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FENOLOGIA REPRODUTIVA DE CANELA-PRETA (Ocotea cath arinensis Mez-LAURACEAE) NO PARQUE ESTADUAL DA CANTAREIRA, SÃO PAULO (SP)\ RESUMO A fenologia reprodutiva de Ocotea catharinensis (canela-preta) foi estudada no Parque Estadual da Cantareira, em área de Mata Atlântica, localizado em São Paulo (SP) a 850 m de altitude média, 23°22' de latitude S e 46°36' de longitude W, com clima Ctb. As observações fenologicas foram efetuadas mensalmente, de janeiro de 1988 a dezembro de 1995, em 17 árvores. O florescimento e a frutificação foram relacionados com a temperatura, umidade relativa do ar, precipitação, fotoperíodo e balanço hídrico do local. Constatou-se que o florescimento ea frutificação ocorreram de maneira irregular e variaram entre árvores e anos. O florescimento ocorreu na primavera, no inverno e, principalmente, no verão. A maioria das árvores que floresceu não frutificou ou produziu somente frutos imaturos. Apenas os frutos originados do florescimento ocorrido na primavera atingiram a maturidade, indicando a necessidade de um período quente e úmido para o seu desenvolvimento. A produção de sementes foi supra-anual e restrita a poucas árvores. Palavras-chave: fenologia; florescimento; frutificação; produção de sementes. 1 INTRODUÇÃO Ocotea catharinensis é uma espécie arbórea de grande porte, pertencente à família Lauraceae e conhecida principalmente como canela- preta (Vattimo, 1956; Teixeira, 1980; Inoue et al., 1984; Reitz et al., 1988; Rizzini, 1990; Lorenzi, 1992; Carvalho, 1994). Ocorre naturalmente em toda a encosta oriental da Serra do Mar, na floresta pluvial atlântica, desde o sul do Estado de São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul (Lorenzi, 1992). Antonio da SILVA 2 Ivor Bergemann de AGUIAR 3 .. 4 Edgar Ricardo SCHOFFEL ABSTRACT The reproductive phenology of Ocotea catharinensis was studied in an area of Atlantic Forest localized in São Paulo (SP) Brazil at 850 m mean altitude, 23°22' latitude S and 46°36' longitude W, with a Cfb climate. Phenological observations were made in 17 trees monthly from January 1988 to December 1995. The flowering and fruiting were related with the temperature, air relative hurnidity, rain, photoperiod and hydric balance of the place. It was found that the flowering and the fruiting occurred irregularly and varied between trees and years. Flowering occurred in the spring, winter and mainly in the summer. Most of the flowered trees failed to fruit or produced only immature fruits. Only the fruits originated of spring flowering reached the maturity, showing the need of a hot and wet period for their development. Seeds production was supra-annual and limited to few trees. Key words: phenology; flowering; fruiting; seed production. Segundo Reitz et al. (1988), é a espécie mais comum, característica e significativa da mata pluvial da encosta atlântica do Sul do Brasil, freqüente em altitudes compreendidas entre 300 e 800 m. Sua madeira é de excelente qualidade, moderadamente pesada (densidade de 0,70 a 0,80 g/cnr'), resistente, de fácil desdobro e apropriada para a laminação, apresentando grande potencial econômico. Assim, pode ser utilizada para fins nobres como marcenaria e carpintaria, entre outros usos (Inoue et al., 1984; Reitz et al., 1988; Lorenzi, 1992). (1) Parte da Dissertação de Mestrado apresentada pelo primeiro autor em 21/02/97 à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP de Jaboticabal - SP, e aceita para publicação em agosto de 2000. (2) Instituto Florestal, Caixa Postal 1322, 01059-970, São Paulo, SP, Brasil. (3) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP,. Rodovia Professor Paulo Donato Castellane km 5, 14870-000, Jaboticabal, SP, Brasil. (BF.lsista do CNPq) (4) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, Rodovia Professor Paulo Donato Castellane km 5, 14870-000, Jaboticabal, SP, Brasil. (Bolsista da FAP!::SP) Rev. Inst. Flor., São Paulo, 12(2):77-88,2000.

