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Ministério da Saúde — Fundação Oswaldo CruzRelatório de Atividades 2006
Av. Brasil, 4365 – Manguinhos
21045-900 – Rio de Janeiro/RJ
Tel.: (21) 2598-4242 / 2598-4305
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Promover a saúde e odesenvolvimento social, gerare difundir conhecimentocientífico e tecnológico e serum agente da cidadania. Essessão os conceitos que pautam aatuação da Fiocruz, vinculadaao Ministério da Saúde, a maisdestacada instituição deciência e tecnologia em saúdeda América Latina. Aincorporação de novas vacinasque passaram a ser produzidasno Brasil, como a trípliceviral, e de medicamentos parahepatite C e anemiadecorrente de hemodiálise sãocontribuições da Fiocruz deimensurável valor ao sistemade saúde brasileiro. A Fiocruztambém é crucial para oPrograma Nacional Anti-Aids,considerado modelo em todo omundo. Entre os feitosrecentes estão a regeneraçãode órgãos pelas células-troncoe o projeto Banco de LeiteHumano, fundamental naredução da mortalidadeinfantil no país.
Vinculada ao Ministério daSaúde, a Fundação OswaldoCruz (Fiocruz) tem comomissão gerar, absorver edifundir conhecimentoscientíficos e tecnológicos emsaúde, por meio dodesenvolvimento integrado depesquisa, ensino, informação,serviços e produção de bens.Seu objetivo é proporcionarapoio estratégico ao SistemaÚnico de Saúde (SUS) econtribuir para a melhoria daqualidade de vida dapopulação e para o exercíciopleno da cidadania.
Criada pelo poder públicoem 1900, a Fiocruzfundamenta-se na primazia daatividade experimental.A instituição une ciência,tecnologia, formação derecursos humanos, prestaçãode serviços, produção e gestãopara solucionar os problemasnacionais de saúde pública.
Ministério da Saúde — Fundação Oswaldo Cruz
Relatório de Atividades 2006
Em 2006 alcançamos a metade do mandato que nos foi conferido pela comunidade
da Instituição e referendado por ato do Presidente Lula. Foi um ano memorável,
motivo de imenso orgulho para todos nós da Fiocruz termos sido reconhecidos
com duas importantíssimas comendas, uma nacional e outra internacional. A primeira foi
a muito prestigiosa Ordem do Mérito Científico, conferida pela Presidência da República; a
segunda, conferida pela Federação Mundial de Associações Nacionais de Saúde Pública,
reconheceu a Fiocruz como a melhor instituição de saúde pública do mundo no triênio
2004 – 2006.
Atribuímos estas duas expressivas manifestações de reconhecimento ao esforço coletivo
dos trabalhadores da Fiocruz – pesquisadores, professores, tecnólogos, analistas de gestão
e todos os funcionários – e dos colaboradores da Instituição.
O que realizamos no ano de 2006 está relatado nas próximas páginas. Destacamos,
como sempre, os fatos mais relevantes realizados na Instituição. Entre tantos, o seqüen-
ciamento do genoma do BCG foi emblemático, por ser notável feito científico associado a
uma vacina produzida no Brasil. O ensino na Instituição mostrou a sua potência, quando
tivemos quatro teses premiadas pela CAPES, além da formação de alta qualidade de milha-
res de alunos de todo o Brasil e de mais de 11 países do mundo em cursos presenciais e à
distância.
Para 2007 temos tempos promissores. A construção da nova sede da Diretoria Regional
de Brasília, que abrigará o Núcleo Federal de Ensino, o início das obras do Centro de
Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) e a cooperação técnica com países africa-
nos de língua portuguesa como Angola, Guiné-Bissau e Moçambique são alguns dos pro-
jetos que contribuirão para dar continuidade à expansão das atividades da Fiocruz no
campo da ciência e tecnologia em saúde.
Paulo BussPresidente da Fundação Oswaldo Cruz
Mensagem do Presidente
Os Fatos Mais Relevantes na Fiocruz em 2006
0 1. Pesquisadores da Fiocruz decifram o genoma do BCG, vacina contra a tubercu-
lose, abrindo amplo campo de pesquisa cientifica sobre este imunizante.
02. Pesquisadores da Fiocruz iniciam o projeto de comparação dos genomas de
parasitos humanos já decifrados, com apoio da rede mundial de computadores.
03. Concorrendo em oito categorias, os cursos de pós-graduação da Fiocruz têm
quatro teses premiadas pela CAPES como melhores trabalhos científicos em
2006, em suas respectivas áreas.
04. A Fiocruz ganha dois títulos importantes, um nacional – a Ordem do Mérito
Científico, maior condecoração conferida pelo governo brasileiro na área de
ciência e tecnologia - e outro internacional – o prêmio de excelência em saúde
pública da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA).
05. A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio recebe a medalha Tiradentes,
conferida pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
06. A Fiocruz lidera a Rede de Institutos Nacionais de Saúde Pública da Comunida-
de de Paises de Língua Oficial Portuguesa – CPLP, criada em novembro, em
Lisboa, Portugal.
07. Finalizam as obras do Centro de Processamento de Antígenos Virais, em Bio-
manguinhos, que permitirá o domínio tecnológico do ciclo completo de pro-
dução das vacinas virais elaboradas pela Fiocruz e a incorporação de outras no
futuro.
08. Iniciam-se as obras do Centro Integrado de Protótipos e Produção de
Biofármacos e Reativos para Diagnóstico de Biomanguinhos – CIPBR, para
permitir o “scale up” do ciclo de desenvolvimento tecnológico das vacinas e a
produção em escala de importantes recursos diagnósticos e terapêuticos em
saúde.
09. Fiocruz realiza o maior concurso público de sua história e incorpora 1000 no-
vos servidores em memorável recepção de frente ao Castelo de Manguinhos.
I10. O Teatro Municipal promove a estréia mundial da ópera “O cientista” sobre ,0
Oswaldo Cruz, primeira ópera nacional lançada no Brasil nos últimos 30 anos
homenageando o fundador e patrono da Instituição.
Presidente da RepúblicaLuís Inácio Lula da Silva
Ministro da SaúdeJosé Agenor Álvares da Silva
PresidentePaulo Marchiori Buss
Vice-presidentes
Ary Carvalho de MirandaReinaldo GuimarãesPaulo Ernani Gadelha VieiraMaria do Carmo Leal
Chefe de GabineteArlindo Fábio Gómez de Souza
Diretor de Planejamento Estratégico – DiplanFelix Júlio Rosenberg
1 Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
Pesquisas Clínicas, Epidemiológicas e em Ciências Biológicas, Humanas e Sociais Aplicadas à Saúde 7
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde 11
Informações de Ciência e Tecnologia em Saúde 16
2 Educação Permanente e Qualificação Profissional para o SUS
Formação de Recursos Humanos em Educação Profissionale de Pós-graduação Stricto e Lato Sensu em Saúde 23
3 Atenção à Saúde
Atenção de Referência a Gestantes de Alto Risco, Crianças e Adolescentescom Patologias de Alta Complexidade e a Portadores de Doenças Infecciosas 31
Atenção Básica 33
4 Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde
Serviços Laboratoriais de Referência Internacional,Nacional e Regional para Diagnóstico de Doenças Infecciosas 35
5 Vigilância Sanitária de Produtos, Serviços e Ambientes
Análise Técnico-Laboratorial da Qualidade dos Produtos Ofertados à População 41
6 Assistência Farmacêutica e Produção de Insumos Estratégicos em Saúde
Produção de Fármacos, Medicamentos e Fitoterápicos 45
Produção de Vacinas, Reagentes para Diagnóstico e Biofármacos 46
Produção de animais de laboratório 49
Implantação, Manutenção e Funcionamento de Farmácias Populares 50
7 Gestão de Políticas de Saúde
Consolidação da Atuação Internacional do Ministério da Saúde 53
Cooperação Técnica para Qualificação de Unidades e Serviços de Saúde,Ciência e Tecnologia, Educação e Cultura 55
Preservação do Patrimônio Científico, Cultural e Histórico na Saúde 57
8 Inovação na Gestão: Alinhamento da Fiocruz com asnecessidades da População e as demandas do Estado Brasileiro
Gestão participativa – a reforma estrutural da Fiocruz 64
Gestão dos Recursos Orçamentários e Financeiros 66
Modernização das Unidades da Fiocruz 69
Obras de Infra-estrutura 71
Projetos Sociais 73
9 Apêndice
Organograma 77
Missão das Unidades Técnico-científicas e de Apoio 79
Sumário
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Ciência, Tecnologiae Inovação em Saúde1
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Pesquisas Clínicas, Epidemiológicas e em Ciências Biológicas,Humanas e Sociais Aplicadas à Saúde
A ação de Pesquisas Clínicas, Epidemiológicas e em Ciências Biológicas, Humanas e
Sociais Aplicadas à Saúde foi um dos destaques em 2006. No ano em que a Fiocruz foi
premiada como a melhor instituição de saúde pública do mundo pela World Federation of
Public Health Associations (Federação Mundial das Associações de Saúde Pública), as ativi-
dades de pesquisa tiveram grande expansão.
A Fiocruz investiu mais de R$ 51 milhões em pesquisa com recursos do Tesouro. Além
disso, amplia-se cada vez mais a captação de recursos externos, através de editais de agên-
cias financiadoras nacionais e internacionais. Considerando os recursos captados externa-
mente, inclusive aqueles através da Fundação de Apoio (Fiotec), foram mais de R$ 66
milhões, sem considerar recursos obtidos pelos próprios pesquisadores mediante grants de
apoio individual.
Tais investimentos, associados a uma política articulada com as diretrizes estabelecidas
na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde, possibilitaram o alcance de
grandes resultados em 2006.
Considerando as publicações em revistas indexadas, manteve-se a tendência de ampliação
da produtividade, alcançando-se, em 2006, 1.087 trabalhos publicados em revistas de rele-
vância nacional e internacional e mais de 1.500 publicações quando consideradas outras
revistas de circulação mais restrita e publicações de livros e capítulos de livros.
Com o aprimoramento gradual do Sistema de Informações Gerencias da Fiocruz - SIIG
e da sua utilização por parte dos núcleos de planejamento das unidades da Fiocruz, foi
possível registrar, em 2006, um total de 898 projetos de pesquisa executados, enquadrados
segundo objetivos institucionais.
EVOLUÇÃO DA AÇÃO DE PESQUISAS – PUBLICAÇÃO INDEXADA – FIOCRUZ2001 a 2006
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
O objetivo de pesquisa do Plano Anual Fiocruz que concentra o maior número de
projetos é o de “geração de conhecimentos sobre doenças bacterianas e fúngicas”, com
8,4% do total dos projetos cadastrados. Destaca-se também o número de projetos de pes-
quisas nas áreas de Doenças de Chagas, de Leishmaniose e de outras doenças parasitárias.
Já do ponto de vista da produtividade científica, o objetivo de “geração de conhecimento
em Doença de Chagas” representa a área de maior produtividade, com mais de 100 (9,94%)
publicações em revista indexada no ano de 2006. Em seguida estão os objetivos de “geração
de conhecimento em DST/AIDS”, com 89 (8,19) publicações e “saúde e ambiente, saúde do
trabalhador e ecologia humana”, com 87 publicações (8,0%).
O gasto total médio programado para a realização da meta correspondeu a aproxima-
damente 43.8 mil reais por pesquisa realizada.
Outros indicadores que demonstram o bom desempenho da ação de pesquisa na Fun-
dação Oswaldo Cruz em 2006 são os seguintes:
O número de pesquisas publicadas por pesquisador-doutor foi de 2.52, acompanhando os
padrões nacionais de produtividade em pesquisa. Entretanto, este indicador pode estar
indevidamente aumentado já que há publicações realizadas por tecnologistas e analistas
não enquadrados na categoria de “Pesquisadores doutores”.
O índice de pesquisas publicadas em revistas de prestígio na comunidade científica (revis-
tas indexadas) foi de 0.71, o que demonstra a crescente qualificação dos trabalhos realiza-
dos no âmbito da instituição.
Mais de 1.800 apresentações de trabalhos de pesquisa em eventos científicos, nacionais e
internacionais.
O quadro da página 9 mostra o número de projetos de pesquisa realizados e a produtivi-
dade, expressa em termos de publicações em revistas indexadas, para cada objetivo de pes-
quisa do Plano Anual Fiocruz, no ano de 2006.
A Fiocruz realiza uma estratégia específica para o incremento dos recursos humanos
relacionados à pesquisa. Apesar de ter um quadro expressivo de pesquisadores com títulos
de mestrado e doutorado, a Fundação abre novas frentes de trabalho e identifica novos
talentos a partir de um Programa de Pesquisadores Visitantes – executado com recursos
próprios e realizado em parceria com agências de fomento à pesquisa, como o CNPq, a
Faperj e outros órgãos estaduais.
Modalidades de bolsas de pesquisador visitante. Fiocruz, 2006
Modalidades de bolsas N° de Bolsas
Pesquisador Visitante Júnior 88
Pesquisador Visitante Pleno 10
Especialista Visitante 05
Total 103
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Objetivo Quantidade % Número de %de projetos Publicações
indexadas
Geração de conhecimento sobre doenças 75 8,35 51 4,69bacterianas e fúngicas
Geração de conhecimentos sobre outras 66 7,35 82 7,54doenças parasitárias
Geração de Conhecimento sobre 61 6,79 108 9,94Doença de Chagas
Geração de Conhecimento sobre Leishmaniose 61 6,79 54 4,97
Geração de conhecimento sobre 53 5,90 35 3,22educação em saúde
Geração de conhecimento sobre ensino 53 5,90 81 7,45em ciências e em saúde
Geração de conhecimento sobre aspectos 53 5,90 89 8,19biológicos, epimiológicos e socias das DST/AIDS
Geração de conhecimento em mecanismos 51 5,68 59 5,43 básicos de fisiologia, fisiopatologia e imunologia
Geração de conhecimento em políticas de saúde, 51 5,68 67 6,16planejamento, gestão e avaliação em saúde
Geração de conhecimento em saúde e ambiente, 50 5,57 87 8,00saúde do trabalhador e ecologia humana
Geração de conhecimento sobre viroses 49 5,46 82 7,54e ricketssioses humanas
Geração de conhecimentos na área das 44 4,90 67 6,16ciências sociais em saúde pública e Ciência e Tecnologia
Geração de conhecimento em doenças 39 4,34 23 2,12não transmissíveis
Geração de conhecimento em ações terapêuticas, 31 3,45 35 3,22fármacos e/ou medicamentos
Geração de conhecimento na área de 31 3,45 26 2,39Vigilância em Saúde
Geração de Conhecimento sobre Esquistosomose 29 3,23 45 4,14
Geração de conhecimento em Tuberculose 27 3,01 35 3,22
Geração de conhecimentos sobre Malaria 22 2,45 16 1,47
Avaliação de Tecnologias em Saúde Pública 20 2,23 6 0,55
Caracterização geográfica do processo 17 1,89 8 0,74saúde doença
Geração de Conhecimento sobre Hanseníase 7 0,78 9 0,83
Geração de conhecimentos em economia da saúde 4 0,45 8 0,74
Geração de Conhecimento em Paleopatologia 3 0,33 14 1,29e Paleoparasitologia
Geração de conhecimentos na área de 1 0,11 0 0,00alimentação e nutrição e saúde
Total 898 100,00 1087 100,00
Projetos de pesquisa e publicações em revistas indexadas segundo objetivo do Plano Anual da Fiocruz – 2006
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Considerando a importância do despertar da vocação científica de estudantes de gra-
duação, a Fiocruz participa de diversos programas institucionais em parceria com o CNPq
e concedeu, ao longo do ano, 286 Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). A estas, somam-se
264 estágios curriculares, comprovando a efetiva contribuição do Pibic e de outros progra-
mas da Fiocruz para a formação universitária do País no campo da ciência e tecnologia.
Programa de Apoio à Pesquisa Estratégica em Saúde (Papes)
No ano de 2006, foi implementada a 4ª versão do Programa PAPES, com ênfase em
estimular a criatividade e a imaginação científico-tecnológicas dos pesquisadores da Fiocruz,
preservados os marcos das prioridades gerais da instituição e da missão institucional.
A execução do programa foi feita no âmbito de uma parceria específica com o Conse-
lho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que abrangeu as eta-
pas de seleção dos projetos, operação do financiamento e acompanhamento das ativida-
des desenvolvidas. Esta nova forma de operação permitiu, pela primeira vez, que os coorde-
nadores dos projetos selecionados recebessem os recursos em conta-corrente vinculada ao
projeto e pudessem mobilizá-los através de cheque, como já é feito para as demais moda-
lidades de auxílio do CNPq. Foi igualmente permitido que os mesmos projetos recebessem
auxílio de outras fontes, constituindo o PAPES, portanto, uma fonte complementar de
recursos para a execução de projetos de grande vulto. Em outro exemplo de evolução do
processo institucional de fomento, a versão 4 do PAPES deu especial atenção à conformidade
das propostas apresentadas do ponto de vista das exigências de comitês de ética (pesquisa
com seres humanos, pesquisa com animais) e aspectos ambientais (conformidade com a
legislação, documentação correta do IBAMA, etc.).
O programa movimentou recursos da ordem de 6 milhões de reais no período de 2
anos, sendo distribuído em duas categorias de apoio. Os 80 projetos PAPES A (trinta mil
reais por ano por projeto) foram concedidos a pesquisadores com perfil consolidado e
comprovada experiência na área dos projetos, para trabalhos de maior porte e com equipes
multidisciplinares. Os 60 projetos PAPES B (dez mil reais por ano por projeto) foram conce-
didos a pesquisadores de perfil mais jovem, com alguma experiência comprovada na área
das suas propostas, assim como a titulação de doutor. Ambas as categorias de projetos
foram submetidas à seleção por comitês avaliadores compostos exclusivamente de pesqui-
sadores de nível 1 e 2 do CNPq, externos aos quadros da Fiocruz.
Ao todo foram apresentados 357 projetos por praticamente todas as unidades da
Fiocruz.
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deDesenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde
A ação de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde foi criada recentemente
no PPA do Governo Federal, resultante da junção de duas ações preexistentes: Desenvolvi-
mento Tecnológico e Inovação em Insumos Estratégicos em Saúde, cujo produto final era
insumo/ produto de saúde desenvolvido; e Desenvolvimento Tecnológico de Métodos e Pro-
cessos em Saúde Pública, cujo produto final era método/ processo em saúde desenvolvido.
Em 2006, a Fiocruz contou com R$ 18,8 milhões de recursos orçamentários para esta
ação que, complementados com recursos captados pela Fiotec, totalizaram mais de 30 mi-
lhões de Reais. De um total de 276 projetos de desenvolvimento tecnológico executados
durante o período, 34 apresentaram como resultado um produto ou método de aplicação
potencial para o sistema de saúde, entre os quais são destacados os seguintes:
Desenvolvimento de vacina inativada contra o vírus da hepatite A
Desenvolvimento de inseticidas bacterianos à base de B.thuringiensis e B. sphaericus e
gêneros correlatos
Síntese, aumento de escala a avaliação farmacológica do sal artesunato de mefloquina
Produtos naturais com atividade cardiovascular e em doenças metabólicas: desenvolvi-
mento e ensaios de fitoterápicos / fitomedicamentos
Estabelecimento de métodos para a detecção molecular de rotavírus, adenovírus, astrovírus,
calicivírae e outros vírus
Métodos de avaliação de índices de infestação pelos vetores do dengue
Implantação do teste de potência “in vitro” do soro antirábico
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Detecção de Organismos Geneticamente Modificados em Alimentos
Marcadores virais como indicadores epidemiológicos e de saneamento ambiental
Desenvolvimento do protocolo clínico de investigação e acompanhamento dos efeitos
auditivos e otoneurológicos causados por exposição combinada (Ruído e Tolueno)
Introdução do Teste Epicutâneo na elaboração de laudos periciais de dermatoses em tra-
balhadores expostos a agrotóxicos
Utilização de uma bateria de bioindicadores para avaliação da contaminação em
ecossistemas aquáticos
Desenvolvimento de método de determinação do risco na exposição não ocupacional ao
amianto em área urbana
Desenvolvimento de Metodologia de Diagnóstico para a Avaliação da Percepção de Riscos
de População Rurais Expostas a Agrotóxicos
Desenvolvimento de um jogo cooperativo como tecnologia educativa de prevenção ao uso
de agrotóxico: O Jogo Cooperativo e a Interação Escola-Família
Desenvolvimento de metodologia integrada de avaliação de risco sócio-ambiental em
áreas de transição
Desenvolvimento do Compact Disc de Proteção Radiológica e Controle de Qualidade em
Serviços Radiológicos de Saúde
Desenvolvimento da Lanterna de Inspeção para Câmara Escura (LICE) para Controle de
Qualidade em Serviços Radiológicos de Saúde
Instrumento para Monitoramento do Desempenho na Prevenção e Tratamento de Doenças
Isquêmicas do Coração
Instrumentos para monitoramento de indicadores municipais relacionados à saúde dos
idosos
MONITORAB - Sistema de monitoramento de indicadores relacionados à atenção básica
em saúde
Sistema de monitoramento de indicadores municipais relacionados à mortalidade infantil
Além disso, foram gerados 33 depósitos de patente, dentre os quais 24 referem-se a
patente internacional. Destas, destaca-se a que foi concedida na Nova Zelândia corres-
pondendo a fragmentos de peptídeos sintéticos. Trata-se de invenção que relata um método
de construção desses fragmentos, além de composições imunogênicas e um kit de diagnós-
tico contendo os mesmos.
