamento de publicação relativa ao ZEE da RIDE-DF.

• Grupo de Trabalho Licenciamento Ambiental da Aqüicultura

Participação na discussão dos aspectos legais e questões relativas ao relatório do Deputado Federal João Alfredo (GT Carcinicultura da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal), procurando enumerar aspectos a serem considerados na revisão das Resoluções do CONAMA, Conselhos e Órgãos Estaduais de Meio Ambiente.

• Comissão Nacional de Cartografia – CONCAR

Representação do Ministério do Meio Ambiente na CONCAR, com titular e suplente. Participação na elaboração do Trabalho de Planejamento Estratégico da CONCAR, em março de 2005, e na coordenação da Subcomissão de Divulgação para elaboração do Plano Estratégico, Plano Tático e Plano Operacional 2006/2007, apresentado na 10º Plenária, em 1º de Novembro de 2006. Os documentos estão disponíveis no site www.concar.ibge.gov.br

• Bases Compartilhadas de Dados sobre a Amazônia – BCDAM

Coordenação do Grupo Temático de Geotecnologias, Intercâmbio de Dados Geográficos e Sistemas Estaduais de Informações Ambientais para padronização de procedimentos; nivelamento de conceitos e recomendações técnicas para o Comitê de Coordenação do Sistema – CCS/BCDAM. Os relatórios estão disponíveis no sítio www.bcdam.gov.br.

Participação no Grupo Temático de Formalização do Sistema e Planejamento, que elaborou a minuta de Portaria de constituição dos membros participantes, reviu o Termo de Adesão ao Sistema, estabeleceu mecanismos e parâmetros das ações dos Grupos temáticos.

• Grupo de Trabalho para Regularização das Terras da União no Distrito Federal.

A partir de Acordo de Cooperação Técnica entre a União e o GDF, foi criado um comitê gestor para identificação das áreas prioritárias para regularização fundiária. Atualmente, existem 2 (duas) áreas com processo de regularização implementado e mais 6 (seis) processos em estágio avançado envolvendo aproximadamente 60 mil famílias.

• Comitê Nacional de Zonas Úmidas.

Representante no Comitê, de acordo com a portaria de 24 de junho de 2005. As reuniões de 2005 tiveram como finalidade subsidiar a participação brasileira na 9° Conferência das Partes Contratantes da Convenção de Ramsar. A recomendação mais relevante indica que o MMA formule um instrumento normativo definindo o ecossistema manguezal.

• Grupo de Trabalho Bioma Caatinga

Instituído por Portaria da Ministra de Meio Ambiente, realizou, em 2005 e 2006, 5 (cinco) reuniões. Entre seus principais resultados destacam-se: análise de 70 (setenta) propostas referentes à conservação e uso da biodiversidade da caatinga, provenientes da reunião do CONABIO; definição de critérios para priorização de áreas destinadas à criação de Unidades de Conservação na caatinga; análise e priorização das Unidades de Conservação na caatinga, com indicação da primeira prioridade (Dunas do São Francisco); análise e parecer, com base nos critérios já aprovados, das Unidades de Conservação propostas pela Comissão Técnica Temporário da Caatinga – CTTC; elaboração e aprovação de proposta de acompanhamento da execução, para fins de avaliação, do projeto “Demonstrações de Manejo Integrado de Ecossistemas da Caatinga” (GEF - Caatinga); definição dos condicionantes para elaboração do documento base do Programa de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Bioma Caatinga; avaliação do pré-projeto de criação de Unidades de Conservação de proteção integral nas Dunas do São Francisco, com parecer da Diretoria de Áreas Protegidas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas - SBF/MMA; parecer sobre a proposta metodológica para atualização das áreas prioritárias do PROBIO e seu documento base.

5.2. Projetos

5.2.1. MacroZEE Brasil

Objetivo: Integração de informações e elaboração de cenários que permitam uma visão nacional com o objetivo de subsidiar a elaboração de macropolíticas territoriais, de planos, programas e projetos. Gerou produtos na escala 1:5.000.000, estando em fase de ampliação para 1:1.000.000.

5.2.2. MacroZEE da Amazônia Legal

Objetivo: promover o zoneamento ecológico-econômico na Amazônia Legal apoiando e integrando as ações de diversos atores regionais e articulando seus resultados e propostas a políticas públicas.

Ações estruturantes:

a) Implantação do Sistema de Informações Integradas para a Amazônia Legal - SII

Diante da necessidade de ancorar as iniciativas positivas do Subprograma de Políticas de Recursos Naturais – SPRN, foi idealizado o SII. Nesta estratégia, convergiram a execução de ações conjuntas, no âmbito da Diretoria de Gestão Ambiental e Territorial – DGAT e as iniciativas e os resultados do SPRN, a saber:

• Bases Cartográficas Digital Contínua

A fim de padronizar procedimentos e métodos, foram realizados seminários e reuniões entre equipe de Engenheiros Cartógrafos da Diretoria de Serviço Geográfico - DSG do Exército Brasileiro e da Coordenação de Cartografia do IBGE, envolvendo representantes dos estados da Amazônia Legal e técnicos de instituições parceiras como o INPE e CENSIPAM. Implementação da estratégia adotada na Reunião Técnica de Definição de Estratégia para Construção da Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal, realizada no Hotel Nacional em Dezembro de 2004, com levantamento de pontos em campo e avaliação dos insumos de dados geográficos (Geocover-NASA) de apoio à construção da base cartográfica digital e dimensionamento dos Planos de Trabalho, com o orçamento de cerca de : US$ 4.700 milhões.As metas e atividades contempladas nos Planos de Trabalhos serão executadas conforme abaixo:

Quadro 8 – Quantidade de Folhas por Instituição Executora

Trabalho

Avaliação e validação das bases digitais

existentes

Conversão e atualização da base existente

Elaboração de base para áreas

de vazio cartográfico

Ajuste e correção da base digital do

Mato GrossoTOTAL

Instituição IBGE DSG IBGE DSG IBGE DSG IBGE DSG IBGE DSG

Quantidade 421 201 36 424 126 324 - 282 583 1231

TOTAL 622 460 450 282 1814

Como resultado desta ação, houve a publicação da Resolução CONCAR 001/2006, de 02 de agosto de 2006, que homologa Norma da Cartografia Nacional, de estruturação de dados geo-espaciais vetoriais, referentes ao mapeamento terrestre básico que compõe a Mapoteca Nacional Digital.

