minigeraÇÃo fotovoltaica aplicada ao prÉdio da … · 2017-11-27 · prof. luís guilherme...

102
MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA FACULDADE DE LETRAS-UFRJ COM ANÁLISE TÉCNICO- ECONÔMICA Raphael Napoli Figueiredo Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador: Jorge Luiz do Nascimento Rio De Janeiro Setembro de 2017

Upload: others

Post on 10-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA

FACULDADE DE LETRAS-UFRJ COM ANÁLISE TÉCNICO-

ECONÔMICA

Raphael Napoli Figueiredo

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Elétrica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro Eletricista.

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

Rio De Janeiro

Setembro de 2017

Page 2: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA

FACULDADE DE LETRAS-UFRJ COM ANÁLISE TÉCNICO-

ECONÔMICA

Raphael Napoli Figueiredo

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHAIRO ELETRICISTA.

Examinado por:

_____________________________________

Prof. Jorge Luiz do Nascimento, Dr. Eng.

(Orientador)

_____________________________________

Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing.

_____________________________________

Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

SETEMBRO de 2017

Page 3: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

iii

Figueiredo, Raphael Napoli.

Minigeração fotovoltaica aplicada ao prédio da Faculdade de Letras-

UFRJ com análise técnico-econômica/ Raphael Napoli Figueiredo – Rio

de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2017.

XV, 87p.; il.: 29,7cm.

Orientador: Jorge Luiz Nascimento D. Eng.

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Elétrica, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 80-81.

1. Introdução. 2. Energia Solar Fotovoltaico. 3. Regulamentações

de Geração Fotovoltaica. 4. Dimensionamento teórico 5. Projeto. 6.

Análise da viabilidade econômica. 7. Conclusão 8. Referência

bibliográfica. I. do Nascimento, Jorge Luiz. II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Elétrica. III.

Minigeração fotovoltaica aplicada ao prédio da Faculdade de Letras-UFRJ

com análise técnico-econômica

Page 4: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

iv

“Deixe-me dizer-lhe algo que você já sabe. O mundo não é tudo sol e arco-íris. É um lugar malvado

e desagradável, e não me importo com o quão duro você é, ele vai te deixar de joelhos e mantê-lo lá

permanentemente, se você o deixar. Você, eu, ou ninguém vai bater tão duro quanto a vida. Mas não

é sobre o quão forte você bate. É sobre o quão você pode ser atingido e continuar em frente. Quanto

você pode aguentar e continuar seguindo em frente. É assim que você ganha! "

― Sylvester Stallone, Rocky Balboa

Page 5: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

v

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a minha família que sempre me apoiou em

todos os momentos; meus avós, M. Aparecida e Volney Mago, meus pais, Cynthia e

Volney Mika e minha irmã, Bianca Penca.

Em segundo lugar, a minha parceira de vida e namorada Samara sempre me

incentivando e acreditando em mim. Aos meus amigos que pude fazer na faculdade, sem

eles não teria tido graça, Cabelo, Camilla, Chamma, Douglas, Fernando, Paulista e

Ricardo.

E finalmente, ao meu mestre Jorge Luiz por toda a paciência e apoio não apenas

ao longo deste projeto, mas em diversas ocasiões durante o curso, sempre solícito e

disposto a ajudar.

Page 6: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

Minigeração fotovoltaica aplicada ao prédio da Faculdade de Letras-UFRJ com análise

técnico-econômica

Raphael Napoli Figueiredo

Setembro 2017

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

Curso: Engenharia Elétrica

Este Projeto de Graduação apresenta uma minigeração fotovoltaica conectada à

rede aplicada ao bloco F do prédio de Letras-UFRJ com análise técnico-econômica,

conforme a Resolução Normativa N˚ 687, de 24 de Novembro de 2015 da ANEEL e as

exigências da distribuidora Light. A proposta do projeto é a compensação total de energia

elétrica, suprindo todo o consumo da edificação. Ao longo do mesmo será mostrado a

base teórica de uma geração fotovoltaica, em seguida o dimensionamento teórico do

sistema, em seguida o projeto real com os equipamentos escolhidos que compõem o

SFCR e, para finalizar, a viabilidade técnico econômica durante a vida útil do sistema.

Palavras-chave: Fotovoltaica, Geração de Energia, Prédio Público, Viabilidade

Econômica, Minigeração

Page 7: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

Photovoltaic minigeration applied to the Faculdade de Letras/UFRJ building with a

technical-economic analysis

Raphael Napoli Figueiredo

September 2017

Tutor: Jorge Luiz do Nascimento

Course: Electrical Engineering

This Undergraduate Project presents a photovoltaic minigeneration connected to

the grid applied to the Faculdade de Letras/UFRJ building with technical-economic

analysis, according to Normative Resolution No. 687 of November 24, 2015 of ANEEL

and the requirements of Light energy distributor. The project proposal is the total

compensation of electric energy, supplying all the consumption of the building. Along

the same will be shown the theoretical basis of a photovoltaic generation, then the

theoretical design of the system, then the actual design with the chosen equipment that

make up the SFCR and, finally, the economical technical feasibility over the life of the

system .

Keywords: Photovoltaic, Power Generation, Public building, solar panels

Page 8: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

viii

SUMÁRIO

Agradecimento v

Sumário viii

Lista de Figuras xi

Lista de Tabelas xiii

Lista de Siglas xiv

1. INTRODUÇÃO 1

1.1. Motivação 1

1.2. Objetivos 2

1.3. Justificativas 3

1.4. Metodologia 3

1.5. Estrutura do trabalho 4

2. CAPÍTULO 2 - ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA 5

2.1. Energia Solar 5

2.2. Radiação Solar 6

2.3. Posição Sol-Terra 8

2.4. Efeito Fotovoltaico 10

2.5. Células Fotovoltaicas 12

2.5.1. Primeira Geração 12

2.5.2. Segunda Geração 13

2.5.3. Terceira Geração 14

2.6. Noções do sistema fotovoltaico 15

2.6.1. Módulos Fotovoltaicos 15

2.6.2. Características elétricas 16

2.6.2.1. Tensão de circuito aberto 16

2.6.2.2. Corrente de curto circuito 17

2.6.2.3. Curva característica IxV 17

2.6.2.4. Curva PxV 17

2.6.2.5. Fator de Forma 18

2.6.2.6. Eficiência dos módulos 18

2.6.2.7. Temperatura e Intensidade luminosa 19

2.6.3. Características das conexões 19

2.7. Dispositivos utilizados em um SF 21

2.7.1. Inversores 21

2.7.2. Diodo de desvio e de bloqueio 22

2.7.3. Seguidor do Ponto de Máxima Potência (MPPT) 24

2.7.4. Fusíveis de fileira (CC) 24

2.7.5. Disjuntores 24

2.7.6. Aterramento e Proteção contra descargas atmosféricas 25

Page 9: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

ix

2.7.7. Medidores de energia 25

3. CAPÍTULO 3 - REGULAMENTAÇÕES PARA GERAÇÃO FOTOVOLTAICA 26

3.1. Requisito de acesso 27

3.2. Procedimento de acesso 28

3.3. Parecer de acesso 29

3.4. Medição do faturamento 29

3.5. PRODIST 30

3.6. Requisitos de proteção de interligação da conexão 30

4. CAPÍTULO 4 - DIMENSIONAMENTO TEÓRICO 33

4.1. Avaliação da conta de luz e potencial de geração 34

4.2. Avaliação do espaço físico 36

4.3. Dados Solarimétricos, temperatura e softwares 38

4.3.1. Dados Solarimétricos e temperatura 38

4.3.2. Softwares 39

4.4. Dimensionamento do Sistema 39

4.4.1. Cálculo dos módulos 39

4.4.2. Fatores de perdas 40

4.4.3. Cálculo da disposição dos módulos 42

4.4.4. Dimensionamento dos condutores 43

4.4.5. Seccionadores, DPSs e conexões 44

4.4.6. Inversor grid-tie 46

5. CAPÍTULO 5 - PROJETO 47

5.1. Dados Solarimétricos 47

5.2. Escolha dos módulos 48

5.3. Cálculo dos módulos 50

5.4. Escolha dos inversores 51

5.5. Disposição dos módulos 52

5.6. Orientações e inclinação 53

5.7. Software PVsyst 61

5.8. Cálculo dos condutores 63

6. CAPÍTULO 6 - ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA 65

6.1. Levantamento de preço do SFCR 65

6.2. Levantamento de gastos na conta de luz 66

6.3. Premissas para gastos futuros 67

6.4. Custos totais e economia 70

6.5. Análise da viabilidade econômica 72

6.5.1. Payback 72

6.5.2. Valor Presente Líquido 73

6.5.3. Taxa Interna de Retorno 73

6.6. Resultados Finais 74

7. CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO 77

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS

Page 10: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

x

ANEXO I

ANEXO II

ANEXO III

Page 11: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

xi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 - AQUECEDOR SOLAR. ........................................................................................................................ 5

FIGURA 2.2 – ESQUEMÁTICO DO AQUECEDOR SOLAR. .............................................................................................. 5

FIGURA 2.3 - COMPONENTES DA RADIAÇÃO SOLAR. ................................................................................................. 7

FIGURA 2.4 - ESTAÇÕES DO ANO. ......................................................................................................................... 8

FIGURA 2.5 - POSIÇÃO DO SOL EM RELAÇÃO AO PLANO HORIZONTAL. ....................................................................... 10

FIGURA 2.6 - ORIENTAÇÃO DE UMA SUPERFÍCIE INCLINADA EM RELAÇÃO AO MESMO PLANO. ......................................... 10

FIGURA 2.7 - FUNCIONAMENTO DE UMA CÉLULA FOTOVOLTAICA. ............................................................................. 11

FIGURA 2.8 - CÉLULAS MONO E POLI CRISTALINOS. ................................................................................................ 13

FIGURA 2.9 - CÉLULAS DE FILME FINOS. ............................................................................................................... 14

FIGURA 2.10 –PAINEL HÍBRIDO. ......................................................................................................................... 14

FIGURA 2.11 - NORMA DE REPRESENTAÇÃO DO MÓDULO FOTOVOLTAICO. ................................................................. 15

FIGURA 2.12 - CURVA CARACTERÍSTICA IXV.......................................................................................................... 17

FIGURA 2.13 - CURVA PXV ............................................................................................................................... 17

FIGURA 2.14 - IRRADIÂNCIA SOLAR .................................................................................................................... 19

FIGURA 2.15 - INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE O MÓDULO SOLAR .................................................................... 19

FIGURA 2.16 - MÓDULOS CONECTADOS EM SÉRIE ................................................................................................. 20

FIGURA 2.17 - MÓDULOS CONECTADOS EM PARALELO ........................................................................................... 20

FIGURA 2.18 - MÓDULOS CONECTADOS EM SERIE E PARALELO ................................................................................. 21

FIGURA 2.19 - DIODO DE BY-PASS ...................................................................................................................... 22

FIGURA 2.20 - DIODO DE BLOQUEIO ................................................................................................................... 23

FIGURA 2.21 – FUSÍVEIS DE FILEIRA LADO CC ....................................................................................................... 24

FIGURA 4.1 - ESPAÇO1 DISPONÍVEL NO TELHADO .................................................................................................. 35

FIGURA 4.2 - ESPAÇO2 DISPONÍVEL NO TELHADO .................................................................................................. 36

FIGURA 4.3 - PLANTA DO TELHADO ..................................................................................................................... 37

FIGURA 4.4 - CHAVE SECCIONADORA .................................................................................................................. 46

FIGURA 4.5 - CAIXA DO DSV ............................................................................................................................. 46

FIGURA 5.1 - PLACA SOLAR DA MARCA CANADIAN ................................................................................................. 51

FIGURA 5.2 - ORIENTAÇÃO DO TELHADO EM RELAÇÃO AO NORTE ............................................................................. 55

FIGURA 5.3 - ORIENTAÇÃO 1 E INCLINAÇÃO 1 DO TELHADO ..................................................................................... 56

FIGURA 5.4 - ORIENTAÇÃO 2 E INCLINAÇÃO 2 DA OUTRA METADE DO TELHADO ........................................................... 56

FIGURA 5.5 – FIXAÇÃO DO TRILHO E DOS MÓDULOS ............................................................................................... 57

FIGURA 5.6 – FIXAÇÃO DO TRILHONA TELHA ......................................................................................................... 58

FIGURA 5.7 – PARAFUSOS UTILIZADOS PARA A TELHA DE FIBROCIMENTO .................................................................... 58

FIGURA 5.8 – DISPOSIÇÃO DOS MÓDULOS NA MENOR ÁREA .................................................................................... 59

FIGURA 5.9 – DISPOSIÇÃO DOS MÓDULOS NA MAIOR ÁREA ..................................................................................... 60

FIGURA 5.10 - FOTO DO ACESSO AO TELHADO DO BLOCO F ..................................................................................... 60

FIGURA 5.11 - FOTO DO ACESSO A TODAS AS ÁREAS DO TELHADO DO BLOCO F ............................................................ 61

Page 12: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

xii

FIGURA 5.12 - FOTO DA PARTE DE TRÁS TELHADO DO BLOCO F................................................................................. 61

FIGURA 5.13 - FOTO DAS ORIENTAÇÕES NO TELHADO DO BLOCO F ............................................................................ 62

FIGURA 5.14 - RENDIMENTO ANUAL POR MÊS ...................................................................................................... 63

FIGURA 5.15 - DIAGRAMA DE PERDAS ANUAIS DO SISTEMA ..................................................................................... 64

Page 13: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

xiii

LISTA DE TABELAS

TABELA 3.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE GERAÇÃO............................................................................................. 26

TABELA 3.2 – CATEGORA DE CONEXÃO EM FUNÇÃO DA POTÊNCIA INSTALADA ............................................................. 29

TABELA 3.3 – ETAPAS DE ACESSO DE MICROGERADORES E MINIGERADORES AO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DA LIGHT ........... 32

TABELA 3.4 – CRITÉRIOS DO PRODIST ............................................................................................................... 32

TABELA 4.1 – ANÁLISE DO PERFIL DA CONTA DE LUZ ............................................................................................... 33

TABELA 4.2 – ANÁLISE DO CONSUMO DA CONTA EM 2015 ..................................................................................... 34

TABELA 4.3 – PERDAS NO SISTEMA FOTOVOLTAICO ................................................................................................ 48

TABELA 5.1 – HORAS DE SOL À PICO AO LONGO DO ANO ......................................................................................... 49

TABELA 5.2 – TEMEPERATURAS MÉDIAS MÁXIMAS................................................................................................. 47

TABELA 5.3 – CARACTERÍSTICAS DO MÓDULO FOTOVOLTAICO .................................................................................. 48

TABELA 5.4 – INEVRSOR 1 REFERENTE AO ESPAÇO1 ............................................................................................... 49

TABELA 5.6 – INVERSOR 2 REFERENTE AO ESPAÇO2 ............................................................................................... 49

TABELA 5.7 – ORGANIZAÇÃO DOS MÓDULOS NOS INVERSORES ................................................................................. 62

TABELA 5.8 – PARÂMETROS DE TENSÃO E CORRENTE COM O INVERSOR 1 ................................................................... 64

TABELA 5.9 – PARÂMETROS DE TENSÃO E CORRENTE COM O INVERSOR 2 ................................................................... 65

TABELA 6.1 – PREÇOS DOS EQUIPAMENTOS ......................................................................................................... 66

TABELA 6.2 – VALORES PRESENTES NA CONTA DE LUZ ............................................................................................. 68

TABELA 6.3 – IINFLAÇÃO CONSIDERADA E HFP PARA OS SEGUINTES ANOS ................................................................. 69

TABELA 6.4 – PREMISSAS CONSIDERADAS ............................................................................................................. 70

TABELA 6.5 – GERAÇÃO COM DEGRADAÇÃO DOS PAINÉIS ........................................................................................ 70

TABELA 6.6 – CONSUMO CONSIDERANDO A GERAÇÃO ............................................................................................ 71

TABELA 6.7 – COBRANÇA EM RELAÇÃO AO CONSUMO NO ANO ................................................................................ 71

TABELA 6.8 – CUSTOS TOTAIS ............................................................................................................................ 72

TABELA 6.9 – GERAÇÃO E ECONOMIA POR ANO .................................................................................................... 73

TABELA 6.10 – FLUXO DE CAIXA ......................................................................................................................... 74

TABELA 6.11 – RESULTADOS FINAIS .................................................................................................................... 75

Page 14: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

xiv

LISTA DE SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ABINEE Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CC/DC Corrente Contínua

CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica

CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito

DPS Dispositivo de Proteção Contra Surtos

DSV Dispositivo de Seccionamento Visível

Pn Potência nominal gerada por dia

Pp Potência nominal gerada por dia com perdas

FDG Fator de desempenho global

N Número de módulos fotovoltaicos

FV Fotovoltaico

HSP Horas de Sol à Pico

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços

IEA International Energy Agency

INMET Instituto Nacional de Meteorologia

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados

MPPT Maximum Power Point Tracking/Rastreador do ponto de máxima

potência

PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica do Sistema

Elétrico Nacional

SF Sistema Fotovoltaico

Page 15: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

xv

SFCR Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede

SONDA Sistema de Organização Conectado à rede

SWERA Solar and Wind Energy Resource Assessment

STC Standart Test Conditions

TIR Taxa Interna de Retorno

VPL Valor Presente Líquido

WP Watt-Pico

SIN Sistema Interligado Nacional

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

Page 16: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

1

1. INTRODUÇÃO

A elevação das tarifas energéticas nos últimos 3 anos cresceu mais de 50%, o que

fez com que os consumidores residenciais, indústrias e comércio se vissem na obrigação

de diminuírem o consumo de energia para conseguir pagar a conta. Isso aconteceu devido

à falta de chuvas e alteração no seu regime, levando a uma enorme crise hídrica nos

reservatórios brasileiros. E também, o aumento da população consequentemente do

consumo não acompanhando o aumento da geração de energia elétrica. Esses fatos

fizeram com que o governo tivesse que suprir a demanda com as usinas termelétricas o

que encareceu o preço da energia junto aos custos adicionais das Bandeira Tarifárias.

