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Resumos do 16" Congresso Brasileiro de Entomologia. Salvador-BA, 02 a 07 de março de 1997 .,- DESENVOL VIMENTO DE B/OINSETICIDAS DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS INSETICIDAS A BASE DE PRINClplOS ATIVOS BACTERIANOS l. Rabinovitch, Instituto Oswaldo Cruz, Departamento de acteriologia, Laboratório de Fisiologia Bacteriana. Av. Brasil, 4365, Rio de Janeiro, RJ, 21045-900. Ao final da década de 80, surgiram com nitidez os primeiros movimentos destinados a produção no Brasil de inseticidas à base de bactérias entornopatoqênicas. normalmente inimigas naturais de alguns insetos e de importância para o controle de vetores de interesse em Sanidade Pública e pragas agrícolas. Naquela época, também surgiam técnicos e pesquisadores que se especializaram no trabalho com Bacillus thuringiensis subesp. israelensis (B.t.i.). B. thuringiensis subesp. kurstaki (B.t.k.) e B. sphaericus (B.s.), principais Bacillus utilizados em escala industrial. Centros de pesquisas distribuldos em alguns Estados demonstraram potencial para desenvolver tecnoloqia de produção destes larvicidas, sendo eles: Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande 10 Sul. Todavia, somente São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grando do Sul desenvolveram, de fato, processos que foram levados à producão em escala industrial. Tratando-se de bactérias esporuladas aeróbicas, produtoras de pró-toxinas específicas que se tornam ativas contra larvas de Culicidae e Simuliidae, a produção massaI do princípio ativo depende do correto cultivo do microrganismo em meios protéicos, da condução do processo fermentativo, da separação da massa licrobiana do mosto fermentado, da formulação adequada para ~atingir o alvo apreensor da pró-toxina, para permitir um maior tempo de permanência da pró-toxina ativa no meio ambiente,' entre outras destinações. Detalhes de técnicas que medeiam desde a fermentação até a formulação serão apresentados. DESENVOLVIMENTO DO 8aculovirus spodoptera PARA O CONTROLE DA LAGARTA DO CARTUCHO DO MILHO, Spodoptera frugiperda F. H. Va!icente, CNPMS/EMBRAPA, C.P. 151, CEP35701-970, Sete Lagoas, ~:1G. E-mail: [email protected] Os trabalhos com o 8aculovirus spodoptera começaram no ano agrícola 1985/86, no Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo da EMBRAPA, em Sete Lagoas, MG, com o levantamento dos inimigos naturais da lagarta do cartucho do milho, Spodoptera frugiperda, nas principais regiões produtoras de milho do Estado de Minas Gerais. Dentre os inimigos naturais, foram encontrados vírus atacando a lagarta no campo. Lagartas com sintomas de vírus foram trazidos para o laboratório, maceradas e a suspensão inoculadas em \ larvas sadias. Os isolados que reproduziram os mesmos sintomas do campo foram purificados e submetidos aos bioensaios de CL50 TL50. O isolado que apresentou as melhores características fo'i estudado em mais detalhes em laboratório quanto a especificidade, Idade de maior susceptibilidade das larvas, temperatura adequada para infeção, consumo foliar de larvas depois de infectadas, sendo na etapa seguinte iniciados experimentos de campo. Estes experimentos visaram o melhor volume de água para pulverização a campo, tipo de bico, dose do patógeno, tipo de aplicacão mais eficiente (costal. tratorizada e via água de irrigação) e a me'lI.or hora do dia para aplicação do 8aculovirus. O melhor volume de água para pulverização costa I e tratoriazada é de 250 a 300 litros/há e, nó caso de culturas irrigadas, o 8aculovirus somente pode ser usado em irrigação por aspersão, ainda não sendo viabilizado o uso via pivot central. A dose do 8aculovirus foi de 2x1 O" pol/ha. A fase mais problemática e trabalhosa no controle da S. frugiperda com B. spodoptera é a multiplicação do vírus em larga escaladevido ao canibalismo das lagartas, que exige cuidados especiais na sua multiplicação. Deste modo, a produção em laboratório exige uma grande mão de obra na separação e manuseio das mesmas. As larvas apresentam um canibalismo de 18% quando ficam 15 horas juntas num recipiente e, o canibalismo pode chegar a 70% quando estas ficam