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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO RELATÓRIO GRUPO EXECUTIVO PARA A REFORMULAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR Basília, DF setembro de 1986 INTRODUÇÃO .....................................................................................................3 SISTEMA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR .........................................................5 AUTONOMIA E AVALIAÇÃO ...........................................................................8 O CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO ......................................................9 GESTÃO DA UNIVERSIDADE ........................................................................15 FINANCIAMENTO ............................................................................................18 ANEXO I - Execução de Medidas Pertinentes a Recomendações da Comissão Nacional para a Reformulação da Educação Superior. .......................20 ANEXO II - Relação das Contribuições Enviadas ao Grupo Executivo para a Reformulação da Educação Superior - GERES .................................22 CONTRIBUIÇÕES INDIVIDUAIS ....................................................................23 PROJETO DE LEI - Dispõe sobre a natureza jurídica, a organização e o funcionamento dos estabelecimentos federais de ensino superior, altera disposições do Decreto-Lei no. 200, de 25 de fevereiro de 1967 e dá outras providências. ................................................................................24 ANTEPROJETO DE LEI - Reformula o Conselho Federal de Educação, suas finalidades e competência e dá outras providências. ...........................33

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    MINISTRIO DA EDUCAO

    RELATRIO

    GRUPO EXECUTIVO PARA A REFORMULAO DA EDUCAOSUPERIOR

    Baslia, DF

    setembro de 1986

    INTRODUO .....................................................................................................3

    SISTEMA DE EDUCAO SUPERIOR .........................................................5

    AUTONOMIA E AVALIAO...........................................................................8

    O CONSELHO FEDERAL DE EDUCAO......................................................9

    GESTO DA UNIVERSIDADE ........................................................................15

    FINANCIAMENTO ............................................................................................18

    ANEXO I - Execuo de Medidas Pertinentes a Recomendaes da ComissoNacional para a Reformulao da Educao Superior. .......................20

    ANEXO II - Relao das Contribuies Enviadas ao Grupo Executivo para aReformulao da Educao Superior - GERES .................................22

    CONTRIBUIES INDIVIDUAIS....................................................................23

    PROJETO DE LEI - Dispe sobre a natureza jurdica, a organizao e ofuncionamento dos estabelecimentos federais de ensino superior, alteradisposies do Decreto-Lei no. 200, de 25 de fevereiro de 1967 e doutras providncias. ................................................................................24

    ANTEPROJETO DE LEI - Reformula o Conselho Federal de Educao, suasfinalidades e competncia e d outras providncias. ...........................33

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    INTRODUO

    Diante do sentimento de crise na universidade brasileira, Tancredo Nevesanunciou, no seu discurso de posse, lido pelo ento Vice-Presidente Jos Sarney,a inteno de criar uma comisso de alto nvel para estudar a situao e formularpropostas que pudessem ser imediatamente consideradas.

    Na Exposio de Motivos encaminhada ao Presidente pelo Ministro MarcoMaciel, propondo a criao da "Comisso Nacional para Reformulao daEducao Superior", h referncia a problemas "cuja magnitude e gravidade estoa exigir solues urgentes, construdas a partir de consultas sociedade e, emespecial, comunidade universitria. Criada pelo Decreto no. 91.177, de 29 demaro de 1985, a Comisso Nacional procurou refletir, em seu interior, os diversosinteresses envolvidos na questo universitria. Seu relatrio final, intitulado UmaNova Poltica para a Educao Superior Brasileira, foi apresentado ao Ministroda Educao em 21 de Novembro de 1985. O relatrio foi desde ento amplamentedivulgado, iniciando-se uma segunda etapa Aigualmente importante, de todo otrabalho -- a da reflexo coletiva sobre as suas proposies", conforme expresso em sua apresentao . Uma Nova Politica no constitui projeto acabado para a educao superiorbrasileira, seno que um conjunto de proposies sobre os aspectos mais relevantesda educao nesse nvel. O fio condutor do documento articula a proposta da maiorautonomia da universidade -- condio para a melhoria de qualidade da educaosuperior -- com o reclamo de responsabilidade social da instituio, que deve seravaliada por processos pblicos, atravs de critrios fixados pela prpriacomunidade acadmico-cientfica. Do ponto de vista do Ministrio da Educao, o relatrio constituaimportante subsdio, mas era preciso submeter suas numerosas proposies acuidadoso escrutnio, separando as imediatamente implementveis de outras que-requereriam mudanas maiores nos ordenamentos jurdicos e precisariam porisso de maior estudo para se tornarem factveis. Muitas das propostas precisavam,tambm, de discusso mais ampliada, que envolvesse grupos que, por razeshistricas, no tiveram no MEC seu interlocutor habitual nos crculos de governo,em anos recentes, sobretudo a comunidade cientfica.

    Tanto para sistematizar os subsdios espontaneamente oferecidos pelo MECsobre as questes suscitadas no relatrio, como para convocar a comunidade aodebate e preparar as medidas administrativas e legais de reformas necessrias, foicriado grupo interno no MEC -- o Grupo Executivo para a Reformulao daEducao Superior - GERES -- pela Portaria no. 100, de 6 de fevereiro de 1986,e instalado pela Portaria no. 170, de 3 de maro de 1986.

    A convocao da comunidade ao debate foi feita pelo Ministro JorgeBornhausen em contato pessoal com a diretoria da Sociedade Brasileira para oProgresso da Cincia, da Academia Brasileira de Cincias, do Conselho de Reitoresdas Universidades Brasileiras e outros membros da comunidade acadmica. Aseguir, foi enviada correspondncia a quarenta sociedades cientficas brasileiras,a treze associaes de ensino e ps-graduao, Ao Conselho de Reitores, s

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    associaes de docentes, de servidores tcnico-administrativos e de estudantes, Associao Brasileira de Mantenedoras, e aos Reitores de todas as universidadespblicas e particulares , solicitando-lhes subsdios para a reforma da educaosuperior. Lamentavelmente o nmero de contribuies recebidas em resposta a esseconvite, at a data deste relatrio, ficou muito aqum do esperado.

    O GERES promoveu, tambm, encontros com representantes de vriasentidades, seus membros participaram de numerosos debates em universidades econclaves cientficos, escreveram artigos para Jornais, deram entrevistas sobretpicos da reforma, e receberam no Ministrio, representantes de entidades, quetrouxeram seus pontos de vista sobre aspectos da questo universitria. O GERESconvocou, tambm, para discusses, membros da comunidade acadmica dereconhecida competncia nas questes da educao superior.

    Simultaneamente a essa atividade voltada para o meio universitrio ecientfico e para o pblico em geral, o GERES dedicou-se tambm a intensotrabalho interno. De incio, seus membros repassaram, em profundidade, aspropostas da Comisso Nacional, complementadas por outras j disponveis emrgos do Ministrio ou que foram sendo enviadas ao Grupo ou por este colhidasao longo do processo de consultas externas, com o intuito de formar umpensamento consensual sobre os pontos principais. Esse pensamento deveriaembasar a poltica oficial de reforma.

    Bom nmero das propostas no requeriam laboriosas modificaes em textoslegais, mas podiam ser tratadas no mbito administrativo, o que j vinha sendo feitoem alguns casos antes mesmo da entrega do relatrio da Comisso Nacional*.Outras requeriam medidas administrativas de maior abrangncia e profundidade,como as relativas instaurao da avaliao -que j se efetua para a ps-graduao-- tambm em nvel dos cursos de graduao. O GERES, subscrevendo a filosofiado relatrio da Comisso Nacional, encarou esse ponto como nevrlgico na politicada educao superior e, em estreito contato com a Secretaria da Educao Superiordo Ministrio, deu todo o apoio s medidas destinadas a estabelecer um sistema deavaliao inter-pares dos cursos e instituies.

    Outras propostas exigiam mudanas nos ordenamentos jurdicos da educaosuperior. O GERES considerou que, ainda que intimamente relacionado com outrosaspectos , havia um ncleo de propostas centradas na problemtica do papel doConselho Federal de Educao na educao superior, que merecia tratamentoprioritrio. Conquanto mudanas nas suas; atribuies implicassem modificaesnas Leis de Diretrizes e Bases, o GERES decidiu tratar do assunto numa pealegislativa separada, independentemente de mudanas maiores; nas leis referidas.

    Maior dificuldade foi encontrada no que se refere s propostas visando amudanas na concepo e organizao do sistema de ensino superior. Dado que,como j se mencionou, foram poucas as contribuies concretas oferecidas por

    *Vide Anexo "Execuo de Medidas Pertinentes a Recomendaes da Comisso Nacional para a Reformulao da Educao Superior".

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    entidades e instituies, o GERES teve que apoiar-se quase que exclusivamente emopinies colhidas nos debates e entrevistas com membros da comunidadeacadmico-cientfica.

    A julgar por estas opinies, no h consenso na comunidade sobre algumasquestes relevantes, as quais constituem propostas diretas da Comisso Nacionalou delas so conseqncia. Exemplo disso a questo crucial das atribuiesprofissionais vinculadas ao diploma de nvel superior. Assim que a ComissoNacional, ao mesmo tempo que critica o crescente corporativismo profissional, decorrente da tambm crescente legislao de regulamentao do exerccio dequase todas as profisses, prope a autonomia da universidade para a fixao doscurrculos dos seus cursos de graduao, o que equivale ao desaparecimento doscurrculos mnimos hoje estabelecidos pelo Conselho Federal de Educao. O nexoentre as duas questes est em que a existncia de um currculo mnimo que, aoassegurar a padronizao da formao de um determinado profissional, asseguratambm condies para a regulamentao da respectiva profisso.

    Ocorre, portanto, que ao extinguir-se o currculo mnimo, criam-secondies para que a formao de um mesmo profissional se faa sob diferentescurrculos. Se a respectiva profisso j estiver regulamentada, o ConselhoProfissional correspondente poder criar novas exigncias, alm do diploma paraa concesso do necessrio registro para o exerccio da profisso. Em outraspalavras, o diploma emitido pela universidade no ser mais condio suficientepara o exerccio de uma profisso regulamentada. Coloca-se ento o seguintedilema: ou se retira desde logo o carter profissional do diploma, ou se aceita queos Conselhos Profissionais regulem a questo, por exemplo, estabelecendo elesmesmos o currculo aceitvel, mediante acordo com a universidade ou reveliadesta .

    Diante de questes dessa natureza - e so vrias as que resultam depropostas da Comisso Nacional - o GERES optou por no tentar, nesta etapa, areformulao completa da legislao de diretrizes e bases do ensino superior. Estae outras matrias devero, ainda, receber contribuies importantes da prpriaAssemblia Nacional Constituinte.

    Pareceu natural, pois, que o Grupo tratasse prioritariamente o segmentofederal do sistema de ensino superior, no qual, por fora de legislaes queescapam ao mbito estritamente educacional, as instituies esto mais submetidasa normas e regulamentos que tolhem a sua autonomia e potencial de desempenho.