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  • FENOLOGIA REPRODUTIVA DE CANELA-PRETA (Ocotea cath arinensis Mez-LAURACEAE)NO PARQUE ESTADUAL DA CANTAREIRA, SÃO PAULO (SP)\

    RESUMO

    A fenologia reprodutiva de Ocoteacatharinensis (canela-preta) foi estudada no ParqueEstadual da Cantareira, em área de Mata Atlântica,localizado em São Paulo (SP) a 850 m de altitudemédia, 23°22' de latitude S e 46°36' de longitudeW, com clima Ctb. As observações fenologicasforam efetuadas mensalmente, de janeiro de 1988 adezembro de 1995, em 17 árvores. O florescimento ea frutificação foram relacionados com a temperatura,umidade relativa do ar, precipitação, fotoperíodo ebalanço hídrico do local. Constatou-se que oflorescimento e a frutificação ocorreram demaneira irregular e variaram entre árvores e anos.O florescimento ocorreu na primavera, no invernoe, principalmente, no verão. A maioria das árvoresque floresceu não frutificou ou produziu somentefrutos imaturos. Apenas os frutos originados doflorescimento ocorrido na primavera atingiram amaturidade, indicando a necessidade de umperíodo quente e úmido para o seu desenvolvimento.A produção de sementes foi supra-anual e restrita apoucas árvores.

    Palavras-chave: fenologia; florescimento; frutificação;produção de sementes.

    1 INTRODUÇÃO

    Ocotea catharinensis é uma espéciearbórea de grande porte, pertencente à famíliaLauraceae e conhecida principalmente como canela-preta (Vattimo, 1956; Teixeira, 1980; Inoue et al.,1984; Reitz et al., 1988; Rizzini, 1990; Lorenzi,1992; Carvalho, 1994). Ocorre naturalmente em todaa encosta oriental da Serra do Mar, na florestapluvial atlântica, desde o sul do Estado de São Pauloaté o norte do Rio Grande do Sul (Lorenzi, 1992).

    Antonio da SILVA2

    Ivor Bergemann de AGUIAR3.. 4

    Edgar Ricardo SCHOFFEL

    ABSTRACT

    The reproductive phenology of Ocoteacatharinensis was studied in an area of AtlanticForest localized in São Paulo (SP) Brazil at 850 mmean altitude, 23°22' latitude S and 46°36'longitude W, with a Cfb climate. Phenologicalobservations were made in 17 trees monthly fromJanuary 1988 to December 1995. The floweringand fruiting were related with the temperature, airrelative hurnidity, rain, photoperiod and hydricbalance of the place. It was found that theflowering and the fruiting occurred irregularly andvaried between trees and years. Floweringoccurred in the spring, winter and mainly in thesummer. Most of the flowered trees failed to fruitor produced only immature fruits. Only the fruitsoriginated of spring flowering reached thematurity, showing the need of a hot and wet periodfor their development. Seeds production wassupra-annual and limited to few trees.

    Key words: phenology; flowering; fruiting; seedproduction.

    Segundo Reitz et al. (1988), é a espéciemais comum, característica e significativa da matapluvial da encosta atlântica do Sul do Brasil, freqüenteem altitudes compreendidas entre 300 e 800 m. Suamadeira é de excelente qualidade, moderadamentepesada (densidade de 0,70 a 0,80 g/cnr'), resistente,de fácil desdobro e apropriada para a laminação,apresentando grande potencial econômico. Assim,pode ser utilizada para fins nobres como marcenaria ecarpintaria, entre outros usos (Inoue et al., 1984;Reitz et al., 1988; Lorenzi, 1992).

    (1) Parte da Dissertação de Mestrado apresentada pelo primeiro autor em 21/02/97 à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP deJaboticabal - SP, e aceita para publicação em agosto de 2000.

    (2) Instituto Florestal, Caixa Postal 1322, 01059-970, São Paulo, SP, Brasil.(3) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP,. Rodovia Professor Paulo Donato Castellane km 5, 14870-000, Jaboticabal, SP, Brasil.

    (BF.lsista do CNPq)(4) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, Rodovia Professor Paulo Donato Castellane km 5, 14870-000, Jaboticabal, SP, Brasil.

    (Bolsista da FAP!::SP)

    Rev. Inst. Flor., São Paulo, 12(2):77-88,2000.

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    SILV A. A. da; AGUIAR, I. B. de & SCI-IÓFFEL, E. R. Fenologia reprodutiva de canela-preta (Ocotea catharinensis Mez-Lauraceae) no ParqueEstadual da Camareira, São Paulo (SI').