• Integração dos ZEEs dos Estados

Compatibilização de legenda macrorregional e adequação das legendas estaduais, organização da base de dados comuns, formatação para internet e disponibilização pública dos ZEEs dos Estados da Amazônia Legal. Executado em meio analógico e em fase de transformação para meio digital. Parceria entre o MMA, o Consórcio ZEE Brasil e as coordenações estaduais de ZEE.

• Recuperação da Base de dados regional do ZEE.

Recuperação e atualização da Base de Dados Macrorregional de diversos projetos de ZEE executados ao longo dos últimos anos, entre eles o Projeto Cenários para a Amazônia Legal, organizado pelo INPE, os ZEEs Binacionais com Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia, executado pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil, e o ZEE da BR 163, coordenado pela Embrapa – Amazônia Oriental.

• Implantação de Centros de Capacitação Permanentes – CECAPES

Implementação física de 13 (treze) pólos de conhecimento em gestão territorial para disseminação de informações e capacitação de professores e gestores públicos em gestão territorial e ambiental, sistemas de informações para uso das bases cartográficas, bases de dados do ZEE, Sistema Compartilhado de Informações – SISCOM, que integra o Sistema de Produtos Florestais - SISPROF e o Sistema de Licenciamento Ambiental da Propriedade Rural - SLAPR. Parceria entre o Subprograma de Políticas de Recursos Naturais – SPRN, o Programa ZEE e as Universidades Regionais da Amazônia Legal, em fase de assinatura de Acordos de Cooperação Técnica. O Quadro abaixo apresenta a distribuição dos Centros na Amazônia Legal.

Quadro 09 – CECAPES por Estado e Campus

Estado Universidade Local

Mato GrossoUniversidade Federal do Mato Grosso UFMT – Cuiabá

Universidade Estadual do Mato Grosso UNEMAT – CáceresUNEMAT – Alta Floresta

Pará Universidade Federal do ParáUFPA – Belém

UFPA – MarabáUniversidade Federal Rural da Amazônia UFRA – Santarém

Rondônia Universidade Federal de Rondônia UFRO – Porto Velho

Maranhão Universidade Estadual do Maranhão UEMA – São Luiz

Roraima Universidade Federal de Roraima UFRR – Boa Vista

Acre Universidade Federal do Acre UFAC – Rio Branco

Amazonas Universidade Federal do Amazonas UFAM – Manaus

b) Atualização do Macrodiagnóstico da Amazônia Legal

Em 1996, foi publicado o Diagnóstico Ambiental da Amazônia Legal, através de um convênio entre SAE-PR e IBGE, contendo uma base analógica de dados e um relatório preliminar. Em 2001, essa base de dados foi transformada em meio digital através de convênio entre o MMA e a Fundação de Ciências Aplicadas e Tecnologia Espacial - FUNCATE.

Esse diagnóstico precisa ser atualizado em termos analíticos, contemplando a inserção de perspectivas dos setores governamentais e da base produtiva regional. Inicialmente, foram gerados insumos pela equipe da Coordenação de Cartografia do IBGE consolidados no produto Mapas Temáticos Selecionados, publicados em 2006. Desse produto, fazem parte um relatório e os seguintes mapas temáticos: Logística do Território, Rede de Cidades, Divisão Política, Fronteira Agrícola, Fronteira Agropecuária e Mineral na Vegetação Natural, Tipologia da Ocupação Territorial, Diversidade Sócio-Cultural, Estrutura Agrária, Fronteira Pecuária e Madeireira. Ação a ser planejada.

c) Cenários para a Amazônia Legal

Construção de metodologia e elaboração de cenários tendenciais, desejáveis e alternativos para a Amazônia Legal. Ação a ser planejada.

d) Integração do ZEE à Gestão Territorial e às Políticas Públicas.

• Normatização do ZEE

A partir da revisão do Decreto nº 4297-02, debatido com técnicos do Consórcio ZEE Brasil, representantes dos Governos Estaduais, Comissão Coordenadora do ZEE e entidades civis, abre-se um caminho para agilizar e avançar os projetos executados no país.

Nos estados da Amazônia Legal, a situação do ZEE é a seguinte:

Quadro 10 – Situação Legal do ZEE nos Estados da Amazônia Legal – Dezembro 2006

Estado Situação

Acre em fase de envio à Assembléia Legislativa Estadual.

Amazonas em fase de discussão pública para posterior envio à Assembléia Legislativa Estadual

Mato Grosso retirado da Assembléia Legislativa Estadual pelo Governador para discussão pública

Pará MacroZEE aprovado pela Assembléia Legislativa Estadual

Maranhão necessidade de reavivar a discussão pública para posterior envio à Assembléia Legislativa Estadual

Tocantins em fase de discussão pública para posterior envio à Assembléia Legislativa Estadual

Amapá em fase de discussão pública para posterior envio à Assembléia Legislativa Estadual

Roraima necessidade de reavivar a discussão pública para posterior envio à Assembléia Legislativa Estadual

Rondônia aprovado pela Assembléia Legislativa Estadual e em fase de implantação do Termo de Ajuste de Conduta

• Gestão da informação

A partir da base pré-existente de instituições em torno da Base Compartilhada de Dados da Amazônia Legal – BCDAM, coordenada pela Secretaria de Coordenação da Amazônia, esta ação canaliza os esforços para o fortalecimento dessa articulação e sua integração ao Sistema Nacional do Meio Ambiente – SINIMA. Além disso, há perspectivas de serem desenvolvidos Sistemas de Geoinformação por Estado nos mesmos moldes do sistema montado pelo IBGE para o ZEE Brasil.

• Articulação com políticas públicas setoriais

Em tramitação o Termo de Compromisso originado no Seminário ZEE e Instrumentos de Políticas Públicas, ocorrido em Belém nos dias 01 e 02 de junho de 2006. Atualmente, há ações em andamento com:

Política de Planejamento Territorial: articulação e parceria com MPOG para ser signatário principal do Termo de Compromisso para incorporação do ZEE ao sistema de planejamento regional.

Política Regional e Ordenamento Territorial: fortalecimento do Plano Amazônia Sustentável - PAS e do Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR163.

Política Ambiental: apoio a ações de criação e regulamentação de Unidades de Conservação na área da BR 163 e BR 319, de Conservação da Diversidade Biológica, de Licenciamento Ambiental na Propriedade Rural – SLAPR.

Política Urbana: implantação de gestão territorial local na área de influência da BR163, articulando Agendas 21 locais, Planos Diretores Municipais e ZEE.

Política Agrícola: simulação e implantação de Zoneamento Agrícola para as zonas 1.1. e 1.2. de Rondônia.