    Entre as medidas legais prioritrias, o GERES prope a unificao dosregimes jurdicos das autarquia e fundaes universitrias numa s instituio,especificamente intitulada universidade. Ao elaborar o projeto sobre a matria queinclui disposies relativas ao estatuto jurdico do novo ente dentro daadministrao pblica federal e, tambm, gesto e administrao, carreira dosservidores docentes e tcnico administrativos e administrao oramentria da universidade, tocou-se em numerosos pontos da Lei 5.540 e legislao correlata.As disposies do projeto apresentado incorporam parte substancial das propostasda Comisso e da comunidade acadmico-cientfica, no tocante s universidadese estabelecimentos isolados federais.

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    No desempenho de suas funes, o GERES recorreu a pessoas dacomunidade acadmica que se dispuseram a dar suas opinies e sugestes ao Gruposobre vrios dos tpicos de que este tratou. Os professores Fbio Wanderley Reise Jos Eduardo Faria foram ouvidos numa fase preliminar do trabalho. Osprofessores Jacques Velloso, Alberto Mello e Souza e o Dr. Rubens Queirozprepararam texto com propostas sobre o financiamento da educao superior. Osprofessores Valnir Chagas, Rui Camargo Vieira e Ernesto Ahrens foram ouvidossobre as questes referentes ao credenciamento e funcionamento das instituiesna educao superior. Finalmente, os professores Armando Dias Mendes, RubensMaciel, Jos Ernesto Ballstaedt, Mrcio Quinto Moreno, Carlos Roberto MartinsRodrigues e o Dr. Guido Ivan de Carvalho deram decisiva contribuio ao GERESnos assuntos pertinentes aos ordenamentos jurdicos da educao superior. Aindaque a responsabilidade final pelas propostas seja do GERES, queremos aqui deixarexpresso nosso agradecimento a todos eles.

    SISTEMA DE EDUCAO SUPERIOR

    No Brasil, historicamente, o ensino foi a funo primordial desempenhadapelas instituies de ensino superior. A lei no. 5.540/68, ao estabelecer o princpioda indissociabilidade entre o ensino e a pesquisa , prope esta ltima como umelemento associado em igualdade de condies atividade de ensino. Assim, redefinido o papel das instituies de educao superior, principalmente asuniversidades, consideradas legalmente como as instituies por excelncia parao ensino superior.

    Esta concepo de universidade tomada como natural, esvaziada, portanto,de seu contedo histrico, introduz um elemento estranho tradio de nossoensino superior: a pesquisa.

    Da tentativa homogeneizadora da forma de organizao das instituies deensino superior surge, hoje , dezoito anos depois, um sistema complexo eheterogneo onde se distinguem dois grandes tipos de instituies. Um, que temcom o projeto o preconizado pela Lei, que apesar de conflitos e tenses, permitiu,em algumas instituies, o desenvolvimento da pesquisa e da ps-graduao, nemsempre compensados, contudo, pela melhoria da qualidade do ensino de graduaoNo outro , o modelo legal se quer foi tentado, resultando num projeto institucionalonde a pesquisa simplesmente no existe.

    de notar, tambm, que a tentativa de promover o desenvolvimentocientfico e tecnolgico autnomo do Pais via expanso da pesquisa universitriaesbarrou no modelo de desenvolvimento dependente, com a internacionalizao daeconomia, que o Pas conheceu durante o perodo.

    Ao analisarmos mais profundamente os pressupostos tericos do modelo deinstituio preconizado na Lei no. 5.540/68, reconhecemos duas vertentes: uma, aconcepo da educao vinculada ao desenvolvimento econmico; outra, a fundadaem paradigmas humanistas e liberais, que d nfase ao desenvolvimento doindivduo enquanto ser.

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    Apesar das duas vertentes, o texto legal e seu desenvolvimento nas medidasadicionais tomadas a partir daquela poca visaram a conduzir o sistema mais parasua ligao com o desenvolvimento econmico do que para o compromisso como desenvolvimento do indivduo crtico.

    Por outro lado, a poltica de expanso do sistema conduziu disseminaode instituies isoladas, onde nem a universalidade de campo, nem a atividade depesquisa estavam presentes.

    Da necessidade de aumentar a eficincia do sistema, principalmente ooficial, em relao ao investimento a ele destinado, e das restries polticas vertente liberal do projeto, surge uma srie de medidas de controle sobre auniversidade que, de fato tolhe sua autonomia em diversos aspectos. Ao arrepio daprpria legislao, reforam-se os controles burocrticos e ritualsticos de seusmeios e ignora-se a avaliao de seus fins.

    Na prtica, do conceito de universidade que une indissociavelmente ensinoe pesquisa aliado condio de universalidade de campo, sobrevive apenas estaltima como condio para a concesso do ttulo de universidade. Alm disso, oscondicionamentos econmicos ligados ao custo da atividade de pesquisa faz comque aparea uma clivagem entre as instituies pblicas e privadas, sendo estasltimas caracteristicamente ligadas idia de Auniversidades de ensino@.

    V-se que questo das mais complexas e delicadas, quando se trata de darestrutura e organicidade a um sistema de ensino superior nacional, a do conceitoe papel da universidade nesse sistema.

    Poder-se-ia pensar num sistema em que a designao universidade pudesseser adotada indiscriminadamente por qualquer instituio de ensino superior, aindaque com diferentes papis ou funes no sistema. Conquanto se encontre o modeloem algumas naes desenvolvidas do mundo ocidental, a tendncia mais modernaparece ser a de estabelecer clara distino entre as instituies cuja funo precpua da formao de recursos humanos especializados, das que, alm dessa funo, sevoltam tambm s vezes preponderantemente - para a indagao e a reflexocritica, induzindo o deslocamento das fronteiras do conhecimento humano.

    A distino entre os dois tipos de instituio ser mais ou menos rgida,dependendo do grau de regulao e burocratizaro de cada sociedade. Por exemploos direitos gerados pelos diplomas que emitem podem ser mais ou menosregulamentados, ou a capacidade de auto-gesto de umas pode ser maior do que ade outras. De qualquer forma, ainda que o ideal humboldtiano da universidade depesquisa permanea como um paradigma, no h negar que instituies existem,e continuaro a existir em qualquer nao, cujas funes, por mais teis que sejam sociedade, no se ajustam a esse padro.

    A Comisso Nacional reconhece que, do ponto de vista estritamenteconceitual; conveniente manter a distino entre universidade e estabelecimentoisolado de ensino superior, j que possvel estabelecer diferenas claras denatureza e funes. Recomenda apenas que, no que se refere s universidades, anova legislao abandone a tradicional concepo de Auniversalidade@ ao definir a abrangncia das funes da instituio no campo do ensino e da pesquisa.

    Como, na prtica, a diferena substantiva entre um e outro tipo de instituioreside na autonomia didtica, administrativa e financeira de que gozam somente as

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    universidades, a Comisso sugere que se passe a utilizar a figura doAreconhecimento do status universitrio@ para efeitos de obteno dessa autonomia.Entende-se que mesmo um estabelecimento isolado pode gozar de plenaautonomia, desde que tenha reconhecido o seu "status" universitrio.

    Contudo, j pelas normas em vigor, os estabelecimentos isolados podempleitear a sua transformao em universidade - portanto, o reconhecimento do seuAstatus@ universitrio - adquirindo assim o direito ao uso e da denominao e daautonomia que lhe conseqente. A inovao no residiria pois noreconhecimento do "status", mas sim nas condies para a obteno dessereconhecimento, ou seja, no conceito e nos critrios dele decorrentes para que umadada instituio possa receber a denominao de universidade ou, se no quiserusar essa denominao, gozar do Astatus@ de universidade.

    A Comisso Nacional no explicita critrios que caracterizariam ainstituio universitria. Por outro lado, deixa clara a sua posio contrria a queo conceito de universidade implique a universalidade dos campos do conhecimentoe a determinao de estrutura e forma de organizao da instituio. Finalmente,ainda que de forma implcita, parece no considerar indispensvel o principio emvigor de indissociabilidade entre ensino e pesquisa no mbito da universidade.

    Parece, pois, que a caracterizao da universidade como forma distinta deorganizao do ensino superior tem que ser buscada no conceito de autonomia . Natradio clssica, esta autonomia o fundamento mesmo da idia de universidadee est relacionada com a independncia da instituio para a "busca da verdade semrestries@, para usar a expresso consagrada de Jaspers. Essa independnciasignificaria que a sociedade, ou o Estado em nome dela, no pode impor regras,limites ou restries a atividade estritamente acadmica da instituio. A liberdadeacadmica da universidade implica a sua capacidade para decidir por si s,autonomamente, o que ensinar e como ensinar. tambm da tradio clssica aidia de que a pesquisa a prpria pedagogia da universidade. O que ela ensina no a verdade pronta e acabada, mas sim o mtodo da busca da verdade. Essa buscaincessante faz com que a universidade seja uma comunidade de pesquisadores,constituda de professores e estudantes. Supe-se que a Instituio que tem a capacidade de decidir o que e comoensinar, ter tambm capacidade para decidir como se organizar para faz-lo e paradefinir os meios de que necessita para isso. O controle dos meios por entes fora dauniversidade - o Estado, por exemplo - no pode ser instrumento de limitao dacapacidade ou da liberdade acadmica da instituio. A verdadeira autonomia, que inerente a idia de universidade, de natureza acadmica, mas acaba por seestender aos meios, na medida em que a limitao destes pode tolher aquela.

    Essa viso de universidade coerente com a existncia de uma instituioem que a pesquisa cientfica no uma atividade-fim, um objetivo em si mesmo,mas em que o uso do mtodo cientfico se incorpora a prtica didtica do cotidiano.Essa a Auniversidade de ensino@.

    Por outro lado, no Brasil as Faculdades e as Escolas isoladas constituem amaior parte da rede de instituies do sistema de ensino superior. A diferena entreuma escola isolada e uma universidade no uma questo de competncia, a menosque essa competncia seja adjetivada. Uma escola isolada no uma componente

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    menor ou secundria do sistema de ensino superior. Tem um papel definido acumprir e deve faz-lo to competentemente quanto a universidade deve fazer oseu. Por sua natureza, a escola isolada essencialmente uma escola de formaoprofissional, voltada para o atendimento de uma funo social especfica e de altarelevncia no contexto das sociedades modernas.

    essa especificidade da sua funo que torna mais estreito o relacionamentoda escola com a comunidade que envolve. O acompanhamento permanente docomportamento do mercado de trabalho, o dilogo constante com empregadorespotenciais, a atualizao continuada de mtodos e meios materiais de ensino de parcom a manuteno de um corpo docente com a qualificao adequada, socondies mnimas para o desempenho competente da escola isolada.