    As flores são bissexuadas e reunidas eminflorescências racemosas axilares com I a 3 em decomprimento. O fruto é uma baga elipsóide, decoloração pardo-escura, com 2,0 a 2,5 em decomprimento e 1,0 a 1,5 em de diâmetro, envolvidapor uma cúpula hemisférica até próximo à metadedo seu comprimento (Inoue et al., 1984; Reitz,1988). Do ponto de vista de extração de sementes,Silva et al. (1993) classificaram os frutos de o.catharinensis como carnosos e indeiscentes.

    As árvores florescem praticamentedurante o ano todo (Reitz et al., 1988; Lorenzi,1992), com maior intensidade em determinadosmeses do ano, que variam em função do local: deoutubro a janeiro (Inoue et al., 1984) e de junho ajaneiro (Carvalho, 1994) no Paraná; de julho amarço em Santa Catarina (Carvalho, 1994) e deagosto a março no Rio Grande do Sul (Reitz et al.,1988). A frutificação ocorre principalmente dejaneiro a março em São Paulo (Carvalho, 1994), demaio a agosto no Paraná (Inoue et al., 1984;Carvalho, 1994), em novembro e dezembro emSanta Catarina (Carvalho, 1994) e no outono-inverno no Rio Grande do Sul (Reitz et al., 1988).

    De acordo com a classificação em gruposecológicos, o. catharinensis é considerada umaespécie clímax (Carvalho, 1994; Cordini, 1994).Está ameaçada de extinção (Baitello, 1992;Carvalho, 1994), devido à destruição de seu habitatna área de ocorrência natural. Em algumas áreas,segundo Baitello (1992), é encontrada em estadonativo, protegida em Parques Estaduais como o dasLauráceas (PR), o do Ibiritá (RS), o da Cantareira(SP), o da Serra do Mar (SP) e o das Fontes doIpiranga (SP), bem como na Reserva BiológicaEstadual da Canela-preta (SC).

    Apesar da importância ecológica eeconômica, as pesquisas com o. catharinensis sãoescassas e as informações envolvendo sua biologiareprodutiva, que podem ser obtidas parcialmenteem trabalhos de fenologia, são contraditórias.Segundo Lieth (1974) apud Mantovani &MARTlNS (1988), a fenologia estuda a ocorrênciade eventos biológicos repetitivos e sua relação comas mudanças no ambiente biótico e abiótico.Referindo-se às matas brasileiras, Morellato et ai.(1989) enfatizaram que a fenologia das espécies épouco conhecida.

    Acredita-se que informações mais seguraspoderão subsidiar estudos nas áreas de produção,tecnologia e fisiologia da germinação das sementes.

    Rev. Inst. Flor., São Paulo, J 2(2):77-88,2000.

    Assim, este trabalho foi desenvolvido com oobjetivo de estudar a fenologia do florescimento e dafrutificação de o. catharinensis, em relação aosfatores abióticos, em uma área de ocorrêncianatural da espécie.

    2 MATERIAL E MÉTODOS

    2.1 Área de Estudo

    A pesquisa foi desenvolvida em árvoresadultas de o. catharinensis numa área de florestanatural do Parque Estadual da Cantareiradenominada Pinheirinho, administrada peloInstituto Florestal de São Paulo. O Parqueencontra-se localizado na Zona Norte do municípiode São Paulo (FIGURA I), à altitude média de 850 m,23°22' de latitude S e 46°36' de longitude W(Ventura et al., 1965/66), compreendendo umaárea de 7.881 ha de Mata Atlântica.

    De acordo com Ventura et al. (1965/66),o solo dessa área é classificado como LatossoloVermelho Amarelo-fase rasa (LVr) c o clima dotipo Cfb, segundo a classificação climática de Kõppen.Com base nos dados meteorológicos referentes aoperíodo mínimo de II anos, os' autores relataramque a prccipitacão média anual foi 1.545 mm, atemperatura média do mês mais quente 21 ,O°C e ado mês mais frio 14,4°C.

    2.2 Seleção, Marcação e Medição das Árvores

    Em janeiro de 1988 foram selecionadas17 árvores de o. catharinensis, todas dominantesdo dossel florestal, a maioria distribuída na meiaencosta e menor Quantidade em locais planos,localizadas em diferentes pontos. A distância entreárvores variou de 18 a 136 m, tendo sidoselecionadas aquelas de bom aspecto fitossanitário,vigor e forma da copa. De acordo com Prado(comunicação pessoal), elas possuem mais de 300anos de idade.

