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A influência da Televisão Regional e Educativa no Grande ABCDomingo Glenir Santarnecchi - [email protected] Editora Nacional - FAENACSão Caetano do Sul – [email protected]

Domingo Glenir Santarnecchi - Advogado e Jornalista. Bacharel em Direito pela Universidade São Francisco. Especialista em Direito Administrativo pela PUC-SP; Mestre em Direito Civil pela PUC-SP; Diretor da APROCER – Associação dos Profissionais de Cerimonial do Grande ABC; Membro do Conselho Editorial da Revista Raízes, da Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul; Assessor de Imprensa da FAENAC – Faculdade Editora Nacional de São Caetano do Sul e Apresentador da TV São Caetano – Canal 45 UHF e a cabo

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Page 3: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

s meios de comunicação do Grande ABC sofrem influência direta da imprensa da

Capital Paulista, devido a proximidade territorial, tanto que possui apenas um

jornal de grande porte, o Diário do Grande ABC, sendo que os demais são, em

sua maior parte, semanários de pequeno porte.

OA região do Grande ABC é constituída por sete municípios, a saber: Santo André, São

Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da

Serra, que congregam cerca de 2.500.000 habitantes, onde convivem, lado a lado, a

tecnologia avançada e os problemas socioeconômicos resultantes do processo de

globalização da economia. Eles estão localizados à Sudeste da Região Metropolitana da

Grande São Paulo, que congrega 39 município, juntamente com a Capital (Anexo I).

Historicamente, as sete cidades do Grande ABC nasceram de um núcleo comum,

formado por imigrantes italianos, o que, de certo modo, as torna similares em alguns

aspectos. O desenvolvimento individual, contudo, diagramou peculiaridades que singularizam

nessa equação, o denominador comum, sem dúvida, é o avançado processo de conurbação,

que gera desdobramentos idênticos quando se pensa na qualidade de vida dos habitantes.

Assim também acontece com a televisão, que desde a sua criação até 1989, vivia

apenas dos canais de TV aberta sediados em São Paulo – Capital, que pouca atenção

dedicava ao Grande ABC, somente dando destaque quando da ocorrência das grandes

inundações, dos crimes bárbaros, das rebeliões em cadeias ou das greves dos Sindicatos,

eventos que marcaram de forma indelével a atuação dos sindicalistas nos movimentos

reivindicatórios durante as décadas de 80 e 90. Hoje, o panorama mudou muito, devido à

situação econômica que o país atravessa, à despeito dos sindicalistas terem assumido o

Governo Federal, mas a conjuntura não é a mesma daquela época.

A região do Grande ABC até hoje não possui emissora de TV aberta e continua a ser

dependente em larga escala também de sua luminosidade e de sua atratividade cultural

porque não conta com veículos de comunicação de massa. O mesmo acontece com as

rádios que chegou a abrigar sete emissoras. Hoje, no entanto, possui apenas uma rádio

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Page 4: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

comercial e uma rádio religiosa. E não pensem que a região não tem TV aberta porque falta

interesse de investidores. O problema é que tecnicamente isso não é possível. Precisaria

contar com uma barreira natural, isto é, com montanhas para interceptar as imagens geradas

em São Paulo e produzir imagens locais.

Como a topografia não ajuda e a tecnologia não faz milagres, a região fica apenas

com emissoras em UHF e a cabo que, têm audiências residuais e não dispõe de recursos

técnicos, materiais e humanos para programações que rivalizem com as dos grandes

conglomerados de comunicação, existentes na Capital Paulista. Assim, disputar audiência

com São Paulo é coisa ingrata e ficamos apenas na penumbra. A identidade municipal da

região foi despedaçada e aumentou consideravelmente o “Complexo de Gata Borralheira”,

em relação à Capital.

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Page 5: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Primórdios

o Brasil, a televisão aberta foi inaugurada em setembro de 1950. A primeira

emissora a entrar em funcionamento foi a PRF 3, TV TUPI , Difusora, pertencente

aos Diários Associados, cujo proprietário era o pioneiro, Assis Chateaubriand,

sendo também a primeira emissora a operar na América Latina e uma das cinco primeiras

em todo o mundo. Chateaubriand era dono de grande parte do mercado brasileiro dos meios

de comunicação, chegando a possuir 36 emissoras de rádio, 34 jornais e 18 canais de

televisão. Essa formação de oligopólio mostra, de certa forma, a tendência da economia da

década de 50.