    A liberdade acadmica da instituio isolada limitada pela natureza mesmada sua funo. No significa que ela no deva exercer a reflexo crtica e a buscado conhecimento novo no seu campo de atuao. Este o caminho que leva asinstituies isoladas no sentido que poder dar-lhe no futuro a plena liberdadeacadmica e, conseqentemente, o "status" universitrio.

    A idia de universalidade de campo como condio para a existncia de umauniversidade fica de certa forma contornada atravs dos dispositivos previstos noprojeto de lei elaborado pelo GERES. Permite-se que estabelecimentos isoladosque comprovem sua competncia atravs dos mecanismos de avaliao previstosno projeto possam adquirir, no todo ou em parte, as prerrogativas de autonomiaconcedidas s universidades.

    Para isso, a escola isolada no precisa ser "tutelada" por uma universidade,como sugere o Relatrio da Comisso. A natureza especfica das suas funes ecompetncias pode mesmo desaconselhar esse tutelamento, sob pena de desvirtu-la. Um convvio criativo entre ambas, traduzido no intercmbio e na cooperaocientfica, tcnica e didtica ser altamente produtivo, uma vez respeitadas asespecificidades de cada instituio.

    AUTONOMIA E AVALIAO

    Uma vez admitida a autonomia didtico-cientfica em razo de suacompetncia , uma instituio deve poder gerir autonomamente seus recursoshumanos e financeiros de forma a tornar vivel sua prtica acadmica. Osmecanismos de auto-regulao que tal sistema requer so automticos eminstituies cujas receitas advm do sucesso do produto que oferecem. No caso dasinstituies de educao superior pblicas os recursos so oriundos do contribuintee possuem flexibilidade no regulada pelo desempenho da instituio E, porconseguinte, inevitvel o controle social da aplicao dos recursos pblicos comodever inalienvel do Estado.

    At agora, apesar de a legislao se referir a um controle finalstico dasinstituies, na prtica controlam-se burocraticamente os meios (oramentos,rubricas, nmero de docentes, etc. ) sem nunca avaliar o desempenho da instituioem sua multi-funcionalidade. Na medida em que se prope um aumento daautonomia na gesto universitria, o controle ter que assumir formas outras que

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    o simples controle dos meios. O GERES em consonncia com o Relatrio daComisso Nacional e vrias das contribuies a ele encaminhadas pelas SociedadesCientficas e Profissionais, prope que o controle social seja feito a partir de umsistema de avaliao de desempenho.

    Dos anseios de autonomia hoje manifestos graas transio democrtica,surgem tendncias mltiplas, no debate que se trava sobre a universidade alinhada,cujas atividades so meios para atingir certos objetivos polticos para a sociedadee cujos paradigmas so ditados no pelo compromisso poltico-ideolgico com asforas populares. A outra restaura o projeto modernizante de uma universidade doconhecimento, baseada em paradigmas de desempenho acadmico e cientfico,protegida das flutuaes de interesses imediatistas, sem inviabilizar contudo suainterao com as legtimas necessidades da sociedade.

    a partir dos paradigmas dessa universidade do conhecimento que seorganizar o sistema de avaliao, o qual dever ter confiabilidade e legitimidadejunto sociedade, especialmente comunidade acadmica.

    A proposta do GERES que o processo de avaliao seja conduzido pelaSecretaria da Educao Superior do MEC, que j est adotando as providnciasiniciais nesse sentido. O processo dever contemplar duas vertentes bsicas: a daavaliao do desempenho institucional e da avaliao da qualidade dos cursosoferecidos. Embora intimamente relacionados, esses dois enfoques na realidade socomplementares e se utilizam de parmetros distintos. Dado o interesse de darprioridade ao controle social da utilizao de recursos pblicos, o processo deveriniciar-se com vistas a avaliao das instituies federais de ensino superior,estendendo-se progressivamente s demais instituies do sistema. Contudo, no quese refere avaliao da qualidade dos cursos poder-se-, desde logo, considerarinstituies de qualquer natureza em cada rea do conhecimento

    Embora conduzido pela SESU/MEC, o sistema de avaliao utilizaramplamente a colaborao da comunidade acadmica, atravs das Comisses deEspecialistas de Ensino, constitudas naquela Secretaria para cada rea doconhecimento, e de outras comisses de consultores que sero mobilizadas paraessa finalidade especifica.

    A avaliao de desempenho cumpre papel importante no apenas do pontode vista do controle social da utilizao de recursos, mas tambm no processo deformulao de polticas e de estabelecimento de normas para o sistemaeducacional. O sucesso dos procedimentos de avaliao que sero desde logocomplementados ser elemento fundamental para o bom desempenho do ConselhoFederal de Educao no seu novo papel, assim como dos rgos executivos doMinistrio na execuo das normas emanadas daquele colegiado.

    Todo processo de avaliao exige um perodo razovel de maturao at queseus procedimentos e metodologia adquiram a confiabilidade indispensvel. Porisso, imprescindvel que desde o incio o processo seja aberto ao conhecimentopblico especialmente comunidade educacional, rgos do governo e entidadesinteressadas.

    O CONSELHO FEDERAL DE EDUCAO

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    O relatrio da Comisso Nacional considera como uma das questesfundamentais da ANova Poltica para a Educao Superior@ a reformulao doConselho Federal de Educao, tanto em relao ao seu papel e competncia,quanto em relao sua composio e forma de designao dos seus membros.

    Alm da Comisso, muitas outras opinies tem-se manifestado no mesmosentido. A crtica substancial se dirige amplitude das competncias legais eassumidas do Conselho, sobrecarregando-o com questes casusticas da rotina dasinstituies de ensino ou dos rgos da estrutura administrativa dos sistemaseducacionais. Com menor freqncia, mas com igual nfase, tambm so criticadasas ingerncias do Conselho em questes que seriam da competncia dasuniversidades em sua autonomia. Em contrapartida, o rgo tem-se dedicado muitopouco s suas funes mais nobres de assessoramento na formulao das polticaseducacionais.

    A proposta bsica da Comisso Nacional a da preservao das funesrelativas formulao de polticas e ao assessoramento direto ao Governo emmatria de planejamento e, inclusive, de oramento e financiamento. Para tanto oConselho deveria aparelhar-se para ser o grande rgo de avaliao permanente dosistema brasileiro de educao.

    Na substncia, o GERES endossa a proposta da Comisso quanto ao papeldo Conselho. No entanto, preciso reconhecer que algumas de suas funes nopodem ser simplesmente repassadas para outros rgo ou para as prpriasinstituies de ensino, dadas as suas implicaes para a garantia da necessriaunidade do sistema nacional de educao ou para assegurar a coerncia dasiniciativas no campo da educao com as demais polticas do governo.

    Por outro lado, o esforo de preservao da idoneidade de determinadosempreendimentos no campo da educao superior sugere que as decises degoverno estejam respaldadas por rgo deliberativo de natureza colegial.

    Finalmente, o Conselho, como rgo colegiado, ainda que torne o processodecisrio no seu interior mais gil, dificilmente poder executar atividades denatureza sistemtica e continuada, como o caso, por exemplo, de um processopermanente de avaliao da educao nacional.

    Com essas consideraes, o GERES elaborou projeto de lei que cuidaespecificamente da reformulao do rgo colegiado mximo da educao.

    O projeto redefine as atribuies do rgo, fixando-as sobretudo nadefinio de normas a serem observadas pelos rgos executivos do sistema federalde ensino, alm das funes de assessoramento na formulao das polticas degoverno para a educao. Na medida em que as primeiras ficaram substancialmentereduzidas, as ltimas podero receber ateno crescente do rgo.

    A questo da avaliao B que o GERES considera essencial e defundamental importncia B recebeu tratamento diverso do proposto pela ComissoNacional. Entende o GERES que o processo de avaliao dever ser conduzidopelo rgo executivo para a educao superior do Ministrio, a Secretria daEducao Superior. Os resultados dessa avaliao, no entanto, sero subsdioimportante para informar a definio e reviso das normas do rgo colegiado.

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    No que diz respeito composio e forma de designao dos membros dorgo, o GERES optou pela manuteno tanto do nmero quanto do mandato dosmembros.

    A reduo do nmero de membros se justifica pela prpria natureza dasnovas atribuies do rgo que, despojado das suas funes casusticas, permitirmaior concentrao dos seus trabalhos.

    Quanto questo da representatividade da comunidade educacional, quedever ser combinada com o critrio de notvel saber e experincia, o Grupoprope que seja assegurada atravs de um procedimento de consulta a se conduzidopelo Ministrio da Educao, como subsdio deciso final do Presidente daRepblica. Por outro lado, a reduo dos mandatos contribuir tambm para omesmo fim, na medida em que assegura maior rotatividade da composio doConselho.

    CARREIRA NO MBITO DA IES FEDERAL

    No tocante carreira no mbito das instituies federais de ensino superior,o GERES examinou cuidadosamente no s as propostas da Comisso Nacional,mas tambm numerosas outras, enviadas am MEC, entre as quais a da AssociaoNacional dos Docentes de Ensino Superior, a da Academia Brasileira de Cincias,a da Sociedade Brasileira de Fsica, a da Sociedade Brasileira de Matemtica e ada Federao das Associaes dos Servidores das Universidades Brasileiras, estaltima restrita carreira dos servidores tcnico-administrativos.

    Os comentrios do relatrio, que introduzem os Captulos 11 e 13, dedicadosrespectivamente as docentes e aos servidores tcnico-administrativos, caracterizambem a importncia do tema para a educao superior.

    Quanto aos docentes, observa o Relatrio:

    AO padro de excelncia de uma instituio de ensino superior repousasubstancialmente na qualidade de seu corpo docente e em sua continuadadedicao aos misteres do ensino e da pesquisa, bem como s atividades deextenso.

    Para tanto, impe-se garantir aos professores a segurana de uma carreiraacadmica estvel e de uma remunerao condigna, a par de condies deconstante aperfeioamento profissional e cultural, que fortalea o princpioda competncia e a atualizao cientfica.

    Devem, ainda, as instituies, em seu planejamento financeiro, destinarrecursos especficos para o aprimoramento cientfico e pedaggico dos seusprofessores.

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    Por ltimo, cumpre estimular os processos de avaliao do trabalho docente,mediante parmetros fundados tanto nas atividades de magistrio quanto naproduo cientfica e cultura; dos professores.@

    Quanto aos servidores tcnico-administrativos, formula o Relatrio estes pontos:

    AA Comisso reconhece a importncia de valorizao do pessoal tcnico-administrativo como condio de eficincia dos servidores das universidades.

    O funcionamento produtivo dos laboratrios e bibliotecas, assim como deatividades complementares a que a universidade se dedique (museus, teatros,editoras e outras), reclama pessoal especializado e apto ao desempenhocompetente de suas funes.

    De outra parte, a autonomia da Universidade pressupe a disponibilidade derecursos humanos capazes de propiciar uma gesto eficiente de suasatividades-meio (oramento, pessoal, material, servios gerais), segundo osprogramas e objetivos a que se prope.