Com isso, foi decretado através do Decreto n°8401, de 5 de fevereiro de 2015, a

criação da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeira Tarifárias pela Câmara de

Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que se destina administrar os recursos

decorrentes da aplicação das bandeiras tarifárias que serão homologados pela Agência

Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), considerando a previsão de custos na geração por

fonte termelétrica e à exposição aos preços de liquidação no mercado de curto prazo que

afetem os agente de distribuição conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) [1].

No caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esses reajustes

tarifários minaram os planejamentos orçamentários para os anos subsequentes ao

Decreto, que tiveram um aumento aproximado de 50% sem haver aumento de consumo

e com isso, a universidade se viu em dificuldades para pagar essas despesas.

Consequentemente, houve atrasos e não pagamento regular de algumas faturas de conta

de energia elétrica o que levou a distribuidora local Light efetuar cortes de energia.

A partir disto, o projeto tem como objetivo minimizar os custos com energia

elétrica para um dos prédios da universidade, mostrando a viabilidade econômica de uma

geração fotovoltaica para rede e os benefícios para a população e meio ambiente

diminuindo, a demanda de geração das térmicas e hidrelétricas.

1.1. Motivação

A motivação principal deste trabalho é uma contribuição para soluções

sustentáveis para a UFRJ, visando o agora e o futuro, trazendo uma forma de amenizar

Page 17: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

2

os impactos pelos constantes aumentos tarifários e facilitar o pagamento dos atrasos com

a distribuidora local. O número de alunos matriculados na graduação da universidade

cresceu muitos nos últimos anos. Em apenas 4 anos, de 2013 a 2016, passou de 48.464

para 52.848 ou seja, um aumento de 10% para um período tão curto e sem nenhuma

mudança nas dimensões estruturais e capacidade de receber esses alunos. O que contribui

também com o aumento no consumo de energia elétrica.

Por conta desde cenário surgiram algumas políticas de incentivo ao consumo de

forma consciente de energia elétrica na UFRJ em parceria com a Prefeitura Universitária,

evitando-se desperdícios como: salas vazias com ar condionados ligado, luzes acesas no

período diurno, a modernização das subestações nos prédios e preparo para energia solar.

A partir dessas medidas de eficiência energética, pode-se prevenir o aumento da demanda

de energia na universidade mesmo com o aumento de alunos.

A UFRJ já possui alguns projetos voltados para a geração de energia solar, como

é o caso da implantação do estacionamento solar, em 2015, com geração distribuída, um

dos maiores do Brasil em área federal. O espaço ocupado por esse projeto implantado tem

aproximadamente 650𝑚2, com 414 módulos fotovoltaicos capazes de gerar 140 MWh ao

ano. Essa potência gerada é lançada direto na rede da Light, entrando no modo de

compensação por créditos de energia, reduzindo diretamente na conta de luz, amenizando

assim os gastos totais de todos os prédios do campus.

1.2. Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo principal dimensionar e apresentar a

instalação de um sistema fotovoltaico conectado à rede (SFCR) no bloco F do prédio de

Letras da UFRJ, contribuindo para a redução dos gastos com energia elétrica e

amenizando os consecutivos aumentos tarifários.

É objetivo também apresentar uma avaliação sobre a viabilidade técnico-

econômica do projeto, mostrando que os custos aplicados neste projeto são na realidade

um grande investimento financeiro. Calculando-se alguns indicadores comparativos do

mercado para a análise conclusiva.

Page 18: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

3

1.3. Justificativas

A escolha da energia fotovoltaica para o telhado se deu pelo fato de existir alta

radiação solar incidente no local, espaço disponível, facilidade de implantação e

possibilidade de controle sobre a manutenção do sistema de forma remota. O espaço físico

estudado e escolhido para o desenvolvimento do empreendimento não possui qualquer

tipo de projeto previsto, ou seja, está disponível para a viabilidade do mesmo.

1.4. Metodologia

A metodologia deste trabalho é baseada em uma minigeração geração fotovoltaica

conectada à rede, avaliando toda a viabilidade técnico-econômica durante o período de

eficiência previsto para os equipamentos 25 anos e mostrando os benefícios oferecidos

por esta tecnologia para todos os grupos e classes referentes ao tipo de clientela na

empresa distribuidora.

O dimensionamento neste projeto será feito através da análise da conta de luz do

prédio de Letras da UFRJ separando o consumo em horas de ponta e horas fora de ponta,

obtendo-se a energia consumida em média por dia. A partir dos dados solarimétricos, área

do local da instalação e da energia far-se-á um pré-cálculo do número aproximado de

módulos necessários para essa demanda, confirmando-se a viabilidade física do projeto.

Com isso, será escolhido o modelo do módulo utilizado, escolhendo-se a

configuração de distribuição do sistema no local e os inversores específicos para cada

área definida. A partir das especificações dos equipamentos calculam-se os arranjos para

cada inversor, os condutores CC e CA, seccionadores e DPS. E para concluir, será feito

um levantamento de todos os custos do projeto, de manutenção e de consumo; e os

rendimentos do sistema de geração, considerando os ajustes inflacionários da tarifa.

Juntando-se tudo em algumas tabelas pode-se calcular todos os indicadores financeiros

(payback, VPL e TIR) para avaliar a viabilidade técnico econômica do projeto.

1.5. Estrutura do Trabalho

Page 19: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

4

O trabalho foi estruturado da seguinte forma:

Neste Capítulo 1 é a introdução do projeto, apresentando a contextualização,

motivação, objetivos, metodologia, justificativas e estrutura do trabalho.

No Capítulo 2 é apresentado um breve resumo teórico sobre a geração de energia

solar fotovoltaica, mostrando o efeito fotovoltaico e os principais componentes deste

sistema.

No Capítulo 3, são introduzidas as resoluções normativas criadas pela agência

reguladora, os procedimentos para acesso, e parâmetros definidos pela distribuidora local

do projeto.

No Capítulo 4 é apresentado uma visão sobre a fatura da conta de luz em questão

e o dimensionamento teórico do projeto de acordo com as características estruturais do

telhado.

No Capítulo 5 é mostrado todo o dimensionamento do sistema fotovoltaico para

o prédio.

No Capítulo 6, é apresentada uma análise técnica da viabilidade econômica

contendo os resultados finais.

E, finalmente, a conclusão e sugestões de trabalhos futuros, são apresentadas no

Capítulo 7.

Page 20: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

5

CAPÍTULO 2 - ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

2.1. Energia Solar

O aproveitamento da energia gerada pelo Sol é uma das alternativas energéticas

mais promissoras para prover a energia elétrica necessária ao desenvolvimento da

humanidade de forma mais sustentável para o meio ambiente.

A energia solar trata-se de uma fonte inesgotável e gratuita, responsável também

pela origem de outras fontes de energia na Terra, como nas plantas, através da

fotossíntese, ou pela energia hidráulica, ao possibilitar a evaporação da água e iniciar o

ciclo das águas.

A radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica,

tanto para aquecimento de fluidos e ambientes quanto para geração de potência

mecânica/elétrica. E pode também ser convertida diretamente em energia elétrica por

meio de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico

e o fotovoltaico.

Dentre os aproveitamentos térmicos, tem-se dois tipos, o primeiro é através da

iluminação natural e aquecimento do ambiente, sendo denominado de aquecimento solar

passivo já que é proveniente diretamente da absorção da radiação solar; o segundo é no

aquecimento de fluidos feito com o uso de coletores (aquecimento de água, vide as Figura

2.1 e 2.2) ou concentradores solares (para temperaturas mais elevadas).

Figura 2.1 - Aquecedor Solar.

Page 21: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

6

Figura 2.2 – Esquemático aquecedor Solar.

A energia elétrica, por sua vez, é produzida diretamente pela conversão da energia

solar proveniente da consequência dos efeitos da radiação.

Durante a conversão de energia são obtidos os efeitos termoelétrico e fotovoltaico,

onde o calor é o responsável pelo efeito termoelétrico e, a luz (fóton) pelo efeito

fotovoltaico. O primeiro caracteriza-se pelo surgimento de uma diferença de potencial,

provocada pela junção de dois metais em condições especificas. No segundo, os fótons

contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica através das placas solares.

2.2. Radiação Solar

A distância entre a atmosfera do planeta Terra e o Sol ao longo do ano, caracteriza

a radiação solar. Essa distância pode variar entre 1,47 𝑥 108 e 1,52 𝑥 108 km, obtendo

Page 22: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

7

uma distância média de 1,495 𝑥 108 km. Desta forma, a densidade média anual do fluxo

energético proveniente da radiação solar (irradiância solar), quando medida num plano

perpendicular à direção da propagação dos raios solares no topo da atmosfera terrestre,

recebe o nome de “constante solar” e corresponde ao valor de 1.367 𝑊/𝑚2 [2].

A radiação solar possui alguns componentes que a representam. A radiação direta

é caracterizada pela componente que atinge a superfície da Terra sem sofrer qualquer

interferência ao atravessar a atmosfera.

A radiação difusa, por outro lado, ocorre quando a luz solar sofre algum

espelhamento por alguns componentes atmosféricos, como nuvens, poeiras e outros.

Por fim, as componentes da radiação solar, a radiação refletida ou Albedo,

corresponde à luz solar que é refletida a partir do solo. Para auxiliar o entendimento da

radiação solar, segue a Figura 2.3.

Figura 2.3 - Componentes da radiação solar.

Com isso, as componentes de radiação se distribuem em: Radiação Solar Global

(ou horizontal) e Radiação solar total (ou inclinada).

A Radiação Solar Global corresponde às componentes direta e difusa recebidas

em uma superfície plana horizontal.

A Radiação Solar total é composta pelas componentes direta, difusa e a refletida

(albedo), que são recebidas em uma superfície plana com qualquer inclinação.

2.3. A Posição do Sol-Terra

Page 23: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

8

O planeta Terra, em seu movimento anual em torno do Sol, descreve uma trajetória

elíptica. O seu eixo em relação ao plano do Equador apresenta uma inclinação de

aproximadamente 23,45˚, denominado Declinação Solar (𝛿). Essa inclinação, juntamente

com o movimento de translação do planeta Terra, dá origem às estações do ano, conforme

se observa na Figura 2.4.

Figura 2.4 - Estações do Ano.

Percebe-se que a inclinação da Terra provoca variações na duração dos dias ao

longo de sua trajetória em torno do sol, podendo ser observada em uma determinada

localidade:

Dias mais longos: hemisfério sul, no solstício de verão.

Dias mais curtos: hemisfério sul, no solstício de inverno.

Outra observação que merece destaque é que no Equador a duração dos dias é

sempre igual e nas suas proximidades as variações são pequenas ao longo do ano.

A declinação solar pode ser calculada utilizando:

𝑠𝑒𝑛(𝛿) = −𝑠𝑒𝑛(23,45) cos [(360

365,25) (𝑛 + 10)] (2.1)

Onde:

Page 24: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

9

𝛿 – Declinação solar;

𝑛 – É o número do dia do ano contado a partir do dia 1 de janeiro;

O movimento aparente do Sol consiste no ângulo de declinação solar com a

posição da latitude local para um determinado dia.

Por outro lado, as relações geométricas entre os raios solares, que variam de

acordo com o movimento aparente do sol e a superfície da terra, são descritas da seguinte

forma:

Ângulo de incidência (𝜃): É o ângulo formado entre os raios do sol e a normal à

superfície de captação;

Ângulo azimutal da superfície (𝛾): É o ângulo entre o norte geográfico e a

projeção da reta normal à superfície no plano horizontal. O deslocamento angular

é tomado a partir do norte, sendo positivo no sentido leste e negativo no oeste,

variando entre −180° 𝑒 180°;

Ângulo Azimutal do sol (𝛾𝑠): também chamado de azimute solar, é o ângulo entre

o norte geográfico e a projeção do raio solar no plano horizontal. O deslocamento

angular é tomado a partir do norte, sendo positivo no sentido leste e negativo no

oeste, Variando entre −180° 𝑒 180°;

Altura ou Elevação solar (𝛼): é o ângulo compreendido entre os raios do Sol e a

projeção dos mesmos sobre o plano horizontal;

Inclinação da superfície (𝛽): é o ângulo de menor declive entre a superfície e o

plano vertical, variando entre 0° 𝑒 90°;

Hora Angular (𝜔): é o ângulo diedro com aresta no eixo de rotação da terra,

formado pelo semiplano que contém o Sol e o semiplano que contém o meridiano

local. Podendo variar entre −180° 𝑒 180°, sendo os valores negativos para o

período da manhã, e os positivos para o da tarde e o zero ao meio-dia;

Ângulo Zenital(𝜃𝑧): é o ângulo com vértice no observador e formado pelas semi-

retas definidas pela direção do Sol e a vertical (zênite).

Os ângulos estão representados na Figura 2.5 e na Figura 2.6.

Page 25: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

10

Figura 2.5 - Posição do sol em relação ao plano Horizontal. [2]. (CRESESB – CEPEL)

Figura 2.6 - Orientação de uma superfície inclinada em relação ao mesmo plano [2]. (CRESESB –

CEPEL)

2.4. Efeito Fotovoltaico

O efeito fotovoltaico ocorre nas células fotovoltaicas, que, uma vez expostas a

radiação solar, provocam uma diferença de potencial nos terminais do material

semicondutor. O conjunto dessas células denominam os módulos fotovoltaicos e são

feitos através de lâminas de silício com elevado grau de pureza.

Durante o processo de fabricação destas células, o silício sofre acréscimo de

outros materiais que o ajudam a desempenhar sua função corretamente. Este processo é

chamado de dopagem e pode ser feito com os elementos Fósforo e Boro.