• Criação e empoderamento da rede ZEE

Ação proposta no seminário ZEE e Instrumentos de Políticas Públicas, indica como base inicial de construção a Rede de Gestão Compartilhada do Banco da Amazônia, a partir de um núcleo inicial composto por Banco da Amazônia, Agência de Desenvolvimento da Amazônia - ADA, Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará - UFPA, Embrapa Amazônia Oriental, CPRM – Superintendência de Belém, Grupo de Trabalho Amazônico - GTA, FASE, Fundação Viver, Produzir, Preservar - FVPP e coordenações estaduais de ZEE.

Em fase de constituição de uma estrutura mínima para secretariar a construção da rede e estabelecer um apoio logístico. Embora o ponto de partida seja o projeto ZEE da Área de Influência da BR 163 no Pará, a rede deverá abranger toda a Amazônia.

5.2.3. ZEE Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno

Objetivo: Promover a gestão integrada do território da RIDE-DF, disponibilizando uma base de informações dos diferentes aspectos da realidade.

Ações estruturantes:

a) Bases de informações

• Bases cartográficas escala 1:100.000

Foram confeccionadas pela Divisão do Serviço Geográfico do Exército 33 (trinta e três) folhas topográficas, contendo entre outros temas bacias e sub-bacias hidrográficas e hierarquia de drenagem; cobertura vegetal, declividade; padrões de uso da terra rural e urbano, informações jurídico-institucionais, sócio-econômicas, físico-bióticas.

• Banco de Dados temáticos

Temas elaborados: geologia, geomorfologia, cobertura dos solos, base de dados da CPRM, déficit habitacional no Brasil, setores censitários do IBGE, censo demográfico, cadastro mineiro, cadastro de indústria, além, das informações da base cartográfica. Banco de dados com recorte municipal.

• Capacitação

Equipe multiplicadora do MMA em geotecnologias; definição das equipes estaduais e municipais e treinamento dos técnicos do poder público estadual e municipal e sociedade civil em software livre de geoprocessamento, por exemplo, Spring e Terraview.

b) Articulação com Estados e Municípios

• Apoio aos ZEEs de Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal e apoio à gestão municipal.

• Seminários para apresentação do projeto nos 22 municípios da Ride – DF.

• Lendo Mapa – Equipes formadas a partir dos seminários municipais com o objetivo de conhecer, reconhecer e validar a base de informações pelo poder público e sociedade local.

• Mobilização social e sensibilização nos 22 municípios com realização de oficinas para apresentação dos produtos em 8 municípios.

c) Cenários e Subsídios a Gestão

• Construção da metodologia de cenários e cenários alternativos.

• Proposição e articulação com políticas setoriais.

• Dinâmica territorial tendencial.

• Elaboração do mapa de subsídios à gestão.

d) Gestão Territorial e Políticas Públicas

Gestão da informação, instituir núcleo de gestão municipal e integrar ao SINIMA.

Sisnama e Pacto Federativo, articulação com as políticas públicas existentes na esfera da União, Estados e Municípios e a construção da rede ZEE em parceria com o fórum de ONGs ambientalistas do DF e entorno, rede cerrado de ONGs, universidades, poder público e movimentos sociais.

Política Regional e Ordenamento Territorial, articulação institucional para o fortalecimento do Conselho Administrativo da Ride DF – COARIDE; contribuir para implementação do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Centro Oeste; fortalecimento do Programa Especial de

Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal; agilização dos debates no Congresso Nacional para provação da PEC 115, que eleva o Cerrado e a Caatinga à condição de Patrimônio Nacional.

Política Urbana, apoio à elaboração e revisão de Planos Diretores Democráticos municipais, articulação entre ações de Planos Diretores Municipais (Ministério das Cidades, Ministério da Integração Nacional, Secretaria das cidades – GO e Secretaria de Planejamento – GO).

Política Agrícola, Articulação com as ações do Plano de Desenvolvimento Rural do Território de Águas Emendadas (Ministério do Desenvolvimento Agrário).

Política Ambiental, implementação do Programa Cerrado Sustentável e articulação com os órgãos ambientais estaduais e municipais que compõem o território da Ride – DF, implantação do Centro de Apoio e Referência à Gestão do Alto São Francisco.

Agenda 21 Local, GT intermunicipal a partir das equipes “Lendo Mapa”, cujos integrantes são representantes do poder público e sociedade civil, para implementar Agenda 21.

Para implementação da Agenda 21 foram definidas pelo GT 04 regiões de ação, são estas: Norte; Sul; Leste; Oeste.

5.2.4. ZEE da Bacia do São Francisco

Objetivo: Subsidiar o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - PR-SF, prover os órgãos de planejamento federais e estaduais que atuam na bacia com uma visão macrorregional e apoiar o sistema de gestão territorial em várias escalas de operacionalização.

Ações Estruturantes:

a) Bases de informação:

• Banco de Dados

Base de dados estruturada a partir do banco de dados dos Cenários para o Bioma Caatinga, com atualização na escala 1:1.000.000. Modelo conceitual já definido com preparação para recebimento de informações em várias escalas, em fase de alimentação de informação.

• Diagnósticos Temáticos

Diagnóstico do meio físico: oficina para integração dos temas Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Hidrologia, cuja síntese é o Mapa de Sistemas Naturais, integrados em um Banco de Dados. O relatório final caracteriza cada uma das vinte regiões estabelecidas pela equipe do Consórcio ZEE Brasil.

Diagnóstico da socieconomia: dados secundários, sistematizados e atualizados, levantamentos de dados primários através de dois trabalhos de campo (Etapa 1 - Alto e Médio São Francisco, Etapa 2 - Sub-médio e Baixo). O relatório final apresenta aproximadamente 200 cartogramas sobre os assuntos abordados no diagnóstico da socioeconomia.

Diagnóstico de biodiversidade: equipe da Coordenação Geral de Zoneamento Ambiental e Monitoramento do IBAMA, utilizando metodologia de Planejamento Sistemático da Conservação, apontou alvos e metas prioritários para a conservação da biodiversidade na bacia. Em abril de 2006, foi realizada uma oficina reunindo especialistas em biodiversidade para levantamento e definição das principais espécies da fauna e unidades de paisagem a serem conservadas na bacia. Este levantamento, somado às informações fornecidas pelo PROBIO (SBF/MMA), subsidiou o posterior cruzamento de informações, definidas dentro da metodologia proposta, para apresentação do mapa final da biodiversidade, Mapa dos Alvos Prioritários para Conservação da Biodiversidade na Bacia.