    A administrao universitria, por sua natureza especial, exige aptides econhecimentos que no se confundem com os requisitos comuns daburocracia, pelo que o pessoal tcnico-administrativo das universidades devemerecer tratamento legal que se compatibilize com suas peculiaridades.@ Um correto equacionamento dos problemas da carreira , pois, condio

    essencial para que as instituies de ensino superior possam desempenhar bem assuas atividades nucleares de ensino, pesquisa e extenso. O GERES considera quea Comisso Nacional cobriu, com suas propostas, os aspectos mais relevantes daquesto. de notar, em particular, que essas propostas buscam estabelecer, quanto carreira docente, um justo equilbrio entre os ideais de uma carreira de mbitonacional, que respeite os valores de igualdade e isonomia, entre as diversasinstituies, e os de diferenciaes salariais, a partir de pisos iguais, em funo dosvalores e critrios do mrito, desempenho, localizao. Acrescente-se que asdiferenciaes so corolrio da autonomia e da busca de melhoria da qualidade daeducao superior.

    Dando conseqncia a sua concordncia com as propostas da Comisso, oGERES buscou incorporar-lhes os pontos bsicos no projeto de lei apresentado, asaber:

    Proposta de que Ao pessoal docente das instituies de ensino superiorfederais deve se submeter a um regime jurdico prprio@ (proposta (iii), p.87)e de que os servidores tcnico-administrativos tenham Aum estatuto prprioque ... faa cessar a atual discriminao entre pessoal estatutrio etrabalhista@ (proposta (i), p.94).

  • 13

    O projeto de lei dispe, precisamente, sobre o novo ente jurdicocaracterstico dos estabelecimentos federais de ensino superior, cuja existnciapermite novo regime jurdico para o servidor destes.

    Proposta de Apoltica de unificao dos planos de carreira e dos nveissalariais nas instituies de ensino superior federais, ressalvada a autonomiauniversitria e a liberdade de cada instituio para prover s suaspeculiaridades@ (proposta (iv), p.87), combinada com a proposta de que Aalegislao estabelea um piso salarial a ser obedecido nos quais seroespecificadas as diferenciaes por categorias e os incentivos funcionais queentendem conveniente adotar@ (proposta (v), p.87).

    O projeto apresenta dois artigos regulando a matria. O primeiro contemplaas caractersticas do regime jurdico do servidor de universidade, que obedecer aAidentidade de estrutura de cargos e funes, isolados e de carreira, e respectivaretribuio, nos termos da lei@, com Aigualdade de direitos e deveres, em cada classee nvel@. O segundo estipula a existncia, em cada estabelecimento, de estatuto doservidor que incorporar Aconcesso de incentivos salariais de permanncia nauniversidade, que, uma vez atendidos os pressupostos de titulao e desempenhodo servidor, levem em conta, dentre outros fatores, as condies locais de mercadode trabalho e do custo de vida@.

    Proposta de que as instituies de ensino superior devam estabelecer emanter planos de carreira onde se especifiquem a Aqualidade necessria tantopara o ingresso como para a ascenso aos nveis superiores, que no poderter como requisito exclusivo ou predominante o tempo de servio@ (proposta(i), p.86).

    Os dois artigos mencionados no item precedente dispem sobre esta matria,inclusive com a estipulao, no primeiro deles, de regime de promoo Afundadona titulao e no desempenho acadmico, quando se tratar de servidor docente, eno desempenho, quando se tratar de servidor tcnico-administrativo@.

    Proposta de que o ingresso na carreira se possa dar em qualquer nvel e deque o acesso ao posto mximo deva ser obrigatoriamente precedido dehabilitao em concurso pblico de provas e ttulos (proposta (ii), p.86-7).

    O primeiro artigo mencionado acima estipula a exigncia de aprovaoprvia em concurso pblico de provas, ou de provas e ttulos, como condio paraa primeira investidura em cargos de carreira e, no caso do servidor docente,tambm para a investidura no cargo final, e de aprovao em processo seletivo nosdemais casos.

    Note-se que se exige concurso para a primeira investidura no cargo, e no,simplesmente, para a investidura no primeiro cargo da carreira, o que permiteo acesso a nveis de carreira que no inicial, mas apenas mediante concurso.

  • 14

    Alm dos pontos acima, vale notar que, dentro da autonomia de que gozaro,as universidades podero, ao formular sua poltica de pessoal, fazer com que partedas vagas num determinado momento sejam preenchidas por ascenso funcionale parte por concurso.

    Proposta de que Ao regime de dedicao exclusiva deve ser preferencialmenteadotado para os integrantes da carreira, sendo tambm admissvel o tempoparcial, igualmente aplicvel a outras formas de contrato, conforme aspeculiaridades de cada instituio@. (proposta (iv), p.87).

    O GERES subscreveu esta proposta, aps examin-la com ateno, luz,entre outras coisas, de numerosas propostas e reividindicaes que tem chegado aoMEC ao longo dos ltimos anos. Grande parte das propostas, em que convm tantoas associaes docentes quanto s sociedades cientificas, propem a extino doregime de 40 horas, conhecido na legislao em vigor como de tempo integral.Contudo, dirigentes e docentes ligados a rea de formao profissional insistem emque importante manter o regime de 40 horas, bem como defendem a idia de quehaja um Tempo Parcial mais flexvel quanto estipulao do nmero de horas.

    O GERES considera que a questo do regime de trabalho no pode serdissociada da questo salarial. De fato, observa-se que as condies hoje vigentes,especialmente no que se refere a utilizao indiscriminada do regime de 40 horassemanais, conseqncia direta do baixo nvel dos salrios atribudos ao regimede tempo parcial.

    As peculiaridades dos cursos, particularmente na rea profissional, e dosmercados de trabalho regionais, praticamente obrigam as instituies a contratarnos regimes melhor remunerados, independentemente da real dedicao dodocente.

    Supondo que os nveis de retribuio possam ser estabelecidos em padresmais condizentes com a relevncia do trabalho docente e de pesquisa, afigura-semais razovel que a matria dos regimes de trabalho possa ser tratada de maneiramais flexvel pelas instituies, em funo das suas reais necessidades epeculiaridades.

    Conseqentemente, os regimes de trabalho foram contemplados em artigodo projeto de lei com seguinte redao:

    AO regime de trabalho do pessoal docente compreende duas (2) modalidade:I - Dedicao exclusivaII - Tempo parcial, em funo do nmero de horas semanais de atividades.@

    Proposta de que a instituies de ensino superior criem condies Apara oaperfeioamento constante de seus quadros docentes, atravs da qualificaoem cursos de ps-graduao e da capacitao m instituies no Pas e noexterior...@, bem como estabeleam outras prticas, tais como os semestressabticos (propostas (i) e (ii) , p.87-8).

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    O projeto de lei do GERES deixa a matria discrio das instituies, noartigo j discutido em que determina a existncia, em cada uma delas, de estatutodo servidor, em que se incorporem normas destinadas `a aplicao dos princpiosbsicos da lei sobre estrutura da carreira e critrios de ingresso e promoo nela.No estatuto deve figurar a poltica de capacitao de pessoal docente, tcnico eadministrativo. Os sabticos podem fazer parte da poltica de incentivos dainstituio, fixada nesse estatuto.

    Proposta de que se institucionalizem Amtodos de avaliao do desempenhodos membros do corpo docente em suas atividades de ensino, de pesquisa ede extenso de forma a contribuir para a elevao qualitativa do trabalhoacadmico, levando em conta igualmente a produo cientfica, tecnolgica,cultural ou artstica dos professores@ (proposta (iii),p.88).A proposta ser factvel atravs da instaurao da avaliao no apenas dos

    cursos e instituies, mas tambm dos prprios docentes. Tanto no projeto de leique estabelece o novo ente jurdico, quanto no que trata do conselho Federal deeducao, foram incorporados dispositivos relativos a avaliao pblica, externa,vista como o corolrio da prpria idia de autonomia da universidade pblica.

    Proposta de que, excepcionalmente, sejam admitidos professores que nointegrem a carreira para atendimento de necessidades especiais outransitrias do ensino e da pesquisa (proposta (i), p.86). O projeto de lei apresentado pelo GERES define o corpo docente de cada

    estabelecimento como compreendendo os integrantes da carreira do magistriosuperior, os professores visitantes e os substitutos. Os visitantes podero, naformulao do projeto. Ser contratados pelo prazo mximo de 2 (dois) anos, paraatividades inerentes carreira do magistrio superior. Os substitutos serocontratados excepcionalmente, por prazo determinado, no superior a 1 (um) ano,para Asubstituio eventual de docente da carreira de magistrio superior@, sendo-lhes vedada a recontratao.

    Alm das propostas explicitas da Comisso National sobre a carreira, oGERES considerou ser tambm apropriado, dentro do esprito daquelas, propor orestabeleciemnto, na classe de professor titular, de quatro n=veis, para possibilitarmobilidade ao professor, uma vez atingida a classe mais alta do magistrio, eincentiv-lo a progresso contnuo.

    Considerou o GERES igualmente importante estipular o princpio de que oMEC fixe o nmero de vagas da carreira do magistrio superior globalmente paracada instituio, independentemente de distribuio pelas suas classes,aumentando, pois os graus de liberdade internos das instituies para a poltica depessoal.

    Finalmente, o projeto do GERES abre a possibilidade de, nos Planos deCargos das Instituies, preverem-se cargos especficos para o pessoal de apoio asatividades de pesquisa, com o que se tenciona atender a enftica reivindicao dacomunidade cientfica.

    GESTO DA UNIVERSIDADE

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    Desde os fins da dcada de 1960, sacudiu as sociedades ocidentais amplomovimento, tanto no plano ideolgico, quanto no da ao prtica, de contestaodas estruturas de poder existentes. Essa contestao se deu no apenas no mbitoda sociedade global, mas, tambm, e com mais fora, no interior de instituiesespecficas, como, a Igreja, o Partido, o Sindicato e a Universidade. Extremaram-se, dentro da viso democrtica, os componentes de origem rousseauniana,radicados na idia de que a verdadeira democracia deve exercer-se na forma direta,sem as mediaes representativas e ressuscitaram-se posturas anarquistas. Essasidias chegaram rapidamente a nosso Pas, onde o autoritarismo propiciou solofrtil para que germinassem com vigor.

    Dentro da Universidade, que enfrentava prolongada conjuntura adversa,britaram com mpeto, numa lgica reativa, os movimentos de professores eservidores, empunhando, entre outras bandeiras, a da democratizao interna dasinstituies. A democratizao passou a ser crescentemente vista como traduzindo-se na escolha dos dirigentes, inclusive os reitores, atravs de processos de eleiodireta, materializados com a frmula da eleio paritria. Nesta, os trs corpos os docentes, os servidores tcnicos-administrativos e os estudantes tm seus votosponderados pelo mesmo peso de 1/3, o que, na verdade, d valores diferentes aosvotos dos indivduos de cada um dos grupos.

