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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UECIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS DISSERTAÇÃO PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE BIOMASSA EM CLONES DE Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla NO MUNICÍPIO DE MACAÍBA – RN JUCIER MAGSON DE SOUZA E SILVA Macaíba-RN 2015

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UECIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

DISSERTAÇÃO

PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE BIOMASSA EM CLONES DE

Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla NO MUNICÍPIO DE

MACAÍBA – RN

JUCIER MAGSON DE SOUZA E SILVA

Macaíba-RN

2015

JUCIER MAGSON DE SOUZA E SILVA

PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE BIOMASSA EM CLONES DE

Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla NO MUNICÍPIO DE

MACAÍBA – RN

Dissertação apresentada ao programa de pós-

graduação em Ciências Florestais da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como pré-requisito para obtenção do título de

Mestre em Ciências Florestais.

Orientador: Prof. Dr. Gualter Guenther Costa

da Silva

Macaíba-RN

2015

PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE BIOMASSA EM CLONES DE

Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla NO MUNICÍPIO DE

MACAÍBA – RN

JUCIER MAGSON DE SOUZA E SILVA

Dissertação avaliada pela Banca Examinadora:

Orientador:

_______________________

Prof. Dr. Gualter Guenther Costa da Silva - UFRN

Orientador

Examinadores:

_______________________

Prof. Dr. Paulo Rogério Soares de Oliveira - UFRN

_______________________

Prof. Dr. Renato Vinícius Oliveira Castro – USSJ / UnB

Data de aprovação:

18 / 12 / 2015

Macaíba-RN

2015

Silva, Jucier Magson de Souza e.. Produção e distribuição de biomassa em clones de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla no município de Macaíba – RN / Jucier Magson de Souza e Silva. – Macaíba, RN, 2015. 38 f. -

Orientador (a): Prof. Dr. Gualter Guenther Costa da Silva. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. Programa de Pós- Graduação em Ciências Florestais.

1. Floresta Plantada – Dissertação. 2. Produtividade Florestal – Dissertação. 3. Componentes da árvore – Dissertação..I. Silva, Gualter Guenther Costa da.

II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. IV. Título. RN/UFRN/BSPRH CDU: 630*221

Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte.

Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba Biblioteca Setorial Professor Rodolfo Helinski

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, o Deus por minha existência pela saúde e fé e por toda força dada para

vencer os obstáculos e momentos mais difíceis.

A todos os meus familiares e amigos pelo apoio e incentivo, em especial à minha mãe

Edna e ao meu pai Luiz, pelo carinho e apoio incondicional.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em especial ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências Florestais, e a todos os professores pela oportunidade concedida

para a realização do mestrado e para o meu crescimento profissional,

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e

especialmente à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES)

pela concessão da Bolsa.

Ao Professor Gualter Guenther Costa da Silva, pela orientação e apoio dado para

realização dessa pesquisa.

A Professora Ermelinda Maria Mota Oliveira, pela presteza de participar da Banca do

Exame de Qualificação e pelas suas valiosas contribuições para melhoria desta pesquisa.

Aos Professores Renato Vinícius Oliveira Castro e Paulo Rogério Soares de Oliveira,

por gentilmente aceitarem o convite para fazerem parte da minha banca de defesa.

Aos amigos Marcio Gleybson, Leonardo Eufrazio, Thiago de Miranda, Alan Ferreira,

Maraísa Costa, José Eldo, Luiz Eduardo, Jefferson Mateus, Ciro de Oliveira e Iara Beatriz

pela ajuda na realização deste trabalho e pela amizade.

Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho, que

torceram e oraram por minha vitória.

Muito obrigado!

i

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................................ 4

ABSTRACT ............................................................................................................................................ 5

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 6

2. OBJETIVO GERAL ........................................................................................................................... 7

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 7

3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................... 8

3.1 Biomassa florestal ......................................................................................................................... 8

3.2 Partição de biomassa ................................................................................................................... 10

3.3 Estimativas de biomassa florestal ............................................................................................... 11

3.3.1 Métodos diretos .................................................................................................................... 13

3.3.2 Métodos indiretos ................................................................................................................. 13

4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................................. 14

4.1. Área de estudo ........................................................................................................................ 14

4.2. Coleta de dados ...................................................................................................................... 17

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................................... 18

5.1. Produção de biomassa ............................................................................................................ 18

5.2. Partição de biomassa .............................................................................................................. 22

6. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 26

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 27

ii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Croqui da área de Experimentação Florestal do Campus Macaíba da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. ............................................................................................. 15

FIGURA 2. Precipitação no município de Macaíba observada no período de julho de 2011 a

julho de 2015. ........................................................................................................................... 17

iii

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Características físicas e químicas do solo da Área de Experimentação Florestal

do campus de Macaíba da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ............................. 16

TABELA 2. Médias de diâmetro e altura das árvores de Eucalyptus grandis x Eucalyptus

urophylla, abatidas aos 12, 24, 36 e 48 meses de idade, no município de Macaíba, RN. ........ 18

TABELA 3. Produção de biomassa total e por componente da parte aérea em Eucalyptus

grandis x Eucalyptus urophylla, aos 12, 24, 36 e 48 meses de idade, no município de Macaíba,

RN. ............................................................................................................................................ 19

TABELA 4. Distribuição relativa entre os componentes da biomassa aérea de Eucalyptus

grandis x Eucalyptus urophylla, aos 12, 24, 36 e 48 meses de idade, no município de Macaíba,

RN. ............................................................................................................................................ 23

4

RESUMO

A produção de biomassa é uma das variáveis mais importantes em um povoamento florestal e

sua distribuição relativa nos diferentes compartimentos da árvore (lenho, galhos, folhas, casca

e raízes) representa uma das principais características a serem consideradas na escolha de uma

espécie, visando-se obter uma maior produtividade. A partição da biomassa em espécies

florestais é bastante variável, podendo ser influenciada tanto por fatores ambientais quanto

por fatores inerentes à própria espécie, sendo necessário a realização de estudos

individualizados para cada material genético e condição edafoclimáticas. Nesse sentido o

objetivo deste trabalho foi determinar a produção de biomassa da parte aérea em três clones

de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla (AEC0224, AEC0144, GG100), bem como sua

distribuição relativa entre os componentes das árvores aos 12, 24, 36 e 48 meses de idade. O

trabalho foi realizado na área de experimentação florestal (AEF) do campus Macaíba/UFRN,

localizado na Escola Agrícola de Jundiaí. Para quantificação da biomassa utilizou-se o

método destrutivo, abatendo-se quatro árvores, com DAP médio, para cada clone e idade

considerada. Após o abate, todas as árvores tiveram seus componentes (folha, casca, galho e

madeira) separados e pesados para determinação do seu peso úmido. Após a pesagem foi

realizada a amostragem dos diversos componentes, e estes foram levados ao laboratório para

posterior determinação da massa seca. A partir da massa seca da amostra, estimou-se a massa

seca para cada um dos componentes da árvore e a biomassa total da parte aérea. A estimativa

da biomassa por hectare, total e de cada um dos componentes, foi obtida pela multiplicação da

biomassa média das árvores abatidas pelo número de árvores por hectare em cada

povoamento. A produção e a partição da biomassa foram diferenciadas entre os clones

avaliados. Para a produção total de biomassa os valores encontrados variaram entre 3,33

Mg.ha-1 aos 12 meses e, 75,35 Mg.ha-1 aos 48 meses de idade. A partir dos 24 meses todos os

clones apresentaram maior acúmulo de biomassa em seus fustes (madeira + casca), sendo o

componente madeira aquele que apresentou maior representatividade. Tanto a produção

quanto a partição da biomassa foram dependentes do material genético e da idade, sendo o

clone GG100 aquele que apresentou maior produção assim como, as maiores proporções de

biomassa convertida em madeira.