    As 17 árvores foram numeradasseqüencialmente e identifícadas com placas dealumínio colocadas no tronco, à altura aproximadade 2 m do nível do solo. Foi efetuada a medição doDAP (diâmetro à altura do peito), altura do fuste,da copa e altura total, bem como o diâmetro dacopa de cada uma das árvores selecionadas. Osdados obtidos constam na TABELA I.

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    SILVA, A. da; AGUIAR, I. B. de & SCHÜFFEL, E. R. Fenologia reprodutiva de canela-preta (Ocotea catharinensis Mez-Lauraceae) no ParqueEstadual da Camareira, São Paulo (SP).

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    FIGURA 1 - Localização do Parque Estadual da Cantare ira no município de São Paulo (SP).

    ReI'. Inst. Flor., São Paulo, 12(2):77-88,2000.

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    SILV A, A. da; AGUIAR, I. B. de & SCI-IOFFEL, E. R. Fenologia reprodutiva de canela-preta (Ocotea catharinensis Mez-Lauraceae) no ParqueEstadual da Cantareira, São Paulo (SP).

    TABELA 1 - Características das árvores de Ocotea catharinensis selecionadas para asobservações fenológicas realizadas no Parque Estadual da Cantareira, SãoPaulo (SP), em 1988.

    Nº DAP Altura fuste Altura copa Altura total Diâmetro copada árvore (em) (m) (m) (m) (m)

    01 62,0 12,50 7,00 19,50 16,6002 52,0 15,00 5,80 20,80 10,0003 56,0 10,00 8,80 18,80 6,0004 51,8 13,00 7,50 20,50 8,0005 61,3 10,00 8,50 18,50 12,0006 39,0 11,00 6,00 17,00 6,0007 40,0 12,50 6,00 18,50 6,0008 50,0 12,50 7,00 19,50 8,0009 37,0 12,00 7,00 19,00 6,0010 47,0 10,00 6,00 16,00 11,50I I 54,7 12,50 7,00 19,50 11,7012 50,8 11,50 7,00 18,50 12,3013 54,0 12,50 8,00 20,50 7,0014 49,0 12,50 10,00 22,50 8,0015 55,6 16,00 9,00 25,00 8,0016 59,9 12,50 14,00 26,50 9,0017 44,0 9,00 11,70 20,70 10,00

    Média 50,8 12,06 8,02 20,07 9,18

    o DAP foi medido com uma fitadiamétrica e para determinar a altura do fuste, foiutilizada uma corda de sizal, na qual colocou-se, acada metro, a partir de 5 m, uma fita crepenumerada seqüencialmente. O mensurador escalava aárvore com a corda amarrada no cinto de segurançae ao atingir o topo do fuste, soltava uma de suasextremidades; outra pessoa, no solo, esticava acorda até o colo da árvore, fazendo a leitura.

    O diâmetro e a altura da copa forammedidos com vara de bambu graduada em metro,que também foi conduzida pelo escalador, amarradapela corda. de sizal. Ao alcançar a copa da árvore, avara de bambu foi mantida na posição vertical,para a medição da altura, e na posição horizontal,para a medição do diâmetro. A altura total da árvorefoi obtida pela sornatória da altura do fuste e daaltura da copa.

    2.3 Observações Fenológicas e Meteorológicas

    As 17 árvores selecionadas foram observadasmensalmente, de janeiro de 1988 a dezembro de 1995,

    Reli. /1151. Flor., São Paulo, /2(2):77-88.2000.

    com o uso de binóculo Nikon I° x 70. Quando avisualização foi difícil, o observador subiu até acopa das árvores para fazer a avaliação. Foramregistradas as seguintes fases fenológicas:florescimento, reunindo flores em diferentesestádios de desenvolvimento; e frutificação,registrando em separado frutos imaturos (decoloração esverdeada) e frutos maduros (decoloração amarelada). Foi registrada, mensalmente, aocorrência de árvores que apresentaram cadaevento fenológico.

    Os dados meteorológicos foram obtidosna Estação Meteorológica de Mirante de Santana,pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia(lNMET), localizada à aproximadamente 6 km daárea de estudo, a 792 m de altitude. Foram elaboradosgráficos referentes à temperatura, umidade relativado ar, fotoperíodo, precipitação e componentes dobalanço hídrico, compreendendo os oito anos deacompanhamento fenológico. O fotoperíodo foiestimado com base na latitude do local dasobservações, c o balanço hídrico calculado segundoThomthwaitc & Mather (1955).