N

São Caetano do Sul foi a segunda cidade brasileira a receber um aparelho receptor de

televisão para sintonizar a TV Tupi – Canal 3, instalado no recém inaugurado Mercado Inca,

conforme reportagem do Jornal de São Caetano de 13 de janeiro de 1951.

Somente depois é que tivemos a entrada de investimentos estrangeiros na indústria

da informação, demonstrando assim, que a internacionalização do mercado brasileiro

também marcou a norteamericanização da indústria cultural, especialmente no setor de

televisão. Houve também uma integração do mercado consumidor nacional, cuja área de

dependência foi o eixo Rio - São Paulo.

O período militar durou 21 anos e foi caracterizado por um declínio dos Associados,

ascensão e queda da TV Excelsior e o surgimento e ascensão da Rede Globo de Televisão,

com o suporte de acordos firmados com o grupo norteamericano do Time-Life.

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Page 6: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Nesta fase, o Estado desempenha uma atuação decisiva no que se refere à

regulamentação dos meios de comunicação de massa. É criada, em 1965, a Embratel que

inicia uma política modernizadora nas telecomunicações, ocasião em que o país se associa

ao Sistema Internacional de Satélite – INTELSAT. Mais adiante, em 1968, é inaugurado o

sistema de microondas, permitindo a interligação de todo o território nacional.

Toda a legislação básica que regula rádio e televisão no Brasil está enfeixada na Lei

4.117 de 27 de agosto de 1962, conhecida como Código Brasileiro de Telecomunicações.

Essa legislação estabelece que os serviços de radiodifusão são de interesse nacional e com

uma finalidade Educativa e Cultural. No ano de 1991 todas as concessões de rádio e

televisão são consolidadas num decreto que regulamenta o assunto.

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Page 7: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Pioneirismo Regionals tevês regionais, por uma série de questões, procuram dar cobertura maior para a

cidade mais importante da sua região. Este fato tem gerado muitas controvérsias,

com discussões e muitas críticas sobre o papel que as emissora deveriam prestar

para a região.

ANo entanto, as empresas ficam na defensiva dizendo que não possuem equipes

suficientes para realizar uma cobertura completa ou às vezes, não se justifica enviar uma

equipe para um município muito distante sem haver razão maior. Após o levantamento dos

dados no período pesquisado, percebeu-se que a Baixada Santista não é exceção a esta

regra.

Outro aspecto é a chegada das tevês a cabo e a chegada das comunitárias que vêm

modificando o papel das tevês regionais de sinal aberto. Elas atingem públicos diferenciados

economicamente, porém elas trabalham no mesmo território e, por isso, não poderão ignorar

as mudanças que isso acarreta na programação e até mesmo no mercado de trabalho.

Hoje, no Brasil, existem dezenas de tevês que apenas estão preocupadas em veicular

publicidade regional, mas nenhuma informação que interesse à população local. O jornalismo

pode ser um caminho que modifique esta situação. Talvez não seja o único caminho, mas é

uma forma das pessoas sentirem mais próximas de seus direitos ou de terem resposta aos

seus anseios.

Foi somente em 1989 que um grupo de empresários local se reuniram e conseguiram

obter a concessão para operar um canal de televisão local, fundando a TV São Caetano –

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Page 8: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Canal 45 UHF, em caráter experimental, de forma pioneira na região do Grande ABC. Essa

televisão era simples, quase amadora, engatinhando os primeiros passos com programas

pouco conhecidos, divulgando inicialmente mais o esporte da região, mas também os

acontecimentos e as atividades educativas e sociais das cidades locais, com a programação

dando maior ênfase à área esportiva.

Nessa mesma época, a Rádio Diário do Grande ABC, conseguiu obter uma concessão

junto ao Dentel, para operar um canal de televisão local em UHF. No entanto, não conseguiu

colocar no ar esse canal de televisão em caráter experimental. Passados alguns anos,

transferiram a concessão a um outro grupo, instalando a Rede Vida de Televisão, que se

consolidou e até hoje permanece no ar.