    Conhece-se, neste momento, no tocante escolha de dirigentes dasuniversidades brasileiras oficiais, uma situao anmala. As normas legais sobrea matria so ultrapassadas, na prtica, pela adoo das eleies diretas. Comocontinuam vigentes, porm, presta-se-lhes homenagem formal quando da seleodos reitores. Os conselhos universitrios acatam listas sxtuplas, produzidas naeleio ampliada e a remetem ao Ministrio, com a expectativa de que o maisvotado no processo direto seja o indicado.

    O relatrio da Comisso Nacional considerou o problema da escolha dedirigentes nos seus Captulos 11 e 2o., relativos autonomia universitria e gestodemocrtica, respectivamente. Prope que a Aprtica da autonomia deve envolvera participao efetiva de todos os segmentos da comunidade acadmica na gestouniversitria, segundo os procedimentos fixados em seus estatutos e regimentosgerais@e que as AIES devem estabelecer em seus Estatutos a forma de provimentodos cargos superiores de direo@. Observa, neste particular, ter sido doentendimento da maioria da Comisso que, Anas instituies pblicas, deva seraplicado o sistema de listas trplices, de modo a permitir a participao do Governona escolha dos dirigentes de entidades que integram o servio pblico@. A comissono tomou partido quanto ao peso das vrias categorias na seleo de dirigentes narea acadmica e a indicao dos representantes nos colegiados. A matria foideixada deliberao de cada entidade, mas recomendou-se que os procedimentosdevessem garantir a participao das vrias categorias que compem a comunidadeacadmica (professores, alunos, servidores tcnicos-administrativos) Anaspropores definidas por cada universidade@.

    O GERES considerou ser gesto matria de crucial importncia pelasimplicaes que tem para a especificidade institucional da universidade e julgounecessrio que a filosofia que vai embasar a poltica do poder pblico no assunto

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    seja tornada bastante explcita. A questo extrapola a moldura dos interesses dastrs partes que, de hbito, so consideradas nas discusses e fundamentaes daspropostas consideradas democrticas, a saber, docentes, funcionrios e alunos.Envolve interesse de terceiros os contribuintes e demais cidados, usurios dosprodutos e servios da universidade constituindo, na verdade, matria de interessepblico, pelo qual da responsabilidade do governo velar.

    A universidade ente complexo. Desempenha variadas funes. Em seuinterior ocorrem numerosas atividades, geradoras de diferenciados interesses. Noseio da universidade socializam-se geraes de jovens e desenvolvem-se vnculosdurveis entre as pessoas, que tero impacto considervel em sua vida futura. Auniversidade pode desenvolver atividades de cunho empresarial em alguns de seussetores, por exemplo sua editora. Numerosas questes de seu dia a dia so de cunhotrabalhista. Outras so de carter disciplinar. H outras matrias puramenteadministrativas. Contudo, as atividades precpuas devem ser o ensino, a pesquisae a extenso.

    Quando se trata do problema de gesto da universidade, no se pode deixarde lado a sua natureza complexa**.

    Um dos membros da Comisso Nacional, o filsofo Jos ArthurGiannotti, em texto que para ela preparou, aduziu observaes que o GERESjulga oportuno reproduzir:

    AA Universidade no uma sociedade em miniatura; sua autonomia no oexerccio de sua soberania, mas o espao que o Pas lhe concede para exercera contento suas funes. E, como todos sabem, estas se resumem nasatividades de ensino e pesquisa. No existindo conhecimento requentado,isto equivale a dizer que a Universidade se orienta para a produo de novosconhecimentos. Para cumprir tais funes, a Universidade necessitapreservar-se do jogo da poltica, embora no possa ficar alheia as metas quea sociedade se impe a si mesma. Nesta aresta que h de encontrar seucaminho e sua tradio.@***

    ** Sobre este assunto, veja-se Carlos Alberto Barbosa Dantas e Eunice Ribeiro Durham, AAUniversidade - democracia e competncia@, Folha de So Paulo, 25/10/85..

    *** J.0Giannotti, Pela Autonomia da Universidade, (mimeo), p. l, s.d.

    Diferentes atividades devem ter modelos prprios de gesto e permitem,diferenciadamente, o envolvimento dos vrios grupos interessados nas decises queos afetam. Contudo, a complexidade da organizao universitria no deve permitira omisso de um aspecto nuclear do problema, que a existncia, dentro dela, deatividades e funes acadmicas que se prendem sua prpria especificidadee s quais as demais devem subordinar-se, pois sem atividades de ensino,

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    pesquisa e extenso feitas com competncia e geridas de forma apropriada,adaptada sua natureza, no h como justificar o uso recorrente do dinheiro docontribuinte no financiamento da organizao universitria. bem verdade queessa especificidade pode ser negada, sobretudo se se adere ao modelo de umauniversidade alinhada, vista como arma na luta poltica maior, instrumentoutilizado pelo poder em regimes polticos de mobilizao. Aqui, ao contrrio, sedefende a Universidade do conhecimento, a partir de cuja idia as funes emltiplas atividades nela desenvolvidas se ordenam e hierarquizam. Nauniversidade do conhecimento, as formas de gesto precisam respeitar a naturezae as condies peculiares da produo e transmisso de conhecimentos. Docontrrio, a universidade falhar em sua misso. Poder ser uma universidadepolitizada, democrtica, mas dificilmente ser uma boa universidade.

    O GERES considera equivocado confiar a seleo dos dirigentes dauniversidade, particularmente os que decidiro sobre suas atividades-fins, aprocessos de eleio direta plebiscitria. Estas so defendidas, muitas vezes, emnome de reivindicaes de cidadania, anlogas s que se do no mbito dasociedade maior. Merece repetido, contudo, que a universidade no a sociedadeem miniatura, mas sim uma instituio especfica, em que as vrias atividades einteresses a elas ligados devem subordinar-se misso central de gerao etransmisso de conhecimentos. A cidadania acadmica, diferentemente da que seconcede na sociedade global, no igualiza; ao contrrio, diferencia, em funo domrito e da competncia.

    AA competncia fundamental na Universidade. (...) Todos, na universidade,podem e devem ser competentes, embora no da mesma maneira. (...) Porisso mesmo, no somos, na Universidade, todos iguais. H que reconheceras diferenas tanto de grau quanto de tipo de qualificao, promover erecompensar o aperfeioamento de todos aqueles que contribuam para a vidaacadmica. Quando pensamos numa Universidade democrtica, devemoslevar em conta a contribuio que cada um pode dar em funo de suacompetncia especificar e planejar formas de representao adequada deinteresses diversos. No podemos juntar no mesmo saco professores,funcionrios e alunos para decidir sobre tudo: a administrao, o ensino e apesquisa.@ AQuando pensamos numa Universidade democrtica, devemoslevar em conta a contribuio que cada um pode dar em funo de suacompetncia especificar e planejar formas de representao adequada deinteresses diversos. No podemos juntar no mesmo saco professores,funcionrios e alunos para decidir sobre tudo: a administrao, o ensino e apesquisa. Releva notar que os prprios defensores das eleies diretas dedirigentes tm-se fixado na frmula paritria, que, na sua ponderao poucodebatida, denuncia haver problemas e valores insuficientemente discutidos.Tal frmula j constitui uma negao de concepo meramente majoritriaou plebiscitria de democracia dentro da universidade. Em nome de que essa concepo negada ? Por que o voto de um estudante valeria menos doque o de seu professor nessa frmula ? Obviamente, em nome de valoresmaiores que preciso explicitar. A gesto da universidade requer esforo

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    mais complexo de constrio institucional do que o contido na propostaparitria. Na busca dos mecanismos apropriados de gesto legtima dauniversidade que atendam a sua peculiaridade institucional, em que hajamenos poder e mais autoridade, impem-se reconhecer que nela, se hAinteresses a representar (no apenas dos setores discente, docente eadministrativo, mas tambm de reas de conhecimento, unidades,departamentos, etc.), h tambm, e sobretudo, valores relacionados com osobjetivos mais gerais da instituio a preservar@. (Atualizao dosOrdenamentos Bsicos da UFMG.)

    A... quanto mais estritamente acadmica for uma posio de direo, tantomaior deve ser o peso do voto docente na escolha de seu ocupante@, Dantase Durham, op. Cit, p.36.)

    A luz dessas reflexes, o GERES procurou, no projeto de lei, fixar normasgerais sobre a gesto da universidade que promovam um equilbrio entre (a)responsabilidade pblica, traduzida pela participao do poder pblico nadesignao dos dirigentes e pela existncia de um Conselho Comunitrio nauniversidade; (b) respeito especificidade institucional do ente universitrio, coma fixao de normas relativas a hierarquia na carreira dos candidatos aos cargos dedireo, a definio de colegiados deliberativos com prevalncia dos docentessobre as demais categorias (**), mas com representao e voz para estas paraassegurar-lhes informaes sobre as deliberaes de ensino, pesquisa e extenso eevitar que eventualmente sejam tomadas decises que os afetem sem que sejamconsultadas, e com a disposio de que a escolha de listas para os cargos diretivosse d em colgios eleitorais. Estes reuniro os membros dos colegiadosdeliberativos superiores do estabelecimento B que, na forma dos estatutos ouregimentos podero ser indicados democraticamente B com um grupo derepresentantes B que tambm podem ser democraticamente escolhidos, na formados regulamentos das entidades B das classes de docentes, dos demais servidorese dos alunos. A funo eleitoral do colgio poder permitir, na forma dosregulamentos, debates com os candidatos e melhor conhecimento deles, de suasplataformas e planos, sem a submisso aos aspectos plebiscitrios e populistas,incompatveis com os valores acadmicos; e, finalmente, 88 autonomia universitria,pela preservao de amplos graus de liberdade na escolha, em cada universidade,das formas organizativas julgadas mais apropriadas ao cumprimento de sua misso,em termos, entre outros aspectos, de colegiados deliberativos, e organizaoacadmica e administrativa.

    FINANCIAMENTO

    O Relatrio da Comisso Nacional tratou das questes do financiamento doensino superior no seu captulo 7. O GERES solicitou, tambm, a um grupo de

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    consultores que estudassem as propostas da comisso e as expandissem ou, se fosseo caso, apresentassem alternativas.

    Em linha com as propostas da comisso e dos consultores, bem como as deprojetos j existentes no Ministrio, o GERES incorporou no projeto de leidisposies sobre oramento e finanas das instituies federais de ensino superior,destinadas a assegurar-lhes Apatrimnio e receita necessrios realizao dos seusobjetivos institucionais, em funo de planos pluri-anuais de desenvolvimento e deprogramas anuais de trabalho@, dotaes globais, flexibilidade maior na gestooramentria e no processo de licitao, e imunidades tributrias.

    Alm disso, nas disposies sobre pessoal, o projeto incorpora disposiesque buscam um equilbrio entre isonomia salarial e incentivos pesquisa eprestao de servios.