Tais resultados são fruto de uma política institucional de indução do desenvolvimento
tecnológico, cujo programa criado pela Presidência da Fiocruz, o Programa de Desenvol-
vimento Tecnológico de Insumos em Saúde (PDTIS), teve papel importante para estimu-
lar o desenvolvimento de projetos voltados para a obtenção de insumos com impacto para
a saúde pública.
O PDTIS pretende também ser um agente de mudança de cultura na instituição for-
mando uma ponte entre a pesquisa aplicada, a produção de insumos para a saúde e a
gestão tecnológica institucional. O modelo adotado de estruturação em redes cooperativas
visa a aproximar pesquisadores a trabalhar de forma cooperativa em torno de objetivos
comuns e de tecnologias similares e otimizar recursos humanos e financeiros.
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deO Programa manteve, ao longo de 2006, uma carteira de projetos em diversos estágios
de desenvolvimento, envolvendo cinco redes estratégicas e mais de 100 laboratórios em 9
unidades da Fiocruz e diversas colaborações externas:
As plataformas tecnológicas, organizadas em rede, foram criadas e estruturadas a par-
tir de investimentos do próprio PDTIS e, em alguns casos, também de outras parcerias. Elas
representam um conjunto físico de equipamentos e de infra-estrutura, e contam com equi-
pes para o processamento de amostras e análise da informação resultante. Os serviços têm
alto impacto tecnológico, vital para vários aspectos da inovação na Fiocruz, e visam a
atender objetivos estratégicos de múltiplos projetos em ambiente multi-usuário.
A RPT tem atualmente um total de 11 plataformas:
Genômica – Seqüenciamento de DNA
Proteômica – Espectrometria e Eletroforese 2D
Microarranjo e nanotecnologia
Bioinformática
Síntese de biomoléculas – peptídeos
Toxicologia – Avaliação toxicopatológica de fármacos
Microscopia confocal
Citometria de Fluxo
PCR em tempo real
Bioprospecção
Bioensaios
Os objetivos específicos do PDTIS para o período 2006 – 2008 são:
1. O desenvolvimento de vacinas, fármacos, medicamentos, reativos para diagnósticos,
bioinseticidas e outros produtos biotecnológicos para a saúde;
2. O aperfeiçoamento de um sistema de indução, fomento e gerenciamento de projetos de DT;
3. O estabelecimento de plataformas tecnológicas de serviços;
4. A absorção, geração, transferência e disseminação de tecnologias;
5. A formação de recursos humanos em inovação em saúde;
6. Estudos analíticos de viabilidade técnico econômica e participar das ações de gestão
tecnológica da FIOCRUZ;
7. A implantação de sistemas de gestão da qualidade, incluíndo, entre outros, Boas Práticas de
Laboratório – BPL e de Pesquisa Clínica.
Redes PDTIS - 2006 Total de Projetos
Rede de Medicamentos e Bioinseticidas - RMB 13
Rede de Genômica e Proteômica Aplicada - RPG 9
Rede de Plataformas Tecnológicas – RPT 24
Rede de Insumos para o Diagnóstico - RID 19
Rede de Vacinas - RVR 17
TOTALTOTALTOTALTOTALTOTAL 8282828282
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
As atividades de desenvolvimento
tecnológico de Biomanguinhos visam a
obtenção de novos produtos e a resolução
de problemas operacionais existentes na
linha de produção. O objetivo é desenvol-
ver novas formulações e apresentações de
vacinas, reativos e biofármacos, mediante
o aprimoramento de tecnologias de pro-
dução, controle e garantia de qualidade.
No fim do período, a área de P&D de
BioManguinhos, contava com 26 proje-
tos em desenvolvimento, os quais foram
classificados como estratégicos e prioritários no escopo de linhas de produtos e alvos, dirigi-
dos ao atendimento das necessidades geradas pelo quadro epidemiológico do país.
Destacam-se o início dos estudos clínicos da vacina contra meningite C conjugada e
da vacina contra meningite B, além da finalização do desen-volvimento da nova apresen-
tação da vacina contra febre amarela 10 doses e a conclusão do estudo de fase 3 da vacina
tetravalente contra DTP Hib, produzida totalmente no Brasil.
No caso de Farmanguinhos,organizaram-se 3 plataformas tecnológicas que visam apoiar
os projetos com o oferecimento sistemático de análises e ensaios:
Plataforma Agro-Ecológica;
Plataforma de Métodos Analíticos;
Plataforma de Bioensaios.
Foram registrados 19 projetos vinculados ao desenvolvimento tecnológico de fármacos
e medicamentos. Entre eles destacam-se os seguintes:
Identificação de novos princípios ativos para o tratamento da Tuberculose;
Desenvolvimento de medicamento fitoterápico com atividade antiinflamatória, analgésica
e antipirética de extratos de Schinus terebinthifolium Raddi (aroeira);
Desenvolvimento de produto fitoterápico à base de Carapa guianensis (andiroba);
Avaliação química, biológica e desenvolvimento farmacêutico do óleo de copaíba para uso
terapêutico;
Desenvolvimento de medicamentos de origem vegetal para o combate a leishmaniose;
Linha Alvos
Vacinas Bacterianas Meningites meningocócicas, Leptospirose, Leishmaniose, Pneumococos.
Vacinas Virais Hepatites, Dengue, Febre Amarela, Sarampo e Rubéola.
Kits para diagnóstico HIV, Leishmaniose, Leptospirose, Dengue
Biofármacos Linfomas, Hepatites, Infecções por estafilococos, Esclerose múltipla.
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deDesenvolvimento de fitoterápico com atividade anti-hipertensiva de extratos da espécie
Echinodorus grandiflorius;
Avaliação da atividade imunoreguladora in vivo e do mecanismo de ação das fisalinas
purificadas Physalis angulata;
Proposição de um novo fitoterápico à base de Vernonia condensata Baker;
Síntese, aumento de escala e avaliação farmacológica do sal de artezunato de mefloquina;
Síntese de substâncias para o tratamento da tuberculose e malária;
Síntese de análogos de inibidores da protease e transcriptase do HIV;
Desenvolvimento de análogos da lidocaína com atividade antiinflamatória e anti-asmática;
Outra das estratégias fundamentais da Fiocruz no campo da inovação é o Programa
indutor de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde Pública (PDTSP), cujo objetivo é
fomentar pesquisas para o desenvolvimento de métodos e processos que gerem soluções
para os principais problemas da saúde pública e dos sistemas de saúde.
O componente PDTSP-Dengue foi instituído para articular os grupos de pesquisa em
uma abordagem integrada da doença, otimizando os recursos humanos e materiais utiliza-
dos. Em longo prazo, visa a contribuir para o controle da dengue no Rio de Janeiro e no
País. Conta com quatro linhas de atuação: caracterização clínico-laboratorial das diversas
formas de dengue no Brasil; insumos para diagnóstico, tratamento e profilaxia do dengue;
educação e informação; e vigilância epidemiológica e entomológica do dengue. Em 2006,
foi disponibilizado o valor de R$ 638 mil para a implementação de 14 projetos das quatro
redes do PDTSP-Dengue.
O PDTSP-SUS, por sua vez, financia projetos prioritários nas áreas de políticas, gestão
e avaliação do SUS nas três esferas de governo; níveis de atenção à saúde e integralidade da
atenção; saúde da mulher e da criança; controle e cuidado de agravos à saúde; sistemas de
informação e monitoramento em saúde; gestão documental e memória; educação e comu-
nicação em saúde; metodologias laboratoriais para diagnóstico de agravos e metodologias
analíticas alternativas para controle de produtos e insumos em saúde. Em 2006, foram
repassados R$ 828 mil para 23 projetos do PDTSP-SUS, divididos pelas seguintes redes:
ADMAS Avaliação de Desempenho e Monitoramento de Ações e Serviços
GPIS Geoprocessamento de Informações em Saúde
MVSS Metodologias para uso na Vigilância Sanitária em Saúde
MDTP Metodologias de Diagnóstico e Tratamento; Protocolos e Diretrizes Clínicas
PEPS Promoção da Saúde; Educação para Saúde e Participação Social
Redes PDTSP/SUS:
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Informações de Ciência e Tecnologia em Saúde
Na área de informação em ciência e tecnologia, o plano estratégico da Fiocruz execu-
tou, em 2006, atividades vinculadas a duas ações distintas, porém complementares: Disse-
minação de Informação de C&T em Saúde e Rede de Bibliotecas em Saúde.
A ação de Disseminação abrange todas as unidades da Fiocruz e, a cada ano, gera
diferentes produtos com os quais a Instituição busca ampliar o acesso da comunidade
científica e da sociedade em geral à informação em ciência e tecnologia em saúde.
Os produtos incluem material técnico-científico elaborado, distribuído e/ou
disponibilizado em diferentes meios, como revistas, relatórios, pôsteres, cartazes e catálogos,
boletins eletrônicos, sítios, bases de dados, bancos de imagens, vídeos e programas de TV,
entre outros. Ao todo, em 2006, o material produzido e divulgado superou os 726 mil itens.
Um dos destaques dessa ação é a edição, publicação e disponibilização, em meio im-
presso ou digital, das seguintes revistas científicas periódicas indexadas:
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (8 edições, tiragem total de 8.000 exemplares,
mais 2 suplementos com 1.000 exemplares de cada suplemento);
Cadernos de Saúde Pública (13 edições, tiragem de 21.000 exemplares)
História, Ciência, Saúde – Manguinhos (5 edições, tiragem de 5.000 exemplares)
Trabalho, Educação e Saúde (2 edições, tiragem de 3.000 exemplares)
O valor orçamentário médio, para o conjunto das revistas, foi de R$ 2,89 por exemplar
de revista publicada. Entre as revistas científicas citadas acima, a Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz com mais de cem edições é a revista científica mais antiga além de ser consi-
derada, a de maior impacto científico no País e na América Latina. Memórias está entre as
16 publicações brasileiras listadas pelo Institute for Scientific Information – ISI.
A Editora Fiocruz conta com 214 títulos em catálogo sendo, destes, 52 em co-edição
(frutos de parecerias institucionais com outras unidades da instituição, e/ou com entidades
públicas e privadas), 61 reimpressões e 06 em novas edições. Conta, ainda, com 36 distri-
buidores e livreiros do mercado comercial em todo o território nacional, um representante
para vendas internacionais e uma livraria própria no campus de Manguinhos (Biblioteca
Central).
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deEm 2006 a Editora lançou 31 títulos novos além de 5 volumes da Série Adolpho Lutz –
Obra Completa e 13 reimpressões, participando em 34 eventos locais, nacionais e interna-
cionais.
Entre os destaques da Editora Fiocruz, em 2006, mencionam-se os seguintes:
Lançamento do selo Fiocruz Vídeo – ampliando o acesso a vídeos, que podem ser adquiridos
em livrarias, locadoras e até mesmo em bancas de jornal. O Fiocruz Vídeo pretende esti-
mular produções de qualidade sobre diversas áreas da saúde pública, que contam hoje com
pouca transparência e com informação insuficiente, principalmente no audiovisual. Tam-
bém vai favorecer a produção videográfica educativa direcionada para a população e, mais
especificamente, para profissionais de saúde. Em 2006 foram lançados os três primeiros
títulos: Chagas, uma doença esquecida; O Mundo Macro e Micro do Mosquito Aedes aegypti:
para combatê-lo é preciso conhecê-lo; Os Melhores Anos de Nossas Vidas.
Editora Fiocruz em língua espanhola a partir, primordialmente, do acervo de livros já
editados em português
Novo site da Editora Fiocruz, com inclusão, para acesso livre, dos primeiros cinco títulos
da Editora em arquivos em PDF.
Prêmio Jabuti – obra finalista na categoria Ciências Natu-
rais e Ciências da Saúde: Louis Pasteur e Oswaldo Cruz: inova-
ção e tradição em saúde. Nísia Trindade Lima e Marie-Hélène
Marchand. Co-edição com o Banco BNP Paribas Brasil S.A.
Montagem do Espaço Saúde & Letras no 8º Congresso Brasi-
leiro de Saúde Coletiva e 11º Congresso Mundial de Saúde
Pública, que abrigou o diálogo e o encontro entre leitores,
autores e profissionais, além do lançamento de 27 títulos
novos, 12 reimpressões e os primeiros títulos do Selo Fiocruz
Vídeo e seus respectivos primeiros três DVDs:
O Programa Radis (Reunião, Análise e Difusão da Infor-
mação em Saúde), criado há 24 anos na Escola Nacional de
Saúde Pública, publica mensalmente a revista Radis, com re-
portagens e artigos sobre saúde pública de relevância para a
sociedade e para o Sistema Único de Saúde, além de divulgar
conhecimentos no campo da comunicação e informação em
saúde, visando ao aprimoramento da gestão do SUS e de seu
controle social. A revista é distribuída gratuitamente a cerca de
45 mil assinantes, entre profissionais, instituições e secretarias
de saúde, prefeituras, parlamentares, ONGs, associações de mo-
radores, sindicatos urbanos e rurais, e veículos de comunicação
de todo o país. As 12 edições da revista alcançaram, em 2006,
cerca de 568 mil exemplares.
O Canal Saúde, por sua vez, desenvolve produtos audiovisuais para informar a popu-
lação e atualizar e educar a distância mais de 2,5 milhões de profissionais que atuam nos
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
serviços de saúde do Brasil. Sua programação é transmitida para
todo o país, com recepção por antena parabólica e pela Internet. O
projeto tem um programa semanal na Rede Nacional de TVs
Educativas e também está presente nas TVs universitárias e em canais
comunitários.
Em 2006, foram produzidas 636 edições, distribuídas em seis
programas diferentes: Bate Papo; Canal Aberto; Canal Saúde; É
com você cidadão; Ligado em Saúde e Unidiversidade.
Atendendo cerca de 10 mil solicitações no ano de 2006, a
VideoSaúde criada no Centro de Informação Científica e Tecnológica
(CICT) em 1992, distribui, reproduz, empresta e exibe material audiovisual em saúde em
programas de TV. Os mais de quatro mil títulos do acervo são realizações próprias ou de
instituições públicas, empresas, organizações não-governamentais e produtoras indepen-
dentes. Para viabilizar a distribuição desse material, a VideoSaúde, investe na implantação
de uma rede de informação em videotecas descentralizadas. O projeto desenvolveu, na
internet, um banco que armazena as produções audiovisuais em saúde. Assim, as institui-
ções participantes podem montar seus acervos completos ou temáticos. Esse formato permite
que as videotecas façam empréstimos ou reproduções e que estejam interligadas, otimizando
o atendimento e ampliando a circulação dos materiais videográficos produzidos no país.
No ano de 2006, ao todo, foram nove instituições envolvidas, atendendo cerca de 3.500
usuários cadastrados.
Em meados de 2006, acontecem os lançamentos do Sistema de Monitoramento em
Mortalidade Infantil – Monitorimi e do Banco de Imagens da Fiocruz – Multimagem. O
Monitorimi é um sistema que garante aos profissionais de saúde, pesquisadores, estudan-
tes e gestores que acompanhem o desempenho de seus municípios e a partir disso propo-
nham soluções para políticas de saúde. E o Multimagem é um banco de imagens que
disponibiliza fotografias, logomarcas e ilustrações científicas em alta resolução e sua grande
vantagem é a integração de bancos e arquivos de material visual de toda a Instituição.
Na ação de Rede de Biblioteca em Saúde cujo objetivo é atender ao público que busca
informação científica e tecnológica na área da saúde, inclui tanto o trabalho de organiza-
ção da informação, quanto de preservação e atualização constantes de todo o acervo da
Fiocruz.
A Rede de Bibliotecas da Fiocruz, criada em 2002, reúne, articula e integra dez bibliote-
cas da Instituição. Seu acervo tem atualmente cerca de 271 mil livros e monografias e
12.933 periódicos correntes. Juntamente com o Museu da Vida, as bibliotecas da Fiocruz
atenderam, em 2006, a um total de 183 mil usuários.
Merecem destaque, ainda nesta ação, as três bibliotecas virtuais (BVs) mantidas pela
Instituição:
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deA Biblioteca Virtual Adolpho Lutz (www.bvsalutz.coc.fiocruz.br) mostra a trajetória do
cientista (1855-1940), resgatando sua história e seu importante papel na comunidade
científica brasileira na primeira metade do século 20.
A Biblioteca Virtual Educação Profissional em Saúde (www.bvseps.epsjv.fiocruz.br) ofere-
ce acesso a informações sobre educação profissional em saúde, incluindo listas de bases de
dados sobre o tema, legislação, indicadores, ferramentas de busca e diretórios de grupos de
pesquisa.
A Biblioteca Virtual Sérgio Arouca (www.bvsarouca.cict.fiocruz.br) apresenta as trajetó-
rias pessoal, acadêmica e política do médico sanitarista, ex-presidente da Fiocruz e mili-
tante do movimento da reforma sanitária brasileira.
O Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz, educa em ciência e saúde de forma lúdica
e criativa, por meio de exposições, atividades interativas, multimídia, peças de teatro, vídeos
e laboratórios. Visa a proporcionar ao público geral a compreensão dos processos e pro-
gressos científicos. Estimula a reflexão sobre o impacto da ciência no cotidiano e promove
a inclusão social. Em 2006, recebeu mais de 55 mil visitantes em seus espaços no campus da
Fiocruz.
Um fato importante foi a inauguração, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia,
em outubro de 2006, do Projeto “Ciência Móvel – Vida e Saúde para Todos”. O “Ciência
Móvel” é um museu itinerante, que tem como
objetivo disseminar informações, popularizar a
ciência e possibilitar a inclusão social. Este traba-
lho se dá em exposições itinerantes realizadas pelo
“Caminhão da Ciência” na região metropolita-
na e no interior do estado do Rio de Janeiro. No
último trimestre de 2006 o Caminhão visitou os
municípios de Nova Iguaçu, Arraial do Cabo, Rio
das Ostras, Rio das Flores e Santa Cruz.
O valor orçamentário médio calculado por
usuário atendido em bibliotecas, exposições cien-
tíficas, prédios históricos e o Museu da Vida foi
de R$ 27,20, incluindo despesas necessárias para a
manutenção e ampliação dos respectivos acervos.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Para navegar:
Bibliotecas Virtuais
Biblioteca Virtual Adolpho Lutz: www.bvsalutz.coc.fiocruz.br
Biblioteca Virtual Carlos Chagas: www.prossiga.br/chagas
Biblioteca Virtual Invivo: www.invivo.fiocruz.br
Biblioteca Virtual Oswaldo Cruz: www2.prossiga.br/ocruz
Biblioteca Virtual Sérgio Arouca: http://bvsarouca.cict.fiocruz.br
Biblioteca Virtual Vital Brazil: www2.prossiga.br/vitalbrazil
Biblioteca Virtual em Saúde Pública: www.saudepublica.bvs.br
Biblioteca Virtual em Saúde – Aleitamento Materno: www.bvsam.cict.fiocruz.br
Biblioteca Virtual em Saúde – Doenças Infecciosas e Parasitárias: www.bvsdip.cict.fiocruz.br
Biblioteca Virtual em Saúde – Educação Profissional em Saúde: www.bvseps.epsjv.fiocruz.br
Biblioteca Virtual em Saúde – História da Saúde e da Medicina: www.bvshistoria.coc.fiocruz.br
Biblioteca Virtual de Museus de Ciência e Divulgação Científica: www.prossiga.br/divulgaciencia
Obras Raras: www.bibmanguinhos.cict.fiocruz.br
Publicações
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz: http://memorias.ioc.fiocruz.br
Cadernos de Saúde Pública: www.ensp.fiocruz.br/csp
História, Ciência e Saúde - Manguinhos: www.coc.fiocruz.br/hscience/index
Educação, Trabalho e Saúde: www.epsjv.fiocruz.br/revista
Radis: www.ensp.fiocruz.br/radis
Editora Fiocruz – www.fiocruz.br/editora
Audiovisual – www.canalsaude.fiocruz.br
Sinitox – www.fiocruz.br/sinitox
Museu da Vida – www.museudavida.fiocruz.br
Rede de Bibliotecas – http://rede.cict.fiocruz.br
EVOLUÇÃO DA AÇÃO DE REDE DE BIBLIOTECASEM SAÚDE - USUÁRIO ATENDIDO - FIOCRUZ 2001 A 2006
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deComunicação Social
Assessoria de imprensa, edição de publicações e comunicação via Internet - eis as três
principais linhas de atuação da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) na sua fun-
ção de divulgar e informar a sociedade sobre a atuação da Fiocruz.