Após três anos de experiência, finalmente, em 1993, a TV São Caetano recebeu

autorização para funcionar em caráter definitivo. Foi a partir de então que houve uma

divulgação maciça pela imprensa e a televisão estabeleceu uma grade de programas, ainda

pequena, mas que ao longo desses anos foi crescendo substancialmente. O importante é

que, durante esse período e até hoje, a TV São Caetano quando tem a sua grade sem

programas ela entra em cadeia com a Rede Brasil e transmite a programação da TV

Educativa do Rio de Janeiro.

Os primeiros programas criados foram a Sala Esportiva, visando divulgar os eventos

esportivos da região; Momentos da Nova Era, dedicado a divulgar os profissionais atuantes

na área Holística; ABC Brasil, programa de entrevistas e debates com a participação dos

telespectadores através do telefone, fax e e-mail, dando maior interatividade com o público

assistente.

Deve-se ressaltar que esse período, de 1993 a 1996, se constituiu numa fase de

engatinhamento tanto técnica/operacional quanto dos apresentadores, que não contavam

com uma estrutura ideal para realizar o seu trabalho.

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Page 9: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Fase Profissionaluando o “Canal 45” UHF (agora com novo nome fantasia - ex-Tv São Caetano)

atingiu 8 anos de existência, em 1997, ele passou por uma completa reformulação

contando com uma estrutura profissional, reformulou seus estúdios, totalmente

digitalizados, instalações de novos transmissores de alta qualidade e mais potência, cujos

sinais foram ampliados para serem sintonizados com mais facilidade por toda a Grande São

Paulo.

QFoi nessa ocasião que surgiu a TV a cabo por assinatura e o Canal 45 passou a

operar não só por UHF, mas também a cabo, pelo canal 14 da TVA/Canbras, com uma

qualidade visual muito melhor, própria dos canais a cabo.

Também os programas nessa época foram reformulados e criou-se duas produtoras

para dar suporte profissional na montagem desses programas, ampliando a sua grade de

atividades. Criou-se ainda, um telejornal “Jornal Regional”, para atender a demanda de

informações dos acontecimentos da região e manter o público bem informado. Hoje esse

telejornal foi transformado no “TN – Tijucussu Notícias!, com um equipe externa que realiza a

cobertura in loco dos eventos.

Convém ressaltar que a exemplo do que ocorria na fundação, o Canal 45 ampliou

substancialmente o número de programas que compõem a sua grade. Continua participando

da Rede Brasil de Televisão, capitaneada pela TV Educativa do Rio de Janeiro e quando a

grade não possui programas próprios, ela transmite automaticamente a programação da TV

Educativa.

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Page 10: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

No que tange à audiência, o Canal 45 sofre influência dos grande canais da Capital

que contam com noticiários nacionais em rede, novelas com alto índice de audiência, entre

outros. No entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que

o período de pico com maior audiência ocorre entre 22 e 24 horas, ocasião em que a TV é

sintonizada por cerca de 150.000 televisores, sendo que cada televisão é assistida, em

média, por cerca de 4,3 telespectadores, chegamos à cifra aproximada de 600.000 pessoas.

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Page 11: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Surgimento de novos canais Grupo TVA/Canbras, operadora de tv a cabo obteve, mais tarde, autorização da

ANATEL para os serviços de Comunicação Multimídia, operando não só na área

de tv por assinatura, mas também para Internet através da banda larga, com a

Canbras Net, ampliando o campo de trabalho. A Canbras Net surgiu com intuito de

proporcionar ao mercado também da Internet, o provimento de acesso em alta qualidade e

segurança, utilizando-se da rede de fibras óticas, o que melhorou sensivelmente a TV a cabo

por assinatura.

OA área coberta pela Canbras ultrapassou os limites da região do Grande ABC,

atendendo também a região de Guarulhos, Vale do Paraíba, através de São José dos

Campos e o litoral paulista pelas cidades de Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande.

Com o surgimento da TV a cabo e por fibras óticas, a região do Grande ABC passou a

contar com dois canais de televisão, o Canal 45 e o Canal Local ABC-3. A equipe

responsável pela montagem dos programas desse novo canal está dando os primeiros

passos e crescendo visando dotar o público local de novas opções em programas. Essa

equipe composta por voluntários, em sua maioria, são estagiários de Comunicação, que aos

poucos vão adquirindo experiência e formando novos profissionais da área.