    Por outro lado, o processo de avaliao do desempenho das instituies deensino superior dever oferecer importantes subsdios para a alocao de recursosentre as instituies federais. Como resultado do processo avaliativo,recomendaes especficas podero ser feitas em relao s necessidades edisponibilidades de cada instituio.

    Outras matrias, sobretudo as relativas ao financiamento do ensino privado,considerou o GERES requererem debate mais aprofundado, inclusive no mbito daAssemblia Nacional Constituinte.

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    ANEXO I - Execuo de Medidas Pertinentes a Recomendaes da ComissoNacional para a Reformulao da Educao Superior.

    Alocao de recursos em funo de avaliao de desempenho (pag. 25, 29 e 54). Elaborao de modelo de alocao de recursos (em fase de teste). Projeto de avaliao de cursos. Projeto de avaliao institucional (em fase de desenvolvimento, comcomplementao prevista para o 2o. semestre de 1986).

    Concesso de recursos adicionais conforme mecanismos de avaliao (pag. 25).

    Garantia de meios para a Melhoria de Qualidade de Ensino (pag. 29). Programa Nova Universidade (em execuo). Criao e instalao das Comisses de Especialistas (12 reas).

    Participao das universidades nos Planos de Desenvolvimento Regional (pag. 31). Comisso Inter-ministerial MEC/MINTER, com instalao dasCoordenaes Regionais de Desenvolvimento e Educao.

    Criao de Institutos Superiores de Tecnologia (pag. 39). Instituio da Comisso de Formao Superior de Tecnlogos (jinstalada).

    Soluo global (pag. 97).

    Estabelecimento de mdulos padres de custo para redimensionamento dasdistores oramentrias (pag. 61). Modelo de anlise de custos em desenvolvimento.

    Manuteno de oramentos atualizados, independente de suplementaes (pag. 65).Estudos em curso com vistas implementao de Oramento AReal@ para1987.

    Integrao das aes das universidades com o ensino de 11 e 2o. graus visando suauniversalizao e melhoria qualitativa (pags. 67, 68 e 69).Programa Nova Universidade, com linha especfica de aprovo e

    financiamento.

    Adoo de polticas de unificao dos planos de carreira e dos nveis salariais dasIES federais (pag. 86 e 87).Aprovao do PCS das fundaesEstudos de equiparao salarial entre fundaes e autarquias, com vistas ao

    estabelecimento do principio de isonomia.

    Extenso dos servios da FRE aos estudantes universitrios (pag. 89).

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    Estudos em desenvolvimento.

    OUTRAS AES CORRELATAS

    Recuperao de instalaes e laboratrios.Programa Nova Universidade (Projeto Oficina).

    Atualizao dos acervos das bibliotecas universitrias.Programa Nova Universidade (Projeto Biblos)Programa de aquisio planificada que visa a assegurar coleo e ttulos

    correntes e peridicos.Programa Nacional de Bibliotecas Universitrias (instalao da Secretaria

    Executiva).

    Recuperao de instalaes e equipamentos dos Hospitais Universitrios.programa emergencial, e, implantao pela CEDATE

    Recuperao de instalaes e equipamentos dos Colgios Tcnicos vinculados sIES.Programa emergencial em implantao pela CEDATE.

    Ampliao de sistemas de informao e computao das IESPrograma Nova Universidade (Projeto Micros).

  • 23

    ANEXO II - Relao das Contribuies Enviadas ao Grupo Executivo para aReformulao da Educao Superior - GERES

    ENTIDADESComisso da Academia Brasileira de cinciasSociedade Brasileira de MatemticaSociedade Brasileira de FsicaAssociao dos Docentes e Associao Nacional de Docentes do Ensino SuperiorAssociao Brasileira de MantenedoresUnio Nacional dos EstudantesInstituto dos Advogados BrasileirosEscola Paulista de MedicinaDEMES/RS, DEMEC/GO e DEMEC/DFConselho Estadual de Educao de AlagoasFundao educacional Severino SombraCoordenao do Mestrado em Matemtica da Universidade Federal do CearPontifcia Universidade Catlica do ParanUniversidade de IjuUniversidade Federal de Santa CatarinaAssociao dos Professores da Universidade Federal do ParanComisso da Universidade Braz Cubas

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    CONTRIBUIES INDIVIDUAIS

    Joo Amlcar Salgado (UFMG)Sofia Lerche Vieira (UFC)Jos Nastri Filho (SESu/MEC)Mrio Falco Filho (SP)Philomeno J. da Costa (SP)Juliano F. Marin Filho (RS)Hortncio Deconto (PR)Joo Lucas Marques Barbosa (UFC)Silvo Coelho dos Santos (UFSC).

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    PROJETO DE LEI - Dispe sobre a natureza jurdica, a organizao e ofuncionamento dos estabelecimentos federais de ensino superior, alteradisposies do Decreto-Lei no. 200, de 25 de fevereiro de 1967 e d outrasprovidncias.

    CAPITULO I

    Das Universidades e dos Estabelecimentos isolados de Ensino SuperiorFederais

    Artigo 11 O ensino superior federal ser ministrado em universidades e emestabelecimentos isolados

    Artigo 2o. Ficam acrescentados ao Decreto-Lei no. 200, de 25 de fevereirode1967, os seguintes dispositivos:I - a alnea Ad@ do Inciso II do Artigo 4o.:

    Ad) Universidade@II - O Inciso IV do Artigo 5O.:

    AIV - Universidade - entidade criada por lei, dotada de personalidadejurdica de direito pblico, de patrimnio e receita prprios, com autonomiapara realizar atividades educacionais, cientificas e culturais.@

    Artigo 3o. A organizao e o funcionamento das universidades serodisciplinadas em estatutos, a serem aprovados por decreto do Poder Executivo.

    Pargrafo nico O reconhecimento de universidade torna-se efetivo com aaprovao do seu estatuto, aps parecer favorvel do Conselho Federal deEducao.

    Artigo 4o. A organizao e o funcionamento de estabelecimentos isolados serodisciplinados em regimentos, submetidos aprovao do ministrio da Educao.

    Pargrafo nico O reconhecimento de estabelecimento isolado torna-se efetivocom a aprovao de seu regimento pelo Ministrio da Educao, observadas asnormas fixadas pelo Conselho Federal de Educao.

    Artigo 5o. A universidade, em razo de sua autonomia no campo da criao,conservao, aplicao e transmisso do conhecimento, e de sua extenso comunidade, fica sujeita apenas ao controle finalstico do poder Executivo.

    Pargrafo 11 Para efeito do controle finalstico, a superviso ministerial dauniversidade ser exercida, nos termos desta lei, mediante:a) Aprovao dos planos plurianuais de desenvolvimento;

  • 26

    b) Aprovao do Estatuto do Servidor da universidade e do plano de cargos,funes, salrios e vantagens;

    c) Interveno, aps processo administrativo promovido pelo Ministrio daEducao, mediante designao de Reitor Apro tempore@.

    Pargrafo 2o. O Ministrio da Educao adotar procedimentos de avaliao,com a participao da comunidade acadmica, que evidenciem o cumprimento dosobjetivos institucionais da universidade.

    Artigo 6o. A universidade tem legitimidade para pleitear em juzo a anulao dequalquer ato que implique violao do disposto nesta Lei ou que obste a realizaode seus objetivos.

    Pargrafo nico O procedimento judicial para a hiptese prevista neste Artigo o da Lei no. 4.717, de 29 de junho de 1965.

    CAPITULO II

    Da Administrao

    Artigo 7o. A administrao superior da universidade caber a colegiadodeliberativo, presidio pelo reitor, e constitudo dos dirigentes e representantes dasunidades que a integram, e poder dividir-se em cmaras para fins especficos dedeliberao, na forma do respectivo estatuto.

    Pargrafo 11 Na universidade poder haver, ainda, colegiados deliberativosde coordenao setorial de atividades de ensino, pesquisa e extenso, na forma dorespectivo estatuto.

    Pargrafo 2o. Nas unidades que integram a universidade haver igualmentecolegiado deliberativo, presidido pelo respectivo dirigente, na forma do estatuto.

    Artigo 8o. Haver em cada universidade um Conselho Comunitrio, constitudode representantes da comunidade cientfica, tcnica, artstica e cultural, dascategorias dos trabalhadores e dos empresrios, com atribuies de acompanhar agesto institucional, aconselhar a administrao superior, emitir parecer sobrerelatrios e prestaes de contas e oferecer sugestes sobre a harmonizao dasatividades universitrias aos fins da instituio.

    Pargrafo 11 O Conselho Comunitrio se compe de sete (7) membros, sendoum (1) representante do Ministrio da Educao e seis (6) designados pelo Reitoraps ampla consulta, expressa em listas plurinominais, a entidades de mbito

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    regional e local, representativas dos vrios setores da sociedade referidos noAcaput@.

    Pargrafo 2o. Os membros do Conselho Comunitrio tem mandato de dois (2)anos, permitida uma reconduo.

    Pargrafo 3o. A composio titular do Conselho Comunitrio ter igualnmero de membros suplentes.

    Pargrafo 4o. As deliberaes do Conselho Comunitrio revestem-se de carterpblico e a secretaria dos rgos colegiados superiores prestar pleno apoio tcnicoe administrativo ao Conselho, cujos relatrios, pareceres, estudos e indicaessero encaminhados Reitoria para as providncias cabveis.

    Artigo 9o. A administrao superior dos estabelecimentos isolados caber acolegiado deliberativo presidido pelo Diretor e constitudo dos dirigentes erepresentantes de suas subunidades

    Artigo 10 Nos rgos deliberativos de qualquer nvel das universidades e dosestabelecimentos isolados haver representantes do corpo discente e do corpotcnico-administrativo, na proporo que for fixada em estatuto.

    Pargrafo nico A representao do corpo discente e do corpo de servidorestcnicos-administrativos no poder, em conjunto, exceder de um (3) do nmerode docentes.

    Artigo 11 O Reitor e o Vice-Reitor de universidade sero nomeados peloPresidente da Repblica, escolhidos de lista de trs nomes de professores titularesou adjuntos, eleitos por colgio eleitoral especial.

    Pargrafo 11 O colgio eleitoral de que trata este artigo ser constitudo pelocolegiado, ou colegiados, de deliberao superior previstos no Acaput@do Artigo 9o.e seu Pargrafo 11, acrescidos de delegados eleitorais em nmero no superior aosdos membros daqueles colegiados, que sero eleitos por seus pares, comorepresentantes das classes das carreiras do magistrio, dos servidores tcnicos-administrativos, e do corpo discente, assegurada a representao de todas asunidades.

    Pargrafo 2o. Integraro a lista trplice os nomes que obtiverem mais dametade dos votos do colgio eleitoral.Pargrafo 3o. O mandato do Reitor e do Vice- Reitor de trs anos, permitidauma reconduo.