Através do trabalho de assessoria de imprensa, a
CCS proporcionou que fossem publicadas em 2006
mais de 500 reportagens relacionadas à Fiocruz em
jornais e revistas e 12 horas em emissoras de TV.
O sítio da CCS ou Agência Fiocruz de Notícias -
AFN (www.fiocruz.br/ccs) registrou cerca de 100 mil
acessos em 2006, dando mais agilidade na difusão de
informações sobre as atividades da Fundação entre
os jornalistas e para o público em geral. O conteúdo
foi atualizado diariamente com textos inéditos, que
podem ser notícias, entrevistas com pesquisadores, resenhas de livros ou artigos de espe-
cialistas.
O site, assim, obteve bom aproveitamento desse conteúdo jornalístico tanto por parte
dos grandes veículos de comunicação social, quanto pela denominada mídia alternativa e
comunitária. As notícias on-line são fonte para a produção de matérias e reportagens de
veículos impressos, televisivos, radiofônicos e eletrônicos.
Semanalmente, durante todo o ano de 2006, cerca de 500 jornalistas receberam direta-
mente da CCS uma newsletter com as principais notícias divulgadas pela AFN. Trazendo
chamadas sobre materiais disponíveis no sítio da CCS, esse boletim teve 38 edições envia-
das por e-mail, com boa taxa de retorno na forma de publicação de matérias a partir das
pautas sugeridas. A divulgação foi complementada por meio
de um serviço prestado pelo sítio “Comunique-se”, portal
especializado em jornalismo e comunicação que envia o
boletim para mais de 60 mil jornalistas de todo o país.
A CCS lançou novas edições da sua Revista de
Manguinhos, veículo com tiragem de seis mil exemplares
que traz a cada número as principais contribuições da Fiocruz
à área de saúde pública e de ciência e tecnologia em saúde.
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2 Educação Permanente eQualificação Profissionalpara o SUS
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US
Formação de Recursos Humanos em Educação Profissionale de Pós-graduação Stricto e Lato Sensu em Saúde
A Fiocruz é atualmente a principal instituição não-universitária de formação e qualifi-
cação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde e para a área de C&T em saúde
no país. Sua experiência acumulada na área de ensino se deve a algumas práticas e princí-
pios norteadores, como a estreita relação entre a produção de conhecimento e a formação
de recursos humanos; o vínculo indissolúvel entre pesquisa e desenvolvimento tecnológico;
e a integração e o caráter multidisciplinar dos processos de ensino e de produção científica
em saúde. Essas dimensões foram consolidadas ao longo dos anos, caracterizadas pela
expansão e pelo aprimoramento dos diversos níveis de ensino: técnico e de pós-graduação
lato e stricto sensu, nos quais são oferecidos cursos por praticamente todas as Unidades
Técnico-Científicas e de Apoio da Instituição, realizados em suas próprias sedes ou em
parcerias nacionais.
Em 2006, os valores orçamentários médios para as atividades de ensino na Fiocruz
foram estimados em R$ 12.300 por egresso dos cursos de pós-graduação stricto senso; cerca
de 6.500 reais por egresso dos cursos de pós-graduação lato senso, considerando as modali-
dades presencial e à distância; e R$ 73,45 por egresso dos cursos de educação profissional.
Doutorados e Mestrados Acadêmicos
A pós-graduação stricto sensu na Fiocruz se relaciona com o sistema de pós-graduação
brasileiro e também com instituições de ensino do exterior. Seu funcionamento se dá de
maneira integrada ao sistema de avaliação do Ministério da Educação (MEC), em particu-
lar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), relacionando-
se também com o CNPq/MCT e com outras instâncias do Ministério da Saúde.
Em 2006, os 13 programas de pós-graduação stricto sensu da Fiocruz e mais 2 em consór-
cio com outras Instituições de Ensino Superior (IES) ofereceram 15 cursos de mestrado
acadêmico, 7 de mestrado profissional (3 cursos na ENSP, 1 em Biomanguinhos, 1 no
CpqAM, 1 no INCQS e 1 no IFF) e 14 cursos de doutorado. Em relação à qualidade do
ensino, a avaliação da CAPES mostrou que a Fiocruz, em 2006, teve todos os seus progra-
mas aprovados com nota igual ou superior a 4 (2 com nota 6, 5 com nota 5, 6 com nota 4).
Ao todo, 552 alunos se matricularam nos cursos de pós-graduação stricto sensu em 2006, dos
quais 279 no mestrado acadêmico, 205 no doutorado e 68 no mestrado profissional. No
período foi atingida a meta programada de mais de 360 egressos, sendo 198 de mestrado
acadêmico, 85 de doutorado e 56 de mestrado profissional.
Os alunos desses programas são oriundos de várias regiões brasileiras e também do
exterior – especialmente da América Latina e da África de língua portuguesa. A Fiocruz
dispõe de cerca de 820 doutores, atuantes nos campos da biologia, da saúde e das ciências
exatas, humanas e sociais como orientadores dos alunos de pós-graduação stricto sensu.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado acadêmico e doutorado), comindicação do ano de início, tipo de curso oferecido e conceito da Capes. Fiocruz, 2006
CURSOS ANO DE INÍCIO MODALIDADE CONCEITO(2006)
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Cursos Fiocruz
Biologia Parasitária (IOC) 1976 X X 5
Saúde Pública (ENSP) 1977 X X 6
Medicina Tropical (IOC) 1980 X X 6
Saúde da Mulher e da Criança (IFF) 1988 X X 4
Biologia Celular e Molecular (IOC) 1989 X X 5
Saúde Pública (CPqAM) 1996 X X 5
História das Ciências da Saúde (COC) 2001 X X 4
Vigilância Sanitária (INCQS) 2001 X X 4
Ciências da Saúde (CPqRR) 2003 X X 5
Ensino de Biociências e Saúde (IOC) 2003 X X 4
Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (IPEC) 2003 X X 4
Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (CPqGM) 2004 X X 4
Saúde Pública e Meio Ambiente (ENSP) 2005 X X 5
Cursos em parceria com outras IES
Patologia (CPqGM/UFBA) 1995 X X 5
Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia (CPqLMD/UFAM/UFPA) 2005 X 3
Modalidades: M = Mestrado; D = Doutorado
Mestrados Profissionais
Com o objetivo de formar recursos humanos ca-
pazes de compreender, definir e conduzir as políticas
de intervenção na área da saúde, a Fiocruz tem inves-
tido nos mestrados profissionais – uma modalidade
que, devido às suas características, se aplica particu-
larmente à capacitação de pessoal para o SUS.
Dois cursos de Mestrado Profissional aprovados
em 2005 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) tiveram início em
2006: Saúde Pública e Meio Ambiente, na ENSP e Vigi-
lância Sanitária, no INCQS. O curso de Ensino de
Biociências e Saúde, do IOC, iniciará suas atividades
em 2007.
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USCursos de mestrado profissional, com indicação do ano de aprovação e conceito da Capes.
Fiocruz, 2006
Alunos novos matriculados em cursos de pós-graduação stricto sensu.Fiocruz, 2004 - 2006
CURSO ANO DE CONCEITOAPROVAÇÃO (2006)
Saúde pública (ENSP) 2002 5
Tecnologia de Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) 2003 5
Saúde Materno-Infantil (IFF) 2004 5
Saúde Pública (CPqAM/CPqGM) 2004 4
Ensino de Biociências e Saúde (IOC) 2005 3
Vigilância Sanitária (INCQS) 2005 3
Saúde Pública e Meio Ambiente (ENSP) 2005 5
Outros Níveis de Formação
A Fiocruz ainda oferece programas no nível lato sensu (especialização, aperfeiçoamento,
atualização e residência), que criam oportunidades para a formação de novos trabalhado-
res ou para a profissionalização daqueles já inseridos no mercado de trabalho, dialogando
de forma permanente com os avanços do processo de implantação do SUS.
Pós Graduação Lato Sensu 2004 2005 2006
Especialização 1200 1073 1034
Aperfeiçoamento 141 207 206
Atualização 1240 1261 1690
Estágio Profissional 39 36 38
Residência 136 88 84
Total 2756 2665 3052
Pós Graduação Stricto Sensu 2004 2005 2006
Mestrado Acadêmico 198 225 279
Mestrado Profissional 38 69 68
Doutorado 168 176 205
Total 404 470 552
Alunos novos matriculados em cursos de pós-graduação lato sensu.Fiocruz, 2004 - 2006
A Fiocruz oferece cursos de especialização em diversas áreas, como Saúde Pública, Ciên-
cias Sociais Aplicadas à Saúde e Educação em aúde, Comunicação e Saúde, Informação
Científica e Tecnológica em Saúde, Gestão Sanitária Aplicada ao Tratamento de Águas
Residuárias; Planejamento e Gestão a em Saúde; Engenharia Sanitária e Ambiental; Infor-
mação e Informática em Saúde; Promoção da Saúde e Desenvolvimento Social; Recursos
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Humanos para a Saúde; Saúde Mental e Atenção Psicossocial; Direito Sanitário; Pneumologia
Sanitária; Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana; Toxicologia Aplicada a Vigilância em
Saúde; Ética Aplicada e Bioética; Enfermagem Neonatal; Enfermagem Pediátrica; Fisiotera-
pia Pediátrica e Neonatal; Psicoterapia Infanto-Juvenil; Videoendoscopia Ginecológica –
Videolaparoscopia; Videoendoscopia Ginecológica – Videohisterocopia; Entolomologia
Medica e Malacologia.
É importante destacar que em 2006 mais de 20% dos egressos do conjunto dos cursos
de pós-graduação lato senso foram provenientes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,
demonstrando o compromisso da Instituição com a reversão das tradicionais iniqüidades
de caráter geográfico, prevalentes no país.
EVOLUÇÃO DA AÇÃO DE FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – EGRESSOS DE CURSOS LATO SENSU -FIOCRUZ – 2001 A 2006
Já na educação profissional, são vários cursos, oferecidos principalmente nas áreas de
Gestão em Serviços de Saúde, Laboratório em Biodiagnóstico em Saúde, Registros e Infor-
mações em Saúde e Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental. Contribui para o expressivo
número de egressos em educação profissional o Projeto Proformar, que tem como objetivo
capacitar trabalhadores de nível médio do Sistema Único de Saúde que desenvolvem ope-
rações de campo no controle de doenças, epidemiologia, vigilância e promoção da saúde e
demais ações de campo voltadas para a vigilância em saúde. Em 2006 foram mais de 21.080
trabalhadores capacitados pelo Proformar.
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), unidade da Fiocruz respon-
sável pela formação técnica, que já havia se credenciado como Centro Colaborador da
Organização Mundial de Saúde (OMS) para o ensino de nível técnico em 2004, tornou-se
Secretaria Executiva da Rede Nacional de Técnicos em Saúde (RET-SUS)
A RET-SUS tem o objetivo de facilitar o desenvolvimento de competências, a circula-
ção de informações e a criação e troca de tecnologias no campo da educação profissional
em saúde. A Rede também visa à mobilização de atores que formulem projetos, além da
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USdisseminação de tecnologias e resultados favoráveis para as instituições de ensino profissio-
nal. A EPSJV manteve, no ano de 2006, a publicação mensal da revista RETSUS, veículo que
serve de espaço para a divulgação do que tem acontecido nas escolas e para a discussão de
temas relacionados ao dia-a-dia das pessoas envolvidas nesse trabalho.
EVOLUÇÃO AÇÃO FORMAÇÃO DE RH -EGRESSOS DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, FIOCRUZ 2001 - 2006
Vale a pena destacar o expressivo aumento no número de egressos de educação profis-
sional a partir do ano de 2004. Entre 2003 e 2006 o número de alunos aumentou em quase
10 vezes. Em função da qualidade do ensino ofertado nesta modalidade, a EPSJV foi home-
nageada com a Medalha Tiradentes na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
(Alerj), em junho de 2006.
Criado em 2003, o Pró-Gestão é um programa de bolsas estabelecido por meio de
convênio com a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (Faperj) e especificamente direcionado para o fomento da área de gestão. Ele fi-
nancia projetos para a implementação de ações – realizadas em todos os campos de atua-
ção da Fiocruz – que visam a aperfeiçoar a gestão em saúde. No final de 2006 existiam 144
bolsistas no Pró-Gestão e um investimento anual de aproximadamente R$ 1,93 milhões.
Coordenado pela EPSJV e destinado a alunos
de ensino médio, o Programa de Vocação Científica
(Provoc) é uma proposta educacional que busca des-
pertar o interesse pela ciência e iniciar jovens de en-
sino médio na pesquisa técnico-científica. Em 2006,
113 alunos, provenientes de escolas do 2º grau do Rio
de Janeiro, foram inseridos na rotina acadêmica e
participaram de pesquisas, com a elaboração de tra-
balhos e discussão de resultados.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
A Escola de Governo em Saúde (EGS) é a orientação estratégica dos programas de
ensino, pesquisa e cooperação técnica da Fiocruz para a preparação de quadros e produção
de conhecimentos, visando ao aumento da capacidade de governo do sistema de saúde do
país. O público-alvo é composto por dirigentes e lideranças da área, como os secretários de
saúde, os dirigentes de primeiro escalão e de níveis técnicos de decisão dos estados e municí-
pios do País, além do Ministério da Saúde, dos Conselhos de Saúde em todos os níveis e de
outras entidades-alvo. Em 2006, a EGS foi preparada para instalar-se em Brasília, ampliando
assim a oferta de cursos para o Ministério da Saúde e outros órgãos do Governo Federal.
Educação a Distância
Os cursos lato sensu, acima referidos, alcançaram, em 2006, o maior aumento percentual
anual dos últimos 6 anos, ampliando em mais de 272% o número de egressos em compara-
ção com o ano de 2005.
Tal expansão é fruto principalmente da Estratégia de Educação a Distância, que permite
estender a oferta de cursos para muito além dos limites geográficos do Rio de Janeiro e da
Região Sudeste. Além da ampliação do acesso, outra conseqüência desta estratégia é a am-
pliação da eqüidade no acesso à formação em saúde. Com efeito, o percentual de egressos
de cursos lato sensu provenientes das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste alcançou 20,6%
em 2006, aumentando em duas vezes o resultado de 2005, quando os egressos destas regiões
alcançaram, apenas, 10%. A Educação a Distância (EAD) se consolida como uma estratégia
de ampliação das oportunidades de capacitação em saúde, já que atinge as regiões mais
distantes do Brasil e contribui para a formação de alunos em outros países. Seus principais
objetivos são a organização do conjunto de iniciativas de educação a distância no interior
da Fiocruz, a cooperação com o SUS na solução de problemas relacionados à formação de
recursos humanos e a potencialização da cooperação com o Ministério da Saúde.
O EAD foi iniciado em 1998, fundamentalmente a partir do Programa de Educação a
Distância (ProEAD) da ENSP e da implementação do curso de gestão em saúde. Em 2004, o
Conselho Deliberativo da Fiocruz aprovou a ampliação do ProEAD para toda a instituição.
O EAD tem crescido rapidamente: em 1998, havia cerca de mil alunos matriculados; em
2006, foram cerca de 29 mil. A maior parte destes é proveniente de dos três cursos ofereci-
dos pelo Projeto Proformar: Capacitação de Agentes Locais de Vigilância em Saúde; Especia-
lização na Área de Vigilância em Saúde; e Capacitação de Tutores.
Alunos novos matriculados em cursos de Educação a Distância.Fiocruz, 2004 - 2006
Educação a Distância (EAD) 2004 2005 2006
Especialização 4506 274 1085
Aperfeiçoamento 525 5953 2181
Atualização 540 993 584
Nível Técnico - PROFORMAR 742 7000 25846
Total 6313 14220 29696
Relatório de Atividades – 2006
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Outras Dimensões do Ensino na Fiocruz
Regularmente, são realizadas as Bienais de Pesquisa, as Jornadas Científicas de Pós-
graduação e as Reuniões Anuais de Iniciação Científica (Raic), com o objetivo de criar
oportunidades para o conhecimento recíproco de trabalhos científicos na instituição, in-
tensificando a integração entre docentes e discentes e estimulando o interesse pela produ-
ção científica. Por exemplo, em 2005, na 9ª Jornada e na 13ª Raic, foram apresentados mais
de 750 trabalhos. Em 2006, na 5ª Bienal e na 14ª Raic, esse número chegou a mais de 800.
Todos os programas de Pós-graduação da Fiocruz lançaram no ano de 2006 seus Por-
tais da Pós Graduação Stricto Sensu a partir de sugestões realizadas pela CAPES. O Portal
avança quanto ao acesso de informações, criando um ambiente de trabalho e de colabora-
ção entre estudantes e professores dos programas.
A Fiocruz foi destaque na 3ª Semana Nacional de C& T, onde mais de quatro mil
estudantes dos ensinos Fundamental e Médio visitaram o estande da Fiocruz no decorrer
da 3ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Um grande tapete, reproduzindo a vista
aérea do campus de Manguinhos, colocado na entrada do estande, permitia aos visitantes
um passeio guiado, no qual um monitor prestava informações sobre as atividades de cada uma
das unidades da instituição. Os visitantes se mostravam surpresos com a amplitude das
atividades da Fiocruz. O Fórum acontece anualmente e tem entre seus objetivos despertar
vocações científicas e contribuir para a formação e ampliação do conhecimento.
Relação de cursos oferecidos pelo EAD. Fiocruz, 2006.
CURSO TURMAS ABERTAS
Autogestão em Saúde 1
Vigilância Sanitária 4
Vigilância Alimentar e Nutricional 4
Saúde Mental 4
Gestão de Resíduos Sólidos 4
Processo de Gestão e Tecnologia da Informação 10
Formação Pedagógica de Tutores EAD 4
O Elétron na Radioterapia 6
Formação de Apoiadores para Política Nacional de Humanização 14
Gestão de Projetos de Investimento em Saúde 33
Gestão de Recursos Físicos e Tecnológicos em Saúde 1
Saúde Mental, Políticas e Instituições 4
PROFORMAR : Capacitação de Agentes Locais de Vigilância em Saúde; 565Especialização na Área de Vigilância em Saúde; Capacitação de Tutores
TOTAL 654
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3 Atenção à Saúde
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Atenção de Referência a Gestantes de Alto Risco, Crianças e Adolescentes comPatologias de Alta Complexidade e a Portadores de Doenças Infecciosas
A área de atenção especializada na Fiocruz vem sendo desenvolvida por um conjunto
de unidades que se consolidaram nas áreas de ensino, pesquisa, cooperação técnica e assis-
tência, como pólos geradores e difusores de tecnologias para atenção à saúde da mulher,
da criança e do adolescente e de portadores de doenças infecciosas.
Neste sentido, no Instituto Fernandes Figueira – IFF são desenvolvidas atividades de
atenção à saúde da mulher, da criança e do adolescente. Esta unidade é referência nas
áreas de genética médica, possuindo o único ambulatório gratuito de genética clínica do
Brasil, patologia perinatal, contando com um moderno berçário para recém-nascidos de
alto risco, cirurgia infantil, doenças pediátricas parasitárias e infecciosas, assistência a ges-
tações de alto risco e a recém-nascidos e crianças portadores de patologias graves, como
osteogenesis imperfecta e fibrose cística, sendo ainda responsável por assessorar o MS nas
políticas de redução da mortalidade infantil.