Palavras-chave: Floresta Plantada. Produtividade Florestal. Componentes da árvore.

5

ABSTRACT

Biomass production is one of the most important variables in a forest stand and its relative

distribution in the different compartments of the tree (wood, branches, leaves, bark and roots)

is one of the main features to consider when choosing a species, seeking to achieve greater

productivity. The partition of biomass in forest species is variable and can be influenced by

both environmental factors and by factors inherent to the species, being necessary to carry out

individual studies for each genetic material and soil and climatic condition. In this sense the

objective of this study was to determine the aboveground biomass production in three clones

of Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla (AEC0224, AEC0144, GG100), as well as its

relative distribution between the components of the trees to 12, 24, 36 and 48 months of age.

The work was carried out in forest area of testing (AEF) campus Macaíba / UFRN, located at

the Agricultural School of Jundiaí. For quantification of biomass used is the destructive

method hovering four trees with DAP medium for each clone and age considered. After

slaughter, every tree had its components (leaf, bark, twig and wood) isolated and weighed to

determine their wet weight. After weighing the sample of the various components was

conducted, and these were taken to the laboratory for subsequent determination of dry weight.

From the dry mass of the sample, it estimated the dry matter for each of the tree components

and the total biomass of shoot. The estimation of biomass per hectare, and the total of each of

the components was obtained by multiplying the average biomass of trees felled by the

number of trees per hectare in each stand. The production and biomass partition were

differentiated among clones. For total biomass production values found ranged from 3.33 Mg.

ha-1 to 12 months and 75.35 Mg.ha-1 at 48 months old. From 24 months all clones showed

greater accumulation of biomass on their shafts (wood + bark), the component wood one with

the highest representation. Both production and biomass partition were dependent on genetic

material and age, with the clone GG100 one that showed higher production as well as the

highest proportions of biomass converted to wood.

Key words: Planted forest. Forest productivity. Components tree.

6

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, as espécies do gênero Eucalyptus constituem-se nas espécies florestais mais

utilizadas em plantios homogêneos devido ao seu rápido crescimento, adaptação a diferentes

condições edafoclimáticas e técnicas silviculturais desenvolvidas. Grande parcela das

florestas plantadas com o gênero Eucalyptus é proveniente de plantios clonais de alta

produtividade, com adaptação e tolerância a fatores adversos de clima, solo e água (ABRAF,

2006).

Atualmente, a área cultivada com florestas plantadas no Brasil ultrapassa os 7 milhões

de hectares, dos quais 5,1 milhões são ocupados por Eucalyptus (ABRAF, 2013). Uma das

principais espécies de eucalipto utilizadas nos reflorestamentos brasileiros é o Eucalyptus

urograndis, híbrido proveniente do cruzamento do Eucalyptus urophylla x Eucalyptus

grandis, que apresenta boa adaptação aos diferentes sítios florestais, além de apresentar boas

características quanto à produtividade e qualidade da madeira (MONTANARI et al., 2007).

Segundo Santana et al. (2008), os plantios florestais, com espécies do gênero

Eucalyptus, no Brasil tem se expandido para regiões além das tradicionalmente conhecidas, o

que levanta a necessidade de se obter informações sobre a produção esperada desses novos

plantios.

Dentre as diversas formas de avaliação da capacidade produtiva de um povoamento

florestal destaca-se a produção de biomassa. Definida como a quantidade expressa em massa

do material vegetal disponível em uma floresta (MARTINELLI et al., 1994). Ela pode ser

expressa por massa verde ou massa seca, sendo que a massa verde refere-se ao material fresco

amostrado, contendo uma variável proporção de água e massa seca refere-se à biomassa

obtida após secagem do material em estufa (CALDEIRA, 2003).

Para Reis et al. (1985) a avaliação do potencial produtivo de um sítio por meio da

produção de biomassa é fundamental no manejo e planejamento das indústrias de base

florestal, especialmente quando se tem o conhecimento da distribuição de biomassa nos

componentes da árvore, em sequência de idade.

Segundo Campos (1991) a biomassa é uma valiosa ferramenta na avaliação de

ecossistemas, devido à aplicação na análise da produtividade, conversão de energia, ciclagem

de nutrientes, absorção e armazenagem de energia solar, possibilitando conclusões para a

exploração racional dos mesmos. Além disso, a quantificação da variável biomassa é um

importante método para analisar as condições fitossanitárias de um ecossistema, pois ela é

uma consequência direta de todos os fatores bióticos e abióticos de um ecossistema florestal

7

(BROWN, 1997).

Além do que, as informações de partição de biomassa, juntamente, com a dos teores

dos nutrientes em cada compartimento, são essenciais para se determinar as quantidades dos

nutrientes absorvidos pela espécie vegetal, em acordo com o tempo e o componente

amostrado. Estas informações são de fundamental importância para as estimativas das curvas

de absorção de nutrientes, as quais auxiliarão no adequado manejo nutricional da espécie,

tendo-se em vista a sustentabilidade dos plantios florestais.

A produção e a distribuição de biomassa em plantações florestais em monocultivo,

principalmente de eucalipto, têm sido bastante estudadas ao longo dos anos de

desenvolvimento da Ciência Florestal no Brasil (COUTO et al., 2004). Contudo, na região

Nordeste, e principalmente no estado do Rio Grande do Norte trabalhos que abordem esse

tipo de avaliação são praticamente inexistentes.

2. OBJETIVO GERAL

Diante do exposto, este estudo teve como objetivo geral determinar o acúmulo de

biomassa da parte aérea e a distribuição percentual dos componentes madeira, casca, galho e

folha em clones de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla, em diferentes idades (12, 24,

36 e 48 meses), localizados na área de experimentação florestal (AEF) do campus

Macaíba/UFRN, localizado na Escola Agrícola de Jundiaí, região Litorânea do Estado do Rio

Grande do Norte.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Gerar informações quanto às produtividades esperadas para plantios florestais com espécies

do gênero Eucalyptus no Estado do Rio Grande do Norte.

- Identificar os materiais genéticos mais produtivos e adaptados às condições edafoclimáticas

da região, visando à indicação dos mesmos para futuros plantios florestais.

8

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Biomassa florestal

Pela fotossíntese, as plantas capturam a energia do sol, transformando-a em energia

química. Essa energia pode ser convertida em eletricidade, combustível ou calor. As fontes

orgânicas que são usadas para produzir energia usando esse processo são chamadas de

biomassa (BROWN, 1997).