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    Artigo 12 O Diretor e o Vice-Diretor de unidade integrante de universidade serodesignados pelo Reitor, de lista de trs nomes de professores titulares ou adjuntos,escolhidos por colgio eleitoral especial.

    Artigo 13 O Diretor e o Vice- Diretor de estabelecimento isolado federal seronomeados pelo Ministro da Educao, escolhidos de listas de trs nomes deprofessores titulares ou adjuntos, eleitos por colgio eleitoral especial.

    Artigo 14 Quando comprovadamente no houver nmero suficiente deprofessores titulares ou adjuntos, podero compor as listas a que se referem osArtigos 11, 12 e 13 professores assistentes.

    Artigo 15 O colgio eleitoral especial previsto nos Artigos 12 e 13 serconstitudo pelo colegiado deliberativo superior da unidade universitria ou doestabelecimento isolado acrescido de delegados eleitorais de suas subunidades, emnmero no superior ao de membros do colegiado e eleitos por seus pares, comorepresentantes das classes das carreiras do magistrio, dos servidores tcnicos-administrativos e do corpo discente.

    Pargrafo 1o .Integraro a lista trplice os nomes que obtiverem mais dametade dos votos do colgio eleitoral.

    Pargrafo 2o. Os mandatos do Diretor e do Vice-Diretor sero de trs anos,admitida uma reconduo.

    Artigo 16 A elaborao de listas de nomes para escolha de Reitor e Vice-Reitorde universidade federal, bem como de Diretor e Vice-Diretor de estabelecimentoisolado federal, dever efetuar-se entre 120 (cento e vinte) e 60 (sessenta) dias antesde esgotar-se o mandato do antecessor ou dentro de 60 (sessenta) dias aps avacncia, quando for o caso.

    Pargrafo nico No caso de vacncia dos cargos de Vice-Reitor de universidadee de Vice-Diretor de unidade universitria ou de estabelecimento isolado, orespectivo colegiado deliberativo superior eleger Vice-Reitor ou Vice-Diretor,Apro tempore@, at a nomeao do sucessor, exigida em qualquer caso mais dametade de votos do colegiado.

    Artigo 17 O regimento geral de universidade ou regimento de estabelecimentoisolado disciplinar os processos eleitorais previstos neste Captulo.

    CAPTULO IIIDo Pessoal

    Artigo 18 O regime jurdico do servidor de universidade obedecer aos seguintesprincpios, aplicveis uniformemente a todas as universidades federais:

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    I - identidade de estrutura de cargos e funes, isolados e de carreira, erespectiva retribuio, nos termos da lei;

    II - igualdade de direitos e deveres, em cada classe e nvel; III - exigncia de aprovao prvia em concurso pblico de provas, ou de provas

    e ttulos, como condio para a primeira investidura em cargos de carreirae, no caso do servidor docente, tambm para a investidura no cargo final, ede aprovao em processo seletivo nos demais casos;

    IV - regime de promoo fundado na titulao e no desempenho acadmico,quando se tratar de servidor docente, e no desempenho, quando se tratar deservidor tcnico e administrativo.

    Artigo 19 O estatuto do servidor de cada universidade incorpor, alm de normasdestinadas aplicao dos princpios bsicos estabelecidos no Artigo 18, normase procedimentos relativos a:I - poltica de capacitao de pessoal docente, tcnico e administrativo;II - concesso de incentivos salariais em razo do desempenho funcional doservidor; III - concesso de incentivos salariais de permanncia na universidade, que, uma

    vez atendidos os pressupostos de titulao e desempenho do servidor, levemem conta, dentre outros fatores, as condies locais de mercado de trabalhoe do custo de vida;

    IV - regime disciplinar que assegure o direito de defesa do servidor e, nos casosde falta grave, a aplicao de pena aps a instaurao do devido processo dedireito.

    Artigo 20 O corpo docente de cada universidade compreende:I - integrantes da carreira do magistrio superior;

    II - professores visitantes;

    III - professores substitutos.Pargrafo nico Alm dos docentes previsto neste Artigo, o corpo docente daUniversidade inclui tambm, quando for o caso, professores da carreira domagistrio de 11 e 2o. Graus.

    Artigo 21 A carreira do magistrio superior compreende as seguintes classes:I - Professor Titular;II - Professor Adjunto;III - Professor Assistente;IV - Professor Auxiliar.

    Pargrafo 11 Cada classe compreende quatro (4) nveis, numerados de 1 a 4.

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    Pargrafo 2o. O nmero de vagas da carreira do magistrio superior ser fixadopelo ministrio da Educao globalmente para cada universidade,independentemente de distribuio pelas suas classes, e tendo em vista asnecessidades da instituio e sua poltica de capacitao docente.

    Artigo 22 Poder haver contratao de professor visitante, pelo prazo mximode 2 (dois) anos, para atividades inerentes carreira de magistrio superior.

    Artigo 23 Excepcionalmente, poder haver contratao de professor substitutopor prazo indeterminado, no superior a 1 (um) ano, para substituio eventual dedocente da carreira de magistrio superior, vedada a recontratao.

    Artigo 24 A carreira do magistrio de 11 e 2o. Graus compreende as classes A, B,C e D cada classe constituda de quatro (4) nveis, numerados de 1 a 4.

    Pargrafo nico Poder haver contratao de professor substituto de 11 e 2o.Graus, nas mesmas condies do Artigo 23.

    Artigo 25 O regime de trabalho do pessoal docente compreende duas (2)modalidades:I - Dedicao exclusiva.II - tempo parcial, em funo do nmero de horas semanais de atividade.

    Pargrafo nico Os critrios para concesso, transferncia, distribuio esuspenso de regimes de trabalho sero fixados e regulamentados nos regimentosgerais das universidades.

    Artigo 26 Os cargos tcnicos e administrativos so classificados nos seguintesgrupos, de acordo com a natureza das respectivas atividades e com o grau deescolaridade exigido:I - Nvel Superior, compreendendo os cargos permanentes que exijamformao profissional de nvel superior;II - Nvel Mdio, compreendendo os cargos permanentes que exijam formaoem nvel de 2o. grau e especializao ou experincia na rea;III - Apoio Administrativo e Operacional, compreendendo os cargos que exijamescolaridade mxima de 11 grau.

    Pargrafo 11 A lotao dos cargos tcnicos e administrativos ser estabelecidapara cada grupo de cargos.

    Pargrafo 2o. Na definio dos cargos a que se refere este Artigo, auniversidade dever estabelecer cargos especficos para o pessoal que,

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    comprovadamente, exera atividade diferenciadas no apoio pesquisa cientfica etecnolgica.

    Artigo 27 Os cargos e funes de confiana correspondem a atividades dedireo, chefia e assessoramento de nvel superior e intermedirios ecompreendem:I - Cargos comissionados;II - Funes gratificadas.

    Pargrafo nico Os cargos comissionados distribuem-se em 6 (seis) nveishierrquicos e as funes gratificadas em 9 (nove) nveis.Artigo 28 Aps cada cinco (5) anos de efetivo exerccio, o servidor faz jus agratificao adicional por tempo de servio, correspondente a cinco por cento (5%)do respectivo salrio, at sete (7) quinqnios.

    Artigo 29 A aposentadoria do servidor ocorrer:I - Por invalidez;II - Compulsoriamente, por implemento de idade;III - Voluntariamente, ao completar:

    trinta e cinco anos de servio, se do sexo masculino ou trinta anos de servio,se do sexo feminino

    trinta anos de efetivo exerccio em funes do magistrio, se do sexomasculino, ou vinte e cinco anos, se do sexo feminino.

    Artigo 30 No caso do disposto do Inciso II do Artigo 29, a universidadecomplementar os proventos da aposentadoria proporcional por tempo de servioconcedidos pelos rgos da Previdncia Social.

    Pargrafo nico No caso do disposto no Inciso II do Artigo 29, os proventos daaposentadoria sero proporcionais ao tempo de servio.

    Artigo 31 Ao servidor e estabelecimento federal de ensino superior aplica-se,subsidiariamente, no que couber, o Estatuto do Funcionrio Pblico Civil da Unio.

    Artigo 32 Ser de quarenta e cinco (45) dias o perodo anual de frias do servidordocente da universidade, e de trinta (30) dias dos demais servidores.

    CAPTULO IV

    Do Oramento e das Finanas

    Artigo 33 A Unio assegurar s universidades federais patrimnio e receitanecessrios realizao dos seus objetivos institucionais, em funo de planosplurianuais de desenvolvimento e de programas anuais de trabalho.

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    Pargrafo 111 A Unio incluir anualmente no seu Oramento Geral, sob aforma de dotao global, os recursos destinados a cada universidade, os quais seroempenhados pela sua totalidade e transferidos em duodcimos, a cada ms, eautomaticamente considerados despesas realizadas do Tesouro Nacional.

    Pargrafo 2o. A dotao global anual sero adicionados crditos suplementaresou especiais, relativos a encargos decorrentes de lei ou ato de autoridade federal,supervenientes aprovao do Oramento Geral.

    Pargrafo 3o. Incorporar-se-o no saldo patrimonial da universidade,adicionando-se receita integrante do respectivo oramento interno no exercciosubseqente, a ttulo de receita prpria, quaisquer saldos de exerccio, exceto osdecorrentes de receita pblica, convnio ou acordo vinculados.

    Pargrafo 4o. O oramento interno da universidade abrangendo as receitastransferidas nos termos dos Pargrafos 1o.; 2o., 3o., e quaisquer outras provenientesde suas atividades, ser por ela mesma elaborado anualmente e submetido aaprovao do seus colegiado competente.

    Artigo 34 para celebrao de contrato referente a obra, servio, compra,alienao, locao ou concesso, a universidade federal obedecer ao procedimentoadministrativo da licitao, cabendo-lhe definir, em regulamento prprio, asmodalidades, os atos integrantes do procedimento e os casos de dispensa einexigibilidade de licitao.Artigo 35 A universidade, constituindo servio pblico federal, ficamasseguradas, alm dos que lhe forem outorgados por lei especial, os privilgiosadministrativos da Unio, as vantagens tributrias e as prerrogativas processuais daFazenda Pblica.

    CAPTULO V

    Disposies Gerais e Transitrias

    Artigo 36 As atuais universidades federais, institudas sob a forma de autarquiaou fundao, passam a integrar a categoria definida no Inciso IV do Artigo 5o. doDecreto Lei No. 200, de 25 de fevereiro de 1967.

    Pargrafo nico No prazo de cento e oitenta (180) dias contados da vignciadesta Lei, as universidades procedero reforma dos respectivos estatutos eregimentos gerais.

    Artigo 37 Aos atuais estabelecimentos federais isolados de ensino superior,institudos sob a forma de autarquia ou fundao, aplica-se o disposto mo CaptuloIII desta Lei.