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    SILV A, A. da; AGUIAR, I. B. de & SCIIOFFEL, E. R. Fcnologia reprodutiva de canela-preta (Ocotea cothorinensis Mcz-Luurnccac) no ParqueEstadual da Cantareira, São Paulo (SI').

    3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

    As condições meteorológicas durante operíodo de desenvolvimento do trabalho foram típicasde clima Cfb, temperado úmido com período maisseco de junho a agosto, no inverno (FIG URAS 2, 3e 4). A precipitação média anual foi de 1.665 mm(janeiro foi o mês mais úmido), a temperaturamédia do mês mais quente (janeiro) foi de 23,0°C ea do mês mais frio (julho), de 16,2°C.

    Com base em dados médios mensais, aFIGURA 2 mostra o comportamento da temperatura eda umidade relativa do ar. A temperatura nosmeses de verão (dezembro a fevereiro) foi superior,em tomo de 10°C, à verificada no inverno (junho aagosto); da mesma forma, a umidade relativa do arfoi mais elevada durante o verão.

    A distribuição das chuvas, bem como aslâminas de água precipitadas, podem ser observadasna FIGURA 3, tendo ocorrido baixa precipitaçãoapenas no inverno. Dessa forma, o balanço hídricopara o período 1988 a 1995, para uma capacidadede armazenamento de água no solo de 300 mrn,acusou pequenas deficiências hídricas de julho aoutubro, como mostra a FIGURA 4. Nos demaismeses, a reposição de água ao solo, pela chuva, foisuperior ao consumo de água pela mata,predominando, assim, longos períodos com altadisponibilidade de água para as plantas.

    O acompanhamento fenológico permitiuconstatar que as árvores de o. catharinensisfloresceram e frutificaram de maneira irregular(FIGURA 5). O florescimento ocorreu em váriosmeses do ano, mas concentrou-se principalmenteno verão e início do outono (janeiro a abril),período de maior temperatura (FIGURA 2), maiorpreeipitação (FIGURA 3) e em que a duraçãoastronômica do dia (fotoperiodo) está diminuindo,como mostra a FIGURA 6. Esse comportamentoconcorda com as observações feitas por Moraes(1993) no Parque Estadual de CarIos Botelho,localizado em São Miguel Arcanjo-SP, onde oflores cimento dessa espécie, em 1991, ocorreu dejaneiro a março, ou seja, também no verão.

    Conforme pode ser observado naFIGURA 5, houve florescimento em outras épocasdo ano: na primavera (setembro a novembro),período em que a temperatura, a precipitação e ofotoperíodo estão aumentando, e no inverno (maioa julho), período mais frio, mais seco e de menorfotoperíodo. Essa constatação corrobora a informação

    Reli. Inst. Flor., São Paulo. 12(2):77-88,2000.

    relatada por Reitz et aI. (1988) e Lorenzi (1992),de que a espécie floresce praticamente durante oano todo.

    A variação na época de florescimentoobservada no Parque Estadual da Cantareira nãopermite que seja estabeleci da sensibilidade daespécie à temperatura, umidade e fotoperiodo, paraa iudução floral. Estudando a fenologia de espéciesarbóreas de floresta de altitude na Serra do Japi,em lundiaí (SP), também com clima Cfb, Morellatoet al. (1989) relacionaram os seguintes fatoresdesencadeadorcs do florescimento: precipitação apósperíodo de estrcsse hídrico para as espécies queflorescem na estação transicional (setembro eoutubro), condições favoráveis para a polinizaçãopara as espécies que florescem na estação seca eperíodo anterior de precipitação abundante para asespécies que florescem na estação úmida. NoParque Estadual da Cantarcira, as árvores de o.catharinensis floresceram nessas três estações.

    A duração do florescimento foi deaproximadamente 120 dias, mas a sua intensidadevariou de árvore para árvore. Algumas floresceramabundantemente, enquanto outras apresentarampouco florcscimento, ou foram mais regulares, ounão floresceram. Das 17 árvores observadas, as denúmeros 7, 16 e 17 não floresceram no período deestudo (FIGURA 5). As árvores que floresceramcom maior freqüência foram as de números 12(em seis anos) e I e 8 (em cinco anos). As árvoresde números 2, 3, 9 e 14 floresceram em quatroanos, as de números 5, 6, 10, 11 e 15 em três anose as de números 4 e 13, em apenas dois anos.