Page 26: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

11

Os átomos de silício formam uma rede cristalina, formando quatro elétrons de

ligação que se ligam aos vizinhos. Ao adicionar o elemento Fósforo (dopante n), que

possui cinco elétrons em sua camada de valência, tem-se um elétron sobrando, o que faz

com que a sua ligação ao átomo de origem, torne-se fraca. Neste caso, o material ficará

negativamente carregado, caracterizando o semicondutor do tipo N. Ao adicionar o

elemento Boro, que possui três elétrons em sua camada de valência, faz-se surgir uma

lacuna vazia para completar a ligação covalente com o átomo de silício, tornando o

material carregado positivamente, caracterizando-o como semicondutor do tipo P.

Figura 2.7 - Funcionamento de uma célula fotovoltaica.

A Figura 2.7 mostra o funcionamento de uma célula fotovoltaica. O material

semicondutor isolado não produz energia, ou seja, cada célula é composta por uma

camada mais fina do semicondutor do tipo N e uma mais espessa do semicondutor do tipo

P, o que caracteriza a junção PN.

As células fotovoltaicas, ao serem expostas à radiação solar, acabam

possibilitando que os elétrons livres da camada N migrem para as lacunas da camada P.

Ao conectar as zonas metálicas de ligação em cada extremidade dos semicondutores, cria-

se um caminho para os elétrons e, desta forma, é gerada uma corrente elétrica a qual

poderá ser aproveitada.

2.5. Células Fotovoltaicas

As células fotovoltaicas são dispositivos elétricos capazes de converterem a luz

da radiação solar em energia elétrica por meio de efeito fotovoltaico, são compostas por

Page 27: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

12

semicondutores. Um conjunto dessas células dá origem aos módulos fotovoltaicos que

são utilizados na captura de energia solar.

A tecnologia na fabricação destas células pode ser classificada através de três

gerações:

Primeira geração: fabricação através do silício cristalino (mono e poli).

Segunda geração: fabricação através do silício amorfo ou filmes finos de

semicondutores

Terceira geração: fabricação de painéis híbridos HJT.

2.5.1. Primeira Geração

As células mais utilizadas e comercializadas hoje no mundo são feitas através do

silício (mono e poli cristalino). E de acordo com o estudo feito pelo Instituto de Energia

Solar da Alemanha[3], a de maior utilização é a de poli cristalino por conta do preço

mantendo uma eficiência ótima.

As células fabricadas pelo silício monocristalino (m-Si) possuem uma eficiência

em média de 15 a 21 %, quando em comparação ao policristalino (p-Si), que possuem em

média, de 13 a 18% de eficiência [4]. Porém, através de novas técnicas utilizadas na

fabricação a eficiência vem aumentando constantemente.

A grande diferença entre elas se encontra no processo de fabricação de cada tipo.

As células de monocristalino são chamadas desta forma por possuir uma estrutura única

(homogênea, mono) em toda a sua extensão. Para sua fabricação é necessário que o grau

de pureza do silício seja de 99,9999%. Contudo, observa-se que a obtenção deste grau de

pureza é mais cara do que a fabricação dos policristalino [4].

Já as células policristalino, apesar de possuírem basicamente técnica similar de

fabricação à de monocristalino, possuem um gasto consideravelmente menor e um menor

rigor no controle do processo de fabricação, menor pureza do silício. A Figura 2.8, mostra

os aspectos visuais de ambos os tipos [4].

Page 28: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

13

Figura 2.8 - Células mono e poli cristalinos.

2.5.2. Segunda Geração

A segunda geração é caracterizada pela produção das células do tipo filmes finos

semicondutores, que são fabricadas por meio de um processo de depósito de camadas

finas sobre um substrato. Esse material pode possuir qualquer tipo de forma e

flexibilidade, e normalmente são revestidas por vidro, plástico ou metal.

Em sua fabricação, os semicondutores mais utilizados são: silício amorfo (a-Si),

telureto de cadmio (CdTe) ou disseleneto de cobre índio gálio (CIGS). Sua produção têm

um gasto menor de energia, porém, sua eficiência também é menor. Outro detalhe

importante deste tipo de célula solar é que sua eficiência diminui acentuadamente logo

nos primeiros meses após sua instalação.

Eficiência de cada tipo de filme fino:

Silício amorfo (a-Si): 4 a 8 %

Telureto de Cadmio (CdTe): 10 a 11%

Disseleneto de cobre índio gálio (CIGS): 7 a 12%

Uma grande vantagem de sua utilização é a flexibilidade de instalação em

qualquer tipo de superfície, como, se verifica na Figura 2.9:

Page 29: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

14

Figura 2.9 - Células de filme finos.

2.5.3. Terceira Geração

Esta nova geração no mercado é conhecida por Heterojunção, um painel híbrido

(Figura 2.10) em sua produção que tem como objetivo alcançar altos níveis de eficiência.

Além disso, propõem a utilização de materiais não tóxicos na sua fabricação. Essas

células são baseadas em um único band-gap eletrônico e possuem o potencial de

ultrapassar o limite de Shockley-Queisser[5]. Um dos fatores que possibilita esse aumento

de eficiência é por suportar temperaturas mais altas, diminuindo-se as perdas. Esta

tecnologia ainda não se encontra no Brasil.

Figura 2.10 - Painel híbrido.

Page 30: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

15

2.6. Noções do Sistema Fotovoltaico[24]

Um sistema fotovoltaico (SF) é classificado de acordo com a configuração do

sistema. Eles podem ser do tipo ligados à rede, autônomos ou híbridos. O sistema hibrido

normalmente utiliza baterias para armazenamento de energia.

Este projeto consiste em um sistema ligado à rede, onde toda energia gerada será

injetada na rede elétrica sem armazenamento de energia. Desta forma, a energia gerada

irá conceder créditos ao usuário. Todo dimensionamento dos equipamentos será projetado

para este tipo de ligação.

2.6.1. Módulos Fotovoltaicos

O modulo fotovoltaico representa uma quantidade de células fotovoltaicas em

série e paralelo, visto que cada célula possui uma tensão de saída realmente baixa,

podendo variar entre 0,5 𝑉 e 0,8 𝑉. Esses módulos são fabricados com o objetivo de

serem colocados em série ou em paralelo de acordo com a configuração desejada para o

projeto e, desta forma, são formados os arranjos fotovoltaicos.

Segundo dispõe a norma NBR 10899, a hipótese mostrada na Figura 2.11 pode

ser usada durante um projeto para representar:

Figura 2.11 - Norma de representação do módulo fotovoltaico.

Page 31: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

16

Uma célula Solar

Uma Série de Células Solares

Módulos fotovoltaicos

Arranjo fotovoltaico

Planta fotovoltaica

2.6.2. Características Elétricas

A principal característica disponibilizada pelo fabricante dos módulos

fotovoltaicos é a potência máxima de saída que pode ser atingida, e é chamada de watt-

pico (Wp). Para um projeto, faz-se necessária a avaliação de outros parâmetros, como,

por exemplo, tensão de circuito aberto (𝑉𝑂𝐶), corrente de curto circuito (𝐼𝑆𝐶).

2.6.2.1. Tensão de Circuito Aberto

A tensão de circuito aberto (𝑉𝑂𝐶) é encontrada quando o módulo está

desconectado da carga a ser alimentada. Desta forma, não existe corrente elétrica

circulando e possui o maior valor de tensão que o modulo pode atingir. Para conseguir

esse valor, o teste é realizado com um voltímetro ligado em seus terminais de saída e

colocando o painel em condições padronizadas de teste.

2.6.2.2. Corrente de Curto Circuito

A corrente de curto circuito (𝐼𝑆𝐶) é a maior corrente que o módulo pode conseguir

ao se curto-circuitar seus terminais, sendo a tensão em seus terminais igual a zero. O teste

realizado para descobrir a corrente de curto circuito se utiliza da instalação de um

amperímetro em seus terminais, curto circuitando os terminais de saída, sendo realizada

em condições nominais de teste.

Page 32: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

17

2.6.2.3. Curva Característica 𝑰𝒙𝑽

A curva 𝐼x𝑉 (corrente-tensão) na Figura 2.12, é caracterizada por apresentar a

potência fornecida pelo módulo, e cada ponto da curva representa a potência gerada

dependendo de sua condição de operação (irradiação solar e temperatura de operação).

Essa curva também pode indicar o fator de forma (FF) e a eficiência do modulo (𝜂).

Figura 2.12 - Curva característica IxV

2.6.2.4. Curva 𝑷𝒙𝑽

A curva Potência com a Tensão 𝑃x𝑉, pode sofrer variações de acordo com as

condições operativas, como a temperatura de operação e a irradiação solar.

O grande destaque da curva 𝑃x𝑉 é o ponto de máxima potência (𝑀𝑃𝑃), em que

podem ser adquiridas a tensão no ponto de máxima potencia (𝑉𝑀𝑃𝑃) e a corrente no ponto

de máxima potência (𝐼𝑀𝑃𝑃), conforme na Figura 2.13 [2].

Figura 2.13 - Curva PxV

Page 33: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

18

Diante disso, é de fácil percepção que a amplitude da 𝑉𝑀𝑃 é menor que a 𝑉𝑜𝑐 pois,

neste caso, o módulo está conectado a uma carga.

2.6.2.5. Fator de Forma (𝑭𝑭)

O FF é uma forma de analisar a qualidade das células nos módulos fotovoltaicos.

Ela se caracteriza através do quanto a curva característica 𝐼x𝑉 se aproxima de um

retângulo como mostra a Figura 12. Sua definição é:

𝐹𝐹 =𝐼𝑀𝑃𝑃𝑥𝑉𝑀𝑃𝑃

𝐼𝑠𝑐𝑥𝑉𝑜𝑐 (2.2)

2.6.2.6. Eficiência dos Módulos

A eficiência é um parâmetro que define quão efetivo é o processo de conversão

de energia solar em energia elétrica [2].

Sua definição é:

𝜂 =𝐼𝑀𝑃𝑃𝑥𝑉𝑀𝑃𝑃

𝐴 𝑥 𝐼𝑐 (2.3)

Onde:

𝐴 = Área útil do modulo (𝑚2)

𝐼𝑐 = Luz incidente – Potência luminosa incidente (𝑊𝑚2⁄ )

2.6.2.7. Temperatura e Intensidade luminosa

As curvas sofrem influências diretas de acordo com as condições operacionais do

SF, principalmente ao falar sobre intensidade luminosa e temperatura.

A corrente produzida pelos módulos é diretamente proporcional à irradiância solar

ou intensidade luminosa, ou seja, quanto menor a irradiância, menor a corrente produzida,

como mostra a Figura 2.14.

Page 34: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

19

Figura 2.14 - Irradiância Solar

A temperatura ambiente implica diretamente nas temperaturas das células que

compõe o módulo fotovoltaico. A Figura 2.15, indica que há uma queda de tensão com o

aumento da temperatura da célula. A corrente sofre uma elevação muito pequena,

praticamente desprezível.

Figura 2.15 - Influência da Temperatura sobre o módulo solar

2.6.3. Características das conexões

Os critérios adotados pelo projeto irão indicar os tipos de associações feitas pelos

módulos fotovoltaicos. Eles podem ser conectados em série e/ou em paralelo. Os efeitos

da tensão e da corrente são os mesmos para os dispositivos fotovoltaicos.

Page 35: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

20

Para as conexões em série, o terminal positivo de um módulo é conectado ao

terminal negativo de outro módulo e assim por diante. Neste caso, a conexão dos

dispositivos em série faz com que as tensões sejam somadas e a corrente elétrica do

sistema inalterada. Exemplo na Figura 2.16.

Figura 2.16 - Módulos conectados em série

Para indicar a soma das tensões e a mesma corrente no sistema conectado em série,

tem-se:

𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 + ⋯ + 𝑉𝑛 (2.4)

𝐼 = 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼3 = ⋯ = 𝐼𝑛 (2.5)

Já para as conexões feitas em paralelo, o terminal positivo é ligado no terminal

positivo e o terminal negativo é ligado no terminal negativo. Desta forma, os dispositivos

apresentam a mesma tensão e somam as correntes. Exemplo na Figura 2.17.

Figura 2.27 - Módulos conectados em paralelo

Para indicar a conexão em paralelo, tem-se:

𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 + ⋯ + 𝐼𝑛 (2.6)

𝑉 = 𝑉1 = 𝑉2 = ⋯ = 𝑉𝑛 (2.7)

A Figura 2.18 nos mostra a conexão de nove módulos fotovoltaicos idênticos,

sendo que três de cada estão ligados em série, podendo ser notado o aumento na tensão

em cada acréscimo de módulo. De mesmo modo, tem-se 3 (três) fileiras em paralelo,

indicando o aumento de corrente a cada acréscimo em paralelo.

Page 36: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

21

Figura 2.38 - Módulos conectados em serie e paralelo

2.7. Dispositivos Utilizados em um SF

2.7.1. Inversores

O dispositivo chamado inversor é também conhecido como conversor CC-CA, e

ele é o responsável por converter energia elétrica de uma fonte em corrente contínua (CC)

para corrente alternada (CA).

Atualmente, existem basicamente dois tipos de inversores no mercado: os

inversores de rede conhecido como Grid-tie e os inversores autônomos, também

conhecidos como Stand-Alone. O tipo de inversor a ser escolhido irá depender do tipo de

projeto. A diferença entre eles é que o primeiro trabalha conectado à rede elétrica e o

segundo isolado.

Os inversores Grid-Tie transferem energia diretamente ao quadro de distribuição

elétrica. Eles permitem que o usuário possa consumir a energia produzida pelos módulos

fotovoltaicos, ou até mesmo injetar à rede elétrica quando não for consumida.

Esses equipamentos utilizados normalmente apresentam uma característica muito

interessante, que seria um algoritmo de controle, implementando em um micro

controlador eletrônico chamado de MPPT – Maximum power point tracker, o qual é

responsável pela regulagem da tensão nos terminais do sistema fotovoltaico, a fim de se

obter a máxima potência produzida pelo módulo.

Page 37: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

22

2.7.2. Diodo de Desvio e de Bloqueio

Em circuitos fotovoltaicos existem diodos de desvio (by-pass), que são utilizados

a fim de evitar pontos quentes nas placas solares, limitando, assim, a dissipação de

potência no conjunto células sombreadas. Desta maneira, a perda de energia e o risco de

danificar o modulo fotovoltaico são reduzidos.

Os diodos de desvio são encontrados dentro da caixa de conexão, e são conectados

em antiparalelo com um conjunto de 15 (quinze) a 30 (trinta) células em série para cada

diodo. Eles devem suportar a mesma corrente das células.

Desta maneira, a proteção ocorre, pois, com o diodo de desvio, a máxima potência

dissipada em uma das células seria a potência do conjunto que o diodo envolve.

Figura 2.49 - Diodo de by-pass

A Figura 2.19 [2] mostra o funcionamento do diodo de by-pass. Normalmente, os

módulos fotovoltaicos já incluem o diodo de passagem.

Já o diodo de bloqueio também utilizado para proteção do sistema fotovoltaico,

tem por objetivo impedir o fluxo de corrente de um conjunto de painéis conectados em

serie com tensão maior para um com tensão menor.

Ele também é utilizado em sistemas híbridos, que possuem baterias para

armazenamento. Possui o objetivo de impedir descargas noturnas das baterias, já que a

Page 38: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

23

noite os módulos podem produzir uma corrente reversa, o que por consequência gera

descarga das baterias. A Figura 2.20 mostra o local de instalação dos diodos de bloqueio:

Figura 2.20 - Diodo de bloqueio

2.7.3. Seguidor do Ponto de Máxima Potência (𝑴𝑷𝑷𝑻)

Os níveis de radiação e de temperatura variam ao longo do dia e,

consequentemente, o ponto de máxima potência varia dentro de uma faixa de valores.

Para conseguir um rendimento maior da geração, utiliza-se um sistema de controle capaz

de rastrear o ponto de máxima potência.

2.7.4. Fusíveis de Fileira (Lado CC)

Os fusíveis de fileira estão localizados no lado CC do sistema fotovoltaico e

possuem o objetivo de proteger os condutores contra sobrecarga.