Biomassa quer dizer a massa de matéria de origem biológica, viva ou morta, animal ou

vegetal. O termo biomassa florestal significa toda a biomassa existente na floresta ou apenas

na sua fração arbórea, e, em se tratando de biomassa de origem vegetal, vem sendo

empregado o termo fitomassa (SANQUETTA, 2002).

Para Martinelli et al. (1994), biomassa é a quantidade expressa em massa do material

vegetal disponível em uma floresta, sendo que os componentes de biomassa geralmente

estimados são a biomassa viva horizontal acima do solo, composta de árvores e arbustos, a

biomassa morta acima do solo, composta pela serapilheira e troncos caídos, e a biomassa

abaixo do solo, composta pelas raízes. A biomassa total é dada pela soma de todos esses

componentes.

A biomassa é a quantidade expressa em massa do material vegetal disponível em uma

floresta (MARTINELLI et al., 1994). Ela pode ser expressa por massa verde ou massa seca,

sendo que a massa verde se refere ao material fresco amostrado, contendo uma variável

proporção de água. Já a massa seca refere-se à biomassa obtida após secagem do material em

estufa (CALDEIRA, 2003). A massa seca é a expressão preferida da massa vegetal em

trabalhos com ciclagem de nutrientes, em função da garantia da consistência dos resultados e

da sua relação direta com o potencial de energia (CAMPOS e VALENTE, 1993).

Conforme Gardner e Mankin (1981), os ecossistemas florestais contêm cerca de 90%

da biomassa do planeta, cobrindo aproximadamente 40% de sua superfície. A biomassa

representa a matéria orgânica armazenada no ecossistema. Em função da grande proporção

existente de biomassa, torna-se muito importante o seu conhecimento para fins de avaliação

dos diferentes ecossistemas (RUSSO, 1983), da ciclagem de nutrientes (GOLLEY et al.,

1971) e do armazenamento de energia solar (ANDRAE e KRAPFENBAUER, 1983),

possibilitando assim a realização de avaliações e recomendações para o manejo racional dos

diferentes ecossistemas.

9

Por serem as florestas os maiores acumuladores de biomassa do planeta, a sociedade

civil organizada vêm demandando dos profissionais que atuam na área florestal a geração de

informações e conhecimentos que possam auxiliar na redução dos riscos ambientais que se

colocam diante da espécie humana (SANQUETTA, 2002). Um dos aspectos mais relevantes

nos estudos de fixação de carbono em florestas é a variável biomassa, a qual precisa ser

determinada e estimada de forma fidedigna, caso contrário não haverá consistência na

quantificação do carbono fixado nos ecossistemas florestais (SANQUETTA, 2002).

Russo (1983) relaciona seis fatores que afetam a biomassa e a produtividade: a idade

do povoamento, a variabilidade genética, a nutrição, a altitude, a umidade do solo e os

desbastes. O total de biomassa acima do solo também varia por região geográfica, tipo de

região (úmida, encharcada ou seca), tipo florestal, estrutura florestal e grau de distúrbio da

floresta (BROWN et al., 1989).

De acordo com Couto et al. (2000) a biomassa florestal possui características tais que

permitem a sua utilização como fonte alternativa de energia, seja pela queima da madeira,

como carvão, aproveitamento de resíduos da exploração e aproveitamento de óleos essenciais,

alcatrão e ácido pirolenhoso.

A preocupação atual com questões ambientais como o aumento do efeito estufa e a

poluição atmosférica, aliada a expectativa de esgotamento de algumas fontes de energia não

renováveis como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural, têm levado cada vez mais a

busca por fontes alternativas de energia, dentre estas se destacam as fontes de energia

renováveis (PAULINO, 2012).

As principais fontes de energia renovável são a hidráulica, a eólica, a energia solar e a

energia de biomassa. A energia proveniente da biomassa, também denominada de bioenergia,

tem a grande vantagem de gerar energia elétrica próxima ao local de consumo, reduzindo os

gastos com transmissão e as perdas de energia durante este processo. O procedimento mais

usual de geração de energia elétrica no Brasil, é a partir de biomassa é a combustão direta,

gerando vapor para acionar uma turbina acoplada a um gerador elétrico.

Além da queima direta, existem outras formas para processamento da biomassa,

visando a sua utilização como insumo energético, que incluem a fermentação, a hidrólise, a

pirólise e a gaseificação (SAUER et al., 2006).

A biomassa, assim como petróleo, é um hidrocarboneto, mas, diferentemente dos

combustíveis fósseis, ela possui átomos de oxigênio na sua composição química. A presença

desse átomo de oxigênio faz com que a biomassa requeira menos oxigênio do ar,

consequentemente seja menos poluente, mas também reduz a quantidade de energia a ser

10

liberada, reduzindo o seu poder calorífico superior (NOGUEIRA; RENDEIRO, 2008).

A biomassa vegetal é uma composição estruturada de três famílias de compostos

químicos: hemicelulose, celulose e lignina, além de outras espécies menores (compostos

alifáticos e fenólicos). A hemicelulose e a celulose estão agrupadas formando a holocelulose,

a qual compõe as paredes das fibras da madeira. A lignina é um polímero tridimensional com

a finalidade de manter as fibras juntas (RANCATTI, 2012).

Além dos principais elementos químicos que compõem a estrutura orgânica das

plantas, carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), existe uma grande variedade de outros

elementos na biomassa, em várias formas químicas, e entre estes, os elementos químicos

conhecidos como nutrientes, que são considerados essenciais para a vida. Devido à

quantidade necessitada pelas plantas, são divididos em macronutrientes (nitrogênio (N),

fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S)) e micronutrientes (ferro

(Fe), manganês (Mn), boro (B), cobre (Cu), zinco (Zn), molibdênio (Mo) e cloro (Cl))

(MALAVOLTA, 1980).

Segundo Larcher (2001), as concentrações dos constituintes da matéria seca da

biomassa vegetal, formada especialmente por carbono e constituintes minerais, variam com a

espécie, fase de desenvolvimento, estado nutricional, condições edafoclimáticas e com a parte

do vegetal considerada. A madeira das árvores é composta, em média, por 50% de carbono,

43% de oxigênio, 6% de hidrogênio e 1% dos demais elementos minerais.

3.2 Partição de biomassa

A partição de recursos em plantas tem sido descrita através da distribuição preferencial

de biomassa e nutrientes em seus diversos órgãos. A distribuição desses recursos é

dependente de vários fatores, como idade, nutrição, competição, relações hídricas, hábito de

crescimento, entre outros (BROUWER, 1962).

A variação da distribuição da biomassa, nos diferentes órgãos da planta, varia de

espécie para espécie; e até mesmo, em uma população da mesma espécie bem como em razão

das condições ambientais e também varia em razão de procedências (CALDEIRA, 1998).

Além destes outros fatores podem influenciar nos padrões de alocação de biomassa,

entre eles, idade e condições edafoclimáticas do local, de modo que um resultado obtido para

uma espécie será representativo apenas para esta espécie e para a idade considerada.

11

Na fase juvenil de um povoamento florestal, grande parte dos assimilados são

utilizados para a formação da copa. À medida que o povoamento vai se desenvolvendo,

inicia-se uma concorrência entre as copas das árvores e a biomassa relativa dos troncos

aumenta, enquanto que a das folhas e ramos diminui (REIS e BARROS, 1990).