Apenas em 2002 surgiu o terceiro canal de televisão da região, a “TV+”, que opera

através do canal 8 da Canbras. Esse canal já dispõe de vários programas, mas o seu nicho

principal é a divulgação de empresas do comércio, indústria e da prestação de serviços, o

“ABC Shop”, ao estilo do Shop Tour dos canais da Capital.

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Hoje, portanto, a TV a cabo da Canbras transmite o Canal 45, o Canal Local ABC-3 e

a TV+, cujas perspectivas futuras são animadoras e com tendência ao crescimento dos

programas.

Tanto isso é verdade que a Canbras já comemorou sete anos de operação em abril

último, cobrindo atualmente cinco dos sete municípios da região. Cada domicílio tem em

média 4,3 telespectadores, com um tempo médio de exposição de 59%. Possui cerca de

200.000 assinantes e tem o maior índice de fidelização de assinantes entre as demais

operadoras do Brasil.

Isso significa que a região do Grande ABC ao longo da década de 90 cresceu e

evoluiu, conseguindo hoje, três canais de televisão regional dedicados, quase que

exclusivamente, à divulgação daquilo que acontece na comunidade local, não precisando

assim, depender das grandes televisões da Capital.

Também não quer dizer que a região ficou auto-suficiente e isolada, pois ainda

mantém-se cativa dos horários nobres das televisões paulistanas, mas significa que nos

momentos em que essas grandes televisões se tornam enfadonhas, sem criatividade e

manipuladora, os telespectadores locais têm agora a opção dos canais regionais, que se

aprimoram no dia a dia em busca da qualidade técnica e dos programas.

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Page 13: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

A cultura esportiva televisivam fator muito presente em nossa sociedade é a comunicação televisiva, que aliada

ao fenômeno esportivo, muitos paradigmas que nos satisfaziam vão

desaparecendo e cedendo espaços para o surgimento de novos. Esta parceria

deve ser olhada de forma mais atenta.

UEstas duas áreas do conhecimento humano se aproximam de forma muito importante,

já que existe um fenômeno que deve ser estudado, o esporte, que obtém grandes audiências

em todos os veículos de informação, assim como a função e o desempenho da mídia

audiovisual nas veiculações de imagens esportivas geradas em virtude de uma transmissão,

ou então, por meio de um programa esportivo. Precisamos analisar com cuidado estes dois

produtos da sociedade de consumo.

O ponto central desta reflexão é a análise televisiva e as publicações e propagandas

pessoais, presentes na construção da imagem do ídolo, do herói esportivo, passando

também pela figura do político, que veiculando suas imagens na televisão, querem ser

identificados, consumidos, e assim atingirem o inconsciente dos indivíduos.

Podemos chegar à conclusão que a televisão é, por excelência, o maior divulgador

dos fenômenos esportivos entre as mídias. Com esse status conferido, esta tem a primazia

na divulgação das informações e notícias, ou seja, se constitui no meio comunicacional mais

procurado, pela sua estrutura e também em virtude dos seus recursos audiovisuais. Sua

hegemonia é por possuir uma comunicação muito mais rápida e diversificada de imagens,

com um movimento muito mais dinâmico, mais ágil e mais rico em detalhes.

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Page 14: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Desse modo, essa cultura esportiva ganha um papel muito relevante, influenciando e

interferindo na sociedade. Sentimos estes fatos nos aspectos comportamentais na maneira

de falar, assim como a adoção das gírias e dos jargões presentes no discurso do esporte, e

que estão incorporadas no cotidiano das pessoas.

Os elementos esportivos estão presentes no meio comunicacional televisivo brasileiro

e este soube aproveitar-se do objeto esporte. Esta parceria rende grande índices de

audiência para as emissoras. Os patrocinadores atingem também seu público-alvo, os

consumidores dos produtos esportivos. Nas transmissões esportivas vemos placas, faixas e

painéis, estrategicamente colocados no ângulo de visão da TV. As camisetas dos atletas

esportivos são espaços importantes, tanto que, não têm mais espaços para o seu próprio

nome, porque estes estão reservados para o nome dos patrocinadores, se constituindo em

verdadeiros outdoors ambulantes.

As práticas esportivas ou o esporte também estão presentes na telenovela, seja na

forma de cenário de uma academia, seja um personagem representando um professor de

educação física, no telejornal ou em uma transmissão esportiva que é um belo espetáculo.