Page 39: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

24

Figura 2.21 – Fusíveis de Fileira no lado CC

2.7.5. Disjuntores

O disjuntor é capaz de interromper correntes anormais do sistema, antes que a

corrente cause danos ao circuito, e o seu dimensionamento é feito de acordo com o projeto

do sistema fotovoltaico.

2.7.6. Aterramento e Proteção contra Descargas Atmosféricas

Uma forma de proteger os circuitos elétricos é o sistema de aterramento. Ele

fornece um caminho de baixa resistência de um ponto aterrado no sistema para a terra, de

forma que a corrente de curto circuito possa ser dissipada com segurança.

O sistema de proteção contra descargas atmosféricas fica a critério do projetista,

já que nos inversores mais modernos tal proteção já está inclusa. Sua proteção é feita em

ambos os lados, tanto no lado CC quanto no lado CA.

2.7.7. Medidores de Energia

Page 40: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

25

Os medidores de energia possuem a função de obter a medição do quanto de

energia será injetada na rede durante a geração do SFCR e quanto será consumido,

portanto, são medidores bidirecional.

Page 41: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

26

CAPÍTULO 3 - REGULAMENTAÇÕES PARA GERAÇÃO

FOTOVOLTAICA

O Brasil, pressionado pelo crescimento da geração FV no mundo, fontes

alternativas e demanda interna, se viu na obrigação de regulamentar e incentivar a

utilização de fontes alternativas de energia, de modo a ampliar a sua matriz energética.

Em abril de 2012, a ANEEL, que é a autarquia responsável pela regulamentação do setor

elétrico brasileiro, votou e publicou a Resolução Normativa 482 [6] que instituiu o

sistema de compensação de energia. Esse mecanismo legal que permite a um particular

gerar sua própria energia e utilizar a rede de distribuição como suporte para seu sistema

gerador.

Inicialmente, isso trouxe dois problemas para as concessionárias de distribuição

de energia elétrica: a criação de padrões e normas para avaliação e aceitação dos projetos;

e a alteração de seu sistema de faturamento para considerar o recebimento de créditos

energéticos, devolvendo-os para os respectivos autoprodutores de energia. Com isso,

foram necessárias alterações nos documentos que compõe os Procedimentos de

Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional, PRODIST.

Com o passar dos anos, a ANEEL se viu forçada a atualizar a normativa provendo

melhorias como: facilitar o acesso à rede, reduzindo os prazos para avaliação de projetos

e também, a quantidade de documentos pedidos na solicitação de acesso; e novas

modalidades de compensação de energia com a geração compartilhada, permitindo a

criação de cooperativas e/ou consórcios que permitem a divisão de créditos energéticos

entre pessoas físicas e jurídicas. Com isso, foi criada a Resolução Normativa 687 [7], em

novembro de 2015, alterando alguns aspectos da RN-482/2012.

A partir da RN-687/2105, houve uma nova divisão da classificação dos tipos de

geração quanto à potência instalada, que está mostrada na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Classificação dos tipos de geração

Tipo de geração distribuída Potência instalada

Microgeração 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡 ≤ 75 𝑘𝑊

Minigeração 75 𝑘𝑊 ≤ 𝑃𝑖𝑛𝑠𝑡 ≤ 5𝑀𝑊

Page 42: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

27

Um aspecto muito importante da normativa é o modelo de crédito gerado

acumulado a partir da energia ativa injetada no sistema de distribuição, em quantidade de

energia ativa a ser consumida por um prazo máximo de 60 (sessenta) meses.

Hoje, há incentivos fiscais nas importações (IPI) de módulos fotovoltaicos e

equipamentos associados como, cabeamentos, presilhas e partes de mecânicas de suporte.

Houve no Rio de Janeiro, votação para incentivos fiscais decretados por lei estadual no

ano de 2015 (Lei nº 7.122 RJ) com isenção de ICMS em 100% (cem por cento) incidente

sobre todos os equipamentos utilizados para geração fotovoltaica incluindo os inversores.

Além disso, incentivos para implementação em ambientes públicos, prédios, construções,

comunidades e escolas por parte do Estado vigente, porém todos esses itens foram vetados

em votação na ALERJ (Assembleia Legislativa Estadual do Rio de Janeiro).

3.1. Requisito de Acesso

Os requisitos de acesso de um sistema de microgeração e minigeração distribuída

cabem a distribuidora local defini-los. No caso da localidade para o projeto no prédio da

Faculdade de Letras-UFRJ no Rio de Janeiro tem-se as definições da Light quanto aos

procedimentos de acesso, padrões de projeto, critérios técnicos e operacionais.

A solicitação de acesso é o pedido formal de análise de conexão à rede, feito pelo

acessante (consumidor) ¸ que ao ser entregue à distribuidora, tem prioridade de

atendimento de acordo com a data do protocolo.

A RN-482/2012 não listava os documentos necessários para se requerer a conexão

formal à rede. Isso ficava a cargo das distribuidoras. Já a RN-687/2015 possui formulários

de solicitação de acesso para microgeração distribuída com potência inferior ou igual a

10kW, para potência superior a 10kW e para minigeração distribuída.

Para o caso do projeto, será utilizada a minigeração distribuída que exige os

seguintes itens pela ANEEL:

Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do Responsável técnico

pelo projeto elétrico e instalação do sistema de minigeração.

Projeto elétrico das instalações de conexão, memorial descritivo.

Estágio atual do empreendimento, cronograma de implementação e

expansão.

Page 43: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

28

Diagrama unifilar e de blocos do sistema de geração, carga e proteção.

Dados necessários ao registro da central geradora conforme disponível

no site da ANEEL.

Número de registro do INMETRO ou certificado de conformidade às

regras brasileiras (ou equivalentes internacionais) dos inversores para

tensão nominal com a rede.

Lista de unidades consumidoras participantes do sistema de

compensação (se houver) indicando a porcentagem de rateio de créditos

e o enquadramento conforme incisos VI a VIII do art. 2° da RN-

482/2012.

Cópia de instrumento jurídico que comprove o compromisso de

solidariedade entre os integrantes (se houver).

Documentos que comprovem o reconhecimento da ANEEL, da

cogeração qualificada (se houver).

E mais alguns itens exigidos pela distribuidora Light, no caso de uma potência

instalada superior a 10kW e para minigeração, como:

Formulário de Solicitação para Energia Alternativa que se encontra no

site [8].

Diagrama Trifilar, esquemáticos e funcionais, cópia dos manuais

técnicos dos relés e inversores, descritivo operacional da planta da

geração.

Carta de credenciamento assinada pelo proprietário ou se representante

legal, apresentando profissional ou empresa de engenharia, habilitados

pelo CREA-RJ, contratados como responsáveis técnicos e autorizados

para tratar questões técnicas e comerciais atinentes ao processo de

solicitação de fornecimento de energia elétrica.

A Tabela 3.2 é referente às categorias de conexão em função da potência para

microgeração ou minigeração distribuída de acordo com a distribuidora Light [9][10].

Tabela 3.2 – Categoria de conexão em função de potência instalada

Potência de Geração instalada Categoria de conexão

<10kW Monofásico, bifásico e trifásico

10 a 1000kW Trifásico

Page 44: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

29

<15kW (Rede Rural monofásica com

transformador exclusivo)

Monofásico

3.2. Procedimento de Acesso

A proposta do projeto é a viabilização de um SFCR no prédio de Letras na

Universidade Federal do Rio de Janeiro, localizada na Ilha Universitária, onde o

fornecimento de energia elétrica para o prédio é feito pela concessionária Light.

Os procedimentos de acesso ao sistema de distribuição da Light aplicam-se tanto

para novos acessantes quanto para alteração de geração. Para atender as necessidades da

concessionaria é necessário cumprir as etapas de solicitação de acesso e parecer de acesso.

Essas etapas são indicadas na Tabela 3.3.

Tabela 3.3 - Etapas de acesso de microgeração e minigeração ao sistema de distribuição da Light

ETAPA AÇÃO RESPONSÁVEL PRAZO

1. Solicitação

de acesso

(a) Formalização da solicitação de

acesso, com o encaminhamento

de documentação, dados e

informações pertinentes, bem

como dos estudos realizados.

Acessante -

(b) Recebimento da solicitação de

acesso.

Distribuidora -

(c) Solução de pendências

relativas às informações

solicitadas

Acessante Até 60 (sessenta) dias

após a ação 1(b)

2. Parecer de

acesso

(a) Emissão de parecer com a

definição das condições de

acesso.

Distribuidora Se houver necessidade

de execução de obras

de reforço ou de

ampliação no sistema

de distribuição, até 60

(sessenta) dias após a

ação 1(b) ou 1(c). Caso

contrário, até 30

(trinta) dias.

Page 45: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

30

3. Contratos (a) Acordo Operativo ou

Relacionamento Operacional

Acessante e

Distribuidora

Acordo Operativo até a

ação 5(b),

Relacionamento

Operacional até a ação

2(a).

4. Implantação

da conexão

(a) Solicitação de vistoria Acessante Até 120 (cento e vinte)

dias após a ação 2(a)

(b) Realização de vistoria Distribuidora Até 7 (sete) dias após a

ação 4(a)

(c) Entrega para acessante do

Relatório de comissionamento.

Distribuidora Até 5 (cinco) dias após

a ação 4(b)

5. Aprovação

do ponto de

conexão

(a) Adequação das condicionantes

do Relatório de vistoria

Acessante Definido pelo

acessante

(b) Aprovação do ponto de

conexão, adequação do sistema

de medição e início do sistema de

compensação de energia,

liberando a microgeração e

minigeração para sua efetiva

conexão

Distribuidora Até 7 (sete) dias após a

ação 4(b), desde que

não haja pendências.

3.3 Parecer de Acesso

O parecer de acesso é o documento formal obrigatório apresentado pela Light,

sem cobrança ao acessante, onde estão informadas as condições de acesso, a conexão, o

uso e os requisitos técnicos que permitem a instalação por parte do acessante, com os

prazos definidos.

Como visto na Tabela 3.3, o prazo para o parecer de acesso é de 30 (trinta) dias se

não houver necessidade de obras estruturais de reforço e 60 (sessenta) dias se houver.

Para o presente projeto não há a necessidade de reforços estruturais.

3.4 Medição do Faturamento

O sistema de medição de energia utilizado nas unidades consumidoras que façam

solicitação de conexão seja de Microgeração ou Minigeração deve ser bidimensional para

Page 46: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

31

possibilitar tanto a energia ativa injetada na rede quanto a energia ativa sendo consumida

pela rede.

Como definido pela NR-687 para Microgeração, fica a cargo da distribuidora,

Light, a responsabilidade de fornecimento do sistema de medição, instalação, operação e

manutenção, incluindo-se os custos quaisquer de substituição futura. Já para o caso do

trabalho proposto, para a Minigeração distribuída, o acessante é o responsável por arcar

com os custos do sistema de medição e por quaisquer adequações do mesmo por parte da

Light.

3.5 PRODIST

Desde a criação da ANEEL em 1996, os documentos que compõe o PRODIST

[11] são aplicados para a normatização e padronização do sistema de distribuição de

energia elétrica no Brasil. Composto, atualmente, por 10 (dez) documentos chamados de

módulos, cada qual com uma devida função. Os módulos são:

Módulo 1 – Introdução

Módulo 2 – Planejamento da expansão do sistema de distribuição

Módulo 3 – Acesso ao sistema de distribuição

Módulo 4 – Procedimentos operativos do sistema de distribuição

Módulo 5 – Sistemas de medição

Módulo 6 – Informações requeridas e obrigações

Módulo 7 – Cálculo de perdas na distribuição

Módulo 8 – Qualidade da energia elétrica

Módulo 9 – Ressarcimento de danos elétricos

Módulo 10 – Sistema de informação geográfica regulatório

3.6 Requisitos de proteção de interligação da conexão

Os requisitos mínimos de proteção de interligação exigidos ao acessante, que se

conectam à rede da Light, seguem as determinações do PRODIST, conforme a Tabela

3.4.

Page 47: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

32

Tabela 3.4 – Critérios do PRODIST

Equipamento Potência instalada

Menor ou igual a

75kW

Maior que 75kW e

menor ou igual a

500kW

Maior que

500kW e menor

ou igual a 5MW

Elemento de

desconexão

(DSP*)

Sim Sim Sim

Elemento de

interrupção (1)

Sim Sim Sim

Transformador de

acoplamento (2)

Não Sim Sim

Proteção de sub e

sobretensão

Sim Sim Sim

Proteção de sub e

sobrefrequência

Sim Sim Sim

Proteção contra

desequilíbrio de

corrente

Não Não Sim

Proteção contra

desbalanço de

tensão

Não Não Sim

Sobrecorrente

direcional

Não Sim Sim

Sobrecorrente

com restrição de

tensão

Não Não Sim

Proteção de

sobrecorrente

Sim

Sim Sim

Relé de

sincronismo

Sim (3) Sim (3) Sim (3)

Anti-ilhamento Sim (4) Sim (4) Sim (4)

Page 48: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

33

*DSP: Dispositivo conhecido como Chave seccionadora, onde deve ser visível e

acessível para garantir a desconexão da central geradora durante manutenção

em seu sistema.

(1). Elemento de desconexão e interrupção automático acionado por proteção a

microgeradores e por comando e/ou proteção para minigeradores distribuídos.

(2). Transformador de interface entre a unidade consumidora e rede de

distribuição, exigência para os acessantes conectados à rede em Média Tensão.

(3). Para acessantes com interface inversora, não é necessário relé de

sincronismo específico, mas um sistema eletroeletrônico que realize o

sincronismo com a frequência da rede e que produza uma saída capaz de operar

na lógica de atuação do elemento de interrupção, de maneira que somente

ocorra a conexão com a rede após o sincronismo ter sido atingido.

(4). No caso de operação em ilha do acessante, a proteção de anti-ilhamento

deve garantir a desconexão física entre a rede de distribuição e as instalações

elétricas internas à unidade consumidora, incluindo a parcela de carga e de

geração, sendo vedada a conexão ao sistema da distribuidora durante a

interrupção do fornecimento.

Para o relé de sincronismo, o inversor emula a tensão da rede, definindo-se assim

a frequência de comutação interna, com o intuito de maximizar a produção dos arranjos

fotovoltaicos. Desta forma, o inversor está sempre em sincronismo com a rede, uma vez

que a referência de tensão sai dos parâmetros estabelecidos e o isola do circuito da planta

e da rede, interrompendo a produção. O sincronismo e religamento são automáticos,

assim que o inversor apresentar condições de operação normais.

Page 49: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

34

CAPÍTULO 4 – DIMENSIONAMENTO TEÓRICO

Este capítulo tem por objetivo mostrar todo dimensionamento teórico do projeto.

Primeiramente, uma avaliação da conta de luz e a demanda de energia por ano, mês e dia;

segundamente, o potencial de geração para a área disponível no espaço físico, dados

solarimétricos e softwares utilizados. E, finalmente, os cálculos para a definição dos

módulos (quantidade e disposição), potência dos inversores e dispositivos de proteção.

4.1. Avaliação da conta de luz e potencial de geração

Como é um prédio de uma universidade federal e necessita de uma grande

demanda disponível a todo instante, possui uma demanda contratada por mês. E por ser

da subclasse Poder Público Federal, o imposto federal incidente na conta de luz é zero

(ICMS é zero). Na Tabela 4.1 mostram-se todos os parâmetros referentes ao tipo de

fornecimento e cliente na conta de luz.