O estudo dos padrões de alocação de recursos em diferentes compartimentos pelas

plantas é importante para o entendimento das diferentes estratégias de ocupação dos

ambientes (MULLER et al., 2000). A partir da proporção de biomassa alocada nos diferentes

compartimentos da planta (lenho, casca, galho e folha), pode-se determinar qual material

genético alocará mais biomassa para o compartimento de interesse, auxiliando assim na

seleção de variedades mais indicadas para cada tipo de finalidade.

Quando se planta uma floresta para usar sua madeira, interessa alta produção de

madeira no tronco, com mínimas quantidades de biomassa formada na copa, casca e raízes.

Por outro lado, se o interesse é o de extrair óleos essenciais das folhas, interessa máxima

produção de copa (massa foliar). Tendo-se a informação do padrão de alocação de biomassa,

pode-se aumentar a produtividade e qualidade do produto de maior interesse.

3.3 Estimativas de biomassa florestal

Os estudos de biomassa florestal são realizados com objetivos diversos, dentre os

quais se destacam a quantificação da ciclagem de nutrientes, a quantificação para fins

energéticos e como base de informação para estudos de sequestro de carbono. Esses estudos

são de grande importância para a tomada de decisões no manejo dos recursos florestais

(PÁSCOA et al. 2004). O interesse na completa utilização da árvore (raízes, tronco, ramos), o

uso dos resíduos da manufatura de produtos florestais, a quantificação de material

combustível em relação ao potencial de incêndio de uma floresta e outras abordagens

aumentam a importância dos estudos de biomassa (HUSCH et al., 1982; PHILIP, 1994).

A quantificação de biomassa florestal, conforme Salati (1994), divide-se em métodos

diretos e indiretos. Métodos diretos implicam determinações, pelo fato de as árvores serem

cortadas e seus componentes separados e pesados. Nos métodos indiretos, são realizadas

estimativas baseadas, principalmente, em dados advindos dessas determinações, assim como

de dados originados de inventários florestais.

A avaliação do potencial produtivo de um sítio por meio da produção de biomassa é

fundamental no manejo e planejamento das indústrias de base florestal, especialmente quando

se tem o conhecimento da distribuição de biomassa nos componentes da árvore, em sequência

12

de idade (Reis et al., 1985).

Guedes et al. (2001) afirmam que a biomassa (kg/m-2) é um indicador de

produtividade (kg m-2 ano-1) de um sítio, variando com a precipitação, a temperatura, a

latitude e a altitude.

A biomassa florestal e sua distribuição são fatores controladores do estoque de

carbono global, como também servem de base para a predição futura da mudança climática

(SEDJO, 1992; DIXON et al., 1994). Uma estimativa acurada da biomassa florestal e seu

padrão de mudança no tempo é um pré-requisito para ajudar a entender a grande controvérsia

sobre a função das florestas no ciclo do carbono (SEDJO, 1992; SCHROEDER, 1992).

Segundo Ketterings et al. (2001), a estimativa de biomassa acima do solo é

imprescindível aos estudos do balanço global de carbono. Para Higuchi et al. (1998), as

estimativas de biomassa representam um importante indicador para monitorar e avaliar a

exportação de nutrientes após exploração florestal, na busca de minimizar os impactos

ambientais gerados por essa atividade.

As metodologias usadas atualmente para se obterem estimativas de biomassa em áreas

florestais são baseadas, principalmente, em dados de inventário florestal, empregando-se

fatores e equações de biomassa, que transformam dados de diâmetro, altura ou volume em tais

estimativas (SOMOGYI et al., 2006).

Na maioria dos casos, é necessária uma amostragem destrutiva para a estimativa

correta de biomassa. Normalmente, a biomassa arbórea é medida a partir de seus

componentes. A separação e especificação desses componentes variam de acordo com o tipo

de povoamento e os objetivos a serem alcançados. Essa variação pode incluir ou excluir alguns

componentes específicos, tais como flores e frutos, ou detalhar outros, como raízes e ramos,

subdividindo-os em raízes finas e raízes grossas, ramos com idades e espessuras diferentes

(CAMPOS, 1991).

A estimativa de biomassa aérea pelo método indireto consiste em correlacioná-la com

alguma variável de fácil obtenção e que não requeira a destruição do material vegetal. As

estimativas podem ser feitas por meio de relações quantitativas ou matemáticas, como razões ou

regressões de dados provenientes de inventários florestais (DAP, altura e volume), por dados de

sensoriamento remoto (imagens de satélite) e utilizando-se uma base de dados em um sistema de

informação geográfica (SILVEIRA et al., 2008).

13

3.3.1 Métodos diretos

Os métodos diretos de amostragem de biomassa podem ser enquadrados em duas

grandes categorias, segundo Sanquetta (2002): método da árvore individual e método da

parcela.

Pardé (1980), citado por Sanquetta (2002), afirma que o método da árvore individual é

feito mediante a seleção de uma árvore média (mean tree method), sendo que, para se

conhecer essa árvore, é preciso realizar um inventário florestal piloto e calcular o diâmetro ou

a área seccional ou transversal dessa árvore. Esse autor afirma que é comum o emprego da

árvore de área seccional média ou “dg”. Após a definição dessa árvore, procede-se a

derrubada e a determinação de biomassa de um número de indivíduos, que se constituem na

amostra.

Segundo Higuchi e Carvalho Jr. (1994), em campo são obtidos separadamente os

pesos verdes para o tronco, galhos, folhas e serragens produzidas pela divisão do tronco e

galhos. Em seguida, devem-se retirar discos de aproximadamente 3 cm de espessura do tronco

e dos galhos em alturas relativas ao comprimento total e um disco na altura do DAP. Todas as

amostras do tronco, galhos grossos, galhos finos, folhas e discos devem ser colocadas em

estufa até estabilizarem-se em peso, para a obtenção do peso seco.

O método da parcela é feito cortando-se e pesando-se toda a biomassa de uma área

pré-definida, podendo ser implementado, segundo Pardé (1980), citado por Sanquetta (2002),

pelo procedimento denominado corte total (harvest method), que consiste em se determinar

toda a biomassa da floresta pelo corte e pesagem de todas as frações passo a passo, ou por

amostragem em múltiplos estágios (multi-stage sampling), no qual cortam-se todos os

indivíduos contidos na parcela, pesando-se todos os caules.

3.3.2 Métodos indiretos

Somogyi et al. (2006) afirmam que avaliações de biomassa de forma indireta podem

ser feitas por dois métodos quando se trabalha em campo: uma utiliza dados de volume de

árvores ou talhões e multiplica-os por um fator ou fatores apropriados, denominados fatores

de biomassa (BF), que convertem as estimativas de volume para estimativas de biomassa.

Outra forma de se estimar biomassa de forma indireta é realizando o ajuste de

equações pelo uso de técnicas de regressão. Segundo Koehler et al., (2002), é o procedimento

mais comum, no qual algumas árvores são amostradas, e a massa seca de cada componente é

14

determinado e relacionado por meio de regressão com variáveis dendrométricas.