A atuação do IFF na área de aleitamento materno merece destaque, configurando-se
uma importante referência nacional e internacional, sendo responsável pela coordenação
da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano, considerada a maior e a mais complexa
do mundo, a qual reúne mais de 200 unidades em todo o país.
32
Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
O Instituto de Pesquisa Evandro Chagas – IPEC presta serviços clínicos e laboratoriais
voltados às doenças infecciosas, abrigando centros de referência em leishmaniose
tegumentar, micoses e para o diagnóstico histopatológico de doenças infecciosas. Suas
principais linhas de atuação assistencial estão relacionadas a doenças sexualmente
transmissíveis, doença de chagas, tuberculose, dengue e oncoviroses. Dedica, portanto, aten-
ção ao cuidado dos portadores de moléstias transmissíveis de alto impacto social e humano.
Integrando também a área de atenção especializada, destacamos a atuação na presta-
ção de serviços para o diagnóstico de doenças infecciosas e genéticas e controle de vetores
desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz, que ainda estabelece interface com a popula-
ção por meio da assistência clínica de referência em hanseníase e hepatites.
O Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz com sede em Salvador/BA, desenvolve diversas
ações na área biomédica e de serviço de referência em saúde, por meio de seus programas
institucionais, atuando principalmente sobre as doenças infecciosas e parasitárias e na rea-
lização de exames anatomopatológicos. Esta unidade tem se destacado pelo trabalho sobre
o uso de células tronco no tratamento de pacientes chagásicos.
Também o Centro de Pesquisa René Rachou situado em Belo Horizonte/MG, atua na
clínica e terapêutica da leishmaniose.
Em relação ao desenvolvimento relativo de indicadores de avaliação de desempenho
da área de atenção especializada na Fiocruz no período de 2006 podem ser destacados o
crescimento do número de internações da ordem de 15% em comparação com o ano ante-
rior, sendo os tempos médios de permanência de 9,3 dias no IFF e 19,2 dias no IPEC com
taxas de ocupação de 70,0% e 83,0% respectivamente.
As taxas percentuais de mortalidade hospitalar do IFF e IPEC apresentam-se nos valo-
res de 2,33% e 10% respectivamente. Entretanto, deve-se levar em consideração a gravidade
dos casos referenciados e atendidos em ambas às unidades.
PACIENTES ATENDIDOS EM SERVIÇOS ASSISTENCIAIS ESPECIALIZADOS E OUTROSPRODUTOS, SEGUNDO A MODALIDADE DE ATENÇÃO. FIOCRUZ, 2006
PACIENTES ATENDIDOS EXECUTADO 2006
Em ambulatório 62.696
Em internação 243
Em hospital-dia 167
TOTAL DE PACIENTES ATENDIDOS 63.105
Em comparação com a execução do ano 2005, é possível identificar um incremento
significativo de produção na atenção ambulatorial, nas internações de pacientes graves,
nos atendimentos a pacientes em hospital-dia, nas atividades de grupo e na oferta de
exames ambulatoriais.
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eMerece destaque no âmbito desta ação o Prêmio Leila Diniz, concedido às unidades
que cuidam da saúde da mulher do Estado do Rio de Janeiro e que atuam em busca da
excelência técnica, do pré-natal ao nascimento, recebido pelo Instituto Fernandes Figueira
(IFF) em maio de 2006.
ATENÇÃO DE REFERÊNCIA – NO DE INTERNAÇÕES 2001- 2006, Fiocruz
Atenção Básica
Tendo em vista o componente de atenção à saúde no âmbito
da Fiocruz, cabe ressaltar a atuação do Centro de Saúde Escola
Germano Sinval Faria (CSEGSF), da Escola Nacional de Saúde
Pública Sergio Arouca (ENSP), que desenvolve atividades de aten-
ção básica com fins educacionais, orientando suas ações em prol
da qualificação de profissionais que atuem na área de atenção
básica à saúde e da realização de pesquisas e desenvolvimento
tecnológico de métodos e processos em saúde pública.
O CSEGSF é um instrumento de aprendizado, uma proposta
em que o profissional desenvolve práticas e tecnologias, ensina, pesquisa, experimenta e
discute questões ligadas à atenção básica.
No Centro Escola são ofertados serviços de atenção básica (conforme planilha a
seguir), com a finalidade de atender prioritariamente à população moradora no Complexo
de Manguinhos, no município de Rio de Janeiro, onde está localizado.
Pacientes atendidos em serviço assistencial de atenção básica. Fiocruz, 2006.
PACIENTES ATENDIDOS EXECUTADO 2006
Consulta ambulatorial realizada por médico 53.550
Consulta ambulatorial realizada por outro profissional 37.994
Atividade educativa 3.430
Visita domiciliar 50.024
Exame realizado em nível ambulatorial 63.786
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
4 Vigilância Epidemiológicae Ambiental em Saúde
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Serviços Laboratoriais de Referência Internacional,Nacional e Regional para Diagnóstico de Doenças Infecciosas
A Fiocruz tem o principal conjunto de laboratórios da Rede Nacional de Vigilância
Epidemiológica, coordenada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Alguns dos laboratórios também atuam como referência internacional formalmente reco-
nhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-americana de
Saúde (OPAS). O Quadro a seguir, relaciona o número de exames realizados em 2006,
segundo cada tipo de exame/agravo.
Serviços de Referência para o Diagnóstico de Doenças Transmissíveis. Fiocruz, 2006
EXAME REALIZADO No.
Peste 16.222Tuberculose, hanseníase e outras micobacterioses 13.023Oncocercose 11.045Filariose 10.856Hepatites virais 9.730Doenças Sexualmente Transmissíveis 8.642Aids e co-infecções endêmicas 8.471Viroses exantemáticas 8.271Rotaviroses 8.196Gripe 8.167Enteroinfecção bacteriana 8.150Identificação de agentes infecciosos em vetores 7.628Poliomielite e outras enteroviroses 6.497Diagnóstico histopatológico de doenças infecciosas 6.093Leishmaniose tegumentar e visceral 5.744Esquistossomose 5.301Hantaviroses 4.770Micose sistêmica 4.719Dengue 4.143Riquettsioses 3.423Leptospirose 3.091Malária 2.259Doença de Chagas 1.921Doenças infeciosas do sistema nervoso 640Carbúnculo 241Culicídios e produtos larvicidas 131Monitoramento de endemias 100Susceptibilidade de vetores a inseticidas biológicos e químicos 70Helmintoses gastrointestinais 35Diagnóstico molecular de doenças neuro-musculares degenerativas 20Febre amarela 15
TOTAL: 167.614
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
O papel de referência e a capacidade adquirida pelas diversas unidades se devem prin-
cipalmente às atividades de pesquisa, que permitiram aos laboratórios incorporar precoce-
mente as mais importantes inovações metodológicas para a detecção de anticorpos, o
isolamento e a caracterização de agentes infecciosos, a identificação de antígenos, a análi-
se patológica etc. Não raro, os próprios laboratórios foram responsáveis pelo desenvolvi-
mento e pela validação de metodologias posteriormente aplicadas por eles e por outros
laboratórios da Rede na prestação de serviços laboratoriais de referência diagnóstica.
O constante crescimento dessas atividades na Fiocruz ocorre também porque a insti-
tuição participa cada vez mais da formulação e implementação de políticas e estratégias do
Ministério da Saúde e do SUS – estando elas direta ou indiretamente relacionadas às prin-
cipais áreas da ciência, da tecnologia e da inovação.
Assim, os laboratórios de referência da Fiocruz não se limitam à realização de exames,
geralmente de maior complexidade ou de maior grau de dificuldade no diagnóstico dife-
rencial. Paralelamente, eles estabelecem materiais de referência, prestam serviços de assesso-
ria e de consultoria a outros laboratórios do sistema nacional dos laboratórios de saúde
pública e oferecem diversos processos de capacitação continuada, que vão desde os treina-
mentos em serviço até diferentes modalidades de ensino de pós-graduação em lato ou stricto
sensu. Desta maneira, os serviços de referência podem ser efetivamente considerados produ-
tos exemplares da sinergia entre as diferentes ações de ensino, pesquisa e desenvolvimento
tecnológico da Fiocruz.
Dos 31 tipos de agravos para os quais a Fiocruz é referência para diagnóstico, 4 deles são
referência internacional, 23 são de referência nacional e o restante atua como referência
regional. Em 2006 a Fiocruz realizou 167.614 exames laboratoriais de referência.
Do total de exames realizados, destacam-se, em termos de volume, aqueles destinados
ao diagnóstico de peste; tuberculose, hanseníase e outras micobacterioses; oncocercose;
filariose; hepatites virais, seguidos dos exames diagnóstico das DST/AIDS. A evolução do
número de exames realizados pela Fiocruz de 2001 a 2006 pode ser vista na figura abaixo.
EVOLUÇÃO DA AÇÃO SERVIÇOS LABORATORIAIS DE REFERÊNCIA. EXAMESREALIZADOS. FIOCRUZ, 2001 - 2006 – EXAME LABORATORIAL DE REFERÊNCIA
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Como claro reflexo da situação epidemiológica prevalente, a diminuição de cerca de
20% dos exames em relação com os realizados em 2005, deve-se, particularmente, à dimi-
nuição significativa, em 2006, da incidência de dengue e das enteroinfecções bacterianas.
Em compensação, o número de exames em doenças exantemáticas aumentou em mais de
300%, devido ao surto de sarampo, no segundo semestre de 2006.
Referência internacional
A OMS reconhece formalmente serviços de referência diagnóstica em laboratórios de
três unidades da Fiocruz, de acordo com o quadro a seguir:
Agravo Unidade
Diagnóstico e tipagem molecular das retroviroses humanas CPqGM
Controle e prevenção de esquistossomose CPqGM
Tipagem de Leishmania CPqRR
Tipagem de Leishmania IOC
Epidemiologia de má formações congênitas IOC
Sarampo e outras viroses exantemáticas IOC
Gripe / Influenza IOC
Poliomielite e outras enteroviroses IOC
Serviços de referência internacional para odiagnóstico de doenças transmissíveis. Fiocruz, 2006
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Referência nacional / regional
A Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS/MS) é o órgão responsável pela coor-
denação da Rede Nacional de Laboratórios
de Vigilância Epidemiológica. A Rede está
constituída por instâncias hierarquizadas,
cada uma com atribuições claramente defini-
das e diferenciadas. Nessa estrutura, as uni-
dades da Fiocruz acumulam um número ex-
pressivo de laboratórios de referência nacio-
nal ou regional. Esses serviços atendem às
seguintes patologias:
Agravo Unidades
Peste CPqAM
Dengue e febre amarela CPqAM / IOC
Hantaviroses CPqAM / IOC
Hepatites CPqGM / IOC
Gripe / Influenza IOC
Poliomielite e outras enteroviroses IOC
Riquettsioses IOC
Rotaviroses IOC
Sarampo e outras viroses exantemáticas IOC
Síndrome Respiratória Aguda Grave IOC
Carbúnculo IOC
Cólera e outras enteroinfecções bacterianas IOC
Leptospirose IOC
Malária IOC
Oncocercose IOC
Doença de Chagas CPqRR / IOC
Esquistossomose CPqAM / CPqRR / IOC
Filariose CPqAM
Leishmaniose CPqAM/CPqGM/CPqRR/IOC/Ipec
Micoses sistêmicas IPEC
Serviços de Referência para o Diagnóstico deDoenças Transmissíveis. Fiocruz, 2006
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Laboratórios da Fiocruz também têm reconhecimento formal de diversas unidades do
Ministério da Saúde para realizar atividades de referência nacional em:
Artrópodes vetores (CPqAM/IOC)
Dermatopatologia (CPqGM)
Vigilância e monitoramento de endemias (ENSP)
Hanseníase (IOC)
HIV (IOC)
Diagnóstico histopatológico de doenças infecciosas (Ipec)
Referência estadual /municipal:
Os laboratórios da Fiocruz oferecem ainda esses e outros serviços laboratoriais de refe-
rência diagnóstica para os estados ou municípios sede de suas respectivas unidades.
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5 Vigilância Sanitáriade Produtos, Serviçose Ambientes
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Análise Técnico-Laboratorial da Qualidade dos Produtos Ofertados à População
Unidade de referência laboratorial para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
do Ministério da Saúde (ANVISA/MS), o INCQS realiza análises da
qualidade em medicamentos, soros hiperimunes e vacinas, alimen-
tos, conjuntos e reagentes diagnósticos, sangue e hemoderivados,
insumos para hemodiálise e outros produtos correlatos de impor-
tância para a saúde. Outras unidades da Fiocruz também realizam
atividades de controle da qualidade de produtos, particularmente
nas áreas de equivalência farmacêutica, bioequivalência e de con-
trole da qualidade de insumos para utilização de pacientes da clínica,
em particular de sangue e hemoderivados.
O ano de 2006 apresentou uma inflexão na tendência de redu-
ção na realização de análises de produtos de saúde, no contexto do
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, conduzido, em nível fede-
ral pela ANVISA. Após dois anos consecutivos de diminuição no
número de análises realizadas, a Fiocruz apresentou uma expansão
de 20,3%, quando comparado com o ano de 2005, permanecendo,
porém, significativamente abaixo dos níveis atingidos no período
2001– 2004. Os principais aumentos, em 2006, se deram nas análises de sangue e hemo-
derivados, de medicamentos e de alimentos.
A meta física prevista para 2006 foi superada, atingindo 104% do programado origi-
nalmente. Neste sentido, destaca-se a melhoria em algumas áreas onde, em 2005, o percentual
de execução apresentava-se abaixo do esperado, como por exemplo, as análises de sangue e
hemoderivados, que passou de 35 para 78% de execução física e análises de conjuntos,
reagentes e insumos diagnósticos que passou de 73 para 98%.
Evolução da Ação de Análise de Produtos – Amostras analisadasFiocruz, 2001 - 2006
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
A Fiocruz participa ativamente do sistema nacional de vigilância sanitária, garantin-
do a qualidade de insumos, produtos, ambientes e serviços voltados para o setor de saúde.
Ao INCQS, um dos componentes do Sistema compete planejar, coordenar, supervisionar e
executar atividades de:
Controle da qualidade de produtos para consumo humano, compreendendo alimentos,
medicamentos, sangue e hemoderivados, imunobiológicos, cosméticos, domissani-tários,
reativos para diagnóstico, equipamentos e artigos de saúde em geral;
Inspeção e avaliação de indústrias e laboratórios;
Estabelecimento de normas e metodologias analíticas de controle da qualidade para a rede
de laboratórios do Sistema Único de Saúde;
Capacitação de profissionais em sua área de competência para o sistema de saúde e de
ciência e tecnologia do País;
Promoção de ações regulatórias em parceria com o órgão de vigilância sanitária;
Assessoria técnica, como unidade de referência, à rede nacional de laboratórios de contro-
le de qualidade em saúde.
Para o cumprimento de seu papel de referência no âmbito do Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária, o INCQS prioriza as atividades de desenvolvimento, validação e im-
plantação de metodologias analíticas, estabelecimento de materiais de referência químicos
e biológicos, e capacitação de recursos humanos para o setor de qualidade em saúde.
Entre as análises realizadas de produtos e insumos de saúde, a maior parte foi relativa a
soros e vacinas, artigos e insumos para diálise, sangue e hemoderivados, conforme mostra
a tabela a seguir.
Análise de controle da qualidade de produtos e insumos de saúde por tipo de análise.Fiocruz/2006
Análise Executado 2006 % Total
Laudo de análise de alimentos 449 10,62
Laudo de análise de medicamentos 537 12,70
Laudo de análise de saneantes domissanitários 32 0,76
Laudo de análise de soros e vacinas 1.256 29,71
Laudo de análise de Insumos e artigos de Saúde 104 2,46
Laudo de análise de sangue e hemoderivados 1047 24,77
Laudo de análise de cosméticos 34 0,81
Laudo de análise de conjuntos, reagentes e insumos diagnósticos 197 4,66
Laudo de análise de artigos e insumos para diálise 469 11,10
Laudo de análise de saúde ambiental 102 2,41
Total de análises realizadas 4.227 100%
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sSistemática de avaliação dos requisitos de segurança sanitária de fornecedores
Considerando a necessidade de adotar critérios mínimos para avaliação nas aquisições
referentes ao Programa Nacional de DST/Aids, a Secretaria de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde adotou, conforme Portaria nº 42/2006, a sistemática de avaliação dos
requisitos de segurança sanitária de fornecedores de preservativos masculinos, preserva-
tivos femininos, lubrificantes, espermicidas, aromatizantes corantes e microbicidas para as
compras de produtos por órgão do governo. Este processo contou com uma participação
efetiva do INCQS.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
6 Assistência Farmacêuticae Produção de InsumosEstratégicos em Saúde
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Produção de Fármacos, Medicamentos e Fitoterápicos
A Fiocruz possui um dos maiores laboratórios farmacêuticos públicos de medicamen-
tos do país – Farmanguinhos. Além de atender as demandas de medicamentos do Minis-
tério da Saúde, a Fiocruz também comercializa seus medicamentos diretamente para secre-
tarias, fundos e institutos estaduais e municipais de saúde.
A propriedade de uma fábrica do porte de
Farmanguinhos, além da possibilidade de amplia-
ção da oferta de medicamentos à população, dá ao
Ministério da Saúde maior capacidade de negocia-
ção junto aos laboratórios privados, gerando uma
significativa economia aos cofres públicos, como
vem ocorrendo, por exemplo no caso dos
antiretrovirais.
Farmanguinhos contribui com 37 % das aqui-
sições totais de medicamentos feitas pelo Ministé-
rio da Saúde aos laboratórios oficiais, represen-
tando apenas 5,38% do gasto do Ministério da Saúde com estes laboratórios. O Instituto
alia sua capacidade produtiva a uma equipe técnica experiente em síntese orgânica e no
domínio de tecnologias em formulação farmacêutica. Desta forma, ajuda o Ministério da
Saúde a aumentar seu poder de negociação junto aos laboratórios privados.
Destaca-se o papel de Farmanguinhos no desenvolvimento de tecnologia para a pro-
dução de medicamentos contra HIV/Aids. Esta ação permite a regulação de preços dos
medicamentos anti-retrovirais gerando uma significativa economia aos cofres públicos.
Os Programas do Ministério da Saúde para os quais são fornecidos medicamentos
incluem:
Programa de Saúde da Família
Farmácia Popular
HiperDia
Saúde da Mulher
Hanseníase
Pneumologia Sanitária
DST/Aids
Alimentação e Nutrição
Assistência Farmacêutica Básica
Multidrogas
Endemias focais
Calamidades
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Destes, os maiores volumes de produção de medi-
camentos estão nos Programas: HiperDia, Alimenta-
ção e Nutrição e Programa de Saúde da Família.
Com a aquisição do Centro Tecnológico de Medi-
camentos, em Jacarepaguá (CTM), foi prevista para
2006 uma produção de cerca de 7 bilhões de unidades
farmacêuticas. Contudo, a mudança da política de
assistência farmacêutica do Ministério da Saúde e o
tempo mais longo exigido para a adaptação da nova planta às especificidades das linhas
de produção a serem implantadas, fez com que a meta inicialmente proposta fosse reduzida
para 4,4 bilhões de unidades farmacêuticas.
O cumprimento da meta foi de 46,08%, alcançando o total de 2,1 bilhões de unidades
farmacêuticas no período. Em comparação com o ano anterior, a produção foi inclusive
inferior em 13%. Esta diminuição e a dificuldade em alcançar as metas estabelecidas para
2006, foram devidas, principalmente, ao atraso na transferência das antigas instalações de
Farmanguinhos, no campus de Manguinhos para as novas instalações no CTM, em
Jacarepaguá. Como é notório, neste período, suspendem-se as atividades fabris pré-existentes,
sem poder dar início pleno às novas linhas de produção, cujo prazo de validação para
atender os requisitos de registro e habilitação por parte da ANVISA, costuma demorar mais
do que originalmente previsto.
Produção de Medicamentos por Far-Manguinhos – 2003-2006
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Produção de Vacinas, Reagentes para Diagnóstico e Biofármacos
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos) desempenha um
papel estratégico para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
Pauta suas atividades de produção e desenvolvimento tecnológico pelo Plano Plurianual
(PPA) do Governo Federal para o setor da saúde, contemplando os seguintes programas:
prevenção e controle das doenças imunopreviníveis; pesquisa e desenvolvimento em saúde;
qualidade do sangue; prevenção e controle das DSTs e da Aids; e assistência aos portadores
dessas doenças.