Diagnóstico jurídico-institucional: levantamento, georreferenciamento e sistematização de informações relativas ao tema (serviços de terceiros - pessoa física contratada). As informações subsidiam a elaboração da carta síntese Mapa de Incompatibilidades Legais.

b) Capacitação de Gestores:

• Capacitação projeto Cenários Bioma Caatinga

Instalação Banco de Dados nos estados nordestinos e realização de 9 (nove) cursos para operacionalização deste banco a partir do software Terrawiew, envolvendo cerca de 180 (cento e oitenta) técnicos de diversas secretarias estaduais.

• Oficina de Capacitação Agenda 21

Trabalho desenvolvido em parceria com a equipe da Agenda 21 nos seguintes pólos:

Pólo Três Marias: municípios de Abaeté, Biquinhas, Felixlândia, Morada Nova de Minas, Paineiras, Pompeu, São Gonçalo do Abaeté e Três Marias.

Pólo de Paracatu: municípios de Unaí, João Pinheiro, Vazante, Dom Bosco, Coromandel, Guarda Mor, Lagamar, Brasilândia de Minas, Bonfinópolis de Minas, Cabeceira Grande, Lagoa Grande, Natalândia, Patos de Minas, Presidente Olegário, Varjão de Minas.

Pólo Baixo Velhas (Antigo Pirapora): municípios de Augusto de Lima, Buenópolis, Buritizeiro, Corinto Curvelo, Ibiaí, Jequitaí, Lassance, Morro da Garça, Pirapora, Santa Fé de Minas, São João da Lagoa, São Romão, Várzea da Palma, Lagoa dos Patos.

Conselheiro Lafaiete: municípios de Belo Vale, Brumadinho, Capela Nova, Caranaíba, Carandaí, Casa Grande, Catas Altas da Noruega, Congonhas, Conselheiro Lafayete, Cristiano Otoni, Entre Rios de Minas, Itaverava, Jeceaba, Lagoa Dourada, Lamim, Mariana, Ouro Branco, Ouro Preto, Piranga, Santana dos Montes, São Brás do Suacui, e Senhora de Oliveira.

• Oficina de Capacitação em parceria com o Conselho Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga – CNRBC nas regiões citadas abaixo:

Núcleo de Serra Talhada: Capacitação de aproximadamente 50 (cinqüenta) gestores públicos entre secretários municipais de meio ambiente ou equivalente, técnicos dos órgãos ambientais municipais, membros dos conselhos municipais de meio ambiente e outros integrantes do sistema municipal de meio ambiente dos municípios de São José do Belmonte, Flores, Serra Talhada, Quixabá, Solidão, Triunfo, Salgueiro, Iguaracy, Carnaíba, Floresta, Mirandiba, Ibimirim e Pajeú no estado de Pernambuco.

Pólo Araripina - Capacitação de aproximadamente 20 (vinte) gestores públicos entre secretários municipais de meio ambiente ou equivalente, técnicos dos órgãos ambientais municipais, membros dos conselhos municipais de meio ambiente e outros integrantes do sistema municipal de meio ambiente dos municípios de: Araripina, Exu, Bodocó, Trindade, Ipubí, Parnamirim, Santa Cruz e Cedro.

Feira de Santana – Capacitação efetuada pelo Centro de Recursos Ambientais – CRA da Bahia, em parceria com Conselho Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga, que envolveu cerca de 20 (vinte) represesentantes dos seguintes municípios: Feira de Santana, Milagres, Itatim, Serrinha, Riachão do Jacuípe, Ipirá, Gavião, Castro Alves, Irará e Capim Grosso. Denominado “Capacitação para Gestores Ambientais Municipais/Municipalização de Informações da Caatinga”, foi realizado no período de 15 a 19 de maio de 2006, com o objetivo de capacitar secretários municipais de meio ambiente, gestores ambientais, conselheiros ambientais e técnicos municipais, em temas relacionados com a conservação e biodiversidade da Caatinga, fomentando

o uso do Banco de Dados do Bioma Caatinga, por meio da utilização do software Terraview.

Lençóis: Capacitação efetuada pelo Centro de Recursos Ambientais - CRA da Bahia, em parceria com Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga, no Pólo de Ruy Barbosa e Lençóis, no período de 26 a 29 de setembro, visando promover a capacitação de cerca de 30 (trinta) gestores públicos entre secretários municipais de meio ambiente, gestores ambientais, conselheiros ambientais e ambientalistas em temas relacionados com a conservação e biodiversidade da Caatinga, fomentando o uso do Banco de Dados do Bioma Caatinga pelas prefeituras municipais e instituições regionais por meio do aplicativo Terraview.

• Centros de Capacitação e de Apoio e Referência a Gestão a serem instalados em regiões estratégicas. A viabilização dos mesmos está sendo feita por meio de Acordos de Cooperação Técnica com Universidades e instituições atuantes na bacia.

5.2.5. ZEE da Bacia do Parnaíba

Objetivo: promover o zoneamento ecológico-econômico na Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba apoiando e integrando as ações de diversos atores regionais e articulando seus resultados e propostas a políticas públicas.

Ações Estruturantes:

a) Bases de informação:

• Banco de dados

Articulação e sistematização de bancos de dados de ZEE já existentes (ZEE do Baixo Rio Parnaíba, recorte para a bacia dos Cenários para o Bioma Caatinga) e geração de novos bancos (espacialização das políticas públicas, cerrados do Sul do Piauí e Atlas da CODEVASF).

Foi criado um banco de dados relativo às políticas territoriais do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Integração Nacional, Ministério das Cidades e

Ministério do Meio Ambiente, com intuito de espacializar possíveis conflitos e sugerir bases para negociação e implementação conjunta, além de possibilitar a transversalização da temática ambiental.

• Diagnósticos temáticos

Diagnóstico do meio físico: a CODEVASF publicou um Atlas contendo o mapeamento de vários temas do meio físico, no entanto o diagnóstico integrado não foi elaborado. Está finalizado o diagnóstico do ZEE do Baixo Rio Parnaíba e em execução o de dois municípios do núcleo de desertificação de Gilbués, executado pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca - DNOCS e sob a coordenação do Consórcio ZEE.

Diagnóstico de socioeconomia: falta o diagnóstico integrado da Bacia, considerando os relatórios dos territórios do Plano de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba - PLANAP. Foi elaborado o diagnóstico socioeconômico do ZEE do Baixo Rio Parnaíba e um relatório para a região de Cerrado do sul da Bacia. A CODEVASF publicou um Atlas contendo o mapeamento de vários temas sobre a bacia.