Brown (1997) afirma que o uso de equações de regressão é mais vantajoso, pois são

obtidas estimativas de biomassa sem a necessidade de se calcular a variável volume, mas

tendo como desvantagem o fato de que geralmente não se tem dados de todas as classes de

diâmetro, uma vez que grande parte dos inventários florestais visam somente a parte

comercial de uma floresta, sendo geralmente utilizado um nível de inclusão de 10 cm ou mais,

desprezando-se árvores menores, que podem representar até 30% da biomassa de uma

floresta.

As técnicas de sensoriamento remoto também têm sido amplamente utilizadas em

estudos na área florestal, uma vez que é possível estimar parâmetros biofísicos, como

biomassa, carbono e volume de madeira, pelas propriedades espectrais dos componentes da

vegetação. A utilização dessa técnica em florestas heterogêneas se torna mais complexa

devido à grande diversidade florística, fisionômica e fenológica que esse tipo florestal

apresenta. Para as florestas implantadas, por possuírem geralmente apenas um gênero e serem

inventariadas periodicamente, esse trabalho se torna mais fácil e confiável (SOUZA e

PONZONI, 1998).

Segundo Brown et al. (1989), os métodos diretos fornecem estimativas muito

polêmicas, em função das estimativas estarem baseadas em dados de poucas parcelas,

demasiadamente pequenas e consequentemente com poucas árvores grandes. Os autores

afirmam que isso ocorre devido à determinação da biomassa ser trabalhosa, sendo os

trabalhos pesados e monótonos, o que leva o pesquisador a escolher sempre aquilo que julga

ser mais representativo, e também em função de serem poucas as chances de se repetir o

trabalho, tendendo por isso a se escolher um sítio mais denso, mais homogêneo e mais fácil de

trabalhar.

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Área de estudo

O estudo foi realizado em um plantio na área de Experimentação Florestal do Campus

Macaíba da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Figura 1), com três híbridos de

Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis. Localizado no município de Macaíba, região

Litorânea do Estado do Rio Grande do Norte, nas coordenadas geográficas 05º 53' 57" S e 35º

21' 33" W, com altitude de 56 m em relação ao nível do mar.

15

FIGURA 1. Croqui da área de Experimentação Florestal do Campus Macaíba da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte.

A área do experimento possui solo do tipo Latossolo Vermelho-Amarelo, com textura

arenosa, e topografia plana. O clima local é uma transição entre os tipos As e BSw da

classificação de Köppen, com temperaturas elevadas ao longo de todo o ano (média anual de

27°C, máxima de 32°C e mínima de 21°C) e estação chuvosa de outono e inverno). A

precipitação pluviométrica na região varia entre 800 e 1.200 mm por ano, sendo caracterizado

como clima subúmido (IDEMA, 2002).

Após realização do plantio dos clones de eucalipto foi realizado o procedimento de

amostragem do solo. Para realização da amostragem foi utilizado trado do tipo caneca, por

meio do qual foram realizadas coletas de 20 amostras simples (0 – 20 e 20 – 40 cm) dentro de

cada parcela, em pontos aleatório, considerando o centro das entrelinhas de plantio. Estas

amostras compuseram uma amostra composta para cada parcela e, respectiva, profundidade.

16

As amostras foram analisadas no Laboratório da EMPARN (Empresa de Pesquisa

Agropecuária do Rio Grande do Norte) em Natal – RN, (Tabela 1). Para as análises químicas,

além das determinações de pH (em água na proporção de 1:2,5), foram realizadas análises de

macronutrientes (Ca, Mg, P e K) além de Na, H e Al, todas as análises foram realizadas em

acordo com as recomendações da EMBRAPA (1997). Para as análises físicas foram

realizadas análise granulométrica.

TABELA 1. Características físicas e químicas do solo da Área de Experimentação Florestal

do campus de Macaíba da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Características Profundidade (cm)

0-20 20-40 40-60

Areia (g.kg -1) 909 866 791

Argila (g.kg -1) 33 70 113

Silte (g.kg -1) 58 64 96

pH (1: 2,5) 5,32 5,17 5,06

P (mg/dm-3) 2 2 1

K+ (mg/dm-3) 97 90 88

Na+ (mg/dm-3) 15 19 20

Ca++ (cmolc/dm-3) 0,84 0,59 0,77

Mg++ (cmolc/dm-3) 0,36 0,26 0,32

Al3+ (cmolc/dm-3) 0,0 0,04 0,07

H++Al3+ (cmolc/dm-3) 0,35 0,46 0,59

A implantação do povoamento foi realizada em julho de 2011, coincidindo com o

início do período de estiagem na região (Figura 2). Para a realização do plantio adotou-se o

espaçamento de 3 m x 3 m (1.111 árvores ha-1). Os clones utilizados foram AEC0224,

AEC0144 e GG100, desenvolvidos na Região Sudeste do país, indicados para condições de

baixa precipitação e solo de textura arenosa.

17

FIGURA 2. Precipitação no município de Macaíba observada no período de julho de 2011 a

julho de 2015

Adaptado (EMPARN: 2015).

O preparo de solo foi realizado com arado e grade em toda a área. Houve distribuição

de calcário dolomítico e gesso, na dosagem de 2.000 e 1.000 kg/ha, respectivamente.

Posteriormente, foi realizado sulcamento na linha de plantio com adubação de 300 kg/ha de

N-P-K (06-30-06) + 0,5% de Boro + 1% de Zinco + 1% de Cobre. A adubação de cobertura,

realizada 90 dias após o plantio, consistiu em 200 kg/ha de N-P-K (06-30-06) + 0,5% de Boro

+ 1% de Zinco + 1% de Cobre.

Foi realizada irrigação por ocasião do plantio e quinzenalmente durante dois meses

após o plantio. O combate a formigas foi realizado previamente ao plantio com formicida em

pó e isca granulada. Após o plantio, houve combate localizado com formicida em pó e líquido

termonebulizável em áreas com incidência de formigueiros. Os tratos culturais consistiram em

coroamento e roçada entre linhas.

4.2. Coleta de dados

Aos 12, 24 e 36 e 48 meses de idade foi realizado o inventário florestal, com

levantamento de parcelas com 324 m2 de área útil, localizadas no interior cada um dos

povoamentos, nas quais foram medidos os diâmetros à altura do peito a 1,30 m (DAP) e as

alturas de todas as árvores dentro de cada parcela. Cada povoamento possuía duas parcelas no

seu interior e ocupava uma área de aproximadamente um hectare.

18

Os dados de biomassa foram obtidos em campo, utilizando-se o método destrutivo de

quantificação. Com base nos dados coletados no inventário florestal, foram selecionadas e

abatidas duas árvores com diâmetro médio, de cada parcela, totalizando quatro árvores por

povoamento (Tabela 2). Após o abate, todas as árvores tiveram seus componentes (folha,

casca, galho e madeira) separados e pesados para determinação do seu peso úmido.

TABELA 2. Médias de diâmetro e altura das árvores de Eucalyptus grandis x Eucalyptus

urophylla, abatidas aos 12, 24, 36 e 48 meses de idade, no município de Macaíba,

RN.