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deBiomanguinhos é um dos maiores produtores públi-
cos de vacina do país. No ano de 2006 sua participação no
mercado nacional foi de 44% dentre os produtores nacio-
nais, contribuindo significativamente para diminuir a de-
pendência externa destes insumos para a saúde. Durante o
ano, o Instituto produziu mais 87 milhões de doses de va-
cinas, distribuídas entre: febre amarela, poliomielite, tríplice
viral, Hib monovalente e DPT+Hib, esta última em conjunto
com o Instituto Butantan e disponibilizou ao Ministério
da Saúde 96,5% a mais do que ano passado. Biomanguinhos é o maior produtor mundial da
vacina contra a febre amarela e também o único laboratório da América Latina certificado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a produção dessa vacina. No ano de 2006
foram exportadas mais de 13 milhões doses, das quais 4,5 milhões fornecidas ao Peru para
conter o avanço da doença naquele país, constituindo-se no maior volume de exportação
já realizado pela Fiocruz.
Em comparação com o ano anterior, a Fiocruz produziu e entregou ao Ministério da
Saúde 27,5% a mais de vacinas, sendo que a principal ampliação se deu na produção de
vacina contra a poliomielite, que passou de 18,2 milhões de doses em 2005 para 31,8 milhões
em 2006. A evolução da produção de vacinas na Fiocruz, entre 2003 e 2006, pode ser
visualizada no gráfico abaixo.
Produção de Vacinas – FIOCRUZ 2006
VACINAS PRODUÇÃO
Vacina contra febre amarela 23.366.100
Vacina contra poliomielite 31.899.200
Vacina contra Hib 35.250
Vacina tríplice viral 19.741.780
Vacina Hib + DTP 12.029.030
Total de doses 87.071.360
Produção de Vacinas. Fiocruz, 2003-2006
Milh
ôes
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Os resultados demonstram uma franca evolução no ano de 2006 em relação ao ano
anterior com um incremento de 27,6% no total de doses produzidas.
Produção de Vacinas. FIOCRUZ, 2006
A substituição de vacinas individualizadas
(Hib e sarampo) por vacinas combinadas (Hib+
DTP e tríplice viral), desde 2002, a fabricação em
menor quantidade de doses por frasco, como no
caso da vacina contra a febre amarela, além da
demanda do Programa Nacional de Imunização
do Ministério da Saúde responderam pela osci-
lação dos números nos últimos anos. No ano de
2006 observou-se um crescimento de 24,8% em
relação ao ano de 2005.
Em 2006, foram produzidos 3,06 milhões de
reativos e conjuntos para diagnóstico de HIV-1,
HIV-1 e 2, dengue, leishmaniose, leishmaniose
canina e leptospirose, um incremento de 13,3%
em relação a 2004 e de 51,8% em relação a 2003.
No ano de 2006 houve discreta inflexão (-1,8%)
em relação ao produzido em 2005, decorrente
da redução de demanda pelo Ministério da Saúde,
em parte devido à diminuição da produção de
conjunto diagnóstico para dengue, decorrente
da situação epidemiológica da doença no país,
tendo em vista que o ano de 2006 o número de
casos foi bem inferior a anos anteriores.
Os resultados apresentados espelham o com-
promisso da política da Fiocruz e do Ministério
da Saúde para alcançar a auto-suficiência e
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desuperar a dependência tecnológica e comercial do Brasil nesta importante área de insumos
estratégicos para os programas de saúde pública. O teste rápido para diagnóstico de HIV-1/2
permite o diagnóstico precoce, contribuindo para prevenir a transmissão vertical, de mãe
para filho e tornar o exame de triagem mais acessível à população de áreas carentes e
isoladas. O resultado é emitido em até 10 minutos e dispensa infra-estrutura laboratorial.
Produção de animais de laboratório
Os animais de laboratório são prioritários no campo da experimentação animal, não
existindo dúvidas quanto ao seu valor como “reagente biológico” a serviço das pesquisas
científicas, do ensino, da produção e do controle da qualidade de imunobiológicos,
fármacos e de outros produtos. O Centro de Criação de Animais de Laboratório - Cecal
é a unidade responsável pelo fornecimento de animais de laboratório para os diversos
programas e projetos da Fiocruz, assim como, para outras instituições de pesquisa.
Em 2006, foi intensificada a gradual substituição de animais convencionais por aque-
les criados sob condições Specific Pathogen Free SPF. Assim, neste ano foram fornecidos para
a Fiocruz 114 mil animais SPF, em comparação aos 45 mil fornecidos em 2005. O incremen-
to do banco de sangue animal permitiu o fornecimento de 224 mil mililitros, um aumento
de aproximadamente 10% com relação a 2005.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
O projeto “Programa de formação em ciência de animais de laboratório” foi uma
importante iniciativa do Cecal em parceria com a ENSP, criando o primeiro curso lato
sensu, à distância, em ciência de animais de laboratório, no Brasil.
Na área do desenvolvimento tecnológico, as perspectivas de crescimento da unidade
são bastante promissoras. Destacam-se estudos para a obtenção de animais híbridos para a
produção de eritropoetina; ensaios pré-clínicos para a nova vacina de meningite; práticas
de criopreservação de embriões; projetos de transgenia e da ampliação das atividades de
citogenética animal.
O controle ambiental das áreas bioprotegidas e os controles sanitário e genético dos
animais e de esterilidade do sangue são atividades rotineiras dessa Unidade, de fundamental
importância para garantir a qualidade dos animais de laboratório e insumos fornecidos.
Implantação, Manutenção eFuncionamento de Farmácias Populares
O Programa Farmácia Popular do Brasil faz
parte das ações do Ministério da Saúde que
objetivam ampliar o acesso da população a medi-
camentos essenciais, reduzindo o impacto do gasto
com este item no orçamento familiar.
O Programa destina-se ao atendimento igua-
litário de pessoas usuárias ou não dos serviços
públicos de saúde, a partir da apresentação da
receita médica prescrita por profissionais da rede
pública ou particular nas Farmácias Populares do
Brasil. Desde março de 2006, o Ministério da Saú-
de expandiu o Programa, disponibilizando medi-
camentos de diabetes e hipertensão em farmácias
Fornecimento de Animais de Laboratório (SPF e Convencional) e Sangue Animal - 2005/2006
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dee drogarias privadas cadastradas ao programa, com preços até 90% menores que os cobra-
dos em outros estabelecimentos privados.
O Programa Farmácia Popular do Brasil se realiza mediante parcerias entre o Ministé-
rio da Saúde e prefeituras, governos estaduais, órgãos e instituições privadas sem fins lucra-
tivos de assistência à saúde.
A Fundação Oswaldo Cruz é responsável pela operacionalização do Programa Farmá-
cia Popular do Brasil, a partir do Decreto nº 5090 de 20 de maio de 2004. Suas ações vão
desde o apoio técnico à estruturação das Farmácias, aquisição e distribuição de medica-
mentos, logística, até consultoria e assistência técnica. A maior parte dos medicamentos é
fornecida pelos laboratórios oficiais. Os demais são comprados de laboratórios privados
pela Fundação Oswaldo Cruz.
Em 2006 a Fiocruz implantou 175 farmácias populares e realizou a manutenção de
252. Sua meta de implantação foi superada em 17 vezes. Em comparação com 2005, houve
um aumento de 127% na implantação das Farmácias Populares do Brasil no país.
Distribuição das Farmácias Populares do Brasil por região geográfica em 2005 – 2006
Região Geográfica Ano 2005 Ano 2006Novas Existentes
Norte 6 17 23
Nordeste 21 67 88
Centro-Oeste 4 8 12
Sudeste 40 55 95
Sul 6 28 34
Total 77 175 252
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7 Gestão dePolíticas de Saúde
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de
Consolidação da Atuação Internacional do Ministério da Saúde
As atividades da Fiocruz na consolidação da atuação internacional do Ministério da
Saúde, foram intensamente fortalecidas em 2006, passando a ocupar um lugar de destaque,
tanto no contexto do plano estratégico da Instituição como da inserção internacional do
país e, particularmente, do Ministério da Saúde.
Destaca-se o convênio de cooperação técnica em pesquisa e desenvolvimento
tecnológico, mantida com instituições de pesquisa e universidades estrangeiras, principal-
mente com o National Institute Health – NIH dos EUA, INSERM e Instituto Pasteur da
França, entre outros. A Instituição continuou desenvolvendo atividades conjuntas com os
organismos internacionais, especialmente com a OMS, OPAS, UNAIDS e UNESCO.
Em 2006, foram assinados 13 termos de cooperação internacional: Universidade Nacio-
nal Autônoma de Honduras, Universidade de Toronto e Universidade de Calgary, Faculdade
de Ciências Químicas e Farmacêuticas da Universidade do Chile, Universidade Autônoma de
México, Centre National de la Recherche Cientifique da França, INSERM – Fiocruz (com a
ampliação do escopo de investimento, para 10 projetos de cooperação em andamento para
o biênio 2006-2008), Virginia Polytechnic Institute and State University dos Estados Uni-
dos, Universidade de Costa Rica, Universidade de Córdoba, Argentina; Universidade de
Massachusetts/UFMG/CPqRR, Washington University School of Medicine, Administracion
Nacional de Laboratórios e Institutos de Salud (ANLIS), da Argentina; OPAS – TC 41 –
Programa de Saúde Internacional. Destaca-se o convênio de cooperação científica bilateral
Fiocruz-Conselho Nacional da Investigação Científica da França (CNRS). O acordo abre
ampla gama de modalidades de cooperação científica. Além da implementação de atividades
de pesquisa e publicação conjunta de artigos científicos, o convênio prevê intercâmbio de
pesquisadores, realização de conferências e seminários e a formação de Laboratórios Inter-
nacionais Associados, de Unidades Mistas Internacionais e de Agrupamentos de Pesquisa
Internacionais.
A Fiocruz participou de várias redes colaborativas internacionais, tais como Rede de
Investigação em Saúde Cone Sul, AMSUD-Pasteur, Rede internacional para estudos de
ecologia, comportamento, biologia, genética (ECLAT), Rede Internacional de Técnicos
em Saúde (RETS), Rede Ibero-Americana de Ciência e Tecnologia para Desenvolvimento
(CYTED), DCVMN (Developing Countries Vaccine Manufacturers Network), GAVI (Global
Alliance for Vaccine Imunization) e Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligen-
ciadas (DNDi).
Um outro evento de destaque, no contexto da participação da Fiocruz em Redes
colaborativas internacionais, foi a I Reunião Geral da Associação Internacional dos Insti-
tutos Nacionais de Saúde Pública (IANPHI), que reuniu no Rio de Janeiro os representantes
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
de 40 institutos associados para formalizar a constituição
dos seus corpos dirigentes e compartilhar informações
visando ampliar a capacidade de atuação dos institutos de
saúde pública no âmbito das políticas de saúde de seus
respectivos países. Na oportunidade, o presidente da
Fiocruz foi eleito membro do Comitê Executivo da Asso-
ciação. Ainda em 2006, e já como desdobramento desta
iniciativa, a Fiocruz organizou e participou de duas mis-
sões de avaliação das capacidades e demandas dos respecti-
vos Institutos Nacionais de Saúde Pública – INSP, em paí-
ses da Comunidade de Países de Língua oficial Portuguesa
– CPLP, incluindo Angola, Guiné Bissau e Moçambique.
Resultados destas missões, assim como propostas de atua-
ção específica foram discutidas em Lisboa, com a presen-
ça dos países da CPLP e do Comitê Executivo da IANPHI,
quando ficou constituída a Rede de INSP da CPLP.
Ao longo do ano 2006, várias unidades da Fiocruz asses-
soraram instituições e órgãos governamentais de saúde pública no exterior, especialmente
dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – PALOPS e da América Latina. Neste
campo destaca-se a assessoria oferecida pelos especialistas da Fiocruz na área de formação
de recursos humanos aos Ministérios da Saúde da Angola e Moçambique, à Escola Técnica de
Saúde Boliviana e ao Instituto Nacional de Saúde de Paraguai. A COC e o Ministério da Saúde
do Chile desenvolveram projeto de cooperação técnica voltado para o fortalecimento do
Patrimônio Cultural da Saúde e a constituição de uma rede no âmbito da América Latina e
Caribe. A ENSP coordenou a equipe brasileira que está trabalhando na construção de uma
rede de avaliação em ética na pesquisa biomédica, envolvendo países da América Latina e da
Europa. O CICT, além da cooperação técnica na área de informação e comunicação com o
Ministério da Saúde de Angola, assessorou a BIREME/OPAS/OMS na área da Biblioteconomia.
No total, foram realizadas 28 assessorias/consultorias internacionais. Adicionalmente, o
INCQS forneceu material de referência para instituições de saúde pública na Venezuela,
Colômbia e Peru.
A cooperação internacional recebida inclui a aquisição de 4 tecnologias por Bioman-
guinhos e Farmanguinhos, para produzir vacina tríplice viral, teste rápido de HIV-1/2,
interferon alfa 2b humano recombinante e eritropoetina humana recombinante.
Em 2006, a Fiocruz colaborou na realização de 20 eventos internacionais. O mais impor-
tante destes – o 11o Congresso Mundial de Saúde Pública, cujo tema era Saúde Pública em
Mundo Globalizado: Rompendo barreiras sociais, econômicas e políticas, foi organizado
pela Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA) e a Associação Brasileira
de Saúde Coletiva (ABRASCO). Durante o Congresso, a Fiocruz recebeu o maior reconheci-
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mento formal na área da saúde pública, concedido pela WFPHA. No âmbito do Congresso
foi realizado também o Fórum Internacional de Educação dos Técnicos em Saúde. Bio-
manguinhos promoveu em maio o Simpósio Internacional de Imunobiológicos e Saúde
Humana, reunindo os maiores especialistas em biotecnologia do mundo para traçar um
perfil da situação da biotecnologia aplicada a saúde brasileira e mundial e desenvolvimen-
to tecnológico de novas vacinas, reativos para diagnóstico e biofármacos para o futuro da
prevenção de doenças. Em abril, com o apoio do Ministério da Saúde e a participação de
palestrantes da OMS e da Divisão de História da Medicina da National Library of Medicine
– USA, a COC organizou o Simpósio Internacional História dos Trabalhadores da Saúde
em uma perspectiva comparada.
A Fiocruz recebeu 36 missões internacionais, movimentando um contingente de 220
visitantes.
Ao longo do ano, 401 pesquisadores e gestores da Fiocruz viajaram para exterior para
participar em eventos internacionais, conselhos executivos dos organismos internacio-
nais, assessorar grupos de trabalho especialistas e participar em missões de prospecção.
Cooperação Técnica para Qualificação de Unidades e Serviços de Saúde,Ciência e Tecnologia, Educação e Cultura
A cooperação técnica com órgãos públicos da saúde, com universidades e com outras
instituições públicas no âmbito da ciência e a tecnologia, a educação e a cultura faz parte
da tradição solidária da Fiocruz, praticamente desde sua criação.
Dada a pouca visibilidade destas atividades, normalmente subsumidas nas atividades
finalísticas das suas unidades, a Fiocruz negociou e viu aprovada a inserção desta nova
ação no PPA 2004-2007, a partir do exercício de 2006.
Neste primeiro ano, foram registradas, programadas, executadas e avaliadas atividades
de cooperação técnica da Fiocruz em todas as regiões do Brasil, visando capacitar laborató-
rios públicos, serviços de atenção à saúde, assessorar instituições gestoras do SUS e outros
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
órgãos vinculados, além de universidades e outras instituições públicas de ciência e
tecnologia. Além disso, as unidades da Fiocruz coordenaram e/ou assessoraram várias redes
colaborativas nacionais e internacionais.
No âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, a Fiocruz, através do INCQS,
apoiou os LACENS (Laboratórios Centrais) em vários Estados do Brasil, oferecendo
consultoria para implantação de Sistema da Qualidade, material de referência, metodologias
de diagnóstico laboratorial e outros procedimentos técnicos e de gestão, junto com a
capacitação dos recursos humanos. Várias outras instituições e laboratórios públicos tam-
bém receberam assessoria por parte do INCQS, entre eles INMETRO, Instituto Vital Brazil,
Laboratório Farmacêutico da Marinha, Laboratório Químico e Farmacêutico da Aeronautica
e Sociedade Brasileira de Química.
Além das atividades do INCQS, especificamente orientadas para o programa setorial
de vigilância sanitária, outras unidades da Fiocruz também participam nas ações técnico-
científicas vinculadas a esse campo de atuação. Dessa forma, destacam-se as seguintes:
Centro Colaborador de vigilância sanitária (Cecovisa/Ensp)
Centro Colaborador da OMS na Área de Políticas Farmacêuticas (Ensp);
Laboratório de Referência da Anvisa em Equivalência Farmacêutica (Farmanguinhos);
Laboratório de Referência da Anvisa em Farmacocinética e Bioequivalência (Ipec);
Laboratório Avaliação Farmacológica de Produtos Naturais (CPqGM).
Desde 2001 foi implementado o Projeto de Cooperação entre a Ensp e o Centro de
Vigilância Sanitária (CVS) da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ).
Deste projeto nasceu em 2006, além de outras ações na área de informação e comunicação,
a página do Cecovisa/Ensp, que tem como objetivos:
1. Disseminar informações a respeito de Vigilância Sanitária;
2. Democratizar conteúdos relativos à Vigilância Sanitária;
3. Ampliar o debate sobre Vigilância Sanitária junto a profissionais de saúde, estudantes,
gestores e a sociedade.
Em relação à Vigilância Epidemiológica, a Fiocruz, através das suas unidades de pes-
quisa biomédica e laboratórios de referência para diagnóstico de doenças, forneceu mate-
riais de referência e procedimentos técnicos a 34 laboratórios de referência no país e asses-
sorou o MS e as Secretarias de Vigilâncias em Saúde do Norte e Nordeste em ações de
vigilância e prevenção de doenças. O CPqAM também assessorou as prefeituras de Moreno,
Araripe e Recife no controle de culicídeos vetores e cooperou com LACENS na Amazônia
e em Alagoas, disponibilizando 80 amostras de coleção malacológica e 200 amostas de
coleção parasitológica. Ainda no âmbito desta ação, o IPEC cooperou com LACENS do
Norte e Nordeste, treinando os profissionais destes laboratórios em diagnóstico das micoses
sistêmicas e fornecendo o material de referência pertinente.
A Fiocruz também desenvolveu, em 2006, importantes atividades de cooperação na
área de Atenção Especializada em Saúde. O IFF ofereceu consultoria na qualificação de
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deserviços de atenção à saúde, especificamente no Sistema Estadual de Gestão de Alto Risco
do Estado do Rio de Janeiro e em outras maternidades do país. Além disso, a Unidade
coordenou, em parceria com o Ministério da Saúde, a Rede Nacional de Bancos de Leite
Humano, que conta atualmente com 187 unidades em funcionamento e 29 postos de
coleta, estando presente em todos os estados do Brasil e em processo de expansão para
implantação em 13 países da América Latina e Caribe. Além da assessoria direta e da coor-
denação da Rede, a Fiocruz atua ainda na capacitação de profissionais que prestam servi-
ços nos Bancos de Leite. Em 2006 foram 357 profissionais capacitados nesta área. Outras
redes de atenção especializada, coordenadas pela Fiocruz, incluem a Rede Nacional de
Osteogênese Imperfeita, de Fibrose Cística, de Imunodeficiência Primária e de Neonatologia.
No campo da Informação Científica em Saúde, uma cooperação técnica importante
se deu entre a Fiocruz, por intermédio do CICT, e a USP, para o desenvolvimento da Biblio-
teca Virtual em Saúde e com o IBICT, no desenvolvimento do Programa de comutação
bibliográfica.
No âmbito do Desenvolvimento Tecnológico, destacam-se as cooperações com a UNB
no desenvolvimento do projeto de humanização do anticorpo contra Hepatite B e com
UPFEL no projeto de desenvolvimento de vacina humana contra leptospirose e de teste
diagnóstico para leptospirose, coordenados por Biomanguinhos.