Tabela 4.1 - Análise do perfil da conta de luz

Classe Poder público

Subclasse Poder público federal

Subgrupo A4

Tensão Nominal 13,8kV

Demanda contratada 530kW

Em posse da conta de luz, faz-se uma avaliação do consumo da conta de luz do

prédio em questão a partir das horas ponta e fora ponta. Obtendo o seu consumo médio,

possibilita-se um dimensionamento da potência do sistema fotovoltaico que suprirá tal

demanda total ou parcial. A Tabela 4.2, mostra-se o consumo de energia por mês em kWh

pelo prédio de Letras/UFRJ no ano de 2015, distinguindo o horário ponta (HP) e horário

fora ponta (HFP). O ano de 2015 foi escolhido como base, pois não teve tantas

interferências externas no regime de aulas da faculdade, o que ocorreram em 2014 com a

Copa do Mundo, em 2016 com as Olimpíadas e nos demais anos com greve geral.

Page 50: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

35

Tabela 4.2 - Análise do consumo da conta em 2015

Consumo em kWh

HP HFP Total

Janeiro 5.832 79.517 85.349

Fevereiro 7.283 91.238 98.521

Março 10.787 112.694 123.481

Abril 19.032 138.960 157.992

Maio 13.175 92.333 105.508

Junho 13.575 100.109 113.684

Julho 10.922 84.643 95.565

Agosto 6.705 73.123 79.828

Setembro 10.334 93.802 104.136

Outubro 16.713 125.972 142.685

Novembro 13.693 128.908 142.601

Dezembro 16.074 142.416 158.490

Média 12.010 105.310 117.320

Total 144.125 1.263.715 1.407.840

Conforme a indicação no total na Tabela 4.2, pode-se perceber que o consumo no

ano de 2015 foi de aproximadamente 1408 MWh no ano. O que nos dá 117,32 MWh por

mês e 3,910 MWh por dia.

A partir desses dados, pode-se ter uma referência da potência a ser instalada com

o potencial energético solar do local, ou seja, a irradiação global incidente sobre os

módulos fotovoltaicos.

4.2. Avaliação do espaço físico

O local de instalação do projeto será o telhado do Bloco F do prédio de Letras da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, localizada na Cidade Universitária-Ilha do

Fundão, estado do Rio de Janeiro. Utilizando-se dois métodos para a medição da área

disponível: primeiramente, um software online Daft Logic [12] que calcula da área vista

pelo Google. E depois, uma inspeção e análise do local.

Page 51: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

36

Figura 4.1 – Espaço1 disponível no telhado.

O Espaço1 tem aproximadamente 950𝑚2 e pode-se obter mais 5 áreas com

dimensões iguais a esta ao longo do telhado, porém com orientações diferentes que será

explicitado no Capítulo 5.

Figura 4.2 – Espaço2 disponível no telhado.

Page 52: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

37

O Espaço2 tem aproximadamente 1160𝑚2 corresponde ao final do telhado e

podendo aproveitar assim uma maior área sem sacrificar a disposição da escada de acesso,

caixas d’águas e eventuais acessos. As áreas demarcadas em verde são os espaços a serem

utilizados, contando com uma área total de 591𝑚2.

Pela medição e inspeção local tem-se a seguinte planta:

Figura 4.3 – Planta do telhado.

Através da medição exata de 6689𝑚2, pode-se ver a disponibilidade física para

instalação e calcular se a quantidade de módulos necessários para suprir toda a energia

consumida ao longo do ano cabe neste espaço.

4.3. Dados solarimétricos, temperatura e softwares utilizados

Esta parte tem o objetivo de mostrar as bases solarimétricas existentes, as

temperaturas utilizadas e os softwares disponíveis para auxiliar o dimensionamento do

projeto.

Page 53: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

38

4.3.1. Dados solarimétricos e temperatura

Existem algumas bases de dados solarimétricos e temperatura de bastante confiança

e acurácia. Dentre elas:

Programa SunData-Cresesb desenvolvido pelo CEPEL [13];

Estações do INMET [14];

Estações Solarimétricas do SONDA [15];

Dados de satélite meteorológicos do site SWERA [16].

4.3.2. Softwares

Existem softwares que facilitam e agilizam algumas ou até todas as etapas do

projeto de um sistema fotovoltaico. Dentre eles:

Aplicativo Sun Surveyor [17]

PVSOL [18]

PVSYST [19]

RadiaSol [20]

O aplicativo para celular Sun Surveyor é utilizado para facilitar a visualização de

qualquer sombreamento proveniente de objetos ou edificações que podem ocorrer em

algum período do ano sobre os painéis. Ele utiliza a localização geográfica a partir do

GPS do celular e a câmera para criar uma janela solar com as horas do dia a partir de duas

linhas contínuas representadas pelo solstício de verão e de inverno.

Os softwares PVSOl, PVSYST e RadiaSol são utilizados para dimensionar o

sistema fotovoltaico, plotar gráficos de geração, gráficos de perdas e escolha de

equipamentos utilizados a partir dos dados solarimétricos e de temperatura.

Page 54: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

39

4.4. Dimensionamento do Sistema

4.4.1. Cálculo dos módulos

Para iniciar o cálculo da quantidade de módulos, é necessário gerar a potência

necessária demandada pelo prédio usando o valor em quilo watts hora por dia (kWh/dia).

Dividindo-se pela quantidade de Horas Sol a Pico ou Horas Sol Pleno (HSP) incidente

nos painéis no local da instalação e chegando assim na quantidade de potência nominal a

ser gerada por dia, Pn.

𝑃𝑛 =𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎

𝐻𝑆𝑃 (4.1)

Pode-se fazer uma estimativa tanto anual, quanto uma detalhando mês a mês

levando em conta diferenças de perdas por variação de temperatura. Será usado o termo

fator de desempenho global (FDG) para entrar com a eficiência final no sistema, o

rendimento final global de todo o sistema fotovoltaico considerando-se as perdas. E com

isso divide-se Pn por FDG, chega-se na potência a ser gerada considerando as perdas, Pp.

𝑃𝑝 = 𝑃𝑛

𝐹𝐷𝐺 (4.2)

Encontrando o valor de Pp, escolhe-se o módulo a ser utilizado e através da sua

potência pico (Wp) e pode-se calcular um número total aproximado para a instalação.

Aproximado, pois deve-se levar em conta no cálculo do projeto final as condições

peculiares de cada equipamento utilizado e a disposição com que os módulos irão ser

dispostos.

Com isso, utiliza-se o resultado de Pp e multiplica-se por 1000 (mil) para passar

a Watts e assim, divide-se pela potência pico do módulo utilizado (Wp). E, finalmente,

acha-se o valor N que representa o número aproximado de módulos necessários para

suprir a demanda total de energia diária em relação ao consumo.

𝑁 = 𝑃𝑝 .1000

𝑊𝑝 (4.3)

4.4.2 Fatores de perdas

Para calcular os fatores de perdas, usa-se Tabela 4.3.

Page 55: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

40

Tabela 4.3 – Perdas no sistema fotovoltaico

Estágio Coeficiente de

perdas

Símbolo

Descrição Valores típicos

100% - X

Antes dos

módulos

Sombreamento 𝒌𝒔𝒐𝒎𝒃 Causada por

objetos ao redor

ou sobre os

módulos.

0% - 10%

Sujeira 𝒌𝒔𝒖𝒋 Acúmulo de

partículas de

poeira, fuligem,

fezes de pássaros e

etc.

1% - 10%

Nos módulos Tolerância de

potência

𝒌𝒕𝒐𝒍 Quando a

tolerância de

potência-pico dos

módulos tem

algum valor

negativo.

1,5% - 3%

Mismatching 𝒌𝒎𝒊𝒔 Provocada pela

diferença de

características

elétricas entre os

módulos.

1% - 2%

Fator de

temperatura

𝒌𝒕𝒆𝒎𝒑 A eficiência dos

módulos diminui

com a elevação da

temperatura em

operação.

5% - 20%

Depois dos

módulos

Cabeamento CC 𝒌𝑪𝑪 Perdas por efeito

Jaule no circuito

CC.

0,5% - 1%

MPPT 𝒌𝑴𝑷𝑷𝑻 Perdas durante, ou

entre os períodos

de rastreamento

do ponto de

máxima potência.

0,1% - 1%

Conversão

CC/CA

𝒌𝒊𝒏𝒗 Perdas devido a

eficiência do

inversor.

1% - 5%

Page 56: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

41

Cabeamento CA 𝒌𝑪𝑨 Perdas por efeito

Joule no circuito

CA.

0,5% - 1%

E com isso, tem-se que o fator de desempenho global seja a multiplicação de todos

os fatores de coeficiente de perdas no sistema fotovoltaico conectado à rede.

𝐹𝐷𝐺 = 𝑘𝑠𝑜𝑚𝑏𝑘𝐶𝐶𝑘𝑡𝑜𝑙𝑘𝑚𝑖𝑠𝑘𝑡𝑒𝑚𝑝𝑘𝐶𝐶𝑘𝑀𝑃𝑃𝑇𝑘𝑖𝑛𝑣𝑘𝐶𝐴 (4.4)

Para a maioria dos projetos instalados na cidade do Rio de Janeiro este fator se

encontra entre 79% e 82%. Pode-se utilizar como base o valor de 80% de eficiência para

todo o sistema. Por análise da Tabela 4.3 pode-se concluir que os maiores fatores

responsáveis por perdas no SFCR são o sombreamento, sujeiras e a temperatura. No local

de instalação deste projeto não possui nenhum tipo de sombreamento pois não há

nenhuma outra construção ao redor.

4.4.3. Cálculo da disposição dos módulos

Para a disposição dos módulos, a quantidade de painéis em série, strings em

paralelo e limites de módulos no inversor, tem-se as seguintes formas de cálculo:

𝑁𝑚𝑎𝑥 =𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎

𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 (4.5)

Nmax: Número máximo de módulos suportados pelo inversor

𝑉𝑚𝑝𝑝, 𝑐 = 𝑉𝑚𝑝𝑝 . 𝑅°𝐶𝑉𝑚𝑝𝑝 (4.6)

Vmpp,c: Compensação de tensão mínima

Vmpp: Tensão em máxima potência do painel

Page 57: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

42

R°CVmpp: 100% + [coeficiente de temperatura de potência pico do painel (dado

na tabela do módulo no datasheet) vezes a temperatura máxima possível para o

ambiente considerando a temperatura do módulo (valor arbitrado) ]

𝑉𝑜𝑐, 𝑐 = 𝑉𝑜𝑐 . 𝑅°𝐶𝑉𝑜𝑐 (4.7)

Voc,c: Compensação de tensão máxima

Voc: Tensão máxima em circuito aberto para o painel

R°CVoc: 100% + [coeficiente de temperatura em circuito aberto (dado na tabela

do módulo no datasheet) vezes a temperatura mínima possível para o ambiente

considerando a temperatura do módulo (valor arbitrado) ]

𝐼𝑠𝑐, 𝑐 = 𝐼𝑠𝑐 . 𝑅°𝐶𝐼𝑠𝑐 (4.8)

Isc,c: Compensação da corrente em curto circuito

Isc: Corrente em curto circuito do painel

R°CIsc: 100% + [coeficiente de temperatura em curto circuito (dado na tabela do

módulo no datasheet) vezes a temperatura máxima possível para o ambiente

considerando a temperatura do módulo (valor arbitrado) ]

𝑀𝑛𝑠 =𝑉𝑐𝑐

𝑉𝑚𝑝𝑝,𝑐 (4.9)

Mns: Mínimo de módulos em série por string

Vcc: Tensão mínima de funcionamento do inversor

Vmpp,c: Compensação da tensão mínima

𝑀𝑥𝑠 =𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟

𝑉𝑜𝑐,𝑐 (4.10)

Mxs: Máximo de módulos em série por inversor

Voc,c: Compensação de tensão máxima

𝑀𝑥𝑠𝑝 =𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟

𝐼𝑠𝑐,𝑐 (4.11)

Page 58: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

43

Mxsp: Máximo de strings em paralelo por inversor

Isc,c: Compensação da corrente de curto circuito

4.4.4. Dimensionamento dos condutores

O dimensionamento de condutores, segundo a norma brasileira para instalações

elétricas, a NBR-5410/2008, é feito segundo seis critérios:

1 – Capacidade de condução de corrente;

2 – Queda de tensão;

3 – Seção mínima;

4 – Sobrecarga;

5 – Curto-circuito;

6 - Choques elétricos.

Em sistemas fotovoltaicos, a queda de tensão é o que determina a seção mínima

dos condutores. Como não há uma especificação na norma brasileira, adota-se a norma

europeia IEC 60364-7-712 para as definições e equações no cálculo da secção mínima

em cada um dos trechos do sistema, em corrente contínua e corrente alternada.

Os condutores, cabos de string ou cabos de fileira são condutores que interligam a

série de módulos fotovoltaicos à string-box (caixa de junção das strings formadas) e

devem possuir as seguintes características:

Tensão Nominal: entre 300V-1000V;

Corrente Admissível: como fator de segurança 25% maior que a corrente

de curto circuito;

Condições Ambientais: suportar até 75°C e ser resistente a radiação

ultravioleta;

Para o cálculo desse cabo utiliza-se a seguinte fórmula:

𝑆𝑚𝑚2 = 2 𝐿 𝐼𝑐𝑎𝑏𝑜

𝜎 𝑄𝑉 𝑉𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔 (4.12)

𝑆𝑚𝑚2: seção do condutor em milímetros quadrados

Page 59: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

44

𝐿 : distância entre o conector e a string-box, em metros

𝐼𝑐𝑎𝑏𝑜: valor da corrente considerada para o cabo em questão

𝜎: condutividade do material condutor (no Brasil usa-se Cobre = 56)

𝑄𝑉: queda de tensão permitida no trecho, em decimal (0,01)

𝑉𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔: tensão em máxima potência da string em questão

Considerando o acréscimo de 25% a corrente no cabo como forma de prevenção.

Para o cabo geral CC, que interliga o painel fotovoltaico ao inversor grid-tie,

comercialmente conhecido como inversor interativo, pode-se utilizar o 𝐼𝑐𝑎𝑏𝑜 pelo 𝐼𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙:

𝐼𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 = 𝐼𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔 𝑁𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔 1,25 (4.13)

𝑆𝑚𝑚2 = 2 𝐿 𝐼𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙

𝜎 𝑄𝑉 𝑉𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔 (4.14)

𝐼𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔: corrente de curto circuito de cada string;

𝐼𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙: corrente de curto circuito do painel fotovoltaico;

𝑁𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔: número de strings associados em paralelo.

Para o cabo CA que interliga a saída do inversor com o quadro de comando de

distribuição, no caso do uso de mais de um inversor. Esse conjunto é calculado para

suportar a corrente máxima do inversor interativo no nível de tensão da rede em que será

conectado.

No caso de inversor monofásico tem-se o seguinte cálculo:

𝑆𝑚𝑚2 = 2 𝐿 𝐼𝐶𝐴 cos 𝜑

𝜎 𝑄𝑉 𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒 (4.15)

𝐼𝐶𝐴: corrente máxima de saída do inversor interativo;

𝑄𝑉: queda de tensão permita nesse trecho (0,03);

cos 𝜑: fator de potência do inversor

𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒: tensão de fase da rede

No caso de inversor trifásico tem-se o seguinte cálculo:

𝑆𝑚𝑚2 = √3 𝐿 𝐼𝐶𝐴 cos 𝜑

𝜎 𝑄𝑉 𝑉𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 (4.16)

Através das normativas, instalações com grande potência de geração deverão ser

inversores trifásicos.

Page 60: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

45

Como serão utilizados mais de um inversor para o projeto, necessita- se de um

cabo geral CA, que liga o quadro de comando ao quadro geral de distribuição da unidade

consumidora. O cabo geral CA deve possuir capacidade superior ao disjuntor geral CA,

por questão de segurança recomenda-se uma sobra de 25% em relação a capacidade

nominal do disjuntor.

𝑆𝑚𝑚2 = √3 𝐿 𝐼𝑑𝑖𝑠𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜𝑟1,25

𝜎 𝑄𝑉 𝑉𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 (4.17)

4.4.5. Seccionadores, DPSs e conexões

Disjuntor CC

Foram selecionados três disjuntores, sendo um para cada fileira do SF. Eles serão

instalados para quando houver necessidade de manutenção, o sistema possa ser isolado

do inversor sem comprometer a geração de outras fileiras.