    A considerável variação no florescirnentoe na conseqüente produção de sementes entreárvores da mesma espécie tem sido observada pordiversos autores, conforme relataram Kageyama &Pifia-Rodrigues (1993). Essa variação tem sidoconstatada quanto à capacidade inerente da árvorede florescer de maneira mais abundante ou não,assim como quanto ao período de florescimento.Estudando a variação individual do florescimentode 22 espécies da família Lauraceae, na CostaRica, Wheelwright (1986) verificou a existência deindivíduos que cresceram apenas vegetativamente,sem nunca se reproduzirem (Piíia-Rodrigues et al.,1990; Pifia-Rodrigues & Piratelli, 1993).

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    SIL VA, A da; AGUIAR, I. B. de & SCHÓFFEL, E. R. Fenologia reprodutiva de canela-preta (Ocotea catharinensis Mez-Lauraceac) no ParqueEstadual da Cantare ira, São Paulo (SP).

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    FIGURA 6 - Duração astronômica do dia (fotoperíodo) estimado para o Parque Estadual da Cantareira (SP).

    Em muitas árvores que floresceramhouve desaparecimento gradual e total das flores,sem ocorrer frutificação. Todas as árvores quefloresceram em 1988 não frutificaram; algumas dasárvores que floresceram de 1990 a 1993 tambémnão frutificaram (FIGURA 5). Outras árvoresfrutificaram em 1989 e de 1991 a 1995, masproduziram apenas frutos imaturos.

    De acordo com Piíia-Rodrigues &Piratelli (1993), a predação por animais é umaimportante causa da redução da quantidade desementes produzidas. Para Kageyama & Piiia-Rodrigues (1993), os principais danos 5.:10 causados porinsetos no estádio de larvas, oriundos de ovosdepositados na flor ou no fruto em desenvolvimento.

    Esses autores relataram, ainda, que apredação em flores ocorre tanto na pilhagem dopólen, quanto no consumo de partes da flor ou dainflorescência. Além disso, a própria plantamantém um ritmo de descarte de flores ou frutospara alocar recursos para o desenvolvimento dosóvulos fecundados; da mesma forma, a ineficiênciana polinização pode contribuir, também, para aprodução de menor quantidade de frutos emrelação à de flores (Piüa-Rodrigues & Piratelli,1993). l

    Constatou-se, na área de estudo, intensoataque de um lepidóptero, desde o estádio inicialde desenvolvimento dos frutos até o início dadispersão. Outro aspecto a ser salientado foi apresença do bugio (Alouaüafuscay alimentando-sede frutos no estádio inicial de desenvolvimento.

    ReI'. Inst. Flor., Sã() Paulo, 1':(2):77-88,2000.

    No Parque Estadual de Carlos Botelho, Moraes(1993) verificou alta predação por insetosovopositores, no período pré-dispersão, através doexame dos frutos de o. catharinensis em trêsárvores caídas. Em árvores em pé, o autorobservou mono-carvoeiro iBrachyteles arachnoidesialimentando-se de frutos.

    Apenas as árvores que floresceram naprimavera, de setembro a novembro (como as denúmeros 4,5 e 6, em 1989 c a de número 12, em1993), produziram frutos maduros e em quantidaderelativamente grande, na estação seca do anoseguinte (FIGURA 5). Os frutos maduros, constatadosna árvore I em 1988, podem ter sido resultantes doflorcscimcnto ocorrido de setembro a novembro doano anterior. Esse comportamento indica anecessidade de um período quente e úmido para queo desenvolvimento dos frutos ocorra adequadamente,preparando-os para a maturação, que ocorreu noperíodo mais frio e seco.

    Estudando a variação feno lógica dasespécies de cerrado em Moji Guaçu (SP),Mantovani & Martins (1988) verificaram que asespécies arbustivo-arbóreas floresceram, em geral,em resposta ás mudanças climáticas ocorridas naprimavera, e produziram frutos, a maioria carnosose zoocóricos, na estação chuvosa e quente. Osfrutos de o. catharinensis são carnosos (Silva etal., 1993) e zoocóricos (Carvalho, 1994) e, noParque Estadual da Cantarcira, apenas os que sedesenvolveram na estação chuvosa e quenteamadu rcccram.