Na área da Formação de Recursos Humanos além das atividades da Escola do Gover-
no, acima descritas, é importante ressaltar a assessoria dada a instituições de ensino na
região Nordeste (7 unidades de ensino), na região Norte (2), região sudeste (14), região Sul
(4) e na região Centro-Oeste (6), principalmente pela EPSJV na área da formação técnica.
Além disso, a EPSJV coordenou a Rede de Escolas Técnicas do SUS/RET-SUS e a Rede de
Observatórios de Recursos Humanos em Saúde (RORHES).
Como resultado dessas intensas atividades de cooperação técnica, a Fiocruz ultrapas-
sou praticamente todas as metas estabelecidas para a ação. Um demonstrativo da intensi-
dade das ações de cooperação técnica na Fiocruz é o número de 699 convênios atualmente
vigentes, dos quais 285 são convênios novos, celebrados em 2006.
Preservação do Patrimônio Científico, Cultural e Histórico na Saúde
A partir de 2005, foram incorporadas às ações do Programa Plurianual de Gestão de
Políticas de Saúde, do Ministério da Saúde, aquelas relacionadas à preservação do patrimônio
científico, cultural e histórico da saúde, sob a guarda e responsabilidade da Fundação
Oswaldo Cruz. A inserção desta ação coroa o papel desempenhado pela Fiocruz na conser-
vação de um considerável acervo documental constituído de arquivos, bibliotecas, cole-
ções museológicas e biológicas e os edifícios que conformam o conjunto arquitetônico,
formado desde sua criação no início do século XX.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Coleções Científicas
As coleções científicas guardam o patrimônio genético e biológico de espécies de inte-
resse da saúde. Conservar algumas dessas espécies, fornecendo dessa forma material bioló-
gico de reconhecida qualidade para pesquisadores da própria Fiocruz e também para grupos
de pesquisa de outras instituições, tem sido atividade relevante dentro da ação de preserva-
ção do patrimônio científico na saúde. A responsabilidade por uma coleção científica inclui
atividades como isolamento, depósito, preservação e distribuição de amostras, estudo
morfológico e identificação taxonômica. Neste campo também são prestadas consultorias
e realizados treinamentos para formação de profissionais especializados.
Desde 1900, a Fiocruz atua na sistematização e na preservação de materiais biológicos
vivos e não vivos. Além de alcançar a principal missão para a qual as coleções científicas se
destinam – subsidiar atividades de pesquisa científica e tecnológica – a preservação deste
patrimônio genético e cultural serve ainda como instrumento de disseminação e socialização
do conhecimento adquirido na área, despertando e estimulando o interesse dos visitantes das
coleções.
No total, são dez coleções científicas credenciadas que, além de preservar, identificar e
organizar as amostras, disponibilizam seus acervos para outras instituições de pesquisa e
para atender à rede de laboratórios de referência para a execução de serviços de análise de
vigilância em saúde.
Desde 2005, as coleções Helmintológica, Micológica, Entomológica, Malacológica, de
Culturas do Gênero Bacillus e Correlatos, de Febre Amarela, de Leishmaniose e de Cultura
de Fungos foram credenciadas no âmbito do Ministério do Meio Ambiente sob o status de
“fiéis depositárias” de amostras de componentes do patrimônio genético brasileiro.
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deColeções científicas segundo ano de início e quantidade. Fiocruz, 2006
Coleção Início Quantidade Relevância
Entomológica 1901 5 milhões de exemplares Exemplares de insetos brasileiros e exóticos,vetores ou não de doença.
Helmintológica 1907 37 mil amostras Amostras que representam espécies da Américado Sul, do Norte e Central.
Cultura de fungos 1922 aproximadamente Distribuídos em 201 gêneros e 558 espécies.1.800 linhagens
Febre amarela 1931 500 mil amostras Coletadas entre as décadas de 1930 e 1970,procedentes de todo o território brasileiro e dealguns países limítrofes. Uma das maiorescoleções de referência histopatológica de fígadodo mundo.
Cultura de bactérias 1930/ 50 mil amostras de Isoladas a partir de casos clínicos humanos,1940 bactérias animais e do meio-ambiente. Possui patógenos
oriundos de epidemias ocorridas em diversasregiões do país e amostras da era pré-antibióticos.
Malacológica 1948 5 mil lotes de conchas Reúne amostras de conchas e partes molese partes moles de preservadas de moluscos de águas continentais,espécimes de 8 famílias coletadas dos Estados Unidos à Terra do Fogo,‘ na região do Caribe e em outros continentes.
Cultura de 1979 1.250 estirpes liofilizadas, Inclui cepas-padrão de interesse para abactérias do gênero perfazendo um total de saúde humana e para as áreas industrial eBacillus e gêneros 12.500 cópias educativa.correlatos
Leishmania e 1980 1200 espécies com Preservadas com o uso da tecnologia deEmndotrypanum 3500 cepas preservadas criopreservação, garantindo a estabilidade
bioquímica e molecular dos exemplares doacervo.
Tripanossoma-tídeo 1995 500 amostras Constituída principalmente por amostras degêneros de interesse médico (Trypanosoma,Leishmania e Endotrypanum)
Fungos produtores 1997 446 cepas distribuídas Ênfase nas cepas que apresentam interesse emde micotoxinas e de em 18 gêneros e medicina humana e veterinária.interesse em saúde 53 espéciescoletiva
Várias unidades da Fiocruz mantêm outras coleções biológicas, com destaque para:
A coleção de amostras de fungos e bactérias de espécies da biodiversidade amazônica,
criada a partir de 2001.
A coleção microbiológica de referência para o controle da qualidade de produtos sujeitos
à vigilância sanitária, com microrganismos representativos dos três domínios taxonômicos
que compõem a árvore filogenética atual – Bacteria, Eucarya e Archaea, conservadas por
liofilização. São 519 bactérias, 243 fungos e 27 archaeas.
A cultura de fungos, com 245 cepas de patógenos isolados de pacientes.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Patrimônio Arquitetônico
O reconhecimento do patrimônio arquitetônico da Fiocruz foi marcado pelo seu
tombamento em 29 de janeiro de 1981, pela então Secretaria do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (hoje, IPHAN). O Conjunto Arquitetônico Histórico da Fundação
Oswaldo Cruz está situado numa área de 830 mil m², cortada pela Avenida Brasil, na Zona
Norte do Rio de Janeiro, que anteriormente fazia parte da Fazenda de Manguinhos.
Os prédios que formam este conjunto arquitetônico são de épocas de construção e
estilos bastante diversos, podendo ser organizados em dois principais núcleos: o Eclético
e o Modernista. Durante o ano de 2006, as intervenções de restauração concentraram-se
no Palácio Mourisco.
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deAs ações de preservação e restauração não se limitam ao Conjunto Arquitetônico
Histórico da Fundação Oswaldo Cruz. A partir de 2003, foi incorporada ao seu patrimônio
histórico e arquitetônico, área pertencente à antiga Colônia Juliano Moreira, que recebeu
a denominação de Campus Fiocruz
Mata Atlântica. Coube à Fundação,
preservar e restaurar o conjunto
arquitetônico dos antigos pavilhões
da Colônia. Durante o ano de 2006,
foram realizadas pequenas interven-
ções no Pavilhão Agrícola e obras de
contenção no Pavilhão Nossa Se-
nhora dos Remédios.
Incorporado ao patrimônio his-
tórico da Fundação desde 1998, o
Palácio Itaboraí, localizado no mu-
nicípio de Petrópolis, passou por sua
primeira intervenção de restauro
conservativo em 2000. No final de
2006, iniciou-se a primeira fase de
uma ampla intervenção de restaura-
ção do edifico principal e de seu
anexo, objetivando a sua transforma-
ção em um espaço para realização
de eventos e cursos, incluindo hos-
pedagem, com financiamento da
Petrobrás.
Preservação do Patrimônio Cultural
Preservar e valorizar a trajetória das ciências biomédicas e da saúde faz parte da missão
da Fiocruz, que em sua atuação como centro de referência e informação da história das
ciências da Saúde no Brasil, retrata um período que se estende do final do século XIX até a
atualidade. Dentre as várias atividades técnicas, projetos, pesquisas e consultoria no campo
da memória, da formação, preservação e organização de acervos e da gestão e dissemina-
ção de informações, destacam-se a Descrição Automatizada de Arquivos Históricos em Saúde
(COC e BIREME/OPAS/OMS); doação dos arquivos pessoais de Carlos Gentile e Hésio Cor-
deiro; organização do Arquivo Pessoal Frederico Simões Barbosa; organização do Arquivo da
Fundação SESP; projeto de digitalização do Acervo Sonoro da COC; e o projeto de Preserva-
ção e Digitalização do Arquivo Pessoal e da Coleção Bibliográfica Oswaldo Cruz.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
8 Inovação na Gestão:Alinhamento da Fiocruz com asnecessidades da População e as demandasdo Estado Brasileiro.
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Durante 2006, a Fiocruz deu continuidade ao processo de consolidação da reestruturação
do seu sistema de planejamento, iniciado em 2004, visando aprimorar o alinhamento
entre o seu Plano Plurianual (PPA) e os Planos Plurianuais do Ministério da Saúde (MS) e
do Governo Federal, capilarizar e universalizar a cultura do planejamento em todas as
instâncias institucionais da Fiocruz e dar maior transparência aos objetivos, metas e resul-
tados dos seus projetos e processos finalisticos e de gestão. Destacam-se, neste sentido, o
importante reforço do quadro de servidores concursados, na área do planejamento estraté-
gico, a freqüente reunião do fórum de planejamento, que reúne os respectivos núcleos de
cada unidade da Fiocruz; e a emissão de versões atualizadas de manuais de procedimentos
e notas técnicas específicas.
A revisão do PPA 2004-2007 para o exercício de 2006 incorporou duas importantes
ações setoriais que permitem dar maior visibilidade às responsabilidades da Fiocruz no
contexto do Programa de Gestão da Política de Saúde, quais sejam as de Cooperação Técnica
para a Qualificação de Unidades e Serviços de Saúde, Ciência e Tecnologia, Educação e
Cultura e de Preservação do Patrimônio Científico, Cultural e Histórico da Saúde no Brasil.
A horizontalização das ações sob responsabilidade da Fiocruz entre as suas diversas
unidades, implantada em 2005 em substituição à tradicional programação segundo unida-
des executoras verticais, que caracterizam a maior parte das instituições públicas do Governo
Federal, foi perfeita e rapidamente assimilada pela totalidade dos gestores e a própria comu-
nidade de todas as unidades da Fiocruz.
O resultado dessa mudança tem sido a maior integração dos planos das Unidades,
orientados pela missão de cada uma no contexto da Fiocruz como um todo e a organiza-
ção de um pensamento mais voltado para os objetivos a serem alcançados no âmbito de
cada ação do PPA-Fiocruz. Além disso, assentou as bases para a implementação de um
sistema de acompanhamento e avaliação centrado nos resultados, uma vez que estabelece
um conjunto de produtos e indicadores vinculados a cada objetivo e ação do PPA.
Após os ajustes do PPA 2004-2007 para o exercício de 2006, o PPA-Fiocruz foi composto
por 23 ações finalísticas, pertencentes a 8 (oito) dos programas setoriais: Ciência, Tecnologia
e Inovação em Saúde; Atenção Especializada em Saúde; Vigilância Epidemiológica e
Ambiental em Saúde; Vigilância Sanitária de Produtos, Serviços e Ambientes; Assistência
Farmacêutica e Insumos; Educação Permanente e Qualificação Profissional para o SUS; e
Gestão de Políticas de Saúde. Além disso, atua em 3 (três) programas que são padronizados
pelo Governo Federal, dentre os quais o de Apoio Administrativo.
O número de programas em que a Fiocruz atua demonstra a abrangência e a diversidade
de atividades desenvolvidas pela Instituição. Os programas de Ciência, Tecnologia e Ino-
vação em Saúde e de Educação Permanente e Qualificação Profissional para o SUS são os
programas mais abrangentes em que a Instituição atua, uma vez que praticamente todas
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
as unidades da Fiocruz desenvolvem algum projeto ou processo vinculado aos objetivos
desses programas.
Durante o exercício de 2006, a Fiocruz revisou e consolidou um conjunto de objetivos
institucionais, diretamente vinculados a situações problema no campo da ciência e
tecnologia na saúde, cuja solução é objeto da missão institucional de cada uma das unida-
des e da Fiocruz como um todo. Como conseqüência, foi possível avançar de forma signi-
ficativa na construção de um importante conjunto de indicadores de eficácia, eficiência e
efetividade que permitem aperfeiçoar os seus mecanismos de avaliação de desempenho, em
consonância com as diretrizes estabelecidas pelo Governo Federal.
Gestão participativa – a reforma estrutural da Fiocruz
A crescente inserção das unidades da Fiocruz no escopo das ações programáticas vin-
culadas à ciência e tecnologia no campo da saúde vem criando novas exigências
organizacionais que já não são plena e eficientemente cobertas pela estrutura vigente.
Conscientes desta necessidade de adequação institucional, os últimos plenários do Con-
gresso Interno da Fiocruz vêm deliberando no sentido de promover estudos que permitam
otimizar estruturas e processos para adequá-los as novas demandas.
Enquanto estes estudos vêm sendo realizados, com maior ênfase a partir de 2003 em
colaboração com a Secretaria de Gestão do Ministério de Planejamento, Orçamento e Ges-
tão (MPOG/SEGES), as próprias unidades da Fiocruz tentam redefinir e incorporar novos
perfis e responsabilidades das suas sub-unidades organizacionais, através de decisões
colegiadas internas que são, na maioria das vezes, explicitadas em Manuais de Organiza-
ção ou outros documentos regimentais internos.
Durante o ano de 2006 foi realizado um esforço concentrado de discussão de uma
nova proposta de estrutura. Tais discussões culminaram com a realização de uma Plenária
Extraordinária do V Congresso Interno, que ocorreu entre os dias 18 a 20 de setembro de
2006 e que aprovou, com a presença de mais de 400 delegados de todas as unidades da
Fiocruz, as “Diretrizes para Adequação da Estrutura Organizacional da Fiocruz”.
Os debates realizados até o momento permitem observar alguns movimentos que carac-
terizam essa reforma, com destaque para quatro aspectos considerados críticos do ponto de
vista da inovação organizacional:
O fortalecimento de estruturas horizontais de coordenação, capazes de desenvolver a
missão institucional através da constituição de redes internas de trabalho, característica
importante das modernas instituições de ciência e tecnologia.
O fortalecimento das estruturas de gestão, tanto no campo da gestão estratégica e tecnológica
quanto no que diz respeito às funções administrativas.
A redução das estruturas hierárquicas intermediárias.
Como conseqüência do anterior, o privilégio de estruturas adhocráticas, flexíveis, em
substituição as estruturas verticais fixas e bastante engessadas quanto à suas possibilidades
de adaptação ao ambiente.
Relatório de Atividades – 2006
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oGestão do Trabalho
Os dois principais desafios na gestão do trabalho na Fiocruz em 2006, diretrizes apon-
tadas na Plenária Extraordinária do IV Congresso Interno, realizada em novembro de 2002
e pelo V Congresso, em setembro de 2005, foram o de promover a equalização salarial dos
servidores que eram pertencentes a planos de carreiras distintas e substituir gradativamente
os postos de trabalho terceirizados por servidores do quadro permanente, em decorrência
de um acordo firmado com o Tribunal de Contas da União.
A partir da publicação da MP 301/2006, que estrutura o Plano de Carreiras e Cargos de
Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública na Fiocruz, foi possível pro-
mover a equalização salarial entre os servidores da Instituição. Houve a adesão de mais de
95% dos servidores ao Plano da Fiocruz, além de permitir a correção das situações de alguns
servidores que se encontravam irregulares.
O desafio de substituição dos postos de trabalho terceirizados foi iniciado com a cria-
ção de 3000 novas vagas. O Ministério do Planejamento autorizou a realização de concurso
público para substituir 1.000 postos de trabalho terceirizados,
ainda no ano de 2006.
Para a realização do concurso, a Diretoria de Recursos
Humanos (DIREH) elaborou um sistema que garantiu que o
processo de incorporação dos aprovados fosse feito de forma
transparente. O Guia de Admissão e Integração do Servidor –
GAIS (http://gais.direh.fiocruz.br) se configurou como um ser-
viço eletrônico personalizado responsável por fornecer orien-
tações aos futuros servidores da Fiocruz.
A partir da incorporação de novos servidores, ainda em 2006, a força de trabalho da
Fiocruz totaliza em 9634 trabalhadores, incluindo trabalhadores terceirizados, programas
sociais e vínculos de fomento técnbico e científico de caráter temporário.
Distribuição da Força de Trabalho, segundo vínculoFiocruz, dezembro 2006
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Com relação a 2005, houve uma significativa redução da força de trabalho contratada
através de cooperativas, no contexto de um amplo projeto social, seguindo determinação
dos órgãos de controle externo, sendo estes trabalhadores absorvidos por contratos de
terceirização. Também foram extintos quase totalmente os vínculos com trabalhadores
autônomos notando-se um aumento relativo dos servidores ativos no total da força de
trabalho institucional que passou de 39% em 2005 para 43% em dezembro de 2006. Já a
força de trabalho terceirizada, incluindo os programas sociais, caiu de 55% para 51%.
É importante destacar que, do total da força de trabalho terceirizada, aproximada-
mente a metade é constituída por trabalhadores de administração de apoio, cujas funções
não estão previstas no plano de carreira vigente para a Fiocruz.
Diante da incorporação de novos servidores e da implantação de um novo Plano de
Carreiras, a DIREH iniciou no ano de 2006, estudos para implementação de gestão por
competências, cujo intuito principal é subsidiar a elaboração de um sistema de gestão do
trabalho que dê conta de enfrentar desafios que se apresentam nessa área, dentre os quais
destaca-se o plano de capacitação e avaliação de desempenho que sirva efetivamente de
incentivo para melhorar a eficiência e eficácia no desenvolvimento das ações, projetos e
processos contemplados no Plano Plurianual da Instituição.
Gestão dos Recursos Orçamentários e Financeiros
Em 2006, a Fiocruz contou com uma dotação orçamentária de 1,496 bilhão de reais,
um aumento de 18,5% em relação ao exercício de 2005. Dos recursos disponibilizados em
2006, 51,6% foram alocados ao orçamento regular da Fiocruz, segundo publicado na Lei
Orçamentária Anual (LOA); 35,6% foram assegurados por meio de transferências públicas
federais de outros órgãos ministeriais para fins específicos; e os 12,7% restantes foram
obtidos com a negociação de projetos diversos, por intermédio da Fiotec, fundação privada
de apoio à Fiocruz. A maior parte do incremento, não obstante, deve ser atribuído à previ-
são de aumento do custo de pessoal em conseqüência da incorporação dos 1000 novos
servidores concursados durante o período.
Do total de recursos disponíveis, excluídas as despesas com a folha de pessoal, a Fiocruz
executou R$ 962.6 milhões (cerca de U$S 440 milhões), um incremento de 7,6% com relação
ao executado em 2005.
Na composição final da execução das despesas orçamentárias totais da Fundação, os
recursos de custeio e capital de fonte do tesouro totalizaram R$ 325 milhões, incluindo
as receitas próprias, equivalentes a 33,8% do total. Os recursos de transferências de órgãos
públicos foram da ordem dos 516, 3 milhões, ou 53,6%; e os recursos executados da fonte
Fiotec totalizaram R$ 121,2 milhões, equivalentes a 12,6% do total executado.
Esta composição de receitas acentua a tendência observada nos último anos a um
aumento relativo maior das captações extra-orçamentárias com relação àquelas origina-
das no orçamento regular da instituição, como demonstrado na figura à seguir:
Relatório de Atividades – 2006
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oEvolução do orçamento do Tesouro e de outras fontes – 2004/2006 (mil R$)
Distribuição das Receitas Orçamentárias – 2005
Distribuição das Receitas Orçamentárias – 2006
Com relação à distribuição relativa dos recursos totais aplicados em despesas de cus-
teio e capital (excluindo despesas com a folha de pessoal), incluindo todas as fontes de
receitas, cerca de 52% corresponderam à produção de insumos estratégicos, tais como as
vacinas, medicamentos e conjuntos e reagentes diagnósticos; 10,2% foram aplicados em
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Distribuição dos recursos (custeio e capital) aplicados segundo Fonte e Ação do PPAFiocruz, 2006 (R$ 1,00)
projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico; cerca de 10 % na manutenção e fun-
cionamento das farmácias populares; 8,5% em projetos de ensino, disseminação de infor-
mações técnico-científicas em saúde e coperação técnica nacional e internacional; e 4%
nos serviços de referência assistencial e laboratorial, sendo os restantes 15,4% gastos em
investimentos diversos e na gestão institucional corporativa.