Diagnóstico de biodiversidade: o ZEE do Baixo Rio Parnaíba definiu propostas de áreas para criação de Unidades de Conservação. A definição de áreas prioritárias para conservação está sendo articulada pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA. O Atlas CODEVASF contém mapeamentos do tema.

Diagnóstico jurídico-institucional: gerado o mapa de incompatibilidades legais no Baixo Rio Parnaíba e em execução o Cerrado sul. O Atlas CODEVASF contém mapeamentos do tema.

b) Detalhamento de Áreas Críticas

Execução do ZEE em escalas de detalhamento a partir de áreas de interesse dos gestores públicos locais para o planejamento e gestão ambiental e territorial. As áreas até agora definidas:

• Baixo Rio Parnaíba

Área-piloto para execução das diretrizes metodológicas do ZEE, foram sistematizados os seguintes temas: organização do espaço regional, diagnóstico ambiental, situação atual, unidades de intervenção, cenário tendencial e desejado, diretrizes gerais e específicas. Deve ser encaminhada a atualização das diretrizes e a capacitação de gestores locais para

sua implementação, através da elaboração de um Plano de Gestão para a APA Delta do Parnaíba.

• Cerrados

Área na região Sul da bacia, impactada pela rápida expansão do agronegócio, sem uma política de sustentabilidade estabelecida pelos governos federal e estadual. O detalhamento proporcionou: delimitação de Áreas de Preservação Permanente, mapeamento de remanescentes vegetais para estimar área disponível para manutenção da Reserva Legal, vulnerabilidade natural, aptidão agrícola (agricultura de sequeiro e agricultura irrigada), mapa de subsídio à gestão territorial.

• Núcleo de desertificação Gilbués

Parceria com o Programa Nacional de Combate à Desertificação e o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca - DNOCS, visando sistematizar: geração de informações temáticas do meio físico, delimitação de Áreas de Proteção Permanente - APPs, aptidão agrícola dos solos, vulnerabilidade à perda de solos, subsídio à gestão ambiental e territorial (vulnerabilidade à perda de solo+demarcação de áreas legalmente protegidas+aptidão agrícola), mapeamento dos remanescentes vegetais para fins de manutenção da Reserva Legal, levantamento socioeconômico, como a infra-estrutura local - saneamento, estradas, armazenamento, articulação interurbana e regional, condições de vida da população, demografia, produção agrícola e industrial e realidade jurídica e institucional.

.c) Cenários e Subsídios à Gestão

Foram organizadas atividades conjuntas com os gestores de políticas setoriais para a implementação de atividades e projetos, conforme diretrizes de ocupação do território do ZEE. Os programas articulados foram: Programa Nacional de Combate à Desertificação – PAN BRASIL, Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste - PRODETUR NE II, Programa Nacional de Ecoturismo - PNE, Programa Nacional de Meio Ambiente - PNMA II e Agenda 21. Foi elaborado o mapeamento das políticas públicas propostas para a bacia dos ministérios do Meio Ambiente – MMA, Integração Nacional – MI, Cidades – Mcidades e do Desenvolvimento Agrário – MDA, sendo necessário inserir as políticas de outros atores. Ainda foram elaborados os mapas de subsídios à gestão do ZEE do Baixo Rio Parnaíba – escala 1:100.000, do detalhamento do ZEE para o Cerrado do sul da Bacia do Parnaíba – escala 1:100.000. Serão elaborados no ZEE da Bacia Parnaíba – escala 1:1.000.000 e no detalhamento para o Núcleo Gilbués – escala 1:100.000.

d) Gestão Territorial e Políticas Públicas

Política regional e ordenamento territorial: articulação ao Plano de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba – PLANAP e ao Plano de Desenvolvimento dos Cerrados Piauienses do Governo do Estado do Piauí. O PZEE contribuiu e participou das oficinas dos aglomerados e territórios organizadas na bacia, nas localidades: Teresina, Parnaíba, Bom Jesus, Uruçuí, Esperantina.

Política de recursos hídricos, MMA, ANA: o Programa ZEE e o Plano Nacional de Combate à Desertificação estão articulando o ZEE do núcleo de Gilbués.

Política ambiental – SISNAMA, objetivando implementar as diretrizes do ZEE do Baixo Parnaíba, o Programa está subsidiando a criação da Unidade de Conservação de Proteção Integral de Cajueiro da Praia, articulando Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento sustentável, Secretaria de Biodiversidade e Florestas e Secretaria de Recursos Hídricos e Diretoria de Ecossistemas do IBAMA, Superintendência do IBAMA do Piauí e a Universidade Federal do Ceará, Fundação Mamíferos Aquáticos – FMA e Aquasis. Além disso, está sendo articulado ao Plano de Gestão e Conselho Gestor da APA Delta do Parnaíba, conjuntamente com o Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA, o IBAMA, o MDA, o Ministério do Turismo, o Ministério das Cidades e com a sociedade local. Foram organizadas três oficinas de construção do conselho da APA. Ainda no Baixo Parnaíba, o PZEE está contribuindo com o Programa Nacional de Ecoturismo na elaboração do SIG Ecoturismo e do Plano Sustentável de Ecoturismo para o Delta do Parnaíba.

Licenciamento ambiental: as diretrizes do ZEE estão sendo usadas pelos órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental no Baixo Parnaíba e no Cerrado Piauiense.

Gestão da Informação: articulação aos sistemas de informações que formam a base do Sistema Nacional de Informações de Meio Ambiente - SINIMA, como a Rede Virtual da Caatinga - RVC, o Plano Nacional de Licenciamento Ambiental - PNLA e os Sistemas estaduais.

Política urbana, articulação para implementar diretrizes do ZEE junto ao planejamento municipal de Parnaíba, Cajueiro da Praia, Ilha Grande, no âmbito do PRODETUR II.

5.2.6. Rede Virtual de Informações sobre a Caatinga

Objetivo: Construir arranjos institucionais que possibilitem a articulação de distintos atores/instituições para gestão do território a fim de viabilizar o ZEE, adotando mecanismos do Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente – SINIMA.

Parcerias: articulação entre o Programa ZEE, Coordenação Geral de Tecnologia da Informação - CGTI, Departamento de Articulação Institucional - DAI e Secretaria de Qualidade Ambiental - SQA do Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga/CNRBCAA, Instituto Amigos da Caatinga e com os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente da Região Nordeste e do estado de Minas Gerais.