O que nos atraem a atenção são os Jogos Olímpicos e as Copas do Mundo de

Futebol, que deixam milhares de telespectadores atônitos assistindo essas disputas que

ocorrem somente a cada quatro anos. A mídia aproveita todos esses trunfos para estarem

em evidência.

Desde a antiga Grécia, os grandes atletas eram eternizados pelas suas conquistas ou

atos, através de estátuas, de canções ou histórias de feitos, contados pelos homens mais

velhos das aldeias, servindo de exemplo para as gerações futuras.

Hoje a memória de uma sociedade ou povo, assim como os fatos e acontecimentos

heróicos, são vinculados através das imagens televisivas. Ela se caracteriza com a memória

da nossa sociedade dos anos 90.

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Page 15: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Azulão ajuda a estimularesde a sua fase experimental, em 1989, até a sua fase profissional nos dias atuais,

a TV São Caetano – Canal 45 UHF, sofreu várias mudanças no seu conteúdo

programático e operacional, objetivando disputar o público do Grande ABC junto

com as principais redes brasileiras de TV.

DPara tanto, procura fazer uma programação específica e delimitada para conquistar o

telespectador cada vez mais exigentes. Aproveitou a boa fase da equipe da Associação

Desportiva São Caetano (Azulão), dedicando maior espaço à divulgação do futebol. A sua

audiência foi estimulada em alguns momentos pelo programa esportivo pegando carona na

boa fase do Azulão, time que representa o Grande ABC. Nos últimos campeonatos o

programa de esporte passou a ter melhor audiência com a subida também do Esporte Clube

Santo André (Ramalhão) à Divisão Especial do Futebol Paulista.

Nos dias de jogos do Azulão ou do Ramalhão, registra-se uma queda no índice de

audiência, justificado que o Canal 45 não transmite os jogos, já que as grandes emissoras

são detentoras dos direitos de arena. Mas, nas segundas-feiras, quando da realização do

programa esportivo, a audiência cresce sensivelmente. Também as pesquisas comprovam

que nos dias de jogos, muito telespectadores procuram canais alternativos, uns porque não

gostam de futebol, outros porque o time que está jogando não é o seu.

A TV também apresenta ao vivo programa de entrevistas e debates com pessoas

representativas da região, permitindo a interação entre os telespectadores. Os programas de

debate ao vivo, como o ABC BRASIL, torna-se uma opção, mesmo porque o público do ABC

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Page 16: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

sempre identifica os entrevistados que convivem na mesma comunidade. Nesses programas

o telespectador tem oportunidade de encaminhar e fazer, ao vivo, perguntas, sugestões e

críticas aos entrevistados: Prefeitos, Vereadores, Secretários, dirigentes de clubes,

associação, entidades, atletas, educadores, artistas, políticos, profissionais liberais etc.

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Page 17: MÍDIA BRASILEIRA: 2 SÉCULOS DE HISTÓRIA  · Web viewNo entanto, foram realizadas várias medições em 2002 e chegou-se à conclusão que o período de pico com maior audiência

Televisão e Educação televisão exerce poderosa influência em nossa cultura, pois reflete, recria e difunde

o que se torna importante socialmente, como do imaginário criando uma ficção. Se

constitui, também, num importante papel educativo e na prática transforma-se

numa segunda escola, paralela à tradicional. A televisão é um processo eficiente de

educação informal, porque ensina de forma atraente e voluntária, já que ninguém é obrigado,

ao contrário da escola, a observar, julgar e agir individualmente e coletivamente para suprir

as deficiências da escola, da alfabetização, através do apoio às TVs Educativas e aos

Telecursos.

A

Se não estamos atentos às principais mensagens emitidas pela TV, ela nos escapa.

Muitos intelectuais, educadores, religiosos e líderes mantém com a televisão uma atitude

altamente preconceituosa, totalitária, só observando os aspectos negativos e maniqueístas.

A televisão, segundo o caminho trilhado pelo rádio, é um meio de comunicação complexo,

porque alia o entretenimento, a informação e o consumo (publicidade).