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    Pargrafo 11 O Ministrio da Educao, mediante avaliao especfica,poder determinar a aplicao, total ou parcial, aos estabelecimentos de que trataeste Artigo, dos preceitos constantes do Captulo IV desta Lei.

    Pargrafo 2o. Os diplomas expedidos pelos estabelecimentos isolados federaissero por eles mesmos registrados, importando em capacitao para o exerccioprofissional na rea abrangida, com validade em todo o territrio nacional.

    Artigo 38 Os atuais servidores das universidades e estabelecimentos federaisisolados podero, no prazo de um (1) ano, contado da publicao desta Lei, exercero direito de opo pelo regime de pessoal nela estabelecido.

    Artigo 39 Enquanto no forem aprovadas as tabelas de retribuio do pessoaldocente e tcnico e administrativo, aplicar-se-o as constantes do Anexo ... .

    Artigo 40 Transferem-se para a entidade de que trata o Artigo 36 desta Lei todosos direitos, vantagens, prerrogativas, encargos, nus e obrigaes outorgados eassumidos pelas atuais autarquias e fundaes universitrias federais.

    Artigo 41 O Poder Executivo regulamentar, no prazo de noventa (90) dias odisposto nesta Lei.

    Artigo 42 Deixa de aplicar-se s Universidades e estabelecimentos isoladosfederais o disposto nos Artigos 2o. 4o. e seu Pargrafo nico, 11, Pargrafo 3o. doArtigo 12, 13 e seus Pargrafos, 14 e seu Pargrafo nico, 15 e seu Pargrafonico e 31 a 37 da Lei No. 5.540, de 18 de novembro de 1968, bem como o Artigo16 e seus Pargrafos da mesma Lei com a redao dada pela Lei No. 6.420, de 3de junho de 1977, e o Artigo 3o. do Decreto-Lei No. 464, de 11 de fevereiro de1969.Artigo 43 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

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    ANTEPROJETO DE LEI - Reformula o Conselho Federal de Educao, suasfinalidades e competncia e d outras providncias.

    Artigo 11 O conselho Federal de educao, rgo colegiado integrante daestrutura do Ministrio da Educao, institudo pela Lei no.4.024, de 20 dedezembro de 1961, vinculado ao Ministrio de Estado, tem por finalidade colaborarna formulao da Poltica Nacional de Educao, desenvolver estudos e promoverdebates sobre as principais questes relacionadas com a educao nacional eexercer ao normativa complementar legislao educacional.

    Artigo 2o. Para consecuo de suas finalidades competem ao Conselho Federalde Educao, alm de outras que vierem a lhe ser conferidas em lei, com asseguintes atribuies:

    a - interpretar em carter normativo, na ordem administrativa, as leis dediretrizes a bases da educao nacional, ressalva a competncia dos sistemasestaduais;

    b - emitir parecer sobre assuntos que lhe sejam submetidos pelo Ministro daEducao; c - fixar normas para o reconhecimento da capacidade de instituies isoladas

    de ensino superior federais e particulares para ministrar cursos de graduao,bem como para declarao do decaimento dessa qualidade;

    d - fixar normas para o credenciamento de cursos de ps-graduao e suarenovao peridica, observado, no que couber, o disposto na alnea anterior;

    e - fixar normas para o reconhecimento de universidade federal ou particular,criada a partir de estabelecimento j existente ou no;

    f - decidir sobre projetos de criao de universidade a aprovar, os respectivosestatutos, mediante processo encaminhado pelo rgo competente doMinistrio da Educao, de acordo com as normas previstas na alneaanterior.

    g - autorizar cursos e instituies de ensino superior experimentais, medianteproposta dos rgos competentes do Ministrio da Educao;

    h - fixar as condies bsicas para reavaliao de diplomas de cursossuperiores de graduao expedidos por instituies estrangeiras;

    i -fixar os critrios bsicos para a estruturao curricular dos cursos superioresde graduao e estabelecer a respectiva carga horria total de atividadescurriculares programadas;

    j - fixar normas sobre as adaptaes curriculares dos alunos transferidos,inclusive do exterior, em funo do disposto na alnea antecedente;

    l - fixar normas para a transferncia de estabelecimento de ensino superior deum mantenedor para outro, nos casos sujeitos sua jurisdio, inclusive node incorporao ao sistema federal de ensino;

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    m - fixar as matrias do ncleo comum dos cursos de 11 e 2o. graus e determinaras que os estabelecimentos do sistema federal de ensino podero escolherpara constituir as respectivas partes diversificadas;

    n - articular-se com os demais Conselho de Educao;o - elaborar seu regimento interno;p - eleger seu Presidente e Vice-Presidente, na forma do regimento.Pargrafo 11 Dependem de homologao do Ministro da Educao os atos doConselho, com exceo dos enunciados nas alneas b, n e 1

    Pargrafo 2o. As normas previstas nas alneas c, d e e incluiro,necessariamente, a apreciao dos resultados da avaliao sistemtica da educaonacional, nos seus vrios aspectos, promovida pelos sistemas de ensino com amplaparticipao da comunidade.

    Pargrafo 3o. Na fixao das normas previstas na alnea i o Conselho somenteestabelecer orientao bsica em funo da formao almejada para o profissional,cientista ou artista, do nvel do conhecimento terico e prtico j alcanado emcada caso e da cultura geral compatvel com o grau universitrio, reservando sinstituies de ensino a definio da estrutura curricular, a enumerao dasdisciplinas, suas ementas, smulas e programas de ensino, a indicao debibliografia e a caracterizao dos meios indispensveis execuo curricular.

    Pargrafo 4o. Na reviso e atualizao das normas previstas neste Artigo oConselho levar em conta os resultados da avaliao a que se refere o Pargrafo 2o.

    Artigo 3o. O funcionamento de instituio de ensino superior federal ou particularfica condicionado ao seu prvio reconhecimento nos termos das normas previstasnas alneas c, e e f do Artigo 2o.

    Artigo 4o. O reconhecimento de instituio de ensino superior federal ouparticular, tornar-se- efetivo com a aprovao, no caso de universidade, do seuestatuto por Decreto do Poder Executivo Federal, e no caso de estabelecimentoisolado de ensino superior federal ou particular, mediante a aprovao de seuregimento por ato do Ministro da Educao.

    Artigo 5o. As normas sobre o reconhecimento de instituies de ensino superiorestaduais e municipais, criadas por lei, sero baixadas pelos Conselhos Estaduaisde Educao na forma da legislao do respectivo sistema de ensino.

    Artigo 6o. O Conselho Federal de Educao ser constitudo por dezoito membrosnomeados pelo Presidente da Repblica, por trs anos, dentre pessoas de notvelsaber e expedincia, em matria de educao.Pargrafo 11 Na escolha dos membros do Conselho, o Presidente daRepblica levar em considerao a necessidade de nele serem devidamente

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    apresentadas as diferentes regies do Pas, os diversos graus de ensino e os sistemaspblico e particular. de ensino

    Pargrafo 2o. No cumprimento do disposto no pargrafo anterior, o Presidenteda Repblica ser assessorado pelo Ministrio da Educao, que para tantorealizar consultas junto a associaes de ensino, pesquisa e ps-graduao,universidades e outras entidades representativas dos diversos setores da educaonacional.Pargrafo 311 A cada ano cessar o mandato de um tero dos membros doConselho, vedada a reconduo do Conselheiro que haja exercido dois mandatosconsecutivos.

    Pargrafo 4o. Ema caso de vaga, a nomeao do substituto ser para completaro mandato do substitudo.

    Artigo 7o. O Conselho deliberar em Cmaras prprias, sobre assuntospertinentes ao ensino de 11 e 2o. graus e superior e somente se reunir em sessoplena para apreciar matria de carter geral e sobre ela decidir.

    Pargrafo nico Alm das Cmaras previstas neste Artigo, o Conselho poderconstituir comisses permanentes e Aad hoc@, para opinar sobre aspectos legais, deplanejamento e outros que influam nas deliberaes finais das Cmaras ou doPlenrio.

    Artigo 8o. As funes do Conselheiro so consideradas de relevante interessenacional e o seu exerccio tem prioridade sobre o de qualquer outro cargo pblicode que seja titular.

    Pargrafo nico Os conselheiros tem direito a transporte quando convocados, eas dirias e Ajeton@ de presena, a serem fixados pelo Ministro da Educao, duranteo perodo de reunies.

    Artigo 9o. Os Conselhos Estaduais de Educao, organizados pelas leis estaduais,constitudos com membros nomeados pela autoridade competente escolhidos noque couber, com observncia do disposto no Artigo 3o. e seus Pargrafos, exerceroas atribuies que a lei lhes consigna.

    Pargrafo nico As funes exercidas nos Conselhos referidos neste Artigo soconsideradas de relevante interesse, e os funcionrios pblicos federais que asexercerem, na qualidade de Conselheiros, tero abonadas as suas faltas ao serviodurante os perodos de reunies dos respectivos Conselhos.

    Artigo 10 Os Conselhos Estaduais de Educao podero delegar parte de suasatribuies a Conselhos de Educao que se organizarem nos Municpios onde hajacondies para tanto.

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    Artigo 11 A medida que se forem extinguindo os mandatos dos atuaisConselheiros, extinguir-se-o as vagas correspondentes, at o nmero de sete.

    Pargrafo nico As vagas subseqentes sero preenchidas com o cumprimentodo disposto nesta Lei, porm com mandatos diferenciados, de molde a permitir aobservncia do previsto no Pargrafo 3o. do Artigo 6o.

    Artigo 12 So revogadas as disposies em contrrio notadamente as seguintes:Lei No. 4.024, de 16 de dezembro de 1961: Artigos 8o., 9o., 96, 106 e 114;Lei No. 5.540, de 28 de novembro de 1968: Artigos 3o., 6o., 7o., 10, 24, 26, 46, 47,

    48, 49, 50 e 51;Decreto-Lei No. 464, de 11 de fevereiro de 1969: Artigos 2o. e seus Pargrafos, 5o.

    (cfr) e 14 e seus Pargrafos;Lei No. 5.692, de 11 de agosto de 1971: Artigo 4o. e seus Pargrafo 11, Inciso I e

    Pargrafos 3o. e 4o.;Decreto-Lei No. 532, de . . ., na sua ntegra;Decreto-Lei No. 574, de . . ., na sua ntegra;Decreto-Lei No. 869, de . . ., Pargrafo 11 do Artigo 3o. e artigo 4o.

    Pargrafo 11 So transferidas para os sistemas estaduais de educao asatribuies do Conselho Federal de Educao previstas no Artigo 65 no Pargrafonico do Artigo 77 da Lei No. 5.692, de 11 de agosto de 1971.

    Pargrafo 2o. As demais atribuies reservadas ao Conselho Federal deEducao, que no tenham sido expressamente incorporadas no Artigo 2o. destaLei, passam a ser desempenhadas pelas instncias prprias do Ministrio daEducao.

    Artigo 13 esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.