Pela norma ABNT NBR-5410 [21], o dimensionamento dos disjuntores deve

seguir o seguinte critério:

𝐼𝑁 ≤ 𝐼𝑑 ≤ 𝐼𝑀𝐴𝑋 (4.18)

Onde:

𝐼𝑁 - Corrente Nominal do SF de cada string;

𝐼𝑑 – Corrente Nominal do disjuntor;

𝐼𝑀𝐴𝑋 – Corrente máxima permitida no condutor.

Disjuntor CA

De acordo com as normas técnicas exigidas pela Light [10], há necessidade de

instalação de um disjuntor entre a saída do inversor e o barramento.

Novamente, a NBR 5410 exige que a escolha do disjuntor seja através do seguinte

critério:

𝐼𝑁 ≤ 𝐼𝑑 ≤ 𝐼𝑀𝐴𝑋 (4.19)

Page 61: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

46

Onde:

𝐼𝑁 - Corrente Nominal da saída do inversor;

𝐼𝑑 – Corrente Nominal do disjuntor;

𝐼𝑀𝐴𝑋 – Corrente máxima permitida no condutor.

DSV

O dispositivo de seccionamento visível (DSV) consiste em uma chave

seccionadora, que precisa ser visível, accessível e abrigada por um invólucro que a Light

utilizará para garantir a desconexão da Microgeração ou da Minigeração durante

manutenção em seu sistema.

O DSV deverá ser instalado entre o sistema de medição e o barramento da

residência.

Figura 4.4 - Chave seccionadora

A chave seccionadora precisa estar abrigada em uma caixa própria, padrão da

concessionária, podendo ser metálica ou polimérica, desde que respeitado o grau de

proteção mínimo igual à IP 54.

A Figura 4.5 apresenta o padrão da caixa, onde o dispositivo de seccionamento

visível será instalado.

Page 62: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

47

Figura 4.5 - Caixa do DSV

1- Placa de aviso de segurança;

2- Placa de identificação da instalação (a ser fornecida pela Light);

3- Janela protetora de policarbonato permitindo a visualização do posicionamento

da chave seccionadora;

4- Dispositivo mecânico de bloqueio de equipamento de rede aérea.

A caixa de conexão também conhecida como string box, é responsável pelas

conexões entre os arranjos fotovoltaicos do sistema com o inversor. A string box tem o

objetivo de conectar em paralelo os arranjos e, no caso do projeto em estudo. Em seu

interior pode-se encontrar fusíveis, que são utilizados para manter a integridade dos

inversores para qualquer tipo de anomalia no SFCR.

4.4.6. O inversor Grid-Tie

O dimensionamento do inversor conectado à rede depende diretamente da

configuração de ligação dos módulos, quantidade de módulos e características específicas

dos módulos e do inversor, como correntes máximas e mínimas suportadas. Portanto, este

valor calculado é o mínimo de potência necessária para o inversor considerando um

cenário ideal. Calcula-se a potência mínima necessária do inversor através de:

𝑃𝑖 = 𝑁. 𝑊𝑝. 𝐹𝐷𝐺 (4.20)

Pi – Potência do inversor

Page 63: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

48

O dimensionamento exato do inversor se dará no Capítulo 5 ao definir-se todos os

equipamentos que serão utilizados junto com suas características.

Page 64: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

49

CAPÍTULO 5 – PROJETO

Este capítulo tem por objetivo mostrar os cálculos práticos do projeto,

dimensionamento real e escolha de cada equipamento utilizado.

5.1. Dados solarimétricos

Os dados solarimétricos utilizados foram retirados do site Swera que possui um

banco de dados com os satélites que orbitam a Terra, no caso foi utilizado o banco do

INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) [22].

A Tabela 5.1 mostra o HSP de média mensal ao longo do ano.

Tabela 5.1 – Horas de sol à pico ao longo do ano

SWERA

Mês HSP

Janeiro 7,09

Fevereiro 5,81

Março 5,16

Abril 4,85

Maio 3,85

Junho 3,50

Julho 3,91

Agosto 4,14

Setembro 4,53

Outubro 5,84

Novembro 5,64

Dezembro 6,41

Média 5,06

Os dados de temperatura foram retirados do site do Instituto Nacional de

Meteorologia (INMET) [14], utilizando-se as temperaturas médias máximas do mês e ano

já que as perdas por temperatura do painel são consideradas apenas nas horas de sol à

pico (de 10h à 16h), as horas de funcionamento/geração dos mesmos e, portanto, as

maiores médias temperaturas dia.

Page 65: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

50

Tabela 5.2 – Temperaturas médias máximas

INMET

Mês Temp.

Janeiro 30,2

Fevereiro 30,2

Março 29,4

Abril 27,8

Maio 26,4

Junho 25,2

Julho 25

Agosto 25,5

Setembro 25,4

Outubro 26

Novembro 27,4

Dezembro 28,6

Média 27,3

5.2. A Escolha dos módulos

Para este projeto foi escolhido o painel de silício - poli cristalino, já que possui

uma eficiência alta, com um custo de fabricação menor e uma das maiores potências pico

no mercado brasileiro. Atualmente, este tipo de painel está se tornando o mais

comercializado no mercado, tornando mais fácil qualquer tipo de manutenção ou troca

necessária ao longo dos anos.

O módulo fotovoltaico é da marca Canadian Solar Inc., modelo CS6X-320P MIX,

e o datasheet do painel encontra-se no Anexo 1. Este painel possui às seguintes

características:

Excelente eficiência de até 16,94%;

Estrutura reforçada para suportar pressão causada por vento de até 2400 Pa;

Estrutura reforçada para suportar pressão causada por neve de até 5400 Pa;

Excelente desempenho sob baixa irradiação solar;

Page 66: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

51

Garantia de 10 anos contra defeito de fabricação e 25 anos para perda de eficiência

menor de 81,5%.

Suas características técnicas são apresentadas na Tabela 5.3, e são relacionadas a

condição padrão de teste STC: Irradiação de 1000 𝑊/𝑚2, Espectro de massa de Ar 1,5 e

Temperatura da Célula de 25°𝐶 .

Tabela 5.3 - Características do módulo fotovoltaico

Marca do módulo fotovoltaico Canadian Solar Inc

Modelo CS6X-320P MIX

Tipo Poly - Si

Potência Máxima (𝑷𝒎á𝒙) 320 𝑊𝑝

Eficiência (𝜼) 16,68 %

Tensão de Máxima Potência (𝑽𝒎𝒑𝒑) 36,8 𝑉

Corrente de Máxima Potência (𝑰𝒎𝒑𝒑) 8,69 𝐴

Tensão de circuito aberto (𝑽𝒐𝒄) 45,3 𝑉

Corrente de curto circuito (𝑰𝒔𝒄) 9,26 𝐴

Comprimento 1,95 m

Largura 0,982 m

Área do módulo 1,915 𝑚2

Peso (𝒌𝒈) 22 Kg

Número de células 72

Coef. de temp. Potência-pico (%/°C) -0,41

Coef. de temp. Tensão em Circuito

Aberto (%/°C)

-0,31

Coef. de temp. Corrente em Curto-

Circuito (%/°C)

0,053

Page 67: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

52

Figura 5.1 - Módulo Solar da marca Canadian.

Os coeficientes de temperatura do painel são usados para calcular o número

mínimo e máximo de string em paralelo e/ou módulos em série.

5.3. Cálculo dos módulos

Como mostrado no Capítulo 4, pode-se calcular o número de módulos

aproximadamente antes de escolher o inversor. Através do consumo médio diário que é

de 3,911 MWh, calcula-se Pn (4.1):

𝑃𝑛 =𝑘𝑊ℎ/𝑑𝑖𝑎

𝐻𝑆𝑃=

3911

5,061= 772,82 𝑘𝑊/𝑑𝑖𝑎

Como sequência, calcula-se o Pp através de (4.2). Hoje em dia, o FDG fica em

torno de 79% a 82% aqui no Brasil. Como não foi escolhido o inversor, e

consequentemente as perdas usar-se-á 80% como média para se ter uma ideia do número

de módulos para depois voltar e ir adequando de acordo com toda a configuração do

sistema.

𝑃𝑝 = 𝑃𝑛

𝐹𝐷𝐺=

772,82

0,80= 966,025 𝑘𝑊/𝑑𝑖𝑎

E finalmente, usando a potência do módulo escolhido pode-se chegar no número

aproximado de módulos (4.3):

Page 68: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

53

𝑁 = 𝑃𝑝 . 1000

𝑊𝑝=

966025

320= 3018,8

Com isso, o número aproximado de módulos necessários para a instalação e

geração de toda energia para a demanda do prédio é de 3019.

5.4. Escolha dos inversores

Os inversores foram escolhidos com base nas características necessárias para

atender às características de parâmetros dos módulos, a possibilidade de aumento de carga

no futuro, do tamanho do local da instalação e, não menos importante, à análise do custo

do projeto que será abordado no Capítulo 6, na parte financeira.

Por análise e inspeção do local foi considerado dividir-se a área em 6 (seis) partes,

sendo 5 (cinco) áreas iguais e 1 (uma) diferente como mostrado no Capítulo 4 na avaliação

do espaço físico.

Começando pelo Espaço 2, que é o maior com 1160𝑚2, caberiam com o módulo

escolhido de 1,915𝑚2, 605 módulos. E no Espaço 1, com 950𝑚2 caberiam 496 módulos.

Em 5 áreas dão 2480 totais neste espaço. Somando-se os espaços, tem-se um total de 3085

módulos, o que geraria acima do necessário.

Com a base no cálculo de Pn seria necessário 772,82 kWp de potência nos

inversores para suprir o projeto. Através de pesquisa de mercado, disponibilidade de

equipamentos e utilizando o software PVsyst foram encontrados, para as duas áreas, dois

modelos de inversores da espanhola Ingeteam (ANEXO 2).

Tabela 5.4 - Inversor 1 referente ao Espaço1

Ingeteam Ingecon Sun 138kW 140TL B220

Potência Máxima de entrada 163 kW

Tensão máxima de entrada 1000 V

Tensão minima de funcionamento 405 V

Quantidade de MPPT 1

Corrente máxima de entrada 400 A

Corrente máxima por MPPT 400 A

Corrente máxima de saída 368 A

Page 69: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

54

Eficiência 98,1%

Potência máxima de saída 138 kW

Range de melhor funcionamento 141 – 163 kW

Tabela 5.5 - Inversor 2 referente ao Espaço2

Ingeteam Ingecon Sun 173kW 175TL B275

Potência Máxima de entrada 195 kW

Tensão máxima de entrada 1000 V

Tensão minima de funcionamento 450 V

Quantidade de MPPT 1

Corrente máxima de entrada 400 A

Corrente máxima por MPPT 400 A

Corrente máxima de saída 368 A

Eficiência 98,5%

Potência máxima de saída 173 kW

Range de melhor funcionamento 172 – 195 kW

Totalizando com os 6 (seis) inversores, referentes as 6 áreas, 863 kW de potência

nominal de saída para a rede de distribuição, o que é maior que o mínimo calculado

necessário.

5.5. Disposição dos painéis

Para a escolha da disposição dos módulos tem-se os seguintes resultados de

cálculo para (4.5).

Primeiramente, em relação ao inversor 1:

𝑁𝑚𝑎𝑥 =163000

320 . 0,80= ~ 636 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜𝑠

Em relação ao inversor 2, o único cálculo de acordo com o datasheet do mesmo é

o de número máximo de módulos:

𝑁𝑚𝑎𝑥 =195000

320 . 0,80= ~ 761 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜𝑠

Page 70: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

55

Para as temperaturas máxima e mínima possíveis para o ambiente considerando a

superfície do painel foram arbitradas 75°C e -15°C, respectivamente, dando uma margem

de erro considerável para o Rio de Janeiro. Utiliza-se as equações (4.6), (4.7), (4.8), (4.9),

(4.10), (4.11).

𝑉𝑚𝑝𝑝, 𝑐 = 36,8 [100% + (−0,41% . 75)] = 25,48 𝑉

𝑉𝑜𝑐, 𝑐 = 45,3 [100% + (−0,31% . −15)] = 47,41 𝑉

𝐼𝑠𝑐, 𝑐 = 9,26 [100% + (0,053% . 75)] = 9,63 𝐴

𝑀𝑛𝑠 =405

25,48= 15,89

𝑀𝑥𝑠 =1000

47,41= 21,09

𝑀𝑥𝑠𝑝 =368

9,63= 38,2

Para uma análise mais detalhada foi utilizado o software PVsyst com

intuito de corrigir a relação horas de sol à pico em relação a inclinação dos módulos e em

relação a posição azimutal do mesmo.

5.6. Orientações e inclinação

Após a verificação da orientação do telhado em relação ao Norte geográfico,

inclinação dos módulos para cada área escolhida, entra-se com todos os dados na base do

software PVsyst para as gerações do sistema.

Page 71: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

56

Figura 5.2 - Orientação do telhado em relação ao Norte

A partir das orientações em relação ao Norte definidas, foi separado em 6 áreas,

sendo 3 delas com telhado virado para a frente da edificação e os outros 3 para a parte de

trás. Com o objetivo de encontrar a melhor inclinação para cada uma dessas orientações,

foram medidas através de bússola no local e do Google Earth [23]. Como podem ser

observadas nas Figuras 5.3 e 5.4:

Figura 5.3 - Orientação 1 e inclinação 1 do telhado

Page 72: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

57

Através da medição no local de instalação foi percebida uma variação de 12° a

15° e, portanto, foi calculado a melhor inclinação em torno desses números para cada

orientação. A melhor inclinação para essa orientação foi de 15° referente aos 60° a Leste.

Figura 5.4 - Orientação 2 e inclinação 2 da outra metade do telhado

E para a outra metade como visto acima, a melhor inclinação foi de 10° a fim de

diminuir as perdas. Essa variação de 5° tanto para mais quanto para menor pode ser

facilmente obtida por ajuste fino nos trilhos ao aparafusar os módulos. A fixação dos

parafusos neste tipo de telha e dos módulos nos trilhos pode ser observada nas Figuras

5.5, 5.6 e 5.7:

Page 73: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

58

Figura 5.5 - Fixação do trilho e do módulo

Figura 5.6 - Fixação do trilho na telha

Page 74: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

59

Figura 5.7 - Parafusos utilizados para a telha de fibrocimento

De acordo com a Figura 5.8 e 5.9, os arranjos dos módulos no telhado ficaram da

seguinte maneira:

Figura 5.8 - Disposição dos módulos na menor área

Page 75: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

60

Figura 5.9 - Disposição dos módulos na maior área

E nas Figuras 5.10, 5.11, 5.12 e 5.13, são de fotos tiradas no local da instalação,

acesso ao local, parte da frente do prédio, parte de trás e inclinação nas telhas.

Figura 5.10 - Foto do acesso ao telhado do bloco F

Page 76: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

61

Figura 5.11 - Foto do acesso a todas as áreas do telhado do bloco F

Figura 5.12 - Foto da parte de trás telhado do bloco F

Page 77: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

62

Figura 5.13 - Foto das orientações no telhado do bloco F

Podem ser observadas nesta Figura 5.13, as diferentes orientações presentes no

mesmo telhado.

5.7. Software PVsyst

Foi utilizado o software PVsyst para dimensionar o número exato de módulos para

cada inversor em sua respectiva posição a fim de chegar na geração mais próxima da

demanda do prédio.

Chegando aos seguintes números:

Tabela 5.6 - Organização dos módulos nos inversores

Ingecon 138 kW Ingecon 173 kW

481 módulos 600 módulos

13 módulos em série 15 módulos em série

37 strings em paralelo 40 strings em paralelo

5 inversores 1 inversor

Page 78: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

63

Chegando a um total de 3005 módulos e 6 inversores (um para cada área). Todos

os valores se enquadram dentro dos parâmetros calculados. O número de módulos ficou

abaixo em relação ao pré-dimensionamento já que ainda não tinham sido consideradas as

orientações e inclinações, o que pode acarretar em ganhos ou perdas em relação àquele

número. Apesar disto, a análise prévia dá um valor bem próximo, mesmo para um projeto

nessas dimensões, a diferença foi menor que 1%.