Idade (meses) GG100 AEC0144 AEC0224

DAP H DAP H DAP H

12 5,50 6,80 4,70 5,59 3,93 4,84

24 9,43 12,70 8,18 10,95 7,18 7,84

36 12,71 19,83 11,80 14,20 11,62 12,13

48 13,96 21,29 13,17 17,15 12,39 15,53

Em que o DAP corresponde ao diâmetro à altura do peito (1, 3 m) e H corresponde à altura total das árvores abatidas.

Após a pesagem foi realizada a amostragem dos diversos componentes, e estes foram

levados ao laboratório para posterior determinação da massa seca. As amostras foram

colocadas em estufa de renovação e circulação de ar, a uma temperatura constante de 65ºC até

atingir peso constante.

A partir da massa seca da amostra, estimou-se a massa seca para cada um dos

componentes da árvore e a biomassa total da parte aérea. A estimativa da biomassa por

hectare, total e de cada um dos componentes, foi obtida pela multiplicação da biomassa média

das árvores abatidas pelo número de árvores por hectare em cada povoamento. A análise

estatística foi realizada utilizando-se análise de variância e teste de Tukey, a 5% de

probabilidade, com auxílio do software Bioestat 5.0 (AYRES et al., 2007).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Produção de biomassa

Os clones apresentaram comportamentos diferenciados em relação as suas

produtividades, considerando os valores de produção de biomassa da parte aérea, aos 12, 24,

19

36 e 48 meses de idade. A produção de biomassa, total e por componente, aumentou com a

idade, sendo o componente madeira aquele que obteve os maiores incrementos individuais

(Tabela 3).

TABELA 3. Produção de biomassa total e por componente da parte aérea em Eucalyptus

grandis x Eucalyptus urophylla, aos 12, 24, 36 e 48 meses de idade, no

município de Macaíba, RN.

Clones Produção de biomassa da parte aérea (Mg. ha-1) Biomassa total

(Mg. ha-1) Madeira Casca Galhos Folhas

12 meses

AEC0144 1,43 ab 0,49 ns 0,77 ns 1,24 ns 3,93 ab

AEC0224 1,05 b 0,26 ns 0,67 ns 1,35 ns 3,33 b

GG100 2,61 a 0,54 ns 0,96 ns 1,81 ns 5,92 a

24 meses

AEC0144 10,46 a 2,04 a 2,58 ns 3,43 ns 18,51 a

AEC0224 5,36 b 0,88 b 1,72 ns 2,90 ns 10,86 b

GG100 13,60 a 2,27 a 2,48 ns 3,86 ns 22,21 a

36 meses

AEC0144 29,76 b 4,73 b 4,82 a 5,61 ns 44,92 b

AEC0224 25,03 b 3,72 b 3,50 b 5,60 ns 37,85 b

GG100 55,68 a 6,29 a 3,67 b 5,42 ns 71,06 a

48 meses

AEC0144 39,50 b 7,16 ab 4,29 ns 4,00 ns 54,95 b

AEC0224 33,73 b 5,41 b 4,01 ns 5,05 ns 48,21 b

GG100 60,25 a 8,02 a 3,56 ns 3,52 ns 75,35 a

As médias seguidas pela mesma letra na coluna, na mesma idade, não diferem estatisticamente entre

si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 95% de probabilidade. ns = não significativo.

Aos 12 meses de idade apenas a produção de biomassa total e do componente

madeira, apresentaram diferenças significativas. As maiores produtividades de biomassa total

foram observadas nos clones GG100 (5,92 Mg.ha-1) e AEC0144 (3,93 Mg.ha-1)

respectivamente. Entretanto, apenas o clone GG100 obteve produtividade estatisticamente

superior ao clone AEC0224 (3,33 Mg.ha-1). Para o componente madeira, foi identificado o

mesmo comportamento observado para a produção de biomassa total.

20

Santana et al. (2008) avaliando a produção de biomassa de eucalipto, para diferentes

regiões do Brasil e em diferentes idades, observou valores aos doze meses que variaram

entre 4,7 e 9,7 Mg.ha-1. Neste trabalho, os valores obtidos (Tabela 3) podem ser considerados

baixos, visto que, assemelham-se àqueles valores mais baixos encontrados por Santana et al.

(2008).

A baixa produção de biomassa aérea observada durante o primeiro ano de estudo, em

grande parte, pode ser atribuída a ausência de chuvas na região durante os primeiros meses de

plantio, fase em que as mudas são mais sensiveis ao déficit hídrico, seguido por períodos com

chuvas irregulares.

Essa situação pode ter contribuído não só com a diminuição da produtividade do

povoamento como um todo, como pode ter favorecido um maior acúmulo de biomassa nas

raizes em detrimento da parte aérea. Uma vez que o estresse hídrico limita o tamanho e o

número de folhas, levando a redução no consumo de carbono e energia por esse órgão da

planta, ocorrendo grande alocação de fotoassimilados para o sistema radicular (TAIZ E

ZEIGER, 2004). Além de provocar redução da expansão foliar, o estresse hídrico também

causa redução na altura e no diâmetro das plantas, resultando assim em perda de biomassa

vegetal (GONÇALVES e PASSOS, 2000).

Aos 24 meses de idade também não foram observadas diferenças significativas para

os componentes galho e folha. Os clones GG100 e AEC0144, mais uma vez, apresentaram as

maiores produções de madeira (13,60 e 10,46 Mg.ha-1) e casca (2,27 e 2,04 Mg.ha-1), além de

também apresentarem maior produção de biomassa total (22,21 e 18,51 Mg.ha-1),

respectivamente.

Em comparação com o estudo de Santana et al. (2008) para a produção de biomassa de

eucalipto, aos vinte e quatro meses de idade, os valores encontrados neste trabalho também

ficaram próximos ou abaixo dos menores valores encontrados pelos autores, os quais

constataram variação entre 22,2 e 41,7 Mg.ha-1. O clone GG100, com produção de 22,21

Mg.ha-1 igualou-se ao menor valor observado pelos autores; enquanto os clones AEC0144 e

AEC0224 ficaram abaixo desse valor.

Schumacher et al. (2011) ao quantificarem o acúmulo de biomassa em povoamentos

de Eucalyptus spp. com diferentes idades, em pequenas propriedades no município de Vera

Cruz, RS, observaram para biomassa acima do solo, aos 24 meses, o valor de 23,14 Mg.ha-1.

Embora o clone GG100 tenha ficado próximo a esse valor, todos os clones desse estudo

apresentaram valores abaixo dos obtidos pelos autores.

21

Viera et al. (2012) em um povoamento de Eucalyptus urograndis, com apenas 18

meses de idade, localizado no município de Piratini-RS, observou para biomassa acima do

solo o valor de 18,5 Mg.ha-1. Esse valor foi igual ao observado para o clone AEC0144 e

superior ao AEC0224, sendo inferior apenas do clone GG100, que para esse estudo

apresentou os melhores resultados.

A baixa produtividade constatada no segundo ano pode ser considerado ainda, como

reflexo do déficit hídrico sofrido no ano anterior, uma vez que as plantas demandam um

tempo até conseguirem recuperar-se do estresse sofrido, que dependendo da sua intensidade e

da sensibilidade das plantas pode levar mais ou menos tempo e causar danos irreversíveis

podendo, em casos extremos, levar até mesmo à morte.