Ela é uma grande contadora de estórias (novelas, seriados, desenhos, mini-séries);

vive contando retalhos de histórias do dia-a-dia (programas informativos e noticiosos) e

alimenta a economia, o consumismo (através da publicidade e do merchandising). Uma

verdadeira e rica análise da televisão precisa escolher alguns momentos significativos das

três áreas – ficção, informação e publicidade – e interligá-las numa visão de conjunto.

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TV por asinatura só explode nas estatísticasatéria inserida no jornal O Estado de São Paulo, edição de 8 de novembro de

1997, afirmava que o Sistema por Assinatura terá explosão de oferta, vaticinando

que no ano seguinte teria um futuro brilhante e um negócio que seria muito

rentável. O ministério das Comunicações iria colocar em licitação um total de 1,6 mil

concessões de TV paga no Brasil nos meses seguintes, espalhadas por 450 municípios.

MA meta prevista então, era atingir em 2003 cerca de 16,5 milhões de usuários. E o que

aconteceu na realidade? Existem atualmente no Brasil cerca de 2,1 milhões de assinantes,

mas o governo quer atingir, no fim do ano que vem, 5,7 milhões. No Estado de São Paulo, o

preço de concessão da TV a cabo é de R$ 15 milhões. É a primeira vez que vai haver no

País licitações para esse tipo de serviço.

Atualmente, o setor de TV paga é dividido por duas grande empresas, ligadas aos

grupos Globo e Abril. Pesquisa do IBOPE Mídia, recentemente divulgada, mostra que o

índice de penetração nos lares brasileiros continuou patinando na taxa de 10% no início de

2000. Isso representa que, de cada dez lares no Brasil, apenas um tem o serviço.

Entre a extravagante projeção do Ministério das Comunicações, de que o Brasil teria

16,5 milhões de usuários de TV por assinatura em 2003, e o escancaramento da situação

econômica da Globo Cabo em 2002, há um fio condutor de exageros na prospecção do

potencial brasileiro que vai muito além das atividades de serviços.

Conclui-se então, que em todas essas estripulias, que ganham nomenclaturas

pomposas e estelares de fina flor do gerenciamento corporativo, omite-se o fato de que há

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dois Brasil em questão – o Brasil pequeno e punjante dos incluídos e o Brasil vasto e

vexatório dos excluídos.

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ANEXO I

REGIÃO DO GRANDE ABC_______________________________________________________________

Fonte: IBGE e FGV - 2000

Obs:- Em 1970 a região possuía apenas 988.677 habitantes_______________________________________________________________

C I D A D E S P O P U L A Ç Ã O Á R E A_______________________________________________________________

1- São Bernardo do Campo 742.887 habitantes 407,10 km2

2- Santo André 649.331 habitantes 174,30 km2

3- Mauá 377.782 habitantes 80,00 km2

4- Diadema 357.064 habitantes 30,07 km2

5- São Caetano do Sul 140.159 habitantes 14,18 km2

6- Ribeirão Pires 105.049 habitantes 107,00 km2

7- Rio Grande da Serra 37.091 habitantes 31,00 km2_________________________________________________________________________

T O T A L 2.409.363 habitantes 844,64 km

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Bibliografia

ANDRADE, Antônio. Revista Raízes – Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul – nº: 11, de julho de 1994.

CADERNOS INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Televisão, Poder e Classes Trabalhadoras – Cortez Editora, SP., nº 2, 1982.

INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação/GT Televisão, 1997.

IX CONGRESSO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. Comunicação e Educação Popular. Editora Imprensa Metodista, São Bernardo do Campo, 1980.

LIMA, Daniel. Complexo de Gata Borralheira - Editora Livre Mercado, 2002.

LIMA, Daniel. Meias Verdade: Como usar a mídia para vender ilusões – Editora Livre Mercado, 2003.

MARANGONI, Nivaldo. Televisão: Fácil de ver, difícil de fazer – dicas de como aparecer bem na telinha – São José dos Campos/SP, Papercom Editora, 2002.

MATTOS, Sérgio (org.). A televisão e as políticas regionais de comunicação. São Paulo:

MORAN, José Manoel. Como ver televisão: leitura crítica dos meios de comunicação –São Paulo, Editora Paulinas, 1991.

PETROLLI, Valdenízio. Diário do Grande ABC: A construção de um jornal regional. Tese de doutoramento. São Bernardo do Campo, UMESP. 2000.

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