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    SILV A, A. da; AGUIAR, I. B. de & SCHÕFFEL, E. R. Fenologia reprodutiva de canela-preta (Oeolea catharinensis Mcz-Lauraccac) no ParqueEstadual da Cantare ira, São Paulo (SP).

    Quando o florescimento ocorreu dejaneiro a abril, os frutos não atingiram a maturidade.Nesse caso, os frutos se desenvolveram no período deinverno, mais frio e seco, provavelmente prejudicandoa sua formação e fortalecimento, ficando maissusceptíveis à queda provocada pelo vento. Apenasa árvore I, que floresceu em 1993 de fevereiro aabril, produziu, ao mesmo tempo, pequena quantidadede flores e de frutos imaturos e maduros.

    Apesar das condições meteorológicas doParque Estadual da Cantareira, durante os anos emque foi conduzida a pesquisa, terem mostradoestações chuvosas e secas bem definidas, oflorescimento e a frutificação de o. catharinensisocorreram em poucos indivíduos, em intervalosirregulares e de forma supra-anual. Comportamentosemelhante foi observado por Moraes (1993) paraa espécie, que no Parque Estadual de CarlosBotelho não frutificou no período de 1988 a 1990 einiciou a frutificação em 1991.

    Estudando a estratégia fenológica de 28espécies arbóreas em floresta de altitude, na Serrado Japi, em Jundiaí (SP), também com clima Ctb,Morellato et al. (1990) observaram padrão anual defrutificação para a maioria das espécies. Em geral,a maior parte dos indivíduos que floresceuproduziu frutos. No entanto, para algumas espéciescomo Clethra scabra, Dalbergia brasiliensis eLamanonia ternata, os raros indivíduos quefloresceram não frutificaram. Callistene minar eLonchocarpus subglaucescens não floresceram nosdois anos de estudo (1984 e 1985). No caso deMachaerium brasiliensis, apesar do intenso esincrônico florescimento, não foi produzido umfruto sequer em 1984 e os frutos produzidos em1985 não atingiram a maturidade. Os autoresatribuíram ao elevado grau de predação, constatadonos raros frutos jovens, a causa principal da falta desementes. Baseados em Janzen (1976) relataram,também, que as flores seriam produzidas apenaspara a polinização, com função de floresmasculinas, ou para a atração de polinizadores.

    De acordo com Kageyama & Viana (1991),as espécies clímax têm maior variação nas suasfeno fases reprodutivas do que as pertencentes aoutros grupos ecológicos, podendo a frutificaçâoocorrer em intervalos de alguns anos. SegundoPiüa-Rodrigues & Piratelli (1993), existemespécies que florescem anualmente e aquelas defloração supra-anual, que apresentam intervalosentre os anos de produção. Os anos sem produçãopodem ser resultantes da necessidade da espécie

    Rev. lnst. Flor., São Paulo, 12(2):77-88, 2000.

    em alocar recursos para o crescimento vegetativo,como relatou Janzen (1983) apud Piíía-Rodrigues& Piratelli (1993).

    Assim, os resultados obtidos neste trabalhorevelaram que a fenologia rcprodutiva de o.catharinensis é complexa, não tendo sido identificadoo fator ou os fatores indutores do florcscimento. Aprodução .dc sementes é pequena, restrita a poucosindivíduos, e ocorre de maneira supra-anual. Énecessário, portanto, a realização de outras pesquisas,diminuindo o intervalo entre as observações eincluindo estudos de polinização, abordando o flores-cimento em suas diferentes etapas (iniciação floral,inflorcscência em botões, botões em ântese e finalde florcscirncnto), bem como a dispersão de sementes.

    5 CONCLUSÕES

    O comportamento fcnológico de o.catharinensis no Parque Estadual da Cantareira,em São Paulo, permitiu concluir que:I. o florcscimento e a fiutificação foram irregulares e

    variaram entre árvores e anos;2. o florescimento ocorreu em três estações do

    ano: na primavera, no inverno e, principalmente,no verão;

    3. apenas os frutos originados do florescimentoocorrido na primavera atingiram a maturidade,sendo necessário, portanto, um período quente eúmido para o seu desenvolvimento, e

    4. a espécie apresentou periodicidade supra-anualde produção de sementes, restrita a pequenonúmero de árvores da popu lação.

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