Distribuição dos recursos totais segundo ação do PPA. 2006
AÇÃO DO PPA TOTAL (A)
R$ % B
Produção de Vacinas e Reagentes 329.448.531 34,2
Produção de Fármacos e Medicamentos 168.545.197 17,5
Implantação e Manutenção das Farmácias Populares 97.773.800 10,2
Administração da Unidade 81.996.977 8,5
Pesquisas 66.512.685 6,9
Formação de Recursos Humanos 43.253.846 4,5
Desenvolvimento Tecnológico 31.587.255 3,3
Construção, reforma e ampliação de unidades da Fiocruz 31.039.801 3,2
Atenção de Referência 25.907.307 2,7
Modernização de Unidades 22.119.060 2,3
Disseminação da Informação 15.608.671 1,6
Benefícios Assistenciais 13.405.400 1,4
Cooperação Técnica 10.697.703 1,1
Rede de Bibliotecas em Saúde 7.784.970 0,8
Serviços Laboratoriais de Referência 7.115.462 0,7
Análise da Qualidade dos Produtos Ofertados 5.326.753 0,6
Preservação do Patrimônio 3.767.375 0,4
Consolidação da Atuação Internacional 749.491 0,1
TOTAL (B) 962.640.284 100,0
Relatório de Atividades – 2006
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oModernização das Unidades da Fiocruz
Esta ação compreende as iniciativas relacionadas à gestão da qualidade, gestão
ambiental, biossegurança, saúde do trabalhador e qualificação/capacitação da força de
trabalho, ou seja, metas que visam à credibilidade, eficácia e otimização do desempenho
institucional.
Gestão da Qualidade
Em relação à Gestão da Qualidade, os principais destaques referem-se à manutenção
da acreditação na norma NBR ISO/IEC17025 de alguns dos principais ensaios de avaliação
da qualidade de produtos sujeitos à vigilância sanitária, no INCQS e da Certificação de
Boas Práticas de Fabricação (BPF) das linhas de sólidos, semi-sólidos, antibióticos e produ-
tos sujeitos a controle especial, em Farmanguinhos e de vacinas, em Biomanguinhos.
No campo dos laboratórios de referência diagnóstica para o sistema nacional de vigi-
lância epidemiológica, continuou sendo priorizada a implementação da gestão da quali-
dade para o diagnóstico de doenças, atendendo aos requisitos estabelecidos na Portaria
70/2004 do Ministério da Saúde.
Biomanguinhos vem progredindo rapidamente na incorporação da cultura da quali-
dade, alcançando o nível 3 no Relatório de Auto-Avaliação, homologado pelos consulto-
res/avaliadores do Programa de Qualidade do Serviço Público (PQSP) e gerido pelo Ministé-
rio do Planejamento, Orçamento e Gestão em 2005 e em seguida sendo agraciado com o
diploma prata na avaliação da excelência na gestão pública pelo Prêmio Qualidade-Rio
(PQRio) em 2006.
Em consonância com a estratégia de intercâmbio de experiências entre as unidades
assistenciais, IFF, IPEC e CSEGSF deram continuidade ao processo de preparação para
acreditação hospitalar pelo Joint Commission International.
O Cecal está progredindo rumo à acreditação da Unidade pela Association for Assessment
and Accreditation of Laboratory Animal Care International (AAALAC). Dando prosseguimento
ao processo toda Unidade está sendo preparada com a revisão de seus processos e adequa-
ção de seus equipamentos.
Participante regular do Comitê Setorial da Saúde do GESPÚBLICA, a Fiocruz está se
preparando para iniciar os ciclos de avaliação corporativa da Instituição, com vistas à
candidatura aos prêmios de excelência, já a partir de 2007.
Gestão Ambiental e Biossegurança
Na área de Gestão Ambiental, em 2006 foi reorganizado o plano estratégico para esta
área, responsabilizando-se a Diretoria de Administração do Campus pela ampliação do
alcance das metas relativas ao controle de resíduos e de redução de consumo de bens
renováveis, favorecendo a implementação desta atividade na Fiocruz.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Com relação à implantação dos requisitos de biossegurança,
a Comissão Técnica de Biossegurança da Fiocruz (CTBio-
Fiocruz) e as comissões internas de todas as unidades (CIBio)
continuaram fortalecendo suas atividades, incluindo os traba-
lhos de adequação da infra-estrutura e capacitação relativa à
implantação de requisitos de biossegurança. Foram realizadas
41 inspeções de biossegurança, destacando os laboratórios de
referência que manipulam organismos geneticamente modifica-
dos (OGM), que obtiveram, ao todo, 33 Certificados de Quali-
dade em Biossegurança (CQB) outorgados pela Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança, CTBio.
Saúde do Trabalhador
O Programa de Saúde do Trabalhador da Fiocruz prosseguiu com o processo de
incrementação de suas atividades, ampliando suas metas quantitativas e qualitativas desti-
nadas, principalmente, à prevenção e promoção da saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Todos os novos concursados passaram por exame admissional, sendo acompanhados por
profissionais do Núcleo de Saúde do Trabalhador da Fiocruz (NUST). Em 2006, somados
os exames admissionais, foram realizados cerca de 7 mil atendimentos ao trabalhador,
abrangendo exames periódicos, consultas de acompanhamento, pronto atendimentos e
atendimento emergencial, com uma média de 0,72 atendimentos por trabalhador da Fiocruz,
ou 1,64 por servidor da Fiocruz.
Capacitação da Força de Trabalho da Fiocruz
Dando continuidade ao processo de valorização e desenvolvimento do trabalhador
foi definido um amplo e consistente programa de capacitação, com o propósito de ampliar
a competência em gestão, o trabalho em equipes, a qualificação do trabalho e dos traba-
lhadores, a profissionalização da força de trabalho e a saúde do trabalhador. Esta linha de
ação horizontal envolveu todas as unidades da Fiocruz que mantiveram intensas ativida-
des e investimentos destinados a garantir a ampliação de habilidades e conhecimentos do
quadro, tanto nas áreas científicas finalísticas, quanto em áreas de gestão sendo qualifica-
dos ao todo, mais de 3.200 trabalhadores em 2006. Uma importante iniciativa foi o Progra-
ma de Capacitação Profissional e Desenvolvimento de Competências, promovido pelo Ser-
viço de Recursos Humanos (SRH) da DIRAC que em 2006, caminhou ativamente, atingindo
cada vez mais trabalhadores, alcançando a meta de 600 profissionais qualificados.
Creche
Reconhecida como um Centro de excelência no cuidado educacional à criança de 0 à
6 anos, a Creche da Fiocruz, continuou no ano de 2006 desenvolvendo atividades tanto
em relação à assistência direta a 166 crianças, como em relação a qualificação do quadro de
pessoal e disseminação da informação educacional para a rede do SUS. A instituição con-
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otribui com a qualidade de vida de seus servi-
dores ao propiciar maior segurança e confor-
to no cuidado de seus filhos. Assim, foram
implementadas diversas atividades pedagógi-
cas de ensino e de pesquisa visando a educa-
ção infantil e saúde da criança. Foram reali-
zadas ainda atividades externas como pales-
tras em outras instituições públicas, assim
como, prestação de consultorias para Secre-
tarias Municipais de Educação.
Ouvidoria
O total das Manifestações Atendidas pela Ouvidoria teve
significativo incremento, passando de 490 no ano de 2005
para 794 em 2006, representando cerca de 40% de aumento
no atendimento. Esse número demonstra que a Ouvidoria vem
conquistando a confiança e o reconhecimento do público ex-
terno. No âmbito interno da organização vem tendo amplo
acolhimento não só pela compreensão do seu trabalho como
também pela força e dinamismo no estímulo à gestão
participativa.
Surgida a partir de resposta à demanda dos servidores da
Fiocruz, durante o IV Congresso Interno, em novembro de 2002,
a Ouvidoria vem marcando sua presença, nesses seus 2 anos,
com o fortalecimento e a consolidação de parcerias com as Unidades da Fiocruz e uma
maior eficiência no atendimento às solicitações dos usuários da Instituição
Obras de Infra-estrutura
Estruturação de Laboratórios de Pesquisas Biomédicas: Nesta etapa, foi concluída a
obra do antigo Laboratório de Química de Farmanguinhos que irá sediar todos os labora-
tórios do Departamento de Virologia do IOC. A estruturação deste Laboratório permitirá o
desenvolvimento de pesquisas na área de virologia em consonância com as normas e pa-
drões internacionais de qualidade em pesquisa.
A etapa prevista de implementação do projeto de reforma e ampliação do Instituto
Fernandes Figueira para o ano de 2006 foi executada em 100%. Dentre as mudanças reali-
zadas a partir desta ação no IFF estão a reforma da enfermaria de recuperação pós-cirúrgica
do centro cirúrgico pediátrico, a ampliação e adequação da área de resíduos sólidos para
atendimento das normas da vigilância sanitária, a reforma do depósito de inflamáveis, e a
adequação da Central de Esterilização.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
A execução do projeto de Reforma e Ampliação do Instituto de Pesquisas Clínicas
Evandro Chagas, em 2006 tem proporcionado a expansão e melhoria do atendimento
através da disponibilização de novos consultórios, novas instalações de hospital-dia, novos
leitos (inclusive de UTI), laboratórios, apoio técnico, administrativo e logístico. Em 2007
este projeto será concluído.
A Adequação da Planta Industrial de Fármacos em Jacarepaguá possui um caráter
estratégico para a Fiocruz, pois trata da adaptação da nova planta industrial, adquirida
em 2004 pelo Governo Federal, às especificidades das linhas de produção a serem implan-
tadas. A execução desse projeto contribuirá para a expansão e diversificação da capacidade
produtiva de fármacos e medicamentos de Farmanguinhos, permitindo o melhor atendi-
mento aos programas de Assistência Farmacêutica do MS. Em 2006 a ação continuou tendo
um desempenho adequado, de acordo com o cronograma original da obra, com uma
execução orçamentária e física de 100% em relação ao programado.
O projeto original de construção da planta piloto de imunobiológicos sofreu algu-
mas alterações significativas desde o final de 2005, agregando ao seu plano original a
incorporação de tecnologia para produção de biofármacos e para a realização de testes de
protótipos, conformando-se assim, um projeto mais amplo e ambicioso, que passou a ser
denominado, internamente à Fiocruz, de Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos
e Reagentes para Diagnóstico (CIPBR).
Com a construção do CIPBR, pretende-se viabilizar a produção nacional de biofármacos,
como interferon alfa 2b recombinante e eritropoietina numa primeira fase, e interferon
alfa peguilado, interferon beta e anticorpos monoclonais posteriormente, a reestruturação
das áreas de desenvolvimento e produção de reativos para diagnóstico e a implantação do
primeiro laboratório nacional com infra-estrutura piloto para a produção de lotes experi-
mentais destinados à realização de ensaios clínicos e validação dos produtos, segundo os
requisitos internacionais das Boas Práticas de Laboratório (BPL/GLP) e das Boas Práticas de
Fabricação (BPF/GMP).
Encontra-se em fase avançada de negociação a possibilidade de contar com a coopera-
ção financeira do BNDES para a consecução deste importante projeto para o desenvolvi-
mento tecnológico nacional na área de imunobiológicos e biofármacos.
O Programa de Implantação do Campus Fiocruz Mata Atlântica, em Jacarepaguá,
cumpriu as atividades previstas para o ano de 2006, além de obter alguns avanços adicio-
nais a partir de situações favoráveis que ocorreram nesse período; como ser:
o Programa Institucional Biodiversidade e Saúde, apresentado em 2005, teve, em 2006, seu
contingente de recursos humanos ampliado e avançou nas negociações de financiamen-
tos externo e interno. Realizou-se o levantamento florístico de toda a área do CFMA abaixo
da cota 100m, no qual identificaram-se espécies de 60 famílias diferentes, reunindo-se
aproximadamente 600 exsicatas.
Relatório de Atividades – 2006
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oFarmanguinhos desenvolveu estudos de proposta para o campus buscando aprofundar
suas atividades na área de fitomedicamentos, complementando as ações que já vem exer-
cendo através um núcleo já instalado no campus.
no que se refere aos processos de Educação Ambiental e Divulgação Científica, foram
elaborados estudos e diretrizes que apontam para a necessidade de implantação do Centro
de Educação Ambiental, cuja proposta prevê sua implantação na Bacia Hidrográfica do Rio
Pavuninha. Outra diretriz é integrar a população local no processo de conservação e
recuperação ambiental, através de um Centro de Desenvolvimento Comunitário que terá
como objetivos a qualificação e formação de pessoas das comunidades locais para o mane-
jo ambiental e o estimulo e incentivo aos empreendores locais.
Pelo segundo ano consecutivo não foi possível iniciar as obras para a construção do
Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDTS). Apesar de já se ter avan-
çado na consolidação do projeto desde o final de 2005, o processo de licitação foi, pela
segunda vez, impugnado pelas empresas concorrentes.
Apesar destas complicações, a Fiocruz considera o CDTS como o seu projeto mais
estratégico, pois visa a contribuir para a ampliação da capacidade de desenvolvimento de
insumos e produtos de saúde passíveis de serem produzidos e colocados a disposição da
população brasileira. Cabe destacar que uma nova licitação já foi realizada, e que o início
das obras deverá se dar já a partir do primeiro semestre de 2007.
Projetos Sociais
A preocupação da Fiocruz com quali-
dade de vida das populações carentes evi-
dencia-se pelas suas iniciativas e ações na
área de saúde, educação e capacitação e
assistência social, voltadas principalmente
às populações da região no entorno do
campus Manguinhos e de Farmangui-
nhos, em Jacarepaguá.
Entre os eventos e campanhas realiza-
das durante 2006, destacou-se, como já
aconteceu nos anos anteriores, o evento
Fiocruz para Você, organizado no dia Na-
cional de Vacinação, no campus de Man-
guinhos, no Campus de Farmanguinhos e
no CPqGM em Salvador, Bahia. Nesse dia
a Fiocruz recebeu milhares de pessoas para
vacinar seus filhos e aproveitar as portas
abertas da instituição para visitar uma feira
de ciências, aprender noções básicas de
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
saúde e participar em atividades recreativas e culturais. No total foram vacinadas 4672
crianças.
O CPqGM em parceria com ONGs locais organizaram no Carnaval de Salvador, como
em anos anteriores, a campanha Bloco da Camisinha, com distribuição de preservativos
por multiplicadores treinados que também levam informações ao público relativas a pre-
venção de doenças sexualmente transmissíveis.
Outras campanhas solidárias incluíram o tradicional Bazar da Solidariedade, organi-
zado pelo CSEGSF/ENSP em apoio aos portadores de AIDS e o trabalho social realizado
com famílias de crianças portadoras de doenças crônicas e com famílias de recém nascidos
internados na UTI neonatal, arrecadando dinheiro para cobrir o custo do deslocamento
dessas famílias.
Foi dada continuidade ao projeto, realizado em parceria com a Federação Nacional
dos Surdos e Mudos (Feneis), que visa a inserção dos portadores de deficiência auditiva
no mercado de trabalho mediante educação, treinamento e qualificação profissional. Em
2006, cerca de 140 portadores de deficiência auditiva trabalharam nas unidades da Fiocruz.
O projeto Fazendo e Aprendendo, desenvolvido em parceria com Associação
Beneficiente São Martinho, é mais um projeto de cunho sócio-pedagógico que visa promo-
ver inserção social e estimular aprendizado e prática de cidadania, dando oportunidade de
trabalho para adolescentes. Em 2006, 79 adolescentes participaram deste programa.
Nessa linha podem ser citadas
outras iniciativas importantes, tais
como o Curso de Formação de
Monitores para Museus e Centros
de Ciência para alunos de ensino
médio de escolas públicas, morado-
res de áreas de risco social e o proje-
to Oficina-Escola de Manguinhos,
desenvolvido em parceria com
UNESCO, IPHAN e o Ministério da
Cultura, que pretende capacitar jo-
vens de baixa renda na área de res-
tauração e conservação de bens culturais imóveis. Em dezembro 2006 foi realizada a aula
inaugural da primeira turma da Oficina.
No trabalho específico com jovens, deu-se continuidade ao Programa de Educação
de Jovens e Adultos residentes nas comunidades do Complexo Manguinhos, ao nível de
ensino fundamental e ensino médio, voltado para a promoção da saúde e para desenvol-
vimento local integrado e sustentável (PEJA-DLIS). Considerando todas as iniciativas para
educação de jovens e adultos, foram 1.020 pessoas beneficiadas com estas atividades.
Relatório de Atividades – 2006
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oTambém durante o ano, foram assinados um convênio com Centro de Estudos e Pesqui-
sas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – Itaú Social, para desenvolver o Programa
Jovens Urbanos e outro com os Correios para desenvolver o projeto de Inclusão Digital
e a implantação de 13 agências comunitárias nas comunidades adjacentes.
Em 21 de dezembro de 2006 foi inaugurada a Biblioteca Casa Viva – centro de promo-
ção à leitura na comunidade de Manguinhos. A Fiocruz, suas unidades e seus servidores
contribuíram na capacitação de voluntários para atuarem no espaço Casa Viva, no repasse
de mobiliário adequado e na doação de mais de cinco mil e quinhentos livros e outras
publicações. Esta iniciativa reforça e amplia as ações educativas do Espaço Casa Viva, do
Programa de Educação de Jovens e Adultos realizado pela Fiocruz e a Rede CCAP. Entre os
projetos desenvolvidos em parceria com Rede CCAP pode-se citar ainda: o Núcleo de Apoio
Jurídico a Comunidades (NAJUC) que realiza atendimento jurídico gratuito a população,
a Oficina Artesanal para mulheres de Manguinhos e o Dia de Talento que reúne periodi-
camente pessoas da Fiocruz e das comunidades adjacentes ao Campus Manguinhos e
Jacarepaguá que tenham habilidades em criar produtos artesanais ou artísticos.