juntas por 48 horas, mesmo tendo alimento, folhas de milho à vontade. DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS MICROBIANOS S.B. Alves & S. Silveira Neto, Dept". de Enton.otoqia tESALQ/USPl, C. Postal 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP. E-moil: [email protected] Apesar do custo de registro de um inseticida microbiano ser aproximadamente 10% menor que os gastos com um inseticida químico, o custo de desenvolvimento de um produto biológico é praticamente idêntico ao do produto químico. Por outro lado, as indústrias estão sempre investindo pesadamente no desenvolvimento dos químicos e timidamente caminhando para as pesquisas com inseticidas biológicos. O resultado desse baixo investimento na área vem repercutindo diretamente na qualidade dos produtos existentes no mercado. Até mesmo os inseticidas microbianos à base de 8. thuringiensis e de nematóides, que vêm sendo comercializados por algumas grandes companhias, necessitam de investimentos visando a melhoria da produção, formulação e aplicação. Os produtos à base de vírus e de fungos ainda podem ser considerados de produção artesanal. Provavelmente o maior investimento no desenvolvimento desses entomopatógenos não tenha ultrapassado um milhão de dólares. O mercado global de produtos fitossanitários representa mais de US$ 27 bilhões sendo o Brasil o terceiro consumidor mundial, gastando cerca de US$ 1,5 bilhão desse total. Os inseticidas acaricidas e nematicidas são responsáveis por 28-30%.desse total. Os produtos biológicos existentes, representados por aproximadamente 175 formulações incluindo bactérias, vírus, fungos e nematóides, representam uma fração que não chega a atingir 1% do faturamento global. Assim, considerando esses dados, associados ao problema da resistência crescente dos artrópodos aos inseticidas e acaricidas, ressurgência de pragas, poluição dos alimentos e do ambiente e principalmente a pressão crescente da sociedade, pode- se inferir que as indústrias relacionadas ao controle de pragas terão que mudar radicalmente sua política de investimentos na direcão dos produtos microbianos, visando a sua maior utilizacão 'em programas de MIP. . CRYMAX" BIOINSECTICIDE, THE FIRST RECOMBINANT BT PRODUCT FOR THE CONTRa L OF LEPIDOPTERAN INSECTS IN THE VEGETABLE, TREE, NUT AND VINE MARKET R.A. Daoust, Ecogen Inc., 2005 Cabot Boulevard West, Langhorne, PA 19047-3023, USA. 18 Crymax is the first 8acillus thuringiensis-based product using a recombinant Bt strain that has been registered by the Environmental Protection Agency in the United States for the control of lepidopteran pests of vegetables, fruit trees, nut trees and vine crops. The product was developed using Ecogen's proprietary recombinant system, referred to as the SSR@System. The advantage of such a system is that desirable genes can be inserted into a Bt strain with enhanced field efficacy while still retaining ali the favorable environmental and safety aspects of a naturally occurring Bt product. Crymax contains three versions of the cry 1Ac gene the encodes for insecticidal crystal protein for broad spectrum activity against a wide range of caterpillar pest species and one version each of the cry1 C and cry2A genes. The cry1 C gene encodes for protein that has especially high activity against Bt-resistant diamondback moth larvae. The cry2A gene encodes for protein active against several difficult to killlepidopteran pests, e.g. the tomato fruitworm, Helicoverpa zea. Crymax is formulated as a water dispersible granular containing 15.00% lepidopteran active toxin. Its potency is 64 billion International Units per kilogram of product. Crymax is labeled for control of over 100 lepidopteran pest species on severaI hundred different crops and ornamental plants and trees. In comparative field trials against ali major commercial Bt products and chemical insecticides, Crymax has consistently been shown to perform comparably to the mos! efficacious chemicals and better than other Bt products when equivalent rates and application frequencies were used. The product is under development in numerous countries throughout the world, including Brazil. r-- IUAI Tr,H.J