Essa disposição foi escolhida por possibilitar o aumento da geração com o

acréscimo de módulos em cada arranjo.

Através da simulação a quantidade de energia produzida por ano é de 1416 MWh,

sendo maior até que o valor de 1408 MWh no ano avaliado. O rendimento global de todo

o sistema fotovoltaico conectado à rede foi de 81,3%, o que ficou próximo do valor

anterior à simulação. Como pode-se observar na Figura 5.14.

Figura 5.14 - Rendimento anual por mês

Como era esperado os meses com temperaturas mais elevadas possuem uma perda

maior de rendimento pelas características do painel. Sendo o maior índice de perdas para

todo o sistema, vide o diagrama de perdas anuais mostrado na Figura 5.15.

Page 79: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

64

Figura 5.15 - Diagrama de perdas anuais do sistema

5.8. Cálculo dos condutores

Para o dimensionamento dos condutores calculou-se os parâmetros em relação as

tensões nas strings e correntes:

Tabela 5.7 - Parâmetros de tensão e corrente com o inversor 1

Ingecon 138 kW

Disposição de configuração Dados do painel Resultado

13 módulos em série Vmpp = 36,8V V=478,4V; I=8,69

37 strings em paralelo Impp = 8,69A V=478,4V; I=321,5A

Tabela 5.8 - Parâmetros de tensão e corrente com o inversor 2

Ingecon 173 kW

Disposição de configuração Dados do painel Resultado

15 módulos em série Vmpp = 36,8V V=552V; I=8,69

40 strings em paralelo Impp = 8,69A V=552V; I=347,6A

Page 80: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

65

Todos os valores encontrados de tensão nos strings, corrente por string e a soma

das correntes de todos os strings estão dentro dos parâmetros de entrada dos inversores

escolhidos. E com isso, pode-se calculam-se as bitolas para as ligações dos strings e

conexões em série. Por serem ligações entre os módulos, a distância não passará de 5

metros mesmo em fileiras diferentes. Utiliza-se a equação (4.12).

𝑆𝑚𝑚2 = 2 𝐿 𝐼𝑐𝑎𝑏𝑜

𝜎 𝑄𝑉 𝑉𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔=

2 . 5 . 8,69

56 . 0,01 . 478,4= 0,324 𝑚𝑚2

Considerando um acréscimo de 25%, tem-se 0,41𝑚𝑚2. Por recomendação de

padrão mínimo foi escolhido um cabo de 4𝑚𝑚2, possuindo capacidade de sobra para uso

nas demais conexões.

Para o cabo geral CC que vai conectar todo o arranjo do sistema fotovoltaico ao

inversor, utiliza-se a equação (4.14):

𝑆𝑚𝑚2 = 2 𝐿 𝐼𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙

𝜎 𝑄𝑉 𝑉𝑠𝑡𝑟𝑖𝑛𝑔=

2 . 5 . 321,5

56 . 0,01 . 478,4= ~12 𝑚𝑚2

Considerando-se um acréscimo de 25%, tem-se 15𝑚𝑚2 para o cabo geral CC.

Para o cabeamento CA de saída do inversor, utiliza-se a equação (4.16):

𝑆𝑚𝑚2 = √3 𝐿 𝐼𝐶𝐴 cos 𝜑

𝜎 𝑄𝑉 𝑉𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎=

√3 . 30 . 368 . 0,85

56 . 0,03 . 220= 43,9 𝑚𝑚2

Pode-se utilizar neste caso um condutor de 50𝑚𝑚2.

Para a parte dos disjuntores observa-se a Tabela 5.7 e a Tabela 5.8 com os

parâmetros de corrente dos inversores, chegando aos seguintes valores: (1) para cada

string um disjuntor de 15 A é suficiente para cobrir os 8,69 A; (2) para o conjunto de

string do inversor 1 e do inversor 2, pode-se utilizar dois disjuntores de 350 A para cada

inversor e (3) no lado CA do circuito pode-se utilizar disjuntores de 400 A, com base na

corrente de máxima potência dos inversores.

Page 81: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

66

CAPÍTULO 6 - ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA

Este capítulo tem como objetivo analisar a viabilidade econômica do projeto

proposto a partir do levantamento de preços dos equipamentos, cálculo dos custos totais,

do valor presente líquido e finalmente, da taxa interna de retorno.

6.1. Levantamento de preço do SFCR

A partir dos equipamentos utilizados no projeto, pode-se fazer um levantamento

para estimar os custos totais da instalação e de serviço também. Todos os equipamentos

foram cotados à vista no Brasil com exceção dos inversores por conta da alta potência

necessária. Com base nos valores em real e cotação do Euro em 3,65 (cotação do dia 14

de julho de 2017) tem-se os seguintes valores:

Tabela 6.1 - Preços dos equipamentos

Equipamentos Modelo Preço unitário Quantidade Custo

Painel CSPX 320P R$ 600,00 3005 1.803.000,00

Inversor 1 Ingecon 138kW R$ 73.060,00 5 365.300,00

Inversor 2 Ingecon 173kW R$ 91.325,00 1 91.325,00

Disjuntores Steck

SD-S 400/3P

R$ 800,00 12 9.600,00

DSV KNS3/63-DSV R$ 200,00 30 6.000,00

Seccionadora Siemens 3np R$ 700,00 6 4.200,00

Trilhos Kit Thesan R$ 500,00 750 375.000,00

Outros gastos - 150.000,00

Instalação 1 300.000,00

SOMA 3.154.425,00

Com o levantamento dos equipamentos e da instalação chega-se em um valor de

aproximadamente 3,2 milhões de reais. Usar-se-á o valor arredondado como base para

cálculo.

Page 82: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

67

6.2. Levantamento de gasto na conta de luz

Primeiramente, elabora-se uma tabela com os valores da conta de luz do prédio

por mês no ano de 2015, separando em horas pico, horas fora pico, energia reativa

excessiva e a demanda em valores reais.

Tabela 6.2 - Valores presentes na conta de luz

HP (R$) HFP e

ultrapassagem

(R$)

Demanda

contratada

(R$)

Energia

reativa

excessiva

(R$)

Outros

(Dívidas,

adicionais

etc)

Total (R$)

Janeiro 5400,28 18609,29 6674,11 3083,58 1519,53 35.286,79

Fevereiro 6758 21397,05 6688,08 2624,45 4479,89 41.947,47

Março 10654,37 34649,68 7788,15 2235,77 8697,69 64.025,66

Abril 19594,43 45758,05 7454,06 2054,64 9160,32 84.021,5

Maio 13614,65 29579,24 6775,99 2241,36 4567,5 56.778,74

Junho 14030,98 32077,11 6777,43 2317,57 8324,97 63.528,06

Julho 11282,89 27107,09 6773,84 2698,78 6171,51 54.034,11

Agosto 6926,54 23417,79 6773,84 3053,57 6555,65 46.727,39

Setembro 10706,07 30126,45 6793,28 3231,4 7233,11 58.090,31

Outubro 17292,72 42411,68 7786,95 2655,61 6378,48 76.525,44

Novembro 14808,65 48760,17 8531,82 2937,82 7615,43 82.653,89

Dezembro 18390,86 59963,06 9002,63 3026,73 3492,03 93.875,31

Soma 149460,44 413856,66 87820,18 32161,28 74196,11 757.494,67

Para cálculos de VPL (Valor Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno)

usar-se-á a soma dos valores que sobram na conta de luz, ou seja, a demanda contratada

e a energia reativa excessiva. Os demais encargos serão abatidos com a geração

fotovoltaica. A demanda cobrada não pode ser abatida, pois é uma energia que a

distribuidora disponibiliza para o cliente e pelo fato de estar utilizando a rede, a energia

reativa também não irá abater.

Quando o sistema não estiver mais produzindo o total do abatimento do consumo,

será calculado esse acréscimo na conta do VPL e TIR, a partir das HFP com o reajuste da

tarifa referente ao ano. As tarifas de energia sofrem um reajuste anual, sendo um

procedimento necessário para a atualização do valor de energia paga pelo consumidor a

Page 83: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

68

partir dos custos relacionados a investimentos e custos operacionais realizados pela

distribuidora, além da quota de depreciação dos seus ativos e a remuneração regulatória.

Com base na análise das contas de luz cedidas e projeções futuras tem-se que:

Tabela 6.3 - Inflação considerada e HFP para os seguintes anos

Ano Inflação na

tarifa

Tarifa HFP

(R$)

Ano Inflação na

tarifa

Tarifa HFP

(R$)

0 10,00% 0,311904 13 4,00% 0,592597

1 8,00% 0,343095 14 4,00% 0,616301

2 6,50% 0,370542 15 4,00% 0,640953

3 5,00% 0,394627 16 4,00% 0,666591

4 4,50% 0,414359 17 4,00% 0,693255

5 4,00% 0,433005 18 4,00% 0,720985

6 4,00% 0,450325 19 4,00% 0,749824

7 4,00% 0,468338 20 4,00% 0,779817

8 4,00% 0,487072 21 4,00% 0,811010

9 4,00% 0,506554 22 4,00% 0,843450

10 4,00% 0,526817 23 4,00% 0,877188

11 4,00% 0,547889 24 4,00% 0,912276

12 4,00% 0,569805 25 4,00% 0,948767

As tarifas HFP encontradas serão usadas para calcular os gastos agregados futuros

contando a inflação energética de cada ano em questão.

6.3. Premissas para gastos futuros

Para a obtenção de alguns indicadores e itens restante foram atribuídos índices

como premissa futura. Alguns valores são definidos pelo próprio fabricante do

equipamento e outros por projeções econômicas, busca-se os valores mais realistas

possíveis.

Tabela 6.4 - Premissas consideradas

Degradação dos painéis por ano 0,7%

Page 84: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

69

Custo de manutenção ao ano 0,03%

Inflação energética média 4,6%

Ano de troca dos inversores 15

Custo da troca dos inversores R$ 400.000,00

Tempo útil com garantia de eficiência 25 anos

A partir da Tabela 6.4, pode-se calcular uma manutenção de R$9.000,00 por ano

e no ano 15, fica prevista a substituição dos inversores. Porém, caso estejam em pleno

funcionamento pode ser adiado (o fabricante prevê uma vida útil de até 20 anos). A grande

facilidade para as manutenções e eventuais trocas se dá através do monitoramento da

geração do sistema que é feito através do site/aplicativo do fabricante.

A Tabela 6.5 mostra o valor de geração por ano considerando a degradação dos

painéis.

Tabela 6.5 - Geração com degradação dos painéis

Ano Geração MWh Ano Geração MWh

0 1416 13 1292,4

1 1406,1 14 1283,4

2 1396,2 15 1274,4

3 1386,5 16 1265,5

4 1376,8 17 1256,6

5 1367,1 18 1247,8

6 1357,6 19 1239,1

7 1348,1 20 1230,4

8 1338,6 21 1221,8

9 1329,5 22 1213,2

10 1319,9 23 1204,8

11 1310,7 24 1196,3

12 1301,5 25 1187,9

Com base no valor de demanda do prédio em 1408 MWh calcula-se a diferença

necessária a pagar por ano. Observando que quando houver sobra da geração, torna-se

crédito de energia para o ano seguinte. Com isso, tem-se que:

Page 85: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

70

Tabela 6.6 - Consumo a pagar considerando a geração

Ano Geração MWh Ano Geração MWh

0 - 13 -115,58

1 - 14 -124,63

2 -5,67 15 -133,61

3 -21,53 16 -142,53

4 -31,23 17 -151,39

5 -40,87 18 -160,19

6 -50,44 19 -168,92

7 -59,94 20 -177,59

8 -69,38 21 -186,21

9 -78,75 22 -194,76

10 -88,06 23 -203,25

11 -97,29 24 -211,69

12 -106,47 25 -220,06

Considerando a cobrança desse consumo excedente à geração na Tabela 6.6, a

partir das tarifas HFPs e seus reajustes conforme o ano da cobrança. Tem-se os valores

em reais indicados na Tabela 6.7.

Tabela 6.7 - Cobrança em relação ao consumo no ano

Ano R$ Ano R$

0 - 13 - 68.492,70

1 - 14 - 76.808,04

2 - 2.099,72 15 - 85.638,43

3 - 8.495,67 16 - 95.010,44

4 - 12.941,93 17 - 104.951,91

5 - 17.697,34 18 - 115.491,96

6 - 22.714,80 19 - 126.661,12

7 - 28.073,97 20 - 138.491,36

8 - 33.793,13 21 - 151.016,11

9 - 39.891,44 22 - 164.270,40

10 - 46.388,99 23 - 178.290,90

Page 86: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

71

11 - 53.306,84 24 - 193.115,97

12 - 60.667,04 25 - 208.785,77

6.4. Custos Totais anuais e Economia

A partir das Tabelas 6.6 e 6.7, pode-se analisar e calcular exatamente os custos

totais do sistema dentro do período de 25 anos e a economia anual com a geração do

sistema. Considerando-se a perda de geração pela degradação dos módulos, o custo da

troca programada do inversor, a manutenção preventiva anual, os gastos com a demanda

contratada e energia reativa excessiva e as horas a se pagar que não foram geradas. Essas

informações encontram-se nas Tabelas 6.8 e 6.9.

Tabela 6.8 - Custos totais

Ano

Tarifa

HFP

Déficit da

geração (R$)

Manutenção

(R$)

Inverso

r (R$)

Demanda

contratada

(R$)

Energia

reativa

exc. (R$)

Custos totais

(R$)

0 0,3119 - - 9.000,00 - 87.820,18 - 32.161,28 - 128.981,46

1 0,3431 - - 9.000,00 - 96.602,20 - 35.377,41 - 140.979,61

2 0,3705 - 2.099,72 - 9.000,00 -104.330,37 - 38.207,60 - 153.637,69

3 0,3943 - 8.495,67 - 9.000,00 -111.111,85 - 40.691,09 - 169.298,61

4 0,4143 - 12.941,93 - 9.000,00 -116.667,44 - 42.725,65 - 181.335,02

5 0,4330 - 17.697,34 - 9.000,00 -121.917,48 - 44.648,30 - 193.263,12

6 0,4503 - 22.714,80 - 9.000,00 -126.794,17 - 46.434,24 - 204.943,21

7 0,4683 - 28.073,97 - 9.000,00 -131.865,94 - 48.291,61 - 217.231,52

8 0,4870 - 33.793,13 - 9.000,00 -137.140,58 - 50.223,27 - 230.156,98

9 0,5065 - 39.891,44 - 9.000,00 -142.626,20 - 52.232,20 - 243.749,84

10 0,5268 - 46.388,99 - 9.000,00 -148.331,25 - 54.321,49 - 258.041,73

11 0,5479 - 53.306,84 - 9.000,00 -154.264,50 - 56.494,35 - 273.065,69

12 0,5698 - 60.667,04 - 9.000,00 -160.435,08 - 58.754,12 - 288.856,24

13 0,5926 - 68.492,70 - 9.000,00 -173.526,58 - 61.104,29 - 305.449,47

14 0,6163 - 76.808,04 - 9.000,00 -180.467,65 - 63.548,46 - 322.883,08

15 0,6409 - 85.638,43 - 9.000,00 - 400k -187.686,35 - 66.090,40 - 741.196,48

16 0,6665 - 95.010,44 - 9.000,00 -195.193,81 - 68.734,01 - 360.430,81

17 0,6932 -104.951,91 - 9.000,00 -203.001,56 - 71.483,37 - 380.629,08

Page 87: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

72

18 0,7209 -115.491,96 - 9.000,00 -211.121,62 -74.342,71 - 401.836,23

19 0,7498 -126.661,12 - 9.000,00 -219.566,49 - 77.316,42 - 424.099,16

20 0,7798 -138.491,36 - 9.000,00 -228.349,14 - 80.409,07 - 447.466,91

21 0,8110 -151.016,11 - 9.000,00 -237.483,11 - 83.625,44 - 471.990,69

22 0,8434 -164.270,40 - 9.000,00 -246.982,44 - 86.970,45 - 497.723,97

23 0,8771 -178.290,90 - 9.000,00 -256.861,73 - 90.449,27 - 524.722,61

24 0,9122 -193.115,97 - 9.000,00 -267.136,20 - 7.838,94 - 553.044,94

25 0,9487 -208.785,77 - 9.000,00 -173.526,58 - 8.152,49 - 582.751,90

Na Tabela 6.8 listam-se todos os custos para o cliente ao longo dos 25 anos

considerando a inflação tarifária.