Na âmbito de assistência social, o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, em
parceria com Associação Brasileira de Agentes de Saúde (ABRASA), continuou o projeto de
acompanhamento domiciliar e ambulatorial da clientela do Núcleo de Dependentes Quí-
micos do CSEGSF/ENSP. A ONG Katiró – Associação de Assistência Ocupacional aos Soropo-
sitivos do Amazonas, criado em 2002 no CPqLMD , desenvolveu atividades para melhorar
a qualidade de vida das pessoas que vivem e convivem com o HIV/Aids.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
9 Apêndice
Relatório de Atividades – 2006
77
9 A
pê
nd
ice
BIOMANGUINHOS – Instituto de Tecnologia em ImunobiológicosCECAL – Centro de Criação de Animais de LaboratórioCICT – Centro de Informação Científica e TecnológicaCOC – Casa de Oswaldo CruzCPqAM – Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Recife – PECPqGM – Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz/Salvador – BACPqLMD – Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane/Manaus – AMCPqRR – Centro de Pesquisa René Rachou/Belo Horizonte – MGDIPLAN – Diretoria de Planejamento EstratégicoDIRAC – Diretoria de Administração do CampusDIRAD – Diretoria de Administração
DIREB – Diretoria Regional de BrasíliaDIREH – Diretoria de Recursos HumanosENSP – Escola Nacional de Saúde PúblicaEPSJV – Escola Politécnica de Saúde Joaquim VenâncioFARMANGUINHOS – Instituto de Tecnologia em FármacosGESTEC – Coordenação de Gestão TecnológicaIFF – Instituto Fernandes FigueiraIOC – Instituto Oswaldo CruzINCQS – Instituto Nacional de Controle de Qualidade em SaúdeIPEC – Instituto de Pesquisa Clínica Evandro ChagasOUVIDORIA
Organograma
Presidência
Conselho Deliberativo
Órgãos de AssistênciaDireta à Presidência
UnidadesTécnico-Administrativas
UnidadesTécnicas de Apoio
UnidadesTécnico Científicas
GABINETE
DIREB
DIRAC
DIREH
DIRAD
CECAL CICT
IFF
IPEC
IOC
CPqAM
CPqRR
CPqLMD
CPqGM
DIPLAN
AUDITORIAINTERNA
PROCURADORIAGERAL
COC INCQS
EPSJV Far-Manguinhos
ENSP Bio-Manguinhos
Pesquisa e Desenvolvimento TecnológicoDesenvolvimento Institucional e Gestão do TrabalhoEnsino, Informação e ComunicaçãoServiços de Referência e Ambiente
Vice-Presidências
COMUNICAÇÃOSOCIAL
ASSESSORIAINTERNACIONAL
GESTEC
OUVIDORIA
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
PresidentePaulo Marchiori Buss
GabineteArlindo Fábio Gomez de Sousa
Vice-Presidente de Pesquisa e DesenvolvimentoTecnológico (VPPDT)Reinaldo Guimarães
Vice-Presidente de Serviços de Referência eAmbiente(VPSRA)Ary Carvalho de Miranda
Vice-Presidente de Desenvolvimento Institucionale Gestão do Trabalho (VPDIGT)Paulo Gadelha
Vice-Presidente de Ensino, Informação eComunicação (VPEIC)Maria do Carmo Leal
Diretoria Regional de Brasília – DIREB(Fiocruz Brasília)Gerson Penna
Assessoria de Cooperação Internacional – ACIJosé Roberto Ferreira
Coordenação de Gestão Tecnológica – GESTECMaria Celeste Emerick
Coordenação de Comunicação Social – CCSThereza Christina de Aguiar Tavares
Procuradoria GeralAntônio Cesar Silva Mallet
Auditoria Interna – AUDINSilvina da Costa Marques
Ouvidoria FiocruzJoão Luiz de San Tiago Dantas Barbosa Quental
UNIDADES TÉCNICO-CIENTÍFICAS
Casa de Oswaldo Cruz – COCNara Azevedo
Centro de Criação de Animais de Laboratório –CECALAntenor Andrade
Centro de Informação Científica e Tecnológica –CICTIlma Noronha
Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães – CPqAM(Fiocruz Pernambuco)Rômulo Maciel Filho
Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – CPqGM(Fiocruz Bahia)Mitermayer Galvão Reis
Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane –CPqLMD (Fiocruz Amazonas)Roberto Senna Rocha
Centro de Pesquisa René Rachou – CPqRR(Fiocruz Minas Gerais)Álvaro José Romanha
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca–ENSPAntônio Ivo de Carvalho
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio –EPSJVAndré Malhão
Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas – IPECValdiléia Veloso
Instituto de Tecnologia em Fármacos deManguinhos – FarmanguinhosEduardo Costa
Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos deManguinhos – BiomanguinhosAkira Homma
Instituto Fernandes Figueira – IFFJosé Augusto Alves de Brito
Instituto Nacional de Controle de Qualidade emSaúde – INCQSAndré Gemal
Instituto Oswaldo Cruz – IOCTania Araújo Jorge
UNIDADES TÉCNICO-ADMINISTRATIVAS
Diretoria de Administração – DIRADCristiane Sendim
Diretoria de Administração do Campus – DIRACFernando Carvalho
Diretoria de Planejamento Estratégico – DIPLANFelix Rosenberg
Diretoria de Recursos Humanos – DIREHLeila de Mello Yanez Nogueira
Relatório de Atividades – 2006
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nd
iceMissão das Unidades Técnico-científicas e de Apoio
UNIDADES TÉCNICO-CIENTÍFICAS
Casa de Oswaldo Cruz – COC – www.coc.fiocruz.br
Criada em 1986, a COC é um centro de pesquisa, documentação e informação dedicado
à memória e à história das ciências biomédicas e da saúde pública
Suas principais áreas de atuação contemplam a preservação e a difusão de acervos
documentais e museológicos, a pesquisa histórica, o ensino de pós-graduação em história
das ciências da saúde, a educação e divulgação científica, a publicação do periódico
História, Ciências, Saúde – Manguinhos e a reunião, gestão e difusão de informações
especializadas em suas áreas de atuação. Entre as atribuições da Casa de Oswaldo Cruz,
incluem-se também o restauro, a conservação e a valorização do patrimônio histórico-
arquitetônico da Fiocruz, onde se destaca o Castelo de Manguinhos. Faz parte de sua
estrutura o Museu da Vida, complexo de instalações e atividades museológicas.
Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães – CpqAM – www.cpqam.fiocruz.br
Criada em 1950, a unidade da Fiocruz em Pernambuco é hoje referência em filariose,
peste bubônica e controle de culicídeos vetores pelo Ministério da Saúde e em esquistos-
somose pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O CPqAM é também colaborador em
saúde e ambiente para a OMS.
Tem se dedicado a estudar as principais endemias nordestinas e também atua no com-
bate a essas enfermidades. No Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (Nesc), por exemplo,
formam-se profissionais especializados para atuarem no SUS, além de mestres e doutores
em saúde pública.
Entre outros serviços, o CPqAM produz antígenos e faz diagnósticos de peste, filariose
e outras doenças. Sua missão é realizar pesquisas em medicina tropical, biologia pura e
aplicada e saúde pública; promover o desenvolvimento tecnológico; formar pesquisadores;
prestar assessoria técnica ao SUS e às instituições de caráter científico-tecnológico; e parti-
cipar do Sistema Nacional de Informação em Saúde e em Ciência & Tecnologia. Desde
2005 dispõe entre suas instalações um laboratório de segurança nível NB3.
Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – CPqGM – www.cpqgm.fiocruz.br
Desenvolver e implementar atividades e ações de pesquisa biomédica, ensino, formação
de recursos humanos e assistência de referência voltadas para a saúde coletiva da Bahia e do
Brasil como um todo: essa é a missão do CPqGM, unidade da Fiocruz localizada em Salvador.
Lá são realizadas pesquisas em patologia, epidemiologia clássica e molecular, biologia
molecular, parasitologia e imunologia de doenças com importância regional e nacional.
Um de seus laboratórios – o Laboratório Avançado de Saúde Pública (Lasp) – está
credenciado como referência para isolamento e caracterização do HIV-1 no Brasil. Nele
80
Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
também são realizados estudos pioneiros sobre outros retrovírus, o HTLV-I e o HTLV-II,
semelhantes ao vírus da Aids. Mais recentemente, o CPqGM tem se destacado pelo traba-
lho sobre o uso de células-tronco no tratamento de pacientes chagásicos e em patologias
como leptospirose, leishmanioses e Hepatites C.
Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane – CPqLMD – www.amazonia.fiocruz.br
É a mais jovem unidade da Fiocruz. Localizado em Manaus, o CPqLMD vem recuperar
o trabalho pioneiro de cientistas da Fiocruz nas históricas expedições pela Amazônia no
início do século 20. Atualmente, faz pesquisas que abordam a sócio e biodiversidade da
região, incluindo populações indígenas e ribeirinhas e moradores das periferias urbanas
ou das áreas de fronteira agrícola.
Seus esforços estão concentrados na implementação de trabalhos em virologia e
micologia, assim como no monitoramento e na análise das principais situações de agravo
na Amazônia Ocidental. Abriga ainda os primeiros cursos de mestrado e doutorado em
saúde coletiva do Amazonas.
Centro de Pesquisa René Rachou – CPqRR – www.cpqrr.fiocruz.br
A unidade da Fiocruz em Belo Horizonte é referência em quatro de suas áreas de atua-
ção: controle da esquistossomose, clínica e terapêutica da leishmaniose, biologia e
epidemiologia da doença de Chagas e vetores da leishmaniose.
Também merecem destaque os estudos do CPqRR em biologia, imunologia, terapêuti-
ca, fisiologia e epidemiologia de doenças infecto-parasitárias. São desenvolvidos também
trabalhos sobre produtos naturais, envelhecimento e comportamento de risco para doen-
ças infecciosas, entre outros.
Em atividade há mais de meio século, o CPqRR tem por objetivo gerar, adaptar e
transferir conhecimento científico e tecnológico em saúde. Integrando pesquisa, forma-
ção de recursos humanos e prestação de serviços, oferece apoio estratégico ao SUS e ajuda
a promover a saúde da população.
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – ENSP – www.ensp.fiocruz.br
Os principais campos de atuação da ENSP são: produção de conhecimentos e presta-
ção de serviços em saúde pública; formação de pessoal especializado em cursos de mestrado
e doutorado, além de outras modalidades; e cooperação técnica com diversos estados e muni-
cípios brasileiros. Desde sua criação, em 1954, a Escola se dedica a pesquisas nas áreas de
promoção da qualidade de vida, prevenção de doenças e ciências sociais aplicadas à saúde.
A ENSP exerceu um importante papel na formatação dos projetos e propostas que
deram origem ao SUS. Para aprimorá-lo, desenvolve estudos sobre planejamento, progra-
mação e avaliação de sistemas e serviços e organização de saúde.
Relatório de Atividades – 2006
81
9 A
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nd
iceTambém está à frente da Escola de Governo em Saúde – uma reorientação estratégica
que visa a contribuir para a formação de líderes e para a ampliação de uma base de inteli-
gência no setor de saúde – e do Programa de Educação a Distância, dirigido a instituições
e profissionais envolvidos na gestão de sistemas e serviços de saúde.
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio – EPSJV – www.epsjv.fiocruz.br
Integra atividades de ensino, pesquisa e cooperação técnica, com o objetivo de promo-
ver a educação profissional em saúde, em âmbito nacional, prioritariamente para traba-
lhadores de nível médio do SUS. Também investe na capacitação de docentes que irão
atuar em projetos de educação permanente.
Oferece cursos nas áreas de vigilância, atenção, informação e gestão em saúde, labora-
tório e manutenção de equipamentos, nos quais utiliza novas estratégias de ensino-apren-
dizagem e materiais didático-pedagógicos para educação em saúde.
É Centro Colaborador da OMS, sede da Estação de Trabalho Observatório dos Técni-
cos em Saúde e da Secretaria Técnica da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS). Coor-
dena, em todo o território nacional, o Programa de Formação de Agentes Locais em Vigi-
lância em Saúde (Proformar) e é responsável ainda pela publicação do periódico científico
Trabalho, Educação e Saúde.
Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas – IPEC – www.ipec.fiocruz.br
Presta serviços clínicos e laboratoriais integrados à pesquisa e ao ensino de doenças
infecciosas. Atualmente, abriga centros de referência em leishmaniose tegumentar, em
micoses e para o diagnóstico histopatológico de doenças infecciosas. Entre suas principais
linhas de atuação também se destacam estudos relacionados a doenças sexualmente
transmissíveis, doença de Chagas, tuberculose, dengue, oncoviroses e ensaios clínicos e de
farmacocinética.
Primeiro e único hospital do país criado com o objetivo de desenvolver pesquisa, o
Ipec tem hoje uma equipe multiprofissional voltada para o estudo abrangente de portado-
res de moléstias transmissíveis de alto impacto social e humano. Idealizado por Oswaldo
Cruz em 1904, o Instituto, que sempre se dedicou às grandes endemias brasileiras, visa a
gerar conhecimentos, metodologias e novos protocolos de atenção à saúde. Por isso, tam-
bém investe na formação e capacitação de recursos humanos, oferecendo cursos de pós-
graduação (mestrado, doutorado, residência e outras modalidades).
Instituto de Tecnologia em Fármacos – Farmanguinhos – www.far.fiocruz.br
Investe no desenvolvimento tecnológico e fabrica medicamentos essenciais distribuí-
dos gratuitamente à população pelo SUS. Produz anualmente mais de 2,5 bilhões de uni-
dades farmacêuticas, como comprimidos, cápsulas e frascos de pomadas. São 70 medi-
camentos feitos com tecnologia própria para o tratamento de malária, hanseníase, hiper-
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
tensão, diabetes, anemia, tuberculose, hepatites, Aids e distúrbios psiquiátricos, entre outras
doenças.
Com a produção de genéricos, principalmente contra a Aids, Farmanguinhos tem
exercido papel importante na política do Governo Federal de controle de preços e redução
dos custos de medicamentos. Suas atividades priorizam os programas estratégicos do Mi-
nistério da Saúde e, de forma complementar, atendem também às secretarias estaduais e
municipais de saúde.
Recentemente adquiriu e já começa a operar o Complexo Tecnológico de Medicamen-
tos (CTM), moderna unidade de produção localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos – Biomanguinhos – www.bio.fiocruz.br
Biomanguinhos se destaca na América Latina como um importante produtor de vaci-
nas, fármacos e kits e reagentes para diagnóstico laboratorial de doenças infecto-parasitá-
rias. Em suas modernas instalações podem ser processadas anualmente cerca de 150 milhões
de doses de vacinas, além de, aproximadamente, 5 milhões de reativos para diagnóstico.
É o maior produtor mundial da vacina contra a febre amarela, suprindo a necessidade do
Ministério da Saúde e exportando por meio de órgãos das Nações Unidas (Unicef, OMS etc.).
Também são fabricadas, atualmente, as vacinas contra poliomielite, meningites menin-
gocócicas e meningite por Haemophilus influenzae tipo b (Hib), assim como a tríplice viral
(contra sarampo, rubéola e caxumba) e a vacina tetravalente (contra difteria, tétano, co-
queluche e Hib). Esta última é produzida em parceria com o Instituto Butantan. Na área de
diagnóstico, destacam-se os reativos para Aids, leishmaniose, doença de Chagas, dengue,
diarréias por rotavírus, hepatite e rubéola, entre outras doenças.
Instituto Fernandes Figueira – IFF – www.iff.fiocruz.br
Sua meta é promover a saúde da mulher, da criança e do adolescente. Pólo gerador e
difusor de tecnologias, integra atividades de pesquisa, ensino e assistência médica. O único
ambulatório gratuito de genética clínica do Brasil está localizado no IFF, que também
conta com um moderno berçário para recém-nascidos de alto risco e assessora o Ministério
da Saúde nas políticas de redução da mortalidade infantil.
Sua atuação na área de aleitamento materno merece destaque. A reformulação de seu
Banco de Leite Humano – hoje referência nacional e internacional – impulsionou a cria-
ção da primeira legislação federal sobre o assunto. O IFF coordena a Rede Nacional de
Bancos de Leite Humano, que reúne mais de 200 unidades em todo o País.
Criado em 1924 por Carlos Chagas e seu auxiliar no então Departamento de Saúde
Pública, o médico Antonio Fernandes Figueira, o IFF incorporou-se à Fiocruz em 1970.
Além de ser um centro de referência, o IFF ainda oferece cursos de mestrado e doutorado
em saúde da mulher e da criança, e residência médica em áreas correlatas.
Relatório de Atividades – 2006
83
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nd
iceInstituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde – INCQS – www.incqs.fiocruz.br
Um dos alicerces do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, o INCQS tem como
meta proteger a população contra situações de risco e fatores nocivos associados à fabrica-
ção e à comercialização de alimentos, medicamentos, cosméticos, produtos biológicos,
sangue e seus derivados, entre outros. Seus laboratórios analisam produtos, insumos, servi-
ços e ambientes na área de saúde, zelando pela sua qualidade.
Inaugurado em 1981, é o principal órgão de referência nacional em questões tecnológicas
e normativas relacionadas ao controle de qualidade em saúde. Suas principais atribuições
são: elaboração de pareceres técnicos sobre questões ligadas à vigilância sanitária; inspeção
e avaliação de indústrias e laboratórios; avaliação de produtos; discussão e elaboração da
legislação sanitária; discussão, atualização e divulgação de conceitos e metodologias; e
desenvolvimento e implantação de metodologias analíticas.
Instituto Oswaldo Cruz – IOC – www.ioc.fiocruz.br
Criado como Instituto Soroterápico Federal no ano de 1900, é a unidade mais antiga
da Fiocruz e um dos institutos brasileiros que mais se destaca em pesquisa biomédica e em
biotecnologia na área de saúde. Muitos de seus laboratórios de pesquisa são reconhecidos
como centros de referência regional, nacional e internacional para vigilância epide-
miológica. Entre suas conquistas mais recentes, estão o domínio do ciclo do vírus da gripe
asiática, em 2002 e a patente do clone infeccioso da febre amarela, em 2003.
O IOC atua nas áreas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação e na presta-
ção de serviços de referência para diagnóstico de doenças infecciosas e genéticas e controle
de vetores, sendo amparado pela ação de comissões internas responsáveis por garantir os
padrões de biossegurança, qualidade e gestão ambiental. A base de ação do Instituto são
seus laboratórios de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, dedicados ao estu-
do e à geração de produtos e insumos para o combate de diversas doenças. Os acervos
biológicos que compõem as suas Coleções Científicas formam um conjunto de amostras de
valor estratégico para o estudo de diversas doenças. Na área de pós-graduação, são oferecidos
dezenas de cursos em programas lato e stricto sensu, além de cursos técnicos. A interface com
a população se dá por meio da assistência médica de referência em hanseníase e hepatites, da
capacitação profissional oferecida nas diversas modalidades de cursos e da atualização.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
UNIDADES TÉCNICAS DE APOIO
Centro de Informação Científica e Tecnológica – CICT – www.cict.fiocruz.br
Criado em 1986, o CICT atua na produção, tratamento, análise e disseminação da
informação, assim como nas práticas e políticas de comunicação – áreas estratégicas para a
melhoria da qualidade de vida da população brasileira e para o desenvolvimento científico
e tecnológico do País.
Além de promover a integração interna e a articulação externa da Fiocruz no campo
da informação e da comunicação em saúde, o CICT visa a identificar e atender a deman-
das sociais, do SUS e de outros órgãos governamentais.
É responsável pelo gerenciamento do acervo bibliográfico da Fiocruz, o que inclui as
bibliotecas virtuais e o portal de teses e dissertações. Sedia a VídeoSaúde, abrigando um
importante acervo de vídeos sobre saúde e C&T e coordena o Sistema Nacional de Infor-
mações Toxicológicas (Sinitox), referência nacional em envenenamento e intoxicação. O
Cict também realiza atividades de pesquisa, ensino e cooperação técnica e tem entre suas
metas o investimento em novas mídias e tecnologias.
Centro de Criação de Animais de Laboratório – CECAL – www.cecal.fiocruz.br
Tem capacidade de produzir anualmente 100 mil mililitros de sangue e cerca de 200 mil
animais, usados nos programas de pesquisa, serviços de referência, produção e controle da
qualidade realizados na Fiocruz. Trabalhando de acordo com a Comissão de Ética no Uso
de Animais, mantém colônias de camundongos, ratos, cobaias, hamsters, coelhos, carnei-
ros, cabras, cavalos e primatas não humanos. Sua colônia de macacos Rhesus, iniciada por
Carlos Chagas, é hoje a maior da América Latina.
Criado em 1997 - mas com suas origens em 1904, quando Oswaldo Cruz planejou o
primeiro biotério da instituição -, o Cecal ajuda a Fiocruz a garantir uma posição de van-
guarda na pesquisa biomédica. Está apto a produzir animais livres de germes patogênicos
específicos, além de numerosas linhagens geneticamente modificadas. Busca aprimorar
técnicas de engenharia genética e de biologia molecular não só para criar animais mais
adequados à finalidade de cada pesquisa, mas também para reduzir o uso tradicional des-
ses animais nos laboratórios.
UNIDADES DE ASSISTÊNCIA DIRETA À PRESIDÊNCIA
Diretoria Regional de Brasília – DIREB – www.direb.fiocruz.br
A Direb, órgão de assistência direta e imediata ao presidente da Fiocruz em assuntos
relativos a sua área de atuação, tem como objetivo representar a Fundação na capital da
República e contribuir para a consolidação do SUS na região Centro-Oeste. É estratégica
Relatório de Atividades – 2006
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nd
icepara o desenvolvimento dessa região que, na área de ciências da saúde, concentra apenas
2% dos programas de pós-graduação do País.
Criada em 1979, a Direb oferece aos dirigentes da Fiocruz suporte operacional e logístico
no Distrito Federal. Ela procura realizar, de forma integrada, atividades de ensino, pesquisa,
comunicação e assessoria em saúde pública. Desde 2002, desenvolve programas de pesquisa
e de formação de recursos humanos. Oferece cursos de pós-graduação lato sensu em Alimen-
tação e Nutrição, Direito Sanitário e Vigilância em Saúde e Meio Ambiente, além de manter
um programa de popularização da ciência. A Fiocruz planeja sediar em Brasília, em 2006, o
Núcleo Federal de Ensino para a implementação estratégica da Escola de Governo em Saúde.
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Ministério da Saúde – FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Relatório de Atividades – 2006
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nd
ice
Fotografias
André Az
Ana Limp
Helio Nogueira
Peter Ilicciev
Rogério Reis
Projeto gráfico
www.ideiad.com.br