Santana et al. (2002) ao avaliarem a produção de biomassa de eucalipto em cinco

regiões do estado de São Paulo observaram maior produtividade nas regiões de maior

precipitação e menor déficit hídrico. Santana et al. (2008) , avaliando a produção de biomassa

de eucalipto para diferentes regiões do Brasil, ao compararem a biomassa da parte aérea entre

a região de maior com a de menor produtividade, verificaram que a produtividade foi menor

nas regiões de menor disponibilidade de água. Segundo os autores, a região de Três Marias -

MG apresentou a menor disponibilidade de água e a mais alta demanda evaporativa,

ocasionando déficits hídricos e, consequentemente, redução da produtividade.

Aos 36 meses de idade apenas o componente folha não apresentou diferença

significativa. O clone GG100 destacou-se com as maiores produções de madeira (55,68

Mg.ha-1), casca (6,29 Mg.ha-1) e de biomassa total (71,06 Mg.ha-1). Para os clones AEC0224

e AEC0144 não foram observadas diferenças significativas entre esses componentes. Em

relação ao o componente galho, o clone AEC0144 apresentou produção superior aos clones

GG100 e AEC0224; entretanto, para estes não foi observada diferenças significativas entre si.

Entre os ítens avaliados, apenas para o componente folha não foi observado diferenças

significativas durante todo o período de estudo, o que pode indicar uma maior eficiência na

produção de biomassa por parte do clone GG100, principalmente, no terceiro ano, quando

este clone obteve maior produção de madeira e de biomassa total, em comparação aos demais

clones, com o mesmo aparato fotossintético.

Comparando com os resultados obtidos por Santana et al. (2008) para a produção de

biomassa de eucalipto, aos 36 meses de idade, os clones aqui avaliados apresentaram uma

recuperação em relação aos anos anteriores. Enquanto, os clones AEC0224 e AEC0144

atingiram valores próximos aos valores médios obtidos pelos autores, com produtividades de

37,85 e 44,92 Mg.ha-1 respectivamente, o clone GG100 surpreendeu com uma produtividade

22

de 71,06 Mg.ha-1 , valor próximo aos valores mais altos observados por Santana et al. (2008)

que para o seu trabalho encontraram valores variando entre 26,5 e 77,7 Mg.ha-1.

Aos 48 meses de idade, último ano do presente estudo, foram observados diferenças

significativas apenas para os componentes madeira e casca e para a biomassa total. Mais uma

vez o clone GG100 apresentou as maiores médias para os dois componetes e também para a

biomassa total. Entretanto, para o componente casca teve resultado estatisticamente superior

apenas ao clone AEC0224.

Em comparação com os resultados obtidos por Santana et al. (2008) para a produção

de biomassa de eucalipto, de mesma idade, no geral, os clones deste estudo, apresentaram

valores próximos as produtividades médias obtidas pelos autores. Enquanto, os clones

AEC0144 e AEC0224 atingiram produtividades de 48,21 e 54,95 Mg.ha-1 , respectivamente, o

clone GG100, novamente, alcançou a maior produtividade (75,35 Mg.ha-1). ficando, mais uma

vez, próximo dos valores de médios pra altos observados pelos autores, que observaram

valores entre 41,1 e 144,9 Mg.ha-1.

Apesar do clone GG100 apresentar as maiores médias de produtividade aos 48 meses

de idade, esse clone, foi o que obteve menor incremento em sua biomssa total para os 48

meses de idade, com um incremento de pouco mais de 4 Mg.ha-1. Enquanto que os demais

clones obtiveram incrementos médios em sua biomassa total entorno de 10 Mg.ha-1.

Esse fato chama atenção pois o clone GG100, desde o primeiro ano de estudo, vinha

apresentando os maiores incremento em biomassa total por hectare, e mostrava uma forte

tendência de que manteria a inclinação de sua curva de crescimento.

5.2. Partição de biomassa

Na Tabela 4, são apresentadas as proporções de cada componente da biomassa dos

clones AEC0144, AEC0224 e GG100 aos 12, 24, 36 e 48 meses de idade. A variação da

partição da biomassa ao longo do tempo acompanhou a tendência geral observada para

diversas espécies. Dessa forma, a biomassa acumulada no fuste (madeira + casca) aumentou

sua proporção; enquanto, que a copa (galhos + folhas) diminuiu, em função do aumento da

idade.

23

TABELA 4. Distribuição relativa entre os componentes da biomassa aérea de Eucalyptus

grandis x Eucalyptus urophylla, aos 12, 24, 36 e 48 meses de idade, no

município de Macaíba, RN.

Clones Proporção em relação ao peso seco da parte aérea (%)

Madeira Casca Fuste Galhos Folhas Copa

12 meses

AEC0144 36,29 ab 12,57 ns 48,86 19,66 ns 31,48 b 51,14

AEC0224 31,48 b 8,08 ns 39,56 19,79 ns 40,65 a 60,44

GG100 44,14 a 9,08 ns 53,22 16,13 ns 30,65 b 46,78

24 meses

AEC0144 56,52 a 11,00 a 67,52 13,92 ab 18,56 b 32,48

AEC0224 49,36 b 8,10 b 57,46 15,86 a 26,68 a 42,54

GG100 61,23 a 10,20 a 71,43 11,19 b 17,38 b 28,57

36 meses

AEC0144 66,25 b 10,52 a 76,77 10,73 a 12,50 a 23,23

AEC0224 66,14 b 9,82 ab 75,96 9,25 a 14,79 a 24,04

GG100 78,35 a 8,85 b 87,20 5,17 b 7,63 b 12,80

48 meses

AEC0144 71,95 b 13,05 a 85,00 7,77 a 7,23 ab 15,00

AEC0224 69,96 b 11,21 b 81,17 8,35 a 10,48 a 18,83

GG100 80,05 a 10,67 a 90,72 4,65 b 4,62 b 9,27

As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o

Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. ns = não significativo.

Para a idade de 12 meses apenas os componentes madeira e folha apresentaram

diferenças significativas, sendo as maiores proporções desses componentes observadas nos

clones GG100 e AEC0144 respectivamente. O clone GG100 foi o único a acumular a maior

parte de biomassa no fuste desde o primeiro ano (53,22%), onde o componente madeira foi

responsavel por 44,14% de sua biomassa total. Já o clone AEC0224 foi o único a acumular a

maior parte de sua biomassa nas folhas. Além disso, para esse clone, também foi observado o

maior acúmulo de biomassa na copa, representando 60,44% de sua biomassa total.

Silva et al. (2004) avaliando a alocação de biomassa em Eucalyptus benthamii em

diferentes idades (12, 24, 36 e 48 meses) no espaçamento 3 m x 2 m no município de

Guarapuava- PR, encontrou uma alocação de biomassa diferenciada para cada idade, sendo

que aos 12 meses o compartimento folha acumulou maior percentual de biomassa (35%)

24

seguido pelos compartimentos madeira (33%), galho (29%) e casca (3%). Entretanto, nas

idades seguintes houve inversão no padrão de alocação, sendo observados aumentos

sucessivos para o compartimento madeira e decréscimo para o compartimento folhas.