Ações Estruturantes:

a) Bases de Informação:

• Metadados dos produtos da gestão ambiental e territorial utilizando a plataforma livre Geonetwork. Estrutura de metadados já elaborada, alimentada por fontes de 3 estados (Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia).

• Dados temáticos (Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Vegetação, etc) e produtos da gestão ambiental e territorial (federal e estaduais) – Não iniciada.

• Bancos de dados estruturados e gramática de dados comuns – Não iniciada.

A inclusão dos metadados dos dados e informações foi articulada em duas reuniões, realizadas em 2005, com representantes dos estados da região Nordeste e o estado de Minas Gerais.

b) Termo de Adesão à RVC

Mecanismo adotado por meio de Termo de Adesão, de modo a garantir os arranjos institucionais e princípios técnicos necessários à adequada integração e disponibilização das informações entre os partícipes. Em 2006, foram assinados Termos de Adesão com os estados do Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe e Bahia.5.3. Produtos Gerados e Publicados

As ações desenvolvidas pela Coordenação Nacional geraram produtos ao longo dos últimos anos, a grande maioria deles publicada através das mais diversas mídias. Além disso, o Programa apoiou os esforços de produção e divulgação de produtos dos parceiros, tanto nos estados, quanto do Consórcio ZEE Brasil. O Quadro a seguir apresenta os produtos publicados por projeto.

Quadro 11 – Produtos Gerados pelo Programa ZEE

Projeto Autor Quantidade Mídia Produto Data

MacroZEE Brasil

MMA, Consórcio ZEE

1.000 Livro PZEE: Diretrizes para o ZEE do Território Nacional – Versão 2003 Jun 2003

1.000 Livro PZEE: Diretrizes para o ZEE do Território Nacional – Versão 2006 Set 2006

IBGE - MMA 1.000 DVD Sistematização de Informações versão 1.0 escala 1:5.000.000 Dez 2005

MMA 1.000 CDrom ZEE e Instrumentos de Políticas Públicas – Reunião Preparatória Set 2006

MMA1.000 Caderno Subsídios ao Debate do ZEE: Origens e Possibilidades do ZEE no Brasil

e Proposta de Atualização da Legislação de ZEE Jun 2006

1.000 Caderno Subsídios ao Debate do ZEE: Origens e Possibilidades do ZEE no Brasil – reimpressão Dez 2006

MMA - MPOG 1.000 CDrom ZEE e Instrumentos de Políticas Públicas - Dez 2006

MMA 2.000 CDrom Seminário ZEE e Proteção da Biodiversidade Dez 2006MMA 2.000 Livro ZEE e Proteção da Biodiversidade Dez 2006

MacroZEE Amazônia

Legal

MMA, Consórcio ZEE, Estados

Amazônia Legal, GTZ

1.000 Encarte Mapa Integrado dos ZEEs dos Estados da Amazônia Legal, versão preliminar Dez 2005

1.000 Encarte Mapa Integrado dos ZEEs dos Estados da Amazônia Legal, versão preliminar – em inglês Mar 2006

MMA - IBGE 1.000 Encarte Mapas Temáticos Selecionados Dez 2006

MMA 1.000 Livro ZEE para Tomadores de Decisão Dez 2006

MMA 1.000 Livro ZEE para Lideranças Comunitárias Dez 2006

MMA, EMBRAPA,

IBGE1.000 CDrom Integração Meio Físico Sudeste do Amazonas

MacroZEE Bacia do

São Francisco

MMA, Consórcio ZEE 1.000 CDrom ZEE Bacia do São Francisco: proposta de projeto Mai 2005

MMA - IBGE 1.000 EncarteZEE da Bacia do São Francisco: Diagnóstico de Qualidade Ambiental: trecho Submédio do São Francisco e Vetores Estruturantes da Dimensão Socioeconômica (contendo 10 mapas)

Dez 2006

MMA - IBGE 1.000 CDromZEE da Bacia do São Francisco: Diagnóstico de Qualidade Ambiental: trecho Submédio do São Francisco e Vetores Estruturantes da Dimensão Socioeconômica (contendo 10 mapas).

Dez 2005

MMA – IBAMA 1.000 CDrom Alvos Prioritários para a Conservação da Biodiversidade – Subsídios à Gestão. Out 2006

MacroZEE Bacia do Parnaíba

MMA, IBGE 1.000 Encarte CDRom

Um foco nos cerrados do Sul do Piauí e Maranhão - subsídios para o diagnóstico, contendo 4 mapas Dez 2005

ZEE RIDE - DF

MMA, Consórcio ZEE 1.000 Encarte

CDromZEE Ride-DF: Mapa de Vulnerabilidade Social e Ambiental; Uso da Terra, Cobertura Vegetal, Base Cartográfica Set 2006

ZEE Bioma

Caatinga

CNRBCC, Consórcio ZEE Brasil, MMA

2.000 Livro e CDrom Cenários para o Bioma Caatinga: sistematização de Informações 2003

6. AVALIAÇÃO

O Programa ZEE avançou, na última quadra de anos, no sentido de preparar as bases para um salto de qualidade do ZEE na gestão do território. Nesse sentido, foram articuladas as fontes de produção da informação, ampliadas as bases institucionais de execução e implementação de projetos e abertas interlocuções com políticas públicas setoriais.

Em suma, os projetos de ZEE saíram, às duras penas, do processo de isolamento a que se submeteram durante muitos anos, embora de maneira heterogênea e desigual. Nesse percurso, o papel do MMA foi de fundamental importância, não apenas como gerador de produtos e apoio a executores descentralizados, mas tornando-se um aglutinador de ações, funcionando como catalizador institucional, criando um amplo intercâmbio técnico e político entre parceiros no Governo Federal, nos Estados e Municípios.

Além de revitalizar projetos executados descentralizadamente por diversas instituições federais e estaduais, tiveram início projetos de grande envergadura estratégica para o país. Dentre os primeiros, contam-se aqueles realizados pelos estados, sobretudo na Amazônia Legal, mas também na zona costeira. E dentre os segundos, podem ser citados projetos na Bacia do São Francisco, Bacia do Parnaíba e Área de Influência da BR 163.