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Page 1: IUAIainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/40812/1/Desenvolviment… · Minas Gerais. Dentre os inimigos naturais, foram encontrados vírus atacando alagarta nocampo. Lagartas

Resumos do 16" Congresso Brasileiro de Entomologia. Salvador-BA, 02 a 07 de março de 1997

.,-DESENVOL VIMENTO DE B/OINSETICIDAS

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS INSETICIDAS A BASE DEPRINClplOS ATIVOS BACTERIANOS

l. Rabinovitch, Instituto Oswaldo Cruz, Departamento deacteriologia, Laboratório de Fisiologia Bacteriana. Av. Brasil, 4365,Rio de Janeiro, RJ, 21045-900.

Ao final da década de 80, surgiram com nitidez os primeirosmovimentos destinados a produção no Brasil de inseticidas à basede bactérias entornopatoqênicas. normalmente inimigas naturais dealguns insetos e de importância para o controle de vetores de interesseem Sanidade Pública e pragas agrícolas. Naquela época, tambémsurgiam técnicos e pesquisadores que se especializaram no trabalhocom Bacillus thuringiensis subesp. israelensis (B.t.i.). B. thuringiensissubesp. kurstaki (B.t.k.) e B. sphaericus (B.s.), principais Bacillusutilizados em escala industrial. Centros de pesquisas distribuldos emalguns Estados demonstraram potencial para desenvolver tecnoloqiade produção destes larvicidas, sendo eles: Pernambuco, São Paulo,Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande 10 Sul.Todavia, somente São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grando do Suldesenvolveram, de fato, processos que foram levados à producãoem escala industrial. Tratando-se de bactérias esporuladas aeróbicas,produtoras de pró-toxinas específicas que se tornam ativas contralarvas de Culicidae e Simuliidae, a produção massa I do princípio ativodepende do correto cultivo do microrganismo em meios protéicos,da condução do processo fermentativo, da separação da massalicrobiana do mosto fermentado, da formulação adequada para

~atingir o alvo apreensor da pró-toxina, para permitir um maior tempode permanência da pró-toxina ativa no meio ambiente,' entre outrasdestinações. Detalhes de técnicas que medeiam desde a fermentaçãoaté a formulação serão apresentados.

DESENVOLVIMENTO DO 8aculovirus spodoptera PARA O CONTROLEDA LAGARTA DO CARTUCHO DO MILHO, Spodoptera frugiperda

F. H. Va!icente, CNPMS/EMBRAPA, C.P. 151, CEP35701-970, SeteLagoas, ~:1G.E-mail: [email protected]

Os trabalhos com o 8aculovirus spodoptera começaramno ano agrícola 1985/86, no Centro Nacional de Pesquisa de Milhoe Sorgo da EMBRAPA, em Sete Lagoas, MG, com o levantamentodos inimigos naturais da lagarta do cartucho do milho, Spodopterafrugiperda, nas principais regiões produtoras de milho do Estado deMinas Gerais. Dentre os inimigos naturais, foram encontrados vírusatacando a lagarta no campo. Lagartas com sintomas de vírus foramtrazidos para o laboratório, maceradas e a suspensão inoculadas em \larvas sadias. Os isolados que reproduziram os mesmos sintomas docampo foram purificados e submetidos aos bioensaios de CL50TL50. O isolado que apresentou as melhores características fo'iestudado em mais detalhes em laboratório quanto a especificidade,Idade de maior susceptibilidade das larvas, temperatura adequadapara infeção, consumo foliar de larvas depois de infectadas, sendona etapa seguinte iniciados experimentos de campo. Estesexperimentos visaram o melhor volume de água para pulverização acampo, tipo de bico, dose do patógeno, tipo de aplicacão maiseficiente (costal. tratorizada e via água de irrigação) e a me'lI.or horado dia para aplicação do 8aculovirus. O melhor volume de águapara pulverização costa I e tratoriazada é de 250 a 300 litros/há e,nó caso de culturas irrigadas, o 8aculovirus somente pode ser usadoem irrigação por aspersão, ainda não sendo viabilizado o uso viapivot central. A dose do 8aculovirus foi de 2x1 O" pol/ha. A fasemais problemática e trabalhosa no controle da S. frugiperda com B.spodoptera é a multiplicação do vírus em larga escaladevido aocanibalismo das lagartas, que exige cuidados especiais na suamultiplicação. Deste modo, a produção em laboratório exige umagrande mão de obra na separação e manuseio das mesmas. As larvasapresentam um canibalismo de 18% quando ficam 15 horas juntasnum recipiente e, o canibalismo pode chegar a 70% quando estas

ficam juntas por 48 horas, mesmo tendo alimento, folhas de milho àvontade.

DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS MICROBIANOS

S.B. Alves & S. Silveira Neto, Dept". de Enton.otoqia tESALQ/USPl,C. Postal 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP. E-moil:[email protected]

Apesar do custo de registro de um inseticida microbiano seraproximadamente 10% menor que os gastos com um inseticidaquímico, o custo de desenvolvimento de um produto biológico épraticamente idêntico ao do produto químico. Por outro lado, asindústrias estão sempre investindo pesadamente no desenvolvimentodos químicos e timidamente caminhando para as pesquisas cominseticidas biológicos. O resultado desse baixo investimento na áreavem repercutindo diretamente na qualidade dos produtos existentesno mercado. Até mesmo os inseticidas microbianos à base de 8.thuringiensis e de nematóides, que vêm sendo comercializados poralgumas grandes companhias, necessitam de investimentos visandoa melhoria da produção, formulação e aplicação. Os produtos à basede vírus e de fungos ainda podem ser considerados de produçãoartesanal. Provavelmente o maior investimento no desenvolvimentodesses entomopatógenos não tenha ultrapassado um milhão dedólares. O mercado global de produtos fitossanitários representa maisde US$ 27 bilhões sendo o Brasil o terceiro consumidor mundial,gastando cerca de US $ 1,5 bilhão desse total. Os inseticidasacaricidas e nematicidas são responsáveis por 28-30%.desse total.Os produtos biológicos existentes, representados poraproximadamente 175 formulações incluindo bactérias, vírus, fungose nematóides, representam uma fração que não chega a atingir 1%do faturamento global. Assim, considerando esses dados, associadosao problema da resistência crescente dos artrópodos aos inseticidase acaricidas, ressurgência de pragas, poluição dos alimentos e doambiente e principalmente a pressão crescente da sociedade, pode-se inferir que as indústrias relacionadas ao controle de pragas terãoque mudar radicalmente sua política de investimentos na direcãodos produtos microbianos, visando a sua maior utilizacão 'emprogramas de MIP. .

CRYMAX" BIOINSECTICIDE, THE FIRST RECOMBINANT BTPRODUCT FOR THE CONTRa L OF LEPIDOPTERAN INSECTS IN THEVEGETABLE, TREE, NUT AND VINE MARKET

R.A. Daoust, Ecogen Inc., 2005 Cabot Boulevard West, Langhorne,PA 19047-3023, USA.

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Crymax is the first 8acillus thuringiensis-based product using arecombinant Bt strain that has been registered by the EnvironmentalProtection Agency in the United States for the control of lepidopteranpests of vegetables, fruit trees, nut trees and vine crops. The productwas developed using Ecogen's proprietary recombinant system,referred to as the SSR@System. The advantage of such a system isthat desirable genes can be inserted into a Bt strain with enhancedfield efficacy while still retaining ali the favorable environmental andsafety aspects of a naturally occurring Bt product. Crymax containsthree versions of the cry 1Ac gene the encodes for insecticidal crystalprotein for broad spectrum activity against a wide range of caterpillarpest species and one version each of the cry1 C and cry2A genes.The cry1 C gene encodes for protein that has especially high activityagainst Bt-resistant diamondback moth larvae. The cry2A geneencodes for protein active against several difficult to killlepidopteranpests, e.g. the tomato fruitworm, Helicoverpa zea. Crymax isformulated as a water dispersible granular containing 15.00%lepidopteran active toxin. Its potency is 64 billion International Unitsper kilogram of product. Crymax is labeled for control of over 100lepidopteran pest species on severa I hundred different crops andornamental plants and trees. In comparative field trials against alimajor commercial Bt products and chemical insecticides, Crymaxhas consistently been shown to perform comparably to the mos!efficacious chemicals and better than other Bt products whenequivalent rates and application frequencies were used. The productis under development in numerous countries throughout the world,including Brazil. r--

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