Viera e Schumacher (2011) ao quantificar a produção e a distribuição de biomassa da

parte aérea em povoamentos monoespecíficos e mistos de Eucalyptus urograndis observaram

para a biomassa acima do solo, independentemente de ser de povoamento monoespecífico ou

misto, a mesma ordem de alocação (folhas > madeira > galhos > casca) aos 6 meses de idade,

quando a copa era responsável por mais de 50% da biomassa total. Já aos 18 meses, ocorreu

uma modificação da prioridade de alocação da biomassa entre os componentes. Sendo

observado a seguinte de sequência de alocação: madeira > galhos > folhas > casca.

Aos 24 meses de idade foi observada diferença significativas em todos os

componentes da biomassa, os clones GG100 e AEC0144 acumularam os maiores percentuais

de madeira e casca: enquanto, que o clone AEC0224 obteve as maiores proporções de folha e

galho, sendo que para o componente galho foi superior apenas ao GG100.

Em relação aos componentes madeira e casca os clones GG100 (61,23 e 10,20%) e

AEC0144 (56,52 e 11%) respectivamente, apresentaram valores superiores aos obtidos por

Silva et al. (2004) para Eucalyptus benthamii, que em observaram valores de (51,0 e 4,8%)

para os mesmos componentes, também aos vinte e quatro meses de idade. Em relação ao

componente galho, todos os clones apresentaram valores inferiores aos obtidos pelos autores,

que no mesmo estudo observaram o valor de 25,2% para este componente.

A partir dos 24 meses de idade todos os clones avaliados apresentaram maior acúmulo

de biomassa no fuste, sendo o componente madeira aquele que representou o maior

percentual. Esse padrão se manteve aos 36 meses de idade, final do estudo, quando o acúmulo

de biomassa no fuste foi superior a 75% em todos os clones avaliados.

Aos 36 meses o clone GG100 destacou-se, apresentando o maior acumúlo de biomassa

no componente madeira, entre os três clones avaliados, acumulando 78,35% da sua biomassa

total. Os clones AEC0144 e AEC0224 obtiveram as maiores proporções de casca, galho e

folha, já em relação ao componente casca apenas o clone AEC0144 foi estatisticamente

superior ao GG100.

Para a idade de 36 meses todos os clones apresentaram valores superiores aos obtidos

por Silva et al. (2004), em Eucalyptus benthamii, para os componentes madeira e casca,

também aos 36 meses de idade. Em relação ao componente galho, mais uma vez, todos

apresentaram valores inferiores aos obtidos pelos autores, que para este componente

observaram o valor de 17,9%. Para o componente folha foi observado um comportamento

25

diferenciado; enquanto, os clones GG100 (7,63%) e AEC0144 (12,50%) apresentaram valores

inferiores, o clone AEC0224 (14,79%) apresentou um valor bem semelhante ao obtido por

Silva et al. (2004), (14,0%).

Embora até o terceiro ano tenha havido aumento absoluto nos valores de folha e galho,

a biomassa relativa desses componentes apresentou redução em função da idade, para o

componente casca, também foi observado aumento absoluto. Entretanto, a distribuição

relativa desse componente não apresentou grande variação ao longo do tempo.

Aos 48 meses de idade nota-se a mesma tendência observada para os anos anteriores,

com aumento do acúmulo de biomassa no fuste e consequente diminuição da biomassa

acumulada na copa. Mais uma vez, o clone GG100 apresentou a maior proporção de biomassa

no fuste (90,72%), onde o componente madeira foi responsavel por 80,05% da sua biomassa

total, sendo este valor estatisticamente superior aos observados para os demais clones. Para o

componente casca os clones AEC0144 e GG100 apresentaram as maiores médias. Já em

relação aos componentes galho e folha os clones AEC0224 e AEC0144 apresentaram as

maiores proporções, sendo que para o componente folha, apenas o clone AEC0224 foi

estatisticamente superior ao GG100.

Em comparação aos resultados obtidos por Silva et al. (2004), também aos 48 meses

de idade, foram observados comportamentos diferenciados. Para o componente madeira,

enquanto o clone GG100 foi superior, enquanto os clones AEC0224 e AEC0144

apresentaram valores bem próximos aos obtidos pelos autores. Já para o componente casca

todos os clones desse estudo apresentaram valores mais elevados, enquanto que para o

componente galho todos ficaram abaixo dos valores obtidos por Silva et al. (2004). Em

relação ao componente folha, o clone AEC0224 apresentou os valores mais elevados

enquanto que o AEC0144 apresentou valores semelhantes e o GG100 abaixo dos encontrados

pelos autores, que para o seu trabalho encontraram para os componentes madeira, casca, galho

e folha os valores 70,4; 7,3; 15,2; e 7,1 respectivamente.

Vários fatores podem influenciar nos padrões de repartição de biomassa, entre eles

destacam-se espécie e idade, de modo que um resultado obtido para uma determinada espécie

será representativo apenas para esta espécie e para a idade considerada. Em plantas jovens

geralmente há uma tendência de maior acúmulo de biomassa em suas copas (galhos + folhas),

e à medida que vão se tornando adultas passam a acumular mais biomassa em seus fustes

(madeira + casca). Entretanto, essa distribuição da biomassa varia de espécie para espécie e

até mesmo, em uma população da mesma espécie bem como em razão das condições

ambientais e de sua procedência (CALDEIRA et al.,2011).

26

Segundo Larcher (2000), a variação da biomassa com a idade acontece porque na fase

inicial do desenvolvimento de uma árvore, grande parte dos carboidratos é canalizada para a

produção de biomassa da copa. Posteriormente, quando as copas começam a competir entre

si, a produção relativa de tronco aumenta e a de folhas e ramos diminui, gradativamente.

Para Leles et al. (2001) a partição de matéria seca para madeira é de grande

importância na tomada de decisões, quanto à escolha de material genético e de técnicas de

manejo a serem adotadas na condução da floresta, visto que esse é o componente geralmente

comercializado em uma floresta. Nesse estudo, nota-se uma clara tendência de aumento na

proporção de acúmulo de biomassa para a madeira com o aumento da idade, o que indica que

a espécie poderá, no futuro, acúmular ainda mais biomassa neste componente.

6. CONCLUSÃO

A produção de biomassa e sua distribuição relativa entre os componentes da árvore

foram diferenciados entre os clones (AEC0144, AEC0224, GG100) e para cada idade

considerada (12, 24, 36 e 48 meses).

O componente madeira apresentou os maiores incrementos individuais de biomassa

com o aumento da idade, consequentemente, as maiores porcentagens de acúmulo de

biomassa, ao longo do tempo, foram observadas neste componente.

Ao final do estudo, clone GG100 apresentou os maiores acréscimos de biomassa tanto

para produtividade total quanto para produção de madeira. Podendo ser considerado o mais

indicado para futuros plantios na região. É necessário, no entanto, a realização de um

acompanhamento desse clone, para que seja avaliado o seu comportamento em idades mais

avançadas.

27

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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