Em relação às Unidades da Federação, o Programa ZEE é pioneiro na articulação técnica e institucional uma vez que trabalhos conjuntos são desenvolvidos em estreita cooperação, ultrapassando os limites burocráticos da mera descentralização de recursos sem compromisso com os resultados finais. Da mesma forma, os casos em que houve atuação com os municípios, essa articulação é bem desenvolvida, embora exista uma demanda reprimida no país para atendimento da base do SISNAMA. Onde isso ocorreu, como nos projetos da RIDE-DF, da área de influência da BR 163 e de áreas do bioma Caatinga, as relações estabelecidas são promissoras na geração de resultados, principalmente quanto à capacitação de gestores locais e de articulação de programas afins (Agenda 21 local, Planos Diretores Municipais).

Tomadas por referência escalas regionais e locais de 1:250.000 e maiores, encontram-se em implementação projetos que abrangem cerca de 25% do território nacional, contra 6% em 1999 e 11% em 2002. Além disso, foram iniciados e estão em andamento projetos em cerca de 33% do território brasileiro. São considerados projetos em implementação aqueles que já terminaram seus trabalhos técnicos e apresentam uma proposta de divisão do território por Zonas e diretrizes gerais e específicas de uso e ocupação. São considerados projetos em andamento aqueles que ainda estão na fase de levantamento de informações e de articulação institucional.

Sob o primeiro aspecto, o desafio imediato consiste em efetivar realmente os resultados pactuados pelos projetos, pois cada qual apresenta estágios diferentes, o que pode comprometer, em médio e longo prazos, o desempenho de suas ações. Por exemplo, Mato Grosso, Rondônia e

Acre, arrolados como projetos em implementação uma vez que ultrapassaram a fase de proposição de zonas e de diretrizes, encontram-se em situações diferentes: Rondônia já está aplicando os resultados do ZEE aprovado na Assembléia Legislativa Estadual e nas Comissões Coordenadoras estadual e federal; Acre está em processo de aprovação estadual com ações já implementadas de gestão territorial; Mato Grosso está em processo de discussão pública das propostas técnicas.

A demora na implementação dos resultados do ZEE e na estruturação de um sistema de gestão territorial tem reflexos imediatos nos produtos gerados uma vez que eles acabam se perdendo por defasagem ou por desarticulação com planos e programas territoriais. Para tanto, o Programa realiza um esforço contínuo de recuperação e atualização de projetos realizados há tempos. Como exemplo, os ZEEs de Fronteira (Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia), realizados nos anos 90, em projetos de cooperação binacional, que nunca foram implementados e que cada vez mais têm um papel importante na gestão do território de áreas fronteiriças e de interesses comuns com nossos vizinhos sulamericanos. Esse desafio está colocado também para os ZEEs da costa brasileira, que precisam ser integrados e implantados.

A Figura a seguir mostra as áreas com projetos de ZEE no território nacional.

Os resultados positivos dos indicadores somente se tornaram possíveis graças às reduções de prazos e custos de execução dos projetos. Alguns ZEEs levaram muito tempo de execução, tanto na parte técnica, quanto na parte de normatização. Não obstante às peculiaridades dos projetos e das realidades em que eles são inseridos, algumas ações da coordenação nacional contribuíram para a evolução dos projetos, tais como apoio institucional, articulando atores federais e incentivando atores regionais e locais, bem como proporcionando apoio técnico, através do Consórcio ZEE Brasil, que tem disponibilizado bases de dados e mobilizado equipes técnicas.

Embora tenha herdado uma base institucional importante para a integração de órgãos públicos, como o Consórcio ZEE Brasil, bem como uma base metodológica de consenso entre os executores, o período 2003 – 2006 foi rico na ampliação dessa base institucional, na execução compartilhada de novos projetos e, sobretudo, na abertura de diálogo com as diversas políticas setoriais, que podem ter no ZEE uma base técnica e pactuada de referência para suas efetivações. Sob esse aspecto, vem ocorrendo um diálogo muito mais estreito com a Política de Planejamento Territorial, Política de Desenvolvimento Regional e Ordenamento Territorial e Política Agrícola. Isso permitiu, por exemplo, pela primeira vez, a proposição de um zoneamento agrícola de risco climático, que regula o prêmio do seguro agrícola, para uma área específica da Amazônia Legal, com base no ZEE, em parceria com a EMBRAPA-CNPTIA, a saber, a Zona 1 de Rondônia. Da mesma forma, o ZEE da BR 163 vem sendo realizado em significativa sintonia com o MacroZEE do Estado do Pará, as ações do MacroZEE da Amazônia Legal e os projetos de gestão territorial municipal na Área de Influência da BR 163.

Nesse período, o Consórcio ZEE Brasil obteve a adesão formal de 6 (seis) instituições como a CODEVASF, CenSIPAM, INCRA (Decreto de 12 de fevereiro de 2004) e INPA, ADENE e PETROBRÁS (Decreto de 14 de setembro de 2006). Do núcleo formado inicialmente, constituído de instituições nacionais, ocorreu a adesão de instituições regionais, interessadas em compartilhar ações e projetos para viabilizar o ZEE, uma vez que o instrumento tem cada vez mais sua importância reconhecida para atuação dessas instituições. Nesse sentido, o Consórcio ZEE Brasil tem ampliado sua capacidade de executar projeto, havendo a necessidade de um esforço maior em capacitação de novas equipes e internalização dos projetos de ZEE nas ações rotineiras dos membros do Consórcio. Entretanto, deve-se ter uma atenção maior para não transformar o Consórcio ZEE Brasil e mero executor de projetos, abdicando-se do seu grande potencial para planejamento integrado e apoio à orientação estratégica do Programa ZEE.

Durante os projetos desenvolvidos ou apoiados pela Coordenação Nacional, as instituições do Consórcio ZEE Brasil foram equipadas com computadores, impressoras e plotters. Um mini laboratório foi montado e utilizado pelas equipes técnicas no INPE e outro laboratório está sendo montado na unidade de gerenciamento do Programa. Além disso, houve inúmeras iniciativas compartilhadas de internalização do ZEE nas instituições parceiras, principalmente EMBRAPA, IBGE, CPRM e IBAMA, muito embora isso ainda seja insuficiente tanto

verticalmente (outras áreas dessas instituições citadas), quanto horizontalmente (outras instituições do Consórcio).