Tabela 6.9 - Geração e economia por ano

Ano Eficiência

Painel

Geração

MWh

Geração (R$) Ano Eficiência

Painel

Geração

MWh

Geração (R$)

0 100,00% 1416 637.513,21 13 90,90% 1292,41945 1.101.010,41

1 99,30% 1406,088 701.264,53 14 90,20% 1283,37251 1.136.233,05

2 98,60% 1396,24538 746.762,57 15 89,50% 1274,3889 1.172.511,89

3 97,90% 1386,47167 789.655,98 16 88,80% 1265,46818 1.209.875,06

4 97,20% 1376,76636 823.210,31 17 88,10% 1256,6099 1.248.351,27

5 96,50% 1367,129 854.059,52 18 87,40% 1247,81363 1.287.969,77

6 95,80% 1357,5591 881.778,84 19 86,70% 1239,07894 1.328.760,39

7 95,10% 1348,05618 910.349,21 20 86,00% 1230,40539 1.370.753,51

8 94,40% 1338,61979 939.794,37 21 85,30% 1221,79255 1.413.980,06

9 93,70% 1329,24945 970.138,58 22 84,60% 1213,24 1.458.471,53

10 93,00% 1319,94471 1.001.406,65 23 83,90% 1204,74732 1.504.259,96

11 92,30% 1310,70509 1.033.623,95 24 83,20% 1196,31409 1.551.377,90

12 91,60% 1301,53016 1.066.816,38 25 82,50% 1187,93989 1.599.858,45

A Tabela 6.9 mostra todos os ganhos referentes à geração do sistema fotovoltaico

considerando as perdas de degradação dos painéis.

6.5. Análise da Viabilidade Econômica

6.5.1. Payback

Page 88: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

73

Este indicador é o tempo de retorno sobre o investimento, ou payback, que é

número de períodos (em anos, meses ou dias) necessários para que o fluxo de caixa

acumulado se torne positivo, isto considerando que o fluxo de caixa do projeto é do tipo

em que o investimento é realizado no primeiro período (no primeiro ano, Ano 0) e as

receitas estão nos anos seguintes. Existe o payback simples e o descontado. O primeiro

não leva em conta o dinheiro no tempo e é vantajoso pela sua simplicidade de cálculo. já

o payback descontado apresenta um valor mais confiável. Nota-se que quanto maior o

período analisado e a taxa de desconto, maior a divergência entre os resultados dos dois

métodos de cálculo

6.5.2. Valor Presente Líquido

O Valor Presente Líquido (VPL) é também, um indicador para análise de

investimentos em projetos. Para o cálculo do VPL, os fluxos de caixa do projeto são

trazidos a valor presente, descontando uma determinada taxa de juros ou usando uma taxa

de atratividade anual, simulando um investimento (caso utilizado no projeto). Com base

em uma vida útil do SFCR de 25 anos. Quanto maior for o 𝑉𝑃𝐿, mais favorável será o

investimento.

𝑉𝑃𝐿 = ∑𝐹𝑛

(1+𝑖)𝑛𝑛0 = 𝐹0 +

𝐹1

(1+𝑖)1 +𝐹2

(1+𝑖)2 + . . . +𝐹𝑛

(1+𝑖)𝑛 (6.1)

Onde:

F0: Representa o investimento inicial do projeto, e é negativo

Fn: Representa o fluxo de caixa calculado no valor presente relativo a cada

ano, o rendimento menos o custo

i: taxa de desconto ou taxa mínima de atratividade, TMA

Como base para o cálculo do VPL foi usado a taxa mínima de atratividade a partir

de um investimento em renda fixa com liquidez diária, Letra de Crédito Imobiliário (LCI),

com a taxa DI de 9,14% (16/08/2017), percentual de 110% do CDI, Certificado de

Depósito interbancário, (Banco Modal 16/08/2017). A rentabilidade anual para este

investimento ficou em torno de 10%.

6.5.3. Taxa Interna de Retorno

Page 89: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

74

A TIR pode ser calculada através da equação do VPL igualando-a a zero, a fim de

obter o índice ‘i’ da fórmula. É um indicador bastante usado para análise de investimentos

e normalmente é analisada no sentido de que quanto maior for a diferença entre a TIR e

TMA, melhor será o investimento.

0 = ∑𝐹𝑛

(1+𝑖)𝑛𝑛0 = 𝐹0 +

𝐹1

(1+𝑖)1 +𝐹2

(1+𝑖)2 + . . . +𝐹𝑛

(1+𝑖)𝑛 (6.2)

6.6. Resultados Finais

Para conclusão da viabilidade econômica do projeto, foram feitos os cálculos

levando-se em consideração a queda do rendimento do painel. Utilizando-se das Tabelas

6.8 e 6.9 pode-se calcular o rendimento final e o fluxo de caixa anual para o projeto. A

partir do fluxo de caixa acumulado pode-se calcular o payback, o VPL e o TIR, chegando

assim nos resultados finais para o trabalho, que são mostrados na Tabela 6.10.

Tabela 6.10 - Fluxo de caixa

Ano Perda

anual

dos

painéis

Geração

MWh

Custos totais

R$

Economia

Geração

(R$)

Rendimento –

custo (R$)

Fluxo de caixa

acumulado (R$)

0 100 1416 - 3.328.981,46

637.513,21

- 2.691.468,25

- 2.691.468,25

1 99,3 1406,088 - 140.979,61

701.264,53 560.284,93 - 2.131.183,33

2 98,6 1396,24538 - 153.637,69

746.762,57

593.124,88 - 1.538.058,45

3 97,9 1386,47167 - 169.298,61

789.655,98

620.357,37 - 917.701,08

4 97,2 1376,76636 - 181.335,02

823.210,31

641.875,29 - 275.825,79

Page 90: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

75

5 96,5 1367,129 - 193.263,12

854.059,52

660.796,40 384.970,61

6 95,8 1357,5591 - 204.943,21

881.778,84

676.835,63 1.061.806,24

7 95,1 1348,05618 - 217.231,52

910.349,21

693.117,70 1.754.923,94

8 94,4 1338,61979 - 230.156,98

939.794,37

709.637,39

2.464.561,33

9 93,7 1329,24945 - 243.749,84

970.138,58 726.388,73

3.190.950,06

10 93 1319,94471 - 258.041,73

1.001.406,65

743.364,92

3.934.314,98

11 92,3 1310,70509 - 273.065,69

1.033.623,95

760.558,26

4.694.873,24

12 91,6 1301,53016 - 288.856,24

1.066.816,38

777.960,14

5.472.833,38

13 90,9 1292,41945 - 305.449,47

1.101.010,41

795.560,94

6.268.394,32

14 90,2 1283,37251 - 322.883,08

1.136.233,05

813.349,97

7.081.744,29

15 89,5 1274,3889 - 741.196,48

1.172.511,89 431.315,41

7.513.059,70

16 88,8 1265,46818 - 360.430,81

1.209.875,06

849.444,25

8.362.503,95

17 88,1 1256,6099 - 380.629,08

1.248.351,27

867.722,18

9.230.226,14

Page 91: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

76

18 87,4 1247,81363 - 401.836,23

1.287.969,77

886.133,54

10.116.359,68

19 86,7 1239,07894 - 424.099,16

1.328.760,39

904.661,23

11.021.020,91

20 86 1230,40539 - 447.466,91

1.370.753,51

923.286,60

11.944.307,51

21 85,3 1221,79255 - 471.990,69

1.413.980,06

941.989,38

12.886.296,88

22 84,6 1213,24 - 497.723,97

1.458.471,53

960.747,57

13.847.044,45

23 83,9 1204,74732 - 524.722,61

1.504.259,96

979.537,35

14.826.581,80

24 83,2 1196,31409 - 553.044,94

1.551.377,90

998.332,95

15.824.914,75

25 82,5 1187,93989 - 582.751,90

1.599.858,45

1.017.106,55

16.842.021,30

Através da visualização da Tabela 6.10, é possível observar um PAYBACK a partir

do segundo trimestre do 5° ano.

Tabela 6.11 - Resultados finais

PAYBACK 5,3 anos

VPL R$ 3.072.416,17

TIR 13,30%

Através de todos os cálculos desenvolvidos e tabelas pode-se concluir a

viabilidade técnico-econômica do projeto. Comparando-se o investimento de mesmo

valor ao custo total do projeto em uma renda fixa a 10% a.a. e a TIR do projeto com

13,30% a.a. percebe-se a vantagem econômica do investimento em um SFCR ao invés de

um na renda fixa. Este resultado mostra que o sistema fotovoltaico não tem apenas o viés

Page 92: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

77

sustentável e de menos impacto ao meio ambiente e sim, na eficiência do projeto e o

quanto ele pode mudar a situação das matrizes energéticas do Brasil, aumentando

consideravelmente a potência de geração.

Page 93: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

78

CAPÍTULO 7 - CONCLUSÕES

Este trabalho apresentou o dimensionamento de um sistema fotovoltaico

conectado à rede com todos os cálculos necessários para sua implantação. E também, uma

análise da viabilidade técnico-econômica com todos os custos para o prosseguimento do

empreendimento.

Todos os objetivos propostos pelo trabalho foram plenamente alcançados. Os

principais resultados foram encontrados na análise da viabilidade econômica do projeto

através do cálculo do payback, o VPL e o TIR. O payback calculado foi de 5,3 anos, o

VPL foi de R$ 3.072.416,17 e o TIR de 13,30% e com isso, foi comprovada a viabilidade

econômica do empreendimento.

Algumas dificuldades foram encontradas no decorrer do projeto como: encontrar

projetos anteriores de instalações fotovoltaicas de minigeração em prédios de domínio

público federal com fornecimento em alta tensão e encontrar os inversores nas

capacidades calculadas (características construtivas necessárias e marca conhecida no

mercado). Com isso, para o primeiro percalço foi necessária uma análise detalhada da

conta de luz do prédio e consulta das Normativas da ANEEL e da LIGHT; para os

inversores, foi necessário o contato direto com o fornecedor da Ingeteam que se mostrou

solícito a oferecer suporte e tirar dúvidas caso necessário. O contato foi feito por e-mails

diretamente no mercado externo, na Europa, onde foram cotados.

Entre as facilidades encontradas para a elaboração do trabalho estão: o

atendimento da PR-6 em disponibilizar todas as contas de luz do prédio de Letras que

fossem necessárias, a solicitude da administração do prédio em autorizar o acesso ao

telhado para a inspeção local do espaço e as informações cedidas a respeito do telhado

sobre uso futuro.

Um grande avanço na regulamentação fotovoltaica no Brasil veio através da

Resolução Normativa n°687 de 24 novembro de 2015 que alterou a primeira normativa

atribuída ao tema, Resolução Normativa n°482 de 17 de abril de 2012, onde passou a

vigorar a geração compartilhada por meio de consórcio ou cooperativa criando uma

compensação de energia através de um mesmo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa

Jurídica) e/ou CPF (Cadastro de Pessoa Física). Com isso, um estudo para projetos futuros

pode ser a implantação de diversas minigerações em prédios da UFRJ com intuito de

Page 94: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

79

abater a totalidade da conta de luz de todos os prédios da universidade presente no mesmo

CNPJ.

Através de todas as adversidades encontrados na elaboração deste trabalho pode-

se obter um conhecimento pessoal mais aprofundado sobre a geração fotovoltaica de

forma prática, estudo sobre a resistência dos tipos de telhas e um desafio pessoal para

realização de toda a parte de análise financeira que não é apresentado no curso da

graduação. E com isso, este trabalho contribuiu de forma significativa para a formação

do aluno.

O presente projeto desenvolvido neste trabalho concluiu todo o potencial de

geração e viabilidade econômica de um sistema fotovoltaico conectado à rede para o

prédio de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Page 95: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

80

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1]Decreto 8401 de 4/02/2015 -

http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2015/decreto-8401-4-fevereiro-2015-

780113-publicacaooriginal-146053-pe.html

[2] CRESESB – CEPEL, “Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos” e

“Tutorial de Energia Solar Fotovoltaica”, encontrado em:

http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=com_content&cid=tutorial_solar.

[3] Fraunhofer Institute for Solar Energy System, “Photovoltaics Report”, Freiburg 2016.

[4] EPE – Empresa de Pesquisa Energética, “Análise da Inserção da Geração Solar na

Matriz Elétrica Brasileira”, Rio de Janeiro, 2012.

[5] SHOCKLEY, William; QUEISSER, Hans J. Detailed balance limit of efficiency of

p‐n junction solar cells. Journal of applied physics, v. 32, n. 3, p. 510-519, 1961.

[6] ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, “Resolução Normativa n° 482”,

disponível em: www.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf

[7] ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, “Resolução Normativa n˚ 687”,

disponível em: http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2015687.pdf

[8] Light – Formulário de acessos: www.light.com.br

[9] Light – Regulamentação para Média Tensão, encontrado em:

https://agenciavirtual.light.com.br/gcav/reconMt.do

[10] Light – Informações Técnicas, encontrado em:

www.light.com.br/.../LIGHT_Informacao_Tecnica_DTE_DTP_01_2012_MARCO_201

6.pdf

[11] PRODIST – Procedimentos de Distribuição, encontrado em:

http://www.aneel.gov.br/prodist

[12] Daft Logic – Cálculo da área no Google, encontrado em:

https://www.daftlogic.com/projects-google-maps-area-calculator-tool.htm

[13] CRESESB – CEPEL, Potencial Solar – SunData, encontrado em:

http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata.

Page 96: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

81

[14] INMET - Instituto Nacional de Meteorologia – encontrado em:

http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/estacoesAutomaticas.

[15] SONDA – Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais – encontrado em:

http://sonda.ccst.inpe.br/publicacoes/atlas_solar.html.

[16] SWERA – Solar and Wind Energy Resource Assessment – encontrado em:

https://maps.nrel.gov/swera

[17] Sun Surveyor – aplicativo para posições solares, lunares encontrado em:

http://www.sunsurveyor.com/

[18] PVSOL – Software para sistemas fotovoltaicos, encontrado em:

http://www.solarize.com.br/site_content/22-software-pv-sol

[19] PVsyst – Photovoltaic Software – encontrado em:

http://www.pvsyst.com/en/software

[20] RadiaSol – Software brasileiro para sistemas fotovoltaicos, encontrado em:

http://www.solar.ufrgs.br/

[21] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, “NBR 5410”.

[22] Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), encontrado em:

http://www.inpe.br/

[23] Google Earth – Visualização por satélite, encontrado em:

https://www.google.com.br/intl/pt-PT/earth/

[24] CHAMMA, Bruno, Projeto de uma microgeração fotovoltaica aplicado em uma

residência/ Bruno Cordeiro Chamma – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, página

15 - http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10020752.pdf

Page 97: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

82

ANEXO I

DATASHEET DO PAINEL CANADIAN SOLAR

Page 98: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

83

Page 99: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

84

Page 100: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

85

ANEXOII

Page 101: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

86

Page 102: MINIGERAÇÃO FOTOVOLTAICA APLICADA AO PRÉDIO DA … · 2017-11-27 · Prof. Luís Guilherme Barbosa Rolim, Dr. Ing. _____ Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M. Sc. RIO DE

87

ANEXO III