O ZEE ampliou suas ações principalmente fora da Amazônia, até então região prioritária para execução de projetos e com forte demanda político-institucional. Na Amazônia Legal, os projetos sofrem grande influência das agências de financiamento e cooperação técnica internacional, bem como das entidades civis, que sempre viram o ZEE como importante instrumento de política ambiental, de redução do desmatamento e de referência a projetos de conservação. Não obstante o fortalecimento das ações na Amazônia, o Programa abriu importantes ações nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste, vinculando-se preferencialmente a planos e projetos centrados nas questões de recursos hídricos, de combate à desertificação e de desenvolvimento regional. Nessa linha, desenvolveu ações para os Biomas Caatinga e Cerrados, como o ZEE da Ride – DF, o ZEE da Bacia do Parnaíba e o ZEE da Bacia do São Francisco. Permanece, entretanto, o desafio de fortalecer ações nas Regiões Sul e Sudeste, embora um pequeno avanço tenha ocorrido com interlocuções nos estados de Minas Gerais e Paraná, formalizadas através de Acordos de Cooperação Técnica.

Em atenção às diretrizes estratégicas do Programa, também foi ampliada a interlocução com a sociedade civil. Muitos projetos de ZEE foram pioneiros nesse aspecto, pois havia uma reivindicação antiga de abertura à participação e de facilitação do diálogo e compreensão das questões técnicas. Embora a acessibilidade à linguagem técnica permaneça um desafio permanente para o ZEE, o compartilhamento de ações, os canais de crítica, avaliação e validação entre os projetos e a sociedade, as ações de fortalecimento do controle social dos projetos constituem, hoje, esforços firmes da coordenação nacional e da imensa maioria dos executores. Nesse sentido, está sendo constituída uma Rede ZEE na Amazônia Legal, cujo embrião é formado pelo Banco da Amazônia, Museu Emílio Goeldi, Agência de Desenvolvimento da Amazônia, Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional - FASE, Fundação Viver Produzir Preservar - FVPP, Grupo de Trabalho Amazônico - GTA. Da mesma forma, o Fórum de ONGs do Distrito Federal e Entorno constitui-se em importante colaborador crítico nos projetos da região. Além disso, diversos investimentos em capacitação de atores locais e regionais foram desenvolvidos tais como os integrantes do Fórum de ONGs da Zona Costeira do Ceará, Conselho da Reserva da Biosfera da Caatinga e Rede Cerrados.

O maior de todos os desafios do Programa permanece sendo a passagem entre a execução técnica dos projetos e a implementação das diretrizes pactuadas. Para que o ZEE seja efetivamente utilizado, é necessário diminuir o tempo entre a geração de produtos e sua integração aos sistemas de planejamento e tomada de decisão dos órgãos que influenciam a dinâmica territorial. Embora passos decisivos tenham sido dados nesta direção, a coordenação do Programa e os executores de projetos têm limitações congênitas para tanto. Não basta a disposição de um dos lados ou de um grupo de atores. A distinção entre competências específicas demanda ações de mão dupla, de parceria e compartilhamento que dependem da vontade e da disposição do outro lado. Já existe um caldo de cultura para esse estreitamento, embora frágil. Nesse sentido, torna-se imperativo um fortalecimento da decisão política sobre as articulações entre setores governamentais, cujo padrão histórico é de linhas de montagem e de isolamento. O ZEE sofre constantemente o desgaste da pressão setorial, cada qual querendo

sobrepor seus respectivos pontos de vista. Assim, cada um vê o ZEE como um instrumento para gerir e limitar a política do outro setor, mas demandando alguma ressalva para o seu próprio. Por isso, todos querem fazer um ZEE a seu modo, dando golpes de força enquanto a articulação entre políticas não fica explicitada no território.

A função do Programa consiste em incentivar e integrar os projetos em execução. Para conectá-los às estratégias mais gerais de gestão pública do país, são necessárias determinadas condicionantes políticas que permitam esse intercâmbio e diálogo mais aprofundado entre as demandas setoriais, seus respectivos instrumentos e as ações conjugadas em busca de um objetivo comum.

7. RECOMENDAÇÕES

As principais recomendações estratégicas gerais para o desenvolvimento do Programa a partir de 2007 são as seguintes:

a) Quanto à normatização institucional:

• Propor, discutir e elaborar um regulamento, com regras claras para a atuação das instituições do Consórcio ZEE Brasil, sobretudo pela ampliação das instituições envolvidas.

• Ampliar os esforços de internalização das ações do Programa nas instituições do Consórcio, o que envolve rotinização de processos e capacitação de equipes técnicas.

• Reorganização da CCZEE, ampliando a participação de atores não envolvidos, como Ministério das Comunicações, Casa Civil da Presidência da República e instituições da sociedade civil.

• Preparar as bases de acolhimento de projetos sub-regionais, que terão demanda aumentada em função da revisão do Decreto n° 4297/02.

• Rearticulação política e institucional e ampliação dos laços com os governos e instituições estaduais, priorizando as regiões Nordeste e Centro-Oeste.

• Ampliação, apoio e incentivo aos Estados na normatização dos seus respectivos ZEEs.

• Implantação e fortalecimento das Redes de Instituições interessadas na implementação do ZEE.

b) Quanto à Gerência do Programa no PPA e à Coordenação de Projetos:

• Elaborar um sistema de monitoramento mais eficaz das ações do Programa.

• Propor e implantar um sistema de avaliação do Programa capaz de detectar com maior precisão as opiniões dos usuários e do público-alvo do Programa sobre os projetos.

• Criar mecanismos mais céleres de acesso aos produtos do Programa por parte dos usuários e público-alvo.

• Rever e replanejar o projeto de cooperação técnica com o PNUD no sentido de facilitar as relações entre as áreas técnica e administrativa.

c) Quanto ao desenvolvimento de procedimentos técnico-metodológicos:

• Incorporar, desenvolver e capacitar equipes em técnicas de elaboração de cenários prospectivos para orientar a execução e implantação de projetos.

• Desenvolver e ampliar as técnicas de espacialização de políticas públicas para os projetos, capazes de identificar sobreposições, contradições e conflitos entre elas.

• Desenvolver procedimentos específicos de elaboração de ZEE em escala de detalhe, que atenda a demanda dos municípios por gestão territorial local.

• Incentivar e apoiar a criação de unidades de apoio à gestão territorial, reforçando as ações de capacitação e transferência de tecnologia.

d) Quanto à integração a Políticas Públicas Setoriais:

• Fortalecer e ampliar as conexões entre o papel do ZEE na gestão territorial e ambiental e os instrumentos das políticas públicas setoriais.

• Implementar, na Amazônia Legal, o Termo de Compromisso com as instituições de planejamento, fomento e crédito para inserção do ZEE aos seus respectivos sistemas de tomada de decisão.

• Preparar as bases para desenvolvimento de Termos de Compromisso semelhantes ao da Amazônia Legal, prioritariamente para as regiões Nordeste e Centro-Oeste.